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March 24, 2018 | Author: Raylson Marques | Category: Romanticism, Arts (General), Poetry, Science, Philosophical Science


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Aula 02ROMANTISMO – Século XIX O ROMANTISMO NO BRASIL O romantismo brasileiro nasce das possibilidades que surgiram com a Independência Política (1822). Os artistas e intelectuais são tomados por um sentimento patriótico e nacionalista que vai se manifestar através do: •Indianismo •Regionalismo •Natureza Local O movimento romântico pretendia, no início, suplantar a concepção clássica da arte. A imitação dos clássicos não fazia sentido num tempo (fins do séc. XVIII) que havia produzido o liberalismo e a Revolução Francesa. A Revolução Francesa significa, entre outras coisas, o fim do absolutismo político (no plano artístico, o fim da beleza única e absoluta) e a ascensão da burguesia como classe dominante. A burguesia, culturalmente pouco afeita às artes, exigia dos escritores um novo tipo e nível de comunicação. Privilégio de uma classe – a aristocracia – a cultura tinha que se adaptar aos novos tempos. Surge, então, um gênero literário que vinha se pronunciando há mais tempo e que se constituirá no reflexo e na crítica da sociedade burguesa: o romance. No Brasil, o romantismo vai ser o movimento identificado com a Independência Política. Características no Brasil: Poesia Romântica Características: 1-Individualismo e subjetivismo 2-Sentimentalismo 3-O Culto da Natureza 4-Idealização (Imaginação, Fantasia) 5-Valorização do Passado 6-Liberdade Artística descendo Da tribo tupi. Guerreiros. foi o maior representante nacional do ultra-romantismo.(1836) Gonçalves Dias – consolidou o romantismo com uma produção poética de qualidade. Guerreiros. Sou filho do Norte.. cotidiano Obras: Lira dos Vinte Anos (poemas – 1853) Noite na Taverna (contos – 1855) O Conde Lopo (poema – 1886) Macário (teatro – 1855) .. ouvi. ouvi: Sou filho das selvas. Nossas várzeas têm mais flores. Guerreiros. Os principais temas de sua poesia são: • Índio: I – Juca Pirama • Natureza / a pátria: Canção do Exílio • Amor: Ainda uma vez Adeus Cara Obras: Primeiros Cantos (1846) Segundos Cantos (1848) Sextilhas de Frei Antão (1848) I – Juca Pirama Meu canto de morte. Nas selvas cresci. Da tribo pujante. sou forte. ) Gonçalves de Magalhães – introdutor do movimento. Guerreiros. Nossos bosques têm mais vida Nossa vida mais amores ( .. ) Álvares de Azevedo . nasci. ( . Mulher Inatingível •Humor. Meu canto de morte. Publicou a primeira obra romântica brasileira – Suspiros Poéticos e Saudades .Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá As aves que aqui gorjeiam. Sou bravo. Temas Principais: •Tédio: Desejo de Morte •Amor: Medo. Que agora anda errante Por fado inconstante.considerado o "Byron brasileiro". Não gorjeiam como lá Nosso céu tem mais estrelas.. E se te fujo é que te adoro louco. viria ao menos Fechar meus olhos minha triste irmã. tens amor – eu medo!.. meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando.. Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar! Na escuma fria Pela maré das águas embalada. que flores. Sobre o leito de flores reclinada. És bela – eu moço. Se eu morresse amanhã Se eu morresse amanha.) Oh! ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela! Na suave atração de um róseo corpo Meus olhos turvos se fechar de gozo! Casimiro de Abreu – poesia marcada pela ingenuidade e pela musicalidade. as pálpebras abrindo. Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor. – Era um anjo entre nuvens da alvorada que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! O seio palpitando.... Como a lua por noite embalsamada... Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras. Contigo dizes..) Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória. Formas nuas no leito resvalando.. o dolorido afã. suspirando amores: – Meu Deus! Que gelo... oh! bela.. que frieza aquela! Como te enganas! Meu amor é chama Que se alimenta no voraz segredo. A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã! Idéias Íntimas (... Negros olhos. Debaixo dos laranjais! Amor e medo Quando eu te fujo e me desvio cauto Da luz de fogo que te cerca. 1850) Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida.. a luz da lâmpada sombria. Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! Obras: Primaveras (poemas.. que sonhos...Soneto Pálida. Minha mãe de saudades morreria Se eu morresse amanhã! (. Não te rias de mim. Temas Principais: •Saudade – infância e pátria •Amor e medo . .. Quase aberto o roupão. Legiões de homens negros como a noite. A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia.. Tu que... extraído do poema Adormecida. Mas não digas assim por entre beijos.. solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente.. Indiscretos entravam pela sala.. Que servires a um povo de mortalha!... Temas Principais: •Poesia social: humanitárias causas libertárias e •Poesia Amorosa: erotismo e sensualidade Obras: Espumas Flutuantes (1870) A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) Os Escravos (1883) Exercícios: 1.. Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha.. Que a brisa do Brasil beija e balança. Maria! É tarde. o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho.) Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!.. a flor fugia... “Uma noite.... Ela dormia Numa rede encostada molemente.. Boa-noite!.. Boa Noite Boa-noite. estalar de açoite. Em sangue a se banhar. Não me apertes assim contra teu seio.)” Navio Negreiro (... de Espumas Flutuantes. Castro Alves – além da temática social.... é tarde. solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta... de Castro Alves... Adormecida Uma noite eu me lembro. Maria! Eu vou-me embora.. Quase aberto o roupão....... Horrendos a dançar. a flor beijava-a. Mas não mo digas descobrindo o peito — Mar de amor onde vagam meus desejos. Boa-noite.) De um jasmineiro os galhos encurvados. (. Iam na face trêmulos – beijá-la.. Que impudente na gávea tripudia? .. da liberdade após a guerra. inovou ao tratar do amor em sua dimensão carnal.. Ela dormia Numa rede encostada molemente.. Era um quadro celeste!. E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!.) Era um sonho dantesco. Leia o trecho abaixo. Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança. Tinir de ferros.. eu me lembro.. Quando ela ia beijar-lhe... (.....Auriverde pendão de minha terra... E tu dizes — Boa-noite. (..... E de leve oscilando ao tom das auras.. A lua nas janelas bate em cheio.. Quando ela serenava. És bela – eu moço. Cercadas de troncos – cobertos de flores. Contigo dizes. II e III. Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras. Sobre as tendências da poesia romântica indianista. São rudos*. mesmo nos poemas de poetas pertencentes a outras gerações que não a de Castro Alves. no qual uma mulher dormindo com o roupão quase aberto é acariciada por galhos e flores. No meio das tabas de amenos verdores. atribuiu-lhe também alguns distúrbios de personalidade.Meu Deus! Que gelo. que.. Já prélios incitam. já cantam vitória. nos ânimos fortes. Leia o texto que segue atentamente. (E) “I-Juca Pirama” expressa o nacionalismo de seu autor. referentes ao poema. ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro. oh! bela. (B) Apenas II. (A) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo. Leia com atenção o fragmento abaixo extraído de “I-Juca Pirama”.. A imagem da mulher dormindo é comum ao longo de todo o Romantismo. de glória e terror! 3. II. Quando te fujo e me desvio cauto Da luz de fogo que te cerca. Condão de prodígios. assinale a alternativa incorreta em relação à visão idealizada do poeta ao retratar o indígena brasileiro. é muito comum que tal mulher surja envolta em uma aura de sensualismo. Trata-se de um poema que apresenta um erotismo sutil e delicado. sedentos de glória. (Casimiro de Abreu) Sobre o trecho e a totalidade da obra desse poeta. Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. (D) Apenas I e III. III. guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes. Quais estão corretas? (A) Apenas I. O poema é composto por estrofes de quatro versos decassílabos dos quais o segundo e o quarto verso de cada estrofe rimam entre si. (D) A poesia romântica indianista resgatou o passado histórico do Brasil e valorizou a bravura de seus habitantes naturais. (B) O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras. severos. que frieza aquela! Como te enganas! Meu amor é chama Que se alimenta no voraz segredo. são feitas as seguintes afirmações: .. I.. (C) Apenas III. Alteiam-se os tetos d’altiva nação. incorporando-as ao orgulho nacional. e. tens amor – eu medo!. 2. suspirando amores: . (C) O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira. São muitos seus filhos. E se te fujo é que te adoro louco. (E) I.Vocabulário: rudos = rudes Considere as afirmações abaixo. III – bastante popular. sem maiores complexidades. Minha terra tem palmeiras. musical. As aves. Casimiro oferece uma obra acessível. Não gorjeiam como lá. à noite Mais prazer encontro eu lá. Leia o poema Canção do exílio.I – a temática comum na obra de Casimiro – a figura feminina apenas vislumbrada entre o amor e o medo – evidencia-se no excerto acima. Brasil e Portugal. II e III. Instrução: o excerto que segue refere-se à questão 04. Onde estás. Nosso céu tem mais estrelas.sozinho. (E) Romantismo nacionalista. Senhor Deus? 4. Nossas várzeas têm mais flores. Nossos bosques têm mais vida. exprimindo o anseio do homem pela liberdade. Que tais não encontro eu cá. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (C) Apenas III.. (D) Apenas I e II. Não permita Deus que eu morra. Onde canta o Sabiá. Onde canta o Sabiá.. (B) lirismo religioso. em qu’estrelas tu t’escondes? Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito. Em cismar . marcado pelo desespero do pecador arrependido. Onde canta o Sabiá. . Minha terra tem palmeiras. Sem que eu volte para lá.sozinho. Minha terra tem primores. Essa é a primeira estrofe de um poema que é exemplo de (A) lirismo subjetivo. de Gonçalves Dias. Onde canta o Sabiá. (B) Apenas II. 5. I. que aqui gorjeiam. Nossa vida mais amores. exprimindo anseio da alma humana em procura da divindade. II – a abordagem do tema do medo provocado pelo sentimento amoroso desenvolve-se de forma marcada pela sensibilidade e pelas pulsões eróticas de um jovem eu-lírico. Que embalde desde então corre o infinito.O poema trabalha com a oposição entre aqui e lá. Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Em que mundo. (C) lirismo romântico de tema político-social. (D) epopeia romântica da corrente indianista. Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá. repassado da saudade que atormenta o poeta no exílio." Considere as afirmações que seguem. respectivamente. Minha terra tem palmeiras. Em cismar . (E) I. à noite Mais prazer encontro eu lá. Sem qu'inda aviste as palmeiras. A utilização de formas pronominais da primeira pessoa do plural na segunda estrofe demonstra a preocupação do poeta em reforçar o sentimento coletivo de patriotismo. Quais estão corretas? (A) Apenas I.II. (E) I.O cuidado formal pode ser percebido na regularidade métrica e no emprego constante de rimas. (C) Apenas II e III (D) Apenas III. (B) Apenas I e II. III. Gabarito: 1–D 2–E 3–E 4–C 5–C . II e III.
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