Texto de Apoio Cap v Produção Conjunta2015

March 19, 2018 | Author: Aylton Mangue | Category: Packaging And Labeling, Petroleum, Waste, Financial Accounting, Industries


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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUECONTABILIDADE DE GESTÃO I Capítulo V - Produção Conjunta Texto de Apoio Conceito Diz-se que uma empresa labora em produção conjunta quando a fabricação de um produto obriga, necessariamente, à fabricação de dois ou mais produtos, isto é, ao proceder-se à transformação de uma ou de várias matérias-primas, se obtém simultaneamente diversos produtos. Exemplos 1) Os óleos alimentares são obtidos a partir de oleaginosas. Inicialmente procede-se à preparação e à prensagem daquelas. Obtendo-se o óleo cru. Este é depois refinado, através de tratamento com soda cáustica, obtendo-se óleo refinado e ácidos gordos. Estes produtos (óleo refinado e ácidos gordos) são pois, produtos obtidos em produção conjunta, sendo designados por produtos conjuntos. 2) No abate de gado, obtêm-se diversos produtos conjuntos: carne, ossos, sangue etc, 3) Na refinação do petróleo bruto obtêm-se igualmente diversos produtos conjuntos: gasolina, gaóleo, fuel-óleo, etc, Designação dos produtos conjuntos Os produtos têm as seguintes designaçãoes consoante a sua importância relativa: Co-produtos, Subprodutos e Resíduos. Co-produtos Designam-se por Co-produtos, os produtos conjuntos que têm idêntica importância relativa. Designa-se também por produtos principais. No abate de perús, por exemplo, podem considerar-se os diversos produtos obtidos (bife, pernas, asas e miúdos, etc) como co-produtos. O mesmo acontece com a gasolina, o gasóleo e o fuel-óleo, produtos derivados da refinação do petróleo. Subprodutos Subprodutos são produtos secundários. Não é o objectivo principal da produção obtê-los, mas sim o produto principal a que estão associados. Este produto secundário de produção pode ser vendido ou utilizado na própria exploração, como matéria-prima. No caso de venda, o montante obtido pode ser encarado como benefício a adiccionar aos resultados da venda dos produtos principais ou como deduções ao respectivo custo Docente: Nataniel Parruque 1 poeiras. etc.Se. regra geral como combustíveis. para vender o subproduto for necessário suportar encargos. mas a sua eliminação ou seja o desaparecimento implicar gastos. Se o montante desses gastos for pequeno.). neste tipo de produção. Outros podem ser vendidos ou utilizados na produção. Com efeito. Fase (s) seguinte (s) – que eventualmente pode (m) não existirem que os semi-produtos obtidos no ponto de separação são acabados. sobras de chapa não aproveitáveis numa metalomecânica. podemos distinguir duas fases principais na fabricação dos produtos:   Fase da produção conjunta. o custeio dos produtos apresenta dificuldades específicas. poderão ser feitas a preços de mercado ou a preços convencionais. ossos no abate de gado. Resíduos e Desperdícios Estes podem resultar da utilização das matérias-primas ou da própria transformação (escórias. Temos em esquema. estes deverão ser deduzidos ao valor da venda. têm um tratamento contabilístico idêntico ao dos subprodutos. Valor nulo – estes desperdícios e resíduos podem não ter qualquer outro valor. implicando os chamados custos específicos. Consideremos os seguintes casos: 1. 3. Apuramento do custo industrial dos produtos conjuntos Na produção conjunta. corresponde a um acréscimo do custo de produto principal.industrial. o valor da venda poderá constituir um acréscimo nos resultados ou uma diminuição do custo industrial. ou seja. poderá contabilizar-se como despesas gerais da empresa. Caso contrário. Alguns deles não têm qualquer valor. pelo preço corrente no mercado. em regime de produção disjunta. ocasionando gastos que se designam por custos conjuntos. Reutilização – a avaliação e contabilização dos desperdícios que se utilizam na exploração. Venda – no caso de serem vendidos. 2. por exemplo. admitindo dois produtos (A e B): Produtos intermédios Produção Conjunta Produtos Intermédios Produtos Acabado (A) Ponto de Separação Produto Acabado (B) Docente: Nataniel Parruque 2 . Se o produto for utilizado na própria exploração poderá ser contabilizado. que é a que se verifica até ao ponto de separação dos produtos. constituindo-se aqui o ponto de separação dos produtos: Os custos verificados até à refinação inclusive. O esquema pode ser aplicado ao exemplo do óleo atrás apresentado:    O óleo é refinado e os ácidos gordos separam-se com a refinação do óleo cru. 2. Ilustração dos critérios Consideremos o seguinte exemplo da empresa “GAMA. e tendo em conta a necessidade de calcular os custos por produtos.000 8.000 contos. que envolve os chamados custos conjuntos e termina no ponto de separação. não havendo qualquer possibilidade de conhecer os custos reais de cada um deles. estes são custos comuns aos produtos conjuntos. isto é. os semi-produtos A e B são obtidos em produção conjunta. que são os produtos Acabados. Os custos específicos a considerar são não só os de produção. Depois. os seguintes critérios para repartir os custos conjuntos pelos produtos obtidos: 1. Com efeito. 3.5 4. Do valor de venda da produção – consiste em repartir os custos conjuntos pelos produtos proporcionalmente ao respectivo valor de venda da produção. mas também os não industriais (frequentemente são apenas os de distribuição). Lda”: Produto A B C Quant. ao valor de venda da produção deduzido dos custos específicos. implicando estas operações de embalagem custos específicas de cada um dos produtos.0 2. Das Quantidades produzidas – repartem-se os custos conjuntos pelos produtos proporcionalmente às quantidades obtidas de cada um deles.000 4.000 Preço de Venda/Unidade (cts) 2. o óleo refinado é embalado em garrafas de 1 litro e os ácidos gordos são acondicionados em embalagens retornáveis. Produzidas 12. são custos conjuntos dos dois produtos. adoptam-se certos critérios para repartir os custos conjuntos pelos produtos.0 Custos Conjuntos: 48. os semi-produtos são ainda submetidos a operações de transformação. obtendo-se os produtos A e B. Critérios de repartição dos custos conjuntos pelos produtos Co-produtos Na repartição dos custos conjuntos adoptam-se. Docente: Nataniel Parruque 3 .Custos Conjuntos Custos Específicos No esquema acima. fundamentalmente. O problema que a produção conjunta apresenta no que respeita ao custeio dos produtos tem a ver com os custos cojuntos. Depois da refinação (ponto de separação). Assim. Do valor de venda da produção reportado ao ponto de separação – repartem-se os custos conjuntos pelos produtos proporcionalmente ao seu valor de venda no ponto de separação. que ocasionam custos específicos. 600 50.000 4.000 16.S.00 9.92 1.600 4.000 10.000 3. 1.S.000 8. Produtos Quant.000 58.000 20.800 48. P.000 Custo Unitário 1.000 48.200 16.00 33.) A B C 12. suponhamos que se verificaram ainda os seguintes custos para o acabamento dos produtos B e C: Produto B Produto C 4.000 6. Critério do valor de venda da produção Produtos Quantidade Produzida Preço Venda (cts) Receita Total % de Custo total no Receita no P.000 20.600 6.0 19. ao P.000 cts.000 16.0 2.000 9.000 cts. 6.000 Custo Total = Custo no ponto de Separação + Custo posterior ao ponto de separação Produto A B C Custo no ponto Custo posterior de separação.000 8.5 4.000 24. Prod.000 8.360 10. A B C 12.0 24.S. 23.360 8.0 33. no P.90 Docente: Nataniel Parruque 4 .000 2.000 15.5 4.00 23.66 100.000 12.360 4.000 19.000 -------4.0 2.0 24.000 48.040 16.000 20.000 24.000 50.S.33 26.S.000 Custo Quant.000 4.000 16. Critério das quantidades produzidas Produtos Quantidade Produzida %da Quantidade Produzida Custo Total no ponto Separação (em Cts. da RT P.66(6) 100.000 2.000 Receita % Custo Total no relativa Total no P.000 10. Critério do valor de venda da produção reportado ao ponto de separação Continuando com o nosso exemplo. A B C 12.000 2.S.0 48. 23.33(3) 16.000 60.V.000 32.040 --------15.Pede-se a repartição do custo conjunto utilizando os critérios acima referidos.000 24.000 8.0 24. Receita Total Custo posterior ao P.000 40. Total Prod. 24.000 100.000 24.040 12.00 15.000 4.000 48.000 60. unit.42 3. 000 4. assim inferior.300 = 10. Custo Nulo Neste critério.300 18. a totalidade dos custos conjuntos é repartida pelos produtos principais. O valor dos custos atribuídos aos co-produtos é.500) * 18. Lucro Nulo Aqui.167 Docente: Nataniel Parruque 5 . Os produtos principais ficam por conseguinte. 1.300 CIPA (A) : 2. (2. com um custo superior. Neste caso.500/4. NB: O custo Conjunto é repartido com base nas quantidades produzidas (medição Quantitativa).primas Mão de Obra Directa Gastos Gerais de Fabrico -----------6.000 unidades? Saldo Final ---------18. 45 cts 15 cts 20 cts Pretende-se: o cálculo do custo dos produtos principais (A e B) e do Subproduto (C). Ilustração dos critérios Os vários critérios ligados aos subprodutos exercem um efeito sobre os custos totais e unitários dos produtos principais.000 unidades? Custo do Subproduto (C) 1.500 unidades? CIPA (B) : 2. os subprodutos não proporcionam qualquer resultado. Produto (A). pelo que o valor de venda deduzido dos custos com a venda é – subtraído dos custos conjuntos.300 Outros elementos: Subproduto (C): Valor estimado no mercado Despesas de venda Margem de lucro Custos de transformação (tratamento adicional) 300 cts. os produtos principais (co-produttos) suportam todos os custos conjuntos representando o valor de venda dos subprodutos – apos a dedução de todos custos com a sua venda – um lucro para a empresa. Critério do custo nulo. Considera-se que o subproduto não tem qualquer valor comercial.Subprodutos Para a valorização dos subprodutos podem ser utilizados os seguintes critérios: 1. 2. Vejamos o seguinte exemplo (valores em contos): Saldo Inicial Custos Correntes Matérias.000 8. 044 Produto (B): (2. Critério do lucro nulo Considera-se o valor estimado no mercado do subproduto – deduzido das despesas de venda e custos adicionais – como seu custo.036 18.080= 8.500/4.036 Produto (B) : (2. Custo Conjunto de (A) e (B) : 18.500) * 18.500) * 18. isto é.Produto (B): (2.045 2.500)*18.000/4. Docente: Nataniel Parruque 6 .300 – 235 = 18.045 cts Rateio do custo conjunto (medição quantitativa): Produto (A): (2.065 cts Base de rateio: Medição quantitativa da produção Produto (A) : (2.080 Rateio do custo conjunto (medição quantitativa): Produto (A): (2.065 = 8.029 18.080=10.500/4. atribuir-lhes um custo igual ao seu valor de venda.020 18.300 – 220 = 18.500)*18.000/4.500/4.300 = 8.045= 8.000/4.000/4.080 Resíduos Quando os resíduos têm valor de mercado – este é conhecido – poderá adoptar-se um critério idêntico ao referido para os subprodutos.500)*18.025 Produto (B): (2.133 18.500)*18.045=10.300 – 255 = 18. Custo do Subproduto (C): 300 – (45+20) = 235 cts. Considerar o custo do Subproduto igual ao seu preço de venda deduzido das despesas de venda e a margem de lucro e custo adicional de transformação: Custo do Subproduto (C): 300 – (45+15+20) =220 cts Custo conjunto dos co-produtos: 18.065 Variantes 1.300 2.065 = 10. Considerar o custo do subproduto igual ao seu preço de venda deduzido das despesas de venda: Custo do Subproduto (C): 300 – 45 = 255 cts Custo Conjunto dos co-produtos: 18.500) * 18.
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