TRABALHO DE PQ 2.docx

March 24, 2018 | Author: Gustavo Mesel | Category: Petroleum, Distillation, Density, Temperature, Thermodynamics


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROCESSOS QUÍMICOS 2PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS E DESTILAÇÃO DE ÓLEO CRU ALUNOS: GUSTAVO MESEL LUIZ MARCEL TAMILLE SOUZA PROFESSOR: ANTONIO COÊLHO 23 de Julho de 2013 Recife/PE Uma refinaria de petróleo é um conjunto de unidades e de operações e a análise dessas unidades exigem o conhecimento das propriedades termodinâmicas e físicas dos fluidos de petróleo. e a temperatura dos vapores em ascensão é registrada em um intervalo específico dos destilados coletado. definida como: (2) Óleos pesados possuem densidade oAPI baixa. As ME estão às mesmas condições normais de temperatura e pressão. sólida ou gasosa. a diferença principal está em relação ao grau de fracionamento obtido durante a destilação. e óleos leves possuem densidade oAPI alta. e compostos não hidrocarbônicos. que se apresentam sob forma líquida. Isso é essencialmente uma destilação em batelada com um estágio de equilíbrio e sem refluxo. conectado a um condensador inclinado. que são 1 atm e 15. As frações destiladas são coletadas em uma proveta graduada. INTRODUÇÃO O petróleo bruto. Curvas de ponto de ebulição: As destilações ASTM ou destilações PEV caracterizam a volatilidade das frações de petróleo e óleos crus. é uma mistura complexa de hidrocarbonetos e seus compostos. que condensou os vapores em ascensão. da condutividade térmica e da viscosidade das correntes. Outro parâmetro para densidade do óleo é a densidade oAPI. . DADOS BÁSICOS DE ENTRADAS A caracterização de frações de petróleo exige várias propriedades de laboratório mensuráveis: Densidade: a densidade para óleos líquidos é definida como: (1) Onde ρóleo e ρágua são a massa específica (ME) do óleo e da água. A forma líquida é comumente chamada de óleo cru. Nessas condições. e separação mínima dos componentes das frações. a gasosa constitui os gases naturais e a parte viscosa ou sólida constitui o betume. Para projetar uma coluna de destilação de óleo cru é preciso conhecimento sobre como os hidrocarbonetos do óleo cru são distribuídos em cada bandeja da coluna. 2. A destilação ASTM é realizada em um frasco contendo a amostra.6oC. respectivamente.1. a maioria das frações de petróleo é mais leve que a água. extraído dos poços. O projeto de um trocador de calor depende das entalpias. O erro médio entre o PEV calculado e o medido está da faixa de 5oC. Como o grau de separação para um teste de destilação PEV é muito maior do que o do teste de destilação ASTM. enquanto o ASTM D-1160 é para produtos com PFE acima deste valor. O ponto final (PF) é a temperatura máxima de vapor quando quase toda totalidade da amostra é destilada (acima de 95%).O ponto inicial de ebulição (PIE) é a temperatura a qual a primeira gota do condensado é coletada. Existem vários tipos de padronizações diferentes. se PIE é menor e seu PF é maior do que os do teste ASTM. 50%. 30%. As destilações ASTM são amplamente utilizadas. Os dados da destilação ponto de ebulição verdadeiro (PEV) fornecem uma caracterização mais detalhada da volatilidade do óleo cru ou da fração do petróleo. pois são conduzidas rapidamente e exigem apenas uma amostra pequena e são bastante reproduzíveis. 10%. sendo realizado na pressão atmosférica. 70%. Tabela 1: Constantes para a equação (3) Outro método de interconversão de curvas de destilação utiliza as seguintes equações: (4) (5) . PEV são temperaturas de ponto de ebulição verdadeiro para 0%. mostrados na tabela a seguir. conforme o produto e a pressão utilizados. O método ASTM D-86 é para produtos com PFE até 400°C. 90% e 95% do volume destilado. em graus Rankin. O método API é uma correlação para converter a destilação ASTM em PEV: (3) Onde α e b são constantes que variam com o percentual da amostra líquida destilada. sendo realizado o teste em uma coluna a vácuo. 50%. ambas em oF. Dada a destilação ASTM. o ponto de ebulição médio (PEM) e a média dos pontos de ebulição médios (MPEM) são os mais utilizados em estimativa de propriedades e projetos. respectivamente. Com todas as temperaturas em oF. Os subscritos 0 e f representam as temperaturas inicial e final.Os símbolos Te T´representam as temperaturas ASTM e PEV. (7) Para calcular o MPEM usa-se a seguinte equação: (8) Onde Δ é dado por: (9) . 30%. 70% e 90% destilado. utiliza o MPEM. Ai e Bi são constantes dadas na tabela abaixo. respectivamente. o PEM pode ser calculado como média das cinco temperaturas de ebulição para 10%. Tabela 2: Constantes para o método de interconversão de curvas de destilação de Daubert Baseado na curva de destilação estimam-se cinco diferentes pontos de ebulição médios. Entre esses. e é dado por: (6) Onde MPEM é expresso em graus Rankin. O erro médio desse método é de 3oC. O fator de caracterização de Watson K. chamados pseudocomponentes (não reais). Cada pseudocomponente é caracterizado por um ponto de ebulição normal médio. A massa molecular é geralmente calculada por meio de uma correlação. Para a maioria dos cálculos de refino. As faixas de ponto de corte PEV são usadas para definir pseudocomponentes com temperatura média do corte ou o PE do ponto médio. PSEUDOCOMPONTENTES Cálculos envolvendo óleo cru e frações de petróleo exigem a composição de cada fluxo do processo. os pseudocomponentes são tratados como qualquer componente definido para o cálculo das propriedades termofísicas. Definindo esses parâmetros. e é uma escolha entre produzir uma curva de propriedade calculada regular e ter muitos componentes. o que torna impossível a identificação de todos os componentes da mistura e a determinação de suas propriedades. 3. O número desses pseudocomponentes depende da faixa de pontos de ebulição de toda a fração de petróleo. ambos os casos levando a um tempo excessivo de computação. termodinâmicas e propriedade de transporte. a partir de alguns dados experimentais como peso molecular e a massa específica ou densidade. determinam-se as propriedades críticas desse pseudocomponente através de correlações.As frações de petróleos são cortes a partir do óleo cru. chamado de pseudocomponente e. sendo as duas primeiras propriedades obtidas experimentalmente pela curva PEV e a da curva densidade versus volume destilado. agrupam-se todos os elementos acima de um determinado número de carbono em um único componente. pela densidade e pela massa molecular. Devido à complexidade da mistura. com faixa específica dos pontos de ebulição e com propriedades especiais. como densidade e viscosidade. Cada um desses cortes pode ser ainda definido dividindo-os em frações com faixa de ebulição estreitas. as seguintes faixas de ponto de corte são razoáveis: Tabela 3: número de cortes para as seguintes faixas de PEV Para determinação do número de pseudocomponentes são consideradas as seguintes orientações gerais: 10 oC para frações leves com pontos de ebulição menores que 200 oC 15 oC para frações com pontos de ebulição entre 200 e 400 oC 20 oC para frações com pontos de ebulição entre 400 e 600 oC 30 oC para frações com pontos de ebulição maiores que 600 oC . A massa molar.Como o número de pseudocompontentes depende da aplicação. respectivamente. várias outras propriedades termofísicas das frações de petróleo podem ser estimadas. 4. definido anteriormente.8 o fator de caracterização de Watson. médios (MPEM). e SG é a densidade. CÁLCULO DE PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS Com o conhecimento das curvas de destilação e da densidade. Esse passo é necessário para calcular a massa molecular do pseudocompontente e converter as frações do volume em frações de massa ou frações molares. Por isso. mais cortes PE podem ser necessários para representar produtos com faixas de ebulição estreitas nos cálculos de destilação.9 .9 : (11) (12) onde e são as viscosidades cinemáticas a 37. Qualquer fração de petróleo ou PE do corte pode ser caracterizada pelo fator de caracterização de Watson (K). Portanto.8 e 98. O fator K para os pseudocomponentes é assumido como constante e igual ao seu valor para todo o corte de petróleo. As vezes. a definição do fator K é utilizada para calcular a densidade de cada pseudocomponente. o procedimento apara obter a densidade de cada pseudocompontente é seguido. e a 98. e K é . em K. dado seu PE médio. necessária para cálculos de balanços de massa e de energia. 15 / 15 é a média dos pontos de ebulição . As seguintes equações podem ser usadas para calcular as viscosidades líquidas das frações do petróleo à pressão atmosférica e temperaturas de 37. somente a densidade média de toda a fração do petróleo é medida no teste de destilação. de frações do petróleo pode ser estimada pela equação: (10) onde M é a massa molecular da fração de petróleo. sejam compostas apenas por substâncias parafínicas. tem-se que: (15) enquanto que. c. e e f são tabeladas e dependem apenas se a fração de petróleo é leve (massa molecular entre 70 e 300) ou pesada (massa molecular entre 300 e 600). é calculado através da (14) As constantes a. usa-se: . leves ou pesadas. naftênicas e aromáticas. utilizando-se outras propriedades. a composição destas frações pode também ser determinada. mas podem ser preditos pela relação: (13) onde I. definido como a relação entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio. Para frações pesadas (M > 200). d. b. para frações leves (M 200).Os índices de refração. de frações de petróleo dificilmente são conhecidos. Tabela 4: Constantes para a equação (14) Admitindo-se que as frações de petróleo. chamado de parâmetro de caracterização de Huang a 20 relação: . Tabela 5: Constantes para a equação (15) e (16) O termo é o intercepto de refratividade. d. em gramas por centímetro cúbico. b. respectivamente. f. o termo que aparece na equação para frações pesadas. definido pela equação a seguir: (17) onde n é o índice de refração a 20 e 1 atmosfera e d é a densidade do líquido nas mesmas condições. g.(16) onde . e. dada pelas equações a seguir: (18) ou . c. é a constante viscosidadegravidade. VCG. naftênicos e aromáticos. h e i são tabeladas e dependem apenas da massa molecular. As constantes a. e são as frações molares de parafinas. é a função viscosidadedensidade. Esta viscosidade Saybolt universal (SUS) está relacionada à viscosidade cinemática através das relações: (20) (21) VGF.6 e V é a viscosidade Saybolt universal a 37. A temperatura e pressão crítica são tabeladas para vários componentes definidos.9 . é em geral necessário o conhecimento da temperatura crítica. que pode ser calculada por: (22) ou (23) Em ambos os casos (frações leves ou pesadas). Existem várias equações para se determinar tais constantes. Para a determinação de muitas propriedades de transporte e do uso de equações de estado. o termo que aparece para a equação para frações leves.(19) onde SG é a densidade a 15. + + = 1. mas no cálculo de frações de petróleo em geral se usam constantes pseudocríticas. para se calcular as constantes pseudocríticas são: (24) .8 ou 98. calculadas para cortes de petróleo com faixas de ebulição estreitas ou pseudocomponentes. muito usadas. pressão crítica e do fator acêntrico. em segundos Saybolt universal. As equações de Lee e Kessler (1976). ou seja. . Nestas equações. em K. = / . a tensão superficial (em dyn/cm). O método é: (28) Onde é a propriedade a ser calculada. ou . e as constantes . SG. a pressão crítica (em bar). é a média dos pontos de ebulição médios (MPEM). que pode ser: MPEM. a densidade. e é a pressão na qual é medido (pressão atmosférica). Já o cálculo do fator acêntrico depende do valor de PE reduzido. em K. ou: (27) para > 0. requer o conhecimento da curva de destilação e da densidade). o parâmetro de caracterização de Huang. o parâmetro de solubilidade (em (cal/cm3)²). a massa específica do líquido a 20 (em g/cm³).8. a massa específica crítica (em g/cm³). o fator acêntrico. I. em bar. por sua vez.(25) onde é a temperatura pseudocrítica. é o fator acêntrico. e é a pressão pseudocrítica. .8. b e c são tabeladas. = / . e K é o fator de caracterização de Watson. A equação é: (26) para < 0. a média dos pontos de ebulição médios (em K). . sendo necessário o conhecimento apenas da massa molar (que. . dependendo da propriedade a ser medida: Tabela 6: Constantes para a equação de Riazi-Al-Sahhaf . . M é a massa molecular. = / . Riazi e Al-Sahhaf (1996) desenvolveram um método alternativo para o cálculo de diversas propriedades. o ponto de ebulição reduzido para calcular a temperatura crítica (em K). a. Tomando o estado de referência um estado a baixa pressão (gás ideal). CÁLCULO DA ENTALPIA DE FRAÇÕES DE PETRÓLEO A entalpia e entropia são propriedades termodinâmicas necessárias para o projeto de vários equipamentos. Se a fração de petróleo for tratada como composta por pseudocomponentes. As funções de partida H – Hig são dadas por: (30) Os sobrescritos 0 e 1 denotam o valor para o fluido simples e os termos de correção. uma vez sendo conhecida a massa molar. Existem muitos métodos para determinação de tais propriedades. respectivamente. a variação de entalpia de um estado 1 a e a um estado 2 a e é: (32) A mudança de entalpia no gás ideal é a integração da capacidade térmica do gás ideal com a temperatura: . Esses valores podem ser encontrados em tabelas. O método de Lee-Kessler (1976) usa a seguinte expressão para o fator de compressibilidade: (29) A equação acima pode ser usada para se calcular o volume molar como V = ZRT/P ou a densidade como = ZM/V. 5. todas as outras propriedades das frações de petróleo podem ser determinadas.Por este método. sendo dependente da temperatura e pressão reduzida. a temperatura crítica. pressão crítica e o fator acêntrico da fração podem ser obtidos por regra de mistura simples: (31) onde é a fração molar de cada pseudocomponente. portanto. = ( / ). As constantes de equilíbrio. 6. é: (35) As constantes A. B e C podem ser estimadas a partir das seguintes relações: (36) (37) (38) onde (39) e K é o fator de caracterização de Watson. são os blocos fundamentais para o projeto destas operações de separação. o óleo cru e as frações de petróleo são separados em várias fases por operações unitárias. . ESTIMATIVA DE PROPRIEDADES RELACIONADAS A MUDANÇAS DE FASE No refino de petróleo.(33) A capacidade térmica do gás ideal para frações de petróleo é dada por: (34) e o resultado da integral. M é a massa molecular. Esta equação pode ser aplicada a misturas usando-se a seguinte regra de mistura: (41) A regra de combinação para é dada por: (42) onde são os parâmetros de interação binária. está o óleo propriamente dito. estão no reservatório de acordo com suas densidades. com Sais Inorgânicos dissolvidos e Sedimentos. Na zona intermediária. constante). Esse gás é composto também por outros hidrocarbonetos (no estado gasoso) e por gases corrosivos. Essas substâncias. Os valores de são utilizados em destilação ou vaporização nos cálculos de ponto de bolha. geralmente há uma “capa” de gás rico em metano (CH4). incluindo o óleo. pressão e composição. Na zona superior do reservatório.Existem diversos métodos para o cálculo destas constantes de equilíbrio. gás e outros compostos orgânicos. Equações de estado cúbicas são um deles. A equação de Peng-Robinson (PR) é uma equação cúbica em volume com a seguinte forma: (40) onde Z é o fator de compressibilidade (definido como Z = PV/RT) e V é o volume molar. As equações para se calcular estas constantes são encontradas em livros de termodinâmica da engenharia química.1 Óleo cru na natureza No reservatório o óleo normalmente é encontrado juntamente com água. Esses coeficientes são calculados por equações de estado. . Esta equação possui um parâmetro de energia (a. encontramos água livre (não misturada com óleo). como o gás sulfídrico (H2S) e o dióxido de carbono (CO2). é dada por: Para o equilíbrio líquido-vapor. Na zona inferior. função da temperatura) e um parâmetro de tamanho (b. DESTILAÇÃO DE ÓLEO CRU 7. orvalho ou fulgor. contendo água emulsionada e também os mesmos componentes presentes no gás associado. cujos valores geralmente são tabelados. conhecido como Gás Associado. 7. a constante (43) onde l e g são os coeficientes de fugacidade do componente i nas fases líquida e gasosa. respectivamente. e são funções da temperatura. contendo substâncias corrosivas e sendo altamente inflamável. para reduzirem-se os gastos com bombeamento e transporte.Figura 1: Reservatório de rocha sedimentar 7. menos inflamável que o óleo cru. O gás associado. Ao final desse processamento. O Processamento Primário ocorre através de duas etapas: 1ª Etapa: separação gás-óleo-água livre A separação gás-óleo-água livre é realizada em equipamentos conhecidos como separadores trifásicos. deve ser removido por problemas de segurança (corrosão ou explosão). nos próprios campos de produção (campos de petróleo). esse óleo “processado” é também chamado Óleo Estabilizado. além de salmoura descartável. Por isso. ficando. então. ao armazenamento em tanques nos terminais e na refinaria ou em equipamentos das refinarias. bem como para evitar-se corrosão ou acumulação de sólidos nas tubulações e equipamentos por onde o óleo passa. o petróleo passa pelo chamado Processamento Primário. sais e sedimentos também devem ser retirados. Água. O óleo final conterá teores menores daqueles hidrocarbonetos mais facilmente vaporizáveis. Figura 2: Separador trifásico (óleo-água-gás) . realizado em equipamentos de superfície.2 Processamento primário Acima de determinados níveis. A esse tipo de separação denominamos de Decantação. teremos fluxos separados de óleo e gás. com diferentes densidades são separadas por ação da gravidade. onde essas três substâncias. a presença no óleo do gás associado e da salmoura (como é chamada a mistura de água. Por isso. antes de ser enviado à refinaria. sais e sedimentos) causaria alguns problemas relacionados ao transporte em dutos ou petroleiros. pois o sistema deve ser operado de forma a não permitir a ocorrência de reações químicas. devido ás elevadas temperaturas de operação para a destilação das frações mais pesadas. O objetivo da desidratação é remover ao máximo essa água emulsionada do óleo. gerando uma emulsão água-óleo. podem ser separados. Essa quantidade é conhecida como BS&W (Basic Sediments and Water . o craqueamento térmico nem sempre poderá ser totalmente evitado. também. ou cru. As “unidades de destilação” ou “refinaria de petróleo” são as instalações onde se separam as diversas frações que compõem o petróleo cru através da destilação. Como os pontos de ebulição dos hidrocarbonetos presentes na mistura do petróleo aumentam com seus pesos moleculares. a formação de um resíduo bastante pesado que. não se espera que as propriedades físicas dos componentes sejam modificadas. deve ser submetido à destilação para que tenha seu potencial energético efetivamente aproveitado. .Água e Sedimentos Básicos) Figura 3: Emulsão água-óleo 7. A destilação atmosférica é um processo físico de separação. ao se variarem as condições de aquecimento do petróleo. Para romper a emulsão água-óleo. nas condições de temperatura e pressão da destilação atmosférica. ao se condensarem. intermediários e pesados que. c) quantidade de água e sedimentos abaixo de 1% (do volume do óleo). nessas unidades as frações de petróleo são separadas em função da diferença em suas faixas de ponto de ebulição.2ª Etapa: desidratação do óleo A segunda etapa do Processamento Primário é a desidratação do óleo que sai da separação trifásica. é possível vaporizar-se compostos leves. Normalmente as refinarias contam com duas unidades de processo para efetuar a destilação do petróleo: Destilação Atmosférica e Destilação a Vácuo.3 Unidades de destilação do óleo cru O petróleo bruto. não se vaporiza. parte da água do reservatório se mistura com o óleo na forma de gotículas dispersas. em gotas com diâmetros maiores. O Processamento Primário permite então que o óleo atenda as especificações exigidas pelo refino: a) um mínimo de componentes mais leves (os gases). Neste processo. Por isso existe a necessidade de se submeter este resíduo a outro processo de separação denominado de destilação a vácuo. Porém. ou seja. são injetadas substâncias químicas chamadas desemulsificantes. as gotículas de água se juntam(ou se “coalescem”) e agora. b) quantidade de sais abaixo de 300 miligramas por litro (300 mg/l) de óleo. Devido à ação dos desemulsificantes. baseado na diferença entre os pontos de ebulição dos compostos coexistentes numa mistura líquida. boa parte dessa água emulsionada se separa do óleo. Durante o processo de produção. Por ser um processo físico. ocorre. Além disso. existem frações nele. 7. No condensador de topo. e o pré-aquecimento o óleo cru será destinado a coluna de destilação atmosférica. proporcionando maior refluxo para compensar a retirada de produtos da coluna. como os gasóleos de mais alto valor e que não podem ser vaporizadas na destilação atmosférica. ao se reduzir a pressão. Conforme os vapores quentes vão subindo eles entram em contato com o refluxo mais frio em baixo da coluna. uma vez que o óleo cru deve ser parcialmente vaporizado ao ponto em que todos os produtos. e parte do nafta leve retorna a coluna como refluxo. Então. Esses reciclos são líquidos resfriados pela alimentação do óleo cru. Pode-se concluir que a Destilação do petróleo não pretende obter produtos puros e diferentes entre si. reduz-se o ponto de ebulição.O resíduo de vácuo. melhoram a eficiência térmica da coluna. trabalhando em pressões subatmosféricas é possível retirar do resíduo atmosférico os gasóleos. Esse pré-aquecimento não é suficiente. Os vapores quentes vão subindo em grandes quantidades e em altas vazões até atingir o topo da coluna. Figura 4: Fluxograma das Unidade de destilação atmosférica e a vácuo. pois reduzem a vazão do vapor através da coluna. Como a temperatura de ebulição varia diretamente com a pressão. devem estar na fase de vapor. O óleo cru parcialmente vaporizado é transferido a zona de flash da coluna. Portanto ele é destinado a um forno para aumentar sua temperatura entre 330°C e 385°C. Um refluxo adicional é fornecido pelos reciclo laterias ao longo da coluna. Contudo. localizada acima da seção de esgotamento. com exceção do resíduo atmosférico.4 Unidade de destilação atmosférica do óleo cru Após as etapas de processamento primário. Este processo se chama destilação a vácuo. pois o limite máximo de temperatura da destilação é inferior a seus pontos de ebulição. tem como função condensar maior quantidade de vapores que sobem. os vapores são condensados. Eles também fazem com que a coluna seja menor do que seria sem os reciclos. Os produtos da Unidade de Destilação são Frações (misturas ainda complexas de hidrocarbonetos e contaminantes) diferenciadas por suas faixas de ebulição. é um corte de alto peso molecular e baixo valor comercial. . produzido na destilação atmosférica. pois o calor é removido da coluna a temperaturas mais altas. As unidades de destilação a vácuo têm um sistema para criar o vácuo que utiliza os ejetores ou uma combinação dos ejetores e bombas de líquido em anel. os retificadores contêm alguns pratos. e a retificação é feita pelo uso de vapor d’água na parte inferior do retificador ou retificadores do tipo ref ervedor. assim como a água do processo segue para outras etapas de refino. e a fase líquida é então enviada para o tambor de topo. são produzidos 3-5% de volume a mais de vapores que o total de produtos retirados acima da zona flash). A alimentação entra na torre de vácuo pela parte inferior da coluna.5 Unidade de destilação a vácuo A partir do resíduo atmosférico. nafta leve e pesada. Figura 5: Fluxograma detalhado de uma unidade de destilação atmosférica 7.Os produtos retirados lateralmente são geralmente retificados para controlar seu ponto de ebulição inicial. É necessária a retirada de calor no trem de trocadores de calor de pré-aquecimento do óleo cru. nessa seção é obtido o gasóleo de vácuo leve (GOVleve). mantendo-se em overflash (ou seja. Os vapores da zona flash passam por uma zona de lavagem e fracionamento onde derivados pesados são condensados com refluxo gasóleo de vácuo pesado (GOVpesado). os produtos de fundo da unidade de destilação atmosférica são enviados para unidade de destilação a vácuo. . Os produtos retirados da unidade de destilação atmosférica são: Gases. Logo após é encaminhado a um aquecimento final a 380-415 °C através de uma fornalha. resíduo atmosférico. O vapor d’agua é injetado na serpentina para evitar o craqueamento e o coqueamento. Na parte inferior da seção de esgotamento. A fase vapor vai do condensado para outro conjunto ejetorcondensador. Esse resíduo atmosférico será destinado para unidade de destilação a vácuo. o vapor d’água é injetado na coluna para retirar do resíduo atmosférico qualquer hidrocarboneto leve e para reduzir pressão parcial dos vapores de hidrocarbonetos da zona flash. gasóleo leve (diesel leve). Mais acima. querosene. Um fluxo de vapor d’água é injetado no bico dos ejetores para sugar os vapores oriundos da coluna. nas seções da coluna (que consiste em uma zona de troca de calor e de fracionamento) são separados por sprays de líquido do reciclo ou do refluxo interno. gasóleo pesado (diesel pesado). O ponto final de ebulição do produto lateral é controlado pela sua vazão. A fase de vapor na saída do ejetor é parcialmente condensada em um trocador de água de refrigeração. os ejetores recomprimem os gases através da seção de venturi do bico. E a parte não condensada. Foi feito um balanço material do óleo cru exportado do kuwait ( °API = 31. Tabela 7: Equilíbrio de material das unidades de óleo cru A soma das vazões volumétricas dos produtos tornou-se superior a alimentação.6 Balanço material de destilação de óleo cru O balanço material do óleo cru depois de passar pelas unidades atmosféricas e a vácuo é feita através do calculo da porcentagem volumétrica cumulativa dos produtos derivados do petróleo.Os produtos da unidade de destilação a vácuo obtidos são GOVleve e o GOVpesado . o volume total da mistura é menor do que a soma dos volumes das frações. uma vez que ocorre uma expansão de volume dos derivados mais leves.844 kg/h. .5) . para uma taxa de alimentação de 100. e da taxa de alimentação do óleo cru obtém-se a vazão mássica de cada produto obtido das unidades. Através dessa porcentagem. Figura 6: Fluxograma detalhado de uma unidade de destilação a vácuo 7. A Tabela 1 contém os valores das porcentagens volumétricas cumulativas dos produtos. Quando as frações são misturadas. assim como as respectivas vazões mássicas.000 bpd que condiz com 573. o que é esperado. assim como o resíduo de vácuo. Figura 7: Fluxograma do balanço material das unidades de óleo cru. Nesse caso. Taher. 8. Muito importante para uma refinaria. o objetivo é o seu desmembramento nas frações básicas do refino. quando se trata de uma unidade de destilação de petróleo bruto. A unidade de destilação de petróleo existe sempre. Mohamed A. independente de qual seja o esquema de refino. gasóleo de vácuo e resíduo de vácuo. é usada em larga escala no refino. gasóleo atmosférico (óleo diesel). baseado na diferença das temperaturas de ebulição de seus componentes individuais. Outros processos de separação. Extremamente versátil. Seus rendimentos são variáveis. conversão e tratamento utilizam-na como etapa intermediária ou final de suas operações. Al-sahhaf. utiliza-se destilação quase que na totalidade dos processos de refino do petróleo e derivados. nafta. a partir do qual os demais são alimentados. CONCLUSÃO A destilação é um processo de separação dos componentes de uma mistura de líquidos miscíveis. A destilação pode ser feita em várias etapas e em diferentes níveis de pressão. Elsevier Campus . pode-se ter a destilação a vácuo. o pré-fracionamento e a debutanização. É o principal processo. Fahim. Assim. Introdução Ao Refino de Petróleo. gás liquefeito. a saber: gás combustível. querosene. conforme o objetivo que se deseje.. em função do óleo processado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS A.
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