virechana

March 19, 2018 | Author: Flávia Bianchini | Category: Ayurveda, Earth, Sun, Wellness, Animal Diseases


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Description

O virechana é um tratamento de desintoxicação profundo utilizado pela Medicina Ayurvédica para eliminar impurezas do intestino delgado, estômago, fígado, vesícula biliar e pâncreas através de uma purgação terapêutica induzida por ervas. É considerado o segundo principal procedimento de desintoxicação pela ayurveda, fazendo parte do mais potente tratamento de eliminação de toxinas chamado de PanchaKarma – que compreende cinco métodos de limpeza plena do corpo e da mente. O virechana é uma prática especialmente indicada para eliminar o excesso do dosha Pitta – que tem como órgão de acúmulo o intestino delgado e secundariamente o fígado. Apesar de ser um procedimento para remover pitta viciado ou acumulado e todas as toxinas que causam desequilíbrios Pitta, o virechana é secundariamente indicado para kapha pois age também limpando pâncreas e estômago, órgãos de acúmulo deste dosha. Virechana é o nome dado para a purgação, mas tão importante quanto o momento da diarréia é a preparação pra ela. Durante a preparação para o o virechana, o paciente deve manter uma dieta específica, vai ingerir ervas amargas com ghee morno durante alguns dias para mobilizar estas toxinas para que possam ser eliminadas através da purgação, abhyanga e swedana também são indicados para a mobilização das toxinas. Este processo de preparação é chamado de PurvaKarma e também é realizado para os outros procedimentos do Panchakarma. ..: Nasya :.. O olfato é dos cinco sentidos, o mais próximo ao cérebro e o mais rápido a ser percebido pela consciência, além de estar intimamente conectado a nosso centro de memória. Para cuidar deste órgão tão importante, a ayurveda indica a terapia do Nasya. O Nasya é administração de medicamento em forma de pó ou óleo na cavidade nasal É indicado para desequilíbrios no subdosha prana, responsável principalmente pela clareza mental e pelas funsões sensoriais. Sua aplicação ajuda a corrigir disturbios ligados a mente, a criatividade e a desorganização e embotamento enegético na região da cabeça. Orgânicamente, esta terapia é indicada em problemas como renites, sinusites, alergias, dores de cabeça, insônica ou sono agitado e leve, excesso de muco e ressecamento na região. Antes da aplicação do óleo ou do pó, deve ser feito no paciente um shiro abhyanga (massagem manipulando os pontos marma da cabeça e pescoço) e 10 minutos deswedana local (aplicação de vapor). Um tratamento dura sete seções consecutivas, onde são pingadas 6 gotas de óleo em casa narina do paciente. Recomenda-se também que a aplicação seja realizada antes das 10hrs ou após as 16hrs e o paciente deve evitar assistir televisão e ouvir música alta logo após o tratamento. O Navana Nasya utiliza óleo como elemento terapêutico, sendo que deve estar medicado com uma erva apropriada ao dosha do paciente. Óleos - shabindnu - anu para taila para taila para tratamento o navana problemas de nasya: kapha; limpeza; - panchendryia taila, para deseuqilíbrios mentais envolvendo os órgãos sensoriais e para desequilíbrios - vacha óleo taila: de para desequilíbrios puro ou medicado Vata com e perturbações Vata e pitta; mentais; Kapha. gergelim gengibre para O Dhmapatana Nasya é realizado com pós de ervas, geralmente o Vachá (raíz de cálamo), mas pode ser feito com gengibre em pó, gotu-cola, alho, pimenta preta e pimenta cayenna. Esta modalidade de nasya tem o objetivo de limpar os nadis da cabeça (canais sutis) provovando bastante calor na região. Geralmente o paciente relata sentir exatamente a energia circulando por estes canais. O pó é introduzido na narina sendo soprado através de um canudo ou cone de papel. Minutos após a aplicação, deve-se lavar bem as narinas com água morna. Aplicação de sucos Para o tratamento de distúrbios pitta podem ser utilizados sucos no lugar de óleo e pó: aloe vera, raíz de aspargus, gotu cola e leite são aplicados para auxiliar no tratamento de queda de cabelo, dores no pescoço, zumbido no ouvido e excesso de calor na cabeça. Basti é o nome do tratamento ayurvédico de limpeza e nutrição do intestino grosso (cólon). No ocidente é conhecido como enema ou clíster. Segundo o Charaka samhitá, “o basti é metade de qualquer tratamento, senão o tratamento completo”. Para a ayurveda, o intestino grosso é a sede do dosha vata e todo desequilíbrio inicia em vata: ele governa os outrosdoshas. Por esta razão, o basti é considerado o tratamento ayurvédico mais importante, não apenas para reduzir vata, mas para equilibrar os outros dois doshas – Pitta e kapha. É no intestino grosso onde a maior parte da água e dos nutrientes são absorvidos pela corrente sanguínea: em suas paredes, células inteligentes separam o que deve ser absorvido e o que deve ser excretado. Com o tempo, as paredes do intestino vão ficando “sujas” e resíduos vão se acumulando, devido a uma alimentação desequilibrada com excesso de industrializados e carnes, pouca ingestão de água e fibras etc.. Estes resíduos, principalmente os de origem animal grudam nas micro-vilosidades intestinais, entrando em putrefação e liberando substâncias altamente tóxicas que serão absorvidas e levadas para outras partes do corpo pela corrente sanguínea, causando muitas doenças. Diferente de uma lavagem intestinal, o objetivo de um tratamento com basti não é unicamente lavar o cólon, mas também nutri-lo. Segundo a ayurveda se apenas lavamos o intestino estaremos deixando-o desprotegido pois a lavagem apenas com água leva consigo não somente matéria perniciosa mas também uma série de bactérias importantes que formam a chamada flora intestinal. Durante o tratamento com basti, decocções com ervas, óleos medicados, determinada variedade de sal e algumas vezes mel são introduzidos pelo reto. Existem dois tipos de basti: os de limpeza chamado de niruha ou asthapan basti e os de nutrição chamado deanuvasana ou sneha basti. Na maioria das vezes, o sneha basti é realizado apenas com óleo de gergelim e algumas vezes com algum óleo ou ghee medicado (com bala ou brahmi), tendo como principal função a redução e tonificação de vata e o fortalecimento de apana-vayu. A dosagem de óleo pode variar de 40 a 100ml, dependendo das necessidades do paciente e do tratamento escolhido. Os bastis de limpeza tem uma composição mais complexa contendo, como já foi dito anteriormente, decocções principalmente de ervas tônicas como a sida cordifólia (bala), o yashtimadu (alcaçús) e a bacopa monniera (brahmi), quantidades menores de óleos puros ou medicados, sal de rocha ou sal marinho não iodado (para aumentar as secreções intestinais) e, algumas vezes, mel. A quantidade de líquido introduzido via retal vai de 500ml a 1,5 litros. A terapia do basti pode ser classificada de acordo com a função terapêutica a que se destina: - snehana: - shodhana: purificação lekhara: para reduzir algum tecido em excesso nutrição - brimhana: - doshahara: - shamana: para para para aumentar reduzir pacificação de algum ou algum tecido remover dosha com algum em deficiência dosha desequilíbrio Antes da aplicação de um basti deve-se realizar um massagem com óleo morno na barriga do paciente e na coluna lombar, aquecendo a região com uma bolsa de água quente por alguns minutos. Esse procedimento prepara o intestino e relaxa a pessoa para a aplicação da técnica. O paciente deve estar deitado sobre o seu lado esquerdo durante a aplicação do basti permanecendo por 10 minutos e em seguid deitar sobre o lado direito, oposto ao fluxo natural do intestino para facilitar a penetração dos líquidos, devendo permanecer nesta posição por pelo menos mais 10 minutos. (acima, Tribulus terrestris indicada para impotêcia sexual: sua raíz é umas das 10 principais utilizadas em decocções para bastis. clique aqui para ler mais sobre esta planta) O tempo de tratamento depende do número de enemas a serem realizados, geralmente é feito um por dia e um tratamento maior pode levar até 30 dias ou 30 enemas consecutivos: Karma (30 dias), kala (16 dias) e yoga (8 dias), sendo que niruha basti e sneha basti são realizados intercalados e sempre se finaliza com um sneha basti (nutrição). Abaixo, algumas das principais plantas utilizadas para niruha basti: withania somnifera (imunomoduladora), Tribulus terrestris (impotência sexual), Tinospora cordifolia,(tumoricida), Emblica officinalis, a amla (tônica), sida cordifólia, o bala ou guanxuma (tônica), Bacopa moniera, o brahmi – aqui acariçoba (tônica). (na imagem ao lado, Tinospora cordifolia mais conhecida como guducchi) Indicações do basti: Segundo a Ayurveda, o niruha basti é indicado para qualquer doença ou desequilíbrio, principalmente quando vata está obstruindo os canais: dores abdominais, sensação de pressão no peito, gazes, pressão intestinal, dor cardíaca, dores de cabeça, dores articulares, paralisia, constipação, intoxicação, tremores, desordens nervosas, gastrointestinais, constipação, perda de força, fraqueza muscular, febre, dor de cabeça, infertilidade, cálculos renais, esquizofrenia, perda de força ou fraqueza, transtornos psiquiátricos, gota, dores reumáticas dificuldade de absorver nutrientes, etc.. O basti de limpeza é contra-indicado em casos de perfuração intestinal, diarréia, pessoas muito debilitadas, pacientes com excesso de ama (toxina) no sistema digestivo, que receberam muita oleação ou estão com fome e sede excessivos. As mesmas indicações do niruha basti se aplicam ao sneha basti, acrescendo nas contraindicações casos de febre, anemia, diabetes e excesso de kapha no trato gastro-intestinal. Os enemas de nutrição são também indicados em casos de excesso de fogo digestivo, úlcera gástrica, secura geral, pele envelhecida, articulações barulhentas ansiedade e agitação mental e como preparação para o parto (fortaleceapana). A palavra “basti” significa bexiga urinária. Antigamente o instrumento utilizado para realizar este procedimento ayurvédico era a bexiga das vacas, onde colocava-se a decocção e acoplava-se um cone de metal para introdução via retal. Hoje em dia, o basti pode ser realizado até mesmo sozinho, para isso existem alguns instrumentos que imitam o antigo mas confeccionado de borracha. É mais cômodo e higiênico utilizar sondas descartáveis onde acopla-se uma seringa para que os líquidos sejam injetados ou ainda pode-se comprar o kit para limpeza intestinal nas farmácias. Além disso é importante esclarecer que a aplicação de um enema é indolor, não é sinônimo de lavagem intestinal (que já foi famosa para emagrecimento e popularizada por artistas) e mesmo podendo ser realizada em casa pelo paciente, deve receber orientação prévia de um terapeuta ou médico ayurvédico treinado e ciente das dosagens de ervas. Sisira e Hemanta Ritucharya Rotina e alimentação ayurvédica durante o inverno Observar as mudanças na natureza e suas influencias no metabolismo do corpo e na qualidade da mente são essenciais para a Ayurveda. Cada estação do ano trás consigo características únicas que causam mudanças diretas não apenas no clima do planeta, mas também no corpo humano. Percebendo a profunda influência do clima em nosso organismo o ayurveda propões mudanças em nossa rotina e alimentação. Ritucharya é o nome dado pela Ayurveda aos cuidados e mudanças em nossa alimentação e rotina observando a influência das estações do ano: Ritu significa estação e charya movimento. Na visão védica, o inverno é dividido em duas partes - hemanta ou início do inverno e sisirareferente ao final do inverno. Cada metade também possui suas recomendações específicas para cada indíviduo e de acordo com seu doshapredominante. As estações do ano exercem grande poder sobre os humores do corpo: assim como tudo no universo, nosso corpo é permeado pelos cinco elementos fundamentais que coordenam as funções do organismo e, da mesma maneira que os alimentos influenciam a harmonia destes elementos através da energia dos seis sabores, os atributos que recebemos nas variações sazonais podem nos beneficiar doando atributos que nos são necessários ou mesmo nos desequilibrar, agravando qualidades que já estão em excesso. No pensamento ayurvédico, oposto cura oposto e semelhante agrava ou aumenta semelhante e, a partir deste princípio é que se escolhe o que se deve colocar no prato. O inverno é a estação marcada pela máxima distância do sol em relação a terra, que passa a receber intensa influência lunar nesta faze. Já escrevi sobre esta relação em outro post, mas volto a citar para melhor compreensão desta inteligência proposto pelo ayurveda: Para compreendermos um pouco de como funciona a alimentação ayurvédica de acordo com as estações do ano, devemos primeiro voltar nosso olhar para fora do nosso planeta e perceber sua relação com o sol. O sol é como o agni (o fogo digestivo) da terra e é ele que tem o poder de aquecer e secar o planeta. Quem estuda Ayurveda, sabe da grande importância de termos sempre um agni forte e pronto para promover transformação não apenas dos alimentos mas também de todas as impressões captadas pelos cinco sentidos – pois também é funçã do agni. Quando este fogo orgânico está deficiente o corpo esfria, e ama(toxinas) pode ganhar terreno para começar a ser espalhar, principalmente se a dieta não está adequada. Da mesma forma acontece na relação do sol com a terra: no inverno a terra se afasta do sol e tende a ficar mais úmida e fria - características do dosha kapha e também de ama. Esta mesma influência pode ser observada no corpo humano: na estação kapha o metabolismo fica mais lento, o corpo esfria com rapidez provocando o aumento de características e desequilíbrios de natureza kapha no organismo. Naturalmente buscamos no inverno alimentos mais quentes a reduzimos a ingestão de saladas cruas para contrabalancear as qualidades do clima. Inverno: estação vata-kapha Hemanta: a metade vata Como dito anteriormente, o inverno é dividido pela ayurveda em dois periodos, o primeiro logo após o outono é chamado de hemanta. Neste período o dosha vata ainda é predominante e tende a intensificar estas características pela redução acentuada da temperatura. Em hemanta é recomendado uma dieta que não agrave vata mas que também prepare o corpo para a chegada dos atributos kapha. Então neste ponto estamos vindo do outono cujo período recomenda-se o aumento dos sabores doce e ácido. Quando o frio começa a intensificar, reduz-se um pouco do sabor doce e acrescentamos um pouco dos sabores amargo e picante. Se o inicio do inverno for marcado por chuvas, deve-se aumentar também o sabor adstringente. (acima, tabela referente a primeira metade do inverno: hemanta) Sisira: a metade kapha Neste período as características lunares se acentuam e as características do inverno acentuam. A estação agora é essencialmente Kapha: os elementos em abundância neste período são a água e a terra que trazem consigo os atributos frio, pesado, lento, pegajoso e escuro. Assim o olhar sobre estas características devem ser levados aos alimentos e rotina, afim de ser evitados. De uma maneira geral a ayurveda recomenda uma dieta de inverno anti-kapha: quente e com quantidade não excessiva. Deve-se aumentar a ingestão dos sabores picante, amargo e adstringente, moderar o sabor ácido e evitar/reduzir os sabores, doce e salgado. Alimentos frios, pesados e de característica pegajosa (como queijos) também devem ser evitados. (acima, tabela referente a segunda metade do inverno: sisira) Ajuste sua dieta no inverno: dieta quente, leve, nutritiva mas pouco oleosa ... Mas a indicação da quantidade de cada sabor varia para início e final do inverno. Esta é a estação onde o dosha kapha se acumula, o dosha pitta alivia e o dosha vata agrava. Pessoas de natureza kapha devem ter cuidado redobrado nesta estação para não acumular mais o dosha, afim de que não tenham problemas no inicio da primavera, estação onde kapha extravasa na forma de alergias, renites e sinusites. **Para compreender melhor as relações entre os elementos, alimentos e doshas, recomento a leitura do post Vasanta Ritucharya (ritucharya de primavera), onde você encontra quadros explicativos que relacionam os sabores aos doshas e aos alimentos, e das tabelas de alimentação especifica para cada dosha disponíveis na sessão "alimentação ayurvédica" deste blog. Boa leitura! Recomendações gerais: - No inverno os dias são mais curtos e as noites mais longas, prefira sempre dormir quando o sol já se recolheu e evite dormir durante o dia ou em demasia; - Pratique atividades físicas para aquecer o corpo e não se exponha ao frio sem proteção. - Banhos de sol diários por 30 minutos fazem parte de uma rotina para aumentar a vitalidade e o poder digestivo na estação fria. -Aqueça seus alimentos com o calor das especiarias: mostarda, gengibre, pimentas, cominho, cravo, cardamomo e canela - Especiarias adstringentes e amargas ajudam a equlibrar pratos mais pesados (cremosos) típicos do inverno: feno-greco, cúrcuma.. - Tome mais chás digestivos e sopas. - Adicione mel na sua dieta, ajuda a diregir kapha (leia mais sobre o mel e ayurveda aqui) Além da mudança de rotina alimentar, durante o inverno a ayurveda ensina que é um período muito propício para as terapias de shamana ou pacificação. Outras terapias ayurvédicas estimulantes e que removem o excesso do dosha kapha como o udwartna – massagem abhyanga com pó de ervas e o garchana – massagem com sal, cânfora e luva de seda. Terapias que promovam suor e calor como o swedana e o pinda sweda são recomendados na estação. http://www.saladeayurveda.com/p/artigos.htm
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