VIABILIDADE ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL DA COOPERATIVA D…

March 30, 2018 | Author: Paulo Ricardo Varella | Category: Waste, Recycling, Landfill, Economics, Nature


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VIABILIDADE ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL DA COOPERATIVA DE RECICLAGEM DE LIXO - COOPREC Benônimo Ferreira Vaz Júnior 1 Antônio Pasqualetto 2 UniversidadeCatólica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental Av. Universitária, nº 1440 – Setor Universitário – Fone: (62) 3227-1351 CEP: 74.605-010 – Goiânia – GO. RESUMO Dentre as técnicas capazes de propiciar diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos destaca-se a reciclagem. Um novo modelo de organização que utiliza a reciclagem como uma forma de tratamento de seus resíduos sólidos é apresentado neste trabalho: O Núcleo Industrial de Reciclagem – NIR / Cooperativa de Reciclagem de Lixo – COOPREC, um projeto desenvolvido na Região Leste de Goiânia, o qual foi criado pela Sociedade Goiana de Cultura e Instituto Dom Fernando. Este trabalho aborda os fatores ambientais, sociais e econômicos visando à verificação da viabilidade de operação da cooperativa de reciclagem de lixo no desenvolvimento da sustentabilidade. PALAVRAS-CHAVE: resíduos, sustentabilidade, meio ambiente, viabilidade. ECONOMIC, AMBIENT AND SOCIAL VIABILITY OF THE COOPERATIVE OF GARBAGE RECYCLING - COOPREC ABSTRACT Amongst the techniques capable to propitiate diverse ambient benefits, social and economic it is distinguished recycling. A new model of organization that they use the recycling as a form of treatment of its solid residues is presented in this work: The Industrial Nucleus of Recycling - Cooperative NIR/of Garbage Recycling - COOPREC, a project developed in the Region East of Goiânia/GO, which was created by the Society Goiana de Cultura and Instituto Dom Fernando. This work approaches the ambient, social and economic factors mainly aiming at the verification of the viability of operation of the cooperative of garbage recycling in the development of the sustentabilidade. KEY-WORDS: residues, sustentablility, environmement , viability. Goiânia, 2007/1 Acadêmico do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Goiás. ([email protected]) Orientador, Dr. Professor do Departamento de Engenharia da Universidade Católica de Goiás – UCG e Centro Federal de Educação Tecnológica - CEFET Goiás. ([email protected]). 2 1 isso torna-se imprescindível estabelecer soluções ambientalmente seguras para os problemas da acelerada produção do lixo. No caso dos lixões. ou seja. destaca-se a reciclagem como alternativa para diminuir o excessivo volume de resíduos gerados. assim. Como novas áreas para aterros sanitários são escassas na maioria dos municípios e os custos de implantação são ainda mais elevados que o aterro controlado. A prática desse projeto fez com que as atividades de reciclagem dos resíduos sólidos urbanos se tornasse uma fonte de pesquisa nas áreas sociais. Além disso. 13% em “lixões” controlados pelos municípios. este projeto despertou interesse para estudo e tem como objetivo abordar os fatores ambientais. 2005). No processo de gestão dos resíduos. . tendo em vista o alto potencial poluidor do lixo e a situação de degradação social das famílias que sobrevivem do reaproveitamento de materiais. sociais e econômicos da COOPREC. visando a verificação da viabilidade da cooperativa de reciclagem de lixo no desenvolvimento da sustentabilidade. Por assim dizer. deve-se destacar o potencial econômico ainda pouco explorado pelo setor de reciclagem de resíduos. devido à sua intensa degradação ao meio ambiente. podem definir a quantidade de resíduos sólidos gerados pelo município. Dos 70 milhões de quilos do lixo doméstico produzido por dia no Brasil.2 1 INTRODUÇÃO Os resíduos sólidos gerados nas cidades estão sendo considerados a principal questão do saneamento urbano. geração de maus odores. O poder de aquisição das mercadorias pelo público e o crescente índice populacional. Com o crescimento das cidades. estes resíduos têm sido dispostos de maneira menos dispendiosa. já que a maioria das prefeituras não priorizam o seu tratamento e correta disposição final. a maior parte dos municípios brasileiros possuem disposição final inadequada dos resíduos sólidos urbanos. as questões econômicas. Já no caso dos aterros controlados existem medidas de controle que minimizam os impactos ambientais. 76% são lançados a céu aberto. A Cooperativa de Reciclagem (COOPREC) criada para ser um novo modelo de desenvolvimento sustentável é responsável pelo gerenciamento e execução dos trabalhos no Núcleo Industrial de Reciclagem (NIR). mas com custo elevado para sua construção e operação diária. 9% em aterros sanitários e apenas 2% são reciclados (BARBOSA e RABELO. ambientais e econômicas. os resíduos são lançados no solo acarretando problemas à saúde pública (proliferação de vetores). sociais e ambientais são muito evidenciadas. poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas. a reciclagem é praticada há décadas em escala apreciável pelo setor privado. Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT (2004) e a Norma Brasileira de Regulamentação (NBR 10004). 2003a). Denomina-se lixo os restos das atividades humanas. sucateiros e indústrias (CALDERONI. 2007). A necessidade de tratamento do lixo surge devido a fatores como: escassez de áreas para a destinação final do lixo. entulhos. De uma forma mais abrangente. disputa pelo uso das áreas remanescentes com as populações da periferia. O que agrava ainda mais a situação é que não se conseguem encontrar nas cidades outras áreas adequadas para implantação de novos aterros (CALDERONI. radioativo. e inertes (Classe III). carrinheiros. apresentamse em estado sólido. Com a produção excessiva de resíduos sólidos. Monteiro et al (2001) descreve que reciclagem é o resultado de uma serie de atividades através do qual materiais que se tornariam lixo. industrial. por exemplo. sendo coletados. hospitalar. Estes últimos. indesejáveis ou descartáveis. A alternativa principal para diminuir a quantidade de resíduos reside na adoção de programas de coleta seletiva e reciclagem. turbidez. de portos. separados e processados parem usados como . Podem ser classificados em domiciliar. ou estão no lixo. envolvendo catadores.3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Qualquer atividade humana é por natureza geradora de resíduos sólidos. são a denominação genérica para determinados tipos de lixo produzido pelo ser humano e são representados por materiais que não possuem nenhuma utilidade. os aterros existentes na maioria das cidades não conseguirão atender a esta demanda por muito tempo. particularmente lixo domiciliar. são desviados. dureza e sabor. não-inertes (Classe II). aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo. terminais rodoviários e ferroviários (AMBIENTEBRASIL. comercial. cor. Em São Paulo. 2003a). agrícola. que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde pública. valorização dos componentes do lixo como forma de promover a conservação de recursos e inertização de resíduos sépticos. considerados pelos geradores como inúteis. e esta também classifica-os como perigosos (Classe I). semi-sólido ou semi-líquido. são caracterizados pela ausência de seus contribuintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de aspecto. resíduos sólidos inertes. aeroportos. Segundo o D’Almeida e Vilhena (2000). Estes por sua vez. que podem garantir a proteção ambiental e a sustentabilidade econômica dos envolvidos. por maior que seja sua importância ambiental e econômica. com a missão de contribuir com a construção da cidadania e com o desenvolvimento sócio- . sociais. feitos anteriormente apenas com matéria-prima virgem. dos componentes que podem ser recuperados.4 matéria-prima na manufatura de bens. seja assumindo características diversas das iniciais. não pode desenvolver-se de modo automático (CALDERONI. dentre os quais destaca-se a redução do volume do lixo coletado que é removido para os aterros sanitários. seja para cada um dos segmentos envolvidos. do Instituto Dom Fernando. A reciclagem dos materiais plásticos encontrados no lixo urbano traz vários benefícios ambientais. criou o Instituto Dom Fernando – IDF. na própria fonte geradora. citado por Calderoni (2003a). sobretudo para a indústria. menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado e melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica nos aterros sanitários (CASTELNUOVO. seja igual ou semelhante ao anterior. seja para a sociedade como um todo. plástico. em Goiânia. geração de empregos. 2003b). e evidenciando fatores ambientais. Para Duston (1993). Um exemplo deste processo de reciclagem é observado no Núcleo Industrial de Reciclagem (NIR). vidro e sucatas metálicas) para o posterior reaproveitamento do mesmo (COMPROMISSO EMPRESARIAL PARA RECICLAGEM – CEMPRE. o lixo é novamente separado por tipo de material (papel e papelão. econômicos e direcionados à legislação vigente (LUNA FILHO. O processo de reciclagem envolve a coleta seletiva. Na etapa de triagem. beneficiamento e acondicionamento e armazenamento. 2001). economia de energia e petróleo. 1992). reciclagem é um processo através do qual qualquer produto ou material que tenha servido para os propósitos a que se destinava e que tenha sido separada do lixo é reintroduzido no processo produtivo e transformado em um novo produto. buscando avaliar um modelo que melhor atenda suas necessidades. sociais e econômicos para a sociedade. a Sociedade Goiana de Cultura – SGC. uma instituição sem fins lucrativos. O sucesso e a sustentabilidade na implantação de um sistema de coleta seletiva e reciclagem dos resíduos domésticos são atribuídos às características peculiares de cada cidade. triagem. 1998). mediante um acondicionamento distinto para cada componente ou grupo de componentes. fase civil da Arquidiocese de Goiânia. a reciclagem. Em 1995. O crescimento e a consolidação do mercado para produtos recicláveis oferece oportunidade de obter grandes ganhos econômicos. Contudo. A coleta seletiva consiste na separação. A COOPREC é uma sociedade cooperativa com forma e natureza civil. áreas pertencentes à região leste da cidade. estabelecida no Jardim Conquista – Goiânia /GO. representada por seu Diretor Presidente Lúcia Ivani Pinheiro. unidade que surgiu com o intuito de atender às demandas sócio-ambientais e como alternativa para o melhoramento da qualidade de vida das . o núcleo industrial de resíduos sólidos do IDF constitui-se em uma usina de reciclagem de lixo.5 ambiental dentro de uma perspectiva sustentável. inscrita no CNPJ nº02502454/0001-96. A Figura 1 demonstra a abrangência do Projeto Meia Ponte e os bairros. foi criada como alternativa de trabalho e renda para os moradores dos bairros Dom Fernando I e II. O NIR entrou em fase de pré-funcionamento em janeiro de 1998 e é gerido pela COOPREC que foi constituída em 25 de março do mesmo ano pela SGC e o IDF. Fonte: Cia de Processamento de Dados de Goiânia – COMDATA/2003. COOPREC Figura 1: Área de abrangência do Projeto Meia Ponte. Jardim Aroeiras I e II e Jardim Conquista. já mencionados atendidos pela iniciativa. regida pelas disposições da lei nº 5764 de 16/12/71 e por seu Estatuto Social. Após sua criação surgiram projetos dentro os quais destaca-se a COOPREC. Inserido no PMP. A cooperativa. uma das células do Projeto Meia Ponte – PMP. A cooperativa de reciclagem é um projeto auto-sustentável que recebeu um investimento de R$ 600. estes grãos podem ser observados na figura 3. acampamentos. matéria-prima vendida para indústrias de fabricação de mangueiras. A estrutura física conta com: 2 (dois) caminhões. tendo como “carro-chefe” a transformação de papel e papelão em telhas de fibro-asfáltica (visualizada na figura 2). utilizadas em galpões. 1 (uma) balança com capacidade para 30 t (trinta toneladas). maquinário completo para confecção desses produtos (WEB-RESOL. Também. tapume de obras. 2006). plástico. a COOPREC implantou a coleta e a reciclagem do lixo: papel. 2 (duas) prensas enfardadeiras. a partir dos plásticos são produzidos grânulos de material plástico reciclado (polietileno de alta e baixa densidade: PEAD e PEBD). casas populares e outros. Figura 2: Telhas de papel e papelão (fibro-asfáltica). A cooperativa é pioneira no sistema de reciclagem e fabricação de produtos comercializáveis. sacos para lixo e outros. garagens. 1 (uma) empilhadeira. Com a estruturação da unidade de produção do NIR. 2007). produzindo em média 10 mil unidades por mês (COOPREC. sucatas metálicas e rejeitos orgânicos.000 (seiscentos mil reais) financiados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). 1 (um) mini-trator. A capacidade mensal de produção dos grânulos é de 40 toneladas. escritório e galpões para fabricação de produtos reciclados.6 comunidades que integram esta região do município. . há uma oficina de artesanato em desenvolvimento. vidros. A COOPREC tem condições de produzir também o húmus (adubo orgânico). Além desses produtos. sucatas ferrosas e sucatas em geral). são apenas estocados e comercializados (garrafas PET’s. porém o mesmo encontra-se desativado. tubos e embalagens de PVC’s.7 Figura 3: Grânulos plásticos produzidos no NIR. porém. mesmo possuindo estrutura física para tal atividade. caixas de presentes. confeccionados a partir da reutilização de caixas de papelão e fibras de bananeira. que já produz alguns itens como porta-jóias. . Figura 4: Artesanato fabricado na COOPREC. Estes produtos podem ser observados na figura 4. utilizado sem contra indicação em diversos seguimentos da agricultura. Observou-se que outros materiais também fazem parte do contexto da coleta. porta retratos. Para quantificar este peso. avaliando desta maneira a variável econômica da COOPREC. No dia 11 de março de 2006 realizou-se a primeira visita na COOPREC. quantificou-se o valor da renda bruta anual da cooperativa. 3 Coordenadora da Cooperativa. caracterizando assim o ganho ambiental e econômico. . foi adotado neste estudo por se tratar do ano em que as informações administrativas estão mais completas e organizadas pela diretoria da cooperativa. o que justifica a utilização neste intervalo de tempo. como também os produtos fabricados e/ou comercializados. onde foram colhidos dados e informações sobre as condições. Segundo a senhora Nair Rodrigues Vieira3. processado e encaminhados novamente ao aterro. no ano de 2005. O período de análise dos dados. respectivamente. interesses e problemas da cooperativa. Com base nos dados do Relatório Mensal. realizou-se cálculos para quantificar o peso do lixo que deixa de ser encaminhado ao aterro mensalmente. Tal fato contribuiu com a visualização real da situação do objeto de estudo. e já chegou ao número máximo de 72 (setenta e dois) cooperados no ano de 2000. 2005. Nos fatores ambientais considerou-se a quantidade de lixo que deixariam de ser enviado ao aterro sanitário. a cooperativa atualmente é constituída por 41 (quarenta e um) cooperados (homens e mulheres) este número oscila muito. Utilizando-se ainda os dados do Relatório Mensal. informações adquiridas com a diretoria da cooperativa nas visitas de campo e dados coletados nas entrevistas de opinião com os cooperados. subtraiu-se o peso bruto coletado por mês e o peso dos itens produzidos e/ou comercializados no período em questão. Estes foram fornecidos pela coordenadora da cooperativa. perspectivas. Informação pessoal cedida em entrevista realizada em 11/03/2006. destacando assim a representatividade da coleta e comercialização de resíduos e produtos. Dentre estes dados tem-se o Relatório Mensal de Coleta de Resíduos Sólidos e Produtos Comercializados. Este Relatório quantifica mensalmente os resíduos coletados na região de abrangência do NIR. calculado através da quantidade de resíduos coletados.8 3 METODOLOGIA APLICADA Este estudo teve como base pesquisas bibliográficas. considerando os valores de mercado obtidos na própria cooperativa. janeiro a dezembro de 2005. alem da ordenação dos dados em forma de quadro. referentes ao ano de 2005. poder de compra ou obtenção de produtos). . esta gama de análise é atrelada ao fator econômico dos cooperados (renda familiar. aspecto ambiental: consciência ecológica de modo geral) aplicou-se uma pesquisa de opinião a todos os cooperados do NIR. e/ou sócio-econômico. O questionário sócio-econômico. ambiental aplicado na cooperativa foi composto por perguntas objetivas. no dia 23 de maio de 2007. escolaridade e etc. após análise dos dados objetivouse delinear o perfil do cooperado do NIR. foi avaliado com base nos resultados do questionário aplicado. O fator social. as quais seguem abaixo: Figura 5: Questionário aplicado na COOPREC. Os resultados obtidos após aplicação da metodologia deste estudo foram organizados e dispostos em quadros e figuras.9 Com a finalidade de qualificar as variáveis do projeto em questão (aspecto social: estrutura familiar. aspecto econômico: renda familiar. poder de compra e etc. pois ao mesmo tempo em que gera capital e movimenta a economia local. em 2005.QUANTIDADE DE LIXO PROCESSADO (Kg) EM 2005 54. nota-se que a reciclagem é uma atividade econômica que não pode ser analisada como a única alternativa para o lixo gerado pela população. pelo fato de não serem técnica ou financeiramente viáveis.000 48. A figura anterior fundamenta a viabilidade econômica e ambiental do empreendimento. mas esta deve ser vista como um elemento essencial dentro de um conjunto de soluções. reduzir a poluição dos solos. fator ambiental e econômico. gera um ganho ambiental considerável: o aumento na vida útil do aterro.10 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO O primeiro resultado obtido foi à quantificação de lixo que deixa de ser encaminhado ao aterro mensalmente. A reciclagem torna-se necessária para diminuir a quantidade de lixo depositada em lixões e/ou aterros. corresponde a 574. visto que nem todos os materiais são tidos como recicláveis.000 46. .000 50.000 Figura 6: Lixo não disposto no meio ambiente.000 52.46 toneladas. representando assim um ganho ambiental e econômico. do ar e das águas. COOPREC . e contribuir para a geração de empregos através de recicladoras e catadores.000 FEVEREIRO NOVEMBRO AGOSTO SETEMBRO DEZEMBRO JANEIRO MARÇO JUNHO JULHO ABRIL MAIO OUTUBRO 40. preservar os recursos naturais. Conforme a Figura 5 o somatório do peso total de lixo não destinado ao aterro sanitário.000 44. Através desta figura. economizar energia e matéria-prima.000 42. 46 349. evidenciados neste estudo devem ser relevados e contabilizados como ganho. PRODUTO PAPÉIS DIVERSOS PLÁSTICO FILME -PEBD SUCATA DE FERRO LATAS DE ALUMÍNIO TELHAS DIVERSAS GRÂNULO PLASTICO SUCATAS EM GERAL RECEITA BRUTA ANUAL TOTAL ANUAL 25.685.20 / Kg 3.00 224.22 / Kg 0. é nitidamente positiva.00 81056.586 Kg PREÇO MÉDIO DE VENDA (R$) 0. quinhentos e noventa reais e dez centavos). qualificando o NIR como projeto auto-suficiente. Entretanto. No Quadro 1 pôde-se notar a rentabilidade anual da cooperativa. estes podem ser melhor analisados em outro estudo a ser realizado. Neste quadro. que por sua vez promove a sustentabilidade e viabilidade econômica e social. que evolui para a formação de uma rede de economia solidária. ele prediz que este montante é rateado entre os colaboradores (cooperados) após os pagamentos das devidas despesas(custos fixos e . levandose em consideração o montante dos custos dos trabalhos de educação ambiental e reciclagem. fator sócio-econômico do estudo. que incluiu os fatores sociais. confirmando mais uma vez os fatores sócio-econômicos propostos neste estudo.660 Kg 19. crescente adesão.00 2154. O quadro demonstrativo de rentabilidade do empreendimento demonstra não só aspectos ambientais ou econômicos.60 / Kg 0.590. divulgação da reciclagem.280 un 50. A análise global. não levando em consideração os custos fixos da cooperativa. inclusão dos cooperados no mercado de trabalho. Quadro 1: Rentabilidade anual da COOPREC – 2005. Do ponto de vista econômico e social são igualmente viáveis.11 Analisou-se a rentabilidade do empreendimento.11 / Kg RECEITA BRUTA TOTAL (R$) 5.60 / Kg 0.634 Kg 2.10 (trezentos e quarenta e nove mil.8 8172.60 / Kg 5.126.30 / Unidade 1.270 Kg 42. econômicos e ambientais.10 A organização autônoma desses trabalhadores é um elemento que garante a sustentabilidade e o trabalho cooperativo. os demais benefícios gerados como: conscientização da população.60 6.084. bem como sua renda bruta anual correspondente à R$ 349.590.24 22. foram apresentados os valores de venda dos produtos comercializados.186 Kg 30.842 Kg 37.311. 240 14.704 48.300 17.550 1.000 55.653 50. que demonstra a coleta e comercialização de resíduos e produtos no ano de estudo.260 48.780 159 -4.952 235 9.980 165 -3.675 MAI 21.286 PRODUTOS COMERCIALIZADOS NOS MESES DE 2005 MAR 20.542 3.000 3.289 53.150 JUN 19.780 4.634 49. a viabilidade econômica e ambiental.800 16.800 15.953 45.580 47. correspondendo a 71.489 AGO 22. .000 47.000 3.000 2.383 50.336 4.050 182 -3.10% dos entrevistados encontram-se na faixa etária de 18 – 40 anos. Quadro 2: Relatório de Coleta e Comercialização de Resíduos e Produtos.600 19.952 170 -4.000 2.713 47.000 No Quadro 3.050 DEZ 18. respectivamente PRODUTO JAN PAPÉIS DIVERSOS (Kg) PLÁSTICO FILME (Kg) SUCATA DE FERRO (Kg) LATAS DE ALUMÍNIO (Kg) TELHAS DIVERSAS (un) GRÂNULO PLASTICO (Kg) SUCATAS EM GERAL (Kg) PESO TOTAL (Kg) TOTAL DE RESÍDUOS COLETADOS (Kg) 21.971 JUL 20.900 2.000 47.500 4.500 1.500 12.056 245 9.850 1. Na organização destes dados através de um único quadro.000 58.250 53.80%.000 48.980 190 -4.974 210 9.000 2.12 variáveis). colhidos na COOPREC.000 1.350 2.000 2.150 2.230 48.000 2. atestando com esta metodologia aplicada.699 2.900 51.800 20. pôde-se notar que a diferença entre o peso total (Kg/mês) coletado e o peso dos produtos comercializados (sem considerarmos o peso das telhas) tem um ótimo aproveitamento com pouca geração de rejeitos.000 2.980 165 -4.150 2.500 4.860 OUT 23.608 46.864 46.520 3.030 NOV 25.260 14. mais uma vez.400 45.886 45. este rateio caracteriza uma melhoria da qualidade de vida do cooperado através da inclusão social concedido pelo trabalho exercido neste local. e que o sexo predominante na cooperativa é feminino. Através da interpretação e organização dos dados obtidos nos relatórios mensais de coleta de resíduos e venda de produtos.813 1.780 15.553 FEV 25.680 4.735 SET 22.676 3.750 14. são apresentados os resultados da pesquisa no qual nota-se que 64.212 2.800 48.150 215 6.870 49.600 3.000 4.000 182 -5.780 152 7. obteve-se o Quadro 2.130 18.024 ABR 20.700 14.674 45. Invadida) 47.29 0 85.43 28.29 14.86 42.62 0 6 .29 0 01 71.25 % TOTAL DOS ENTREVISTADOS 64.71 14.29 100 0 17.95 35.29 0 100 14.24 75 Não 4.57 50 Alugada 23.29 0 57.29 57.57 28.76 0 3 .14 28.14 28.29 85.29 71.57 25 2º Grau incompleto 33.71 0 0 0 85.86 0 85.29 85.43 28.71 85.29 0 5 .90 71.29 0 85.10 57.57 0 14.43 0 28.Qual o seu tipo de Moradia? Própria 28.29 42.57 50 Outros 14.40 anos Fem (%) Masc (%) Mais de 41 anos Fem (%) Masc (%) 1 .95 ASPECTO AMBIENTAL ASPECTO ECONÔMICO ASPECTO SOCIAL .57 14.52 0 2 .76 0 01 salário 71.Quantas pessoas residem em seu domicílio? Até 04 42.Quantos aparelhos de “TV” você possuí em casa? Nenhum 14. 53.86 0 14.Você reutiliza algum tipo de embalagem descartada? Sim 85.81 0 8 .05 25 2º Grau completo 28.Você acha devemos contribuir com meio ambiente de alguma maneira? Sim 100 100 Não 0 0 % TOTAL POR SEXO E FAIXA ETÁRIA.33 25 Não Alfabetizado 4.14 0 28.19 100 Sim 23.Qual o seu grau de escolaridade? 1º Grau completo 14.57 28.86 50 05 a 06 47.71 25 Não 14.14 25 3-5 38.71 14.76 0 7.67 50 Empresários 23.Possuí veículo próprio? Não 76.76 25 10 .29 42.76 25 4.57 0 100 0 85.71 14.57 14.29 57.Você faz a separação do Lixo Seco e Molhado em sua residência? Sim 95.57 0 71.14 28.57 14.81 0 Catadores 9.13 Quadro 3: Respostas ao questionário realizado na COOPREC.29 17.Qual a renda mensal da sua família? Menos de um salário 4.Quantas pessoas na sua família trabalham? 1-2 57.14 28.43 25 02 salários 19.71 14.57 14.62 50 Acima de 06 9. Perguntas 18 .85 10.86 57. Meio Ambiente 66.57 14.81 50 Outras (Cedida.05 75 Mais de 03 salários 4.29 0 1º Grau incompleto 19.29 85.71 0 14.29 100 0 0 0 14.Assinale quem se beneficia com a reciclagem de materiais descartados no lixo.29 42.71 0 14.43 75 02 14.29 25 Mais de duas 0 0 9 .10 75 Mais de 5 4.Por quê você escolheu esta profissão? Desemprego 57.71 14.14 50 Opção própria 28.52 50 Governo 0 0 11 .29 75 12 .57 28. preservando encostas de rios e etc. e os mesmos reutilizam embalagens descartáveis. como pessoas de baixo poder aquisitivo. ficando então longe da margem que tange a sociedade atual. potes e garrafas PET’s.14 Com base na interpretação dos resultados do questionário apresentado no Quadro 3. então esta variável é dominada por sua vez. Estas informações obtidas caracterizam aspectos sociais e como descrito anteriormente é viabilizado pela geração de emprego. isto pode ser observado já que o tipo de moradia declarada pela maioria dos cooperados está descrito como “Outras (cedida ou invadida)”. seja na coleta seletiva. Em relação aos aspectos econômicos o poder aquisitivo e de compra foram explicitados através das respostas dos entrevistados. Com . com motivação de escolha para a atual profissão ocasionada pelo desemprego para todas as respostas. entre 18-40 anos de idade. trabalhando com a educação ambiental nestes bairros. sendo até 02 pessoas são ativas (que trabalham) 47. 57. ou seja.71%). pode-se obter o perfil do cooperado do presente objeto de estudo. As questões ambientais no NIR/COOPREC são bem identificadas e caracterizadas pela consciência ambiental da grande massa dos cooperados. por exemplo. Assim. importância do meio ambiente. enfim. A separação do lixo seco (recicláveis) e molhado (orgânico) é realizado na maioria das residências. na destinação correta dos resíduos sólidos. verificou-se que predomina na cooperativa o sexo feminino (64. com idade entre 18 a 40 anos e composição familiar de 05 a 06 membros.43% das mulheres com mais de 41 anos e os homens nesta mesma faixa etária.10%). possuem casa própria. Os cooperados constitituem-se em sua maioria.14%. A questão econômica dos cooperados é muito difusa tendo em vista que 71. Diariamente equipes de cooperados são encaminhados aos setores de abrangência do projeto. A escolaridade mais evidente entre os cooperados está na faixa do 1° grau incompleto para homens acima de 41 anos (85. quantificados em 47. existe entre os cooperados uma própria coleta seletiva. coleta seletiva. A grande maioria dos cooperados acredita que deve-se ajudar o meio ambiente de alguma forma. renda e inclusão social do indivíduo. na questão de geração de economia pessoal para o entrevistado. Para eles o maior beneficiado com a reciclagem é o meio ambiente. onde aplicam os conceitos de desenvolvimento sustentável.62%.62%. A uma renda mensal familiar de 01 salário mínimo em todos os sexos e faixa etária dos entrevistados. além de evidenciar as três variáveis estabelecidas no projeto. são previamente selecionados e encaminhados ao núcleo de reciclagem da COOPREC. para a administração pública e também para garantia do desenvolvimento sustentável. deixando de ser dispostos no aterro do município. que sem um sistema de reciclagem. representada por seus cursos através dos próprios departamentos.15 isso verifica-se a viabilidade ambiental para os cooperados. por isso muda o quadro de degradabilidade humana. conforme metodologia aplicada. lixões ou em quintais. são jogadas e passam a entupir bueiros e aumentar a disposição inadequada dos resíduos. com busca de novos mercados e planos marketing. melhorando a auto estima do indivíduo. A reciclagem de lixo do ponto de vista social gera trabalho e renda para a comunidade. 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Modelos de projetos como da cooperativa. Apesar da COOPREC ser uma cooperativa auto-sustentável. podemos citar: • Atuação da “Empresa Júnior de Administração”. Por assim dizer. pneus e outros. é de extrema valia que novos estudos sejam realizados com a finalidade de promover uma melhoria continua dos processos e organizações na cooperativa. em um breve momento. como forma de organizar a cooperativa financeiramente. há a necessidade de existir uma maior participação técnica da Universidade Católica de Goiás. Um exemplo constitui as garrafas plásticas de refrigerantes. viabilidade Econômica. fatores e/ou aspectos descritos neste artigo demonstram. mas também reduz a quantidade de lixo lançados nos aterros. Social e Ambiental. Observou-se que todos os resíduos coletados nas dependências dos campus I a V da Universidade Católica de Goiás-UCG. portanto os aspectos econômicos. Somado a esses benefícios pode-se citar também a economia de energia elétrica aliado às atuais políticas econômicas do País. sociais e ambientais deste estudo foram satisfatórios. principalmente pelos resíduos que não reciclam. representam uma ameaça se não forem acompanhadas de efetivas campanhas de conscientização. . Além dos resultados e conclusões obtidos. Dentre as recomendações mais urgentes que se fazem necessárias. recebendo assim os devidos tratamentos. as variáveis. 004. com álcool. inserindo os cursos de engenharia e ciências da computação. visual. com materiais reciclados). Riscos que vêm do lixo. Treinamento e capacitação dos cooperados. Disponível em: Resíduos <http://www.16 • Atuação do Departamento de Engenharia inserindo os cursos de Engenharia Ambiental (para aspectos de poluição e destinação incorreta de rejeitos). Jornal Laboratório Curso De Jornalismo. Os bilhões perdidos no lixo. Resíduos sólidos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . Disponível em <http://www. 95-96 p. Incentivos à complementação de escolaridade. psicológico e de assistência social aos cooperados que possuem problemas familiares. ln:_____. Engenharia de Produção (melhoramento das tecnologias e processos produtivos) e Engenharia Civil (construção de casas para famílias de baixa renda.com. da água. com vistas à informatizar todos os procedimentos produtivos e organizacionais do NIR. São Paulo.ABNT. REFERÊNCIAS AMBIENTEBRASIL. .ambientebrasil. Há espaço para tanto lixo? 4ª ed. Apóio médico. assim como • • • • • • prevenir aspectos ambientais negativos como poluição do solo. Atuação do Departamento de Computação.com. UNIFOLHA ON LINE. BARBOSA A. Ampliação da rota de coleta de lixo para bairros próximos a região de abrangência da cooperativa. 2004. Campo Grande (MS). São Paulo: Humanitas Editora. 1 de julho de 2005. Estas medidas podem garantir a sustentabilidade da COOPREC. do ar. que prejudicam o desenvolvimento sustentável do projeto.br/Servico/?id=25045> Acesso em 06 abril de 2006. sólidos.unifolha. ruídos.br/composer.php> Acesso em: 14 fevereiro de 2007. RABELO C. NBR 10. S. entre outros. drogas. Inserção do NIR/COOPREC no Programa Incubadora Social. CALDERONI. 2003a. saúde. – 2ª Ed. Gestão integrada. Anais…[S. . José H.. Experience and activities of mont eco in the urban plastic waste recycling. 1998. CASTELNUOVO.]: ABIQUIM. A. M. 197 P. VILHENA. P. et al. 303-318 p. Comunidade de Goiânia fabrica telhas recicladas.I. 4ª ed.com.br/curiosidades2. jurídicos e gerenciais. 84 p. Eury P. 2000.resol. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado.O. São Paulo: Compromisso empresarial para reciclagem. 1992. S. Manual integrado de gerenciamento de resíduos sólidos. WEB-RESOL. LUNA FILHO. In: Seminário internacional de reciclagem de plásticos. D’ ALMEIDA. Guia de coleta seletiva de lixo. 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