Terapia manual.pdf

March 31, 2018 | Author: ludimilaG | Category: Brazil, Rio De Janeiro, Statistics, Quantitative Research, São Paulo


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10 anosedição comemorativa EXPEDIENTE Prof. Dr. Luís Vicente Franco de Oliveira Pesquisador PQID do Conselho Nacional de Pesquisa CNPq - Professor pesquisador do Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo – SP Editor Chefe Ter. Man. 2012 Out/Dez 10(50) ISSN 1677-5937 ISSN-e 2236-5435 Dr Pierre Marie Gagey Président d'honneur de l’Association de posturologie internationale. Dr Philippe Villeneuve Président de l’Association de posturologie internationale. Posturologue, podologue, ostéopathe et chargé de cours à la faculté de Paris XI en Physiologie de la posture et du mouvement. Dr Bernard Weber Vice-président: de l’Association de posturologie internationale. Co-Editores Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Latin American and Caribbean Health Sicience LILACS Prof Dr Antônio Nardone teacher and researcher at Posture and Movement Laboratory – Medical Center of Veruno – Veruno – Itália Prof Daniel Grosjean professeur et elaborateur de la Microkinesitherapie. Nilvange, France. Il partage son temps avec l’enseignement de la méthode depuis 1984, la recherche, les expérimentations et la rédaction d’articles et d’ouvrages divers sur cette technique. Prof François Soulier – créateur de la technique de l’Equilibration Neuro musculaire (ENM). Kinésithérapeute, Le Clos de Cimiez, Nice, France. Prof Khelaf Kerkour – Coordinateur Rééducation de L’Hopital Du Jura – Delémont – França • President de l’Association Suisse de Physiothérapie. Prof Patrice Bénini - Co-foundateur de la Microkinesitherapie. Il travaille à l’élaboration de la méthode, aux expérimentations, à la recherche ainsi qu’à son enseignement. Montigny les Metz, France. Prof Pierre Bisschop - Co-founder and administrator of the Belgian Scientific Association of Orthopedic Medicine (Cyriax), BSAOM since 1980; Professor of the Belgian Scientific Association of Orthopedic Medicine; Secretary of OMI - Orthopaedic Medicine International – Bélgium. Editores associados EBSCO Publishing Conselho Científico Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira • Departamento de Doenças Neuromusculares Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo, SP - Brasil. Prof. Dr. Antônio Geraldo Cidrão de Carvalho • Departamento de Fisioterapia - Universidade Federal da Paraíba - UFPB – João Pessoa, PB - Brasil. Profª. Drª. Arméle Dornelas de Andrade • Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Pernambuco - UFPE – Recife, PE - Brasil. Prof. Dr. Carlo Albino Frigo • Dipartimento di Bioingegneria - Istituto Politécnico di Milano – MI - Itália Prof. Dr. Carlos Alberto kelencz • Centro Universitário Ítalo Brasileiro - UNIÍTALO – São Paulo, SP – Brasil. Prof. Dr. César Augusto Melo e Silva • Universidade de Brasília – UnB – Brasília, DF – Brasil. Profª. Drª. Claudia Santos Oliveira • Programa de Pós Graduação /Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Daniela Biasotto-Gonzalez • Programa de Pós Graduação Mestrado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Débora Bevilaqua Grossi • Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação da Universidade de São Paulo USP – Ribeirão Preto – SP - Brasil. Prof. Dr. Dirceu Costa • Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Prof. Dr. Edgar Ramos Vieira • University of Miami, Miami, FL, USA. Profª. Drª. Eliane Ramos Pereira • Departamento de Enfermagem Médico-Cirúgica e PósGraduação da Universidade Federal Fluminense – São Gonçalo, RJ – Brasil. Profª. Drª. Eloísa Tudella • Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR - São Carlos, SP – Brasil. Profª. Drª. Ester da Silva • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia - Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP – Piracicaba, SP – Brasil. Prof. Dr. Fábio Batista • Chefe do Ambulatório Interdisciplinar de Atenção Integral ao Pé Diabético - UNIFESP – São Paulo – Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP – São Paulo, SP, Brasil. Prof. Dr. Fernando Silva Guimarães • Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ – Rio de Janeiro, RJ - Brasil. Profª. Drª. Gardênia Maria Holanda Ferreira • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal, RN – Brasil. Prof. Dr. Gérson Cipriano Júnior • Universidade de Brasília – UnB – Brasília, DF – Brasil. Prof. Dr. Heleodório Honorato dos Santos • Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba – UFPB – João Pessoa, PB - Brasil. Prof. Dr. Jamilson Brasileiro • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal, RN – Brasil. Prof. Dr. João Carlos Ferrari Corrêa • Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Josepha Rigau I Mas • Universitat Rovira i Virgili – Réus - Espanha. Profª. Drª. Leoni S. M. Pereira • Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte, MG – Brasil. Profª. Drª. Luciana Maria Malosa Sampaio Jorge • Programa de Pós Graduação Mestrado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Prof. Dr. Luiz Carlos de Mattos • Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP – São José do Rio Preto, SP – Brasil. Prof. Dr. Marcelo Adriano Ingraci Barboza • Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP – São José do Rio Preto, SP – Brasil. Prof. Dr. Marcelo Custódio Rubira • Centro de Ens. São Lucas – FSL – Porto Velho, RO – Brasil. Prof. Dr. Marcelo Veloso • Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte, MG – Brasil. Prof. Dr. Marcus Vinicius de Mello Pinto • Departamento de Fisioterapia do Centro Universitário de Caratinga, Caratinga, MG – Brasil. Profª. Drª. Maria das Graças Rodrigues de Araújo • Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Pernambuco - UFPE – Recife, PE - Brasil. Profª. Drª. Maria do Socorro Brasileiro Santos • Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal do Pernambuco - UFPE – Recife, PE - Brasil. Prof. Dr. Mário Antônio Baraúna • Centro Universitário UNITRI – Uberlândia, MG – Brasil. Prof. Dr. Mauro Gonçalves • Laboratório de Biomecânica da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro, SP – Brasil. Profª. Drª. Patrícia Froes Meyer• Universidade Potiguar – Natal, RN – Brasil Prof. Dr. Paulo de Tarso Camillo de Carvalho • Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Prof. Dr. Paulo Heraldo C. do Valle • Universidade Gama Filho - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Regiane Albertini • Programa de Pós Graduação Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Renata Amadei Nicolau • Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento IP&D Universidade do Vale do Paraíba – Uni Vap – São José dos Campos, SP – Brasil. Prof. Dr. Renato Amaro Zângaro • Universidade Castelo Branco – UNICASTELO - São Paulo, SP – Brasil. Prof. Dr. Roberto Sérgio Tavares Canto • Departamento de Ortopedia da Universidade Federal de Uberlândia – UFU – Uberlândia, MG – Brasil. Profª. Drª. Sandra Kalil Bussadori • Programa de Pós Graduação Mestrado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho – UNINOVE - São Paulo, SP – Brasil. Drª. Sandra Regina Alouche • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID - São Paulo, SP – Brasil. Profª. Drª. Selma Souza Bruno • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal, RN - Brasil. Prof. Dr. Sérgio Swain Müller • Departamento de Cirurgia e Ortopedia da UNESP – Botucatu, SP – Brasil. Profª. Drª. Tânia Fernandes Campos • Programa de Pós Graduação Mestrado em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Natal, RN – Brasil. Profª. Drª. Thaís de Lima Resende • Faculdade de Enfermagem Nutrição e Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, UFRGS - Porto Alegre, RS – Brasil. Profª. Drª. Vera Lúcia Israel • Universidade Federal do Paraná – UFPR – Matinhos, PR - Brasil. Prof. Dr. Wilson Luiz Przysiezny • Universidade Regional de Blumenau – FURB – Blumenau, SC – Brasil. Responsabilidade Editorial Instituto Salgado de Saúde Integral S/S LTDA - CNPJ 03.059.875/0001-57 A Revista Terapia Manual - Posturologia ISSN 1677-5937 ISSN-e 2236-5435 é uma publicação científica trimestral que abrange as áreas da Posturologia, Terapia Manual, Ciências da Saúde e Reabilitação. A distribuição é feita em âmbito nacional e internacional com uma tiragem trimestral de 1.000 exemplares e também de livre acesso (open access) pelos sites http://institutosalgado.com.br/, www.revistatm.com.br do sistema SEER de editoração eletrônica, http://terapiamanual.net/ e http://revistaterapiamanual.com.br Direção Editorial: Luis Vicente Franco de Oliveira • Supervisão Científica: Isabella de Carvalho Aguiar e Nadua Apostólico • Revisão Bibliográfica: Vera Lúcia Ribeiro dos Santos – Bibliotecária CRB 8/6198 • Editor Chefe: Luís Vicente Franco de Oliveira • Email: [email protected] Missão Publicar o resultado de pesquisas originais difundindo o conhecimento técnico científico nas áreas da Posturologia, Terapia Manual, Ciências da Saúde e Reabilitação contribuindo de forma significante e crítica para a expansão do conhecimento, formação acadêmica e atualização profissional nas áreas afins no sentido da melhoria da qualidade de vida da população. A revista Terapia Manual - Posturologia está indexada nas bases EBSCO Publishing Inc., CINAHL - Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, SportDiscus™ - SIRC Sport Research Institute, LILACS - Latin American and Caribbean Health Science, LATINDEX - Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal e é associada da ABEC - Associação Brasileira de Editores Científicos. Revista Terapia Manual – Posturologia ISSN 1677-5937 ISSN-e 2236-5435 Capa e Diagramação: Mateus Marins Cardoso Instituto Salgado de Saúde Integral S/S LTDA Rua Martin Luther King 677 - Lago Parque, CEP: 86015-300 Londrina, PR – Brasil. Tel: +55 (43) 3375-4701 - www.revistatm.com.br Solicita-se permuta/Exchange requested/Se pide cambio/On prie l’exchange 399 Reliability of measures that evaluate pelvis and trunk sagittal postures using an analogic inclinometer.. • Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual ............. Pablo Renan.......... 383 Clinical manifestations of temporomandibular disorder and lateral head tilt........ Jaqueline Gabriela Moda.... Fernanda Moura Vargas Dias .......... Thiago dos Santos Maciel. ................ 406 Influence of rural and urban environment in functional development children under six years of age....................453 Acute effect of abdominal muscle stimulation on stabilometry in patients with acquired brain injury..........411 Effects of neural mobilization in the force.... Gustavo Melo de Paula......... Viviane Otoni do Carmo Carvalhais..... Camila Zandonaidi Galvão....... Auristela Duarte de Lima Moser... Camila Pereira .... João Simão de Melo Neto... • Estudo comparativo de lesões musculoesqueléticas em diferentes modalidades de capoeira.......... Cristiano Sena Conceição.........352 Artigos Originais • Analysis of the postural changes from the quadrupededalism to orthostatism through three-dimensional kinematics ..... André Serra Bley.... Paty Aparecida Pereira........ Wilson Rodrigues Freitas Jr....... Sileno Martinho Silva Ribeiro Junior................... Letícia Trópia G................... Karoleen Oswald Scharan.......................... 2012 Out/Dez 10(50) ISSN 1677-5937 ISSN-e 2236-5435 SUMÁRIO/SUMMARY Editorial.. .. Thiago Yukio Fukuda...... • Confiabilidades de medidas para avaliação de posturas sagitais da pelve e do tronco utilizando um inclinômetro analógico........ Nayra Deise Rabelo dos Anjos.......................... Mariana Cunha Artilheiro.......... Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa...433 Postural analysis in women with temporomandibular dysfunction and asymptomatic......... Renato Aparecido de Souza... Érica Gonçalvez Porfírio..................... Fernando Zanela da Silva Arêas ..... Meirijane Conceição do Rosário................................ Lais Chiodelli.. resistência e recrutamento muscular dos flexores de punho................. Eliane Castilhos Rodrigues Corrêa Mateus Candeia Gianizeli .......... Mateus Neiva Martins................ 444 Kinectical effects of surgery and radiotherapy for cervical cancer: preliminary results • Efeito agudo da estimulação da musculatura abdominal na estabilometria de indivíduos com lesão encefálica adquirida. .. Karina dos Santos Rodrigues .......... Fábio Antonio Neia Martini .......................... Man..... .. Deborah Ribeiro Carvalho.......... • Análise postural em mulheres com disfunção temporomandibular e assintomáticas... Prelimianry results....... Silvio Antonio Garbelloti Junior... Patrícia Andersen... Carla Henriques Cittadino Costa de Oliveira.... Camila Lima Ribeiro........... ............ Amir Curcio dos Reis. Isabella de Carvalho Aguiar.. ... Rafael Melillo Laurino Neto......... Israel dos Santos dos Reis.. Nadua Apostolico... Paulo Roberto Garcia Lucareli.... Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques.. 394 Ventilatory muscle strength and quality of life in obese patients undergoing bariatric surgery....... Débora Fernandes de Melo Vitorino........ • Escola da coluna associada a estabilizacão segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa.. Luis Vicente Franco de Oliveira.. Guerzoni. Milena Guimarães.... 374 Cardiovascular risk in employees of a company in the sector of ornamental rocks Cachoeiro de Itapemirim ........ 440 Relationship between the gravity center and the balance in elderly. Marcus Alessandro de Alcântara... • Efeitos adaptativos de um programa de alongamento baseado na Técnica de Energia Muscular................................ • Força muscular ventilatória e qualidade de vida em obesos submetidos à cirurgia bariátrica........ Juliana Marques dos Santos Serqueira..... .. Carlos Alberto Malheiros. João Carlos Ferrari Corrêa........359 Comparative study of musculoskeletal injuries in different types of capoeira. Bianca Zilli Wagner............................... . Natália Grancieri ... Mario Oliveira Lima..... • Análise cinemática do salto no plano sagital em mulheres com síndrome femoropatelar. Marcos Eduardo Scheicher........ ........ Leandro Ferreira Santos. Clarissa Medeiros da Luz... Juliana Alves Souza..............................ES • Manifestações clínicas de desordem temporomandibular e inclinação lateral da cabeça...... Mansueto Gomes Neto..... Alexandre Wesley Carvalho Barbosa...... Hélio Gustavo Santos .. Jeniffer Nunes Medrado.. 364 Approach the back school associated with segmentar stabilization on degenerative low back pain............. Priscila Weber. ..... Bruno Coelho Horta................................................ muscle electric activity and head position caused by full-scanning vertebral manipulation technique on patients with cervical biomechanical disorders.... na atividade elétrica muscular e no posicionamento de cabeça da técnica full-scanning de manipulação vertebral em pacientes com desordens biomecânicas cervicais........... 389 Short term effects on pain. Verônica Andrade da Silva....... Thales Rezende de Souza...... Vinícius Werneck Cordeiro da Cruz.............. Alessandra Dallabrida Longo Ligia Cristiane Santos Fonseca.... ...... • Efeitos da mobilização neural sobre a força.. . Flávia Roberta Faganello............. • Efeitos de curto prazo na dor........ Lucas Prudêncio de Paula.....Ter.................... • Efeitos cinético-funcionais do tratamento cirúrgico e radioterápico em mulheres tratadas por câncer de colo uterino: resultados preliminares ..... Alexandre Wesley Carvalho Barbosa................... Vanessa Renata Molinero de Paula....... Élen Bianchi Ducatti..... Sérgio Teixeira da Fonseca............ • Influência do ambiente rural e urbano no desenvolvimento funcional de crianças de até seis anos de idade.. • Risco cardiovascular em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim – ES......... 417 Prototype of an Expert System applied to Manual Therapy............................ Fabrício José Jassi ... ... Paulo Fernandes Pires ...... resistance and muscle recruitment for wrist flexors..................................................... Paulo Roberto Garcia Lucareli.... 426 Adaptive effects of a stretching program based on Muscle Energy Technique... Luíza Contarini Machado .................... . Felipe Sampaio Jorge........ Nadia Maria dos Santos... Renato Marrach de Pasqual.......... • Relação entre projeção do centro de gravidade e equilíbrio em idosos.. Camila Passini.............. • Correlação do posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo.................................. Vanessa Lara de Araújo....... Fabio Luciano Arcanjo..................................................354 Análise das trocas posturais de quadrupedia para a ortostase por meio da cinemática tridimensional........... 464 Correlation of calcaneus position with sprain of ankle Hugo Machado Sanchez. Fernanda Pasinato..... Fabiana Flores Sperandio..... Gustavo Fernando Sutter Latorre.................... Juliane Gomes de Almeida Lucareli.................... Resultados preliminares....................... Eliane Gouveia de Morais Sanchez. Fernanda Pupio Silva Lima......... Fernando S S Leitão Filho.. 458 Kinematics analysis of the jump in the sagital plane in women with patellofemoral syndrome................... Auristela Duarte Moser........ ...... .............. Fábio Luiz Mendonça Martins..... Lia Azevedo Pinto. .......... .............................................. Sérgio Teixeira Fonseca. .... Daniela Aparecida Biasotto-Gonzalez.. • Laserterapia e síndrome do túnel do carpo: Revisão Sistemática... • Influência da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático em indivíduos com insônia........476 Influence of high heels in the electrical activity of lumbar paravertebral and upper rectus abdominis.......... and clinical implications........... Gizele Fontana Costalonga.............. Viviane de Souza Pinho Costa.. .. Mariane Braga da Silva.... • Insuficiência cardíaca e força muscular ventilatória...... • Revisão dos métodos de análise da coordenação na marcha de pessoas com alterações neurológicas baseada nos Sistemas Dinâmicos........ Paulo Henrique Altran Veiga ..... Cristina Elena Prado Teles Fregonesi.491 Reproducibility test of tonic straight chains by the method Busquet.... Fábio Luiz Mendonça Martins................... Fernanda Ishida Correa. Isabel de Almeida Paz.............. Igor Phillip dos Santos Gloria............. Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa. Thaliny Kanevieskir. S.... Afonso Shiguemi Inoue Salgado....537 Human gait: theories............... • O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas.......... • Massagem do tecido conjuntivo como recurso terapêutico no controle da constipação intestinal.. Célia Aparecida Stellutti Pachioni.... ............ Pedro Vieira Sarmet Moreira.... 544 Lasertherapy and Carpal Tunnel Syndrome: systematic review..... Ismael de Sousa Dias.. Lucas Rodrigues Nascimento. Larice Cristina de Carvalho....... Camila Carolina Alves Andrade .......... Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira....... Wagner Menna Pereira...................... 480 Physical functional assessment in osteoarthritis’ elder individuals using Lower Extremity Functional Scale.... .......... Nathalia Ulices Savian...... Paula Fernanda da Costa Silva... Douglas Novaes Bonifácio........................ ......533 Temporomandibular disorder in patient with Parkinson’s disease: a case report.. Adriana Gueiros Leite de Lacerda ........ Ivo Ilvan Kerppers........... Leitão Filho........... ..... Maria Vieira de Lima Saintrain. Gabriela Machado Camargo..... Sandra Kalil Bussadori Revisão de Literatura • Marcha humana: teorias....... Karen Barros Parron Fernandes... ... Rubens Alexandre da Silva Júnior.... ...... Duana Ruchkaber Ferreira...........523 Heart failure and ventilatory muscle strength.................. Cristiane Rodrigues Pedroni. Relato de Caso • Disfunção temporomandibular em paciente com Doença de Parkinson: relato de caso.......... Newton Santos de Faria Jr.......................... Sergio Roberto Nacif. Sandra Kalil Bussadori......... Keity Fernandes de Jesus Ávila......... Fernanda Stellutti Magrini Pachioni.. Stella Maris Michaelsen...... • Análise dos efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados......... Ana Carolina Araruna Alves.. 496 Evaluation of pain and posture in low back pain patients treated by two protocols of abdominal strengthening. • Fortalecimento muscular em crianças e adolescentes com paralisia cerebral: uma revisão sistemática.. . ....................... Marcos Tadeu Parron Fernandes.............. .... Oliveira... Cristiane Rodrigues Pedroni.. Edilene Regina dos Santos Squizatto..... ..... Carolina Marciela Herpich......... Andreia Mara Teixeira. Ivo Ilvan Kerppers....... Nadua Apostólico...... Andréia Aparecida de Oliveira Silva...... ... Natalia Ancioto da Costa.. Fabiana Campos Gomes. Yasmin El Hage........................ Fernando S..Cláudia Santos Oliveira....557 The effect of stretching on the health and performance: new perspectives.. Hélio Gustavo Santos................ Raquel Agnelli Mesquita Ferrari.... 471 Proposal for a protocol of Physiotherapy in patients with ankle fracture after immobilization...... Dowglas Fernando Magalhães de Sousa. ............ Natália de Almeida Carvalho Duarte....... João Simão de Melo Neto. Alessandro Haupenthal................................... Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela........... Inaê Caroline Gadotti.................................................. Aline Slongo Moura..... Simone Franco Dal Poggetto... • Reprodutibilidade do teste tônico das cadeias retas pelo método Busquet..... .. contribuições musculares e implicações clínicas.... Alessandra Madia Mantovani................ Alexandre Wesley Carvalho Barbosa............................ Guilherme Manna Cesar...... .. Kristianne Porta Santos Fernandes... Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. Ana Flávia Alves França.. Soraia Micaela Silva.. Luis Vicente F....... Luiz Alfredo Braum... Renata Calhes Franco.......... Renan Alves Resende.......• Proposta de um protocolo de Fisioterapia em paciente pós-imobilização por fratura de tornozelo...... • Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria e o Benefício da Intervenção Fisioterapêutica: Uma Revisão da Literatura Internacional. Eduardo Martini Romano......... Tabajara de Oliveira Gonzalez.... Ezequiel Fernandes Oliveira....................... Isabella de Carvalho Aguiar. muscular contributions.. ... 486 The effect of myofascial manipulation on the pain threshold in athletes during competitive period.... • O Efeito da manipulação miofascial sobre o limiar doloroso em atletas durante período competitivo.Regiane Albertini de Carvalho Paulo de Tarso Camillo de Carvalho............ Luanda André Collange Grecco................502 Analysis of the effects of two techniques of manual therapy on the autonomic activity ofinstitutionalized elderly... Raphael Gonzaga Nascimento... • Influência da altura do salto do sapato na atividade elétrica dos músculos paravertebrais lombares e reto abdominal superior. 517 Influence of the mobilization of the parasympathetic autonomous nervous system in individuals with insomnia. Roberta Delasta Lazzari..573 Analysis of coordination in gait of people with neurological disorders based on Dynamical Systems.......... Natalia Duarte Pereira..... Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira.. • Avaliação da funcionalidade de idosos com osteoartrite utilizando o Lower Extremity Functional Scale............................ Tereza Águida Costa do Nascimento............. João Paulo Manfré dos Santos... Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. • Avaliação da dor e da postura em pacientes com lombalgia submetidos a dois protocolos de fortalecimento abdominal. ....... Augusto Cesinando Carvalho........ Israel dos Reis dos Santos.........528 Occlusal contact alterations after physiotherapeutic RPG treatment.............................. 510 Connective tissue massage as therapeutic recourse in the control of intestinal constipation..567 Muscle strengthening in children and adolescents with cerebral palsy: a systematic review............ Rodrigo Franco de Oliveira.............. Renato Marrach Pasqual......... • Assessment of Occlusal Contact in Pre and Post Global Posture Re-education Treatment – A Pilot Study..... 551 Hutchinson-Gilford Progéria Syndrome And The Benefit Of Physicaltherapy Intervention: A Review Of International Literature.. Meiriélly Furmann. em todo o território nacional. publicado a dez anos. sem fins lucrativos e de duração indeterminada. mostrou que estamos crescendo cientificamente. da participação e do apoio de seus autores. Desde janeiro de 2012 a revista Terapia Manual (ISSN 1677-5937 e ISSNe 2236-5435) passou a utilizar o SEER – Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (http://www. Espana y Portugal” no ano de 2007. nordeste e centro-oeste. pesquisadores que compõem Programas de Pós-Graduação em nível de Mestrado e Doutorado. a Escola de Terapia Manual e Postural. destacando OMI – Orthopaedic Medicine International (Bélgica). A ABEC é uma sociedade civil de âmbito nacional. único periódico científico especializado nesta área no Brasil.com. Também foi adotado o estilo Vancouver e nos adequamos às normas do Scientific Electronic Library Online/SCIELO. este número apresenta a capa do primeiro exemplar. zelando pelo padrão da forma e do conteúdo das publicações técnico-científicas. Na sua composição. de seu Conselho Editorial e de seus leitores. ética e de qualidade. visando colaborar na divulgação da ciência que é produzida e praticada em nossa área específica de atuação. Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional). Com certeza estamos buscando outras bases de dados. aperfeiçoando a comunicação e divulgação de informações.revistatm. apresentando à comunidade científica internacional um produto de qualidade e confiança. Cyriax.br/). ela se encontra no estrato B2 do WEB Qualis da área 21 da CAPES/MEC (Educação Física. Cadeias musculares. se tornou parceira do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR e passou a oferecer o 1° curso Internacional de Pós-Graduação em Terapia Manual e Postural (Lato-sensu) no Brasil. Em 2002. assim. Ao longo dos anos a escola cresceu e atualmente mantém parcerias científicas com instituições de ensino e pesquisa em diversos países. O aceite de nossa indexação junto ao “Latindex – Sistema Regional de Información em Línea para Revistas Científicas de América Latina. Todos eles são professores universitários. mostrando a cada novo número de maneira ética a ciência da terapia manual. Esta relação nos ajuda em muito. buscamos contemplar as diversas regiões de nosso país. Fisioterapia. desde janeiro de 2012 a revista Terapia Manual passou a ter o subtítulo “Posturologia” devido a maior ênfase na publicação de artigos nesta área e devido a parceria científica internacional com a Association Posturologie Internationale –API. sudeste. CINAHL e Sport Discus. el Caribe. estimulando a produção científica nas regiões sul. Microfisioterapia e Leitura Biológica. todos reconhecidos pela CAPES/MEC. preocupada com a divulgação científica das técnicas manuais praticadas em nosso país cria a revista Terapia Manual. referências nacionais e internacionais em suas respectivas áreas de atuação. sendo publicada apenas on line. O nosso Conselho Científico é composto por profissionais de extrema competência. Microkinesitherapie (França). que congrega pessoas físicas e jurídicas com interesse em desenvolver e aprimorar a publicação de periódicos técnico-científicos. visando a nossa indexação junto a esta conceituada base científica. Chegamos ao décimo ano de publicação sem interrupções. Em Março de 2002. Com a intenção de homenagear o idealizador da Escola de Terapia Manual e Postural e criador da revista Terapia Manual. adotando a política Open Access.Editorial Desde 1998 a Escola de Terapia Manual e Postural oferece cursos de aperfeiçoamento para profissionais da área da saúde humana. há dez anos. Podoposturologia. A escola. ou seja. Luis Vicente Franco de Oliveira Editor Chefe . Iso-stretching. Idealizada pelo fisioterapeuta Afonso Salgado abriu campo para a introdução de diversas técnicas terapêuticas mundialmente conhecidas em território nacional entre elas a Osteopatia e Osteoetiopatia. Ao professor Afonso Salgado os nossos sinceros cumprimentos. Outro fato de grande importância para a revista Terapia Manual foi a sua afiliação junto à Associação Brasileira de Editores Científicos. Também esta sendo adotado o sistema internacional de identificação de artigos CrossRef DOI – Digital Object Identifier. Continuando a sua história. A revista Terapia Manual cresceu e amadureceu cientificamente como resultado do esforço. colocando-nos em contato com instituições e sociedades correlatas no país e no exterior. Atualmente. portadores de título de Doutorado. Connaissance&Evolution (França) e EMAC (Portugal). A revista passou por algumas transformações baseadas nos “Critérios de Seleção de Periódicos” para a base de dados LILACS do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde – BIREME/OPAS/OMS onde fomos indexados em 2007. Em 2009 conseguimos as indexações junto ao LILACS. ou seja passa a ser de acesso livre. oferecendo uma leitura científica. Cabe destacar que. norte. Equilíbrio Neuromuscular (ENM). a revista foi aceita em dezembro de 2011 pela base de dados internacional EBSCO aumentando ainda mais a sua visibilidade internacional. Crochetagem Mioaponeurotica. concerned with the dissemination of scientific manual techniques practiced in our country creates the Manual Therapy journal. Crochetagem Mioaponeurotica. showing each the new number. In 2002. aiming our indexing at this prestigious scientific basis. southeast. Connaissance & Evolution (France) and EMAC (Portugal). muscle chains. In March 2002. adopting the Open Access policy. MicroKinesitherapie and Biological Reading. created by Alfonso Salgado opened the field for the introduction of various therapeutic techniques known worldwide in the country including Osteopathy and Osteoetiopatia. The ABEC is a civil society nationwide. north. Neuromuscular Balance (ENM). with ethical manner.br/). offering a scientific. their readers. putting us in touch with companies and related institutions in the country and abroad. ethical and quality reading. The journal has undergone some transformations based on “Selection Criteria Journals” for the LILACS database of the Latin American and Caribbean Center on Health Sciences . Luis Vicente Franco de Oliveira Editor-in-chief . we reached the indexes by the LILACS. Podoposturologia. highlighting OMI . the Editorial Board and.revistatm. bringing together individuals and companies with an interest in developing and enhancing the publication of technical and scientific journals. our journal is in the WEB Qualis B2 stratum area 21 of CAPES / MEC (Physical Education. ie becomes free access. participation and support of the authors and. we seek to address the various regions of our country. published ten years. single scientific journal specializing in this area in Brazil.BIREME / PAHO / WHO which were indexed in 2007. Also adopted was the Vancouver style and tailor the rules of Scientific Electronic Library Online / SCIELO. Another fact of great importance to the Manual Therapy journal was his affiliation with the Associação Brasileira de Editores Científicos. the journal was accepted in December 2011 by international database EBSCO further increasing their international visibility. It is worth mentioning that since January 2012 the journal now has the subtitle “posturology” due to greater emphasis on the publication of articles in this area and because of the international scientific partnership with the Association Internationale Posturologie-API. thus stimulating scientific production in the south. CINAHL and Sport Discus. all recognized by CAPES / MEC. Also this being adopted the international system for identifying articles CrossRef DOI . We reached the tenth year of uninterrupted publication.Since 1998 the Escola de Terapia Manual e Postural school offers courses for professionals in the field of human health.Orthopaedic Medicine International (Belgium). This relationship helps us greatly. Espana y Portugal” in 2007. ten years ago. showed scientifically that we are growing. Our Scientific Council is composed of extreme professional competence. national and international references in their respective areas. throughout the national territory. being published only on line. this figure shows the cover of the first issue. became a partner of the Centro Universitário de Maringa . Acceptance of our indexing to “Latindex . improving the communication and dissemination of information. The Manual Therapy journal scientifically grown and matured as a result of the effort. Continuing its history. Speech and Occupational Therapy). northeast and center-west. Currently. With the intention of honoring the founder of the Escola de Terapia Manual e Postural and creator of the Manual Therapy journal. Over the years the school has grown and currently has partnerships with scientific institutions for teaching and research in several countries.Digital Object Identifier. the science of manual therapy.CESUMAR and began offering the 1st International Postgraduate course in Manual Therapy and Postural (sensu lato) in Brazil. In 2009. Microkinesitherapie (France).Regional System in Línea de Information for Scientific Journals of Latin America. the Caribbean. Physical Therapy. When Professor Alfonso Salgado our sincere greetings. Cyriax. In its composition. presenting the international scientific community a product of quality and reliability. Surely we are searching other databases in order to collaborate in the dissemination of science that is produced and practiced in our particular area of expertise. the Escola de Terapia Manual e Postural. ensuring standard form and content of scientific technical literature. The school. Since January 2012 the Manual Therapy journal (ISSN 1677-5937 and 2236-5435 ISSNe) began using the SEER .com. All of them are university professors with doctor’s degree that comprise researchers Postgraduate program MSc and PhD level.Electronic System for Journal Publishing (http://www. nonprofit and untimed. Iso-stretching. ie. 05). and individual biomechanics. hip. A amostra foi dividida em Grupo A (n=8). porém houve diferença estatisticamente significante (p<0. 4. que apresentou uma estratégia de execução das posturas que se diferenciou das do Grupo B (n=6).5 years old) performed the task of moving from the quadruped position to standing. Juliane Gomes de Almeida Lucareli5. 5.Brasil. quadril. Resumo Objetivo: analisar as trocas posturais da postura de quadrupedia para o ortostatismo por meio de análise cinemática tridimensional Métodos: 14 voluntários (média de idade de 21. there is a tendency of two standard forms to execute the movement. biomechanics. Data were captured by eight cameras using the Infrared Motion Lab System®. 2.R: Vergueiro. Thus. but there was a statistically significant difference (p ≤ 0. Endereço para correspondência: Paulo Roberto Garcia Lucareli. Carla Henriques Cittadino Costa de Oliveira2. 3. São José dos Campos – São Paulo. We selected 29 anatomical points of reference to put the set of Helen Heys markers that identified the joint centers for the FALCON ® system . motor engrams.354 Artigo Original Analysis of the postural changes from the quadrupededalism to orthostatism through three-dimensional kinematics Análise das trocas posturais de quadrupedia para a ortostase por meio da cinemática tridimensional. Fernanda Pupio Silva Lima4. cinemática. However. há uma tendência de padronização de duas formas de execução do movimento. joelho e tornozelo. Mariana Cunha Artilheiro1. Ter Man. cotovelo. Paulo Roberto Garcia Lucareli1.br. and ankle joints. Mario Oliveira Lima4.UNINOVE . Email: paulolucareli@uninove. Methods: Fourteen subjects (mean age 21. Universidade Nove de Julho . 235 . No entanto. Universidade Nove de Julho. ombro.01504001 São PauloSP. how energy conservation. Results: No statistically significant difference was found when comparing intra-subjects. Universidade do Vale do Paraíba – Laboratório de Engenharia de Reabilitação Sensório Motora.05) comparing inter-individuals. wrist. Universidade Paulista – São Paulo. Universidade de São Paulo . pelvis. kinematics. Laboratório de Estudos do Movimento – São Paulo. Artigo recebido em 17 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. Silvio Antonio Garbelloti Junior2. Foram selecionados 29 pontos anatômicos de referência para fixação do conjunto de marcadores Helen Heys que identificaram os centros articulares para o sistema FALCON® – Motion Analysis de análise de movimento das articulações da cabeça. Conclusão: foi possível constatar que cada indivíduo apresenta estratégia própria para a execução das posturas. the inter-individual variability is understandable. physical characteristics. 1. Keywords: movement analysis. whose strategy to implement the postures differed from Group B (n = 6).Motion Analysis for the motion analysis of the head. However. Individuals often use different movement strategies for the task. Abstract Objective: to analyze the postural changes starting from quadruped and moving to the standing position by three-dimensional analysis of kinematics. Conclusion: Each person has their own strategy to implement the postures.5 anos) realizaram a tarefa de movimentar-se da quadrupedia ao ortostatismo.São Paulo. Resultado: não houve diferença estatisticamente significante na comparação intra-indivíduos (p>0. Os dados foram captados através de 8 câmeras infra-vermelho Motion Lab System®. biomecânica. Nadia Maria dos Santos3. Discussion: the postural changes may present variable movement control. The sample was divided into group A (n = 8). physiotherapy and rehabilitation. fisioterapia e reabilitação. 10(50):354-358 . Centro Universitário São Camilo – São Paulo. tronco. elbow. Palavras chave: Análise do Movimento. punho.Liberdade CEP. knee. shoulder. 2012.05) na comparação inter-indivíduos. the appearance of two patterns of movement was not expected. trunk. pelve. 3.2 These strategies have been studied and discussed by a few researchers. to capture the kinematics. the volunteers were instructed about the task and the sequence of activities to be performed. half kneeling and orthostatic postures contribute to children’s motor acquisition. 20 to 25 years old (mean age 21. performed communitary deambulation. It is known that similar common patterns occur when learning the movements.Mariana Cunha Artilheiro. Due to the complexity of studying human movement and the need to use three-dimensional analysis for information about how normal motor development functions. knee. Measures We used eight infrared Falcon® cameras . Then their skin was cleaned with hydrated ethyl alcohol for better fixation of the markers.11 Each individual was asked to move from the starting quadruped posture into orthostasis in an area previously marked on the floor. The volunteers were submitted to anthropometric the measurement protocol for the Motion Analysis® system to tridimensional assessment of the posture change. The volunteers who fit this criteria were accepted to participate in the study.4 Vansant4. These patterns are developed in the beginning of childhood. The subjects were instructed to make the transition from quadruped to orthostatic position (FIGURE 1 AND FIGURE 2) at a self selected comfortable speed and. The hypothesis was that subjects who perform postural changes would present a similar pattern of execution. measurement.01 software. Linden and Wilhelm. and freely signed the consent form.9 It is extremely important that health professionals have the ability to propose effective alternatives to preestablished motor patterns to treat motor dysfunction. weight.1 Lucareli and Estevam. which captured and processed the signals.5) were pre-selected by the principal investigators through personal invitation. with the objective of acquiring the most important locomotive mark of humans. Carla Henriques Cittadino Costa de Oliveira. and width and length of the feet. or neurological problems.7 used two-dimensional linear and angular kinematics to evaluate the offset and range of motion of the hip. Volunteers met the following criteria: no rheumatic. and become automatic in adulthood. 11 females and 3 males. 355 INTRODUCTION The quadruped. have not had any previous surgical or orthopedic procedures. et al. orthopedic. the gait. The aim of this study was to analyze the postural changes starting from quadruped and moving to the standing position by three-dimensional analysis of kinematics.8 Improvements in measurement techniques will result in treatment possibilities for more selective and individual interventions.Campus Ipiranga. kneeling. This shows that different individuals can functionality acquire it in different ways and suggests that a functional movement performed in an automated manner does not require high skill level to obtain good performance. The evaluation protocol. there are enough studies that describe the execution and assessment.3 with no consensus on how to perform the movement. 2012. do not require aids for walking and postural change.6 Lucareli et. the passage for these positions above is not considered during the adoption of motor strategies used for the transitions from supine to standing position. did not have pain during the test run. al. MATERIALS AND METHODS Participants Fourteen healthy volunteers. To place the markers 29 anatomical points were used as reference to identify and create the biomechanical model used to estimate the joint centers. Despite of the research with bi-dimensional analysis. All cameras were connected to one computer exclusively dedicated to acquiring and synchronizing signals through a capture plate. and ankle when changing posture from the quadruped to orthostatic position.5 clinically observed the transition from supine to standing position and concluded that despite a slight tendency to adopt specific strategies according to age. and data collection of each volunteer was performed on the same day. the measurement process is an important element to develop evidence-based practice and is essential to determine clinical efficacy.10. 10(50):354-358 . The data were transferred in real time to a second computer with Evart 5. diameter of the knees and ankles. the posture change in healthy individuals. The volunteers were trained and preformed the activities as a trial to verify they understood the instructions. It is questionable if children aged four and five years old have their mature form of execution that they will have for the rest of their lives. through quantitative data. be able to walk barefoot.52 m. there is great variation between individuals of same age group. be able to get up off the floor from the quadruped stance.Motion Analysis CO ®. Data collection was performed at the Laboratory of Motion Studies of Centro Universitário São Camilo . mature during the stages of childhood development.5 ± 1. for Ter Man. on a sheet of EVA (Ethylene Vinyl Acetate) of 1.02 x 1. were available to do the sampling.1 However. The objective is for quality of motor performance in specific functional needs and biomechanical conditions. although with individual variations. Procedures Upon acceptance and signing consent form. consisting of: height. Nadia Maria dos Santos. which is observed between 8 and 10 months2 and the gait. Illustration of the task performed in GROUP B.13 The transitional postures of quadruped to orthostatic are in children when they reach maturity. an asterisk (*) was used to characterize it. if needed for multiple comparisons. GROUP B GROUP A Figure 1. Both groups initiated the execution of the transition with hip flexion of about 90º in quadrupedal stance. if that was no significant NS was used. FIGURE 4) Therefore. In Group A. suggesting formation of two independent groups: Group A and Group B. the only statistically significant difference between groups is represented by the difference during the execution of the same task solicited. three repetitions. Bonfferoni test was completed to verify the presence of dichotomization. The averages were calculated and presented for information.356 Analysis of the postural change from the quadrupededalism to orthostatism through three-dimensional kinematics. The standard deviation was not calculated.12 DISCUSSION The postural changes are part of the infant motor development. Vansant5 examined the intermediary actions that occur during the task of raising from the floor in children between 4 and 7 years old using observational assessment. the volunteers performed the adoption of semi-kneeling posture with a degree of hip flexion similar to that observed at the start. data were processed and exported to Microsoft Excel® software through the Orthotrak® 6. Analysis To evaluate possible differences between groups according to previously defined variables. (FIGURE 3. Clinical interpretation of results was performed followed the same systematic analysis as recommended by Perry.5. While in Group B. 2012. The symmetry noted in the patterns of movement described was related to increasing age and each age group showed different patterns for each body segment.05% (5%). and the semi-kneeling posture adopted with the dominant leg in front. but still are used during the adulthood in everyday tasks such Figure 3. After collection. Studies carried out later using the same method of assessment in children up to eighteen months14 and in Ter Man. When the calculated statistics showed significant effect. when needed Bonfferoni (multiple comparison tests) was also conducted. RESULTS After the intra and inter individuals analyses through non-parametric test for “K” independent samples Twoway ANOVA. as getting up from the ground to take the orthostatic posture. They are performed in the functional way for the acquisition of standing. The average of angular variation of the segments involved in the postural change of Group A.1 software. The level of rejection of the null hypothesis was fixed at value less than or equal to 0. and therefore there is no point in calculating them. previously chosen by the individual. the nonparametric test for “K” was used on independent samples of Two-Way ANOVA. Figure 2. the volunteers showed an increase in hip flexion prior to advancing the dominant leg forward to adopt the semikneeling posture. because the use of nonparametric test assumes that the variables in question are not behaving as Gaussian. which begins with the maturation of the nervous system at about 1 year and 2 months old. Illustration of the task performed in GROUP A. 10(50):354-358 . which suggested the existence of different strategies for each subject. 357 change. Shepherd RB. Physiotherapy in Pediatrics. 3-15. therefore. 10(50):354-358 .6. Little variability when comparing intra-individual and large variability when comparing inter-individual were found.15 The transition from the supine to the orthostatic posture was analyzed based on systematic observational method in young adults between 20 and 35 years old.H. However. 2. et al. ability is understandable. 2007. indicating that each volunteer adopted a standard suitable for the execution of postural REFERENCES 1. Motor Control: Translating research into clinical practice. to semi-kneeling. The task of standing from quadruped stances through intermediate and semi-kneeling on the knees was evaluated in 12 young adults by means of computerized two-dimensional kinematics. The results of the above mentioned studies used observational analysis and those which used two-dimensional kinematic analysis corroborate the results of our study in inter-comparison subjects. variable. and individual biomechanics. Woollacott. 3th edition. Carla Henriques Cittadino Costa de Oliveira. The results may imply that the postural changes are movements that do not have automatic patterns of human movement such as walking and movement control in these positions may be more complex and. The analysis of muscle activity and measurement of kinetics to articulate both kinematic studies should be explored. to the standing position in ten children and noted the existence of inter-individual variability. 1995. 2012. Thus. motor engrams. Lippincott Williams & Wilkins. However. The applicability of the movement found can serve as a guide for therapeutic decision making. the appearance of two patterns of movement was not expected. Boston : Butterworth Heinemann. Oxford . Vansant AF. 3th ed. A. Nadia Maria dos Santos. Ter Man. Physical Therapy. 1330-1338. Eletromiographic and cinematographic analysis of movement from a kneeling to a standing position in healthy 5 to 7 year-old children. The average of angular variation of the segments involved in the postural change of Group B. the inter-individual comparison showed significant differences. The subjects performed the task similarly using of the crouch posture for the transition with small intra-individual variability and important inter-individual variability. Age differences in movement patterns used by children to rise from a supine position to erect stance. which seems consistent and reproducible. Shumway-Cook. The findings of the study may suggest that one must consider the possibility of finding other types of movement patterns in subsequent studies. 4. 6 Linden and Wilhelm1 described the two-dimensional kinematics and electromyography to understand the transition from a kneeling posture. 7 Individuals often use different movement strategies for a given task. Investigations evaluating the task studied in different age groups with a larger number of volunteers and patients are needed. children from fifteen to forty-seven months for the task of rising from floor to standing. 1988. 1991. 3. which may involve energy conservation. M. 71(1). the data obtained using the observational method are questionable when compared with tridimensional quantitative methods. physical characteristics. This study found no statistically significant difference in intra-individual. Physical Therapy.. 68(9). Wilhelm IJ. as experienced in this study. Although the bi-dimensional and tridimensional analyses do not different from quantitative assessment of the task.Mariana Cunha Artilheiro. the inter-individual variFigure 4. Linden DWV. considering the degree of dysfunction and motor impairment of the individual concerned. Two groups with different strategies for the task were described. 282-286. Age-related differences in movement patterns used by toddlers to rise from a supine position to erect stance. 10(50):354-358 . Gait and Posture. Rising from a supine position to erect stance. Burnfield JM Gait Analysis: Normal and Pathological Function SLACK Incorporated. 2008. 78(2). 1991. 575-587. Cooper BA. Physical Therapy. 443 . 1980. 10. Kadaba MP. Lucareli PRG et. Quadrupedalism and acquisition of bipedalism in human children. The development of mature gait. Measurement of lower extremity kinematics during level walking. Vansant AF. 63. 8.62:336-353. Sutherland DH. Butterworth-Heinemann. 2010. Davis RB. Ter Man. al. A gait analysis data collection and reduction techinique. Functional Human Movement: Measurement and Analysis. Gage JR. 149-159. 11(suppl. Physical Therapy. 14. Abitbol MM. Estevam JT. Kinematic movement analysis of change from quadrupedalism to bipedalism. 6. Greve. Perry J. 9. 2008. 7. J Bone Joint Surg Am. Olshen R. 1988. Ramakrishnan HK. 1999. 68(2). 185-192. 2007. JMD Knee joint dysfunctions that influence gait in cerebrovascular injury. 2012. 15. Marsala G. 189195. 10. Ounpuu S. The journal of bone and joint surgery. Einstein. 5. Baer GD. Rowe PJ. PRG. 141-142. Motor Control. 8. 1993. 1998. Vansant AF. 1990. Lucareli PRG. Woo SY. 6. 1(4). Wootten ME. Clinics. Lucareli.450. Journal of Orthopaedic Research. 11. 383-392. 12. 13. Tyburski D. Cinematographic analysis of movement from a kneeling to a standing position in healthy 20 to 28 year-olds. Durward BR. Human Movement Science. 1).358 Analysis of the postural change from the quadrupededalism to orthostatism through three-dimensional kinematics. quantidade de tempo.com. fractures and back pain. Because the poultry being a sport of impacts. repetitive and ill-conditioned capoeiristas. 2. Fabio Luciano Arcanjo(3). Salvador. ankle. born with the arrival of blacks in Brazil. Endereço para correspondência: Mansueto Gomes Neto. repetitivos e capoeiristas mal condicionados. entorse. Docente da União Metropolitana de Educação e Cultura UNIME e Universidade Federal da Bahia (UFBA). Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi comparar a frequência de lesões entre capoeiristas que praticam diferentes modalidades de capoeira. indagando: idade. Foi aplicado um questionário auto-aplicável adaptado. repetitions.359 Artigo Original Estudo comparativo de lesões musculoesqueléticas em diferentes modalidades de capoeira. Fisioterapeuta. nº 102. A análise foi realizada utilizando o software SPSS. tornozelo e ombro os tipos de lesões. Athletic Injuries Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 20 de Setembro de 2012. constant moves fast. Na modalidade Regional houve maior prevalência de lesão. The capoeiristas had more than 3 lesions. fratura e dor lombar. contusão. 1.830-440 – Pituba. 70. Docente da UNIME e UFBA. luxação. Treinamento de Resistência. Objective: The objective of this research was to compare the frequency of injuries among capoeiristas who practice different types of poultry. Universidade Federal da Bahia –Salvador. and generate overhead joints. because a greater number of musculoskeletal injuries. Gymnastics . probably due to the impacts to soil. Ter Man. 3. sites affected were the knee. Results: The survey shows that Capoeira Regional was the kind that prevailed highest rate of injury.Bahia Tel: 71-99188277. Rua: Joaquim Ferraro Nascimento. Capoeira Angola had a lower rate of injuries. enfatizando perguntas sobre história de lesões. Meirijane Conceição do Rosário(2). 25 of capoeira. Comparative study of musculoskeletal injuries in different types of capoeira. that capoeira Angola. wrist.0% na modalidade Angola (p<0. tempo e horas de execução da capoeira. 25 da capoeira Angola e 24 da Regional. Keywords: Martial Arts.Brasil. 601 CEP: 41. Os locais mais acometidos foram joelho. weather and time of execution of the poultry. The practice of capoeira includes people of all ages. Métodos: Foi realizado um estudo analítico quantitativo com capoeiristas independente de sexo e idade das duas modalidades. Palavras-chave: Artes Marciais. thigh and foot. Email: netofisio@gmail. sexo. Cristiano Sena Conceição(3). Ginástica. A Capoeira Regional utiliza movimentos de alta velocidade enquanto a capoeira Angola é realizada com os golpes lentos e de baixa velocidade. back. bruises. Resistance Training.8% comparado com 28. Currently there are two forms of the Capoeira Angola and Regional. constantes deslocamentos rápidos. Traumatismos em Atletas. Conclusão: A capoeira Regional teve maior índice de lesões. Resultados: Foram avaliados 49 capoeiristas.8%) had injuries. Abstract Introduction: Capoeira is a cultural manifestation. Fisioterapeuta. 2012. the 24 capoeiristas 17 (70. 25 Capoeira Angola and 24 Capoeira Regional. shoulder. dias e horas que treinam capoeira. BA . Resumo Introdução: A Capoeira é uma manifestação cultural e esportiva com duas modalidades no Brasil. Methods: We evaluated 49 capoeiristas. e descrever a atividade física do participante. The movements of Capoeira Regional to high speeds and sharp. sex. Fisioterapeuta. the types of injuries. União Metropolitana de Educação e Cultura (UNIME). graduação.001). provavelmente devido aos impactos ao solo. Conclusion: Capoeira Regional lesions had a higher rate. 10(50):359-363 . Mansueto Gomes Neto(1). Mestre em Ciência da Reabilitação pela UFMG. So for this study was to apply a self-administered questionnaire adapted emphasizing questions. dislocations. sprains. (41) realizaram uma revisão sistemática. idade. A capoeira Regional foi modificada incorporando técnicas de outras lutas. Atualmente existem duas modalidades de capoeira praticada no Brasil. acarretando impactos nas articulações durante a competição ou treinamento. flexibilidade. na maioria das vezes de cabeça pra baixo. destreza. aumentam as chances de lesões principalmente em atletas mal condicionados. na qual investigou-se os efeitos do aquecimento sobre a prevenção de lesões. Os voluntários foram submetidos a responder um questionário elaborado auto-aplicável. numero de vezes que ocorreu a lesão. e na execução de alguns golpes.0). Para análise da normalidade dos dados foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov. localizações das lesões. entorses. golpe de mão influenciada do boxe. com coreografias. 10(50):359-363 . com o tronco e a cintura baixa. saltos. as pernas são levantadas com pouca altura. Um bom treinamento requer organização. A amostra foi constituída por 49 voluntários. foi estabelecido um nível de significância α = 0. que foi realizado nas academias de grupo de capoeira Angola e Regional da cidade de Salvador Bahia. o treino de capoeira por quem era preparado e se o treinamento e acompanhado pelo treinador Na terceira parte foram realizadas perguntas relativa a lesão. o teste t de student para amostras independentes e o qui-quadrado x² foram utilizados para comparação das variáveis do estudo entre grupos. Além disso. em que ocorre a sobrecarga no aparelho locomotor. O questionário foi elaborado pelos autores. o treinamento técnico. Atividades com repetição de movimentos. aumentando a chance de lesões por sobrecarga. na época da colonização. uma manifestação cultural que houve evolução para um esporte nacional brasileiro. criada na época da escravidão com fundamentos. pode favorecer riscos para a saúde dos praticantes6. incluindo sexo. o projeto foi aprovado com o protocolo nº 3440. Um esporte de agilidade corporal. Como os dados foram distribuídos de forma paramétrica. flexionadas.9. O questionário foi explicado ao ser entregue. onde foi respondido individualmente e a caneta.7. e o corpo sofre com constantes giros. baixa velocidade. Fradkin et al. na academia e em sua residência. repetitivos e deslocamentos rápidos dos movimentos ou pela realização inadequada da técnica. que realizam golpes de forma inadequada4. com questões fechadas. 25 da capoeira Ter Man. se a lesão foi em treino ou competição. posteriormente assinaram um termo de consentimento formal livre e esclarecido de acordo com a resolução nº 196/96 do conselho nacional de saúde.05. são escassos es- tudos biodinâmicos em capoeira e conhecer o perfil das lesões de acordo com o tipo de capoeira realizado pode contribuir para que sejam elaboradas estratégias que possam minimizar as lesões durante a prática8. como a organização esportiva. impacto e sobrecarga. MÉTODOS Foi realizado um estudo transversal e analítico. acompanhamento. golpes de defesa e ataque. É imprescindível um tempo de recuperação das estruturas do sistema motor após um treino intenso(5. exercícios funcionais que orientem a execução da modalidade desejada. Durante a ginga. onde grande parte dos movimentos requer ambas as mãos no chão. Assim.2. por ser um esporte de impacto. 2012.360 Lesões na capoeira. graduação. treinos intensos.6). aterrissagens.3. como tempo de prática. contratura muscular. karatê. graduados e que não praticassem outras atividades físicas e/ou esportivas. com os golpes lentos. pernadas rápidas2. golpes de ponta pé. o tempo médio estimado da aplicação foi de um dia. o sistema de competições e a falta de estrutura adequada. o objetivo do estudo foi comparar a frequência de lesões em diferentes modalidades de capoeira e identificar possíveis fatores associados. a capoeira Angola. de ambos os sexos. tipo de diagnostico e método utilizado para o treinamento. A análise foi realizada com uso do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) for Windows (versão 14. equilíbrio. movimentos acrobáticos (saltos). INTRODUÇÃO A Capoeira foi originada no Brasil no século XVIII. É importante identificar os fatores que levam a lesões musculoesqueléticas em praticantes de capoeira. se o atleta pratica outro esporte além da capoeira. com dados pessoais do atleta. na reunião plenária do CEP / IMES. Estatística descritiva foi realizada para análise dos dados demográficos e clínicos. RESULTADOS Foram avaliados 49 capoeiristas. se a lesão foi diagnosticada por médico. A combinação de diferentes fatores. a maioria dos estudos estudados reportaram que o aquecimento realizado antes do exercício reduziu significativamente a incidência de lesão. Algumas lesões podem ser desenvolvidas na prática de capoeira como: distensão. com movimentos de agarramentos. estiramento. com movimentos velozes e bruscos. tae-kwon-do e lutas livres1. contusão. deslocamento de direção. o tempo em horas de cada treino. etnia e questões relacionadas a pratica da capoeira. contendo 12 questões. As manobras e golpes desenvolvidos na capoeira preconizam-se por movimentos circulares comumente realizados no solo e. histórico de lesão. Teve influência de esporte existente na época como: judô. os dados de variáveis contínuas e catgoricas. tempo de afastamento do treinamento por parte do atleta devido à lesão. jiu-jítsu. No inicio todos os atleta foram orientado quanto á pesquisa. a freqüência de treinos por semana. saltos. repetições de movimentos.0%) e fratura 1(4. braço 1(4.0%).0%) 2. golpes. entorse 1(4.0%). Achour Júnior (1995) salienta que as habilidades atléticas que não exploram o movimento em Tabela 1. onde dependendo do piso e o individuo estando descalço será menor e calçados será maior. contusão 2 (8. devido também ao pé de apoio no solo.Mansueto Gomes Neto.5%).65 59. com predominância de ligamento cruzado anterior e menisco. também são comuns e responsáveis por uma considerável quantidade de tempo nos esportes12. joelho 1 (4.78 0.0%). e pé 1 (4. e giratórios). ocorrem nas praticas esportivas. Signoret (2009).013 0. foram encontrados resultados semelhantes em outros estudos. sofreram lesões e os segmentos mais acometidos foi os tornozelos e pés (31.75 ± 14.25%). Características demográficas e frequência de lesão entre modalidades.3%). Na capoeira Regional. estando mais sujeito a acontecer através dos deslocamentos rápidos (ginga. mãos. Na lesão 2.3%).1 Media ± DP 59. provocando desgaste nesta articulação14.0%). seguido de ombro 4(16.0%).0%). lombar 2(8. Bonfim et al.0%). entorse 1 (4.0%). entorse 1(4. Dos 16 capoeiristas avaliados. já na Angola o treino acompanhado todo o tempo foi 24(96.3%). na capoeira Angola o treino preparado pelo mestre foi de 24(96.0%). lesão muscular 3 (12. Sena et al observou que as lesões de joelho. luxação 2 (8. onde os movimentos e golpes são bruscos e em alta velocidade.8%). ombro.0%). lesão muscular 2(8. parte do tempo 1(4. cerca de (68. Angola n=25 n (%) Media ± DP Idade (anos) Sexo Masculino Feminino Lesão Sim Não Numero de lesões DP= desvio padrão 0. Na capoeira Angola o local mais acometido foi o ombro 3(12.04 ± 1.2%).64 7 (28. 361 Angola e 24 da Regional. coxa 1(4.05) entre os grupos. ligamento cruzado anterior.0% ) 18 (72.3%). e joelhos em menores proporções4. fratura 1(4. lesão muscular 2(8.0%). Na comparação da frequência e de lesão e numero de lesões houve diferença significativa (p<0. ocasionando a força de atrito e resultando na força de reação do solo.8%) 07 (29.2%). As lesões do ligamento colateral medial e meniscos. dor lombar 2(8. coxa 1(4. punho 3(12. tornozelo 1 (4. houve luxação 6(25. Roquette et al (1994) descrevem vários fatores que ocasionam desgaste na estrutura física do atleta. lesão muscular 2 (8. luxação 2(8. 2012. não acompanhado 2(8. contusão 2(8. Fabio Luciano Arcanjo. na Regional tornozelo 5(20. seguido de face. diferente da Angola10.3%).5%). e não acompanhado 1(4.0%). 10(50):359-363 .0%) .2%). pode ocorrer em decorrência da postura do individuo. Meirijane Conceição do Rosário.2%). naquelas que envolvem rotação e saltos11.2%).2%).2%). estando os praticantes mais suscetíveis às lesões. a forma de aterrissagem são um dos fatores desencadeante de lesões musculares15.0%).0%).3%). os tipos de lesão foram tipo 1 na capoeira Regional.75%). entorse 3 (12.2%) 0.5%).98 Regional n=24 n (%) p Ter Man.0%).2%).0%). Não houve diferença estatisticamente significativa entre idade e sexo na comparação entre grupos p>0. coxa 2(8.3%).3%). e fratura 1(4. luxação 2(8. contusão 1(4. punho 1(4.5%). punho 2(8.2%).5%).2%) 3(12.3%).0%). tipo3 dor lombar 2 (8.3%). coxa 1(4. lombar 2(8.8%). DISCUSSÃO Neste estudo os resultados obtidos revelam que a capoeira Regional é a modalidade que leva maior índice de lesões em seus praticantes.05.7%). Tipo de lesão foram contusão 2 (8.0%). As características demográficas estão descritas na tabela 1. o frequente impacto advindo de quedas.67 17 (70.2%). e 1 (4. com maior frequência e numero de lesões na modalidade regional.3%). Moraes em seu estudo informa que o estilo de capoeira com o maior adepto a lesão foi a Regional.0%) pelo atleta.0%).13 Em outro estudo relatam que as lesões do joelho em capoeiristas também podem estar associadas ao excesso de peso do corpo.2%). Lesão 3 . fratura 3(12.4 ± 0. Cristiano Sena Conceição. e pé 1(4. lesão muscular 3(12. e pelo próprio atleta foi de 1(4.8 ± 15. Na Regional o treino acompanhado o tempo todo foi 21(87. pé 1(4.2 2(8. tornozelo 3(12.2%). Os segmentos mais acometidos na capoeira Regional foram joelhos e tornozelos. braço ( 4. tipo 2. repetições dos movimentos de flexo-extensão.3%). Na capoeira Regional o treino preparado pelo mestre dos 23(95. lesão 1 o local mais acometido foi o joelho com 6 (25. sem diagnóstico 1(4. relata que as lesões no joelho.0%).001 8 (40%) 12(60%) 10 (50%) 10(50%) 0. pé 1(4. fratura. O jogo da capoeira em jogo. Moraes ERP. que acometem principalmente o joelho. In: Anais do VII Congresso de Iniciação Científica e V Simpósio de Pós-Graduação.Analise postural em capoeiristas da cidade de São Paulo. 2006. havendo sem duvida sobrecarga ao corpo humano. Observou que abaixo de 30 anos atacou as mulheres. Ter Man. o joelho fica vulnerável. deve ser evitada as repetições desses movimentos no treino. lesão muscular. ocorre o mecanismo compensatório da coluna vertebral. Adjovã A. com frequência regular e dedicação de tempo semanal. Arena SS. 9(3):214-20. Segundo Kendal et al (1995). www. a alta taxa de lesão é preocupante. 7. No estudo mostra que a prevalência de lesões musculoesqueléticas assemelha-se entre homens e mulheres e em diferentes idades. 2. Decanio AA. uma completa avaliação musculoesquelética de um atleta previamente lesado e um completo planejamento de prevenção e reabilitação pode ser o meio mais efetivo para diagnosticar e controlar as lesões esportivas21. Cameron PA. 2006.001). Revista da Faculdade de Ciências da Saúde. foi mais frequente nos homens . Recorde: Revista de História do Esporte. 2008.br 2008. Análise dinâmica do movimento “parafuso” da capoeira. Couto – Menezes Zoião (1999) “Arte da capoeira” História e Filosofia. Heine V. A capoeira contemporânea: antigas questões. os capoeiristas para realizar algumas manobras. 45 e 59 anos. Does warming up prevent injury in sport? The evidence from randomised controlled trials? J Sci Med Sport. ainda esta envolvido o peso do outro atleta. o local mais acometido foi ombro e tornozelo. pode causar lesões em diversas estruturas biológicas.Papageorgiou et al. 93-94. as lesões ocorreram em ambos os sexos e idades. levando a uma maior sobrecarga. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. os tipos de lesões foram: contusão. EEFEUSP. 6: 462-470. E a modalidade que costuma usar calçados é a Angola. In: Anais do V Congresso de Iniciação Científica e III Simpósio de Pós-Graduação. Serrão JC (2000). sua extensão funcional e a solicitação de movimentos em uma direção geralmente resultam em disfunção no segmento músculo-articular16. mostrando significativa (p=0. pois essas lesões estão associadas aos calçados que não são apropriados para treino ou competição20. fatores de risco e exames de pré-participação para jovens atletas. Bras 2003. Junior. 5. 4. 1(1): 1-30 Signoretti MM. Silva MAG. São Paulo: EEFEUSP. na capoeira Regional foi mais frequente a luxação e fratura. 4(5): 311-319. novos desafios. Parolina EC. Nos esportes de contato. e acaba desenvolvendo encurtamento dos músculos e dores na coluna vertebral18. Lesões Traumáticas Durante a Prática da Capoeira. Mancini RU. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 3. enquanto que em outro estudo. 9. 2003. o que demonstra sua fidelidade ao esporte. A prevalência de lombalgia em capoeiristas do Rio de Janeiro. Machado R. Assim. 10(50):359-363 . Conclui-se que a modalidade Regional por utilização de movimentos bruscos tem maior prevalência de lesões do tipo luxação. tornozelo.com. houve maior prevalência de dor lombar e mais frequente no sexo feminino4. 106-107. Rev Ed Fis Cid S Paulo. 8. 10. aproximadamente 54% das pessoas que jogam capoeira utilizando calçados. Fisioter. Moraes et al correlaciona a dor lombar e o sexo. São Paulo. Apesar do acompanhamento e orientação dos treinos pelo mestre. Fonseca VL. Em relação ao tipo de lesões. São Paulo. 2009. 27(2):59-74. Gabbe BJ. Serrão JC (1998). Esportes competitivos. Lesões esportivas. Falcão JLC. Matsumoto J. o atleta é ainda mais suscetível. de acordo com a idade. variaria também. Brennecke et al (2000). Santos JP. 6. afirmam que uns dos movimentos que podem gerar maior carga externa dentre os movimentos da capoeira estudado e a “armada pulada” e o “parafuso”. e neste aspecto. diz que 19 O treinamento foi executado 3 vezes por semana com tempo de treino 2 horas diária. como os de lutas. já que em competição dificilmente se executa os mesmos movimentos diversas vezes17. 2012. e foi mais notada em capoeiristas do sexo feminino (55%)10.1:21-9. Brennecke A. Os capoeiristas relataram não realizar outras atividades físicas além da capoeira. seguido do ombro. afirmam em seu estudo que a prevalência de lombalgia em relação a diferença de sexo. na Angola foi a lesão muscular e contusão. para aumentar o ângulo do chute.362 Lesões na capoeira. Fradkin AJ. Aspectos fisiológicos e biomecânicos. Almeida G. obrigam a treinamentos intensos e longos.capoeiradabahia. seja em atletas ou esportistas21. Análise bidimensional do deslocamento do centro de gravidade no “bico de papagaio” da capoeira. na capoeira Angola. Gama W. pois além destes fatores. sentem dores na região do menisco e na região lombar. Mansueto Gomes Neto. 18(2): 85-89. Silman AL. 21. Jayson MIV. Spine 1995. Tucker AM. 16. Ho Kendal.com. ortop 2000. 10(50):359-363 . 2008 14. Revista Brasileira em Promoção de Saúde 2005. Kendal. Croft PR. 1º ed. Bonfim TR. Roquete J. Fabio Luciano Arcanjo. 2005. Revista da Associação dos Professores de Educação Física 1995. Meirijane Conceição do Rosário. A importância dos aspectos biomecânicos no aprendizado da capoeira escolar enfatizando a meia-lua-de-compasso. Ferry S. Sena CRC. Petersen L. Assis MMV. Wandsmorth. 35(6):194-201. Brennecke A. Alongamento e aquecimento: aplicabilidade na perfomance atlética. Ter Man. FP. Elzio Cavaliere Junior. Rev. Revista Ludens 1994. Carvalho EMU. GE. Bergfeld JA. Propriocepção após a reconstrução do ligamento cruzado anterior usando ligamento patelar homólogo e autólogo. 20.10(18): 50-69. Sistematização e análise das técnicas de controle das quedas no judô (“ukemis”). Graciano HM.capoeiraeequilíbrio. (2007) Rio de Janeiro. SP Manole. USP. 20(17):1889-1894. 22. Carvalho ALM. 18. 1997: 61-73. 19. “Lesões da capoeira” www. 13. Lesões de esporte 3 ed Barueri. Parâmetros Dinâmicos de Movimentos Selecionados da Capoeira. Achour Júnior A. 15. Restrom P. Amadio AC.br 2006. 1995 Músculos provas funções. 2002.14(2):45-53. 17. Cristiano Sena Conceição. bras. 12. Avaliação Isocinética de Quadris e Isquio-Tibiais nos Atletas de Jiu-Jitsu. São Paulo. Paccola CAJ. Lesões de joelho na pratica de capoeira. Estimating the general population: Evidence From the South prevalence of low back pain in the Manchester Back Pain Survey. Manole. 2012. Bruno PJ. Serrão JC. 5-23. McCann PD. Gomes MI. In: Scuderi GR. Papageorgiou AC. Mosby. Moreira LB. 363 11. Sports medicine: principles of primary care. Preparticipation evaluation. 001 e p=0.364 Artigo Original Escola da coluna associada a estabilizacão segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa. Os pacientes que faziam uso de analgésicos deixaram de usá-los ou reduziram sua ingestão. 2. além do acompanhamento dos exercícios e orientações por um período mais prolongado.002) apresentaram melhores escores. factors producing pain physical activity and ergonomics. Método: Participaram do estudo 18 voluntários com idade média de 48. Conclusão: A abordagem foi eficaz. by physical limitations (p = 0. back school. reaching a peak during the sixth decade of life.0004). segmentar stabilization. Mestranda em Tecnologia em Saúde PUCPR. 1. Ter Man. Results: The Roland Morris questionnaire and VAS showed statistical significance in the results before and after treatment with p = 0. respectively. Artigo recebido em 04 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. Foram utilizados para avaliação os questionários Roland Morris e SF-36.0006. fatores produtores da dor atividade fisica e ergonomia. Email.0006. funcionais e que prescrevam a prevenção e a promoção de saúde.001 and p = 0.0004). porém considera-se importante concentrar esforços em aumentar a abrangência dos programas com métodos práticos. atingindo um pico durante a sexta década de vida. Graduanda do Curso de: Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica São José dos Pinhais. Karoleen Oswald Scharan(2). We prepared a program associated with a segmental stabilization plan postural education conducted in 18 meetings. 2012. Approach the back school associated with segmentar stabilization on degenerative low back pain. Paty Aparecida Pereira(3). escola da coluna. Os temas abordados foram anatomia e funçào da coluna vertebral. Resumo Introdução: A lombalgias é caracterizada como quadro doloroso na região lombar inferiore. The domains of pain (p = 0. 3. limitações por aspectos físicos (p=0. 10(50):364-373 .002) showed higher scores.br. Method: The study included 18 volunteers with a mean age of 48. a EVA e um diário de ingestão de medicamentos. Patients who used analgesics no longer use them or reduced their intake. auristela. não apresentaram significância estatística apenas os domínios estado geral de e saúde mental. sacroiliac or lumbosacral spine and its prevalence increases with age. respectivamente. posture. estabilizacao segmentar Abstract Background: The low back pain are characterized as regions with painful lower back. The quality of life tested by SF-36 had the most significant areas were not statistically significant only in the areas of general health and mental health. Ostemas covered were anatomy and function of the spine. and monitoring of exercise guidelines for a longer period. Palavras-chave: dor lombar. Were used to evaluate the Roland Morris questionnaire and SF-36. postura corporal. Resultados: O questionário Roland Morris e a EVA apresentaram significância estatística nos resultados antes e depois do tratamento com p=0. functional and efficient programs in prevention and health promotion. Objetivo: Analisar as repercussões de um programa educativo-terapêutico com base nos princípios da Escola da Coluna associado ao tratamento por estabilização segmentar. A qualidade de vida testada pelo SF-36 obteve significância na maioria dos domínios. Conclusion: The approach was effective. Os domínios dor (p= 0.001) e capacidade funcional (p=0. Keywords: low back pain. Fisioterapeuta. Foi elaborado um programa de estabilização segmentar associado a um plano de educação postural realizado em 18 encontros.lima@pucpr. To analyze the effects of a therapeutic educational program based on the principles of the School of the column associated with the treatment by segmental stabilization. Orientadora do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia em Saúde PUCPR. Camila Passini(2). EVA and a daily intake of medicines. PR-Brasil. but it is considered important to concentrate on practical methods. lombossacral ou sacroilíaca da coluna vertebral e sua prevalência aumenta com a idade.001) and functional capacity (p = 0. Purpose. Auristela Duarte Moser(1). 10. permitindo aceleração. de grande relevância na abordagem da lombalgia para um tratamento mais efetivo. acarretando uma sensação multidimensional que varia em cada paciente. Em países industrializados estima-se que 60-80% da população poderá apresentar dor lombar em algum momento de suas vidas causando graves consequências tanto sociais. Estes programas além de carecerem ainda de um corpo mais consistente de evidências. 365 INTRODUÇÃO A dor é uma das queixas mais comuns em casos de afecções neuromusculoesqueléticas. correspondendo a cerca de 7% da procura por atendimento médico por ano (15). A educação ao paciente surgiu como uma opção viável.2.5. Então. A dor provém de um desequilíbrio destas estruturas. a subaguda quando a duração é de quatro a doze semanas e a crônica com duração maior que doze semanas (4. Dentre as causas mais prevalentes de dor (7) crônica encontram-se as lombalgias . para mobilidade dos segmentos distais.12. de tal forma que. importante componente dos programas preventivos e promotores de saúde. A preva- lência da lombalgia crônica está estimada em 10 a 15% dos trabalhadores. desaceleração. A educação em saúde constitui um conjunto de saberes e práticas que visam realizar a prevenção de patologias e promoção da saúde. colocando em risco até mesmo as es- Ter Man. Elas são carac- terizadas como quadros dolorosos nas regiões lombares inferiores. aposentadorias e pagamentos de compensação (1. porém adultos jovens são mais suscetíveis por estarem na fase economicamente produtiva da vida sendo uma das razões mais comuns para aposentadoria precoce por incapacidade total ou parcial e uma das principais entidades consumidoras de fundos de cuidados médicos. decorrer de comprometimento de estruturas articulares. 10(50):364-373 . Para obter-se sucesso nas atividades de educação em saúde é preciso conhecer os usuários. truturas neurológicas. programas de reeducação musculoesquelética para lombálgicos devem privilegiar a estabilização lombopelvica visto que esta. quando necessá- rio tolerar cargas externas. A estabilização segmentar ou estabilização central surgiu com esse conceito a fim de proporcionar ao indivíduo um incremento nos três sistemas atuantes em uma articulação. podendo ser localizada ou difusa. ativo e neural. esse controle dinâmico exercido pelo tronco e pelve permite produção. A partir desse conhecimento a aplicação de progra- A fase aguda tem duração de até quatro sema- nas. Segundo a OMS. buscam-se formas de incrementá-la com vistas a proteção articular e melhora funcional. ósseas. atingindo um pico durante a sexta década de vida. não garantem a mudança de hábitos posturais e comportamento motor correto com proteção articular e muscular no dia a dia. musculares e nervosas. como econômicas.17.6) . por si só.14) . assim como o movimento dos segmentos distais (22). alto custo e impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares (1). transferência e controle de forças.18) . 2012. de menor custo e com uma maior interação entre o terapeuta e o paciente (25). oferecendo força.3). dependendo da nocicepção individual (2) . Considerando-se que estabilidade articular é um componente protetor do sistema musculoesquelético. possibilitando o incremento da capacidade funcional cotidiana. pois a estabilidade articular é um requisito essencial para os movimentos funcionais que o ser humano utiliza em suas atividades diárias e também em atividades esportivas sem ocorrência de dor (19). Karoleen Oswald Scharan. Sua prevalência aumenta com a idade. Diversas abordagens são utilizadas na redução e controle da dor lombar crônica. bem como ocorrer em condições agudas e crônicas (1. correspondendo a 90% de todas as causas (16. Paty Aparecida Pereira. potência e controle neuromuscular eficiente e de forma antecipatória nos músculos da zona neutra (21). Na última década tem se destacado no Brasil exercícios terapêuticos baseados no princípio da estabilização segmentar. Então. Partindo desse pressuposto.11. crenças e condições em que vivem.13. pode resultar em dor e outras alterações. tendíneas. é necessário envolver os indivíduos nas ações e não impor o conhecimento. sendo importante na manutenção da postura e prevenção de lesões. e onde estudos apontam o início de todos os movimentos corporais. e estabilização dinâmica durante movimentos funcionais. Além disso. a instabilidade segmentar é definida como uma condição onde há perda de rigidez (20) . há uma necessidade de estabilização proximal dependendo isso de um controle neuromuscular coordenado com respostas motoras conscientes e inconscientes utilizando um sistema de “feedfoward” ou ajustes posturais antecipatórios para respostas musculares reflexas (feedback) (23). seus hábitos. a lombalgia é um problema de saúde pública mundial devido a sua alta prevalência.9. A dor lombar mecânico-degenerativa é o tipo mais comum. O bom funcionamento da coluna vertebral (CV) garante condições para a sustentação do corpo com a estabilização feita por músculos e ligamentos para a execução dos movimentos necessários as atividades produtivas e atividades de vida diária (AVDs) (16. O centro é o local em que se encontra o centro de gravidade. lombossacrais ou sacroilíacas da coluna vertebral. Camila Passini.17. Esta mudança está ancorada na mudança de estilo e hábitos de vida que por sua vez dependem de investimento em Educação em Saúde. No que diz respeito a coluna vertebral.Auristela Duarte Moser.8.18) . o passivo. servirá como suporte aos movimentos de MMSS e MMII. Essas maneiras são imprescindíveis para a efetividade das ações de educação em saúde (24). fraturas. Assim que os pacientes foram avaliados. 14 eram do sexo feminino e 4 do sexo masculino. Os pacientes foram encorajados a praticar as posturas adequadas em suas casas e local de trabalho. A cada atendimento as pesquisadoras perguntavam se houve necessidade de ingerir algum medicamento analgésico e qual a quantidade de comprimidos utilizados. idade mínima de 18 anos. grande distância de deslocamento entre a residência e o local de atendimento e outras causas não relatadas. tumores. Foi anexado a ficha de avaliação um diário de ingestão de medicamentos. Destes. b) posição sentada c) levantar e sentar d) levantar e carregar peso e) varrer a casa. Foram utilizados para a avaliação o questionário de Roland Morris para lombalgia e função. A idade mais frequente foi 18 anos (3 ocorrências). bem como realizar os exercícios aprendidos uma vez ao dia. depende dos ligamentos e também da ação muscular (26). testes de força e comprimento muscular.19 anos. Resumo da intervenção educativa Na primeira aula. Na terceira aula. Os sujeitos da pesquisa foram participantes voluntários adultos. com 5 ou 6 sujeitos. bem como o seu impacto na qualidade de vida e na funcionalidade da população. receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e assinaram o documento. Ao final da aula todos os pacientes receberam um folder elaborado pelos pesquisadores contendo ilustrações de exercícios simples para serem realizados em casa. testes específicos. Após a sua aprovação foi dado início a pesquisa na Clínica de Fisioterapia da PUC-PR.se início a intervenção com base na estabilização central que se manteve nos encontros subsequentes. Além disso. já que esta. foram ilustrados e treinados os posicionamentos adequados para as seguintes situações: a) posturas prolongadas em pé. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da PUCPR sob o número 24140. lombalgia há mais de três meses. Os grupos participaram de 16 atendimentos. ter diagnóstico clínico feito por especialista. Para explicação dos fatores produtores de dor lombar foram demonstradas posturas inadequadas e adequadas durante atividades diárias que utilizam forçadamente a coluna como movimentos de torções e flexões. Após a parte teórica era demonstrado e praticado o posicionamento de proteção da coluna durante o repouso (deitado em decúbito dorsal com quadril e joelho fletidos e apoiados ou semi-Fowler). a escala visual análoga (EVA). iniciaramse os atendimentos em pequenos grupos. além de Ergonomia no trabalho e no lar. 2012. goniometria. randomizado e cego para avaliação (27). estar afastado do trabalho por lombalgia. 20 foram excluídos no decorrer dos atendimentos pelos seguintes motivos: incompatibilidade com o horário de trabalho. estar em algum outro atendimento fisioterapêutico. descrição das atividades diárias. sendo os pacientes aconselhados a descansar nesta posição sempre que possível. em casa. mas para incrementar o sistema ativo visa atuar sobre a estabilidade do segmento da coluna lombar. Em seguida foi marcada uma avaliação fisioterapêutica individual constando dos seguintes tópicos: dados sociodemográficos. O tratamento fisioterapêutico segundo o protocolo de estabilização segmentar (Quadro 1) iniciou-se no primeiro atendimento e se manteve nos atendimentos subsequentes. Os critérios de inclusão para selecionar os sujeitos foram: sexo masculino e feminino. foram abordadas noções de anatomia e função da coluna vertebral e postura corporal. com auxilio de um projetor multimídia. MATERIAIS E MÉTODO O presente estudo foi de cunho quantitativo e longitudinal. Os participantes foram convidados para uma palestra na qual receberam explicações sobre a pesquisa. inspeção postural. anamnese clínica. duas vezes por semana e receberam as palestras educativas da Escola da Coluna nos primeiros 7 encontros. ter se submetido a intervenção cirúrgica há menos de seis meses. o questionário SF-36 e o controle de ingestão de medicamentos por um diário que foi completado a cada atendimento. foram aplicados os ins- Ter Man. ter diagnóstico de fibromialgia. 10(50):364-373 .366 Escola da coluna associada a estabilizacão segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa. Já os fatores de exclusão incluíam: gravidez. Em função da grande relevância social e econômica da lombalgia em nosso país. este estudo objetiva analisar as repercussões de um programa educativo-terapêutico com base nos princípios da Escola da Coluna associada ao tratamento por estabilização segmentar. A partir deste momento também deu. Na segunda aula foram enfatizados fatores produtores de dor lombar e posicionamentos de proteção da coluna tanto no repouso quanto nas atividades da vida diária. sendo o tipo de amostra probabilística aleatória (28) trumentos de avaliação acima citados após a avaliação fisioterapêutica. O atendimento tinha duração total de uma hora: os 20 minutos iniciais do atendimento eram destinados a abordagem educativa e os outros 40 minutos eram utilizados para a aplicação do protocolo. Após a intervenção os sujeitos deviam retornar a cada 30 dias para fazer a reavaliação. apresentar osteoporose grave. Também foi ensinada a forma correta de dormir. 14 foram excluídos após a avaliação por apresentarem um ou mais fatores de exclusão. . Os 18 voluntários que concluíram o estudo apresentaram média de idade de 48 anos e desvio padrão de 21. Foram avaliados 52 sujeitos. sob o ponto de vista biomecânico. sem movimento. Também tiveram a oportunidade de demonstrar seus hábitos ao se deitar. realizando agachamento bilateral até 45 graus de flexão de joelhos concomitante com a contração da musculatura profunda do tronco. Karoleen Oswald Scharan. com movimento. Exercício 5 – Em supino. Execução: 10 repetições de 10 segundos de contração. 10(50):364-373 . ingestão de analgésicos e qualidade de vida foram investigadas no início e ao final do estudo pela reaplicação das ferramentas de avaliação. a idade variou de um mínimo de 18 a um máximo de 77 anos. Com a ajuda do grupo. Objetivos: aliar a contração da musculatura profunda com posturas utilizadas em atividades diárias. sem dese. ativação do músculo transverso do abdômen. com os pés apoiados no solo e joelhos flexionados. Objetivos: conhecimento da técnica. 2012. Camila Passini. com desequilíbrio/perturbação. para a análise estatística. Objetivos: aliar a contração da musculatura profunda com os movimentos dos membros. com média de 48 anos e desvio padrão de 21. com movimento. conscientização da contração da musculatura profunda. associar a movimentação de membros superiores com peso de 1Kg em cada mão. Etapa 2 (3º e 4º semana): sem carga. agachar. Os dados foram organizados em planilha Excel e. Exercício 9 – Em pé estático. ativação dos músculos multífidos. sem quilíbrio/perturbação. Execução: 10 repetições de 10 segundos de contração. se levantar. 367 Na quarta aula foi abordado o tema atividade física e explicados os mecanismos de adaptação e respostas ao exercício de acordo com a idade. Exercício 7 – Posição de gato com movimentos alternados em diagonal dos membros superior (flexão de ombro com extensão de cotovelo) e inferior (extensão de quadril e extensão de joelho). Execução: 10 repetições de 10 segundos de contração. Execução: 10 repetições de 10 segundos de contração. Exercício 1 – Em supino. Ao longo do desenvolvimento do trabalho optou-se por uma abordagem mais prática. Durante as palestras educativas os sujeitos ficavam sentados em bolas suíça e na sequência realizavam. mantendo a contração do transverso do abdômen e multífidos. riscos e como escolher a atividade física adequada a cada perfil. apoiado em uma bola suíça entre a região tóraco-lombar e uma parede. foi usado o programa computacional Statistica/10. movimentos alternados dos membros. sem Etapa 5 (8º semana): com carga. Etapa 1 (1º e 2º semana): sem carga. com a supervisão e orientação das pesquisadoras.Etapa 4 (7º semana): com carga. Exercício 11 – Sentado em uma bola suíça. voltando a flexão (deslizamento do calcanhar). Objetivos: aliar a contração da musculatura profunda com posturas utilizadas em atividades diárias e também cargas externas e movimentos. joelhos flexionados. com movimento.05 indicaram significância estatística. realiza a contração do transverso do abdômen e multífidos. eram analisadas as posições e posturas em diferentes atividades e eram sugeridas as maneiras mais adequadas para cuidar da coluna prevenindo a dor lombar. Para a comparação de dois resultados em relação a variáveis dependentes ou pareadas utilizou-se o teste de Wilcoxon. movimentos com o membro superior (flexão do ombro com o cotovelo estendido). com rolamento pélvico e contração da musculatura profunda. Exercício 6 – Ponte. movimentos de extensão do quadril e joelho. Valores de p<0. Quadro 1. joelhos estendidos e braços ao longo do corpo. benefícios. com os joelhos flexionados em adução.19 anos. Execução: 10 repetições de 10 segundos de contração. realiza rolamento pélvico (empinar os glúteos sem empinar o tórax) juntamente com a contração da musculatura profunda do tronco. desequilíbrio/perturbação. desequilíbrio/perturbação Objetivos: aliar a contração da musculatura profunda com os movimentos dos membros. Caracterização dos sujeitos do estudo No grupo de participantes da pesquisa. varrer ou pegar algum objeto de uma prateleira alta. pois os sujeitos interagiam melhor com o grupo tornando-as mais proveitosas e com isso observou-se que eles fixavam melhor o aprendizado. Exercício 10 – Ponte unilateral: elevação da pelve associada à extensão do joelho. elevação unilateral do membro superior e flexão de coxofemoral com extensão do joelho do membro inferior contralateral (dead bug). Exercício 2 – Em prono. Exercício 3 – Em supino. A cada atendimento as pesquisadoras perguntavam se houve necessidade de ingerir algum medicamento analgésico e qual a quantidade de comprimidos utilizados para registro no diário de ingestão de medicamentos. Exercício 8 – Sentado. joelhos flexionados. Exercício 4 – Em supino. 2012. Protocolo de Estabilização Segmentar. Etapa 3 (5º e 6º semana): sem carga. RESULTADOS Os resultados obtidos no estudo foram expressos por frequências e percentuais ou por médias e desvios padrões. Ter Man. Os pacientes foram aconselhados a praticar regularmente atividades físicas. elevar a pelve mantendo a contração da musculatura profunda do tronco. com desequilíbrio/perturbação. dificultando com o desequilíbrio. As variáveis do estudo: dor. a prática do que foi abordado. Na sexta aula foi abordado o tema stress e suas implicações na saúde física e mental e na sétima aula foram recordadas e praticadas todas as lições prévias. Paty Aparecida Pereira. Fonte: os autores. Exercício 12 – Em pé.Auristela Duarte Moser. estático. 22% são de outras profissões como. Na pesquisa.67%) e Ensino Médio incompleto e Ensino Fundamental empatados com 11.363495 Ter Man. 22. com média de 48 anos e desvio padrão de 21.001371. 10(50):364-373 .78% dos participantes são estudantes ou aposentados. Domínios Capacidade funcional Limitação por aspectos físicos Dor Estado geral de saúde Vitalidade Aspectos sociais Limitação por aspectos emocionais Saúde mental * significância estatística p<0. Como resultados de p<0. durante o tratamento não fez uso deles.000420* 0.030915* 0.014438* 0. 22. utilizou-se também o teste não paramétrico de Wilcoxon para variáveis pareadas ou dependentes. existe diferença significativa entre os escores da primeira e segunda avaliação. 1 motorista e 1 empregada doméstica. Por exemplo.22% são do sexo masculino e 77.78%.69% e a principais causas para a baixa adesão ao estudo foram a incompatibilidade de horários e a grande distância de deslocamento entre a residência e o local de atendimento. Observou-se a influência positiva do programa proposto em relação as variáveis analisadas. do sexo feminino.22% são do sexo masculino e 77. 2 comp/semana. depois o Ensino Superior incompleto (16. No quadro acima se encontram os resultados das comparações entre os domínios do questionário SF-36. pode-se concluir que existe diferença significativa entre os resultados antes e depois do tratamento. Esse valor e similar Quadro 2. Momento Antes Depois Número de Participantes 18 18 Média 9. a tabela acima mostra que a maior parte deles 37.35 4. de 2 pacientes que usavam 5 comprimidos por semana. Resultados de p<0. DISCUSSÃO Este estudo avaliou a abordagem de um programa de escola da coluna associada a fisioterapia convencional em sujeitos com lombalgia mecânico degenerativa.11% são cozinheiras ou do lar e 22. do sexo feminino. Em relação ao gênero dos participantes. 50% dos pacientes tinham resultados abaixo dos 4 pontos e 50%. a idade variou de um mínimo de 18 a um máximo de 77 anos. a média dos pontos atribuídos no questionário Roland Morris antes do tratamento foi 9. Enquanto ao gênero dos participantes a prevalência do sexo feminino também foi confirmada no estudo de Mascarenhas e Santos (30) . acima.05 Valor p 0. Os resultados da Escala V. Após a intervenção fisioterapêutica.05 o que representa significância estatística.11%. ou seja.000656 < 0. ou seja.7% nos resultados. Durante o tratamento.05 indicam significância estatística e obteve-se p= 0. com 82.78%). que analisa a qualidade de vida dos participantes da pesquisa no pré e pós intervenção. Para tanto. O tempo de queixa dos participantes da pesquisa variou de menos de 1 ano a 33 anos. ou diminuíram as doses.75%.78 Mediana 10.60 anos.78%.78 o que mostra uma redução de 47. O paciente que fazia uso de 4 comp/semana. o mesmo aconteceu com 3 pacientes que usavam 3 comp/semana.05 indicam significância estatística. Para a comparação dos resultados obtidos na aplicação do questionário Roland Morris em dois momentos diferentes utilizou-se o teste não paramétrico de Wilcoxon para variáveis pareadas ou dependentes. 1 deles passou a usar apenas 1 comp/semana e outro.073603 0.002868* 0.00 4.69 Quadro 3.33%) possuía Ensino Superior completo. antes e depois do tratamento.00 e após o tratamento 4. 11. em que a idade variou de 18. A variação da idade e similar ao estudo de Sakamoto et al (29).00 Desvio Padrão 4. 1 professora.039251* 0. intensidade de dor.50% dos participantes se queixam há mais de 30 anos. seguido do Ensino Médio completo (27. ingestão de medicamentos antes e durante os atendimentos e a qualidade de vida. pacientes que faziam uso semanal de analgésicos deixaram de usá-los.001698* 0. Média dos domínios do SF36 para a qualidade de vida. de 20 a 29 anos e 12. Analógica – EVA também foram analisados em dois momentos distintos e seus escores foram comparados através do teste de Wilcoxon para variáveis pareadas ou dependentes. 2012. O índice de desistência da participação no progra- ma proposto foi de 57. durante o tratamento. apresentando como resultado p= 0. mediana e desvio padrão para os resultados Roland Morris. Em relação ao gênero dos participantes. Para os participantes da pesquisa. A mediana antes do tratamento indicava que 50% dos pacientes estavam abaixo dos 10 pontos e 50% deles. Média.00 4. pode-se decidir pela eficácia da intervenção fisioterapêutica abordagem associada educativa na redução da dor e na melhora da qualidade de vida dos sujeitos com lombalgia crônico-degenerativa. A maior parte dos participantes (33. resultado acima.50% tem a queixa já de 10 a 19 anos.19 anos. Características dos sujeitos No grupo de participantes da pesquisa. 27. 25% se queixa de 1 a 9 anos 18. não fizeram uso dos analgésicos. 1 atendente de telemarketing. em relação a capacidade funcional.4% dos indivíduos.368 Escola da coluna associada a estabilizacão segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa. que obtiveram apenas 18% de desistência. sendo este um fator limitante para que o programa alcance bons resultados. por preferirem tentar resolver seus sintomas com base em informações de não especialistas. Sakamoto et al (29) encontraram um índice de significância de p=0. com melhora de 8. Duas semanas após. estabelecer uma relação linear entre escolaridade e saúde. o que sugere que os resultados da estabilização lombar poderiam ser potencializados por intervenção educativa mantendo o ganho funcional em médio ou longo prazo. 2012. baixa atividade física e de lazer e trabalhos pesados. Tsukimoto et al (32) também encontraram significância estatística (p<0.05) o que representa diferença significativa entre os escores da primeira e segunda avaliação. eles foram avaliados no primeiro atendimento e reavaliados depois de 12 atendimentos. Estudos posteriores sugerem que quanto mais severa a incapacidade por dor lombar maior a probabilidade de autoprescrição por parte dos pacientes (39). para Fonseca et al (37). havendo uma tendência ao aumento da resistência ao medicamento necessitando-se de novos fármacos levando á restrição das AVDs o que alimenta o ciclo dor-incapacidade-dor.001) nas 110 avaliações realizadas em seu estudo. observaram significância estatística (p=0. nem sempre os indivíduos com dor lombar aderem ao tratamento e praticam os aprendizados de programas educacionais. mas difere do estudo de Ferreira e Navega (33). Kuijpers et al (42). tarina observou-se que a renda familiar e o nível de escolaridade. Horng e colaboradores (34) apud Ferreira e Pereira (35) concluíram em seus estudos que o nível de educação era um preditor positivo da qualidade de vida relacionada a saúde. Neste estudo ape- foi transversal e não incluiu intervenção. Apesar do perfil de ingestão de analgésicos já ser baixo. 369 aos estudos de Caraviello (31) e Tsukimoto (32). obteve-se p= 0. Dessa forma. após a aplicação de um programa de educação e saúde. Os resultados do presente estudo demonstram uma relação negativa entre nível de escolaridade. quantidade reduzida de sono. Escala visual análoga (EVA) A intensidade da dor avaliada por meio da EVA apresentou como resultado p= 0. em revisão sistemática identificaram que a resolutividade dos medicamentos perdura até no máximo 3 meses. o que facilita a assiduidade dos participantes.14% e 68. impactou positivamente na qualidade de vida e função. Caraviello et al (31) em seu estudo obtiveram melhora de 60% no final de seu tratamento. Estes autores referem ainda que.001371. mas não utilizaram um programa de educação em saúde como em nosso estudo. Resultados do Roland Morris Ter Man. Martins et al (41) também obtiveram diferença significativa em seu estudo com 25 indivíduos. o que acredita-se. O estudo de Horng (34) O questionário Roland Morris é um instrumento que avalia o impacto dos sintomas dolorosos na funcionalidade. Acredita-se que a partir deste período quando a cronicidade se instala.007) na variável dor após quatro semanas de intervenção com aplicação de um protocolo de estabilização para a coluna lombar com fortalecimento do transverso do abdômen e multífido. Em outros dois estudos recentes realizados por Ferreira e Navega (33). Porém. Camila Passini. cerca de 30% tiveram total adesão.000656 (p< 0. Uma possível explicação para a baixa desistência foi devido a carga horária e a frequência semanal serem reduzidas. o que favorece a percepção negativa de saúde seriam o nível elevado de stress. ao “baixo nível cultural. Um grande problema enfrentado quando se fala em orientações em saúde é a dificuldade de compreensão de algumas classes sociais. apenas coleta de dados epidemiológicos o que possibilita amostragens maiores. o que reforça alguns achados do presente estudo em que o nível de escolaridade mínimo foi de predominante no ensino superior. Benini e Karolczak (40) também houve resultados positivos em relação a capacidade funcional mensurada pelo Roland Morris. especificamente para dor lombar. em sujeitos com lombalgia. Ingestão de medicamentos Esperava-se uma redução no consumo de medicamentos. a ausência do uso já no inicio da intervenção se manteve até o final.002. dor e qualidade de vida contrariando os autores citados. Acredita-se que isto se deva as características dos dois estudos. Tal fato é atribuído por Cintra et al (36) . fato não observado em nosso estudo. Sakamoto et al (29) em seu estudo. Em relação ao índice de incapacidade funcional. 57% adesão parcial e 11% não tiveram adesão mostrando concordância com o presente estudo. Paty Aparecida Pereira. estão diretamente ligados a percepção negativa da saúde. Em nosso estudo houve diferença estatística entre os resultados antes e depois do tratamento. Das condições acima citadas apenas as últimas costumam estar associadas a trabalho feito por pessoas de baixa escolaridade. a qualidade de vida depende da capacidade física e dos fatores psicológicos não se podendo. Karoleen Oswald Scharan.86% respectivamente. Hermoni et al (38) investigaram a adesão de 100 pacientes com lombalgia as orientações de 16 médicos. portanto. SF-36 A avaliação da qualidade de vida apresentou melhora significativa em seis domínios.Auristela Duarte Moser. 10(50):364-373 . porém ocorreu uma abolição completa deste hábito. O sucesso de programas de educação em saúde depende da adesão dos pacientes. de escolaridade e fatores psiEm estudo realizado com industriários de Santa Ca- cossociais relacionados à doença e condições de vida”. Possivelmente em nosso estudo. Pode-se inferir que aspectos amplos como o estado geral de saúde necessitam de um seguimento mais longo para serem avaliados. fossem utilizadas reavaliações periódicas mais espaçadas (44). 4 meses e 1 ano da data de avaliação inicial.44) . não identificaram na capacidade funcional diferença significativa entre as medianas nos três tempos (inicial. auxiliando obtiveram os mesmos resultados em um estudo de- senvolvido em um intervalo de trinta dias. pois os participantes conseguiram realizar as tarefas descritas nele com mais facilidade devido ao fato de seguirem corretamente as orientações abordadas na palestras educativas a exemplo dos estudos de Tsukimoto et al (32). onde se questiona ao sujeito avaliado se houve diminuição ou dificuldade na execução de trabalho ou outra atividade regular diária como resultado de algum problema emocional. como depressão ou ansiedade.44) relatam melhora estatisti- camente significativa. E o domínio Limitação por aspectos emocionais não apresentou significância estatística para ambos. Ferreira e Navega (33).370 Escola da coluna associada a estabilizacão segmentar na lombalgia mecânico-degenerativa. Entretanto. o que repercutiu no domínio físico. Deve-se. encontraram diferença depois de 4 meses em relação a avaliação inicial sendo que as avaliações foram feitas no momento da admissão e reavaliados após 1 mês. quando não quantificadas podem ser interpretadas de forma subjetiva. sugerindo que a vitalidade poderia requerer de um período maior para sua melhora de resultados estatísticos relevantes. Nos estudos Ferreira e Navega (33). Levanta-se a probabilidade de que para atingir um resultado mais eficaz. concordando com os resultados de Souza et al (43) . quando se promove a integração e humanização do atendimento. 4 meses). Já Souza et al (43) significativa. Outrossim. Cesar et al (44) tros estudos (32.43. Na questão aspectos físicos são avaliados itens direcionados a atividades de trabalho no cotidiano ou AVD´s que neste estudo representaram grande significância. Ferreira e Navega (33). esse domínio é um aspecto que não apresenta melhora progressiva rápida. Concordando como o nosso estudo. só encontrou diferenças entre a primeira e última avaliação. obtevese diferença significativa similar ao da vitalidade. Acredita-se que esta ocorrência possa estar relacionada à modalidade aplicada no referido estudo que foi de apenas quatro dias com carga horária notadamente inferior a desta pesquisa. pois em seu estudo este item não apresentou diferença significativa. prolongado de tratamento.33. Sendo que estes últimos obtiveram resultado significativo quando comparam os dados da aplicação inicial e após 1 mês. O estado geral de saúde avalia percepção e expectativa sobre a própria saúde não revelou evolução satisfatória a exemplo de Souza et al (43). Ferreira e Navega (33) e Souza et al (43) obtiveram diferenças significativas. como a ansiedade. No domínio Capacidade funcional foi identificada uma melhora significativa. respectivamente. muitas vezes. O domínio vitalidade teve seu escore aumentado em um padrão ascendente também com uma diferença estatisticamente significativa. Em nosso estudo houve diferença (32. discordam dos resultados apresentados. nas os domínios Estado geral de saúde e estado mental não apresentaram significância estatística.33. uma vez que se trata de um sintoma que pode oscilar no dia-a-dia e que requer um tempo. 10(50):364-373 . Concordando com ou- Ter Man. Discordando disto. vestir-se). andar. sendo que o delineamento destes dois estudos é semelhante ao desenvolvido pelas autoras no que se refere a modalidade abordada baseada na escola sueca e ao tempo de intervenção. ao analisar as três medianas de seu estudo.43. Porém Cesar et al (44).44) . por si só. No presente estudo este domínio apesar de relevante foi o terceiro que melhor evoluiu. sugere integração social o que. Souza et al (43) afirma que este domínio compreende aspectos subjetivos de difícil abordagem. verifica-se que este último estudo avaliou apenas quatro sujeitos. Frederico e Queiroz (45) apud Souza et al (43) a Escola de Postura tem uma função “socializadora”. já um indicativo de melhora na qualidade de vida do indivíduo. 1 mês. caso deste estudo. no entanto interpretar com cautela estes resultados pelo fato destes autores terem realizado uma intervenção curta e centrada em orientações sem uma intervenção de tratamento. Tsukimoto et al (32) não encontraram diferenças significativas em todas as etapas da aplicação dos questionários. O domínio aspectos emocionais é avaliado em uma questão com três itens. 2012. a alteração emocional deve-se ao fato de que os questionários foram aplicados em um período de tempo mais curto e isso fez com que os pacientes permanecessem com as informações ainda claras em suas memórias e realizassem os exercícios e informações de forma correta. e Tsukimoto et al (32) também foi verificada melhora em seis domínios. que em um estudo retrospectivo identificou que. Outros estudos não encontraram diferenças significativas.Vários estudos (32. Segundo Madeira. de acordo com Cesar et al (44) . por depender de questões psicológicas que compreendem um lado subjetivo e lento de abordagem. Souza et al (43). Nos estudos citados não foram encontradas diferenças estatísticas nos domínios Limitação por aspectos físicos e saúde mental. No domínio aspectos sociais nosso estudo. Estes autores sugerem que o resultado se deve ao fato destas atividades (correr. carregar peso. Os autores acima citados utilizaram um tempo que variou entre 5 e 6 encontros abordando os mesmos tópicos de aprendizagem e modalidades práticas sendo que Ferreira e Navega (33) trabalharam com uma amostra significativa (41 sujeitos) e Souza et al (43) apenas 04. Cesar et al (44).ac. Além disso deve-se monitorar os exercícios e orientações por um periodo maior de tempo por meio de uma terceira avaliação. uso de analgésicos e incapacidade física e social. 371 também no lado emocional dos indivíduos. Considera-se importante concentrar esforços em métodos práticos. depressão. Concluindo-se que os resultados são melhores quando a escola está asso- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Souchard PE. Burden of major musculoskeletal conditions. propiciando novas atitudes em seu relacionamento social. mas. melhora da capacidade cardiorrespiratória. 2012 Salvetti MG. Set 2003. biomecânicos ergonômicos. 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Esta realidade poderia ser modificada a partir de estratégias de prevenção e promoção de saúde. 2012. voltado para noções de biomecânica corporal.33. sendo o indicador que necessita de monitoramento com instrumentos adequados.25(4):133. São Paulo.44) . Ter Man. Paty Aparecida Pereira. O objetivo é perceber o seu corpo a ponto de desenvolver e sustentar as modificações na postura que propicie a melhora da dor. De todos os domínios pertinentes a qualidade de vida a dor foi o que obteve melhores escores a exemplo da maior parte dos estudos (32. 2 ed. adaptação de atividades. 2012. Para Tsukimoto et al (32). Rev Esc Enferm USP. tiveram evidências moderadas de mais efetividade a curto e médio prazo. Pfleger B. Andersson GB. Para Tsukimoto et al (32) ciada a um programa conjunto de reabilitação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo objetivou analisar as repercussões de um programa educativo-terapêutico com base nos princípios da Escola da Coluna associada ao tratamento por estabilização segmentar. O estudo de Tsukimoto (32) . 354 (9178): 581-5.43. Dor crônica e a crença de auto-eficácia. Bull World Health Organ. .Auristela Duarte Moser. 3. Genebra. porém. programa de condicionamento físico. Quebec. Reeducação Postural global: método do campo fechado. exercícios terapêuticos. 4. infelizmente em nosso país ainda utilizamos mais a abordagem terapêutica e nem sempre é possível resgatar todas as perdas funcionais decorrentes da dor crônica. 1999. Lancet. abatimento e felicidade e não obteve relevância no presente estudo contrariando estudos de Ferreira e Navega (33) . porém mais abrangente. e educacionais buscando uma articulação entre estes com vistas a melhorar a qualidade de vida dos participantes visto que a doença crônica causa grande impacto na qualidade de vida buscando utilizar instrumentos de avaliação validados culturalmente.Spine. Souza et al (43).41(1):13540. a Escola da Coluna também não possibilita firmar mudanças significativas quanto aos aspectos afetivo-emocionais. conteúdo programático com características educacional e preventivo comuns.uk/abstract/MED/2975164 > Acesso em: 09 fev.br/pdf/reeusp/v41n1/v41n1a17. Cohens et al (46) apud Martins et al (41) realizaram metanálise com 19 estudos com objetivo de avaliar a eficácia das Escolas de Coluna respeitando as variáveis metodológicas de tempo de duração. 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Pesquisa realizada para Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo (CUSC-ES). A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário de verificação. 51. 10(50):374-382 . Thus we can see the need for intervention measures for CVD in this sector. Occupational Risks. Discente do curso de Fisioterapia . Luíza Contarini Machado (5) (2) . classified as overweight among workers assessed. Conclusion: It is concluded that there are risk factors for cardiovascular disease in this company in the marble and granite. avaliação da pressão arterial e avaliação antropométrica.Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo -CUSCES. Rua Santo Antônio. Brasil. onde foram avaliados 35 funcionários de uma empresa. Cachoeiro de Itapemirim. Data collection was conducted through a questionnaire verification. Workeres. Brasil.Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo -CUSC-ES. CEP 29280-000.4% of the individuals were sedentary. Brasil. 2and. Artigo recebido em 30 de Novembro de 2012 e aceito em 19 de Dezembro de 2012. Espírito Santo (ES). Conclusão: Conclui-se que há fatores de risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nesta empresa do setor de mármore e granito. Brasil. Cachoeiro de Itapemirim. Cachoeiro de Itapemirim.4%) dos avaliados eram sedentários. Espírito Santo.CUSC-ES. Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo avaliar os fatores de risco de DCVs presentes em trabalhadores do setor de rochas ornamentais. 2012. Natália Grancieri (3) .Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo -CUSCES. Docente do departamento de Fisioterapia . Centro Universitário São Camilo – Espírito Santo (CUSC-ES) Resumo Introdução: O Ministério da Saúde do Brasil reconhece a relação do trabalho como possível causador de algumas doenças cardiovasculares (DCVs). Espírito Santo. (28) 8115-3290/ e-mail: [email protected] Universitário São Camilo – Espírito Santo -CUSC-ES. Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares. 2. metade (51. Mestre em Ciências da Saúde e do Ambiente (UNIPLIN). Fernanda Moura Vargas Dias . in addition. Docente do departamento de Fisioterapia . Brasil. Results: We found the body mass index. 5. Iconha. Endereço para correspondência: Mateus Candeia Gianizeli. bolsista de iniciação cientifica da FAPES . Espírito Santo. Cachoeiro de Itapemirim. Resultados: Foi encontrado o índice de massa corporal classificado como sobrepeso entre os trabalhadores avaliados. Methods: The study is a cross-sectional quantitative character were evaluated in 35 employees of a company.ES Mateus Candeia Gianizeli (1) . além disso. Método: A pesquisa é um estudo ecológico transversal. 1. Desta forma percebe-se a necessidade de medidas de intervenção para DCVs neste setor. 3. Discente do curso de Fisioterapia. Objective: This study aims of this research was to evaluate the risk factors of CVD present workers in the stone industry. Discente do curso de Fisioterapia . Educador Físico (UFJF) e Fisioterapeuta (UNIGUI). ES. Cardiovascular risk in employees of a company in the sector of ornamental rocks Cachoeiro de Itapemirim . Espírito Santo. Fisioterapeuta (EMESCAM). nos meses de junho à novembro de 2012. Riscos Ocupacionais. assessment of blood pressure and anthropometric measurements. Key words: Cardiovascular Diseases. sócio da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO). Brasil. Mestre e Doutora em Ciências Fisiológicas (UFES). Cachoeiro de Itapemirim. from June to November 2012.com Ter Man. Trabalhadores. inclusive sem motivos. faixa etária considerada economicamente ativa(9). sendo que os países em desenvolvimento contribuem de maneira mais significativa do que aqueles desenvolvidos(3). no estado do Espírito Santo.927 óbitos por doenças do aparelho circulatório. O Brasil está em 6º lugar no ranking internacional em relação à produção de rochas ornamentais(12). ambientes de trabalho passam a ser potenciais locais para estudos e intervenções(1). arritmias cardíacas. promovendo cerca de 105 mil empregos diretos no Brasil(13). Hélio Gustavo Santos. a redução da morbi-mortalidade cardiovascular não tem sido uma tarefa fácil. a hipercolesterolemia. entre outras(8).7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) que visa promover e preservar a saúde dos trabalhadores. localizada em Cachoeiro de Itapemirim. Nesse contexto. Cal e Calcário do ES (SINDIROCHAS). sob o parecer consubstanciado número 43203. 10(50):374-382 . pouco tempo de lazer. muitos autores concordam que o ambiente de trabalho é uma Ter Man. As modificações comportamentais que levam DCVs podem estar ligada a função ocupacional como forte pressão psicológica. e também puderam deixar a pesquisa a qualquer momento. E estes fatores estão presentes em grande proporção nos trabalhadores (4) . A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de junho à novembro de 2012.Mateus Candeia Gianizeli.1 bilhões/ano. 2012. constituindose na principal causa de óbito(2). A importância da prevenção da saúde do trabalhador tem como finalidade diminuir os fatores de risco para doenças crônicas degenerativas e suas consequências na qualidade de vida dos funcionários(11).4% das mortes no país. 32. O Ministério da Saúde do Brasil reconhece a relação do trabalho como possível causador de algumas DCVs como hipertensão arterial. Representando um problema de saúde pública em escala global. No Brasil as DCVs constituem a primeira causa de morte há mais de três décadas(4). 375 INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares (DCVs) têm papel indiscutível na morbidade e mortalidade do mundo ocidental. a hipertensão arterial. de caráter quantitativo. O público alvo do presente estudo foi composto por funcionários do setor de beneficiamento de rochas ornamentais. onde foram avaliados funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais. tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento(1). sendo responsável por um terço do total de óbitos da população mundial(2). A norma regulamentadora nº. Segundo o Ministério da Saúde. As DCVs geram grande gasto econômico devido às internações hospitalares. Luíza Contarini Machado. onde após os esclarecimentos dos propósitos da pesquisa e do seu consentimento foram convidados a participar do estudo. ou ainda. A pesquisa de fatores responsáveis. o tabagismo. aterosclerose. o diabetes mellitus. ou seja. Brasil. Natália Grancieri. bastando para isso informar da maneira mais conveniente. Todos tiveram a autonomia e o direito de escolherem participar da pesquisa ou não. em 2006. o sedentarismo. parada cardíaca. com idade aproximada de 40 à 65 anos(3). busca-se a identificação dos fatores de risco das DCVs com o intuito de estabelecer medidas de prevenção. em detrimento disso ainda são poucos os estudos que investigam o risco de desenvolvimento de DCVs em trabalhadores desse setor. a idade. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo conduzido é uma pesquisa do tipo ecológica transversal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorrem 16. angina. quase 20% do total gasto para custear as internações realizadas pelo Sistema Único de Saúde. propondo rastrear e diagnosticar precocemente os agravos à saúde. a obesidade. a baixa renda. et al. e recebeu aprovação do Comitê de Ética do Centro Universitário São Camilo. assim optou-se por realizar esta pesquisa. As projeções para 2020 mantêm esses agravos como principal causa de óbito. a hipertrigliceridemia e o estresse psicoemocional como fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de DCVs(2). infarto. para que se possam ser desenvolvidas estratégias de prevenção e promoção de saúde. relacionados ao trabalho(11). turnos excessivos. Mas. Em (3) fonte importante de fatores de risco de DCV(2). Em virtude desse perfil epidemiológico. tendo em vista a sua complexidade e a necessidade de iniciar precocemente a intervenção(4). Um fato interessante é que aproximadamente um terço dos óbitos por DCVs ocorrem em adultos. ligados ao estilo de vida(10). controle e tratamento(2).7 milhões de óbitos por ano. Por isso nos últimos anos os estudos com patologias ocupacionais passam ter interesse em doenças crônicas não-transmissíveis.2% das mortes daquele ano . com objetivo de avaliar os fatores de risco de DCV presentes em trabalhadores do setor de rochas ornamentais. Sendo responsável por um alto número de pedidos de aposentadoria precoce por invalidez e pela concessão de licença médica(2). Cita-se o sexo masculino. Talvez isto facilite o entendimento do fato de que os níveis mais elevados de mortalidade por DCVs são observados em adultos. foi consumido no pagamento das internações por DCVs(6). Em 2005 foram registrados 283. Mas embora conhecidos. O ramo de rochas ornamentais gera aproximadamente US$ 2. associada ao Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais. sem nenhum prejuízo ou 2007 totalizou 29. sua identificação e estratificação permitem que programas preventivos possam ser desenvolvidos(3). tamanho da plataforma de 50 x 40 cm. pois no momento da avaliação estavam ocupados ou estavam de férias. operador de ponte rolante. abduzido e relaxado. aguardando 1 minuto antes da medida. A avaliação do IMC é reconhecida como padrão internacional para verificar o grau de obesidade. posicionada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca lateral.376 Risco cardiovascular em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim – ES. polidor. A deflação foi realizada lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo).5m). em posição bípede de costas para a parede. Onde o método utilizado para medida da pressão arterial foi à técnica auscultatória. foi calculado dividindo o peso (em quilograma) pela altura ao quadrado (em metros).9). dados do trabalho e hábitos de vida do funcionário. O manguito foi inflado rapidamente até ultrapassar 30 mmHg do nível estimado da pressão sistólica estimada. feita de aço carbono. que correspondiam aos critérios de inclusão do estudo. que trabalhavam no turno diurno. e posicionado na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4° espaço intercostal). operador de filtro prensa.9). operado de maquina. sendo métodos não invasivos. foram realizados os seguintes protocolos.9). circunferência do quadril (CQ).9). analisada de forma sem risco (<94). Além disso. com a utilização de uma fita métrica inelástica (marca BMI – 1.95) e risco aumentado (>0. resinador Junior. não trouxe nenhum tipo de risco à saúde dos participantes. ajudante de serrador. com a utilização de um esfigmomanômetro e estetoscópio (ambos da marca Premium . Na CQ a fita métrica foi posicionada ao nível do trocanter maior. Para avaliar a estatura (em centímetros) o procedimento foi realizado duas vezes. com capacidade de 200 kg. com piso de borracha antiderrapante e regulável para nivelamento. A técnica utilizada para a aferição da pressão arterial nesta pesquisa foi de acordo com as Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial(7). em ambos os membros superiores. o manguito que foi inflado até o desaparecimento do pulso radial. 10(50):374-382 . ajudante de resinador. A pressão diastólica foi determinada no desaparecimento dos sons durante a deflação (fase V de Korotkoff). SAE -1020. e o manguito foi desinflado rapidamente. Todas estas avaliações foram realizadas por um pesquisador treinado. O questionário de verificação aplicado por dois pesquisadores treinados.5m).5 – 24. A avaliação da RCQ foi obtida pela divisão da CA pela CQ do paciente.5m). Antes da aferição da pressão. cerca de 2 a 3 cm. foi estimado o nível da pressão sistólica (pressão sistólica estimada) através da palpação do pulso radial. mecânico. retocador. A determinação da pressão sistólica foi realizada na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff). Com a utilização de uma balança mecânica (marca Micheletti). acabador. Foi palpada a artéria braquial na fossa anticubital e colocado a campânula do estetoscópio sem compressão excessiva. apenas 16 funcionários não participaram da pesquisa. expedidor sênior. colocada em uma parede com superfície plana. A fim de garantir a eficácia da mensuração foi auscultado ainda cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. relação cintura quadril (RCQ). As medidas foram realizadas três vezes. O IMC (Kg/m²) foi classificado da seguinte forma normal (18. portanto. sobrepeso (25 – 29. classificador. e. aumentar ligeiramente a velocidade de deflação. com os membros inferiores e superiores alinhados. encarregado de serraria. obesidade grau I (30 – 34. e que executavam as seguintes funções: resinador pleno. laminador. obesidade grau II (35 – 39. que é um som fraco seguido de batidas regulares. 2012. após. cunferência abdominal (CA). expedidor pleno. alto risco (>102)(14). foi analisada a altura do individuo avaliado colocando uma régua (marca Polipas) apoiada na posição horizontal levemente sobre a cabeça do funcionário. pés apoiados no chão. com intervalo de um minuto entre elas. posteriormente foi analisado a RCQ. centralizando o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial. circunferência do membro superior (MS) direito e esquerdo. onde o individuo ficou sem calçado. risco moderado (> ou igual 94). Dos 51 funcionários existentes nesse setor. Dessa forma.ESFHS50) previamente calibrado. avaliação da pressão sistólica estimada. A roupa do braço no qual foi colocado o manguito foi removida. com idade entre 18 à 60 anos de idade. A circunferência da cintura foi classificada em sem risco (< ou = 0. obesidade grau III (>40)(14). dorso recostado na cadeira e relaxado. adultos. Foi adotada a posição sentada para aferição com as pernas descruzadas. semanalmente. que leram e acompanharam nas respostas para que não ocorresse nenhuma dúvida. serrador. A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário de verificação que abordou perguntas referentes à identificação. mensuração da pressão arterial e avaliação antropométrica índice de massa corporal (IMC). sendo a média das duas últimas consi- Ter Man. sendo este colocado sem deixar folgas acima da fossa anticubital.95). medidas essas adquiridas com o auxílio da fita métrica(5). perda de beneficio. Foi medida a circunferência dos braços do paciente através de uma fita métrica (marca BMI – 1. apoiado com a palma da mão em supinação e o cotovelo suavemente fletido. considerando a media das duas tomadas. a amostra desse estudo foi constituída por 35 funcionários. foi verificado o peso dos trabalhadores. foi anotado a pressão em que houve parada da pulsação. A perimetria do perímetro da cintura foi realizada com auxilio uma fita métrica inelástica (marca BMI – 1. para assim ser selecionado o manguito de tamanho adequado ao braço do individuo. sendo estes do sexo masculino. pressão arterial diastólica 80 – 89).139. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%) e absoluta (Fa). 1. Brasil. Porém a maioria trabalha a mais de 11 anos neste ramo. Pressão arterial diastólica do braço esquerdo (PAD Esq). pratica de exercícios físicos 60 a 90 minutos antes. Membro superior esquerdo (MSE). Pressão arterial sistólica do braço esquerdo (PAS Esq). estando fora da classificação de normalidade(14) (TAB. Membro superior direito (MSD).71 0 Fr% Ter Man. hipertensão estágio 1 (pressão arterial sistólica 140 . pressão arterial diastólica <80).05).14 8.159. RESULTADOS Nesse estudo a amostra avaliada foi constituída por 35 funcionários do sexo masculino. O individuo foi avisado que a avaliação não poderia ser realizada nas seguintes situações: bexiga urinaria cheia. Não houve diferença estatisticamente significante entre as avaliações realizadas no MSD e MSE (Teste t Student. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%) e absoluta (Fa). 3). a maioria dos funcionários dessa empresa considerou em uma escala de 0 à 10 pontos. Espírito Santo. et al. 2012. pode-se afirmar que a pressão está normal. em 2012.29 22. porém o IMC encontrado é classifi- cado como sobrepeso. além da freqüência relativa e absoluta das variáveis pertinentes. 377 derada a pressão arterial do indivíduo. 5 é considerado médio e 10 é considerado elevado). Em caso de diferença de pressão entre os braços. P> 0. Não houve diferença estatísticamente significante entre as avaliações realizadas no MSD e MSE (P> 0. onde a maioria eram pardos e casados. na maioria entre 7 à 8 horas por dia. Natália Grancieri. foi utilizado sempre o braço com o maior valor de pressão para as medidas subseqüentes. está consumindo o valor 5 (FIG. trabalhando no mesmo setor dessa empresa de 1 a 3 anos. Os dados foram demonstrados como cálculo de estatísticas medianas.05). A analise estatística foi realizada através do software Graph pad prism 5. pressão arterial diastólica 90 . Hélio Gustavo Santos. 1). 2).86 22. Além disso. mas um número considerável afirma que se Tabela 1. de acordo com a V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial(7) (TAB. Antes da avaliação da pressão arterial foi explicado o procedimento ao funcionário. Ao avaliar os aspectos relacionados ao trabalho (TAB. Foi solicitado em uma escala de 0 à 10 pontos (onde 0 é considerado nada. sendo que este teve repouso de 5 minutos em ambiente calmo. As mensurações realizadas no MSD e MSE foram comparadas através do Teste t Student não pareado. Pressão arterial sistólica do braço direito (PAS Dir). Analisando a média ± erro padrão da média (Média ± EPM) da pressão arterial dos funcionários. pressão arterial diastólica >100). Relação cintura quadril (RCQ).43 57. onde classifica da seguinte forma normal (pressão arterial sistólica <120. Índice de massa corporal (IMC). 3). A classificação da pressão arterial sistólica e diastólica dos funcionários foi de acordo com a V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial(7). como que o funcionário considerava o seu consumo diário de sal e gordura. entretanto a outra parte afirma trabalhar mais de 9 horas por dia. 2). A maioria dos funcionários considera sua alimentação com pouca gordura (FIG. 10(50):374-382 . pré-hipertensão (pressão arterial sistólica 120 . não fumar 30 minutos antes e não falar durante a aferição. não ingerir bebidas alcoólicas. os valores de RCQ e CA estão dentro dos valores sem risco. sendo que as características desses indivíduos estão demonstrados na TAB. valores máximos. bem como média ± erro padrão da média (EPM).86 0 35 0 100 5 8 8 5 7 0 2 0 14. Luíza Contarini Machado. Também foi utilizado o programa Microsoft Excel 2003.57 2.Mateus Candeia Gianizeli. Pressão arterial diastólica do braço direito (PAD). Identificação dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim. hipertensão estágio 2 (pressão arterial sistólica >160.86 14. percebe-se que a maior parte dos funcionários trabalham nessa empresa de 1 a 3 anos. Identificação dos sujeitos da pesquisa (n= 35) Fa Idade (anos) 18 – 23 24 – 29 30 – 35 36 – 41 42 – 47 48 – 53 54 – 60 >60 Sexo Feminino Masculino Raça Branco Pardo Negro Amarelo Estado Civil Solteiro Casado 7 28 20 80 11 20 3 1 31. Os resultados forma demonstrados como Média ± EPM. percentil 25% e percentil 75%. valores mínimos. Em relação ao estado psicoemocional a maior parte dos funcionários afirma que o trabalho não os deixa estressado.99). café ou alimentos.29 20 0 5. com prevalência de idade entre 24 à 35 anos. 29 14.86 11.50 77.57 ± 1. em 2012. Doenças cardiovasculares (DCVs).39 117. 4).93 26.43 Figura 2.57 31.4). Avaliação da quantidade de consumo de gordura e sal dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim.14 ± 1.1 ± 1.43 2 4 5 8 3 13 5.71 11. em 2012.49 89.69 ± 0. Espírito Santo.56 78. Brasil.66 ± 0. Mas apenas 2 trabalhadores afirmam ter hipertensão (FIG.57 37. Brasil.14 10 12 3 3 2 1 4 28.67 119.43 14. Espírito Santo. doença arterial coronariana.8 ± 1.16 ± 1. Espírito Santo.86 8. 3).71 14. Os fatores hereditários estiveram presentes na população avaliada. representando menos que a metade dos funcionários (TAB. onde a maioria afirma que seus familiares possuem hipertensão arterial e acidente vascular encefálico. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%).57 11.01 25.86 25.71 2.86 8. Aspectos relacionados ao trabalho dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim. entre as doenças relatadas estavam diabetes.57 5.29 2.84 130 80 120 80 Ter Man. em 2012. Espírito Santo. onde 0 é considerado nada. 10(50):374-382 . Dados do exame físico dos trabalhadores de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim.50 29.62 ± 0.29 8. 8 9 5 5 1 3 4 22.29 22. Dados do exame físico dos trabalhadores (n= 35) Média ± EPM Circunferência do MSD (cm) Circunferência do MSE (cm) Circunferência abdominal (cm) RCQ (cm) IMC (Kg/m²) PAS Dir (mmHg) PAD Dir (mmHg) PAS Esq (mmHg) PAD Esq (mmHg) 29. O eixo X (linha horizontal) representa a escala de 0 à 10 de consumo de gordura e sal.24 Percentil 25% 28.88 ± 0.5 28 81 0.57 8.47 110 70 110 70 Percentil 75% 31 30. Avaliação do consumo de gordura dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim.57 34.378 Risco cardiovascular em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim – ES. Aspectos relacionados ao trabalho (n= 35) Fa Tempo de trabalho na empresa Menos de 1 ano De 1 a 3 anos De 4 à 6 anos De 7 à 9 anos De 10 à 12 anos De 13 à 15 anos Mais de 16 anos Tempo de trabalho no setor Menos de 1 ano De 1 a 3 anos De 4 à 6 anos De 7 à 9 anos De 10 à 12 anos De 13 à 15 anos Mais de 16 anos Tempo de trabalho no ramo Menos de 1 ano De 2 à 4 anos De 5 à 6 anos De 7 à 8 anos De 9 à 10 anos Mais de 11 anos Horas de trabalho por dia Até 4 anos Entre 5 à 6 horas Entre 7 à 8 horas Mais de 9 horas 0 0 24 11 0 0 68. entretanto um número maior relata sentir dores na panturrilha (TAB. em 2012.77 0. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%) e absoluta (Fa). 2012.88 89 0. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%). Porém a maioria dos trabalhadores não sente dores no peito. Brasil.43 Figura 1.83 23. Brasil. Tabela 3. Fr% sente nervoso. Tabela 2. 5 é considerado médio e 10 é considerado consumo elevado. 9 57. psicossociais do trabalho. Os fatores psicossociais do trabalho referem-se às interações entre meio ambiente e condições de trabalho. Mesmo os trabalhadores estando visivelmente com pressão arterial em nível normal. Um dos desafios na prevenção e tratamento da hipertensão é aumentar a sua detecção.1 Os funcionários dessa empresa estão com pressão normal. a qual se inicia com a apropriada aferição da pressão arterial (19) Figura 3. A HAS é considerada como um dos problemas de saúde pública de maior prevalência na população mundial(21). mesmo dentre o espectro de valores considerados normais(17). Avaliação da história familiar de Doenças cardiovasculares (DCVs) e as DCVs dos funcionários dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim. onde a maioria desses fazem o consumo 2 vezes por semana (TAB.39. Hipertensão arterial sistêmica (HAS). (7) Tabela 4. O termo DCV designa uma gama de distúrbios que afetam o coração e os vasos sanguíneos. pois parece haver uma relação linear entre o risco de morte por causa vascular e os valores da pressão arterial. Entende-se fator de risco cardiovascular como características ou situações patológicas que tenham correlação positiva com a doença. demonstrando essa associação(3). Nessa empresa só foram avaliadas pessoas adultas e do sexo masculino. Espírito Santo. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%). Mas apesar disso. contínua e independente . Espírito Santo. 10(50):374-382 . em 2012. condições organizacionais. 42. Brasil. to de DCVs(20). Natália Grancieri. apresentando-se como fator de risco para desenvolvimen- Ter Man.6 71. obesidade. nos últimos anos. Estudos epidemiológicos mostram que em 2000. o valor de PAS dir. Fatores de risco para o desenvolvimento de DCVs (n= 35) Características clínicas e história familiar Fa Fr% Estresse ou nervosismo no trabalho Sim Não Dor no peito Sim Não Dor nas panturrilhas Sim Não 10 25 28. alimentação rica em sódio e gorduras. Doença arterial obstrutiva crônica (DAC). 7). Doenças Cardiovasculares (DCVs). alcoolismo. Esse conceito emergiu de estudos epidemiológicos prospectivos que avaliaram amostras populacionais por longos períodos de tempo. antecedentes familiares.3 11 23 31. Acidente vascular encefálico (AVE). alguns autores têm chamado a atenção para a necessidade de rediscussão dos níveis pressóricos considerados ideais. sendo esse aumento da prevalência esperado principalmente nos países em desenvolvimento(18). aproximadamente 26% da população adulta em todo o mundo já apresentava HAS e essa proporção deverá aumentar para 29% até o ano de 2025. pois a mortalidade por DCVs é aproximadamente três vezes maior entre os homens(16) e estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos de idade. 379 Um fator de grande preocupação é que metade dos funcionários são sedentários e quase a metade faz uso de bebida alcoólica. É apontada como a terceira maior causa de morte.9% estão afetados com um fator de risco hereditariedade de DCVs. DISCUSSÃO Nesse estudo foi avaliado os fatores de risco para o desenvolvimento de DCVs em trabalhadores do setor de beneficiamento de rochas ornamentais. sendo os mais freqüentes.7 94. se não forem realizadas medidas de intervenção. percentil 25% de 110 e percentil 75% de 130. funções e conteúdo do traba- . outros fatores estão relacionados com a hipertensão.14 ± 1. A hipertensão arterial sistêmica representa uma das mais importantes causas de co-morbidade. percentil 25% de 70 e percentil 75% de 80. Brasil.56. Os resultados foram demonstrados como frequência relativa (Fr%) e absoluta (Fa). (mmHg) média ± EPM é de 78. Avaliação das características clinicas e história familiar de DCVs dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim. Assim é preciso que sejam estimulados a mudanças do estilo de vida e verificação da pressão arterial para que previnam de disfunções futuras(7). vida sedentária.pai. tabagismo. Hélio Gustavo Santos. em 2012.4 65.Mateus Candeia Gianizeli. Luíza Contarini Machado. (mmHg) média ± EPM é de 119 ± 1. e o valor de PAD dir. et al. Além dos fatores de riscos encontrados já mencionados com idade. mãe ou irmão (a) Sim Não 15 20 42.7 DCVs na família . sexo. 2012.4 2 33 5. a doença cerebrovascular e a doença vascular periférica(15). As principais manifestações são a doença arterial coronariana. agentes físicos e químicos(22-23). A mortalidade por doenças cardiovasculares aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial a partir de 115/75mmHg de forma linear. Podemos perceber que a falta de atividade física esteve presente em 51. estar consumindo o considerado normal de gordura e sal.6 51. respectivamente.2% dos adultos(5). Fatores de risco para o desenvolvimento de DCVs (n= 35) Hábitos de vida Prática de exercício físico Sim Não Tipo de atividade física Musculação Aeróbica Caminhada Natação Jogar bola Freqüência semanal 1 2 3 4 5 Tabagismo Sim Não Ex-fumante Tempo de tabagismo 3 anos 4 anos 5 anos > 6 anos Etilismo Sim Não Freqüência semanal 1 2 7 2 12 1 5. mostrando um índice menor do que as estatísticas brasileiras.6 1 5 3 1 6 2.6 11. O estresse psicológico tem sido observado como fator de risco cardiovascular. e outros nutrientes que quando consumidos em excesso. valor 5. O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão arterial. 2012.4% dos funcionários afirmam que o trabalho faz com que eles se sintam estressados. e estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza também os riscos associados para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares(28). esforços. que estão entre os principais fatores de risco para as principais doenças não transmissíveis. Nessa empresa podemos observar que 31. De 21% a 28% da mortalidade por DCVs em homens e mulheres. No caso desses funcionários podemos perceber que a maioria possuem uma carga horária de jornada de trabalho de 7 à 8 horas por dia. A oferta de alimentos industrializados. 75% dos homens que apresentam hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade(7).4% dos funcionários dessa empresa. podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial. induz a um aumento no consumo de alimentos com alto teor de gordura. A maioria dos funcionários avalia sua alimentação sendo com pouca gordura.3 1 28 6 2. Brasil. características individuais e familiares dos trabalhadores(24). Fa- tores ocupacionais estão diretamente ligados a estas DCVs uma vez que os turnos de trabalho excessivos influenciam no sedentarismo e na falta de pratica de exer- Ter Man. natação. jogar futebol. Estima-se que o sedentarismo.1 7 3 4 0 3 20 8.4 1 0 1 5 2.9 80 17.3 2. altamente calóricos e de preço acessível à maioria da população. estando fortemente associados às mudanças hemodinâmicas e reatividade do sistema cardiovascular. Sendo que entre as atividades realizadas são citadas a musculação. 10(50):374-382 . que levam ao aumento do risco cardiovascular e de hipertensão (2-25) O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão. a atividade aeróbica. a caminhada.9 14.9 17 18 48. em 2012. seja responsável por 22% das doenças isquêmicas do coração e que a obesidade e o sobrepeso já atinjam 1 bilhão de pessoas no mundo(15). mas 31. No Brasil.6 51. ainda que de forma dependente de outros fatores.9 0 2. esta proporção atinge 79. Espírito Santo.9 17. A relação entre aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta ingestão de sal(7). sendo que a maioria considera em uma escala de 0 à 10 pontos.1 17 18 48.9 14.4 Fa Fr% cícios físicos (8) . lho.3 8. o que pode ter influenciado na taxa de sedentarismo encontrada nesse ambiente. Hábitos de vida dos funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim. sódio. na região sudeste.43% tem uma jornada de trabalho superior à 9 horas por dia.7 34. o IMC é muitas vezes usado para refletir a gordura corporal total(16).4 0 8. aumentam os índices de obesidade e conseqüentemente ocasionando o aumento de doenças crônicas(26).380 Risco cardiovascular em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim – ES. A obesidade total e central também se associa positivamente com o risco de desenvolver DCVs(27). Tabela 7. podem ser atribuídos ao excesso de peso e obesidade(16).6 2. Outro fator que aumenta a inatividade e o sedentarismo é o avanço tecnológico e o conforto da vida. 83% da população não praticam exercícios habitualmente e. Diversos indicadores da obesidade têm sido descritos nos últimos. açúcar. Regimes alimentares pouco saudáveis e sedentarismo são os principais contribuintes para o sobrepeso e a obesidade. En- . br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1. Normas e Manuais Técnicos. H. F.11. v. Cadernos de Saúde Púbica. [citado 24 nov 2009]. FERNANDES.1. V. Rene. Ter Man.2. Desta forma. Fortaleza. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. et al.909-917. Informações de Saúde.3% consomem duas vezes por semana. et al. Doenças Relacionadas ao Trabalho: Manual de procedimentos para os serviços de saúde. deve-se salienta a importância de estratégias de prevenção. p168-177. Disponível em: http://www. A prevalência de sobrepeso e obesidade está aumentando rapidamente em países em desenvolvimento. C. C. C.2. Outro fator importante de risco é a ingestão excessiva de álcool também é considerado como fator de risco para a hipertensão. et al. Ministério da Saúde. 6.. 7.112-5. Revista Elsevier. 2012. 11. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil. MATOS. 2001.. H. observa-se que os trabalhadores estão com nível de IMC alterados. 2012. Acesso em 01 de Novembro de 2012. Como limitações desse estudo. p.datasus. p.1481-1488.58. estando com sobrepeso. C.40-54. Rev. G.172-180. E. um país em pleno desenvolvimento.33-38. investigando se há correlação entre os fatores de risco cardiovasculares e o trabalho com o mármore e granito. 2012. saude. houve pessoas que tiveram contato direto com o tabaco. 2005. SOUZA. J. A maioria dos indivíduos foram classificados como sedentários e estavam com sobrepeso. Outro grande problema que afeta a população é a desinformação com relação à saúde. 2. Rev Bras Hipertensão V. 9. Hélio Gustavo Santos. COUTO. 381 quanto a CA e a RCQ são usadas para avaliação da gordura corporal central(16). ES. N. F. V.V. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA.10. PIMENTA. D. Cardiol. Disponível em: <http://dtr2001. B. M.5. Apenas 1 pessoa nesse estudo ainda fumava. L. et al. c. Prevalência dos Fatores de Risco para Doença Cardiovascular em Funcionários do Centro de Pesquisas da Petrobras. E. Med. BRASIL.gov. CARVALHO. Rev.. Acesso em 11 de Novembro de 2011. p. A. Deve-se destacar que a empresa avaliada está localizada no Brasil. p.82. MOLINA. 2007. Luíza Contarini Machado. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. M.6. O que pode ser considerado como os primeiros sinais da vida sedentária que a maioria dos funcionários possui. Fatores de risco.1% são ex-fumantes. Estresse ocupacional e hipertensão arterial sistêmica. Hipertensão arterial entre trabalhadores de petróleo expostos a ruído. Assoc. Editora Ltda. Datasus. 2004. C. Bras. 5. D. sendo que 34. obesidade. Avaliação do risco cardiovascular de indivíduos portadores de hipertensão arterial de uma unidade pública de saúde.2% desses ex-fumantes fumaram mais de 5 anos. M.1. 10(50):374-382 . Trabalho noturno e risco cardiovascular em funcionários de universidade pública. P. c. S. V. Natália Grancieri. CESARINO. A magnitude do problema é identificada ao se considerar a estimativa da OMS de que cerca de 1/3 da população mundial adulta seja fumante(15). Rio de Janeiro. R.gov.1-4. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. podemos citar à falta de investidores para a realização de exames laboratoriais e o número de participantes na pesquisa. F. p. enquanto a redução na ingestão de álcool está associada à redução na pressão sangüínea em indivíduos hipertensos e normotensos(29). Atlas – corações do Brasil. bem como em países industrializados(16). E. Entre os funcionários. 2010. v. 2010. Estima-se que esse hábito de fumar seja a principal causa de morte evitável no mundo em função de sua atuação como precursor de diversas patologias e sua alta prevalência. D.1-51. BRASIL.br. 2001.Mateus Candeia Gianizeli. S. n. Brasil. Saúde Pública. Espírito Santo. v. R. p. um fato preocupante é que 17. Cad.17. Aproximadamente metade dos funcionários afirma que faz o consumo de bebidas alcoólicas.95. Sugere-se a realização de mais.1. Fatores de risco cardiovascular em crianças de 7 a 10 anos de área urbana.pdf>. Revista einstein. Bras. A. VIEIRA. p. Gastos com a saude no Brasil. Série A. et al. Brasil. Secretaria Executiva.1. o que prejudica o controle e o tratamento correto de diversas doenças(30).26. 4. LIMA. DIAS.. Ações de educação em saúde no controle do sobrepeso/obesidade no ambiente de trabalho. p. n. 17. Pode-se perceber que apesar dos valores de gordura corporal central dos funcionários estarem em níveis normais. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desta pesquisa pode-se observar alguns fatores de risco para o desenvolvimento de DCVs em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornarmentais de Cachoeiro de Itapemirim. V. que abordem e aprofundem o mesmo tema. D’ALENCAR. et al. 2010. 10. et al. É. M. 3. Vitória. n. A. Rev. Arquivos Brasileiros de Cardiologia – V. Arq. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde. B.1590/S0066-782X2010005000028. 1.n. 2004. crenças. 2003. Arq. c. LIMA. M. Report of a WHO consulation on obesity. R. Cardiol. D. LIMA. VIANA.V.. T. A hipertensão arterial sob o olhar de uma população carente: estudo exploratório a partir de conhecimentos.3. 2003. Ministério da Saúde. C. 1079-1087. São Paulo. Hypertension. pensamentos e práticas. 2012. C. VIEBIG.com. L.V. C. (Monografia apresentada ao Setor de Pós-graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense. 2012. L. et al.. Bras.797-806. ASSIS. c. et al. p.5.abirochas. 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M. 21. BOM. MAGNA. Rio de Janeiro. Rev Saúde Pública. 13. Saúde Pública. V.401-6. p. D. C. Seventh Report of the Joint National Committee on Prevention. M.who. A. S.1590/S0102-311X2010000400021. 1995 WHO. 24. 10(50):374-382 . Physical Status: The use and interprtation os antropometry. CARVALHO. Epidemiologia do stress psicológico: estudo transversal de base populacional. 2010.. et al. C.org/10. ROSSI.doi. J.UNESC. Tese apresentada a Universidade de São Paulo. A. http://dx. p. percepções. 18. I.1. p. atitudes e práticas. R. Disponível em <www. 22. Arq Bra Cardiol. 9-58. 26. et al.4. R. 20. V. M.77. http://dx. Obesity: preventing and managing the global epidemic.doi. C. v. para a obtenção do título de especialista em Nutrição Clínica). 854. C. Genebra: OMS. OMS.382 Risco cardiovascular em funcionários de uma empresa do setor de rochas ornamentais de Cachoeiro de Itapemirim – ES. p. V5. Geneva. 20. c. 19.2.86. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. http://www. 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RS – Brasil. respectivamente).42%) presented right lateral head tilt and 12 (28. Brasil Resumo Introdução: Desequilíbrios posturais na cabeça e pescoço podem levar à desvantagem biomecânica da articulação temporomandibular e. it was not observed significant difference as to the signs and symptoms manifestations. Key words: Temporomandibular Joint. Conclusion: The postural deviation of lateral head tilt predominated among the women with TMD. Centro.383 Artigo Original Manifestações clínicas de desordem temporomandibular e inclinação lateral da cabeça.with aligned head posture (angle < 1. A dor facial bilateral e desvio mandibular ocorreram em ambos os grupos e foram significativamente mais frequentes em relação aos sintomas unilaterais e ausência de sintomas e desvio. as participantes foram distribuídas em dois grupos: GI . The side of the lateral head tilt was not related with the side of the symptom manifestation. in the frontal plane.68) que mensurou o ângulo formado pelo tragus direito. Abstract Introduction: Postural imbalances in the head and neck can cause a process of biomechanics adversity in the temporomandibular joint. RS – Brasil.13) e o lado do desvio na abertura (p=0.23) no grupo de estudo. The bilateral facial pain and mandibular opening deviation occurred in both groups and were significantly more frequent in relation to the unilateral symptoms and the absence of the symptoms and deviation. Juliana Alves Souza(2). Estas foram fotografadas e avaliadas quanto à postura da cabeça. GA com postura alinhada da cabeça (ângulo < 1. 42 no GI. In the comparison between groups. 0. A partir dessa avaliação.5 graus) e. Objetivo: analisar as manifestações clínicas de DTM e a inclinação lateral da cabeça.0001.13) and the side of the opening deviation (p=0.23) in the SG. 42 in the GI and 32 in the GW. Fernanda Pasinato(2). Santa Maria. Endereço para correspondência: Lais Chiodelli.. Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). however there was a tendency of the unilateral pain is manifested in the opposite side of the lateral head tilt. Results: 74 women took part in the reseatch. não foi observada diferença significante quanto à manifestação de sinais e sintomas. the participants were distributed in two groups: LHG .57%) para a esquerda. 2. Transtornos da articulação temporomandibular. and consequently a temporomandibular disorder (TMD).04 e p=0. CEP 97050-420.0001. Tel: (55)91368875. Postura. Clinical manifestations of temporomandibular disorder and lateral head tilt. The bilateral facial pain and presence of deviation during mouth opening predominated with statistics difference(p=0. O lado da inclinação lateral da cabeça não se relacionou com o lado da manifestação dos sintomas. Resultados: 74 mulheres participaram da pesquisa.04 e p=0. 2502/102. consequentemente uma desordem temporomandibular (DTM). confirmado pelo instrumento Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Desordens Temporomandibulares RDC/TMD participaram do estudo. no plano frontal. horizontal line and left tragus. 0. Santa Maria. Professora Adjunta do Curso de Fisioterapia e do Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).5 degree) and. which measured the angle formed by right tragus. They were photographed and evaluated as to the head posture.com inclinação lateral da cabeça (ângulo ≥ 1. AHG . Mestranda do Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). In the GI. Na comparação entre os grupos.57%) to the left. Tuiuti. A manifestação bilateral de dor facial e presença de desvio na abertura da boca predominaram com diferença estatística (p=0. Methods: Women with TMD diagnosis. Método: Mulheres com diagnóstico de DTM. Santa Maria.5 degree). Conclusão: O desvio postural de inclinação lateral da cabeça predominou entre as mulheres com DTM.com.br Ter Man. Santa Maria. pelo software de avaliação postural (SAPo® v. Fisioterapeuta.68). There was no significant association between the side of the head tilt and the side of the facial pain (p=0. confirmed by Research Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TDM) took part in the study. Objective: to analyze the clinical manifestations of TMD and lateral head tilt. porém houve uma tendência da dor unilateral se manifestar no lado oposto à inclinação da cabeça. 2012. by the postural evaluation software (SAPo® v. em relação aos sintomas unilaterais e ausência de dor e de desvio. 30 women (71. Palavras-chave: Articulação [email protected]%) apresentaram inclinação lateral da cabeça para a direita e 12 (28. e 32 no GS. Não houve associação significante entre o lado de inclinação lateral da cabeça com o lado da dor facial (p=0. No GI.with head lateral tilt (angle ≥ 1. Santa Maria – RS. 10(50):383-388 . linha horizontal e tragus esquerdo.5 graus). e-mail: lais. a inclinação lateral da cabeça e a sua relação com sinais e sintomas da DTM. e distúrbios funcionais da coluna cervical(1215) tes aos sinais e sintomas unilaterais da DTM. 2012. e 32 do grupo sem inclinação (GA). 10(50):383-388 . com análise quantitativa dos dados. A postura da cabeça foi avaliada em registros fotográficos contidos no banco de dados por meio da biofotogrametria. Para serem incluídos na pesquisa os indivíduos deveriam ter diagnóstico clínico de DTM.019091/2008-65. esta desordem tem sido considerada um problema de saúde pública e. tornou-se um assunto de interesse entre os profissionais e pesquisadores. INTRODUÇÃO O crânio está ligado à mandíbula por meio da articulação temporomandibular (ATM). por apresentar uma etiologia multifatorial. o tipo de diagnóstico (deslocamento de disco e artralgia) e o lado em que se manifesta. e para comparar as distribuições entre os grupos utilizou-se o Teste de Independência (qui-quadrado). alterações posturais. mialgias.384 DTM e inclinação lateral da cabeça. musculares. Em todos os testes admitiu-se um nível de significância de 5% (p<0. A inclinação lateral da cabeça foi mensurada no plano frontal. ruídos articulares durante os movimentos condilares. Os fatores etiológicos da DTM incluem anormalidades estruturais mandibulares. A postura da cabeça sofre influência e é controlada por diversos fatores. RESULTADOS Setenta e quatro mulheres com idade entre 18 e 35 anos se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa. e sinais como desvios ou restrições dos movimentos mandibulares(6-11). lado do desvio na abertura mandibular. alterações neuromusculares. Devido à sua alta prevalência (50 a 75% da população)(12).13). crepitações) e em qual lado se apresentam. O estudo faz parte do projeto Sistema crânio-cérvico-mandibular: enfoque diagnóstico e terapêutico multifatorial com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) sob protocolo número 23081.3-5). este estudo se propõe a analisar os sinais e sintomas de DTM.68). vasculares. A associação entre a postura de inclinação lateral da cabeça e a manifestação unilateral da dor facial e do desvio na abertura bucal foi verificada pelo Teste Exato de Fisher. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva para verificar a porcentagem de indivíduos segundo o lado da inclinação lateral da cabeça.2). presença de ruídos articulares e o lado que se apresentam. os proprioceptores do pescoço. A partir deste instrumento. segundo instrumento Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Desordens Temporomandibulares (RDC/TMD)(16). A maioria dos autores tem estudado essas alterações no plano sagital. Fluxograma do estudo. investigando a associação da anteriorização da cabeça com a presença de DTM(12. linha horizontal e tragus esquerdo(17).6%) para a esquerda. mulheres com desvios menores ou iguais a 1. . sensibilidade à palpação dos músculos mastigatórios e das ATMs. presença de ruídos articulares (estalido. ou seja. O termo desordem temporomandibular (DTM) refere-se a várias condições músculo-esqueléticas que comprometem a ATM. Embora existam diversas pesquisas sobre DTM e postura.4%) apresentaram inclinação lateral da cabeça para a direita e 12 (28. estresse. Ter Man. tais como: lado da dor facial. pelo software de avaliação postural SAPo® (0. Envolve um conjunto de sinais e sintomas como: cefaléia. conforme a resolução 196/1996.5 graus em relação à horizontal.05). sendo 42 do grupo com inclinação lateral da cabeça (GI). linfáticos e nervosos. a inclinação lateral da cabeça e sua possível associação. ligamentares. O grupo com inclinação lateral da cabeça (GI) incluiu mulheres que um desvio maior ou igual a 1.5 graus foram incluídas no grupo sem inclinação lateral da cabeça (GA) (Figura 1). formando o sistema craniocervicomandibular(1. foram coletados dados referen- Figura 1. como o aparelho visual e vestibular. por meio do ângulo formado pelo tragus direito. lado da dor facial. a posição do osso hióide. O Teste de Aderência (qui-quadrado) foi utilizado para observar as freqüências das manifestações na amostra. não foi encontrado nenhum estudo que analisa as alterações posturais da cabeça no plano frontal. o tipo e local de diagnóstico da DTM (deslocamento de disco e artralgia). No GI 30 mulheres (71. zumbido. os músculos mastigatórios ou ambos(1. e tais estruturas ósseas estão interligadas por componentes capsulares. MÉTODOS A presente pesquisa constituiu-se de um estudo descritivo de caráter retrospectivo. presença e lado de desvios na abertura mandibular. Registros do banco de dados do projeto supracitado do período de 2008 a 2010 foram selecionados para este estudo. Sendo assim. a oclusão dentária e a atividade neuromuscular(2). Lais Chiodelli, Priscila Weber, Fernanda Pasinato, Juliana Alves Souza, Eliane Castilhos Rodrigues Corrêa. 385 Considerando a amostra total (n=74), a maioria das participantes (94,6%) foram diagnosticadas com DTM de origem miofascial sendo que 50 (67,6%) apresentaram DTM mista, ou seja, obtiveram mais de um diagnóstico. Destas, 32,4% tiveram diagnóstico de desordens discais e 60,8% apresentaram algum tipo de comprometimento articular. Pela estatística descritiva foram analisadas as manifestações dos sinais e sintomas de DTM (Tabela 1). A dor facial esteve presente em 70 sujeitos (94,6%), sendo que a maioria (59,5%) relatou o sintoma bilateralmente. O Teste de Aderência do Qui-quadrado demonstrou que os percentuais relativos à dor facial bilateral manifestaram-se com diferença significativa (p=0,04) ao ser comparado com a dor unilateral e a ausência de dor. A presença de desvio durante a abertura da boca foi o sinal mais observado nas participantes (89,2%), com diferença significativa em relação ao percentual de mulheres com ausência do desvio (p=0,0001), confirmado pelo Teste de Aderência (qui-quadrado). A manifestação de sinais e sintomas foi comparada entre os grupos GI e GS pelo Teste de Independência (qui-quadrado), o qual demonstrou ausência de diferença significativa entre os grupos. Na Tabela 2, está apresentada a análise descritiva dos sinais e sintomas unilaterais de DTM e a sua relação com o lado de inclinação da cabeça do GI. Pelo Teste Exato de Fisher não houve associação significante entre o lado da inclinação lateral da cabeça e o lado da dor facial e do desvio na abertura bucal (Tabela 3). Para esta análise foram utilizados somente os dados referentes aos sinais e sintomas unilaterais, sendo excluídos os dados clínicos bilaterais, e a ausência da manifestação. DISCUSSÃO A presente pesquisa teve como objetivo analisar as manifestações clínicas de DTM e a sua relação com a inclinação lateral da cabeça. Segundo os resultados obtidos, foi possível observar o predomínio de participantes com a cabeça inclinada lateralmente, uma vez que, em Tabela 1. Resultados das manifestações clínicas de todas as mulheres com DTM e, conforme a sua distribuição em GI e GA. Sinais e sintomas Manifestação Unilateral Bilateral Ausente Presente Ausente Unilateral Bilateral Ausente Unilateral Bilateral Ausente Unilateral Bilateral Ausente Total n=74 n (%) 26 (35,1%) 44 (59,5%) 4 (5,4%) 66 (89,2%) 8 (10,8%) 20 (27,0%) 23 (31,1%) 31 (41,9%) 14 (18,9%) 10 (13,5%) 50 (67,6%) 19 (25,7%) 26 (35,1%) 29 (39,2%) Teste de Quiquadrado* p=0,04 p=0,0001 p=0,021 GA n=32 n (%) 12 (37,5%) 19 (59,4%) 1 (3,1%) 28 (87,5%) 4 (12,5%) 7 (21,9%) 14 (43,7%) 11 (34,4%) 7 (21,9%) 7 (21,9%) 18(56,2%) 8 (25,0%) 10 (31,2%) 14 (43,8%) GI n=42 n (%) 14 (33,4%) 25 (59,5%) 3 (7,1%) 38 (90,5%) 4 (9,5%) 13 (31,0%) 9 (21,4%) 20 (47,6%) 7 (16,7%) 3 (7,1%) 32 (76,2%) 11 (26,2%) 16 (38,1%) 15 (35,7%) Teste de Quiquadrado** p=0,729 p=0,975 p=0,121 Dor facial Desvio de abertura Ruídos articulares Deslocamento de disco p=0,023 p=0,120 Artralgia p=0,023 p=0,492 * Teste de Aderência do Qui-quadrado. ** Teste de Independência do Qui-quadrado – comparação entre os grupos. Tabela 2. Sinais e sintomas unilaterais de DTM e inclinação lateral da cabeça no GI (n=42). Sinais e sintomas unilaterais de DTM Inclinação lateral da cabeça Ipsilateral Contralateral Dor Facial n=14 4 (28,57%) 10 (71,43%) Desvio na abertura n=38 22 (57,89%) 16 (42,11%) Ruídos articulares n=13 7 (53,85%) 6 (46,25%) Diagnóstico de deslocamento de disco n=7 2 (28,57%) 5 (71,43%) Diagnóstico de artralgia n=11 6 (54,54%) 5 (45,46%) Tabela 3. Associação entre o lado da inclinação lateral da cabeça e o lado da manifestação dos sinais e sintomas de DTM. Inclinação lateral da cabeça Sinais e sintomas de DTM Lado da dor (n=14) Lado do desvio na abertura (n=38) *Teste Exato de Fisher (p<0,05) Direita Direito Esquerdo Direito Esquerdo 3 (21,43%) 6 (42,86%) 15 (39,47%) 12 (31,58%) Esquerda 4 (28,57%) 1 (7,14%) 4 (10,53%) 7 (18,42%) Teste Exato de Fisher* p=0,13 p=0,23 Ter Man. 2012; 10(50):383-388 386 DTM e inclinação lateral da cabeça. 74 mulheres com DTM, 42 apresentaram um ângulo de inclinação maior ou igual a 1,5 graus. Vários autores(2,3,6,17,28) têm pesquisado o comportamento do sistema craniocervicomandibular relacionando à postura da cabeça e da coluna cervical. Pesquisadoras(17) avaliaram a postura da cabeça por meio da fotogrametria em 39 voluntários com e sem DTM e observaram uma média de 0,47 graus de inclinação lateral direita entre indivíduos com DTM, enquanto os indivíduos sem disfunção obtiveram em média 0,85 graus de inclinação. Assim como na presente pesquisa, não houve diferença estatística entre os grupos, sugerindo que a inclinação lateral da cabeça não exerce influência importante no desenvolvimento da DTM. Apesar de alguns estudos de eletromiografia(18,19) não confirmarem a ideia de que os desvios posturais do pescoço influenciam o recrutamento dos músculos cervicais e mastigatórios, os resultados de uma das pesquisas(19) demonstraram maior atividade muscular no lado do apoio oclusal, que pode promover um desequilíbrio da atividade muscular do esternocleidomastóideo. A partir dessa relação, sugere-se que as manifestações clínicas, como dor e deslocamento de disco, ocorram, mais provavelmente, no lado da inclinação da cabeça, por possível aumento de pressão intra-articular. Esses achados discordam da presente pesquisa, na qual se observou uma tendência de a dor apresentar um comportamento cruzado em relação à inclinação da cabeça. Neste estudo, a associação entre o lado da inclinação lateral da cabeça com o lado da dor facial não foi demonstrada estatisticamente, uma vez que a maioria dos sujeitos apresentou sintomas dolorosos em ambas as ATMs. O predomínio do diagnóstico de DTM de origem miofascial pode ser uma explicação para este fato. Além disso, a amostra deste estudo foi composta exclusivamente por mulheres jovens, cuja maior vulnerabilidade aos estímulos dolorosos tem sido descrita na literatura. Pesquisadores(20) partem do pressuposto que as mulheres são mais sensíveis aos estímulos dolorosos do que os homens, pois o centro de processamento dos estímulos nociceptivos no gênero feminino pode ser mais facilmente corrompido em uma hiperexcitabilidade patológica. Outras manifestações comuns em pacientes com DTM são ruídos articulares durante as excursões mandibulares (abertura, fechamento e lateralidade). No presente estudo 58,1% dos participantes apresentaram ruídos, porém não houve associação com a inclinação da cabeça, uma vez que em 31,1% os ruídos ocorreram bilateralmente. O desvio mandibular durante a abertura da boca foi encontrado em 89,2% dos participantes, porém não houve uma associação significante entre o lado do des- vio e o lado da inclinação da cabeça, uma vez que a freqüência de desvio ipsi e contralateral foi similar para ambos os lados da inclinação da cabeça. Esse achado pode ser justificado pelo fato de que o desvio mandibular está relacionado a um desequilíbrio dos músculos mastigatórios com presença de hiperatividade(8), e pode não sofrer tanta influência da postura inclinada da cabeça ou da hiperatividade dos músculos cervicais. Este fato também foi comprovado em um estudo(21) que demonstrou uma tendência de os músculos mastigatórios do lado direito apresentarem uma atividade elétrica maior, principalmente os masseteres, no grupo com DTM. Pesquisadores(8) analisaram os sinais e sintomas de 40 pacientes com DTM e encontraram significância estatística entre a presença de dor e a ocorrência de desvio mandibular, sendo que os indivíduos com dor apresentaram cinco vezes mais chances de possuírem desvio mandibular. Segundo os autores, o desvio mandibular pode ser decorrente de alterações patológicas, inflamação articular, e falta de guias oclusais. Os resultados da presente pesquisa mostraram que 24 sujeitos foram diagnosticados com deslocamento de disco. Estes achados devem ser vistos com cautela, pois apesar do RDC/TDM, oferecer uma classificação padronizada para diagnosticar com acurácia os tipos de desordem (dor miofascial, deslocamento de disco e artralgia), pacientes com sinais e sintomas clinicamente relevantes e característicos de DTM podem não se enquadrar nas classificações do instrumento(22). Na avaliação do deslocamento de disco, caso um paciente não apresente estalido articular recíproco em pelo menos duas de três repetições consecutivas do movimento de abertura/fechamento da boca, este pode não ser incluído na categoria de deslocamento de disco com redução – o que não significa que o paciente não apresente deslocamento de disco com redução. A confirmação deste diagnóstico só poderá ser obtida por meio de exames de imagem como a ressonância magnética, ou o ultrassom, que é eficaz e de custos mais baixos. Em alguns estudos(23,24) o deslocamento de disco foi associado com desvios posturais e assimetria facial. Quanto aos desvios posturais(23), encontrou-se maior inclinação lateral da cabeça no grupo com DTM, com mais frequência para a direita, concordando com os achados na presente pesquisa. Sabe-se que o desvio mandibular geralmente ocorre para o mesmo lado do deslocamento, uma vez que a excursão do côndilo deste lado está limitada pelo disco deslocado anteriormente. Quanto à assimetria facial, os autores(24) observaram que quanto mais avançado o deslocamento de disco de uma ATM maior a deflexão mandibular para este lado. Tal fato é atribuído às mudanças na forma e tamanho do côndilo mandibular pelo deslocamento de disco, que podem reduzir o tamanho da mandíbula do lado do deslocamento de disco. O outro diagnóstico obtido pelo RDC/TMD observa- Ter Man. 2012; 10(50):383-388 Lais Chiodelli, Priscila Weber, Fernanda Pasinato, Juliana Alves Souza, Eliane Castilhos Rodrigues Corrêa. 387 do na presente pesquisa foi o de artralgia, presente em 45 sujeitos e, na maioria, bilateralmente. Este predomínio da dor articular bilateral pode justificar a presença de ruídos e dor facial também bilaterais. Um estudo (25) ga articular impostos em algumas atividades ocupacionais podem causar ou exacerbar sintomas na ATM e coluna cervical, como por exemplo, nos operadores de telemarketing. Neste caso, estudos(26,27) referiram que os operadores apresentavam altas prevalências de sintomas de dor e desconforto no pescoço e no ombro. As posturas corporais adotadas diariamente podem predispor ou agravar as manifestações clínicas de DTM. O conhecimento dos fatores ocupacionais associados à inclinação da cabeça favorece o estabelecimento de ações preventivas, visando diminuir a prevalência de DTM na população. Cabe ressaltar a importância da abordagem fisioterapêutica sobre o sistema craniocervicomandibular dos pacientes com DTM, que além de atuar nas manifestações álgicas, pode prevenir e corrigir alterações posturais. CONCLUSÃO Com base neste estudo, observou-se que o desvio postural de inclinação lateral da cabeça predominou entre as mulheres com DTM comparado à postura alinhada. A dor facial bilateral e desvio mandibular ocorreram em ambos os grupos e foram significativamente mais frequentes em relação aos sintomas unilaterais e ausência de sintomas e desvio. O lado da inclinação lateral da cabeça não se associou com o lado da manifestação dos sintomas, porém, houve uma tendência da dor facial unilateral se manifestar no lado oposto à inclinação da cabeça. Pela escassez da literatura envolvendo esses aspectos clínicos e posturais, estudos com maior tamanho amostral e que reproduzam essa metodologia são necessários. analisou a relação entre a osteoartri- te e a ostroartrose unilateral da ATM com a assimetria facial e a atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios. A eletromiografia mostrou que a atividade elétrica do músculo masseter foi maior no lado da ostreoartite, e observaram que a linha média mandibular foi deslocada para o lado da degeneração do disco, sugerindo o desequilíbrio da musculatura mastigatória. Os resultados da presente pesquisa mostram que o lado do desvio mandibular durante abertura da boca não apresentou associação com a inclinação lateral da cabeça. Porém, ao observar os resultados do diagnóstico unilateral de deslocamento de disco, percebe-se que a maioria apresentou a cabeça inclinada para o mesmo lado do deslocamento, sugerindo maior função muscular neste mesmo lado. Na presente pesquisa verificou-se elevado percentual de inclinação lateral da cabeça entre mulheres com DTM, reforçando a relação existente entre os músculos da cabeça e região cervical com o sistema estomatognático. Um estudo (28) que submeteu 20 indivíduos com DTM a 10 sessões de reeducação postural global (RPG) obteve redução dos sintomas de DTM e melhora significativa no alinhamento horizontal da cabeça. Os valores de média das medidas da inclinação lateral da cabeça reduziram de 1,72 graus para 0,59 graus após o tratamento. Além da DTM, a inclinação lateral da cabeça pode estar associada a outras causas, como a postura no ambiente de estudo e/ou trabalho. O estresse e a sobrecar- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 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Endereço para correspondência: Alexandre Wesley Carvalho Barbosa. protecting the vascular structures and the nervous system. Quanto à atividade elétrica muscular não obtivemos alteração significante entre os momentos de avaliação. Discente do programa de Mestrado em Ensino em Saúde da UFVJM.Doutor em Ciências Biomédicas pelo IUNIR. sendo que o equilíbrio entre a flexibilidade e força muscular nesta área torna-se essencial. avaliadas em três momentos. Results: full-scanning technique was efficient to decrease pain. por biofotogrametria. Resumo Introdução: a coluna cervical constitui elo flexível entre crânio e tronco. terapia manual. Diamantina. Doutora e Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP. 1. Tel. quando avaliamos as diferenças entre M1 e M3. Mestre em Fisioterapia pela UNITRI. Docente do programa de Mestrado em Ensino em Saúde e do Departamento de Fisioterapia da UFVJM. Este incluiu manipulação cervical bilateral pela técnica full-scanning. 2. Minas Gerais. muscle electric activity and head position caused by full-scanning vertebral manipulation technique on patients with cervical biomechanical disorders. Amapá. Diamantina. bem como a atividade elétrica do músculo trapézio superior antes e após o protocolo. as well as the electric activity of trapezius superior muscle before and after the protocol. Minas Gerais. Métodos: participaram dez voluntárias adultas. Short term effects on pain. Doutor em Ciências Biomédicas pelo IUNIR. We had no significant differences among moments of evaluation to muscle electromyography. Brasil. Milena Guimarães(5). Campus JK Diamantina/MG. Resultados: a técnica foi eficaz na melhora da dor. Mestre em Biologia Celular e Estrutural pela UNICAMP. manipulation. 4. Débora Fernandes de Melo Vitorino(4). Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa(3). suportando e movimentando a cabeça.Diamantina/MG. com base na quantificação pela EVA e na redução da protrusão de cabeça. they were evaluated at three moments: at the beginning of spinal manipulation protocol. Minas Gerais. Brasil. Rodovia MGT 367 . escala visual analógica de dor (EVA) e eletromiografia: M1: antes da aplicação do protocolo de manipulação espinhal. Diamantina. Minas Gerais. 2012. 3. two weeks later and four weeks later. que relataram dor cervical e cabeça pelo menos uma vez por semana. when evaluated between initial and final moments. Conclusão: a técnica foi eficiente para o que se propôs em curto prazo. Key-words: electromyography. Outros estudos envolvendo estabilização dinâmica são necessários para verificação dos resultados de médio e longo prazo. nº 5000 .Alto da Jacuba. Palavras-chave: eletromiografia. Artigo recebido em 15 de Julho de 2012 e aceito em 20 de Setembro de 2012. Docente do Departamento de Fisioterapia da UFVJM. Methods: ten female adult volunteers who related at least one episode per week of cervical region pain and headache had participated. Brasil. supporting and allowing motion to head. além de proteger estruturas vasculares e do sistema nervoso. Alexandre Wesley Carvalho Barbosa(1). quantified by Visual Analogical Scale and to decrease the protrusion angle of head. Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.389 Artigo Original Efeitos de curto prazo na dor. Balance between flexibility and muscular forces are essential in this area. Abstract Background: cervical spine region constitutes a flexible link between skull and trunk. Brasil. Brasil. Objetivos: verificar a eficácia da manipulação espinhal pela técnica full-scanning na correção da protrusão de cabeça e no alívio da dor cervical e de cabeça. na atividade elétrica muscular e no posicionamento de cabeça da técnica full-scanning de manipulação vertebral em pacientes com desordens biomecânicas cervicais. 5. Objectives: to verify the effectiveness of the spinal manipulation for the full-scanning technique correcting protrusion of head and in the relief of cervical pain and headache. Macapá. Pablo Renan(5). 10(50):389-393 . Diamantina. Brasil. Fábio Luiz Mendonça Martins(2). Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.Km 583. Campus JK . physical therapy. fisioterapia. Other studies involving dynamic stabilization are necessary to verify the results of medium and long term. manual therapy.: (38) 3532-1200. e-mail: [email protected] Ter Man. Fisioterapeuta graduado pela Faculdade Seama. Na postura estática o corpo pode assumir uma infinidade de posturas que são confortáveis por longos períodos. com resolução de 14bits. assim. diversos reflexos rudimentares associados com posicionamento da cabeça e da região cervical. na fase expiratória. estes reflexos tornam-se difíceis de serem notados devido ao controle voluntário dominante. A freqüência de aquisição do sinal foi de 10 Hz (passa alta) e 500 Hz (passa baixa). Nosso objetivo foi verificar a efetividade em curto prazo de protocolo de manipulação espinhal (ME) de fullscanning relacionado ao processo de dor. além de dificuldades no diagnóstico. realizando a técnica Full-Scanning. em μV. 2012. manipulação cervical de caráter geral. Outro eletrodo foi posicionado numa extremidade óssea (olécrano) como eletrodo de referência. A tensão muscular excessiva pode comprometer o bom funcionamento dos proprioceptores cervicais. e expressos em porcentagem em relação a este valor de pico. Ter Man. uma nova postura é procurada. 2. quando ocorre desconforto por compressão articular. a maior freqüência de flexões do segmento exerce força sobre este núcleo em direção posterior. a coluna cervical possui raízes nervosas que emergem acima no nível do pedículo correspondente. Os dados médios foram normalizados no domínio da amplitude de acordo com a média dos 3 maiores picos do valor de RMS atingido. MÉTODOS Neste estudo foi avaliada a angulação da protrusão de cabeça de dez voluntárias adultas. (9) . Posturas habituais sem alterações posicionais ocasionais podem lesionar estruturas e limitar o movimento. mantendo a tração. INTRODUÇÃO Fatores anatômicos e biomecânicos. Para a biofotogrametria computadorizada utilizamos o software ALCimage® para estudo da angulação da protrusão de cabeça7. realizar manipulação de grau V de Maitland (baixa amplitude e alta velocidade).21). com os eletrodos posicionados entre a vértebra C7 e o acrômio da escápula para que permanecessem posicionados no ventre do músculo para coleta da contração voluntária máxima do músculo trapézio. Neste sentido. à angulação de protrusão de cabeça e à atividade elétrica muscular. sensores responsáveis pelo monitoramento do sistema musculoesquelético. A atividade eletromiográfica foi observada utilizando conversor analógico-digital de 4 canais com programa de aquisição de dados (Eletromiografo de Superfície e Biofeedeback-Miotool® 400 + Miograph®). O sistema vestibular que se localiza no ouvido interno também possui receptores especializados com finalidade de providenciar estímulos a respeito da estática e modificações na posição da cabeça.390 Efeitos manipulação vertebral desordens cervicais. Fonte: Arquivos pessoais do autor. O sistema vestibular e os proprioceptores associados às articulações do pescoço desencadeiam. Em adultos. a raiz nervosa de C5 emerge do espaço entre C4 e C5. O protocolo de tratamento foi realizado com periodicidade de três vezes por semana durante duas semanas. Na coluna cervical os movimentos constantes de flexão e extensão associados aos de rotação e inclinação podem ocasionar agressões ao disco intervertebral lesionando o ânulo fibroso e consequente herniação discal. Para verificar o quadro álgico perceptível pelo paciente Figura 1. tensão ligamentar. Depois de demarcada a distância do tripé para os pacientes. ou mesmo levar a deformidades4. Mesmo com seu núcleo pulposo anteriorizado pela lordose cervical normal. no tratamento precoce e da possibilidade de lesões associadas. Receptores estão localizados também dentro dos músculos e dos tendões para averiguar respostas sobre aumentos no comprimento ou a tensão no músculo. 10(50):389-393 . porém ocorrem quando o sistema vestibular detecta posição não ereta da cabeça5. com idade entre 20 e 35 anos (23. resultando em informações conflitantes a respeito da situação de equilíbrio6.43±2. ponto anterior ao maléolo lateral utilizamos a Escala Visual Analógica (EVA) de dor10. O sinal foi captado por eletrodos diferenciais de superfície (SDS 500) e registrada pela raiz quadrada média (RMS) em μv. Os proprioceptores. sendo que uma hérnia no disco C4-C5 tipicamente leva a uma radiculopatia de C52. pavilhão auditivo externo. O procedimento foi realizado tanto na rotação direita como para esquerda da cabeça (Figura 1). fazem da coluna cervical uma região crítica para intervenção1. Normalmente. A manobra consiste em posicionar o paciente em decúbito dorsal. contração muscular contínua ou oclusão circulatória. proporcionam resposta ao sistema nervoso central a respeito da posição articular ou rápidas modificações neste posicionamento.3.8. Manipulação cervical Full-scanning. Diferente da região lombar. realizou-se a marcação dos pontos anatômicos referenciais: 1. tracionar e realizar rotação da cabeça do paciente até seu limite máximo de ADM e. que relatavam dor na altura da coluna cervical ou cefaléia com episódios semanais. Foi solicitado aos pacientes que realizassem 03 repetições de contração máxima com intervalo de 2 minutos entre elas para que se encontrasse a média das análises. Diferenças significantes assinaladas (p<0. com p<0.70%. Para verificação da efetividade em curto prazo da manobra.65±3. 30. denotando diferença significante entre tais situações. em M2. Estudos demonstraram que ME aplicadas perifericamente na coluna cervical ocasionam alterações na plasticidade cortical.30 pontos.29%.97). Estudos demonstram. No comparativo de situações. Comparando-se as situações. Em M2 comparada a M3. estando ativos durante tensões mecânicas anormais em posições extremas da articulação ou afecções com efusão ou inflamação. Os dados referentes à avaliação subjetiva da dor denotam uma diminuição significante entre momentos inicial e final (p<0.0127. RESULTADOS Nos dez pacientes que concluíram o tratamento.067. Os mecanorreceptores articulares auxiliam o controle motor notificando continuamente o sistema nervoso sobre angulação momentânea e velocidade de movimento articular detectando alterações mecânicas na articulação16. Biofotogrametria para protrusão de cabeça.0024. assim como os do tipo 4. comparando a ME cervical com outras terapias (relaxantes musculares ou cuidados médicos habituais) para pacientes com dor cervical subaguda ou crôFigura 3. sem diferença entre as situações. ricos em inputs sensoriais (mecanorreceptores). Momento 3 (M3): 1.76±3. modificando o processamento somato-sensorial e a integração sensório-motora. et al. Mecanorreceptores do tipo 3 são dinâmicos de alto limiar. Já confrontando M1 e M3 o valor foi bastante expressivo. obtivemos p=0. constatou-se a normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk. Figura 2. Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa.34o e em M3: 1. Há ainda a constatação de liberação de β-endorfina plasmática. re-avaliamos os pacientes quatro semanas após o início do tratamento. Estudos demonstraram que. Observando M2 e M3. cartilagem)15. dado pelos integrantes articulares (ligamentos. com o emprego do teste T e ANOVA 1 via para comparação dos dados. Em M1 e M3 tivemos p=0. e em M3. 10(50):389-393 . o que também indica inibição nociceptiva por mecanismo reflexo19.66o. sugerindo que o SNC é capaz de contribuir para a atenuação de sinais clínicos14. Estas alterações proporcionam ao sistema nervoso central (SNC) sensibilização. que a ME em pacientes com síndromes dolorosas crônicas da coluna apresenta melhor resultado em relação à acupuntura e à medicação20. verificou-se p=0. Quanto ao comparativo entre os momentos temos que M1 em relação à M2 o resultado foi significante (p=0. O processo para se manter a estabilidade articular tem como componente.0039). favorecendo a liberação da dor e a reestruturação funcional pelo tratamento manipulativo18. não verificamos diferença significativa entre os momentos avaliados (p=0. alterando padrões motores13.12. músculos). Escala Visual Analógica. Estimular os mecanorreceptores de forma a influenciar no controle motor torna-se significativo à recuperação funcional do paciente.05). além da estabilização dinâmica muscular. Dos resultados da atividade elétrica do músculo trapézio superior. Momento 2 (M2): 3.Alexandre Wesley Carvalho Barbosa.83 pontos. 30. Na análise estatística pelo pacote estatístico BioEstat.0021). Na análise biofotogramétrica (Figura 3) os resultados observados quanto à média de angulação de posicionamento anterior de cabeça foram em M1: 3. efusão e tensão mecânica extrema na articulação17. em M1. em M2: 2. ativos apenas durante o processo inflamatório.17o. 391 O processo avaliativo foi novamente realizado após duas semanas a partir da data de início do protocolo.0001.0. 2012. Fábio Luiz Mendonça Martins. que são receptores de dor de alto limiar. tivemos diferença significativa entre M1 e M2 (p= 0. obtivemos resultados significantes na análise de dor (Figura 2) com a seguinte média de resultados: Momento 1 (M1): 7. cápsula. Diferenças significantes assinaladas (p<0. DISCUSSÃO Entende-se atualmente a manipulação espinhal (ME) como processo de estímulo neurofisiológico onde a deformação das estruturas periarticulares (ligamentos. ocasiona alterações no influxo axoplasmático aferente11.0001).18%.26 pontos. cápsula.05). verificamos média de 30.23±5. o fator estático. ainda. Ter Man. versão 5. Neste sentido.0024). Silva AMT. C2. modulando o mapa sensorial e. Eletromiografia dos músculos esternocleidomastóideo e trapézio em crianças respiradoras bucais e nasais durante correção postural. Acta Ortop Bras. 10(50):389-393 . Macroscopicamente tem-se redução na força tensional dos sarcômeros não funcionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Provavelmente a incorporação de protocolo de exercícios envolvendo treinamento sensório-motor de estabilização muscular seja componente complementar ao já aplicado. pode não ter sido também reestabelecido pela falta de treinamento muscular no protocolo ora proposto. Entretanto. em protrusão. podendo ocorrer também alterações no processo de excitação e contração. Cristante AF. percebemos um ganho proporcional ao alívio da dor nos pacientes. Cervical Radiculopathy: Nonoperative Management of Neck Pain and Radicular Symptoms. encontra-se deslocada anteriormente sobre a região cervical média (C4. Barbarini AF. Era esperado que a redução desta protrusão ocasionaria diminuição da atividade elétrica muscular inicialmente. Hamill e colaboradores22 descreve o suporte dinâmico para a cabeça e coluna cervical. sugerimos que a ausência de estímulos musculares no sentido de estabilização e provimento deste feedback ao SNC. memória empregada diariamente em atividades cotidianas e formada por movimentos aprendidos. Franco JS. 3. Quando confrontados com os dados biofotogramétricos. Mais estudos são necessários para averiguar a necessidade de um protocolo de estabilização dinâmica para a manutenção dos resultados obtidos. além de minimizarem o estímulos aos mecanorreceptores tipo 3 e 4 pelo retorno à posição de equilíbrio articular e sem estiramento ligamento-capsular. que a atividade elétrica muscular não sofreu alteração. sugerindo um aumento significante na atividade elétrica muscular. sugerindo que a falta de estímulos dinâmicos junto à musculatura afetada podem ser decisivos no equilíbrio da região cervical. como visto nos dados obtidos. sugerindo melhora do fluxo axoplasmático eferente e da dor. nica. sugerindo que a melhora no posicionamento articular cervical e a descompressão do compartimento posterior vertebral foi determinante neste processo. Em nível tecidual muscular. 2. 2007. conseqüentemente. Estudo experimental da resistência das osteossinteses com placas e parafusos na fixação anterior da coluna cervical. Sugerimos que o nível de lesão por microtraumas sucessivos. levando o tecido a retornar constantemente à sua característica neuromuscular de retração para proteção da área atingida. além de prover alívio de curto prazo para pacientes com dor de cabeça tensional. Ter Man. Estas são ativadas nos estágios mais adiantados do treinamento. 2010. que. Quanto à atividade elétrica muscular não observamos alteração. Não obstante. Filho TEPB. após normalização. onde os músculos cervicais posteriores (trapézio superior e semi-espinhal da cabeça) contrabalanceiam o peso da cabeça. não houve piora no posicionamento cervical ou da dor. ocasionados pela manutenção viciosa postural. conseqüentemente. Eubanks JD. 81(1):33-40. houve ganho de 100 mm na escala visual analógica em 3 semanas. explicadas pelas instabilidades no comprimento dos sarcômeros26. C3) estendidas. CONCLUSÃO Os resultados obtidos sugerem que a ME de FullScanning foi relevante para diminuição do processo álgico entre os momentos inicial e final tanto quanto para redução angular ocorrida nos dados biofotogramétricos. devido provavelmente à melhora no reposicionamento articular cervical e à descompressão do compartimento posterior vertebral e. sua proliferação e fusão com fibras pré-existentes parecem estar envolvidas na resposta da hipertrofia25. 2012. C7). C5) e alta (C1. sugerindo a não alteração do padrão motor e do mapa sensorial do grupo estudado ou mesmo aumento na ativação de fibras musculares para melhor sustentação da cabeça e da região cervical. Ribeiro EC. Marcon RP. Complicações para ME cervical estão estimadas entre 5 e 10 casos a cada 10 milhões de ME21. Machado IR. Am Fam Physician.15(4):191-6. do forame intervertebral. indicando uma nova possibilidade de pesquisa e tratamento dos pacientes com cervicalgia posicional. International Archives of Otorhinolaryngology. o padrão motor estabelecido pela postura viciosa das voluntárias estudadas. com conseqüente melhora do posicionamento cervical e de cabeça das voluntárias estudadas. como constatado. em observa-se. parece ser fundamental para a mudança do padrão eletromiográfico estudado. Marchiori SC.392 Efeitos manipulação vertebral desordens cervicais. Leivas TP. a reestruturação tissular depende da ativação de células satélite para que o re-estabelecimento funcional e celular seja eficiente24. da avaliação inicial à final (p=0. Oliveira RP. Este mapa constitui padrão motor corrigido continuamente por feedback sensorial de acordo com a prioridade proprioceptiva-cinestésica. Lederman23 descreveu mapas sensoriais. tendo como apoio a região cervical baixa flexionada (C6. Fisioterapia Ser. C. Sports Med.specific’ pain and a new image for manual therapy. 1999. Fisioter Bras. Sanchez LM. 1999. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 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Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho – UNINOVE. 2. São Paulo. recrutadas de dois serviços de cirurgia bariátrica e encaminhadas ao Laboratório de Sono da Universidade Nove de Julho. Abstract Introduction: Obesity is one of the public health problems more relevant in modern society.001 e p 0.21 the maximum expiratory. Nadua Apostolico(1). age between 18 to 65 years. with p=0. Faculdade de Medicina.carvalhoaguiar@gmail. with a p 0.67.004 e as pressões máximas inspiratórias foram 84.86. Renato Marrach de Pasqual(3). Inclusion criteria included patients were obese grade III (BMI ≥ 40 kg / m²) or BMI ≥ 35 kg / m² will be associated comorbidities. com um p 0. 1. E-mail: isabella. São Paulo. Fernando S S Leitão Filho(4). Departamento de Cirurgia. obesas grau III. SP. Endereço para correspondência: Isabella de Carvalho Aguiar. 5.36±12. Ventilatory muscle strength and quality of life in obese patients undergoing bariatric surgery.394 Artigo Original Força muscular ventilatória e qualidade de vida em obesos submetidos à cirurgia bariátrica.001 and p 0. Prelimianry results. Com a aplicação do questionário BAROS. Brasil. obese grade III.com Ter Man.12±9. SP. com um p=0. SP – Brasil. 3.001 respectively. Brasil. São Paulo. São Paulo. Isabella de Carvalho Aguiar(1). accepting voluntarily participate in the study by reading and signing the informed consent form. Universidade de Fortaleza. Método: Participaram do estudo 13 pacientes do sexo feminino. levando a uma série de alterações da mecânica ventilatória. BAROS The questionnaire is a standardized and easily applied trims evaluate the results after bariatric surgery. there was an effect of good to excellent in terms of quality of life in 75% of patients.Brasil. Artigo recebido em 25 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. Obesity treatment is aimed at improving the health and quality of life. Method: The study included 13 female patients.21. aceitando participar voluntariamente do estudo através da leitura e assinatura do TCLE. Israel dos Santos dos Reis(1). SP. Grupo de Cirurgia Bariátrica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui. 612 Água Branca – 05001-100 São Paulo – SP. Resultados: A média de idade foi de 40.12±9. Lia Azevedo Pinto(2). verificou-se um efeito de bom a excelente em relação à qualidade de vida em 75% das pacientes.86.001 respectivamente. recruited two bariatric surgery services and referred to the Sleep Laboratory at the Nove de Julho University.67. Carlos Alberto Malheiros(2). Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Rafael Melillo Laurino Neto(5). Resultados preliminares.08±9. São Paulo. Santa Casa de Misericórdia. Como critérios de inclusão foram incluídos pacientes obesos (IMC ≥ 40 kg/m²) ou com IMC ≥ 35 kg/m² associado á comorbidades. Conclusion: After bariatric surgery has been observed an optimization in maximum inspiratory and expiratory pressures. 4.36 e as máximas expiratórias 82. after bariatric surgery the mean body mass index was 36. With the questionnaire BAROS. Resumo Introdução: A obesidade é considerada um dos problemas de saúde pública mais relevante na sociedade moderna. Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação.36±12. idade entre 18 a 65 anos. O tratamento da obesidade tem como objetivo a melhora da saúde e da qualidade de vida.08±9.91±6. Brasil. SP.004 and maximum inspiratory pressures were 84. Conclusão: Após a cirurgia bariátrica foi observado uma otimização nas pressões máximas inspiratórias e expiratórias e o questionário BAROS mostrou uma significante alteração na qualidade de vida dos pacientes obesos. Francisco Matarazzo. Brasil.91±6. Wilson Rodrigues Freitas Jr(2). Results: Mean age was 40. Fortaleza. 10(50):394-398 . 11 (nSpire Health. aceitando participar voluntariamente do estudo através da leitura e assinatura do TCLE. A Organização Mundial da Saúde define a obesidade como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de prejudicar a saúde. de acordo com protocolo de pesquisa previamente publicado(15). O trabalho respiratório aumenta como consequência de uma redução da complacência torácica. Welmy Indústria e Comércio Ltda. Os pacientes realizaram o teste na posição sentada de maneira confortável. mediante redução do peso corporal. apneia obstrutiva do sono (AOS)(7). o suficiente para eliminar ou reduzir as comorbidades e promover o bem estar psicológico. Isso constitui um atributo da cirurgia bariátrica. com IMC ≥ 40 kg/m². Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-9k9hhv) e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Nove de Julho – UNI- Ter Man. verificação do peso corporal (kg). sob o protocolo 220506/2009. Nadua Apostolico. Participaram do estudo 13 pacientes do sexo feminino. diabetes mellitus tipo (9. posição anormal do diafragma e obstrução ao fluxo aéreo em vias aéreas altas(13). As avaliações das pressões ventilatórias máximas foram realizadas por manovacuômetro analógico (Instrumentation Industries. Entre as comorbidades mais frequentes encontram-se hipertensão arterial sistêmica (HAS) (8) (4. A avaliação clínica foi realizada por um fisioterapeuta. (1999)(16). Israel dos Santos dos Reis. Inicialmente foi realizada a manobra de PImax e em seguida a de PEmax. Em sujeitos adultos de ambos os sexos. MÉTODO A presente pesquisa trata-se de um estudo prospectivo. As manobras foram repetidas cinco vezes com intervalo de um minuto entre cada repetição. pelo mesmo examinador. entre outros(2). em função da associação a doenças que são causadas ou agravadas por ela. através de uma balança eletrônica (modelo 200/5. fazendo uso de um clipe nasal. altura (m). O equipamento foi calibrado previamente a cada exame utilizando uma seringa de 3 litros de volume e a temperatura e pressão também foram verificadas e consideradas. adotando como referência os teóricos propostos por NEDER et al. Como critérios de inclusão foram incluídos pacientes obesos (IMC ≥ 40 kg/m²) ou com IMC ≥ 35 kg/m² associado á comorbidades. O presente estudo teve como objetivo avaliar a força muscular ventilatória e qualidade de vida em obesos mórbidos submetidos à cirurgia bariátrica. instabilidade clínica. psicológicos. IMC acima de 55 kg/m². aumento da resistência das vias aéreas. Este estudo é registrado pelo World Health Organization Universal Trial Number (UTN) U1111-1121-8873. mas também aqueles em desenvolvimento(1). A obesidade leva uma série de alterações da mecânica ventilatória. 10(50):394-398 . correspondendo à obesidade grau III(3). Após a familiarização prévia com o equipamento e as manobras. A espirometria foi realizada por meio do espirômetro KoKo PFT System Versão 4. como a diminuição da capacidade funcional respiratória (CRF). da capacidade vital (CV) e da capacidade pulmonar total (CPT).Isabella de Carvalho Aguiar. incluindo uma anamnese clínica. 395 INTRODUÇÃO A obesidade é considerada um dos problemas de saúde pública mais relevante na sociedade moderna. hoje é considerada uma epidemia global. USA) utilizando a manobra da capacidade vital forçada (CVF) de acordo com as diretrizes nacionais da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia(17) e da European Respiratory Society e American Thoracic Society(18). recrutadas do Serviço de Cirurgia Gástrica da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e do Grupo de Cirurgia Bariátrica do Conjunto Hospitalar do Mandaqui na cidade de São Paulo. São Paulo. que não afeta apenas os países desenvolvidos. São Paulo. obesas grau III. ambientais. disfunções respiratórias(11) e desajustes psicossociais(12).10) II(6). artropatias degenerativas . com apoio dos membros e utilizando o clipe nasal. do volume de reserva expiratório (VRE). Brasil). sendo registrado o maior valor obtido em todas as elas.9 kg/m² e a obesidade definida a partir de 30 kg/m²(3). Foram excluídos os pacientes que apresentavam risco cirúrgico. 2012. Brasil). Foi verificada frequência cardíaca e respiratória. É uma doença multifatorial que se desenvolve pela interação de fatores genéticos. Lia Azevedo Pinto. . com a cooperação necessária do paciente visando assegurar resultados acurados e reprodutíveis. cálculo do IMC pela fórmula peso/altura2. com o bocal entre os lábios bem fechados para que não houvesse escape de ar. de maneira confortável. o sobrepeso é caracterizado por um índice de massa corpórea (IMC) de 25 kg/m² a 29. Louisville. constitui-se um fator de risco preponderante para o desenvolvimento de diversas doenças. mensuração das pressões ventilatórias máximas inspiratória (PImax) e expiratória (PEmax). os pacientes foram orientados a permanecer na posição sentada. culturais.5) NOVE. O tratamento da obesidade tem como objetivo a melhora da saúde e da qualidade de vida. sociais. Os exames foram realizados no mesmo período do dia. et al. idade entre 18 à 65 anos. CO. Quando o excesso de peso atinge valores elevados. espirometria e aplicação do questionário de qualidade de vida Bariatric Analysis and Reporting Outcome System (BAROS). a obesidade passa a ser considerada uma grave disfunção. corpo ereto. visto que a obesidade mórbida permanece largamente refratária á terapêutica dietética e medicamentosa(14). econômicos. usuários de drogas e abuso no consumo alcoólico. clínico e transversal. dislipidemia e coronariopatias . Inc. Todas as análises foram feitas usando o SPSS ver.92±19. Para as comparações entre os grupos foi utilizado o test t de Student e para a comparação dentro do mesmo grupo foi utilizado o test de Wilcoxon. 2012. PEmax. Variáveis (n=13) Idade (anos) Altura (cm) Peso (Kg) IMC PImax PEmax Pré-cirurgia 40. é um instrumento utilizado em muitos estudos. dislipidemia. Com a aplicação do BAROS em nosso estudo.004 0. RESULTADOS As variáveis demográficas. USA).7% dos pacientes e muito bom a excelente em 56. diabetes melittus tipo 2.pressão expiratória máxima. Valores antropométricos. levando a graves consequências como a diabetes mellitus tipo II. antropométricas e pressões ventilatórias máximas (PImax e PEmax) comparadas com os valores previstos através das equações de Neder et al. doença cardiovascular. Escore do BAROS pós-cirurgia bariátrica.08±9. Foi utilizada a estatística descritiva para interpretação dos dados.001 valor p IMC. HAS. Valores do p derivado pelo test t de Student.68 48.0 (Chicago. osteoartrite e infertilidade. os quais foram expressos em média e desvio padrão.pressão inspiratória máxima. quando comprometerem a qualidade de vida ou exigirem abordagem terapêutica(19). em relação aos valores espirométricos. Em pacientes obesos devido ao acumulo da gordura na região toraco abdominal. O questionário BAROS aplicado pós-cirurgia bariátrica. A avaliação das pressões ventilatórias máximas em pacientes obesos têm um importante valor. envolvendo somente obesos.86 157.58 55.31 54.21 Pós-cirurgia 40. apneia obstrutiva do sono. foi verificado que a obesidade não in- Figura 1. DISCUSSÃO A obesidade grau III está associada ao aumento da morbi-mortalidade por inúmeras condições clínicas.21 0.00±10. depressão. Resultados preliminares. não considerando somente a perda de peso.00 118. Foi observado. demográficos e pressões ventilatórias máximas.53 36.08±9. O questionário adiciona ou subtrai pontos avaliando três dimensões principais (porcentagem de perda de peso. observa-se uma redução das pressões máximas gerada pela contração dos músculos ventilatórios devido à desvantagem biomecânica e aumento do trabalho ventilatório(27). O impacto da perda de peso pós- cirurgia bariátrica está diretamente relacionado com a qualidade de vida(21). AOS. tendo em vista as complicações cardiorrespiratórias que podem se desenvolver pré e pós-cirurgia bariátrica devido ao comprometimento da mecânica ventilatória(26). é um instrumento específico para a avaliação da qualidade de vida do paciente obeso mórbido pós-cirurgia bariátrica. insuficiência venosa dos membros inferiores.001 0. O questionário BAROS.00 90.396 Força muscular ventilatória e qualidade de vida em obesos submetidos à cirurgia bariátrica. foi possível verificar que a cirurgia bariátrica teve um efeito bom em 18. refluxo gastroesofágico e a incontinência urinária de esforço tornam-se comorbidades.86 157. No estudo de Magnani et al.67 84.3% em relação à qualidade de vida. baixa autoestima e o preconceito social(5-7. A hipertensão intracraniana idiopática. O BAROS considera como comorbidades a hipertensão arterial sistêmica.36 82. 10(50):394-398 . Não foram verificadas diferenças significantes na espirometria pré e pós-cirurgia bariátrica.44±10. (2007). 19. sendo que o insucesso não ocorreu em nenhuma das pacientes. (1999) estão apresentados na Tabela 1.12±9.28±15. corroborando com o estudo de Wolf.15±8. que verificou em 89% dos pacientes resultados semelhantes(25).36±12.20). alterações nas condições clínicas e avaliação da qualidade de vida)(19). que avalia os pacientes de uma forma global. Ter Man. IL. que 84% das pacientes apresentaram a espirometria normal e 16% apresentaram um padrão ventilatório restritivo. PImax.63±16. Tabela 1.Índice de massa corpórea.91±6. et al. introduzido por Oria e Moorhead. A figura 1 mostra a distribuição do escore do BAROS pós-cirurgia bariátrica. (2000).00±10. mas também alterações nas condições clínicas e qualidade de vida(22-24). sleep apnea and hypertension in a large community-based study: Sleep Heart Health Study. 12(28):1471-202. Weiss TS. 11(28):1-8. Genetic markers of obesity risk: strong associations with body composition in overweight compared to normal-weight children. randomized. Lewis KE. Stern J. Jornal Brasileiro de Pneumologia. 6. Obes Res. Sampaio LMM. 10(50):394-398 . and Treatment of Overweight and Obesity in Adults. 3:335-343. Faria Junior NS. O questionário BAROS mostrou uma significante alteração na qualidade de vida dos pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica. 12. Krieger EM.who. Makker H. 2. Available from: http://www.Isabella de Carvalho Aguiar. Hong Y. 33(10):1198-206. Lorenzi-Filho G. Taheri S. 1997.Suppl 2:51S–209S. Israel dos Santos dos Reis. Nadua Apostolico. Ong KK. Reis IS. sendo instrumento padronizado e de fácil aplicabilidade para verificar os resultados da cirurgia bariátrica e pode ser amplamente adotado para avaliar a qualidade de vida. 2009. Oliveira LVF.html. Lazarus R. Carhart R Jr. Chest. Bray GA. Blake C. Estes resultados discordam dos nossos. 4. 151:168-73. World Health Organization Obesity and overweight. 99:15921599. 162:81-86. 113:898-18. Neuromodulation by soy dietsor equol: Anti-depressive e anti-obesity-like influences. Ness AR. Drager LF. 8. Lund TD. Holmstrup ME. 10. Evaluation. 2010. resultados que vão ao encontro com os nossos(29). et al. Em relação à avaliação espirométrica. 2005. Fact Sheet No 311. BMC neurosciences.28). Peker Y. Hedner J. Ter Man. chemosensitive response and quality of life in morbidly obese patients undergoing bariatric surgery: a prospective. Beyerlein A. Um estudo que avaliou o desempenho físico e funcional respiratório em mulheres brasileiras obesas constatou uma considerável redução da PImax e PEmax quando comparados aos valores de referência. 111:891-98. 2008. 11. Lind BK. Liddicoat H. Plasticity of heart rate signaling and complexity with exercise training in obese individuals with and without type 2 diabetes. 2011. Podemos atribuir este comportamento devido ao reduzido número de pacientes envolvidos neste estudo e ao curto período de avaliação pósoperatório. Accessed 2012 nov 21. et al. 2012. Porém em estudos atuais existe uma divergência entre a associação das alterações pulmonares nestes pacientes(30-32). não foram observadas diferenças significantes quando comparada no pré e pós cirurgia. Young TB. In J Obes (Lond)2009. Baxter JN. Obesity and respiratory disease. Kraiczi H. Stephens JW. Ao final deste estudo. Nieto FJ. 7. Giles TD. Alan I. Influence of bariatric surgery on indices of cardiac autonomic control. Additive Effects of Obstructive Sleep Apnea and Hypertension on Early Markers of Carotid Atherosclerosis. 397 terferiu na pressão máxima gerada pelos músculos ventilatórios. 9. 2011. sugerimos mais estudos para avaliar e propor valores de referências específicos para obesidade grau III. 5. Young T. The Evidence Report: National Institutes of Health. Poirier P. 2007. 14. De acordo com os nossos resultados. 15. Excess weight and sleep-disordered breathing. Autonomic Neuroscience: Basic and Clinical. Effects of Obesity and Fat Distribution on Ventilatory Function: the normative aging study. Association of sleep disordered breathing. International Journal of General Medicine. Kanaley JA. 2011. Moonsie I. Aguiar IC.(1999). 3. Hirata RP. Bortolotto LA. Pi-Sunyer FX. Respiratory disturbance index: an independent predictor of mortality in coronary artery disease. Von Kries R. JAMA 2000. BMC Surgery. Am J Respir Crit Care Med 2000. pois os valores não apresentaram significância quando comparados aos valores de referência de normalidade segundo Neder et al. 2006. Circulation. 13. pode-se concluir que as pressões ventilatórias máximas inspiratórias e expiratórias de pacientes obesos submetidos a cirurgia bariátrica apresentaram um aumento significante quando comparadas no pré e pós-operatório.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/ index. 33(1):28-35. Obesity and cardiovascular Disease: Pathophysiology. Sabe-se que há mais de 40 anos estudam-se anormalidades nas pressões ventilatórias máximas em pacientes obesos grau III. Franklin RM. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Peppard PE. Seychell KDR. Evaluation and Effect of Weight Loss. Lia Azevedo Pinto. 1998. 12(283):1829-1836. Plos one. Clinical Guidelines on the Identification. Hipertension. Lewis MJ. Sleep study. Baynard T. Stibulov R. Lephart ED. controlled trial. J Appl Physiol. Goulopoulou SH. Zammit C. Fabick KM. Sparrow D. age e hormone-dependent effects. 53:64-69. respiratory mechanics. Repercussões respiratórias da obesidade. 6(4): 19057. no qual observamos uma significante redução das pressões ventilatórias máximas no pré-operatório com consequente aumento destas pressões pós-cirurgia bariátrica(16. Updated Sep 2006. Wasserman K. Am Rev Respir Dis.10:214 –219. Segato G. 24(4):697-704. Ter Man. 27. Kim SM. 2012. 1999. II Consenso Brasileiro de Espirometria. Bray G. Moorehead MK. 1998. 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Objetivo: Investigar a confiabilidade intra.02±9. Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física. 2012.83 a 0. Email: sfonseca@eeffto. instrumento de fácil manuseio. in the standing position. também no plano sagital. UFMG. Reliability of measures that evaluate pelvis and trunk sagittal postures using an analogic inclinometer. Conclusão: As medidas propostas. Conclusion: The proposed measures. Professor doutor do Departamento de Fisioterapia. Objectives: This study aimed to investigate the intra. Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte. Two examiners performed each of the two measures (sacral inclination in the standing position and thorax-pelvis inclination in maximum trunk flexion). Postura torácica. Analogic inclinometer.2±9.83 to 0. utilizado para a quantificação da inclinação pélvica e de segmentos da coluna em diferentes posturas.3) and standard errors of measurement (SEM) were calculated for data analysis. Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Belo Horizonte. Confiabilidade Abstract Introduction: Posture and mobility alterations on the lombopelvic region may be associated with patologies and disfunctions in the musculoskeletal system. Viviane Otoni do Carmo Carvalhais(4).and inter-rater agreement varied from 0. Keywords: Pelvic posture. Material and methods: Twenty healthy subjects (mean age 28. The SEMs varied from 1. Brazil. carried out with an analogic inclinometer. Dois examinadores realizaram cada uma das duas medidas (inclinação pélvica na postura ortostática e inclinação tórax-pelve na flexão máxima do tronco). are reliable and may be used clinically for assessing patient’s evolution. UFMG. MG.87 anos) foram submetidos a duas avaliações com um intervalo de uma semana entre elas. Guerzoni(2). as well as for the exchange of information among examiners. Sérgio Teixeira da Fonseca(6).99. UFMG. realizadas por meio do inclinômetro analógico. Materiais e métodos: Vinte indivíduos saudáveis (idade média de 28. Belo Horizonte. UFMG. Mestranda em Ciências da Reabilitação. Camila Zandonaidi Galvão(1). Universidade Federal de Minas Gerais. between the position of the pelvis and the spine during maximum forward bending. Inclinômetro analógico. Belo Horizonte. Mestre em Ciências da Reabilitação. Universidade Federal de Minas Gerais. entre a postura da pelve e da coluna durante a flexão máxima do tronco. Universidade Federal de Minas Gerais. MG – Brasil 3. MG – Brasil 2.84 a 4. MG – Brasil 4. Doutor em Ciências da Reabilitação. MG – Brasil Endereço para correspondência: Sérgio Teixeira da Fonseca. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. that can assist in the assessment of low back pain patients by quantifing the pelvic tilt and spinal segment in different postures. The analogic inclinometer is an easy to use tool. Intraclass correlation coefficients (ICC3. Belo Horizonte. Fisioterapeuta e aluna de Especialização em Ortopedia na Universidade Federal de Minas Gerais. which are considered excellent.and inter-rater reliability of a measure of pelvic sagittal posture. Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais Resumo Introdução: Alterações na postura e mobilidade da região lombopélvica podem estar associadas ao desenvolvimento de disfunções e patologias no sistema musculoesquelético. Escola de Educação Física. 10(50):399-405 .18. Results: The ICC values obtained for intra.399 Artigo Original Confiabilidades de medidas para avaliação de posturas sagitais da pelve e do tronco utilizando um inclinômetro analógico.ufmg Ter Man. são confiáveis e podem ser utilizadas clinicamente para avaliação de pacientes e troca de informações entre profissionais da reabilitação. sendo considerados excelentes. Letícia Trópia G. UFMG. MG – Brasil 6. and of the relationship. Os dados foram analisados calculando-se o coeficiente de correlação intraclasse (CCI3. Resultados: Os valores de CCI obtidos para as confiabilidades intra e inter-examinadores variaram de 0.18. CEP 31270-010. Fisioterapeuta graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais. Vanessa Lara de Araújo(3).e inter-examinadores da medida da postura pélvica sagital durante a posição ortostática e da relação. Thoracic posture. Antônio Carlos 6627. Av. MG – Brasil 5.84 to 4. Um instrumento que pode auxiliar na avaliação dessa região é o inclinômetro analógico. Reliability Artigo recebido em 06 de Julho de 2012 e aceito em 20 de Setembro de 2012. UFMG. utilizando um inclinômetro analógico. in the sagittal plane. Belo Horizonte. Palavras-chave: Postura pélvica. one week apart.3) e o erro padrão da medida (EPM) . Thales Rezende de Souza(5).99.87) were assessed twice. Os valores de EPM variaram de 1. 1. em vista lateral(6. o ritmo lombo-pélvico (RLP) é frequentemente analisado na clínica para avaliação de disfunções musculoesqueléticas da pelve e da coluna vertebral(10. são caracterizadas por aumentos ou reduções de resistência ao movimento. Outro método seria a medida da distância entre duas marcas feitas sobre processos espinhosos(14). Alterações no padrão de realização do RLP podem sinalizar disfunções das estruturas que influenciam a regulação desse movimento. bem como a relação do movimento entre toda a coluna e a pelve. Esse instrumento pode ser de grande utilidade clínica. O ideal seria que os profissionais tivessem à sua disposição testes simples.400 Inclinometria de pelve e tronco. Dessa forma. condições frequentemente associadas a quadros álgicos nessa região(3. a abordagem clínica para o tratamento e prevenção de disfunções localizadas tanto na região lombopélvica quanto nas regiões adjacentes deve considerar alterações posturais e de movimento da pelve e da coluna. o objetivo do presente estudo foi avaliar as confiabilidades intra. iniciou-se o recrutamen- . relações quantitativas de movimentos de um segmento relativo ao outro são também avaliadas(13). essa avaliação pode embutir erros relacionados com alterações da postura pélvica no plano frontal. padronizados e confiáveis para avaliação dos pacientes(17). como hérnia de disco. 5). Além disso. é necessário que exista uma medida clínica que permita quantificar de maneira discriminada a posição da pelve e da coluna durante a flexão máxima de tronco.7). ou sacralização de S1(3). A Associação Médica Americana(18) recomenda a utilização de inclinômetros para medir a postura e os movimentos da coluna vertebral. Além da postura ortostática da pelve. Além do padrão sequencial. influenciando a postura da escápula e das colunas torácica e cervical (3.4). 16). Frente a essa dificuldade. INTRODUÇÃO Alterações na postura e mobilidade da região lombopélvica podem estar associadas ao desenvolvimento de disfunções e patologias no sistema musculoesquelético(1. o uso de medidas clínicas quantitativas da inclinação do sacro no plano sagital. um método dispendioso. Alguns autores caracterizaram um padrão sequencial de movimento normal. ligamentos e discos intervertebrais(13). esse método não discrimina a contribuição isolada de cada articulação envolvida no movimento. 2012. Uma alternativa para avaliação da postura pélvica é a medida direta da angulação posterior sacral. por sua vez. Além disso. Porém. A diminuição da mobilidade da (1) coluna tem sido mostrada como um fator causal para várias disfunções(1.e inter-examinadores da medida da postura pélvica (sacral) no plano sagital durante a posição ortostática e da postura da coluna em relação à pelve na flexão anterior máxima do tronco. 10(50):399-405 . o que pode modificar a distribuição de carga nas facetas e ligamentos posteriores . 11. sendo que o inclinômetro analógico possui características vantajosas em relação ao digital por possuir um custo significativamente menor. durante a maioria dos movimentos no plano sagital(6. Dessa forma.4) como músculos. durante a postura ortostática.19).13). a avaliação da posição de flexão máxima facilita a observação das relações posturais entre a pelve e a coluna. espondilose. Pesquisadores e clínicos estão cada vez mais interessados em utilizar testes objetivos durante o processo de avaliação e reabilitação física(7. Uma inclinação pélvica excessiva no plano sagital. 15. Dessa forma. Assim. o qual é capaz de medir apenas segmentos isolados da coluna. Variações de mobilidade da coluna vertebral. por ser bidimensional. A quantidade de flexão máxima do tronco pode ser determinada pela mensuração da distância entre os dedos da mão até o chão(14). posições inadequadas da pelve podem resultar no desenvolvimento de compensações por todo o corpo. variações anatômicas das posições das espinhas ilíacas podem gerar resultados que não refletem a real posição da pelve e do sacro no plano sagital. podendo ser considerada um componente da análise do RLP(12. resultantes das diferentes posições da EIPS e da EIAS nesse plano(8). Ter Man. invasivo e que pode acarretar em efeitos colaterais(17). por exemplo. utilizando um inclinômetro analógico.9). sem refletir a situação de toda a coluna vertebral(14). sugerindo que a primeira parte do RLP é composta principalmente pela flexão da coluna e a segunda parte predominantemente pela inclinação anterior da pelve(13). pode ser útil na avaliação de alterações da postura lombopélvica. o movimento do osso ilíaco em relação ao sacro é mínimo (6. Entretanto. Mesmo em situações de estresses torcionais aplicados à pelve. 9) . MATERIAIS E MÉTODO Amostra Após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da instituição. geralmente relacionadas com alterações de tensão em tecidos de um ou mais segmentos espinhais. A postura da pelve no plano sagital é usualmente medida qualitativamente como a relação entre as alturas da espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) e da espinha ilíaca póstero-superior (EIPS). contribui para a hiperlordose ou retificação lombar. O sacro e os outros segmentos ósseos da pelve comportam-se mecanicamente como um segmento único. sendo que a quantificação do RLP na clínica é de difícil realização(12) devido ao movimento da pele e outros tecidos moles sobre os segmentos a serem observados(14). As medidas consideradas como padrão-ouro para medir posturas da pelve e coluna lombar no plano sagital são baseadas em exames radiológicos(17). determinada como a posição de uma linha teoricamente longitudinal às vértebras sacrais em relação à referência horizontal(6). 12). 2). dispensar calibrações e ser de fácil manuseio(15. Medida da inclinação pélvica na posição ortostática. em um mesmo dia. Procedimentos Inicialmente. juntos. Para participar do estudo. incluindo as coletas que foram realizadas no segundo dia de avaliação. Após o período de treinamento. O indivíduo selecionou. (2) angulação pélvica (sacral) na amplitude máxima de flexão de tronco (posição final do RLP). a palpação das EIPS e a colocação do inclinômetro no sacro e na coluna torácica por um período de uma semana. os indivíduos deveriam ter idade entre 18 e 60 anos. A prática garantiu a máxima padronização intra. Letícia Trópia G. 401 to dos indivíduos para a realização das medidas. O mesmo examinador realizou três medidas diferentes em sequência: (1) angulação pélvica (sacral) na posição ortostática relaxada. sendo dez homens e dez mulheres. (3) angulação da região torácica alta na amplitude máxima de flexão de tronco (posição final do RLP). participaram deste estudo. massa corporal média de 66. Foram excluídos os indivíduos que apresentaram dores ou incômodos durante a realização dos testes. com média de idade de 28. Dessa forma. Para a medida da inclinação da pelve na posição de flexão máxima do tronco (por meio da colocação do inclinômetro sobre o sacro) e da inclinação da coluna também na flexão máxima do tronco. os examinadores realizaram as medidas nos participantes. o ponto médio entre as EIPS. de forma que o inclinômetro ficou repousado sobre a coluna torácica alta (figura 2).06) m. visando a redução de erros de medidas.Camila Zandonaidi Galvão. em voluntários que não seriam incluídos no estudo principal. Vanessa Lara de Araújo.2 (± 9.87) anos. cada participante foi submetido aos procedimentos em dois dias diferentes. foi novamente utilizado como referência para a medição da inclinação pélvica em flexão máxima do tronco (figura 3).3 (±8.e inter-examinadores dos procedimentos. O indivíduo foi solicitado a manter-se em posição ortostática relaxada sobre uma folha de papel. qual examinador iria iniciar a coleta. A borda superior da base do inclinômetro foi posicionada sobre a região intermediária entre esses pontos. Todas as medidas foram realizadas primeiramente pelo examinador sorteado e. por meio de um sorteio. logo após. Uma projeção foi feita de um ponto marcado ao outro. o individuo manteve os joelhos estendidos. Em seguida. a visualização dos dois terços superiores do sacro e a realização do RLP em sua completa amplitude de movimento.70 (±0. A vértebra T1 foi palpada e a borda superior da base do inclinômetro foi posicionada nesse local. Vinte indivíduos saudáveis. de forma que o inclinômetro permaneceu repousado verticalmente sobre o sacro (figura 1). As EIPS foram palpadas e marcadas com lápis de fácil remoção. et al. por duas vezes em cada dia. 10(50):399-405 . Figura 2. uma inclinação de 90° indica uma posição vertical do sacro.25) Kg e estatura média de 1. recrutados por conveniência. determinado na medida da inclinação pélvica na posição ortostática. não ter apresentado sintomas musculoesqueléticos nos últimos seis meses ou história de cirurgias musculoesqueléticas. Os mesmos participantes foram reavaliados por ambos os examinadores após um período de uma semana. Medida da inclinação da coluna torácica alta na flexão máxima de tronco. Guerzoni. os examinadores praticaram. Os participantes estavam descalços e com uma vestimenta que possibilitou a palpação das EIPS. independentemente. pelo segundo Figura 1. O primeiro examinador sorteado contornou com uma caneta a posição dos pés do indivíduo para certificar que os pés permaneceram na mesma posição durante todas as coletas. Ter Man. Para essa medida. 2012. Os indivíduos recrutados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido previamente aprovado pela COEP. inclinações menores que 90° in- dicam posições antevertidas e inclinações maiores que 90° indicam posições retrovertidas. Medida da inclinação pélvica na flexão máxima de tronco. o erro padrão da medida (EPM) foi calculado para todos os testes. para a medida da inclinação pélvica na flexão máxima do tronco foram 17.21) Média (± desvio-padrão) da inclinação tórax-pelve na flexão máxima do tronco Examinador 1 Dia 1 Dia 2 42. Média (± desvio-padrão) da inclinação pélvica na flexão máxima do tronco Examinador 1 Dia 1 Dia 2 16.66) 19. as medidas clínicas apresentam uma maior consistência quando realizadas pelo mesmo examinador(6).37) 57.67) Média (± desvio-padrão) da inclinação torácica alta na flexão máxima do tronco Examinador 1 Dia 1 Dia 2 59.04) 71.05 (±6.40. FT é a flexão torácica obtida com o inclinômetro e IS é a inclinação sacral obtida também com o inclinômetro. de 0. enquanto os valores de EPM variaram de 1. As médias e desvios-padrão.60.83 a 0. Geralmente.78(±38.06) Examinador 2 60. Análise estatística Análise descritiva foi realizada por meio do cálculo da média e desvio-padrão das medidas da inclinação pélvica na posição ortostática. muito boa. ou seja.00 a 0.99 e foram considerados excelentes para todas as medidas.3) foram utilizados para determinar as confiabilidades intra. As medidas da postura pélvica na posição ortostática e da inclinação da pelve e da coluna na flexão máxima do tronco foram realizadas três vezes por cada examinador e o valor médio das três medidas foi calculado. Coeficientes de correlação intraclasse (CCI3.0. encontram-se na Tabela 1. de 0. Os valores de CCI e EPM encontram-se discriminados para cada medida na Tabela 2. por fim. em que PCP é a postura da coluna em relação à pelve.21 a 0.402 Inclinometria de pelve e tronco.53) Ter Man.23 (±7.16) graus. de 0.78 (±22.e inter-examinadores excelentes.49) 17. Além disso. o que não aconteceu no presente estudo. Os valores de CCI obtidos para as confiabilidades intra.41 a 0. com valores de CCI acima de 0.e interexaminadores dessas medidas. apresentaram confiabilidades intra.28 a 3. Ao contrário do esperado. Média (± desvio-padrão) da inclinação pélvica na posição ortostática (°) Examinador 1 Dia 1 Dia 2 69.11) Examinador 2 72. DISCUSSÃO Os resultados deste estudo demonstraram que as medidas da inclinação pélvica na postura ortostática e inclinação da coluna em relação à pelve na flexão máxima do tronco. 2012. inclinação torácica alta e postura da coluna em relação à pelve na flexão máxima do tronco.80.77.61 a 0.63) examinador.1(±36. Figura 3. para a medida da coluna torácica durante a flexão máxima do tronco foram 58.21) 56.39 (±1. As marcações na pele do participante foram apagadas com álcool pelo primeiro examinador após o término de sua coleta.55(±17.58) Examinador 2 16. pobre (20).19 (± 6. relativos a cada examinador em cada dia.74) graus. a confiabilidade foi considerada excelente.53 (±7.e inter-examinadores variaram de 0.72) 71. por meio do inclinômetro analógico.20. razoável e.80(17).29) 37. Para valores de 0.30(±16. valores positivos indicam uma flexão da coluna torácica em relação à pelve.73(±23. É possível que a variação Tabela 1.60 (±1. A postura da coluna em relação à pelve na flexão máxima de tronco foi calculada como: PCP = FT – IS.86) Examinador 2 43.51(±16. Como as medidas foram realizadas independentemente.75) 39.79 (± 36.81 a 1. a medida da inclinação pélvica na postura ortostática apresentou valores para a confiabilidade inter-examinadores superiores aos da confiabilidade intra-examinador. para evitar que houvesse influência da memória na confiabilidade intra-examinador. o visor do inclinômetro foi sempre orientado na direção contrária ao examinador e uma terceira pessoa leu e registrou os resultados. Para essa medida.43(±36. bem como da inclinação pélvica. um examinador não teve acesso aos resultados obtidos pelo outro.85(±37.95 (±6.70(±22. 10(50):399-405 .87) graus e para a medida de postura da coluna em relação à pelve na flexão anterior máxima do tronco foram de 40. de 0. Além disso.81) graus.21(±16. boa. RESULTADOS Os valores de média e desvio-padrão para a medida de inclinação pélvica na posição ortostática foram 71.20(±22. pode ser indiretamente medido. apoiando o instrumento nos processos espinhosos de T12 a S1 e encontraram alta correlação entre esse teste e medidas radiográficas (22) tro no estudo de Bierma-Zeinstra et al.99 0. que encontraram valores de CCI entre 0. os valores de ambas as confiabilidades dessa medida podem ser considerados excelentes.96 0. a não utilização das vértebras sacrais como referência para colocação do inclinômetro sobre o sacro pode ter contribuído para as altas confiabilidades encontradas. é uma medida útil para fornecer informações quantitativas relacionadas ao RLP.93 EPM 0. o movimento da coluna lombar. E2 = examinador 2. Os autores desse estudo explicam que as vértebras sacrais utilizadas por eles como referências anatômicas. como um todo. Portanto. CCI = coeficiente de correlação intraclasse. Saur et al. No entanto. et al.13).88 e 0. ou por examinadores distintos.90 0. (2) = coleta 2. consequentemente. as confiabilidades intra. Assim.26° 2.70° 3.23° 2.19° ± 6. a validade de critério desse instrumento foi investigada em estudos prévios.81°). (2001).12). A avaliação do RLP é uma avaliação dinâmica. (2001) considerou baixa a validade do inclinômetro para medir a inclinação da coluna na região sacral.81° 3. (1996) testaram a validade do inclinômetro analógico para mensuração de amplitudes de movimento da coluna. a medida também foi realizada com um inclinômetro. Guerzoni.99 0. As confiabilidades intra.Camila Zandonaidi Galvão.e inter-examinadores da medida da inclinação pélvica no plano sagital durante a postura ortostática também foi investigada por Prushansky et al. a validade do inclinômetro nesse estudo. Em relação à medida da inclinação da coluna em relação à pelve na flexão máxima do tronco.26° 2. Examinador (coleta) Inclinação pélvica na posição ortostática CCI E1(1) x E1(2) E2(1) x E2(2) E1(1) x E2(1) E1(2) x E2(2) 0. Devido às restrições encontradas na clínica para tal avaliação. não identifica a contribuição individual de cada articulação intervertebral para assumir a postura final de flexão(3. Dessa forma. houve semelhança entre os valores de média e desvio-padrão da medida de inclinação pélvica realizada no estudo Prushansky et al.69° 0. A avaliação clínica dos movimentos inter-segmentares da coluna é necessária para caracterizar de maneira detalha- .96(21).99 0.28° 1. 10(50):399-405 . A medida da inclinação da coluna em relação à pelve durante a flexão máxima do tronco. o que confirma a alta confiabilidade desse instrumento para a medida da inclinação pélvica.97 0. não é possível determinar se a maior quantidade de movimento ocorreu nos segmentos vertebrais da coluna torácica ou lombar. Vanessa Lara de Araújo. o presente estudo demonstrou que o inclinômetro analógico.37° 2.28° Inclinação tórax-pelve na flexão máxima do tronco CCI 0. o que dificultou o posicionamento do inclinômetro na mesma região sacral onde foram realizadas as medidas por meio da radiografia (23) .5° ± 6.31° 2. Além disso. Embora o primeiro estudo tenha utilizado um inclinômetro digital.99 0.95° Inclinação pélvica na flexão máxima do tronco CCI 0.83 0. apesar de estar relacionada aos movimentos que ocorrem durante o RLP.99 EPM 2.99 EPM 3.98 EPM 3. sendo indicado para utilização clínica. (2008). A medida da inclinação da coluna em relação à pelve durante a flexão máxima de tronco reflete o total dos movimentos e compensações ocorridos durante a flexão do tronco e. A divergência desses resultados pode ser atribuída à dificuldade do posicionamento do inclinôme- Ter Man.99 0. Embora nessa medida o inclinômetro tenha sido posicionado sobre a coluna torácica. o estudo desenvolvido por Bierma-Zeinstra et al. 403 Tabela 2.e inter-examinadores apresentaram valores idênticos de CCI (0. a postura de máxima flexão do tronco é comumente utilizada para informar sobre essa relação entre a coluna e a pelve(14). (1) = coleta 1. (74. portanto. Nesse estudo. ambas as medidas apresentaram resultados consistentes quando realizadas pelo mesmo examinador.31° Inclinação torácica alta na flexão máxima do tronco CCI 0.2°) e os valores reportados no presente estudo (71. por meio da postura da coluna e da pelve no final da amplitude de flexão do tronco.96 0. são profundas e de difícil palpação. visto que a coluna torácica acompanha os movimentos da região lombar(24). instrumento de menor custo financeiro e fácil aplicação.99 0. Letícia Trópia G.66° 3. No presente estudo.98 0.91° 2. comparando-o com medidas radiográficas (23) . Esse resultado indica que o incli- nômetro é um instrumento válido para a medida da inclinação da coluna. 2012.77° E1 = examinador 1. Por outro lado.68° 1. EPM = erro padrão da medida da postura ortostática do próprio indivíduo entre os dois dias de avaliação justifique a menor consistência da confiabilidade intra-examinador. Além da confiabilidade do uso do inclinômetro em medidas clínicas. É provável que a dificuldade de posicionamento do inclinômetro tenha comprometido a confiabilidade e. a medida realizada no presente estudo permite inferir sobre a quantidade de movimento da coluna (torácica e lombar) em relação à pelve durante o RLP. também é confiável para a medida da inclinação pélvica. na qual se determina a relação do movimento entre a coluna e a pelve(10.99). que as medidas isoladas desses segmentos e articulações. Cilliam J. Journal of Orthopaedic & sports Physical Therapy. J. Esses resultados suportam o uso associado das medidas de inclinação pélvica e inclinação torácica com a medida da relação entre a coluna e a pelve durante a flexão máxima do tronco. a medida da inclinação da coluna em relação à pelve informa apenas sobre a quantidade de movimento total da pelve e da coluna presentes no final do RLP. portanto. 7. Physical Therapy. 2. 1988. Ter Man. Frierson GM.24(3):130-135. Mongomery WI. 2010. Magee. Neumann DA. mas não permite estabelecer se os movimentos ocorreram no tempo e sequência adequados durante o RLP.e inter-examinadores excelentes. Shoaf LD. Lumbar spine flexion and extension extremes of motion in women of different age and racial groups. Tohoku J. Predicting who develops chronic low back pain in primary care: a prospective study.99. Destaca-se ainda que as confiabilidades excelentes das medidas foram alcançadas após um breve período de treinamento dos avaliadores. 2012. Estudos futuros são necessários para investigar a responsividade dessas medidas. Todas as medidas apresentaram confiabilidades intra. MacMillan M. Spine. 11.2010 Editora Manole Levine D. Essas medidas podem ser úteis em situações comuns na prática clínica. Wong TKT. Avaliação musculoesquelética. Assim. 1999. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético: Fundamentos para a Reabilitação Física. Beaker TAW. Crowe A. Spine. Exp. Além disso. tanto por um mesmo examinador quanto por diferentes examinadores. Lentell GL. Physical Therapy. Por fim. Cummings GS. As confiabilidades intra. Considerando que 2 contrada quando as medidas forem realizadas em indivíduos com maior quantidade de tecido adiposo. Lee RYW. é possível que uma menor confiabilidade seja en- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.404 Inclinometria de pelve e tronco.68(1):77-78. Sugere-se.44 Kg/m . 10(50):399-405 .21:481-494.10:83-87. 255 – 312. Relationship between movements of the lumbar spine and hip. sendo que maiores valores dessa relação indicam maiores valores de flexão da coluna em relação à pelve. Atlanta. 2010. Riddle DL. CONCLUSÃO O presente estudo investigou as confiabilidades intra. as medidas da inclinação pélvica na postura ortostática e inclinação da coluna em relação à pelve durante a flexão máxima do tronco podem ser utilizadas na prática clínica.35(16):1539-1544. 5ª edição . Croft PR. Esses valores podem ser gerados por uma limitação da flexão do quadril. no plano sagital. utilizando um inclinômetro analógico. como na avaliação de paciente com dor ou disfunções no complexo lombo-pélvico. Morrow JR Jr.96 a 0. Fleisher LA. Toward standards for posture: Postural characteristics of the lower back system in normal and pathologic conditions. este estudo propôs quantificar a relação entre a inclinação da pelve e da coluna. Med. Jayson MIV. Thomas E. o presente estudo não investigou se as medidas da inclinação pélvica na postura ortostática e inclinação da coluna em relação à pelve durante a flexão máxima do tronco são capazes de capturar mudanças nessas inclinações promovidas por intervenções fisioterápicas. Trudelle-Jackson E. 1985. As medidas clínicas realizadas no presente estudo foram aplicadas em voluntários com índice de massa corporal de no máximo 28. Relationship of the pelvic angle to the sacral angle: measurement of clinical reliability and validity. durante a flexão máxima do tronco. 5. por um excesso de movimento lombo-torácico ou pela combinação desses fatores. Além disso. Intertester reliability for measuring pelvic tilt in standing. Bornman N. The effects of pelvic movements on lumbar lordosis in the standing position. 4. 12. sejam utilizadas. da o movimento da coluna durante o RLP. Knard RE. Sullivan MS. 8. British Medical Journal. Crowel RD. Alviso DJ. 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Os dados coletados foram analisados por meio do teste de teste de Mann – Whitney. assistencia do cuidador (II) e modificações do ambiente (III). são Carlos. SP . Campus Marília. Objective: The objective of this research was to investigate the possible effects of urban and rural environment on the functional performance of children under six years old. de ambos os generos. foi observado um desempenho inferior das crianças residentes na área rural.13 ± 20. Érica Gonçalvez Porfírio – discente . com média de idade de 44. Key words: environment. caregiver assistance and modifications to the environment). nas habilidades funcionais (p=0.Caixa Postal 181.br Ter Man. Já na área de função social. de ambos os sexos.33 ± 20. Flávia Roberta Faganello(2). both sexes with a mean age of 44. Muitos fatores podem ameaçar o desenvolvimento infantil e dificultar as crianças no que diz respeito às atividades funcionais. estabelecendo-se o nível de significância em p ≤ 0. que é uma avaliação baseada em julgamento. Results: The results show no significant difference in the areas of self-care and mobility.027) and caregiver assistance (p = 0.Universidade Federal de São Carlos –UFSCar. que residem na área urbana e outro por 15 crianças. children. Todas foram avaliadas pelo teste funcional Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI). PEDI Artigo recebido em 05 de Julho de 2012 e aceito em 04 de Setembro de 2012.UNESP. in functional abilities (p = 0. Flávia Roberta Faganello . Sendo cada uma delas compostas por três partes: auto-cuidado. The collected data were analyzed by means of the Mann . Érica Gonçalvez Porfírio(1).Whitney test. In this study we used the parts I (funcional skills) and II (caregiver assistance) in three areas: self-care.91 months.028).028). que residem na área rural. Métodos: Participaram do estudo 30 crianças. one group consisted of 15 children of both genres with a mean age of 44. functional development. Conclusão: Com base nestas informações. Resultados: Os resultados mostram que não houve diferença significativa nas áreas de auto-cuidado e mobilidade. 737. 10(50):406-410 . we can conclude that children who live in rural areas have a worse development of the social functions of children living in urban areas. This test outlines the functional profile of children in three performance areas: self-care. 1. Many factors can threaten children’s development and hinder the children with regard to functional activities.05.Universidade Federal de São Carlos –UFSCar. nas três áreas: auto-cuidado.91 meses. PEDI. there was a lower performance of children living in rural areas.05. Influence of rural and urban environment in functional development children under six years of age. Conclusion: Based on this information. mobilidade e função social.406 Artigo Original Influência do ambiente rural e urbano no desenvolvimento funcional de crianças de até seis anos de idade. mobility and social function. podemos concluir que as crianças que vivem na área rural apresentaram um pior desenvolvimento das funções sociais do que as crianças que vivem na zona urbana. evaluated in three parts (functional skills. SP . com média de idade de 44. with the level of significance at p ≤ 0. Palavras-chave: ambiente.docente .Brasil Endereço para correspondência: Universidade Estadual Paulista. Abstract Introduction: The influence of the environment on psychomotor development of children is evidenced in many studies. Este teste descreve o perfil funcional de crianças em três áreas: habilidades funcionais (I). Neste estudo foram utilizadas as partes I (habilidades funcionais) e II (assistência do cuidador). Av Hygino Muzzi Filho. realizada através de entrevista estruturada com os responsáveis pela criança. 2012. crianças.unesp. mobilidade e função social. sendo um grupo composto por 15 crianças. Marília-SP CEP 17525-900 E-mail:frfaganello@marilia. divididas em dois grupos. mobility and social function. tanto em relação às habilidades funcionais quando à assistência do cuidador.Brasil 2.33 ± 20. residing in rural areas. All were tested using functional Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI). both in relation to functional abilities when the caregiver assistance. desenvolvimento funcional. Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – UNESP Resumo Introdução: A interferência do ambiente no desenvolvimento psicomotor das crianças é evidenciada em muitos estudos. Um grupo incluiu 15 crianças moradoras da zona urbana e o outro 15 crianças da zona rural. Este teste descreve o perfil funcional de crianças na faixa etária entre 6 meses e 7 anos e meio de idade. Cada um destes três aspectos caracteriza uma parte da avaliação (7) . Instrumentação A capacidade funcional e a independência para realizar as atividades foram avaliadas por meio da escala traduzida e adaptada. com o desempenho funcional de crianças que vivem zona rural. Segundo Neto e colaboradores (5) . ou 1 (um) se a atividade fizer parte do repertório de atividades da criança (8) . pois possibilita a exploração e interação com o meio. social e afetiva da criança(1). as experiências vivenciadas pela criança e suas atividades diárias eram suficientes para que adquirisse as habilidades motoras e formasse uma base para o aprendizado de habilidades mais complexas. que possuem a sua disposição grandes áreas livres para brincar e explorar. Já as crianças que residem desde o nascimento fora do perímetro urbano. Flávia Roberta Faganello. apresentar desenvolvimento normal e não fazer uso regular de medicamentos. mobilidade e função social. 10(50):406-410 .Érica Gonçalvez Porfírio. no perímetro urbano da cidade. Flores-Mendoza e Nascimento (6) afirmam que. Nessa parte. como o crescimento físico. Cada item é pontuado com escore 0 (zero) se a criança não é capaz de desempenhar a atividade funcional.(4) sugerem que centros urbanos ou rurais. como: nascimento a termo. A primeira parte do teste informa sobre as habilidades funcionais da criança para realizar atividades e tarefas de seu cotidiano nas áreas auto-cuidado. alterações ocorridas na estrutura social e econômica da sociedade têm afetado a população infantil. problemas neurológicos ou ortopédicos. e com ela. que apresentam pontos negativos e positivos para o desenvolvimento humano. Sabendo-se que. implica. a modernização. . 407 INTRODUÇÃO O desenvolvimento motor é um processo que se inicia na vida intra-uterina e envolve vários aspectos. do teste Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI). desde o início da segunda metade do século passado. transporte. a independência no desempenho de atividades diárias e as modificações do ambiente utilizadas para facilitar o desempenho funcional. alterações ocorridas na estrutura social e econômica da sociedade. Kobarg et al. O objetivo desse estudo foi comparar o desempenho funcional de crianças de até 6 anos de idade que vivem na zona urbana com o de crianças que vivem na zona rural. O teste PEDI é uma avaliação baseada em julgamento. o ambiente desfavorável lentifica o ritmo de desenvolvimento e restringe as possibilidades de aprendizado da criança (2) . incluindo as seguintes cate- Ter Man. durante as duas últimas décadas. Entretanto. portanto. mas as potencialidades inatas só se desenvolvem na medida em que o recém-nascido encontra um ambiente favorável (3) MÉTODOS Participantes Este estudo contou com a participação de 30 crianças com até 6 anos de idade. 2012. significa constante crescimento das estruturas somáticas e aumento das possibilidades individuais de agir sobre o ambiente”. proporcionam determinados arranjos sociais e espaciais. às esferas cognitiva. têm proporcionado mudanças nos hábitos cotidianos da vida do homem moderno. observase uma crescente migração populacional do campo para a cidade. a quantidade de assistência é avaliada em escala ordinal. presença de distúrbios sensoriais (visuais ou auditivos) e/ou sinais de padrões anormais do desenvolvimento neuromotor. até algum tempo atrás. O aumento da urbanização. cuidados médicos e sanitários muito mais sofisticados. foram considerados sujeitos da zona rural. Essas modificações têm afetado a população infantil. Já. mobilidade e função social. Admite-se que as etapas do desenvolvimento motor têm uma base genética. Por outro lado. realizada através de entrevista estruturada com os pais ou responsáveis pela criança. em três áreas de desempenho: auto-cuidado. As crianças foram selecionadas com base em critérios de inclusão previamente determinados. uma vez que na cidade se encontram meios de comunicação. Foram considerados sujeitos da zona urbana as crianças que residem desde o nascimento. em área dedicada principalmente a prática agrícola. educação. Segundo Silva e colaboradores(2) o termo desenvolvimento. que foram divididas em dois grupos de acordo com o ambiente na qual residiam. um instrumento de avaliação funcional infantil. O perfil documentado pelo PEDI informa sobre três aspectos importantes do desenvolvimento funcional que são as habilidades presentes no repertório da criança. quando aplicado à evolução da criança. para realizar tarefas funcionais nas mesmas três áreas. que vem sofrendo com o sedentarismo. a maturação neurológica e a construção de habilidades relacionadas ao comportamento. e têm a sua disposição todos os avanços tecnológicos da modernidade. é de grande importância comparar o desempenho funcional de crianças que vivem na zona urbana. Foram excluídas deste estudo crianças com distúrbios associados como retardo mental. O ambiente po- sitivo age como facilitador do desenvolvimento normal. A segunda parte do teste avalia a independência da criança. intervenções ambientais que melhoram as condições de vida da população. que é quantificada pela ajuda fornecida pelo cuidador. Inicialmente. * p=0.8±11.13 ± 20.22 Função social p=0. 4 (supervisão) e 5 (independente) (9) na função social foi encontrado diferença significativa (p=0. tanto em relação às habilidades funcionais quanto à assistência do cuidador.22). A terceira parte do teste PEDI documenta as modificações do ambiente utilizadas pela criança no desempenho das tarefas de auto-cuidado. 15 crianças (8 do sexo feminino e 7 do sexo masculino).87±16.53±15.97 meses.2812. A tabela 2 representa as médias ± erro padrão da média do escore bruto.29 38. DISCUSSÃO Muitos estudos já apontaram a importância dos fatores ambientais como sendo fatores preditivos relevantes no desenvolvimento de crianças.028). das crianças da zona urbana e rural nas habilidades funcionais.27 19.23 49.027 Áreas Auto-cuidado Zona urbana rural urbana rural urbana rural Habilidades funcionais 56. Essa terceira parte não se caracteriza como uma escala quantitativa.33±20. Análise estatística Todos os dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk para a verificação da normalidade. Média ± DP das médias do escore bruto referente às Habilidades Funcionais das crianças da zona urbana e rural nas áreas de auto-cuidado. mobilidade e função social.05 22. que indica quais habilidades funcionais que as crianças são capazes de realizar. A tabela 1 representa as médias ± erro padrão da média do escore bruto. em data e horário de maior conveniência para os mesmos. uma vez que as modificações não são pontuadas com escores. mobilidade e função social. investigamos possível efeito do ambiente urbano e rural no desenvolvimento funcional de crianças de até 6 anos de idade. Em nosso estudo foi observado semelhante desempenho funcional das crianças da zona urbana e rural nas áreas de auto-cuidado e mobilidade tanto em relação às habilidades funcionais quanto à assistência do cuidador. RESULTADOS Foram avaliadas.33 ± 20. A avaliação das crianças consistiu de uma entrevista estruturada com os pais ou responsáveis.73±7. em relação á área de função social foi observado um pior desempenho nas crianças residentes na zona rural. que residem na área rural.16* p=0. O manual do teste fornece critérios específicos para pontuação de cada item (8) . Antes da inclusão das crianças no estudo.05.4±6. em suas residencias. Já.21) e mobilidade (p=0.15) e na mobilidade (p=0. nas áreas de auto-cuidado. 2 (assistência moderada).028 Ter Man.028.15 Mobilidade p=0. A aplicação do PEDI permitiu a obtenção do escore bruto. como não eram normais a comparação entre os grupos foi feita pelo teste de Mann – Whitney.91 meses. em relação ao desempenho funcional por meio da escala PEDI. com média de idade de 44.64±14. Procedimentos Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Marilia (número do protocolo 069/09). Neste estudo foram utilizadas as três áreas de habilidades funcionais (Parte I) e as três áreas de assistência do cuidador (Parte II). mobilidade e função social.1 (assistência máxima).. Neste trabalho.61 54. Áreas Auto-cuidado zona urbana rural urbana rural urbana rural Assistência do cuidador 29.19 25. mobilidade e função social Não foram observadas diferenças significativas no escore bruto nas áreas de auto-cuidado (p=0.6) e foi encontrado diferença na função social (p=0. 10(50):406-410 . mobilidade e função social. O nível de significância foi estabelecido em p ≤ 0.0±17. os pais ou responsáveis foram informados sobre os objetivos e procedimentos e foram solicitados a assinarem um termo de consentimento livre e esclarecido para a participação de seu filho.8±5. sugere que as crianças da zona rural apresentam um desenvolvimento inferior no que diz respeito à compreensão do signifi- .60 29.408 Influencia do ambiente no desenvolvimento de crianças. *p=0.33 46. que residem na área urbana e 15 crianças (8 do sexo masculino e 7 do sexo feminino).47 p=21 Mobilidade p=0.027 Tabela 2.6±19. já Tabela 1. o que sugere que as diferenças ambientais não foram determinantes para a aquisição dessas capacidades funcionais. nas áreas de auto-cuidado.26±7.98 47. 3 (assistência mínima). gorias: 0 (assistência total). com média de idade de 44. Média ± DP das médias do escore bruto referente à assistencia do cuidador das crianças da zona urbana e rural nas áreas de auto-cuidado.93* 15. Não não foram observadas diferenças significativas no escore bruto no auto cuidado (p=0. Tal resultado.6 Função social p=0.027). foi aplicada uma ficha de avaliação para a coleta de dados da mãe e da criança referentes às características que auxiliaram a divisão adequada dos grupos. 2012. referente à assistencia do cuidador. hum. Kuhnen A. Considerando que a maioria das crianças que vivem em zona rural apresentam menor nível sócio econômi- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 6. Fonseca S T. orientação temporal. Bedell et al (11) co. Santos D C C. Kobarg A P R. 2003. interação com companheiros. Com base nessas informações podemos sugerir que devido as dificuldades ambientais e até mesmo econômicas. Furtado S R C. Lepre C.13(3):152-157. Martins e colaboradores(15) realizaram um estudo sobre a qualidade do ambiente e fatores de risco associados. a criança tanto pode receber proteção quanto conviver com riscos para o seu desenvolvimento. As mães da zona rural geralmente apresentam um nível de escolaridade bem inferior as mães do ambiente urbano. Goncalves V M G. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Araújo L G. a interação so- . Teixeira S. Uma outra hipótese pode ser o nível de escolaridade materna.7(2):225-231.manual da versão brasileira adaptada. Bras. 4. Em estudo realizado por Andrade e colaboradores (13) (2011) também sugerem a influencia do ambiente na participação da criança em atividades e no desenvolvimento de suas habilidades sociais. Jornal de Pediatria. Importância de caracterizar contextos de pesquisa: diálogos com a Psicologia Ambiental. Neto A S. Figueiras A C M. Um maior poder aquisitivo familiar também poderia proporcionar melhores meios de tratamento para as crianças. (Campinas). Gontijo A P B. no ambiente familiar. A criança e o adolescente com problemas do desenvolvimento no ambulatório de pediatria. 2. Flávia Roberta Faganello. 409 cado das palavras e sentenças complexas. que podem resultar em prejuízos para solução de problemas. 2006. seguir recomendações de profissionais de saúde e da educação. pode-se supor que as mães com maior escolaridade têm mais acesso a informações sobre desenvolvimento infantil e que desta forma interagem melhor com seus filhos. 2008. Paixão M L. 8. Relação entre fatores ambientais e habilidades motoras básicas em crianças de 6 e 7 anos. acolhida. Mascarenhas L P G. 7. respondem adequadamente às suas solicitações e podem prover melhores condições físicas e emocionais para seu desenvolvimento. Inventário de avaliação pediátrica de incapacidade (PEDI) . Coelho Z A C. observada. Rev Neurociencias. Flores-Mendoza C E. Magalhães L C. objetos e o meio em que vive. foi evidenciada a importância da escolaridade cial depende da forma de como a criança é recebida. resolução de problemas. Condição cognitiva de crianças de zona rural. Essa forma de relação e comunicação influencia o desenvolvimento psicoafetivo e determina a maneira como a criança vai interagir com as pessoas. Segundo Malta e colaboradores (12) . Podemos concluir que as crianças que vivem na área rural apresentaram um pior desenvolvimento das funções sociais do que as crianças que vivem na zona urbana. os pais tornam-se mais aptos a dar atenção e investir em seus filhos. Vieira M L. 2002. Estudo do desenvolvimento da função motora aos 8 e 12 meses de idade em crianças prétermo e a termo. linguagem.60(4):974-980. uso funcional da comunicação.24(1):13-22. Rev. 2007.79:S33-42. 3. as crianças da zona rural apresentam menos oportunidades de interação social. Schrei- ber e colaboradores(14) observaram que à medida que os recursos familiares aumentam. 2005. Segundo Araujo(10) (2010) crianças que vivem em áres de maior vulnerabilidade não apresentam os ganhos esperados no repertório de interação social. Miranda L P.13) materna na qualidade do estimulo ambiental e seu conseqüente impacto no desempenho cognitivo de crianças. e constataram que as mães com maior escolaridade alcançaram menores percentuais de ambientes negativos. memória e habilidades sociais.Érica Gonçalvez Porfírio. Gonçalves V M G.3:135-140. .18(1):87-92. Mancini M C. Para eles. o que vai acarretar um prejuízo na função social. 2004. Rev. Alguns autores mostraram que o nível socioeconômico pode ser importante para a determinação de alguns aspectos do desenvolvimento infantil (9. Mancini M C. participação da rotina doméstica e funções comunitárias e jogos sociais interativos. Vários autores afirmam que a escolaridade materna tem impacto sobre o desenvolviemtno cognitivo de crianças por meio de fatores como a organização do ambiente. Belo Horizonte: UFMG. Campos W. psicol. Nascimento E. esse fator pode ter sido determinante para o pior desempenho das crianças da zona rural. Silva P L. 10(50):406-410 . experiências de materiais para a estimulação cognitiva e a variação para a estimulação diária. ouvida e compreendida em suas necessidades. 2012. Arq Neuro-Psiquiatr. Sampaio R. 2005. Santos D C C. Brasileira de fisioterapia. crescimento desenvolv. Nunes G F. Resegue R. Estud. Para estes autores. brincadeiras com objetos. Importance of variability in the acquisition of motor’s abilities. Ter Man. auto-informação. Campos D. 5. Influência de práticas maternas no desenvolvimento motor de lactentes do 6º ao 12º meses de vida. Andrade S A. Revista Brasileira de Fisioterapia. Schreiber J. Effgen SK. Law MC. Palisano RJ. Coelho Z A. Almeida-Filho N. Cousins MA. Relação entre comportamento na infância e a vulnerabilidade social na cidade de Belo Horizonte – MG. Martins M F D. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 14. 1995. 2004. Mancini M C. Ventura L. Gravidade da paralisia cerebral e desempenho funcional. Coster WJ.8(3):253-260. Endriss D. 2004. Cad. 13.92(5):765-73. Desempenho funcional de crianças com deficiência visual. 2005. 2006.39(4):606-611. Effectiveness of parental collaboration on compliance with a home program. 10. 9. Saúde Pública. Brasil. Cunha M D C. Araujo. Sampaio R F. Costa J S D.410 Influencia do ambiente no desenvolvimento de crianças. Pediatr Phys Ther. Figueiredo E M. Qualidade do ambiente e fatores associados: um estudo em crianças de Pelotas. Barreto M L. Pedrômonico M R M.7:59-64. Ter Man. Dissertação de Mestrado. Rached S. 15. Programa de pós graduação em Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Rio Grande do Sul. 2011. 2012. Bedell GM. Khetani MA. Moura T. Santos D N. 11.Parent Perspectives to Inform Development of Measures of Children’s Participation and Environment.20(3):710-718. Saforcada E T. Ambiente Familiar e desenvolvimento cognitivo infantil: uma abordagem epidemiológica. Bastos A C. Schaper C. atendidas no departamento de estimulação visual da Fundação Altino Ventura. 69(4):571-4. 10(50):406-410 . Rev. 2010. Malta J. Saúde Pública. 12. Alves A C M. Arch Phys Med Rehabil. L G de S. Mestre em ciência da motricidade humana.411 Artigo Original Efeitos da mobilização neural sobre a força. Conclusion: We can conclude that the technique of neural mobilization of the medium nerve is effective in the that is told respect the muscle force flexors of the wrist and fingers e peak maintenance of fingers and fist. artigos que comprovem e expliquem o seu real efeito sobre o tecido neuromuscular Objetivo: Verificar se após a mobilização neural ocorre alterações no recrutamento. assim como no aumento do recrutamento muscular. as well as in the increase of the muscular recruitment.05).05). professor assistente I da Universidade Federal do Amazonas – ISB/Coari 5. Effects of neural mobilization in the force. Thiago dos Santos Macel. global and sliding Statistics: The used tests were the t of student and ANOVA with post hoc. Mestre em engenharia biomédica. Design of the study: Double blind cross-over controlled laboratory study. resistência e recrutamento muscular dos flexores de punho. Universidade Castelo Branco. Keywords: neural mobilization. apesar do sucesso do método. 2012.05) regarding the muscular recruitment there was increase regarding the moment pre neural mobilization when compared to the post neural mobilization(p< 0. Fernando Zanela da Silva Arêas(4) . Local do estudo: Laboratório de Analise do Movimento dos Institutos Superiores de Ensino do CENSA. Especialista em terapia manual Instituto superior de ensino do CENSA 2.05) em relação ao recrutamento muscular houve aumento em relação ao momento pré mobilização neural quando comparado ao pós mobilização neural(p< 0. Mestre em engenharia biomédica. Fone: +55 (22) 2726-2727 / +55 (12) 81816891. docente do Instituto superior de ensino do CENSA Autor correspondente: Thiago dos Santos Maciel. 10(50):411-416 . Felipe Sampaio Jorge. besides the method success. força. recrutamento muscular. Felipe Sampaio Jorge(3). docente do instituto superior de ensino do CENSA 4. force and muscle fatigue of the flexor muscles of the wrist and fingers. Especialista em terapia manual. Vinícius Werneck Cordeiro da Cruz(2). academic individuals of the feminine gender of ISECENSA Place of study: Laboratory of Analyzes and Movement of the ISECENSA Intervention: Neural mobilization: Proximal. Laboratório de análise do movimento da clínica escola Maria Auxiliadora – ISECENSA 28035-310 Campos dos Goytacazes. Vinícius Werneck Cordeiro da Cruz. Sileno Martinho Ribeiro Junior. Institutos superior de ensino do CENSA 3. Thiago dos Santos Maciel(1). Fernando Zanela da Silva Arêas. Resumo Introdução: A mobilização neural é uma técnica utilizada na prática clínica devido a sua eficácia em patologias neuromusculoesqueléticas. Sileno Martinho Silva Ribeiro Junior(5). Email: macielts@hotmail. are not yet found with easiness in the literature. global e deslizamento Estatística: Os testes utilizados foram o t de student e o ANOVA com post hoc. força e fadiga muscular dos músculos flexores de punho e dedos. ainda não são encontrados com facilidade na literatura. Abstract Introduction: The neural mobilization is a very used technique due to its effectiveness in pathologies nervous system and musculoskeletal system. 1. houve diminuição da força do grupo controle quando comparado ao momento pré (p< 0.com Ter Man. Palavras Chave: Mobilização Neural. distal. resistance and muscle recruitment for wrist flexors. universitárias do gênero feminino do ISECENSA. Mestre em Fisioterapia. com nível de significância (p<0. Patients or Other Participants: They were studied 10 adult.05) Resultados: No pico de força após mobilização neural. muscle recruitment Artigo recebido em 25 de Julho de 2012 e aceito em 14 de Setembro de 2012. with significance level (p<0. There was force decrease of the group control when compared to the moment before mobilization neural (p< 0. goods that prove and explain the effect on the lesions physiopathology Objective: Verify if after the neural mobilization occurs alterations in the recruitment. Universidade do Vale do Paraíba. Intervenção: Mobilização Neural:proximal. muscular strength. distal.05) Results: In the force peak after neural mobilization. Universidade do Vale do Paraíba. Conclusão: Podemos concluir que a técnica de mobilização neural do nervo mediano é eficaz no que se diz respeito a manutenção do pico de força da musculatura dos flexores de dedos e punho. Desenho do estudo: Ensaio Clínico Randomizado duplo cego Amostra: Foram estudados 10 indivíduos adultos. Critério de inclusão: voluntária do sexo feminino.2 OBJETIVOS Geral Verificar se após a mobilização neural ocorre alterações no recrutamento. o eletromiógrafo (EMG) usado é da marca MIOTEC. A fadiga muscular é um processo caracterizado pela redução da força no decorrer de algum tipo de esforço físico13. Investigar se há correlação dessas variáveis com a mobilização neural do nervo mediano. ora grupo intervenção. recrutamento muscular e fadiga foram utilizados uma célula de carga (corrente e dois cadeados para prender a célula de carga) presa ao dinamômetro. Este cansaço muscular funciona como processo de defesa de nosso organismo na tentativa de impedir que as reservas de energia do músculo se esgotem. cardiorespiratória e/ou que esteja em período menstrual. todas cirurgias e alongamentos eram realizados sem qualquer embasamento científico. melhora da condução neural8 e harmonia mecânica4. Específicos Avaliar os níveis força. apesar do sucesso do método. que o nervo mediano apresenta média de mobilidade de 7. e o avaliador realizou sua análise sem estar ciente de qual grupo sofreu a intervenção terapêutica. Instrumentação Para avaliar força. Sendo assim. tendo em vista que a mobilização neural através do estimulo mecânico proporciona uma adaptação no sistema nervoso periférico em relação ao seu comprimento3. foram utilizados os seguintes materiais: Eletrodos (colocados de acordo com o protocolo SENIAM) . O mecanismo da fadiga pode ser causado por alterações de origem bioquímica. com a aplicação da técnica de mobilização neural do nervo mediano. causando algum tipo de lesão.6. divididos em 2 grupos: grupo A. com idade entre 18 e 25 anos. que não realizará a mobilização neural do nervo mediano e grupo B. A mobilização neural é uma técnica muito utilizada devido a sua eficácia em disfunções neuromusculoesqueléticas.412 Efeito da mobilização neural sobre músculos flexores de punho. Nas últimas décadas começaram a ser identificadas patologias ou disfunções músculoesqueléticas que estavam relacionadas ao comprometimento da neurobiomecânica 1. com intuito de aumentar a elasticidade do tecido neural. INTRODUÇÃO No século passado as utilizações de técnicas de alongamento neural eram freqüentes. Ter Man. Seleção da amostra Foram estudados 10 indivíduos adultos. metabólica. força e fadiga muscular dos músculos flexores de punho e dedos. após a oscilação mobilização passiva. Essa redução é iniciada quando os níveis de suprimento muscular começam a ficar escassos tornando a contração muscular ineficiente14. entretanto. ainda não são encontrados com facilidade na literatura. o objetivo desse estudo é investigar a correlação da mobilização neural do nervo mediano. controle. com as palavras MAGOG (grupo que realizou a mobilização neural do nervo mediano) e GOG (grupo que não realizou a mobilização neural do nervo mediano) cada voluntário sendo que toda amostra participou dos dois grupos. intervenção. com a força muscular e a fadiga. 2012. 10(50):411-416 . Nesse estudo as voluntárias não souberam o motivo da aplicação da técnica. Os efeitos fisiológicos da técnica de mobilização neural são: aumento do fluxo sanguíneo intraneural4 restabelecimento do equilíbrio dinâmico5. universitárias do gênero feminino do ISECENSA. que consiste em promover movimentos oscilatórios passivos ou ativo dos nervos. circulatória ou neurológica15-17.9. Foi comprovado cientificamente. A falta de mobilidade neural provoca muitas vezes dor e diminuição da amplitude de movimento.11. artigos que comprovem e expliquem os reais efeitos sobre a fisiopatologia das lesões. ora grupo controle. Critério de exclusão: voluntária do sexo feminino com histórico de patologias neuromusculoesquelética. tendo em vista o processo fisiológico que ocorre no sistema nervoso periférico. Contexto O presente estudo foi realizado no Laboratório de Análise do Movimento na clínica escola do Maria Auxiliadora no ISECENSA. buscando a restauração do movimento funcional. fadiga e recrutamento muscular. alteração da viscoelasticidade do tecido neural.4 mm inferior quando punho e dedos são estendidos. De acordo com Shacklock3 (2007) a mobilização neural é uma técnica. que inerva os flexores de punhos e dedos. respeitando as individualidades anatômicas e fisiológicas de cada indivíduo12. METODOLOGIA Desenho do estudo Ensaio Clínico Randomizado duplo cego. O sistema nervoso é composto de neurônios que transmitem os impulsos neurais e eletroquímicos responsáveis pelo comando eferente da musculatura efetora10. A inclusão dos pacientes nos grupos foram feitas através de sorteio de bilhetes. melhora do transporte axonal7. Eletromiógrafo da marca Miotec e eletrodos da marca medi-trace. cadeado e corrente. Figura 3.0 foi feito o teste de normalidade e caso seja normal utilizará a análisede variância ANOVA dois caminhos com o nível de significância de 5%. massa corporal média de 58. O fluxograma a seguir exemplifica como foram realizados os procedimentos da coleta de dados. Localização dos pontos para colocação dos eletrodos de acordo com o protocolo do SENIAM. e o canal 2. onde foram realizadas duas vezes a flexão mantida do punho a 20º de amplitude. A isometria foi limitada por uma corrente acoplada à célula de carga presas por dois cadeados. et al. com intervalo de um minuto. Ter Man. força e o grau de recrutamento foram analisados através do eletromiógrafo e a célula de carga. Foram coletados os sinais eletromiográficos e de força muscular. durante um minuto. Vinícius Werneck Cordeiro da Cruz. universitárias do ISECENSA.8 ± 6. Verificar qual é o membro superior dominante. 10(50):411-416 . e foram observados os seguintes resultados: o grupo que foi realizado a mobilização neuFigura 2. Encaminhamento e posicionamento da voluntária para o dinamômetro. Fernando Zanela da Silva Arêas. para realizar a mobilização neural do nervo mediano. nas regiões que foram colocados os eletrodos que ficaram de frente um para o outro. altura média de 1. sendo o canal 1. FLUXOGRAMA PROCEDIMENTOS ANÁLISE DAS VARIÁVEIS Fadiga. 413 Algodão Esparadrapo Álcool Lixa específica para pele humana. Felipe Sampaio Jorge. Esfignomanometro + estetoscópio (pressão arterial) Fita métrica Goniômetro Dois bancos (75 x 85 x 47altura) Corrente + puxador simples + cadeado Cinto fixador para o tronco Procedimentos realizados na coleta de dados: Verificação da pressão arterial. Figura 1. apresentou as seguintes características antropométricas: idade média de 24.64 ± 0.flexores de punho e dedos.Thiago dos Santos Maciel.célula de carga. Limpeza da região para colocação dos eletrodos com álcool e lixa.6 ± 12. Célula de carga. MÉTODOS ESTATÍSTICOS Os dados coletados foram analisados pelas planilhas e gráficos do Excel e bioestat 5. força e recrutamento A fadiga. A coleta de dados foi realizada no mês de setembro de 2009. passando três vezes suavemente uma lixa específica para pele.05 anos. sedentárias e no período não menstrual. Puxador simples.04 m. RESULTADOS A amostra formada por dez indivíduos do gênero feminino.57 kg. 2012. Ter Man. (+) Indica diminuição do recrutamento quando comparado ao grupo mobilização neural (p<0. Figura 4. quando comparado ao pré-intervenção. Pico de força após mobilização neural. Fluxograma dos procedimentos realizados na coleta de dados.05). 10(50):411-416 . Variação da RMS. 2012. o pico de força da musculatura dos flexores de dedos e punho se manteve em relação ao pré-intervenção. Em contra partida o pico de força no grupo controle sofreu redução quando comparada a avaliação pré (figura 7). DISCUSSÃO De acordo com os resultados desse estudo verificaFigura 8. Figura 5. ral do nervo mediano. Figura 7. O recrutamento muscular dos flexores de punho e dedos no grupo que realizou a mobilização neural do nervo mediano aumentou em relação à pré-intervenção e em relação ao grupo controle nos primeiros 30 segundos o recrutamento muscular também aumentou no grupo que realizou a mobilização neural (Figura 8).05). o grupo que realizou a mobilização neural do nervo mediano alcançou um maior número de fibras musculares recrutadas em relação ao grupo controle. Voluntária posicionada para realização da coleta de dados no EMG. (*) Indica diminuição do recrutamento quando comparado ao momento pré (p<0. no membro superior dominante. Voluntária realizando a mobilização neural do nervo mediano. O grupo que realizou a mobilização neural do nervo mediano obteve um maior número de fibras musculares recrutadas. Figura 6.414 Efeito da mobilização neural sobre músculos flexores de punho. (*) Indica diminuição da força do grupo controle quando comparado ao momento pré (p< 0. nos primeiros trinta segundos de contração isométrica. além disso.05). 7(2): 89-94. 25: 25192524. Nerve trunk pain: Physical diagnosis and treatment. Manual Therapy.. 4. 1077-1086. sexta edição. v. 11. Bulbulian R. Manual Therapy. pois o sistema nervoso periférico funciona de forma interligada. Physical Therapy. O estudo demonstra que houve uma melhora significativa no recrutamento muscular após a aplicação das técnicas de mobilização neural do nervo mediano. novembro. Neurodinâmica Clínica. gerado pelas técnicas através de manobras oscilatórias e deslizamento do axônio no sentido proximal /distal e distal/proximal3. Barabas JA. George SZ. 10(50):411-416 . Hing WA. Ellis JR. Segundo Brown18 et al (2011). 15: 132-131. Manual therapy. Bishop MD. Ekstrom. Sustenta-se que ao realizar um trabalho de contração muscular isométrica haverá um aumento do aporte sanguíneo na musculatura. 1997. A. Jull G. 1º Edição.11. pois aumenta o pico de força. 98-105. 2007. Lew PC.. BMC Musculoeskelet Disord. Holden. automaticamente favorece a elasticidade do tecido. Jull J. K. 6. 2(2).11. 2008. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desse desenho de estudo podemos concluir que a técnica de mobilização neural do nervo mediano é eficaz no que se diz respeito a manutenção do pico de força da musculatura dos flexores de dedos e punho. 82. SHACKLOCK M. Após analisar os resultados das amostras. 2012. Guyton. Vinícius Werneck Cordeiro da Cruz. Nos primeiros trinta segundos. Manual Therapy. nos demais seguimentos não envolvidos diretamente na região onde foi realizada a manobra19. Fernando Zanela da Silva Arêas. Elsevier. A. ou seja. a mobilização neural promoveu dispersão do fluxo axoplasmático em cadáveres submetidos à mobilização neural. Está técnica já vem sendo utilizada e testada freqüentemente pela fisioterapia para o tratamento de patologias relacionadas ao sistema nervoso periférico20-26 além de também pode ser indicada para melhora da performance de atletas de alto nível em diversos esportes. Manole 2003. 16(1): 8 – 22. 1999. et al. Mobilização do Sistema Nervoso . Sterling M. neurologia e desporto. fato não observado nos resultados obtidos do grupo intervenção20. Esse trabalho irá contribuir para novas pesquisas nas áreas de: traumato-ortopedia. no grupo em que foi realizada a mobilização neural. A tixotropia neural ocorre de maneira global. foi verificado que é valido o uso da técnica de mobilização neural para ganho de recrutamento muscular e pico de força. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA 1. contribui para prevenção de lesões e reduz a incidência de fadiga. se fazendo necessário novas pesquisas sobre o assunto. 1997. 2000. Após a aplicação da técnica há uma alteração na dinâmica do sistema nervoso periférico. 10.. Elvey RL. 12.Thiago dos Santos Maciel. n. 8. 2. p. Bialosky JE. 1988. C. não nos dando a dimensão do uso prolongado desta técnica. Há hipótese que os resultados positivos apresentados neste trabalho. no pico de força muscular e no recrutamento da musculatura dos flexores de dedos e punho ao realizar a contração isométrica com 20º de amplitude. Felipe Sampaio Jorge. Hall TM. assim como no aumento do recrutamento muscular. a elasticidade do tecido neuromuscular. o nível de recrutamento muscular. Upper trapezius muscles activity during the brachial plexus tension test in asymptomatic subject. houve um maior número de fibras musculares recrutadas. 9-19. Spinal reflex attenuation associated with spinal manipulation. Butler DS. Examination of and intervention for a patient with chronic lateral elbow pain with signs of nerve entrapment. R. Treleaven J. 415 se o efeito terapêutico benéfico da mobilização neural. Balster S. Relation between the cervical component of the slump test and change in hamstring muscle tension. Do ‘sliders’ slide and ‘tensioners’ tension? An analysis of neurodynamic tchniques and considerations regarding their application. 9. Dishman JD.13: 213-221. 2008. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 7. The influence of expectation on spinal manipulation induced hypoalgesia: an experimental study in normal subjects./2002. 5. devido a melhora na condução do fluxo axoplasmático.. 2008. Isso ocorre porque há uma facilitação do impulso nervoso aumentando o potencial de ação na placa motora3. Manual therapy. Briggs CA. 2002. 3. Este estudo obteve resultado positivo em apenas uma intervenção. Robinson ME. gerando um edema transitório que pode influenciar na diminuição do fluxo axoplasmático e conseqüentemente do potencial de ação. ao executar a mobilização neural num seguimento específico. Responses to a clinical tests of mechanical provocation of nerve tissue in whiplash associated disorder. Neural mobilization: A systematic revei of randomized controlled trials with. Coppieters MW. Spine. 2(3): 144-149. The journal of manualmanipulative therapy. possam ter ocorrido por explicações ainda não mencionadas ou comprovadas em artigos científicos até o presente momento. 11. Ter Man. Butler D. Acreditase que isso tenha ocorrido. conseqüentemente prolongando o tempo de ausência da fadiga na musculatura dos flexores de dedos e punho. Fisiologia Humana. Análise da Adequação de Técnicas de Terapia Manual de Cotovelo e Punho no tratamento do Túnel do Carpo.p. 07-12 janeiro 2003. 2007. Santos.. Bases metabólicas da fadiga muscular aguda Revista Brasileira de Ciência. Oliveira. Fundamentos de Fisiologia do Exercício. Katch. 23.416 Efeito da mobilização neural sobre músculos flexores de punho. e Movivmento Brasília v. F. M.. An Experimental Pain Model to Investigate the Specificity of the Neurodynamic Test for the Median Nerve in the Differential Diagnosis of Hand Symptoms. Mobilização Neural no Tratamento da Síndrome do Carpo (STC). Revista Terapia Manual. v. Salgado. J. n. Fadiga muscular aguda: uma breve revisão dos sistemas fisiológicos e suas possíveis relações motriz.. M. S. 21.. O.106-112 Abril/Junho 2003. jan. M.. Estudo comparativo entre os Testes Slump e Laségue em Pacientes Portadores de Síndrome Dolorosa da Coluna Lombar. R. R.7. v. 14./abr.p. Ruaro. 1.. Coppieters. Silva. A. Hodges.1. A.p. Revista Terapia Manual. 2003. A. T..46-51 outubro/dezembro 2003.. D.131-135 2008. Limitações lógicas ao modelo da fadiga induzida pelo ácido lático. P.. 22. M. D. v. 26... M. October 2006. n. Reis. R... Mobilização do Sistema Nervoso: Avaliação e Tratamento. 2009. 5 n. Sarraf. R. A./set. Gilbert KK. 19(1): 26-34. A. S. C. v. A. P. Souza. Ter Man. Efeito da Mobilização Neural em Sujeitos Saudáveis. A. Brismee JM. 1 p. 2012. Bedin. Mobilização Neural no Tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo. 25. v. M. Revista Terapia Manual.20. 18. 11 n. Salgado. Revista Terapia Manual.15-20. .p. 10 n.I. I. Carvalho. Gonçalves. P. D. Rio Claro. Bracht. Fernantes.6.25. I. A. Teixeira H. R. E. M. V... J. v.. M.2.. v. v. n. jul. Revista Terapia Manual.2 . L.Revista pespectivas online. C. Franchini.. Smith MP. Parreira R. Sizer PS. 2. p. A. 16. Machado. 3 p. A. L. Journal of manual and manipul therp. 10(50):411-416 .1.. Lopes. n.41-53... v. C. 2008. James CR. n... A. Junior... Alshami.4. 45-54. 20. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. M. Mcardle.. n. F. Julho/Setembro 2007. S. A. Pinho.3. Curitiba. 17. Kiss. D.34-37 junho/setembro 2003. v. Phys Med Rehabil Vol 87. N. Rio Claro. Bertuzzi. Cerqueira. 225-235. Revista Terapia Manual. Comparação de Protocolos para Verificação da Fadiga Muscular pela Eletromiografia de Superfície. N.13 n. G. B.Busto.I. 2011.2. W.29 p.p. R. W. Ávila.2. O. . M.2. A. Efeitos da Mobilização Neural em Terra e na Água: um estudo comparativo. Pereira . p. Katch. 24. Revista Fisioterapia em movimento.n. 2004. Laboratório de Biodinâmica da UNESP – Rio Claro SP Motriz. The effects of neurodynamic mobilization on fluid dispersion within the tibial nerve at the ankle: an unembalmed cadaveric study. 13. H. 19.. W. Valério H. M.82-85 Outubro/Dezembro 2003. Brown CL. M. 15. A.S. ampliando sua compreensão dos resultados obtidos. more specifically evaluated the criteria that determine the main contraindications to the adoption of the various movements. PR – Brasil. Results: A total of 24 criteria listed contraindication involving seven variations of maneuvers to massage movements. Rua Imaculada Conceição. assim. Em várias clínicas de atendimento fisioterapêutico o trato com os dados se dá quase que totalmente de forma manual. Fisioterapeuta. 1155. Um conjunto de regras de produção foi traduzido a partir do fluxo que caracterizou a base de conhecimento utilizando a ferramenta Expert Sinta. Curitiba. Resumo Introdução: A despeito da evolução da área da Tecnologia da Informação ainda não é frequente a utilização de sistemas informatizados apoiando o processo decisório em diversas áreas do conhecimento. Conclusões: A apresentação das etapas de construção do Sistema Especialista foi elaborada de tal forma que permitisse ao leitor entender passo a passo o processo. Then the flow was assessed by an expert. thus. ampliando. doutora em Ergonomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 3. Abstract Introduction: Despite Information Technology development is still not frequent the use of computerized systems to support decision making in various fields of knowledge. CEP: 80215-901 Bairro Prado Velho.. 1.com Endereço para correspondência: Deborah Ribeiro Carvalho. Methods: The area selected was Motion Massage. usualmente contraindicado e raramente contraindicado. Palavras-chave: Representação do Conhecimento. broadening their understanding of the results. Was conducted the survey criteria. In several clinical physiotherapy care to deal with the data occurs almost entirely by hand. docente dos cursos de Ciência e Engenharia da Computação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). such as physiotherapy. Terapia Manual. como por exemplo. widening the knowledge of professional Physiotherapy on the potential of this system nature in identifying the measures to be adopted. Objective: This paper aims to present and discuss the potential use of Expert Systems to support decisions in therapeutic or prophylactic physiotherapy. A set of production rules was translated from the stream that marked the knowledgebase using the tool Expert Sinta. Verônica Andrade da Silva(3). 10(50):417-425 . o conhecimento do profissional da fisioterapia sobre o potencial de sistemas desta natureza na identificação das condutas a serem adotadas. e-mail: veronicalirio@ hotmail. Decision support. 2012. usually contraindicated and rarely contraindicated. docente do curso de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Resultados: Foram elencados 24 critérios de contraindicação envolvendo sete variações de manobras para os movimentos de massagens. PR – Brasil. Conclusions: The presentation of the construction stages of the Expert System was developed in such a way that allows the reader to understand the step by step process. a Fisioterapia. Auristela Duarte de Lima Moser(2). Foi realizado o levantamento dos critérios. PR . Expert System. PR – Brasil.417 Artigo Original Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual Prototype of an Expert System applied to Manual Therapy. variáveis envolvidas e construído o fluxo de decisão sendo este avaliado por um especialista. Curitiba. mais especificamente os critérios avaliados que determinam as principais contraindicações para a adoção dos diversos movimentos. Sistemas Especialistas. Artigo recebido em 15 de Julho de 2012 e aceito em 14 de Setembro de 2012. Objetivo: Este artigo se propõe a apresentar e discutir o potencial de utilização de Sistemas Especialistas para apoiar decisões terapêuticas ou profiláticas na fisioterapia. Metodologia: Selecionou-se a área de Movimentos de Massagens. O conjunto de regras resultou em 58 regras do tipo “se-então” caracterizando três status de indicação para as variações de manobras: sempre contraindicado. Manual Therapy. Discente do curso de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). etc. E-mail: [email protected] Ter Man. preenchimento do prontuário e acompanhamento da evolução do tratamento.Brasil. 2. Apoio à decisão. filling in the electronic medical records. monitoring of treatment progress. Keywords: Knowledge Representation. Curitiba. variables involved and built the decision flow. Deborah Ribeiro Carvalho(1). Curitiba. The set of rules resulted in 58 rules of “if-then” featuring three status indication for variations of maneuvers: always contraindicated. Se tomarmos a Fisioterapia como exemplo constata-se uma grande quantidade de variáveis envolvidas. 10(50):417-425 . que permitem a relação entre um conjunto de condições e a respectiva ação. mecanismo de inferência e uma interface com o usuário. Entre tantas aplicações que vem sendo desenvolvidas há mais de 50 anos na IA. Um SE é composto por uma base de conhecimento. o número de variáveis envolvidas é muito grande. Ou seja. Os SE permitem. INTRODUÇÃO A Tecnologia da Informação agrega diversas áreas que estão constantemente sendo objeto de pesquisas e de desenvolvimento. existe uma única ocorrência por paciente e que os demais podem ocorrer várias vezes tendo em vista a se tratarem de dados de acompanhamento da evolução do tratamento. à inteligência” (1) armazenar e disponibilizar o conhecimento necessário no contexto da situação problema. Considerando que. 2012. geram aproximadamente 80 variáveis por paciente. Este fato em parte se deve pela exigência de grande esforço para a sua construção. etc. considerar as incertezas inerentes ao processo em questão (5) . A partir da análise de 177 prontuários entre 2003 e 2005 foram construídas 34 regras de produção. Em geral se recomenda a adoção de SE para apoiar o processo decisório quando não se dispõe do especialista humano sempre que necessário. A partir do componente interface com o usuário é iniciada uma consulta ao sistema que estabelece conexão com o motor de inferência que por sua vez percorre a base de conhecimento em busca da melhor solução para o problema proposto. . de seus conhecimentos e recursos próprios para tomar decisões com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida.. uma vantagem decorrente deste fato é a maior facilidade de compartilhamento deste conhecimento. armazenados e consultados (4) demonstraram a oportunidade da utilização de SE para a sistematização do processo decisório em relação à exames ortopédicos de quadril. Sistemas Especialistas são programas computacionais que emulam o comportamento humano. baseando-se nos dados fornecidos e no conhecimento armazenado para sugerir um parecer sobre determinado contexto. explicar o caminho de raciocínio adotado para chegar a determinada conclusão. sistematizando 74 regras de produção. denominadas regras de produção. dados. que pode ser no caso de um sistema de apoio ao diagnóstico com a respectiva indicação de diagnóstico diferencial para um dado conjunto de condicionantes. focando a pesquisa nas regiões cervical e lombar.418 Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual. ainda não se encontram muitos SE cotidianamente apoiando as atividades em diversas áreas de conhecimento. recomendandose assim que alternativas tecnológicas sejam adotadas para apoiar os processos decisórios no estabelecimento das melhores práticas a serem adotadas. ao contrário dos sistemas de apoio à decisão tradicionais. como por exemplo. porém uma das mais aceitas é que a “Inteligência Artificial é a parte da ciência da computação que compreende o projeto de sistemas computacionais que exibam características associadas. uma das mais frequentes se refere a Sistemas Especialistas (SE). são sistemas construídos de tal forma que permitam emular o comportamento de um ou mais especialistas para o apoio a decisão frente às situações do cotidiano (3) . mas não detalha especificamente a área nem mesmo a forma de aquisição do conhecimento implementado no sistema. para os dois primeiros conjuntos de dados. da baixa flexibilidade para que o conhecimento armazenado seja facilmente atualizado. a partir da composição de equipes de trabalho multidisciplinares do alto custo. não abrangendo necessidades de situações facilmente resolvidas por especialistas humanos. Kern (8) descreve as técnicas da engenharia de sof- tware para a construção de um SE de apoio ao diagnóstico dos processos de fisioterapia. joelho e tornozelo. diagnóstico clínico e fisioterapêutico.. os dados referentes a cadastro pessoal. por especialista uma pessoa que se consagra com particular interesse e cuidado a certa área do conhecimento e por SE como sistemas que solucionam problemas que seriam resolvidos apenas por pessoas especialistas (que acumularam o conhecimento exigido) no contexto destes problemas (2) . quando presentes no comportamento humano. então”. Entre as desvantagens da adoção de SE destaca-se o fato do conhecimento estar restrito a um contexto. entre as quais a Inteligência Artificial (IA). exame físico. constata-se o grande volume de dados gerados. Uma forma de representação bastante utilizada é por regras do tipo “se. casos e relacionamentos relevantes utilizados pelo SE. A base de conhecimento armazena todas as informações. A literatura descreve algumas situações de exemplo de uso de SE na área da fisioterapia tais como: Peixoto6 propôs um SE para apoiar o estabelecimento de diagnósticos nas regiões da colunar vertebral. Não existe uma definição de consenso para a IA. não possuindo conhecimentos mais genéricos. contém um conjunto de ações representadas por sentenças que estabelecem relações de causa e efeito no domínio (9) . Tendo em vista que o conhecimento necessário para operar o SE deve estar disponível e representado no sistema. O Fisioterapeuta cotidianamente se utiliza deste conjunto de dados. anamnese. exames complementares e evolução. Apesar deste conjunto de vantagens. um diagnóstico ou con- duta relacionados aos processos terapêuticos. Entende-se por sistema como um conjunto de elementos que interagem entre si tendo um mesmo objetivo. ou o fluxo de decisão apresenta alta complexidade. Cardoso et al. Para a construção das regras é preciso previamen- Ter Man. etc. (7) . Uma vez declaradas as variáveis. polpa do polegar ou palma da mão. do francês effleurer. a variável sexo. As duas formas disponíveis são: “uma condição” E “outra condição” – ambas as condições devem ser verdadeiras para que o antecedente da regra seja verdadeiro. analisando o conhecimento disponível na base de conhecimento a partir de algoritmos que definem a estratégia de busca. 419 te definir as variáveis envolvidas e seus respectivos valores de domínio. realizando comparações entre os dados inseridos no sistema pela interface frente às regras disponíveis na base de conhecimento (12) Pressão (pétrissage. a saber: (14) Deslizamento: deslizamento e effleurage. O motor de inferência é responsável por tomar decisões. e transparência do sistema. do francês tapoter: percutir) é caracterizada por uma série de contatos breves. que se repetem diversas vezes. As regras do tipo “se. <=. pois garantem modularidade dado que cada regra pode ser considerada como um componente de conhecimento independente. 2012. novas regras podem ser acrescentadas e antigas podem ser modificadas com relativa independência. Ter Man. Verônica Andrade da Silva. já a variável diagnóstico pode assumir diversos valores (multivalorada) (10) na área de Movimentos de Massagens. que podem ser: =. maior compreensibilidade do conhecimento que orienta a tomada de decisão. pancada e socamento. é uma técni- ca praticada com uma ou duas mãos. pele e tecidos subcutâneos (14) . o ambiente está preparado para que as regras de produção que representam o fluxo de decisão sejam também declaradas. As variáveis podem ser monovaloradas ou multivaloradas. a variável diagnóstico pode assumir valores como hipertensão. então” são bastante utilizadas. Deslizamento é uma técnica realizada pelo terapeuta com toda a superfície palmar de uma ou ambas as mãos. por exemplo. Willian Murrell (1853 – 1912) definiu massagem como “o modo científico de tratar certas formas de doenças por manipulação sistêmica” (13) . valor de domínio>. Cada condição é composta pela <variável. palmada. tocar de leve. etc. Percussão (tapotagem. mais especificamente . em que um delicado movimento vibratório (semelhante a um tremor) é transmitido aos tecidos pela mão ou pontas dos dedos. Este artigo tem como objetivo descrever as etapas de construção de um SE para apoiar decisões terapêuticas ou profiláticas na fisioterapia. a variável sexo pode assumir dois valores masculino e feminino. O operador relacional constitui um elo de ligação entre a variável e o seu respectivo valor de domínio que define os dois tipos de comparação a serem realizado. Se o antecedente for formado por apenas uma condição basta que esta condição seja verdadeira para que a regra seja verdadeira. que pode variar de 0% a 100%. Entre os movimentos de massagens podem ser identificadas algumas manobras e as suas respectivas variações. >. Vibração e agitação com fricções profundas: transversal. Movimentos passivos de relaxamento são movimentos lentos. polegares ou dedos. diabete. Estes movimentos na maioria dos casos objetivam a manipulação do tecido muscular profundo. sendo mantidos até final do arco do movimento (14) . quanto aos critérios avaliados que determinam as principais contraindicações para a adoção dos diversos tipos de movimentos. . Percussão (tapotagem): rolamento da pele. entre outros (11) . considera que um único paciente só pode assumir um único valor (monovalorada). rapidamente aplicados por uma mão ou ambas em movimentos que o terapeuta realiza alternadamente Vibração de acordo com Domenico (14) (13) . Pressão (pétrissage): amassamento. de estiramento. Auristela Duarte de Lima Moser. circular. realizados por meio da amplitude de movimento (ADM) normal disponível numa articulação ou região do corpo. Por exemplo.Deborah Ribeiro Carvalho. seus respectivos valores de domínio e sinalizada(s) dentre as variáveis aquela(s) que será(ão) a(s) variável(is) objetivo. tendões.. com um aumento gradual da ADM. caracteriza-se por movimentos de deslizamento lentos sendo administrados sempre na direção dos fluxos venoso e linfático (14) . 10(50):417-425 . do francês pétrir: amassar) são diversos movimentos de massagem distintos que se caracterizam por uma firme pressão aplicada aos tecidos. A massagem é mencionada como forma de tratamento nos primeiros registros médicos e continua a ser descrita através da história. Se o antecedente da regra for formado por mais de uma condição é imperativo que se defina a forma de relacionamento entre estas condições. é uma manobra básica usada no início de todas as rotinas de massagem (15). ou seja. São movimentos precisamente profundos e penetrantes realizados em estruturas específicas (14) . operador relacional. cutilada. “uma condição” OU “outra condição” – basta que uma das condições seja verdadeira para que o antecedente da regra seja verdadeiro Cada regra possui um determinado grau de confiança que representa a porcentagem de confiabilidade da respectiva conclusão da regra. na qual se impõe pressão e velocidade variáveis realizando movimentos em conjunto ou alternados na superfície corporal (14) .. facilidade de edição. Fricções profundas são pequenos movimentos realizados transversalmente em geral com as pontas dos dedos. Na construção das regras é preciso observar as variáveis que deverão compor as condições do antecedente da regra. <>. da parte “se” da regra. pinçamento e torção. Effleurage. a saber: deslizamento (deslizamento e effleurage). Os critérios utilizados para seleção do especialista foram: experiencia mínima de dez anos na área. Para as 58 regras são preditas não apenas a variação de massagem e seus respectivos quatro valores para situação de contraindicação.então” o que facilita a compreensão por ser fortemente intuitiva. Nove regras predizendo a variação pressão (pétrissage). para as 24 variáveis que caracterizam as si- . ou seja. a saber: Sete regras predizendo a variação deslizamento.. Oito regras predizendo a variação effleurage. ou seja. U – usualmente contraindicado. A inserção deste valor. a saber. mas com grande cuidado. percussão (tapotagem). no qual o usuário responde a uma sequência de perguntas. Para a construção das regras foram adotados os seguintes critérios: máximo de modularidade. o sistema necessita de 26 variáveis a serem declaradas. Um SE baseado em regras do tipo “se. Ter Man. pode ser realizada na maioria dos casos com segurança e eficiência. Situação contrária seria uma única regra predizer mais de uma variação de manobra.. as situações de contraindicação envolvidas no processo. critérios e variações das manobras. Foram pesquisados e identificados os critérios adotados. foi selecionada a área de contraindicações para as diversas modalidades de movimentos das diversas manobras e variações para as massagens adotando os critérios propostos por Domenico (14) RESULTADOS Foram identificadas e selecionadas sete variações de manobras envolvendo massagem. R – raramente contraindicado. Considerando 24 situações de contraindicação. por exemplo. foram construídas 58 regras de produção e inseridas na base de conhecimento do ambiente “Expert Sinta” (16). Uma vez concluída esta fase. Sabendo-se que qualquer uma das técnicas de mobilização dos tecidos moles é indicada quando os efeitos demonstrados forem úteis para o paciente. 10(50):417-425 . A tabela 1 apresenta as 24 situações relacionadas a cada uma das variações das manobras associando a um dos três critérios de contraindicação. bem como das regras que indiquem a não existência de contraindicação evita que o SE não chegue a nenhum resultado. Para a criação das regras o primeiro passo foi a criação de todas as variáveis envolvidas e seus respectivos valores de domínio. uma regra prediz apenas uma única variação de manobra e seu respectivo critério de contraindicação. Nove regras predizendo vibração e agitação. A chance de ocorrer dano varia de acordo com o tipo de tratamento e o estado geral do paciente. fricções profundas e movimentos passivos (relaxamento). Materiais e métodos Para demonstrar as etapas de construção de um SE para apoio às práticas da fisioterapia. o domínio de valores possíveis para cada situação. então” se adequa para problemas de classificação. Onze regras predizendo percussão (tapotagem). “não existe contraindicação”. Por uma questão de completude do espaço de representação das alternativas de respostas a serem dadas pelo SE foi criado mais um valor de domínio para a variável contraindicação.. A partir da identificação das situações de contraindicação. vibração e agitação. Entendese por valor de domínio o conjunto de valores que uma variável por assumir. ser além de docente também atuante em atendimento e uso das tecnicas e titulação de doutor. tendo vista a representar o processo pelo qual o ser humano toma decisões diariamente. (U) usualmente contraindicado. o critério e a manobra. (S) sempre contraindicado e (-) não existe contraindicação (Figura 1). adotado como fator de confiança 100% para todas as regras tendo em vista a tratar-se de orientações extraídas a partir de protocolos estabelecidos (17) . Oito regras predizendo fricções profundas. pressão (pétrissage). Foram levantadas 24 situações consideradas para contraindicação (Tabela 1) e três distintas denominações para categorizar os três critérios de contraindicação (14) : S . e Seis regras predizendo movimentos passivos (relaxamento). para a variável contraindicação os valores de domínio são (R) raramente contraindicado. Para cada um destes movimentos e variações existe um conjunto de indicações e de contraindicações. 2012. Neste ambiente a representação do conhecimento se dá por meios de regras do tipo “se. pode ser utilizadas em algumas situações específicas. também conhecido como contraindicação absoluta. Desta forma o SE descrito neste trabalho pretende a partir de um dado diagnóstico obtido estabelecer a indicação das manobras adequadas respaldado pelas respectivas situações de contra indicação em cada caso aumentando assim a segurança das práticas clinicas na área e consequentemente sua resolubilidade.420 Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual. dados são informados e o sistema se encarrega de inferir a sugestão de solução. As contraindicações estão diretamente relacionadas à possibilidade que a adoção da respectiva técnica implique em dano ao paciente.. O ambiente escolhido para a construção (16) foi o “Expert Sinta” que por estar disponível a partir do ambiente Web permite facilmente a sua replicação. bem como o grau adotado para a contraindicação.sempre contraindicado. foi construído o fluxo de decisão para posterior transformação em regras de produção validados por um especialista. lacerações. Deslizamento Grandes áreas abertas Edema extenso Cancer de pele Infecções graves Lacerações Equimoses Corpos estranhos Condições cutâneas agudas ou crônicas Varicosidade acentuada Radioterapia há 3-6 meses Hiperestesia Extrema pilosidade (com dor) Edema crônico Membros Hipertônicos ou Hipotônicos Estiramento muscular agudo Patologia arterial ou venosa Fraturas graves costela Falência cardíaca Embolia Pulmonar Hipertensão grave Tecido cicatrial Regiões ósseas (magreza) Inflamação aguda (tecidos articulares) Trombose venosa profunda Fonte: (Domenico. Valores de domínio da variável contraindicação. Ter Man. A partir da declaração das variáveis. 10(50):417-425 . Fonte: Dados da pesquisa. 2012. na Figura 3 é possível perceber que o antecedente da regra 1 é formado por condições envolvendo as variáveis: grandes áreas abertas. seus respectivos valores de domínio e sinalizadas dentre as variáveis aquela(s) que será(ão) as variáveis objetivo. as regras foram construídas. Cada uma das condições.Deborah Ribeiro Carvalho. infecções graves. equimoses e corpo estranho. Verônica Andrade da Silva. para a variável manobra. 421 Tabela 1. Tabela de critérios de contraindicação das variações de manobra. edema extenso. segundo variáveis de contraindicação. Tendo em vista que o SE descrito neste trabalho deve indicar as manobras e as respectivas situações de contraindicação diante da situação apresentada pelo paciente verifica-se que o sistema deve apresentar duas respostas ao usuário. 2008). Effleurage S S S S S S S U U U R R U - Pressão Percurssão Vibração e Pétrissage Tapotagem Agitação S S S S S S S U U U R R U U S S S S S S S S S U U U R R U U S S S S S S U U S S S S S S S U U U R R U S S S S S S U - Fricções Profundas S S S S S S S U U U R R U S S U - Movimentos passivos de relaxamento S S S S U U U R U R R S S S S S S S S U U U R R - tuações de contraindicação os valores de domínio são sim e não. Auristela Duarte de Lima Moser. câncer de pele. sendo assim destas 26 variáveis duas são tratadas como variáveis objetivo: manobra e contraindicação (Figura 2). Por exemplo. envolvendo estas variáveis é composta Figura 1. os valores de domínio são a designação das sete variações de manobra tratadas neste artigo. ou seja. especialmente se estiverem infectadas”. desta forma ao executar o SE esta será a primeira pergunta que o sistema fará ao usuário (Figura 5). Figura 3. pelo operador de igualdade e o valor de domínio “sim”. nas áreas a serem tratadas. 2012. O SE tem a habilidade não apenas de justificar cada uma das perguntas necessárias para a validação Figura 4. A Figura 6 apresenta a forma utilizada pela interface com o usuário para que seja disponibilizada a explicação da razão da pergunta se “o paciente apresenta grandes áreas abertas. A partir da Figura 3 é possível perceber que a primeira regra (regra 1) tem como primeira condição “se o paciente apresenta grandes áreas abertas”. Exemplos de regras de produção representadas na base de conhecimento do SE Fonte: Dados da pesquisa. Conjunto de variáveis declaradas e a indicação das variáveis objetivo Fonte: Dados da pesquisa. a partir da primeira. entre aquelas que compõem a base de conhecimento o SE apresenta o resultado ao usuário (Figura 7). queimaduras ou feridas. O usuário inicia o processo de consulta a partir do componente interface com o usuário e o motor de inferência vai percorrendo todas as regras. Ter Man. Uma vez que as regras estejam todas construídas e implementadas na base de conhecimento. Uma vez construída a base de conhecimento o usuário pode consultar as regras que envolvem determinadas variáveis de seu interesse específico. que uma regra tenha o seu antecedente avaliado como verdadeiro o que implica que a(s) variável(is) objetivo(s) recebam o valor do seu respectivo domínio contemplado pela regra avaliada como verdadeira e este valor é mostrado ao usuário. A partir da figura 4 é possível perceber que a variável de interesse selecionada foi a falência cardíaca. Conforme já destacado na seção de métodos.422 Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual. o SE está disponível para uso. sendo que o ambiente trará como resposta a visualização de todas as regras que contemplem tal variável no formato apresentado na Figura 3. Janela de visualização das regras a partir da consulta do usuário. uma das vantagens do SE é a possibilidade de explicar o motivo pelo qual ele chegou a uma conclusão ou mesmo estar fazendo determinada consulta. 10(50):417-425 . ou seja. até que a(s) variável(is) objetivo(s) seja(m) instanciada(s). valores de domínio instanciados respectivamente às duas variáveis. Conforme comentado anteriormente. Fonte: Dados da pesquisa. Figura 2. Desta forma esta regra tem a seguinte leitura: “basta que o paciente apresente pelo menos uma das situações contempladas pelas condições de compõem o antecedente da regra para que a manobra deslizamento seja sempre contraindicada”. O operador de ligação entre as condições é o OU. por exemplo. Tendo em vista o SE apresentado neste artigo ter duas variáveis objetivo (manobra e contraindicação) os respectivos resultados. são apresentados em duas janelas distintas (Figura 7 e Figura 8). A mesma interpretação pode ser dada para a regra 2 em relação à manobra effleurage. Após o SE coletar os dados necessários e validar uma regra. todas as regras deste SE adotam 100% com fato de confiança. Vale lembrar que nesta situação problema. Figura 8. A interpretação da regra do tipo “se.. já no consequente o mesmo operador tem outra função que é a de atribuir o valor de domínio “deslizamento” para a variável objetivo manobra. Figura 5. Verônica Andrade da Silva. Janela de execução do SE Fonte: Dados da pesquisa. Nesta situação adotada para a construção do SE não houve a necessidade de criação de variáveis numéricas. frequentemente o conjunto de Figura 6. <=. >=. 10(50):417-425 . 423 ções sobre o conjunto de regras. variação da manobra e seu respectivo status o que permite uma maior facilidade e segurança nas manutenFigura 9.Deborah Ribeiro Carvalho. Auristela Duarte de Lima Moser. Não necessariamente uma única regra precisa atribuir valores as duas variáveis. mas também explicar o raciocínio desenvolvido para chegar a determinado resultado (Figura 9). temperatura do paciente que permitiriam demonstrar a construção de condições envolvendo outros operadores relacionais que não apenas o operador de igualdade (=).então” é diferenciada quanto ao antecedente (conjunto de condições) e o consequente. no antecedente da regra 1 (Figura 3) “se grandes áreas abertas = sim” o operador “=” tem a função de verificar o status de igualdade. >. Figura 7. foram definidas duas variáveis objetivo.. Janela de apresentação do valor atribuído à variável objetivo “manobra” Fonte: Dados da pesquisa. mas também <. potencializando assim a atualização do conhecimento representado. Ter Man. Janela da explicação dos resultados apresentados. 2012. DISCUSSÃO Para a construção da base de conhecimento foi adotado o critério de uma regra para cada situação avaliada. Janela de apresentação do valor atribuído à variável objetivo “contraindicação”. das regras (Figura 6). as regras de produção devem atribuir valores às duas variáveis. Janela de explicação do motivo das perguntas feitas pelo SE. como por exemplo. ou seja. Por exemplo. Becker. Sendo assim. além das vantagens já destacadas anteriormente. São Paulo: McGraw-Hill. 2007. ser adaptado para outras situações diagnósticas devendo para tanto ser utilizado pelos profissionais como forma de validação e aprimoramento para posteriores adaptações. VA. 9. um recurso de baixo custo operacional e com respostas mediatas e imediatas. Inteligência artificial. 2003. Porto Alegre: Bookman. Rich. regras é modelado para que as variáveis objetivo sejam instanciadas por distintas regras. Sistema de apoio à decisão em exames ortopédicos da coluna vertebral para auxílio nos diagnósticos fisioterapêuticos da região cervical e lombar. SO. O uso de sistemas especialistas para apoio à sistematização em exames ortopédicos do quadril. K. Dallagassa. H. Carvalho. Schildt. The handbook of artificial intelligence.424 Protótipo de um Sistema Especialista aplicado à Terapia Manual. Sistema especialista para apoio a fisioterapeutas. Queiroz. 2012. SB. 1988. O SE proposto neste artigo. Elmasri. CRS. Rio de Janeiro: Campos. Existem SE em que a natureza do problema representado exige que a variável objetivo seja definida como monovalorada. joelho e tornozelo. 5. a partir do momento em que a primeira regra com antecedente verdadeira seja identificada e um valor seja atribuído à variável objetivo. SE. 1994. Moser. Por ser a massoterapia uma das intervenções mais utilizadas em fisioterapia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.. JP. Alves. Saúde. E. não dependendo da interação com o usuário a cada consulta disparada. Barone. historicamente tem sido utilizada e avaliada por meio das reações visíveis como hiperemia. Inteligência artificial. 25(3): 595-605. Cardoso. Kern. Sistemas Especialistas. Nestes casos a ordem de criação das regras pode influenciar nos resultados obtidos a partir da execução do SE. Wood. ABV. 2003. Ressalta-se que este sistema concebido inicialmente para uso estabelecimento de contraindicações de técnicas de massagem poderá com as devidas customizações. Rosa. V. Massagem de Beard. California: William Kaufmann Inc. ou seja. Situação esta que por si só já demonstra a complexidade envolvida no processo. Los Altos. A disponibilização e utilização de SE na área da fisioterapia. grau de tensão à palpação ou informaçoes do paciente durante e logo após a aplicação18. Rio de Janeiro: McGraw-Hill. Rezende.I-II. 169 p. 1(1): 24-34. 10. No SE apresentado neste artigo as variáveis objetivo foram definidas como multivaloradas o que determina que execução do sistema não se encerre até que todos as regras sejam avaliadas buscando por todos os possíveis valores de domínio a partir das regras identificada como verdadeiras. Henry. 1988. 2012. 6. promove e fortalece a utilização de prontuários eletrônicos do paciente (PEP) para o registro dos dados. Barr. E. Sistemas de banco de dados. Mineração de dados aplicada à fisioterapia. CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS Da mesma forma que outras áreas do conhecimen- to a fisioterapia compreende atividades inerentes à tomada de decisão baseadas em fluxos complexos que envolvem grandes quantidades de variáveis e dados a serem considerados. 2005. ADL. Inteligência artificial utilizando linguagem C. A intensificação do uso de PEP na área da fisioterapia propicia novas áreas de pesquisa buscando sempre identificar alternativas de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. o que implica que a execução do sistema se encerra quando do seu respectivo “primeiro” instanciamento. 4. 12. Knight. 8. Fisioterapia em Movimento. 10(50):417-425 . Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos. DR. 5. baseado no processo de decisão sobre os critérios quanto às principais contraindicações para a adoção dos diversos tipos de movimentos de massagem. a correta indicação do tipo de massagem proporcionada pelo SE poderá além de prevenir erros de aplicação. 3. 1981. Silva. DAC. 2006. Uma vez integrando os sistemas SE e PEP estas indicações sobre os critérios de contraindicação são alertadas automaticamente pelo SE. A. Navathe. 11. [monografia] Porto Alegre: Centro Universitário Ritter dos Reis. 1989. EC. 2. Sociedades artificiais: a nova fronteira da inteligência nas máquinas. Com.. 2ª ed. Lopes. identificou 26 variáveis necessárias para a construção de 58 regras de produção que representam o respectivo fluxo de decisão. São Paulo: Addison Wesley. LA. MR. PNI. PW. Sistemas inteligentes: fundamentos e aplicações. Harmon. 2005. RS. 1984. VA. São Paulo: Manole. Ter Man. Peixoto. Barueri: Manole. proporcionar a resolução dos sintomas e sinais reduzindo o tempo decorrido entre avaliação diagnostico e intervenção. Revista. P. [dissertação] Curitiba: Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 7. R. Feigenbaum. Verônica Andrade da Silva. Coluna vertebral: terapia manual. vol. [online]. Rev. Reumatol. 2001. Rachel Schettert de.Deborah Ribeiro Carvalho. 425 13. 14. G. Universidade Federal do Ceará – UFC. o Sistema Especialista poderá ser disponibilizado aos profissionais para validação prática mediante contato com os autores e compromisso de citação da autoria do protótipo.br/~bezerra/exsinta/ (acessado Nov/2012). http://www. Manual de massagem terapêutica. Bras. Guanabara Koogan. 431-446 .lia. São Paulo: Manole.ufc. AMR. 18. Expert Sinta. entre 1998 e 2008. MAKOFSK. Florianópolis: Visual Books. 2005. CAMARGO. Domenico. 2009. 17.4 [cited 2012-12-19]. Dise – Soluções para Desenvolvimento Integrado de Sistemas Especialistas. n. Ter Man. W. Rio de Janeiro. Inteligência artificial: noções gerais. 1998. 2008. Laboratório de Inteligência Artificial. 2006. Auristela Duarte de Lima and BASTOS. Nota: após os testes finais. 16. Cassar. Laudelino Cordeiro. 2012. 329 p. Fernandes. MOSER. 5ª ed. H. 10(50):417-425 . 15.49. Abordagem dos métodos avaliativos em fibromialgia e dor crônica aplicada à tecnologia da informação: revisão da literatura em periódicos. LIA. 252 p. Rio de Janeiro: Elsevier. MP. pp. Técnicas de massagem de Beard: princípios e práticas de manipulação de tecidos moles. Auristela Duarte de Lima Moser. Conclusão: o alongamento baseado na TEM promoveu aumentos significativos na ADM de joelho em indivíduos com encurtamento dos músculos isquiotibiais.Km 583. 10(50):426-432 . Professor Titular do Instituto Federal de Educação. and compare the results to the stretching associated with Proprioceptive Neuromuscular Facilitation (PNF). 2012. 1. com medidas antes e depois das intervenções. Graduado em Fisioterapia pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. Diamantina. Method: a randomized clinical trial. Strong evidence points to the efficacy of proprioceptive neuromuscular facilitation stretching (PNF). Objetivo: testar a efetividade de um programa de alongamento baseado na TEM e comparar os resultados ao alongamento associado à FNP. Brasil 3. facilitação neuromuscular proprioceptiva Abstract Introduction: Stretching exercises are the most commonly used in both rehabilitation and sports. Muzambinho. study (MET) or control (PNF) group. MG. Conclusion: the MET-based stretching caused significant increase on range of motion of the knee in individuals with shortened hamstring muscle. Adaptive effects of a stretching program based on Muscle Energy Technique. in which fifty two volunteers were randomly allocated in either. Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Alexandre Wesley Carvalho Barbosa(3). were equally effective in increasing the length of the hamstrings muscles (MET:+12.426 Artigo Original Efeitos adaptativos de um programa de alongamento baseado na Técnica de Energia Muscular. Professor Assistente do Departamento de Fisioterapia. implemented by six weeks. Renato Aparecido de Souza(2). three time for week. amplitude de movimento. Results: the two stretching programs.Diamantina/MG. Camila Lima Ribeiro(1). However. nº 5000 . poucos estudos investigaram os efeitos da Técnica de Energia Muscular (TEM). Mateus Neiva Martins(1). Brasil 2.Alto da Jacuba. Resumo Introdução: Os exercícios de alongamento são os mais comumente utilizados na reabilitação e na prática esportiva uma vez que uma boa flexibilidade é indispensável para a maioria das atividades diárias e desempenho esportivo. Marcus Alessandro de Alcântara(3). Brasil Autor correspondente: Marcus Alessandro de Alcântara. with measurements before and after interventions. Contudo. Método: um ensaio clínico aleatório.: (38) 3532-1200. flexibilidade. nº 5000 . MG. Bruno Coelho Horta(1). few studies have investigated the effects of Muscle Energy Technique (MET). Fortes evidências apontam para a eficiência do alongamento associado à Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP). MG. a good flexibility is essential for most daily activities and exercise performance. flexibility. Tel. Campus JK . PNF:+14 degrees). Resultados: os dois programas de alongamento. Rodovia MGT 367 . Objective: to test the effectiveness of the stretching program based on Muscular Energy Technique (MET). Campus JK . Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. The results suggest that the MET is a viable modality of stretching. In this. range of motion.109).com Ter Man. e-mail: alcantaramarcus@hotmail. Do not have significant differences inter-groups (p=0. Leandro Ferreira Santos(1). três vezes por semana.Km 583. no qual cinquenta e dois voluntários foram alocados aleatoriamente no grupo de estudo (TEM) ou controle (FNP).5 graus.5 degrees. FNP:+14 graus). proprioceptive neuromuscular facilitation Artigo recebido em 04 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. Não houve diferença significativa entre os grupos (p=0. Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – IFSULDEMINAS. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. Keywords: hamstring.Alto da Jacuba. implementados por seis semanas.Diamantina/ MG.109). Os resultados sugerem que TEM é uma modalidade viável de alongamento. Palavras-chave: isquiotibiais. Rodovia MGT 367 . foram igualmente efetivos no aumento do comprimento dos músculos isquiotibiais (TEM:+12. Diamantina. Firmino e colaboradores9 avaliaram o efeito imediato do alongamento baseado na TEM em comparação à Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP).8). Isto é justificado pelas propriedades viscoelásticas dos músculos e aumento da tolerância do indivíduo ao alongamento. em indivíduos assintomáticos com encurtamento dos músculos isquiotibiais. Participantes O estudo foi composto por uma amostra de 52 voluntários estudantes universitários. Neste contexto. evidências sugerem que três contrações. Os autores sugerem que as mudanças na flexibilidade estão relacionadas especificamente com aumento da tolerância ao alongamento e não a alterações na sua viscoelasticidade. cada uma sustentada por 5 a 10 segundos(9. durante oito semanas. De nosso conhecimento. mais investigações acerca dos efeitos adaptativos da TEM são necessárias. Os exercícios de alongamento estão entre os mais comumente utilizados na reabilitação e na prática esportiva. na qual o indivíduo usa uma contração muscular voluntária isométrica para restituir a mobilidade articular. contudo. Figura 1. o objetivo do presente estudo foi testar um programa de alongamento de seis semanas baseado na TEM e comparar os efeitos à técnica FNP. apenas um estudo abordou efeitos da TEM em longo prazo(13). e intervalo de tempo entre as contrações de 3 a 6 segundos. os outros participantes foram alternadamente distribuídos entre os dois grupos(15). São técnicas utilizadas para aumentar a extensibilidade miotendínea e tecidos moles e. Os efeitos imediatos. apesar de válidos.11). MATERIAIS E MÉTODOS Desenho do estudo Foi realizado um ensaio clínico randomizado. são limitados quando se deseja inferir sobre a efetividade de uma técnica de alongamento. Legenda: *reposição de novos voluntários. O sorteio foi feito por um dos pesquisadores utilizando um envelope. Evidências sugerem que sua limitação predispõe a lesões musculoesqueléticas. o número de estudos investigando a Técnica de Energia Muscular (TEM) vem aumentando. et al. As duas técnicas foram efetivas no aumento da ADM de quadril. prejudicando significativamente o nível funcional de cada indivíduo(5. sobretudo nos casos de dor e espasmo severos(8). consequentemente. Leandro Ferreira Santos. Evidências também apontam benefícios da TEM na redução da dor lombar aguda. em dez crianças com idade entre 10 e 14 anos. sem diferenças significativas entre elas(13). A partir daí. com mensuração da ADM de joelho nos momentos pré e pós implementação das técnicas de alongamento TEM e FNP. a flexibilidade(1). O aumento da extensão passiva de joelho após uma repetição da TEM foi significativamente maior comparado a uma condição controle sem alongamento(12). Fluxograma dos participantes em cada fase da pesquisa. Camila Lima Ribeiro. A TEM é definida como uma forma de intervenção manipulativa osteopática. A Figura 1 ilustra como o procedimento experimental foi executado.6). Estudos analisaram os efeitos imediatos da TEM(7. Ter Man. Diferentes números de contrações isométricas e tempos de durações são propostos. A hipótese a ser investigada é que as duas modalidades de alongamento vão gerar aumentos significativos na ADM do joelho após aplicação dos protocolos de intervenção.10). Confirmando estes achados. Os participantes foram alocados aleatoriamente em um dos dois grupos – grupo TEM e grupo FNP – do estudo através de sorteio do grupo de alongamento ao qual o primeiro voluntário do estudo seria alocado. são suficientes para obter um efeito significativo. 2012. contraturados ou hipertônicos e reduzir quadros álgicos decorrentes de espasmos musculares(7. prevenção de desequilíbrios musculares(3). A autora comparou os efeitos da TEM e alongamento estático aplicados no músculo tríceps sural. Atualmente. Após a implementação dos protocolos de alongamento. concluiu-se que as duas técnicas foram efetivas.Bruno Coelho Horta. Uma (1) os quais exigem que os procedimentos de alongamento sejam repetidos constantemente para manutenção da ADM(14). alongar músculos encurtados. Os critérios de elegibilidade consistiram em apresentar idade entre 18 e 30 boa flexibilidade torna-se indispensável para a maioria das atividades diárias(2). 427 INTRODUÇÃO Flexibilidade é definida como habilidade em mover uma ou mais articulações através de uma amplitude de movimento (ADM) livre de dor e restrições . 10(50):426-432 . melhora da função muscular(2) e desempenho no esporte(4). permitindo discussões sobre a efetividade da técnica e favorecendo o uso desta modalidade de alongamento. Mateus Neiva Martins. Portanto. o pesquisador acompanhava o movimento. Para investigar possíveis diferenças entre os grupos quanto ao sexo e lado do membro. sem que os mesmos tivessem acesso às mensurações realizadas. durante um período de seis semanas. por 10 segundos. controlando um possível viés de mensuração. anos e encurtamento dos músculos isquiotibiais. os voluntários seriam excluídos do estudo. na posição de suave desconforto.65. foi fixado no terço médio da coxa junto à maca. adaptado com prolongamentos de plástico resistente e flexível em seus braços para facilitar o acompanhamento dos pontos de referência durante a medida. Cada técnica foi aplicada por um pesquisador responsável pelo estudo. Além do primeiro procedimento. Além disso.0 foi usado nas análises. o membro que não seria mensurado. Foi utilizado um goniômetro universal da marca CARCI® (CARCI. 2012. o pesquisador solicitava uma contração submáxima de aproximadamente ¼ da força máxima produzida conforme a percepção do paciente. por mais 10 segundos. mensurado através do ângulo poplíteo(15. iniciava-se a técnica. São Paulo). o voluntário foi posicionado em decúbito dorsal sobre uma maca para fixação das marcações sobre o trocânter maior. com quadril flexionado a 90 graus e joelho em extensão máxima possível(18). O sujeito. sempre no mesmo horário do dia. para na sequência. O indivíduo mantinha a contração por 10 segundos e recebia a instrução para relaxar a musculatura durante 6 segundos para que a nova posição de suave desconforto do joelho fosse alcançada sem alterar o posicionamento do quadril. Da mesma forma. Uma vez entendido o procedimento. Enquanto isto. Ao final deste tempo. considerando uma probabilidade de sucesso de 95%.428 Efeitos da técnica de energia muscular. uma análise de covariância foi usada para examinar um possível efeito das variáveis gênero (homens/mulheres) e Índice de Massa Corporal (IMC <25/>25) sobre o desfecho comprimento dos músculos isquiotibiais. Para realização da FNP. contra resistência. Para a realização da TEM. Para encurtamento muscular considerou-se a incapacidade do indivíduo em estender totalmente o joelho enquanto mantinha o quadril a 90 graus de flexão. manter sozinho a manobra por outros 20 segundos(12. Em seguida. As marcas foram usadas como referência durante a mensuração do ângulo poplíteo. erro esperado de 5% e nível de confiança (Z) igual a 1. Além disso. O teste t-Student para amostras independentes foi usado nas comparações intra-grupos. O tamanho da amostra foi baseado num cálculo amostral. foi aplicado o teste Qui-quadrado. então. com o paciente deitado na maca. Inicialmente foi feita uma análise descritiva das variáveis utilizadas no estudo. os quadris foram estabilizados contra a maca com uma faixa de velcro sobre as espinhas ilíacas ântero superiores. Ter Man. Além disto.16). Caso não fossem capazes de relaxar durante os procedimentos ou não entendessem os comandos dados pelo pesquisador. os participantes não poderiam relatar dor no joelho ou articulações adjacentes. totalizando 18 sessões. A mensuração do ângulo poplíteo foi realizada por dois colaboradores previamente treinados e cegos em relação aos objetivos do estudo(15). Intervenções Cada grupo recebeu a respectiva técnica de alongamento três vezes por semana. Com a finalidade de minimizar compensações e/ou movimentações indesejadas. O participante era estimulado a desempenhar a contração de aproximadamente ¼ da força máxima contra resistência do ombro do pesquisador.05. foram coletados dados referentes ao peso e altura para avaliação das medidas antropométricas e comparações entre os grupos. alcançando uma nova barreira de desconforto. por duas vezes(12. Procedimentos de mensuração Para os participantes elegíveis. o membro a ser alongado era posicionado com quadril a 90 graus de flexão e joelho no ponto de suave desconforto em extensão e o voluntário instruído a realizar uma contração máxima. para que o mesmo tivesse uma estimativa da força que conseguiria produzir. côndilo lateral do fêmur e maléolo lateral da fíbula. Análise estatística O software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Science) versão 15. tampouco ser atletas ou participar de programas de alongamento para a musculatura posterior da coxa(17). o voluntário era instruído a interromper a extensão do quadril e realizar flexão ativa de quadril e extensão de joelho. A ANOVA two-way para medidas repetidas (grupo [FNP x TEM] x tempo [pré x pós teste]) foi usada para analisar a diferença de ganho de extensão máxima do joelho. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM (Parecer nº 041/09). no sentido da extensão do quadril e flexão de joelho. o pesquisador flexionava o quadril do membro a ser alongado mantendo o joelho estendido até a posição de suave desconforto. de acordo com os resultados do teste Shapiro-Wilk. A variável dependente foi comprimento dos músculos isquiotibiais. A medida foi repetida por três vezes consecutivas. Em seguida. Em todas as análises foi considerado um p<0.18).18). este foi repetido. era solicitado a realizar força máxima para estender o quadril e flexionar o joelho. Cumpre ressaltar que os dados seguiram uma distribuição normal. sendo usada a média aritmética nas comparações entre os grupos. em cada sessão. seus números foram ocultados para que o segundo colaborador não tivesse acesso aos valores obtidos. 10(50):426-432 . 42) Valor p 0.52 (4. p=0. Porém. Tabela 1. A ADM de joelho no momento pré intervenção também não diferiu entre os grupos (TEM: média=141±6. Mateus Neiva Martins.15 (5.Bruno Coelho Horta.54) 141.37 (4.05 0. 10(50):426-432 .397) e IMC (p=0.83.26) 14.20±2. o aumento do comprimento dos músculos isquiotibiais foi semelhante entre os indivíduos normais ou com sobrepeso (p>0. IMC=Índice de Massa Corporal. DISCUSSÃO Os resultados deste estudo demonstraram que a TEM e FNP foram igualmente efetivas em aumentar o ângulo de extensão do joelho.05).56 (6.28) em ambos os grupos. Diferenças no ângulo de extensão de joelho entre a mensuração pós e pré intervenção foram adicionalmente avaliadas entre os grupos TEM e FNP de acordo com gênero e IMC (Tabela 2).8% dos voluntários que receberam a técnica TEM e 65.99 (4.37 graus comparado ao grupo FNP.954 0.21±3. variação=diferenças pré e pós intervenção. FNP=Facilitação Neuromuscular Prioprioceptiva. Diferença no comprimento dos músculos isquiotibiais nos momentos pré e pós intervenção controlando por grupo.868 LEGENDA: TEM=Técnica de Energia Muscular.483. Figura 2. novos voluntários foram alocados automaticamente nos respectivos grupos de intervenção. Em relação ao IMC.58 (2.083. Não houve diferenças significativas entre os grupos. Isso significa que as duas técnicas foram efetivas em aumentar a ADM de joelho (Figura 2).29) 12.95) 149.773). mostrando que os mesmos estavam igualmente distribuídos entre os grupos.48 (4.27) 12.05 0. Isso confirma outros achados que oferecem suporte às modalidades de alongamento que utilizam o princípio da inibição ativa. 2012. Houve um aumento significativo no comprimento dos músculos isquiotibiais após as intervenções (p<0. A diferença média de comprimento dos músculos isquiotibiais no grupo TEM foi +12.59) 0. Camila Lima Ribeiro. contudo não houve interação grupo x tempo (p=0.242).07 (7.0±6.08 (3. no com predominância FNP=65.05 FNP LEGENDA: TEM=Técnica de Energia Muscular. Cinco participantes foram excluídos por indisponibilidade de tempo para continuar o programa. p=0. FNP=Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.05 0.05) (Tabela 1). pós teste: p=0. IMC=Índice de Massa Corporal.84) 155. Interação grupo X tempo da mensuração do comprimento dos músculos isquiotibiais em graus.51 (4.21 (4. FNP=24. também validando a suposição de homocedasticidade. Gênero/IMC TEM Masculino Feminino IMC < 25 IMC > 25 FNP Masculino Feminino IMC < 25 IMC > 25 9 17 18 8 13.92 (3.99 (3.4%) do e sexo IMC feminisaudável (TEM=61. valores dentro dos parênteses=desvio padrão.5±5.16 (2. 429 RESULTADOS A amostra foi constituída por cinquenta e dois voluntários. LEGENDA: TEM=Técnica de Músculo Energia.12) 136. et al. lado do membro no qual a técnica foi aplicada (Qui-quadrado=0.17 graus.001).46) 12.719.85 (3.06) 135.695 10 16 18 8 12. não houve diferença no aumento de comprimento dos músculos isquiotibiais (p>0.4% para os indivíduos do grupo da FNP. bém não houve interação entre os fatores analisados (p>0.26) 0.05).58 (3. p=0.05) (Tabela 2).366). ou seja. em relação ao gênero (Qui-quadrado=0. os resultados não se modificaram. com +14. FNP: média=139±5.20) 14.233) e os pontos estavam uniformemente distribuídos ao redor do zero. Mesmo considerando a influência do gênero e IMC.88 graus. Leandro Ferreira Santos. valores fora dos parênteses=média. FNP=Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.59 graus. indivíduos com escores menores que 25 apresentaram ADM de joelho significativamente maior em ambos os grupos (p<0. O lado do corpo que recebeu o alongamento foi sorteado para minimizar o efeito da dominância e a aplicação das técnicas foi realizada no membro esquerdo de 53. ou (TEM=23. assim.109). gênero e IMC.87) 149. Ter Man.43) Pós 155.35) 14. Tam- Tabela 2. Diferenças no comprimento dos músculos isquiotibiais (graus) controlando por grupo e IMC nos momentos pré e pós intervenção.5%. A suposição de normalidade dos resíduos não foi violada (pré teste: p=0. DP=desvio padrão.622 n Média/DP Valor p 0. Grupo / IMC TEM IMC<25 (n=18) IMC>25 (n=8) IMC<25 (n=18) IMC>25 (n=8) Pré 143. sobretudo de estrogênio. Os autores argumentam que isto estava associado com um aumento na participação em atividades de flexibilidade e alongamento. Pullman e colaboradores(27) não encontraram mudanças na flexibilidade mesmo com o declínio na capacidade física individual.17). Uma hipótese é que a mudança na tolerância ao alongamento. Estudos com pacientes são necessários para avaliar a aplicabilidade da TEM na reabilitação. mas surpreendentemente. É importante mencionar algumas limitações deste estudo. contudo. Os autores argumentam que isto se deve em função dos procedimentos adotados(4). O aumento médio na ADM do joelho após a aplicação da TEM e FNP foi semelhante aos resultados de outros estudos(13.430 Efeitos da técnica de energia muscular. Estudos prévios baseados em gênero identificaram diferenças nas propriedades viscoelásticas das estruturas de tendões(21) e arquitetura muscular(22). houve um ganho de flexibilidade nos estudantes. dificultando possíveis comparações(20). o gênero não interferiu no aumento de comprimento dos músculos isquiotibiais. A despeito destas limitações. com pouca influência de mudança nas propriedades viscoelásticas. nossos achados sugerem que a TEM é uma modalidade efetiva de alongamento. os benefícios máximos geralmente ocorrem entre sete e oito semanas. Contudo. a amostra foi composta por indivíduos assintomáticos. tais como massa corporal e IMC.19). uso de contração muscular isométrica ativa e consequente relaxamento do músculo a ser alongado(13. no qual as intervenções eram ministradas três vezes por semana. Shrier e Gossal(14) sugerem que a efetividade do alongamento aplicado durante seis semanas é condicionada a uma repetição diária. os autores investigaram a influência do resfriamento e aquecimento durante o alongamento FNP . Neste mesmo estudo. gerou um ganho médio de 18 graus na ADM de joelho. parece não impedir a manutenção ou melhora da flexibilidade. 2012. Se isto for verdade. a alta variabilidade dos resultados deste estudo pode ser um fator de confusão em função de um potencial erro aleatório. Melegario e colaboradores(26) avaliaram possíveis diferenças no grau de flexibilidade entre as fases do ciclo menstrual de mulheres adultas jovens. No presente estudo. Um protocolo de dez sema(2) mento que usam princípios de inibição ativa é explicado primordialmente pela tolerância ao alongamento(12. por mulheres. são necessários mais estudos para elucidar as diferenças de gênero em relação à extensibilidade dos tecidos moles. Independente disto. 10(50):426-432 . seja. assim. os programas baseados na TEM ou FNP não foram capazes de aumentar a extensão de joelho de modo a alcançar o valor de referência do teste ângulo poplíteo (160 graus). é que alguns autores defendem que o ganho de flexibilidade a partir de técnicas de alonga- Ter Man. seja o principal mecanismo para explicar o aumento de extensibilidade(12. Além disso. Evidências têm mostrado que aumentos das medidas antropométricas.14). contudo. os resultados deste nas foi suficiente para produzir aumentos médios de 10 a 14 graus no comprimento dos músculos isquiotibiais. pessoas com sobrepeso apresentaram menores ângulos de extensão passiva de joelho. todos os dias da semana. Terceiro. Primeiro. Outro aspecto relevante. o uso do calor ou gelo não interferiu nos resultados em longo prazo. provavelmente. Gama e colaboradores(4) encontraram aumentos médios de 14 graus no ângulo de extensão ativa do joelho ao final de um protocolo de alongamento de dez semanas baseado na FNP aplicado cinco vezes por semana. Porém. A despeito destas discussões. estes resultados não podem ser generalizados para todos os grupos musculares uma vez que a extensibilidade varia entre os músculos e pode interferir na ADM. Em outro estudo. a extrapolação dos resultados a indivíduos com lesões deve ser feita com cuidado. em sua maioria. os mecanismos de ação da contração isométrica ainda não estão claros e. Racette e colaboradores(28) também observaram uma diminuição significativa na atividade aeróbica em universitários. o estudo avaliou o comprimento dos músculos isquiotibiais. progesterona e relaxina. Apesar disso. diferenças nas propriedades viscoelásticas pouco irão interferir nas respostas a este tipo de intervenção. a técnica aplicada na frequência de três vezes por semana. os resultados do nosso permitem afirmar que os programas de alongamento baseados na TEM e FNP foram efetivos em aumentar a ADM de joelho em indivíduos com encurtamento de isquiotibiais. Estes valores são superiores em relação aos resultados da maioria dos estudos. Segundo. as análises mostraram que o aumento de ADM foi proporcional entre os grupos e o IMC não interferiu nos resultados. são acompanhadas por uma significativa diminuição da atividade física em crianças(26) e adultos jovens(27). embora o sedentarismo e sobrepeso possam reduzir a capacidade física. Utiyama(13) demonstrou que a TEM foi efetiva em aumentar o comprimento do músculo tríceps sural em 10 graus após vinte sessões. diferenças nas propriedades viscoelásticas ou mudanças no ciclo menstrual parecem não interferir nas mudanças de flexibilidade geradas pelo alongamento(24). De fato. Apesar disso. como foi o caso deste estudo. Estes achados indicam que as unidades miotendíneas em mulheres podem ser mais complacentes. Em nosso estudo. envolvem fatores mecânicos e neurofisiológicos(11). evidências sugerem que o aumento de temperatura e oscilações hormonais durante o ciclo menstrual. Entretanto. os autores argumentam que em frequências menores.19). Os autores também não encontraram diferenças na flexibilidade nos oito movimentos avaliados. aplicadas duas vezes por semana. O perfil da amostra nos dois grupos de intervenção foi composto. podem diminuir a tensão dos tecidos moles(23). portanto. Fryer G. 2005:19. 2009: 10. Gama ZAS. 18. Influência do resfriamento e do aquecimento local na flexibilidade dos músculos isquiotibiais. 1998. 2001:81. Fusazaki L. 37 Available from: URL: http://www. 151-7. Utiyama M. Sainsbury D. Phys Sports med. 2005:9. BMC Musculoskelet Disord. Dantas AVR. 22. Myrer JW. 1-11. Ruszkowski W. três vezes por semana. McLaughlin KL. 2003:6. 2005:12. Voight ML. Kubo K. Porto Alegre: Artmed. Azuma K. Kanehisa H. 2003:6. McQuain JA. Shrier I. A comparison of a self-stretch incorporating proprioceptive neuromuscular facilitation components and a therapist-applied PNF-technique on hamstring flexibility. Myths and Truths of Stretching: Individualized Recommendations for Healthy Muscles. Acesso em: 20/08/12. 187-93. 2000:3. 5. Fisiot e Pesq. 27-32. Aplicação de técnica de energia muscular em coletores de lixo com lombalgia mecânica aguda. 1ª edição. J Am Osteopath Assoc. Mateus Neiva Martins. 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Neto PD. 2008:12. 16. Ishizu M. Tamaso L. 312-7. Sports Med. 2004:90. é efetivo no aumento do comprimento dos músculos isquiotibiais. 9. Physiotherapy. 2007:13. Queiroz LL. Rev Bras Fisioter.. 19. Smith M. 2003. The influence of contraction duration in muscle energy technique applied to the atlantoaxial joint. entretanto evidências para reforçar esta possibilidade. Statistical methods for assessing measurement error (reliability) in variables relevant to sports medicine. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 431 estudo sugerem que o alongamento baseado na TEM. J Strength Cond Res.Bruno Coelho Horta. 14. Fryer G. Kubo K. Salvador D. Influência do intervalo de tempo entre as sessões de alongamento no ganho de flexibilidade dos isquiotibiais. 2. Os autores acreditam que a TEM poderá ser benéfica quando utilizada em ambiente terapêutico. São Paulo: Manole. Influência da freqüência de alongamento utilizando facilitação neuromuscular proprioceptiva na flexibilidade dos músculos isquiotibiais. 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Prentice WE. a qual tem sido exaustivamente estudada por pesquisadores. The effect of muscle energy technique on gross trunk range of motion. J Am Osteopath Assoc.com/1471-2474/10/37 7. Gender differences in the viscoelastic properties of tendon structures. 20-7. 217-38. 2012. 79-84 11. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. 20. [Monografia]. 110-14. 10. A comparison of two muscle energy techniques for increasing flexibility of the hamstring muscle group. et al. Souza TO. Alcântara MA. The effect of warm-up. R bras Ci e Mov. Rev Bras Fisioter. The effectiveness of 3 stretching techniques on hamstring flexibility using consistent stretching parameters. Dantas AVR. sobretudo por ser uma alternativa de alongamento de baixo impacto e que considera o indivíduo como integrante no processo de reabilitação. J Osteop Med. 8. 2012. Weight changes. 125-8. waist circumference. Fernandes RA. Junior IFF. and flexibility in brazilian boys. 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Racette SB. 212-8. 27.432 Efeitos da técnica de energia muscular. derly men and women. physical activity level. and dietary patterns during freshman and sophomore years of college. Oliveira AR. 24. Dam YY. Pullman AW. Christofaro DGD. Zalot LC. seguido da comparação dos dados de natureza quantitativa por meio do teste t de student. significant proportion of head and anterior (p = 0. dor. Setor de Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Norte do Paraná (CCS-UENP). Mestre/Professor do curso de Fisioterapia e Educação Física – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. Karina dos Santos Rodrigues (1) .DOR group DTM.68 with photogrammetry techniques. Discente de Fisioterapia .433 Artigo Original Análise postural em mulheres com disfunção temporomandibular e assintomáticas. Paulo Fernandes Pires . E-mail: famartini@uenp. The aim of the study was to compare changes in postural and asymptomatic women with TMD. conclui-se que importantes alterações posturais estão presentes em mulheres com DTM. Significant difference was considered for the value of p <0. para dados não-normais e independentes. Abstract The temporomandibular joint (TMJ) is an element of the stomatognathic system. It was also observed baseline . Jacarezinho. Fabrício José Jassi (3) .05. Centro de Ciências da Saúde. Objetivo: Comparar as alterações posturais em mulheres com DTM e assintomáticas. Doutor/Professor do curso de Fisioterapia e Educação Física – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. assintomático). 2. com idades entre 18 e 25 anos. Jacarezinho.05. 10(50):433-439 . asymptomatic).04). The postural analysis was performed by two methods of evaluation: The method proposed by Kendall qualitative analysis and quantitative analysis method by means of the evaluation software v. pain. Paraná. aged between 18 and 25 years. Tel: (43) 3525-0498. Conclusão: Portanto. no qual apresenta maior prevalência no gênero feminino. The sample was composed of 31 female subjects.68® com técnicas de fotogrametria. A amostra foi composta por 31 indivíduos do gênero feminino. Método: A pesquisa teve como delineamento estudo observacional transversal caso-controle. 1. articulação temporomandibular. Brasil. and trunk inclination (p = 0. alterações posturais podem levar a um desarranjo na mecânica da ATM caracterizado pela disfunção temporomandibular (DTM). 0.008) no grupo DTM para análises qualitativas.Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. which has a higher prevalence in females. it is concluded that significant postural changes are present in Women with TMD. ® 0.04). Foi observada também a linha de base – DOR do grupo DTM. CEP: 86400-000. For comparison of qualitative nature test was used to grip non-parametric chi-square. Palavras-chave: Postura. 4. temporomandibular joint. Para a análise estatística utilizou o teste Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos dados. Brasil. divided into two groups. A análise postural foi realizada por meio de dois métodos de avaliação: o método de análise qualitativa proposto por Kendall e o método de análise quantitativa. Key words: Posture. Brasil. Due to the close relationship of this joint structures with cervical postural changes can lead to a breakdown in mechanics characterized by TMJ temporomandibular disorders (TMD). 841.002) for quantitative analysis. postural SAPo. Camila Pereira (1) . Jacarezinho.008) in the DTM for qualitative analyzes. Paraná. Fábio Antonio Neia Martini (4) (2) . Statistical analysis used the Shapiro-Wilk test for normality of the data. which includes one of the most complex anatomical and functional units of the human body. 3. Brasil. The study was cross-sectional observational study design case-control. Alameda Padre Magno. TMD group (n = 21) and control group (n = 10. e teste Mann-Whitney U. distribuídas em dois grupos. Therefore. In postural assessments showed a significant difference between the control group and DTM: the horizontal alignment of the head (p = 0. followed by comparison of quantitative data through the Student t test for normal data and independent test and Mann-Whitney U test for data not normal and independent. e proporção significativa de cabeça anteriorizada (p=0. Jacarezinho. Resumo Introdução: A articulação temporomandibular (ATM) é um elemento do sistema estomatognático. Paraná. por meio do software de avaliação postural SAPo v. Paraná.014) and increased cervical lordosis (p = 0. 2012. Devido à íntima relação desta articulação com estruturas cervicais.002) para análises quantitativas. grupo DTM (n=21) e grupo controle (n=10. Artigo recebido em 12 de Julho de 2012 e aceito em 28 de Setembro de 2012. Jacarezinho – PR. Endereço para correspondência: Fábio Antonio Neia Martini. para dados normais e independentes.014) e aumento da lordose cervical (p=0. Postural analysis in women with temporomandibular dysfunction and asymptomatic.br Ter Man. Universidade Estadual do Norte do Paraná.edu. e inclinação do tronco (p=0. Para diferença significativa foi considerado o valor de p<0. o qual integra uma das mais complexas unidades anatômicas e funcionais do corpo humano. Resultados: Nas avaliações posturais observou-se diferença significativa entre o grupo DTM e controle: no alinhamento horizontal da cabeça (p=0. Mestrando/Professor do curso de Fisioterapia e Educação Física – Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP. Para comparação dos valores de natureza qualitativos foi utilizado o teste de aderência não-paramêtrico de Qui-quadrado. Enquanto imagens observadas sem o uso de técnicas fotogramétricas se destinam a determinar possíveis alterações posturais de forma qualitativa (1. qualquer desequilíbrio do sistema estomatognático poderá. 11. dos utilizam o índice clínico de Fonseca. ligamentos. Tal sistema é formado por várias estruturas internas e externas como. sendo o osso hioide a chave de união entre as cadeias musculares anterior e posterior. podendo chegar a uma proporção de 4:1 a 40 anos (2. passo este amplamente utilizado.20). apenas 15% as alterações mecânicas da ATM (4) . sucção.16) . na prática clínica como também em pesquisas. o qual integra uma das mais complexas unidades anatômicas e funcionais do corpo humano. por meio de avaliações qualitativas e quantitativas. que apresentassem idades entre 18 e 25 anos. existem conexões nervosas entre os núcleos sensitivos dos nervos do sistema estomatognático com as fibras nervosas sensitivas que trazem in- Ter Man. Apesar das evidências. 10(50):433-439 . sendo assim.2. Índice Craniomandibular (ICM) ou Índice Temporomandibular (ITM). o objetivo do presente estudo foi comparar as alterações posturais em indivíduos do gênero feminino com DTM e assintomáticos. mostrando a necessidade da realização de novas pesquisas. e que não tivessem diagnóstico de DTM segundo o Índice Anamnésico de Fonseca (IAF). Estudos têm mostrado maior prevalência da DTM na população do gênero feminino. lábio. osso hióide. língua. Os critérios de inclusão para o grupo controle foram: voluntárias do gênero feminino. Para investigação da relação entre a postura corporal e a presença de DTM. com faixa etária de 15 .5. grupo DTM (n=21) e grupo controle (n=10. a disfunção não se restringe apenas ao sistema estomatognático. por meio dessas vias. O sistema tem a função de equilibrar o trabalho da mastigação. INTRODUÇÃO A articulação temporomandibular (ATM) é um elemento do sistema estomatognático. Foram excluídas da pesquisa as voluntárias que possuís- . ou seja. mucosas. A amostra da pesquisa foi composta por 31 voluntárias do gênero feminino com idades entre 18 e 25 anos. Dessa forma. enquanto a maxila.8. Questionário da Academia Americana de Dor Orofacial. Entre os principais re(19) cursos utilizados para avaliação postural. Alterações da mecânica da ATM podem desencadear a disfunção termporomandibular (DTM).12) . METODOLOGIA O estudo apresenta uma abordagem do tipo observacional transversal caso-controle. E todas foram esclarecidas sobre os objetivos e metodologia da pesquisa e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.434 Postura em mulheres com e sem DTM. A maior prevalência observada no gêne- ro feminino está ligada a fatores hormonais(13). dor em uma ou ambas ATM. de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.3) formações sobre o equilíbrio tônico postural. por intermédio do crânio. Portanto. Na literatura. o primeiro passo é a avaliação postural. músculos. espaços vazios. está relacionada com a cadeia muscular posterior. deglutição. Além disso. sendo estas. 2012. deformidades faciais. Os critérios de inclusão da pesquisa para o grupo disfunção foram: voluntárias do gênero feminino. A fotogrametria permite a aplicação de técnicas fotogramétricas às imagens obtidas por meio de fotografias.6. grupo assintomático). suprimento nervoso e vascular. fonação. tais como Índice de disfunção clínica craniomandibular (IDCCM). ruídos articulares. Os sinais e sintomas de DTM são caracterizados por sensibilidade dos músculos da cabeça. marcações de referências são realizadas em estruturas corporais conhecidas obtendo-se angulações.7. diagnóstico de DTM segundo o Índice Anamnésico de Fonseca (IAF).10) (2. limitações nos movimentos da mandíbula. pescoço e da mastigação. constituindo-se como uma ferramenta fundamental de auxílio para o planejamento e acompanhamento do tratamento fisioterapêutico (17. mandíbula. O sistema estomatognático representa parte do sistema postural. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Paraná sob protocolo nº 009/2012. maxila. Chaves (14) cita que a esEstu- colha da ferramenta mais adequada deve basear-se no intuito específico do pesquisador ou do clínico. repercutir sobre o conjunto do sistema postural (1. arcadas dentárias. que apresentassem idades entre 18 e 25 anos.9). pode-se verificar a existência de diferentes instrumentos utilizados para a avaliação de DTM. o que mais se destaca atualmente é a fotogrametria . e outros ossos do crânio. O recrutamento das voluntárias foi por meio de anúncio verbal e digital. RDC/TMD . por ser idealizado para a população brasileira e sensível quanto a severidade da DMT. e cefaléias (3. 5. respiração e postura (1. mas sim. a influência da postura corporal no aparecimento e/ou perpetuação dos sinais e sintomas da DTM não são totalmente esclarecidos. glândulas salivares. trata-se de um método de avaliação quantitativo. Questionário e Índice de Limitação Funcional Mandibular (MFIQ) e Questionário e Índice Anamnésico de Fonseca (IAF) (14) . Segundo Bricot 80% das causas das disfunções temporomandibulares estão relacionadas às más posturas e.10. A mandíbula e a língua estão diretamente ligadas à cadeia muscular anterior.18) . todo quadrante superior do corpo responsável pelo equilíbrio tônico postural. distribuídas em dois grupos.Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders ou Critério de Diagnóstico para Pesquisa em Disfunção Temporomandibular. Diante do exposto. cujas possibilidades de classificação de acordo com Fonseca são: sem DTM (escore de 0 a 15 pontos). localizado na Cidade de Jacarezinho – Paraná. sempre no mesmo horário. Para a análise postural foi utilizado o método de avaliação visual proposto por Kendall (18). fixado no teto da sala de avaliação. moderada (45 a 65 pontos) e severa (70 a 100 pontos) (22). empregou se um fio de prumo fixo com demarcação de 10 cm. DTM leve (20 a 40 pontos). Inicialmente para avaliação qualitativa. com o auxílio do software de avaliação postural SAPo v. Dessa forma. Ter Man. observando a presença de anteriorioridade. onde AHC (ângulo horizontal da cabeça). seguido do teste t de student para comparação dos dados normais e independentes. foram realizados por avaliadores distintos. Cabe ressaltar que ambos os métodos foram utilizados para avaliação postural no grupo DTM e no grupo controle. PROCEDIMENTOS Para seleção da amostra foi utilizado o IAF. Para a análise da postura por meio do método quantitativo de avaliação foi utilizado a fotogrametria. 0. sobre um tripé da marca Viola. as voluntárias foram posicionadas em ortostatismo na vista lateral esquerda sobre um tapete fixado ao chão de 50 cm X 50 cm. e aumento normalidade ou diminuição da lordose cervical e lombar. Toda pesquisa foi realizado no setor de Fisioterapia do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). no mesmo ambiente de avaliação para o método postural visual. o avaliador calculou e obteve uma média geral de intensidade da dor. que avalia quantitativamente as angulações e alterações posturais. e teste Mann-Whitney U para compara- Figura 1. coluna cervical e lombar. As voluntárias permaneceram na vista lateral esquerda e tiveram as respectivas regiões do corpo palpadas e posteriormente demarcadas. foi testado a normalidade dos dados por meio do teste Shapiro-Wilk. Para calibrar a fotografia no software e padronizar a referência ao alinhamento corporal. e registrado por cada voluntária individualmente. É importante ressaltar que o procedimento de avaliação postural qualitativo e quantitativo na presente pesquisa. As regiões avaliadas foram a cabeça. com auxílio de um simetrógrafo e um fio de prumo preso ao teto. As voluntárias foram posicionadas a três metros da câmera fotográfica. acrômio e o maléolo lateral como mostrado na Figura 1. na direção da voluntária avaliada. 10(50):433-439 . Paulo Fernandes Pires. e os membros superiores relaxados ao longo do tronco. 2012. indicando a intensidade de suas dores em cada dia. AVC (ângulo vertical da cabeça). Foi observado também no grupo DTM a linha de base – dor. com câmera digital da marca Fujifilm Jx300. Cabe ressaltar que o software fornece automaticamente uma série de medidas relevantes para avaliação postural. Fabrício José Jassi. as voluntárias do grupo DTM e controle em trajes de banho. no período de janeiro a outubro de 2012. Estas foram orientadas a manter o olhar em linha com o horizonte. Inicialmente as obteve-se as imagens fotográficas. Ângulos avaliados no plano sagital esquerdo. Fábio Antonio Neia Martini. doenças sistêmicas neuromusculares e histórico de trauma na face e/ou ATM. que é um questionário elaborado de acordo com o Índice anamnésico de Helkimo que avalia a presença e a severidade dos sintomas da DTM (21). foram avaliadas em um ambiente claro e isolado para melhor avaliação da postura e conforto das voluntárias. respectivamente. Para os valores de caráter quantitativos obtidos por meio da fotogrametria.Camila Pereira. que representou a linha de base – dor para cada voluntária. com bolas de isopor na cor amarela e fita adesiva dupla-face: tragus da orelha. que avalia qualitativamente alterações posturais. Cabe ressaltar que após o preenchimento das 7 EVA. alinhamento e posterioridade da cabeça. O instrumento utilizado para mensuração da intensidade da dor foi a escala visual analógica (EVA) que possibilita a fácil mensuração da intensidade da dor (24). AVT (ângulo vertical do tronco). Cabe ressaltar que o avaliador posicionou-se a 1 metro de distância do tapete. Trata-se de um dos poucos instrumentos disponíveis em língua portuguesa. Karina dos Santos Rodrigues. Na avaliação postural qualitativa foram avaliadas as assimetrias no perfil esquerdo.68® (23). obtida pela análise da intensidade de dor ao movimento de abertura da ATM durante sete dias consecutivos. 435 sem prótese total ou parcial. processo espinhoso da sétima vértebra cervical (C7). que passava posterior ao tronco das voluntárias. e o método de avaliação fotogramétrica por meio do software SAPO. 7 22.50) no movimento de abertura da ATM.50 Teste t de student.19 ± 2. Em relação à análise do alinhamento horizontal da cabeça por meio do método de avaliação postural qualitativa.002).01) 19.008). Comparação da proporção observada da lordose cervical na vista lateral esquerda entre os grupos DTM e grupo controle.05.5 22. Comparação da proporção observada de alinhamento horizontal da cabeça na vista lateral esquerda entre os grupos DTM e grupo controle.83) p valor 0. Grupo DTM Média (IC 95%) AHC (°) AVC (°) AVT (°) * diferença significativa.002* 41.04) e alinhamento vertical do tronco (p=0. RESULTADOS No que se refere às características demográficas. Comparação das angulações do alinhamento horizontal da cabeça (AHC).02).92) 1. Tabela 5. Para os valores qualitativos obtidos da análise postural sem a fotogrametria. no alinhamento horizontal da cabeça (p=0.014).07 21.01 48. Grupo controle Média (IC 95%) 44. 2012.80 ± 18. como mostrado na tabela 4.0 (Chicago. 10(50):433-439 . Já em relação à linha de base dor. não foi observada diferença significativa entre o grupo DTM e grupo controle nos critérios idade e IMC. Valores expressos em média ± desvio-padrão. Dados demográficos entre o grupo DTM e o grupo controle.35). de acordo com a tabela 5. Cabeça Anterior (%) Alinhada (%) Grupo DTM 51.8 *diferença significativa (p=0. Comparação da proporção observada da lordose lombar na vista lateral esquerda entre os grupos DTM e grupo controle.07a 0.95 ± 1.35 0.59 (1.04* 0. onde observou-se diferença significativa entre os grupos DTM e controle. observou-se proporção significativamente maior (p=0.436 Postura em mulheres com e sem DTM.18 – 43.6 0 teste qui-quadrado (não houve diferença significativa) Tabela 1.2 Grupo controle 6.02 (16.6* 16.65 (0. USA). estes foram previamente categorizados. caracterizando a homogeneidade entre os grupos.12 – 21.76 – 48. a média da pontuação encontrada caracterizou uma amostra com DTM moderada (48. teste qui-quadrado. ção dos dados não-normais e independentes.4 48.80 ± 18.10) 0.10 ± 2.2* 25. teste t de student. Na análise referente à lordose cervical realizada por meio do método de avaliação postural qualitativo.1 Grupo controle 9.74 (12.92 - p valor 0. DISCUSSÃO O questionário utilizado na pesquisa para selecioTabela 3. seguido da comparação por meio do teste de aderência não-paramêtrico de Qui-quadrado.16a - 19.02 1.97) Ter Man.8 Grupo controle 3. Lordose cervical Aumentada (%) Normal (%) Grupo DTM 45. diferença de proporção significativa (p=0.008) de lordose cervical aumentada no grupo DTM. Lordose lombar Aumentada (%) Normal (%) Diminuída (%) Grupo DTM 19.82 (40.46 – 0.2 25.6 *diferença significativa (p=0. Tabela 4. Valores expressos em média (intervalo de confiança a 95%).43 23. sendo considerado como diferença significativa o valor de p<0. alinhamento vertical da cabeça (AVC).87) 16.Os valores dos dados demográficos estão expressos de acordo com a tabela 1.4 3.014) entre os grupos. teste qui-quadrado.59 ± 1. Para toda a análise estatística da pesquisa foi utilizado o software SPSS 13. Já em relação ao alinhamento vertical da cabeça não foi constatada diferença significativa entre os grupos (p=0.68®.21 – 1.1 (39.37 – 21. Quanto ao índice de Fonseca utilizado para selecionar as voluntárias do grupo DTM. Tabela 2. Grupo DTM (n=21) IDADE (anos) IMC (%) IAF (pontuação) Linha de base -DOR (cm) a Grupo controle (n=10) 21. entre grupo DTM e grupo controle. mostrando uma tendência significativa de cabeça anteriorizada em mulheres com DTM.25 ± 4. Os resultados da avaliação da lordose lombar pelo método qualitativo de análise postural não demonstrou diferença proporcional significativa na comparação intergrupo. observou-se conforme a tabela 3. A Tabela 2 demonstra os valores das angulações encontradas na avaliação postural quantitativa realizada por meio da fotogrametria analisada pelo SAPo v 0. e alinhamento vertical do tronco (AVT). o grupo DTM apresentou em média uma intensidade de dor leve (1.59 ± 1. na saúde emocional. não foi encontrado alterações significativas no presente estudo entre o grupo DTM e o grupo controle. e no nível de energia (3. 2012. no qual verificou-se diminuição da angulação no grupo DTM quando comparado ao grupo controle (27. 28). o que demonstra que apesar da leve intensidade de dor ao movimento. não houve diferença significativa (20. no qual em estudos (1. As alterações causadas pela DTM. ausência de análise qualitativa inter examinadores para melhor observação dos dados. mulheres jovens universitárias apresentam algumas alterações posturais. no qual um desequilíbrio entre eles causa forças retrusivas na mandíbula alterando o seu posicionamento em repouso com consequente hiperatividade muscular (12). Fabrício José Jassi. pois foi observado diferença significativa no alinhamento da cabeça na lordose cervical quando comparado ao grupo controle(1. podem interferir nas atividades diárias sociais do indivíduo. em especial a dor. mesmo não encontrando diferença significativa na curvatura lombar pelo método qualitativo quando comparados os respectivos grupos. observou-se diferença significativa no ângulo vertical do tronco. 29) também encontraram ao comparar indivíduos com DTM e assintomáticos. Na presente pesquisa observou-se resultados significativos em relação ao alinhamento horizontal da cabeça por meio do método qualitativo. Na comparação quantitativa em relação ao ângulo vertical da cabeça entre o grupo DTM e o grupo controle. Iunes (19) não encontrou não encontrou diferença no posicionamento na cabeça independente do método utilizado. 437 nar voluntárias com DTM foi desenvolvido por Fonseca et al. sendo muito utilizada nos estudos da relação de postura corporal e DTM (19. Apesar da alteração postural significativa de alinhamento vertical do tronco encontrado na avaliação quantitativa no grupo DTM. que não encontrou diferença significativa entre os grupos DTM e controle em relação ao alinhamento vertical do tronco. novamente a análise quantitativa e qualitativa foram fidedignas para ressaltar a anteriorização de cabeça no grupo DTM. e aumenta a pressão intra-articular da ATM (20). Portanto. a fotogrametria é a forma mais objetiva e fidedigna de avaliação postural. refletindo assim na musculatura da mastigação. Ter Man. no qual apresenta padrão outro para diagnóstico da disfunção. Esse achado corrobora com Silva (12). a presente pesquisa comprovou importantes desvios posturais entre mulheres com DTM e assintomáticas. como o Critério de Diagnóstico em pesquisa para articulação temporomandibular (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorder . como na cabeça e cervical.RDC/TMD) para diagnóstico da DTM. Atualmente. que também encontrou intensidade leve de dor nos voluntários com DTM em seu estudo. de forma a causar um efeito negativo na função social.Camila Pereira. verificou alterações posturais significativas entre mulheres com deslocamento do disco e saudáveis em relação a hiperlordose lombar. Na presente pesquisa observou-se um aumento da lordose cervical. em seu estudo. ao qual. corroborando com Amantéa (1). No presente estudo. Esse achado diverge do trabalho de SCARI (28). tanto a avaliação quantitativa como qualitativa. A avaliação postural por meio do método qualitativo é muito utilizada devido a sua praticidade. o olhar passa a ficar baixo e consequentemente ocorre o aumento da lordose cervical na tentativa no nivelamento do olhar. Na comparação quantitativa entres os grupos DTM e controle. no qual ressalta que o método qualitativo é confiável quando é realizado por mais dois avaliadores. 28). verificaram alterações posturais importantes. ou seja menor que 3 cm por meio da EVA. demonstra facilidade de aplicação e rapidez no seu preenchimento.25). Paulo Fernandes Pires. Este fato pode estar associado: a leve intensidade de dor encontrado no estudo. no presente estudo encontrouse uma intensidade de dor leve no grupo DTM. Saito (30). baixo custo. Os músculos da mastigação são sinérgicos aos músculos cervicais. que por ser auto-administrável. no qual afirma que na realização da anteriorização de cabeça. na presente pesquisa. Fato este justificado por Iunes (19). qualitativo ou quantitativo.26). No que diz respeito à análise da curvatura lombar. a análise qualitativa não foi suficiente para mostrar alteração da postura em relação a lordose lombar no grupo DTM. Karina dos Santos Rodrigues. Portanto. Ao analisar indivíduos com disfunção temporomandibular. As limitações encontradas no estudo foram: não utilização do Critério de Diagnóstico para pesquisa para articulação temporomandibular (Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorder . 20. e amostra com intensidade muito leve de dor ao movimento. A postura anteriorizada da cabeça determina uma mudança na posição mandibular.12). também foi observado no estudo de Souza (20) que demonstrou indivíduos com DTM associados a um mau alinhamento do tronco.RDC/TMD)(3). o que não foi realizado na presente pesquisa. e não exposição do indivíduo à radioatividade (como nas radiografias) (28). 10(50):433-439 . foram fidedignas para apontar alteração no alinhamento horizontal da cabeça no grupo DTM. Em relação à EVA. Fábio Antonio Neia Martini. Cabe ressaltar que na presente pesquisa. e ao fato da avaliação qualitativa por apenas um avaliador. Dessa forma. (22). de forma que os resultados da presente pesquisa confirmam esses estudos. foi encontrado alterações significativas com o método quantitativo no alinhamento horizontal da cabeça. apresenta agilidade e eficiência quando comparado a outros questionários. Cervical signes and symptons perpetuating rather than predisposing factors for temporomandibular disorders in womem. Silva GR. Músculos: provas e funções. 16. 2006: 20(1): 3-7. 10(50):433-439 .Gonzales DA. Amantéia DV. Bevilaqua-Grossi D . Gonzalez TO. Fisioter Pesqui. Biasotto. 11.438 Postura em mulheres com e sem DTM. Grossi DB. Magge DJ. PA. Posturologia. Bricot B. Kendall FP. 5. 14. Are temporomandibular disorders and tinnitus associated?. Biasotto-Gonzalez DA. baropodométrica e eletromiográfica. CEFAC. Moura IC. Chaves TC. Fernandes KPS. Abordagem interdisciplinar das disfunções temporomandibulares. Cairns BE. Part I: classification epidemiology and risk factors. 19. Chaves TC. Mostrando que indivíduos com DTM apresentam alterações posturais importan- tes na angulação do alinhamento horizontal da cabeça e na inclinação do corpo (método quantitativo). 20. Salgado HS. Federal de Santa Maria: 2010. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2004:11(1): 19-26. Rev. 2005. Corrrêa E. Menezes MS. Martins MD. 13. Bevilaqua-Grossi D. Iunes DH. 2005: 7(2): 221-8. 2001. 2007: 12(1): 292-8. e no alinhamento da cabeça e lordose cervical (método qualitativo). Corrêa ECR. 2012. Oliveira AS . São Paulo: Manole. [dissertação]. Journal of Pediatric Otorhonolaryngology. Iunes DH . Berzin F. 5 ed. 10. 2007: 71: 1527-1535. 12. Fisioterapia e Pesquisa. 21. 2010: 1(1): 25-30. Basso D. 2009:13(4): 308-15. Bérzin F. 4. Oliveira AS. Avaliação anamnésica de sintomas de disfunção temporomandibular em crianças asmáticas. Neely MLC. 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To evaluate the static posture of elderly. Esse estudo visou avaliar a postura estática de idosos.1%. Data were presented as mean ± standart deviation (SD).46.1%.8 ± 5. As correlações foram realizadas pelo teste de Spearman (p ≤ 0. Ramal 1479. frontal plane (right or left asymmetry) = 9. Brasil Resumo Durante o processo de envelhecimento. Sp. plano sagital (assimetria anterior) = 45. 17525-900. plano frontal (assimetrias direita ou esquerda) = 9.5 ± 11. Foi encontrada correlação entre EEB e assimetria do plano sagital (r = . Instituto de Biociências/UNESP-Rio Claro. the sagittal plane (anterior asymmetry) = 45. Hygino Muzzi Filho. p = 0. Universidade Estadual Paulista. Palavras chave: envelhecimento. accidental falls. scores of the BBs will be lower. p = 0. increase the postural asymmetries that can affect the control mechanism of balance leading to falls. 737. We found a correlation between BBS and asymmetry of the sagittal plane (r = -0.9. 10(50):440-443 . Campus de Rio Claro-SP.46. mensurar o equilíbrio e correlacionar os resultados da postura com o equilíbrio. measure the balance and correlate the results of the posture with balance. 13 do gênero masculino e 15 do gênero feminino (71. aumentam as assimetrias posturais que podem afetar o mecanismo de controle de equilíbrio. 2. Os dados sugerem que quanto maior a projeção anterior (assimetria do plano sagital) e a projeção lateral (assimetria do plano frontal). Graduação em Fisioterapia. Abstract During the aging process.7 years). O estudo envolveu 28 idosos.7 anos). Key words: aging. Marília-SP. equilíbrio postural.8 ± 5. Ligia Cristiane Santos Fonseca(¹). menores os escores da EEB. The volunteers were photographed. 1.5 ± 3. SP.05).440 Artigo Original Relação entre projeção do centro de gravidade e equilíbrio em idosos. indicating an increase of unbalance in elderly.03). Os dados foram apresentados em media ± desvio-padrão (DP). Programa de Pós-Graduação em Desemvolvimento Humano e Tecnologias. p = 0. 13 males and 15 females (71.41.8 ± 7. The data suggest that the higher the previous projection (asymmetry of the sagittal plane) and lateral projection (asymmetry of the frontal plane). Marcos Eduardo Scheicher(²).unesp.5 ± 3. indicando um aumento do desequilíbrio em idosos. Tel: (14) 34021350. acidentes por quedas.0. Instituto de Biociências.9.5 ± 11.8 ± 7.01) and between BBS and asymmetry of the frontal plane (r = -0. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias. Artigo recebido em 03 de Julho de 2012 e aceito em 12 de Setembro de 2012. Universidade Estadual Paulista.41. p = 0. Endereço para correspondência: Marcos Eduardo Scheicher. 2012. as imagens transferidas para um computador para avaliação da postura estática e cálculo da projeção do centro de gravidade nos planos frontal e sagital usando o Software para Avaliação Postural. Campus de Marília-SP.01) e entre EEB e assimetria do plano frontal (r = -0. Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional/Faculdade de Filosofia e Ciências/UNESP-Marília.05).br Ter Man. levando às quedas. postural balance. The balance was assessed by the Berg Balance Scale (BBS). O equilíbrio foi avaliado pela Escala de Equilíbrio de Berg (EEB).3. Escores da EEB = 50. Av. Correlations were performed by Spearman test (p ≤ 0. The study involved 28 elderly patients. Brasil. Faculdade de Filosofia e Ciências. Relationship between the gravity center and the balance in elderly. Brasil. Os voluntários foram fotografados. E-mail: [email protected]). São Paulo. Avaliação do centro de gravidade A projeção do centro de gravidade foi avaliada por meio do Software para Avaliação Postural (SAPO). esse estudo teve como objetivo avaliar a postura estática de idosos e a projeção do seu centro de gravidade nos planos frontal e sagital. Além do prejuízo físico e psicológico. Com o aumento do número de idosos. Ter Man.7 ± 5. Os idosos selecionados assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após lerem o termo de Esclarecimentos aos Sujeitos da Pesquisa e também um Termo de Consentimento de Fotos para utilização das mesmas no trabalho.5% da população total e está previsto para 2050 que esse grupo populacional passará dos 22%. assim como o tempo em que este se realiza. as quedas geram um aumento dos custos com cuidados de saúde. A maioria dos estudos tem focalizado no controle do equilíbrio na direção antero-posterior ou tem examinado medidas globais das na direção lateral (7) . a população de idosos representa 6. O teste é composto por 14 itens categorizados numa escala ordinal de cinco pontos (0 . (12) (11) . Não há dúvidas de que dificuldades no controle do equilíbrio postural é um dos principais fatores para o aumento do risco de quedas em idosos (3) .incapaz de realizar e 4 . após a geração de relatórios individuais pelo SAPO. sendo excluídos idosos com doenças crônicas que interferissem no equilíbrio e com estado cognitivo deficiente (avaliado pelo Mini Exame de Estado Mental MEEM). onde o software forneceu também a estimativa da projeção do centro de gravidade. sob processo nº 710/2008.7 anos). Foi utilizado como critério de inclusão a capacidade de manterse em pé independentemente por 90 segundos e apresentar marcha livre. A seguir foi desenhado o contorno dos pés do sujeito e nas outras três fotos o idoso era orientado a sair do tapete para girálo 90º. METODOLOGIA Foram analisados 28 idosos com idade acima de 65 anos. centes que alterações do equilíbrio são mais pronuncia(8. podendo aumentar o risco de cair (2) .05 como significante. onde o sujeito se posicionava livremente e da maneira mais confortável possível para a primeira fotografia. e também podem prever a probabilidade de ocorrência de quedas Análise estatística Os dados antropométricos e escores da EEB foram apresentados como média ± desvio padrão. bem como o equilíbrio ao realizá-las. de ambos os sexos. avaliar o equilíbrio por meio da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e correlacionar o risco de quedas com a projeção do centro de gravidade. Estudo de Braz. as imagens foram transferidas para um computador para a avaliação postural. sem auxílio de próteses e/ou órteses. provenientes da cidade de Marília. Os escores totais variam entre 0 a 56 pontos. Tem sido sugerido que pessoas com mais de 60 anos apresentam habilidades reduzidas no controle postural. e então o participante posicionava os pés exatamente em sua própria marcação. . lateral esquerda e posterior. projeção do centro de gravidade e localização de pontos anatômicos. As correlações foram feitas pelo índice de correlação de Spearman. Góes e Carvalho (2008) (10) . entre outras propriedades.realiza com independência). com resolução de 7.2 Mpixel. RESULTADOS Participaram do estudo 28 idosos (71. Os elementos do teste são representativos de atividades de vida diária (AVD) que juntas podem responder sobre o desempenho dos idosos nas atividades motoras. foram analisadas quatro vistas fotográficas: anterior. dos segmentos corporais de um indivíduo. utilizando-se protocolo próprio do SAPO. baseando-se no modelo antropométrico proposto por Zatsiorsky e Seluyanov com as adaptações propostas por de Leva Avaliação do equilíbrio Os idosos foram submetidos a uma avaliação físicofuncional por meio da EEB. sendo que a máxima pontuação esta relacionada a um melhor desempenho. expressos pela utilização de serviços especializados e aumento de hospitalizações (6) . Para garantir a mesma base de sustentação nas quatro vistas. Para cada sujeito pesquisado. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNESP em Marília.Ligia Cristiane Santos Fonseca. há evidências cres. entre outras informações. O teste avalia tanto a forma como é realizado cada item. residentes na comunidade. Posteriormente. 10(50):440-443 . Contudo. lateral direita. tem-se também uma elevação correspondente de pessoas com inabilidades. con- cluiu que o SAPO mostrou-se uma ferramenta confiável e válida para mensurar valores angulares nos segmentos corporais. Marcos Eduardo Scheicher. 2012. metade das vezes de forma recorrente. comprimento. Fornece. ângulo e alinhamento. As fotografias foram feitas com uma máquina SONY®. A postura foi apresentada em ângulos. Considerando-se que aproximadamente 30% dos indivíduos com mais de 65 anos caem ao menos uma vez ao ano.5) . por meio de fotografias digitalizadas. foi utilizado um tapete de EVA da cor preta. o evento torna-se relativamente comum nessa população (4.9) Dessa forma. O . 441 INTRODUÇÃO Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1) SAPO é um software livre que tem como objetivo ajudar na mensuração da posição. sendo aceito um valor de p ≤ 0. A análise da assimetria do plano frontal (látero-lateral). Correlação entre a postura e o risco de quedas em idosos As Figuras 2 e 3 mostram as correlações entre os escores da EEB e as assimetrias sagital e frontal.13) Projeção do centro de gravidade A Figura 1 mostra a projeção do centro de gravidade dos idosos estudados. Dos idosos avaliados. respectivamente.02. conseqüentemente.2 kg/m2. mostrou média de 9. Um estudo de Melzer et al. Nota-se uma correlação média nas duas Figuras. Esses dados estão de acordo com estudo de Daniel et al (2011) (10) . 2012. 10(50):440-443 .0. .8 ± 7.5 ± 11.0 ± 2. tais patologias levam à alterações em vários órgãos e funções no idoso.6% para a esquerda. respectivamente. p = 0. Ter Man. Nenhum participante apresentou alteração cognitiva (24.3. As tarefas em que os idosos apresentaram maiores dificuldades de realizar foram: ficar em pé com um pé na frente do outro. A média de medicação usada foi de 3.0. indicando que quanto mais anteriorizado/lateralizado for o centro de gravidade.42. r = . p = 0. 6 (21. pre- Figura 1.4%) relataram ter caído no ano anterior à avaliação.9%. Assim sendo. (13) anterior mais pronunciada do que a projeção posterior. O índice de massa corpórea foi de 27. Figura 2.7 pontos). menor os escores da EEB e menor o equilíbrio.4 ± 3.01. Nesse estudo. Projeção do centro de gravidade dos idosos (n = 28). sugerindo risco aumentado de quedas.3 ± 4. 2 solteiros e 1 desquitado. Em relação ao estado marital 18 se disseram casados. Com o aumento do número de idosos ocorre uma elevação das doenças associadas ao envelhecimento.97. p = 0. Correlação entre os valores da assimetria frontal (%) e os escores da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) (n = 28).0028). sendo 13 homens e 15 mulheres.7. virar-se para olhar para trás e ficar em pé apoiado em um dos pés. como os distúrbios da postura e do equilíbrio. Avaliação do equilíbrio A pontuação média da Escala de Equilíbrio de Berg foi de 50. o conhecimento dos fatores que geram ou estão associados ao déficit de equilíbrio e que. Não foi observada posteriorização do centro de gravidade em nenhum idoso. 7 viúvos.1%). avaliada pelo MEEM. Correlação entre a assimetria sagital (%) e os escores da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) (n = 28). verificamos uma anteriorização e lateralização do centro de gravidade (CG) do idoso durante a avaliação da postura estática.5 ± 3. Não foi encontrada correlação entre os escores da EEB e a projeção do centro de gravidade no plano frontal (p = 0.4% foi para a direita e 53. (14) encontrou a impor- tância que uma avaliação biomecânica possui em predizer futuras quedas na pessoa idosa. assim como em todo o mundo. destacando-se as crônico-degenerativas. De acordo com Sánchez et al.46. considerando que 46. DISCUSSÃO O envelhecimento populacional é uma realidade no nosso país. que também encontraram projeção Figura 3. Foi encontrada uma forte correlação entre os escores da EEB e a projeção do centro de gravidade no plano sagital dos idosos que referiram queda (r = -0.442 Relação entre projeção do centro de gravidade e equilíbrio em idosos. Percebe-se que todos estavam anteriorizados (média de 45. r = . Benjuya N. 1995. 6. indicando maior desequilíbrio e. São escassos os estudos que correlacionam centro de gravidade com risco de quedas. 12.97. Eng JJ. Adjustments to Zatsiorsky-Seluyanov’s segment inertia parameters. maior a probabilidade de sofrer uma queda. McClenaghan BA. Collins JJ. sendo necessários mais estudos com a utilização do software. 2004. McIlroy WE. Estudos & Pesquisas: Informação demográfica e socioeconômica. pois nelas a instabilidade é maior. Kaplanski J. 5. Brazilian version of the Berg balance scale. Biomechanics. É preciso destacar a forte relação encontrada entre assimetria sagital e equilíbrio (r = -0. 52:111–114. 15. 2004. Ao encontrarmos uma relação entre postura e risco de quedas. n. bem como os instrumentos de avaliação do equilíbrio postural. Giani TS. 2004. 11. utilizando a ferramenta SAPO. Revisão 2008. Janssen PA. Quanto mais deficitária a postura do indivíduo e mais anteriorizada a sua projeção do CG e/ou quanto mais lateralizada essa projeção. Arch Gerontol Geriatr. Khan KM. Clin Geriatr Med. pior seu equilíbrio e conseqüentemente será maior sua probabilidade de sofrer uma queda.33(6):602-7. Pluijm SM.197:133–136.(15). portanto. Balance and mobility performance as treatable risk factors for recurrent falling in older persons. Kaplanski J. Rev Bras Med Esporte. 8. Vale RGS. Escobar T. Segundo Stel et al. Resistance and agility training reduce fall risk in women aged 75 to 85 with low bone mass: a 6-month randomized. J Am Geriatr Soc. Lipsitz LA. fator também identificado no presente estudo. menor os escores na EEB.12:635–658. Liu-Ambrose T. os recursos normal- mente usados são caros e de difícil acesso para a maioria dos profissionais de saúde. Lips P. Burrows A.Ligia Cristiane Santos Fonseca. 10(50):440-443 . 2003. 7. 2012. controlled trial. Lord SR. Farinatti PTV.319:1701-1707. Marcos Eduardo Scheicher. Smit JH. Miyamoto ST. 1996.24. Projeção da população do Brasil por sexo e idade – 1980-2050. 2. 443 dispõem o idoso às quedas é fundamental para reduzir a freqüência e a gravidade de suas seqüelas. Sánchez CE. Braz J Med Biol Res. Esses resultados sugerem que idosos com história de quedas apresentam maior risco de caírem novamente e que as ferramentas utilizadas (SAPO e EEB). 2008. p = 0. J. A utilização de ferramentas que ajudem na avaliação da postura estática/dinâmica vem aumentando consideravelmente. 2000.0028) entre idosos que referiram quedas. para avaliar sua sensibilidade e especificidade em relação à determinação do centro de gravidade. Gait Posture. Melzer I. CONCLUSÃO Os dados encontrados das assimetrias sagital e frontal em relação ao equilíbrio sugerem que quanto maior a inclinação anterior e/ou lateral. Uma limitação do estudo foi encontrar literatura com o mesmo perfil que o nosso. Ramos LR. Postural control in the older adult. J Gerontol A Biol Sci Med Sci.56(7):659-68. Neurosci Lett. Rio de Janeiro. Maki BE. 2011. Análise descritiva de variáveis teoricamente associadas ao risco de quedas em mulheres idosas. O SAPO pode ser uma alternativa para avaliação da postura. Stel VS. Openloop and closed-loop postural control mechanisms in Parkinson’s disease: increased mediolateral activity during quiet standing.33(6):602-607.3:123–131. Spectral characteristics of ageing postural control. Guimarães JMN. então. Apesar disso. McKay HA. 2001. Age Ageing. Lombardi JRI. 9. Bacellar S. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 3. Dickerson J. Age-Related Differences in Laterally Directed Compensatory Stepping Behavior. Mitchell SL. Dantas EHM.52(5):657-665. N Engl J Méd. 2004. Speechley M. Edmondstone MA. Eleazer P. Stoutenberg M.. 13. 2005. quanto menor a capacidade de se manter em equilíbrio parado ou quanto maior a alteração do equilíbrio. podemos diminuir a incidência das mesmas com correções posturais. 1996.29(9):1223-1230. Risk factors for falls among elderly persons living in the community. 1988.37(9):1411-1421. Postural stability in the elderly: a comparison between fallers and non-fallers. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Williams HG.36:103-8. Incidencia y fatores predictores de inmobilización crônica en ancianos mayores de 75 años que vivem em la comunidad. risco de quedas. Postural stability in the elderly: a comparison between fallers and non-fallers. Rev Esp Geriatr Gerontol. 14. há uma relação entre o déficit de equilíbrio estático e o número de quedas sofridas. Melzer I. McIlroy WE. DeLuca CJ. menor será sua pontuação da EEB. Age Ageing. Thombs L. Daniel FNR. Tinetti ME. Natour J. podem predizer esses casos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Estudar o equilíbrio corporal é muito importante principalmente em pessoas idosas. de Leva P.11(5):299-305. 10. Correlation between static balance and functional autonomy in elderly women. Berg KO. Maki BE. 1995. Ginter SF.55(5):M270-7. Dowda M. ou seja. Benjuya N. Ter Man. 4. J Clin Epidemiol. Email: fabiana. 57. RESULTS: Fifteen women. QS-F e WHOQOL-BREEF. fisioterapia. being 7 sexually active.9% relacionada à lubrificação. FISI. necessárias de estudo com enfoque fisioterápico. radiotherapy and chemotherapy. were evaluated by the ICIQ-SF. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia – CEFID-UDESC 3.Florianópolis – SC. procedimentos capazes de causar disfunções cinético-funcionais.sperandio@udesc. Bianca Zilli Wagner(3).br Ter Man. Gustavo Fernando Sutter Latorre(2). Rua Pascoal Simone.1% sexual dysfunction. cirurgia. BFITC. Those procedures can cause kinetical functional dysfunctions. surgery. disfunções do assoalho pélvico. whose needs physiotherapic approach and study. 10(50):444-452 . Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Resumo Introdução: O tratamento do câncer de colo uterino consiste em cirurgia. 358 . do Departamento de Fisioterapia – CEFID-UDESC 2. sendo 42. Of these 40% reported constipation and / or urinary incontinence. para as quais há tratamento fisioterápico específico.7% anorectal incontinence. AIMS: To evaluate the kinetical functional effects of surgery and radiotherapy in women with cervical cancer. OBJETIVO: avaliar as repercussões cinético-funcionais do tratamento cirúrgico e radioterápico em mulheres com câncer de colo uterino sobre as funções sexual. anorretal e a qualidade de vida.4% pelvic organ prolapse.Coqueiros . radioterapia. 13. CONCLUSION: The surgical and radiotherapy treatments for cervical cancer are related to kinectical functional sequels.7% vaginal stenosis. radiotherapy. Graduadas em Fisioterapia – CEFID-UDESC Endereço para correspondência: Fabiana Flores Sperandio. CONCLUSÃO: Os tratamentos cirúrgico e radioterápico estão relacionados a sequelas cinético-funcionais.7% incontinência anorretal. genitourinary and anorectal functions. FISI. Abstract Introduction: The treatment of cervical cancer consists of surgery. 46.7% estenose vaginal. RESULTADOS: Quinze mulheres sendo 7 sexualmente ativas tratadas por câncer de colo uterino em uma maternidade de referência foram avaliadas por meio do ICIQ-SF. for which there is specific physical therapy treatment.444 Artigo Original Efeitos cinético-funcionais do tratamento cirúrgico e radioterápico em mulheres tratadas por câncer de colo uterino: resultados preliminares Kinectical effects of surgery and radiotherapy for cervical cancer: preliminary results Fabiana Flores Sperandio(1).9% related to lubrication. over sexual.4% prolapso genital. and quality of life. being 42. 2012. Palavras-chave: câncer de colo uterino. 57. Alessandra Dallabrida Longo(3) Grupo de Estudos em Saúde da Mulher – GsaM. Centro de Educação Física e Desportos – CEFID. Destas 40% referiram constipação e/ou incontinência urinária. 13. BFITC. ICIQ-VS. radioterapia e quimioterapia. pelvic floor dysfunctions. 26. 1. geniturinária. Clarissa Medeiros da Luz(1).1% disfunção sexual. Patrícia Andersen(3). ICIQ-VS. physical therapy Artigo recebido em 06 de Julho de 2012 e aceito em 27 de Setembro de 2012. treated for in a reference maternity unit. 46. 26. QS-F and WHOQOL-BREEF. Professoras Dras. Key-words: cervical cancer. traduzida por Fleck et. 10(50):444-452 . Destas quinze apenas sete eram sexualmente ativas. (2000)16. alternativa esta prevista pelos autores originais do instrumento17. emocional. psicológico.físico. no período de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2011. ao contrário da segunda amostra. A figura 1 ilustra o processo de amostragem. diagnosticadas com câncer de colo uterino. sexual e laboral5-7.540 novos casos no Brasil3. cuja falência mecânica. quando associadas. O tratamento pode associar radioterapia e/ou quimioterapia . de 1º de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2011. oito por não atenderem aos telefonemas de agendamento e quatro por faltarem às coletas de dados. evolui de forma lenta. em hospital de referência da grande Florianópolis. as quais foram contatadas telefonicamente e convidadas ao voluntariado. Com a cirurgia ocorre a remoção completa do tumor. refletidos negativamente nos domínios físico. As estimativas para 2012 apontam 17. clínico-cirúrgicos e informações complementares referentes ao tratamento no pós-câncer. Em seguida as mulheres responderam a versão brasileira do “World Health Organization Quality Of Life Bref” (WHOQOL-BREF). sob registro de número 003. o presente estudo objetivou a avaliação das repercussões cinéticofuncionais do tratamento cirúrgico e radioterápico sobre as funções sexual.233-11. orgasmo e seus respectivos correlatos psicológicos. Trata-se do Questionário de Satisfação Sexual – QS-F (Abdo. sexualidade e maternidade. No momento da coleta as voluntárias incluídas preencheram o termo de consentimento livre e esclarecido e. responderam a um questionário referente às disfunções sexuais. Foram excluídas doze mulheres. está o assoalho pélvico feminino14. de acordo com a questão 1 do WHO-QOLbref16. Os parâmetros para a conduta terapêutica são a localização. geralmente. relações sociais e o meio ambiente. anorretal e a qualidade de vida de mulheres tratadas por câncer de colo uterino e. SC/ Brasil. Trata-se de um instrumento genérico de qualidade de vida. o que tende a favorecer tanto prognóstico quanto tratamento4. No cerne das disfunções urinária. Infelizmente resta uma lacuna no tocante às disfunções cinético-funcionais no pós-tratamento do câncer de colo uterino e. no entanto se optou pela entrevista realizada pelos próprios pesquisadores. com ou sem quimioterapia. em Florianópolis.. O instrumento é autoaplicável. Após o tratamento cirúrgico e/ou radioterápico e/ ou quimioterápico do câncer de colo uterino é descrita vasta gama de anormalidades sensoriais e do esvaziamento dos tratos geniturinário e/ou anorretal8.Fabiana Flores Sperandio. sendo que ambas as modalidades estão re5 no Estado de Santa Catarina. al. favorece a gênese dessas disfunções e comprometem a atividade sexual . lacionadas à disfunção sexual mais do que os efeitos isolados da cirurgia para o mesmo fim8-10. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Instituição em questão. mas o procedimento pode provocar impactos sobre a feminilidade. mais especificamente. Processo de amostragem das mulheres com câncer de colo do útero. Por se tratar de um construto multidimensional.11. demográficos. diante deste contexto. composto por 10 questões que abrangem domínios da atividade sexual da mulher como desejo. O uso da radioterapia e da quimioterapia. Gustavo Fernando Sutter Latorre. Estas disfunções se traduzem 6.269. as mulheres que apresentaram vida sexual ativa. é objeto de estudo do fisioterapeuta15. que realizaram tratamento. et al. da correlação entre as primeiras e esta última. este instrumento de medida da qualidade de vida abrange quatro domínios . disfunções urinárias e anorretais. tamanho e tipo histológico do tumor. de ordem cinético-funcional por definição. Clarissa Medeiros da Luz.11-13.8 Figura 1. da estática pélvica e parte da disfunções sexuais.2.0. Duas amostras por conveniência consecutiva foram obtidas com mulheres maiores de 18 anos. Na sequência. 2012. 445 INTRODUÇÃO Por conta da alta incidência o câncer de colo uterino é considerado problema de saúde pública1. Procedimentos para coleta de dados Avaliou-se o contingente de 27 mulheres. prosseguiu-se com o preenchimento da ficha de dados pessoais. Predominando em mulheres na faixa etária de 20 a 60 anos3 este câncer se inicia em idade precoce e. em um hospital referência em saúde da mulher Ter Man. anorretal. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo clínico observacional transversal para o estudo da cirurgia e da radioterapia como fatores que intervém na função sexual e na qualidade de vida destas mulheres. excitação. A primeira amostra contou com mulheres submetidas também à radioterapia. na sequência. social. que realizaram cirurgia como tratamento para este fim. foi utilizada uma compilação feita a partir das questões 3 e 6 da versão brasileira do International Consulation Incontinence Questionnaire em queixas que comprometem o bem estar e a qualidade de vida destas mulheres10. composto de 26 itens pertinentes à avaliação subjetiva do indivíduo em relação aos aspectos que interferem na qualidade de vida nas duas últimas semanas. 2006)18. geniturinária. além da idade e das condições gerais de saúde da mulher. Para acesso a indicativos de prolapso genital. havendo uma divisão homogênea entre partos vaginais e cesários.4 (±12) e social 56. Apenas o domínio físico alcançou significância estatística na correlação (p=0. conforme pode ser verificado na Tabela 2. Destas. injetável.8±0. Três mulheres (42. sendo que os valores de correlação foram os seguintes: físico 0.9%) apresentavam vida sexual de regular a boa. Para este subgrupo o tipo mais prevalente de cirurgia foi a histerectomia abdominal total (71. Mais de dois terços não apresentou histórico de câncer ginecológico na família. físico 51.4%). A maioria não fazia uso corriqueiro de preservativo antes da cirurgia. mas uma minoria jamais havia usado método contraceptivo. uma (14. 2 e 9 da versão brasileira do Bowel Function in th Community Tool (BFICT)21 e.6% sofreram radioterapia. uma minoria utilizava preservativo de modo habitual – percentual idêntico ao daquelas que relataram doença ginecológica prévia ao diagnóstico de câncer. para boa parte destas mulheres. ambiental -0. A maioria realizou partos vaginais. e metade histerectomia abdominal ampliada.042 e social 0.92). em geral. Dentre as sete sexualmente ativas metade teve de um a dois parceiros sexuais durante toda a vida.042. conforme se pode observar à tabela 3. enquanto que 42. enquanto uma (14. Metade das voluntárias já havia realizado algum outro tipo de cirurgia ginecológica antes do câncer. e possuíam nível fundamental de escolaridade.5 e a de abortos 0.9%) também referiram lubrificação insuficiente durante a relação sexual. DIU) antes do tratamento. A média etária foi 48 (±12. sendo que um terço jamais havia realizado sequer um exame preventivo.8) anos e o índice de massa corporal esteve entre a normalidade e o sobrepeso.44) anos. Os quatro domínios foram comparados ao domínio global.4% (±17.2). mais as questões 1. no mês anterior à entrevista. a maior parte delas apresentou de uma a três gestações. Função geniturinária e anorretal Pouco menos da metade das mulheres se queixou de perda acidental de urina após o tratamento para o câncer. das questões 3 e 6. 3ª. sendo que destas a maioria relatou perda uma vez por semana ou menos além de algum desconforto na região abdominal inferior. 2012. Uma delas referiu prolapso genital e duas sensibilidade vaginal. embora a maioria o realizasse anualmente. 10(50):444-452 . Qualidade de vida Considerando a correspondência entre o WHOQOL-100 e o WHOQOL-BREF os resultados do diferentes domínios foram: global: 54.581.3. psicológico 56. sendo que a maioria utilizava algum método anticoncepcional (oral. e apenas uma delas radioterapia e braquiterapia.6%) referiu dispareunia em cerca de metade das relações. – Short Form (ICIQ-SF)19.438. Pouco mais da metade (57. Cerca de um terço relatou perda intestinal.64±2. Os antecedentes gineco-obstétricos das mulheres sexualmente ativas foram ligeiramente diferentes. a média de massa corporal entre o sobrepeso e a obesidade moderada. muco ou fezes. enquanto mais de três quartos doença ginecológica prévia. da versão do Fecal Incontinence Secerity Index (FISI)20. duas (28. braquiterapia e quimioterapia concomitante à cirurgia. sendo que uma minoria passou também pela braquiterapia. DISCUSSÃO O objetivo do presente estudo foi descrever as re- Ter Man. de flatos. certo aumento de peso aliado a não realização de atividade física. a média de partos foi de 3.57 (±14. Quase a metade das voluntárias relatou sintomas compatíveis à estenose vaginal.32 (±6.5. Houve equilíbrio também quanto ao tipo de cirurgia realizada no tratamento da doença: metade realizou histerectomia abdominal total. eram casadas.1%). 4ª e 5ª da versão do International Consultation Incontinence – Vaginal Symptoms (ICIQ-VS)22. as questões 1A. Mais da metade relatou alcançar o orgasmo em cerca de metade das relações (57. por fim. Para o subgrupo das sexualmente ativas a média etária foi 43. Todas eram casadas e a maioria possuía ensino fundamental ou médio. Quanto às características gineco-obstétricas das voluntárias. psicológico 0. A grande maioria referiu atividade sexual de uma a três vezes na semana. A maioria realizava o exame citopatológico periodicamente antes do câncer. Após o tratamento observou-se.71±1.3%) referiu raramente conseguir e outra jamais chegar ao clímax da relação sexual.4 (±11). enquanto 28.4 (±7. Ao serem questionadas sobre o período de tempo sem evacuar.1%) sofreu apenas cirurgia.3%) de ruim a desfavorável e uma de nulo a ruim. as 15 voluntárias. Quase um terço (28. Metade utilizava anticoncepcional oral. RESULTADOS Características das voluntárias De acordo com a Tabela 1. Entre elas a média do número de gestações foi 3. um terço delas referiu como tempo máximo cerca de dois a quatro dias consecutivos.6%) de desfavorável a regular. ambiental 65.023). Função sexual Das sete mulheres sexualmente ativas três (42. Quase metade delas realizou radioterapia e quimioterapia concomitante à cirurgia. A forma ampliada foi sofrida apenas por um terço destas mulheres. além de eventuais sintomas de cansaço e quadros de ansiedade.446 Efeitos cinético-funcionais do tratamento de câncer de colo.36).9% referiu nunca sentir tal dor. 9 2 7 2 4 13. Características sociodemográficas de 15 mulheres tratadas por radioterapia e/ou cirurgia para câncer de colo do útero em um hospital de referência da grande Florianópolis.9 28.3 26. WHO-QOL-bref Característica Idade 20-35 36-50 51-65 66-80 Escolaridade E.: Ensino.) Nunca Às vezes Sempre 3 1 11 20 6.3 40 26. anorretal e a qualidade de vida de mulheres tratadas por câncer de colo uterino.Fabiana Flores Sperandio.4 13. 447 Tabela 1.9 28.3 5 6 4 33. Tal comportamento já foi sugerido por Akbayır. fato que legitima os achados deste estudo. 2012.7 60.al. 10(50):444-452 .) Nunca Às vezes Sempre Ansiedade (após o tto. onde mais da metade das voluntárias pertencia a este status etário.3 46.3 20 13. Montazeri (2009)24 sugere que a procura por serviços de saúde aumente positivamente os indica- Ter Man.6 Frequência (n=15) (%) QS-F Frequência (n=7) (%) *O IMC foi mensurado em 12 participantes. médio E.6 28. fundamental E.3 2 8 3 2 13. (2012)23. superior Analfabeta Estado civil Solteira Casada Separada Viúva IMC* Normalidade Sobrepeso Obesidade moderada Obesidade mórbida Massa corporal (após tto.: Tratamento percussões cinético-funcionais do tratamento cirúrgico e radioterápico sobre as funções sexual. uma vez que a faixa etária compreendida entre 36 a 50 anos é a mais acometida.3 28.6 14. Segundo o Instituto Nacional do Câncer3 a idade é fator de risco. a minoria das voluntárias apresentou ensino superior.7 73. 33. Corroborando estudos anteriores onde houve associação entre o tempo de educação formal e os cuidados com a saúde. em que mulheres magras possuíam risco aumentado de complicações gastrointestinais. Gustavo Fernando Sutter Latorre.7 13. Tto. IMC: Índice de massa corporal.3 6.3 14. et. Clarissa Medeiros da Luz.7 3 2 1 1 32.3 53.7 33. Mais da metade das mulheres esteve acima de sua massa corpórea ideal.3 3 2 2 42. correlacionando as disfunções à qualidade de vida. Legenda: E.7 3 1 2 14. et al. geniturinária.3 6.) Não modificou Aumentou Diminuiu Cansaço (após o tto.7 1 9 5 6.3 3 3 5 1 25 25 33. enquanto as obesas apresentavam maior probabilidade de complicações graves da bexiga após o tratamento para o câncer.6 42.7 7 100 7 5 2 1 46. 3 12 3 80 20 6 5 4 40 33.6 57. abdominal total Histerec.: Cirurgia.7 9 6 60 40 9 3 3 60 20 20 8 7 53. ginecológica prévia Não Sim C.7 73. 2012. C. Radio.: Histerectomia. Tto.3 46.1 14.3 9 6 60 40 9 4 2 60 26. Quimio. ginecológica prévia Não Sim Tto cirúrgico Histerec.7 4 11 26.: Radioterapia.3 Frequência (n=15) (%) Frequência (n=7) QS-F (%) D.7 13.3 13. Tabela 2.448 Efeitos cinético-funcionais do tratamento de câncer de colo.3 5 6 2 2 33.7 53. Total ampliada Tto adjuvante Apenas cirúrgico Radio/Braqui Quimio/Radio/Braqui Perda urinária Não Sim Perda intestinal Não Sim Frequência Sexual Menos de 1 vez na semana De 1 a 3 vezes por semana 1 6 14. Histerec.7 8 7 53.: Doença.: Quimioterapia Ter Man.3 26.3 46. 10(50):444-452 .: Tratamento. Características ginecológicas de 15 mulheres tratadas para câncer de colo do útero em hospital de referência da grande Florianópolis.: Braquiterapia.7 7 8 46.3 2 4 1 28. regularmente Atividade sexual Não Sim Nº de parceiros sexuais 1a2 3a4 5 ou mais D.3 85. Braqui. WHO-QOL-bref Característica Gestações 1a3 4a7 8 ou mais Parto Cesáreo Nenhum 1a3 Parto Vaginal Nenhum 1a3 4a7 Mais de 8 Exame preventivo Nunca Sim.3 40 13.7% 11 4 73.3 26. mas dentre estas apenas metade referiu estar satisfeita com sua vida sexual. Quanto às queixas relatadas. enquanto que 45% delas realizaram também radioterapia. Sugere-se a utilização de instrumentos sensíveis também à sexualidade de mulheres sexualmente inativas. cabe notar que a menopausa ou a proximidade desta.1% das mulheres foram tratadas unicamente por cirurgia.0 20.7 6.7 1 1 1 1 11 6.1% apresentou disfunção sexual. Por outro lado. 76.7 6. embora deva ser comprovado e aprofundada por novos estudos. No presente estudo. O conjunto destes dados contribui para a idéia de que existam alterações negativas na função sexual feminina no pós-câncer de colo uterino. de fato. No entanto.0 6.0 8 7 53.7 6.0 20.4%). Características Perda acidental de urina Não Sim Frequência Nunca Uma vez por semana ou menos Duas ou três vezes por semana Uma vez ao dia Diversas vezes ao dia Tipo de Incontinência Urinária Não apresente De urgência Ao esforço Mista Perda acidental pelo reto Não Sim Perda Acidental de: Fezes sólidas Flatus e fezes líquidas Flatus e muco Flatus. Das mulheres estudadas por Bernardo et al (2007)27. Clarissa Medeiros da Luz. 87% das mulheres foram tratadas exclusivamente por cirurgia. o que comparado aos dados dos estudos supracitados.3 20. o câncer de colo uterino é mais prevalente em populações com menor acesso sócio-econômico.7 73. Apesar da baixa prevalência em nossa amostra.3 6.7 6. (2009)26.3 33. enquanto que 35% delas realizaram. (2012)25. Nossos dados apontaram que metade das sobreviventes de câncer de colo uterino. Este conjunto de dados reforça a inferência de que. após o tratamento cirúrgico da doença. concomitantemente àquela.7 9 3 0 3 60.Fabiana Flores Sperandio. ao estudar 256 sobreviventes.0 0.0 40.7 13. muco e fezes sólidas Não referiu perda Densconforto em região abdominal (inferior) Nunca Ocasionalmente Ás vezes Na maior parte do tempo Sensibilidade reduzida na vagina Não Sim Estenose vaginal Não Sim Prolapso de órgãos (referido) Não Sim Constipação* Dois dias ou menos De dois a quatro dias De quatro dias a uma semana Mais de uma ou duas semanas *Número de dias sem evacuar no ano de 2011 dores de saúde. descrevem que 55% das mulheres realizaram exclusivamente cirurgia para o tratamento do câncer de colo uterino. houve relatos de sintomas ligados às disfunções urinárias e intestinais. No estudo de Ruthledge e colegas (2010)11. 10(50):444-452 .0 9 3 1 1 1 60. o estudo de Bernardo et al (2007)27 descreveu que apenas 26. e as voluntárias foram tratadas exclusivamente por radioterapia.7 6. et al. Hsu et al.0 11 4 73. igualmente. corrobora o fato de que a cirurgia continua sendo a principal modalidade de tratamento para o problema. Berghmark et al (1999). lembrando da faixa etária destas mulheres. 449 Tabela 3. apresentavam vida sexual ativa. 57.0 20. conforme já documentado por Ruthledge et al (2010)11. Estes dados conso- N Frequência (%) 9 6 60. 2012.3 46.7 Ter Man.0 20.4% destas mulheres eram sexualmente ativa. No entanto os autores focaram unicamente em mulheres com câncer em estágio avançado. radioterapia e quimioterapia.2 9 2 3 1 60. semelhante ao apresentado por Reis et al.7 12 3 80. o que consona com os dados de Ruthledge et al (2010)11.0 13.3 26.0 6. dentre os quais a incontinência urinária foi o transtorno mais comum.7 6.9% relatou dificuldades com a lubrificação e dispareunia.4 8 5 1 1 53. Dentre as mulheres do presente estudo quase metade relatou sintomas semelhantes à estenose vaginal e 42. Houve abstinência sexual por parte da maioria das sobreviventes (53. Gustavo Fernando Sutter Latorre. algo. pode ser fator potencializados ou mesmo causador deste sintoma29. Este fato indica uma possível relação entre a abstinência e a doença. evidenciou que apenas 26% delas apresentaram diminuição na lubrificação28. Queixas referentes às disfunções geniturinárias e anorretais de 15 mulheres tratadas para câncer de colo do útero em hospital de referência da grande Florianópolis.7 13 2 86. Brasil. Conforme a literatura registra. a locomoção. a qualidade do sono e a fadiga – esta última representada pela falta de energia que estas mulheres possuíam no dia-a-dia. dos tratamentos7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.35. períodos de stress.48(4):493-8. de forma geral. não havendo significância estatística entre os outros agrupamentos quando comparado com o domínio global. Instituto Nacional do Câncer. que podem impactar negativamente a qualidade de vida. emocionais. que impactam negativamente a qualidade de vida no pós-tratamento do câncer de colo uterino. condições de moradia. O fato de apenas este domínio ter apresentado correlação ao domínio global. incluindo o aumento da capacidade funcional. 2012:1-120.24. A administração de questionários genéricos de qualidade de vida é viável e bem aceita em populações com cânceres ginecológicos31. preenche a lacuna terapêutica e viabiliza a minimização dos efeitos deletérios secundários ao tratamento deste tipo de câncer. diminuindo as complicações relacionadas à saúde sexual decorrentes deste tipo de cirurgia. Bradley. Rev. sexuais. cancerol. encurtamento e estreitamento vaginal como efeitos secundários. avaliou a qualidade de vida e o humor de 241 sobreviventes de câncer de colo do útero e endométrio. A fisioterapia. sendo limitada a abordagem temática: Rosenbaum et al (2011)30 descreve que. raiva e confusão significativamente maiores no grupo de sobreviventes quando comparadas ao grupo controle. que possui ferramentas para o manejo destas disfunções. Os autores encontraram traços de ansiedade.37.450 Efeitos cinético-funcionais do tratamento de câncer de colo. oportunidade de novas informações e o ambiente físico. além de diminuição nos quadros de depressão e ansiedade36. a prioridade histórica no tratamento oncológico era o controle do tumor. Por fim. bras. 2002:1-71. Silva FAD. permite afirmar. Sendo o domínio físico o mais alterado. podem vir a causar dispareunia. exige atenção e cuidado. de modo que se sugere a utilização de instrumentos testados e validados para este público. as alterações mais significativas estiveram nos domínios da lubrificação. orgasmo e dor. quadros de fadigal38. sendo os níveis de depressão e transtor- no de humor maior em sobreviventes solteiras e desempregadas. o domínio que alcançou maior escore foi o ambiental. et. (2010)11. a longo prazo. para este estudo. Silva R. no instrumento WHOQOL-Bref. Ter Man. sendo o transtorno do assoalho pélvico. 3. atividades de lazer. onde sobreviventes de câncer ginecológico foram mais propensas a relatar sintomas como incontinência fecal e urinária. cirurgias que de alguma forma afetem o assoalho pélvico. A incidência das disfunções sexuais após cirurgias uroginecológicas ainda não é bem conhecida. a melhor qualidade de vida34. perfazendo a média mais baixa. o mais comumente verificado. Observou-se. o qual envolvia questões como transporte. foi possível observar as maiores deficiências apresentadas pelo grupo como sendo a dor. Conforme estudos prévios. Os autores atestam que a fisioterapia possui modalidades de tratamento para aumentar a força muscular. a dependência de tratamentos clínicos. maior é o número de sobreviventes. todavia. Inca. Deste modo a persistência de sequelas cinético-funcionais. segurança física. Estimativa 2012: Incidência de câncer no Brasil. Quanto às disfunções. nam com os resultados descritos por Rutledge. CONCLUSÃO A principal repercussão do tratamento cirúrgico na qualidade de vida destas mulheres ocorreu no domínio físico. Falando sobre câncer do colo do útero. al. a dor tumoral pode causar desconforto físico33. o bem estar e os resultados. 10(50):444-452 . para o trabalho e no desempenho de outras atividades. 2. Sobre esta temática. 2012. et. Considerando os valores das médias em relação aos valores máximos possíveis. Mulheres submetidas a tratamento para câncer de colo uterino: percepção de como enfrentam a realidade. recursos financeiros.34 e sofrimento36. al. especialmente quando associadas à fatores econômicos. nas últimas duas décadas é cada vez mais valorizada a qualidade de vida. acesso aos serviços de saúde. (2006)32. ao diagnóstico da doença em si. Quão maior é o sucesso no tratamento do câncer. Novas evidências indicam que sobreviventes de câncer que realizaram exercícios físicos de baixa intensidade experimentaram numerosos benefícios. Brasil. observou-se que. no entanto. que o domínio físico foi o mais comprometido. Instituto Nacional do Câncer. Linard AG. as pacientes avaliaram positivamente a sua qualidade de vida. Entende-se que o presente estudo apresentou como limitações especialmente o tamanho amostral e a sensibilidade do instrumento para avaliação da função sexual das sobreviventes de câncer de colo uterino. melhorar a mobilidade dos tecidos e aumentar a circulação local. aos efeitos colaterais do tratamento e ao desconforto físico34. 2002. de imagem corporal. que os problemas físicos foram os responsáveis pelo impacto negativo do tratamento do câncer sobre os escores de qualidade de vida destas mulheres. 2007. 8. Int Urogynecol J. Tamanini JTN. 2006. et al. Reis N. Xavier M. Urodinâmica e uroginecologia. October 2009. 15. 11. Functional anatomy of the female pelvic floor. Fernandes WC. Louzada S. administration.1101:266-96. Rev Esc Enferm USP 2009. Power M.13(4):1463-70. Tese de doutorado. 2012. Chen Y. Abdo CH. Vieira G. 2012 Jun 24. Prevalence of sexual dysfuncion and correlated conditions in a sample of brazilian wonen: results of the Brazilian study behavior (BSSB). Frigato S. 6. Rutledge TL. Akbayır O. Jorge LLR. Baracat E. Chachamovich E. Qualls C. 2010. Bebis H. Santos L. 451 4. et al. 26. 2012. Métodos Avaliativos para Estenose Vaginal Pós-Radioterapia. Berghmans LCM. et al. Pages 41-45 27. Health related quality of life of women with cervical cancer. 5. Avaliação das repercussões do tratamento para câncer invasor do colo uterino no assoalho pélvico. 2000. bras. Silva CHD & Derchain SFM. Noronha AF.Obstet Gynecol Clin N Am 33 (2006) 621–630. et al. Avaliação da sexualidade em mulheres submetidas à histerectomia para o tratamento do leiomioma uterino. Avaliação da qualidade de vida e das estratégias de enfrentamento em idosos com incontinência fecal. scoring and generic version of the assessment.1 p. 20.revisão de literatura. 18. Bodurka DC & Sun CC. v. São Paulo. 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São José do Rio Preto. half of the body weight is in stable equilibrium on the lumbar spine and muscles of the abdominal wall has an important role in balancing the region. João Simão de Melo Neto(3). Especialista em Fisioterapia Geral por meio de Aprimoramento Profissional com Bolsa da Sociedade Educacional de Cultura de Rio Preto. Brain Diseases. Palavras chave: Equilíbrio postural.453 Artigo Original Efeito agudo da estimulação da musculatura abdominal na estabilometria de indivíduos com lesão encefálica adquirida. Brasil. 10(50):453-457 . SP. Materiais e metódos: Foi utilizado baropodômetro da marca Footwork. Mestre em “Biologia Celular e Estrutural”. Materials and methods: We used the brand baropodômeter Footwork. Objetivo: Verificar a influência da musculatura abdominal nos deslocamentos ântero-posterior do centro da gravidade em pacientes com lesões neurológicas adquiridas na postura ortostática. Ter Man. SP. Brasil. Endereço para correspondência João Simão de Melo Neto. 16-bit analog converter. and is the quantification of the oscillations anterior-posterior and lateral body. em ortostatismo com a cabeça orientada anteriormente e os olhos fixados em um ponto a sua altura. com idade média 46 (±16) anos. enquanto o indivíduo permanece de pé sobre uma plataforma de força. Brasil. Graduação pela UNIRP. SP. Jaqueline Gabriela Moda(2). Departamento de Fisioterapia. Os músculos abdominais são importantes na manutenção da postura. Assim. metade do peso corporal se encontra em equilíbrio estável sobre a coluna lombar. Brasil. Abdome. Brasil. A estabilometria é uma técnica de avaliação do equilíbrio na postura ortostática. e em seguida o procedimento da estimulação abdominal. 2012.UNESP. Resultados: Os valores médios de velocidade estão aumentados na coleta pós-estimulação abdominal. 269.com. SP. Brasil. Docente do curso de Fisioterapia. O estudo foi composto por 8 pacientes em acompanhamento fisioterapêutico nas Clínicas Integradas da UNIRP. Conclusion: Postural adjustment was observed in a more agile and more effective control of balance. com os pés descalços foram posicionados na plataforma. However there was no statistical significance. Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques(1). staying in orthostatic position without support from senior members. Entretanto não houve significância estatística. Acute effect of abdominal muscle stimulation on stabilometry in patients with acquired brain injury. Objective: was to analyze the effects of abdominal muscle in the anterior-posterior displacement of the center of gravity in patients with neurological injuries acquired in orthostatic posture. Marília. e consiste na quantificação das oscilações ântero-posteriores e laterais do corpo. manter-se em posição ortostática sem apoio dos membros superiores. Marília. with bare feet were positioned on the platform. 2704 capacitors and active surface of 400x400 mm. e os do deslocamento radial do baricentro corporal apresentaram discreta diminuição nos dados pós-estimulação abdominal quando comparado aos dados pré-estimulação. 2. Artigo recebido em 19 de Julho de 2012 e aceito em 09 de Setembro de 2012. Marília. in orthostatic with his head and eyes focused previously on a set point at its height. acting in synergy with the erector spine. Universidade de Campinas – Unicamp. frequency of 150 Hz and maximum pressure by the capacitor 100 N/cm2. Centro Universitário de Rio Preto – Unirp Resumo Introdução: A postura é uma resposta neuromecânica relacionada à manutenção do equilíbrio. height 167 (±10) cm and weight 74 (±28) kg. altura média 167 (±10) cm e peso médio 74 (±28) kg. Fisioterapeuta. Faculdade de Medicina de Marília – FAMEMA.UNIRP. São José do Rio Preto. the patient be the bearer of acquired brain injury. Campinas. Abstract Introduction: The posture is a response neuromechanics related to the maintenance of balance. Results: Average values of speed are increased in the abdominal after estimulation collection. Thus. com déficit de equilíbrio e ausência de distúrbio cognitivo. Conclusão: Observou-se reajuste postural de forma mais ágil e um controle mais efetivo do equilíbrio. Élen Bianchi Ducatti(2). Encéfalopatias. 3. Abdomen. 2704 capacitores e superfície ativa de 400x400 mm. CEP 17519-230. Critério de inclusão. Brasil. conversor analógico de 16 bits. e a musculatura da parede abdominal tem um importante papel no equilíbrio dessa região. freqüência de 150 hz e pressão máxima por capacitor de 100 N/cm2. Then. SP. and then the procedure of abdominal stimulation. while the individual remains standing on a platform of force. agindo em sinergia com os eretores da coluna vertebral. São José do Rio Preto. Mestrando em “Biologia e Envelhecimento” e bolsista da Capes. SP. and the radial displacement of barycenter showed discrete body decrease in after estimulation abdominal when compared to data before estimulation. Criterion for inclusion. mean age 46 (± 16) years. SP. Centro Universitário de Rio Preto . Pesquisa e Extensão da Famema . Stabilometry is a technique for evaluating the balance in the orthostatic posture. Key words: Postural Balance. o paciente ser portador de lesão encefálica adquirida. The study was composed of 8 patients in physical monitoring of the Integrated Clinical UNIRP.Rua Orlando Righetti. A seguir. 1. The abdominal muscles are important in maintaining the posture. with a bare feet of balance and lack of cognitive disorder. Universidade Estadual Paulista . tornando desta forma repetitiva e em momentos sem direcionamento específico. e de uma base de suporte adequada. sugerindo assim estabilidade lateral. ressalvando a relevância da muscula- tura abdominal. podendo atingir as áreas psicocognitiva. O processamento do sinal é geral- mente aplicado nos domínios da frequência e de tempo. Os critérios de inclusão adotados foram: manterse em ortostatismo sem apoio de membros superiores (MMSS). Atu- almente. como critério de exclusão: apresentar distúrbios cognitivos. portadores de lesão encefálica adquirida das Clínicas Integradas do Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP). simples ou complexas. A reabilitação destes pacientes é baseada no fato de o cérebro humano possui a capacidade de se reorganizar e reparar ao longo da vida. O equilíbrio trata-se do resultado da interação entre o sistema nervoso (SN) periférico. assim. Esta patologia pode causar deficiências de variadas extensões. com altura média 167 (±16) cm e peso médio 74 (±28) kg. e. coordenação. Análises estabilométricas podem comprovar e divulgar sua eficiência e assim. Quando um indivíduo se mantém em posição ortostática sobre a plataforma de força. Uma postura inadequada favorece biomecanicamente para um aumento de trabalho.3. 10(50):453-457 . Este fenômeno recebe o nome de plasticidade neural. e ocorre com o aumento do dentritos e axônios durante a formação de novas sinapse. em atividades estáticas e dinâmicas. ser portador de lesão encefálica adquirida e. A hipotonia desta musculatura.4) A estabilometria é uma ferramenta utilizada para verificar o equilíbrio na postura ortostática. e das respostas neuromusculares. Além disso. esta lesão é a principal causa de morte e invalidez em adultos jovens. motora. Déficit de equilíbrio é uma das sintoma- tologias mais tratadas por fisioterapeutas. INTRODUÇÃO A lesão encefálica adquirida (LEA) é uma condição patológica que ocorre após o nascimento e não possuí relação com eventos patológicos congênitos (1) membros superiores e inferiores (7). Estes músculos atuam no segmento axial do tronco com a responsabilidade de manter a estabilidade ou o equilíbrio postural. força. além de déficit no controle postural e consequentemente no equilíbrio (7). METODOLOGIA Estudo de série de casos intervencionista. que possuem a responsabilidade de decidir quais as melhores técnicas a serem aplicadas no processo de reabilitação (10) . a plasticidade ocorre devido a capacidade cerebral de formar novos circuitos neuornais e a presença de conectividade difusa (5) . além da visão. como hemiparesia e hemiplegia. Dentre as deficiências motoras.9) anos. alterações no controle de tronco e na consciência proprioceptiva afetam negativamente a função dos Ter Man. com 2704 capta- . idade média de 46 (±15. reduzem a adesão e a motivação durante o tratamento (2) . consequentemente prejudicando a qualidade de vida relacionada a saúde (2) . uma redução no desempenho das atividades da vida diária (2. inclusive no que se refere as variáveis de tempo do teste e da base de apoio (12) . agindo sinergicamente com os eretores da coluna vertebral. (14) (13) . aberto. vistos alterações na velocidade. constituindo da quantificação das oscilações corporal sobre uma plataforma de força (11) . Dentre as técnicas utilizadas no processo de reabilitação. valores superiores nas os- tativa funcional em nível encefálico são de grande relevância. o indivíduo mantém o centro de massa corporal dentro de uma base de suporte. gerando um fluxo de informações Para Hodges et al. que afetam diretamente o controle postural (estático e dinâmico) e o equilíbrio promovendo conseqüentemente. A plasticidade adap- .454 Efeito agudo da estimulação da musculatura abdominal na estabilometria de indivíduos com lesão encefálica adquirida. alteração comum nestes pacientes. Para manter o equilíbrio. do sistema vestibular. 2012. é visível a influência dessa musculatura no equilíbrio corporal. agilidade e diferentes níveis de paralisia. pois auxíliam na melhora da função destes pacientes (6) cilações bipodálicas ântero-posteriores são duas vezes mais frequentes do que nas oscilações laterais. respeitando os limites da estabilidade corporal (8) . As informações são obtidas quando ocorre a contração muscular promovendo oscilação e movimento corporal. dos comandos do SN central. possuir déficit de equilíbrio. não randomizado. podendo modificar as ligações e estrutura neuronal. podem serem . Todos os pacientes foram submetidos a plataforma baropodométrica da marca Footwork. e como não está estabelecido um protocolo para esta técnica são utilizadas metodologias variadas. as informações plantares são captadas pelo sistema sensorial. A vivência clínica mostra a importância da musculatura abdominal para o preparo do paciente para a posição ortostática e. gerando o desequilíbrio postural (9) . Após a LEA. como músculos e ossos. O objetivo deste estudo é analisar os efeitos agudos da estimulação da musculatura abdominal nos deslocamentos ântero-posterior do centro da gravidade em pacientes com lesões neurológicas adquiridas durante a postura ortostática. O critério para uma postura adequada é o equilíbrio entre as estruturas corporais. com maior gasto energético e sobrecarga do organismo frente sua base de sustentação (9) . e social. realizado com oito indivíduos (87. demonstrar essa relação de forma científica que tem sido pouco estudada e com poucos trabalhos na área. . possuí como consequência a incoordenação e prejuízos biomecânicos. além de que o treino de equilíbrio comumente utilizado trata-se de repetição automática de movimentos.5% sexo masculino). tem-se a estimulação da musculatura abdominal. Nas duas primeiras estimulações. assim como. o paciente foi deslocado em todos os eixos e direções. o paciente balançou para frente e para trás. As aquisições das imagens são precisas. Os valores de média das velocidades dos baricentros (P) na fase pós-estimulação (Coleta 2) são ligeiramente maiores quando comparadas a fase pré-estimulação (Coleta 1) (Figura1). indicando um controle mais efetivo do equilíbrio. foi utilizada análise de variância ANOVA. quanto maior seu índice. Para a captação dos dados os pacientes foram posicionados em ortostatismo com a cabeça orientada anteriormente e os olhos fixados em um ponto à sua altura co (16) Em se tratando do deslocamento radial.O deslocamento radial (Rd) é representado pela formula a seguir: Onde: . O aparelho foi calibrado com tempo de 15 segun- (17) dos para cada análise estabilométrica. repetíveis e não invasivas (15) Portanto.0 (Microcal) para a obtenção das seguintes variáveis (19) : Velocidade de deslocamento (P) . intercalados com pausa de dois minutos. Os valores de média e desvio padrão do deslocamento radial (Rd) do baricentro corporal apresentaram discreta diminuição nos dados pós-estimulação abdominal (Coleta 2) quando comparado aos dados pré-estimulação (Coleta 1) (Figura 2). Os pacientes foram conduzidos até a sala de coleta. A aquisição dos dados foi efetuada mediante a obtenção do termo de consentimento formal. que sugere melhor reajuste postural. solicitando que o paciente se mantenha na postura. porém sem diferença estatisticamente significativa. Deslocamento radial (Rd) . Os dados de oscilação postural nas direções ântero-posterior do baricentro corporal e dos pés direito e esquerdo foram analisados por meio do software Origin 6. com quadril e joelho flexionados em 90º com os pés e mãos sem apoio. Os voluntários foram esclarecidos sobre o estudo em um contato prévio. maior a velocidade com que o indivíduo buscou manter-se em equilíbrio. A estatística descritiva foi realizada com a utilização do Software Excel 2003. RESULTADOS Foi avaliado o deslocamento ântero-posterior por meio dos parâmetros estabilométricos de deslocamento radial (Rd) e velocidade de deslocamento(P) em relação ao baricentro corporal. protocolo nº: 0049/06. Os músculos abdominais foram estimulados por seis repetições durante 30 segundos. A participação ou recusa do voluntário não interferiu no estudo em curso. onde foram calculados. instantâneas.05. a liberdade de desistir ou interromper a participação. em que os mesmos assinaram o termo de consentimento informado e esclarecido. as médias e desvios padrões (±) dos dados. trabalhando os músculos abdominais como sugerido por Davies (18) . Nas duas últimas estimulações. A seguir. o paciente foi deslocado para o lado direito e posteriormente. na terceira estimulação. com pressão máxima por capacitador de 100 N/ cm2. A análise das variáveis coletadas foi realizada por estatística descritivas e analítica. os membros superiores apensos ao lado do tron. 455 dores e superfície ativa de 400 X 400mm. Após a primeira análise (Coleta 1). a outra apoiando a região da fossa poplítea. sendo considerado p≤0. o compromisso de manter em sigilo a identidade do voluntário. Jaqueline Gabriela Moda. DISCUSSÃO O presente estudo teve como objetivo mostrar a importância da musculatura abdominal na manutenção . na qual é representada por meio da fórmula a seguir: Ter Man. os pacientes foram conduzidos para uma maca.a distância média cursada por segundo durante o período de tempo da amostra. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fafibe Bebedouro/SP. posicionados com apoio na região lombo-sacra. conversor analógico de 16 bits. utilizando um movimento seletivo entre sua pelve e o tronco. O fisioterapeuta sustentou com leves toques na parte superior e posterior do tronco do paciente com uma das mãos. João Simão de Melo Neto. estatisticamente significativo. Élen Bianchi Ducatti. o paciente foi novamente posicionado para nova análise estabilométrica na plataforma. 10(50):453-457 . frequência de 150 Hz. alinhados paralelamente e com aproximadamente 15º de abdução. Assim. para o lado esquerdo e anteriormente. pé direito e pé esquerdo. Porém esses dados não apresentam significância estatística. foram realizados deslocamentos ântero-posteriores. Após as seis repetições. para evitar a fadiga muscular. menor estabilidade postural os indivíduos apresentaram. Cabe salientar que o fisioterapeuta apenas utilizou as mãos para dar referência do movimento. na quarta estimulação. com os pés descalços foram posicionados na plataforma. Foi preservado. posicionados em sedestação em uma cadeira localizada em frente à plataforma de força. repetindo o procedimento citado anteriormente (Coleta2). quanto maior a velocidade de deslocamento. 2012.Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. Para análise comparativa entre pré e pós-estimulação. não irá acontecer a distribuição plantar simetricamente para o ante-pé e o retro-pé. pode ser explicado pelo número de amostra de pacientes. por meio de parâmetros estabilométricos de velocidade (P) e de deslocamento radial (Rd). como a equoterapia(23) e Goalball (24) Figura 1. se significância estatística nos dados de velocidade e deslocamento radial. conclui-se que os valores médios de velocidade do deslocamento estão aumentados na coleta pósestimulação abdominal. assim como em estudos com outras abordagens terapêuticas.456 Efeito agudo da estimulação da musculatura abdominal na estabilometria de indivíduos com lesão encefálica adquirida. Logo. como as observadas na estimulação abdominal. (20) refere. Marsico et al. Matos e Oliveira (19) sição do tronco em pacientes com acidente vascular encefálico crônicos. Desta forma. O fato de não terem apresentado significância estatística. Matos. como relatado por Davies (18) . indicando um controle postural mais efetivo. Comparação entre coleta 1 e 2 analisando o deslocamento radial “RD”. (20) e Titianova et al. Assim. Aleixo et al. . indicando que esta condição patológica não é uma alteração transitória. Já os valores do desvio padrão pós-estimulação encontram-se diminuídos nos dados de pós-estimulação. Ryerson et al. que se ocor- rer desequilíbrio entre os sistemas músculos esquelético e/ou nervoso. (25) verificou em seu estudo que a po- Ter Man. estas técnicas são importantes no processo de reabilitação. não se reestabeleceu com o tempo. Com relação a este parâmetro. Sugere-se que ensaios clínicos randomizados possam ser realizados com maiores amostras e com maior tempo de estimulação abdominal. desta forma estudos com este delineamento. Comparação entre coleta 1 e 2 analisando a velocidade de oscilação “P”. Desta forma. 2012. os valores de média de velocidade (P) do baricentro corporal são maiores pós-estimulação abdominal quando comparado aos valores pré-estimulação. os valores de média e desvio padrão do deslocamento radial (Rd) do baricentro corporal apresentaram discreta diminuição nos dados pósestimulação abdominal quando comparado aos dados pré estimulação.5 anos pós-lesão encefálica. sugerindo que houve melhora na capacidade de recuperação de equilíbrio e homogeneidade no grupo. leção dos parâmetros estabilométricos é controvérsia. (21) descre- vem que os desequilíbrios corporais são comuns em portadores de lesão neurológica. Matos e Oliveira (19) corro- boram relatando em seu estudo que os maiores resultados apontam para maior facilidade e rapidez dos ajustes posturais. as oscilações posturais foram avaliadas em portadores de lesão neurológica. constatou que o fato de diminuição do Rd indica maior estabilidade postural quando avaliada em ortostatismo. indicando um controle mais efetivo do equilíbrio. pois ainda ocorre conflitos de opiniões com relação a qual parâmetro é mais sensível às oscilações frente ao equilíbrio postural. enfatizando assim a importância desta musculatura sobre o equilíbrio corporal. Entretanto. resultado encontrado após avaliar crianças com e sem deficiência visual. do equilíbrio na postura ortostática. sugerindo que houve reajuste postural de forma mais ágil. sendo que a mediana era de 2. causando uma oscilação postural. no entanto. (22) pode verificar em seu estudo que a distensão com fraqueza da musculatura abdominal influenciam no equilíbrio e é a base da coordenação dinâmica global. na qual estas técnicas apresentam contri- buições favoráveis na prática clínica. Assim mesmo. É importante ressaltar que Araujo et al. e que ocorreu redução dos valores de deslocamento radial. visando avaliar o efeito de técnicas que possam contribuir para melhorar o controle postural e equilíbrio para portadores de lesão encefálica é de fundamental relevância. Ainda ressaltando a relevância do músculo abdominal sobre o equilíbrio. Matos. Marsico et al. (23) relata que a seFigura 2. 10(50):453-457 . Os resultados obtidos não foram estatisticamente significativos no que tange os parâmetros estabilométricos avaliados. 2002. Mateev PS. Byl NN. Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation. Rev. Araujo MC. Brown DA. Actis R. 2009. 9. Journal of Electromyography and Kinesiology. Sousa N.44(8):653-663. 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Conclusion: The range of motion in the sagittal plane showed no significant changes that may influence the PFPS. Objetivo: Comparar a cinemática no plano sagital do quadril. Rua Vergueiro. João Carlos Ferrari Corrêa(4). Brasil . Kinematics analysis of the jump in the sagital plane in women with patellofemoral syndrome. The angular variation of the three-dimensional data should be evaluated to detect whether there is minimum clinically important difference between groups. joelho e tornozelo durante a primeira aterrissagem do triple hop test (THT) em mulheres com e sem SDFP. The three-dimensional data were collected during the first landing of THT. but the kinematic changes during the jump in the sagittal plane are little explored. knee. A avaliação clínica destes pacientes através de saltos é comum.CEP 01504001. porém as alterações cinemáticas durante o salto no plano sagital são pouco exploradas. quadril. The clinical evaluation of these patients through jumps is common. SP.br Ter Man. 3. Métodos: Participaram do estudo 24 mulheres sedentárias. Endereço de correspondência: Dr. Nayra Deise Rabelo dos Anjos(1). O máximo valor angular de flexão do quadril. Uninove. Paulo Roberto Garcia Lucareli. They were divided into 2 groups (with and without PFPS). 235/249. Os dados tridimensionais foram coletados durante a primeira aterrissagem do THT. 2. joelho e tornozelo de mulheres com SDFP durante a primeira aterrissagem do THT. 2012. Uninove. Brasil. Jeniffer Nunes Medrado(2). iniciação científica. hip. 4. A variabilidade angular dos dados tridimensionais deve ser avaliada para se detectar se há diferença mínima clinicamente importante entre os grupos.458 Artigo Original Análise cinemática do salto no plano sagital em mulheres com síndrome femoropatelar. Results: No differences were observed in the sagittal plane kinematics of the hip. Resumo Introdução: O mau alinhamento dinâmico dos membros inferiores tem sido amplamente estudado em indivíduos com Síndrome da dor femoropatelar (SDFP). e-mail:lucareli@uninove. divididas em 2 grupos (com e sem SDFP). 10(50):458-463 . Uninove. São Paulo. tornozelo Abstract Introduction: The dynamic malalignment of the lower limbs has been widely studied in subjects with patellofemoral pain syndrome (PFPS). (11) 33859122. Resultados: Não foram observadas diferenças cinemáticas no plano sagital do quadril. Discente do curso de fisioterapia. ankle Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 20 de Setembro de 2012. André Serra Bley(1). The maximum angles of flexion of the hip. Conclusão: As amplitudes de movimento no plano sagital não apresentaram alterações importantes que possam influenciar a SDFP. São Paulo. biomecânica. joelho e tornozelo durante a primeira absorção do salto no terceiro teste foi utilizado para análise. Palavras-chave: síndrome da dor patelofemoral. SP. Objective: To compare the sagittal plane kinematics of the hip. knee and ankle women with PFPS during the first landing of the THT. Keywords: patellofemoral pain syndrome. Discente do programa de pós graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho. Amir Curcio dos Reis(1). biomechanics. Professor pesquisador do programa de pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho. São Paulo. Paulo Roberto Garcia Lucareli(4). correr ou saltar. sendo assim 12 mulheres saudáveis. Foram incluídas no GE mulheres com dor anterior ou retropatelar predominantemente no joelho dominante (definido pelo membro de preferência para chutar uma bola o mais distante possível).18).9° da amplitude de movimento de joelho (α=0.10-12) enquanto pouco é referido com relação ao plano sagital (13). subir ou descer escadas. terço médio entre o 2º e 3º metatarsos. Este método de colocação dos marcadores envolve a reconstrução de uma estrutura anatômica para cada segmento através da identificação de pontos anatômicos pelo rastreamento dos marcadores. ajoelhar.17). Foi hipotetizado que mulheres com SDFP apresentam maiores amplitudes de movimento de flexão do quadril. segundo estudo de Willson e Davis (10). região anterior e lateral do terço medial da coxa. joelho e tornozelo (24. o propósito deste estudo foi comparar a cinemática no plano sagital do quadril.2). e 12 mulheres com SDFP. O GC foi constituído de mulheres sem qualquer tipo de sintomas nos membros inferiores por no mínimo 2 anos.25). realizado no laboratório de análise do movimento da Universidade Nove de Julho. pular e correr (1-3). 10(50):458-463 . estudos de cinemática vêm abordando frequentemente as alterações angulares nestes planos de movimento (5. Apenas mulheres foram selecionadas devido às diferenças cinemáticas do salto quando comparadas à homens (22. Nos últimos anos. 459 INTRODUÇÃO A síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é uma condição musculo-esquelética muito comum que afeta principalmente mulheres. joelho e quadril (21). em pelo menos duas das seguintes atividades: ficar sentada por tempo prolongado. quadril. Todas eram sedentárias (não realizaram atividades físicas regulares por mais de uma vez na semana nos últimos 6 meses). O triple hop test (THT) requer bom controle neuromuscular dos membros inferiores (19. maléolo lateral. Amostra A amostra foi calculada baseada na diferença esperada entre os grupos de 5° e desvio padrão de 1. fazendo uso de medicamentos. de intensidade mínima em 30 milímetros. cirurgia e lesões prévias dos membros inferiores. participaram do estudo. joelho e tornozelo durante a primeira aterrissagem do THT em mulheres com e sem SDFP. que serviram de referência para o sistema de captura de análise do movimento. Amir Curcio dos Reis. Caracterizada por dor anterior no joelho. principalmente durante a aterrissagem do salto quando são criadas grandes amplitudes de movimento no plano sagital nas articulações do tornozelo.20). et al. estudantes universitárias e com idade entre 18 e 30 anos.05 e β=0. Todos os sujeitos do estudo foram informados e assinaram um termo de consentimento aprovado pelo comitê de ética da instituição (15426/2012). alocadas para o grupo controle (GC). Nayra Deise Rabelo dos Anjos. São Paulo. Para a aquisição dos dados da cinemática foi em- Ter Man. ajoelhar. epicôndilo femoral lateral. contendo os marcadores de maneira a formar um triângulo. joelho e tornozelo com relação a mulheres saudáveis.23). descer escadas. ou agrupamento de marcadores em um mesmo segmento (clusters). que aumenta durante tempo prolongado com o joelho flexionado e em atividades como agachar. Instrumentação Vinte e um marcadores esféricos retro-reflexivos (12 e 25 mm de diâmetro) foram fixados com fita adesiva dupla face (3M®) em pontos anatômicos específicos.André Serra Bley. alocadas para o grupo experimental (GE). agachar. O mau alinhamento dinâmico do MI em indivíduos com SDFP é comumente relacionado aos desequilíbrios musculares do tronco. numa escala visual análoga (pontuada entre 0 e 100 milímetros). calcâneo e hálux. face lateral da base da patela. usado para estimar a posição dos centros articulares. fixado na base do sacro (tendo como referência o posicionamento das espinhas ilíacas póstero-superiores). Este conjunto de marcadores foi baseado no modelo Helen Hays. Foram posicionados nas espinhas ilíacas posterosuperiores. devido o aumento da adução e rotação interna de quadril durante atividades de agachamento e salto (4. MÉTODOS Desenho do estudo e aspectos éticos Trata-se de um estudo transversal caso-controle. 2012. A utilização dos saltos na avaliação exige maior demanda mecânica muscular o que pode evidenciar possíveis alterações na cinemática dos membros inferiores (13. Um cluster (três marcadores dispostos de maneira não-colinear fixados em uma base rígida de polipropileno) foi utilizado na região posterior da pelve. A causa da SDFP tem sido comumente relacionada a um mau alinhamento dinâmico do membro inferior (MI) no plano frontal e transverso. subir. A colocação dos marcadores foi realizada por um mesmo examinador experiente durante todas as condições do paciente. joelho e tornozelo(1416). Sendo assim. Tais desequilíbrios musculares podem alterar também a cinemática no plano sagital (3. por um período mínimo de 3 meses. Foram excluídas do estudo todas as participantes que apresentassem histórico de trauma.6-9). gestantes ou que relatassem qualquer tipo de doença cardiovascular. quadril. terço médio lateral da perna. e calcular a cinemática tridimensional das articulações da pelve. 460 Análise cinemática do salto no plano sagital em mulheres com síndrome femoropatelar. pregado o sistema SMART-D BTS® (Milão, Itália) constituído por 8 câmeras de infravermelho de frequência de 100 Hz, com filtro de quarta ordem Butterworth, corte de frequência de 8 Hz. Os dados tridimensionais dos marcadores reflexivos eram armazenados para análise posterior. Protocolo A cinemática dos membros inferiores no plano sagital foi coletada durante o THT para distância, o qual consiste de três saltos consecutivos, ininterruptos, realizados com apenas um membro e com objetivo de atingir a máxima distância possível. A familiarização com o THT foi realizada até as voluntárias se sentirem a vontade com o procedimento. Em seguida, o THT foi realizado 3 vezes, apenas com o membro inferior dominante, com descanso mínimo de um minuto entre cada teste, afim de minimizar os efeitos de fadiga. As voluntárias utilizaram short, top e permaneceram descalças. O máximo ângulo de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão do tornozelo foram definidos como as variáveis de desfecho do estudo, durante a fase de contato com o solo da primeira aterrissagem do THT. Processamento e análise dos dados Todos os dados obtidos na análise tridimensional foram exportados para formato C3D utilizando o programa SMART-Tracker®. A nomeação dos marcadores e o processamento do modelo biomecânico para obtenção dos dados cinemáticos foi feito usando o software Vicon Nexus® e o modelo Plug in Gait®. Os dados processados de cada condição dos pacientes foram exportados para uma planilha do programa Excel Microsoft®. ANÁLISE ESTATÍSTICA A consistência dos dados angulares da primeira aterrissagem dos 3 THT realizados foi verificada através da análise de variância (ANOVA), coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e pela análise de concordância de Bland-Altman. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para testar a distribuição da normalidade. As variáveis do estudo, assumindo a curva de normalidade, foram apresentadas em média e desvio padrão (DP). Para comparar os resultados dos ângulos de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão do tornozelo, entre o GC e GE, foi utilizado o teste t de Student independente bicaudado, dos dados obtidos no terceiro salto. A significância estatística foi estipulada em 5% (P<0,05). As análises foram realizadas no programa SPSS® (Statistical Package for Social Sciences versão 15.0). RESULTADOS Os grupos foram homogêneos quanto às características antropométricas, diferindo apenas quanto à dor femoropatelar (Tabela1). Os valores angulares máximos de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão obtidos durante a primeira aterrissagem do THT para as 3 repetições realizadas em cada grupo avaliado, apresentaram forte concordância e nenhuma diferença através da análise de variância (Tabela 2). A análise de Bland-Altman do grupo controle apresentou viés menor que 4° para todas as análises. A variabilidade dos dados entre o primeiro e segundo salto foi de 19,82° para o quadril, 16,38° para o joelho, 12,7° para o tornozelo e entre o segundo e terceiro salto, foi de 12,34° para o quadril, 18,8° para o joelho e de 12,14° para o tornozelo (Figura 1). Tabela 1. Descrição da amostra em média (DP) grupo controle massa (Kg) altura (m) IMC EVA (mm) 54,5(7,58) 1,61(0,06) 21,01(2,73) 0(0,0) grupo experimental 56,16(5,25) 1,64(0,04) 20,68(1,76) 55,16(13,57) P* 0,53 0,11 0,73 0,001 Abreviações: Kg, Quilogramas; m, metros; mm, milímetros; IMC, índice de massa corpórea; EVA, escala visual análoga.*P calculado por teste t independente bicaudado. Tabela 2. Consistência dos dados de amplitude máxima de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão durante a primeira aterrissagem do THT entre as 3 repetições. grupo controle CCI [95%IC] quadril joelho tornozelo 0,95 [0,88-0,98] 0,75 [0,37-0,92] 0,94[0,84-0,98] P 0,946 0,845 0,752 grupo experimental CCI [95%IC] 0,97[0,93-0,99] 0,87[0,68-0,96] 0,82[0,55-0,94] P 0,621 0,626 0,879 Abreviações: CCI, Coeficiente de Correlação Intra-classe; IC, Intervalo de Confiança; P calculado pela ANOVA Ter Man. 2012; 10(50):458-463 André Serra Bley, Amir Curcio dos Reis, Nayra Deise Rabelo dos Anjos, et al. 461 Tabela 3. Ângulo máximo de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão durante a aterrissagem do terceiro salto. grupo controle quadril joelho tornozelo 61,15(8,97) 52,60(6,31) 30,20(7,39) grupo experimental 56,61(8,3) 49,80(5,83) 28,76(4,84) P* 0,21 0,27 0,57 Média (desvio padrão). *P calculado pelo teste t independente bicaudado. Valores em graus. Não foram observadas diferenças nas amplitudes de movimento máximas de flexão do quadril, joelho e dorsiflexão do tornozelo entre os grupos controle e experimental (Tabela 3). DISCUSSÃO O presente estudo não confirmou a hipótese de que mulheres com SDFP apresentariam maiores picos de amplitude de movimento do quadril, joelho e tornozelo durante a primeira aterrissagem do THT. As diferenças das médias encontradas entre os grupos para os picos de flexão do quadril, joelho e tornozelo não foram significantes. É importante destacar que os estudos consultados sobre a cinemática do salto não descrevem a variabilidade angular dos dados obtidos, o que pode gerar conclusões indevidas. Neste estudo optou-se por utilizar para análise entre os grupos, os valores angulares do terceiro teste, pois na análise de concordância de Bland-Altman, a variabilidade dos picos angulares do grupo controle apresentaram valores menores entre o segundo e terceiro teste, exceto para o joelho, na qual a variabilidade apresentou-se ligeiramente maior. Ford et al. (26) apresentou a consistência durante a coleta de dados tridimensionais apenas pelo CCI e observou bons resultados, no entanto, esta única avaliação não demonstra a variabilidade existente para cada teste realizado. Portanto, a análise de Bland-Altman é de suma importancia, uma vez que sua interpretação expressa se os resultados obtidos podem ser realmente considerados clinicamente importantes. Diante dos dados obtidos neste estudo, apenas os resultados maiores que a própria variabilidade do teste empregado poderiam ser considerados como diferentes e clinicamente importantes entre os grupos. Sendo assim, as diferenças angulares encontradas entre os grupos controle e experimental deveriam ser maiores que 12,34° para o quadril, 18,8° para o joelho e 12,14° para o tornozelo, valores inferiores devem ser decorrentes da própria variabilidade do teste empregado. Neste estudo, as diferenças angulares obtidas, entre os grupos, para quadril, joelho e tornozelo foram de 4,54°, 2,8° e 1,44°, respectivamente. Estes valores são inferiores a variabilidade observada no grupo controle (Figura 1). Contudo, os resultados obtidos, além de não apresentarem diferenças significantes, podem não implicar em repercussões clínicas importantes para o paciente. Os resultados estão de acordo com outros estudos (10,13), que utilizaram a aterrissagem do salto para avaliação da cinemática do quadril e joelho e não apresentaram diferenças cinemáticas destas articulações no plano sagital. Optou-se então por utilizarmos o THT, pois é um teste que indica indiretamente a força e potência do membro inferior, o qual é extremamente utilizado em avaliações clínicas (20), além de ser a aterrissagem do primeiro salto do THT um momento que exige extremo controle neuromuscular, pois ocorre a absorção do choque e imediatamente após essa fase há uma fase de impulso para a preparação para o próximo salto. Devido à alta exigência neuromuscular do teste, alterações biomecânicas poderiam ser observadas com maior facilidade. Além disso, não foram encontrados estudos que realizaram a análise cinemática do THT para indivíduos com SDFP. A hipótese avaliada neste estudo de que diferentes ângulos de quadril e joelho no plano sagital poderiam ser diferentes em mulheres com SDFP, foi baseada em estudos que indicam que mulheres com SDFP Figura 1. Representação gráfica de Bland-Altman da primeira aterrissagem do THT do grupo controle. (A) Variabilidade angular entre o primeiro e segundo momento de coleta; (B) Variabilidade angular entre o segundo e terceiro momento. Ter Man. 2012; 10(50):458-463 462 Análise cinemática do salto no plano sagital em mulheres com síndrome femoropatelar. apresentam fraqueza dos músculos do quadril (14,15) e joelho (27), que pode influenciar na cinemática articular dos membros inferiores. Dentre estes estudos pesquisados, nenhum avaliou a cinemática do tornozelo no plano sagital. O estudo de Harrison et al. (28) refere que os mecanismos de absorção de choque de um salto podem estar relacionados às causas da SDFP, pois são caracterizados pelas diferenças nas amplitudes de movimentos articulares dos membros inferiores. O ângulo de flexão do joelho é considerado o mais importante deles, pois pode gerar estresse aumentado entre a patela e fêmur, consequentemente favorecendo a dor femoropatelar. No entanto, sabe-se que a aterrissagem de um salto gera importantes amplitudes de movimento no quadril, joelho e tornozelo, portanto, possíveis alterações dos mecanismos de absorção do salto pelo quadril e tornozelo poderiam influenciar positiva ou negativamente as amplitudes de movimento da articulação do joelho. Pollard et al. (29) e Howard et al. (30) verificaram que os indivíduos saudáveis que apresentam menores amplitudes de movimento de quadril e joelho durante a aterrissagem do salto apresentam maiores amplitudes de movimento no plano frontal, como forma de atenuarem as forças de reação do solo. Além disso, sabe-se que os músculos relacionados com o controle dos movimentos no plano sagital apresentam maior área de secção transversa e que mesmo diante de desequilíbrios musculares, podem ser capazes de controlar os movimentos do quadril, joelho e tornozelo, não evidenciando grandes alterações cinemáti- cas. Porém, os músculos que controlam os movimentos nos planos frontal e transversal são menos volumosos e em testes de alta demanda biomecânica, como o THT, podem não ser capazes de controlar a cinemática articular dos membros inferiores, acarretando maior adução e rotação do quadril (10,11,13). Dessa forma, estudos recentes têm investigado principalmente as alterações nos planos frontal e transversal. Este estudo apresentou limitações pois, não realizou a análise das variáveis que podem influenciar as amplitudes de movimento no plano sagital tais como os momentos de força envolvidos e atividade eletromiográfica e, devido a variabilidade encontrada nos resultados, um maior número de participantes poderiam evidenciar se pequenas alterações angulares no plano sagital são diferenças clínicas importantes em indivíduos com SDFP. CONCLUSÃO Mulheres com SDFP não apresentaram diferenças cinemáticas no plano sagital do quadril, joelho e tornozelo durante a primeira aterrissagem do THT. A variabilidade angular observada dentro do grupo controle é um dado que deve ser considerado nas análises de estudos tridimensionais, pois diferenças encontradas podem ser decorrentes da variabilidade do próprio teste empregado, não representando uma diferença mínima clinicamente importante. AGRADECIMENTOS A bolsa de estudos e auxílio à pesquisa concedida pela Universidade Nove de Julho. 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Correlation of calcaneus position with sprain of ankle Hugo Machado Sanchez(1). Professor Adjunto da Universidade de Rio Verde – FESURV. dentre eles cita-se o desalinhamento corporal. Métodos: foram selecionados 38 voluntários praticantes de futsal e handebol. e posteriormente a avaliação do posicionamento dos calcâneos por meio do Software de Avaliação Postural – SAPO. calcâneo valgo. Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. not existing significant difference. 4. maior recidiva de entorses nos atletas com menor grau valgismo. the degree of valgism between the comparative groups is equivalent.SAPO. however. 5. Rio Verde-GO (64) 8122-8136. alinhamento do tornozelo. 1. posicionamento do calcâneo. Goiás. Some factors of risk for sprain of ankle exist. visto que neste ocorreu aumento do valgismo. Abstract Introduction: One of the injuries that more occurs on athletes is sprain ankle. o grau de valgismo entre os grupos comparados são iguais. 10(50):464-470 . Rua 01. e o grupo experimental foi composto de 22 voluntários apresentando história de entorse do tornozelo. Goiás. calcaneus position.br Ter Man. observed a valgism in the two groups. Qd 02. Methods: were evaluation 38 practicing individuals of futsal and handball. entretanto pouco se sabe da verdadeira relação do posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. sendo assim. Lucas Prudêncio de Paula(2). Parque dos Jatobás. Goiás. Rio Verde. 2.464 Artigo Original Correlação do posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. called experimental and control. os quais não apresentaram entorses de tornozelo. Brasil Professora da Universidade de Rio Verde – FESURV. not existing correlation of the positioning of calcaneus with sprain of ankle. A referring questionnaire to the criteria of inclusion and exclusion was made. Goiás. Brasil Professor Adjunto da Universidade de Rio Verde – FESURV. however little it is known of the true correlation of the positioning of the calcaneus with sprain of ankle. bigger return of sprain in the athletes with lesser degree was verified valgism. Resultados: ao comparar o posicionamento do calcâneo do grupo controle e o grupo de entorse. e ainda. não existindo diferença significativa. alignment of the ankle. observou-se um valgismo nos dois grupos. Key-Words: sprain. Foi aplicado um questionário referente aos critérios de inclusão e exclusão. where they had not presented sprains of ankle. Gustavo Melo de Paula(4). Purpose: was to verify the correlation the positioning of calcaneus with sprain of ankle. tipo de entorse.com. surge a hipótese da compensação/adapatação contra-lateral ao lado lesionado. The experimental group was composed of 22 volunteers presenting to sprain history. Vanessa Renata Molinero de Paula(5). Brasil Fisioterapeuta. and despite the opposing calcaneus to possibly the injury one compensates with increase of the valgism. Goiás. valgo calcaneus. Brasil Autor correspondente: Hugo Machado Sanchez . hmsfisio@yahoo. Rio Verde. Faculdade de Fisioterapia / Fesurv – Universidade de Rio Verde Resumo Introdução: A entorse de tornozelo é uma das lesões que mais acometem atletas e esportistas. The control group was composed for 16 volunteers. Conclusion: there was. além dos dados relativos de existência de entorse. existindo vários fatores de risco para tal lesão. Brasil Professora Adjunta da Universidade de Rio Verde – FESURV. Results: when comparing the positioning of calcaneus position of the group has controlled and the group of sprain. 3. and in case of positive reply the amount of sprain. divided in two groups. o número de entorses. being thus. não existindo correlação do posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. denominados controle e experimental. Rio Verde. divididos em dois grupos. type of sprain and later the evaluation of calcaneus position through the Software of Postural Evaluation . calcâneo varo. Rio Verde. Palavras chave: entorse. Conclusão: verificou-se. O grupo controle foi composto por 16 voluntários. 2012. entretanto. varus calcaneus. Objetivo: verificar a correlação entre o posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. proporcionando uma alteração biomecânica deste complexo (1) transversal. O G1 foi composto por 16 voluntários. todos deveriam apresentar história de entorse durante as atividades de futsal ou handebol. e fatores extrínsecos. onde os dados foram coletados a partir da avaliação do retropé. 465 INTRODUÇÃO O pé e o tornozelo sempre atuam em conjunto nas diversas funções que desempenham. foi explicado como “leve”. com o objetivo de verificar a correlação entre o posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. e em caso de resposta positiva. Lucas Prudêncio de Paula. porém se rompem quando o limiar de elasticidade é ultrapassado.Hugo Machado Sanchez. como instabilidade articular e tipo do pé. No termo em que foi questionado o grau da entorse. No G1 foram inclusos no estudo os voluntários que tinham idade entre 15 e 30 anos. e/ou apresentaram dor nos membros inferiores ou tronco. Justifica-se o estudo pela busca de possíveis fatores que possam predispor as lesões ligamentares. O preenchimento da ficha de avaliação foi realizada pelos autores deste estudo que utilizou termos populares. “moderado” entorses com necessidade de imobilização. A amostragem foi composta por 38 voluntários do sexo masculino com a idade compreendida entre 15 e 30 anos. o presente estudo avaliou atletas de futsal e handebol. As causas de entorses são multifatoriais. As lesões ligamentares mais frequentes no tornozelo são causadas por entorses. além dos dados relativos de existência de entorse. praticantes das modalidades esportivas futsal ou handebol. aquelas que deixaram o tornozelo edemaciado sem a necessidade de imobilização. Feito isto. Vale ressaltar que todas as avaliações foram realizadas pelos responsáveis deste estudo. assim a existência de algum desequilíbrio postural pode levar a alguma lesão em uma ou ambas articulações. e que fossem atletas das equipes da FESURV. pois a articulação não possui em encaixe preciso neste movimento. foram incluídos os voluntários que preencheram os mesmos critérios do G1. Os voluntários de ambos os grupos. diminuindo o seu potencial de estabilização. praticantes de atividades esportivas de futsal ou handebol e sem história de entorse de tornozelo. Assim sendo. já que possibilitam maior rendimento dos seus atletas e menor custo com tratamentos médicos e fisioterapêutico (11) . a prevenção destas é de suma importância em equipes esportivas. Quando se refere a tornozelo e pé. A articulação do tornozelo é muito instável durante o movimento de plantiflexão. sexo masculino. são considerados menos resistentes(4-7). O processo de coleta de dados foi realizado no Laboratório de Fisioterapia da Universidade de Rio Verde – FESURV. Aqueles que eram menores tiveram seus termos assinados pelos seus responsáveis legais. Já no G2. o maior número de entorses quando o pé está em plantiflexão (3) . quando comparado com os ligamentos mediais. Para participarem do estudo. possuem pouca elasticidade e não se alongam. e “grave” entorses cujo é necessário procedimento cirúrgico. deformidades nos membros inferiores e tronco. os quais nunca haviam tido entorses de tornozelo. exceto. de modo que a maioria das entorses ocorrem em inversão. na qual pode-se encontrar um calcâneo valgo ou calcâneo varo. a quantidade de entorses sofridas e tipo de entorse (inversão e eversão). por isso. como tipo de solo e intensidade da prática esportiva. Porém pouco se sabe dos fatores de risco quando se discute sobre o posicionamento adequado do calcâneo (3) . após concedida a autorização pelo CEP (parecer 150/2008) e pelos responsáveis do laboratório. Aqueles voluntários selecionados de ambos os grupos responderam aos questionamentos presentes na ficha de avaliação. Eliane Gouveia de Morais Sanchez. que por sua vez. visando o maior esclarecimento para o voluntário. Já as rupturas totais podem gerar no ligamento comprometido bordas irregulares e enfraquecidas (8-10) . As rupturas parciais podem tornar o ligamento mais longo e frouxo. procedeu-se a demarcação de 3 pontos com a utilização . que constavam dados pessoais e questionamentos referentes aos critérios de inclusão e exclusão. descritivo e Ter Man. podendo ser causadas por fatores intrínsecos. os voluntários foram divididos em dois grupos. O ligamento é uma estrutura pouco vascularizada e de difícil cicatrização. é de fundamental importância a análise no posicionamento do calcâneo. denominados controle (G1) e experimental (G2). que podem por sua vez podem provocar conseqüências biomecânicas nas articulações dos membros inferiores e coluna. que apresentaram algum tipo de lesão osteomuscular e/ou ligamentar em membros inferiores e tronco. Para analisar o posicionamento do calcâneo. no instante da avaliação foram excluídos do estudo. 10(50):464-470 . MATERIAIS E MÉTODOS O estudo possui caráter quantitativo. ambos podendo estar relacionados com a frouxidão ligamentar excessiva (2) . et al. justificando assim. 2012. comprometendo os ligamentos laterais do pé. O G2 foi composto de 22 voluntários que apresentavam a história de entorse do tornozelo. o que poderia fundamentar as condutas relacionadas à prevenção das entorses de tornozelo. todos voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido concordando em participar da pesquisa. que neste grupo. Lesões ligamentares são lesões incapacitantes para prática de atividade física. de acordo com os resultados apresentados no presente estudo.05. Na tabela 3 foi apresentada a comparação do número de entorses entre as modalidades esportiva.fapesp. no qual se realizou as análises angulares dos calcâneos por meio do Software de Avaliação Postural – SAPO®. não foi verificado diferenças significativas entre os grupos.7176 2. 2012. as mesmas foram transferidas para um computador.9091 Desvio Padrão 2. sendo realizado o Teste t de Student. 10(50):464-470 . Conforme apresentado na tabela 1. verificou-se diferença estatisticamente significante entre eles. ao comparar o posicionamento do calcâneo do grupo controle e o grupo de entorse. de acordo com o Teste t de Student. Figura 2. cada voluntário ficou descalço.br e de domínio público. O equipamento fotográfico foi colocado nivelado. RESULTADOS Na tabela 1 são apresentados os resultados da comparação do posicionamento dos calcâneos direito e esquerdo nos atletas com entorses do tornozelo.5 cm do solo. a uma altura de 10. ou seja. Tal procedimento de avaliação é citado por Redmond. de acordo com o Teste t de Student. que a bissecciona e termina em um ponto no meio do tendão calcaneano.1 megapixels. Crosbie. o calcâneo esquerdo é mais valgo comparado ao direito. A: Determinação do ponto mediano com o paquímetro.incubadora. Ouvrier (12). Realizada esta etapa. Tal procedimento repetiu-se com as mesmas distâncias em todas avaliações do voluntários de ambos os grupos. distância de 13. foi colocado em um local previamente determinado com fitas adesivas no solo. estes foram instruídos a fixarem o olhar no horizonte e descarregar o peso igualmente nos dois membros. Após aquisição das imagens. Sendo assim. com utilização de flash e sem utilização de zoom. Comparação do posicionamento dos calcâneos direito e esquerdo nos atletas com entorses. e com o voluntário na posição ortostática em vista posterior.5 cm e paralelo ao voluntário.9130 Teste t 0. mantendo os pés com o posicionamento que mais entediam ser confortável. com resolução de 12.466 Correlação entre entorses e calcâneo.05 Ter Man. em local pré-determinado. Figura 1-C: Ângulo determinando o grau do posicionamento do retropé. Correlação do número de entorses com o grau do posicionamento do calcâneo. A segunda reta (reta B) tem origem no ponto da região mediana posterior do centro calcaneano e se estende passando em um ponto no meio do tendão calcaneano terminando próxima a altura da primeira reta (Figura 5-B). A Tabela 2 apresenta os resultados da comparação do grau do posicionamento do calcâneo do grupo controle e o grupo de entorse. o segundo no tendão calcâneo e o terceiro no ponto médio do calcâneo (Figura 1-B). pode-se dizer que o grau de valgismo entre os grupos comparados são iguais. de lápis demartográfico. feito isto. N 22 22 Média 7. Assim como apresentado na tabela 3. O ângulo determinante do posicionamento tem seu vértice formado pelo cruzamento das duas retas. O primeiro ponto demarcado foi o ponto mediano da perna. Com o intuito de determinar o ponto mediano nas origens das retas foi utilizado um paquímetro (Figura 1-A). disponível on-line em http://sapo. Calcâneo Direito Esquerdo * < 0. ao comparar Tabela 1. desta forma. * p < 0.4318 9. Conforme apresentado na tabela 2. ou seja. a média do valgismo do calcâneo direito é menor do que a média do calcâneo esquerdo. Os procedimentos de avaliação foram repetidos para o calcâneo direito e esquerdo. Figura 1-B: Demarcações na região posterior da perna. Após demarcação dos pontos. Para aquisição da imagem utilizou-se uma máquina fotográfica digital da marca Sony DSC-W310. para o início da mensuração do posicionamento do calcâneo. Para o cálculo do ângulo foram feitas duas retas ligando os pontos previamente demarcados. A primeira reta (reta A) tem origem no ponto da região mediana posterior da perna.0028* Figura 1. ao comparar o posicionamento (avaliado em graus) dos calcâneos direito e esquerdo. o pé a ser avaliado. o vértice será no meio do tendão do calcâneo (Figura 1-C). Na figura 6. (13) o número de entorses entre as modalidades esportiva. é importante avaliar o posicionamento do calcâneo e sugerir um trabalho preventivo das lesões por entorse do tornozelo. apresentando redução do arco transverso e ausência do arco longitudinal. Na avaliação realizada por Corrêa. também encontraram predomi- nância de 67% de valgismo. Modalidade Futsal Handebol N 16 6 Média 2.233 Desvio Padrão 3. 2012.Hugo Machado Sanchez. Correlação do grau do calcâneo direito/esquerdo com a entorse do tornozelo oposto. Eliane Gouveia de Morais Sanchez. Desta forma. sendo realizado o Coeficiente de Correlação de Spearman.0020* Ter Man.9. sugere-se que exista um valgismo fisiológico do tornozelo quando os voluntários são avaliados com descarga de peso. a comparação neste caso ficou sem relevância. (12) o posicionamento normal do calcâneo seria de 5 a 10º para valgismo.790 Tabela 3.4318 8. porém sua metodologia de avaliação foi diferente da utilizada no atual trabalho.076 DISCUSSÃO No presente estudo buscou-se avaliar o posicionamento do tornozelo em atletas com e sem histórico de entorses no tornozelo. 467 Tabela 2. verificouse correlação significante estatisticamente. Pastre et al. Correlação do grau do posicionamento do calcâneo com o tipo de entorse. sendo utilizado o Coeficiente de Correlação por Postos de Pearson. Também para Redmondab et al. Pereira (14) . observou-se significância.6208 Significância da Correlação 0. há um aumento mais significativo do valgismo no calcâneo oposto à entorse de tornozelo.816 0. portanto quanto menor o valgismo do calcâneo maior o número de entorses do tornozelo. sendo assim.9130 1. não existiu correlação do grau do posicionamento do calcâneo com o tipo de entorse (p = 0. e não ter encontrado diferenças entre o grupo controle e experimental. variando em média de 15 a 20 graus.05.8575 2. incluindo principalmente exercícios para aprimoramento para a propriocepção.284 7. o número de entorses entre as modalidades estaticamente não existe diferença.43 ± 2. 10(50):464-470 . N 17 18 Média 10. Variável Calcâneo direito Grupo Entorse Controle Entorse Controle N 22 16 22 16 Média 7.0896 3. ao correlacionar o número de entorses com o grau do posicionamento do calcâneo. ou seja. Conforme exibido na tabela 5.2647 7.7 e do esquerdo 9. ao correlacionar o grau do valgismo dos calcâneo direito/esquerdo com a entorse do tornozelo contralateral. Comparação do número de entorses entre as modalidades esportivas. ou seja.167 0. entretanto. et al.7176 2. Opostos Entorse D/Calcâneo E Entorse E/Calcâneo D * p < 0.0028). assim na amostra analisada o tornozelo esquerdo se mostrou mais valgo comparado ao direito. além de valgismo do calcâneo. posição ortostática. Comparação do grau do posicionamento do calcâneo do grupo controle e o grupo de entorse. A tabela 5 mostra a correlação do grau do posicionamento do calcâneo com o tipo de entorse. visto que quando a avaliação do tornozelo é realizaTabela 5. não sendo estatisticamente suficiente. Lucas Prudêncio de Paula. de acordo com o Teste de Fisher.236 Calcâneo esquerdo 0. Na avaliação dos calcâneos destes atletas com lesão em entorse verificou-se que a média do valgismo dos tornozelos direito foi de 7. voluntários com pés planos (valgo). apresentando diferenças significantes entre os lados (p = 0. Tipo Inversão Eversão N 44 3 Média 8.8631 Significância 0.91 ± 2.8872 Teste t 0. Conforme apresentado na tabela 4.5438 9.576 Tabela 4. sendo que os autores encontraram nas suas avaliações.19 1.8127 2. A figura 6 apresenta a correlação do número de entorses com o grau do posicionamento do calcâneo.33 Desvio Padrão Teste t 1. nos voluntários com histórico de lesão.9091 9. pois o número de entorse em eversão são apenas 3. os resulta- dos foram parecidos.576). A tabela 4 mostra a correlação do grau do calcâneo direito/esquerdo com o numero de entorse do tornozelo oposto.4167 Desvio Padrão 2. não verificou-se diferença significativa entre as modalidades. Apesar disso.7000 Desvio Padrão 2. o que corrobora com resultados encontrados no atual estudo. citando dentre várias alterações de alinhamento. Nas análises realizadas no atual ensaio. (20) afirmam ainda que a articulação reage no sentido contrário da lesão. 2012. o número de entorse em eversão foi pequeno (apenas 3 casos). Venturini et al (18) afirmam que um dos princi- pais fatores de risco para lesões do tornozelo. maior o número de lesões do tornozelo. ocorreu significância quando correlacionou-se o posicionamento do calcâneo com as entorses do lado contralateral. correlação estatisticamente significante entre o posicionamento do calcâneo e o número de entorses. deste modo. pois é nesta articulação que ocorrem os movimentos de abdução e adução calcaneana. Kramer et al. caracterizando com um posicionamento preventivo e também como uma nova estratégia funcional. se houvessem apresentados mais casos de lesão em eversão. Kramer et al. Com relação à comparação entre os grupos com entorse e controle. pode ocasionar efeitos das articulações do tornozelo. (19) e Fujii et al.7 graus para o tornozelo direito. Pihlajamäki et al. da com o paciente deitado anula-se o fator peso e estabiliza-se o tálus em posição neutra (sem supinação ou pronação).43 ± 2. existe a influencia no posicionamento e alinhamento do retropé. (24) con- cordam com estas afirmações e descrevem ainda. o estudo de Hubbard e Hicks-Little (21) relata a não existência de instabilidades entre seis semanas e três meses de lesão do tornozelo. que o calcâneo desalinhado promove um antepé rígido que dificulta o acoplamento do pé ao solo e pode possibilitar instabilidades ao complexo do tornozelo e pé. Assim fica claro que apesar da articulação e do corpo tentarem se adaptar e se proteger é necessário uma intervenção no sentido de reequilibrar as forças atuantes na articulação do tornozelo promovendo um reajuste biomecânica articular das articulações talo-crural e subtalar. (22) e Magerkurth et al. conseqüentemente. e ainda às características próprias de cada sujeito. over-use e contato direto entre os atletas. o que pressupõe que a entorse não altera o posicionamento do tornozelo. O grau de posicionamento do calcâneo não se correlacionou com o tipo de entorse. pois. para certificar qual destas hipóteses seria a correta seria necessário realizar ou estudo que analisasse atletas antes a após terem sofrido as entorses. pode-se inferir que quanto menor o valgismo encontrado. assim. assim o calcâneo toma uma posição que não é a real situação encontrada nas atividades diárias e esportivas. corrida e as atividades de vida diária. as instabilidades aparecem e são significantes. desta forma. 10(50):464-470 . entretanto. Piazza (17) diz que os grandes desalinhamentos da articulação subtalar são alguns dos principais predisponentes a lesões repetidas no complexo lateral de ligamento do tornozelo. Fong et al. segmento este que apresentou correlação significativa com o número de entorses de tornozelo. Porém. ou seja.(19) em sua revisão também encontraram fortes indícios das lesões do tornozelo e pé com alterações do alinhamento postural do pé e tornozelo. possivelmente seria encontrado uma cor- Ter Man. apesar de não terem apresentado resultados diferentes da posição do tornozelo comparado ao grupo controle. interferindo diretamente na capacidade de ação daqueles músculos envolvidos na articulação. Porém. além de ocorrer também um agravamento do grau de acometimento. em no trauma em inversão. as quais podem predispor uma ocorrência maior de lesões (26) relatam que qualquer desarranjo no alinhamento postural. demonstrando alguma possível forma de compensação fisiológica das descargas de peso e equilíbrio nestes indivíduos. verificou-se que os atletas de futsal e handebol apresentaram uma média de valgismo de 7. existe uma tendência de reposicionamento subtalar em valgo. (15) dos acima citados. não foi verificado diferenças estatisticamente significantes. visto que para uma boa estabilização articular os músculos devem agir em harmonia e em co-contração para proteger a articulação e suas estruturas de traumas. estabelecendo mais uma vez a automaticidade da capacidade motora e articular em defender e ajustar as suas estruturas da maneira a se proteger e manter a função biomecânica articular. o que deixou esta avaliação estatística com pouco relevância. os quais idealizam a capacidade do corpo em se adaptar e defender-se de lesões e traumas. ou seja. sugerindo uma alteração biomecânica do complexo do pé e que por sua vez contribui para instabilidade da articulação do tornozelo. (25) analisou 50 atletas de futsal com idade entre 9 e 16 e não encontraram relações direta entre possíveis alterações e lesões sofridas. No presente estudo. Frigg et al. No atual trabalho. Hertel (23) relatam um alto índice de atletas com alterações do alinhamento do calcâneo. encontrouse também. o valgo e varo. (16) ao analisarem a configuração óssea dos ossos do pé. Ribeiro et al. os calcâneos dos dois grupos podem ser considerados iguais.468 Correlação entre entorses e calcâneo. é a falta de alinhamento e posicionamento ideal entre as estruturas ósseas. Complementando. A alteração da configuração óssea do tálus que forma a articulação subtalar altera diretamente a posição do calcâneo. encontrou-se valgismo aumentado no calcâneo do lado oposto a lesão. tal possibilidade encontra embasamento nas descrições de Breitenseher (27) . que levaria a uma entorse em inversão (mais comum). predispondo desta forma a lesões. Tal ocorrência pode-se justificar pelas alterações da postura associadas às características do esporte como over-training. corroborando com as afirmações dos estu- . durante a deambulação. ou mesmo que a entorse não sofre influencia do posicionamento do calcâneo. também encontraram neles um fator intrínseco de risco de lesão. após seis meses até o período de um ano. aumenta as possibilidades e a quantidade de lesões. MITCHELL. uma vez que esses esportes causam impacto no tornozelo. Junge e Dvorak (28) entorses relatados pelos atletas foram no tornozelo direito (dominante). Subtalar neutral position as an offset for a kinematic model of the foot during walking. Os achados dos estudos de Rein et al (31) não se confirmam no atual estudo. peso e equilíbrio nestes indivíduos. HOUCK. 2008 Jul. Lucas Prudêncio de Paula. et al. não foi encontrada diferença significante. Sports Exerc. Sci. tanto o futsal quanto o handebol predispõem o atleta ao mesmo risco de lesão por entorse no tornozelo.3% das lesões no tornozelo ocorrendo em inversão e que apenas 8. a propriocepção na perna direita foi sempre mais rápida. sendo que 32. assim sugere-se um estudo mais específico para análise da capacidade sensório-motora do tornozelo. 40(8):1522-8. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com os resultados obtidos no presente estudo. forças. mais uma vez poderiam ser encontrados resultados significantes caso o numero de atletas de ambas as modalidades fossem maior. visto que a maior parte dos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. encontrou ainda. Sports Exerc. portanto. já que o posicionamento do grupo de entorse e o grupo controle não tiveram diferenças estatisticamente significativas. Não sendo possível estabelecer uma correlação do tipo de entorse com o posicionamento do pé. 2008 Aug. 3. uma vez que. comprovando. termoceptores e informações dolorosas da periferia. enquanto o teste cinestésico (sentido da posição do tornozelo) não teve correlação. TOME. Biomechanics of ankle instability. neste caso. Riemann e Lephart (32) afirmam que a propriocepção predomina como o termo mais errôneo no âmbito do sistema sensóriomotor. a entorse. ou se as alterações é quem causariam as lesões.7% das lesões foram causadas em eversão. Sugere-se para maior precisão de analise estudo prospectivos que analisem atletas antes a após sofrerem a lesão. et al. Part 1: Reaction time to simulated ankle sprain. Center of mass position relative to the ankle during walking: a clinically feasible detection method for gait imbalance. Biomechanics of ankle instability. NAWOCZENSKI. tanto para as entorses em inversão. independentemente da perna de dominância. A. Santos et al. (30) explicam que o handebol por ser um esporte de alto impacto e por exigir bastante da capacidade de locomoção deixam seus atletas propensos a inúmeras lesões de membros inferiores. Gait Posture. CHOU LS. et al. pode-se dizer que não existe correlação no posicionamento do calcâneo com as entorses de tornozelo. Fong et al. 10(50):464-470 . ao realizar um estudo em atletas de futsal relatou a ocorrência de 195. 469 relação estatisticamente significante. JR. maior a predisposição do indivíduo de ter recidiva das entorses. (31) investigaram a propriocepção em 210 voluntários. 31(3):391-3. DA. Os indivíduos avaliados possuiam um menor grau de valgismo no tornozelo lesado. Med. (29) em um estudo de revisão sistemática. e verificou que a propriocepção e a estabilidade postural foi correlacionada com a idade e o IMC. Quanto a ocorrência de entorses nas modalidades futsal e handebol. equilíbrio e estabilidade articular reflexa. A. CHEN CJ. assim o baixo índice de deste tipo de entorse e a dificuldade em se realizar estudos que necessitem de analisar este tipo de lesão. a entorse pode gerar uma instabilidade crônica no tornozelo acometido. que a entorse de tornozelo esta presente em 33 dos 43 esportes pesquisados. que quanto menos valgo o posicionamento do tornozelo. quanto para as entorses em eversão. incluiu 201. 2008 Aug.509 apresentaram entorse de tornozelo. pois inclui todos os mecanorreceptores.600 pacientes. sentido de posição articular. pois tem sido incorretamente usado como sinônimo dos termos cinestesia.Hugo Machado Sanchez. somatossensação. Na avaliação dos calcâneos. constatando 91. e como possível forma de compensação um maior grau de valgismo no tornozelo contralateral a lesão. dentre elas. Part 2: Postural sway-reaction time relationship. Além disso. 28(1):29-37. 2012. Eliane Gouveia de Morais Sanchez. Med.6 lesões por 1000 horas de jogo. demonstrando alguma possível forma de adaptação biomecânica articular das descargas. Gait Posture. apesar de haver um maior índice no futsal. observou-se uma predominância do posicionamento em valgo. Foi verificado também. Sci. Por fim. Ter Man. a avaliação realizada com relação ao posicionamento do calcâneo em atletas é de grande importância para o tratamento preventivo. 4. ambas apresentaram o mesmo risco de lesão por entorse de tornozelo. 2010 Mar. 2. assim poderia afirmar alterações ocorridas pela lesão. MITCHELL. JM. 40(8):1515-21. visto ser necessário manter-se um equilíbrio articular em atletas que praticam atividades de impacto. Estes autores consideram o termo somatossensorial mais global. Quanto à comparação do número de entorses entre as duas modalidades esportivas. Rein et al. The effect of osseous ankle configuration on chronic ankle instability. et al. Understanding acute ankle ligamentous sprain injury in sports. VENTURINI. Functional instability following lateral ankle sprain. 29(5): 361-71. PASTRE. SCRANTON. 24. 15. Phys. p. D. et al. 26. 2006.25(9):625-9 VALDERRABANO. Injury risk of playing football in Futsal World Cups. 2002. Ther. CROSBIE. Radiologe. TJ. J. et al. 7. R. GREEN. Ter Man. Mar. 13(4): 47-54.19(2):213-20. 1993. Ankle ligament healing after an acute ankle sprain: an evidence-based approach. 5. desconforto corporal (dor) e lesões em atletas das seleções brasileiras de hóquei sobre a grama. 2005. Influence of acute anterior cruciate ligament deficiency in gait variability.. et al. Ankle ligament injury risk factors: a prospective study of college athletes. SM. 27. A. Br J Sports Med. 6(6):388-393. and anterior talofibular ligament length. FRIGG. et al. 2010 Dec. Alterações posturais. 6. 17. Estudo da associação entre a dor patelofemoral e retropé varo. Chronic ankle instability in sports . 10(50):464-470 .. OUVRIER. 2010 Mar-Apr. AL. RODRIGUES. 2007 Mar. v. 2010 Oct 20. RIEMANN. RIBEIRO. BL. Technol. DIEFENTHAELER. 47(3):216-23. Sports Med. Correlação entre a redução dos arcos plantares e as alterações da marcha. 2008. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. HL. A. et al. ROCKWOOD JR. talar length. Relação entre alterações posturais. Foot Ankle Int. 18. Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais. Foot Ankle Int. 10. Fraturas em adultos. São Paulo. 2010 May. V. Ankle stability in simulated lateral ankle ligament injuries. 2004. BD. REDMOND. Sportverletz Sportschaden. REIN. FUJII. 2. 37(1):73-94. et al. Development and validation of a novel rating system for scoring standing foot posture: The Foot Posture Index. JS. O. Sports Med. 2007. CZ. Fitness & Performance Journal. HUBBARD. Variations in fibular position. prevalência de lesões e magnitudes de impacto nos membros inferiores em atletas de handebol. J. et al. LEPHART. et al. 11. The sensoriomotor system. 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Vol. Revista de Educação Física. CM. AC. FONG. 31(5):423-32. 2000. J. 2001. FONG. 10(3):425442. 2008. 4. 10(3):195-198. V. Relação entre alterações posturais e lesões do aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. et al. Am.49(3):285-91. 2010 Jun. 19. H. D. 38(2):511-25. 2009 Jul 30. D. J. 2007.92(14):2367-74. 8. DETANICO. JE. 37:71-9. Res. 32. 21:89-98. 12. C. et al. 29. 43(5):523–529. 22. 2. São Paulo: Ed Manole.4(1):18-28. KRAMER. et al. HERTEL. Rehabil. et al. 16. 2006. 145-154. Bone Joint Surg. SANTOS. TZAGARAKIS.44(15):108992. 3º ed. J. Int. Res. 21. C. P. PEREIRA. MONTEIRO. 2008. 2007. Arthrosc.1:14. JV. S. n. et al. 3. BB. Med. Clinical Results and Functional Evaluation of the Chrisman-Snook Procedure for Lateral Ankle Instability in Athletes. SG. Journal of Athletic Training. et al. 13. Injury of the ankle joint ligaments. Comparative study of clinical and ultrasonographic evaluation of lateral collateral ligament sprains of the ankle. GREMEAUX. HICKS-LITTLE. British journal of sports medicine. v. 14. 31(6):531-7. 19(3): 423-430. equilíbrio e postura em escolares. CORRÊA. 2011 Feb. Clinical Biomechanic. Frontal and lateral characteristics of the osseous configuration in chronic ankle instability. 25. n. 2008. DT. p. et al. 2003. Brazilian Journal of Biomotricity. J. Foot Ankle Int. uma repetição máxima do músculo quadríceps (1RM). Brasil. Botucatu. Fraturas Ósseas. Centro Universitário de Rio Preto – Unirp Resumo Introdução: Fratura do tornozelo refere-se à perda da continuidade da tíbia ou fíbula. sendo a proposta de protocolo eficaz. ganho de cinco centímetros de trofismo de tríceps sural. Brasil. história da moléstia. mass and muscle flexibility. Brasil. SP. 2012. Pesquisa e Extensão da Famema . Results: in the reassessment has increased from 19 of plantar flexion ADM and 11 of dorsal flexion. Diretoria de Pós-Graduação. exame físico: ADM. Proposal for a protocol of Physiotherapy in patients with ankle fracture after immobilization. Rio Claro. physical examination: ADM. Especialista em Fisioterapia Geral por meio de Aprimoramento Profissional com Bolsa da Sociedade Educacional de Rio Preto. with 21 years old. Keywords: Physical Therapy (Specialty). A proposta de tratamento foi elaborada e executada cinco vezes na semana. Submetido à avaliação fisioterápica constando de dados pessoais. qualidade de vida (QV) pelo questionário SF-36 e equilíbrio pela Escala de equilíbrio de Berg e da escala de POMA. Mestre em “Biologia Celular e Estrutural”. history of disease. Especialista em Fisioterapia Geral por meio de Aprimoramento Profissional com Bolsa da Sociedade Educacional de Rio Preto. SP. Conclusion: It is concluded that this account was normalization of balance and improvement in quality of life. Conclusão: Conclui-se que este relato obteve normalização do equilíbrio e melhora na qualidade de vida. Unirp. Marília. 269. Faculdade de Medicina de Marília – Famema. aumento do 1RM em 15 quilos. Objetivo: Avaliar os efeitos da proposta de tratamento elaborado por Fisioterapeuta aplicada em portador de sequelas. Brasil. Universidade de Campinas – Unicamp. In order to minimize the effects of detention has physiotherapy contributing recovering sequelae in these patients. São José do Rio Preto. E-mail: joaosimao03@hotmail. Mestrando em “Biologia e Envelhecimento” e bolsista da Capes. CEP 17519-230. Marília. Ter Man. 1. SP. Bairro Fragata C. Immobilization. SP. Marília. Brasil. cirtometry. SP. 3. Imobilização. São José do Rio Preto. Artigo recebido em 09 de Julho de 2012 e aceito em 25 de Setembro de 2012. Autor correspondente: João Simão de Melo Neto. melhora da QV nos aspectos de capacidade funcional. Brasil. SP. São José do Rio Preto.Rua Orlando Righetti. Mestre em “Motricidade Humana”. improved functional capacity aspects QV. Methods: Man. Campinas. Bone. UNESP. in postoperative fracture correction by ankle ligament. Docente do curso de Fisioterapia. Objective: Evaluate the effects of treatment proposal prepared by Physiotherapist applied in man with 45 days of sequelae due right ankle immobilization. Brasil. after correction. cirtometria. Universidade Estadual Paulista – Unesp. 2. Brasil. São tratados cirurgicamente e depois imobilizados. 10(50):471-475 . in general health. Mestranda em “Biologia Geral e Aplicada”. SP. Submitted for assessment in respect of personal data spine school. Após 12 semanas houve reavaliação. UNIRP. increase in 1RM 15 pounds. improving balance in 23 according to POMA and 20 second Berg balance scale compared with the data for the first evaluation. trofismo e flexibilidade muscular. Brasil. Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques(5). Abstract Introduction: Ankle Fracture refers to loss of continuity of the tibia or fibula. Docente do curso de Fisioterapia.471 Artigo Original Proposta de um protocolo de Fisioterapia em paciente pós-imobilização por fratura de tornozelo. Eduardo Martini Romano(2).com. no estado geral de saúde. Fabiana Campos Gomes(4). Visando minimizar os efeitos da imobilização tem-se a Fisioterapia contribuindo na recuperação das sequelas destes pacientes. Unesp. SP. Unirp. The proposal was drafted and enforced treatment five times a week. Método: Homem de 21 anos em pós-operatório de correção de fratura de tornozelo por avulsão. won five inches of triceps sural trofismo. 5. Fractures. Resultados: Na reavaliação obteve-se aumento de 19º da ADM de flexão plantar e 11º da flexão dorsal. nos aspectos sociais e redução da limitação por aspectos físicos. São José do Rio Preto. Larice Cristina de Carvalho(3). Brasil. Are treated surgically and then detained. melhora do equilíbrio em 23% segundo a POMA e de 20% segundo Escala de equilíbrio de Berg comparando com os dados da primeira avaliação. 4. SP. and the proposed protocol effective. pós-correção. Unirp. After 12 weeks has been reassessment. One repetition maximum (1RM) quadriceps muscle. devido 45 dias de imobilização do tornozelo direito. SP. social aspects and reduction of limitation due to physical aspects. quality of life (QV) by SF-36 questionnaire and balance by Berg balance scale and the scale of POMA. Palavras-chave: Fisioterapia (Especialidade). João Simão de Melo Neto(1). tempo de relaxamento 9 seg. Possuem ainda efeitos como dor na maioria dos casos. É causada por trauma de baixa velocidade. edema. 5kg na Semana2 e 6kg na Semana3. ajustado com os seguintes parâmetros: modo síncrono.IMC sobre o número 002.7) xilia na recuperação e deve ser elaborado e direcionado conforme a resposta do paciente .000 pessoas/ano (1) ce (POMA) (5) obtendo 44 pontos de um total de 57 pon(6) tos e pela escala de equilíbrio de Berg atingindo 45 pontos. e reconstituição do ligamento calcâneo-fibula. A proposta de tratamento elaborada pelo Fisioterapeuta foi aplicada conforme o paciente apresentavase apto a evoluir. torções e lesões esportivas (1) . aplicando as técnicas fisioterápicas da proposta de tratamento e um exercício domiciliar de extensão do tornozelo em cadeia cinética fechada (CCF) em duplo apoio executando três séries de 10 repetições em dias alternados. Durante o exame físico observou-se no tornozelo direito a presença de cicatriz lateral e edema sem sinal de cacifo. e melhorar a qualidade de vida. 10(50):471-475 . cinco vezes por semana. Técnicas fisioterápicas (exercícios) da proposta de tratamento aplicadas 1. tempo de contração 3 segundos. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto de Moléstias Cardiovasculares .. sendo mantidos 30 seg.. O presente estudo tem por objetivo relatar os efeitos de um proposta de tratamento elaborado por Fisioterapeuta aplicada à um homem.Brasil. equilíbrio. A reabilitação por meio da fisioterapia au(6. Alongamento passivo dos músculos flexores plantar e dorsal. e conforme realidade clínica.08. e de flexão plantar e dorsal em três séries de 30 seg. com 5kg de carga. E ortop. diminuição do equilíbrio e na amplitude de movimen. de Apar.eletroestimulação por meio de corrente de média frequência russa.. cada grupo muscular. . FES . em três séries de oito repetições. Foram passadas as informações da pesquisa ao paciente que concordou e assinou a Declaração de Consentimento Livre e Esclarecido A conduta descrita abaixo foi dividida e aplicada em dias alternados visando à adaptação do organismo ao longo das sessões. evoluindo na Semana3 para movimentação ativa em prancha de flexão plantar e dorsal do tornozelo. hipotrofia muscular em perna direita medida em 30 cm acima de maléolo lateral por meio de fita métrica da marca CATEB. testes específicos negativos.. osteotomia valgizante. Bicicleta estacionária por 10 min. sendo uma das consequências mais previsíveis a perda de massa muscular.3). frequência de modulação 30hz. São Paulo .010. 2. ísquiotibiais e quadríceps. 4. O tratamento pode envolver intervenção cirúrgica ou/e um período de imobilização. e após autoassistido em ortostatismo. 3. hipoestesia em região dorsal e borda lateral. A imobilização após a fratura no tornozelo influencia nos resultados funcionais. 5. Fortalecimento de extensores e flexores de joelho. O programa de tratamento iniciou-se após uma semana de imobilização e perdurou 12 semanas com sessões de 45 minutos. INTRODUÇÃO Fratura do tornozelo refere-se à perda da continuidade dos ossos que formam a pinça do tornozelo. Cirúr. MÉTODOS Relato de caso de paciente do sexo masculino de 21 anos. fazem-se necessários estudos com este delineamento que contribuirão para à prática clínica. e posteriormente a reabilitação (5) . Admitido na Fisioterapia com história pregressa de constantes torções de tornozelo e atual ausência de descarga de peso após cirurgia. com maior incidência em homens nas idades mais jovens (2.472 Fisioterapia na fratura de tornozelo. Todos os exercícios foram realizados bilateralmente a fim de trazer informações ao fisioterapeuta. Movimentação ativa e livre de tornozelo com movimentos circulares em três séries de 30 seg. tornando-se uma das fraturas mais comuns dos membros inferiores. 2012. A incidência é entre 107 e 184 / 100. com uma semana após 45 dias de imobilização. LTDA. devido fratura por avulsão em maléolo lateral. póscorreção de fratura por avulsão de maléolo lateral direito por meio de intervenção cirúrgica. e ao paciente sobre a funcionalidade do lado lesado. de 56 pontos. tais como quedas. e devido o déficit de artigos que expõem a conduta realizada. rigidez to (ADM) (3) (2. e com. respectivamente da tíbia ou fíbula. portador de sequelas devido 45 dias de imobilização do tornozelo direito. três vezes de 40 seg. imobilizado e marcha de 04 pontos com muleta axilar. aumentar ADM. Visto que na prática clínica os portadores desta condição são submetidos a tratamento visando recuperação global em todos os aspectos. ocasionado por um período pós-operatório de aprofundamento do sulco dos fibulares. Seguindo com avaliação da qualidade de vida por meio do questionário Short Form Health Survey (SF-36) (7). Posteriormente foi elaborado um plano de tratamento visando hipertrofia e flexibilidade muscular em perna direita. mensurada por meio do goniômetro da CARCI ind. tempo de aplicação 12 minutos.4) . A avaliação de equilíbrio por desempenho foi efetuada por meio do teste de Performance-Oriented Mobility Assessment of Gait and Balan- Ter Man. força de quadríceps direito com 5kg de carga máxima e diminuição da ADM em tornozelo direito. com tornozeleira de 4kg na Semana1. melhorar propriocepção e estabilidade articular de tornozelo direito. foi utilizado o software Excel (Microsoft R. 4.11 12 Conduta 1 1–5 2. três vezes de 15 repetições. movimentação com caminhadas progressiva. no qual são realizados alternadamente nos dias da semana. ganho de cinco centímetros da massa muscular em terço superior de perna (região de tríceps sural) de tríceps sural. trabalhos com saltos também foram realizados (BERTOLINI et al. tendo a verificação não apenas de aspectos funcionais como também sociais. 9. 17 . três vezes de 30 segundos. após cessar imobilização. aplicada por 15 minutos. 5. 8. 20. Larice Cristina de Carvalho. Chutar a bola para Fisioterapeuta por 10 minutos. 15. alternando 03 vezes os pés a cada 30 segundos. em três séries de 12 repetições. e para trás por 15 minutos. 2011). 12 (15 kg). Ter Man. 16. Adaptação ao meio aquático com descarga gradual de peso. 17. 21. 14. posicionada na região inferior da perna. 13. 15 4. Em relação à avaliação de aspectos qualitativos averiguados neste estudo houve melhora da qualidade de vida em vários domínios antes e após a intervenção cirúrgica conforme os dados expostos na figura (1). estado geral de saúde e aspectos sociais. muletas axilares foram utilizadas nas semanas 1 e 2 para promover 25% de descarga de peso corporal. pois influenciaram na evolução do paciente. 10(50):471-475 . Turbilhão com água aquecida por 10 minutos. três vezes de 40 segundo (figura2). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva com frequência absoluta e relativa. Semanas que os exercícios foram realizados e progressão do tratamento. 10 minutos. potência de pico de 25 W. Salto lateral e para frente de três obstáculos com 30 cm de altura com os pés juntos. 12 (12 kg). 4. e estão subdivididos em conduta 1 e 2. 10. Qualidade de vida segundo o questionário genérico SF-36. 22. Caminhada ântero-posterior com obstáculo e elevando os joelhos. 7. alternando diariamente os exercícios da Conduta 1 e 2. sobre maléolo lateral nos tendões do fíbulares. modo: contínuo. 6 -7 4. trocando de membro a cada 10 segundos. Subir e descer escadas de frente e lateralmente. 9. 15. 24. adutores. como também a sua progressão que perdurou ao longo das 12 semanas propostas e aplicadas neste relato de caso. realizando ziguezague por 5 minutos. 18. 473 6. Treino de equilíbrio em pranchas de inversão/ eversão e de flexão plantar e dorsal em apoio unipodal.24 Figura 1. 15. 4. et al. 20 4. Fortalecimento de abdutores. Correr lateralmente. 8 – 11 4. Durante a proposta de tratamento fisioterápico ocorreram fatos que devem ser destacados. 12 (13 kg). Todos estes relatos estão as- sociado a resposta do paciente ao tratamento. 8. antes do tratamento fisioterápico (AT) e após intervenção da proposta de tratamento (DT). 18 – 19 4. 11.).João Simão de Melo Neto.18 4. 10 minutos. posteriormente. 21 – 22 Conduta 2 Hidroterapia: 2. RESULTADOS A reavaliação foi realizada após 12 semanas de tratamento e obteve aumento de 19º da ADM de flexão plantar e 11º da flexão dorsal. Para análise das informações coletadas. 17. 12. sendo notável uma diferença em vários domínios. 23 . 8. com relevância significativa no que tange os aspectos físicos. tais pontuações corroboram a eficácia do questionário SF-36 aplicado neste relato de caso. em ziguezague. 15 – 17 4. 11. Correr com bola entre cones. 11. com tornozeleira carga progressiva de 10 kg. aumento da força máxima de quadríceps em 15 quilos. com dificuldade leve e moderada. Marcha em terreno irregular (areia) por 5 minutos. 19. Caminhada latero-lateral. e para frente. Realizar a troca postural de sedestação para ortostatismo sobre uma perna. extensores e flexores de quadril. e interrompidas na Semana 3. em três séries de 15 repetições. 2012. Destes. Tabela 1. com sintoma de quadro álgico em lateral de tornozelo direito ao realizar o movimento de inversão. 12 (14 kg). Aplicação de Laser 904nm. Descarga de peso unipodal com estimulo sensorial visual por 30 segundos. 15 – 16 2. Durante a semana 7 e 8 o paciente apresentou tendinite de fíbulares. Saltos em cama elástica e equilíbrio em balança instável. 11. Fortalecimento de extensores e flexores de joelho. com faixa elástica de látex. Eduardo Martini Romano. Semana 1-3 4-6 7-8 9 10 . 11. 10 minutos. 12 – 14 4. 23. capacidade funcional. Descarga de peso unipodal. dose: 3J/cm². Subir e descer escadas durante 10 minutos. A progressão do tratamento está descritos na tabela (1). durante 15 minutos. o no qual o pacientes apresentou episódio de tendinite em fibulares. resultado este encontrado por Durigan et al. proprioceptivo e postura. cíclicos. destacando a influencia da força e flexibilidade muscular. (17) que ficou evidente com a aumento do perímetro muscu. sendo que a dor cessou após a oitava semana. treinamento proprioceptivo foi uma metodologia utilizada fundamentada no que Renström e Lynch (15) possuí efeitos analgésicos e anti-in- flamatório. pós-correção da lesão por intervenção cirúrgica. observa-se que com a melhora das condições funcionais o paciente terá maior facilidade para realizar suas atividades de vida diária. como a eletroestimulação. e que estes exercícios possuem a finalidade de melhorar o controle neuromuscular do tornozelo e consequentemente o equilíbrio. não foram encontrados estudos que a utilizam em pós-operatório de correção de fratura de tornozelo.(3) em estudo com 110 pacientes. Os programas de treinamento neuromuscular são comumente usados na prática clínica para a reabilitação de membros inferiores (3). e assimétricos que influenciam na biomecânica propiciando o surgimento de lesões. os resultados demonstraram total recuperação do equilíbrio quanto a restauração da função por meio das escalas de Berg e POMA. levando em consideração que o seu uso melhora as condições homeostáticas das fibras musculares. 10(50):471-475 . Vital et al. assim melhorando a qualidade de vida. Martimbianco et al. Assim. quando realizada após o período de imobilização (1). lar do terço superior da perna.474 Fisioterapia na fratura de tornozelo. 2012. e discutiu estas lesões devido ao fato destes utilizarem intensos movimentos acíclicos. relataram que devem ser utilizado progressivamente e assim que o paciente estiver apto. tratados cirurgicamente com fratura de tornozelo. A proposta englobou vários recursos. Baseado no estudo de Caramano (14) (13) avalia o paciente no último mês. tendo como finalidade o preparo do paciente para evoluir no protocolo. porém elas demonstraram serem eficazes para avaliar vários aspectos clínicos na estabilidade. possibilitando a progressão na conduta e a melhora do equilíbrio. visto que o questionário SF-36 (7) relatam que os exercícios que englobam o ganho progressivo de ADM. devem ser utilizados numa fase com processo de consolidação óssea satisfatória ou com procedimento cirúrgico realizado que garante proteção. DISCUSSÃO A Fisioterapia muitas vezes contribui para a recuperação da fratura no tornozelo. A eletroestimulação foi utilizada numa fase inicial do tratamento. Quando se analisa a qualidade de vida. faz-se necessário a realização de estudos com este delineamento. segundo informações colidas do paciente. Os mesmos resultados foram encontrados e descritos por Nilson et al. CONCLUSÃO Conclui-se que o presente relato de caso obteve normalização do equilíbrio e melhora na qualidade de vida. Estes movimentos são característicos de um treinamento de propriocepção e equilíbrio na prática clínica. outro domínio de destaque foi o da “dor”. supondo que mesmo sem realizar um treinamento o portador consiga obter melhor qualidade de vida 12 semanas pós-intervenção. fortalecimento muscular. especialmente em pacientes com desordens musculoesqueléticas. treinamento proprioceptivo e de equilíbrio. de fortalecimento e flexibilidade muscular. e encontrando estes resultados após a oitava semana. mas não encontraram diferença na recuperação entre os grupos estudados quanto à qualidade de vida. assim. quando o quadro sintomatológico se normalizou e o paciente continuou a progressão do tratamento. que segundo Silva et al. treinamento equilíbrio. sendo o que corresponde a “funcionalidade” foi o que apresentou maior diferença de pontuação favorável. sugerimos que ensaios clínicos com este delineamento sejam realizados. incluídos em um programa de treinamento de 12 semanas ou a um grupo controle. houve piora do quadro. hidroterapia. corroborando com este relato de caso. Shaffer et al. Os exercícios de fortalecimento e alongamento muscular se demonstraram eficazes. este paciente apresentou melhora em vários domínios. A falta de descrição das técnicas influencia na prática clínica. (12) vimento por meio de goniometria. Quanto ao equilíbrio verificou-se a normalização. (16) realizaram um estudo com 10 pacientes com imobilização por fratura de tornozelo e encontrou aumento de força e resistência dos músculos flexores plantares e consequentemente também a recuperação do desempenho funcional. preparando o paciente para exercícios de equilíbrio mais complexos. justificando o aparecimento da lesão. . a hidroterapia foi aplicada devido ao fato de a pressão hidrostática promover diminuição da descarga de peso corporal sobre os membros. atingindo pontuação máxima por meio do desempenho para a Escala de equilíbrio de Berg e segundo o POMA. Justificando assim o uso da Laserterapia de baixa potência. No que tange a qualidade de vida. A proposta de tratamento se mostrou eficaz por meio dos resultados encontrados. porém. onde o paciente atingiu pontuação máxima em ambas. Quanto ao uso das escalas citadas anteriormente. visto que ocorreu aumento da força avaliada pelo 1RM e da amplitude de mo- Ter Man. na força muscular e na amplitude de movimento deste portador de sequelas devido 45 dias de imobilização do tornozelo direito. Neste relato de caso. e laserterapia. funcionalidade. rigidez ao foco da lesão e liberação da descarga de peso parcial ou total para o membro afetado (9) . A proposta de tratamento se baseou na evolução do quadro clínico do paciente e com o inicio do tratamento. (18) encontrou com maior frequência em seu estudo com atletas paraolímpicos as lesões musculotendíneas. melhorando a estabilidade articular. desta forma. Rev Bras Ortop. Masiero D.16(2):112-6. 2000. Knackfuss MI. Elliott Junior MA. 2009. Silva HGPV. Eduardo Martini Romano. Design of a randomised controlled trial. 10(50):471-475 . 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Não observamos diferenças para os abdominais. Doutor em Ciências Biomédicas pelo IUNIR. Os dados foram analisados por testes não paramétricos. The data was analyzed by non-parametric tests. Discente do Departamento de Fisioterapia da UFVJM. Alexandre Wesley Carvalho Barbosa(4). Minas Gerais. Resumo Introdução: O uso de salto alto predispõe à dor lombar. Mestre em Biologia Celular e Estrutural pela UNICAMP. assuming p>0. Conclusão: Houve progressivo aumento na atividade paravertebral em relação à abdominal nas situações propostas conforme maior altura do salto. Campus JK . 1.Alto da Jacuba. Diamantina. com salto médio (5 cm) e alto (10 cm). Methods: 26 adult women were evaluated with no (0 cm). Objetivo: Avaliar a influência do salto na atividade elétrica dos paravertebrais lombares e reto abdominal em diferentes condições de salto durante caminhada curta. eletromiografia. medium (5 cm) and high heels (10 cm). physiotherapy. 10 cm. Palavras-chave: salto alto. 10 cm. Influence of high heels in the electrical activity of lumbar paravertebral and upper rectus abdominis. Objective: To evaluate the influence of heels at the electrical activity of lumbar paravertebral and rectus abdominis in different conditions of heels during short walking. Fábio Luiz Mendonça Martins(2). Brasil. Results: No differences were observed on the abdominals. As musculaturas abdominais e paravertebrais desempenham papel fundamental na estabilidade postural corporal. 4. Autor correspondente: Alexandre Wesley Carvalho Barbosa. Douglas Novaes Bonifácio(1). 10 cm for the paravertebral. besides ankle sprains. Brasil. e-mail: alexwbarbosa@hotmail. Brasil. The abdominal and paravertebral muscles have an essential role in postural stability. Os sinais musculares foram captados por eletromiógrafo de superfície durante caminhada de 3 passos. Tel. Entre abdominais e paravertebrais. admitindo-se p<0. There were no differences between the muscles with 5 cm. Métodos: 26 mulheres adultas foram examinadas descalças (0 cm). Com 5 cm houve diferença entre os músculos. fisioterapia. Diamantina. Minas Gerais. 10 e 5 vs.com Ter Man. nº 5000 . 10 and 5 vs. Discente do programa de Mestrado em Ensino em Saúde da UFVJM. 3. Mestre em Fisioterapia pela UNITRI. Diamantina.05. Michelle Cristina Sales Almeida Barbosa(3). Conclusion: Progressive increase on paravertebral activity related to abdominal in the proposed situations as higher the heels height. Minas Gerais. Between paravertebral and abdominal. Docente do programa de Mestrado em Ensino em Saúde e do Departamento de Fisioterapia da UFVJM. Doutor em Ciências Biomédicas pelo IUNIR. Resultados: Diferenças significantes nos paravertebrais nas comparações 0 vs. percebemos diferenças na condição 0 vs. Key words: high heels. postura Abstract Introduction: Using heels may predispose to low-back and plantar pain. 2.Diamantina/MG. 2012. Rodovia MGT 367 . Diamantina. Minas Gerais. plantar e entorses de tornozelo. Significant differences comparing 0 vs.: (38) 3532-1200. Brasil.05. 10(50):476-479 . Keity Fernandes de Jesus Ávila(1). electromyography. differences were showed in condition 0 vs. Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Docente do Departamento de Fisioterapia da UFVJM. e menor gasto energético. Holt e Sinyard9. O ganho do condicionador configurado a 100 vezes. freqüência de amostragem de 2000 Hz. Como critérios de inclusão foram escolhidas voluntárias que fossem capazes de utilizar salto alto do tipo agulha. As coletas foram feitas em triplicata. A conversão dos sinais analógicos para digitais foi feito por uma placa A/D com faixa de entrada de 14 bits de resolução.7. diminuindo assim a impedância da pele. plantares e cansaço2. como alteração na dinâmica corporal e dor articular4. pode ocasionar entorses. com adaptações às irregularidades do solo. captado por sensores diferenciais de superfície (SDS500). assim. O índice de massa corporal (IMC) também foi calculado. pois o acúmulo de gordura abdominal pode influenciar a fidedignidade da coleta eletromiográfica. edema de membros inferiores. esfoliação com uma lixa fina e limpeza com álcool etílico hidratado 70%. visando uma melhor compreensão sobre a influência dos apoios distais dos membros inferiores na dinâmica da marcha com salto alto. O uso de salto alto. 2012. Instrumentos Foi utilizado um módulo de aquisição de sinais biológicos da marca Myotec modelo Miotool 400 de quatro canais com entradas analógicas. Assim. sendo examinadas em três momentos durante a deambulação: descalças (0 cm). gerando conseqüências funcionais. bem como nos movimentos pélvicos durante a marcha. módulo de rejeição comum maior que 100 dB. principalmente do compartimento lateral do tornozelo3. Os calçados utilizados foram sempre os mesmos. sendo que este não dispõe de estrutura para receber o nível de carga imposta. com intervalo de 5 minutos entre cada coleta. A escassez de artigos específicos sobre as alterações musculares na região lombar durante o uso do salto alto dificulta comparações entre autores e entendimento mais aprofundado sobre o assunto. O sinal. com distância fixa de 20 mm e dispostos paralelamente à direção das fibras musculares. difundido entre as mulheres por seu valor estético. e utilizados para potencializar atividades como caminhar. Os músculos analisados pela eletromiografia de superfície foram o Reto Abdominal Superior e os Paravertebrais Lombares conforme os parâmetros de posicionamento utilizados por Willett e colaboradores8 e Clark. As musculaturas abdominais e paravertebrais. evitando-se interferência na aquisição dos sinais. conforme numeração estabelecida. se o uso de salto alto influencia ou não na atividade elétrica destes grupamentos em diferentes condições de altura do retro-pé durante a caminhada. Nas áreas investigadas foram utilizados eletrodos de superfície auto-adesivos. o objetivo deste estudo foi avaliar. por meio da eletromiografia. amortecimento e distribuição de peso e impacto são importantes para que ocorra uma marcha adequada. 477 INTRODUÇÃO Sustentação. Douglas Novaes Bonifácio. dores lombares. Keity Fernandes de Jesus Ávila. o posicionamento do corpo sobre uma base de sustentação modificada pressupõe alterações nas informações somato-sensoriais necessárias para manutenção do equilíbrio estático e durante as modificações biomecânicas. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM sob o protocolo 007/2011. A pele foi preparada através de tricotomia. Além disso. onde a amostra randomizada foi composta por 26 mulheres adultas jovens (18 a 30 anos). padronizando-se as pacientes pelo número de calçado como 36.Ana Flávia Alves França. Neste sentido. contato de Ag/AgCl e geometria circular (diâmetro de 10 mm). minimizando a gênese das dores lombares6. sendo co-responsáveis pela manutenção da curvatura lombar. salto médio (5 cm) e alto (10 cm). auxiliam na postura normal da pelve. Os calçados são usados para dar suporte e proteção aos pés. maior familiarização com os equipamentos e comandos verbais para a execução das atividades.5. e conseqüentemente a atividade muscular paravertebral e abdominal na estabilização postural. Em contrapartida a distribuição irregular das pressões sobre os pontos de apoio durante movimentos muitas vezes alteram o alinhamento ideal do pé e demais estruturas corporais1. O uso de salto alto pressupõe ainda deslocamento anormal do peso corporal do retro-pé para o antepé. correr e saltar. Cada voluntária foi orientada a respeito dos procedimentos obtendo. O equilíbrio entre a contração destes grupos musculares reduz a compressão nos discos intervertebrais e auxilia na melhora da mecânica respiratória. et al. 10(50):476-479 . pode influenciar a saúde causando desconforto. Os canais são compostos por filtros com banda de freqüência entre 10 Hz (Filtro Passa Alta) e 500 Hz (Filtro Passa Baixa). O IMC máximo das voluntárias não pode ultrapassar 25. Procedimentos No momento da avaliação as voluntárias foram instruídas a darem 3 passos enquanto os eletrodos captaram a atividade muscular. MATERIAL E MÉTODOS Amostra O projeto foi desenvolvido na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequiti- nhonha e Mucuri (UFVJM). registrado pela raiz quadrada da média (RMS) em μv. espaçados 2 cm entre si. essenciais para fornecer sustentação. Os dados médios foram normalizados no domínio da amplitude de acordo com o Ter Man. além de ter papel fundamental na estabilidade da postura corporal. Altura Salto 0 cm (descalça) Salto 5 cm Salto 10 cm Abdominais (μV) 14.91±5. com encurtamento de paravertebrais16. com post hoc de Student-Newman-Keuls para localização de diferenças. observase que alguns padrões de marcha se apresentam alterados durante o uso do salto. ou seja. sinais clínicos de aumento da lordose quando o uso do salto se dá de forma crônica.80±6. há aumento da atividade paravertebral mesmo quando não há presença de salto e.04a 15.19b. 10(50):476-479 .14 16. DISCUSSÃO A análise da marcha durante o uso do salto tem sido uma constante nas últimas duas décadas por alguns autores.78±7. entretanto. ANÁLISE ESTATÍSTICA Os dados obtidos foram analisados pelo pacote estatístico BioEstat 5. a manutenção da atividade abdominal provavelmente se justifica para que não haja maior desequilíbrio anterior do tronco superior. aumentam sua atividade elétrica concomitantemente ao reflexo labiríntico de horizontalizar o olhar.05) da existência de diferenças entre as médias verdadeiras (p<0. Porcentagem após normalização por pico (em %) entre grupos musculares abdominais e paravertebrais em diferentes alturas de calçado de salto. 2012.60±19. evidenciando um potencial padrão de “normalidade”. com instabilidade gerada pela elevação do retropé e conseqüente perda proprioceptiva. o quadro evidencia-se quanto maior for o salto. e entre salto 5 cm e 10 cm (p=0. mesmo durante esta elevação.22±2. admitindo-se p<0. com elevação do retropé em 5 cm. Esta diferença pode ser explicada pela natural propensão feminina à anteversão pélvica. Neste sentido.c.52±11. Para a comparação entre os resultados.478 Alterações elétricas paravertebrais e abdominais com salto alto.05.14.05.d Tabela 2. Existem. a marcha apresenta-se mais lenta.79±3. ao analisarmos a atividade elétrica muscular paravertebral durante os diferentes apoios com salto.20b 15.c Ter Man. não observamos diferença significante entre 0 cm e 5 cm.e 24. diferenças significantes foram percebidas na condição descalça ou 0 cm (p=0. Média e desvio padrão do RMS original (em μV) dos grupos musculares abdominais e paravertebrais em diferentes alturas de calçado de salto. Altura Salto 0 cm (descalça) Salto 5 cm Salto 10 cm Abdominais (%) 13. mesmo quando a normalização suprime as diferenças interpessoais de acordo com os dois critérios testados. A análise da condição salto 5 cm denotou diferença significante entre os grupamentos analisados (p=0.31e 14.0413) (tabela 1). Conclusões similares são observadas quando analisados os valores normalizados pelo pico (tabela 2). p<0. Os resultados obtidos neste estudo corroboram os resultados anteriormente citados. estudos18. 5 cm e 10 cm de salto.62b.0028). De Lateur e colaboradores13 demonstraram redução da curvatura lombar com verticalização sacral durante a marcha.17±6. Neste sentido. RESULTADOS Considerando a análise da atividade elétrica muscular entre as diferentes alturas de salto consideradas. onde o teste de Shapiro-Wilk demonstrou dados não paramétricos.13±7. Como há aumento progressivo da flexão de joelhos durante a fase de apoio17 em função da altura do salto. Apesar disto.20±5.77 a Paravertebrais (μV) 17. Ocorre diminuição do passo e aumento da cadência. observamos diferenças significantes apenas no grupo muscular de paravertebrais lombares.0235) e salto 10 cm (p=0. estudos que demonstrem alterações da função abdominal durante a marcha em indivíduos com anteversão pélvica não foram encontrados durante a busca bibliográfica. entretanto.05. o que ocasiona redução da lordose devido ao aumento da atividade eletromiográfica dos músculos isquiotibiais no intuito de equilibrar a anteriorização do centro de gravidade15.b. Estas ocorrências têm relação direta ao tamanho do salto e ao modelo do mesmo12. a estatística dá indícios (p<0. Entretanto.09a. nas comparações entre 0 cm (descalça) e o salto 10 cm (p=0. citado como forma de normalização mais adequada para contrações dinâmicas10. Não foram observadas diferenças comparando-se as diferentes alturas de salto para o grupo abdominal. Os paravertebrais lombares.50c 17. p<0.66d 18.74±3. basculando a pelve anteriormente. Como o centro de gravidade está mais anteriorizado quando do uso do salto de 5 e 10 cm.72 a. em resposta.05) de RMS entre as situações. porém. não há diferença de quando descalça. que vão da biofotogrametria e filmagem à análise eletromiográfica e através de plataformas de força11.51a.0012). Ao compararmos a atividade elétrica entre abdominais e paravertebrais. O comportamento da coluna lombar durante a marcha com salto é ainda bastante controverso. utilizamos o teste de Kruskall Wallis. pico do valor RMS atingido dentro dos ciclos de passos na cadência proposta.57±7. O contato inicial do calcanhar sofre redução no apoio e fase de propulsão torna-se mais longa13.0.b Paravertebrais (%) 13.c 13. há também aumento do vetor do quadríceps e de paravertebrais. com diferenciadas técnicas. Verificamos a predominância dos músculos paravertebrais sobre os abdominais nas situações descalça.0196).19 Tabela 1. Entretanto. apesar de estudos demonstrarem que a anteversão pélvica e a função muscular abdominal durante o ortostatismo não apresentam correlação estatística (A). induzindo a um tracionamento e retificação lombar. Uhrlaub MB.143:47-53. Holt LE. Relative activity of abdominal muscles during commonly prescribed strengthening exercises. 2. 1993. Revista Associação Médica Brasileira. 2005. pelvic tilt. com aumento da atividade na cabeça lateral. Análise da Marcha. Figueiredo PP. 2009. 2005. Filho JF. Iunes DH. 17. Postura do pé e classificação do arco plantar de adolescentes usuárias e não usuárias de calçados de salto alto. Sinyard J. Shieh JC. Gonçalves F. PachecoII I. 2003.67(4):512-516. Moura IC. Comparação eletromiográfica do exercício abdominal dentro e fora da água. Lehmann JF. 1996.15(4):480-485. 2003. Repercussões biomecânicas do uso de salto alto na cinemática da marcha: um estudo retrospectivo de 1990 a 2007. Rothstein JM. Appel HJ. Questad K. 2008. 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Porto F. 1990. estando este desequilíbrio diretamente relacionado com instabilidade do tornozelo. Kinematics of high-heeled gait with consideration for age and experience of wearers. 6. Castro FA.17(3):475-483. et al. visto que quando utilizados calçados com salto de cerca de 3 cm. 20 CONCLUSÃO Obtivemos aumento na atividade elétrica muscular paravertebral nas pacientes estudadas em relação à atividade abdominal em todas as situações propostas. Gitter A. Gomes CA. J Strength Cond Res. Opila-Korea K. Estudo das diferentes técnicas de normalização da intensidade do sinal de eletromiografia de superfície. Pregler I. 12.16(3):196-200. Arch Phys Med Rehabil.5(3):255-265. Rodrigues FL. pelo apoio financeiro. Med Sci Sports Exerc. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 14. Cook D. Muller ESM. 10(50):476-479 . Salgado HS. Oliveira AS.23:280-286. Willet GM. Norkin C. In: Simpósio Internacional de Ciências do Esporte – Atividade Física e Esporte no Ciclo da Vida. J Am Podiatr Med Assoc. 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Outros estudos são necessários para verificar se atividades prolongadas com o uso de salto podem predispor a alterações patológicas progressivas no sistema músculo-esquelético.13(5):398-404. Arch Phys Med Rehabil. 80).86). pain (rS= 0. quality of life.05) analyzed by WOMAC and Lequesne indexes. negative correlations between WOMAC and LEFS(rS=. aspectos sociais (rS=0. the functional status was assessed by WOMAC. Conclusion: LEFS correlates well with the WOMAC and Lequesne indexes as well as the physical and mental components of quality of life and it may be an alternative clinical tool for assessing the functional impact of osteoarthritis in the elderly.38). Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira(3. 5.38) e saúde mental (rS=0. Lequesne and LEFS indexes and the quality of life was assessed by SF-36.05) e o comprometimento funcional avaliado tanto pelo índice WOMAC quanto Lequesne (p>0. Lequesne e LEFS e a qualidade de vida foi avaliada pelo questionário SF-36. Londrina-PR. Método: Estudo transversal. Mestrado Associado UEL-UNOPAR em Ciências da Reabilitação Resumo Introdução: A osteoartrite é uma doença crônico-degenerativa muito prevalente em idosos. Embora existam questionários para avaliação da funcionalidade destes pacientes.80). Objetivos: Avaliar a correlação do Lower Extremity Functional Scale (LEFS) com a funcionalidade e componentes físicos e mentais da qualidade de vida em idosos com osteoartrite. a qual desencadeia limitações funcionais e pior qualidade de vida. sendo 31homens e 74 mulheres. physical function.3 years) with osteoarthritis of the knee or hip. Physical functional assessment in osteoarthritis’ elder individuals using Lower Extremity Functional Scale. Moreover.com. no qual a funcionalidade foi avaliada pelos questionários WOMAC. Université du Quebec à Chicoutimi(UQAC). However. Methods: At this cross-sectional study. Results: This study included 105 elderly (age: 68. Conclusão: Conclui-se que o LEFS apresenta boa correlação com os índices WOMAC e Lequesne e com os componentes físicos e mentais da qualidade de vida. 1. Moreover.44). Brasil Docente Titular do Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção de Saúde UNOPAR. Curso de Fisioterapia. Artigo recebido em 26 de Julho de 2012 e aceito em 21 de Setembro de 2012. Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Londrina-PR.3). Marcos Tadeu Parron Fernandes(5). qualidade de vida. Brasil Autor correspondente: Rodrigo Franco de Oliveira . PR – Brasil. 6. Brasil Médico Associado. Viviane de Souza Pinho Costa(6). limitation for emotional aspects (rS= 0. social status (rS= 0. limitation by physical aspects (rS= 0.60). Londrina-PR.80± 6.60).86) were observed according to Spearman’s correlation.41).UNOPAR. Telefone: (43) 33717990. it was also observed a positive correlation between the LEFS’ score and vitality (rS=0.05) na população estudada. Não foi observada associação entre a idade (p>0. Discente do Mestrado Associado UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação. Objective: This study aimed to evaluate the correlation between LEFS with functional status and physical and mental components of quality of life of older adults with osteoarthritis. Santa Casa de Londrina (ISCAL).4). Canada. Londrina-PR. there was a correlation between the LEFS’ score and functional capacity (rS = 0. 4. Londrina-PR. Karen Barros Parron Fernandes(3). E-mail: rfrancoli@yahoo. Key-words: osteoarthritis. Brasil Professor Adjunto.81) e o Lequesne e o LEFS (rS=-0. Brasil Professor Adjunto. foi verificada associação entre os escores do LEFS e a capacidade funcional (rS=0. idoso. which triggers functional limitations and poorer quality of life. Palavras-chave: osteoartrite.3 anos) com osteoartrite de joelho ou quadril. João Paulo Manfré dos Santos(1).Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde . 2012. Saguenay. foi verificada correlação entre o escore do LEFS e a vitalidade (rS=0.Londrina. Docente Titular do Mestrado Associado UEL/UNOPAR em Ciências da Reabilitação.480 Artigo Original Avaliação da funcionalidade de idosos com osteoartrite utilizando o Lower Extremity Functional Scale.55) e estado geral de saúde (rS=0. dor (rS=0. QC. Foi observada correlação negativa entre o índice WOMAC e o LEFS (rS=-0. Rodrigo Franco de Oliveira(3. Ainda. Além disso. Duana Ruchkaber Ferreira(1). It was not observed a correlation between age and functional status (p>0. elderly. 3.br Ter Man. podendo constituir um instrumento clínico para avaliação do impacto funcional da osteoartrite em idosos.44). Resultados: Participaram do estudo 105 idosos (Idade: 68.38) and mental health (rS= 0. CEP:86041-140 . Avenida Paris 675. 10(50):480-485 .81) as well as Lequesne and LEFS(rS= -0.80 ± 6.0. limitação por aspectos físicos (rS=0.41). limitação por aspectos emocionais (rS=0. being 31 men and 74 women. Although there are already established instruments to evaluate the functional status of these patients. Jardim Piza. the search for specific instruments for assessment of lower limbs has relevance in physical therapy practice.44). Abstract Introduction: Osteoarthritis is a chronic degenerative disease very prevalent in the elderly. Rubens Alexandre da Silva Júnior(2. 2. funcionalidade.44).4). a busca por instrumentos específicos para avaliação de membros inferiores apresenta relevância na prática fisioterapêutica.38).55) and general health (rS = 0. 016). sequelas de AVE ou doença da Parkinson. Este estudo foi desenvolvido no município de Londrina-PR. o questionário SF-36. podendo acometer até 40% dos idosos(1). assim como avaliar custo-efetividade do serviço prestado(7-9). há poucos relatos da sua utilização em pacientes com OA na população brasileira. com consequentes danos funcionais importantes nos pacientes(6). que ocorre devido ao processo de deterioração e perda da cartilagem hialina e formação osteofitária marginal(5). Recentemente. Um dos métodos mais empregados na avaliação da qualidade de vida é a utilização de questionários. Os critérios de exclusão adotados foram: possuir outras doenças reumáticas. especialmente após os 40 anos. a qual pode ser compreendida como a percepção de limitações físicas. et al. Segundo Torres e Ciconelli(2). psicológicas. descritivo e observacional foi obtido a partir de dados secundários do projeto EELO (Estudo do Envelhecimento e Longevidade). sendo os homens mais acometidos até os 45 anos e as mulheres as mais afetadas após os 55 anos. o qual avalia a função dos membros inferiores(15). Para cálculo destes componentes do SF-36. sendo este índice similar ao observado em países desenvolvidos (20) . foram avaliados aspectos sócio-demográficos e condições de saúde da população idosa do município de Londrina-PR. há um aumento da prevalência da OA com o envelhecimento. estado geral da saúde. É uma doença multifacetária. osteoporose avançada. A OA é uma doença osteoarticular que afeta principalmente as articulações do quadril. Duana Ruchkaber Ferreira. do joelho e da mão (3. A avaliação da qualidade de vida contribui para verificar o impacto das diferentes condições de saúde. Seus sinais e sintomas clínicos são: dor. Possui versão traduzi- Ter Man. sendo a doença mais comum do aparelho lo- comotor . Considerando a prevalência da OA em idosos e a alta frequência de lesões ortopédicas em membros inferiores nos atendimentos fisioterápicos. Rubens Alexandre da Silva Júnior. Neste projeto temático. redução da força e presença de deformidades. há dois questionários amplamente indicados em pacientes com OA: o “Western Ontario and McMaster University Osteoarthritis Index” (WOMAC) (10) . uma vez que cerca de 80% dos indivíduos acometidos pela doença apresentam alguma limitação de movimento(1). aspectos emocionais e saúde mental. Avaliação da qualidade de vida A qualidade de vida foi determinada a partir da utilização de um instrumento genérico.4) da e validada para a língua portuguesa(18). Os critérios de inclusão no estudo foram: ser idoso (idade igual ou superior a 60 anos). uma vez que possui uma excelente con- fiabilidade teste-reteste. recomendados internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde e Liga Européia de Reumatologia (11).16). consistência interna e validade de constructo(15.19). que visam transformar medidas subjetivas em dados objetivos que possam ser quantificados e analisados de forma global ou específica. Este instrumento representa uma alternativa promissora para o WOMAC (16) . limitações por problemas físicos e dor associados com a saúde geral para cálculo do componente físico da qualidade de vida (CF) e a saúde mental. a “Sociedade de Pesquisas em Osteoartrite” e “American College of Rheumatology”. 10(50):480-485 . limitação de movimentos. embora possa ser aplicado em uma ampla variedade de pacientes com problemas ortopédicos nos membros inferiores (15. possui versão traduzida e validada para a língua portuguesa(21. Contudo. 2012. 481 INTRODUÇÃO A osteoartrite (OA) é uma doença crônico-degenerativa muito prevalente. o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação do LEFS com a funcionalidade e componentes físicos e mentais da qualidade de vida em idosos portadores de OA. A OA também apresenta impacto sobre qualidade de vida dos indivíduos. funções sociais e oportunidades influenciadas pela doença. aspectos físicos. Portanto. artroplastia de quadril ou joelho. sendo o questionário “Medical Outcomes Studies 36-item Short-Form” (SF-36). vitalidade. O WOMAC é comumente utilizado para avaliação auto-referida da dor e funcionalidade dos pacientes com OA de quadril e joelho(12). há uma inversão da sua prevalência com o gênero. edema. tratamento e agravos(7).João Paulo Manfré dos Santos. há relatos da utilização do “Lower Extremity Functional Scale” (LEFS). limitação por problemas emocionais e e o “índice Algofuncional de Lequesne”. o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR (PP135. considerou-se a capacidade funcional. a busca por instrumentos mais simples capazes de mensurar a funcionalidade e qualidade de vida destes indivíduos são de suma importância para a promoção de saúde destes pacientes. recomendado pela “Liga Internacional de Associações de Reumatologia”. permitindo uma mensuração objetiva que varia de 0 a 100 em cada domínio (no qual 0 indica pior percepção e 100 melhor percepção)(21). uma vez que a população idosa do município equivale a 12% da população global.22). pertencer ao projeto EELO. MATERIAIS E MÉTODOS Delineamento e População de Estudo Este estudo transversal. ter auto-relato de OA de quadril e/ou joelho. o mais usado na atualidade(9). Além disso. sendo também recomendado pelo Colégio Americano de Reumatologia(13) e constituindo o questionário mais adequado (padrão-ouro) para avaliação das limitações físicas destes pacientes(14). dor. Engloba os seguintes domínios: capacidade funcional. Por outro lado. Sua primeira versão foi realizada por Beaton e colaboradores(17). aspectos sociais. sendo 31 (29. foi ainda observado correlação entre o escore do LEFS e a vitalidade (rS=0. Foi observada correlação entre os escores do LEFS e a capacidade funcional (rS=0.0001) e estado geral de saúde (rS=0. Por outro lado.0 48.0001). o qual contém 20 questões específicas para as condições musculoesqueléticas dos membros inferiores. estando estes dados apresentados na figura 3. limitação por aspectos físicos (rS=0.5 44.2 67. indicando que o LEFS poderia ser uma nova ferramenta clínica para avaliar a funcionalidade de idosos com osteoartrite.2 50. 17.4 3o. o IMC dos indivíduos do estudo foi de 28.001). figura 1) e com o índice Lequesne (rS= .80± 6.78 ± 5. avaliada pelos índices WOMAC. Este instrumento apresenta categorias de 0 a 4 (extremamente difícil até nenhuma dificuldade para a realização das atividades).10.3 10. aspectos sociais associados à vitalidade para cálculo do componente mental da qualidade de vida (CM) AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE Foram utilizados três instrumentos para avaliar a funcionalidade de idosos com osteoartrite. Ainda. limitação por as- . o conjunto dos componentes físicos da qualidade de vida também estava associado ao escore do LEFS (rS=0. Caracterização da funcionalidade e qualidade de vida de idosos portadores de osteoartrite.53%) homens e 74 mulheres (70. o índice Algofuncional de Lequesne (previamente traduzido e validado para língua portuguesa) contém 11 questões envolvendo dor. utilizou-se o questionário LEFS. estando os dados expressos na tabela 1.9 35.38 e p=0. Mental SF-36 Comp. Figura 1.0001).5 28. Lequesne e LEFS e impacto na qualidade de vida. sendo que 80 representam a máxima capacidade funcional ANÁLISE ESTATÍSTICA Utilizou-se o programa GraphPad Prism 5.0. dor (rS=0.73 e p=0. aspectos sociais (rS=0.05) para todos os testes aplicados. 10(50):480-485 . Possui versão traduzida e validada para a língua portuguesa e representa o padrãoouro para avaliação de idosos com osteoartrite (12-14) (21) com o índice WOMAC (rS=-0.5 61. relacionando com as atividades de vida diária. (15) .0 35. O questionário WOMAC engloba questões envolvendo dor. observou-se que a média de idade da população foi de 68.81. Por outro lado.44 e p=0. tendo sido adotado um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (p<0.47%).60 e p=0.0 46.0 65.6 1º. . Correlação entre o escore do LEFS e o índice LEQUESNE em idosos com osteoartrite. Foi observado que os idosos avaliados apresentaram importante limitação funcional. desconforto e limitação de função (11) .0 88. RESULTADOS Participaram deste estudo 105 idosos com auto-relato de osteoartrite. Em relação à idade. Correlação entre o escore do LEFS e o índice WOMAC em idosos com osteoartrite.55 e p=0. A Correlação de Spearman foi utilizada para avaliar a relação entre o escore do LEFS e os índices WOMAC. figura 2). no qual o pior escore representa a pior condição do indivíduo.6 Ter Man.0 para análise estatística dos resultados.80 e p=0. Lequesne e os componentes físicos e mentais de qualidade de vida.0001).86.482 Avaliação da funcionalidade de idosos com osteoartrite utilizando o Lower Extremity Functional Scale. Foi verificada associação entre os escores do LEFS Figura 2.44 e p=0. Além disso. 2012.0001).3 anos. Q. Sua pontuação varia de 0 a 80 pontos. Tabela 1. Além disso. 6. rigidez articular e funcionalidade. N Lequesne WOMAC LEFS Comp.0001). Q. Físico SF-36 105 105 105 105 105 Mediana 11. indicando que quanto maior a dificuldade do idoso em realizar suas atividades de vida diária (AVD).João Paulo Manfré dos Santos. o qual avaliou a correlação dos componentes físicos da qualidade de vida com o WOMAC (r=0. Mental SF-36) em idosos com osteoartrite. considerando que o LEFS é . Correlação entre o escore do LEFS e o componente físico da qualidade de vida (Comp. diminuindo a adesão ao tratamento(28). as incapacidades e a mobilidade prejudica.001) e saúde mental (rS=0. no estudo de tradução.25) Figura 3. este instrumento poderia ser adotado pelos fisioterapeutas para avaliação do comprometimento físico e mental relacionado à osteoartrite. Nesse contexto. Cordeiro e Ramos(23) também observaram correlação entre o WOMAC e o componente físico da qualidade de vida. portanto.64). pode ocorrer o ciclo inverso. Similarmente. 483 pectos emocionais (rS=0. Figura 4. et al. a dor. após estudo qualitativo. Além disso. validação e adaptação transcultural para a língua alemã o LEFS apresentou melhor resposta que o WOMAC e o SF-36 quando comparado com a versão italiana (24.30) . conclui-se que o LEFS pode constituir uma alternativa para avaliação da funcionalidade de idosos com osteoartrite. Contudo. Correlação entre o escore do LEFS e o componente mental da qualidade de vida (Comp. esta correlação ainda foi estatisticamente significante (rS=0. foi também observada boa correlação entre o LEFS. a resposta de um instrumento pode variar conforme a cultura de cada país. Físico SF-36) em idosos com osteoartrite. De acordo com Maly e Krupa(26).57). foi também evidenciado neste estudo boa correlação entre o escore do LEFS e a vitalidade (rS=0. um questionário rápido. os idosos com OA relataram que quando a dor está exacerbada. Foi observada alta correlação direta entre o escore do LEFS e a capacidade funcional (rS=0. em parte.(16) observaram que o LEFS foi mais responsivo que o WOMAC para detectar a incapacidade em sujeitos com OA de joelho e quadril. A dor. aponta-se para a necessidade de estudos epidemiológicos subseqüentes para confirmação desta hipótese.41 e p=0. maior o impacto sobre a qualidade de vida destes indivíduos. o WOMAC e Lequesne. há um aumento do risco de isolamento social. Assim sendo. O comprometimento funcional da OA apresenta impacto importante na qualidade de vida em todos os aspectos (29.001).001). decorrentes da OA. Rubens Alexandre da Silva Júnior. Esta correlação mostrou-se ainda mais significativa do que a observada por Metsavaht et al. estando estes dados apresentados na figura 4.60) e o componente mental da qualidade de vida (rS=0.(14). sugerindo que o LEFS poderia ser um instrumento também válido para análise clínica da funcionalidade de idosos com OA. isto pode explicar os resultados melhores encontrados na associação LEFS com o Componente Físico do SF-36 em comparação aos dados da literatura. 2012. Além disso. restrição à mobilidade e à integração social podem precipitar um quadro de depressão (27) . 10(50):480-485 . com as dificuldades nas AVD.73).57 e p=0. o conjunto dos componentes mentais da qualidade de vida também estava associado ao escore do LEFS (rS=0. Ainda. Neste estudo. dependência física. um universo de pacientes com OA atendidos na atenção primária. este instrumento poderia também ser usado para acompanhamento da melhora nos pacientes portadores desta patologia submetidos à reabilitação. possivelmente em decorrência da redução da capacidade funcional(23). Ainda. DISCUSSÃO Participaram deste estudo somente pacientes tratados em Unidades Básicas de Saúde da cidade de Londrina-PR refletindo. Duana Ruchkaber Ferreira. Além disso. Alexandre. resultam em desvantagem e piora da integração social. Estas inter-relações podem.38 e p=0. mesmo quando todos os domínios do SF-36 relacionados ao componente físico foram agrupados. explicar o impacto deste Ter Man. Contudo. uma vez que a depressão e ansiedade podem intensificar os sinais e sintomas da OA. fácil de ser aplicado e que apresenta boa correlação com os componentes físico e mental da qualidade de vida.80) de idosos portadores de osteoartrite. Além disso. 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Docente do curso de fisioterapia – Universidade Estadual Paulista – UNESP. Os voluntários foram avaliados de acordo com sua sintomatologia musculoesquelética para comprovação da necessidade de realização da técnica de manipulação miofascial.0001) between the values of pain threshold before and after application of myofascial manipulation for the treated group and not significant for the control group (p=0. who had myofascial pain syndrome. The volunteers were evaluated according to their musculoskeletal symptoms to prove the necessity of performing the technique of myofascial manipulation. Objetivo: O presente estudo teve como finalidade analisar o efeito da técnica de manipulação miofascial com o limiar de dor pré e pós a aplicação da técnica em atletas durante período de competição.br Ter Man. After the measurement. Método: Participaram da pesquisa 62 sujeitos de ambos os gêneros. Significant difference (p=0. Cristiane Rodrigues Pedroni(2).64 + 4.89). To compare pre and post LDP of the three groups we used the paired t test. Marília.SP e encontravam-se em período competitivo. Simone Franco Dal Poggetto(1). aged between 14 and 38 (19. Discente do curso de Fisioterapia – Univ. com idades entre 14 e 38 anos (19. Conclusão: Conclui-se. Um dos possíveis tratamentos para a SDM é a técnica fisioterapêutica de manipulação miofascial. Abstract Introduction: The myofascial pain syndrome (SDM) is one of the most common causes of musculoskeletal pain. Av Hygino Muzzi Filho. Keywords: Athletic. 2012. Brasil 2. 10(50):486-490 . 1. SP. Foi encontrada diferença significativa (p= 0. Confirmed the need to assess the pressure pain threshold (LDP) using a digital dynamometer. 32 oh the treatment group and 30 divided equally between control group and the placebo group. Methods: Participated in the study 62 subjects of both genders. ou um deslizamento superficial para o grupo placebo. Results: The results were normalized by Kolmogrov-Smirnov test (KS). Natalia Ancioto da Costa(1). Por meio do teste ANOVA não foram encontradas diferenças entre os limiares de LDP iniciais entre os grupos. Confirmada a necessidade. or a sliding surface for the placebo or no treatment for the control group followed by the immediate reassessment of the LDP. Estadual Paulista – UNESP.16). Para comparação dos valores de pré e pós LDP dos três grupos foi utilizado o teste t pareado.64 ± 4. Após a mensuração. E-mail: pedronicr@marilia. que apresentavam síndrome dolorosa miofascial. Marília.45) e placebo (p=0. One of the possible treatments for SDM is the type of physiotherapy myofascial manipulation. Objective: This study aimed to analyze the effect of manipulative technique with myofascial pain threshold before and after applying the technique in athletes during competition period. pain.unesp. realizava-se ou o tratamento utilizando a técnica de manipulação miofascial. myofascial pain syndrome. Todos eram atletas e atuavam pela Secretaria de Esporte e Lazer da cidade de Marília .Universidade Estadual Paulista Resumo Introdução: A síndrome dolorosa miofascial (SDM) é uma das causas mais comuns de dor músculo esquelética. então que a técnica de manipulação miofascial é capaz de aumentar limiar doloroso após microtraumatismos musculoesqueléticos em atletas em período competitivo. avaliava-se o limiar de dor por pressão (LDP) utilizando um Dinamômetro Manual Digital.45) and placebo (p=0.16). Palavras-chave: atletas. ou nenhum tratamento para o grupo controle seguido da reavaliação do LDP imediato.89). All were athletes and operated by the Department of Sport and Leisure in the city of Marilia – SP and were in competitive period. The effect of myofascial manipulation on the pain threshold in athletes during competitive period. 0001) entre os valores de limiar doloroso pré e pós aplicação de manipulação miofascial para o grupo tratado e não significativa para os grupos controle (p=0. 737 Marília – SP CEP: 17525-900. síndromes da dor miofascial. sendo 32 do grupo de tratamento e 30 divididos igualmente entre grupo controle e grupo placebo. SP. presença de pontos gatilhos. 487 INTRODUÇÃO A síndrome dolorosa miofascial (SDM) é definida como uma desordem muscular regional. Após a mensuração. principalmente da região da cervical. sugerindo que os indivíduos nas faixas etárias mais ativas são os mais acometidos por esta síndrome (1. ciclismo. futsal. com possível diminuição da força muscular. com idade entre 14 e 38 anos (19.15) . tecido conectivo e fáscias.2. Foram incluídos voluntários com síndrome dolorosa miofascial. no grupo placebo foi realizado deslizamento superficial e no grupo controle não foi realizada nenhuma técnica fisioterapêutica. peso ou dolorimento. Todos eram atletas e atuavam pela Secretaria de Esporte e Lazer da cidade de Marília . uma técnica fisioterapêutica de fácil e rápida aplicação. sobrecargas agudas ou micro traumatismos repetitivos de estruturas músculo-esqueléticas. A SDM acomete indivíduos na faixa etária entre 31 a 50 anos de idade. O limiar de dor a pressão define-se como a mínima pressão aplicada na superfície corporal no momento em que este estímulo induz a dor ou desconforto. produzindo dor referida em áreas distantes ou adjacentes (1. Uma maneira de avaliar essa alteração de sensibilidade nos locais de maior tensão muscular é utilizando a algometria. Os esportes que participaram da pesquisa foram vôlei de praia. Simone Franco Dal Poggetto. A todos os voluntários foi solicitado o preenchimento formal de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O tratamento para a SDM inclui amplas modalidades. ocorrência de fadiga muscular. Caracteriza-se a SDM pela ocorrência de dor regional em queimação. vôlei.14. proporcionando um remodelamento do tecido conjuntivo (7. cintura escapular e lombar (1. As técnicas de liberação ou manipulação miofascial são executadas com o objetivo de melhorar o quadro álgico. uma técnica objetiva na qual se realiza uma pressão sobre um ponto específico para mensuração do limiar de dor quantificando a tolerância dolorosa e a ca- Ter Man. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da técnica de liberação miofascial sobre o limiar de dor por pressão antes e após a aplicação da técnica em atletas durante período de competição. Durante a coleta dos dados. Confirmada a necessidade. podemos citar a manipulação ou liberação miofascial. estivesse em período competitivo. encurtamento muscular e em alguns casos. basquete. utilizando estímulos manuais e eletros-térmicos (1. METODOLOGIA Participaram da pesquisa 62 voluntários de ambos os gêneros. As causas mais comuns de SDM são traumatismos. No grupo tratado foi realizada a manipulação miofascial. taekwondo e futebol.4) .8. os voluntários receberam o tratamento de acordo com o grupo selecionado. de acordo com seu limiar de dor.89). ambos com 15 voluntários. e que sua sintomatologia músculo esquelética necessitasse da técnica de liberação miofascial. apenas aguardado seis minutos. definidas por uma avaliação adequada. Cristiane Rodrigues Pedroni. aumentar a amplitude de movimento proporcionando também aumento da circulação local e relaxamento dos músculos contraídos.9) . Os pontos gatilhos são pontos hipersensíveis palpáveis presentes em banda tensa. com resposta contrátil e dor referida. somente um examinador previamente treinado realizou a algometria na ob- . atleta. Dentre os recursos manuais.12) . Realizou-se o tratamento e logo em seguida nova mensuração do limiar de dor por pressão. aumento da tensão muscular. É também uma das causas mais comuns de dor músculoesquelética.Natalia Ancioto da Costa.11. 2012.3) pacidade de percepção através da pressão sobre os nociceptores (10. a intensidade da pressão a ser realizada (7.2) . caracterizada pela presença de locais sensíveis nas bandas musculares tensas ou contraturadas palpáveis. A liberação miofascial define-se como a manipulação das bandas de tensão presentes na fáscia muscular através de uma pressão manual exercida sobre este ponto de tensão. grupo placebo e grupo controle. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho de Marília sobre o protocolo 3666/11 e realizado de acordo com as normas da resolução 196/96.5. com a finalidade de liberar as possíveis restrições presentes na musculatura.64 ± 4. sendo 31 homens e 31 mulheres. às vezes em pontadas. handebol. limitação da amplitude de movimento. que apresentaram síndrome dolorosa miofascial.2. atletismo. O algômetro avalia com área de contato constante e propicia um controle da intensidade e direção da força aplicada (13. em que a maioria emprega métodos de manipulação e inativação desses pontos hipersensíveis. Em cada um dos três grupos foi realizada a avaliação do limiar de dor à pressão utilizando um Dinamômetro Manual Digital. acometendo músculos.SP e encontravam-se em período competitivo. os voluntários foram divididos de forma aleatória em um dos três grupos. É realizada em abordagens lentas e contínuas onde o paciente informa. os quais são denominados de pontos gatilhos (PGs). Foram divididos em três grupos: grupo tratado com 32 voluntários. levando a um melhor desempenho na execução das atividades de vida diária.8) . natação. após esclarecimento completo do objetivo da pesquisa. 10(50):486-490 .6) . Os voluntários foram avaliados de acordo com sua sintomatologia musculoesquelética para considerar a necessidade da realização da liberação miofascial ou se realizariam outro tratamento. interrompendo o ciclo dor–espasmo–dor. Devido à propriedade tixotrópica da fáscia é possível vencer as aderências e torná-la mais flexível. tibial anterior. braquiorradial (1%). trapézio. Em seguida. contendo uma barra com uma ponta circular plana de 1. nervoso. fibular (1%). não foram encontradas diferenças significativas. Os demais músculos foram deltóide (3%). Foi encontrada diferença significativa entre os valores de limiar de dor por pressão (LDP) pré e pós aplicação da técnica no grupo tratado. fibular. A análise foi realizada pelo programa Software GraphPad Instat®. piriforme. Figura 1. Não houve diferença significativa entre os valores de LDP iniciais dos grupos avaliados (p>0.17) . bíceps braquial.16) (Figura 02). ísquiotibiais. Ter Man.0 \cm² de diâmetro. A avaliação foi realizada com os voluntários na posição decúbito dorsal ou decúbito ventral.0001) de LDP pré e pós aplicação da terapia. muscular. dependendo da região em que se encontrava o ponto doloroso. Tem sido empregada com o propósito de auxiliar em diagnóstico de dor miofascial e para comparar o efeito de diversos tratamentos da fisioterapia (15.Limiar de dor por pressão * = diferença significativa (p = 0. Foram avaliados 105 pontos nos seguintes músculos: quadríceps. adutores da coxa. A técnica de manipulação miofascial age sobre a fáscia muscular. tendo o grupo controle (p=0. Gráfico de comparação entre o LDP pré e pós a mensuração nos três grupos estudados (tratado n=32. piriforme (2%) e adutores da coxa (2%). Os dados obtidos de LDP pré e pós tratamento com liberação miofascial e dos grupos controle e placebo foram analisados por meio do teste t pareado considerando um índice de significância de 5%. 10(50):486-490 . tríceps sural.16. RESULTADOS A prevalência de pontos dolorosos foi maior nos músculos quadríceps (20%) e em trapézio (20%). Nos outros grupos.488 Limiar de dor após manipulação miofascial. Porcentagem da prevalência de pontos dolorosos referidos por atletas dos grupos tratado (n=32). Foi realizado o teste Kolmogrov-Smirnov (KS) para avaliar a normalidade dos dados. bíceps braquial (1%) e rombóide (1%) (Figura 01). Os resultados obtidos em nosso estudo podem ser explicados considerando os efeitos fisiológicos das técnicas de manipulação dos tecidos.19) . foi utilizado o teste ANOVA para verificar a diferença entre os valores de LDP iniciais entre os grupos. entre outros (18) . deltóide. Para a avaliação do limiar de dor foi utilizado um Dinamômetro Manual digital modelo DDK/20 (Kratos Equipamentos Industriais). peitoral. com precisão de 0. 0001) entre os valores de limiar doloroso pré e pós aplicação de liberação miofascial (grupo tratado). leitura digital. seguido de tríceps sural (13%) e tibial anterior (13%). placebo n=15 e controle n=15). tenção do LDP (Limiar de dor por pressão) e o algômetro sempre foi posicionado de maneira perpendicular ao ponto avaliado.005 Kg. circulatório. melhorando. placebo (n=15) e controle (n=15). dentre eles o sistema tegumentar. e rombóide. pois a massagem altera a fisiologia de vários sistemas do organismo. produzindo calor devido ao aumento da circulação e das atividades químicas das células musculares.05) indicando que a amostra obtida foi homogênea. grande dorsal. A técnica para avaliação da dor foi escolhida por ser um método de avaliação com medições mais confiáveis e objetivas do limiar de dor por pressão quando comparado ao método de palpação manual. grande dorsal (11%) e isquiotibiais (11%). portanto os pontos de tensão muscular (18. DISCUSSÃO Os resultados do presente estudo foram capazes de melhorar a dor após a realização da manipulação miofascial em atletas durante período competitivo.45) e o grupo placebo (p=0. LDP. 2012. peitoral (1%). esquelético. Figura 2. Foi encontrada diferença significativa (p= 0. editor. edema e força muscular. 2001. 1995. Tratamento da lombalgia crônica pela inativação de pontos gatilhos miofasciais. em que as evidências fisiológicas e os estudos realizados nos mostram a efetividade da técnica escolhida. 5. Ter.59. Arq Neuropsiquiatr. 6. 12. Todos relatavam dor intensa a palpação. 8. Rev. sendo necessária outra aplicação em apenas um jogador. 9(3): 117-126. p. 2001. esp. Rev. com atletas em competição e em diversos pontos anatômicos. abr/jun.1. avaliou a aplicação da liberação mio- fascial em atletas no músculo tensor da fáscia lata. Fisiatr. Síndrome dolorosa miofascial. local em que se aplicou a técnica. 2002.24. Ter. Síndrome dolorosa miofascial. acesso em 25 de outubro de 2011.5 (22). Quantifying pain threshold and quality of life of fibromyalgia patients. Teixeira M J. Yeng I T.. podendo ser um recurso útil a ser aplicado em atletas durante período competitivo. Neves R F. Manheim C. No entanto. v. Agne J E. Lianza S. Conclui-se que a aplicação da liberação miofascial em atletas durante período competitivo é eficaz para o aumento do limiar doloroso. The myofascial release manual.226-271. 11. 338-341 10. . Cristiane Rodrigues Pedroni. diminuição de força e contratura muscular. pt. (São Paulo)80 (ed. Simone Franco Dal Poggetto. v. 1999. Lima I C M et al. Acta Fisiátri.edu.12. Mourad M R. 106(11): 120-6. 2005. eles bloqueiam a comporta espinal à dor. P. Acta.faculdadesocial. 2007 Março. 2007. pressão e movimento) são fornecidos para o corpo. 14(1): 41 – 48.19) . Medicina de Reabilitação. Brioschi M L et al. Terapia miofascial no tratamento de contusão por trauma direto do trato iliotibial em jogadores de futebol profissional de Osasco.Natalia Ancioto da Costa. temperatura.3. em que encontrou resultados significativos na redução da dor. Em nosso estudo.br/dialogospossiveis/artigos/12/artigo_14. Guanabara Koogan AS. São Paulo: Ed. Santos P F. trabalhos na literatura relacionados aos efeitos das técnicas de liberação miofascial são escassos.1):94110. Já Mourad (8) O mecanismo mais comum de redução de dor por aplicação da técnica é a teoria das comportas. evidenciando a eficácia da liberação miofascial aplicada em diversas regiões anatômicas e promovendo melhora da dor. 2007. Slack Inc. 4. Rev. Rev. Rev. Disponível em http:// www. 431 – 437. que realizou terapia manual. 9. Acta Fisiátr. Souza D C M. 2ª edição. IN: Musse CA... Tratamento da síndrome dolorosa miofascial: Revisão da literatura. Marques A P et al. Utilização da algometria de pressão na determinação dos limiares de percepção dolorosa trigemial em voluntários sadios: Um novo protocolo de estudos.92-96. Com isso podemos justificar os resultados obtidos em nossa pesquisa. Ter Man. Man. 2001. o efeito da técnica também foi observado com apenas uma sessão de tratamento.. Rev. Efeitos da hidrocinesioterapia no tratamento da síndrome dolorosa miofascial: um estudo de caso. Piovesan E J et al.pdf.. porém alguns estudos avaliaram a dor após a realização da manipulação miofascial em diferentes locais anatômicos e com diferentes grupos. v. 6(1): 10-13. Outro mecanismo importante para a redução da dor está provavelmente na redução dos pontos-gatilhos miofasciais o que indiretamente diminui a estimulação nociceptora. n. 489 Não foram encontrados estudos comparativos que avaliaram o objetivo deste estudo ou seja o efeito da liberação miofacial sobre o limiar doloroso. Ao final de apenas uma sessão. Síndrome miofascial: comparação entre o tratamento com infiltração de Trigger points e medicação oral (ciclobenzaprina). 7. 2005. que afirma que quando os níveis suficientes de estímulo somático (tato. foram observados efeitos positivos na dor e na mobilidade lombar. Londrina. com a técnica sendo aplicada apenas uma vez. Matto H M. Digital (Buenos Aires). (18. p. v. 3rd Edition.163-177. Furtado R N V et al. Documentação da síndrome dolorosa miofascial por imagem infravermelha. Man. Med. Dias M V. Estudo comparativo entre a eficácia da manipulação miofascial e do alongamento convencional em adultos jovens. n. Clin Rheumatol. 2. 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Foram analisados os dados comparativamente entre os dois grupos e o controle. adriana. Objetivo: Identificar a reprodutibilidade dos testes tônicos nas cadeias retas a nível cervical. Reproducibility test of tonic straight chains by the method Busquet. Palavras.UNICAP. Recife – PE – Brasil.Brasil. Brasil. Pernambuco. Recife. Bernardo Vieira de Melo. Professor e Coordenador do curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pernambuco. Adriana Gueiros Leite de Lacerda (1). called the “tonic test. telefone: 3361-6006. For measuring the tension of the chain lines in flexion and extension movement of cervical fleximeter was used in addition to the response in relation to each evaluator superprogramação chains or not.Brasil. this will adapt to avoid pain and to maintain balance. bloco B apto 1103. based on theoretical assumptions of the method of physiological Busquet chains. Rua José de Holanda.br Ter Man. Método: Trata-se de um estudo de tipo observacional de cunho transversal e randomizado.gueiros@gmail. Autor correspondente: Paulo Veiga. realizadas pelos músculos. This paper presents the evaluation of this proposal as muscle tension. All these adaptations are the latest. graduação . 3.UNICAP. 1.com. This means that if there muscle groups super required. Recife. camilaalvesccaa@gmail. do ponto de vista da necessidade de se contrair. o chamado “teste tônico”. Brasil. Jaboatão dos Guararapes. Pernambuco. carried out by muscles.491 Artigo Original Reprodutibilidade do teste tônico das cadeias retas pelo método Busquet. they will naturally raise its tone.”Objective: Identify the reproducibility of tests tonics chains straight to the cervical level. n° 2267. Trabalho vinculado a Universidade Católica de Pernambuco. este se adaptará para evitar a dor e a fim de conservar o equilíbrio. Olinda.UNICAP. além da resposta de cada avaliador em relação a superprogramação ou não das cadeias. n° 900.PE. Piedade. Evaluators were included physiotherapists and students of the last period of physiotherapy. before any change. Todas estas adaptações são impreterivelmente. Busquet. Para a medição da tensão das cadeias retas no movimento de extensão e flexão cervical foi utilizado o flexímetro.PIBIC da Universidade Católica de PernambucoUNICAP. busquet. Av. Camila Andrade. Centro de Ciências Biológicas de Saúde. Ministro Marcos Freire.chave: Reprodutibilidade. Results and Conclusion: The quantitative results are reproducible and demonstrated decreased with 85% accuracy in the analysis of qualitative tests tonics. cadeias fisiológicas Abstract Introduction: The body follows a compensation scheme pathologies front. voluntária do projeto de iniciação científica. Isto quer dizer que. Artigo recebido em 11 de Julho de 2012 e aceito em 25 de Setembro de 2012. Foram incluídos avaliadores fisioterapeutas e alunos do último período de fisioterapia. 2012. bairro Torre. We analyzed the data comparison between the two groups and control. from the standpoint of the need to contract. Adriana Lacerda. telefone: 3011-1145.com. Paulo Henrique Altran Veiga (3). physiological chains. KeyWords: Reproducibility.com. paulohveiga@yahoo. Os dados foram digitados na planilha Excel e o software utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o GraphPad Prism 4 ®. 2. se existem grupos musculares super exigidos. Method: This is an observational study of randomized cross imprint. estes vão elevar naturalmente seu tônus. apt° 1202. Av. telefone: 9723-4463. 510. Casa Caiada.PE. seus movimentos e suas compensações.2). se existem grupos musculares super exigidos. não existindo consenso em como avaliá-la. não depende unicamente do treinamento e da prática do terapeuta.a cadeia estática músculo-esquelética (CEME). por sua vez agem sempre em resposta a alterações estáticas (fáscias) e/ou principalmente viscerais(1. Essas cadeias estão declinadas em continuidade anatômica e fisiológica da cabeça aos pés. identificar a reprodutibilidade dos testes tônicos nas cadeias retas a nível cervical. portanto. baseados nos pressupostos teóricos do método das cadeias fisiológicas de Busquet. Estes testes são realizados de acordo com as cadeias fisiológicas identificadas pelo método. portanto mais tensos.00009. os músculos que prontamente se contraem. constantes da Resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96 e Declaração de Helsinky de 1975. Esta posição de superprogramação muscular.2). e sim da identificação da tensão muscular. Inicialmente. Todas estas adaptações. com vinte e cinco alunos do 10o período do curso de fisioterapia da UNICAP que também participaram da pesquisa como avaliadores. de forma repetitiva e prolongada. preconizados por Busquet (5. o homem deve gerenciar sua estática. na faixa etária de 18 a 50 anos de idade. as quais realizam a flexão e extensão da cabeça. visto que a manutenção postural não é a principal função dos músculos. Os músculos têm sua gênese na sua função. a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). as cadeias cruzadas de abertura (CCab).TCLE.096.as cadeias de flexão (CF). maior gasto energético(1. Após a autorização destes. 2012. ainda é muito discutida. Foram incluídos no estudo 52 avaliadores de ambos os gêneros. Avaliar a reprodutibilidade do teste tônico faz parte dos objetivos deste trabalho. no dia 21/11/2011. assim realizado. ele possui cadeias fisiológicas: dinâmicas (musculares) . o método das cadeias fisiológicas de Léopold Busquet tem por objetivo preservar ou restituir o equilíbrio estático e dinâmico dos pacientes. baseado no pressuposto teórico da técnica de cadeias fisiológicas de Busquet. o chamado “teste tônico”. Diante de qualquer alteração. O teste tônico. a cadeia estática visceral (CEV) e a cadeia neurovascular (CENV)(1. no seu conteúdo e na sua forma. a pesquisa foi realizada em duas fases. após Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. revisada em 2000.492 Reprodutibilidade do teste tônico de Busquet. a economia e o conforto. Para isto. o equilíbrio. Esta teoria baseia-se nos teste de Flexão em Pé (TFP) e no teste de extensão em Pé (TEP). Sendo assim. houve a explanação da pesquisa para as instituições envolvidas. principalmente as cadeias retas da cervical. MATERIAIS E MÉTODO A pesquisa foi desenvolvida. fisioterapeutas ou alunos do 10o período com capacidade cognitiva para realizar os testes tônicos das cadeias retas e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).2. São elas. realizadas pelos músculos. coerentemente dispostas de acordo com os desequilíbrios que estão ocorrendo. Este trabalho apresenta como proposta de avaliação desta tensão muscular. O esquema de compensação das patologias segue três leis que o corpo deve obedecer. do ponto de vista da necessidade de se contrair. 8. o corpo se adaptará para evitar a dor e a fim de conservar o equilíbrio. as cadeias cruzadas de fechamento (CCFec) e as cadeias estáticas (conjuntivas) . 6. descritas acima. com vinte e sete fisioterapeutas voluntários que estavam presentes no curso de formação do método Busquet e que se submeteram a pesquisa como avaliadores e Grupo 2. Estas são divididas em: cadeias retas de flexão e cadeias retas de extensão. 7. Trata-se de uma pesquisa do tipo observacional de cunho transversal e randomizado e está vinculado.4).0. e está de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo Seres Humanos.9) . coloca os músculos em posição de encurtamento (1. respectivamente (1). elevando sua tensão. gerando portanto. 3). Isto quer dizer que. È imprescindível que o terapeuta identifique o “momento exato”. A proposta do presente trabalho é. as cadeias de extensão (CE). são impreterivelmente. estes vão elevar naturalmente seu tônus. Foi realizada durante o curso de formação internacional do método Busquet e na Universidade Católica de Pernambuco. com dois grupos diferentes: Grupo 1. com a finalidade de incrementar o complexo sistema de avaliação e diagnóstico do método das cadeias fisiológicas proposto por Léopold Busquet. e sim o controle da postura através de “flashes” de contrações. realizada ao longo dos anos. seu equilíbrio. Desta maneira. Esta tarefa. foram excluídos 6 (seis) avaliadores Ter Man. 10(50):491-495 . após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Pernambuco sob o n° 030/2010 CAAE 0046. e elevam seu tônus para manter a postura. onde se passa de uma posição sem tensão para uma posição de leve tensionamento dos músculos avaliados. Os autores do presente estudo preconizam os testes tônicos. na cidade de Recife. no dia 06/12/2011. A maioria dos processos dolorosos advém desta fadiga e da incapacidade destes músculos se contraírem e manterem a postura. INTRODUÇÃO A análise de como o movimento no homem ocorre pode ser observada de várias maneiras. Esta posição se refere a passagem da situação de nenhum tensionamento à leve tensão e não que o músculo passou de um estado de repouso para o de contração. Dentre este amplo espectro de visão. Estas adaptações são realizadas através dos músculos que. estão em posição de superprogramação e. PR= Porcentagem de Reprodutibilidade. Para testar os pressupostos de normalidade e homocedascidade das variáveis envolvidas no estudo foi aplicado o teste Kolmogorov-Smirnov.88 ± 5.0013* 0.17 IC (95%) Máximo/Mínimo 15.Adriana Gueiros Leite de Lacerda.18 P valor* 0. confirmadas através do teste de Wilcoxon para amostra única. Teste de Wilcoxon para amostra única* p≤0. este foi convidado aleatoriamente e avaliado anteriormente pelo professor do método Busquet a fim de se obter um resultado controle para o estudo.18 P valor* 0.16% PR (di) 68.49 ± 16. Os dados foram analisados utilizando técnicas de estatística descritiva (mínima.3) e posteriores (flexão – hipótese nula =8. Durante a realização dos testes tônicos foram mensurados os graus de amplitude de movimento (ADM) através do aparelho flexímetro.36 ± 5. Este termo se refere à passagem da situação de nenhum tensionamento. média. o terapeuta deveria realizar o movimento de extensão da cervical até o início tensionamento. IC = Intervalo de Confiança. máxima. este esteve posicionado no lado oposto do flexímetro para evitar interferência e realizou o mesmo teste três vezes. Os valores obtidos na pesquisa foram classificados de acordo com a ADM da flexão e extensão da cervical. Os testes foram realizados individualmente com o objetivo de evitar possíveis interferências interavaliadores.3°(graus).24/11.27% -2. Ter Man.48 59.42/17.00% 2.84% -2. Para testar a cadeia de flexão. Após a convocação dos avaliadores participantes. à leve tensão.4227 DP = Desvio Padrão. n e desvio padrão). Teste de Wilcoxon para amostra única* p≤0. Todos os participantes realizaram a avaliação em um voluntário que serviu de modelo. 10(50):491-495 .91 20. marcando-se o ângulo em graus. RESULTADOS A amostra foi composta de 52 avaliadores de ambos os gêneros. foram analisados os dados coletados. Paulo Henrique Altran Veiga. di = Discrepância. realizou a extensão da cervical e o valor encontrado foi de 18.58 ± 4. Tabela 2. e que não participaram da explicação sobre os testes tônicos.97% 5. 2012. CV = Coeficiente de Variação.03% 28. se as cadeias de flexão ou de extensão estão superprogramadas ou não. O processo constou inicialmente em testar a cadeia de extensão. Resultados das avaliações dos testes tônicos das cadeias de flexão e extensão realizadas pelos participantes do estudo.73% PR (di) 67. PR= Porcentagem de Reprodutibilidade. foram demonstradas através do seu coeficiente de variação.7°(graus). Na última etapa do estudo. Os resulta- Tabela 1. IC = Intervalo de Confiança. Cadeia Flexão (extensão) Fisioterapeuta (Grupo 1) Aluno (Grupo 2) Média ± DP 13. Destes três valores. A distribuição exata (graus) entre as respostas das avaliações das cadeias retas anteriores (extensão – hipótese nula =18.05=diferença estatisticamente significante.7). foi demonstrado pelos pesquisadores de como executar os testes tônicos das cadeias retas. foi obtida a média aritmética.34 10.03 71. onde os pesquisadores anotaram o resultado mencionado pelo avaliador participante. Camila Carolina Alves Andrade. onde o terapeuta deveria realizar passivamente a flexão da cervical até identificar início do tensionamento. CV = Coeficiente de Variação.62 IC (95%) Máximo/Mínimo 14.0002* DP = Desvio Padrão. Ao testar a cadeia de extensão realizando a flexão da cervical o valor encontrado para este movimento foi de 8. di = Discrepância. comparativamente entre os dois grupos e em relação ao resultado controle. 493 que não compareceram em qualquer das fases do estudo. e não que o músculo passou de um estado de repouso para o de contração.05=diferença estatisticamente significante. com o voluntário sentado. CADEIA Cadeia Flexão (extensão) CADEIA EXTENSÃO (flexão) Média ± DP 15.21 18. Os resultados dos testes foram marcados em uma ficha de avaliação.23 CV 31. Considerou-se o nível de significância p ≤ 0.36 ± 4. Os resultados quantitativos obtidos no flexímetro foram analisados comparativamente ao valor controle observado pelo professor do método que ao testar a cadeia de flexão.65 CV 33.0001* 0. Os dados foram digitados na planilha Excel e o software utilizado para a obtenção dos cálculos estatísticos foi o GraphPad Prism 4 ®. Comparação das avaliações nos testes tônicos da cadeia reta de flexão entre os profissionais e estudantes. na faixa etária de 18 a 50 anos de idade.07 ± 12.24 11.05.00% 40. no exato momento em que o avaliador identifica verbalmente a mudança da tensão muscular. 26 ± 3. no movimento de extensão e no movimento de flexão encontrandose valores significantes. com uma reprodutibilidade de 67.0007* DP = Desvio Padrão. Ter Man.46 ± 5. na cadeia reta de flexão. 10(50):491-495 . Neste grupo.85% 4. 2012. Lidiane et al(10) em suas pesquisas sobre a confiabilidade do flexímetro intra e inter avaliadores. IC = Intervalo de Confiança.36° e para o movimento de extensão foi de 15.84%. realizado pelos alunos foi bastante reprodutível.88 ± 9.90 IC (95%) Máximo/Mínimo 13. Cinco referiram que era apenas a cadeia de extensão que estava superprogramada e um afirmou que era a cadeia de flexão que estava superprogramada. um aluno ava- liou que apenas a cadeia de extensão estava superprogramada e um afirmou que nenhuma das cadeias estava superprogramada. e reprodutibilidade de 59. demonstra os acertos dos estudantes na avaliação das cadeias retas. Os resultados estatísticos demonstraram que houve diferença entre as avaliações em relação aos valores quantitativos obtidos no flexímetro.55/9. tendo assim a cadeia de flexão melhor reprodutibilidade. Além disso. para o movimento de flexão foi encontrado o valor médio de 11.27% de acertos na variação na cadeia de extensão. Adicionalmente. principalmente na flexão da cervical com 0. que expressa a diferença entre o valor medido e o valor real obtido pelo professor do método. A Figura 1 Demonstra os acertos dos 27 fisioterapeutas em relação a superprogramação das cadeias retas.73%. o Grupo 2 não obteve um resultado significativo em sua variação com 0.96 65. DISCUSSÃO De acordo com os valores quantitativos obtidos na pesquisa em comparação ao valor controle.66 P valor* 0.4227 com uma porcentagem de reprodutibilidade de 71.05=diferença estatisticamente significante.15% 34.88°. foi de 33% e no movimento de flexão 40. Os resultados estatísticos demonstraram que houve diferença entre as avaliações.65 CV 46.65% PR (di) 53. di = Discrepância. às médias obtidas por todos os avaliadores variaram. A Figura dois. Foi observado que 85% dos avaliadores acertaram nesta avaliação dos testes tônicos das cadeias retas de flexão e extensão da cervical e 15% erraram. Comparação das avaliações nos testes tônicos da cadeia reta de extensão entre os profissionais e estudantes. Em comparação ao controle. PR= Porcentagem de Reprodutibilidade. obtidas no movimento de extensão. demonstrando que o teste tônico da cadeia reta de flexão. foi em torno de apenas dois graus de erro em cada teste.0028* 0.28 11.00% de acertos na variação na cadeia de flexão e reprodutibilidade de 59.00% de acertos na variação na cadeia de flexão (movimento de extensão). os resultados das médias do coeficiente de variação. os autores do pre- Tabela 3. dos obtidos por todos os avaliadores e demonstrados na tabela 1. Teste de Wilcoxon para amostra única* p≤0. Cadeia Extensão (flexão) Fisioterapeuta (Grupo 1) Aluno (Grupo 2) Média ± DP 11. e comparados ao resultado controle que demonstrou superprogramação na cadeia de flexão e extensão da cervical. Os resultados qualitativos foram citados pelos avaliadores e foram marcados em uma ficha de avaliação. Esta variação pode ser explicada pela falta de experiência. demonstraram que na avaliação do movimento de extensão no fleximetro foi um pouco mais confiável inter e intra avaliadores que no movimento de flexão. com uma reprodutibilidade de 67.35% 3. CV = Coeficiente de Variação. A tabela 3 demonstra a comparação entre os dois grupos no teste tônico da cadeia de extensão.494 Reprodutibilidade do teste tônico de Busquet. o valor da discrepância (em graus) ou erro experimental. (tabela 1) Comparativamente em relação aos dois grupos.36 12.27% de acertos na variação na cadeia de extensão (movimento de flexão).0002*. Identificou-se se as cadeias de flexão ou de extensão estão superprogramadas ou não. encontrando-se valores significantes. 2010. 2012. Passive muscle stiffness may be influenced by active contractility of intramuscular connective tissue. 2. Ou seja. Krarup AL. WP.Quanto mais heterogêneo o grupo menor será a reprodutibilidade do teste. MATTAR. Horn F. 311.155. Breathing Difficulties. 10. p. 10(50):491-495 . 29. CONCLUSÃO . 12(4): 238-9. Intolerância à Lactose: Mudança de Paradigmas com a Biologia Molecular. 10(8): 876-886. 183. Rev. 25-32. coluna cervical e membros superiores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Grossi D. Neiva PD. 9. 2001. Janda V. 12. As Cadeias Fisiológicas: Volume VII. Medical Hypotheses. bras.tronco.A. 14(2): 175-81. Gonçalves MC.14. Barueri: Manole. as diferentes cadeias devem estar livres para permitir as funções fisiológicas normais(2. Do Incontinence. Os participantes do estudo foram capazes de identificar. ed. 11. HODGES. ed.Qualitativamente. 2. Os resultados qualitativos foram citados pelos avaliadores e foram marcados em uma ficha de avaliação. 11(5): 355-360. 2010. Wilke H. 63-70. Schleip R. Confiabilidade da fleximetria e goniometria na avaliação da amplitude de movimento cervical em crianças. 2006. os avaliadores tiveram 85% de acertos no teste tônico. and Gastrointestinal Symptoms Increase the Risk of Future Back Pain? The Journal of Pain. somado a avaliação estática. quanto nos resultados obtidos pelos estudantes (71. diminuiu a reprodutibilidade observada na tabela 1. Craniocervical posture analysis in patients with temporomandibular disorder. R. Dessa maneira. J.a cadeia visceral tórax. ed.12. Belo Horizonte: Edicões BUSQUET. 152. p. Rev. 56(2): 230-236.2008. verificou-se maior reprodutibilidade nos resultados tanto dos profissionais (68. Busquet L. na cadeia de flexão e extensão da cervi- cal.a cadeia visceral Abdome/Pelve. 2008.conteúdo. Estes resultados foram mais reprodutíveis pelo fato de que os avaliadores perceberam a presença de hipertonicidade no momento do teste. Revista da Associação Médica Brasileira. Nagamine HM. RUSSEL A. D. Vanderheyden M. L. Churchill Linvingstone. & Taylor. p. Zorn A. 2010. 13. possibilita tratar as superprogramações musculares através de técnicas propostas pelo método afim de equilibrar o corpo de forma global aliviando suas tensões e harmonizando o conteúdo com o contentor. bras. 2009.Os testes tônicos tem uma média de 70% de reprodutibilidade na cadeia de flexão e de 60% de reprodutibilidade na cadeia de extensão. Kirkwood RN. Viscero-somatic reflexes in referred pain areas evoked by capsaicin stimulation of the human gut. 7. 4. . Muscle architectural characteristics in women aged 20. analisada perante as modificações posturais do paciente. Drewes AM. Gossi D. Clinics in Physical Therapy.garganta e boca.97%). 11.84%). Comparados ao resultado controle (superprogramado). Levando-se em conta. através de testes propostos por Busquet. Shipper KP.8. Sumikura H. portanto. p. Kubo K.(11) Em relação aos valores obtidos na tabela dois. a coerência das relações contentor. Klingler W. 14.Adriana Gueiros Leite de Lacerda. As Cadeias Fisiológicas: Volume VI. que esta melhora pode ser devido a maior homocedascidade dos grupos. Ter Man. SMITH DM. com os testes de flexão em pé (TFP) e o teste de extensão em pé (TEP). Arendt-Nielsen L. Concordância e confiabilidade de dois métodos não invasivos para avaliação da amplitude de movimento cervical em adultos jovens. Oliveira AS. foi observado que 85% dos avaliadores acertaram e 15% erraram. Melzer W. Giamberardino MA. Pereira PA. Naylor I. 35(1): 39-44. 2004. Florêncio L. 2007. Physical Therapy for the low back. Busquet L. preconizados por Busquet(8). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. Jull G. traumáticas ou congênitas. 1988.79 years. 2006. de Hannai MCT. Medicine & Science in Sports & Exercise. Pegoretti KS. As cadeias musculares: Volume 1. 2. 495 sente estudo acreditam que a falta de uniformidade do perfil dos avaliadores. Camila Carolina Alves Andrade. de Oliveira AS. 66: 66–71. 13(1): 89-95. 12(5): 544–551. p. Iunes DH. Revista Brasileira de Fisioterapia. pois. Silva ER. 1. Mensuração da amplitude de movimento cervical em crianças respiradoras orais. European Journal of Pain. Revista Brasileira de Fisioterapia. 5. Twomey. Ursu D. Belli JFC. os resultados demonstraram que os testes foram mais reprodutíveis quando os grupos foram mais parecidos.F.C.15). Bevilaqua-grossi d. Corroborando. Anatomia. Junior A.13. Gray H. MAZO. Muscles and motor control in low back pain. fisioter. 2009. fisioter. ed. 2009. 1. se não houver lesões hereditárias. 15. 6. et al. 1986. Barueri: Manole. Identificando-se. Carvalho LCF. identificar as tensões de cada cadeia. Busquet M. .. Chaves TC. se as cadeias de flexão ou de extensão estão superprogramadas. Exercícios de alongamento: Anatomia e fisiologia. portanto. 3. R. Paulo Henrique Altran Veiga. ed. 8. Barueri: Manole. unesp. abdominal strengthening group (n=7) and control group (n=6). that predispose the pain. Tel. such won’t perform its function.05) from all angles analyzed after the intervention to none of the groups. Realizaram oito sessões de fortalecimento. The postural data had been analyzed by photogrammetry.05) was observed since the fifth session in patients who were treated by the abdominal exercises protocol. Results: Pain and posture data were analyzed using paired t test. but they weren’t effective in preserving the improves over time. No entanto. Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques(²).5) and average Body Mass Index (BMI) 21. Palavras-chave: lombalgia. Docente do Curso de Fisioterapia – Univ Estadual Paulista – UNESP. Objective: to compare the effects of two abdominal strengthening protocols on pain and postural alignment in individuals with low back pain. com idades entre 19 e 25 anos (média de 21. this decrease in pain was immediate. a significant decrease (p<0. Keywords: low back pain.48). Av Hygino Muzzi Filho. metade do peso corporal se encontra em equilíbrio estável. não houve diferenças significativas (p>0. músculos abdominais. E-mail: pedronicr@marilia. Evaluation of pain and posture in low back pain patients treated by two protocols of abdominal strengthening. Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 14 de Setembro de 2012. sendo o isométrico mais eficaz. grupo de fortalecimento abdominal (n=7) e grupo controle (n=6).9 (±2. with significance index of 5%. Conclusion: the proposed protocols did not interfere in postural alignment. Método: Participaram do estudo 21 indivíduos de ambos os gêneros. with ages between 19 and 25 years old (average 21. once the isometric was the most effective. O grupo controle não teve intervenção. Postural angles had no significant differences (p>0. However. que pode induzir atitude postural patológica. when responded Visual Analogue Scale (VAS) before and after each intervention. 1. Para os valores de dor. Resultados: Os dados de dor e postura foram analisados por meio de teste t pareado. nos dois protocolos. 2012.br Ter Man. of great importance in the balance of that region. Resumo Introdução: A coluna lombar é a principal região do corpo responsável pela sustentação das cargas. For pain values. onde. e predispõe a dor. and the first session in patients who were treated by the isometric abdominal stimulation protocol. aproximadamente. Nos ângulos posturais. não permanecendo nos valores reduzidos ao longo das sessões de tratamento. posture.: (14) 34021300 – ramal 1350. Discente do Curso de Fisioterapia – Univ Estadual Paulista – UNESP. Conclusão: os protocolos propostos não interferiram no alinhamento postural. Marília. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP Campus de Marília. mas não foram na manutenção dessa melhora ao longo do tempo.48). Abstract Introduction: the lumbar spine is the main part of the body responsible for the support of the loads. abdominal muscles. They were effective to decrease pain in a same session. 10(50):496-501 . respondendo Escala Visual Analógica (EVA) antes e após cada intervenção. SP. essa diminuição da dor foi apenas imediata. not lasting along the treatment sessions.Marília – SP CEP: 17525-900. may induce pathological postural attitude. Brasil Autor correspondente: Cristiane Rodrigues Pedroni. divided randomly in isometric abdominal stimulation group (n=8). considerando índice de significância de 5%. where approximately half of body weight is in stable balance. The existence of abdominal muscle weakness. Method: participated of the study 21 individuals of both genders. tal musculatura não desempenhará seu papel. postura. They realized eight sessions of strengthening. Objetivo: comparar os efeitos de dois protocolos de fortalecimento abdominal sobre a dor e o alinhamento postural em indivíduos com lombalgia. Brasil 2. Na existência de fraqueza abdominal. uma diminuição significativa (p<0. SP. Gabriela Machado Camargo(¹). Os dados posturais foram analisados por fotogrametria. e a partir da primeira sessão nos pacientes que executaram a estimulação abdominal isométrica.8±1.05) em todos os ângulos analisados após a intervenção para nenhum dos grupos. The control group (n=6) had no intervention. This support relates to the action of abdominal muscles. 737 . Esse suporte se relaciona com a ação dos músculos abdominais.8±1.9 (±2. divididos aleatoriamente em grupo de estimulação abdominal isométrica (n=8). in both protocols.05) foi observada a partir da quinta sessão nos pacientes que realizaram o tratamento com o protocolo de exercícios abdominais. Foram eficazes para diminuir a dor em uma mesma sessão. de grande importância no equilíbrio dessa região.496 Artigo Original Avaliação da dor e da postura em pacientes com lombalgia submetidos a dois protocolos de fortalecimento abdominal. Marília.5) e Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 21. Cristiane Rodrigues Pedroni(²). Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. também. Os músculos abdominais diminuem. como deitar e sentar(4). associada à musculatura torácica. (2) A manutenção da postura corporal ocorre por meio de músculos antigravitacionais. (8) da como um importante fator envolvido no surgimento da lombalgia(14. e exposições ocorridas nas atividades cotidianas. mesmo por meio de exercícios simples. 497 INTRODUÇÃO Postura é definida como a posição que o corpo adota no espaço e sua relação harmônica com o centro de gravidade(1). Com o passar do tempo. o objetivo desse estudo foi comparar o efeito de dois protocolos de fortalecimento abdominal sobre a dor e o alinhamento postural em indivíduos portadores de lombalgia. tal musculatura não desempenhará o seu papel de forma satisfatória. sob o parecer nº0196/2011. comportamentais. Porém frequentemente decorre de um conjunto de causas. renda. substituindo a ação dos abdominais(16).15). Sabe-se que as vértebras lombares são as mais envolvidas em processos dolorosos(5) e a lombalgia está entre as queixas mais frequentes de dor(9) e é considerada como o transtorno músculoesquelético mais prevalente e caro(10). Na existência de hipotonia ou fraqueza abdominal. aproximadamente.48).18). MÉTODO A amostra foi inicialmente composta por 23 indivíduos de ambos os sexos (três homens e 20 mulheres). é um importante fator para o desenvolvimento desse distúrbio causa de dor lombar(5). Na idade adulta a ação do músculo iliopsoas passa a exercer flexão da pelve sobre os quadris. idade. e ainda modifica a contribuição de diferentes músculos em determinada ação(7). como fatores sócio-demográficos. a tensão de rotação e inclinação e de cisalhamento na coluna lombar. que afetará diferentes atividades do Sistema Nervoso Central e musculares.Gabriela Machado Camargo. A aquisição dos dados foi efetuada mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UNESP – Marília. que realizam atividade contínua. pois esta musculatura. A instabilidade do segmento lombar foi identifica(14) . As principais causas de lombalgia são as mecânoposturais ou degenerativas (11) . A coluna lombar é a principal região do corpo responsável pela sustentação das cargas. mobilidade e resistência(17. sexo. obesidade. Aproximadamente 80% das pessoas experimentam dor na região lombar ao menos em uma ocasião ao longo da vida(13). trabalho físico pesado. e estes possuem papel importante na estabilização da coluna lombar(6). Tal suporte de carga se relaciona com a ação dos músculos lombares e abdominais(5). a fim de evitar colapso do sistema esquelético. que futuramente predispõem a dor.8±1.9kg/m² (±2. a diminuição da atividade destes músculos faz com que a flexão do quadril seja realizada sem a estabilidade necessária(6). 10(50):496-501 . ombro e quadril. o que pode induzir atitude postural patológica.5) e IMC médio de 21. sedentarismo. os músculos abdominais exercem papel fundamental na estabilização da região lombopélvica. como doenças inflamató- rias ou específicas. A idade dos voluntários variou de 19 a 25 anos (média de 21. 2012. Alguns programas de exercícios que melhoram a força muscular do abdômen parecem diminuir a intensidade da dor lombar e aumentar a força. Assim. os quais são constantemente ativados e contribuem para o suporte do tronco e pelve(3). os tecidos podem se adaptar a essa nova postura. durante o mês de agosto de 2011. e o músculo psoas age na tração anterior das vértebras lombares acarretando em anteversão pélvica e um aumento da lordose lombar. posição viciosa. Uma vez que. selecionados na Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP. A incapacidade na estabilização da coluna vertebral devido ao desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco. e 30 a 50% das pressões exercidas sobre os discos lombares e torácicos poderiam ser diminuídas pelo fortalecimento desses músculos.e a fraqueza muscular da região abdominal é a principal Ter Man. movimentos repetitivos(12). Os participantes assinaram o Termo de Todas as pessoas em algum momento da vida poderão ter dor de causa variável. A dor muscular altera a estratégia da ativação muscular em tarefas dinâmicas. Isto pode alterar a coordenação muscular no início do movimento e a estratégia de controle motor para manter uma atividade . bem como. onde. campus Marília.(2) Na manutenção da postura ereta o corpo realiza pequenos deslocamentos de massa corporal que necessita de ajustes musculares. Com isso. possibilitando uma ampla gama de movimentos e posturas do tronco e proporcionando ancoragem estável aos músculos que atuam sobre a cabeça. e predispor a dor. protegendo a medula espinhal lombar(11). participa no suporte da coluna. metade do peso corporal se encontra em equilíbrio estável(4). Davies(2) relata que os músculos abdominais têm a propriedade de contrair-se em parte e não como um todo. Cristiane Rodrigues Pedroni. a atitude ereta e bem balanceada do indivíduo quando há equilíbrio muscular e esquelético entre as estruturas de suporte do corpo. tabagismo. A importância dessa musculatura na estabilidade da coluna reforça a necessidade do fortalecimento abdominal. o fortalecimento dos músculos abdominais é essencial para o tratamento de dor lombar. e é uma técnica comumente empregada na reabilitação por promover estabilidade da coluna lombar(17). frequentemente associada a uma série de disfunções(6). trocânter maior. cortados ao meio e colados com fita dupla-face Adelbras.2 17.2 57.7 2.5 4 4. Para os ângulos posturais não houve diferença significativa (p>0.2 3.99.3 PS 2.5 90 90 88.3 IE 2.8 17. o chão foi devidamente demarcado para obtenção de imagem nas vistas frontal anterior e posterior e sagital direita e esquerda.4 17.1 1. Assim. assim como.(PCd – à direita e PCe – à esquerda). Os participantes foram submetidos a uma avaliação postural.6 IPd 89 89.6 2. n=8) e GA (abdominal. assim como para o Grupo Controle (Figura 1).1 ATT d 17.3 58. 10(50):496-501 . 2012. O GC não realizou nenhuma intervenção. por meio de teste t pareado.7 4. n=6). A avaliação foi realizada por meio de fotogrametria. a não realização de qualquer tratamento clínico em concomitância com o tratamento proposto e a correta localização da dor no diagrama de corpos. sexo.1 88. a qual o paciente respondeu imediatamente antes e após cada sessão. Para a graduação da dor. O GI contou com oito voluntários. 320GB HDD.4 57. a parte póstero-superior do tronco com uma das mãos. No GA. data de nascimento. A câ® (GA) e grupo controle (GC).1 5. inclinação do pé (IPd .3 2. estatura.6 Acrômio clavicular (AC).5 IPe 90.inclinação do pé direito e IPe . espinha ilíaca ântero-superior e espinha ilíaca póstero-superior. O fisioterapeuta amparou. AC PRÉ GI PÓS GI PRÉ GA PÓS GA PRÉ GC PÓS GC 2 2. C7.2 17.1 17. utilizando o Software Corel Draw® em um notebook HP G42 Intel® Pentium DualCore™ T4500.5 55.8 5. espinhas ilíacas antero-superiores (AS). trabalhando os músculos abdominais.5 1. Esta mesma avaliação foi repetida após a última sessão de intervenção.1 1. A fim de manter a distância fixa. escolaridade. se está em algum tratamento de reabilitação e a localização da dor. antes da primeira sessão.6 1. garantindo a liberdade de desistir ou interromper a participação.5 52.3 2.6 89 90. flexo de joelho (FJ d – à direita e FJ e – à esquerda).4m do indivíduo(22).2 2 3. Preencheram uma ficha de anamnese com os seguintes dados: nome. com o diagrama de corpos da parte I da versão brasileira do McGill Pain Questionnaire (Br-MPQ)(19). ângulos inferiores da escápula (IE). o paciente oscila para frente e para trás.498 Dor e postura após fortalecimento abdominal.5 1. Consentimento Livre e Esclarecido.3 1. ângulo tíbio társico (ATT d – à direita e ATT e – à esquerda) Ter Man.2 megapixels. Os indivíduos eram posicionados com apoio na região sacral. Os protocolos foram aplicados duas vezes por semana(23) durante quatro semanas. com leves toques. Foram utilizados marcadores de isopor de 25mm de diâmetro. quadril e joelhos flexionados a aproximadamente 90º sem apoio para os pés e as mãos.1 FJ e 3. com sete voluntários.1 PC e 54.5 90. assim sucessivamente. e para o grupo GC (sem intervenção.8 1 PC d 58. e a região de fossa poplítea com a outra mão. aplicou-se o protocolo de fortalecimento abdominal com exercício de flexão anterior de tronco com os braços cruzados sobre o tórax.2 1.2 88.5 1.7 2.8 18.8 61 56. posicionado na postura ortostática a 15cm da parede. espinhas ilíacas póstero-superiores (PS). Para os valores de dor. Os voluntários foram aleatoriamente divididos em três grupos. teste de Lasègue negativo(21). com intervalo de dois minutos entre cada série para evitar a fadiga muscular.5 53. e respondeu a EVA. IMC (dados coletados e calculados pelo avaliador).5 1. massa corporal. n=7) antes e após quatro semanas de intervenção. RESULTADOS Os dados de dor e postura foram analisados com o Software GraphPad Instat®. idade atual. protrusão da cabeça .05) em nenhum dos grupos de intervenção. como quando começou e sua periodicidade. estado civil.inclinação do pé esquerdo). 3GB RAM. cabeça da fíbula e maléolo lateral(1.2 52.3 1. um para o GA e outro para o GC.5 56.5 18 ATT e 17.8 4. Como critérios de inclusão foram considerados IMC até 24.5 3.7 18 18 17.5 AS 1. grupo abdominal Figura 1. o compromisso de manter em sigilo a identidade do voluntário. Os critérios de exclusão foram: fraturas e cirurgias lombares prévias.8 FJ d 2.8 1. a fim de evitar possível influência na resposta. um indivíduo para o GI. houve diminuição significativa mera utilizada da marca Sony® cyber-shot (modelo DSC-S750) de 7.5 5. valores dos ângulos posturais (em graus) para os grupos GI (isométrico. em três séries de oito repetições. ângulo inferior da escápula. além de responder perguntas relacionadas ao seu quadro álgico. nos seguintes pontos anatômicos: tragus da orelha. grupo isométrico (GI). com dois minutos de intervalo. sem que visse a resposta anterior. recebeu o protocolo de estimulação abdominal sugerida por Davies(2). foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA)(21). para desestabiliza-lo e solicitando que o paciente se mantivesse na postura por 30 segundos em três repetições.8 1.8 91. mas passou pela mesma avaliação postural no primeiro e no último dia de intervenção dos outros grupos. posicionada sobre um tripé (WT 6307 Greika®) a 1m de distância do chão e 2. acrômio. dor lombar com pelo menos um episódio nos últimos três meses(20). ou seja.22). considerando índice de significância de 5%. de acordo com a ordem de chegada. também duas vezes por semana durante quatro semanas. utilizando um movimento seletivo entre sua pelve e o tronco. foi relatado que o treinamento em superfícies instáveis aumenta a ativação dos músculos estabilizadores do tronco. Como exemplo. não permanecendo nos valores reduzidos ao longo das sessões de tratamento. como também no aumento de força muscular. essa diminuição da dor foi apenas imediata.26) que envolvem ativação dos músculos superficiais e profundos do tronco. é um método muito utilizado. comprovando a eficácia dos exercícios para a lombalgia(6). e na sessão seis para o GI). sem estabilizadores do tronco fortes não ocorre a redução das dores e ainda podem ocorrer lesões. programas de exercícios focavam os músculos globalmente. Recentemente. * = diferença significativa dos valores de EVA (p<0. pois melhora a capacidade oxidativa dos músculos e aperfeiçoa o controle neuromuscular e a coordenação(31). A não eficiência na manutenção dessa melhora ao longo do tempo. com poucas repetições. a importância da correção postural durante os programas de tratamento(30). Portanto. que usa várias posturas e fortalecimento de diferentes grupos musculares. este estudo limitou-se devido ao número reduzido de sessões de intervenção. este estudo enfatizou a importância da ativação da musculatura abdominal como estabilizador. são realizados por meio de contrações isométricas concêntricas na posição de decúbito dorsal(17). n=8) e GA (abdominal. provavelmente. é via endurance local. DISCUSSÃO A fisioterapia dispõe de diversos meios para o tratamento e a reabilitação do indivíduo com lombalgia(25). um programa a longo prazo é eficaz não só no tratamento da dor. mostraram que o fortalecimento desses músculos não gerou alterações no alinhamento postural. multífidos e diafragma demonstraram ser mais eficazes que a terapia manual e orientações para casa nos desfechos dor(29). Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. o meio mais seguro para aumentar a estabilidade da coluna lombar. para que a diminuição da dor mantenhase a longo prazo. já que alguns exercícios podem comprimir excessivamente as articulações(6). exercícios locais que fatiguem a musculatura que se recupera rapidamente. Estudos têm sido desenvolvidos a fim de verificar a possível relação entre aptidão física e a dor lombar crônica. 10(50):496-501 . como um dos os protocolos usados em neste estudo. o Pilates. 2012. Para o tratamento de lombalgia. valores de EVA para os grupos GI (isométrico. n=7) em 8 sessões de intervenção. No entanto. No entanto. Há alguns anos. uma vez que. porém. uma vez que. trabalhos de força para os músculos abdominais são freqüentemente utilizados em treinamento de atletas e em casos de reabilitação de indivíduos com dor lombar. no tratamento das lombalgias e alinhamentos e. os resultados. protocolos de cinesioterapia(24. Tradicionalmente. Ter Man. e GC (controle sem intervenção. Corroborando com o presente estudo onde um programa de exercício ativo aplicado em oito sessões durante quatro semanas mostrou-se superior a instruções de exercícios domésticos na redução da dor(30). aumento da ativação muscular. nos leva a crer que é preciso maior período de intervenção para que os ganhos sejam mantidos. Verificou-se que indivíduos com dor lombar crônica possuem menor capacidade aeróbia que indivíduos sem dor. ainda. mediante exercícios. são resultados de um aumento na necessidade de força dos músculos do tronco para prover adequada estabilidade à coluna ou equilíbrio(17). em ambos os protocolos.05) entre pré e pós tratamento em uma mesma sessão. observando. Exercícios específicos para os estabilizadores causam menor recorrência de dor lombar em relação ao uso de fármacos. n=6). alinhamentos e consciência corporal e respiração em sintonia com os movimentos(27). porém essa musculatura desempenhou papel importante sobre a região lombar com redução o quadro álgico. notou-se que no tratamento da lombalgia usam vários recursos que combinam diferentes exercícios e técnicas. Da mesma maneira.05) para o GA desde a primeira sessão de tratamento. intervenções fisioterapêuticas focadas no sistema estabilizador da coluna que envolve exercícios para os músculos transverso do abdômen. Por essas razões. e a partir da quinta sessão para o GI (exceto nas sessões quatro e oito para o GA. Nesse contexto. Cristiane Rodrigues Pedroni. é possível que seja necessária a apliFigura 2. 499 (p<0. No GC foi verificado um aumento no quadro álgico ao longo de quatro semanas (Figura 2).Gabriela Machado Camargo. Estes benefícios. parecem apresentar resultados satisfatórios(24) com a diminuição na intensidade da dor lombar e aumento da força e endurance(17). da co-contração e da estabilidade dinâmica. entre eles. O exercício aeróbio pode ser considerado um recurso na reabilitação do paciente com dor lombar. o que dificulta determinação da eficiência de estratégias específicas de maneira isolada a outros recursos(24). ou seja. 31(4):511-520 Davies. Lessa. 14(4):15-21. Nobre. Avaliação postural em nadadores federados praticantes do nado borboleta nas provas de 100 e 200 metros. 13. a força realizada. A. TDB. La Torre. Fisioterapia e Pesquisa. cação do fortalecimento abdominal com duração superior a um minuto e com mais repetições. BMC Musculoskeletal Disorders. 2005. O Mundo da saúde. Avaliação clínico-radiográfica da mobilidade da lordose lombar. 9. Matos. 10. 3. M. Guerino. design. Gouveia. AG. Cunha. 3ª ed. Vanderstraeten. SC. GG. 2009. 10(92). F. LB. Causas de lombalgia em grupos de pessoas sedentárias e praticantes de atividades físicas. 2000. 2008 jul/set. DB. Associação entre lombalgia e deficiência de importantes grupos musculares posturais. 2009. TN. Marques. consequentemente. Assis. Rev Bras Fisioter. Estabilização segmentar da coluna lombar nas lombalgias: uma revisão bibliográfica e um programa de exercícios. França. Pessoa. Efeitos de um programa de 6 semanas de exercícios na bola suíça sobre a percepção da dor lombar em estudantes de educação física. Ferreira. 2006. 9(4):164-168. foram eficazes para diminuir o processo álgico em uma mesma sessão. 19. DPA. uma vez que a desestabilização do tronco aumenta a ativação muscular e. Baptista. M. Latimer. C de S. 2012. Bassani. o protocolo de fortalecimento isométrico com maior duração e mais repetições pode desencadear uma redução ainda mais significativa do quadro álgico e com manutenção da melhora. U. MB. Silva. R. Almeida. Instrumentos utilizados na avaliação do impacto da dor na qualidade de vida de pacientes com dor orofacial e disfunção temporomandibular. M. M. De Cuyper. fortalecimento e alongamento no tratamento da lombalgia crônica: um estudo comparativo. 42(10):313-2. Ghirotto. Nordin. Candotti. KN. Escola de Coluna: revisão histórica e sua aplicação na lombalgia crônica. São Pedro. Os tratamentos propostos para a lombalgia com exercício ou com estimulação abdominal não interferiram no alinhamento postural. AV de. 15(2):200-6. RO. Br J Sports Med. 2008. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. DS. E. No entanto. Avaliação da ativação neuromuscular em indivíduos com escoliose através da eletromiografia de superfície. Provavelmente por realizar maior ativação muscular. FJF. RC. 17. 20. O músculo transverso abdominal e sua função de estabilização da coluna lombar. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de Salvador. EE. Acta fisiátrica. RO. Abreu. Souza. Santos. Fisioter. Oliveira. 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Franciulli. Migrâneas cefaléias. PA. Kowacs. 12(1):13-9. 2008. 10(50):496-501 . ICGB. FA. Estudo Eletromiográfico sobre a função dos músculos multífidos lombares. VS. Lopes. L. França. 2006. Marinho. Assis. 8. FA. Trevisan. pain (TAI CHI): Study rationale. 1998. HJ. Rev Bras de Ortop. 2008. Bourgois. CG. FMS. Matsudo. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mochizuki. PM. Andrade. Cambier. M. bras. MA. P. AM. Barreto. 45:224-28. São Paulo. I de SF. Consolin. 2007. Araujo. W. 21(3):45-50. Danneels. SM. AP. 2007. 5. São Paulo: Manole. Ed. MJP. PM. 14. Revista Digital Buenos Aires. GT de. 2001. Araujo. Pasini. 6. 2006. Efeito da dor lombar nos ajustes posturais. FJR. Rev Bras Ortop. Isso é de grande importância clínica e precisa ficar mais claro através de novas pesquisas. São Paulo: 2007. Effects of three different training modalities on the cross sectional area of the lumbar multifidus muscle in patientswith chronic low back pain. 2008. AC. 1:414-419. 35 (3):186-91. 43(3):96-102. Mansoldo. Burke. Jesus. 31(2):267-293. o isométrico foi mais eficaz na redução imediata da dor. 12. CHC. Melo. Dentre os protocolos. EC. Martins. 1996. Finno. R da S. 8(16):37-41. 11(2):35-40. E. Ci. Bittencourt. R. 30(1):83-90. Efeitos de um programa educacional e de exercícios fisioterapêuticos na avaliação da dor e da capacidade funcional de indíviduo com lombalgia: Relato de caso. Hartigan. 29. AS. S.13(4):308-15. Di Domenica. Hanada. França. Klaber. F. N. Rafachino. 2004. Walsh. Saúde Unipar. Briganó. Gatti. ECB. Ciênc. Durante. 26(2):75-82. AS. TV. 2009. FR. G de AM. AP de V. Arq. Vasconcelsos. 501 21. IAP. Ter Man. 24. 22. MJ. Strassburger. Galletti. Bevilaqua-Grossi. Giunta. C de SG. Fairbank. 10(50):496-501 . LM. 27. Bras. ES. Macedo. Isostretching no tratamento da escoliose: Série de casos. Revista Contexto & Saúde. Limke. Comparação do método Isostretching e cinesioterapia convencional no tratamento da lombalgia. Cova. 2008. MJA. Análise da mobilidade lombar e influência da terapia manual e cinesioterapia na lombalgia. D. 2003. 310:151–4. Valente. Rev Bras Fisioter. Schossler. Iunes. Jouve. J. Ana Elisa Zuliani Stroppa Marques. Martinez. M. AM. Efeitos dos exercícios do método pilates em pacientes com dor lombar crônica. GM. 12(1):61-66. Two different techniques in the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Terapia Manual. 65(10):1013-1017 25. H. AC. FA. Exercise as a treatment for chronic low back pain. 2008. J. DC de. e Mov. TN. Antonini. 4:106-115. Marques. Análise comparativa entre avaliação postural visual e por fotogrametria computadorizada. ECLM. MD. H. Br Med J 1995. CLINICS. Abdon. 23. C. Donzelli. JC. The Spine Journal. JS. Castro. 2006. Segmental stabilization and muscular strengthening in chronic low back pain . Neto. 2006. DH. 28. Polito. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. 2010. Lira. Monteiro. Saúde e Pesquisa. Salgado. 42:205-10. Randomised controlled trial for evaluation of fitness program for patients with chronic low back pain. Moser. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. VA. Cristiane Rodrigues Pedroni. HS. 1(2):167-171. Borghi. R. 2012. Frost. Oliveira. 2009. AP.a comparative study. N. TA. 30. 26. Ribeiro. 4(16): 82-87. A. Componentes da aptidão física e sua influência sobre a prevalência de lombalgia. 2009. Estudo do Efeito da Utilização Simultânea da Crioterapia e do Tens nos Pacientes Portadores de Lombalgia. Facci. Burke. Rainville. Tahara. C. 31. JU. Eura Medicophys.Gabriela Machado Camargo. 2005. We considered the value of statistical significance p <0.Universidade Estadual do Centro Oeste . Guarapuava. fazem-se necessários mais estudos sobre o assunto.04) no efeito imediato. maneuver the IV ventricle. we used the Nerve-Express software. 5. Doutorando em Engenharia Biomédica . Resumo Introdução: O envelhecimento é um fenômeno que produz mudanças funcionais no sistema cardiovascular e no sistema nervoso autônomo.telefone: (42) 36298135 . Artigo recebido em 20 de Julho de 2012 e aceito em 28 de Setembro de 2012 1. Participaram do estudo 24 idosos. Universidade de Fortaleza – UNIFOR. do more studies are needed on the subject. Methodology: randomized controlled clinical trial. UNIFOR. To evaluate the autonomic nervous system. Ivo Ilvan Kerppers(5). Conclusion: The ma neuver oculo-motor may act by reducing the heart rate. For comparison between groups was used the T test paired samples. reação cronotrópica cardíaca e estimular a atividade parassimpática. Os idosos foram avaliados antes e após a terapia manual realizada através das técnicas manobra óculo-motora e manobra do IV ventrículo. reduziu-se também a frequência cardíaca e pressão arterial. São Paulo . Universidade de Fortaleza. blood pressure. Paraná – Brasil.05. Heart Rate Variability. Manual Therapy is the use of hands to heal. Maria Vieira de Lima Saintrain(2). Docente da Universidade de Fortaleza. 10(50):502-509 . estes foram aleatoriamente distribuídos em quatro grupos. In the immediate effect is also reduced heart rate and blood pressure. The study included 24 elderly.email: ikerppers@hotmail. can be defined as the use of manipulation for therapeutic purposes.03) and diastolic (p = 0.com Ter Man. Fortaleza. Endereço para correspondência: Ivo Ilvan Kerppers .Simeão Camargo Varela de Sá. Tereza Águida Costa do Nascimento(1). Variabilidade de Frequência Cardíaca. Abstract Introduction: Aging is a phenomenon that produces functional changes in the cardiovascular system and autonomic nervous system. UNIFOR. Brasil.502 Artigo Original Análise dos efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados.UNICENTRO. Entretanto. Realizado em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos. 4.05. Metodologia: Ensaio clínico randomizado e controlado. Objective: To evaluate manual therapy techniques in the institutionalized elderly. ocular-motor maneuver. pressão arterial. Fortaleza. 2012.03) e diastólica (p = 0. Resultados: Encontrou-se redução nos valores médios das atividades parassimpática e simpática após a realização da terapia manual.Universidade Camilo Castelo Branco. However.Vila Carli – Guarapuava – PR .Universidade Camilo Castelo Branco . Considerou-se o valor de significância estatística p < 0.Brasil. Conclusão: A manobra óculo-motora pode atuar reduzindo a frequência cardíaca.UNICASTELO. Mestranda em Saúde Coletiva. podendo ser definida como o uso da manipulação com propósitos terapêuticos Objetivo: Avaliar técnicas de terapia manual em idosos institucionalizados.CEP: 85040-080. 03 . CE – Brasil. Manobra óculo-motora. A Terapia Manual consiste na utilização das mãos para curar. No efeito imediato. Encontrou-se significância estatística na realização da manobra óculo-motora na redução da pressão arterial sistólica (p = 0. 2. Statistical significance was found in maneuver oculo-motor in reducing systolic blood pressure (p =0. Afonso Shiguemi Inoue Salgado(3). Held in an Institution of Long Term Care. The elderly were evaluated before and after manual therapy techniquesmaneuver performed by ocularmotor and maneuvering of the fourth ventricle. CE – Brasil. 3. The heart rate variability is a noninvasive and simple method of analysis of the Autonomic Nervous System. manobra do IV Ventriculo. Graduanda em Fisioterapia .UNICASTELO.04) in effect immediately. Isabel de Almeida Paz(4). they were randomly divided into four groups. Analysis of the effects of two techniques of manual therapy on the autonomic activity ofinstitutionalized elderly. KeyWords: Aging. Para avaliação do sistema nervoso autônomo utilizou-se o software Nerve-express.Universidade Estadual do Centro Oeste . A variabilidade da frequência cardíaca é um método simples e não invasivo de análise do Sistema Nervoso Autônomo. Palavras-Chaves: Envelhecimento. Para comparação entre os grupos foi o utilizado o teste T para amostras pareadas. cardiac chronotropic response and stimulate the parasympathetic activity. Doutorando em Engenharia Biomédica . Results: There was a reduction in mean values of the parasympathetic and sympathetic activities after the completion of manual therapy. O sistema nervoso autônomo (SNA) atua influenciando a atividade de diversos órgãos. Um dos marcadores da atividade do SNA é a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) que se encontra diminuída nos idosos e está associada a maior morbidade e mortalidade (3). O objetivo (12) . essencial para a preservação do equilíbrio fisiológico interno proporcionando melhor interação do organismo com o meio ambiente externo. o limiar de excitabilidade das fibras atriais e ventriculares. e de baixa frequência (LF).4 Hz. Quanto à função cardíaca. de seus amigos. fazendo com que este perca a capacidade de manter o equilíbrio homeostático e que todas as funções fisiológicas comecem a declinar gradualmente (6) . A VFC indica a habilidade do coração em responder aos múltiplos estímulos fisiológicos e ambientais. Em 2001 recebeu registro de validação nos Estados Unidos e Europa (14) . Alexandre Riftine.Tereza Águida Costa do Nascimento. aparelhos e sistemas. entre 0.07 Hz (12) . Essa influência é fundamental para manutenção do equilíbrio interno do organismo bem como para adaptação deste ao meio externo (8) . Para este estu- do considerou-se apenas a atividade autonômica do pa- Esse sistema divide-se em Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Sistema Nervoso Parassimpático (SNPS). enquanto que as oscilações de baixa frequência expressam predominantemente a modulação simpática (13). . A profundidade da curva indica o grau de saúde do sistema cardiovascular (15) . em torno de 0. enquanto que Ter Man. Utiliza-se a VFC para identificar fenômenos relacionados ao Sistema Nervoso Autônomo (SNA) em indivíduos saudáveis. bem como sobre a contractilidade do miocárdio. Afonso Shiguemi Inoue Salgado. a condução do estímulo cardíaco pelo sistema condutor especializado. o contro- le autonômico é exercido diretamente ou reflexamente. 2012. de sua casa. A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) consiste nas oscilações dos intervalos entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R do complexo QRS do eletrocardiograma). como por exemplo. O Sistema Nervoso Autônomo exerce influência sobre o funcionamento dos órgãos. atletas e portadores de doenças (11) . exclusivamente. O nerve-express foi o primeiro produto a oferecer uma avaliação quantitativa do SNA. entre 0. que constituem um dos motivos principais para a internação de idosos nas ILPIs (5) . Os componentes autonômicos simpático e parassimpático interagem-se de forma complexa. O método mais utilizado para análise da VFC é o domínio da frequência. sendo assim. sistemas e aparelhos do corpo humano. como já relatado anteriormente é o mais utilizado para avaliação do SNA ciente na posição supina. que as mudanças do SNA têm participação na responsabilidade pelas complicações cardiovasculares decorrentes da idade (7) O software nerve-express também fornece a avaliação física do paciente através da reação cronotrópica. culturalmente. em que há cada vez maior inserção de mais membros da família no mercado de trabalho. e a contractilidade atrial e ventricular (8) . A reação cronotrópica (ChMR) e a reação vascular compensatória (VC) são os principais parâmetros para analisar a frequência cardíaca no período de transição. O número de idosos em Instituto de Longa Permanência de Idosos (ILPIs).cresce devido ao rápido envelhecimento da população brasileira associada à modificação na estrutura familiar e na dinâmica da sociedade. das relações nas quais sua história de vida foi construída. cuida da família. pois atua sobre todas as propriedades eletrofisiológicas do órgão. A fisiologia do envelhecimento compreende uma série de alterações nas funções orgânicas e mentais devido aos efeitos da idade avançada sobre o organismo. em 1981. Porém. A esse fato somam-se as marcas e sequelas das doenças crônicas não transmissíveis. . o exercício físico e o estresse mental. O SNA influencia o coração e os vasos sanguíneos mediante mecanismos neurais diretos e neuroendócrinos indiretos (10) . especialmente da mulher que. manobra óculo-motora e mobilização do IV ventrículo sobre a função cardiovascular em idosos institucionalizados. modulando o automatismo dos nós sinusal e átrio-ventricular.1 Hz. Terapia Manual (TM) é definida como uma das técnicas de tratamento da Fisioterapia e consiste na utilização das mãos para curar e pode ser definida como o uso da manipulação com propósitos terapêuticos. O controle neural do coração ocorre por meio do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) alguns autores descrevem que o envelhecimento proporciona mudanças funcionais no sistema cardiovascular e no SNA. 503 INTRODUÇÃO O envelhecimento pode ser definido como um processo contínuo no qual ocorre um declínio progressivo de todas as funções fisiológicas (1) e leva a modificações do sistema nervoso autônomo (2). condutibilidade e excitabilidade. et al. desenvolveu um software com o objetivo de realizar uma avaliação de saúde e aptidões dos profissionais da marinha. ainda. o número de ILPIs existentes ainda não é suficiente para comportar os idosos que necessitam de cuidados assistenciais (4) o SNPS possui sua origem no sistema nervoso central ao nível do tronco cerebral e na medula sacral (9) . Assevera.02 a 0. representadas pelo automatismo. Objetivou-se com este estudo avaliar a aplicação das técnicas de Terapia Manual. O idoso institucionalizado encontra-se afastado da sua família.2 a 0. Neste método são identificadas oscilações de frequência que são classificadas em: alta frequência (HF). de média frequência. a influência parassimpática. As oscilações de alta frequência expressam. sendo que o SNS possui sua origem no sistema nervoso central ao nível da medula torácica e lombar. Maria Vieira de Lima Saintrain. 10(50):502-509 . nos Estados Unidos. O nerve-express fornece gráficos no domínio da frequência que. ainda. desvio padrão e distribuição de frequência). analgesia. fáscias. com o comportamento geral do indivíduo De acordo com alguns autores (16) na ILPI Casa do Idoso. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Universidade de Fortaleza – UNIFOR sob o parecer 241/2011. RESULTADOS Participaram do estudo 24 idosos. que não apresentassem patologias cardiovasculares. Foram escolhidas a manobra óculo-motora e manobra do IV ventrículo para este estudo. versão 15. controle da pressão arterial e melhora dos distúrbios do sono. Porém. atividade muscular e atividade autonômica. Os efeitos não-nocivos são aqueles que são mediados pela ativação dos receptores táteis e conduzidos para a medula espinhal. melhora das funções orgânicas. mobilização de articulações e exercendo efeitos intra e extra-articulares. O grupo A recebeu a técnica óculo-motora.2%) e 11 homens (45. Para a análise das variáveis descritivas utilizou-se medidas de tendência central (média aritmética. O valor de amostra encontrado foi de 56 idosos. Os estímulos de entrada resultam em efeitos reflexos que podem ser caracterizados como não-nocivos (táteis) e nocivos. totalizando 24 idosos aptos a participarem da pesquisa. e Grupo D realizou apenas monitorizarão do SNA. apenas 26 possuíam os critérios de inclusão para participarem do estudo. aqueles que faziam uso de medicação com efeitos vaso-ativo. alongamento de músculos.3%) casados e dois (8. Os efeitos neurais são obtidos através de reflexos decorrentes da mediação dos tecidos estimulados. por exemplo.3%) eram solteiros. alívio da dor. da terapia manual. através de sorteio. (17) a terapia manual promove efeitos mecânicos e neurais. 10(50):502-509 . o procedimento utilizado para testar a hipótese de não diferença entre duas variáveis. que possuíssem capacidade cognitiva em responder à avaliação inicial e aceitassem participar do estudo. com idade média de 78. dois (8. Foi considerado o intervalo de confiança de 95% e assumido o valor de p < 0. Foi utilizado para a comparação o teste t para amostras pareadas. ainda. que não praticassem atividade física regular. Foi utilizada fórmula para cálculo de amostras em população finitas. 14 (58. Neste estudo. A manobra óculo-motora está contraindicada para pessoas que sejam portadoras de próteses oculares ou qualquer sintoma de aumento de pressão intra-ocular e em uso de lentes rígidas. o grupo B recebeu a técnica do IV Ventrículo. sendo 13 mulheres (54. pois alguns autores (10. como a melhora da função neuromuscular e. Os critérios de inclusão foram: idosos moradores Ter Man. Como a Terapia Manual engloba uma grande quantidade de técnicas e métodos.33 anos (DP ± 10. foi utilizado o Software “Statistical Package for Social Science” – SPSS. Dentre os participantes.8%). bradicardia. aqueles com complicações cardiovasculares. A Terapia manual atua trazendo benefícios aos pacientes como.553) sendo a idade mínima 60 anos e máxima de 99 anos. seis (25%) viúvos. B e C designados para a intervenção da Terapia Manual e o grupo D. Tanto a manobra óculo-motora como a manobra do IV ventrículo são contraindicadas em crises agudas de constipação de vias aéreas superiores ou em broncoespasmo. pois o estímulo parassimpático poderia aumentar o quadro de sofrimento do paciente. utilizou-se o software Nerve-Express para a análise da VFC. o grupo C recebeu a aplicação das duas técnicas. que não fizessem uso de medicação vaso-ativa. foi realizada uma avaliação inicial para verificar critérios de inclusão. o grupo controle. Apenas 16 dos parti- . sequelas neurológicas decorrentes de Acidente Vascular Encefálico (AVE). O teste T para amostras pareadas foi o escolhido.504 Análise dos efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados.3%) divorciados. sendo que as mudanças resultantes podem ocorrer em diferentes níveis do indivíduo tanto relacionada aos processos de reparo local. é influenciar a capacidade de recuperação e de cura do organismo. Foram excluídos os idosos com idade inferior a sessenta anos. pois é o teste estatístico que trata de analisar pequenas amostras. Este teste é.05 para significância estatística. Sendo os grupos A. aceitação confirmada e assinatura do termo de consentimento pós-esclarecido. randomizado e controlado. A coleta de dados foi realizada durante os meses de outubro e novembro de 2011. suas indicações e contraindicações variam de acordo com o quadro clínico do paciente e da técnica escolhida (10) . que possuíssem idade igual ou superior a sessenta anos. Após explicação do estudo. onde podem propagar efeitos de transmissão de dor. patologias sistêmicas relevantes e patologias oculares ou em uso de próteses oculares. O total dos idosos (24) foi dividido em quatro grupos através de sorteio. na enfermaria do abrigo. Os dados podem consistir em duas medidas tomadas do mesmo sujeito ou uma medida tomada em um par correspondente. O estudo foi realizado em uma ILPI situada no interior do Ceará. Foram respeitados os aspectos referentes à pesquisas envolvendo seres humanos contidos na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. 2012. Para o Banco de dados. MÉTODOS Foi realizado um ensaio clínico.18) consideram que tanto a manobra óculo-mo- tora como a manobra do IV ventrículo atuam no sistema nervoso parassimpático promovendo incremento de sua ação trazendo como benefícios equilíbrio homeostásico. Os idosos foram escolhidos aleatoriamente. promoção da homeostase do organismo e correções de alterações biomecânicas do sistema músculo-esquelético. Dentre os efeitos mecânicos estão a estimulação de alongamento da pele. Grupo MOM Média LF Antes 1º Dia Após 48 Horas Após 15 dias 32.207 *0.680 *0.6%) eram aposentados e um (4.83 162.174 Grupo Duas Técnicas Média Antes 0.280 *0.377 0.8267 0.67 49.8033 p 0.8633 Grupo IVV Média Depois 0. Valores médios da atividade parassimpática antes e após a aplicação da terapia manual na posição supina.83 29. Maria Vieira de Lima Saintrain.05.469 Grupo Duas Técnicas Média LF Antes 82. representados pelo valor da banda de alta frequência (HF). encontrou-se um aumento na ati- Tabela 1. Fonte: Dados da Pesquisa Ter Man.450 *0.254 0. representando a atividade simpática do grupo controle e dos grupos de intervenção. encontrou-se um aumento na atividade parassimpática. Em relação à manobra do IV ventrículo.370 *0.83 396. 10(50):502-509 . o valor de p foi superior a 0. Os valores médios da atividade parassimpática. Percebe-se que a manobra Óculo-Motora.05 não sendo estatisticamente significante.055 0.7867 0.7933 0.33 p 0.83 Média HF Depois 92.8267 0.50 259.67 236.180 Grupo Controle Média LF 436.8517 0.32 366.216 Grupo Duas Técnicas Média HF Antes 58. et al. o valor de p foi superior a 0.153 0.383 * Valor p no teste T pareado entre as médias dos efeitos após 48 horas e após 15 dias.50 49. reduziu a atividade simpática. porém.17 P 0. Valor de reação cronotrópica ao estímulo da Terapia Manual.00 3245. Quanto a manobra do IV ventrículo.836 *0. o resultado encontrado não apresentou significância estatística. predominaram as profissões de agricultor e dona de casa. Entre os aposentados.553 0. proporcionaram uma redução no efeito imediato das médias de reação cronotrópica.33 144.8500 0.00 485. no entanto.50 474.064 * Valor p no teste T pareado entre as médias dos efeitos após 48 horas e após 15 dias. Na aplicação da manobra do IV Ventrículo.17 P 0. A tabela 1 demonstra os resultados da reação cronotrópica do coração dos idosos antes e após aplicação das técnicas de Terapia Manual: manobra óculo-motora.00 27.17 33.50 Média LF Depois 42.17 Média HF Depois 182.841 *0.00 p 0.638 *0.8467 p 0.266 *0. Percebe-se que a manobra óculo-motora e a combinação das duas manobras (óculo-motora e IV ventrículo). após 48 horas e após 15 dias.7900 0. o mesmo pode ser observado na aplicação combinada das duas técnicas.83 53.83 62. 2012. 505 cipantes (66. 15 (62. no efeito após 48 horas.50 30.8333 0.8000 p 0.656 0.8417 Média Depois 0.8300 Média Depois 0.246 0.364 Média HF Antes 49. Grupo MOM Média Antes 1º Dia Após 48 horas Após 15 dias 0. nos períodos imediatamente após a terapia.423 Média Antes 0.83 p 0. IV Ventrículo e as duas técnicas combinadas. o valor de p não foi estatisticamente significante.17 p 0. no efeito imediato e de curto prazo.380 Média LF Antes 14. Quanto à profissão que os participantes desempenhavam antes da institucionalização.00 203.17 Grupo IV V Média LF Depois 60.50 P 0. antes e após aplicação da terapia manual.8233 0. não sendo estatisticamente significativo.83 147.346 0.60 p 0. observou-se uma redução dos valores no efeito imediato e de curto prazo. Afonso Shiguemi Inoue Salgado.50 1764. do grupo controle e dos grupos de intervenção antes e após aplicação das manobras de terapia manual são apresentados na tabela 2. no entanto. Fonte: Dados da pesquisa Tabela 3.083 0. não foi estatisticamente significativo.920 0. Fonte: Dados da pesquisa Tabela 2. Na tabela 3 são apresentados os valores médios da banda de baixa frequência (LF).Tereza Águida Costa do Nascimento.00 Média LF Depois 90.529 *0.00 126.237 Grupo Controle Média HF 1962.555 0.619 *0. Grupo MOM Média HF Antes 1º Dia Após 48 Horas Após 15 dias 95.1%) recebe dois salários. porém.1%) recebe pensão de cônjuge.33 92. Valores médios da atividade simpática antes e após a aplicação da terapia manual na posição supina. Na aplicação da manobra óculo-motora.199 * Valor p no teste T pareado entre as médias dos efeitos após 48 horas e após 15 dias.5%) recebem um salário mínimo e apenas um (4.17 Grupo IV V Média HF Depois 75. Valores médios da Pressão Arterial Sistólica nos grupos A.33 7. no entanto. B. curto e em longo prazo.649 *p = 0.076 * Valor de p no teste T pareado entre as médias da PAD antes e PAD depois no primeiro dia.67 68.001 Depois 108. representando significância estatística. C e D antes e após a intervenção com terapia manual.67 19. vidade simpática no efeito imediato. no entanto. B.163. 2012. No grupo da manobra do IV ventrículo encontrou-se uma redução no valor da pressão sistólica apenas no efeito imediato.67 Grupo C Duas Técnicas PAS Antes 123. no entanto. observa-se que no grupo da manobra óculo-motora. B.67 66.023. porém.67 66.33 113.33 8.247 *p = 0. No grupo do IV ventrículo observa-se redução nos valores imediatos. o efeito permaneceu apenas em curto prazo.33 103. encontrou-se uma alta significância estatística entre os valores médios da PAS antes e.33 108.67 110.00 70. em curto e longo prazo.506 Análise dos efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados. Ter Man.67 *p = 0. sendo p igual à 0.00 Depois 66.33 65. não foram estatisticamente significativos.00 12. imediatamente. C e D. encontrou-se redução da FC apenas no efeito imediato. não foi estaticamente significativo.33 7. sendo p igual 0. e significância estatística entre os valores da FC iniciais e após 15 dias.00 121.528 Depois 66. A tabela 6 apresenta os valores médios da pressão arterial diastólica. em curto e longo prazo. No grupo óculo-motor encontrou-se significância estatística (p =0. Para o efeito imediato. Valores médios da Pressão Arterial Diastólica nos grupos A. 10(50):502-509 .67 110.67 118. Em relação ao grupo controle. encontrou-se que existe significância estatística (p = 0. antes e após a intervenção com terapia manual. não foi significativo estatisticamente. O grupo da manobra óculomotora apresentou redução nos valores no efeito imediato. essa redução não teve significância estatística. após a técnica como é possível observar um p igual 0.001. encontrou-se redução dos valores médios da pressão sistólica em efeito imediato.67 66. No grupo das duas técnicas detectou-se redução estatisticamente significante no efeito imediato. No grupo da manobra do IV ventrículo.33 8. Em relação ao grupo controle.624 Antes 71.00 12.33 68. A redução da PAD se manteve em curto e médio prazo. A tabela 4 apresenta os valores médios da frequência cardíaca dos idosos antes e após a intervenção com terapia manual nos grupos A. antes e após a intervenção com terapia manual.165 - * Valor de p no teste T pareado entre as médias da PAS antes e PAS depois no primeiro dia. A tabela 5 apresenta os valores médios da pressão arterial sistólica. antes e após a intervenção com terapia manual.542 Depois 110. C e D.030 Fonte: Dados da pesquisa Sujeitos N= 24 Grupo B IV Ventrículo PAS Depois 106. e curto prazo.004) na redução da pressão diastólica no efeito imediato.03).083. Onde. Na aplicação das duas técnicas observa-se aumento da atividade simpática no efeito imediato. Grupo A MOM PAS Antes 1º Dia 2º Dia Após 15 Dias Desvio Padrão 121. maior que 0. curto e longo prazo. E o grupo controle apresentou aumento crescente ao decorrer dos dias nos valores da FC. No grupo que realizou as duas técnicas de terapia manual. Tabela 6.00 Antes 70. no entanto. a pressão sistólica não se alterou ao longo dos dias.623 *p = 0.528 *p = 0.33 111.67 120.944 - PAD Depois 63. porém.00 116. não houve significância estatística. Grupo A MOM Sujeitos N= 24 Antes 1º Dia 2º Dia Após 15 Dias Desvio Padrão 71.00 Antes 115. não existindo relação estatisticamente significante.004 Fonte: Dados da pesquisa Grupo B IV Ventrículo PAD Grupo C Duas Técnicas PAD Grupo D Controle PAD 63. a pressão diastólica não se alterou ao longo dos dias. porém. Na aplicação das duas técnicas observa-se diminuição nos valores imediatos e em curto prazo.00 115. Nesse grupo.67 68. segundo média do teste T.33 Grupo D Controle PAS 108.33 41. não se encontrou significância estatística. Tabela 5.05.66 66. o valor de p foi de 0. portanto.465 *p = 0.00 58.33 60. não existindo relação estatisticamente significante que associe a mudança dos valores à aplicação da técnica. incremento da atividade simpática. Quanto aos valores de FC e PA antes das intervenções foram similares aos encontrados por alguns autores (22. como pode ser analisado na tabela 4. 507 DISCUSSÃO O objetivo deste estudo consistiu em comparar os efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados. curto e em longo prazo. o valor de p foi superior a 0. Encontrou-se que no SNA dos idosos ocorre um predomínio do sistema nervoso simpático e que a manobra óculomotora foi mais eficaz na ativação do sistema nervoso parassimpático do que a manobra do IV ventrículo ou. fisiologicamente. Porém. enquanto que o grupo A (manobra óculo-motora) manteve a redução dos valores. não permite que se associe essa alteração à intervenção. encontrou-se significância estatística apenas no efeito imediato. 2012. os grupos B (manobra IV ventrículo) e C (duas técnicas) apresentaram aumento da FC. portanto. nesse grupo esperavase encontrar um aumento significativo da atividade parassimpática. ainda. ainda. Os resultados encontrados neste estudo após a aplicação da manobra do IV ventrículo estão de acordo com o descrito na literatura (23) . do que a aplicação das duas técnicas aplicadas em conjunto. através da com- paração entre a manobra do IV ventrículo a aplicação do simples toque em indivíduos. encontrouse um aumento na atividade parassimpática. pois como o valor de p foi de 0. Ainda com relação à manobra Óculo-Motora. Quanto a FC. O grupo D (controle) teve um acréscimo seguido nos valores da FC. conforme se observa na tabela 2. encontrou-se um aumento na ativida- . no efeito à curto prazo. Maria Vieira de Lima Saintrain. em curto e longo prazo. também. No que se refere à manobra do IV ventrículo. Porém. a manobra óculo-motora estimula o sis- tema nervoso parassimpático. Entretanto. enquanto que em outros não houve alteração ou. porém como o valor de p foi superior a 0.083. observou-se uma redução dos valores da resposta cronotrópica no efeito imediato e de curto prazo (após 48 horas). Afonso Shiguemi Inoue Salgado. Porém. Ainda no tocante a aplicação da manobra do IV Ventrículo. porém.237.05. et al. o fraco efeito sobre o SNA achado na intervenção do IV ventrículo pode ter reduzido as respostas do SNA no grupo que recebeu a aplicação das duas técnicas de terapia manual. Através da comparação dos valores da banda de alta frequência (HF) do idoso na posição supina antes e após a aplicação da manobra óculo-motora. conforme a tabela 1. como mostrado na tabela 3. após 15 dias da intervenção. aumentando ou diminuindo suas atividades.20. Em relação à manobra do IV ventrículo. ao realizar a técnica. no entanto. não apresentou significância estatística que indique que o aumento apresentado na atividade parassimpática no momento imediato após terapia manual possa ser atribuído à sua aplicação. encontrou-se redução da FC no efeito imediato e curto prazo.Tereza Águida Costa do Nascimento. Os valores da VFC encontrados nos idosos antes da terapia manual corroboram com os achados por alguns autores (19. conforme a tabela 2. Esse fato sugere que houve uma melhora da reação cronotrópica. A reação cronotrópica do coração dos idosos que receberam aplicação das duas técnicas de terapia manual: Manobra óculo-motora e Manobra do IV Ventrículo.05 indicando que não existe relação estatisticamente significante que indique ser a técnica a responsável por essa redução. Percebe-se que a manobra óculo-motora proporcionou uma redução no efeito imediato das médias de reação cronotrópica. apresentou uma redução de seu valor apenas no efeito imediato. Após a aplicação de técnicas de terapia manual foi possível observar a redução dos valores da frequência cardíaca (FC) em repouso. No grupo da manobra do IV ventrículo. No entanto. não se encontrou diferença estatisticamente significante entre os valores.21. não foi duradouro como é possível analisar na tabela 3. Porém. foi identificada.05.22) de simpática no efeito imediato. analisando. Quanto à atividade simpática nesse mesmo grupo. portanto maior que 0. Provavelmente. Supõe-se que a manobra óculo-motora atua equilibrando o SNS e SNPS. encontrou-se mínimo efeito fisiológico no SNA. Este fato explicaria o porquê de alguns idosos apresentarem aumento da atividade parassimpática. encontrou-se aumento. não existe relação estatisticamente significante que associe a mudança dos valores à aplicação da técnica. não houve significância estatística quando as médias de valores foram comparadas. porém como o valor de p foi superior a 0. uma redução da atividade simpática que não foi estatisticamente significativo e. esse efeito não se estendeu a longo prazo. não existe relação estatisticamente significante que indique ser o estímulo da técnica o responsável por essa alteração nos valores. no entanto. esta proporcionará efeitos nos sistemas simpático e parassimpático.05. o grupo da manobra óculo motora apresentou redução nos valores nos efeitos imediato.24) que referem que o aumento do valor da FC e PA é devido ao declínio do controle autonômico que ocorre com a progressão da idade. De acordo com o encontrado por Salgado (10) que confirmam haver uma redu- ção. onde. houve apenas um discreto aumento e essa alteração não apresentou significância estatística. o valor de p foi de 0. No entanto. tanto do componente parassimpático como do simpático com o acréscimo da idade. 10(50):502-509 . o olho humano possui inervação tanto simpática como parassimpática. o resultado encontrado nos valores da banda de alta frequência (HF) do idoso na posição supina antes e após a aplicação desta manobra. não houve significân- Ter Man. o reduzido número de idosos participantes. para verificar uma relação entre a terapia manual e os efeitos no SNA. não se pode afirmar que foi a manobra a responsável pela redução e manutenção dos valores. No grupo da manobra do IV ventrículo encontrou-se uma redução nos valores das pressões sistólica e diastólica apenas no efeito imediato. Acredita-se que esta redução ocorreu devido a aplicação das técnicas de terapia manual que proporcionaram aumento da atividade parassimpática. curto e longo prazo. Sugerese que mais estudos sejam realizados. as pressões sistólica e diastólica não se alteraram ao longo dos dias. conforme se pôde observar nos grupos A e C que receberam a aplicação desta manobra. conforme os resultados obtidos neste experimento. encontrou-se que existe significância estatística (p = 0. Nóbrega ACL. que inibe a atividade simpática e que seria a responsável pela hipertensão arterial autores (12) (25) . No grupo das duas técnicas detectou-se redução estatisticamente significante no efeito imediato.004) na redução da pressão diastólica após a aplicação da manobra óculo-motora. encontrou-se alta significância estatística (p = 0. Quanto a PAD. Freitas EV. não houve alteração significativamente estatística de seus valores. Acrescenta-se como limitação a ausência de controle de fatores estressantes e alimentação dos idosos que poderiam interferir nos resultados. a utilização da manobra óculo-motora pode ser uma terapêutica alternativa e eficaz para favorecer a modulação autonômica sem a intervenção medicamentosa. apenas duas. sugerindo o uso de medicamentos para esse controle. Wajngarten M. No grupo que realizou as duas técnicas de terapia manual. pode-se inferir que a maioria dos idosos avaliados apresentou um desvio nos parâmetros da reação cronotrópica cardíaca. porém essa redução não teve significância estatística. Em relação ao grupo controle. et al. Essa manobra não conseguiu estimular o sistema parassimpático de forma significativa. A redução da PAD se manteve em curto e médio prazo. porém sem significância estatística. Sugere-se que mais estudos sejam realizados. Rev Bras Med Esp 1999. 2. em curto e longo prazo. imediatamente. o efeito permaneceu apenas em curto prazo. o que necessita de mais estudos a este respeito. CONCLUSÃO Após a realização do estudo da aplicação de técnicas de terapia manual na atividade autonômica de idosos institucionalizados. apesar dos valores se mantiverem reduzidos não houve significância estatística que atribua esses efeitos à técnica. sugerindo que esta aumenta com o acréscimo da idade e que as técnicas de terapia manual propostas não apresentaram resultados significativos na redução dos valores. conforme a tabela 5. 5:207-211. Porém. de acordo com a tabela 6. ampliando o número de idosos participantes e controlando-se os agentes estressores.030) sugerindo que a técnica influenciou na redução da PA.001) apenas no efeito de curto prazo entre o grupo controle grupo da manobra óculo- motora. encontrou-se significância estatística (p =0. 43:1-9. Outra variável que também apresentou modificações favoráveis após a intervenção com terapia manual foi a pressão arterial.01) como é possível observar na tabela 5. Estes achados confirmam o defendido por alguns que afirmam que ser desejado utilizar intervenções terapêuticas para melhorar o controle autonômico. No grupo da manobra óculo-motora encontrou-se redução dos valores médios da pressão sistólica em efeito imediato. Apesar de apresentarem diferenças entre os valores absolutos. Oliveira MAB. porém não se encontrou significância estatística. pelo fato de apresentar significância estatística em seus resultados. 10(50):502-509 . No entanto. É importante citar que o grupo controle apresentou aumento crescente ao decorrer dos dias nos valores da FC. Nesse grupo. No tocante à pressão arterial (sistólica e diastólica) foi realizada comparação entre os grupos de intervenção e o grupo controle. Para os efeitos de curto e longo prazo. encontrouse uma alta significância estatística entre os valores médios da PAS antes e. Ter Man. Nesse mesmo grupo. controlando-se o número os agentes estressores e ampliando-se o número de participantes. Encontrou-se que a aplicação da manobra óculomotora foi capaz de reduzir os valores da FC e PA no efeito imediato de forma significativa nos idosos que receberam aplicação desta técnica. Esse efeito alcançou o curto e longo prazo. A PAS e PAD não se mantiveram os efeitos em curto e longo prazo. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: Atividade Física e Saúde do Idoso. aumentando-se o número de intervenções. após a técnica (p = 0. conforme a tabela 6. Jornal Diagnóstico em Cardiologia 2010. Acredita-se que os achados referentes à redução da FC estão ligados à manobra do óculo-motora. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2012. Para o efeito imediato. O coração no Idoso.508 Análise dos efeitos de duas técnicas de terapia manual sobre a atividade autonômica de idosos institucionalizados. cia estatística. Apresenta-se como limitação deste estudo o reduzido número de intervenções de terapia manual. 13. Leite MT. Interface . Contreras P. Saúde integral: Fisioterapia corpo e mente. Redução da variabilidade da frequência cardíaca em indivíduos de meiaidade e o efeito do treinamento de força. Ciências & Cognição 2004.Tereza Águida Costa do Nascimento. Braz J Med Biol Res 2001. Clinics 2009. Cantalino JLR. et al. 19. Em busca de uma instituição para a pessoa idosa morar: motivos apontados por familiares.Tratamento e Reabilitação. et al. 2008. Rocha RB. Lopes FL. Sanches IC. 1:34-53. Análise da Variabilidade da Frequência Cardíaca em indivíduos submetidos à manobra do IV Ventrículo. 34:493–500. Santos LS. Revis Bras de Fisioter 2006. Disponível em: http://www. Junqueira LFJ. Coutinho EB.158. Polessi EA. Migliaro ER. et al. 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Abstract In constipation (C) functional chronic. com média de idade de 23. Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira(1). Sendo assim. Endereço para correspondência: Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira. Thaliny Kanevieskir(3). dalva@fct. os indivíduos apresentam insatisfação com sua capacidade evacuatória decorrente de hábitos dietéticos e comportamentais impróprios. a MTC se mostrou eficaz como recurso terapêutico na CI funcional crônica no grupo estudado. reaching values similar to the initial period. dropping the rest period (2nd round). Thus. There is a continuity of treatment effect in the medium term. Presidente Prudente. and maintenance of the values in the 2nd stage. an improvement on the 1st and 3rd round. It is a prospective technique and should be incorporated into the methods of treatment of C. 2. Brasil.br Ter Man. no escore de constipação e na frequência de evacuações. inatividade física.0 anos no GC. with a mean age of 23. entretanto. physical inactivity. 305. and other factors. Foram inclusos no estudo 18 indivíduos do gênero feminino. e um retorno na 3ª etapa. Presidente Prudente. Tecido Conjuntivo. sexo. and a return in the 3rd round.7 years at GE ± 7. 10(50):510-516 . Massage.unesp. Célia Aparecida Stellutti Pachioni(1). com um retrocesso no período de repouso (2ª etapa). São Paulo. Keywords: Constipation. Edilene Regina dos Santos Squizatto(3). There was a significant improvement in constipation GE score in the 1st stage. a curto prazo. Os grupos foram avaliados pelo escore de constipação. Brasil. A Massagem do Tecido Conjuntivo (MTC) é uma técnica que age reflexamente em órgãos internos apresenta resultados em curto período. The area of application of the CTM was the reflex zone of constipation. A área de aplicação da MTC consistiu na zona reflexa da constipação. Telefone (18) 3229-5548. Palavras–chave: Constipação Intestinal. there is no cumulative effect comparing initial treatment with intervention in the medium term. the MTC was effective as a therapeutic resource in C chronic functional group studied in the short term. gender. É uma técnica promitente e deve ser incorporada aos métodos de tratamento da CI. psychological disorders. Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Unesp Resumo Na constipação intestinal (CI) funcional crônica. A elevada ocorrência deste distúrbio na população brasileira e as consequências que podem acompanhar o quadro expõem a necessidade de pesquisas buscando validar métodos terapêuticos que apresentem resultados favoráveis. 18 female subjects. Quanto à frequência de evacuações. Regarding the frequency of bowel movements. Discente do Curso Pós Graduação – Lato Senso – em Fisioterapia – Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP. The groups were evaluated by the score of constipation. The intervention occurred in 3 stages. A intervenção ocorreu em 3 etapas. 3. Connective Tissue.510 Artigo Original Massagem do tecido conjuntivo como recurso terapêutico no controle da constipação intestinal. Houve uma melhora significativa no escore de constipação do GE na 1ª etapa. com nível de significância de 5%. age. não há efeito cumulativo comparando o tratamento inicial com a intervenção a médio prazo.8 anos no GE e 25.1 ± 4. Connective tissue massage as therapeutic recourse in the control of intestinal constipation. Há uma continuidade do efeito do tratamento a médio prazo.1 ± 4. Were included in the study. Presidente Prudente.0 years in the GC. Docente do Departamento de Fisioterapia – Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP. totalizando 24 sessões. São Paulo. CEP 19060-900. baixo nível socioeconômico. possui baixo custo sem efeitos colaterais. with 9 participants each. com 9 participantes em cada. SP. the score of constipation and frequency of bowel movements. low socioeconomic status. The Connective Tissue Massage (CTM) is a technique that acts reflexively in internal organs presents results in a short period. 2012. using four maneuvers. Presidente Prudente. distúrbios psicológicos. idade. 1. Nathalia Ulices Savian(2). a curto e médio prazo. divididos em dois grupos: experimental (GE) e controle (GC). Foi aplicado o t teste para avaliar o tratamento. however. with a significance level of 5%. The high incidence of this disorder in the Brazilian population and the consequences that can follow the framework exposes the need for studies seeking to validate therapeutic methods that have favorable results. Massagem. T test was applied to evaluate the treatment. houve uma melhora na 1ª e 3ª etapa. Rua Roberto Simonsen. Alessandra Madia Mantovani(2). Cristina Elena Prado Teles Fregonesi(1). Artigo recebido em 01 de Julho de 2012 e aceito em 15 de Setembro de 2012.8 and 25. This study aims to analyze the effect of CTM in chronic functional C in the short and medium term. entre outros fatores. Brasil. São Paulo. totaling 24 sessions. atingindo valores semelhantes ao período inicial. pode ser direcionada a diversas condições patológicas. sensação anorretal. por meio de reflexos7. tornam-se hiperalgésica. desenvolvida em associação com os outros métodos de tratamento. faixa etária entre 18 e 30 anos. coordenar e organizar estímulos externos.6. Sendo assim. A elevada ocorrência deste distúrbio na população brasileira e as consequências que podem acompanhar o quadro expõem a necessidade de pesquisas buscando validar métodos terapêuticos que apresentem resultados favoráveis. baseado em um Ficha de Avaliação desenvolvida e descrita por Rialto13. presença de dores no ato da evacuação. A técnica consiste em um deslizamento da pele sobre os planos profundos. pele com excesso de pêlos. idade. que provoca uma tração irritante sobre o tecido conjuntivo subcutâneo e intersticial7.8. Estas zonas de hipersensibilidade foram mapeadas de tal modo a revelar as correspondências entre as áreas da superfície da pele e órgãos internos10. úlceras. de acordo com o escore de constipação intestinal (ECI) e por último o GE foi submetido ao protocolo de intervenção. a aplicação da MTC ocorre na zona reflexa da constipação. no escore de constipação e na frequência de evacuações. câncer. baixo nível socioeconômico. foi proposto o tratamento dos órgãos internos. os indivíduos apresentam insatisfação com sua capacidade evacuatória. Foram definidos como critérios de inclusão indivíduos não portadores de síndrome do colo irritável. a MTC deve ser uma proposta de in- tervenção na constipação intestinal funcional crônica. diabetes mellitus. entre elas a constipação intestinal8. Ambos os grupos foram reavaliados sistemati- Ter Man. ou outras lesões na área a ser tratada. entre outros fatores2. 10(50):510-516 . sendo a Massagem do Tecido Conjuntivo (MTC) uma técnica que busca o equilíbrio entre as estruturas viscerais e os sistemas nervosos simpático e parassimpático. quando há uma estimulação cutânea11. A MTC é um método fácil e viável que demonstrou resultados satisfatórios quando aplicada em outras disfunções. uso de laxantes em algum momento.5. com fisioterapia. localizada nos dermátomos da região glútea. frequência de evacuações. Procedimentos Trata-se de um ensaio clínico randomizado desenvolvido no Centro de Estudos e Atendimentos em Fisioterapia e Reabiliatação (CEAFiR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT). O intuito do questionário foi obter maiores informações sobre a história e o quadro atual da constipação intestinal. tuberculose. Essa técnica. suficientes forças de expulsão do bolo fecal e sustentação da musculatura do assoalho pélvico1.9 . confirmados após a aplicação do Critério de Roma II. Nathalia Ulices Savian. exige à atividade integrada da motilidade colorretal normal. que estimula o tecido cutâneo correspondente aos orgãos. mantendo a homeostase interna. Além de ausência de distúrbios cardíacos. psoríase. principalmente. sendo excluídos por não conclusão das avaliações. contudo não há evidências científicas sobre os efeitos da técnica no tratamento da constipação intestinal funcional crônica. prática de atividade física. aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local (processo nº 117/2010). a partir de um sorteio: experimental (GE) com 9 indivíduos submetidos à MTC e controle (GC) com 9 indivíduos. Sabe-se que.9 . autonômico e entérico. patologias obstrutivas intestinais.Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira. Assim. contendo dados como data de início da constipação e evolução com o tempo. inatividade física. Todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 511 INTRODUÇÃO A defecação normal é um processo coordenado e complexo que envolve os sistemas nervoso central. distúrbios psicológicos. diarréia. sexo. no caso de doenças dos órgãos internos. Os sujeitos incluídos na pesquisa foram divididos em dois grupos. Em seguida foram avaliados os sintomas de constipação intestinal funcional crônica de causa primária. a qualidade de vida destes pacientes. por melhorar a circulação. 2012. utilizando a MTC. sendo esta região metamérica de inervação parassimpática correspondente ao intestino. A fisioterapia vem aumentando suas propostas terapêuticas em gastroenterologia. apenas dois indivíduos desistiram de participar da pesquisa. Universidade Estadual Paulista (UNESP). doenças gástricas e/ou neurológicas e gestantes. com histórico de constipação intestinal. com a intenção de atingi-lo por meio da comunicação reflexa10. certas zonas cutâneas de mesma origem embrionária e inervada pelos mesmos segmentos medulares. feridas abertas. sendo resultado de hábitos dietéticos e comportamentais impróprios. sendo esses os critérios de contraindicação do uso da MTC12. ingestão de alimentos e de líquidos. Assim. Este artigo tem por objetivo a analise do efeito da MTC na constipação intestinal funcional crônica. aleitamento materno e doenças associadas13 . busca-se melhorar a saúde e. campus de Presidente Prudente/SP. Alessandra Madia Mantovani. et al. Com isso. para a constipação funcional crônica.4. MATERIAIS E MÉTODOS Sujeitos Foram selecionados 20 indivíduos do gênero feminino. a função orgânica e reduzir os sintomas. Destes. Na constipação funcional crônica esse processo encontra-se alterado. Inicialmente foi aplicado um questionário.3. que não implica qualquer etiologia específica. uma vez que a pele tem a capacidade de metabolizar. a curto e médio prazo. A aplicação da MTC no GE ocorreu de segunda a sábado. aplicou-se o t teste com o objetivo de verificar a significância entre as médias. Os sujeitos foram orientados a não utilizar laxativos. É executada com o polegar. na direção sacro-trocantérica. Outra variável analisada foi a frequência de evacuações no período do desenvolvimento da pesquisa. Em seguida. deixando exposta a área a ser trabalhada. A pressão exercida pelo terapeuta concentra-se no dedo médio. seguem uma distribuição normal. com a coluna vertebral alinhada. Na 1ª etapa o escore foi aplicado no primeiro dia. entre as etapas e dias e avaliados.512 MTC na constipação intestinal. Sequência das manobras constituintes da MTC na zona reflexa da constipação intestinal. com nível de significância de 5%. ocorreu o retorno da aplicação da MTC por mais 12 sessões. para testar a normalidade das diferenças em cada grupo. dedo médio e anular da pesquisadora. e utilização de traje de banho ou íntimo no tronco inferior. porém cada dia a técnica era aplicada por uma das duas terapeutas responsáveis. sendo da tuberosidade isquiática em direção à crista ilíaca (FIGURA 1c). 2012. indicador. como a frequência de evacuação. a dor abdominal. Ter Man. 1a: Traço da MTC na direção das fibras do glúteo máximo. A área de intervenção com a MTC ocorreu na zona reflexa da constipação. sendo permitida a oscilação de 400 a 600 gramas . foi adotada a posição de decúbito lateral. tanto para o GE. que consiste em uma faixa retraída de uns cinco a oito centímetros de largura que vai desde o terço médio do sacro obliquamente para fora e para baixo8. 1b: Rolamento da pele paralelamente à direção das fibras musculares do glúteo máximo. os minutos no lavatório por tentativa. Foi aplicado a teste de Shapiro-Wilk. para reduzir o risco de viés do estudo. No retorno da aplicação da MTC a ordem de avaliação do escore repetiu a sequência da primeira etapa (1º. Fez-se necessária a criação de variáveis para avaliar a progressão do tratamento no GE (DE). foi aplicado o t teste. sendo a pressão suficiente para provocar o levantamento da prega cutânea (FIGURA 1b). A avaliação realizada pelo ECI permite analisar as variáveis sintomáticas da constipação.15. quanto para o GC. Logo após. bem como para comparar o GE com o GC (DE/DC). Quanto à aplicação do tratamento. A manobra seguinte consistiu em um traço perpendicular às fibras musculares do glúteo máximo. quadris e joelhos flexionados a 90 graus. além de não alterar seus hábitos alimentares e de atividade física durante o período de realização do presente estudo. com apoio do dedo anular. diariamente no período da intervenção. Sendo essas variáveis a diferença dos valores obtidos no ECI. caracterizando a 3ª etapa. A última manobra consistiu em um rolamento da pele perpendicularmente à direção das fibras do músculo glúteo máximo (FIGURA 1d). sendo realizadas 12 sessões. A primeira manobra executada foi um traço na direção das fibras musculares do glúteo máximo na direção sacro-trocantérica (FIGURA 1a). baseado no referido item do ECI. a constipação sintomática igual a 15 e a constipação severa 3014. evitando interferências na técnica. o tipo de auxílio e as tentativas mal sucedidas para evacuação em 24 horas e por último a duração da constipação em anos. sendo a ausência de constipação igual a zero. A segunda manobra consistiu no levantamento do tecido conjuntivo e rolamento da pele paralelamente às Figura 1. o esforço doloroso na evacuação. 1c: Traço perpendicular às fibras do glúteo máximo. Como em ambos os grupos todas as variáveis. Foram realizadas 4 manobras. O ECI foi avaliado nas três etapas. camente. 6º e 13º dia). O escore classifica a constipação de zero a 30. e as mãos posicionadas perpendicularmente à pele da paciente. constituindo a 1ª etapa. exceto uma do GC. sendo repetidas cinco vezes em cada região (dermátomos correspondentes de S1 e S2) e foram aplicadas em ambos os lados do quadril. a sensação de evacuação incompleta. enemas ou supositórios. durante todo o período de intervenção. e repetida 16 fibras do glúteo máximo. ao final do sexto dia e no décimo terceiro dia. Assim. todos os sujeitos do GE receberam MTC nos dias de intervenção. Na etapa seguinte o escore foi avaliado apenas no final do sétimo dia. A calibração da força empregada nesta manobra foi feita em uma balança digital. Para o recebimento da MTC no GE. 1d: Rolamento da pele perpendicularmente à direção das fibras musculares do glúteo máximo. 10(50):510-516 . de forma intercalada. houve uma interrupção de 15 dias (2ª etapa). H e I) e controle (GC. 55. aumento da frequência de evacuação em todos os sujeitos do GE nas etapas 1 e 3. Ilustração da frequência de evacuações nas três avaliações da 1ª (3a) e 3ª etapa (3c) – 1º. houve uma manutenção dos valores referentes à frequência de evacuações no ECI durante os três períodos analisados (Figura 4). e da voluntária B.3% das participantes praticam atividade física. 2012.5% dos sujeitos relataram que já fizeram uso de laxantes Figura 2. e somente a uma delas retornou à condição anterior à aplicação da MTC. P. L.7% dos sujeitos consideram que seus hábitos alimentares não eram adequados. verduras e legumes. que apresentou uma manutenção do valor. Pode-se associar este resultado aos estímulos de- Ter Man. G. Foi observado. A figura 3 representa o comportamento do escore de constipação intestinal em ambos os grupos. Q e R).4% relataram que fazem uso de pequena quantidade (menos de 1 litro por dia). Quanto à ingestão de líquidos. com uma manutenção na 2ª etapa dos valores finais da 1ª etapa. as voluntárias apresentaram algumas oscilações. 4 = menos de uma vez por mês. No GC. perdurando até a 2ª etapa. 44. e 13º dia). Nesse estudo. durante alguma fase da vida. apresentando uma dieta sem o predomínio de fibras. observou-se diferenças significativas nas variáveis (D1E/D1C e D2E/D2C) correspondentes aos escores aplicados no 6º e 13º dia em relação ao 1º dia de intervenção da 1ª etapa (p=0. A média do ECI no GE foi de 13. 10(50):510-516 . atingindo o máximo valor permitido no ECI ao final deste período. DISCUSSÃO Figura 3. confirmando que este método pode ser considerado como uma alternati- RESULTADOS Os sujeitos do GE apresentaram média de idade de va de tratamento para esta afecção.4 pontos. e D2E/D2C). semelhante à 1ª etapa. onde o eixo x representa os 9 sujeitos da pesquisa nos grupos experimental e controle e o eixo y a frequência de evacuações.0011) e na variável (D4E/D4C) correspondente ao escore aplicado no 7º dia da 2ª etapa em relação ao 1º dia da 1ª etapa (p=0. 7º dia. 1etapa1= avaliação no 1º dia da etapa 1. ao longo do tempo. 6º e 13º dia – e na avaliação da 2ª etapa (3b) – 7º dia – dos grupos experimental (GE. N. Isto indica que o resultado da MTC na constipação intestinal funcional crônica foi eficaz. letras J. A partir da Figura 2 é possivel verificar as variáveis que possuem diferença significativa. O.0 anos. F. M. 513 23. Alessandra Madia Mantovani. onde somente 2 voluntárias apresentaram piora. com períodos de melhora e piora.1 ± 3. et al. 1 = 2 vezes por semana.1 ± 4. 2 e 3 e os dias das avaliações (1º dia. 13etapa1= avaliação no 13º dia da etapa 1. K. 6º. Na 3ª etapa. frutas. as participantes apresentaram uma evolução. C. D. B.7 ± 4. nas 3 etapas nos grupos controle e experimental. Representação da média do escore de constipação intestinal nas avaliações realizadas no 1º. Além disso. Figura 4. com exceção da voluntária A. Observou-se um aumento na frequência de evacuações em todas as voluntárias componentes do GE na 1ª etapa. sendo 0 = 1 a 2 vezes por 1-2 dias. Na avaliação aplicada anteriormente à intervenção constatou-se que 33. após a intervenção da MTC ao longo do tempo. Ao comparar o comportamento do GE e GC. 2 = uma vez por semana. letras A.6 pontos e no GC foi de 14. 7etapa2= avaliação no 7º dia da etapa 2. 13etapa3= avaliação no 13º dia da etapa 3. 3 = menos de uma vez por semana. mas de uma forma geral. Nathalia Ulices Savian.0091).8 anos e do GC 25. 6º dia. E. também. que apresentou uma leve diminuição na frequência de evacuações.Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira. 7º e 13º dias.7 ± 7. na 1ª etapa de intervenção o GE teve diminuição significativa do ECI (D1E e D2E) e na comparação com o GC (D1E/D1C. Resultado do t teste do grupo experimental considerando as diferenças (D) entre as etapas 1. 1etapa3= avaliação no 1º dia da etapa 3. 6etapa3= avaliação no 6º dia da etapa 3. 6etapa1= avaliação no 6º dia da etapa 1. Observou-se ainda que 27. com frequência superior a três vezes por semana.011 e p=0. em um período relativamente curto. Porém. ou seja. fazendo com que o mesmo não responda mais ao tratamento.12. à condição anterior ao recebimento da MTC. e como a MTC atua nas capas de deslizamento deste tecido. para melhores resultados é necessário. após oito semanas de intervenção. evidenciada pela não significância nas variáveis D9E e D12E de um período para o outro. 10(50):510-516 . Isso pode interferir nos outros itens do ECI. Ele conclui em seu estudo a necessidade de um tratamento completo com atuação multidisciplinar. além da mudança de hábitos alimentares e comportamentais. não apresentando uma regressão aos valores prévios à intervenção. justificando a redução do ECI e associando a contribuição desses aspectos às melhoras obtidas com a intervenção Sinclair (2010)19. A significância nas variáveis D4E e D4E/D4C indica que houve uma continuidade do efeito do tratamento. os quais provocam a ativação dos reflexos de defecação. A estimulação desses nervos leva a um aumento geral da atividade do sistema nervoso entérico. predominante nas regiões sigmóide. o que indica uma tendência a retornar aos valores inicias. Houve continuidade do efeito do tratamento observado pelas variáveis D8E e D8E/D8C. pela estimulação da via parassimpática. tanto na 1 como a co em aliviar as queixas. uma vez que o item duração da constipação em anos limita maiores variações do escore no decorrer da intervenção. o tempo prolongado no lavatório por tentativa e o número de tentativas mal sucedidas para defecação em 24 horas. a dor abdominal. resultando em redução dos sintomas associados à constipação intestinal17. isto é.23. Essa continuidade no efeito do tratamento foi evidenciada por Lamas (2010)26 com a aplicação de massagem abdominal. além da diminuição do ECI quando comparado ao grupo controle. levando à menor reabsorção de água na parte distal do intestino. intensificando a atividade da maioria das funções gastrintestinais.20. que já havia atingido valores satisfatórios. O aumento na frequência de evacuações no GE pode estar associada a redução do tempo das fezes em contato com a mucosa intestinal. Essas proposições confirmam o limite do ECI obtido com a intervenção da MTC no presente estudo. Houve uma maior proximidade dos valores do GE em relação ao GC. indicado pela não significância nas variáveis D3E e D11E (figura 2). Embora seja observada uma melhora contínua. Com uma semana de intervenção. O sistema nervoso parassimpático age diminuindo a tensão muscular abdominal. a diferença entre os grupos não foi significativa (D7E/D7C).514 MTC na constipação intestinal. O grupo experimental. demonstrando uma discreta piora do quadro (figura 3). porém não foram encontrados estudos que relatam se com o tempo ocorre uma adaptação no organismo. a variável D10E revela uma melhora significativa com a MTC na 3ª etapa. houve uma acomodação no ECI. apresentou redução da dor abdominal e dos sintomas gastrointestinais. buscando o equilíbrio entre na 3a etapa. no qual seja abordado as intervenções medicamentosas. Entretanto. refere-se apenas ao efeito da MTC. aumentando a motilidade dos músculos do sistema digestório e as secreções digestivas e relaxa os esfíncteres. evidenciado pela significância na D5E. aumento da ingestão de água e prática de atividade física21. A diminuição do ECI do presente estudo assemelhase ao descrito por Lamas (2009)18. sencadeados pela MTC na zona reflexa da constipação.22. que frequentemente estão relacionados às fezes endurecidas e fragmentadas19. Porém. as participantes atingiram um limiar na pontuação. apesar de ter aumentado o valor do ECI no período de interrupção da MTC. Assim. Observou-se uma diminuição da consistência do tecido conjuntivo na área reflexa da constipação intestinal no decorrer da aplicação da MTC. mesmo não retornando aos valores iniciais. pois seus valores não foram significativos. Pela significância na variável D6E. Nilsson (2011) 25 observou que pessoas com distúr- bios gastrointestinais procuram métodos complementares e medicina alternativa para o alivio dos seus sintomas. Este achado reforça a teoria de que condições patológicas em órgãos internos provocam no tecido conjuntivo uma aderência entre a subderme e a fáscia. constata-se que houve um aumento no ECI entre a 1ª e a 2ª semana de interrupção da aplicação da MTC. pois há uma ineficácia no tratamento ortodóxi- Ter Man. ou seja. como o esforço doloroso. Algumas voluntárias atingiram o valor mínimo permitido pelo ECI das mesmas. localizada nos dermátomos S1 e S2. 2012. bem como terapias manuais para auxiliar no trânsito colônico. se manteve. após uma semana do retorno à intervenção o escore. Assim. justificando a associação de terapias. houve um aumento no valor do ECI após uma semana sem intervenção. Outro estudo evidenciou a eficácia da massagem abdominal nesses parâmetros. reforçando a eficácia desta técnica e a necessidade de uma intervenção contínua. a sensação de evacuação incompleta. retal e anal do intestino grosso8. onde foi aplicada a massagem.24 e continuidade das sessões de MTC a longo prazo. Esse limiar atingido. Assim como na variável D4E. que realizou massagem abdominal em indivíduos com constipação funcional crônica. permanecendo uma diferença não significativa na comparação entre os grupos (D6E/D6C). mudanças alimentares e comportamentais.10. essa não foi cumulativa. a significância na D7E demonstrou uma continuidade do efeito do tratamento a médio prazo no GE. a continuidade na aplicação da MTC se faz necessária para obtenção de melhores resultados. portanto. possibilitando a mudança do escore no item referido. Contudo não há relatos na literatura de redução do escore de constipação com a MTC. Souza. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia) – Faculdade Assis Gurgacz. Victoria CR. Obstipação intestinal na mulher. Revista Brasileira de Medicina. Miszputen SJ. sugere-se que uma mudança nos hábitos alimentares e comportamentais pode resultar em uma potencialização destes efeitos. portanto. Motta MEFA. Tahan S.1998 14. Fagundes-Neto U. Infant. A massagem do tecido conjuntivo como tratamento na lombalgia – revisão de literatura. 1996. 6(1): 135-43. 2012. Saúde Matern. Hardy E. Ter Man. Uma sugestão para futuras pesquisas seria a realização da MTC com uma frequência de 3 vezes semanais e a longo prazo. 45(supl. Bras. 2(2):9-26. realização de atividade física23. Gut. Revista Conexão. Essa proposta é uma alternativa mais viável. analisando se os efeitos são satisfatórios. Características clínicas de pacientes pediátricos com constipação crônica de acordo com o grupo etário. No entanto. SCOTT M. Estimulação tátil-cinestésica: uma integração entre pele e sistema endócrino? Rev. Reis. 2011. Liz A. Souza MH. 6. Souza JA. Drossman DA. Saúde Matern. 10(50):510-516 . Ingestão de fibra alimentar e tempo de trânsito colônico em pacientes com constipação funcional. 4 ed. 3. 12. quando interrompido. et al. 6 (3): 277-283. a MTC é uma técnica promissora e deve ser incorporada aos métodos de tratamento da constipação intestinal.28. a curto prazo e há uma continuidade do efeito do tratamento a médio prazo. CONCLUSÃO A Massagem do Tecido Conjuntivo se mostrou eficaz como recurso terapêutico na constipação intestinal funcional crônica no grupo estudado. Pfeifer J. Farmer AD. porém é necessário o conhecimento da eficácia da mesma. Agachan F. 2009. Aziz Q.10. apresenta um retrocesso. Rialto F. Hardy. Bove A. 4. Wood EC. Cascavel. Fukushima E. Lunniss PJ. reeducação comportamental27. 8. Técnicas de massagem de Beard. ocorre melhora na maleabilidade tecidual8. 10 (2): 247-256. 2. A utilização da auriculoterapia como recurso terapêutico no controle da constipação intestinal crônica. 44(4):340-4. Mohammed SD. 22: 1085–283. 2005. ser adicionada aos tratamentos convencionais já realizados. Bellini M. Massagem reflexa do tecido conjuntivo: método especial de massagem. auriculoterapia e quiropraxia13. Sendo assim. a MTC mostra-se uma técnica viável no tratamento da constipação intestinal. 5. The effectiveness of connective tissue massage in the treatment of primary dysmenorrhea among young women. 2):1-5. Rev. Bras. 65(6):169-73.S. 2012. Pucciani F. E. Consensus statemente AIGO/SICCR: Diagnosis onde treatment of chronic constiátion and obsturcted defecation. World Journal of Gastroenterology. Infant.Dalva Minonroze Albuquerque Ferreira. 2007. et al.1564. Joint hypermobility and rectal evacuator dysfunction: an etiological link in abnormal connective tissue? Neurogastroenterol Motil. Entretanto. 2008. Battaglia E. Arquivos de Gastroenterologia. 9. 2008. 11. Nathalia Ulices Savian. Almeida JS. The functional gastrointestinal disorders and the Rome II process. C. 2005. 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Não há efeito cumulativo comparando o tratamento inicial com a intervenção a médio prazo. Os resultados revelam a necessidade de uma intervenção contínua da MTC na constipação intestinal. Morais MB. Zarate N. podendo associar com auto-massagem. busca de profissional especializado nas alterações psicológicas21. Lopes AC. 39(6):681-5. Selfe J. Altomare DF. A aplicação da MTC reduziu o escore de constipação e aumentou a frequência de evacuações. 515 as estruturas viscerais e o sistema nervoso por meio de reflexos. pois além de trazer resultados em curto período. H. Figueiredo RCP. 30: 65-68 Ter Man. 2003. Ermocilla CA. Guimarães EV. Ferreira DMA. 79 f. American Family Physician. 31. 2009. 23. 2007. Lamas.. Experiences of abdominal massage for constipation. Jornal de Pediatria. Duray. Fatores associados ao risco de consumo insuficiente de fibra alimentar entre adolescentes. S. 10(50):510-516 . Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. (Apostila). Pediatria Moderna. 22. 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Objective: The objective of this study was to investigate the influence of the parasympathetic mobilization of SNA on the quality and quantity of sleep individuals with insomnia. Aline Slongo Moura(1). o sono é prejudicado. Moacir Julio Silvestre. this way we concluded that the maneuver of mobilization of autonomic nervous system and parasympathetic effective in the treatment of insomnia. When there is activation of the sympathetic nervous system. or even as a lack of sleep to maintain a good quality of alert and well-being during all the day. sleep Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 25 de Setembro de 2012. Abstract Introduction: The insomnia is a symptom defined as difficulty in falling or staying asleep. Foi avaliada a qualidade e a quantidade do sono desses indivíduos através da escala de Pittsburgh. Guarapuava – PR. quarto ventrículo e região sacral (S2-S4). Brasil Autor correspondente: Ivo Ilvan Kerppers Av. Metodologia: Participaram do estudo 19 voluntários. Meiriélly Furmann(2). Objetivo: O objetivo desse estudo foi verificar a influência da mobilização do SNA parassimpático na qualidade e na quantidade do sono em indivíduos com insônia.laboratório de Neuroanatomia e Neurofisiologia . Brasil 3. (42) 8415-0475 – (42) 30357241. Brasil 4. Paraná. Luiz Alfredo Braum(4). fourth ventricle and sacral region (S2-S4). Paraná. sendo assim concluímos que a manobra de mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático é eficaz no tratamento de insônia.Guarapuava. sono. ou ainda como insuficiência de sono para manter uma boa qualidade de alerta e bem estar durante o dia. the sleep is impaired. Influence of the mobilization of the parasympathetic autonomous nervous system in individuals with insomnia.Guarapuava. oculomotor nerve. nº. Durante o sono o tônus do sistema nervoso autônomo parassimpático é aumentado e a atividade simpática é diminuída. antes e depois da mobilização do sistema nervoso autônomo com as técnicas de mobilização do nervo vago.com Ter Man. Mobilização do SNAP na insônia Palavras-chave: Insônia. Keywords: Insomnia. The quality and quantity of sleep in these individuals was evaluated trough the scale of Pittsburgh. Resultados: A técnica de mobilização do sistema nervo autônomo parassimpático melhorou estatisticamente a qualidade e quantidade do sono em indivíduos com insônia. parasympathetic autonomic nervous system. 2012. with the complaint of insomnia. 1. Docente da Faculdade Guairacá/ SESG . Paraná. Discente da Faculdade Guairacá/ SESG . sistema nervoso autônomo parassimpático. before and after the mobilization of the autonomic nerve. During sleep the tonus of parasympathetic autonomic nervous system is increased and the sympathetic activity is decreased. E-mail: ikerppers@hotmail. Brasil 2. Wagner Menna Pereira(3).517 Artigo Original Influência da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático em indivíduos com insônia. 10(50):517-522 . Quando ocorre uma ativação do sistema nervoso simpático. Discente da Universidade Estadual do Centro-Oeste – Guarapuava. de ambos os sexos com queixa de insônia. VII (facial). manobra do quarto ventrículo e oscilações na região sacral estimulam o sistema nervoso autônomo parassimpático. a resposta autonômica simpática pode ser diferente. Técnicas como a manobra óculo-motora. e conforme a pessoa vai descansando durante a noite os episódios de sono REM aumentam consideravelmente (7) . ma nervoso central (SNC) e vão até os gânglios simpáticos aonde irão realizar as sinapses com os neurônios pós-ganglionares (12). Durante uma noite normal os episódios de sono REM duram de 5 a 30 minutos e geralmente surgem a cada 90 minutos. o objetivo do presente estudo foi verificar a influência da mobilização do SNA parassimpático na qualidade e na quantidade do sono em indivíduos com insônia. Esse distúrbio pode ser transitó- rio. Durante o sono existe um equilíbrio entre os componentes do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O estágio 1 do sono NREM é a transição da fase da vigília para o inicio do sono e dura vários minutos. como a ansiedade (2) . e o outro neurônio possui a denominação de pós-ganglionar pois seu corpo está localizado nos gânglios. A estimulação em um nível de reflexo desenca- deado na coluna pode influenciar a atividade do Mobilização do SNAP na insônia SNA. pois essa ativação acontece de forma rápida e termina de forma demorada (1) . 10(50):517-522 . pois está associado a diminuição de várias funções vegetativas do corpo. METODOLOGIA Trata-se de um estudo quantitativo de abordagem pré experimental. Guarapuava – Paraná. chamadas de sono REM e sono não-REM (NREM). e dependendo do tipo de estímulo. 4 não atingiram a pontuação máxima de 10 na escala de Epworth e 8 desis- . porém quando a pessoa esta com muito sono. sendo denominados de sistema cranio-sacral. e então ocorre o aparecimento de novo ciclo. realizado na Clínicas Integradas Guairacá. O sistema nervoso autônomo (SNA) é a região do sistema nervoso em que a maioria das funções viscerais é controlada. atingindo aproximadamente 30% da população geral (3.518 Influência da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático em indivíduos com insônia. Após aproximadamente 90 minutos de sono aparece o sono REM que delimita o final do primeiro ciclo de sono.8). de curta duração persistindo por menos de três semanas. O equilíbrio entre a atividade simpática e parassimpática é controlada pelo hipotálamo. e a atividade simpática é diminuída. Quando ocorre uma ativação do sistema nervoso simpático. a insônia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública por se tratar do transtorno de sono mais comum. da frequência. Além disso. No sistema parassimpático os neurônios pré-ganglionares surgem dos núcleos de nervos cranianos e de segmentos sacrais. o tônus parassimpático é aumentado. IX (glossofaríngeo) e X (vago). esse episódio de sono REM é curto ou inexistente. porém no sono REM ocorre um aumento Mobilização do SNAP na insônia dessa atividade em surtos (10) Contudo. tendo como característica notável a possibilidade de alterar as funções das vísceras rapidamente (7) . Qualquer fator que promova desequilíbrio faz com Ter Man. porém. esse ciclo é imprescindível para que se tenha uma vida saudável (5) . e teve seu projeto aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (COMEP) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). os axônios saem do siste- . Os corpos desse neurônio encontram-se nos nervos cranianos III (oculomotor). da duração e da área estimulada. o qual irá aumentar uma atividade e diminuir a outra diante de um desequilíbrio (12) de sono e é extremamente relaxante. Esses corpos (12) . o sono REM não tem característica restauradora e sim de sonhos vívidos. O sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático são constituídos por uma via motora de dois neurônios. crônica sendo que ultrapassa três semanas ou intermitente que está associada a distúrbios psiquiátricos. Ao contrário do NREM. 2012. durando algumas noites. iniciado pelo reaparecimento do estágio 2 (6. estimulação do nervo vago. sendo que este possui quatro fases: estágios: 1 e 2 e estágios 3 e 4 (6) .4) . O sono NREM ocorre na primeira hora de neurônios vão até os gânglios parassimpáticos. um dos neurônios dessa via é denominado pré-ganglionar pois possui seu corpo localizado no sistema nervoso central. No sistema nervoso simpático os neurônios pré-ganglionares surgem dos segmentos tóraco-lombares entre T1 e L2 sendo assim denominado de sistema tóraco-lombar (10) . após isso o indivíduo passa para o estágio 2. Foram selecionados 33 indivíduos que preencheram a escala de Epworth. durante a qual ocorrem alterações dos processos fisiológicos e comportamentais. Nos seres humanos ele é dividido em duas fases. parecer 250/2011 (Anexo A). e alguns no segundo e terceiro nervo espinhal sacral (7) O sono é um ciclo cicardiano definido como um estado fisiológico complexo que necessita de uma integração cerebral completa. que podem estar no órgão efetor ou próximo deles . . pois estão com o sistema nervoso simpático ativado (10) . 3 e 4 sucessivamente. sendo assim indicado para pessoas que possuem distúrbios do sono. o sono é prejudicado. INTRODUÇÃO A insônia é um sintoma definido como a dificuldade de iniciar ou manter o sono. ou ainda como insuficiência de sono para manter uma boa qualidade de alerta e bem estar durante o dia (1) que se obtenham respostas automáticas e involuntárias vindas do sistema nervoso parassimpático ou simpático para restabelecer a homeostasia (11) . aplicouse o teste de t-student.0.9±1. estavam na faixa etária de 18 á 30 anos de idade e tinham respondido (X) nenhuma vez na questão 7 do Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (Anexo C). Foram incluídos no estudo os voluntários que através da escala de Epworth (Anexo B) obtiveram valores inferiores a 10. Após essa mobilização foi realizada a estimulação do nervo óculomotor. participaram efetivamente do estudo 19 voluntários com queixas de insônia. 10(50):517-522 . A mobilização de cada segmento parassimpático foi realizada por 2 minutos. Na tabela 1.7 (±4. Após o preenchimento. e após as mobilizações apresentou média de 3. A – Mobilização da região sacral (S2-S4). para testar a normalidade da amostra. Ivo Ilvan Kerppers.69 cm (±0. pela pressão arterial e freqüência cardíaca antes e depois da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. o pesquisador ficou com os dedos entre os processos espinhosos das vértebras sacrais S2 a S4 e então realizou mobilizações (figura 1 A). Luiz Alfredo Braum. e como os valores se mantiveram dentro do padrão de normalidade. Durante os atendimentos. Ter Man. As horas dormidas antes da aplicação da técnica de mobilização do sistema nervoso autônomo paras- . Após a manipulação novamente foi realizado a aferição da PA e da FC. Como é recomendado por Salgado (2010). o paciente continuou no mesmo decúbito para a estimulação do nervo vago. Para a mobilização do 4º ventrículo o participante se posicionou em decúbito dorsal.Aline Slongo Moura. B – Mobilização do 4º ventrículo. D – Mobilização do nervo vago.2±2. A mão do terapeuta ficou na base do occipto deixando as falanges em extensão e flexionando a articulação metacarpofalangeana. Então foi aplicado o questionário Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (Anexo C) para avaliar a qualidade de sono. RESULTADOS Como demonstrado na figura 2. juntamente com oscilações ântero-posterior (figura 1 C). o mesmo foi orientado sobre a técnica de mobilização do SNA e todas as suas dúvidas esclarecidas.2. com idade média de 22 anos (±2.0001). Análise Estatística Para a análise estatística. de ambos os sexos. Meiriélly Furmann. 519 tiram de participar. durante 4 semanas.21). o pesquisador posicionou sua mão na região anterior do pescoço ao lado da traquéia realizando movimentos látero-laterais (figura 1 D). e o terapeuta sentou atrás do paciente. Após as 4 sessões novamente foi aplicado o questionário Índice de qualidade de sono de Pittsburgh. 1 vezes por semana. foi aplicado aos voluntários a Escala de Epworth (Anexo B) para detecção de distúrbio do sono – insônia. De acordo com a disponibilidade do voluntário foram marcados os atendimentos.6 Kg (±13. para análise do valor de significância p≤0. utilizou-se o teste de D’Agostino. totalizando 4 sessões.05.21). iniciando assim a mobilização do SNA parassimpático. Figura 1. Portanto. no início de cada atendimento foi realizada a aferição da pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC). o voluntário se posicionou relaxadamente na maca para o início da mobilização do SNA. utilizou-se o programa BioEstat 4.09). peso médio de 70. Manobras de mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. Com paciente ainda em decúbito dorsal. onde grandes pontuações são indicativos de sonolência grave e valores inferiores a 10 é indicativo de insônia (13. altura média 1. a qualidade do sono mensurada pela Escala de Pittsburg antes das mobilizações do sistema nervoso parassimpático apresentou média de 8.3. sendo a média do Índice de massa corporal de 24. C – Mobilização do nervo óculomotor. Primeiramente os participantes assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) de participação do estudo (Anexo D). Wagner Menna Pereira. além dos que não se sentiram confortáveis durante o tratamento e aqueles que tinham companheiros de quarto e não apresentaram Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (Anexo C) respondido pelos mesmos. aqueles que apresentavam quadro depressivo. Os resultados da estatística são apresentados em média e desvio padrão das variáveis da Escala de Pittsburg. realizando assim oscilações no sentido crânio-caudal (figura 1 B). pacientes que não possuíam disponibilidade de participar do estudo. o terapeuta colocou seus polegares nos olhos do voluntário com uma leve pressão.6). 2012.14) Mobilização do SNAP na insônia Para finalizar a mobilização. após esses procedimentos o voluntário foi posicionado em decúbito ventral. Os excluídos do estudo foram os voluntários que não tinham respondido (X) nenhuma vez na questão 07 do Índice de qualidade do sono de Pittsburgh Mobilização do SNAP na insônia (Anexo C). Houve melhora na qualidade do sono de 18 participantes (p=0. observa-se um comparativo da quantidade de horas dormidas antes e depois das intervenções. 4±1. juntamente com o aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca (1) Figura 2. realiza uma ativação do sistema nervoso autônomo simpático.5±0. condizendo com os autores acima citados. quando ocorre ativação do sistema nervoso autônomo simpático faz com que se tenha prejuízo ao sono. Porém essa redução apresenta diferença estatisticamente significante.7 (p=0. e a hiperativação do sistema nervoso autônomo simpático tem sido descrito como um correlato de insônia. Isso corrobora com os resultados obtidos no presente estudo. aumentando portanto. Visto que durante o sono há um equilíbrio entre atividades do sistema nervoso autônomo. * Valor estatisticamente significante. A hiperativação do sistema nervoso central. 2012. simpático apresentavam uma média de 6. porém na pressão arterial e na freqüência cardíaca não houve significância estatística.0001). antes e depois da aplicação da técnica de mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. Analisando graficamente a frequência cardíaca e a pressão arterial nas 4 sessões. A associação de técFigura 3. tendem a realizar o equilíbrio entre os sistemas parassimpático e simpático. independentemente do motivo. as mobilizações da região sacral (S2-S4). e na qualidade de vida de indivíduos com insônia. Mobilização do SNAP na insônia As técnicas realizadas nesse estudo sendo elas. Mobilização do SNAP na insônia Em relação aos valores da pressão arterial e da freqüência cardíaca não obteve-se diferença estatística na comparação desses valores. através da análise gráfica. observa-se que houve redução dos valores em todas as sessões. Ter Man. DISCUSSÃO O presente trabalho alcançou significância estatística na Escala de Pittsburgh e no aumento da quantidade de sono após aplicação da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. . do quarto ventrículo. A mobilização do sistema nervoso autôno- mo parassimpático faz com que ocorra a diminuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca. como mostra a figura 3. Em um estudo cujo objetivo foi verificar o efeito da manobra do quarto ventrículo na qualidade e quantidade de sono.1. Valores das Horas Dormidas. pois a manobra do quarto ventrículo foi uma das técnicas utilizadas e apresentou melhora significativa na qualidade do sono dos voluntários. Comparação da PA e FC da 1ª a 4ª semana de tratamento. Valores da Escala de Pittsburgh. obteve como resultado a melhora significativa na qualidade e no aumento da quantidade de sono.520 Influência da mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático em indivíduos com insônia. significativamente a quantidade de horas dormidas dos participantes. 10(50):517-522 . e após a aplicação da técnica as horas dormidas apresentaram uma média de 7. se comparando os momentos pré e pós. do nervo óculomotor e do nervo vago. esses mesmos estudos levantam a possibilidade de que as intervenções que influenciam diretamente a hiperativação periférica e o equilíbrio entre o tônus simpático e parassimpático pode proporcionar grande melhora no sono de indivíduos insones (15) Tabela 1. mesmo não ocorrendo diminuição estatística da pressão arterial e da freqüência cardíaca. melhorando de fato com a qualidade do sono. O despertar do sono. o que é encontrado no presente trabalho. . antes e depois da aplicação da técnica de mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. em todas as sessões. onde há certo equilíbrio do sistema nervoso simpático. Hypnos. Outra técnica utilizada foi a manobra do nervo oculomotor. CONCLUSÃO Conclui-se. Revista Neurociências. através dessas técnicas. A estimulação do SNA parassimpático através do nervo vago. aplicou-se essas técnicas pelo tempo recomendado e encontramos a melhora da qualidade de sono com as mobilizações. É através de estudos como estes que ocorrem avanços científicos. Em um artigo que visava analisar a variabilidade da freqüência cardíaca em indivíduos submetidos à manobra do quarto ventrículo. Se houvesse de fato essa classifi- cação e um meio fidedigno para avaliar a insônia haveria mais um meio de inclusão e exclusão para o presente estudo. Evidenciando assim. é recomendado para indivíduos com insônia (10) . Visto que ocorreu a diminui- ção da pressão arterial e da freqüência cardíaca. sendo assim destacamos a necessidade de outros estudos associando técnicas de terapia manual no tratamento de insônia.Aline Slongo Moura. 2. o efeito benéfico da técnica em indivíduos com insônia. Uma das manobras utilizadas no presente trabalho foi a estimulação do nervo vago. Essa classificação ajudaria na escolha do tratamento ideal. diabetes. podemos confirmar que houve de fato a estimulação do sistema nervoso autônomo parassimpático. mesmo que em níveis não significativos. além do aumento das atividades parassimpáticas relacionadas com o sono. é um tratamento eficaz na melhora da qualidade do sono e no aumento da quantidade de sono em indivíduos insones. o que poderia trazer melhores resultados visto que apenas indivíduos com insônia de duração curta de sono seriam escolhidos. I Consenso Brasileiro de Insônia. 2003. Em estudo cujo objetivo foi investigar a associação da insônia primária e alterações no ritmo cardíaco através da polissonografia noturna e variabilidade da freqüência cardíaca. 10(50):517-522 . como a mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático. Esses fatos condizem com o objetivo do presente trabalho. essa manobra provoca uma diminuição da atividade simpática(17). porém poderiam realizar estudos para a classificação da insônia de acordo com a hiperatividade fisiológica e não hiperatividade fisiológica. a respiração e o controle da temperatura corporal. A outra classificação é a de duração de sono relativamente normal. Estudiosos de distúrbios do sono tendem classificar a insônia de acordo com a sua etiologia. Quando é realizada a Mobilização do SNAP na insônia Ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático através do nervo oculomotor há uma diminuição dos sintomas da exacerbação do sistema nervoso simpático. Luiz Alfredo Braum. como por exemplo. Ivo Ilvan Kerppers. 521 nicas que estimulam o sistema nervoso parassimpático fez com que se obtivessem melhores resultados sob indivíduos com insônia(16). quarto ventrículo e oscilações na região sacral (S2-S4) por 2 minutos. nervo vago. Varela MJV. por exemplo. a primeira poderia responder melhor a medicação ou outro tratamento biológico. porém sem diminuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca em indivíduos com insônia. Ter Man. A estimulação do sistema nervoso autônomo parassimpático. São Paulo. quarto ventrículo e da região S2-S4 da coluna. O nervo vago libera acetilcolina que realiza a despolarização diastólica e o sistema nervoso autônomo parassimpático altera a frequência cardíaca (18) lho. óculomotor. Insônia: doença crônica e sofrimento. isso afirma mais uma vez o beneficio da técnica em indivíduos insones. que a mobilização do sistema nervoso autônomo parassimpático através das manobras do nervo óculomotor. faz com que se tenha um aumento das horas dormidas e a melhora na qualidade de sono. a atividade parassimpática mostrou ser menor nos indivíduos com insônia (20) . aonde há ativação do sistema nervoso simpático e associação de déficits neurocognitivos. . Poyares D. Meiriélly Furmann. contudo. 13(4):183-89. et al. hipertensão. 2012. Existem poucos estudos que relacionam o efeito de técnicas que estimulam o sistema nervoso parassimpático com a insônia.2005.4(Supl 2):5-39. ajudando na melhora do bem estar da população. O nervo oculomotor ainda atua na diminuição da consciência de vigília pela sua função de constrição da íris que irá diminuir a luminosidade do olho (19) . que visa melhorar o sono dos participantes e conseqüentemente melhorar a qualidade do sono. A primeira classificação é a insônia com duração curta de sono. pois os mesmos apresentam uma atividade simpática exacerbada. No presente traba- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Wagner Menna Pereira. e a segunda responderia melhor ao tratamento Mobilização do SNAP na insônia Psicológico (21) . et al. Sendo então propícia a mobilização do sistema nervoso para que se tenha um aumento da atividade parassimpática. 2010. v. São Carlos. et al. RS. 2012. 2012. 2011. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2009.pdf > Acesso em: 25/05/2012.nce. 6. Roth T. Tese (Doutorado em Ciências) – Programa de Cirurgia Torácica e Cardiovascular. Tradução. Palma BD. et al. 5.2001.2011. Etiology. Júnior NBM. São Paulo. 67 p. v. al. Tratado de Fisiologia Médica. Paschoal MA. Rio de Janeiro: Editora Elsevier. 8.. São Paulo.12ª edição. Evaluation of Epworth Sleepiness Scale in patients with obstructive sleep apnea-hypopnea syndrome. Tradução de: MARTINS. Ter Man.1ª edição. 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Revista Terapia Manual. 10(50):517-522 . et al. RVF. Londrina: Escola de Terapia Manual e Postural. Bliwise DL. Mendonza JF. and Consequences. from the Sleep Laboratory of UNINOVE.523 Artigo Original Insuficiência cardíaca e força muscular ventilatória.56±9. Av. do Laboratório de Sono da UNINOVE. pressões ventilatórias máximas. associada a uma alta taxa de morbimortalidade.70 and for males to 74. O protocolo de avaliação constou de anamnese.81 e 76. triados de serviços de cardiologia da cidade de São Paulo (SP).33±32.75 respectively. Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho – UNINOVE.56±9.28±9. fadiga e disfunção cardíaca. Resumo Introdução: A insuficiência cardíaca crônica (ICC) é uma síndrome clínica complexa. SP. São Paulo. Sergio Roberto Nacif(1). spirometry. and ventilator musculature. sinais vitais. Conclusion: Patients with HF functional class II and III. and functional classification regarding heart failure (NYHA). VEF1 e VEF1/CVF foram de 2. 10(50):523-527 .26.97±0.28±4. involved in this study. 2. Objetivo: Avaliar os volumes e capacidades pulmonares e as pressões máximas geradas pela musculatura ventilatória em pacientes com ICC classe funcional II e III. vital signs.81 and 76.99 para o sexo masculino. Method: In this study. caracterizada por dispneia. 2. Leitão Filho(4). São Paulo.75 respectivamente.Brasil. Universidade de Fortaleza. Programa de Pós-Graduação em Pesquisa em Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – FCMSCSP.33±32.93. Abrstract Introduction: Chronic heart failure (HF) is a complex clinical syndrome. Results: Mean age was 63. anthropometry characteristics. maximal ventilatory pressures.Brasil. Conclusão: Os pacientes com ICC classe funcional II e III envolvidos neste estudo. com consideráveis gastos socioeconômicos e comprometimento da qualidade de vida. Clearly the presence of alterations in respiratory function. e-mail: ezequielfo_fi[email protected]. As pressões expiratórias máximas foram de 98.28±9. fatigue and cardiac dysfunction. Heart failure and ventilatory muscle strength. Nadua Apostólico(1). Palavras-Chave: Insuficiência cardíaca crônica. Método: Participaram deste estudo. É evidente a presença de um padrão ventilatório anormal com alterações da função respiratória e da musculatura ventilatória. Programa de Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação. SP. 48 pacientes (36 homens). Os valores absolutos médios referentes à CVF.97±0. Universidade Nove de Julho – UNINOVE. 2. Keywords: Chronic heart failure. The mean maximal inspiratory pressure values for females were 69. manifested by dyspnea. Brasil. Fernando S. Isabella de Carvalho Aguiar(1). FEV1 and FEV1/FVC were 2. The evaluation consisted of medical history.com Ter Man. 612 Água Branca – 05001-100 São Paulo – SP. Newton Santos de Faria Jr(2). apresentaram considerável redução dos valores espirométricos e de pressões ventilatórias máximas comparados com o previsto da população brasileira.31±39. Oliveira(1). Endereço para correspondência: Ezequiel Fernandes Oliveira. 4. Ismael de Sousa Dias(1). Francisco Matarazzo.17 and 95.55±39. Resultados: A média de idade foi de 63.99. Objective: To evaluate the volumes and lung capacities and maximum pressures generated by the ventilatory muscles in patients with HF functional class II and III. S.Brasil.28±4. Ezequiel Fernandes Oliveira(1). Fortaleza.55±39.31±39. Israel dos Reis dos Santos(1). spirometry and manovacuometer. antropometria. São Paulo. classificação funcional quanto à Insuficiência Cardíaca (NYHA). espirometria. Brasil. Faculdade de Medicina. A média dos valores das pressões inspiratórias máximas foi para o sexo feminino de 69. SP.28±30. espirometria e a manovacuometria.30 respectivamente para o sexo feminino e masculino.28±30.17 e 95.30±0.33 e o índice de massa corpórea médio foi de 26. 2012. Recebido e aceito em _______________________________ 1.33 and the mean body mass index was 26.70 e de 74.30±0. associated with high morbimortality with considerable socioeconomic costs. Ceará. Renato Marrach Pasqual(3).26. The maximal expiratory pressures were 98. Luis Vicente F.30 respectively for females and males. 3. as well as reduced quality of life. showed considerable decrease spirometric values and maximal ventilatory pressures compared with the predicted Brazilian population. 48 patients (36 men). screened by cardiology services in Sao Paulo city (SP). The average absolute values of FVC. a determinação da classe funcional da NYHA é de caráter subjetivo e pode estar sujeita ao viés de diferentes interpretações. A espirometria foi verificada pelo espirômetro Koko-nSpire Health. A avaliação dos pacientes foi realizada no laboratório de sono. Foram envolvidos 48 pacientes. 2002 e 2006 foram de 93. previamente calibrado. USA. seremos a sexta maior população de idosos no mundo. altura (cm) foi realizada através de uma balança antropométrica eletrônica (modelo 200/5. por Ter Man.34 por 10. Segundo a NYHA. triados de serviços de cardiologia da cidade de São Paulo (SP). apesar dos avanços científicos e tecnológicos e de melhores condições socioeconômicas terem possibilitado o aumento da longevidade da população geral e dos cardiopatas(1). INTRODUÇÃO A insuficiência cardíaca crônica (ICC) é definida como a incapacidade de o coração desenvolver um débito suficiente para atender às necessidades metabólicas dos tecidos periférico. o aumento do número de idosos deverá resultar na multiplicação dos casos de ICC. permitindo estratificar o grau de limitação imposto por ela para atividades cotidianas. reduzindo a qualidade de vida do indivíduo.ausência de sintomas durante atividades cotidianas. classe II .sintomas desencadeados por atividades cotidianas. classe IV sintomas em repouso(13). pacientes com idade entre 18 a 80 anos. antropometria. sendo que as projeções indicam que. 10(50):523-527 . Esses valores refletem uma tendência de queda nesse indicador para o país. aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Além do valor prognóstico da classe funcional caracterizada em uma avaliação inicial. espirometria e a manovacuometria. sinais vitais. a ICC manifesta-se com diversos sinais e sintomas. A classificação funcional quanto à insuficiência cardíaca foi baseada pela New York Heart Association (NYHA) que é amplamente utilizada na determinação clínica de gravidade devido a sua praticidade. Tem-se observado o aumento da incidência da ICC no Brasil e no mundo. devido ao seu uso simples e prático para fins clínicos. caracterizada como uma condição clínica grave e para a qual tende a evoluir a maioria das doenças cardíacas. de ambos os sexo (36 homens). história de acidente vascular encefálico. tendência essa também observada em todos os estratos de cobertura da SF(5). sendo um instrumento de classificação com validade e confiabilidade estabelecidas(6). verificada pelo método ecocardiográfico.39. 77. O Brasil tem o envelhecimento populacional mais rápido do mundo. As principais manifestações clínicas de pacientes com ICC são dispnéia e fadiga. As taxas de internações por ICC para o Brasil em 1998. porém a sua característica clínica mais evidente é a incapacidade de sustentar esforços físicos progressivamente menores considerada uma complexa síndrome com uma alta taxa de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. São Paulo. estando sob tratamento farmacológico por no mínimo um mês. MÉTODO Trata-se de um estudo prospectivo. em aposentadorias precoces e em altos custos socioeconômicos para o país. Brasil) e o cálculo do IMC pela fórmula peso/altura2. 2012. classe I . Além dos altos custos hospitalares e de atendimentos de emergência. o que limita a tolerância ao exercício e até de atividades de vida diária. a ICC leva a um considerável comprometimento da qualidade de vida. A classificação para determinação da gravidade da ICC mais utilizada clinicamente é a recomendada pela New York Heart Association (NYHA). em 2025. apesar de apresentar várias estratégias disponíveis para o seu tratamento(1-4). apresentar ICC classe II ou III (NYHA) devido à miocardiopatia dilatada. Foram adotados como critérios de exclusão. respectivamente. Este estudo teve como objetivo avaliar os volumes e capacidades pulmonares e as pressões máximas inspiratórias e expiratórias geradas pela musculatura ventilatória em pacientes com ICC classe funcional II e III (NYHA). Em sua forma crônica.sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas. Consequentemente. com limitação para esforços semelhante à esperada em indivíduos saudáveis. aproximadamente 30 milhões de pessoas (15% da população total). clínico e transversal. Welmy Indústria e Comércio Ltda. resultando. A verificação do peso corporal (kg). uso abusivo de álcool e usuário de drogas e não terem apresentado episódios de descompensação cardiorrespiratória no período mínimo de dois meses anteriores aos exames e FE < 50%. classificação funcional quanto à Insuficiência Cardíaca (NYHA).43 e 62. isquêmica ou idiopática. muitas vezes. do Laboratório de Sono da UNINOVE. procedimentos cirúrgicos recentes na região da caixa torácica.524 Insuficiência cardíaca e força muscular ventilatória. os indivíduos com ICC são divididos em classes. sob o protocolo 214896/09. sendo um instrumento de classificação com validade e confiabilidade estabelecidas. constando de anamnese. além da fraqueza muscular ventilatória(7-12). entretanto ela é limitada por ser subjetiva e semi-quantitativa(13). classe III . Esta classificação funcional foi originalmente descrita em 1928. da miopatia esquelética. A NYHA avalia o efeito sintomático da doença cardíaca. do fluxo sanguíneo muscular. Apesar disso. particularmente a IC com função sistólica preservada(4). essa determinação é útil na avaliação da qualidade de vida e resposta terapêutica. Esta intolerância é consequência das alterações hemodinâmicas associadas com a redução da função cardíaca.000 habitantes. Os critérios de inclusão foram. 15%) e III (53.68 2. VEF1 . São Paulo.55±39.02 Obtido 3. 10(50):523-527 . PImax – Pressão inspiratória máxima.77 2. 2012.Capacidade Vital Forçada. Para a avaliação das pressões ventilatórias máximas utilizou-se um bocal.30±0. Variáveis Idade (anos) Peso (kg) Altura (cm) IMC (kg/m²) IMC.07±15. Os pacientes eram incentivados pelo avaliador durante toda a manobra para que atingissem esforços máximos.74 166±0. os pulmões tornam-se menos complacentes.12 26. 525 técnico devidamente habilitado. Os valores espirométricos absolutos e as pressões Tabela 1.09 126. IL.Ezequiel Fernandes Oliveira. apresentando um pequeno orifício de dois milímetros de diâmetro na porção distal ao paciente com o objetivo de prevenir que a pressão gerada pelos músculos faciais influenciasse as medidas. O pacote estatístico utilizado foi o SPSS 19.33 74±12. Características antropométricas e demográficas.38±14.28±4. com intervalo operacional de ± 240 cmH2O adotando como referência os teóricos propostos por Neder et al (15) ventilatórias máximas (PImax e PEmax) estão apresentadas na tabela 2.76 116. acoplada entre os lábios. As principais alterações nos testes de função pulmonar em pacientes com ICC são a redução da capacidade vital. Nestes pacientes a causa da ICC foi a miocardiopatia dilatada em seis. As manobras foram realizadas por no mínimo três vezes. Isabella de Carvalho Aguiar.73±0.Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo. As variáveis pulmonares mensuradas foram a capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e a relação VEF1/CVF.78 ± 14.88 ± 10. A avaliação das pressões ventilatórias máximas foi realizada por meio de manovacuômetro analógico (RECORD-GER-AR Comércio Produtos Médicos Ltda.99 86.19 69.93 79.56±9. capacidade pulmonar total. Foram realizadas três manobras expiratórias e selecionada aquela com os maiores valores do VEF1 e CVF. solicitando-se inspiração máxima e expiração máxima respectivamente.28±9. sendo que nove destes com ICC sistólica e seis com ICC diastólica. Nadua Apostólico.93 2. PEmax – Pressão expiratória máxima.95±0. peça rígida achatada. USA). O nível de significância estatística foi definido em 5% para todos os testes (P≤0. Brasil). ocorrendo retenção de ar em decorrência do fechamento precoce das vias aéreas distais e o aumento do tra- . redução do débito cardíaco e alterações do parênquima pulmonar(16).85%).Índice de Massa corpórea (n=48) 63.81 76.27±9. miocardiopatia isquêmica em sete e miocardiopatia idiopática em dois. RESULTADOS Participaram deste estudo.75 96.53 ± 8. sendo considerado para análise o maior valor absoluto obtido(15).59 80. Foi utilizada a análise estatística descritiva para interpretação dos dados expressos em média e desvio padrão e para análise de variáveis de dois grupos independentes foi utilizado o teste t.28±30. Ter Man.31±39.41 76.33±32.05). classe funcional II (46. de acordo com as diretrizes para testes de função pulmonar segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.26 Tabela 2. As características antropométricas e demográficas estão descritas na tabela 1.77 previsto CVF.30 ± 14.97±0. com intervalos de aproximadamente um minuto entre elas e um segundo de sustentação para cada uma. Portanto. Foi solicitada a realização da preensão labial suficiente para evitar escape de ar ao redor da mesma. DISCUSSÃO Há muito tempo reconheceu-se a associação entre ICC e função pulmonar. A pressão inspiratória máxima (PImax) e a pressão expiratória máxima (PEmax) foram determinadas com os esforços ventilatórios iniciados a partir da capacidade residual funcional (CRF). Os percentuais dos valores preditos foram apresentados conforme protocolo de Pereira(14). 48 pacientes (36 do sexo masculino) com ICC.30 85.0 (Chicago. Os pacientes com insuficiência ventricular esquerda exibem tipicamente alterações da função respiratória caracterizadas pela redução de capacidade como consequência do acúmulo de fluído intersticial nos pulmões.17 95.82±18.70 74. Espirometria e pressões máximas ventilatórias (n=48) CVF (previsto) CVF (L) CVF (% previsto) VEF1 (previsto) VEF1 (L) VEF1 (% previsto) VEF1/CVF (previsto) VEF1/CVF(L) VEF1/CVF(%previsto) PImax Feminino Masculino PEmax Feminino Masculino 98. Um obturador nasal evitou o escape de ar pelo nariz do paciente. capacidade de difusão pulmonar em repouso e principalmente durante o exercício e da complacência pulmonar(17). As correlações entre as variáveis foram feitas pelo teste de correlação de Pearson. A insuficiência cardíaca determina alterações das funções pulmonares por meio de vários mecanismos tais como o aumento crônico da pressão venosa pulmonar. 2012. Os nossos achados em relação aos valores espirométricos vão ao encontro também com os resultados de Walsh et al. O ingurgitamento dos vasos sanguíneos pulmonares reduz o calibre das vias aéreas periféricas aumentando a resistência ao fluxo aéreo. Vasoconstrictive response in the vascular beds of the non-exercising forearm during leg exercise in patients with mild chronic heart failure. Nichols J. Mady C. II. IV) da NYHA. Validity and reliability of the NYHA classes for measuring research outcomes in patients with cardiac disease. concordando com os nossos dados(22). Skeletal muscle disorders in heart failure. avaliando a pressão da musculatura ventilatória em 244 indivíduos estáveis portadores de ICC. podemos concluir que os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva classe funcional II e III apresentaram redução dos valores espirométricos e de pressões ventilatórias máximas comparados com o previsto da população brasileira. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Circ J. Larson MG. proporcionando algumas anormalidades na relação ventilação/perfusão resultando em aumento na diferença alvéolo-arterial de oxigênio. N Engl J Med. hipoxemia e alteração na proporção entre espaço morto e volume corrente(17). Destes. A força muscular respiratória em pacientes com ICC está alterada. balho respiratório devido à necessidade de geração de pressões pleurais maiores em face de pulmões menos complacentes(18). Em um estudo. e de Weiner et al. et al. Bittner V. os músculos respiratórios nunca têm a oportunidade de descansar. hipoxemia e acidose. Bennett JA. no sexo feminino de 20% e no sexo masculino de 36%. Accessed 2013 jan 23.526 Insuficiência cardíaca e força muscular ventilatória. O volume corrente declina-se e a frequência respiratória se eleva. dentre eles 169 pacientes com cardiomiopatia dilatada idiopática e 75 com cardiomiopatia isquêmica. na PEmax.gov. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. não houve redução no sexo feminino e no masculino foi de 25%. Riegel B. Em um estudo realizado com pacientes com ICC em todas as classes funcionais (I.br>. 2007. [Site do Departamento de Informática do SUS]. 8. III. 5. 100 pacientes classe II e 113 pacientes classe III. 2009. Yaoita H. Maehara K. Diferente de qualquer outro músculo esquelético.1):1-71. 31 pacientes pertenciam a classe funcional I segundo NYHA. levando a uma redução da função pulmonar. Ministério da Saúde. Os autores observaram uma redução da PImax em 100% dos pacientes além desta ser um considerável indicador da sobrevida destes indivíduos(25). Qualquer músculo esquelético esta susceptível ao desenvolvimento de fadiga. Available from:http//www. 10(50):523-527 . 2(5):165-73. A associação de um débito cardíaco muito baixo. CONCLUSÃO Ao final deste estudo. observa-se hiperventilação em repouso e durante o exercício. com uma idade média de 63. (1999). Meyer et al. 3. Study group on Heart Failure Awareness and Perecption in Europe. o que corrobora com nosso estudo(19). um estado em que a força contrátil diminui em relação ao estímulo nervoso. 171(3):277-94.3 anos.6%.datasus. Tratamento da insuficiência cardíaca. 31(4):262-70 Lunde PK. 93(supl.21). Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ter Man. Alguns suspeitam de que a força deles é imune à fadiga(23). 2007. Nastari L. No nosso estudo houve uma redução na PImax. tendem a reduzir o aporte de oxigênio aos músculos respiratórios. 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Levy D. 7. Chiba Y. Acta Physiol Scand 2001. Schiotz T. 2000. analisando as provas de função pulmonar em 20 pacientes portadores de insuficiência cardíaca. produzindo fadiga e dispneia. Frequentemente. 71(6):922-8. (2001). 2002.heartfailure-europe. Na ICC observaremos os músculos respiratórios necessitando gerar mais força para um dado volume de ar diante de uma complacência pulmonar reduzida e a resistência ao fluxo de ar aumentado. Kenchaiah S. com. et al. que registraram uma considerável redução quando comparados aos valores de referência(20. Sjaastad I. após uma avaliação dos músculos ventilatórios houve uma diminuição da PImax de 28% e da PEmax de 20%(24). especialmente na CVF e VEF1. Evans et al. (1996). como consequência uma redução da força muscular ventilatória. Rev Bras Cardiol. com um valor médio de FE de 22±10%. (1995). De acordo com Hughes et al. foi observada uma diminuição significante dos volumes pulmonares. 4. 347(18):1397–402. Disponível em:<www. foi observado um índice de 73.6±10. Long-term trends in the incidence of and survival with heart failure. 2002. 6. (1999). Departamento de Informática do SUS. Heart Lung. 32:719-27. Neder JA. Am J Resp Crit Care Med. Respiratory muscle dysfunction in congestive heart failure. L. Reference values for lung function tests. 2009. 2012. 18. ventilatory drive and respiratory muscle strenght in patients with chronic heart failure. 2001. McGrall Hill. 1998:499-512. Pereira CAC. Inspiratory muscle training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized trial. 2002. 13. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. 20. Phillips L. 10. Ribeiro JP. Espirometria. Borst ZC. Eur Respir J. 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Tobin MJ. kinnear WJM. Ter Man. 1999. 14. Diaphagm streigh in cronic heart failure. Giordano A. 11. Circulation. 27(1):114-25. Waizman J. Isabella de Carvalho Aguiar. 25. kirschke A. Cardiol. Respiratory muscle function and exercise intolerance in heart failure. 10(50):523-527 . Bauer KA. 120(6):1896-76. Corra U. Moxham J. 1994. Lerario MC. 612. PhD. July Nine University – UNINOVE. 10(50):528-532 . July Nine University – UNINOVE. participaram 5 indivíduos de ambos os generos. 4. Artigo recebido em 06 de Julho de 2012 e aceito em 02 de Setembro de 2012. Biasotto-Gonzalez –Francisco Matarazzo Avenue. Os voluntários foram submetidos a avaliação postural baseado nos conceitos do RPG. Musculoskeletal Biomechanics Research Laboratory.Brazil. Reeducação Postural Global (RPG). with the objective of improving head-shoulder posture and to re-educate the patient to position him/herself to the physiological pattern. Department of Physical Therapy. A avaliação da postura e dos pontos de contato oclusal foram realizados novamente logo após este procedimento. Method: In this pilot study. FL. seguido de avaliação oclusal para determinar o número de contatos em cada hemi-arcada. Then. The postural and occlusal contact points assessments were performed again immediately after this procedure. A alteração observada foi a diminuição de pontos de contatos oclusais ao final do tratamento. PO Box 05001-100. Conclusão: Houve uma alteração nos contatos oclusais com o tratamento fisioterapeutico usando RPG na amostra estudada. O presente estudo teve por objetivo verificar os contatos oclusais dos voluntários antes e após um tratamento fisioterapeutico de reedução postural global (RPG). Abstract Purpose: Literature shows that there is a great inter-relationship between posture and mandible position. Key-Words: Dental Occlusion. Master of Rehabilitation Sciences. 1. Inaê Caroline Gadotti4. Full Professor.4 years old. No entanto.Fone:+ 55 1136659325. Assistant Professor. PhD´s degree Student. Igor Phillip dos Santos Gloria2. Ter Man. Água Branca. Results: It is possible to observe a decrease in occlusal contact points in all volunteers. Department of Physical Therapy. Carolina Marciela Herpich2. Miami. 3. com o objetivo de melhorar a postura de cabeça-ombro e de reeducar o paciente para posicioná-lo ao padrão fisiológico. São Paulo. Brazil Corresponding Author: Daniela Ap. Master of Rehabilitation Sciences. Daniela Aparecida Biasotto-Gonzalez1. São Paulo. PhD.br. Palavras Chaves: Oclusão dentaria. Brazil. Brazil. July Nine University – UNINOVE. São Paulo. PhD. com idade media de 25. Master´s degree student. The alteration observed was the decrease in occlusal contact points at the end of treatment. E-mail address: dani_atm@uninove. Fisioterapia.528 Artigo Original Assessment of Occlusal Contact in Pre and Post Global Posture Re-education Treatment – A Pilot Study. Conclusion: There was an occlusal contact alteration with the physiotherapeutic treatment using GPR applied on the studied subjects. followed by the occlusal assessment to determine the contact points in each hemi-arch. Resumo Objetivo: A literature mostra que há uma grande relação entre postura e posição mandibular. o RPG foi realizado por 30 minutos. Guilherme Manna Cesar3. Resultados: É possível observar uma diminuição dos pontos de contatos oclusais em todos os voluntários. São Paulo. São Paulo. Global Posture Re-education. Professor. Florida International University. The volunteers were submitted to a postural assessment based on the GPR concepts. Occlusal contact alterations after physiotherapeutic RPG treatment. United States. averaging 25. Tabajara de Oliveira Gonzalez5. 2012. 5. Método: Neste estudo piloto. Division of Biokinesiology and Physical Therapy. Dowglas Fernando Magalhães de Sousa2. São Paulo.4 anos.Fax: +55 1136659325. five subjects of both genders participated as volunteers. São Paulo. The present study aimed to verify the occlusal contact in volunteers before and after physiotherapeutic treatment of global posture reeducation (GPR). Physiotherapy. GPR was performed for 30 minutes. Yasmin El Hage2. University of Southern California – California – United States. Sandra Kalil Bussadori1. 2. such as: mandibular angle.0 megapixels) with the volunteer in the orthostatic posture (anterior. et al. The masticatory system. that mandible resting position is the result of coordination between posterior cervical muscles and anterior cervical spine muscles. varying the volunteer’s distance from the camera. Furthermore.Daniela Aparecida Biasotto-Gonzalez. with the possibility of in- Ter Man. and individuals undergoing physiotherapeutic and/or orthodontic treatment at the time of data collection. 5. right and left lateral). Moreover. The pictures taken in this research were performed with a digital camera (Sony Mavica CD. al. Because the mandible is located within this muscle group. acromioclavicular joint and manubrium of sternum. average of 25. mental protuberance. is directly related to the cervical spine.8. where if the structures present efficiency without dysfunctions. 10 Based on the theories about globality of man. its resting position depends in the referred muscular balance6. During the sitting position. the mandible. according to the inclusion and exclusion criteria. Anatomical reference landmarks were utilized in this assessment for posterior comparison. spinous process of the 1st thoracic vertebra. in a study performed by Darling et. individuals aging more than 30 or less than 20 years old. temporomandibular joints. where occlusal contacts can also be modified 3. and all the associated muscles. Mandibular movement is dictated by neuromuscular control of the masticatory muscles until the initial teeth contact occurs7. The first description about the occlusal relationship was presented by Edward Angle in 18991. Subjects should also be free from any neuromuscular disease. 529 INTRODUCTION The position of the teeth in the dental arch and its relationship with its antagonists during occlusion is very important for masticatory function. mastication. if occlusion is established with the patient reclined in the chair. Brazil) (protocol number:105730). which are the main focus of this postural treatment9. the same author reports that it is illusory to try to correct an individual occlusion alteration if an eye convergence defect is present. It was concluded.02 meters height from the floor. This technique is comprehended of 5 total muscular chains (slings) in the body. few studies show its efficacy. which includes the maxilla. disregarding the specific dental contacts2. presenting no dental failure. Procedure The study was approved by the ethics commission for the analysis of research projects of Nove de Julho University (SP. swallowing. GPR globally treats musculo-articular problems applying stretching postures based on morphology normalization .4 cluding a posture treatment along with the treatments already performed to improve the symptomatological onset in general7. the occlusal configuration is considered physiological. there is a great inter-relationship between posture and occlusion. Although the method is often clinically practiced. Several Brazilian physical therapists have been using the GPR method with satisfactory empiric results. the objective of this study was to verify the occlusal contact in five patients before and after the physiotherapeutic treatment of global posture reeducation. aging 20 to 30 years old. Carolina Marciela Herpich. The digital camera was positioned 1. manual therapy has been used as a form of preparation to ease stretching. for example in sitting and standing. or if the patient presents a pathological scar in the neck5. Besides muscle stretching. mandible position in relation to the maxilla. 2012. posterior. is modified. Therein. where the muscular chains (slings) are stretched to gain normal articular amplitudes. leading competent professionals in such fields to obligatorily study and understand posturology. Participants were selected according to the following criteria: volunteers aging 20 to 30 years old. 10(50):528-532 . and no studies were found on its use in assessment of occlusal contact. along with its resulting occlusion. According to Bricot5. leading to a good muscular flexibility form. patients subjected to protocols of both manual therapy and stretching have exhibited higher satisfaction levels and better performances when compared to those who underwent only manual therapy11. and during speaking. a more recent concept directs itself to the masticatory system’s health. However. All subjects were instructed on the purpose of the study and provided written consent and were submitted to a postural assessment based on the Global Posture Reeducation concepts. swallowing. Dowglas Fernando Magalhães de Sousa.4 years. the volunteers had their . Global posture reeducation (GPR) apply correcting postures of hip opening or closing. three female and two male subjects.6. and not undergoing physiotherapeutic and/or orthodontic treatment and the exclusion criterions were dental failure. compared to the functional position assumed by the subjects during habitual positions. teeth. The neuromuscular influences of the cervical regions and of the mastication are actively associated with the movement functions of the mandible and the cervical posture. right and left lateral) and in the sitting position (anterior. METHODS This pilot study was performed in five volunteers. and speaking. which are utilized in inspiration. there is a relationship between masticatory muscle hyperactivity and global body posture. Therefore. At the beginning of the session. It is possible to observe that there was a decrease of the occlusal contact points in all volunteers. Statistics Descriptive analysis was perfomed.**** 0 0 2 3 0 * Right Superior Hemi-Arch.I.**** 2 3 3 7 0 * Right Superior Hemi-Arch.A. with the patient lying down on her back and all limbs relaxed. arm. Ter Man. triceps surae. sternocleidomastoid. ** Left Superior Hemi-Arch. erector spinae. with the objective of improving head-shoulder posture. (in order to stretch the posterior muscle chain.A. upper trapezius. scalene. *** Right Inferior Hemi-Arch.H. ischiotibials.*** 0 1 3 2 0 L.S. on session of Global Posture Re-education was performed for 30 minutes.A. 2012. Volunteer 1 2 3 4 5 R.H. and hand flexors) The postural and occlusal points assessments were performed again immediately after RPG treatment. ** Left Superior Hemi-Arch. in which presented seven occlusal contact points in the left superior hemi-arch during pre-treatment. forearm. Table 1.H. with exception of the right superior hemi-arch of volunteers 2 and 3.I. placed bilaterally at the same time on the superior surface of the volunteer’s inferior teeth.A. pectoralis minor. and in order to stretch the anterior muscle chain. gluteus maximus. diaphragm. with feet supported by the floor and hands resting on top of the legs. and 15 minutes of the sitting posture. levator scapulae. back leaning against the back of the seat.H.* 0 3 5 0 2 L. Table 2. In which 15 minutes comprehended of a laying posture. This assessment was performed by a dentist. and hands resting on top of their legs. feet supported by the floor. decreasing every contact point recorded during the pre-treatment assessment.I. Assessment of the Occlusal Contacts in Post Treatment. **** Left Inferior Hemi-Arch. Assessment of the Occlusal Contacts in Pre Treatment.H. where during pre-treatment presented 1 occlusal contact point in the right superior hemi-arch. Volunteer 1 presented in the post-treatment results no occlusal contact. *** Right Inferior Hemi-Arch.530 Assessment of Occlusal Contact in Pre and Post Global Posture Re-education Treatment – A Pilot Study.H. and presented two contact points in the same arch.A. Each maneuver was repeated three times and maintained during five breaths.I.S.* 0 3 5 4 1 L. and foot intrinsic muscles. re-educating the patient to position him/herself to the physiological pattern.A.S.*** 0 2 5 7 0 L. and presented no occlusal contact in post-treatment.H. The superior and inferior arch were photographed with the aid of an adult crystal occlusal mirror from Indusbello\ . in order to stretch the fasciae that connect the shoulder and cervical spine muscles. A noticeable decrease of the occlusal contact was observed in volunteer 2. utilizing the same initial procedures.A. Intervention Following these steps. The volunteer was in a sitting position.** 0 0 2 4 1 R.S. suboccipitalis.A. **** Left Inferior Hemi-Arch.H. Volunteer 1 2 3 4 5 R. pompage maneuvers were performed as described by Bienfait. intercostalis iliopsoas.18 in association with breathing exercises. 10(50):528-532 . Assessment of the Occlusal Points The carbon AccuFilm\ II 280 strips (3/12” L x 7/8” W) was utilized. DISCUSSION Literature is scarce regarding the research and the results presented in this study by the authors. who was then asked to perform 10 habitual bites. There was only one contact point increase observed in volunteer 5.** 2 7 3 7 3 R. RESULTS The data on the occlusal contact points regarding pre and post treatment can be observed in Tables 1 and 2 respectively. 7. CONCLUSION It was possible to conclude with the results obtained in this pilot study that with the physiotherapeutic treatment utilizing the Global Posture Re-education technique on the selected volunteers. Okeson J P. 10. which will consequently alter mandible position5. which directly alters the occlusal contact. Effectiveness of physical therapy for patients with neck pain: an individual approach using a clinical decision-making algorithm. Santiago & Moraes Rego18. J Prosthet Dent 1984. Marques A P. 1992. Ter Man. Ramfjord S. 41: 248 – 264. Ed. Hanten WP. São Paulo: Artes Medicas. Carolina Marciela Herpich. 2nd Ed.Vol. the decrease in the amount of contact points after Global Posture Re-education treatment can be observed in the volunteers utilized in this study. Williams W B.Number 10. Glasheen-Wray M. 2012. São Paulo. São Paulo: Artes Medicas. it is not important concerning the goals of this study. São Paulo: Ed. Fundamentos de Oclusão e Desordens Temporomandibulares. Furthermore.16.Daniela Aparecida Biasotto-Gonzalez. 341p. 8.82:20318. However. 531 The results presented in this pilot study demonstrated a decrease in the occlusal contact points of the volunteers after physiotherapeutic treatment. 13. Reeducação Postural Global: Método do campo fechado. mandibular muscular con12 cal occlusal positions12. 2nd ed. Posturologia: ATM – Oclusão e Postura. an alteration of the occlusal contact points was achieved. Steenks M H. Sao Paulo: Guanabara Koogan. Bricot. Biasotto-Gonzalez DA. Caradonna D. Campbell AH. Whether this resultant alteration (decrease) is influential regarding mandible functions. Ícone. Santos. The result observed presents great importance regarding the study of the stomatognathic system and its muscular and articular related pain. 6. 1996. Electromyographic study of patientswith masticatory muscles disorders. which can be observed and considered in this present study. 10(50):528-532 . Kraus S. as observed in the study performed by Santiago. Classification of Malocclusion. Alves F A. Dowglas Fernando Magalhães de Sousa.15. demonstrating the great importance of this procedure concerning the patient’s health. Cadeias Musculares: Um programa para ensinar a avaliação fisioterapêutica global. Ferreira F V. 1996. This statement supports the idea that the results collected in this study may present themselves physiological to the studied patients. 4th ed. Wang WTJ. physiotherapeutic treatment (massage) Braz J Oral Sci. Influence of cervical posture on mandibular movement. Angle E H. 11. 4. 9. This alteration comprehended on the decrease of the contact points by the end of the treatment. Disfunções da articulação temporomandibular do ponto de vista da fisioterapia e da odontologia. Darling D W. Manole. Am J Phys Med Rehabil. This alteration changes teeth contacts during occlusion. Olson SL. the physiotherapeutic treatment proposed in the present study can also be utilized as an adjustment technique. 52(3): 421-426. 495p. 104p. 3 . data which is not found in the literature. Dental Cosmos 1899.14. 2(12): 8-13. 5. De Wijer A. 52(1): 111-115. This would influence in the shoulder-head position. which is observed with the results collected in this present research. July/September 2004 . The concept of normality allows variations when analyzing the study of occlusion. promoting many physiologi- REFERENCES 1. The treatment applied for the volunteers demonstrated to be important towards the adjustment of muscle balance and positioning. where the number of contact points do not matter once the stomatognathic system works properly without dysfunction. 2001.13. Glasheen-Wray M B. 4th Edition. which is important to relate with the occlusal contact concept presented by Okeson2. Many techniques are observed in the literature regarding occlusal adjustment. 1996. 2000. p 516-521 Goldstein D F. Oclusão. traction acts only against gravity to position the mandible against the maxilla. Posturologia. São Paulo: Ed. Gleeson PB. et al. as observed with the occlusal contact alterations. 2001. Bérzin F. J Bras Ortod e Ortop Max 1997. 2003. Global Posture Re-education reestablishes the normal physiological curvature of the cervical spine. 12. Souchard P E. Relationship of head posture and the rest position of the mandible. J Prosthet Dent 1984. Editora Ícone: São Paulo. 3. Ortodontia: Diagnostico e Planejamento Clinico. Ash M M. According to Ferreira . B. 2. Kraus S L.17. 1991. 6(36): 498-503. São Paulo: Artes Medicas. diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais. Santiago L C. 10(50):528-532 . 14. Ajuste oclusal durante procedimentos restauradores – Objetivos e técnica. November/December. 136p. Curitiba. 16. 538p. 15.. 686p. Ajuste oclusal em dentes naturais. 18. Dawson P. Ciência e pratica de oclusão. Moraes Rego M. Santiago K. Equilibration in the natural and restored dentition. Publishing Co. 2000. São Paulo: Quintessence.532 Assessment of Occlusal Contact in Pre and Post Global Posture Re-education Treatment – A Pilot Study. Avaliação. São Paulo: Quintessence. 17. Smuckler H. 1985. 194p. 1993. McNeil C. 2nd edition. Illinois: Quintessence. 2012. Motsch A.’ Ter Man. Chicago. J Bras Clin Odontol Int 2002. Avenida Francisco Matarazzo. bolsista CAPES – Universidade Nove de Julho. Palavras-chave: transtornos da articulação temporomandibular. Conclusão: no contexto de doenças crônicas. Brasil. A presença da DTM. we applied the Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC / TMD) by trained examiner. presença de ruídos articulares. bolsista FAPESP . 2. São Paulo 05001-100. Soraia Micaela Silva(2). tiveram impacto negativo nas atividades da vida diária. com deslocamento do disco da articulação temporomandibular e limitação na amplitude de abertura bucal. doença de Parkinson. Docente do Programa de Mestrado/Doutorado em Ciências da Reabilitação . with disc displacement of the temporomandibular joint and limitation in range of mouth opening. Brasil.Fax: +5511-3665-9325 . A avaliação foi constituída de exame clínico intra e extra-oral (eixo I do RDC/TMD) para determinação do alcance do movimento mandibular. Metodologia: a fim de identificar a presença de DTM. Brasil.costa@uninove. São Paulo. Conclusion: In the context of chronic disease. é necessário o conhecimento dessas afecções. São Paulo. 612. 3. joint and muscle pain on palpation of the masticatory muscles and the mandibular excursions. Methodology: In order to identify the presence of TMD. had a negative impact on activities of daily living. The evaluation consisted of clinical examination intra and extraoral (Axis I of the RDC / TMD) to determine the extent of mandibular movement. it was possible to relate the clinical picture presented by volunteer with the assumptions of the literature suggests that individuals with PD have clinical characteristics that make them more susceptible to the development of TMD.Universidade Nove de Julho. Fernanda Ishida Correa(4). Raquel Agnelli Mesquita Ferrari(3). Key-word: temporomandibular jont disorder. São Paulo. The presence of TMD. 10(50):533-536 . Endereço para correspondência: Paula Fernanda da Costa Silva. Brasil.edu. Mestranda em Ciências da Reabilitação. São Paulo. especially in functions related to the stomatognathic system. Parkinson’s disease.Universidade Nove de Julho. sintomas motores. em conjunto com as alterações motoras apresentadas. motor symptoms. Paula Fernanda da Costa Silva(1). foi aplicado o Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/ DTM) por examinador treinado.br Ter Man. it is necessary to know these conditions in order to delineate therapeutic strategies aimed at maintaining quality of life. Results: in this case.. Temporomandibular disorder in patient with Parkinson’s disease: a case report. principalmente em funções relacionadas ao sistema estomatognático.Universidade Nove de Julho. dor articular e muscular à palpação dos músculos mastigatórios e nas excursões mandibulares.533 Relato de Caso Disfunção temporomandibular em paciente com Doença de Parkinson: relato de caso. Abstract Introduction: the characteristic motor impairment in individuals with Parkinson’s disease (PD) may cause functional alterations in the stomatognathic system and the consequent development of temporomandibular disorders (TMD). Mestranda em Ciências da Reabilitação. Sandra Kalil Bussadori(3) Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação – Universidade Nove de Julho Resumo Introdução: o comprometimento motor característico em indivíduos com doença de Parkinson (DP) pode ocasionar alterações funcionais no sistema estomatognático e consequente desenvolvimento de disfunção temporomandibular (DTM).E-mail: paulaf. Brasil. 1. a fim de traçar estratégias terapêuticas que visem à manutenção da qualidade de vida. Artigo recebido em 06 de Julho de 2012 e aceito em 02 de Setembro de 2012. Kristianne Porta Santos Fernandes(3). foi possível relacionar o quadro clínico apresentado pela voluntária com as hipóteses da literatura que sugere que os indivíduos com DP têm características clínicas que tornam mais susceptíveis ao desenvolvimento de DTM. Docente . presence of joint sounds.Tel: +55-11-98123-0585 . together with the alterations made. 4. 2012. Resultados: no presente caso. A tabela 1 resume os valores obtidos no exame físico. dor articular e muscular à palpação e nas excursões mandibulares. 10(50):533-536 . 54 anos com diagnóstico de doença de Parkinson idiopática há 18 anos. o objetivo deste estudo foi traçar a presença de sinais e sintomas indicativos de DTM em paciente com DP. As figuras 2 e 3 ilustram o exame físico. que afeta principalmente os membros superiores e se estende até o pescoço e face. A DTM corresponde a um determinando conjunto de manifestações clínicas de disfunção mandibular (com ou sem dor). devido à perda de reflexos posturais(1). tais como flexão da coluna vertebral. uma vez que o quadro clínico de DP podem causar alterações no sistema estomatognático tornando-se suscetível a desenvolver DTM.7) . tam que indivíduos com DP apresentam comprometimento da função mandibular e mastigação em comparação a indivíduos controle. Também foram observadas dificuldades para realizar as lateralidades mandibulares. Encontrava-se no estágio de incapacidade 1. consequentemente. dor leve a moderada nos músculos masseter. Ao exame físico (eixo I do RDC/TMD) foram identificados estalidos na abertura bucal quando foram realizadas excursões à direita e esquerda. Com base no RDC/TMD. foi utilizado o Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/ DTM) aplicado por examinador treinado. Não fazia uso de prótese dentária e não relatou traumas ou cirurgias na face. que reflete envolvimento unilateral e axial de sinais e sintomas característicos da DP e representa incapacidade leve. que é caracterizada pela lentidão nas ações motoras voluntárias e rigidez muscular resultante da inibição ineficaz os músculos antagonistas e instabilidade postural. (5) Robertson e Hammerstad rela- músculos mastigatórios avaliados por meio do eixo II do RDC/TMD. A figura 1 ilustra o exame físico onde são observados sequencialmente. 2012. A voluntária assinou termo de consentimento livre e esclarecido e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Nove de Julho. e Bakke. doença crônica do sistema nervoso central. sem outras doenças associadas e alterações de sensibilidade. atendida no setor de fisioterapia da Associação Brasil Parkinson (ABP) – São Paulo. foi determinado deslocamento de disco com redução nas ATMs direita e esquerda (Tipo IIa). Brasil (parecer nº437980). que é um importante neurotransmissor da via nigroestriatal e produz os principais sintomas motores características da doença: tremores de descanso. INTRODUÇÃO A doença de Parkinson. afetando a função do sistema estomatognático e de controle postural (3) . o voluntário do estudo relatou ruídos na ATM na abertura e fechamento bucal. zumbido nos ouvidos e dores de cabeça periódicas. Durante o exame de palpação intra-oral. foi referida dor na região do músculo pterigoideo lateral e no tendão do músculo temporal. APRESENTAÇÃO DO CASO Paciente. e na ATM direita foram identificados estalidos nas excursões à direita e esquerda. et al. protração e abdução dos ombros e flexão dos braços (2) A fim de caracterizar a ocorrência de DTM. Embora os mecanismos ainda não bem elucidados. em uso regular de medicamentos anti-parkinsonianos. A avaliação foi constituída de exame clínico intra e extraoral (eixo I do RDC/TMD) para determinação do alcance do movimento mandibular (mensurado por meio de paquímetro digital da marca Digimess®). disfunção temporomandibular (DTM) (6. Na ATM esquerda foram observados estalidos durante a excursão direita e protusão. hipercifose. que são gerados por agentes agressores à integridade morfológica ou funcional do sistema temporomandibular (8) . temporal. Apesar de não ter havido relato de dor na ATM ou (4) . bradicinesia. Esses sintomas estão relacionados com o desenvolvimento de alterações posturais. Face ao exposto.534 DTM na Doença de Parkinson. Figura 1. Ter Man. que conduz a uma redução na produção de dopamina. a máxima abertura bucal ativa e mensuração com paquímetro digital. presença de ruídos articulares. São Paulo. Tem sido demonstrado que a alterações na postura cervical leva a modificações na biomecânica da articulação temporomandibular (ATM).5 segundo escala modificada de Hoehn e Yahr. fala e mastigação. outros autores também relatam descobertas que sugerem que os pacientes com DP estão sujeitos a desenvolver alterações na ATM e. o que causou dificuldades na deglutição. bilateralmente. Em relação à auto-percepção de sinais e sintomas de DTM. bem como manutenção desses movimentos. Abertura bucal ativa. digástrico posterior e na ATM bilateralmente. O levantamento das condições psicossociais relacionadas à DTM foi realizado por meio de questionário (eixo II do RDC/TMD). foi identificada à palpação. é caracterizada pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos localizados na substancia negra. Essa condição é de importância clínica considerável. desenvolvem sobrecarga na articular. Exame físico. No presente caso. com consequente probabilidade de degeneração nessa articulação.33 1. Raquel Agnelli Mesquita Ferrari.63 32. Os resultados acima mencionados corroboram com os achados encontrados na voluntária do estudo. Robertson e Hammerstad (8) também constataram que sujeitos com DP tem redução significativa da na velocidade e alcance mandibular durante a mastigação habitual. o conhecimento acerca desses aspectos são necessários. uma equipe interdisciplinar dever estar atenta a esses sinais e sintomas. 535 DISCUSSÃO A DTM é um termo geral que descreve um conjunto de condições clínicas que envolvem os músculos mastigatórios. Não houve auto-relato de dor na ATM ou demais estruturas do complexo estomatognático por meio do eixo II do RDC/TMD. uma vez que a DTM é dividida em três grupos. cer um impacto negativo sobre as atividades diárias dos sujeitos afetados. durante o qual.36 4. conjuntamente com a presença de DTM. mostraram por meio do Nordic Orofacial Test. 2012. exercem um impacto negativo sobre as funções relacionadas ao sistema estomatognático. Mensurações nas excursões Tipo de excursão Abertura sem auxílio sem dor Abertura máxima sem auxílio Abertura máxima com auxílio Excursão lateral direita Excursão lateral esquerda Protusão Desvio de linha média (à direita) Valores (em milímetros) 20. como tremor de repouso. que indivíduos com DP apresentam redução da função mastigatória em comparação a sujeitos controle.33 3. No contexto de doenças crônicas. No presente estudo. bradicinesia. Soraia Micaela Silva. Bakke et al (5) Figura 2. com diferente conjunto de sintomas: deslocamento de disco. que indivíduos com deslocamento do disco da ATM. Ter Man. pois estudos tem demonstrado que deslocamentos do disco da ATM são um dos principais fatores envolvidos no desenvolvimento de osteoartrite secundária da ATM saki et al (9) (10) . já que essa condição pode exerAGRADECIMENTOS Os autores agradecem a “Associação Brasil Parkinson – São Paulo” pelo suporte indispensável à realização desse estudo.51 . Esse resultado pode estar relacionado ao tipo de disfunção apresentado pela voluntária. rigidez muscular e alterações posturais. guiando os movimentos mandibulares. porém esse sintoma foi confirmado no exame físico.56 5. Os autores também encontraram dificuldades em iniciar a abertura mandibular voluntária.Paula Fernanda da Costa Silva. Esses autores relacionaram esse achado à progressão da deficiência motora da DP. Iwa- demonstraram por meio de um modelo tridi- mensional. Alterações motoras comuns em indivíduos com DP. Exame físico. et al. ATM e estruturas adjacentes. Processo Fapesp 2012/03643-7. a voluntária In the present case. a voluntária apresentou deslocamento de disco com redução nas ATMs bilateralmente. esse conjunto de estruturas é submetido a cargas que causam tensão e deformação das estruturas cartilaginosas (9) Tabela 1. a fim de estabelecer estratégias terapêuticas que visem a manutenção da qualidade de vida dos indivíduos afetados. como mastigação e fala. Figura 3. Dessa forma.75 34. com impacto negativo sobre a função mandibular. A ATM desempenha um papel crucial na mastigação. Sintomas motores característicos da DP. 10(50):533-536 . o que pode ser explicado pela rigidez muscular e bradicinesia. the volunteer relatou estalos durante a abertura e fechamento bucal como sintoma mais frequente. muscular e artralgia. podem estar envolvidos no desenvolvimento de DTM. J Neurol Neurosurg Psychiatry. Iwasaki et al. Disease-oriented approach to botulium toxin use. Bakke M. 1996. 79 (4): 368376. Jaw movement dysfunction related to Parkinson’s disease and partially modified by levodopa. Cordo PJ. 10. 2. 23 (4): 269-277. 10:538-549. Cranio. Doherty KM et al. Lautrup C. 54: 614-623. 2009. 7. 2009. 10(50):533-536 . Franzén E. 9. de Siqueira JT. Toxicon. Ter Man. Maizlin ZV et al. 2011. 6. Reduced performance in balance. Thorockmorton GS. 8. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 5.536 DTM na Doença de Parkinson. Buschang PH. Tingey EMK. 219 (2): 430-438. Robertson LT. Gurfinkel VS. Hammerstad JP. 2008. Orthop Rev. Munhoz WC. Postural deformities in Parkinson’s disease. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 3. 2009. 2010. Displacement of the temporomandibular joint disk: correlation between clinical findings and MRI characteristics. Eur J Oral Sci. Lancet Neurol. 4. Evaluation of body posture in individuals with internal temporomandibular joint derangement. 2001. 1 (2): 90 – 93. Larsen SL. 2012. Exp Neurol. 2011. 76: a3. J Can Dent Assoc. walking and turning tasks is associated with increasead neck tone in Parkinson’s disease. Horak FB. 2005. Temporomandibular joint loads in subjects with and without disc displacement. Orofacial function and oral health in patients with Parkinson’s disease. Paquette C. Jankovic J. Jankovic J. Karlsborg M. Marques AP. 60: 41-50. Parkinson’s disease: clinical features and diagnosis. 119: 27-32. 120: 614-622. Mandibular rest position: a reliable position influenced by head support and body posture Am J Orthod Dentofacial Orthop. Nutt JG. the objectives of this study were: To identify the theoretical background related to gait. Campus Pampulha CEP: 31270-901 Belo Horizonte. to analyze the muscular actions and interactions. Austrália).. Brasil. However. contribuições musculares e implicações clínicas. Therefore. modificando a capacidade estrutural dos elementos que compõem o sistema musculoesquelético ou reduzindo a demanda da tarefa. Palavras-chave: locomoção.Avenida Antônio Carlos. Endereço para Correspondência: Prof. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). and clinical implications. Current approaches emphasize the importance of the passive structures for energy absorption. Canadá). 2012. excluding the local analyses of muscular actions. Brasil. 10(50):537-543 . Os objetivos dessa atualização foram identificar referenciais teóricos sobre a marcha humana. muscular contributions. Sérgio Teixeira Fonseca(4). due to the complex dynamics of these systems and the redistributions of reaction forces between body segments.537 Revisão de Literatura Marcha humana: teorias. 1. sistema musculoesquelético. Over 40 years.br Ter Man. recent analyses of motor behavior proposed biomechanical models. biomechanics. 2. dinâmica. a fim de gerar hipóteses que possam ser analisadas por meio de testes específicos. Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação. scientists believed that the main mechanisms responsible for reducing the muscular efforts during gait were related to the minimization of the displacements of the body center of mass. Presidente Prudente. os mecanismos utilizados pelo sistema musculoesquelético para permitir a marcha humana são amplamente desconhecidos em função da dinâmica complexa do sistema e da redistribuição das forças de reação articular entre os segmentos corporais.UNESP. Ph. musculo-skeletal system. and to show clinical implications related to gait disorders. Renan Alves Resende(2).D. which usually guide gait studies. Abstract Although gait is the main means of locomotion. O estudo identificou diferentes abordagens que guiam o estudo da marcha humana e possíveis métodos de análise e interpretação dos dados. O tratamento deve ser baseado no modelo de capacidade versus demanda. including the available methods for data analyzes and their interpretation. which could be solved with specific tests. Lucas Rodrigues Nascimento(1). Furthermore. Key-words: locomotion. Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 22 de Setembro de 2012. Interventions should be based upon the understanding and adjustments of the relationships between the task demands and the individuals’ capabilities. Brasil) e The University of Sydney (Sydney. direct dynamic approaches indicated how the active structures of the musculoskeletal system can act in several body areas. storage. Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela(4). Professor Adjunto do Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual de São Paulo . dynamics. acreditou-se que minimizar o deslocamento do centro de massa durante a marcha seria o principal mecanismo para reduzir o esforço muscular. Durante 40 anos. Perspectivas contemporâneas ressaltaram a importância de estruturas passivas no armazenamento e transmissão de energia e métodos de dinâmica direta indicaram como elementos ativos do sistema musculoesqueletico podem atuar em diferentes regiões do corpo. Departamento de Fisioterapia. as illustrated in the included clinical cases. na qual a integralidade estrutural do sistema musculoesquelético é considerada. Doutorando em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte. Minas Gerais. Brasil. the musculoskeletal mechanisms related to human gait are not well known. análises contemporâneas do comportamento motor apresentaram modelos biomecânicos que simulam a marcha e a caracterizam em uma perspectiva energética. Belo Horizonte. Email: lfts@ufmg. The study identified different approaches. biomecânica. 3. and transmission. based upon an energetic perspective. Doutorando em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte. Porém. rehabilitation. como indicado nos casos clínicos apresentados no estudo. Resumo Embora a marcha seja o principal modo de locomoção dos seres humanos. compreender ações e interações musculares e indicar implicações clínicas para compreensão de alterações relacionadas a marcha. Human gait: theories. which were able to simulate and describe human gait.br / lrn@ufmg. Minas Gerais. 4. Augusto Cesinando Carvalho(3). 6627. A análise da marcha deve ser um início do processo de avaliação. reabilitação. Belo Horizonte. Brasil) e Queen’s University (Kingston. Professor Titular do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. which covers the complexity of the musculoskeletal system. São Paulo. MGBrasil. Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela. excluindo análises puramente locais de ações musculares. Gait analyses should be initially assessed to generate hypotheses. 538 Marcha humana: teorias, contribuições musculares e implicações clínicas. INTRODUÇÃO Nada personifica mais o nível de independência e a percepção de qualidade de vida do que a capacidade de locomover-se de modo independente (1) TEORIAS E MODELOS RELACIONADOS À MARCHA HUMANA Teoria dos Seis Determinantes da Marcha Uma das mais influentes teorias relacionadas à marcha humana foi proposta por Saunders et al. (9) . A mar- cha é o principal modo de locomoção dos seres humanos, sendo caracterizada por um deslocamento rítmico das partes do corpo com objetivo de movê-lo à frente mantendo postura e estabilidade dinâmica por meio da coordenação de múltiplos músculos e articulações simultaneamente (2,3) e, por mais de quatro décadas, foi aceita como fato, apesar da ausência de confirmações experimentais. A premissa da “Teoria dos seis determinantes da marcha” está relacionada à hipótese de ligação entre dois conceitos que tradicionalmente descrevem a marcha humana. O primeiro está relacionado à definição de marcha como meio de locomoção dos seres humanos para modificar sua posição no espaço com menor gasto energético possível. O segundo, por sua vez, descreve que minimizar o deslocamento do centro de massa seria o principal mecanismo para reduzir o esforço muscular durante a marcha (8,9) . Os mecanismos utilizados pelos músculos para permitir a marcha humana são amplamente desconhecidos em função da dinâmica complexa do sistema musculoesquelético e da redistribuição das forças de reação articular entre os segmentos corporais (4,5) . Tradicionalmen- te, músculos eram considerados apenas geradores ativos de energia a ser transmitida por meio de um circuito fixo e conectado por alavancas ósseas. Entretanto, evidências recentes ressaltam a importância dos músculos na redistribuição de energia mecânica entre os diversos segmentos corporais e do tecido conectivo – composto por tendões, fáscias e demais elementos elásticos – na transmissão e armazenamento de energia elástica. Potencialmente, energia elástica é convertida em energia cinética podendo minimizar a necessidade de geração de tensão ativa pelos elementos contráteis e, consequentemente, reduzir o gasto energético por unidade de distância percorrida durante a marcha (2,6,7) . Embora o raciocínio que postule a hipótese seja aparentemente lógico e aceitável, as conclusões geradas não são assertivas e evidências científicas revelaram que alguns determinantes descritos – inclinação e rotação pélvica e manutenção da flexão de joelho na fase de apoio – resultavam em mínima redução do deslocamento vertical do corpo e, consequentemente, em pouca influência na trajetória do centro de massa e no gasto energético (11,12) . Como exemplo é possível analisar a marcha característica de determinadas crianças com paralisia cerebral que mantêm flexionados os joelhos para permitir a locomoção. Embora, dadas as características e adaptações teciduais do sistema musculoesquelético dessas crianças, esse seja o padrão adotado para permitir emergência de marcha funcional, um alto gasto energético é necessário para manter a locomoção em função de uma maior necessidade de geração de tensão ativa para sustentar o peso corporal e a, conseqüente, maior excursão angular do membro de balanço (8,13) . É bem estabelecido que durante a marcha humana normal os sistemas locomotor e cardiorrespiratório operam de modo a manter a progressão do corpo à frente e estabilidade dinâmica adequada, utilizando o menor gasto energético necessário para suprir as demandas da tarefa (6,8) . Durante 40 anos, acreditou-se que minimi- zar o deslocamento do centro de massa durante a marcha seria o principal mecanismo para reduzir o esforço muscular e, em consequência, minimizar o gasto energético (8,9) . Evidências adicio- . Dessa forma, hipóteses relacionadas exclusi- nais demonstraram ainda que tentativas voluntárias de indivíduos saudáveis para controlar excursões angulares de segmentos corporais foram insignificantes para suavizar o deslocamento do centro de massa (14,15) vamente à movimentação cinemática durante a marcha foram descritas como determinantes da tarefa, desconsiderando as propriedades passivas do sistema musculoesquelético na geração e transmissão de energia. Análises e perspectivas contemporâneas do comportamento motor questionam tais postulações e apresentam modelos biomecânicos que simulam a marcha humana e a caracterizam em uma perspectiva energética na qual a integralidade estrutural do sistema musculoesquelético é considerada (2,8,10) . Essas tentativas de controlar o padrão de marcha humana baseando-se em alterações no deslocamento do centro de massa relacionadas aos seis determinantes da marcha humana resultaram similarmente em aumentos consideráveis do gasto energético (16-18) . Nesse contexto, Kuo e Donelan (8) propuseram que a “Teoria dos seis determinantes da marcha” seja analisada como hipótese ao invés de um fato, e as observações sejam, portanto, descritas como eventos cinemáticos, e não determinantes, da marcha humana. Essa análise direciona clínicos a não basearem intervenções em reabilitação por orientações de como o indivíduo deva caminhar, mas buscar compreender as deficiências em estrutura e função do corpo que determinam a emergência de um ob- . Nesse contexto, os objetivos dessa revisão foram: (i) identificar importantes referenciais teóricos utilizados para a compreensão da marcha e apresentar modelos dinâmicos representativos da tarefa, (ii) compreender ações e interações musculares na geração do movimento e (iii) indicar implicações clínicas para a compreensão de patologias da marcha humana. Ter Man. 2012; 10(50):537-543 Lucas Rodrigues Nascimento, Renan Alves Resende, Augusto Cesinando Carvalho, et al. 539 servado padrão de marcha ou modificar fatores contextuais para otimizar a marcha do paciente. Modelos de marcha humana O modelo de pêndulo invertido foi uma das primeiras tentativas para compreender a dinâmica da marcha humana com baixo gasto energético. O modelo discorre que o membro inferior de apoio comporta-se como um pêndulo invertido capaz de conservar energia mecânica não requerendo, em consequência, trabalho muscular para produzir movimento durante a marcha (8,12) tadores demonstraram que a estratégia mais efetiva é a reposição de energia por meio de impulso em flexão plantar segundos antes da colisão mecânica do membro contralateral com o solo (2,8) . Demonstrou-se, ainda, que os modelos que melhor mimetizavam a anatomia humana – tecido conectivo, interações e continuidade do tecido muscular – em princípios de coordenação multi-articular, modulavam tamanho do passo e velocidade de marcha, sendo a primeira variável influenciada pelo impulso durante a flexão plantar e a segunda por ajustes de rigidez no sistema (2,8) . . Os modelos propostos indi- Modelos avançados de marcha dinâmica reconhecem essa analogia ao pêndulo invertido como um importante avanço no conhecimento relacionado à redução do gasto energético durante a marcha. De acordo com Kuo e Donelan (8) cam como tendões e outros componentes conectivos, baseados em características viscoelásticas, são utilizados durante a marcha inicialmente armazenando energia e retornando-a ao sistema como energia mecânica. Nesse contexto, raciocínios clínicos direcionados à reabilitação da marcha devem envolver avaliação não apenas dos componentes ativos, mas também da manutenção da capacidade das estruturas passivas em associação às ativas para lidar com a demanda imposta pela tarefa. Na tentativa de interpretar como as forças atuam sobre as articulações durante o ciclo da marcha, a dinâmica inversa Newton-Euler é o método mais conhecido e comumente utilizado para avaliação da marcha. Esse método permite o cálculo dos momentos e potências articulares, e das forças intersegmentares resultantes (22) , embora o mode- lo de pêndulo invertido seja capaz de explicar diferenças na variação de energia entre marcha e corrida, o mesmo não é capaz de quantitativamente explicar essa variação em função da velocidade de marcha. A priori, o mecanismo de pêndulo invertido prediz que a marcha não requer trabalho ou outras forças ativas produzidas pelo sistema musculoesquelético. Dessa forma, uma vez iniciada a marcha, não haveria razões de gasto energético para manutenção de um movimento que conservaria energia (2,8) . Portanto, embora o modelo seja importan- te para compreender como a marcha humana pode ser econômica, não explica a necessidade de gasto energético para sua manutenção. Com o objetivo de incluir o gasto energético nas análises realizadas, os modelos de marcha dinâmica – definida como locomoção gerada eminentemente por propriedades passivas do sistema musculoesquelético na dinâmica de movimentação dos membros inferiores – avançaram na tentativa de explicar a necessidade de gasto energético durante a marcha. De acordo com McGeer (19) a partir de um modelo que considera pé, perna e coxa segmentos corporais rígidos conectados por articulações conjuntas (23) . A força de reação do solo e as acelerações dos segmentos são inseridas nas equações de movimento Newton-Euler começando pelo pé e terminando pela coxa para obter os momentos articulares resultantes de tornozelo, joelho e quadril. Uma vantagem desse método é que não é necessário criar um modelo dos segmentos proximais à coxa para calcular os momentos articulares resultantes de tornozelo, joelho e quadril, pois a cinética de segmentos como tronco e cabeça é incluída na força de reação do solo. Assim, a utilização dos momentos articulares resultantes obtidos a partir do método de dinâmica inversa possibilitou, até o momento, grandes avanços no entendimento de alterações presentes em indivíduos com disfunções musculoesqueléticas. Apesar dos avanços obtidos, entendimento acerca da contribuição de grupos musculares ou músculos específicos a partir da utilização do método de dinâmica inversa para geração de marcha humana é ainda limitado. Para tal, a contribuição instantânea de músculos individuais para a aceleração e potência dos segmentos deve ser obtida e as acelerações e potências geradas pelos mesmos devem ser consistentes com o movimento avaliado. Assim, diversos métodos (24-27) , a compreensão e coordenação da marcha hu- mana podem ser simplificadas por meio de vantagens provenientes da dinâmica passiva baseada em propriedades passivas do sistema e aproveitamento de energia gravitacional. Modelos robóticos constituídos simulando tais propriedades do sistema musculoesquelético foram capazes de descer rampas levemente inclinadas sem necessidade de controle ativo ou input extra de energia além da gravitacional. Entretanto, esses modelos demonstraram, ainda, que a deambulação em superfícies planas requer alguma necessidade de input de energia adicional (2,20) . (21) De acordo com Kuo , a adição de energia nessas condições é necessária apenas porque energia mecânica é dissipada ao final de cada passo quando o membro de referência toca o solo, em um mecanismo denominado colisão mecânica. Em princípio, a restauração dessa energia dissipada poderia ser executada em qualquer momento durante a marcha, mas modelos em compu- foram propostos para preencher essa lacuna. Dentre eles, modelos biomecânicos do sistema musculoesquelético associados a simulações da atividade do sistema nervoso para ativação muscular apresentaram potencial para in- Ter Man. 2012; 10(50):537-543 540 Marcha humana: teorias, contribuições musculares e implicações clínicas. tegrar as propriedades estruturais em sistema neuromúsculo-esquelético e compreender como forças musculares individuais e suas interações contribuem para a aceleração dos segmentos, quando interpretados em uma perspectiva biomecânica independente de controle motor central (10,28) Associado ao fato de que músculos ativos não necessariamente representam músculos que estão gerando energia, mas que podem estar contraindo apenas para transferir energia entre segmentos, e que grande parte da energia da marcha é proveniente do uso da dinâmica passiva, esses achados sugerem que a ativação simultânea de músculos é necessária para permitir distribuição de energia mecânica no sistema e garantir estabilidade dinâmica durante a marcha. Classicamente, o mecanismo de contrações musculares simultâneas tem sido descrito como patológico e representativo de ineficiência de função muscular ou alto gasto energético, entretanto esse mecanismo de co-ativação parece ser necessário para obter estabilidade articular e coordenação do movimento (7,31) . Esses modelos computacionais ca- pazes de reproduzir simulações da marcha humana tornaram-se importantes ferramentas para compreensão da dinâmica muscular em função da incapacidade dos sistemas de análise de movimento para mensurar quantidades biomecânicas de forma direta Zajac et al. (10) (10,29) . conduziram um estudo visando com- preender a dinâmica muscular na marcha ajustando os padrões de ativação muscular para replicar dados experimentais previamente coletados. Simulações dinâmicas que reproduziram a cinemática e cinética da marcha de indivíduos saudáveis, deambulando em velocidade equivalente a 1,5 m/s, foram realizadas em um modelo neuro-músculo-esquelético composto por 14 músculos, elementos elásticos e distribuição de massa equivalente à humana (10,30) . A ativação muscular permite ajustar o nível de rigidez muscular passiva garantindo distribuição adequada de energia mecânica e estabilidade dinâmica por meio de ajuste contínuo das propriedades do sistema musculoesquelético de acordo com as demandas do ambiente, evitando que o mesmo se torne instável. Dessa forma, a ativação muscular para o ajuste da rigidez envolve a utilização de fluxo contínuo de informações e estabilidade é um processo inerente à capacidade do sistema em se antecipar a perturbações durante a marcha (32,33) . Os resultados apresentados contradizem pressupostos clássicos assumidos em análises lineares indicando a transmissão de energia entre os segmentos e ação de músculos distais influenciando segmentos não diretamente relacionados à sua fixação óssea. Entre os principais resultados encontrados por Zajac et al (10) . Intervenções direcionadas à reabi- litação da marcha devem, portanto, priorizar a integridade estrutural do sistema musculoesquelético favorecendo aumento de mobilidade elástica, força e ajuste de rigidez, além de criar situações funcionais no ambiente terapêutico para permitir que o paciente explore as propriedades desse sistema - força, rigidez, massas e comprimentos segmentares, e informações extraídas do ambiente (13,32,34) estão a contribuição dos flexores plantares para suporte e progressão do tronco à frente durante a fase de apoio da marcha e a importância da energia elástica armazenada por esse grupo muscular para a redução da quantidade de energia gerada durante a fase de impulsão. Apesar de tradicionalmente serem considerados músculos agonistas, gastrocnêmio e sóleo podem apresentar funções distintas das classicamente descritas durante a marcha. De acordo com Zajac et al (10) . , enquan- IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E CONSIDERAÇÕES FINAIS A complexidade do sistema musculoesquelético e das possíveis interações entre suas diversas partes durante a marcha implicam necessidade de melhor entendimento dos possíveis fatores contribuintes para o surgimento de um padrão de movimento clinicamente considerado inadequado. Por isso, embora em diversos protocolos desenvolvidos a análise de marcha seja realizada como parte final do processo de avaliação, é fortemente recomendado que sua avaliação seja conduzida durante a parte inicial do processo de avaliação, possibilitando, assim, a elaboração de hipóteses a serem testadas posteriormente por meio de testes específicos durante o restante do processo de investigação. Em função das inúmeras relações intersegmentares já demonstradas na literatura, basear a elaboração de hipóteses causais apenas em fatores locais incorre em grande probabilidade de insucesso durante a avaliação e, consequentemente, durante o tratamento do paciente. Assim, entender e saber avaliar padrões de movimentos proximais e distais ao local de queixa do paciente que pos- to a energia produzida por gastrocnêmio é destinada a acelerar coxa, perna e pé durante o apoio final, o sóleo é responsável por acelerar o tronco à frente, tarefa que é realizada primariamente por meio de transferência da energia absorvida durante as fases iniciais do apoio. O método de análise empregado pelos autores foi capaz de demonstrar como músculos distais influenciam e controlam diretamente movimentos proximais, por meio de transmissão miofascial do fluxo de energia no sistema músculo-esquelético. Clinicamente, torna-se relevante, portanto, uma análise do movimento não apenas local, mas considerar as influências distais e as interações no sistema. Além disso, foi demonstrado que para exercerem suas funções durante a fase de impulso, os flexores plantares não precisam necessariamente gerar alta tensão ativa por meio de elementos contráteis, pois grande parte da energia absorvida por eles durante a fase inicial de apoio unipodal é armazenada, principalmente no tendão e aponeurose calcanear, sendo convertida em energia mecânica para permitir o avanço do membro. Ter Man. 2012; 10(50):537-543 Lucas Rodrigues Nascimento, Renan Alves Resende, Augusto Cesinando Carvalho, et al. 541 sam contribuir para a disfunção apresentada se torna mandatório. Baseado em um modelo teórico de capacidade versus demanda, lesões musculoesqueléticas ocorrem quando a demanda imposta sobre o sistema musculoesquelético supera a capacidade do sistema para lidar com a demanda imposta. Assim, fatores como excesso ou limitação de movimento, modificações de momento e velocidade de ocorrência de movimentos específicos e o excesso ou redução da contribuição relativa de cada grupo muscular durante a marcha podem contribuir para o aumento da demanda imposta sobre o sistema. Por ser a ocorrência de lesões dependente da capacidade do indivíduo, alterações dos padrões de movimento durante a marcha consideradas menos importantes para indivíduos com maior capacidade podem ser significativas para indivíduos com redução de sua capacidade, como indivíduos idosos, com alterações neurológicas ou com histórico recente de lesão. Apesar da maior amplitude de movimento durante a marcha ocorrer no plano sagital, diversos estudos demonstraram a importância dos movimentos que ocorrem nos planos frontal e transverso para o bom desempenho e, consequentemente, a importância de uma avaliação adequada para a compreensão de possíveis mecanismos de lesão e inferências sobre reabilitação (35-37) queléticas apresentadas determinam o padrão de marcha emergente. Tradicionalmente, acreditou-se que as alterações ocorriam em função direta da lesão encefálica e da espasticidade dos principais grupos musculares (39,40) . Conceitos e pesquisas contemporâneas demonstraram, entretanto, que poucos indivíduos pós-AVE apresentam de fato espasticidade, e que as alterações observadas estão intimamente relacionadas a modificações no tecido muscular e conectivo: fraqueza muscular, contratura, alteração de rigidez muscular passiva e mudanças na curva comprimento-tensão (41,42) . Nesse contexto, terapias dire- cionadas a aumentar a capacidade de gerar força muscular (fortalecimento muscular progressivo) e permitir prática precoce e ativa da tarefa (esteira ergométrica) demonstraram-se mais eficazes para a reabilitação da marcha nessa população (43,44) . Os princípios que norteiam o presente artigo e as evidências científicas atuais sugerem que a reabilitação de pacientes crônicos deva considerar: (i) fortalecimento muscular progressivo na amplitude de movimento de atuação fisiológica da musculatura; (ii) modificação do padrão de uso no cotidiano; (iii) treino intensivo e repetitivo da tarefa. O fortalecimento da musculatura em posições alongadas ou encurtadas poderá permitir adaptação tecidual à carga imposta, modificação do número de sarcômeros em série e, consequente, ação muscular em adequada relação comprimento-tensão adequada. Para manutenção dos ganhos obtidos, estratégias devem ser direcionadas para permitir uso cotidiano dessa musculatura na relação comprimento-tensão adequada (45). Para tanto, o terapeuta deverá ser capaz, por vezes, de minimizar a demanda imposta pela tarefa controlando padrão cinemático, duração ou intensidade da atividade, dentre outros. Dispositivos de auxílio à marcha e órteses podem auxiliar nessa função sem prejuízos cinéticos ou cinemáticos no padrão de marcha Donelan (8) (46,47) . Dessa forma, apesar da maior dificuldade e relativa subjetividade durante a avaliação clínica dos movimentos nesses planos, um esforço deve ser feito na tentativa de incluir e padronizar a forma de avaliação dos mesmos (38) . Especificamente em relação ao plano frontal, os mo- vimentos de inclinação lateral do tronco, elevação e depressão pélvica, e inversão e eversão de calcâneo são os que apresentam maior potencial de observação, sendo também movimentos de grande relevância clínica. Para avaliação de movimentos no plano transverso, técnicas simples como a utilização de marcadores formados por bolas de isopor sobre os metatarsos e calcâneo e placas rígidas afixadas a cintas de neoprene com marcadores fixos por intermédio de uma haste sobre perna e a marcação dos côndilos femorais em sua região posterior são clinicamente úteis favorecendo a observação dos eventos cinemáticos e possibilitando maior compreensão da interação entre os segmentos corporais para elaboração de hipóteses causais a serem testadas, estando essa habilidade relacionada à experiência e treinamento do terapeuta. Dessa forma, a não inclusão dos planos frontal e transverso no processo de avaliação do fisioterapeuta poderá implicar, em muitos casos, o insucesso do tratamento. Em pacientes com alterações na marcha decorrentes de lesões encefálicas como o Acidente Vascular Encefálico, os princípios aqui descritos podem ser utilizados em uma avaliação menos pontual e mais abrangente visando compreender como as alterações musculoes- . De acordo com Kuo e , dispositivos de auxílio podem ser ainda de- senvolvidos associados à eletroestimulação para auxiliar no input de energia ao sistema, previamente à colisão mecânica no contato inicial do pé com o solo. Por fim, o treino intensivo e repetitivo poderá permitir além de exploração ativa de possibilidades de ação, um treinamento focado não apenas no fortalecimento dos músculos paréticos, mas também na habilidade de injetar energia no sistema musculoesquelético no momento adequado (8,34) . Esses princípios combinados possibilitarão que in- divíduos com AVE estabeleçam uma marcha em maior velocidade e com menor gasto energético, pois permitirá a utilização adequada dos elementos ativos e passivos que compõem o sistema musculoesquelético na geração, absorção e transferência de energia. A avaliação da marcha deve, portanto, identificar as características que definem a capacidade desse sistema e a demanda da tarefa visando ao equilíbrio nessa relação para permitir a emergência de um padrão de marcha adequado. Ter Man. 2012; 10(50):537-543 8. Fonseca ST. Muscle force redistributes segmental power for body progression during walking. Louis: Mosby-Year Book. De modo geral. excluindo análises puramente locais de ações musculares. Oatis CA. Abordagens relacionadas à marcha dinâmica ressaltam a importância de estruturas passivas no armazenamento e transmissão de energia. Bittencourt NFN. Phys Ther 2010 90(2):157-74. Kuo AD. 9. 18. Patla A. Inman VT. 1 ed.5:233-8. 17. Neptune RR. Fonseca ST. Teixeira-Salmela LF. Minimizing center of mass vertical movement increases metabolic cost in walking. International Journal of Robotics Research 1990. recomenda-se a análise da marcha no início do processo de avaliação com o objetivo de gerar hipóteses que possam ser analisadas por meio de testes específicos. J Appl Physiol 2005 99(6):2099-107. Hum Mov Sci 2007 26(4):617-56. Phys Ther 2004 84(4):344-54. Biomechanics and muscle coordination of human walking: part II: lessons from dynamical simulations and clinical implications. Gordon KE. McGeer T. Dynamic principles of gait and their clinical implications. Ortega JD. 20. Gait Posture 2004 19(2):194-205. 19. Donelan JM. Kuo AD. The six determinants of gait and the inverted pendulum analogy: A dynamic walking perspective. 6. J R Soc Interface 2009 6(35):56173.542 Marcha humana: teorias. Holt KG. J Bone Joint Surg Am 1953 35-A(3):543-58. Holt KG. Arch Phys Med Rehabil 2009 90(1):136-44. 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O tratamento deve ser baseado no modelo de capacidade versus demanda modificando a capacidade estrutural dos elementos que compõem o sistema musculoesquelético e/ou reduzindo a demanda da tarefa. The effect of pelvic list on the vertical displacement of the trunk during normal walking. contribuições musculares e implicações clínicas. 16. 15. Ter Man 2010. 12. Effects of cadence on energy generation and absorption at lower extremity joints during gait. Arch Phys Med Rehabil 1999 80(1):26-32. Lelas JL. Detrembleur C. 1995. 13. J Physiol 2007 15. Nascimento LR. Massaad F. Treinamento funcional deve ser então incluído visando à exploração ativa de novas possibilidades de ação. Kerrigan DC. St. editors. 11. e métodos de análise contemporâneos indicaram como os elementos ativos do sistema musculoesquelético podem atuar em diferentes regiões do corpo humano para executar diferentes funções. Zajac FE. 2. IEEE Robotics and Automation Magazine 2007. 10. 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Gravel D. 14. o presente estudo apresentou diferentes abordagens que guiam o estudo da marcha humana e possíveis métodos de análise e interpretação de dados. Fetters L. 7. and asymmetries. The major determinants in normal and pathological gait. Rearfoot eversion has indirect effects on plantar fascia tension by changing the amount of arch collapse. 26. p. Ingersoll CD. 10(50):537-543 . Renan Alves Resende. Shepherd RB. Faria CD. 47. editors. 1 ed. 281-306. 34. J Rehabil Res Dev 1998. Altered ankle kinematics and shankrear-foot coupling in those with chronic ankle instability. Gamble JC. 27. Fisioter Pesq 2006. 35. Woo S-Y. Farley. Alterações musculares em indivíduos com lesão do neurônio motor superior. 1990. Adult Hemiplegia: Evaluation and Treatment. Ocarino JM. Part I: introduction to concepts. Nascimento LR. J Biomech 1999 32(8):787-94. Goncalves GG.New York: Wiley and Sons. Phys Ther 2010 90(6):895-904. Biomechanics and muscle coordination of human walking. 40. Dean CM. 29. 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Resultados: Foram encontrados 19 artigos nas bases de dados consultadas e selecionados 10 ensaios clínicos para a revisão. Universidade Nove de Julho (UNINOVE). São Paulo. Ana Carolina Araruna Alves(1). na íntegra.com. síndrome do túnel do carpo. Francisco Matarazzo. a técnica adotada e os parâmetros utilizados. SP. Key words: laser therapy. porém também resultados inconsistentes. Os parâmetros de dosimetria do LBP não apresentaram um padrão. The decision for a conservative or surgical treatment will be determined in accordance with the limitations of the patients. Abstract Introduction: STC is a neuropathy caused by compression of the median nerve.544 Revisão de Literatura Laserterapia e síndrome do túnel do carpo: Revisão Sistemática. but there is a lack of positive effects for some variables . Palavras-chaves: terapia a laser. Programa de Pós Graduação em Biofotônica Aplicado a Saúde Endereço para correspondência: Paulo de Tarso Camillo de Carvalho. O levantamento bibliográfico foi restrito as publicações de ensaios clínicos dos últimos dez anos. havendo muitas controvérsias sobre a eficácia dos tratamentos.2). Lasertherapy and Carpal Tunnel Syndrome: systematic review. but also inconsistent results due to a lack of standardization parameters and doses in the usage of LLL and including experimental designs with low methodological rigor. The dosimetric parameters of LLL did not show a pattern. a severidade do sintoma foi mais frequente. Brasil. The conservative therapy show an improvement in the long term. Objective: To systematize the evidence on the use of laser in the treatment of STC. através do instrumento Severity Syntom Scale e os efeitos da terapia a laser foram positivos tanto para análises intra-grupo quanto entre os grupos. SP. As terapias conservadoras mostram uma melhora em longo prazo. Lilacs. Results: We found 19 articles in the databases consulted and 10 clinical trials selected for review in full. São Paulo. 612 – 1º Andar. FAX: 55 (11) 3665-9325. Conclusão: Os estudos selecionados encontraram resultados positivos através da terapia a laser. CEP 05001-100. ISI Web of Knowledge and the Cochrane Collaboration. Av. through the instrument Syntom Severity Scale and the effects of LLLT tests were positive for both intra-group and between groups. Methods: The search for publications was held in the databases PubMed. 10(50):544-550 . Resumo Introdução: A STC é uma neuropatia causada pela compressão do nervo mediano. In relation to the outcomes assessed. São Paulo. Scielo. and much controversy about the effectiveness of treatment. Material e Métodos: A busca de publicações foi realizada nas bases de dados Pubmed. água Branca – São Paulo/SP. os sintomas são parestesia e dor nos três primeiros dedos. Medline. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação Universidade Nove de Julho (Uninove). Medline. porém verificou-se a ausência de efeitos positivos para algumas variáveis. carpal tunnel sydrome. the severity of symptoms were more frequent. Lilacs. SP. Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 23 de Setembro de 2012. LLLT. Em relação aos desfechos avaliados. SciELO. 1. 2012. Brasil. E-mail: ptpaulo@terra. The literature review was restricted to publications en clinical trials of the last ten years. Tel: (019) 8159-0450.2) Paulo de Tarso Camillo de Carvalho(1. e estimulando processos imunológicos. Uma das principais complicações no uso das injeções de corticosteróides é a lesão do nervo mediano (17). e às vezes a fraqueza da mão. anti-inflamatórios e injeção com corticosteróides). As publicações tiveram seus conteúdos analisados por dois avaliadores de forma independente e cega. Scielo. São necessários esclarecimentos quanto à eficácia destes estudos e de alternativas como tratamento. a cirurgia do túnel do carpo é o método preferido de tratamento (19). (11). estudos com animais. Deste modo. é o método fisioterápico mais comumente recomendado para o tratamento de STC devido aos seus efeitos anti-inflamatórios. (26-30). A decisão por um tratamento conservador ou cirúrgico será determinado de acordo com a gravidade dos sintomas físicos e limitações dos pacientes (10). Embora existam achados que sugerem algum potencial benefíco terapêutico. Foram excluídas publicações que se baseiam em estudos experimentais in vitro como cultura de células. visto que reconsiderar um processo cirúrgico é sempre importante uma vez que o paciente pode evitar danos permanentes no nervo mediano (31). “low power laser therapy”. Lillacs. ISI web of knowledge e Colaboração Cochrane. São consequências econômicas diretas as implicações financeiras para o manejo da doença e indiretas os custos com absenteísmo no local de trabalho (8). Embora a maioria dos pacientes sinta alívio dos sintomas do pós-operatório. artrite reumatoide. “low intensity laser therapy” em combinação com “carpal tunnel sydrome”. dormência e formigamento nos três primeiros dedos (polegar. indicador e médio) e lateral radial do dedo anelar enquanto os sinais mais comuns incluem sinal de Tinel. A intervenção conservadora pode não ser curativa. A utilização da radiofreqüência pulsada tem por objetivo de oferecer redução na dor e vem apresentando resultados efetivos com redução de até 70% em tratamentos que se estende por 12 semanas (18). Pode afetar de 3-6% da população em geral e cerca de 14. 10(50):544-550 . 2012.5 % entre específicos grupos ocupacionais (1-4).Ana Carolina Araruna Alves. A utilização do laser de baixa potência (LBP) contínuo ou pulsado e com diferentes comprimentos de onda. atuando no aumento da microcirculação. Perda da força de preensão e dor incapacitante pode ser resultado de alterações anatômicas ou biomecânicas causadas pelo tratamento cirúrgico (20). Pacientes que são indicados para o tratamento conservador deveriam ter acesso a este tipo de modalidade. “low level laser therapy”. (21) em outros casos ainda. Ter Man. revisões sistemáticas com ou sem metaanalise e “cover letter”. Medline. imobilização (talas). devem apresentar uma boa técnica e evidências. a técnica adotada e os parâmetros utilizados. Andréia Aparecida de Oliveira Silva.13). Se há falha no tratamento conservador. que. dor. hipoestesia. nenhuma destas terapias conservadoras sozinhas ou em combinação apresenta evidências que possam ser rigorosamente comparadas à cirurgia (32). acromegalia. portuguesa ou espanhola. et al. sinal de Phalen. “LLLT”. mas pode ser a alternativa de escolha em vários casos (como na STC transitória ou gravidez) e pode ainda ser uma escolha do próprio pacien- te devido às preocupações sobre o desconforto. Regiane Albertini de Carvalho. na angiogênese. por sua vez. o tratamento conservador pode ser usado para alívio parcial dos sintomas enquanto se aguarda a cirurgia (22-25). quando ele passa do antebraço para a palma da mão entre o ligamento transverso e os 9 tendões flexores os sintomas são caracterizados pela parestesia. fisioterapia (exercícios de alongamento dos flexores dos dedos e a utilização do ultrassom poderão ser benéficos). analgésicos e anti-edematosos. O levantamento bibliográfico foi restrito às publicações de ensaios clínicos dos últimos dez anos (outubro/2001outubro/2011) em língua inglesa. inconveniência ou da insegurança da cirurgia. hipotireoidismo (6). 545 INTRODUÇÃO A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia causada pela compressão do nervo mediano no túnel do carpo. O diagnóstico da STC geralmente é clínico e confirmado por estudos eletrofisiológicos (9). Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a utilização do laser no tratamento da síndrome do túnel do carpo e quanto à qualidade metodológica das pesquisas. Estudos clinicos randomizados demonstraram eficácia com o uso de corticosteróides injetáveis em relaçao ao grupo placebo em um estudo de 04 semanas de tratamento (12. Outras propriedades têm sido demonstradas como a melhora na regeneração nervosa (estudo em animais). MATERIAL E MÉTODOS Para análise do conjunto de publicações sobre a utilização do laser no tratamento da síndrome do túnel do carpo foram realizadas buscas nas bases de dados eletrônicas Pubmed. Dentre os tratamentos conservadores inclui-se a terapia medicamentosa (analgésicos. Como estratégia de busca foram utilizadas as seguites palavras-chaves: “laser therapy”. bem como da fonoforese (16). Estudos relatam também efeitos positivos do uso da acupuntura para controle dos sintomas (14. A STC também pode estar presente na gravidez e os seus sintomas regridem espontaneamente no terceiro trimestre ou podem permanecer por um ou mais anos após o parto (6-7). Os sintomas podem surgir após um trauma. recuperação da condução nervosa e capacidade de contração muscular. há um significativo número de pacientes que experimentam sintomas incapacitantes no pós-operatório. há muitas controvérsias sobre a eficácia dos tratamentos conservadores. despertar noturno.15). devido à estimulação da circulação sanguínea e linfática. ou por algumas causas conhecidas como na diabetes mellitus. havendo discordância desde o comprimento de onda e tempo de aplicação do recurso. com resultados significantes.. e os sinais de Tinel e Phalen foram investigados (dados presentes na tabela 02). Quanto aos efeitos. através de dinamômetro e Funcional Status Scale (FSS) (35). Ao analisar o rigor metodológico dos estudos. visto que obtiveram notas inferiores a 3 pontos. segundo a mesma escala.. 10(50):544-550 . Desfechos e efeitos.40. durante os últimos 10 anos. A escala PEDro foi aplicada aos estudos selecionados. bem como em pontos-chave no tratamento fisioterapêutico. Além destas.Efeitos Negativos 0 Sem Efeitos B: Em comparação aos dados prévios (Baseline) BG: Em comparação entre os grupos (Between Groups) Ter Man. através da Escala Visual Analógica (VAS). baseadas nos seguintes itens: amostra. auxiliando o leitor nas buscas por estudos que priorizem o padrão-ouro em pesquisa científica. posteriormente identificadas às pesquisas que se tratavam de revisões sistemáticas (n=5) e cartas ao editor (n=4). Tabela 2. tipo de laser. Ekim et al.(39. como frequência e duração do tratamento (tabela 3). foi aplicada a Escala de Qualidade de Jadad (33) que consiste em cinco questões sobre o estudo. tanto para análises intra-grupo quanto entre os grupos.42) obtiveram baixos escores (Tabela 4). respectivamente. Quanto aos desfechos mais abordados. Porém verificou-se também ausência de efeitos positivos para algumas variáveis. Tabela 1.42) foram classificadas como de baixa qualidade metodológica. RESULTADOS A partir das bases de dados citadas foram selecionados 19 artigos utilizando a expressão “carpal tunnel syndrome” e as palavras chaves que constam na tabela 1. Desse modo. delineamento da pesquisa. por indivíduos de ambos os sexos. Os parâmetros de dosimetria do Laser de Baixa Potência não apresentaram um padrão. os estudos de condução nervosa. e Elwakil et al. Pesquisas com pontuações inferiores a três pontos são consideradas de baixa qualidade metodológica e com poucas possibilidades de extrapolação dos resultados para a prática clínica. Bases de dados e tipo de estudo pesquisado. Para verificar a qualidade dos ensaios clínicos selecionados. e apenas os estudos de Ekim e Elwakil (40. Os artigos foram analisados na íntegra quanto aos parâmetros da laserterapia empregados durante as sessões de tratamento (como dosagem. Foram encontrados 19 artigos nas bases de dados consultadas.546 Laserterapia e síndrome do túnel do carpo: Revisão Sistemática. com pontuação total de zero a cinco pontos. A força de preensão e a função. quanto à qualidade metodológica. características da intervenção e efeitos encontrados. a TLBP houve resultados positivos nos desfechos descritos anteriormente. e sem restrições quanto à faixa etária. + + Efeitos Positivos: Estatisticamente Significantes + Efeitos Positivos: Sem Significância . a maior restrição dos estudos refere-se à falta de mascaramento das avaliações e tratamentos e as descrições das perdas e exclusões do trabalho (tabela 4). Os estudos de Chang et al. A composição da amostra variou de 11 a 81 indivíduos com STC. também foram variáveis analisadas nos estudos. Também foi aplicada a escala PEDro que (34) consiste em uma ferramenta composta por 11 questões que se referem a qualidade dos desenhos metodológicos. na íntegra. foram selecionados 10 ensaios clínicos para a revisão. a severidade do sintoma foi mais frequentemente avaliada. comprimento de onda) e avaliados. atra- vés da Escala de Jadad e Pedro. através do instrumento Severity Syntom Scale (SSS) (35) seguida da dor. desfechos. 2012. pode culminar em resultados inconsistentes. na FSS e no Purdue Pegboard Test. A STC é uma doença neural. A área do spot foi calculada. 10(50):544-550 . Em nossas análises. e Irvine (27). portanto todas as suas vertentes. SSS. semanas foram transformadas em dias. porém o mecanismo de ação desse recurso ainda não se encontra bem elucidado (36). (39). 43. 44). apesar de a STC apresentar sinais e sintomas conhecidos. utilizou em seu estudo 6 J/cm2 por 15s. 44). investigamos 11 parâmetros de tratamento do LBP. Chang (39). bem como da fisioterapia. Entretanto. o que proporcionaria melhores condições para ganho e recuperação de força e função (39. garantia de reprodutibilidade dos DISCUSSÃO A terapia utilizando LBP tem sido muito descrita na literatura. levando a perda de força de preensão e pinça bem como os déficits funcionais. Em relação ao modo frequência Pulsado. atuar em modulação do processo inflamatório e recuperação tecidual.Ana Carolina Araruna Alves. e consequente depreciação da ferramenta de tratamento.01 cm2. Por outro lado. é conhecido que o recurso laser.7 J/cm2. é importante maior acuidade na abordagem dos parâmetros para a TLBP. seu uso indiscriminado. Apesar de não haver consenso sobre dosimetria do LBP na literatura é importante justificar a escolha e explicitar todos os parâmedados e avanço dos estudos. o mesmo pode sim. Em relação aos desfechos analisados. O parâmetro menos abordado nos estudos foi a densidade de potência enquanto que comprimento de onda e potência do aparelho foram os únicos abordados por todos os estudos. O mesmo se repete com Chang. et al. já estão claros quais os efeitos positivos do laser em reabilitação. Dessa forma. e nenhum estudo apresentou todos eles. causada pela compressão do nervo mediano onde o exato mecanismo de compressão do túnel do carpo é idiopático e a síndrome permanece obscura. Sabe-se que. as intervenções necessárias para o seu manejo devem abordar. Parâmetros do Laser. Portanto. sem base nos achados já consagrados. em uma área de 0. o tempo de aplicação do laser foi calculado em segundos. aumentando a consistência dos resultados encontrados. Andréia Aparecida de Oliveira Silva. O estudo de Bakhtiary (44). que utiliza laser pulsado e com densidade de energia de 9. As possíveis respostas para a falha nos resultados pode ser a escolha dos parâmetros. Regiane Albertini de Carvalho. Irvine (27). Não obstante a lacuna no quesito mecanismo de ação. Para melhor entendimento da atuação do LBP na intervenção. 547 Tabela 03. totalizaram em 9J de energia final. em virtude de seus bons resultados e ausência de efeitos colaterais conhecidos. ressalta-se a aplicação de instrumentos validados como a VAS. por sua vez. 43. como fraqueza muscular e consequente hipotrofia de musculatura tenar. tros utilizados até mesmo para que o estudo seja reprodutível (39. FSS. a conduta para melhor abordar o paciente portador da síndrome não deve abranger somente uma técnica. não atua em processos de recuperação de força. que no estudo no estudo de Bakhtiary (44). por representar um quadro clínico com comprometimentos sensoriais (parestesia e formigamento) e motores além da dor. constam na tabela somente os parâmetros mencionados nos artigos. não observaram resultados no estudo de condução nervosa e nas mudanças funcionais. As propostas de tratamento dos estudos em questão foram limita- Ter Man. 2012. não obteve resultados na dor. 25(1):1529. Portanto. Esses dois fatores tornariam a pesquisa científica com laser mais reprodutível e aplicável na clínica. Bahrami MH. Mondelli M.40.15(8):952-8. Ashworth NL. Carpal tunnel syndrome: the role of occupational factors. Photobiomodulation of pain in carpal tunnel syndrome: review of seven laser therapy studies. visto que. Liotta GA. apenas 3. bem como melhorar a conduta dos profissionais e o quadro clínico dos pacientes. Prevalence and severity of carpal tunnel syndrome (CTS) during pregnancy. (44) que apresentou cálculo amostral. Palmer KT. Photomed Laser Surg. devido a falta de padronização de parâmetros e doses no uso do LBP e ainda desenhos experimentais com baixo rigor metodológico. porém também resultados inconsistentes. Is there Light at the End of the Tunnel? Controversies in the Diagnosis and Management of Carpal Tunnel Syndrome. Cestia W. Carpal tunnel syndrome. Os estudos não citam cálculo da amostra e não apresentam Flow Chart. Librante A.5(4):354-60. 2012 Jan 11.45(2):123-125. com descrição exata e padronização de parâmetros. 2011. Padua L. 4. Pazzaglia C. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos selecionados para essa revisão sistemática encontraram resultados positivos através da TLBP. São necessárias investigações adicionais. 5. Embora os 10 estudos selecionados tenham encon- Tabela 04. Semin Arthritis Rheum. visto que há discordância entre os autores. LeBlanc KE. Coincidentemente. das ao uso de uma técnica de eletrotermofototerapia. os estudos de Ekim (40) e Elwakil (42). mais investigações são necessárias no sentido de desbravar os benefícios e limitações do LBP.548 Laserterapia e síndrome do túnel do carpo: Revisão Sistemática. (38) que apresentou ambas as recomendações e o de Bakhtiary. Carpal tunnel syndrome. porém grande parte não apresenta ainda respaldo científico que sustentem bons resultados na clínica. 8. Hand (N Y). Muscle Nerve. não apresentaram pontuação satisfatória. utilizando a escala de Jadad e PEDro. Aubert F. 2012. 2. recomendações do CONSORT. conclusões sobre parâmetros e dosimetria da TLBP seriam equivocadas. Por outro lado. Naeser MA. 42. Fereidouni M. 46).42(5):697-702. dentre os 10 estudos. A escala PEDro confere confiança para reprodutibilidade de desenhos experimentais na prática clínica e na pesquisa científica. apresentavam todos os requisitos solicitados na Escala de Jadad. Khan WS. o que limita o tratamento global do paciente portador de STC e os múltiplos benefícios do controle da sintomatologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 37). sendo necessários desenhos experimentais ainda mais elaborados para observar os resultados isolados de cada intervenção (36. apresentando boa qualidade metodológica. 7. e delineamento metodológico rigoroso. 10(50):544-550 . 3. 24(2):101-10. Pontuação atribuída aos estudos. 2006. Electromyogr Clin Neurophysiol 2005. Am Fam Physician. 2011. Nossos achados permitem fazer essa análise. Barbato B. Chastang JF. Gorand O. Ter Man. Prime MS. Di Pasquale A. Goddard NJ. Dessa forma. 6. Meta-Analysis on the Performance of Sonography for the Diagnosis of Carpal Tunnel Syndrome. 2010. Clin Evid 2011. O maior obstáculo em determinar as evidências relativas a essas intervenções são principalmente o limitado número de ensaios clínicos randomizados placebo-controlados e a falta de rigor metodológico no delineamento desses estudos. Systematic review of pregnancy-related carpal tunnel syndrome. 2010. (47) exceto o estudo de Yagci. Best Pract Res Clin Rheumatol. trado achados positivos. esses estudos também não alcançaram pontuação mínima que os classificasse como estudos relevantes e de boa qualidade na escala de Jadad (33. a associação de recursos limita o esclarecimento do papel de cada modalidade terapêutica na STC. Huard L. Rayegani SM. Baghbani M. Descatha A. As abordagens terapêuticas são variadas. enquanto outros 3 não apresentavam requisitos mínimos nos padrões da escala que comprovassem sua relevância científica (33). Oct 21. Palmer J. Cakci A. A systematic review of conservative treatment of carpal tunnel syndrome. Surgical versus non-surgical treatment for carpal tunnel syndrome. MD. 27. A randomized clinical trial of acupuncture versus oral steroids for carpal tunnel syndrome: a long-term follow-up. Racasan O. MD. Kutluhan S. Armagan O. Soyupek F.6:2. Beckerman H. 2012. de Bie R. Colak M. treatment and follow-up of the carpal tunnel syndrome: a review.(23-24):347-52 29. Brooks JJ. What Can Family Physicians Offer Patients With Carpal Tunnel Syndrome Other Than Surgery? A Systematic Review of Nonsurgical Management Ann Fam Med 2004. Cochrane Database Syst Rev. 28. Torreggiani A. Hard J. Wang NH. Shin BC. Piantelli S. 2010. 32. Cochrane Database Syst Rev. Carrol D. Dubert T.12(2):272-9. Hollingworth W. Demirci S. Muller M. 2008. 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Endereço para correspondência: Mariane Braga da Silva: Rua Antonio Singuer. 1.22 Santa Helena Cachoeiro de Itapemirim ES e-mail: [email protected]. 10(50):551-556 . Fisioterapeuta. Educador Físico. Conclusion: It is concluded that physical therapy is very important in the care of that patient. Resultados e Discussão: Foi descoberto uma mutação no gene LMNA. A morte em HGPS é causada entre as idades de 7 e 21 anos. mainly to expand its range of motion and improve your quality of life. Dissentes do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo-ES . que irá liderar o processo de envelhecimento prematuro em Progéria. Espírito Santo. Abstract Introduction: The syndrome Hutchinson-Gilford Progeria (HGPS) is a rare autosomal dominant disorder characterized by early onset sporadic signs of aging in children. principalmente para ampliar sua amplitude de movimento e melhorar sua qualidade de vida.551 Revisão de Literatura Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria e o Benefício da Intervenção Fisioterapêutica: Uma Revisão da Literatura Internacional. Objective: This study aims to understand the disease process and clinical manifestations of the syndrome Hutchinson-Gilford Progeria (HGPS).ES – CUSC-ES. with a total of 30 international bibliographies found between 2001 and 2011. Physiotherapy. which affects the body’s organs and systems. Brasil. Gizele Fontana Costalonga(1). o defeito apresentado nessa proteína. Methods: The methods used were research in scientific articles found in specific sites of scientific publications. Hutchinson-Gilford Progéria Syndrome And The Benefit Of Physicaltherapy Intervention: A Review Of International Literature. A death in HGPS is caused between the ages of 7 and 21 years as a result of progressive atherosclerosis. HGPS. Cachoeiro de Itapemirim. torna o núcleo instável. o que afeta sistemas e órgãos do organismo. ataques isquêmicos transitórios e acidentes vasculares cerebrais.com Ter Man. que irá produzir uma proteína anormal denominada progerin. Key words: Progeria Syndrome Hutchinson-Gilford progeria. Mariane Braga da Silva(1). Hélio Gustavo Santos(1). Resumo Introdução: A síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria (HGPS). HGPS Artigo recebido em 10 de Julho de 2012 e aceito em 15 de Setembro de 2012. Método: As metodologias utilizadas foram pesquisas realizadas em artigos científicos encontrados em sites específicos de publicações cientificas. which will produce an abnormal protein called progerin. Conclusão: Concluí-se que a Fisioterapia tem muita importância no cuidado desse paciente. Results and Discussion: It was discovered a mutation in LMNA. síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria. transient ischemic attacks and strokes. 552 Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria e o Benefício da Intervenção Fisioterapêutica. INTRODUÇÃO A síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria (HGPS), é uma rara desordem autossômica dominante esporádica caracterizada pelo aparecimento precoce dos sinais do envelhecimento, o que afeta sistemas e órgãos do organismo. As feições lembram um envelhecimento natural como alopecia, osteoporose e o enrugamento da pele (1-3). A Síndrome foi descrita pela primeira vez em 1886 pelo Dr. Jonathan Hutchinson e em 1897 por Dr. Hastings Gilford, que também propôs o nome Progéria em 1904. O termo “progeria” originou-se da palavra grega velhice, “Geras”. São crianças sem retardo mental, baixa estatura e que apresentam sinal de envelhecimento prematuro em que a morte ocorre na adolescência (4,5). O sexo masculino é mais afetado do que o feminino e 97 % dos casos ocorrem nos indivíduos brancos. Em aproximadamente 13 anos após o nascimento os portadores da síndrome morrem devido a doenças cardiovasculares em que apresentam infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral (5,6). Para Hanumanthappa (1) a morte em HGPS é causada entre as idades de 7 e 21 anos, como resultado de arteriosclerose progressiva, sendo a morte precedida também por hipertensão, ataques isquêmicos transitórios e acidentes vasculares cerebrais. A doença acomete cerca de 1 em 4.000.000 nascidos vivos e suas primeiras manifestações são vistas em aproximadamente 12 meses á 14 meses de idade. Essa síndrome além de aterosclerose progressiva é caracterizada por deformações ósseas, além de perda de gordura subcutânea, rigidez articular, dentição atrasada e luxações do quadril (7). Segundo Paradisi (8) anteriormente o diagnóstico de HGPS era com base nos critérios de retardo de crescimento e fenótipo prematuramente envelhecido em crianças, mas segundo o autor e o Manual da Progéria (9) após intensas buscas científicas o gene para HGPS foi descoberto em abril do ano de 2003, por um grupo de pesquisadores que trabalham em conjunto através da progéria, foi relatado que houve uma mutação no gene LMNA produzindo progerin, uma proteína anormal. O gene LMNA normalmente produz uma proteína chamada lamin A, que é uma proteína importante para a maioria das células do nosso corpo, no qual mantém o núcleo de uma célula em conjunto. De acordo com Gordon (10) na HGPS a progerin é dramaticamente aumentada por isso é importante ressaltar que existem evidências de que progerin é produzida em níveis muito baixos em fibroblastos normais, o que sugere que está molécula também desempenhe um papel normal no envelhecimento humano. HPGS desde sua descrição por Jonatham Hutchinson em 1886 recebeu pouca atenção dos pesquisadores científicos devido a sua raridade. Mas, após a desco- berta da mutação genética por trás da doença em 2003, tem havido um ressurgimento do interesse no estudo desta doença prematura, seu dramático envelhecimento e suas ligações potenciais tanto para o envelhecimento normal e doença aterosclerótica (7). O objetivo da presente pesquisa é relatar através da literatura internacional sobre a Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria (HGPS), doença rara e pouco conhecida. Relatar suas manifestações clínicas e a importância da melhora da qualidade de vida com a intervenção da Fisioterapia. MATERIAIS E MÉTODOS A presente pesquisa trata-se de uma revisão da literatura internacional com objetivo descritivo e qualitativo. Os dados para a pesquisa foram coletados em artigos científicos internacionais, retirados das bases de dados eletrônicas Scielo, Pubmed, Plos one (Public Library of Science), Pediatrics (Electronic journals of the American Academy of Pediatrics) e ainda informações colhidas nos dados da Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT) e no banco de dados médicos e de pesquisa Progeria Research Foundation, no período de agosto a novembro de 2011. Foram utilizados um total de 30 bibliografias compreendidas do ano de 2001 à 2011. Os descritores em língua portuguesa são: Progéria, síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria, Fisioterapia, HGPS. E os descritores em língua estrangeira são: Progeria, Hutchinson-Gilford progeria syndrome, Physiotherapy, HGPS. RESULTADOS E DISCUSSÃO A lâmina nuclear é uma rede de filamentos estruturais, o lamins tipo A e B, localizado no envelope nuclear e em todo o núcleo. Filamentos de Lamin fornecem ao núcleo uma estabilidade mecânica o que suporta muitas atividades básicas, incluindo a regulação do gene (11). Conforme McClintock (12) mutações no gene LMNA forma 12 distúrbios diferentes, conhecidos como laminopatias, o que envolve diferentes tipos de tecidos, como muscular, nervoso, adiposo, ósseo e tecido da pele. Esses distúrbios apresentam distintos fenótipos clínicos associados com características tais como miopatia, cardiomiopatia, lipodistrofia, neuropatia e envelhecimento prematuro. Segundo o banco de dados médicos e de pesquisa (13) Progeria Research Foundation (2011) a mutação que ocorre no gene LMNA em indivíduos HGPS produz uma proteína anormal denominada progerin, o defeito apresentado nessa proteína, torna o núcleo instável, o que irá liderar o processo de evelhecimento prematuro em Progéria. Progerin está presente em concentração significativa nas células de pacientes com progéria, o que resulta em distorção da membrana nuclear e diminuição da Ter Man. 2012; 10(50):551-556 Mariane Braga da Silva, Gizele Fontana Costalonga, Hélio Gustavo Santos. 553 vida útil da célula (2). Para Liu (14) a acumulação de progerin no organismo leva a vários defeitos associados ao envelhecimento nuclear, incluindo a desorganização da lâmina nuclear e a perda de heterocromatina. Segundo Cao(15) esta mutação não afeta o ácido amino codificados, referido como G608G, mas parcialmente ativa uma área doadora no exon 11 do LMNA, levando à produção de um prelamin A mRNA que contém uma exclusão interna de 150 pares de base. Esta transcrição é então traduzida em uma proteína conhecida como progerin, que carece de 50 aminoácidos próximo ao terminal C. E segundo Scaffidi e Misteli (30) (2006) a mutação mais prevalente HGPS (Gly heterozigotos 608 \ Gly 608 com C alterado para T) leva a uma geração de defeitos, e as células do paciente HGPS também apresentam defeitos na estrutura nuclear e em sua função. Conforme McClintock, Gordon e Djabali (2006) e Scaffidi e Misteli (2005) aproximadamente 80% dos casos HGPS são causadas por uma mutação G608 (GGC \ GGT) no exon 11 do LMNA, em que alterações nucleares afetam a progressão do ciclo celular e a migração de células o que provoca a senescência prematura (16,17). Em uma pesquisa recente realizada por Blagosklonny (18) afirma-se que em fibroblastos normais os danos dos telômeros durante o envelhecimento ativa a produção de progerin, neste cenário o envelhecimento normal é causado por progerin. O autor também relata que a acumulação de progerin causa anormalidades nucleares, anormalidades mitóticas e acelera o encurtamento dos telômeros. Conforme Benson, Lee e Aaronson (19) existem evidências indicando que a manutenção dos telômeros é um alvo comum de diversos defeitos genéticos que causam o envelhecimento precoce, síndromes e envelhecimento prematuro. Manifestações Clínicas Segundo estudos de Pollex e Helege (20), e Cao et al (21) crianças nascidas com HGPS geralmente parecem normais ao nascimento, mas dentro de um ano eles começam a mostrar os efeitos do envelhecimento acelerado. À medida que amadurecem, o distúrbio faz com que as crianças tenham cerca de uma década para cada ano de sua vida. Isso significa que em média de 10 anos de idade, uma criança com progéria teria as mesmas complicações respiratórias, cardiovasculares e osteomusculares que um indivíduo idoso. HGPS pertence ao grupo distinto de síndromes progeróides, exibindo características que lembram a senescência prematura, ele afirma que os principais tecidos afetados em HGPS são de origem mesenquimal, e incluem tecido adiposo, ósseo, cartilaginoso e cardiovas- cular (22). As crianças com progéria emocionalmente compartilham os mesmos sentimentos com crianças saudáveis da mesma idade em relação à expressão de humor e afeto. Elas estão conscientes de sua aparência diferente, permanecem reservados na companhia de estranhos, mas na presença de amigos, eles exibem afeto e boa interação social (23). “Crianças com HGPS parecem tão semelhantes que poderiam ser confundidos com os irmãos” (10). Geralmente, estas crianças apresentam baixa estatura e baixo peso, apresentando também ausência da maturação sexual. A postura característica dessas crianças é a postura “equina”, em que a marcha mostra-se arrastada com a base ampla. Estudos afirmam que os portadores de HGPS eliminam em grande excesso, através da urina o ácido hialurônico, que é responsável por mantém a integridade e a textura do sistema esquelético, muscular e vascular (5). Segundo Coutinho (24) inicialmente, placas esclerodérmicas aparecem na pele do quadril e na região superior das extremidades inferiores, colocando todo o corpo em risco, exceto para os órgãos genitais e algumas regiões dos membros inferiores. A produção de suor é diminuída e, simultaneamente, alopecia se torna evidente. O fenótipo da progéria é caracterizado por alopecia (perda de cabelo, incluindo couro cabeludo e sobrancelhas), veias proeminentes no couro cabeludo e na testa, clássicos traços faciais, incluindo micrognatia (mandíbula pequena), olhos proeminentes e um perfil convexo nasal (nariz bico-like), cianose circumoral e nasolabial, dentição tardia e em maioria também apresentam voz aguda (2). Figura 1: Características físicas da progéria com a idade.Uma menina com progeria em idades de 3 meses, 13 meses, 3 anos 11 meses, 6 anos e 6 meses e 9 anos. Fonte: Kieran, Gordon e Kleinman (2007) (2) Figura 2 A primeira figura mostra a perda de cabelo que começa na periferia do couro cabeludo. A segunda figura mostra a pele firme e pequenas áreas de abaulamento pele que são evidentes no abdômen. Fonte The Progeria Handbook; A Guide for Families and Health Care Providers of Children with Progeria. 07/11/11 (9) Essas crianças desenvolvem uma aparência distinta facial caracterizada por um rosto desproporcionalmente pequeno em comparação com a cabeça, má for- Figura 1. Manifestações da progéria em idades diferentes. Ter Man. 2012; 10(50):551-556 554 Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria e o Benefício da Intervenção Fisioterapêutica. pecialmente devido à arteriosclerose generalizada. Para o autor estratégias terapêuticas já testadas em células HGPS, tais como inibidores farnesyltransferase, pode até ser útil na prevenção do envelhecimento normal e possivelmente em retardar a progressão de outras patologias relacionadas com a idade (12). Existem outras formas da progéria se manifestar, sendo em diversas idades além da infância, o que também são caracterizadas por sinais de envelhecimento, Figura 2. Manifestações Clínicas da Progéria. tais formas estão relacionadas com as síndromes: Wiedemann-Rautenstrauch, Cockayne, Werner, Emery-Dreifuss, Rothmund-Thomson, e Seckel (24). mação dentária, nariz adunco, olhos proeminentes, luxação do quadril, veias proeminentes no couro cabeludo, lipodistrofia, distrofia das unhas, rigidez nas articulações (25). Crianças com progéria possuem perda significativa de gordura subcutânea, o que resulta em pele fina, e baixa estatura. Manifestações esqueléticas incluem osteólise freqüentes, mobilidade articular limitada (contraturas), coxa valga, e clavículas encurtadas, o que resulta no estreitamento dos ombros gerando uma aparência mais velha (2,26). De acordo com Domingo (27) ocorrem também deficiências no crescimento de ambos os maxilares e da mandíbulas, bem como apinhamento dentário, a erupção dos dentes irregulares e áreas localizadas de hipoplasia do esmalte. Também são incluídos ás características da progéria a aterosclerose generalizada, as doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral. Outras manifestações na HGPS ocorrem nas áreas oculares como bandas de pele fugindo da pálpebra superior para a córnea, ectrópio senil, síndrome do olho seco, secura córnea, ceratopatia, aderências iridocorneal, opacidade da córnea, estrabismo, catarata, movimentos irregulares, miopia, tortuosidade da retina e angiosclerose da retina (25). Os eventos cardiovasculares maiores ou neurológicos podem ser precedidos por angina, insuficiência cardíaca congestiva crônica, ou ataques isquêmicos transitórios. Apesar dos efeitos dramáticos da progéria sobre o crescimento e o sistema cardiovascular, é importante ressaltar que muitos outros órgãos não são afetadas na HGPS, incluindo o fígado, rim, pulmão, trato gastrointestinal, medula óssea e o cérebro (2). Coutinho (24) afirma que mesmo com os avanços da medicina em cirurgias cardiovasculares como o marcapasso e o cateterismo, o aumento da expectativa de vida dos pacientes HGPS não foram atingidos, porque os indivíduos com a síndrome tem a tendência de acumular placas de ateroma novamente. Durante a segunda década da vida em indivíduos HGPS, as causas mais comuns de morte são condições crônicas que são comuns em idosos, como a doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral, esIntervenção Fisioterapêutica Segundo a Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT) (28); a Fisioterapia é definida como prestação de serviços a pessoas e populações para desenvolver, manter e restaurar o movimento máximo e capacidade funcional ao longo do tempo de vida. Fisioterapia inclui a prestação de serviços em circunstâncias em que o movimento e a função estão ameaçados pelo processo de envelhecimento, lesão, distúrbio e doença. Poucas pesquisas foram realizadas com relação à intervenção da Fisioterapia na HPGS, mas a Progeria Research Foundation (13) publicou no ano de 2010 o Manual da Progeria: Um Guia para famílias e profissionais de saúde das crianças com Progeria. (The Progeria Handbook; A Guide for Families and Health Care Providers of Children with Progeria) relatando a importância da atuação fisioterapêutica nessa síndrome. A Fisioterapia tem como objetivos: manter a função respiratória, circulatória, prevenir a atrofia muscular, encurtamento muscular e contraturas articulares; além de agir sobre o controle da dor (29). Segundo o Manual da Progéria (9) as crianças com progéria apresentam muitas contraturas articulares, limitação de movimento, alteração da marcha e equilíbrio, o que gera grande impacto na realização das Atividades de Vida Diária (AVDs). Onde a Fisioterapia além da avaliação realizará intervenções que incluem atividades de desenvolvimento e funcionalidade, terapêuticas, exercícios, prescrição e adaptações de órteses. O fisioterapeuta como outros membros da equipe, fornece cuidados paliativos, desempenham um papel muito importante à equipe de atendimento multidisciplinar na relação paliativa, que tem por objetivo melhorar a função e a qualidade de vida dos pacientes que exigem cuidados em suas dimensões físicas, o que inclui o controle de sintomas e a gestão de resultados físicos, tais como mobilidade, flexibilidade, força, resistência, deformação, coordenação, equilíbrio, marcha, respiração, tolerância ao exercício e gasto de energia (29). Devido á facilidade de luxar o quadril por causa da coxa valga, as crianças HGPS são suscetíveis a fraturas, e devem ser acompanhados rotineiramente, sendo reco- Ter Man. 2012; 10(50):551-556 Mariane Braga da Silva, Gizele Fontana Costalonga, Hélio Gustavo Santos. 555 mendado Fisioterapia para auxiliar a amplitude de movimento nas articulações além de ajudar na interação social dos pacientes (24). CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme os objetivos propostos para este estudo foram vistas as diversas manifestações clínicas na sín- drome de Hutchinson-Gilford Progéria (HGPS) até a sua morte, ocasionada por doenças cardiovasculares. Notouse que a partir do ano de 2003, o estudo dessa doença rara tem aumentado devido as mutações genéticas encontradas e que o presente estudo indica que a Fisioterapia pode contribuir de forma eficaz na melhora da qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa síndrome. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 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Acesso em 3/11/11 Disponível em: http://www.progeriaresearch.org/index.html. 14. Liu GH, et al. Recapitulation of premature aging with iPSCs from Hutchinson-Gilford progeria syndrome. Nature. 2011 April 14; 472(7342): 221–225. 15. Cao K, et al. Progerin and telomere dysfunction collaborate to trigger cellular senescence in normal human fibroblasts. J Clin Invest. 2011 Jul 1;121(7):2833-44. 16. McClintock D , Gordon LB , DJABALI K . Hutchinson-Gilford progeria mutant lamin A primarily targets human vascular cells as detected by an anti-Lamin A G608G antibody. Proc Natl Acad Sci U S A. 2006 Feb 14;103(7):2154-9. 17. Scaffidi P, Misteli T. Reversal of the cellular phenotype in the premature aging disease Hutchinson-Gilford progeria syndrome. Nat Med. 2005 Apr;11(4):440-5. 18. Blagosklonny MV. Progeria, rapamycin and normal aging: recent breakthrough. Aging (Albany NY). 2011 Jul;3(7):685-91 19. Benson EK, Lee SW, Aaronson SA. 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Ter Man. 2012; 10(50):551-556 Science.556 Síndrome de Hutchinson-Gilford Progéria e o Benefício da Intervenção Fisioterapêutica. 2011 Nov. Physical Therapy in Palliative Care: From Symptom Control to Quality of Life: A Critical Review. Indian J Palliat Care. Description of Physical Therapywhat is Physical Therapy? London. Ter Man. 2006 May 19. Chandravanshi SL. 312(5776): 1059–1063. Choudhary P. Accumulation of mutant lamin A causes progressive changes in nuclear architecture in Hutchinson–Gilford progeria syndrome. et al. Misteli T. 59(6):509-12. Rawat AK.16(3):138-46. 2012. 101(24): 8963–8968 27. 2004 June 15. 26. Goldman RD. World Confederation for Physical Therapy. Dwivedi PC. Jim A. Scaffidi P. Proc Natl Acad Sci U S A. 28.org/policy/ps-descriptionPT 29. et al. Ocular manifestations in the Hutchinson-Gilford progeria syndrome. 10(50):551-556 .wcpt. Oral Dis. 2009 April . 15(3): 187–195. Lamin A-Dependent Nuclear Defects in Human Aging. Hutchinson-Gilford progeria syndrome: Oral and craniofacial phenotypes. 25. UK. 2010 Sep. Indian J Ophthalmol. Acesso em 8/11/11 Disponível em http://www. Kumar SP. Domingo DL. 30. but the causes of this effect can involve psychological mechanisms or changes in the muscle-tendon unity. por outro lado. Nevertheless it’s benefits are controversial. Flexibilidade. Licenciado em Educação Física pela Faculdade Presbiteriana GAMMON. A Relação dentre Cocontração. Factor Determinants of Flexibility. 10(50):557-566 .4). Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Palavras-chave: Alongamento. Conclusion: Systematic stretching training can improve flexibility. Alongamento e Flexibilidade. Contudo. Objective: To make a review of the effects of stretching on health and performance and the mechanisms involved. Relationship Between Cocontraction. a partir de 1990. The effect of stretching on the health and performance: new perspectives. Flexibility. Ter Man. Resultados: Observou-se que a prática do alongamento pode melhorar a flexibilidade. Sport Performance Artigo recebido em 26 de Julho de 2012 e aceito em 05 de Setembro de 2012. criticou-se sobre a falta de estudos sobre alongamento em desportos potencialmente mais lesivos para esta capacidade. Especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade de Volta Redonda (UNIFOA).557 Revisão de Literatura O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas. nº 868. Conclusive evidence that support or reject the role of stretching in injury prevention is still not found. About the chronic effect of stretching. Uberlândia\MG 4. CEP: 13506-780. Results: Stretching has a positive effect on flexibility. . but the passive methods. Faculdade Presbiteriana Gammon (Faggamon) – Lavras/MG Resumo Introdução: O alongamento é muito utilizado por atletas e praticantes de atividades físicas. encontrou-se melhoria no desempenho de tarefas de força-velocidade que envolvam o ciclo-muscular-alonga-encurta e o oposto ocorreu em atividades de endurance. Rio Claro-SP 2. 2012. Força e Desempenho. Many studies with static stretching resulted in deleterious effects on performance. and about the Stretching Effect on the Injury Risks. Cocontraction. Therefore.Endereço: Av. Doutorando em Desempenho Humano e Tecnologias – Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” (UNESP-IB). Conclusão: O treino sistemático de alongamento pode melhorar a flexibilidade. 1. Uberlândia\MG 5. we found an improvement in performance on force-velocity tasks involving stretch-shortening-cycle and an opposite effect in endurance activities. Pedro Vieira Sarmet Moreira(1. Fatores Determinantes da Flexibilidade. algumas pesquisas mostraram que o método neuro-propioceptivo ou balístico aumentou a performance. were selected articles about the following thematic: Stretching Protocol. mas seus reais benefícios são controversos. Raphael Gonzaga Nascimento(5). Bairro: Cidade Nova. e quais seus mecanismos envolvidos. Para o efeito crônico do alongamento. SCIELO e GOOGLE SCHOLAR. Méthods: From data base of PUBMED. a critic was made on the lack of sufficient studies about stretching in sports that potentially causes more injuries related to stretching.3.2. Key-words: Stretching. Stretching and Flexibility. Cocontração. e O Efeito do Alongamento para o Risco de Lesões. However. Abstract Introduction: Stretching is widely used by athletes and others practicing sports. Muitos estudos com alongamento estático resultaram em efeitos deletérios ao desempenho. mas os métodos passivos geralmente causam diminuição do desempenho em força-velocidade enquanto os métodos balísticos e neuroproprioceptivos tem mostrado o oposto. Strength. Lavras\MG Autor para correspondência: Pedro Vieira Sarmet Moreira . generally causes diminishments of performance in force-speed while the ballistic and neuro-proprioceptive methods have shown the opposite one. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre qual o efeito do alongamento para a saúde e desempenho. mas as causas desta modificação podem envolver mecanismos psicológicos ou alterações da unidade-músculo-tendinosa. Métodos: Selecionou-se nas base de dados PUBMED. Não há evidências definitivas que suportem ou rejeitem o papel do alongamento para a prevenção de lesões. Lisboa\Portugal 3. Mestre em “Treino de Alto Rendimento” pela Faculdade de Motricidade Humana (Universidade Técnica de Lisboa) (FMH -UTL).Telefone: (19) 35579638/Celular: (34) 9179-0004. some research has shown that the neuro-proprioceptive or ballistic method increases the performance. 2 A. Rio Claro – SP. SCIELO and GOOCLE SCHOLAR. artigos que abordassem os seguintes temas: Protocolos de Alongamento. Contudo. estão listadas abaixo: Alongamento Estático: É realizado em baixa velocidade. “Stretching & Strength” e “Cocontraction” e suas equivalentes em Português. Método Combinado: Como o nome diz. baseados em uma metodologia de avaliação específica que será abordada nesta revisão os atletas e praticantes de atividades físicas (1) (1. por sua vez pode ser subdividida em: Método Contrai-Relaxa (CR) e Relaxamento-Recíproco (RR). “Stretching & Performance”. porém os artigos clássicos e de grande relevância para o assunto e foram incluídos. SCIELO e GOOGLE SCHOLAR periódicos nacionais e internacionais). Embora desde 1958. SCIELO e GOOGLE SCHOLAR: Artigos com as palavras chave “Stretching & Injuries”. é objetivo desta revisão. se alongarem por meio da ADM disponível(7). A prática do alongamento é muito difundida entre e estes exercícios têm sido tradicionalmente recomendados como parte integrante das seções de aquecimento que antecede a prática de atividades físico-desportivas. elucidar com base na literatura científica atual (bases de dados PUBMED.558 O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas. e ainda inclui o Método Combinado (MC). 10(50):557-566 .3. ressonância magnética e equipamentos especiais de mensuração cinética e cinemática) para inferir de maneira mais direta . O Efeito do Alongamento para o Risco de Lesões e artigos que comparassem o resultado de diferentes protocolos de alongamento nos aspectos. após uma cuidadosa leitura de todos os capítulos. esta afirmação é questionável. a redução no risco de lesões músculo-tendinosas e articulares. duração do alongamento. A FNP. de forma que o músculo seja alongado até um ponto tolerável. Após isto os artigos foram arquivados em pastas subdivididas por subtemas e cada um dos temas foi desenvolvido separadamente. Relaxamento Recíproco: Neste método. INTRODUÇÃO O alongamento é o ato de realizar determinado exercício para aumentar a amplitude de movimento articular (ADM). “Flexibility & Performance”. combina os métodos CR e RR na mesma sessão. Alongamento Balístico: Consiste na utilização do Momentum (Momento Angular) para Alongar o Músculo e pode envolver o balanço repetido (geralmente rítmico) de um segmento corporal até que seja atingida a máxima amplitude articular desejada.9. movimentação dos fluídos sinoviais. vários autores tenham atribuído à extensibilidade dos tecidos conjuntivos em paralelo com as fibras musculares como sendo os principais contribuintes da tensão passiva(8. de forma passiva. existem muitas fontes de resistência passiva ao alongamento: propriedades da cápsula articular e dos ligamentos. principalmente quando se encontrava a necessidade de complementar o conteúdo abordado pelas referências citadas em uma publicação recente. Após a criação da base de dados. são alguns dos principais motivos relacionados à sua inclusão(2). Contrai Relaxa: Estiramento passivo de um grupo muscular. mesmo que pudesse utilizar de referências comuns. Alongamento e Flexibilidade. e em seguida. Fatores Determinantes da Flexibilidade. A Relação dentre Cocontração. A seguir foi realizada a análise crítica dos dados levantados e organizados na forma de um texto descritivo sobre o referente assunto. As definições destes métodos segundo este autor. e a melhoria do desempenho físico.2) repetições. DISCUSSÃO Protocolos de Alongamento Existem. selecionou o conteúdo que tratasse dos seguintes temas: Explicação dos Protocolos de Alongamento. MÉTODOS Foram pesquisados nas Bases de Dados PUBMED. O aumento da ADM. atualmente existem conceitos mais adequados para definir flexibilidade. 2012. enquanto a flexibilidade é tradicionalmente considerada como sendo a própria ADM. a influência do alongamento nos outros três fatores é também controversa e em relação ao risco de lesões. Determinantes da Flexibilidade A flexibilidade também pode ser definida como sendo a capacidade das estruturas que compõem os tecidos moles. tendões e tecidos conjuntivos. O aumento de ADM é comprovado (1. a diminuição da Tensão Passiva da Articulação (TPA). a musculatura agonista é quem produz a força de estiramento à musculatura opositora (antagonista). como músculos. métodos de alongamento. “Flexibility & Injuries”. Portanto. Utilizou-se como limites as datas de publicações a partir de 1990. o Alongamento Balístico (AB). Por fim. período de intervenção e número de Ter Man.5) . intervalos utilizados e o tipo de alongamento realizado). os estudos que mensuram as propriedades viscoelásticas de tecido conjuntivo utilizam tecnologia apropriada apenas (i. qual o efeito do alongamento para a saúde e desempenho. e a Facilitação Neuropropioceptiva (FNP). e as propriedades elásticas dos tendões e do tecido conjuntivo que envolve o músculo(1). segundo WILKINSON (1992) (6): 3 técnicas de exercícios de alongamento: O Alongamentos Estático (AE). Sob a perspectiva desta última definição. seguido de contração isométrica máxima contra uma resistência (normalmente manual). De modo que estas citações foram verificadas.10). a conclusão foi desenvolvida.e. mas as suas reais causas são controversas e so- frem influência do protocolo utilizado (tempo de alongamento. Além disto.4. e suas possíveis causas. Uma força passiva pode ou não ser usada para auxiliar o agonista. número de repetições. novo alongamento passivo deste grupo muscular . (1999) (28) . i. importante em qualquer execução em que haja o padrão trifásico de movimento. portanto. Para o alongamento ativo. outra fonte de resistência que deve ser considerada é a Co-contração(13. Raphael Gonzaga Nascimento. na tentativa de prevenir lesão causada por hiperextensão desta articulação(26. realizadas de forma indireta.) e das danças. caso a musculatura antagonista a este movimento estivesse relaxada na fase de extensão de joelho pré-contato do pé com a bola. Condicionantes da Flexibilidade. 2012. os tecidos conjuntivos em série e em paralelo não sofreriam tensão significativa e. convém lembrar que nesta pesquisa. A co-ativação antagonista é causada pelo reflexo miotático inverso. O componente em série com a fibra muscular.27).8%. como é o caso do chute no futebol ou em artes marciais.14).18. Alongamento e Flexibilidade A co-contração (CC) pode ser definida como a ativação da musculatura antagonista. O perimísio é considerado o tecido que possui maior contribuição para a resistência passiva ao alongamento(12). que possui velocidades angulares de extensão de joelho próximas a 30 rads/s (20) . pois a amplitude e velocidade angulares são condicionantes do reflexo miotático inverso(14. A CC é portanto. e isto inclui os arremessos do Handebol e as batidas do Tênis. muitos estudos sobre chutes no futebol têm enfatizado a importância da coordenação entre os músculos agonistas (vasto lateral e medial. Nos movimentos que envolvem extensão brusca do joelho. Sendo. uma diminuição do reflexo de estiramento do tríceps sural em 84. Condicionantes da Flexibilidade: Flexibilidade Passiva e seus condicionantes. A CC ocorre em movimentos naturais como a marcha.Pedro Vieira Sarmet Moreira.25). e isto produz força que opõe à direção do movimento pretendido (13) Figura 1. houve diminuição significativa da força em 23. A CC é sem dúvida o principal responsável pela resistência passiva que ocorre em movimentos balísticos de amplitude articular média ou submáxima. os Índices de Co-contração (ICC) tendem também a serem altíssimos (próximo a 80%. que ocorre em movimentos balísticos. Outro exemplo importante é o chute de arte marcial. O treino de flexibilidade também parece influir no ICC.19). perimísio e epimísio(11). esta diminuição foi revertida após 15 minutos de recuperação. 10(50):557-566 .01) após o alongamento passivo prolongado deste grupo muscular. força ou amplitude do movimento em questão. as atribuições sobre a elasticidade paralela. totalizando: 127º. tibial anterior e iliopsoas) e antagonistas (gluteo máximo. portanto. A figura 1 ilustra esquematicamente estas formas de resistência consideradas. Co-contração. a 3. Cocontração e Torque Agonista. em que as amplitudes articulares (65º de anteversão do quadril mais 62º de flexão da coxa em relação ao quadril. com a performance da ginástica (Artística. Rítmica Desportiva. 23). que este mecanismo possa estar altamente relacionado de forma inversa.5 rads/s. Sabe-se que a co-contração é maior em amplitudes próximas ao limite articular(14. pois ALENCAR (2006) (15) demonstrou haverem diferenças significativas dos Índices de co-contração (ICC) de idosas saudáveis quando comparadas com adultas jovens.17. e 105º de flexão/extensão de joelho) e velocidades angulares Ter Man. Porém. 559 sobre as fontes de resistência que estão em série com as fibras musculares. devido à maior complacência e menor stifness (Rigidez) dos tecidos conjuntivos de indivíduos mais velhos. e pode ser um fator crítico da eficiência deste movimento com o envelhecimento. Bíceps Femoral e Semitendinoso) de fases importantes deste movimento(16. No primeiro exemplo. principalmete pelo incremento da compliança das fibras intra e extrafusais. O fuso neuromuscular é a estrutura neural-periférica responsável por tal reflexo e é sensível à velocidade e à quantidade de alongamento aplicada ao músculo(24. respectivamente.24). etc.e. então se supõe com grande segurança. enquanto que os componentes em paralelo são constituídos do endomísio. do Semitendinoso em Relação ao Vasto Medial durante o movimento completo do chute semi circular) (22).001) logo após o alongamento. logo. de pico (aproximadamente 20 rads/s de extensão de joelho) também são altas(21).2% (p < 0. Embora a diminuição do ICC seja visível principalmente em movi- . Os autores concluíram que esta dessensibilização do fuso neuromuscular foi causada por alterações mecânicas deste órgão propioceptivo. não limitariam a velocidade. a principal motivo de haver co-ativação dos músculos posteriores de coxa é a de assistir as funções mecânicas e neurosenssoriais do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). reto femoral. responsável pela resistência passiva ao alongamento é o tendão. demonstraram haver em uma tarefa passiva de dorsiflexão. pois AVELA et al. Apesar disto. o ICC foi maior nas Idosas e este fenômeno foi explicado como sendo um mecanismo neural de tentativa de aumentar a estabilidade articular (para prevenção de lesões). com conseqüente diminuição significativa da Tensão Passiva da Articulação (TPA) (p< 0. Acrobática. Colaborando com esta perspectiva. observou-se que. ocorre de forma progressiva com a aplicação de cinco séries de 90s de AE. a aplicação de rotinas de flexibilidade (RF) ou treino excêntrico (TE) dos flexores de joelho foi realizada durante o aquecimento para as partidas. pois existem estudos que demonstram o efeito agudo e crônico (3 semanas) do alongamento na diminuição da Tensão Passiva da Articulação(1.3). (1996) (4) demonstraram anteriormente que a diminuição da TPA (e do stifness) em resposta ao relaxamento de estresse. movimentos balísticos de altíssima ADM. e 2) na tensão viscoelástica. teoricamente.8%)(28). Realizado com dezenas de equipes profissionais nórdicas de futebol. os argumentos para esta popularidade são: (1) garantir que o individuo tenha amplitude suficiente de movimentos nas articulações para realizar a atividade atlética ideal e (2) para diminuir a rigidez muscular ou aumentar a complacência muscular. a resistência ao alongamento. McBRIDE.2. em que a modalidade pesquisada exige constantemente a utilização de movimentos balísticos. seja ao grupo controle (p = 0. A diminuição da TPA em resposta ao alongamento. seja aos índices obtidos nas duas temporadas anteriores à aplicação das intervenções no mesmo grupo (p = 0. DEANE e NIMPHIUS (2007)(29) obtiveram uma diminuição significativa (p<0. pois a não investigação em modalidades cujas exigências em amplitude e velocidade articular são altas. embora o posicionamento do ACSM se mostre mais confuso.01). Não se verificou diferenças significativas do índice de lesão deste grupamento muscular no grupo RF. Portanto. Segundo os posicionamentos da National Strength and Conditioning Association(31). e portanto.38. mas esta adaptação aguda se mantém por muito pouco tempo (minutos à 1 hora). Porém.28. medida como sendo o momento articular. convém observar os posicionamentos de instituições relevantes da cultura física mundial.35. em teste passivo estático foi causada pela diminuição do Stifness do tendão(41). Neste estudo. MAGNUSSOM et al. podem ser importantes fatores relacionados à prevenção de lesões em movimentos balísticos de grande ADM. irá decrescer com o tempo e isto se chama “relaxamento de estresse” (stress relaxation) (41) ne (ACSM) (32) não há evidências definitivas que suportem ou rejeitem o papel do alongamento na prevenção de lesões. Contudo. 10(50):557-566 . Esta observação permite recomendar grande cautela ao interpretar estes dados. O item 1 será abordado no capítulo seguinte. foi causado pela diminuição do reflexo de estiramento do tríceps sural (-84. Neste posicionamento. o grupo TE obteve menor índice de lesões quando comparado. sejam por mecanismos estruturais (alterações da elasticidade do tecido conjuntivo). tanto em teste de extensão isométrica de joelho como no agachamento isométrico. intensidade e intervalo de aplicação). o stress relaxation demonstra que a unidade-músculo-tendinosa (UMT) em humanos é afetada durante a intervenção do alongamento. 2012. do European College of Sports Sciences e do American College of Sport Medici2 diminuição do stifness do tecido conjuntivo em paralelo com o músculo1.05) da integral do sinal eletromiográfico (iEMG) do bíceps femoral logo após uma intervenção de 10 minutos de treino de flexibilidade.560 O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas. Embora existam várias formas de alongamento. o efeito crônico do alon- Ter Man. diminuir o risco de lesão(1.36. 5º por sec) observada. e quanto ao risco de lesão. o alongamento aumenta a flexibilidade dos tendões através de dois principais efeitos: 1) na unidade músculo tendinosa: os reflexos mediados por mecanoreceptores (como visto no capítulo anterior). foi o estudo longitudinal (4 anos) de ARNASON et al. Durante a aplicação do alongamento estático. mentos de grande velocidade angular. Quanto ao efeito crônico de um período de treinamento de 3 semanas. o Ballet e o Karatê. O efeito do Alongamento na Flexibilidade Segundo o ACSM(32). O único estudo encontrado. o iEMG dos extensores de joelho se manteve inalterado nos 2 testes. Ao analisar os artigos que não mostraram diferenças do alongamento no risco de lesão. e por atletas. (2008) (33).37. A exemplo. o mais utilizado nas pesquisas estudadas nesta revisão foi o alongamento estático. estes resultados não descartam a hipótese à respeito do benefício do alongamento na prevenção de lesões em modalidades que utilizam com freqüência. Estas modificações observadas em TPA sejam por mecanismos neurais (queda do ICC).40). e assim. Segundo o posicionamento do European College of Sports Sciences (ECSS) (2). quando o alongamento é repetido 1 hora após. exceto uma pesquisa(33). este exercício é usado com o objetivo de realçar o desempenho.009). talvez pela maior facilidade de manipulação e controle das variáveis (amplitude. Porém convém lembrar que a amplitude articular dos movimentos realizados no futebol é geralmente submáxima. a queda de TPA (em teste de baixa velocidade angular. este efeito desaparece. jogging e treino militar(34. O efeito do alongamento no risco de lesões O alongamento é comumente utilizado com o intuito de previnir lesões musculoesqueléticas. todos estes estudos foram realizados com movimentos que não exigem grande ADM: caminhada. é de supor haver influência positiva aguda e crônica do alongamento para a prevenção de lesões nestas modalidades.39). enquanto que o decréscimo agudo em TPA observado em teste de alta velocidade angular (3. foi causada pela .5 rads/sec). é sem dúvida um fator limitante da total aplicação das informações obtidas por estes estudos à modalidades tais como a Ginástica Artística. na velocidade 60º/segundo. na magnitude de 8.Pedro Vieira Sarmet Moreira. não permite distinguir se os resultados obtidos foram causados por modificações nas propriedades elásticas do tecido conjuntivo ou pelo aumento da tolerância à dor.8% (p<0.9%. sobre que propriedades foram alteradas e em qual magnitude isto aconteceu.001) para o pico de torque isométrico. uma diminuição da TPA em 24%. Mas os déficits de força ocorreram após 30 e 60 segundos de alongamento.001). na pesquisa de TOFT e colaboradores (1989) (42) . Concordando com o ECSS.1 para 184.4. mesmo com curtas durações. ainda com repetições de 15 segundos de AE. o que dificulta a mensuração laboratorial(2). Embora não houvesse na época. Porém alguns aspectos do desempenho.5% (p<0.05) e 10% (p < 0. A TPA é medida através da mensuração do Torque articular em um movimento angular automático com velocidade angular determinada e. KNUDSON & NOFFAL (2005) (49) que contradizem o posicionamento do ECSS à respeito do efeito crônico do treinamento de flexibilidade. no exercício Leg-Press. no primeiro. utilizase para isto. observaram a ocorrência de um declínio desta variável de forma logarítmica com estes 100s de alongamento. houve um decrésci- mo da TPA em 36%.5% (p<0. O mesmo aconteceu para o pico de torque isocinético a duas velocidades angulares distintas. mas. Esta ausência de informações específicas foi suprida pelos estudos de KUBO et al. no segundo estudo. um estudo comparativo do efeito de 2. que foi atribuída à diminuição do Stifness do tecido conjuntivo em série (tendão). nem os grupos que realizaram AE por 10s e 20s tiveram decréscimos significativos no pico de torque extensor do joelho. em que nem o grupo controle (sem alongamento). Interessante notar que. No que diz respeito à variável “tempo”. em 8. do protocolo de alongamento. Em outro estudo. não é uma estratégia apropriada. embora a ocorrência de aumento em ADM em resposta ao treinamento da flexibilidade seja inquestionável. respectivamente. não houve diferença significativa entre os grupos. ao analizarem o efeito dose-res- posta à 10 séries consecutivas de alongamentos (de duração 10 s) na queda de força. 561 gamento também é discutido e conclui-se que. que é a Tensão Passiva da Articulação (TPA). Portanto. a utilização da técnica de ADM como medida de flexibilidade. logo. a tabela 1 lista algumas pesquisas importantes. não faltam estudos comprovando haver incremento em ADM após um período de treino de Flexibilidade(3. Isto aconteceu de tal forma em que as diferenças significativas de força apareceram após 20 a 40 s de AE. No que se refere à eficiência dos protocolos de alongamento nos ganhos em flexibilidade. Ao examinar o efeito agudo do Alongamento Estático no salto com contra-movimento (SCM) em saltadores experientes. mas o desempenho em determinado esporte ou movimento da vida diária é bem específica à tarefa. velocidade de corrida e cinemática das passadas podem nos fornecer informações importantes.6 ± 28. cuja a aplicação de AE diminuiu a força máxima significativamente (de 213. para eliminar o fator psicológico na interpretação dos resultados. como citado no capítulo anterior. Por outro lado.42) É bem aceita a noção de que o alongamento pode melhorar a performance. Como resultado desta análise. pois estes encontraram alteração das propriedades mecânicas da UMT. e que o provável mecanismo envolvido neste aumento em amplitude articular é a maior tolerância psicológica ao estiramento. que comparam a eficiência de diferentes freqüências semanais e volumes totais de intervenção nos índices de flexibilidade.6% (p < 0. sendo de 5. 10(50):557-566 . 2012. (1989) (42) propuseram um método mais objetivo de avaliação desta valência. a queda em 13. Especificamente. Este efeito dose-resposta ocorreu também no estudo de SIATRAS e colaboradores (2008) (50) e KUBO et al. respectivamente. segundo os autores. O Efeito do Alongamento no Desempenho . Raphael Gonzaga Nascimento. tais como saltos verticais. Porém. Queda significante da força também ocorreu em teste de 1RM. testes de 1RM. como citado no parágrafo anterior. foi causada pela diminuição do stifness do tecido conjuntivo em paralelo com o músculo (principalmente perimísio). incluir AE na preparação de atividades de força.05) tanto após 15s.4% da TPA observada após 3 semanas de treino de AE. Ao utilizar a TPA como índice de flexibilidade. (2002) (1) . existem estudos (1. após 3 semanas de AE. 4 ou 6 séries de alongamento. arremessos de medicine ball. uma investigação sobre o efei- Ter Man. mostrou que apenas a aplicação de 6 séries foi suficiente para deteriorar a performance de saltos verticais(48). força isométrica ou isocinética. TOFT et al.9 kg) (47) . (2001) (40) que uti- lizaram de ressonância magnética em seus estudos.001) após 60s.05) e 16% (p < 0. houve como resposta aguda ao AE (sustentado por 10 minutos).5). houve diminuição da força isométrica em contração uni-articular (extensão de joelho) e queda da Taxa de Produção de Força (TPF) em contração multi-articular (Agachamento) no grupo que realizou um treino de flexibilidade para MI por 10 minutos(29).05) após 30s de AE e 11. quanto após 30s de estiramento em atletas recreacionais(45). e este decréscimo foi atribuído à modificações nas propriedades elásticas da UMT. isto é conseguido sem nenhuma alteração das propriedades mecânicas da UMT. a força diminuiu (p <0. aparelhos articulados motorizados adaptas com dinamômetro ou aparelhos isocinéticos.2 ± 36. esta queda foi de 5. enquanto que na velocidade de 180º/segundo. pesquisadores americanos não encontraram diferenças significativas do grupo experimental com o controle(46). métodos adequados para a investigação detalhada sobre quais elementos da UMT tiveram suas propriedades mecânicas alteradas. 562 O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas. 10(50):557-566 . 2012. Ter Man. sendo que na pesquisa de MOLACEK et al. A “histerese” é a quantidade de energia que é perdida sob a forma de calor quando um elástico é tracionado. Yamaguchi e colaboradores (2007) (53) obtiveram acréscimos significantes (p<0. sabe-se que o treino de flexibilidade.001) a ADM (7. As pesquisas encontradas que relataram incremento de rendimento. o aumento da rigidez resultou em ganhos de TPF e força máxima. (1996) (56) demonstraram haver correlação inversa da flexibilidade do quadril com a economia de corrida. e em outro estudo. (2010) (58). Na pesquisa de DINTMAN (1964) (57). Velocidade. Ao contrário do efeito agudo do alongamento. Em contrapartida. De acordo com esta afirmação. em variáveis biomecânicas (Força. tanto agudo(40). o que é considerado pelos autores como modificações positivas na eficiência da corrida de sprint(55). pode diminuir a histerese da UMT de forma significativa. os estudos mais recentes não mostraram a ocorrência de efeitos deletérios do alongamento na força. não faltam pesquisas comprovando a eficácia do treinamento rotineiro desta valência em realçar a performance(1.Pedro Vieira Sarmet Moreira. 10(50):557-566 . não houve diferença significativa da 1RM no exercício supino reto (SR) após a aplicação tanto de AE. mostrou-se suficiente para aumentar a amplitude de flexão de quadril durante a corrida e a amplitude das passadas. Concluindo esta linha de raciocínio. o oposto pode ocorrer em cor- . mas a utilização de alto volume de alongamento estático não influenciou a economia de corrida à 70% do Vo2max. normalmente se recruta a musculatura envolvida na tarefa principal. a força isométrica máxima de flexão plantar (26%). algumas investigações tem demonstrado haver influência positiva de determinados protocolos de alongamento no desempenho de força e potência. SR isométrico. Neste último exemplo. como foi o caso deste estudo em particular. (CRAIB et al. utilizaram testes cuja o tipo de força realizada era pertencente ao “ciclo-muscular-alonga-encurta” (CMAE). Também é suposto haver influencia aguda do treino de flexibilidade em movimentos funcionais. o alongamento CR pode beneficiar determinados desempenhos atléticos devido à redução do tempo de contração ou aumento da eficiência mecânica. ao contrário do que muitos treinadores acreditam. Em relação à mecânica de corridas de velocidade. por 5 semanas. Potência e Distância atingida) que foram mensuradas através de 4 testes diferentes: SR de arremesso com 30% de 1 RM.2. 4 dias por semana. Isto aconteceu apesar dos efeitos deletérios na função neuromuscular (ADM. REES et al (2007) (52). deve-se aplicar adequadamente o princípio da especificidade. 2012. No que tange ao desempenho de força de mem- Ter Man. arremesso de medicine ball por cima da cabeça e lateral. em extensão de joelho.2% (p < 0. 563 to da recuperação ativa no déficit agudo de força induzido pelo alongamento passivo (DAFIAP). foi a diminuição da rigidez que aumentou o trabalho realizado em tarefa de CMAE 5 . portanto uma menor histerese está associada a uma maior eficiência do aproveitamento da energia potencial elástica.Parece portanto haver uma magnitude ideal de stifness da UMT para a otimização do performance. ao se considerar a corrida de fundo.05) na produção de potência em extensão isotônica de joelho a três diferentes cargas relativas (5%. Esta sugestão pode ser comprovada ao comparar os resultados destes estudos com o obtido na pesquisa clássica de DINTMAN (1964) (57) .5. pois a análise coletiva das principais evidências sobre o tema nos permite perceber que. Ao contrário dos achados em experimentos com alongamentos estáticos. o declínio desta propriedade elástica foi de 37. cuja velocidade em corrida de sprint foi aumentada. como de PNF (CR) em atletas de futebol americano.4%). a recuperação ativa durante o período pós-alongamento não minimiza os DAFIAPs (51) bros superiores (MS). enquanto o aumento da flexibilidade pode tornar a corrida de velocidade mais eficiente. segundo os autores foi causado pela diminuição do stifness da UMT. por exemplo. indicou que. Esta observação nos permite especular que possa ter ocorrido um melhor reaproveitamento da energia potencial elástica durante a corrida após a inclusão do alongamento.8%). Pode se concluir então que a confecção de programas de treino para aumentar a flexibilidade. 30% e 60% da CVM isométrica). a tarefa realiza- da também pode ser classificada como tarefa de CMAE. e o stifness da UMT (8. encontraram que 4 semanas de alongamento FNP (Contrai-Relaxa) do tornozelo (3 vezes por semana) em mulheres ativas.57). Estes resultados se devem provavelmente ao fato de que na realização de movimentos balísticos. quando um regime de alongamento foi incluído no treinamento regular de velocidade. Raphael Gonzaga Nascimento. tal como na pesquisa de Wilson e colaboradores (1992) (5) em que o realce do rendimento no SR de rebote foi atribuído ao acréscimo da utilização da energia potencial elástica que. deve-se levar em consideração a especificidade da distância e a velocidade pretendida. Aceleração. pois em um estudo(52). aumentou de forma significativa (p < 0. Força máxima e Altura do SCM) (54).2 ± 22. Quanto ao efeito de alongamentos balísticos na produção de potência. como crônico1. Outra análise de MS com atletas(59). a taxa de produção de força (TPF) (25%). a realização de alongamentos dos flexores do joelho. A diminuição desta valia parece ser o fator crucial capaz de explicar por que o treinamento de flexibilidade pode aumentar o desempenho em tarefas de CMAE. Como a rigidez da UMT está associada à melhoria da habilidade em armazenar e liberar energia elástica.009). o que sugere que a para aplicar treinos de flexibilidade no atletismo. também não revelou diferenças significativas no desempenho após o AE e nem após o alongamento balístico. Valente RZ. Todas as pesquisas encontradas que investigaram o efeito agudo do alongamento estático no desempenho de força. Journal of Applied Physiology 2002. permite fazer inferências sobre a eficiência mecânica em movimentos desportivos e da vida diária que envolvam o “ciclo-muscular-alonga-encurta”. 6 (2):87-91. Aagaard P. 4. 2. Brasileiro JS. Sorensen H. embora não se tenha verificado depressão significativa do desempenho após a realização de alongamento. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. montagem do fluxograma dos capítulos. Viera WHB. sabe-se que as ADM necessárias ao rendimento são altíssimas e que portanto. a cocontração é um processo fisiológico reflexo de proteção ligamentar. Andrusaitis FR. 9(1): 71-76. Nascimento RG: Idealizador do Projeto. não se verificou também nenhum tipo de benefício agudo da aplicação de tal estratégia. 3. o treinamento freqüente desta valência é recomendável. Apesar desta análise. 75:976-981. Elliott BC. Contribuição dos Autores: Moreira PVS: Escrita dos capítulos e revisão do trabalho. Revista Brasileira de Fisioterapia 2005. ou a mesma foi inalterada. Estes movimentos beneficiados vão desde as mudanças de direção do futebol até uma simples caminhada ou subida de escada. Magnussom SP. o que inclui o stifness. Pesquisas têm comprovado a eficácia do alongamento tanto para a diminuição da tensão passiva da articulação. An analysis of the mechanical components in frog`s striated muscle. Halbertsma JP. Magnusson P. ridas de fundo e embora tal tipo de investigação não tenha sido realizado em modalidades de amplitudes articulares extremas. As alterações agudas destas propriedades têm duração breve (minutos à 1 hora). Kawakami Y. Kanehisa H. de membros inferiores. o que sugere não haver motivo para despender tempo de treino em tal ação quando o objetivo é força. Journal of Applyed Physiology 1958. Kjaer M. 92:595-601. A. Wood GA. Nas investigações realizadas com membros superiores. Medicine & Science in Sports and Exercise 1992. demonstraram que. A maioria das pesquisas encontradas aponta para o aumento da tolerância psicológica à dor. 24:116-123. Por fim. Australian Physioterapy 1992.564 O efeito do alongamento para a saúde e o desempenho: novas perspectivas. Wilkinson. 2012. 6. pois a existência de evidências sobre a diminuição desta variável em função do treinamento. Wilson GJ. 10(50):557-566 . Simonsen EB. enquanto alguns artigos mais recentes têm comprovado haver alterações mecânicas das propriedades da UMT. Effects of stretching training on the viscoelastic propertieres of human tendon structures in vivo. Stretching the truth: A review of literature on muscle stretching. Stretching exercise: effect on passive extensibility and stiffness in short hamstrings on healthy subjects. tal como o ato de apanhar um objeto caído ao chão por um idoso inativo. A mechanism for altered flexibility in human skeletal muscle. Ter Man. Stretch shorten cycle performance enhancement through flexibility training. 8. The European College of Sports Sciences Position statement: The role of stretching exercise in sports. 38(4): 283-287. a complacência e a histerese do tecido conjuntivo em série e paralelo. uma propriedade elástica dos tecidos conjuntivos que deve ser considerada para a aplicação de treinos de flexibilidade é a histerese. e as causas deste fenômeno são creditadas à necessidade de aumentar a estabilidade articular para compensar a maior complacência e menor rigidez dos li- gamentos. 7. pesquisa dos artigos da base de dados e escrita da introdução. potência ou velocidade de membros superiores. Efeito de duas técnicas de alongamento muscular dos isquitibiais na amplitude de extensão ativa do joelho e no pico de torque. Kubo K. Journal of physiology 1996 497: 291-298. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 1994. Goeken LN. O mecanismo pelo qual o alongamento promove aumento da ADM pode envolver múltiplas causas. Greve JMA. causados pela senescência. embora alguns autores tenham encontrado realce da performance após a aplicação dos métodos PNF e Balístico. nestes casos. mas alterações crônicas do tecido conjuntivo já são visíveis após 3 semanas de treinamento. tais como o Balé e a Ginástica Artística. como para a diminuição do reflexo miotático inverso e conseqüente redução do índice de cocontração. A combinação destes dois processos parece ser um fator importante na prevenção de lesões de movimentos desportivos de amplitudes extremas e até mesmo em movimentos diários de pessoas com limitações em flexibilidade. 143:515-540. Fukenaga T. Renstrom P. ou houveram efeitos deletérios na performance. Wilkie DR. 5. Este reflexo é aumentado em idosas sedentárias. Jewell BR. European Journal of Sports Sciences 2006. (58):221-228. Medicine & Science in Sports & Exercise 1998. Scand Journal of Medicine & Sciences in Sports 1999. Pollock ML. 17(1):54-60. 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Natália de Almeida Carvalho Duarte(2).567 Revisão de Literatura Fortalecimento muscular em crianças e adolescentes com paralisia cerebral: uma revisão sistemática. (2) população: crianças e adolescentes com PC. Brasil.9 points. 2. São Paulo. (3) intervenção: exercício ativo-resistido associado a atividades funcionais. UNINOVE . Telefone: 11 4329 3859. Keywords: cerebral palsy. Universidade Nove de Julho . Discente do curso de mestrado em ciências da reabilitação. They involved functional exercises with the use of weight. (4) grupo controle com intervenção diferente ou sem intervenção. Brasil. 2012. SP – Brasil.9 pontos. (5) outcome: improved motor function and gait. Artigo recebido em 06 de Julho de 2012 e aceito em 10 de Setembro de 2012. têm sido recomendados para crianças com paralisia cerebral no intuito de favorecer o controle motor seletivo e a coordenação da ação muscular durante a realização da marcha. Os artigos identificados foram avaliados conforme os seguintes critérios de inclusão: (1) desenho: ensaio clínico controlado randomizado. Resumo Introdução: Alguns métodos de treinamento. São Paulo. Conclusão: devido ao número limitado de estudos encontrados e a variedade de programas utilizados.Cláudia Santos Oliveira(3). Fisioterapeuta. Results: Four controlled studies on a muscle-strengthening program were found. Fisioterapeuta. Os estudos apresentaram qualidade metodológica avaliada pela escala PEDro de 5. such as muscle stimulation. criança. Luanda André Collange Grecco(2). apto 33 – 3.7 ± 0. 10(50):567-572 . especialista em fisioterapia neurofuncional com ênfase na pediatria pela Universidade Nove de Julho . Fisioterapeuta.UNINOVE. Objective: This study determined the effect of muscle strengthening on the gross motor function and gait of children and adolescents with cerebral palsy (CP). São Paulo. Abstract Introduction: Some training methods. Avenida Sebastião Henriques. São Paulo. Brasil.UNINOVE. Roberta Delasta Lazzari(1). Method: A systematic review of the literature found in six databases was done. Autor correspondente: Luanda André Collange Grecco. São Paulo. 1. Andreia Mara Teixeira(1). Docente do curso de fisioterapia da Universidade Nove de Julho . Objetivo: Determinar o efeito do fortalecimento muscular na função motora grossa e na marcha de crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC). The following inclusion criteria were used: (1) design: random and controlled clinical trial. (5) desfecho: melhora da função motora e desempenho da marcha. Brasil. (3) intervention: active resistance exercise associated with functional activities.UNINOVE. Brasil. Resultados: Foram encontrados quatro estudos controlados que abordavam programa de fortalecimento muscular envolvendo exercícios funcionais com a utilização de carga. Fisioterapeuta. 4. The methodological quality of the studies according to the PEDro scale was 5. 3. child. Renata Calhes Franco(4). São Paulo. Método: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura em seis bases de dados.7 ± 0. Ter Man. (4) control group submitted to a different intervention or no intervention. (2) population: children and adolescents with CP. não foi possível identificar evidências conclusivas sobre esta modalidade de intervenção. Vila Siqueira 02723-050 São Paulo. gait. marcha e fortalecimento muscular. como a estimulação muscular. São Paulo. São Paulo. Conclusion: Given the small number of studies found in the literature and the variety of programs used. Muscle strengthening in children and adolescents with cerebral palsy: a systematic review. 448. muscle strengthening.Universidade Nove de Julho. Docente do programa de mestrado e doutorado em ciências da reabilitação da Universidade Nove de Julho .UNINOVE. Palavras chaves: paralisia cerebral. diminuir o tônus muscular e melhorar a velocidade da marcha8. EMBASE. Quando houve divergência nessa fase inicial de seleção. Atualmente. Desta forma. PEDro. Os artigos identificados na busca inicial foram avaliados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: (1) desenho: ensaio clínico controlado randomizado. Os estudos clínicos controlados aleatorizados incluídos no estudo foram analisados quanto à qualidade metodológica pela escala PEDro. na função motora grossa e na marcha de crianças e adolescentes com PC. MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa na rede internacional de computadores nos bancos de dados MEDLINE. Nos casos de PC o prognóstico de marcha depende de fatores como o quadro motor. Cada item adequadamente satisfeito (exceto o item 1. (5) desfecho: melhora da função motora e desempenho da marcha. grau de retardo mental e a presença de reflexos primitivos6. por dois pesquisadores de forma independente e cegada. A maioria das crianças com PC apresentam comprometimento da marcha devido à fraqueza muscular. a mesma seria realizada por dois pesquisadores de forma independente e cegada. Os programas de fortalecimento muscular têm como objetivos promover a melhora da força e do trofismo muscular. diminuição das reações posturais. sendo que 44 abordavam o fortalecimento muscular em indivíduos com PC. A possibilidade de realizar o fortalecimento muscular. O primeiro examinador identificou seis possíveis artigos e o segundo avaliador identificou quatro. que envolvessem fortalecimento muscular como desfecho secundário de exercício aeróbio ou realizado por meio de estimulação elétrica neuromuscular. o artigo foi lido na íntegra novamente por dois examinadores para eliminar incertezas. Os dois artigos excluídos foram em decorrência de ausência de informações metodológicas suficientes para análise dos dados (comparação entre os grupos)18 e fortalecimento como desfecho secundário de exercícios aérobios 20 . CINAHL. classificadas pelo GMFCS. LILACS e SciELO em julho de 2011. Foi utilizada a pontuação oficial dos artigos descrita no endereço eletrônico da base de dados. (4) grupo controle com intervenção diferente ou sem intervenção. quatro artigos foram selecionados para leitura na íntegra. o objetivo do presente estudo foi determinar. Alguns métodos de treinamento têm sido recomendados para crianças com PC no intuito de favorecer o controle motor seletivo e a coordenação da ação muscular durante a realização da marcha8. idade de aquisição do equilíbrio sentado. executados durante o treino de atividades funcionais vem mostrando-se um recurso promissor para crianças com PC. por meio de uma revisão sistemática da literatura. por meio de exercícios ativos-resistidos realizados em associação com atividades funcionais. Caso o manuscrito não estivesse presente na base de dados. 10(50):567-572 . por meio de exercícios ativos-resistidos.568 Fortalecimento muscular em crianças PC. o efeito do fortalecimento muscular realizado durante o treino de atividades funcionais. As crianças são avaliadas de acordo com a idade em cinco níveis funcionais diretamente proporcionais a gravidade do comprometimento motor2-5. o equilíbrio e a habilidade de andar levando à dificuldade na realização de tarefas diárias e de lazer7-9. Quando o título e o resumo não foram esclarecedores. INTRODUÇÃO A Paralisia cerebral (PC) refere-se às desordens do desenvolvimento motor. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra de forma a serem utilizados como referencial e marco teórico para discussão e ampliação dos conceitos sobre o tema abordado. Após leitura dos resumos pelo terceiro examinador. inglês e espanhol. (2) população: crianças e adolescentes com PC. PEDro. relacionado à validade externa) contribui com um ponto ao escore máximo de 10 pontos. considerando-se publicações a partir de 2007. onze artigos. EMBASE. Durante a seleção dos estudos. nos idiomas português. Foram excluídos estudos pilotos. inicialmente. alteração da cinemática articular. a posição em pé. 2012.10. advindas da lesão cerebral primária que são de caráter permanente e mutável. Uma análise descritiva e comparativa dos resultados foi realizada21. revisões sistemáticas prévias ressaltam que os programas de fotalecimento muscular não resultam em benefícios funcionais para crianças com PC11-14. as crianças com PC são classificadas de acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (Gross Motor Function Classification System . perda sensorial e espasticidade. retornou 105 títulos e resumos. dos quais cinco foram selecionados igualmente pelos Ter Man. RESULTADOS A estratégia de busca inicial considerando as bases de dados CINAHL. a análise inicial foi realizada por meio da avaliação dos títulos e dos resumos. (3) intervenção: fortalecimento muscular. Na base de dados PEDro retornou. um terceiro avaliador foi convocado para realizar a análise. para pesquisa com o descritor “cerebral palsy” combinado com “mus- . Essas alterações neuromusculoesqueléticos afetam a funcionalidade.GMFCS)2. função de membros superiores. No entanto. que apresenta 11 itens destinados à avaliação da validade interna e informação estatística de estudos controlados aleatorizados. da amplitude de movimento ativa e passiva. ocasionando alterações músculoesqueléticas secundárias e limitações nas atividades1. Nos últimos cinco anos diversos estudos foram publicados apresentando uma nova perspectiva para o assunto 15-20 cle strengthening”. LILACS e SciELO. comprimento da passada e diminuição da fase de duplo apoio da marcha. Os quatro estudos envolveram um total de 114 indivíduos. visando o fortalecimento muscular. andar.3 semanas (mínimo 5 e máximo 12 semanas). Em três estudos.1 kg). Não foi verificada melhora na velocidade da marcha no estudo realizado por Liao et al. et al. realizado em associação com treino de atividades funcionais. 13-14. 10(50):567-572 . no estudo de Liao et al. os efeitos do fortalecimento foram observados a partir de cinco semanas de fortalecimento. O número de repetições máximas variou entre uma e duas séries de dez repetições.17 apresentou melhora na velocidade da marcha. Com a inserção dos programas de fortalecimento muscular no processo de reabilitação física de crianças com PC. como sentar e levantar. 18 elhos foi verificado no grupo experimental16-18. passos laterais e circuitos. O presente estudo foi realizado. O grupo experimental apresentou melhora nos itens relacionados ao em pé. Outros ganhos descritos foram no índice de custo fisiológico (diferença inter-grupos de 0. Apenas o estudo realizado por Liao et al.. O número de sessões por dia variou entre uma e três. diversas controvérsias foram divulgadas na literatura científica. Natália de Almeida Carvalho Duarte. frequência. no tempo de execução do teste “Time up and go” (diferença inter-grupos de 2. onde os resultados foram apresentados como o sinal “+” quando positivo para o grupo experimento. Os demais estudos consistiram em programas realizados no ambiente terapêutico. por sobrecarga da musculatura parética12. Não foi observada homogeneidade nos programas de fortalecimento. Todos os participantes dos estudos apresentavam marcha independente se com o uso de recursos auxiliares de marcha. o fortalecimento muscular foi considerado contra-indicado para crianças com PC. O fortalecimento muscular não resultou em melhora significante do grupo experimental em relação ao controle na variável tônus muscular17-18. todos os estudos envolveram crianças entre o nível I e III. com três dias semanais de intervenção.. correr e pular (dimensões D e E) em três estudos15-17.16.7 ± 0. No estudo realizado por Scholtes et al. sendo que 50 voluntários faziam parte do grupo experimental e 48 do grupo controle. Inserir Tabela 1 O Gross Motor Function Measure (GMFM) foi utilizado nos quatro estudos para avaliar a função motora grossa dos participantes. mas Scholtes18 descreve um ganho de força muscular de 14% em membros inferiores após o programa de fortalecimento. Roberta Delasta Lazzari. Revisões sistemáticas prévias demonstraram não haver benefícios sobre a funcionalidade de indivíduos com PC11. 14. avaliada pela escala PEDro de 5. Todos envolviam exercícios funcionais. O grupo experimental do estudo realizado por Lee et al. ausência de interesse em participar dos estudos (sete casos) e por severos problemas respiratórios (quatro casos). O tempo de intervenção foi em média 7 ± 3.12 batimentos/minuto). As principais características dos estudos estão representadas na Tabela 1. foi encontrado um total de quatro artigos que preencheram os critérios de inclusão e foram utilizados nesta revisão. No estudo realizado por Scholtes et al. método para o estabelecimento da carga de treinamento e progressão..16 envolveu participantes com nível I ou II. Os estudos clínicos aleatorizados incluídos no estudo apresentaram uma qualidade metodológica média. Quatro ensaios clínicos controlados randomizados foram analisados.Andreia Mara Teixeira. Quatorze crianças foram excluídas dos estudos por não se enquadrarem nos critérios de elegibilidade (cinco casos). a carga de treinamento foi estabelecida por meio de repetições máximas. Em três estudos que envolveram esta variável. sendo o cuidador o responsável pela execução e supervisão da criança durante os exercícios. por meio dos estudos publicados nos últimos cinco anos sobre os efeitos do fortalecimento muscular. Acreditava-se que exercícios ativo-resistidos resultariam em piora na execução dos movimentos e na funcionalidade do indivíduo. “0” quando não houve diferença entre os grupos. DISCUSSÃO Historicamente. Em dois estudos17-18 o grupo experimental foi afastado das terapias habituais. Aumento da força muscular de extensores de jo- Ter Man. Considerando duplicidade de artigos nas bases. Nos demais estudos os programas de fortalecimento foram realizadas em associação com as terapias previamente frequentadas. 2012. período mínimo analisado pelos estudos incluídos nesta revisão. Os resultados dos estudos mostraram-se promissores com relação à melhora na função motora grossa. 569 dois examinadores iniciais. De forma geral... com relação ao tempo de intervenção. Dois estudos15-16 envolviam programas realizados no domicílio do participante.16 na carga de uma repetição máxima (diferença inter-grupos de 3.20 segundos) e especificamente. a média dos dois participantes não concluíram o programa (um por lesão no quadril e outro por longo período fora da cidade). mas não existiu um consenso sobre o número de repetições máximas realizadas pela criança para que a carga fosse determinada. Não houve homogeneidade na avaliação da força muscular. não foi identificada 18 melhora estatisticamente significante entre o grupo experimental e controle. “-“ quando negativo para o grupo controle e. O número de participantes envolvidos em cada estudo variou entre 10 e 61. Nos estudos analisados o programa de fortalecimento muscular envolvia exercícios funcionais com a utilização de carga..9 pontos. Com relação à classificação dos participantes pelo GMFCS. passo Diminuição fase de duplo apoio + + + + + Resultado Ter Man. 10(50):567-572 Estudo PEDro Amostra Liao et al.1 anos (5-12 anos) GMFCS I: 4 GMFCS II: 6 n = 10 FC (6 semanas) n = 10 Exercício domiciliar sit-to-stand com carga (6 semanas) e FC (6 semanas) 6 semanas 3 ss/sem 10 rep. . Características metodológicas dos estudos avaliados. GMFM . 2010 7 n=51 10.. marcha Comp. até a fadiga (50% de 1RM) e 10 rep.Medição da Função Motora Grossa. 2007 5 n =20 7. 4 anos (6-13 anos) GMFCS I: 25 GMFCS II: 17 GMFCS III: 7 n=26 Programa de fortalecimento n=25 FC (12 semanas) 12 semanas 3ss/semana 45-60min/ss Circuito de exercícios: Leg-press e exercícios funcionais (sit-to-stand. Aumento da resistência a cada 2 sem (1RM do sit-to-stand) Carga imposto em um colete Lee et al. Capacidade de realizar 2 séries de 10 repetições Salem & Godwin. MMII – Membros Inferiores. máx. do sit-tostand (20% com 1RM) Força de ext. RM – repetição máxima. 2010 6 n = 10 4 a 12 anos GMFCS I: 2 GMFCS II: 6 GMFCS III: 2 n=5 FC (5 semanas) GMFM -66 (dimensões D e E) TUG + + n=5 Orientações domiciliares de tarefas específicas para fortalecimento de MMII (5 semanas) + FC (5 semanas) 5 semanas 2ss/semana Exercícios como andar para frente. passos laterais e half kneerise) Carga imposta em um colete Carga estabelecida por 6 RM Carga imposta em um colete Fortalecimento muscular em crianças PC. Progressão feita de forma individualizada GMFM-66 Força muscular Mobilidade Espasticidade 0 + 0 0 Scholtes et al. Grupo Experimento Intervenção Grupo Controle Carga de treinamento e progressão Instrumento/ Medida + GMFM -66 (dimensões D e E) Velocidade da marcha 1RM do sit-to-stand Índice de custo fisiológico 0 + + + Agachamento GMFM -66 (dimensões D e E) Veloc. do sit-tostand (20% com 1RM).570 Tabela 1. subir.. descer rampas e escadas.. chutar bola Aumento progressivo da dificuldade do exercício e número de rep. trás e lado. quadril Carga estabelecida por 1RM do sit-tostand. isotônicos e isocinéticos (bicicleta) 3 ss/semana 60 min/ss 2 séries de 10 rep. rep.3 anos (4-12 anos) GMFCS II e III n=9 Programa de fortalecimento (5 semanas) n=8 FC (5 semanas) Exercícios funcionais. 2012. apoio unipodal. TUG – Timed Up & Go. GMFCS – Gross Motor Function Classification System. 2007 5 n = 17 6. 49 (s109):8-14. et al.2010. realizada com carga (colete posicionado na região superior do tronco) e com supervisão do cuidador.2007.16 analisou o efeito do treino domiciliar de uma única atividade funcional (sit-to-stand). The gross motor function classification system for cerebral palsy: a study of reliability and stability over time.42(5):292-6. exercícios isotônicos e isocinéticos. os benefícios sobre a função motora grossa se restringiram as atividades referentes ao em pé (dimensão D) e andar. Arq Neuro-Psiquiatr. CONCLUSÃO O número de estudos relacionados ao fortalecimento muscular realizado em associação com atividades funcionais em crianças com PC é limitado. Os resultados foram controversos com relação aos efeitos sobre os parâmetros temporais da marcha. II e III do GMFCS referem-se às crianças com prognóstico de marcha. principalmente com relação ao método para estabelecer a carga de treinamento e progressão dos exercícios. Lee et al. Natália de Almeida Carvalho Duarte. sentado e engatinhando e ajoelhado). A variação metodológica apresentada dificulta a comparação entre os estudos. Souza AMC. No entanto. AGRADECIMENTO Agradecemos o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES). No entanto..39(4):214-23. et al. crianças classificadas entre nível I e III do GMFCS. Rosenbaum P.1997. Wood E. Cross-cultural adaptation of the Gross Motor Function Classification System into Brazilian-Portuguese (GMFCS). Rosenbaum P. Dev Med Child Neurol. 4. Palisano RJ.17 demonstrou melhora na velocidade. Roberta Delasta Lazzari. Matsukura TS. um fator que deve ser discutido é com relação ao programa de fortalecimento estudado. Dev Med Child Neurol. 10(50):567-572 . Fatores que interferem no prognóstico de deambulação na paralisia cerebral.2000. Development and reliability of a system to classify gross motor function in children with cerebral palsy. Rosenbaum P. correr e pular (dimensão E)... Walter SD. Os níveis I. Lee et al. Rosenbaum P. JAMA. A report: the definition and classification of cerebral palsy. Deve ser ressaltado que os estudos envolveram. Liao et al. não sendo observada diferença significante nas atividades relacionadas a posturas baixas (deitado e rolando.14(6):537-44. Os resultados são controversos.17 realizou um acompanhamento de seis semanas e observou que os efeitos do fortalecimento sobre a força de extensão máxima de quadril. Prognosis for gross motor function in cerebral palsy: creation of motor development curves.Andreia Mara Teixeira.16 não observou aumento da velocidade durante o caminhar e Lee et al. 571 escores finais do GMFM.. com relação a um possível efeito sobre a velocidade da marcha. Walter S. Raina P. uma análise conclusiva não é possível. índice de custo fisiológico e mobilidade funcional (teste time up and go). Apenas um estudo realizou acompanhamento após o término de programa de intervenção. aumento do comprimento do passo e diminuição da fase de duplo apoio durante a marcha.17 no entanto. Wood E.2002.50(1):80-83. Goldstein M. Dev Med Child Neurol.1. 2012. Ter Man. 5. podemos inferir que o benefício sobre os parâmetros temporais da marcha possa ser dependente do programa selecionado. Desta forma. visto o número limitado de estudos e as variações na composição dos programas de fortalecimento muscular estudados. Liao et al. 3. Palisano R. Galuppi B. independente se com ou sem necessidade de recursos auxiliares de marcha..288(11):1357-63. Russel D. Bax M. correr e pular. devendo ser realizado de forma a envolver uma gama de exercícios realizados com auxílio de um fisioterapeuta. 6. Observa-se evidências que apóiam a utilização dessa modalidade de fortalecimento muscular principalmente com objetivo de melhorar a função motora grossa em pé e durante o andar. Leviton A. A ausência de uma padronização dos programas de intervenção e dos métodos de avaliação dificulta a análise comparativa dos resultados. tendo nas dimensões D e E sua maior limitação funcional. Dois estudos analisaram os benefícios do programa de fortalecimento sobre os parâmetros temporais da marcha. analisou o efeito do fortalecimento muscular realizado em ambiente terapêutico e por meio de atividades funcionais. Russell DJ. Não existe um consenso sobre as características do fortalecimento.5 e 2. Efeitos positivos dos programas de fortalecimento foram com relação ao grau de força muscular de membros inferiores. A amostra estudada (grupo controle e grupo experimental) foi composta em sua totalidade por crianças que apresentavam marcha. Pfeifer LI. Hiratuka E. função motora grossa e parâmetros espaço-temporais da marcha. do grupo experimental foi melhor em relação ao do grupo controle após a intervenção entre 1.1992. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 2. Paneth N. Rev Bras Fisioter. Hanna SE. Ferraretto I. em sua totalidade. No entanto. Dodd KJ. Pediatric endurance and limb strengthening (PEDALS) for children with cerebral palsy using stationary cycling: a randomized controlled trial. Effectiveness of loaded sit-to-stand resistance exercise for children with mild spastic diplegia: a randomized clinical trial.2002.50(11): 808-14.2008. Bella GP. Godwin EM. Dijk LV. NeuroRehabilitation.52(6):107-13. 13. Dev Med Child Neurol. Arch Phys Med Rehabil. 7. Brinks S.88(1):25-31. 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Rev Bras Fisioter. Knutson LM.90(3):367-81. Scianni A. Sugi MH et al. Ter Man. Review of the effects of progressive resisted muscle strengthening in children with cerebral palsy: a clinical consensus exercise. Fowler EG. Dev Med Child Neurol. Siebert KL. Kumar A. Becher JG. Salem Y. Darrah J.2010. Kabeer S.567–77. Locomotor treadmill training for children with cerebral palsy.2009. A systematic review of the effectiveness of strength-training programs for people with cerebral palsy. Taylor NF. Liu Y-C. Rogers A. Dallmeijer AJ. Barbosa AP. Mattern-Baxter K. Sung Y. Juneja M. Chen LC. Liu W-Y. Análise das intervenções utilizadas para a promoção da marcha em crianças portadoras de paralisia cerebral: uma revisão sistemática da literatura. Orthopaedic Nursing 2010. Brasil. Após essa revisão foram encontradas maneiras de caracterização da coordenação da marcha bem distintas. The characterization of human gait in a quantitative and objective has many potential advantages in clinical diagnosis and rehabilitation. foram selecionados aqueles que descreviam e discutiam os conceitos relacionados a parâmetros de análise da coordenação da marcha. transtornos das habilidades motoras. There is a lack of consensus in the literature about how to measure clinical coordination. Rua Modinha 171 Cond. as well as deepens our understanding of the gait complicated mechanism.br/ [email protected] Ter Man. This variable can be correlated with some degree of motor coordination. 2012. ou seja descrever sistemática e objetivamente a evolução de um descritor de marcha com relação a um parâmetro. the articles that could be collected in full the last 20 years. Estudante do curso de doutorado em Ciências do Movimento Humano no CEFID da UDESC Florianópolis – SC. Tel 11 4098 3246 fax. Um exemplo disso é que estão sendo usadas medidas de simetria como medida direta da coordenação da marcha pós-AVE. but could not find a consensus in the literature. Professora Dra do Programa de Pós Graduação em Ciências do Movimento Humano e Mestrado em Fisioterapia CEFID/UDESC Florianópolis – SC. stroke Artigo recebido em 16 de Julho de 2012 e aceito em 19 de Setembro de 2012. acidente vascular cerebral Abstract The aim of this study was a review of the literature describing the methods of analysis used in gait coordination in people with neurologic disorders. 2. mas não pode ser usada como medida direta. 26 foram analisados. Mestre em Ciências do Movimento Humano no Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis . Foram selecionados artigos completos a partir dos unitermos: gait analysis. nat_duarte@yahoo. Dessa forma. 1. A caracterização da marcha humana de forma quantitativa e objetiva tem muitas vantagens potenciais no diagnóstico clínico e na reabilitação. Após a leitura do título e/ou resumos desses artigos. Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Resumo O objetivo deste estudo foi através de uma revisão da literatura descrever os métodos de análise da coordenação na marcha utilizados em pessoas com alteração neurológica. After reading the title and / or abstracts of these articles.SC. Foram encontrados cinco métodos diferentes de análise da coordenação aplicados a marcha de pacientes com alterações neurológicas e estes foram caracterizados segundo sua origem. Full text articles were selected from key words: gait analysis. Stella Maris Michaelsen(3). 10(50):573-582 . 3. Essa variável pode ser correlacionada com algum grau de coordenação motora.com. A proposta para a resolução seria a parametrização. Natalia Duarte Pereira(1). dynamic system theory e coordination. dos artigos que puderam ser coletados na íntegra nos últimos 20 anos. were selected that described and discussed those concepts related to parameters of coordination of gait analysis. bem como no reforço da nossa compreensão básica do mecanismo complicado da marcha. Brasil. Palavras chave: marcha. Key words: gait. mas não foi possível encontrar um consenso na literatura.com. Autor correspondente: Natalia Duarte Pereira. Há uma falta de consenso na literatura clínica sobre como medir a coordenação.573 Revisão de Literatura Revisão dos métodos de análise da coordenação na marcha de pessoas com alterações neurológicas baseada nos Sistemas Dinâmicos.com / dedsnet@yahoo. Thus. There were five different methods of analysis applied to the coordination of gait patients with neurological and these were characterized according to their origin. 26 were analyzed. ie systematically and objectively describe the evolution of a motion descriptor with respect to a parameter. CEP 13323-675. The proposed solution would parameterization. 11 4028 1794. Analysis of coordination in gait of people with neurological disorders based on Dynamical Systems. motor skills disorders. modo de análise e exemplo de aplicação na marcha. but can not be used as direct measurement. An example is that measures of symetry are being used as a direct measure of coordination of walking post-stroke. dynamic system theory and coordination. Alessandro Haupenthal(2). Monte Belo Salto-SP. Brasil. After this review we found ways to characterize the coordination of gait distinct. mode analysis and application example. 2012. A coordenação pode ser definida como o processo no qual os componentes de movimento são sequencialmente organizados no tempo e no espaço.574 Avaliação da coordenação da marcha. Combinando os segmentos entre si para realizar as ações. além das revistas e congressos brasileiros da área de saúde no período entre janeiro e outubro de 2010. Esta relação é evidente em muitas patologias e é especialmente bem documentado para as pessoas após acidente vascular encefálico (AVE)(9-11). enquanto que a coordenação temporal é o tempo relativo entre a posição de segmentos ou articulações ao longo de toda a tarefa. dynamic system theory e coordination. Os graus de liberdade podem ser entendidos como todas as possibilidades existentes para a realização de uma mesma ação que pode ser executada com diferentes posicionamentos de cada parte do corpo e com igual cumprimento do objetivo almejado(6). INTRODUÇÃO A coordenação entre segmentos do corpo é essencial para a marcha e pode ser modificada subitamente de acordo com as variações de tarefa e contexto(1-3). Concordando com esta teoria Krasosvsky e Levin(7) ressaltam que as propriedades espaciais e temporais devem coexistir na definição e análise da coordenação. Após a leitura do título e/ou resumos desses artigos. com impressionante sofisticação dos sistemas de aquisição de dados e da existência de uma teoria que embase a análise descrever e quantificar certos parâmetros na marcha como a coordenação. O ciclograma pode ser chamado de uma “curva paramétrica”. Ciclograma de ângulos Proposto por Grieve em 1969(14-15) para a caracterização da coordenação na marcha de indivíduos saudáveis foi também usado posteriormente para discriminação do padrão e coordenação da marcha entre indivíduos saudáveis e com hemiparesia por seqüela de acidente vascular encefálico(16-17). Com o intuito de facilitar a análise destes movimentos e a descrição destes no tempo. Foram selecionados artigos completos a partir dos unitermos: gait analysis. a adaptação da marcha funcional geralmente também está prejudicada. Apesar de grande avanço tecnológico. modo de análise e exemplo de aplicação na marcha apresentados na tabela 1. coordenadas do centro de massa ou coordenadas no plano cartesiano podem ser usadas pelo sistema nervoso central como parâmetro de ordem(13). ou seja. vários candidatos potenciais como coordenação de ângulo articular. pois é obtido através da plotagem direta de variáveis associadas que estão em função de um mesmo parâmetro. Segundo estes autores. como o SNC lidaria com tantas variáveis ao mesmo tempo já que sua capacidade de processamento é limitada a poucos itens de informação em curtos intervalos de tempo. Dessa forma. o eixo em comum (no caso tempo) é ignorado e as Se a coordenação da marcha é diminuída como resultado de uma patologia subjacente. Neste contexto. 10(50):573-582 . Assim para formar um ciclograma. englobando os Ter Man. na qual se tenta definir os princípios de caracterização do movimento que podem ser determinantes para o comportamento motor(4). A solução proposta pela teoria dos Sistemas Dinâmicos para o problema dos graus de liberdade foi identificar um número pequeno de variáveis macroscópicas. No caso da marcha. a descrição cinemática do progresso da marcha de um paciente neurológico em reabilitação se torna longa ou imprecisa . Cada um deles foi caracterizado segundo sua origem. variáveis foram identificadas e nomenclaturas foram criadas. chamadas parâmetros de ordem. alguns estudos ainda analisam os fatores espaciais e temporais separadamente. RESULTADOS Foram encontrados cinco métodos diferentes de análise da coordenação aplicado a marcha de pacientes com alterações neurológicas. o objetivo deste estudo foi através de uma revisão da literatura descrever quais os métodos existentes de análise da coordenação na marcha utilizados em pessoas com alteração neurológica. as variáveis associadas podem ser os ângulos de quadril e joelho que estão em função de um mesmo parâmetro: o tempo ou porcentagem do ciclo da marcha. dos artigos que puderam ser coletados na íntegra nos últimos 20 anos. (8) aspectos espaciais e temporais. foram selecionados todos aqueles que descreviam e discutiam os conceitos relacionados a parâmetros de análise da coordenação da marcha. Uma das maneiras de entender este processo complexo da coordenação é através da abordagem baseada na teoria dos sistemas dinâmicos. ainda é uma tarefa surpreendentemente difícil. Os métodos de análise da coordenação encontrados neste estudo foram divididos em métodos de análise da coordenação espacial e outros métodos de análise da coordenação. que podem caracterizar o comportamento padrão observado. 26 foram analisados. o corpo seria capaz de diminuir o número de variáveis a serem controladas e esta ação conjunta em um padrão pode ser entendida como coordenação(4. 12) . Dessa forma. e sua magnitude relativa é determinada no sentido de produzir um padrão de movimento funcional(4). MÉTODOS Para este estudo de revisão foi realizada uma busca no portal periódico da CAPES. Assim. Além disso. A teoria dos sistemas dinâmicos se desenvolveu a partir da obra de Bernstein de 1967(5) que explicitou o “problema dos graus de liberdade”. coordenação espacial é a relação entre a posição dos diferentes segmentos do corpo ou articulações. 1980. Origem Modo de análise P/√A (Hershler Milner. a mesma técnica pode ser realizada com três variáveis associadas como quadril. 1994) Vector Coding (Whiting e Zernicke. (Field-Fote e Tepavac. pode-se obter uma indicação do tipo de relação entre os segmentos do corpo (linear ou não linear). Porém. No detalhe está o ângulo formado por cada reta entre dois pontos do diagrama ângulo-ângulo e uma linha horizontal que dará origem. A = área. joelho e tornozelo e assim o gráfico final seria em três dimensões pela necessidade de acrescentar um eixo para o tornozelo. é prudente interpretar o coeficiente de correlação cruzada juntamente às suas figuras qualitativas. Porém os valores de resultantes do coeficiente de correlação cruzada podem ser muito semelhantes mesmo ao caracterizar diagramas ângulo-ângulo muito diferentes. perna e pé. Uma das primeiras alternativas para quantificação do diagrama ângulo-ângulo foi feita em 1980 com o cálculo do perímetro do ciclograma (P). quando apli- Figura 1. Além disso. Vector Coding é baseado na técnica “chain-encoding” descrita originalmente por Freeman para comparação de duas imagens(25). Essa técnica se baseia na visão computacional de conhecimento de padrões e seleciona descritores da forma do objeto chamados momentos de forma de identificação. 1995 Hotelling. essa técnica não é particularmente útil na determinação do grau de interdependência entre os segmentos do corpo que tenham uma relação não-linear(23). Legenda: Θ: ângulo formado pela linha horizontal e a linha entre dois pontos do diagrama ângulo ângulo. Alessandro Haupenthal. Ainda é possível utilizarmos essa mesma técnica com velocidade angular e posição do segmento. Através dos coeficientes de correlação correspondentes. TRM=trauma raqui medular. (Barela et al. 2000) Importância da velocidade e simetria na marcha pós-AVE (Olney et al em 1998) Ciclograma de ângulos Grieve em 1968 Covariação Planar Uncontrolled Manifold Borghese em 1996 Scholz e Schoner. após processamento dos dados. Ter Man. variáveis associadas são plotadas juntas formando um gráfico entre quadril e joelho(18).Natalia Duarte Pereira. 2012. u3t PV (Ivanenko 2008) Variabilidade da trajetória do Centro de massa e da cabeça Tempo relativo em que ocorrem as reversões Porcentagem de influência na variância dos dados Exemplo de aplicação na marcha Efeito do tratamento com FES em TRM. e à estabilidade dos padrões de coordenação. em 2007) Efeito da velocidade e uso de órtese no padrão da marcha pós-AVE. Kelso. Nesta forma de análise é utilizada uma grade sobreposta que transforma a curva dos dados de um diagrama de ângulos em uma sequencia de vetores (26-27). 1933 Fase Relativa Análise do componente principal P = perímetro. Em tais circunstâncias a técnica descrita a seguir chamada Vector Coding pode ser mais informativa(24). As variações dessa técnica serão descritas em seguida. 10(50):573-582 . 2001).(21) usaram a correlação cruzada.. ao coeficiente de correlação. e cada uma dessas variações recebem nomes diferentes por caracterizarem a marcha de maneira distinta (18) cada aos ensaios repetidos(22). Goswani(18) propõe quantificar o ciclograma adaptando a técnica já existente substituindo o uso do perímetro do ciclograma pela sua área. Ainda na tentativa de quantificar o diagrama ângulo-ângulo Amblard et al. 2002) e pós-AVE (Daly et al. u3t= resultante dos cossenos dos vetores de coxa. Os diagramas ângulo-ângulo são classificados como instrumentos de análise qualitativa. Em 1998. Métodos de análise da coordenação espacial na marcha. FES= Eletro estimulação funcional. 575 Tabela 1. x e y catetos oposto e adjacente respectivamente e l é a hipotenusa do triângulo reto representado. 1998 Rosen (1970). A coordenação só pode ser quantificada pela aplicação posterior de técnicas de análise para extrair dados relevantes para serem utilizados como descritores da marcha e comparados em diferentes situações. Assim. classificação descrita inicialmente por Hu em 1962(20). uma vez que não quantificam diretamente a coordenação. Processo de análise do vector coding. Os ciclogramas entre dois ângulos para análise de marcha são também conhecidos como diagramas ângulo-ângulo. 1982. 1962) Correlação cruzada (Amblard et al. Hu. Stella Maris Michaelsen. Cada um dos vetores que formam a sequencia é baseado no sentido e direção da linha formada pelo intervalo entre dois pontos de dados sucessi- . 2009) Pré-adolescentes com Síndrome de Down x controles (Black et al. da área (A) e de uma razão sem dimensão determinada por uma razão adimensional a partir da fórmula: P/√A(19). Tepavac e Field-Fote. 2007) Efeito da toxina botulínica pós-AVE (Bleyenheuft et al. PV= porcentagem de planitariedade. perna e pé juntos. foi denominada de planitariedade. eles encontraram que a variável posição do centro de massa no plano sagital é controlada. assim. A hipótese propõe que o controlador atua no espaço de variáveis elementares (por exemplo. O método foi utilizado para analisar um experimento sobre a transição do sentado para o em pé e a produção de força multidígitos(36-38). Covariação planar intersegmentar Borghese em 1996(31) descreveu a covariância existente entre os segmentos dos membros inferiores de sujeitos saudáveis. O termo manifold (múltiplo) refere-se a um conjunto de pontos dentro de um espaço que estão bem organizados de acordo a certos critérios matemáticos(34-35). Em 1999 Scholz e Schoner(34) que propuseram a técnica. rotações Figura 2. O ciclo da marcha no tempo está no sentido anti-horário com o contato do calcanhar correspondente ao topo e fase do balanço inicial no inferior do loop. Esse coeficiente pode ser interpretado da mesma maneira que o Coeficiente de correspondência angular que indica a variação global da relação quadril-joelho de todos os ciclos. 10(50):573-582 . A sequencia de vetores pode ser correlacionada com uma sequencia obtida de outro diagrama de ângulos e assim obter um coeficiente de correspondência (ACC). Daly e colaboradores(30). Se o movimento relativo entre o quadril e joelho for perfeito em todos os ciclos então ACC = 1. ao testar diferentes hipóteses sobre as variáveis controladas. que seria a correlação interpretada como consistência entre os ciclos ou a variabilidade deles. pré e pós um protocolo de treino de marcha com eletroestimulação. A direção do movimento do joelho em relação ao quadril em cada intervalo de quadros foi quantificada pela técnica do Vector Coding. Field-Fote e Tepavac(28) realizaram um treinamento em esteira com eletroestimulação em pacientes com lesão medular e a técnica do ACC para avaliação do efeito do tratamento. perna e pé. Entre esses pontos é calculado o seno e o cosseno do ângulo formado entre o vetor e uma reta horizontal. vos (Figura 1). 2012. O r pode assumir valores entre 0 e 1. existiriam pontos chave para o controle de um movimento. As linhas cinza clara e escura representam as curvas obtidas no paciente antes (A) e após o tratamento (B) com toxina botulínica. este controle seria principalmente realizado pela variação da posição da cabeça e posição horizontal da mão. enquanto valores próximos de zero significam que os pontos de todos os ciclos têm natureza quase aleatória(28). Exemplo do plano de covariação. perna e pé. O valor 1 significa que todos os ciclos são idênticos. et al 2009 Ter Man. Nessa concepção.576 Avaliação da coordenação da marcha. associado à análise está a porcentagem de planitariedade (PV) resultante da variação total dos vetores. A linha espessa e escura representa a curva de um sujeito normal. de modo que a falta de controle implica na redução da estabilidade. andando na mesma velocidade que o paciente com hemiparesia. A manutenção desta estabilidade é realizada com a variação dos outros pontos que não são cruciais para a tarefa e que permitem a manutenção da estabilidade dos pontos cruciais. Na transição do sentado para o em pé. A quantificação desse método de análise é dada pelo valor de u3t que é a resultante dos cossenos dos vetores de coxa. Esses pontos chave seriam os pontos cruciais para o desempenho na tarefa e seriam os quais o sistema se concentra para manter estáveis. plotagem dos ângulos de elevação dos segmentos coxa. o controle se refere à estabilização. Em 2009 Bleyenheuft e colaboradores(33) usaram esse mesmo método para representar os efeitos da reabilitação após uma aplicação de toxina botulínica no reto femoral de pacientes hemiparéticos com dificuldade de fletir o joelho na fase de balanço da marcha (Figura 2). também mediram o ACC em cinco sujeitos saudáveis e 29 hemiparéticos crônicos com objetivo de investigar a validade e sensibilidade do ACC para discriminar alterações em indivíduos com hemiparesia. Uncontrolled manifold Um método computacional especial para quantificar as sinergias tem sido representado pela hipótese do uncontrolled manifold (UCM). Fonte: Adaptado de Bleyenheuft. Essa propriedade de resumir a alteração nos ângulos dos três segmentos juntos ao longo de todo o ciclo da marcha em um único plano. Os autores acreditam que a consistência do padrão de coordenação em tarefas cíclicas como a marcha é uma maneira prática de mensurar o aumento do controle do movimento(29). deram um significado operacional para “controlado” e “descontrolado” e descreveram o método de análise por meio da hipótese de que os graus de liberdade controlados e não controlados podem ser testados. Essa técnica ainda determina outra variável r. Assim puderam perceber que ao plotar os ângulos de elevação de coxa. Para uma planitariedade e coordenação ideal o u3t deve ser próximo a 0 e a PV a 100%(32). os dados se organizam em círculo (looping) dentro de um único plano devido a uma forte covariância dos três segmentos. Para isso usou o ângulo de elevação de cada segmento que consiste no ângulo formado pelo segmento e uma reta vertical no plano sagital. 2012. cotovelo. além disso. em relação ao ciclo de outra perna. o controlador exerce pouca influência sobre as variáveis elementares. A segunda etapa objetiva o ângulo de fase e inicia-se com a normalização da posição e da velocidade angular. e a fase relativa é simplesmente a diferença das fases entre dois osciladores(42). o termo “descontrolado”). Cálculo do ângulo de fase. 39). 577 principais compartilhada pelo ombro. apontando possíveis assimetrias espaciais ou temporais entre os membros e. posição angular) e sua primeira derivada com relação ao tempo (e. o cotovelo e o punho seriam os pontos ajustáveis e controláveis para manter a ponta do dedo em seu lugar. O objetivo foi comparar a marcha de crianças entre 8 e 10 anos com síndrome de Down com um grupo controle pareado através das variáveis de desempenho centro de massa e trajetória da cabeça durante a marcha além da posição do pé no contato inicial. O resultado dessa transformação pode ser visto na Figura 3 – C. A fase relativa. Tal modo de controle leva a pequenos desvios da ponta do dedo da posição desejada no espaço. punho) e seleciona nesse espaço um UCM (por exemplo. então. coordenadas cartesianas de representação dessa posição da ponta do dedo apontando para um objeto)(35.D) se dá pela subtração dos valores do ângulo de fase da perna dos ângulos de fase da coxa(46-47). Variabilidade está sempre presente em todos os movimentos humanos. Também é a medida proporcional de um ciclo de uma perna. Assim. e enquanto ele tenta trazê-los para perto do UCM. Stella Maris Michaelsen. Assim os ângulos de fase (Figura 3 . A fase relativa é um ótimo instrumento para descrever a essência do comportamento. Em seguida. é necessário fazer a transformação dos valores absolutos para valores normalizados. acaba se desviando do mesmo. Para isto. o controlador organiza covariação elementar de variáveis de tal forma que a maior variabilidade é limitada à UCM. Ou seja. que variam entre +1 e –1 (Figura 3 – B).Natalia Duarte Pereira. Conceitualmente.C) são derivados de parâmetros angulares (posição e velocidade) plotados em um sistema de coordenadas polares e permitem descrever a relação coordenativa entre sistemas acoplados (e. em 2007(40). segmentos coxa e perna). Nesta etapa os valores já normalizados são transformados em coordenadas polares a partir de uma origem comum e transformados em graus. Os valores da fase relativa são obtidos após quatro etapas de processamento dos dados: O resultado da primeira etapa é o diagrama de fase que consiste em uma representação geométrica dos parâmetros cinemáticos posição e velocidade angular que podem ser plotadas simultaneamente em coordenadas cartesianas (Figura 3 – A).. Além disso. em comparação com o que poderia ser esperado se o conjunto de todos os ângulos variassem de forma independente(38-39). conjuntos de valores angulares que correspondem a uma posição fixa da ponta do dedo) correspondente a um valor necessário de um desempenho (por exemplo variáveis.g. o ângulo de fase corresponde ao ângulo formado pela posição relativa dos valores referentes à posição e velocidade com que o segmento apresentou em um dado momento. Já o ombro. Isto quer dizer que o mesmo evento em uma perna ocorre na metade do caminho do ciclo da outra perna. o uso de ângulos de fase permite restaurar o fator temporal. 10(50):573-582 . Por fim o cálculo da fase relativa (Figura 3 . a variabilidade desta medida reflete a estabilidade do sistema como um todo.g.. C e D Barela et al(47) em um estudo da marcha com 4 Ter Man. 39). o interesse principal é examinar o processo de mudança no estado do sistema e obter uma descrição da forma do movimento. Para essa normalização cada valor (posição e velocidade angular) utilizado no diagrama de fase necessita ser transformado em coordenadas polares. Em um estudo realizado por Black et al. desde que permaneça dentro da UCM (assim. é um importante parâmetro para investigar o impacto de perturbações ou alterações na organização do sistema locomotor(43-46). Alessandro Haupenthal. Figura 3 A.g. o ponto chave “ponta do dedo” seria o objetivo final que deveria permanecer estável para o movimento. A fase é uma medida angular da posição de um oscilador dentro de um ciclo. Outros Métodos de análise da coordenação da locomoção MÉTODOS DE ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL Fase relativa Rosen(41) sugeriu que o comportamento de um sistema dinâmico pode ser capturado por uma variável (e. Esta técnica descreve o relacionamento do ciclo da passada de um membro em relação ao outro. B. Na análise topológica. A utilização da técnica de retratos de fase conduz a uma análise topológica do movimento.. foi aplicada a análise de marcha através do método UCM para um grupo de crianças com síndrome de Down que pelo próprio diagnóstico apresentam altos níveis de variabilidade de desempenho. Note-se que todos os pontos dentro do UCM correspondem perfeitamente à precisão do apontar. velocidade angular). O que a hipótese UCM sugere é que a variabilidade pode atrapalhar o controle da tarefa (afetando um desempenho importante e causar erros maiores) ou contribuir para esse controle (mantendo inalterada esta variável e um resultado bem sucedido)(37. No andar maduro a fase relativa de uma perna está 50% fora de fase com a outra. para determinar redundâncias na cinemática e eletromiografia(53). 10. diferença entre o ângulo de fase da coxa e perna. avaliou através da fase relativa entre a perna e a coxa a coordenação desses indivíduos. Três grupos eram compostos por pessoas saudáveis e o quarto grupo por hemiparéticos. A – Diagrama de fase. D – Fase relativa.8% da variância. ou seja. representando 6. Os limites máximos e mínimos.8% da variância (velocidade. 12. a perna se move mais rápido em sua trajetória do que a coxa e ao contrário para uma inclinação negativa. 2012. retornando a um dado temporal (% passada) os valores são transformados em coordenadas polares. B – Diagrama de fase com os dados normalizados. DISCUSSÃO A caracterização da marcha humana de forma quantitativa e objetiva tem muitas vantagens potenciais Figura 3. Há uma falta de consenso na literatura clínica sobre como medir a coordenação. bem como no reforço da nossa compreensão básica do mecanismo complicado da marcha. C – Ângulo de fase. Para quantificação da coordenação intra-membros foram identificados pontos de reversão na curva (um exemplo de reversão é assinalado pela seta na figura 3D). MÉTODO ESTATÍSTICO DE ANÁLISE DAS VARIÁVEIS Análise de componentes Principais Análise de componentes principais (PCA) é um termo geral para um método de fins estatísticos que trata de covariância de dados multidimensionais na tentativa de gerar um conjunto menor de variáveis não correlacionadas entre si: os componentes principais(48). mas não foi possível encontrar um consenso na literatura. A identificação de fatores principais na locomoção e das relações entre eles podem trazer informações importantes sobre a coordenação na marcha(7). quando a inclinação da fase relativa está se movendo em direção a um valor positivo (inclinação ascendente). mas não pode ser usada como medida direta. Etapas para a confecção da fase relativa. Assim o objetivo deste estudo foi revisar na literatura os métodos quantitativos de avaliação da coordenação da marcha de pessoas com disfunções neurológicas. 56). descrever sistemática e objetivamente a evolução de um descritor de marcha com relação a um parâmetro.2%).8%. Após essa revisão foram encontradas maneiras de caracterização da coordenação da marcha bem distintas. Este tipo de análise é aplicável a dados cinemáticos. cinéticos e eletromiográficos associados para reduzir a sua complexidade. Um dos seus principais objetivos é a captura de redundâncias de dados e tem sido aplicada na locomoção humana para discriminar diferentes padrões de marcha (49-52). 40. Os 3 primeiros componentes representavam 63. portanto.578 Avaliação da coordenação da marcha. 54). ao outro grupo que andasse na velocidade dos hemiparéticos e o último que andasse com uma órtese anti-equino no tornozelo. Olney et al em 1998(55) encontraram que 4 componentes principais explicam com precisão a marcha de pacientes com hemiplegia após acidente vascular encefálico. e avaliar a coordenação intersegmentar(31.8%. Um exemplo disso é que uma recente revisão sistemática sobre intervenções para coordenação da marcha pos-AVE. foi atribuído ao ruído. dica que estão sendo usadas medidas de simetria como uma medida direta da coordenação(7. gráfico do desenho da velocidade angular e da posição angular. 10(50):573-582 . O quarto componente. ou seja. Essa variável pode ser correlacionada com algum grau de coordenação motora. Lacquaniti em 1999(57) propôs que os geradores centrais de padrão (CPG) poderiam controlar padrões de movimentos dos segmentos em vez de padrões de ati- Ter Man. no diagnóstico clínico e na reabilitação. A proposta para a resolução seria a parametrização. in- grupos de 6 indivíduos. representam reversões da dinâmica de coordenação(47). padrão postural de flexão. Foi solicitado a um dos grupos de pessoas saudáveis que andassem em sua velocidade preferencial. simetria. Assim. que ângulos de elevação são utilizados para o planejamento do movimento. Como o ACC ainda não foi utilizado amplamente nos estudos de reabilitação. porém sua quantificação ainda foi pouco explorada na literatura tornando difícil a interpretação das alterações na marcha que seus dados representam. 30) foi relatado que o ACC varia entre 0. Ivanenko e seus colaboradores(32) realizaram uma revisão da base matemática e ferramentas analíticas utilizadas para a covariação planar para esclarecer os argumentos apresentados contra a lei de covariação planar que julgaram serem “interpretações errôneas” e afirmam que a covariância planar reflete as restrições do sistema nervoso central. marcha para frente. Haddad. Hicheur em 2006(58). Zanone e Kelso(6) propõem que devem ser monitoradas as propriedades dinâmicas do padrão de coordenação. Alguns autores afirmam que a comparação da coordenação da marcha entre indivíduos através do diagrama de ângulos é deficitária pela ausência de normalização dos dados e diferentes amplitudes de movimento para cada indivíduo(7). 10(50):573-582 . ou seja. ou seja. Uma maior instabilidade no comportamento é indicativa de que o indivíduo está prestes a transitar para um novo padrão de coordenação ou de movimento. perna e pé).94 e 0. a consistência perfeita (ou seja.0) não é observada nem mesmo no movimento normal e não pode ser considerado um objetivo adequado de reabilitação da marcha. o ACC = 1. pois segundo Barela e Barela(59) uma maneira de examinar como as restrições influenciam o comportamento motor é verificar o grau de estabilidade dos padrões observados. 579 vidade muscular e defendeu que a lei de covariação planar seria então a ferramenta para controlar o movimento dos membros inferiores. Os autores sugerem ainda que a normalização não é necessária porque a função do arco tangente considera as diferentes amplitudes entre os segmentos e que as diferenças percebidas quando a fase relativa é calculada diretamente do eixo horizontal são profundas(47). Ainda como crítica a essa técnica de mensuração. 2012. Mudanças na estabilidade podem ser um indicativo da aprendizagem. Os testes estatísticos indicam que houve diferenças na configuração das curvas das fases relativas normalizadas e não normalizadas. A técnica vector coding representa uma alternativa à análise da fase relativa e segundo os autores que descreveram a técnica. Para avaliar a aprendizagem. Patten e colaboradores(60) apontam que em trabalhos anteriores(28. Kurz e Stergiou(46) estudaram se a normalização dos ângulos de fase teria algum efeito sobre o cálculo da fase relativa. and McDermott(44) o cálculo do movimento relativo de dois osciladores em um ciclograma é vantajoso porque não são necessários procedimentos de normalização. porém segundo Hamill. alguns autores(60) acreditam que o ACC caracteriza a coerência da coordenação intramembro ao invés da coordenação real.97 em participantes sem deficiência. Um dos indicativos para que o método de quantificação seja considerado adequado é a medida da variabilidade. marcha rápida e corrida concluiu que o sistema nervoso central ao contrário de controlar os músculos de uma articulação em particular é assistido por fatores mecânicos externos. Alessandro Haupenthal. particularmente a sua estabilidade temporal. CONCLUSÃO Após essa revisão foram encontradas maneiras de caracterização da coordenação da marcha bem distintas. Entre os cinco métodos de quantificação da coordenação da marcha encontrados três tem a variabilidade avaliada diretamente (vector coding e UCM) ou usam de técnicas matemá- ticas para esse objetivo (fase relativa). Em relação aos outros tipos de análise. 2) ângulo da coxa contribui independentemente para o padrão de coordenação intersegmentar sem estar relacionado aos segmentos perna e pé e 3) covariação planar é um resultado passivo ao invés de acoplamento ativo entre os ângulos dos segmentos. Apesar do vector coding ser um dos métodos que medem a variabilidade existe uma discussão sobre a grande influência do r no valor do ACC. Foi designada para auxiliar profissionais clínicos na interpretação dos dados porque acredita-se que é mais familiar pensar em movimentos através de ângulos do que através de valores de fases(27). Defende que a lei de covariação planar não pode sozinha ser preditora do padrão de coordenação por três motivos: 1) covariação planar deve-se inteiramente à alta correlação entre os ângulos do segmento perna e pé de forma que o ângulo coxa não seria essencial. esta tem se mostrado uma medida válida e confiável. ao estudar a covariação planar dos ângulos segmentares e articulares entre marcha para trás.Natalia Duarte Pereira. Stella Maris Michaelsen. mesmo quando nenhuma mudança no desempenho possa ser detectada. Já os autores originais acreditam que o ACC mede a qualidade do padrão de coordenação e o r a variabilidade do mesmo(28). Outra questão que parece não ter consenso na literatura é a necessidade ou não de normalização dos dados. a covariação planar tem a vantagem de considerar três segmentos de uma só vez (coxa. entretanto necessita de cálculos relativa- Ter Man. pois seu valor é baseado também na variabilidade entre os ciclos(60). Schöner. A fase-relativa apresenta a vantagem de abordar simultaneamente os aspectos espaciais e temporais do movimento. Portanto para o autor seria interessante distinguir a respectiva contribuição exata do SNC e de fatores externos para a modulação do padrão locomotor dividindo assim entre elementos ativos e passivos. Já no ano de 2008. mas não foi possível encontrar um consenso na literatura. existem poucos dados disponíveis para ajudar na interpretação acerca do significado da uma mudança na magnitude do ACC. Pelvis-thorax coordination in the transverse plane during walking in persons with nonspecific low back pain. Gait patterns and speed of walking.8(1):15-36. O’Callaghan IS. IRE Transactions on Information Theory. 1989 Dec. Benda RN. . 1988 Mar. Instrumentos De Análise. 2005 May. 2010 Mar-Apr. 17. Neurorehabil Neural Repair. Journal of Human Movement Studies.91(4):1524-35. Hulliger M.24(3):213-24. 1992 Mar. Laurent M.580 Avaliação da coordenação da marcha. 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