Terapia do Luto - Worden.pdf

April 2, 2018 | Author: ERIKANAJARA | Category: Attachment Theory, Death, Grief, Pain, Reality


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1APEGO, PERDAS E PROCESSO DE LUTO TEORIA DO APEGO Antes que alguem possa compreender totalmente 0 impacto de uma perda e 0 comportamento humano a ela'associado, deve-se compreender 0 significado do apego. Ha muitos escritos na literatura psiquiatrica e psicolo­ gica sobre a natureza dos apegos - 0 que eles sao e como se desenvolvem. Vma das figuras-chave e primeiro pensador nesta area foi 0 psiquiatra britanico John Bowlby, Ele dedicou muito desua carreira profissional a area dos apegos e perdas e escreveu muitos livros, alem de uma serie de artigos sobre 0 assunto. A teoria do apego de Bowlby nos fomece um meiodedefinira tendencia dos seres humanos de estabelecer fortes,lat;:os afetivos com outros, e uma forma de compreender a forte reat;:ao emocional que o<:orre quando estes lat;:os ficam amea"ados ou sao rompidos. Para desenvolver suas teorias, Bowlby ampliou seu campo de interesse e incluiu dadosda Etologia, teoria do controle, PsicoJogia cognitiva, Neurofisiologia e Biologia do desenvolvirnento. Ele critica aqueles que acreditam que os la<;os entre indivfduos se desenvolvem apenas para satisfazer a certos instintos biologicos, como 0 de alirnentat;:ao e o sexual. Citando 0 trabalho de Lorenz com anirnais e 0 de Harlow com filhotes de macacas, Bowlby aponta para 0 fato de que 0 apego ocorre na ausencia de refor"o destas necessidades biogenicas (Bowlby, 1977). A tese de Bowlby e de que tais lat;:os surgem de uma necessidade de seguran~a e prote~iio; eles iniciam cedo na vida, sao dirigidos a poucas pessoas espedficas e tendem a durar por uma grande parte do cicio vital. Formar la"os com pessoas significativas e considerado um comportamento normal nao so entre crian"as 'mas tambem entre os adultos. Bowlby argumenta que 0 com­ Aberrac. tentativa ansiosa de ten tar encontra-Ia novamente. mais e de que as respostas que fazern parte do processo de luto sao programadas em intensas e mais variadas serao estas reac. e estas reac. . Charles culturas e suas reac. chorar e talvez 1980).A? chamado a distancia trissilabico (. humanos. emitindo todo 0 tempo 0 penetrante o LUTO E UMA DOEN<. Este caso pareceu um exemplo tipico das reac.. Antropologistas que estudaram outras sociedades. toda s as direC. Ha muitos outros exemplos de luto no remo animal. existe urna tentativa animais. [Lorenz 1963. a perda irreparavel nao e considerada. 1950). se separam da figura de apego para que um dos golfinhos morreu. Depois e pela crianc. 1872). Esta "teoria biologic a do luto" influenciou 0 pensamento de rnuitos. suas Emotions in Man and Animals). . 20 J. crianc. p. Entretanto. As restaurada.as e seres humanos adultos (Darwin. Um cuidado inade­ Em decorrencia dos muitos exemplos no mundo animal. Os animais demonstram es ta cond u ta assim como os seres h umanos.o dao origem a determinadas to instintivo foi desenvolvido em tome do fato de que as perdas sao reparaveis rea c.) Todas as caracteristicas objetivasobservaveis ensaio publicado na Psychosomatic Medicine. e as passar por periodos cada vez maiores de tempo em busca de urn raio mais pessoas que cuidavam dela tinham a dificil ou quase impossivel tarefa de amplo em seu ambiente. tivos nos seres humanos. 1972. Ha muitos anos o comportamento de apego e mais bem ilustrada pelo filhote de animal houve um grande interesse nos golfinhos do zoologico de Montreal.42). ) qu ando estas atitudes sao bem-sucedidas. Mas eles sempre retomam para as figuras de apego manter 0 golfinho sobrevivente vivo . Pela atitude de nao comer. Dr. que no curso da evoluC.agarrar-se. o individuo ve a si proprio como sendo tanto capaz de se ajudar quanto Engel revelou que estava descrevendo a conduta de um avestruz que havia merecedor de ajuda se surgirem dificuldades (Erikson.. "Nestas circunstancias. a ligaC.ao urn equipamen­ situac. coerC. ira surgir afastamento.. automatica. 401 Mas ele ve 0 comportamento de apego como algo dis tin to do comportamento atimentar e do sexual (Bowlby.) As expedi~6es de busca sao expandidas para cada vez mais longe e freqiientemente aquele que procura tambem se o psiquiatra George Engel levantou esta interessante questao num perde.oes afetivas mais tarde na vida. se as formarem. ha padroes de luto especificos dos seres apatia e desespero.ao determina a capacidade da crianc. 1962). 0 psiquiatra George Engel. 0 ganso se movimenta inquieto dia e noite. sua companheira recusou-se a comer. .ao haja uma resposta ansiosas quanto a formar ligac.oes muito tenues. No Existe evidencia de que todas as pessoas sofrern com a perda em maior livro A Expressiio das Emoroes no Homem enos Animais (The Expression of the ou menor grau.. Konrad Lorenz quase universal de obter novamente 0 objeto amado perdido e/ou existe a descreveu este comportamento semelhante ao luto na separac.oes perdido sua companheira! patologicas obvias podem se desenvolver neste padrao. escrito durante 0 final do seculo XIX.ao desaparece ou esta manifestava seu luto e depressao semelhante a conduta de perda dos seres ameac. Mais tarde.ao com 0 objeto perdido (Bowlby. citado em Parkes.ao sao ativadas . falando no Psychiatric Grand Rounds do Bowlby sugere que os p ais da crian ~a fom ecem a base segura cia aC.ou sofreum acidente (.oes que voce iria cer relac. em sociedades nao alfabetizadas a patolo­ gia do luto parece ser menOS comum que em sociedades rnais civilizadas A primeira resposta ao desaparecimento da companheira consiste na (Krupp & Kligfeld.oes que existem boas razoes biologicas para que a cada separac.ao ao restabelecimento de urna relac. destacando a ocorrencia da conduta do ganso na perda de sua companheira sao grosseiramente deste comportamento nos filhotes de quase todas as especies de mamiferos. Sua tese e de que a perda de uma . 1972)..a que. 0 golfinho em busca de apoio e seguranc.a em urn mundo depois da vida onde a pessoa ira se reencontrar com a de sua companheira: pessoa amada perdida. Isto e similar ao conceito de Erik encontrar no sobrevivente que perdeu seu companheiro. Bowlby conclui quado por parte dos pais pode levar as pessoas tanto a formar ligac. Esta relac. WILLIAM WORDEN TERAPIA DO LUTO 21 portamento de apego tem um valor de sobrevivencia.depois de ler uma longa reportagem de jomal sobre esta perda.i5es a perda de pessoas amadas relatarn que qualquer que Darwin descreveu as form as pelas quais 0 sofrimento e expressado por seja a sociedade estudada em qualquer parte do mundo.a de estabele­ detalhes.ada.ao e incluindo 0 do psiquiatra britanico Colin Murray Parkes (Parkes. humanos.o afetivo. Quanto maior 0 potencial para a perda. na sua Erikson de confianc. formas mais poderosas de ligac. Entretanto.i5es norma is de luto serao descritas no proximo capitulo. voando grandes distancias e visitando lugares onde a companheira pudesse ser encontrada. cessam as ac. Ele tambem sugere que Se 0 objetivo do comportamento de apego e manter um la c. Quando a Figura de ligac.oes e 0 estado de estresse e ansiedade sao aliviados" respostas de luto de animais mostram como os processos biologicos sao primi­ (Bowlby. 1977.a basica : por meio de um bom cuidado por parte dos pais palestra.oes muito especfficas. a resposta e de intensa ansiedide e forte protesto emocional.a . a medida que crescem. instintiva com comportamento agressivo.oes. Se 0 perigo nao for removido. identicas ao luto humano . p.ao de um ganso crenC.oes que colocam em perigo este lac.ao a partir Hospital Geral de Massachusetts descreveu um caso de luto em grandes da qual explorar. 1977).ao raivosa ( . ao de que ela nao aconteceu. sensac. pesso que faleceu em casa durante muitos dias antes de notificar qualquer Se a crianc. e . tern relaC. e frequentemente voce nao pode !idar com 0 impacto emocional de uma perda enquanto nao caminhava em volta do palacio fa lando com ele. Estas se tornam mais evidentes quando se observa 0 (Dorpat. Considerando-se que 0 luto e um seguidamente mantern 0 quarto do filho como estava antes de sua morte. e.ao da func. e ve a pessoa morta incorporada em urn de seus outros filhos. 1973).ao mais do que de uma desilusao e0 da pesso que "fazendo seu trabalho de luto". "Nao. seguindo 0 e comum noS prirneiros tempos. mas se torna negac. pelo menos nesta vida.ao desta tarefa.ao completa ou quase completa pode ser resta urada.ao a perda . 1961).o.ao fica prejudicada e a cura. Oepois que alguem passa por uma perda. que depois da morte de seu consorte. mas ela frequentemente equillbrio e para que seja completado 0 processo de luto. manrem pertences da Eessencial que a pessoa enlutada rea lize tais tarefas antes que 0 luto possa ser pessoa morta numa condiC. 1977) . Engel argumenta que estes mesmos termos ira retornar. c. De acordo com Robert distorc. 1965).ao e prejudicada quando tentar completar as tarefas em momentos comportamento nao usual e eu vi dois casos. Urn exemplo classico disso envolveu a rainha e 0 desenvolvimento futuros . WILLIAM WORDEN consequentemente ter uma perda incompleta. Este pensamento possiveL para alguns. que 0 luto representa uma saida do estado de saude ebem.a cresce. ficam paralisadas na primeira tarefa do processo de luto. A primeira tarefa do processo de luto e Assim como os termos saudtivel e patol6gico ap!icam-se a varios momentos do enfrentar a realidade de que a pessoa esta morta. Eu teria de responder a esta tipo de negac. Isto processo e nao urn estado.a nao completa uma tare fa num determinado momento. Exemplos bizarros de negac. Gardiner e Pritchard descrevem seis casos com este adaptac. mesmo se a morte e esperada. Parte da aceitac. As pessoas envolvidaseram tanto posteriores (Havinghurst.Embora as tarefas nao necessariamente sigam Vit6ria.pode ser Pritchard. deixou suas uma ordem especifica.6es sugerem alguma ordem.ao''. Engel Tarefa I: Aceitar a Realidade da Perda ve 0 processo do luto como similar ao processo de cura. existem algumas desilusao sao os casos raros nos quais a pessoa enlutada mantem 0 corpo da tarefas do d esenvolvimento que ocorrem na medida em que a crianc. e assim como a cura e necessaria nocampo fisiol6gico para trazero corpo de volta ao balanc. nos com frequencia falamos de uma pessoa como estando a Urn exemplo de uma distorc. Assim como com a Quando alguem mone. A abordagem de Engel fa z sentido e leva de forma 16gica a uma outra o opostode aceitar a rea!idade da perda e niloacreditarpormeiode algum pergunta .ao direta com a realiza­ quantidade de prejuizo funcional e uma questao de grau (Engel. que Geoffrey Gorer chama de'''mumificac. ou seja.ao. TERAPIA DO LUTO 23 22 J.a aceitar 0 fato de a perda ter ocorrido. mas tambem existem incidentes nos quais a func. Algumas pessoas se recusam a acreditar que a morte e real e pergun ta com urn defini tivo "Simi". 1953). a func. ha sempre a cura.ao pela Havinghurst 0 renomado p sic610go do desenvolvimento. nao e m eu amigo. entao a sua a pesso a sobre a sua morte.ao pode ha certas tarefas do luto que devem ser realizadas para que seja restabelecido 0 oconer em muitos niveis e tomar varias formas.estar. sobre 0 qual processo que ocorre ate que a res taurac.ao ate uma desilusao completa. Consequentemente. de que a pessoa se foi e nao processo d e cura fisiol6gica. roupas e aparelhos de barbear expostos dia ap6s dia. exemplo de Freud.o AS QUATRO TAREFAS DO PROCESSO DE LUTO homeostatico.ao possa acontecer. envolve tanto os fatos e 0 significado da perda quanto a sua ineversibilidade Todo crescimento e desenvolvimento pode ser visto como influenciado por muitas tarefas. A negaC. 0 comportamento de busca. realizar determinadas destas tarefas e outras nao. Ele argumenta uma cura incompleta de uma ferida. as definic.ao mumificada pronta para 0 usa quando ele ou ela completado. 0 processo de luto . 0 principe Albert. (Oqueemaisprovavel de acontecer e que a pessoa passepelo visto como sendo composto pelas quatro tarefas basicas assinaladas a seguir. manifestamente psic6ticas ou excentricas quanto reclusivas (Gardiner & Da mesma forma . Muitas pessoas que passaram por uma perda se encontram chamandopela pessoa perdida e muitas vezes tendem a identificardemaneira falsa ou err6nea outras pessoas do seu ambiente.a adaptac. enxergar alguem que se parece com a pessoa perdida e entao ter de relembrar.ao dos fatos da perda pode variar em grau desde uma leve crescimento e 0 desenvolvimento de uma crianc. assim como alguem pode ter pessoa amada e psicologicamente traumatica na mesma medida em que sofrer urn corte ou queimadura grave e fisiologicamente traumatico.ao da realidade e acreditar que a reuniao e podem ser aplicados ao longo do processo de luto.ao se permanece por anoS.a. Eles podem caminhar pela o PROCESSO DE LUTO E NECESSARIO? rua. inadequada. urn periodo de tempo e da mesma forma necessario para que 0 enlutado retorne a urn estado similar de equillbrio."0 processo de luto e necessario?". Por exemplo. Ele ve 0 luto como urn impossive!. A negaC. as seguintes tarefas exigem esforc. Meu amigo na realidade esta morto" . Tarefas de luto nao concluidas podem prejudicar 0 crescimento retornarem (Gorer. A Bowlby e Parkes escreveram extensamente. Utilizando a analogi a de Engel com a cura. Pais que perdem uma crianc. elas nao ficaram satisfeitas com a experiencia e nenhuma se tomou frequentadora reconhecer e elaborar esta dor ou ela se manifestara por meio de alguns regular de encontros espiritas. mas raramente e satisfatorio acreditar que a pessoa que amo esta ainda viajando ou foi novamente para 0 e esconde a aceita<.6es como "Ele nao era urn born morto e eu nunca 0 terei novamente" . Aqueles que nao presenciam 0 enterro podem necessitar de meios em casa. 1986. A fantasia e sobremaneira dificil mesma "Eu na o quero que voces morram.ao. as pessoas de luto parecem estar sDba influencia da realidade Outra forma de negar 0 significado completo da perda e praticar "esque­ e comportam-se como se aceitassem totalmente que a pessoa que morreu se cimentos seletivos".ao mais ampla inclui a dor fisica que muitas pessoas eram mistas: alguns sentiam que tinham tido algum tipo de contato com a sentem e a dor emocional e comportamental associada a perda.ao intelectual mas tambema emocional. Remover tudo 0 que relembra a pessoa falecida e 0 oposto da esquecer que meu filho esta morto" . 0 desejo permanente desta reuniao nao e normal.ao entre a perda subita de urn c6njuge e 05 sonhos do que Outra estrategia utilizada para negar a finalidade da morte envolve 0 sobreviveu nos primeiros meses apos a morte. rituais tradicionais como televisao "60 Minutos" ha muitos anos atras. [Parkes. Suas reac. Entretan­ mento.ao a casa de meia-idade que havia perdido a mae e a filha de 12 anos num incendio aceita<.a realidade da perda. mos uma forte relaC.ao aqueles benevolentes que s6 desejavam 0 do rosto do pai. em Boston. ate mesmo. Quando ele veio para psicoterapia pela dirigida ao objeto amado perdido. principalmente nos primeiros dias e semanas apos a perda.as sao intermitentes enquanto lutam nesta tarefa. Eles podem ver crian<.52] sintomas ou por outra forma de conduta aberrante. Ecomo se os que sobreviveram proteges­ sem a si mesm os pela ausencia de qualquer artefa to que poderia coloGHos face Krupp disse bern quando escreveu: a face com . A pessoa enlutada pode permita que a pessoa evite ou suprima esta dor va ptolongar 0 tempo de luto" estar intelectualmente consciente da finalidade da perda muito antes que as (Parkes. As vezes. sob a fiutuac. Contava sobre uma dona-de­ o velorio ajudam muitas pessoas enlutadas a se moverem em dire<. No todo..ao da longo dos anos ele bloqueou toda realidade de seu pai de sua mente. Gary perdeu seu pai aos 12 anos. Em nosso estudo sobre 0 luto de crian~as. Ao foi. Ecomum escutar afirma<.24 J. mas uma forma de a mente validar a realidade da morte. A realidade bate forte quando alguem quer pegar 0 telefone para Outra forma de as pessoas se protegerem da realidade e negar 0 signifi­ dividir alguma experiencia e lembra que a pessoa arnada nao estara do outro cado da peTda. afirma: o espiritualismo ajuda os enlutados na sua busca da pessoa falecida. p. ja que envolvenao este se resolva.M WORDEN I T ERAPlA DO LUTO 25 emo<. Enecessario pessoa falecida e alguns ficaram assustados com isto. ou especialse 0 sobrevivente nao ve 0 corpo da pessoa nao yOU ter voces mortas l ". encontra­ encarar 0 fa to de que elas estavam mortas e nao retomariam mais. Parkes acentuado contraste que ocorre quando a pessoa acorda de urn sOlUtO destes. 345] Algumas pessoas nao completam a Tarefa I negando que a mOTte e irreveTsivei.ao da informa<. [Krupp et ai.as e nao-cren<. ao self. 0 desejo de se reunir a pessoa falecida e urn sentimento pesso a que faleceu esta viva nao seja simplesmente urn desejo de preenchi­ normal. "Nos na o eramos proximos" ou "Eu nao sinto falta dele ".rda . I'arkes a firm a isto quando diz "Se e necessario para a pessoa enlutada passar pela dor do luto para que Chegar ~ aceita<.ao" e minimiza a perda. recebeu distin<. entao pode-se esperar que qualquer coisa que continuamente s6 a aceita<. incluindo fantasia de urn ieencontro eventual.ao da realidade da morte. mas ele era capaz de sentir a presen<. E facil distorcidopode diminuir a intensidade da perda. eu no caso de morte subita.6es de dor porque sua definic. WILUt>. a outroS tidos como causadores da prime ira vez era urn estud ante universitario e nao conseguia sequer lembrar perda e.6es permitam total aceita<. hospital. Muitos pais enlutados levam meses para dizer "Meu filho esta que tern na realidade. eu nao quero que voces morram.as brincando na pai". e Tarefa II: Para Elaborar a Dor da Perda sete das pessoas enlutadas que foram incluidas em varios dos meus estudos A expressao alema Schmerz e adequada para ser utilizada quando se fala descreveram visitas a sess6es espiritas ou igrejas espiritualistas. "mumifica<. p. 173). Nem todas as pessoas vivenciam a mesma intensidade . Como exemplo. De sua pesquisa. Pode ser que sonhar que a espiritualismo. por meio do to. em direc. Cren<. 1972. Assim a morte pode ser vista como tendo menos significado do lado da linha. Algumas rua ou enxergar urn 6nibus escolar e dizer para si rnesmos: "Como eu pude pessoas atiram no mar roupas e ou tras coisas pessoais que relembrem a pessoa falecida.ao como verdadeira. E urn padrao onipresente a raiva ate mesmo uma imagem visual literal. Parte de sua terapia inclula a necessidade de que morreu. outras vezes elas se comportam de forma irracional.a de seu pai quando ele bern e que relembram 0 enlutado da realidade da pe.ao. p . Nos primeiros dois anos ela passava seus dias falando alto para 51 extemoS para validar a realidade da morte. 1972. Urn born exemplo disto foi apresentado num filme da serie de Embora leve tempo para a tarefa se completar.6es na cerim6nia de gradua<.ao da realidade da perda leva tempo. papeis que desempenhava a pessoa que morreu. Muitas viuvas levam urn A nega<. 1965. quando ela pela primeira vez rnae cujo marido faleceu . nunca 0 teria feito se seu marido ainda estivesse vivo. As pessoas tempo consideravel para perceber 0 que e viver sem 0 marido. alguns daqueles que a perda desta forma. A perda de um marido.as. 0 que os protege do Em qualquer perda.as sozinha. necessitando de encontros com 0 Existem poucos casos nos quais a pessoa enlutada tern uma resposta conse lheiro. por algum tempo depois da que elas favorec.acornQ sendo urna d~tra<. mas e impossivel perder alguem a quem momento em que pode ser mais dificil para a pessoa retomar e elaborar a dor se tenha sido muito ligado sem passar por algum grau de dor. A Ajustar-se a urn novo ambiente significa coisasdiferentes para diferentes pr6pria a<. Tambem pode ser que toma mais dificil a execu<. enfrentar uma casa vazia pessoas escondem-se do processo evitando pensamentos dolorosos.a() pessoas. dependendo de qual era a rela<. e nao sentir.a aproximadamente tres meses ap6s a perda e envolve !idar 6bvia a de abolir seus sentimentos e negar a dor presente. cuidador das quais as pessoas nao concluem a Tarefa II. de um aquecedor da cama e assim por diante. p.geralmente sob a forma de algum tipo pessoa que fica. jardineiro. pode ou nao significar a perda bran<. ela percebeu presen<.am sua dor .130). Anteriormen te 0 rna rid 0 teria fei to con ta to com a esco la e tra tad 0 euf6rica a morte. 1972.oes e fazia a maio ria das coisas para ela.para sentir e saber que urn dia passara. num os desafios de se ajustar ao seu pr6prio sentido de self Estudos recentes . mas evitava que ela sentisse a intensa raiva nhados por seus companheiros. Isto frequentementee uma experiencia mais Pode ocorrer uma sutil intera<. Esta sempre acompanhada de uma sensa<. Uma jovem mulher minimizava sua perda acreditando que seu irmao Muitas das pessoas que ficam se ressentem do fato de terem que estava fora de seu lugarescuro e havia ido para urn lugar melhor depois de seu desenvolvernovas tarefas e de desempenharpapeis que antes eram desempe­ suicidio. expressa da seguinte maneira: "Eu nao preciso ficar de luto" (Pincus. de elaborar a dor.as dele e fazer uso de alcool ou drogas sao ainda outras formas pelas de um parceiro sexual. levando a nega<.ao de urn amigo e alguem de bem e sentid. Istodeve ter sido verdade.ao da Tarefa III: Ajustar-se a urn Arnbiente Onde esta Faltando a necessidade do luto.ao quando disse: associada a perda. sendo a mais via de regra come<. mas depois de sua morte Margot foi fon.ao podem fazer urn curto-circuito na Tarefa II de varias maneiras. No tratamento. p. desmoralizante. nao saudavel. das crianc.ao (Parkes. tais respostas euf6ricas sao que gostava de ter que tratar desta situa<. Algumas pessoas lid am com isto estimulando apenas pensamentos prazerosos a respeito da pessoa que faleceu . companheiro.ada a desenvolver estas que a morte ocorreu.7] dor do luto tentam encontrar uma cura geografica. Depois de sua morte uma dele!" .a da pessoa que faleceu.ao de forma competente e de que extremamente frageis e de curta dura<. A estrategia de redefinir John Bowlby disse: "Mais cedo ou mais tarde. mais tarde pode sernecessaria uma terapia.oes. gem: "Vocenao precis a ficarde luto. mas esta geralmente associado a recusa enfatica de acreditar de tudo. Embora ela 0 fizesse de forma relutante e ressentida. luto e 0 de ajudar a facilitar a passagem das pessoas por esta segunda tarefa de Nao s6 a pessoa enlutada tern que se ajustar aperda de papeis anterior­ forma que elas nao carreguem a dor por toda a vida. voce esta apenascom pena de si mesmo". Urn exemplo disso e 0 de Margot. 26 J. disse: "Eu estou com raiva deste comportamento. utilizam procedimentos de parar 0 pensamento para nao sentir a disforia Parkes fez uma importante observa<. 1972).ao com a pessoa falecida e dos varios para que a pes so a de luto saia do mesmo"(Gorer. Geralmente. Elas e tratar das finan<. frequentemente faz parte de uma execu~ao completa da Tarefa de depressao"(Bowlby.ao desta segunda tarefa. 158). uma jovem dele por have-la · deixado. por exemplo.ao da Tarefa II. mas a morte tambem os confronta com adequadamente completada. Ele era 0 tipo de pessoa muito eficien te. de modo que ela possa redundar ~~m beneficio para a evitam 0 luto consciente sucumbem . nao permitindo A pessoa que fica geralmente nao esta ciente.ao vlvida da habilidades. evitar lem­ perdido. ouvinte. Algumas vezes as com 0 fato de viver sozinha. Esta percep<. Idealizar 0 morto. Se a Tarefa II nao e mente desempenhados pelo falecido. encarregava­ permitiu-se sentir raiva. A sociedade pode nao se sentir complicado se tiverum sistema de apoio de menDs suportedo que teria havido confortavel com os sentimentos da pessoa enlutada e pode dar a sutil mensa­ na epoca original da perda. crian<. de todos os papeis desempenhados pela pessoa que faleceu . Geoffrey Gorer reconhece isto e diz: "Dar lugar ao luto e Pessoa que Faleceu uma atitude estigmatizada como m6rbida.ao entre a sociedade e a pessoa enlutada dificile complexa do que lidarcom a dor na epoca da perda. Finalmente ela conseguiu reconhecer essa raiva de forma mais direta. WILLIAM WORDEN TERAPIA DO LUTO '~~7 · de dor ou a sentem da mesma forma. Urn dos objetivos do aconselhamento do III. 1980. dependendo Algumas pessoas que nao compreendem a necessidade de passar pela dos papeis normalmentedesempenhados porestemarido. 1974). nao se de situac. Isto interfere com as pr6prias defesas da pessoa de luto. que ele ou ela estiveram evitando. frequentemente esta claro exatamente 0 que e desconforto dos pensamentos desagradaveis. perda. [Parkes. Elas viajam de urn local para outro e tentam encontrar algum alivio de suas emo<. educar os filhos sozinha. contador.as teve problemas na escola. p. Ninguem esquece as lem­ vas e a pessoa que permaneceu viva e capaz de levar adiante suas tarefas e bran<. A perda por morte pode desafiar os valores fundamentais da vida e Uma pessoa enlutada nunca esquece completamente a pessoa que crenc.ao de perda do self (Zaiger. infantil ou com num outro relacionamento" . ao longo do mecanicamente.ao e deslocar os papeis da pessoa que faleceu podem falhar e isso pode levar a uma sensac.ao e uma redefini<. 1985). Issoe especialmenteverdadeiro quando ocorrem mortes subitas e precoces. adequado para 0 falecido em sua vida emocional.crenc. a forma como a tarefa desafiada e as pessoas podem a tribuir qua Iquer mudanc. posterior de baixa auto-estima. 1980) . 0 luto significa nao.as podem ser adotadas ou velhas Shuchter e Zizook afirmam: crenc.ao da pessoa que ficou viva para entrar em novos relaciona­ limites do controle (Shuchter & Zisook. e concomitantemente sua vida muda para dar sentido que prejudiquem nossa propria identidade.o para outros. educac. mas a de ajuda-Io a encontrar urn local nunca tiveram e andam para a frente com urn sentido de mundo reavaliado.ao significativa. pensando no que .ao.28 J.urn local que e trabalham contra elas mesmas promovendo seu pr6prio desamparo.as filos6ficas de uma pessoa .a e habilidade (Goa1.as de uma rela<.as reafirmadas ou modificadas para refletir a fragilidade da vida e os Adisposi<.tanto num progresso em dire<. Quando escrevi a primeira ediC. ou ainda urn estado de continua-la por simbolos e por simula<. Volkan sugeriu : Uma terceira area d e ajustamento pode ser a do sentido da pessoa de mundo. exceto por atos psiquicos significados na perda.urn local que ira capacita­ Bowlby resume isso quando diz: 10 a continuar a viver bern no mundo . 1980. ela come<. mentos depende nao de "desistir" do conjuge falecido. 139] o fato de que ele morreu. mas como viver intensidade exagerada no dia-a-dia .ao gradual desde falar com ele "como se ele estivesse sentado na cadeira ao meu lado". estas imagens negativas geralmente cedem lugar a outras ~a is positi­ uma tomada e recoloca-la em algum outro lugar. [Shuchter & Zisook. 65).ao: ela tern que reviver a rela<. Este conceito foi postulado por Freud quando uma crise de personalidade (Horowitzet ai. Uma maecujofilho jovem faleceu em 1988 noacidentedovoo 103 da Pan nao tern mais a necessidade de reativar a representac. Elas geralmente decidem que necessitam desempenhar os A tarefa do conselheiro nao e a de ajudar 0 enlutado a desistir de sua papeis para os quais nao estao acostumadas. WILLlAM WORDEN TERAPlA DO LUTa 29 afirmam que para as mulheres que definem sua identidade por meio de Tarefa IV: Reposicionar em Termos Emocionais a Pessoa que relacionamentos e sendo levadas por outros. p. desenvolvem habilidades que relac. p.ao das circunstancias. como se alguem pudesse simplesmente tirar uma flecha de tempo.a asorte ou ao destino IV foi enunciada anteriormente era facilmente mal-compreendida. Nao e .so a perda de Faleceu e Continuar a Vida uma p essoa significativa como tambem a sensaC. sem ela" . ta<. p. 326] a ela e obternovamente 0 controle de sua vida. Entretanto.ao. 1986).6es para se sentir viva. p. Entretanto. As pessoas lugar adequado para 0 conjuge na sua vida psicologica . muitas pessoas nao tern esta evoluc. )985). Ela faz uma transforma<. a eficacia pessoal e 1913.ao e religiao. Para muitos nao ha uma resposta Volkan continua dizendo que 0 lute termina quando a pessoa enlutada clara . aprender novas formas de lidar com 0 mundo (Shuchter & Zisook.ao ao reconhecimento Em primeiro lugar. Soa muito e nao a sua propriaJorc. Marris afirrnou essa ideia quando escreveu: Dependendo da forma como ele completa esta Tarefa influenciani 0 resultado de seu luto . inadequada.as da pessoa que sobreviveu da pessoa que faleceu" (Freud. [Volkan. Embora eu acredite que isso seja verdade. Tentativas de preencher os disse "0 luto tern uma tarefa fisica precisa a cumprir: sua funC. Quando isso acontece. [Bowlby.a a reformular a vida em termos que assimilam nao consegue solucionar.ao de seus objetivos na vida. 1986). 1986. mas que deixa espa<..ao na vida.seu inves timento de sua representa<. uma revisao de seus modelosde represen­ ensao do marido que era tao central na rela<.as que sao influenciadas por nossos faleceu e que tinha tanto valor na sua vida e nunca havia retirado totalmente familiares. Nao podemos jamais expurgar aque­ raro a pessoa enlutada sentir que perdeu a direC. inca paz.ao.ao desejos e lembranc. Ela procura les que foram proximos de nossa propria historia.ao deste livro listei as Quatro Tarefas do o luto pode levar a uma intensa regressao na qual a pessoa enlutada Luto como "energia emocional retirada da pessoa que faleceu e reinvestida percebe a si mesma como desamparada. uma viuva naopode separar seus objetivosecompre­ da modifica<. mas de encontrar urn o impedimento da Tarefa III e niio se adaptar a perda . Mas it medida crescimentosuspenso no qual ele emantido prisioneiro de urn dilema queele que 0 tempo passa.ao do falecido com Am disse: "0 problema nao e como encontrar uma resposta. ao nao importante. 1985.ao com a pessoa que faleceu. iguais. desenvolverem habilidades das quais necessitam ou se retirando do mundo e 117] nao enfrentando exigencias do ambiente.der. bern como experiencias de vida. Ao longo do tempo novas crenc. ou a resolver os itens da Tarefa IV.quatro <.ao popular esta repleto deste tema. 0 luto nao ocorre de forma linear. 0 luto esta terminado quando as tarefas do luto sao completadas. ou. como choro intenso ou continuar meu luto por Robbie pelo restoda minha vida eque vou manter sua sensa<. Na perda de urn familiar proximo. 1986.ao pelo aconselhamento do luto apegam a este ponto em seu luto e mais tarde percebem que sua vida de pode fazer e alertar as pessoas para 0 fato de que 0 luto e urn processo a Ion go alguma forma parou no momenta em que a perda ocorreu. 37-38) dizem que 0 processo de luto esta terrninado quando uma pessoa completa a fase final do luto de restitui<. Elas se Uma das coisas basicas que a educa<. eu suas vidas depois dessa perda. quernao. coisas que me deem prazer. 1982.ao de luto terminada e quando a pessoa e capaz de novamente na vida . ha varios tip os de tenta tivas de estabelecer datas . Algumas pessoas acreditam que 0 luto so come<. 1980.6es. e fazendo isso de forma que permita a eles continuar meses.aoa realiza<. Eu sei que eu vou pode p ensar no falecido sem manifesta<. Voce sabe. Uma viuva. mas eu posso lembrar dos bons perfodos entre urn momenta escreveu. fazendo alguns uma pessoa pode rein vestir suas emo<.as de seu filho morto de forma que possa come<. 101) Muitos estudos mostram que das mulheres Edificil encontrar uma frase que defina de forma adequada 0 fato de n ao que perderam seus maridos. doloroso e outro".as associados a seu filho.oes fisicas.ao. BOWlby e Parkes trabalho era ajuda-Io a ver que a dor nao desapareceria em quatro semanas. 1974. Dois anos mais tarde. Mas a vida continua. e ela conscientemente nao mais os submete a ele. Parte do meu tar qual e a altura mais alta? Nao ha uma resposta pronta.ao completa em menos de urn ano. pianos em casa ou mesmo fazendo alguma programa<. Uma adolescente teve uma epoca extrema mente dificil pode fazer com que eles saibam que mesmo que 0 processo evolua. E de retirada emocional. eu sou uma parte dela.ar que ele nao merece. e issonaosignifica queeunao amo maismeu pai". ) estabelecendo uma nova identidade e descobrindo uma dolorosa que fazem urn pacto com elas mesmas de nunca mais amar alguem . e pouco depois da perda me disse: "Eu you ficar satisfeito quando Perguntar quando 0 processo d e luto term in a e um pouco como pergun­ tiverem passado quatro semanas e tudo isso tiver terminado" . p. 248) . [Marris.ao vista. suspeitaria de qualquer resolu<. Mas a Tarefa IV prazo. entao a tarefa para os impossivel estabelecer uma data definitiva para isso. particularmente dor QUANDO 0 PROCESSO DE LUTO TERMINA? emocional. A quarta tarefa e impedida por um apego ao passado mais do que por e 0 tempo no qual a maioria das viuvas e viuvos descobre uma "certa um continuar e formar novas rela<. ele pode reaparecer para que seja come<.503) Bowlby cita uma viuva de aproximadamente 60 anos. ele apenas surge com menor Para mirn isso representa 0 movimentoem dire<. Tenho um amigo que perdeu uma pessoa importante para ele e estava sofrendo millto.ao talvez seja nao final do primeiro ano. Mais tarde. pp. Uma pessoa acessiveis a mim .ao (Bow lby. uma estabilidade em suas vidas (Parkes. e querqueira. nunca. escreveu um bilhete a sua mae da novamente trabalhado. que d a a ele urn valor Parkes mostram que as viuvas podem levar tres ou quatro anos para alcan<. segundo a pais enlutados e continuar a estar em contato com os pensamentos e lembran­ literatura sobre luto. m as eu acho que a melhor descri<.ha aqueles que parecem nunca chegar a completar seu luto. 30 J. 1972). 0 conselheiro tambem pode ser realizada.a a diminuir depois de terem passado as quatro . ainda. e a partir dar planejando 0 seu futuro e de seus filhos.ar a reinvestir Um sinal de uma rea<. mas e um tipo Apenas recentemente comecei a observar coisas na vida que ainda estao diferente de tristeza . 1980. Na medida em que 0 tempo passa. que tambem perdera seu filho ja adulto. Para muitas pessoas a Tarefa IV e a mais dificil de ser realizada.. menos da metade sao elas mesmas novamente no se completar a Tarefa IV.6es na vida e no viver. Da mesma forma . Os estudos de o mercado da can<. 1972).ao de tensao no peito. havera dias ajustando-se a morte d e seu pai. e nao ira culminar no estado anterior ao luto. pessoas paraserem amadas. dois anos nao e muito tempo.ao de tristeza quando voce pensa em alguem que amou e depois perdeu. um ano. p. Nomeu ponto de Pais enlutados frequentemente tem dificuldade de compreender a no<. a medida que ela ruins. Ela escreveu: pensarna pessoa que faleceu sem dor.ao para suas vidas" (Shuchter & Zisook. houve vezes em que notei com o estou bern. [Alexy. 0 queprovavelmente tambem nao ocorreria em quatro meses.falta 0 aspecto doloroso que havia antes. universidade que falav a do que muitas pessoas terminam por perceber disse-me depois de um prolongado e doloroso perfodo de luto: "Suas expec­ quando elas estao lidando com recuo emociona Ie reinvestimento: aHa outras tativas 0 enganaram! Eu agora percebo que a dor nao desaparece totalmente. Existe sempreuma sensa<. Algumas pessoas acham a perda tao estabilidade (. Se pensamos em relocaliza<. WILLIAM WORD EN TERAPIA DO LiJTO 31 I" ele teria feito ou dito. p .ao da Tarefa IV..:ao com amigos. Shuchter descobriu que 0 periodo em torno de dois anos amar. Entretanto. lembran<. enquanto Uma dessas maes encontrou um lu gar efetivo para os pensamentos e para muitos. Parkes. 0 luto esta terminado quando memoria viva . Ele nao temmuita tolerancia a dor. A dor retorna. dizendo: "0 luto nunca termina. frequencia" (Bowlby. dois anos. dire<. Complicated mourning. S. 137. M.ao das condolencias com gratidao e um dos sinais mais process of bereaved parents. 5. (1986). M. Freud. London: Hogarth . Wilner. London: Methuen. Nerw York: Doubleday... 14. D. Dimensions of psychological counseling that facilita te the growing de luto. que havia Engel. T. Bereavement: Studies of grief in adult life. (1965). 201-210. R. 1961. (1985). 57. podemos ficar inconsolaveis e nunca iremos encontrar urn substituto. (1962). 16. Ele escreveu para 0 seu amigo Binswanger. Britisll JOIITlwl of PsycJlintry. British Journal of Medical Psychology. Horowitz. W. Loss and chnnge. & Pritchard. 386) Goalder. Professionlll Psychology: ResearcJlllnd Practice. mummification. Developmental ta5ks and educatio/1. Attacilment and loss: Loss. 23. G. (1950). XIV). Joumal of Religion and Health. Totem and tllboo (1913). andliving with the importa 0 que preencha 0 vazio. mesmo que ele seja preenchido totalmente.. A aceita<. sentido no qual 0 processo de luto nunca termina. C. N. 16. Zaiger. " todavia permanece alguma coisa a mais. Pathologial grief and the activation of latent self images. standard edition. cita~ao de Freud ajuda. Marmar.ildllOod and society. 5. (1953).. quando as pessoas readquirem interesse pela vida. (vol. The berenvement reaction: A cross cultural evaluation. Morbid grief reaction: A social systems perspective. (1977). confiaveisdequea pessoa enlutada esta elaborando 0 luto de formasatisfat6ria Bowlby. Psycllilltric Annals. New York: Basic. C. 1965). 130. C1. D. (1985-86). New York: Norton. Parkes. of Psychiatn).& Krupnick. (1957).J. Women and Therapy. N. London: Murray. mais gratificadas e se adaptam a novos papeis.J. depois dessa perda a fase aguda do luto ira serenar.) Letters of Siglllund Frelld. Genovese. land n. F. Annual of Psychoanalysis.. 337-348. and mourning. Geoffrey Gorer acredita que a maneira como as pessoas REFERENCIAS respondem a condolenciasda alguma indica~ao deonde elas estaono processo Alexy. 4. 5huchter. (1961). Erikson. The making and breaking of a ffectional bonds. 1. sadness.J.498-507. Marris.5. (1974). dead. 339-345.295-305. [E. H . (1974).23-28. sentem-se mais Bowlby. L. Krupp. Encontramos urn lugar para 0 que nos perdemos. 5. E. and depression (vol III) . G. 421-431 ou seja. Nao Gardiner. L. 3.18-22.323-348. (Ed. New York: Longmans.. Pincus. British Journal (Gorer. Tile expression of emotiollS in marl and animals. A. tambem sabemos que Freud. (1980). New York: International Universities Press. On aggression. (1980). E. (1973). p. 130. . Life-Threatening Behavior. B. 33-43. Voce vai ver como a seguin te Darwin. K (1963). J. Is grief a disease' A challenge for medical research . (1984). grief lind lIIolmlilig. Moumingdistinct from melancholia: The resolutionofbereavement. (1977). & Zisook. Suicide.Women and bereavement. Dorpat. Death.J. Lorenz. 213-224. & Kligfield. L. Treatment of spousal bereavement: A multidimensional approach. 29.To have and have not: Multiple identifications in pathological bereavement. Ha tambem um Basic Books. Mourning. Gorer. London: Routledge & Kegan Paul. New York: esperan~osas. Rubin. 12. (1985). L. D. & Krupp. G. (1986}. Krupp. WILLIAM WORDEN esta~6es do ano. New York: Pantheon. Embora saibamos que Freud. 5. JOIITlwl of Co IInse ling Psychology. Volkan. C. (1972). Jail mil I of tlie Americlln Academy of PsycJlOlinalysis. 222-246. R. TERAPIA DO Lmo 33 32 J.L. R. AmeriClin Joumlll of PsycJlilitry.. V. Deat/llind tlie family . Ha um sentido no qual 0 processo de luto pode ser terminado. (1872). Psychosomatic perdido um fiTho: Medicine. G. loss. P. T. 833-842. (1982). 1157-1162. Havinghurst. M. Una conduta e encontrada numa popula<. Quanto mais ~. . . a partir desses dados e de outros. engloba uma ampla gama de sentimentos e com­ portamentos que sao comuns depois de uma perda. Em 1942 elas tiveram urn de seus encontros tradicionais aos sabados. e.:: -:1nico chama de conduta normal no luto. mais ele sera definido como normal. Na area de Boston ha duas universidades Cat6licas bern conhecidas por sua rivalidade no futebol. Durante a festa.6es nonnais de luto de uma forma sistematica foi feita por Erich Lindemann aepoca em quechefiava a PSiquiatria no Hospital Ceral de Massachusetts..om acendeu urn f6sforoenquanto tentava mudar uma lampada e acidentalmente pas fogo numa palmeira decorativa.. urn ajudante de gar<. Em seguida Lindemann e seus colegas trabalharam com os membros das famflias que haviam perdido entes queridos naquele holocausto. foi engolfada pelas cham as.:ilente for 0 comportamento. 2 REA~OES NQRMAIS DE LUTO: LUTO NAO-COMPLICADO A expressao luto normal* muitas vezes se refere a urn luto nao­ complicado. Quase imediatamente toda a boate.. Quase 500 pessoas perderam a vida naquela tragedia . Holy Cross contra Boston College e depois do jogo muitas pessoas foram para a boate local Coconut Crove para comemorar. enquanto "estatistico" refere-sea freqiiencia com .. Uma das primeiras tentativas de observar as rea<. ele escreveu seu classico artigo "The Symptomatology Estou ::::iliando a palavra normal tanto no sentido clinico quanto estatistico.ao enlutada escolhida ao acaso.:" <. que estava com mais do que sua capacida­ de legal.. "Clinico" define o que . Se a raiva nao e adequadamente reconhecida pode levar a um luto morte. Rea<. entao seria tamentos podem ser descritos em quatro categorias gerais: (1) sentimentos.ao social por nao ter levado a pessoa mais cedo para 0 hospital e assim por diante. Em falecida para chegar a uma conclusao saudavel. Algumas delas foram e ansiedade ate sua mae retomar. estes compor­ A linha de raciocfnio e a de se alguem pudesse ser culpado. Ela pode ser urn dos sentimentos mais confusos para a pessoa que fica. Este sentimento nao e necessariamente manifestado pelo choro. que cita 0 fato de Lindemann nao apresentardados que amorosa. 0 qual Bowlby ve mostrem a frequencia relativa das sindromes descritas.ao sao sentimentos Parkes e Weiss conjecturaram que 0 choro e um sinal que evoca uma reaC. Entretanto. descreveu uma sexta caracterlstica apresentada por pode ter tido este tipo de vivencia regressiva quando voce era uma crianc.. A raiva e seguidamente sentida depois de uma perda. Um amigo insensivel e pratique 0 aconselhamento de pessoas de luto deve conhecer a ampla gama de freqiientemente Deus. Uma interpretac. Tristeza e 0 sentimento mais comum encontrado no luto e direC. De suas observa~6es de 101 pacientes com luto Weiss. quanto tempo me deixe novamente!". nao havia nada que a pessoa pudesse fazer para evi tar a morte e (2) de um tipo de vivencia regressiva que ocorre depois da perda de alguem proximo. simpatica e de protec. 1940).:6es no estudo de Lindemann .a genetica. . Lindemann tambem como fazendo parte de nossa heranc. simboliza a mensagem: "Nao nao menciona quantas entrevistas realizou com os pacientes. e subitamente percebeu que sua mae nao estava mais ali. a sentir-se desamparado. (3) cogni~5es e (4) comportamentos.ao mais pSicanalitica desta resposta de raiva retrofletida Sentimentos foi feita por Melanie Klein que sugere que 0 "triunfo" sobre 0 morto faz com que a pessoa enlutada volte sua raiva contra si pr6pria ou a dirija para fora em Tristeza. ou encontramos alguns ou todos os fenomenos seguintes. complicado.: ao sa lientadas por Parkes. decorreu entre as entrevistas e a da ta das perdas (Parkes. mas isso freqiientemente ocorre. Uma das mais arriscadas mal-adaptac.ao a outros que estejam a mao (Klein. WILLIAM WORDEN TERAPIA DO LUTO 37 and Management of Acute Crief' . 2. . .:os da pessoa que faleceu. Uma mulhercujo maridomorreu de 1. Estresse somatico ou fisico de algum tipo.:ao de luto agudo. Culpa e auto-recrimina~iio. A raiva que a pessoa vemos hoje no Hospital Ceral de Massachusetts exibe um comportamento enlutada sente precisa ser identificada e adequadamente dirigida a pessoa muito semelhante aquele descrito por Lindemann mais de 40 anos atras.:6es hostis . depois do que.:ao de que 5. membros da famiiia. MANIFESTA<. . Incapacidade para funcionar como fazia ante·s da pe·r da . mais do que ter uma rea<. realmente nao necessita de muitos comentarios. Ceralmente a culpa e manifesta em rela~ao a alguma coisa que tenha aconte­ . que descreveu como sendo caracterfs­ hcas patognomonicas do luto normal ou agudo. A verdade e que ela estava com raiva dele por ele ter morrido e te-Ia 3. e porisso esta na raiz de muitos problemas noprocesso de luto. 1983). (2) responsabilizado e assim a perda poderia ter sido evitada. As pessoas culpam sensa~oes fisicas. 4.. Preocupa~ao com a imagem da pessoa que faleceu. ela freqiientemente um grande numero de pessoas passando por uma rea<. e manejada de formas menos eficazes. sendo uma delas 0 deslocamento. Culpa relacionada com a pessoa que faleceu ou circunstancias de sua deixado. A culpa e a auto-recriminac. 0 diretor do funeral. permanece sendo um estudo importante e muito citado. voce chutou suas canelas. Voce Alem destes cinco. comportamentos normais no luto ser muito extensa e variada. Pelo fato de a lista de dirigindo-a a uma outra pessoa acusando-a da responsabilidade pela morte. 1972).oes da raiva e a postura de voltar a raiva para dentro de si pr6prio contra 0 self. Voce estava numa loja tra<. inca paz de existir sem a pessoa e entao sentir a raiva o que e de particular interesse para mim e que a pessoa enlutada que que vem junto com estes sentimentos de ansiedade .ao comuns aqueles que sobrevivem: culpa por nao ser suficientemente amoroso.OES DE LUTO NORMAL uma pessoa com raiva que tambem esta deprimida pode ter uma conduta suicida.a muitos pacientes: eles pareciam d esenvolver no seu proprio comportamento muito pequena numa viagem de compras com sua mae. Todavia. Qualquer urn que o medico. 36 J. Esta raiva tem duas origens: (1) de um sentimento de frustra<. Voce sentiu panico Ha varias limita<. comportamentos que podem ser descritos como luto normal. Este comportamento. cancer me disse: "Como posso ter raiva? Ele nao queria morrer" . recente ele descobriu padroes similares.ao por parte dos outros e estabelece uma situac. Ele as listou da seguinte maneira: Raiva. este Na perda de qualquer pessoa importante ha uma tendencia a regredir. Num caso severo de retroflexao. 1944)."Sintomatoiogia e Manejo da Fase Aguda do na qual as leis normais da conduta competitiva sao suspensas (Parkes & Luto" (Lindemann. a de sete semanas disse "Minha familia e de excessiva intensidade podem preyer uma reac.ao de culpa acom­ pessoas que ficam. "pining". logo depois de saber da noticia da morte. A ansiedade da pessoa que ficou pode variar desde uma leve 1972). e. persistente for a ansiedade. pode ser sensa~ao de inseguran~a a urn forte ataque de panico. A ansiedade tern primariamente duas origens. p.ao deste fluxo de sentimentos.S. tambem. viuvas. a ansiedade tern mao pesada. As tam sentimentos normais do luto e nao ha nada patol6gico em nenhum deles. C. Isso veio morar comigo nos primeiros cinco meses.ao de luto patol6gica. quando finalmente vern taram. Depois de sua morte reJa <. Anseio. Num primeiro momenta ela se senha conhecia esta ansiedade e disse depois de perder sua esposa: "Ninguem nunca desconfortavel com este sentimento. Parkes observou que 0 "pining" e uma experiencia comum entre aqueles que ficam. 0 que observamos se tomem conscientes seria uma sobrecarga. este estarrecimento e amiude vivenciado precocemente no pro­ ap6s a morte de seu marido. Eu continuo aceitando (Lewis. Segundo. Quando ele diminui. Este correIa to pr6ximo da Quando voce revisar esta lista lembre-se de que todos os itens represen­ ansiedade esta presente com frequencia nas primeiras fases da perda. A solidao e urn sentimento frequentemente expresso peJas larmente dolorosa.Lewis mais ter que viver sob a sua tirania. Eu tinha medo de enlouquecer sera discutido no Capitulo 4. mais eJa sugere uma rea<. Choque.hios morte . a sensa<. pr6pria mortalidadeexacerbada peJa morte de .ao pode ser urn sentimento positivo depois da medo denao serem capazes decuidar de si mesmase amiude fazem coment.ao com urn forte sentido de consciencia da pr6pria morte . Parkes e Weiss dizem: "Nao vimos evidencia de quenao quanto estressante para a pessoa que normalmente e ativa. Pode ser algumas vezes sentido como oestarrecimento como uma prote<. as vezes. Muitas pessoas sentem aJivio depois da morte de uma pessoa amada. de · do tipo "Eunaovousercapazde sobreviversemeJe".a consciencia da subita por urn ataque cardiaco. seja uma reac. em particular entre as viuvas que ele estudou (Parkes. . sentirnentos que existem por longos periodos anorrnais de tempo viuva jovem deixada com uma crianc.a progressiva e deteriorante e e esperada.a prolongada e particu­ Solidao. alguem pega 0 telefone e fica sabendo que uma pessoa amada ou Uma das coisas interessantes sobre urn dos primeiros artigos de urn amigo morreu. of: como se 0 mundo tivesse terminado". seguido se sentem extremamente desamparadas.uma pessoa amada (Worden. Levada a extremos.ao de desamparo que ela pode provocar. Depoisde uma perdaelas se sentem estarrecidas. em particular. 0 bloqueio das sensac. Provavelmente ocorre porque ha tantos sentimentos para serem manejados que perrnitir que todos Fadiga.ao e de como se estivesse.ao saudavel. me disse 10 meses Novamente. esta ansiedade podedesencadear uma fobia. as pessoas que ficam tern Emancipa~iio . 0 choque ocorre com mais frequencia no caso de morte subita . as sensac. 38 ] .6es agudas de o telefonema. Emancipa<. Anseio pela pessoa amada e 0 que os briUinicos chamam de a culpa e irracional e ira diminuir pelo teste de realidade. Uma Entretanto. mas mais tarde foi capaz de aceita-Io me disse que 0 luto era tao parecido com 0 medo.ao de lu to complicada. sobretudo aquelas que perderam urn conjuge e estavam panha esta sensaC. 1961 t. WILUAM WORDEN TERAPlA DO LUTO 39 cidoou a algoquenao tenha sidofeitona hora da morte. de forma que a pessoa vivencia com frequencia nas pessoas que ficam. mas como uma res posta ao seu status modificado. " Eu me Estarrecimento. Os pacientes de Lindemann relatavam fadiga. Este alto nivel de fadiga pode ser tanto surpreendente sobreestarrecimento. 0 fastio. e nao ser capaz de cuidar de meu filho". a pessoa que recebe a noticia ainda sofre um choque. disse uma viuva que havia side casada reJatam falta de sentimentos. durante 52 anos. ela passou pel os sentimentos normais do luto.5es fisicas associadas as suas rea<. a mesma inquietude. sensac. muitas viuvas naosaem porque se sentem mais seguras em suas casas.a. 0 mesmo mal-estar no estomago.ao pelo fato de ela nao 1976). Prirneiro. Entretanto. Tambem e importante salientar que algumas pessoas sinto totalmente sozinha agora".ao de alivio. Mas.0 anseio e uma resposta normal ao luto. em especial se a pessoa sofria com uma doenc. com frequencia uma sensac. Mais frequentemente. 1983. urn ditador inflexivel sobre a sua existencia. mesmo quando a morte ocorre depois de e Lindemann que ele descreveu nao s6 os senhmentos que as pessoas apresen­ uma doenc. 55). Eu nao estou com medo. cesso de luto. Embora muito 565. Ansiedade.Eu trabalhei com uma jovem mulher cujo paiera urn real potentado. Sensas:oes Fisicas Porexemplo. habituada a urn reJacionamento pr6ximo no dia-a-dia. quanto rna is intensa e urn sinal de que 0 luto esta terminando.5es como defesa contra 0 que de outra forma seriatima dolorosa sobrecarga pareceria extremarnente nor­ Desanzparo. mas tambem expressou urn sentimento de emancipa<. Alivio. . Urn fator que torn a a morte um fato tao estressante e a mal" (Parkes & Weiss. Comentando apatia ou indiferenc. mas. Alucinac. 40 J. elas parecem nao pensar de forma ordenada. Mas alguns pensamentos a perda. Embora desconcertante para alguns. Uma viuva jovem me Universidade da Pensilvania acham que a experiencia da depressao disse: "Eu continuo a esperar por alguem que me acc:irde e me diga que eu frequentemente e desencadeada por padnSes de pensamentos depressivos estava sonhando". Cognic. Hipersensibilidade ao barulho.:a. e born especular se estas sao realmente alucinac.6es normais de luto. A pessoa enlutada pode pensar que a que faleceu de alguma forma procuram 0 medico para urn checkup.:ao curta.. os niveis mais altos de pensamentos intrusivos eram aqueles que inesperada­ 7. (Beck et aI. Algumas vezes a preocupac. As pessoas enlutadas terao certos pensamentos como "Eu nao posso viver sem ela" ou "Eu nunca encontrarei urn amor novamente".:ao: "Eu caminho pela rua e nada me parece pensamentos intrusivos ou imagens da pessoa falecida sofrendo ou morren­ real. 1. mente haviam perdido urn conjuge com 0 qual tin ham uma relac. eu nao quero acreditar que aconteceu". Sensac. Preocupartio . mas ele comentou comigo que estava com muitas coisas na cabec.6es Al!lcinaroes. Com todo 0 interesse recente em misticismo e espiritualidade. deve haver algum engano. muitos acham que estas ansiedade. recuperar a pessoa perdida. Muitas pessoas recentemente enlutadas dizem que seu pensa­ Estes pensamentos podem desencadear sentimentos muito intensos mas mento e muito confuso. WlLUAM WORDEN TERAPIA DO LUTO 41 luto. Via de regra sao do luto. Eu uma vez fui a urn eventosociale tomei urn taxina volta paracasa. A seguir apresenta-se. Em nosso Estudo sobre 0 Luto de Crianras. Falta de ar.:6es mais comumente relatadas pelas pessoas que vimos no decidi que nao Faria mal eu the perguntar 0 que ele estava pensando. ainda esta presente no tempo e no espac. ate 0 estar "aereo" eo isolamento social. Certos pensamentos sao comuns nas primeiras fases do luto e experiencias ilusorias transitorias que amiude ocorrem poucas semanas ap6s geralmente desaparecem depois de pouco tempo. do. Boca seca. Eu nao posso acreditar Psicologia e terapia cognitiva enfatizam isto.:ao de despersonalizac.:6es frequentemente nao sao consideradas. N6 na garganta.:6es fisicas preocupam as pessoas e elas anseio. Fraqueza muscular. Essas sensac. e 0 interesse recente na pensar NIsso nao aconteceu. A pessoa ira Existe uma interface 6bvia entre pensar e sentir. experiencias ajudam. os pais que ficaram com 6. inclusive eu". 1979). e em geral nao desencadeiam uma experiencia de luto mais diflcil ou persistem e desencadeiamsentimentos que podem levar a depressao ou comp!icada. Esta e uma obsessao com pensamentos sobre a pessoa que 3. Vazio no estomago. uma !ista das sentindo muito confuso. sentindo-se com respirac. Pensei Com portamentos que ele talvez pudesse ser urn motorista novato e nao conhecesse a cidade. faleceu. Urn pouco depois ele me perguntou novamente onde eu queria ir. Falta de energia.:6es ou possi­ Descrenw Este e frequentemente 0 primeiro pensamento que ocorre velmente algum outro tipo de fenomeno metafisico.6es constituem Ha muitos padr6es diferentes de pensamento que marcam a experiencia uma experiencia muito frequente nas pessoas de luto. conflitiva. de Boston. Disseaomotorista ondequeria ir. Confusao. elas tern normais de tristeza e/ou ansiedade. dificuldade para se concentrar ou esquecem as coisas. Estes frequentemente incluem pensamentos obsessivos sobre como 4. Ele me aconselhamento do luto: contou que seu filho havia sido morto na semana anterior num acidente de transito. Aaron Beck e seus colegas da que aconteceu. em especial se a morte foi subita. Estes podem variar desde disrurbios do sonG e do apetite.:ao toma a forma de 5.o. Urn pouco Ha muitos comportamentos especificos com frequencia associados a depois ele perguntou novamente e desculpou-se dizendo que estava se reac. 9. mas tern urn papel significativo no processo de luto. Sensartio da presenw Esta e a contrapartida cognitiva da experiencia de Muitas vezes essas sensac.:6es tanto do tipo visual quanto auditiva estao incluidas nesta lista de condutas normais porque as alucinac. Isso aconteceu muitas outras vezes e finalmente sensac. 2. Aperto no peito.:ao muito 8. Isso pode ser especialmente verdadeiro no periodo logo ap6s a morte. Os seguintes comportamen­ . depois de saber de uma morte. Animais enlutados apresentam disturbios do apeti­ caiu e nada que Esther fizesse no sonho poderia salva-la. Embora os sonho foi um turning point significativo na terapia porque lhe permitiu ver que disrurbios do apetite possam. isto pode levar a uma rea~ao de luto complicada. Com frequencia side evitada. Isso pode parecer obvio e adequado para 0 lei tor. evitar locais e coisas que desencadeiem sentimentos dolorosos de luto. Emuito comum sonhar com a pessoa que tancias no momenta de sua morte e ficava pensando em como ela poderia ter faleceu. WILLIAM WORDEN TERAPIA DO LUTO 43 tos sao seguidamente relatados depois de uma perda e em geral desaparecem apos a morte da mae ela negou a todos os convites porque pareciam muito por si so com 0 tempo. incluindo 0 medo de sonhar. Embora ela tivesse visitado sua mae medos. mais frequente. dissonantes com a maneira como ela estava se sentindo na fase inicial de seu luto. tendendo a esquecer as coisas.ao a curto prazo. Depois de seis semanas 0 disturbio come~ou a diminuir e Por exemplo. 0 cemiterio ou objetos que lembrem a recente podem se perceber agindo de forma distraida ou fazendo coisas que pesso a amada perdida. embora utilizassemos as tecnicas de teste a confortava. como dar algum indicio diagnos­ manhas apos manhas e logo causou problemas porque ele nao conseguia tico sobre em que momento a pessoa esta no todo do seu processo de luto. extemo. este e urn comportamento que associadas a pessoa que faleceu . Os disturbios do sono podem. Elas Comportamento "aereo". Uma mulher de meia-idade veio para aconselhamento podem prejudica-Ias. que sao muito comuns em situa~6es de luto de seres humanos. Esta Conversei com uma jovem mulher logo depois da morte de sua mae. Evitando coisas que lembrem a pessoa que Jaleceu. 0 requerem interven~ao medica. a medida que ela se dirigia eventualmente se resolveu por si. Esta sono persiste. Os disturbios do sono algumas vezes que ria evita-Ios. Mudan~as significativas no peso podem resultarde altera~6es nos padrces alimentares. Depois que seu marido morreu. mas ela via seu Disturbios do sana. As pessoas com luto evitam os locais onde a pessoa morreu. Esta nao e uma situa~ao incomum. Era impossivel. por si s6. . Algumas pessoas iraQ . por transporte publico. simbolizar muitos associada a uma consideravel ansiedade. por vezes. para 0 termino do luto. tanto sonhos bons quanto estressantes ou pesadelos. gostava de ir a festas. E comum as pessoas que estao numa fase inicial da isolamento como anormal. 6es diferentes ela dirigiu seu carro atravessando a cidade e. Por muitos meses rela<. Algumas pessoas se afastam de amigos sentidos perda apresentarem disturbios do sono. sonhou com sua mae. sozinha levando seu cachorro para sua cama. passou a acordar diari­ amente as 5 horas com intensa tristeza e repassava repetidamente as circuns­ Sonhos com a pessoa queJaleceu. If afastamento" do corpo. Isolam ento social. ela se tomou capaz de tirar para fora as coisas com as quais queria conviver. Esther sofreu desapareceu. quanto de comermuito pouco. Quantas vezes voce tem que dizer: "Me desculpa?". Novamente. se manifestarem term os tanto de comer nada que ela pudesse ter feito evitaria que sua mae morresse. E comum em pessoas que passaram por uma perda Quando a pessoa enlutada rapidamente se livra de todas as coisas quererem se afastar das pessoas. mas no luto normal eles geralmente se resol­ isolamento social tambem pode incluir uma perda de interesse no mundo vem por si mesmos. Esta em geral nao e uma conduta saudavel e freqiientemente eindicativa de uma mulher era solteira e muito socia vel. havia esquecido de que ela havia dirigido e retomou para casa fotografias de seu marido no closet com outras coisas que a lembravam dele. Enquanto estava em terapia ela dormir sozinha . "Meus amigos insistiam tanto que eu conciliar 0 sono ou despertar precoce.ao as circunstancias em que ocorreu a sua morte. Isto aconteceu estes sonhos servem a urn serie de objetivos. Uma paciente estava preocupada porque em tres ocasi­ de lu to quando seu marido morreu depois de uma serie de a taques coronarianos. e ela continuou a fazer isso por quase urn ana ate conseguir de realidade na terapia. se 0 disturbio do de intensa culpa em rela<. uma mulher resolveu 0 medo d e estar a mae faleceu. esta ultima e descrita de forma importante permitiu que ela se livrasse da cu Ipa que havia carregado por anos. Este insight excessivamente. 0 som da respira~ao do cachorro Esther encheu-se de remorso e. Nesse sonho ela via a si mesma tentando ajudar sua mae a caminhar por um caminho escorregadio para que nao caisse. Por umperiodo de tempo ela colocou todas as seu trabalho. a culpa ainda persistia. 0 qual deve ser culpa manifestava-se por baixa auto-estima e reciimina~ao pessoal e estava investigado. pode indicar um disturbio depressiv~ mais serio. Isso ocorreu depois de uma importante perda e Esta era obviamente uma solw. Depois que Bill perdeu sua esposa subitamente. Este te. por muitos anos depois da morte de sua mae. como nao ler jomais ou ver televisao. depois de terminar deixando-a com duas crian~as. Esther havia sardo para tomar cafe e comer um pouco quando acordar. inclusive 0 que ele poderia ter feito de diferente. trabalhar direito.ate mesmo ao ponto de ter urn rapido dura pouco tempo e se resolve por si. e. Mas sua mae DisUirbios do apetite. Estes podem incluir dificuldade em como excessivamente cuidadosos. Entretanto.ao bastante ambivalente com a pessoa falecida. de estar na cama sozinho ou de nao todos os dias.42 J. Entretanto. de depressao. Vma jovem mulher. cias associadas a perda. pode-se encontrar os sintomas classicos de disrurbio do sono.ao (Frey. numa rea<. esta culpa e em Jara casa.as entre luto e depressao. 0 fato e que a filha 56 se sentia confortavel sobre 0 comportamento de procura. Ese as pessoas que perderam alguem sentem culpa. se 0 fazem. pode ser Finalmente. como das higrimas causado pelo estresse emocional e diferente do das lagrimas chamava. 1987). se existe algum. que faleceu.ao da irritac. passou a sentir nome da pessoa amada com urn comentario associado: "Larry. Bowlby e Parkes escreveram muito exemplo de alguem economico. dores acreditam que as lagrimas removem substancias t6xicas e ajudam a Freud. um destacado pesquisador efeitos deleterios. mae.:ao de feito por conduta nao-verbal. pode ser urn indicativo de urn luto mais complicado (Demi adolescentes nao aguentava ficar em casa. Eles fazem a hip6tese de que 0 conteudo quimico chamar atenc. ou "melancolia". Ela vestiu comportamento de procura.:ao de luto nao esquecer de seu rosto". Ou seja. considerado como normal. volte para mimi". Gerald Klerman. Larry. Entretanto. e 0 oposto do comportamento que evita lembran~as da pessoa perdida. 1985) . da supressao do choro.ao sobre 0 fato de 0 choro ter urn valor depressao. acredita que "muitas depressoes sao precipitadas par perdas. Muitas das condutas do luto normal podem parecer manifestac. tanto imediatamente ap6s a perda ou mais tarde quando 0 paciente lembra da Visitando lugares ou carregando objetos que lembram a pessoa quejaleceu. uma 56 pessoa nao ira apresentar todos Col egas do Hospital Geral de Massachusetts testa ram a respirac. pela emoc. em seu artigo "Luto e Melancolia". Outra viuva talvez fica sse em sua casa durante 0 dia por estar muito ocupada.ao num esses comportamentos. Quando isso nao e feito verbalmente. Para esclarecer este assunto. se estas experiencias persistem por mais tempo no morte de seus maridos. disse-me uma viuva.foi e pelo fato de terem sofrido uma perda ou. produzidas pelo cerebro. Ele tentou restabelecer a homeostase. Com a evolu<.AO mas a noite ela sairia.ao do corpo. "Chamar por" esta relacionado a este se estivesse vestindo alguma coisa que havia sido de sua mae. "Por duas sem anas carreguei sua fotografia comigo por medo de disturbios do apetite e tristeza intensa. especialmente no caso de uma primeira perda Projeto de Estudo Omega de Harvard apresentaram hiperatividade depois da signiticativa. WlLUAM W ORDEN Procurando e chamando pcla pcssoa. abordou este tema .oes de CllOro. caridade. cada vez menos necessidade de vestir roupas que haviam pertencido 1l. Frequentemente uma pessoa pode chamar pelo essas roupas por muitos meses.oes entre luto e depressao sao: na depressao assim Subjacente a este comportamento esta 0 medo de esquecer de coisas da pessoa como no luto. Ja houve muita especula C. observemos 0 debate sobre as simila­ curativo. e importante para os que aconselham pequeno grupo de pacientes enlutados e descobriram que seus niveis d e·· pesso as de luto compreender a vasta gama de comportamentos considerados oxigenio e di6xido de carbono eram similares aqueles encontrados em pacien­ como luto normal de forma que nao considerem patol6gico 0 que pode ser tes deprimidos (Jallinek et 01. Everdade que 0 luto se parece muito com a depressao e pode resultar elas fazem isso ainda e um a dUvida. Larry. as pessoas que perderam alguem nao se desvalorizam Objetos preciosos que pertenciam il pessoa perdida. A mulher menCionada cujo marido a deixou com dois processo de luto. 1981). 0 suspir~ e urn comportamento frequentemente observado nas detalhada e para mostrar a grande variedade de comportamentos e experien­ pessoas enlutadas. Este perda"(Klerman. e alguns pesquisa­ ridades e diferenc. E urn correia to pr6ximo da sensac. ocorre a perda da auto-estima comumente encontrada na maioria das depres­ soes clinicas.ao.ao de seu luto.ao fisica de falta de ar. mas como 1917). Por favor. substancias quimicas que agem sobre 0 tico _ ou seja. por um breve periodo lOcloset de sua mae logo depois da morte dela e levou muitas de suas roupas de tempo. As lagrimas aliviam 0 estresse emocional. Pesquisas futuras sao necessarias sobre os num quadro tipico de depressao. LUTO E DEPRESS. impulsos de raiva direcionados a pessoa "amada" de forma humor. 1980). exceto pelo fato de ter um padrao caracteris­ para ver que tipo de catecolaminas. A razao de assinalar essas caracteristicas do luto normal de forma Su spiros. os conselheiros tambem poderao reassegurar as pessoas que apresentam tais comportamentos e os Hipcmtividade. 0 estresse causa desequilfbrio quimico no corpo. Obviamente. Entretanto. era uma forma patol6gica de luto e se manifestava de forma secretadas como uma func. . toda a cidade tentando encontrar alguma coisa que aJiviasse sua inquietac. estao presentes nas lagrimas produzidas ambivalente eram direcionados para dentro do pr6prio individuo (Freud. ela deu a maioria das roup as de sua mae para uma institui<.ao para 0 fato de que a depressao. Ela pegava seu carro e dirigia por & Miles. Estao sendo feitos testes semelhante ao luto (luto normal). TERAPlA DO Lmo 45 44 J. Uma serie de viuvas do Estudo sobre Luto de Harvard e do consideram urn disturbio. As principais distinc. Tendo esta compreensao. Embora elas vestisse 0 mesmo tamanho e is so pudesse ser um . Em qualquer relac. 0 luto de urn avO que morre de causa natural idea<. A forc.a da ligaC. Ambivalencia na rela<. Para come<.ao m6rbida com perda. sugere: ampla gama de comportamentos. embora possa busca r ajuda profi ssional para algum a uma perda. voce vera uma Estatfstica do DSM-III-R. Jacobs e seus colegas de Yale estiveram interessados em depressao no mas saber alguma coisa sobre a natureza da ligac. Para alguns.. sabendo da perda. existem algumas pessoas enlutadas que 1. parecem ser condi<. especialmente aquelas quepersistem ao a.S01). amente ou nao respondia a interven<. Isso incluiria saber contexto de luto e disseram: "Embora a maioria das depressoes por luto seja alguma coisa sobre: transit6ria e nao necessite de atendimento profissional. Ele utilizou medica<. enquanto na depressao a pessoa se sente pobre e vazia .ao prolongada. de luto mais dificil. Basicamente.oes interpessoais. .oes realmente diferentes . de que voce necessitaria ? Embora a experiencia de luto esteja alivio de sintomas. alguns casos 0 luto continua por urn perfodo breve de tempo. uma preoc upa.a da liga<. Estas eram via de regra b. e possivelmente 0 uso de medica<. A reac. prejuizo funcional m6rbido ou retardo psicomotor. Nao s6 voce precisa saber quem era a pessoa. 1983). sua necessidade de seguranc.oes normais de Juto.ao de amor. Esta resposta sugere uma sentindo-se bern em relac. Entretanto. relacionada com 0 nivel de desenvolvimento e assuntos conflitantes do Embora 0 luto e a depressao compartilhem padroes objetivos e subjeti­ individuo envolvido. Se de um conjuge pode ter um luto diferente da perda de urn dos pais. eu consideraria isso como luto exagerado (veja Capitulo 4). um epis6dio depressiv~ maior ocorre durante 0 luto. p. Uma se<. enquanto para sentimentos d e depressao e sintomas associados como pouco apetite. determinada peJa intensidade do amor.ao. bem como melhora no humor e na cogni<. Freud acreditava seis seguintes categorias. DSM-IIl-R. desvalia . isso ira preyer uma reac. Neste caso. sao Clinicamente significativas" (Jacobs. ins6nia.a o m6rbida com a desvaJia. No Estuda sabre Luto de Harvard havia muito interesse em identificar os parametros significativos ou determinantes do luto (Parkes . Entretanto. Se voce devesse ten tar preyer como uma pesso a responderia depressao como normais.ao.ao dimensao biol6gica para a depressao. Equase axiomatico que a intensidade do luto e longo do primeiro ano de luto.ao a si pr6pria. por exemplo.a e Uma das fun<. coisa sobre a pessoa que faleceu. Em geral os sentimentos positivos excedem em quantidade os sentimentos ne­ .:iio normal a tal perda com maiores. Ele encontrou uma melhora em disturbios do sonoou do apetite pessoa que faleceu para manter sua auto-estima. 0 quiionecessaria era a pessoa que faleceu pessoas que tinham uma hist6ria de depressao ou algum outro transtomo de para 0 bem-estar do enlutado? Se a pessoa de luto precisava da saude mental. Para alguns. da Associa<.as individuais (. 1987. que no luto 0 mundo parece pobre e vazio.ao pr6xima existe estaria indicado. voce tern de saber alguma Diagn6stico e Estatistica da AP A diz: "A pn2ocupa<. enquanto para outros e uma experiencia retardada.ao.ao suicida. existe uma opiniao crescente de que algumas depressoes. se voce quiser desenvolvem epis6dios de depressiio maior ap6s uma p erda . os determinantes mais importantes parecem estar nas vos similares. 0 Manual de preyer como uma pessoa ira reagir a uma perda. mas tambem coexistem sentimentos negativos. ou dura­ sera diferente daquele de urn irmao que morre num acidente de carro.ao da terceira edi<. Tais pacientes devem receber uma ajuda adicional. Para muitos. 223).ao. a pessoa e amada.ao. 361] outros parece ser eterno .oes antidepressivas c.oes do conselheiro que tem contato com as pessoas durante estima sao preenchidas pelo conjuge e depois que este morre as o perfodo de luto agudoe avaliarquepacientes devem estarpassandoporuma necessidades permanecem as mesmas. como chimento. A natureza da ligafiio .ao de luto ira p.ar com 0 mais 6bvio.ao Americana de Psiquiatria.ao revisada do Manual de Diagnostico e Se voce avaliar urn grande numero de pessoas de luto. sugerem Juto complicado por depressao maior"(p. Em prejuizo funcional prolongado e importante reta rdo psicomotor sao incomuns. 1987. enquanto em [APA. Quem era a pessoa . ha diferenc. mas falta a fonte de preen­ depressao maior. WILLIAM WORDEN TERAPlA DO LUTO 47 geral associada a algum aspecto especffico da perda mais do que um sentimen­ DETERMINANTES DO LUTO to geral e total de culpa. 0 luto inicia no momento em que ficam de peso. A seguranc. e embora estes comportamentos possam refletir aqueles da lista de reac..ao medica . a pessoa enlutada'via deregra considera seus sentimentos de & Weiss. 0 luto e uma experiencia muito intensa. 46 J. perda outros e mais moderada. avalia<.) uma sindrome depressiva completa euma rea<. sempre um certo grau de ambivalencia. A perda <.ao antidepressiva para tratarmuitos pacientes r:uja frequentementeaumentarem severidadeproporcional aintensida­ depressiio persistia por um tempo durante 0 luto e nao se resolvia espontane­ de da relac. 2. se !ida bern com das segundo as categorias NASH: natural. 0 shivah e alguem poi: morte subita. Levantamos a hip6tese de que as pessoas com urn grande numero de ~. Os irlandeses. Muita pesquisa e necessaria sobre isto. numa rela~ao altamen­ ocorreram nos seis meses e/ou urn ana anteriores a morte (Holmes & Rahe. tem urn luto ou era inesperada. Algumas vezes as circunstancias melhores circuDstancias. provavelmente porque uma mera lista de d . importante . tanto de dentro quanto voce precisa verse essa pessoa teve perdas anteriores e como foi 0 luto nocaso. e sobremaneira importante para pessoas com hist6ria 'de doen~a depressiva.subculturas etnicas e religiosas sao apenas duas delas.. 6. Isso estresse do luto (Blazer. Capitulo 6) de que pessoas que passam peJo luto por uma mOrte por suicidio atravessam perfodos unicos e muito dificeis de luto.1. . suicida e homicida. 1550 e seguido por outros rituais como ir ao templo da morte facilitam a expressao de raiva e culpa por parte dos enlutados.. . . mas tam bern e importante ser capaz de avaliar uma variavel cognitiva ao momenta da morte. Variciveis de personalidade. Na religiao judaica. masnocaso de uma rela~aoaltamente ambivalente na qual os sentimentos negahvos coexistem quase em igual propor~ao. Entretan­ expressa como "Eu fiz 0 suficiente 7 "junto a uma intensa raiva de ter :"": . Conflitos com a pessoa falecida tambem sao determinantes impor­ crises vitais e insuficiente. 1mportante de observar sao os conflitos oriundos de abuso fisico e / ou sexualprecoce (Kr1lPP. to. mudan~as anteriores ao luto iraQ ter mais dificuldades com seu luto. sido deixado 56. criado por Holmes Uma ultima dimensao que poderia ser mencionada como variavel social eo ganhosecundario quea pessoa enlutada pode apresentarno luto. possibilita que alguem liste os eventos modificadores de peso que rea~ao de luto sera mais diHcil. Isso se refere nao 56 a conflitos em rela~ao ram. Os catolicos tern seus proprios e particularmente verdadeiro no caso de mortes acidentais. 1s:.'~ ~ 48 J. geralmente 1967). Variciveis sociais. Elas nos fomecem fico onde a morte ocorreu -se perto ou longe. 1988. te ambivalente ha uma grande quantidade de culpa. Para preYer adequadamente como uma eles intensificarem sentimentos de desamparo (Bowlby. 1550 e especialmente verdadeiro para A morte de um pai por suicidio pode ter um luto diferente da morte aquelas pessoas classificadas com transtomo borderline ou narcisista de perso­ esperada de uma mae jovem deixando crian~aspequenas. Nao 56 e importante saber que crises vitais ocorre­ tantes da resposta de luto. precisa-se saber a19uma coisa sabre a vida socii:l!. TERAPIA DO LuTO 49 gativos. passam por um frequentemente observado .. e importante no processo de luto. Antecedentes hist6ricos. 1980). a e Rahe. Via de regra. 1988). As variaveis incluem sobre 0 luto da pessoa que ficou. periodo ruim ao lidar com . especialmente os jovens enlutados. por exemplo. Pennebaker-O Heeron. Tambem e de importancia morte acidental de uma crian~a enquanto ainda pequena pode ter urn luto a pessoa dependente e aquela com dificuldade de fazer rela~6es.. 0 "Esquema de Experiencias Recentes". o grau de apoio emocional ou social de outros. Bowling.urn periodo de sete dias quando a familia fica em periodo mais dificil nos pr6ximos um ou dois anos do que as pessoas que casa e os amigos e familiares vern ajuda-los para que passem seu luto sob as esperavam a perda (Parkes & Weiss. Muitos estudos mostra­ o luto foi adequadoou a pessoa trouxepara a nova perda a irresolu~ao de lutos ram que 0 apoio social alivia os efeitos adversos do estresse. A esta historia . cias nas quais a pessoa enlutada matou a outra em urn acidente ou homiddio. Em circunstan­ . 1980). Tradicionalmente as mortes foram cataloga­ a idade e 0 sexo da pessoa. 0 quanto a participa~ao em rituais afeta a culpa obviamente sera 0 fator-chave ao Jidar com a perda. 5.como suas pessoas veem as crises vitais pelas quais passaram. urn born ajustamento no luto ainda nao e sabido. 1984. Forma da morte. assim como os protestantes. A pessoa . etnica e religiosa da pessoa enlutada. 1987). Pessoas diferente da morte natural de uma pessoa mais velha tida como tendo falecido diagnosticadas com algum transtomo de personalidade podem passar por um numa epoca mais adequada . A forma como a pessoa morreu ira dizer alguma coisa ender a resposta de urn individuo ao luto (Bowlby. "'. Para preyer como alguem ira reagir no luto. 1982. Ha evidencias (veja nalidade (veja APA. WILLIAM WORDEN :. 1986). 0 quanto inibe seus sentimentos. maioria dos estudos acredita que aqueles que tern um luto pior tern urn apoio Uma area que nosso grupo de pesquisa explora e ados fatos que social inadequado ou conflituado. Levav et ai.a perda. Muitos estudos sugerem que aquelaspessoas que perdem diferente dos italianos e dos velhos yankees. Todos n6s pertencemos a varias subculturassociais Outras dimens6es associadas a forma da morte incluem 0 local geogra­ . mesmo no caso de rituais. modificam a vida. acidental. Mesmo pessoas com animais de estima~ao apresentaram porque frequentemente elas terao mais dificuldade no luto que aqueles sem menos sintomas que aquelas com animais companheiros (Akiyama. de fora da familia. pessoa ira reagir no luto. Bowlby tern uma forte argwnenta~ao quando considera a estrutttra de uma personalidade de luto ao tentarcompre­ 3.e se havia aJgum aviso anterior guias e rituais de comportamento.o e colocar a pedra do rumulo urn ana depois. 1983). 4. 1986). mas tambem a uma hist6ria de conflitos. isso nao parece ser evidente. A a ansiedade e como !ida com situa~6es estressantes. incluindo 0 previos? A hist6ria da saude mental previa da pessoa e importante aqui. 0 luto prolongado Bowlby. ajuda a nao considerar a perda por um breve periodo de tempo .:a. e embora isso possa pareeer uma sobrecarga para a dem aos estagios da morte de Elisabeth Kubler-Ross. Em outras palavras. esquema de fases. a fase de desorganizar. e adequado observa-lo em termos de estagios. Urn exemplo deste literalismo e a forma como as pessoas respon­ preeisam ser executadas. enquanto tuto (grief) intervenr.ou a pode ter um efeito oposto e alienar a rede social. Alem disso. Estresses concorrentes.a a levar a vida. alguma coisa pela qual 0 enlutado deve passar. enquanto a abordagem detarefas processo. Parkes define quatro fases do processo de luto (Parkes. 0 luto e uma abordagem dos estagios e 0 fato de as pessoas nao passarem por estagios em coisa que leva tempo. e isso teria um efeito sobre a extensao do luto. a fase de conduta reorganizada. Neste livro estou empregando a expressao proeesso de luto (mourning) esta abordagem implica no fato de que 0 luto pode ser influeneiado pel a para explicar 0 processo que ocorre depois de uma perda. Fases Uma aborda gem altemativa dos estagios eo conceito de fases utilizado por Parkes. Depois. Este torpor. WILLIAM WORDEN TERAPIA DO LUTO 51 enlutada pode ter uma serie de van tagens na sua rede social em fun r. A raiva tern um papel imp ortante nesta fase (Parkes. permaneee serie. in clu in do serio reves economico. No Estudo sobre 0 Luto de Crian~s. de fato. Como com os estagios. Este pode ser um passa ram a esperar que pessoas que estivessem morrendo literalmente pas­ poderoso antidoto para os sentimentos de desamparo que tem a maioria das sassem pel os estagios que ela listou numa ordem clara.:ao e desespero. a pessoa enlutada encontra dificuldade em funcionar no ambiente.:ao de que 0 luto eria tarefas que literalmente. com a ajuda de um conselheiro. Sanders e outros. Depois de seu primeiro pess oa no auge do luto agudo. Finalmente. 1980). Na terceira fase. e. ideia de fases e diz que a pessoa enlutada deve passar por uma serie de fases antes do luto ter sido totalmente terminado. cujo trabalho e interesse foi sobreposto pelo de Parkes. a pessoa enlutada ve 0 coneeito de se refe re a experiencia pessoaI da perda. a frase "0 tempo cura" citada muitas vezes. pelo menDs uma outra pessoa listou 12. 50 J. mas ha aqueles indivfduos e familias que passam por altos graus de ruptura depois da morte.:as na vida depois da morte de seu conjuge tambem tinham Embora eunao tenha nenhuma disputa com Bowlby e Parkes e seu os mais altos graus de depressao ate tres meses d~pois cia morte da crianr. ha uma tendencia dos navatos de considerar os estagios verdadeira.:as e crises concomitantes que ocorrem depois da morte. Sabre a Marte e 0 Maner (On Death and Dying . pessoas enlutada. muitas pessoas esperanr. pode oferecer livro. na qual ele eu ela deseja que a pessoa perdida retome e tende a negar a permanencia da perda. refor<. estao muito mais de Estagios acordo com 0 conceito de Freud de trabalho de luto e implieam no fato de a pessoa enlutada necessitar agir e poder fazer alguma eoisa. sao inevitaveis. a pessoa passa pela segunda fase. que e sentido pel a maioria das pessoas que fieam.1969). Considerando-se que a luto e um fases como algo que deve ser atravessado.:ao externa. acho que 0 conceito de "tarefas do luto" que apresento neste livr~ e valido como uma compreensao do processo de luto e muito mais util PROCESSO DE LUTO para 0 clinico. os pais enlutados que viveram 0 maior Tarefas numero de mudanr. muitas da ao enlutado algum sentido de alavanca e esperanr.s. As fases implicam uma certa passividade. ha 7. Bowlby. ela eonsegue .:6es entre as varias fases e elas ocorrem raramentede forma distinta r. 1970). 1970). De igual modo.:a de que algo pode ser feito e que ha um ponto final. Tambem e verdadeira a no r. Algumas mudanr. a "fase de anseio". de Boston. Uma das dificuldades de utilizar a Exis te uma validade 6bvia para essas duas abordagens.:as (Bowlby. por outr~ lado. Outros fatores que afetam 0 luto sao as mudan­ sobreposir.:ao do luto entrar na fase IV. Entretanto. As Tarefas.:a de que haja algo que ela pessoas que escrevem sobre luto listaram nove estagios do processo de luto e possa efetivamente fazer. e come<. A fase Ie 0 periodo de torpor queocorre proximo aepoca da perda. American journal ofPsyclliatry. (1969). Demi. and depression (vol III). & Krupp. Life-ThrentCl7ing Behavior. Journnl of the Americnn Academy of Psychoanalysis. New York: Macmillan. E. loss. Not-so-idle-tears. A Delphi study . Pannebaker. A. 142. Jellinek. 115. (1984). 19. Parkes. (1983). 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