UIVERSIDADE FEDERAL DE MIAS GERAISPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAEAMETO, MEIO AMBIETE E RECURSOS HÍDRICOS USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM: VALORAÇÃO DE RESÍDUOS E DE PESSOAS - UM ESTUDO SOBRE A OPERAÇÃO E OS FUNCIONÁRIOS DE UNIDADES DE MINAS GERAIS Gisele Vidal Vimieiro Belo Horizonte 2012 Usinas de Triagem e Compostagem: Valoração de Resíduos e de Pessoas – Um Estudo sobre a Operação e os Funcionários de Unidades de Minas Gerais Gisele Vidal Vimieiro Gisele Vidal Vimieiro Usinas de Triagem e Compostagem: Valoração de Resíduos e de Pessoas – Um Estudo sobre a Operação e os Funcionários de Unidades de Minas Gerais Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Área de concentração: Saneamento Linha de pesquisa: Gerenciamento de Resíduos Sólidos Orientador: Profª. Drª. Liséte Celina Lange Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2012 V764e Vimieiro, Gisele Vidal Usinas de triagem e compostagem [manuscrito] : valorização de resíduos e de pessoas : um estudo sobre a operação e os funcionários de unidades de Minas Gerais / Gisele Vidal Vimieiro . — 2012. 367 f., enc. : il. Orientador: Valter Lúcio de Pádua Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Engenharia Anexos: f.367. Apêndices: f.311-366. Bibliografia: f. 298-310. 1. Saneamento - Teses. 2. Resíduos orgânicos – Reaproveitamento - Teses. 3. Resíduos sólidos – Teses. I. Lange, Liséte Celina. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Engenharia. III. Título. CDU: 628.4 (043) “Acreditar em algo e não vivê-lo é desonesto” Mahatma Gandhi À minha filha Luiza, aos meus pais, Elmo e Sônia, ao meu esposo, Valter e aos meus irmãos, Josiane e Wilfer. . aos amigos Josiane. pelo apoio e incentivo de sempre. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG i . Josiane e Wilfer. Mas aquele que vai acompanhado. pela recepção e orientação tão atenciosa durante a etapa sanduíche do doutorado. com certeza chegará mais longe. Thiago. incentivando-me a seguir em frente. por continuar acompanhar-me atenciosamente. Alba e Zaina. e irmãos.” Agradeço a todos que têm contribuído direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. à Montse Bau e Núria Molist. à Professora Liséte Celina Lange que. presente chegado no meio dessa caminhada. Sheyla. por me brindar com seu sorriso lindo. Elmo e Sônia. Maíra. ao Valter. especialmente na minuciosa tarefa de elaboração do roteiro de entrevista. por também abraçar a empreitada rumo aos resíduos sólidos urbanos e às Usinas de Triagem e Compostagem. mas com a mesma ajuda e apoio de sempre.AGRADECIMENTOS “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido. agora pelo “caminho dos resíduos”. que possibilitaram a realização das visitas às unidade de tratamento de resíduos sólidos da Região Metropolitana de Barcelona. à Izabel Matos. à Luiza. à Professora María Àngels Alió Torres e toda a equipe do Centro de Recursos para a Ecologia Social – CRES do Departamento de Geografia Humana da Universidade de Barcelona. Cynthia e à Professora Sonaly Rezende pela ajuda de sempre. tem sido uma grande apoiadora e incentivadora desse trabalho. e especialmente: a meus pais. Programa de Pós-graduação em Saneamento. em todos os momentos da vida. mais que orientadora. do Programa “Compartim um futur” e às educadoras Ondina. CAPES. por terem aceitado conceder seus depoimentos e expressar suas opiniões. aos funcionários das Usinas de Triagem e Compostagem de Minas Gerais e das diferentes unidades de triagem de materiais recicláveis e de compostagem da região metropolitana de Barcelona. pelo apoio com os métodos estatísticos. contribuindo de maneira ímpar para essa pesquisa. à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior . pela disponibilidade em participar da pesquisa de opinião utilizando o método Delphi. às Prefeituras mineiras. por terem permitido a realização da pesquisa em suas Usinas de Triagem e Compostagem. Programa de Pós-graduação em Saneamento. por terem permitido a realização da pesquisa dentro de suas dependências. E por me permitir viver grandes momentos. Agradeço especialmente a Deus. das diversas partes do país. pelo dom da vida. vencer desafios e conhecer pessoas maravilhosas. pelo fornecimento da bolsa de doutorado. aos responsáveis pelas unidades de triagem e compostagem da região metropolitana de Barcelona.aos Professores Mauro Naghettini e Silvia Oliveira. que também foi a única fonte de recurso para a realização dessa pesquisa. aos especialistas em Resíduos Sólidos Urbanos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG ii . Como o IQC foi concebido para uma realidade distinta da mineira. foram necessários ajustes nos indicadores. conseguem desempenhar o papel para o qual foram projetadas. mas representaram satisfatoriamente a realidade para o IDUTC. A etapa do estudo na Espanha consistiu no levantamento de dados sobre o Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona e na visitação de dez diferentes instalações de tratamento de resíduos.RESUMO Popularizadas no Brasil na década de 1990. foi composto o Formulário de Avaliação de UTC. especialmente em municípios de pequeno porte. pelo não favorecimento de seus trabalhadores. Com relação aos parâmetros levantados nas UTC visitadas. com adequação das faixas de enquadramento. Também como subsídio às proposições. que originou o Indicador de Desempenho Operacional de UTC . mas a grande maioria delas apresenta diversos problemas e inadequações operacionais. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG vi . Após a versão inicial. foram analisadas as tecnologias adotadas para a triagem e compostagem no Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona . com realização de cinco entrevistas. No entanto. Programa de Pós-graduação em Saneamento. a partir dos parâmetros do IQC e da experiência de acompanhamento de unidades de MG. impossibilitando a indicação de valores recomendados para futuros projetos. Para verificação das condições das UTC. como são atualmente concebidas. Dentre as sugestões de melhorias para as UTC obtidas dos funcionários de UTC. reduzindo os resíduos aterrados e a poluição ambiental. Assim. a qual já solucionaria grande parte dos problemas apresentados por essas unidades.IDUTC. utilizado pela CETESB. Diante de todos os resultados obtidos na presente pesquisa e das propostas de aperfeiçoamento possíveis de serem feitas considera-se que as UTC. as Usinas de Triagem e Compostagem–UTC têm sido consideradas uma opção para a destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos.IQC. o objetivo da presente pesquisa foi realizar uma análise crítica das UTC a partir da avaliação de dados estruturais/operacionais levantados em campo e dos discursos de trabalhadores de 22 unidades de MG visitadas. A utilização dessas unidades preconiza a valorização dos resíduos. elaborando propostas de aperfeiçoamento. Como proposta maior tem-se a implantação de uma coleta seletiva efetiva. não foi possível identificar tendências e/ou convergências que criassem uma identidade entre as unidades.PMGRM e os discursos de trabalhadores de unidades espanholas. com o reaproveitamento dos recicláveis e a compostagem dos orgânicos. As novas faixas mostraram-se muito rigorosas para o Formulário de Avaliação de UTC. utilizando-se o método Delphi como balizador. que também foram aplicados. além de negligenciarem o fator humano. foi aplicado o Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem . muitas UTC não têm apresentado o desempenho esperado. vale destacar as de implantação de coleta seletiva nos municípios e realização de trabalho de conscientização com a população. To check the conditions of the UTCs. we have the implementation of an effective selective gathering. which originated the UTC Operational Performance Indicator or IDUTC. using the Delphi method as basis. we applied the Composting Plants Quality Index or IQC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG vii . used by CETESB.ABSTRACT Popularized in Brazil in the 1990s. many UTCs have not shown the expected performance. it is worth to highlight the implementing of selective gathering in towns and the carrying out of educational work with the population. with reusing of recyclables and composting of organics. different from Minas Gerais State. the IQC parameters and experience on tracking Minas Gerais units. About the parameters collected in the visited UTCs. The new parameters were considered too strict for the UTC Evaluation Form. The objective of this research was to conduct a critical analysis of the UTCs evaluating structural and operational data collected in the field and from the workers of 22 units visited in Minas Gerais State. The stage of the study in Spain consisted in surveying data about Barcelona’s Metropolitan City Waste Management Program and visiting ten different waste treatment facilities. Among the improvement suggestions to the UTCs made by their employees. and have neglected the human factor. As the IQC is designed for another reality. it was necessary to reset the indicators. Brazil and to make proposals for their improvement. However.PMGRM and the opinions from workers in the Spanish units. we analyzed the technologies adopted for sorting and composting in the Barcelona’s Metropolitan City Waste Management Program . the Sorting and Composting Plants or UTCs have been considered an option for the proper disposal of urban solid waste. Also as a subsidy to the propositions. preventing the indication of recommended values for future projects. as they are currently designed. After the initial release. it was not possible to identify trends and / or convergences that would create a common identity between the units. As a greater proposal. reducing the volume of buried waste and environmental pollution. which already would solve many of the problems presented by these units. Given all the results obtained in the present study and proposed possible improvements to be made it is considered that the UTCs. were also applied. but the vast majority of them presents different problems and operational inadequacies. Programa de Pós-graduação em Saneamento. with the completion of five interviews. The use of these units advocates the recovery of waste. especially in small towns. but have represented well the reality for the IDUTC. it was created the UTC Evaluation Form. adapting the framework ranges. by not favoring their workers. can play the role for which they were designed. .4.............................85 Pesquisa de opinião ......................................................................................3 3..............................................................1 Pesquisa de opinião ...........................................................................1...................... 72 MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................XVII LISTA DE QUADROS........................................................................................................................1...........................................................XIX 1 ITRODUÇÃO......................................................................................Segunda rodada ......................................................................................................1 3............................................................................................................ 49 MÉTODO DELPHI .....................................5 CRUZAMENTO DE DADOS E PROPOSIÇÕES ............................2 3.................................. 61 METODOLOGIA QUALITATIVA: ANÁLISE DE CONTEÚDO E DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO ............. 1 2 OBJETIVOS E HIPÓTESES.1 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES OBJETO DO ESTUDO ............ 19 Unidades de triagem e compostagem no Brasil – trabalho e operação..........................................................................4.............. 63 Análise de Conteúdo..2 Indicador de Desempenho Operacional de Usinas de Triagem e Compostagem .......................2 Objetivos específicos ..............................1 3........................2 HIPÓTESES.................................. 95 5. 21 3.....................................................................................................................4........................ 93 4.................. 47 Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos e de Usinas de Compostagem ....DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO .............................................................1 3..................... 95 5.......... 74 4........1........2 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM ..................... 6 3 REVISÃO DA LITERATURA...............................................4 LEVANTAMENTO DO PROGRAMA METROPOLITANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS MUNICIPAIS ......................89 4..................7 3..................................5 3...3.....................2 3......................... 58 Aplicações do Método Delphi nas áreas de saneamento e meio ambiente ..............................................................Primeira rodada......4 3................ 40 INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL ..............Procedimentos em cada rodada ........................ 8 3.........................Escolha dos painelistas......2 3....2 4............1 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM – CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E CONDIÇÕES OPERACIONAIS 95 5.....................3 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM – CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E CONDIÇÕES OPERACIONAIS .....4........83 Pesquisa de opinião ....................... 83 4...............................................3 Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem....................... 68 CONSIDERAÇÕES GERAIS ..............3....1.......................27 Usinas de Triagem e Compostagem licenciadas em Minas Gerais........................................................................................................................................................ 5 2.6.......................7.....................1 Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem ....... 5 2.......3....1 3................2 O Discurso do Sujeito Coletivo nas Unidades de Barcelona ................................................. 93 4.............................................................. 16 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM ..............3.................................................. 97 Programa de Pós-graduação em Saneamento..................................................7...... 5 2................................................................................ 80 4....3...................................................................................................2..............................8 4 O trabalho..................1 3.Unidade objeto do estudo e escolha dos parâmetros .................... 76 4.................................... 35 Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem...........................4 Pesquisa de opinião ................ Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG viii ................................................. 94 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO . 65 Discurso do Sujeito Coletivo ..........................................................................................2..2..........................................................2..................................................................................21 Trabalho e operação nas UTC brasileiras...........................1 Objetivo Geral ..................................XV LISTA DE TABELAS..............86 Elaboração do Indicador de Desempenho Operacional de UTC – IDUTC ..........1 HISTÓRICO DA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS..................... SIGLAS E SÍMBOLOS.................................. 8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO MUNDO OCIDENTAL ....................................................................................3 3...... 9 SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL E EM MINAS GERAIS ................................. 82 4...........................3 4.............................2........................ a Satisfação no Trabalho e a Qualidade de Vida no Trabalho ..............1................................................................1 4..................................................................2.....................................RECICLAGEM E COMPOSTAGEM.. 78 4. 82 4.1 OBJETIVOS ...............2 Pesquisa de opinião .....................3.1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais............... 74 4........SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS......................................... 5 2.............................5......XI LISTA DE FIGURAS............................................6 3...........3....2 3.....................................1............4........................................................................... ...... 106 5.....................................................................1 Breve histórico da gestão dos resíduos na Região Metropolitana de Barcelona..................7 Considerações acerca das faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco ......................DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO ............................. 100 5.....................................................................................2 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM ............................................................................ 133 5................. 298 8 ....................................................................................................................................... 347 APÊDICE O ......................... 315 APÊDICE D .......................................1.....1............5........................... 340 APÊDICE M ...........................Feedback final....................................................................................................... 230 5.....................................................2 Considerações sobre os Discursos do Sujeito Coletivo dos trabalhadores de UTC ............................................................................................ 333 APÊDICE K .............1..............................................................8 Aplicação do Índice de Qualidade das Usinas de Compostagem – IQC ...................................................................................... 341 APÊDICE ...............................................3..Terceira rodada ......... 292 7 REFERÊCIAS ......................................... 270 5................... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG ix .3..5 Desenvolvimento e aplicação do Indicador de Desempenho Operacional –IDUTC .............................................................................................4 LEVANTAMENTO DO PROGRAMA METROPOLITANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS MUNICIPAIS........4.................................... 323 APÊDICE H ............................................................................................................................................................................6 Considerações acerca dos parâmetros intervenientes no desempenho das UTC.................................DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO ..... 324 APÊDICE I..................3 Pesquisa de opinião .........................1................... 327 APÊDICE J ....................................................................................................................... 319 APÊDICE F............................. 129 5..............................................................................................5 CRUZAMENTO DE DADOS E PROPOSIÇÕES ................................................................................................2 Considerações sobre os Discursos do Sujeito Coletivo dos trabalhadores de Barcelona ................................ 285 6 COCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES ...................... 335 APÊDICE L............ 313 APÊDICE C ................................................................................................. 109 5.....................................................2 O Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona................................................ 317 APÊDICE E....... 230 5........................................................................................................ 354 Programa de Pós-graduação em Saneamento.............................................4 Pesquisa de opinião .....................................................4......................................................................................1................ 114 5............................................2................... 233 5..........................1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais........ 270 5.......3 UNIDADES DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE BARCELONA ..............................1............................................................... 321 APÊDICE G ................................. 270 5................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 103 5...................................................................................................................... 271 5..................................................................................................1.................... 349 APÊDICE P............................................................................................................................................................................1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas Unidades de Barcelona ................................................................................APÊDICES.......................................... 311 APÊDICE B .......................................................2................................................. 102 5........................................9 Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem............ 111 5............. 311 APÊDICE A ................................ ........ 367 9 .................. 370 Programa de Pós-graduação em Saneamento............................................ 356 APÊDICE R .. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG x ....APÊDICE Q ................................................................................................................................................ 368 AEXO A...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 363 APÊDICE T.......................................................................................................................................................... 358 APÊDICE S .........................................................................................................AEXO .... Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais COPASA .Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental COEP/UFMG .Comissão Nacional de Ética em Pesquisa/Ministério da Saúde COOPROREM .Comitê de Ética em Pesquisa CETESB .Anotação de Responsabilidade Técnica ASF4 – Alto São Francisco 4 BDMG .Expressões-Chave FEAM .Comitê de Ética em Pesquisa/Universidade Federal de Minas Gerais CONEP/MS .LISTA DE ABREVIATURAS.Centro de Recursos para a Ecologia Social CSRs .Alumínio Brasileiro S.Companhia de Saneamento de Minas Gerais CRES .Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho CEP . SIGLAS E SÍMBOLOS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas AC – Análise do Conteúdo ALBRAS . ALC – América Latina e Caribe An – Ancoragem ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART .Fundação Estadual de Meio Ambiente Programa de Pós-graduação em Saneamento.Centrais de Separação de Recicláveis DSC – Discurso do Sujeito Coletivo EC .A.Cooperativa de Produção e Reciclagem do Moju/PA COPAM .Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BNDES . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xi . Índice de Qualidade da Água IQAB .Laboratório de Engenharia Sanitária LM1 .Norte de Minas 1 ONG – Organização não-governamental PAC – Programa de Aceleração do Crescimento Programa de Pós-graduação em Saneamento.Índice de Qualidade da Estação de Tratamento de Água IQR .Indicador de Desempenho Operacional de UTC IQA .Jequitinhonha 2 JQ3 .Índice de Qualidade de Aterros em Valas JQ1 .Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem IQETA .Leste de Minas 3 LM4 .Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IDUTC .Leste de Minas 4 MRF .Leste de Minas 1 LM2 .Jequitinhonha 1 JQ2 .Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos IQR Valas .Leste de Minas 2 LM3 .Instrumentos de Análise do Discurso IC .FUNASA .Idéia Central ICMS .Jequitinhonha 3 LESA . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xii .Índice de Qualidade da Água Bruta IQC .Fundação Nacional de Saúde IAD .Materials Recovery Facilities MS – Ministério da Saúde NM1 . Política Nacional de Meio Ambiente PNPS .Política Nacional de Recursos Hídricos PNRS .Política Nacional de Resíduos Sólidos PNSB – Programa Nacional de Saneamento Básico PROSAB .Sul de Minas 4 SMARH .Resolução da Diretoria Colegiada RMB – Região Metropolitana de Barcelona RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte RSU – Resíduos sólidos urbanos SEMAD . Los Angeles Programa de Pós-graduação em Saneamento.Sul de Minas 2 SM3 .Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PT1 – Pré-teste 1 PT2 – Pré-teste 2 QVT – Qualidade de Vida no Trabalho RC2 – Região Central 2 RC3 – Região Central 3 RDC .Sul de Minas 1 SM2 .Saneamento.Sul de Minas 3 SM4 .Política Nacional de Promoção da Saúde PNRH .Secretaria de Defesa Agropecuária SM1 .Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SDA . Meio Ambiente e Recurso Hídricos SUPRAMs – Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável UCLA . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xiii .University of California.PMGRM – Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais PNMA . Zona da Mata 3 ZM4 .UFV .Zona da Mata 1 ZM2 .Zona da Mata 2 ZM3 .Zona da Mata 4 Programa de Pós-graduação em Saneamento.Unidade de Reciclagem e Compostagem UTC – Usina de Triagem e Compostagem ZM1 . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xiv .Universidade Federal de Viçosa URC . .... 95 Figura 5........8 – Questionário para a determinação do IDUTC.........................17 – Prinicipais partes da Unidade de Triagem de Molins de Rei – Vista externa da unidade (a)................................................................................................Vista interna geral...............Fluxograma – Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais........ ........... ............ 103 Figura 5....... ....5 – Fragmento do questionário enviado na segunda rodada.................... Separação manual 2 (e)........................................... 274 Figura 5. 275 Figura 5...................................... 69 Figura 4...............................................................1997 .9 – Possibilidades de reunião de pensamentos em discursos.................Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC.........................................................................6 – Fragmento do formulário enviado na terceira rodada.....................12 – Rejeitos embalados sendo encaminhados para disposição em aterro sanitário...........2008 ... ............................... 52 Figura 3........................................... 277 Figura 5..5 – Fragmento do feedback enviado na terceira rodada....... ............2 ..3 – Fragmento do questionário respondido na segunda rodada............7 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (Nova Proposta) no estado de São Paulo – IQR .......... 280 Figura 5.......... .4 – Questionário padrão ........................... 84 Figura 4...................... 86 Figura 4....................Vista interna geral...LISTA DE FIGURAS Figura 3.................................3 – Fluxograma ......5 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos no estado de São Paulo – IQR ........................ Peneira rotativa (d)....................................................................................... 87 Figura 4...... 52 Figura 3......................15 – “Ponto Verde” ou “ Deixalleria” de Sant Feliu de Llobregat...............16 – Planta de Triaje de Molins de Rei ........... 104 Figura 5. 276 Figura 5.................... Separação manual 1 (c).. 281 Figura 5..................................... .......................................................................... ........ Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xv ...... ........................ Recepção (b).....................2 – Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na primeira rodada.... . 79 Figura 4.......... 100 Figura 5................................. 100 Figura 5...............9 – Coleta seletiva na RMB – Coleta em superfície com separação por cinco coletores distintos.................................................... ..Pesquisa de opinião – método Delphi.........7 – Fragmento do formulário enviado no feedback final da pesquisa..... .......... 98 Figura 5.......................11 – Instalações de tratamento de resíduos da RMB..............13 – Ecoparques da Região Metropolitana de Barcelona – (a) Ecoparque de Barcelona....................................................................2 – Proposta de organização de galpão de triagem................................. 75 Figura 4............................................. 64 Figura 3....................................... 38 Figura 3...................... Prensa (f).............. ... (b) Unidade de Mollins de Rei e (c) Unidade de Torrelles de Llobregat........... ........................................2006 .........................2011 ..... 278 Figura 5.... 97 Figura 5.....................8 – Diferenças de abordagem das pesquisas com métodos quantitativos e qualitativos.......6 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos no estado de São Paulo – IQR ........................4 – Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na segunda rodada .... (b) Ecoparque de Montcada y Reixac e (c) Ecoparque do Mediterrâneo............. ..............10 – Coleta seletiva na RMB – Local de armazenamento de coletores................................................. ........1 – Fragmento do questionário respondido na primeira rodada............... ...................................1 – Usinas de Triagem e Compostagem licenciadas em MG ............................ 282 Programa de Pós-graduação em Saneamento. 101 Figura 5.............. 45 Figura 3... 51 Figura 3.....................................6 – Fragmento do formulário avaliado na terceira rodada...1 – Principais unidades de uma UTC.......................14 – Unidades exclusivamente de triagem e seleção da Região Metrotpolitana de Barcelona – (a) Unidade de Gavà-Viladecans.......................4 – Fragmento do questionário enviado na primeira rodada........ 53 Figura 3................ 43 Figura 3............. 279 Figura 5....................................3 – Constituição do galpão de triagem.......... 276 Figura 5.18 – Planta de Triaje de Torrelles de Lobregat ........................... 89 Figura 5... ............. Área de maturação (e) e Afinamento (f)...... Revolvedora (c)..Figura 5.......... Peneira (d)........ Área de fermentação (b)...................... 284 Programa de Pós-graduação em Saneamento.... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xvi .19 – Prinicipais partes da Unidade de Triagem de Torrelles de Lobregat – Vista externa da unidade Triturador (a).............. ....................................................................8 .................................. 44 Tabela 3...............................Propriedades do trabalho ............... 91 Tabela 5.............. ..................................................................................................................... 17 Tabela 3................................................................................................19 ................... 46 Tabela 3.. ...........................................................................................................18 – Valores do Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem em 2007 e 2011...... 46 Tabela 3....................................1 – Destinação dos RSU – Porcentagem de distritos e de resíduos.... 46 Tabela 3................. ................................................................................................Áreas do empreendimento – UTC de Moju -PA ....9 ... 18 Tabela 3.......17 – Enquadramento das condições das instalações de tratamento/destinação final dos RSU em função do IQR...................................Valores atribuídos a cada item de análise do IQC e classificação final para as UTC com incentivos do ICMS Ecológico de Minas Gerais – 2003.. 44 Tabela 3........... 55 Tabela 3......6 – Comparativo dos valores de índice/indicadores e classificação das unidades estudadas.................... 115 Tabela 5.......... 41 Tabela 3....Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC mineiras visitadas............2006.......1 – Perfil dos painelistas participantes da pesquisa de opinião quanto à área de atuação ................7 – Principais características dos modelos de URC – LESA/UFV........................16 – Enquadramento das condições das instalações de tratamento/destinação final dos RSU em função do IQR.....Valores atribuídos a cada item de análise do IQC e classificação das UTC estudadas...........................................2 – Perfil dos painelistas participantes da pesquisa de opinião quanto à graduação 96 Tabela 5.................................................................4 – Usina de Triagem e Compostagem licenciadas em MG .....15 – Recomendações para dimensionamento das instalações de apoio de galpão de triagem .....7 .............................................................................................. 41 Tabela 3.................................6 – Dimensões de mesa para separação de resíduos – municípios até 10.................4 – Novas faixas de enquadramento – Formulário de Avaliação de UTC e IDUTC .........12 – Área estimada e equipamentos previstos para alternativas de galpão de triagem adotadas no PAC ..........1 – Perfil dos painelistas selecionados para a pesquisa de opinião............................................ 54 Tabela 3................3 .............. 56 Tabela 4.....................LISTA DE TABELAS Tabela 3.............13 – Parâmetros de dimensionamento das equipes de trabalho de galpão de triagem ............................................20 ................................... 113 Tabela 5............. 112 Tabela 5..Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “adequadas”................................... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xvii .............................5 .....Modelo LESA URC A1 42 Tabela 3.. ......................... 85 Tabela 4................................................................................................................... IQR Valas e IQC..........................5 – Principais características da central de triagem e compostagem de Arapongas – PR ...................................................................8 – Características da URC de Santo Antônio do Retiro ...........................................Variação dos pesos dos parâmetros componentes do IQC .............. .......................14 – Equipamentos recomendados para galpão de triagem ................ 90 Tabela 4...................10 – Parâmetros de projeto para mesa de galpões de triagem de materiais recicláveis... IQR Valas “Nova Proposta”....................000 habitantes ................................................................... 49 Tabela 3............................. .................. 96 Tabela 5.......................................................................................................3 – Enquadramento das condições das UTC – IDUTC ...........................2 – Evolução da situação da disposição final dos RSU em Minas Gerais................................................................................................................11 – Referência para dimensionamento de galpões de triagem de materiais recicláveis............................ 45 Tabela 3....................................... 24 Tabela 3........ 40 Tabela 3.............. 50 Tabela 3. 110 Tabela 5.... 123 Programa de Pós-graduação em Saneamento........ 42 Tabela 3.... ...... 36 Tabela 3.2 – Enquadramento das condições das UTC – Formulário de Avaliação de UTC.. ......................................... ...................... 125 Tabela 5....................................................Tabela 5.. 131 Tabela 5............. ... ........ 232 Programa de Pós-graduação em Saneamento........10............................... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xviii ...................Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “inadequadas”....................Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “regulares”................................12 – Informações gerais sobre os funcionários de unidades de tratamento de resíduos entrevistados.... ......................... 127 Tabela 5......9 ......................................................................................11 – Informações gerais sobre os funcionários de UTC entrevistados. .3 – Perguntas e Idéias centrais do Tema 2 – Unidades da RMB......................74 Quadro 5.........................74 Quadro 4....LISTA DE QUADROS Quadro 3...........................1 .130 Quadro 5.....................229 Quadro 5............1 – Cronologia da gestão dos resíduos sólidos urbano...........8 Quadro 4.................Instrumento de Análise de Discurso 2 – IAD2.......246 Quadro 5...4 – Perguntas e Idéias centrais do Tema 2 – Unidades da RMB.5 – Coleta seletiva na RMB – classificação em relação às frações recolhidas...Instrumento de Análise de Discurso 1 – IAD1........................................268 Programa de Pós-graduação em Saneamento..1 – Perguntas e Idéias centrais do Tema 1 – UTC de Minas Gerais..........2 – Perguntas e Idéias centrais do Tema 2 – UTC de Minas Gerais..................163 Quadro 5.......2 ................. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG xix ..... mas o entusiasmo é o motor de arranque.” (Ivern Ball) .INTRODUÇÃO “O conhecimento é a energia.1 . . 2006). observa-se a implantação de UTC sem programa efetivo de coleta seletiva nos municípios e a operação inadequada das valas/aterro de rejeitos. que foram realizadas no Brasil e na Espanha. PESSIN et al. 2004.al. já que o reaproveitamento dos materiais recicláveis e a compostagem da parcela orgânica acarretaria geração de renda e a redução da quantidade de resíduos a ser aterrada. Realizou-se uma análise crítica das Usinas de Triagem e Compostagem do ponto de vista operacional a partir de dados levantados em campo e dos discursos de trabalhadores de unidades de Minas Gerais. potencialmente insalubres e historicamente imersos em preconceitos. da economia de energia e da redução da poluição ambiental. Além disso. o fator humano parece ter sido negligenciado. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 1 . buscando-se verificar as lacunas e propor alternativas para aperfeiçoá-las. com baixo aproveitamento dos materiais recicláveis. além da conservação dos recursos naturais. foram analisadas criticamente as tecnologias adotadas para a triagem e compostagem na Programa de Pós-graduação em Saneamento. uma vez que a solução para destinação adequada de resíduos sólidos urbanos “Usina de Triagem e Compostagem” não privilegia os indivíduos que nela trabalham e prestam um importante serviço à sociedade lidando diretamente com esses resíduos. Percebe-se que a semântica negativa atribuída ao “lixo” e o seu significado social interferem no processo de construção de uma identidade profissional e da auto-estima daqueles atores que trabalham junto dele (CARMO et. No entanto.. A utilização dessas unidades preconiza a valorização dos resíduos. as Usinas de Triagem e Compostagem – UTC têm sido consideradas uma opção para a destinação adequada dos resíduos sólidos urbanos. 2007). especialmente em municípios de pequeno porte (CATAPRETA. grande quantidade de inertes na compostagem e elevada porcentagem de rejeitos encaminhados para a disposição final (BARBOSA.1 INTRODUÇÃO Utilizadas no Brasil desde o final da década de 1960 e com implantação popularizada nos anos 90. Também como subsídio à elaboração de propostas de aperfeiçoamento das UTC.. essas unidades não têm obtido a eficiência operacional esperada. 2004). Ao mesmo tempo. A presente investigação aconteceu em duas etapas. PMGRM. Meio Ambiente e Recurso Hídricos – SMARH que utilizaram a metodologia qualitativa como ferramenta. Em agosto de 2010. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 2 . Além disso. A Espanha aderiu à União Européia em 1986 e desde então o país tem buscado aperfeiçoar seu sistema de gestão dos resíduos sólidos urbanos para adequar-se à rígida legislação ambiental a que está submetida. o tratamento. implantado desde 1997. a prevenção e a redução da geração. Programa de Pós-graduação em Saneamento. operacionais e de recursos humanos das UTC e a experiência prévia de observação e acompanhamento dessas unidades. o que pode propiciar a identificação de soluções utilizadas na gestão dos resíduos a serem aproveitadas para a realidade de países em desenvolvimento. que são a não-geração. A inclusão dos dois países na realização desse trabalho se justifica uma vez que o estado de Minas Gerais promulgou em janeiro de 2009 a Lei 18. Como relevante exemplo dessas iniciativas. que estipula metas e prazos a serem cumpridos. após 21 anos de discussões e tramitação.Região Metropolitana de Barcelona . a Espanha representa uma importante referência para a América Latina e passou por grande desenvolvimento especialmente nas últimas décadas. baseada no mesmo princípio da hierarquia preconizado pelas Diretivas da União Européia e adotado por seus estados membros. a reciclagem. tem-se o Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona . a destinação final ambientalmente adequada e a valorização dos resíduos sólidos. a reutilização e o reaproveitamento. também foi aprovada e regulamentada no Congresso Nacional. que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e apresenta semelhanças com as Diretivas da União Européia.RMB e os discursos de trabalhadores que executam esses processos. a Lei 12. Os pontos de partida para a realização desse trabalho foram as pesquisas do Programa de PósGraduação em Saneamento. como é o caso do Brasil. os estudos que indicaram deficiências econômicas.305/2010. com constatação das dificuldades operacionais e ocupacionais enfrentadas.031/2009. que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos. p. a Revisão da Literatura. que é citado por Bauman (2009). incluindo as etapas brasileira e espanhola da pesquisa. suas impressões e sugestões acerca da infra-estrutura que lhe é oferecida. para a qualidade de vida da humanidade. não se esqueça do seu mais nobre sentido: concentrar seus esforços e dirigir seu olhar.” Este trabalho está dividido em nove capítulos: a presente Introdução. “Com esse estudo deseja-se também que a academia. Para que um projeto de engenharia sanitária e ambiental. primordialmente. onde se buscou resgatar os principais conceitos sobre o tema. o Material e Programa de Pós-graduação em Saneamento. Essa lacuna pode ser confirmada uma vez que não há normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas . 211).ABNT que versem sobre o projeto ou operação dessas unidades. “o problema da condição contemporânea de nossa civilização moderna é que ela parou de questionar-se”. Também não foram localizados registros sobre a avaliação da influência da postura e da atitude do funcionário sobre a qualidade do serviço prestado ou na eficiência da operação dessas unidades. Segundo Castoríadis (s/d). que pesquisa as diferentes técnicas e instrumentos sustentadores do desenvolvimento cultural e socioeconômico da sociedade contemporânea. com a apresentação do estudo. seja ele qual for. não é suficiente obedecer apenas aos requisitos técnicos. seu papel na sociedade.A originalidade do trabalho foi verificada uma vez que não se encontraram registros na literatura relativos ao “olhar” do funcionário das UTC sobre o seu trabalho. os Objetivos e Hipóteses. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 3 . De maneira semelhante ao citado por Silva (2007. O autor prossegue afirmando que “questionar as premissas supostamente inquestionáveis do nosso modo de vida é provavelmente o serviço mais urgente que devemos prestar aos nossos companheiros humanos e a nós mesmos” e alerta ainda que “o preço do silêncio é pago na dura moeda corrente do sofrimento humano”. Recomendações de valores para parâmetros estruturais a serem adotados no projeto dessas unidades também são encontradas raramente e de maneira esparsa. atenda à população com qualidade e atuando na promoção da saúde. os princípios metodológicos a serem utilizados e alguns trabalhos já executados. as Conclusões e Recomendações a que se chegou a partir dos achados e impressões desse estudo. no Brasil e no exterior. Programa de Pós-graduação em Saneamento. os Resultados e Discussão. as Referências. os Apêndices. que dão suporte à metodologia utilizada e o Anexo. onde se apresenta o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa/UFMG.Métodos. utilizadas no embasamento da pesquisa. com o detalhamento dos passos da realização do estudo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 4 . onde se mostra e explora as constatações realizadas. ” (Mário Quintana) . mas de estarmos abertos para todas as perguntas. não2deriva de termos respostas para tudo.2 – OBJETIVOS E HIPÓTESES “A confiança tal como a arte. . IDUTC. Também como subsídio às proposições de aperfeiçoamento das UTC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 5 . à coleta seletiva e ao seu trabalho. • Verificar a percepção de funcionários de unidades espanholas de triagem de materiais recicláveis e de compostagem em relação aos RSU. • Calcular o IDUTC para unidades em funcionamento no estado de Minas Gerais. • Verificar as potencialidades dos processos e unidades do PMGRM relacionadas à triagem e compostagem.1 Objetivos 2.1. utilizando-se o método Delphi como balizador. • Realizar um levantamento de parâmetros estruturais/operacionais de UTC de Minas Gerais em funcionamento e analisá-los criticamente. • Calcular o Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC para unidades em funcionamento no estado de Minas Gerais. 2. elaborando propostas de aperfeiçoamento.1 Objetivo Geral A presente pesquisa tem por objetivo realizar uma análise crítica das Usinas de Triagem e Compostagem a partir de avaliação de dados estruturais/operacionais que foram levantados em campo e dos discursos de trabalhadores de unidades em funcionamento no estado de Minas Gerais. • Propor um Indicador de Desempenho Operacional de UTC . Programa de Pós-graduação em Saneamento. com vistas ao aperfeiçoamento das UTC brasileiras. a partir os parâmetros do IQC e da experiência prática de verificação e acompanhamento dessas unidades. foram analisadas as tecnologias adotadas para a triagem e compostagem no PMGRM de Barcelona e os discursos de trabalhadores das unidades espanholas.1.2 OBJETIVOS E HIPÓTESES 2.2 • Objetivos específicos Verificar a percepção de funcionários de UTC em relação aos RSU. e observar os reflexos dessas verificações na eficiência das unidades. à coleta seletiva e ao seu trabalho. é necessário ter-se um indicador do desempenho operacional adequado para essas unidades. • Os trabalhadores se sentem desvalorizados e discriminados por trabalharem nas UTC.• Analisar criticamente se as UTC devem ser consideradas ou não como destinação adequada dos RSU urbanos de acordo com os moldes atuais. • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é bastante facilitado pela existência de coleta seletiva efetiva. propiciando a identificação de soluções utilizadas na gestão dos resíduos que podem ser aproveitadas para a realidade de países em desenvolvimento. não oferecendo condições ambientais e ocupacionais ao trabalhador e inclusive apresentando algumas características semelhantes ao trabalho nos “lixões”. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 6 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. • O IQC pode ser utilizado para avaliar as UTC de Minas Gerais. • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é considerado como outro qualquer. • As UTC com adequado desempenho operacional podem ser base para recomendações de valores de parâmetros estruturais a serem adotados no projeto das UTC. por ter sido concebido para uma realidade distinta da mineira. • Diante da expansão das UTC no estado de Minas Gerais. embora com restrições. • A Espanha representa uma importante referência para a América Latina. • O trabalho nas UTC é insalubre. 2. • Propor alterações na forma como a UTC é atualmente concebida. que lidam diretamente com os resíduos. quase sempre misturados. a partir dos levantamentos nas UTC e das constatações realizadas sobre a realidade espanhola.2 Hipóteses • As UTC não têm privilegiado os trabalhadores. como é o caso do Brasil. permitindo a reciclagem de parte dos materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 7 . • As UTC conseguem desempenhar o papel para o qual foram projetadas. Programa de Pós-graduação em Saneamento. mas a grande maioria delas apresenta diversos problemas e inadequações operacionais.• Os trabalhadores não se sentem desvalorizados e/ou discriminados por trabalharem nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 8 .Programa de Pós-graduação em Saneamento. 3 – REVISÃO DA LITERATURA 3 recolhe “Sábio é aquele que a sabedoria dos demais.” (Juan Guerra Cáceres) . Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 7 . Há 10. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 8 . diversas medidas tiveram que ser tomadas na tentativa de controlar esse problema e essas foram se tornando mais complexas com o aumento da produção e do consumo.1 Histórico da gestão dos resíduos sólidos urbanos Os resíduos são subprodutos das mais diversas atividades humanas e por elas sempre foram produzidos. Em Knossos. Tem início a agricultura. os ossos e Há mais de resíduos de animais eram depositados no solo para enriquecê-lo. No Reino Unido. depositados e cobertos com terra.C.1 – Cronologia da gestão dos resíduos sólidos urbanos Ano Acontecimento Homem caçador e coletor. Observa-se no Quadro 3. No entanto. uma lei é promulgada exigindo que fossem mantidas limpas as frentes das casas. aumentando o problema. A gestão dos resíduos é muito simples.000 a. O governo de Atenas abre o primeiro aterro municipal.000 a. é utilizado como fertilizante. Programa de Pós-graduação em Saneamento. principalmente devido ao crescimento da população e às mudanças no modo de vida da humanidade. Creta.000 a. Em Londres. No 1297 entanto. Como a população era pequena e dispersa. A “Peste Negra”. os resíduos são queimados em fogueiras fora das casas ou são jogados nas ruas. as pessoas não se preocuparam em cumpri-la. mata cerca da 1348-1349 metade da população da Europa. formando núcleos nos centros das cidades. o que fazer com eles tornou-se um problema que tem se intensificado ao longo da história. os resíduos não eram um problema. ao longo da cronologia da gestão dos resíduos sólidos urbanos. tratava-se de fossas onde os resíduos eram 3. ocasionada pelas péssimas condições de higiene das cidades. Enrique IV estabelece que os resíduos devam permanecer dentro de casa até que 1408 os varredores de ruas passassem para levá-los para as fossas. Os utensílios que podem ser consertados continuam sendo utilizados. Na Europa. os animais são alimentados com restos de vegetais e o esterco 500 a. as cinzas do fogo. as ferramentas e utensílios que 10. Quadro 3.C. a uma milha da cidade.C. Os Século XIII resíduos e os esgotos são jogados nas ruas . não tinham mais utilidade eram abandonadas quando as tribos se deslocavam. começa a funcionar um “aterro”. O reuso e a reciclagem são comuns.1 que. os sanitários são construídos fora de casa e a comida estragada bloqueia a drenagem.3 REVISÃO DA LITERATURA 3. Os comércios se agrupam.C. Ano Acontecimento Tem início a Revolução Industrial. Isso tem afetado as possibilidades de consumo. ainda que durante as guerras sejam fomentadas a reutilização e a reciclagem. A Ata de Saúde Pública atribui às autoridades locais a responsabilidade da remoção e disposição 1875 dos resíduos. A partir do advento da Revolução Industrial. 3.B. Os métodos tradicionais de disposição. A revolução das Início do Século XX embalagens começa a crescer e prolifera a cultura dos descartáveis. Paradoxalmente. a Ata de Saúde Pública inicia o processo de regularização dos resíduos. No Reino Unido. produzia vapor para gerar 1874 eletricidade. onde as ruas estão cheias de pilhas de resíduos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 9 . Nesta época se retirava dos resíduos alguns materiais magnéticos e garrafas. ao encherse. Os produtos são projetados para uma pequena vida útil e as embalagens aumentam. economizar energia e conservar os recursos. a aplicação cada vez maior de tecnologias tem alterado o sistema de produção. A 1848 solução foi retirá-los das habitações e armazená-los em montes dentro de buracos que. Até então as embalagens são mínimas e são poucas as coisas descartáveis. como Século XVIII alimentar os animais.reciclagem e compostagem A destinação dos RSU tem merecido especial atenção em diversos países. É publicado “A Eliminação dos Resíduos Municipais”.2 Gestão de resíduos sólidos urbanos no mundo ocidental . Parsons. a agricultura e o processamento de alimentos. Surge a sociedade de consumo e a produção incrementa-se. o consumo aumenta e as pessoas emigram para as cidades. a segunda metade do século XX também trouxe consigo um aumento paulatino da preocupação sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. ao queimá-lo. É projetado o primeiro “destruidor” de resíduo que. Os bens são produzidos a preços mais baixos. Os catadores começam a proliferar. a organização do trabalho e os tipos de produtos disponíveis no mercado. Então surge a gestão integrada de resíduos sólidos urbanos. criando novos resíduos e novos problemas. tendo nos resíduos uma forma de vida. Tchobanoglous et al. Fonte: Adaptado de Güereca (2006). aumentando a distribuição de mercadorias. a extração de materiais não renováveis. que foi o primeiro livro 1906 que tratava exclusivamente sobre o tema de resíduos sólidos. de H. Programa de Pós-graduação em Saneamento. já que comercializavam os materiais que encontravam. com compras constantes. já não são possíveis nas cidades. os processos de fabricação. eram esvaziados e os resíduos transportados em carroças de cavalos até os brejos. Cada uma delas gerando seus próprios resíduos. (1993). A comercialização de produtos em latas de alumínio e plástico cresce e para atender a demanda Segunda metade do Século XX incrementa-se a fabricação de embalagens. No Reino Unido se incentivava as pessoas a queimar em casa seus resíduos com o slogan 1930 “Queime o seu lixo – Reduza seus ratos”. devido à falta de áreas disponíveis. em 1994. e suas subsequentes. apresentando baixo consumo energético em comparação ao insumo virgem. especialmente nos centros urbanos. de 1986. os resultados têm sido positivos embora alguns críticos indiquem que o custo real do material recuperado é elevado e que empresas de reciclagem pagam preços subsidiados (ACURIO et al. expressa especialmente na Diretiva Marco 75/442/CEE e nas Diretivas 1999/31/CE. a reciclagem/reuso/valorização dos resíduos. contabilizado com base na análise do ciclo de vida. a reciclagem viabiliza ainda a conservação da energia (OLIVEIRA. 1998).. cujos objetivos foram estabelecidos pela Lei de Minimização e Eliminação de resíduos. ampliando a responsabilidade do fabricante a todo o ciclo de vida do produto e Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 10 . A política de gerenciamento de resíduos sólidos adotada pela União Européia. É nesse contexto que se percebe a intensidade das transformações ocorridas nas quantidades e composição dos resíduos sólidos gerados. Por utilizar os resíduos como insumo. 94/62/CE e 2008/98/CE relativas aos aterros sanitários. 2003). com aproveitamento energético. (1998). Essa lei foi substituída pela Lei de Economia de Ciclo Integral e Gestão de Resíduos. A reciclagem também é adotada nesses países e o método mais comumente utilizado é a separação dos recicláveis nas residências. O país partiu de uma política que previa a coleta dos resíduos gerados e sua simples deposição para a aplicação de princípios para evitar a geração e valorizar os resíduos antes de sua eliminação. porque esses processos de tratamento podem ser competitivos mesmo quando se utiliza uma tecnologia mais avançada. A Alemanha é pioneira na preocupação com a questão dos resíduos sólidos e na adoção de medidas para equacioná-la. Segundo Acurio et al. Seguindo esses mesmos princípios. cada país membro e suas respectivas comunidades autônomas devem editar legislações que busquem o cumprimento das determinações (metas e prazos) da organização internacional. às embalagens e aos resíduos. 2000). a incineração/tratamento biológico/aproveitamento energético e só então a disposição em aterros sanitários. muitos países desenvolvidos têm adotado a incineração e a compostagem para a destinação final dos RSU. priorizam a prevenção/minimização do uso de matérias primas. seu custo elevado ou à legislação ambiental restritiva. Em locais onde se observa participação ativa da sociedade civil e de nível educacional elevado.diversificando os lugares de comércio e a forma como se compra e adquirem bens e serviços (LUNA. aterro sanitário e aterro sanitário de resíduos especiais. desde julho/2002. Segundo Güereca (2006). 2011a). 2005). sendo eles coleta (seletiva. a responsabilidade pela eliminação de embalagens resultante do consumo doméstico de produtos é atribuída às empresas embaladoras desde 1992. Em relação às instalações de coleta. uma unidade de tratamento de volumosos. duas unidades de restauração Programa de Pós-graduação em Saneamento. antes de iniciar a produção e ainda na etapa de projeto. tratamento e disposição final de resíduos. (EMA. a RMB conta com três Ecoparques. por meio da reciclagem ou da produção de energia. pode-se citar a experiência do Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona. de têxteis e de vidro). Segundo Borner e Klöpping (2003). a desmontagem e a conservação do valor dos materiais. reciclagem (de alumínio. A manutenção dos volumes de resíduos sólidos urbanos apesar do aumento do consumo comprova que o sistema de economia de ciclo fechado tem obtido êxito. Já na França. tratamentos biológicos (fabricação de composto e metanização). Outros princípios da política francesa em relação aos resíduos sólidos urbanos que se deve destacar são valorizar os resíduos pela reutilização. através do fomento à prevenção e à segregação. transferência. três unidades de triagem ou seleção. o sistema de ciclo. de ferrosos. reciclagem ou qualquer outra ação por meio da qual se possa obter energia ou materiais a partir dos resíduos e não admitir resíduos valorizáveis nas instalações de disposição. Na Espanha. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 11 . seleção (geral e de embalagens leves). de plásticos. deve-se determinar o tratamento e o tipo de eliminação que serão dados aos resíduos. a responsabilidade do fabricante sobre o produto significa que. tratamentos térmicos (incineração). aprovado em 1997 com os objetivos principais de potencializar a eficiência da redução de resíduos na origem. de tijolos. os resíduos não evitáveis devem ser valorizados. e de tratar adequadamente os resíduos que forem gerados. de papel e papelão. e os resíduos não valorizáveis devem ser eliminados de maneira ambientalmente compatível (JURAS. uma unidade de recuperação energética.determinando a seguinte cadeia: deve-se evitar a geração de resíduos. esse programa é composto por subsistemas que representam o fluxo dos resíduos entre as tecnologias de tratamento. segundo Juras (2005). três unidades de compostagem. em “Pontos Verdes” e não seletiva). sendo os últimos dispostos em aterros sanitários. Já as unidades exclusivamente de triagem e seleção ou de compostagem. No Reino Unido e nos Estados Unidos. quarenta pontos de entrega denominados “Pontos Verdes”. que recebem os RSU secos e úmidos misturados. São utilizados sistemas de transporte. rompedores de sacos.de rejeito embalados. seleção manual e outras técnicas de classificação. os resíduos de poda e jardinagem por um processo biológico para gerar o composto. já não havia Programa de Pós-graduação em Saneamento. sendo que o restante necessita de um processamento adicional ou é eliminado. Em unidades mais avançadas. e dois aterros sanitários. mecânicos. ímãs e rotores de corrente eletromagnética para resíduos metálicos ferrosos ou não. Além de realizar a triagem e seleção de materiais. a compostagem em reator ou o reaproveitamento como combustível devido ao elevado poder calorífico. para selecionar os resíduos em suas diversas frações. no ano de 2007. Essas unidades geralmente recuperam de 10% a 15% dos materiais recicláveis. nestas instalações valorizam-se as frações RESTA (resto que sobra depois da coleta seletiva e rejeito das unidades de tratamento) e orgânica através de tratamento mecânico biológico. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 12 . O processo apresenta uma separação menos eficiente e obtém recicláveis com qualidade inferior devido à contaminação pela matéria orgânica. telas ou tambores para a separação dos resíduos de diversos tamanhos. uma unidade de transferência. As Dirty MRF não tiveram sucesso no Reino Unido devido à baixa qualidade dos recicláveis que geravam e. com a qual se realiza a digestão anaeróbia. as unidades de recuperação de resíduos recicláveis são denominadas MRF (Materials Recovery Facilities) e podem se enquadras em duas modalidades: “Clean” e “Dirty”. o que causa impactos na renda gerada pela unidade. sendo um em funcionamento e um fechado desde 2006 (EMA. magnéticos e tratam a matéria orgânica recolhida seletivamente. combinam técnicas de seleção e classificação de materiais recicláveis e não recicláveis. As Dirty MRF (MRF Sujas). como os classificadores a ar. separam diversos materiais dos resíduos utilizando processos manuais. é ainda separada a parcela biodegradável. 2011b). Os Ecoparques são complexos de tratamento que reúnem num mesmo local várias instalações para valorizar os diversos tipos de resíduos. respectivamente. 1991). que tornam impossível a simples classificação e separação manual. 2007a) Já as Clean MRF (MRF Limpas) recebem somente os RSU secos separados na fonte e utilizam técnicas mecânicas de separação para seleção dos materiais recicláveis. dependendo das tecnologias e dos equipamentos adotados. e separação pela cor.nenhuma unidade em funcionamento na Inglaterra. 350kg a 660kg serão de não recicláveis encaminhados para os aterros sanitários ou para o reaproveitamento como combustível e 50kg serão certamente encaminhados para os aterros sanitários. Estima-se que de cada tonelada de material recebido. (ENVIROS. A maioria do maquinário utilizado nessas duas modalidades de unidades foram adaptada das operações de mineração e ganharam novos usos. Estima-se que de cada tonelada de material recebido nessas unidades. sendo que poucas ainda operam na Escócia. além de problemas de saúde para a equipe de funcionários da esteira de separação. 250kg a 400kg serão encaminhados para o tratamento biológico. separação pelo tamanho e pela forma. Para separação são utilizadas telas de classificação. Os materiais recicláveis selecionados são prensados em fardos para posterior transporte para o reprocessador. esse sistema apresenta entre outras desvantagens a dependência dos tipos de materiais que chegarão à unidade. 800kg a 970kg serão de recicláveis e 30kg a 200kg serão a fração de rejeitos encaminhada para os aterros sanitários. 2007b. eles permitem produtividade elevada e a seleção exata de acordo com as características físicas do material: separação por características eletromagnéticas. que fará parte do processo. esse sistema apresenta entre outras desvantagens a geração potencial de poeira e maus odores. além da seleção automática. Para unidades de reciclagem mais sofisticadas. haverá sempre um importante elemento de separação manual. automatizando o processo de reciclagem. classificadores a ar. separadores magnéticos e de rotores de corrente eletromagnética e pode até ser incorporado equipamento ótico avançado para seleção dos diferentes tipos de plásticos a serem reciclados. 40kg a 200kg serão de recicláveis. Apesar do custo mais baixo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 13 . Os equipamentos classificadores são indispensáveis quando se envolve grandes quantidades e tipos diversos de resíduos. USEPA. As melhorias Programa de Pós-graduação em Saneamento. No entanto. separação por peso. O número de Clean MRF no Reino Unido tem aumentado devido ao incremento na quantidade de resíduos separados na fonte. Apesar de apresentar recicláveis com qualidade superior. da eficiência dos equipamentos adotados e da colaboração da população na separação dos resíduos na fonte (ENVIROS. Essas unidades podem ser mais ou menos sofisticadas. em El Salvador (San Salvador). com especial estímulo à compostagem doméstica da matéria orgânica. Monterrey. Na maioria dos países essas unidades não se encontram mais em funcionamento e algumas delas nem chegaram a entrar em operação (ACURIO et al.. No entanto. tem crescido a consciência pública em relação aos resíduos sólidos urbanos no Canadá. Assim como em alguns países desenvolvidos. a seleção manual é utilizada exclusivamente para os resíduos separados na fonte. 1998). Muitas MRF construídas na década de 1970 foram projetadas para separar mecanicamente os componentes dos RSU. Como resultado de diversas iniciativas do governo. a incineração e a compostagem recuperam juntas menos de 3% dos resíduos gerados na ALC (ACURIO et al. reciclagem e compostagem. foi reduzida em cerca de 30% entre os anos de 1988 e 1994. a separação dos materiais contidos no RSU pode ser manual ou mecanizada. mas somente uns poucos contam com instalações que cumprem as condições técnicas requeridas para serem qualificados como tal. 2007). Cuenca e Guayaquil). (1993). Há registros de unidades de compostagem presentes no México (Acapulco. Segundo a Organização Panamericana da Saúde (2005). mas nenhuma delas permaneceu em operação devido a problemas mecânicos. Villa Hermosa. países em desenvolvimento apresentam realidades mais próximas à do Brasil em relação às unidades de triagem e compostagem de resíduos. desde o início dos anos 1970. 1998. das empresas e da comunidade. os aterros sanitários são o principal tipo de disposição final adequado empregado pelos países da América Latina e Caribe . Segundo Juras (2005). Nos Estados Unidos. incentivando a população a aderir aos programas de coleta seletiva. OPS. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 14 . 2005).recentes em sistemas de controle e o refinamento dos mecanismos de separação têm feito estas máquinas mais exatas e produtivas (DUFFY. os resíduos orgânicos não são recebidos nas instalações de disposição. Houve amplas campanhas de educação. na Colômbia (Medellín e Cali). Guadalajara. Assim. Em média. criação de programas e incentivos econômicos. Oaxaca e Toluca). por pessoa. na Venezuela e no Equador (Quito.. com introdução de legislação.ALC. a quantidade de resíduos gerada diariamente. as MRF passaram a ser projetadas com base na conjugação da separação mecânica e manual. De acordo com Tchobanoglous et al. houve um grande número de tentativas de se estabelecer usinas de compostagem com Programa de Pós-graduação em Saneamento. Em algumas províncias. Comparada aos países desenvolvidos. A produção do composto com os processos simplificados. mas a grande maioria falhou. foi criada em 1999 uma unidade de tratamento de resíduos orgânicos.. (1998). Estima-se que nos últimos 20 anos não menos que 30 unidades de compostagem foram compradas na ALC. ela ainda é bastante tímida diante da quantidade de resíduos que é gerada. também há registro de experiências exitosas. transformou os grupos dos catadores em cooperativas ou associações formais privadas que estão conseguindo um gerenciamento operacional bem sucedido. 2005). às tecnologias inadequadas e à falta de vinculação com projetos ambientais estratégicos para a recuperação de florestas e solos erodidos. a recuperação e reciclagem praticada em países da ALC são diferentes devido ao menor índice de materiais recicláveis produzidos nas residências. Como exemplo positivo em relação à gestão dos resíduos sólidos na ALC. 2005). 1998). quando o que se verifica é que o uso de alternativas mais adequadas ambientalmente tem um custo. para processar resíduos de jardinaria. à falta de definição de mercados.diferentes tecnologias importadas. sendo que os principais fatores foram relacionados à inadequada manutenção de equipamentos. Também na Cidade do México. pode-se citar a Colômbia. No entanto. outras 15 fecharam poucos anos após a instalação porque as municipalidades não mantiveram o subsídio. atualmente é operada uma pequena unidade para a produção de composto em pilhas. a qual processa aproximadamente 100 toneladas de resíduos e tem uma produção média de 15 toneladas por dia de adubo orgânico. Em Montevidéu . não se sabe ao certo qual é o índice de reciclagem desses países. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 15 . algumas nunca foram instaladas e o maquinário foi abandonado. está sendo abandonada devido a seus custos e porque seus divulgadores prometeram lucros às autoridades municipais. que com o apoio das organizações não-governamentais ONG. tais como as leiras e os biodigestores.Uruguai. No Caribe . A falta de estudos de viabilidade e o reduzido mercado para negociar os produtos gerados foram as principais causas do insucesso destas unidades (ACURIO et al. em grande parte devido à ausência de registros das quantidades de resíduos reciclados (OPS.São Vincent opera uma unidade de compostagem no aterro sanitário Diamante e há planos para que sejam instaladas unidades de compostagem no novo local de disposição final de Wallilabou (Belleisle) uma vez que seja concluída a construção (OPS. No entanto. Segundo Acurio et al. Já um exemplo negativo vem dos Programa de Pós-graduação em Saneamento. Informações sobre a cobertura da reciclagem são limitadas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 16 . como parte de um projeto governamental. De acordo com os dados apresentados pelo Programa Nacional de Saneamento Básico – PNSB 2000.000 toneladas de RSU gerados diariamente nos milhares de municípios brasileiros ainda representam uma grande demanda sanitária nacional. O estado de Minas Gerais produz aproximadamente 7% do total nacional e é o terceiro maior gerador de resíduos desta região.. cerca de 62%. baixa viabilidade econômica de operação e manutenção das unidades.1): Programa de Pós-graduação em Saneamento. Das usinas desativadas. desencorajando os investimentos do setor privado. já que o mercado em cada ilha é pequeno e a maior parte do consumo é de importados (ACURIO et al. 3. Em relação à destinação dos resíduos no Brasil. as unidades de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos implantadas no Egito.3 Situação dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e em Minas Gerais A coleta e destinação final adequada das mais de 220. Alguns fatores e problemas que afetam o desempenho das unidades apontados pelo autor foram a inexistência de um orçamento apropriado para a manutenção e operação. 19% tinham sido devolvidas pelas empresas contratadas que realizavam a operação. inexistência de um setor responsável pela comercialização do composto produzido e dos recicláveis. observa-se que a região Sudeste é a que mais contribui com a geração de resíduos no país. 2010). tem-se o seguinte comparativo (Tabela 3. 21% apresentavam problemas nas unidades e 7% por outros motivos. 23% encontravam-se alugadas para empresas privadas. baixos salários e conseqüentemente falta de trabalhadores qualificados e experientes. segundo IBGE (2002.países do Caribe. também apresentaram problemas para manutenção de suas atividades. onde a recuperação RSU não é freqüente e não há nenhuma unidade de reciclagem. 30% apresentavam operação irregular (10 a 20% da capacidade) realizada pela municipalidade e 47% estavam desativadas em 2003. De 41 unidades implantadas em 24 municípios. de 1985 a 2001. 1998). baixa eficiência de operação por negligência ou inexperiência refletindo na qualidade do produto. Segundo Sherif (2003). deve-se destacar a situação dos municípios com população inferior a 10. especialmente na região Sudeste. além de unidades de compostagem em AL. MT. PE. de resíduos* Distritos Resíduos Distritos Resíduos Distritos Resíduos Distritos Resíduos Distritos Resíduos Brasil** 51% 55% 23% 6% 28% 25% 12% 1% 4% 8% Sudeste 60% 10% 27% 46% 24% 37% 7% 1% 4% 4% Minas Gerais 82% 30% 21% 27% 7% 34% 4% 2% 4% 2% *Destaca-se que um mesmo município pode apresentar mais de uma unidade de destinação final dos RSU. (2003). Programa de Pós-graduação em Saneamento.000 habitantes. existiam unidades de reciclagem e unidades de compostagem nos estados do MA. Havia ainda unidades de reciclagem em MS e GO. Segundo Zanta et al.3% são encaminhados para aterros controlados. No entanto. em vazadouros a céu aberto. demonstrando que essa alternativa de destinação encontra-se em expansão no estado. que ainda ocorre. conforme verificado na Tabela 3. a situação é mais branda. SP.6% dos resíduos coletados são depositados em lixões e 16. já que a disposição final já vem sendo realizada significativamente em aterros controlados e sanitários. ES.1 – Destinação dos RSU segundo % de distritos brasileiros e de resíduos Tipo de Vazadouro a céu Aterro Aterro Unidade de Unidade de Triagem disposição aberto (Lixões) Controlado Sanitário Compostagem. Considerando-se a quantidade de resíduo disposto. PA e DF. De acordo com a Fundação Estadual de Meio Ambiente. PB. PR. na grande maioria dos municípios. Observa-se a redução da disposição em lixões e o aumento do número de UTC em Minas Gerais. considerados de pequeno porte. que desenvolve o Programa “Minas Sem Lixões” com o objetivo de erradicar os lixões em Minas Gerais. percebe-se também que as unidades de triagem e compostagem estão presentes pelo país e recebem parcela desse resíduo a ser disposto. que correspondem a 48% dos municípios brasileiros.Tabela 3. RJ. Percebe-se a evidente carência relativa à destinação adequada dos RSU. BA. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 17 . MG. RS. SC. RN. Nesses. Segundo IBGE (2002).2. Fonte: IBGE (2002). a situação da disposição final dos RSU no estado tem evoluído positivamente desde o ano de 2000. IBGE (2010)**. 63. dentre outros.5% Aterro controlado SI* 22. 4% declararam ter coleta seletiva e 4% disseram realizar a reciclagem no ano de 2000.4% 0.0% 28. que avaliou o sistema de coleta seletiva do município de Catas Altas-MG.8% 9. 2010). FEAM (2011). Esses valores são significativamente inferiores aos da região Sul.0% 0. Destaca-se também que 1% dos municípios brasileiros declarou em 2000 (IBGE. Na região Sudeste.0% 36.0% 45. Já no ano de 2008 (IBGE. porcentagens bem abaixo dos valores do Brasil e da região Sudeste (IBGE.7% 1.9% UTC sem regularização ambiental SI* 2. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 18 . FEAM (2010).0% 61.1% 4.6% 6.9% 11.6% 7.9% e 7. mas que essa foi interrompida. demonstrando que essas iniciativas ainda são bastante incipientes em Minas Gerais. Os motivos mais recorrentes para a interrupção da coleta seletiva foram a má aceitação por parte da comunidade. que é considerada como modelo na coleta seletiva e reciclagem no país. e os principais fatores que influenciam a participação da população neste tipo de programa. 16% e 13% disseram ter coleta seletiva e reciclagem.9% 3.0% ambiental UTC com regularização ambiental 2.3%.3% Autorizações Ambientais de 8.0% 26.3% 0.7% 1. 8% dos municípios brasileiros declararam ter coleta seletiva dos resíduos.0% 11.8% dos municípios mineiros declaram ter coleta seletiva dos resíduos.6% 24.6% 6.0% 5.4% 32.2 – Evolução da situação da disposição final dos RSU em Minas Gerais Tipo de disposição de resíduos 2001 2005 2006 2008 2009 2010 2011 Vazadouro a céu aberto (Lixão) 96.9% Aterro sanitário com regularização 0.0% 54.4% 0.0% 0. FEAM (2012). Essas declarações vêm ao encontro dos resultados obtidos por Sampaio (2008).0% 1.7% 35. 2010).7% Disposição fora do estado SI* 0.1% 0.5% Funcionamento em verificação *SI – Sem informação Fonte: FEAM.5% 66.1% 0. sendo que 2/5 desses pertenciam à região Sudeste e 1/5 à Minas Gerais. FEAM (2007b).1% 0. 2002) que já terem tido coleta seletiva. Dos municípios mineiros.2% 0. a porcentagem de municípios brasileiros com coleta seletiva interrompida subiu para 1.5% 14.Tabela 3.4% 6. ao passo que para o Brasil e para a região Sudeste esses valores eram de 17. (2002).1% 0. A falta de investimento em infra- Programa de Pós-graduação em Saneamento.5% 33.2% ambiental Aterro sanitário sem regularização SI* 0.6%. 2. onde esses percentuais sobem para 23% e 16%.9% 2.6% 5. FEAM (2009). FEAM (2006a). sendo 48% da região Sudeste e 24% de Minas Gerais. 2002).3% 6. a falta de campanha de conscientização e a falta de local adequado. respectivamente. Já em 2008 (IBGE.0% 1. Ainda segundo IBGE (2002).0% 14. 6% disseram realizar a reciclagem. 9% das entidades informaram dispor esses resíduos em aterros específicos para resíduos especiais. que verificou. respectivamente. na Hungria. onde 46. que será sempre maior do que o da coleta tradicional. a história das usinas teve início no final do século XIX.4%) (IBGE.0% e 32. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Isto ocorre devido à inexistência de um balanço entre receitas e despesas. sendo possível concluir que aquele município tinha uma população consciente. Oliveira (2004) salienta o equívoco das críticas que focam somente no custo operacional da coleta seletiva. nos municípios que coletavam e/ou recebiam tais resíduos. a existência de 58 programas de coleta seletiva no Brasil. pois ainda sendo mais onerosa. (2006). enquanto 38. na ocasião.5% e 29. Nos municípios das Regiões Sul e Sudeste. 2010). esse avanço ocorreu principalmente nas Regiões Sul e Sudeste. na Alemanha e em Budapeste. mas que não era sensível ao programa de coleta seletiva.4%. 41. As primeiras informações oficiais sobre a coleta seletiva dos RSU foram levantadas pelo PNSB 1989. contrastando com o observado nos municípios das Regiões Nordeste (69. com as unidades implantadas em Munique. respectivamente. a destinação final dos resíduos de serviços de saúde em vazadouros ou aterros em conjunto com os demais resíduos foi 16. 2010). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 19 . e para 994 (PNSB 2008).4 Usinas de Triagem e Compostagem Segundo Pessin et al.estrutura operacional e a ausência de mudança de atitude por parte comunidade do município foram os fatores responsáveis pela não continuidade do programa. Em relação à destinação final dos resíduos sólidos de serviços de saúde sépticos. 3. a coleta seletiva permite a comercialização de materiais com qualidade superior e a redução dos custos de transporte e de disposição final dos resíduos. demonstrando um significativo avanço na implementação da coleta seletiva nos municípios brasileiros.0%.9%) e Norte (64. o que a torna superavitária e empregadora de pessoas. Conforme a última pesquisa. apesar de a preocupação com a reciclagem parecer recente. Esse número cresceu para 451 (PNSB 2000).8% das entidades informaram dispor os resíduos em vazadouros ou aterros em conjunto com os demais resíduos. dos seus municípios informaram ter programas de coleta seletiva com cobertura em 100% do município (IBGE. Estas unidades eram baseadas na tecnologia Dano. por constituírem um sistema simplificado e que pode proporcionar o tratamento de toda a massa de resíduos coletada. Percebe-se que diversos são os motivos para essas variações e muitos deles serão tratados mais a diante. as usinas simplificadas não utilizavam biodigestores. principalmente em municípios de pequeno porte. muitos municípios brasileiros receberam recursos para implantação dessas unidades. outras foram modificadas. Essa técnica foi experimentada pelos municípios como uma solução para os problemas ambientais e sanitários decorrentes da crescente produção de resíduos. Estudos realizados no âmbito do Programa de Pesquisa em Saneamento Básico – PROSAB instituíram ainda o aterro sustentável. que atenderia a municípios de até 10. que tinham por objetivo a melhoria ambiental e também integravam programas de combate à dengue instituídos pela Fundação Nacional de Saúde . Segundo Lopes e Lima (2008). As Usinas de Triagem e Compostagem simplificadas são geralmente constituídas das unidades de recepção. Estas usinas vêm sendo utilizadas. baias ou galpão para depósito de materiais recicláveis. resultando em um composto orgânico semi-curado (CATAPRETA. mesa ou esteira de triagem. Diferentemente das primeiras UTC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 20 . mas continuam funcionais e uma terceira parte foi desativada. Algumas unidades foram bem sucedidas e permanecem em operação. Segundo Fernandes et al.000 habitantes e estaria Programa de Pós-graduação em Saneamento. mas sim um processo controlado de reviramento periódico e monitoramento que levam ao final do processo à obtenção de um composto de boa qualidade. que consistia na seleção dos materiais recicláveis em esteiras e no envio da matéria orgânica para bioestabilizadores. acelerando a estabilização biológica e a homogeneização física. com a instalação das primeiras unidades.FUNASA. a história das UTC no Brasil “não é um capítulo homogêneo”. pátio de compostagem. (2007). Na década de 1990. para onde os resíduos sólidos urbanos eram encaminhados para segregação dos materiais inertes (recicláveis e rejeitos) e compostagem dos orgânicos.A utilização de Usinas de Triagem e Compostagem no Brasil teve início no final da década de 1960. instalação de apoio e vala de rejeitos/aterro. 2007). iniciou-se um processo de popularização e instalação de unidades simplificadas de triagem e compostagem. ao perder a liberdade. 3. a Satisfação no Trabalho e a Qualidade de Vida no Trabalho A palavra trabalho vem do latim tripalium. o trabalho era visto como tarefa penosa e humilhante. Na Idade Média. as espigas de milho. Implantação e Operação.10). termo utilizado para designar “instrumento de tortura utilizado para punir criminosos que. o trabalho era desprezado pelos cidadãos livres. algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro. alicerçada em procedimentos científicos. por ser considerado vil e degradante. a NBR 13896/1997 – Aterros de Resíduos Não Perigosos – Critérios para Projeto. p. “instrumento feito de três paus aguçados. o significado do trabalho foi associado a fardo e sacrifício. capaz de aumentar a dignidade. 2007. possui a flexibilidade necessária para compatibilizar sua concepção. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 21 .4. trabalhavam somente os servos e escravos. enquanto o senhor feudal se dedicava a outras atividades mais nobres. projeto e operação com os requisitos ambientais e as potencialidades locais. Nos primeiros tempos do cristianismo. devendo ser realizado apenas por escravos. o linho. Já a proposta protestante pregava o trabalho como libertador.3). como punição para o pecado original. para rasgá-los e esfiapá-los” (ALBORNOZ. Entendeu-se que o trabalho não escravizava o Programa de Pós-graduação em Saneamento. Na Grécia Antiga. O aterro sustentável seria uma tecnologia que. a um galpão de triagem e a um pátio de compostagem (LANGE et al.1 Unidades de triagem e compostagem no Brasil – trabalho e operação 3. 2003). Desde os mais remotos tempos. sendo utilizadas como referências a NBR 8419/1992 – Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos Urbanos. Não há normas técnicas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que orientem o projeto e a execução das usinas de triagem e compostagem. além da simplicidade operacional. 1994.4. ou mais precisamente. ao qual Adão fora condenado.1. eram submetidos a trabalho forçado” (BOM SUCESSO. no qual os agricultores bateriam o trigo. e a experiência prática adquirida pelos profissionais ao longo do tempo.1 O trabalho. Foi a partir do Renascimento que o trabalho passou a ser concebido como meio de auto-realização humana e não mais como uma ocupação servil. p..associado a um programa de coleta seletiva. algumas vezes. possibilidade de construir a si mesmo e marcar sua existência no mundo (RIBEIRO e LÉDA.] quando se visualiza e se desenha o mundo do trabalho hoje. com a crise do capitalismo. aflora o seu traço destrutivo. como parte essencial da vida humana. positiva. as quais perduram até a atualidade. A primeira refere-se a um caráter negativo. o mundo sofreu diversas mudanças. Se alguém está desempregado. observa-se que o trabalho deve sempre ser pensado dentro do contexto histórico. excluído. representando castigo divino. o ser social que trabalha vivencia seu cotidiano entre a violência do trabalho. E a segunda. Ele passa a ser reconhecido como uma atividade central na vida. incômodo. realização. que muitas vezes define o papel de um indivíduo na sociedade. Ao longo dos tempos. Com a Revolução Industrial. Antunes (2001) apud Ribeiro e Léda (2004.. Sendo assim. p.. fardo. de acordo com sua realidade e sua história de vida. o trabalho adquiriu o sentido de esforço necessário para se conseguir um nível de qualidade de vida mais digno.homem. crescimento pessoal. sente-se à margem da sociedade. O trabalho representa um papel importante na dignidade humana. mas propiciava o seu desenvolvimento e transforma-se em condição necessária para a sua liberdade. um mesmo indivíduo revela sentimentos ambíguos em relação a ele. algo esgotante para quem o realiza. surgiram outras idéias e significados a respeito do trabalho. 2004). Nesse sentido. 2004). como espaço de criação. a violência da precarização e a violência ainda maior do desemprego. punição. verificam-se duas perspectivas distintas do trabalho. correndo o risco de perder sua auto-estima e o seu sentido de cidadania. A partir do início da década de 1970. sendo que. Programa de Pós-graduação em Saneamento. carga. Para Lacombe e Heilborn (2003). que geraram significativas transformações nas relações de trabalho. 81 ) destaca que: [. uma vez que absorve a maior parte do tempo do indivíduo e em que é criado um novo espaço social para lhe dar o suporte necessário (RIBEIRO e LÉDA. O sentido do trabalho também deixou de ser “suor do rosto” e passou a ser “venda da força do trabalho”. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 22 . No século XIX. é o trabalho. mas o foco está na realização (RIBEIRO e LÉDA. 2004). de poder ser útil à sociedade. além de conservar um lugar importante na sociedade. ter um sentido. Programa de Pós-graduação em Saneamento. E para sentirem assim. mas também para dar algum sentido em nossas vidas: desafio. É preocupante constatar que uma atividade que deveria ser fonte de realização e de construção de identidade. há aquelas que continuam vendo-o como um castigo. também há pessoas que vêem o trabalho como realização pessoal. Neste caso. Segundo Moresco e Stamou (2004.] as pessoas desenvolvem o orgulho quando sentem que seu trabalho tem um significado especial. 63): [. É interessante a colocação de Levering (1997) sobre o significado do trabalho: [. O trabalho precisa estar integrado à vida. não pode se restringir a ser um meio de sobrevivência. Surgia então a Qualidade de Vida no Trabalho.. p. precisamos trabalhar por dinheiro. baseada na satisfação do trabalhador no trabalho e com o trabalho. Eric Trist e seus colaboradores estudaram na Inglaterra um modelo para tratar o trinômio Indivíduo-Trabalho-Organização. que está relacionado ao compromisso. Existem ainda aquelas que vêem o trabalho como um dever. possibilidade de colocar os sonhos em ação.] nos dias de hoje. passamos a maior parte de nossas horas produtivas trabalhando. de reconhecimento. 2004). os empregados precisam acreditar que fazem a diferença e devem ter um senso de propriedade em relação ao produto ou serviço que realizam. à obrigação. Segundo Morin (2002).Apesar de até hoje o trabalho continuar sendo o centro da vida da maioria das pessoas. o salário vem como uma conseqüência. (SAMPAIO e GOULART.. tem se mostrado geradora de sofrimento e até de adoecimento. No entanto.. Tem crescido o número de trabalhadores que não reconhecem no trabalho um espaço de realização. precisam perceber que estes têm algum significado para outros. uma abordagem sóciotécnica da organização. o trabalho exerce uma influência considerável sobre a motivação dos trabalhadores e também sobre sua satisfação. como a oportunidade de praticar os talentos e vocações pessoais. No início da década de 1950. responsabilidade. Isto é o que realmente nos faz sentir que estamos vivendo de fato. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 23 .. Além disso. (BOWDITCH e BUONO. 1998).Estabilidade no emprego 2 . A QVT tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência.3 . Já de acordo com Emery (1964.O termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) foi apresentado para enfatizar a deficiência da qualidade de vida no local de trabalho e foi influenciada pela preocupação da sociedade norteamericana em relação aos efeitos do emprego na saúde e no bem-estar geral dos trabalhadores.Uma margem de manobra e autonomia 4 . mas sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa. as condições físicas e materiais e as regras organizacionais. prazeroso. resultante da avaliação que o indivíduo faz Programa de Pós-graduação em Saneamento. no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive considerando seus objetivos.Um salário justo e aceitável 1 – variedade e o desafio 2 . a concepção dos sistemas sociotécnicos considera vários aspectos extrínsecos. Tabela 3.Propriedades do trabalho Condições do emprego O trabalho em si 1 . a Satisfação no Trabalho é considerada um estado emocional agradável.A aprendizagem contínua 3 . Segundo Ketchum e Trist (1992) apud Morin (2002). expectativas. 1976) apud Martinez e Paraguay (2003). padrões e preocupação” (WHOQOL. Além desses aspectos intrínsecos ao trabalho. Com outras denominações e em outros contextos.Processos adequados 6 . Já segundo Locke (1969. há algumas propriedades principais que o trabalho deve apresentar para que possa corresponder às motivações intrínsecas e extrínsecas dos trabalhadores.Vantagens apropriadas 3 .O reconhecimento e o apoio 5 . que são essenciais para estimular o engajamento daquele que o realiza (Tabela 3. Emery (1964.Uma contribuição social que faz sentido 6 .Um futuro desejável Fonte: Adaptado de Ketchum e Trist (1992). e com as maneiras de se melhorar a experiência de uma pessoa no trabalho.A saúde 5 .A segurança 4 . 1976) e Trist (1978) apud Morin (2002). tais como o salário.3). 2002) A Organização Mundial da Saúde definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida. 1976) e Trist (1978) apud Morin (2002). o trabalho deve apresentar ainda outras seis propriedades. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 24 . denominados fatores causais. conforme detalhamento apresentado a seguir. pertencem a dois grandes grupos: a) eventos e condições (trabalho em si. variedade de tarefas. 1976) apud Martinez e Paraguay (2003). autonomia na tomada de decisões. • Pagamento: compreende eqüidade (em comparação ao que outros estão recebendo). desde um anúncio público na empresa até comentários informais. o trabalho é uma interação complexa de tarefas. promoção. possibilidade de crescimento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 25 . ausência de fadiga física e de monotonia. supervisão e gerenciamento. Estes elementos. avaliação positiva do desempenho no trabalho. pagamento. reconhecimento. harmonia e integração interpessoal. requerendo uma análise global dos seus elementos constituintes e da satisfação com cada um deles. justiça e clareza (no sistema de promoções) e disponibilidade (nem todos os empregados querem promoção).de seu trabalho. empresa/organização). seguro desemprego e outros). Programa de Pós-graduação em Saneamento. quantidade (suficiente para suas despesas no contexto de seu estilo de vida preferido). sucesso e sentimento de realização. relações. elogios. responsabilidades. possibilidade de uso de habilidades e capacidades. A segurança (estabilidade) no emprego também é considerada um fator importante no pagamento porque significa uma segurança de recebimento de pagamentos. A Teoria da Satisfação no Trabalho de Locke considera a Satisfação no Trabalho como uma função da relação percebida entre o que um indivíduo quer de seu trabalho e o que ele percebe que está obtendo. e b) agentes (colegas e subordinados. papéis. clareza de papéis e ausência de conflito de papéis. responsabilidade. férias. da percepção sobre como o trabalho satisfaz ou permite a satisfação de seus valores importantes do indivíduo. aposentadoria. e inclui: um trabalho que seja pessoalmente interessante e significativo. • Reconhecimento: inclui receber créditos pelas realizações. forma de pagamento e benefícios (assistência médica. incentivos e recompensas em determinado contexto físico e social. condições de trabalho e ambiente de trabalho. a) Eventos e condições • Trabalho: diz respeito ao trabalho propriamente dito e ao conteúdo do trabalho. • Promoção: inclui oportunidades. Ainda segundo Locke (1969. Programa de Pós-graduação em Saneamento. turnos de trabalho. • Empresa/organização: refere-se a como as empresas demonstram respeito pelos empregados e por seus valores. incluindo comportamento pautado por valores éticos e adequada comunicação de informações. existem também grandes semelhanças e todas as propriedades/fatores causais mencionados acima contribuem fortemente para a melhoria da Qualidade de Vida no Trabalho. • Supervisão e gerenciamento: empregados esperam que seus supervisores sejam atenciosos (o que inclui facilitar o alcance de seus valores). pausas. justos. ventilação. bem como à política de benefícios e pagamentos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 26 . e também à competência da organização (sentido de direção. arranjo físico e posto de trabalho) e segurança (ausência de riscos). bem como o compartilhamento de valores. Embora existam diferenças individuais significativas e diferentes contextos que podem influenciar o comprometimento. geração de um bom produto). umidade. competentes. b) Agentes • Colegas e subordinados: envolve relações de confiança. equipamentos. demonstrar respeito aos empregados como seres humanos. condições físicas (ruído. da Satisfação no Trabalho e para o desempenho organizacional como um todo. também. temperatura. suporte) para realização do trabalho. dinheiro. Devem. colaboração e amizade. gerenciamento eficaz. que reconheçam e recompensem o bom desenvolvimento dos empregados e permitam alguma participação no processo de tomada de decisões. jornada de trabalho.• Condições e ambiente de trabalho: englobam recursos disponíveis (tempo. competência. ocorrendo a contaminação desses por matéria orgânica. como geralmente não há separação prévia nos locais de geração dos resíduos recebidos pelas usinas. capazes de absorver a mão de obra existente nos lixões e de permitir a venda dos recicláveis. processos alérgicos e infecciosos. (1987.4.. A partir desse documento publicado pelo BNDES foi lançado o seguinte desafio: seria possível a implantação de UTC de baixo custo. do contato direto com os resíduos.1.3. o trabalho torna-se mais desagradável e o valor dos materiais recicláveis mais baixo para a venda. caracterizadas pelo uso intensivo do capital.2 Trabalho e operação nas UTC brasileiras A indicação das Usinas de Triagem e Compostagem como alternativa para a solução da questão do RSU foi lançada no âmbito federal entre os anos de 1985 e 1989 em estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social . dos olhos e Programa de Pós-graduação em Saneamento. com a utilização de equipamentos de segurança que protegeriam. 275): [. Segundo Nardin et al. maus odores agudos e aos possíveis produtos químicos/tóxicos existentes nos resíduos misturados pode causar problemas de saúde entre trabalhadores de UTC. irritação da pele. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 27 . Diversos estudos indicam que a exposição aos microrganismos transportados por via aérea. especialmente os funcionários que permanecem junto à mesa ou esteira de triagem. 2002).. No entanto. tornando rentável a atividade e solucionando juntamente as questões sanitárias e ecológicas? Se for comparada à realidade dos lixões. Observa-se que esse tipo de contaminação é típica da catação nos lixões. Os principais problemas verificados foram gastrintestinais (náuseas e diarréia). o trabalho nas UTC seria realizado em condições aparentemente mais seguras e higiênicas. p. o que inviabiliza a sua adoção na maioria dos municípios e prejudica o retorno econômico do investimento. não respondem ao desafio das questões sociais e tem um custo desnecessariamente elevado.] as poucas usinas existentes no país.BNDES (MONTEIRO FILHA e MODENESI. 1997. há fluxo de líquidos que produzem maus odores e atraem moscas. Pequenos ferimentos nas mãos. Por exemplo.SP. sofriam com as más condições de realização do trabalho. Segundo Gonçalves (2006). em uma unidade de separação de resíduos. regiões de onde geralmente provêm essas tecnologias. além de doenças pulmonares ocupacionais severas (asma. pois além de existir muita “sujeira” junto aos resíduos. no antebraço e dores de cabeça eram os problemas mais comuns. bronquite).das mucosas do nariz e das vias aéreas superiores. 1998). 1997. difere totalmente do Brasil. Observa-se que os profissionais que operam serviços de RSU tendem a apresentar maior preocupação com aspectos de engenharia e geralmente faltam treinamentos relacionados às questões ambientais e de saúde. aos hábitos e costumes da Programa de Pós-graduação em Saneamento.. ACURIO et al. DOMINGO. alveolite. Apesar disso. provocados pelas exposições a grandes quantidades de bactérias. As reclamações dos trabalhadores que permaneciam na esteira eram freqüentes e as dispensas por motivo de saúde geralmente relacionavam-se à sensação de mal estar e dores de cabeça resultantes das condições insalubres de trabalho. havia ocorrência de acidentes com perfurocortantes que atravessavam as luvas e feriam as mãos. Na Dinamarca. o perfil socioeconômico dos Estados Unidos e da Europa. Os RSU gerados nestes países são muito diferentes devido ao padrão de consumo. 53% dos trabalhadores desenvolveram infecções de pulmão durante os primeiros oito meses de trabalho (ACURIO et al. de endotoxinas e de esporos de fungos (especialmente na compostagem) transportados por via aérea (POULSEN et al. que recebia o resíduo misturado coletado na cidade.. Já na usina de Martinópolis . 1995. LAVOIE e ALIE. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 28 . Um outro aspecto que interfere nessas questões é a importação de tecnologias de países desenvolvidos sem adaptá-las às circunstâncias e a realidade locais.. 2001). Segundo Lelis e Pereira Neto (2001). MARTH et al. os trabalhadores alocados na usina do município de Presidente Bernardes – SP. o trabalho de separação na esteira era considerado difícil.. 1998. não havia a realização de exames periódicos pelos funcionários para verificar possível contaminação ocorrida nesses acidentes. mesmo utilizando os equipamentos básicos de segurança. quando as prensas projetadas para RSU com um baixo índice de matéria orgânica são utilizadas com resíduos não provenientes de coleta seletiva. Para Gonçalves (2006. que recebiam resíduos de características diferenciadas. Nas centrais aonde os resíduos chegavam separados da matéria orgânica. as condições em que essa atividade é realizada. Ainda no estudo de Carmo et al. p. autosustentável” e. Bangu/Campo Grande e Vargem Pequena eram separados resíduos provenientes de coleta seletiva. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 29 . levando os funcionários dessa unidade a trabalharem em ambiente com mais resíduo “impuro”. “rasgando sacos de lixo para depois apanhar o que interessa no meio de todo tipo de dejeto que se possa imaginar”. (2004) foram comuns. localizadas na cidade do Rio de Janeiro em quatro pontos distintos. aquele trabalho “não dá futuro a Programa de Pós-graduação em Saneamento. ou ainda são exempregados formais ou pessoas com qualificação muito baixa. de acordo com a forma de coleta. sequer. muitos separadores que moram no bairro Caju preferiam trabalhar em unidades mais distantes de suas residências. exigindo uma seleção mais rigorosa dos materiais com um número menor de trabalhadores. pois não queriam ter contato com as características desagradáveis desses resíduos misturados. “não há nenhuma usina brasileira que seja. às leis ambientais. Para os separadores mais velhos. são ex-detentos ou pessoas velhas demais para tentarem se inserir no mercado de trabalho formal. Entretanto. à estrutura do sistema de limpeza urbana. Na atividade de reciclagem. o termo separador é atribuído àquelas pessoas que trabalham no processo de triagem dos materiais aproveitáveis provenientes dos resíduos sólidos urbanos. muitas vezes não permite que esse objetivo seja alcançado.104 e 105). já que não são alfabetizados ou têm um baixo nível de escolaridade. Em Botafogo. Já na central do Caju recebiam-se os resíduos dos bairros que ainda não haviam aderido a esse tipo de coleta. de coisa sem utilidade). Esse aspecto levou-os a adquirir uma experiência que os transformaram em multiplicadores ou propagadores dessa tarefa nos demais núcleos. (2004) realizaram estudo nas Centrais de Separação de Recicláveis – CSR. Carmo et al. Por isso. na tentativa de reverter essa situação de déficit. entre os jovens. os separadores não atribuíam a eles o caráter de “lixo” (aspecto amorfo.população. Muitos desses trabalhadores têm poucas oportunidades de emprego. dentre outros fatores. os comentários sobre o desejo de mudar de emprego. comprovando a falta de critério técnico e o descaso com o dinheiro público. opta-se por buscar um aumento da produção dos trabalhadores na triagem. Os autores mencionam também que diversas UTC que utilizam tecnologia importada acabaram sendo desativadas. 645kg de matéria orgânica foram encaminhados para a compostagem (16.760kg de resíduos recebidos na unidade em um dia típico. observa-se que essa é vista pelos empreendedores como extremamente simplória. 2006). alguns especialistas apontam que.8%) oriundos da compostagem.. Percebe-se que a eficiência na triagem é muito baixa. do resíduo que chega às UTC. em média 50% do peso dos RSU é devido à matéria orgânica. consistindo apenas na observação dos resíduos na esteira e na retirada do que puder ser reciclado.5%). Além disso. não demandando nenhum treinamento ou preparo do executor e dispensando o custo de utilização de mão de obra especializada.7%) provenientes da reciclagem e 9.PR (PESSIN et al.8%). Ainda com relação à atividade de triagem.765kg de materiais recicláveis foram selecionados (7. observaram-se que de 21% a 41% de seu peso era composto por materiais inertes. o contato do Programa de Pós-graduação em Saneamento. Também nesse caso nota-se uma baixa eficiência na triagem realizada na unidade. Segundo Lima (2001) apud Barbosa (2004). no dia de sua montagem. 4. De acordo com estudo realizado em uma unidade de triagem e compostagem instalada em Arapongas . levando a uma média de 42% de rejeitos. Outro estudo desenvolvido na UTC do município de Santo Antônio do Retiro . totalizando 399kg/dia (77. como idosos e pessoas acima dos 40 anos.8%).3%). 2004). conseqüentemente. nos seus moldes atuais.ninguém” e só seria adequado para aqueles sem maiores expectativas.5kg/dia (0. 35kg/dia eram de materiais potencialmente recicláveis (6.8%).350kg de rejeitos foram destinados para o aterro (75.5kg/dia (1. 95kg/dia eram de matéria orgânica a ser encaminhada para a compostagem (18.7%) e 48. conforme amostragens realizadas nas leiras durante esse mesmo estudo. dos 516 kg/dia recebidos na unidade. sinalizando que a maioria dessa fração está sendo disposta em aterro. Por isso. a tecnologia UTC. dos 63. A mistura de matéria orgânica e papéis sanitários ocasiona a perda de quantidade significativa de papel e papelão. houve ainda mais 3. não eliminou o emprego da catação manual e. recupera-se apenas 3%. principalmente se for considerado que.4%) e 386kg/dia eram encaminhados diretamente para a vala de rejeitos (74. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 30 . em funcionamento desde o ano de 1999.MG (BARBOSA. Além da parcela inicial de rejeitos. em média. 10. por problemas operacionais oriundos da falta de capacitação de pessoal ou mesmo descaso político. segundo avaliação da CETESB (CETESB. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 31 . apenas 14 municípios paulistas utilizavam o processo de compostagem como tratamento dos resíduos sólidos urbanos durante os anos de 2003 e 2004.4% delas encontravam-se fora de operação ou nunca operaram. De acordo com Barreira et al.. em 2007. 2007). Ainda segundo os autores. A desativação dos empreendimentos foi atribuída principalmente à descontinuidade política. o treinamento deveria ser composto por uma etapa teórica e uma prática. 90.5% foram implantadas com o apoio da FUNASA e apenas 9. No Espírito Santo. Do total de centrais. à ausência de corpo técnico especializado para o gerenciamento dos empreendimentos. apresentando estruturas de préPrograma de Pós-graduação em Saneamento. muitas dessas unidades foram paralisadas ou desativadas. mas. três funcionavam inadequadamente. utilizando os conhecimentos adquiridos. nas UTC implantadas tendo a FUNASA como órgão de fomento. sem os cuidados necessários com os rejeitos e a matéria orgânica. o que não foi devidamente cumprido. havendo o sucateamento de equipamentos e o descrédito da técnica de compostagem (LELIS e PEREIRA NETO. Outras se transformaram apenas em locais de separação dos materiais recicláveis. no entanto. como contrapartida. têm sido relegados a segundo plano. localizadas em sete distintas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos.funcionário com os resíduos.5% possuíam licença de operação. 21 dos 78 municípios possuíam uma Central de Triagem e Compostagem em 2007. são itens de fundamental importância para o sucesso dos sistemas de tratamento de resíduos sólidos urbanos. sendo que 71. 18 dos 645 municípios apresentavam Usinas de Triagem e Compostagem. De acordo com Lopes e Lima (2008). Já no estado de São Paulo. segundo Lelis e Pereira Neto (2001). 2008). dando oportunidade aos funcionários de vivenciar todo o funcionamento do sistema. as prefeituras ficavam incumbidas de prever verbas para capacitação e remuneração dos recursos humanos que iriam operar as unidades. Assim. à não priorização desses serviços na administração pública e à falta de recursos financeiros (SILVA et al. uma vez que é considerado mais oneroso o emprego de aparato tecnológico do que a utilização de um trabalhador para essa função. 14 de maneira aceitável e somente uma apresentava condições adequadas. (2006). O treinamento e a qualificação de mão de obra. Dessas. 2001). Do total de resíduos coletados. a implantação de usinas de compostagem é considerada uma boa opção de tratamento para os resíduos sólidos orgânicos. uma pequena parcela dos resíduos sendo encaminhada para a reciclagem. sendo autuada pela CETESB pela contaminação do solo e poluição de curso d’água próximo. que se encontra em operação desde 2001. 2005). Em 2011. No entanto. trituradores ou moinhos) ou ainda sem possuir tratamento da matéria orgânica após a esteira de triagem. cinco já tinham sido inclusive demolidas. o número de Usinas de Triagem e Compostagem paulistas diminuiu consideravelmente. a usina apresenta dificuldades em sua atuação. em funcionamento desde 1989. No estado do Pará. a Embrapa Amazônia Oriental e a Prefeitura Municipal de Moju.5% são compostos por 44. Outras dez unidades encontravam-se desativadas.tratamento dos resíduos (processo Dano com bioestabilizadores. sendo que dessas. é uma das unidades que apresenta histórico de problemas e tentativas de acertos em sua operação e gestão. mesmo assim realizando apenas a triagem dos materiais recicláveis. – ALBRAS e que a operação é realizada numa parceria entre a Cooperativa de Produção e Reciclagem do Moju – COOPROREM.2% de matéria orgânica. Embora ainda seja uma referência para a região. que administra a unidade. especialmente em relação à realização da compostagem e a falta de experiência da mão de obra. peneiras rotatória. novamente. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 32 . Segundo Lopes e Lima (2008). passando de 18 para oito unidades. Das oito restantes. sendo destinados ao novo pátio para compostagem. de acordo com Galvão (2007). Verifica-se. em estudo realizado na UTC do município de Moju. cinco funcionavam aceitavelmente e três era adequadas (CETESB. 2012). como a presença de um pátio de disposição de rejeitos pequeno para a quantidade gerada.5%. são separados para comercialização como resíduos recicláveis. localizado no aterro sanitário (SAVI. Programa de Pós-graduação em Saneamento. foi exigida a implantação de um aterro sanitário.3% de rejeito e 48. o rio Tocantins. 7. somente a unidade de triagem e compostagem de Natal funcionava no estado do Rio Grande do Norte em 2008.A. apesar da quantidade significativa de matéria orgânica com a qual se realiza a compostagem. Os demais 92. A UTC de Adamantina -SP. devido ao baixo custo e à adequação a pequenos municípios. o autor constatou a operação inadequada da unidade. Destaca-se que a UTC foi patrocinada pela empresa Alumínio Brasileiro S. Para corrigir esses problemas. A unidade de Natal. 2008). Segundo Pinto Filho (2005). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 33 . mas permanecendo o mesmo histórico: em pouco tempo passaram a ser apenas locais de triagem. sendo uma no arquipélago de Fernando de Noronha. quando não foram desativadas. pólo magnético para separação de metais. funcionou no início da década de 1990 com produção de composto. os investimentos realizados em unidades de triagem e compostagem na década de 1990 no Rio Grande do Norte foram sem efeito. constatou-se que as unidades implantadas pelo Governo do Estado ou pela FUNASA na década de 1990 não se encontravam em funcionamento. Novas unidades continuaram a ser implantadas.PE. outras sete encontravam-se desativadas. 2008). que se encontra em operação desde 1990. Porém. como parte de um projeto de remediação da área do “lixão”. que foi implantada com capacidade para 90t/dia. seguida de moinho para trituração dos resíduos orgânicos. as quatro que funcionavam no Estado só realizavam a triagem. quatro unidades estavam em funcionamento. 2008). passando-se a obter recursos com a comercialização dos materiais recicláveis e a produzir composto orgânico. e quatro encontravam-se desativadas (LOPES e LIMA. porém apenas com triagem de materiais recicláveis (LOPES E LIMA. Em 2008. que é utilizado como adubo na agricultura orgânica para produção de verduras e legumes. Essa era mecanizada. ela funcionou por pouco tempo e só foi reativada em 1999. com esteiras de triagem e carregamento. desde a implantação da Usina de Triagem e Compostagem de Fernando de Noronha . Ainda segundo Lopes e Lima (2008). Os principais motivos alegados pelos municípios para a desativação das UTC foram a falta de capacitação técnica. De maneira semelhante ao que ocorreu no estado do Rio Grande do Norte. o vazadouro a céu aberto deixou de existir. devido aos sucessivos problemas mecânicos. posteriormente dispostos em leiras para compostagem. Os recicláveis são enviados de navio ao continente. sendo comercializados em Recife ou Natal. mais uma vez por falta de capacitação técnica (LOPES e LIMA. as unidades de triagem e compostagem implantadas na década de 1990 na Paraíba tiveram sua proposta inicial modificada. Já o rejeito é preparado em área ao lado da UTC para ser transportado ao Programa de Pós-graduação em Saneamento. No ano de 2008. Também no estado de Pernambuco. uma vez que todas as unidades construídas conforme propostos pela FUNASA se encontravam desativadas ou demolidas. a dificuldade de produção do composto e a qualidade do mesmo. a qualidade de compostos orgânicos proveniente de matéria orgânica dos RSU. Dessa maneira perde-se a função social considerada como uma das premissas da instalação de uma unidade de triagem e compostagem. deve ser questionada devido à possível contaminação por metais pesados e microrganismos patogênicos. relocação de funcionários que já pertencem ao quadro de servidores municipais ou até realização de concursos públicos com cargos direcionados para o trabalho nas UTC. outro aspecto a ser destacado é que. o que torna o processo vulnerável e não conta com o auxílio da população. De acordo com Grimberg e Blauth (1998) apud Barbosa (2004). como é o caso das verduras e legumes (FEAM. tem-se como hipótese que a situação de insalubridade dos trabalhadores e o descontentamento com a função são elementos que contribuem para o funcionamento ainda mais ineficiente de toda estrutura das UTC. colocando assim novas pessoas em contato com os RSU que não aquelas que já o faziam nos lixões. coletados de maneira não seletiva. pois a inclusão em empresa formalmente constituída deve obedecer a normas e regras trabalhistas e de segurança. Conforme observado. impossibilitando o sujeito de confiar nas suas capacidades e não reconhecê-las ou identificá-las em si. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 34 . a absorção desses trabalhadores pode não ser tão fácil de realizar. Muitas vezes a formalização de contrato com os trabalhadores e todas as obrigações que esse fato acarretará ao empreendedor pode tornar a unidade economicamente inviável e a precarização do trabalho chega a ser levada ao limite do insustentável para a manutenção de empreendimento. onde é devidamente aterrado. Isso pode levar a uma baixa qualidade do trabalho prestado. do produto gerado. Ainda com relação ao trabalho nas UTC. Um trabalho sem reconhecimento coletivo pode afetar a auto-estima e a identidade profissional. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Vale a pena ressaltar que. embora seja esperado que nas usinas busque-se a participação de pessoas que anteriormente realizavam catação em lixões.continente. não sendo recomendada a sua utilização em culturas comestíveis e ingeridas cruas. Como alternativa para solucionar esse problema. algumas usinas têm optado pela terceirização da unidade. podendo causar inclusive perdas na recuperação dos recicláveis. a eficiência de uma UTC está diretamente ligada à competência e boa vontade dos funcionários da triagem. 2007a). mas também para alcance da sustentabilidade.. de ser trabalhado e de obter um melhor preço de venda. aos RSU e aos mananciais para abastecimento público. o poder público não deve ter como objetivo a lucratividade nesse setor e sim visar a resolver os problemas ambientais causados pelos resíduos sólidos urbanos. triagem e acondicionamento. direcionado a municípios com até 20. levando ao acesso a um material mais limpo nas UTC. Destaca-se ainda que.FEAM. com maior facilidade de se comercializar. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 35 . 2006). o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG. O programa teve como parceiros a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD.UFV (BARROS.Diante de todo esse contexto. No entanto. Uma das grandes dificuldades que permanecem é a ausência de engajamento da sociedade como um todo (CARMO et al. Programa de Pós-graduação em Saneamento. de acordo com Gonçalves (2006).COPASA e a Universidade Federal de Viçosa . com a posterior coleta seletiva. percebe-se que a busca da redução da geração na origem deve ser a primeira alternativa não só para a solução problemas relacionados aos resíduos. sem recusar-se a dar o apoio necessário aos trabalhadores. mais conhecido como “Minas Joga Limpo”. o governo do estado de Minas Gerais lançou o “Programa de Saneamento Ambiental para Localidades de Pequeno Porte”. 3. não só para realização do trabalho de coleta seletiva. atravessadores e alguns grupos de catadores parece refletir a importância que os RSU apresentam. a Companhia de Saneamento de Minas Gerais .4.2 Usinas de Triagem e Compostagem licenciadas em Minas Gerais No ano de 1997. a Fundação Estadual de Meio Ambiente . Como alternativa subseqüente e não excludente tem-se a separação dos recicláveis nas residências e demais estabelecimentos. A disputa por espaço entre os órgãos públicos. mas também para que tenham qualidade de vida dentro e fora do trabalho. 2004). falta muito ainda a ser feito junto aos trabalhadores que lidam diretamente com esses resíduos para mudar a relação que se estabelece com essa ocupação.000 habitantes e cujo objetivo era possibilitar a implantação de alternativas para a solução de problemas de saneamento ambiental relacionados ao esgotamento sanitário. 8 5. incapacidade dos gestores públicos.7 População urbana atendida (hab.926 100 100 2002 2004 2.8 3.973 3. o programa foi paralisado em 1999 (BARROS. sendo que a maioria nem iniciou ou não concluiu a obra devido à falta de recursos. tais como: adoção da tecnologia UTC como a única técnica para disposição final dos resíduos sólidos urbanos.4).2006 Município Arcos Carmo da Mata Iguatama Catas Altas Entre Rios de Minas Prudente de Morais São Joaquim de Bicas Carbonita Presidente Kubitschek Senador Modestino Gonçalves Dionísio Malacacheta Piedade de Caratinga Pingo d'água 2003 2002 1999 2003 Quantidade aproximada de resíduos processados (t/dia) 1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 36 .454 100 2004 0.4 – Usina de Triagem e Compostagem licenciadas em MG .7 5. A relação dos municípios onde se localizam as unidades e suas principais características são apresentada a seguir (Tabela 3.4 2004 1.859 2. as UTC continuaram se popularizando no estado. a Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM (MINAS GERAIS. disputa entre fabricantes de equipamentos. utilização de projeto-padrão não adaptado às realidades locais.864 100 10.9 80 2001 5. 2006). 2006).894 100 2005 1.5 5.737 100 2003 0.611 10.Dos 684 municípios inscritos. No programa foram identificados diversos problemas.470 100 Localização no estado Alto São Francisco Central Jequitinhonha Leste Mineiro Concessão da Licença de Operação Programa de Pós-graduação em Saneamento.7 3.5 2000 3.8 2005 3. Até meados do ano de 2006. desconsideração de programas de educação ambiental e de treinamento para operacionalização das usinas.) População urbana atendida (%) 3. Apesar das dificuldades apresentadas no programa “Minas Joga Limpo”.551 90 7.970 12 100 100 100 7. 300 receberam o projeto de Unidade de Triagem e Compostagem.5 2. Diante de tamanhas dificuldades. Minas Gerais apresentava 56 municípios atendidos por unidades de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos licenciadas pelo órgão ambiental estadual. de terreno adequado ou de assessoria técnica.4 1.668 6.9 1.562 100 2003 2.8 1. Tabela 3.433 7. 313 Jacuí 3.5 5 4.634 Guarda-Mor 3.344 Guidoval 5.8 1.8 6.8 2004 2003 2004 2005 1999 1999 2000 2004 2004 2004 2001 2005 2003 2.527 Cachoeira Conceição da 2. 2006.5 2.759 Presidente 11.314 Tabuleiro 2.6 2.9 4.3 1.955 Lima Duarte 5.3 100 2001 0.3 1.2 1.2 0.600 Chaves Cristais 5.131 Retiro São João da Lagoa 1.6 90 1999 1.122 Prata São José do 3.637 Itaú de Minas 13.118 Pratápolis 7.521 Santo Antônio do 1.000 Candeias 9.287 Ilicínea 7.8 0.989 Campo Belo 10.8 1.655 Maripá de Minas 1.104 Goiabal Virginópolis 5.010 Delta 4.7 1.5 100 100 100 70 100 100 50 100 100 100 100 100 100 2006 2002 1999 2001 2003 2001 2003 2000 2003 2004 2000 2003 2003 1.9 2.8 100 2003 1.3 3.6 100 100 22 100 2003 1999 2005 1999 1 4.) São Domingos do 9.172 Carmo da 7.241 Delfinopólis 4.928 Alterosa 8.6 3. IBGE.7 2 2.8 1. 2000.3 90 2001 0.831 Eugenópolis 5.412 Guarani 4.489 Cristália 2.304 Guiricema 3.662 Goianá 2.6 100 2002 3.413 Rio Doce 1. Concessão da Licença de Operação Quantidade aproximada de resíduos processados (t/dia) 2001 4.871 Pirapetinga 8.595 Rubelita 2.658 Turvolândia 2.660 Matutina 2.674 Barra de Minas Coronel Xavier 1.3 1.156 Canápolis 9.1 4.965 Nova Resende 7.7 1.374 Rio Preto 3. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 37 .8 1.595 Fonte: Minas Gerais.Município População urbana atendida (hab.7 2 3.6 100 100 100 100 100 1999 2004 2002 2004 2005 2.1 3.099 Olegário Dom Silvério 3.3 População urbana atendida (%) Localização no estado 100 Leste Mineiro 80 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Noroeste Norte de Minas Sul de Minas Triângulo Mineiro Zona da Mata Zona da Mata Programa de Pós-graduação em Saneamento.668 Fortaleza de Minas 2.2 2.864 Santa Margarida 6.2 2.652 Guapé 6.513 Varjão de Minas 3.4 100 2001 5.9 3. Minas Gerais é um caso que se destaca na implantação das unidades de triagem e compostagem e no aprimoramento dessa técnica dentre os estados brasileiros.000 habitantes e processam até cerca de 5. 2 na Noroeste.2006 Fonte: Adaptado de FEAM (2007b).5 t/dia (MINAS GERAIS. Programa de Pós-graduação em Saneamento. 7 na Leste Mineiro. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 38 . 4 na Triângulo Mineiro e 16 na Sul de Minas (Figura 3. 2006). Segundo Lopes e Lima (2008). sendo 4 na Norte de Minas. 3 na Alto São Francisco.1).Essas unidades localizam-se nas 9 regiões de abrangência das Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável .SUPRAM nas quais o estado é dividido.1 – Usinas de Triagem e Compostagem licenciadas em MG . 4 na Central. as UTC licenciadas atendiam a 128 municípios em todo o estado de Minas Gerais (FEAM. 13 na Zona da Mata. 2012). 3 na Jequitinhonha. Essas UTC atendem a populações de até 11. Já em 2011. Figura 3. mas a maioria delas apresentava problemas ligados às questões gerenciais e operacionais. conhecidos como ICMS Ecológico. desde a coleta até a disposição final.803/2000. Ressalta-se que. Os autores citaram ainda que o fato de não existir coleta seletiva implantada nas cidades onde se localizavam as usinas estudadas e também a forma como era conduzida a separação dos materiais nas frentes de triagem traziam reflexos operacionais. A referida determinação converge com as determinações da Instrução Normativa Programa de Pós-graduação em Saneamento. como máscaras.Prado Filho e Sobreira (2007) realizaram estudo para verificação do desempenho operacional e ambiental de 20 unidades de triagem e compostagem de RSU localizadas em Minas Gerais.56) salientam em relação aos funcionários dessas unidades: [. permitindo a reciclagem de materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos. p. atestando a qualidade do produto. de maneira especial no produto final obtido na compostagem. de 15 de outubro de 2001. aventais. Deve-se destacar o que Prado Filho e Sobreira (2007. mediante recomendação técnica de profissional. engenheiro agrônomo ou florestal. principalmente. conforme determinado no processo de licenciamento ambiental das UTC no estado de Minas Gerais.] as usinas de reciclagem de resíduos financiadas pelo ICMS Ecológico de Minas Gerais são bastante rudimentares sob o ponto de vista de desenvolvimento tecnológico e uma solução típica de países em desenvolvimento. e botas. segundo as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho .. Nesse aspecto entende-se que o sistema de triagem de resíduos precisa evoluir. apesar de o órgão ambiental exigir para os operadores da usina que trabalham na separação dos recicláveis o uso de equipamento de proteção individual e obrigatoriamente estarem em dia com a vacinação e imunização contra doenças infecciosas. senão o paisagismo. principalmente no que se refere à presença de contaminantes. às condições insalubres e degradantes de trabalho dos operadores que fazem a catação e a separação dos recicláveis. na manipulação dos RSU. o composto orgânico só pode ser utilizado para outros fins. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 39 . além de que o desempenho operacional e ambiental das unidades mostrou-se bastante dependente do trabalho desenvolvido.. Destaca-se também que. Os autores observaram que as unidades desempenhavam o papel para o qual foram projetadas. devidamente licenciadas pelo órgão ambiental e que recebiam incentivos fiscais definidos pela Lei Estadual n◦ 13. com redação dada pela Portaria Nº 25. devido.NR 6. acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART (FEAM. exigência e envolvimento nas tarefas pelo encarregado geral de cada usina. 2007a). luvas. é obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual. vassouras. deve ter como equipamentos básicos mesa para catação. e que atendam às especificações determinadas para concentração máxima de metais pesados.4. pás. balança. tambores para armazenamento de materiais já separados. de acordo com o Conselho da União Européia. prensa vertical. no âmbito do PROSAB.3 Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem Conforme já mencionado. termômetros e peneiras. da Secretaria de Defesa Agropecuária. Essa lacuna é confirmada pela ausência de normas técnicas da ABNT que versem sobre o projeto ou operação dessas unidades. Já Bley (2001) apud Santos et al. (2006) recomenda que uma unidade simples.5 – Principais características da central de triagem e compostagem de Arapongas – PR Parâmetro Valor Média de resíduos sólidos processados 64.0 t/dia Comprimento da esteira 18. de origem exclusivamente vegetais ou animais. 3.000 habitantes).5).SDA nº 23/2005. carrinho tipo carriola.60m Largura da esteira 1. que funcionava desde 1999. Salienta-se ainda que. através do Regulamento (CEE) nº 2092/91 e seus subsequentes. (2006) realizaram um levantamento de dados da central de triagem e compostagem instalada na cidade de Arapongas – PR (70. Tabela 3.90m/minuto Distribuição de funcionários ao longo da esteira 1 a cada 1. enxadas. com cerca de 250m2.00m Velocidade da esteira 16. só são considerados como fertilizantes e corretivos dos solos os produtos da compostagem ou fermentação de resíduos domésticos.55m de cada lado Número total de operários 99 Número de operários na triagem 89 Fonte: Pessin et al. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 40 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. Em trabalho da Universidade Estadual de Londrina. Pessin et al. quando registraram suas principais características (Tabela 3. separados na origem. (2006).50m Altura da esteira 1. percebe-se que recomendações de valores para parâmetros a serem adotados no projeto das UTC são encontrados raramente e de maneira esparsa na literatura sobre o tema. 0t/dia 20.8.000 habitantes deve ter as seguintes dimensões (Tabela 3.85%. os módulos básicos das URC são compostos por prédio de recepção e triagem (inclusive depósito. Modelo de URC Alcance Médio Futura LESA URC – A1 18 anos 3. LESA URC – A3 18 anos 10.75m de altura.6 – Dimensões de mesa para separação de resíduos – municípios até 10. Fonte: Bley (2001) apud Santos et al. que se encontram implantados em alguns municípios mineiros (BARBOSA.000 hab.25m Comprimento 5.0t/dia 30.5t/dia 13. A Tabela 3.0t 2. (2006).O autor recomenda ainda que a balança tenha capacidade mínima de 500kg. O Laboratório de Engenharia Sanitária – LESA da Universidade Federal de Viçosa projetou modelos de Unidades de Reciclagem e Compostagem – URC com base no sistema simplificado. LESA URC – B1 18 anos 15. Programa de Pós-graduação em Saneamento. adequada flexibilidade operacional e baixo custo. banheiros. Capacidade Atendimento Pop.5t 2. Flexibilidade Operacional 1.000 hab.30m Inclinação de 1. pátio de compostagem e aterro de rejeitos. 2004). sendo a parte mais alta com 0. Os equipamentos eletromecânicos geralmente incluídos são esteira rolante para triagem. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 41 .000 habitantes Parâmetro Dimensão Largura 1.7 – Principais características dos modelos de URC – LESA/UFV.85m e a Declividade parte mais baixa com 0.5t Segundo Freire (2003). LESA URC – A2 18 anos 6. onde foi adotado o modelo LESA URC A1 são apresentados na Tabela 3. Algumas características da UTC do município de Santo Antônio do Retiro – MG. A mesa para a separação de resíduos de um município com até 10. os tambores sejam metálicos e com capacidade para 200L e que a prensa vertical tenha capacidade de produzir de 4 a 6 fardos de 100 a 150kg/h (nas dimensões 70x60x80cm).7 mostra as principais características de cada modelo de URC. Tabela 3.5t/dia 7. escritório e cozinha).0t 1.000 hab. prensa para enfardamento e peneira rolante para o composto. Fonte: Freire (2003).000 hab. definidos como sendo de fácil aplicabilidade.6): Tabela 3. depósitos e baias para armazenamento dos materiais recicláveis. pavilhão para maturação.40m x 10.55m 57.52m x 5. as valas deveriam ser executadas com 3.7m2 Fonte: Adaptado de Barbosa (2004).936 m2 Pátio de compostagem: 750 m2 Área do terreno: 15. incinerador para resíduos hospitalares e um dique para lavagem de caçambas coletoras. áreas para prensagem dos materiais recicláveis e trituração de substratos orgânicos. que foi implantada em uma área de 1.40m x 10. a unidade contava ainda com instalações de apoio (administração.PE.Modelo LESA URC A1 Unidades Dimensões Área Pré-triagem 5. Destaca-se que.9 são apresentadas mais algumas características da UTC de Moju.76m x 5. em valas separadas e identificadas até que adotadas soluções específicas e definitivas para os mesmos. A UTC é constituída por prédio de apoio (escritório. Galvão (2007).6m2 Triagem 5. salas de reunião/aula.000m2 Administrativo (recepção. Ainda conforme o projeto. Também Pinto Filho (2005) apresenta as principais características da UTC do arquipélago de Fernando de Noronha .0m2 Prensagem 5.0 hectare e é composta pelas Programa de Pós-graduação em Saneamento. A usina. Na Tabela 3.32m 30. os resíduos de serviços de saúde e de construção civil podiam ser dispostos provisoriamente no aterro de rejeitos. escritório. vestiário): 242.0m2 Depósito de recicláveis 17. peneiramento e embalagem de composto orgânico. área de saída de matéria orgânica e aterro de rejeitos. banheiros. em estudo realizado na UTC do município de Moju. conforme projeto básico. com capacidade operacional de 30t/dia de resíduos sólidos urbanos. banheiros masculino e feminino.86m 511. e refeitório).5m2 Usina de triagem: 433. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 42 . no Nordeste Paraense.0m de largura e 2. Tabela 3.6m2 Depósito de composto maturado 15. pátio com piso cimentado para a compostagem.0m de profundidade.Áreas do empreendimento – UTC de Moju -PA Área construída: 1.8 – Características da URC de Santo Antônio do Retiro . prédio com pátio de recepção e plataforma de seleção dos resíduos. teve como referência a UTC de Coimbra – MG para a adoção da infraestrutura e do processo de compostagem.62 m2 Fonte: Hidrosan (2002) apud Galvão (2007). almoxarifado.40m 94. caixa d’água.65m x 17. apresenta a infra-estrutura adotada no empreendimento. e fundo impermeabilizado. área para reciclagem artesanal de papel e cozinha).9 .55m 57.65m x 6.56m 102.7m2 Pátio de compostagem 28.Tabela 3. De acordo com Barbosa (2004). casa de vegetação para avaliação do composto. (2008) apresentam recomendações para o projeto de galpões de triagem de materiais. (2008) são apresentados nas Tabelas 3. trituradores. (2008). depósito e pátio de compostagem cimentado. escritórios.2. Abreu et al. essa unidade está associada ao recebimento somente de resíduos provenientes da coleta seletiva de materiais recicláveis. Destaca-se que.11. Programa de Pós-graduação em Saneamento. de processamento primário e acondicionamento.seguintes unidades: galpão para recepção/triagem dos resíduos. que recebe em média 4t/dia de resíduos. oficina mecânica e estacionamento de veículos. e tem 33 funcionários em seu quadro. galpões para armazenamento dos materiais recicláveis. Uma proposta de organização do galpão de triagem de materiais recicláveis é apresentada na Figura 3. de escoamento dos recicláveis e de armazenamento dos rejeitos.10 e 3. sendo um encarregado. cozinha. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 43 .2 – Proposta de organização de galpão de triagem. além de ferramentas manuais diversas. Figura 3. alojamento para funcionários. uma balança com capacidade para 200kg. de triagem dos recicláveis. não realizando a compostagem. não recebendo matéria orgânica e. um fiscal e 31 ajudantes para coleta e trabalhos na unidade. A usina. banheiros. refeitório. Fonte: Abreu et al. além de infra-estrutura administrativa e de apoio operacional. unidade constituída pelos setores de recebimento dos recicláveis. Alguns dos parâmetros de projeto indicados por Abreu et al. consequentemente. conta também com uma prensa hidráulica. como premissa. É recomendado ainda. prensagem e estocagem dos materiais.10 – Parâmetros de projeto para mesa de galpões de triagem de materiais recicláveis. Parâmetro Valor Ergonomicamente compatível para o espalhamento e seleção dos Altura e largura da mesa de triagem materiais. Faixa populacional (hab. ** Para municípios com mais de 60 catadores . Declividade transversal da mesa de triagem 1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 44 . depósito e estoque de fardos (Figura 3. isto é. as mesas possibilitam que as pessoas trabalhem no seu ritmo. levando a uma indesejável descontinuidade de operação. Fonte: Abreu et al.000 288 19 a 24 30. após realização das adequações necessárias. Os autores destacam também a necessidade de equipamentos. Pinto e González et al.001 a 100. triagem secundária. (2008). Programa de Pós-graduação em Saneamento. (2008) também apresentam recomendações para o projeto de galpões de triagem de materiais.000 216 13 a 18 15. trabalhando na parte de operação interna do galpão. caso haja no município Usina de Triagem e Compostagem em funcionamento ou abandonada.001 720 49 a 60** * Trata-se de um número médio de pessoas que deverão estar nas funções de triagem.) Área do galpão (m2) Estimativa de número de catadores* Até 3.001 a 7.3).000 432 25 a 36 50. Outra desvantagem é o índice de rejeitos muito maior nas esteiras (cerca de 20 a 30%) que nas mesas (5%). em função da necessidade. mesa de triagem.5 a 6. pois essa requer um custo de implantação adicional e também apresentam significativo custo de manutenção.001 a 30. de forma a evitar que haja galpões com área superior a 720m2. (2008).11 – Referência para dimensionamento de galpões de triagem de materiais recicláveis. Ainda segundo Abreu et al. com mais motivação e evitando a exclusão dos mais lentos e mais idosos. (2008).Tabela 3. prensagem. triagem primária.000 144 7 a 12 7. Por fim.5% Comprimento da mesa de triagem 3. unidade que seria constituída por silo de estoque a triar. como prensa vertical e balança com capacidade de até 500kg.001 a 15.001 a 50. apenas em municípios de maior porte justifica-se o uso de esteiras para a triagem.000 72 3a6 3. que essa unidade seja aproveitada. Além disso.0 t/dia mesa de triagem Fonte: Abreu et al. recomenda-se a implantação de mais de um galpão.0m Capacidade de processamento de resíduos por 5. Tabela 3.000 576 37 a 48 > 100. uma pane no equipamento pode interromper o processo de triagem. Fonte: Pinto e González et al. (2008).200 1 prensa 1 prensa 2 prensa 1 balança 1 balança 1 balança Equipamentos 1 carrinho 1 carrinho 2 carrinho 1 empilhadeira 1 empilhadeira Fonte: Pinto e González et al. Tabela 3.12 a 3. plásticos e metais. (2008) com relação à área estimada. Programa de Pós-graduação em Saneamento. equipamentos necessários e dimensionamento das instalações de apoio de um galpão de triagem.15 são apresentados recomendações de Pinto e González et al. (2008). bags e sacos e na triagem secundária seriam retriados alguns tipos de materiais. não recebendo matéria orgânica e não realizando a compostagem. Figura 3. inclusive no âmbito do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Ressalta-se novamente que esse tipo de unidade está associada ao recebimento somente de resíduos provenientes da coleta seletiva de materiais recicláveis. Nas Tabelas 3. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 45 . como papéis.12 – Área estimada e equipamentos previstos para alternativas de galpão de triagem adotadas no PAC Galpão Itens Pequeno Médio Grande m2 edificados 300 600 1. Na triagem primária poderiam ser separados até 16 tipos de materiais em tambores.Destaca-se que a implantação dessas unidades tem sido incentivada pelo Governo Federal. dimensionamento das equipes. lançado em 2008.3 – Constituição do galpão de triagem. triagem.Box mínimo de 1m2 Lavatório 1 para cada 20 usuários . (2008). solto.1.40m Fonte: Pinto e González et al.60m Chuveiro 1 para cada 10 usuários Vestiário Armários individuais . (2008).000kg. o principal argumento contrário à adoção de esteiras citado pelos autores é a conseqüente imposição de um ritmo de trabalho. deslocamento manual.Largura mínima de 0. pesa em média 45kg.H=0.15 – Recomendações para dimensionamento das instalações de apoio de galpão de triagem Unidades Parâmetros de dimensionamento Vestiário e Sanitário Escritório Mínimo de 12m2 Refeitório 1m2 por usuário Vaso sanitário 1 para cada 20 usuários .000kg Carrinho plataforma 2 eixos. P=0. Tabela 3. armazenamento de materiais recicláveis. Tabela 3. capacidade 1. Fonte: Pinto e González et al. que pode ser muito lento para a maioria ou desconfortável para os mais lentos e idosos. capacidade 20t Balança Mecânica.30m.14 – Equipamentos recomendados para galpão de triagem Equipamentos Especificação Prensa enfardadeira Vertical. (2008). sendo observada convergência essencialmente nas unidades básicas que as compõem: recepção.Assim como Abreu et al. (2008).50m2 por usuário Armário Compartimento duplo .13 – Parâmetros de dimensionamento das equipes de trabalho de galpão de triagem Função Parâmetro de dimensionamento Coletores de rua 160kg/dia/coletor Triadores internos 200kg/dia/triador Deslocadores de tambores 1 a cada 5 triadores Retriadores de plástico 1 a cada 5 triadores Retriadores de metal 1 a cada 15 triadores Enfardadores 600kg/dia/enfardador Administradores 1 a cada 20 pessoas na produção * Cada metro cúbico de resíduos coletado. Tabela 3. Programa de Pós-graduação em Saneamento. L=0. capacidade 150kg Empilhadeira simples Capacidade 1. capacidade 300kg Carrinho manual para transporte de tambores e bags Manual. energia de elevação elétrica Fonte: Pinto e González et al. pátio de compostagem e instalações de apoio. Pelos dados da literatura. percebe-se uma grande variação nos diversos parâmetros utilizados para projeto e implantação de UTC.90m. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 46 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. No entanto. calculados ou medidos diretamente na fonte. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 47 . proporção ou um índice. formando valores agregados que funcionarão como indicadores (CASTRO. Segundo Prado Filho e Sobreira (2007). registrando a situação constatada no empreendimento. em níveis incompatíveis à segurança dos mineradores. apontar. 2002). Indicador é algo que conta o que está acontecendo ou que está para acontecer. 2012). o estado apresentava 59 municípios atendidos por unidades licenciadas (FEAM. que pudesse ser uma referência. era um indicador de concentração de gases prejudiciais. O termo “indicador” tem origem no verbo do latim indicare. as UTC estão em plena expansão no estado de Minas Gerais. Estas funções podem ser simples como uma razão. ocasiões em que é lavrado o Auto de Fiscalização. dependendo de dois ou mais parâmetros. os indicadores geralmente são pensados como peças de evidência que forneçam informações sobre questões de interesses amplos. essa ação fiscalizadora tem contribuído para uma melhoria contínua dos empreendimentos.3. na maioria das vezes. Os indicadores podem ser um único parâmetro ou funções de vários parâmetros. Com o objetivo de monitorar o funcionamento das unidades licenciadas.5 Indicadores de desempenho operacional Principalmente devido aos incentivos fiscais governamentais. Um exemplo de indicador ambiental legendário foi o utilizado nas minas de carvão na Inglaterra: os mineradores desciam nas minas subterrâneas com um canário engaiolado e. dar a conhecer (LAROUSSE. Segundo Ribeiro (2005). Em dezembro de 2006. No entanto. esse número já era de 128. distribuídos por toda Minas Gerais (FEAM. revelar. inibindo práticas inadequadas e improvisações operacionais. são derivados de dados primários processados e analisados. 2007b) e em 2011. um indicador de seu desempenho operacional. se o canário não sobrevivesse. que significa mostrar. ou tão complexas como o resultado de simulações através de modelos. 2000). técnicos do órgão ambiental estadual vistoriam cada uma delas pelo menos duas vezes ao ano. diante dessa expansão. percebe-se a necessidade de buscar um instrumento de avaliação sistemática das UTC. Os valores dos indicadores podem ser observados. indicador e índice possuem o mesmo significado. Programa de Pós-graduação em Saneamento. • Fáceis de compreender – a leitura do indicador deve ser de fácil compreensão. regional e nacional. • Balanceados – devem ser politicamente neutros e permitir a medição dos diversos impactos. ou à capacidade de compartilhamento nos níveis local. Segundo Siche et al. Ainda segundo os autores. Já Hunt et al. Segundo Garcias (1991) apud Ribeiro (2005). (2007). os indicadores devem ser: • Válidos – medir realmente o que devem medir. • De rápida observação – a leitura das informações deve ser da fácil observação. indicadores como variáveis que o compõem. • Objetivos – apresentar o mesmo resultado quando medido por pessoas distintas em condições semelhantes. em uma análise superficial. Para os indicadores. pode-se dizer também que um índice é simplesmente um indicador de alta categoria. sendo que a diferença está em que um índice é o valor agregado final de todo um procedimento de cálculo onde se utilizam. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 48 . positivos e negativos. inclusive. que deverá ser claramente definida (RIBEIRO. além da relevância técnica. à escala de representatividade.Deve-se destacar aqui que existe certa confusão sobre o significado de indicador e índice. • De aceitação geral – devem ser entendidos e aceitos pelos usuários. • Baseados em séries contínuas – devem ser passíveis de coleta com intervalos regulares. (1998) apud Água e Cidade (2004). • Baseados em informações existentes – as informações devem estar disponíveis. refletindo a realidade. • Sensíveis – ter a capacidade de refletir as mudanças ocorridas. apto inclusive a se transformar num componente de outro índice. devem ser consideradas a disponibilidade ou facilidade de acesso. • Sensíveis a mudanças – devem mudar conforme as condições. sugere que os indicadores sejam: • Capazes de serem medidos – devem ser quantificáveis. inclusive as limitações para sua obtenção devido ao custo. A qualidade dos indicadores estará relacionada à confiabilidade dos dados e também à metodologia empregada para sua composição. 2005). • Viáveis economicamente – não devem demandar custos para a obtenção das informações. • Específicos – refletir apenas as mudanças ocorridas na situação de que se tratam. a partir de dados obtidos em levantamentos sobre as condições ambientais e sanitárias dos locais de destinação final dos RSU nos municípios paulistas (CETESB. vem compondo o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares desde 1997.0 Condições Controladas (C)* 8. fortalecendo as decisões e facilitando maior participação dos diversos grupos de interesse. Essas condições são expressas pelos Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos – IQR. Segundo CETESB (2006). As informações obtidas nas inspeções periódicas das instalações são processadas a partir da aplicação de um questionário padronizado (Figura 3.Ainda segundo Ribeiro (2005).0 Condições Inadequadas (I) 6. a denominação da faixa intermediária de enquadramento é “Condições Aceitáveis”.0 Condições Adequadas (A) *Especificamente para o IQC. Tabela 3. 3. diminuindo as distorções devidas à subjetividade na análise dos dados e possibilitando a comparação entre as instalações existentes no estado.4). agrupados em três partes: relativas às características locacionais (7 parâmetros). IQR Valas e IQC.1 Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos e de Usinas de Compostagem A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB. Fonte: CETESB (2006). para aperfeiçoamento da Programa de Pós-graduação em Saneamento.0 – 6.1 – 8.16.16 – Enquadramento das condições das instalações de tratamento/destinação final dos RSU em função do IQR. um novo Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos foi proposto com a institucionalização do Projeto Ambiental Estratégico “Lixo Mínimo”. de Qualidade de Aterros em Valas – IQR e de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC. com variação e classificação em três faixas de enquadramento. à infra-estrutura implantada (19 parâmetros) e às condições operacionais das unidades (14 parâmetros).1 – 10. conforme Tabela 3. a utilização dos índices permite efetuar um balanço das condições ambientais. uma vez que os indicadores permitam identificar a tendência da evolução de fenômenos observados ao longo do tempo. que é composto por 40 parâmetros. A partir do ano de 2007. esses poderão ser utilizados como ferramentas concretas para o planejamento e avaliação de políticas públicas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 49 . IQR. 2006). órgão delegado do Governo do Estado de São Paulo para o controle da poluição ambiental. IQR Valas e IQC Enquadramento 0.5. O que diferencia o IQR “Nova Proposta” do IQR Convencional é a adoção de uma nova planilha de avaliação. Tabela 3.0 Condições Adequadas (A) Fonte: CETESB (2012). que altera as classes de enquadramento dos aterros e alguns aspectos tais como a existência de monitoramento geotécnico e de queima de resíduos a céu aberto (CETESB. 2012).análise das condições sanitárias e ambientais dos aterros.6 e 3. conforme Tabela 3.17 – Enquadramento das condições das instalações de tratamento/destinação final dos RSU em função do IQR.7 e na Tabela 3. 3.18.5.0 Condições Inadequadas (I) 7. Os resultados obtidos para o Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos no período de 1997-2008.Valas apurados. IQR Valas Enquadramento 0. IQR Valas “Nova Proposta”.1 – 10. para o Índices de Qualidade de Aterros de Resíduos “Nova Proposta” 2011 e para o Índice de Qualidade das Usinas de Compostagem nos anos de 2007 e 2011 podem ser visualizados nas Figuras 3. respectivamente.17 a seguir. IQR.0 – 7. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 50 . as unidades são enquadradas agora somente em dois intervalos. Em função dos índices IQR e IQR . Programa de Pós-graduação em Saneamento. No questionário padronizado original. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 51 . devido a um equívoco no somatório dos subitens.Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC. consta o valor 45.4 – Questionário padrão . Fonte: Adaptado* de CETESB (2006). *Ressalta-se que o valor do subtotal máximo do item “Infra-estrutura implantada” foi corrigido para 65. conforme encontrado na referida publicação. Programa de Pós-graduação em Saneamento.Figura 3. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 52 . Programa de Pós-graduação em Saneamento.2008 Fonte: CETESB (2009).Figura 3. Figura 3.5 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos no estado de São Paulo – IQR .1997 Fonte: CETESB (2006).6 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos no estado de São Paulo – IQR . em 12 de maio de 2009. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 53 . de acordo com o grau de importância atribuída. coordenador. composto por profissionais da CETESB que lidavam diretamente com a questão dos resíduos sólidos urbanos.2011 Fonte: CETESB (2012). A intenção foi manter um equilíbrio relativo entre as três partes que integram os índices (características do local. a evolução e o acompanhamento do IQR. infra-estrutura 1 Informação do Eng. esses índices foram elaborados a partir de um grupo de estudos e discussão. Segundo informado (comunicação pessoal)1. redator e integrante da equipe técnica do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – CETESB. tendo como base a experiência acumulada ao longo dos anos.7 – Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (Nova Proposta) no estado de São Paulo – IQR .Figura 3. Esse grupo foi responsável pela seleção dos parâmetros contidos nos questionários padronizados e pelo estabelecimento dos pesos de cada parâmetro. IQR Valas e IQC por município tem propiciado a aferição do resultado das ações de controle da poluição ambiental desenvolvidas no estado e o monitoramento da eficácia dos programas alinhados com as políticas públicas estabelecidas para o setor. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Ainda de acordo com CETESB (2006). Aruntho Savastano Neto. 4 Presidente Bernardes Pontal de Paranapanema aceitável 6. uma vez que.0 Fonte: CETESB (2012).7 10. optou-se por estabelecer para as características locacionais um peso menor. no entanto. Apesar da importância das características locacionais e da infra-estrutura implantada da UTC.1 Pongaí Titê/Batalha inadequada 5.5 Assis Médio Paranapanema aceitável 7.7 aceitável Rinópolis Aguapeí aceitável 7.7 aceitável Lutécia Peixe aceitável 7. dividindo o total de pontos de maneira mais eqüitativa entre os grupos de parâmetros estruturais e operacionais. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 54 . se essa estiver em péssimas condições de operação. descrita acima.8 Bocaina Tietê/Jacaré aceitável 6.5 Uru Titê/Batalha inadequada 5.7 aceitável Parapuã Aguapeí aceitável 7. Já o valor limite para a condição considerada “aceitável” foi definido a partir da soma dos pontos máximos que podem ser obtidos para as características locacionais e de infra-estrutura implantada mais 50% dos pontos disponível para o item relativo às condições operacionais das usinas.3 adequada Iacri Aguapeí aceitável 7.4 Andradina Baixo Tietê adequada São José do Rio Preto Turvo/Grande adequada IQC 2011 8.implantada/infra-estrutura. enquadrando-a dentre aquelas que apresentam “condições inadequadas”. Município de Unidade de gerenciamento de Condição IQC Condição localização da recursos hídricos -UGRHI 2007 2007 2011 Araras unidade Mogi Guaçu inadequada 3. Tabela 3.7 aceitável Adamantina Peixe aceitável 7.9 aceitável Bastos Peixe aceitável 7. condições operacionais).18 – Valores do Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem de São Paulo em 2007 e 2011. o valor máximo do índice será 6.2 Osvaldo Cruz Peixe aceitável 7.9 9. a metodologia adotada na elaboração dos índices. Ainda segundo informado.3 Itatinga Médio Paranapanema aceitável 6.6 Paraguaçu Paulista Médio Paranapanema aceitável 7.4 Garça Aguapeí adequada 9. não foi registrada em nenhuma publicação da CETESB.9 7. destaca-se o cuidado que se teve em valorizar a adequada operação da unidade.1 Lençóis Paulista Tietê/Jacaré aceitável 7.0.2 Tarumã Médio Paranapanema aceitável 7.9 7.6 7. Programa de Pós-graduação em Saneamento.9 7. No caso do IQC.9 7. Devem-se destacar alguns pontos que chamam a atenção no IQC: sua denominação e a variação dos pesos dos parâmetros que o compõem. que corresponde a quase 15% do total dos pesos do índice. perguntou-se sobre esse parâmetro do questionário padronizado do IQC. em estudo realizado para avaliar o desempenho operacional e ambiental de unidades que recebiam o ICMS Ecológico em Minas Gerais. Programa de Pós-graduação em Saneamento. informou que a opção deveu-se à grande importância dada à correta disposição final dos rejeitos para se evitar a contaminação dos locais onde serão dispostos. conforme apresentado na Tabela 3. obtiveram os valores de IQC para 20 UTC localizadas na região Centro-Sul do estado. Prado Filho e Sobreira (2007). Já com relação ao peso atribuído a esse único parâmetro. que é o único com pontuação máxima igual a 20. que podem estar ou não dentro da área dessas unidades. para o qual foi informado que existe a exigência da CETESB de que as unidades de triagem e compostagem encaminhem seus rejeitos para aterros sanitários. “Triagem na esteira” e “Qualidade do material reciclado” que indicam a avaliação de unidades de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos e não somente de compostagem. Tabela 3. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 55 . Ainda em comunicação pessoal1.19 é apresentada a variação dos pesos dos parâmetros que compõem o IQC de acordo com o intervalo de pontuação e os itens. Merece destaque especial o “Aterro sanitário para rejeitos”.19 . já que o índice apresenta parâmetros como “Esteira de catação”. “Baias para material triado”.Variação dos pesos dos parâmetros componentes do IQC Intervalo da pontuação Características do local úmero de Infra-estrutura parâmetros implantada por item Condições operacionais úmero total de parâmetros 0-1 0-2 0-3 0-4 0-5 0-6 0-20 úmero total de parâmetros - 4 - 3 - - - 7 3 9 2 2 2 - 1 19 - 2 2 6 3 1 - 14 3 15 4 11 5 1 1 40 Observa-se que a maioria dos parâmetros tem intervalos de pontuação de 0 a 2 e de 0 a 4.20. Na Tabela 3. Pode-se considerar incompleta a denominação “Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem”. normalmente são instaladas em terrenos da própria usina. porém se observou que as mesmas não vinham sendo operadas de maneira a atender aos aspectos de ordem sanitária.Valores atribuídos a cada item de análise do IQC e classificação final para as UTC com incentivos do ICMS Ecológico de Minas Gerais – 2003. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 56 . Condições Características Infra.1 Adequada São José do 19 46 48 8. constatou-se: [.20 .estrutura operacionais Valor do Condições Município ambientais da área da usina da usina IQC da usina (valor máximo-20) (valor máximo-65) (valor máximo-55) Guarani 19 55 54 9...1 Adequada Prata Eugenópolis 15 48 41 7..1 Adequada Bicas Guiricema 19 46 49 8.9 Aceitável Maripá 15 48 44 7.Tabela 3.2 Adequada São Joaquim de 16 53 45 8. sete tinham condições aceitáveis e somente uma encontrava-se em condições inadequadas.7 Adequada Itaú de Minas 19 52 48 8.5 Aceitável Iguatama 19 48 34 7. descobertas e sem Programa de Pós-graduação em Saneamento.. que são exigidas no licenciamento ambiental das unidades.2 Aceitável Coimbra 11 42 41 6. Segundo Prado Filho e Sobreira (2007.].6 Aceitável Entre Rios de 15 42 48 7.] que todas as usinas de triagem e compostagem operavam valas para a disposição final dos rejeitos do processo de separação dos recicláveis e da preparação do composto orgânico. Essas estruturas. Foi comum encontrar valas com resíduos espalhados e sem compactação e recobrimento.59).5 Adequada Dionísio 19 51 48 8. Observa-se que.2 Inadequada Claro Fonte: Prado Filho e Sobreira (2007).4 Adequada Alterosa 16 49 50 8.7 Aceitável Goiana 14 44 36 6. valas construídas e localizadas aleatoriamente e sem critérios técnicos e trincheiras abertas.0 Adequada Cachoeira Candeias 20 53 52 8. p. geotécnica e ambiental.1 Adequada Coronel Xavier 19 53 55 9.1 Adequada Goiabal São Domingos do 14 51 49 8.5 Aceitável Minas Carmo da Mata 17 46 45 7. doze apresentaram condições adequadas. de acordo com a avaliação dos autores. Nenhuma das valas possuía sistema de impermeabilização da base e poucas tinham drenos para o chorume produzido [.9 Adequada Jacuí 18 51 53 8.0 Adequada Chaves Carmo da 20 53 53 9.7 Aceitável Carmo do Rio 12 49 13 5. das 20 unidades que compuseram o estudo. Ainda segundo a NBR 8419/1992. o aterro sanitário é: Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança. como o monitoramento ambiental. a impermeabilização inferior e/ou superior e o sistema de drenagem de gás. dentre outros de igual importância. Segundo definição da NBR 8419/1992 (ABNT. cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho. se for necessário. uma vez que os próprios autores mencionaram que todas as usinas operavam valas para a disposição final dos rejeitos. Programa de Pós-graduação em Saneamento. geotécnico e operacional. “Aterro sanitário para rejeitos” não poderia ser pontuado. 1992. uma vez que o índice é pontuado qualitativamente e representa observações expeditas realizadas no momento da avaliação. o sistema de tratamento de percolado. Trata-se de um problema ambiental que necessita ser urgentemente resolvido. sendo inclusive essas consideradas um importante foco de problemas ambientais. minimizando os impactos ambientais.isolamento da área. nenhuma das UTC avaliadas apresentava aterro sanitário. o maior valor de IQC possível de ser obtido por essas unidades seria de 8. De acordo com a definição e demais exigências da referida norma técnica da ABNT. ou a intervalos menores. método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível. o sistema de drenagem e remoção de percolado. questiona-se alguns valores de IQC obtidos por Prado Filho e Sobreira (2007) para as UTC mineiras. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 57 .1).6. p. Prado Filho e Sobreira (2007) destacam que o uso dessa ferramenta pode trazer distorções na pontuação final das unidades avaliadas. Nenhuma ressalva em relação a esse aspecto é registrada pelos autores no trabalho em questão. Com base nos relatos supracitados. Como o parâmetro de maior peso do questionário padronizado para obtenção do IQC. os principais elementos do projeto de aterro sanitário devem ser o sistema de drenagem superficial. Com relação ao instrumento utilizado para o cálculo do IQC. podendo variar com o modo de aplicação por diferentes profissionais e o rigor técnico de cada um deles. Apesar das deficiências constatadas e na ausência de outros instrumentos de avaliação, os autores consideram que a metodologia utilizada permite uma uniformização de procedimentos, a avaliação qualitativa e a evolução do desempenho técnico-operacional e ambiental de UTC, sendo de fácil aplicação e baixo custo. 3.6 Método Delphi O método Delphi consiste na utilização da opinião de especialistas para obtenção de consenso sobre determinada questão, que deve ser obtido por meio da aplicação de uma série de questionários alternados com envios de feedbacks (LINDSTONE e TUROFF, 2002). Segundo Estes e Kuespert (1976), o método teve origem em um projeto da Rand Corporation, iniciado na década de 1950, a respeito da utilização da opinião de especialistas. Esse projeto tinha como objetivo obter o mais significativo consenso de opiniões sobre a seleção de uma meta ótima para o sistema industrial dos Estados Unidos, estabelecendo uma estimativa do número de bombas atômicas necessário. Este consenso deveria ser obtido por meio da aplicação de uma série de questionários, alternados com envios de feedbacks. A partir deste primeiro estudo, o Delphi passou a ser aplicado em uma ampla variedade de projetos nas mais diversas áreas do conhecimento. O nome do método foi inspirado no oráculo grego de Delphi, tendo sido assim denominado intencionalmente por Kaplan, um professor associado de filosofia da University of California, Los Angeles - UCLA que trabalhava para a Rand Corporation num projeto para melhorar a utilização das previsões de especialistas na definição de políticas públicas (ALVARENGA et al., 2007). Kaplan referiu-se ao “princípio do oráculo”, já que no “Oráculo de Delfos”, templo dedicado principalmente ao deus Apolo, eram oferecidas visões do futuro para aqueles que procuravam seus conselhos e os antigos gregos vinham para colocar questões aos deuses. A evolução do método Delphi deu-se em duas formas distintas de aplicação, de acordo com Lindstone e Turoff (2002). A mais comum é a versão denominada “convencional” ou de “papel e lápis”. Nesta forma, um monitor elabora um questionário a ser enviado a um grupo de respondentes. Quando este é retornado, o monitor sintetiza os resultados e, baseando-se Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 58 nesses, desenvolve um novo questionário. É dada ao grupo de respondentes pelo menos uma oportunidade de revisar suas opiniões individuais. O envio e retorno dos questionários, anteriormente realizado por meio de correspondência, têm sido cada vez mais substituídos pelo encaminhamento e recebimento através de correio eletrônico, devido à sua facilidade e praticidade de utilização, conservando as demais características da forma convencional. Na segunda forma, denominada “conferência Delphi”, o monitor é substituído por um programa de computador, este faz a compilação dos dados à medida que os participantes enviam suas respostas e, após a última resposta, envia o relatório e o novo questionário. Esta ferramenta tem a vantagem de realizar o processo em tempo real. As principais características deste método são: • O anonimato, que busca reduzir fatores psicológicos, como a possível influência da opinião de participantes com maior grau de especialização sobre os demais ou a resistência que alguns apresentem em mudar de opinião durante o processo; • A representação estatística dos resultados; • O feedback, com o objetivo de que os participantes tenham a oportunidade de revisar seus pontos de vista após conhecer as opiniões e comentários dos demais, convergindo para um maior consenso a cada rodada. Segundo Alvarenga et al. (2007), embora o método Delphi seja único, diversas podem ser as aplicações e variações, que implicariam na eliminação de uma ou mais características, ou na criação de procedimentos diferentes, mantendo-se, no entanto, os princípios básicos. As etapas de seleção dos participantes, elaboração do questionário, primeira rodada, processamento estatístico e segunda rodada de confirmação/modificação de opiniões devem ser comuns às diversas aplicações do método. Se for necessário, de acordo com os objetivos do estudo e com os resultados das rodadas anteriores, mais rodadas podem ser realizadas. Esse número dependerá também de outros fatores, como o custo e o tempo disponível para o estudo, e a disponibilidade dos participantes. De acordo com Wright e Giovinazzo (2000), a aplicação de uma única rodada descaracteriza o método Delphi. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 59 Não há um número mínimo ou máximo de participantes da pesquisa de opinião, sendo que o tamanho do grupo dependerá do tipo de problema a ser investigado e da população passível de ser consultada (ALVARENGA et al., 2007). A evolução em direção ao consenso entre as rodadas pode ser mensurada pela distância interquartis e o valor da mediana (WRIGHT e GIOVINAZZO, 2000). Segundo Wright e Giovinazzo (2000, p.64) algumas vantagens do método Delphi devem ser citadas: • A consulta a um grupo de especialistas traz à análise do problema pelo menos o nível de informação do membro melhor informado e também um volume muito maior de informação; • O uso de questionário e respostas escritas leva a uma maior reflexão e cuidado nas respostas, e facilita o seu registro, em comparação a uma discussão em grupo; • O anonimato nas respostas elimina a influência de fatores como o status acadêmico ou profissional do respondente ou sua capacidade de oratória, na consideração da validade de seus argumentos; • Outros fatores restritivos da dinâmica de grupo são reduzidos, como a supressão de posições minoritárias, a omissão de participantes, a adesão não genuína às posições majoritárias, a manipulação política, dentre outros; • Com o envio de questionários por correio ou outros meios, não há custos de deslocamentos de pessoal, e os especialistas podem responder sem terem que conciliar agendas para uma reunião; • Os custos são provavelmente menores do que aqueles associados à reunião física de um grande grupo de especialistas; • O efetivo engajamento de um grande número de participantes é uma importante vantagem que induz à criatividade e confere credibilidade ao estudo. Já as restrições e desvantagens mais frequentemente apontadas são (WRIGHT E GIOVINAZZO, 2000, p.64): • Excessiva dependência dos resultados em relação à escolha dos especialistas, com a possibilidade de introdução de vieses pela escolha dos respondentes; Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 60 • Possibilidade de se forçar o consenso indevidamente; • Dificuldade de se redigir um questionário sem ambigüidades e não enviesado; • Demora excessiva para a realização do processo completo, especialmente no caso de envio de questionário pelo correio. 3.6.1 Aplicações do Método Delphi nas áreas de saneamento e meio ambiente A partir do primeiro estudo, realizado pela Rand Corporation na década de 1950, o método Delphi vem sendo aplicado em uma ampla variedade de estudos nos mais diversos ramos do conhecimento, inclusive nas áreas de saneamento e meio ambiente, para as quais serão apresentados alguns exemplos de estudos. Brown et al. (1970) apud Lopes (2005) utilizou a metodologia Delphi para estruturar a opinião de um grupo de 142 profissionais da área de qualidade da água, visando o desenvolvimento do Índice de Qualidade da Água - IQA. Esta pesquisa foi composta por 3 rodadas. Na primeira foi enviada uma lista com 35 parâmetros selecionados arbitrariamente para possível inclusão em um índice de qualidade da água. Os resultados desta primeira rodada foram enviados aos participantes junto com o segundo questionário para que estes comparassem suas respostas com a do grupo e as reavaliassem, sendo também solicitada uma lista dos 15 parâmetros mais importantes. Na terceira rodada foi pedido aos participantes que desenhassem, para 9 parâmetros selecionados, curvas que representassem a variação da qualidade da água produzida pelas várias possíveis medidas do parâmetro. As nove curvas utilizadas para o calculo do IQA foram as curvas médias obtidas das respostas de todos os respondentes. Já Lopes (2005) realizou estudo com o objetivo da proposição de um Índice de Qualidade da Estação de Tratamento de Água - IQETA que permitisse às administrações de sistemas de abastecimento comparar o desempenho das estações. A metodologia para a elaboração do IQETA consistiu inicialmente no levantamento por meio de uma pesquisa de opinião aplicada a um grupo de 18 especialistas da área de tratamento de água, dos parâmetros intervenientes no desempenho das estações com tecnologia de tratamento convencional bem como seus respectivos pesos. Esta pesquisa seguiu as características do método Delphi como o Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 61 anonimato, o feedback e a representação estatística dos resultados. Na segunda etapa do trabalho foram desenvolvidos critérios de pontuação a partir das recomendações da ABNT. A terceira e última etapa constituiu-se da aplicação do IQETA a dez estações de portes distintos dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Dando continuidade à linha de trabalho de Lopes (2005), Souza (2008) propõe um Índice de Qualidade da Água Bruta – IQAB afluente às estações de tratamento de água convencionais, que possibilitasse a avaliação da eficiência do tratamento de água também em função das características da água bruta que chega às estações. Para o desenvolvimento do estudo utilizou-se o método Delphi com a pesquisa de opinião de especialistas para a definição dos pesos e escolha dos parâmetros de qualidade da água bruta a serem abordados na proposição do índice. Foram enviados aos participantes dois questionários, o último contendo o feedback das respostas do primeiro para verificação dos pesos e parâmetros, na busca de um consenso nas opiniões. Após a definição dos pesos e parâmetros mais relevantes determinados pela opinião de especialistas, foram desenvolvidas pontuações dos parâmetros, levando-se em consideração o impacto produzido no tratamento de água pelas variações nos valores do parâmetro. Para a proposição de um Modelo para Avaliação de Desempenho de Política Pública de Meio Ambiente, que permitisse a sua aplicação em países em desenvolvimento, Ribeiro (2005) baseou-se na opinião de profissionais de sabida experiência e vivência profissional em áreas relacionadas à Qualidade Ambiental, para a escolha e o estabelecimento de pesos para indicadores. Os indicadores identificados foram agregados em seis temas (Ar, Água, Solo, Biodiversidade, Socioeconômico e Institucional) e submetidos a um processo de escolha e priorização por meio do método Delphi, levantando opiniões de 150 especialistas e tomadores de decisão na política pública de meio ambiente, em âmbito nacional. Esse processo, além de reduzir a subjetividade implícita ao tema, permitiu a definição e atribuição de pesos aos indicadores, em função das prioridades a eles conferidas, para fundamentar a composição de um índice ambiental, mantendo a agregação segundo os temas previamente definidos. O modelo foi testado no estado de Minas Gerais, no período de 1977 a 2003. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 62 Já Dell’Isola (2008) propôs um protocolo para avaliação de gerenciamento de resíduos da construção civil em canteiros de obras de edificações, por meio de indicadores para as etapas de demolição (incluindo fases de demolição, limpeza e escavação) e de construção (incluindo fases de fundação, estrutura, alvenaria e acabamento). Os componentes iniciais para a elaboração dos indicadores foram obtidos do levantamento, em bibliografia nacional e internacional, dos principais resíduos provenientes dessas duas etapas. Como metodologia, o autor adotou a consulta de painel de especialistas, sendo selecionados inicialmente 198 profissionais com trabalhos na área de Resíduos de Construção e Demolição, utilizando o método Delphi com duas rodadas. A consulta foi relativa aos componentes dos indicadores e aos pesos para a criação de fórmulas, que após definidas foram submetidas a diversas obras de edificações de portes variados. 3.7 Metodologia qualitativa: Análise de Conteúdo e Discurso do Sujeito Coletivo Surgida inicialmente na Antropologia e na Sociologia, a pesquisa qualitativa tem ganhado espaço nas últimas décadas, em diversas outras áreas, como uma alternativa para pesquisa social, historicamente marcada por estudos que valorizam o emprego de métodos quantitativos. Enquanto os estudos quantitativos geralmente procuram seguir rigorosamente um plano previamente estabelecido, a pesquisa qualitativa costuma ser direcionada ao longo de seu desenvolvimento, não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente não emprega instrumental estatístico para análise dos dados. O foco de interesse da pesquisa qualitativa é amplo e bem diferente do adotado pelos métodos quantitativos, tendo como base a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é comum que o pesquisador procure entender os fenômenos segundo a perspectiva dos participantes da situação estuda, partindo daí para a interpretação dos fenômenos estudados (Neves, 2006). Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 63 Assim, pode-se dizer que uma das principais características da metodologia qualitativa é a não preocupação com a representatividade estatística da amostra ou com a possibilidade de generalização dos resultados, mas sim com a análise em profundidade (Figura 3.8). Figura 3.8 – Diferenças de abordagem das pesquisas com métodos quantitativos e qualitativos. Fonte: Adaptado de Souza (2007) e Brasil (2004). No esforço de desvelar signo e significado, de estabelecer o vínculo entre eles, o referencial teórico e a visão de mundo são de grande importância para o pesquisador. Nesse momento, os métodos qualitativos e quantitativos podem se complementar, não sendo excludentes ou oponentes. Embora sejam bem diferentes quanto à forma e à ênfase, os métodos qualitativos trazem como contribuição ao trabalho de pesquisa uma mistura de procedimentos de cunho racional e intuitivo capazes de contribuir para a melhor compreensão dos fenômenos. Na opinião de Neves (1996), combinar técnicas quantitativas e qualitativas torna uma pesquisa mais forte e reduz os problemas de adoção exclusiva de um desses grupos. Ao mesmo tempo, o não emprego de métodos qualitativos, num estudo em que é possível e útil fazê-los, empobrece a visão do pesquisador em relação ao contexto em que ocorre o fenômeno. No entanto, devem-se evitar ilusões ao se deparar com estudos qualitativos, pois esses também apresentam suas fraquezas e problemas e, tanto a abordagem qualitativa quando a quantitativa são capazes de produzir trabalhos bons e ruins. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 64 3.7.1 Análise de Conteúdo Dentre as diversas técnicas de análise de dados utilizadas nas pesquisas qualitativas, tem-se a Análise de Conteúdo. Uma das definições que pode ser atribuída à Análise de Conteúdo - AC é conjunto de técnicas de análise das comunicações, por meio da descrição numérica de características do corpus de textos. Apesar da ênfase nas descrições numéricas, características como “tipos”, “qualidades” e “distinções” têm recebido atualmente especial atenção, antes que qualquer quantificação seja feita (BAUER, 2007). Essa técnica ganhou destaque a partir do início do século XX e é centrada nas noções de neutralidade e de objetividade como forma de sistematizar a pesquisa com textos, afastando do procedimento de análise a subjetividade do pesquisador e garantindo a obtenção de resultados precisos. Suas bases quantitativas buscavam afastar indícios de subjetividade, já que o quantitativo era correlacionado à objetividade. Almejava-se a neutralidade, pois aproximar-se dela era uma premissa para sustentar-se como ciência. Também como uma das principais características da técnica tem-se o rigor metodológico (ROCHA e DEUSDARÁ, 2005). Segundo os pressupostos metodológicos da AC, o texto seria capaz de mostrar o contexto, revelando as opiniões e crenças de um sujeito a respeito do mundo que o rodeia. A produção de sentido se refere a uma realidade dada a priori, sendo possível alcançar uma significação profunda conferida no ato de produção do texto e que está encoberta por ele. Com relação aos procedimentos de análise das respostas obtidas, o pesquisador deve realizar uma primeira leitura dos textos produzidos, a partir da qual poderá transformar suas intuições em hipóteses a serem validadas ou não pelas etapas consecutivas. Dessas hipóteses são extraídos critérios de classificação dos resultados obtidos em categorias de significação. Após o cruzamento das freqüências observadas, a pesquisa pode então apresentar algumas conclusões. Como vantagens da AC podem ser citadas o uso de dados brutos, que ocorrem naturalmente; a facilidade de lidar com grandes quantidades de dados; a possibilidade de utilização de dados Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 65 históricos; e a disponibilização de um conjunto de procedimentos maduros e bem documentados. Como desvantagem tem-se a separação de unidades de análise de seu contexto, levando à dificuldades de interpretação; a focalização de freqüência, descuidando-se do que é raro ou ausente; e a busca de uma AC automática. Além disso, geralmente ocorre uma não-explicitação da trajetória teórica escolhida para a abordagem de conceitos que sustentam o trabalho de análise realizado, ou até um apagamento dos conceitos que surgem do trabalho (BAUER, 2007). A técnica da Análise do Conteúdo tem sido utilizada por diversas áreas do conhecimento, dentre as quais se podem citar o saneamento e o meio ambiente. Alguns trabalhos que empregaram essa técnica de análise de dados serão apresentados a seguir. Com o intuito de avaliar o sistema de coleta seletiva do município de Catas Altas – MG e os principais fatores que influenciam a participação da população neste tipo de programa, Sampaio (2008) realizou uma comparação dos resultados obtidos por meio de aplicação de questionários, de observação participante e de entrevistas. O trabalho foi dividido em diagnóstico, implantação do Programa da Educação Ambiental e avaliação da percepção da população do município, com seleção de uma amostra de 16 moradores para participarem de entrevistas A análise dos dados obtidos nas entrevistas foi realizada por meio da técnica de Análise do Conteúdo, sendo primeiramente identificadas as categorias de respostas que apareceram nas entrevistas e agrupadas as respostas nas respectivas categorias em que se encaixavam. Em seguida foram quantificadas as porcentagens de resposta de cada categoria e realizada uma breve discussão para cada uma delas. Após discutir cada grupo de perguntas referentes a determinada hipótese, foi apresentada uma síntese sobre o tema, explicando se a hipótese foi confirmada ou não. Já Rozemberg (1998) realizou a avaliação de um vídeo em áreas rurais endêmicas de esquistossomose, a partir de entrevistas com moradores, procurando analisar, interpretar e contextualizar as vivências relatadas e as opiniões expressas sobre o saneamento e o destino dos dejetos. Para esse estudo, realizaram-se 25 entrevistas individuais aprofundadas com adultos, 12 mulheres e 13 homens, engajados em atividades agrícolas, logo após a exibição do vídeo intitulado “Doença do Caramujo”, em três municípios do estado de Minas Gerais (com Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 66 Realizaram-se um total de nove grupos focais cujos participantes foram agrupados em função das variáveis escolaridade e local de residência (rural e urbano).doc – opiniões e experiências dos entrevistados a respeito das fossas sanitárias e de outras soluções de saneamento. As entrevistas foram posteriormente transcritas. Rubinger (2008) adotou o grupo focal. gostou. de acordo com os objetivos e a abrangência das análises.atuação da FUNASA. sem atuação da FUNASA e misto).doc – primeiros temas abordados pelo entrevistado ao contar a história. Em estudo realizado no Aglomerado da Serra e em Nova Contagem. constituição do corpus. para a qual foi adotada o seguinte roteiro: leitura flutuante. solução. exploração do material e tratamento e interpretação dos resultados obtidos. e fossa. observação participante e realização de entrevistas semi-estruturadas com sete profissionais envolvidos e onze membros das comunidades locais. com base no material bruto transcrito. Já para análise dos dados coletados foi utilizada técnica baseada em critérios similares àqueles estipulados pela Análise do Conteúdo. A metodologia adotada consistiu na coleta de evidências a partir de análise documental. onde se reuniram os momentos das entrevistas em que foram abordados determinados assuntos: primte. levando-se em conta o contexto social no qual os discursos foram proferidos e buscando-se a compreensão de seus processos produtivos. Utilizou-se a AC para a análise dos dados coletados. com uma aproximação aos princípios estabelecidos pela Análise do Discurso. que discutem um tema de interesse do pesquisador. por meio de interações entre os participantes. considerando o conceito de tecnologias apropriadas e a necessidade de fomentar a participação social e a proposição de ações intersetoriais nessas áreas. Em estudo que objetivou a identificação da percepção do saneamento por parte da população. uma vez que não se limitou à interpretação exteriorizada do texto. estratégia de natureza qualitativa que consiste na coleta de dados descritivos de um subgrupo populacional. organizadas e analisadas segundo a técnica da Análise de Conteúdo. Programa de Pós-graduação em Saneamento. criando-se arquivos no processador de textos. Gomes (2009) avaliou a adequação das intervenções de saneamento básico em áreas de vilas e favelas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 67 .doc – partes preferidas pelo entrevistado e aquelas que ele não gostou. formulação e reformulação de hipóteses e objetivos. Cada arquivo pôde ser analisado em separado ou com relação aos demais.doc – soluções para a esquistossomose que foram propostas por cada entrevistado. Rego et al. p. seguida pela categorização das primeiras interpretações em relação ao tema estudado a partir do roteiro de pesquisa. conteúdos discursivos de sentido semelhante emitidos por pessoas distintas. 2005) consiste numa variante da técnica de análise de dados qualitativos “Análise do Conteúdo”. e anotação das categorias “etic” (ponto de vista do pesquisador) e “emic” (ponto de vista do informante). 1995). Esse procedimento busca atingir um grau de profundidade que permita estabelecer algumas generalizações dos achados do estudo. 3. exceções e possíveis relações com a definição de “lixo” e a sua relação com a saúde. sentir e agir dos seus membros.16). (2002) buscaram identificar como as moradoras de um bairro da periferia de Salvador conceituavam “lixo” e compreendiam a relação entre exposição a esse fator ambiental e a saúde.2 Discurso do Sujeito Coletivo A sociedade não é a simples soma de indivíduos e sim um sistema constituído pela associação desses indivíduos. é melhor que nos centremos nesses discursos. somando num só discurso.7.1 (FileMaker Incorporation. “a realidade para as pessoas é aquilo que elas constroem como real. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 68 . a categorização das palavras conceitos e das palavras relacionadas. sendo uma forma qualitativa de representar o pensamento de uma coletividade. na maior parte das vezes. como etapa inicial de um estudo epidemiológico que visava verificar a relação entre exposição aos resíduos sólidos urbanos e diarréia em crianças. 1998). Foram realizadas entrevistas com 13 mulheres utilizando-se um roteiro semi-estruturado. por meio do texto e da fala. Programa de Pós-graduação em Saneamento. quando separados (DURKHEIM. mas somente a seus discursos. onde o grupo pensa. Segundo Dijk (2006. Durante a sistematização das entrevistas. sente e age diferentemente do modo de pensar. convergentes e divergentes. E como não temos acesso direto a suas mentes. para a classificação dos temas principais da pesquisa e das palavraschave. compararam-se todas as entrevistas. e o fazem.DSC (LEFÈVRE e LEFÈVRE. que representa uma realidade específica com suas características próprias. Utilizou-se o programa FileMaker Pro 4. como respostas a perguntas abertas de um roteiro. realizou-se a leitura livre das transcrições. Posteriormente.” O Discurso do Sujeito Coletivo . sendo verificados aspectos recorrentes. de maneira mais sintética. Para a elaboração dos DSC. trechos ou transcrições literais do discurso. É um discurso-síntese redigido na primeira pessoa do singular e composto por Expressões-Chave (EC) que têm a Idéia Central (IC) ou Ancoragem (An) equivalentes. precisa e fidedigna possível. An) presentes em cada um dos discursos individuais e em todos eles reunidos. Não é uma interpretação. e que busca a reconstituição discursiva da representação social através de uma síntese (Figura 3. que vai dar nascimento posterior ao DSC. o sentido de cada um dos discursos analisados e de cada conjunto homogêneo de EC.9). A Ancoragem (An) é a manifestação lingüística explícita de uma dada teoria. parte-se do discurso literal transcrito das entrevistas gravadas e estes são submetidos a um trabalho analítico de decomposição.O método do DSC busca preservar a discursividade do sujeito pesquisado em todas as etapas da pesquisa. Programa de Pós-graduação em Saneamento. coleta. Figura 3. processando e tabulação dos dados até a apresentação dos resultados. que revelam a essência do conteúdo discursivo dos segmentos em que se divide o depoimento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 69 . que consiste em identificar as figuras metodológicas (EC. desde a elaboração do roteiro de perguntas. Fonte: Souza (2007). que são identificadas e destacadas.9 – Possibilidades de reunião de pensamentos em discursos. mas uma descrição do sentido do depoimento ou conjunto de depoimentos. É uma forma destinada a fazer a coletividade falar diretamente sobre o tema a ser estudado e não somente se posicionar escolhendo alternativas previamente definidas pelo pesquisador. ideologia ou crença que o autor do discurso professa. IC. As Expressões-Chave (EC) são pedaços. A Idéia Central (IC) é a expressão lingüística que revela e descreve. ancorada na pesquisa documental sobre os resultados divulgados por programas de saúde. Ilha das Caieiras. (2007) objetivaram em seu estudo identificar e analisar. trabalhando dados orais e inclusive oriundos de textos. empregando a estratégia do Discurso do Sujeito Coletivo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 70 . Souza (2007) utilizou a metodologia qualitativa. com entrevistas semi-estruturadas como método de coleta de dados. realizaram-se 40 entrevistas semi-estruturadas. foram abordados o Anteprojeto de Lei que propõe a Política Nacional de Programa de Pós-graduação em Saneamento. Os estudos que se seguem exemplificam o emprego dessa técnica. Silva (2007) conduziu estudo com moradores dos bairros de Mangue Seco. assim como sobre as práticas do saneamento. Participaram da pesquisa 12 moradores do Conjunto Novo Aarão Reis. Para verificar a maneira como os moradores de um conjunto habitacional de Belo Horizonte compreendiam os elementos do saneamento e da habitação. na perspectiva da promoção da saúde e da prevenção de doenças. foi adotada uma abordagem qualitativa. entrevistados em suas casas por ser este considerado o local de maior interação sujeito/objeto. considerados essenciais para a qualidade de vida das pessoas. Do setor saneamento. para análise dos dados. sendo 10 domicílios em cada bairro mencionado e. Para o desenvolvimento da pesquisa. Santa Teresa e Jardim Camburi. foram selecionadas legislações de âmbito federal – vigentes ou ainda no formato de anteprojetos – relativas aos três setores envolvidos no estudo. Para a análise dos dados utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo. totalizando seis textos. Com o propósito de investigar aspectos pessoais de quatro grupos de sujeitos sobre a sua relação com a água de consumo humano e conseqüentes implicações na saúde. em textos da legislação brasileira.ES. localizados na cidade de Vitória . Para a construção dos discursos. Buscou-se verificar se a percepção que os mesmos revelam sobre tais temas se aproxima de uma visão de prevenção de doenças ou de promoção da saúde. Após a transcrição das entrevistas. saúde e ambiente. Souza et al.Também a técnica de análise de dados do Discurso do Sujeito Coletivo tem conquistado espaço nas áreas do conhecimento do saneamento e do meio ambiente. discursos existentes sobre os conceitos de saneamento. utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo como método de análise dos dados. Entretanto.938/1981) e a Política Nacional de Recursos Hídricos – PNRH (Lei 9. e verificar a percepção de moradores da cidade em relação ao aproveitamento dessa água para fins não potáveis.080/90 e a Política Nacional de Promoção da Saúde – PNPS (Portaria MS 687/2006). sendo quatro do setor saneamento. o estado do Rio de Janeiro (nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói) e na região Norte. Programa de Pós-graduação em Saneamento. revelando sua compreensão sobre o saneamento. Cardoso (2009) teve como objetivo avaliar a qualidade da água de chuva captada em Belo Horizonte . Essas considerações foram elaboradas com base em análise realizada a partir da coleta de depoimentos de profissionais dos três setores. Centro e Pampulha. Assim. foi realizada em duas regiões da cidade. Por meio de informantes-chave ou a partir de conhecimento pessoal prévio dos pesquisadores. sobre a qualidade da água de chuva. era necessário que a população aceitasse fazê-lo. Contando com a possibilidade de obter-se uma maior variedade de discursos decorrentes de diferentes realidades. Utilizando-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Do setor saúde. Já do setor ambiente.445/2007. foram selecionados a Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA (Lei 6. o estado do Pará (na cidade de Belém). Já Souza e Freitas (2008) buscaram apresentar considerações a respeito de como os profissionais que lidam com a interface saneamento-saúde-ambiente vislumbram os serviços de saneamento: como ação preventivista de doenças ou como atividade promocional da saúde. para que o aproveitamento da água de chuva fosse realmente viável. sendo que 9 apresentavam curso superior completo e 9 ensino fundamental incompleto. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 71 . O método de coleta de dados utilizado foi a entrevista semi-estruturada e o método de análise dos dados foi o Discurso do Sujeito Coletivo. Foram entrevistadas 18 pessoas. foram entrevistados 13 profissionais.433/1997). foram entrevistados profissionais com atuação em duas unidades da federação situadas em regiões geográficas diferentes: na região Sudeste.Resíduos Sólidos – PNRS e a Lei 11. viu-se a necessidade de inserção de estudo qualitativo para avaliar a percepção dos moradores da cidade de Belo Horizonte sobre o aproveitamento de água de chuva. A pesquisa quantitativa.MG. sempre utilizando o canal interpessoal e nunca o institucional. quatro do setor saúde e cinco do setor ambiente. foi possível identificar os discursos desses profissionais a partir dos seus depoimentos. Em sua pesquisa. os textos foram a Lei 8. apresentou-se o método Delphi. A seguir. Em seguida. estado onde se localizam as UTC estudadas. Programa de Pós-graduação em Saneamento. com destaque em como a reciclagem e compostagem têm sido tratadas nos países mais avançados nessa questão. e que a foi a principal ferramenta metodológica para a composição da proposta. mostrou-se o retrospecto dessas unidades em MG. apresentou-se a situação dos RSU no Brasil e em Minas Gerais. inclusive com a menção do IQC. foram apresentados os dados encontrados na literatura específica. Finalizando. e a uma compilação de como o trabalho e a operação das UTC tem acontecido no país. cuja variante “Discurso do Sujeito Coletivo” foi a principal ferramenta metodológica utilizada para trabalhar a percepção dos trabalhadores dentro das UTC.3. apresentou-se a metodologia qualitativa. que vem sendo utilizado pela CETESB para acompanhamentos das unidades paulistas.8 Considerações gerais Na Revisão da Literatura buscou-se resgatar os principais conceitos sobre o tema. utilizado para pesquisa de opinião com especialistas. Inicialmente foi mostrado um panorama geral da gestão dos resíduos sólidos urbanos no mundo. para contextualização do presente estudo. os princípios metodológicos a serem utilizados na presente pesquisa e alguns trabalhos já realizados. com a técnica de análise de dados “Análise do Conteúdo”. já que é essa uma das vertentes do estudo. inclusive nas áreas de saneamento e meio ambiente. outra questão tratada nessa pesquisa. incluindo informações sobre galpões que somente realizam a triagem dos resíduos. Passou-se então a um conteúdo teórico sobre o trabalho e Qualidade de Vida no Trabalho. Como foi proposto um novo indicador para avaliação das UTC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 72 . Os conceitos e as principais características esperadas para os indicadores de desempenho também foram mostrados. Partindo-se para os parâmetros de projeto e implantação de UTC. enfocando especialmente aquelas licenciadas pelo órgão ambiental estadual. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 73 . além de possibilitarem a discussão dos resultados obtidos diante do referencial teórico e das informações fornecidas por trabalhos anteriormente realizados.Os temas abordados objetivaram a contextualização da pesquisa e o esclarecimento do percurso metodológico adotado. Se viajar depressa demais. não o4 seu fim.4 – MATERIAL E MÉTODOS “O caminho é o que importa. vai perder aquilo que o fez viajar” (Bantam) . . em especial aquelas implantadas no estado de Minas Gerais. Essas unidades. 2008. As unidades objeto de investigação do presente estudo são as Usinas de Triagem e Compostagem. a matéria orgânica (restos de comida.1): • Recepção (a): onde todo o resíduo sólido urbano é recebido e encaminhado para um fosso. Programa de Pós-graduação em Saneamento. com população de até cerca de 10. vidros e metais).2). Usina de Triagem e Compostagem é o “local onde é realizada a separação manual da matéria orgânica. cozinha. banheiros. almoxarifado. que corriqueiramente recebem resíduos sólidos urbanos sem nenhuma separação prévia.1 Descrição das unidades objeto do estudo Segundo o artigo 2º da Deliberação Normativa COPAM nº118/2008. cascas de frutas e legumes) e os rejeitos. vestiários. • Pátio de compostagem (c): para onde é encaminhada a matéria orgânica separada. papelão. • Mesa ou esteira de triagem (b): local onde são separados manualmente os materiais recicláveis (papéis. materiais recicláveis. que é biologicamente convertida em composto orgânico. • Baias para depósito de materiais recicláveis (d): local de armazenamento dos recicláveis separados para posterior prensagem e enfardamento. • Instalação de apoio (e): construção onde se localizam o escritório. refeitório. que são geralmente constituídas das seguintes unidades (Figura 4. p.4 MATERIAL E MÉTODOS 4. e • Vala de rejeitos (f): onde são aterrados os rejeitos que sobraram. plásticos. rejeitos e resíduos especiais presentes no lixo” (MINAS GERAIS.000 habitantes. seguindo para a mesa ou esteira de triagem. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 74 . são consideradas simplificadas e têm sido implantadas especialmente em municípios de pequeno porte. Fonte: FEAM (2006b). Instalação de apoio (e).1 – Principais unidades de uma UTC . Programa de Pós-graduação em Saneamento. Mesa ou esteira de triagem (b). Catapreta (2007). Baias para depósito de materiais recicláveis (d). Vala de rejeitos(f). Pátio de compostagem (c). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 75 .Recepção (a).(a) (c) (e) (b) (d) (f) Figura 4. FEAM (2007a). inspirada na teoria da representação social.4. conforme mencionado anteriormente. é de identificação complexa. Destaca-se que a não identificação das Ancoragens possíveis existentes não traz prejuízo à aplicação da metodologia. seguir-se-á a tabulação de dados. à medida que essas sejam coletadas. somando num só discurso. O primeiro passo será copiar integralmente o conteúdo de todas as respostas referentes a cada pergunta na coluna Expressões-Chave do Instrumento de Análise do Discurso 1 – IAD 1 (Quadro 4. a coleta da matéria prima por meio de entrevistas. No Instrumento de Análise do Discurso 2 – IAD 2 (Quadro 4. são copiadas todas as Expressões-Chave de cada Idéia Central. podendo facilmente levar ao erro. do ambiente para a entrevista. conforme pode ser verificado nos exemplos dados por Léfreve e Léfreve (2005). após a transcrição integral e literal dos arquivos digitais das entrevistas.1). 2005). O terceiro passo consistirá em identificar as Idéias Centrais. a definição da área/grupo de estudo.Discurso do Sujeito Coletivo Para o desenvolvimento desse estudo será empregada uma variante da metodologia qualitativa “Análise de Conteúdo”. denominada Discurso do Sujeito Coletivo . do clima da entrevista.2 Usinas de Triagem e Compostagem . conteúdos discursivos de sentido semelhante emitidos por pessoas distintas. o preparo do entrevistador. como respostas a perguntas abertas de um roteiro. como a elaboração e pré-teste do roteiro de perguntas. Optou-se por não trabalhar com a figura metodológica Ancoragem uma vez que essa. a produção dos DSC e sua interpretação. Para a construção do DSC.2). consiste numa forma qualitativa de representar o pensamento de uma coletividade. sendo inclusive essa opção bastante comum. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 76 . sendo gerados os Discursos do Sujeito Coletivo e comentados os dados obtidos em cada questão. a escolha dos sujeitos. quando as questões serão analisadas para cada sujeito entrevistado. O segundo passo consistirá em identificar em cada uma das respostas as Expressões-Chave das Idéias Centrais. a tabulação e análise dos dados. colocando-as na coluna correspondente. Programa de Pós-graduação em Saneamento. utilizando os Instrumentos de Análise do Discurso – IAD. do equipamento de gravação.DSC (LÉFREVE E LEFREVE. É necessário o cumprimento de uma série de etapas para a realização do método do DSC. que. 2005). podendo se apresentar densos e complexos.. O dimensionamento da amostra também deve seguir o critério da saturação. pois considera. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 77 . propiciando a sua limitação de tamanho por razão de ordem prática.2 . além da quantidade. O estabelecimento da amostra em pesquisas qualitativas de reconstrução de imaginários sociais está relacionada a dificuldades técnicas e operacionais de realização que implicam analisar detalhes de uma massa de depoimentos. Espanha... Expressões-Chave Discurso do Sujeito Coletivo Fonte: Léfreve e Léfreve (2005). o tipo de amostragem será o da intencionalidade. interessantes e suficientes para compor e reconstruir o horizonte de pensamento. composta por cinco a dez depoimentos de pessoas diferentes (LÉFREVE E LEFREVE. esta etapa da pesquisa está dividida em duas partes: uma realizada em Minas Gerais... a variabilidade e a qualidade dos sujeitos a serem entrevistados. Por se tratar de uma pesquisa qualitativa.Instrumento de Análise de Discurso 2 – IAD2 Idéia Central X – ..Instrumento de Análise de Discurso 1 – IAD1 Grifo Expressões-Chave Idéias Centrais Fonte: Léfreve e Léfreve (2005).1 . em termos das possibilidades deles fornecerem dados ricos. Brasil e outra na Região Metropolitana de Barcelona.Quadro 4. Como já citado. que consiste em interromper a coleta de dados quando o pesquisador percebe que conseguiu compreender a lógica interna do grupo em estudo. Quadro 4. Programa de Pós-graduação em Saneamento. reunidas em 5 grupos: Norte de Minas/Jequitinhonha. passando por diversas versões necessárias à adequação. e os trabalhadores se sentem desvalorizados e discriminados por trabalharem nas UTC. Jequitinhonha. especialmente para os investigadores menos experientes. que têm um roteiro semiestruturado especificamente elaborado para atender aos objetivos do estudo. não oferecendo condições ambientais e ocupacionais ao trabalhador e inclusive apresentando algumas características semelhantes ao trabalho nos “lixões”. Sul de Minas e Central/Alto São Francisco. Em cada uma dessas unidades foram visitadas 4 usinas. quase sempre misturados (seco e úmido). a pesquisa foi apresentada ao Comitê de Programa de Pós-graduação em Saneamento. Destaca-se que as regiões Norte de Minas. Central e Alto São Francisco foram conjugadas. o trabalho nas UTC é insalubre. As unidades de análise foram 7 das 9 regiões de abrangência das SUPRAM.1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais A escolha do estado de Minas Gerais para a realização do presente trabalho deve-se à disponibilidade e à acessibilidade aos dados relativos às UTC gerados pelo órgão ambiental estadual. Segundo Minayo (2007. a coleta seletiva e o trabalho na UTC (Apêndice A). por ser apoiada numa seqüência de questões. Zona da Mata. a entrevista semi-estruturada facilita a abordagem e assegura que as hipóteses ou os pressupostos serão cobertos na conversa.2). A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais gravadas em equipamento digital.2. As unidades de análise foram escolhidas por apresentarem os maiores números de usinas instaladas e por terem características regionais distintas. abordando temas relacionados às impressões sobre os resíduos sólidos urbanos. Devido às suas características qualitativas.4. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 78 . totalizando inicialmente 20 UTC (Figura 4. p. formando duas unidades de análise. devido ao pequeno número de usinas existentes nesses áreas. O roteiro das entrevistas foi submetido à avaliação e contribuição de um grupo de alunos e professora dos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação SMARH. Leste Mineiro. As hipóteses que se pretende investigar com as entrevistas são que as UTC não têm privilegiado os trabalhadores. que lidam diretamente com os resíduos.267). tendo como principal objeto de investigação as pessoas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 79 . Programa de Pós-graduação em Saneamento.CEP registrado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP/MS. determina que toda pesquisa envolvendo seres humanos seja apresentada para apreciação relativa ao atendimento das exigências éticas científicas. inclusive suas partes.An Produção e interpretação dos DSC Figura 4. individual ou coletivamente. em um Comitê de Ética em Pesquisa . de acordo com Parecer ETIC 285/08 (Anexo A). Elaboração do roteiro de entrevistas e definição da área/grupo de estudo 1 funcionário em cada usina. cujos dados sejam obtidos de seres humanos. Francisco 2 usinas – Pré-testes (Central/Z. S. do Conselho Nacional de Saúde. No Brasil. de forma direta ou indireta (BRASIL. IC.Ética em Pesquisa/UFMG em 09-06-2008 e aprovada em 27-09-2008. 1996). os mais antigos Submissão ao COEP/UFMG Parecer ETC 285/08 Funcionários de 22 Usinas de Triagem e Compostagem de MG Definição do número e escolha dos entrevistados Preparo do entrevistador.2 . A aprovação dos comitês de ética é necessária aos projetos de pesquisa. Mata) 1 usina – Região Central de MG 1 usina – Zona de Mata de MG Adequação do roteiro de entrevistas Realização das entrevistas (coleta de dados) Transcrição das entrevistas Tabulação e análise dos dados Identificação das figuras metodológicas: ECH.Fluxograma – Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais. a Resolução CNS nº 196/1996. do ambiente e do equipamento de gravação Realização do pré-teste do roteiro de entrevistas 4 usinas – Norte/Jequitinhonha 4 usinas – Leste Mineiro 4 usinas – Zona da Mata 4 usinas – Sul de Minas 4 usinas – Central/A. As entrevistas foram realizadas no escritório das usinas. que estipula metas e prazos a serem cumpridos. tem-se o Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona. Ao entrevistado foi apresentada a finalidade da pesquisa e explicado sobre a necessidade de gravação da entrevista e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice D) exigido pelo Comitê de Ética em Pesquisa. sendo que a amostra final foi composta por 22 usinas. foram realizados pré-testes com entrevistas em duas unidades.2 O Discurso do Sujeito Coletivo nas Unidades de Barcelona A Espanha foi escolhida para a realização da segunda parte deste trabalho por ser um país pertencente à União Européia desde 1986 e que tem buscado aperfeiçoar seu sistema de gestão dos resíduos sólidos urbanos para adequar-se à rígida legislação ambiental a que está submetida. 2009). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 80 . que foram incluídos posteriormente no estudo. após a assinatura do “Acto Único Europeu” em 1986. foi obtida a autorização das Prefeituras Municipais para a realização da pesquisa em cada UTC por meio da assinatura de um segundo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C). também segundo exigência do COEP/UFMG. tratado que eliminava os entraves ao livre fluxo de comércio dentro dessa organização. Vale a pena ressaltar que. esse sofreu pequenas alterações conforme necessidade identificada (Apêndice B) e então foi dado início à aplicação da entrevistas. implantado desde 1997. especificamente elaborado com essa finalidade. Para averiguar se o conteúdo do roteiro semi-estruturado elaborado estava adequadamente inteligível e se fornecia dados suficientes para a pesquisa. buscando-se obter a maior privacidade e conforto possível para os participantes. 4.Foi entrevistado em cada uma das usinas o trabalhador mais antigo que se propôs a participar e que era maior de 18 anos. Além disso. a Espanha representa uma importante referência para a América Latina e passou por grande desenvolvimento especialmente nas últimas décadas. Isso pode propiciar a identificação Programa de Pós-graduação em Saneamento. Após análise da adequação do roteiro. Como exemplo dessas iniciativas. já que se esperava que fosse essa a pessoa que detivesse a maior quantidade de impressões sobre a realidade das UTC. uma da região Central de Minas Gerais e outra da Zona da Mata.2. criando o “Mercado Único” (UE. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 81 .de soluções utilizadas na gestão dos resíduos a serem aproveitadas para a realidade de países em desenvolvimento.000 habitantes (Barcelona). sob supervisão da Profa. duas unidades de compostagem e três unidades de triagem. e os trabalhadores não se sentem desvalorizados e/ou discriminados por trabalharem nessas unidades. Dra. De maneira semelhante ao proposto para o Brasil. como é o caso do Brasil. María Àngels Alió Torres. de cerca de 4. processos de minimização e impactos causados por unidades de tratamento de resíduos. por meio de ofício (Apêndice F) e de contatos telefônicos explicando a finalidade e a metodologia da pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com a Universidade de Barcelona. mas essa tinha encerrado suas atividades há alguns meses devido ao problema de exalação de odores que incomodava a vizinhança. foram visitadas oito instalações de triagem e/ou compostagem localizadas na Região Metropolitana de Barcelona. Destaca-se ainda que o PMGRM de Barcelona atende a municípios de diversos portes populacionais (EMA. Essa etapa do trabalho foi realizada no Centro de Recursos para a Ecologia Social do Departamento de Geografia Humana da Universidade de Barcelona. com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a problemática e as possibilidades da transição para uma sociedade mais sustentável. Com as entrevistas pretendeu-se investigar as hipóteses de que o trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é considerado como outro qualquer e é bastante facilitado pela existência de coleta seletiva efetiva. variação semelhante à que pode ser observada nos municípios que compõem o estado de Minas Gerais e a maioria dos demais estados brasileiros. Esse grupo tem efetivamente trabalhado há alguns anos em pesquisas sobre resíduos sólidos urbanos. foi solicitada a autorização dos gestores para a realização das entrevistas. 2008). sendo elas três Ecoparques.500. Os contatos seguiram-se por um período de Programa de Pós-graduação em Saneamento. que é a responsável pelo centro.000 (El Papiol) até mais de 1. Ressalta-se que uma terceira unidade de compostagem também foi procurada. Após as visitas técnicas. Foram entrevistados em cada unidade um trabalhador. para manutenção da mesma metodologia utilizada no Brasil. Deve-se ressaltar que. desde que a entrevista fosse realizada com o encarregado da unidade e não fosse gravada. além de solicitar verbalmente o seu consentimento para a participação.aproximadamente cinco meses até que se obtivesse os retornos positivos de quatro unidades. a geração e interpretação dos DSC também aconteceram de maneira semelhante à etapa brasileira. será utilizado o questionário padronizado que é aplicado pelos técnicos da Programa de Pós-graduação em Saneamento. onde foram realizadas um total de quatro entrevistas. não é possível afirmar que essa orientação tenha sido seguida. A opção pela manutenção do roteiro a ser utilizado no Brasil se deve à expectativa de realizar comparações entre as resposta obtidas nos dois países. considerou-se a primeira entrevista realizada como um pré-teste do roteiro adaptado e não foi verificada necessidade de alterações. 4.3. A coleta de dados também ocorreu através de entrevistas individuais. que foi adaptado à realidade e ao idioma local e revisado cuidadosamente pela supervisora da pesquisa no exterior. nas unidades de Barcelona.3 Usinas de Triagem e Compostagem – Características estruturais e condições operacionais 4. A análise dos dados. conforme autorização e escolha dos respectivos gestores.1 Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem Para a verificação das condições em que se encontram as Usinas de Triagem e Compostagem em estudo. tendo basicamente o mesmo roteiro semi-estruturado utilizado no Brasil (Apêndice E). Uma quinta unidade autorizou a pesquisa. De maneira semelhante ao estudo executado no Brasil. Apesar de ter sido pedido que os participantes não conhecessem as perguntas antes da realização da entrevistas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 82 . Também foi apresentada ao entrevistado a finalidade da pesquisa e explicado sobre a necessidade de gravação da entrevista. que lidavam diretamente com os resíduos e se propuseram a participar da pesquisa. todos os gestores procurados solicitaram acesso ao conteúdo do roteiro com antecedência. 3.3. É dada ao grupo de respondentes pelo menos uma oportunidade de revisar suas opiniões individuais.Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental – CETESB para o acompanhamento dos sistemas de tratamento e disposição de resíduos sólidos em operação. 4. cujas características estão descritas no item 4. Quando da execução dos pré-testes do roteiro semi-estruturado. desenvolve um novo questionário. que tenham conhecimento técnico com relação à infra-estrutura e a operação dessas unidades. Programa de Pós-graduação em Saneamento.3. a representação estatística dos resultados e o feedback. O método Delphi. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 83 . No presente estudo optou-se por utilizar o Delphi em sua forma convencional. um monitor elabora um questionário a ser enviado a um grupo de respondentes.1. Os procedimentos adotados em cada uma das etapas serão descritos no item 4. baseando-se nesses. foi composto um Indicador de Desempenho Operacional de UTC IDUTC. devendo ser aplicado por profissionais treinados.Unidade objeto do estudo e escolha dos parâmetros Considerou-se como objeto da pesquisa de opinião as Usinas de Triagem e Compostagem. Nesta forma. Quando este é retornado. utilizando-se o método Delphi como balizador.2.3. e realizou-se de acordo com as principais características deste método.2 Indicador de Desempenho Operacional de Usinas de Triagem e Compostagem Como o IQC foi concebido para a avaliação de UTC que apresentam realidades distintas das unidades mineiras. na presente pesquisa.2. o monitor sintetiza os resultados e. 4. a partir do qual é avaliado o Índice de Qualidade de Usinas de Compostagem – IQC. que é a versão mais comum.1 Pesquisa de opinião . que são o anonimato. foi constituído por 3 etapas. conforme Figura 4. a partir dos parâmetros do IQC e da experiência prática de verificação e acompanhamento dessas unidades no estado de Minas Gerais.2. O IDUTC foi pensado como um indicador especialmente direcionado para Órgãos Governamentais. foram realizados também os pré-testes de obtenção do IQC nas mesmas UTC onde se efetuaram as entrevistas. Programa de Pós-graduação em Saneamento. 2006) para o acompanhamento dos sistemas de disposição e tratamento de resíduos sólidos em operação no estado de São Paulo. e na experiência prática de verificação e acompanhamento de UTC implantadas no estado de Minas Gerais. Estes parâmetros foram agrupados em três grupos: características da área.com diversas áreas de atuação Respostas e devolução 1ª rodada: envio do 1º questionário Tabulação dos resultados dos questionários recebidos Elaboração do 2º questionário e relatório da 1ª rodada Respostas e devolução Tabulação dos resultados dos questionários recebidos 2ª rodada: envio do 2º questionário e do relatório da 1ª rodada Elaboração do 3º questionário e relatório da 2ª rodada 3ª rodada: envio do 3º questionário e do relatório da 2ª rodada Conclusões Gerais e Formulário de Avaliação de UTCs Feedback final: envio do relatório final para os respondentes Figura 4. das 5 regiões do país.3 – Fluxograma .Pesquisa de opinião – método Delphi.Elaboração do 1º questionário e seleção dos painelistas 43 especialistas em RSU. A escolha dos parâmetros a serem analisados fundamentou-se em questionário padronizado utilizado pela Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental (CETESB. Fonte: Adaptado de Wright e Giovinazzo (2000) e Lopes (2005). infra-estrutura implantada e condições operacionais nas unidades. Os 68 parâmetros pré-selecionados foram inicialmente selecionados entre os itens listados no formulário do IQC e os aspectos comumente observados durante o acompanhamento e monitoramento das UTC pelo Órgão Ambiental de Minas Gerais. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 84 . sendo esses excluídos do estudo. Destaca-se que alguns profissionais apresentam mais de uma área de atuação dentre as citadas. Salienta-se a dificuldade de encontrar profissionais especialistas na área de RSU em algumas regiões do Brasil. BA.Escolha dos painelistas Os painelistas que participaram da pesquisa foram selecionados dentre especialistas da área de Resíduos Sólidos Urbanos. apresentada na Tabela 4.4.3. PA. No entanto.1 – Perfil dos painelistas selecionados para a pesquisa de opinião. RO). de organizações não-governamentais e de empresas de limpeza urbana. SC. Objetivou-se selecionar profissionais das cinco regiões do país. CE. RS. e com atuações diversas. projetistas. além dos 43. RS. DF. não foi possível contatá-los em tempo hábil para o início do envio dos questionários. PB.1. como acadêmicos/pesquisadores.2. ES. RJ. foram selecionados. AM. que incluíram os estados de MG. Programa de Pós-graduação em Saneamento. a seguir. PR. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 85 . é apresentado o perfil dos 43 painelistas escolhidos para a realização do estudo. RJ. Região do país CentroPrincipal área de atuação Sul Sudeste orte Oeste 4 Academia/Pesquisa Organização ãoGovernamental Empresa de Limpeza Pública TOTAL TOTAL 8 - 3 3 18 2 - - - 2 2 9 3 1 1 - - - 1 2 2 4 - - - 6 9 23 3 4 4 43 Projeto Órgão Governamental ordeste 15 Outros seis painelistas (SP. PE. funcionários de órgãos ambientais governamentais. Na Tabela 4. tendo como formação acadêmica mínima a graduação e máxima o doutorado. Essa dificuldade pode ser observada na distribuição geográfica dos painelistas. AP.1.2 Pesquisa de opinião . Tabela 4. contendo as respostas de cada painelista individualmente e uma síntese das opiniões dos demais especialistas. além de comentários (Apêndices I.4 – Fragmento do questionário enviado na primeira rodada. tendo sido reiterado o questionário uma vez.Procedimentos em cada rodada A primeira rodada da pesquisa de opinião foi iniciada com o envio do questionário. se acreditasse que o parâmetro era relevante. as instruções para preenchimento. conforme fragmento a seguir (Figura 4. se julgassem pertinente (LOPES. contendo uma introdução sobre a pesquisa.4). em caso de dúvida sobre a inclusão ou não do parâmetro.3. Infra-estrutura implantada ITEM PARÂMETRO ICLUIR ÃO PESO IDECISO ICLUIR (0 -100) Área de recepção Mesa de triagem Balança funcional Baias para material triado Cobertura das baias Prensa funcional para material triado Pátio de compostagem Figura 4.3 Pesquisa de opinião . os painelistas tinham ainda a opção de acrescentar observações a respeito de qualquer dos parâmetros citados ou de colocar novos parâmetros. caso considerasse o parâmetro não relevante. J e K). após 12 dias de seu primeiro envio. Aos parâmetros considerados de relevância. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 86 . também por meio de correio eletrônico. em qualquer etapa da pesquisa. Programa de Pós-graduação em Saneamento. foi disponibilizado um endereço de correio eletrônico para o qual os participantes poderiam escrever para saná-las. com o envio do questionário anteriormente preenchido. No caso do surgimento de dúvidas. 2005). e indeciso. o contato dos pesquisadores envolvidos e 68 parâmetros préselecionados. por meio de correio eletrônico (Apêndices G e H). Este sistema de atribuição de pesos foi adotado com o objetivo de facilitar o preenchimento dos questionários. não havendo necessidade que o somatório atingisse este valor. Ao final do questionário. o respondente deveria atribuir pesos de 0 a 100.2.4. No preenchimento do questionário. A segunda rodada foi iniciada logo após o término da primeira. numa tentativa de se evitar uma elevada taxa de abstenção. Nesta primeira rodada não foi estabelecido prazo para o retorno das opiniões. não incluir. o respondente deveria escolher uma das três opções apresentadas para cada parâmetro: incluir. 13 Área de Infra-estrutura implantada 14 15 16 17 18 19 Sua resposta Parâmetro recepção Mesa ou esteira de triagem Balança funcional Baias ou galpão para material triado Cobertura das baias ou galpão Prensa funcional para material triado Pátio de compostage m Reavaliação da resposta (se julgar necessário) Incluir Não (Peso) incluir Mín . nenhum preenchimento seria necessário. nessa segunda etapa. o único item passível de preenchimento era a coluna reavaliação da resposta. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 87 . Neste segundo questionário.5). Após analisar a síntese das opiniões da primeira rodada. para que os painelistas pudessem ter conhecimento da amplitude das opiniões recebidas. as opções para a reavaliação da resposta foram incluir (devendo ser atribuídos pesos de 0 a 100) e não incluir. caso julgasse necessário. também foram apresentados os valores máximo e mínimo dos pesos atribuídos. uma vez que essa não é tão sensível às observações muito maiores ou muito menores do que as demais. Síntese das respostas da 1ª rodada Item Não Não Peso Incluir Indeciso incluir respondeu Máx (%) (%) Mediana (%) (%) . como medida de tendência central. Um fragmento do questionário personalizado da segunda rodada é apresentado a seguir (Figura 4. Destaca-se que. Considerando-se que as respostas iniciais devessem ser mantidas. além das observações e considerações prestadas.Optou-se pela adoção da mediana (valor que divide o conjunto de dados em duas partes iguais) dos pesos atribuídos pelos participantes.5 – Fragmento do questionário enviado na segunda rodada. Todos os itens deveriam ser Programa de Pós-graduação em Saneamento. 100 0 0 0 90 100 10 Incluir 10 100 0 0 0 100 100 50 Incluir 50 95 0 5 0 90 100 30 Incluir 50 95 5 0 0 98 100 30 Incluir 40 90 5 0 5 80 100 20 Incluir 60 100 0 0 0 90 100 40 Incluir 40 100 0 0 0 100 100 50 Incluir 70 Figura 4. Além da mediana. cada painelista poderia rever as suas respostas e pesos. Nesta rodada. o método Delphi consiste na aplicação de questionários interativos a especialistas. Este formulário foi o objeto da terceira e última rodada da pesquisa. caso julgassem necessário. por meio de rodadas. mas não caberia mais o acréscimo de novos parâmetros.6). No entanto. após 14. não tendo observações a fazer sobre ele. A terceira rodada teve início assim que foi finalizada a segunda. também por meio de correio eletrônico. com o envio do questionário anteriormente preenchido. Segundo Wright e Giovinazzo (2000). Ao final do questionário. Como a grande maioria dos parâmetros contidos no questionário da segunda rodada obtiveram porcentagem de inclusão e pesos elevados (Apêndice M). Programa de Pós-graduação em Saneamento. isso representaria a consolidação do julgamento do grupo a partir de sua experiência e conhecimento. após a qual o não retorno seria considerado como concordância plena com o formulário previamente enviado. 49 dias de seu primeiro envio.respondidos e a opção indeciso não era mais válida neste momento. sendo solicitado que os participantes emitissem mais uma vez sua opinião e apresentassem suas sugestões. Os parâmetros que obtiveram pesos finais maiores que 50 foram reunidos em um formulário de avaliação das unidades a ser utilizado in loco. devendo ser alterada impreterivelmente. 34. respectivamente. com uma síntese das opiniões dos especialistas respondentes na segunda rodada (Apêndices L. N e O). estipulou-se um prazo de 25 dias para a manifestação das opiniões por parte dos painelistas. até que se obtenha um consenso ou que as opiniões se estabilizem. tendo sido reiterado o questionário por até três vezes para alguns painelistas. mas deve-se buscar um aumento na convergência das opiniões após cada rodada. Também na segunda rodada não foi estabelecido prazo para o retorno das opiniões. Um fragmento do formulário da terceira rodada é apresentado a seguir (Figura 4. decidiu-se realizar o produto entre a porcentagem de inclusão e a mediana do peso para definição do peso final corrigido. poderiam novamente ser incluídas observações a respeito de qualquer dos parâmetros citados. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 88 . geralmente o consenso não é de fácil obtenção. Conforme mencionado anteriormente. totalizando 37 dias.5 x Peso 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim Não Sim 1x Peso 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Figura 4.Infra-estrutura implantada Item Parâmetro 13 Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem 15 Balança funcional 16 Baias ou galpão para material triado 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 19 Pátio de compostagem Avaliação Sugestões Sim 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso Não Sim 0x Peso 1x Peso Não Sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 89 .6 – Fragmento do formulário enviado na terceira rodada. percebeu-se a necessidade de buscar um indicador do desempenho operacional para essas unidades. esse prazo foi prorrogado a pedido de alguns painelistas. Q e R) 4.3. Programa de Pós-graduação em Saneamento.23 parâmetros e condições operacionais .7 parâmetros. infra-estrutura implantada . além das considerações relativas às sugestões para esse formulário (Apêndices P.39 parâmetros). constituído por 69 parâmetros distribuídos em três partes (características da área . Inicialmente. objetivou-se obter o indicador como um produto direto da pesquisa de opinião. tendo em sua composição os fatores intervenientes que fossem considerados mais relevantes para o desempenho das unidades e seus respectivos pesos atribuídos. com manutenção 1x Peso Sim.4 Elaboração do Indicador de Desempenho Operacional de UTC – IDUTC Diante da expansão das UTC no estado de Minas Gerais. foi enviado feedback final aos participantes com o formulário produto das opiniões de todos os especialistas respondentes. traçou-se um delineamento para a obtenção do indicador.2. sem manutenção Não Sim 0x Peso 0. Após a compilação das opiniões obtidas na terceira rodada da pesquisa. Partindo-se do Formulário de Avaliação de UTC (Apêndice S) oriundo da reunião das opiniões dos especialistas respondentes. Apesar de ter sido estipulado prazo de 25 dias para a manifestação de opiniões. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 90 .0 – 4. procurou-se valorizar especialmente a adequada operação das UTC que.1 para que o indicador fosse representado por um valor entre 0 e 10. Programa de Pós-graduação em Saneamento.Conforme já mencionado.2 – Enquadramento das condições das UTC – Formulário de Avaliação de UTC Valor do indicador Enquadramento 0. Tabela 4. enquadrando-se na faixa de “condições inadequadas”. na ocasião dos pré-testes de obtenção do indicador. observou-se que a extensão do Formulário de Avaliação de UTC. Entretanto. mas estivessem em péssimas condições de operação.. 2004). alcançariam o valor máximo do indicador de 4. composto por 69 itens. partiu-se para os pré-testes do indicador. se apresentassem excelentes características da área e infraestrutura implantada.3 – 10. Já o valor limite para a condição considerada “regular” foi definido a partir da soma dos pontos máximos que podem ser obtidos para as características da área e de infra-estrutura implantada mais 50% dos pontos disponível para o item relativo às condições operacionais das unidades. semelhantemente ao IQC.2. que é a facilidade e rapidez de obtenção das informações (HUNT et al. Após a realização dos procedimentos e o estabelecimento dos critérios mencionados. conforme apresentadas na Tabela 4. levava-o a infringir uma das características esperadas de um bom indicador. Foram ainda estabelecidas faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco.0 Condições Adequadas Também seguindo o critério utilizado para o IQC. realizados nas mesmas usinas onde se efetuaram os pré-testes do roteiro das entrevistas. sendo dividido o peso de cada um por 601.4 Condições Inadequadas 4. o peso final corrigido de cada parâmetro foi definido como o produto entre a porcentagem de inclusão e a mediana do peso obtidos na segunda rodada da pesquisa de opinião.5 – 7.4. 1998 apud ÁGUA E CIDADE. A soma dos pesos finais de todos os parâmetros foi 6011.2 Condições Regulares 7. A soma dos pesos dos 20 parâmetros do IDUTC foi 1765. Tabela 4. conforme apresentadas na Tabela 4. sendo que o primeiro critério utilizado com essa finalidade foi “parâmetros que obtiveram 100% de inclusão na pesquisa de opinião”. que foi denominado Indicador de Desempenho Operacional de UTC – IDUTC.1 – 7. Essa opção se deve ao fato de que esses foram os parâmetros que obtiveram a unanimidade dos especialistas quanto à sua relevância e à necessidade de inclusão.3.Assim.3 – Enquadramento das condições das UTC – IDUTC Valor do indicador Enquadramento 0. mantendo-se os critérios anteriormente utilizados: limite superior da faixa “condição inadequada” de operação igual à soma dos valores máximos possíveis para os itens relativos às características da área e à infraestrutura implantada.0 – 5. Destaca-se que todos os itens selecionados também apresentaram a moda (valor que mais se repete no conjunto de dados) dos pesos atribuído igual a 100. Definiu-se então que o IDUTC seria formado por 20 parâmetros provenientes do Formulário de Avaliação de UTC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 91 . O segundo critério utilizado foi “parâmetros que obtiveram mediana dos pesos atribuídos igual a 100”.6 – 10. o peso de cada parâmetro do indicador passou a ser considerado como a média dos pesos atribuídos.5 para que o indicador continuasse a ser representado por um valor entre 0 e 10.0 Condições Adequadas Programa de Pós-graduação em Saneamento. Estabeleceram-se novamente faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco. sendo atendido por 20 dos 34 itens selecionados no critério anterior.0 Condições Inadequadas 5. no qual se enquadraram 34 itens.5 Condições Regulares 7. Desta forma. optou-se por restringir o número de itens componentes do indicador. com o objetivo de representar a opinião de todos os participantes em um único valor. sendo dividido o peso de cada um por 176. caracterizados por 100% de inclusão e mediana do peso atribuído igual a 100 na pesquisa de opinião. limite superior da faixa “condição regular” de operação igual ao limite da faixa anterior mais 50% dos pontos disponível para o item relativo às condições operacionais das unidades. se por exemplo existem baias ou galpão apenas para alguns materiais triados ou.Para verificação dos impactos acarretados pela redução no número de parâmetros e realização de possíveis ajustes necessários. este pode ser avaliado indiretamente pela quantidade de materiais inertes verificados nas leiras de compostagem. Vale ressaltar que um parâmetro apenas deve ser avaliado como "sim" quando estiver totalmente de acordo. quando realizados diariamente. os parâmetros devem ser avaliados como "não". as unidades visitadas estão distribuídas por todo o estado de Minas Gerais. Deve-se destacar que. Os parâmetros "controle de temperatura”. localizadas em sete das nove regiões de abrangência das Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável . menos eficiente é a triagem. Quanto maior a quantidade de inertes. Leste Mineiro. Assim. se nem todas as baias são cobertas ou se houver prensa apenas para alguns dos materiais triados.SUPRAM: Norte de Minas/Jequitinhonha. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 92 . essa deve ser considerada "boa" quando a unidade tem manutenção e não há presença de moscas/mosquitos e mau cheiro. “controle de umidade” e “controle de reviramento das leiras" devem ser considerados "regular". Sul de Minas e Central/Alto São Francisco. Com relação ao parâmetro "conservação/limpeza geral". Programa de Pós-graduação em Saneamento. Zona da Mata. "regular" quando apresentar problemas moderados de manutenção e algumas moscas/mosquitos e/ou mau cheiro e "ruim" quando evidentemente apresentar falta de manutenção. conforme já mencionado anteriormente. muitas moscas/mosquitos e forte mau cheiro. foram aplicadas as duas propostas de indicadores (Formulário de Avaliação de UTC e IDUTC) em 22 UTC mineiras visitadas e analisaram-se então os resultados obtidos. Já com relação ao parâmetro "eficiência na triagem". Considerou-se a hipótese de que as UTC com adequado desempenho operacional poderiam ser base para recomendações de valores de parâmetros estruturais a serem adotados no projeto das UTC.4 Levantamento do Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais Como complementação à etapa do trabalho na Espanha e buscando-se conhecer as potencialidades dos processos e unidades do Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona. Programa de Pós-graduação em Saneamento. que compõe Àrea Metropolitana de Barcelona.3.3 Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem Com a finalidade de contribuir com recomendações de valores para parâmetros a serem adotados no projeto das UTC. foi realizado um resgate da evolução da gestão de RSU na RMB. tais como a Entidad Metropolitana del Medio Ambiente – Entidad Metropolitana de Servicios Hidráulicos y Tratamiento de Residuos. foi realizado um levantamento focando especialmente as tecnologias relacionadas à triagem e compostagem. com vistas ao aperfeiçoamento das UTC brasileiras. foi realizado um levantamento de parâmetros estruturais/operações pré-definidos das unidades em funcionamento visitadas (Apêndice T). 4. Esses parâmetros foram analisados criticamente. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 93 . Na busca do estabelecimento de uma aproximação com a atual situação da gestão de RSU no Brasil. em sítios oficiais de instituições responsáveis pela elaboração e gestão do programa e outras envolvidas com a questão dos resíduos sólidos urbanos. por meio de levantamento de informações contidas em publicações. e de alguma possível intercessão no passado entre essas duas realidades. especialmente em relação às UTC. para que se pudesse verificar a possibilidade de indicar valores recomendados. a Agencia de Residuos da Cataluña e a Agencia d’Ecologia Urbana de Barcelona. destacando as unidades de triagem e compostagem. Realizou-se revisão bibliográfica sobre a gestão dos resíduos sólidos urbanos na Região Metropolitana de Barcelona e especialmente sobre o Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais.4. Partindo-se das constatações sobre as realidades mineira e espanhola. objetivando-se a observação dos possíveis reflexos dos fatos relatados no desempenho das unidades. sendo enfim propostas alterações na forma como as unidades são atualmente concebidas. à dez diferentes instalações de tratamento de resíduos. foi realizada a análise crítica sobre a adequação ou não das UTC como alternativa de destinação dos resíduos sólidos urbanos de acordo com os moldes atuais. 4. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 94 .Foram realizadas também visitas técnicas. com registro fotográfico (quando permitido) e de informações. para que fosse visualizado o funcionamento dos processos e a operação das unidades.5 Cruzamento de dados e proposições Os discursos dos funcionários das UTC mineiras foram confrontados com as classificações obtidas pelo IDUTC. Também foram confrontadas as potencialidades dos processos e unidades relacionadas à triagem e compostagem do PMGRM de Barcelona verificadas com os discursos dos funcionários dessas unidades. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 95 . 5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO “Os maiores acontecimentos são os que mais tardiamente são compreendidos” (Nietzsche) . . Dos 43 especialistas selecionados para a participação no estudo.1. de empresas de limpeza pública (5 em 21). destaca-se também a mescla de outras áreas de atuação e de graduação.1 e 5. o perfil dos especialistas que retornaram suas opiniões na primeira rodada da pesquisa. Segundo Wright e Giovinazzo (2000).1.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.Primeira rodada A primeira rodada da pesquisa de opinião teve duração de 73 dias (02-06-2008 a 12-08-2008). 21 retornaram suas opiniões. representando um aproveitamento de 49%. No entanto. acadêmicos e pesquisadores (8 em 21). isto quando esses especialistas são consultados antes do início da pesquisa sobre o seu interesse em participar.1 – Fragmento do questionário respondido na primeira rodada. especialmente por que não foram feitos contatos com os participantes antes do início dos estudos. incluindo o recebimento das respostas dos painelistas e a tabulação dos dados. Observa-se a predominância de especialistas respondentes da região Sudeste (12 em 21). conforme fragmento apresentado na Figura 5.2 apresentam. como funcionários de órgãos governamentais (6 em 21).1 Usinas de triagem e compostagem – características estruturais e condições operacionais 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 95 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. a seguir. e graduados em Engenharia Civil (14 em 21). Infra-estrutura implantada ITEM PARÃMETRO INCLUIR Área de recepção Mesa de triagem Balança funcional PESO (0 -100) 70 80 100 x x Cobertura das baias Pátio de compostagem INDECISO x x x Baias para material triado Prensa funcional para material triado NÃO INCLUIR x x 100 100 Figura 5.1 Pesquisa de opinião . Considera-se que a adesão obtida se encontra dentro da faixa aceitável. e graduados em Ecologia (1 em 21) e Ciências Sociais (2 em 21). normalmente há uma abstenção de 30% a 50% dos respondentes na primeira rodada e de 20% a 30% na segunda rodada. As Tabelas 5. Dentre os participantes que retornaram os questionários da primeira rodada. 16 apresentaram 100% de inclusão e obtiveram mediana do peso maior ou igual a 80 (Figura 5. Como ocorreram casos de ausência de respostas em alguns parâmetros. embora raros (0. não incluir e indeciso.07%).1 – Perfil dos painelistas participantes da pesquisa de opinião quanto à área de atuação Região do país CentroPrincipal área de atuação Sul Sudeste orte ordeste Oeste TOTAL Academia/Pesquisa 3 3 - - 2 8 Projeto - 1 - - - 1 Órgão Governamental - 5 1 - - 6 Organização ãoGovernamental 1 - - - - 1 Empresa de Limpeza Pública 2 3 - - - 5 6 12 1 0 2 21 TOTAL Tabela 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 96 . Somente dois parâmetros tiveram porcentagem de inclusão inferior a 50%. 20 (95%) incluíram comentários explicando o porquê da escolha dos itens incluir. indicando uma grande relevância atribuída a eles pelos participantes.2). Programa de Pós-graduação em Saneamento.2 – Perfil dos painelistas participantes da pesquisa de opinião quanto à graduação Região do país CentroCurso em que tem graduação Sul Sudeste orte ordeste Oeste TOTAL Engenharia Civil 3 9 1 - 1 14 Engenharia Química - - - - 1 1 Engenharia Agronômica 1 - - - - 1 Ciências Biológicas 1 - - - - 1 Ciências Sociais 1 1 - - - 2 Ecologia - 1 - - - 1 Administração - 1 - - - 1 6 12 1 0 2 21 TOTAL Dos 68 parâmetros pré-selecionados que estavam contidos no questionário da primeira rodada. além de dúvidas e sugestões de inclusão de novos parâmetros (Apêndice G).Tabela 5. solicitou-se então que essas respostas faltosas fossem dadas juntamente com a reavaliação realizada na segunda rodada. Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na primeira rodada Controle de temperatura nas leiras Controle de umidade nas leiras Controle de reviramento das leiras Manutenção do pátio de compostagem Manutenção da área de recepção Parâmetross Funcionários com EPIs Funcionários com uniformes Treinamento oferecido aos funcionários Conservação/limpeza geral Equipamentos funcionais para reviramento das leiras Pátio de compostagem Prensa funcional para material triado Mesa de triagem Área de recepção Portaria ou guarita Cercamento da área 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Mediana dos pesos Figura 5. Os painelistas. foi encaminhado o questionário anteriormente preenchido. Percebeu-se que dentre os itens que tiveram a redação Programa de Pós-graduação em Saneamento. também incluindo o recebimento das respostas dos painelistas e a tabulação dos dados. além de algumas observações pertinentes para melhor adequação e entendimento do trabalho (Figura 5. Essas alterações foram realizadas devido a sugestões dos especialistas e à inadequação da redação inicial. contendo as respostas individuais de cada painelista e uma síntese das opiniões dos 21 especialistas respondentes. principalmente em relação à sua infra-estrutura implantada. que foram feitos por 7 painelistas (33%).Segunda rodada A segunda rodada da pesquisa teve duração de 85 dias (13-08-2008 a 05-11-2008). em sua maioria da região Sul do país. versando especialmente sobre o não reconhecimento dessa unidade como parte integrante da UTC. afirmavam que essa deveria ser uma unidade à parte. Para a aplicação dessa rodada.3). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 97 . com conseqüências na inclusão ou não desses. e que não deveria ser objeto do presente estudo. 5.2 – Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na primeira rodada Destaca-se a recorrência de comentários acerca das valas de rejeitos. Alterou-se a redação de 13 parâmetros. Esses comentários demonstram que as UTC são vistas de maneiras diferentes de acordo com a região do país. mesmo quando estivesse dentro da área da UTC. que foram destacados em cinza no questionário da segunda rodada.2 Pesquisa de opinião . possivelmente levando ao entendimento equivocado dos parâmetros.1. segundo o órgão ambiental estadual. contido no questionário enviado nessa rodada (Apêndice I). além de valas de rejeitos dentro da área da usina.3 – Fragmento do questionário respondido na segunda rodada. Por isso. sendo tudo considerado em conjunto. foi incluído no questionário um esclarecimento no item “Considerações a partir dos comentários dos especialistas”. destacados em amarelo no questionário.alterada estavam alguns com as menores porcentagens de inclusão. Essas alterações e acréscimos foram informados aos participantes no item “Observação pertinente para adequação e entendimento do trabalho”. sendo eles “disponibilidade de energia elétrica e água” e “existência de mobilização social da população”. Síntese das respostas da 1ª rodada Item Não Incluir incluir (%) (%) 13 Área de Infra-estrutura implantada Sua resposta Parâmetro 14 15 16 17 18 19 recepção Mesa ou esteira de triagem Balança funcional Baias ou galpão para material triado Cobertura das baias ou galpão Prensa funcional para material triado Pátio de compostagem Indeciso (%) Não respondeu (%) Mediana Máx. até o ano de 2007). a partir de sugestões dos especialistas e da adequação desses aos objetivos do trabalho. Com relação aos comentários feitos na primeira rodada sobre as valas de rejeito presentes nas UTC. solicitou-se aos respondentes que dessem atenção especial à reavaliação desses parâmetros. Foram ainda incluídos dois parâmetros. Destacou-se que as unidades que seriam acompanhadas estão implantadas no estado de Minas Gerais e que todas apresentam simultaneamente as atividades de triagem e compostagem. Peso Reavaliação da resposta (se julgar necessário) Incluir Não (Peso) incluir 100 0 0 0 90 100 10 Incluir 10 100 0 0 0 100 100 50 Incluir 50 95 0 5 0 90 100 30 Incluir 50 95 5 0 0 98 100 30 Incluir 40 70 90 5 0 5 80 100 20 Incluir 60 70 100 0 0 0 90 100 40 Incluir 40 60 100 0 0 0 100 100 50 Incluir 70 100 100 Figura 5. Explicou-se que essa composição é exigida para a regularização/licenciamento ambiental das UTC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 98 . Mín. se comparado à quantidade de Programa de Pós-graduação em Saneamento. e que a necessidade das valas de rejeito se deve à existência de somente um pequeno número de aterros sanitários no estado (18. Dos 21 especialistas que responderam à primeira rodada do método. O consenso geralmente não é de fácil obtenção. Programa de Pós-graduação em Saneamento. mais sucintos. isto quando os especialistas são consultados sobre o interesse em participar da pesquisa. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 99 . Apesar da redução do aproveitamento global para 44%. Conforme já mencionado. Além desse esclarecimento. apesar das diversas reiterações do questionário. partindo-se de dúvidas e sugestões apresentadas pelos participantes. por meio de rodadas. antes do seu início. com raras dúvidas ou sugestões (Apêndice J). com o objetivo de que os parâmetros fossem avaliados a partir de uma visão correta do objeto de estudo. essencialmente explicando as reavaliações de opinião que realizaram. 9 (47%) incluíram comentários. representando uma abstenção de 10%. Da primeira para a segunda rodada foi observado um aumento de 16 para 34 parâmetros com 100% de inclusão (Figura 5. dois não retornaram suas opiniões na segunda rodada.municípios mineiros (853) e ao fato desses aterros estarem especialmente concentrados nas regiões mais populosas. além de que 40 dos 70 parâmetros mantiveram inalteradas as medianas dos pesos nas duas rodadas. Como visto anteriormente. Foi dada ênfase no esclarecimento desse item. considera-se que a adesão obtida permaneceu dentro da faixa aceitável. o método Delphi consiste na aplicação de questionários interativos a especialistas. Wright e Giovinazzo (2000) citam que normalmente há uma abstenção de 20% a 30% na segunda rodada. até que se obtenha um consenso ou que as opiniões se estabilizem.4). de acordo com a mensuração indicada por Wright e Giovinazzo (2000). Observou-se ainda que 42 parâmetros tiveram a amplitude interquartílica dos pesos atribuídos reduzida da primeira para a segunda rodada (Apêndice K) Dentre os participantes que retornaram os questionários da segunda rodada. foram incluídos ainda outros cinco. mas pôde-se observar um aumento relevante na convergência das opiniões após a segunda rodada. marcada por um painelista. *Destaca-se a ocorrência da opção indeciso.5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 100 .1. dentre os 21 consultados. 5. trânsito e acesso Permeabilidade do solo 0 10 20 30 40 50 60 Mediana dos pesos 70 80 90 100 Figura 5.Terceira rodada A terceira rodada teve duração de 103 dias (06-11-2008 a 16-02-2009). Foi encaminhado o feedback da segunda rodada.4 – Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na segunda rodada. com uma síntese das opiniões dos 19 especialistas respondentes.3 Pesquisa de opinião .5 – Fragmento do feedback enviado na terceira rodada. Mín. incluindo o recebimento das sugestões dos painelistas relativas ao formulário enviado e a tabulação dessas informações. Peso final % incluir x mediana peso 0 0 0 90 100 100 100 100 100 10 70 30 90 100 100 Síntese das respostas da 2ª rodada Infra-estrutura implantada Item Parâmetro Área de recepção Mesa ou esteira de triagem Balança funcional Baias ou galpão para material triado 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 19 Pátio de compostagem 13 14 15 16 100 100 100 Não incluir (%) 0 0 0 100 0 0 100 100 40 100 100 0 0 100 100 40 100 100 0 0 100 100 50 100 Incluir (%) Peso 100 0 0 100 100 50 100 Figura 5.Parâmetross Mediana dos pesos associados aos parâmetros com 100% de inclusão na segunda rodada Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados Manutenção da unidade de apoio Controle de temperatura nas leiras Controle de umidade nas leiras Controle de reviramento das leiras Manutenção do pátio de compostagem Manutenção das baias para material triado Eficiência na triagem Manutenção da mesa de triagem Manutenção da área de recepção Manutenção do cercamento da área Funcionários com EPIs Funcionários com uniformes Treinamento oferecido aos funcionários Conservação/limpeza geral Monitoramento das águas subterrâneas Drenagem de águas pluviais Drenagem de líquidos percolados Instalações de apoio Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras Equipamentos funcionais para reviramento das leiras Impermeabilização do pátio de compostagem Pátio de compostagem Prensa funcional para material triado Cobertura das baias ou galpão Baias ou galpão para material triado Balança funcional Mesa ou esteira de triagem Área de recepção Legalidade de localização Isolamento visual da vizinhança Condições de sistema viário. Indeciso* (%) Mediana Máx. Programa de Pós-graduação em Saneamento. embora essa não fosse mais válida na segunda rodada. conforme fragmento apresentado na Figura 5. ou "funcionamento irregular") Ok Ok Ok 0x Peso 1x Peso Ok Ok Ok Não 0x Peso Ok Sim Não Ok Ok Sim 1x Peso 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Ok Ok Figura 5.5 x Peso 1x Peso Incluir situação intermediária ("funcionamento precário". sendo excluído dessa etapa do trabalho. Programa de Pós-graduação em Saneamento. considera-se que os 8 especialistas que não enviaram respostas também concordaram plenamente com o formulário em questão. realizou-se o produto entre a porcentagem de inclusão e a mediana do peso para definição do peso final corrigido. 11 dos 19 participantes dessa terceira rodada enviaram respostas. Item Infra-estrutura implantada 13 Parâmetro Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem 15 Balança funcional 16 Baias ou galpão para material triado 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 19 Pátio de compostagem Avaliação Sugestões Sim 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso Não 0x Peso 1x Peso Sim Não Sim. Destaca-se que o parâmetro “ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis” foi o único a não obter peso maior que 50 (38). é recomendada a eliminação de hortas e culturas comestíveis e o transplante das árvores frutíferas para áreas externas à usina. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 101 . 69 obtiveram pesos finais maiores que 50 e foram incluídos no formulário de avaliação das unidades a ser utilizado in loco.6). Desses. com manutenção 0x Peso Sim. Esta medida teria caráter preventivo para evitar a contaminação das plantas por elementos químicos potencialmente tóxicos. Segundo FEAM (2007b). após o qual o não retorno seria considerado como concordância plena com o formulário previamente enviado (Figura 5. Dos 70 parâmetros contidos no questionário da segunda rodada.Como todos os parâmetros contidos no questionário da segunda rodada obtiveram porcentagens de inclusão elevadas. provenientes dos resíduos sólidos urbanos. sem manutenção Não Sim 0. Apesar de ter sido estipulado um prazo de 37 dias para a manifestação das opiniões (inicialmente 25 dias. 6 escreveram somente reafirmando a sua concordância com o formulário e 5 apresentaram efetivamente sugestões para seu aprimoramento (Apêndice N).6 – Fragmento do formulário avaliado na terceira rodada. prorrogado por mais 12). Conforme explicitado nas instruções da rodada. Este formulário foi o objeto da terceira e última rodada da pesquisa Delphi. 4 Pesquisa de opinião . buscando-se uma padronização entre os parâmetros relativos ao monitoramento. “sim. apesar de terem sido incluídas instruções no questionário enviado. Conforme sugestão de painelista. “irregular”) em alguns itens. regular – 1x peso”. o que não foi constatado nas outras fases do trabalho. de alterações dos multiplicadores dos pesos (1. Enviou-se ainda as considerações relativas às sugestões ao formulário. com o formulário produto das opiniões de todos os especialistas respondentes. houve a solicitação de que fosse incluída uma situação intermediária de avaliação (tipo "funcionamento precário". irregular – 0. foi encaminhado aos 19 painelistas o feedback final da pesquisa Delphi. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 102 . tendo sido enviadas aos painelistas as justificativas. para o item “30 – monitoramento das águas subterrâneas” foram alteradas as opções de avaliação para “sim. As demais sugestões não foram acatadas.Dentre as sugestões apresentadas.5 e 0) atribuídos aos diversos parâmetros e dos valores das distâncias exigidas. Após as explanações explicativas para as questões enviadas. essas podem não ter sido suficientemente claras ou até não foram consultadas antes da emissão das opiniões. Foram recebidos ainda questionamentos sobre a relevância de alguns parâmetros incluídos no formulário. Alguns simplesmente preencheram o formulário. pode-se atribuir essa dificuldade de entendimento ao fato de que a terceira rodada da pesquisa apresentou características bastante diferentes das duas primeiras e. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Nessa etapa deve-se destacar que os painelistas demonstraram muita dificuldade de entendimento de como deveriam proceder a avaliação do formulário apresentado. Diversos foram os questionamentos recebidos no endereço de correio eletrônico disponibilizado e grande foi o esforço em tentar sanar as dúvidas surgidas inicialmente. como se estivessem utilizando-o em campo. como parte integrante do feedback final (Apêndice P).7).Feedback final Em 17-02-2009. 5. 0. recebidas na última rodada. "funcionamento irregular". consultados durante as três rodadas realizadas (Figura 5. Possivelmente.1. considera-se que o entendimento passou a ser satisfatório.5x peso” e “não – 0x peso”. o IDUTC foi aplicado nas 22 UTC visitadas.3 são apresentados os valores obtidos para o Formulário de Avaliação de UTC e o IDUTC e as respectivas classificações de cada unidade.Infra-estrutura implantada Item Parâmetro 13 Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem 15 Balança funcional 16 Baias ou galpão para material triado 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 19 Pátio de compostagem Avaliação Sim Não Sim Não Sim Não Sim. obteve-se o questionário para a determinação do Indicador de Desempenho Operacional – IDUTC.2.4. após prévio contato telefônico.8.5 Desenvolvimento e aplicação do Indicador de Desempenho Operacional –IDUTC Após a realização dos procedimentos descritos no item 4. conforme faixas de enquadramento. Destaca-se que nove das 22 visitas foram préagendadas. * Os pesos correspondem aos valores finais corrigidos para cada parâmetro. 5. sendo as duas primeiras aplicações consideradas como pré-testes. com envio de ofício às Prefeituras Municipais. Foi aplicado também o Formulário de Avaliação de UTC nas mesmas unidades. Conforme mencionado anteriormente. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 103 . com manutenção Sim. Programa de Pós-graduação em Saneamento.7 – Fragmento do formulário enviado no feedback final da pesquisa. para verificação dos impactos acarretados pela redução do número de parâmetros e realização de possíveis ajustes necessários. definidos a partir dos resultados da segunda rodada e já apresentados no início da terceira rodada.3. Na Tabela 5.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 90 100 100 100 100 100 100 Figura 5. de acordo com a Figura 5. composto por 20 parâmetros. sem manutenção Não Sim Não Sim Não Sim Não Peso* 1 x Peso 0 x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.1. 000 0.000 0.000 0.516 0.IDUTC Município: Data: Item Parâmetro 1 Legalidade de localização 2 Mesa ou esteira de triagem 3 Balança funcional 4 Baias ou galpão para material triado 5 Cobertura das baias ou galpão 6 Prensa funcional para material triado 7 Pátio de compostagem 8 Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras 9 Drenagem de líquidos percolados 10 Drenagem de águas pluviais 11 Conservação/limpeza geral 12 Treinamento oferecido aos funcionários 13 Funcionários com EPIs 14 Eficiência na triagem 15 Manutenção das baias para material triado 16 Manutenção do pátio de compostagem 17 Controle de reviramento das leiras 18 Controle de umidade nas leiras 19 Controle de temperatura nas leiras 20 Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais Avaliação Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Boa Regular Ruim Sim.516 0.538 0.487 0.000 0. irregular Não Sim. irregular Não Sim.499 0. irregular Não Sim Não 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0.521 0.465 0. parcialmente Não Sim Parcial Não Sim Não Sim Não Sim.000 0.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr 1x Pr 0.482 0.000 0. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 104 .000 0.000 0.499 0. somente 1 vez Não Sim.8 – Questionário para a determinação do IDUTC. regular Sim.000 0.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0.510 0.000 0.482 0.000 INDICADOR DE DESEMPENHO OPERACIONAL 0.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0. completos Sim.000 0.504 0.510 0.000 0.000 0. Programa de Pós-graduação em Saneamento.000 0.0 Figura 5.482 0.487 0.493 0. regular Sim.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0.000 0.459 0.000 0.000 0.000 0.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0x Pr Peso relativo (Pr) Total 0.INDICADOR DE DESEMPENHO OPERACIONAL DE UTC .544 0.516 0.000 0. regular Sim.5x Pr 0x Pr 1x Pr 0. regularmente Sim.493 0. 2 9.7 Condição adequada Jequitinhonha 3 7. Ressalta-se também que.2 Avaliação de UTC 7.7 Condição regular Zona da Mata 2 7.Tabela 5.0 6.8 Condição regular Alto São Francisco 4 7.0-5.3 9.2 8. apesar de terem sido observadas unidades em péssimas condições. mesmo assim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 105 .2 8. essas obtiveram valores do indicador no limiar ou muito próximos de serem enquadradas dentre as de “condições adequadas”.8 Condição adequada Leste de Minas 2 7. Verificou-se que com o IDUTC somente seis unidades foram classificadas como “condições regulares”.6-10.0 9.5 Condição adequada Zona da Mata 3 6.2 9.5 8.6 Condição regular Pré-teste 2 8.2 8.2 6. deve-se destacar que 16 das 22 unidades apresentaram a mesma classificação para os dois indicadores.0 Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição regular Com base na experiência de acompanhamento e monitoramento de UTC implantadas em Minas Gerais. Programa de Pós-graduação em Saneamento.4 Condição adequada Região Central 2 6. sendo que esse quesito também deve ser considerado.0 5.2 9. pode-se considerar que o Formulário Avaliação de UTC pareceu apresentar maior fidelidade para a representação das condições observadas nas unidades durante as visitas.5 8.0 7. contra 12 do Formulário Avaliação de UTC e que.5 Condição regular IDUTC 7.4 Condição adequada Leste de Minas 1 7.5 9. Assim.7 9.6 Condição adequada Região Central 1 7.3-10. o que não retrata a realidade observada in loco.6 Condição adequada Zona da Mata 1 6.1-7.0 7.3 Condição regular Leste de Minas 4 8.0 Condição regular Leste de Minas 3 6.0 Condição regular Região Central 3 6.7 Condição regular Jequitinhonha 2 7. Entretanto.6 7.6 Condição adequada Norte de Minas 1 5.0-4.5-7.2 Condição regular Sul de Minas 3 7. Admite-se ainda o relevante ganho de praticidade na aplicação de um indicador que demande o levantamento de apenas 20 parâmetros ao invés de 69. nenhuma delas foi classificada como “condições inadequadas” por nenhum dos dois indicadores.5 9.3 Condição regular Zona da Mata 4 8.8 Condição regular Sul de Minas 2 6.0 8.4 Condição adequada Sul de Minas 4 5.6 Condição regular Jequitinhonha 1 6.4 Formulário de Identificador da UTC 4.9 Condição adequada Sul de Minas 1 6.8 Classificação 0. e nos valores obtidos com a aplicação dos indicadores.3 7.0 9.5 7.0 Pré-teste 1 6.3 – Valores obtidos para o Formulário de Avaliação de UTC e IDUTC Classificação 0. 2008). sistemas de tratamento dos efluentes líquidos das instalações de apoio. podendo Programa de Pós-graduação em Saneamento. partindo-se então para correções e adequações dessa primeira versão dos indicadores que possibilitassem a eles uma representação mais fiel da realidade das UTC. sistemas de drenagem e tratamento do percolado do galpão de triagem e do pátio de compostagem. visando à determinação do nível do lençol freático e das características do solo. num raio mínimo de 500m. que revisou os requisitos mínimos exigidos para a escolha da área.6 Considerações acerca dos parâmetros intervenientes no desempenho das UTC Diante da constatação da necessidade de ajustes nos indicadores. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 106 . fontes de abastecimento de água e de energia elétrica da unidade. O quinto item desse documento. denominado “Caracterização do empreendimento”. sistema de drenagem superficial de águas pluviais. baias para depósito dos materiais recicláveis. solicita a descrição de diversos parâmetros abordados.1. Também a Deliberação Normativa COPAM nº 118/2008 (MINAS GERAIS. sistema de isolamento da área. observou-se que vários dos parâmetros propostos tinham embasamento não somente no IQC e na experiência de acompanhamento e monitoramentos da unidades mineiras. sistemas de coleta e destinação final dos resíduos de serviços de saúde.verificou-se a necessidade de uma reflexão diante das constatações. Além disso. área e tipo de pavimentação do pátio de compostagem. com ênfase nos usos do solo. e programa de coleta seletiva a ser implantado no município. apresenta parâmetros considerados na pesquisa de opinião. equipamentos e veículos previstos. como: condições de acesso e caracterização da área de entorno do empreendimento. optou-se por não alterar os parâmetros anteriormente selecionados para compô-los ou seus pesos atribuídos. que foi elaborado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente do estado de Minas Gerais para orientar os empreendedores com relação ao processo de licenciamento das UTC. utilização a ser dada ao composto orgânico. ao longo do processo de composição do Formulário de Avaliação de UTC e do IDUTC. 2008). Um exemplo é o Termo de Referência para Elaboração do Relatório Técnico para Licença de Operação Classe 1 de Usina de Triagem e Compostagem (FEAM. sondagem. a implantação e a operação de locais de disposição final de resíduos sólidos urbanos. incluindo peneiras e prensas. mas também em documentos e legislações pré-existentes ou até publicados após ter sido iniciada a pesquisa Delphi. elementos que compõem o paisagismo e urbanismo da área. uma vez que esses foram oriundos da pesquisa de opinião realizadas dentre os especialistas da área. 5. realização de recobrimento do resíduos. Talvez uma alternativa fosse definir o parâmetro como coleta seletiva implantada no município. com uma eficiência baixa. melhor qualidade dos recicláveis e do composto. conforme pode ser observado nas considerações feitas por painelistas da pesquisa de opinião. Portanto. a existência de mecanismos permanentes de envolvimento dos usuários é outra variável a ser listada.Considero que a “Presença de coleta seletiva no município” tem uma característica muito diferenciada dos demais parâmetros operacionais. apresenta um potencial muito alto de impacto positivo no processo de triagem e compostagem. Assim. é um fator determinante para o bom funcionamento das Unidades de Triagem e Compostagem. Programa de Pós-graduação em Saneamento. desde que a coleta seletiva seja bem implantada e operada. apesar da inegável relevância.Penso que seria desejável incluir. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 107 . alterado durante a pesquisa de opinião por sugestão de participantes para “Porcentagem do município com coleta seletiva” e “Existência de mobilização social da população”. o que não garante que os materiais sejam de fato separados na fonte e possam interferir positivamente no funcionamento das Usinas. sendo admitido. deve haver iniciativas para garantir a mobilização dos usuários. Painelista 15 – 1ª rodada . estão alguns considerados de reconhecida importância diante do contexto pesquisado e das situações observadas durante as visitas. segundo os critérios de seleção adotados (item 2. por propiciar melhores condições de trabalho. Dentre os parâmetros do Formulário da Avaliação de UTC não incluídos no IDUTC. O fato de haver um programa que atenda toda a população e também a existência de mobilização social. para os últimos. Painelista 12 – 2ª rodada . Pode haver a presença apenas localizada. como “Presença de coleta seletiva no município”.2). preferencialmente complementada por arbustos ou árvores. mínimo de separação de 50% do total de materiais recicláveis). de forma a dificultar o acesso de pessoas e animais. mantendo-os engajados para colaborarem com o serviço. de acordo com freqüência proporcional à população urbana do município. distâncias entre 200 e 300m. O fato de haver a “presença de coleta seletiva” em um município é um parâmetro muito genérico. dentre outros. Painelista 12 – 1ª rodada . Sem dúvida. desde que não exista alternativa locacional. proibição de uso do fogo e de disposição de resíduos pneumáticos e baterias.ser citados: localização a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais e de 300m de cursos d’água. existência de portão na entrada. que são apresentadas a seguir. além de redução no índice de rejeitos.Além da coleta seletiva na localidade. o parâmetro Índice de Recuperação de Materiais Recicláveis – IRMR (%) para avaliação dos programas de coleta seletiva. com atendimento de 100% da população e com eficiência mínima definida em função da caracterização dos resíduos (por exemplo.). manutenção de boas condições de acesso à área de disposição. No entanto. não garante a adesão da população e a boa separação dos materiais. além da Cobertura de atendimento do programa (hab. sendo essa isolada com cerca. devido à complexidade de mensuração ou até dificuldade de representarem a realidade. admite-se que esses parâmetros possivelmente não teriam perfil para compor um indicador. . “Ausência de vestígios de queima”. usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de esgotos sanitários.meio ambiente: observado o seguinte: a) parcela de.] dos sistemas de aterro sanitário. 1). respectivamente.040/1995 foi totalmente revogada pela Lei nº 13.pertencente aos municípios. A Lei nº 13.]. bem como aos que. de 30 de novembro de 2000.. 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída aos municípios cujos sistemas de tratamento ou disposição final de lixo e de esgoto sanitário. inclusive para o desempenho do trabalho. “Cerca-viva”. a.Tem um caráter de motivação. [.COPAM. No entanto. na ocasião. 1º .. dos sistemas de aterro sanitário.766. (grifo nosso) Menos de um mês após a alteração. A manutenção de um ambiente agradável favorece o desempenho do Programa de Pós-graduação em Saneamento. p.]..040/1995 que. conforme os seguintes critérios: VIII . [. Art. respectivamente. dispunha sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. passando a vigorar com a seguinte redação (MINAS GERAIS. usina de compostagem de lixo e estação de tratamento de esgotos sanitários.803/2000. tenham implantado em seu território sistema de coleta seletiva de lixo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 108 . no máximo. a Lei nº 12. “Paisagismo”. a) parcela de. que dispõe sobre a política estadual de apoio e incentivo à coleta seletiva de resíduos sólidos. 70% (setenta por cento) e a 50% (cinqüenta por cento) da população. em 27 de dezembro de 2000.. 2000a. a opinião de um dos painelistas vem destacar a relevância desses parâmetros: Painelista 10 – 1ª rodada . “Isolamento visual da vizinhança”. no mínimo. em ordem crescente. estreitamente relacionado com fatores como paisagismo e cerca viva. no mínimo.. a. considera-se que tenham obtido baixos pesos e porcentagem de inclusão pelo pouco reconhecimento da importância deles na UTC. 70% (setenta por cento) e 50% (cinqüenta por cento) da população.Possivelmente devido a essa dificuldade de mensuração e avaliação da efetividade da coleta seletiva. 2000b. atendam.] ICMS . [. dos.. fixado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM. p. será distribuída nos percentuais e nos exercícios indicados no Anexo I desta Lei.. que passou a dispor sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. fixado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental . com operação licenciada pelo órgão ambiental estadual. observou-se um fato interessante ocorrido na legislação mineira. 50% (cinqüenta por cento) do total será distribuída aos municípios cujos sistemas de tratamento ou disposição final de lixo ou de esgoto sanitário. “Ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis”. no máximo. Destaca-se ainda que os cinco parâmetros que obtiveram as menores relações “mediana do peso x porcentagem de inclusão” durante a pesquisa de opinião foram. comprovadamente. retornando a alínea "a" do inciso VIII do artigo 1º para o seu conteúdo original (MINAS GERAIS. em seu artigo 5º alterava a alínea "a" do inciso VIII do artigo 1º da Lei nº 12. atendam. 2). Quanto a esses dois últimos.A parcela de receita do produto da arrecadação do [. com operação licenciada pelo órgão ambiental estadual. Assim. 2009). Essa teoria diz que a presença de lixo nas ruas e de grafite nas paredes provoca mais desordem. Já o valor limite para a condição considerada “adequada” foi redefinido a partir da soma dos pontos máximos que podem ser obtidos para as características locacionais e de infra-estrutura implantada mais 75% dos pontos disponíveis para o item relativo às condições operacionais das UTC. decidiu-se manter o critério da especial valorização das condições operacionais das unidades observado no IQC e inicialmente adotado. foi considerada a possibilidade de adequação das faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco. seria necessário obter pelo menos 50% dos pontos atribuídos às condições de operação para ser enquadrada dentre aquelas com “condições regulares” de operação. conforme estudo publicado na revista “Science”. porém intensificando-o ainda mais. o grau de conservação e ordenação de um ambiente influenciaria na atitude mais ou menos adequada das pessoas que nele estão. Estabeleceram-se então as novas faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco. conforme apresentadas na Tabela 5. induz ao vandalismo e aos pequenos crimes (VARELLA. Isto é. Essa opinião vem ao encontro da chamada “Teoria da Janela Quebra”. que foram inicialmente definidas de maneira semelhante ao IQC. Valores dos indicadores inferiores a esse seriam enquadrados como “condições inadequadas” de operação. Após reflexão e algumas tentativas de busca da melhor maneira para se adequar as faixas de enquadramento do Formulário de Avaliação de UTC e do IDUTC. e não parte dos resíduos da cidade.7 Considerações acerca das faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco Uma vez que se optou por não alterar os parâmetros anteriormente selecionados para compor os indicadores ou seus pesos atribuídos. pela primeira vez em 1982 e posteriormente demonstrada por holandeses da Universidade de Groningen. 5. Programa de Pós-graduação em Saneamento. especialmente aquele que convive com os resíduos sólidos.4. recebendo a pontuação total nesses itens. defendida pelos americanos James Wilson e George Kelling. Os trabalhadores devem sentir-se profissionais.1. mesmo que a UTC apresentasse excelentes características locacionais e de infra-estrutura implantada.trabalhador. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 109 . que se mostraram pouco rigorosas ao representarem as condições de desempenho das UTC. 7 Condição inadequada 7.0 8.0 – 7.5 – Classificação das unidades conforme as novas faixas de enquadramento.0 – 7.2 Alto São Francisco 4 7.0.5 Condições Inadequadas 7.3-8.4 Condição regular 8.5 Pré-teste 2 8.0 a 10.0 Condição inadequada Condição adequada Condição regular Condição inadequada Condição regular Condição adequada Condição inadequada Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição inadequada Condição adequada Condição regular Condição regular Condição regular Condição adequada Condição adequada Condição inadequada Condição adequada Condição inadequada As novas faixas mostraram-se muito rigorosas para o Formulário de Avaliação de UTC.0 Sul de Minas 2 6.0 Pré-teste 1 6.5-8. obteve-se uma faixa que enquadra as unidades como “inadequadas” bastante ampla para ambos os indicadores. destaca-se que essas se assemelham à nova proposta de Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos adotada pela CETESB a partir de 2007.0 Norte de Minas 1 5.7 – 10.6 Condição regular 9. No entanto.8 Condição regular 8.8-10.7-10.6 7. No entanto.8 – 10.4 Condição regular 9. Tabela 5.0 Condições Adequadas Observa-se que. com base nas observações realizadas durante as visitas e na experiência prática de acompanhamento das UTC.0 Zona da Mata 1 6.0 Condição inadequada 8. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 110 .8 Classificação 0.3 Região Central 2 6.5 Região Central 3 6.2 Região Central 1 7. considerou-se satisfatória a representação da realidade obtida com o IDUTC e as novas Programa de Pós-graduação em Saneamento.5 7.7 Jequitinhonha 2 7. Classificação Formulário de 0.2 Sul de Minas 1 6.5 Zona da Mata 4 8.0-7.0 Condição inadequada 7.6 Condição regular 9.6 Jequitinhonha 1 6.2 Leste de Minas 1 7.9 Condição adequada 9.0 Sul de Minas 3 7.0-7.7 Condição regular 9.5 Condição regular 9.7 Condição inadequada 8.3 Condição inadequada 7.4 Condição regular 9.7 8.2 Sul de Minas 4 5.2 Leste de Minas 2 7.3 Zona da Mata 2 7.5 Condição inadequada 6. Na Tabela 5.Tabela 5. que classifica como “inadequadas” unidades que apresentam um índice com valor até 7.0 Zona da Mata 3 6. enquadrando 12 unidades como “inadequadas”.0. com a utilização do novo critério para redefinição das faixas de enquadramento.6 UTC 8.8 Condição inadequada 9. também numa escala de 0.6 Condição inadequada 7.3 – 8. 9 como “regulares” e apenas uma como “adequada”.6 – 8.5 são apresentados os valores obtidos para o Formulário de Avaliação de UTC e o IDUTC e as respectivas classificações de cada unidade.7 Condições Regulares 8.2 Leste de Minas 4 8.3 Condição inadequada 8.2 0.0 Jequitinhonha 3 7.8 Condição inadequada 8.6 Condição regular 9.2 Identificador da UTC Avaliação de IDUTC 7.4 – Novas faixas de enquadramento – Formulário de Avaliação de UTC e IDUTC Valor do Formulário de Avaliação Valor do IDUTC Enquadramento de UTC 0. conforme as novas faixas de enquadramento.6 Condição inadequada 6.5 Leste de Minas 3 6.2 Condição inadequada 7. 7 como “regulares” e 9 como “adequadas”.8 Aplicação do Índice de Qualidade das Usinas de Compostagem – IQC Também o Índice de Qualidade das Usinas de Compostagem foi aplicado nas 22 UTC visitadas.faixas de enquadramento: 6 unidades foram enquadradas como “inadequadas”.“Manutenção do paisagismo”. cinco foram classificadas pelo Formulário como “inadequadas” e uma como “regular”. sendo que das 13 restantes 12 foram enquadradas no item imediatamente mais rigoroso pelo Formulário de Avaliação de UTC. Destaca-se que. para a UTC Sul de Minas 1. com exceção de uma que Programa de Pós-graduação em Saneamento. Como se trata de um índice elaborado para unidades com realidades distintas das apresentadas pelas usinas mineiras. nas publicações que explanam sobre o IQC. demonstrando uma tendência de cumprimento da teoria. foi desconsiderada a opção de avaliação “desnecessário” de todos os sub-itens que a continham. 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 111 . é necessário que se façam algumas observações relativas à sua aplicação. Retomando-se a “Teoria da Janela Quebra”. que diz que a presença de lixo nas ruas e de grafite nas paredes provoca mais desordem. somente seis dentre as 22 UTC visitadas não apresentavam essa manutenção. chama a atenção a seguinte observação: das seis UTC sem manutenção do paisagismo. atribuiu-se o valor zero (“inexistente”) ao sub-item “Aterro sanitário para rejeitos” para quase todas as unidades visitas.1. enquadrada como “inadequada” pelo Formulário de Avaliação de UTC e como “adequada” pelo IDUTC. Essa decisão baseia-se no fato de que. não foram observadas informações sobre quando os sub-itens listados não seriam necessários em uma UTC. induz ao vandalismo e aos pequenos crimes. No item “Infra-estrutura implantada”. com relação ao item 41 do Formulário de Avaliação de UTC . que serão listadas a seguir. Observou-se que 9 das 22 unidades apresentaram a mesma classificação para os dois indicadores. avaliando-se somente como “sim” e “não”. não correspondendo ao observado durante as visitas. Destaca-se que foi verificada apenas uma incompatibilidade importante entre as novas classificações obtidas pelos dois indicadores. mencionada anteriormente. Ainda no item “Infra-estrutura implantada”. sendo todos considerados relevantes. 4 RC2 16 33 34 5.efetivamente apresenta aterro sanitário.4 16 39 49 7.estrutura implantada (valor máximo-65) Condições operacionais (valor máximo-55) Valor do IQC PT1 16 37 35 6. são apresentados os valores do IQC. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG Condições da usina Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição inadequada Condição aceitável Condição aceitável Condição inadequada Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição adequada Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição aceitável Condição inadequada 112 . de acordo com a norma NBR 8419/1984.3 PT2 20 41 43 7.0 LM2 20 36 40 6.1 ZM2 16 36 49 7.5 .9 Código do município LM3 LM4 Programa de Pós-graduação em Saneamento. independentemente das condições apresentadas por suas valas de rejeito.4 ZM4 20 61 46 9. não estão associadas a unidades conceituadas como aterros sanitários.2 ZM3 19 35 35 6.1 JQ3 17 36 47 7.9 17 33 39 6. incluindo a pontuação alcançada por cada item de análise.1 LM1 20 34 44 7.3 SM2 19 36 28 5.4 SM1 19 39 44 7. em sua grande maioria.3 ASF4 20 36 48 7.9 RC3 16 32 40 6.4 NM1 18 28 36 5. e classificação das UTC mineiras estudadas (Tabela 5.Valores atribuídos a cada item de análise do IQC e classificação das UTC estudadas Características locacionais (valor máximo-20) Infra.4 RC1 19 32 38 6.9 JQ2 17 36 47 7.9 JQ1 17 36 44 6. sendo que as valas de rejeitos não poderiam ser consideradas ou avaliadas como tal. Optou-se por essa avaliação com base no fato de que as UTC mineiras. Feitas essas considerações.5) Tabela 5.1 ZM1 14 38 47 7. 2 Condição regular 7. Código do município PT1 PT2 RC1 RC2 RC3 ASF4 NM1 Ano da Licença de Operação/ População atendida 2001 > 5mil/hab.4 Faixas de enquadramento Faixas de enquadramento 0. Esse resultado distorce a realidade.6 Condição regular 9. 2005 < 5mil/hab.0 8.5 Condição inadequada 6.2 Condição aceitável 7.5 7.3 Condição aceitável 6.9 Condição inadequada 6. observa-se que a maioria das usinas foi considerada aceitável e nenhuma foi enquadrada como em “condição adequada”.6 Condição regular 9. por ter sido concebido para uma realidade distinta da mineira e de que é necessário ter-se um indicador do desempenho operacional adequado para essas unidades.0 6. embora com restrições.9 Código do município Condições da usina Condição aceitável Condição inadequada Devido às diferenças existentes entre as usinas paulistas e mineiras e também às ressalvas realizadas anteriormente.0 Condição inadequada Condição adequada Condição adequada Condição inadequada 113 .6 7.7 -10.4 Condição aceitável 7.3-8. Faixas de enquadramento Formulários de Avaliação de UTC IQC 0.4 Condição regular 8.0-7.Características locacionais (valor máximo-20) Infra. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 0.4 Condição aceitável 6.0 5. já que reuniria em um mesmo grupo unidades com condições bem distintas entre si. 2005 > 5mil/hab.2 7. especialmente em relação à infra-estrutura implantada e à operação.1-10. A partir dos resultados obtidos.6 8.5 Programa de Pós-graduação em Saneamento.3 Condição regular 5. 2003 < 5mil/hab. Na Tabela 5.6 Condição inadequada Condição inadequada 7. 2007 < 5mil/hab.7 8.0 6. observa-se que.0 7.8 8.6-8.0 Condição inadequada IDUTC 8.6 é apresentado o comparativo dos valores dos índice/indicadores e classificação das unidades estudadas.6 Condição inadequada 6.0-7. 2000 > 5mil/hab.6 – Comparativo dos valores de índice/indicadores e classificação das unidades estudadas. confirmam-se as hipóteses de que o IQC pode ser utilizado para avaliar as UTC de Minas Gerais.1-8.3 Condição aceitável 6.9 Condição inadequada 5.1 SM4 20 34 29 5. 2002 > 5mil/hab.estrutura implantada (valor máximo-65) Condições operacionais (valor máximo-55) Valor do IQC SM3 20 35 44 7. a ordenação em relação aos valores de IQC obtidos permaneceu basicamente a mesma encontradas para os indicadores calculados anteriormente.0-6. Tabela 5. No entanto.8-10. 5 Condição inadequada 6.8-10. 2003 > 5mil/hab.9 Condição aceitável 7.7 -10.8 Condição inadequada Condição inadequada Condição adequada Condição inadequada Condição inadequada 9.0 7.3-8.3 7.0 7.5 Condição regular 6. 1999 > 5mil/hab.1 Condição aceitável 6.2 Condição regular 7.9 Condição inadequada 6.6 Condição regular 9.9 Condição inadequada 5.4 Condição regular 9.4 Condição aceitável 6. 1999 > 5mil/hab.1.9 7.0 6.5 7.1 Condição adequada 8. Programa de Pós-graduação em Saneamento.5 9.1-8.7 é apresentado o levantamento de parâmetros estruturais/operacionais pré-definidos realizado nas 22 UTC visitadas. 2001 > 5mil/hab. 2005 > 5mil/hab.9 Condição aceitável 6.0 Condição inadequada IDUTC 0.0-6.0 6.2 7. 2004 > 5mil/hab.7 Condição regular 9. 2001 < 5mil/hab. 2004 < 5mil/hab.2 9.1 Faixas de enquadramento Faixas de enquadramento 0.2 Condição regular 6. 2004 < 5mil/hab.8 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 114 .0-7.7 8.2 Condição aceitável 7. JQ1 JQ2 JQ3 ZM1 ZM2 ZM3 ZM4 LM1 LM2 LM3 LM4 SM1 SM2 SM3 SM4 5.0 Condição aceitável 7.1 Condição aceitável 7.6 8.0 6.0 8. 2000 > 5mil/hab.0-7.5 Condição regular 9.2 5. 2004 < 5mil/hab.Código do município Ano da Licença de Operação/ População atendida 2003 > 5mil/hab.0 8.4 Condição regular 9.4 Condição aceitável 6. 2003 < 5mil/hab.4 Condição aceitável 8.8 Condição regular 8. 1999 > 5mil/hab.7 Condição regular 7.3 8.6-8.1 Condição aceitável 7. 2002 > 5mil/hab.2 7.9 Faixas de enquadramento Formulários de Avaliação de UTC IQC 0.7 Condição inadequada 8.1-10.0 7.0 Condição adequada Condição adequada Condição regular Condição adequada Condição inadequada Condição adequada Condição adequada Condição adequada Condição inadequada Condição adequada Condição inadequada Parâmetros de projeto para Usinas de Triagem e Compostagem Na Tabela 5.7 7.3 Condição aceitável 6.2 7.3 Condição inadequada 7.0 Condição aceitável 7. 80m não argamassa 9.85m 1.60m 6.60m 3.0 5.00m não lona 4. em 2 9 16 12 Total de funcionários turnos Quantidade aproximada de resíduos 5.80m 3.15m 1.00m 1.Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC mineiras visitadas.70m 0.00m 1.3 2.1 2.1 13.00m 5.45m Largura 6.00m 6.00m 10.25m - 6.90m 0.3 2.7 .3 4.5 2.93m 0.90m Inclinação não 2.00m 6.10m 2.68m 1.30m 8.00m 3.32m 0.87m não argamassa 5.30m 0.15m não há recepção sim 1.0m - 1.88m 1.Mesa de triagem Recepção Tabela 5.3 2. latões e bags) 55 Diversos (plásticos e latões) Diversos (latões) Diversos (plástico) Diversos (latões) 6 (latões) 10 (plásticos e latões) 13 (latões) Programa de Pós-graduação em Saneamento.20m 3.40m 5.50m 1.8 3.00m não lona 9.3 Diversos (plásticos.8 1.82m 5.9 1.50m 0.9 processados (t/dia) Comprimento 7.75% argamassa não sim não não sim sim não - - segue/para segue/para - - segue/para - sim - - sim sim - 10.40m 0.80m 0.90m 5. Municípios Unidades PT1 PT2 RC1 RC2 Parâmetros 73.00m 1.00m não há recepção 8.70m 2.83m 1.30m 0.6 2.2 2.95m 0.87m 0.90m Altura final 1.15m não borracha 4.8 3.5 3.00m 6.10m laterais Número de 1 funcionários Comprimento 11.0m 1.32m 1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 8 (plástico) 37 (plástico) 115 .85m 1.90m 0.0m Largura 0.8 0.00m 1.95m sim não sim não 1.90m 1.90m não azulejo 9.05m 0.5 3.7 0.1 2.85m Altura inicial 1.90m 0.30m 1.6 1.30m Existência de alambrado não sim não há paredes laterais recepção Altura das paredes 1.50m 0.30m 0.00% não não Revestimento borracha argamassa argamassa lona Existência de sim não não sim esteira Velocidade constante segue/para utilizada Existência de controle de não sim Velocidade m linear esteira/t Número de tambores RC3 ASF4 M1 JQ1 JQ2 JQ3 ZM1 18 13 8 15 5 3 6 3. 45m 45.00m2 150.Vala de rejeitos Pátio de compostagem Armazenamento de recicláveis Municípios Unidades Parâmetros Volume dos tambores Número de funcionários Número de baias Comprimento Largura Área total Largura Comprimento Área Material de impermeabilização Número de funcionários Largura Comprimento Área Profundidade Existência de impermeabilização PT1 PT2 RC1 RC2 RC3 ASF4 M1 JQ1 JQ2 JQ3 ZM1 200L 200L 50L 200L 200L 200L 200L 200L 200L 200L 200L - 7 8 - 10 - 4 - - - - 4 7 galpão irregular 8 6 ≈33.00m 3.50m 4.00m2 60.00m 47.20m não não não não não não não não não não não Programa de Pós-graduação em Saneamento.25m 4.00m 25.20m 30.00m 3.00m2 400.00m2 ≈2050. irregular) ≈ 70m (médio.00m 25.00m 675.00m2 600.50m2 177.00m 4.00m 2.00m 20.00m 4. irregular) 42.70m 30.50m 3.00m 17.40m 30.90m 5.50m 3. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 116 .15m 3.80m 3.80m 4.02m2 21.75m2 21.00m 2.50m2 100.00m2 ≈2075m2 856.92m2 11.00m ≈ 83m (médio.80m 20.00m2 3.00m2 81.40m2 ≈ 25.m (médio.00m 20. irregular) 5.00m 20.00m (total) 226.50m 7. com área de prensagem e vestiários 17.00m 7.00m 59.70m 25.00m 4. irregular) 4 3 4 4 3.00m 15.00m2 129.00m 45.00m2 97.00m 4.70m galpão contínuo.8m 34.00m 30.00m2 366.90m 2.00m 29.00m2 1070.92m 5.71m2 11.00m 10.00m 5.00m 11.00m e 10.00m 95.65m 15.60 m2 galpão contínuo.20m (total) 9.00m 1175.40m e 2.90m piso asfáltico concreto concreto concreto concreto concreto concreto concreto concreto concreto concreto - - 1 - - - - 1 - - - 7300m2 (total) - 12.00m 4.30m 28.00m (total) 215. com área de prensagem e vestiários 25.00m 30.80m 23.16m2 ≈200.00m2 292.00m 360.40m 2.25m2 187.00m2 9.00m 49.00m 3.00m 12.60m 3.21m2 20.00m2 600.00m2 950.00m 6.00m2 1125.00m 25.78m2 12.50m 15.00m 15.00m2 132.00m 30.95m (total) 12.25m 3.80m2 ≈ 29m (médio. 78m) 3.30 m m 3.65m 5.00m x 2.00m x3.76m2 33.20mx5.85m2 32. 96m) irregular (≈10.60m x12.4mx4.1m2 49.60mx2.30 3.35m2 45.85mx3.70 m 51.50m x 3.00m 8.60mx3.00m2 23.75m 2.85mx3.3mx4.70m2 12.50m 3.90m 46.90 6.20 m m 3.85m2 94.80mx9.80m x8.30 3.30 m m 53.80m 15. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG sim sim 117 .Municípios Unidades Parâmetros Material de impermeabilização Número de funcionários Instalações de apoio Dimensões totais Área Existência de escritório Existência de cozinha Existência de refeitório Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado PT1 PT2 RC1 RC2 RC3 ASF4 M1 JQ1 JQ2 JQ3 ZM1 - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - Irregular (≈10.13m2 46.30m x17.20m2 sim sim não sim sim sim sim sim sim sim sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim sim não não sim sim sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim sim (com vestiário) sim sim sim sim sim sim (junto às baias) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim sim (com banheiro) sim sim não não sim sim (junto às baias) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim sim (com banheiro) sim sim sim (com banheiro) sim sim não sim não não sim sim sim não sim sim sim sim sim Programa de Pós-graduação em Saneamento.95m2 sim 2.50m2 32.50mx9. 60m 7.00m 0.12m 0.3 2.6 2.70m 6.00m 0.30m 5.90m 1.0m 1.95m 1.2 2.85m 8.6 4.00m 0.95m 1.00m 1.20m 7.10m (mesa e plataforma) 3.68m 9.00m 0.7 4.00m 0.20m 1.5 2.65% inox não borracha não borracha não lona não lona sim não sim não sim não não sim sim sim sim segue/para - segue/para - segue/para - - segue/para segue/para segue/para segue/para sim - sim - sim - - sim sim sim sim 4.1 2.30% lona não argamassa 11.Municípios Unidades Parâmetros Total de funcionários Quantidade aproximada de resíduos processados (t/dia) Comprimento Largura ZM2 ZM3 ZM4 LM1 LM2 LM3 LM4 SM1 SM2 SM3 SM4 12 12 30 13 19 13 11 17 15 12 21 2.30m 12.80m Existência de paredes laterais Altura das paredes laterais Número de funcionários Comprimento Largura Altura inicial sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim 0.04m 10.20m 0.10m 6.65m 0.3 3.20m 3.8 1.90m 5.90m 1.30m 3.9 Mesa de triagem Altura final Inclinação Revestimento Existência de esteira Velocidade utilizada Existência de controle de velocidade m linear esteira/t Programa de Pós-graduação em Saneamento.00m 0.30m 0.60m 5.00m 4.90m 1.90m 0.00m não lona 3.85m - - - - 1 - - - - - - 9. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 118 .80m 3.95m 1.40m 5.73m 1.00m 1.10m 12.8 1.50m (trapézio) 4.6 2.34m 12.90m 1.05m 1.6 3.20m 10.90m 1.50m e 7.45m 0.00m 1.2 3.40m 6.13m 7.00m 1.00m 0.90m 1.00m 0.00m 3.9 2.82m 8.1 11.75m 8.90/0.2 1.85% concreto não lona 6.10m 0.00m 0.50m 1.00m 1.20m 2.3 2.90m 0.0m 5.90/0.40m Recepção 4.50% metálico 0.50m (mesa e plataforma) 0.30m 10.7 4.50m 1.1 6.30m 1.15m 0.30m 5.50m 0.75m 3.1 2.15m 4.8 3. 00m 123.70m 430.00m2 2400.50m 20.50m Número de tambores Número de baias Área total 2 99.25m 23.25m 5.00m 40.00m 1024.00m 75.00m 5.00m Programa de Pós-graduação em Saneamento.28m 30.75m e 5.00m 12.10m 4.00m 32.50m não não sim não não não não não não não não 76.80m 30.00m 11.00m 34.00m 99.70m2 3.96m 68.00m 3.80m 12.00m 174.Municípios Unidades Parâmetros ZM2 ZM3 ZM4 LM1 LM2 LM3 LM4 SM1 SM2 SM3 SM4 57 (plástico e latão) 12 (plástico e latão) Vários (plástico) 105 (latões) 44 (latões) 72 (latões) 275 (latões e plásticos.00m2 1.90m 2 2 2 90.00m 22.80m Largura 23.30m e 17.15m 11.30m 18.70m 293.69m2 16.00m2 concreto concreto piso asfáltico concreto concreto concreto concreto piso asfáltico piso asfáltico concreto concreto - - - - - - - - - - - 5.25m2 ≈ 1480m2 1216.00m2 2.50m Largura 5.00 m2 36.50m Comprimento Área Material de impermeabilização Número de funcionários Largura Comprimento Área Profundidade Existência de impermeabilização Vala Vala de jeitos Pátio de compostagem Armazenamento de recicláveis Volume dos tambores Número de funcionários 2 2 243.70m ≈ 74m (médio.82m 107.00m 200.00m2 1212.30m 5.00m 20m 2 2 4.50m 30. irregular) 2 41.45m 100.00m2 654.60m 128.00m2 5.00m2 1000.30m 7.40m 5.00m 26.00m 1.00m2 3.00m2 7.60m ≈ 20m (médio.00m 69.00m 3.75m 129.00m 5.50m 40.20m2 713.00m 25.00m 20.00m (irregular.00m 225.00m 190.50m2 2160.00m 60. irregular) 835.00m 5.00m 31.20m 22.00m 2.00m e 62.20m 20.50m 30.50m 36.00m2 3.00m 5.00m 3.80m 80.16m 10.50m 7.00m 40.10m2 3.00m 250.00m 50.00m 4.60m 16.90m 6.0m 37.00m 50.00m 38.10m 20.00m2 5.00m2 3.50m 7. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 119 . e bags) 31 (latões) 40 (plásticos) 75 (plásticos) 28 (plásticos e bags) 200L 200L 200L 200L 200L 200L 100L 200L 200L 200L 200L - - - - - - 7 - - - - 5 4 6 galpão galpão galpão 5 8 4 galpão 3e8 Comprimento 19.50m 22.25m2 9.00m2 5.40m 54.08m 72. ≈trapézio retângulo) ≈ 2850m2 57.00m 60. 37 4.32mx17.00mx4.10mx11.6mx2.80mx2.40mx3.94m2 52.00mx4.15mx3.2 5.1 6.82m2 69.30mx2.50 6.50m2 47.35m2 125.30 8.06m2 68.30mx5.00mx5.3 m 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 120 .09m2 59.70 m m m 5m m 5.60m2 95.00mx5.40 m 94.00 7.16m2 22.30mx17.45m2 73.15 m m m 0m m m 4.60mx12.6 .00 10.80m) 0m) 5.17mx6 (≈8.50 5m 7m 0m 6.93m2 50.36m2 sim sim sim sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim sim sim sim sim sim sim sim sim não não não não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não (casa à parte) não (em casa à parte) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim sim sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) não sim sim sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim não sim sim (dentro das baias) sim sim não não não sim não Programa de Pós-graduação em Saneamento.8 6.5 3.50 7.80mx18.8 5.04mx3.Municípios Unidades Parâmetros Material de impermeabilização Número de funcionários Instalações de apoio Dimensões totais Área Existência de escritório Existência de cozinha Existência de refeitório Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado ZM2 ZM3 ZM4 LM1 LM2 LM3 LM4 SM1 SM2 SM3 SM4 - - argila - - - - - - - - - - - - - - - - - - - irregular irregular (≈10.90mx4. ressaltando-se que essa também não é diretamente proporcional ao porte populacional do município ou à quantidade diária de resíduos recebidos pelas unidades.30m de comprimento.0m a 12. Os autores recomendam ainda que a declividade da mesa seja de 1.0m. Segundo Abreu et al. que varia de 3 para populações de até 3000 habitantes até 18 para populações de 15000 habitantes. sendo a parte mais alta com 0. sendo observada convergência essencialmente nas unidades básicas que as compõem: recepção.5% e que o comprimento varie de 3.90m a 1.75m de altura. indicando 1 a cada 200kg/dia de resíduos recebidos. além de uma inclinação de 1.30% a 6. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 121 . fornecidos pelas Prefeituras Municipais. respectivamente. armazenamento de materiais recicláveis.000 habitantes tenha 1. Somente seis das 22 usinas visitadas apresentavam inclinação.50%. percebeu-se uma grande variação nos diversos parâmetros utilizados para projeto e implantação de UTC visitadas.73m a 1. (2008) apresentam ainda uma referência com relação ao número de triadores necessários de acordo com o porte populacional do município.5m a 6. Pinto e González et al. (2008) também fazem referência ao número de triadores necessários. Já Bley (2001) apud Santos et al. Nas UTC visitadas.2. em um dos discursos proferidos por funcionários das UTC visitadas. Já quanto ao número de funcionários na mesa de triagem. eu acho que o balcão de trabalho está meio desconfortável. pátio de compostagem e instalações de apoio.25m de largura e 5. (2008).1.50m e de 4.85%. considerada “desconfortável”: “Ah. triagem. que variaram de 0. houve uma reclamação com relação à mesa de triagem existente na unidade ZM1. a altura e largura da mesa de triagem devem ser ergonomicamente compatíveis para o espalhamento e seleção dos materiais.85m e a parte mais baixa com 0. (2006) recomenda que a mesa para separação de resíduos para UTC instaladas em municípios até 10. para Programa de Pós-graduação em Saneamento.10m. Abreu et al. de acordo com a possibilidade de verificá-lo durante a visita e também com a disponibilidade dos projetos.0m. Semelhantemente ao que foi verificado nos dados da literatura. Destaca-se que essas variações não são diretamente proporcionais ao número de funcionário de cada unidade ou à quantidade diária de resíduos recebidos por elas. com alturas iniciais de 0. a variação foi de 3 a 36.Ressalta-se que os dados do levantamento foram obtidos in loco (grande maioria) ou retirados de projetos das unidades. a largura e o comprimento das mesas de triagem variaram de 0.20m e finais de 0. Conforme será verificado na seção 5.86m a 2. que será apresentado adiante.trabalhar. Verifica-se realmente que o comprimento apresentado por essa mesa está dentre as menores observadas nas unidades (4. contrariando as recomendações de Abreu et al. 12 das 22 UTC visitadas apresentavam esse equipamento em plena utilização. (2008) e Pinto e González et al. observou-se uma sugestão de instalação de esteira. eu acho que se fizer na (esteira). inclusive não existindo normas técnicas da ABNT que versem sobre o projeto ou operação dessas unidades. que também será apresentado na seção 5. verificou-se uma interessante sugestão de incluir na infra-estrutura da usina instalações para o recebimento de visitante. especialmente porque precisa da colaboração dessa para um bom funcionamento. eu acho o seguinte. que deve estar aberta a receber e a envolver a comunidade. (2008). que pode ser muito lento para a maioria ou desconfortável para os mais lentos e idosos. faz uma coisa melhor para. identificada em outro dos discursos dos funcionários das UTC.2. Ao invés de estar puxando com a enxada. e poderia levar à interrupção do processo de triagem. dedicar mais na reciclagem. que é mais cansativo. Com relação a esses últimos argumentos. em caso de pane do equipamento. já que ele acarretaria um acréscimo nos custos de implantação e manutenção. na banca. em mais um dos discursos de funcionários de UTC. observa-se que recomendações de valores para parâmetros a serem adotados no projeto das UTC são encontrados raramente e de maneira esparsa na literatura. Outros argumentos contrários à adoção de esteiras citados pelos autores é o elevado índice de rejeitos nas esteiras e a imposição de um ritmo de trabalho.0m). (2008).”. Mais uma vez contrariando o recomendado por Abreu et al. demonstrando uma maneira diferente de ver o trabalho nessas unidades.. Com relação à esteira de triagem. observou-se que em 11 unidades as esteiras não funcionam continuamente. Diante da diversidade dos achados do levantamento. segundo os quais o uso de esteiras para a triagem justifica-se apenas em municípios de maior porte. utilizando-se o sistema de “segue/para”. (2008) e Pinto e González et al. possivelmente justificando o referido desconforto.1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 122 . Conforme já mencionado. o que dificulta a quantificação do número de funcionários em cada etapa do processo.: “A banca.”. optou-se por agrupar as unidades e seus respectivos Programa de Pós-graduação em Saneamento. conforme pode ser verificado no levantamento apresentado. né. Deve-se destacar também que nem sempre os trabalhadores das usinas têm um lugar específico de trabalho. Com relação às instalações de apoio. 90m (mesa) 0.20m 7.68m 1.90m 2.90m (mesa) 0.90m 1.20m 3.10m 9.60m 4.00% argamass a não não não não não 11.50m 0.8.5 13.3 10.00m 0.00m 0.15m 6.93m 1.10m (platafor ma sim não não borracha lona lona lona lona inox borracha lona sim sim sim sim sim não sim sim Mesa de triagem Altura final Inclinação Revestimento Existência de esteira Velocidade utilizada Existência de controle de Velocidade m linear esteira/t Número de tambores não - segue/par segue/par segue/par segue/par segue/par a a a a a - segue/par segue/par a a - sim sim sim sim sim - sim sim 2.00m 0.6 3.68m 1.7 0. Tabela 5.50m (platafor ma 0.90m 0.2 2.00m 5.9 2.90m 1.80m 4.5 2.90m 0.00m 3.2 2.00m 0.30m 0.90m 0.00m - - - - - - - - - 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 123 .15m 10.00m 0.0m 1.30m 6.9 e 5.8 .85m 9.1 55 Diversos (latões) 13 (latões) 8 (plástico) 57 (plástico e latão) 31 (latões) 75 (plásticos ) 275 Vários (latões e (plástico) plásticos.75m 6.05m 1.3 6. na tentativa de identificar tendências e/ou convergências de valores e verificar a possibilidade de indicação de valores recomendados.70m 0.parâmetros de acordo com a classificação recebida por cada uma delas no momento da aplicação do IDUTC (Tabelas 5.30m 1.30m 4. 5.40m não sim não sim sim sim sim sim sim - 1.90m 12.82m 8. conforme um dos objetivos iniciais da presente pesquisa.8 0.00m 11.00m 6.8 3.00m - 1.90m 5.25m 0.10). Municípios Unidades Parâmetros Recepção Total de funcionários Quantidade aproximada de resíduos processados (t/dia) Comprimento Largura Existência de paredes laterais Altura das paredes laterais Número de funcionários Comprimento Largura Altura inicial PT2 ASF4 JQ2 JQ3 ZM2 ZM4 LM4 SM1 SM3 9 13 5 3 12 30 11 17 12 2.00m 3.8 4.30m 1.0 2.Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “adequadas”.10m 10.00m 1.0m 9.7 4. e bags) Programa de Pós-graduação em Saneamento.95m 1.15m 1.40m 5.00m 1.3 4.8 1.30m 0. anteriormente apresentada.00m 6.00m 0.90m 0.15m 1.30m 7.6 3.90m 9.00m 1. irregular) ≈ 74m (médio.00m 2.00m2 Material de impermeabilizaç ão Número de funcionários Largura Comprimento 30.76m2 69. irregular) 50. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG sim sim 124 .00m 12.80m 20.00m2 835.70m2 190.00m 2.95m ≈33.00 m2 7.00mx5.80m 80.00m Área 1070.45m ≈ 83m (médio.00m2 225.00m 6.96m2 243.m (médio.10m 7.60m2 100.16m2 73.00m 2.00m 3.15mx3.00m (total) 12.78m) x6.00m (irregular .00m2 292.80m Área total 12.40mx3.40m2 187.4mx (≈10. ≈trapézio retângulo ) 2850m2 129.06m2 50. com área galpão de 8 irregular prensage me vestiários 17.00m 11.00m sim sim 8.00m 3.32mx1 70m 7.00m 5.40m Largura 3.3mx (≈10.8m 34.00m2 3.00m Comprimento 49.50m 5.80m) 50m 51.60 m2 ≈2075m2 600.70m 25.50m 15.70m 30.00m 38.50m2 23.60m x12.60m 34.00m2 123.00m 30. 7.20m2 ≈1480m2 1000.50m (total) ≈200.60m2 sim 54.70m 5.92m2 Largura 21.00m 5.50m 90.50m2 250.00m 1024.87m 6.00m 11.00m sim não não não - argila - - - - - - - - Irregular irregular irregular 7.25m2 40.00m2 600.50m 30.50m 8.30mx1 (≈10.00m 26.96m) 4.00mx5.25 215.28m2 23.00m 7.16m 23.00m não não não não não - - - - - - - - Dimensões totais 2.00m irregular) 99.00m 81. 15m 95.85m 4.20m ≈ 20m (médio.92m 5.90m Área Existência de escritório 32.00m 50.1m2 49.00m 25. 00m 5.00m2 97.20m2 sim sim Área Profundidade Existência de impermeabilizaç ão Material de impermeabilizaç ão Número de funcionários Instalações de apoio Vala de rejeitos PT2 360.65m galpão contínuo.00 m2 concreto concreto concreto concreto concreto piso asfáltico concreto piso asfáltico concreto - - - - - - - - - 12.50m2 sim 2160.Municípios Pátio de compostagem Armazenamento de recicláveis Unidades Parâmetros Volume dos tambores Número de funcionários Número de baias ASF4 JQ2 JQ3 ZM2 ZM4 LM4 SM1 SM3 200L 200L 200L 200L 200L 200L 100L 200L 200L 7 - - - - - 7 - - 5 6 5 8 galpão 19.50m2 94.90m 5.0m 37. irregular) 20.17m 7.00m2 m2 ≈ 25.00m 4.00m 30. 5.00m 5.00m 36.00m e 62.50m 4 Comprimento 3.50m 3.00m 20.45m2 sim Programa de Pós-graduação em Saneamento.00m x 2.00 m2 293.50m 5.00m 3. 20. 87m não argamassa não 5.85m - 1 - - - 11.0m 0.10m 1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 5.30m 0.9 1. em 2 12 8 12 15 Total de funcionários turnos Quantidade aproximada de resíduos 5.65m 0.30m alambrado sim 1.00m 1.00m 1.20m 1.50m (trapézio) 5.00m sim sim 1.90m 0.10m 0.1 5.45m 3.82m 0.20m 1.40m Recepção Largura Mesa de triagem SM3 Existência de paredes laterais Altura das paredes laterais Número de funcionários Comprimento Largura Altura inicial Altura final Inclinação Revestimento Existência de esteira Velocidade utilizada não SM4 21 3.32m 1.Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “inadequadas”.00m 3.87m 0.85m 0.00m 1.75m 3.00m não borracha sim 9.40m sim 125 .9 2.85% concreto não 8.83m 1.5 3.45m 5.90m não lona sim 4.00m não há recepção Programa de Pós-graduação em Saneamento.60m 6.80m 8.85m 1.Municípios Unidades Parâmetros Existência de cozinha Existência de refeitório Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado PT2 ASF4 JQ2 JQ3 ZM2 ZM4 LM4 SM1 sim -com sim -com sim -com sim -com sim -com sim -com sim -com sim -com sim -com refeitório refeitório refeitório refeitório refeitório refeitório refeitório refeitório refeitório sim (com sim (com sim (com sim (com sim (com sim (com sim (com sim (com sim (com cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) cozinha) sim (com sim (com vestiário) vestiário) não não sim sim sim (com sim (com sim (com vestiário) vestiário) vestiário) sim (com sim (com vestiário) vestiário) sim sim sim sim sim (com sim (com sim (com vestiário) vestiário) vestiário) sim (com sim (com banheiro) banheiro) não não não não sim (com sim (com sim (com banheiro) banheiro) banheiro) sim não não sim (com sim (com sim (com banheiro) banheiro) banheiro) sim sim sim sim (com sim (com sim (com banheiro) banheiro) banheiro) sim sim sim sim sim Tabela 5.6 processados (t/dia) Comprimento 7.50m e 7.32m não borracha sim 10.9 .30m 0.00m não lona sim constante segue/para - - segue/para segue/para 6.20m 6. Municípios Unidades PT1 RC2 M1 ZM3 SM2 Parâmetros 73.00m 1.30m 1.3 1. irregular) 25.00m 5.00m 3.00mx4.50m x 3.90m 16.3 2.50m 36.00m 3.00m 15.71m 68.80m 30.00m 25.25m Largura 9.00m (total) 4.00m2 174.85mx3.90m 3.90m 2 68.00m m linear esteira/t Número de tambores Armazenamento de recicláveis Volume dos tambores Número de funcionários 226.25m2 430.50m não não não não não não - - - - - - - - - - - - 12.3 2.10mx11.15m 4.00m 10. irregular) 45.00m2 100.13m2 irregular (≈8.Municípios Unidades Parâmetros Existência de controle de Velocidade PT1 RC2 M1 ZM3 SM2 SM4 não sim - - sim sim 2.69m2 Largura ≈ 29m (médio.80m 2 21.6 3.00 m2 piso asfáltico concreto concreto concreto piso asfáltico concreto - - - - - - 7300.00m 22.60m 1.93m2 5.36m2 sim sim sim sim (com refeitório) sim (com refeitório) sim (com refeitório) Instalações de apoio Vala de rejeitos Pátio de compostagem Área total Área Material de impermeabilização Número de funcionários Largura Comprimento Área Profundidade Existência de impermeabilização Material de impermeabilização Número de funcionários Dimensões totais Área Existência de escritório Existência de cozinha 2 2.75m 5.7 3.25m 9.75m e 5.25m 5.6mx2.40m 52.00m 60.00m2 128.00m 42.75m2 9.20m (total) 5.80m 46.00m 3.00m 4.35m2 2.85m2 94.30m 3.30mx2.80m 30.00m 5.9 Diversos (plásticos.00m2 713.00m2 4.80mx9.80m 31.40m 32.50m 4.60 m) 22.00m2 (total) - 4.30m 3.10m 20.00mx4.30m e 17. latões e bags) Diversos (latões) 6 (latão) 12 (plástico e latão) 40 (plásticos) 28 (plásticos e bags) 200L 200L 200L 200L 200L 200L - - 4 - - - Número de baias galpão contínuo.00m2 856. com área de prensagem e vestiários 4 4 4 4 3e8 Comprimento 25. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 126 .30m x17.70m ≈ 2050m2 1125.70m 57.50m 20m Comprimento ≈ 70m (médio.50m2 654.78m 2 28.00m 69.30m 53.1 2.50m 1.82m2 sim sim sim sim (com refeitório) sim (com refeitório) sim (com refeitório) 6.30 m Programa de Pós-graduação em Saneamento.00m 20.85mx3.50m 7.10m2 22.00m 4. 90m não azulejo 5.6 2.04m 1.0m - 1.20m 5.5 3.73m 6.00m 1.13m 12.88m 1.00m 0.Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC classificadas pelo IDUTC como “regulares”.95m 0.2 2.90m 1.10.75% argamassa 4.34m 2.85m 1.50m 0.1 Diversos (plásticos e latões) Diversos (plástico) 10 (plásticos e latões) 37 (plástico) 105 (latões) 44 (latões) 72 (latões) 50L 200L 200L 200L 200L 200L 200L 8 10 - - - - - Programa de Pós-graduação em Saneamento.50m 1.3 2.12m 1.80m 3.50m 0.30% lona 6.60m 3.3 1.05m 0.00m 2.50m - - - 1 - não há recepção não há recepção 8.8 1.60m sim não sim sim sim 1.90m 0.6 4.1 3.95m 3.1 3.70m 1.10m 0.0m 12.1 2.Municípios Unidades Parâmetros Existência de refeitório Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado PT1 RC2 M1 ZM3 SM2 SM4 sim (com cozinha) sim (com cozinha) sim (com cozinha) sim sim sim sim sim (junto às baias) sim (junto às baias) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim não sim não sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com banheiro) sim (com banheiro) não não sim sim não não sim sim Tabela 5.8 2.20m 0.8 4.2 2.80m não argamassa 4.30m 0.95m 0.40m 0.95m não argamassa não não não não não sim não - - - - - segue/para - - - - - - sim - 5.50% metálico 10.30m 7.15m 0.80m 0.50m 1.0m 1.70m 2.90m não argamassa 8.90m 0. Municípios Unidades RC1 RC3 JQ1 ZM1 LM1 LM2 Parâmetros Mesa de triagem Recepção Total de funcionários Quantidade aproximada de resíduos processados (t/dia) Comprimento Largura Existência de paredes laterais Altura das paredes laterais Número de funcionários Comprimento Largura Altura inicial Altura final Inclinação Revestimento Existência de esteira Velocidade utilizada Existência de controle de Velocidade m linear esteira/t Número de tambores Volume dos tambores Número de funcionários LM3 16 18 15 6 13 19 13 1. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 127 . 00m 177.00m 47.95m2 47.50m 10.00m 60.50m 30.00m 132.85m2 45.80m 20.20 3.37 4.00m2 1212.00m2 5.90m 6.20m 45.30m 51.00m 675.00m 5.00m 60.45m2 15.80m 3.20m 20.00m2 concreto concreto concreto concreto concreto concreto concreto 1 - 1 - - - - 5.2 5.30m 18.00m 15.20mx5.50m Largura 3.60mx12.35m2 125.90mx4.70m 12.70m2 33.00m2 3.00m 99.1 6.25m 17.40m e 2.21m2 41.00m 23.00m 75.30mx5.00m 29.00m x3.60m 3.30 3.30m 129.08m2 72.16m2 não sim não (em casa à parte) não (em casa à parte) Programa de Pós-graduação em Saneamento.00m Área Existência de escritório 32.00m2 366.00m 3.90m 4.5 3.00m 4.09m2 59.40m 30. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG sim sim (com refeitório) sim (com cozinha) sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim (dentro das baias) 128 .00m 16.50mx9.00m2 2400.00m 40.82m2 107.50m 22.20m 4.00m 150.00m2 3.80m x8.30 m 10.00m 30.50 3.70 m 5m m m m 6.00m 95.00m 20.60mx3.00m2 5.05m2 Largura Comprimento Armazenamento de recicláveis RC1 Vala de rejeitos Pátio de compostagem Número de baias Área Material de impermeabilização Número de funcionários Largura Comprimento Área Profundidade Existência de impermeabilização Material de impermeabilização Número de funcionários 3.00m2 não sim sim sim sim Existência de cozinha sim (com refeitório) sim (com refeitório) sim (com refeitório) sim sim Existência de refeitório sim (com cozinha) sim (com cozinha) sim (com cozinha) sim não Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado sim (com vestiário) sim (com vestiário) sim (com banheiro) sim (com banheiro) sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim não sim Dimensões totais Instalações de apoio 7.00m 25.00m2 7.00m Área total 33.60mx2.00m e 10.40m 5.00m2 4.80mx18.00m 59.00m2 400.00m 76.04mx3.65m 15.30 m 0m m m 46.00m2 11.00m2 3.00m 950.00m2 1175.00m 2.00m não não não não não não não - - - - - - - 1 - - - - - - 6.80mx2.Municípios Unidades Parâmetros RC3 JQ1 ZM1 LM1 LM2 LM3 3 4 7 6 galpão galpão galpão Comprimento 2.15m 11.94m2 3.00m 40.00m2 1216.00m 200. geralmente não apresentando um posto específico. impossibilitando a indicação de valores recomendados para futuros projetos e refutando a hipótese de que as UTC com adequado desempenho operacional poderiam ser base para recomendações de valores de parâmetros estruturais a serem adotados no projeto das UTC. não é possível identificar tendências e/ou convergências dos parâmetros apresentados nos grupos de usinas classificadas pelo IDUTC como “adequadas”. sendo que somente seis dentre os 22 entrevistados apresentam idade superior a 40 anos. considerando-se a atividade que realizam. No entanto. e trabalham especificamente na triagem dos materiais. Conforme pode ser verificado. Em sua proposta inicial. os entrevistados são relativamente jovens. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 129 . 5. onde os trabalhadores em geral não eram alfabetizados ou tinham um baixo nível de escolaridade e muitas vezes eram pessoas consideradas “velhas demais” para tentarem se inserir no mercado de trabalho formal. são chefes de família. casados/amasiados ou solteiros e realizam diversas atividades nas usinas. incluindo os pré-testes. 5. Também chama a atenção o fato de quase todos os funcionários serem “concursados” para trabalharem nas UTC. mas a absorção de trabalhadores pelas administrações Programa de Pós-graduação em Saneamento.10.8. admitido por meio de concurso público.2 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM COLETIVO . uma em cada UTC visitada. Há predominância do sexo masculino: os homens são mais jovens. considera-se que o levantamento aqui apresentado representa uma importante referência para que se possa conhecer e compreender um pouco mais acerca da infraestrutura implantada nas unidades de triagem e compostagem mineiras.9 e 5. Na Tabela 5.DISCURSO DO SUJEITO Foram realizadas 22 entrevistas. “regulares” e “inadequadas” que possam criar uma identidade entre aquelas de mesma classificação. não é possível afirmar que o maior ou menor “adequação” da unidade está relacionado aos parâmetros que essa apresenta. era esperado que nas usinas fosse buscada a participação de pessoas que anteriormente realizavam catação em lixões.11 são apresentadas algumas informações gerais sobre os funcionários das usinas que foram entrevistados. (2004). em estudo realizado nas Centrais de Separação de Recicláveis localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Esse perfil diverge do encontrado por Carmo et al. A grande maioria dos depoentes é nascida no próprio município e é servidor público municipal. as mulheres têm mais idade.Conforme pode ser verificado nas Tabelas 5. o que pode explicar o nível de escolaridade elevado. Diante disso. Dessa maneira.municipais não é de fácil execução e deve obedecer à legislação. colocando novas pessoas em contato com os RSU que não aquelas que já o faziam nos “lixões”. além das normas e regras trabalhistas e de segurança. Assim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 130 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. perde-se a função social considerada como uma das premissas da instalação de uma unidade de triagem e compostagem. os municípios têm optado pela relocação de funcionários que já pertencem ao quadro de servidores municipais ou até realização de concursos públicos com cargos especificamente direcionados para o trabalho nessas unidades. 11 R$155.33 R$217.00 R$108.00 R$1395.00 R$680.00 Renda familiar mensal úmero de pessoas em casa Renda per capita mensal aproximada Parte da usina em que trabalha Horário de trabalho na usina Tempo de trabalho na usina Regime de trabalho na usina Identificação ASF4 Programa de Pós-graduação em Saneamento.00 7 3 9 5 3 3 3 9 3 5 2 R$643.11 – Informações gerais sobre os funcionários de UTC entrevistados.00 R$1000.00 R$450. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 131 .00 R$650.00 R$540.00 R$155.33 R$61.00 R$136.00 R$310.00 Não tem lugar específico Não tem lugar específico Compostagem e vala de rejeitos Não tem lugar específico Triagem Triagem Triagem Não tem lugar específico Não tem lugar específico Não tem lugar específico Triagem 7:00-15:00h 7:00-17:00h 7:00-17:00h 7:30-17:00h 7:15-18:15h 7:00-15:00h 7:00-16:00h 7:00-16:00h 7:00-16:00h 7:00-17:00h 7:00-16:00h 7 anos e 2 meses 3 meses 8 anos 5 anos 8 anos 5 anos 1 ano e 2 meses 7 anos 5 anos 9 anos 7 anos Servidor público Contratado Servidor público Contratado Servidor público Servidor público Servidor público Contratada Servidor público Servidor público Servidor público Duração da entrevista Idade Sexo Estado civil ascido na cidade 00:18:58 00:21:04 00:37:28 00:24:18 00:21:30 27 masculino solteiro 24 masculino casado 37 masculino solteiro 26 masculino solteiro sim sim sim Escolaridade 2º grau completo 2º grau completo R$4500.Tabela 5.00 R$333.00 R$333.00 R$900.00 R$550. Informações PT1 PT2 RC1 RC2 RC3 M1 JQ1 JQ2 JQ3 ZM1 00:21:38 00:19:55 00:31:41 00:32:46 00:22:22 00:28:07 44 feminino separado 33 masculino casado 25 feminino casado 37 feminino solteira 27 masculino casado 30 masculino amasiado 39 masculino amasiado não sim sim sim sim sim sim sim 2º grau completo 1º grau completo 2º grau completo 1º grau incompleto 1º grau incompleto 1º grau incompleto 2º grau completo 1º grau incompleto 1º grau completo R$930.00 R$1000.00 R$465. 00 Renda familiar mensal úmero de pessoas em casa Renda per capita mensal aproximada Parte da usina em que trabalha Horário de trabalho na usina Tempo de trabalho na usina Regime de trabalho na usina Identificação LM3 Programa de Pós-graduação em Saneamento.00 R$300.00 R$800.Informações ZM2 ZM3 ZM4 LM1 LM2 LM4 SM1 SM2 SM3 SM4 00:19:26 00:24:18 00:34:26 00:28:42 00:27:51 00:32:36 28 masculino casado 46 feminino casada 27 masculino solteiro 53 masculino casado 56 masculino casado 30 masculino casado 31 masculino casado não sim sim sim sim sim não sim 2º grau incompleto 1º grau incompleto 1º grau completo 1º grau incompleto 2º grau completo 1º grau incompleto 1º grau incompleto 1º grau completo 1º grau incompleto R$500.00 R$700. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 132 .50 R$333.00 R$800.33 R$266.33 R$94.00 R$1000.28 R$200.00 5 6 7 4 3 3 3 2 4 3 3 R$160.00 R$127.5 anos 7 anos 11 anos 5 anos 11 anos 6 anos Contratado Contratado Servidor público Servidor público Servidor público Servidor público Servidor público Servidor público Contratado Servidor público Servidor público Duração da entrevista Idade Sexo Estado civil ascido na cidade 00:28:17 00:19:18 00:30:47 00:27:55 00:27:43 51 masculino casado 36 masculino casado 39 feminino casada 44 masculino casado sim sim sim Escolaridade 1º grau completo 1º grau incompleto R$800.00 R$660.67 Não tem lugar específico Não tem lugar específico Triagem Triagem Prensa Triagem Não tem lugar específico Não tem lugar específico Não tem lugar específico Prensa Prensa 7:00-17:00h 7:00-17:00h 7:00-16:00h 7:00-16:00h 7:00-16:30h 7:00-16:00h 7:00-16:00h 7:00-16:00h 7:00-17:00h 7:00-16:00h 7:00-15:00h 5 anos 6 anos 7 anos 12 anos 9 anos 7.00 R$900.00 R$510.00 R$333.00 R$740.67 R$350.00 R$83.33 R$246.00 R$1000. As hipóteses que se pretendeu investigar com as entrevistas foram: • As UTC não têm privilegiado os trabalhadores. Destaca-se que não serão explicitadas as Expressões-Chaves. Nos Quadros 5. • O trabalho nas UTC é insalubre. seguidas pelos DSC obtidos para cada uma e os comentários. Utilizou-se a porcentagem como uma métrica que possibilitasse uma comparação. Ressalta-se que foram poucas as interferências realizadas durante a transcrição dos depoimentos e a composição dos DSC.1 e 5.2.1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas UTC de Minas Gerais Partindo-se das respostas das 22 perguntas realizadas. Por se tratar de uma atividade bastante minuciosa. somente adequando os dizeres à norma culta da língua portuguesa. Em alguns casos ocorreram mais de uma Expressão-Chave e Idéia Central em uma mesma entrevista. e • Os trabalhadores se sentem desvalorizados e discriminados por trabalharem nas UTC.2 são apresentadas as perguntas realizadas durante as entrevistas e as respectivas Idéias Centrais identificadas nos depoimentos. Buscando-se verificar possíveis correlações entre as Idéias Centrais expressas em cada pergunta (percepção dos funcionários) e a classificação recebida pela UTC a que pertence cada entrevistado. foram relacionadas as porcentagens de sujeitos de unidades classificadas como “adequadas”. a transcrição dos depoimentos demandou cerca de uma hora de trabalho para cada cinco minutos de gravação. fazendo com que o número de sujeitos respondentes fosse maior que o número de entrevistados. que lidam diretamente com os resíduos. Programa de Pós-graduação em Saneamento. elaborados com base nas Expressões-Chave e respectivas Idéias Centrais presentes no depoimento de cada um dos 22 sujeitos entrevistados. “aceitáveis” e “inadequadas”. foram obtidos 179 Discursos do Sujeito Coletivo . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 133 . não oferecendo condições ambientais e ocupacionais ao trabalhador e inclusive apresentando algumas características semelhantes ao trabalho nos “lixões”.DSC.5. apesar da ciência de que estatisticamente não é adequado atribuí-la a amostras com menos de 10 elementos. já que essas estão presentes na composição dos DSC. quase sempre misturados (seco e úmido). porque trabalho na usina C – Eu separo o lixo por causa da coleta seletiva D .Eu aproveito o que é possível e o restante mando para a usina E – Eu separo porque acho importante 1 .Era queimado A – Houve divulgação para a população: palestras. terra. varrição.Eu coloco em um saco plástico e protejo da chuva porque trabalho na usina J . esforços foram concentrados na busca da intercessão entre eles durante a realização dos comentários. num lixão B – Era queimado. como a D – Não sei por que eu não estava na cidade população participou? E .Eu separo porque é uma forma de ajudar I .O lixo é preocupante. B – Houve dificuldade com a novidade C – Eu não me lembro 4 . o que você faz com o lixo? F . que era feito com o lixo da cidade.Não separo porque não tem coleta seletiva G .O lixo é o que sobra G .O lixo é o material trabalhado na usina A – Era jogado a céu aberto. D .Eu não sabia como funcionava a usina H ..Era enterrado 3 . falou no rádio A população recebeu informações? F . Nesse sentido. mas levantou curiosidade G . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG Sujeitos 12 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 14 1 1 3 1 2 1 1 11 2 3 1 1 1 1 1 1 8 3 7 4 3 1 1 1 134 .Eu separo porque temos para onde levar L .Eu ponho na bolsa e jogo no latão H .Compostagem.Eu separo para dar o exemplo A – O lixo não pode ser aproveitado B – O lixo pode ser aproveitado C – Pode gerar emprego. Percebe-se que os temas abordados não são estanques e se cruzam.Não foi tão divulgado.Papel higiênico. etc.Impressões sobre os resíduos sólidos urbanos e a coleta seletiva Quadro 5.A população foi descobrindo depois da inauguração Programa de Pós-graduação em Saneamento.Era espalhado I . jogado em terrenos vazios ou enterrado C .Era jogado num terreno para estercar G .De maneira geral..Na sua casa. despoluindo D .Em sua opinião.Houve uma festa. H .Quando a Prefeitura inaugurou a usina.Não sei H . observa-se que os funcionários têm conhecimento sobre resíduos sólidos e especialmente sobre coleta seletiva e que estão conscientes dos riscos e da importância do trabalho que realizam. se interligam em diversos momentos.1 – Perguntas e Idéias Centrais do Tema 1 – UTC de Minas Gerais Pergunta Idéias Centrais A . pois pode causar poluição 2 .Eu separo o lixo porque trabalho na usina B .E o que é lixo para você? E – O lixo é sem importância e destrói a natureza F . folhetos.Era levado para o aterro sanitário quando não tinha a usina? E .Era queimado e jogado na beira do rio F . Tema 1. para ficar mais fácil.Eu não sei o que eles pensam E . cascas de legumes a gente põe num saquinho separado e a outra.Os funcionários da usina C . Lá na minha casa eu já faço a coleta seletiva dele. de todos os lixos. eu tento colocar tudo separadinho. Orgânico.Eu não lembro D .Já teve e está reimplantando D . né. a separação. especialmente os comerciantes A – As próprias pessoas B . não colabora D . eu separo. cada coisa eu coloco num saquinho. Oh. vamos supor. Ah.Sim.Não. é.Para você.Ela é ótima.Ela é importante A – Sim.São os que fazem a coleta na cidade F . eu já sei como é que é. 6 adequadas – 67%.É a coleta realizada na usina E . eu como eu já trabalho aqui.Sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 135 . vidro. muitas vezes. de preferência papel higiênico bem separado mesmo. eu separo. restinho de comida a gente põe numa sacolinha e põe junto com o outro.Pergunta 5 . materiais. Lá em casa. sujo.Existe coleta seletiva aqui na cidade? Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? Como é a participação da população? Você participa? Por quê? 9 .Pensam que os funcionários ficam à toa A – É separar. o que é coleta seletiva? 7 . o meu lixo ele vem bem separadinho. Eu coloco sacola junto. Eu procuro sacola. né.A população acha que é coisa bem ruim G . mas vai tentar implantar F . né. Fazemos.. né. porque não conhece C .Eu não sei C . né. a comida.A população não tem consideração. então lá eu tento assim ficar mais fácil.Em sua opinião. muitos participam e muitos não G . o que a população da cidade pensa da usina? 6 . Às vezes.É o prefeito. Da minha casa. procuro colocar em sacola separado. não misturar os resíduos B . não é 100%. é quando tem casca.Na sua casa. uma casca de legume. de comida..O encarregado da usina G . sacolinha. o que você faz com o lixo? Idéia Central A – Eu separo o lixo porque trabalho na usina (12 sujeitos.Para você.É a coleta do orgânico. tem comida eu coloco separado de todos que tiver.Sim. a gente.O secretário de meio ambiente 11 6 2 2 1 1 1 1 16 1 1 2 1 1 14 1 6 9 2 15 1 1 1 1 1 12 1 4 1 1 2 2 Pergunta 1 . Lá nós separamos do jeito que eles pedem. já vem tudo Programa de Pós-graduação em Saneamento. 3 aceitáveis – 43% e 3 inadequadas – 50%) Ah. Eu deixo separado e coloco para o caminhão pegar.A população não se interessa H . Para ficar mais fácil. um copo cai no chão. Separo. como plástico. dos sólidos F . vai. um vidro.É ter consciência do que fazer com o lixo A – Ela proporciona maior rendimento do trabalho e aproveitamento dos materiais B – Ela deveria ser implantada C . aí o resto mistura. ele lê e já sabe que não pode ter contato com ele. mas está melhorando E . hoje eu já separo por saquinho. papel higiênico. Sempre assim. mas com baixa adesão B – Não C .O que você acha da coleta seletiva? 8 . junta e quebra. quem deve ser responsável pelo lixo? Idéias Centrais A – A população aprova B – Não aprova. a prefeitura D .comida. a gente amarra e aí até escreve.O técnico de meio ambiente da prefeitura E . Olha. muito boa D . os restos de comida. Aí chega aqui.Pensam que é um trabalho difícil F . Aí. eles são obrigados a fazer isso.Uns separados... é comida. igual eu falei com você aquela hora. Aí prejudica muito. aí as crianças levam um papelzinho para eles. que trabalhamos aqui. esse. eu acho que o nosso lixo seria muito bom trabalhar com lixo.. tem que melhorar aqui para mim. né.. A gente procura passar também para os vizinhos lá: “vocês nos ajudam lá na usina lá”. tudo misturado. seco e os materiais facilita aqui para a gente. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 136 . Pós. E eu falo com a mulher. né. Nesse discurso percebe-se uma mudança de hábitos depois que os entrevistados foram trabalhar na usina. antes de eu trabalhar aqui eu te confesso que não. lá em casa. Então. uns três meses só que ela era inaugurada e.essa sacolinha vai para aqui.. pelo menos agora. lá nós começamos a separação em casa mesmo. eu tenho um pouquinho de consciência. É. aí fica desse jeito. como eu te falei sobre a coleta seletiva. igual eu te falei sobre a parte mais difícil que é educar a população de (nome do município).. mas fica separado para vim para cá. põe ela mais separada. não adianta nada.na minha casa. da esteira. desse jeito..né. é coco de cachorro. E aqui tem um probleminha também. nós começamos em casa. então nós começamos em casa.. porém. cada trabalhador em casa fizesse a separação. eu separo. né. mistura. só que eles não fazem. nem separava mesmo.. porque a gente separa aqui. Mesmo nas cidades ou nos bairros onde ainda não há nenhuma iniciativa de coleta seletiva. E não tem como você. lixo de banheiro põe junto com lixo de cozinha. entendeu. né. é. que é a matéria orgânica. que eu comecei a fazer isso. depois eu passei a separar.da sujeira que tiver você tem que colocar tudo para rejeito. Mas infelizmente o pessoal não se conscientiza não.eu já faço. Antes não. né.. tem muita gente que. tem igualzinho eu estava falando da coleta seletiva que eles estavam até para fazer. né. pelo menos o orgânico do papel tem que ser separado.. Porque traz.. como eu sou funcionário da usina. né. os Programa de Pós-graduação em Saneamento. aí. costuma dar mais rejeito do que o lixo. Eu acho que separação é o ideal... É papel sujo. é separado. tem uns que trabalham aqui que eu tenho certeza que não fazem não. Eu acho que muitas vezes você passa a seguir o exemplo de quando você veio. mas os pais delas não fazem. Quer dizer. Agora. né. cada um. para ficar mais fácil. lá de casa já vir reciclado. aí eles falam assim: “Ah não. estou sempre chamando a atenção da minha mãe: oh. A minha parte eu faço. Pão (antes não). Pão.no meu bairro ainda não funciona a coleta seletiva.assim. Só que as pessoas. Mudou muito porque. Olha. né. tinha o quê. eles jogam tudo misturado.. com óleo. né. o lixo ia para outro lugar. já vem separado. pelo menos.desde o início. né. Antes não. mas depois que eu comecei a trabalhar aqui. em casa eu separo. do próprio lixo. porque a gente quer.. vamos dizer assim. né.. Quando é tudo numa sacola só é mais difícil..a. Olha. igual está a vala lá em cima cheia. Igual papel higiênico não vem para cá.. automaticamente na minha casa. O molhado com o seco e o material que é reciclável. Com a separação. já. né. lá em casa. mas é porque eu trabalho aqui. porque se misturar. só o lixo molhado.separar. Separo tudo. mudou muito né (depois que eu vim trabalhar na usina).por eu trabalhar na usina a. Depois que eu estou trabalhando aqui. depois que eu comecei a trabalhar aqui. para outro destino. Eu vi como é que era e dali em diante lá em casa eu já faço assim. não adianta nada.na usina já tenho uma visão diferenciada com relação ao lixo. né. entrou também nessa educação.. aí fica difícil de trabalhar. por trabalhar.. eles não deram conta de fazer não.. Entendeu. né. Se todo. As crianças fazem. Separo. faço isso mas. eles ganham para isso. né. antes não (risos). né. já vem pronto. né. aí dá muito rejeito. Até por que. E o pessoal de (nome do município) não sei se sabe disso não. vão separar essa matéria aqui.. então para mim também não foi diferente.. chega aqui dá mais trabalho para separar... né. Eu procuro assim. antes eu colocava tudo junto. A partir do momento que eu vim para aqui. Então.”. Dependendo da.. Eles fazem palestra na escola. né. porque facilita para a gente aqui. tem o lixo ali e a gente quer é se livrar do lixo. Eu coloco cada um numa sacola. Eu falo lá com a minha esposa lá que é.triagem. lá em casa a gente. Desde que eu trabalho aqui eu sei o quê que passa a pessoa. eles que estão lá. já peço a minha mulher para fazer direitinho e já fica tudo separadinho. eu sei que é difícil para mim. senão... Eles não fazem a coleta seletiva. Então a gente. . o plástico. no que diz respeito ao composto orgânico. Pão (foi sempre assim). a experiência vivida na usina é levada para a casa dos trabalhadores. A gente lá. a coleta. a minha esposa faz a. o serviço vai ser mais ágil na usina. É. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 137 ... embora não tenha a coleta seletiva no meu bairro ainda.. Mas eu levei a experiência daqui da usina pra minha casa... a gente tenta. em plástico. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” pelo IDUTC. É.. O horário que passa o. transformando a antiga maneira de se ver os resíduos. trabalhando aqui na usina. sabe. Muito bom. é muito importante (a separação). Direto... nós fazemos a separação. se vier tudo separadinho para nós. o papel. que antigamente o “trem” já ficava mais à vontade. mas agora motivado pela existência da coleta seletiva no município. É.. Ressalta-se que nos pré-testes essa pergunta ocorreu após já ter sido mencionada a coleta seletiva. Então agora. mais fácil. Fica mais. igual.trabalhadores das UTC relataram que separam os resíduos. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. eu sou casado.tem o.. porque trabalho na usina (1 sujeito. e como (facilita)...... na casa de família exige isso também. demais da conta! Quer dizer. pois eles sabem para onde os seus resíduos vão e sentem “na pele” os impactos dessa separação. Aí a gente põe o orgânico na parte da manhã e o seco na parte da tarde.. né. 2 aceitáveis – 28% e 1 inadequado – 17%) É. na coleta seletiva.. de separar as coisas.. observa-se que o entrevistado também tem a preocupação de separar os resíduos.a coleta seletiva. Idéia Central C – Eu separo o lixo por causa da coleta seletiva (3 sujeitos. né... É. mas nas demais entrevistas foi o primeiro questionamento a ser realizado. Então. nós assim. foi quando começou a coleta seletiva. É interessante destacar o relato de um Programa de Pós-graduação em Saneamento. Ressalta-se que. aí nós começamos a separar o lixo.é..a gente. o papelão. como pode ser verificado nesse discurso.sabe? Orgânico separado.como fala. Ah. com o meu lixo eu faço a compostagem. agora por meio da compostagem. Possa. 1 aceitável – 14%) Po meu caso.é. Nesse discurso.a minha compostagem..sabe. Mais uma vez. Para a gente poder mandar para cá. Pode-se observar também a tentativa de disseminar o hábito da separação também para as pessoas próximas. porque ajuda muito.sacolinha por sacolinha. Idéia Central B – Faço compostagem. facilita o serviço. sabe. para nós. né. foi esclarecido aí. eu faço. O lixo da minha casa geralmente com. o PET.colocar tudo em. A partir da coleta seletiva é que começamos a separar.. nós começamos a fazer.é. na minha casa. tal. igual.. o pessoal punha de qualquer maneira. nossa!!! É uma das coisas que tem de melhor para o trabalho nosso. Eu faço (a separação em casa). o orgânico. o caminhão da parte da manhã e da parte da tarde. desde quando está a coleta seletiva. uma coisa em cada sacola. a separação dele normal. Ela (minha esposa) também trabalha na casa de família. . né. 1 aceitável – 14%) O lixo do banheiro eu sempre o queimo. né. é. Aí eu aproveito as sobras de comida e jogo para elas. Nesse caso. Tenho. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 138 . não pode jogar em qualquer lugar. Destaca-se a menção da importância das crianças na conscientização dos pais sobre a coleta seletiva. incentivar as crianças para levar isso para casa. né. né. o ar e então vai estar. Idéia Central E – Eu separo porque acho importante (1 sujeito.até na minha casa não. o orgânico do seco.eles estão querendo fazer a coleta seletiva. a sobra de comida eu uso para dar aos bichos ou eu mesmo coloco nas plantas. Nesse discurso. por exemplo assim. Idéia Central D – Eu aproveito o que é possível e o restante mando para a usina (1 sujeito. Observa-se aqui a preocupação não somente com a separação dos resíduos. né. 1 adequada – 11%) Agora eu já acho importante (separar o lixo) porque eu sei que se eu jogá-lo em um lote.. né. por exemplo. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Mas tem um projeto de. mas também com a possibilidade de se aproveitar algumas frações. Hoje em dia eu sei que. esse “trem” assim. 1 adequada – 11%) Para falar a verdade. a separação. até a paisagem vai estar feia. né.o plástico. se eu separá-lo. Pão faz ainda não. porque lá em casa tem neném. Idéia Central F – Não separo porque não tem coleta seletiva (1 sujeito. né. demonstrando que há preocupação da população com a questão. além de ambientalmente correto. Eu só mando assim para cá aquele material que eu não tenho jeito de consumi-lo lá. né. Esse reaproveitamento. a lata de óleo. Mas até agora. Aí a gente manda para cá.. fralda.sujeito que diz que na casa onde sua esposa trabalha é exigido que se faça a separação dos resíduos. eu vou ajudar nesse aspecto... com a alimentação de animais. né. mesmo que essa ainda seja tímida. alguma coisa. verifica-se que a inexistência de coleta seletiva é o que desmotiva os funcionários a separar os resíduos.. a motivação para a separação dos resíduos é a importância atribuída a ela e o vislumbre da possibilidade de se contribuir para diminuir os impactos que a disposição inadequada pode causar no ambiente. eu sei que eu estou prejudicando o solo.. Começar pelas escolas. porque né.. mesmo sendo eles próprios que manipulam os material misturados. ainda é uma maneira de se fazer economia.não tem como fazer a coleta.. umas cabecinha de galinha lá. Igual. como a matéria orgânica.de.. atuando como multiplicadores e transformadores de antigos hábitos arraigados...vai fazer nas escolas. Aí então tem que ser mandado para cá mesmo porque o melhor destino é aqui na usina né. ele já pega o lixo seco. como se diz. isso tudo a gente separa.. 1 adequada – 11%) O lixo.. entendeu. entendeu.. 1 aceitável – 14%) Separo tudo (em casa). A partir do momento que eu não tenho para quem dar. Usa. protege da chuva e. Só vem mesmo é o.o reciclável.. porque o orgânico não tem.a maioria manda para cá. né. porque é na pele que a gente sente.. de ajudar o. A motivação para a separação dos resíduos. nessa parte. dou para o vizinho dar para o porco. até usa. entendeu. que são simplesmente colocados em bolsas e deixados para que o caminhão os leve.. Tem (muita criação na região). 1 inadequada – 17%) Lá a gente põe na bolsa. Idéia Central J – Eu separo porque temos para onde levar (1 sujeito.. para os meus filhos.tento passar para a pessoa que está na minha casa colocar. né. Pão.. E traz..vidro de xampu.. eu. porque eu.. Colocar. e o rejeito. Pão. seja na conservação do ambiente. nesse discurso. entendeu. Então eu coloco dentro de um saco plástico grande. quando o responsável pelo lixo passar. que a gente não vai usar. de ajudar. Também nesse discurso percebe-se um cuidado especial do sujeito com os resíduos. sempre separei. tem. A gente amarra e geralmente a gente protege da chuva. da melhor forma que.. Ah. né. seja o vizinho.sacolinha plástica. a gente amarra. O orgânico eu junto. não vem.. eu sei da dificuldade que a gente enfrenta aqui. para mandar mais separado. mesmo que o tempo esteja chuvoso. separo tudo. Observa-se que não há nenhum cuidado especial no descarte dos resíduos. especificamente em relação ao acondicionamento e armazenamento. que tiram e. né. Observa-se também o interesse do sujeito em disseminar a sensibilização sobre o tema. Programa de Pós-graduação em Saneamento. né. não sei. colocá-lo mais separado.. vidro. para depois jogar dentro do latão. Acho que é uma forma assim de. mudou (o jeito de lidar com o lixo depois de vir trabalhar na usina). eu vou mandar.e. é a possibilidade de ajudar. para depois o caminhão passar e trazer aqui para cima. São poucas pessoas que. né. Agora é diferente.ah.Idéia Central G – Eu ponho na bolsa e jogo no latão (1 sujeito.assim. entendeu. que é motivado pelo fato desse trabalhar na usina e conhecer de perto as dificuldade do dia-a-dia do trabalho.. Idéia Central I – Eu coloco em um saco plástico e protejo da chuva porque trabalho na usina (1 sujeito. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 139 . é. mas não é tudo.eu acho. né. Ah. É. explico como é que é. eu acho desnecessário mandar. a gente coloca tudo dentro de um saco plástico. da minha casa não vem. entendeu. como eu tenho para quem dar o orgânico.. chega. ainda chega muito. Então. independentemente de estar chovendo ou não... na minha casa. como trabalhador. na. Idéia Central H – Eu separo porque é uma forma de ajudar (1 sujeito. 1 adequada – 11%) Bem. para mim é lixo. É aquilo que não tem proveito nenhum. é. momento em que ele pode perceber que esses resíduos teriam um local adequado para onde seriam levados. já distribuiu de casa em casa. entendeu.. Lixo é aquilo que não. É tudo aquilo que não serve. que não se usa para nada. tipo assim. entendeu. a gente vê falar assim. Pergunta 2 . já foi aí a já.. porque são recicláveis. tudo. O que tem aproveito para mim não é lixo. enterrado. ninguém faz nada com elas. tudo.. Pão tem como aproveitar mais. Olha. 7 adequados – 78%. ele tem o seu aproveitamento porque vem para aqui nós fazemos a leira. né.. a gente. tem o lugar de levar. Então o que não presta joga fora. não tinha aonde levar.. isso acho que é lixo. né. já fez já os papéis. entendeu. Que não é aproveitado. bituca de cigarro. não tinha. O sujeito expressa que passou a separar os resíduos a partir da instalação da usina. você entendeu. Segundo o discurso do sujeito. lixo é aquele que a gente não usa para nada. As coisas que a gente não tem interesse.. aproveitado. primeiro tem que dar o exemplo. Essas coisas que ficam velhas. na minha própria casa eu procuro dar o exemplo lá. entendeu. porque.. que não é aproveitado é lixo.. ninguém compra. essas coisas que a gente não usa mais. como o papel. Então para mim. não. vai aterrado. Pa minha cabeça é o troço que não aproveita. a gente.para ficar de uma forma mais fácil de colocar no caminhão e para chegar até a usina de reciclagem. É. para o aterro. Aí. fazemos a decomposição e isso vira adubo orgânico. Por exemplo a gente vê.para eu estar. revender por exemplo assim para o modo de uma pessoa que usa para reciclar aquele material de novo. de alguns animais e. ‘Ah”. né.E o que é lixo para você? Idéia Central A – O lixo não pode ser aproveitado (14 sujeitos.. cacos de vidro. joga para o rejeito.. só que muita coisa que a gente fala que é lixo e é importante para gente. Foi para como que o lixo deve ser separado em casa. Igual lata. então separa aquilo e o lixo mesmo vai lá para cima. lixo eu acho que é aquilo que você não aproveita mais. Programa de Pós-graduação em Saneamento. eu acho que nem tudo é lixo porque tudo tem o seu aproveitamento. É. roupas velhas. né. né. né. 1 adequada – 11%) Então. você entendeu. né. tem que.. Eu acho que. não tinha (para onde levar).. Automaticamente. né.utilizando mais.utilidade para nada. lixo para mim é isso. É resíduo de alguma coisa que não aproveita mais. Idéia Central L – Eu separo para dar o exemplo (1 sujeito. é uma coisa que não tem mais necessidade. E o aproveitável. graças a Deus. entendeu. né. Até o orgânico. papel de bala.eu vou jogar fora. A gente aproveita tudo. né. papel com papel. lixo para mim hoje. mas a gente tem que ter uma higiene pessoal.Pão. aquele então já.é lixo”.. né. a gente separa tudo. né. 5 aceitáveis – 71% e 2 inadequados – 33%) Uai. Tem que ser... né... lixo para mim é aquilo que não tem realmente aproveito. o que não tem. Porque aqui a gente aproveita quase tudo. né. Pão porque a gente é funcionário nem nada. Fralda descartável. Aí. matéria orgânica com matéria orgânica.. Lá em casa é uma questão que. Eu penso. Mas agora. quase tudo. que só tem que abrir um buraco e deixar lá. papelão não é lixo. né. vender. As coisas que não prestam. aí isso para mim é lixo.. sua motivação em separar os resíduos é dar o exemplo dentro de casa e vai muito além de ser ou não funcionário da usina. carcaças.. eu tenho uma visão diferente hoje do lixo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 140 .na minha cabeça.. Então o que é osso. né. aquilo que não tem utilidade para nada mesmo que joga na. né. dentro do contexto do presente trabalho.. né. Acho que por isso que as usinas estão existindo. observa-se novamente uma mudança no modo de encarar o lixo. porque o lixão é. Idéia Central B – O lixo pode ser aproveitado (1 sujeito. Quer dizer. né.faz a triagem. na área de se triar fica tudo separado. né. 1 inadequado – 17%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. pode ser de grande utilidade para outras. um. o lixão é quando pega o lixo e joga para lá. se você pegar ali. Tudo igualzinho nós separamos lá embaixo. alterando-se a percepção sobre o objeto de trabalho: o que era anteriormente inútil passou a ser visto como aproveitável. Aqui não. de sua inutilidade. você entendeu e para nós já tem. lixo é uma categoria dinâmica. reciclar mesmo. antes eu pensava que assim. aqui é.Ah. na vala. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” e “aceitáveis” pelo IDUTC. tem. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. social ou culturalmente. pois o que é lixo para umas pessoas. ou melhor. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 141 . tem muitas coisa. reciclar. Muito pouca coisa. despoluindo (1 sujeito... né. antigamente. Mas depois que eu vim trabalhar aqui que eu fui ver o jeito que é. lixo é lixo. Para não contaminar o solo. Aí o resto é muito pouco para jogar na vala.. Essa definição seria a que se consolidou como de “resíduo sólido”. Para a gente igualzinho trabalha aqui..esse. para eles não tem valor. É. sem valor”. chama a atenção que se tenha a definição de lixo como algo inútil dada por funcionários que trabalham em uma unidade popularmente conhecida em MG como “Usina de Triagem e Compostagem de Lixo” e que tem como principal função o reaproveitamento de materiais. (2002). A opção pelo descarte ou não é fruto de decisões individuais.todo mundo corre atrás do lixo.. as reciclagens para isso. (2002) em estudo realizado com mulheres da periferia de Salvador: “lixo é tudo aquilo que não serve para ser utilizado”. você entendeu.Lixo. lixo era uma coisa que não valia nada e hoje. Muitas vezes. antes e depois de trabalhar na usina. Ressalta-se que. só o rejeito. A definição de lixo observada nesse discurso converge com duas das estabelecidas por Larousse (2000). tem muitas coisas que podem ser aproveitadas. o material que resta de um processo podendo apresentar um valor próprio e ser aproveitado pelo próprio gerador com ou sem tratamento.. Lixo para mim é uma coisa que não tem recurso por ele. No entanto.. mas que podem ser determinadas histórica. “lixo – tudo o que não presta e se joga fora. igual as pessoas aí jogam o plástico duro. Segundo Rego et al.. semelhantemente ao encontrado por Rego et al. é para jogar fora. 1 inadequado – 17%) Ah.. O lixo foi definido em função de sua utilidade. Já nesse discurso. Idéia Central C – Pode gerar emprego. coisa ou coisas inúteis. acho que trezentos. lixo.... no meio ambiente.os produtos..... químicos que agarram. Porque você entupir uma sacola lá. não deve ser jogado em outro lugar..tantos metros lá. uma atividade econômica.cada vez que passa a gente tem informação que passa.. arruma um serviço para nós trabalharmos e despolui um bocado da cidade também.vai só descendo..não vão ter esse ambiente bom.. Nesse discurso é visto como um trabalho que pode gerar sustento para as pessoas e ainda “despoluir” as cidades..não polui. né. tem-se que a oportunidade de se trabalhar na usina contribuiu fortemente para a mudança na maneira do sujeito “enxergar” os resíduos.. Está prejudicando. Mas se todo mundo tiver um pouquinho de consciência. ali vendo. Tendo aqui... Idéia Central F – O lixo é o que sobra (2 sujeitos..em um lixo muito sujo não tem como você estar. ao solo e ao ar. Porque devido. né. quantos anos.. no caso. mas que destrói a natureza.no rejeito. vai para o rio.. Só que ainda está em tempo de acordar. a população inteira. no momento está sendo uma das coisas principais que.. Uma pilha. né. polui sim por que. esse ar que tem hoje em dia.. Igual tem muita gente aqui. Gente que só pensava que lixo é para jogar fora.Depois que eu vim trabalhar que eu fui ver o quê que era.. Pode-se atribuir essa visão sobre os resíduos à grande disseminação de informações pela mídia com relação aos seus impactos ambientais.todo mundo tem que preocupar. pois pode causar poluição (3 sujeitos.o pessoal ter acomodado.escolhendo. ele lá vai aos poucos acabando com a. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 142 . no caso. Tem que ser todo mundo.. porque muitas das vezes vai para nascente.. Se todo mundo tiver um pouquinho de consciência vai melhorar muito.futuramente. Igual das pilhas mesmo. após o ingresso como trabalhador da usina..lá vai poluindo aos poucos lá vai acabando com tudo... igual lá perto de casa mesmo tem um córrego que passa. né.. deixado de preocupar antes com isso.. Que com certeza. se for deixando do jeito que está. Idéia Central E – O lixo é sem importância e destrói a natureza (1 sujeito. à medida que esses resíduos são recolhidos do ambiente.. Ele (o lixo) tem que ser enviado para a usina. 2 adequados – 22% e 1 inadequado – 17%) Lixo.os nossos netos.. queimar. percebe-se que os resíduos podem ter utilidade e passam a ser vistos como um meio de sobrevivência.o lixo é sem importância alguma para mim. mas de duzentos anos ela demora desfazer.. mas. A água lá vai. Ah.. não. Esse discurso destaca o potencial poluidor dos resíduos sólidos com relação à água. 1 inadequado – 17%) Ah. no cuidado com o meio ambiente. mas eu acredito que. Uma vez mais. já está ajudando muito.afinal.. porque futuramente. agradável. quinhentos. Até tem uma pesquisa que fala que não que... Por que evita de estar colocando uma sacola lá no. para mim.....senão não rende também a escolha. Idéia Central D – O lixo é preocupante.não é só um. mas o lixo é uma coisa que ninguém quer ela. Aí isso prejudica muito. 2 adequados – 22%) Programa de Pós-graduação em Saneamento.vai melhorar.vai poluí a água isso... natureza. Mais uma vez...... Que se eles começarem a separar. Tudo eles mandam misturado aí. coco de galinha. quem tem e outra. 3 aceitáveis – 43% e 2 inadequados – 33%) Ah. é.na entrada aqui da cidade. nesse discurso. né.. um verdadeiro lixão. né. 6 adequados – 67%. né. refugo. né. é terra. que está sobrando. não devia nem jogar no lixo. É. vixe. vamos dizer assim. só colocando. já põe lá para. casca de legumes.E outra.. mas era. as pessoas põem.. terra.. aproveitava isso para.. Era tudo a céu aberto..É. observa-se a associação realizada entre lixo e matéria orgânica (verduras. era tudo misturado. dejetos de animais).. igual eu estou te falando. folhas secas. dentre outros.. ia só colocando.. é. era jogado a céu aberto. era um lixão. Forma aquele adubo. eu acho que quem tem criação em casa. Eu acho.é. coco de cachorro.. são aproveitadas e agora o que não serve.né.. Observa-se que os resíduos sólidos são classificados. é. de vez em quando costuma vem seringa no meio.. folha seca. ia só colocando no barranco. essas coisas assim. porque até hoje muita gente fala que aqui é lixão. como a matéria prima a ser trabalhada pela usina. entendeu. Pé.uma erosão na cidade. costumam por muita. entendeu.Lixo..falava lixão.. Aí eu acho que deixa assim. um lugar que tinha aqui.. é. Nesse discurso. é o que a gente já usou e está sobrando.para.. Então lixo para mim é sobra. papel higiênico. essas coisas.era um barranco. que era feito com o lixo da cidade. né. 1 aceitável – 14%) Ah. Era colocado em um. é o refugo.(rs)..é. PET... comida.. Eles jogavam. que mandam muito. É alguma coisa que sobra.. cascas de legumes. o lixo é aquilo que não está mais sendo utilizado. eu acho que casca de legumes. verdura. galho de árvore. um lixão. É interessante o fato de o sujeito incentivar a realização da coleta seletiva Pergunta 3 . Para o sujeito. para trazer no caminhão para cá. Isso muitas vezes. forma aquele adubo igual está ali. né. um aterro. Tem gente que costuma. varrição de passeio. escurecendo e vira uma. varrição. quando não tinha a usina? Idéia Central A – Era jogado a céu aberto. As coisas que servem.. para mim. reservado para isso. comida. Gente que tem quintal em casa e põe tudo para a rua. né. Bem.Em sua opinião. aquilo vai escurecendo. Lembro que era tudo misturado e jogado fora. tudo para a rua. dentro da sacola... nem jogar. Era jogado a céu aberto.. terra. num lixão (11 sujeitos. lixo é o material que a gente mexe. despejado.. enterra. (1 sujeito. geralmente era em valo. seringa de injeção costuma juntar uma.. tem que reciclá-lo.automaticamente assim. disse que o legume também. se juntar num lugar.. aliás. com agulha. eles falam é lixão. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 143 .. é coisa é.. É interessante destacar a sugestão feita pelo sujeito de que a matéria orgânica pudesse ser aproveitada nos próprios quintais e não necessitasse ser enviada para a usina. de uma casa. 1 aceitável – 14%) Eu acho que papel higiênico. né. né. você viu ali no terreiro ali.em um buraco. mas tem que chamar a atenção: não é lixão.dispor desse lixo. colocando. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Idéia Central H – O lixo é o material trabalhado na usina (1 sujeito.. Idéia Central G – Papel higiênico. . não tinha prensa não. Considera-se que esse conhecimento do “antes” contribui para a percepção de mudanças alcançadas com as usinas.. O aspecto era bem. né. era bem pertinho do asfalto. Ah. Ele catava o lixo.. assim. Era um barranco mesmo.. era bem feio porque tinha muitas sacolas nos terrenos ali. em. numa serra ali. denominada “lixão”. despejava e ficava exposto.. E era bem pertinho do asfalto... entendeu. perto dos.no solo. Era assim. Então foi muito bom essa usina aqui. ali? (nome de localidade). Então. não tinha uma preocupação que eu tenho hoje. bem desagradável (o local)..regiões assim que pertenciam à prefeitura. Às vezes realmente dava até mau cheiro.como é que chama aquilo. As menções da presença de urubus. especialmente percebem que a maneira adotada era inadequada. Ele era jogado no na. esteira.. entendeu. um barranco beeem grande.com esse lixo. hoje eu tenho uma outra visão com relação.. Depois vinha.assim.. era horrível.logo no início.isso foi muito tempo.. Pão tinha como. tem o pessoal.... Nesse discurso verifica-se que os entrevistados conheciam bem como era realizada a disposição dos resíduos sólidos urbanos no município antes da implantação da UTC e.a esse tipo de lixo. você entendeu... aí tinha um valo e jogava lá dentro.. e aí. no centro. para você ver. ficava. O que ia para a água.nessas encostas que tem. né. o que pode ser observado quando se diz que aquilo era “era coisa normal” e agora não é mais. entendeu..tratamento que hoje a gente faz aqui com esse lixo.. ficam tudo é. uma barroca. né. Ahã.dos. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. Mas eu já passei em um. aí jogava tudo para dentro da barroca. né e jogavam em. aí tinha.. cheguei a ver. Aí eles jogavam lá. Eu sou da época.. entendeu... Era lá em cima... em um córrego ali embaixo. o que acabava poluindo a água.. a esse tipo de... os urubus. entendeu. mau cheiro e poluição da água são bastante marcantes. o caminhão chegava em cima e ia entornando aquilo lá. ele prensava na mão mesmo.. né. os fazendeiros rodam aí. Tinha um terreno vago do lado de lá.de. aqui mesmo aqui perto de um horto. Vago. Iam jogando lá. quando vinha e jogava uma terrinha.. aí eles às vezes colocavam o trem todo. era horrível. porque criança ia para lá mexer com o lixo. Era assim: eles pegavam o lixo igual pegam hoje na cidade. né.normal. Ah. passando o ônibus no lugar beirando e a gente via despejando e eles tacando fogo.. das casas que tinham. passava por cima.coisa. era uma coisa incrível. Só que veio um rapaz de fora aí e fez uma barraquinha lá. Aí chegava um ponto que chegavam eles. assim. Eu fui lá muitas vezes... O lixo trabalhado.. quando o objetivo do prefeito criar essa usina aqui era justamente por causa disso. do lado da... na saída da cidade. porque jogava tudo.né. um bairro no centro mesmo. Lá era uma coisa incrível. aí ia só jogando. bem pertinho mesmo. um buraco só.a hora que o caminhão chegasse era aquela quantidaaade de urubu. inclusive cheguei a trabalhar.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 144 . no buraco ali mais embaixo. e aquilo trazia problema para a cidade. Era um bairro. O lixo era jogado nos valos.rodiavam lá. Para era. vinham com a máquina. eles achavam ruim. E ficava exposto. Cheguei a conhecer muitos lixões aqui em (nome da cidade). da época. né. Era jogado em re. entendeu. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” pelo IDUTC. amassava eles e jogava terra. Era muito sujo. Ressalta-se que. Ficava aquele catingão. só assim... no lugar que tinha um. para a mina. jogar terra..apesar do conhecimento..não podia morar gente lá não. até os animais. Era jogado num lugar. que ficou acontecendo isso. ele melhora demais até o aspecto do lixão. Aqui mesmo. Bem tempo atrás. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Chegava o caminhão. até adulto mesmo mexia com o lixo. cheio de urubu.em.. em. entendeu. ali.. .. para jogar o outro. e queimava. Jogou ali. né.um entulho mesmo assim... né.. toda semana a retro vinha e Programa de Pós-graduação em Saneamento.tem. aterrado.as pessoas jogavam em quintais vazios.tampava com a terra. e de vez em quando a prefeitura enviava a máquina. jogava num buraco e aterrava. A usina vai fazer 8 anos.. Aí tinha uma terra.. em “lixão”. Era um. Mas aí a retro vinha e aterrava.eu acho que.. um aterro sanitário.. Idéia Central C – Era enterrado (3 sujeitos. Era jogado num terreno e coberto.. como está aqui o pátio aqui. numa.. misturava terra com lixo.. Ou. Então o lixo ficava jogado. num lote vago aqui de perto e era.aí.. puxando o lixo da rua e jogando num lugar lá. que causariam “um mal danado para o meio ambiente”. às vezes queimava... Então.. 1 adequado – 11% e 1 inadequado – 17%) O lixo ele era jogado.teve que tirar de lá por causa da poluição mesmo. sabe.jogava aquelas sacolas de lixo lá. aí. assim mesmo. era aterrado.. Então era esse o recurso que tinha. Observa-se que mais uma vez há o conhecimento do modo de disposição dos resíduos. né. 1 aceitável – 14%) Ah. pessoas. aí já tinha que abrir buraco para tampar.... né. para mim era queimado. para o ambiente... jogou mais em cima ali. não tinha outro recurso. Observa-se menções da presença de fogo e poluição. fazia um mal danado para. Depois eles o pegavam.. Algumas pessoa reciclavam. Mais uma vez considera-se que esse conhecimento do “antes” contribui para a percepção de mudanças alcançadas com as usinas. eu trabalhava numa carroça. Pós antigamente.vendiam. 9 anos que abriu lá.Idéia Central B – Era queimado...não era feito igual hoje.. Ficava jogado. um “trem” esquisito demais.um. né. de vez em quando aquele que pegava fogo queimava. 8 anos ou 9. 1 aceitável – 14% e 1 inadequado – 17%) Ah.o pessoal.aí depois quando fosse.um pasto. o que pode ser observado quando se diz que antes “não tinha aonde por” os resíduos. tinha um lugar.... tinha um aterro aqui oh. aí vinha e colocava o. Era colocado no pasto e. pedia a máquina.. num lugar à parte. até ver com os que tinham porque como é que ia fazer com o acúmulo. Idéia Central D – Era levado para o aterro sanitário (1 sujeito. às vezes. Até perto da minha casa.e. não era um aterro certo assim. empurrava e jogava uma terra por cima.era pior. vinha.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 145 .. mas.. jogado em terrenos vazios ou enterrado (2 sujeitos. né.né.eu acho que era queimado. não tinha outro recurso.... Como foi enfatizada a realização de recobrimento dos resíduos e não foram mencionados lançamentos a céu aberto ou presença de animais. né.. o mato. mas não tinha uma vala... furavam buracos com terra e punha.sabe. poluição demais.porque não tinha aonde por. pode-se supor que os RSU eram dispostos em um “aterro controlado”.. novamente evidencia-se que a maneira adotada era inadequada. né..jogava lá. infelizmente não existia.. tampava com terra.. que tem essa usina aí. 1 adequado – 11%. em dois lugares..sei lá. né. né. antes de começar a usina. Também nesse discurso percebe-se que a maneira como se executava a disposição dos resíduos sólidos no município antes da implantação da UTC era bem conhecida e. jogava e jogava terra. acho que empurrava para dentro do rio. queimados e jogados nas margens e dentro de um rio. e a contaminação? É. isso aí sempre. Mas agora. Parecia que a terra ficava mais forte. como urubus. Hoje a contaminação quê que é.. não tem como.alugaram um terreno. né e.. Idéia Central H – Era espalhado (1 sujeito. né. você viu. 1 inadequado – 17%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. 1 adequado – 11%) O lixo era jogado na beira do rio. cheguei (a conhecer o local). Você viu? Pão tem como. Teve uma época também que eles. lá em cima tem.. é aí que sim. Ah. né. e a contaminação. Idéia Central E – Era queimado e jogado na beira do rio (1 sujeito. 1 aceitável – 14%) Oh. Idéia Central G – Não sei (1 sujeito... não sabia quando não tinha. queimava. urubu. os RSU eram disposto de maneira completamente inadequada. menina! Eu não sei primeiro se enterrava…não sei.tampava o aterro sanitário. a terra. no máximo. não tem como livrar deles não. eu acho que não estercava é nada. é a pilha. que é a que os resíduos poderiam ser disposto sobre o solo para “estercá-lo”. um negócio assim. “aterro controlado” que existia no município antes da implantação da UTC. Observa-se que o entrevistado desconhece completamente o que era feito com o lixo antes da implantação da UTC. achavam que estercava. Já nesse discurso observa-se que o sujeito não conhece bem sobre a disposição de resíduos. inclusive denominando de “aterro sanitário” um possível “lixão” ou. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 146 . Era queimado e jogado na beira do rio. os bichos você tem.uma terra pior. né. Idéia Central F – Era jogado num terreno para estercar (1 sujeito. as baterias que têm radiação. Destacam-se as menções sobre um aterramento que ocorria semanalmente e também sobre a presença de animais no local. né... O sujeito destaca muito bem sobre o esquecimento que se tem com relação à contaminação que esses resíduos podem causar ao solo e ao meio ambiente. isso aí é. né. né. Nesse discurso observa-se uma crendice por parte da administração local que chama a atenção. né. com o conhecimento. achava que. juntava muito.levavam e jogavam no terreno. Lá em cima. eu acho que a. 1 adequado – 11%) Cheguei. Segundo esse discurso. e a gente vai.. manda o “cara” anunciar no carro. Aí é aonde que se tornou mais fácil. entendeu. que tinha aberto a usina.comunicação.Teve orientação nas escolas.. que ia ser separado. Então. Igual agora eles mesmos fazem o folheto de quando vai passar nas casas. da própria população... Além disso. Pa época tiveram os folhetos. visita domiciliares.. Onde fazia essa reciclagem aqui.. né.. um bocado e lá para baixo assim. mesmo. que eu acho que é o primordial. Possa.um bocado dele era espalhado. Aí o povo ficou mais consciente. Primeiro passar a informação para a população.. aí só quem não quisesse mesmo. Pão...tratar e. 1 aceitável – 14%) O lixo era jogado numa área lá perto do parque de exposição. e era incendiado. cachorrada. vai ficando mais fácil. tal. ele era muito espalhado. folhetos. Ficava lixo jogado na cidade. certamente causada pelo disposição também inadequada de carcaças na área ...Quando a Prefeitura inaugurou a usina.. O discurso menciona como sendo crônica a prática inadequada de colocar fogo nos resíduos dispostos em locais inapropriados. palestra nas escolas. tipo assim.. né.também. que apresentava mais de um ponto ativo de disposição. É. entendeu. né. no começo era difícil pelas pessoas porque eles ainda não tinham esse conhecimento de saber o quê que era usina. né.do que. Pergunta 4 ..se preocupou também em passar. A gente foi expressando como é que é.. aí as pessoas já foram aproximando.. foram perguntando.. Eles fizeram tipo de uma palestra falando que tinha. tiramo-lo e tudo. A gente.. Reagiram bem. o lixo era.. ambiental. 2 aceitáveis – 28% e 3 inadequados – 50%) Ah. o quê que ia fazer com o lixo. Teve. né. da questão do lixo na cidade. a população.. na rua debaixo ficava lixo.que a gente iria fazer com o lixo. ensacado. lá na rua debaixo. entendeu.é. na época eu até estudava. Foi bom. entendeu. explicando. Percebe-se ainda indícios de que a disposição era realizada de maneira inadequada. Carcaça de animal jogava lá.. cita também a questão do mau cheiro e da atração de animais.. que tinha que separar. fogo nele.negócio da coleta seletiva. Aí correu um tempo. que agora ia ter tudo separado. Aí decorreu um tempo. ela foi alertada na época. Receberam. avisando o que ia vir para a reciclagem.começou a fazer através das escolas. a população. os RSU eram espalhados pela cidade. por exemplo Programa de Pós-graduação em Saneamento. a gente vai e manda anunciar na rádio. né. O (nome do encarregado) foi em todas as salas. Um mau cheiro que ninguém suportava. como a população participou? A população recebeu informações? Idéia Central A – Houve divulgação para a população: palestras.. que ia. no meio da cidade mesmo.. tudo ia para lá. lembro. A gente. Idéia Central I – Era queimado (1 sujeito.essa informação. o lixo era praticamente abandonado. explicativos.de como.de. anunciou no carro de som a inauguração daqui.é uai. Foi até um projeto até bonito. ela foi orientada. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 147 . por causa dos problemas. Segundo o sujeito desse discurso. teve muito assim. para poder que ele fosse coletado e enviado para a usina.. (8 sujeitos. amarrado. com folhetos... possivelmente em um “lixão” ou em um “aterro controlado”. e a questão da educação. 3 adequados – 33%. entendeu. orientou todo mundo.. foi orientada com respeito de como enviar o lixo.receberam todas as informações possíveis..Ah. entendeu. teve.. eles jogavam lá embaixo.. etc. de triagem. . mas é.... dentre os sujeitos que proferiram esse discurso.. 1 adequado – 11%. o pessoal apreensivo.né.. né. para que serve isso. Você tratar o lixo.. tudo direitinho.mas hoje. Então ficou tudo assim. o caminhão vai passar na sua casa.. pneu...da época. né...era uma idéia nova.. Destaca-se que não houve nenhuma menção de participação da população no processo que antecedeu a implantação das usinas nos municípios e também a colocação de que.isso aqui é só jogar fora. né. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. de hoje. conforme pode ser verificado nesse discurso.. assim.o pessoal ficou. né então foi tudo novo. tudo que tiver em casa eles colocam para o caminhão pegar.de.embora a gente ainda tenha umas dificuldades ainda.saco de terra. é... entendeu. é igual eu mostrei para você que não podia vir para cá. igualzinho. né..foi um pouco difícil assim. recente. né.. Eles falaram assim.. de passar essa idéia. tudo que tiver. Teve dificuldade.. Nesse discurso. ia tudo para lá.. balde.. o que a gente faz hoje.adequadamente. Idéia Central B – Houve dificuldade com a novidade (3 sujeitos. era novidade.a idéia do tratamento: nossa. aí tivemos que expressar.... novidade na época. apesar dos esforços.. uma coisa.quando inaugurou. né... assim como toda empresa. não podia colocar coisa que não prestasse no lixo. por que. assim...a gente sabe da. teve dificuldade. Ressalta-se que.né.na época foi muito difícil de você passar a idéia. a gente está com essa idéia.foi difícil. Teve dificuldade.. Então hoje.. 1 aceitável – 14% e 1 inadequado – 17%) Olha.. uma idéia nova. percebe-se que foi difícil envolver e explicar à população sobre o que seria a implantação da usina... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 148 . na implantação. Foram utilizados diversos recursos para a informação da população sobre a inauguração da usina e sua finalidade.. como que eles vão fazer com o lixo. Oh. né.... mas que ainda permanece desconhecida por muitos no município. Só que continua a mesma coisa.era tudo.: “Ò gente. que não ia colocar coisa..” O quê que é tratar lixo? O quê que é tratar o que vou. né. a tentativa de informação não surtiu o efeito desejado. a partir do dia tal.. Idéia Central C – Eu não me lembro (7 sujeitos.é sofá. papel higiênico.. Aí eles fizeram essa palestra falando que tinha aberto a usina porque esses casos ou coisa.. você não aproveita nada. e a gente não tinha idéia do quê que era. 3 adequados – 33%. para não vir para cá.. Percebe-se o valor que é atribuído a essa informação quando ela é classificada como primordial e é vista como um “projeto bonito”... né..da importância.é.... de você passar. Só que não adiantou nada fazer a palestra.uma coisa nova. quê que é isso. a gente vai tratar o seu lixo. né.para a população. a gente teve um pouco de dificuldade... Eles jogavam tudo que..assim: tal dia.né.. foi um pouco difícil também. né. 2 aceitáveis – 28% e 2 inadequados – 33%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. menina. Eu morei 15 anos fora. Nesse discurso percebe-se que o processo de informação da população sobre a usina não foi muito marcante. eu não sei te dizer. separar. sei que aqui ficou muito.uns dias antes. né. Acho que quando inaugurou não teve aquela divulgação assim não. Muita gente. Destaca-se também que o fato de algumas das usinas visitadas já terem mais de oito anos de funcionamento pode contribuir para que as lembranças da época da inauguração também não sejam mais tão claras.foi a inauguração aqui. Ah.. Pão. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 149 . né. né. então.. Idéia Central D – Não sei por que eu não estava na cidade (4 sujeitos. né. veio muita gente.imaginava. Uns. É. aí eu vim para cá quase um ano depois. Falou na rádio. mas... nós falamos muito sobre o meio ambiente. eu não lembro. né.. fez uma festinha. da inauguração. mas eu fiquei sabendo sim. Ficou.. Já tinha começado. entendeu. falou no rádio (3 sujeitos. porque no começo eu não estava aqui. Falou. né. entendeu. né. A inauguração não.Ah. Da inauguração eu não lembro não. enterrar. Mas como eu fiquei sabendo eu não me lembro não. entendeu. Pão me lembro também por que. O que não serve. quando já tinha um ano que já estava funcionando. Conforme verificado nesse discurso. já tendo sido esquecido. Você vê reportagem na televisão. aqui era um campinho. não estava aqui (na época da inauguração). eu não lembro que teve alguma coisa para chamar a atenção da população não. Idéia Central E – Houve uma festa.. muito tempo. né. dos ritos que faz. Foi assim. aí vim para aqui. Aí. a cidade toda foi convidada para essa inauguração. que foi inaugurada em (ano da inauguração). Tem bastante tempo. sabia. Então eu sei que ia ter a inauguração da usina e tudo..que a gente que trabalha.. Hoje se torna muito importante principalmente para a gente que trabalha aqui. ficou bonita.passa a prestar a atenção nas coisas. Participou (a população). foi bastante falado. né. né. da usina. entendeu. né. e a pessoa tem que gostar também. porque quando fizeram isso aqui. Pão. Mas reciclagem mesmo não cheguei a ver aqui não. que ia trazer o lixo para cá. ficou sabendo. Eu não estava (quando inaugurou a usina). uma inauguração muito. O que significa. isso eu não lembro muito não.. nem todos os trabalhadores presenciaram o momento de implantação da usina. a população quase toda! Fez uma festa boa.. 1 aceitável – 14% e 1 inadequado – 17%) Eu não posso te responder não. para reciclá-lo. E aí todo mundo ficou sabendo. o que serve.. responder.. né. só lembro daqui quando era um campinho aqui. 1 adequado – 11% e 2 aceitáveis – 28%) Pós ficamos sabendo assim menina: quando inaugurou aqui. o quê que poderia ser uma reciclagem. Mais ou menos sabia (o que ia ser feito na usina).. mas. 2 adequados – 22%. entendeu. Sei que ia acabar lá também com o lixão de lá. Todo mundo ficou sabendo.não sei. Isso eu não lembro.. tudo. ficou lotado. eu não dava importância para isso também não.é igual. né. Eu ficava em (nome de outro município). Pem. Programa de Pós-graduação em Saneamento. isso eu não me lembro.. O prefeito fez um churrascão na área ali! Veio. E aí. por não estarem residindo na cidade na época. entendeu. não sendo enfatizadas. 1 inadequado – 17%) (A população) foi descobrindo depois de. No entanto. Demais. Muito bom. não ocorreu ou não foi efetiva. vai acabar com o lixão? Vai. Percebe-se nesse discurso que a implantação da usina causou interesse na população. Nesse discurso menciona-se que a população foi tomando conhecimento da usina após a sua inauguração e foi. Idéia Central G – Eu não sabia como funcionava a usina (1 sujeito. não foi tão divulgado. com a presença da população em massa. Ficou melhor. demais. 1 adequado – 11%) Lembro. Fui saber depois. 1 aceitável – 14%) Pão. agora nós vamos implantar a usina”. essas questões aí. que admite que não tinha nenhuma informação sobre o funcionamento da usina e que só foi tomar essa ciência quando passou a ser funcionário da unidade. Assim. né. entendeu. a inauguração da usina foi um grande evento na cidade. mas quando se. né. Idéia Central F – Não foi tão divulgado. Fala. que começou a questionar sobre o que seria essa unidade e como passariam a ser geridos os resíduos sólidos da cidade a partir de então. trazendo benefícios. quando falou assim: “Ah. Pergunta 5 . Foi uma organização muito bem feita. né. Então tinha todas essas. necessários ao adequado funcionamento da unidade. Principalmente para aqueles que moravam na roça e passavam perto do lixo. Inclusive vim para cá sem saber de nada. colocava no lugarzinho certinho. não disponha lixo na rua. Aí não queimava mais. percebe-se que foi exaltada a festa.Em sua opinião. né. vai acabar com o lixão”. incorporando nossos procedimentos. aos poucos. Esse fato pode ser um indicativo de que a informação e mobilização da população. o pessoal ficava curioso: “Ah. o que a população da cidade pensa da usina? Programa de Pós-graduação em Saneamento.Conforme pode ser verificado. na ocasião da implantação da usina e posteriormente. mas com indicativos de que a informação e conscientização da população ficaram num segundo plano. Idéia Central H – A população foi descobrindo depois da inauguração (1 sujeito. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 150 . foi que inaugurou a usina aqui aí foi um tal de lixo que eles não deixava do mesmo jeito para o caminhão pegar. né. foi muito bom porque não ficou bagunçado. eu não sabia como é que funcionava isso aqui não. “Ah. né. então o pessoal ficou curioso. mas como é que é isso daí?”. mas levantou curiosidade (1 sujeito. É interessante verificar o relato desse sujeito. . falasse que era uma.tal.. até uma idéia boa. de levar o lixo. porque limpou muito as vias. É bom demais. Porque quando tinha o lixão ali a céu aberto. né. a população já gosta. Já acostumaram. essa reciclagem. Uns falavam que ia melhorar. Então.. no (dia do) Meio Ambiente. né. Então já.. né.. Acharam bom.pegando coisas que aproveitar.né. ué.que vem. é isso mesmo. antigamente nem isso eles preocupavam. colocam o lixo dentro da lata. né. muitas vezes já teve show na cidade falando sobre isso.. Ah. né. por que. né. Ah.. principalmente as donas de casa. sobre o lixo. o caminhão passa. Muita gente aprovou. essas coisas. o povo está mais alertado. pelo trabalho. Então a cidade era toda cheia de mosquito. né.. né. o pessoal já estava é. Acha bom por que. Aí a gente era ruim. acha bom. Chega a comentar porque. se não fosse essa usina onde é que esse lixo ia estar? Para a rua e ia ficar tudo sujo. né? Uma usina dentro da cidade. iam todas para a cidade. já pensou. Então. Programa de Pós-graduação em Saneamento. é que nem eu falei para você.catação aí.. né.as pessoas começaram. fazer trabalho.essa. eles pensam. porque quem não vai achar. né. muitos. viu. cada um tem uma opinião. a cidade ficou mais limpa. Hoje já vai melhorando.. todo dia passa o jerico lá pegando lixo.agradou da situação. o pessoal gostou muito. Ô menina. né.. Manter a cidade limpa. né. 3 inadequadas – 50%) Uai.até a própria administração... por que. acharam. eu já fui. o povo ficou mais responsável. vem sim (as pessoas vêm visitar)..as pessoas. a gente já se deparava com pessoas é. quando assim. foi muito legal. com esse negócio do meio ambiente. os alunos. Para as donas de casa era uma trabalheira com mosquito dentro de casa.” Ah..a botar o lixo na rua direitinho. esses “trem” assim... Daqui da própria população..lixo..acho que gostaram muito é.. Vem muita.. Se todo mundo tivesse esse ponto de vista. né... né. coleta. Aí é bom demais.. deve achar que é uma coisa boa que foi feita aqui na cidade. Oh.até muitas pessoas.. eles devem achar bom porque o lixo vem todo para aqui..e visitam.né. pegando aquele ritmo de vir buscar as coisas no lixo. ia ser melhor. disse que vai vir. ficou mais limpo. Eles pensam uma coisa boa por que.. né. aí até então começou essa. muita gente gosta. eles já pensaram muuuito diferente. eles acham ruim. né. tem o lugar. participando. né... eu.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 151 . eles.. Olha. né. né. Quando às vezes. Outros falam assim: “Ah é.” Outros falam: “Pão. né.bem agradável. né. Eu nem moro na roça e trago direto.. não às vezes não faz a coleta lá. a maioria... né. né. Então isso foi uma boa. Que é boa.. a gente. Então eles fazem tudo certinho. tinha muita gente que aprovou. Então vai mudar a cidade. né..é. nos anúncios. tudo isso acabou. sabe. Com a limpeza. né. para a população foi uma maravilha. da escola... né. a. mas assim. saber tudo direitinho. Quando assim. então é uma limpeza para a rua. o pessoal. né. 4 adequadas – 44%.. o trator passa. 4 aceitáveis – 57%. eles gostam. Sem contar que. Então foi. melhoria para a cidade. então.. com certeza que é bom. Apóiam. É agora.. A população ela acha bom.. né... né. Tem muitos que têm até um pensamento. E para eles também.algumas pessoas.. é meu modo de pensar.elogiam. na minha opinião.devido agora que sempre está passando na televisão. mostrando o quê que o lixo está causando para o meio ambiente. as moscas saiam daqui. E ainda vai vir ainda.Idéia Central A – A população aprova (11 sujeitos. com certeza... para poder vender. Tem gente que traz para cá mesmo.. né. né. Porque.. diz que lá é tão legal. quando eu vim trabalhar aqui. eu. tudo isso acabou.não tinha. pelo menos. tem muitos que têm consciência..ultimamente. E. Tem gente que mora na roça e traz o lixo para cá. as escolas vêm aí. esse “trem” não pode queimar mais.. de coisa de escola. Vem. Vem. Ajuda bastante. as pessoas. fazemos bastante visitas aqui. (nome do encarregado) talvez vai te informar. né.. veio bastante gente visitar aqui. a maioria. para queimar. para mim foi uma boa.coisa boa para a cidade. Você viu na hora que você chegou aqui que tinha um caminhão de PET. Olha. meu filho já foi.esse.. Até mais agora as sacolas vem mais amarradinhas. Já teve até show na cidade. .. embora seja alegado que a busca de proximidade com a população é constante. é. É. Também é possível encontrar nesse discurso os primeiros vestígios do preconceito e da discriminação por parte da população com relação à atividade e às UTC. não (a população não conhece como funciona a usina).acesso ao que a gente faz. tem pessoas que. né. Eles tinham que ter mais informações sobre isso para eles aprenderem como é que é a reciclagem. né. né. Também é mencionada uma mudança de pensamento das pessoas.né. após visitarem a unidade. 4 adequadas – 44% e 2 aceitáveis – 28%) Ah. a desaprovação da usina pela população é atribuída à falta de conhecimento de como funciona a unidade. eu falo mesmo! Pão estou nem aí! Ainda mais que o (nome do encarregado) ajuda. Nesse discurso. entendeu. que se a gente está aí desde (ano) com o trabalho. Então. cada um tinha a sua opinião. porque antes até que não. uma grande diferença. o tratamento adequado que a gente faz uso do próprio lixo. é falta de informações. Muita gente assim.. a visão é totalmente assim. É.. Creedo! Você trabalha no lixão!” Aí eu.é. Eu acho que não conhecem e na verdade nem têm consciência. Pão era tão próximo não. Você vai sair de lá com outra imagem. é da usina (rs)”. Observa-se que o desconhecimento é tamanho que as usinas são erroneamente chamadas de “lixão”. o próprio trabalho.não conhecem o nosso dia-a-dia. Pão é.. Idéia Central B – Não aprova.. de revistas. aí que vai aproximar um pouco a população da usina.. através de quê: de jornais.por eu ser da população e a gente ter sempre as portas abertas..não.tem. para você ver que beleza que é. né. não. Agora. o diaa-dia nosso aqui do trabalho... não conhece o nosso trabalho.. quando fala: “Onde que você trabalha?” Eu falo: “Eu trabalho na usina. Eles.. né. Uma grande parte ainda não tem consciência do quê que a usina é para a (nome da cidade). que é lixão mesmo. Eu falo assim: “Você já foi lá? Pão.. mas já mora aqui.o pessoal da coleta faz a coleta do lixo e chega e joga fora só. quando ligam para aqui e falam assim: “É do lixão?” Eu falo: “Pããoo.. com as assinaturas. Agora o pessoal vai preocupar mais.... né. não vai adiantar nada.. ele fala mesmo que é para a gente falar para deixar uma boa imagem. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 152 .. de alguém que possa ajudar a informação. a gente tem até um livro aqui de visitantes. Que usina? Usina. do quê que é.. com a população.diferenciada.eu acredito que a maioria da população. Sempre tem uns. Às vezes acontece de vir o pessoal da escola. um pouco eles não sabem. de triagem e compostagem de lixo. atribui-se a aprovação da usina aos benefícios que a UTC tem trazido à cidade.. Pão têm a influência. mas não conhecem. Pa minha opinião eles não ajudam.. Eu acho. é. a gente está sempre.. eles não estão nem aí. Eu. de verdade.” Tem uns que falam mesmo. apesar de toda essa educação ambiental que a gente faz com a população. Uns falava: “É. que acham que nunca melhora. são pessoas que não têm consciência. É... Programa de Pós-graduação em Saneamento.. tem informação sim.em seminários. já é de (nome da cidade) e sabe o trabalho que é feito.. isso que eu acho. Mas eu acho que não. eu corro mesmo. né. Aqui mesmo tem um monte de pessoas. à própria população e ao meio ambiente. Apesar de quê.de cara.. né. do nosso trabalho.. não ué. que estão tentando implantar essa coleta seletiva.. Além de não conhecer. E tem uma grande diferença... tem muita gente que não conhece a usina daqui.reuniões nos bairros. Então vai lá para você ver. que bacana! Quero ir lá para conhecer!”. porque não conhece (6 sujeitos.é. às vezes acham que. Acho que a maioria dos moradores não conhece. vê uma matéria na televisão: “Possa. Vê o lixo como se fosse apenas coletado e disposto a qualquer modo.não.Nesse discurso. vai continuar um lixão”.. um pouco não é culpa deles.o dia-adia nosso.. eu falo mesmo. conforme relatado. eles não fazem nada para ajudar. para eles tanto faz. Percebe-se também nesse discurso alguns vestígios do preconceito sofrido pelos funcionários das UTC.. para falar a verdade.uma parte não colabora.. a própria escola. Tem que chamar mais a atenção das pessoas para eles terem mais consciência do lixo. em algumas comunidades vai buscar o lixo. para as pessoas terem mais.. que eu não tenho leitura. O caminhão vai buscar. essas reuniões. né. Aí eu acho que eles têm que ter assim mais consciência do lixo. fundamental. não tenho muito contato com esse pessoal. sabe.. apesar das diversas visitas que a unidade recebe. é papel. Esse discurso também relata a falta de colaboração da população. Então tem os bairros que fazem cada dia da semana. mas as escolas mesmo começam fazendo a bagunça. com a bagunça.. né. Eu não sei o quê que eles pensam. chamar as pessoas para ter mais consciência do lixo. apesar de que tem informação.. do estadual. Por que eu acho assim que. sabe. derretendo. Pão. Então é muito ruim. Igual nós já achamos aqui bicho assim. É igual eu falei com um rapaz. já vieram aqui. não tem nem um pouquinho de consideração com o pessoal que trabalha aqui. mas eu tenho boa vontade. Por que. Eu acho. Já veio aqui o pessoal das escolas. na comunidade. Eu acho assim. né. por exemplo a leitura porque eu tenho muita vontade de fazer esse trabalho. 1 adequada – 11% e 1 aceitável – 14%) Falar a verdade. bem ruim. inadequadamente e com bastante freqüência.. sabe.. né. O entrevistado diz não saber realmente o que a população pensa da usina. o seco e o molhado. não colabora (2 sujeitos. Idéia Central C – A população não tem consideração. não passam em todos os bairros todos os dias. igual. mas só que.na.. Eu não sei se eles. né... não fazem nada para ajudar. mas eu acho que ainda foi pouco ainda. é um lixo mesmo. é legumes. as comunidades. não tem como fazer. mas voltado assim. sabe.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Aí eu não.. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” pelo IDUTC. a gente falta no trabalho da gente. mistura tudo.na. por exemplo..essa pergunta. que precisa muito ainda para as pessoas terem mais consciência do lixo. né. a separar o lixo. 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) Ah. No discurso é mencionado que a população não tem consideração com os funcionários das usinas. uma vez que não colaboram com a separação dos materiais recicláveis e ainda encaminham. por que é muito importante. Eles mesmos. Então se você coloca um bicho lá. eu acho que a cidade. Eles não ajudam nem um pouco. primeiro ano.Pão tenho nem noção do que eles podem achar aqui da reciclagem. a gente pega lixo nas comunidades também. Eu. hoje para pegar depois de amanhã. podem achar um pouco bom. Por exemplo assim.eu não acho que é certo eles pegarem um bicho e colocar no lixo para ficar lá.”.eles não fazem nada para ajudar. né.. animais mortos para a unidade. depois de amanhã ele já está.. por exemplo. pensa que a gente é..tem que ter um trabalho.. Entendeu. como verificado no trecho “. médio.. na cidade. Pão tem muita colaboração.. que é o que nós não temos aqui..Ressalta-se que. os meninos do grupo.eles acham. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 153 . eles mesmos não separam não.. Idéia Central D – Eu não sei o que eles pensam (2 sujeito. Idéia Central E – Pensam que é um trabalho difícil (1 sujeito. Vêm. A pessoa para trabalhar num lugar desse aqui. igual eu falei para você.. manda até embora. a questão dos meninos de escola também. o salarinho aqui é mais um pouquinho. 1 inadequada – 17%) Da usina? Coisa bem ruim. aí elas ficaram sabendo que nos trazia e levava para o serviço. A pessoa para trabalhar num lugar desse aqui. agora eles dão os vales. entendeu. Aí eles pensam e muitas vezes vêm visitar.perde a moral. eu acho que uns 204 reais. E eles vêm num. Aí passou a hora extra. é difícil. Idéia Central F – A população acha que é coisa bem ruim (1 sujeito. vai lá e troca em alimento. perde.. Nesse discurso é fortemente explicitada a questão do preconceito e da discriminação dos funcionários das UTC. vem fazer trabalho (os alunos das escolas).. eles passam o vale para quem vir no feriado. Nossa Senhora. Oh. para nós instruí-los.. Eu sei que não ia vir no ônibus que a gente trabalhava.. vem.professora. É. você é professora? Professora aqui da nossa região.. quem trabalha nesse lugar aqui. Tem uma. quem vem. que nos levava. O ônibus que nos levava e trazia.. profissionais da educação que. igualzinho. Aqui em (nome do município) é. só que esses 204 reais não compensam pela humilhação que você toma. Agora eles. o quê que se faz aqui.. eles não pagam a hora extra mais. Segundo esse discurso. tem gente que. deveriam dar o exemplo.. igualzinho umas pessoas. Relata-se que professores.perde a moral. muita gente que tem vergonha de trabalhar aqui.. a população considera difícil o trabalho que é realizado nas UTC e também aqui é mencionado sobre as visitas que a unidade recebe. perde. que tem uns contratados aí. eles não. 1 aceitável – 14%) Deixa-meeu falar com você. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 154 . é judiado. mas é só colocar uma maçã estragada para estragar todo mundo. Aí você pega o vale. ele leva as professoras primeiro e depois nos trazia.” Idéia Central G – A população não se interessa (1 sujeito. ponto facultativo. nós aqui é. O ônibus que ia buscar as professoras. Aqui. eu sei que não são todas. negócio de “barriga cheia”. elas não quiseram ir no ônibus. segunda-feira é ponto facultativo. Eu acho que o povo do (nome da cidade) não se interessa. mais do que ninguém.. eles nos trazem no ônibus todo dia 7h. o que permite conhecer o seu funcionamento.. 1 adequada – 11%) Ah. ué. porque é judiado. igualzinho. Aí igualzinho.. se recusam a utilizar o ônibus que anteriormente foi usado pelos trabalhadores das UTC. vêm direto. Percebe-se a força da semântica pejorativa atribuída ao “lixo” e do seu significado social quando se diz: “. Aqui eles falam assim. pensam que é um trabalho. porque eles cortaram a hora extra. nós temos que trabalhar.quem trabalha nesse lugar aqui. Bobeira.Tem gente. é judiado. aí eles dão o vale. porque é uma coisa interessante. Vem. né. já começou. Aqui vêm mais visitas de fora. Programa de Pós-graduação em Saneamento..deve ter as pessoas nas pesquisas que você fez nas usinas aí que falam isso... é um trabalho difícil de fazer. Aqui é judiado. Mesmo da cidade. a população do (nome da cidade) é uma das populações que vêm menos ver a usina. Se falar que não vem. Possa Senhora. Porque você falou que é setor de prefeitura todo lugar é assim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 155 . Prefeitura é muita gente vigiando. Por isso a gente fala: seletiva. o entrevistado relata a falta de interesse pela UTC percebida na população da cidade. Aqui a fonte de renda é a prefeitura. fica lá o dia inteiro à toa. “nêgo” da prefeitura não faz nada. Separa tudo. para poderem nos ajudar. Essas visitas seriam essenciais para que eles conhecessem o funcionamento diário da unidade e se sensibilizassem a colaborar. Nesse discurso.” Essa falta de conhecimento da realidade.né. uma vez que a unidade quase só recebe visitas “de fora”. E para você ver que está tudo limpinho. praticamente ninguém vem aqui ver o serviço da gente porque acha que é só chegar e. né. de material úmido. eram capazes de ver. o que é coleta seletiva? Idéia Central A – É separar. tudo preguiçoso.. da usina e dos funcionários o quê que eles pensam é que a gente só fica é à toa. se de repente você está trabalhando. Hoje. Se você perguntar para qualquer pessoa da cidade: o quê que o pessoal da usina lá faz? Fica à toa o dia inteirinho. é só trazer e jogar aí. fala que você está o dia inteirinho à toa. o entrevistado cita a falta de visitas da população da cidade e o desconhecimento que há sobre o funcionamento da usina. por incrível que pareça. a maioria.aquela coleta que eu acho que é feita separadamente. 7 adequadas – 78%. não faz nada não. por ser afastado. é quando você separa tudo. colocados dentro de embalagens diferentes. até quem não tem o que vigiar. por cada tipo de material. um dia Programa de Pós-graduação em Saneamento. é porque nós estamos trabalhando. Se eles olhassem... do dia a dia das UTC. Mas só que não acompanha o serviço da gente: ah. então... não tem como estar à toa. para eles aprenderem em casa. Aí é separa os secos e o úmidos. Esse desconhecimento fica evidente quando o sujeito menciona e enfatiza que as pessoas pensam que o funcionário da UTC “fica à toa o dia inteirinho. 5 aceitáveis – 71% e 4 inadequadas – 67%) Coleta seletiva. Por exemplo. Idéia Central H – Pensam que os funcionários ficam à toa (1 sujeito. Também nesse discurso. Pergunta 6 . passou uma pessoa lá: não estou falando. já deixa tudo separado. coleta seletiva é a separação de material seco. A fama daqui não é boa não. não misturar os resíduos (16 sujeitos.Para você.né. Por ser afastado ninguém já vem. você parou um tiquinho. eu acho que a maioria dos moradores. Porque. por conhecer o lixão lá perto da saída da cidade todo mundo via e acha que é só chegar e jogar de qualquer jeito e pronto. só fica à toa..Eu acho que não se interessa não porque eles tinham que vir aqui visitar. Você pode ter parado um minuto e deu a falta de sorte de passar alguém justo na hora que você parou um tiquinho para descansar. não faz nada não. né. selecionar.. para ver o quê que é a realidade do lixo. chegou lá acabou o lixo.é. 1 adequada – 11%) Sinceramente.. Muitos. É. Ah. Ah.. até para quem trabalha lá na rua. cidade pequenininha. É difícil. dando um duro danado. também acaba gerando e incentivando o preconceito e a discriminação dos funcionários pela população das cidades. e a gente enterrar. Mas tem que conviver com isso. né. Igual é assim a separação do lixo né. aí tem o dia que vai pegar só orgânico naquele dia. seleção. Pode perguntar para qualquer pessoa na rua aí. É igualzinho eu estava falando. né.. se as pessoas fizessem em casa.. separado. poder reciclar melhor e o seu valor.. o material já viria separado. né.os dias certos. E aí o caminhão mesmo passaria. esse tipo de coisa.é.. A questão de um papel misto misturado junto com matéria orgânica. plástico. entendeu. O molhado fica. no meu pensar. então não sabe... é. Você aproveita só sacolinha.. né. por exemplo. em casa. do lixo mais seco. do lixo úmido. tem o vidro. né.. amaciante. Tinha que ter um dia separado. apesar de ser uma. né.. nesse intervalo vem.. né. Separar o lixo e a comida.faz o lixo molhado.. E aí.. que é coletado é diferencialmente. essas coisas e outro dia. no caso do lixo hospitalar. tem casa que manda o lixo separadinho.. Separar... né.. PET. num outro saco. o seu valor é outro porque. Vinha os PET. né. Com isso ficaria mais fácil para gente. E na terça-feira. Aí pega o molhado na segunda. É tudo no. esses “negócios”. então você. vai evitar as moscas também.. fizeram até um teste. a coleta seletiva.vai pegar.é. vinha com o lixo reciclável. A coleta seletiva é a questão da coleta do lixo mais seco. lata. né. por exemplo. por exemplo.. Colocaria então o lixo úmido. entendeu. você vai lá. a matéria orgânica. Eu acharia que coleta seletiva tinha que ser.. né. é. eu acho que seletiva.. com o plástico. seu valor cai. Fralda de criança..descartável.. os litros de PET. faz ele. Aí é PET. ali comida mistura com o papel.. você põe em outros. sabe.. Então. É assim.. dificultoso para a gente hoje. é o lixo orgânico. né. é. né. essas coisas que recicla.. né. o prefeito tem que dar a sacola”.. é o meu modo de ver. como por exemplo. Então é.segunda-feira vem o molhado. não tem como separar”. que é muito perigoso. Oh. o que nós temos mais é sacola. o contaminante.. você. o lixo mais apurado. Coleta seletiva para mim é separar o lixo em casa. tem que conversar. coleta o seco. é. é o lixo mais seco. o quê que é material reciclável. Porque se vier tudo misturado quando amarra o lixo ali.separa.. tanto é que em casa.manda hoje.PET de refrigerante.. Começou fazendo. é a separação de cada dia vai fazer o. né. papel. né.e a comida. vazios e coisa e. E assim quando.. folha. aí esses lugares a gente está deixando por enquanto porque já está mais ou menos encaminhado. né.. a coleta Programa de Pós-graduação em Saneamento.. a comida é o orgânico. né. Eles. hoje vai fazer. Que eu acho que. vidro você põe em sacola diferente. no outro dia você manda o que é reciclável. e o que não é utilizável. eu acho assim. eles fizeram uma vez. e pegaria então o lixo seco. o. ajudava bastante. e outro dia o material de. sacolinha. o material em casa.. entendeu. Você pega o orgânico e vai para lá. a seleção em casa era importante. você vai fechar a sacolinha ali. porque o plástico. Teve uma vez que eles falaram assim: “Ah. melhora para nós aqui. Coleta seletiva é a separação do lixo. para eles é comida jogada fora.. né. você vai separá-lo do material seco. essas coisas. Porque as pessoas não fazem às vezes falam assim: “Ah. Então..o lixo. Igualzinho um. é separar o molhado do seco. no saco juntamente com aqueles amaciantes. por exemplo. esse “negócio” vinha em outro dia. para facilitar para a população e para nós que trabalhamos aqui. Gente. resíduo.. É o seco.reciclável. seria colocado dentro de outro saco.. se ele está sujo. A gente vai ao mercado a gente traz tanta sacola.tal. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 156 . né. vai evitar o mau cheiro. Aí vai para a vala né.entendeu. né. que é um material que não aproveita mais.. de injeção.garrafas. “negócio” de agulha... que eu acho que tem que ser feita. muita gente não sabe nem. E depois outro caminhão viria atrás para poder coletar o lixo úmido. né.fermenta mais rápido. aquele plástico macio que.por isso a gente fala. que aqui a gente fala material seco. você.então só a população teria que ajudar na separação dos materiais. ele estando separado. vidro. entendeu. eles misturavam lá no meio de matéria orgânica. essas coisas assim. mas para explicar não é difícil. separar o vidro. poderia colocar casco de refrigerante. né. é. entregou o dia vai primeiro. entendeu. que cada um tem o seu destino e para obter mais oportunidade para o pessoal da usina poder trabalhar. a gente coloca um frango e vêm duas sacolas. Dava uma boa organizada. é.. É. você põe em outro. essas coisas.dessas garrafa aí. uma. né. numa sacola separado..na sua casa. né. latinha. até a coleta.. suja mais e aproveita pouco.. lata. o orgânico. às vezes tem gente que às vezes não sabe nem o quê que é o orgânico. né.a questão da coleta seletiva é essa. melhora para quem está em casa também. O lixo seco. Que às vezes é um papelão. Tem lugar que já. É. né. você vai separar plástico. restos de comida. fruta. resto de comida. Você tem o seu lixo orgânico. A coleta seletiva você simplesmente você vai aproveitar melhor o seu lixo. algo assim.não falta é lugar para colocar. né. tipo assim. amanhã você manda o que não é utilizável e o que. é PET. desse jeito aí. ele também desconhece do que se trata. como é que faz . Aqui na reciclagem a coleta é só assim: tem. apesar do equívoco conceitual. 1 aceitável – 14% e 1 inadequada – 17%) Ah. Nesse discurso. rejeito assim. admitindo não saber o que ela quer dizer. Eu falo desse jeito. Esse conhecimento é considerado importante. Idéia Central C – Eu não lembro (1 sujeito. que os entrevistados definem satisfatoriamente o que é coleta seletiva. O entrevistado que proferiu esse discurso alega não se lembrar o que é coleta seletiva. Separa tudo direitinho. orgânico. nesse discurso. Não se pode desconsiderar o citado por esses entrevistados porque. No entanto. né.não lembro não. nas mesas de triagem. esse trampo aí. cascas. 1 inadequada – 17%) Coleta seletiva. dos sólidos (1 sujeito. semelhantemente ao do discurso anterior. né. né. quatro mulheres. né. 1 adequada – 11%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. garantindo um serviço de qualidade. É interessante observar o relato de algumas dificuldades em se convencer a população a realizar a separação adequada dos resíduos em suas casas. latinha. os sujeitos confundem a coleta seletiva com a separação que é realizada nas UTC. A gente vai ter um aproveito bem melhor. né. já que a existência efetiva da coleta seletiva é um fator que pode favorecer o trabalho que é realizado nas UTC. são quatro pessoas na banca. quanto para nós aqui na usina. tanto na sua casa. né: traz o lixo. 1 aceitável – 14%) Mas eu não sei.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 157 . Já nesse discurso observa-se que o sujeito desconhece completamente do que se trata a coleta seletiva. que eu explico. o mencionado pelo menos indica que eles sabem que a coleta seletiva está relacionada à separação dos materiais recicláveis. eu explico como é que faz. Percebe-se. Idéia Central E – É a coleta do orgânico. os vidros. Idéia Central B – Eu não sei (1 sujeito. os restos de comida. muito possivelmente. o quê que quer dizer.. essas coisas. Vem gente. A minha parte. né. né. quanto na cidade. Idéia Central D – É a coleta realizada na usina (2 sujeitos. Eu explico. eu reciclo sacolas coloridas. que são os alimentos. tudo. o PET e o adubo. aí separa. demonstrando conhecimento da questão. separa.seletiva é simplesmente para você melhorar. né. facilita mais o nosso trabalho. Já pensou.. é quê. Programa de Pós-graduação em Saneamento. mas. Aí vai ocupar um espaço maior na vala de rejeito. para todo mundo. Aqui o orgânico é o que faz o esterco orgânico.. seletivo. se ele (o lixo) vem separadamente.é em geral. a vala está cheia lá. Porque a maioria dos moradores é o pessoal mais velho e o pessoal mais velho para entender as coisas é difícil.. você.É a que o. num.é.o plástico.. é mais fácil de trabalhar.. hum.. é o vidro. por ser separado. Po caso de nosso trabalho. você já sabia como você trabalhar.nossa triagem. você tem uma facilidade muito grande no que diz respeito a. O lixo vem menos sujo. diminuindo assim a vida útil do aterro. Então é a forma mais fácil de separar. para nós seria mil maravilhas. né. dá mais rejeito do que o lixo para trabalhar. Pos outros dias só o seco. né. ia facilitar e muito. você. Se viesse separado..”.orgânico. É o que eu falei com ela.então o serviço ia melhorar muito. aquele que está ali no pátio.O que você acha da coleta seletiva? Idéia Central A – Ela proporciona maior rendimento do trabalho e aproveitamento dos materiais (14 sujeitos. Ela facilita muito no trabalho. que ele. te xinga. também aqui é fato que o sujeito desconhece o conceito de coleta seletiva. você ganha em. Demais. né. Se não tiver paciência. ele vem numa qualidade muito inferior. então você não pode chegar de qualquer jeito não... por cada tipo de material.ganha. mas nos ajuda. Pessoal do interior é meio implicado. Idéia Central F – É ter consciência do que fazer com o lixo (1 sujeito. você está pegando no meu pé. Para o papel do trabalho nosso é difícil um pouquinho para separar né. o PET.mente. Uai. a vala de rejeito.. mas desconhece o conceito de coleta seletiva... 5 adequadas – 55%. aí dar pouco rejeito. não funciona. se eles fizessem ia ser uma beleza para as pessoas que trabalham em usina. ele vai.. tem muita gente que não aceita... Porque muita gente pega o lixo e não sabe o que fazer. se tiver (a coleta seletiva) é excelente. automaticamente. né. sólidos. Com a coleta seletiva vai ter a consciência do que fazer com o lixo. quarta e sexta o molhado. em trabalho..para.né. Ela é uma coleta. Por causa da separação né.se a coleta seletiva é feita adequadamente. Você tenta explicar e aí fala: “ah. você perde muito na qualidade desse material e automaticamente você não tem comércio..na venda do material. quer dizer. já ia chegava quase tudo pronto.. 5 aceitáveis – 71% e 4 inadequadas – 67%) Uai. várias coisas.quer dizer.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 158 . é.. Tinha até como você trabalhar.. não tendo comércio.. ali você tem que separar tudo.. Uai.. 1 adequada – 11%) É a consciência de o que fazer com o lixo. pegava segunda... Vamos supor. Pão é só para a pessoa que trabalha na usina não. Rouba uns minutinhos né. já vem praticamente. A separação do lixo fica muito mais viável.. né.. ia pouco rejeito. né. Aí era até melhor para nós separar aqui. Pergunta 7 . acho que é os sólidos que fala.. Aqui se fosse coleta seletiva a semana toda. do que misturado. é. principalmente para a gente aqui que trabalha ia melhorar muito. O sujeito desse discurso também tem conhecimento sobre o composto orgânico e os materiais recicláveis. rendia muito mais.. Ali não. Com certeza. tipo assim. E o outro é o reciclado.. né. é mais fácil de trabalhar... Muito. né. mais rápido. Apesar da “boa intenção“ de colaborar demonstrada nesse discurso. é um lixo mais seco e mais fácil e mais rápido. né. É interessante verificar a menção da contaminação do composto orgânico por metais pesados e microrganismos. população em geral tivesse um pouquinho mais de consciência. para nós seria mil maravilhas... em uma plantação.. nesse discurso. também. das fezes das criança pode causar também.. disse que lá o trabalho é muito bom também. fralda descartável...tem os lixos dos hospitais são separado também. acaba desperdiçando muito.em alimento. nas UTC mineiras o composto orgânico não proveniente de coleta seletiva tem utilização recomendada somente para o paisagismo. orgânico.devido a pilha que vem junto. O próprio.. Inclusive em (nome de cidade vizinha) também tem uma reciclagem lá.. é tudo separado.que um. Conforme já mencionado. esses negócio que não é utilizável. diminui o trabalho da gente aqui.. Só que esse adubo não pode ser usado. Agora aqui vem tudo junto. E já vindo. E quando é lixo úmido que está aí é..”. Gerava até um pouco mais de renda para população.. entendeu. demora mais a separar.. Fica melhor. chega e fica aquela montoeira ali. Perde o valor. orgânico.. Se o pessoal. Hoje vem tudo misturado. do jeito que fica..que através do.é.. melhorava muito para nós e para eles também.. a falta de coleta seletiva implantada nas cidades tem impactado o produto final obtido na compostagem. coloca é comida misturada com papel branco igual a esse aqui não vai ser aproveitado..um lixo que não é utilizável. 2 horas da tarde o material já estaria todo reciclado já. molha. Por que assim como diz.. principalmente no que se refere à presença de contaminantes. coloca terra junto com material reciclável. por exemplo. os compradores que compram aqui vão gostar mais ainda. do papel misto. rendia muito mais. Aqui.o trabalho da gente... Ela seria capaz de proporcionar um maior rendimento do trabalho. seringa de injeção. o entusiasmo com que se fala da importância da coleta seletiva: “.né. entendeu. tudo separado.. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. A coleta seletiva. Ah.. aqui na próxima cidade... A gente pega uma sacola: esse é orgânico..a própria fralda descartável.. o objetivo é de fazer um adubo..um problema sério na adubação. só que tem um porém.... é. com. Se você mandar um lixo. esse “trem” no meio ali.da urina. misturado rejeito. do papelão.orgânico a gente.. O dia que vem separado da seletiva. Então (rs). disse que eles.. você têm que fazer isso.um lixo reciclado perde muito.. você vê misturado no meio do. eles falam desse jeito. que vai estragar.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 159 .fralda descartável... vidro. igualzinho eu falei para você. aí não pode ser feito. papel higiênico... né.é. conforme constatado por Lima (2001). porque não tem rumo nós pegarmos um papel desse molhado e colocar no meio dos outros secos. Já pensou se visse tudo junto. Aí fica ruim de você catar. além de otimizar o aproveitamento dos materiais recicláveis..do PET de refrigerante. devido à mistura da matéria orgânica com pilhas e baterias ou excretas. o povo. com.não ia dar certo. 2007a). faz uma bagunça danada.e para a gente que trabalha também é mais fácil trabalhar.é. isso atrapalha muito. Por. Segundo Prado Filho e Sobreira (2007). vocês ganham para isso.. prejudica a gente que.. Diminui o trabalho porque você vê aqui. A gente vai ter um aproveito maior com o lixo. as latas. É. o quê que ia arrumar? Uma bagunça danada. se fosse coleta seletiva a semana toda. Ajudava-nos aqui bastante.. a gente já fica sabendo o que fazer. tornando-o mais rápido e prático. fica bem melhor. Disse que lá chega. Devido isso. Barbosa (2004) e Pessin et al. do papel branco.. 4 horas.uma sacola molhada também..é. sendo desaconselhado para culturas comestíveis e ingeridas cruas (FEAM... É a questão do papelão que. Um papel... entendeu.. atrasa muito o serviço...se tiver (a coleta seletiva) é excelente.quase tudo separado. eles não querem nem saber. por exemplo.. Observa-se. você já sabe onde colocá-la. Verifica-se também aí a menção do por que da elevada porcentagem de rejeitos encaminhados para a disposição final nas valas.PET. se você não colocar. isso.. só vou pegar o material certo separado”. a gente. depende do povo. Eu acho. Agora. 1 adequada – 11%) Eu acho que ela deveria ser implantada. Eu acho que essa coleta seletiva deveria ser implantada sim. né. É primordial. a gente. Observa-se que os EPI são considerados não somente como uma proteção contra possíveis acidentes..... né. muito importante porque. não tem que. só pegaria o lixo.”.. ela guarda no bolso. seria ótimo. Pa minha opinião. e. muito importante... reduzindo o mau cheiro e melhorando o aspecto visual. 4 aceitáveis – 57% e 1 inadequada – 17%) É importante. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 160 . Seria uma boa assim..que seja feita. né. né. inclusive com citações do tipo: “.. então aí já bagunça tudo. Ótima para a gente e para a população.. as crianças estão aprendendo. Eu acho que ia ajudar muito. vamos supor. olha. Ela disse que não pode jogar porque o rio tampa.. ter um dia da semana. deveria ter uma lei. é ótima! Ótima! Então para nós seria. Mas. Possa. É bom. quarta... nossa.né.é. se misturou os dois lixos.. seria uma boa. Seria ótimo. né. ninguém nunca machucou assim não.por uma série de fatores.. porque o material viria separado. para a cidade. né. por exemplo. né. se acontecesse. que fica uma bagunçada danada.vocês ganham para isso. né.. talvez assim dava. né. né. mas como um barreira física que os separam do contato com esse resíduo disforme. evitaria perigo. Por que. Se a pessoa colocasse outro lixo para fora. sem a necessidade de manuseio de resíduos misturados com a matéria orgânica. esse discurso relata. Importantíssima. né. de caco de vidro.. fala assim: “oh. né (rs).”...(2006). a gente trabalhar aqui. né. é ótima.“Nossa. o que facilitaria o trabalho na unidade.né. para nós a separação desse lixo. Até para a gente trabalhar aqui. Agora. Principalmente. terça é a coleta seletiva. felizmente.eu acho que deveria ser implantada a coleta seletiva. 4 adequadas – 44%.. o serviço fica mais assim. ela pega um papelzinho de bala.. importantíssima. da falta de colaboração da população. é ótima! Ótima! Então para nós seria.porque. eu acho boa.. então eu acho que não deveria pegar. trabalhar só com reciclável. Aqui. conforme tentou fazer aqui e não deu certo. é muito bom. por exemplo.que nem eu Programa de Pós-graduação em Saneamento. é divertida às vezes.. Como era de se esperar.. Eu acho que isso é para uma geração futura. A minha neta. muito boa (6 sujeitos. A coleta seletiva é muito importante. eu falo. né. você têm que fazer isso. né.. é boa. embora sutilmente. Esse discurso essencialmente manifesta o entusiasmo com que se fala da importância da coleta seletiva . principalmente para quem trabalha aqui. Ah é.tudo. a coleta seletiva como capaz de proporcionar um trabalho mais agradável. essas coisas.. no nosso trabalho. mais uma vez. Idéia Central B – Ela deveria ser implantada (1 sujeito. 2 aceitáveis – 28% e 2 inadequadas – 33%) Uai. pelo menos para nós aqui. uma lei vamos supor. né. está. 2 adequadas – 22%. Idéia Central D – Ela é importante (9 sujeitos. Se tiver aqui é muito bom..tudo. a água. Melhor que o jeito que está aí. Idéia Central C – Ela é ótima. por exemplo. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “aceitáveis” e “adequadas” pelo IDUTC.. isso aí mata o gado. né. automaticamente. com a população. a gente teve essa preocupação. Já nesse discurso.montando essa coleta seletiva neste bairro.é. Os dois motivos mais citados para a interrupção foram má aceitação por parte da comunidade e falta de campanha de conscientização.. né. recente. Ressalta-se que.. E a gente. importantíssima. Pergunta 8 .. um bairro novo.eu não estava no começo.da importância da coleta seletiva. A coleta seletiva é muito importante..a grande maioria ainda deixa a desejar. através daí a gente estendeu para os outros bairros. o (nome do encarregado) falou que começou bem. com visita... é muito importante. e por ser uma população ribeirinha. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. 1 adequada – 11% e 1 aceitável – 14%) Tem a coleta.num bairro piloto. percebe-se a falta da primeira e essencial etapa de um Programa de Pós-graduação em Saneamento. que traria benefícios não só para os funcionários das UTC.. Segundo IBGE (2002).. mas com baixa adesão (2 sujeitos.. né: “Então a gente vai começar por esse bairro.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 161 .conheça talvez pouco do nosso trabalho.que estava começando na época.”. Então..por ser uma população próxima ao rio a gente teve essa visão. né. percebe-se a grande dificuldade enfrentada pela maioria dos municípios brasileiros e especialmente por aqueles que têm UTC implantadas: a falta de participação da população na coleta seletiva. Então.: “Ah. mas também para as cidades e suas populações.domiciliares. Outros tem uma visão. Olha. Então.com relação assim.... mas ela não funciona... essa consciência para a população do...falei para você dos vizinhos. que diversas estratégias foram utilizadas para informação e conscientização da população... isso é muito relativo.. algumas pessoas colaboram sim.. A gente implantou... por esse motivo”.de estar. E através daí a gente começou um trabalho de. na.Existe coleta seletiva aqui na cidade? Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? Como é a participação da população? Você participa? Por quê? Idéia Central A – Sim. através da parceria com a (nome da universidade). que tem os seus gados..a gente percebe. A gente começou em 2001. eles não vão ter trabalho lá na usina”.de....”. No entanto.. Po começo até. que algumas pessoas colaboram e têm uma preocupação com o nosso trabalho.. além da preocupação.algumas pessoas colaboram. 1% dos municípios brasileiros tiveram a coleta seletiva interrompida..educação ambiental. eu não vou separar o lixo porque senão eles vão ficar.. Pão vamos negar que.eu acho que a parte mais difícil é você passar essa idéia.bem sucedida. que facilitou muito o nosso trabalho... que a gente tem aí..falta um pouquinho de consciência da população.à toa. “Importantíssima. entendeu. Então. mas... sendo que 2/5 desses pertenciam à região Sudeste e 1/5 a Minas Gerais.. o gado vem e come a sacola. nos relatos.. a ênfase é dada na importância da coleta seletiva –“ É importante. Observa-se. a gente está hoje com 90% da cidade com sistema da coleta seletiva... só que. Nesse discurso. embora.na casa das pessoas e palestras nas escolas para a gente passar essa idéia do que é a coleta seletiva.. eles têm essa preocupação com o nosso trabalho... Somente após despertas. Também aqui é mencionada a descontinuidade política como fator dificultador. não. para eles terem noção de como é que separava o lixo. nós fomos mexendo aí. nesse caso. Que já vem separado.processo de educação ambiental. entendida com “o despertar“ das pessoas para o problema. com o correr do tempo. uns panfletozinhos para. da implantação e manutenção da coleta seletiva. de casa em casa. Idéia Central B – Não (15 sujeitos. tem não. Observa-se a falta de conhecimento quando algumas pessoas da população chegam a pensar que. Os vigilantes até inclusive tentaram implantar uma coleta seletiva aqui sabe. Idéia Central C – Já teve e está reimplantando (1 sujeito. com a separação dos materiais nas casas. que teve mudança de prefeito. Mandavam bem separado. no início mandavam. foi e parou. Pós é que separamos tudo. É. ainda não. Mas eu fiquei sabendo que acho que vai voltá-la daqui a uns dias. né. Essa coleta seletiva não deu muito certo Então. Talvez conhecer a realidade. distribuíram uns folhetozinhos. agindo a favor dele. eles começaram a mexer lá de novo. observa-se demonstração de interesse pela implantação dessa coleta e até que algumas iniciativas para isso já vêm sendo realizadas. as coisas saíram fora do rumo. Nesse discurso. só no papel. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. sabe. não. A prefeitura ainda falou assim que. no momento.. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. né. porque teve uma época. de um tempo para cá. realmente não existe nenhum processo de coleta seletiva.já está trabalhando para isso. Aí depois foi perdendo um pouco. mas teve só um dia e não conseguiu. Vai começar de novo. procura sempre um lugar para bagunçar. mas mandavam separado. sabe. Eram poucas.. entendeu. sabe. deu papelzinho que dava o saco de lixo para separar. E algumas pessoas no início mandavam. já andaram trabalhando para isso. percebe-se que. Mas. aqui. Ah. 6 adequadas – 67%. 4 aceitáveis – 57% e 5 inadequadas – 83%) Pão tem. Eles até começaram uma vez. Pão. já vem mais fácil. o dia-a-dia da usina e de seus funcionários fosse uma boa maneira para as pessoas se sensibilizarem sobre a necessidade de separação dos resíduos. Já ajuda. porque tem aqueles que gostam de bagunçar. as pessoas têm condições de se conscientizarem. né. quando implantaram a usina. Aí. 1 aceitável – 14%) Já teve quando implantou a usina e agora está reimplantando. os trabalhadores não teriam mais o que fazer na usina. Pão adianta. Apesar de tudo. há a percepção de que algumas pessoas já participam ativamente da coleta seletiva. né. No entanto. em alguns municípios. Às vezes algumas pessoas fazem. foi e parou. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 162 . que é a sensibilização. mas já andaram fazendo palestra. Ressalta-se que. de (nome de outra cidade). entendeu. Aí. Punca fez. Aqui já é tudo junto. ter ainda num tem a data não. eles implantaram uma coleta seletiva. Pelo menos andou fazendo palestra. assim. de refletirem sobre o assunto e poderão se mobilizar.. uma coisa o outra mas. igual eu estou explicando. só teve a idéia. outro sistema. vai divulgar na escola. Eles mandando assim fica mais fácil para a gente trabalhar. né. conversar. a gente foi em (nome de outra cidade) e viu o sistema. sabe. Aí vai trabalhar em cima daquele lugar que o pessoal está mandando-o ruim mesmo. onde o lixo está pior. porque senão. por exemplo. Aí que dá uma melhorada. sendo citado como ocorreu o processo de implantação e os benefícios observados. Aí vai pedir os agentes de saúde para ir. Já nesse discurso. as pessoas conseguiram....passa muito. igual a gente que.daí então. Nesse discurso. muito negócio aí e joga fora. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 163 .. você está pegando no meu pé”..É. mas. mas está melhorando (1 sujeito... está começando a. Sei.. né. participam dessas coisas. vendo como é que funcionou o sistema lá e começou aqui.. Porque tem lugar que já. né. Aí.é né.. te xinga. o entrevistado é funcionário de uma UTC onde há programa de coleta seletiva. tem casa que manda o lixo separadinho.a ver o negócio. não é 100%. que como se sabe. a gente. eles sabem as melhores ruas. fizeram os cartazes.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. devagarzinho vai conversando com o pessoal.. na reunião lá foi decidido... mas já . Você tenta explicar e aí fala: “ah. O lixo está dando para acabar cedo mesmo.. para devagar o pessoal entender.é como eu estou falando com você. posto de entrega voluntária.pega e é vendido e tal. não adiantou.as condições. né.é. o nosso encarregado também corre atrás dessas coisas. 1 inadequada – 17%) Olha. então você não pode chegar de qualquer jeito não. os coletores de lixo que trazem o lixo para cá.fazer.. 2002) são má aceitação por parte da comunidade e falta de campanha de conscientização. 1 adequada – 11%) Pão (tem coleta seletiva). acho que vai dar certo. aí esses lugares a gente está deixando por enquanto porque já está mais ou menos encaminhado.. É.. é. Idéia Central E – Não. os negócio.e conseguiram. Pão adiantou não. da prefeitura mesmo. né.está aprimorando. voltou a animar de novo. e. apresentando reflexos positivos no trabalho na UTC.é quase a mesma coisa. vai ser tipo. Então acho que até as pessoas mesmo se conscientizaram que é bom para a.que eu me lembre foi assim. agora melhorou muito. Eles estão. vai colocar um latão para colocar é... Está. hoje até tem até uma reunião hoje.agora eles estão mexendo nisso tudo de novo.. esses materiais tem outra vida. para nós aqui é ruim. De cá a gente.. os principais motivos citados para a interrupção da coleta seletiva (IBGE. né.. né.não só para a gente que trabalha como também para a natureza.. então não adiantou nem ter a usina. Se não tiver paciência não funciona. Idéia Central D – Sim.. meteram os cartazes... Então a gente citou duas ruas que o lixo vem de péssima qualidade e vai tentar começar a implantar a coleta seletiva nesses dois lugares. onde o lixo está melhor.. o que. eu esqueci o nome. tem muita gente que não aceita. hoje não é 100%.. Conforme mencionado anteriormente. vai tentar montar isso.. Porque a maioria dos moradores é o pessoal mais velho e o pessoal mais velho para entender as coisas é difícil.. menciona-se que já existiu coleta seletiva na cidade e essa estava sendo reimplantada. como.. vai ser divulgado panfleto.. as escolas tudo estão. Pessoal do interior é meio implicado.. mas vai tentar implantar (1 sujeito. Agora está (ficando bom). Graças a Deus está dando bem. Observa-se que a coleta seletiva do município do entrevistado foi implantada seguindo um programa e que apresenta bons resultados. Entendeu? Pelo menos é o que eu acho. Eu acho. as próprias donas de casa. vai é devagar. somos nós. eu acho que é a pessoa mesmo. para estar passando na rua e falando sobre a coleta seletiva e para educar a nós mesmos. 5 adequadas – 55%. até amigo da gente aqui. isso vai é devagar. ainda não atingindo afetivamente à população em geral. aí fica mais fácil de desfazer. o sujeito menciona que há coleta seletiva implantada em seu município. somos nós. né. distribuímos panfletos. o (nome da pessoa). mas muitos não. né. tem 2 anos. apesar dos esforços dos responsáveis por sua realização.. A cidade inteira. cada um é responsável pelo seu.. Igual eu lá. porém essa só é realizada entre os comerciantes. demandando ainda mais dedicação para a manutenção e aumento de sua abrangência... 1 adequado – 11%) Tem (coleta seletiva). fazem a separação lá. especialmente os comerciantes (1 sujeito. na minha casa eu sou responsável. quem deve ser responsável pelo lixo? Idéia Central A – As próprias pessoas (12 sujeitos. Muitos participam. cada pessoa é responsável pelo seu. nós todos Programa de Pós-graduação em Saneamento. Pão. Eu acho que quem é responsável pelo lixo. Idéia Central G – Sim. todos da cidade. inclusive com um projeto piloto. eu acho que cada um. Nesse discurso. 5 aceitáveis – 71% e 2 inadequadas – 33%) Pós todos. Pessa parte aí é.complicado mexer com eles. 1 aceitável – 14%) Sim (tem coleta seletiva). é onde usa mais o papelão. mesmo quando a coleta seletiva é efetiva. aquela cartilha ali. é que deu essa idéia. quando começou a fazer essa coleta seletiva. pusemos som no caminhão. É uma pessoa. Que aí. não é o povo.. somos nós. têm que ser responsáveis pelo seu lixo. conforme relatado. lá de (nome de município). Foram feitas palestras. No entanto... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 164 . porque o lixo é da nossa casa. Foi na gestão passada. que realizam compras de grande vulto. né. Está dando resultado. embalagens fechadas. As próprias pessoas que o fazem. Po todo.Para você. Foi nas escolas.Apesar de não haver coleta seletiva na cidade. é comum que parte da população não adira.a questão é de mais. eles compram muitas caixas de coisas fechadas. Eu acho que o povo do (nome da cidade) é meio. né. Todo mundo (gera lixo). Pergunta 9 . Aqui. dentro de sua casa tem responsabilidade. você entendeu. né. Idéia Central F – Sim.Tem. Po caminhão eles já colocam separado. né. Quando chega aqui. tem bastante tempo. já existe uma “movimentação “ bem avançada para que se possa implantá-la.. eu sou responsável pelo meu lixo. nós tivemos que passar de casa em casa. ela (Secretária de Meio ambiente) repartiu cartilhas. Eu acho que são os próprios. quem usa mais essa coleta é a questão dos comerciantes. Só que já vem separado. tem. Foi. Somos nós. foi de uma pessoa. conforme relatado nesse discurso. muitos participam e muitos não (1 sujeito. preocupação. né. entendeu.nossa. Embora.qualquer necessidade que você tem. outra pessoa não tem nada a ver com isso. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 165 . cada um tem que ter a consciência. Então. né. para todo mundo. aí fica fedendo lá. para que se pudesse prevenir essa ocorrência. melhora ele aqui. Eu acho que a gente tem que fazer a nossa parte. Se a gente. somos nós (da usina). dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Destaca-se que nesse questionamento verificou-se a possibilidade de um viés. para porco.. esse é o cuidado de nós todos.. Eu lá em casa se eu ver um papel no chão eu fico. Ressalta-se que. é a gente mesmo. Então nós somos os principais responsáveis.. Então. Uai. que você vai jogar. é só gerar o lixo e não quer nem saber para onde vai aquele lixo. Um alimento que você faz..tudo que você vai usar. para os nossos filhos. para outra geração. de saber assim. né. Porque como é que outra pessoa pode ser responsável pelo lixo do vizinho.. você está..com relação a esse tipo de coisa. eu jogo para a criação também.pelo lixo das pessoas”. uma outra visão. você está gerando lixo. né.. é. esparrama o lixo no meio da rua.uma outra. E nós estamos fazendo isso. para nós.. né. hoje eu falo. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “aceitáveis” e “adequadas” pelo IDUTC.. Porque é a gente mesmo que vai separar aquilo tudo arrumadinho igual lá em casa eu junto tudo. com supressão da terminação “das pessoas”. o dono do lixo é responsável pelo lixo.. foi realizada alteração no roteiro de entrevista. Idéia Central B – Os funcionários da usina (1 sujeito. se cada um fizer a sua parte tudo era mais fácil. Cada um que junta. ele é responsável pelo lixo dele.. inclui pessoas que eu acho que deveriam responsabilizar pelo lixo.casca de mamão. para os nossos netos. Cada um pelo seu. Após essa constatação. Então. Eu tenho que ter a preocupação. né. Se nós que criamos o lixo todo.. para os animais.. É ué.Pão trago para cá porque eu tenho criação. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Nesse discurso... Como que eu vou responsabilizar por ele.. A cidade manda o lixo para nós e a gente o trabalha aqui. Eu acho. né..somos responsáveis pelo lixo. É o que eu acho. tem pessoas que não estão nem aí. percebe-se que os resíduos são vistos como de responsabilidade individual e não como um problema dos poderes públicos. né.. preservar o meio ambiente. Segundo Rego et al. né. talvez nunca parou. eu acho que cada um é responsável pelo seu lixo.. na verdade é isso. você compra uma bala. é muito fácil você gerar uma quantidade de lixo. Eu acho que inclui.. Aí vira bagunça. né. É ué. tem gente que joga papel na rua. né. da sua casa... Cada pessoa deve produzir quanto de lixo por dia? Você gerar o lixo é fácil. Se não colocar para o caminhão passar. Mas a partir daí você tratar esse lixo. Eu acho que é a população. todo mundo. A gente mesmo.. (2002).já é. Eu acho que o próprio morador. causado pela terminação da primeira versão da pergunta “. né. Então eu acho que é a gente é que tem que cuidar do nosso lixo.gerando lixo. esses negócios assim.para pensar. você está produzindo lixo. Hoje eu falo que somos nós porque nós é que trabalhamos o lixo aí. não tem como eu responsabilizar pelo seu lixo se o seu lixo está lá na sua casa. eu acho... né.. 1 adequado – 11%) Ah. fica catinga. sendo que aqueles que não o fazem acarretam problemas para a comunidade.. a responsabilidade pelo resíduos assume uma dimensão individual na medida em que cada um é responsável por encaminhar a quantidade que gera em sua residência para o local adequado. já que os seis primeiros entrevistados apresentaram o mesmo discurso. Eu acho. como é que nós vamos dar conta de fazer o lixo até o horário que tem que parar.principal responsável.. Igual essa prefeitura aqui.. Porque se a prefeitura désse mais possibilidade de tentar ser um pouco mais eu acho que daria mais certo também.Observa-se que o entrevistado chama a responsabilidade. tem a reciclagem. Idéia Central F – O encarregado da usina (2 sujeitos. não é mesmo? Porque não adianta eu querer sem ter poder... 1 adequada e 1 aceitável – 14%) O lixo que se fala aí de triagem. é o prefeito... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 166 . faz as horas dele.que se. 2 adequadas – 22% e 2 inadequadas – 33%) Que eu sei é .não tem como eu te explicar. Ele vem cá. Ah. 1 aceitável – 14%) Ah. Os responsáveis são eles. não só do da gente. não sei. a questão do lixo de triagem. a prefeitura (4 sujeitos.. toda semana ele vem cá. permitindo que o serviço seja realizado em tempo hábil e termine dentro do horário previsto . é o prefeito que é o.” Idéia Central D – O Técnico de Meio Ambiente da prefeitura (1 sujeito. 1 inadequado – 17%) Ah.ah.ele.. Verificase que o entendimento da pergunta parece ter mais caráter profissional.o responsável pelo lixo é. ele tem o poder de fazer. os que fazem a coleta lá na cidade.. mas ele não fica diretamente aqui não.. Segundo esse discurso. vê o quê que está precisando.. a questão. Segundo o entrevistado. já que são eles que fazem o tratamento dos resíduos. ele fica mais lá embaixo na rua. Hoje. Todo manifesto está do lado dele. o responsável aí é o (nome do encarregado). Porque muitas vezes falta incentivo da própria prefeitura. entendeu.. é a prefeitura. já que são eles os encarregados por trazer o lixo para a UTC até o horário determinado. o responsável pelo lixo é o Técnico de Meio Ambiente da prefeitura. né. o Prefeito e a prefeitura é que são os responsáveis pelo lixo. que tem que para às 15h. igualzinho responsável pelo lixo para vir para cá para nós trabalharmos é o caminhão.ele que tem que dar andamento em tudo que tem que ser feito na cidade.. Nesse discurso. é a prefeitura. ele tem o poder de fazer. nós temos aqui é um técnico de meio ambiente aqui. para os funcionários da UTC. Acho que é o prefeito. porque são eles que podem disponibilizar os meios para que a gestão dos resíduos seja adequada: “. não. Todo manifesto vem do lado dele. sendo o técnico responsável por supervisionar as atividades realizadas na UTC. né... Idéia Central C – É o Prefeito. os responsáveis mencionados são os que fazem a coleta. é o (nome do encarregado) o responsável. com relação ao lixo. Idéia Central E – São os que fazem a coleta na cidade (1 sujeito. nós temos é um.não adianta eu querer sem ter poder. o responsável... o Programa de Pós-graduação em Saneamento. Se eles não trouxerem na hora certa. O encarregado me explicou H . fazer um trabalho em equipe para melhorar.Meu trabalho varia com o dia E .. sendo o encarregado responsável pelo acompanhamento das atividades realizadas na UTC. É assim que você faz todos os dias? 12 .. entendeu. o Secretário de Meio Ambiente é que é o responsável pelo lixo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 1 1 1 18 2 1 5 2 8 2 2 2 167 . Porque se eu for falar assim que é o secretário. seria uma facilidade para a população. (nome do encarregado) é o subchefe. porque a responsabilidade eu acho que vem de cima.Têm que ser contratados pela prefeitura 11 . né..2 – Perguntas e Idéias Centrais do Tema 2 – UTC de Minas Gerais Perguntas Idéias Centrais A – Fazem concurso público B – São transferidas de outro setor 10 . uai.. o que as pessoas têm que fazer? Você também veio trabalhar na usina C – Vêm por conta da política desta maneira? D – São selecionadas pelo encarregado E . o responsável mesmo é o (nome do secretário).Para vir trabalhar aqui na usina. aprender a trabalhar. assim o chefe é o (nome do secretário). né.” Tema 2 – Impressões sobre o trabalho na UTC Quadro 5. que é o meio ambiente. Eu acho que os maiores passando. (nome do secretário) é que é o responsável pelo lixo aqui. entendeu. entendeu.Participei de palestras G . né.nosso encarregado aqui ele tem que olhar. Idéia Central G – O Secretário de Meio Ambiente (2 sujeitos. porque é ele que pode viabilizar um trabalho de conscientização da população.Como você aprendeu o trabalho? Teve algum treinamento? Você já teve outros treinamentos depois que já trabalhava aqui? Sujeitos 16 18 5 1 6 A – É uma rotina diária 18 B – É uma rotina semanal C . eu acho que é ele que tem que olhar isso. Já nesse discurso. se as coisas estão saindo fora do rumo para.O engenheiro me explicou F . de unir. o Secretário do Meio Ambiente.Aprendi em outra usina 1 Programa de Pós-graduação em Saneamento. Segundo esse discurso.então é ele. o responsável pelo lixo mencionado é o encarregado da usina. de repente até o Secretário da Saúde também poderia ajudar. 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) O responsável. “fazer um trabalho em equipe para melhorar.Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora. todos os dias D .Eu trabalho naquilo em que está faltando gente A – Aprendi com os colegas B – Tive treinamento para trabalhar C – Participo periodicamente de aperfeiçoamento D – Participei de cursos E .Eu trabalho em vários lugares diferentes. Também aqui se verifica que o entendimento da pergunta parece ter caráter profissional.Aprendi sozinho I . ele é chefe do nosso trabalho. Não gosto de nada K .Perguntas 13 .Não gosto de trabalhar na esteira F .Você acha que já ficou doente por trabalhar na usina? Idéias Centrais A – Gosto de trabalhar na triagem B – Gosto de tudo C – Gosto da importância do trabalho D – Gosto de trabalhar no funil Sujeitos 6 5 2 1 E – Gosto do pessoal da usina 1 F – Não tenho preferência G – Gosto de trabalhar no pátio H – Gosto do lixo separado I – Gosto de trabalhar na prensa A – Não gosto de trabalhar na prensa B . mas o equipamento incomoda D – Por causa do gás e da poeira do lixo E .Durante o seu trabalho.Selecionar o lixo na rampa de recepção I . Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 1 1 2 1 1 1 1 10 7 4 6 2 1 20 8 20 6 1 5 1 6 1 3 3 20 3 1 168 .Não gosto de esquentar marmita L .Não gosto de resíduos do dia anterior E .Não gosto de revirar o orgânico J .Ter uma consulta médica mensal A – Por causa da exposição a riscos e perigos B – Por causa das doenças C – Tem que usar.Não gosto de trabalhar com o carrinho I .Sim.Se fosse para melhorar seu trabalho.Não gosto de catar sacolinhas H . que causam acidentes A – Sim.Sim H – Não A – Não B – Sim C – Talvez 7 1 1 2 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 4 1 2 1 6 1 Programa de Pós-graduação em Saneamento. qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? Por quê? 14 . que equipamentos de proteção você usa? Em sua opinião.Voltar as horas-extras M . o lixo pode transmitir doenças? O que você pensa sobre isso? 18 .Porque a FEAM gosta A – Pertences curiosos e de valor B – Coisas desagradáveis C – Perfurocortantes.Eu mudaria muitas coisas J .Fazer um trabalho de conscientização com a população H . porque vem muita porcaria no lixo D – Sim. por disposição inadequada C – Sim.Em sua opinião.Não gosto do lixo misturado G .Ter mais investimento K . Em sua opinião. se não tiver cuidado F . o que você mudaria aqui na usina? 15 .Não gosto das dificuldades com a coleta seletiva D . doenças respiratórias E .Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto.Que tipo de coisas vocês costumam encontrar durante a triagem? Já viram seringas.Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto. qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? Por quê? 13 . porque você acha que tem que usá-los? 16 . doenças que vem no lixo B – Sim.Não gosto de tampar o rejeito C . Em sua opinião. curativos? Alguém já sofreu algum acidente? 17 .Sim. porque temos problemas com rato G .Não gosto de trabalhar na limpeza A – A coleta seletiva B – Faria ampliação e adequação das unidades C – O salário D – Algumas pessoas E – Para mim está tudo bem F .Ter mais união L .Ter mais assistência dos responsáveis G .Por que é importante F . tem muitos que vem do concurso.A população não pensa nada E . B – É lucrativo encontrar pertences de valor C – É difícil lidar com a população D – O trabalho é gratificante E .O que você pensa do seu trabalho? Por quê? 20 .Para vir trabalhar aqui na usina. Eu mesmo. 7 adequadas – 78%.Você gosta de trabalhar na usina? Tem vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê? 21. né..O trabalho é difícil.Tinha que fazer a coleta seletiva G .Acho importante. mas preciso trabalhar A – A população tem preconceito B – A população reconhece e elogia C . concurso Programa de Pós-graduação em Saneamento. mas somos esforçados I .. Sou concursado. mas gostaria de melhorar K .Acho que ele contribui com o meio ambiente J . Aí eles lançaram um concurso e nós fizemos. aí eu me inscrevi. 5 aceitáveis – 71% e 4 inadequadas – 67%) Concurso.A população pensa que é bom D . quando nós entramos na prefeitura.Não acho um serviço bom não I .Gostei de trazerem um trator para os rejeitos K . né.Tenho orgulho do meu trabalho L .Em sua opinião. mas aqui tem muita história F . nós fizemos assim.A população pensa que temos que separar o lixo que vem misturado H . Aí nós.. mas tenho vontade de sair C – Não acho ruim..Não.. Eu vim direto para cá.A população pensa que é um trabalho em área de risco F . mas gostaria de ter outra oportunidade D .Todos gostaram da festinha que teve J .A FEAM já solicitou dados que eu não sabia Sujeitos 2 8 1 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 15 4 1 1 1 7 4 7 1 1 1 1 1 1 15 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 Pergunta 10 .Continuo enquanto não consigo nada melhor E .A população não sabe o que é A – Não.mas agora acho que para vir para aqui é difícil. Eu passei pelo concurso.O que você pensa do seu trabalho? Por quê? 19 .A população ignora I . o que as pessoas têm que fazer? Você também veio trabalhar na usina desta maneira? Idéia Central A – Fazem concurso público (16 sujeitos.Meu trabalho é meu pão H .Acho um trabalho difícil de fazer M . Sim.Acho importante F .Não gosto e tenho vontade de sair.A população acha que ficamos à toa G . eu fiz o concurso.Acho igual a outro qualquer G . concurso.Perguntas 19 .. É tudo concursado.Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na usina? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? Idéias Centrais A – Acho digno e honesto B – Acho bom C – Acho gratificante D – Acho pouco rec onhecido E .Acho um serviço bem custoso A – Gosto e tenho vontade de continuar B – Gosto.O trabalho na usina ajuda o meio ambiente H . já disse tudo que gostaria. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 169 . Teve o concurso pela prefeitura. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? 22 . agora estou efetivo.. né. o concurso. 7 adequadas – 78%. né. aí fizemos o curso. igual eu te falei. surgir para eu ser efetiva. igualzinho. eu posso ir para a cidade. mas o serviço nosso é trabalhar na sede. Funcionários mesmo nós somos funcionários da prefeitura. para me convocarem.Eu passei. se eu não. a outra administração eu estava contratado. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 170 . depois que começou.tipo de um. eu acho que tem uns três ou quatro aqui que são contratados. 6 aceitáveis – 86% e 5 inadequadas – 83%) Tem muita gente que trabalhava em outras áreas. os que foram colocados no lugar dos dois que saíram agora. Pão..ganhamos insalibrudade. né.. né.. a gente tem essa turma fixa aqui porque é mais fácil você trabalhar com quem já está aqui. por exemplo. essas que fizeram. ali tem uma represa de tratamento de esgoto. A gente não é funcionário da usina. aí elas são dispensadas. trabalhava na capina. nós entramos na prefeitura. mas específico para cá. passei. eu se eu não quiser trabalhar aqui. que depois veio para cá. para ficar mais controlado tem que ter o concurso. O seu (nome de funcionário) por exemplo trabalhava mexendo com redes de esgoto. Tem. tiveram pessoas que trabalhavam em outras áreas. Igualzinho. Dessa maneira perde-se a função social da instalação de uma unidade de triagem e compostagem. Pós. Como já mencionado anteriormente. Tem que ser concursado. né. para eu ser efetivado. Tem uns que já trabalhavam na prefeitura. colocando novas pessoas em contato com os RSU que não aquelas que já o faziam nos lixões. Aqui. todos fizeram concurso para aqui mesmo.eles fizeram uma palestra. mas a dificuldade de absorção de trabalhadores pelas administrações municipais tem levado à realização de concursos públicos com cargos direcionados para o trabalho nessas unidades. o outro. passei. Ah. Alguns vieram a ser funcionário porque. conforme pode ser verificado nesse discurso. tem (funcionário que vieram de outro setor).. entendeu. (nome de funcionário) também fez o mesmo. varriam rua. varrendo. Olha. Idéia Central B – São transferidas de outro setor (18 sujeitos. esperava-se inicialmente que as usinas buscassem a participação de pessoas advindas da catação em “lixões”. né. o seu (nome de funcionário) e o (nome de funcionário). Tiveram. Quem é efetivado aí.. Agora eu estou efetivo.. que eles falam lá é.público. aí eu fui e vim para cá. né. eu comecei lá na cidade. Mas. varria rua. esses negócios assim.. a maioria é efetivado. só pegando na carroça.entrei na prefeitura aqui não tinha começado ainda não..funcionários da prefeitura. Pós trabalhamos aqui. tem um curso “serviços gerais I” que nós fizemos. As pessoas aqui são tudo efetivadas. o resto tudo é através de concurso. eu trabalhava na.. Teve um concurso em 2004 e então tem pessoas que chegaram a serem funcionários aqui através desse concurso. Aí depois vim para cá. a pessoa tem que trabalhar aqui.. né. no caso. né. O meu. Pós. aqui é todo mundo concursado.é. né para eu trabalhar. (nome de funcionário) também pode também. daqui do alto vê-la e tem o (nome de funcionário) que trabalhava apanhando entulho e trazendo o lixo aqui no caminhãozinho e aí o passou para cá. essas que fizeram específico para cá. que depois vieram para cá.. nós somos “serviços gerais I”. eu fui chamada para trabalhar assim. que é pela prefeitura que funciona a reciclagem. pela prefeitura. Eu trabalhava lá assim. né. um... né. como é que chama. né. eu já trabalhava mais ou menos puxando o lixo de carroça. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Tem muitos que trabalhavam em outro setor. que eu saiba.faz 10 anos que eu trabalho na prefeitura. Pão. só que nós trabalhamos aqui nesse. não quiserem trabalhar aqui. Então. se elas não forem. por exemplo. Aqui é assim. Igualzinho. não (foi para ir para a usina)..concurso seletivo. aí teve que ter a vaga.é.. porque eu trabalhava com lixo também.. na.. né. Antes de eles fazerem a usina. Pós somos. né. É. Grande parte dos entrevistados foram trabalhar nas UTC admitidos por concurso público. entendeu. quando eu. através do concurso. o seu (nome de funcionário) lá.. que depois. no caminhão de lixo. E.. É para ficar mais controlado. Da parte da limpeza. Mas eu peguei e conversei com o encarregado e o encarregado falou assim “(nome do entrevistado). Quando nós precisamos.O resto. ficou mas eu gosto de trabalhar aqui..depois de mim.. porque pediu. trabalhava na prefeitura. quando outro não. né.. está me mandando ir. né. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 171 .. quis mudar. eu não quero aquele serviço”. É. quando começou. E vieram para cá.. porque às vezes assim. ou pediu para vir.uma vaga. não agrada daquele setor. né. aí olha para você ver trazem alguém para ajudar aqui.. né. Vamos supor...estava precisando. é. mas me deixa lá”.. fala “Ah. tem (nome de funcionário). cresceu bastante. aí o encarregado pediu se eu podia vir.. Pa época ninguém.. mas eu não sou homem de ficar indo e voltando. eu quero ir para lá”. então eles deixaram quieto. Só que hoje não arrumou e ficou (rs).a prefeitura é o seguinte. Eu sou um deles (que era de outro setor e foi para a usina). tem uns aí não. Então vamos fazer o seguinte. Então nós. e na hora que teve um.tem as mulheres que trabalham aí também que foram gari. antes de vir para aqui. Vir para cá.né..um grupo certo assim. varriam a rua. É fácil. É.o encarregado meu lá de baixo me mandou para cá.e nesse sentido também. depois eu vim para cá.. Pós trabalhávamos juntos lá e viemos para cá. Só a (nome de funcionária) (que não). né. É. Todo mundo aqui também já.. Chegaram (a trabalhar em outro setor e foram transferidas para a usina). Você vai para lá. tem uns outros rapazes que o trabalho era braçal lá também. Porque acha aqui melhor que estar lá.... Eu trabalhei como servente de pedreiro e depois que eu vim para cá.naquela época não tinha exigência nenhuma não. né. então e tal. eles remanejaram alguns. interessou. da prefeitura. Só que depois foi habituando. você me manda para lá. precisávamos de funcionários. só que na época estava precisando de gente aqui. ficar à toa você não pode. né... é por que. vai ser preferível você ir para lá”.. É isso... né. Porque o serviço aqui não é muito difícil.. a pessoa foi acostumando. quiseram. Pão. eu vou uai. já fizeram concurso. Então a gente recebeu aqui.. nesse setor de baixo e mandavam para a usina. É. tudo mais ou menos igual. foi eu que pedi. Então. era quem eles tiravam lá de baixo.. foi para outro setor e saiu..quando um não quer ficar aqui manda lá para baixo.. Eu. para poder “quebrar galho”. tem outra colega aí. eu trabalhava na outra parte. vem porque quer. São poucos que permanecem aqui. nem ficou aqui.. esses “trem” assim sabe. É. aí ele pegou e veio. né. quando está precisando aí eles trazem para cá.e ficar. você vai ou você vai ou então te mandam embora. ninguém fez concurso para cá não. Pão tem. já vieram para cá direto. Aí eu. então tirou lá e veio para cá. tem um rapaz aí que entrou. a mudança de sempre é.... Então ninguém queria vir para cá. Eu falei assim: “Eu vou. né. né. né.né.a tendência do lixo é cada vez ir aumentando mais. às vezes precisa. Aí eu fui para o caminhão.. Tem (nome de funcionário). Eu mesmo sou um. eu não vou de jeito nenhum. Porque esse negócio “vai e volta”. Eu já era funcionário. Senão. Mas não tinha. já trabalhava um pouco também com o lixo.. tem (outros colegas).. Quiseram. tem sim. Ah. pegava a pessoa lá embaixo e que mandava para cá. outras colegas aí que são igualzinho eu mesmo...pediu. Eu trabalhava de servente. entendeu. apanhando prática no serviço. Foi (convidado).. escolheram. Eu trabalhava em outra parte. então.é. eu quis vir. não. Só que na parte da limpeza. para depois outro tomar o lugar. É.até arrumar outro homem para vir para cá. Porque pessoal de prefeitura é isso.. “Pão. já. É. aí eles me mandaram para cá. Trabalhava na prefeitura e fui remanejado para cá. né. nós já mexíamos em calçamento.no caso estava precisando de gente que. que vieram de (nome do município) para cá. Pão (foram eles que quiseram ir). mandou você ir você vai. rapidinho a pessoa pega.né. né. Tem muita gente que não quis não. a cidade teve um salto. Os que estão aqui vieram direto (para a usina). bem grande. está precisando assim de mais pessoas para ajudar. tem.. ela está meio revoltada aí. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. eu já era funcionário da prefeitura. e.. Exatamente. né. para vir para aqui. Pão.. Igual. Foi. aí depois aquela pessoa torna a voltar se ela quiser voltar para o mesmo lugar que estava. a pessoa que quis vir. não é obrigado não.jogando na carroça e levava para o lixão. agrada da ligação. se aqui tiver precisando aí vai lá e chama aquela pessoa e fala “Você vai para lá para ajudar”. Eu fui primeiro para o caminhão de lixo. Mas o resto foi tudo assim. Vem porque quer. está lá. porque precisou.. né. está necessitado de um emprego. Porque. aí vem a ser funcionário. né.. né. É o prefeito. em cidade pequena é o prefeito. É o prefeito que escolhe. pede o prefeito. na prefeitura. falou um pouquinho. ouviu-se relatos informais sobre o encaminhamento de servidores públicos “problemáticos” para as usinas. que precisava muito de um serviço porque eu tenho meus filhos. 2004). o prefeito dá. Mas. Aí eu falei para ele assim: se você tiver um serviço aí que puder me ajudar aí você pelo amor de Deus arruma para mim. Aí eu fiquei varrendo rua. eles nos trouxeram para cá. 2 adequadas – 22%.. Porque quando eu estava sem emprego. né. eu.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 172 . cinco filhos e era separada. caça emprego e eles vão e arrumam para a gente. igual eu falei com você.. tinha outros funcionários mais velhos do que eu ainda e ele foi e os trocou . Aí ele pegou e falou assim: então você leva os seus documentos que nós vamos chamar..foram colocados aqui. “Porque acha aqui melhor que estar lá. Aí quando foi um dia ele chegou lá em casa e falou assim: você quer trabalhar mesmo? Eu falei assim: Eu quero. o incômodo. pegar você para varrer rua. se de repente chega alguém aqui precisando e vai sair lá. A ocorrência de situações como essa significaria a quebra da perspectiva positiva do trabalhado. Está tudo direito aqui e a gente não pode abaixar a cabeça não. o fardo. ela está meio revoltada aí. porque os outros. E alguns foi por causa da necessidade. não é obrigado não. Durante a experiência de acompanhamento e monitoramento das UTC mineiras. Aqui os funcionários mais velhos aqui sou eu e o (nome de outro funcionário). na política acompanhou o lado errado e tal. como forma de punição. era adversária política do atual prefeito e havia sido transferida do escritório para a usina por “vingança”. o que eu mais quero é trabalhar. apesar de concursada. Que me colocou aqui para trabalhar aqui. Geralmente vai lá oh. vai cair no ouvido do prefeito. eu falei para ele: eu preciso muito de um serviço. Mas tudo aqui fica em casa. né. indiferente do que possa a vir a acontecer. No discurso. Essa foi encontrada na UTC bastante desconcertada e indignada. passando a representar literalmente o castigo. Programa de Pós-graduação em Saneamento.” Segundo relatos não registrados formalmente. e aí eu precisava.Conforme verificado nesse discurso. a relocação de funcionários que já pertencem ao quadro de servidores municipais tem sido outra alternativa das administrações municipais para atenderem às demandas de trabalho nas usinas. mas não com os funcionários da parte operacional da UTC e sim com uma pessoa que trabalhava no escritório da prefeitura: “Não. eu vim por causa do vereador. a carga (RIBEIRO e LÉDA. Mais é por conta de política. aí eu tinha pedido ao assessor do prefeito. Só a (nome de funcionária) (que não). Tem pessoas que vêm a ser funcionários. a funcionária. A gente pede. se de repente eu falar demais pode ser que da próxima vez que a pessoa voltar aqui eu não vou estar aqui mais. eu quando eu vim. se tiver a vaga. é a política. Idéia Central C – Vêm por conta da política (5 sujeitos.”. né. aí depois eles pegando. porque eu posso ter falado o que não devia e prejudicado ele um tiquinho. eu falei para ele. né.. Aí procura uma pessoa que possa ajudar..eles perseguem. procuraram uma ajuda e. aqui. 2 aceitáveis – 28% e 1 inadequada – 17%) Ah. aqui se eu falar demais. tipo assim. faz uns três ou quatro meses que trocou.. entendeu. eram dois. vem porque quer. conversa com o prefeito. tinha meus filhos para cuidar. verificou-se indícios dessa prática. na política é perseguir um pouquinho tipo. 3 inadequadas – 50%) De contrato. porque estava faltando funcionários lá embaixo. tem um mês que ele está aí. Ele vem. Tem um rapaz aí. quando há a necessidade de novos funcionários. só tem um concursado aqui. Já nesse discurso. né. se a prefeitura quiser colocar alguém contratado. 1 adequada – 11%) O (nome do encarregado) é que seleciona as pessoas para vir aqui. 2 adequadas – 22%... olhada para ver quem encaixa melhor aqui. no caso. Ressalta-se que.. Aí ele chama.. vê se aceita. Também nessa situação. É devido. 5 anos sendo contratado. então teve a necessidade de fazer contratação. não pode.vai lá e dá uma. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Eu sou contratado. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. Primeira semana faz um teste. pediu demissão. eu acho que geralmente chama aqueles que estão acostumados a trabalhar. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 173 . Às vezes dispensa lá um tempo e depois chama de novo. E. Além dos funcionários concursados.o que a pessoa render aqui que continua aqui.. Ele entrou agora e tinha um efetivo inclusive.Nesse discurso. faz um teste durante uma semana.. pode. ele foi contratado.. Eles estão fazendo contrato agora de três em três meses.. Pa época acho que de necessidade.e sempre tem contratado. conseguindo colocações de trabalhos para aqueles que solicitam.. né. Pode contratar. colocam-se novas pessoas em contato com os RSU que não aquelas que já o faziam nos lixões e se perde a função social considerada como uma das premissas da instalação de uma unidade de triagem e compostagem. Vim. O resto é de contrato.o projeto. E geralmente agora depois que fez o grupo faz 5 anos. Tem gente contratada aqui. né.a gente faz um exame quando entra na prefeitura. Aí sempre quando precisa ele. conforme pode ser verificado nesse discurso.. Os selecionados deverão “se dar com o projeto” e “render para continuar”.. Já teve bastante contratado. Programa de Pós-graduação em Saneamento.para ver se a pessoa vai se dar com o. Um mês mais ou menos que ele entrou aí. mas venceu o contrato. porque. 1 aceitável – 14%. Ele chega e conversa com a pessoa. menciona-se que o encarregado é o principal responsável pela seleção de pessoas para a usina.. constata-se apenas o costumeiro assistencialismo realizado pelos políticos. Idéia Central E – Tem que ser contratado pela prefeitura (6 sujeitos. É o (nome do colega). continua. especialmente nos municípios do interior. né. entendeu. se prejudicar a saúde. ele foi contratado. Idéia Central D – São selecionado pelo encarregado (1 sujeito. Inclusive eu trabalhei aqui sempre como contratado.. se realmente pode ficar aqui. entendeu. né. Tem. outra parcela considerável da mão de obra das UTC é de funcionários contratados.. dando certo. sabem fazer o serviço. Então teve uma época que tinha bastante contratado aqui. arrumou outra coisa melhor e ele entrou agora. né. Eu é que faço o café.. senão a gente não aguenta. vou tomar café primeiro. eu venho. né. Depois.. porque a gente troca de roupa aqui.. eu tenho esse trabalho para hoje e esse eu tenho que resolver também.. é porque o lixo vem segunda...de repente. né.. Então eu tomo o café com leite. né. equipamento de segurança.você já tem uma visão. aí enche o carrinho. que aqui tem que tornar o café com. A gente vai por o pé no trabalho.. dentro da usina.de vez em quando ele compra até merenda para trazer para a gente. esperamos o papel sair ali. para a leira.você já tem uma visão focada. a vala de rejeito. eu chego. quando chega. né. aí tem que beber um leite. Eu já chego aqui. tem outro café de novo. O almoço tem. e iniciamos o serviço na esteira. A gente troca de roupa.. coloca tudo aqui. levo tambor. até dar as quatro horas. ela é toda virada. né.. será que está bacana... Quando é nove e meia. faz o café com a vasilha e deixo lá perto deles. Depois começa o “batente”. é. para guardar o adubo. Então.. Pós chegamos.. faço o meu café primeiro.Pergunta 11 .chama a turma para trabalhar. das 11h ao meio-dia. nós trabalhamos. dependendo do dia. pegar o carrinho.. se não acabou pega de novo. volta de novo. 6 adequadas – 67%. O caminhão de lixo costuma chegar 8:15h. nós vamos trabalhar na esteira. voltamos ao meio-dia. É. eu vou tomar outro café. traz um pão com salame. Ah...primeiro vou fazer o meu café. vai direto para a banca. aí costuma na terça não ter o lixo. né. fazer aquilo ali. no caso. que é uma. Aí eu vou varrer... nós temos uma parada na hora do almoço e nós vamos embora... É. aí nós voltamos e pegamos de novo. se tiver alguma coisa que prensar.. O que eu posso estar fazendo de primeira mão.... peneirar esterco.sustentar. Aí depois. É fica.. é isso. a gente. Cada um põe seus tambores no lugar e cada um faz a sua parte ali. tem a merenda também. vou vestir a roupa no vestiário. assim como o todo.de repente. a compostagem. às vezes que a gente chega.o primeiro passo. nós almoçamos em casa. fica mais nessa parte assim. assim. 5 inadequadas – 83%) A gente chega. nós paramos 11h. eu almoço aqui. 7 aceitáveis – 100%.. É.. perto da esteira. o pessoal toma o cafezinho deles aí e dá uma respirada. entendeu..vou fazer. leva para lá.é uma das áreas. qual que é. já chega... É assim que você faz todos os dias? Idéia Central A – É uma rotina diária (18 sujeitos.. né. o pátio de compostagem. De manhã nós chegamos. trabalho um pouco. puxar o tambor. vestir a roupa.mais focadas. na segunda e na quinta. porque não podem ser levadas para casa. aí vamos para ver o jerico chegar com o lixo. Isso. aí depois a gente vai começar a atividade. Pós temos um café. na parte da manhã. aí vamos para a área de trabalho.. E na parte da manhã a gente fica mais ou menos assim.. nós vamos prensar e esperar até chegar o lixo. É.. é. né. Olha.. vai para o refeitório. Eu faço o café. senão. já. chego aqui umas seis e pouca.. o que for. vai preparar. Qual eu é o primeiro? O essencial. vamos varrer. Aí quando.Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 174 . depois pega de novo. quarta e sexta. é obrigatório ter o leite para nós.. Vou fazer fardo. que tem que fazer.. varre o pátio. Pão. a gente almoça. todos os dias a gente faz. Aí. coloca a bota. Para na hora do almoço. encher o carrinho de compostagem. às vezes chega aqui. vai mexer com.. do material para despejar e vai até a tarde. aí enche outra vez. Aí. por aí.. né..a faxina.volto para a banca outra vez. com lixo.automaticamente.... Então a minha atenção maior.. a gente já vai para a banca. toma café. aí quando é lá para as. né. né. né. a geral.e depois. aí vai até acabar.oito e meio. É. aí a gente vai para a prensa mexer com fardo. entendeu. é. a gente come.é. entendeu.. Quem faz café aqui é.. né. De primeira mão. é.. a gente chega. né.é. eu acho que é de instinto. e a gente chegou.... abrir sacola. e aí a gente pára para almoçar e depois meio dia a gente volta. tomo o café. A. Depois duas vezes por semana a gente vira aquela leira. né. limpando as baias aí..e volto para trabalhar de novo. Aí separo lixo. isso é todo dia. entre 8:15h e 8:30h a primeira viagem.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. né. aí costuma ficar o dia inteiro só naquilo. Aí depois chega a hora do almoço. Isso já é rotina já.. Todo o dia a mesma rotina... né. Então é isso. Aí vem a hora de almoço.. um café para.. Pós trocamos nossas roupas.. A gente pega e vem com uma roupa de casa e troca a roupa aqui. e vamos mexer..todos os dias de manhã.. Vai direto para a banca. você já chega. Depois troco de roupa. nós vamos em casa almoçar..vou. essa é a minha visão. uma hora de almoço. né.. . entendeu. antes das 16h a gente para um pouquinho mais cedo. É (assim todos os dias). Que tem um horário aí de sete às três e o outro de uma às nove. né... quinze para as 11h vai almoçar. né. Tem alguns que tomam banho aqui.. Continua outra vez. depois dá o horário do café. senta.. a gente toma o café tranqüilo.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 175 .fazer uma mudança: “Ôpa! Eu vou ter que. aí voltamos meio dia.. tem dia que. pega meio dia e meia. todo dia a mesma coisa. E troca de roupa e vai embora. Po normal nosso aqui é das 7 às 16h. É. depois torna a pegar. 8h.aí toma um banho. Até o. todo dia. A pessoa que quiser fumar.. Até as 16h. vai para casa.. meio dia voltamos a trabalhar de novo e 16h horas vai embora.e de repente. Todo dia. Igualzinho. na luta nossa. todo dia. o mesmo batido. na hora que acabar de fazer. Aí acabou a gente vai embora. e a gente leva lá em cima na vala. Aí meio dia retoma o serviço e fica até as 16h. Pós tomamos o café. Todo dia (a mesma rotina). todo dia. e depois só às 16h para a gente. sete horas mais ou menos que pega o serviço.. né.. fuma até a outra acabar. quinze para 11h. O mesmo.. né. 16 horas tem que parar a esteira para limpeza.não trazer outros problemas.. Todo dia.. sete. Aí quando chega as duas turmas fica até mais fácil de trabalhar.ele manda. Às vezes mandam catar as sacolinhas que esparramam. Então o dia é esse. Pós fazemos um café e deixamos num lugarzinho que ele fez ali. Aí para na hora do almoço. É. como se diz. É (todo dia assim).na boca do funil ali para ajudar e tudo. até a hora de ir embora. né. na luta. entendeu... geralmente a pessoa fica... Depois é. Ah. Isso é uma rotina diária.aconteça alguns contratempos. continua. os negócios tudo direitinho. fazer isso aqui primeiro”. uns “trem”.. porque lá na esteira tem a parte de fazer..é agradável. mais pessoas para separar. sai e areja a cabeça um bocado aqui fora.. Chega às 7h.. então ele deu essa liberdade para a gente. ou então varro aqui dentro. pega o tambor que tem rejeito. né. pede a gente para parar mais cedo para tomar banho. quem quiser tomar o banho. não espera mais as vezes acontece. o que sobra é trabalho mesmo.Depois do almoço volta outra vez. ué. acaba aquele pedacinho. para ficar uma hora ir lá. Aqui é até as quatro. vai toma o café igualzinho eu te expliquei... almoça.. descansa. Então é assim todos os dias. Depois a gente tem um horário de café às 14h.. né. Todos os dias. e continua. Pa prensa (que fico mais). né.. aí pode ir para o pátio. Toma café e 16h desce para ir lá para baixo para bater cartão. Aí é a hora que. e tem os banheiros ali.. Aí que junta as duas turmas. todo dia. E à tarde o caminhão vem. né... para deixar tudo limpinho para o outro dia. todo dia. a pessoa que fuma. pouco prazo também.. onde você viu lá. cato. É . que é mais gente.o horário a cumprir aqui é 5h. 16h. Bate cartão lá embaixo. que a gente pára. Todo dia (rs). pesar. ah.. não dá não. Aí às 16h parou.faz uma limpeza aí. Aí na hora do almoço eles vindo 11h para almoçar. toda a sua visão dentro do próprio trabalho. você tem que.. de repente. né. de uma até três horas é mais gente trabalhando. almoçamos. né. isso aí é sagrado. Aí ali nós vamos mexendo o dia inteiro. aí depois sai para o almoço 11h. ainda fazer a limpeza toda. o serviço rende até mais um tiquinho. Mais. Porque fica o que. todo dia. uma hora é pouco. todo dia é a mesma coisa. É meio uma rotina.. aí nós.. depois volta e retoma o serviço. Todo dia é assim... 11h almoça. que a gente banha.. aí.. E aí na. né. né. depois nós no final nós paramos uns 15 minutos antes.mesma coisa (todo dia)..reformular ou então remanejar. almoçar e voltar para trabalhar não dá tempo nem de digerir o “rango” direito. Embora. É. Desse jeito. Porque tem que ter ao menos umas horinhas de descanso na hora do almoço. quatro horas em pé na beirada da esteira ali.quando é à tarde. tem dia que é cansativo. 15h agora tem o café. trocamos de roupas e vamos embora.deu as quatro nós vamos embora. Aí dá o horário do almoço. Até as três horas. uma rotina normal. Mas. é de sete até as quatro.. Todo dia (da mesma maneira). Amanhã é a mesma coisa. Para uma hora de almoço.aí depois. né. já automaticamente você tem que mudar toda a estrutura. né.. umas 15:30h por aí. uns minutinhos à tarde de café. Depende muito do dia.. Pós vamos de 7 às 16h.. pode tomar o banho e já ir embora diretamente limpinho para a casa. 8:30h toma café. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. dez para 11h.é... que a gente. vai lá. Todo dia. pode ir cá para cima na. é. para que deixar limpinho para o outro dia.. A gente tem que estar sempre atento. Aí nós temos o café às 14h da tarde. às vezes dá uma dorzinha na perna. É aqui temos um horário. para poder ir embora. para poder você estar... Todo dia. do seu dia a dia... dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. não foi observada nenhuma contrariedade por parte dos entrevistados ao relatarem esse aspecto do trabalho que executam... nesse discurso.eu mesmo procuro trabalhar em vários lugares diferente todos os dias.depois que a gente. serviço estressante. Esse discurso não diverge consideravelmente do anterior. Já nesse discurso. Idéia Central B – É uma rotina semanal (1 sujeito. mas. E na sexta-feira... sempre é lavada também na quinta-feira. pode-se perceber uma maior opção de atividades realizadas que. Mas a lavação é feita na quinta-feira. daí a pouco já não aguento mais.. se eu trabalhar só em um lugar. as salas. supõem-se que essa propriedade não esteja sendo atendida.separa o lixo. tranqüilo. a gente. No entanto.. São lavados os tambores. Então é.. Quanto se verifica esse aspecto rotineiro tão enfatizado pelos trabalhadores das UTC.. 1 adequada – 11%) De. Todos os dias. 1 inadequada – 17%) Olha. o serviço aqui é um serviço. Pa quinta-feira é feita uma limpeza geral na usina. que a gente dá uma parada.tem a vala de rejeito. atrasa na escolha do lixo e no pátio também não rende. O pátio de compostagem a gente.Percebe-se.antes de..varremos. todo dia à tarde. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 176 . segunda e terça... a gente. tudo... Pormalmente aqui.. tem o. a banca.cansativo... 1976) apud Martinez e Paraguay (2003) também coloca a variedade de tarefas e a ausência de monotonia como um fator causal para a Satisfação no Trabalho. a gente. Emery (1964. Aí é mais ou menos um conjunto.. para não deixar colocar só dois no pátio não tem como. na quarta também. dá uma varrida também. era só lixo reciclável. ... Quando a gente termina o lixo. Locke (1969... Idéia Central C – Eu trabalho em vários lugares diferentes.nada que dá para tirar de letra não. Para facilitar o serviço. apresentam a necessidade de variedade e desafios como uma das seis propriedades essenciais ao trabalho para estimular o engajamento daquele que o realiza..que ocorria essa coleta de lixo. por volta das quatro hora. 1976) e Trist (1978) apud Morin (2002) apresentam : a necessidade de variedade e desafios como uma das seis propriedades essenciais ao Programa de Pós-graduação em Saneamento. Então. Por que.....mas.revira as leiras. todos os dias (1 sujeito.limpa. de dois em dois dias.. que o trabalho nas usinas é visto como uma mesma e constante rotina diária. Ressalta-se que. normal. você faz só aqui.vamos todo mundo tampar para render. observa-se claramente o que Emery (1964.. serviço cansativo.. apresentam variedade no decorrer dos dias. Pão só para o corpo como para a mente.. limpamos.dá uma adiantada no lixo. 1976) e Trist (1978) apud Morin (2002). embora sejam rotineiras ao longo da semana. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “aceitáveis” e “inadequadas” pelo IDUTC... No entanto. a gente pega. lava as mãos. segunda a gente toma café. Idéia Central E – Eu trabalho naquilo em que está faltando gente (1 sujeito. Aí quando for às 11h vai almoçar. mas a gente prefere almoçar em casa. Volta depois e aí fica até as 16h.trabalho para estimular o engajamento daquele que o realiza. O entrevistado. toma mais um café. às vezes um falta. a gente vai ocupar o lugar dele. Pa segunda. bastante cansativo e estressante e. Se tiver um fardo. eles fazem um café e aí começa 7:30h. aí para tomar banho até dar 16:00h. né. aqui é a variação. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 177 . porque aonde que precisar a gente vai ocupar o espaço do outro. nesse discurso. Em casa (almoço). a gente trabalha com ele. até o lixo chegar. Isso. Destaca-se ainda que não foi demonstrada nenhuma contrariedade por parte do sujeito ao proferir o seu discurso. Paramos 10:30h e voltamos 12:30h. meio-dia volta para o trabalho de novo. vai e troca de roupa. E aí é tomar café às 9h. mas geralmente é às 6:55h. alguma coisa ou se tiver que capinar. por exemplo. Nesse discurso. a gente vem. Po final do dia. faz um café. aí volta para manejar o serviço. Vamos a casa e voltamos. entendeu. ficaram quatro. Aí. que é “de lei”. O sujeito relata que o trabalho que realizar já é. pega os uniformes. a gente capina. é um. É interessante destacar que o entrevistado demonstra que ele próprio busca essa variedade de atividade. mas o nosso horário é 15:30h. a gente deixa o que a gente está fazendo para fazer os outros porque às vezes os outros tem que ser urgente. as coisas que a gente faz aqui é questão. chega ao trabalho 7h. almoçar é bom. Essa rotina é. 1976) também coloca a variedade de tarefas e a ausência de monotonia como um fator causal para a Satisfação no Trabalho. Tem até fogão aqui. agora pegando todos os dias. chama a atenção o fato de o funcionário parece não ter posto fixo na UTC e estar constantemente cobrindo as faltas dos colegas e as urgências da unidade. Aí precisa da gente em outras partes. aí tem o dia das leiras. e assim sucessivamente. Acabou lá. você entendeu. o lixo chegou. Toma o banho e desce 15:30h e vai embora para casa. Idéia Central D – Meu trabalho varia com o dia (1 sujeito. por si só. Percebe-se que. às 9h da manhã. que é segunda e quinta. Ultimamente nós estamos parando 15:00h. fica impossível de ser realizado. Apesar da variedade e até da Programa de Pós-graduação em Saneamento. 1 adequada – 11%) Eu chego aqui às 6:55h. Mais uma vez destaca-se que Locke (1969. mas aumentou um funcionário. é um. descreve suas atividades diárias sem mencioná-las como uma rotina. eu me esqueci do almoço. aí depende do dia. perto. igual eu estou te falando. para 15:00h. Ah é. Então aí. apesar de haver algumas padronizações nas tarefas. se não houver uma diversificação. 7:20h. no final do dia a gente já acabou ele. por enquanto. não se tratando de algo predeterminado pelo encarregado da unidade ou outro superior responsável. É perto. aí vai lá para o pátio de compostagem trabalhar com as leiras. que é mais longa aí está parando 15:00h. que eu falei com você. 1 adequada – 11%) É. às vezes a gente chega aqui 7:00h. existe uma flexibilidade diária que parece depender de fatores como o tempo gasto para os funcionários realizarem as atividades principais da UTC. um fala como é que é.. como é que tinha Programa de Pós-graduação em Saneamento. e explicando. ele já trabalhava aqui. que no momento não está aqui também não. isso assim está errado. Então foi assim. Aí. É. a usina. por que a gente não tinha mais nada para fazer. os próprios colegas que vão ensinando: “Você faz assim. entendeu. no dia a dia eu aprendi. não tem segredo não. você chega. se veio aprender você aprende rapidinho.. Um aprende com o outro. Tranqüilo..os mais antigos vão explicando e você vai aprendendo. Às vezes até hoje. São oito separações o plástico. Foi tranquilo. Um ensina o outro. eu fui chegando. Olha. no dia a dia mesmo. Eles que me passaram. vai explicando como é que é que recicla. Pergunta 12 . O rapaz sabia como é que funcionava a separação. às vezes a pessoa: “Isso aqui é o quê?” quando alguém vai separar. 5 aceitáveis – 71% e 6 inadequadas – 100%) Ah. 7 adequadas – 78%. dá vontade até de ir embora: “Como é que eu faço isso aqui? Onde é que eu ponho isso aqui?”. assim. um assim. põe na posição e tal. fui vendo e fui pegando. chegaram e me ensinaram.”. né. separava o composto lá dá. assim. né.. Aí cada uma que vai chegando vai passando para a outra. então eu cheguei e elas foram passando para mim como é que reciclava o lixo. Os colegas. eles entregam o equipamento. né. aqui mesmo. o entrevistado menciona o trabalho que realiza como uma rotina. e aí passou para os outros.”. faz uma coisa errada.dando uma dica para o outro. que depois eles vão orientando como é que a gente escolhe. Aí eu fui aprendendo e depois eu mesmo fui ensinando os outros que estavam chegando. nós vamos tentar para ver que dá certo. isso é nesse tambor.. entendeu.Como você aprendeu o trabalho? Teve algum treinamento? Você já teve outros treinamentos depois que já trabalhava aqui? Idéia Central A – Aprendi o trabalho com os colegas (18 sujeitos. Primeiramente. né. Um do lado do outro ali. inclusive esse que veio pedir o ingresso da (nome de instituição). ele fica desinquieto. Ah. quando eu cheguei assim tinha pessoas que já estavam trabalhando assim. Quando eu cheguei aqui. aí no dia a dia eu fui aprendendo. Como é. Mandaram-me para cá.. né. igualzinho. eu chegue. Eu falo assim:“Calma.. Aqui não é complicado não.Como é que separava. foi passando. já estavam mais experientes. Aí as pessoas mais velhas que estavam trabalhando foram me ensinando.. aí eles me explicaram mais ou menos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 178 . quando eu vim para cá já tinha outras colegas mais que começaram bem. com prática... e ele e mais outro. Um vai ensinando o outro. eu aprendi. com os outros. na época eram só dois. Só. Aqui porque. eu peguei fácil. Com o pessoal que já estava aqui. observando. o jeito que. com eles. tem que manter a calma. é isso. Porque para mim foi difícil no começo. sem saber como é que é... entendeu. Com o (nome do encarregado). quando eu cheguei já estava funcionando.. Quando cai um novato ali. né. Foi assim. todo mundo pega rápido.aí eu. às vezes você via falando: “E isso aí?”. rápido peguei. Quando ele chegou aqui já estava tudo separadinho. entendeu. é isso. né..”. aí os mais velhos que estavam. através dos mais velhos. como se diz. Aí ajuda. como é que faz.. eu não estava ainda trabalhando. Ah.foi o rapaz que tava do meu lado que me ensinou. o composto dos “negócios”.. É fácil. material.e aí estou até hoje.. onde que são os tambores..a gente para. um aprendendo com o outro. mas também não demonstra nenhuma contrariedade ao citar esse aspecto de suas atividades. a gente chega sem saber.. Aí a gente vai pegando a prática com eles.. Pão é difícil.” Ah. Aí eles estavam aí e eu fui pegando com eles e fui aprendendo. né. Foi assim. os que já estavam aqui quando começou antes me explicaram. no começo os colegas. tem um: “Oh. É.. ”Isso aí coloca ali. eles vão orientando. quando juntava uma turma maior para separar. vai lá e conversa. Devido à orientação dos próprios colegas de serviço. que foram chegando depois. assim. É.relativa imprevisibilidade das tarefas que serão realizadas a cada dia. e perguntava. esse é nesse” e em um dia eu peguei. eu aprendi com os dois que já estavam aqui. Um foi passando para o outro.proteger. “Isso aqui é o quê?”. Falou comigo: “Oh. Você tem que guardar ali oh. que eles vão passando para a gente e a gente vai pegando. ...ele era do (nome da cidade). que ele é que começou com a usina. para trabalhar ali. do papel. ao contrário do verificado no item anterior. observa-se que a atividade de triagem é vista pelos empreendedores como extremamente simplória.já fiquei lá trabalhando e continuei. têm sido relegados a segundo plano. É. seus valores. igual eu ressaltei. a preparação. Pão.. aqui não (tive treinamento). das normas técnicas de operação da usina através da (nome da universidade). né. Aí ele veio para aqui para instruir a turma. né. Foram. não demandando nenhum treinamento ou preparo do executor. Tanto na questão da administração municipal. Oh. tiveram algumas meninas que antes de. Isso aí foram elas que foram e pegaram a prática de lá e trouxeram para cá. e eles tiveram que aprender com os que têm mais tempo de serviço. 2 aceitáveis – 28%) Foi com um. as meninas que foram lá. a grande maioria dos funcionários não recebe capacitação para trabalhar nas usinas e acaba aprendendo o serviço com o auxílio dos colegas. Ressalta-se que. no entanto. que trabalha aqui quiser ir vão. por exemplo. porque eu já sei. Porque quem faz o treinamento é só o fiscal e alguém que interessar.. que depois a gente mesmo pega o jeito como que é. Sempre a primeira semana. Deu um treinamento para a turma. eles vem e ensinam.. Idéia Central B – Tive treinamento para trabalhar (2 sujeitos. né.com relação.. né. Sei que todo mundo ajuda.. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. que auxilia a gente até hoje e é primordial. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 179 . para nós separarmos. Aí lá elas pegaram uma prática de lá da outra usina e trouxeram para cá.que separar bem os materiais. Porque tem mais novo aqui. Observa-se. consistindo apenas na observação dos resíduos na esteira e na retirada do que puder ser reciclado. Se for para eu sair daqui para ir trabalhar em outro lugar eu corro. Pão. que deu essa oportunidade para a gente estar buscando esse conhecimento. então os que já estavam aqui foram passando. junto com outros que já estavam aqui que já sabiam. logo quando elas vieram para cá elas visitaram alguma usina. E como eu já cheguei aqui eles já tinham feito o concurso. Conforme verificado nesse discurso. eu como se diz. o treinamento e a qualificação de mão de obra são itens de fundamental importância para o sucesso dos sistemas de tratamento de resíduos sólidos urbanos. nesse discurso que. Para estar aprimorando o próprio trabalho. que não deu para ir todo mundo. hoje ele mora em (nome de cidade)... quando na. Um passa para o outro. A turma. Foi mencionada a existência de Programa de Pós-graduação em Saneamento. é. mais precisamente com a (nome da universidade). para os que vieram. Aí vai facilitar até no serviço. né. aí a gente começou. Já veio. Como mencionado anteriormente. né. não (tive treinamento). né. Segundo Lelis e Pereira Neto (2001). qual que era o teor do plástico. as parcerias.. né. né. Ah. Então aí. só que agora a gente já está treinado já.. com um rapaz lá. mas.dessa parceria. né. vou falar sempre. né. em algumas usinas os funcionários recebem treinamento para a realização de suas funções. Um treinamento. né. E foi através. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. foram. da implantação da usina. né. eu falo com as meninas. o quê que era reciclado. Pos primeiros dias a gente apanhou muito sabe.questão de conhecimento de. Porque nós fizemos uns (cursos) em outras cidades aqui perto e facilitou para nós... passa tudo. Ah.. Então.. sempre ele é convidado. treinamento nós tivemos assim.. Assim. Ah. para o próprio dia a dia mesmo. esse lápis é de madeira. o treinamento deveria ser composto uma etapa teórica e uma prática.parcerias para a viabilização dessa capacitação. um negócio assim.com o curso é difícil demais você ficar pegando as. É melhor. acho que essa daqui é mais avançada porque a esteira é pelo motor. né..lá no teatro uma vez.. fizemos esses cursinhos.. alcoolismo. mas depois. utilizando os conhecimentos adquiridos. né. A gente passa. né (para os novatos que chegam). dando oportunidade aos funcionários dessas unidades de vivenciar todo o funcionamento do sistema. esse privilégio. técnica e economicamente. outra propriedade essencial a um trabalho estimulante é a possibilidade de aprendizagem contínua. sabe. antes nós tivemos. Programa de Pós-graduação em Saneamento. mas você sabe como ele foi feito? Pão sabe.. qual é a diferença de uma cidade para daqui. né. né.né. 1976) e Trist (1978). Deve-se destacar a citação da FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente. ele sempre.. sempre aprendendo. de seminário. as outras são manuais. A FEAM estava aqui.. Aí ele tira uns três aí e leva. Então. ligada.. como é que é... com outras usinas..é de praxe. sabe. né. sabe.. eu vou. né. Você sabe que é de madeira. a gente. 2 adequadas – 22%. Ainda de acordo com Lelis e Pereira Neto (2001). Foi depois (de começar)...eu vou aqui e explico para você uma coisa. Então a gente teve algumas. É. deixa “carta branca” para a gente. que vem oferecendo seminários para os trabalhadores dessas unidades há alguns anos.. participamos algumas vezes (de outros cursos e palestras).. a gente fez antes nas outras (usinas).todos. né. aprende mais alguma coisa lá e chega aí e passa para a gente.. A gente tem.. tem mais de quatro anos já que nós tivemos. mas.já isso. Eu mesmo já fui. Assim como todos da usina. de quê que ele é feito.é. foi através do.né. né.. por exemplo. né. que essa caneta. o que pode se mostrar uma alternativa muito interessante.participa periodicamente de.o professor veio e deu o curso.. já.. Idéia Central C – Participo periodicamente de aperfeiçoamento (1 sujeito. Que nós fizemos. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 180 .de palestra... Entendeu? Pão. Cursinho de falando negócio de ética. Aí vai. mas. essa oportunidade. trabalhando aí na coleta seletiva no ano passado. Tipo assim é. que é a. tivemos uns cursinhos assim de. Segundo Emery (1964.é.. eu digo assim .. leva assim quem mais assim. para ir com ele para saber das palestras lá. aí as pessoa vão falar como é que ele é feito. esses negócios. buscando conhecimentos.. fizemos dois anos.. sobre tabagismo.. 1 aceitável – 14%) Exatamente. É.. curso de. sobre doenças é. órgão ambiental do estado de Minas Gerais.. salvo algumas pessoas que aconteceu algumas mudança. Idéia Central D – Participei de cursos (5 sujeitos.. apesar de que as outras eu acho que são menores que aqui.. eu acho que é primordial. o professor já vem e te explica porque. Teve e nós fizemos dois anos seguidos. né.. A gente participa sempre para a gente está aprimorando o próprio trabalho.. os trabalhadores também participam periodicamente de atividades de aperfeiçoamento. 1 aceitável – 14% e 2 inadequadas – 33%) Já. que graças a Deus a administração. né. é mais difícil. esses “trem”.. sei lá. em algumas usinas. Por esse discurso observa-se que. O encarregado. algumas explicações deles aí. aí é pior.limpeza e cidadania. teve curso de limpeza. né.. né. A gente já teve muito é. eu já tive palestra. Aí agora eu não sei se vai fazer tudo de novo. explicar tanta coisa. em relação à realização de cursos. que não faz. do engenheiro que trabalhava na UTC na ocasião. eles me levaram para saber como é que fazia aqueles montes. Mas. essas aulinhas aí. a gente achou estranho. né. daí trouxe todas. dos lugares onde ele viu aí. né. Eu já fui numa palestra da FEAM umas três vezes já. Porque a gente trabalhar com lixo a gente está exposto. Já. porque ela ensina à gente a importância. né. com doença. outubro. trabalhar com o lixo.. teve. por exemplo.. Foi em novembro.. ficamos lá o dia inteiro lá. teve uma palestra aqui também. já. as meninas. Foi um congresso que teve em (nome de município). Quando eu comecei a trabalhar no terreiro. Por esse discurso. né. né. a mulher da FEAM fez uma palestra para nós. Então nós tivemos todo esse cursinho aí.. já fomos a (nome de município) e (nome de município). na verdade um “minicurso”. né. inclusive para instruir os funcionários. antes de funcionar mesmo a usina nós tivemos esse. Pós fomos à reciclagem lá e aí teve uma palestra lá. observa-se que os trabalhadores já participaram de cursos após estarem trabalhando na usina. eu já estive em um seminário lá em (nome de município). Idéia Central F – Participei de palestras (8 sujeitos. da FEAM. a gente. assim. O engenheiro me explicou como que é. Outros cursos não diretamente relacionado à capacitação ou aperfeiçoamento para as atividades que são realizadas nas UTC são citados. como fez o engenheiro mencionado no discurso. Os sujeitos mencionam já terem feito cursos em outras usinas e tem-se a FEAM como promotora dessas oportunidades de aprendizagem. essas coisas. apesar de todas as unidades terem obrigatoriamente um profissional responsável técnico pelas atividades realizadas ali. Foi bom. né. O (nome de Programa de Pós-graduação em Saneamento. sabe. né. poucos são os que estão realmente disponíveis. apesar de ser um pouco estranho. tudo que a gente tinha de saber sobre é. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 181 . Pós fomos. a gente teve a orientação do engenheiro que trabalhava aqui conosco. 4 adequadas – 44%. foi lá no Centro Cultural. Já fui em (nome de município) o ano passado para falar sobre isso. tudo né.quando mudou o prefeito e veio outro. na câmara aqui mesmo. Um minicurso para a gente começar a trabalhar aqui. Pós tivemos assim palestra. Idéia Central E – O engenheiro me explicou (2 sujeitos. entendeu. a gente já teve muita palestra também com o pessoal do meio ambiente. aí nós estivemos lá.EPI.. embora não suficiente. 2 adequadas – 22%) Ah. todas as especificações. Agora que voltou o prefeito que tinha de novo. né. como trabalhar com meio ambiente. com a mulher da FEAM mesmo.os cuidados. Mencionada-se ainda a descontinuidade política como fator dificultador. Nesse discurso. né. o pessoal da FEAM. É interessante destacar que. né. 3 aceitáveis – 43% e 1 inadequada – 17%) Já. Foram os fiscais da FEAM. a gente já teve aqui.. os sujeitos declaram que receberam orientações. vem ensinar a gente.né. ficamos aqui um pouquinho. como trabalhar com lixo. Então. né. da FEAM. aí o outro não fez esses cursinhos para nós mais não. na (nome da instituição). é. que era o (nome do prefeito). o que também pode ser considerado válido. Depois nós viemos para cá. Já tem mais de quatro anos. Teve. Valeu. aperfeiçoando. para mim foi bom. me ensinou o quê que era para ser feito. né. né. esses “trem”. Precisou de outras reciclagens. Tendo a oportunidade. nós ficarmos cientes que você tem que pegá-la. por exemplo. os sujeitos já participaram de palestras após estarem trabalhando nas UTC. Foi muito bom. essas palestras geralmente aconteceram em seminários realizados em outros municípios e foram consideradas proveitosas pelo entrevistados. Aí fizemos essa palestra com o (nome) para nós ficarmos cientes que se acontecer alguma coisa aqui com. Todo ano fazia. foi ensinando. né. Também concordamos. né. o quê que aconteceu. deve ter uns seis meses. o quê que ouvimos falar. foi ótimo. vinham pessoas de fora dar palestra. Mas a política muda.. a memória falha. para mim foi bom. teve palestra. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 182 . É. Idéia Central G – O encarregado explicou (2 sujeitos. que é meu superior aí. eles foram. Era gente boa. E isso é uma ciência.. falando sobre os riscos de saúde que vêm no meio do orgânico. encontros. pessoas daqui mesmo. passar. Porque eles fizeram aqui. Po princípio eles vinham. né. Que ele tinha instrução melhor. dos rejeitos. comentamos (com os outros colegas) da palestra. Teve uns dois ou três encontros. Tem uns livrinhos. acostuma vir muito aqui. e aí eu me profissionalizei. Segundo esse discurso. Ele sempre explicava. Ressalta-se que.. tinham os encontros aí. muda tudo. fui aprendendo. que a gente não aprende nada de um dia para o outro. Outros dois (colegas) tiveram em uma cidade aí fazendo uma palestra. já esteve em (nome de outro município) também e eu estive em (nome da município). por causa da contaminação. de meio ambiente. 2 adequadas – 22%) Meu encarregado. A gente aprendendo é bom. que as outras cidades estavam muito superior. nossa. que ele falou: “O. aqui. Aí eles participaram. trouxeram livros. Repassaram. Seminário. E ele era um “cara” formado. Ajuda (no trabalho). Acabou que. Se antes na reciclagem fala assim. era bem bacana. gente que veio cá de (nome de outro município). né. tinha um encarregado quando eu vim para cá. bem bacana. Programa de Pós-graduação em Saneamento. a gente não aprende. muda o encarregado.. como se deve fazer. Conforme mencionado. tinha encontro. valeu porque a gente achava que a gente. né. em outras usinas. quando eu entrei aqui. alguns vão prestar mais atenção no quê que eles estão falando.o coração de uma reciclagem é o pátio.. levá-la junto com você para poder saber da onde surgiu aquilo. correr o dia a dia. Então eu já participei várias vezes. Mais uma vez. levar ao médico. ao todo eu já devo ter participado mais ou menos umas cinco vezes. para mais. pelo que nós vimos e visitamos a usina. É. eu aprendi e aí fui desempenhando. Aí eu. Todo mundo que vai mexer numa usina precisa. fizeram uns dois encontros de meio ambiente aqui. Eles orientam a gente assim. Ele é interessante. Deve ser até mais vezes.”. tipos uns dois ou três. Eu gostei. Eles deram este folheto explicando a parte do orgânico.e a gente vai aprendendo. Pós tivemos também uma palestra. palestra. Acho que todo ano costuma ir um funcionário.colega) aqui já esteve também em (nome de outro município). E a gente foi aprendendo. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” e “aceitáveis” pelo IDUTC. está bem superior à deles. Eu participei de dois. agulha de injeção. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Eu acho que é. Ele sempre falava isso. agrônomo. é o dia todo. uns princípios. né. de um seminário. a FEAM é citada como a principal entidade promotora dessas oportunidades de aprendizagem. né. que deixou a usina por causa da descontinuidade política.Já nesse discurso. umas quatro pessoas. com os funcionários para aprender. (nome de funcionário). Eu aprendi lá em (nome de cidade). nós fomos mais cedo. porque tem os nomes.. né.”. (nome do funcionário) não. E já vieram muitos aí de outras usinas aprender aqui também. né. Pós fomos lá aprender. o quê que nós aprendemos lá. que está assim. o que com que. Porque antes não tinha muito assim. na reciclagem. junto com um outro rapaz que veio trabalhar aqui. para chegar aqui e passar para o resto da turma. que está aí. os funcionários repassam o que aprenderam para os demais colegas.. tinha que procurar fazer alguma coisa. Observa-se que os sujeitos recordam. entendeu. foi passada uma lista do comprador. o (nome de funcionário). segundo informado. Chama a atenção esse relato: os sujeitos começaram a trabalhar na usina sem nenhuma orientação. que está assim há mais tempo. né. entendeu. pois esses foram da primeira turma de funcionários da usina. né. isso é bom. como todo mundo foi viajar nós fomos mais cedo. É. de querer melhorar. eu e uma outra mulher. É. acabava o lixo que ficava ali. né.. Idéia Central H – Aprendi sozinho (2 sujeitos. Pão. com saudosismo. vontade de querer ajudar. alguns dos dizeres do encarregado.”. é. assim que eu aprendi. até o caminhão chegar. dos recicláveis. a primeira turma a chegar aqui. O feitor. Pós mesmos. como que era a separação. Pós ficamos lá uns dias lá aprendendo. né. né. os sujeitos declaram que receberam orientações do encarregado da UTC na ocasião. É. nós. entendeu. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 183 . Aí eu aprendi assim.. Esse discurso também chama a atenção por citar um artifício muito comum adotado pelas prefeituras: o de enviar os primeiros funcionários da usina para irem aprender o trabalho em uma unidade de outro município. A gente chegou e eles pegaram e já trouxeram. aí às vezes o caminhão não tinha chegado. eu falei: “Deixa eu ir separando aqui. Idéia Central I – Aprendi em outra usina (2 sujeitos. eu falei: “Deixa eu ir separando isso aqui. De (nome de cidade). Po mesmo dia nós saímos. Após o “estágio” em outra unidade. após a sua implantação. É muito bom. nós.tinha (alguém). está até hoje. começou a trabalhar. (nome de funcionário) veio também assim junto. 1 adequada – 11% e 1 aceitável – 14%) Curiosidade. que já esteja mais consolidada. nós chegamos junto. que entrou junto com a gente. quando começou.quer dizer. como que seria a separação. não tem nada agora. A outra. quando nós viemos para aqui. de passar o que nós sabemos. a gente e aí a gente começou. sabe. Não havia nem com quem aprender o trabalho. sabe. 1 aceitável – 14% e 1 inadequada – 17%) Pois é. Aí. nós fomos lá na tal (nome de cidade) e. igual eu te falei. Abriu a usina e nós viemos. Aí através dessa lista. sabe. já vieram de vários lugares aprenderem aqui. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Aí eu fui. entendeu. chegou junto. sou eu. que era um agrônomo. Já vieram vários prefeitos aí. aí eu mesma me dispus para a encarregada que tinha aqui na época. somente com uma lista de materiais recicláveis na mão e muita boa vontade. .. eu mais é de escolher lixo. porque. Oh... não.uma. gosto dos montes. distrai bastante.. Porque ali você.. todo mundo trabalha em conjunto.defini porque eu gosto é até difícil. eu gosto. separando o lixo. As justificativas dadas para a escolha foram as condições de trabalho e a proximidade dos companheiros que a atividades proporciona. é mais fácil.. eu desenrolo melhor. mas é a parte melhor que tem é escolher o lixo mesmo. É porque lá é assim. é de reciclar. Pão. lá é rápido. Puma boa. Trabalhar na esteira. de tudo eu faço um pouquinho. Eu quando estava na esteira eu gostava de ficar na parte onde começa com o PET. Eu gosto mesmo. de fazer de tudo um pouquinho. Gosto... É... eu gosto. 2 adequadas – 22%. Idéia Central C – Gosto da importância do trabalho (2 sujeito. desentarraxar as tampas. eu já acostumei.é. gosto de trabalhar. O que eu mais gosto.Pergunta 13 . desagradável. eu gosto. eu aprendi. um litro grande daquele.. graças a Deus. nem para o outro. PET. Por esse discurso observam-se trabalhadores que se dizem plenamente satisfeitos com o trabalha que realizam. de verdade. a ponto de não apontarem uma parte da qual gostem mais. Contrariando o que foi inicialmente imaginado e apesar do recebimento dos resíduos quase sempre misturados nas UTC.eu gosto de tudo.. não tem nada que reclamar não. 1 aceitável – 14% e 2 inadequadas – 33%) Ah. 2 aceitáveis – 28%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. Oh.. Eu gosto de escolher. qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? Por quê? Idéia Central A – Gosto de trabalhar na triagem (6 sujeitos. cortar o adubo. Segundo Larousse (2000). nem para um lado. eu gosto de trabalhar na prensa. destaca-se a citação de que o trabalho na triagem “distrai bastante”. Eu gosto da parte que eu faço (separação). menina.como posso dizer assim um. né. gosto mesmo.. por causa da turma também. entendeu. jogar na sua vasilha. 3 adequadas – 33%. Pada. para ficar mais fácil para prensar Ah. você vai pegá-lo.. nada. para mim. né.mais divertido. É.. Serve até de. eu gosto mais é de trabalhar na triagem. né. assim. mais divertido que. fazer esquecer” e só se quer esquecer aquilo que é ruim. Pão. aqui é tranqüilo.eu.Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto. aqui não tem não (alguma coisa que gosto menos). Pão. No entanto. você sabe. Ah. É.. né.. eu gosto sim. eu.eu acho que trabalhar na esteira e trabalhar no carrinho que leva orgânico lá embaixo.. Ah. 2 aceitáveis – 28% e 1 inadequada – 17%) Ah. Aonde trabalha na esteira é “maneiro’. conversa. qualquer lugar. tenho assim.. dá esteira.gosto de tudo. né. É. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 184 .. uma das definições do verbo “distrair” seria “tornar desatento. trabalhar na triagem foi o item mais citado como a parte do trabalho que mais se gosta de realizar. lá eu sei. Um bom relacionamento com os colegas também deve ser considerado como um importante fator motivador do trabalho. podendo indicar uma contradição no discurso: “Gosto porque distrai”. eu gosto. É. igual. Escuta..até difícil falar como que é (rs)... Sou mais solto. tem a forma assim. eu acho mais divertido. Em sua opinião. Idéia Central B – Gosto de tudo (5 sujeitos. mas como um responsável pelo trabalho que eu exerço dentro da usina...uma população.. mas eu acho que da importância de.do. É. 1976) e Trist (1978). fica assim.. do.. que diz: “.. muito tempo. Esse relato vem enfatizar mais uma vez o que já foi mencionado em outros discursos: um bom relacionamento com os colegas também é um importante fator motivador do trabalho. é uma família. Aqui o pessoal é muito alegre. que é o local de recepção dos resíduos.. pego. isso. me consideram... eu tenho que trabalhar. O dinamismo do trabalho nessa parte da UTC é a justificativa data pelo entrevistado. competência.é a minha casa. ali por que.no trabalho. Já nesse discurso. Então é o. Movimentar. mas de toda uma.Ah. sabe? Então ali eu gosto de trabalhar.. conforme verificado nesse discurso. Além da questão ambiental. em qualquer serviço.. A hora não passa.. A importância do trabalho foi classificada como a parte que mais se gosta.. não como um funcionário da prefeitura. mas aqui é uma turma boa. eu gosto de trabalhar. mais uma das seis propriedades do trabalho estimulante é a percepção de que ele é uma contribuição social que faz sentido. o que não é corriqueiro dentre aqueles que lidam diretamente com os resíduos sólidos urbanos. Então eu estou ali... eu acho. pelo trabalho que eu faço. além das relações de confiança. 1 inadequada – 17%) Olha. Idéia Central D – Gosto de trabalhar no funil (1 sujeito.. eu abaixo. responsável pela qualidade de vida não só minha.. assim.. embora todo trabalho seja primordial. eu vou. Novamente segundo Emery (1964.de.. né. Se eu estou no serviço. mas como um cidadão de (nome de cidade).. Do funil. um. tem dia que a gente ah. amizade e compartilhamento de valores entre os colegas de trabalho são fatores causais da Satisfação no Trabalho.. sabe? Parado. o tempo passa rápido.responsável por.funil. é o caso. jogo.. da própria qualidade de vida da população. né...a questão. né.. eu acho o meu serviço importante. Programa de Pós-graduação em Saneamento. É claro. eu costumo dizer. colaboração. Pão como um funcionário. a harmonia e a integração interpessoal. observa-se que a principal motivação para o trabalho é a importância percebida e atribuída a ele. o sujeito cita que a parte que mais gosta é de trabalhar no “ funil”. Idéia Central E – Gosto do pessoal da usina (1 sujeito. Segundo Locke (1969. eu. sei lá. nesse ponto eu acho bom. que é o. no funil... né. é. tem respeito mútuo.eu não gosto de ficar parado não”. a única mulher sou eu e eles todos me respeitam.eu estou movimentando toda hora. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 185 . da importância. É por que no funil eu levanto.é porque eu não gosto de ficar parado não. é a minha cidade. como um responsável pela melhor qualidade de vida da população. é o que faz valer a pena. acho que é o. Nesse discurso. 1 adequada – 22%) Ah aqui.eu..é o que eu mais gosto.. a gente acostuma com o pessoal.eu trabalho mais é em cima do funil. 1976)..difícil. percebem-se vestígios de um trabalho não satisfatório. Tudo é serviço mesmo. tudo mais ou menos igual. o significado do trabalho foi associado a fardo e sacrifício. 1 aceitável – 14%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. Ah. para mim tanto faz. para mim é tudo (igual). que me mandar fazer.. desde os tempos mais remotos. Pão tem serviço ruim. aqui eu já acostumei. É.”. É. nesse discurso. Nesse discurso. nem bom. “eu faço qualquer coisa. Pão tenho preferência não.. Tem que fazer tudo. me adaptei. sem distinção e que precisam ser feitas.. na minha opinião é igual você diz. Pão.. Idéia Central G – Gosto de trabalhar no pátio (1 sujeito.. a gente faz. Há ainda uma menção de que o sujeito gostaria de estar realizando outro tipo de trabalho:” bom é se eu estivesse atrás de uma cadeira lá. né. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 186 . tudo tranquilo..porque trabalho é trabalho. Mas aqui a gente tem que.. Se estiver onde couber. eu. aqui já acostumei. Ah. então. que a parte que mais gosta de trabalhar é no pátio de compostagem. onde mandar. né. o quê que eu gosto mais. há aquelas que continuam vendo-o como um castigo ou ainda aquelas que vêem o trabalho como um dever. Dentro do possível. No entanto.. então. aí seria bom. eu não acho. Pão. sentadinho... Pão acho muito diferença em nada não. A gente tem que trabalhar mesmo. precisa de você me ajudar aqui”. (eu gosto) de todos.”. se você me perguntar o quê que eu gosto menos. não sendo considerado como um espaço de realização pessoal. Então eu aprendi na minha vida a não estranhar nada. assim. para mim tanto faz. à obrigação. eu. Então eu não tenho essa parte que me leva a isso.”. para ser franco para você. qualquer lugar.eu fui criado.. Idéia Central H – Gosto do lixo separado (1 sujeito. eu não. é uma pergunta difícil por que. que está relacionado ao compromisso. Qualquer. a gente vai na hora. tem que fazer. qualquer parte para mim é tudo normal. mais fácil. aí seria bom. 1 aceitável – 14% e 2 inadequadas – 33%) Olha. Então. eu não tenho preferência não. né. para falar a verdade. né. tem que trabalhar mesmo. entendeu. que me mandar fazer. O sujeito cita. num ambiente de trabalho.. não. os sujeitos relatam que não têm preferência dentre as atividades que realizam dentro da usinas. Se der um grito aqui em cima: “Ops.não tem serviço ruim não. De jeito nenhum.para mim é do jeito ali. não tenho.desde. o que dá para fazer. 1 adequada – 11%) Eu prefiro trabalhar no pátio de compostagem. A diferença é só de peso. Pão tenho como responder..Eu faço qualquer coisa. a gente vai fazendo. entende. Apesar de até hoje o trabalho continuar sendo o centro da vida da maioria das pessoas. então não tem como achar serviço bom nem ruim. tem que fazer. já que nessa parte o trabalho é mais fácil e rápido. porque trabalho é trabalho. que todas são iguais.. qualquer lugar.Idéia Central F – Não tenho preferência (7 sujeitos. né..eu vou te falar a verdade. não sei te falar.”. sentadinho. Eu gosto. Bom é se eu estivesse atrás de uma cadeira lá. Eu acho que não tem diferença de um serviço para o outro não. Eu não tenho esse negócio de gostar muito de um e menos de outro. É mais rápido. Ah. Quer dizer. né. para onde são encaminhados os resíduos orgânicos. Ah. 4 adequadas – 44%. de qualquer maneira a gente tem que fazer aquilo durante o dia. não tem diferença nenhuma. executado por obrigação: “. “gostando ou não gostando. Gostando ou não gostando. Segundo Ribeiro e Léda (2004).... eu gosto de trabalhar. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 187 . né. não só a sensação desagradável causada pelos resíduos misturados. duas mulheres vão bater em mim aqui.. a parte. Aquele Programa de Pós-graduação em Saneamento. por exemplo. tem uma comida que não tem absorvente. Aí passou para o outro rapaz. se colocar umas cascas de laranja junto com as fraldas descartáveis. já que o entrevistado parece não ser muito adepto da interação e das conversas com os colegas por considerar que essas. Abrir uma sacola e ver que está tudo separadinho é mencionado como a parte que mais se gosta do trabalho. são excessivas. por causa da prensa. entendeu.. Ah. E tive um problema de coluna. né. o sujeito menciona o trabalho na prensa como o que mais gosta de realizar na usina. Idéia Central A – Não gosto de trabalhar na prensa (1 sujeito. que faz uma coleta assim mais ou menos em casa. porque. Eu gosto mesmo de trabalhar ali (na prensa). trabalha sozinho. A justificativa dada é que na prensa é possível permanecer “centrado”. né. porque assim. fala mal de você. Por exemplo. A gente está encontrando umas sacolas. Aí é melhor você escutar o barulho da prensa do que escutar falando fofoca sua. como você vai colocá-las lá no pátio. Aí tive que. não vai dar certo. né. né. A dificuldade e o incômodo de se trabalhar com resíduos misturados são explicitados novamente nesse discurso. a gente fica contente. ele está aqui até hoje. Aí eu fiz esses exames e já melhorei um pouco das “cadeiras”. mas. fala mal de ter. igual comida mesmo. é muito bom. né. Hoje eu gosto bastante de trabalhar ali aonde que eu trabalho.. hoje eu estou bem ali no cantinho mesmo. Então.é mais sossegado. a comida está separadinha. você tem o seu amigo mais íntimo ali. eu gosto de trabalhar ali.Ah. né. você. assim que eu gosto mais. eu gosto quando eu abro uma sacola e eu vejo que está tudo certinho. Ah. É melhor você escutar o barulho da prensa do que escutar a falação. interage. é um trabalho assim que você conversa. Idéia Central I – Gosto de trabalhar na prensa (2 sujeitos. é modo de falar. porque conversa. Apesar de ser um serviço pesado. né..sabe. Quem trabalha ali na esteira ali gosta. faz mal para a gente: o barulho da prensa. porque ali eu fico. né.. né. Mas hoje eu gosto de trabalhar ali no meu. Pa esteira fala demais. 1 inadequada – 17%) Eu comecei a trabalhar aqui foi na prensa. mas tem gente que ainda faz alguma coisa. É mais sossegado. Apesar de ali o serviço ser um pouco pesado. É. Prejudicar mais as “cadeiras”. Mas as outras vagas aqui também são muito boas. né. o lugar que eu mais gosto de trabalhar é o lugar que eu trabalho. por exemplo. né. está na prensa. por exemplo assim. 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) Ah. que é a possível contaminação do composto orgânico produzido na unidade. não tem. Você sabe que vai estar contaminada.. mas também uma das conseqüências disso para a realização do trabalho. ruidoso e que exige muita atenção para não correr o risco de um acidente. Só que ali na prensa tem um porém. É citado ainda. essa parte aí. fralda descartável misturada com a comida.. eu fico centrado ali no serviço.. não são todas as pessoas. Sabe o que é o porém: é melhor o ruído na sua cabeça do que um fofocando lá em cima. é essa. então você vai trocar uma idéia com.. Só que você não escuta nada que elas falam.é. sabe. dá parte mais pesada (que não gosto). fala demais mulher. a gente tem que tomar cuidado. por exemplo assim. onde que eu trabalho mesmo. né. né. às vezes. tive que fazer uns exames e aí o médico me proibiu de trabalhar na prensa. .. 1 adequada – 11%) É de tampar o rejeito (que não gosto). Pão por falta de informação. conforme mencionado em discursos anteriores. Também é citado que as pessoas chegam a falar que. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 188 ... É a posição.com.ouve. Devido a gente ver.. se vai mexer com ele.. ele fede. as atividades realizadas com resíduos apresentam também como perigos alguns fatores ergonômicos.. o lixo chega hoje.é coisa que a gente releva e sabe que não é dessa forma que funciona. Quando é dito que a parte do trabalho que menos se gosta é tampar o rejeito. quantidade de coisa que.. né.. é mencionada a falta de colaboração da população em relação à coleta seletiva como a parte do trabalho que menos se gosta.. que eu acho que é essencial.. que. então tem essa visão. Idéia Central C – Não gosto das dificuldades com a coleta seletiva (1 sujeito.. aquilo num vai funcionar não. porque a gente trabalha em cima disso também. Mas isso.. na verdade. igualzinho hoje nós não agüentamos mexer com ele todo.... Contrariando o discurso anterior. O desperdício em geral Esse discurso apresenta uma maneira inusitada e muito interessante de ver as coisas. se ele chegar hoje. isso às vez chateia um pouco.. Idéia Central D – Não gosto de resíduos do dia anterior (1 sujeito. com a separação dos materiais. hoje igualzinho hoje.nós não vamos fazer aquela coleta seletiva lá. se. talvez as justificativas que logo vêm em mente são “porque o trabalho é pesado” ou “porque se trabalha ao sol”.tem por exemplo que.. uma conversa e outra: “Ah..trabalho prejudicou muito minha coluna.. Mas esse trabalhador se incomoda de tampar os rejeitos e ver o quão grande é o desperdício da população. pois geralmente demandam o ato contínuo de vergar o corpo ou o carregamento de peso excessivo. por ter sido executando essa tarefa que ele desenvolveu um problema de coluna. os trabalhadores não teriam mais o que fazer na usina. Amanhã. aqui o sujeito diz que a parte que menos gosta na UTC é o trabalho na prensa. Que o Programa de Pós-graduação em Saneamento. Que fica muito ruim da gente mexer com ele. Porque. Nesse discurso.na cidade. o pessoal lá de cima vai ficar sem trabalho”.podia ser aproveitado na própria casa e é jogado fora. 1 inadequada – 17%) Mas tem hora que.a população. 1 aceitável – 14%) É quando você.”quanta coisa que podia ser aproveitado na própria casa e é jogado fora”. mas isso é uma coisa que me deixa um pouco chateado.. Também a pessoa trabalhar “agacha e levanta” toda hora. Aí dá mais trabalho para a gente. demonstrando completa falta de conhecimento do trabalho realizado nas UTC. Segundo Cavalcante e Franco (2007).. Aí eu acho ruim. Então.. Se a gente fizer.são pessoas que não conhecem o nosso dia a dia. Idéia Central B – Não gosto de tampar o rejeito (1 sujeito. como se diz. não ser seletivo. Idéia Central E – Não gosto de trabalhar na esteira (2 sujeitos. né. né. né. né. Então. né. Por enquanto não. pra mim é o pior lugar. Às vezes a gente acha muita assim coisa ruim sabe. já passou. fica.. por exemplo assim. nossa.. que a gente acha: oh. Programa de Pós-graduação em Saneamento. no caso. a gente sabe.. é um Deus nos acuda. tem coisa desagradável demais. né. eu acho só que na hora que a gente acha alguma coisa assim estranha que a gente não gosta. né. trabalhar com resíduos do dia anterior foi indicado como a parte que menos se gosta. Do jeito que vem é pior. com intensificação do mau cheiro e do aspecto desagradáveis. uma garrafa PET dentro de uma sacola. Pão é só que. E em pé parado. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 189 . 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) Ah.lixo chegando no dia fica mais fácil mexer com ele. por enquanto eu não gosto não porque vem misturado demais.. menos é trabalhar aqui na beirada da esteira com lixo. Aí então. é um Deus nos acuda. Trabalhar na esteira e ter que abrir sacolas com todo o tipo de “coisa desagradável” para separar os materiais recicláveis é mencionado como a parte que menos se gosta do trabalho. né. gente. por exemplo assim eu estou abrindo uma sacola e às vezes você acha uma coisa lá assim que a gente sabe que as pessoas não podiam ter colocado. Possa. né. tendo sido esse um dos parâmetros considerados na pesquisa de opinião Delphi. meio. né. porque coloca um PET. a situação se torna mais crítica. mas. Eu acho que cada pessoa deve ter a sua responsabilidade do que ela está fazendo. Vem coisa muito misturada.sabe. vou mudar.. A gente fica assim.”. né..a gente fica constrangido. a gente. a gente não pode fazer nada. né e a gente coloca. eu gosto assim do trabalho. Tem que trabalhar.. porque que a pessoa põe uma coisa dessa aqui. 1 adequada – 11% e 1 aceitável – 14%) Ah. você está esperando.. Aí é o dia que a gente não gosta muito. Idéia Central F – Não gosto do lixo misturado (2 sujeitos. Você vai abrir e junto com ela tem coisa que não precisava vir. né. Quando são deixados de um dia para o outro ou ainda quando há mau tempo. né. bicho morto.. tem coisa desagradável demais. o que explica porque é recomendado que os resíduos recebidos nas usinas sejam processados no mesmo dia. a gente às vezes acaba ficando nervosa. acho que ninguém aguenta ficar parado (rs) muito tempo. nossa. como pode ser verificado nesse discurso. é pior.. Eu fico em pé o dia intero ali. e se chover também fica terrível. Pão sou eu que vou mudar.. né. é pior. Aí tem vez que você vai para lá abrir sacola. A dificuldade e o incômodo de trabalhar com resíduos misturados são novamente explicitados nesse discurso. né. O incômodo causado pela atividade é expressa da seguinte maneira: “Aí tem vez que você vai para lá abrir sacola. com cheiro assim mais agradável. O lixo não ser seletivo. A sensação desagradável de trabalhar com resíduos misturados são explicitados mais uma vez. para a gente não sendo. sabe. Mas só que. tem que tirá-la.. que está mexendo com o lixo mesmo. Assim. eu. joga lá. então. do orgânico. o dia inteiro. nossa.. catar e jogar lá. as sacolinhas saem tudo voando. igual aqui nós estamos apanhando. Dá para rodar uns quilômetros bons. 1 inadequada – 17%) Agora você tem a maior raiva. a falta de colaboração da população e a sensação desagradável de trabalhar com resíduos misturados são explicitados ainda uma vez mais nesse discurso. A justificativa dada é que é um serviço cansativo e pesado. E lá eu acho cansativo. 1 aceitável – 14%) Então.A necessidade da coleta seletiva.. É.é o que eu gosto um pouquinho menos. que leva o orgânico.. na valeta para tampar. nós vamos assim que tem. Ter que abrir sacolas com todo o tipo de “coisa assim estranha” para separar os materiais recicláveis é mencionado como sendo “constrangedor”. devido ao mal cheiro que exala das leiras em fermentação. né. nesse discurso. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 190 . né... porque tem que ter. vai naquela leira. Dizem que a gente não come só o que a gente gosta. depois vai lá e torna a catar e torna a jogar lá. Programa de Pós-graduação em Saneamento. que a parte que menos gosta de trabalhar é com o carrinho que leva a matéria orgânica para o pátio de compostagem. Já nesse discurso. vai naquela leira. evidenciando um desconforto com relação às condições nas quais essa tarefa é executada: ao sol e abaixado no meio do mato. o sujeito menciona que a parte que menos gosta do trabalho é revirar a matéria orgânica no pátio de compostagem. por causa do mal cheiro. Nesse discurso. né. onde é difícil descansar. quem trabalha no carrinho. É o vento... vai lá. Porque. vai lá. eu gostava mais era do bendito carrinho. Isso aí é chato.. mas tem que fazer. aí às vezes as sacolinhas saem voando. você quando vai fazer. Idéia Central G – Não gosto de catar sacolinhas (1 sujeito. então tem que tornar a varrer. Aí. porque o “cara”. O sujeito cita. quando dá aquele redemoinho.de revirar o orgânico. Então tem que catar para tornar a jogar lá na vala.”. O incômodo causado pela atividade é expressa da seguinte maneira: “. é citada a atividade de catar sacolinhas como aquela que se menos gosta. Idéia Central H – Não gosto de trabalhar com o carrinho (1 sujeito.está tendo rodízio. Tem que fazer. Você tem o que leva o orgânico e o que leva o rejeito na carreta e esse aí para descansar é difícil. Aí eu não gosto. a gente joga o rejeito lá.eu estou abrindo uma sacola e às vezes você acha uma coisa lá assim que a gente sabe que as pessoas não podiam ter colocado. porque tem que ir jogando e aterrando. é a mesma coisa. 1 adequada – 11%) O que eu gosto um pouquinho menos. é. Idéia Central I – Não gosto de revirar o orgânico (1 sujeito. Idéia Central J – Não gosto de nada (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Ah, tem dia que eu não gosto de nada, tem dia que eu não gosto de nada. Mas é, isso aí é a rotina já, é então igual eu te falei, a gente precisa trabalhar, sabe. Eu até acho que não é até um serviço bom, ficar mexendo com lixo, isso pode trazer algum problemas para nós depois, mais tarde, na idade, mas é o que tem no momento, né. Eu estou com 39 anos e eu tenho arrependimento de não ter estudado mais para eu arrumar uma coisa melhor, mas a gente tem que aceitar enquanto, né, estou me mantendo com o salário que eu ganho aqui. Então, é isso que eu..., sabe. Que tem dia que você está meio “de saco cheio” mesmo. O serviço aí não é grandes coisas não, não é bom não. Mas, é a necessidade. Nesse discurso tem-se um sujeito bastante insatisfeito com o trabalho que realiza: considera-se o serviço ruim, há o receio de se contrair um doença e o arrependimento de não se ter estudado mais para pleitear oportunidades melhores. No entanto,”aceitar” esse trabalho é visto como irremediável, já que ele trás o salário e o sustento. Mais uma vez percebe-se que o trabalho é visto como um fardo, um sacrifício, uma obrigação necessária para a sobrevivência. Idéia Central K – Não gosto de esquentar marmita (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) O que eu gosto um pouquinho menos é esquentar marmita, no dia que a dona não vem para esquentar (rs). Odeio, essa parte eu detesto. Agora, sobrou para esquentar marmita...hum...Ah, cada um gosta de um jeito e tem uns que é...sei lá, meio ignorante, acha ruim porque esquentou demais, porque esquentou de menos...aí eu detesto. É, o dia que a pessoa não vem. Então, porque é a (nome da pessoa), hoje é a (nome da pessoa) que é responsável por esquentar e o dia que ela não vem, aí sempre tem que sair uma da banca para esquentar, né. Aí, quando sobra para mim, eu fico bem chateada. Detesto, não sobra (geralmente), mas tem dia que sobra. É, que cada um gosta de um jeito. Novamente um aspecto inusitado é mencionado como a parte que menos se gosta do trabalho. Nesse discurso, faz-se menção a esquentar as marmitas dos colegas quando a pessoa responsável por essa atividade não vai trabalhar. Percebe-se que essa tarefa causa realmente muito incômodo: “Odeio, essa parte eu detesto” e “...quando sobra para mim, eu fico bem chateada”. Talvez aí esteja implícita alguma dificuldade de relacionamento entre os colegas de trabalho, já que se diz “cada um gosta de um jeito e tem uns que são meio ignorantes”. Idéia Central L – Não gosto de trabalhar na limpeza (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Eu não gosto..é da, eu já fiquei na limpeza, entendeu. Eu já fiquei na limpeza, mais de um ano, mais...acho muito cansativo. Você limpa, quando vê, está sujo, você tem que limpa de novo. É cansativo, cansativo. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 191 Segundo o sujeito, nesse discurso, a parte que menos gosto do trabalho é a limpeza porque não se vê o rendimento do serviço. A limpeza tem que ser repetidas várias vezes, sendo o trabalho considerado “muito cansativo”. Pergunta 14 - Se fosse para melhorar seu trabalho, o que você mudaria aqui na usina? Idéia Central A – A coleta seletiva (4 sujeitos, 2 adequadas – 22% e 2 inadequadas – 33%) A coleta seletiva. Que melhoraria muito para nós aqui, a contribuição da população. Olha eu, do meu ponto de vista, eu acho que se eles implantassem a coleta seletiva aqui, ia melhorar bastante, para todo mundo. Aí não aconteceria o jeito que eu estou te falando, de dar catinga quando chovesse e ficar fedendo muito. Que fazendo a coleta seletiva aí tem os dias, né, por exemplo aí no caso segunda, quarta e sexta, igualzinho era antigamente, tinha coleta seletiva. Vinha... os... materiais secos e os úmidos vinham de terça e quinta e sábado. Quando era melhor para a gente trabalhar. A gente já até pediu, mas aqui fica difícil, até avisa na rádio, mas o pessoal não... Isso, para tentar fazer em casa, para ajudar um pouco, né, separar pelo menos o orgânico dos materiais recicláveis, que já seria um grande passo. Ah, igualzinho, é a coleta seletiva, né e voltar...eles fizeram esse teste uns dois, três meses e agradou todo mundo. Igualzinho eles faziam antigamente, quando, na época de um prefeito que tinha aqui. Mas só que depois na mudança de prefeito tirou. Aí não teve jeito mais. Que aí ia gerar muito mais lixo reciclável, orgânico seria aproveitado...para plantar...verduras, legumes, em geral. Plantar para ser consumido pela própria população, mas devido... esse descontrole deles, não tem como. Pós nunca vamos conseguir...chegar nesse objetivo que é ter o adubo para ser usado, sempre vai estar contaminado. A coleta seletiva é citada nesse discurso mais uma vez como um item que melhoria consideravelmente o trabalho nas usinas. É interessante perceber menções discretas sobre uma coleta que existia e foi interrompida; outra que foi apenas testada e não vingou, apesar de ter agradado aos trabalhadores. De acordo com um dos participantes da pesquisa Delphi, a coleta seletiva é “sem dúvida, um fator determinante para o bom funcionamento das UTC, por propiciar melhores condições de trabalho, melhor qualidade dos recicláveis e do composto, além de redução no índice de rejeitos”, apresentando “um potencial muito alto de impacto positivo no processo de triagem e compostagem”. No entanto destaca-se que a coleta seletiva tem como fator dificultador a total dependência da adesão da população. Idéia Central B – Faria ampliação e adequação das unidades (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Olha, é igual eu te falei, a gente começou pequeno, né, e a gente vai se adequando de acordo com as normas e atendendo também a nossa demanda, né. Tem uma série de coisas a serem feitas, né, e o prefeito, é...graças a Deus deixou bem claro e...está com uns ideais bacanas assim, principalmente no que diz respeito ao nosso trabalho. É...a gente vai estar...ampliando também a nossa casa de apoio, a gente vai ter um...refeitório maior, com mais banheiros, é...uma sala mais ampla, para a gente estar...ministrando...é, assim, até palestras, falando do nosso trabalho, de uma forma Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 192 mais...confortável, para estar recebendo as pessoas, né, atendendo também as normas, é...de pessoas com necessidades especiais. Pé, a gente vai ter um...uma sala com fotos desde o início da nossa história, entendeu? Então isso eu acho que vai facilitar muito, né, até porque é...muitos dos equipamentos, que a gente está se adequando de acordo com o passar do tempo, para já a gente estar melhorando o próprio trabalho. Nesse discurso, verifica-se a preocupação com as condições das instalações físicas e a infra-estrutura da usina como fator determinante de uma melhoria no trabalho. Percebe-se que existe o apoio da administração pública para a realização da ampliação e adequação das unidades consideradas necessárias para um maior conforto, tanto dos trabalhadores, quanto das pessoas que venham a visitar a usina. A própria preocupação em prover a UTC com instalações para o recebimento de visitante já demonstra uma maneira diferente de ver o trabalho nessas unidades, que deve estar aberta a receber e a envolver a comunidade, especialmente porque precisa da colaboração dessa para um bom funcionamento. Idéia Central C – O salário (2 sujeito, 2 inadequadas – 33%) Pão, aqui eu...tem que melhorar só (rs), se tivesse que melhorar para mim aqui era só o salário, uai (rs). Pão, melhorar não, ter que melhorar no caso é o salário, né, entendeu. Para mim oh...tranquilo. Todo, né, suficiente, beleza. O resto está tranquilo. Está tranqüilo, para mim está tranqüilo. Já nesse discurso observa-se uma reivindicação de melhores salários. Segundo Ketchum e Trist (1992) apud Morin (2002), ter um salário justo e aceitável está dentre as propriedades que o trabalho deve apresentar para que possa corresponder às motivações intrínsecas e extrínsecas dos trabalhadores. Locke (1969, 1976) apud Martinez e Paraguay (2003) também considera o pagamento como um fator causal para a Satisfação no Trabalho. Idéia Central D – Mudaria algumas pessoas (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Ai, eu mudaria algumas pessoas aqui. Se eu tivesse esse poder, eu mudaria. Percebe-se nesse discurso, de maneira explícita, uma dificuldade de relacionamento entre os colegas de trabalho. Deve-se enfatizar mais uma vez que um bom relacionamento com os colegas também é um importante fator motivador do trabalho. Segundo Locke (1969, 1976), a harmonia e a integração interpessoal, além das relações de confiança, competência, colaboração, amizade e compartilhamento de valores entre os colegas de trabalho são fatores causais da Satisfação no Trabalho. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 193 Idéia Central E – Para mim está tudo bem (6 sujeitos, 2 adequadas – 22%, 2 aceitáveis – 28% e 2 inadequadas – 33%) Aí agora você me apertou. Ah, eu acho que não sei não. Pão tenho nada para mudar não, eu acho que nada não. Para mim está tudo bom, está bom. Pão (gostaria de mudar nada). Pão, no momento não, entendeu, no momento não. Po momento está um funcionamento bom, tranqüilo, está tudo tranqüilo, está bem. Então é, os meus companheiros gostam também de trabalhar aqui, entendeu. Está (tudo bem), para mim está. Punca passou não (nada pela cabeça). Está, está tudo no lugar. Então é, mas é igual eu te falei, do jeito que a tecnologia está avançada aí a gente pode procurar facilitar mais o trabalho, entendeu. Mas pode, quer dizer, a tecnologia está muito avançada, pode chegar onde, nessa parte que você está falando. Ah, desde quando começou, como eu te falei, já houve melhora, né. Porque quando a gente chegou aqui, por exemplo, era tudo diferente. Então já houve melhora. É igual eu te falei, a gente separava o lixo aqui em cima, né, separava o material aqui em cima, era muito trabalhoso, já tinha esteira lá. Então foi depois que o (nome do encarregado) entrou aqui, né, que houve essa mudança. Então favoreceu muito, serviu para a gente, já foi uma melhora muito grande. Eu acho que as melhoras que tinham que haver, no presente, são o suficiente, né. Agora, se haverá melhora no futuro, eu não sei o que fazer, né, porque agora não tem como melhorar mais. Então...no momento...eu acho que não tem melhora para ser feita não, eu acho que está tudo bem, caminhando bem. Está caminhando bem. Nesse discurso não foi feita nenhuma sugestão para melhoria do trabalho na usina. Conforme mencionado, o trabalhador se diz plenamente satisfeito com as condições atualmente oferecidas. Idéia Central F – Ter mais assistência dos responsáveis (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ter mais é, o pessoal que olha aqui, né, não tem muito, como diz a palavra, eles não ligam muito para a gente, é por isso. É nesse modo, não dá muita assistência. O engenheiro, o pessoal que é responsável, o engenheiro, o encarregado, eles não dão, para falar a verdade, eles não dão muita assistência não. Ah, fica muito tempo com a luva raspada, máscara não é todo dia que tem, uniforme até temos. Essas coisas pequenas, mas que atrapalham a gente. Já nesse discurso, o sujeito explicita uma reclamação com relação à assistência que os responsáveis pelo acompanhamento das atividades da UTC, o engenheiro e o encarregado, dão aos funcionários. Segundo relatado, a falta de apoio é tamanha que chegam a faltar item essenciais, como os EPI. Idéia Central G – Fazer um trabalho de conscientização com a população (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Sugestão que eu daria era essa mesmo, né: é fazer um trabalho com as pessoas, para elas terem mais consciência do lixo, né, igual eu te falei. Para, tipo assim, fazendo assim mais voltado para o público. Eu acho assim que o nosso trabalho aqui, nós mesmo nunca fomos fazer uma palestra em lugar nenhum sabe. Por exemplo assim, eu recebo as pessoas aqui, falo, da importância do lixo, falo e tudo. Mas só que sair nos lugares, para fazer reuniões, nós nunca tivemos a oportunidade de fazer isso. Eu acho assim, eu acho que as pessoas assim não vão desrespeitar a gente assim nessa parte não, né? Eu acho que não, eu acho que mesmo por exigir a gente que é bem pequenininho, que tem pessoas Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 194 maiores do que a gente que poderiam fazer isso, né, mas eu acho assim que seria bom para a gente fazer isso. Se a gente tivesse a oportunidade, se a prefeitura levasse a gente para fazer uma reunião assim sabe. Por exemplo assim, fazer sobre o lixo, né. Aí seria interessante. Uma sugestão feita pelo sujeito é a realização de um trabalho de conscientização da população, que vem de encontro com a necessidade e a possibilidade de implantação da coleta seletiva. Chama a atenção a disponibilidade e o entusiasmo do entrevistado em participar desse processo, caso ele fosse realizado. Destaca-se que a educação ambiental é ferramenta essencial para se tratar questões do gerenciamento dos resíduos sólidos e a participação daqueles que executam esses serviços no dia a dia deve inclusive ser incentivada. Idéia Central H – Selecionar o lixo na rampa de recepção (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ah, que a gente selecionasse o lixo aqui na rampa de recepção melhor, que o lixo já vai chegando, antes a gente selecionava um pouco mais, mas agora mudou o jeito de trabalhar, já vai chegando com ele e jogando do jeito que ele vem já joga para descer. Voltar ao que era antes. Era mais fácil. Nesse discurso, tem-se uma sugestão com relação ao processo de execução do trabalho: que fosse melhorada a separação dos resíduos, que antes era realizada na rampa de recepção, naquela UTC. Segundo relatado, esse procedimento havia sido alterado há pouco tempo e essa nova versão não agradou ao sujeito. Idéia Central I – Eu mudaria muitas coisas (2 sujeitos, 1 adequada – 11% e 1 aceitável – 14%) Ah, eu acho que eu mudaria muita coisa. Precisa mudar muita coisa aqui na usina. Ah, precisa. Olha, aqui nós, quanto a isso nós temos várias sugestões, né, porque esse trabalho aqui que a gente faz com o lixo, né, ele precisa ser melhorado a cada dia, porque a cidade vem crescendo, o lixo vem aumentando. Então, aqui, todo dia a gente precisa de uma melhoria, né. Como eu falei para você que é...nós precisamos de algumas coisas a mais para melhorar o funcionamento da usina. Então tem várias coisas. Ah, eu acho que o balcão de trabalho está meio desconfortável, para trabalhar. A banca, eu acho o seguinte, faz uma coisa melhor para, né, na banca. Ao invés de estar puxando com a enxada, que é mais cansativo, eu acho que se fizer na, dedicar mais na reciclagem. É, mais opção de uniforme, que eu acho que tinha que ter, porque a gente suja a roupa todo dia, todo dia, todo dia tem que trocar; fora de material, é bota, é luva, inclusive no momento não tem faltado não, não tem faltado não, sabe, mas a gente que precisa de muita coisa aqui, mais é roupa. Roupa a gente precisa, se pudesse ter sete, cada dia da semana. Lá onde eu trabalho mesmo, a gente precisa de uma prensa nova, né. Porque ali vai melhorar muito, né. Mas aqui também, o pessoal, a gente precisa ali de...né, de outras coisas ali que...né. Muitas coisas aqui são sugestões nossas mesmo. A gente sabe como que funciona, a gente...nada melhor do que você perguntar para quem está dentro, né. Então, sugestões a gente tem muitas. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 195 Já nesse discurso, os sujeitos relatam que várias melhorias são necessárias nas UTC: alteração da mesa de triagem, que é desconfortável; instalação de uma esteira, para que não seja preciso puxar os resíduos com a enxada; fornecimento de um uniforme para cada dia da semana; aquisição de nova prensa, dentre outros. É interesse a menção de que “muitas coisas aqui são sugestões nossas mesmo” e realmente deve-se ouvir sempre todas as sugestões dos funcionários das UTC porque, a final, são eles que estão envolvido no processo diariamente. Idéia Central J – Ter mais investimento (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ah, melhoria sempre precisa, né. Ah, mais investimento, né. Mais investimento. Segundo o relato do sujeito, a principal necessidade da UTC é de mais investimento, que seja disponibilizado mais recursos para que se possam realizar melhorias. Idéia Central K – Ter mais união (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ah, tem, tem muita coisa que pode melhorar, mas...Porque tudo...sempre tem uma melhora, sempre tem uma forma de melhorar. Mas...tem hora que eu fico assim, eu tenho uma coisa para falar...tem uma forma de, entendeu, assim, unir mais, entendeu, uma união mais. Percebe-se nesse discurso, agora de maneira implícita e sutil, uma dificuldade de relacionamento entre os colegas de trabalho. Deve-se enfatizar mais uma vez que um bom relacionamento com os colegas também é um importante fator motivador do trabalho e fator causal da Satisfação no Trabalho. Idéia Central L – Voltar as horas-extras (1 sujeito, 1 inadequada – 17%) Puma época eles trabalhavam, nós trabalhávamos na cidade, quando eu estava na cidade, a gente trabalhava até as 16h e a turma da usina que trabalhava aqui, trabalhava até as 17h. Aí eles ganhavam uma hora extra todo dia. Só que um porém: o prefeito dessa época dava 70 horas extras, fazendo ou não fazendo. Aí a pessoa tinha, trabalhava com...com razão das horas, dava valor ao serviço, acabou, agora acabou. Pão é por causa desse trabalho, não é por causa de esporte não, é por causa, pelo dinheiro. Igualzinho, eu trabalho aqui por causa da insalubridade que eu ganho. Se eu não ganhasse insalubridade aqui, eu não trabalhava aqui. Se voltasse essa coisa...nossa, melhorava demais. Aí acabava a fofocada, que eu falo para você que tinha: “Ah, eu estou trabalhando demais.”, trabalhando demais para o resultado do trabalho vir mais. Só que tem um porém, se nós formos lá falar com a pessoa responsável pela (nome da empresa), ele fala assim: “Vocês têm que trabalhar, vocês fizeram concurso “geral I”” Já nesse discurso, tem-se uma reclamação do sujeito: de que há algum tempo existia um número fixo de horas-extras que os funcionários da UTC recebiam e atualmente essas já não existem mais, Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 196 significando um importante decréscimo na remuneração mensal. Chama a atenção a menção do entrevistado de que: “...eu trabalho aqui por causa da insalubridade que eu ganho. Se eu não ganhasse insalubridade aqui, eu não trabalhava aqui.”, indicando que esse incremento mensal é o grande motivador para o trabalho que esse funcionário realiza. Idéia Central M – Ter uma consulta médica mensal (1 sujeito, 1 inadequada – 17%) Uma coisa também que...que precisa fazer, igualzinho precisa, aqui, eu acho certo, igualzinho o negócio que deu no eu trabalhar, eu acho que um, fazer um, vir um médico, fazer uma consulta de mês em mês aqui. Sabe o quê que acontece dentro da usina? Se você quiser eu dou a resposta para você: dor de cabeça demais. Igualzinho eu fui uma vez no médico. Pão foi negócio de...foi de vista só. Aí ele me perguntou, estava eu e minha mãe. Eu estava com uma coisa assim no olho, ele me perguntou onde que eu trabalho. Eu falei assim: “Eu trabalho na usina”. Aí ele fez uma carinha meio assim. Aí a minha mãe perguntou, que eu não gosto nem de perguntar por quê: “Ah, mas porque, faz mal?”. Aí ele falou assim: “Você usa máscara?”. Aí eu falei assim: “Quando eu comecei, eu usava. Por que...”, aí eu falei:” Agora eu não uso mais não”. “Mas tem um porém: agora é que está fazendo mal para você. Quando você estava na primeira vez, você estava sentindo o cheiro, o mal cheiro, mas você estava tampando. Agora você não, não sente o mal cheiro, não tampa mais. Agora é que vai fazer mais mal ainda”. A sugestão desse entrevistado também é muito interessante: que se faça um consulta médica mensal para acompanhamento da saúde do trabalhador, uma vez que há na UTC doenças relacionada à atividade realizada ali. Conforme mencionado, a principal delas seria a dor de cabeça. Segundo Gonçalves (2006), dentre os trabalhadores das usinas de Presidente Bernardes e Martinópolis – SP, as reclamações eram freqüentes e as dispensas por motivo de saúde relacionavam-se geralmente à sensação de mal estar e dores de cabeça resultantes das condições insalubres de trabalho. Outra questão que chama a atenção é o relato do funcionário de que ele já não utiliza mais os EPI. Segundo Cavalcante e Franco (2007), o mero conhecimento do perigo, por trabalhadores que lidam com os resíduos sólidos, não é suficiente para transformar seus hábitos e posturas em ação preventiva. Pode-se questionar ainda até que ponto o trabalhador tem pleno conhecimento dos reais riscos a que está exposto ao realizar a sua atividade sem proteção. Por isso, acredita-se que para a utilização correta dos EPI, é necessário muita perseverança e esclarecimento aos funcionários. Pergunta 15 - Durante o seu trabalho, que equipamentos de proteção você usa? Em sua opinião, porque você acha que tem que usá-los? Nas respostas foram listados os seguintes equipamentos de proteção individual utilizados: máscara (22 vezes), luva (22 vezes), bota (14 vezes), avental (16 vezes), uniformes (6 vezes), óculos de proteção (2 vezes). Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 197 Idéia Central A – Por causa da exposição a riscos e perigos (10 sujeitos, 5 adequados – 55%, 3 aceitáveis – 43% e 2 inadequados – 33%) Possa, é importante para tudo, ué. Ah, tem que usar. Oh, além de você estar exposto, né, a..a..a...ao...a contaminação, a perigos, embora seja qualquer que seja o...o local, por você trabalhar com lixo você está...exposto ali, 24 horas por dia, ao perigo, e...então, é mais, além de...do próprio trabalho, do cuidado que se tem que ter, além disso, existe, existe também a questão pessoal: é eu me cuidar. Às vezes, às vezes pode fazer efeito, entendeu, mesmo na separação, tanto na esteira, quanto aqui embaixo, pode...cair alguma coisa na vista. É importante, é importante. Pelo próprio...risco que a gente tem aqui, de trabalhar. Só de você estar aqui, movimentando aqui, você já tem risco, mesmo com esses equipamentos. E se você não usar...tem o..o risco em dobro. É muito importante. Ah, evitar de assim, é difícil, né, “cara”. Isso é...ter amor a si mesmo, né. Pão vem só material que não te machuca. A máscara para não...não respirar o ar que está correndo ali em volta...é meio nervoso, né, e...para mim não cortar a mão, não machucar, não furar a mão, com a luva, oh, a luva para você não ter contato, e não pegar em, né, “trem”...também...podre e tal, a luva. É preciso usar. É preciso usar porque às vezes, é...a gente...tem caco de vidro ali. Aí tem que usar luva por causa de caco de vidro, às vezes vem, acontece de vir agulha, injeção, você tem que...tem que proteger, senão... Muito importante, porque precisa, luva, por exemplo, luva tem sempre gente que usa insulina, por enquanto não tem consciência ainda, né e joga junto com, dentro uma sacolinha junto com uma lata,uma garrafa PET, você vai abrir, costuma agarrar na luva da gente. A gente evita, igual, a gente que trabalha com luva evita de ser espetado com uma agulha. Então, se a gente não chegar com uma luva específica ali, a gente pode machucar, né. De repente se tiver alguém que está contaminado o risco da gente contaminar é muito grande. A bota é para evitar da gente furar o pé, entendeu. É...o avental para proteção, a bota também é proteção, ué. Eu acho tudo importante, não deixo de usar. Um...uma questão de segundo que eu deixar de usar uma máscara, uma luva, eu posso causar um acidente que vai refletir, é...a..a..ao resto da minha vida. E isso não vai me: “Pôxa vida, porque que eu não usei a luva” ou “Porque que eu deixei de usar a máscara”, entendeu. É por isso que é importante, por exemplo, se eu não uso uma luva, eu no mexer lá eu me corto, né, vai ser ruim para mim, né. A gente tem que ter muita responsabilidade, né, por exemplo assim, a gente já não usa o óculos, nós não usamos os óculos aqui para proteger as vistas, eu acho que seria importante a gente usar, porque nós não usamos ainda. É tanto que é igual eu te falei, né, o que a gente vende aqui a gente mesmo compra o material da gente, de proteção. A gente compra, com o dinheiro que vende as coisas a gente compra o material. Porque a gente sabe, né, que se nós pegarmos o dinheiro para nós todos e não comprarmos e depois vai pedir a prefeitura, né. E desde quando começou é assim. Então, se eles puderem ajudar-nos em alguma coisa, bom para nós, mas nós temos que comprar o material. Pós mesmos compramos no mercado e nós mesmos pagamos. Então, tem uma pessoa responsável por isso, para ir lá ao mercado e comprar e pagar também. Então eu acho que é mais, além do trabalho, né, da exposição, você tem que estar atento, mais uma questão pessoal mesmo, né. Graças a Deus a gente nunca assim teve um acidente grave assim, né, só alguns cortinhos, arranhões assim, né, mas nada que viesse, né, a agravar mais a saúde do funcionário aqui. De vez em quando acontece: caco de vidro, corta a luva, bota, nossa, acontece demais. Possa, um perigo danado. Eu digo, o EPI, ele é fundamental para nós. É muito importante a gente usar o equipamento. Nesse discurso, percebe-se que há consciência dos riscos e perigos a que se está exposto durante o trabalho nas usinas, especialmente porque, em algumas unidades, os trabalhadores já recebem o adicional por insalubridade. São interessantes as citações que se tem da importância de cada Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 198 equipamento de proteção, cuja não utilização pode levar a graves conseqüências. Observam-se as primeiras menções do problema que se tem nas usinas com relação aos acidentes com perfurocortantes. Ressalta-se que, dentre os sujeitos que proferiram esse discurso, destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” pelo IDUTC. Idéia Central B – Por causa das doenças (7 sujeitos, 3 adequados – 33%, 2 aceitáveis – 28% e 2 inadequados – 33%) Ah, tem, ah, tem. É importante porque através deles, pode ter risco de adoecer, né, de ter uma doença, mas é muito menos, muito menos, entendeu. É uai, importante. Senão, pega uma doença aí, vai, é perigoso, por causa de tanta bactéria que tem aqui, né. Ah, para prevenir, né, doenças, né. Para nos proteger, né. Pão pode (deixar de usar), né, porque esse lixo ele traz muitas doenças, esses “trem” assim, se a gente bobear...então tem que usar proteção mesmo. É importante, muito importante, né. Porque, por exemplo assim, a gente está, a gente está cuidando da gente mesmo, né, por exemplo assim, se eu não uso a máscara, né, e vem alguma coisa que eu respiro, aquela coisa lá, por exemplo assim, e vai ser mal para mim, então vai ser mal para mim mesmo. É para mim, para a pessoa que é coisa para a usina, né, que é o responsável por nós, é ruim para todo mundo. Ah, eu acho que é para o bem da gente, né, porque vamos supor que eu, vou te explicar, se alguém via dentro de casa vamos supor veneno, né, igual tem tanto veneno aí, e você, aquilo se transforma em vapor. Se você inala aquele vapor, é lógico que você está procurando transmitir uma doença para o seu próprio pulmão. Vamos supor, fralda, né, as vezes vem fralda, né, de pessoa idosa, né, no meio, a pessoa joga. Então aquilo ali a gente sabe que...também o vapor, depois o lixo provavelmente ele, o tempo que o lixo fica ali, né, vamos supor, de hoje para amanhã, aí fica aquele vapor e o quê que a gente vai inalar, né. Vai inalar as impurezas daquele material. Então a gente tem que usar a máscara. Isso aí é para o bem da gente, para cuidar da nossa saúde. É bom para a gente, né. Quem gosta da gente é a gente, né. Igual que é lixo, tem que prevenir, né. Pela nossa saúde. A proteção da saúde e a possibilidade de se contrair uma doença é a justificativa para a utilização dos EPI verificada nesse discurso. Percebem-se as primeiras indicações da crença de que os resíduos podem ser um veículo transmissor de doenças. Idéia Central C – Tem que usar, mas o equipamento incomoda (4 sujeitos, 2 aceitáveis – 28% e 2 inadequados – 33%) Eu não, igual estou te falando, eu deveria usar a máscara, eu é que não agüento. Mas tem muita gente aqui que usa e tem muitos que não agüentam. Ah, porque eu estou trabalhando eu vou ter que usar e não sei. A máscara está aí. Eu tenho até a máscara, sou eu que não gosto de usar mesmo. O caso que ela aperta muito assim o nariz, aí a gente não agüenta, mas... o obrigatório da gente é todo mundo usar. É, incomoda. Eu não gosto não. Mas não é porque não tem, porque tem aí. Mas outros itens a gente usa, né. Ah, eu, igualzinho eu, igual eu falo para você, eu sou bem teimoso. Eu não uso (o protetor auricular) não, mas eu escuto pouco.Mas só que a gente não agüenta, mas a gente sabe... como se diz, a conseqüência é própria nossa mesmo. Que nós não... estamos fazendo é errado. Que o certo é usar todos os....os equipamentos de proteção. Ah, mas tem. Quando a gente acostuma, tem. O (nome de colega), por exemplo, usa direto. Ele já acostumou. Ah, eu não, eu não acostumo com Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 199 2 adequados – 22%.. Costuma dar até. poeira. não tem jeito. ajuda. Ué. pela naturalização das ameaças existentes nesse contexto. 3. que contêm parcela considerável de matéria orgânica em sua composição. Nesse discurso. ele estando no saquinho assim. Esquenta.tem lixo que às vezes está molhado.como se diz. Segundo Cavalcante e Franco (2007).. 1976) também coloca a segurança como um fator causal para a Satisfação no Trabalho. ao mesmo tempo.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 200 . Uai. Porque esquenta muito. ele dá um.. Às vezes fica 2. é importante sim. Esse tipo de problema é característico dos resíduos misturados.. 1 aceitável – 14% e 3 inadequados – 50%) É importante por causa do mau cheiro. né. sua o rosto. dá aquela fumaça. né. quem gosta.mas é primordial.. né. É interessante.. pela banalização de falhas minimizadas pelas estratégias de defesa. especialmente da formação de gases naqueles que ficam armazenados. a menção enfática de que esses são incômodos. É importante. é importante. Aí tem que estar preparado para receber aquilo. Conforme já mencionado.eu vejo mais como uma questão pessoal. É importante.nenhum.. às vezes vai para outro lugar e aí fica na rua na cidade ali. quando abre ele dá um gás. às chega tem “trem”. foi a explicação dada nesse discurso para a necessidade de se utilizar os EPI. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Uma razão para isso seria um processo habitual de trabalho atravessado pela precariedade. meio. Você respira ali em cima do lixo ali. A máscara é por causa do gás do lixo. né. sem apanhar. essas coisas tudo. Quem acostuma. por que.. Locke (1969. até “verde”.. porque mais uma.. chegando ao ponto de que esses sejam desconsiderados. pode ter contaminação. Pós recebemos um lixo assim meio forte. né. Às vezes incomoda um pouco. lixo não é cheiroso. o aumento do desconforto no trabalho é a principal justificativa para a recomendação de que os resíduos recebidos nas usinas sejam processados no mesmo dia.Se a gente estiver lá sem máscara o mosquito. proporcionar segurança é outra das propriedades que devem ser apresentadas pelo trabalho motivador.. A poeira e o mau cheiro advindos dos resíduos. por trabalhadores que lidam com os resíduos sólidos. não é suficiente para transformar seus hábitos e posturas em ação preventiva. o que naturaliza os riscos. como se diz. Ela te ajuda também para você não ter.sentir cheiro. Segundo Ketchum e Trist (1992).. é importante (usar os equipamentos). muito mosquito. percebe-se a consciência da necessidade de utilizar os equipamentos de proteção individual e.. 4 dias ali na rua.às vezes coloca o lixo na rua na hora.. o mero conhecimento do perigo. Idéia Central D – Por causa do gás e da poeira do lixo (6 sujeitos.. Chega dentro do horário de pegar serviço. né. Aí é que o lixo. O modo como o trabalho é realizado vai aos poucos minando a segurança. um cuidado pessoal meu. diz que foi posto na hora ali. tudo. às vezes a gente relaxa. O dia que a gente abre aquela sacolinha vem um cheiro forte e a gente tem que estar preparado para receber aquilo. Tem gente que não. É protege (usando os EPIs). Tem que usar. né. batom. de tudo. importante. 6 aceitáveis – 86%. Para esse sujeito. achamos até dinheiro. curativos? Alguém já sofreu algum acidente? Idéia Central A – Pertences curiosos e de valor (20 sujeitos. tudo assim. De tudo que você pensar você acha ali. o tempo inteiro que eu fiquei. Nesse discurso o sujeito somente destaca a importância de se utilizar os EPI.. Ele (um colega) está falando porque ele achou 100 reais o ano passado. achei 80 reais uma vez. né. coisa boa. Chama a atenção a menção nesse discurso: é importante usar os EPI porque a FEAM gosta.. vem. Tem que usar por que. que apesar de que é do lixo mas é roupa boa. bastante coisinha assim. 1 inadequado – 17%) Ah. Apesar de inadequado. Ah. Já (rs) achou já dinheiro. mas achava muuuuito dinheiro. tem que usar. Idéia Central F – Porque a FEAM gosta (1 sujeito. vendi o relógio. né. Achei também dinheiro. né. Vem. 8 adequadas – 89%. o uso dos equipamentos de proteção deve ser feito somente para atender a uma exigência do órgão ambiental que realiza a fiscalização e nada mais. Ele (um colega) ficou do meu lado. essas coisas assim. sem dar maiores explicações. Até que uma época que conseguia achar Programa de Pós-graduação em Saneamento. nas sacolas que às vezes tem um papel misturado. É achei um. é (importante usar). Agora que parou um bocado. eu não acho não. Acha celular. 50 reais. A FEAM eles gostam principalmente da máscara. né. vem. um. É. e vem muita coisa boa no lixo. acha relógio. ferramenta. É muita coisa. Dinheiro. Nenhuma citação com relação aos riscos do trabalho diretamente com os resíduos misturados é feita. Tem que usar mesmo. 6 inadequadas – 100%) Uai. O povo reclama tanto.Que tipo de coisas vocês costumam encontrar durante a triagem? Já viram seringas. às vezes vem jóia. é assim. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. Pergunta 16 . até vendi. lixo mesmo. É importante. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 201 . aqueles vidrinhos. achei um relógio aí uma vez. vem bastante. Costuma vir umas moedinhas de 50 centavos. achamos moedas de pouco dinheiro. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. cheirando. né e tem vez que o pessoal.. no envelope já achamos. Idéia Central E – Por que é importante (2 sujeito. na FEAM eles gostam muito. perfume. demonstrando falta de conhecimento sobre a questão.tem vez que a gente abre alguma sacola que está tudo separadinho. 2 aceitáveis – 28%) Tem. vem. do que não o utilize. sou pé frio. coisa ruim. vem roupa velha. bastante coisa. até dinheiro. eu. não encontrei.tem que usar. chave de carro. é. né. considera-se melhor que o funcionário utilize o equipamento somente para atender à fiscalização e se mantenha protegido. achamos roupa boa. eles deixam passar para o lixo..Ressalta-se que. papel. . Algumas ferramentas também.novo. Ah. “trem”. Tinha. lápis. Aí ela chegou aqui de manhã cedo para pegar e eu falei “Já estava no meio”. É. De tudo.. Aí ele veio analisar isso aí. já com toda a documentação bacana desde o início já. Eu achei uma folha.. Acharam.andou achando uns dinheiros sim. essas flores. né. reconhecemos (as pessoas nas fotos). Levei e guardei comigo. me procuraram até na minha casa. aqui é bem interessante. não tem problema... Aqui está igual a seção de “achados e perdidos”.. aí até que uma vez um rapaz apareceu aí: “Olha. olha.. as Programa de Pós-graduação em Saneamento. Essas imagens mesmo. eu costumo ler às vezes alguma coisa que. o pessoal. né. aqui em (nome da cidade). eu vou lavá-las”. nada de mais não. por exemplo. Aí a gente guardava.. do próprio time e fui até convidado para fazer parte da diretoria desse time. mas você já jogou fora. numa época aí atrás aí que.tem um rapaz. acha tudo. né. desde a época da fundação. muita coisa que o pessoal joga fora. ta. acharam. do qual eu gostava muito e gosto até hoje. mais precisamente..de documento.às vezes vem a pessoa procurar.. tem umas fotos suas ali.. mandei devolver.. há muito tempo atrás”. dois nê. eles montaram o time com outro.além de algum documento. mas é uma questão de quase novo que as pessoas jogam. uai. Acha. para história do time. o dinheiro.fizeram uma troca na época.. lá acha de tudo. Aí a pessoa procura: “Ah. amaciante. Tem telefone.. a gente acha. ultimamente não está dando não. É uma das coisas recente que me aconteceu. Olha. se a pessoa perdeu depois a pessoa procura. entendeu.. Aí lava. que a gente não sabe se foi jogado fora ou se alguém perdeu. acha. uma folha de papel ou alguma coisa assim que você olha mais diferente. Sempre acha.então estão buscando resgatar essa cultura. É. Tem umas coisas assim que a gente acha às vezes acha que não é importante assim. Levou. o pessoal.. Ah. é por engano isso. tem um bom tempo. essa. “Essa foto é lá do meu casamento lá.. rádio. chave de fenda. acha. Para você ver que aqui é. “Pão. relógio. né. essa folha.só por estima..”. entendeu? Por questão desse documento. Eles já acharam celular. uma coisa assim inusitada que aconteceu aqui foi uma placenta que nós achamos.né. aí.. o (nome do encarregado) foi lá e devolveu para a mulher. vem de tudo. fala assim ó: “Perdi dinheiro”.. Depois nós vamos ali para você dar uma olhada para você ver. né. por um descuido deixa vir no lixo.. vem assim é. né.. Desde coisas de valor até coisas que não tem nada de valor. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 202 . É.aí as pessoas que hoje estão montando o time novamente. num dia aqui trabalhando. né. um montante de 1800.o cara veio. de vez em quando a gente acha alguma coisa assim que a gente pode estar aproveitando para levar para casa para a gente usar. uma vez um computador.. é o seguinte. de bom. Ah.rádio. Acha de bom e de ruim. Teve um. Ah. e nós chamamos o médico. automaticamente.ferro de passar roupa. Chave. eu achei.. que elas fazem a triagem. Carrinho de brinquedo. e traz para aí. o pessoal que recolhe o lixo pegou uma sacola lá na porta da casa dela que estava com umas roupas novas que ela tinha comprado... Reconhecemos. então eu passei a informação. o dinheiro ele é devolvido para a pessoa. o cara deu uma reforma nele. eu achei a ata de fundação desse time. por questão de estima e isso gerou uma. Pada. né.. algumas entendeu. que é aproveitado.. naquele meio tem sempre alguma coisa que chama a atenção.é. já perdi aqui fora enganado. você não pode guardar tudo também né.. né. as pessoas estão prestando mais atenção na hora de jogar o lixo fora.. porém. é. É.. não.colega meu aqui que já achou...eu particularmente.às vezes vem som. né... na época. a gente achava foto demais das pessoas aí. Ela veio e já estava no carrinho para jogar aqui.é tudo do lixo. PET. um documento da fundação de um time. essas coisas.. Ou às vezes fica guardado um tempo. Olha. né...(dinheiro).. até nós acostumamos a guardar assim umas fotos que a gente achava aqui. Até bem dizer não vou falar novo. igual eu mesmo encontrei. é. Aí ele pegou e levou embora. que nós paramos o serviço.uma polêmica muito grande na cidade..chuveiro. veio até fazer hora extra e cada um deles acho 250 reais... 2000 quilos de lixo. Ainda bem que não acontecem de achar criança.com o mesmo nome. rádio.. Muita coisa.. para ver se aparece o dono.. algumas coisas acha sim..como ele trabalha com uma sorveteria. em geral assim. É. metal.. Ah.. já jogou fora”. eu fui lendo.. Teve uma menina que. quando a gente encontra dinheiro. né. né. né.. as meninas me chamaram. Às vezes. conforme eu já guardei muitas vezes assim. Já foi embora. né. né.. Eu acho que o pessoal comentava muito. ele trouxe um monte de sorvete para o pessoal da usina. vem tudo na sacola de reciclável. som.. acha. funcionou bacana. Acha muita coisa. Acha sim. de tudo. uma coisa para mim... Vem.. Só que aqui é assim.. Guardava. joga fora. né... além de. né.né. 4 adequadas – 44%. calculadora. Vem bicho morto. Já achou Makita. né. separar? Vai perder matéria orgânica. Sempre muito resto de comida. Questiona-se se o gosto também não poderia estar relacionado à possibilidade que só essa atividade na usina proporcionaria de encontrar objetos inusitados e de valor. É interessante destacar que.. acho que por o pessoal não saber bem eu acho o quê que é matéria orgânica. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 203 .. você abre assim. O que. né. No entanto.pessoas buscam. A única coisa que nós não achamos aqui é pinga. Acontece. O próprio MP3 também acha. pena de galinha. Às vezes. Coisa diferente assim. acontece (de vir curativo e seringa).. igual ele falou. Eu acho é. telefone. por exemplo. gato. conforme pode ser verificado nesse extenso discurso. né. já achamos documento das pessoas. documento. torneira. mas é animal morto mesmo hoje. Até de marca Philips. A gente leva.. Aparelho de audição caro. de tudo. É porque tem muita gente que joga coisa muita boa fora. às vezes vem osso. desinfeta e pega e dá para os filhos da gente usar. contrariando o que era inicialmente imaginado para UTC que recebem resíduos quase sempre misturados. Aí você tem que abrir e já chega está fedendo a matéria orgânica. Encontramos sim.passando por necessidade e o desperdício em geral da população.. Acha assim: “Ah. Então eu encontrei o aparelho e o (nome do encarregado) foi lá e devolveu para a mulher.. Ah.. Aqui é interessante em tudo. a gente leva.que não é necessário é isso. lava. a gente já achou até aparelho de audição. cachorro. né. de vez em quando acontece de encontrar. essas coisas. Tem dia que é um lixo porco.. Então aqui tem uma coisa que é boa aqui dentro da usina é a honestidade. vem bastante coisa. osso. às vezes um brinquedinho que estiver numa sacola limpinha.rádio. Idéia Central B – Coisas desagradáveis (8 sujeitos. Às vezes a gente acha umas coisinhas engraçadinhas. vamos supor. só a casca e os restos de carne em uma outra sacolinha e a gente ia saber que é rejeito e jogar fora.. né. 2 aceitáveis – 28%. restos de carne. eu perdi meu aparelho de audição. gato morto. Tem que jogar fora.. quase tudo a gente encontra assim.tudo.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. 2 inadequadas – 33%) Ah.. Cobra morta. depois que o caminhão passasse tinha gente que jogava o lixo lá na rua.. não precisava vir.Pelo que a gente vê passando na televisão. essas coisas assim eu acho. mas tem dia que é um lixo bom. uma coisa assim. Pinga ninguém joga fora. tripa de galinha. porque o lixo você pegava ele na segunda e na quinta. frango muito podre... né. sabe. é. né. Mas acha relógio... pessoas que perdem dinheiro. E antes era pior.né. está fedendo demais e aí como é que você vai tirar. E tudo achado lá. Diante dessa constatação... recordou-se que a triagem foi o item mais citado como a parte do trabalho que mais se gosta. diversas são as coisas curiosas e de valor que também são encontradas durante a triagem. porque encontrar encontra.. né.. né. Ah.. Por exemplo. É. De quinta até na segunda. Fezes dentro de jornal. os negócios aqui tudo achados no lixo.sei lá. tinha bicho pegava na quinta-feira. Às vezes não quer dar para outra pessoa e joga fora. Ué. a gente acha muita coisa. de repente vem muito com casca de abóbora e batatinha. Aí todo mundo reclama que. a gente lava aqui e a gente leva. isso vem demais. Acha muita coisa aproveitosa. era só por separado. fezes de animais. igualzinho aqui tem. que muitas vezes representam “ganhos extras” para os trabalhadores. costuma vir coisa de porco. né. tanta gente.. pensou-se apenas nas coisas desagradáveis que poderiam ser encontradas durante a seleção dos resíduos. no momento da elaboração desse questionamento.o mundo é muito mal dividido.Às vezes tem restos de galinha.resto de animal. mas nós mesmo não ajudamos.”. Tudo pela cidade lá. Isso é bem triste. marca boa. de tudo.ter essa divisão. Agora alguma coisa que a gente pode aproveitar para a gente. depara com aquilo. não vou dar”... a gente chega lá. tem muitas vezes que vem tripas de galinhas.. “Ah.. até telefone já achou aqui. Tinha vez que. .. tentou conscientizar. época de chuva aqui tinha que ter pelo menos uns cinco ou seis uniformes. talvez. Porque você trabalha meio dia de serviço e o uniforme dá medo de vestir porque fede. Ter um pouquinho mais de consciência ia ser bom para todo mundo.. Tem essa ignorância. a gente já rejeita. materializado no contraste entre a grande quantidade de comida que é jogada fora e as milhares de pessoas que passam por necessidades.. ele é.... Eles começam a limpar. entendeu. tem a vala separada.é. nossa. um fedor na hora. Idéia Central C – Perfurocortantes.. você ganha para isso.esse lixo. automaticamente.. Aqui. é. a gente não abre. A gente já pega. né. Você tem que fazer aquele serviço. O lixo hospitalar é separado. um curativo.. tudo que você pensar vem nesse lixo.. caco de vidro. até acha até bom. Lixo de banheiro. Porque. encontra vidro quebrado. infelizmente a gente acostuma com tudo.. entendeu.. aquilo ficava dentro da sacola. conforme já citado em outros discursos. é igual curativo de médico. mas porque já furei minha mão duas vezes com seringa. junto com o próprio lixo doméstico. igual seringa. Tudo misturado: papel higiênico. Mas se tiver uma garrafa PET ou uma lata.nossa. muitas das pessoas. talvez. Só se quando. esse. que é coisa que a gente nem contato tem que ter. nos consultórios de dentista. Chama a atenção. sabe. então não tem aquele cuidado. é. na embalagem que tiver.. são os materiais cortantes.. Então... viu que é isso. A gente já falou. odontológico. é a mesma coisa que estar passando perto de um bicho morto.. vinha. mas é difícil. nossa. né. né. né. É... agora como imaginado.gilete também que é um perigo. vem aquele gás. Isso.começa no banheiro e termina na cozinha. 6 aceitáveis – 86%. acostuma com tudo. Achamos muitos (seringas e curativos). você pega uma pessoa com nojo: ela fala “Possa”.que fosse pegar de novo. vem muita coisa misturada.. chega e sai embrulhando o estômago. E o nojo. vai abre vem um gás na hora. Tem muita gente que quando vem fazer visita em época de chuva passa perto da gente.. 8 adequadas – 89%. ele.é isso mesmo. é reciclável e você vai abrir.tem alguém em casa doente que usa via uma. De vez em quando não. eles não colocam o lixo separado. reflexo de uma sociedade consumista e pouco sustentável. Então ele vem misturado junto com o nosso lixo... ainda vem muita coisa. a menção do desperdício. junto com o lixo doméstico. negócio.a cozinha. 5 inadequadas – 83%) Apesar de que já fizemos. As pessoas nos coisa. na própria casa.. É agulha.seringa. às vezes a pessoa que tem. né. até que hoje está mais difícil. a gente não sente tanto fedor. por uma questão de. o que mais acha é esse negócio de agulha. problema de diabetes. Percebe-se. vinha podre e a gente tem que abrir. entendeu. não tem jeito você tem que encarar.. E pior fica na época de chuva. né. fede. possivelmente como conseqüência do desconhecimento do trabalho que é realizado nas usinas. entendeu. às vezes.. vidro quebrado. esse lixo. são mencionadas as coisas desagradáveis que corriqueiramente são encontradas durante a triagem de resíduos misturados. que corta pior do que tudo. mas quem não tem o costume. entendeu. né. joga Programa de Pós-graduação em Saneamento. Po momento que a gente abre uma bolsa encontra agulha. tudo já.conhecimento também ou sem malícia. é o fim do absurdo. tem o dia certo. esse tipo de lixo acaba vindo misturado. embora a gente tenha a coleta do nosso lixo hospitalar separadamente. mas as pessoas que mexem com isso em casa colocam o lixo de casa. que causam acidentes (20 sujeitos. época de chuva é feio. já a gente olha na sacola. mas tem coisa que a gente acha ali. um trabalho.. da farmácia. Se você não estiver de máscara.uma seringa. o povo ainda não conscientizou até hoje.. E aí. a falta de colaboração da população. seringa. nossa.ele é depositado. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 204 . Que a gente geralmente não abre lixo de banheiro. vidro.. vêm muitos. porque está lacrado. aí vem anarquia. né.usa e coloca. Era ruim. Quando acha dinheiro. nessa fala. mais uma vez. Nesse discurso. tem o quarto ali.eles vão lá e buscam o lixo hospitalar..tem uns que tem o cuidado. E a coleta dele já é separada..de um litro. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 205 . já. CAT é? Ah.. aí temos aqui.tem alguns que têm até um pouco de consciência. eu mesmo já furei acho que três vezes o dedo.. limpou a mão.. né.. mas o “trem” já controlou já..Uai.uma garrafa PET.. né... graças a Deus não deu nada não. É.. aí você vai saber da onde.. Já teve colega que furou a mão também.. deixa-a fechadinha. Pão. fui encaminhado para (nome de cidade vizinha).tem uma firma.. Mas as pessoas em casa. É. antigamente. Tem que ir para. Olha (direitinho). tem. como que chama. costuma levar um cortezinho. né. dentro uma sacolinha junto com uma lata. Primeiro quando começou. sem querer.fora. tive que fazer exame de HIV. né.já trazem as bombonas. tem que ter muito cuidado. já está tranqüilo..... Já trazem. se você já veio para cá com ela. Quando a gente acha a gente nem abre a sacola. Mas a gente procurou o médico mais próximo. é gente que já foi espetado de agulha. Porque agulha. vai.machucaram com agulha aqui desse jeito.aí depois faz exames. Que a gente acha que o lixo não está com a. A gente vai abrir a sacola. aquela seringa e o pessoal. que é perigoso. corta a luva.Quando você pega assim. num papel.. passou um álcool. Que vem no lixo. né.. porque geralmente é o dedo. né.. Seringa. Ih. a marca está aqui. né. tem band-aid.... né. Tem sempre gente que usa insulina.até espetar a mão sem. Aí depois de seis meses tem que voltar de novo para fazer um novo teste porque eles falam que a doença não aparece assim. né. ela teve Programa de Pós-graduação em Saneamento. leva para (nome de outro município). Costuma. que aplica uma injeção numa pessoa a gente não sabe.. tem um coisa lá qual a gente faz tudo. Aí coisa não mas. já nas casas já... né.. Eu mesmo fui vítima. Tirou. tem que fazer os exames de rotina todos para ver se entrou sem nada.. sabe. Então já melhorou já. né. de pessoas que tomam negócio de diabetes. Passa um álcool com alguma coisa. né.deve ser descuido de alguém lá por que. a marquinha até hoje. Aí se você pega e sai daqui com uma doença na. nossa.. igual eu te falei. faz os exames. não sei se o (nome do encarregado) te mostrou. umas coisas assim.. É. Causou até um acidente. Já. num instante.. cortaram em caco de vidro. né e joga junto com. com a luva e tudo.. Quando acontece isso daí a gente já leva rapidamente. costuma machucar. de tudo. já conversou e tudo.. entendeu.. lavou. Ele é totalmente separado.. Aí o cartão de vacina está completo aí você vai e só passa pelo posto só. né. já colocam lá e. Hoje tem uma firma que pega esse lixo. De repente se tiver alguém que está contaminado o risco da gente contaminar é muito grande. do posto de saúde aí. comigo três vezes já. por enquanto não tem consciência ainda. se você a contraiu na usina. vai fazer exame de sangue. igual nós temos lá embaixo lá aquelas fossas. Costuma o pessoal por caco de vidro no meio do lixo. Agora está indo para (nome de outro município). né. Mais é só o susto mesmo. Ah. no caso.. para entregar tal bonitinho.fui ao médico. só por precaução.. Com caco de vidro. para poder. Aí a gente vai ao hospital. Mas graças a Deus.aparecia mais (seringas e curativos). Pão. o hospital não sabia direito como é que funcionava aqui.por que. vem e a gente tem que ter muito cuidado. Faz exame... pegar e levar o lixo para queimar. na mesma hora eles levaram ele ao hospital.é o maior perigo de dar um estrepada geral numa seringa. Tiveram uns quatro ou cinco aqui já . coloca dentro de um. que às vezes. né. porque é muito perigoso.. De vez em quando acontece: caco de vidro. pede de HIV de seis em seis meses. é. sabe. né. igual tem muita gente que toma vacina em casa..e pronto. né. Ah. E aí coloca. no meio do lixo.. seu corpo até arrepia todinho. até hoje não é grave não. acontece demais. Já. aí. vai para (nome de município vizinho). Pão. quando misturava. Já costuma fazer porque a pessoa quando vem para cá a primeira coisa. para atender a gente. de (nome de outro município) que vem.. levei a agulha. né. e tem o tratamento. você vai abrir. não. Uai. Para por caco de vidro tem que enrolar num jornal.já chegou de pessoas aqui machucarem com agulha aqui. faz. mandava..fincou no dedo.né.mas não foi nada grave não. para ser curado. esses “trem” assim. depois de três meses repete os exames. A gente corre direto para o posto.. bota. seringa. Ah. insulina. faz exame. ver o quê que faz lá para a gente. Acontece (também com colegas). tem álcool iodado. tem. esses “trem” assim. até de gripe a gente tem que tomar.. que já passou a não trazer o lixo do hospital junto com o outro lixo. mas agora organizou. e. com uma colega de trabalho nossa. de saúde.. né. mas não é. você não sabe de onde vem. tudo isso tem passar para saber. entendeu. uma doença ruim.Aqui geralmente é. É porque a gente já toma as vacinas todas. costuma agarrar na luva da gente. Mas aí não tem muito mais que fazer não. Tem que ir para o tratamento. porque uai. eu acho que é importante. prevenir. com sabonete.preocupada com a gente. [. Porque tem que ter muito medo. colou com durex e escreveu “cuidado. firmou. Tem uns que não. Tem uns que até embalam até demais. Eu nem descobri quem que é. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Pão sabe com que. identificados e recolhidos pelos próprios agentes de atendimento ou por pessoa treinada para a atividade.não está nem aí.. deixa a agulha apontando.vem junto com outras coisas.. né. Às vezes usa uma seringa em casa. é muito perigoso. cacos”. porque no caso quando vem.. você pode machucar lá”. o povo não tem muito cuidado com seringa. Poucas pessoas embalam o seu lixo. ele furou o dedo. porque quebrou na minha mão. o tamanho do problema enfrentado por esses trabalhadores com relação a acidente com perfurocortantes.bonitinho. a gente teve todo um cuidado. até porque a gente tem a preocupação com relação a equipamento de segurança e tudo.. Apesar da menção de tentativas de orientação da população... Aí não atravessa o PET. Por isso que é importante. né..que ficar afastada. embora estava usando. Então a gente tem. né. e encaminhados ao estabelecimento de saúde de referência. no eu passar a mão por cima. Chegou junto com o orgânico. mas nada grave.. Algum machucado assim. vou ajudar o fulano. porque é perigoso. já esteve muito pior. aqui. Cuidadosa. Lavou só e passou álcool.”Ah. É. Um choque danado. para evitar corte. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 206 .”.e não tem. você já pega e joga fora. Por isso que eu falo boba. de exames em ter. Então. bem lavado e passa álcool para desinfetar. aconteceu esse imprevisto.. Ah. até porque a gente não teve maiores problemas com relação a esse tipo de coisa.. Firmou aí. Pa sacola onde tem vidro.. Mas tem gente que não tem a. nem tampa.]. que não são gerenciados adequadamente nem por empresas e profissionais que prestam este tipo de assistência. mas está dentro de um superlitro e tal.. passa álcool na hora. Já está avisando o quê que é. eu falei “Essa tinha que descobrir”. eu vou ver se deixa falar também na rádio para ver se nós conseguimos que o povo cuide mais um bocadinho. né. Mas outras pessoas não fazem isso. Estava assim no meio e ele firme. é uma coisa assim que eles deviam é. Po meio do orgânico costuma ter seringa. Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306 de 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). com tempo. né. que é para não deixar a gente exposto. a mente assim para.esse problema. devem ser acondicionados. né. evidenciando a precariedade no manejo dos resíduos gerados pelos serviços de assitência domiciliar.. com água. Uns têm cuidado. assim... foi uma das coisas que aconteceu. E aí ela ficou afastada. Agora já melhorou. Fala: ”Ah. é.. nem pelos pacientes e/ou seus cuidadores. eles. colher esse material. né.. em trabalho ela foi.. nenhuma delas é nesse sentido. entendeu. bem bonitinho mesmo. na mão. né. Esse mês também.está enorme.. né. Pão está nem aí para a gente. foi uma das coisas que aconteceu com relação a essa colega. enrolou em um papel. mas poucas embalam. Sabe. de tratamento. eu acho tão importante a. tem seringa. eles tinham que ser responsáveis por isso daí. Aí às vezes você abre aquilo lá e está com a agulha.espetada por uma agulha. Foi o meu pai que furou com a. É ué. ele estava com a luva e aí ele foi pegar a sacolinha para jogar. né. enrola bem. Vem no meio. né. porque essa foi. né. de.de preocupação com ela.. Percebe-se. Uma lasquinha só. Então. Tem gente que.a parte da saúde aqui da cidade. Tem algumas pessoas que dividem um PET no meio. colocam tudo arrumadinho dentro do litro.. né. Tenho esperança que melhore mais. né.coleta seletiva. dedo.. Às vezes vem uma sacola cheia. colocam lá dentro e lacram. Pessa parte. pela extensão do discurso. Vai e joga de qualquer jeito e a gente chega e acaba machucando. “os resíduos gerados pelos serviços de assistência domiciliar.. para machucar. não. né. enroladinho.. aí a mão não resistiu. Devia ter. né. né. Mas já teve uma melhora... não sou eu que vou mexer mesmo”. Lava. Aconteceu de uma pessoa que colocou. Aí a gente não vai nem abrir. onde é que passou aquela agulha. né. põe. eu acho que eles deviam cuidar melhor assim desse lixo assim.... ninguém vai machucar. 2 adequadas – 22%.. pode vir no lixo. tem muitas. doenças que vem no lixo (6 sujeitos. p. Ainda de acordo com Cavalcante e Franco (2007).. que Programa de Pós-graduação em Saneamento. Percebe-se a atuação dessa ideologia para encobrir indícios de medo no discurso dos trabalhadores. Todo tipo de doença. mas nada grave”.Em sua opinião. né. é claro. mesmo utilizando os equipamentos básicos de segurança. né. além de acidentes com perfurocortantes. novamente devido à falta de colaboração da população.. tem muitas... nessas unidades a situação era ainda mais crítica do que a verificada nas UTC visitadas. não havia a realização de exames. mesmo que ocasional.. já que “os relatos sobre o perigo e o medo seguem no sentido da minimização.. se o perigo é uma realidade constante do trabalho. “ Mais é só o susto mesmo” e “. Outras coisas que a gente nem sabe.acredito sim. todos os entrevistados disseram que tomaram diversas vacinas antes de iniciarem o trabalho nas usinas. negação ou inversão das sensações como formas de lidar com a possibilidade real de infortúnios” (CAVALCANTE E FRANCO. Gonçalves (2006) cita que os trabalhadores das usinas de Presidente Bernardes e Martinópolis – SP. e apesar de já existir uma coleta específica para os resíduos de serviços de saúde na maioria dos municípios. Ah.. até porque a gente num teve maiores problemas com relação a esse tipo de coisa”. Porque tem muitas doenças que são contagiosas. né. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 207 . há que se buscar modos de enfrentá-lo ou mascará-lo. que a gente pode pegar.. dedo.. 226). pois.. por exemplo por meio de uma ideologia defensiva. que também recebiam resíduos misturados.. para verificar uma possível contaminação ocorrida. perigoso. No entanto..tem muitas bactérias que vêm no lixo. Idéia Central A – Sim. muitas. 2007.Os acidentes acontecem mesmo quando se está utilizando os EPI..um verme. sendo essa uma das sugestões dadas pelos sujeitos em discussos anteriores. conforme mencionado em alguns momentos. que são a condição de segurança e de saúde (KETCHUM E TRIST. Essa situação contraria duas das propriedades que o trabalho motivador deve apresentar. o maior perigo para os trabalhadores que lidam diretamente com os resíduos sólidos é a possibilidade de acidentes com materiais perfurocortantes. conforme pode ser verificados nos trechos: “Algum machucado assim. 1992). Segundo Cavalcante e Franco (2007). comumente sofriam pequenos ferimentos nas mãos e antebraços. 2 aceitáveis .28% e 2 inadequadas – 33%) Pode. o lixo pode transmitir doenças? O que você pensa sobre isso? Nas respostas. apesar dos acidentes. especialmente com relação aos acidentes com perfurocortantes. Destaca-se que não há um acompanhamento médico periódico dos trabalhadores das UTC visitadas. Pode sim. Pergunta 17 .. projeto da. mas ela falo: “Caso de AIDS. de febre amarela..é.saiu do hospital. provocados pelas exposições a grandes quantidades de bactérias. MARTH et al.... Conforme mencionado anteriormente.. automaticamente você vai ter um problema maior. 1998. entendeu? Se ele for exposto..você pode. ele não vem separado. Mas a gente.. Aí.segundos para poder morrer o vírus.. de endotoxinas e de esporos de fungos (POULSEN et al. 2001)...pode chegar o caso de vir também. Se ele não for tratado. não vai pegar não”.que pode ser.. observa-se a percepção de que o resíduo pode transmitir doenças que viriam junto com ele. ter vacinado. por disposição inadequada (1 sujeito.. como te disse.. brava e que .. através daí você vai estar. então tem. Por quê? Porque são vários. pegar também assim. de animais. Então.. p. Por exemplo. entendeu. para cada tipo de lixo.. muitas vezes encontrados nos locais de disposição inadequada dos resíduos. eu não me lembro o nome da doença que a mulher falou. Também aqui é citada a importância das vacinas para a proteção da saúde.....toma. De repente.....da respiração você... DOMINGO. tem que trabalhar..exposto a doenças e trans. entendeu.toma mais de dez vacina que tem que tomar para trabalhar aqui. de coisas aí que pode estar. 1 aceitável – 14%) Com certeza. 1995.. Os mais frequentemente verificados foram gastrintestinais. adequada.pode. esses foram associados à prevenção de doenças e agora essa vinculação é realizada novamente.. Conforme citado por FEAM (2007a. “o lixo disposto a céu aberto polui o ar.. mais precisamente como moscas e urubus e outros bichos mais. Destaca-se que a vacinação dos trabalhadores das UTC é uma exigência do órgão ambiental de MG. Mas ela disse foi uma doença lá que eu podia pegar e uma também que é tuberculose. Então.. além de doenças pulmonares ocupacionais severas. só que no sentido inverso.comprometendo.tem uma doença. É porque o lixo é. irritação da pele.que a gente pode pegar uma doença e.. eu acho que. igual o lixo hospitalar. ACURIO et al. assim como um todo. você tem uma forma de estar tratando o lixo. né. a céu aberto.. porque às vezes a gente nunca sabe.. tiver feito esse. o lixo que está recebendo.contaminar.pode sim. aí igual você perguntou negócio das vacinas.da forma que tem que ser. né.. para cada quantidade.da saúde lá..como se diz. Ele pode.. Porque tem que tomar as vacinas antitetânica.através da. Ah. das mucosas do nariz e das vias áreas superiores.né. vem no lixo.de uma forma significativa a sua qualidade de vida.. né. 1997.né.. né. LAVOIE e ALIE. é uma possibilidade bastante reconhecida e foi explicitada nesse discurso. estudos indicam que a exposição aos microrganismos transportados por via aérea e aos possíveis produtos tóxicos existentes nos resíduos misturados pode causar problemas de saúde aos trabalhadores de UTC.. no hospital tem tudo quanto é doença.se você não tiver.... Idéia Central B – Sim.passada através de bactéria ou um vírus. doenças... 1997. A disseminação de doenças a partir da proliferação de vetores.. esses negócio. Igual eu estou falando. é. transmissão de. ele já tem o nome de lixo.. Às vezes uma pessoa. assim... entendeu...... Ele traz muita. Nesse discurso... como se diz.tem hora que. quer dizer.. precisa do trabalho. 49)... tem que usar todos os EPI... Igual. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 208 . pelo ar você pega.. e.bactérias. uma série de.atrás.é que nem eu quando eu fui lá... tem doença que... você vai trazer proliferação de. Tem que tomar os cuidados. ele é muito.. né.... o solo e a Programa de Pós-graduação em Saneamento. Quanto perguntados sobre a importância dos EPI.ser afetado por uma doença dessa. dos olhos. o material lá do odontológico. sangue. agora não vem mais. Tem lixo velho. o PET venha separado daquela comida. Fralda eu não sei. na.. mas não é. não. essas coisas. né. igual ao seu. fica ruim. tem as pessoas que tomam insulina.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. sangue e animais mortos. aumentando potencialmente os riscos físicos. Porque existe.. né. às vezes Deus ajuda que o lixo fica tudo novo.o “cara” que vai pegar lá. Porque vem muita porcaria. às vezes usam droga e jogam no lixo. lixo novo.. Só que vem essas seringas de algum lugar. às vezes fazendo essa separação agora. né. doença eu acho que sim. tem a vala separada. né. aqui existem aqueles tambores que põe na. né. Mais uma vez. Porque aqui tem lixo de todo tipo. às vezes alguém toma injeção em casa e aí eles pegam e colocam. acho que não é tão grave não. né. né. não venha. porque vem muita porcaria no lixo (5 sujeitos. não sei. As comidas separadas. 1 aceitável – 14%. mas só que né.Fica pior (o lixo guardado). como fraldas. Ah. vem até agulhas. eles não iam passar para eles a nova para eles usarem no dia seguinte. não sabe de que morreu.” Realmente o fato de os resíduos serem recebidos misturados impede que se possa precisar exatamente o que está chegando na usina. Às vezes um rato. “. mas só que eles pegam separado. todo dia dois caminhões passam nas ruas lá. o lixo hospitalar é separado. É interessante destacar a menção: “eu acredito que sim por que.. 2 inadequadas – 33%) Ah. se for difícil para eles. Porque não podia colocar junto. causando riscos à saúde e ao bem estar da população”. Às vezes vem agulha. O caminhão passa todo dia. morre um gato lá e eles jogam dentro naquele tambor e. coisa de hospital. é relatado que acredita-se que o resíduo pode transmitir doença exatamente porque ele vem misturado. eu acho que transmite. viu.. mas não é tão difícil eles pegarem e levarem num lugar. né. o plástico. Agora.. igualzinho na cidade. às vezes tem. né.. pode dar problema. negócio lá. tem o dia certo. não a levasse usada para entregar. porque o pessoal aqui trabalha muito. A hora não espera ninguém. num ponto certo que colhe o lixo separado. químicos e biológicos a que o trabalhador estaria exposto. Ou então eles pegam.. igual eu falei com você. pode dar né. mas não. lá na valeta eles estão colocando junto.. que eles não levassem.se fosse só o lixo doméstico. né. né. Ah.. Agora parou. essas coisas. Antigamente vinha lixo do hospital. no hospital e no posto eles pegam lá separado. 2 adequadas – 22%. Vem muita coisa que pode prejudicar.. fica mais fácil de trabalhar e às vezes a pessoa se lembra de colocar aquilo todo dia. na rua. um negócio assim.. né. pode. Eu acredito que sim. que venha só lixo bom. Eu acredito que sim por que. as agulhas vazias. esse negócio de injeção. mas as pessoas que mexem com isso em casa colocam no lixo de casa. e eles fizeram e foram em cada para ver quem tinha multado alguma coisa. pode. agulhas. o da coleta não sabe que tem aquilo e joga aquilo dentro. a possibilidade de implantação da coleta seletiva é citada como algo que facilitaria consideravelmente o trabalho nas UTC. eles fazem assim. Porque..água. Nesse discurso. ratos e outros vetores biológicos responsáveis pela transmissão de várias doenças. é aquela correria. Até que a (nome da responsável) uma vez falou que só ia entregar as vacinas lá no posto recebendo o outro vazio. Eu acho assim que. Idéia Central C – Sim.vem muita porcaria no lixo”. Costumam esquecer (do lixo). né. Vem bicho morto. mas não é. né. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 209 . baratas. um minutinho que você atrasa. que se a pessoa estivesse usando aquela seringa lá. Muitas pessoas que fizeram teste. né. misturado. Às vezes morre. né. né. facilitando a reprodução e a proliferação de moscas. esses negócios eu acho que tinha que ser separado.se fosse só o lixo doméstico.. Mas de vez em quando. né. Considera-se essa opinião bastante sensata e que os cuidados mencionados necessitam realmente ser adotados. (1998). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 210 . Porque você tem que encher os sacos lá com material reciclável.sempre tomo. tanto é que nós somos tratados.equipada. se não fizer os cuidados necessários. dentre outros. nada. aí a FEAM não gostava de animais aqui não. pode. os sujeitos admitem que o resíduo pode transmitir doença se os trabalhadores não tomarem alguns cuidados básicos. O lixo que a gente fala que.. antes. e bosta de rato. igual a poeira. 53% dos trabalhadores desenvolveram infecções de pulmão durante os primeiros oito meses de trabalho. alergia é doença. A percepção verificada nesse discurso vai de encontro com os achados da literatura: irritação das mucosas do nariz e das vias áreas superiores. Se não tiver um pouco de cuidado. não sei nem o quê que aconteceu com eles. né. Até os gatos agora sumiram. né. Eu acho que pode. eu acredito que sim.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. 1 aceitável – 14%) Olha. bronquite) estão dentre os principais problemas de saúde observados em trabalhadores que lidam com os resíduos sólidos. mas feio mesmo e lá é fechado. arrumou dois gatos. porque temos problemas com rato (1 sujeito. né. Ah. mas é questão de nós que estamos expostos a ele somos vacinados.Idéia Central D – Sim. Ter alguma coisa. entendeu. Nesse discurso. porque ratoeira para pegar esse tanto de rato. né. né.E aí o quê que a gente fez. O perigo da urina de rato contaminar a gente é grande. pode. somos. conversou com eles: nós vamos ter que arranjar um gato. poder pode.. Ah. tudo isso daí justamente por causa do risco que a gente corre com o lixo aqui. porque aqui venta demais e se deixar aberto o vento não deixa pregado. utilizar os EPI. Era feio. Uai. arranca tudo.. 1 aceitável – 47%) Pode. exame de sangue diariamente.. tomo alguns remédio para vermes. regulares. principalmente quando eu entrei aqui tinha um problema danado de rato. como manter a vacinação em dia. Segundo Acurio et al. O material reciclável. né. isso. entendeu. a poeira pode dar uma alergia. nada você está encostando-se a eles. se não tiver cuidado (6 sujeitos. além de doenças pulmonares ocupacionais severas (asma. eu acredito que sim. o fedor de urina de rato. colocou aí e você não vê um rato lá dentro mais. né.. Eu acredito que sim. constantemente. hoje nós conseguimos. alguma coisa assim. Se a pessoa não trabalhar assim. Idéia Central F – Sim. 4 adequadas – 44% e 2 aceitáveis – 28%) Pode. você entrava lá dentro do cômodo era fedor de urina de rato purinho. Hoje. exames.. Os ratos também. a gente toma vacina regularmente. alveolite. aí nós tomando vacina. né. Então. graças a Deus. Aí lá é fechado e fica aquele “trem” abafado. urina de rato e barata. Idéia Central E – Sim. igual falei com você e volto a repetir a minha palavra. é perigoso. graças a Deus. em uma unidade de separação de resíduos da Dinamarca. realizar exames regularmente. Eu acredito que sim. né. doenças respiratórias (1 sujeito. o EPI aqui é fundamental para nós. o quê que a gente fez. A disseminação de doenças a partir da proliferação de vetores é uma possibilidade bastante reconhecida e foi explicitada nesse discurso. O sujeito relata a existência de muitos ratos no galpão onde são armazenados os materiais recicláveis triados, sendo percebido um odor forte e constante de urina desses animais no local. A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria chamada Leptospira, presente na urina do rato, que penetra no corpo pela pele, principalmente se houver algum ferimento ou arranhão. Essas informações fundamentam a preocupação apresentada pelo sujeito, de que os ratos fossem potenciais transmissores de doença a partir do resíduo contaminado. Idéia Central G – Sim (3 sujeitos, 1 adequada – 11%, 1 aceitável – 17% e 1 inadequada – 17%) Ah, pode. Pão, com certeza. Pode sim, entendeu. É, o mais cedo ou mais tarde pode trazer algum problema. Pão vou falar que não vai trazer, que não pode trazer, mas porque traz. Eu acho que pode. Porque já é por isso que chama lixo, né. Mas se ele ficar acumulado muito tempo, ele chegar a fermentar e transformar em vapor, aí pode. Oh, outra doença que eu vejo que pode transmitir aqui é igual lá, sobre esse negócio dessas agulhas, né. Nesse discurso, os sujeitos afirmam acreditar que os resíduos podem transmitir doenças, embora não sejam muito precisos ao justificarem o porquê dessa opinião. Idéia Central H – Não (3 sujeitos, 1 adequada – 11%, 1 aceitável – 17% e 1 inadequada – 17%) Pão. Sabendo prevenir, né, eu acho difícil. Porque eu acho que, sobre cheiro lá, o mau cheiro, esses “trem”, eu acho que não. Eu acho que, eu acho que se ele ficar pouco tempo não pode transmitir não, né, porque (nome do município) como sendo uma cidade pequena, o lixo não fica acumulado muito tempo. Já nesse discurso, percebe-se a negativa do sujeito com relação à possibilidade de os resíduos transmitirem doenças. Segundo Cavalcante e Franco (2007), um processo habitual de trabalho atravessado pela precariedade naturaliza os riscos, chegando ao ponto de que esses sejam desconsiderados. O modo como o trabalho é realizado vai aos poucos minando a percepção do risco e a utilização dos dispositivos de segurança, pela naturalização das ameaças existentes nesse contexto, pela banalização de falhas minimizadas pelas estratégias de defesa. Pergunta 18 - Você acha que já ficou doente por trabalhar na usina? Idéia Central A – Não (20 sujeitos, 8 adequadas – 89%, 7 aceitáveis – 100%, 5 inadequadas – 83%) Ah....acho que não. Pão, sobre a questão do lixo, não. Pelas doenças aqui do lixo, graças a Deus, até hoje não. Pão, que eu me lembre. Punca, que isso, aqui não. Eu fiquei até melhor de saúde. Por que, Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 211 graças a Deus, o tempo que eu estou aqui, eu tenho sete anos e vai fazer os dois mês e eu nunca peguei atestado por causa de doença aqui. Tem uns que... que chega e... tem uns, se diz, que não sei se é manha o quê que é, que fica doente direto, mas eu acho que não é daqui não. Se não, fosse assim, igualzinho eu e outros aí que são mais velhos... era para ter ficado doente já. Tem mais tempo que está trabalhando. Olha....com relação a...doente, por questão de trabalho na própria usina, eu acredito que não. Eu hoje graças a Deus não, não vou mentir que nunca tive doença não mas...agora, a gente tem que tomar cuidado, né. Porque senão é, pode pegar, né. Até porque a gente tem...equipamento de segurança, embora, né, coisa...mas eu...graças a Deus, não tive problema com relação ao trabalho que eu faço. Eu faço exame direto, né. Quem trabalha aqui tem que fazer...os exames direto. Senão...mais nada. Ah, eu...eu costumo fazer de três em três meses... Que nem, quando eu demorei muito foi seis meses. É verdade, demorei muito. Mas é de três em três meses que eu...que eu costumo fazer. Pem é...não é por obrigação, que eles me obrigam a fazer, não. É por conta e vontade mesmo. Minha mesmo, né. Doente, doente mesmo, eu acho que não, mas a gente não sabe no futuro, né. A gente pode pegar alguma coisa que a gente não está sabendo, né. Pão, no momento, até agora no momento não. Enquanto eu estou aqui, não. Pode ser que pode vir amanhã, mas graças a Deus, até agora não. Nesse discurso, observa-se a crença de que nunca se contraiu doença relacionada ao trabalho na usina, sendo isso inclusive atribuído ao uso dos EPI. No entanto, é também mencionado que alguns colegas “ficam doentes direto”, o que é associado a uma certa “manha”. Segundo Gonçalves (2006), dentre os trabalhadores das usinas de Presidente Bernardes e Martinópolis – SP as reclamações eram freqüentes e as dispensas por motivo de saúde relacionavam-se geralmente à sensação de mal estar e dores de cabeça resultantes das condições insalubres de trabalho. O “ficar doente direto” também pode ser uma manifestação da insatisfação com o trabalho que realizam, sendo essa uma estratégia adotada consciente ou inconscientemente para manter-se afastado dele. Idéia Central B – Sim (3 sujeitos, 1 adequada – 11% e 2 inadequadas – 33%) Já, já sim (fiquei doente por trabalhar na usina), por causa do jeito de trabalhar, né (problema de coluna), esforça, né, a posição. Quando cheguei, tive alguns problemas com alergia, né. Então, graças a Deus nós conseguimos tratar, né. Ah, já perdi um pouquinho da...escuta, a vista já...Porque quando eu trabalhava no, lá no terreiro, porque sai um gás, né, você vira um monte, sai um gás dele, para fermentá-lo. Faz muito mal para...eu uso uns óculos, tem que usar os óculos. Mas mesmo assim faz mal. Por isso que a gente não pode deixar o EPI de lado. A crença de se ter desenvolvido doenças dentro da usina é verificada nesse discurso, sendo citados problemas de coluna e por inalação de gases, alergias, perda de audição e da visão. Segundo Cavalcante e Franco (2007), as atividades realizadas com resíduos apresentam ainda como perigos alguns fatores ergonômicos, pois geralmente demandam o ato contínuo de vergar o corpo ou o carregamento de peso excessivo. Idéia Central C – Talvez (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 212 Se já fiquei....não foi constatado...como pelo trabalho. Nesse discurso, considera-se a possibilidade de já se ter contraído doença relacionada ao trabalho na usina, devido a agentes potencialmente causadores identificados no ambiente. No entanto, essa ocorrência não pôde ser confirmada. Pergunta 19 - O que você pensa do seu trabalho? Por quê? Idéia Central A – Acho digno e honesto (2 sujeitos, 1 aceitável – 14% e 1 inadequado – 17%) Olha, o que eu penso do meu trabalho é que o meu trabalho é honesto como todos outros. É um bom trabalho. Como se diz, é um trabalho digno, né, você não estando roubando, coisa. Eu tenho orgulho de fazer, não tenho vergonha, meus filhos também não têm, é com esse dinheiro que eu sustento eles, eles fazem faculdade e eu pago é com esse dinheiro. Então...o que eu penso é isso. Ser digno e honesto é o pensamento que se tem sobre o trabalho na usina, de acordo com esse discurso, já que é esse trabalho que garante o sustento e a possibilidade de oferecer aos filhos aquilo que não se teve, como o estudo em uma faculdade. No entanto, percebe-se um sentimento bastante negativo associado ao trabalho quando se diz “...é um trabalho digno, né, você não estando roubando...” e “eu tenho orgulho de fazer, não tenho vergonha...”, sendo que esse último trecho não parece ter o seu significado literal e soa mais como uma justificação para si mesmo. Idéia Central B – Acho bom (8 sujeitos, 3 adequadas – 33%, 2 aceitáveis – 28%, 3 inadequadas – 33%) Ah, eu acho bom sabe. É, eu acho bom. Oh, eu até que gosto do meu trabalho. Uai, eu penso que o meu trabalho está bom, né, normal, gosto de fazê-lo. Eu gosto de praticá-lo porque ele é bom, entendeu. Eu, eu acho que querendo ou não eu estou ajudando muita gente que chegou aqui, me perguntou, eu tento colocar um pouco de consciência na cabeça de cada um do que eu, do que eu faço aqui, dos meus familiares, amigos. Eu acho que, devagarzinho, eu acho que eu ajudo muito. Pelo meu trabalho. Ah, eu gosto. Gosto. É um trabalho assim, de todo dia, né, que a gente vai, sabe para onde que a gente vai, não precisa ficar quebrando a cabeça. Ah, hoje eu vou para um, amanhã eu vou para outro, tem dia que fica à toa, né, aqui não, aqui todo dia tem serviço certo, né. Levantou cedo, tomou um café e já sabe aonde vai, né. Mais fácil, né. Ah, eu gosto, eu acho bom. Ah, eu acho interessante que a gente vai aprendendo, né. Eu acho, interessante. É, em resumo, meu trabalho é bom. É muito bom. Observa-se, nesse discurso, que os trabalhadores têm noção da importância e da contribuição social da atividade que realizam, prestando um importante serviço à sociedade. Essa percepção contribui para elevar a auto-estima e a dignidade dessas pessoas, tornando o trabalho mais estimulante. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 213 Idéia Central C – Acho gratificante (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Olha, pelo conhecimento que tem hoje, a visão que eu tenho da época que eu comecei, né, hoje eu tenho uma visão muito diferenciada, pelo conhecimento que eu tenho através do próprio trabalho, né. É...é uma coisa gratificante, é um trabalho de rotina, né. A gente tem uma série de coisas, série de normas a seguir, temos as nossas dificuldades, assim como todo, né, como toda empresa, mas é um trabalho gratificante, porque é um trabalho que reflete na qualidade de vida da minha família, da minha população, da minha cidade. Além do impacto ambiental, né, tem também, isso tem uma influência muito grande na qualidade de vida. Uma cidade mais limpa, mais verde e mais saudável, entendeu? Para mim, para minha família, e para minha (nome da cidade), no caso, né, como cidadão de (nome da cidade) fazendo algo para a melhor qualidade de vida de toda uma população. Apesar de dizer que é um trabalho de rotina, observa-se nesse discurso a satisfação demonstrada pelo trabalhador, especialmente quando ele percebe o quanto evoluiu em conhecimentos desde que ingressou na usina. Esse tipo de demonstração é bastante peculiar. Ele também considera que o seu trabalho apresenta uma contribuição social que faz sentido. Nesse discurso, encaixa-se bem a colocação que Levering (1997) faz sobre o significado do trabalho: “as pessoas desenvolvem o orgulho quando sentem que seu trabalho tem um significado especial. E para sentirem assim, os empregados precisam acreditar que fazem a diferença e devem ter um senso de propriedade em relação ao produto ou serviço que realizam. Além disso, precisam perceber que estes têm algum significado para outros.” Idéia Central D – Acho pouco reconhecido (1 sujeito, 1 adequada – 11%) O meu trabalho...pelo pouco...que ainda é reconhecido mas...se o pessoal prestar bastante atenção...é um dos serviço...bem...feito no...em termo...vão disser, não só na população em geral, que é um trabalho nós estamos...pensando, nós estamos limpando...a área para a população aproveitar. Se eles souberem ajudar a gente a limpar, é um trabalho que tem muito valor. Nesse discurso, verifica-se a menção do sujeito de que o trabalho que realiza na usina é pouco reconhecido. Apesar de perceber que o trabalho que é realizado tem importância, o trabalhador sente falta do reconhecimento por ele. Segundo Locke (1969, 1976), o reconhecimento é um dos fatores causais da Satisfação no Trabalho. Idéia Central E – Acho importante (4 sujeitos, 1 adequada – 11%, 2 aceitáveis – 28% e 1 inadequada – 17%) Importante, viu. Importante, eu estou ajudando a....a preservar o meio ambiente. Estou ajudando, é...é bom para mim, bom não só para mim como para os meus filhos, tenho dois filhos. Então para mim e para os meus filhos é muito bom. Eu acho importante, importante, né. Para a cidade aqui é bom, né, bom porque melhor do que ser o aterro. Porque o aterro, porque o aterro você chega aí joga, aí junta aquela, aquela, né, é urubu, é tudo, mas esse tipo de reciclagem aqui eu acho muito importante. Pode ser até, igual eu te falei, que às vezes, tem dia que a gente está meio, né, meio revoltado, que não Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 214 queira trabalhar, arrumar uma coisa melhor, mas podendo ficar aqui na reciclagem eu acho um trabalho muito importante. Ah, tenho condição de ter um trabalho assim...importante. Eu acho importante, registrado, com os amigos, com os colegas, né. Graças a Deus, é todo mundo bom. Aqui para a cidade, para os morados se conscientizarem, separarem mais. Como eu falei, até nós recebemos a visita de umas, de umas crianças aí, né. Então isso eles ficam todos interessados, né, eles querem saber, eles perguntam, são muito curiosos, né. Mas, é que nem eu falei, se for perguntar: “quem quer trabalhar aqui?”, ninguém quer, entendeu. Mas, eu até no começo, quando eu mudei para cá, eu achava meio estranho, né, porque a gente tem tantas outras coisas para fazer, né. Aí você, de repente você está trabalhando com lixo, né, mas hoje não, hoje em dia eu tenho assim uma visão melhor do que é. Porque hoje, né, indiretamente eu ajudo a cidade, né, eu ajudo a cidade. A gente está limpando a cidade de uma certa maneira, né. Então eu acho hoje que isso aqui é muito importante, apesar de ser um trabalho, né, ruim, né, não é um escritório, todo limpinho, mas a gente acha importante porque a gente ajuda muito a cidade. Por isso é que eu falo, a gente...eu acho interessante a gente receber visitas como a sua também, né. Por quê? Porque as pessoas vêem como a gente trabalha, que não é fácil, né. Então a gente vê a importância que eles dão para isso daqui, né. Porque aqui é o lugar onde a gente...né, devia trabalhar com a cara fechada, né. Mas não, aqui a gente está alegre, tranqüilo, está bem, né. Então...tem nossos problemas, tem, mas eu acho que o trabalho nosso aqui ele é muito interessante, muito importante mesmo. Nesse discurso, observa-se que a principal motivação para o trabalho é a importância percebida e atribuída a ele, o que não é corriqueiro dentre aqueles que lidam diretamente com os resíduos sólidos urbanos. Novamente segundo Emery (1964, 1976) e Trist (1978), mais uma das seis propriedades do trabalho estimulante é a percepção de que ele é uma contribuição social que faz sentido, contribuindo para elevar a auto-estima e a dignidade dessas pessoas. Observam-se vestígios do preconceito sofrido quando se diz: “...se for perguntar: “quem quer trabalhar aqui?”, ninguém quer...” e “não é um escritório, todo limpinho”. Mas o sentimento predominante parece ser de satisfação pelo trabalho que faz sentido: “ah, tenho condição de ter um trabalho assim...importante.”, “...a gente ajuda muito a cidade” e “...aqui é o lugar onde a gente...né, devia trabalhar com a cara fechada, né. Mas não, aqui a gente está alegre, tranqüilo, está bem...” Idéia Central F – Acho igual a outro qualquer (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ah, o meu trabalho é que, é igual ao seu, qualquer é igual ao de todo mundo. Por exemplo que é lixo, com lixo que eu mexo, mas o serviço é igual a outro, o trabalho é o mesmo. O mesmo valor que o meu tem, o seu também tem, qualquer outra pessoa tem. Tem uma turma que a gente discrimina, né, porque é de lixo discrimina a gente, mas o trabalho é igual ao de qualquer um. O salário pode ser menos ou mais, mas até que eu dê certo trabalhando, o importante para mim é isso. Segundo o sujeito desse discurso, o trabalho que realiza na UTC é igual a qualquer outro, com o mesmo valor e a mesma importância. No entanto, percebe-se vestígios de discriminação quando se diz: ”tem uma turma que a gente discrimina, né, porque é de lixo discrimina a gente...”. Idéia Central G – Meu trabalho é meu pão (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 215 O quê que eu penso do meu trabalho...é....é com ele que eu estou sustentando a minha família, né. Então o meu trabalho é o meu pão. Meu trabalho é o meu pão, meu trabalho é a minha família, né, que eu acostumei com todo mundo aqui. Nesse discurso, o sujeito é bem claro: o trabalho significa o “pão” e não importa se é bom ou ruim. Percebe-se um sentimento de gratidão pela atividade que garante o sustento, representando sua sobrevivência e da sua família. Idéia Central H – Não acho um serviço bom não (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Pão é um serviço bom não, mas já garante o dia a dia da gente. Já nesse discurso, o sujeito é ainda mais objetivo: o trabalho não é bom, mas justifica-se por garantir o sustento. Idéia Central I – Acho que ele contribui com o meio ambiente (1 sujeito, 1 adequada – 11%) O quê que eu posso dizer que eu penso do meu trabalho...Todo mundo precisa trabalhar, né. É, quer ver...de uma forma ou de outra eu estou contribuindo com o meio ambiente também, né. É, o trabalho, ele está sendo esse, né. O que a gente faz aqui, quer dizer, quando ele está jogando ao ar livre aí. Trabalhando numa reciclagem nós estamos contribuindo também um pouco com o meio ambiente, né. Nesse discurso, o sujeito diz que o trabalho que realiza contribui para o meio ambiente, demonstrando reconhecer o sentido que ele tem. No entanto, verifica-se que ele é visto também como uma obrigação: “o quê que eu posso dizer que eu penso do meu trabalho...todo mundo precisa trabalhar...”. Idéia Central J – Acho importante, mas gostaria de melhorar (1 sujeito, 1 adequada – 11%) Ah, eu penso, entendeu, que todo mundo quer melhorar. Pão que eu não goste daqui. Eu gosto, sim, não...entendeu, não...vou desfazer, porque aqui também tem a importância, entendeu. Mas é assim...eu gosto do meu trabalho. E...uma coisa assim, eu não me envergonho. Vamos dizer, não é uma coisa assim, entendeu, suja, suja que eu falo tem coisa pior, entendeu, para ganhar dinheiro. Tipo assim, porque tem pessoas que chegam e falam assim: “Possa, como que vocês agüentam.”, entendeu. Então eu não...eu vejo pela parte melhor, eu não preocupo com essa parte, entendeu. Tipo assim: “Ah, eu...vou ficar com vergonha, vou largar.”, não. Tem importância. A minha importância aqui é importância também para mim o trabalho. Conforme mencionado nesse discurso, verifica-se que o sujeito permanece na usina por não ter surgido ainda uma oportunidade melhor e pela necessidade de trabalhar. Vários vestígios de preconceito, discriminação e de insatisfação são percebidos: “não que eu não goste daqui...”, “...não...vou desfazer...”, “...eu não me envergonho. Vamos dizer, não é uma coisa assim, entendeu, Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 216 suja, suja que eu falo tem coisa pior...”, “tem pessoas que chegam e falam assim: “Nossa, como que vocês agüentam.””. Idéia Central K – Tenho orgulho do meu trabalho (1 sujeito, 1 aceitável – 14%) Ah, eu tenho orgulho do meu trabalho. Nesse discurso, o sujeito declara ter orgulho do trabalho que realiza, mas sem se justificar ou dar maiores informações. Idéia Central L – Acho um trabalho difícil de fazer (1 sujeito, 1 adequada – 11%) É um trabalho difícil de fazer, que se faz com companheirismo e coragem. Já nesse discurso, o sujeito considera o trabalho difícil de se fazer, apesar de não mencionar em quais aspecto ele percebe essa dificuldade. No entanto, é interessante a citação de que é com “companheirismo e coragem” que eles conseguem cumprir todas as tarefas diárias, indicando mais uma vez que o bom relacionamento com os colegas de trabalho contribui para que o bom funcionamento da unidade. Idéia Central M – Acho um serviço bem custoso (1 sujeito, 1 inadequada – 17%) É igualzinho eu estava falando para você antes, é um serviço bem custoso, né. A pessoa...aqui em (nome do município), igualzinho eu falo para você, aqui em (nome do município) se souber que você trabalha na usina...depende da pessoa, não falo todas não, né, não pega na sua mão. Se sentar num lugar, igualzinho eu estou de roupa assim, se sentar num lugar, eles saem. Igualzinho chega a pessoa, você não vai, você vê que não dá pé, vê que não dá pé. Chega pessoa da prefeitura, que trabalha na prefeitura sem ser na...aqui dentro, chega aqui, põe a mão no nariz: “Possa, que catinga. Como que vocês agüentam trabalhar aqui?”. Só que eles...e essas próprias pessoas que fazem isso, né, que falam isso, né, é que fazem o lixo. Eles fazem, eles fazem a anarquia deles e nós é que separamos, né. Mais uma vez, nesse discurso, confirma-se um pensamento sobre o trabalho nas usinas: os trabalhadores das UTC estão sujeitos a muita discriminação e pouco reconhecimento. Uma vez mais os depoimentos apresentados causam estarrecimento, diante de tamanha tortura psicológica. Conforme mencionado anteriormente, Velloso et al. (1998) verificaram que os trabalhadores que lidam com os resíduos sólidos não estão só expostos aos riscos físicos, químicos e biológicos inerentes à atividade, mas também estão sujeitos à sobrecarga psíquica de sua identidade social: a proximidade do trabalhador com o “lixo”, faz com que ele seja imediatamente associado ao “lixo”. Assim, conforme mencionado por Carmo et al. (2004), um trabalho sem reconhecimento coletivo pode afetar a auto- Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 217 estima, impossibilitando o indivíduo de confiar nas suas capacidades e de reconhecê-las ou identificálas em si. Isso pode levar a uma baixa qualidade do trabalho. Pergunta 20 - Você gosta de trabalhar na usina? Tem vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê? Idéia Central A – Gosto e tenho vontade de continuar (15 sujeitos, 5 adequados – 55%, 7 aceitáveis – 100% e 3 inadequados – 50%) Gosto, eu gosto do meu trabalho, eu gosto do trabalho. Ah, porque eu gosto daqui. Gosto, estou (satisfeito). Gosto muito de trabalhar aqui. É, eu tenho vontade de continuar trabalhando, eu fico aqui até quando eles me quiserem aqui. Eu só saio daqui o dia que eles me mandarem embora. Com certeza. É um trabalho que eu hoje gosto, eu..né, você passa a conhecer e saber da importância que é o trabalho, você automaticamente passa a criar um certo...amor pelo...o que a gente faz, assim como o pessoal da (nome da universidade), com...mais precisamente como...a (nome da engenheira), que acompanha a gente desde o início, ela tem um carinho muito grande...por (nome da cidade) e mais precisamente...pelo trabalho que é feito aqui, né, através da parceria com a (nome da universidade). É o carinho que a gente tem com o próprio trabalho, através do dia a dia você passa a conhecer e ter um certo amor...pelo seu trabalho. Faz-me bem trabalhar aqui, saber que eu venho para cá trabalhar me faz bem. É um serviço cansativo, né, mas...gosto de trabalhar sim. Gosto, eu gosto de trabalhar aqui. Tem uma equipe aí muito boa, divertida, né, é muito boa. Então...é igual eu falo, que se hoje eu sair daqui eu vou ficar triste, né, tanto porque eu não vou estar mais contribuindo com a população, né, e também deixar os amigos. Eu gosto. A gente tem uns momentos bons, uns momentos ruins, mas eu gosto. É melhor do que lá embaixo. Muito melhor. Eu penso em ficar aqui até aposentar, se Deus quiser. Chegar lá, né. Tenho (vontade de continuar trabalhando na usina). Tenho vontade, não tenho interesse de parar por aqui não. Eu gosto. Ah, eu não saio daqui não, só se eles me tirarem daqui. Para mim sair eu não saio não. Gosto do meu trabalho. Gosto das pessoas com quem eu trabalho. Gosto do encarregado. Pão é porque está na frente dele não porque eu falo para as pessoas, eu falo por traz também. Porque eu não sou homem de falar as coisas por traz, eu falo na frente. Gosto muito dele, conheço ele há muito tempo. É uma pessoa honesta, responsável. Então eu tenho tudo que eu preciso num trabalho digno, honroso, eu tenho aqui. Eu gosto do meu trabalho. Uai, porque é um serviço assim firme, né. É um serviço ativo, não dá preocupação para a gente. Você levantou cedo e sabe aonde é que vai. E é importante o trabalho aqui igual da triagem aqui é um trabalho importante. Gosto, gosto de trabalhar. Sem preconceito, como se diz, né, porque muita gente que tem preconceito, “Ah, trabalha no lixo e tal, que não sei o quê”, e eu não, eu normal. E aí, acho que é um trabalho assim, digno, como outro qualquer, desde que você esteja ganhando o seu dinheiro honestamente. É que eu já acostumei, né, todo dia de manhã, levantar, vir para cá, fazer as mesmas coisas, né, eu acho interessante. Vai aprendendo mais, né. Eu gosto. Ah, tenho (vontade de continuar trabalhando), eu não saio daqui não, só se eles me tirarem daqui. Para mim sair eu não saio não. Eu, minha vontade é de ficar, né, mas vem outros prefeitos, que talvez se apoiou fulano, aí não presto. Aí tira você daqui e põe você lá na rua.. Eu tenho. Eu gosto de trabalhar aqui. A turma é boa, então...se tivesse alguém que fosse, vamos supor, um companheiro, né, que não combinasse com a gente aí era diferente. Agora a turma aqui toda é unida, então, torna o ambiente agradável. Eu gosto do meu trabalho que, é o dia a dia que a gente mexe aí, sabe, quer dizer, a gente aqui no meio da turma aqui, a gente tem uma família aqui e outra lá, né. Bom, todo mundo bom. É, isso é mesmo. Uai, não é. Aqui nós somos uma família no serviço, ué. Gosto por que...tipo eu acostumei, sabe assim, eu gosto muito de...isso aqui a gente não está, no caso, nem trabalhando, a gente está é ajudando, né. Se for levar pelo lado conforme eu Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 218 estou é ajudando a...a população. Por que...você já pensou se não fosse a gente? (rs) Você tinha que pegar o lixo da sua casa e colocar no seu terreiro? Ah......, eu creio que sim, viu. Eu tenho vontade, né, de ficar aí ó, está bom demais. É quinem eu estou te falando, é por causa disso mesmo, de continuar ajudando...ajudando, porque hoje, hoje que pertence a mim meu caso, mas amanhã pertence o futuro dos meus filhos. Tenho, muita (vontade de continuar trabalhando na usina). Principalmente agora se começar com a coleta seletiva. É, eu vejo que eu vou trabalhar bem menos, bem menos esforço, aquele esforço danado. Eu acho que vai ser um trabalho mais lento um pouquinho, você vai descansar um pouco mais. Porque tem vez que você chega em casa e você quer só cama, dormir, de tanto cansaço. Então eu acho que nós vamos esforçar menos fazendo mais, se vier a coleta seletiva. Porque aqui é mais afastado, é sossegado, você não está lá no olhar dos fiscais que não tem o que fazer e fica só olhando a gente, porque na rua é fiscal todo mundo, né. Então, é igual eu te falei, um tiquinho que você parar para descansar fica todo mundo um tiquinho incomodado que você parando. Aqui, né, por mais que eles incomodem, eles não estão aqui perto, estão longe. Falar mal da gente de longe não tem problema, não. Nesse discurso, prevalece o sentimento positivo que parece sincero, declarado pelo amor que se tem pelo trabalho e que motiva a permanecer. Quando os sujeitos dizem que gostam do trabalho que realizam e que têm vontade de continuar, justificam pela importância do trabalho, pelo vontade de ajudar ou pelo bom relacionamento com os colegas. É interessante destacar a citação de que a implantação da coleta seletiva seria um fator a mais de motivação para os trabalhadores: ”... eu acho que nós vamos esforçar menos fazendo mais, se vier a coleta seletiva.” Ressalta-se que, dentre os sujeitos que proferiram esse discurso, destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “aceitáveis” pelo IDUTC. Idéia Central B – Gosto, mas tenho vontade de sair (4 sujeitos, 2 adequados – 22% e 2 inadequados – 33%) Eu gosto de trabalhar aqui. Tem hora que a gente fica com raiva de certas coisas, mas... é bom, eu gosto de trabalhar. Gosto. Pão, vontade eu tenho, entendeu, a gente precisa de trabalhar tem que, posso falar que não depende, que não precisa assim, precisa de continuar, mas é que a gente precisa, entendeu. É, entendeu, até aparecer um que, entendeu, que seja da vontade da gente também. Ah, tenho vontade, mas eu tenho vontade de sair daqui ir, para um lugar melhor. Eu...penso...não, a gente nunca pensa em ficar numa coisa (rs). Ah, eu tenho vontade assim, de fazer uma coisa, outra coisa para melhorar, entendeu. Porque é importante também você procurar melhorar. Mas enquanto isso não aconteça...Penso, em melhor, né. Ter melhora. Que a gente tem que caçar o melhor para a gente. Mas...nunca desfazer do lugar que a gente trabalha, né. Mas, no momento eu penso em ficar aqui. Porque eu gosto de trabalhar. A gente quando gosta de fazer uma coisa, é bom trabalhar. Mas eu gosto de trabalhar aqui, no caso. É bom, não acho ruim não. Progredir, caçar um serviço melhor, um salário melhor. Esse discurso pode resumir grande parte das constatações que já foram realizadas ao longo dos demais discursos, nos mais diversos questionamentos: há uma mistura de emoções e sensações relacionadas ao Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 219 se eu não tiver outra oportunidade. que a minha vontade é eu fazer outro concurso. por desejo de progredir. ficaria aqui sim. o fato de permanecer na usina está vinculado somente à não ter surgido ainda uma oportunidade Programa de Pós-graduação em Saneamento. Diante desse discurso. apesar de não dizer diretamente nesse discurso. que muitas vezes se contradizem. das 7 às 3. à toa. apesar de deixar transparecer que não gosta dele: “Eu não acho ruim não. Resgatando novamente as propriedades do trabalho estimulante. 1 aceitável – 14%) É igual eu falei. enquanto. Idéia Central D – Continuo enquanto não consigo nada melhor (1 sujeito. apresentando estabilidade no emprego. o que deve ser levado em conta quando alguns dizem que pretendem continuar trabalhando nas usinas.. o que é legítimo.trabalho nas usinas. Idéia Central C – Não acho ruim não. É um ambiente tranquilo. tem um horário bom de parada. se eu puder continuar. Ao mesmo tempo em que se diz gostar do trabalho na usina. tem-se dentre elas a possibilidade de estabilidade no emprego. Mas fora isso. A mesma estabilidade é mencionada por Locke (1969. né. que possivelmente foi o que o atraiu para o trabalho na usina. Está tranquilo se fosse para ficar. acho bom. É. mas no momento. não saio assim. mas não num. 1976) como um dos fatores causais da Satisfação no Trabalho. eu não acho ruim trabalhar com lixo não”. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 220 . . para mim qualquer um trabalho. se eu arrumar outra coisa melhor eu até sairia. acho bom. de melhorar. Mais uma vez. 1976) e Trist (1978). O sujeito demonstra não gostar do trabalho. o fato de permanecer na usina está vinculado à não ter surgido ainda uma oportunidade melhor e à necessidade de trabalhar. tem um horário bom de parada. à toa assim. não saio não. são os benefícios do serviço público. Conforme mencionado. Observa-se aqui que a intenção dos entrevistados é de não permanecer trabalhando nas usinas. 1 adequado – 11%) Eu não acho ruim não. Serviço está muito difícil. deve-se relembrar também que a quase totalidade dos entrevistados é servidor público municipal. eu não acho ruim trabalhar com lixo não. demonstrando que o ele busca é mais que uma oportunidade melhor. O entrevistado diz que gostaria de fazer outro concurso. justifica-se pela necessidade de trabalhar ou pelo costume. É um ambiente tranquilo. mas gostaria de ter outra oportunidade (1 sujeito. Apesar de que aqui tem dia que a gente cansa. Aqui o sujeito parece tentar justificar a sua permanência nesse trabalho. citadas por Emery (1964.. é igual a qualquer um. porque se você está trabalhando na usina de reciclagem.. a população é difícil.. Tem muitos colegas meus que.igualzinho quando eu vim trabalhar aqui. mas a gente trabalha porque precisa. eu tinha saído daqui fazia tempo já.da insalubridade que eu ganho.. né. não “rasgo” muito não..melhor e à necessidade de trabalhar.. você sabe que você está em um serviço é bom. Quer dizer que. ficavam me “zoando”. Eles discriminam a gente. quando eu comecei. o trabalho precisa ser realizado. Vontade (de continuar na usina)? Penhuma.. não está nem aí para nada.”.. fala a verdade. pelo fato.Em sua opinião. mas você vai ganhar o mesmo salário.. 4 adequadas – 44%. Ah. Nesse discurso. tem muitos colegas meus que ficavam me “zoando”: “Ah. está dependendo de marido ou de família mesmo. está pior do que eu. Está dentro de casa.. a da precarização e a ainda maior do desemprego. né. Eu prefiro ter. 1 inadequado – 17%) Gostar. sabe. para mim não faz diferença não. eu.mas nós estamos aqui não é porque a gente quer. Segundo Cavalcante e Franco (2007). Antunes (2001) diz que as pessoas vivem hoje sujeitas a diversas violências. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 221 .o meu serviço e não ficar dependendo de ninguém. muitos acham isso aqui uma tremenda porcaria. credo! Você trabalha no lixão? Possa. Pergunta 21 .. gostar. se trabalhar. é igual eu te falei no começo. tomate. ah não.coisa para arrumar um serviço. Pão estou discriminando ninguém. Cada um tem uma opinião. Idéia Central E – Não gosto e tenho vontade de sair. observa-se a plena consciência da insalubridade do trabalho realizado nas usinas.você é doido”. muuitos: “Ah. não. esses “trem”. credo!”. não. independentemente dos impactos negativos que possam causar na saúde.. mas preciso trabalhar (1 sujeito. a população olha a gente assim com discriminação. É. Mas se fosse para eu mudar. não. Se já tivesse surgido essa oportunidade. Falam mal da turma: “Onde você trabalha? Lá no lixão?”. sendo citado inclusive o adicional de salário que é recebido por conta disso. Eles falam desse jeito.é. acham um lixo (rs)... assim: “Você vai para a cidade. discriminam mesmo.. tem muitas pessoas. você podia ter outro serviço!” É assim que eles falam. E às vezes quem está falando isso “Ah. a do trabalho. Ah. chuchu. Mas hoje eles mesmos falam: “Você sabe que você fez foi coisa certa”. pois é meio de sobrevivência. hoje eles estão assim: “É. 2 aceitáveis – 28% e 1 inadequada – 17%) É.. Ah. certamente ele já não estaria ali.. assim. Com relação a essa situação. o pessoal aqui não tem a mentalidade avançada. Para falar a verdade. muito pior.” Aí hoje eu. mas eles têm que evoluir. muitas pessoas me “zoavam”.é que não vai acontecer isso nunca. né. mas antes. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? Idéia Central A – A população tem preconceito (7 sujeitos.está trabalhando no lixeiro... Igualzinho antes de eu vir para cá eu trabalhava em horta. isso não. trabalhando no lixo. É. pelo. Aí eu saí de lá e vim para cá e muitos colegas meus que “zoavam”. Os próprios Programa de Pós-graduação em Saneamento. o raciocínio revelado nesse tipo de declaração é bastante primário: perigoso ou não. Olha. estão rebaixando a gente. Mas eu não ligo para a opinião deles também. né... é porque precisamos trabalhar e estamos mexendo com o lixo que vem das nossas casas. tem segundo grau completo. Eu não ligo mesmo. não tem. É igual eu te falei..para mim “está de bom tamanho”. Programa de Pós-graduação em Saneamento.. entendeu. Eu saldando as minhas dívidas e dando para eu comer. um trabalho sem reconhecimento coletivo pode afetar a auto-estima. entendeu.. eles vão ver que isso daqui não é só uma porcaria. confirma-se um pensamento sobre o trabalho nas usinas. Porque a gente que é funcionário. Isso pode levar a uma baixa qualidade do trabalho. né. a gente escuta assim. na cara. químicos e biológicos inerentes à atividade. porque eles não sabem como que é aqui. Assim.acho que até. eu não os culpo. São pessoas que. eu acho que quem trabalha na usina é mais importante do que os que estão em casa. Acham que é um trabalho.não. mas também estão sujeitos à sobrecarga psíquica de sua identidade social: a proximidade do trabalhador com o “lixo”.colegas meus ficavam me “zoando” porque eu trabalhava aqui... dá para minha família. lá vai o lixeiro. Também às vezes a pessoa não tem uma visão de que nós estamos trabalhando aquilo que eles jogam fora.acham que não tem muito valor. ela podia fazer isso? Ela acusou nós que estamos aqui de sermos burros. eu não.pobres. uma professora falou para os alunos: “Se vocês não estudarem. A população tem o direito. né. escuta assim: “Ah.. Mas eu.são pessoas. É o que eu. Eles falam: “Ah.. tem uns que reconhecem. é porque. não “rasgo” muito para isso não. Quem recebe para separar são vocês. se eles tiverem essa consciência.. Por quê? O quê que nós estamos fazendo? Pós estamos fazendo bem para a natureza. (1998). de fazer essa votação. não importo com isso não. né. vocês não têm serviço lá em cima.. impossibilitando o indivíduo de confiar nas suas capacidades e de reconhecê-las ou identificá-las em si.. manteiga.” Pesse dia a professora ouviu da boca deles. Então. Nesse discurso. né.eles vão ver que a usina tem muito valor para a cidade. por ela ser professora.. eu posso misturar tudo e vocês separaram lá. Porque na rua. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 222 . Mas.de espírito. né. fala.” Eu.. Ficavam assim com aquele preconceito com a pessoa que mexe. lá vai o gari.quando vai passar por perto. Porque a gente separa. É igual (nome da Secretária de Meio Ambiente). É isso. olha onde vocês vão parar. isso daqui é..é o que eu estava falando.. essas coisas. Diante dos depoimentos apresentados. É isso aí. (2004). o importante é isso. mas se a gente separar em casa.. são pessoas que não têm coragem de encarar nada. entendeu. É uma vergonha para ela (ter sido retrucada pelas crianças). fazem novas embalagens e estão lá eles também usando as embalagens. eles vendem. começou aqui. A partir do momento que começar a prejudicar. mas tem uns que. conforme mencionado por Carmo et al..até debocham. então. Locke (1969..” Quer dizer... é difícil imaginar como manter a autoestima elevada diante de tamanha tortura psicológica. porque ao falar isso com os meninos eles pegaram e responderam para ela: “O lixo vem da sua casa”. graças a Deus. Eles não param para pensar que a sacolinha que eles usam vem aqui que nós a trabalhamos. Durante uma visita. né.muito sujo.eu não preciso preocupar com o lixo da minha casa... os trabalhadores que lidam com os resíduos sólidos não estão só expostos aos riscos físicos. eu não importo com isso porque eu estou ganhando o meu dinheiro... então.... Eu penso que tinha que vir a população aqui para ver a realidade. trabalham. Segundo Velloso et al. eles não sabem que aqui. né. E aí falam assim.nós transformamos a porcaria em coisas valiosas. 1976) também menciona o reconhecimento como um dos fatores causais da Satisfação no Trabalho. O frasquinho de detergente... cujos vestígios já foram encontrados em discursos anteriores: os trabalhadores das UTC estão sujeitos a muita discriminação e pouco reconhecimento.começou aqui. é.. mas é porque ainda não está sendo prejudicado. a gente passa na rua e muitos de nós somos discriminados porque trabalhamos na usina. né. Mas eu não me preocupo muito não.... faz com que ele seja imediatamente associado ao “lixo”. é uma referência. né. é o reconhecimento e o apoio. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 223 . O nosso lixo lá.é gratificante para a gente e faz valer a pena o trabalho do dia a dia.. No entanto. né.que.. se eu achar.. você não acha isso lá na usina não? Você não acha aquilo outro na usina não?”. o que é muito importante e satisfatório. sabem onde eu trabalho. 3 aceitáveis – 43%) Olha. entendeu. às vezes eles vem cá e elogiam a gente. Enfim. se pudesse. é mencionado que a população reconhece e elogia o trabalho que é realizado nas usinas. a gente é. né.. se têm. eu acho que eles pensam que é um trabalho bom também. Aqui todo mundo gosta de trabalhar aqui. Tem pessoas que. as pessoas acham um trabalho como outro qualquer.. se conhecem é através de livros e revistas ou alguma. Então. salienta-se que uma última e talvez das mais relevantes propriedades do trabalho estimulante.graças a Deus. cada um. E muita gente queria vir para cá e estar aqui no meu lugar. é.é. Já nesse discurso. definidas por Emery (1964. eu penso que eles devem achar que é muito bom. do. Entende? Então é a coisa.graças a Deus a gente é bastante elogiado..tem o conhecimento do nosso dia a dia.. É o.por que. Eles falam... Ah. eles devem achar até Programa de Pós-graduação em Saneamento. né e falam.. mas o nosso dia a dia poucas pessoas conhecem. porque trabalha no lixo.. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “adequadas” pelo IDUTC. da é. trabalhador. né..com o lixo. né... embora poucas pessoas.a gente fica grato por isso. as pessoas me conhecem.. mesmo diante de tudo que já foi dito. né. Mas a gente vai fazer muitos elogios.. algumas pessoas elogiam e falam. Igual eles deviam falar que para trabalhar com lixo não é fácil. Os que têm o estômago mais fraco. num fala não. 1976) e Trist (1978). Idéia Central B – A população reconhece e elogia (4 sujeitos. Tem gente que às vezes.pelo fato assim: “Possa”. né. é.Ressalta-se que. né. porque o povo de (nome do município) é povo humilde. é o (nome do entrevistado) lá da usina. né. para trabalhar?” Que aqui é muito difícil você arrumar emprego.. se não falam.. Mas. Pão tem costume assim. é tratado assim. admiram assim. não ficou. né. deve achar interessante..elogiam. Durante a coleta dos depoimentos.reportagem. elogiam a gente e a gente fica satisfeito..o nosso trabalho.. inclusive sendo às vezes contraditórios com respostas dadas a questionamentos anteriores. tenho certeza disso. Então... Então é. é. Eles acham.que. Muitas vezes as pessoas perguntam: “Lá não tem vaga não. todo mundo. né. Ou senão fala: legal! Lá é bom de trabalhar? Mas. né.. 2 adequadas – 22%. 1 adequada – 11%. tiver bom e te servir. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. acha bom. né.às vezes.assim como um todo... é o prefeito de (nome da cidade).. ué. tem pessoas que. as pessoas aqui não têm preconceito. Às vezes a pessoa vai lá em casa perguntar: “Ah. já passou aqui e não continuou.. a gente é bastante reconhecido..releva. eu trago para você.. percebeu-se um excesso de otimismo de alguns trabalhadores ao fazerem essa declaração... 2 aceitáveis – 28% e 3 inadequadas – 50%) Uai. ele é dessa forma...da cidade. Tem uns que não sujeitam a trabalhar aqui por causa de estômago fraco. então ele não tem aquele preconceito que certas pessoas têm. Então eu falo assim: “Oh. Pa minha opinião.. que faz valer a pena.. e tem o orgulho de poder falar do trabalho que. porque gostam.um trabalho normal.né.o município está de parabéns pelo trabalho que é feito.. o meu trabalho. os que dão certo ficam aqui.. queria trabalhar. pôde-se perceber que existe sim uma parcela real de reconhecimento da população para a atividade. Idéia Central C – A população pensa que é bom (7 sujeitos. de.”.... é uma coisa que. Pão é fácil trabalhar com lixo. como se diz. eu penso que sim. . Segundo citado pelos sujeitos.. Idéia Central F – A população acha que ficamos à toa (1 sujeito. Então. no caso. né... muito assim. né. Ressalta-se que.. ah.sei. um ressentimento com relação à não colaboração da população.. eles devem achar assim. né. entendeu.. né..não. entendeu.. mesmo. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 224 . todo mundo fala que é bom. Eles acham que é porque é um serviço de mexer com lixo.um. 1 inadequada – 17%) Ah. entendeu. É mencionado que as pessoas costumeiramente perguntam sobre vagas disponíveis nas usinas.Todo mundo que eu vejo falar.. né. quem não quer ajudar. Mas. a população pensa que o trabalho que realizam na UTC é bom porque faz a limpeza da cidade.impossível quem. outros já não interessam.bom. né (rs). Segundo o sujeito. dentre os sujeitos que proferiram esse discurso. não têm nenhuma consideração. Considerando-se que os funcionários de UTC fazem jus ao recebimento da insalubridade. Observa-se. porque. Ah. que é bom para eles.. uns são interessados em trabalhar nesse serviço que a gente trabalha..eles têm que ficar conformado com isso.o mundo da gente. pensa que aqui é área de risco. a população pensa que eles trabalham em uma área de risco. né. entendeu. deve achar bom. porque nós fazemos é em benefício deles mesmo. entendeu. Idéia Central D – A população não pensa nada (1 sujeito. Estou ajudando a eles e. 1 aceitável – 14%) Pão pensa nada. essas coisas à toa. eles separavam o lixo e mandavam para nós trabalharmos aqui melhor.. a população não pensa nada sobre o trabalho que é realizado nas usinas. Idéia Central E – A população pensa que é um trabalho em área de risco (1 sujeito. Segundo o sujeito. entendeu. o pensamento da população não está de todo equivocado. nesse discurso. Eu acho que eles acham bom. simplesmente não pensam. É.. No entanto. Sendo assim. Se eles pensassem melhor.a preservar o. fora do normal. Eu penso que eles devem pensar que é muito bom para eles e para mim também. para alguns. 1 adequada – 11%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. É por causa da área de risco. com a limpeza. aí. é fato que o trabalho que realizam está sujeito a um percentual de risco à saúde acima do normal. o serviço. entendeu. cita-se que “os que têm o estômago mais fraco“ geralmente não continuam no emprego.. destacam-se aqueles oriundos de UTC classificadas como “inadequadas” pelo IDUTC. Todo mundo acha que. limpar a cidade... Eles não pensam nada. né. já que não contribuem para que as atividades na unidade sejam realizadas de uma maneira melhor. inclusive identificando resíduos que possam causar risco. às vezes. a população ignora o trabalho que é realizado nas usinas e.. geralmente a população não têm esse cuidado. não separam os resíduos. 1 inadequada – 17%) Ah. Então aí é. fazer o que. eu estou falando para você. Aí a pessoa não vai pegar. tem pessoa que se ignoram com isso.. né. Eu conheço muita gente que acha assim..modo de falar... o sujeito declara que a população pensa que os funcionários da usina ficam “à toa”. eu já ouvi muito isso aqui. Tem pessoa que põe no meio do lixo.Ah. tem muita gente que fala que isso aqui é dinheiro da prefeitura jogado fora. mas tem pessoa não fazem nadinha disso. mas usando o termo de ignorância. com relação à coleta seletiva.. como o vidro. Podia entrar alguém e fechar isso aqui. Idéia Central H – A população ignora (1 sujeito. a ponto de pensarem que os trabalhadores permanecem na unidade sem fazer nada. Idéia Central G – A população pensa que temos que separar o lixo que vem misturado (1 sujeito. de qualquer jeito. para ir embora cedo. Segundo o sujeito.eles tinham que fazer isso.homem. que aqui a gente fica à toa. Esse relato demonstra que a população do município desconhece completamente o trabalho que é realizado nas usinas.. eles põem um aviso..se eles fizerem anar. joga lá para dentro. Mandam para cá de qualquer maneira. Ainda mais uma vez a não colaboração da população é citada em um discurso. não separam o material e às vezes acham que até nós não fazemos o trabalho certinho. Você é obrigado a fazer isso e ela joga o que quiser. com a demonstração de um certo ressentimento por parte do sujeito. 1 adequada – 11%) A população tem pessoas que às vezes ignoram.. né. tem muita gente que acha que isso aqui é dinheiro jogado fora. fica mais fácil compreender a falta de colaboração que ocorre costumeiramente entre a população e os funcionários das UTC.nós somos obrigados a fazer o que eles.eles não.a coisa mais importante que tem. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 225 .. diante disso. Conforme verificado nesse discurso. Animal morto.. vem separado. Às vezes acontece. eles. No entanto. Ele menciona que há pessoas que têm preocupação com os funcionários da UTC. De vez em quando. eu acho que eles acham que é uma perda de tempo. A falta de colaboração da população e a sensação desagradável de trabalhar com resíduos misturados são mais um vez citadas nesse discurso. eles põem numa caixa e escreve “vidro“. eu. Ao invés de ir para frente o “trem” vai é para trás. aí joga ali. e não fazem a separação. pensam que eles não executam as atividades adequadamente para terminarem o expediente mais Programa de Pós-graduação em Saneamento. porque é muita sacola. É. ignoram e aí não põem o material separado em casa. vem aquele. vai a abre aquela sacola. às vezes a pessoa que trabalha aqui em cima não vê. Diante de tamanha desinformação. para ir às vezes... entendeu. né.. Além disso. faz anarquia lá na casa deles. do ponto de vista meu... liga na prefeitura que tem um animal morto. Tem uma fama. dentro da sacola. nós somos obrigados a por a mão naquilo. Às vezes vem vidro.o animal morto é pego e separado. mulher. Tem umas pessoas que fazem isso assim. que eles não separam não. Igual eu tava te explicando.. que acontece. não. a pessoa que acha as coisa. né: lixo.” “Engraçado. Porque acha que. Eu fui respondendo e falando (rs).. mas no momento assim. Eu acho assim. dar uma palestra. resistem em colaborar. de trabalho mesmo. Muita gente não sabe o quê que é uma reciclagem não. né. “Você nunca foi numa reciclagem? Você como médico? Pé.. (15 sujeitos.cedo. Mas a ciência mesmo da coisa eu acho que não. não tem história nada.não sabem o quê que é uma reciclagem.. possivelmente por isso. até na caixa (risos). É. eu acho que o que eu já falei já falei tudo. não vou falar não. é umas coisas assim que a gente. Os que não trabalham aqui não sabem o quê que é uma reciclagem. poder ir lá. Veio uma Makita novinha.não. Ah.. eu acho que não. que eu fui consultar. Já falei tudo. 1 inadequada – 17%) Teve sim. que eu me lembre. 5 aceitáveis – 71% e 4 inadequadas – 67%) Olha. né. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 226 . Eu acho que eles imaginam um lixão. já disse tudo que gostaria. Eles pensam que nós somos um lixão... eu acredito que não. resistem em colaborar. Programa de Pós-graduação em Saneamento. verifica-se que os entrevistados consideraram ter esgotado tudo o que gostariam de dizer sobre o trabalho nas usinas. a pessoa: “Ah. Pão. Ah. Às vezes pode ter acontecido alguma.. só isso mesmo.só mesmo. Eu acho que sim. Eu falei: “Eu trabalho na reciclagem.. não...porque não entende...Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na usina? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? Idéia Central A – Não.reciclagem. Teve uma vez que eu conversei com um médico. Também mais uma vez o relato demonstra que a população do município desconhece o trabalho que é realizado nas usinas e. poucas pessoas mas que não.. aí ele falou assim: “Você trabalha aonde?”. Acho que ninguém quer vir ver o quê que é. Idéia Central I – A população não sabe o que é (1 sujeito. né.”. no momento. Pelo. o que eu deveria falar já.. mas é isso. o colega meu que achou a Makita.. não tem não. para a turma. tipo assim. não tem não. Realmente considera-se que os depoimentos obtidos foram muito interessantes e bastante ricos em informações. Esse relato demonstra explicitamente o que já havia sido constatado em diversos discursos anteriores: a população dos municípios desconhece o trabalho que é realizado nas usinas e. Pão. Eu é que agradeço por me interrogar aí. né.. Ah.”. Eu acho que é isso..eles logo vão é..a pessoa vem. Ah.. a questão aqui eu estou só disponível mesmo.. olha o lucro. né. E até hoje ele não veio. Eu. não vou lembrar muito bem não.pouca experiência que eu tenho até. Pão. 6 adequadas – 67%. Pergunta 22 .. história não. Eu acho que sim.deu foi. Como funciona lá?”. vem para trabalhar e acaba tendo lucro ainda. né.. 1 adequada – 11%) E eu acho que tem muita gente aqui em (nome do município) que não sabe o quê que é uma reciclagem. tem hora que a gente fala assim: oh.não tenho muito a comentar não. desse jeito. Idéia Central B – É lucrativo encontrar pertences de valor (1 sujeito. tem muitas coisa assim. possivelmente por isso. Pão (me lembro de nada). Igual eu te falei aquela hora. Nesse discurso. Tem muita história boa. apesar de esgotados os temas. Só coloca o chip e sai falando. eu não. Apesar de esgotados os temas.. ele chega e comenta: oh. Também apesar de esgotados os temas. eu falo como um cidadão de (nome da cidade).. nesse discurso. já que a possibilidade de “ganhos extras” parece ser aqui um importante fator motivador..a hora mesmo da refeição.. o objetivo é chegar nas escolas. fazendo alguma coisa para melhor qualidade de vida de toda. Programa de Pós-graduação em Saneamento. No decorrer dos diversos discursos observou-se a falta de interesse. Vira e mexe acha telefone celular aí..vice-versa. Idéia Central E – Não. Pegócio de achar relógio.foi uma pessoa lá na escola. especialmente os novatos. né. né. Isso para um pai chegar para o filho e falar. conhecimento e colaboração da população com relação ao trabalho nas UTC.Ganha o salário e ganha o lucro. tinham como motivação o desejo de ganhar rapidamente mais dinheiro e competir com os colegas.. que. Idéia Central C – É difícil lidar com a população (1 sujeito.. 1 aceitável – 14%) Ah não.. Isso é falta de estar orientando as escolas. né. igual eu falei e volta a repeti. fala assim.eu. pai. verificou-se a necessidade de enfatizar que pertences de valor são constantemente encontrados durante a triagem.. Entendeu? É uma coisa que gratifica. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 227 . já que essas têm grande facilidade de assimilação e poder de projeção no ambiente familiar. falou isso.uma população. é difícil.é muito mais fácil o filho chegar para o pai e comentar do que o pai chegar no filho e comentar. telefone. teve-se a necessidade de enfatizar a dificuldade de lidar com a população.. Muito complicado. se a gente fosse escrever um livro. Talvez algo semelhante possa ser observado nesse discurso.. a hora mesmo que tiver. tem muita coisa. Idéia Central D – O trabalho é gratificante (1 sujeito. desde que se conheça o verdadeiro sentido daquilo se realiza. A gente brinca aqui.. orientou. Sempre ele vai comentar ou a esposa com o esposo... Mais uma vez.. eu. nesse discurso.. de educação ambiental. Cavalcante e Franco (2007) verificaram em estudo com catadores de um aterro sanitário.. Começa a pensar assim dessa forma. o que foi definido como “lucrativo”. 1 adequada – 11%) A população em geral. que deve ser iniciadas com as crianças. Eu acho que o principal..eu acho que é. mas aqui tem muita história (1 sujeito. São.. você mexer com o pessoal é muito difícil. Esse discurso atribui esse fato à falta de orientação.como um funcionário da prefeitura. houve a necessidade de se enfatizar o quão gratificante pode ser um trabalho. causando importantes impactos nessas unidades. 1 aceitável – 14%) Pé. dava um livro. apesar de todas as dificuldades encontradas. Muita história boa e ruim também. porque o filho. a gente está tentando ajudar uai. engraçadas. de cisterna.. porque está difícil. as pessoas vão ver que o lixo.tentando ajudar. bom demais mesmo. você está lá para ganhar dinheiro.. trabalha o dia todo..né.Nesse discurso.. se toda cidade fizesse isso aí. o sujeito quis destacar as histórias já vividas na UTC. Ganhar dinheiro você ganha em qualquer lugar.interessante é isso mesmo gente. Idéia Central F – Tinha que fazer a coleta seletiva (2 sujeitos. está esse córrego aí. É só isso que eu tenho para falar. mas.esqueci o nome aí. hoje não está 100%. Pão. seis minutos... trabalha na sombra aqui”. então a gente tem que.nesse país nosso aí. vai pegar o dia todo e fazer para você ver... acontecem coisas inusitadas. a usina.. Pão Programa de Pós-graduação em Saneamento. ó.de... Pão. boas e ruins. é. Tem gente mesmo que chegou aqui e olhou “isso é sossegado demais. de mato. como uma última questão a ser destacada.o universo pertence a gente. que o trabalho que realiza contribui para o meio ambiente. ela não é aquilo que as pessoas vêem.. você vê que. Você vai ali. como última consideração.na Terra quem fica no comando aqui é a gente. Então aqui. Então. você poluindo a cidade você ganha dinheiro. floresta. igualzinho eu te falei. A gente está lá ajudando (rs)..né. Você vê aí. uma semana inteira para ver.lixo jogado no meio de. da usina eu acho assim em minha opinião toda cidade teria que ter uma coleta seletiva. né. Pão é a questão.. né.. Hoje o. 1 adequada – 11%) E ainda tem as pessoas olhando assim: “que serviço fácil de fazer”. não tinha mais. ó. você ganha dinheiro.. eu falo que hoje eu não quero sair daqui porque aqui é um trabalho interessante. dar uma melhorada aí no. 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) Pão. né. o sujeito coloca.. mas não é tão fácil como parece. demonstrando satisfação e motivação ao reconhecer o sentido que ele tem. faz um bocado de “trem” aí... 1 adequada – 11% e 1 inadequada – 17%) Pão. é. né. né. Tomando banho já. está melhorando bastante. não tenho. Possa. foi uma benção para a cidade.. Tem que ver que parece fácil de fazer. Você vai ali. Que o responsável dê mais apoio para a turma. Para ajudar aqui na usina? É a coleta seletiva que eles tinham que conseguir fazer. né. Muita gente está. Ah. mas está quase como novo. fica o dia inteirinho em pé. Idéia Central G – O trabalho na usina ajuda o meio ambiente (2 sujeitos. poluição dentro de rio. mas somos esforçados (1 sujeito. a usina aqui foi uma coisa assim que…foi uma benção para a cidade. para separar o lixo. só abre sacolinhas aqui”. sabe o.. Pão. não tinha isso. Tem gente já tomando banho naquele rio aí..né não. é o dia inteiro em pé. Cinco minutos é fácil de você trabalhar. o rio... né.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 228 . “ah. É fácil de fazer durante cinco. Às vezes as pessoas falam assim: “Ah não. mais uma vez a necessidade de implantação da coleta seletiva é lembrada em um discurso.. Olha. uai.. vão.caçar o melhor. com certeza primeiro a Deus. Apesar de esgotados os temas. não.. Nesse discurso. que eles arrumaram aí. eu falo. Idéia Central H – O trabalho é difícil. se todo mundo tiver a consciência que nós temos aqui hoje tanto do funcionalismo quanto do ambiente aqui.Para mim é bom demais. com as quais se poderia até escrever um livro... todo mundo gostou. ajudou demais da conta. para levar o lixo para a vala. depois da entrada do (nome do encarregado) aqui. o desconhecimento e a desvalorização do trabalho que é realizada nas UTC. já foi logo arrumando o trator. 1 aceitável – 14%) Ah. leva o lixo para a gente. Hoje a gente trabalha mais descansado. né. Então a gente queria cursar a mão. Porque anteriormente. também na época que o (nome do encarregado) veio para cá ele já fez mudança. Por esse discurso percebe-se a falta de consciência. igual nós tivemos.. observa-se ainda comprometimento com o trabalho.que aconteceu aqui é. é interessante que nesse discurso o sujeito tenha feito questão de destacar que os funcionários gostaram muito de uma festa realizada na UTC. isso aí. É interessante destacar a menção que é feita sobre o papel do funcionário para o bom desempenho da usina: “pode trocar aqui quantas vezes quiser. tirar ele daqui e levar para a vala.basta só você trabalhar. acabou. Idéia Central I – Todos gostaram da festinha que teve (1 sujeito. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 229 . a gente ficou todo mundo satisfeito. foi a questão de levar lixo para a vala. mas se colocar aqui quem não quer que o lugar vá para frente não resolve nada. Pode trocar aqui quantas vezes quiser. trinta e cinco. por exemplo. facilitando bastante o trabalho realizado. que ele era mais rigoroso. Idéia Central J – Gostei de trazerem um trator para os rejeitos (1 sujeito. No relato do sujeito.. gostar do lugar e ter a boa vontade de fazer aqui. falou assim: “Pão vai carregar isso no braço de jeito nenhum”. né.. então. do encarregado. né. às vezes dava quarenta.. Então aí já veio o trator. uma coisa que eu gostei muito. a festa pode ter significado um reconhecimento aos trabalhadores. É. Idéia Central K – A FEAM já solicitou dados que eu não sabia (1 sujeito. só abre sacolinhas aqui”.a gente.uma festinha. Nesta última consideração. falando sobre mudança. só que só fazer o serviço e pronto. só teve um encarregado aqui que na época.. para que seja bem realizado. lixo úmido. E aqui todos que trabalham. trabalham esforçados para melhorar o nosso lado e o lado da usina também e da cidade.. o sujeito desse discurso demonstra estar agradecido por terem disponibilizado um trator para leva os rejeitos da usina para a vala após a solicitação do novo encarregado. 1 adequada – 11%) Olha. Então. a gente levava aquilo lá para baixo no carrinho.”.. “ah. né. Além de ser um momento de descontração e diversão. o trator pega. que detectou a sobrecarga de trabalho dos funcionários e logo tratou de providenciar uma solução que amenizasse a tarefa. né. eu gostei. 1 adequada – 11%) Programa de Pós-graduação em Saneamento. e ele gostava que a gente carregasse no carrinho. a ponto de pessoas dizerem: “que serviço fácil de fazer”. tem que trabalhar. né. mas se colocar aqui quem não quer que o lugar vá para frente não resolve nada. Então arrumou o trator. Embora possa parecer um pouco fora do contexto. Que levasse aquilo tudo ali. quarenta viagens.. Por esse relato percebe-se o senso de humanidade do novo responsável. houve a necessidade de se registrar uma reclamação com relação a uma visita de técnicos da FEAM. estava eu e ele também. Falei assim: “Pão. apesar da dificuldade de adesão da população... 5.3 UNIDADES DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE BARCELONA DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO Programa de Pós-graduação em Saneamento. isso aí é claro. quanto. proveitoso e saudável. aí tem que fazer levantamento. 5.”. De maneira geral. apesar de esgotados os temas. embora admitam que nem sempre os utilizem.É porque às vezes acho. quase sempre misturados. era outro encarregado. Igual eu estava. Ele disse: “Pão. igual uma época teve um pessoal da FEAM aí. inclusive apresentando algumas características semelhantes ao trabalho nos “lixões”.2 Considerações sobre os Discursos do Sujeito Coletivo dos trabalhadores de UTC Diante da grande quantidade de informações obtidas a partir dos DSC dos trabalhadores de Usinas de Triagem e Compostagem.”. Queria saber quanto de lixo chegava. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG - 230 . De quanto reciclava disso.) foram confirmadas.... né. quando foram solicitados repentinamente vários dados sobre as atividades realizadas na usina e não foi dado o devido tempo necessários para que as respostas fossem obtidas. Assim não dá não. Eu falei: “Aí não. Falaram ainda da falta de reconhecimento do trabalho que realizam por parte da população. Pão era o (nome do encarregado). aí não dá para mim não. que lidam diretamente com os resíduos.” Mais uma vez. considera-se que as hipóteses inicialmente mencionadas (as UTC não têm privilegiado os trabalhadores. No entanto.. Pelos depoimentos obtidos. os funcionários das usinas demonstraram conhecer o que é a coleta seletiva e a relevância desse procedimento para tornar o trabalho que realizam mais agradável. embora discursos que citam opiniões contrárias também tenham sido encontrados. o trabalho nas UTC é insalubre. pode responder por que depois a gente passa para o “cara” e tal. de quanto reciclava daquilo.Quer dizer. Reconheceram a necessidade dos equipamentos de proteção individual para a manutenção da saúde diante do trabalho insalubre.2. fazer umas contas para responder. Acho que queriam uns. algumas considerações devem ser feitas. se desse tempo a gente poderia ir calculando e fazer. eles demonstram perceber a importância desse trabalho e disseram gostar do que fazem.sem comprometer também. mesmo relatando que é comum a ocorrência de acidentes com materiais perfurocortantes. quanto de orgânico dava.uns dados aí. por que. e os trabalhadores se sentem desvalorizados e discriminados por trabalharem nas UTC. apesar de a maioria não ter a intenção de continuar nas usinas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 231 . sendo uma em um Ecoparque. Deve-se destacar que na quinta unidade. incluindo o pré-teste. Na Tabela 5. O nível de escolaridade varia entre primária. Há predominância do sexo masculino: os homens são mais jovens. é chefe de família. casados ou divorciados e realizam diversas atividades nas unidades de tratamento de resíduos. não foi permitida a gravação da entrevista. A totalidade dos depoentes não é nascida no município onde está localizada a unidade onde trabalham .e são trabalhadores fixos. e • Os trabalhadores não se sentem desvalorizados e/ou discriminados por trabalharem nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona.há inclusive um estrangeiro . foram realizadas entrevistas em cinco unidades de tratamento de resíduos de Barcelona.12 são apresentadas algumas informações gerais sobre os funcionários das unidades de tratamento de resíduos que foram entrevistados. tendo sido anotadas as principais informações cedidas simultaneamente pelo encarregado e por um funcionário. secundária e formação profissional. As hipóteses que se pretendeu investigar com as entrevistas foram: • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é considerado como outro qualquer. que é outra de triagem de resíduos e onde somente foi autorizada a realização da pesquisa com o encarregado. Programa de Pós-graduação em Saneamento. de jornada completa. os entrevistados são mais maduros. geralmente não apresentando um posto específico. sendo que somente um apresenta idade inferior a 40 anos. Conforme pode ser verificado. • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é bastante facilitado pela existência de coleta seletiva efetiva. e trabalha especificamente na operação de uma ponte-grua. a mulher tem mais idade.Após a obtenção da autorização dos gestores. uma em uma unidade de compostagem e uma em uma unidade de triagem. 12 – Informações gerais sobre os funcionários de unidades de tratamento de resíduos entrevistados. de jornada completa Trabalhador fixo. de jornada completa * Não informado. 11:45-6:30) 4 anos 3 anos 23 anos 4 anos Trabalhador fixo.33 euros * Operação da ponte grua Não tem lugar específico Turnos de 7h e 45 min. 50 euros 400 euros 350 euros mensal aproximada Não tem lugar Não tem lugar Parte da unidade em Recepção específico específico que trabalha Horário de trabalho na unidade Tempo de trabalho na unidade Regime de trabalho na unidade BC4 BC5 00:21:44 Entrevista não gravada 53 feminino divorciada não . de jornada completa Trabalhador fixo. de jornada completa Trabalhador fixo. 19:00-01:40. Identificação Informações BC1 BC2 BC3 Duração da 00:27:45 00:29:54 00:38:54 entrevista 46 38 41 Idade masculino masculino masculino Sexo divorciado casado casado Estado civil não . (06:30-14:15h e 14:15-22:00h) 07:00-15:00h 09:30-17:30h 06:00-14:00h Turnos de 6h e 40 min.Tabela 5. (6:00-12:40h. 12:30-19:10. de jornada completa 10 anos (encarregado) e 2 anos (administrador) Trabalhador fixo.Barcelona Primária * masculino * * * 1000 euros 1000 euros 3 pessoas * 333. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 232 .Viladecans não – Tanger (Marrocos) não .Barcelona ascido na cidade Formação profissional Primária Secundária Escolaridade Renda familiar 1150 euros 1200 euros 1400 euros mensal úmero de pessoas 4 pessoas 3 pessoas 4 pessoas em casa Renda per capita 287. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Mais uma vez. apenas adequando-os à língua portuguesa.1 O Discurso do Sujeito Coletivo nas Unidades de Barcelona Partindo-se das respostas das 22 perguntas realizadas. elaborados com base nas Expressões-Chave e respectivas Idéias Centrais presentes no depoimento de cada um dos cinco sujeitos entrevistados. No entanto. acredita-se que essas sejam fidedignas. Por se tratar de uma atividade minuciosa. observa-se que os temas abordados não são estanques e se cruzam. o que você faz com o lixo? A . foram obtidos 73 Discursos do Sujeito Coletivo . que já são temas do dia a dia. Tema 1. Destaca-se que não serão explicitadas as Expressões-Chaves. inclusive com relação aos discursos obtidos para as UTC mineiras. já que essas estão presentes na composição dos DSC.DSC. percebe-se que esse conhecimento vem sendo construído ao longo do tempo e que esse trabalho já ultrapassou mais de uma geração.5. Apesar de as transcrições não terem sido submetidas à revisão de um nativo após finalizadas.4 são apresentadas as perguntas realizadas durante as entrevistas e as respectivas Idéias Centrais identificadas nos depoimentos. Ressalta-se que foram poucas as interferências realizadas durante a transcrição dos depoimentos e a composição dos DSC. seguidas pelos DSC obtidos para cada uma e os comentários.Impressões sobre os resíduos sólidos urbanos e a coleta seletiva Quadro 5. a transcrição dos depoimentos demandou mais de uma hora de trabalho para cada cinco minutos de gravação. Nos Quadros 5. se interligam em diversos momentos. realizada em outro idioma. De maneira geral. esforços foram concentrados na busca da intercessão entre eles. observa-se que os funcionários têm bastante conhecimento sobre resíduos sólidos e sobre coleta seletiva.Na sua casa.3.3 e 5. durante a realização dos comentários. Nesse sentido. uma vez que não foram identificadas palavras ou expressões incomuns à linguagem cotidiana da região. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG Sujeitos 4 2 1 1 233 .Nós reciclamos: separamos e jogamos nos coletores 2 .3 – Perguntas e Idéias Centrais do Tema 1 – Unidades da RMB Pergunta Idéias Centrais 1 .E o que é lixo para você? A – O lixo é tudo o que não se utiliza B – O lixo é o que produzimos e devemos destiná-lo adequadamente C – O lixo é um resíduo com alto potencial de valorização Programa de Pós-graduação em Saneamento. todos vão para coletores diferentes. quando se fecha o lacre. um plástico e uma tampa.o cesto.. Em minha casa temos o.Para você. tetrapark.. quando fechamos. eu ponho o saco de lixo no coletor.As prefeituras e as pessoas C . independentemente do que se recicla: seja matéria orgânica.A maioria participa C .Na sua casa. há diferentes coletores..Já melhorou muito.É recolher os resíduos que foram separados C . garrafas.. o que a população da cidade pensa da unidade? 6 .A coleta seletiva começou com a inauguração da unidade A . Sim. Então. Fazemos a reciclagem em casa. o que é coleta seletiva? 7 . o que você faz com o lixo? Idéia Central A – Nós reciclamos: separamos e jogamos nos coletores (4 sujeitos) Pós tentamos reciclá-lo.O que você acha da coleta seletiva? 8..Pergunta 3 . mas há informações na internet C – Em princípio não..As prefeituras e o Estado 1 1 1 1 1 3 1 1 2 1 1 2 1 1 2 1 2 1 1 1 3 1 1 Pergunta 1 . há diferentes coletores em todos os bairros.Eu gosto de conhecer as coisas A – Acho importante B – É uma coisa lógica. participa cada vez mais B .A participação é boa D .Era queimado A – Sim.Em sua opinião.Existe coleta seletiva aqui na cidade? Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? 8.A população não conhece a unidade A – É separar os resíduos recicláveis B .O lixo sempre foi aproveitado D . que se tem que fazer C .. dependendo do que você leva. Há uma.Sim.Para você.há um coletor especial. É. que era feito com o lixo da cidade.. As garrafas de vidro são à parte. papel e papelão. como a população participou? A população recebeu informações? 5 . mas reclamam dos odores C . há coletores em todos os lugares por aqui.Em sua opinião.. jogamos o saco no coletor. quando não tinha a unidade? 4 . mas ainda pode ser melhorada A – A coleta seletiva começou a uns 20 anos Sujeitos 3 1 1 1 1 B – Eu não sei como começou a coleta seletiva C . sim. Bom. o cobrimos com um plástico.Como é a participação da população? Você participa? Por quê? 9 . específico para Programa de Pós-graduação em Saneamento. reciclamos: o plástico para um lado.Quando a unidade foi inaugurada. Se.Participa mais ou menos A – Somos todos nós B . quem deve ser responsável pelo lixo? Idéias Centrais A – Era levado para o aterro sanitário B – Era acumulado em terrenos.A população recebe informações continuamente A – A população aprova B – A população aprova.. papelão e papel para outro. minha mulher quando fecha o lixo e tampa (todo o lixo do dia o fechamos à noite porque o saco tem um.um lacre). porque já havia um aterro na região D – A unidade recebe muitas visitas E .1 . as pessoas têm informação sobre a unidade B – As pessoas não conhecem a unidade. deve deixar em um coletor.. tudo junto C .2 .nas ruas existem coletores de lixo e então há diferentes coletores para os plásticos ou para o papel ou para o orgânico. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 234 . se fecha o lixo. já é pré-selecionada para a região metropolitana... Exatamente não sei (para onde vai o lixo depois de colocado nos coletores).que as residências aqui são residências pequenas. as garrafas são grandes. O que acontece é que aqui há um problema é. que se compra para beber é engarrafada. então. ou se envia diretamente para onde se vai reciclar.a um aterro. Programa de Pós-graduação em Saneamento. desmonta assim mais fina e abre a tampa (do coletor) para caber dentro. que vêm uns trastes. Digamos.para voltar a virar. em teoria tem que ir a (nome de outra unidade).. que há nas residências.ah. Por exemplo. Sim.. imagino que alguma. Sim. Sim. os vidros.. É muito difícil por que. de acordo. ok.. Mas tentamos.vidros.não há espaço suficiente numa casa para reciclar.hum.. Sim. Percebe-se que os entrevistados têm uma noção de para onde vão aos materiais coletados. Porque a água não é boa. pois se é um plástico. e se deixa. e volta-se a fabricar e a fazer papelão. Mais ou menos já vem pré-selecionada. o lixo... o orgânico. e a coleta seletiva vem aqui para a (nome da unidade). e ele será gerido. o município de (nome de município). ou se queima. mas os plásticos e o papel eu imagino que vão para alguma empresa para voltar a virar matéria prima para. de papelão. cada município. algum lugar onde se armazena.alguma espécie.... perde-se.O orgânico eu sei. Coincidentemente. de. latas.. se o jogamos no lixo isso se perde. de como dizemos..há um coletor especial para.. enfim. realizar a separação dos materiais recicláveis e dispô-los nos diferentes coletores é uma atividade corriqueira da população da RMB. A (nome de empresa) os reúne e os leva para um lugar onde se reúne as coisas. Pós somos quatro. porque (o lixo) de (nome de município) vem aqui para a unidade e a outra parte. sim. ok..se tenta reciclar o melhor que se pode. eu sei (para onde vão) os papelões e os vidros. tetrapark para um lado. se vai a um ecoparque. Se não o recolhemos..ou vai. quando você vai lá. plástico é. não.... que “são volumosos”.coisas assim vão para unidades como essa. lixo eu não sei exatamente aonde vai. No entanto.. Pão (é possível identificar quando chega o caminhão da cidade de) porque. junto com o orgânico. Sim (sei para onde vai o lixo de casa). há uma reclamação com relação à falta de espaço nas residências para a separação dos recicláveis. hoje em dia. uma caixa assim como essa. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 235 .. Fazem uma espécie.para coletar o papelão.tetrapark.. vai a (nome de município)..leite. essa foi exatamente a mesma reclamação feita pelos funcionários de UTC visitas em Minas Gerais. digamos. Então água.. Papelão. o jogam ali e levam-nos ao aterro. enfim. leva cada resíduo até o local determinado. que separamos em casa vai para a (nome de bairro da cidade)... se o jogamos. à (nome de outra unidade). a coleta dos municípios pela entidade metropolitana. então se faz vidro mais barato para o nosso consumo. é. um vem para aqui. você a desmonta. Mas se jogamos cada parte em seu lugar.. E papelão também... Claro. o resto dos resíduos.. mas não sabem com precisão o que é feito com eles. aqui em Barcelona.. Aqui tem um transbordo aqui ao lado. não porque.... Um vem para aqui. fazemos. Você pega uma caixa. é. Você não tem espaço suficiente para ir separando tudo. é que a coleta já está já como.. há diferentes tipos de vidros. Então você tenta fazer uma separação prévia em casa e logo o levamos para os coletores. Conforme pode ser verificado nesse discurso.é. papelão para outro.. então o espaço que há é pouco.a água.. Mas fazemos em casa sim. se houver muito papelão. Ou vem para aqui ou vão para.. Mas um problema que existe é o espaço.de tudo. Porque os resíduos também são volumosos. e o papel pode ser outra vez material de papel. o jogamos nos coletores. pode-se aproveitar e voltam a fabricar. com. . ou seja.. garrafas vazias... isso. O lixo foi definido em função de sua utilidade. Eu. vou com minha mulher e minha filha pequenininha para brincar.. para mim? Eu. eu gosto muito de parques. São os resíduos que são jogados fora.é lixo são as coisas que produzimos. ou seja. por sua possibilidade de reutilização. E. Eu mesmo. Quando temos o lixo. Porque se o reciclamos e voltamos a transformá-lo em outras garrafas ou em outras peças. porque eu gosto da.. latas.. lixo é tudo que não se utiliza. é um. claro. quando comemos. se eu vou. não? É uma boa pergunta. da nossa cidade. isso é muito ruim.com um. que pode causar impactos no ambiente e também no bem estar das pessoas. Mas. sempre vou a um deles.potencial alto de. é. colocar no saco e quando chego à cidade. de voltar a ser inserido na cadeia de consumo. claro.da.. Um saco para por o lixo.é um produto muito. semelhantemente ao encontrado por Rego et al. papéis e plásticos. muito ruim. de sua inutilidade. Idéia Central B – O lixo é o que produzimos e devemos destiná-lo adequadamente (1 sujeito) Bom.. temos sempre um saco. como trabalho aqui. Ou eu simplesmente jogo fora uma sacola...com um... os resíduos que você não tem porque tê-los em casa. em parques não se pode jogar. porque.não.. eu gosto e devo cuidar para que continue limpo. quando vou a um.. se encontro lixo.. ou melhor..E o que é lixo para você? Idéia Central A – Idéia Central A – O lixo é tudo o que não se utiliza (2 sujeitos) Lixo? Boa pergunta. de verduras. Eu gosto muito. Quando eu estou em meu país... Qualquer coisa comestível que venha envolvida em papel ou plástico. de transformação.de valorização. A definição de lixo observada nesse discurso converge com um discurso obtido nas UTC mineiras e com duas das estabelecidas por Larousse (2000). para mim é um resíduo. em nossos parques.. Sim.bom... é. considera-se estranho que também aqui se tenha a definição de lixo como algo inútil dada por funcionários que trabalham em uma unidade de tratamento de resíduos e que tem como principal função o reaproveitamento de materiais. se encontro tudo limpo quando volto. E temos que cuidar da natureza.. (2002) em estudo realizado com mulheres da periferia de Salvador: “lixo é tudo aquilo que não serve para ser utilizado”. também não gosto. “lixo – tudo o que não presta e se joga fora...da natureza.e também temos que cuidar da limpeza.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 236 . sem valor”. O entrevistado destaca a importância da destinação que se dá ao lixo que cada um produz. E. Claro. ela não vai gostar disso. da cidade. então. não. logicamente você come o que seja e o plástico ou papel são lixo. o que é lixo? Tem tantas coisas que não.é lixo é.alto de.. jogo fora uma garrafa. já estamos dando valor e já podemos voltar a consumi-lo Programa de Pós-graduação em Saneamento.. de valorização. Claro. comida. por exemplo. quando volto em outro dia. Idéia Central C – O lixo é um resíduo com alto potencial de valorização (1 sujeito) Pois. No entanto. jogo-o no coletor. coisa ou coisas inúteis. vem outra pessoa e encontra ali os papéis. isso tem um valor.Pergunta 2 .Vamos ver. pode ser de grande utilidade para outras. tudo junto (1 sujeito) Então. não se fazia nada. observa-se a percepção que o funcionário tem sobre o seu objeto de trabalho: o lixo é definido como de grande valor. imundície”. os resíduos eram todos levados para o aterro sanitário. não.. Deve-se destacar que. guardadas as devidas diferenças. que demonstrava a mudança de percepção do funcionário sobre o valor dos resíduos. o material que resta de um processo podendo apresentar um valor próprio e ser aproveitado pelo próprio gerador com ou sem tratamento.. Pela não ocorrência dessa definição pejorativa de lixo.. Observa-se nesse discurso que havia o conhecimento do modo de disposição dos resíduos antes da implantação da unidade. ver eu não o vi. não vi exatamente. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 237 . Ia em caminhão ao aterro e aí o deixavam..eram terrenos aonde se ia acumulando e. era jogá-lo no aterro. Mesmo as coisas que se podiam reciclar. Quero dizer que tudo ia parar num mesmo lugar. sim. Ver. o que foi observado em um discurso obtidos para as UTC visitadas.ia tudo junto. Sim. pode-se deduzir que esses não percebem o trabalho que realizam de forma negativa.... Segundo Rego et al. mas.como a maioria dos povoados... Programa de Pós-graduação em Saneamento. É interessante que. que era feito com o lixo da cidade. nos discursos obtidos com a pergunta 2. O que se fazia era.. Vamos ver. que era realizada em aterro sanitário. pois o que é lixo para umas pessoas.ia sendo deixado ali. Idéia Central B – Era acumulado em terrenos. quando não tinha a unidade? Idéia Central A – Era levado para o aterro sanitário (3 sujeitos) Antes de a unidade ser inaugurada em 1999. sim é. Pergunta 3 . reinserido na cadeia de consumo.Em sua opinião. que é o principal “objeto de trabalho” dos entrevistados. (2002).o material. como é feito agora. também nas UTC foi verificado um discurso semelhante. nenhum entrevistado definiu o lixo como “sujeira.ou o queimamos e desaparece. sim (sei de algum lugar para onde se levava o lixo).outra vez. Mas vamos que não. Essa definição seria a que se consolidou como de “resíduo sólido”. Tudo tem um valor. podendo ser reutilizado... Já nesse discurso. aproveitado.. e tudo ia parar em algum lugar aonde se armazenava. pois não se fazia. após terem passado a trabalhar nas unidades. mas sei onde era. Pão o jogamos numa montanha. lixo é uma categoria dinâmica. com o tempo. Pergunta 4 .. o produto que nós fazemos ao final.. quero dizer que as pessoas do povoado. então está mais. Idéia Central D – Era queimado (1 sujeito) Eu imagino que se incinerava. sim. que é uma. as pessoas vêm buscar. é. uma vez que é dito que os resíduos eram queimados... antigamente de maneira mais rudimentar e atualmente com tecnologias mais modernas.. a população.. Também aqui há indícios de que a maneira adotada era possivelmente em “lixões”. sim.depois de. porque há.. queimava-se.Quando a unidade foi inaugurada.ou seu jardim ou o que seja.Sim (sempre se aproveitava). agora mais moderna. mas ouvi de meus pais que se queimava. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 238 . Com o tempo.isso de que.. agora mais. não cheguei a conhecer (o lugar para onde se levava o lixo). já que não há menção de nenhuma outra maneira de disposição a não ser o reaproveitamento e sabe-se que muitos resíduos não são reaproveitados...Nesse discurso verifica-se que o entrevistado também conhecia como era realizada a disposição dos resíduos sólidos urbanos no município antes da implantação da UTC. isso de aproveitar sempre existiu. De acordo com o discurso. De.... como a população participou? A população recebeu informações? Idéia Central A – Sim. não sei se você viu a terra que nós chamamos de composto. sim por que. ou seja. No entanto. possivelmente em “lixões”.de vidros.. Segundo o discurso.que as pessoas do povoado têm informação de que isso existe e o que é. as coisas.aqui normalmente...sim. Há indícios de que a maneira adotada era inadequada. Pão. a sujeito somente ouviu falar de seus pais como era realizada a disposição antes da unidades.. agora bastante.bem...sabem da existência dessa unidade e vêm buscar aqui esse tipo de terra para seu campo. percebe-se que o entrevistado conhece pouco com relação à disposição de resíduos.. antes de uma maneira simples. as pessoas têm informação sobre a unidade (1 sujeito) Sim (a população teve informações). ah... muito..há muitas máquinas modernas como estas. vejamos. agora mais moderna. Agora o papelão é à parte. Idéia Central C – O lixo sempre foi aproveitado (1 sujeito) Pão.. agora está muito melhor e.agora é mais fácil.. os resíduos sempre foram aproveitados. Então.. especialmente pela menção de que o material era acumulado sobre terrenos e deixados ali. a cada ano. Quero dizer que..... isso sempre aproveitaram.antes ia tudo para um lugar e separavam.bem. cada ano melhora-se as..uma espécie de adubo para a terra. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Sim. antes. . reclama-se que a unidade ainda permanece desconhecida por muitos no município. Ela é muito recente... Os caminhões passavam pela rodovia que passa pelo povoado e deixavam muito odor. possivelmente porque já havia um aterro sanitário em atividade na região..em princípio... não há (mais) odor.. é claro. as pessoas também estavam como que. havia um aterro. onde há pessoas.o vidro. as pessoas pensaram “oh..já que ia ser o aterro de toda a região metropolitana. (não houve mais) nenhum problema. em princípio não.. temos aí”. nós temos um aterro. claro. mas à maioria. as pessoas não a conhecem (a unidade). Aqui tem sempre (visitas) de muitas Programa de Pós-graduação em Saneamento.. Bom.já há uma unidade de lixo.. já que também em (nome do município) havia um aterro.Nesse discurso menciona-se que a população tem informações sobre a unidade.. que sabe da atuação dessa... Então.... Idéia Central D – A unidade recebe muitas visitas (1 sujeito) A unidade é desde 2006.. de agosto de 2006 e estava funcionando a um pouquinho.. Só conhecem os.quando se deixou de fazer. mas há informações na internet (1 sujeito) Bom. não há nenhum problema. Destaca-se que não houve nenhuma citação de participação da população no processo que antecedeu a implantação das unidades nos municípios. Idéia Central C – Em princípio não.. à maioria das pessoas não lhes interessa isso. Nesse discurso.. Então.”não tem problema”. E se. que e que somente reconhecem os caminhões que realizam a coleta seletiva. Nesse discurso menciona-se que inicialmente a população não recebeu informações sobre as unidades de tratamento e não esteve muito engajada.não..é... porque já havia um aterro na região (1 sujeito) Eu creio que em princípio não (a população não teve informação).entende. Idéia Central B – As pessoas não conhecem a unidade. claro. a um pouquinho quando eu comecei. É pouco. mas quando..logo. pela internet você pode. Então. Apesar de haver na internet diversas informações.. havia um pouco de. como eu te disse. E eu te digo...o lixo e é isso..... não seletiva.... o.começaram os odores. não sabem muito. menciona-se que a população não conhece a unidade de tratamento. Essa afirmação também pode ser observada em um dos discursos obtidos para as UTC.quando se visita às redondezas. o papelão.toda a coleta aqui. Em princípio não.os caminhões que vêem aí e recolhem o.pode saber. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 239 .se gente se interessa. isso é um incômodo. já que muitas pessoas da população buscam composto no local. e estão mais informadas. Então você vê que há um objetivo e a reação é positiva. cada vez as pessoas tomam mais consciência. mas imagino que estão de acordo. é... para tentar reinseri-los. Eu não falei com ninguém. sim (recebemos muitas visitas). não todas. então tomam consciência.. Então se vê o que se faz. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 240 . especialmente por crianças. Bom.prefeituras. Nesse discurso. Hoje vêm muitas visitas guiadas. mas sim as pessoas que vem ficam assombradas com o processo. porque sempre há pessoas que. As pessoas transformaram-na numa deixalheria. Também é mencionada uma mudança de Programa de Pós-graduação em Saneamento. Considera-se que essa seja a postura ideal para se tratar a questão.a televisão. Esse tipo de iniciativa. há. como sai o produto... Conforme verificado no discurso. ao final. vinha para cá tudo que eles tinham em casa e colocavam tudo com o resíduo. atribui-se a aprovação da unidade pela população ao conhecimento que essa tem sobre o trabalho que é realizado ali. Segundo esse discurso. existe um programa contínuo das prefeituras de informação da população sobre os resíduos sólidos urbanos e as unidades de tratamento. deve ser incentivada para que se alcance os objetivos esperados pela educação ambiental da população. o que é bom para todos.. vê-se também o quê. tem muitos grupos de pessoas. As pessoas. Pergunta 5 .também de jovens com problemas.. Sobretudo de crianças de colégios. Também. Porque os odores... de colégios.. dentre outras. nas escolas também. Sim.fazem. Sabe. sim. que sabem bem o que se faz aqui para que se retire um pouquinho mais (do lixo).. como chega o lixo.bem..Em sua opinião. diversos.há uma empresa que também. Em princípio era ruim. não.. sim. Esta unidade já melhorou bastante. de. vêm pessoas idosas.. Há um percurso turístico com as crianças de colégio. que organiza visitas de escolas. vêm colégios... também caminhões informam pela cidade.também se distribui publicidade e se informa. há uma sistemática de visitação das unidades.. o que a população da cidade pensa da unidade? Idéia Central A – A população aprova (3 sujeitos) Acho que a população aprova e está de acordo com a unidade.. que vem visitar a unidade. existindo inclusive um percurso especialmente desenvolvido para elas. como passa pelas esteiras e. o que se faz com o lixo que eles reciclam. e tinha muito pouco espaço. de crianças de colégios. não todas.e tudo isso.através da Área Metropolitana. visitas de universidades. que vêm. aos benefícios que a unidade pode trazer e à divulgação que é realizada. Idéia Central E – A população recebe informações continuamente (1 sujeito) Eles recebem continuamente informações das prefeituras. são feitas muitas visitas. inclusive pela mídia. pelo contrário. Perde-se. nas vendas. Para mim coleta seletiva é quando separamos o tetrapark.. as latas. A única coisa que incomoda a eles são os odores..os comerciantes. tudo isso vai sendo separado. Que há muitos tipos de peixes. separamos garrafas..hum.. sim.. não sabem. alguns. Que os odores..postura das pessoas. essa é a única queixa das pessoas.. geralmente para o atacado: as pessoas conhecem o centro. que geralmente vem dos alimentos. porque aqui. que nesse caso está anexa a um grande centro de distribuição de alimentos. sim. porque compram grandes quantidades. que seja mais barato. de carnes. pensa que ela está bem. como aqui entra lixo... mas elas não sabem do lixo (do Mercabarna). A única reclamação é com relação aos odores exalados pelos resíduos.. coisas Programa de Pós-graduação em Saneamento. após conhecer como são executadas as atividades na unidade. poucos (que vem comprar aqui). que exalam de. Nesse discurso. garrafas de água. mas claro que exala odores e esses odores sim que os incomodam... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 241 . Uma pessoa normal não pode comprar isso (essa quantidade).não se queixam em geral... De maneira semelhante ao verificado anteriormente.a alguns.esta (unidade) ainda está meio recente porque as pessoas que vivem aí (nas redondezas) só ouvem falar “Mercabarna”. papelões. Pergunta 6 .aqui é mais para os. mas a maioria compra nas vendas. sim. Bom. garrafas de água sanitária. ferros grandes. Idéia Central B – A população aprova.Mas.. Idéia Central C – A população não conhece a unidade (1 sujeito) Bom. mas desconhecem a unidade. Sabem que aqui em “Mercabarna.. há matadouro. o que é coleta seletiva? Idéia Central A – É separar os resíduos recicláveis (2 sujeitos) A coleta seletiva. Põem-se meios. Há pouca gente que sabe.. esta. entendo eu que é. vende alimentos. muito poucos. elas vêem com bons olhos que se recicle tudo isso. Mesmo que seja. nesse discurso também há a aprovação da unidade por parte da população.Para você. mas. evidentemente algum odor tem que exalar.ir separando os.. mas reclamam dos odores (1 sujeito) Olha. a.. apesar de haver na internet diversas informações.o que é o lixo..são poucos. não se pode. Mais uma vez é interessante ressaltar que um discurso semelhante a esse foi obtido para as UTC mineiras. muito pouca. que muitas vezes são difíceis de serem evitados e até mesmo controlados.é. bem... são alguns.. menciona-se que a população não conhece a unidade de tratamento.ah. porque eles.. que evidentemente se aqui entra coisas de lixo...é lixo. A maioria só vem aqui por causa do orgânico que é triturado. No caso do presente discurso. eu gosto de conhecer tudo.. Um discurso semelhante a esse também foi obtido para as UTC mineiras visitadas. Idéia Central C – Eu gosto de conhecer as coisas (1 sujeito) Bom.. Sim. deveriam. a maioria das pessoas deveria tentar.... ir separando os materiais que se pode ir aproveitando e separá-los precisamente para isso.. Idéia Central B – É recolher os resíduos que foram separados (1 sujeito) A coleta seletiva é. em outro lugar. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 242 . É interessante a afirmação do sujeito de que fazer a separação e disposição correta dos materiais nos respectivos coletores é um dever. e como o vê cheio. como o dos resíduos que se deveriam definir. para levar os resíduos.num lado. que sejam boas ou más. Como premissa da metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo.. Esse conhecimento é considerado muito importante. já que a existência efetiva da coleta seletiva é um fator que pode favorecer muito o trabalho que é realizado nas unidades e o reaproveitamento dos materiais selecionados.grandes... nenhum discurso deve ser descartado. por exemplo. Nesse discurso. joga-o ao lado. Porque há... observa-se que os entrevistados definem satisfatoriamente o que é coleta seletiva. nesse discurso.por exemplo. observa-se que a resposta dada à questão apresentada não faz muito sentido. a um coletor. joga o lixo ao lado.recolher os resíduos que estão separados nos coletores e que as pessoas deveriam. Acredita-se que o problema ocorrido não seja linguístico ou de idioma.. fazem isso bem. Quanto mais coisas melhor. sim.. Considera-se que as duas etapas do processo são complementares.jogá-los cada um em seu lugar. separando um pouquinho mais da orgânica. embora a da segregação seja a mais importante e a mais difícil de ser atingida.o papel em outro lugar. ao invés de procurar outro.. Deve-se destacar a reclamação que o sujeito faz com relação às pessoas que não realizam a separação dos materiais ou que os jogam em qualquer outro coletor quando encontram cheio o específico para aquele tipo de material. o entrevistado define que a coleta seletiva é o recolhimento dos materiais que foram separados nos coletores e não a disposição em separado dos materiais. mesmo quando proferido por apenas um sujeito. Esse é um problema também que temos aqui e nos deparamos com o problema. tudo que se pode aproveitar.muitas pessoas que sim.. É ir separando os plástico. Sim. eu gosto. demonstrando conhecimento da questão. Observa-se que. o vidro. Porque vai... E bem. uma vez que o entrevistado respondeu a Programa de Pós-graduação em Saneamento. o que se deveria. a. Eu creio que isso é selecionar..verde grande. E não jogá-los. para aproveitálos.jogar o que deve. não. que se tem que fazer (1 sujeito) Da coleta seletiva? Bem. pois as prefeituras puseram meios para que isso pudesse acontecer. ou seja. Pergunta 7 .. a menção de que a coleta seletiva seria capaz de otimizar o aproveitamento dos materiais recicláveis. se você tivesse feita essa pesquisa 20 anos atrás.. Sim. é importante. Claro. de 20 anos atrás até agora houve uma mudança de mentalidade. Observa-se. Imagina-se que alguém que tem verdadeiramente esse posicionamento arraigado em si é assíduo participante da coleta seletiva e inclusive multiplicador dessa idéia para os demais.. não tenho muita idéia do que se faz. Daí o destaque à sua importância. Porque é uma matéria que pode ser reciclada. ou seja.saímos todos ganhando.o assunto reciclagem e. que pode voltar a se converter em matéria prima. a reciclagem é muito importante.. eu acredito que as pessoas. Porque com papelão. em sequência e em consequência do consumo.. faz-se outra vez papel. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 243 . claro. para que as pessoas possam fazer essa seleção do lixo. não. mas ainda pode ser melhorada (1 sujeito) Programa de Pós-graduação em Saneamento. o plástico em outro.o lixo seletivo. mas sei que serve para fazer novas coisas.seria a mesma coisa (que no Brasil).. sobretudo. uma vez que esse é funcionário de uma unidade de tratamento peculiar.. É interessante o posicionamento do sujeito que profere esse discurso sobre a coleta seletiva: ”. que se tem que fazer. nesse discurso. que sim. Que o papel vá num lugar.. com as garrafas fazem-se muitas coisas. pois claro.contento às demais questões.. houve uma mudança. claro. Então.. Acredita-se que o que ocorre é o desconhecimento do sujeito com relação à coleta seletiva.. eu creio que.. Ousa-se afirmar que esse é o pensamente que se gostaria de incutir nas mentes ao se realizar trabalhos de mobilização e educação ambiental com as populações: que a coleta seletiva é um procedimento que deveria ser realizado naturalmente.. não faz muito tempo que estamos mudando essa mentalidade e eu creio que.os coletores onde nós deixamos o lixo. que é reciclável.é. Idéia Central B – É uma coisa lógica. tudo isso. que é uma coisa lógica. pois os..as pessoas mudaram de mentalidade. que são as que têm que disponibilizar os meios para que.. E uma mudança de mentalidade das pessoas e logo também. Idéia Central C – Já melhorou muito. se não há. é uma coisa lógica. bom. isso de 20 anos para aqui ou 15 anos. se não há diferentes coletores para os materiais.. nós aqui mesmo na Espanha também. o vidro em outro. das prefeituras.O que você acha da coleta seletiva? Idéia Central A – Acho importante (2 sujeitos) Sim. então. que se tem que fazer”. que levamos 15 anos.bem... a coleta.. não havia coleta seletiva. e aos escritórios e a tudo que há ao redor.. em uma cidade. que permitem o descarte de resíduos de todos os tamanhos.. Possa unidade foi a primeira da Espanha e logo.. Pão.tudo.. Nesse discurso. muito bem. Então.. Em 87 era tudo (misturado). Também é verdade e eu entendo que a prefeitura. mas os coletores. por que. que cobrisse essa abertura ou que só entrassem sacolas. a partir do ano 91.. conforme declara o próprio entrevistado.90..... Então o que acontece. já se instalou..e aqui se tratava tudo. o caminhão também tenha que passar três vezes. não havia.Existe coleta seletiva aqui na cidade? Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? Idéia Central A – A coleta seletiva começou a uns 20 anos (2 sujeitos) Bem.bem. não.que teria digamos. antes das Olimpíadas. A coleta seletiva (começou) pelo ano 91. 15 anos... já começamos. Pão havia coleta seletiva.Bom. percebe-se que o principal problema está nos usuários dos coletores. porque reciclar. o que foi feito para.. que não sabem utilizá-los adequadamente ou sabem como deve ser feito. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 244 .. ok. me force. Era tudo que era gerado. é difícil passar por eles. ok.. mais ou menos. 87...deveria começar com um coletor. que abram a tampa e que haja muito mais objetos grandes que não deveriam entrar. sim..o que era antigamente a coleta seletiva. nós encontramos.os maiores são retirados..facilita muito às pessoas e aos comerciantes locais.. 92. eu diria que.muitas coisas que não deveriam vir. Em torno do ano. começou a surgir. Eu suponho que também.. a partir daí.. E então. o verde. apesar de a coleta seletiva já ter melhorado muito.. no resto da Espanha e suponho que no resto dos países... claro. não. pode ser muito melhorada. por aí. É um pouco fazer um acordo. entende..somente aqui só.de calçada...... Uma glória seria isso porque então tudo que viria. pelo azul. mais ou menos.. não mais de 20. a partir daí. Programa de Pós-graduação em Saneamento. pelo amarelo. Então. Pergunta 8.não mais de 20.. Então a partir do ano... que venha muito mais contaminado o resíduo para aqui. as visitas. por que. não havia.é verdade também que já melhorou muito. Influenciaram tudo (as Olimpíadas). pelo verde..1 ..quando as pessoas começaram a mudar de mentalidade e quando foram disponibilizados meios para se fazer. mas muito.há um problema primeiro de localização de coletores.. é buscar uma solução intermediária. onde quiserem. eu acredito que.91.uma boca ou duas bocas redondas. Ou buscar um coletor que me.jogar um tipo de resíduo. por que. papelões industriais. ela ainda pode ser bastante melhorada... mas não o fazem. talvez. facilita-se muito mais... o famoso.. O problema mencionado é relativo ao desenho dos coletores disponibilizados nas ruas. sim.. não.os coletores como os verdes: uma tampa grande. ok.. bem. sim.que não são aproveitados.para ver como funcionava e então começou-se a fazer assim em todos os lugares assim. Também entendo que. nós encontramos muitos resíduos que não deveríamos tratar. em uma extensão de. Então evitaria os problemas na esteira e nas máquinas que temos para poder selecionar o material..é.. percebe-se que. foi feita essa unidade. com esse tipo de coletor o caminhão talvez passe uma vez. Também muitos resíduos.é.se delimita.para o usuário... O que acontece: aí já. Eu diria que 15 anos foi quando. No entanto. que se abrisse uma tampa e enchesse. por aí.. provavelmente pela “comodidade” de descartarem o que quiserem.. seria desse tamanho que é o resíduo da unidade. inclusive daqueles que não deveriam ser enviados para a unidade.. Esse é um problema que nós temos na unidade.. não havia nada. E o intervalo de tempo que separa as duas realidades é de 15 a 20 anos. como é o caso do Brasil. Então se se está em uma área muito turística. a médio e longo prazo. É interessante.vai para lá. quatro anos. da praia. para absorver o que era. Esteve três anos.. suponho que já se esboçava um projeto com a União Européia. que serve de incentivo para os países em desenvolvimento. Vamos ver. a matéria orgânica fermenta e produz maus odores.o orgânico. tetrapark. e então se instalou já a primeira linha de. Hoje.. Porque tudo isso fermentava. máquinas de lavar. dos apartamentos. Acredito que tem muita gente que já começa a reciclar e cada vez vai-se reciclando mais. tudo que você possa imaginar. o que acontece.. e para a seletiva instalou-se essa unidade.as pessoas ouviam dizer e ninguém sabia exatamente do que se tratava.tratando lixo.o que vinha da coleta não seletiva. tudo isso antes.. colchões. como você pode supor. o ar. sendo necessário inclusive ampliar o número de coletores..em um centro muito turístico e.como direi. a população já sabe bem o que é.. Sim. você sai na rua e vê coletores e vai separando todas as classes.. nesse discurso. é.o inorgânico para outro lado. participam (a população). sem separar. já como começou a coletar eu não sei. Então se tentava separar uma coisa. pois as Olimpíadas. Hoje todo mundo já sabe o que é reciclagem. pois tudo entrava. o papelão vai ali.. As pessoas fazem isso mais continuamente.também estamos em um. Por causa do turismo. Pouco a pouco e hoje já se instalaram os ecoparques.o orgânico para um lado. porque já há bastante tempo ouvia-se dizer e não sabíamos em si o que significava. Nesse discurso. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 245 . mais tempo do que nós começamos a reciclar. percebe-se um elo que existe entre o que o Brasil vive hoje com relação aos RSU e a situação existente na atualidade na RMB.. deve-se seguir investindo em recursos humanos e materiais para que se possa alcançar. Cada vez estão colocando mais coletores.... O orgânico é um processo muito complexo.. vê os coletores dispostos nas ruas e cada vez mais gente adere à coleta seletiva. pois cheirava muito mal. Idéia Central B – Eu não sei como começou a coleta seletiva (1 sujeito) Pão. o tão almejado patamar de mobilização no qual se procura espelhar.. Eu acredito que tem bastante (tempo que existe a coleta seletiva).tudo. assim como nós. na Espanha e nos demais países europeus em geral.. não tenho nem idéia. me parece. e chega a se gerar um problema. conforme mencionado pelos sujeitos. Então também talvez pode ser que as Olimpíadas e suponho que em países europeus também começaram a instalar o que é a coleta seletiva e também tomou-se um pouco mais de consciência... o relato do sujeito sobre a evolução do processo de consolidação da coleta seletiva: inicialmente ela já existia.. Programa de Pós-graduação em Saneamento. tudo isso vai sendo separado mais.. Eu sei o que é. eu creio que ganhamos. de coleta seletiva. o que era.. a unidade foi inaugurada em 87. por exemplo papelões. temos um problema.hum. Diante desse relato.. as pessoas das casas. entrava tudo. quando. Porque.. hoje nos damos conta de que o papel vai aqui. . é. como elas não rasgam. muita participação. sim.. falam “Papai!”. de compostagem ou das duas modalidades juntas... não há maneira de salvá-los. E as crianças. Também se vai divulgando informação entre as pessoas e elas já vem.. Ainda mais estando aqui na reciclagem. tudo isso que se faz com a matéria orgânica”.. Pergunta 8. vai aumentando pouco a pouco. junto com a inauguração da unidade. há mais meios.. Você me entende. biogás. Tem-se que tomar uma.. é verdade. seja ela de triagem. que estava sendo implantada na época. Esse é um grande problema de mentalidade também das pessoas. se eu separo tudo bem em casa.não avançamos. tenho que colaborar.o processo que ainda não.e nós irmos comprar... você não pode.com outro tipo de. A cada ano as porcentagens são. Bem. as crianças em casa também. Sim.. os shoppings e. senão que. você gera um sentido para a sacola. não..que se degradasse. uma medida drástica nesse sentido.. Você gera um sentido.... precisamos de umas máquinas para eliminar essas sacolas... As pessoas.no princípio era um pouquinho. Sua utilidade seria do tipo pegar outra sacola biodegradável. entre aspas. pois você tenta reutilizar essa sacola. mais.dos fabricantes.na rede. para fazer outras coisas.. Você tenta por uma sacola. Vamos muito livres para comprar.. você sempre vê que há uma campanha e logo temos um programa sobre o assunto das sacolas. precisa Programa de Pós-graduação em Saneamento..tentam: “Papai!”. também. não tira o trabalha.. a matéria orgânica chegaria aqui mais solta. As sacolas sim. entende. só faz completo sentido quando associada à coleta seletiva. Mas os nossos supermercados. Sim. sem nada.e das lojas e tudo o que há. E na verdade. Esse fato evidencia uma Idea já constatada: que a implantação de unidade de tratamento de resíduos. uma..é um problema. que..2 . E. mas todos. também entre as crianças. você imagina essas sacolas.. (a população) participa cada vez mais.. Tudo isso facilita. facilita o trabalho das companheiras. Quase todos e.a partir do problema que se gera aqui para reciclar.ao invés de um saco de lixo convencional.nos dão vinte sacolas. é isso. claro (trazem dificuldades na unidade). lá em casa..claro.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 246 .contaminam todos os tipos de materiais... não. observa-se que o município já tem mais de uma década de experiência na coleta seletiva e também que essa surgiu da necessidade de tê-la associada à nova unidade de tratamento.. mas muito sério. não nos acostumamos. esse é o. não! Porque vejo aqui. sempre na televisão..fazer umas balas (embalagens de resíduos). também tomam mais consciência. na. O assunto das sacolas.. Mas não é sua utilidade. sim (eu também participo). Pão é simplesmente o que há por aí nos oceanos é incrível...você vai compra e vai carregando quatro sacolas. vejo aqui que vamos separando e logo penso “bom. por que. a valorizamos antes.Idéia Central C – A coleta seletiva começou com a inauguração da unidade (1 sujeito) A coleta seletiva surgiu na cidade em 1999... de utensílio para poder levar a compra para casa........Como é a participação da população? Você participa? Por quê? Idéia Central A – Sim.mais positivas. Acredito que tem muita gente que já começa a reciclar e cada vez se vai reciclando mais.e não nos acostumamos a ir comprar com esse tipo de sacolas que são maiores. Por esse discurso. eu mesmo. é muito sério por que. também. não nos acostumamos a levar uma sacola e a comprar com essa sacola.. participa cada vez mais (2 sujeitos) Sim.e agora já é muita. talvez esse seja um pouco o problema. tínhamos um cesto para o lixo e você ia a esse mesmo cesto.... cada um com sua educação...para o lixo.cada um com sua educação.. enfim. Tem pessoas que misturam.Pão sei (porque alguns não fazem). se você. Essas sacolas não são. papel com papel.....na hora de poder reciclar... seu.por exemplo. digamos.. chama a atenção a observação que o entrevistado faz com relação à participação da população na coleta seletiva: ele diz que a maioria participa e atribui a participação ou não à educação de cada pessoa. não..a. O problema de... por exemplo.é a maioria.bom. e outro para vidro. em geral... tem pessoas. Então as sacolas contaminam o material reciclável e que tem que ter uma qualidade.o temos grande estão a indústria.. outro para o papel.. Grandes redes do comércio já aderiam à não distribuição de sacolas.hum.uma bala de polietileno.a esteira. sim. não cabe por. talvez seja o.. para poder fazer isso e. Então.. que demonstra grande facilidade de assimilação de conceitos de conservação e um poder de projeção do tema no ambiente familiar.é cada um com sua. claro.antes. Tem pessoas que fazem (a separação dos recicláveis). é. para por o plástico com plástico.. pois há pessoas que não tem espaço.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 247 . Segundo Alves et al.. os sujeitos destacam o aumento gradativo da participação da população na coleta seletiva e o importante papel que as crianças exercem no ambiente familiar..para isso. eu diria que é boa.de. claro. Nesse discurso. 20 anos atrás. conferindo perenidade aos programas. que as pessoas necessitam de mais espaço em casa para.em apartamentos e tal. Os sujeitos aproveitam a oportunidade para abordarem os problemas causados pelas sacolas plásticas.bom. tem pessoas que não fazem... Nesse discurso. Sim. Antes só Programa de Pós-graduação em Saneamento.. ok. não. (1999). é. Idéia Central B – A maioria participa (1 sujeito) Ah. tem pessoas que misturam tudo e jogam no.é isso. é muito grande o problema por que. principalmente por iniciativas da sociedade civil.. e. temos uma televisão um colchão que tira tudo isso que há aí e tudo isso vem aí. Você as coloca... E isso não cabe pela esteira. mas tinham sua utilização e distribuição desincentivada. Sim. Idéia Central C – A participação é boa (1 sujeito) Eu diria que é boa. você precisa de mais espaço em casa para. Então. há umas que quando você seleciona o material. as sacolas não são polietileno.. Você não pode ter um separador de material e fica um reciclador contaminado.... cada um com seus pensamentos. E há milhões e milhões de sacolas...o problema....surge de que as casas. é a maioria..dar uma solução..desse assunto é que. tem importância particular a população infantil. Mas milhões. entre os diversos segmentos da sociedade. por aí e tem que tirá-lo e selecioná-lo antes. a partir de que há que separar o lixo. não. você tem que ter um cesto para o plástico. não. que não eram proibidas na RMB na ocasião da realização da entrevista.. ..se aproveita e em segundo. essa foi exatamente a mesma reclamação feita por funcionários de UTC visitas em Minas Gerais.. em segundo lugar por que. Idéia Central D – Participa mais ou menos (1 sujeito) A população participa mais ou menos. primeiro o fabricante... essa foi também uma reclamação feita pelos funcionários de UTC visitas em Minas Gerais.pela redução. Porque Coca-Cola quer PET. das coisas que.. que deveríamos cuidar de honrá-la...polietileno. por exemplo. Água sanitária.até.. os usuários.água. Basicamente. não sei o que. Conforme já mencionado. Pergunta 9 .. Isso como o que. somos todos. Sim (eu acho importante participar). o entrevistado considera boa a participação da população da RMB na coleta seletiva. e os. agora mesmo nos lugares aonde se vai acumulando lixo.e terceiro. O sujeito menciona ainda a idéia errada que algumas pessoas têm de que os funcionários das unidades de tratamento têm o dever de triar os resíduos porque supostamente eles ganham para isso.havia um cesto de lixo para tudo... mais possibilidades teremos de reciclar.saímos ganhando todos. o entrevistado atribui a participação ou não da população na coleta seletiva à educação de cada pessoa... Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 248 . a participação é boa. o responsável. isto. Somos. poderia participar mais. mas está melhorando e isso depende da educação.que jogamos fora. E. das pessoas....Para você.eu acredito que..somos responsáveis.até quem o comercializa. É cada um de nós... Só que nós nos ocupamos do lixo. quem deve ser responsável pelo lixo? Idéia Central A – Somos todos nós (3 sujeito) Pão. não. amarelo ou se quiser verde.é. claro (que eu participo em casa).é.. claro por que. Sim.. sim. claro. eu acredito que sim.. mais uma vez há uma reclamação com relação à falta de espaço nas residências para a separação dos recicláveis.. E o responsável pelos trabalhadores. todos somos responsáveis. Eu acredito que sim. Desde o fabricante....tentassem unificar mais o tipo de material que querem que tenha suas embalagens.de.o eu produzo uma sacola em que fica esse tipo de produto..bom. os que mais ficam responsáveis somos nós também..se aproveita uma matéria prima que antes não se aproveitava. Esse talvez seja o problema.. em geral. sim. Somos todos nós. Mais uma vez. No entanto.quer... mas bem.por tudo é... amarelo..talvez. se quiser pode ser também polietileno. Também nesse discurso... o responsável por.que se os fabricantes e os. de uma cor.. segundo. Algumas pessoas pensam que como elas pagam pelo serviço. me Programa de Pós-graduação em Saneamento. CocaCola ou. do que consumimos...primeiro porque é um material que se pode aproveitar.... que os funcionários das unidades é que devem triar os resíduos delas e não separam. A população de área de casas de fim de semana e veraneio costuma colaborar menos.. Conforme pode ser verificado nesse discurso.. Água... não há mais lugar para isso.e os produtores de... por ser a de água. leite ou água sanitária. é.. por exemplo. Ah... nos lugares.é.bom. a reciclagem seria bastante facilitada.ao invés de estar. aqui na unidade.as pessoas.. verde. enfim.. a prefeitura faz tudo.. É interessante a observação feita pelos sujeitos de que.eu acredito que são. Já esse sujeito declara em seu discurso que a responsabilidade é integralmente do poder público. eu creio que sim podemos conseguir unificar bastante os critérios.. se os fabricantes procurassem padronizar os produtos utilizados..a reciclagem.unificar critérios. uma vez que cada um paga os seus impostos para que os Programa de Pós-graduação em Saneamento. você pode fazer na sua casa. Pois claro. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 249 .de tentar reciclar vinte produtos... se tentar fazer que a reciclagem dos produtos seja muito mais fácil. seu.. do fabricante da embalagem. todos têm que fazer a sua parte. um listradinho. O sujeito desse discurso também afirma que a responsabilidade é compartilhada. Então... não. e todos estes são. vai por esse lado...o que fazemos.. Esse ponto de vista vem ao encontro com o preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.. Então se todos tentassem.. amarelo.ou não as faça bem. uma redonda . municipal e estadual. que apresenta semelhanças com a Política Estadual de Resíduos Sólidos de Minas Gerais e as Diretivas da União Européia.. Então.. digamos. suponho.. uma menorzinha. rosa.. E o Estado se junta às prefeituras.é. mas se as prefeituras não disponibilizam meios. mas agora entre os cidadãos consumidores e o poder público municipal. de cada um dos “elos” da cadeia produção-consumo. digamos. especialmente as embalagens.. é. você pode fazer bem.um certo material para agüentar esse produto.qualidade ou uma. que são as prefeituras. tudo um apelo comercial.isso é um problema. o que seja. o Estado.e as prefeituras. Idéia Central C – As prefeituras e o Estado (1 sujeito) Imagino. deverá ter uma certa... imagino que a prefeitura.possa. Claro.. um produto.. Imagino que o Estado. prefeituras disponibilizando os meios.. E se você for ao.. às vezes a prefeitura.se favoreceria.entende. Mas. Idéia Central B – As prefeituras e as pessoas (1 sujeito) Se. Mais fácil. Pão sei se você já percebeu... percebe-se que os resíduos são vistos não somente como de responsabilidade individual de cada cidadão. mas também do fabricante do produto. E cada um terá. vermelho.. a maioria.. eu imagino. porque cada um deve fazer a sua parte para que o processo seja efetivo.. Pessoas reciclando. seu pensamento na hora de escolher uma cor. os coletores para que se possa. não podemos fazer nada.. não. seu marketing interno. Sei que a. os responsáveis um pouco de que as pessoas façam as coisas bem ou. Suponho que a cada produto que seja contaminante ou mais tóxico. você vai ao setor e vê: azul. A água é a mesma coisa: uma garrafa maior. ao setor de detergentes de limpeza. vai ver que é um arco-íris. por isso nos cobra os impostos. uma quadrada. Nesse discurso... tem que ser. ao.. Tema 2 – Impressões sobre o trabalho na UTC Quadro 5. Em sua opinião.Que tipo de coisas vocês costumam encontrar B – Coisas de ferro e fabricadas em plástico durante a triagem? Já viram seringas. curativos? C – Pedaços de ferro Alguém já sofreu algum acidente? D . qual é a melhor e a trabalho pior parte do seu trabalho? Por quê? F – No meu trabalho preciso ter paciência com as pessoas G – Não gosto quando há entupimento A – Eu melhoraria os aspectos físicos da unidade 14 . uma vez que esse considera que deve ser sempre o outro a tomar as providências e iniciativas. por exemplo. porque estamos lidando com proteção você usa? Em sua opinião. digo ao encarregado A – Sim.Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora. o que B – Aumentaria a automação da unidade você mudaria aqui na unidade? C – Eu não saberia o que mudar D – Se eu vejo algo melhor. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG Sujeitos 5 4 3 1 2 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 3 1 1 1 4 1 3 1 1 1 1 1 1 5 250 .Você acha que já ficou doente por trabalhar na B – Eu faço meu controle médico e não fiquei unidade? doente A – É um trabalho no qual me sinto muito bem B – É um trabalho bom. o lixo pode transmitir A – Sim doenças? O que você pensa sobre isso? B – Não A – Há controle médico e não fiquei doente 18 . que equipamentos de B – Sim. porque o lixo pode transmitir doenças A – Encontra-se de tudo 16 . É assim A – É uma rotina diária que você faz todos os dias? A – Aprendi o trabalho com os colegas 12 .Em todos os trabalhos tem sempre uma parte D – Não gosto muito do trabalho que as pessoas gostam mais e outra que elas não E – Gosto do horário e me sinto bem no gostam tanto. não tenha participação efetiva na coleta seletiva.Se fosse para melhorar seu trabalho. Imagina-se que um cidadão com um posicionamento como esse. que não atribui responsabilidade alguma a si sobre a destinação adequada dos resíduos.Encontra-se tudo que utilizamos 17 .Como você aprendeu o trabalho? Teve algum treinamento? Você já teve outros B – O chefe me disse o que eu deveria fazer treinamentos depois que já trabalhava aqui? C – Tive cursos A – Gosto de tudo B – Gosto de estar trabalhando C – Gosto de operar a máquina 13 . que eu gosto 19 .É um trabalho e eu o valorizo muito 20 .Em sua opinião.4 – Perguntas e Idéias Centrais do Tema 2 – Unidades da RMB Perguntas Idéias Centrais 10 – Como você conseguiu o seu trabalho aqui na A – Deixei um currículo e me chamaram unidade? 11 .serviços sejam prestados. é importante para evitar acidentes 15 .O que você pensa do seu trabalho? Por quê? C – É um trabalho interessante D – É um trabalho como outro qualquer E . porque você resíduos acha que tem que usá-los? C – Sim.Durante o seu trabalho.Você gosta de trabalhar na unidade? Tem A – Gosto do trabalho e tenho vontade de vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê? continuar Programa de Pós-graduação em Saneamento. Eu cheguei aqui. acho que já disse tudo B – Damo-nos bem e o trabalho é bem visto C – Há pessoas atrasadas. Uma empresa me viu e assim me chamaram.As pessoas valorizam nosso trabalho D .digamos.. basicamente. apresentei aqui um currículo.digamos.bem.orgânico. na unidade há espanhóis e estrangeiros trabalhando e não há distinção quando se vai contratar) A totalidade dos entrevistados foram trabalhar nas unidades de tratamento após deixarem um currículo na empresa e serem selecionados. deixei o currículo e aqui estou.. Deixei o currículo e me chamaram.um. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 251 . foi assim.Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na unidade? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? Idéias Centrais A – O vêem com bons olhos...com ramagem.material... Sim.Em sua opinião.. todos os entrevistados são funcionários da iniciativa privada e não do poder públicos.... Pois é. que têm que aprender mais D – É possível tratar os resíduos de qualquer lugar Sujeitos 1 1 1 1 1 1 1 1 Pergunta 10 – Como você conseguiu o seu trabalho aqui na unidade? Idéia Central A – Deixei um currículo e me chamaram (5 sujeitos) Os funcionários conseguem o trabalho na unidade enviando currículos.. Segundo o administrador. É assim que você faz todos os dias? Idéia Central A – É uma rotina diária (4 sujeitos) Qual é o trabalho? Bom..o que fazemos é. alguns negros – certamente estrangeiros.. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? 22 . me chamaram. faz. digamos que o.sim. digamos isso passa a ser Programa de Pós-graduação em Saneamento. onde geralmente o poder público é responsável pela implantação e fiscalização do exercícios das atividades e a iniciativa privada faz a gestão do empreendimento.. com ramos e então.ah.. Destaca-se que as unidades espanholas são oriundas de parcerias público-privado. encher as leiras com o material. *(Foram vistos homens e mulheres trabalhando na triagem da unidade.. sim.um amigo me disse que estavam buscando pessoas aqui... inclusive da mão de obra.. um conhecido me disse que precisavam de gente. Pergunta 11 . é.... porque se tira o lixo C . como outro qualquer A – Não. Sendo assim. tudo isso. É. Como consegui o trabalho? Deixando um currículo e... porque a reciclagem está bem vista B – As pessoas gostam.o misturamos com.digamos..O vêem como um trabalho normal. o quebra. eu vim e fizeram uma entrevista comigo e é isso. me chamaram. com.Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora....há uma máquina que o transforma em pedacinhos pequenos.Perguntas 21... para dar-lhe....de 10:30h às 14h. Às vezes faço as coisas para que saiam melhores a cada dia. não se jogue o orgânico na esteira.. o separa. O único que nós aproveitamos é. que estava sendo prensado e se foram colocados os fardos em seu lugar. Começamos às 6h. eu gosto. se. Antes eu trabalhava na unidade reciclando.nada.. o material que chega aqui em caminhões e.sabe. o que seja. já uma vez que se. se armazena num coletor e esse coletor é levado para. e... É... dou. O orgânico tem que entrar na trituradora... isso é muito interessante! E se há algum problema. sempre saem melhor a cada dia. já é para.. sim (é assim que se faz todos os dias). Programa de Pós-graduação em Saneamento.. vejo como tudo está. quando se acende a luz. E. deixo meu computador. pego a ponte-grua. é a mesma coisa (todos os dias). que o trabalho nas unidades de tratamento de resíduos é visto como uma rotina diária.. Isso. eu gosto sempre de melhorar. fico no poço pegando lixo e sigo alimentando (o incinerador). se há algum caminhão carregado. para que funcione bem.. Aqui. já é um material que não se aproveita para nada. alguma.. digamos. basicamente é isso.depois de três meses que seja.. para que não joguem coisas de ferro.pequeno.. Bom. isso sim. Por exemplo. pois vou solucionando-o e essas coisas..mas.alguma coisa pendente. para que sempre haja material dentro e anotam as toneladas.. Eu tampo-na e vou para baixo expulsar. o que o lixo quebrado pequeno... nem plástico. e.. anotamos. vou ao meu posto de trabalho e. Eu gosto de estar mais à frente. sobretudo o plástico.. não foi observada nenhuma contrariedade por parte dos entrevistados ao relatarem esse aspecto do trabalho que realizam.começo a. Às vezes... Bem. Sim (é isso).se acabou todo o material das prensas.. a destampo. bom. algum lugar específico. assim.bom. os grandes dos pequenos. Sim (é assim que se faz todos os dias). estou aqui vigiando o (nome da unidade).. Assim. deixamos.. No entanto. o armazenamos aqui..e se não há nenhuma novidade. Percebe-se. Um resumo? Bom.a trituradora.bom. a hora que foi feita. alguma coisa nova. nesse discurso.para jogá-lo em algum. Os plásticos e os pedaços grandes.a executar o trabalho e ver se as prensas começam a funcionar..para que funcione bem.até as 10:30h e depois..conheço tudo.. mas muito objetivamente: acabamos de nos trocar. há sempre o que fazer.é o que se pode transformar em pedacinhos pequenos.eu faço. Temos uma pasta. ligo a balança.. para ver se há alguma novidade. é.eu chego aqui pela manhã. vejo meu encarregado.. fazemos limpeza também e. tomamos um cafezinho e vamos para lá. para armazená-lo ali. material orgânico pequeno.. pegando. pegamos outra.é..a volta por baixo. eu. É mais ou menos o mesmo. o peso.. Eu comecei triando e fui subindo de posto.. Pão foi sempre (que trabalhei na ponte-grua). anotamos a hora. É interessante que. Os plástico.... desde que chego até que vou? Como foi esta manhã. expulsar o orgânico e. sempre uma coisa assim se pode melhorar. sim. digamos.. assim. é isso. onde estamos.. então quer dizer que já não funciona... jogamos fora.aí sai o composto.. abro as trituradoras e é assim.digamos. que. sim. Sim.. só orgânicos. olho as máquinas. é.. Sim. a luz vermelha aqui. Pois já não serve.. os plásticos e. eu o devolvo para a esteira e fico olhando os caminhões que chegam para que. De 6h às 10h.. quando não há nada mais.. pego minha. bem.. Passamos o material por outra máquina que o peneira. está obstruída.é o mesmo (todos os dias). Pa ponte tem poucos anos. eu tenho que vigiar se cai algum papelão ou algo no chão.. é. se alguma trituradora não funciona bem. Pão. Em seguida eu subo. Então. digamos.minha carretinha. basicamente sim. para religá-la novamente.já.não sei se. deixamos anotada.material.. Em todas as coisas. às 10h almoçamos. E....o que essa máquina faz é separar. enfim. eu faço coisas para deixá-las bem. como você viu aqui.. Sei que lá há dois rapazes para que não fique vazio.. e algum ramo grande. depois de três meses isso. Sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 252 .os pedaços grande de ramos dos pequenos... . Porque se você quer aprender. Houve até a menção de um treinamento.. um pouco. o processo. como fazer. Po treinamento também os companheiros me ensinaram.. Sim. (somente tivemos) a informação. tem ensinam. E quando você já tem um pouco de experiência. bom. Então eles te ensinam. bom...Exatamente (vai melhorando a cada dia)..guardadas as devidas diferenças. mas. Sim. o. Por esse discurso. Pão (tivemos treinamento para começar).... com um rapaz que estava aqui fazia tempo. Pão (tivemos nenhum outro treinamento). te falta um pouco de experiência..enfim.nos diz o que temos. não tem só que esperar para que os outros te ensinem. bom.. não demandando nenhum treinamento ou Programa de Pós-graduação em Saneamento. Claro. sim. porque tudo interessa. que demonstrava o caráter rotineiros das atividades realizadas. a maioria os entrevistados das unidades da RMB aprenderam o serviço com o auxílio dos colegas. treinamento..em princípio. tive treinamento. mas não sabemos onde deixar os resíduos.. tudo.e nós. digamos que. eu estive aqui com um rapaz. Sim. um processo de transferência.. bom. porque quando chegamos aqui.com os oficiais. observa-se que há funcionários que não recebem capacitação para trabalhar nas unidades e acabam aprendendo as atividades praticamente sozinhos. também nas UTC foi verificado um discurso semelhante. o. sabemos que isso é uma reciclagem.. o que sei. Sim.. você vai aprendendo mais também. quando comecei. vai fazendo. por que.esse é o processo e... Como mencionado anteriormente para as UTC mineiras. claro que interessa. eu aprendia mais. observa-se que as atividades relacionadas à gestão dos resíduos muitas vezes são vistas pelos empreendedores como extremamente simplória. sobre seu trabalho. Depois quando assumi a ponte grua também me ensinaram.conforme vão passando os dias. Os outros companheiros vão dizendo onde você pode jogar uma coisa. Mas. bem. ele me ensinou como fazer e logo que ele me ensinava algo. Idéia Central B – O chefe me disse o que eu deveria fazer (1sujeito) Bom.. Pergunta 12 .Como você aprendeu o trabalho? Teve algum treinamento? Você já teve outros treinamentos depois que já trabalhava aqui? Idéia Central A – Aprendi o trabalho com os colegas (3 sujeitos) Ensinaram-me a triar.. não. as coisas saem mais rápidas e. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 253 .com eles. mas foram os companheiros de trabalho que repassaram as atividades... somente com o auxílio de orientações da chefia. é um pouco aprender..o chefe ou a chefa nos diz o trabalho que temos que fazer. tem que perguntar.você tem informação. eu fui aprendendo. Conforme verificado nesse discurso e semelhantemente ao observado para as UTC mineiras. a outra.. Bom. não poria nenhuma. Eu adoro. sim.bom.bom. Em sua opinião.. sim. Idéia Central C – Tive cursos (2 sujeitos) Aqui deram cursos de. fiz cursos mais ou menos a cada dois. por que. Sim. No entanto.. A formação tem que vir primeiro. só.por aí. da ordem de 20% (EL PAÍS... Programa de Pós-graduação em Saneamento. três anos e pouco. outra propriedade essencial a um trabalho estimulante é a possibilidade de aprendizagem contínua.Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto. não. sim. tem que ter interesse e gostar. já se vê logo que é tudo normal. o treinamento e a qualificação de mão de obra são itens de fundamental importância para o bom funcionamento das unidades.. me sinto muito realizada. tenho de riscos laborais. e com um salário. em algumas unidades. Tem que ter interesse e gostar. sim (melhorou muito em relação a quando eu trabalhava na seleção). Sim. que a Espanha vinha apresentando taxas de desemprego muito elevadas. 2010)..há pessoas. Observa-se. eu vejo tudo com bons olhos. é a base de tudo e é a garantia também. Muito bom. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 254 . nesse discurso que. só gosta de receber (o salário) e gastar. Pergunta 13 . Fazendo esse trabalho me sinto muito bem. Temos cursos.. de incêndio.a melhor parte é. contra incêndio. de. Segundo Emery (1964.. 1976) e Trist (1978).preparo do executor. Pior? Pior eu não poria nenhuma.. Sim. uma classe de pessoas que não gosta de trabalhar. tudo que for aprender eu gosto... dos bombeiros. Desde 2008.é que estou trabalhando e. Idéia Central B – Gosto de estar trabalhando (2 sujeitos) Bom. Sim... por isso é tudo. Pão (há nada pior). qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? Por quê? Idéia Central A – Gosto de tudo (3 sujeitos) Eu gosto de tudo. E eu. com o início da crise internacional. é explicitado um fato muito importante que ocorria na ocasião da realização do presente estudo e que pode até significar um viés para os resultados obtidos: a elevada taxa de desemprego na Espanha.. (temos) muita formação. gosto muito de aprender. deram cursos. os trabalhadores participam periodicamente de atividades de aperfeiçoamento. sim.. Nesse discurso.. observam-se trabalhadores plenamente satisfeitos com o trabalho que realizam. Por esse discurso. só quer. Tenho bastante formação. a ponto de não apontarem uma parte da qual gostem mais.não quer ir trabalhar. mas vamos. como parte essencial da vida humana. Idéia Central E – Gosto do horário e me sinto bem no trabalho (1 sujeito) Vai. E também o meu posto de trabalho também é muito bom. eu poderia dizer operar a máquina. idosos de baixa renda e indigentes e. não que eu goste muito. porque eu o Programa de Pós-graduação em Saneamento. De segunda a sexta. excluído.mas. É muito bom. um sacrifício.que é difícil o.. Idéia Central D – Não gosto muito do trabalho (1 sujeito) Vamos ver. quando o país passou por uma fase de prosperidade e grande desenvolvimento econômico. é o horário. na época..... uma obrigação necessária para a sobrevivência.que. Se o indivíduo está desempregado. Somente na Catalunha.para por algo positivo. bom.. para por algo positivo. mas... Segundo Lacombe e Heilborn (2003). Idéia Central C – Gosto de operar a máquina (1 sujeito) Pão. para por alguma coisa... 2010).esse trabalho. É muito bom. é. é o trabalho. nessa fala observa-se ainda um sutil menção à satisfação de estar trabalhando. o que tem de melhor.que você diga: “Eu gosto muito”. estar trabalhando já significava um privilégio. no mês de julho de 2010.. Mais uma vez. nesse tem-se um sujeito bastante insatisfeito com o trabalho que realiza: considera-se o serviço difícil de ser executado por não ser motivante. sente-se à margem da sociedade. Para os cidadãos. percebe-se que o trabalho é visto como um fardo. quanto ao trabalho. que tiveram que fechar os seus negócios e por desempregados...difícil de fazê-lo porque não é um trabalho que te motiva e... que muitas vezes define o papel de um indivíduo na sociedade. 6 horas.situação impensável há alguns anos atrás.”. que tiveram os seus recursos esgotados. operar a máquina e é só de estar trabalhando e é isso. o benefício era pleiteado por trabalhadores autônomos. Conforme já comentado. percebe-se uma dificuldade do sujeito em encontrar algo de que goste no trabalho que realiza: “. Nesse discurso. ela era um auxílio oferecido geralmente a pessoas doentes.. mais de 60..000 pessoas viviam de uma pensão fornecida pelo governo conhecida como “renda mínima”... Antes da crise. é um pouco. para por alguma coisa.. o que seja. operar a máquina e é só de estar trabalhando. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 255 . Semelhantemente ao observado em discursos das UTC mineiras. dentre outros (LA VANGUARDIA. correndo o risco de perder sua auto-estima e o seu sentido de cidadania. Idéia Central G – Não gosto quando há entupimento (1 sujeito) Eu mesmo. Idéia Central F – No meu trabalho preciso ter paciência com as pessoas (1 sujeito) Bom. o papelão na esteira. eu também fazia e eu não gostava muito de ter que entrar no meio do lixo para tirálo. não. sim.. também minha função tem um.. se eu vejo as pessoas. eu não gosto. não. dentro do que é isso... dentro do que está.bom. eu chamo o. Pão...”. eu tenho que descarregar isso. porque meus companheiros têm que descer (no fosso de lixo) para tirar. Não é possível saber ao certo se esse aspecto do trabalho é algo que o entrevistado gosta ou não gosta. mas.tem um sentido. Bom. está bem. Há algumas pessoas que entendem.. obrigado. vou me conformar com o normal. mas ele faz questão de frisar que um funcionário sem paciência não conseguiria realizar aquela função... eu fico à parte. Por que. sim. a segurança. E. que deixaram alguma coisa aqui eu vou: “Oi. Programa de Pós-graduação em Saneamento. sim:“Olá. muita gente não pode. o que faço tem um sentido.. Sim. por favor... os caminhões que descarregam nem querem saber como se tem que fazer.aqui você tem que ter paciência. Que mais.não sei. Tem que descarregar isso aqui.. não podem vir pessoas sem paciência aqui. Bom..” e é isso.. Quando eu trabalhava lá embaixo. apontando especialmente os seguintes aspectos positivos: o horário.” Isso não funciona. Esse discurso apresenta um trabalhador satisfeito com o trabalho que realiza. a carga horária. mas também está bem. bom. por favor.. Tenho-no muito certo... o salário.o responsável: “Essa pessoa não quis fazer. Então é isso. sempre o ambiente é mais ou menos igual.eu preciso de onde estou. há pessoas que não podem fazer. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 256 ..muito tranquilamente.... porque se . não podem trabalhar aqui..paciência. mas não gosto quando há um entupimento.. O salário é normal. não me incomoda. É claro. não. há pessoas más.quando uma pessoa está fazendo mal..as pessoas que vêm aqui.que falar com muito jeito.”..aqui. Bom. onde estou. É interessante. Sempre existem trabalhos que a gente não gosta. você tem que falar com muito jeito. nesse discurso. não se pode descarregar isso aqui no chão. é um tanto tranqüilo e o que faço. se você fala com voz forte. Mas há pessoas que dizem: “Pão..não é bom quando tem entupimento. eu falo e ela não está ligando. a menção do sujeito da dificuldade de se trabalhar com pessoas. sim.. não. Se eles fazem uma coisa errada. você.. Eu gostaria de mais. Bom... mas temos que fazê-lo.porque se com.aqui. vou me conformar com o normal. sempre com calma.aqui você tem. ele me responde: “Sim. o ambiente é normal. é normal.. mas também você tem que... muita... o ambiente... Sabe. onde eu trabalho me sinto bem. Está bem.. Porque não. muito diplomático.. não funciona em nenhum trabalho. sempre com paciência. se descarregam coisas no chão ou fazem. Eu faço o justo no meu trabalho. para tratar os..o ambiente. aqui não se pode fazer isso e tal e tal..tenho muito certo.porque se você fala.não funciona. é isso o que tem que fazer”. além da adequação do controle de vetores. sim que é verdade. a resolução dos entupimentos.. mas ainda se incomoda ao ver os companheiros realizarem essa tarefa.é incômodo. Mas o resto é normal.Se fosse para melhorar seu trabalho. algum método para que você não tenha que entrar dentro (do fosso) do lixo e sim fazer algo para que saia.. também. como eu comentei com você. altamente mecanizada e automatizada. há campanha de dedetização.como se gera o tratamento dos gases e tudo isso..eu melhoraria. Tem hora que sim.da unidade... o que você mudaria aqui na unidade? Idéia Central A – Eu melhoraria os aspectos físicos da unidade (1 sujeito) Para melhorar os aspectos físicos talvez. por exemplo. Nesse discurso. no verão também saem. trazendo benefícios para os funcionários e para o trabalho realizado.o ambiente. sim. é o. Idéia Central B – Aumentaria a automação da unidade (1 sujeito) Vamos ver.. que há um pouco às vezes de. como a implantação de sistemas para a redução de ruídos e dos odores provenientes dos gases gerados. sem que eu tenha que estar anotando sempre. Às vezes...e.. eu os mudaria. nesse discurso.. O sujeito é operador de uma ponte-grua. como eu comentei com você. é... colocaria mais automático. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 257 .é. pois gera-se. se erradica tudo. Pergunta 14 . que retira os rejeitos (resíduos misturados.... que causam incômodo. às vezes. com coisas desse tipo. a grande distância que há entre a infra-estrutura implantada nas UTC mineiras e nas unidades de tratamento de resíduos da RMB: em uma unidade quase “industrial”. tenho que ir anotando os pesos. que se pode melhorar. Torna-se evidente. Conforme pode ser verificado.. Melhoraria os entupimentos. é assim. claro. todas as sugestões feitas vêm contribuir para que o ambiente de trabalho se torne mais saudável e agradável.geram-se mosquitos e... o que se pode melhorar um pouco. tem-se como sugestão a melhoria de aspectos físicos da unidade de tratamento.bichos. Os aspectos físicos. que tendem a proliferar com o acúmulo de resíduos...o assunto da poluição. os odores. O entrevistado não realiza mais a função de desentupir o equipamento. Sobretudo o ruído e. É. Bom. a sugestão que se tem é aumentar ainda Programa de Pós-graduação em Saneamento.como a poluição.. sem possibilidade de aproveitamento) de um fosso onde são armazenados e os lança em um incinerador. isso já melhoraria um pouquinho.... Talvez poderia ser pesado sozinho e ir diretamente ao computador. também há armadilhas por aí.. Eu mesmo.. os entupimentos. um pouco. porque às vezes agarra a esteira e pára e você tem que entrar e tirar para que a esteira volte a funcionar bem..o trabalho.há campanha de dedetização.Assim como observado para as UTC..tanto de ruído. é assim. a sensação desagradável causada pelos resíduos misturados é explicitada nesse discurso. produtos como o açúcar. Idéia Central D – Se eu vejo algo melhor. está bem e tal e tal”. como a anotação dos pesos dos resíduos e o desentupimento das esteiras. mas ainda se incomoda ao ver os companheiros realizarem essa tarefa e possivelmente por isso fez a sugestão. eu vejo que a instalação funciona bem. Mas isso eu. Já nesse discurso. roupa especial (2 vezes). se eu vejo alguma coisa melhor assim. Idéia Central C – Eu não saberia o que mudar (1 sujeito) É. Conforme mencionado. digo ao encarregado (1 sujeito) Sim. porque você acha que tem que usá-los? Nas respostas foram listados os seguintes equipamentos de proteção individual utilizados: luva (5 vezes)... se é possível. alegando que todas as vezes que identifica algo que possa ser melhorado na unidade. óculos de proteção (4 vezes). em geral... isso é informado ao encarregado. Nesse discurso. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 258 .ao meu encarregado: “Olha. a sensação desagradável causada pelos resíduos misturados é indiretamente retomada nesse discurso.Durante o seu trabalho. Igualmente ao observado em discurso anterior. o trabalhador se diz satisfeito com as condições atualmente oferecidas a alega não saber o que poderia ser mudado por ter chegado à unidade há apenas 3 meses. não. máscara (3 vezes). fossem acatados dentro das possibilidades. Pergunta 15 ..eu acredito que essa instalação funciona bem. sendo pertinentes.. botas (4 vezes).. Programa de Pós-graduação em Saneamento. que retira os rejeitos (resíduos misturados. que autoriza ou não a alteração. mas que.. sim. capacete com fone de ouvido (4 vezes). Bom. não foi feita nenhuma sugestão para melhoria do trabalho. O entrevistado não realiza mais a função de desentupir o equipamento.mais a automatização.eu digo ao.. isso seria mais fácil assim e tal e tal.mudá-la seria mudar mas para melhorar bastante mais isso. “Olha. sim. é. que equipamentos de proteção você usa? Em sua opinião..e não saberia te dizer..eu no momento não estou a. uma vez que existem atividades que ainda são realizadas manualmente. O sujeito é operador de uma ponte-grua. se está bem ele diz:”OK.. sem possibilidade de aproveitamento) de um fosso onde são armazenados e os lança em um incinerador.não saberia te dizer o que porque estou há três meses aqui..”. Esse posicionamento é interessante e seria o adequado que acontecesse em toda e qualquer unidade: que os problemas verificados pelos funcionários e suas respectivas sugestões de soluções fossem ouvidos pelos superiores e. E. colete (1 vez).” Sim. eu. o sujeito não coloca nenhuma sugestão explicitamente.. Mesmo que seja coleta seletiva. Apesar de haver uma empresa encarregada da destinação final dos animais mortos (acionada por telefone). pneus.. curativos? Alguém já sofreu algum acidente? Idéia Central A – Encontra-se de tudo (3 sujeitos) Ufa.. muitos veículos. o. mas. cachorros gatos e até um tubarão morto). se você precisar.o que seja. dinheiro (notas e moedas.mas era um manequim. que pareça que não tem nada. Idéia Central C – Sim. bem.tudo. Idéia Central B – Sim. Percebem-se as primeiras indicações da crença de que os resíduos podem ser um veículo transmissor de doenças. Porque o colete é importante para que seja visto. Sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 259 . uma vez que os riscos e perigos a que se está exposto durante o trabalho na unidade de tratamento são inerentes à atividade.. Encontra-se de tudo: um caixão. Você pode encontrar o que seja.. Sim. é melhor usar o colete. tanto pesetas como euros).encontra-se de tudo. Nesse discurso... Sim. armas de caça.como são resíduos. pistolas. um celular. Porque há muitos caminhões. porque estamos lidando com resíduos (1 sujeito) Com certeza. Já nesse discurso. claro... tudo. um caixa eletrônico. (é importante utilizá-los). armou-se aqui uma. porque beneficia a nós trabalhadores que. porque estamos tocando-os. Eu especificamente não. percebe-se a precaução do sujeito em mencionar a importância de se utilizar os EPI mesmo que os resíduos sejam proveniente da coleta seletiva e que não se perceba nada de anormal. animais vivos e mortos (tartarugas vivas...ufa.. Pergunta 16 . porque o lixo pode transmitir doenças (1 sujeito) Sim.queremos evitar de ter acidentes e nos machucar. você sabe que pode encontrar de tudo. A possibilidade de se contrair uma doença é a justificativa para a utilização dos EPI verificada nesse discurso. porque o lixo pode transmitir doenças. de tudo. (eu acho que tem que usar). Também quando eu troco os pneus do meu carro eu já pago uma porcentagem do Programa de Pós-graduação em Saneamento.. sendo considerado importante o uso dos EPI para se evitar acidentes. sim. bom..Que tipo de coisas vocês costumam encontrar durante a triagem? Já viram seringas. muito importante. esse serviço é cobrado e as pessoas preferem jogar os animais mortos nos coletores.. Encontra-se de tudo.. um manequim. (eu utilizo).. Pararam a esteira. De tudo. até uma porta..uma colega pensou que tinha encontrado um cadáver mas era um manequim. tem que utilizá-los. Um susto.. é importante para evitar acidentes (3 sujeitos) Sim. observa-se que há consciência dos riscos e perigos a que se está exposto durante o trabalho nas unidades de tratamento..Idéia Central A – Sim. para. não. quando são encontrados perfurocortantes. no momento em que esse questionamento foi repetido também para as unidades da RMB. Deve-se destacar que. posso dizer. não. você pode encontrar o que. Por exemplo. não é habitual. Felizmente. sim que eu penso (que pode ocorrer). para os remédios. diversas também são as coisas curiosas encontradas durante a triagem nas unidades: celular. um telefone. gatos e até um tubarão morto). inclusive com acidentes... mas algumas vezes já aconteceu.. pistolas.. conforme pode ser constatado. não. não. se encontra seringas entre o lixo. mas normalmente não vêem coisas diferente. não. mas chegam muitos aqui e o dinheiro da reciclagem fica com alguém. armas de caça. porta. e a conseqüente colocação dessas carcaças nos coletores de resíduos... às vezes nos picamos porque há algumas coisas Programa de Pós-graduação em Saneamento. com muitas seringas e curativos. pensou-se em verificar se coisas desagradáveis e perfurocortantes também eram encontradas durante o tratamento dos resíduos. pneus. “o procedimento é documentar e informar à administração pública e aos ecologistas para que se averigúe a origem. que é cobrado à parte. Vale ressaltar a reclamação do sujeito de que chegam à unidade materiais que deveriam ser recolhidos pelos fabricantes. mesmo usando luvas.de ferro.alguma coisa. animais vivos e mortos (tartarugas vivas. o procedimento é documentar e informar à administração pública e aos ecologistas para que se averigúe a origem. às vezes vem.o normal é que as coisas sejam de plástico.. Mas. para a destinação adequada desses resíduos.pode ser que você encontre. Em certa época estava chegando muitos resíduos de clínicas veterinárias. não (nunca ocorreu nenhum acidente). sim (já encontraram seringa). Pormalmente. mas não. eventualmente esses trabalhadores ainda enfrentam problemas com relação a perfurocortantes. que são fabricadas em plástico. normalmente não. não sei.. Mas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 260 . já aconteceu de funcionários serem espetados por agulhas de seringas. Sim.. coisas diferente assim. dinheiro (notas e moedas.. Sim. caixa eletrônico. Pão.. Reclamou-se ainda da não utilização do serviço de coleta de animais mortos pela população. Quando vejo a seringa ou quando às vezes. apesar de toda a evolução do gerenciamento dos RSU e da existência de uma coleta específica para os resíduos de serviços de saúde.preço para que os pneus velhos sejam reciclados.não. Sim. Sim.. tanto pesetas como euros). e o questionamento de para onde estaria indo o percentual do valor cobrado. para citar algo. o. como pneus. caixão.. Idéia Central B – Coisas de ferro e fabricadas em plástico (1 sujeito) Diferente. não.” Além disso.agora não sei o que te dizer. no momento da compra. vamos ver. É interessante destacar também que. Apesar de ter uma coleta separada para esses resíduos. Quando ocorre esse tipo de coisa. não. diferente. Percebe-se que. cachorros. coisas de plástico.. porque algumas vezes. .. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Aparece telefone. ferro.. Mas é verdade que têm todo um sistema esse assunto. é que aparece de tudo. são algumas e outras que aparecem.hospitais e tudo isso sim que. ou seja.. é verdade (curativos e seringas). Sim. nós todos temos as mesmas coisas. são simplesmente objetos de ferro e de plásticos. Já nesse discurso. Claro. disponibilizaram mais meios.logo aparece. Sim. Pormalmente. todos nós jogamos fora as mesmas coisas.que todos utilizamos as mesmas coisas. Sim. E. não houve nada. que. vai-se lá na prestadora de serviços de saúde (convênio médico).é que aparece de tudo. Nesse discurso...... nós a cada ano temos.. já.de tudo. bom. cita-se que a única coisa incomum eventualmente encontrada são pedaços de ferro e nada mais.. Sim. é que. com esse consumismo que temos... Sim. nós utilizamos as mesmas coisas. eu tiro..não sei. que não tenha sido nada.. Pormalmente costuma ser ramos que tem espinhos.mas. aparece de tudo que você possa imaginar. Seringas já foram encontradas.que seja problemático.se costuma fazer um exame e não apareceu nada.... tudo que nós utilizamos. quase.. porque antes não havia nada e vinha mais. Tudo o que utilizamos em casa.. sim. ou seja. é que. Então.nunca se viu se isso foi uma. Então. não. quando eu encontro.por exemplo. quando se encontra algo incomum.. Sim... se não quiser. Sim.. Algumas que aparecem. talvez hoje haja mais controle.se. Se alguma pessoa joga alguma coisa de ferro. Sim. já..”. porque temos que levar para outro coletor de ferro. ou seja. Vamos ver. os moradores têm. é uma coisa. por exemplo se. A menos que eu esteja enganado.sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 261 . também mais coletores.. Idéia Central C – Pedaços de ferro (1 sujeito) Bom.. menciona-se somente que. Claro.e às vezes você não vê com o quê se picou... Até o momento. Você tem. Então você faz se quiser.. tenha aparecido menos..vai-se lá na prestadora de serviços de saúde (convênio médico). Já não aparece. que aparece. pois.ou seja. ah.. isso aparece muito (telefones). Tudo que nós mesmos utilizamos.. Sim. mas a empresa disponibiliza os meios para que você a faça. Pão. em teoria. em princípio não. se jogam uma coisa. que antes. não. não sei. as outras pessoas têm.. que uma vez vi alguma seringa.. Mas sim. que é para ferro.. quase. talvez. a alguns companheiros antes se. talvez sim aparecia um pouco mais... não. Ás vezes.graças a Deus... mas.centros de terceira idade. ferro. não aparece muita.você fica um pouco preocupado.. ou este. sim....a empresa não vai te obrigar. mas olhe.. bem. embora muito raramente e não há registro de acidentes.fazer um exame..uma agulha ou. que também é voluntária.não há nada anormal. não. ferro enferrujado. na hora de..ver qualquer coisa e não tem problema. talvez na hora de reciclá-los disponibilizaram mais meios. de a.. Também eu creio que é um problema de que nos centros onde se geram esse tipo de produto... já não aparece.. assim não se pode fechar.. de reciclar.. Em princípio sim. Pão há nada fora...bom.... ou seja. Pós temos a vaidade.uma revisão periódica.algumas vezes se picaram... tudo. Porque já. eu tenho. Idéia Central D – Encontra-se tudo que utilizamos (1 sujeito) É que tudo é comum. ou seja.que atravessam o material da luva.. é tudo.pode vir algo. e diz: “Bom. se você quiser. se.. não. Então. não. ok.agora parece que já vem menos..se. é que. Percebe-se também.. devido ao ambiente. Também aqui é citada a importância das vacinas para a proteção da saúde. o funcionário é encaminhado pela empresa para exames médicos. Menciona-se também a ocorrência de picaduras..não ouvi.. só que no sentido inverso.pode ser. não. MARTH et al.... Quanto perguntados sobre a importância dos EPI. está ao ar livre.. todos os entrevistados disseram que tomaram diversas vacinas antes de iniciarem o trabalho nas unidades de tratamento.é menos problemático do que se fosse uma área como esta.O sujeito desse discurso cita que o que geralmente se encontra são coisas utilizadas no dia a dia..lixo que. mas...de vírus ou bom. que é coberta.que são mais perigosas.. não. Semelhantemente ao observado para as UTC mineiras. que esses trabalhadores ainda enfrentam problemas com relação a perfurocortantes. 1997. sempre se pode gerar o incontrolável. por estar metida em. eu não sei. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 262 . Idéia Central B – Não (1 sujeito) Programa de Pós-graduação em Saneamento. de alguma coisa que nos possa afetar. engorda”! Pode ser. como está ao ar livre. nesse discurso.hum.não ouvi nada a respeito. apesar de a freqüência ter diminuído com o passar do tempo.. 1997. Pergunta 17 . que meus companheiros tenham dito. tudo o que há na decomposição da matéria orgânica. descartadas devido ao consumismo. eu acredito que.Em sua opinião. Ah. 1998). o que seja.. então não sei.tem coisas que na maioria de. Hum. Mas aqui temos um ditado “o que não mata... observa-se a percepção de que o resíduo pode transmitir alguma doença.. Sim. Pão sou cientista nem médico. eles não. eu acredito que. uma fermentação. nesse discurso.. estudos indicam que a exposição aos microrganismos transportados por via aérea e aos possíveis produtos tóxicos existentes nos resíduos misturados pode causar problemas de saúde aos trabalhadores de unidades de tratamento de resíduos (POULSEN et al. mas que não foi possível identificar se causadas por seringas. No entanto...que o assunto de. Aqui. Conforme mencionado anteriormente. há uma possível combinação.. um. de. Idéia Central A – Sim (4 sujeitos) Eu acredito que sim. não sei... de produtos. eu imagino que. Acredito que sim.a instalação está. o lixo pode transmitir doenças? O que você pensa sobre isso? Nas respostas.vamos ver. 1995. esses foram associados à prevenção de doenças e agora essa vinculação é realizada novamente. Acho sim que os resíduos podem transmitir doenças. quando ocorrem.sim. ACURIO et al.... cientificamente por que meio mas suponho que... de maneira preventiva.. por isso somos vacinados e é necessário utilizar todos os equipamentos de proteção. Mas claro... conforme relatado... materiais misturados e tal.comentaram nada.e mesmo o resíduo em si. LAVOIE e ALIE. Então..... Nesse discurso. a cada ano.se você tampa onde está os resíduos. Pão. Pão. um ano sem tocar.. no passado eu tenha adoecido por. claro.sem nem olhar. ninguém teve nada... à vacinação e ao controle médico que são disponibilizados pela empresa. sim. sim (há controle médico). Em princípio. Sim. Depois.. Creio que sim. ok. até agora. que no passado. observa-se a crença de que nunca se contraiu doença relacionada ao trabalho na unidade de tratamento.é que se. Sim (existe controle médico). eu vou. pelo que sei já está aí muito. que poderia acontecer (de ficar doente).não acredito que tenhamos contraído alguma doença por causa do lixo. é uma área que não. Olha.. utilizamos todos os EPI.é uma área ventilada. ao médico. Isso é muito importante para minha saúde também.se sente algo antes.. eu faço. Sim. produzem-se umas combinações. Sim. não (não acredito já ter ficado doente)... Já nesse discurso.sim.por causa do lixo não.. sem o acréscimo de nenhuma explicações ou justificativa. você é encaminhado à prestadora de serviços de saúde (convênio médico). cuidar-me antes que eu possa contrair alguma doença. aqui eu não tive nenhuma doença. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 263 . pois.Pão (acredito que o lixo pode transmitir alguma doença). que continue assim.. entre nós.. Por isso é. um controle. sem fazer se quer. que quando você entra. mas cabe a mim me proteger. nisso..qualquer tipo de coisa. percebe-se a negativa do sujeito com relação à possibilidade de os resíduos transmitirem doenças.. eu não creio não. tenho que me proteger. Pergunta 18 . é uma área que está limpa. Pão. Programa de Pós-graduação em Saneamento. sendo isso atribuído à limpeza e ventilação do local de trabalho. eu mesmo. Sim. convém fazer a revisão médica. não (acredito ter ficado doente por trabalhar na unidade). em princípio ninguém adoeceu nem nada aqui. estou aqui trabalhando. faz-se uma consulta geral à prestadora de serviços de saúde. às vezes. Pão (se faz o controle na empresa). sim. Sim (eu mesmo faço o controle). pelo que sei já está fermentado. sim.Você acha que já ficou doente por trabalhar na unidade? Idéia Central A – Há controle médico e não fiquei doente (3 sujeitos) E então. hum. Idéia Central B – Eu faço meu controle médico e não fiquei doente (1 sujeito) Bom.. Sim. Tanto.. não creio não. mas. você tem que ir ao médico. já entra vacinado e com revisão médica. estamos controlados. então ela nos olha e faz uma revisão.... um ano aí..bom. estou aqui vinte e tantos anos e ninguém adoeceu nem nada. ao uso dos EPI. estamos todos tranqüilos.. eu faço com meu médico.. e que continue. Pós vamos à prestadora de serviços de saúde a cada ano. mas.. Pão. Precisamente fazemos revisões agora.. Isso produz coisas novas com o tempo..que não. normalmente a cada três meses. Eu não creio não. Sim. E que continue. sem nenhum subsídio da empresa. eu venho bem. no qual declara sentir-se muito bem. parece chato. cada dia mais. não.. é bom.. mas. Sinto-me aqui muito bem.. é bom. que me deixa contente.Mas. que eu gosto (1 sujeito) É um trabalho. como todos pensam. em todas as suas possibilidades.. No entanto. Idéia Central C – É um trabalho interessante (1 sujeito) Sim. porque tudo. observa-se um trabalhador satisfeito com o trabalho que realiza. Mas é um trabalho que é bom.. como todo mundo pensa.. Eu entrei aqui sem saber nem o que era. vamos ver. Eu precisava trabalhar... como todo mundo pensa. é interessante (o trabalho)..”.. Já nesse discurso. que eu gosto. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 264 . bom. era a primeira vez que eu trabalhava com o lixo. o sujeito diz estar contente e realizado com o seu trabalho e menciona que não o faria “. todo mundo tem outras aspirações. é importante. talvez de melhorar. Pão (conhecia o trabalho na unidade). pensei: “Ah.se chegasse chateado. cada dia mais.se não valesse a pena.como todos pensam. Que venho todo dia pelo mar.sempre tudo se pode melhorar.”. Idéia Central B – É um trabalho bom. o que será isso?” E quando vi todo o processo que há na unidade. também é observada a crença de que nunca se contraiu doença relacionada ao trabalho na unidade. que no fundo.. que. “. atribuí-se isso ao controle médico que o sujeito realiza a cada três meses por conta própria. Pergunta 19 .”. Por esse discurso. O sujeito cita também o bom relacionamento com os colegas.. Eu me sinto bem realizando o meu trabalho. é interessante. Porque eu. então.. é interessante. parece chato.sempre tudo se pode melhorar. Melhorar.Nesse discurso..O que você pensa do seu trabalho? Por quê? Idéia Central A – É um trabalho no qual me sinto muito bem (1 sujeito) Bom.. junto com os meus companheiros. mas não é isso. apesar de relatar que o trabalho é bom. se chegasse chateado.. porque tudo. em todas as suas possibilidades. enviei o currículo. pode-se perceber alguns vestígios de que essa satisfação não é tão plena: “. venho como. que deve ser considerado como um importante fator motivador do trabalho. Melhorar. é honesto e é isso. talvez de melhorar. quando comecei aqui. bem. todo mundo tem outras aspirações. que bem.”. “. Se não valesse a pena eu não pegaria a bicicleta todo dia.. não.. venho bem. Programa de Pós-graduação em Saneamento. No entanto. mas não é isso. depois vim fazer a entrevista. Essa percepção contribui para elevar a autoestima e a dignidade das pessoas. comecei e não sabia o que me esperava aqui. esse fato pode significar um viés para o presente estudo. Pergunta 20 .. mas bom. causada pela crise internacional.é.chamaram-me.. prestando um importante serviço à sociedade. pois tal como estamos hoje em dia.primeiro é um trabalho normal e corriqueiro. Idéia Central D – É um trabalho como outro qualquer (1 sujeito) Acho que é um trabalho como outro qualquer.. pois também é algo positivo. que o trabalhador considera interessante a atividade que realiza. quero dizer que. Segundo o sujeito desse discurso. basicamente que.. Conforme já mencionado anteriormente.que.. Observa-se.... É isso.. Chama a atenção o relato do entrevistado de que desconhecia completamente a unidade e o trabalho realizado ali antes do seu ingresso. o sujeito cita ainda o bom relacionamento com os colegas. tornando o trabalho mais estimulante.. que coincide com relatos das UTC mineiras.. hoje em dia é um trabalho e o valorizo muito... a atividade que realizam na unidade de tratamento é um trabalho como outro qualquer. bom.penso do meu trabalho. que. assim o vejo. Idéia Central E – É um trabalho e eu o valorizo muito (1 sujeito) Bom. Talvez que.Sim.. nesse discurso. que.que é um trabalho em que eu estou aqui satisfeito com os companheiros.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 265 . E eu entrei.É. considerado como um importante fator motivador do trabalho. vamos ver.. sem nenhuma distinção.Você gosta de trabalhar na unidade? Tem vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê? Idéia Central A – Gosto do trabalho e tenho vontade de continuar (5 sujeitos) Programa de Pós-graduação em Saneamento. é. por mascarar as reais opiniões dos entrevistados com relação ao trabalho que realizam nas unidades de tratamento de RSU. também acredito que.nada.. mais uma vez é explicitada a satisfação em se estar trabalhando diante da elevada taxa de desemprego na Espanha....que é muito bom... Também aqui. bem. Nesse discurso..se você se fixa nessa parte do assunto de reciclagem. que reciclagem é uma coisa que todos fazemos aqui..que não que eu esteja apaixonado por fazê-lo.que é um assunto também. Estou aqui há 10 anos e esse é o meu quarto ou quinto trabalho até hoje. bom. . eu gosto. porque aqui estou bem. mais uma vez é explicitada a satisfação em se estar trabalhando diante da elevada taxa de desemprego na Espanha. Estou bem aqui. mas semelhantemente ao observado nas UTC mineiras.nós geramos o lixo. sinto-me bem aqui. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? Idéia Central A – O vêem com bons olhos.. muito bem visto.. me sinto como. Sim (gosto). Eu falei para (nome do chefe) que meu futuro está aqui. Conforme relatado. continuo trabalhando aqui. ganhamos todos.. Peste momento eu estou trabalhando.. faço-o muito bem...Sim. penso em continuar aqui sim. Minha aposentadoria.. Guardadas as devidas diferenças. Sim (desejo continuar trabalho). E em segundo lugar. o assunto de reciclagem. e. eu estou feliz.seja posto em coletores. prevalece o sentimento positivo que parece sincero.. como eu estou muito tempo aqui. Bom. Sinto-me muito realizada. uma vez que “.... por não ter outra oportunidade melhor ou pelo bom relacionamento com os colegas.se não tivesse saído de casa. esteja num lugar. Mas. inclusive até a aposentadoria Pergunta 21 .hum... Segundo o sujeito desse discurso. e não pela crise senão porque.é. existe um reconhecimento da Programa de Pós-graduação em Saneamento.. nesse discurso.Bom. gosto de trabalhar . Eu acredito que está muito bem visto. porque a reciclagem está bem vista (1 sujeito) Eu penso que. em primeiro lugar. Sim.sei bem o que tenho que fazer e é assim.. Por que...enfim. a população vê com bons olhos o trabalho realizado na unidade porque a reciclagem é bem vista e muito incentivada.não sei. Bom.. eu tenho que ganhar a vida em outro lugar. eu acredito que essa é uma coisa que. Apesar das ambigüidades verificadas. estou vivendo do meu trabalho.estamos satisfeitos aqui. é. Ao mesmo tempo em que se diz efusivamente estar satisfeito. me sinto como.. bom. estou feliz. está bem visto. justifica-se pela necessidade de trabalhar para obter o sustento. Ah..o lixo é cada vez mais problemático nas cidades.. Eu gosto é de estar trabalhando. sim (gostaria de continuar). assim.. me sinto como uma parte dessa unidade. Ah. declarado pela realização que se tem com o trabalho e que motiva a permanecer. sim. percebe-se uma mistura de emoções e sensações relacionadas ao trabalho nas unidades de tratamento. eu gosto de sair para fazer o meu trabalho.. essa é uma coisa. nesse discurso. enquanto os caminhões não a recolha e tal. feliz com o trabalho realizado. não.. trabalhando aqui.Em sua opinião. Além disso. sim. Sim. quando o fazemos. Vamos ver.como eu disse antes. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 266 .. entende. então..”.eu penso que eles o vêem bem.. pelo costume. sinto-me muito realizada. que muitas vezes se contradizem. para que esse lixo esteja ali. porque não tenho nada melhor.. sim (gosto de trabalhar na unidade). Porque é o assunto de reciclagem hoje em dia. e... em todos os sentidos.que terminar o contrato. que digam que não há trabalho. Meus companheiros estão todos aqui.sim. sempre que as prefeituras disponibilizem os meios para que esse lixo.o lixo é cada vez mais problemático nas cidades. eu me sinto bem. aqui. assim é a vida..quando chegar o momento. Sim (desejo seguir trabalhando na instalação). Claro. especialmente da coleta seletiva.. seria um problema.. e já. vou trabalhar.. O problema da coleta do lixo. (nome de outro município). é que as pessoas são muito acomodadas e se. me empolga o turismo.. todos valorizam..os resíduos que nós reciclamos e compactamos. observam-se vestígios de falta de colaboração e o sujeito destaca como seriam caóticas as cidades sem a realização da coleta de resíduos. há pessoas.. uma Barcelona com a parte da população residente. Mas se. e já não sei o que há.a cada três dias ou a cada semana.as pessoas gostam porque estão trabalhando. Segundo citado pelo sujeito. a. não.eu creio que.a população.. Então também eles valorizam seu esforço e valorizam também o que nós fazemos. Programa de Pós-graduação em Saneamento.que em poucos dias. Bom. salienta-se que uma das mais relevantes propriedades do trabalho estimulante. sempre.e foi um pouco de tempo. definidas por Emery (1964. entende. não somente onde nós vivemos. para tudo.. imagina com o turismo.. Eu acredito que. Salienta-se que uma das mais relevantes propriedades do trabalho estimulante. eu vou à praia. claro porque se não coletam o lixo. Nesse discurso. Eu vou.. Imagina-nos. definidas por Emery (1964.. no que a pessoa trabalha. é.. sempre tem que animá-la. Por exemplo. não. mas em toda a cidade. nós comentamos.. ah.. toda a região. teríamos tal volume. que não teríamos onde deixar as coisas. não se concebe que não haja. 1976) e Trist (1978). onde houve uma greve de coleta. mas não Barcelona. Isso é muito importante para. 1976) e Trist (1978). e isso.. uma aqui mesmo onde estamos.... a população gosta do trabalho que é realizado na unidade porque faz a limpeza da cidade. tem muitas pessoas. porque se tira o lixo. ok. mais uma vez. é que se necessita. então ele suja o mar.população para a atividade. porque se tira o lixo (1 sujeito) Bom.. um real reconhecimento da atividade. não permitindo que os resíduos poluam o mar e as ruas. Hoje em dia não se concebe.. a rua.. No entanto. que vêm e vêem o que fazemos. já não sei o que se faz. ninguém fosse buscar isso..sim. E já.. Ainda mais quando eles vêm.tem algumas que gostam. sendo percebido. porque está bom aqui.... isso.sem unidade de tratamento para grandes volumes..hoje em dia.. se não existíssemos. Idéia Central C – As pessoas valorizam nosso trabalho (1 sujeito) Remetendo-me ao que eu disse antes. Pão sei se você lembra-se da Itália. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 267 . o que é muito importante e satisfatório. é o reconhecimento e o apoio.as pessoas não saberiam o que fazer e onde estão.. gerariam tal volume..... é mencionado que a população valoriza o trabalho que é realizado nas unidades de tratamento... é o reconhecimento e o apoio.embaixo de casa.para a cidade. se uma pessoa. Por que.. vou passear.. senão (nome do município) recebe mais turistas. Idéia Central B – As pessoas gostam. claro para que não se suje aqui.e amanhã eu ponho no lugar certo e não sabe que está vazio. ok. com a quantidade de coleta seletiva.é que se necessita. seria um grande problema..as pessoas valorizam nosso trabalho.e joga uma sacola aqui.. Enfim. tanto a seletiva como a de qualquer outro tipo de resíduo.sim. . Apesar de esgotados os temas. há pessoas um pouco atrasadas sim.ainda. que bom. então respondem “Ah.que lhes faltam. limpa eu saio daqui. com o mesmo valor e a mesma importância. Saio daqui muito arrumada. o sujeito desse discurso menciona que o trabalho que realiza na unidade é igual a qualquer outro. acho que já disse tudo (1 sujeito) Eu acho que eu disse tudo.... vestida e não tenho nenhum problema. Ainda mais quando eu digo que eu opero uma ponte-grua. Sim. que têm que aprender mais.. Sim. é bem interessante também... sim. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 268 ..”.o que acontece. entre os companheiros nos damos muito bem. não se percebe nenhum vestígio de discriminação e sim um interesse da população pelo trabalho.há pessoas um pouco atrasadas. Pergunta 22 . Idéia Central C – Há pessoas atrasadas. Nesse discurso. nesse discurso... com o lixo e tal. está. A prestadora de serviço de saúde é a mesma. Bom.” E eu começo a explicar um pouquinho e eles gostam. se interessam. vamos ver.Idéia Central D – O vêem como um trabalho normal. hoje em dia.bom. Idéia Central B – Damo-nos bem e o trabalho é bem visto (1 sujeito) Bom. lhes faltam. Estamos limpos. está melhor. Sim. assim. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Semelhantemente ao relatado em um discurso das UTC mineiras. como outro qualquer (1 sujeito) A população. Realmente considera-se que todos os depoimentos obtidos foram muito interessantes e bastante ricos em informações... houve a necessidade de enfatizar que o relacionamento existente entre a equipe é bom e que o trabalho na unidade é bem visto.que aqui tem pessoas.. para mim está bem. E quando me perguntam: “Onde você trabalha?” “Po (nome da unidade). assim como outro.e não sei. No entanto.bom. as pessoas? É como um trabalho normal como outro qualquer. ao contrário do observado para as UTC. que têm que aprender mais (1 sujeito) Bom.. está no caminho. assim como o reconhecimento e o apoio da população. Conforme mencionado anteriormente. Sim. um bom relacionamento com os colegas deve ser considerado como um importante fator motivador do trabalho.. fazemos um trabalho de reciclagem que eu acredito que está muito bem visto e. verifica-se que o entrevistado considera ter esgotado tudo o que gostaria de dizer sobre o trabalho na unidade de tratamento de resíduos...Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na unidade? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? Idéia Central A – Não. É como se não tivesse estado fazendo nada mesmo..tem pessoas. E ninguém olha. Mas. tudo gera tudo. Corta-se quatro vezes. Pouco a pouco. Exatamente (uma caracterização). colocação de coletores.é. tudo gera postos de trabalho.o passo mais importante é sim. segundo os moldes da RMB: caracterização dos resíduos gerados.. a Olimpíadas que será no Brasil. mais ou menos de que tipo de resíduo que gera aquela população.. você não vai reciclar.se estiver em um país.. Idéia Central D – É possível tratar os resíduos de qualquer lugar (1 sujeito) Primeiro suponho que o mais diferente eu creio que seja a matéria-prima.a o que seja. apesar de esgotados os temas. O entrevistado sugere ainda que a realização das Olimpíadas no Programa de Pós-graduação em Saneamento. Analisá-lo significa. não. campanha disto e a sensibilização das pessoas. entende... ok. Sim.. fazer campanha de informação. o vidro.um.como aqui.. que tipo de resíduos são gerados. pouco a pouco. e então.. consideradas atrasadas e que têm muito que aprender. E então..se você tiver um caminhão de coleta e uma unidade junta de triagem e reciclagem. O importante é.. Se você tem um caminhão e tem uns coletores e as. e as pessoas colaboram. analisando-o. tem um material para a coleta seletiva de um lugar. ok. Se partirmos da base de que.. entende.é. quem o gera é você e você tem a responsabilidade de fazer a coleta seletiva.. menciona-se que a colaboração das pessoas já melhorou muito.como já falamos antes.. se. se todo dia gera-se resíduo. Mais uma vez.. as embalagens quando você vai comprar uma comida. selecionar-se-ia e seriam recolhidas umas amostras de vários pontos da população e analisálo. que vem tudo.e sabendo que tipo de resíduo temos.um impulso bastante forte. cresce potencialmente e exponencialmente....Londres ou na Turquia... E pouco a pouco. um monte. Então esse resíduo. Mas há pessoas que gostam de melhorar.se potencializa e.. todos os passos. embalado. inicialmente seja muito difícil e depois pouco. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 269 . É que se você tiver um.talvez seja de má qualidade. a garrafa de água. tanto se soluciona com os políticos como com a cidadania.é que se. por exemplo já envazado.. que talvez. mas há pessoas que não. que seja. pois se pode atuar.. Tudo. Mas você em casa.é a mesma coisa. Cresce no que seja reciclagem. e as.. Então em casa temos um consumo. porque também há um consumo. verdade..se vai gerando. Também apesar de esgotados os temas. que se colaboram ou não colaboram... Então. ir tentando inserir esse sistema. vamos ver se as pessoas..se unifique tudo.cresce.não tem condições. Como se faria. que as pessoas colaborem. Então sabendo que tipo de resíduo...... o leite no tetrapark...que tipo de resíduo temos.alguém tem que pensar.tem gente que não gosta de fazer as coisas. que seja Milão. Pode-se também colocar os coletores.. que é difícil por que. fazem-se dois. pois talvez se. primeiro teria que analisar neste povoado ou nesta cidade... nesse discurso..por muito que se queira reciclar.. é.. se você quiser tem um tratamento. onde não se gera esse tipo de resíduo.se gera. então já saiu um estudo.. nesse discurso. Mas primeiro o resíduo que há.. o sujeito descreve alguns passos para se realizar a coleta seletiva dos resíduos. se vai crescendo e também é verdade que tudo.... que seja Barcelona. Sim nós tampouco sabemos tudo. Eu suponho que... mas que ainda há pessoas que resistem a colaborar.. um caminhão. mas. verdade... realização de campanhas de informação e sensibilização da população.. que seja Brasil. também pouco a pouco.esse tipo de resíduo. as pessoas vão se acostumando. a gente sempre tem que melhorar.. Brasil pode ser um impulso todo especial para potencializar a coleta seletiva e que passo a passo as coisas vão sendo solucionadas com os governos e com os cidadãos.2 Considerações sobre os Discursos do Sujeito Coletivo dos trabalhadores de Barcelona Diante das informações obtidas a partir dos DSC das Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Segundo Alió e Brú (1990. percebeu-se que a maioria dos pontos de disposição era de pequeno porte (com área menor que 1Ha). Analisando-os individualmente.4. com uma densidade de 0. No entanto. Estimava-se que a área ocupada pelos pontos somava cerca de 96Ha e que o volume de resíduos depositados era de mais de 900m3. 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 270 . sendo que somente dois tinham área maior que 16Ha. observa-se que os funcionários espanhóis têm bastante conhecimento sobre resíduos sólidos e sobre coleta seletiva. inertes e matéria orgânica) na RMB. que eram desde substâncias tóxicas.4 LEVANTAMENTO DO PROGRAMA METROPOLITANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS MUNICIPAIS 5. 5. considera-se que as hipóteses inicialmente mencionadas (o trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é considerado como outro qualquer e é bastante facilitado pela existência de coleta seletiva efetiva. o número de pontos de disposição irregular de resíduos (mistura de resíduos industriais. Pelos depoimentos obtidos.1 Breve histórico da gestão dos resíduos na Região Metropolitana de Barcelona Até a década de 1980. até entulho de construção e/ou matéria orgânica. O grau de periculosidade também variava de acordo com os materiais dispostos nos locais. que já são temas do dia-a-dia. percebe-se que o conhecimento vem sendo construído ao longo do tempo e que esse trabalho já ultrapassou mais de uma geração.3. 1995). era de 111. e os trabalhadores não se sentem desvalorizados e/ou discriminados por trabalharem nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona) foram confirmadas. embora discursos que citam opiniões contrárias também tenham sido encontrados. a disposição irregular dos resíduos era tida como a “estratégia de gestão ambiental” na Região Metropolitana de Barcelona.2 locais/km2. na década de 1980. na expectativa de que os solos se tornassem urbanizáveis e aumentassem o seu valor de mercado. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 271 . o Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona foi aprovado em 1997. sofreu um completo processo de transformação residencial e terciária. numa extensão total de 585km2. O PMGRM. já passou por duas revisões desde Programa de Pós-graduação em Saneamento.Os autores observaram que quase a metade dos locais de disposição se encontrava em solo privado. espanholas e catalãs vigentes. através do fomento à prevenção e à segregação. reguladora de resíduos na Catalunha e único ordenamento legal existente na ocasião da aprovação do programa. tinham sido completamente incorporados à zona urbana. que atende aos 33 municípios da RMB. em 1982. A gestão controlada de resíduos teve início com os resíduos industriais. especialmente os terrenos das instalações olímpicas na montanha de Montjuic e aqueles situados entre o porto e a Zona Franca. Destacaram ainda que os locais de disposição irregular de resíduos mais antigos. que foram utilizados até a década de 1960 ou um pouco mais. na ocasião dos Jogos Olímpicos de 1992. uma vez que os proprietários aceitavam bem esse primeiro uso urbano. correspondente à área urbana de Barcelona que. além das demandas dos setores e grupos sociais mais conscientizados. Mas foi a aprovação da “Lei Reguladora de Resíduos Sólidos”. quando da construção do cinturão do litoral. em meados de 1993 que potencializou a minimização e a coleta seletiva dos resíduos domésticos na origem (ALIO E BRÚ. e apresenta metas de incremento progressivo na quantidade de material reciclado. baseados nos critérios de hierarquização da Lei 6/93. 5. ano em que o Governo da Catalunha emitiu a primeira normativa. O restante dos pontos de disposição se encontrava em solo público onde. principalmente agrícola. mas uma falta completa dela: a disposição acontecia em locais para onde se havia planejado equipamentos públicos e áreas recreativas. 1995). e de tratar adequadamente os resíduos que fossem gerados. ao contrário dos solos privados.2 O Programa Metropolitano de Gestão de Resíduos Municipais de Barcelona Buscando o atendimento às legislações européias. o que havia não era um excesso de expectativa. com os objetivos principais de potencializar a eficiência da redução de resíduos na origem.4. 2008). consumo.500. variação semelhante à que pode ser observada nos municípios que compõem o estado de Minas Gerais e a maioria dos estados brasileiros. de ferrosos. para que sejam tratados ou reaproveitados em seu próprio ciclo produtivo ou em outros) e de economia de ciclo fechado ou princípio da hierarquia dos resíduos (evitar antes de reutilizar antes de tratar antes de eliminar os resíduos). Programa de Pós-graduação em Saneamento. Deve-se destacar o fato de o PMGRM atender a municípios de diversos portes populacionais (EMA. os modelos se diferenciam pelo número e tipo de separações na origem que são solicitadas aos usuários. e uma nova revisão está prevista com alcance até 2015 (EMA. de plásticos e de vidro). 2011a). É interessante observar que.000 habitantes (Barcelona). conforme pode ser observado no Quadro 5. tratamentos biológicos (fabricação de composto e metanização). reintrodução na cadeia produtiva e destinação final). tratamentos térmicos (incineração). apesar de já existirem iniciativas nesse sentido. produção. sendo eles coleta (seletiva e em “Pontos Verdes” ou “Deixallerias”). Com relação à coleta seletiva na RMB. Quanto às frações. reciclagem (de alumínio. de cerca de 4. coleta. No entanto. em nenhuma modalidade existem coletores separados para os plásticos e os metais. Foram utilizados ainda na elaboração do programa de gestão os conceitos de ciclo de vida dos materiais (interferência na extração da matéria prima. tratamento. transferência. seleção (geral e de embalagens leves). Segundo Güereca (2006). de papel e papelão. aterro sanitário e aterro sanitário de resíduos especiais. essa pode ser classificada em relação ao sistema utilizado e às frações recolhidas.5.a sua criação (1998-1999 e 2004-2006). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 272 .000 (El Papiol) até mais de 1. de logística reversa (facilitação da coleta e da restituição dos resíduos aos geradores. geração de resíduo. que são depositados conjuntamente sob a denominação de embalagens plásticas/metálicas. pôde-se observar que a efetiva aplicação desses conceitos ainda é um objetivo a ser alcançado. esse programa é composto por subsistemas que representam o fluxo dos resíduos entre as tecnologias de tratamento. Este modelo se fundamenta em aplicar a “hierarquia ecológica” de gestão sustentável dos resíduos e estabelecer um modelo de recuperação máximo. 2008). inicialmente de maneira experimental. um novo modelo foi promovido. O modelo “Resíduo Minímo” engloba os municípios metropolitanos de Castellbisbal. a simplicidade tecnológica e a co-responsabilidade dos produtores de resíduos (CEPA. 2000). Este projeto começou na Catalunha nos anos 1990 com o programa piloto nos municípios de Torrelles de Llobregat e de Molins de Rei (Alió. incluindo a separação em quatro coletores de fração orgânica. com o projeto denominado “Resíduo Mínimo”. iniciada experimentalmente em 1993. com origem em uma demanda e na organização da própria sociedade civil e atualmente oficializada pela administração pública. Destaca-se também que “Resíduo Minímo” foi uma iniciativa pioneira de coleta seletiva na região.Quadro 5. Molins de Rei. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 273 . O “Resíduo Mínimo” é uma experiência de coleta seletiva integral e na origem dos resíduos domésticos que se baseia no sistema de separação úmido/seco.5 – Coleta seletiva na RMB – classificação em relação às frações recolhidas Frações principais recolhidas separadamente Modelo de Matéria Embalagens separação Vidro Papel/Papelão orgânica plásticas/metálicas “Restos” Cinco coletores distintos “Resíduo Minímo” “Multiprodutos” Fonte: Adaptado de ARC (2010). do papel e papelão. El Programa de Pós-graduação em Saneamento. Diante da necessidade de se introduzir instrumentos de prevenção da contaminação na origem e fruto de um acordo para experimentar nos municípios catalães um sistema de gestão de resíduos domésticos que possibilitasse algo mais que a reciclagem. além de incluir a participação cidadã. do vidro e da fração inorgânica (embalagens e materiais não selecionados). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 274 . por fração. Já quanto ao sistema de coleta de resíduos utilizado.10). com caixa de entrega sobre o pavimento das ruas.coletores sobre o pavimento das ruas.Coleta porta a porta . Vale a pena destacar que a participação da população é significativa.Coleta pneumática .em redes subterrâneas.9 e 5. Destaca-se também o consolidado senso de respeito aos bens públicos. e foram raríssimos os casos de vandalismo observados. e . quase em todas as esquinas dos bairros. sem qualquer “pichação” ou dano. Segundo CEPA (2000).Coleta de superfície .nas residências. . não metropolitano. tem-se (ARC. além do município de Corbera.Coleta “soterrada” . . 2010): . em dias e hora determinados. os municípios que optaram pelo “Resíduo Minímo” têm um índice de recuperação de resíduos acima da média dos municípios do entorno e do resto do país. Programa de Pós-graduação em Saneamento. en geral. com mecanismo de aspiração.9 – Coleta seletiva na RMB – Coleta em superfície com separação por cinco coletores distintos. Figura 5. uma vez que os coletores estavam sempre limpos e intactos. especialmente se for considerado o grande número de coletores dispostos nas ruas.Papiol e Torrelles de Llobregat.coletores enterrados e somente caixa de entrega sobre o pavimento das ruas. Na cidade de Barcelona predomina a coleta em superfície de cinco frações (Figuras 5. A gestão das unidades é realizada a partir de Parcerias Público-Privada entre a Entitat del Medi Ambient (EMA). como exploradoras. uma unidade de transferência. dando trabalho extra aos bombeiros da cidade. uma unidade de tratamento de volumosos. seria importante destacar algumas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 275 . duas unidades de restauração de rejeitos embalados. ocorreram seis focos de incêndio. apesar de trazer muitos benefícios. três unidades de compostagem. 2011b). e empresas privadas.11). como titular. sendo que nos três primeiros meses após a implantação mais de 30 contêineres já haviam sido “atacados”. 2011) de que um sistema de coleta semelhante havia sido implantado na cidade de Porto Alegre/RS e que. Essa observação pode ser contrastada com a notícia veiculada na impressa brasileira (JORNAL NACIONAL. a RMB contava em 2011 com três Ecoparques. Com relação às instalações de coleta. Em uma só noite.10 – Coleta seletiva na RMB – Local de armazenamento de coletores. uma unidade de recuperação energética. tratamento e disposição final de resíduos (Figura 5. vinha enfrentando problemas com o vandalismo. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Dentre todas essas instalações. três unidades de triagem ou seleção. e dois aterros sanitários.Figura 5. quarenta pontos de entrega denominados “Deixallerias” ou “Pontos Verdes”. sendo um deles já fechado desde 2006 (EMA. que são tratados em duas “linhas” distintas.13) são complexos de tratamento que recebem os conteúdos dos coletores de “restos” e de matéria orgânica. Uma particularidade do Ecoparque do Mediterrâneo. Fonte: Adaptado de EMA (2011).11 – Instalações de tratamento de resíduos da RMB. de Montcada y Reixac. Figura 5. do Mediterrâneo (Figura 5. nestas instalações trabalha-se a matéria orgânica através de tratamento mecânico biológico. Os Ecoparques de Barcelona. Essas unidades reúnem em um mesmo local várias instalações para os diferentes tipos de resíduos: além de realizar a triagem e seleção de materiais aproveitáveis que foram depositados de maneira errada nos coletores de “restos”.Figura 5. localizada no município de Programa de Pós-graduação em Saneamento.12 – Rejeitos embalados sendo encaminhados para disposição em aterro sanitário. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 276 . magnéticos e tratam a matéria orgânica recolhida seletivamente.13 – Ecoparques da Região Metropolitana de Barcelona – (a) Ecoparque de Barcelona.14). esses rejeitos são embalados e encaminhados para o aterro sanitário do município de Hostalets de Pierola (Figura 5. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 277 .Sant Adriá de Besòs. As unidades exclusivamente de triagem e seleção de Gavà-Viladecans. (a) (b) (c) Figura 5. de Sant Feliu de Llobregat e de Mollins de Rei ou de compostagem de Sant Cugat del Vallès e de Torrelles de Llobregat (Figura 5.12). Nos demais ecoparques. mas essa teve suas atividades encerradas devido ao problema da exalação de odores que incomodavam a vizinhança (BENITO et. é que nele os rejeitos finais dos processos de tratamento são encaminhados para uma linha de incineração. 2009) Programa de Pós-graduação em Saneamento. por um processo biológico para gerar o composto. (b) Ecoparque de Montcada y Reixac e (c) Ecoparque do Mediterrâneo. mecânicos. Ressalta-se que a cidade de Castelldefels também apresentava uma unidade de compostagem. separam diversos materiais dos resíduos utilizando processos manuais. os resíduos de poda e jardinagem. com geração de energia elétrica e calor. al. isopores. Em toda a RMB. móveis velhos. há cerca de 40 unidades como essa. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 278 . pilhas e baterias. geralmente localizadas nos bairros ou móveis. madeira. restos de produtos de limpeza e inseticidas. roupas usadas. sucata metálica. podas. como restos de tintas e óleos usados.14 – Unidades exclusivamente de triagem e seleção da Região Metropolitana de Barcelona – (a) Unidade de Gavà-Viladecans. dentre outros. vidros planos e espelhos. lâmpadas. entulhos.(a) (b) (c) Figura 5. pneus. Já os “Pontos Verdes” ou “ Deixallerias” (Figura 5.15) são unidades. Programa de Pós-graduação em Saneamento. que recolhem e armazenam separadamente resíduos municipais com características especiais. (b) Unidade de Mollins de Rei e (c) Unidade de Torrelles de Llobregat. eletrodomésticos e eletroeletrônicos. que encaminham cada resíduo para reutilização ou destinação final adequada. radiografias. não-metropolitana (EMA. 2010b). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 279 . Unidade de Triagem de Molins de Rei A Unidade de Triagem de Molins de Rei (Figura 5. Molins de Rei. embalagens tetrapark. polietileno tereftalato (PET). que também realizam a coleta seletiva com o modelo “Resíduo Mínimo”. cloruro de polivinilo (PVC) e poliestireno expandido (EPS). Nessa unidade. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Também se separam metais (sucatas e alumínio). que são a Unidade de Triagem de Molins de Rei e a Unidade de Compostagem de Torrelles de Lobregat. além do vidro. papel e papelão.Figura 5. uma mistura de polipropileno (PP). que não deveriam chegar à unidade.15 – “Ponto Verde” ou “ Deixalleria” de Sant Feliu de Llobregat. entre outros. além do município de Corbera. polietileno de baixa densidade (PEBD). El Papiol e Torrelles de Llobregat. Ela é uma unidade com capacidade para tratar 55 toneladas de resíduos doméstico por dia e atende os municípios metropolitanos Castellbisbal. natural e colorido. Buscando-se uma aproximação com as UTC brasileiras. Os materiais separados são prensados em fardos para facilitar o armazenamento e o transporte até as empresas recicladoras. em seguida será apresentado um detalhamento do funcionamento das duas unidades visitadas que mais se assemelham às usinas.16) trabalha no âmbito do modelo “Resíduo Mínimo” desde a sua construção em 1999 e dedica-se a separar materiais recicláveis da fração inorgânica para em seguida entregá-los aos respectivos recicladores. são separados plásticos como polietileno de alta densidade (PEAD). 2008). 2010b).17): • Cabine de separação manual 1: onde são separados os materiais que não deveriam chegar até a unidade (en geral. sobretudo a fração orgânica e os pequenos objetos. chegando a quase uma centena de municípios no início desta década (Alió. volumosos.16 – Unidade de Triagem de Molins de Rei . • Peneira rotativa: cilindro com orifícios onde se separam os resíduos por tamanho. atualmente. como algumas latas e as embalagens tetrapark. Os resíduos da fração inorgânica representam 60% de todos os resíduos coletados nos municípios com “Resíduo Mínimo” e. • Indutor de Foucault: equipamento que repele e separa os resíduos que contém alumínio. 2010).000 toneladas de vários materiais por ano (EMA . a separação que é realizada na Unidade de Triagem Molins de Rei permite recuperar 3. as principais partes da Unidades de Triagem de Molins de Rei são (Figura 5.Vista interna geral. O modelo “Resíduo Mínimo” se estendeu para outras regiões da Catalunha. Segundo EMA (2010b). tendo como titular a Entitat del Medi Ambient (EMA) e como empresa exploradora a SUFI SA (EMA. A gestão da unidade é realizada a partir de Parceria Público-Privada. • Eletroimã: equipamento que separa os resíduos que contém ferro. • Cabine de separação manual 2: onde são separados os diversos tipos de plásticos. como as sucatas e algumas latas. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 280 . Fonte: EMA (2010b). Programa de Pós-graduação em Saneamento.Figura 5. papel e papelão). Prensa (f).17 – Principais partes da Unidade de Triagem de Molins de Rei – Vista externa da unidade (a).(a) (b) (c) (d) (e) (f) Figura 5. Recepção (b). Programa de Pós-graduação em Saneamento. Separação manual 2 (e). Separação manual 1 (c). Peneira rotativa (d). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 281 . Fonte: EMA (2010a).Vista interna geral. Segundo EMA (2010a). Molins de Rei. Castellbisbal.18) está em funcionamento desde 1997 e recebe a matéria orgânica procedente da coleta seletiva e os restos vegetais dos serviços de poda e jardinagem dos municípios. Figura 5. Programa de Pós-graduação em Saneamento. não-metropolitana (EMA. • Misturador: realiza a mistura da fração que saiu do triturador (restos vegetais) com aquela oriunda da separação manual (matéria orgânica). compostados.18 – Unidade de Compostagem de Torrelles de Lobregat .Unidade de Compostagem de Torrelles de Lobregat A Unidade de Compostagem de Torrelles de Lobregat (Figura 5. a mistura em pilhas para que se inicie o processo de fermentação. posteriormente.19): • Triturador: recebe restos de podas para serem triturados e. além do município de Corbera. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 282 . Pallejá. atendendo aos municípios metropolitanos Begues. que são encaminhados para o aterro sanitário. Ela é uma unidade com capacidade para tratar 12 toneladas de matéria orgânica e 3 toneladas de restos vegetais por dia. 2010a). as principais partes da Unidades de Compostagem de Torrelles de Lobregat são (Figura 5. durante três semanas. • Separação manual: recebe os resíduos depositados nos coletores de matéria orgânica dispostos pelas cidades. • Área de fermentação: onde se armazenam. Essa separação tem por objetivo segregar resíduos impróprios e volumosos. Santa Coloma de Cervelló e Torrelles de Llobregat. tendo como titulares a Prefeitura do município de Torrelles de Lobregat e a Entitat del Medi Ambient (EMA) e como empresa exploradora a Metrocompost SA (EMA. vidro e sucata que haviam ficado nas pilhas. 2010a). • Afinamento: uma vez que o composto está maturado. mas mais rápido e controlado. que é utilizada para regar as pilhas. • Lagoa de lixiviado: armazena o lixiviado proveniente da fermentação da matéria orgânica. Programa de Pós-graduação em Saneamento. • Área de maturação: local onde se torna a empilhar o material passado pela peneira e que ficará em repouso por cinco semanas para obtenção do composto maturado. A gestão da unidade é realizada a partir de Parceria Público-Privada.• Revolvedora: molha as pilhas em fermentação e as revolve periodicamente. e • Lagoa de águas pluviais: armazena a água da chuva que cai sobre a unidade. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 283 . • Peneira: onde se retira os restos de plástico. que pode ser utilizado para regar as pilhas. utiliza-se uma peneira e uma tabela densimétrica para retirar que não se decompôs completamente e pequenos restos impróprios que possam ter permanecido. A Unidade de compostagem de Torrelles de Lobregat submete os resíduos a um processo de fermentação semelhante ao que ocorre na natureza. (b) (a) (c) (e) (d) (f) Figura 5. Revolvedora (c). Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 284 .19 – Principais partes da Unidade de Triagem de Torrelles de Lobregat – Vista externa da unidade Triturador (a). Área de maturação (e) e Afinamento (f). Peneira (d). Área de fermentação (b). Programa de Pós-graduação em Saneamento. e outros dois citaram dificuldades de relacionamento dentro da equipe. a reclamação com relação à pouca assistência dada pelo engenheiro e o encarregado da unidade. ter mais investimento. Das 22 respostas obtidas. seis entrevistados disseram estar plenamente satisfeitos com as condições atualmente oferecidas e não fizeram nenhuma sugestão para melhoria do trabalho na usina. deve-se destacar que. É importante ressaltar que esse não é um recurso “carimbado”. Vale relembrar que ICMS Ecológico trata-se de um incentivo fiscal definidos pela Lei Estadual n◦ 13. A autora observou ainda a não valorização da existência dessas unidades como ferramentas de grande utilidade para minimizar os problemas relacionados ao gerenciamento dos RSU e uma visão distorcida quanto à finalidade da criação e possibilidades de usos do ICMS Ecológico. não é obrigatório que sua utilização ocorra nas UTC e muitas vezes é notória a falta de investimento nessas unidades. todas as UTC devidamente licenciadas pelo órgão ambiental de Minas Gerais. que realizou entrevistas com gestores de municípios pertencentes à SUPRAM Central. Segundo Andrade (2010). Ainda com relação às sugestões feitas pelos funcionários durante as entrevistas realizadas. evidenciou-se o desconhecimento desses com relação às potencialidades e funcionalidades das UTC implantadas nas cidades. segundo Lopes e Lima (2008). inclusive com a não reposição dos EPI e a evidente falta de investimentos em algumas UTC reportam aos resultados encontrados por Andrade (2010).5. Chamaram a atenção as sugestões de três funcionários relativas ao apoio que as UTC e seus respectivos colaboradores recebem das prefeituras e dos responsáveis por elas: ter uma consulta médica mensal. foram a falta de capacitação e apoio Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 285 . isto é. como aumento de salários. dentre outras unidades. três funcionários mencionaram questão relativas à remuneração. A preocupação com o acompanhamento de possíveis doenças relacionadas ao trabalhado nas usinas. ter mais assistência dos responsáveis. ao qual fazem jus. realizou-se a seguinte pergunta: “Se fosse para melhorar seu trabalho. horas-extras e insalubridade. próximos à Belo Horizonte.5 CRUZAMENTO DE DADOS E PROPOSIÇÕES Objetivando-se buscar a opinião dos funcionários das UTC visitadas com relação a propostas de alteração nas usinas.803/2000. o que você mudaria aqui na usina?”. técnicos os principais motivos alegados para a desativação das UTC do Rio Grande do Norte. Resultados semelhantes foram verificados no Espírito Santo que, além da ausência de corpo técnico especializado para o gerenciamento dos empreendimentos, a não priorização das UTC pela administração pública e a falta de recursos financeiros foram as principais causas da desativação das unidades (SILVA et al., 2007). Um dos funcionários entrevistados sugeriu uma mudança no processo de execução do trabalho, bem específica da unidade a que pertence: que fosse melhorada a separação dos resíduos, antes realizada na rampa de recepção. Outros três funcionários apresentaram efetivamente observações relativas a mudanças na estrutura física das UTC. A primeira dela, que considera-se uma sugestão bastante interessante, é de incluir na infra-estrutura da unidade, instalações para o recebimento de visitante, demonstrando uma maneira diferente de ver o trabalho nessas unidades, que realmente deve estar aberta a receber e a envolver a comunidade, especialmente porque precisa da colaboração dessa para um bom funcionamento. Já a segunda sugestão, que contraria o recomendado por Abreu et al. (2008) e Pinto e González et al. (2008), foi de instalação de uma esteira na unidade: “A banca, eu acho o seguinte, faz uma coisa melhor para, né, na banca. Ao invés de estar puxando com a enxada, que é mais cansativo, eu acho que se fizer na (esteira), dedicar mais na reciclagem..”. Houve ainda uma reclamação com relação a mesa de triagem existente na unidade ZM1, considerada “desconfortável”: “Ah, eu acho que o balcão de trabalho está meio desconfortável, para trabalhar.”. Na Tabela 5.7 pode-se verifica realmente que o comprimento apresentado por essa mesa está dentre os menores observados nas unidades (4,0m), possivelmente justificando o referido desconforto. No entanto, dentre as sugestões de melhorias para as UTC obtidas, as que mais merecem destaque foram as de implantação de coleta seletiva nos municípios e realização de trabalho de conscientização com a população, dadas por cinco funcionários: “A coleta seletiva. Que melhoraria muito para nós aqui, a contribuição da população.” De acordo com um dos participantes da pesquisa Delphi, a coleta seletiva é “sem dúvida, um fator determinante para Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 286 o bom funcionamento das UTC, por propiciar melhores condições de trabalho, melhor qualidade dos recicláveis e do composto, além de redução no índice de rejeitos”, apresentando “um potencial muito alto de impacto positivo no processo de triagem e compostagem”. Outro participante da mesma pesquisa destaca também que, além da coleta seletiva, devem haver iniciativas para garantir a mobilização dos usuários, mantendo-os engajados para colaborarem com o serviço, especiamente por que a Lei 12.305/2010 instituiu a responsabilidade compartilhada entre os geradores de resíduos domiciliares e o poder público. Considerando-se que a consolidação da coleta seletiva tem como dificultador a dependência da adesão da população, a realização de um trabalho de mobilização da população, com o adequado acompanhamento e gestão pública, é realmente uma necessidade. Destaca-se que a educação ambiental é ferramenta essencial para se tratar questões do gerenciamento dos resíduos sólidos e a participação daqueles que executam esses serviços no dia a dia deve ser incentivada. Em sua pesquisa, Andrade (2010) também verificou, entre os gestores municipais entrevistados, uma falta de orientação para a elaboração e implantação do plano municipal de coleta seletiva e programas de educação ambiental, tão essenciais para o sucesso do processo. Tomando-se como base também todo o trabalho realizado na Região Metropolitana de Barcelona, inclusive as visitas realizadas às unidades de tratamento de resíduos e as entrevistas com os funcionários dessas unidades, pode-se verificar que a existência da coleta seletiva, iniciada a cerca de 20 anos e hoje consolidada, é fator primordial para o desempenho que essas unidades apresentam. Deve-se lembrar que a Espanha está submetida à rígida legislação ambiental da União Européia, que estipula metas e prazos a serem cumpridos sob pena do pagamento de multas. Já com relação às potencialidades observadas nas unidades de tratamento de RSU da RMB, a mecanização de grande parte dos processos é uma das que merecem destaque por propiciarem que os funcionários não sejam obrigados a terem contato direto com os resíduos. No entanto, destaca-se que as unidades espanholas apresentam capacidades de tratamento muito maiores se comparadas às unidades mineiras, o que poderia inviabilizar a adoção de mecanização do processo. Além disso, tem-se a questão da manutenção dos equipamentos. Segundo Lopes e Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 287 Lima (2008), a UTC de Natal, que foi implantada com capacidade para 90t/dia, funcionou no início da década de 1990 com a triagem de materiais recicláveis e a produção de composto. Essa era mecanizada, com esteiras de triagem e carregamento, pólo magnético para separação de metais, seguida de moinho para trituração dos resíduos orgânicos, posteriormente dispostos em leiras para compostagem. Porém, devido aos sucessivos problemas mecânicos, ela funcionou por pouco tempo e só foi reativada em 1999, como parte de um projeto de remediação da área do “lixão”, porém apenas com triagem de materiais recicláveis. Vale a pena ressaltar que, apesar da maciça mecanização, observou-se que há sempre uma parcela do trabalho realizado manualmente em todas as unidades de tratamento visitadas na RMB, especialmente naquelas que executam a triagem dos materiais recicláveis, exclusivamente ou não. Ainda com relação ao aperfeiçoamento das UTC, destaca-se a adoção de um plano nacional de gestão de resíduos, proposta que vem se concretizando com a aprovação e regulamentação da Lei 12.305/2010, que Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e apresenta semelhanças com as Diretivas da União Européia. Sabe-se que iniciativas como essa têm sido bem sucedidas em diversos países. A Alemanha, pioneira na preocupação com os RSU, partiu de uma política que previa a coleta dos resíduos gerados e sua simples disposição para, em 1986, a aplicação de princípios para evitar a geração e valorizar os resíduos antes de sua eliminação; a França não admite resíduos valorizáveis nas instalações de disposição, desde julho/2002; no Canadá, como resultado de diversas iniciativas do governo, das empresas e da comunidades, com introdução de legislação, criação de programas e incentivos econômicos, a quantidade de resíduos gerada diariamente, por pessoa, foi reduzida em cerca de 30% entre os anos de 1988 e 1994 (JURAS, 2005). É interessante destacar que, culturalmente, a grande maioria das alternativas buscadas para gerir adequadamente os resíduos sólidos geralmente se encaixam no que pode-se denominar “Modelo Finalista”. Esse modelo se fixa unicamente no ponto final da gestão, intervindo somente quando os resíduos e seus contaminantes já foram produzidos, objetivando controlar sua disposição no meio ambiente e reduzir, na medida do possível, sua toxicidade. Para uma boa aplicação o Modelo finalista é necessário dispor de um amplo conjunto de tecnologias Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 288 destinadas a receber os resíduos (incineradores, estações de tratamento de efluentes, unidades de valorização e inertização, aterros sanitários, dentre outras). No entanto, o que tem ganhado espaço na Espanha é o chamado “Modelo Preventivo” que, em essência, consiste no estabelecimento de medidas preventivas destinadas a evitar a geração dos resíduos e a contaminação em geral, em especial aqueles que geram grandes volumes de emissões ou que são particularmente tóxicos e perigosos. No entanto, uma vez que é impossível evitar que ao fim de qualquer processo se gere uma quantidade mínima de resíduos, trata-se de prevenir o seu impacto através de medidas que asseguram o seu metabolismo, no contexto do equilíbrio do ecossistema e da justiça social (ALIÓ, 1999). Dentre as propostas deve-se considerar ainda a realização de consórcios para o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, que têm sido bastante incentivados pelo órgão ambiental do estado de Minas Gerais e pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo Andrade (2010), os consórcios intermunicipais têm sido uma opção para os municípios de pequenos porte solucionarem problemas nas áreas de saneamento, saúde, obras públicas, serviços e outras, estabelecendo parcerias entre as várias prefeituras, sem retirar a autonomia de cada uma delas. Muitas vezes, os problemas a cargo do governo municipal exigem soluções que extrapolam a capacidade de ação da prefeitura em termos de investimentos, recursos humanos, financeiros e atuação política. Além disso, grande parte destas soluções exige ações conjuntas, pois dizem respeito a problemas que afetam, simultaneamente, mais de um município. Mesmo quando é possível que o município atue isoladamente, pode ser mais econômico buscar a parceria com outros municípios, possibilitando soluções que satisfaçam todas as partes com um desembolso menor e com melhores resultados finais (ANDRADE, 2010). Os consórcio intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos urbanos têm se disseminado em diversos países da América Latina e caracterizam-se pela parceria entre municípios, trazendo melhorias técnicas, administrativas e financeiras (economia de escala), reduzindo o impacto sobre o meio ambiente e a saúde. Estas associações têm a vantagem de facilitar o financiamento de serviços dessa gestão, reduzir custos de operação, promover a partilha de um local apropriado para a disposição final e melhorar o acesso a assistência técnica e ao treinamento para os funcionários (OPS, 2005). Segundo IBGE (2010), no ano de 2008, 444 Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 289 municípios declararam participar de consórcio intermunicipal na área de manejo de resíduos sólidos, sendo 181 da região Sudeste e 85 de Minas Gerais. Diante de todo o exposto e das referidas propostas de aperfeiçoamento que foram possíveis de serem feitas, considera-se confirmada a hipótese de que as UTC, como são atualmente concebidas, conseguem desempenhar o papel para o qual foram projetadas, permitindo a reciclagem de materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos, mas a grande maioria delas apresenta diversos problemas e inadequações operacionais, semelhantemente ao que foi observado por Prado Filho e Sobreira (2007). Sendo assim, como proposta maior a ser destacada para o aperfeiçoamento das Usinas de Triagem e Compostagem tem-se a implantação de uma coleta seletiva efetiva, a qual solucionaria grande parte dos problemas que essas unidades apresentam na atualidade. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 290 Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 291 6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 6 Uma é “A persistência é irmã da excelência. questão de qualidade; a outra questão de tempo” (Marabel Morgan) Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 291 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES As conclusões que se seguem foram embasadas na revisão da literatura realizada sobre os diversos temas abordados, na pesquisa de opinião, nos trabalhos de campo executados, e nos resultados obtidos após a compilação dos dados. Na realização do presente trabalho, o método Delphi mostrou-se uma importante e interessante ferramenta para a pesquisa de opinião e para busca de consenso entre especialistas de uma área, fazendo uso da experiência e do conhecimento acumulado por esses na obtenção de respostas sobre um determinado assunto. Apesar de ter permanecido dentro dos níveis esperados (de 30% a 50% na primeira rodada e de 20% a 30% na segunda rodada), conforme referenciado por Wright em Giovinazzo (2000), o índice de abstenção ocorrido foi bastante elevado, sendo superior a 50%. Percebeu-se que os painelistas atribuíram significativa relevância aos parâmetros contidos no questionário da segunda rodada, uma vez que a grande maioria deles obteve porcentagem de inclusão e pesos elevados. Esse fato interessante e inesperado, pode demonstrar a complexidade que envolve as unidades de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos e trouxe dificuldades na posterior seleção dos parâmetros de destaque para composição do Indicador de Desempenho Operacional de UTC – IDUTC. Com base na experiência de acompanhamento e monitoramento de UTC implantadas em Minas Gerais, e nos valores obtidos com a aplicação dos indicadores, pode-se considerar que o Formulário Avaliação de UTC pareceu apresentar, inicialmente, maior fidelidade do que o IDUTC para a representação das condições observadas nas unidades durante as visitas. Ressalta-se que, apesar de terem sido observadas unidades em péssimas condições, nenhuma delas foi classificada como “condições inadequadas” por nenhum dos dois indicadores. Assim, verificou-se a necessidade de uma reflexão diante das constatações, partindo-se então para correções e adequações dessa primeira versão dos indicadores que possibilitassem a eles uma representação mais fiel da realidade das UTC. Programa de Pós-graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 292 percebeu-se uma grande variação nos diversos parâmetros utilizados para projeto e implantação de UTC visitadas. demonstrando uma tendência de cumprimento da teoria. optou-se por não alterar os parâmetros anteriormente selecionados para compô-los ou seus pesos atribuídos e foi considerada a possibilidade de adequação das faixas de enquadramento para as unidades em relação às condições observadas in loco. triagem. observa-se que. No entanto. armazenamento de materiais recicláveis. já que reuniria em um mesmo grupo unidades com condições bem distintas. sendo observada convergência essencialmente nas unidades básicas que as compõem: recepção. com base nas observações realizadas durante as visitas e na experiência prática de acompanhamento das UTC. Programa de Pós-graduação em Saneamento.“Manutenção do paisagismo”.Diante da necessidade de ajustes nos indicadores. somente seis dentre as 22 UTC visitadas não apresentavam essa manutenção. especialmente em relação à infra-estrutura implantada e à operação. mencionada anteriormente. Devido às diferenças existentes entre as usinas paulistas e mineiras e também às ressalvas realizadas anteriormente. pátio de compostagem e instalações de apoio. Destaca-se que. a ordenação em relação aos valores de IQC obtidos permaneceu basicamente a mesma encontradas para os indicadores calculados anteriormente. que diz que a presença de lixo nas ruas e de grafite nas paredes provoca mais desordem. com relação ao item 41 do Formulário de Avaliação de UTC . Retomando-se a “Teoria da Janela Quebra”. Esse resultado distorce a realidade. Semelhantemente ao que foi verificado nos dados da literatura. chama a atenção a seguinte observação: das seis UTC sem manutenção do paisagismo. No entanto. considerou-se satisfatória a representação da realidade obtida com o IDUTC e as novas faixas de enquadramento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 293 . cinco foram classificadas pelo Formulário como “inadequadas” e uma como “aceitável”. induz ao vandalismo e aos pequenos crimes. As novas faixas mostraram-se muito rigorosas para o Formulário de Avaliação de UTC. observa-se que a maioria das usinas classificadas pelo IQC foi considerada “aceitável” e nenhuma foi enquadrada como em “condição adequada”. Apesar de alguns demonstrarem satisfação. não foi possível identificar tendências e/ou convergências que possam criar uma identidade entre elas. que já são temas corriqueiros do dia-a-dia. Pelos discursos obtidos constata-se que no trabalho em Usinas de Triagem e Compostagem há o rompimento com diversas das propriedades e dos fatores causais necessários para atender às motivações intrínsecas e extrínsecas dos trabalhadores e para ser estimulante. apesar de a maioria não ter a intenção de continuar na usina. Falaram ainda da falta de reconhecimento do trabalho que realizam por parte da população. “regulares” e “inadequadas”). os funcionários das usinas demonstraram conhecer o que é a coleta seletiva e a relevância desse procedimento para tornar o trabalho que realizam mais agradável. Reconheceram a necessidade dos equipamentos de proteção individual para a manutenção da saúde diante do trabalho insalubre. mesmo agrupandoas de acordo com a classificação obtida pelo IDUTC (“adequadas”. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 294 . não contribuindo para a melhoria da Satisfação no Trabalho e da Qualidade de Vida no Trabalho. apesar da dificuldade de adesão da população. Programa de Pós-graduação em Saneamento. falta muito ainda a ser feito pelos trabalhadores que lidam diretamente com os resíduos sólidos urbanos para mudar a relação que se estabelece com essa ocupação. mesmo relatando que é comum a ocorrência de acidentes com materiais perfurocortantes. não é possível afirmar que a maior ou menor “adequação” da unidade está relacionado aos parâmetros que essa apresenta. impossibilitando a indicação de valores recomendados para futuros projetos.Com relação aos parâmetros levantados nas UTC visitadas. No entanto percebe-se que esse conhecimento vem sendo construído ao longo do tempo e que esse trabalho já ultrapassou mais de uma geração. considerar-se que o levantamento apresentado representa uma importante referência para que se possa conhecer e compreender um pouco mais acerca da infra-estrutura implantada nas unidades de triagem e compostagem mineiras. Observa-se que os funcionários das unidades espanholas têm bastante conhecimento sobre resíduos sólidos e sobre coleta seletiva. No entanto. No entanto. eles demonstram perceber a importância desse trabalho e disseram gostar do que fazem. Diante disso. embora admitam que nem sempre os utilizam. proveitoso e saudável. De maneira geral. mantendo-os engajados para colaborarem com o serviço. Dentre as sugestões de melhorias para as UTC obtidas.” De acordo com um dos participantes da pesquisa Delphi. melhor qualidade dos recicláveis e do composto. apresentando “um potencial muito alto de impacto positivo no processo de triagem e compostagem”. Diante de todos os resultados obtidos na presente pesquisa e das propostas de aperfeiçoamento que foram possíveis de serem feitas. Outro participante da mesma pesquisa destaca também que. além do respeito aos bens públicos. apresentadas anteriormente. por propiciar melhores condições de trabalho. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 295 . como a educação ambiental dos cidadãos para a diminuição do consumo desenfreado e da geração de resíduos. conforme se pôde verificar in loco. Já com relação às potencialidades observadas nas unidades de tratamento de RSU da RMB. observa-se que essa ainda enfrenta vários desafios. considera-se que foi refutada a hipótese de que as UTC com adequado desempenho operacional podem ser base Programa de Pós-graduação em Saneamento. diante da realidade da gestão dos resíduos sólidos brasileira. o que poderia inviabilizar a adoção de mecanização do processo. No entanto. devem haver iniciativas para garantir a mobilização dos usuários. Que melhoraria muito para nós aqui.Com relação à gestão dos resíduos sólidos urbanos na Região Metropolitana de Barcelona. além de redução no índice de rejeitos”. a contribuição da população. a coleta seletiva é “sem dúvida. dadas por cinco funcionários: “A coleta seletiva. a opção por produtos com menos embalagens e mais sustentáveis e uma participação ainda maior na coleta seletiva. destaca-se que as unidades espanholas apresentam capacidades de tratamento muito maiores se comparadas às unidades mineiras. especialmente em relação à participação e à conscientização do cidadão sobre seus direitos e deveres. as que mais merecem destaque foram as de implantação de coleta seletiva nos municípios e realização de trabalho de conscientização com a população. a mecanização de grande parte dos processos é uma das que merecem destaque por propiciarem que os funcionários não sejam obrigados a ter contato direto com os resíduos. No entanto. um fator determinante para o bom funcionamento das UTC. além da coleta seletiva. percebe-se que será preciso galgar ainda muitas etapas até alcançar o estágio em que sistema de Barcelona se encontra na atualidade. propiciando a identificação de soluções utilizadas na gestão dos resíduos que podem ser aproveitadas para a realidade de países em desenvolvimento. • Os trabalhadores não se sentem desvalorizados e/ou discriminados por trabalharem nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona. semelhantemente ao que foi observado por Prado Filho e Sobreira (2007). • O IQC pode ser utilizado para avaliar as UTC de Minas Gerais. é necessário ter-se um indicador do desempenho operacional adequado para essas unidades. como são atualmente concebidas. quase sempre misturados. como proposta maior a ser destacada para o aperfeiçoamento das Usinas de Triagem e Compostagem tem-se a implantação de uma coleta seletiva efetiva. embora com restrições. por ter sido concebido para uma realidade distinta da mineira. • A Espanha representa uma importante referência para a América Latina. consideram-se que as foram confirmadas as seguintes hipótese: • As UTC não têm privilegiado os trabalhadores.para recomendações de valores de parâmetros estruturais a serem adotados no projeto das UTC. como é o caso do Brasil. • Diante da expansão das UTC no estado de Minas Gerais. a qual já solucionaria grande parte dos problemas que essas unidades apresentam na atualidade. mas a grande maioria delas apresenta diversos problemas e inadequações operacionais. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 296 . Programa de Pós-graduação em Saneamento. Sendo assim. permitindo a reciclagem de parte dos materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos. No entanto. • O trabalho nas UTC é insalubre. • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é considerado como outro qualquer. que lidam diretamente com os resíduos. • As UTC. • Os trabalhadores se sentem desvalorizados e discriminados por trabalharem nas UTC. conseguem desempenhar o papel para o qual foram projetadas. não oferecendo condições ambientais e ocupacionais ao trabalhador e inclusive apresentando algumas características semelhantes ao trabalho nos “lixões”. • O trabalho nas Unidades de Tratamento de Resíduos de Barcelona é bastante facilitado pela existência de coleta seletiva efetiva. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 297 . • Como não foram abordadas na presente pesquisa questões relativas às quantidades de materiais recicláveis obtidas pelas unidades e a destinação/comercialização de cada uma das frações segregadas. como as implantadas em Minas Gerais. tornando possível um aprendizado com os erros que esses países já cometeram no passado e o alcance do momento presente que eles apresentam. especialmente considerando a implantação e a consolidação da coleta seletiva. Programa de Pós-graduação em Saneamento. a fim de que seja verificada a possibilidade de que ele possa ser adotado como instrumento de avaliação.Vislumbra-se então a possibilidade das seguintes recomendações: • Uma vez que o IDUTC foi aplicado somente em UTC de Minas Gerais. • Recomenda-se ainda estudos que possam se aprofundar nas experiências externas de gestão de resíduos sólidos urbanos. • Recomenda-se que sejam realizadas pesquisas que busquem avaliar a viabilidade e a efetividade da utilização da mecanização nas UTC de pequeno porte. recomenda-se estudo sobre o desempenho das UTC nesse aspecto. juntamente com tecnologias e iniciativas nacionais. recomenda-se a realização da validação desse indicador de desempenho e também o seu teste em unidades localizadas em outros estados brasileiros. 7 – REFERÊNCIAS 7 “Quando algo pode ser lido sem esforço. muito esforço foi feito na sua escrita” (Enrique Jardiel Poncela) . . W.ub. XII. O que é trabalho? São Paulo: Ed. TEIXEIRA. C. S. Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. planejamentos e procedimentos operacionais visando o combate às perdas de água em setor piloto de sistema público de distribuição. ALVES. ALVARENGA. Coleta seletiva com inclusão social: em municípios. n. 2010. BASTOS. v. São Paulo: ONG Água e Cidade 2004. A. (Orgs). In: SILVA. Acesso em: 04 mar. n◦5. M. p. 2008. A. A. Modelos de recogida. CARVALHO. 1999. ÁGUA E CIDADE. (Org. As formas da violência no trabalho e seus significados. ANDRADE. Série Geográfica. Textos docents 139. LIMA. M. 2008. Anais. P. A. 131-143. Geography of contamination: The location of industrial waste dumps in Catalonia. Universidade Federal de Minas Gerais. La situación en Catalunya. 72p. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . 270. S. 2008. 1999. Edición. Residuos industriales y ordenación del territorio. 1995. Relatório Final. In: XX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.Escola de Engenharia. Série Ambiental n◦ 18. R. J. p. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 298 . condomínios e escolas.4. C.htm>. M. J. BRÚ.. 1999. Brasiliense. COSTA. 2009. [2009]. ESCÁRIA.. 2ª edição. Violência e trabalho no Brasil. 1998. ANTUNES. 22. ALIÓ. UFG. Belo Horizonte: CREA-MG. Ministério do Ambiente. ALIÓ. Geojournal. Programa de Pós-graduação em Saneamento. ACURIO. BRÚ. P. Edicions de la Universitat de Barcelona. M. Belo Horizonte. I. 2007.. ZEPEDA. M. Generalitat de Catalunya.. S.. G.es/geocrit/sn/sn-270-148. Disponível no site: <http://www20.429-437. J.. Acesso em: 10 out. ALIÓ.. R. 1994. C. 2010. 148 p. F. Diagnosis of municipal solid waste management in Latin América and the Caribbean. PAULA SOBRINHO. E ROSSO.. 96p. ALIÓ. Polítiques ambientals 1. A. Estudo sobre a percepção de gestores municipais quanto as Unidades de Triagem e Compostagem em Minas Gerais. Programa de economia de água de Santo André: desenvolvimento de metodologias. M. C.. Dissertação (Mestrado em Saneamento. A. Rio de Janeiro. Barcelona: Universidad de Barcelona. ROSSIN. 2010. ALBORNOZ. 190p. S. empresas. F. A. M. Disponível no site: <http://www.gencat.). A. P. 2001. P. do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. PAHO/WHO. La difícil transición hacia la prevención: una visión desde el análisis de las políticas sobre el reciclaje de residuos urbanos. Goiânia: Ed.. p. Scripta Nova. instituições.0b722e55d906c87b624a1d25b0c0e1a0/?v gnextoid=86a17205052d6210VgnVCM1000008d0c1e0aRCRD&vgnextchannel=86a1720505 2d6210VgnVCM1000008d0c1e0aRCRD&vgnextfmt=default&newLang=es_ES>.7 REFERÊNCIAS ABREU. 20-35.cat/portal/site/arc/menuitem.. Contaminació i Societat. Projeto Estruturante PjE1 -“Indicadores de Salubridade Ambiental Local / ISAL”. F. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Ambiental. Delphi – método e aplicações. AGENCIA DE RESIDUOS DA CATALUÑA. 1990. J. 1ra. Lisboa: Departamento de Prospectiva e Planeamento e Relações Internacionais. Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Porte de Minas Gerais: estudo relativo a unidades de reciclagem e compostagem a partir de 1997. 2009.. 2007. Disponível no site:<http://ecoltec.. CAMPOS. PBR 13896: aterros de resíduos para projeto. C. L. 2009. p. 385-393. Z. A. p. Elementos do comportamento organizacional.. T. 76-83. BLEY JR. 1999. T. BARROS. SILVA. Dissertação (Mestrado em Saneamento. Programa de Pós-graduação em Saneamento. M. O. D.Escola de Engenharia.. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. HUERTA.W. E. T.org. Rio de janeiro.Barcelona: Universitat Politècnica de Catalunya. Análise de conteúdo clássica: uma revisão. C. S. R. Engenharia Sanitária e Ambiental. Fortaleza: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2006. (editores). J. L. 2. apud SANTOS. In: Pesquisa Qualitativa com texto. V. BORNER. BOWDITCH. R. P. Disponível no site: <http://www. Fortaleza. Cícero. J. Bauer.. n.htm. Uma avaliação da situação de gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares no estado de Minas Gerais (Brasil). As usinas de processamento de lixo no Brasil. L. Rio de Janeiro. 97p.br/enciclop/2006/Usinas%20de%20compostagem. 2001. BAUER.. LÉDA. B. BOM SUCESSO... Petrópolis. KLÖPPING. D. E. J. C. BENITO. e BUONO.com/site/root/resources/case_study/2077. Planta de compostatge de Catelldefels i desenvolupament urbanístic. O significado do trabalho em tempos de reestruturação produtiva.02. R. L.pdf> Acesso em 20 mai. Enciclopédia Biosfera. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. 2004. PHILIPPI JUNIOR. TOLON. J. Usinas de compostagem do Estado de São Paulo: qualidade dos compostos e processos de produção. B. F.procedimento. BAUMAN. ZALOÑA.. Globalização: As conseqüências humanas. 2009.> Acesso em: 16 mai. Belo Horizonte. 2004. A. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho.br/publicacoestecnicas. F. 146 p. 189-217.medioambienteonline. Usinas de Compostagem de Lixo como alternativa viável à problemática dos lixões no meio urbano. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) ..: Editora Vozes. Acesso em: 1 jun. 2004. imagem e som – Um manual prático. M. M. In: BOWDITCH.. L. In: II Congrés UPC Sostenible 2015. 6 ed. M. V. ano 4. 11 n. G. 2003. 1992. F. SOUZA. Medio Ambiente Online. P. 2008. p. M. 2007.. L. 2006.conhecer. S. Y. SOLIVA. D. Barcelona. e BUONO. v. 2002. PINHEIRO. n.procedimento.html>. A. P. Anais. 2006. F.. Gaskell. Desenvolvimento organizacional e a qualidade de vida no trabalho: filosofia e abordagens de intervenção. implantação e operação .. CARMO. 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. R. Estudos e Pesquisas em Psicologia. Rio de Janeiro: Qualitymark. M.. BARBOSA.apud RIBEIRO.. PBR 8419: apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos . El desarrollo de la gestión de residuos sólidos en Alemania y posibles enseñanzas para una gestión participativa de residuos sólidos en Santiago de Chile. São Paulo: Pioneira Thomson. Santiago. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 299 .. S. BARREIRA.com. Universidade Federal de Minas Gerais. 1997. 4.. RODRIGUES.W.J. BARACHO. Disponível no site: <http://www. In: VIII SIMPÓSIO ÍTALO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Anais. A. 6. Mal-estar e Subjetividade. M.. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2011. ARRUDA. Compostos.br/radma/doc/SMA/SMA-009. P. 182p. R. G. Molins de Rei: Centre d’Ecologia i Projectes Alternatius. A. 2005. DAMASCENO. R. 2009. CENTRE D’ECOLOGIA I PROJECTES ALTERNATIUS. Brasília: Ministério da Saúde – Conselho Nacional de Saúde. 2002. Mistos. Avaliação de impacto na saúde das ações de saneamento: marco conceitual e estratégia metodológica. Resolução CPS nº 196/1996. J. 2004. G. CAVALCANTE. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . B. p.Escola de Engenharia. Brasília: Ministério da Agricultura . 339-343.. A water quality index – do we dare? Water & Sewage Works. CASTRO. Acesso em: 20 out. A. Aprova as Definições e Normas Sobre as Especificações e as Garantias. 2000. L. 38p.pdf>. Dissertação (Mestrado em Saneamento. Belo Horizonte: Companhia de Saneamento de Minas Gerais. S. Proposição de indicadores para a avaliação de sistemas de drenagem urbana. CARMO. Belo Horizonte.CETESB. 218p. do cooperativismo e do engajamento no trabalho. MCCLELLAND. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 300 . COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL . R. Profissão perigo: percepção de risco à saúde entre os catadores do Lixão do Jangurussu. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 1970. Disponível no site: < http://www. Políticas de residuos y participación ciudadana en Catalunya.MG. A. 2009. 2005.reciclapapel. Rio de Janeiro: FGV/EBAPE. DEINIGER. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . In: I CONGRESSO ACADÊMICO SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO DO RIO DE JANEIRO. A. 2007. 116p. Viabilidade do aproveitamento de água de chuva em zonas urbanas: estudo de caso no município de Belo Horizonte . C. (Org. as Tolerâncias. 2012. p. de 31 de agosto de 2005. M.ebape. BRASIL. L. Universidade Federal de Minas Gerais. . M.BRASIL.Secretaria de Defesa Agropecuária. M.fgv. n. V. 1996. Belo Horizonte. BRASIL. n 10. M. Aprovar as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. 2009. apud LOPES. 2007. R. Ministério da Saúde. a Embalagem e a Rotulagem dos Fertilizantes Orgânicos Simples. 133p. S. P.. 2007.Escola de Engenharia.pdf > Acesso em: 7 ago. M. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . o Registro. São Paulo. BROWN.) Manual para operação de unidades de triagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos. Disponível no site: <http://www. N. de 10 de outubro de 1996. A.. 2004. Proposição de um índice para avaliação do desempenho de estações convencionais de tratamento de água. Universidade Federal de Minas Gerais. I. F. Anais. Estudo de caso da central de separação de reciclados da cidade do Rio de Janeiro – CSR – significados do lixo. Organominerais e Biofertilizantes Destinados à Agricultura. OLIVEIRA.org/htm/bp/nac/docs/gen_cat.. 2002. Universidade Federal de Minas Gerais. 198p. TOZER.. 2005. Dissertação (Mestrado em Saneamento. . Instrução Pormativa SDA nº 23/2005. 211-231.. Dissertação (Mestrado em Saneamento.. 2004. FRANCO. v. Belo Horizonte. CARDOSO. CATAPRETA.Escola de Engenharia. 1.. v 117. C. 183p.CETESB. L.). Programa de Pós-graduação em Saneamento. L. (Coord. 2001. 95p.COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL .. F. El giro discursivo. Report on the Hunsfoss Project.CETESB. Official Journal of the European communities. Col. C. 31 de dezembro de 1994. DIJK. EMERY.com/economia/2010/01/08/actualidad/1262939576_850215. P. DUFFY. In: IÑIGUEZ. In: SETENA JORNADA TÉCNICA SOBRE GESTIÓ DE RESIDUS MUNICIPALS – GESTIÓ DE RESIDUS. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2005.1. E. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 301 . 180p. COUNCIL OF THE EUROPEAN UNION.1. of 26 April 1999. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. M. Catadores de recicláveis do aterro metropolitano de Gramacho. D. 2007.html> Acesso em: 28 mai. 16 July 1999. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL . Barcelona. 2010. A. J. Método de avaliação de gestão de resíduos da construção civil em obras de edificações. DURKHEIM. A. E. Tavistock Document Series. Universidade FUMEC. 1995. May/June. 1964. de 24 de junho de 1991. J. 2007. DELL’ISOLA. Análisis del discurso. RJ: 1993 – 2004. n◦L 182/1-19. 27 de julho de 1991. Cleaning up at a Dirty MRF. EL PAÍS. M. de 20 de dezembro de 1994. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2007. n. El paro en España dobla al de la Eurozona. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. MARQUES. Jornal Oficial da Comunidade Européia n◦L 365/10. 2006. p. DOMINGO. Jornal Oficial da Comunidade Européia n◦L 198/01. Council Directive 1999/31/EC – On the landfill of waste. Revista de Administração de Empresas – RAE Executivo.. 101p. v. L.leció Jornades Tècniques/7. Barcelona: Editorial UOC. 2006. P. 2002. São Paulo. PINTO. Barcelona: Universitat Politécnica de Catalunya. 163 p. CONSELHO DA UNIÃO EUROPÉIA. London: Tavistock.. Directiva 94/62/EC – Relativa a embalagens e resíduos de embalagens. Os sentidos do trabalho. MSW Manegemente – The Journal for Municipal Solid Waste Professionals.elpais. Disseny d’un plan de seguiment de la salut laboral per contaminants biològics i químics a l’Ecoparc Barcelona. São Paulo: Martins Fontes. São Paulo. Anais.CETESB. 2009. Manual para las ciencias sociales. São Paulo. 2008. 2008. Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares – Relatório 2008. 2008 DIAS. Disponível no site: <http://economia. 70-75. T. CONSELHO DA UNIÃO EUROPÉIA. apud MORIN. MEDI AMBIENT I SALUT. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL . As regras do método sociológico. Belo Horizonte.. P. Regulamento (CEE) nº 2092/91 – Relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos gêneros alimentícios . 255 p. 2012. p.amb.1. M. 70-75.html> Acesso em: 7 set. 2007.. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM.html> Acesso em: 7 set. Materials Recovery Facilities (Clean MRF). Belo Horizonte.. D. 2007a. FERNANDES. Acesso em: 03 mar.filemaker. apud MORIN. FileMaker Pro 4. Disponível no Programa de Pós-graduação em Saneamento. Dades ambientals metropolitanes 2010. Revista de Administração de Empresas – RAE Executivo. 2011. M. EUA. 2012. 156p. Disponível no site: <http://www. 2007b. Planta de triatge de Molins de Rei.es/web/emma/residus/instalacions_equipaments/plantes_triatge/molins_de_ rei>. Installacions i equipaments. p. 2010. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Planta de compostatge de Torrelles de Llobregat. Leiden: Martinus Nijhoff. Disponível no site: <http://www. Delphi in industrial forecasting.uk/Dirty_MRF/dirty_mrf. California.waste-technology. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. Avaliação do processo de triagem e do composto produzido com resíduos sólidos urbanos em uma cidade de porte médio.cat/web/emma/residus/instalacions_equipaments/plantes_compostatge/Torrel les>. ENTITAT DEL MEDI AMBIENT. Aug.cat/web/emma/residus/gestio/gestio_residus> Acesso em: 21 jun. Future we are in.. n. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. O. Usinas de reciclagem e compostagem de resíduos sólidos urbanos: estudos de casos em 02 (duas) cidades de pequeno porte em Minas Gerais. 1976. 2012. ENTITAT DEL MEDI AMBIENT.co. 40-47. E. S. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – 2010. [2010b]. 2011.EMERY. In: XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.amb. Acesso em: 21 mai. Disponível no site: < http://www. Disponível no site: <http://www. ENVIROS CONSULTING.1. 2009.feam. Anais. 2002. ENTITAT DEL MEDI AMBIENT.. 2012.. C. Disponível no site:<http://www. 1998. FILEMAKER INCORPORATION. Disponível no site: <http://www. Belo Horizonte. ENTITAT DEL MEDI AMBIENT. Barcelona: Àrea Metropolitana de Barcelona. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – 2011. A. A. [2011a]. ENVIROS CONSULTING. G. 2007. [2011b]. L. F.amb.cat/web/emma/residus/instalacions_equipaments> Acesso em: 21 jun. Unsorted/Residual Waste Materials Recovery Facilities (Dirty MRF). Programa Metropolitano de Gestión de Residuos.co. ESTES. Barcelona: Àrea Metropolitana de Barcelona.amb.com> Acesso em: 13 jun. Barcelona: Àrea Metropolitana de Barcelona. Acesso em: 03 mar.br/images/stories/minas_sem_lixoes/2012/mapa_maior. 1976.. HOSSAKA.. M. FREIRE. 2010. 2007.uk/MRF/mrf. Joinville: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. P. v.wastetechnology. Chemical and Engineering News. Os sentidos do trabalho. Barcelona: Àrea Metropolitana de Barcelona. KUESPERT. 2003.jpg>. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 302 . [2010a]. Disponível no site: <http://www.1 Windows User's Guide. Disponível no site: <http://www. ENTITAT DEL MEDI AMBIENT. Barcelona: Àrea Metropolitana de Barcelona. Anais. SILVA. F. Universidade de São Paulo. Tese (Doutorado em Saneamento. 194p. Belo Horizonte. Acesso em: 17 mai.br/ceget/marcelinov7n1jun2006. 2006. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – dez/2006. Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado em Saneamento.semad.br/index. 2007a. 101-118. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – dez/2001. 2007. 2007. Belo Horizonte. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 303 .feam.feam. Belo Horizonte. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. C. Tese (Doutorado) . n. 2009.br/images/stories/arquivos/minassemlixoes/rsu_2008_novo. Acesso em: 06 mai. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG) .pdf>. GALVÃO. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.jpg>. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM.Escola de Engenharia.unesp. 2005. Belo Horizonte. Disponível no site: <http://www. GOMES. J. 2005. Belo Horizonte. 2009. J. R. 7. O trabalho nas usinas de triagem e compostagem de resíduos sólidos no Brasil. 27p. p. Orientações básicas para a operação de usina de triagem e compostagem do lixo. Pegada Eletrônica. U. B. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. 60p.jpg>. Intervenções de saneamento básico em áreas de vilas e favelas: um estudo comparativo de duas experiências na região metropolitana de Belo Horizonte.gov. Disponível no site: <http://www. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – dez/2005.br/images/stories/minas_sem_lixoes/2011/mapa_minas_sem_lixao_20 10..Classe 1 . Estudo de caso: Estado de Minas Gerais.br/images/stories/arquivos/noticias_arquivos/disan_lixo_final_tematico. Belo Horizonte. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – 2009. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Anais.Escola de Engenharia. A. 1. Indicadores de qualidade dos serviços e infra-estrutura urbana de saneamento. 2007b.jp> Acesso em: 29 ago. 2006a. Disponível no site: <http://www.Usina de Triagem e Compostagem de Lixo.site:<http://www. 2007. Belo Horizonte. Situação da disposição final dos resíduos sólidos urbanos – Minas Gerais – 2008. A. 2009. Avaliação da usina de triagem e compostagem do município de Moju – PA.. M. 2009.UTCL.php?option=com_content&task=view&id=377&Itemid= 170> Acesso em: 16 jun. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. 1991. Desenvolvimento de modelo para avaliação de desempenho de política pública em meio ambiente. Disponível no site: <http://www2. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . 1991. Termo de Referência para elaboração do Relatório Técnico para Licença de Operação . 2012. 2006b. Acesso em: 7 ago. 320p.Escola Politécnica. v. V. C. Universidade Federal de Minas Gerais. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. São Paulo. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2009. apud RIBEIRO. Dossiê. 2010. F. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM.feam. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.prudente. Belo Horizonte.mg. Orientações técnicas para a operação de usina de triagem e compostagem do lixo . GARCIAS. 2002. [2008?]. GONÇALVES. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – FEAM. GOMES. TRIST. 1992.GUERECA. LANGE. All teams are not created equal: how employee empowerment really works. I. 2009. apud MORIN.integra.gov. M. et al. London: Department for International Development. Projeto Estruturante PjE1 -“Indicadores de Salubridade Ambiental Local / ISAL”. 2006. A. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE.. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. 222p. apud ÁGUA E CIDADE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Os sentidos do trabalho. Tesis (Doctorado de Ingeniería Ambiental) . 70-75.Universidad Politecnica de Cataluña.html> Acesso em: 22 jul. LANGE. Disponível no site: < http://www. C. Rio de Janeiro.. 59-78. MG. HEILBORN.. C. Más de 60. In: CASTILHOS JUNIOR. Desarrollo de una metodología para la valoración en el análisis del ciclo de vida aplicada a la gestión integral de residuos municipales. 2005. Revista de Administração de Empresas – RAE Executivo. A. Povo sistema de coleta automatizada reduz lixo nas ruas de Porto Alegre. L. Disponível no site: <http://www. M.1. 2010. 2002. Acesso em: 1 jun. FERREIRA. Brasília: Câmara dos Deputados. G.. n. SIMÕES. M. 2003.gov. Disponível no site: <http://www. A. JORNAL NACIONAL. p.000 personas viven de la renta mínima de 400 euros al mes en Catalunya. 310p. G. Aterro sustentável: um estudo para a cidade de Catas Altas. P.com/ciudadanos/noticias/20100715/53964405667/mas-de-60. P. Disponível no site: < http://g1. L. L.globo. 2004. 72p. KETCHUM.F.com/jornal-nacional/noticia/2011/10/novosistema-de-coleta-automatizada-reduz-lixo-nas-ruas-de-porto-alegre.. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 304 .camara. HAMPSHIRE’S INTEGRATES WASTE MANAGEMENT INICIATIVE – INTEGRA.lavanguardia. Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais e metodológicos. Martinez. C. 397p. Rio de Janeiro. LACOMBE. Disponível no site: <http://www2. Pesquisa Pacional de Saneamento Básico 2000. L. 6.org. LA VANGUARDIA.Universidad Politecnica de Cataluña.. F. 1998. 310p. Rio de Janeiro. 560p. 2010.br/home/estatistica/populacao/censo2000/default. 2006. P.ibge. 2002. E. JURAS. v. Legislação sobre resíduos sólidos: exemplos da Europa. B. 2004.br/publicacoes/estnottec/tema14/index. Administração: princípios e tendências.uk> Acesso em: 12 mar.. The Sustainable Use of Urban Environmental Health Indicators: improving the understanding of the needs of the poor. Tesis (Doctorado de Ingeniería Ambiental) . HUNT. Paraguay. Pesquisa Pacional de Saneamento Básico 2008. 2002. 2003. Newbury Park: Sage. B. p. B. F.. apud GUERECA. D.shtm> Acesso em: 24 mar. Estados Unidos e Canadá. Relatório Final. 2009. São Paulo: ONG Água e Cidade 2004.1.000personas-viven-de-la-renta-minima-de-400-euros-al-mes-en-catalunya. 2011. v. Nota Técnica. L. São Paulo: Saraiva. 2006. Censo Demográfico 2000.html> Acesso em: 13 out. C. G. E. C. L. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. 2006. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Desarrollo de una metodología para la valoración en el análisis del ciclo de vida aplicada a la gestión integral de residuos municipales. A.html/?searchterm=None>. I. Dissertação (Mestrado em Saneamento. Grande dicionário Larousse Cultural da língua portuguesa. M. 2001.com.. M. 123-128. M. I. D... A. P. Anais. Handbook of industrial and organizational psychology. N. P. Gestão de resíduos sólidos urbanos no Brasil. What is job satisfaction? Organizational Behavior and Human Performance. Chicago: Rand McNally. apud BARBOSA. João Pessoa: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. LEVERING. A. SIMIONI.... LIMA. TUROFF. 1997.. M. H. In: DUNNETTE. 198p. v. 4. J. 2000. T.. (Org.njit. apud Martinez.). São Paulo: Ed. v. Dissertação (Mestrado em Saneamento. 309-336. C.. 97p. LEFÈVRE. 2003. A. J. F. 267p. Disponível no site: <http://www. LEFÈVRE. 2ª ed. Como o ambiente de trabalho influi no desempenho. 4. I. B. apud Martinez. FERRAZ. M. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 305 . Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais e metodológicos. In: XXXI CONGRESO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 256 p. Programa de Pós-graduação em Saneamento. A. Santiago: Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental.Escola de Engenharia. São Paulo: Instituto de Pesquisa do Discurso do Sujeito Coletivo. C. 4. 6. LAVOIE. LIMA. R. Determining the characteristics to be considered from a worker health and safety standpoint in household waste sorting and composting plants. L.. Satisfação e saúde no trabalho – aspectos conceituais e metodológicos. B. The Delphi Method: techniques and applications. E.edu/pubs/delphibook/> Acesso em: 19 ago. A. Nova Cultura. 1297-1349. LOCKE. Paraguay. V. ano III. n. LOCKE. M.. 2003. n. 2008. 2005. Acessando o Discurso do Sujeito Coletivo e o software Qualiquantisoft – Manual. M. p. Universidade Federal de Minas Gerais.Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. The nature and causes of job satisfaction. Ann Agric Environ. LOPES. 17. 1969. C.N. M. 2002. 2008. M. B. C. G. p. A. T. Anais. ALIE.. D. EBook. 1997. RH em Síntese. LAROUSSE.). F. 2001. A. v.br/site/visitante/artigos/trde_005. C.PESSIN. 59-78. RS: EDUCS.gestaoerh.. 59-78. Proposição de um índice para avaliação do desempenho de estações convencionais de tratamento de água. Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Porte de Minas Gerais: estudo relativo a unidades de reciclagem e compostagem a partir de 1007. Caxias do Sul. 1976. A. T. LELIS. Belo Horizonte.php>. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. 2005. n. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. 2004. Disponível no site: <http://is. Paraguay. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . J. 288p. Estudo de caso: análise das unidades de compostagem implantadas em três estados do nordeste brasileiro. E. p. LINDSTONE. 6. LEFÈVRE. C. 2003. A. R. B. LEFÈVRE. (Org. 2008. 2004. 26-27.. “Usinas de Reciclagem de Lixo”: porque não funcionam? In: XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. A. A. A. M. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2007. p. L. O discurso do sujeito coletivo: um enfoque em pesquisa qualitativa (Desdobramentos). p. Acesso em: 08 dez. 26p. LOPES. p. PEREIRA NETO. 766/2000. L. de 12 de janeiro de 2009. de 30 de novembro de 2000. MINAS GERAIS. 1997. Mulheres na reciclagem: questões de gênero e percepções sócioambientais. Universidade Federal de Minas Gerais. MARTH. 2003. M. LUNA. Lei nº 12. U. K.ufsc. Belo Horizonte: Governo do Estado de Minas Gerais.803/2000. de 28 de dezembro de 1995. Lei nº 13. p. Belo Horizonte: Governo do Estado de Minas Gerais. C. MINAS GERAIS. Belo Horizonte: Governo do Estado de Minas Gerais. HASELBACHER. 2007. F. 143-147. 1995. MINAS GERAIS. Occupational health risks to employees of waste treatment facilities. 2009.S. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. G. M. 406 p. Belo Horizonte: Governo do Estado de Minas Gerais. Dispõe sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios. n.. 2005. 2000b. que dispõe sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. KLEINHAPPL. de 27 de dezembro de 2000.pdf Acesso em: 7 ago. Rio de Janeiro: BNDES. 2008. MINAS GERAIS.Escola de Engenharia. Deliberação Pormativa COPAM nº 118/2008. 3º e 4º da Deliberação Normativa nº 52/2001. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 2006. JELOVCAN. 2000a. C. SCHAFFLER. Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos. Lei nº 13. os respectivos índices de Conservação e de Saneamento Ambiental que compõem o Índice de Meio Ambiente. H. 2007. Factores involucrados en el manejo de la basura doméstica por parte del ciudadano. REINTHALER. MARTINS. 27 de junho de 2008. para fins de cálculo e distribuição do ICMS no 4º trimestre de 2006. R..031/2009. MONTEIRO FILHA. 310p. 2006.040. Lei nº 18. B. 2002. Disponível no site: <http://www. estabelece novas diretrizes para adequação da disposição final de resíduos sólidos urbanos no Estado. Ann Agric Environ.Universitat de Barcelona. 158 da Constituição Federal. Belo Horizonte: Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais – COPAM.C. Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios.040/1995...fazendogenero7. 4. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Resolução SEMAD nº 527/2006. In: VII SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO. de que trata o inciso II do parágrafo único do artigo 158 da Constituição Federal. MINAYO. B.. Belo Horizonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais . e dá outras providências. Anais. Divulga a relação de municípios habilitados. 2003.) BPDES. de 28 de setembro de 2006. São Paulo: Hucitec.br/artigos/C/Clitia_Martins_31.SEMAD. S. de que trata o inciso II do parágrafo único do art.Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . de 28 de dezembro de 1995. F. Belo Horizonte. Altera os artigos 2º. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 306 . D. (Org. MINAS GERAIS. Dispõe sobre a política estadual de apoio e incentivo à coleta seletiva de lixo e altera dispositivo da Lei nº 12. Tesis (Doctorado de Influència social: relacions. e dá outras providências. MINAS GERAIS. processos y efectos) . 10ª ed. relativos aos dados apurados no 2º Trimestre de 2006. um banco de idéias – 50 anos refletindo o Brasil. EIBEL. MODENESI.. E... 57p. PINTO FILHO. Issue 1. J. HOSSAKA. M. 12. v. F. 52-61. S. 2005. geração e tratamento de lixiviados de aterros sanitários. Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos com ênfase na proteção de corpos d’água: prevenção. Elementos para a organização da coleta seletiva e projeto dos galpões de triagem... P. K. B. BREUM. 2006. J. Rio de Janeiro. S.. Caderno de Pesquisa em Administração. STAMOU. 70-75.COPPE. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) . p. 2005.. 494p. L. L. Potencial de aproveitamento energético de lixo e de biodiesel de insumos residuais no Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental. NIELSEN. E. SCHNEIDER. O.. v. P. E. P.. Washington. HANSEN.. F. usos e possibilidades. B.. E. T. M.. PESSIN. M. p. 1995.7. 2004 MORIN. 55p. 2002. NARDIN. 61-69. Sorting and recycling of domestic waste.. OLIVEIRA. (Org. OLIVEIRA. C. M. 1987. E. Tese (Doutorado em Planejamento Energético) . 3. P. 2000. 2002. SCHIBYE. 2007. Recife.1. T. PANAROTTO.. 33-56. PINTO. Os sentidos do trabalho. A. 2000. IVENS.COPPE. M. Usinas de reciclagem de lixo: aspectos sociais e viabilidade econômica. M.. Catadores de materiais recicláveis: aspectos sócioeconômicos e percepção ambiental. Rio de Janeiro: BNDES. 2007. O. GONZÁLEZ. EBBEHOJ. Science of The Total Environment. SILVA. V. n. Review of occupational health problems and their possible causes. Brasília: Ministério das Cidades e Ministério do Meio Ambiente. V. Rio de Janeiro.MORESCO. 168. PRADO FILHO. M.). In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. TELH. 143p. J. L.). BACALHÁO.. Levantamento das condições do lixo em Fernando de Poronha-PE. N. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.. A. A. M. U. (Orgs. MATTHIASEN.. 2004. Revista de Administração de Empresas – RAE Executivo.. CARVALHO. A. M. L. L. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG. ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD – OPS. OLIVIER. C. Universidade de Pernambuco. 2008. 1. M. FONOTTI. Desempenho operacional e ambiental de unidades de reciclagem e disposição final de resíduos sólidos domésticos financiados pelo ICMS Ecológico de Minas Gerais. FERNANDES. um banco de idéias – 50 anos refletindo o Brasil. 2 n. S. B. LELIEVELD.. V. p. 1. S. In: BNDES. POULSEN. NEVES. Métodos de transformação e aproveitamento da fração orgânica:minimização da quantidade de resíduos dispostos em aterros. 1996. T.. In: CASTILHOS JUNIOR.. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.. Pesquisa qualitativa: características. R. SKOV. 2005. Programa de Pós-graduação em Saneamento. NIELSEN. STENBAEK. I.1. n.. v. n. P. 247p. Universidade Federal do Rio de Janeiro.. L. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 307 . F. N. D. v... 2004. MALMROS. Anais. B. B. Aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos e abatimento de emissões de gases do efeito estufa. J. G. O.. N. C. P. v. M. O significado do trabalho. Informe regional sobre la evaluación de los servicios de manejo de residuos sólidos municipales en la Región de América Latina y el Caribe. M. I.Escola Politécnica. SOBREIRA. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético) . p.. H. E. PROCHNIK.. F.. WILKINS. 2. Belo Horizonte. 2005. M. S. Saneamento rural em áreas endêmicas de esquistossomose: experiência e aprendizagem.. 1998. O que é lixo afinal? Como pensam mulheres residentes na periferia de um grande centro urbano. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 308 . 213p. J. SOUZA.. D. V. Programa de Pós-graduação em Saneamento. Belo Horizonte. BARRETO. 2007. 2008. TOLON. 2002. I. 2005. S.pdf> Acesso em 20 mai. 7.. C. CARMO. ano 4. B. DEUSDARÁ. S. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . Qualidade de vida no trabalho e psicologia social.Escola de Engenharia. p. S.. N. p.. J. 2004. Enciclopédia Biosfera. Estudo de caso: Estado de Minas Gerais. SHERIF. KILLINGER. D. RIBEIRO. 2006. Y. GELATTI. SAMPAIO. Usinas de Compostagem de Lixo como alternativa viável à problemática dos lixões no meio urbano. C. GOULART.Egyptian Environmental Affairs Agency. CAMPOS. Anais. 2005. B. Disponível no site: <http://www. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Escola de Engenharia. 2008. 1583-1592... 236p. 2. Análise de Conteúdo e Análise do Discurso: aproximações e afastamentos na (re)construção de uma trajetória. 2007. RÊGO. Universidade Estadual Paulista. 213p. C.eeaa. Desvendando o conceito de saneamento no Brasil: uma análise da percepção da população e do discurso técnico contemporâneo. 2003. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos em Adamantina-SP: Análise da viabilidade da Usina de triagem de RSU com Coleta Seletiva. 2004. B. B. J.br/enciclop/2006/Usinas%20de%20compostagem. RUBINGER. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . Estudo da percepção da população de Catas Altas – MG sobre o sistema de coleta seletiva do município.Escola de Engenharia. O significado do trabalho em tempos de reestruturação produtiva. 2. B. In: SAMPAIO. F. R. São Paulo: Casa do Psicólogo. I. 3. Estudos e Pesquisas em Psicologia. E. Universidade Federal de Minas Gerais. B. Operation economics of separation. CARLI. RIBEIRO..QUISSINI. J.. D. SAVI.org. ROCHA. 2008. n. D. R.pdf > Acesso em: 7 ago.18. C. 305-322. E. p. 2005. L. Dissertação (Mestrado em Saneamento.C. Disponível no site: <http://www.. LÉDA.F. S. L. L. GOULART. Qualidade de vida no trabalho: uma análise da experiência de empresas brasileiras. V. Ciência & Saúde Coletiva. PINHEIRO. Informações de catadores sobre dificuldades relacionadas ao manejo de resíduos sólidos em centrais de triagem: estudo de caso do município de Caxias do Sul. v. O.. Tese (Doutorado em Saneamento. 2008. H. F. BARACHO. 320p.etg. C. recycling and composting plants. Desenvolvimento de modelo para avaliação de desempenho de política pública em meio ambiente. L.gov. Universidade Federal de Minas Gerais. p. Belo Horizonte.. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 2005. J. Egypt: Ministry of State for Environmental Affairs . S. SAMPAIO. 125-141. v. Caderno Saúde Pública. M. 2008.eg/English/Main/Env2003/Day2/Solidwaste/shrif. R. SCHNEIDER. ALEA v. 6.. Dissertação (Mestrado em Saneamento.. CONTO. 76-83. F.. n. n. M. n. L. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências e Tecnologia..conhecer. SANTOS. ROZEMBERG. L. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais. C.. J. 1978. S.1. M. n. M. FREITAS. p. A. M. A. 2007..ES. 2007.. 2008.. M. F. ROMEIRO. Handbook – Material Recovery Facilities for Municipal Solid Waste. A. A história da União Européia. 2. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. 978 p. NEVES. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA .. L. Programa de Pós-graduação em Saneamento. v. Universidade Federal de Minas Gerais. 70-75. M. SOUZA. S. UNIÃO EUROPÉIA.USEPA. Índices versus indicadores: precisões conceituais na discussão da sustentabilidade de países. 10.UFV. 2007. SILVA.. L.. T. C. R.. apud MORIN. C. O saneamento da ótica de profissionais de saneamentosaúde-ambiente: promoção da saúde ou prevenção de doenças? Engenharia Sanitária e Ambiental. v. 13. UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY . E. D. Belo Horizonte. p. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.. 2007.Escola de Engenharia. Labour Gazette. New York: McGraw-Hill International Editions.. Os sentidos do trabalho. 1997. Avaliação das condições ambientais e de trabalho dos catadores informais em unidade de triagem de resíduos recicláveis localizada na zona norte do município do Rio de Janeiro.. 2007. SOUZA. 132p. S. Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no estado do Espírito Santo.eu/abc/history/index_pt. p. Belo Horizonte. VIGIL S. Universidade Federal de Minas Gerais. J. BORGO. Universidade Federal de Minas Gerais. V. 2008. P. N. 1991. v. T. Disponível no site: <http://europa. Revista de Administração de Empresas – RAE Executivo. C. Washington. 2007. R. B. Projeto Básico da Unidade de Reciclagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos – Modelo LESA URC A1. ORTEGA... A habitação e o saneamento no cotidiano dos moradores de um conjunto habitacional em Belo Horizonte: um estudo das representações dos sujeitos sobre sua condição sanitária. 1993. Adapting to a changing world. C. 2009. 2007. Integrated solid waste management: engineering principles and management issues. COSTA. v. A. L. Ambiente & Sociedade. COSTA.. 2002. F. SILVA. R. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. v. n. 4. E.1. TRIST. R. Dissertação (Mestrado em Saneamento. Departamento de Engenharia Civil – Laboratório de Engenharia Sanitária e Ambiental. M. 371-379. FREITAS. 78. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 309 . 12.Escola de Engenharia. 46-53. Tese (Doutorado em Saneamento. M. A. Belo Horizonte: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . I.. O papel do sujeito em relação à água de consumo humano: um estudo na cidade de Vitória . R. AGOSTINHO. C. THEISEN. M... SOUZA. Anais.SICHE... Europa – O portal da União Européia. RODRIGUEZ. 137-148. 1.htm> Acesso em: 22 jan.Escola de Engenharia. N. 2007. E. E. Proposição de um índice de qualidade da água bruta afluente a estações convencionais de tratamento de água. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . Engenharia Sanitária e Ambiental. Dissertação (Mestrado em Saneamento. SOUZA. n. M. S. B. p. TCHOBANOGLOUS. 2008. 305p.. C. L. F. I. 14-20. A.. LAIGNIER. 250p. SILVA. M. MORAES. Meio Ambiente e Recursos Hídricos) . LACERDA. H. G. F.. Discursos sobre a relação saneamento-saúde-ambiente na legislação: uma análise de conceitos e diretrizes. Belo Horizonte. p. E. n. REZENDE. Anais. n. GIOVINAZZO. 288p.. C.Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. A coleta de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro: um estudo de caso baseado na percepção do trabalhador. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 310 . v. A. Universidade Federal de Minas Gerais. 2003.html#1>. Delphi – Uma ferramenta de apoio ao planejamento prospectivo. 143-150. Acesso em: 08 dez. p.ufrgs. Escola de Engenharia. VARELLA.Universidade Federal do Rio Grande do Sul/HCPA. T. M. Meio Ambiente e Recursos Hídricos). C. C. 2. Disponível no site:< http://www.23p. V. ZANTA. 1998.). n◦ 12. F.. v... Ciência & Saúde Coletiva. R. 54-65. VELLOSO. VALADARES. WRIGHT. E. D. 18 jul. p. 2000. 2009. Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Porte de Minas Gerais: estudo relativo a unidades de reciclagem e compostagem a partir de 1997. J. E10. Caderno de Pesquisas em Administração. 97p. p. WHOQOL. Folha de São Paulo. 2008. FAMED . 2004. LANGE.. apud BARBOSA. Belo Horizonte. São Paulo. Programa de Pós-graduação em Saneamento. 2004. T. P.. Janelas quebradas. N.br/psiq/whoqol1. C. 01. PESSIN. (Org. L. SANTOS. 1998. P. FERREIRA. J. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos. 3. M. In: CASTILHOS JUNIOR. A.. GOMES.. A. Versão em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida. L. L. B. M. Dissertação (Mestrado em Saneamento. Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UFMG 311 .Programa de Pós-graduação em Saneamento. 8 .APÊNDICES . . APÊNDICE A Roteiro para entrevista com funcionários das UTC de Minas Gerais: Versão Preliminar . . quando não tinha a usina? • Quando a Prefeitura inaugurou a usina.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Trabalho em Usinas de Triagem e Compostagem Doutorado da Escola de Engenharia . que equipamentos de proteção você usa: ( ) luvas ( ) botas ( ) máscaras ( ) avental ( ) outros: __________________ • Você tomou vacinas para trabalhar na usina? _____________________________________ • Existe coleta seletiva aqui na cidade? ____________________________________________ 2 – Impressões sobre os resíduos sólidos urbanos e a coleta seletiva • O que é lixo para você? • E na sua casa. como a população participou? (A população recebeu informações?) (Em sua opinião.Pesquisadora: Gisele Vidal Vimieiro Roteiro para entrevista com funcionários 1 – Questionário preliminar • Há quanto tempo você trabalha na usina? ________________________________________ • Em que parte da usina você trabalha? ___________________________________________ • Qual o seu horário de trabalho? ________________________________________________ • Durante o seu trabalho. quem deve ser responsável pelo lixo das pessoas? 3 – Impressões sobre o trabalho na UTC • Para vir trabalhar aqui na usina. o que a população da cidade pensa da usina?) • Para você. que era feito com o lixo da cidade. o que você faz com o lixo? (Há coleta de lixo na sua rua?) (Para onde vai o lixo da sua casa?) • Em sua opinião. 311 . o que é coleta seletiva? O que você acha da coleta seletiva? • Se existir coleta seletiva na cidade: Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? Como é a participação da população? (Você participa? Por quê?) • Para você. o que as pessoas têm que fazer? (Você também veio trabalhar na usina desta maneira?) • Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora. Em sua opinião. o que você mudaria aqui na usina? • Você disse que usa (citar EPI mencionados anteriormente) quando está trabalhando. contratado. qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? (Por quê?) • Se fosse para melhorar seu trabalho. Em sua opinião. curativos? Conte como foi. servidor público): ________________ ( ) Feminino 312 .Dados sócio-econômicos: • Idade: ____________________________________________________________________ • Estado civil:________________________________________________________________ • Sexo: ( ) Masculino • Naturalidade:_______________________________________________________________ • Tempo de residência na cidade:_________________________________________________ • Escolaridade: ______________________________________________________________ • Renda familiar: _____________________________________________________________ • Número de pessoas que moram em casa: _________________________________________ • Regime de trabalho na usina (cooperado.(É assim que você faz todos os dias?) • Como você aprendeu o trabalho? (Teve algum treinamento?) (Você já teve outros treinamentos depois que já trabalhava aqui?) • Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? • Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na usina? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? 4 . porque você acha que tem que usá-los? • Que tipo de coisas vocês costumam encontrar durante a triagem? (Já viram seringas.) (Alguém já sofreu algum acidente?) • Em sua opinião. o lixo pode transmitir doenças? O que você pensa sobre isso? (Você acha que já ficou doente por trabalhar na usina?) • O que você pensa do seu trabalho? (Por quê?) (Você gosta de trabalhar na usina?) (Tem vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê?) • Em sua opinião. APÊNDICE B Roteiro para entrevista com funcionários das UTC de Minas Gerais: Versão Final . . o que as pessoas têm que fazer? (Você também veio trabalhar na usina desta maneira?) • Explique como você faz o seu trabalho desde que você chega até a hora de ir embora. como a população participou? (A população recebeu informações?) (Em sua opinião.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Trabalho em Usinas de Triagem e Compostagem Doutorado da Escola de Engenharia . que era feito com o lixo da cidade.Pesquisadora: Gisele Vidal Vimieiro Roteiro para entrevista com funcionários 1 – Impressões sobre os resíduos sólidos urbanos e a coleta seletiva • Na sua casa. o que você faz com o lixo? (Há coleta de lixo na sua rua?) (Para onde vai o lixo da sua casa?) • E o que é lixo para você? • Em sua opinião. Em sua opinião. quem deve ser responsável pelo lixo das pessoas? 2 – Impressões sobre o trabalho na UTC • Em que parte da usina você trabalha? Para vir trabalhar aqui na usina. o que é coleta seletiva? O que você acha da coleta seletiva? (Existe coleta seletiva aqui na cidade?) • Se existir coleta seletiva na cidade: Como começou a coleta seletiva aqui na cidade? Como é a participação da população? (Você participa? Por quê?) • Para você. quando não tinha a usina? • Quando a Prefeitura inaugurou a usina. qual é a melhor e a pior parte do seu trabalho? (Por quê?) • Se fosse para melhorar seu trabalho. o que a população da cidade pensa da usina?) • Para você. o que você mudaria aqui na usina? 313 . (É assim que você faz todos os dias?) • Como você aprendeu o trabalho? (Teve algum treinamento?) (Você já teve outros treinamentos depois que já trabalhava aqui?) • Em todos os trabalhos tem sempre uma parte que as pessoas gostam mais e outra que elas não gostam tanto. o que a população da cidade pensa do seu trabalho? • Você gostaria de falar mais alguma coisa sobre o trabalho na usina? Gostaria de contar alguma história que aconteceu aqui e que você acha interessante? 3 – Informações gerais e dados sócio-econômicos: • Há quanto tempo trabalha na usina: ________________________________________ • Horário de trabalho: ____________________________________________________ • Regime de trabalho na usina (cooperado. que equipamentos de proteção você usa? Em sua opinião. curativos? Conte como foi. o lixo pode transmitir doenças? O que você pensa sobre isso? Você tomou vacinas para trabalhar na usina? (Você acha que já ficou doente por trabalhar na usina?) • O que você pensa do seu trabalho? (Por quê?) (Você gosta de trabalhar na usina?) (Tem vontade de continuar trabalhando aqui? Por quê?) • Em sua opinião. porque você acha que tem que usá-los? • Que tipo de coisas vocês costumam encontrar durante a triagem? (Já viram seringas. contratado.) (Alguém já sofreu algum acidente?) • Em sua opinião.• Durante o seu trabalho. funcionário público): _________ • Idade: ________________________________________________________________ • Estado civil:___________________________________________________________ • Sexo: ( ) Masculino • Naturalidade:__________________________________________________________ • Tempo de residência na cidade:____________________________________________ • Escolaridade: __________________________________________________________ • Renda familiar: ________________________________________________________ • Número de pessoas que moram em casa: ____________________________________ ( ) Feminino 314 . APÊNDICE C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: Prefeituras . . Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia TERMO DE COSETIMETO LIVRE E ESCLARECIDO PESQUISA EM “USIAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM” N. seja para propósitos de publicação científica ou educativa.000-08 Prezado(a) Senhor(a). Não existem respostas certas ou erradas. juntamente com a participação dos demais municípios. O município tem o direito de não querer participar. será de grande importância para nossa pesquisa.203. a participação do município de ________________________.º Registro COEP: Nº 0285. A participação do município de ____________________________neste estudo é muito importante e voluntária. A identidade dos municípios e de todos os participantes será mantida em sigilo e os resultados do estudo serão sempre apresentados como o retrato de um grupo e não de uma pessoa. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente. Todos os participantes só precisarão responder o que pensam e terão liberdade para deixar de responder a questões que não desejem. É importante frisar que o município não terá nenhum gasto em participar do estudo e também não receberá pagamento pelo mesmo. A pesquisa para a qual o município de __________________________ irá contribuir tem como objetivo estudar as “Usinas de Triagem e Compostagem” e será realizada por meio de levantamento em formulários de dados operacionais e estruturais da usina e entrevistas gravadas com funcionários. sem penalidades ou perda de qualquer benefício ou cuidados a que tenha direito nesta instituição. INFORMAÇÕES Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais. Estudos como estes são necessários para disponibilizar informações que possam servir de base para o aperfeiçoamento de políticas públicas relativas à destinação final do lixo em nosso Estado e em nosso País.0. ninguém será identificado quando o material de seu registro for utilizado. que poderá ser contatado para esclarecimentos pelo telefone 3409-4592. Assim. Este Termo de Consentimento pode conter palavras que você não entenda. Dessa forma. Consideramos que a metodologia utilizada para coleta de dados não oferece riscos ou desconfortos. por e-mail 315 . Antonio Carlos. Confirmo também que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 7º andar – Belo Horizonte – MG Telefone: (31) 3409-1039 e-mail:
[email protected] Horizonte. Os pesquisadores responsáveis poderão fornecer qualquer esclarecimento sobre essa pesquisa. bastando contato no seguinte endereço e/ou telefone: Pesquisadores e contatos Gisele Vidal Vimieiro Endereço: Rua Desembargador Paula Mota 318/701. 6627 – Unidade Administrativa II. MG. assim como tirar dúvidas. 2º andar.br Liséte Celina Lange Endereço: Av.ufmg.br ou no seguinte endereço: Av. _______________________________________________________ . sala 2005. Declaro que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas.ufmg. sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade. responsável pela “Usina de Triagem e Compostagem” do município de ____________________________ . Bairro Ouro Preto Belo Horizonte . CEP 31270-901 .coep@prpq. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para a “Usina de Triagem e Compostagem” do município e seus funcionários participarem deste estudo. ________________________________________________________________________ Nome do participante responsável pela usina (em letra de forma) _______________________________________________ Assinatura do participante ou representante legal _________________ Data _______________________________________________ __________________ Nome (em letra de forma) e Assinatura do pesquisador Data 316 .com. li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento.br DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO Eu. Compreendo que o município é livre para se retirar do estudo em qualquer momento.MG Telefone: (31) 3317-3216 e-mail: giselevv@yahoo. do Contorno 842. APÊNDICE D Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Entrevistados . . será de grande importância para nossa pesquisa.203. mas que. solicito a sua especial colaboração em responder um questionário com perguntas abertas. A entrevista será gravada. A sua identidade será mantida em sigilo e os resultados do estudo serão sempre apresentados como o retrato de um grupo e não de uma pessoa. seja para propósitos de publicação científica ou educativa. fichas de roteiro das entrevistas. Estudos como estes são necessários para disponibilizar informações que possam servir de base para o aperfeiçoamento de políticas públicas relativas à destinação final do lixo em nosso Estado e em nosso País. Não existem respostas certas ou erradas. Todos os participantes serão informados que a entrevista será gravada. e a duração será de aproximadamente 60 minutos. arquivos digitais das gravações. Todo material produzido como resultado das entrevistas (fitas gravadas. Consideramos que a metodologia utilizada para coleta de dados não oferece riscos ou desconfortos. As respostas de cada pessoa permanecerão confidenciais e nomes não serão associados a elas. você não será identificado quando o material de seu registro for utilizado. Para participar deste estudo.º Registro COEP: Nº 0285. As gravações das conversas serão utilizadas para a análise necessária ao presente estudo. Assim. É importante frisar que você não terá nenhum gasto com a sua participação no estudo e também não receberá pagamento pelo mesmo. A pesquisa para a qual você irá contribuir tem como objetivo estudar a percepção de funcionários de “Usinas de Triagem e Compostagem”.0. será garantido anonimato e sigilo absoluto por parte dos pesquisadores. Na seleção de participantes desta pesquisa buscam-se preferencialmente os funcionários que trabalham a mais tempo na usina e a única restrição é que esses possuam idade superior a dezoito anos e sua participação não é obrigatória. Peça ao pesquisador que explique as palavras ou informações não compreendidas completamente. Você só precisa responder o que pensa e terá liberdade para deixar de responder a questões que não deseje. apesar disto. juntamente com as opiniões dos demais participantes.000-08 Prezado(a) Senhor(a). Dessa forma. a sua opinião. 317 . Termo de Livre Consentimento e transcrições) será armazenado com a devida segurança. e será manuseado somente pela pesquisadora responsável. Este Termo de Consentimento pode conter palavras que você não entenda.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia TERMO DE COSETIMETO LIVRE E ESCLARECIDO PESQUISA SOBRE A PERCEPÇÃO DE FUCIOÁRIOS SOBRE “USIAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM” Público alvo: funcionários N. será elaborado um novo projeto de pesquisa e solicitado um novo Termo de Consentimento. Declaro que toda a linguagem técnica utilizada na descrição deste estudo de pesquisa foi satisfatoriamente explicada e que recebi respostas para todas as minhas dúvidas. Os pesquisadores responsáveis poderão fornecer qualquer esclarecimento sobre essa pesquisa. assim como tirar dúvidas. sem penalidades ou perda de qualquer benefício ou cuidados a que tenha direito nesta instituição.MG Telefone: (31) 3317-3216 e-mail:
[email protected]. Caso seja realizada outra pesquisa utilizando os dados coletados. ________________________________________________________________________ Nome do participante (em letra de forma) ______________________________________________ Assinatura do participante ou representante legal ______________________________________________ Nome (em letra de forma) e Assinatura do pesquisador _________________ Data __________________ Data 318 . 2º andar. Confirmo também que recebi uma cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. sem perda de benefícios ou qualquer outra penalidade.Este material poderá ficar guardado por um período de até cinco anos para subsidiar a execução de outros trabalhos científicos.br Liséte Celina Lange Endereço: Av. Bairro Ouro Preto Belo Horizonte . se necessário.br DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO Li ou alguém leu para mim as informações contidas neste documento antes de assinar este Termo de Consentimento. CEP 31270-901 .ufmg. por e-mail coep@prpq. Dou meu consentimento de livre e espontânea vontade para participar deste estudo. e depois será inutilizado. MG. que poderá ser contatado para esclarecimentos pelo telefone 3409-4592. sala 2005. 6627 – Unidade Administrativa II. INFORMAÇÕES Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais.br ou no seguinte endereço: Av. Compreendo que sou livre para me retirar do estudo em qualquer momento.com. bastando contato no seguinte endereço e/ou telefone: Pesquisadores e contatos Gisele Vidal Vimieiro Endereço: Rua Desembargador Paula Mota 318/701. Sua participação neste estudo é muito importante e voluntária. Antonio Carlos. do Contorno 842.Belo Horizonte. 7º andar – Belo Horizonte – MG Telefone: (31) 3409-1039 e-mail: lisete@desa. Você tem o direito de não querer participar. APÊNDICE E Roteiro para entrevista com funcionários das Unidades de Barcelona: Versão Final . . Investigación: El Trabajo en las Plantas de Selección de Residuos y Compostaje Doctorado de la Escuela de Ingeniería de la UFMG.Investigadora: Gisele Vidal Vimieiro Guía de la entrevista con trabajadores 1 – Impresiones sobre los residuos sólidos municipales y la recogida selectiva • En tu casa. ¿quien es el responsable de la basura? 2 – Impresiones del trabajo en la planta • ¿En que parte de la planta trabajas? • ¿Cómo conseguiste tu trabajo aquí en la planta? • ¿Para venir a trabajar aquí en la planta. ¿qué haces con la basura? ¿Sabes dónde va la basura de tu casa? • ¿Qué es basura para ti? • En tu opinión. (¿Así es cómo se hace todos los días?) • ¿Cómo te enteraste de tu trabajo? (¿Tuviste algún entrenamiento?) (¿Has tenido otros entrenamientos después que ya trabajabas aquí?) 319 . que tipo de transporte utilizas? ¿Desde donde vienes? • Explica cómo haces tu trabajo desde que llegas hasta la hora de irte. cuando no había la planta? • ¿Qué crees que piensa la población de la ciudad sobre la planta donde trabajas? (¿Sabes si se ha distribuido información entre sus habitantes?) • Según tu opinión. ¿qué es recogida selectiva? ¿Qué piensas de la recogida selectiva? • ¿Sabes cómo surgió la recogida selectiva aquí en la ciudad? ¿Cómo es la participación de la población? ¿Qué piensas de ella? (¿Tú participas? ¿Por qué?) • Según tu. ¿qué se hacía con la basura de la ciudad. ¿cuál es la mejor y la peor parte de tu trabajo? (¿Por qué?) • Si fueras a mejorar tu trabajo. como fue. ¿qué piensas sobre la contaminación de la ciudad donde está la planta? • ¿Te gustaría decir algo más sobre tu trabajo en la planta? ¿Te gustaría contarme alguna anécdota que haya pasado aquí y que te parece interesante? 3 – Informaciones generales y datos socio-económicos: • Cuánto tiempo has trabajado en la planta: ___________________________________ • Horas de trabajo: _______________________________________________________ • Condiciones de trabajo en la planta: ( ) trabajador a media jornada ( ) trabajador a jornada completa ( ) trabajador fijo ( ) trabajador eventual ( ) funcionário público • Edad: ________________________________________________________________ • Estado civil:___________________________________________________________ • Sexo: ( ) Masculino • Lugar de nacimiento:____________________________________________________ • Ciudad donde vives: ____________________________________________________ • Tiempo de residencia en la ciudad donde vives: _______________________________ • Educación: ____________________________________________________________ • Ingreso familiar: _______________________________________________________ • Número de personas que viven en tu casa: ___________________________________ ( ) Femenino 320 . en la planta?. que equipos de protección se utilizan? En tu opinión. por favor. la basura puede transmitir enfermedades? ¿Qué piensas al respecto? ¿Has tomado vacunas para trabajar en la planta?. ¿por qué piensas que hay que usarlos? • ¿Qué tipo de cosas es común encontrarlas durante la selección de los materiales? • Has visto jeringas y apósitos? ¿Cuéntame. y fuera de la planta? • ¿Durante tu trabajo. ¿qué cambiarías aquí. Existe algún método de control médico. ¿qué piensa la populación de la ciudad de tu trabajo? • Y tú. En tu opinión. revisiones médicas o de otro tipo? ¿Piensas que has quedado enfermo por trabajar en la planta? • ¿Qué piensas de tu trabajo? (¿Por qué?) (¿Te gusta trabajar en la planta?) (¿Deseas seguir trabajando aquí? ¿Por qué?) • En tu opinión. ¿Alguien ha tenido un accidente? • ¿En tu opinión.• En todos los trabajos hay siempre una parte que a los trabajadores les gusta más y otra que no les gusta mucho. APÊNDICE F OFÍCIO DE SOLICITAÇÃO DE VISITA ÀS UNIDADES DE BARCELONA . . en concreto las tecnologías relacionadas con la selección y el compostaje de residuos. nos gustaría poder contar con la participación de la planta. Así. María Àngels Alió.: Investigación sobre la gestión de residuos municipales en Cataluña Apreciado (a) Señor (a). De esta manera. que está en Barcelona para hacer una parte de su doctorado sobre los residuos sólidos con el equipo del Departamento de Geografía Humana de la Universidad de Barcelona. Estamos realizando una investigación con el objetivo de estudiar la gestión de residuos municipales en Cataluña. Al (A la) Señor (a) ____________________________ Encargado (a) de la Planta _________________________________________ Ref. que será muy valiosa para nuestra investigación. además del trabajo en las plantas.Profesora Titular Departamento de Geografía Humana Universidad de Barcelona Gisele Vidal Vimieiro – Doctoranda Escuela de Ingeniería Universidad Federal de Minas Gerais . se hará una encuesta con los trabajadores sobre su trabajo. Cordialmente.Brasil 321 . en algunas de las plantas visitadas. doctoranda del Programa de Postgrado en Saneamiento. nadie va a ser identificado cuando se utilice la información. Las personas las cuales se les realice la encuesta. Quedamos a su entera disposición para cualquier consulta o duda. La identidad de la planta y todos los encuestados se mantendrá confidencial y los resultados del estudio se presentarán siempre como un retrato de un grupo. bajo la tutoría de la Dra. para compáralos con la realidad de las plantas de tratamiento y de los trabajadores brasileños. Medio Ambiente y Recursos Hídricos de la Universidad Federal de Minas Gerais/Brasil. ___ de ________ de 2010. Se visitaran algunas de las plantas de tratamientos de residuos existentes en la Región Metropolitana de Barcelona y. M. Àngels Alió . sólo precisan responder sólo lo que piensan y son libres de dejar de responder a las preguntas que no desean. El estudio será desarrollado por la investigadora Gisele Vidal Vimieiro.Barcelona. . APÊNDICE G Primeira rodada da pesquisa de opinião: Modelo do email . . br. Meio Ambiente e Recursos Hídricos.Subject: Convite para participar da pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM. Para isto. Estima-se que o preenchimento do formulário deverá tomar cerca de 20 minutos de seu tempo. foi escolhida a aplicação do método Delphi. a partir de contribuições de diversas pessoas. apresentamos-lhe o formulário anexo. Caro especialista colaborador. um processo baseado em um painel de especialistas. que permite a discussão de uma questão ou a elaboração de propostas. orientada pela professora Liséte Celina Lange. solicitando seu preenchimento e devolução para o email giselevv@yahoo. É importante destacar que todas as informações fornecidas pelo colaborador serão confidenciais. Estamos convidando você para participar da pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM. Uma das etapas previstas é buscar subsídios de profissionais de sabida experiência e vivência profissional na área de Resíduos Sólidos Urbanos. Sendo assim. Sua participação será muito valiosa para a discussão dos parâmetros mais relevantes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. da Escola de Engenharia da UFMG pela doutoranda Gisele Vidal Vimieiro. TERMO DE CONSENTIMENTO: Com o envio do formulário respondido em anexo o presente colaborador declara ter entendido o propósito desse estudo e consente o uso dos dados na tese e demais publicações técnico-científicas. sendo preservado o seu anonimato. Em caso de dúvida. Gisele Vidal Vimieiro Doutoranda Liséte Celina Lange Professora Orientadora 322 . Agradecemos antecipadamente a sua valiosa contribuição.com. desenvolvida como uma das etapas da tese de doutorado no Curso de Saneamento. favor enviar mensagem para o endereço eletrônico citado. Atenciosamente. 323 . APÊNDICE H Primeira rodada da pesquisa de opinião: Questionário . . por exemplo. O procedimento para aplicação e elaboração dos questionários foi desenvolvido de acordo com alguns aspectos do método Delphi. 323 . Após o término do processo. Poderão modificar ou não suas respostas anteriores pela última vez. com o objetivo de que os participantes tenham a chance de revisar seus pontos de vista após conhecer as opiniões e comentários dos demais. • 2ª Etapa: Os participantes receberão novamente o questionário. A Pesquisa em curso será constituída por 3 etapas • 1ª Etapa: Os participantes receberão o primeiro questionário no qual deverão atribuir pesos a cada um dos parâmetros relativos às UTC listados. poderão. a possível influência da opinião de participantes com maior grau de especialização sobre os demais ou a resistência que alguns apresentem em mudar de opinião durante o processo. junto com as suas respostas e um relatório contendo o levantamento dos resultados obtidos durante a 1ª Etapa. • O feedback. • 3ª Etapa: Os participantes receberão o mesmo questionário junto com as suas respostas e um levantamento dos resultados obtidos durante a 2ª Etapa. As características do método Delphi consideradas são: • O anonimato. modificar ou não suas respostas anteriores. • A representação estatística dos resultados. após a análise deste. convergindo para um maior consenso a cada rodada. todos os participantes receberão um relatório com os resultados finais da pesquisa de opinião. junto a especialistas da área de Resíduos Sólidos Urbanos. acrescido de sugestões e comentários ocorridos. uma pesquisa de opinião a respeito dos parâmetros mais relevantes na avaliação do desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem (UTC). com a finalidade de reduzir fatores psicológicos como. Desta forma.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. Introdução O presente questionário tem como objetivo promover. mesa de triagem. Unidade objeto do estudo e escolha dos parâmetros No presente estudo considera-se como objeto de investigação as Usinas de Triagem e Compostagem. que são geralmente constituídas das unidades de recepção.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. uma das três opções apresentadas: INCLUIR (caso acredite que o parâmetro seja relevante). Aos parâmetros considerados de relevância (opção INCLUIR) o respondente deverá atribuir pesos de 0 a 100. e na experiência prática de verificação e acompanhamento de UTC implantadas no estado de Minas Gerais.br Professora orientadora: Liséte Celina Lange email: lisete@desa. No final há um espaço para comentários e justificativas que deverá ser preenchido somente se o respondente desejar.br Telefone: (31) 3409-1039 Av. que corriqueiramente recebem resíduos sólidos urbanos sem nenhuma separação prévia. para cada parâmetro. 30110-060. Contorno 842 . podendo até incluir novos parâmetros que não foram inicialmente listados e que o participante acredite serem importantes. marcando com um X. Essas unidades.000 habitantes.com. não havendo necessidade que o somatório atinja este valor. o respondente deverá escolher. A escolha dos parâmetros fundamentou-se em questionário padronizado utilizado pela Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental – CETESB para o acompanhamento dos sistemas de disposição e tratamento de resíduos sólidos em operação no estado de São Paulo. baias para depósito de materiais recicláveis. Instruções para o preenchimento do questionário Para o preenchimento do questionário a seguir. instalação de apoio e valas de rejeitos/aterro. com população de até cerca de 10.ufmg.7º andar. são consideradas simplificadas e têm sido implantadas especialmente em municípios de pequeno porte. 324 . Contato: Responsável pela pesquisa: Gisele Vidal Vimieiro email: giselevv@yahoo. NÃO INCLUIR (caso considere o padrão não relevante) e INDECISO (em caso de dúvida sobre a inclusão ou não do parâmetro). Belo Horizonte-MG. pátio de compostagem. Parâmetros intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem PARÃMETRO INCLUIR NÃO INCLUIR INDECISO PESO (0 -100) Proximidade de núcleos populacionais (< 500m) Proximidade de corpos d’água (< 300m) Profundidade do lençol freático Permeabilidade do solo Condições de sistema viário. trânsito e acesso Isolamento visual da vizinhança Legalidade de localização Cercamento da área Cerca-viva Portaria ou guarita Paisagismo Área de recepção Mesa de triagem Balança funcional Baias para material triado Cobertura das baias Prensa funcional para material triado Pátio de compostagem Impermeabilização do pátio de compostagem Equipamentos funcionais para reviramento das leiras Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras Peneira funcional para composto maturado Instalações de apoio Vala para rejeitos Impermeabilização da vala de rejeitos Drenagem de líquidos percolados Drenagem de águas pluviais Sistema de tratamento de líquidos percolados Monitoramento das águas subterrâneas C Condições on operacionais di Infra-estrutura implantada Característica da área ITEM Conservação/limpeza geral Presença de encarregado durante funcionamento Presença de coleta seletiva no município Treinamento oferecido aos funcionários Funcionários com uniformes Funcionários com EPIs 325 .Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. pilhas. lâmpadas. pneus.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. ITEM PARÃMETRO INCLUIR NÃO INCLUIR INDECISO PESO (0 -100) Controle de recebimento de cargas Manutenção do cercamento da área Presença de frutíferas ou outras culturas comestíveis Presença de animais Manutenção do paisagismo Manutenção da área de recepção Existência de moscas Exalação de odores Manutenção da mesa de triagem Eficiência na triagem Manutenção das baias para material triado Monitoramento das quantidades de recicláveis Manutenção do pátio de compostagem Controle de reviramento das leiras Controle de umidade nas leiras Controle de temperatura nas leiras Controle de pH nas leiras Peneiramento do composto maturado Armazenamento do composto maturado Monitoramento da qualidade do composto Manutenção da unidade de apoio Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados Processamento dos resíduos no mesmo dia Presença de materiais inertes nas leiras Finalidade de utilização do composto orgânico Presença de vestígios de queima Controle na abertura de valas de rejeitos Recobrimento da vala de rejeitos Revegetação de valas de rejeito encerradas Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos Recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais. Observações a respeito de qualquer dos parâmetros citados acima ou se achar pertinente a colocação de outros: 326 . embalagens de agrotóxicos. APÊNDICE I Primeira rodada da pesquisa de opinião: Comentários dos especialistas . . que devem ser dimensionadas para receber 100% dos RSU.000 habitantes). .Da mesma forma as valas para o rejeito.Comentários dos painelistas – Primeira rodada da pesquisa de opinião • Painelista 01 . a prefeitura terá de dispor os RSU em algum lugar. pois se a Usina deixar de funcionar. se os empreendimentos apresentam escala suficiente para justificar sua implantação. pois nem sempre se faz necessário. Se a área for bem escolhida.) captação . . Isto evitaria uma possível estação de tratamento de lixiviado. medir umidade de temperatura. tais como o impacto da escala. além dos custos de implantação e operação (operação principalmente. É um equipamento caro. cobertura das leiras em épocas de chuva com lonas. principalmente quando a leira é muito pequena. fixei pesos mais baixos. pois entendo que se está analisando o processo de compostagem. Acho relevante a inclusão de parâmetros relativos à sustentabilidade econômica das unidades de triagem e compostagem. é melhor ficar só na compostagem. talvez a vala se enquadre no que a NBR define como aterro controlado. mas que tenham sofrido a devida gestão.A questão dos lixiviados pode ser colocada na forma de equacionamento de sua gestão e não em seu tratamento propriamente dito. Desta forma. sendo uma instalação para pequenas comunidades. deve haver uma preocupação com a qualidade do processo. Sem dúvida. • Painelista 02 – Organização ão-Governamental – Engenharia Agronômica Coloquei não incluir sobre as questões de valas para a destinação de material. etc. . e triagem bem feita (o que significa pouca matéria orgânica aterrada nas valas). A última questão poderia ser diferente. Quanto a alguns aspectos como revirar a leira. Dependendo da forma de gestão de resíduos que o município tem. um pátio impermeabilizado seria o ideal. podendo ter a presença de contaminantes.Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil No Item Estrutura Implantada substituir vala de rejeitos por Trincheiras para RSU. pois quase sempre a implantação das unidades é 327 . a situação é diferente. sem que isto onere o sistema de forma a torná-lo inviável. o lençol freático profundo e for produzido pouco chorume. outra coisa seria se eles não foram devidamente gerenciados.Da mesma forma a balança. o que significa diminuir a geração (drenagem de águas pluviais. a destinação final deveria ser analisada em separado. ou seja. • Painelista 04 – Órgão Governamental – Engenharia Civil As respostas foram dadas considerando a predominância das unidades de triagem e compostagem em municípios de pequeno porte (< 10.. alguns itens colocados merecem uma discussão: . o que oneraria demais o projeto.. • Painelista 03 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil Para as pequenas comunidades. pois uma coisa é a presença de resíduos não residenciais. eventual armazenamento e recirculação nas leiras. Mas o orçamento for limitado.A impermeabilização do pátio de compostagem. São situações completamente diferentes. ela poderia ser dispensada: poderiam ser feitas medidas de controle em algum outro local. E esse lugar seriam as trincheiras. que permitisse a avaliação das cargas recebidas. Recobrimento da vala de rejeitos.Proximidade de núcleos populacionais : creio que o parâmetro seria (>500). Controle na abertura de valas de rejeitos. ideal é que seja de boa qualidade e assim que maturado. . Não sei se seria possível atribuir alguma pontuação à descontinuidade política que ocorre nos municípios. .Armazenamento temporário.Presença de frutíferas dependerá do tamanho da área e seu reaproveitamento máximo. O interno tudo bem.Presença de vestígio de queima.Sem presença de animais. deverá ser controlado. Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos: Acho que isso não faz parte de uma UTC. Mesmo que seja na mesma área. apesar de ser inerente ao processo. penso que é à parte! • Painelista 06 – Órgão Governamental – Engenharia Civil Acredito que sem a coleta seletiva no domicílio esta unidade não deve funcionar. . . . só se for na fonte geradora. Não poderá conter.Peneira funcional para o composto depende da utilização e consumo do material mais fino. .Proximidade de corpos d’água: creio que seria (>300). mas acredito que este também é um fator relevante.subsidiada). mas de outra unidade. .Exalação de odores. não haja estoque. .Impermeabilização do pátio dependerá das características do solo local. . Não poderá conter. Não deverá ser efetuada toda triagem na área da compostagem. . 328 .Será de extrema necessidade de campanhas educativas e suas manutenções. . .Cerca-viva deverá entrar no item paisagismo. • Painelista 07 – Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil .Condições do sistema viário: se cidade de porte pequeno será difícil exigir acessos externos e trânsitos locais. Revegetação de valas de rejeito encerradas.Sistema de tratamento de líquidos.Eficiência na triagem. deverá ser verificado a disposição financeira e equipamentos alternativos. . . pensar em déficit de umidade. terá aterro? Ideal é que não haja rejeitos. . . Se for em local de clima quente. É interessante saber se a receita gerada nas unidades é suficiente para cobrir os custos operacionais.Creio que deverá contar com o item licenciamento ambiental da área. • Painelista 05 – Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil Presença de vestígios de queima. de destino final ou aterro sanitário.Equipamentos funcionais para reviramento das leiras.Valas para rejeito. . . dependerá da participação da vizinhança no projeto. .Recebimento de somente resíduos compostáveis.Isolamento visual da vizinhança: 50%.Presença de materiais inertes na leira. Os trabalhadores devem sentir-se profissionais. Acho que a presença ou não de mercado próximo interfere com o desempenho. No “nosso estado” tem algumas experiências de compostagem com aeração forçada em áreas cobertas. a influência das condições de instalação e operação da disposição final não são determinantes. Inserir o parâmetro: venda/distribuição do composto produzido. A manutenção de um ambiente agradável favorece o desempenho do trabalhador. ou não. mas não necessariamente no que se refere à triagem e à compostagem. Não tenho certeza se as características da área têm tanta influência no desempenho das atividades. Caso vocês tenham também este tipo de situação. • Painelista 11 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil . necessitariam ser cobertas. Neste sentido. • Painelista 10 – Empresa de Limpeza Pública – Ciências Sociais Algumas de minhas pontuações levaram em conta uma dúvida quanto ao tipo de avaliação que se pretende fazer: se desempenho da triagem e da compostagem ou se do sistema como um todo que pode. Também. • Painelista 08 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil O parâmetro eficiência na triagem é dependente de vários outros e é difícil de ser definido (por exemplo: mais trabalhadores significa mais material catado mas não é necessariamente maior eficiência). como para peneiramento e armazenagem pré-comercialização. Aqui. estreitamente relacionado com fatores como paisagismo e cerca viva. Mesa de triagem .pode ser também esteira de triagem? Então o parâmetro existência de energia elétrica pode também ser importante.. No entanto. condições como “distância de recursos hídricos” ou do “lençol freático” são determinantes no que se refere à disposição final. Acho que se o trabalho tem foco no desempenho da UTC. e não parte dos resíduos da cidade. acredito que as condições de acesso dos trabalhadores e dos compradores ao local são importantes. A presença de um aterro sanitário ao lado de uma UTC certamente influenciará mais positivamente seu desempenho do que a presença de um lixão.Pensar em incentivo para quem direcionar o material “limpo”. incluir a disposição final do rejeito no mesmo local. especialmente aquele que convive com os resíduos sólidos. Um elemento que senti falta foi o método de compostagem utilizado. acho que é importante considerar este fator técnico. no “nosso estado”. 329 . este sistema é muito influenciado pelo fator clima.Legalidade de localização (Licenças ambientais?). Pareceu-me que vocês estão partindo do princípio de que seriam leiras a céu aberto. Acho que fatores como disponibilidade de energia elétrica e água são fundamentais. tanto a área de compostagem. Inserir o parâmetro: custos de investimentos e retorno financeiro. • Painelista 09 – Academia/Pesquisa – Ecologia Inserir o parâmetro: qualidade do composto produzido Inserir o parâmetro: “estoque” (relacionado à venda e encalhe) de recicláveis Inserir o parâmetro: ruídos operacionais. Tem um caráter de motivação. Talvez uma alternativa fosse definir o parâmetro como coleta seletiva implantada no município. . Assim. é um fator determinante para o bom funcionamento das Unidades de Triagem e Compostagem. .Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados lixiviados (em toda a Central de Triagem ou na “vala”).Presença de animais (ou ausência?) Obs.) . Sem dúvida.Drenagem de líquidos percolados lixiviados (em toda a Central de Triagem ou na “vala”). . apresenta um potencial muito alto de impacto positivo no processo de triagem e compostagem. embora o revolvimento seja uma das técnicas operacionais na concepção dos sistemas de compostagem.Incluir “Controle de Carbono e Nitrogênio”.: Considero que a “Presença de coleta seletiva no município” tem uma característica muito diferenciada dos demais parâmetros operacionais.Manutenção da unidade de apoio (qual?). • Painelista 12 – Órgão Governamental – Engenharia Civil .Vala para rejeitos (E se os rejeitos forem para aterro sanitário licenciado em outra área. Pode haver a presença apenas localizada. o que não garante que os materiais sejam de fato separados na fonte e possam interferir positivamente no funcionamento das Usinas. . • Painelista 14 – Academia/Pesquisa – Ciências Biológicas Considerei incluso tudo que se refere a revolvimento. precisa de vala? Como ficaria a pontuação?). • Painelista 13 – Órgão Governamental – Engenharia Civil . . . 330 . O fato de haver a “presença de coleta seletiva” em um município é um parâmetro muito genérico. desde que a coleta seletiva seja bem implantada e operada. mínimo de separação de 50% do total de materiais recicláveis). . . melhor qualidade dos recicláveis e do composto.Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados (em toda a Central de Triagem ou na “vala”). além de redução no índice de rejeitos.Recobrimento da vala de rejeitos (continuo sem entender o porquê). por propiciar melhores condições de trabalho.Controle da Presença de frutíferas ou outras culturas comestíveis.. .Presença de coleta seletiva no município (depende do índice de separação – ver obs. com atendimento de 100% da população e com eficiência mínima definida em função da caracterização dos resíduos (por exemplo.Finalidade de utilização do composto orgânico (o que interessa para o desempenho da usina?).Sistema de tratamento de líquidos percolados lixiviados. com uma eficiência baixa.Área de recepção coberta. . .Instalações de apoio (quais?).Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais (em toda a Central de Triagem ou na “vala”). Sugiro o Controle de vacinação dos operários. não seria avaliação de desempenho.Realização de troca de funções operacionais periodicamente. todas as iniciativas que significarem capacitação dos responsáveis devem ser valorizadas. penso que é necessário garantir (no mínimo. Portanto. como hidrografia. A variável seria: existência de elementos (legais. por isso o peso para quase todos foi total. Finalmente.Quanto ao uso da água para consumo humano. se é obrigatório. O mesmo raciocínio vale para outros elementos obrigatórios de projeto e não de desempenho do sistema. relevo e características sócio-econômicas e culturais. administrativo/operacionais) que permitam a utilização do composto maturado. Tal fato (inexistência de baias para material triado) não inviabilizaria. deve haver iniciativas para garantir a mobilização dos usuários. Para implantação e o bom desempenho funcional da UTC. Assim. portanto observar que em certos casos. conforme diferenças regionais existentes em Minas Gerais. realizar um estudo de qualidade da água e tratamento por desinfecção e filtragem (neste caso quando a água for servida por concessionária não se aplica). • Painelista 15 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil Penso que ênfase deve ser dada às condições de operação/manutenção das unidades. . seja pela própria prefeitura ou doado a entidades que atendam a população de baixa renda. • Painelista 16 – Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil No item “baias”. • Painelista 18 – Órgão Governamental – Ciências Sociais Todos os itens citados são fundamentais para o sucesso da instalação e operação da UTC. a meu ver. a qualidade funcional da instalação a depender da forma operativa e volume processado. mas as próprias bombonas ou contêineres alimentarão diretamente as prensas e assim o material enfardado pode ser armazenado numa área livre (sem divisões) e coberta.Para melhoria do material compostado estar sob gestão de um Técnico Agrícola. mas alocação de recursos financeiros e elaboração de 331 . Dependendo do volume. considerei que a instalação possa dispor não obrigatoriamente de baias (estruturas com divisões) mas apenas de uma área coberta de estocagem de material triado e prensado. • Painelista 17 – Projeto – Administração . pode não haver necessidade da construção de baias. bem como outros procedimentos diários (condições de conservação das instalações). . a caracterização da área é de fundamental importância. em nível local) que o composto seja escoado e absorvido pelo mercado. Além da coleta seletiva na localidade. . mantendo-os engajados para colaborarem com o serviço. a existência de mecanismos permanentes de envolvimento dos usuários é outra variável a ser listada. O trabalho privilegia substancialmente a implantação e meios de operação da UTC o que já é relevante para os pequenos municípios.Troca de experiências operacionais e técnica com outras unidades. os aspectos envolvidos na legislação ambiental para seleção da área da UTC devem ser mais trabalhados.Pergunta: nas licenças de operação para tais “usinas” o aterro de rejeito é um condicionante de projeto??? Na mesma área do sistema triagem/compostagem estará o aterro de rejeito???? A impermeabilização não é obrigatória para estes aterros/valas?? Bem. Em alguns casos. 332 .000 hab.As respostas foram dadas considerando o uso da técnica para uma população de até 10.Impermeabilização do pátio de compostagem . ou mesmo a diluição com águas pluviais. além dos trabalhos de mobilização social/coleta seletiva estão pouco enfatizados. podendo chegar a 100.projetos adequados a realidade local para implantação da UTC. • Painelista 21 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil . Caso o pressuposto seja a existência prévia de sistemas de drenagem e tratamento (100). . .. considerando que o solo o local não é apropriado. Dependendo do porte do município e da quantidade de resíduos a ser disposta. outros métodos que não usem a mesa .Mesa de triagem ou similar . .Drenagem e tratamento de percolados: reflito se para uma produção em torno de 3t de material compostável há necessidade de tratamento de percolado ou se a cobertura das leiras. já não seriam suficiente.A importância da impermeabilização da vala de rejeitos depende do tipo de solo e do tipo de resíduo destinado à vala. • Painelista 20 – Órgão Governamental – Engenharia Civil . . caso ocorra a disposição de grande quantidade de resíduos orgânicos em terreno de permeabilidade alta.A importância da drenagem de líquidos percolados também deve variar com a quantidade de resíduos orgânicos dispostos na vala. entendo que pode ser desnecessário. então considero relevante a sua manutenção (100). isto é . . entendo que a drenagem de percolados pode ser suprimida.A importância do monitoramento das águas subterrâneas deve variar com a profundidade do lençol freático na área da Usina. APÊNDICE J Segunda rodada da pesquisa de opinião: Modelo do email . . Atenciosamente. contendo a sua opinião e uma síntese das opiniões dos 21 especialistas consultados. de diversas regiões do país.Subject: UFMG . orientada pela professora Liséte Celina Lange. alterado-a caso julgue necessário. __________________ . Para a aplicação da 2ª rodada do método Delphi. seja revista a sua avaliação inicial. Em caso de dúvida.com. Solicitamos que. Gisele Vidal Vimieiro Doutoranda Liséte Celina Lange Professora Orientadora 333 . da Escola de Engenharia da UFMG pela doutoranda Gisele Vidal Vimieiro. TERMO DE CONSENTIMENTO: Com o envio do formulário respondido em anexo o presente colaborador declara ter entendido o propósito desse estudo e consente o uso dos dados na tese e demais publicações técnico-científicas. favor enviar mensagem para o endereço eletrônico citado. sendo preservado o seu anonimato. É importante destacar que todas as informações fornecidas pelo colaborador serão confidenciais. NO Prezado Sr. Sua participação está sendo de suma importância para a discussão dos parâmetros mais relevantes no desempenho de “Usinas de Triagem e Compostagem”. Meio Ambiente e Recursos Hídricos. desenvolvida como uma das etapas da tese de doutorado no Curso de Saneamento. a partir das opiniões e informações apresentadas. além de algumas observações pertinentes para melhor adequação e entendimento do trabalho.Feedback da pesquisa FATORES INTERVENIENTES DESEMPENHO DE USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM. Agradecemos antecipadamente a sua valiosa contribuição.br. Gostaríamos de agradecer pela sua participação na pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE “USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM”. Posteriormente. o formulário deverá ser devolvido para o email giselevv@yahoo. encaminhamos-lhe anexo o formulário anteriormente preenchido. 334 . APÊNDICE K Segunda rodada da pesquisa de opinião: Questionário . . as opções para a REAVALIAÇÃO DA RESPOSTA serão INCLUIR (devendo ser atribuídos pesos de 0 a 100) e NÃO INCLUIR.ufmg. Considerando-se que suas respostas iniciais deverão ser mantidas. Ao final do questionário.br Professora orientadora: Liséte Celina Lange email:
[email protected]º andar. junto a especialistas da área de Resíduos Sólidos Urbanos. Após analisar a síntese das respostas da 1ª rodada. Contato: Responsável pela pesquisa: Gisele Vidal Vimieiro email: giselevv@yahoo. caso julgue necessário. poderão ainda se incluídas observações a respeito de qualquer dos parâmetros citados.com. todos os participantes receberão um relatório com os resultados finais da pesquisa de opinião. Solicitamos que. seguindo aos critérios citados acima. após o término do processo. Contorno 842 . além de algumas observações pertinentes para melhor adequação e entendimento do trabalho. de diversas regiões do país. O procedimento para aplicação e elaboração dos questionários foi desenvolvido de acordo com alguns aspectos do método Delphi. seja revista a sua avaliação inicial. Destaca-se que nessa 2ª etapa. Introdução O presente trabalho tem como objetivo promover. além das observações e considerações prestadas. Ressalta-se novamente que. 334 . Para a aplicação da 2ª rodada desse método. alterado-a caso julgue necessário. a partir das opiniões e considerações apresentadas.br Telefone: (31) 3409-1039 Av. rever a sua resposta e peso. Instruções para o preenchimento do 2º questionário Neste 2º questionário. Belo Horizonte-MG. uma pesquisa de opinião a respeito dos parâmetros mais relevantes na avaliação do desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem (UTC). encaminhamos-lhe o questionário anteriormente preenchido. Todos os itens deverão ser respondidos e a opção INDECISO não será mais válida neste momento. devendo ser alterada impreterivelmente. contendo a sua opinião e uma síntese das opiniões dos 21 especialistas consultados.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. o único item passível de preenchimento será a coluna REAVALIAÇÃO DA RESPOSTA. 30110-060. nenhum preenchimento se faz necessário. 63. vestiários/banheiros. que complementa o cercamento da área e que não está diretamente incluída no item paisagismo. 335 . 44. além de valas de rejeitos dentro da área da usina. 17. 33. além de existência de documentação legalizada para essa área. 45. 5) Ainda a título de esclarecimento. 02. 40. 65. Sendo assim. com conseqüências na inclusão ou não desses. Considerações a partir dos comentários dos especialistas 1) Neste estudo considera-se que todas as Usinas de Triagem e Compostagem em estudo já apresentam regularização/licenciamento ambiental. a partir de sugestões dos especialistas e da adequação desses aos objetivos do trabalho. mesa ou esteira de triagem. pátio de compostagem. Essas alterações foram realizadas devido à sugestões dos especialistas e à inadequação da redação inicial. almoxarifado. as instalações de apoio geralmente são constituídas de escritório de administração da UTC. Essas unidades. que corriqueiramente recebem resíduos sólidos urbanos sem nenhuma separação prévia. 14. 70). permanecendo a sugestão para futuros estudos. 2) Considera-se ainda que os parâmetros de desempenho em questão têm foco essencialmente operacional e que serão utilizados para avaliação das unidades in loco. levando ao entendimento equivocado dos parâmetros. a legalidade da localização da UTC é entendida como localização da área de implantação em acordo com as legislações municipal. apesar de serem considerados de grande importância. além do refeitório/cozinha. baias ou galpão para depósito de materiais recicláveis. 16. 4) Destaca-se que as unidades a serem acompanhadas estão implantadas no estado de Minas Gerais e que todas apresentam simultaneamente as atividades de triagem e compostagem. se comparado à quantidade de municípios mineiros (853) e ao fato desses aterros estarem especialmente concentrados nas regiões mais populosas. com população de até cerca de 10. o método de compostagem utilizado nas unidades é sempre o de leiras a céu aberto. devendo tudo ser considerado em conjunto. não serão abordados no presente trabalho parâmetros relativos à sustentabilidade econômica das UTC. e a necessidade das valas de rejeito se deve à existência de um pequeno número de aterros sanitários no estado (18). 41. 2) Foram ainda incluídos dois parâmetros destacados em amarelo (itens 08 e 34). dentre outros.Observação pertinente para adequação e entendimento do trabalho 1) Foram realizadas alterações na redação dos parâmetros destacados em cinza no questionário a seguir (itens 01.000 habitantes. segundo o órgão ambiental estadual. o item monitoramento da qualidade do composto já inclui o controle de carbono e nitrogênio. 3) Reforça-se que as Usinas de Triagem e Compostagem objeto de investigação deste trabalho são constituídas das unidades de recepção. fazem-se necessárias as seguintes considerações: a cercaviva de uma UTC é tida como estrutura funcional. são consideradas simplificadas e têm sido implantadas especialmente em municípios de pequeno porte. instalação de apoio e valas de rejeitos. Solicitamos que seja dada atenção especial a esses parâmetros. estadual e federal. 6) Reforça-se também que a escolha dos parâmetros fundamentou-se em questionário padronizado utilizado pela Companhia de Tecnologia em Saneamento Ambiental – CETESB e na experiência prática de verificação e acompanhamento de UTC implantadas no estado de Minas Gerais. Essa composição é exigida para a regularização/licenciamento ambiental das UTC. 81 5 14 0 90 100 40 76 5 19 0 90 100 40 90 0 10 0 80 100 30 90 0 10 0 80 100 20 95 0 5 0 70 100 20 90 0 5 5 60 100 20 86 5 10 0 100 100 30 - - - - - - - 100 81 100 86 100 0 14 0 10 0 0 5 0 5 0 0 0 0 0 0 80 60 90 73 90 100 100 100 100 100 10 10 20 10 10 100 0 0 0 100 100 50 95 0 5 0 90 100 30 95 5 0 0 98 100 30 90 5 0 5 80 100 20 100 0 0 0 90 100 40 100 0 0 0 100 100 50 90 0 10 0 80 100 30 100 0 0 0 80 100 40 95 0 5 0 95 100 20 95 5 0 0 90 100 40 95 76 0 14 5 5 0 5 85 100 100 100 20 70 67 14 14 5 90 100 50 95 0 5 0 90 100 40 95 0 5 0 100 100 40 71 10 14 5 90 100 50 Reavaliação da resposta (se julgar necessário) Incluir Não (Peso) incluir 336 . trânsito e acesso 06 Isolamento visual da vizinhança 07 Legalidade de localização 08 Disponibilidade de energia elétrica e água 09 Cercamento da área 10 Cerca-viva 11 Portaria ou guarita 12 Paisagismo 13 Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem 15 Balança funcional 16 Baias ou galpão para material triado 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 19 Pátio de compostagem 20 Impermeabilização do pátio de compostagem 21 Equipamentos funcionais para reviramento das leiras 22 Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras 23 Peneira funcional para composto maturado 24 Instalações de apoio 25 Vala para rejeitos 26 Impermeabilização da vala de rejeitos 27 Drenagem de líquidos percolados 28 Drenagem de águas pluviais 29 Sistema de tratamento de líquidos percolados Mín. (%) (%) Infra-estrutura implantada Sua resposta Parâmetro 01 Proximidade de núcleos populacionais ( > 500m) 02 Proximidade de corpos d’água ( > 300m) 03 Profundidade do lençol freático 04 Permeabilidade do solo 05 Condições de sistema viário.Parâmetros intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem Síntese das respostas da 1ª rodada Item Característica da área Não Não Peso Incluir Indeciso incluir respondeu (%) (%) Mediana Máx. (%) (%) Condições operacionais Sua resposta Parâmetro Mín.Síntese das respostas da 1ª rodada Item Não Não Peso Incluir Indeciso incluir respondeu (%) (%) Mediana Máx. 30 Monitoramento das águas subterrâneas 90 5 5 0 80 100 10 31 Conservação/limpeza geral 32 Presença de encarregado durante funcionamento 33 Porcentagem do município com coleta seletiva 34 Existência de mobilização social da população 35 Treinamento oferecido aos funcionários 36 Funcionários com uniformes 37 Funcionários com EPIs 38 Controle de recebimento de cargas 39 Manutenção do cercamento da área 40 Ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis 41 Ausência de animais 42 Manutenção do paisagismo 43 Manutenção da área de recepção 44 Ausência de moscas 45 Ausência de exalação de odores 46 Manutenção da mesa de triagem 47 Eficiência na triagem 48 Manutenção das baias para material triado 49 Monitoramento das quantidades de recicláveis 50 Manutenção do pátio de compostagem 51 Controle de reviramento das leiras 52 Controle de umidade nas leiras 53 Controle de temperatura nas leiras 54 Controle de pH nas leiras 55 Peneiramento do composto maturado 56 Armazenamento do composto maturado 100 0 0 0 100 100 40 95 5 0 0 90 100 20 95 0 5 0 100 100 60 - - - - - - - 100 0 0 0 100 100 50 100 0 0 0 80 100 30 100 0 0 0 100 100 50 95 5 0 0 90 100 50 95 5 0 0 80 100 20 43 38 19 0 70 100 40 81 19 0 0 80 100 20 90 10 0 0 70 100 20 100 0 0 80 100 20 81 10 10 0 80 100 10 86 14 0 0 80 100 10 95 5 0 0 90 100 30 95 0 5 0 95 100 70 90 10 0 0 100 100 20 90 10 0 0 90 100 50 100 0 0 0 90 100 20 100 0 0 0 90 100 50 100 0 0 0 100 100 40 100 0 0 0 100 100 40 90 5 5 0 85 100 20 95 5 0 0 80 100 50 90 10 0 0 70 100 10 Reavaliação da resposta (se julgar necessário) Incluir Não (Peso) incluir 337 . Síntese das respostas da 1ª rodada Item Não Não Peso Incluir Indeciso incluir respondeu (%) (%) Mediana Máx. pilhas. lâmpadas. (%) (%) Condições operacionais Sua resposta Parâmetro 57 Monitoramento da qualidade do composto 58 Manutenção da instalação de apoio 59 Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados 60 Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais 61 Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados 62 Processamento dos resíduos no mesmo dia 63 Ausência de materiais inertes nas leiras 64 Finalidade de utilização do composto orgânico 65 Ausência de vestígios de queima 66 Controle na abertura de valas de rejeitos 67 Recobrimento da vala de rejeitos 68 Revegetação de valas de rejeito encerradas 69 Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos 70 Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais. embalagens de agrotóxicos.) Mín. pneus. 95 5 0 0 100 100 60 95 0 5 0 80 100 20 90 0 10 0 80 100 20 90 0 10 0 100 100 20 76 5 19 0 100 100 60 90 0 10 0 80 100 20 81 19 0 0 85 100 10 90 10 0 0 90 100 10 43 19 33 5 80 100 10 62 19 14 5 100 100 50 71 10 14 5 100 100 60 67 14 14 5 100 100 50 71 10 14 5 100 100 40 52 24 24 0 100 100 10 Reavaliação da resposta (se julgar necessário) Incluir Não (Peso) incluir Observações a respeito de qualquer dos parâmetros citados acima: 338 . 339 . APÊNDICE L Segunda rodada da pesquisa de opinião: Comentários dos especialistas . . Comentários dos painelistas – Segunda rodada da pesquisa de opinião • Painelista 01 . também a que distância. pois próximo a leira seria normal algum odor. ausência. a que distância? No item 45. mas ele não deve atingir a população vizinha. além da Cobertura de atendimento do programa (hab. • Painelista 07 – Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil Foram atribuídas notas aos itens que se mudou o peso. jardins e terras agrícolas com presença de restos inertes? • Painelista 10 – Empresa de Limpeza Pública – Ciências Sociais Em relação ao parâmetro 70. pois não obrigatório para o resto do país. é algo específico para Minas Gerais. • Painelista 12 – Órgão Governamental – Engenharia Civil Itens 33 e 34: Penso que seria desejável incluir. legalidade em relação a posse ou licenciamento ambiental? No item19. Entretanto. mas para isto devemos fixar. No item 07.). tendo em vista ser determinante a inclusão de peneiras para a finalização da produção do composto. O fato de haver um programa que atenda toda a população e também a existência de mobilização social. já que a presença de tais materiais pode inviabilizar o uso final. como resultado de uma política de gestão que envolva diferentes ações. o parâmetro Índice de Recuperação de Materiais Recicláveis – IRMR (%) para avaliação dos programas de coleta seletiva. já que com uma maior cobertura da coleta seletiva. A questão 63 também tem que ser 100. não garante a adesão da população e a boa separação dos materiais. a que distância pode estar esta população vizinha. desde o oferecimento de alternativas aos munícipes até forte programa de educação ambiental. isto sim. praças. aos restantes continuam as condições anteriores.Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil Qual tratamento/destinação seria dada aos resíduos de serviços de saúde? • Painelista 02 – Organização ão-Governamental – Engenharia Agronômica Primeiramente relativo a questão de vala ou aterro. a eliminação destes procedimentos só é viável em longo prazo. julgo que o não recebimento de resíduos sólidos não domésticos é desejável e configura-se em situação ideal. portanto da reciclagem. maior será a eficácia do sistema de da UTC e. o que querem medir exatamente? No item 40. 339 . Como usá-lo em canteiros. aonde. • Painelista 09 – Academia/Pesquisa – Ecologia Entendo que se for colocado esse item na questão 33 a resposta tem quer ser 100. Quanto maior a presença de inertes do tipo informado pior a qualidade do composto. vacinas. Quanto ao item 40 (ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis) acho que árvores frutíferas de pouco enraizamento e com frutas da região podem ser consideradas. por conta dos operadores de UTC.• Painelista 13 – Órgão Governamental – Engenharia Civil Segue a resposta do 2º questionário. obrigada por considerá-lo na pesquisa. e a partir da qual percebemos o nível da operação. devido ao tipo de plantas que podem ser utilizadas (vide citronela). 340 . deveria receber pilhas. alterei alguns itens com a cor vermelha. Os itens 39 e 42 (manutenção de paisagismo e cercamento) podem ficar atrelados aos itens 44 e 45 (ausência de mosca e odores). Item 34 (existência de mobilização social da população) é fundamental para o desenvolvimento da coleta seletiva. conforme orientações básicas do FOBI (Formulário de Orientação Básica Integrado). • Painelista 18 – Órgão Governamental – Ciências Sociais Com relação aos itens 6. talvez possa considerar apenas o item 6 e alterar os demais para “importância” do paisagismo e cercamento da área com plantas nativas da região. os demais permanecem. limpeza). Espero ter esclarecido ainda mais meu ponto de vista. Ressalto que sempre valorizo em 1º lugar os funcionários (daí uniformes/EPIs. A localização dessas árvores é que podem ser melhor analisadas. a compostagem que brinco ser a "menina dos olhos" de uma usina. como estão correlacionados. 9 e 10. refletindo em toda área do empreendimento. Na seqüência. • Painelista 17 – Projeto – Administração Item 70 – Em minha opinião. APÊNDICE M Primeira e Segunda rodadas: Estatística descritiva das respostas e dos pesos atribuídos aos parâmetros . . Item Parâmetro Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Característica da área Rodada 1a 2a Proximidade de núcleos populacionais ( > 500m) Proximidade de corpos d’água ( > 300m) Profundidade do lençol freático Permeabilidade do solo Condições de sistema viário. trânsito e acesso Isolamento visual da vizinhança Legalidade de localização Infra-estrutura implantada Disponibilidade de energia elétrica e água Cercamento da área Cerca-viva Portaria ou guarita Paisagismo Área de recepção Mesa ou esteira de triagem Balança funcional Baias ou galpão para material triado Cobertura das baias ou galpão Prensa funcional para material triado Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 81 95 5 0 14 5 0 0 82 86 100 100 90 95 40 20 100 100 40 50 76 95 5 5 19 0 0 0 79 83 100 100 90 90 33 35 100 100 40 50 90 95 0 0 10 5 0 0 75 79 100 100 80 80 50 38 100 100 30 40 90 100 0 0 10 0 0 0 74 79 100 100 80 80 40 30 100 100 20 30 95 100 0 0 5 0 0 0 69 71 80 80 70 80 25 25 100 100 20 20 90 100 0 0 5 0 5 0 63 64 50 60 60 60 30 30 100 100 20 20 86 100 5 0 10 0 0 0 87 86 100 100 100 100 20 25 100 100 30 30 - 95 0 - 5 - 0 - 93 - 100 - 100 - 10 - 100 - 50 100 95 0 5 0 0 0 0 71 81 100 100 80 95 50 28 100 100 10 30 81 100 86 100 79 100 89 100 14 0 10 0 21 0 11 0 5 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 76 66 80 67 79 67 83 50 100 80 100 80 100 80 100 60 90 73 90 80 80 70 90 30 50 30 26 30 30 20 20 100 100 100 100 100 100 100 100 10 20 10 10 30 30 10 10 100 100 0 0 0 0 0 0 89 95 100 100 100 100 20 5 100 100 50 70 95 100 0 0 5 0 0 0 82 82 100 100 90 100 33 35 100 100 30 30 95 100 5 0 0 0 0 0 84 88 100 100 98 100 20 20 100 100 30 40 90 100 5 0 0 0 5 0 77 88 100 100 80 100 35 20 100 100 20 40 100 100 0 0 0 0 0 81 85 100 100 90 100 40 25 100 100 40 50 341 . Item Parâmetro Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 100 100 0 0 0 0 0 0 94 96 100 100 100 100 5 0 100 100 50 50 90 100 0 0 10 0 0 0 81 83 100 100 80 90 30 25 100 100 30 30 100 100 0 0 0 0 0 0 80 86 100 100 80 90 30 20 100 100 40 50 95 100 0 0 5 0 0 0 84 90 100 100 95 100 30 10 100 100 20 30 95 95 5 5 0 0 0 0 78 86 100 100 90 90 40 25 100 100 40 50 95 100 0 0 5 0 0 0 79 80 100 100 85 90 30 25 100 100 20 40 76 95 14 5 5 0 5 0 91 95 100 100 100 100 20 0 100 100 70 70 67 89 14 11 14 0 5 0 86 88 100 100 90 100 20 20 100 100 50 50 Drenagem de líquidos percolados 95 100 0 0 5 0 0 0 83 85 100 100 90 100 23 25 100 100 40 40 Drenagem de águas pluviais 95 100 0 0 5 0 0 0 92 92 100 100 100 100 10 10 100 100 40 40 Sistema de tratamento de líquidos percolados 71 84 10 11 14 5 5 0 84 86 100 100 90 95 25 18 100 100 50 50 Monitoramento das águas subterrâneas 90 100 5 0 5 0 0 0 73 76 100 100 80 80 40 35 100 100 10 20 100 100 0 0 0 0 0 0 84 85 100 100 100 100 20 20 100 100 40 40 Peneira funcional para composto maturado Instalações de apoio Vala para rejeitos Impermeabilização da vala de rejeitos Cond ições oper Infra-estrutura implantada Pátio de compostagem Impermeabilização do pátio de compostagem Equipamentos funcionais para reviramento das leiras Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras Rodada 1a 2a Conservação/limpeza geral 342 . Item Parâmetro Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Rodada 1a 2a Presença de encarregado durante funcionamento Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 95 95 5 5 0 0 0 0 84 83 100 100 90 90 30 30 100 100 20 20 95 95 0 5 5 0 0 0 92 94 100 100 100 100 20 4 100 100 60 60 - 95 - 5 - 0 - 0 - 86 - 100 - 90 - 20 - 100 - 40 Treinamento oferecido aos funcionários 100 100 0 0 0 0 0 0 90 91 100 100 100 100 20 15 100 100 50 50 Funcionários com uniformes 100 100 0 0 0 0 0 0 76 77 100 100 80 80 30 40 100 100 30 30 Funcionários com EPIs 100 100 0 0 0 0 0 0 91 91 100 100 100 100 10 10 100 100 50 50 Controle de recebimento de cargas 95 95 5 5 0 0 0 0 84 88 100 100 90 100 30 28 100 100 50 50 Manutenção do cercamento da área 95 100 5 0 0 0 0 0 75 73 100 100 80 80 40 40 100 100 20 10 Ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis 43 53 38 47 19 0 0 0 67 69 70 80 70 73 25 25 100 100 40 20 81 95 19 5 0 0 0 0 72 77 100 100 80 80 40 40 100 100 20 20 Manutenção do paisagismo 90 95 10 5 0 0 0 0 64 64 80 80 70 70 40 38 100 100 20 20 Manutenção da área de recepção 100 100 0 0 0 0 73 75 100 100 80 80 40 40 100 100 20 20 81 89 10 11 10 0 75 76 100 80 80 80 30 20 100 100 10 10 Porcentagem do município com coleta seletiva Existência de mobilização social da população Condições operacionais Rodada 1a 2a Ausência de animais Ausência de moscas 0 0 343 . Item Parâmetro Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Ausência de exalação de odores 86 84 14 16 0 0 0 0 73 71 100 80 80 80 38 20 100 100 10 10 Manutenção da mesa de triagem 95 100 5 0 0 0 0 0 83 79 100 100 90 90 30 30 100 100 30 20 95 100 0 0 5 0 0 0 91 91 100 100 95 100 20 13 100 100 70 50 Manutenção das baias para material triado 90 100 10 0 0 0 0 0 84 81 100 100 100 100 25 25 100 100 20 20 Monitoramento das quantidades de recicláveis 90 95 10 5 0 0 0 0 87 87 100 100 90 95 20 20 100 100 50 20 100 100 0 0 0 0 0 0 84 87 100 100 90 100 20 10 100 100 20 20 Controle de reviramento das leiras 100 100 0 0 0 0 0 0 87 90 100 100 90 100 20 10 100 100 50 50 Controle de umidade nas leiras 100 100 0 0 0 0 0 0 86 87 100 100 100 100 20 13 100 100 40 40 Controle de temperatura nas leiras 100 100 0 0 0 0 0 0 86 89 100 100 100 100 20 13 100 100 40 40 Controle de pH nas leiras 90 95 5 5 5 0 0 0 76 78 100 100 85 88 45 38 100 100 20 20 Peneiramento do composto maturado 95 95 5 5 0 0 0 0 79 85 100 100 80 85 40 20 100 100 50 60 Armazenamento do composto maturado 90 95 10 5 0 0 0 0 74 79 100 100 70 75 40 30 100 100 10 50 Monitoramento da qualidade do composto 95 95 5 5 0 0 0 0 92 94 100 100 100 100 13 10 100 100 60 60 Manutenção da unidade de apoio 95 100 0 0 5 0 0 0 78 76 100 100 80 80 30 35 100 100 20 20 Eficiência na triagem Manutenção do pátio de compostagem Condições operacionais Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 344 . Item Parâmetro Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Rodada 1a 2a Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 90 100 0 0 10 0 0 0 81 82 100 100 80 80 30 25 100 100 20 20 90 100 0 0 10 0 0 0 84 86 100 100 100 100 23 20 100 100 20 20 Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados 76 84 5 11 19 5 0 0 89 91 100 100 100 100 20 20 100 100 60 60 Processamento dos resíduos no mesmo dia 90 95 0 5 10 0 0 0 76 78 80 100 80 80 25 30 100 100 20 20 Ausência de materiais inertes nas leiras 81 95 19 5 0 0 0 0 79 74 100 100 85 80 33 28 100 100 10 10 Finalidade de utilização do composto orgânico 90 95 10 5 0 0 0 0 78 77 100 100 90 85 35 38 100 100 10 10 43 68 19 32 33 0 5 0 70 80 100 100 80 80 20 30 100 100 10 10 Controle na abertura de valas de rejeitos 62 79 19 21 14 0 5 0 85 89 100 100 100 100 30 20 100 100 50 60 Recobrimento da vala de rejeitos 71 95 10 5 14 0 5 0 95 93 100 100 100 100 0 0 100 100 60 40 Revegetação de valas de rejeito encerradas 67 84 14 16 14 0 5 0 89 94 100 100 100 100 20 10 100 100 50 70 71 95 10 5 14 0 5 0 85 89 100 100 100 100 30 25 100 100 40 40 Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais Condições operacionais Rodada 1a 2a vestígios de queima Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos 345 . 346 . pneus. pilhas. lâmpadas.Item Parâmetro Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais.) Amplitude interIncluir (%) Não incluir (%) Indeciso (%) Não respondeu Média peso Moda peso Mediana peso Máximo peso Mínimo peso quartílica peso Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 52 24 24 84 16 0 Rodada 1a 2a 0 0 Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a Rodada 1a 2a 77 100 100 45 100 10 87 100 100 10 100 10 Alterada a redação na segunda rodada. embalagens de agrotóxicos. Incluído na segunda rodada. APÊNDICE N Terceira rodada da pesquisa de opinião: Modelo do email . . caso julgue necessário. o formulário deverá ser devolvido até o dia 30/11 para o email giselevv@yahoo. Após essa data. TERMO DE CONSENTIMENTO: Com o envio do formulário respondido em anexo o presente colaborador declara ter entendido o propósito desse estudo e consente o uso dos dados na tese e demais publicações técnico-científicas. Sendo assim. Gisele Vidal Vimieiro Doutoranda Liséte Celina Lange Professora Orientadora 347 . Após a aplicação da 2ª rodada desse método.3ª rodada da pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM. Muito obrigada mais uma vez.br. Em caso de dúvida. solicitamos-lhe que. . Posteriormente. emita mais uma vez sua opinião e apresente suas sugestões com relação ao formulário. sem a sua participação. É importante destacar que todas as informações fornecidas pelo colaborador serão confidenciais e que. Esse formulário será utilizado para avaliação das UTC “in loco”. o não retorno será considerado como concordância com o formulário previamente enviado.Subject:UFMG . favor enviar mensagem para o endereço eletrônico citado. com uma síntese das opiniões dos 19 especialistas respondentes. ter-se-á como objeto um formulário que reúne todos os parâmetros que obtiveram pesos finais maiores que 50. não tendo observações a fazer sobre ele. Nesta 3ª e última rodada de nossa pesquisa. Agradecemos antecipadamente a sua valiosa contribuição. Gostaríamos mais uma vez de agradecer pela sua participação na pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE “USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM”. esse trabalho não poderia ser realizado. dentre os 21 consultados nessa rodada. como um dos principais participantes da construção desse instrumento.com. Prezado Sr. sendo preservado o seu anonimato. Atenciosamente. __________________ . encaminhamos-lhe o feedback final. 348 . APÊNDICE O Terceira rodada da pesquisa de opinião: Formulário . . não tendo observações a fazer sobre ele. Contato: Responsável pela pesquisa: Gisele Vidal Vimieiro email: giselevv@yahoo. mas pôde-se observar um aumento relevante na convergência das opiniões após essa 2ª rodada. além de que 40 parâmetros mantiveram inalteradas as medianas dos pesos nas duas rodadas.br. Em caso de dúvida. por meio de rodadas. encaminhamos-lhe o feedback final. até que se obtenha um consenso ou que as opiniões se estabilizem.ufmg. Belo Horizonte-MG. de acordo com os critérios já citados. Após a aplicação da 2ª rodada desse método. Após essa data. junto a especialistas da área de Resíduos Sólidos Urbanos. Da 1ª para a 2ª rodadas foi observado um aumento de 16 para 35 parâmetros com 100% de inclusão.br Telefone: (31) 3409-1039 Av. Instruções para a 3ª rodada Conforme mencionado acima.7º andar. Posteriormente. como um dos principais participantes da construção desse instrumento. Sendo assim. Introdução O presente trabalho tem como objetivo promover. uma pesquisa de opinião a respeito dos parâmetros mais relevantes na avaliação do desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem (UTC). decidiu-se realizar o produto entre a porcentagem de inclusão e a mediana do peso para definição do peso final corrigido. Este formulário será o objeto da 3ª e última rodada de nossa pesquisa. caso julgue necessário. favor enviar mensagem para o endereço eletrônico citado.com.com. 30110-060. solicitamos-lhe que. dentre os 21 consultados nessa rodada. Este formulário tem por objetivo realizar uma avaliação das UTC “in loco”. segue anexo formulário que reúne todos os parâmetros que obtiveram pesos maiores que 50. com uma síntese das opiniões dos 19 especialistas respondentes.br Professora orientadora: Liséte Celina Lange email:
[email protected] Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. o formulário deverá ser devolvido até o dia 30/11 para o email giselevv@yahoo. o não retorno será considerado como concordância com o formulário previamente enviado. Como todos os parâmetros contidos no questionário da 2ª rodada obtiveram porcentagem de inclusão elevadas. O procedimento para aplicação e elaboração dos questionários foi desenvolvido de acordo com alguns aspectos do método Delphi. O método Delphi consiste na aplicação de questionários interativos a especialistas. O consenso geralmente não é de fácil obtenção. Contorno 842 . Os parâmetros que obtiveram pesos finais maiores que 50 foram reunidos em um formulário de avaliação das unidades a ser utilizado “in loco”. 348 . emita mais uma vez sua opinião e apresente suas sugestões com relação ao formulário. trânsito e acesso Isolamento visual da vizinhança Legalidade de localização Disponibilidade de energia elétrica e água Cercamento da área Cerca-viva Portaria ou guarita Paisagismo Área de recepção Mesa ou esteira de triagem Balança funcional Baias ou galpão para material triado Cobertura das baias ou galpão Prensa funcional para material triado Pátio de compostagem Impermeabilização do pátio de compostagem Equipamentos funcionais para reviramento das leiras Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras Peneira funcional para composto maturado Instalações de apoio Vala para rejeitos Impermeabilização da vala de rejeitos Drenagem de líquidos percolados Drenagem de águas pluviais Sistema de tratamento de líquidos percolados Monitoramento das águas subterrâneas Conservação/limpeza geral Presença de encarregado durante funcionamento Porcentagem do município com coleta seletiva Existência de mobilização social da população Treinamento oferecido aos funcionários Funcionários com uniformes Funcionários com EPIs Controle de recebimento de cargas Incluir (%) Peso Não incluir Indeciso* (%) (%) Mediana Máx.FEEDBACK FIAL Parâmetros intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem Mín. 95 0 5* 95 100 50 90 95 5 0 90 100 50 85 95 100 0 0 5* 0 80 80 100 100 40 30 76 80 100 0 0 80 100 20 80 100 100 0 0 0 0 60 100 100 100 20 30 60 100 95 0 5* 100 100 50 95 95 79 100 89 100 100 100 100 100 100 100 5 21 0 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 95 80 80 70 90 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 30 30 30 10 10 70 30 40 40 50 50 90 63 80 63 90 100 100 100 100 100 100 100 0 0 90 100 30 90 100 0 0 90 100 50 90 100 0 0 100 100 30 100 95 5 0 90 100 50 85 100 95 0 5 0 0 90 100 100 100 40 70 90 95 89 11 0 100 100 50 89 100 100 0 0 0 0 100 100 100 100 40 40 100 100 84 11 5* 95 100 50 80 100 0 0 80 100 20 80 100 0 0 100 100 40 100 95 5 0 90 100 20 85 95 5 0 100 100 60 95 95 5 0 90 100 40 85 100 0 0 100 100 50 100 100 100 95 0 0 5 0 0 0 80 100 100 100 100 100 30 50 50 80 100 95 349 . Peso final % incluir x mediana peso Síntese das respostas da 2ª rodada Infra-estrutura implantada Característica da área Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Condições operacionais 30 31 32 33 34 35 36 37 38 Parâmetro Proximidade de núcleos populacionais ( > 500m) Proximidade de corpos d’água ( > 300m) Profundidade do lençol freático Permeabilidade do solo Condições de sistema viário. 0 0 80 100 Mín. embalagens de agrotóxicos. 350 . pneus. 10 Peso final % incluir x mediana peso 80 53 47 0 73 100 20 38 95 95 100 89 84 100 100 5 5 0 11 16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 80 70 80 80 80 90 100 100 100 100 100 100 100 100 20 20 20 10 10 20 50 76 66 80 72 67 90 100 100 0 0 100 100 20 100 95 5 0 95 100 20 90 100 0 0 100 100 20 100 100 100 100 95 0 0 0 5 0 0 0 0 100 100 100 88 100 100 100 100 50 40 40 20 100 100 100 83 95 5 0 85 100 60 81 95 5 0 75 100 50 71 95 5 0 100 100 60 95 100 0 0 80 100 20 80 100 0 0 80 100 20 80 100 0 0 100 100 20 100 84 11 5* 100 100 60 84 95 5 0 80 100 20 76 95 5 0 80 100 10 76 95 5 0 85 100 10 81 68 32 0 80 100 10 55 79 21 0 100 100 60 79 95 5 0 100 100 40 95 84 16 0 100 100 70 84 95 5 0 100 100 40 95 84 16 0 100 100 10 84 * Destaca-se a ocorrência da opção INDECISO. pilhas.Síntese das respostas da 2ª rodada Item 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 Condições operacionais 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 Parâmetro Incluir (%) Manutenção do cercamento da área Ausência de frutíferas ou outras culturas comestíveis Ausência de animais Manutenção do paisagismo Manutenção da área de recepção Ausência de moscas Ausência de exalação de odores Manutenção da mesa de triagem Eficiência na triagem Manutenção das baias para material triado Monitoramento das quantidades de recicláveis Manutenção do pátio de compostagem Controle de reviramento das leiras Controle de umidade nas leiras Controle de temperatura nas leiras Controle de pH nas leiras Peneiramento do composto maturado Armazenamento do composto maturado Monitoramento da qualidade do composto Manutenção da instalação de apoio Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados Processamento dos resíduos no mesmo dia Ausência de materiais inertes nas leiras Finalidade de utilização do composto orgânico Ausência de vestígios de queima 100 Controle na abertura de valas de rejeitos Recobrimento da vala de rejeitos Revegetação de valas de rejeito encerradas Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais.) Peso Não incluir Indeciso* (%) (%) Mediana Máx. lâmpadas. embora essa não fosse mais válida nessa 2ª rodada. sem manutenção Não Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. com manutenção Parcial Não 11 1x Peso Item Parâmetro 15 Balança funcional 0. sem manutenção 0. caso julgue pertinente Característica da área 2 3 Parâmetro Proximidade de núcleos ≥ 500m populacionais ( > 500m) ≥ 300m Proximidade de corpos d’água ( > 300m) Profundidade do lençol freático 4 Permeabilidade do solo 5 Condições de sistema viário.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim. com manutenção Sim. com manutenção 29 Sistema de tratamento de líquidos percolados Sim.5 x Peso Sim. sem manutenção Não Sim.Favor avaliar o presente formulário.5 x Peso < 200m 0x Peso 1x Peso > 3m entre 1m e 3m < 1m 0.5 x Peso < 300m ≥ 300m Ruins 6 Sugestões Infra-estrutura implantada Item 1 30 Monitoramento das águas subterrâneas Não 0x Peso 1x Peso 0.AVALIAÇÃO DE UTC .5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 351 .5 x Peso Não Sim Parcial Não Sim 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso Baixa (argiloso) 1x Peso Alta (arenoso) 0x Peso 1x Peso Boas Regulares Portaria ou guarita Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso Equipamentos funcionais para reviramento das leiras 22 Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras 23 Peneira funcional para composto maturado 1x Peso 0x Peso Sugestões 1x Peso Sim 0x Peso 1x Peso 0. trânsito e acesso Avaliação 7 Infra-estrutura implantada 8 Isolamento visual da vizinhança Legalidade de localização Disponibilidade de energia elétrica e água 9 Cercamento da área 10 Cerca-viva 0x Peso 1x Peso ≥ 200m 0. sem manutenção Não 17 Cobertura das baias ou Sim galpão Não 18 Prensa funcional para Sim material triado Não 19 Pátio de compostagem Sim 0x Peso Sim.5 x Peso Não 21 Sim 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso Não Sim 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso 24 Instalações de apoio 25 Vala para rejeitos 27 Drenagem de líquidos percolados Não Sim. com manutenção Sim. com manutenção triado Sim. com manutenção Sim. sem manutenção Não 28 Drenagem de águas pluviais Sim. com manutenção Sim. sem manutenção 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. apresentando suas sugestões.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. com manutenção 1x Peso Sim.5 x Peso Não 0x Peso Sim Não 0x Peso Sim 1x Peso 12 Paisagismo 13 Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem 1x Peso Somente energia elétrica ou água 0. sem manutenção Não Sim Não Sim Não Sim Não 20 Impermeabilização do pátio de compostagem 0. sem manutenção Não Sim 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso Avaliação Não 16 Baias ou galpão para material Sim. regular Sim. irregular Não Sob cobertura Sem cobertura Sim. completos EPIs Sim. regular Sim. irregular Não Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não 49 Manutenção do pátio de compostagem 51 Controle de umidade nas leiras 52 Controle de temperatura nas leiras Condições operacionais Item 53 Controle de pH nas leiras 54 Peneiramento do composto maturado 55 Armazenamento do composto maturado 56 Monitoramento da qualidade do composto 57 Manutenção da unidade de apoio 58 Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados 59 Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais 60 Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados 61 Processamento dos resíduos no mesmo dia Sim Não Sim. regular Sim. com manutenção Sim. regular Sim. regular Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 50 Controle de reviramento das leiras 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Sim. irregular Não Sim Não Sim 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 352 . regular Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. somente 1 vez Não 36 Funcionários com Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. completos uniformes Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Sim. irregular Não Sim.Parâmetro 31 Conservação/limpeza geral Condições operacionais 32 Presença de encarregado durante funcionamento 33 Porcentagem do município com coleta seletiva 34 Existência de mobilização social da população Avaliação Boa Regular Ruim Sim Não Porcentagem Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. regular Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso Não Sim 0x Peso 1x Peso Não Sim 0x Peso Não Sim Parcial Não Sugestões 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. parcialmente Não 38 Controle de Sim recebimento de cargas Não 39 Manutenção do Sim cercamento da área Não 40 Ausência de animais Sim Não 41 Manutenção do Sim paisagismo Não 42 Manutenção da área Sim de recepção Não 43 Ausência de moscas Sim Parcial 44 Ausência de exalação de odores 45 Manutenção da mesa de triagem 46 Eficiência na triagem Não Sim Parcial Não Sim Não Sim Parcial Não Sugestões Item Parâmetro 47 Manutenção das baias para material triado 1x Peso 0.5 x Peso 48 Monitoramento das quantidades de recicláveis 0x Peso 1x Peso 0x Peso Porcentagem x Peso 1x Peso 0. regularmente aos funcionários Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. sem manutenção Não 35 Treinamento oferecido Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso Avaliação Sim Não Sim. parcialmente Não 37 Funcionários com Sim. espontânea Não 68 Presença de Sim drenagem pluvial nas Parcial valas de rejeitos Não 69 Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais. regular de rejeitos Sim. pilhas.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 353 .5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. com gramíneas de rejeito encerradas Sim. lâmpadas.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não 67 Revegetação de valas Sim. Sim embalagens de agrotóxicos. pneus) Não Sugestões 1x Peso 0.Item Parâmetro Condições operacionais 62 Ausência de materiais inertes nas leiras Avaliação Sim Parcial Não 63 Finalidade de utilização do composto Somente paisagismo orgânico Outras utilizações 64 Ausência de vestígios Sim de queima Não 65 Controle na abertura Sim de valas de rejeitos Não 66 Recobrimento da vala Sim. APÊNDICE P Terceira rodada da pesquisa de opinião: Comentários dos especialista . . ... No item 30. • Painelista 09 – Academia/Pesquisa – Ecologia .“Cerca-viva” .Muito cruel peso “0” para “Outras utilizações”!!! O uso em pomares.: a mesa de triagem é aceitável em pequenas UTC.“Mesa ou esteira de triagem” . Caso o aterro esteja na mesma área da UTC.Com base em que ? Lei de uso e ocupação do solo? .Outras utilizações .. se é que há UTC grandes com mesas????!!!! .Sim. ou "funcionamento irregular"). tem que ser “0”.“Finalidade de utilização do composto orgânico . 354 . • Painelista 15 – Academia/Pesquisa – Engenharia Civil Minha sugestão é unicamente no sentido de nos itens 12.5 x Peso” .“Legalidade de localização” .1x Peso” . tipo: 2000 m.revolvimento .Uma obs. 1000 m e 500 m.“Funcionários com uniformes” .“Controle de reviramento das leiras” . E outros usos também.5”. Acho que em grandes tem que ser esteira.23 e 24 ser colocada uma situação intermediária (tipo "funcionamento precário".Sim. (só um comentário!) . • Painelista 18 – Órgão Governamental – Ciências Sociais .nas leiras? .Como defines estes ‘REGULAR” aqui e baixo???????? . somente se o uso for cobertura de aterros. Todos os usos peso “1”.Comentários dos painelistas – Terceiras rodada da pesquisa de opinião • Painelista 05 – Empresa de Limpeza Pública – Engenharia Civil .“Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados” . peso “0... mas a FEAM exige que os funcionários sejam vacinados regularmente ..“Sistema de tratamento de líquidos percolados” e “Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados” poderiam ser um tem só.0x Peso” . se uma UTC grande tiver mesa..Entendo que a presença de cerca viva não deveria ter o mesmo peso do cercamento da área .“Área de recepção” e “Manutenção da área de recepção” poderiam ser um item só.“Vala para rejeitos . então a população deve estar a mais de 500 metros e a proximidade de corpos hídricos > 300 metros de distancia. acho que nenhum uso pode ter peso “0”.“Controle de reviramento das leiras .Este item acaba ficando vago..13. como é esta cerca? Q altura? É bem fechada ou não? São questões importantes. sem manutenção .0. por exemplo.Não sei se cabe agora.14. regular .“Proximidade de núcleos populacionais ( > 500m)” . mas que não aparecem aí. . 41 e 42.Acho que estas distâncias poderiam ser maiores.Peso “0” aqui . Não sei como isso entraria.22.“Cerca-viva” .Minha sugestão sobre o questionário é: primeira e segunda pergunta: Caso sejam considerados os municípios de pequeno porte (até 20 mil habitantes) deveria ser relacionado a utilização do aterro de rejeito no mesmo espaço da UTC.. Algumas destas situações já apareceram nos itens 40..21. tem que ser peso “1”. sugiro também uma alternativa intermediária do tipo "irregular". “Finalidade de utilização do composto orgânico” – Alterar pesos atribuídos para: Somente paisagismo (0.5x Peso) e Outras utilizações (1x Peso).“Sistema de tratamento de líquidos percolados” – Não vejo necessidade .“Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados” – Não vejo necessidade . conhecimento e adesão a este tipo de sistema de tratamento de resíduos. principalmente atrelado ao grau de importância. também deve ser considerada levando em conta os aspectos econômicos e sociais dos municípios.Considerações gerais: A viabilidade financeira para implantação de uma UTC.“Isolamento visual da vizinhança” . • Painelista 19 – Academia/Pesquisa – Engenharia Química .“Porcentagem do município com coleta seletiva” – Acima de 50% .Fundir “Cercamento da área” e “Cerca-viva” .Tenho dúvida no visual . seja por parte da administração municipal ou por parte da comunidade local. 355 .“Drenagem de líquidos percolados” – Não vejo necessidade . APÊNDICE Q Feedback final da pesquisa de opinião: Modelo do email . . __________________ . com o formulário produto das opiniões de todos os especialistas respondentes. Gisele Vidal Vimieiro Doutoranda Liséte Celina Lange Professora Orientadora 356 . Atenciosamente. Prezado Sr. recebidas na última rodada. esse formulário será utilizado para avaliação das UTC “in loco”. Após a aplicação da 3ª rodada desse método.Subject: UFMG – Feedback Final da pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM. Gostaríamos mais uma vez de agradecer pela sua valiosa contribuição na pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE “USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM”. esse trabalho não teria sido realizado. Encaminhamos ainda as considerações relativas às sugestões para o formulário. Conforme já mencionado. Permanecemos à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos que se fizerem necessários. consultados durante as três rodada realizadas. É importante destacar que. sem a sua participação. Muito obrigada. encaminhamos-lhe o Feedback Final da pesquisa. 357 . APÊNDICE R Feedback final da pesquisa de opinião: Formulário final . . implantação e operação). uma pesquisa de opinião a respeito dos parâmetros mais relevantes na avaliação do desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem (UTC). Encaminhamos ainda as considerações relativas às sugestões ao formulário. na 3ª rodada. a legalidade da localização da UTC é entendida como localização da área de implantação em acordo com as legislações municipal. Introdução O presente trabalho teve como objetivo promover. objeto da 3ª rodada. sendo essa também a exigência de distância para aterros controlados contida nas Deliberações Normativas 52/2001 e 118/2008 do estado de Minas Gerais. 50. além de existência de documentação legalizada para essa área.1. consultados durante as três rodadas realizadas. Já o termo “irregular” está relacionado aos procedimentos que. 54. merecendo avaliações independentes. apesar de estarem sendo realizados. contidas no questionário da 2ª rodada. a relevância dos parâmetros não estava mais passível de avaliação. diz respeito aos procedimentos realizados em intervalos de tempo constantes. Considerações relativas às sugestões para o formulário 1) O formulário "Avaliação de UTC". 56 e 66.critérios para projeto. Após a aplicação da 3ª rodada desse método. determinados em legislação. destaca-se que durante o licenciamento ambiental das UTC esse parâmetro já é verificado.5x peso” e “< 300m – 0x peso”. o são em intervalos de tempo aleatórios e sem nenhum controle ou critério.cerca-viva”. 52. continha todos os parâmetros selecionados pelos painelistas que participaram da pesquisa Delphi nas duas primeiras rodadas. 357 . Sendo assim. 5) Optou-se por manter separados os itens “9 . No entanto.cercamento da área” e “10 .Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. pois entende-se que são parâmetros distintos. O procedimento para aplicação e elaboração dos questionários foi desenvolvido de acordo com alguns aspectos do método DELPHI. Conforme já mencionado. 2) De acordo com as “considerações a partir dos comentários dos especialistas”. esse formulário será utilizado para avaliação das UTC “in loco”.proximidade de núcleos populacionais” como “≥ 500m – 1x peso”. uma vez que esses foram definidos a partir da opinião dos próprios painelistas. À primeira opção atribuiu-se o valor máximo do parâmetro com base na alínea “h” do item 4. 4) Foram mantidas as opções de avaliação do item “1 . plano de monitoramento ou recomendação bibliográfica. os quais obtiveram peso final (porcentagem de inclusão x mediana do peso) maior que 50. recebidas na última rodada. 51.1 da NBR 13. com o formulário produto das opiniões de todos os especialistas respondentes. 3) O termo “regular”. 53. adotado na coluna “avaliação” dos itens 48. “≥ 300m – 0. encaminhamos-lhe o Feedback Final da pesquisa. A Lei de Uso e Ocupação do Solo pode ser uma das legislações utilizadas para a averiguação desse parâmetro.896/97 (Aterros de resíduos não perigosos . junto a especialistas da área de Resíduos Sólidos Urbanos. estadual e federal. buscando-se uma padronização entre os parâmetros relativos ao monitoramento. Por receberem corriqueiramente resíduos sólidos urbanos sem nenhuma separação prévia. 13. 24. só são considerados como fertilizantes e corretivos dos solos os produtos da compostagem ou fermentação de resíduos domésticos. 6) Optou-se também pela não alteração do item “14 . “sim. 59 e 60. o composto orgânico produzido nas usinas geralmente apresenta baixa qualidade. Em unidades com essas características. mediante recomendação técnica de profissional. pneus)”. 14. o composto orgânico só pode ser utilizado para outros fins. de origem exclusivamente vegetais ou animais. as UTC são unidades que têm sido implantadas especialmente em municípios de pequeno porte. 11) Foi mantida a redação dos parâmetros 64 e 69 como “ausência de vestígios de queima” e “não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais. atestando a qualidade do produto. Conforme determinado no processo de licenciamento ambiental dessas unidades no estado de Minas Gerais. lâmpadas. foram mantidas as opções de avaliação: “somente paisagismo – 1x peso” e “ outras utilizações – 0x peso”. o que converge com as determinações da Instrução Normativa SDA nº 23/2005. pilhas. A impossibilidade de utilização dos equipamentos ou a não existência desses podem ser consideradas situações semelhantes.5x peso” e “não – 0x peso”. 9) Conforme sugestão. e que atendam às especificações determinadas para concentração máxima de metais pesados. com atribuição de valor “0x peso”. com população de até cerca de 10. têm atendido à demanda. termômetro para controle da compostagem e peneira para composto maturado) funcionais. Segundo o Conselho Europeu. para melhor adequação e entendimento pelos painelistas e considera-se que o objetivo foi alcançado. 7) Não foram acrescidas opções intermediárias de avaliação nos itens 12. as mesas de triagem. 358 . em geral. irregular – 0. 27. engenheiro agrônomo ou florestal. 8) Não foram acrescidas opções intermediárias de avaliação nos itens 21. 58. 22 e 23.Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. não sendo necessária a obrigatoriedade de esteiras de triagem.mesa ou esteira de triagem” uma vez que. senão o paisagismo. entre a 1ª e a 2ª rodadas. embalagens de agrotóxicos. separados na origem.000 habitantes. de acordo com a descrição “unidade objeto do estudo e escolha dos parâmetros” contida no questionário da 1ª rodada. 45. através do Regulamento (CEE) nº 2092/91 e seus subsequentes. Esses haviam sido alterados. da Secretaria de Defesa Agropecuária. para o item “30 – monitoramento das águas subterrâneas” foram alteradas as opções de avaliação para “sim. 10) No item “63 – finalidade da utilização do composto orgânico”. 42. 57. quantidades elevadas de coliformes e até presença de metais pesados. já que se considera que só é relevante para a operação das unidades a existência de equipamentos (para reviramento das leiras de compostagem. 28 e 29 uma vez que o critério “manutenção/funcionamento” desses parâmetros já está sendo abordado nos itens 41. regular – 1x peso”. Contorno 842 .com. Contato: Responsável pela pesquisa: Gisele Vidal Vimieiro email: giselevv@yahoo. Gostaríamos mais uma vez de agradecer pela sua valiosa contribuição na pesquisa FATORES INTERVENIENTES NO DESEMPENHO DE “USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM”.br Professora orientadora: Liséte Celina Lange email: lisete@desa. esse trabalho não teria sido realizado.7º andar.ufmg. 30110-060. É importante destacar que. Permanecemos à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos que se fizerem necessários. sem a sua participação. Muito obrigada.br Telefone: (31) 3409-1039 Av. Belo Horizonte-MG 359 .Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Pesquisa: Utilização da metodologia Delphi para definição dos fatores intervenientes no desempenho de Usinas de Triagem e Compostagem. 5 x Peso Não Sim Parcial Não Sim.5 x Peso Sim 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso Não Sim 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim 1x Peso Não Sim. sem manutenção Não Sim Não Sim Não Sim Não 0.5 x Peso Avaliação Não 0x Peso 0x Peso 1x Peso Disponibilidade de energia Sim elétrica e água Somente energia elétrica ou água Cercamento da área Peso* Infra-estrutura implantada Item 1 Não Sim Não Sim.5 x Peso < 200m 0x Peso 1x Peso > 3m entre 1m e 3m < 1m 0. com manutenção 0 x Peso 1 x Peso 0. com manutenção 1x Peso Sim.5 x Peso 0 x Peso 1 x Peso 0 x Peso 1 x Peso 0 x Peso 1x Peso 0x Peso 19 Pátio de compostagem 80 20 Impermeabilização do pátio de compostagem 80 Sim 60 100 95 21 Equipamentos funcionais para reviramento das leiras 22 Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras 23 Peneira funcional para composto maturado 90 80 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso Sim Não Sim 1x Peso 0x Peso 1x Peso Não 0x Peso 0x Peso 1x Peso Sim.5 x Peso Não Sim Não 27 Drenagem de líquidos percolados Sim Não 28 Drenagem de águas pluviais Sim 26 Impermeabilização da vala de rejeitos 63 29 Sistema de tratamento de líquidos percolados 90 30 Monitoramento das águas subterrâneas 100 1x Peso 100 100 100 100 100 90 90 100 85 24 Instalações de apoio 25 Vala para rejeitos 63 Peso* Sim Não Sim Não 1x Peso 0. sem manutenção 0.AVALIAÇÃO DE UTC Característica da área 2 3 4 5 Parâmetro Proximidade de núcleos populacionais ( > 500m) Proximidade de corpos d’água ( > 300m) Profundidade do lençol freático Permeabilidade do solo Condições de sistema viário.5 x Peso Não 0x Peso Sim Não 1x Peso 0x Peso 16 Baias ou galpão para material triado 85 17 Cobertura das baias ou galpão 18 Prensa funcional para material triado 76 Não 0x Peso Sim 1x Peso Parcial 0.5 x Peso 0 x Peso 1 x Peso Sim. regular Sim. sem manutenção 0. sem manutenção 0. com manutenção 0x Peso 1x Peso Sim. irregular Não 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso Sim.5 x Peso Baixa (argiloso) 1x Peso Alta (arenoso) 0x Peso 1x Peso Boas Regulares Ruins 6 7 8 Infra-estrutura implantada 9 10 11 12 Isolamento visual da vizinhança Legalidade de localização Cerca-viva Portaria ou guarita Paisagismo 13 Área de recepção 14 Mesa ou esteira de triagem Item Parâmetro 15 Balança funcional 90 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso ≥ 200m 0.5x Peso 0x Peso 90 95 89 100 100 80 80 360 . com manutenção Sim. trânsito e acesso Avaliação ≥ 500m ≥ 300m < 300m ≥ 300m 1x Peso 0. 5 x Peso 83 0x Peso 1x Peso 0. regular leiras Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 100 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Controle de temperatura nas Sim. regular maturado Sim.5 x Peso 100 Não 100 71 95 80 80 100 84 76 0x Peso 361 .5 x Peso 0x Peso Parâmetro 47 Manutenção das baias para material triado 100 48 Monitoramento das quantidades de recicláveis 85 95 49 Manutenção do pátio de compostagem 85 50 51 100 52 80 100 95 80 76 66 80 72 53 54 55 56 57 58 59 67 60 0x Peso 1x Peso Item Condições operacionais Item 90 61 Avaliação Sim Não Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. com manutenção Sim. regular composto Sim. regular leiras Sim.5 x Peso 100 100 100 0x Peso 1x Peso 0. regularmente Sim. irregular Não Peneiramento do composto Sim. regular Sim. completos Sim. parcialmente Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Parcial Não Sim Parcial Não Sim Não Sim Parcial Não Peso* 1x Peso 0. somente 1 vez Não Sim.5 x Peso 90 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. sem manutenção Não Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Controle de umidade nas leiras Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Armazenamento do composto Sob cobertura maturado Sem cobertura Monitoramento da qualidade do Sim. irregular Não Controle de pH nas leiras Sim. regular Sim. parcialmente Não Sim. irregular Não Sim Não Controle de reviramento das Sim.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0. completos Sim.5 x Peso 81 0x Peso 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0. irregular Não Manutenção da unidade de apoio Sim Não Funcionamento do sistema de Sim drenagem de líquidos percolados Não Funcionamento do sistema de Sim drenagem de águas pluviais Não Funcionamento do sistema de Sim tratamento de líquidos percolados Não Processamento dos resíduos no Sim mesmo dia Parcial Peso* 1x Peso 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso 1x Peso 0x Peso Porcentagem x Peso 1x Peso 0.31 32 Presença de encarregado durante funcionamento 33 Porcentagem do município com coleta seletiva Existência de mobilização social da população 34 35 36 Condições operacionais Parâmetro Conservação/limpeza geral 37 38 Treinamento oferecido aos funcionários Funcionários com uniformes Funcionários com EPIs Controle de recebimento de cargas 39 Manutenção do cercamento da área 40 Ausência de animais 41 Manutenção do paisagismo 42 Manutenção da área de recepção 43 Ausência de moscas 44 Ausência de exalação de odores 45 Manutenção da mesa de triagem 46 Eficiência na triagem Avaliação Boa Regular Ruim Sim Não Porcentagem Sim. regular Sim. 5 x Peso 84 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 95 0x Peso 1x Peso 0.5 x Peso 0x Peso Finalidade de utilização do composto orgânico Somente paisagismo 1x Peso 0x Peso 64 Ausência de vestígios de queima 65 Controle na abertura de valas de rejeitos Outras utilizações Sim Não Sim Não Sim. pneus) Sim. embalagens de agrotóxicos.5 x Peso 95 0x Peso 1x Peso Sim Não 84 0x Peso * Os pesos correspondem aos valores finais corrigidos para cada parâmetro. espontânea Não Sim Parcial Não 76 1x Peso 0x Peso 1x Peso 81 55 79 1x Peso 0.Item 62 Condições operacionais 63 Parâmetro Ausência de materiais inertes nas leiras Avaliação Sim Parcial Não Peso* 1x Peso 0. pilhas. com gramíneas Sim. lâmpadas. definidos a partir dos resultados da 2ª rodada e já apresentados no início da 3ª rodada. regular 0x Peso 66 67 68 69 Recobrimento da vala de rejeitos Revegetação de valas de rejeito encerradas Presença de drenagem pluvial nas valas de rejeitos Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais. 362 . irregular Não Sim. APÊNDICE S Formulário de Avaliação de UTC . . 105 0. com manutenção 1 Sim.000 0.000 0.000 0.000 1 0.000 0.0 Somente energia elétrica ou água 0.150 0. sem manutenção 0.Características da área Disponibilidade de energia elétrica e água 0.000 0.166 17 Cobertura das baias ou galpão Sim 1 Não 0 18 Prensa funcional para material triado Sim 1 Não Sim Não 0 1 0 Sim.133 Sim.000 0.000 0.000 0.000 Peso relativo Avaliação Sim Não Sim 0.166 0.000 0.000 0.000 Sim.CARACTERÍSTICAS DA ÁREA 8 Infra-estrutura implantada Legalidade de localização 0. com manutenção 1 0.000 1 0.166 0.000 0.5 0.000 0.000 0.5 Item 0.141 0.000 0.000 0.000 0 Sim.000 0.000 0.5 Total 0.5 Parâmetro 0.166 0.166 16 Baias ou galpão para material triado Sim Não 1 0 0.150 0. com manutenção Total 1 0 1 14 Mesa ou esteira de triagem 0.5 0.000 0.000 0.158 363 .000 0.150 0.000 Sim 1 Não 0 Sim 1 Não 0 0.5 0 Condições de sistema Boas viário.150 0 0.000 0.000 Sim.000 0.000 0 1 0.100 0.133 0. com manutenção Não Sim Não Não 9 Cercamento da área 10 Cerca-viva Sim Parcial Não Sim Parcial Não 13 Área de recepção 0 1 0 0.000 0 1 0.126 1 0.000 Sim Não 1 0 0.000 0.5 11 Portaria ou guarita 0.000 0.000 19 Pátio de compostagem 20 Impermeabilização do pátio de compostagem Não 21 Equipamentos funcionais para reviramento das leiras 22 Termômetro funcional para controle de temperatura nas leiras 23 Peneira funcional para composto maturado 24 Instalações de apoio 0.000 0.000 0.000 0.158 0.000 Total máximo do item .000 0.000 0.000 0.000 Sim.5 0 0.000 0.000 0.000 0.5 0 0 1 0 15 Balança funcional 1 1 Sim.000 0.105 0.000 0.000 0.000 0.133 0.166 Sim Não Sim 1 0 1 0.5 0.150 0.000 TOTAL OBTIDO NO ITEM .141 0 Baixa (argiloso) Alta (arenoso) 1 0 0.000 0.166 0.000 Não 0 0. sem manutenção 0.000 0.000 Não 0.166 0. sem manutenção Não Não Sim Não 0.000 0.5 0.150 0.000 0.9 Sim 12 Paisagismo 0. sem manutenção 0.000 0.Formulário de Avaliação de UTC Município: Data: 1 2 Parâmetro Proximidade de núcleos ≥ 500m populacionais ( > ≥ 300m 500m) < 300m Proximidade de corpos ≥ 300m d’água ( > 300m) ≥ 200m Característica da área < 200m 3 4 5 Profundidade do lençol freático Permeabilidade do solo 7 0.000 0.000 0 0. trânsito e acesso Regulares Isolamento visual da vizinhança 1 > 3m entre 1m e 3m < 1m Ruins 6 Peso relativo Avaliação Infra-estrutura implantada Item 25 Vala para rejeitos 0 0.000 1 0. 000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.166 0.000 0.000 0.158 0.000 0.000 0.166 0.158 1 0.5 0 1 0.000 0.000 0.000 0.000 0. regular Sim. parcialmente Não Sim. irregular Não 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0. irregular Não Sim. completos Sim.000 Condições operacionais 46 Peso relativo Avaliação 40 Ausência de animais 0.138 Sim.141 0.000 0.110 0.000 0.000 0.000 0.133 0.120 0. irregular Não Sim.000 0.000 0.166 0.166 Não Sim Não Sim.5 0 1 0 1 0.000 0.5 0 1 0. regular 1 0.000 0.166 0.133 0.133 Total máximo do item .5 0 1 0 1 0.000 0.000 0.166 0.000 0.5 0 47 Manutenção das baias para material triado 48 Monitoramento das quantidades de recicláveis 49 Manutenção do pátio de compostagem 50 Controle de reviramento das leiras 51 Controle de umidade nas leiras 52 Controle de temperatura nas leiras 53 Controle de pH nas leiras 1 0 1 Sim Não 1 0 Sim.5 0 1 0.000 0.000 0.000 364 . completos Sim.000 0.2 TOTAL OBTIDO NO ITEM .000 0.5 0 1 0. irregular 0.000 0. regular Sim.5 0 1 0. com manutenção Sim. irregular Não Sim.000 0.000 0.150 0.5 0 1 0.000 0.166 Não 0. irregular 0.000 0.5 0 Total Item 0.000 0.000 0 Porcentagem Sim.000 0.133 Não 0 0.126 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.5 0 Total 0.166 0.148 Parâmetro Sim Não Manutenção do Sim paisagismo Não Manutenção da área de Sim recepção Não Ausência de moscas Sim Parcial Não Ausência de exalação Sim de odores Parcial Não Manutenção da mesa Sim ou esteira de triagem Não Eficiência na triagem Sim 1 0 1 0 1 0 1 0.5 0 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0. regular Sim.Infra-estrutura implantada Item Parâmetro 26 Impermeabilização da vala de rejeitos 27 Drenagem de líquidos percolados 28 Drenagem de águas pluviais 29 Sistema de tratamento de líquidos percolados 30 Monitoramento das águas subterrâneas Peso relativo Avaliação Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim.000 0.000 0.000 0. regularmente Sim.000 0.INFRA-ESTRUTURA IMPLANTADA 0.166 0.000 0.000 0. parcialmente Não Sim Não Sim 0.0 41 42 43 44 45 Condições operacionais 31 Conservação/limpeza geral 32 Presença de encarregado durante funcionamento 33 Porcentagem do município com coleta seletiva 34 Existência de mobilização social da população 35 Treinamento oferecido aos funcionários 36 Funcionários com uniformes 37 Funcionários com EPIs 38 Controle de recebimento de cargas 39 Manutenção do cercamento da área Boa Regular Ruim Sim Não 1 0.000 0.000 0.166 0.000 0.000 0.000 0. regular Sim.000 0.000 0.166 0.Infra-estrutura implantada 1.5 0 1 0.133 0.000 0.5 0 Parcial Não 0.111 0. regular 1 Sim.000 0.000 0.141 0. sem manutenção Não Sim.150 0. somente 1 vez Não Sim.000 0.000 0.000 0. 000 0.000 0.000 365 .5 0 1 0 1 0.140 0.000 0.000 Sim 1 Não 0 0.000 0.000 0.000 0.0 0.CONDIÇÕES OPERACIONAIS 3.000 0.000 0.000 0.2 INDICADOR DE DESEMPENHO OPERACIONAL 0.000 Item Cond.133 0.5 0 1 0.000 0.000 0.126 0.5 0 1 0.140 0.000 0.135 0.0 0.000 0.118 0.000 0. embalagens de agrotóxicos.5 0 63 Finalidade de utilização do composto orgânico 65 Sim.158 0.000 0.000 0. regular Sim. pilhas.140 0.000 0.091 0.000 0.158 0.000 0. pneus) Peso relativo Avaliação Total 0.Parâmetro 54 Peneiramento do composto maturado 55 Armazenamento do composto maturado 56 Monitoramento da qualidade do composto Condições operacionais 57 Manutenção da unidade de apoio 58 Funcionamento do sistema de drenagem de líquidos percolados 59 Funcionamento do sistema de drenagem de águas pluviais 60 Funcionamento do sistema de tratamento de líquidos percolados 61 Processamento dos resíduos no mesmo dia 66 67 68 1 0. oper.000 0.5 0 1 0 1 Não Sim 0 1 Não Sim 0 1 0 1 0.Condições operacionais TOTAL OBTIDO NO ITEM . irregular Não Revegetação de valas Sim. regular Sim.158 Total 0.000 Total máximo do item .000 0.135 0.5 0 1 0. irregular Não Sim Não Sim Não Sim Parcial Não Sim Parcial Não Somente paisagismo 62 Ausência de materiais inertes nas leiras 64 Peso relativo Avaliação 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.133 0.5 0 1 Outras utilizações Ausência de vestígios Sim de queima Não Controle na abertura de Sim valas de rejeitos Não Recobrimento da vala Sim. com gramíneas de rejeito encerradas Sim. Item Parâmetro 69 Não recebimento de resíduos sólidos não domésticos (industriais.131 0.000 0.000 0. irregular Não Sob cobertura Sem cobertura Sim.000 0. lâmpadas. regular de rejeitos Sim.000 0.000 0.000 0. espontânea Não Presença de drenagem Sim pluvial nas valas de Parcial rejeitos Não 0 1 0 1 0 1 0.000 0.000 0.166 0.000 0.126 0. 366 . APÊNDICE T Parâmetros da infra-estrutura instalada nas UTC: Formulário . . Parâmetros da infra-estrutura instalada na UTC Município: Data: Recepção Comprimento Largura Existência de paredes laterais Altura das paredes laterais Número de funcionários Mesa de triagem Comprimento Largura Altura inicial Altura final Inclinação Revestimento Existência de esteira Velocidade utilizada Existência de controle de velocidade Volume dos tambores Número de funcionários Armazenamento dos recicláveis Número de baias Comprimento Largura Pátio de compostagem Largura Comprimento Material de impermeabilização Número de funcionários Vala de rejeitos Largura Comprimento Profundidade Existência de impermeabilização Material de impermeabilização Número de funcionários Instalações de apoio Dimensões totais Existência de escritório Existência de cozinha Existência de refeitório Existência de banheiro feminino Existência de banheiro masculino Existência de vestiário feminino Existência de vestiário masculino Existência de almoxarifado 366 . 367 . 9 .ANEXO . . ANEXO A Parecer Comitê de Ética em Pesquisa / UFMG . . 367 .