zahar observações sobre édipo e antígona por holderlin

March 22, 2018 | Author: Leonardo Araújo Oliveira | Category: Tragedy, Sophocles, Immanuel Kant, Greek Mythology, Philosophical Science


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Friedrich HölderlinObservações sobre Édipo Observações sobre Antígona precedido de Hölderlin e Sófocles Jean Beaufret Coleção E S T É T I C A S direção: Roberto Machado Observações sobre “Édipo” Observações sobre “Antígona” precedido de Hölderlin e Sófocles Friedrich Hölderlin Jean Beaufret Francis Bacon: Lógica da Sensação Gilles Deleuze O Nascimento do Trágico Roberto Machado Nietzsche e a Polêmica sobre “O Nascimento da Tragédia” Roberto Machado (org. o Gênio Original Pedro Süssekind Ensaio sobre o Trágico Peter Szondi .) Introdução à Tragédia de Sófocles Friedrich Nietzsche Kallias ou Sobre a Beleza Friedrich Schiller Shakespeare. . IV. A reprodução não-autorizada desta publicação. II. Sófocles. (Estéticas) Tradução de: Hölderlin et Sophocle ISBN 978-85-378-0089-9 1.com. Série.br Todos os direitos reservados. Friedrich.610/98) Capa: Bruna Benvegnú CIP-Brasil. de Brionne.br site: www.com. tradução e notas de Observações sobre Édipo e Observações sobre Antígona. I. 4. 1770-1843. rua México 31 sobreloja 20031-144 Rio de Janeiro. no todo ou em parte. Beaufret. 1983 Friedrich Hölderlin Título original: “Anmerkungen zum Oedipus” e “Anmerkungen zum Antigonae” Traduzidos a partir das versões reunidas em Werke: Briefe. 1907-1982. França Copyright © Gérard Monfort. Friedrich. Virginia Figueiredo]. revisão técnica. Sófocles. V. Anna Luiza Andrade Coli. Édipo. 08-2729 CDD: 193 CDU: 1(43) . Guido Antônio de Almeida. publicado em 1969 por Winkler Verlag. Título: Hölderlin e Sófocles. 2. Hölderlin. 3. VI. Alemanha Copyright desta edição © 2008 Jorge Zahar Editor Ltda. Maíra Nassif Passos. Título. Hölderlin. Jean. Antígona. Dokumente. Hölderlin e Sófocles.zahar. — Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1770-1843 – Influência de Sófocles. Precedido de Hölderlin e Sófocles / Jean Beaufret [tradução e notas à edição brasileira. Sófocles – Influência. Observações sobre Antígona / Friedrich Hölderlin. de Munique. Pedro Süssekind. (Lei 9. Título: Observações sobre Antígona. III. RJ H674o Hölderlin. RJ tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800 e-mail: [email protected] Beaufret Título original: Hölderlin et Sophocle Tradução autorizada da edição francesa publicada em 1983 por Gérard Monfort. Observações sobre Antígona. constitui violação de direitos autorais. Friedrich. 2008. Roberto Machado. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros. 1770-1843 Observações sobre Édipo.. Sumário Jean Beaufret Hölderlin e Sófocles Friedrich Hölderlin 7 Observações sobre Édipo Observações sobre Antígona 31 59 . Jean Beaufret Hölderlin e Sófocles Tradução e notas à edição brasileira: Anna Luiza Andrade Coli Maíra Nassif Passos Revisão técnica: Guido Antônio de Almeida Virginia Figueiredo . t.cit. a natureza da arte em geral. mas mais especificamente com Sófocles... um trágico como o de Ésquilo ou de Eurípides.19 Todo o trágico de Sófocles. p. não é. pois. Precisemos. 16 Jean Beaufret .48. porém.Tendo assim esclarecido. precisará Karl Reinhardt sem todavia se referir expressamente a Hölderlin. de fato. aos olhos de Hölderlin. auf das 19 Friedrich Hölderlin. Digamos numa palavra que é o trágico do retraimento ou do afastamento do divino. indaguemos agora: em que consiste a arte trágica? O que é a tragédia? Aqui. “weist . a pergunta: o que é o trágico de Sófocles? O trágico de Sófocles. mas um trágico bastante singular. Hölderlin trava um diálogo não apenas com os gregos em geral. op.. in Sämtliche Werke. Hölderlin dirá: Gottes Fehl: a falta de Deus. “Dichterberuf ”.2. seguindo ao mesmo tempo Aristóteles e Hölderlin. Odisséia./ Sendo investido no seu reino.11. por eles mesmos. bem que enviado/ O Argicida sutil dissuadisse:/ ‘De o matar foge. o destruidor de Argos – dá a Egisto. tentando dissuadi-lo de um assassinato e de um casamento espúrio. indo mais longe do que o que lhes é destinado na partilha.66) O episódio trata do conselho que o Argicida – que é Hermes. é o próprio limite que se furta. Os homens aqui ultrapassam o limite. É nisso que é tão diferente do trágico de Ésquilo. 1947. autoi sphêsin atasthaliêsin. que justifica sua decisão a respeito de Etéocles e Polinices pela diferença entre chrêstos 20 Karl Reinhardt.33-34. Frankfurt am Main. e./ Senão.T. para quem o limite não é de modo algum um enigma. temos: “Em seu regresso o Atrida assassinando. Sophokles. Orestes’. ao contrário. [Na tradução para o português de Odorico Mendes dos versos aos quais se refere Jean Beaufret. p. assinala . Prometeu. v.” (Homero. e poluir seu leito. A ação trágica é a história do retorno à ordem que a violação do limite torna necessária. diz Homero. Eles o ultrapassam. tem de vingá-lo.Rätsel der Grenze zwischen Mensch und Gott”. A Creonte. o enigma que é a fronteira entre o homem e o Deus20.)] 21 Hölderlin e Sófocles 17 ./ Esposou-lhe a mulher. Em Sófocles. Odisséia. p. USP.21 Assim Egisto ou Xerxes – e num outro plano. Canto I. de onde finalmente advém a sua perda. e isso hypermoron.. 1992. São Paulo. apesar das advertências dos deuses. adolescente. e o herói se aventura perigosamente no hiato (béance) de um entre-dois. por seus atentados contra eles. (N. muito freqüentemente.. 153).) 23 22 18 Jean Beaufret . p. 2006.26 Chrêstos. linguagem própria de Sófocles. Mário da Gama Kury traduz: “Creonte: Mas o homem bom não quer ser igualado ao mau. vagando sob o impensável. Jorge Zahar.) 26 “Observações sobre Édipo”.. Jorge Zahar. 13a ed.217-8). Antígona: Não será talvez piedade isso entre os mortos?” (in Três tragédias gregas. 1997.84 deste livro. São Paulo. p. Ésquilo e Eurípides sabem objetivar mais o sofrimento e a ira e menos o entendimento do homem. 520-521 da Antígona. 2008.T. “bom. optou por: “Quem sabe. seja concebido pelo fato de que a unificação [Eineswerden] ilimitada se purifica por meio de uma separação ilimitada. Roberto Machado. (N.T. p. valioso”.(Etéocles) e kakos22 (Polinices). p. lá embaixo. Antígona replica: tis hoiden. que traduziu a fala de Antígona da versão de Hölderlin. ilimitadamente. 25 “Observações sobre Antígona”. a santidade é agir assim?24 Hölderlin ressalta o que há de único na linguagem trágica de Sófocles – eigentliche Sprache des Sophokles. Perspectiva. Rio de Janeiro. lá embaixo pode haver outro costume?” (O nascimento do trágico. feio”. quem sabe?23 Quem sabe se.78 deste livro. como o deus e o homem se acasalam. e como. o poder da natureza e o mais íntimo do homem se unificam na ira. pois. Rio de Janeiro. “ruim.) Trata-se dos v. mau. a passagem diz: “Creonte: Mas não diz que o mau tenha o prêmio do justo. valoroso. p. acrescenta. Antígona: Quem sabe se isso é consagrado no outro mundo?” (A trilogia tebana. 24 Na tradução da Antígona de Guilherme de Almeida e Trajano Vieira. kakos.T.64. (N. (N.).25 Podemos agora ler o início da terceira parte das “Observações sobre Édipo”: A apresentação do trágico depende principalmente de que o formidável [Ungeheure]. . sobretudo: Kant é o Moisés de 27 Trata-se da expressão “kategorischen Umkehr”. por quem os sentimentos de Hölderlin são de adoração: neste momento. (N.) 28 Friedrich Hölderlin. a Catarse pela separação sem reservas no interior da unificação ilimitada? O caso é que.T.27 Talvez não seja excessivo interpretar essa locução no mínimo insólita como uma transposição intencional do imperativo categórico de Kant. não é muito difícil perceber o eco da Catarse de Aristóteles. Mas em que se produz. o afrontamento do divino e do humano – o acasalamento.Qual é. portanto. exatamente o mesmo de Aristóteles quando trata da tragédia. p. in Sämtliche Werke. t. início dez 1795.78 deste livro. portanto. essa separação ilimitada pela qual se purifica a unificação ilimitada de deus e homem? No se purifica. tenho buscado de novo refúgio junto a Kant. Carta a Neuffer. diz ele mais audaciosamente – que é o próprio tema da tragédia. Ver nota 5 da tradução das “Observações sobre Édipo”. p.6. de afastamento categórico.28 Mas. O tema de Hölderlin é. com relação ao próprio divino.cit. aqui. como sempre faço quando não suporto mais sofrer. intérprete de Sófocles.187. op. para Hölderlin. Hölderlin e Sófocles 19 . comporta a mais enigmática das mutações: aquela que ele chama. como se profundamente encarcerado. todas as palavras atingem o alvo. eles tiveram de emigrar. A moral kantiana frustra o homem de hoje de sua pretensão de “entender a língua da razão intuitiva” que é. Sua revelação é um apelo àquilo que nossa natureza viva tem de melhor. eles continuam ainda a dançar em volta de seus bezerros de ouro e seu cozido lhes faz muita falta. tal como Hölderlin o nomeará.6. in Werke. a “língua dos deuses” e não aquela dos “filhos da terra” que somos nós. op. 20 Jean Beaufret . diz Kant. o que sua natureza viva tem de melhor. privados de alma e de sentido. sob os quais geme quase inaudível. t.122. a saber. a sobriedade nativa da qual somos filhos.nossa nação.. é 29 Friedrich Hölderlin. Carta a Karl Gock. no sentido pleno da palavra. p. 6 abr 1774.IX. p.29 Aqui. t. 1o jan 1799. 30 Carta a Johann Georg Hamman. até um ermo qualquer para se decidirem a deixar de ser os escravos de seu próprio ventre e a abandonar os hábitos e opiniões mortos. Cassirer.cit. Decerto. ele trouxe da montanha sagrada a lei que está em vigor. ed. quem a retirou do entorpecimento egípcio e a conduziu ao deserto livre de sua especulação. in Sämtliche Werke.304.30 Que o imperativo categórico no sentido kantiano contenha em si mesmo alguma coisa do afastamento categórico. A lei é efetivamente a do imperativo categórico. ”31 Sem dúvida ele continua a viver e agir sem fim. op./ Infindamente ali agem e pouco parece importar-lhes. der ists.32 A tarefa mais própria do homem.cit. que “O Pai desviou do dos homens o seu rosto. desde então. v.” Tivemos de alterar um pouco a tradução para adequá-la aos fins do nosso autor. in Hölderlin. Eliminação da moral teológica em prol de uma teologia moral. (N. mas sobre nossas cabeças. Se Deus é presença. noutro mundo. dem wir geeignet sind“.149).217. (N.) 32 Jean Beaufret ainda faz referência ao poema “Pão e vinho”. é por exclusão de toda “representação intuitiva”. a de aprender “Pão e vinho”. é. por sobre as nossas cabeças. op. mas desde já retraimento do divino. (N. Na tradução de Paulo Quintela: “Decerto vivem os deuses. Na tradução de Paulo Quintela: “Inda que mais nobremente do que os animais o homem. v.109-111./ Zu Sorg und Dienst den Dichtenden anvertraut!/ Der Höchste.11-14: “Wenn edler. tradução de Paulo Quintela. denn das Wild. Poemas. A moral kantiana é uma exclusão de toda teofania.. Poemas./ Confiada ao cuidado e aos serviços dos poetas.bastante claro.) 33 Referência ao poema “Dichterberuf“ (Vocação de poeta).cit. O acontecimento mais essencial da história da relação entre o divino e o humano é. aquela confiada ao cuidado e aos serviços33..) 31 Hölderlin e Sófocles 21 .T. p. diz Hölderlin na elegia “Pão e vinho”./ Se defenda e alimente!/ Pois é outra coisa que importa./ Mas lá em cima. der Mann sich/ Wehret und nährt!/ Denn es gilt ein anders. ela não é mais visão de Deus. A lei é o documento mais próprio desse retraimento. lá no alto. O Altíssimo é a quem nós pertencemos” (in Hölderlin –. v.127.T.T. noutro mundo. p. a língua alemã pensa por si mesma.34 À assonância em alemão de “trauern”. e que nem Ésquilo nem Eurípides conseguiram “objetivar” tão plenamente.)] 34 22 Jean Beaufret . 127-128. Saber fazer sua essa tarefa é penetrar na dimensão mais própria do trágico e da tragédia (Trauer-spiel). t. não se encontra em francês nada que corresponda. Com efeito. que é a figura mais essencial de sua presença.. in Sämtliche Werke.cit. ao contrário.2. aliás. “Trauer” (luto).T.. p. op. o trágico de Sófocles é o documento essencial desse afastamento categórico do divino. Assim.. Na tradução de Paulo Quintela: “Quando o Pai desviou do dos homens o seu rosto/ E com razão começou o luto na terra.. que é. Als der Vater gewandt sein Angesicht von den Menschen. é a partir do afastamento categórico do divino que o luto (das Trauern) começa a reinar sobre a terra.94. E. para Hölderlin. [V.” (N.a suportar a falta de Deus. Und das Trauern mit Recht über der Erde began. pelo simples fato de falar. não evoca diretamente senão o sacrifício de um bode. “Trauerspiel” (tragédia). em “Brot und Wein“. não tendo o francês nenhuma palavra propriamente francesa para dizer o que diz o grego “tragôdia” que. Aqui. a seus olhos.. a própria essência da tragédia. que irão representar o que o poeta trágico tenta representar. E a do próprio Édipo no meio da tragédia Édipo. Donde: Essa é a situação de Hêmon em Antígona.80 deste livro. a relação do homem com este Trauer que é o afastamento categórico.) “Aquele que nega deus. “Observações sobre Édipo”. (N. p. a estrutura da tragédia de Édipo. depois a de Antígona.) 36 35 Hölderlin e Sófocles 23 . (N. a saber. em primeiro lugar.T.T. são mais especificamente as duas tragédias contrastadas. ímpio”.Sófocles. Édipo e Antígona.35 Estudemos sob esta ótica. Tem também o sentido de “aquele que é abandonado por deus”. Friedrich Hölderlin Observações sobre Édipo Observações sobre Antígona tradução e notas: Pedro Süssekind Roberto Machado . Observações sobre Édipo A fim de assegurar aos poetas. seria bom elevar a poesia. uma vez aprendido. levando em conta a diferença das épocas e das condições. ou pelo menos elas foram avaliadas até hoje mais pelas impressões que provocam do que pelo cálculo das suas leis e outros procedimentos graças aos quais o belo é produzido. também falta confiabilidade a outras obras de arte. também entre nós. também entre nós. 67 . uma existência de cidadão. à altura da mêchanê dos antigos. Entre os homens. Comparadas às gregas. O que faz falta à poesia moderna é especialmente escola e ofício: que o seu modo de proceder possa ser calculado e ensinado e. a respeito de qualquer coisa. ser repetido sempre com confiança na sua execução. em diversas sucessões. na verdade. mais equilíbrio do que pura consecução. que é reconhecível por meio (moyen) de sua manifestação. o modo como um sistema de sensações [Empfindungssystem]. na conexão infinita mas totalmente determinada. é preciso observar como o conteúdo se diferencia desse cálculo. por meio de que procedimentos.temos de observar sobretudo que ela é algo. Em seguida. e como a representação. o cálculo. propriamente vazio e o mais desprovido de ligação. o conteúdo particular se refere ao cálculo geral. torna-se 68 Friedrich Hölderlin . Por isso. o sentido vivo. e por motivos mais elevados. a sensação e o raciocínio surgem um após o outro. Com isso. isto é. se desenvolve como que sob a infl uência do elemento. no trágico. O transporte trágico é. e como. o homem como um todo. mas sempre segundo uma regra segura – tudo isso é. A lei. que não pode ser calculado – é posto em relação com a lei calculável. a poesia carece particularmente de princípios e limites seguros e característicos. Inclui-se aí justamente o cálculo das leis. e o curso – o que se deve fixar. na consecução rítmica das representações em que o transporte se apresenta. que a maneira como ela é condicionada pode ser determinada e ensinada. precisa ficar para a frente. se encontrará mais para o fim. de modo que a primeira metade esteja como que protegida contra a segunda. a cesura. em uma rapidez excêntrica. exatamente porque a segunda metade é originalmente mais rápida e parece pesar mais. pende mais de trás para o início. ou interrupção anti-rítmica. em seu ápice [Summum]. então. por causa do efeito contrário que a cesura tem. porque a primeira metade se estende mais. porque é o fim que precisa ser como que protegido do começo. as primeiras são mais arrastadas pelas seguintes. de forma que o equilíbrio só surge mais tarde. a palavra pura. Se o ritmo das representações é tal que as seguintes são mais pressionadas pelas iniciais. Já que o ritmo das representações é tal que. e o equilíbrio. o ritmo. Observações sobre Édipo 69 . a interrupção anti-rítmica. mas a própria representação. Com isso divide-se a consecução do cálculo. de tal maneira que então apareça não mais a alternância das representações. Isso quanto à lei calculável. e por conseguinte o equilíbrio penderá mais para o fim. e suas duas metades se relacionam de tal maneira que elas aparecem com o mesmo peso. a fim de ir ao encontro da mudança torrencial [reissend] das representações. então a cesura.necessário o que na métrica se chama cesura. é um termo latino que Hölderlin pode ter encontrado em Virgílio ou Lucrécio. do ponto central de sua vida interior. Nefas. Não nutrir o irremediável. Banir a mácula do país. crime. que significa sacrilégio. A Antígona segue a segunda aqui mencionada. Em ambas as peças são as falas de Tirésias que constituem a cesura. alimentada neste solo. É que a sentença do oráculo diz: Claramente nos mandou Febo. A inteligibilidade do todo depende principalmente de se ter em vista a cena em que Édipo interpreta de modo demasiadamente infinito a sentença do oráculo e é tentado na direção do nefas1. desmesura resultante da oposição aos deuses. 1 70 Friedrich Hölderlin .A primeira das leis trágicas aqui indicadas é a de Édipo. arrastando-os para um outro mundo e para a esfera excêntrica dos mortos. o rei. Ele irrompe no curso do destino como guardião do poder da natureza. impiedade. que tragicamente retira os homens de sua esfera vital.
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