Traumas e Fraturas Aula 9

April 2, 2018 | Author: zoeadas | Category: Muscle, Clinical Medicine, Musculoskeletal System, Medical Specialties, Medicine


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Profa.Luciana 1. TRAUMA •Trauma: é uma agressão aos tecidos que formam o corpo humano, proveniente da ação de uma força deformatória que atua sobre eles. •O trauma depende da intensidade e duração da força que o provoca. As forças que provocam os traumas ortopédicos podem atuar:  sobre a pele,  articulações,  músculos e ossos  sobre todos esses tecidos de uma só vez, dependendo da duração e da intensidade que atuarem sobre os mesmos. A. Trauma sobre a pele: ferimento e contusão Ferimento: é a abertura da pele e/ou demais tecidos, também chamado de solução de continuidade.  O ferimento pode ser:  perfurante, cortante, perfuro-cortante ou abrasivo.  Contusão: é o trauma aos tecidos em que não há solução de continuidade da pele B.Trauma sobre as articulações Entorse: é uma lesão nas estruturas ligamentares em torno de uma articulação provocada por uma torção ou tração, ocasionando distensão dos tecidos sem causar ruptura no mesmo.  Lesão ligamentar: é uma lesão nas estruturas ligamentares, em torno de uma articulação,provocadas por uma tração ou torção, ocasionando uma ruptura ligamentar.  Luxação: é uma lesão articular cujas superfícies que as compõem perderam o contato anatômico.   Três tipos:  luxações traumáticas  luxações congênitas  espontâneas. C. Trauma sobre os músculos: Espasmo muscular : ocorre uma contratura permanente do músculo após o trauma.  Distensão muscular : ocorre um estiramento da fibra muscular sem rompê-la.  Ruptura muscular : ocorre a ruptura da fibra muscular.  D. Trauma sobre os ossos: Fraturas: é a interrupção da continuidade óssea, sendo definida de acordo com o tipo e a extensão.  Pode ser:  Incompleta  Fechada  exposta  2. FRATURA  Conceito: é a quebra da continuidade óssea, ou seja a ruptura completa ou incompleta da continuidade de um osso. Exige correção adequada para se evitar ou diminuir uma incapacidade futura e permanente.  O osso é a parte mais afetada diretamente, porém outras estruturas também podem ser acometidas, resultando em um :  edema dos tecidos moles,  hemorragias nos músculos e nas articulações,  rupturas tendinosas,  lesões nervosas e vasos sanguíneos.  Os órgãos podem ser lesados pela força que causou a fratura ou pelos fragmentos fraturados.      Dor que aumenta com a palpação e a movimentação; Deformidade anatômica no local; Mobilidade anormal no foco de fratura; Aumento do volume local(derrame do conteúdo medular – hematoma fractuário)  Crepitação óssea  Impotência funcional: parcial ou total De acordo com aplicação das forças traumatizantes: Fratura direta : pancada no local com objeto, veículo, projétil.  Fratura indireta : conseqüente à queda, flexão, torção, ou seja a força traumatizante não se aplicou no local da fratura.  Fratura patológica : quando já há debilidade óssea anterior por deformidade e sem qualquer violência ocorre a fratura (osteoporose, tumor).  De acordo com a condição da pele Fechada : quando não existe comunicação da zona de fratura com a superfície do corpo.  Atenção para as possibilidades de complicações como por exemplo: os fragmentos estarem macerando capilares ou vasos maiores e nervos   Aberta: quando existe comunicação do foco com o meio exterior.É uma fratura que pode levar a uma contaminação por germes do exterior e ser passível de um perigo iminente de infecção (osteomielite) Conceito: é o processo histológico da reparação de uma fratura nas diversas fases após o traumatismo.   Pode ser dividida em cinco fases distintas:  Hematoma  Proliferação celular  Calo ósseo  Consolidação  Remodelação Fase do hematoma : no momento da fratura há o rompimento dos vasos sanguíneos e derrame de sangue na superfície da fratura ao seu redor. Temos hemorragia e formação de coágulos entre 12 e 14 horas do trauma.  Fase da proliferação celular : é a fase de proliferação de células ósseas procedentes da superfície profunda do periósteo.  Fase do calo ósseo : à medida que o tecido medular cresce em cada fragmento, as células básicas dão origem aos osteoblastos e condroblastos formando um tecido cartilaginoso.Os osteoblastos depositam-se na matriz sendo impregnados por sais de cálcio, formando o calo primário = massa dura ao redor do foco da fratura  Fase de consolidação : a formação imatura do calo primário se transforma por ação dos osteoblastos originando o calo secundário.  Fase de remodelação : com os meses, o osso se reforça e a cavidade medular se reforma. É um processo lento e contínuo ao longo da vida.Em crianças a remodelação é tão perfeita que não se observa ao Raio X  Os princípios fundamentais que regem o tratamento da fratura são:     redução, imobilização, conservação da função reabilitação. Consiste no alinhamento dos fragmentos ósseos de forma a retornarem à sua estrutura anatômica.  Deve ser feita o mais rápido possível, evitando o aumento de edema, problemas circulatórios e neurológicos, podendo até ocasionar choque neurogênico causado pela dor.  Pode ser feita com anestesia local,regional ou geral, dependendo do local e condições da fratura.  Pode ser realizada de forma incruenta, por tração contínua ou cirurgicamente (cruenta).   Consiste em manipular o fragmento através de manipulação externa ou indireta dos ossos.Após a redução imobiliza-se o membro afetado com aparelho gessado, enfaixes, esparadrapagem ou talas gessadas.  Usada para vencer a ação contrátil dos músculos, colocando o fragmento em posição normal e também para se conseguir uma redução gradual mediante uma tração prolongada e sem anestesia.  Manipulação direta ou cirúrgica sobre o foco da fratura, quando as formas anteriores não são indicadas ou fracassam . Tratamento que, em qualquer caso, consiste na imobilização do osso fraturado.  Deste modo consegue-se :  desaparecimento da dor,  a estabilização da fratura,  o relaxamento muscular, o que supõe também alívio da sensação dolorosa.  Na imobilização de um osso fraturado, objetiva-se prevenir:  deslizamentos e cavalgamento dos fragmentos ósseos,  repouso de um segmento,  contensão de fragmentos,  proporcionar correta e rápida consolidação de fraturas  aliviar a dor.  Existem vários tipos de imobilizações e são indicadas de acordo com o tipo, gravidade e prognóstico de cada traumatismo e conduta do ortopedista.  A enfermagem deve atuar, prevenindo o agravamento das fraturas, com imobilizações provisórias e auxiliando o ortopedista nas imobilizações definitivas e demais procedimentos ortopédicos .  As técnicas de imobilização funcional são decorrentes da utilização do conhecimento de anatomia e biomecânica.  é a limitação, contenção e inibição de um movimento que provoca a dor, deixando outras livres.  Podem ser utilizadas multidisciplinariamente: por ortopedistas e traumatologistas, enfermagem, fisioterapia.  Prevenir deslizamento ou angulação fragmentos e manter alinhamento correto      dos Conservação da imobilidade e repouso Alívio da dor Prevenção e correção de deformidades Auxiliar a cura e dar suporte à parte afetada    Gesso, enfaixe ,esparadrapagem, talas, tração contínua (cutânea etransesquelética), fixação cirúrgica.  A técnica de imobilização, não deve possibilitar o movimento que provoca a dor, deve ser moldada até a extremidade do segmento afetado e cobrir uma área suficiente para imobilizar a parte lesada. O princípio de uma imobilização é sempre que possível, imobilizar uma articulação acima e uma abaixo do segmento que foi traumatizado.   Posição funcional Presença de pulso   Presença de ferimentos Ompressão ( não aplicar Ataduras sob tensão)    Ombro em adução em relação ao tronco Cotovelo em flexão a 90 graus Punho em posição neutra     Dedos em semiflexão Quadril com 15 graus de flexão e 5 graus de abdução Joelho a 30 graus de flexão Tornozelo a 90 graus de flexão Dor :relacionada a compressão do gesso apertado Cheiro: fétido indicando presença de infecção ou área de necrose  Ausência ou diminuição de sensibilidade e ou motricidade: sensação de alfinetada ou queimação, indicando compressão nervosa  Edema, palidez, cianose, ou alteração da temperatura das extremidades: sinais de comprometimento neurovascular ( Síndrome de Volkmann)   Fraturas na infância: por exemplo, no momento do parto ao proceder à retirada da criança e forçar o “parto de ombros”, pode provocando uma fratura de clavícula.  Fraturas na adolescência: podem afetar todos os membros inferiores, sobretudo perna e tornozelo, por exemplo prática de esportes  Fraturas no adulto: os traumatismos podem ser mais graves, por exemplo, em máquinas, acidentes de trânsito, ocasionando fraturas diversas de MMII e MMSS e coluna vertebral  Fraturas na terceira idade: se relacionam com o envelhecimento do osso e falta de elasticidade, por exemplo fraturas da pelve  Manter o membro elevado, para reduzir edema,melhorar o retorno venoso, aliviar a dor.  Aparelhos gessados recentes, com menos de 24 horas de confecção, devem ficar descobertos para secagem.  Estar atento a sinais de formigamento, dor e cianose, pois estes sinais significam compressão local, podendo levar a isquemia do membro e futura necrose (síndrome de volkmann)  Manter vigilância constante das extremidades gessadas, observando a perfusão, temperatura e coloração da mesma.  No caso de fraturas de membros, estimular a mobilidade dos dedos do lado afetado, com o objetivo de estimular a circulação.   Não permitir que o gesso molhe. Proteger o aparelho gessado das eliminações vesicais e intestinais.   Estar atento aos sinais de dor do membro afetado   Valorizar as queixas do paciente. Depois da retirada do gesso, lavar o membro suavemente, aplicar hidratante, não coçar e evitar esforços bruscos. Vigiar constantemente os pontos de inserção na pele, buscando sinais de infecção.  Realizar limpeza diária dos pontos de inserção com soro fisiológico e secar  Observar constantemente extremidades (cor,edema, perfusão, sensibilidade).  Manter o membro em tração e /ou fixação elevado, a menos que contra-indicado.    Estimular movimentos das articulações liberadas. Manter extremidades dos fios liberadas.
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