Tipos de Gestão Escolar

March 29, 2018 | Author: MoisésMoga | Category: Economics, Pedagogy, Quality (Business), Sociology, Schools


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Campus Porto AlegreAna Joceli Matos, Magda Cassol, Silvia Fauth e Vera Regina Furtado TIPOS DE GESTÃO ESCOLAR GERENCIALISMO Porto Alegre 2014 Professora Orientadora: Drª Josiane Carolina Soares Ramos do Amaral Porto Alegre 2014 .ANA JOCELI MATOS MAGDA CASSOL SILVIA FAUTH VERA REGINA FURTADO TIPOS DE GESTÃO ESCOLAR – GERENCIALISMO Trabalho de Graduação apresentado como requisito de avaliação final na Disciplina de Gestão Educacional I do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre. 10 de novembro de 2014.GERENCIALISMO ANA JOCELI MATOS MAGDA CASSOL SILVIA FAUTH VERA REGINA FURTADO Este trabalho de Graduação foi julgado adequado para Avaliação Final da disciplina de Gestão Educacional I do Curso de Licenciatura em Pedagogia .Orientadora Porto Alegre.8º semestre do Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Porto Alegre.TIPOS DE GESTÃO ESCOLAR . __________________________________________________________ Professora Drª Josiane Carolina Soares Ramos do Amaral . . .......................................................................SUMÁRIO Histórico ...... GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO: um campo de disputa ......... Referências bibliográficas .................... O Gerencialismo na Educação .................................................................... 05 07 08 11 ................................................................................................................ devido à essência democrática da escola. Fase Comportamental: Iniciou-se junto à segunda guerra mundial. com os estudos de psicologia e sociologia de caráter funcionalista. paralela ou em substituição à formação pedagógica. As bases da administração pautaram-se na conduta humana. No campo educacional iniciarem muitos debates em relação à nova pedagogia. baseada nos princípios da teoria de Fayol que tem como base a realidade da empresa capitalista. 05 . resgatando a dimensão humana. refletindo sobre a expansão e a qualidade da educação pública. não se pode aplicar à escola os mesmos princípios e métodos da empresa capitalista se ela é o espaço propício ao diálogo e contrária à dominação dos sujeitos. apresentou-se no Brasil pela reação internacional contra os princípios da escola clássica de administração. “A ruptura do paradoxo em favor de uma concepção” empresarialista “acena para uma formação” técnica “. Esta fase organizacional fundamenta-se nos princípios da administração clássica. [. Fase da efervescência no âmbito político e intelectual  1924 – Fundação da ABE (Associação Brasileira da Educação).HISTÓRICO Conforme alguns autores a Administração Escolar aplica as teorias da administração empresarial. FASES DA ADMINISTRAÇÃO EDUCACIONAL NO BRASIL Fase organizacional: Iniciou-se no século XX.. Neste período surge trabalhos no campo da gestão de educação. desde a primeira guerra mundial até a revolução de 1930.  1961 – Promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Para a autora. onde os sujeitos são submetidos à dominação e a submissão. 06). p. Nestes aspectos destacados pelo autor.. a afirmação do caráter democrático e emancipados da educação seria a solução do paradoxo e uma forma para um posicionamento contrário ao mando e a submissão impostos pelo sistema capitalista.  1932 – Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. 2007. destaca os limites impostos pela administração da empresa capitalista na aplicação da gestão escolar e também nos propõe uma reflexão relacionada à formação de gestores escolares. A administração escolar baseado nos princípios e métodos da empresa capitalista é inviável. com isso foi formado o primeiro grupo de estudiosos da administração escolar no Brasil. Uma das falácias dessa época (de tecnoburocracia) seria a separação entre administração e política. segundo alguns administradores escolares progressistas. mas colocada nos princípios e métodos da empresa capitalista com apelo” gerencial “e privilegiando as formas de controle do trabalho alheio em favor de um objetivo particular exterior aos grupos comandados”. sobreposta. as novas metodologias.] (PARO. específica. O autor Vitor Paro. No Brasil. ou seja. Com isso. a produtividade e a eficiência eram preocupações centrais para o desenvolvimento pedagógico. 06 . gerando um pessimismo e surge a necessidade de rever o papel da educação (SANDER.Este enfoque foi mais utilizado na administração empresarial. P. O pensamento educacional era voltado para o mercado de trabalho. No campo da administração educacional surge a perspectiva fenomenológica. na década de 1970 os resultados esperados não foram alcançados no crescimento econômico e tecnológico. Enfoque no campo da administração educacional. matrículas. aproxima-se a gestão educação do fenômeno educacional. Fase desenvolvimentista: Surge o movimento de reconstrução dos países pós-guerra. Na educação destaca-se o pensamento crítico de Paulo Freire (1989). Apesar do aumento no investimento público em educação com o crescimento dos sistemas de ensino em relação a escolas. Fase sociocultural: Foi concebida a partir de contribuições conceituais e analíticas das ciências sociais aplicadas com a cultura brasileira latino americana (SANDER. 2007. Esta concepção economicista baseia-se na relação de investimento no ser humano e retorno individual e social para o país. universidades. educadores progressistas começam a ensaiar enfoques sociológicos e antropológicos de caráter interdisciplinar para o campo da administração da educação. 2007). com a planificação da educação. O autor afirma que as práticas de administração da educação refletem as mesmas inadequações políticas e culturais que caracterizam a administração pública. sua aplicação foi reduzida no campo da educação. no movimento internacional da economia da educação. Prêmio Nobel (1979). essa lógica caracterizou-se a partir da década de 1950. concebendo a administração como um ato pedagógico. principalmente nos EUA e países aliados. como a Teoria do Capital Humano. desenvolvido pelo norteamericano Theodore Schultz. sua teoria pedagógica da ênfase aos ideais de liberdade contra as relações de dominação presentes no âmbito das relações econômicas e políticas internacionais.49). a partir da década de 1960. garantindo os direitos e deveres que colaboram para a construção da autonomia que gere sujeitos coletivos e instituições comprometidas com a transformação social. cujos métodos e princípios eram aplicados à empresa capitalista compatível com a dominação e a negação da condição de sujeito. p.. A gestão democrática da educação defende a implementação de mecanismos de descentralização administrativa. pela autonomia escolar. b) da natureza do processo que envolve essa busca. como objetivos de uma educação transformadora. Para a autora. pela atuação efetiva do Conselho Escolar. junto com a sua formação continuada.. 2003. financeira e pedagógica.. objetivos esses articulados com interesses sociais mais amplos e que são. (PARO.] No caso da administração escolar. a gestão vista sob esse aspecto se dá por meio de aprendizado e luta política: o aprendizado garante o desenvolvimento pessoal e social. sua especificidade deriva. mas deriva sua especificidade de objetivos (educacionais) peculiares. A gestão democrática da educação representa uma superação das práticas administrativas neutras que são baseadas na teoria de Fayol. Para Vitor Paro (2003): [. determinam (. 07 . esse processo não se constitui em mera diferenciação do processo de produção material que tem lugar na empresa.) a própria natureza peculiar do processo pedagógico escolar. ou seja. antagônicos aos objetivos de dominação subjacente à atividade produtiva capitalista. esses procedimentos transformados em política pública de educação possibilitando uma reorganização das estruturas dos sistemas de ensino.151).GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO: um campo de disputa Os estudos de alguns sobre a dimensão da gestão democrática e a participação da escola pública de qualidade preocupada com as questões sociais. Esses dois aspectos não estão de modo nenhum desvinculados um do outro. A apropriação do saber e o desenvolvimento da consciência crítica. estabilidade – instabilidade. Conforme a autora e outros autores apresentados nesse artigo a teoria do fayolismo é contraditória à realidade escolar. possibilitando a participação de todos os envolvidos no processo educativo. Segundo Freitas (2003). onde cada escola poderá atender as necessidades de sua comunidade escolar. pois: a) dos objetivos que se buscam alcançar com a escola. a gestão democrática tem características próprias no seu processo histórico e social os quais ele definiu como: movimentos de mudança – permanência. desenvolvimento – estagnação. por isso. financeira e pedagógica. sendo sustentada: pela eleição para diretor. A gestão democrática vai além de simples mecanismos de descentralização administrativa.. tiveram um avanço significativo no início da década de 1980. junto com a formação dos conselheiros escolares. por meio da aquisição de valores a luta política indica produção e reprodução do poder. A instituição escolar é um local de diálogo onde esses métodos e princípios não estão adequados a sua essência democrática. qualidade.O Gerencialismo na Educação Na década 1980 e 1990 aconteceram dois momentos de debate na área da gestão educacional no poder legislativo brasileiro. em que “o controle do trabalho alheio expande-se dos órgãos da cúpula para as relações entre os trabalhadores. sweeping/seisoh (senso de limpeza). naturaliza a sociedade do capital com exclusão social e com a histórica dicotomia escolar. dentro desses paradigmas. As letras iniciais traduzidas do inglês para o japonês: sortin/seiton (senso de organização). aumentando a intensidade do trabalho e expropriando o saber com a diminuição da sua autonomia.128).inseriram-se na agenda educacional brasileira. uns serão efetivados como os melhores. Segundo Vitor Paro (2001). A parceria entre estado e empresa privada. self-discipline/skitsuk (senso de autodisciplina). eficiência e equidade . outros como piores. 2011. A autora nos apresenta claramente os aspectos mais importantes do CCQ na educação brasileira como uma solução para o fracasso escolar no final da década de 1990. A escola passou a ter uma postura empresarial. A busca pela qualidade e o controle baseado numa metodologia quantitativa com números e índices foram aplicados nas empresas e também nas escolas estaduais do RS. As ordens acontecem verticalmente e a escola tendo como objetivo principal proporcionar o maior número de conhecimento para atender a demanda do mercado”. insere-se a ideia de uma gestão educacional voltada para a qualidade total. rentabilidade são acirrados. assim como os diferentes instrumentos gerencialistas. Diante desta visão empresarial da gestão pública. A intensa busca pela “excelência” por parte das escolas. Esse método gerencial embora vise o envolvimento de todos os sujeitos. Apesar das escolas não aplicarem exatamente como as empresas esses planos de Qualidade total. (OLIVEIRA. em diferentes redes públicas de ensino. structuring/seiri (senso de ordenação). Os melhores tomarão a decisão. a escola deixa de cumprir as suas funções sociais. muitas escolas aderiram a uma ideia de acúmulo de capital e desigualdade social. sanitizing/seiktsu (senso de higiene).(AMARAL. utilizando o envolvimento e adesão de todos na busca pela qualidade e produtividade. os piores executarão essas decisões. Enquanto valores de competição. 1997). Outro destaque importante do texto são os Círculos de Controle da Qualidade (CCQ’s) ou Gestão da Qualidade Total (GQT) ou ainda o Círculo da qualidade Total (CQT) foram difundidos na década de 1980 nas empresas privadas brasileiras trazendo um discurso salvacionista. que visam estruturar de forma mais organizada o espaço escolar como se fosse uma empresa. a partir dessa concepção. cooptando inclusive sua força laboral. preocupadas apenas com a preparação de pessoas para atender as necessidades do mercado de trabalho. p. sofisticando o controle. baseada num discurso de qualidade. Os professores e funcionários que trabalhavam em escolas que tinham esses programas eram avaliados e tinham que apresentar resultados havia uma competição entre as turmas e os profissionais para ver quem obtinha mais pontos nas tarefas que eram estipuladas como metas. resultou na aplicação de Programas de Qualidade como Os 5S. mensuração. sendo efetivada no início da segunda metade da década de 1990 com o PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado). Foi também nesse período que as concepções da nova gestão pública . formadora de trabalhadores com uma educação 08 . padronizando os processos. continua fragmentando a mão de obra. percebe-se que. As concepções inseridas no campo da administração educacional nos anos 1990 demonstram influências dessas novas correntes de administração pública. forma de administração pública por mérito. a competição por meio de metas a serem atingidas firmadas por contrato de gestão. foi articulado nacionalmente a partir de setembro 2005 um movimento denominado “Todos pela Educação”.inferior. No momento em que agregamos a competição entre instituições públicas. sem uma preocupação com a formação do aluno. e o estímulo à formação de agentes locais de acompanhamento. cooperativa e solidária. estamos inserindo a segregação. dados e informações relacionadas ao tema. Esta perspectiva de avaliação veio a se consolidar no Brasil com resgate das avaliações dos diferentes níveis de educação: O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). uns sujeitos autônomos. ou ainda com introdução de mecanismos de competição que tem por objetivos valores adequados ao mercado. o discurso gerencialista introduz uma nova roupagem a termos conhecidos anteriormente como democráticos e progressistas – para não dizer até de vanguardismo – utilizando-os aos procedimentos administrativos como objetivo de promover mudanças nas formas da gestão. na educação. estamos baseando-nos em critérios de exclusão. 3ª) Todo aluno com aprendizado adequado a sua série. 4ª) Todo aluno do Ensino Médio concluído até os 19 anos. aplicando os mesmos instrumentos: passagem da execução dos serviços educacionais para a esfera privada ou por meio de parcerias com a sociedade civil (o público não-estatal). Em 2005. No momento que damos maior relevância ao produto e esquecemos de considerar o processo. economistas. 5ª) Investimento em Educação ampliado e bem gerido. visando o atendimento das reivindicações do mercado. comunicadores e gestores públicos se reuniram em São Paulo para discutir alternativas para um projeto nacional de melhora na qualidade da educação brasileira. Essas ideias fundamentadas no “caminho da qualidade” com ações voltadas para a responsabilização das escolas. Na continuidade da discussão sobre as influências empresariais no campo da educação. cobrança e apoio. cinco metas foram traçadas para serem atingidas até 2022: 1ª) Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola. mais atualmente a Prova Brasil e a Provinha Brasil. uma maior e melhor inserção da Educação na mídia. A partir dessa mobilização. o poder executivo do estado do Rio Grande do Sul assinou convênio. 09 . regulação por meio de avaliações dos sistemas públicos de educação.(AMARAL. Esse movimento tem o objetivo de monitorar a Educação através de divulgação de pesquisas. acabam somente legitimando os valores impostos pelo capital. A aprendizagem foi reduzida a um currículo mínimo e superficial.136). p. de metas impostas por outros sujeitos que não os que estão efetivamente relacionados com o cotidiano escolar. Esse movimento surgiu da mobilização de representantes da sociedade civil para qualificar a educação. 2ª) Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos. Essas lideranças de empresários. participativos. o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). a meritocracia. 2011. a fim de torná-lo. educadores. Portanto. um cidadão preparado para atuar numa sociedade justa. o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e. o fomento ao debate e à mobilização. a compatibilização da estratégia da melhoria gerencia da SE com diretrizes e políticas de Governo voltado à qualificação e universalização da oferta dos serviços públicos básicos da educação. conforme o documento contratual. A experiência da implantação dos contratos de Gestão. evidencia uma responsabilização da comunidade escolar.visando. Estes compromissos. 10 . no RS. Conforme a autora e outros autores citados no decorrer deste texto. a cada quatro anos. parcerias com a sociedade civil (público-não estatal) e também com o terceiro setor. pais e professores. Alguns governos estão colocando na sua pauta. responsabilizando-se inclusive por parte de seu custo. fazendo parte das diretrizes políticas colocadas pela Lei 12. demonstram uma ênfase em aspectos como racionalização de recursos visando a melhoria da qualidade e elaboração de metas a serem cumpridas pelas escolas – as que se destacassem seriam premiadas. visando uma gestão eficaz. a melhoria do desempenho dos servidores da educação e racionalização de despesas: a melhoria da eficiência e eficácia da rede pública estadual de ensino visando cotejar-se com boas referências nacionais e internacionais. com vistas à promoção do desenvolvimento do estado do Rio Grande do Sul. retomando a lógica avaliativa da avaliação externa realizada no governo Antônio Brito. Porém. assumidos pela Secretaria Estadual de Educação e o governo estadual. os governos procuram encontrar soluções para a má gestão da escola pública e o fracasso escolar utilizando mecanismos empregados nas empresas. através de parcerias entre a secretaria Estadual da Coordenação e Planejamento e da Secretaria Estadual de Educação e dos sub contratos com as escolas. não havendo o menor interesse de manter os projetos e na maioria das vezes não ocorre o cumprimento das metas estipuladas pelos governos anteriores. Este sistema de avaliação teve seu início em 2005. na medida em que esta assume a gestão da escola pública. a qualificação da gestão educacional. a aprendizagem e satisfação dos alunos. implementou-se o Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (SAERS).237/2005 sobre avaliação dos serviços públicos. a melhoria contínua da qualidade do ensino público de nível fundamental e médio no RS. Ainda no governo de Germano Rigotto. muda o governo e toda a equipe da SE. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11 .
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