Tutoria Tópicos Complementares de Engenharia da Produção Mecânica

March 25, 2018 | Author: Ana Carolina Bittencourt | Category: Calibration, Metrology, Measurement, Time, Quality (Business)


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ANHANGUERA EDUCACIONALANA CAROLINA DA SILVA BITTENCOURT DOS SANTOS 0870003 TUTORIA EM: Tópicos Complementares de Engenharia da Produção Mecânica Odair Assis TAUBATÉ 2013 SUMÁRIO 1 2 3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 15 METROLOGIA E CALIBRAÇÃO ........................................................................ 16 DEFINIÇÃO DE CALIBRAÇÃO .......................................................................... 18 3.1 PERIDIOCIDADE DA CALIBRAÇÃO................................................................ 19 4 PROCESSO DE CALIBRAÇÃO ......................................................................... 21 4.1 Tipos de Calibração .......................................................................................... 22 4.1.1 Calibração Direta ......................................................................................... 22 4.1.2 Calibração Indireta ....................................................................................... 23 4.2 RBC – Rede Brasileira de Calibração ............................................................... 23 4.2.1 Certificado de Calibração ............................................................................. 24 4.2.2 Padrões de Calibração e Rastreabilidade .................................................... 25 4.2.3 Rastreabilidade ............................................................................................ 25 5 MEDIÇÕES......................................................................................................... 26 5.1 Erros de Medição .............................................................................................. 26 5.2 Fontes de Erros ................................................................................................ 27 5.3 Correção de Erros............................................................................................. 27 5.4 Resolução ......................................................................................................... 28 5.5 Histerese ........................................................................................................... 28 5.6 Exatidão ............................................................................................................ 28 5.7 Exatidão do Instrumento de Medição................................................................ 28 5.8 Incerteza de Medição ........................................................................................ 28 5.9 Desvio ............................................................................................................... 28 6 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ....................................................................... 29 6.1 Características dos Instrumentos de Medição .................................................. 31 6.1.1 Faixa Nominal .............................................................................................. 31 6.1.2 Amplitude da Faixa Nominal (Span) ............................................................. 31 33 Constante do Instrumento ......1............................15 6............................................1......................................... 36 Erro Intrínseco do Instrumento de Medição .3 6........ 33 Sensibilidade .......................1...........1.......................................1.......... 35 Erro no Zero do Instrumento de Medição ................... 34 Estabilidade.................................................... 34 Neutralidade ........13 6.......................................... 36 Tendência do Instrumento de Medição .......... 33 Limiar de Mobilidade .......................12 6............................................................. 34 Tempo de Resposta .1......................................................................................1................................21 6........................ 35 Erro no Ponto de Controle do Instrumento de Medição .....10 6....5 6. 36 Repetitividade do Instrumento de Medição ..................................................................1..............6 6............................................ 34 Deriva .............................26 6.........20 6. 34 Zona Morta ......................................... 36 Isenção de tendência do Instrumento de Medição ......1............................ 34 Resolução (de um Dispositivo Mostrador)..............1........17 6...........................................................1.............7 6...9 6............................................1.................. 32 Condições de Utilização ......16 6................4 6............................1.......1....................................1.........................22 6.............19 6.................................27 7 Valor nominal .................................. 33 Característica de Resposta ...............6........................... 32 Condições de Referência .......23 6................................ 32 Faixa de Medição e Faixa de Trabalho ....18 6....1...... 35 Classe de Exatidão .....8 6................................1........................................................1......................................................................... 35 Erro de Indicação do Instrumento de Medição ..............................1.............................................25 6.................................................24 6..... 35 Exatidão do Instrumento de Medição ...................................................1.................1......11 6.............. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .14 6.. 32 Condições Limites ...................... 35 Erros Máximos Admissíveis do Instrumento de Medição .................1..................................................................1...... 37 ...........................................1......1.............................................................. a ABNT NBR ISO 9001:2000. aprovado pela portaria INMETRO 029. a norma 10012 não substitui ou complementa requisitos relativos à calibração de equipamentos contidos na ABNT NBR ISO/IEC 17025. levantamento de provedores com adequadas relações . calibração é o conjunto de operações que estabelece. No entanto. Neste contexto. Através da calibração. subseção 7.1. a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência. Processo de Comprovação Metrológica compreende quatro sub-processos: identificação dos equipamentos e mensurandos a serem objeto de controle. determinar as correções a serem feitas ou determinar outras propriedades ou efeitos de grandezas de influência. e ABNT NBR ISO 14001:1996. As observações constantes na referida definição (item 6. subseção 4. por exemplo. A norma ABNT NBR ISO 10012 (Sistemas de Gestão da Medição – Requisitos para os processos de medição e equipamentos de medição) recomenda que os processos de medição sejam considerados como processos específicos que objetivem dar suporte à qualidade dos produtos produzidos pela organização. Dentro de uma visão genérica. fica estabelecido o link entre os resultados da medição executadas em um dado processo às suas respectivas definições no SI ou à referências nacionais ou internacionais (rastreabilidade). sob condições específicas. Os requisitos estabelecidos na citada norma servem de base para o cumprimento dos requisitos para medições e controle do processo de medição especificado em outras normas.15 1 INTRODUÇÃO A Calibração de acordo com o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) (4). fica evidenciada a importância do adequado controle metrológico dos equipamentos e instrumentos no âmbito do Sistema da Qualidade de qualquer atividade cujos resultados das medições afetem direta ou indiretamente a qualidade do produto.5. e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões. de 10/03/95. processo ou serviço.11 do VIM) também esclarecem que o resultado da calibração permite estabelecer os valores dos mensurandos.6. conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como referência. em geral. a dúvida ainda existente no processo de medição. é necessário recorrer a um padrão de medição.como padrão para as medições. Apesar de todos os cuidados quando realizamos uma medida poderá ainda surgir uma dúvida de qual é o valor correto.16 de incerteza e que atendam aos respectivos requisitos. Também é necessário termos unidades de medidas definidas e aceitas convencionalmente por todos. adequação dos procedimentos de calibração e a definição do adequado ciclo de calibração. quando realizamos uma medição esperamos que ela tenha exatidão (mais próxima do valor verdadeiro) e que apresente as características de repetitividade (concordância entre os resultados de medições sucessivas efetuadas sob as mesmas condições) e reprodutibilidade (concordância entre os resultados das medições efetuadas sob condições variadas). Desta forma a apresentação do resultado é completo somente quando acompanhado por uma quantidade que declara sua incerteza. instrumento de medição. Do ponto de vista técnico. O Brasil segue as diretrizes da Conferência Geral de Pesos e Medidas e adota as unidades definidas no SI Sistema Internacional de Unidades .VIM. palavra de origem grega (metron: medida. O resultado de uma medição é. 2 METROLOGIA E CALIBRAÇÃO A definição formal de metrologia. e de outros termos gerais pode ser encontrada no Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia . uma estimativa do valor do objeto da medição. realizar. material de referência ou sistema de medição destinado a definir. Um padrão pode ser uma medida materializada. . logos: ciência). ou seja. Neste instante. Um processo produtivo deve estar. processo este chamado de calibração. fundamentado em normas técnicas. A calibração é uma oportunidade de aprimoramento constante e proporciona algumas vantagens:  redução na variação das especificações técnicas dos produtos: produtos mais uniformes representam uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Para que isto ocorra dentro dos limites planejados. Sua ausência. sempre que possível.  compatibilidade das medições: quando as calibrações possuem rastreabilidade aos padrões nacionais e internacionais asseguram atendimento aos requisitos de desempenho. . portanto. das variáveis do produto em transformação e das diversas etapas do processo. Sem a comprovação metrológica não há como garantir a confiabilidade dos dados referentes ao controle das características que determinam a qualidade do produto. é por si só razão suficiente para gerar descrédito no sistema de informação da qualidade da organização.17 Para a garantia da confiabilidade das medições é imprescindível a realização de um processo de comparação com os padrões. são realizadas medições das características das matérias-primas.  prevenção dos defeitos: a redução de perdas pela pronta detecção de desvios no processo produtivo evita o desperdício e a produção de rejeitos. procedimentos e/ou especificações. visando a obtenção de produtos que satisfaçam às necessidades do mercado consumidor. O instrumento é usado como um dispositivo de transferência cuja medição ou valor de saída não é explicitamente usada. Por sua vez.   O instrumento faz medições que são requeridas mais para suprir uma mera indicação de condição operacional do que um valor numérico. O documento MTRL (U.S.Lista de Requerimentos de Metrologia Naval Americano) sugere algumas justificativas úteis para caracterizar instrumentos que não necessitam de calibrações periódicas:      O instrumento não faz medições ou fornece saídas conhecidas. O instrumento é um componente de um sistema ou função calibrada como tal. dentro do qual a confiabilidade de suas medições permanecerá em um nível aceitável.e  Padrões fundamentais. . Navy Metrology Requirements List . O instrumento é descartado após um curto ciclo de vida. medidor ou escala devidamente calibrada.18 3 DEFINIÇÃO DE CALIBRAÇÃO A norma ABNT NBR ISO 9001:2000 recomenda o emprego da norma ABNT NBR ISO/IEC 10012 como orientação no controle de dispositivos de medição e monitoramento. durante o uso. O instrumento faz medições ou fornece saídas conhecidas. O instrumento é seguro à falha. as quais são monitoradas. tal que a operação fora dos limites especificados de performance será evidente ao usuário. de condições ambientais). e que tenha efeito significativo sobre a exatidão ou validade do resultado do ensaio. por exemplo. por dispositivo. A norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 estabelece que deverá ser calibrado todo equipamento utilizado em ensaios e/ou calibrações (incluindo equipamentos de medições auxiliares. esta última norma recomenda que o esforço dedicado ao controle do processo de medição seja compatível com a importância das medições para a qualidade do produto final da organização. normalmente classificados como Calibração Periódica Não Requerida (CPNR).. A sustentação para uma análise estatística de intervalos fundamentada na teoria da confiabilidade pode ser encontrada na normas. É bom destacar que a designação CPNR não deve ser confundida com a designação Calibração Não Requerida (CNR). Tradicionalmente. normalmente fixa.1 PERIDIOCIDADE DA CALIBRAÇÃO Conforme discutido anteriormente.. quando os resultados de calibrações prévias indicam que tais ações são adequadas para assegurar o nível de confiabilidade aceitável. O estabelecimento de intervalos a partir da teoria da confiabilidade aporta uma série de modelos de . que estabelece: “Equipamentos de Teste e Medição (ET&M) e padrões de Medição devem ser calibrados a intervalos periódicos.45662 A. uma delas é a americana U. são isentos de calibração periódica..”.. como requisito. onde confiabilidade é definida como a probabilidade que o ET&M e o padrão de medição manter-se-ão dentro da tolerância através do intervalo estabelecido. a periodicidade de calibração tem sido estabelecida por métodos informais ou práticos de estimação.S. a calibração de equipamentos de teste e medição (ET&M) em intervalos adequados. no qual o dispositivo é isento de qualquer tipo de controle metrológico. mas podem.19 Estes instrumentos. 3.. eventualmente. publicada em agosto de 1988. Intervalos deverão ser reduzidos ou poderão ser ampliados. Department of Defense MIL-STD. não sendo definido o conceito de “intervalos adequado”. estabelecidos e mantidos para garantir exatidão e confiabilidade aceitáveis. diversas normas estabelecem. requerer calibração ou ajustes iniciais quando de sua colocação em uso. sistema ou ação irá obter performance satisfatório. análise de Weibull e estatística Bayesiana. na prática. Embora seja virtualmente impossível prever o período de tempo no qual haverá a transição de um item da condição “dentro das especificações” para “fora das especificações”. a calibração periódica não previne a ocorrência de uso de equipamentos fora de tolerância. Sob o ponto de vista prático. Enquadramento em um nível específico de performance Probabilidade de obtenção daquele nível Manutenção daquele nível por um determinado tempo Para análise de intervalos de calibração. Também foram publicados diversos algoritmos de decisão para ajustar intervalos de calibração em função das condições (dentro ou não da tolerância) observadas durante a calibração. manter ou reduzir a periodicidade da calibração. 2. o termo confiabilidade refere-se à probabilidade que um item de ET&M ou parâmetro esteja dentro da tolerância. minimizando os custos de calibração e de perdas por interrupção. fórmulas e tabelas para aumentar. estes métodos consistem de instruções. teste Chiquadrado. Confiabilidade é a probabilidade que um dado produto. . Nos últimos anos. tem se buscado. processo ou ação associada à Unidade a ser calibrada. empregando sofisticadas técnicas estatísticas para associar estes resultados à periodicidade de calibração. sistema. 3. de Poisson. Genericamente falando. De uma maneira geral. envolvendo distribuições normais.20 inferência estatística. ou para o número de ciclos de operação requerido para a sua missão ou tarefa. um intervalo ótimo de calibração é aquele que maximiza a periodicidade. sob condições ambientais especificadas e por um período de tempo prescrito. sem afetar a confiabilidade do produto. encontrar um intervalo de tempo entre calibrações que mantenha a percentagem de itens em uso. diversos métodos tem sido propostos para controlar percentuais de equipamentos “dentro das especificações”. em um nível aceitável de confiança que assegure sua opção dentro das especificações ou tolerâncias. Confiabilidade envolve três conceitos distintos: 1. 21 Embora sejam relativamente simples de aplicar e de baixo custo de implementação. quando forem utilizados serviços externos de calibração. Para laboratórios acreditados. grupados em: “métodos reativos – aqueles nos quais os ajustes nos intervalos de calibração são feitos em resposta aos dados recentes de calibração. nada impede o laboratório de ao longo do tempo solicitar mediante a apresentação de um histórico de calibrações o aumento dessa periodicidade. a rastreabilidade da medição deve ser assegurada pela utilização de serviços de calibração de laboratórios que possam demonstrar competência. Como a acreditação é o reconhecimento formal da competência de um laboratório de calibração ou ensaio. É bom destacar que comprovação metrológica compreende . Existe também diversos softwares comercialmente disponíveis para esta finalidade. os métodos reativos são de mais fácil aplicabilidade prática. Outro aspecto importante é verificar se a melhor capacidade de medição do laboratório a ser contratado é compatível com as características metrológicas do equipamento de medição objeto de controle metrológico. capacidade de medição e rastreabilidade. Nos intervalos definidos ele fará as verificações intermediárias que irão manter a confiança da calibração. sem relevar modelos de predição ou medidas de confiabilidade e métodos clássicos – onde o enfoque está na estimativa no tempo em que ocorrerá uma condição de “fora da tolerância”. Existem diversos métodos algorítmicos propostos na literatura. a periodicidade da calibração dos padrões de referência é acordada com o avaliador técnico do INMETRO. Embora os métodos clássicos sejam mais robustos. os métodos algorítmicos apresentam algumas limitações que devem ser consideradas. sendo a principal delas a necessidade de considerável tempo acumulado de históricos de calibração para serem mais efetivos e confiáveis. para efeito de laboratórios acreditados pelo INMETRO é obrigatório a utilização dos serviços da RBC (Rede Brasileira de Calibração). Porém. 4 PROCESSO DE CALIBRAÇÃO De acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025. Essas verificações também deverão ser realizadas nos padrões de transferência e de trabalho do laboratório. variações. 4. é fundamental que o laboratório pesquise no site do INMETRO entre os laboratórios acreditados quais atendem as suas necessidades. De acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC 10012 cita como exemplos de características metrológicas para equipamentos de medição a faixa. eles podem não ser suficientemente abrangentes para que seja assegurado que as incertezas de medição e/ou os erros do equipamento de medição estejam dentro dos limites especificados nos requisitos metrológicos.1. a grandeza padrão de entrada é aplicada diretamente ao Sistema de Medição a Calibrar e as medidas são comparadas com os valores padrão. repetitividade. a sua melhor capacidade de medição será definida principalmente pelos padrões de referência por ele utilizados. tendência. resolução. Recomenda-se que sejam evitadas sentenças qualitativas das características metrológicas em termos de “exatidão requerida do equipamento de medição” ou “erro máximo admissível”.1 Calibração Direta Na Calibração Direta. discriminação. a figura esquemática sobre Calibração Direta: . histerese.22 a calibração e a verificação do equipamento de medição. Embora os laboratórios acreditados(ou credenciados) no âmbito da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025 tenham seus procedimentos técnicos avaliados. efeitos de grandezas de influência. estabilidade. entendendo-se como verificação a comparação dos resultados da calibração com as características metrológicas especificadas para os equipamentos. que devem ser adequadas para seu uso pretendido. Desta forma.1 Tipos de Calibração 4. erro e faixa morta. Observe abaixo. assim sendo. os erros podem ser determinados e as correções efetuadas. que atua simultaneamente no sistema de Medição em Calibração e no Sistema de Medição Padrão. A figura abaixo mostra a rede parcialmente: . Observe abaixo. a figura esquemática sobre Calibração Direta: 4. Os resultados do Sistema de Medição em Calibração são comparados com os do Sistema de Medição Padrão (considerados como verdadeiros). tecnológica e científica.23 4.2 Calibração Indireta A grandeza que se deseja medir é fornecida por um meio externo (Gerador de Grandeza).1.2 RBC – Rede Brasileira de Calibração A Rede Brasileira de Calibração – RBC é formada por laboratórios credenciados pelo INMETRO e constitui o elo de ligação entre as comunidades industrial. Dessa forma. A empresa não deve utilizar um instrumento que não apresenta condições mínimas de trabalho. retrabalho e. O Certificado de Calibração Apresenta alguns aspectos importantes:    Indica a data de realização e o responsável pela calibração. Ele se traduz por um documento chamado Certificado de Calibração. . possivelmente. podendo ser prorrogado. O resultado de uma calibração permite afirmar se o instrumento satisfaz ou não as condições previamente fixadas.1 Certificado de Calibração Deve ser realizado um registro individual de leituras para cada escala do instrumento que será calibrada. com os valores efetivamente encontrados durante a calibração. é muito importante para uma verificação do processo de validação do instrumento. Permite comparar os erros encontrados com os erros máximos tolerados previamente definidos. o INMETRO realiza. em princípio. duas auditorias por ano para verificar se as condições que deram origem ao credenciamento estão sendo mantidas. O preenchimento completo da planilha de leituras. O contrato vigora por 24 meses. pois isto acarretará custos adicionais. A avaliação desta credibilidade é feita por técnicos do INMETRO de acordo com normas pré-estabelecidas. 4.2.24 Um laboratório para ser credencado deve satisfazer e manter uma série de requisitos de credibilidade no que se refere á qualidade dos serviços a serem prestados. Durante a vigência do contrato. o que autoriza ou não sua utilização em serviço. A rejeição do instrumento implica encaminhá-lo para a manutenção ou substituí-lo por um novo. descrédito perante o consumidor. Orienta um parecer aprovando ou não a utilização do instrumento nas condições atuais.  Padrão de trabalho: padrão utilizado rotineiramente na indústria e em laboratórios para calibrar instrumentos de medição.3 Rastreabilidade É a propriedade de um resultado de uma medição poder referenciar-se a padrões apropriados.2.25 4. . 4. todas tendo incertezas estabelecidas. nacionais ou internacionais.  Padrão Nacional: padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir como base para o estabelecimento de valores a outros padrões a que se refere.  Padrão de referência da RBC – Rede Brasileira de Calibração (conjunto de laboratórios credenciados pelo INMETRO para realizar serviços de calibração): padrões que devem ser calibrados pelos padrões nacionais.  Padrão de referência: Padrão com a mais alta qualidade metrológica disponível em um local. universidades e outros usuários. por meio de uma cadeia contínua de comparações.2. Esses padrões devem ser calibrados pelos padrões de referência da RBC.  Padrão de referência de usuários: encontrado nas indústrias. a partir do qual as medições executadas são derivadas. centros de pesquisas.2 Padrões de Calibração e Rastreabilidade Os padrões de medição podem ser distribuídos e classificados conforme apresentação gráfica na “Pirâmide Hierárquica” abaixo:  Padrão Internacional: padrão reconhecido por um acordo internacional para servir como base para o estabelecimento de valores a outros padrões a que se refere. efetuadas sob condições de repetitividade. menos o valor verdadeiro do mensurando. podendo seu aparecimento ser minimizado no caso de serem feitas. O erro de uma medida é dado pela equação: E = M – VV Onde: E = Erro M = Medida VV = Valor verdadeiro Os principais tipos de erro de medida são:  Erro Sistemático: é a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando.  Erro grosseiro: pode ocorrer de leitura errônea. de operação indevida ou de dano no sistema de medida. A leitura é obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição à leitura e é expressa por um número acompanhado da unidade da grandeza a medir. . 5. O erro aleatório é igual ao erro sistemático.26 5 MEDIÇÕES A medida é o valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no instante da leitura.  Erro Aleatório: resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando. periodicamente. Seu valor é totalmente imprevisível. aferições e calibrações dos instrumentos.1 Erros de Medição Por razões diversas. toda medição pode apresentar erro. efetuadas sob condições de repetitividade. Sabendo que determinada leitura contém um erro sistemático de valor conhecido. num determinado tempo. sobre o comprimento de uma peça que será medida. Exemplo típico é o da não estabilidade dos sistemas elétricos de medição. adicionada a leitura. é oportuno.2 Fontes de Erros Um erro pode decorrer do sistema de medição e do operador.3 Correção de Erros É o valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma medição. ser causada por fator interno. isso é. É necessário aguardar a estabilização térmica dos instrumentos / equipamentos para reduzir os efeitos da temperatura. Essa variação provoca. O comportamento metrológico do sistema de medição é influenciado por perturbações externas e internas. para compensar um erro sistemático. Lc = L + C Onde: C = Correção L = Leitura Lc = Leitura corrigida . dilatação das escalas dos instrumentos de medição do comprimento. 5. sendo muitas as possíveis causas. também. por exemplo. de modo geral. Fatores externos podem provocar erros. do mesmo modo que age sobre a grandeza de medir. A variação da temperatura pode. após serem ligados. alterando diretamente o comportamento do sistema de medição ou agindo diretamente sobre a grandeza a medir. eliminar o erro pela correção C. é a variação da temperatura ambiente.27 5. O fator mais crítico. muitas vezes. quando atingida por valores decrescentes da grandeza a medir. 5. que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando. e a leitura/medida. principalmente folgas e deformações.7 Exatidão do Instrumento de Medição É a aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro. 5.28 5.4 Resolução É a menor variação da grandeza a medir que pode ser indicada ou registrada pelo sistema de medição.6 Exatidão É o grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando.5 Histerese É a diferença entre a leitura/medida para um dado valor da grandeza a medir. tendo como fonte de erro. típico dos instrumentos mecânicos. Exatidão é um conceito qualitativo. conforme o ciclo de carregamento e descarregamento.9 Desvio Valor registrado menos seu valor de referência. O valor poderá ser diferente. . quando essa grandeza foi atingida por valores crescentes. 5. 5. associados ao atrito. 5.8 Incerteza de Medição Parâmetro associado ao resultado de uma medição.   Transdutor de Medição – Dispositivo que fornece uma grandeza de Cadeia de Medição – Sequência de elementos de um instrumento saída que tem uma correlação determinada com a grandeza de entrada. de maneira permanente durante seu uso. obtidos simultânea ou consecutivamente. ou sistema de medição. que constitui o trajeto do sinal de medição desde o estímulo até a resposta. abaixo segue a relação destes definidos acima:  Medida Materializada – Dispositivo destinado a reproduzir ou fornecer.  Sistema de Medição – Conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos acoplados para executar uma medição específica. é considerado Instrumentos de Medição.  Instrumento de Medição e Indicação Digital – Instrumento de medição que fornece um sinal de saída ou uma indicação em forma digital. sozinho ou em conjunto com dispositivos complementares.  Instrumento de Medição Integrador – Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando por integração de uma grandeza em função de uma outra.  Instrumento de Medição e Indicação Analógico – Instrumento de medição no qual o sinal de saída ou a indicação é uma função contínua do mensurando ou do sinal de entrada.29 6 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO O dispositivo utilizado para uma medição. . um ou mais valores conhecidos de uma dada grandeza. determina o valor de um mensurando por meio da soma dos valores parciais desta grandeza. de uma ou mais fontes. fornece um registro da indicação.    Instrumento de Medição Indicador/Mostrador – Instrumento de Instrumento de Medição Registrador – Instrumento de medição que Instrumento de Medição Totalizador – Instrumento de medição que medição que apresenta uma indicação. 30     Dispositivo Mostrador/Indicador – Parte de um instrumento de Dispositivo Registrador – Parte de um instrumento de medição que Sensor – Elemento de um instrumento de medição ou de uma Detector – Dispositivo ou substância que indica a presença de um medição. que faz parte de um dispositivo mostrador de um instrumento de medição.  Escala com Zero Suprimido – Escala cuja faixa de indicação não inclui o valor zero. associado a qualquer numeração. Comprimento de Uma Divisão . fornece o registro de uma indicação.  Escala Não-linear – Escala na qual cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma divisão correspondente. está relacionado com o valor de uma divisão correspondente.    Faixa de indicação (Range) – Conjunto de valores limitados pelas Divisão de Escala – Parte de uma escala compreendida entre duas indicações extremas. cadeia de medição que é diretamente afetado pelo mensurando. . que apresenta uma indicação. medidas ao longo da linha do comprimento de escala.  Escala do Instrumento de Medição – Conjunto ordenado de marcas.  Índice – Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador cuja posição em relação às marcas de escala permite determinar um valor indicado. fenômeno sem necessariamente fornecer um valor de uma grandeza associada.Distancia entre duas marcas sucessivas quaisquer. por um coeficiente de proporcionalidade constante ao longo da escala.   Valor de Uma Divisão – Diferença entre os valores da escala Escala Linear – Escala na qual cada comprimento de uma divisão correspondentes a duas marcas sucessivas. por um coeficiente de proporcionalidade que não é constante ao longo da escala. marcas sucessivas quaisquer. Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador – no qual estão a ou as escalas. Quando o limite inferior é zero. 6.31  Escala Expandida – Escala na qual parte da faixa de indicação ocupa um comprimento da escala que é desproporcionalmente maior do que outras partes. a faixa nominal é definida unicamente em termos do limite superior. 100 a 200º C. 6.Operação de fixar as posições das marcas da escala de um instrumento de medição (em alguns casos apenas certas marcas principais) em relação aos valores correspondentes do mensurando. Marcação da Escala do Instrumento de Medição . Numeração da Escala Conjunto ordenado de números associados às marcas da escala. por exemplo. em módulo. por exemplo.    Mostrador (Dial) .1. Observações: faixa nominal é normalmente definida em termos de seus limites inferior e superior. entre os dois limites de uma faixa nominal. . a faixa nominal de 0 V a 100 V é expressa como "100 V".2 Amplitude da Faixa Nominal (Span) Diferença.1 Faixa Nominal Faixa de indicação que se pode obter em uma posição específica dos controles de um instrumento de medição.  Ajuste do Instrumento de Medição – Operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso.1 Características dos Instrumentos de Medição 6.1. empregando somente os recursos disponíveis no instrumento para o usuário. e  Regulagem do Instrumento de Medição – Ajuste. 1.1.6 Condições Limites Condições extremas nas quais um instrumento de medição resiste sem danos e degradação das características metrológicas especificadas.4 Faixa de Medição e Faixa de Trabalho Conjunto de valores de um mensurando para o qual admite-se que o erro de um instrumento de medição mantém-se dentro dos limites especificados. transporte e operação podem ser diferentes. 6. Observações: as condições limites para armazenagem. . 6. 6.32 Exemplo: Para uma faixa nominal de -10V a +10 V a amplitude da faixa nominal é 20 V. Observações: o "erro" é determinado em relação a um valor verdadeiro convencional.3 Valor nominal Valor arredondado ou aproximado de uma característica de um instrumento de medição que auxilia na sua utilização.5 Condições de Utilização Condições de uso para as quais as características metrológicas especificadas de um instrumento de medição mantém-se dentro de limites especificados. 6.1. as quais são mantidas nas condições de funcionamento em utilizações subsequentes.1. 1.10 Sensibilidade Variação da resposta de um instrumento de medição dividida pela correspondente variação do estímulo. ela geralmente não é indicada no instrumento. têm várias constantes que correspondem. 6.8 Constante do Instrumento Fator pelo qual a indicação direta de um instrumento de medição deve ser multiplicada para obter-se o valor indicado do mensurando ou de uma grandeza utilizada no cálculo do valor do mensurando.33 6.1.1.9 Característica de Resposta Relação entre um estímulo e a resposta correspondente.1. Observações: instrumentos de medição com diversas faixas com um único mostrador. e quando a constante for igual a um. 6. 6. por exemplo. Observação: as condições de referência geralmente incluem os valores de referência ou as faixas de referência para as grandezas de influência que afetam o instrumento de medição. .7 Condições de Referência Condições de uso prescritas para ensaio de desempenho de um instrumento de medição ou para intercomparação de resultados de medições. a diferentes posições de um mecanismo seletor. sob condições definidas. 1. sendo a variação no sinal de entrada lenta e uniforme.12 Resolução (de um Dispositivo Mostrador) Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente percebida. Exemplo: variação na sensibilidade com o passar dos anos.15 Neutralidade Aptidão de um instrumento de medição em não alterar o valor do mensurando.16 Deriva Variação lenta de uma característica metrológica de um instrumento de medição.1.14 Estabilidade Aptidão de um instrumento de medição em conservar constantes suas características metrológicas ao longo do tempo. 6.13 Zona Morta Intervalo máximo no qual um estmulo pode variar em ambos os sentidos sem produzir variação na resposta de um instrumento de medição.1. .1.34 6. 6. 6. 6.11 Limiar de Mobilidade Maior variação no estímulo que não produz variação detectável na resposta de um instrumento de medição.1.´ 6.1. 6. 6.1.22 Erro no Ponto de Controle do Instrumento de Medição Erro de um instrumento de medição em uma indicação especificada ou em um valor especificado do mensurando.1.18 Exatidão do Instrumento de Medição Aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro.21 Erros Máximos Admissíveis do Instrumento de Medição Valores extremos de um erro admissível por especificações.1. escolhido para controle do instrumento.35 6.20 Erro de Indicação do Instrumento de Medição Indicação de um instrumento de medição menos um valor verdadeiro da grandeza de entrada correspondente.19 Classe de Exatidão Classe de instrumentos de medição que satisfazem a certas exigências metrológicas destinadas a conservar os erros dentro de limites especificados. 6. regulamentos.1. 6. Observação uma classe de exatidão é usualmente indicada por um número ou símbolo adotado por convenção e denominado índice de classe. etc para um dado instrumento de medição.1.1.17 Tempo de Resposta Intervalo de tempo entre o instante em que um estímulo é submetido a uma variação brusca e o instante em que a resposta atinge e permanece dentro de limites especificados em torno do seu valor final estável. 6. . sob as mesmas condições de medição.  mesmo equipamento de medição. 6.36 6.25 Tendência do Instrumento de Medição Erro sistemático da indicação de um instrumento de medição.  mesmo observador. 6.1. em repetidas aplicações do mesmo mensurando.27 Repetitividade do Instrumento de Medição Aptidão de um instrumento de medição fornecer indicações muito próximas. determinado sob condições de referência. .1.1. Tendência de um instrumento de medição é normalmente estimada pela média dos erros de indicação de um número apropriado de medições repetidas. utilizado nas mesmas condições.24 Erro Intrínseco do Instrumento de Medição Erro de um instrumento de medição. 6. 6.  mesmo procedimento de medição.26 Isenção de tendência do Instrumento de Medição Aptidão de um instrumento de medição em dar indicações isentas de erro sistemático.1.23 Erro no Zero do Instrumento de Medição Erro no ponto de controle de um instrumento de medição para o valor zero do mensurando.1.  mesmo local. Estas condições incluem:  redução ao mínimo das variações devido ao observador. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS < http://pt.wikipedia. INMETRO .ipt. pode não representar a melhor relação custo / benefício na garantia da qualidade de um dado processo. onde a fixação de intervalos fixos.org/wiki/Calibra%C3%A7%C3%A3o > Acesso em Dezembro de 2012.VIM – Duque de Caxias. RJ. em . Certificados de calibração. normalmente sugeridos pelos respectivos fabricantes. <www.br/centros_tecnologicos/CMF> Acesso em Dezembro de 2012.37  repetições em um curto período de tempo. possuindo inúmeras informações que devem ser adequadamente interpretadas e repassadas para determinação de desempenho de processo ou produto.ebah.aspx?idAttribute=artigo>Acesso Dezembro de 2012.52p. < http://www.com.Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia .br/metrologia.com.cni.br/content/ABAAAehr0AE/trabalho-calibracao> Acesso em Dezembro de 2012. e entendida como um processo estatístico. SENAI/CST – Apostila de Metrologia Básica (Programa de Certificação Operacional CST/2009). <http://www.grupocalibracao. quando decorrentes de um processo metrológico consistente e sob reconhecimento formal de aderência aos requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025.br/download.org. e não são documentos inócuos. A periodicidade de calibração deve ser frequentemente reavaliada e otimizada. <http://www.:1995 . 7 CONCLUSÃO O estabelecimento de uma adequada política de calibração não é uma atividade trivial e requer profunda análise dos instrumentos que afetam a qualidade de um dado processo.normalizacao.htm> Acesso em Dezembro de 2012.
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