Teorização Do Serviço Social - Documentos de Araxa, Teresopolis e Sumaré
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lllllllillllllllllllllllll(lonhcgu ;i mais completa C( >LEÇAO DE SERVIÇO SOCIAL Grupos em Serviço Social — Margaret E. Hartford História do Serviço Social — Balbina O. Vieira rsi Metodologia do Serviço Social — Balbina O. Vieira Um Modelo Genérico para o Serviço Social — Maria da Glória Nin Ferreira Modelos de Supervisão em Serviço Social — Balbina O Vieira. Noções Básicas do Serviço Social — Elizabeth Nicholds Organização da Comunidade e Planejamento — Arthur Hillman Reformulação do Serviço Social — Alfred Khan CO Serviço Social Clínico — Transferência e Contratransferência — Verli Eyer de Araújo Serviço Social Clínico — Um Modelo de Prática — Helen Northen Serviço Social — Precursores e Pioneiros — Balbina O Vieira Serviço Social — Processos e Técnicas — Balbina O. Vieira CO Serviço Social e a Revalorização de Grupos — Ruth Wilkes Serviço Social — Visão Internacional — Balbina O. Vieira Teoria e Prática do Serviço Social de Casos — Gordon Hamilton Teorias de Serviço Social de Grupo — Robert W. Roberts e Helen Northen O Voluntário a Serviço da Sociedade — John Huenefeld LIVRARIA AGIR EDITORA Rua Bráulio Comes, 125 (ao lado da Bib. Mun ) — Telefone: 25*-4470 Caixa Postal 6040, São Paulo, SP, CEP01051 Rua México, 98-B — Telefone: 240-1978 Caixa Postal 3291, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20001 Rua Espírito Santo, 845, Loja 16 - Telefone: 222-3038 Caixa Postal 733, Belo Horizonte, MC, CEP 30000 Atendemos pelo Serviço de Reembolso Postal ISBN 85-220-0169-3 00 36.01 C397t 2.ed. CO ARAXA TEF^ESÕPOLIS SUMARÉ JPBC MON 06665/99 AGIR - CBCISS Copyright © do Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS) Direitos para edição em língua portuguesa reservados a ARTES GRÁFICAS INDÚSTRIAS REUNIDAS S.A. (AGIR) Capa de HELENA GEBARA DE MACEDO CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais - CBCISS. C389t Teorização do serviço social / Centro Brasileiro de Cooperação 2. ed. e Intercâmbio de Serviços Sociais. — 2. ed. — Rio de Janeiro: Agir, 1986. Conteúdo: Documento de Araxá, 1967: teorização do serviço social. — Documento de Teresópolis, 1970: metodologia do serviço social. — Documento do Sumaré, 1978: cientificidade do serviço social. Bibliografia. ISBN 85-220-0169-3 1. Serviço social — Teoria. I. Título. 86-0604 CDD - 361.001 CDU - 36.01 LIVRARIA AGIR EDITORA Rua Bráulio Comes, 125 (ao lado da Bib. Mun.) — Telefone: 259-4470 Caixa Postal 6040, São Paulo, SP, CEP01051 Rua México, 98-B - Telefone: 240-1978 Caixa Postal 3291, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20001 Rua Espírito Santo, 845, Loja 16 - Telefone: 222-3038 Caixa Postal 733, Belo Horizonte, MC, CEP 30000 Atendemos pelo Serviço de Reembolso Postal SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 7 DOCUMENTO DE ARAXA 11 Introdução 19 Capítulo I 23 Capítulo I I 29 Capítulo I I I 41 Nota Final 44 Relação dos Documentos Preparatórios 46? DOCUMENTO DE TERESÓPOLIS 47 Introdução 53 Relatório do Grupo A 57 Relatório do Grupo B 73 Relação dos Documentos Preparatórios 97 DOCUMENTO DO SUMARÉ 101 Introdução 1071 — O Serviço Social e a Cientificidade 113 2 — O Serviço Social e a Fenomenologia 171 3 — O Serviço Social e a Dialética 207 < £ £ *c tá 5 § ca APRESENTAÇÃO Os Documentos de Araxá, Teresdpolis e Sumaré constituem "marcos históricos" do Serviço Social. São produto dos estudos de profissionais competentes reunidos em Seminários promovidos pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS). /Espelham a situação do Serviço Social em dado momento de sua história, e são o resultado de seu desenvolvimento científico, embora influenciado por acontecimentos sociais e políticos. De fato, desde o início, o Serviço Social preocupou-se com determinadas questões que põem em jogo. sua própria existência ou sobrevivência./ E m vista dos numerosos estudos feitos a partir desses três documentos, esgotou-se a última das edições de cada u m deles. O CBCISS, depois de consultar vários profissionais, resolveu reuni-los num só volume, em nova edição, permitindo, assim, facilidade de manuseio para estudos e consultas. / No Brasil, quando, na década dos anos 30, a Igreja desejava formar agentes para a Ação Social, surgiu u m "modelo franco-belga", de tendência assistencialista, e, mais tarde, o "modelo americano", o "modelo clínico", apoiado em teorias psicodinâmicas. Esses modelos não respondiam ao que a Igreja desejava, m a s encontravam aplicação em numerosas obras sociais então existentes, o que tornou a prática da caridade menos empírica e mais racional. Ora, as mudanças que se efetuaram no Brasil nos anos de pós-guerra — o desenvolvimento económico e político e o progresso das ciências sociais — criaram novas situações problemáticas em todos os setores da sociedade. a fim de esclarecer os conceitos aceitos. em 1978. em 1966. por práticas sociais que. nos últimos quinze anos. 741 e 958 assistentes sociais de todos os Estados do Brasil na discussão e avaliação dos assuntos tratados nos Seminários. Nisso. Aos Seminários de Araxá e Teresópolis seguiram-se encontros regionais. sobre "Teorização do Serviço Social". Ao Seminário do Sumaré não houve encontros subsequentes. e foi traduzido para o inglês e o espanhol. Todos estes trabalhos têm o seu valor. O Documento de Teresópolis foi traduzido para o espanhol. e. no caminho da/cientificidade/ CBCISS Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais. no Centro de Estudos da Arquidiocese do Rio de Janeiro. no Sumaré. sobre "Metodologia do Serviço Social" e. numa percepção maior da realidade. e ingressar. Social 9 e dissertações de mestrado analisaram ou interpretaram as posições e ideias. segundo a opinião de profissionais consultados. o presente volume não apresenta a íntegra dos já editados anteriormente. Agora. realizaram-se. mas sobretudo na América Latina. situava-se no campo da abstração e da teoria. os estudos e até a história do Serviço Social a partir dos referidos Documentos. poderiam ser dispensados. ao refletir sobre a sua/prática^ resolveu examinar as bases. em Teresópolis. em 1970. é u m a pedra a construir a estrada percorrida. inspirados por ideologias diversas. que envolveram. tinham u m significado ou uma razão de ser.8 CBCISS Apesar de absorvidos por intensa atividade voltada para o reconhecimento da profissão e do ensino de Serviço Social. as novas gerações poderão compreender/o que eles representavam na época para o Serviço Social/Constituem o momento em que a profissão. acrescentando descobertas ao que já se sabe: é a ciência "constituinte". sobre "Cientificidade do Serviço Social". pouco contribuíam para a realização dos objetivos desejados. assim. para a melhoria da qualidade de vida.^ Este fenómeno quase universal manifestou-se. que se localizavam principalmente nas universidades. os valores de base e os conhecimentos necessários para u m a prática eficiente. do Serviço Social. embora revelassem grande dedicação. ao se defrontarem com os Documentos de Araxá. Teresópolis e Sumaré. na época. O Documento de Araxá — o primeiro a ser publicado — teve grande repercussão. Foi nessa ocasião que. Foram retirados os anexos que. Os Documentos receberam elogios e sofreram críticas. Estado do Rio de Janeiro. não apenas no Brasil mas também no estrangeiro. na Inglaterra e nos Estados Unidos. Ê este o caminho que o Serviço Social percorre: cada trabalho redigido. o CBCISS propôs u m estudo sério. pois sabemos que não há ciência "constituída". o que não deixa de ser positivo. na cidade mineira de Araxá. Muitos artigos de revistas Teorização do Serv. cada experiência. . cada pesquisa realizada. / Contestadores mais entusiastas. mas toda ciência se elabora aos poucos. não faziam outra coisa senão levar para o Serviço Social os questionamentos de outras disciplinas sociais. os assistentes sociais não podiam deixar de constatar as dificuldades criadas. respectivamente. políticas e económicas. mas que na reedição atual. em relação ao Serviço Social. Dentro dessa perspectiva. e tão profundo quanto possível. três Seminários: em 1967. no início. Assim sendo. levantaram a bandeira da "reconceituação" no início dos anos 60. Chamuzeau Maria Amélia da Cruz Leite — Relatora do Grupo 1 Maria da Glória Lisboa de Nin Ferreira — Relatora do Grupo 2 Maria Lúcia Carvalho da Silva — Relatora do Grupo 3 Edith Magalhães Motta — Relatora do Grupo 4 Modesta Manoela Lopes — Relatora de Plenário Ana Adelina Lins — Relatora Graziela Brenner — Relatora Ivany Lopes Rodrigues — Relatora Maria de Lourdes Malta Saliba — Relatora Neide Lobato Soares Santos — Relatora SECRETARIA EXECUTIVA Maria Augusta de Luna Albano — Secretária Executiva .COMISSÃO ORGANIZADORA DO SEMINARIO PRESIDENTE Helena Iracy Junqueira COORDENADORES DE GRUPO Grupo 1 — Balbina Ottoni Vieira Grupo 2 — Ana Adelina Lins Grupo 3 — Neide Lobato Soares Santos Grupo 4 — Marta Teresinha Godinho COMISSÃO DE REDAÇÂO Coordenadora Geral: Jocelyne L. Maria Aparecida Guimarães Maria Augusta de Luna Albano Maria da Conceição Machado Maria da Glória Lisboa de Nin Ferreira Maria das Dores Machado Maria de Lourdes Malta Saliba Maria Julieta Costa Calazans Maria Lina de Castro Lima Maria Lúcia Carvalho da Silva Marília Bini Pereira Marta Campos Tauil Teorização do Serv. Chamuzeau José Lucena Dantas Leda Afonso Borges Leila Maria Coelho Velho Maria Amélia da Cruz Leite Ir.CBCISS Maria das Dores Machado — Secretária Executiva Adjunta HOSPITALIDADE 14 Leda Afonso Borges SECRETARIA ADMINISTRATIVA Nelson José Suzano — Coordenador Técnico Erothides Menezes Cavalcante — Secretária PARTICIPANTES Ana Adelina Lins Atila Barreto Balbina Ottoni Vieira Edeltrudes Guimarães Edith Magalhães Motta Edy Maciel Monteiro Francisco de Paula Ferreira Graziela Brenner Helena Iracy Junqueira Idália Tocantins Maués Inah Rangel Caropreso Ivany Lopes Rodrigues Jocelyne L. Social Martha Teresinha Godinho Mary Catherine Jennings Mirtes Haickel Fonseca Modesta Manoela Lopes Neide Lobato Soares Santos Nelson José Suzano Notuburga Rosa Reckziegel Rose Maria Kronland Yolanda Heloísa de Souza Vera Arantes Antunes . SUMARIO Introdução Capítulo I — Considerações sobre a natureza do Serviço Social Objetivos do Serviço Social Funções do Serviço Social Capítulo I I — Metodologia de ação do Serviço Social Adequação da metodologia às funções do Serviço Social Serviço Social de Caso Serviço Social de Grupo Desenvolvimento de Comunidade Integração do Serviço Social Utilização da administração em Serviço Social Capítulo III — Serviço Social e a realidade brasileira Nota final Relação dos Documentos preparatórios . /Um esforço de teorização do Serviço Social /fera imperativo inadiável. 4. Na sua evolução.INTRODUÇÃO 1. nesta fase d a sua evolução no Brasil. 2. portadores das mais variadas experiências pro- . papéis. desafiado pelas exigências do processo d e desenvolvimento. como prática institucionalizada. 3. representativo das várias regiões do país. No seu dinamismo intrínseco. /O Serviço Social. funções e metodologia de ação. O Comité Brasileiro da Conferência Internacional de Serviço Social (CBCISS) deliberou convocar u m grupo dt assistentes sociais. /o Serviço Social vem buscando integrar-se nessa realidade em mudança como um. entre outros. caracterizou-se pelo desempenho de papéis relacionados com (disfunções manifestadas n o nível d o indivíduo sob formas d e desajustamentos sociais e a o mesmo tempo identificadas ao nível das estruturas sociais./" Esta tentativa de integração do Serviço Social se processa através de revisões contínuas de seus objetivos. constituída por u m conjunto de conhecimentos e técnicas. instrumento eficaz para propiciar ao homem meios à plena realização de sua condição humana. vinculados aos diferentes campos e níveis d e ttuaçlo. o Serviço Social. pouco mais tarde na Europa. como disciplina de intervenção na realidade social. dos seus elementos de especificidade e de sua /adequação ao contexto econômicolOCial da realidade brasileira/ 6. começou a delinear-se em princípios deste século nos Estados Unidos. e na década dos trinta na América Latina e no Brasil. Esse esforço compreenderia a busca de análise e síntese dos seus componentes universais. I . com base em sua evolução histórica. constituída por representantes de todos os grupos. no entanto. Realizou-se. O CBCISS recebeu a cooperação da UNICEP. ao invés da dinâmica dos processos. para o futuro. cabendo a uma comissão. 8. Ressaltando como fundamental a integração do SerSocial no processo de desenvolvimento. resultante de estudos e reflexões. em perspectivas de mudança social. 11. sentiu-se maior interesse dos participantes em discutirem. atender a u m reclamo dos profissionais do Serviço De forma alguma. Submetidos ao plenário os dois esquemas de trabalho. Pelo irio. sua natureza e funções. 7. solicitando. 13. Social 21 os elementos constitutivos de cada um. / 10. foi o último aprovado por unanimidade. 12. em Minas Gerais. todos. Organizaram-se quatro grupos de nove ou onze membros cada um. assim. 6. o Capítulo III examina a adequação à brasileira do Serviço Social. chegaram à elaboração do presente documento. De início. pelo sistema de grupos de estudo e sessões plenárias. a redação final d o documento que o CBCISS ora apresenta. discutidos em plenário. de 19 a 26 de março de 1967. Levani. J Este documento. para solidariamente tentar responder àquele imperativo. Serviço Social de Caso. que autorizaram ou facilitaram a participação dos assistentes sociais no referido Seminário. 9. sendo os outros utilizados no momento dos debates sobre metodologia. finalmente. pensou o CBCISS em proceder aos estudos. tal como foi conto e visualizado em sua dinâmica operacional. do Governo do Estado de Minas Gerais e de organizações públicas e privadas. propõe uma sm técnica operacional em função do modelo bádo desenvolvimento. o mesmo roteiro sobre conceitos básicos e/estudar a metodologia sob u m prisma genérico. Desde a instalação dos trabalhos. confrontando-se as concepções atuais acerca dos processos básicos. confirmándose o vivo /interesse do grupo por u m estudo da teorização do Serviço Social/ Adotou-se o roteiro correspondente. pretende ser definitivo. a preparação antecipada de roteiros sobre os conceitos básicos d e Serviço Social. ao final. a problemática da maior rentabilidade na utilida sua instrumentalidade metodológica. Serviço Social de Grupo. na cidade de Araxá. u m encontro de 38 assistentes sociais que. com esta finalidade. ao mesmo tempo que procura Teorização do Serv. abrindo novos horizontes para presença atuante que venha a constituir-se em plena •ta ao desafio do momento presente. Segue-se o Capítulo II que estuda a metodologia do Serviço Social. O Capítulo I analisa os objetivos remotos e operacionais do Serviço Social. projetando-se. o CBCISS e o grupo de assistentes sociais que Ibscrevem consideram como seu principal mérito susdebates posteriores e estimular a realização de novas suisas e estudos. atribuindo a cinco grupos diferentes temas que seriam.20 CBCISS fissionais. Desenvolvimento de Comunidade e Administração de Programas. 1 originariamente incluído nas definições de Serviço Social. Quanto ao componente arte. verificam-se divergências. u m certo consenso em caracteriaar o Serviço Social no plano do conhecimento espeOUlativo-prático. Economia. Psicologia. para intervir na realidade social. Parece haver. os que asseveram que o Serviço Social é u m a déncia quando sintetiza as ciências psicossociais. 18. U . ficando. normativos e transmissíveis. também. porquanto influencia o comportamento humano e o meio. V JUStifica-se. ainda.Capitulo I CONSIDERAÇÕES SOBRE A NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL '17. em torno de u m objetivo comum. a questão em aberto. porém. uma definição satisfatória no quadro dos ! conhecimentos humanos. considerá-lo como uma técnica social. ' A evolução dos conceitos de Serviço Social e sua Sistematização como disciplina permitem afirmar a exisMaola de componentes essenciais e que podem ser siste- .fi d Serviço Social u m a ciência autónoma? Uma cortente o define como "Ciência Social Aplicada". . Outros defendem posições de independência para o Serviço Social. por se Utilizar dos conhecimentos da Sociologia. por este motivo. 19. A posição teórica do Serviço Social não alcançou. •( até* o momento. no quadro das ciências. Política e t c . 30. Há. enquanto se coloca ao nível da aplicação de conhecimentos próprios ou tomados de outras ciências. afirmando possuir u m sistema de conhecimentos científicos. Antropologia. SOS seus inter-relacionamentos. fornecendo subsídios para medidas de âmbito geral.24 CBCJSS matizados como instrumento de intervenção na realidade social. Do ÍO modo. Como prática institucionalizada. entretanto. Observa-se que a absorção dos profissionais do Serviço Social no plano prático prejudica. / 22. inserindo elementos que possam eliminá-los. Ao analisar-se a evolução do Serviço Social no Brasil. 25. nos diversos contextos históricoculturais. dificultaram a reflexão e a análise que poderiam orientar o Serviço Social e m u m a ação centrada de preferência nas estruturas sociais. o Serviço Social se caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares e sociais. verifica-se que o advento do Estado paternalista. sem constituírem pro- priamente uma comunidade. foi fator condicionante da montagem de u m sistema de instituições sociais que propunham solucionar os problemas através de programas assistenciais de caráter imediatista. Teorização do Sens. * Neite documento. O assunto é. 81. quando intervém em causas inseridas em sua esfe4 * operacional. isto é. p o r vezes. Reconhece-se. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais inadequadas. itivo e promocional são u m a peculiaridade do SerSocial.* Nesse sentido. e quando participa da correção de causas que transcendam a sua possibilidade de ação direta ou isolada. que os caracteres corretivo. Ojsaráter preventivo do Serviço Social se define como Um processo de intervenção que procura antepor-se às Consequências de u m determinado fenómeno. O Serviço Social. contribuiu para u m apelo ao Serviço Social termos de ação preventiva. coincidente com as origens do Serviço Social. específicos. A relação entre o desajuste e a prevenção sugere possibilidade de se considerar a atuação preventiva como UBia decorrência do caráter corretivo do Serviço Social. 49. os objetivos e o enfoque dos programas. na linha de simultaneidade e não opção. assumiu. nessa conjuntura. no entanto. Social 25 As razões principais dessa diretriz operacional do iço Social estão contidas nesse qu^drcjustóriçp. 80. o Serviço Social fltua aos níveis de micro e macroestrutura. o termo populações significa um conjunto de família! e de Individuai localizados numa determinada área. Sua teorização se processa a partir da "praxis". caráter j \ esse que também marcou as organizações particulares de assistência. respectivaj s t n t e . Apretam-se. 23. O caráter corretivo se define como intervenção na JBMiidade para fins de remoção de causas que impedem OU dificultam o desenvolvimento do indivíduo. Esse passado concorreu para a formação de u m a imagem e de u m a expectativa a respeito do Serviço Social como atividade de prestação de serviços assistenciais. a reflexão sobre as experiências realizadas e retarda as oportunidades de análise e desenvolvimento de u m quadro de referências que permita a definição de sua natureza. A premência dos problemas sociais e o imediatismo do Serviço Social. nesse período. o momento . também. fundamentaloaracteres corretivo e promocional. íôttunidade e populações. Nessa intervenção. u m a que comuns a outras ciências teórico-práticas. o Serviço Social apresentaria. grupo. que ica a ênfase do Serviço Social no passado. apreaentando cartai características comuns de vida. recaindo a ênfase em u m ou outro dos caracconforme sejam a realidade ambiental. o Serviço Social pesquisa e identifica os princípios inerentes à sua prática e sistematiza sua teoria. 26. não lhe sendo. . 24. Esse caráter ¿evidenciado quando se procura evitar as causas de desajuste. dificultando. o Serviço Social atua à base das inter-relações do binómio indivíduo-sociedade. a tarefa de contribuir para a organização técnica daquelas formas de atuação social. se constitui em elemento fundamental à elaboração da teoria desta disciplina. KtaseI. contínua ou não. oaso. então. de administração e prestação de serviços p r e t o s . Ressalte-se que a análise e crítica do "modus operandi" do Serviço Social. porquanto vivência se apresentou como u m a tentativa de opor antídoto a u m a linha meramente assistencialista. sua colocação no quadro geral das ciências técnicas. praticamente. seu conteúdo. e. Impõe-se esta reformulação do Serviço Social em novas linhas de teoria e de ação para melhor servir à pessoa humana e à sociedade. em sua evolução histórica. 33. c) criar condições para tornar efetiva a participação consciente de indivíduos. 34. a importância do processo de conscientização como ponto de partida para fundamentação ideológica do desenvolvimento global. distinção entre o objetivo remoto do Serviço Social e seus objetivos operacionais.26 CBCISS no entanto. enriquecendo. OBJETIVOS DO SERVIÇO SOCIAL 37. seja provocando as mudanças necessárias. aceitase. e rever seus elementos constitutivos. para o estabelecimento de formas de integração popular no desenvolvimento do País. 27 Teorização do Sero. A partir desse novo enfoque. aqui. o Serviço Social deverá romper o condicionamento de sua atuação ao uso exclusivo dos processos de Caso. sobretudo em países ou regiões subdesenvolvidos. como quadro de valores. 39. a Declaração Universal dos Direitos do Homem. preventivo e promocional são válidos desde que constituam resposta adequada aos contextos em que o profissional do Serviço Social é chamado a atuar. Destaca-se. os caracteres corretivo. consequentemente. 40. O Serviço Social. Na ausência de u m a teorização suficientemente formulada sobre a universalidade da "condição humana". O caráter promocional do Serviço Social acha-se consubstanciado na afirmação de que promover é capacitar. grupos. As exigências do processo de desenvolvimento mundial vêm impondo ao Serviço Social. Diante dessa colocação. b) colher elementos e elaborar dados referentes a problemas ou disfunções que estejam a exigir reformas das estruturas e sistemas sociais. pressupondo o atendimento dos valores universais e a harmonia entre estes e os valores culturais e individuais. entendidos estes como fins imediatos e intermediários. Estes papéis. Grupo e Comunidade. ainda controvertido. m a a desempenhar u m papel que conduza à modificação desse contexto. entretanto. cujos resultados venham consolidar o embasamento teórico do Serviço Social. aquele que leva à plena utilização dos recursos naturais e humanos. Esses valores funcionam como u m quadro de referência de bens tangíveis e intangíveis. a ação do Serviço Social insere-se no processo de desenvolvimento. estando a merecer indagações posteriores. à valorização e à melhoria de condições do ser humano. 35. famílias. não deve o agente do Serviço Social colocar-se numa perspectiva puramente estática de aceitação. a uma realização integral do homem. porém. a necessidade de investigações sistemáticas sobre a matéria. deve orientar-se no sentido de levar as populações a tomarem consciência dos problemas sociais. contribuindo. constituem formas de inserção da profissão na realidade econômicosocial dos mesmos países ou regiões. Sob "este prisma. Ao se tornar. d) implantar e dinamizar . grupos. Social 36. que resultou de u m consenso entre representantes das mais variadas culturas. grupos. O objetivo remoto do Serviço Social pode ser considerado como o provimento de recursos indispensáveis ao desenvolvimento. tomado este em sentido lato. 38. o desempenho de novos papéis. o contexto social como critério de referência para se aquilatar da validade de quaisquer dos caracteres referidos. isto é. das Nações Unidas. assim. Deve-se fazer. que informa o plano operacional do Serviço Social. comunidades e populações. Ressalta-se. Nessa ordem de considerações. agente que intervém na dinâmica social. comunidades e populações de alcançarem padrões econômico-socíais compatíveis com a dignidade humana e estimular a contínua elevação desses padrões. São objetivos operacionais: a) identificar e tratar problemas ou distorções residuais que impedem indivíduos."seja promovendo sua integraçio nas condições decorrentes de mudanças. elaborando e incorporando novos métodos e processos. 32. também. quanto à promoção humana. OOmunidades e populações. conclui-se que o Serviço Social promove quando atua para habilitar indivíduos. fazendo-os atingir-_a_4?lena realização de suas potencialidades. Capítulo II METODOLOGIA DE AÇAO DO SERVIÇO SOCIAL 42. contribuir para capacitar a comunidade a integrar-se no processo de desenvolvimento através de ação organizada. através de mobilização de suas potencialidades individuais e de utilização dos recursos do meio. principalmente quanto ao desempenho de papéis inerentes à vida social. explícita ou implicitamente. Dentre os postulados. populações e organizações: trabalhar com indivíduos que apresentam problemas ou dificuldades de integração social. criar sistemas. Para melhor situar a metodologia de ação do Serviço Social. a individualização. Da natureza e dos objetivos do Serviço Social. quando inoperante. d) Serviços de atendimento direto. dentro de u m a perspectiva de globalidade. grupos. na formulação dos objetivos e fixação das metas. face à mudança. quando ausente. com vistas ao atendimento de suas necessidades e realização de suas aspirações. atitudes e comportamento das comunidades e das populações. 45. elaborar o microplanejamento. nos diferentes níveis de atuação: a) Política Social: provocar o processo de formulação da política social. b) Planejamento: contribuir com o conhecimento vivenciado das necessidades. comunidades. destinados a indivíduos. conclui-se que pelo menos três se acham. adotados como pressupostos fundamentadores da atuação do Serviço Social: . assim. PUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL 41. o não julgamento e a aceitação. há que enunciar os princípios e postulados que a fundamentam. em seus três processos. A autodeterminação. das expectativas. A análise rigorosa do conteúdo e natureza lógica desses princípios leva.28 CBCISS sistemas e equipamentos que permitam a consecução dos seus objetivos. a constatar: a) que se acham reunidos na categoria de princípios tanto proposições de natureza ética e metafísica. Entende-se. b) quanto aqueles princípios propriamente relacionados com a ação. e provocar sua reformulação quando necessária. enunciando-se sob forma d e postulados os que representam os pressupostos éticos e metafísicos para a ação do Serviço Social. ou de sua dinamização. têm sido classificados como princípios básicos da ação profissional. contudo. canais e outras condições para a participação de quantos venham a ser atingidos pélas medidas da política. dos valores. preventivo e promocional. administrar e avaliar programas de serviços sociais. Partindo dessas constatações. visando à adequação de seus objetivos e métodos às exigências da realidade social e sua integração numa perspectiva de desenvolvimento. ao embasamento dessa política. levar os usuários a participar da programação dos serviços. decorrem as suas funções. enunciados que orientam a aplicação da metodologia de ação do Serviço Social. verificase u m a forma de enunciação ligada de maneira dominante às particularidades da atuação do Serviço Social de Caso e de Grupo. c) Administração de Serviços Sociais: promover e participar de pesquisas operacionais. e como princípios operacionais da metodologia de ação aqueles que enunciam pontos básicos norteadores da atuação do agente profissional. oferecer subsídios. como princípios operacionais da metodologia aquelas normas de ação de validade universal à prática de todos os processos do Serviço Social. procurou-se então classificar aqueles princípios. implantar. contribuir para a criação de condições que permitam a participação popular no processo de planejamento. 43. como normas para procedimentos técnicos. proporcionar o exercício da vida em grupo. trabalhar com organizações. corretivo. 44. não só pelo governo local. as condições para a sua auto-realização. 50. através de processos de trabalho com indivíduos. o "modus operandi" do Serviço Social em sua intervenção na realidade social. Os processos de Caso.* 49. na ordem ontológica. reconhecendo a necessidade de reflexão e análise mais aprofundadas a esse respeito. o Serviço Social não atingiu ainda todas as fases de úm processo metodológico universalmente aceito. até o momento. administração de Serviços Sociais e prestação de serviços diretos. comuns a todos os processos. integrado em seu sistema social. como técnica. no sentido físico (telefo* Para alguns. d) atuação dentro de u m a perspectiva de globalidade na realidade social. Dentre os princípios operacionais da metodologia de ação. do grupo. Ao analisar a natureza dos diferentes níveis de atuação do Serviço Social. Essa integração supõe a participação no planejamento.30 CSC1SS a) postulado da dignidade da pessoa humana: que se entende como uma concepção do ser humano n u m a posição de eminência ontológica na ordem universal e ao qual todas as coisas devem estar referidas. A intervenção na realidade. infere-se que estes são de duas categorias: a) nível de microatuação. O nível de macroatuação compreende a integração das funções do Serviço Social ao nível de política e planejamento para o desenvolvimento. afirma. São elementos operacionais da metodologia. grupos. O nível de microatuação é essencialmente operacional. ADEQUAÇÃO DA METODOLOGIA ÀS FUNÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL 48. 31 Teorização do Serv. estabelecido de maneira direta ou indireta. das populações. "diagnóstico" e "tratamento" por "estudo e análise diagnostica". 51. profissional-grupo. c) ensejo à mudança no sentido da autopromoção e do enriquecimento do indivíduo. habilitação e serviços sociais fundamentais" que pressupõem o atendimento das seguintes condições: a) disponibilidade de u m alto potencial de empregos para pessoas de diferentes grupos sócio-econômicos. e m decorrência do que se admite a capacidade e potencialidades naturais dos individuos. 47. c) postulado da perfectibilidade humana: compreende-se como o reconhecimento de q u e o homem é. b) postulado da sociabilidade essencial da pessoa humana: que é o reconhecimento da dimensão social intrínseca à natureza humana. 53. compreendendo as funções de Serviço Social aos níveis de administração e prestação de serviços diretos. não é característica exclusiva do Serviço Social. 52. na implantação e na melhor utilização da infra-estrutura social. u m ser que se auto-realiza n o plano da historicidade humana. Levanta-se dúvida. e. 46. b) utilização da terra em benefício de toda a população. verificouse a necessidade de incorporação de novos processos aos já existentes. da comunidade. c) existência de u m a rede adequada de comunicações. porém. quanto à adequação dos termos "execução" e "planejamento" em Serviço Social de Caso. 54. de Grupo e Desenvolvimento de Comunidade foram considerados. dispõe de u m a metodologia de ação que utiliza diversos processos. o direito de a pessoa humana encontrar. padrões e pautas culturais. o que lhe é peculiar é o enfoque orientado por u m a visão global do homem. Outros propõem a substituição dos termos "estudo". por julgar que estes têm uma conotação mais adequada. programas para saúde. A infra-estrutura social é aqui entendida como "facilidades básicas. "planejamento" e "execução". chegou-se a identificar os seguintes: a) estímulo ao exercício da livre escolha e da responsabilidade das decisões. educação. De acordo com a classificação das funções de Serviço Social adotada neste documento. comunidades e populações. profissional-comunidade e profissional-populações. na sociedade. O Serviço Social. planejamento. senão também pelo empresário particular. grupos. a participação do homem em todo o processo de mudança e o relacionamento entre profissional-indivíduo. dependendo do tipo de ação a ser exercida. Social sendo que só recentemente se inicia a utilização também do processo de trabalho com população de maneira mais sistematizada. comunidades e populações para progredirem e se autopromoverem. b) respeito aos valores. que inclui funções aos níveis de política social. . b) nível de macroatuação. sem desejar esgotar a enunciação. em decorrência do que se. Esses níveis de atuação formam a pirâmide profissional necessária ao Serviço Social para a consecução de ' seu objetivo remoto e objetivos operacionais. ser vinculada a o psjsenvolvimento de projetos de comunidade objetivando 5 melhor aparelhamento social e a mobilização dos indiduos para conjugação de esforços que visem a remover. de fato. Serviço Social de Casos. O nível de microatuação compreende a prestação de serviços diretos.A. sociais. reconhece-se a validade de utilização. rádio etc. o "modus operandi" do Serviço Social consiste em: a) participar de todas as fases de programação para o macroplano. merecendo prioridade idêntica e não inferior à assegurada para a solução dos problemas de infra-estrutura económica e física. Teorização do Serv.U. Cur» dé atualizaçáo de conhecimentos para assistentes sociais. Considerando-se possuir o Serviço Social de Caso u m conjunto de conhecimentos teórico-práticos identificável * Conceito expresso pelo Grupo de Trabalho da Pré-Conferência realizada em Charlottesville-Virgínia. d» Trabalhos Práticos. d ) provisão de amplas facilidades sócio-culturais: instituições educacionais. também. Ao nível de macroatuação. ainda. ou seja. 0 Serviço Social de Caso deve ser utilizado naqueles tres e com aqueles indivíduos que. 55. este processo se insere em sistemas nacionais ou regionais de planejamento como u m instrumento para estabelecer canais de comunicação com a população e promover a sua participação no processo de planejamento. 1966. llbninar ou prevenir as causas sociais dos problemas identfctloados no tratamento dos casos. c) a aplicação do Serviço Social WB Caso deve ser aliada à de Grupo para a abordagem ou jfctratamento dos aspectos comuns dos problemas -identiJMtíftdos nos casos. Nesta perspectiva. considerasse que concorre. de modo a integrar-se no processo d e snvolvimento. 60. mais do que propriamente u m a atenparticularizada à sua teoria. Este último. que a infra-estrutura social foi considerada de importância vital. antecedendo a XIII Conferência Internacional de Serviço Social.. SERVIÇO SOCIAL DE CASO 61. c) planejar e implementar a infra-estrutura social. b) formular a metodologia e estratégia de ação para elaborar e implantar a política social. O processo de Desenvolvimento de Comunidade (DC) é igualmente empregado em ambos os níveis. também. requeiram 1 efetuado o tratamento social à base do relacionamento atente social/cliente (isto é. culturais. é de aplicação recente e está a exigir a elaboração de sua metodologia e estratégia de ação. Social 33 ¡missível. 58. No nível de macroatuação. no momento. 57.32 CBCISS ne. A aplicação dos processos de Serviço Social varia de acordo com os níveis de atuação. E. Grupo e Desenvolvimento de Comunidade e Processos de trabalho com populações. Escola de Serviço b7PUC.). Convém salientar. . em profundidade. adoção de critérios sele¡M para o seu emprego). através dos processos de Caso. e em termos de canais sociais para a comunicação dos grupos entre si e destes com o governo. Um dos aspectos dessa capacitação • KPOURI Nadir Gouvêa. focalizar aspectos referentes à sua utilização adequada à w»de brasileira. em serviços especializae/ou de sua adequação ao nível de execução de pron a s amplos. também empregado ao nível de macroatuação. Considera-se ainda que contribui para a racionalização 'da assistência. torna-se urgente."* H . W . 59.* 56. para a capaprofissional. para a ação do Serviço Social em outras fraas. levando a esta ação a s informações colhidas n o OOnteto direto com os efeitos das carências e disfunções i. recreativas etc. 'Tal posição encerra para o Serviço Social de Caso rsguintes implicações: a) o Serviço Social de Caso deve aplicado de forma a capacitar o cliente a integrar-se t u a comunidade e no processo de desenvolvimento. sua aplicação deverá acompanhada pela utilização dos processos de grupo envolvimento da comunidade. mer-relacionamento social. Assim. d ) deve. partindo da premissa de que se emprega o ) Social de Caso junto a pessoas com problemas íldades de relacionamento pessoal e social. US. agora. em última análise. que a teia em grupo responde a estas necessidades e que o rio grupo é u m instrumento de atuação na comunin a qual se acha inserido. entendida como sócio-educativa. por ai mesmas. As atuais tendências d o Serviço Social d e Grupo implicam o uso consciente do grupo como instrumento para alcance dos objetivos visados. 68. Social Como base de referência para esta participação.34 CBCISS seria o tipo de abordagem individual. ainda. o grupo e as mudanças sócio-culturais. e às necessidades da sociedade na qual o g r u p o se acha inserido. garantindo que eles se desencadeiem e se desenvolvam e m suas formas positivas. cona-se que o contexto do grupo representa u m a resposta ecessidades psicossociais da pessoa humana. 74. o s grupos atendidos pelos assistentes sociais enquanto grupos de formação social e de atuação social. a inclusão de novas funções. representam mudanças. às vezes profissional. em si. Tradicionalmente. Hoje. O objetivo do Serviço Social de Grupo é. de grupo e de comunidade. quando busca a adequação da ambivalência humana. Deste conceito infere-se existir uma significativa correlação entre capacidade de relacionamento social e experiência de grupo. deve-se citar: o conceito de liderança. Os objetivos operacionais do Serviço Social de Grupo condicionados por três variáveis que devem ser conadas global e simultaneamente: as necessidades dos bros. visto que as experiências de grupo desenvolvem o espírito de cooperação mútua. podendo ter caráter terapêutico e/ou preventivo. e pelo conteúdo funcional do conceito. *JC. 1963 t 35 Teorização do Serv. capacitar os membros do grupo para u m a efetiva participação no processo social. Englewood Cliffs. o homem vive em constante procura de formas adequadas de auto-realização e delas tanto mais se aproxima quanto mais desenvolve. Duvida-se. Enquanto ser ambivalente. Assim. também. que as pessoas necessitam de ajuda. a finalidade da obra e o objetivo profissional ~ d o assistente social. com êxito. o Serviço Social de Grupo contribui para >iintroduzir as mudanças sociais na medida das necessidades do homem. porquanto as experiências de grupo «tendem à s necessidades individuais de pertencer e de J9uto-afirmar-se. visa a capacitar os indivíduos a melhorarem o seu relacionamento social e a enfrentarem de modo mais efetivo seus problemas pessoais. a capacidade de inter-relações (pessoais e de grupo) gratiflcadoras. SERVIÇO SOCIAL DE GRUPO 65. a ação do assistente social se concentrava no grupo e nele circunscrevia seu limite. O uso de atividades pelo assistente social de grupo. e os campos de atuação do Serviço Social de Grupo. Para efeito de análise. 66. da abordagem do Serviço Social de Caso para o processo de DC. . Social Group Work — a Helping* Process ' Pren tice Hall. Dentre eles. T8. 75. o engajamento efetivo da clientela no processo social mais amplo. O conceito de Serviço Social de Grupo se modificou em consequência da evolução histórica. Inc. A dinâmica individual decorre dessa ambivalência. desta definição. 76. A natureza do processo é. ao tempo em que. Conclui-se. o engajamento dos membros em programas sociais mais amplos e u m a preocupação com o indivíduo.?NrOPKA' Gis«la."* 67. o alargamento das funções tradicionais do Serviço Social. do processo. apresenta-se a definição de Konopka: "O Serviço Social de Grupo é u m processo de Serviço Social que. New Jersey. para desenvolverem ou aperfeiçoarem suas potencialidades de relacionamento. 69. ao intervir nos processos de grupo. porém da transposição. As funções do Serviço Social de Grupo respondem a «dois principais tipos de necessidades: as dos próprios participantes do grupo. busca-se. . consequentemente. através de experiências propositadas. Essas inter-relações se constituem em condição e recurso para as mudanças sociais. Considera-se que alguns aspectos de interesse para os assistentes sociais de grupo estão a merecer estudo e reflexão. O Serviço Social de Grupo contribui de modo efetivo para o processo de mudança social. DC é u m processo interprofissional que visa a capacitar a comunidade para integrar-se n o desenvolvimento 1 37 Teorização do Serv. decorre do fato de sua realização ser sempre conseguida através de projetos integrados. Nações Unidas. nem sempre incluindo assistentes sociais. as condições prévias necessárias para a evolução dos órgãos do governo local ou para o fortalecimento de instituições que ficaram estacionárias oú que não se adaptaram às mudanças". observa-se que o processo de Desenvolvimento de Comunidades (DC) apresenta. que os profissionais integrantes dessas equipes recebem o embasamento teórico e o treinamento comum à formação do assistente social. d) cria. A primeira está ligada às experiências de organizações de comunidades. como u m dos processos do Serviço Social. "transformando recursos humanos ociosos em capacidade produtiva. principalmente. como processo interprofissional. não apenas na fase de implantação. a origem e a evolução do DC estão intimamente ligadas ao Serviço Social. procura enfatizar a criação de mecanismos de participação popular no processo do desenvolvimento. Saliente-se que a maioria destes programas está vinculada a planos governamentais e operam-se em algumas regiões do país. amplia-se a perspectiva do DC. A caracterização de DC. Série 1.36" CBCISS DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE 77. 79. Pelo exame da evolução do DC no Brasil. A quarta. a incorporação de equipes diversificadas profissionalmente. ressaltando-se a sua integração no desenvolvimento sócio-econômico. motivando a necessidade de estabelecimento de metas para o desenvolvimento. 1963. cujo pioneirismo se justifica desde a constatação de sua introdução no país. b) constitui u m canal adequado para mútua comunicação entre governo e povo. 85. 78. 83. considerando DC como u m processo interprofissional. Numa dimensão de integração. Contribuindo na formação do capital social básico e na expansão da infra-estrutura. . em muitos países. atingindo pequenas áreas e com finalidades específicas de melhorias imediatas de condições de vida. A segunda caracteriza-se por experiências isoladas. No Brasil. através de tentativas de coordenação de serviços e obras sociais em áreas funcionais. 1967. sendo o DC incorporado. são objeto de atividades multiprofissionais. Nota-se. que se esboça atualmente com esforço definido de elaboração técnica. 86. que deverão ser conduzidas integralmente". Rio de Janeiro. A terceira fase é definida por u m a transição caracterizada pelo reconhecimento da necessidade de atender-se a problemáticas estruturais. porém.* * * 88. ** Comunidad y Desarrollo Nacional. liberando recursos governamentais que poderão destinar-se a investimentos nacionais importantes. inspiradas em moldes norte-americanos. c) colabora na formação do capital social básico e na expansão da infra-estrutura. para atendimento de suas necessidades e realizações de suas aspirações. de início. 80. SUDENE. 82. dentro dos objetivos explicitados pelas próprias comunidades". ressalta-se a posição do ^(Serviço Social presente na equipe em todas as fases do * PFSSOA Dirceu Ação Comunitária como Atividade Programada em Proietos I Seminário de Ação Comunitária do Nordeste. definidos pelo economista Dirceu Pessoa* como "empreendimento que envolve diversos setores e. pelo incentivo às iniciativas locais nesses setores. Para esclarecer mais profundamente o conteúdo do DC. Numa visão panorâmica da situação mundial. como tal. baseando-se num melhor conhecimento da realidade nacional e regional quanto. através do estímulo ao capital humano. convém lembrar o documento das Nações Unidas** que destaca as quatro contribuições de DC aos programas de desenvolvimento nacional: a) "gera o crescimento económico e social no plano local. Social através de ação organizada. podem-se definir quatro etapas. interdependentes. 87. 84. *** Cadernos do IBRA. como também no desenvolvimento de programas. 1966. ao instrumental disponível e à dinâxnica de comportamento das populações. Pernambuco. sem recursos político-administrativos e técnicos e nem tampouco a preocupação com perspectivas voltadas para o setor económico. Desenvolvimento de Comunidades. 81. e) dinamizar a comunidade para integração no processo de desenvolvimento. de capacitação de lide- Teorização do Serv. ou seja. portanto. há atualmente tendência para uso do termo DC. coloca-se a questão da integração do Serviço Social. restritamente. suscitando sua participação no estudo. As Escolas de Serviço Social. de nucleação e organização de grupos. a expressão Serviço Social de Comunidade. ainda incipientes. 94. humanas. tais como a d e abordagem individual e de grupo. Serviço Social de Grupo. Essa busca de integração evidencia o desejo de u m . a análise-diagnóstico e a avaliação dos programas. Observe-se que as expressões adotadas acompanham a contínua evolução de aplicação do processo. apresentamse sob os seguintes aspectos: a) u m mesmo órgão aplica. sua presença é requerida em todas a s fases da ação metódica e da dinâmica do processo. planejamento e avaliação. Por outro lado. as experiências em curso. Entre profissionais. fnaior rendimento do Serviço Social. do exercício profissional e da pesquisa assume as seguintes características: a ) o s programas teórico-práticos de aprendizagem e os program a s profissionais s e desenvolvem nas perspectivas d e programas e projetos integrados. e) atendimento a casos. 89. f) suscitar inovações que estimulem a comunidade a adotar atitudes e comportamentos que a levem a optar e a assumir decisões. b) a ação visa à mesm a clientela. de acordo com as características que o mesmo assumiu em fases diversas históricas. d a s técnicas dos processos em programas. b) contribuir na elaboração das variáveis para o estudo. em diferentes graus de elaboração. motivação e engajamento de lideranças individuais. Os elementos conceptuais são escassos. e da docência com o exercício profissional e pesquisa. favorecendo esta atualizaçao dos conhecimentos e a síntese das ciências. 91. como: integração Aos processos de Serviço Social. muito. No entanto. A partir dessas considerações. discutível o tema. análisediagnóstico. indivíduos e grupos integrantes de u m a comunidade e/ou população. focalizando o papel do Serviço Social na integração da comunidade no processo de desenvolvimento. 92. grupos. 99. As funções do Serviço Social em DC são principalmente orientadas para a deflagração dos processos d e conscientização. em razão de disposições legislativas. aplicar técnicas. Dentro da nova perspectiva da metodologia operacio". atualmente. d) identificação da problemática e definição das áreas de abordagem através de Serviço Social de Caso. é usada para intervenção específica do Serviço Social. d) contribuir para adequação das prioridades técnicas às prioridades sentidas pela comunidade. Essas formas de abordagem. c) estabelecer canais de comunicação com a comunidade. de programas e projetos. os três processos. Usa-se. b) a experimentação nestes dois níveis de programa oferece subsídios à pesquisa. comunidades e populações em função de problemáticas específicas e através de programas e/ou projetos que atendam a essas problemáticas. buscando com os demais membros a perspectiva global dos diversos programas setoriais. em sua documentação oficial utilizam a denominação Desenvolvimento e Organização de Comunidade (DOC). em variados contextos sociais. Social 39 ça. c) os agentes da pesquisa enriquecem a experiência. 98. Cabe-lhe. . podendo-se já identificar algumas formas de abordagem. de grupos e instituições no sentido do desenvolvimento. 95. A integração da docência. c ) a s características pessoais da clientela e as condições ambientais da área de atuação determinam a escolha do processo e a passa gem de u m para outro processo. INTEGRAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL . a mesma terminologia para a denominação do processo global e para a faixa de atuação do Serviço Social. VI. na prática. simultaneamente.38 CBCISS trabalho. a contribuição específica do Serviço Social nas equipes profissionais de IX! pode ser assim definida: a) participar em pesquisas operacionais. de utilização trutiva de situações de conflito e tensões sociais. 90. Desenvolvimento de Comunidade e Trabalho com populações. 93. Para a instrumentalidadeda intervenção do Serviço Social no Desenvolvimento. nessa especialização. O assistente social. mas atinjam a todos.40 CBCISS UTILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL 100. como apoio à execução de suas atividades. agente e objeto. É dentro desse quadro de referências que o Serviço Social deve definir suas faixas próprias de atuação. Capítulo III SERVIÇO SOCIAL E A REALIDADE BRASILEIRA 105. uma disciplina profissional definida. a existência de quadros organizacionais e. propiciando o pleno desenvolvimento de cada um. 104. sempre. neste seu esforço atual de reformulação teórico-prática. 101. hoje. 106. 102. A administração não é um processo específico de Serviço Social. consequentemente. Ressalta-se que este conhecimento deve ser consubstanciado em termos de diagnóstico da realidade nacional. entende o Serviço Social que o homem deve ser. simultaneamente. A administração constitui. de modo que os benefícios não se limitem a frações de populações. deve constituir requisito fundamental para o profissional de Serviço Social. 108. a exemplo do que já existe em termos de Administração Hospitalar e Administração Escolar. A necessidade do conhecimento da realidade brasileira é pressuposto fundamental para que o Serviço Social nela possa inserir-se adequadamente. construindo modelos específicos de intervenção. contudo. nele. A "Administração do Serviço Social" constituiria uma especialização. tem em mira u m a contribuição positiva ao desenvolvimento. O fato de que a ação do Serviço Social pressupõe. em busca de sua promoção humana. com vistas à implantação das necessárias mudanças. faz-se mister a elaboração de modelos que sistematizem a programação global e/ou setorial. 107. tecnológicos. O esforço do Serviço Social. sócio-culturais e político-administrativos. num sentido abrangedor. 103. chamado a exercer funções administrativas no seu campo de ação técnica. entendido este como u m processo de planejamento integrado de mudança nos aspectos económicos. 109. diagnóstico este indispensável a u m planejamento para a intervenção na realidade brasileira. o manejo de processos administrativos. está a exigir estudos e conceituação de u m campo da administração voltada para a problemática específica do Serviço Social. . no exercício de sua profissão. b) colabora ao nível da formulação de decisões administrativas. dotada de u m corpo próprio de teoria e técnicas. c) participa da formulação de política de ação. Nesta conotação de desenvolvimento. O preparo adequado. nesta perspectiva. desempenha funções administrativas quando: a) ocupa cargo de chefia e de coordenação de equipes na administração de programas. enquanto a macroatuação do Serviço Social seria o estabelecimento de uma política e/ou de medidas que impliquem: a) u m amplo processo de conscientização dos centros de poder de decisão da sociedade. visando a superar resistências aos programas e projetos a serem implantados. 112. e) valorização dos recursos humanos. Na TÉCNICA. 118. frente a determinadas situações de bloqueio à mudança. b) incentivo à formação de novos quadros de liderança. Na IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL. grupos e organizações de base. CAPITAL (recursos humanos e materiais). para atuar de maneira genérica e. d ) estabelecimento de prioridades para programas. a microatuação do Serviço Social seria a identificação de recursos materiais disponíveis e o estímulo à criação de novos recursos que se fizerem necessários. mas torna-se imprescindível a participação deste nesta elaboração. sugere-se como função e atividade do Serviço Social em uma escala de micro e macroatuação. b) estabelecimento realístico das condições e das etapas do processo da participação popular. Social 43 b) a adoção de medidas que garantam a inserção dos programas e atividades de Serviço Social nos vários níveis do planejamento. 116. Assim entendido. 115. grupos e organizações para a participação no processo de desenvolvimento. a microatuação do Serviço Social seria a utilização dos processos de Caso. 111. Teorização do Serv. Na MOBILIZAÇÃO DE FORÇAS ORGANIZADAS. direta ou indiretamente. c) contribuição para a elevação dps níveis de vida. reconhecendo-se a necessidade de análise científica que permita a avaliação para posteriores reformulações. implícita ou explicitamente. especialmente. enquanto que a macroatuação do Serviço Social seria: a) implementação dos investimentos de infra-estrutura social. b) estímulo à participação popular em programas que efetivem os chamados investimentos de capital fixo. apresenta-se este primeiro esquema de modelo de atuação do Serviço Social. 119. criar uma estratégia de ação. visando habilitá-los a atuar no processo de desenvolvimento. TÉCNICA. o Serviço Social deve formular diretrizes. enquanto que a macroatuação do Serviço Social seria: a) utilização de formas operacionais no sentido de transformação das estruturas. 114. No PLANEJAMENTO. dentro de diretrizes e/ou política do macroplanejamento. a microatuação do Serviço Social seria a inserção de planejamento nas microrrealizações. ao Serviço Social. PLANEJAMENTO. MOBILIZAÇÃO DE FORÇAS ORGANIZADAS. nem pode ser. bem como de técnicas auxiliares. grupos e organizações. 117. c) valorização e capacitação de quadros de liderança. a microatuação do Serviço Social seria: a) identificação. a fixação de tais modelos não é. a microatuação do Serviço Social seria o processo direto de conscientização de indivíduos. Evidentemente. enquanto a macroatuação do Serviço Social seria: a) inserção consciente das populações no planejamento através do conhecimento de suas potencialidades e dos meios de transformá-los em instrumentos dessa integração. a partir de necessidades e aspirações das populações. de exclusiva responsabilidade do Serviço Social. colocado em perspectiva de Desenvolvimento. Supõe este modelo de atuação o s seguintes elementos: IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL. f) avaliação do custo de pessoal e equipamento aplicado nos programas vinculados. mobilização e articulação de indivíduos. b) introdução de sistemas de transformação para aquelas instituições que se constituem em freios e/ou bloqueios à mudança. No CAPITAL. tendo em vista a rentabilidade destes. Grupo e Desenvolvimento de Comunidade. projetos e atividades. procedendo-se sua seleção em vista da melhor aplicabilidade ao desenvolvimento. sejam contrários aos instrumentos ou estímulos propulsores e aceleradores do desenvolvimento. 113. para que os programas se .42 CBCISS 110. A título de contribuição. A macroatuação do Serviço Social seria: a) valorização e estímulo às instituições para que se capacitem e estabeleçam sistemática de coordenação e usem outros processos dinâmicos que as tornem propulsoras de mudança. Pace a este modelo de atuação. de acordo com seus princípios fundamentais. b)> a invalidação dos processos que. O desenvolvimento harmónico do homem — permanente desafio à atuação do Serviço Social — exige que sua adequação à realidade seja u m a constante. revigorando as decisões e ações humanas. 122. na consecução de seus objetivos. com vistas ao desenvolvimento. na metodologia. -<le reflexão por parte das escolas. maior contribuição ao processo do desenvolvimento. Certos de que as proposições deste documento serão objeto de análise crítica. Ao contrário. Assinado por todos os participantes. c) participar do estabelecimento de sistemáticas de coordenação de atividades interprofissionais. Para as transformações necessárias ao desenvolvimento. motivação do empresariado para a utilização dos investimentos que lhes são oferecidos pelas instituições públicas e privadas. 124. contudo. das técnicas do planejamento e técnicas operacionais do Serviço Social. consequentemente. Face às colocações explicitadas. e) aprofundamento e/ou elaboração da teorização. que fundamente uma sistemática realista e eficaz à nova estratégia do Serviço Social. Acreditam que a iniciativa e os resultados deste Seminário constituem u m marco no processo de elaboração do conteúdo técnico-científico do Serviço Social. 44 NOTA FINAL 123. Estas responsabilidades novas. Social 45 ções na teoria. d) estabelecimento de política de estímulo quanto a empresas e técnicos.CBCISS efetivem. constatam a necessidade de profundas reformula- Teorização do Serv. . Refletindo sobre as consequências das opções sugeridas. reconhece-se requerer a atuação do Serviço Social o estabelecimento de critérios de prioridades e a definição de opções adequadas às exigências da realidade económico-social. 120. dos profissionais. visando maior rentabilidade a suas iniciativas e esforços. objetivando despertar atitudes inovadoras capazes de levá-los a aderirem ao processo de mudança. 121. tendo em vista as exigências atuais de abertura de campos e/ou mercado de trabalho ao nível de macroatuação. são tomadas como desafio. Os participantes do Seminário de Araxá reconhecem a importância do momento histórico deste encontro. visando ao aperfeiçoamento de iniciativas empíricas e. dos órgãos de classe e dos estudantes de Serviço Social. confiam que estas formulações se projetem no futuro do Serviço Social no Brasil. faz-se mister uma ampla e consciente participação do próprio homem. Disto decorre a necessidade de u m trabalho cientificamente embasado. não os intimidam. no ensino e nos canais de comunicação do Serviço Social com o público. sujeito e objeto do Serviço Social. incentivo do espírito empresarial. ótica e Metodologia — Helena I. DOCUMENTO DE TERESÓPOLIS METODOLOGIA DO SERVIÇO SOCIAL II SEMINÁRIO — 10 a 17 de janeiro de . Paulo Doe. Junqueira Todos estes documentos foram publicados no Suplemento n. IV — Papel do Serviço Social. V — Serviço Social. II — Metas do Serviço Social — S. do CBCISS.RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS PREPARATÓRIOS Roteiros para Discussão Doe. I — Componentes •universais do Serviço Social — S.° 4 de 1967. Paulo Doe. dos Debates Sociais. Paulo Doe. III — O Serviço Social face ao processo de formulação e implantação da Política Social — S. Níveis de Atuação. Objetivos. Paulo Doe. funções do Assistente Social — S. Motta Edy Maciel Monteiro Eva Teresinha Silveira Faleiros Francisco Paula Ferreira Giselda Bezerra Helena Iracy Junqueira Isa Maia .COMÎSSAO ORGANIZADORA DO SEMINARIO Helena Iracy Junqueira Edith Motta Maria Augusta de Luna Albano Maria das Dores Machado José Lucena Dantas COORDENAÇÃO Edith Motta HOSPITALIDADE Conselheiro Luiz Gonzaga Marengo Pereira e Diretoria do "Holiday Club" PARTICIPANTES Angela Anastasia Cardoso Ana Alves Pereira Balbina Ottoni Vieira Edith M. Chamuzeau José Lucena Dantas Leda Del Caro Maria Augusta de Luna Albano Maria da Glória Nin Ferreira Maria das Dores Machado Maria Dulce de Moura Beleza Maria do Carmo C.1. nível sócio-cultural. Ver Introdução. nível cívicomunicipal. p.CBCISS Jocelyne L. nível de segurança) 3. 54.1 Fenómenos e variáveis significativos para a prática do Serviço Social Levantamento dos fenómenos e variáveis Identificação das funções correspondentes Classificação das funções (Quadros: nível biológico. Duarte Maria Lúcia A. Aplicação da metodologia do Serviço Social Investigação-diagnóstico Intervenção Observações sobre o Relatório do Grupo A * O item 1 foi suprimido nesta edição. Velho Maria de Nazaré Moraes Marília Diniz Carneiro Marina de Bartolo Marisa Meira Lopes Marta "Teresinha Godinho Mary Catherine Jennings Nadir Gouveia Kfouri Nelson José Suzano Rosa da Silva Gandra Suely Gomes Costa Suzana Medeiros Tecla Machado Soeiro Vicente de Paula Faleiros SUMARIO Introdução RELATÓRIO DO GRUPO A * 2. Concepção científica da prática do Serviço Social 2. nível doméstico e familiar. nível educacional. Falcão Maria Helena M. . Campinas. Concepção científica da prática do Serviço Social 2. a necessidade de u m estudo sobre a Metodologia do Serviço Social face à realidade brasileira. com bastante clareza.2 Apreciação dos critérios e das tendências que vêm orientando a formulação da metodologia do Serviço Social (Quadro: especificação da metodologia do Serviço Social segundo os critérios mais usados) 3. A comissão organizadora do segundo seminário elaborou o seguinte roteiro de trabalho: METODOLOGIA DO SERVIÇO SOCIAL I — 1 Teoria do Diagnóstico e da Intervenção em Serviço Social — A Intervenção em Serviço Social. p. Nesse encontro foi elaborado u m relatório amplamente divulgado sob o título: DOCUMENTO DE ARAXA.3 Metodologia aplicável ao nível de prestação de serviços Observações sobre o Relatório do Grupo B RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS PREPARATÓRIOS * O item 1 foi suprimido nesta edição.1 Conhecimentos científicos que embasam a prática do Serviço Social 2.1. reuniram-se em Araxá com o objetivo de teorizar sobre Serviço Social face à realidade brasileira. Os depoimentos recebidos revelaram. Porto Alegre e Rio de Janeiro (GB). Aplicação da metodologia do Serviço Social 3.1. a convite do CBCISS. Sete encontros regionais foram realizados em 1968 para levantar opiniões sobre a validade teórica do Documento de Araxá e recolher subsídios sobre os aspectos nele omissos e a s reformulações cabíveis. INTRODUÇÃO E m 1967. trinta e oito assistentes sociais brasileiros. Manaus.1. Fortaleza. Belo Horizonte.3 Conhecimentos já elaborados ou que o possam ser. agosto de 1969: "Análise do Documento de Araxá — Síntese dos 7 Encontros Regionais".1 Fenómenos e variáveis significativos para a prática do Serviço Social (Quadro de variáveis segundo o critério de necessidades e problemas) 2. Os resultados desses encontros foram divulgados no "Suplemento de Debates Sociais" n.2 Metodologia aplicável ao nível de administração 3. Ver Apresentação.1 Metodologia aplicável ao nível de planejamento 3.° 3.52 CBCISS RELATÓRIO DO GRUPO B * 2. 7.2 Conhecimentos já elaborados pelas ciências sociais 2. . o CBCISS programou novo encontro para estudo do tema proposto. Setecentos e quarenta e u m assistentes sociais opinaram sobre a matéria nos encontros regionais realizados em Goiânia. E m resposta a esta necessidade. pelo profissional ou por qualquer cientista social (Quadro de conhecimentos para a prática do Serviço Social) 2. 3. 1 do Estado do Rio e 1 do Paraná. 33 puderam comparecer ao Seminário. em plenário. — "Introdução ao método. que. 2 sobre o Tema III e 3 sobre o Tema IV. 2. Paulo. Grupos. B — Análise e debate. 55 Teorização do Serv. Esse roteiro foi distribuído a 103 assistentes sociais possíveis participantes do futuro encontro. O ternário foi então reelaborado. considerou-o mais como um roteiro pata futura elaboração. ficou acertado que o seminário se concentraria no estudo de apenas três pontos: 1. 3. Comunidades e Populações. de Ana Augusta de Almeida. de três documentos sobre o Tema 1: Fundamentos da Metodologia do Serviço Social. 1 1 Sobre o assunto foram encaminhados ao CBCISS cinco trabalhos. Os critérios adotados pelo CBCISS na escolha dos profissionais foram: interesse pelo estudo da Teoria do Serviço Social. representatividade de instituições nacionais.54 CBCISS 2. incluindo situações globais e problemas específicos. Teoria do Diagnóstico Social. de Helena Yracy Junqueira. Fundamentos da metodologia do serviço social. O assunto despertou grande interesse entre os participantes e u m subgrupo encarregou-se da elaboração de u m anteprojeto com sugestões de aspectos a serem estudados. que não pôde comparecer ao Seminário. como se segue: 1. 3. Concepção científica da prática do serviço social. III — Diagnóstico e Intervenção em Nível de Administração. o CBCISS recebeu e distribuiu 11 documentos de S. Os dois não debatidos foram os seguintes: — "Teoria do diagnóstico e da intervenção em serviço social". 2. Vinte e u m documentos versando sobre os itens sugeridos no ternário preliminar foram encaminhados ao CBCISS e posteriormente mimeografados e distribuídos entre os participantes. Paulo.1 Teorias que fundamentam o diagnóstico e técnicas para sua elaboração. o Seminário desenvolveuse nas seguintes etapas: A — Apresentação da proposta sobre Pesquisa em Serviço Social no Brasil. Concepção científica da prática do serviço social. 5 sobre o Tema II. 2. Teoria do Diagnóstico e da Intervenção em Serviço Social — O Diagnóstico Social. Foi também apresentada u m a proposta de Pesquisa sobre Serviço Social no Brasil. Aceito o roteiro de trabalho. Social O estudo do primeiro ponto embasaria as reflexões sobre os dois últimos e seria feito através da análise dos subsídios recebidos sobre o assunto. E m síntese. levantados ou pesquisados. presente no Seminário.2 Teorias que fundamentam a intervenção e técnicas para sua elaboração. públicas e privadas. II — Diagnóstico e Intervenção em Nível de Planejamento. . Como se desenvolveu o Seminário A primeira reunião de estudos foi iniciada com o debate sobre a dificuldade de o ternário ser seguido na íntegra. IV — Diagnóstico e Intervenção em Nível de Prestação de Serviços Diretos a Indivíduos. Destes. 1 de Brasília. Aplicação da metodologia do serviço social.2 Apreciação dos critérios e das tendências que vêm orientando a formulação da metodologia do serviço social. Fundamentos da metodologia do serviço social. 3. regionalidade. Discutido o assunto. realizações ou vivência profissional. Aplicação da metodologia do serviço social. documento elaborado por u m grupo de S. sendo 6 documentos sobre o Tema I. 7 da Guanabara. especialização. diversidade quanto à procedência institucional. 2. como subsídio ao estudo da matéria. Formas de intervenção na realidade".1 Conhecimentos científicos que embasam a prática do serviço social. tempo de formatura e procedência regional. * * Ver na p. O G r u p o A a p r o f u n d o u . D — Apresentação. na Coleção Temas Sociais. A matéria. f o r a m e d i t a d o s separadamente. conscientes d a r e s p o n s a b i l i d a d e a s s u m i d a . RELATÓRIO DO GRUPO A . C — Subdivisão dos p a r t i c i p a n t e s e m d o i s g r u p o s — A e B — p a r a e s t u d o dos temas subsequentes: T e m a 2 — Concepção científica d o serviço s o c i a l .CBCISS 56 — Introdução às Questões de Metodologia — Teoria do Diagnóstico e da Intervenção em Serviço Social. d i s c u t i d o s o u não n o Seminário. A d i v e r s i d a d e n a s f o r m a s de t r a b a l h o i m p o s s i b i l i t o u a fusão d o s d o i s relatórios. — Teoria Metodológica do Serviço Social.s e m a i s n o T e m a 2. não pôde ser s u f i c i e n t e m e n t e a p r o f u n d a d a n u m e n c o n t r o de sete d i a s . O Seminário não p r e t e n d e u esgotar assunto de tão a l t a relevância. uma Abordagem Sistemática. o G r u p o B seguiu f i e l m e n t e o esquema p r o p o s t o . Os d o c u m e n t o s preparatórios. dos d o c u m e n t o s elab o r a d o s pelos d o i s g r u p o s . N e s t a a t u a l edição são apresentados s o m e n t e os Relatórios d o s d o i s g r u p o s . rec o n h e c e m q u e o assunto deve ser o b j e t o d e estudos e reflexões f u t u r a s . p o r T e c l a M a c h a d o S o e i r o . editados pelo CBCISS. p o r José L u c e n a D a n t a s . e m plenário. e T e m a 3 — A p l i cação d a m e t o d o l o g i a d o serviço s o c i a l . O Relatório Final Os assistentes sociais q u e s u b s c r e v e m o D o c u m e n t o de Teresópolis. O C B C I S S s u b m e t e à crítica d o s assistentes sociais os r e s u l t a d o s d o Seminário de Teresópolis e espera haver contribuído de a l g u m a f o r m a p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o de u m Serviço S o c i a l q u e r e s p o n d a cada vez m a i s às necessidades d o H o m e m B r a s i l e i r o . — Bases para Reformulação da Metodologia do Serviço Social. 97 a relação desses documentos. p o r d e m a i s vasta. p o r Suely G o m e s Costa. p o r q u e o T e m a 1 f o i d e b a t i d o e m plenário. o e s t u d o f o i f e i t o a p a r t i r de u m r o t e i r o organ i z a d o p o r elementos d o próprio G r u p o a o término d a elaboração d o e s t u d o a n t e r i o r . não chegando a a b o r d a r os i t e n s seguintes d o T e m a 2. e m r e s p o s t a a o T e m a 2 — Concepção Científica da Prática do Serviço Social e ao i t e m 2.1 Fenómenos e Variáveis Significativos para a Prática do Serviço Social. desenvolvendo-o m a i s a m p l a m e n t e .1 Conhecimentos Científicos que Embasam a Prática do Serviço Social. Q u a n t o ao T e m a 3 — Aplicação da Metodologia do Serviço Social.1. redução das funções i d e n t i f i c a d a s e. . f i n a l m e n t e . c o r r e s p o n d e n t e s aos níveis adotados p e l o g r u p o . classificação dessas funções. — i n i c i o u o e s t u d o p e l o s 2. T E M A 2: CONCEPÇÃO C I E N T Í F I C A D A P R A T I C A DO SERVIÇO SOCIAL 2.GRUPO A C o n f o r m e decisão d o plenário. l e v a n t a m e n t o das f u n ções c o r r e s p o n d e n t e s às variáveis levantadas.1. l e v a n t a m e n t o das variáveis s i g n i f i c a t i v a s p a r a o serviço social. n o s fenómenos observados. baseado n o s três t r a b a l h o s preparatórios ao Seminário. os G r u p o s só e s t u d a r a m os T e m a s 2 e 3.1 Fenómenos e Variáveis Significativos do Serviço Social para a Prática O e s t u d o se desenvolveu e m c i n c o etapas: l e v a n t a m e n t o de fenómenos s i g n i f i c a t i v o s observados n a prática d o serviço social. O Grupo A. r e l a c i o n a m e n t o das necessidades h u m a n a s . q u e o p a p e l d o serviço social n a sociedade b r a s i l e i r a — e m seu estágio a t u a l de d e s e n v o l v i m e n t o . a i n d a . p r o c u r o u . r e a g r u p a r os fenómenos de a c o r d o c o m a classificação de níveis a d o t a d a pelo g r u p o . P a r t i n d o d o inventário d o s níveis e l a b o r a d o p o r S. então. e m diferentes níveis. Fenómeno (social ou fato social): fatos sociais enquanto objeto de uma observação. N O S F E N Ó M E N O S OBSERVADOS. Bowers para o Dictionary of the Social Sciences. C o m estas ressalvas. (Verbete retirado do Dictiotiary of Social Sciences. P o r esta razão. L e b r e t f o i efetuado o l e v a n t a m e n t o d o s fenómenos s i g n i f i c a t i v o s . A 4. CBCISS A apresentação d e t a l h a d a das cinco etapas exige.60 Teorização do Serv.s e a identificação das diversas f o r m a s pelas quais eles se a p r e s e n t a m . edição da UNESCO. 1961. f o i v e r i f i c a d a a frequência de fenómenos semelhantes o u idênticos.) 1 8 Nível: Conhecidos os fenómenos. editado por Julius Gould e William L. A 5. A sistemática de t r a b a l h o ( e s t u d o de fenómenos. A. Kolb. (Verbete preparado pelo cientista social E. A 2. c o n d u z ao reconhec i m e n t o d a g l o b a l i d a d e e d o i n t e r . Etapa a L E V A N T A M E N T O D E FENÓMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS N A PRATICA DO SERVIÇO SOCIAL. A 3. f o i e l a b o r a d a n o v a classificação de níveis c o m o se segue: Nível Biológico e de E q u i p a m e n t o Sanitário Nível Doméstico e F a m i l i a r Nível E d u c a c i o n a l N í v e l Residencial Nível Cívico-Municipal Nível Sócio-Cultural Nível de Segurança F o i necessário. Q u a d r o s A 1. o estudo. c o m os choques d e opiniões existentes — é u m fenómeno s i g n i f i c a t i v o q u e não deve ser esq u e c i d o n a prática p r o f i s s i o n a l . certos c o n d i c i o n a n t e s básicos p a r a a prática d o serviço social não d e c o r r e m de cada u m dos níveis encarados i s o l a d a m e n t e m a s das características c e n t r a i s d a sociedade b r a s i l e i r a . u m a advertência. n o f i n a l d o T e m a 2. de o r a e m d i a n t e .) 2 Em Dynamique Concrète du Dévéloppement. ( V e r . são apresentadas. a seguir. p o r s i m e s m o . Les Editions Ouvrières. L . 156. observados n a prática d o serviço s o c i a l n o s níveis p r o p o s t o s pelo a u t o r : 1 2 Necessidades 8 básicas Social 61 Nível Residencial Nível de E q u i p a m e n t o E s c o l a r Necessidades sociais Nível S o c i a l Nível F a m i l i a r e de C o m p o r t a m e n t o Sexual Nível de S o c i a b i l i d a d e Nível de V i d a M u n i c i p a l Nível de V i d a Cívica Nível de V i d a Ética e E s p i r i t u a l A esses níveis f o i acrescentado o de "Segurança" I n v e n t a r i a d o s os fenómenos. antes. as c i n c o etapas de t r a b a l h o : l. É forçoso s a l i e n t a r . Paris.o IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS SIGNIFICATIVAS P A R A O S E R V I Ç O S O C I A L . F o i Variável: fator dinâmico cujo desenvolvimento é sincronizado ao desenvolvimento de outro fenómeno. A o contrário. p. Gellner para o Dictionary of the Social Sciences. 4 Nível Biológico Nível Doméstico diferentes planos de realidades da sociedade global nos quais se situam necessidades homogéneas. o serviço s o c i a l se r e d u z a à análise i s o l a d a d e cada necessidade.) Etapa 2.) 4 . edjção da UNESCO. A 6 — c o l u n a 1. l e v a n t a m e n t o d e variáveis e identificação de f u n ções) não p r e t e n d e s u g e r i r q u e . (Verbete preparado pelo cientista social Raymond V. país subdesenv o l v i d o e e m crise m o t i v a d a p o r u m a fase d e transição e de mudanças. M a i s a i n d a . após o u v i r a opinião de vários p a r t i c i p a n t e s . A 7 — c o l u n a 4. V a l e r e s s a l t a r que. A 5. . m o b i l i z a d o r a . f o i f e i t o u m esforço de q u a l i f i c a r as funções r e d u z i d a s . A 3. f o i t e n t a d a a classificação das m e s m a s . A 2. res o l v e u o m i t i r este dado p o r c o n s i d e r a r q u e esta etapa só poderá ser f e i t a depois de estudos m a i s a p r o f u n d a d o s . de assess o r i a técnica. ( V e r Q u a d r o s A 1.) 4. são a seguir t r a n s c r i t a s e m o r d e m alfabética: a d m i n i s t r a t i v a . de política social. c o n s c i e n t i z a d o r a . c o m frequência. I d e n t i f i c a d a s as possíveis funções d o serviço social. A 4. f o i t e n t a d a u m a f o r m a sintética d e expressá-las. de educação de base. A 4. Etapa a E m microatuação REDUÇÃO D A S FUNÇÕES. Educativas C L A S S I F I C A Ç Ã O D A S FUNÇÕES. A 3. A 2. 5 Função: O u t r a possível classificação. f o i p r o p o s t a a seguinte classificação das funções: 6 3. de p l a n e j a m e n t o . A comissão r e l a t o r a . socializadora. P a r t i n d o desse conceito ( p a r a f i n s de e s t u d o ) . a p a r e c i a m relacionadas a diferentes fenómenos. A 4. e terapêutica. assistencial. CBCISS desde logo evidenciado q u e as m e s m a s variáveis. A 7 — c o l u n a 3. de criação de recursos. ( V e r Q u a d r o s A 1. « Não houve consenso quanto aos níveis de micro e macroatuação e quanto à classificação das funções. A 3. Etapa a C L A S S I F I C A Ç Ã O D A S FUNÇÕES IDENTIFICAÇÃO D A S FUNÇÕES CORRESPONDENTES ÀS VARIÁVEIS INVENTARIADAS. Para f i n s deste e s t u d o . e m Teresópolis. A 5. A 7 — c o l u n a 2. ( V e r Q u a d r o s A 1.) 63 Social e m serviço s o c i a l f o i d e f i n i d a c o m o : " a resposta d a d a pela intervenção d o serviço social a u m a d e t e r m i n a d a necessidade h u m a n a . A 6. de substituição de padrões. d e pesquisa de necessidades. A 6.62 Teorização do Sero. A 2. Funções F i n s Etapa a Mobilizadora Educação de base Substituição de padrões Conscientizadora Socializadora Curativas Terapêutica Assistencial macroatuação Criação de recursos Política Social E m micro e macroatuação Assessoria Pesquisa Planejamento Administração Política S o c i a l Em Funções M e i o s 5. atendendo à satisfação de necessidade n o t e m p o : função i m e d i a t a e função m e d i a t a . for a m i d e n t i f i c a d a s as funções a elas c o r r e s p o n d e n t e s . A 5. d e pesquisa de métodos.) As funções. Função série de atividades organizadas para satisfazer ou executar um fim e/ou um objetivo. c o m o respostas às variáveis selecionadas. 5 r f Conhecidas as variáveis d o s fenómenos estudados. detectada nas variáveis o b s e r v a d a s " . A 6. I d e n t i f i c a d a s q u a t o r z e diferentes funções. As variáveis se r e p e t e m e o m e s m o dado aparece o r a c o m o " f e n ó m e n o " o r a c o m o "variável".Teorização do Serv. Social B a i x a r e n d a n a c i o n a l per capita Subnutrição de i m p o r t a n t e p a r c e l a d a p o p u l a ção e a m p l i t u d e de doenças de massas A g r i c u l t u r a p r i m i t i v a . R e s t a r i a a indagação: a análise d o serviço social. cita- Submissão d a m u l h e r Trabalho infantil Ausência o u f r a q u e z a das classes médias R e g i m e autoritário. 1 O q u a d r o de fenómenos e variáveis levantados. a p a r t i r de o u t r o p o n t o de referência. O p r o b l e m a d o método não p o d e ser dissociado da questão d o o b j e t o .1 2. o q u e Indicadores 1.2 3. Os fenómenos a p o n t a d o s enquadram-se n o princípio de causação c i r c u l a r a c u m u l a t i v a ( G u n n a r d M y r d a l ) . 2. i n d a g a r se as funções d o serviço social. a s s i m . u m a visão global. ausência de instituições democráticas . não p o d e r i a m ser t e n t a d o s d u r a n t e u m seminário.4 1.3 3. evidencia u m a r e a l i d a d e de subdesenvolvimento. q u e as variáveis de u m a só necessidade d e t e r m i n a m a importância de atuação e m dois níveis ( m i c r o e macro). evidentemente. M e s m o as classificadas c o m o de " p e s q u i s a " .7 2. P o r este m o t i v o .1 1. de i n t e r venção. Considera-se necessário estudo m a i s a p r o f u n d a d o p a r a d e f i n i r q u a l a classificação q u e m e l h o r atende ao serviço social. a interdependência e n t r e fenómenos e variáveis. básicos menos Predominância do setor agrícola e d a p o p u l a lação r u r a l . segundo os níveis de necessidades p r o p o s t o s p o r L e b r e t ( m o d e l o escolhido p a r a e s t u d o ) . O u t r o s fenómenos. b a i x o nível de m e r c a d o de c a p i t a l A l t a f e c u n d i d a d e o u b a i x a restrição de nascimentos Indicadores apresentados dos por Lebret 3. o u t r a s variáveis e o u t r a s funções p o d e m ser e n c o n t r a d o s . não se p o d e a t u a r sobre u m s e m c o n s i d e r a r os demais. U m q u a d r o d e f i n i t i v o só poderá ser apresentado depois de acurados estudos e pesquisas que.2 2.2 1. r e s p o n d e m também aos i n d i c a d o r e s de subdesenvolviment o apresentados p o r L e b r e t e q u e são: q u e as funções i d e n t i f i c a d a s são. D a d a a interdependência e n t r e variáveis e fenómenos.6 1.4 comprobatórios por Alfred Sauvy. I m p o r t a .3 3. l e v a r i a aos m e s m o s resultados? CONCLUSÃO 65 leva a c r e r q u e t a l princípio deva ser c o n s i d e r a d o n o estudo metodológico d o serviço social. todas elas.3 1. desemprego e s u b e m p r e g o B a i x a capacidade f i n a n c e i r a . O p r o s s e g u i m e n t o d a análise das funções evidencia que as variáveis — o b j e t o de intervenção d o serviço social — c o n f i g u r a m situações sociais p r o b l e m a d e n t r o de u m quad r o de s u b d e s e n v o l v i m e n t o .1 3.5 1. taxas de p o u p a n ça e i n v e s t i m e n t o p o u c o elevadas. r o t i n e i r a . levantadas p a r a r e s p o n d e r àqueles fenómenos e variáveis. referem-se à pesquisa de necessidades e de métodos de intervenção. CBCISS 64 É i m p o r t a n t e s a l i e n t a r q u e os fenómenos. não p o d e m ser q u a n t i f i c a d o s . as variáveis e as funções p r o p o s t a s neste d o c u m e n t o são apresentados a título e x e m p l i f i c a t i v o . A análise das funções do serviço social c o n d u z ao estudo de sua m e t o d o l o g i a q u a n d o se v e r i f i c a : 1. Impõe-se. não mecanizada Debilidade da infra-estrutura B a i x a industrialização Analfabetismo Ausência o u insuficiência de q u a d r o de cientistas e técnicos Outros indicadores 2. a i n d a . 3. p a r a concretização das Funções F i n s . e m nível de m i c r o e macroatuação. .66 CBCISS O Q u a d r o de Classificação de Punções evidencia coerência c o m os i n d i c a d o r e s de s u b d e s e n v o l v i m e n t o p r o p o s t o s p o r L e b r e t . valores e . As Funções Curat i v a s são necessárias p a r a r e s p o n d e r às necessidades básicas de populações m a r g i n a l i z a d a s o u carentes. c o m p o r t a m e n t o s de resistência à mudança. As Funções M e i o s são necessárias. p o l i t i c a s o c i a l ) p o d e m i n t e r f e r i r d i r e t a m e n t e n o q u a d r o do s u b d e s e n v o l v i m e n t o . nas Funções F i n s são encontradas Funções E d u c a t i v a s . As funções ao nível de macroatuação (criação de r e c u r s o s . q u e p r e p a r a m as populações p a r a p a r t i c i p a r e m d o esforço d o d e s e n v o l v i m e n t o e c o n c o r r e m p a r a r o m p e r e s t r u t u r a s m e n t a i s rígidas. A s s i m . D e p l a n e j a m e n t o 4. D e p e s q u i s a de recursos 1. D e p l a n e j a m e n t o 4. Padrões c u l t u r a i s 4. 4. D e p l a n e j a m e n t o 3. A l t o índice de m o r b i d a d e 3. 9. Participação e m p r o g r a m a s de p l a n e j a m e n t o familiar 4. Substituição de hábitos a l i m e n t a r e s 3. 13. A l t o índice de m o r t a lidade infantil 1. 11. B a i x a e x p e c t a t i v a da v i d a 1. M a l a p r o v e i t a m e n t o dos r e c u r s o s existentes 5. D e p e s q u i s a de recursos 4. 3. D e educação de b a s e 7. 2. D e p e s q u i s a de necessidades 6. Participação e m p r o g r a m a s de educação sexual 2. P e s q u i s a d a s n e c e s s i d a d e s e participação e m planejamento 9 Divulgação e coordenação dos r e c u r s o s existentes D e planejamento D e educação-base Assistencial D e substituição de padrões 5. 8. Insuficiência e má distribuição do e q u i p a m e n t o sanitário e raedieo-hogpitalar - 1. D e educação de b a s e 4. B a i x o nível de educação sanitária 6. Planejamento social Assistência a l i m e n t a r e m e d i c a m e n t o s a Participação e m p e s q u i s a s médico-sociais P e s q u i s a de n e c e s s i d a d e s Assistência f a m i l i a r Criação de r e c u r s o s Divulgação e coordenação dos r e c u r s o s existentes 11. educação h a b i t a c i o n a l 7. M o b i l i z a d o r a 3 'l.QUADRO A 1 NÍVEL BIOLÓGICO FENÓMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L 1 Subnutrição VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS 1. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s e hábitos de saúde e h i g i e n e 8. E n d e m i a s 4. A s s i s t e n c i a l 3. P l a n e j a m e n t o 5. D e educação d e base 2. D e p e s q u i s a de recursos 3. D e substituição de padrões 7.d e . D e criação de r e c u r s o s 6. 10. Absenteísmo e b a i x a p r o d u t i v i d a d e de m ã o . Migrações i n t e r n a s 9. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s no c o m p o r t a m e n t o a l i m e n t a r e higiénico 2. A l t o índice d e m o r t a l i d a d e 4T. 14. D e p l a n e j a m e n t o 6. 6. 3. 6. 12. 1.o s 5. A l t o índice de m o r t a l i d a d e i n f a n t i l 7. 3. 7. 1. 11. 5. F a l t a de e q u i p a m e n t o da m e d i c i n a preventiva e curativa 3. D e p e s q u i s a de necessidades 2. B a i x o n i v e l de educação sanitária 6. 2. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s n o comportamento alimentar 2.Abo"onteism& -no t r a b a l h e 5. D e p e s q u i s a de necessidades 5. . Introdução e/ou substituição de v a l o r e s n o comportamento alimentar 2. 6. 5. De planejamento D e educação d e b a s e Assistencial De—substituição. A s s i s t e n c i a l 4. 12. 4. 2.l 1. Doença psicotóxicas ( a l c o o l i s m o . 13. P l a n e j a m e n t o 5. " F a l t a de educação s e x u a l 2. 4. D e s e m p r e g o e s u b e m p r e g o 4. 7. 5. 6. 5. A s s i s t e n c i a l 2. V a l o r e s r e l i g i o s o s 3. D e substituição de padrões 2. 6. Assistência a l i m e n t a r e m e d i c a m e n t o s a 6. M o b i l i z a d o r a 5. B a i x a p r o d u t i v i d a d e no t r a b a l h o 8. Terapêutica 9. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s e hábitos de saúde e h i g i e n e 12. 6. B a i x o nível econômico-social 5.o b r a Baixa renda B a i x o nível de educação sanitária F a l t a de e q u i p a m e n t o d a m e d i c i n a preventiva e curativa 7. 2. 5. Substituição d e hábitos a l i m e n t a r e s 1. D e educação de b a s e 2. 8. 7. Assistência f i n a n c e i r a 4. D e coordenação de recursos 8. B a i x a renda B a i x o nível de educação sanitária Absenteísmo no t r a b a l h o E n t r a v e à mobilidade social F a l t a de e q u i p a m e n t o d a m e d i c i n a preventiva e curativa Subnutrição Habitação i n a d e q u a d a Orfandade e viuvez precoce B a i x a de p r o d u t i v i d a d e n o t r a b a l h o Doença de m a s s a e e n d e m i a s 7. 4. D e p l a n e j a m e n t o . 7. F a l t a de p l a n e j a m e n t o f a m i l i a r 5. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s no c o m p o r t a m e n t o a l i m e n t a r e higiénico Substituição de hábitos a l i m e n t a r e s Assistência f i n a n c e i r a Planejamento social Assistência a l i m e n t a r e m e d i c a m e n t o s a Participação e m p e s q u i s a s médico-sociais 1. 3. Orientação f a m i l i a r Educação sanitária Assistência f i n a n c e i r a Planejamento social Pesquisa de necessidades Assistência m e d i c a m e n t o s a Assistência f a m i l i a r Criação de r e c u r s o s Divulgação e coordenação dos r e c u r s o s existentes Introdução e/ou substituição de v a l o r e s no c o m p o r t a m e n t o a l i m e n t a r e higiénico Substituição d e hábitos a l i m e n t a r e s Planejamento Assistência a l i m e n t a r 5. 5. 15 Assistência f i n a n c e i r a Planejamento P e s q u i s a de n e c e s s i d a d e s Assistência m e d i c a m e n t o s a e f a m i l i a r Criação de r e c u r s o s Divulgação e coordenação dos r e c u r s o s existentes Introdução e/ou substituição d e v a l o r e s no c o m p o r t a m e n t o a l i m e n t a r e higiénico Substituição de hábitos a l i m e n t a r e s Assistência a l i m e n t a r P l a n e j a m e n t o s o c i a l e educação h a b i t a c i o n a l Colocação f a m i l i a r Educação sanitária e criação d e r e c u r s o s Introdução e/ou substituição de v a l o r e s e hábitos de saúde e h i g i e n e P e s q u i s a de necessiaaães Participação no p l a n e j a m e n t o 1. 8. Assistência a l i m e n t a r e m e d i c a m e n t o s a 6. Subnutrição Habitação i n a d e q u a d a Flutuação de m ã o . Introdução e/ou substituição de v a l o r e s e hábitos pré-natais e pós-natais 1. 9. 4. Doença de m a s s a e endemias 1. Participação n o p l a n e j a m e n t o 8. 8. A l t o Índice de natalidade 1. A. 10. 9. M o r b i d a d e 4. Orientação f a m i l i a r e criação d e r e c u r s o s 1. 2. D e criação de r e c u i . P e s q u i s a de n e c e s s i d a d e s 7. 9. Educação h a b i t a c i o n a l 10. P l a n e j a m e n t o s o c i a l 9. A b a n d o n o do m e n o r 1. 2. 8. Subnutrição 2. D e substituição de padrões A l t o índice de m o r b i dade e baixa e x p e c t a t i v a de v i d a 6. 2. D e substituição de padrões 3.d e . 3. Tabus alimentares Hábitos a l i m e n t a r e s i n a d e q u a d o s Baixa renda B a i x a produtividade Doenças c a r e n c i a i s e f a l t a de h i g i d e z POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO (DETALHADAS) SOCIAL FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) 1. Substituição de hábitos a l i m e n t a r e s 3. B a i x o nível d e educação doméstica 5. 4. 2. 3.o b r a 3. 10. 4. Assistência f i n a n c e i r a 4. 5. M o b i l i z a d o r a 7. 3. Desintegração f a m i l i a r 2. 2. Educação sanitária 12. 9. Divulgação e coordenação dos r e c u r s o s existentes 11. D e criação de r e c u r s o s 4. Substituição de v a l o r e s e padrões c u l t u r a i s 3. M a l a p r o v e i t a m e n t o dos r e c u r s o s existentes 1.-de~ padrões D e p e s q u i s a de necessidades Mobilizadora D e p e s q u i s a de recursos D e coordenação de recursos Terapêutica 1. uso de entorpecentes etc. Introdução e/ou substituição de v a l o r e s e hábitos d e saúde e h i g i e n e 1. 3. 10. D e p e s q u i s a de recursos 3. Terapêutica 8. A s s i s t e n c i a l 6. M o b i l i z a d o r a 6. Doenças de m a s s a s e e n d e m i a s 2. 7. P l a n e j a m e n t o s o c i a l . Ausência d e u m a politica familiar 1. 9. 7. 4. 2. 2. FUNÇÕES D O SERVIÇO (DETALHADAS) Q O A D R O SOCIAL P r e p a r a c f i o p a r a a mudança Planejamento social Assistência e s p e c i a l i z a d a Orientação f a m i l i a r Assistência f i n a n c e i r a Criação d e r e c u r s o s Educação doméstica Educação s e x u a l Preparação p a r a o casamento Orientação f a m i l i a r Participação n o p l a n e j a m e n t o u r b a n o * * FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) 1.NÍVEL DOMÉSTICO E F A M I L I A R PKNOMKN08 SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L 1. 5. x. T a b u s s e x u a i s 1. S u b s i d i o p a r a u m a p o l i t i c a 1. D e educação d e b a s e 2. Colaboração n a P o l i t i c a N a c i o n a l d o B e m E s t a r do M e n o r 4. Assistencial 3. 5. 10. 3. Orientação f a m i l i a r 3. l e g i s l a ç ã o f a m i l i a r inadequada 2. 5. 9. Terapêutica D e politica social Criação de r e c u r s o s D e educação d e b a s e D e substituição d e padrões 4. 11. 3. Desagregação e / o u desintegração familiar VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS 1. 4. 7. Substituição d e v a l o r e s e comportamento 1. F a l t a d e a m p a r o d o s p o d e r e s públicos 1. 4. Assistência f i n a n c e i r a 2. Desagregação e / o u desintegração social 7. 2. Marginalização d o menor 1. Educação s e x u a l i n a d e q u a d a o u ausente 4. Orientação f a m i l i a r 1. 2. D e criação d e r e c u r s o s Delinquência i n f a n t i l e j u v e n i l Exploração e s e v i c i a m e n t o d e m e n o r e s Abandono total e p a r c i a l U s o indevido do trabalho do m e n o r Assistência t r a d i c i o n a l não p r o p i c i a n d o a integração d o m e n o r A s o c i e d a d e 8. 10. Participação e m c a m p a n h a s d e orientação e criação d e r e c u r s o s 2. F a l t a d e educação doméstica 3. 8. 6. Carência d e equipamentos domésticos 1. 2. educação s e x u a l . P r o g r a m a s d e educação doméstica insuficientes e promocional . 1. Participação e m c a m p a n h a s d e orientação e criação d e r e c u r s o s 2. 4. 3. Criação d e r e c u r s o s 1. Terapêutica Assistencial Criação d e r e c u r s o s D e politica social 1. Distorções n o comportamento sexual 1. 5. Consrientliariora D e planejamento D e educação d e Assistencial base 2. 8. 3. preparação p a r a o c a s a m e n t o e planejamento familiar G r a n d e s distancias entre o l o c a l do trabalho e o l a r POSSÍVEIS 1. M e n o r e x c e p c i o n a l S. 3. D e p o l i t i c a 3. B a i x a r e n d a f a m i l i a r 2. Subsídios p a r a u m a legislação a d e q u a d a e s u a e f e t i v a aplicação 3. 4. ) Renda familiar insuficiente F a l t a d e educação doméstica. Iniciação s e x u a l p r e m a t u r a e / o u inadequada 3. 3. Delinquência e perversões s e x u a i s ( h o m o s s e x u a l i s m o — prostituição — crimes sexuais) 2. alimentação e t c . P r o c e s s o d e mudança s o c i a l a c e l e r a d o Migrações i n t e r n a s Deserção d o l a r Presença p a t e r n a e / o u m a t e r n a insuficiente C o n f l i t o d e gerações Tensões f a m i l i a r e s Condições d e v i d a i n a d e q u a d a (habitação. 8. Orientação f a m i l i a r 3. 4. p r o miscuidade e insalubridade 5. Motivação e encaminhamento para os p r o g r a m a s de educação d e b a s e 3. F a l t a d e e q u i p a m e n t o e s p e c i a l i z a d o POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO S O C I A L (DETALHADAS) FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) 1. P r e c o n c e i t o s c u l t u r a i s 3. C l a r i f i c a d o r a (conscientizadora) 3. M o b i l i z a d o r a 3. locais e equipamentos — existência d e f a v e l a s e cortiços — deficit habitacional 1.QUADRO NIVEL FENÓMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L A 3 EDUCACIONAL VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS 1. Mobilização 3. A d m i n i s t r a t i v a e pesquisa (micro) 2. r e p e tência) 2. D e p o l i t i c a s o c i a l 6. trabalho do m e n o r e alta seletividade 1. Terapêutica 5. Insegurança e m o b i l i d a d e 1. Descentralização d o s r e c u r s o s p a r a a t e n dimento à clientela 2. E l e m e n t o l i m i t a d o r á participação ocupacional 7. p l a n e j a m e n t o e a s s e s s o r i a a o s órgãos l o c a i s . E l e m e n t o l i m i t a t i v o A utilização d e i n s t r u m e n t a l técnico q u e d e p e n d a d a a l f a b e t i zação 3. a b a s t e c i m e n t o e segurança 4. e d u c a c i o n a i s e / o u m a t e r i a i s . D e s e n v o l v i m e n t o d e p r o g r a m a s de e d u c a ção d e b a s e 2. P l a n e j a m e n t o 3. D i f i c u l d a d e de acesso ao l o c a l d e t r a b a l h o e r e c u r s o s . H i a t o n o c i v o . Condições d e habitação s u b u m a n a . Clarificação comunidade 2. Terapêutica mília 1. Clarificação sociológica d a comunidade. D i f i c u l d a d e dos m e n o r e s d a c l a s s e b a i x a . n a f a i x a d e 12 a 14 a n o s . P e s q u i s a . P r o b l e m a s d e I n f r a estrutura urbana: — pavimentação — água — esgoto — iluminação — transporte — comunicação 1. Crianças q u e não f r e q u e n t a m a e s c o l a ( r e d e e s c o l a r i n s u f i c i e n t e . h i g i e n e . A s s i s t e n c i a l 6. p a r a a educação d o s m e n o r e s 2. F a l t a d e r e c u r s o s r e l a t i v o s à educação. D e p e s q u i s a de métodos 4. D e substituições d e padrões 2. G r a n d e p e r c e n t a g e m d o orçamento aplicado no aluguel da moradia 2. construções e m e l h o r i a d a c a s a própria 1. I m p e d i m e n t o a o c o n h e c i m e n t o e u s o d o s direitos individuais 5. i m p e d i n d o a introjeção d e p a drões r e c i o n a i s 2. r e g i o n a i s e n a cionais 1. D i f i c u l d a d e d e utilização dos r e c u r s o s d a comunidade 6. Conscientização o u clarificação sociológica 4. Assistência u t i l i z a d a c o m o e l e m e n t o m o t i v a d o r e s u p l e t i v o à alfabetização. C l a r i f i c a d o r a (conscientizadora i 3. D e educação de b a s e 2. E l e m e n t o c o n d i c i o n a d o r d a b a i x a r e n d a 8. D i f i c u l d a d e d e a c e s s o a s informações 4. m e n t a l e psicológico 1. evasão. l a z e r e b e m . M o b i l i z a d o r a 2. d a s famílias. D i f i c u l d a d e d e a c e s s o p r o f i s s i o n a l á c l i e n tela e vice-versa 2. D e capacitação profissional 5. A l t o Índice d e analfabetismo 1. A s s e s s o r i a . s e i n i c i a r e m n o p r e p a r o profissional e ingressarem no mercado de trabalho 3. A s s i s t e n c i a l 4. P r o b l e m a s de urbanização: — carência d e áreas. o c a s i o n a n d o desgaste d a c l i e n tela 3. d e p r o s s e g u i r e m os e s t u d o s . I n c e n t i v o à formação d e mutirão e m c a ráter s u p l e t i v o p a r a c o m p l e m e n t a r ações públicas. P e s q u i s a ( m a c r o ) 2. e s t a d u a i s . P r o b l e m a s de saúde. Participação n o s p r o g r a m a s de formação profissional 6. F a l t a d e condições psicológicas.e s t a r 1. M e n o r e x c e p c i o n a l : físico. c o m relação a o s s e u s d i r e i t o s de i n f r a estrutura 3. M o b i l i z a d o r a 1. A s s i s t e n c i a l 4. P e s q u i s a d e métodos a d e q u a d o s 5. C l a r i f i c a d o r a e educação d a família de r e c u r s o s supletiva c o r r e t i v a do m e n o r e da e da fa- QUADRO A 4 NÍVEL R E S I D E N C I A L FENÓMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO S O C I A L (DETALHADAS) FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) 1. saúde. D i f i c u l d a d e d e comunicação v e r b a l e e s c r i ta condicionada ao pensamento magico c e n t r a d o . Mobilização d e r e c u r s o s p a r a extensão d a rede escolar 1. p r o f i s sionalização e p r o s s e g u i m e n t o do estudo 7. Marginalização d e f a i x a s d a população e m relação à v i d a politica m u n i c i p a l 1. 4. Existência de c o m p o r t a m e n t o g r u p a i s o m e n t e p a r a f i n s d e valorização de n e c e s s i d a d e s s u b j e t i v a s e relações míticas 2. 4. 2. 8. Substituição d o s i s t e m a d e influência. Substituição d e padrões p o l i U c o . M o n t a g e m de c e n t r o s d e aculturação e educação p o p u l a r 2. 5. E s t u d o d a s tendências de mudança p a r a informar as diretrizes e prioridade nos planos sociais 3. P a s s i v i d a d e e m relação aos a b u s o s de poder 4. nacional e i n t e r n a c i o n a l 1. 3. R o m p i m e n t o das resistências à mudança 2. 2. Ausência de consciência d e c l a s s e e d e consciência d e c o m u n i d a d e 4. Acomodação. 2. S o c i e d a d e 1. I n d i v i d u a l i s m o 3. D e s e n v o l v i m e n t o do c o m p o r t a m e n t o g r u p a i e d a a t i t u d e de cooperação 3. Massificação 2. Acomodação. Dinamização ou implementação de f o r m a s a s s o c i a t i v a s — a nível d e b a i r r o . "Desmassificação" 2. 1.a d m i n i s t r a t i v o s através d e estratégia p o l i t i c a 1. D e criação de r e c u r s o s D e planejamento D e administração D e substituição de padrões Conscientizadora D e educação de b a s e Socializadora Mobilizadora D e assistência técnica Mobilizadora Socializadora Conscientizadora D e p e s q u i s a de método D e educação de b a s e D e p e s q u i s a de necessidade 8. 1. D e substituição d e padrões 2. Ausência d e hábitos de participação 3. 4. 4. Formação s o c i a l (conscientização d a s d i mensões p e s s o a l e s o c i a l do indivíduo) 5. Divisfio m u n i c i p a l não c o r r e s p o n d e á caracterização g e o sócio-econômica 1. Dissensões partidárias e d e c a m a d a s sociais 5. Exercício d a participação s o c i a l e c u l t u r a l 1. t r a b a lho. 2. D e s e n v o l v i m e n t o do c o m p o r t a m e n t o g r u p a i (ao nível d a satisfação de n e c e s s i d a des o b j e t i v a s ) 6. 3. Ignorância e m relação às l e i s 3. Diminuição de tensões g e r a d a s p e l a s m u danças (apoio.. Integração às n o v a s f o r m a s d e relação 8. D e p o l i t i c a s o c i a l i - - QUADRO A 6 NÍVEL SÓCIO-CULTURAL FENÔMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L 1. Distorção n a aplicação d e p l a n o s d i r e t o r e s de m u n i c i p i o s 1. D e p o l i t i c a s o c i a l 1. R o m p i m e n t o d a s e s t r u t u r a s m e n t a i s mágicas 2. cabos eleitorais etc. C o n s c i e n t i z a d o r a 1. D e s e n v o l v i m e n t o d a convivência d e c l a s se. Introdução e aceleração d o p r o c e s s o d e participação d a s populações n o s i s t e m a d e decisão l o c a l 1. imediatista 1. Distância s o c i a l 1. p a s s i v i d a d e . 3.QUADRO A 5 N I V E L CÍVICO-MUNICIPAL FENOMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S F E N O M E N O S OBSERVADOS POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO S O C I A L (DETALHADAS) FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) 1. Representação e participação n a v i d a p o lítica m u n i c i p a l c o n d i c i o n a d a p e l o s i s t e m a de poder tradicional (mandonismo. A p r o p a g a n d a através de comunicação de m a s s a s c r i a n d o c o m p o r t a m e n t o s padronizados de massas FUNÇÕES D O SERVIÇO SOCIAL (REDUZIDAS) Resistência à mudança C r i s e de geração Comportamentos delinqiienciais Rompimento cultural (mudanças de c o m p o r t a m e n t o s . 7. D e s e n v o l v i m e n t o d a s relações comunitár i a s e societárias 7. D e s e n v o l v i m e n t o do p e n s a m e n t o c r i t i c o 1. 6. 4. Ausência d e p l a n o s d i r e t o r e s 2. Alienação d e f a i x a s d a população e m relação ã v i d a municipal 1. D e s e n v o l v i m e n t o do p e n s a m e n t o crítico 4. Mudanças s o c i a i s aceleradas 1. 7. A n o m i a 1. comportamento e linguagem) 2. Relações s o c i a i s l i m i t a d a s à família vizinhança 4. consciência de nação e t c . 4. Capacitação p a r a a utilização d o s c a n a i s de participação p o p u l a r 9. M o b i l i z a d o r a 2. Marginalização às n o v a s f o r m a s de v i d a nos g r a n d e s centros urbanos VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS 1. . . Ausência d e participação de e 3. coronelismo. p a s s i v i d a d e 5. Integração crítica às n o v a s f o r m a s d e v i d a 3. através d e estratégia p o l i t i c a l o c a l 1. I n d i v i d u a l i s m o 1. clarificação) 6. 3. Tabus e crendices Curandeirismo Fatalismo Conformismo M e n t a l i d a d e reivindicatória POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO S O C I A L (DETALHADAS ) 1. ( s o c i e d a d e s a m i g o s do b a i r r o . D e substituição de padrões . C o n s c i e n t i z a d o r a 1. Consciência mágica f a c e a o s p r o b l e m a s q u e c e r c a m a s populações m u n i c i p a i s 2.) 2. . D i c o t o m i a e n t r e n e c e s s i d a d e dos m u n i c i p i o s e ação políticoadministrativa do sistema n a t u r a l de e integração n o t e m p o e no D e planejamento D e politica social D e a s s e s s o r i a técnica D e criação d e r e c u r s o s D e substituição d e padrões S. Marginalização s o c i a l e c u l t u r a l 1. Inserção espaço 1. Elaboração d e p l a n e j a m e n t o d e serviços sociais: — e s t a b e l e c i m e n t o d e e s t r u t u r a s e padrões de equipamentos sociais — diretrizes de programas — adequação d e l e i s — s i s t e m a d e distribuição d e r e c u r s o s 2. 2. Exercício d a participação decisória 4. Deficiência n o s p l a n o s e m função d a s necessidades municipais 3. 5. 3. C o n s c i e n t i z a d o r a 4. D e s c o n h e c i m e n t o do m e i o v i v e n c i a l l o c a l . 5. alto g r a u anomia 2. s i n dicato. E s t a b e l e c i m e n t o de c a n a i s e f o r m a s a d e q u a d a s de comunicação c o m a s populações 2. v a l o r e s ) (mudanças de papéis d a m u l h e r ) (mudança d a família: família n u c l e a r ) 1. regional. D e substituição de padrões 2. D e s e n v o l v i m e n t o d o p e n s a m e n t o crítico 5. 6. P e n s a m e n t o n o mágico centrado 2. Integração crítica e exercício d a p a r t i c i pação s o c i a l e c u l t u r a l 5. Aceleração e intensificação dos s i s t e m a s de relações s o c i a i s 2. D i f i c u l d a d e de comunicação ( v a l o r e s .) 1. S o c i a l i z a d o r a 3. Deformação polarização 2. 3. 4. P r o g r a m a s d e extensão p r o v i d e n c i a r i a p a r a integração d a m ã o . Desqualificação p r o f i s s i o n a l 2. P l a n e j a m e n t o s o c i a l e m relação a programas de mão-de-obra 8. P e s q u i s a de n e c e s s i d a d e s dos beneficiários 2. 1. F a l t a de orientação e organização do sindicalismo nacional 6. D e p e s q u i s a d e necessidades 2. 2. 5. d e assistência m e d i c a . Desvinculação d a Previdência S o c i a l 1.o b r a m a r g i n a l i z a d a 3. Assistência f i n a n c e i r a . Limitação e deficiência do s i s t e m a Previdência 1. P r o g r a m a s d e prevenção sanitária 5.d e . D e educação d e b a s e 3. de r e a b i l i tação p r o f i s s i o n a l . 2. F o m e n t o s e subsídios p a r a o d e s e n v o l v i mento de equipamentos sociais n a . D e criação e desenvolvimento de recursos 7. E s t a b e l e c i m e n t o d e c a n a i s d e comunicação e n t r e os o r g a n i s m o s de proteção s o c i a l e o público 7. etc. D e capacitação profissional 4. 3. P r o b l e m a s q u e interferem n a subsistência: — desemprego — subemprego — nomadismo de mão-de-obra 1.QUADRO A 7 N l V E L D E SEGURANÇA FENÓMENOS SIGNIFICATIVOS OBSERVADOS NA PRATICA DO SERVIÇO S O C I A L VARIÁVEIS S I G N I F I C A T I V A S P A R A O SERVIÇO S O C I A L N O S FENÓMENOS OBSERVADOS POSSÍVEIS FUNÇÕES D O SERVIÇO S O C I A L (DETALHADAS) FUNÇÕES D O SERVIÇO * SOCIAL (REDUZIDAS) 1. 3. 6. R i s c o s s o c i a i s : — doenças — velhice — a c i d e n t e s do trabalho — morte — encargos sociais 1. Marginalização sócio-legal 2. M o b i l i z a d o r a 6.c o m u n i dade. D e s c o n h e c i m e n t o do s i s t e m a previdenciário 3. D e f a s a g e m e n t r e a o f e r t a e a p r o c u r a n o mercado de trabalho 4. 5. M e n t a l i d a d e q u e e n v o l v e a legislação s o c i a l do t r a b a l h o 3. F a l t a de m e n t a l i d a d e p r e v i d e n c i a l 4. m e d i c a m e n t o s a e a l i m e n t a r . Aculturação de c o r r e n t e s migratórias 5. 4. p r e v i denciária e orientação s i n d i c a l 6. Criação d e r e c u r s o s p a r a aculturação 1. Criação e mobilização d e r e c u r s o s Educação d e b a s e Orientação p r o f i s s i o n a l Assistência judiciária Conscientização através d e p r o g r a m a s d e formação e legislação t r a b a l h i s t a . 2. A s s i s t e n c i a l 5. C o n s c i e n t i z a d o r a da BIBLIOTECA CENTRAL D e educação d e b a s e Assistencial Conscientizadora D e criação d e r e c u r s o s Mobilizadora D e planejamento . reeducação d e e x c e p cional. através d e a j u d a s u p l e t i v a 4. portanto. destacar a s seguintes correlações: 8. 7. C a d a necessidade é manifesta e m u m a o u m a i s variáveis significativas. dentro do mesmo nível de necessidade. 6. dentro de u m m e s m o nível de necessidade. 5. A relevância do fenómeno. e m função de variáveis que transcendem a capacidade dos indivíduos. U m a determinada profissão pode.T E M A 3: APLICAÇÃO D A M E T O D O L O G I A DO SERVIÇO S O C I A L O estudo d a metodologia do serviço social p a r t i u das seguintes reflexões: 1. gerando. A frequência do fenómeno c o m a s m e s m a s variáveis determina a relevância do fenómeno. 3. A necessidade gera a função. define a caracterização do fenómeno e m "coletivo" e "particular". ser levada a atuar e m várias formas de intervenção profissional. exige intervenção ao nível d a estrutura além d a intervenção ao nível particular (indivíduos. comunidades). .1 Fenómeno coletivo. 2. pode ser levada a atuar e m várias escalas de intervenção. cada variável. n u m a dada população. U m a determinada profissão. grupos. N a intervenção profissional do serviço social podese. 8. 4. u m a ou m a i s funções. A s variáveis que geram u m dado fenómeno podem se situar e m níveis diferentes correspondentes a várias intervenções profissionais (objeto profissional). 6 Levantamento de necessidades Levantamento de variáveis significativas de cad a necessidade Verificação d a relevância do fenómeno Verificação d a interdependência das variáveis (causação c i r c u l a r acumulativa) Formulação de hipóteses ^terminação. 8.1 1.3 2.3 Fenómeno individual.2 1. Teorização do Serv.6. Social 69 das funções das escalas o u níveis de atuação das f o r m a s de atuação Intervenção 2.2 1. destacar que: 9. como s e segue: 1.4 Fenómeno individual. exige processos defininidos de ação coerentes c o m a fenomenologia da variável identificada.1 Seleção de processo e m função de: — f e n o m e n o l o g i a d a ( s ) variável (eis) s i g n i f i c a t i va^) — relevância d o fenómeno (nível de e s t r u t u r a e indivíduo) 2. N a intervenção profissional do serviço social pódese. Investigação-diagnóstico 1.4 1. reduzida a u m a dada função. Angela A. conduz a investigações científicas e m serviço social. portanto.1 M o n t a g e m do p l a n o de intervenção nas variáveis 2.6. 9. Angela Beleza — PB Ana Alves Pereira — GB Edith Motta — GB Edy Pinto Maciel Monteiro — GB Eva Faleiros — DF Francisco de Paula Ferreira — GB Isa Maia — PB Jocelyne Chamuzeau — SP Maria da Glória Nin Ferreira — GB Maria das Dores Machado — GB Maria do Carmo C. e m função de variáveis que dependem dos indivíduos.68 CBCISS Fenómeno coletivo. 8.5 1. Cardoso — MG Ir. m a s que vise à verificação d a v a l i d a d e d o s c o n h e c i m e n t o s do serviço social e/ou a produção de novos conhecimentos c o m vistas à f o r m a ção de sua t e o r i a . c o m base n a s hipóteses formuladas: 1.3 Avaliação (confirmação o u infirmação das h i póteses) CONCLUSÃO E s t e p r o c e d i m e n t o c o n f i g u r a a própria m e t o d o l o g i a genérica d o serviço social e n c o n t r a d a e m q u a l q u e r escala e f o r m a de atuação.2 Implantação e execução d o p l a n o ( c o n t r o l e das variáveis) 2. Ressalta-se q u e o p r o c e d i m e n t o metodológico que não t e n h a p o r o b j e t i v o a intervenção.2 A variável significativa p a r a o serviço social exige u m a intervenção específica.2 O s itens 1 a 7 destas reflexões oferecem subsídios p a r a a configuração da "investigação-diagnóstico" e os itens subsequentes p a r a a d a "intervenção". exige u m a intervenção simultanea aos níveis de estrutura e particular. exige intervenção ao nível particular além d a intervenção ao nível d a estrutura (se for relevante).1 O fenómeno. permitindo a formulação d a Sequência do Procedimento Metodológico de Intervenção do Serviço Social.1 1.3 1. e m função de variáveis dependentes dos indivíduos.1. Falcão — SP . ao nível d a estrut u r a e ao nível particular. 10. e m função de variáveis que transcendem os indivíduos.6. exige intervenção ao nível particular além d a intervenção aó nível de estrutura. 8. 9. exige intervenção ao nível particular além d a intervenção ao nível d a estrutura. A intervenção do Serviço Social. particular o u coletivo. Ao analisar. .e s t r u t u r a . deve também ser acrescentado aos d e m a i s : o nível de v i d a profissional. n o e n t a n t o . a f o r m u l a r a l g u m a s observações e m t o r n o desse nível e dos fenómenos analisados. A p r i m e i r a observação se refere à própria n a t u r e z a desses fenómenos. U m t r a b a l h o de reflexão p o s t e r i o r leva-nos. q u e o u t r o nível de necessidades básicas e sociais. deveremos deter-nos d i a n t e desses fenómenos económicos? Parece-nos q u e s i m . então. p o r situá-los n u m a o u t r a o r d e m de fenómenos ligados à i n f r a . não m e n c i o n o u os fenómenos r e l a t i v o s à e c o n o m i a .CBCISS Maria Lúcia Alves Velho — GB Marina de Bartolo — SP Nadir Gouveia Kfouri — SP Nelson José Suzano — SP Rosa da Silva Gandra — MG Suely Gomes Costa — RJ OBSERVAÇÕES S O B R E O R E L A T Ó R I O D O G R U P O A Nível de Segurança A o inventário dos níveis elaborados pelo Pe. L e b r e t . L e b r e t . o m i t i d o p r o v a v e l m e n t e pelas suas relações c o m os fenómenos de e c o n o m i a . s u b e m p r e g o e o u t r o s ) e à proteção c o n t r a os riscos c o b e r t o s pelo Seguro Social. o q u a l corresponder i a à necessidade d o ser h u m a n o sentir-se p r o t e g i d o c o n t r a o d e s a m p a r o e os riscos d a existência. O Pe. Surge a q u i u m a indagação: apesar de fugirm o s ao esquema d o Pe. n o ent a n t o . t a n t o m a i s q u e m e n c i o n a m o s apenas repercussões deles face à "segurança". L e b r e t f o i acrescentado o nível de "segurança". ao estabelecer as necessidades h u m a n a s básicas e sociais. o nível de "segurança" tornou-se evidente a repercussão desses fenómenos económicos n o que se refere à subsistência. N o l e v a n t a m e n t o efetuado e m Teresópolis f o r a m apontados c o m o s i g n i f i c a t i v o s p a r a o Serviço Social e m relação a esse nível os fenómenos q u e d i z e m respeito à insegurança face à subsistência (desemprego. Nessa l i n h a de p e n s a m e n t o parece-nos. Falcão RELATÓRIO DO GRUPO B . seguridade social e segurança s o c i a l . o g r u p o percebeu q u e esse c o n c e i t o de segurança levá-lo-ia a a b r a n g e r fenómenos já estudados e m t o d o s os o u t r o s níveis. Sua f i n a l i d a d e é a de assegurar níveis razoáveis d e existência. m e s m o q u e não se q u e i r a a d o t a r a t e r m i n o l o g i a " s e g u r i d a d e s o c i a l " . m o r t e . A designação segurança é vaga e i m p r e c i s a . Kfouri Maria do Carmo C. Jocelyne Chamuzeau Nadir G. acidente. E m l i n g u a g e m de ciências jurídicas e sociais e x i s t e m t e n t a t i v a s de se estabelecer u m a distinção e n t r e seguro social. E s t e último conceito é d e m a s i a d o a m p l o e a b r a n g e r i a vários dos níveis básicos e sociais. aconselhável que.72 CBCISS U m a segunda observação q u a n t o ao nível d e segurança prende-se à questão de t e r m i n o l o g i a . política e social destinadas a g a r a n t i r o bem-estar social e m g e r a l . T e n t a n d o a m p l i a r o que já f o r a p r o p o s t o e m Teresópolis ( p r o b l e m a s de subsistência e seguro s o c i a l ) . p o i s . velhice e o u t r o s . invalidez. desemprego. A seguridade social c o m p r e e n d e u m c o n j u n t o de m e d i das q u e v i s a m especialmente à liberação d o h o m e m face à necessidade e m geral. F o i o que de c e r t o m o d o s e n t i u o g r u p o q u e p o r ocasião d o I I E n c o n t r o R e g i o n a l de São Paulo d i s c u t i u o nível de segurança. d e n t r o d a seguinte conceituação: O seguro social é a instituição q u e t e m p o r f i n a l i d a d e gar a n t i r os m e i o s de subsistência aos indivíduos a t i n g i d o s pelos riscos sociais: doença. i n c l u s i v e face aos riscos sociais. Já a "segurança social" v e m sendo d e f i n i d a c o m o o conj u n t o de m e d i d a s de o r d e m económica. q u e se l i m i t e o conteúdo d o nível de "segurança" aos fenómenos ligados à subsistência e à proteção c o n t r a os r i s c o s . Parece-nos. 1.1 Fenómenos e Variáveis Significativos para o Serviço Social e.2 Conhecimentos Elaborados pelas Ciências Sociais e os 2. n o exame d o T e m a 2 — Concepção Científica da Prática do Serviço Social. i n i c i a l m e n t e .1 2. N o i t e m 2.2 Critérios e Tendências que Vêm Orientando a Formulação da Metodologia do Serviço Social.3 Conhecimentos Elaborados no Campo da Profissão pelo Profissional ou Outro Cientista Social.1 — Conhecimentos Científicos que Embasam a Prática do Serviço Social. i n i c i o u pelos 2. baseado nos três t r a b a l h o s preparatórios.1 Conhecimentos Científicos Serviço Social que Embasam FENÓMENOS E VARIÁVEIS PARA A P R A T I C A DO SERVIÇO a Prática do SIGNIFICATIVOS SOCIAL F o i d i s c u t i d o .1. e m seguida. os G r u p o s só e s t u d a r a m os Temas 2 e 3 p o r q u e o Tema 1 f o i d e b a t i d o e m plenário. T E M A 2: CONCEPÇÃO C I E N T Í T I C A D A P R A T I C A DO SERVIÇO SOCIAL 2. Q u a n t o ao T e m a 3 — Aplicação da Metodologia do Serviço Social. A p r e c i o u também os 2. a b o r d o u os 2. abordou-o e m t o d o s os itens p r e v i s t o s .GRUPO B C o n f o r m e o que f i c o u d e c i d i d o . O Grupo B.1. ordenou-o d i f e r e n t e m e n t e d o esquema p r e v i s t o . o p r o b l e m a dos critérios a serem seguidos n o exame dos fenómenos e variáveis sign i f i c a t i v o s p a r a a prática d o serviço social. Decidiu-se i n i - .1. má distribuição d a r e n d a Pauperismo Padrões d e c o n s u m o inadequados Sistema B a i x o s níveis sanitários de Carência e m á utilização d e r e c u r s o s D i f i c u l d a d e de a c e s s o a o s r e c u r s o s e x i s t e n t e s Relações Renda Carência a l i m e n t a r A l t a incidência d o gasto a l i m e n t a r n o orçamento familiar Padrões a l i m e n t a r e s i n a d e q u a d o s Integração Social Marginalidade estrutural Estratificação s o c i a l Ausência d e participação G r u p o s minoritários Migrações d e s o r d e n a d a s Mudança Cultural Paternalismo D e f a s a g e m d e v a l o r e s e padrões culturais Massificação C o n f l i t o e indefinições d o valores P e n s a m e n t o mágico Transformação Institucional Desorganização familiar Clientelismo Imediatismo e de tomada Conflitos e relações d o Deficit habitacional Más condições h a b i t a c i o n a i s Ausência e insuficiência do urbano equipamento Educação Analfabetismo Evasão e s c o l a r e b a i x a e s c o l a r i d a d e Despreparo profissional D e s p r e p a r o p a r a integração n a s o c i e d a d e e m transformação Inadequação do s i s t e m a e d u c a c i o n a l Segurança Serial Desemprego e subemprego C a t e g o r i a s p r o f i s s i o n a i s não a t e n d i d a s p e l a Previdência S o c i a l Atendimento d e f i c i e n t e e i n s u f i c i e n t e dos beneficiários d a Previdência S o c i a l Insuficiência d e s i s t e m a d e a m p a r o l e g a l Distorções n o s i s t e m a d e proteção l e g a l F a l t a de recursos p a r a o lazer Inadequação d a s o p o r t u n i d a d e s e Substituição d e padrões d e lazer condic&es Comunicação Social e social .s i Ca QUADRO B 1 QUADRO D E FENÓMENOS E VARIÁVEIS SEGUNDO O CRITÉRIO D E NECESSIDADES E PROBLEMAS ESPECIFICAÇÃO NECESSIDADES Níveis de Vida Saúde Alimentação Habitação ESPECIFICAÇÃO PROBLEMAS NECESSIDADES PROBLEMAS B a i x a r e n d a . que.2 C O N H E C I M E N T O S JÁ E L A B O R A D O S P E L A S CIÊNCIAS SOCIAIS Feita a listagem inicial dos fenómenos e variáveis da prática profissional. b) Administração de serviços sociais. psicologia. conforme a relação que se segue: a) Prestação Área direta de Serviços geral E c o n o m i a . p a r a análise mais completa das ciências ou áreas de conhecimentos que fornecem explicações p a r a os fenómenos e variáveis da prática profissional. antropologia cultural. por isso. F o i considerado. Procedendo à análise da relação entre os problemas e necessidades e as diversas áreas de conhecimentos já definidos. entretanto. sociologia das institui- .1. foram analisadas as áreas de conhecimentos pertinentes a cada fenómeno e variável. c ) Planejamento de serviços sociais.2. F o i . foi procurada a identificação das ciências que oferecem conceituações desses problemas. finalmente. Partindose da categorização dos problemas segundo os diversos setores de necessidades. dinâmica de grupo. torna-se imprescindível distinguir os níveis em que esses mesmos fenómenos e variáveis podem ser considerados. psicologia social. adotado u m esquema de distinção e m 3 níveis de atuação: a) Prestação direta de serviços. a u m esquema de classificação dos conhecimentos básicos pertinentes à prática de serviço social. chegou-se. — O s conhecimentos em serviço social relacionam-se c o m a profissão e m suas atividades teóricas e práticas. teoria da comunicação. filosofia e ética. teoria d a educação de base. filosofia e ética. ciência política. planejamento dos recursos humanos. teoria d a educação de base. Área especializada Higiene e saúde pública. instituições de direito. instituições de direito. C o m o objetlvo de abrir perspectivas p a r a a investigação no campo profissional. teoria administrativa. N O C A M P O D A PROFISSÃO. estatística. sociologia do desenvolvimento. — O s conhecimentos sobre o serviço social têm-no com o objeto de investigação específica. sociologia urbana. — O s conhecimentos para o serviço social referem-se àqueles que servem como elemento básico e propedêutico ao estudo do serviço social.3 C O N H E C I M E N T O S JÁ E L A B O R A D O S O U Q U E O P O S S A M S E R . planejamento dos recursos humanos. legislação social. ciência politica. Social CBCISS COes. sociologia do desenvolvimento. sociologia das instituições. sociologia do desenvolvimento. instituições de direito. sociologia d a comunicação. as áreas de conhecimento foram classificadas e m " p a r a " . filosofia da •duca* ção. m a s da enumeração de áreas de conhecimentos que podem configurar u m a ou m a i s disciplinas.1. sociologia urbana. teoria d a educação de base. demografia. política social. econ o m i a doméstica. sociologia da educação. estatística. também. c) Planejamento de Serviços Sociais Global E c o n o m i a . sociologia do lazer. teoria do desenvolvimento. dinâmica de grupo. sociologia dai instituições. P E L O PROFISSIONAL OU POR QUALQUER C I E N T I S T A SOCIAL A enumeração dos conhecimentos deste item teve como pressuposto metodológico as constatações de fato no campo profissional. urbanismo. política social. foram anotados os níveis teórico e prático relativos a cada classe de conhecimentos. E s t a divisão não desconhece a relação dinâmica entre os dois níveis. pesquisa. ciência política. politica social. sociologia do lazer. " e m " . teoria do desenvolvimento. O assunto pode ser visualizado n o quadro que se segue: . de u m a listagem de disciplinas. filosofia e ética. filosofia e ética. P a r a fins didáticos. São conhecimentos instrumentadores tia prática. teoria do planejamento. teoria d a recreação. teoria administrativa. legislação social. teoria administrativa. antropologia cultural. demografia. sociologia das instituições. sociologia d a previdência. b) Administração de Serviços Sociais Economia. ciência politica.78 Teorização do Sero. teoria do planejamento. podendo ainda desdobrar-se e m outras. pedagogia e didática. 79 Setorial E c o n o m i a . urbanismo. demografia. teoria do planejamento. estatística. 2. Não se trata. teoria do planejamento. psicopatologia. antropologia cultural. sociologia urbana. ecologia. teoria d a comunicação. estatística. teoria administrativa. pesquisa. pesquisa. sociologia da previdência. antropologia cultural. nutrição. sociologia do desenvolvimento. e " s o b r e " o serviço social. ra . C Srffi 2 • » a> oí o i 9 w Isa p a - Q I O 3 t. S. 2 » & o a 2. S. S . 3 » 3toST 3 5 S S B "J" tf » o o l o l l o Q rt » ÍD C 3 /» tn M S o to" í o.5. \Grupo A base d a Reunião / S. S.™ 1 K » i a 0J> 3 I ' » o <&TOto a. C a s o S. Caso Grupo Comunidade Societário Institucional OBJETIVOS OPERACIONAIS DO MÉTODO VARIÁVEIS D A SITUAÇÃO H U M A N A INSTRUMENTOS DE TRABALHO 3 o w a g3 tn$ ça g — O Homem f„ _ A base d a Entrevista 1 S.3 3 M r«" O 3 W •a 5 MS Sj» •& a M o S ' C ra o o > iS. S . O « a n O *+ w 3• n a B Oto— » t» to to to i» * is* 3P 8 CA o 3 o S 3 » S ° 3. B t> -a ra • 0» % to to pp H ra» » Oí n ra ra 01 ü ra £2. 1 . -• c itaoOff'Mo. G r u p o S. o > ' ° ' 3 3 " ' 0 ¡i ã » 5 i» o. S. O o. Caso S. 3 K ° a p. S . S . S. C o m u nidade Previsão d e dados e recursos para a prestação de serviços *" NÍVEIS D E A T U A Ç A O Tradicional B 2 j) V ' g 5 Coordenação de esforços e recursos Micro | ^. a o* 6) r Q. Si? ¡ a & 0 2. S. »»» £ tn ç 3 a « S S ~ n> "> in M a (C+ < ra "o 18 3 3 to S •g Í £ 3. <lade [ m nl J Política S o c i a l ^Planejamento Documentos preparatórios d e Teresópolis (Administração •\ d e B e m . S . G r u p o S. 3 "1 í " 2. Comunidade 2. S .Í S • 2 2. Wo «?pSo 2 S o »«3. C o m u n i d a d e S . S. S . • » 5 » o <• „ o ~ 3 w 2 o »1 ™ g O. S . S •a a ' S O OJ I& £ a C". ". . "^Caso O Homem e m grupo J s.E s t a r '•Social Diagnóstico f Prestação -i d i r e t a d e '-serviços u p O W ft. ra w a •o 9 1 ? 3 w $ C ¡ 0 3 l tu » d o •o ra ñ a ao 8 O s •° 2.o £. o* £ O • o» * & É5 -*» & * § a & S.B 5. <* «.. S . Tradicional ESPECIFICAÇÃO 1. 2 o (D 3 O 2 ca ^ " a H . G r u p o Des.°. 3 1*O-uQ(o sS a * » sra to5 K-tn_ . » • <0 a " o » toC »i o 2 a ac « B » ? tí^í Q»zrto 3 y o n ! 0 £ to QUADRO ESPECIFICAÇÕES DA M E T O D O L O G I A DO SERVIÇO SOCIAL SEGUNDO OS CRITÉRIOS MAIS USADOS SISTEMA-CLIENTE I. C a s o S.s e t a m bém n a macroatuaçio. S. S. C a s o d i r e t a de S . M 3 «Í ffi *1 3. S. 2: S H. G r u p o serviços S. «o>ra2.S B ~ to cn "_ iS. D. rr « Q a -« Sfl 3 o o ft _ g ra O» in K as 8 1o » * Log3 « Si 2 » ¡ 3â ••58 p. 1 Araxá Instituto Social S i o Paulo S.ra£ &» c < 5. » ra ~ o 1 0 o a O 3 i S - » tu i . S . c/Organizações III S. \ Grupo O Homem em comunidade f ^1 Comu'-nidade A base d a Pesquisa 1 „ Macro u lí Curativo Preventivo Construtivo PROCEDIMENTO LÓGICO F A C E A SITUAÇÃO S O C I A L PROBLEM A Araxá Prestação S .5.» 3 3 2. S.8 to O T3 t & i O ^ -o ISO g ra K ra 5 2. U% 01 tn M < Nota: O documento admite que D C e S S R com populações p o d e s i t u a r .3" ? > £ if . a a 3 o . a » • ra Õ o 8' ? o" a o o » • 3 ^ » 2 3 s 3o „ S £ 9. o re c P. S . S .u n O <! » o B» g. c/Populações S. L/rt ^ » o I?»™ » a QÔE.-0 8 ° » a c !»! 8-** >i ü <> to l i s 3: 5" 2. Comunidade Pesquisa Social Administração d e Bem-Estar Social II. a s raraQ H3. S. S . S .ü 8 E. S S. S .o> 5 C 3. & a I s 3. tJ » o ¡3 . Intervenes* . (Quadro B 2 ) A N A L I S E D O QUADRO A análise do quadro suscitou a s seguintes rações: conside- SISTEMA-CLIENTE Discutidos os esquemas de categorização dos métodos de serviço social oferecidos pela corrente tradicional. não obstante seja necessária a especificação dos métodos. exclusivamente. 1 . embora o enfoque de análise seja válido. ele deve ser considerado como parte de u m esquema m a i s amplo e m que se distingam. por premência do tempo. OBJETIVOS OPERACIONAIS D O MÉTODO N a discussão dessa variável. reconheceu-se que. segundo os critérios m a i s usuais. segundo esse critério — sistema-cliente — limita a questão quase que exclusivamente ao nível d a prática direta. a partir do critério de identificação do " S i s t e m a C l i e n t e " o u "Unidade-Cliente".2 Social 81 APRECIAÇÃO D O S CRITÉRIOS E DAS ÍJUWDAWC I A S Q U E V Ê M O R I E N T A N D O A FORMULAÇÃO D A M E T O D O L O G I A D O SERVIÇO SOCIAL» O estudo desse item p a r t i u d a análise de u m quadro sobre a s especificações d a Metodologia do Serviço Social. preliminarmente. somente foram arrolados e analisados o i critérios mais usuais de especificações da Metodologia do Serviço Social. a s s i m como os formulados pelo Seminário de Araxá e pelo Instituto de Serviço Social de São Paulo. que se i n s p i r a n o modelo americano.Teorização do Serv. A s s i m . os diversos níveis de atuação do serviço social. A apreciação d a metodologia. 2. impedindo que se considerem válidos outros níveis de atuação. conclui-se que a apreciação d a metodologia do Serviço Social não pode s e r feita. concluiu-se que. mas. não O Grupo B pretendeu inicialmente fazer uma análise mais completa. p o r exemplo. tentar determinar objetivos permanentes. o critério foi reconhecido como válido. F o i lembrado que a perspectiva adotada baseou-se fundamentalmente n a variável "agrupamento". Portanto. o " h o m e m e m g r u p o " e o " h o m e m e m comunidade"." 3. apresenta u m a tónica psicologista e predominantemente ligada à microatuação. 3 DANTAS. conforme proposto no Documento de Araxá. — definição e esclarecimento dos conceitos de " m i o r o " e " m a c r o " n a atuação do serviço social. partiu do modelo proposto e m u m dos documentos preparatórios deste Seminário. José Lucena. de 25/10/1968. requer que se proceda à categorização dos próprios objetivos. Considerou-se. e que a distinção dos níveis e m " m i c r o " e " m a c r o " . E m face das análises feitas. Social iS Duas questões foram preliminarmente oolOoadM. é u m a abordagem adequada. CFAS. — especificação dos métodos de serviço aoolftl t o t Otda nível de atuação. A s formulações do Documento de Araxá sobre a prim e i r a questão. os mesmos são determinados no próprio momento da intervenção. que. Apesar dessa limitação. que s i r v a m de critérios p a r a especificar métodos. ou seja. N Í V E I S D E ATUAÇAO Inicialmente. — Volume de intervenção. ao se tratar dos objetivos d a prática. " são merecedoras de reexame a f i m de melhor precisarem os critérios de categorização. A análise dos conceitos da segunda questão. utilizadas e m documentos do C F A S . Nível macro — noções de: — magnitude (grande) — agregação — ausência de relação direta entre o agente profissional e o sistema-cliente no processo de prestação de serviços Nível micro — noções de: — magnitude (pequeno) — individualização ou alcance social restrito — presença d a relação direta entre o agente profissional e o sistema-cliente no processo de prestação de serviços A discussão do assunto levou à formulação de outro modelo que ressalta duas variáveis básicas: — Nível de decisão — global e setorial. . necessitando ser pesquisado e formulado de m a n e i r a a superar essas limitações. concluiu-se não s e r o mesmo pertinente à análise da especificação do método de serviço social por referir-se ao aspecto operativo do método. "Teoria metodológica. INSTRUMENTOS D E TRABALHO Analisando esse critério. " m i c r o " e " m a c r o " . concluiu-se pela não apreciação da metodologia do serviço social segundo esse critério. Resolução n. reconheceu-se que a categoria "níveis de atuação" é u m dos critérios válidos p a r a a especificação dos métodos de serviço social. às técnicas que instrumentam s u a aplicação. "necessidades e p r o b l e m a s " e " e s t r u turas". Torna-se imprescindível considerar outras variáveis como: "equipamento". V A R I Á V E I S D A SITUAÇÃO HUMANA Illlililil do Serv. como quadro de referências p a r a apreciação das variáveis. 2 Conselho Federal de Assistentes Sociais. segundo o qual estes dois níveis de atuação podem ser categorizados a partir dos seguintes aspectos: 3 Também e m relação a esse critério não existe elaboração suficiente.I min ll Teorização CBCISS « d i t e m elaborações suficientes a este respeito. A perspectiva do " h o m e m individualmente". uma abordagem científica". conduz à discussão do problema d a estrutura lógica e operacional do método do serviço social. como critério d a especificação metodológica. porquanto essa questão. deixou-se de entrar n a análise d a s "situações sociais prob l e m a s " como critério de especificação. a autonomização das fases de estudo. n u m a p r i m e i r a aproximação do problema. p o r considerar-se que a questão do objeto ainda não está suficientemente aclarada n a teoria d a profissão. n u m esclarecimento mútuo dos diversos problemas. os assistentes sociais não receberam o instrumental necessário p a r a a elaboração do diagnóstico que é feito n u m processo dinâmico de aproximações sucessivas. na pffAtlca. Ao nível d a profissão. A adoção do "procedimento lógico" face a s variáveis significativas p a r a o serviço social. Assim. . julgou-se válido que se buscassem. multai vezes. leva ao debate do objeto do serviço social.84 Teorização CBCISS Nenhum conhece-se. diagnóstico • prognóstico tem levado o assistente social a dedioar-it. como critério p a r a especificação d a metodologia do serviço social. O s documentos apresentados ao Seminário p r o c u r a r a m mostrar as inconsistências do esquema tradicional. tendo alguns. as operações que constituem esta fase poderiam ser compreendidas dentro do seguinte esquema: Ao nível da constatação E n u m e r a r e descrever Ao nível da explicação C o m p a r a r e distinguir Classificar e conceituar Relacionar as variáveis (hipóteses) Sistematizar (teoria) Singularizar Prever a s tendências Fases predominantemente de ação Nesta categoria incluem-se as fases geralmente conceituadas como: plano de tratamento — tratamento — planejamento e implementação — formulação dos planos — tratamento o u execução. também. e m última instância. O tratamento do assunto. do Serv. Apreciando a questão. Social 86 Discutindo a validade do esquema de oonotltutgfto dai fases predominantemente de conhecimento. D e qualquer forma. n a estrutura do método científico. que o s conceitos de " m i c r o " e " m a c r o " estudos e m maior profundidade a p a r t i r d a entre a s variáveis ressaltadas. Verificou-se qut. R e a s s i m . ao nível d a profissão de serviço social.-que até 0 momento. Fases predominantemente de conhecimento Nesta categoria incluem-se a s fases geralmente conceituadas como estudo. formular de modo consistente u m diagnóstico OOm o respectivo prognóstico. requer esclarecimento de aspectos e conceitos que devem s e r buscados n a história e n a filosofia das ciências. inclusive. Concluiu-se que. rtCOnheotU*M que o mesmo é insatisfatório. P R O C E D I M E N T O LÓGICO P A C E A SITUAÇÃO S O C I A L P R O B L E M A Reconheceu-se a dificuldade d a abordagem d a " s i t u a ção social problema". reconheceu-se que a s colocações tradicionais subdividem o método e m diversas fases que. à coleta e análise de dados s e m . contribuições para o esclarecimento do assunto. concomitantemente. proposto que todas essas fases fossem conceituadas como de "diagnóstico". necessariamente. este fato não impede que se trate do problema metodológico e que o tratamento d a s duas questões pode e deve s e r conduzido. apesar do objeto condicionar a determinação dos métodos. podem ser agrupadas e m duas grandes categorias: — fases predominantemente de conhecimento: — fases predominantemente de ação. diagnóstico e prognóstico. Acresce. predominantemente. necessitam correlação dos dois modelos foi totalmente aceito. O planejamento foi considerado como o procedimento que orienta a tomada de decisões politicas racionais. trazido ao Seminário e m alguns documentos preparatórios. Segundo u m dos documentos preparatórios. No plano operacional. C o m p a r a r e distinguir . a necessidade de maiores investigações sobre o assunto. nesse processo encontram-se implícitos os seguintes raciocínios: integrante — pro jetante — experimental. c o m vistas ao desenvolvimento. do Serv. concluiu-se sobre a necessidade de afirmar o sentido do termo "intervenção" n u m a perspectiva científica ( a expressão v e m sendo u s a d a nas ciências sociais) e a importância de ser aprofundado o estudo sobre s u a viabilidade intrínseca. O G r u p o B preferiu que a matéria fosse ordenada como se segue: 1.3 — Metodologia aplicável ao nível de prestação de serviços diretos. Neste sentido. aceitou-se o conceito de intervenção planejada.86 Teorização CBCISS Analisando a terminologia do esquema tradicional e c o m base no pressuposto de que existe u m conjunto de operações predominantemente práticas no método profissional. I n d i c a r a viabilidade ou prever a s tendências 8. O papel do serviço social no referido processo se desd o b r a n a s u a presença efetiva n a s etapas técnicas de: a ) •laboração de planos e b ) estabelecimento d a participação d a população no planejamento através de suas organizações representativas. Executar 10. no qual se inclui a discip l i n a do serviço social. N a discussão do assunto. Avaliar T E M A 3: APLICAÇÃO D A M E T O D O L O G I A D O SERVIÇO S O C I A L Na apreciação do T e m a 3 não foi seguido o esquema reformulado pelo plenário. 3. p a r a denominar essa categoria de operação. portanto. Discutiu-se. a complexidade das variáveis de nível quantitativo f o r m a m u m a rede que dificulta a correlação entre os dois momentos: conhecimento e ação. esta questão ainda é discutível e deve ser aprofundada. Classificar e conceituar 4. porém. e m cujo processo dinâmico poder-se-iam distinguir três momentos: — preparação das ações — execução efetiva — avaliação Ainda segundo o mesmo documento. concebe-se o planejamento como u m proOfiso integrado e interdisciplinar. e m serviço social. 4 Como resultado das reflexões.2 — Metodologia aplicável ao nível de administração e m serviço social. Sistematizar • 8. 87 Social E n u m e r a r e descrever . administrati- . considerando-se que. F o i reconhecida. a relação entre "intervenção" e "diagnóstico". Concluiu-se que. de natureza política. técnica. também. 1 Singularizar 7. a intervenção planejada constituiu-se e m u m a série de operações racionalmente preparadas. n o plano lógico. José L u c e n a — O b r a citada. P r e p a r a r as ações è. a ser utilizado no estudo no próximo item — Aplicação da metodologia do serviço social — foram identificadas a s seguintes operações: * D A N T A S . Relacionar as variáveis V 6. O processo de planejamento compõe-se de quatro etapas sucessivas. A s proposições existentes foram consideradas insuficientes.1 — Metodologia aplicável ao nível de planejamento 3. o diagnóstico e a intervenção são dois momentos autónomos que integram o método profissional: o conhecer e o agir. Destas fases. No processo de planejamento. F o i estudado. " L e s facteuri économlquei el sociaux du dévéloppement". a etapa de controle e avaliação constitui u m a categoria autónoma. diretrizes e normas Detalhamento de programas e projetos N o processo de planejamento. t) Detalhamento de programas e projetos. "Diagnóstico e intervenção a nível de planejamento. : Diagnóstico do Serv. que pode compreender as seguintes fases: a) b) c) d) Identificação de necessidades e aspirações. pode-se formular o seguinte quadro hipotético: Categorias de intervenção utilizáveis e m Serviço Social Categorias de intervenção em planejamento. publicações do C B C I S S . sugerem-se. utilizáveis pelo Serviço Social Identificação de necessidades e aspirações Identificação de recursos Social 89 Quanto à I N T E R V E N Ç Ã O . não se incluindo especificamente no momento de intervenção do serviço social. sendo entretanto reconhecida sua importância.Teorização 88 CBCISS v a e técnico-administrativa. e as três últimas à área d a intervenção. e) Estabelecimento de padrões e normas de sistemas e serviços. 8 • H á conhecimento de que no U N R I S D estão em elaboração eitudoi de indicadores sociais com vistas ao planejamento para o desenvolvimento social. opções. como hipótese de trabalho. D R E W N O S W S K Y . considerações sobre o seguinte quadro: Categorias de diagnóstico aplicáveis e m Serviço Social E n u m e r a r e descrever C o m p a r a r e distinguir Classificar e conceituar Relacionar as variáveis estabelecendo as hipóteses Sistematizar Singularizar Prever tendências Categorias de diagnóstico. Quanto ao DIAGNÓSTICO. a intervenção se situa em dois momentos: decisão e execução. . Formulação de objetivos e definição de^ metas e prioridades. utilizáveis pelo Serviço Social Estabelecer hipóteses operacionais F o r m u l a r opções Formulação dos objetivos e definição de metas e prioridades F o r m u l a r diretrizes e normas Estabelecimento de padrões e normas de sistemas e serviços Mediatizar as hipóteses. Para estudo da matéria foram sugerido» o» seguintes documentos preparatórios ao Seminário de Metodologia do Serviço Social. inclusive p a r a o setor de serviços sociais no planejamento integrado. A atuação específica do serviço social no diagnóstico e n a intervenção e m planejamento não foi aprofundada. A metodologia e o conteúdo do planejamento social estão ainda e m elaboração. Marta Teresinha — S P . as primeiras parecem referir-se m a i s diretamente ao diagnóstico profissional. lean. 1969: — G O D I N H O . o papel do serviço social n a etapa técnica de elaboração dos planos. O primeiro corresponde à etapa de elaboração de planos (de natureza técn i c a ) e o segundo à etapa de implantação (de natureza administrativa). por ex. 1966. correspondente aos seguintes passos: — — — — definição de políticas elaboração de planos implantação dos planos controle e avaliação. Diagnóstico. incluindo situações globais e problemas específicos". apenas. Identificação de recursos. U N R I S D . em planejamento. Genève. grupo e comunidade. Francisco de Paula —.7 Organização Direção: — Implantação _ Coordenação — Supervisão — Motivação — Treinamento C o n t r o l e e avaliação: _ Sistema» d » p r o c e s s a m e n t o formações — S i s t e m a s d e avaliação de i n 8 T A k M .* P a r a fins de estudo. Sstenuts d e a t e n d i m e n t o . Reflexões sobre Avaliação Seno A. Semelhanças e diferenças". "Diagnóstico e intervenção a nível de planejamento incluindo situações globais e problemas específicos". processos de p a r t i c i p a ção s o c i a l — Inventário d o s r e c u r s o s h u m a n o s . Intervenção — Conjunto de operações administrativas visando à execução e à avaliação de resultados.2 — Metodologia aplicável Serviço Social ao nível de administração em E s t e procedimento resultou n a PROCESSO 1 Metodologia aplicável ao nivel viços dtretos PROCESSO Classificar • conceituar da prestação de ser1 Relacionar a s variáveis Singularizar Prever tendências Preparação d a a c t o — B A P T I S T A . . à luz de hipóteses p a r a determinação dos objetivos dos programas. — FAUSTINT.) 3. 1969. cuente. demandas. foram elaboradas as seguintes conceituações: Diagnóstico — Conjunto de operações visando à coleta e à interpretação de dados. 91.90 Teorização do Serv. ( V e r p.A n á l i s e bibliográfica — C o n s u l t a s a fontes secundária» Execução "A ADMIMltVBAtlVe Z Aplicando o modelo p a r a a identificação d a estrutura lógica do diagnóstico aos níveis de " c a s o " . n a concepção tradicional: caso. — CORNELY. d .ituaeío problema. — Levantamento de dadoi slgnlMa* — Análise d e documentação d e f e r v i ço s o c i a l c ^ M u l t a s " » técnicos s d m l n l s t r a d o r e t e e l e m e n t o s d a população . T a l posição não significou aceitação de " c a s o " . "Planejamento Económico e Social. dos Serviços. Brasil". — Comparar e distinguir Estabelecimento de hipóteses — F E R R E I R A . . "Planejamento Local Integrado no C H A M U Z E A U . A seguir. n e m a i m possibilidade d a identificação de outros métodos. objetivo. entidade. " g r u p o " e " c o m u n i d a d e " como métodos de serviço social. LÓGICO Enumerar e descrever Coleta de dados O procedimento lógico foi adotado como hipótese de trabalho p a r a a exploração do diagnóstico e d a intervenção do serviço social ao nível d a prestação de serviços di retos. As diversas operações do processo administrativo foram enquadradas nas várias fases do procedimento lógico. " g r u p o " e " c o munidade". m a t e r i a i s e f i n a n c e i r o s existente». Disposições d o p l a n e j a m e n t o n a c i o nal. "Diagnóstico e Intervenção a nível de Administração em Serviço S o c i a l " — S P . fórmulas Já e m p r e g a d a s . Jocelyne Louise. setorial que se r e l a cionam com o programa e/ou c o m a área d e atuaçao Plano de açío: — Programas e Projeto. Social CBCISS 3.3 91 Diagnóstico s o c i a l p r o p r i a m e n t e _ dito: conhecimento das necesiidades d » população. d o . elaboreçlo do quadro que s e segue: O tema foi elaborado a partir da contribuição oferecida por u m dos documentos preparatórios do Seminário. Metodologia". d . foram analisadas as três modalidades d a prática. C B C I S S . d o s u t e m . programação R S . M y r i a m V e r a s — P R . aspirações.G B . concluiu-se que: Gino. regional. metas e projetos. « O ^ ^ v a a . A adequação do modelo. tradicionalmente. s e m a definição desse quadro teórico. partindo-se. execução ou tratamento e avaliação. u m quadro teórico explicativo das variáveis ocorrentes n a intervenção. e exem-. seria i m profícuo. b) não seria correto tomar como quadro de referências u m a ou outra corrente teórica do serviço social. c) a s operações relacionar as variáveis e singularizar podem s e r reduzidas a u m a operação m a i s global. como identificar e descrever. o modelo. foram analisadas as diversas operações propostas e conclui-se que: a) n a operação enumerar e descrever não se prescinde de u m a operação de identificar os dados e a subdivisão enumerar pode ser reduzida a descrever. b) a s operações comparar e distinguir e classificar e conceituar podem ser reduzidas a u m a única — classificar. existe u m a metodologia de pesquisas que v e m sendo utilizada e que não reflete. aprioristicamente escolhida. de u m embasamento teórico suficientemente explicitado. plificativo. conclui-se que: a) as operações sugeridas — preparação da ação. sob os pontos de vista teórico e operacional. entretanto. o modelo subespecifica e m demasia as operações a s e r e m realizadas. que seria explicar e compreender. Refletindo sobre as dificuldades encontradas. tornando extremamente difícil a tarefa de diagnosticar. c) não há. Analisando as operações propostas ao nível de intervenção. também. .92 Teorização do Serv. e) no momento de enumerar e descrever Já M tornam necessárias hipóteses preliminares de diagnôItlOO. sob os títulos de: plano de tratamento. b) as dificuldades encontradas n a aplicação do modelo na fase de diagnóstico repetem-se n a fase d a intervenção de vez que é necessário. no esforço de identificar a estrutura lógica do diagnóstico. o modelo não permite u m a reflexão a nível concreto. d) a operação prever as tendéneiat (oorrMpondfQdO a prognóstico d a terminologia trididonal) ttrla mantida. a s s i m como nãp seria correto permanecer a u m nível de abstração lógica que o próprio modelo representa. eie« cução e avaliação — correspondem às operações conhecidas. sempre. 93 Social Diagnóstico Intervenção de u m novo Identificar e descrever Classificar E x p l i c a r e compreender Prever tendências Preparação d a ação Execução Avaliação Recomenda-se que este quadro seja analisado. CBCISS a) ao nível de " c a s o " e d e " g r u p o " . a p r i m e i r a etapa p a s s a a apresentar-se. necessidade de alterar as categorias propostas n o modelo inicial. necessariamente. s e m o exame dessa metodologia. e m outras oportunidades. segundo o modelo proposto. então. E s t e raciocínio conduziu à formulação quadro: Tentando m i ni m i z a r as dificuldades encontradas n a aplicação do modelo n a fase diagnostica. conclui-se que: a) todas as operações previstas supõem u m quadro teórico de explicação dos fenómenos e variáveis e que. b) a o nível de "comunidade". O s conceitos não são próprios e exclusivos de u m a "explicação". O termo fator significa a condição necessária. Destaco os pontos que seguem p a r a melhor interpretação do esquema. . — u m sistema instrumental de mensuração. m a s elementos fundamentais n a própria descrição. hão de exprimir-se. e m termos operacionais. dos critérios de seleção que aplique. — a s necessidades. "causa-efeito" ou "condição-aparecimento". 94 CBCISS Balbina O. Isto conecta este nível c o m o seguinte de explicação. Decorre daí que parece demasiadamente rígido. indutivamente enumeradas e instrumentalizadas p o r suas características externas. formal. — N a realização do diagnóstico.riUIlG. Trata-se de u m conjunto de elementos próprios do observador. ao enumerar e descrever. suficiente ou cooperante do aparecimento de u m fenómeno. A hipótese operacional significa a relação "meio-fim". por força da premência do tempo. Vieira — GB Gisela Bezerra — GB Helena Iracy Junqueira — SP José Lucena Dantas — DF Leda Del Caro — MG Maria Augusta de Luna Albano — GB Maria Helena M. P a r a isto torna-se necessária a operacionalização das variáveis da prática do Serviço Social e m indicadores e índices. não pôde ser aprofundado. estão e m jogo os seguintes elementos: — u m sistema referencial teórico. pelo qual São quantificadas as variáveis e m observação. segundo o qual os dados são colhidos. do feixe de hipóteses que adote. Duarte — MG Marília Diniz Carneiro — GB Marisa Meira Lopes — GB Marta Teresinha Godinho — SP Mary Catherine Jennings— USA Maria Nazaré Moraes — BA Suzana Medeiros — SP Tecla Machado Soeiro — GB Vicente Faleiros DF OBSERVAÇÕES S O B R E O RELATÓRIO D O G R U P O B Quanto às observações solicitadas pelo C B C I S S sobre o Relatório do G r u p o B . — A hipótese de diagnóstico se distingue da hipótese operacional. gostaria de ressaltar que o esquem a apresentado p a r a o diagnóstico e a intervenção. visto que os próprios conceitos nele contidos estão implícitos. A p r i m e i r a compreende a relação "fator-função". "caminho-objetivo". Nela e por ela é que se põem à prova as hipóteses operacionais. ressaltando aqueles que intervêm no maior número. é preciso estabelecê-los e m termos de hipóteses operacionais. — A s hipóteses de diagnóstico objetivam. quando se colocam as metas físicas da ação. nomopragmáticas.° 4. os conceitos. por exemplo. da conceituação. Teoria do diagnóstico social. estabelecer o nexo de interdependência entre as variáveis. Suplemento n. reunidos de acordo c o m o tema a que se referem. A teoria metodológica do Serviço Social. 1970. Teoria do diagnóstico e da intervenção em Serviço Social C O S T A . Teoria Social do diagnóstico A intervenção 2. Formas de intervenção na realidade. A n a Augusta — M i m . Helena I r a c y — M i m . A s leis científicas. Teoria do diagnóstico e da intervenção em Serviço Social: a intervenção em Serviço Social. — O planejamento implica e m singularizar e prever tendências. cuja relação damos a seguir. Suplemento n. quantificadas de preferência. . T e n h o certeza de que as contribuições deste Seminário engendrarão a reflexão sistemática. nomológicas. TEMA I 1. sendo o produto final apenas o resultado e que e m termos de benefícios significa a realização do atendimento ou satisfação de u m a necessidade. — O termo sistematizar (teoria) sugere a inserção de u m a análise n u m conjunto global e estrutural.° 4. — Diante dos objetivos a alcançar e do diagnóstico surgem caminhos alternativos. 24 fls. entre os indicadores das necessidades. isto é. o diagnóstico em Serviço Social. hipóteses operacionais. 1970. Introdução à metodologia. podem s e r aplicadas n a execução. destacando as variáveis de ação. as variáveis de diagnóstico operacionalizadas. J U N Q U E I R A . José L u c e n a — Debates Sociais. m a s u m a aproximação provisória. Suely Gomes — Debates Sociais. Vicente Faleiros RELAÇÃO D O S D O C U M E N T O S PREPARATÓRIOS Baseados no ternário preliminar foram elaborados os trabalhos preparatórios. n a própria teoria. a do Desenvolvimento e do Subdesenvolvimento. justamente p o r não se considerarem definitivas. É preciso então levar e m conta: — o volume do trabalho — o produto final — os benefícios — os meios O volume do trabalho se exprime seja pelas atividades totais. nela se verificando as " l e i s da ação".96 CBCISS No entrelaçamento dos dois tipos de hipóteses interligamse também diagnóstico e ação. Quanto aos meios. Uma abordagem sistemática. A L M E I D A . ou sejam. D A N T A S . isto é. Teoria Social do diagnóstico O diagnóstico e da intervenção em Serviço Serviço em Serviço Social e da intervenção em Serviço em Social Introdução ao método. 11 fls. justamente. — A execução não constitui u m momento isolado do planejamento. 8 fls. Planejamento local integrado no Brasil C O R N E L Y . Paulo — M i m . Planejamento económico e social. F E R R E I R A . Subsidio para o estudo do processo de supervisão. 12 fls. F r a n c i s c o de Paulo — M i m . C H A M U Z E A U .° ano. B . 16 fls. Leila Maria Vieira R E I S . A m i n — M i m . M a r t a T e r e z i n h a — M i m . Dulce Botelho S I L V A . Montagem de um programa para estágio de aluno do ciclo profissional — 1. E d i t h — M i m . 3 fls. M E L O . Luiz AUR. TEMA IV Diagnóstico e intervenção em nível de prestação de serviços diretos a indivíduos. T R A B A L H O S NAO R E L A C I O N A D O S D I R E T A M E N T E COM O T E M A R I O P R E L I M I N A R Verbalização e relacionamento em Serviço Social. TEMA II Diagnóstico e intervenção em nível de incluindo situações globais e problemas planejamento específicos Aspectos da aplicação das técnicas de planejamento na atuação profissional dos assistentes sociais. Renato . — M i m . Helena I r a c y — M i m . M a r i a Cecília CAVA N E T O . grupos.Teorização do Serv. comunidades. Jocelyne L . 13 fls. J U N Q U E I R A . M a r i a Carmelita R E Q U I X A . Nelson José FALCÃO. Seno — M i m . Antônio Gonçalves dos B E R L I N K . M E L O . 52 fls. M a r i a Lúcia Carvalho C A B R A L . Bases para a reformulação da metodologia do Serviço Social. M a r t a Terezinha — M i m . 6 fls. B U G A L H O . Diagnóstico e intervenção a nível de administração em Serviço Social F E R R E I R A . 10 fls. grupos. 8 fls. S O E I R O . populações Social 99 Diagnóstico e intervenção ao nível de prestação dê serviços diretos a grupos. M O T T A . Sugestões de roteiro para estudo do tema: diagnóstico e intervenção a nível de prestação de serviços diretos a indivíduos. Helena I r a c y — M i m . 4 fls. CBCISS Levantamento da situação atual e tendências do Serviço Social no Brasil nos seus aspectos conceptual e operacional. Urbanização e planejamento G O D I N H O . Joceline Guimarães — M i m . José Pinheiro R I B E I R O . Z I L L I O T O . TEMA I I I Diagnóstico e intervenção em nível de administração Diagnóstico e intervenção a nível de administração em Serviço Social. 2 fls. T e c l a Machado — Debates Sociais. C O R T E Z . 1970. comunidades e populações. I l d a Lopes Rodrigues Diagnóstico e intervenção ao nível de prestação de serviços diretos a grupos. M y r i a m V e r a s — M i m . Joceline Guimarães S A N T O S . Arcelina S U Z A N O . J U N Q U E I R A . Suplemento n. B A P T I S T A . M a r i a Helena S I L V A . incluindo situações globais e problemas específicos. Subsídios para o I I Seminário: Conclusões das reuniões preparatórias realizadas em São Paulo — novembro a dezembro de 1969. 5 fls. 1 fl. Diagnóstico e intervenção a nível de planejamento. G r u p o de assistentes sociais d a E s c o l a de Serviço Social de S . Sugestões para a realização de uma pesquisa de âmbito nacional sobre a situação do Serviço Social no Brasil. F r a n c i s c o de Paula — M i m .° 4. M a r i a do C a r m o C . G O D I N H O . DOCUMENTO DO SUMARÉ C I E N T I F I C I D A D E DO SERVIÇO SOCIAL III SEMINÁRIO — 20 a 24 de novembro de 1978 . COMISSÃO COORDENADORA DO SEMINÁRIO Coordenação geral: Leila Maria Vieira Bugalho Consultores: Anna Augusta de Almeida Creusa Capalbo Helena Iracy Junqueira Grupo de apoio: Maria Augusta de Luna Albano Maria das Dores Machado Participantes Anita Aline Albuquerque Costa Anna Stella de Andrade Furtado Balbina Ottoni Vieira Celina Magalhães Ellery Dulce Malheiros Araújo Ilda Lopes Rodrigues da Silva Jocelyne Louise Chamuzeau Julia Maria Nin Ferreira Leila Maria Vello de Magalhães Lusia Sinval Pinto Maria Amélia da Cruz Leite Maria Durvalina Fernandes Maria da Glória Nin Ferreira Maria Luiza Testa Tambellini Maria Madalena do Nascimento Tecla Machado Soeiro Terezinha Arnaud Urana Harada Ono Zilah Timotheo da Costa . 1.1 Considerações em torno dos questionamentos levantados sobre o Documento 2.2 .1 Documento de base: A cientificidade do Serviço Social GRUPO DO RIO DE JANEIRO 1.SUMARIO Introdução 1. ou seja.1 Considerações em torno dos questionamentos levantados sobre o Documento 1.2 Documento de base: Reflexões em torno da construção do Serviço Social a partir de uma abordagem de compreensão.2 2. interpretação fenomenologia do estudo científico do Serviço Social.2.1 Conferência: Algumas considerações sobre a fenomenologia que podem interessar ao Serviço Social CREUSA CAPALBO 2.2. GRUPO DO RIO DE JANEIRO 2.1 1. O Serviço Social e a fenomenologia 2.2 Documento de base: Reflexões sobre o processo histórico-científico de construção do objeto do Serviço Social GRUPO DE SAO PAULO 1.1 Considerações em torno dos questionamentos levantados sobre o Documento 1. O' Serviço Social e a cientificidade 1. reuniram-se no Centro de Estudos do Sumaré. resultaram. das respostas e sugestões recebidas. que levaram à identificação de questionamentos básicos. GRUPO DE SAO PAULO O Serviço Social e a dialética 3. CREUSA CAPALBO 3. em agosto de 1977. em segundo. em Recife.3 Roteiro de Reflexão: Dialética e Serviço Social. Decorridos dez anos.1 Considerações em torno dos questionamentos levantados sobre o Documento 3. a opção pela não alteração do Documento de Araxá e. realizado. era desejável retomar esse Documento e possibilitar novos questionamentos na linha da sistematização teórica por ele iniciado. em outubro de 1976.3 Roteiro de reflexão: Fenomenologia — Proposições a serem discutidas pelos grupos. pois.2.2 3. que indicam o segundo objetivo do Seminário: ensejar refle- . a compreensão de novas proposições. no Rio de Janeiro. Emergiram. desenvolveu-se um processo preparatório. e. com o objetivo principal de continuar os estudos de teorização do Serviço Social iniciados em 1967 com o Seminário de Araxá. PREPARAÇÃO DO SEMINÁRIO Assim. em primeiro. pela sua preservação histórica. as novas propostas. portanto. naquela data. buscou-se conhecer a opinião de diversos assistentes sociais. cujo documento final — o Documento de Araxá — foi considerado por muitos como um marco teórico do Serviço Social no Brasil. GRUPO DE SAO PAULO INTRODUÇÃO De 20 a 24 de novembro de 1978. GRUPO DO RIO DE JANEIRO 3. Dessas medidas preliminares. para o Seminário. através de uma pesquisa lançada no I I Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais.1 Conferência: Considerações sobre o pensamento dialético em nossos dias.2. a convite do CBCISS.2 Documento de base: Serviço Social e Cultura — uma alternativa para discussão das relações assistente social-clientela. A seguir. de medidas e estudos. Primeiramente. vinte e cinco assistentes sociais. ofícios dirigidos a 276 profissionais solicitaram sugestões sobre a retomada do Documento de Araxá para um estudo e possível reformulação. Social xões sobre novas proposições que. Os grupos de Porto Alegre não enviaram nenhuma contribuição. para a abordagem dos três temas. ou seja. Questionamento I — O Serviço Social numa perspectiva do método científico de construção e aplicação do Serviço Social. Reflexões sobre a construção do Serviço Social a partir de uma abordagem de compreensão. então. indicando: a aplicação de métodos ou teorias. dados sobre a intervenção do Serviço Social. que seria o elemento de ligação com a Coordenação Técnica do Seminário. Reflexões sobre o processo histórico-científico de construção do objeto do Serviço Social. interpretação fenomenoldgica do estudo científico do Serviço Social. (São Paulo) . entendido em sentido metodológico: a relação entre o objeto construído por uma ciência. recaindo daí a escolha em São Paulo. estão a exigir um esforço de crítica e formulação teórica. Convencionouse. 109 Tema-questionamento I 1. que a elaboração dos documentos de base do Seminário. (Rio de Janeiro) 6. (São Paulo) Tema-questionamento II 3. tivesse a participação. dois eram roteiros de reflexão). em fevereiro e março de 1978. Rio de Janeiro e Porto Alegre. três grupos. (São Paulo) Tema-questionamento III 5. escolas e número de assistentes sociais. no máximo. Quanto ao 3. A cientificidade do Serviço Social. interpretação fenomenológica do estudo científico do Serviço Social. um de cada Estado. Questionamento I I I — O Serviço Social a partir de uma abordagem dialética. O critério adotado para a localização dos grupos foi a existência de Cursos de Mestrado em Serviço Social. para prepararem documentos relativos a programas desenvolvidos em seu Estada. em cada uma. seis representantes de cada grupo. no momento. Serviço Social e Cultura — uma alternativa para discussão das relações assistente social/clientela. (Rio de Janeiro) 2. também. campos de atuação. haveria a escolha de um coordenador de grupo. Roteiro de reflexão: Fenomenologia e Serviço Social. Proposições a serem discutidas pelos grupos. embora tivessem realizado diversas reuniões preparatórias.° objetivo do Seminário — provocar questionamentos sobre a viabilidade das proposições face à Realidade Brasileira — foram convidados especialmente assistentes sociais. Foi proposto. Foram relacionados três questionamentos interdependentes: É preciso ressaltar a participação bastante ativa e dedicada dos elementos dos grupos no estudo desses temas. Questionamento I I — O Serviço Social a partir de uma abordagem de compreensão. teoria de interpretação com base no método dialético. quanto aos grupos: os membros deveriam ser assistentes sociais brasileiros. em grupo. de assistentes sociais. o número de membros seria irrestrito. Assim. abordando esses três temas. Roteiro de reflexão: Dialética e Serviço Social. A Coordenação Técnica do Seminário comunicou-se pessoalmente com as três capitais mencionadas. participariam do Seminário. o método empregado e o objeto real visado por essa ciência.108 CBCISS Teorização do Serv. chegou-se ao resultado seguinte: Recebeu a Coordenação seis trabalhos. ou seja. elaborados nessa fase preparatória do Seminário: três do Rio de Janeiro e três de São Paulo (entre estes. ou seja. ficando constituídos. (Rio de Janeiro) 4. Inclui ainda o roteiro de reflexão preparado pelo grupo de São Paulo sobre o mesmo tema (ver acima item 6). Creusa Capalbo. seguido das considerações. preparado pelo grupo do Rio de Janeiro (ver acima item 1). o documento de base. e inclui: a conferência inicial. uma constante perspectiva crítica. preparado pelo grupo de São Paulo. a Coordenação oito trabalhos relativos à Realidade Brasileira e o Serviço Social. O SERVIÇO SOCIAL E A FENOMENOLOGIA. O Capítulo I I I apresenta o Serviço Social e a dialética. O primeiro. que deverão ser considerados em estudos posteriores para dar continuidade a este Seminário. O programa constituiu-se dos três temas básicos relativos aos questionamentos acima referidos: 1. preparado pelo grupo do Rio de Janeiro (ver acima item 3). sobre o pensamento dialético em nossos dias. — estudo em grupos: leitura e análise crítica de um ou mais documentos sobre o tema. Inclui ainda o roteiro de reflexão. Não houve intenção de chegar a conclusões. outros encontros. que expõe os aspectos da fenomenologia que podem interessar o Serviço Social. Esta publicação apresenta os trabalhos do Seminário na ordenação seguinte: O Capítulo I versa sobre o Serviço Social e a cientificidade. seguido da apresentação das considerações. e inclui dois documentos de base. sobre os pontos abordados nos questionamentos sobre o documento. e inclui: a conferência inicial. Estudou-se cada tema. O Capítulo I I aborda o Serviço Social e a fenomenologia. Social Recebeu. O SERVIÇO SOCIAL E A DIALÉTICA. O SERVIÇO SOCIAL E A CIENTIFICIDADE. sobre a abordagem fenomenológica no Serviço Social (ver item 4). pela Prof.110 CBCISS Teorização do Serv. pela Prof. também. levantando-se novos questionamentos sobre eles. 2. seguindo-se as considerações feitas. igualmente seguido das considerações. sobre os questionamentos feitos sobre ele. preparado pelo grupo de São Paulo (ver acima item 2). em torno dos questionamentos levantados sobre esse documento. o documento de base. 3. através de: — conferência: subsídios filosóficos para a reflexão sobre o Serviço Social. O Seminário evidenciou principalmente um esforço reflexivo. em sessão plenária. interpretados pelos redatores dos respectivos documentos. em sessão plenária. 111 a a . e demandará novos estudos. preparado pelo grupo do Rio de Janeiro (ver acima item 5). — sessão plenária: apresentação da síntese dos questionamentos levantados sobre os documentos. Creusa Capalbo. em sessão plenária. O segundo. mas de contribuir para a vitalidade desse processo. feitas em plenário. como um processo que continua em aberto. O SEMINÁRIO O Seminário desenvolveu-se dentro da seguinte metodologia de trabalho. sobre os questionamentos levantados sobre o documento. O SERVIÇO S O C I A L E A C I E N T I F I C I D A D E . através do processo da ação. como subsídio para os estudos do I I I Seminário Nacional de Teoria do Serviço Social. O grupo preocupou-se. — a possibilidade de serem utilizadas quatro diferentes abordagens metodológicas para a constituição do objeto nas ciências sociais. nele encontrando duas contribuições valiosas: — a possibilidade de se explicar o que se passa. a nível fenomenológico. nos fenómenos sociais onde o homem intervém como agente. e não pretendendo apresentar . inicialmente. tem como tema a CIENTIFICIDADE NO SERVIÇO SOCIAL.1.1 Documento de Base A CIENTIFICIDADE DO SERVIÇO SOCIAL Balbina Ottoni Vieira Maria Cristina Salomão de Almeida Maria da Glória Nin Ferreira (Coordenadora) Maria Teresinha Bruzzi de Andrade Tecla Machado Soeiro (Rio de Janeiro) Apresentação O presente trabalho. Sem se preocupar com a indagação se o serviço social é uma arte ou uma ciência. em conceituar "cientificidade" e para tal partiu do estudo do livro "DINÂMICA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS". valores. em sua efetuação e não em seus efeitos. objetivos. Será que essa ordem de realidade é possível de ser objetivada? Duas possibilidades se apresentam: a primeira é encontrar um meio de analisar os fenómenos sociais em particular. i. colocando os agentes entre parênteses e fazendo aparecer os "sistemas". Cada um desses procedimentos traz dificuldades. graças ao qual seja possível. por meio de hipóteses estatísticas convenientes sobre esses constituintes (o subjacente). HERMAN Jacques e S C H O O T H E E T E Mare. Conceito de cientificidade 1 Uma grande interrogação se ergue a propósito do estudo dos fenómenos sociais. Isso não significa que seja necessário "reduzir" os fenómenos humanos a seus substratos biológicos e/ou físicos. 1 Teorização do Serv. i. dentro de uma linha simples e atualizada. Evidentemente. No primeiro. A escolha recaiu em Goldstein. Tal redução constituiria uma explicação "real" dos fenómenos humanos. considerar a ação nela mesma. Francisco Alves. porque sua obra ainda não é bastante conhecida dos brasileiros e merece ser divulgada e analisada. ao esquema da explicação que utiliza a linguagem do sistema. O que está em ques- . que poderiam ser BRUYNE. entre outros. estabelecendo uma analogia formal entre o funcionamento de uma entidade física complexa e o de uma unidade de comportamento e/ou de uma unidade de interação social.. atingir uma concepção concordante.e. o caminho da compreensão poderá nos levar de maneira inevitável a uma perspectiva subjetiva. recentemente publicada. sendo escolhida a tese de Howard Goldstein em seu livro "SOCIAL WORK PRACTICEA UNITARY APPROACH". outros autores e obras poderiam ter sido utilizados. A outra possibilidade consiste em renunciar completamente a todos os recursos sugeridos pelas ciências da natureza e forjar um instrumental original de análise. existe inevitavelmente referência a motivações. Poderiam ser lembrados. de ser inscrito num esquema de exterioridade. tanto para a conceituação de cientificidade quanto para referenciar o estágio atual da teorização do serviço social. ainda.e. Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais. pela riqueza de informações e elevado grau de sistematização que oferece. "POSSIBILIDADES E LIMITES DA TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL". adaptado à própria natureza do objeto estudado. das finalidades. Ora. Qual então o melhor método? O essencial é encontrar um método. ao nível dos "observáveis" a partir do comportamento dos constituintes elementares do sistema estudado. em princípio. ou. do que pertence propriamente ao contexto da ação. dos valores. i. diversos autores latino-americanos. Bartlett em sua obra já traduzida e publicada. passível de ser analisado em termos de variáveis. "A BASE DO SERVIÇO SOCIAL". entretanto. o grupo decidiu tomar como referência uma das construções teóricas do serviço social já realizadas. tudo aquilo que constitui a face interna da ação. a excelente contribuição de Harriett M . é necessário captá-la (a ação) em sua própria produção.e.116 CBCISS uma exemplificação inédita de teorização. enfim. Social 117 tratados pelos métodos que demonstraram seu valor no estudo dos sistemas materiais. Na segunda. Rio de Janeiro. Assim. rejeitamos o que é de ordem das significações. ao tratar os fatos como coisas. ação não é um processo "em terceira pessoa". Se se quer chegar a um verdadeiro conhecimento da realidade social.. Paul de. é um processo que é a aplicação de um sentido e que é constituído de um extremo ao outro por tal aplicação. mas tentar explicar o que se passa a nível fenomenológico. em termos de fenómenos elementares. a tese de Anna Augusta de Almeida.. opõe-se o esquema da compreensão que utiliza a linguagem do sentido. na qual o homem intervém a título essencial enquanto agente? Desde o momento em que a ação desempenha um papel. das intencionalidades. Pode-se recorrer nesse domínio aos métodos que mostraram seu valor no domínio das ciências da natureza? A própria ideia de um conhecimento científico é aplicável quando tratamos de uma ordem de realidade. que estabeleceria "a priori" o devir da ciência. mas uma teleología que se constrói sem um "telos" premeditado. orientando-se. Mas se esse esforço não pode ser medido por uma norma preestabelecida. Ela só consegue fazer com que captemos aspectos inéditos da realidade. senão do próprio processo. mas o processo de interação que levou a esse resultado. Isto porque essa própria construção deve ser compreendida como um processo dinâmico do procedimento científico. o procedimento científico é ao mesmo tempo: aquisição de um saber. — no plano das normas (critérios). não um modelo determinado. aperfeiçoamento de uma metodologia e elaboração de uma norma. . vemos o empreendimento procurar um caminho. — no plano dos conteúdos. nem por isso é arbitrário. no interior da ciência. confrontando de modo crítico os métodos utilizados e os resultados. Para se conseguirem. no qual se realiza. ela própria. para certas direções privilegiadas. não é possível elaborar uma metodologia das ciências humanas. Ele é levado por uma intencionalidade de constituinte que se assegura de si mesma e descobre suas próprias virtualidades no próprio procedimento. ou uma formulação um pouco sofisticada do que se oferece à percepção. O que parece essencial não é o resultado a que se chegou. O empreendimento (tal como se desenvolveu no quadro das ciências da natureza) desenvolveu-se simultaneamente em dois planos: o dos conteúdos e o dos critérios. aliás. diante de um processo evolutivo caracterizado pela auto-organização: o que é produzido em dado momento não é acrescentado simplesmente ao que já foi produzido anteriormente. De um ponto de vista lógico. é o que explica que as formulações que lhe propõe possam ter um caráter normativo. mas ao progredir elabora critérios que lhe permitem orientar-se de modo cada vez mais preciso. a aquisição efetiva de um saber é comandada por uma metodologia que obedece. que caracteriaam a ideia de cientificidade em sua significação mais geral. a uma norma diretora. o que significa que sempre se duplicou com sua própria metateoria. Na realidade histórica de seu devir. Estamos. Social tão neste debate é a ideia de um conhecimento cientifico dos fatos sociais. comandado por condições mais gerais. A epistemologia moderna. abandonando certas vias. nada mais faz do que passar para a expressão esse processo interno de autofinalização. estabelecer seus resultados. A ciência não é simplesmente o prolongamento da visão espontânea do mundo. os quais. pelo qual a ciência se constitui em seu devir histórico. os processos constituintes. a epistemologia deve dirigir sua atenção para os procedimentos ou momentos genéticos do devir e não para os resultados da ciência já constituída. na medida em que começa por substituir o campo perceptivo por um domínio de objetos que ela constrói por seus próprios meios.118 119 CBCISS Teorização do Serv. A cientificidade representa uma ideia reguladora. assim. considerado elaborado uma vez por todas. de maneira cada vez mais decidida. pois é apenas no "devir" efetivo da ciência que esta ideia se mostra a nós. não é possível indicar de modo preciso em que consistem essas determinações gerais. A norma de que se trata não vem de nenhum outro lugar. vemos o empreendimento elaborar seus métodos. Quando a reflexão sobre a ciência se organiza de maneira explícita. Portanto. devemos admitir que existem determinações imanentes que impõem ao processo histórico o seu aspecto. Existe aqui como que uma teleología imanente da pesquisa. partindo da construção do objeto que se poderá captar o aspecto dinâmico do procedimento científico. ou em vias de elaboração. ela não pára de aperfeiçoar. tomando como norma diretora uma ideia de cientificidade já constituída. precisamente. A pesquisa é sempre tateante. É. Se existe um "devir" da ideia de cientificidade. representa a passagem ao estado explícito dessa metateoria imanente: No entanto. mas cria condições novas que tornarão possível uma produção futura. portanto. sem contudo estar consciente disto. retificando-se a si mesmo. formular seus princípios. tateando. Parece que a única noção coerente e precisa de científicidade é adotar o caminho da análise sistemática. as interações que se criam entre os pólos levam o campo a um determinado potencial de produtividade e poder-se-ia representar a constituição do objeto. de maneira precisa e definindo um espaço de virtualidade do qual o objeto. Press. Espaço Metodológico Dialética Fenomenologia Quantificação Lógica hipotéticodedutiva Métodos Pólo Epistemológico Quadros de Referência Positivismo Compreensão Funcionalismo Estruturalismo Tipologias Quadros Tipo ideal Sistemas de Análise Modelos estruturais Pólo Morfológico \ Pólo Teórico 121 Pólo Técnico Modos Estudo de caso de Estudo comparativo Inves. Em outras palavras. Ele é elaborado num meio preexistente. Uma diz respeito à identificação dos conhecimentos que compõem essa base comum. 1973. Esses quatro pólos (cada um dos quais determina uma articulação específica em categorias organizadoras subordinadas) induzem. Social CBCISS Não existe. portanto. Social Work Practice — A unitary approach. pois. feito de esboços operatórios diversos. em condições que são determinadas pela natureza das interações entre as condições de produção do saber. pois a partir do momento em que se conseguir (a construção) não tarda a suscitar novos problemas. uma vez construído. nunca acabada. University S. Este campo constituinte é o da prática metodológica.120 Teorização do Serv.Experimentações tigação Simulação sição de uma variedade de teorias e conceitos que explicam as várias dimensões da personalidade. a dinâmica dos grupos e das famílias e a atividade das organizações e das comunidades prepara o assistente social para selecionar e utilizar. no campo da prática metodológica. na realidade. articulados uns sobre os outros. G O L D S T E I N . refere-se a como os conhecimentos das ciências sociais e do comportamento podem ser sistematizados e ordenados para oferecerem ao serviço social uma fundamentação coerente com a prática. Howard. a aqui- A outra questão.C. 17. os que forem aplicáveis às suas tarefas. a tensões que tomam precisamente esse campo produtivo. a mais importante de acordo com o autor." 2 A tese de Howard Goldstein De acordo com o autor. um momento no qual se poderia dizer que a construção do objeto está acabada e que a fase da análise começa. 2 . que poderá ser estruturado a partir de quatro pólos: o pólo epistemológico — o pólo teórico — o pólo morfológico e o pólo técnico. A construção é. a afirmativa de que o serviço social tem uma base comum de conhecimentos suscita duas questões principais. South Caroline. como o aparecimento de uma singularidade do campo. P. O objeto científico não está colocado na esfera ideal de sua existência por uma espécie de iniciativa absoluta do pensamento. mas aspectos particulares de uma mesma realidade de produção de discursos e de práticas científicas. Esse espaço metodológico quadripolar não configura momentos separados da pesquisa. a construção prossegue. representará uma das atualizações possíveis. e para cujo esclarecimento pretende colaborar em sua obra. Ao contrário. e Goldstein afirma que: "A prática do serviço social não é orientada pelos conceitos de uma única teoria. uma operação contínua. com liberdade e flexibilidade. " 6 Op. — conceitos funcionais — são de natureza mais específica. teorias e conceitos de personalidade. então. uma das primeiras preocupações do autor é a de classificar os conhecimentos aplicáveis na moderna prática do serviço social em quatro grandes níveis. são prescrições para ação em circunstâncias especiais. 6. por sua objetividade e lógica. — no pólo teórico — o quadro de referência estruturalfuncionalista. objetivos e operações) que se virtualizam pela interação de três sistemas principais: o sistema-assistente social. . — ações — são operações táticas. p. responsável e conscientemente. fazem esses fenómenos acessíveis à manipulação. um processo que se desenvolve dentro do contexto e como consequência de um relacionamento humano intencional. se for analisada a partir do modelo topológico da pesquisa. uma teoria sobre a prática do serviço social." 4 Tendo colocado a prática do serviço social como um meio e não como um fim em si mesmo. problemas ou tarefas específicas. p. — no pólo técnico — o estudo comparativo. competência profissional do serviço social está na habilidade para. o autor dirá que o significado da intervenção do serviço social se encontra na: " . Os quatro grandes níveis são: Assim. O conceito de aprendizagem social é analisado de modo a eliminar os aspectos semânticos que o ligam a atividades escolares e a relacioná-lo com o serviço social.CBCISS Teorização do Serv. utiliza: — no pólo epistemológico — o método fenomenológico." 8 Embora o autor tenha explicado a cientificidade do serviço social. procura demonstrar que o serviço social tem sua própria substância e estrutura (propósitos. 154. Cada um desses sistemas é analisado e um grande destaque é dado.° capítulo da obra. técnicas ou práticas escolares. 5. — estratégias — são guias para uma eficiente e efetiva aplicação de conhecimentos em dadas situações. sob o título "Base conceptual da prática". por exemplo. informando que irá desenvolver o seu trabalho utilizando os dois níveis intermediários. o autor irá desenvolver a primeira parte de sua obra. ordem social e desvio podem ser colocados neste nível de conhecimentos. Segundo o autor: "O ajustamento social e a mudança são produtos de uma série lógica de experiências de aprendizagem que não se referem a modos. servem para organizar e expandir percepções e ajudar na aquisição das grandes bases de entendimento de certos fenómenos em termos conceptuais e hipotéticos. Idem. . aspectos da teoria da comunicação e da dinâmica de grupo. 123 "O objetivo do serviço social é a orientação do processo de aprendizagem social. p. Após essas considerações. Social Partindo desses pressupostos. dentro de limites particulares. incluem-se. Segundo o autor: 122 — conceitos gerais — são a mais alta ofdem de abstração. provêm da compreensão de fenómenos particulares e. são os procedimentos explícitos empregados em relação a unidades sociais. entrar e tornar-se uma parte do complexo sistema da interação humana para produzir mudanças nos padrões existentes de cognição e comportamento. — no pólo morfológico — o quadro de análise sistémico.. aos objetivos da prática do serviço social. a qual. no 6. Ele constrói. * Idem. 8 6 . o sistema-cliente e o sistema-mudança. esse capítulo é um esboço de uma teoria em serviço social. cif. oferecendo as normas gerais para as ações profissionais e uma farta exemplificação. i. esses processos são também analisados.impõe uma certa figura. o autor oferece um modelo. nuclear. essas normas gerais (estratégias) podem aplicar diferentes teorias e aplicar-se a diferentes tipos de clientes e de ambientes. Social Especificando mais o propósito central do serviço social. . 7. achar alternativa. que reúne: — como processos desenvolvidos pelo sistema-cliente — a solução de problemas e a aprendizagem. preparar os meios e as oportunidades pelos quais as pessoas podem alcançar. — como processo bidirecional — o processo de comunicação. de formação do objeto científico . ou. é um motivo típico da condição humana.CBCISS Teorização do Serv. sem pretender esgotar todas as possibilidades do modelo. Teórico Morfológico Técnico Função 125 órbita — processos discursi•vigilância crítica vos ou métodos •garantia da objetimuito gerais vação.e. então. intitulada "As estratégias e negociações da prática do serviço social". Como a busca de fins. opor-se. final. De acordo com sua proposição.(não se excluem mutuamente) damentos —guiar a elaboração ' das hipóteses e a construção dos conceitos — é o lugar da formulação sistemática dos objetos científicos — quadros de referência • positivista • compreensivo • funcionalista • estruturalista (inspiram o pólo teórico — fornecem os paradigmas) -enunciar regras de estruturação.. Tais processos ocorrem simultaneamente durante as três fases da prática do serviço social: inicial. Na segunda parte da obra. uma certa ordem em seus elementos -modelos/cópia ou simulacros — quadros de análise • tipologia • tipo ideal • sistema • modelos estruturais —controlar a coleta de dados — constatar os fatos para confrontá-los com a teoria que os suscitou — modos de investigação • estudos de casos • estudos comparativos • experimentações • simulação . o autor procura demonstrar a operacionalidade de seu modelo técnico. imediatos ou futuros. p. caminhar livremente. o autor associa às suas reflexões o estudo do processo de solução de problemas. diz que o mesmo é: MODELO TOPOLÓGICO DE PESQUISA 124 " . organizar-se a respeito. 8 Idem." Pólo Epistemológico 8 Como a aprendizagem é negociada (troca de informações e de conhecimentos) através dos processos de comunicação. — como processo desenvolvido pelo sistema-assistente social — a intervenção. uma configuração da prática do serviço social. Como conclusão da primeira parte do trabalho. da produção do objeto • dialética • fenomenologia científico • explicitar regras de • lógica hipotéticodedutiva transformação do • quantificação objeto científico • criticar seus fun. havendo-se com condições que interferem em sua vida produtiva. . CBCISS 126 Conclusão Se o Serviço Social for considerado simplesmente como descrição e transformação de situações existentes estará fora da prática científica, a qual supõe ter como objeto o conhecimento, a explicação. Em outras palavras, se os aspectos epistemológicos e teóricos forem negligenciados em proveito apenas de manipulações técnicas de caráter pragmático e terapêutico, a discussão sobre a cientificidade do Serviço Social talvez se encontre encerrada antes mesmo de iniciada. Mas, se o caráter cientifico do Serviço Social puder ser interpretado como o da busca de um consenso intersubjetivo sobre um campo delimitado de análise sobre o qual se estruturam conhecimentos e conceitos próprios ou originados das ciências humanas de um modo geral, para uma posterior aplicação, então será possível declarar a sua existência e acolher as ideias de Goldstein como uma valiosa contribuição à construção do Serviço Social científico. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO Publicações do CBCISS sobre o Objeto do Serviço Social ASSOCIAÇÃO B R A S I L E I R A D E ESCOLAS D E SERVIÇO S O C I A L , Rio de Janeiro. //. Curso de aperfeiçoamento para docentes de serviço social; reflexões sobre natureza e metodologia de ação social, Rio de Janeiro, 1967. 243 ps., ps. 42-4. FONTOURA, Amaral. Introdução ao serviço social. Rio de Janeiro, Mareei Berens, 1950. 512 ps., ps. 61-85. JUNQUEIRA, Helena Iracy. O serviço social como profissão. Rio de Janeiro, CBCISS, 1974. 10,14 ps.. ps. 2-8 (CBCISS, 87). K F O U R Y . Nadyr Gouvêa. Determinação do objeto de serviço social e os problemas que coloca. Debates Sociais, Rio de Janeiro, 8(14):25-38, maio, 1972. S I L V A , Ilda Lopes Rodrigues da. Introdução ao pensamento de Mary Richmond: construção do diagnóstico social. Rio de Janeiro, PUC, 1976, 97 ps. S I L V A , Maria Lúcia Carvalho da. Objeto do serviço social: nova proposição. Rio de Janeiro, CBCISS, 1977, 39 ps. (CBCISS, 126). S O E I R O , Tecla Machado. Bases de uma reformulação do serviço social: o objeto do serviço social: Debates Sociais-Suplemento, Rio de Janeiro, (4): 123-68, nov., 1970. reorteaçõo do Serv. Social 127 Os elementos essenciais do service social: o b j * » d o serviço social. Debâtes Sociais-Suplemento, Rio de Janeiro, (2):26-35, jun., i « w . TRABAJoTocial dentro del proceso de cambio. Revista de Traba,o Social, Rarwlnna (58V91-113, 2 ° trim., 1975. V I E I R A Balbina Ottoni. Serviço social: processos e téenicas. Rio de Janeiro, Agir, 1969. 391 ps., ps. 36-7. 1.1.1 CONSIDERAÇÕES EM TORNO DOS QUESTIONAMENTOS LEVANTADOS NO SEMINÁRIO SOBRE O DOCUMENTO DE BASE 1.1: Cientificidade do Serviço Social I. Apresentação O grupo, diante do tema que lhe cabia desenvolver, "A cientificidade do Serviço Social", resolveu partir da ideia contida no livro de DE BREYNE e outros sobre a "Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais", sem a preocupação do objeto específico do Serviço Social. No livro, encontrada a pluralidade dos procedimentos científicos, o grupo achou que todos ajudavam à construção do Serviço Social. Neste momento, achou por bem escolher um exemplo de construção da teoria científica do Serviço Social e tomar o livro de HOWARD GOLDSTEIN, que, partindo do pólo epistemológico, apresenta um corte fenomenológico do Serviço Social, chegando ao final a um quadro de análise sistémico. Goldstein, na sua obra, visa a uma operacionalidade, partindo de conceitos fundamentais e estratégicos. II. Questionamentos e respostas Os vários questionamentos apresentados pelos subgrupos em plenário foram agrupados pelo seu conteúdo, sem a preocupação de identificar de qual dos subgrupos partiu, assim como a ordem de procedência. 130 CBCISS Teorização do Serv. Social 131 1. Admitida a pluralidade de procedimentos científicos, por que a preocupação do objeto específico do Serviço Social? 4. Questiona-se a afirmação de que a compreensão poderá levar inevitavelmente a uma perspectiva subjetiva: poderá ou não levar a essa perspectiva? Admitimos a pluralidade para construir a ciência e por isso mesmo escolhemos um autor que procura o científico no Serviço Social. No entanto, não tivemos a preocupação de chegar ao objeto do S. S., mas, simplesmente, verificar como Goldstein o procurou. Goldstein nos dá um referencial, critérios que auxiliam a chegar a uma teoria. Este questionamento é também colocado pelos próprios autores do livro "Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais" na p. 11. No nosso trabalho não houve uma afirmação neste sentido, mas a confirmação dos riscos apresentados pelos autores quanto ao método compreensivo. 2. Qual a contribuição que o estudo do grupo trouxe para o Serviço Social? O esquema adotado ajuda a pensar e a elaborar sobre a científicidade do Serviço Social. Existem vários esquemas para se avaliar a científicidade. Tínhamos que optar por um e optamos por este. Foi altamente gratificante para o grupo verificar a coerência de Goldstein no desenvolver de sua ideia, enfim, num método que tem como objetivo a científicidade do Serviço Social. Goldstein nos apresenta uma sistemática, um procedimento científico para o Serviço Social, provou que é possível realizar isto. Apresentamos um trabalho baseado num estudo já feito. Para entendê-lo é indispensável ter lido Goldstein. 3. Se o movimento de reconceituação questiona as colocações funcionalistas, por que a escolha do modelo de Goldstein? Não existe uma só corrente de reconceituação. O movimento de reconceituação não é um privilégio dos latinoamericanos. Goldstein se fundamenta na teoria do conhecimento e na teoria da aprendizagem e nisto se aproxima da linha latino-americana, está preocupado com a reconceituação. No entanto, não há dúvida que pertence à corrente funcionalista, aliás muito forte nos Estados Unidos. A ciência pode chegar à verdade por vários caminhos, sem necessidade de abandonar o que está para trás quando isto for considerado procedente. 5. O grupo assume a proposição de que o Serviço Social deva aplicar somente conhecimentos de outras disciplinas, conforme colocações do seu estudo na p. 18. Qual a postura que o grupo adota? Em Teresópolis foram admitidos três níveis de conhecimentos ou seja: — conhecimentos para o S. S. (de outras ciências); — conhecimentos sobre o S. S. (que é, sua evolução, seu histórico, etc.); — conhecimentos do S. S. (a partir de conhecimentos prévios e da prática). O grupo não concorda que se deva tomar ou adotar posições de outras disciplinas. É bem possível que nem mesmo Goldstein tenha sido bem interpretado. Acreditamos que só se possam produzir conhecimentos de Serviço Social a partir da conceituação do objeto formal do Serviço Social. Para Tecla Machado Soeiro, membro do grupo., esta é a sua tese há muito tempo. 6. Goldstein tem abordagens sistémicas, mas, epistemologicamente, é fenomenológico. Por que apresentar então o seu modelo como sistémico (pólo mor fológico)? Realmente parece uma contradição. Goldstein analisa o Serviço Social como fenómeno e procura sua intencionalidade, mas, quando situa o Serviço Social como um sistema dentro de outro sistema, usa a linguagem da teoria 1. no caso. P. o Serviço Social poderá considerarse realmente uma praxis. Se o grupo adota urna postura fenomenológica. O que ele tenta é operacionalizar. E mais aínda quando procura operacionalizar. Só um estudo mais profundo de conteúdo poderia superar o impasse. Vieira Geraldo Pinheiro Machado (São Paulo) "A transformação das ideias e ações tem três momentos decisivos: a opção por uma estratégia e uma tática. e pareceu-nos válido tomar este autor para análise. fosse qual fosse sua posição. Medeiros Consultores: Evaldo Â. F. 7. com todos os requisitos da ciência.2 Documento de base REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO HISTÓRICOCIENTIFICO DE CONSTRUÇÃO DO OBJETO DO SERVIÇO SOCIAL Denise M . R. mesmo sendo ele sistémico. na perspectiva de um continuum dialético. Falcão Maria José T. Peixoto Maria Lúcia Carvalho da Silva (Coordenadora) Suzana A. e a análise da ação realizada para recolher juízos que enriqueçam ou modifiquem a teoria da qual partimos. sistémica." HERMAN C. a opção por certas técnicas operativas. Delgado Helena Iracy Junqueira Maria do Carmo B. KRUSE "Introducción a la teoría científica del Servicio Social" — 1972 . Somente assim procedendo. como explicar a questão dos objetivos sistémicos implícitos na visão de Goldstein? Colocamo-nos numa postura fenomenológica para procurar entender a proposta de Goldstein.132 CBCISS dos sistemas. A. O tema central desse I I Seminário versou sobre a metodologia do Serviço Social face à realidade brasileira. em maio daquele mesmo ano. O DA. Suplemento n.. formulações.T. em razão de esta área de estudo ter sido reconhecida como de grande necessidade nos sete encontros regionais. o CBCISS promoveu um encontro de trinta e oito assistentes sociais. promovido pelo CBCISS de 10 a 17 de janeiro de 1970. em novembro de 1970. foi largamente apontada a falta de definição do seu objeto. no homem como ser social. seu escopo principal que era suscitar debates e estimular novos estudos e esforços de teorização de Serviço Social. CBCISS Apresentação Em Araxá. uma linha de continuidade de questionamento e sistematização teórica de Serviço Social. abordados mais detidamente pelo D. Minas Gerais. Em 1968. em número especial. alcançou significativa repercussão não só entre assistentes sociais.A. com a participação de trinta e três assistentes sociais. indagações e recomendações relativas ao DA.U.134 I. publicado na revista Debates Sociais. aspectos de sua metodologia de ação. publicado em número especial da revista Debates Sociais.. aspectos omissos. no que diz respeito aos aspectos gerais sobre a natureza do Serviço Social. e também muito divulgado. .A. tendo em vista oportunizar uma análise ampla e crítica do DA.). Estado do Rio de Janeiro. e contém considerações e opiniões sobre a validade teórica. considera e expõe alguns componentes básicos da natureza do Serviço Social. se um dos fins do Serviço Social for a transformação dos homens e das sociedades (como pretende afirmar o D. assim. em agosto de 1969. particularmente em nosso País.° 4.A. como agente de mudança? — o objeto do Serviço Social se encontra na interação social. iniciada em Araxá e imprescindível a um processo de acumulação e renovação científica. As propostas do objeto do Serviço Social constantes no D. em Teresópolis. realizou sete (7) encontros regionais. denominado " I Seminário de Teorização de Serviço Social". Amazonas. Desse I I Seminário resultou o "Documento de Teresópolis" (D. no homem como ser individual. Ceará. o CBCISS. respectivamente. no homem como pessoa? Nos sete encontros regionais não foi possível buscar-se possíveis respostas às indagações acima. A síntese dos resultados dos sete encontros regionais foi igualmente publicada na revista Debates Sociais. São Paulo. Social 135 Quanto às indagações realizadas sobre o objeto do Serviço Social foram ressaltadas as seguintes: — qual o objeto do Serviço Social: o homem com problemas ou o homem como sujeito do processo de transformação. nas situações-problemas. com a participação de 741 assistentes sociais. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. que passaram a ser formuladas em termos de algumas propostas genéricas no " I I Seminário de Teorização de Serviço Social". instituições de ensino. ou seja. O D. e adequação de sua dinâmica operacional à realidade brasileira. Entre pontos omissos de maior relevância do DA.). Estado de Minas Gerais.. Assegurou-se. A determinação do objeto foi considerada nos sete encontros regionais tão essencial à elaboração de um conceito de Serviço Social como a definição de sua natureza e objetivos. em conjunto com organismos de Serviço Social.. pois apenas vagamente se afirma que para as transformações necessárias ao desenvolvimento faz-se mister uma ampla e consciente participação do próprio homem como sujeito e objeto. nos Estados de Goiás.A.T.). órgãos de classe e entidades de Serviço Social do Brasil. em síntese. de 19 a 26 de março de 1967. assim. atingindo. expressam que: — o objeto do Serviço Social define-se como o estudo das formas de "defesa e sobrevivência" dos indivíduos e das sociedades e das formas de agressão aos indivíduos e às sociedades. Trata-se de limitar apenas este estudo a alguns níveis institucionais (Suely Gomes Costa). como da América Latina e dos E. do qual resultou o "Documento de Araxá" (D. Teorização do Serv. O estudo assim orientado realizou-se num total de oito reuniões. que se pensa criativa. Para tanto. relato de experiências vividas de intervenção sócio-profissional. Social 137 cialistas nas áreas de filosofia das ciências e de sociologia e política. dos quais ressalta-se para o Serviço Social a relação teoria/ação. através de processos específicos de conhecimento. no momento. ou seja.U. tem limitações evidentes. parciais. e apresentado em outros trabalhos ou obras de autoria de diversos assistentes sociais. É com esta intenção que o CBCISS organiza atualmente o " I I I Seminário de Teorização de Serviço Social".136 CBCISS — o objeto do Serviço Social está na área das "situações sociais-problemas" que definem o modelo de atuação do Serviço Social. a reflexão crítica desenvolvida pelo grupo. tanto do Brasil. sendo o conceito de necessidade também relativizado (José Lucena Dantas). propõe para discussão específica o problema do objeto do Serviço Social. outras. — o objeto do Serviço Social pode ser definido como o processo de orientação social. expressão livre e espontânea de ideias. No entanto. Trata-se de um documento que. O grupo assumiu como postura principal a preocupação de procurar uma aproximação à definição do objeto do Serviço Social dentro da compreensão de ciência como movimento nascido e consolidado no período histórico moderno. por sua vez. Introdução O presente documento é fruto de elaboração de um grupo de sete assistentes sociais de São Paulo. em virtude do curto período de tempo concedido ao grupo para sua feitura (inicialmente. portanto. visando ao domínio e apropriação das forças da natureza e do homem. podem ser consideradas como dois aspectos de uma só questão. como da América Latina e dos E. levantamento. no qual.T. . II.. entre enfoques heterogéneos e divergentes. leitura e análise de material bibliográfico de apoio. depois. com alguns participantes que formaram subgrupos. em atendimento ao convite feito pelo CBCISS para apresentação de subsídios à reflexão do problema do objeto do Serviço Social no I I Seminário acima referido. segundo roteiro traçado consensualmente. motivaram a elaboração de diversas novas proposições sobre o objeto e outros componentes da estrutura básica do Serviço Social e que estão. um mês e meio e. que foram. num amplo quadro de pensamento crítico. omisso no D. que parece ter condicionado uma contribuição. redação por todos os participantes de textos preliminares sobre pontos diversos considerados fundamentais nos debates. entre as quais destaca-se aquela de não se poder ter atingido um grau de profundidade desejável. síntese geral desses textos e redação final do documento.A. ao se tentar situar globalmente e não fragmentariamente uma abordagem à problemática do objeto do Serviço Social. exigindo um esforço de crítica e formulação mais abrangentes. Em relação ao problema de "necessidades" e "situações sociais-problemas". Tais propostas ensejaram reflexões que. cerca de dois meses e meio) e das dificuldades sempre existentes de tempo disponível e de conjugação de horários convenientes a todos os participantes para reuniões e encontros necessários. sem dúvida. Esse processo é um dos que se desenrolam no processo social básico — a interação social — tal como o processo educacional (Tecla Machado Soeiro). leitura e análise de textos específicos referentes ao estudo do objeto do Serviço Social. algumas gerais de todo o grupo.A. entre outros temas. tendo em vista facilitar ou acelerar o andamento dos trabalhos. conversas informais. esboçado no D. propiciou um diálogo de muita abertura. o processo desenvolvido pelo homem a f i m de obter soluções normais para dificuldades sociais. um documento coletivo. levantamento. Neste sentido pode-se dizer que o preenchimento de necessidades surgidas com o processo de desenvolvimento constitui a "situação social-problema do desenvolvimento". Para a elaboração (leste documento o grupo de assistentes sociais contou também com a consultoria de espe- Teorização do Serv. de especial valia. o grupo adotou como procedimentos metodológicos. metodológico e filosófico da disciplina e a uma denúncia da ação profissional como realizada em função dos interesses das classes dominantes. O grupo não se perfilou a nenhuma dessas compreensões. como pano de fundo. p. o texto do documento. o grupo que subscreve o documento em pauta preocupou-se primeiramente. podendo produzir conhecimentos e teorias a partir e voltado para esta ação e seus resultados. avanços importantes quanto à reformulação teórica de alguns tópicos fundamentais do Serviço Social. como resultados deste movimento de reconceituação. mas exige teorias da ação. apresentado em bloco. questionamento critico da teoria geral. p. o movimento de reconceituação adentra nova etapa. Desse modo. pode-se identificar. processos e fatos reais e nas ações empreendidas. arte e ciência técnica. » Ver nota n. 2 2 Ver nota n. mediante processos intencionais de ação transformadora. encetar também o caminho teórico da abstração concep1 \ Ver nota n. com vistas a uma síntese entre ambas. pois é ainda um material apenas encaminhado ao tema/ desafio que vem sendo a construção do objeto do Serviço Social. embora julgue necessário que se processe um maior questionamento delas. será possível imprimir-se ao processo de reconceituação do Serviço Social características mais científicas. Hoje. Neste sentido. . Atualmente. a uma praxis' dinâmica e continuamente renovada. de fato. a um esforço de revisão do aparato teórico. No final do texto encontram-se: notas. Pensa-se que a partir de um marco propiciado tanto pelas teorias do conhecimento como pelas teorias da ação. formação de uma nova consciência ideológica e científica dos assistentes sociais. busca de uma metodologia básica. 155. comprovadamente.' 1. tecnologia. como revisão dos métodos tradicionais. na exposição. passados treze anos. qual seja.' 2. 3. contendo conceitos de algumas categorias básicas utilizadas. a de ir além da criação de pré-condições ao surgimento ou ressurgimento da epistemologia do Serviço Social para. a preocupação central do desenvolvimento científico do Serviço Social redireciona-se no sentido de procurar superar a antiga distancia entre teoria e ação. O Serviço Social caracteriza-se como prática ou disciplina profissional em virtude de atuar em realidades sociais concretas. pois para o Serviço Social a ação é a sua própria razão de ser além de colocar-se como fundamento da teoria ou fonte principal de conhecimento. o Serviço Social se constitui. através de suas várias e controvertidas acepções que intentam defini-lo como ciência. numa preocupação de globalidade. em considerar a natureza do Serviço Social. o grupo enfatiza e defende que o estudo do objeto do Serviço Social não se esgota nas teorias do conhecimento ou da epistemologia. bu seja. Cada vez mais reconhece-se que o trabalho teórico deve fundamentar-se nos fenõmenos. Incorporando-se ao momento presente de reconceituação. adotando a acepção que visualiza o Serviço Social em estreita correlação com as ciências humanas. que se espera possa amadurecer e precisar-se com as discussões que se processarão no I I I Seminário. a saber: 138 III. na condição atual de prática ou disciplina profissional com virtualidades para se tornar uma ciência praxiológica. numa interação dialética destas.139 CBCISS Teorização do Serv. em razão de possuir um corpo de conhecimentos em relativo grau de sistematização referente a seus componentes básicos. Social Neste sentido. p. uma prática ou disciplina profissional. tualizadora da atividade prática como fonte de conhecimento. como foi geralmente considerado nos diversos trabalhos até então produzidos. e a bibliografia consultada. Segue-se. entre outros. finalmente. Reflexões sobre a natureza do Serviço Social A partir de 1965 vive-se na América Latina e no Brasil um movimento de reconceituação do Serviço Social que se propôs inicialmente a uma ruptura das influências europeias e norte-americana. 156. segundo as entende o grupo. isto é. 159. por sua vez. — à unidade dialética teoria/ação/teoria. para o grupo. negar a ciência ou o comportamento científico de uma prática ou disciplina profissional. com as quais tão intimamente se relaciona. isto é. o que lhe permitirá. partilhando conhecimentos. se encontre particularmente interessado e empenhado neste problema. no âmbito da ciência. Absolutizar ou dogmatizar uma única abordagem seria absolutizar um único caminho. ser. sociológica. para que a ciência adquira significado. postulam posicionamentos. — atitudes e habilidades relacionadas ao sentir e agir profissionais. com prioridade.140 CBCISS — valores. propriedades da existência no e com o mundo. Teorização do Serv. o Serviço Social se atrele a uma única abordagem filosófico-científica. pois todas elas se fundamentam numa dada visão e compreensão do homem e do mundo. como resultado do grau de consciência possível do homem sobre o seu meio. resultando deste processo o ciclo sem f i m do progresso do saber científico e da ação transformadora do homem. pelo trabalho teórico. é necessário percebê-la em relação: — ao homem sujeito e objeto da ciência. questões e referenciais teóricos. explicar e atuar em dada realidade social. A este respeito. não é demais. consistente e objetiva. ideologias. pela ação. sendo intencionados. 4. ou psicológica. o que se entende por "ciência" é a forma mais perfeita que pode assumir a capacidade humana para compreender e discernir a realidade. O Serviço Social tem por pressuposto básico que sua teoria se elabora num processo dinâmico teoria/ação/ teoria. cabe explicitar que o comportamento científico perseguido pelo Serviço Social é tão-somente um meio e não um f i m em seu processo de construção. procura desenvolver. princípios filosóficos e éticos que informam e norteiam a ação. Tem-se por convicção que o Serviço Social assim se encajninhando chegará a atingir grau ou graus mais avançados de sistematização. em cada momento histórico. no conceito de ciência acumulada e renovada do conhecimento. investigação e sistematização de conhecimentos. na atualidade. como prática ou disciplina profissional. — objetivos ou finalidades que se propõe alcançar e que. ou seja. têm por base leis e princípios que. mediante processo intenso e vivo de reflexão. Não se entende. 4 Daí. embora. visando a que a sistematização de seus conhecimentos e ação se torne cada vez mais coerente. constituindo esta relação dialética teoria/ação/teoria um dos processos mais relevantes do desenvolvimento das ciências. a criação de novas sínteses explicativas de domínios cada vez mais amplos da realidade. tornar a assinalar que o Serviço Social não alcançou ainda um estágio de ciência. a descoberta de novos fatos e. é inadequado enclausurar a ciência e o comportamento científico de uma prática ou disciplina profissional nesta ou naquela corrente filosófica. por seu turno. orgânica. o que faz. em termos de comportamento científico. Social 141 Isso implica que a fundamentação científica que o Serviço Social. das possibilidades de apropriação e compreensão progressiva que este faz através de suas relações com o mundo circundante. alicerça-se. . fenómenos. Em decorrência. e que a ação transformadora da realidade revela sempre novos aspectos. p. Como consequência. * Ver nota n. contribuir mais específica e ativamente para intercâmbio e desenvolvimento das ciências humanas. propondo-se a efetivar. Na condição de prática ou disciplina profissional o Serviço Social persegue um comportamento progressivamente científico. Assim. por conseguinte. que. se consubstanciam em modos e sistemas para conhecer e atuar. ou seja. — à historicidade da ciência e de seus métodos. — conhecimentos sobre os fenómenos objeto da ação. segundo o grupo. reconhecer-se que. 161. ação embasada em fundamentos científicos para conhecer. em virtude de ser a ciência um movimento anterior a qualquer posicionamento e um projeto histórico em permanente construção. — método de ação na realidade e processos técnicos consentâneos. ideológico. cuja análise comporta. podendo-se. entre outros. poderá formular um modelo de observação sistemática de grupos em que iletrado não seja valor negativo. os seguintes aspectos: — existência dentro da própria ciência de categorias valorativas identificadas como valor de ciência. Face às diferentes correntes filosóficas que podem fundamentar a concepção e operação do Serviço Social. informam e dão sentido e direção à sua ação. Em síntese. cujos agentes professem diferentes filosofias. a escala de valores vivida por determinado grupo social em investigação. pode-se dizer que são um dos principais problemas das ciências humanas e das práticas e disciplinas profissionais. o Serviço Social aqui tomado como prática e disciplina profissional não exclui. ao vivenciar como um valor a cultura letrada e elaborar este tema como problema epistemológico. O Serviço Social formula seus valores universais partindo do homem e enfocando-o como um ser racional. Os valores. por exemplo. integrantes de uma dada realidade social. são uma questão essencial para o Serviço Social e outras disciplinas profissionais que atuam cóm a problemática humana e social. É o caso. mas também grupais. — escalas de valores professadas pelos cientistas. sujeito e objeto da história. como. a partir de um quadro referencial de valores. — escalas de valores das instituições sociais. por exemplo. como. que viessem a se constituir em posicionamentos de uma profissão. valorativo e científico do Serviço Social com o ser humano implica necessariamente um contínuo diálogo despreconceituoso e aberto que permita chegar a um esquema conceptual que sirva de parâmetro para orientar sua ação profissional a respostas operacionais válidas face à problemática de uma determinada realidade social. a ser equacionado simplesmente em termos de um problema epistemológico. neste sentido. a intercomplementaridade na prestação de serviços. a objetividade. capaz de transformar-se e transformar o mundo. Teorização do Sèrv. ainda. por exemplo.142 CBCISS Vale observar. de forma a tornar-se não obstáculo à ciência. individualidade e sociabilidade. do cientista que. como a seleção dos meios a aplicar. O que diverge dentro de sistemas culturais e políticas diferentes são as formas e abordagens de ação do Serviço Social. bem como valores culturais e outros de caráter conjuntural. dessa forma. O Serviço Social. mas instrumento científico. que na passagem da teoria à ação destaca-se com especial importância a problemática do valor. por exemplo. pois a direção para a qual é orientada sua ação transformadora pressupõe sempre uma opção ideológica. tem ainda toda sua ação impregnada de valores que transcendem dos valores científicos e que decorrem de uma concepção de homem e de sociedade. num continuum vir a ser e. fossem adotados valores básicos. Desse modo. voltados para um dado contexto. Os valores. como. Problema. Social 143 um ser em situação. seria de se desejar que. pelo contrário. Para o Serviço Social um valor não deixa de o ser pelo fato de não ser respeitado num dado momento histórico. pois os valores não são apenas pessoais. decorrentes dos posicionamentos ideológicos do Serviço Social. o apreço à cultura letrada. O compromisso filosófico. sob um ângulo de especificidade do comportamento científico do Serviço Social. A ação profissional deixa de ser pragmática. o aspecto ideológico faz parte integrante do Serviço Social. por exemplo. pois é impossível ignorar as contradições agudas da realidade social em que se vive. como. orientando não apenas a formulação de finalidades ou objetivos. postula . com prerrogativas de liberdade. falar em operacionalização ou instrumentalização de valores para a ação. ao avanço tecnológico. por isso. como prática e disciplina profissional. O problema em questão remete-se ainda ao fato de que não há ciência que não sofra a influência de classe. contudo. — identificação de valores nos fatos observados que constituem objeto de estudo dos cientistas sociais. além de se definirem posições ideológicas. neutra e conformista e passa a se tornar uma exigência de ação intencional. etc. No que diz respeito às escalas de valores professadas pelos cientistas. construção de uma "matriz" e. bem como inter-relação destes com um posicionamento filosófico. Donde. A medida que o Serviço Social avança do ponto de vista de uma ação científica. Social uma teoria que o embase. dentro de um processo histórico. — dialética — quando se constrói a partir da concepção da realidade enquanto movimento no processo histórico. em busca de objetivos específicos em cada situação concreta. resultará sempre de um processo histórico de construção por aproximações sucessivas. Reflexões sobre o problema de busca de definição construção do objeto do Serviço Social ou Dentre os componentes que formam a estrutura básica do Serviço Social. cuja relação levanta questões de como se vai construindo o conhecimento e de como o objeto vai sendo conhecido pela experiência. adquire especificidade quando da sua aplicação ao objeto específico do Serviço Social. formada por conhecimentos providos pelas ciencias humanas e por aqueles que o próprio exercício profissional enseja. neste sentido. entre os quais os mais usuais são: — empirista — quando se verifica uma supremacia do dado quantificável ou observável. IV. a partir desta. o objeto detém uma posição central de reflexão porque nele se encontram dois elementos-chave: o conhecedor e a realidade. ao tender para o enfoque dialético na construção do objeto. que por sua vez é sempre uma atividade do sujeito. mantém estreita interdependência com as finalidades ou objetivos que se propõem. como o conjunto de situações. um "para quê" atuar. o método é considerado pelos efeitos concretos na produção de conhecimentos e na própria ação. Embora especificador. — formalista — quando* se efetiva a construção de "modelos" fundados na logicidade formal do pensamento. Na teoria da ação. No que diz respeito a atitudes e habilidades relacionadas ao sentir e agir profissionais. a ação postula uma definição de propósitos. posição esta que traduz uma visão reducionista da consistência teórica das disciplinas profissionais. Compreende ainda uma formulação de juízos de valor e de princípios norteadores da ação. fenómenos e variáveis passíveis de uma ação determinada. como o das outras disciplinas profissionais. às quais cabe tãosomente ocupar-se dos objetivos. A metodologia básica do Serviço Social. o objeto também detém uma posição central. desconsiderando assim a construção do objeto no próprio âmbito da relação teoria/ação. e com posturas metodológicas adequadas ou pertinentes. como prática ou disciplina profissional que é. já aludidos. como antes se abordou. No Serviço Social.144 CBCISS Teorização do Serv. decorrem do fator subjetivo necessariamente presente na prática do assistente social. 145 O grupo registra uma emergente posição que considera a reflexão sobre o objeto pertinente apenas às ciências que não as disciplinas profissionais. compreendida como a investigação diagnóstica e intervenção planejada. Na teoria do conhecimento. pois que dentre os componentes básicos de estrutura das disciplinas profissionais desempenha papel preponderante na composição dos referenciais para a ação. A formulação do objeto do Serviço Social supõe a aplicação de métodos. sem base no processo histórico concreto. pois que esta se dirige ao homem e à sociedade. o objeto merece destaque pela sua condição intrínseca de definir sobre "o quê" recai a ação. seu objeto. identifica como critérios básicos para sua formulação uma dupla perspectiva: conjuntura teórica caracterizada pelo desenvolvimento científico da ciên- . Quanto ao Serviço Social. ideológico e valorativo. não devendo tal componente ser minimizado numa abordagem globalizante do Serviço Social. elaboração da teoria. o papel preponderante do objeto pode assumir a condição de especificador na concretização do processo de intervenção. as dificuldades inerentes à delimitação do objeto vão sendo superadas e os contornos do objeto do Serviço Social vão se manifestando e se delimitando mais concretamente. podendo ser entendido. O grupo. São elas. já mencionado. entendido na perspectiva de relações de conhecimento e transformação do objeto. posição. . a de caráter tecnocrático. em relação a uma influência sobre o desenvolvimento do potencial especificamente humano. Constata-se que. a saber: — referencial teórico. apesar de todos reconhecerem que este componente deva ser enfocado como área central de preocupação no processo de sistematização da teoria/ação do Serviço Social. mas vai se definindo no próprio processo de ação. como um todo. resumidamente: 1. uma questão polémica que se situa principalmente entre duas tendências em confronto. mediante relação que estes estabelecem com o objeto. Na l . e a de caráter integrativo das ciências humanas. em nível de generalidade e numa pluralidade de enfoques. e. entendido numa perspectiva sistemática de interação recíproca. — e método. seu objeto ou sistemas de objeto vêm sendo formulados. dos modos de produção. O conceito de funcionamento social pode ser expresso para o Serviço Social da seguinte maneira: pessoas « confronto > interação < equilíbrio > meio exigências 3. KRUSE (1972) — Infere. Os assistentes sociais analisam a personalidade e a situação para melhor entenderem seus elementos significativos. o objeto do Serviço Social se configuraria a partir da análise das conjunturas de cada sociedade. No Serviço Social. conceito este dirigido ao que acontece entre pessoas e meio social através de uma interação entre ambos. 2. a transação bilateral entre pessoa e meio social. Tendo em vista levantar para análise proposições sobre o objeto. hispano-americanos e brasileiros. elaboradas neste período de reconceituação. o que exige que eles sejam visualizados integradamente e vinculem os aspectos "psico" e "social". . isto é. compreendendo como disciplinas afins básicas a biologia. notadamente. mesmo ao estudarem um aspecto de particularização do objeto. Na 2. pessoa e meio são englobados em um único conceito. tanto por assistentes sociais norte-americanos. apresenta-se a seguir um elenco de dezoito propostas que se pensa serem representativas das múltiplas contribuições 147 de assistentes sociais norte-americanos. depois reúnem as partes e vêem as pessoas e situações. o funcionamento social. pessoa e situação. o objeto não é estabelecido a priori. o objeto do Serviço Social são os problemas sociais derivados da sociopatologia ou da situação de dependência e subdesenvolvimento. que. HERMAN C. via de regra. HARRIET BARTLETT (1970) — O foco central do Serviço Social é o funcionamento social. Na l . como latino-americanos e brasileiros. a existência de duas posições dicotômicas. das formações sociais e das conjunturas políticas — e inserção da ação social no contexto da problemática da realidade social. o objeto do Serviço Social é a repercussão nas pessoas dos problemas sociais. e hoje mais do que nunca. a a a . após a eclosão do movimento de reconceituação do Serviço Social. na interação daquele processo com três elementos essenciais. o que constitui um elemento histórico a ser cruzado com os elementos teóricos elaborados com base na. a respeito do objeto. SHAUN GOVENLOCK (1966) — Face a um engajamento racional. considera como proposta para reagrupar as várias preocupações teórico-práticas do Serviço Social. O problema da especificidade do objeto do Serviço Social constituiu sempre.ação profissional e em seus resultados. que leva a uma fragmentação do objeto. Assim. a psicologia e a antropologia filosófica. no trabalho com as mesmas. Desse modo. — fins ou objetivos a serem alcançados. visualizam-no no contexto de totalidade ou de articulação de relações.146 Teorização do Serviço Social CBCISS cia. a teoria do Serviço Sócia} deve ser fundamentalmente antropofílica. nas quais o Serviço Social se informa. a partir do homem limitado em sua praxis transformadora pela estrutura económica que o cerceia e por uma superestrutura ideológica e política que o aliena. São dimensões concretas e "históricas de uma realidade determinada. 4. SUELY GOMES COSTA (1970). Realidade é. ainda que não se tenha consciência dela. nesta. Social CBCISS 148 Na 2. DA ROCHA MEDEIROS (1974) — Define ser o objeto do Serviço Social o homem no processo de interação com seu meio social. As proposições destes três autores estão expostas na introdução deste trabalho. isto é. a psicologia social e a política.uma situação-limite já que atua como freio. definindo-se em relação a que intervém. — situação-problema — é. Consideram preliminarmente que cabe às ciências sociais estudar a totalidade social e ao Serviço Social clarificar sua vinculação à produção de conhecimento nos aspectos particulares que o caracterizam. 149 gica. luta de classes. compreendendo como disciplinas afins básicas a economia. objeto e objetivos são considerados interdependentemente e se definem genericamente como estudo da prática social e. capacitação e organização. a teoria do Serviço Social deve ser sociofílica. experimentação científica e atividade artística. JOSÉ LUCENA DANTAS (1970). tem que definir. dificultando a realização dos homens. É uma prática crítica e revolucionária. TECLA MACHADO SOEIRO (1970). uma instituição ou comunidade. orientado para a compreensão e transformação científica da realidade social. da ação concreta desenvolvida através da conscientização. assim. 7. a ação social do homem oprimido e explorado. no processo da ação do Serviço Social. KFOURI (1972) — A autora considera que nas disciplinas práticas ou profissionais são os objetivos que determinam sua especificidade. Esclarece os componentes desta definição do seguinte modo: — situação — tudo o que constitui a realidade para um homem. 5. pois. VICENTE DE PAULA FALEIROS (1972) — O objeto do Serviço Social é o homem considerado sujeitoobjeto numa relação dialética que se concretiza na prática social. o objeto do Serviço Social um campo exclusivo e privativo da disciplina. O objeto e objetivos devem ter como marcos globais de reflexão os campos de bem-estar social e das políticas sociais. 11. propõe que no Serviço Social reconceituado. Assim. 10. 6. BÓRIS ALÉXIS LIMA (1976) — Propõe como objeto do Serviço Social. a 8. o objeto sejam as situações-problemas geradas por carências e necessidades sociais. grupos e comunidades em sua problemática vital do cotiãiano enfocada em um contexto integral de desenvolvimento.Teorização do Sero. 9. SUZANA A. não sendo. A prática social é concebida pelo autor como sendo constituída pela produção de bens materiais. dessa maneira. LEILA LIMA e ROBERTO RODRIGUEZ (1977) — Para ambos. Ressalta que a imprecisão do objeto do Serviço Social é o grande obstáculo para elucidar o problema da metodologia básica. a sociologia. o objeto do Serviço Social é constituído por fenómenos concernentes ao ser humano no processo de inter-relações com o seu meio social sob a perspectiva de mobilização e de desenvolvimento de potencialidades humanas e sociais. posição. como ação transformadora deste homem e sociedade numa perspectiva histórica ideoló- 13. NADIR G. um grupo. NATALIO KISNERMAN (1972) — Ao partir do conceito de objeto como aquilo que uma disciplina estuda e transforma por sua ação. 12. tendo que intervir e/ou controlar os fenómenos sobre os quais incide sua ação (objeto). ANTOLIN LOPEZ MEDINA (1971) — Delimita como objeto do Serviço Social pessoas. o conhecido. que se configura por aspectos da vida cotidiana ou da dinâmica de . e a 2. os quais são interdependentes e intercomplementares. a a 16. diferentes teorias do conhecimento e diferentes métodos de investigação. A 1 . Essas relações se processam nos níveis micro e macrossocial de intervenção. na perspectiva de interação dialética destes componentes. isoladamente ou em grupos. com vistas a que venham a responder às exigências da efetivação das próprias políticas. JUNQUEIRA (1974) — Entende ser objeto específico. isto é. 18. HELENA I . mas não exclusivo. ADA PELLEGRINI LEMOS (1974) — Afirma que na teoria do Serviço Social o binómio pessoa/situação se delimita como seu objeto. no que diz respeito: I — ao atendimento das necessidades básicas do homem. social (organismos sociais).Teorização do Serv. famílias. fenómenos e realidades que interferem na resposta do sistema/ cliente ao meio. grupos. não tratados por outras ciências sociais. b) comunidades. comunidades. Neste sentido. 14. ou o fenómeno social que está dialetizado numa dupla dimensão entre indivíduo e sociedade (na visão de ser no mundo) e entre pessoa e comunidade (na visão de ser sobre o mundo). família. interpretação e transformação social. implantação e revisão de um conjunto orgânico de diretrizes. Não foi possível realizar neste documento uma apreciação crítica e particularizada destas dezoito proposições de definição do objeto do Serviço Social. as proposições de objeto como "situação social-problema" e . comunidades). compreendidas como processos dinâmicos e contínuos de formulação. a título apenas de ilustração. que orientam a ação governamental. grupos. histórica e concreta. de ação conjunta e de participação em outros níveis societários não tenham sido devidamente desenvolvidas. sistemas e subsistemas) e outras que possam vir a se configurar. ANNA AUGUSTA DE ALMEIDA (1978) — Apresenta como ideia de objeto do Serviço Social no contexto da realidade humana. Esta proposição pretende referir-se ao objeto não só no nível do agente humano. Social CBCISS 150 uma realidade social concreta. representados por indivíduos. cujas potencialidades de vivência comunitária. MARIA LÚCIA CARVALHO DA SILVA (1977) — Propõe como objeto não exclusivo do Serviço Social. o processo histórico-estrutural de marginalização/participação social. instituições e sistemas. cuja solução ou modificação exige a operação do sistema de relações existentes entre unidades de natureza psicossocial (indivíduos. sobre o qual simultaneamente atua. I I I — à equalização de oportunidades. instituições e populações. as quais sugerem diferentes concepções do homem e do mundo. como meio. isto é. económicos. grupos. política (estruturas. pessoa. IV — à adequação ou reformulação das estruturas. como no nível de um processo histórico-estrutural enquanto teoria/ação. que não lograram o atendimento de suas necessidades básicas e de desenvolvimento por si mesmos. 17. MARIA DO CARMO B. parte. culturais e humanos. 15. instrumentação. a gama de um elenco de fatores sociais. porém compartilhado por outras ciências sociais. do Serviço Social: a) indivíduos. instituições societárias. modificando-o. c) 151 politicas sociais. I I — à otimização dos níveis de vida da população. mediante utilização dos recursos disponíveis do seu próprio meio social. DE CARVALHO FALCÃO (1976) — Considera ser o objeto de intervenção do Serviço Social determinado fenómeno ' ou situaçãoproblema. parte do binómio é entendida como sistemacliente. Tais aspectos ou situações-problemas são entendidos pela autora como algo a ser resolvido. a situação existencial problematizada. que se processam no concreto da vida cotidiana. Este objeto genérico relaciona-se intimamente ao objetivo genérico do Serviço Social. foram elaboradas duas outras alternativas de propostas. Considerando as proposições apresentadas e relacionando-as às reflexões preliminares feitas quanto ao processo de construção do objeto do Serviço Social. Alternativa B — de MARIA LÚCIA CARVALHO DA SILVA (1978) 1. instituições e sistemas. 153 Este objeto específico relaciona-se intimamente a objetivos específicos do Serviço Social. aproximar-se do seu aspecto de especificidade. sob óticas diversas. Objeto genérico O objeto de Serviço Social refere-se a situações sociais-problema. . a partir do aspecto de generalidade do Serviço Social. I I — à otimização dos níveis de vida da população. que foram apresentadas com maior frequência. Esta abertura é. São elas: Alternativa A — de HELENA IRACY JUNQUEIRA (1978) 1. entendidas como as que ocorrem no âmbito das relações sociais. através de diferentes posições. no que diz respeito: I — ao atendimento das necessidades básicas do homem. cujas potencialidades de ação conjunta e participação em níveis mais amplos não tenham sido devidamente desenvolvidas. Objeto genérico Refere-se ao processo histórico-estrutural de marginalização/participação social. sem dúvida. qual seja.CBCISS "situações que se dão no nível das relações sociais". organizações e grupos comunitários. I I I — à equalização de oportunidades. que não lograram o atendimento de suas necessidades básicas e de desenvolvimento. implantação e revisão de um conjunto orgânico de diretrizes. realização progressiva do homem e criação de condições sociais que permitam e favoreçam essa realização. políticas sociais. com vistas a que venham responder às exigências da efetivação das próprias políticas. com vistas à realização progressiva do homem. como tentativas para uma convergência e síntese do esforço teórico até aqui encetado no tocante àquele componente. pela ausência dos recursos necessários ou pela incapacidade de utilização quando existentes. compreendidas como processos dinâmicos e contínuos de formulação. pois predispõe à crítica. finalmente. IV — à adequação ou transformação das estruturas. à verificação prática e à preocupação de globalidade da disciplina. que envolvem a superação das situações configuradas no objeto. instrumentação. trazendo em seu bojo elementos conflitantes que se podem transformar em elementos geradores de soluções e crescimento. e que se configuram de tal forma a provocar a necessidade de uma intervenção para modificá-las. Social 2. isoladamente ou em grupos. Teorização do Serv. que orientam a ação governamental e que se corporificam em sistemas de direitos e deveres e de prestação de serviços. na etapa que se atravessa hoje do estudo do objeto do Serviço Social. na perspectiva de interação dialética destes componentes. condição e espaço muito favorável a uma aproximação objetiva e científica daquele elemento básico. Objeto a) b) c) específico indivíduos. são entendidas e explicadas pelos respectivos autores. A contribuição maior destas duas alternativas pretende ser. a considera como o estudo metódico e reflexivo do saber. aspirações. à busca de equidade de oportunidades. necessitando de melhor formulação. mas inter-relacionadas: — às ocorrências conjunturais do processo histórico-estrutural de marginalização. o Serviço Social poderá voltar-se mais pertinentemente para as dimensões e implicações do processo de ação transformadora a que se propõe fundamentalmente. a partir das instituições sociais. como quantificar e qualificar. Sendo assim. as ocorrências conjunturais e as propostas de políticas sociais. social. A epistemologia estuda a produção de conhecimentos não só do ponto de vista lógico. Nilton F. numa perspectiva de desenvolvimento global. nos níveis micro e macro de atuação. JAPIASSU. — se o sujeito poderá intervir ativamente no conhecimento dos objetos. dos dados já anteriormente organizados independentemente dele num mundo exterior (físico ou ideal). O seu problema central consiste em estabelecer: 1 — se o conhecimento poderá ser reduzido a um puro registro pelo sujeito. cultural e político. isto é. direcionadas principalmente à satisfação de demandas sociais básicas. de sua formação. Pensa-se que assim procedendo. económico. como conjunto de orientações de ação do Estado e da sociedade civil. específico Diz respeito a duas dimensões distintas. É óbvio que as duas alternativas estão apenas esboçadas. o problema se encontra na relação sujeito-objeto. nas quais exerce sua ação profissional. como alicerce que é do processo de construção teoria/ação. em seus vários níveis. 1 . significam tão-somente o passo a mais que se pode dar neste resultado breve e intensivo. Nestas dimensões. ao mesmo tempo que contribuirá para o desenvolvimento de teorias da ação. Francisco Alves. o que permitirá avanços sucessivos tanto na construção do seu objeto como da disciplina na sua totalidade. organizações. etc. Rio de Janeiro. estudar a génese e a estrutura dos conhecimentos científicos. e o seu papel. conflitos. Social prática direta. à melhoria da qualidade de vida. comunidades e populações. interesses. etc. problemas. Objeto Teorização do Serv. participação social que dificultam ou facilitam a indivíduos. de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. ideológico. sociológico. cabe ao Serviço Social especificamente. A guisa de conclusão. de sua organização. ou nesta rápida retomada do problema de definição do objeto do Serviço Social. grupos. 1975. a função essencial da epistemologia é submeter a prática dos cientistas a uma reflexão. das populações. o grupo baseou-se em Japiassu que. nos diferentes níveis. torna-se a dizer. tanto generalizar e particularizar. — às políticas sociais. uma ação transformadora nos níveis pessoal e social e em suas interações. Introdução ao pensamento epistemológico. insatisfações.154 CBCISS 2. de seu desenvolvimento. especialmente no da 155 NOTAS 1) Da epistemologia Para esta categoria. deseja-se ressaltar que o atual e futuro momento de desenvolvimento científico do Serviço Social parece exigir um esforço reflexivo global e prioritário sobre as experiências concretas de ação. como do linguístico. de modo a que os programas refutam e respondam cada vez mais às necessidades. Essencialmente. Ambas as alternativas. à distribuição de excedentes. no sentido bem amplo do termo. o que prevaleceu ainda na escolástica. Afirmação. discípulo de Hegel. Foi Hegel (1770-1831) quem formulou pela primeira vez o método dialético. Civilização Brasileira. a duas linhas de pensamento. Descartes e Spinosa destacam-se dentre os pensadores do período moderno como representantes do raciocínio dialético. Paul.156 CBCISS Teorização do Serv. A dialética hegeliana tem três unidades que ele denomina Tese. e o movimento continua.. Georges. Rio de Janeiro. Seu movimento é o da própria ciência. era essencialmente a arte do diálogo. onde. Guy. transportado e transposto para o cérebro do homem. A Dialética. L E F E B V R E . 157 5 2 P O L I T Z E R . A Síntese se transforma numa nova Tese de outra tríade. Francisco Pereira. mas contrapôs sua concepção materialista do mundo à concepção idealista de Hegel — o Universo é um produto da Ideia. é o mais abstrato. em estilo didático. Paz e Terra. BESSE. Cap. e em filósofos modernos de certa forma incorporada à concepção da lógica. Nenhuma realidade existe." Pereira Nóbrega. que a contradição rege todos os fenómenos. mesmo no nível de uma investigação elementar. à oposição que existe na realidade anterior. Assim é o movimento da dialética hegeliana: enquanto se procede do implícito para o explícito. C A V E I N G . 1970. Daí a dialética materialista ou o materialismo dialético de Marx. as leis da dialética são as do mundo material. nela algo é afirmado. Guy. s P O L I T Z E R . vem sendo assimilada pela ciência contemporânea. "A verdade não é um'conjunto de princípios definitivos. desta luta de opostos. em suas quatro formas. François. Nas suas origens. exatamente por ser contemporânea. mais vasto. na antiguidade grega. Como cada momento se deduz do anterior. do questionamento. Homus. Marx. em síntese. a dialética vincula-se. Social Como diz Poulquié. 1975. É um processo histórico. graças à contradição. Para 1er Hegel. a passagem de graus inferiores para graus superiores do conhecimento. Vozes. Petrópolis. admitiu ser a dialética o único método científico. mais frequentemente. Os próprios termos lembram a identidade dos opostos. Publicações Europa-América — Original. ou seja. abrem-se perspectivas de um saber sistemá- 2) Da ãialética 2 3 4 FOULQUIÉ. Atualmente. cuja pedra fundamental é a luta dos contrários. o movimento do pensamento não é senão o reflexo do movimento real. Negação da Negação. Negação e Negação da Negação. * NÓBREGA. Maurice.. ou. C A V E I N G . Logos e Praxis. 8 . opus cit. 1349. em termos de conceito. da discussão. não existe uma dialética mas diversas concepções da dialética. Paulo. Lógica Formal e Lógica Dialética. O processo dialético não é apenas de explicitação (daquilo que está contido no momento anterior) mas também de concretização. portanto. 1973. A Antítese é a negação do que se afirmara antes. Na sua filosofia assim se enuncia a lei da dialética: Sem entrar nas minúcias das leis da dialética. Maurice. O momento anterior deve englobar todos os momentos posteriores. se torna mais difícil de precisá-la. item 13. I V . ps. Henri. expõe a dialética hegeliana que. podemos dizer que a Antítese já está na Tese. a f i m de poder superá-los. ou seja. Georges. Para Marx. o Universo precede apenas dos universais que não têm marca de percepção sensorial. 1972. é assim compreendida: A dialética hegeliana refere-se a um movimento pelo qual realidades novas se explicitam. sobretudo. é fácil verificar. se deduzem. Deve ser. ou seja. que esteja isenta deste movimento dialético. BESSE. Rio de Janeiro. Princípios Fundamentais de Filosofia. Ela já carrega em si sua contradição. Graças ao emprego dessa lei da dialética. mais recentemente. Antítese e Síntese. 32/34. C H A T E L E T . que não progride senão sob a condição de ser crítica incessante de seus próprios resultados. O menos vasto é o mais concreto. se procede do abstrato para o concreto. A tensão entre estes dois termos encontra sua conciliação na Síntese. que a definem com maior precisão — Hegel e Marx — e. mais amplo do que todos os momentos que dele se explicitam! O mais amplo. A Tese é afirmação. Presses Universitaires de France. S. isolados e independentes uns dos outros. um passado e um f u t u r o . entre as quais a do Serviço Social. . 31. a compreensão da categoria "dialética" vincula-se à dialética hegeliana e coincide. no entanto. seja um componente de dada realidade que perdura. ou seja. com a revolução industrial do século X V I I I . requer algumas considerações. dos seres. os fenómenos estão ligados organicamente entre si. na "consciência da praxis produtiva". não graduais. 3 — Da mudança qualitativa — o desenvolvimento leva a mudanças qualitativas. ressaltando-se dois pontos. Social 3) Da praxis Praxis. de fenómenos destacados uns dos outros. das relações entre eles) resulta de maior ou menor número de fatores quantitativos. Por oposição à "poética" (poésis) que é a ciência da produção de obras exteriores ao agente. por sua natureza. — Quanto à terceira forma. ressalva-se a permanência de algo. 2. p. Librairie Philosophique J. ãialética: 1. Garaudy. notes. que não produz nenhuma obra distinta do agente. Introduction. embora admitindo plenamente o dinamismo da realidade universal. coerente. de renovação e de desenvolvimento incessante. é suficiente para operar mudanças qualitativas. no decorrer do presente trabalho. dependendo uns dos outros e condicionando-se reciprocamente. mas rápidas. alcançando. são resultado do acúmulo de mudanças quantitativas. As quatro formas da lei da a a a 4 a — Da luta dos contrários — a dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenómenos da natureza implicam contradições internas. e com maior peso. súbitas e se fazem por saltos. 6 . a ação política que regula os atos do homem enquanto cidadãos da polis. outras. no que se refere ao bem e ao dever. decorrem de fatores cuja ação. aquela que dá normas ao agir humano. mas como um todo unido. Sofre mudança radical no Renascimento que reivindica a dignidade humana não só pela contemplação como também pela ação. da conversão das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas.158 CBCISS Teorização tico positivo capaz de integrar todos os resultados das ciências e desenhar um quadro de conjunto da realidade e de sua evolução. Paris. A luta desses contrários é o conteúdo interno do processo de desenvolvimento. no qual os objetos. do Serv. em decorrência de uma posição não idealista como em Hegel. Vrin. de estagnação e de imutabilidade. Jean J. Aristote Ethique a Nicomaque. com as quatro formas da sua lei básica. embora admitindo que algumas mudanças qualitativas possam resultar do acúmulo de mudanças quantitativas. pois de outro modo seria admitir-se que a qualidade (natureza das coisas. citando R. categoria amplamente utilizada hoje em diferentes áreas de estudo e de ação. Livro 1. 1972. que não tem outro fim que a ação interior. e que permite identificá-la mesmo depois de transformada. index. Aristóteles a concebe como ciência prática. formuladas pela filosofia marxista. . Não exclui. Neste trabalho. mas como um estado de movimento e de mudança permanente. de um estado a outro. imanente. onde cada coisa se desagrega. pois têm todos um aspecto positivo e um aspecto negativo. — Da mudança universal e do desenvolvimento incessante — a dialética considera a natureza não em um estado de repouso e de imobilidade. seja um substrato. sendo que não raro a grafia em autores atuais se apresenta em caracteres daquele idioma. Sua origem semântica e conceptual remonta à antiguidade grega. em boa parte. G T R I C O T . estágio mais avançado na valorização do trabalho humano e da técnica face às exigências da produção. e não materialista como em Marx: 159 — Quanto à segunda forma da lei dialética. ou seja. — Ação recíproca e da conexão universal — a dialética considera a natureza não como acúmulo acidental de objetos. onde cada coisa nasce e se desenvolve. praxis. p. Trad.. Paz e Terra. Donde a conclusão: todo objeto das ciências humanas é histórico. 1 1 . Paris. p. 1974. Ibid. fazer dele um mundo humano". p. 3. como "presença" do futuro em toda ação humana. K O S I K . Porto Alegre. Hilton F. compreendendo-a como a atividade humana sobre dada realidade social. A categoria praxis vem sendo incorporada. SANCHEZ. 117. Ainda. Introdução ao pensamento epistemológico. Dialética: teoria. isto é. 7 FILOSOFIA BORNHEIM. "a relação entre teoria e praxis é para Marx teórica e prática. 201. sua reivindicação plena na filosofia marxista que a adota como sua categoria central.. distinguindo-se da produção material e da técnica. Entretanto. "ela nasce como resposta filosófica ao problema filosófico: quem é o homem. como um processo que se orienta conforme determinada concepção do homem e do mundo. segundo Sanchez. inexistente fora da história. Rio de Janeiro. 8 9 1 0 JAPIASSU. "de um lado. nestes últimos tempos. Francisco Alves. de onde caracterizar o marxismo como filosofia da praxis. 151/152. É ainda a praxis que proporciona o critério de sua verdade. que a entende. 1975. ibid. a praxis proporciona o objeto do conhecimento — "o objeto do conhecimento é produto da atividade humana". Paul. Filosofia da Praxis. Introdução. Rio de Janeiro. Dialética do Concreto. 1977. Rio de Janeiro. como relatividade dos fenómenos ao passado e como conhecimento desse passado. prática na medida em que a teoria. ao discurso dos estudiosos da realidade social bem como aos documentos técnicos dos profissionais da intervenção nessa mesma realidade. Publicações Europa-América. da sociedade e da indústria. Gerd Alberto. Adolfo Vázques. No que se refere ao conhecimento. JAPIASSU." 11 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 10 SANCHEZ. sob a forma de atividade prática. Paz e Terra. SANCHEZ. 1979. 150/157. FINK. particularmente a atividade revolucionária. nem sem7 161 do Serv.. Rio de Janeiro. 2. Mas também essas disciplinas são históricas porque se desenvolvem ao mesmo tempo que a ação e o espírito humanos. ensaio para uma crítica da fundamentação ontológica da dialética. O conhecimento é o conhecimento de um mundo criado pelo homem. Didier Franck. opus cit. plasmar-se. A dialética. no dizer de Sanchez. Implica antes um posicionamento com relação à prática. num processo constante de realimentação teoria — prática — teoria. A aferição da verdade de um pensamento tem que sair de si mesmo. direcionada à consecução de objetivos predeterminados. Social pre com as conotações decorrentes de sua complexa conceituação pela filosofia marxista. FOULQUIÉ. pois encontra-se em devir.. mas o tecido da vida que se perpetua. adquirir corpo na própria realidade. como guia da ação. Francisco Alves. Vázques Adolfo. Karel. Éditions de Minuit. 1930-1939. 8 9 4) Da historicidade Para esta categoria. do outro. Como categoria central extrapola da prática no seu sentido produtivo. o grupo adotou o conceito de Dilthey.160 Teorização CBCISS A praxis humana atinge. Entendida esta como "atividade material do homem que transforma o mundo natural e social par?. atuação que permite conhecer essa realidade com mais objetividade e testar a teoria que a interpretou e que gerou o modelo de intervenção. Eugen. Globo. molda a atividade do homem. Nascimento e morte das Ciências Humanas. E é neste sentido que o conhecimento histórico também é humano. Hilton F. De la phénoménologie. A historicidade não é apenas a busca daquilo que já se realizou. ps. Adolfo Vázques. 1968. ps. A praxis é ainda entendida como a praxis revolucionária que transforma a sociedade apresentando-se como uma categoria sociológica.* ed. o que é a sociedade humano-social e como é criada esta sociedade". teórica. na medida em que essa relação é consciente". Esse o sentido em que é compreendida a praxis neste trabalho. para alcançar a dimensão epistemológica e ainda a dimensão ontológica. 1977. 79 ps. Ed. Paris. Determinação do objeto de serviço social e os problemas que coloca. Servido social pueblo. Humanitas. Pioneira. P O L I T Z E R .° 4. Qu'est-ce que le personalisme. M E D E I R O S . João Dell'Anna. maio de 1972. ideologia e ética na educação para o serviço social. Paris. Ada Pellegrini. Wesley C. 1976. Homus. 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Buscou-se identificar o essencial em várias posições. de antemão.2. nesta ou naquela posição filosófica ou metodológica. embora no decorrer do trabalho seja possível identificar tendências que se aproximam de um enfoque fenomenológico. sua relatora considerou que devido ao tempo limitado para a elaboração do mesmo e ao fato de ter sido elaborado por um grupo. Situando-se na perspectiva moderna da ciência como "visando à apropriação das forças da natureza e do homem". em sua teoria e prática. Passando aos questionamentos dos grupos a expositora teceu as seguintes considerações: 1. não obstante a riqueza das discussões sobre a matéria. O grupo não se colocou. 2 e 3 dos questionamentos levantados em relação ao documento do grupo de São Paulo. Quanto à postura do grupo responsável pela elaboração do documento.1.1 CONSIDERAÇÕES EM TORNO DOS QUESTIONAMENTOS LEVANTADOS NO SEMINÁRIO SOBRE O DOCUMENTO DE BASE. ao considerar o objeto como um dos elementos especificadores do Serviço Social. Destaque especial foi conferido ao aspecto da ação no Serviço Social. o documento apresenta em algumas passagens insuficiente fundamentação na abordagem de certos pontos básicos. 2: Reflexões sobre o processo histórico-científico de construção do objeto do Serviço Social. Conceito do Serviço Social como disciplina profissional. mas o de uma disciplina profissional que contém um acervo de conhecimentos sistematizados (das ciências humanas e do próprio Serviço Social) e uma metodologia de ação. Essa coerência não elimina a hipótese de adoção ou integração de abordagens ou posicionamentos de mais de uma teoria ou filosofia. positivista. No desenvolvimento do trabalho. 2. que oferece as teorias do conhecimento. porém. O grupo fala de teoria/ação/teoria na l.166 CBCISS tuar a importância do desenvolvimento de teorias da ação na perspectiva de transformação social participada. os conceitos arrolados consideram o objeto genérico. surgindo um posicionamento eclético da metodologia na construção do Serviço Social. 5. a construção da teoria do Serviço Social exige uma consistência. A construção da teoria da ação ensejaria em si mesma uma sujeição a uma epistemologia ou teoria de conhecimento. uma coerência interna. pois. . mas arrola autores que não instrumentalizam a posição antes assumida. O grupo admite que o Serviço Social não alcançou o nível de ciência. tendo uma posição de caráter pluralista ao procurar conhecê-los ou identificá-los. propriamente. que a especificação do objeto é uma necessidade. embora se inter-relacionem. 4. O grupo admite uma distinção entre a teoria que se constrói sobre a realidade. o grupo assumiu abordagens diferentes. 6. ou seja. uma posição dogmática seria um empecilho ao processo dinâmico de construção das teorias. 167 Teorização do Serv. que o grupo não reapresentasse qualquer proposta de formulação de objeto. Dentro de uma perspectiva de historicidade. a contribuição das teorias de intervenção. É possível que uma preocupação de caráter menos académico e com vistas a dar um passo à frente na busca da especificação do Serviço Social o tenha levado a queimar alguma etapa. de maneira indiscutível. Reconhece. O grupo não aceita a posição de que os fundamentos do Serviço Social devam vincular-se exclusivamente a esta ou àquela filosofia (marxista. como supõem também. Pelas condições de trabalho. pois é da inter-relação que advém o processo da praxis. a parte. o grupo deixou de adotar um procedimento analítico em relação aos oito conceitos arrolados. 3. o que se constitui em conhecimentos transmissíveis. Na opinião do grupo. ressaltando sempre. também. Embora o título dado ao documento deixe supor que se trata apenas de reflexões sobre o assunto. face ao desenvolvimento das ciências do conhecimento e da ação. já antes apontadas. Social No entanto. a estreita relação entre elas. mas não o específico do Serviço Social. o grupo considerou oportuna a apresentação de sua proposta de objeto do Serviço Social. o objeto sobre o qual incide a ação do Serviço Social. Seria de presumir. de modo geral. Quanto ao objeto. Um processo de teorização do Serviço Spcial encontra embasamento não só na filosofia. estas teorias de intervenção não têm sido devidamente levadas em conta no movimento de reconceituação do Serviço Social. a partir da natureza do Serviço Social como disciplina profissional. a título de sugestão para a continuidade de discussão do problema. Igualmente a metodologia da ação ou da intervenção difere da metodologia do conhecer. entretanto. nem se esgota neste. Embora interligados. o processo de conhecimento da realidade não se identifica com o processo de intervenção. e a teoria que orienta a ação propriamente dita. fenomenológica). 168 CBCISS 7. O próprio desenvolvimento científico tem esbarrado em bloqueios em razão de divergências que ocorrem em fases iniciais de construção de uma teoria ou de uma metodologia. 169 Teorização do Serv. da fenomenologia. como outras disciplinas. dispõe de elementos e categorias teóricas sempre em aperfeiçoamento. pois todas as concepções do homem e da sociedade seriam válidas para o grupo. estabelecer uma base comum para atuação produtiva por profissionais de diferentes ideologias. Não é raro que centros decisórios. O grupo constatou que. no desenvolvimento do trabalho. ressentindo-se de maiores discussões do caráter não dogmático assumido. Admitir que haja posições em serviço social fundamentadas em diferentes filosofias ou metodologias científicas não é ser relativista. Social O grupo não desenvolveu como era de desejar-se a análise dessas categorias. Diversidade de posturas teóricas quando se refere a pressuposto básico e a componentes essenciais de disciplina. O documento coloca de maneira pouco explícita as categorias ética — juízos de valor e os fundamentos filosóficos. 11. acima das esferas técnicas. . o Serviço Social. científicos e valorativos do Serviço Social. O grupo reconhece que não desenvolveu como desejaria maiores discussões sobre uma posição pluralista na construção do Serviço Social. o documento adotou abordagens da dialética. que se busque estabelecer um conjunto de valores éticos e valores científicos que possam. mas não pretende que seja a posição do Serviço Social. considerando que a questão seria abordada mais detidamente com a apresentação dos demais trabalhos dos outros grupos de estudo. 10. 9. O grupo tem uma posição. noutro ponto do trabalho. Atitude relativista do grupo. sintam-se perplexos face às divergências intransponíveis de profissionais. 8. Reconhece que o trabalho reflete um grupo em transição — coexistem o tradicional e o emergente. num contexto democrático de respeito à diversidade de cosmovisões. Como é possível a visão teoria/ação/teoria se o Serviço Social ainda não tem teoria? O conhecimento novo não seria uma confirmação de teoria alheia? Apesar de carecer de maior sistematização. pelo propósito do próprio trabalho e limitações já referidas. Chega a propor. que embasam sua ação. O SERVIÇO SOCIAL E A FENOMENOLOGIA . por sua vez. 1977. conforme explica W. Sâo Paulo. 1 Ora. Uma disciplina teórica estabelece proposições 1 STEGMULLER. A filosofia contemporânea: introdução critica. Começaremos a nossa exposição mostrando a luta de Husserl contra o psicologismo. se fundamentam em teorias. vs. a lógica dependia das leis psicológicas. A lógica nada mais seria do que a técnica do pensamento correto. Husserl mostra que a técnica nada mais é do que um caso particular de uma ciência geral e normativa. O método que propõe é o da intuição das essências. As ciências normativas.2. 1-2. por isto. ps. a fenomenologia é uma ciência eidética descritiva da realidade vivida. Psicologismo O Psicologismo afirmava que pensar e conhecer eram eventos psíquicos e que. Stegmtlller. Ed. que dizem o que são as coisas e não apenas como elas devem ser. EPV. conforme ocorre no caso das ciências normativas. 1.1 Conferência ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FENOMENOLOGIA QUE PODEM INTERESSAR AO SERVIÇO SOCIAL Creusa Capalbo Para Edmund Husserl. da Universidade de São Paulo. . Wolfgang. Sem normas que orientem a técnica esta não pode funcionar. pois isto é necessário para compreendermos a estrutura básica do seu método. 58-91. da sua estrutura vivida. Refutado o psicologismo. depende dele como um instrumento de seu trabalho. Podemos resumir as ideias principais da fenomenologia como ciência. compreensiva e interpretativa. do ato de significar. intencional. segundo Husserl: a sua teoria significa que ela é descritiva da estrutura essencial do vivido. Os fenómenos do vivido humano têm uma estrutura significativa construída pelos próprios homens. Os atos intencionais são as vivências. por exemplo. etc. que emerge a fonte de significados sociais que se busca compreender e interpretar. deve ser chamado de mundo subjetivo. humano e social. A evidência das essências Qual o caminho para se chegar à evidência das essências? Husserl pensa ter encontrado este caminho ao expor a sua teoria da redução fenomenológica. A fenomenologia se volta para o estudo da realidade social enquanto vivida na sua vida cotidiana. intelectivo e prático é produto da atividade significativa do próprio sujeito. através de um perspectivismo das formas que se mostram ao sujeito na relação figura e fundo. e. 2. em passos seguintes. Pela descrição ela nos aproxima da essência. 59. É da vida cotidiana.. O vivido humano e social é constituído de significados e recorrem a processos de compreensão e de interpretação e não de explicação. intimamente ligado à intenção e à interpretação. já se pode entender que a realidade vivida de que Husserl vai tratar não se confunde com a vivência psicológica. do ato de querer. É fundamental não se ignorar a participação do investigador nesta vida cotidiana. para a fenomenologia não é possível tratar o mundo humano e social como um mundo objetivo e divorciado da interpretação dos próprios sujeitos. Para Husserl a essência é encontrada a partir das vivências intencionais fundamentais. Ela se distancia igualmente do modelo da ciência natural como modelo a ser aplicado na ciência 2 Ibid. pelo seu radical grego. Assim. É assim que esta ação de ver vigilante passou a se denominar observação. do ato de agir. O cientista está inserido no mundo vivido. que ela é concreta. O vivido que interessa à fenomenologia é aquele que pode ser descrito do ponto de vista da sua estrutura essencial e não do ponto de vista dos fatos psicológicos particulares. Assim. p. A teoria é a visão cuidadosa onde a inteligência e a experiência direta com a realidade são indissociáveis. são estabelecidas as regras técnico-práticas". Essas vivências intencionais ou atos da consciência são de diversos tipos. Por este ato intencional um objeto é visado sem que seja preciso que ele se encontre na cons- . Ela é concreta e se volta para o vivido. etc. Ela o faz por criticar o pressuposto do modelo positivista que faz dos fenómenos naturais e dos fenómenos humano-sociais fenómenos sem distinções qualitativas. Por isso é que Husserl dirá que o mundo vivido. Hoje em dia teoria é definida como o resultado de uma construção intelectual realizada pelo cientista. Teorização do Serv. no entanto. Dissemos no início que a fenomenologia é uma ciência eidética descritiva. do ato de perceber. Dessas proposições é que se derivam os "princípios lógicos normativos e. que a lógica não depende da psicologia. em juízos. e. objetivo.CBCISS baseadas em conceitos de verdade. conforme Husserl a entende. Teoria A palavra Teoria indica. o que se precisa é constituir o que Husserl chama de uma "lógica pura" como teoria geral das proposições lógicas a priori. Este sentido originário foi. Como proceder para que a fenomenologia seja ciência? Em que sentido ela se distingue da ciência empírica? A resposta de Husserl é clara: só há ciência pela construção de uma teoria. a fenomenologia se distancia das ciências abstraías e dedutivas.Vê-se. a ação de ver com atenção. sendo ocultado ou transformado. Nesse estudo o investigador não se pode colocar numa atitude neutra. com vigilância e com cuidado. Social 175 humana e social. ao contrário. por isto. Chegar à essência ou ao núcleo eidético (Eidos = essência) é o projeto da ciência eidética. então.. do ato de imaginar. conforme a matemática. 3. ou do assistente social. uma atitude teórica. saber se um ato de visar algo. Barry. que se tenham submetido. .. os preconceitos. 8 4 SMART. para observar e refletir o mundo vivido em sua cotidianeidade. A evidência nos dá a identidade entre o vivido pensado e o objeto do vivido que nos é dado em pessoa. O que está presente à consciência de modo vivido é o próprio ato intencional. as crenças. como. etc. Em outras palavras. p. "O mundo não pode ser experimentado ou conhecido numa forma "bruta". Social 177 latente mas sendo vivido na vida cotidiana. os pressupostos. 285. A diferença fundamental entre aquele que vive e o que se volta para o estudo daquele vivido está no fato que os que vivem aquela situação têm um interesse prático ao vivê-lo. Tal abordagem exige. Por isto Husserl diz que o vivido é inicialmente pré-reflexivo. as teorias a priori. Pré-reflexivo e reflexão Assim. e que estão no mundo e não na mente do observador. Este tipo de análise fenomenológica se denomina reflexão subjetiva do vivido.8 A reflexão é um ato da consciência que pensa o vivido.. p. ele se dá como não observado. pois é um mundo de objetos e relações significativas constituídas de modo intersubjetivo.. à análise crítica. que faz um recuo para "olhar". Teorização do Serv. 77. o querer. Ela é o pensamento da própria vida. passamos deste azul individual para a essência azul. Quando o fenomenólogo adota uma posição reflexiva. elas devem ficar em suspenso para que tenhamos acesso à região das essências obtidas pela técnica da variação imaginária. no entanto. Ele se volta para a sua clientela com suas suposições. Por isso é que para se alcançar a essência podemos partir tanto da percepção concreta e vivida de uma coisa quanto da sua representação pela imaginação. me coloca igualmente diante desse objeto visado como existente ou não.. Sociologia. o pesquisador realiza atos que são iguais aos da sua clientela: o perceber." 5 5. Rio de Janeiro. Por subjetivo se deve compreender a análise que leva em consideração os sujeitos da relação assistente social-clientela — enquanto igualmente interessados em compreender o significado essencial de uma estrutura do vivido que se fez fenómeno. então. Assim.176 CBCISS ciência. etc. 1978. é irrelevante. Zahar Ed. cit. colocar entre parênteses a existência real das coisas e do mundo natural. a constituição de objetos de seu interesse. a objetividade é uma construção subjetiva ou intersubjetiva. e o estudioso tem um interesse teórico no estudo do mundo vivido dos "outros". Isto leva Husserl a pensar que se deve. E. então.. 5 Ibid. Intencionalidade A intencionalidade é o tema capital da fenomenologia. Quando ele se torna presente à reflexão ele é ainda um momento do vivido. que o eleva à categoria de presença para a consciência. Husserl chamou de intencionalidade a propriedade que têm os vividos de serem "consciência de alguma coisa". Op. É a este movimento de suspensão do juízo relativo à existência do mundo que Husserl chama de redução fenomenológica. livre de interpretações. quanto da sua clientela e que devem ser destacados para o estudo do assistente social. Paris. Fenomenologia e análise marxista. 105. desta criança menor abandonada individual à essência do menor abandonado. aos olhos de Husserl. No entanto é preciso igualmente passar do individual para o essencial. o vivido enquanto é simplesmente vivido não é objeto da reflexão. etc. Ela é objeto da crença ou da opinião. mas agora como objeto da reflexão. p. « HUSSERL. ele procura tornar explícita a consciência daquilo que está 8 HUSSERL. previamente. é que há uma base comum na estrutura do vivido que é formada de pré-suposições tanto por parte do pesquisador. etc. por exemplo. Idées directrices pour une phénoménologie. que me coloca diante de um objeto visado. o desejar. Para Husserl a existência não é objeto da fenomenologia nem da ciência. o pesquisador vive a sua vida cotidiana embora esteja voltado para o vivido de seus clientes. 4 No entanto. como vivido sem ser refletido. com seus pré-conceitos. Edmund. 109. O que se deve reconhecer. 4. A fenomenologia não recorre à crença no mundo — esta deve ser colocada fora de circuito. p. CBCISS 178 Assim, por exemplo, a percepção é percepção de alguma coisa; um juízo é um juízo de um estado de coisas; uma valoração é uma avaliação de um estado de valor, etc. A intencionalidade engloba os vividos, na sua classificação geral, em vividos cognitivos ou teóricos, vividos afetivos e vividos práticos. Quando a intencionalidade se volta para um vivido afetivo, isto não quer dizer que as instâncias intelectivas e práticas não estejam presentes. Elas estão presentes em latência embora a dominância esteja sendo do vivido afetivo. O mesmo ocorre quando a dominância é do vivido cognitivo: as instâncias afetiva e prática estão presentes sob a modalidade latente. Quando predomina o vivido da ação, as estruturas do vivido teórico afetivo estão latentes. 6. Significação e compreensão Os vividos intencionais são informados de significação pela consciência. Husserl esclarece que os fenómenos de "significação" e "expressão" são correlativos. Através do ato de significar passa-se à expressão de uma experiência intencional, em que de algum modo um objeto foi intencionado. Por causa deste poder de significar que o homem possui, é que compreendemos que olhar as coisas não é um mero olhar, mas que se trata de um ver ou de um observar discernindo, de um ver inteligível. Este ato de "ver inteligível" do pólo no ético da consciência é o ato dé significar ou de dar sentido a alguma coisa. Para a fenomenologia é necessário compreender que os fenómenos sociais são constituídos inter subjetivamente por sujeitos que estão numa interação significativa. Os fenómenos sociais não são uma abstração em relação aos sujeitos que vivem estes fenómenos. Nem todas as vivências são vividas conscientemente; podemos experimentá-las irrefletidamente, conforme já dissemos anteriormente. Trata-se da zona virtual da consciência que é vivida mas não reflexivamente. Esta verdade da vida pré-reflexiva ou antepredicativa tem sua fonte própria de verificação na intuição. A fenomenologia se inicia por um deslocamento da consciência imediata para surgir e se iniciar a reflexão. A consciência, pela sua intencionalidade, nos mostra que ela é antes de tudo cons- Teorização do Serv. Social 179 ciência de ..., que ela é consciência visando alguma coisa. Assim, a consciência não é inicialmente consciência de si; ela é irrefletida antes de se tomar reflexão. Isto quer dizer ainda que a intencionalidade em exercício é mais ampla do que a intencionalidade exercida, pois aquela está sempre atuando em latência. Por isto é que P. Ricoeur, M. Ponty, A. De Waelhens, E. Fink, etc. dirão ser impossível se alcançar uma reflexão total. A finitude da reflexão está inscrita neste primado de que o sentido em um ato ou a intencionalidade em latência está sempre em exercício e é mais ampla do que a intencionalidade exercida, tematizada e com o seu sentido proferido ou expresso. A fenomenologia é compreensiva e não explicativa, como já dissemos. A compreensão é um tipo de conhecimento de ordem intuitiva e sintético. A explicação é de tipo analítico e discursivo, ou seja, ela divide o todo em seus elementos para analisá-los, procurando ao término reconstruí-los numa ordem de reflexão causal. A compreensão se define para a fenomenologia como a apreensão de um sentido, isto é, uma apreensão global do modo de aparecer que é próprio a um objeto. Não se pode apreender o objeto na sua integralidade de uma só vez e sob todos os seus aspectos ou ângulos. No entanto, o que se conhece atualmente já designa os outros aspectos que poderemos vir a conhecer. Os fatos humanos são exemplos de realidades que não podemos apreender em sua totalidade de uma só vez. Assim, por exemplo, um gesto, uma palavra revelam a personalidade de alguém, mas não a totalidade absoluta da sua personalidade. A compreensão visa à apreensão da totalidade dada e da significação global de uma forma ou de uma estrutura que nela mesma não pode ser decomposta. Para compreender (cum-penere) preciso discernir, escolher, selecionar, separar, agrupar, apanhar, apreender. Preciso colocar-me numa perspectiva, fixar-me em algo. Por isto não podemos compreender a totalidade a não ser sob a forma de perspectivas, embora ou talvez porque estejamos enlaçados nela. Estas perspectivas se dão na experiência da realidade. Por sua vez a experiência da realidade não é a mesma para todo mundo. Assim, a experiência da realidade vivida por um esquizofrénico não é a CBCISS 180 nossa; ele vive a estrutura do ser real de um modo original que nele mesmo é por nós ignorado. Por isto, falar da experiência do real significa falar que a experiência se dá numa história pessoal, numa história vivida singularmente mas que tem uma estrutura essencial. Teorização do Serv, Social 181 e da agressão recíproca. Assim, a estrutura do existir humano é encontro sob a modalidade do existir com ou do existir contra. A possibilidade do encontro humano se funda, finalmente, sobre a presença do homem que por seu corpo e no seu corpo se comunica expressivamente com alguém. O corpo permite que entendamos o movimento significativo dos membros, o conteúdo expressivo do rosto e do comportamento, a fala, etc. Em cada encontro se inaugura um diálogo e se funda um mundo comum; ele é acompanhado de uma emoção. Não há encontro humano sem relação afetiva. A emoção humana é um modo da existência humana indissociável do encontro. Para haver encontro é preciso haver presença. Esta se dá sob diversas formas. Assim, quando Heidegger escreve que "pelo templo, o Deus está presente no templo", esta presença do Deus da Antiga Grécia não se compreende da mesma forma que a presença de um livro numa estante, ou a presença de Deus na Eucaristia para os católicos. Aquela presença do Deus Grego leva ao reencontro, nosso com ele, através do templo descrito como obra de arte. A análise das relações com o outro na modalidade do encontro mostra-nos que este se dá sob a forma de encontro afetivo, encontro sexual, encontro com o grupo, encontro com o anonimato da multidão, encontro com uma instituição, encontro com um autor, através de sua obra, etc. São formas de relações do homem com o mundo, do homem consigo mesmo, dos homens entre si. Dizemos, então, que Deus, o homem, a verdade podem se tornar presentes para uma consciência. Em nossa experiência vivida dá-se o nosso encontro com Deus, com os homens, com a verdade, etc. Isto quer dizer, ainda, que as existências de Deus, dos homens e da verdade estavam dissimuladas ou ocultas, e que agora se tornaram presentes, apresentaram-se, revelaram-se. 7. Liberdade e encontro A historicidade a que acabamos de nos referir nos faz passar ao mundo da liberdade situada. A liberdade é o que nos permite dizer não à natureza. É ela que nos permite ver que somos outro em relação ao universo. Pela liberdade situada percebo que sou presença ao mundo, presença aos outros, presença ao meu passado, ã minha história e à minha cultura. Pela minha presença aos outros se dá a génese e a significação do encontro enquanto acontecimento humano. Conscientemente ou não, o homem assume em cada encontro um papel que ele desempenhará. Este papel é determinado em parte sociologicamente pelas relações sociais, • pelas situações de classe, pelos conflitos sociais e de classe, pela profissão, etc. O encontro se dá entre seres em situação, entre pessoas engajadas, numa relação de uma existência com outra existência. O mundo do encontro é um mundo inter-humano. Ele não pode ser demonstrado. Ele só pode ser revelado enquanto relação afetiva, enquanto percepção do outro, enquanto acolhimento ou recusa do outro, etc. O encontro humano é expressão de uma dupla intencionalidade. De um lado eu me dirijo para o outro para apreendê-lo, conhecê-lo e fazer dom de mim próprio. De outro lado o outro se dirige para mim para acolher-me ou recusar-me, para apreender-me e para deixar-se conhecer e conhecer. Esta dupla relação indica que a existência é um misto de atividade e passividade. No encontro sempre se dá e se recebe. Trata-se do encontro sob a forma da coexistência — do existir com. Mas, pode-se dar o encontro no seu sentido literal, isto é, ir contra alguém, ser contrário a... — é a coexistência na contradição. Nesta o outro se revela obstáculo a ser ultrapassado. É a forma do encontro sob a modalidade do antagonismo BIBLIOGRAFIA CONSULTADA CAPALBO, Creusa. Fenomenologia e ciências humanas. Rio de Janeiro. |. Ozon, 1973. 118 ps. Ideologia e educação. São Paulo. Convívio, 1978. 113 ps. { 182 CBCISS FARBER, Marvin. The aims phenomenology; the motives, methods, and impact of Husserl's Thought. New York. Harper Torchbooks, 1966. GILES, Thomas Ranson. História do existencialismo e da fenomenologia. São Paulo, E.P.V., EDUSP, 1975. 2 vs. HUSSERL, Edmund. La crise des sciences européennes et la phénoménologie transcendentale. Paris, Gallimard, 1976. La filosofia como ciência estricta. Buenos Aires, Nova, 1962. LUYPEN, W. Fenomenologia existencial. Buenos Aires. Carlos Lohlé, 1967. MERLEAU-PONTY. Ciências do homem e fenomenologia. São Paulo, Saraiva, 1973. Fenomenologia da percepção. Rio de Janeiro. Freitas Bastos, 1971. SCHUTZ, Alfred. Collected papers. Haia, M. Nijhoff, 1964, 1970, 1971. vs. I, II, III. Estúdios sobre teoria social. Buenos Aires, Amorrostu, 1974. El problema de la realidad social. Buenos Aires, Amorrostu, 1974. & LUCKMANN, T. The structures of the life-world. Evanston, Northwester University Press, 1973. . STRASSER, Stephan. Phénoménologie et sciences de l homme. Pans, Béa trice Nauwelaerts, 1967. 2.2 Documento de base REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL A PARTIR DE UMA ABORDAGEM DE COMPREENSÃO, OU SEJA, INTERPRETAÇÃO FENÓMENOLÓGICA DO ESTUDO CIENTÍFICO DO SERVIÇO SOCIAL Anna Augusta de Almeida Ilda Lopes Rodrigues da Silva (Coordenadora) Maria Adelaide Ferreira Gomes Maria Augusta de Aguiar Ferraz Temponi Maria Júlia Nin Ferreira Maria Madalena do Nascimento (Rio de Janeiro) Dentre as preocupações de Serviço Social como disciplina de intervenção na realidade social, emergem aquelas relativas ao fenómeno conhecimento, saber progressivo, e aquelas que envolvem a adoção de princípios e valores que devem ser assumidos. Essa situação configurada como "crise" encontra na postura compreensiva perspectivas amplas para repensar os seus fundamentos e sua racionalidade na tentativa de discernir a nova problemática. A meditação do conhecimento do Serviço Social a partir de interrogações e reflexões pode indicar uma abertura. O Serviço Social, elegendo o social como tema, procura se interrogar sobre o mesmo visando a um conhecimento e a um processo de transformação social. Essa interrogação básica desdobra-se pela escolha dos vários temas que se propõem como enfrentamento. O Serviço Social, ao voltar-se para a pessoa em suas relações interpessoais e em suas confrontações com o O sentido aparece a nível de compromisso como uma condição de passagem de necessidade a liberdade. só pode chegar ao conhecimento do "ser" à medida que ele se descobre para o assistente social. O acesso ao ser só se dará pela abertura à intersubjetividade ao nível de outras pessoas. Esse processo de conhecimento supõe um acolhimento do outro no sentido de "ser compreensão de ser". Se o Serviço Social como profissão pretende atingir esses níveis de compreensão. As relações das pessoas com as pessoas articulam-se em interações singulares. Serviço Social. Essa dimensão exige uma perspectiva que considera o singular e. Ao postular como sua intenção o desenvolvimento da capacidade do ser humano leva em consideração o homem como pessoa. Para atender a essas exigências de pessoa no mundo reconhece-se o homem como um ser encarnado. relações de trabalho. situado no mundo com as demais pessoas. realiza-se uma experiência enriquecedora. Este processo se dinamiza através do diálogo. transforma-se em quem é o ser em suas relações sociais. como uma forma de ajuda psicossocial. parte de uma visão de homem e mundo.). partindo deste. através da comunhão. terá que assumir esse engajamento livre e conscientemente. supondo a descrição do vivido. A consciência desta condição de "ser-com" só se dá quando ele se abre ao outro. chegar à apreensão das realidades sociais num contexto maior (o próprio sentido. É a partir de uma situação problematizada que se levantam questões significativas que pretendam se dirigir às condições de possibilidade de conhecimento. indaga-se numa perspectiva profissional: — o que é o ser em situação? — o que é viver nesta sociedade? — como apreender o social através de pessoa? — como capacitar pessoas visando o social? Na reflexão manifesta-se uma tensão para além do fenómeno social. assim. aqui. o sentido do outro e o sentido do nós).. Social 185 O que é o ser em situação. assim como o modo desse mundo estar para o homem. Esse processo exige tanto o conhecimento do sujeito profissional quanto o conhecimento do sujeito cliente. Isso se realiza numa dimensão temporal e histórica. se propõe a um desenvolvimento da consciência reflexiva de pessoas a partir do movimento dialético entre o conhecimento do sujeito como "ser no mundo" e o conhecimento do sujeito como "ser sobre o mundo". Nele. se quiser realizar-se plenamente como ser. A situação de "homem no mundo" não significa algo pronto e acabado. A exigência deste tipo de conhecimento é ao nível de compreensão. nós ascendemos juntos um pelo outro no plano de ser" (Robert Fays). É por isso que o conhecimento em Serviço Social não se restringe ao nível de objetivação mas persegue o nível de subjetividade. as suas relações com as pessoas e com as coisas. se eu recebo o outro e me dou. de outro — o do querer ser ajudado.CBCISS 184 ambiente. A produção do conhecimento em Serviço Social parte das realidades mais profundamente humanas que emergem da vida do cotidiano nas suas relações com os outros (família. O diálogo ocorre numa relação mutuamente significante que se manifesta por um apelo de um lado — a intenção da ajuda profissional. Metodologicamente é fundamental apreender-se a dimensão estrutural da existência que se configura no seu modo de ser no mundo que engloba a pessoa. a descoberta do sentido do vivido. significa uma exigência de participação. Como ponto de apoio e partida para uma praxis. Interessa apreender o sentido que a pessoa dá à sua própria existência que se inscreve no tempo e se realiza num processo histórico. ao contrário. a caracterização da estrutura do vivido e finalmente o estabelecimento de constâncias da estrutura do vivido. entendido. e. que provoca o questionamento do modo fundamental do homem estar no mundo.. mas. Situação é o mundo no qual o homem está presente. do qual ambos são sujeitos na investigação do tema eleito e na construção de projetos de existência humana. Teorização do Serv. . vizinhança. "Se eu me abro realmente à comunhão intersubjetiva. Nosso propósito agora. é constituir a "avaliação-diagnóstico" num discurso fundado na metodologia da compreensão. emergindo sentidos novos. A pessoa-assistente social aprofunda com a pessoacliente. a partir e dentro das quais se manifestam. Na existência dialógica desenvolvem-se formas de aproximação de realidades considerando a estrutura de vivido na sua historicidade e na sua cultura. Ao visar seu objeto de estudo. na razão e não-razão. colocar entre "parênteses" a estrutura da avaliação-diagnóstico para questioná-la no interior de uma fenomenologia. procura. ele consigo mesmo. pôr em evidência nela os aspectos do vivido numa "avaliação" que envolve a caracterização do ser-em-situação. orientado pelo reconhecimento de que "o horizonte dos logos científicos é radicalmente diferente do horizonte dos objetos percebidos". Neste sentido. "somente alguns". do mesmo modo. a partir de suas próprias possibilidades. que contribuiu para dar uma estrutura diagnostica à situação-problema como objeto de estudo. os fundamentos da compreensão em função do material de pesquisa que prepara a explicitação. que compõem nossa metodologia. vão se transformar em projetos. é pensar o contexto teórico fundado na fenomenologia a partir da abordagem de alguns dos aspectos. Nesta perspectiva de interação a pessoa-cliente revela para a pessoa-assistente social aquilo que tem para ele um significado. aqui. em suas tipicidades ou singularidades. como afirma Husserl. tomados em conjunto. fazer aparecer numa "estrutura espacial" as dimensões das situações sociais-problema. A investigação diagnóstica O conceito de diagnóstico social que marca a fundação da perspectiva científica do Serviço Social é questionado por não configurar o seu objetivo de conhecimento como Teorização do Serv. o ser vivido. Questionar o tema a partir da reflexão sobre a possibilidade da ciência. A descoberta de um novo sentido identifica conteúdos que. Diante da evidência o Serviço Social não pretendeu nem pretende mostrar-se incapaz de compreender aquilo que tenciona explicar. Esta pretensão. a atitude fenomenológica e as ideias centrais que orientam a fenomenologia abrem caminho para o estudo do comportamento do homem. Os projetos se manifestam como respostas novas de conhecimento e ação da pessoa frente a si mesma.CBCISS 186 As implicações desta opção propõem uma atitude de saber ouvir. no tempo. Social 187 um objeto científico. tentando clarear e ampliar os horizontes. Sua contribuição principal para o Serviço Social está na possibilidade de oferecer uma reflexão sobre os limites da racionalidade e da objetividade que permitam o fazer e o refazer dos métodos e das técnicas na praxis. aqui. ou antes. perceber. Assim. Isto implica aceitar que o serviço social tem uma maneira de visar o homem como ser no mundo e como ser sobre o mundo. O projeto traduz uma praxis humana que contém uma etapa fundamental da existência humana. permitindo chegar a um conhecimento novo. e com as coisas. Efetivamente. E. sentir com. com outros. em certo sentido. questionando sobre os conteúdos revelados. a avaliação-diagnóstico constitui uma estrutura espacial dentro da qual estão situadas todas as pessoas enquanto reduzidas ao aspecto que é próprio da condição humana: ser sujeito do social que constrói e que por ele é construído. Delimitação que. O que significa a existência da noção-limite dos procedimentos de uma lógica interna de duas filosofias. Esta tomada de consciência permitiu. deu possibilidade à criação de modelos entre os quais o "psicossocial". Finalmente. aos outros e com as coisas. . cada "avaliação-diagnóstico" é objetivação de uma situação social enquanto objeto delimitado pelo enfoque da intervenção do Serviço Social. Hoje a dialética da complementaridade nos leva a revisar essa postura fenomenológica inicial. É através da reflexão que se consegue atingir as experiências reais na sua diversidade para conseguir apreender e compreender o horizonte ou o universo no qual o ser se revela. é legitimada pela intencionalidade mas deformada pela visão parcial da exposição de uma situação social-problema como objeto. a enunciação. um consenso que a precede. A possibilidade de atingir a caracterização da estrutura espacial reside em admitir: — a enunciação constituída pela exposição de uma situação social-problema como o que é dado (fenómeno) e que lhe dá a primeira direção. A reflexão leva assistente social e cliente. desligarem-se das certezas. é o modo de aparição da situação social na consciências A significação dos fatos como experiência. a situação social-problema se define como o próprio ser do aparecer — e neste mesmo ato redescobrila no mundo. uma vez que os fenómenos não nos aparecem mas são vividos. Num outro nível. A redução leva então a pessoa-cliente a compreender que o seu problema só tem significado dentro da singularidade da sua situação existencial. ou seja. não se pode supor a realidade da pessoa-cliente sem supor a da comunidade de que faz parte.CBCISS 188 A apreensão do homem em suas relações interpessoais e sociais se faz por uma atitude de abertura que progressivamente capta. para intencionalmente desenvolver a compreensão dos fenómenos que estão em análise. a distinguir seus atos de conhecimento em seus níveis diversos de conhecimento. criado pela enunciação. ou seja. Em outras palavras "a significação dos fatos só se revela em situação". Social — ser o desvelamento do modo de ser — na situação pessoa-assistente social e pessoa-cliente — a objetividade que cria a correlação su jeito-objeto./tenta desOTíülíar essa "es- . o provocador do relacionamento profissional. ou seja. a-interpretação./ para se concretizar. isto é. conhecimento preenchido de conteúdo social. A preocupação de compreender a "pessoa em situação" se aprofunda na medida em que o aproveitamento dos dados revelados pelas descrições se articulam de forma a apreender o "invariante". a estrutura espacial da avaliação-diagnóstico é despnhada no primeiro movimento pela descrição de uma situação social enunciada como problema pela pessoacliente. a provocarem a ruptura. ou seja. porque nela há mais do que ela própria. Com efeito. no modo irredutível de se mostrar. aparece delimitada pelo enfoque. leva ao trabalho de analisar e aprofundar o que esse fenómeno é em si. visando a uma tomada de consciência geradora dos temas de reflexão/Provoca o questionamento da "estrutura-valor" que oferece solo ao saber do assistente social e do cliente» a qual os liga de uma forma ao mundo. seus significados. Assim. que está aí^Daí (do as) a preocupação com referência ao quadro teórico e ao sistema de valores sócio-culturais (do cl) presentes no interior da interpretação. Visa as realidades vividas dentro de uma perspectiva de temporalidade (aqui e agora). Assim. o espaço entre o assistente social e o cliente. o "núcleo central" da "situação existencial problematizada". Provoca uma experiência no fenómeno. como co-autores. o que significa intrinsecamente. do saber constituído. • A leitura da descrição da enunciação^ como o momento que provoca o questionamento de seus conteúdos^se faz a partir da "redução". A tentativa de compreensão leva a conhecer a pessoa e suas manifestações sem perder de vista o contexto social em que está inserida e todas as implicações advindas do mesmo. — ser a objetividade redutiva o horizonte dentro da qual a situação social. — ser a intencionalidade o assumir a verdade dessa distância e os objetivos profissionais no sentido de sua realização. Mas como a história dos homens tem um sentido que nos faz questionar que há no tempo mais que o tempo. Leva a ver o homem de forma global em suas inter-relações. ou seja. A proposta é captar cada vez mais a realidade mostrada através de uma reflexão onde a situação é imanente ao discurso. A ruptura como "redução" é a atitude fundamental da metodologia. ou seja. A reflexão crítica parte das colocações percebidas pelos sujeitos cliente e assistente social. 189 Teorização do Serv. a partir das aparências empíricas. pelas descrições da "estrutura do vivido". \Isto implica admitir que na avaliação-diagnóstico o conhecimento é sempre mediatizado por uma pré-compreensão. — ser o distanciamento. Como realidade concreta tende sempre a transformar uma situação que contém resistências ou desafios e expõe contradições. movimento. a participação de cada ser como pessoa..' Neste sentido a prática assistencial apresentava aspectos "marginais" de conhecimento por se basear unicamente em elementos materiais de uma dada situação. -A estrutura espacial da ação interventiva é a descrição da estrutura da transformação operada sotx a forma de capacitação sociaL. O projeto como fenómeno é possibilidade do que se quer e se pode fazer. Assim. O conhecimento do singular permite a compreensão das estruturas do vivido dentro de uma relação de intersubjetividade.'o serviço social é acusado de estar voltado para a promoção do indivíduo e as exigências do sistema e não no sentido da pessoa-sujeito do social. Afirma-se. passou a ser questionada como operacionalização da 191 Teorização do Serv. na situação social-problema. Social transformação a partir e dentro da qual se constituem os projetos de "ação interventiva" visada como capacitação social v -A possibilidade de provocar a capacitação social reside no fato de o serviço social expressar uma forma de acolhimento de um homem para o outro. isto é. é processada como movimento a partir da colocação da pessoa-cliente como co-autor da avaliaçãodiagnóstico. Isto implica aceitar o diálogo. que a "teoria não deve ser separada da experiência". O discurso é construído no diálogo assistente socialcliente. do vivido. A tarefa de compreender numa avaliação diagnostica é a de elevar a nível do discurso aquilo que inicialmente se descreveu como estruturado na situação social-problema. O projeto como ação humana é atividade de pessoa que produz permanentemente nela um sentido^ porque ela pode dar-se conta disso. como prática. jA abertura ao outro e consequente engajamento no ser só se dá a partir do encontro^ Pode-se dizer que cada encontro é exclusivo. um impacto que obriga o homem á sé revelar. Nesta perspectiva específica significa capacitar o cliente a realizar a própria "avaliação-diagnóstico" e compreender o projeto de transformação que está vivendo/ Estes dois atos se encontram de tal forma articulados que não pode haver um ato de consciência sem transformação provocada pela própria consciência. Intervenção social A exigência de satisfação de necessidades básicas expressa pela clientela do serviço social visava diretamente problemas empíricos e envolvia a problemática de distribuição de riqueza (pobreza>. resistência. Admite a correlação entre o conceito do pré conceito e o da ideologia numa complementaridade dialética. A provocação intencional para o conhecimento do mundo se dá numa unidade dialética entre ação-reflexão ao desencadear o social . a intervenção do serviço social passou a articular o conhecimento da "estrutura do vivido" como auxílio concreto exigido como resposta às necessidades manifestas. então. onde a descrição e a explicitação mediatizam o compreender. mas como forma de ação interventiva com relação a uma situação concreta. esforço. trabalho. passou a significar "ajustamento" e/ou "adaptação" ao tentar eliminar as disfunções internas e externas de uma dada situação condicionada e prolongada por um certo equilíbrio. contra-ação — que manifestam a estrutura mais universal de toda ação humana. No contexto de uma crítica do tempo presente à intervenção social.190 CBCISS trutura-valor" para conhecê-la. . não fundamentalmente como instrumento. p encontro é sempre um acontecimento ^destacado. Projeto ele próprio consti- . -Nessa perspectiva o "tratamento social". mas a situação social-problema a partir da qual deve ser apreendida.que nela se dá. que caracterizava a ação interventiva. as condições de inteligibilidade são procuradas no próprio objeto da investigaçãodiagnóstico. A partir da operacionalização do diagnóstico social. algo novo. isto é. a intervenção social. / A situação social-problema não é aquilo que o cliente de uma forma ingénua revela. hoje. embora guarde uma característica de habilidade. Que a noção de valor põe-nos diante do problema filosófico. Cada descoberta é uma singularidade que admite a compreensão do ser enquanto ser. Admitida como válida a reflexão. Dimensiona as categorias — vontade. ação. mobilizada e dirigida para uma verdadeira atualidade no sentido da responsabilidade sempre manifesta no comportamento social. Rio de Janeiro. 310 ps. Introdução ao pensamento de Mary Richmond. se pode e se deve fazer em um dado assunto. Rio de Janeiro. Instituto Superior de Higiene Dr. Globo. Possibilidades e limites da teoria do serviço social. Greno. Diagnóstico social. Teorização do Serv. O ser do valor: perspectiva de Gabriel Marcel. e ciências humanas. Gisela. RUITENBEEK. São Paulo. KONOPKA. • a formação — da "consciência crítica" e de sua "articulação". 5. CAPALBO. H. A. Gaston Granger. HAMILTON." ed. Summers. Frank et alii. onde a constituição de um projeto é vivida de forma criadora como possibilidade singular de suas próprias existências subjetivas. M. DART1GUES. v. F. Porto Alegre./abr„ 1978. Paul. n. maio. pelo movimento de um diálogo que conduz a uma reflexão sobre uma realidade concreta (situação social-problema): • a descoberta — da "consciência em si" e de sua " estrutura-valor " . 1958. MAY. 1950. l e 11. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA. Gordon. Buenos Aires. Pedagogia e filosofia da existência. 1978. ). JASPERS. 1975. Rio de janeiro. — a transformação se amplia no tempo histórico. MILHOLLAN. THONNARD. Rio de Janeiro. Introdução à fenomenologia existencial. Mestre Jou. Nilton Rocha de Souza. Vozes. Lisboa. La fenomenologia. — se a realidade se transforma." 4. Ato no qual a pessoa chega ao mesmo tempo a uma decisão e a um conhecimento. e118 ps. Georges. todo o conjunto do saber. A concepção criadora do projeto provoca a realização sucessiva de uma tomada de consciência do que se sabe. Lopes1965. La fenomenologia es un humanismo. | . São Paulo.' ed. 1972. RICHMOND. 1974. Creusa. Agir. O. Buenos Aires. Carlos Lohlé.192 CBCISS tutivo do tempo e do espaço vividos. Carlos Lohlé. Georges. André." ed. BOLLNOW. Mary E. Ilda Paidos. LUIJPEN. Pontifícios. Petrópolis. Presença. Porto Alegre.* ou seja. Ediciones Troquel. Fenomenologia Ozon. — a capacitação do cliente se dá no dialoga. Justino Leopoldo. Anna Augusta de. ou seja. é vivida na estrutura do nós. São Paulo. Buenos Aires. Rio de janeiro. transforma-se igualmente. Universidade de São Paulo. 21. Rodrigues. RICOEUR. 1976. GILLES. 1972. 1973.'. 1978. 2. Teoria e prática do serviço social de casos. Ricardo Jorge. F. . no tempo vivido da experiência do nós. Pensamento formal e ciências do homem. A.a ed. Fenomenologia estudos mar. Um tema íenomenológico: o mundo. que se define em relação a esse real. PUC. 1953. Petrópolis. Psicologia existencial. 1973. H. Rio de Janeiro. SILVA. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. 1978. Editorial Universitária. Imago. Roma. no aqui-agora de uma comunidade que tem seu espaço e seu tempo por essência transcendentes. 1977.'. VAN DER BERG. v. 1976. O paciente psiquiátrico. Maneiras contrastantes de encarar a educação. O que é fenomenologia0 Rio de janeiro. Fenomenologia existencial. Eldorado. Psicoanálises y filosofia existencial. GIRARDI. Karl. 393 ps. 159 ps. LANTERl-LAURA. A possibilidade de caracterizar a estrutura espacial da transformação para explicitar por que ação foi concretizada reside em admitir: — assistente social e cliente como "pessoas. 66. Rollo. W. 1966. Convivium. Rio de janeiro. Psiquiatria fenomenológica. 1977. Sociedade de São João Evangelista. Rio de Janeiro. Filosofia da existência. Francisco Alves. KUPERMAN. 97 ps. Buenos Aires. n. Buenos Aires. Francisco Alves. 1973. 1973. 1965. aqui-agora. 2. Revista de Cultura Vozes. Zahar. Social 193 BRUYNE. 17. 455 ps. Paul et alii. Serviço social de grupo: um processo de ajuda. — transformar é provocar. j ." 2. Rio de Janeiro. 1967. et alii. Francisco Alves. 1967. sujeitos do processo e fonte do sentido. Experiência que provoca a consciência crítica ao se ampliar no tempo histórico. Interpretação e ideologias. Compêndio de história da filosofia. Lisboa. LYOTARO. sociais. uma segunda etapa. numa primeira etapa.1 CONSIDERAÇÕES EM TORNO DOS QUESTIONAMENTOS LEVANTADOS NO SEMINÁRIO SOBRE O DOCUMENTO DE BASE 2. dividido em duas partes: uma introdutória é outra onde se tenta caracterizar. 1.2: Reflexões sobre a construção do Serviço Social a partir de uma abordagem de compreensão. práticas. a estrutura da teoria do Ser- ..2. no "quadro da compreensão". emergiram os-questionamentos dos fundamentos do Serviço Social articulados aos conceitos de pessoa e de mundo (indicados por filosofias existenciais) e a análise crítica da metodologia do seu processo de objetivação. gerou no grupo a consciência da possibilidade de integrar as ideias das categorias estudadas à abordagem do Serviço Social . reflexão eidética.? Na^etapa JBsiaLJ^M redigido o dojmmento. ligada à história de suas. redução. encontro e diálogo — que delimitaram as reflexões críticas no estudo. interpretação fenomenológica do estudo científico do Serviço Social. elaborada a partir das discussões.^A síntese. ou seja. a metodologia de trabalho eleita caracterizou o conhecimento da própria fenomenologia como exigência primeira.çN.^ Nesse sentido. Apresentação Antes de responder às questões levantadas pelo plenário. é significativo para o grupo que elaborou o trabalho informar que ele assumiu a reflexão epistemológica do Serviço Social a partir da abordagem de compreensão^ Na realização da tarefa.2. singularidade. houve a preocupação em pesquisar a bibliografia^ Seguiu-se a seleção de autores e a eleição dos temas — intencionalidade. captado por intuição. E. pode-ge dizer que na dinâmica da compreensão há um esforço inicial de reflexão sobre uma situação concreta. ou seja. Mas quer sublinhar que admite não existir nada humano. pode-se dizer que a pessoa que está conosco numa "situação de trabalho" é o "ser indo"/Insistimos dizer: sujeito que assume sua historicidade na medida em que pratica sua liberdade.196 CBCISS viço Social configurado pelas categorias da investigaçãodiagnóstico e da intervenção social. passou a tematizar como procedimento operatório inicial. homem agente de sua própria transformação. serão colocadas as ideias contidas nas categorias de pessoa e consciência reflexiva. as ideias articuladas à verdade (conhecimento): totalidade vs. mas comunicação entre consciências. onde o diálogo é motivado pela possibilidade de ser assumida a ideia de uma postura de "comunhão".A ideia de pessoa nas duas categorias profissionais sujeito-cliente e sujeito-assistente social — introduz-nos na própria compreensão da exigência da inter sub jetividade (o fato de ser-comtf Neste sentido. As categorias de pessoa e consciência reflexiva /"Qual sentido básico do pensamento existencial está contido na categoria PESSOA?" Primeiro. consciência reflexiva. captada por uma reflexão intuitiva. Será obedecido o seguinte esquema: \Em primeiro lugar. a ideia de consciência como forma de existir do homem como sujeito permite-nos admitir a problemática da atividade cognitiva na dimensão humana. . a ideia de pessoa não se limita apenas à dimensão de "ser em si". na dinâmica do diálogo (no processo de serviço social). O pensamento fenomenológico — mais especialmente em Husserl — permite encontrar como correlatas ação e reflexão. vinculada aos pólos afetivo e da ação (prática). 2. Porque humana. projeto. apesar de distintas. totalidade vs. para o grupo.Esclarece esta ideia de sujeito a compreensão do homem com a capacidade para enfrentar sua própria situação. quer no indivíduo quer na sociedade. Assim. através da colocação das ideias principais.um conhecimento que permita percebê-las integradas aos conceitos operativos de Serviço Social. A leitura das questões levantadas no Sumaré resultantes da crítica ao documento provocou novas reflexões e levou o grupo à compreensão da exigência de recolocar as categorias — pessoa. da natureza. o "vivido'V que é percebido no "aqui . o trabalho do Serviço Social supõe-se ser realizado através do encontro 197 Teorização do Serv. . a praxis supõe uma ação de reciprocidade. a afirmação da primazia do sujeito. As categorias de praxis e projeto O grupo admite a PRAXLS como atividade humana. Social entre sujeitos (assistente social e cliente). Nesse sentido. ou seja. mas "ser situado". as ideias das categorias que foram relacionadas com a intervenção (ajuda psicossocial): praxis e projeto. onde o homem será visto como pessoa que se exprime e se comunica através da cultura por ele criad». A reflexão visa dar significação as próprias ações. sujeito singular. as questões levantadas pelo plenário vão sendo respondidas. 3. a especificidade da categoria — pessoa. uma é considerada na outra. pensar e refletir (na acepção compreensiva e concreta) de uma ação. apenas. em terceiro lugar. não é exclusivamente um ato reflexo nem um ato contemplativo. Esse retorno sobre "si mesmo" implica uma reflexão que possibilita ao sujeito (assistente social ou cliente) estar presente no que faz e no que ó. singularidade e invariante. Existe sempre uma situação não dada. isto é. "Nessa perspectiva. Em resposta à pergunta — "como caracterizar a consciência como reflexiva?"..e agora''. como uma transformação do objeto. Depois. de diálogo. que é uma forma de enriquecimento da própria ação. entendido não na visão de "indivíduo" (dependente das categorias propriamente científicas) mas na de projeto — "ser construindo-se a si mesmo^. praxis. Além disso. sem retorno sobre "si mesmo". Daí porque não a concebe. Assim. em busca da compreensão. mas . o ato de consciência como o ato próprio do sujeito caracteriza. singularidade e invariante — de modo a provocar. sujeito histórico.. mas vivida. mas como uma transformação do próprio sujeito.. que é pensada. / Nela acontece a consciência reflexiva como categoria fundamental na medida em que a pessoa situada e datada pensa e repensa algo que. Além disso. não apenas participada. cumpre responder que a compreensão no diálogo assistente socialcliente não deriva exclusivamente da pré-compreensão do assistente social. Numa atitude fenomenológica onde a visão existencial de pessoa integra a ideia de "ser indo". ou seja. caracterizado como "tempo para a ciência". numa experiência onde a comunicação caracteriza o movimento da intersubjetividade como formas de participação ao oferecer possibilidade no diálogo da compreensão. problematizada (sentido e significação). isto é. O termo PBOJETO (ser indo) indica nessa relação o caminhar junto do assistente social-cliente (como sujeitos) na experiência da descoberta do "fenómeno". por configurar o pensamento fenomenológico no sentido que opera o conhecimento em ação (movimento) no ser (por estar na origem de toda experiência possível). uma atividade cognitiva e critica não desvinculada das dimensões de afetividade e da prática (ação). é a exigência primeira que se coloca diante de. 199 Teorização do Serv. a caracterização dos objetos científicos. a um aquilo. neste sentido se contrapõe a uma mera ação de produção. Aos questionamentos levantados no plenário. Os conceitos do seu quadro de referência sempre estiveram ameaçados por não se encontrar na sua construção. A pretensão é desenvolver o "projeto". a terceira pessoa que implica a ação de transformação sem reciprocidade.198 CBCISS falada por muitos. Ë um procedimento que supõe. psicológico e sociológico. em busca de maior compreensão.\Horizonte compreendido como a totalidade onde se configura a dimensão humana.nds. \No documento está clara a eleição do tema "o social" como "horizonte'4 Sua problematização vinculada às categorias da prática permitiu o estudo na perspectiva fenomenológica. objetivada (colocada frente aos sujeitos). refere-se a "algo existente" para uma individualidade. ou seja. Nela a objetividade dialética ou fenomenológica envolve a problematização que tem sentido para as consciências (assistente social e cliente). mas se funda na reflexão de ambos a partir do "mostrar-se" da situação-problema como feno- . e não em abandonar o conhecimento sociológico. o "ir-sendo". que dá conteúdo ao nosso saber. Social Esta experiência. assim' caracterizada. ou seja. a problemática profissional é formulada a partir de u m "agora". configura o processo de serviço social. a partir da qual foi tentada a estruturação da teoria de "intervenção social" na abordagem de compreensão. Quando a praxis expressa por exigência uma ação sobre outrem. ou seja. um significado definido por um valor cujo conhecimento é direção para o mundo dos homens. caracterizando a categoria "diálogo". Na relação profissional assistente social-cliente a ideia de situação caracteriza um "agora" constituído por uma situação social particular (uma concreção). a partir de um esforço de reflexão sobre os conteúdos de consciência. a resposta se encontra na distinção de perspectiva em relação ao modo de apreender e descrever o fenómeno que se tenta compreender. a ajuda psicossocial pousada como a "teoria da intervenção social". acreditamos que a ideia de reciprocidade. renovação e transformação da "situação visada". como o "próprio ser do aparecer". Ao discutir praxis em Serviço Social. o serviço social impôs a si u m v dependência de pensar as problemáticas reais dentro dos quadros de referência positiva e funcionalista sem a exigência crítica de uma epistemòlogia^Essas colocações indicam a intenção de comunicar a que se refere a reflexão epistemológica assumida pelo grupo. A produção aplica-se a uma natureza material. ou seja. sobre "como sair da perspectiva sociológica". Na perspectiva de técnica. Esse "agora" funda-se sobre o vivido. para um produto de trabalho cujas transformações fundam novas significações. num nível de linguagem discursiva. A compreensão da categoria "intervenção social" na dimensão psicossocial é tradicionalmente caracterizada pelos seus conteúdos constituídos a partir de um saber científico: psicanalítico. a história do homem mediatizada pelo mundo/ Quanto às interrogações colocadas no plenário sobre — "como é que a comunhão poderá se dar se os componentes da dupla assistente social-cliente fazem parte de grupos diferentes e o problema é do interesse do cliente" — a resposta parece estar na compreensão do sentido dado ao "mundo dos homens". uma situação que se reduz a uma objetivação na busca de uma inteligibilidade maior. Quanto à pré-compreensão do assistente social a uma possível atitude de dominação sobre o cliente. não apenas articulada a um "eu" mas a uma comunidade (a um nós). Nessa perspectiva o diálogo exclui os a priori colocados na pré-compreensão. Mundo considerado não apenas a totalidade de suas possibilidades de ser (horizonte interno). E neste espaço foi colocada a pergunta: Como a apreensão de sentido em cada diagnóstico social fundado sobre uma significação como conteúdo da compreensão de uma singularidade pode caracterizar a pluralidade de sentidos que abrange o "social"? Em outras palavras. na investigação diagnostica. Como ponto de partida para a compreensão do inva-~ riante. sua verdade. o mundo dos homens. desde que se baseia em singula- Teorização do Serv. na colocação dos termos — totalidade e singularidade — há. Ela se constitui no próprio diálogo onde as situações objetivadas abrangem aspectos parciais da realidade que são apreendidos e compreendidos sob ângulos variados ao integrar o "conhecimento em espiral" na qual os elementos não se contradizem um ao outro mas dialeticamente se completam. Estamos agora diante do conteúdo de uma outra pergunta — o que se entendeu por invariante? O termo invariante. ou seja. Há uma realidade histórica que a configura (um p*assado) que precisa ser abordada para questionar o sentido em que se pensa hoje uma superação da relação assistente social e instituição. integrados. na verdade. Esta concretude é uma totalidade quando a situação-problema revela sua essência. Nesse sentido. enquanto conteúdo de programações. que limitam a objetividade datada e situada. A situação-problema (como singularidade) só tem significado quando integrada à dinâmica do projeto "ser-indo" do cliente no mundjt». ou seja. um sentido identificado num "mostrar-se" de um fenómeno. Se a supressão ou a superação dessa oposição for entendida como dualidade de ideologias (práticas políticas). que se fazia necessário. permitem a compreensão da atividade humana. Social ridade — a partir do conceito dialético de complementaridade que desvela as aparências da exclusão?" Nesse sentido. Sjío elementos que. mais apjrofunjj&da. mas a totalidade "de objetos com o horizonte aberto no espaço e tempo. Essa concepção permite responder à questão colocada: "Até que ponto a construção da teoria do Serviço Social. o fenómeno é apreendido. assistentes sociais. a "situação-problema". permitirá a apreensão da totalidade. singularidade e invariante As categorias totalidade e singularidade aparecem como elementos numa relação de recíproco e biunívoco condicionamento na estrutura de mediação própria da compreensão. não é possível suprimir de todo essa dualidade. refletindo sobre o social em cada singularidade onde se "mostra" como fenómeno. a totalidade configura as histórias individuais na história humana. apreendida em sua totalidade (no movimento do ser-indo no mundo) e significativa em sua singularidade. a partir do trabalho em instituições. questionado e compreendido sob uma pluralidade de sentidos. nossa intenção se dirige para um acontecimento singular.200 CBCISS meno. Elemento sem o qual o próprio fenómeno desaparece. na postura fenomenológica. fica clara a resposta à pergunta colocada quanto à "alternativa para evitar a dominação configurada pelo saber do assistente social". para nós. Totalidade vs. afirmam-se um em funÇão do outro Não podem. que revela a dimensão do problema das relações entre a pessoa (sujeito cognoscente) e o mundo. que emerge num "agora" através da intersubjetividade definida pela capacidade dos sujeitos apreenderem as instituições como organismos cujas ideologias passam a questionar. ao provocar a abertura para o sentido que nos é indicado. Respondendo ainda à pergunta sobre a dominação. à primeira vista. uma exclusão recíproca. o grupo elegeu o "social". ser isolados ~úm do outro. podemos chegar nessa pluralidade ao invariante? Sabemos que na intervenção . 4. na fenomenologia. como foi colocada. Se o pensamento moderno é dialético. Numa reflexão. A pré-compreensão tanto do assistente social como dó cliente são condições de possibilidade da compreensão que dá abertura ao sentido/ Assim.. jEm outras palavras. a partir do método fenomenológico. diríamos que a questão. define "essência". responderíamos que. que define o espaço da problematização em Serviço Social. simplifica muito a problemática. como já foi dito. ou seja. como pré-compreensão que dá direito ao desenvolvimento do processo de compreensão.^Assim. ainda. i S T o que nao tem significação mas o aue não tem sentido. e. Por exemplo: o fenómeno pobreza até que ponto foi desvelado pelo Serviço Social? Consideramos que o fenómeno ainda não foi estudado intencionalmente na perspectiva do Serviço Social. mas estabelecer uma metodologia que possa desvelar o invariante. Teorização do Serv. que . Social 203 vai ^ J ^ ^ ^ t SoSfonológica S ? 3 ? . é preciso que assistente social e cliente comuniquem os significados e os questionem. Ao admitirmos que os significados do social vão caracterizar o conteúdo de nossa praxis. na estrutura da compreensão é questionada não apenas a constância dos fenómenos mas o invariante. o assistente social não pode supor sua própria realidade sem supor pelo mesmo ato a dos seus clientes e a do mundo.Nossa resposta é de que a compreensão do termo "invariante" possibilitou ao grupo a atitude de que a questão do invariante não existia como preocupação do Serviço Social. se a compreensão do todo se forma da compreensão dos momentos particulares que se estruturam na totalidade. Mas o "sentido do social" no mundo não se limita ao que é objetivado num diagnóstico. Apenas reduzimos o conceito sociológico.questionar p objeto de Serviço Social. se pela praxis o mundo ganha uma significação humana. presos aos padrões positivistas. pensamos ser possível descobrir categorias da estrutura do vivido que tenham significado para a clientela. a essência. Mas se a compreensão do particular supõe a pré-compreensão do todo. como uma ação prática. os fenómenos que se mostram em nosso horizonte precisam ser tematizados. O questionamento básico terá a intenção de estudar o significado do social para o Serviço Social. ou seja. no sentido da comunidade pela mediação. a função do diagnóstico social limita o "sentido" do social a um enunciado particular. concluiu b grupo que há uma preocupação com a realidade brasileira. procurávamos determinar o "objeto" e não o invariante. ou seja. £ 3 £ £ . Até agora. O grupo não^retende . dentro do qual ele deve ser entendido.202 CBCISS social. ou seja. Tal metodologia expressará as ideias dás categorias aqui colocadas. Na discussão do problema o grupo teria contribuído com alguma coisa? .. hoje. Pelas perguntas colocadas no plenário. c) a possibilidade de que diferentes visões filosóficas podem servir de base ao Serviço Social. Paixão Jocelyne Louise Chamuzeau José Pinheiro Cortez Mário da Costa Barbosa Maria Lúcia Martinelli Vicentina Velasco (Coordenadora) (São Paulo) . 1.2 Quais as implicações da fundamentação fenomenológica para o Serviço Social? . Considerando a fenomenologia "uma" filosofia e não "a" filosofia. (desdobramento) 1. Luiz G. b) as relações de embasamento que a filosofia tem em relação às ciências do agir entre as quais se situa o Serviço Social.3 Roteiro de reflexão FENOMENOLOGIA E SERVIÇO SOCIAL Proposições a serem discutidas peles grupos Décio da Silva Barros J. questiona-se se essa visão filosófica pode embasar a praxis do Serviço Social..1 Aceitas as preliminares a) multiplicidade das visões filosóficas. c) mas se apresentando como um método descritivo que ao descrever constitui a realidade. Compreendendo-se o método fenomenológico como um método filosófico.1 O método fenomenológico: a) não explicando mediante leis. Que implicações acarretaria para o Serviço Social? O SERVIÇO SOCIAL E A DIALÊTICA . nem deduzindo a partir de princípios.CBCtSS 206 2. nem empírico. pode ele ser convertido a uma ciência do intervir e portanto utilizado pelo Serviço Social? (desdobramento) 2. b) não sendo nem dedutivo. a dialética vai aparecer como disciplina do "Trivium". Breve histórico A dialética foi definida inicialmente como a arte do diálogo e da discussão. Aquela tem por objeto os raciocínios que partem de premissas prováveis. mas é preciso fazer o estudo crítico desta ilusão para reencontrar a verdade. Ela é. Nos diálogos de Platão. Na Idade Média. a dialética é definida como a lógica da aparência. do ponto de vista dos raciocínios sofísticos e do ponto de vista da razão quando esta quer ultrapassar . então. Esta tem por objeto a demonstração.1 Conferência CONSIDERAÇÕES SOBRE O PENSAMENTO DIALÉTICO EM NOSSOS DIAS Creusa Capalbo 1. ou seja. agora. compreendida como o ramo de estudos da lógica formal. Na crítica da Razão Pura de Kant.3. a dedução a partir das premissas verdadeiras. Ele opõe dialética à analítica. A dialética é a lógica da aparência do ponto de vista empírico. no Crótilo principalmente. juntamente com a gramática e a retórica. a dialética se define como o setor dos raciocínios que se fazem em relação às opiniões prováveis. Mas. ele a complementa com a crítica. não basta mostrar como funciona a lógica da aparência. isto é. Em Aristóteles. a dialética apareceu como a arte de remontar dos conceitos aos seus princípios que são as Ideias. em seu livro Resumes de Cours. Por pensamento das contradições entende-se. ou. como "pensamento subjetivo" e como "pensamento circular". Torna-se. se um dos extremos for puxado com excesso a corda se parte e não há melodia. que o "próprio sujeito deve aparecer em seu ser sujeito como sujeito para alguém". ultrapassando-o. uma nova perspectiva. O movimento dialético consiste em reconhecer os contraditórios e em descobrir o princípio de sua ultrapassagem numa categoria superior. A realidade primeira é a matéria. antítese. Diz Merleau-Ponty que ela faz "aparecer o ser diante de alguém. ao contrário. A noção hegeliana de "negação da negação" como for ma de contradição operante permite ultrapassar a negação. a existência do mundo e a existência de Deus. Em Hegel este movimento dialético é infinito. Assim.1 Maurice Merleau-Ponty. Para o materialismo dialético de Marx e Engels. Espírito Objetivo e Espírito Absoluto. do ponto de vista lógico. Ou ainda. Vocabulaire technique et critique de la philosophie. a lira só toca seus sons afinados porque as suas cordas estão estendidas entre os dois extremos. 2 MERLEAU-PONTY. É este movimento que caracteriza o pensamento dialético como um "trabalho do negativo" que não se realiza pela exclusão do positivo. Por isto. A dialética como pensamento circular é o que caracteriza a própria posição da fenomenologia segundo Merleau-Ponty. caracteriza este movimento dialético do Espírito. a afirmação (a 1) exclui a afirmação (a 2). A trilogia tese. A dialética como pensamento subjetivo é entendida à luz da filosofia existencialista de Kierkegaard e da filosofia existencial de Heidegger. M. Ë este movimento de ultrapassagem que MerleauPonty diz aproximar-se da moderna noção de transcendência. Graficamente podemos exemplificar da seguinte maneira: (a) ( + ) positivo ( — ) negativo (b) ( + ) + ( — ) = — trata-se de negação (c) — ( —) = + praticando a negação da negação obtém-se um positivo novo diferente do momento (a). É com Hegel que se abre. e. André. Aqui não há ultrapassagem no sentido hegeliano. a consciência é derivada da matéria. síntese. Paris. As contradições podem ser de outro tipo ou obedecer a outro modelo lógico. mostra que o pensamento dialético pode ser classificado em três grandes grupos: como "pensamento das contradições". em suas figuras do Espírito Subjetivo. se afirmo (a 2) terei que excluir (a 1). . para Engels. que "tudo é azul" (a 1) e que "nada é azui" (a 2). em primeiro lugar. Ela se reporta à ideia de Heráclito da existência como tensão entre os contrários: só há o frio porque há o quente.* ed.CBCISS 210 os seus limites quanto às condições de possibilidade do conhecimento científico. ainda. 1962. A matéria em movimento e evolução sucessiva faz com que a quantidade vá se transformando sucessivamente. Ela é fonte de sensações e representações. Teorização do Serv. Assim é a vida: esta tensão entre os extremos. 80. mas que vai além dele. etc. a dialética se apresenta como uma teoria geral do mundo. 2 Esclareçamos estas definições. 1968. Só há exclusão de um dos pares. necessária a revisão das noções de sujeito e objeto. 1. Se eu afirmo. a contradição entre o positivo e o negativo deve poder se aplicar em relação ao 1 LALANDE.. o ser material. assim. Presses Universitaires de France. 8 Isto implica que só podemos pensar um objeto existente se ele for objeto para alguém. Diz ele que o pensamento é produto das condições materiais do cérebro. 78. ela é reflexa. pois ambos devem aparecer em seu ser para um sujeito consciente. O pensamento fenomenológico 3 Ibid. por exemplo. Social 211 próprio negativo. Ë a contradição hegeliana. e num dado momento vêem-se emergir qualidades novas.323 ps. Gallimard. p. a natureza. o pensamento que exclui totalmente o seu oposto. Resumes de cours. ultrapassando-o. para o pensamento dialético. Paris. como resposta a uma indagação". só há o doce porque há o amargo. 9. p. e quer aplicar o tipo de raciocínio científico a objetos não-científicos como a existência da alma. diz Heráclito. CBCISS 212 de Merleau-Ponty é dialético, pois não quer sacrificar o irrefletido nem a reflexão; ele quer mantê-los em coexistência ou em tensão existencial. Esse pensamento circular não é repetitivo, ou, como diz o próprio Merleau-Ponty: "o pensamento dialético não é aquele pensamento que faz a volta ao círculo e não encontra nada mais de novo para pensar". 4 Vimos que foi com Hegel que a dialética passou a ser entendida como "uma experiência do pensamento pelo qual este aprende algo, embora isto que ele aprende já esteja aí "em si", antes dele, e que o pensamento seja a passagem do "ser em si ao ser para si" ou ao ser para a consciência. 6 Hegel entendia o movimento da dialética como um movimento do discurso que alcança progressivamente a verdade. Este progresso não é contínuo. Ele se dá por meio de crises ou conflitos superados a cada passo. Essas crises são uma mediação necessária para que se dê a ultrapassagem. Assim, as duplas antagónicas de exterior-interior, ser-aparecer, são reconciliadas pois são termos que se implicam e se suportam mutuamente. Para a fenomenologia o pensamento dialético pode ser entendido como pertencente à estrutura do ser humano, em sua existência concreta, quer sob a forma de relação subjetiva, quer sob a forma de tensão existencial dos contrários. 2. A dialética no pensamento marxista: algumas observações gerais Para Marx, as infra-estruturas determinam as superestruturas. Por infra-estrutura se entendem as forças produtivas e as relações sociais no trabalho, correspondentes a estas forças produtivas. Por superestrutura se entendem as formas sociais da consciência — as instituições, as ideologias jurídicas, sociais, políticas, religiosas, etc. Escreve Marx: "O modo de produção da vida material condiciona o processo de existência social, política e espiritual de seu conjunto. Não é a consciência dos homens * Ibid., p. 81. » Ibid., p. 81. Teorização do Serv. Social 213 que determina o seu ser, mas o ser social que determina sua consciência." 6 Assim, o chamado "sujeito consciente" nada mais é do que resultante das infra-estruturas, dependendo, em última instância, do modo de produção em que estiver inserido. Lê-se, ainda, nas "Teses sobre Peuerbach", que "é na prática que o homem pode demonstrar a verdade". Essa prática se refere às forças de produção e às relações sociais daí decorrentes. Diz Marx que no sistema capitalista a relação entre o capitalista e o assalariado é do tipo mercantil. O assalariado (o "servo" da dialética hegeliana) pelo contrato de trabalho se põe a serviço e sob a dependência do "senhor". O trabalhador produz mas não tem a propriedade de seu produto. O trabalhador só possui sua força pessoal — a força de trabalho. O senhor possui os instrumentos e a matéria para o trabalho — meios de produção. Dá-se a separação radical entre o trabalhador e os meios de produção, no sistema capitalista. E para fazer crescer o capital o capitalista recorre à "mais valia". Em suma, Marx mostra que o sistema capitalista se divide em duas classes. A classe dominante, que no século XIX era representada pela burguesia e pelos grandes proprietários de terra; a classe dominada, formada pelos trabalhadores assalariados. O movimento da história se faz pela luta entre as classes e pela revolução do proletariado que virá instaurar uma sociedade sem classes. O Estado, na tradição marxista, desempenha o papel de aparelho repressivo: é a força de execução e de intervenção repressiva em favor das classes dominantes. Daí a crítica ao Estado e a promulgação do advento de uma sociedade sem classes e sem Estado. Gramsci, comentando Marx e Lenine, dirá que o Estado não é só aparelho de Estado. Ele compreende também as instituições da sociedade civil: Igreja, escolas, sindicatos. 7 E para ele o fator principal da história está nesta sociedade de homens, nesta sociedade civil, que é capaz de formar a vontade social coletiva. 6 7 MARX, K. Critiques de l'économie politique. Paris. Ed. Sociales, p. 13. GRAMSCI, Antonio. Oeuvres choisies. Paris. Ed. Sociales, ps. 290-5. CBCISS 214 Para Gramsci, o intelectual exerce uma função num dado sistema. Ele distingue o intelectual no conjunto do sistema de relações, no qual a atividade intelectual se situa face ao contexto geral das relações sociais. Assim, não há apenas o intelectual burguês de que falara Marx. Há os intelectuais orgânicos que são criados por um sistema para assegurar a coesão do próprio sistema e a ideologia do sistema ou da classe dominante. No processo histórico que se faz em favor do Marxismo, o que se precisa é de um novo tipo de intelectual, que seja advindo das camadas populares e que seja capaz de realizar uma pedagogia da massa ou pedagogia revolucionária. A organização da massa é necessária para que se forme a Hegemonia e o Bloco Histórico. Pela Hegemonia se dá o movimento dialético da história enquanto vontade social coletiva. Pelo Bloco Histórico se dá o desenvolvimento histórico pelo processo de conscientização, que consiste na passagem do económico e da ideologia correspondente para o éticopolítico (passagem do reino da necessidade para o reino da liberdade). Mais recentemente, Althusser dirá que não basta distinguir entre poder político do Estado e aparelho do Estado. É preciso reconhecer os aparelhos ideológicos do Estado. Por Aparelho do Estado ele entende o aparelho repressivo do Estado onde reina a violência. São Aparelhos de Estado: o governo, a administração, as forças armadas, a polícia, os tribunais e as prisões. Ele define Aparelho Ideológico do Estado como "um certo número de realidades que se apresentam ao observador imediato sob a forma de instituições distintas e especializadas". 8 São aparelhos ideológicos do Estado (AIE) as seguintes instituições: — AIE religioso (sistema das diferentes Igrejas). — AIE escolar (sistema das diferentes escolas públicas e privadas). — AIE familiar. — AIE jurídico. 8 ALTHUSSER, L. Les appareils idéologiques de l'État. Revue la Pensée, jun. 1970, ps. 2041. Teorização do Serv. Social 215 — AIE politico (sistema político, partidos). — AIE sindical. — AIE de informação (imprensa, rádio e televisão). — AIE cultural (literatura, esporte, belas-artes, etc.). O Aparelho Repressivo do Estado funciona sob a violência repressiva, que pode ser violência física ou simbólica. O Aparelho Ideológico do Estado funciona pela ideologia e pelos valores; eles traçam as sanções, as seleções as exclusões, etc. Segundo Al^usser, no estado atual do capitalismo, o Aparelho Ideológico do Estado dominante é o escolar. No século XIX eram dominantes a igreja e a família. No século XX são a escola e a família. Este esquema, aqui apresentado de modo sumário, foi desenvolvido e aplicado pelos franceses G. Synders, Baudelot, Establet, Christine Gluskmann, Bourdieu-Passeron. No Brasil, com algumas variantes, por B. Preitag, M. Tragtenberg, M. Godotti, M. Berger, dentre muitos outros. O esquema proposto como roteiro de reflexão sobre "Dialética e Serviço Social" pelo Grupo de São Paulo aí também se inscreve. Althusser escreve que "o Aparelho Ideológico do Estado desempenha um papel determinante, na reprodução das relações de produção, de um modo de produção ameaçado na sua existência pela luta de classes mundial". 9 Assim, é possível se utilizar o esquema de análise abaixo, procurando verificar qual a ideologia do papel que se desempenha na sociedade: a) papel de explorado (desenvolvimento de certos valores tais como ter consciência profissional, moral, cívica, nacional, apolítica, etc.); b) papel de agentes da exploração (saber comandar e falar aos trabalhadores, saber ter relações humanas); c) papel de agentes da repressão (saber comandar e se fazer obedecer sem discutir, saber manejar a retórica dos dirigentes políticos); » Ibid., ps. 20-1. CBCISS 216 d) papel de profissionais da ideologia (saber tratar as consciências com respeito ou com desprezo, por meio de chantagem ou demagogicamente, fazendo com que as pessoas se acomodem à moral vigente, queiram ser virtuosas ou aceitem os ditames da Nação, da Igreja, etc.). 10 Althusser explica que a ideologia só é possível pelos sujeitos — a ideologia interpela os sujeitos e estes respondem a ela. Por sujeito não se deve entender o indivíduo concreto, mas sim a sua determinação de classe social. Diz Althusser que é a categoria de sujeito que nos faz pensar que somos sujeitos livres, morais e portadores de significação. Estas qualidades do sujeito são tidas por evidências elementares que facilmente se pode reconhecer. O indivíduo passa a sujeito pela interpelação: e s t e ^ ó papel da ideologia.11 Não pretendemos nesta exposição esgotar o assunto pela abordagem de todos os temas e dos principais autores marxistas atuais. Quisemos apenas esclarecer alguns pontos que aparecem de modo aplicado, na literatura brasileira atual sobre a realidade social brasileira. Julgamos oportuno, antes de concluir, alertar para questões que nos parecem relevantes e insuficientes na maneira pela qual elas são tratadas pelos marxistas. São questões relativas à natureza da consciência, à consciência de classe, ao lugar do socialismo como fase intermediária para a abolição do Estado, ao esquema rígido de classe dominante e classe dominada, etc. Seria útil relembrar, finalmente, que muitas destas análises podem ser feitas, e com o mesmo referencial teórico, em relação as sociedades comunistas contemporâneas. Aliás este tipo de crítica já foi feito pelos próprios adeptos do comunismo europeu, conforme se pode 1er no número especial da revista francesa Dialectiques, dedicado inteiramente à crítica de Althusser. 18 w Ibid., ps. 20-41. « Ibid., ps. 29-31. 12 Revista Dialectiques, ns. 15-16. 3.2 Documento de base SERVIÇO SOCIAL E CULTURA UMA ALTERNATIVA PARA DISCUSSÃO DAS RELAÇÕES ASSISTENTE SOCIAL-CLIENTELA Ana Luiza de Lyra Vaz Celina Magalhães Ellery Dulce Malheiros Araujo Maria Aparecida Barbosa Marques Maria Durvalina Fernandes Bastos Maria Elvira Rocha de Sá Maria Luiza Testa Tambellini Marisa Alves de O. Senna (Coordenadora) Regina Marconi Franco (Rio de Janeiro) Apresentação Nosso estudo prende-se à abordagem de um tema que não havia sido proposto formalmente pelo CBCISS. Representa uma tentativa de lançar à discussão proposições que possibilitem a reflexão sobre a teoria e a prática que o Serviço Social tsm desenvolvido no atual momento brasileiro. Buscaremos analisar as vinculações da ação do assistente social com o contexto social, político, económico e cultural em que se insere e que se estendem além do âmbito institucional, detendo-nos especialmente no enfoque de cultura, abrangendo dois ângulos de questionamento, intimamente relacionados: Propomos. O clien* Clientela aqui entendida numa acepção ampla. por conseguinte. A prática do Serviço Social. de uma visão ou sentimento do mundo que. mas situada. aliada às determinações históricas. valores e métodos) ou a que é afirmada na prática real de cada um? A violência cultural pode se agravar. Ed. dado o alheamento a uma prática popular. reflexões acerca de como se processam as relações do assistente social com a clientela. significando um descompromisso histórico. São Paulo. na medida em que pertencem a grupos sociais distintos. visualizada não só em termos de uma aplicação de conhecimentos teórico-práticos vindos do exterior para nosso Pais. penetra a atmosfera cultural de um determinado grupo social. O assistente social. Carlos Guilherme. sendo portanto um produto confuso e contraditório. tende a legitimá-la. 1977. temida nessa relação. Sabemos que condicionamentos históricos impedem ou limitam a elaboração livre do intelectual. . Esse fenómeno estende-se a toda intelectualidade brasileira. mas o esforço de construção cultural é precisamente um esforço de ten1 MOTA. dependendo do seu grupo social.* * A questão da critica da dominação. na medida em que nossa produção teórica é ainda precária. ou seja: a existência de uma crença básica. Perguntamos também sobre qual é a concepção de mundo do assistente social: a que é afirmada como fato intelectual (transmitida como conhecimento. entendida como a totalidade das manifestações vitais que caracterizam os grupos sociais. (19331974). ocorrendo adaptação ou aplicação direta de modelos construídos com base em e para outras realidades. Ática. A Ideologia da Cultura Brasileira. A cultura não é pensada abstratamente. como ser eminentemente interferidor na construção da história. Teorização do Sero. segundo Carlos Guilherme Mota. representa e reforça a legitimação de sua cultura. portador de esquemas de pensamento da cultura na qual foi formado social e profissionalmente. deve partir do reconhecimento e posicionamento frente às manifestações culturais que expressam a realidade histórica de um grupo ou sociedade. mas também com referência aos riscos de uma dominação cultural que venha a ser exercida pelo assistente social em suas relações com a clientela. acrescentando sua própria força a um campo de relações de forças. na Universidade — que se constitui num centro privilegiado de produção cultural — as Ciências Sociais foram construídas a partir de fundamentos franceses e americanos. no que se refere a uma postura do Serviço Social como crítico da realidade e face à cultura da clientela.1 ao tratar da ideologia da cultura brasileira. abrangendo não só a população ora incluída nos programas de Serviço Social. A ocorrência de violência cultural é. avaliando criticamente o nível de interferência destas na sua prática profissional. pois as culturas crescem e se desenvolvem a partir de um princípio que articula e torna coerente as suas manifestações. Consideramos que as relações do assistente social com a clientela podem ser entendidas como o processo de comunicação das representações e manifestações das culturas desses dois pólos. Social 219 te. Consideramos a concepção de homem como ser que está no mundo. A questão da dominação cultural e a crítica da dominação — Alguns aspectos As relações do Serviço Social com a clientela e a sociedade serão questionadas a partir do enfoque de cultura. pois. político e cultural. reforçado pela realidade da instituição à qual está vinculado. voltada para o homem em seu projeto histórico. supondo-se que as suas concepções de mundo podem ser diferentes.218 CBCISS * A questão da dominação cultural. na perspectiva da função que exerce na sociedade. Considerando que a cultura é produzida tanto pelas camadas analfabetas como pelas alfabetizadas e pelas elites intelectuais. isto é. imprimindo-lhe peculiaridades que a tornam diferente da cultura de outros grupos sociais. porquanto o assistente social. apresenta concepções e interesses que podem diferir da cultura do assistente social. então. arriscando-se a uma orientação positivista e funcionalista de caráter asséptico e cientificamente neutro (grifo nosso). indagamos até que ponto o assistente social tem reconhecido essa realidade e a diferenciação entre suas concepções e as da clientela. Indagamos. à base de uma verdadeira compreensão de seu processo? Há um consenso. uma preocupação natural em definir atribuições. mesmo integrando . por outro lado. autocentralizadas até.esse bloco de países latino-americanos. apresenta características que lhe são peculiares. tais como uma opção pessoal e profissional do assistente social ligada a aspectos referentes à sua afirmação no próprio grupo profissional. trata-se de refletir para uma retomada de posição em que o Serviço Social atuaria a . como pode se constituir na impossibilidade de uma prática que problematize a própria relação entre o profissional e sua clientela num nível concreto de uma dada realidade. seus próprios caminhos. por parte dos assistentes sociais. de tratamento uniformizado da realidade não só escamoteia as diferenças regionais e enseja discussões sobre eficácia e produtividade técnicas. parece ter imprimido. entre os profissionais. Mas. e à excessiva preocupação em moldar o atendimento de acordo com padrões técnicos preestabelecidos. É importante estar alerta para a discriminação de tarefas. de tal forma que faça com que o assistente social se negue a desempenhar determinadas funções. próxima e concreta (América Latina). Senão. então. devendo procurar. portanto. com a preocupação de contribuir para a transformação dessa realidade. como compreender o homem em sua dimensão de sujeito da história? A existência de esforços de construção de um marco teórico. com a consequente mudança de enfoque de uma ação social (unidade social de base: a família) para um tratamento individualizado. Sugerimos que se reflita sobre a existência de uma preocupação em pensar o Brasil como uma realidade própria.220 CBCISS tativa de libertação desses condicionamentos. A cultura da profissão leva em consideração as características da formação social e regional do país? Enfim. como projeto. face às influências das abordagens psicoterapêuticas. Seria este mais um dado que dificultaria a aproximação do assistente social com as necessidades e manifestações culturais da clientela? IV) A passagem da influência franco-belga para a americana. por julgá-las não condizentes com sua posição profissional. já representa uma tentativa de produção mais comprometida com essa realidade. podem conduzir a um processo seletivo da realidade a ser trabalhada. se há pertinência nas afirmações e questionamentos até então levantados. pautado numa realidade sócio-político-econômicocultural. até que ponto não estaria a formação profissional na dependência da iniciativa particular de professores mais preocupados com essa realidade. às exigências institucionais e da sociedade. podemos lançar algumas Teorização do Serv. em detrimento das necessidades da clientela. será que essa passagem não ensejou um caminhar no sentido inverso do que poderia ser o começo de um trabalho dentro de uma perspectiva social mais ampla? Colocadas as questões. papéis e seu status profissional em relação a outras categorias profissionais e à sociedade. um caráter mais técnico à intervenção. O Brasil. da comunidade científica como um todo. buscando fundamentos na história recente e nas questões sociais do país. em Serviço Social. de que o currículo de Serviço Social se encontra defasado a nível da realidade nacional. A tendência já constatada. Social 221 situações que poderiam explicar o distanciamento entre o Serviço Social e a cultura da clientela: I) A vinculação do Serviço Social a um programa de ação social desenvolvido pela Igreja favorecia condições de apoio e aproximação com a clientela? Qual era o caráter dessa aproximação passível de ser propiciada pela Igreja? II) Em que termos a situação atual da Universidade brasileira proporciona condições para a formação de atitudes e habilidades que levem a uma sensibilização e ação efetiva no plano de nossa realidade social? III) Existe. por um lado. embora se considere que no processo de produção de conhecimentos não se possa desconhecer a existência de conhecimentos acumulados em outros contextos? Como poderá o assistente social buscar um saber comprometido e inserido na realidade brasileira. assumindo-a como efetivamente é. Acreditamos que algumas variáveis. Propomos assim a seguinte reflexão: Como poderá o assistente social brasileiro intervir a partir de um saber que não é fruto de sua realidade. que encaminham a leitura e análise crítica da produção teórica. sem que isto implique inflexibilidade. radicalização em posições rígidas ou sofisticadas. condicionada. por ação de forças externas. A teoria. dessa forma. acredita que a clientela por si só é capaz de se conscientizar e de achar seu próprio caminho. voltada para os interesses da clientela em suas necessidades básicas e na autenticidade de suas manifestações culturais. Nesta. Do contrário. portanto. A ação do assistente social não se dá isoladamente mas é. que existe objetivamente. controlando. inacessíveis à consciência popular. Ela se faz e se aprofunda associada à prática. é necessário. a posição empirista do assistente social que pretende evitar sua interferência nos caminhos escolhidos pela própria clientela propicia. quer intervindo e. Desta forma. as causas externas não estão excluídas mas constituem-se condições para as modificações das quais as internas formam a base. mas sim viva. em primeiro lugar. todo o aspecto contrário converte-se. uma vez adquirido o conhecimento teórico. ao desenvolvimento das contradições que existem em seu seio. exercida através de uma via institucional. móvel. Num outro extremo. com a lógica dos enunciados. Outra postura coloca a causa fundamental do desenvolvimento dos fenómenos como interna. é assentar o seu estatuto no plano da realidade. operando então por intermédio das causas internas. igno- 223 Teorização do Serv. a abertura de um canal à interferência institucional direta. podendo voltar-se também para o trato de questões que não (ttsem respeito ã esfera de necessidades básicas da clientela. A verificação de uma proposição e sua correspondência à verdade objetiva não se esgota no movimento do conhecimento sensível ao conhecimento racional. É nesse sentido que podemos entender e reconhecer a emergência da cultura dominada. sem nenhuma reflexão crítica sobre a realidade. Duas atitudes extremas frente ao reconhecimento da cultura da clientela devem ser evitadas pelos assistentes sociais. em condições determinadas. toda a lógica de sua sabedoria. O que se pretende. residindo as causas das mudanças fora dos próprios fenómenos. respectivamente. residindo no contraditório existente no seio de cada fenómeno. em detrimento da inserção na ação capaz de transformar a realidade. na verdade. regressar à prática. É. desde que o agente se encontre presente. que se expressa num processo que começa a partir da prática e que. Há uma preocupação excessiva com clareza de conceitos. A atitude marcada por esta tendência não percebe por trás do discurso verbalmente limitado da cliente toda uma cultura que se exprime de vários modos. O assistente social precisaria transigir com seus esquemas mentais. isto é. uma vez que a instituição constitui uma fonte de recursos e de promoção de ativi- . O primeiro passo que poderia ser dado na busca de alternativas que aproximassem o assistente social da clientela seria a adoção de urna postura filosófica diante do processo de mudança e desenvolvimento da sociedade: Dentre as opções. recairá mxma manipulação e numa diretivídade do processo. trabalham improvisadamente. entendendo. relativa. difundindo preocupações e interesses de seu grupo social. Do contrário. passageira. porque só assim se poderá verificar a possibilidade de mudança e transformação social. as mudanças devem-se. a ela retorna. promovendo a reprodução da divisão entre os dois pólos. portanto. Aliada a essa máscara de profundo respeito à clientela. pode-se considerar inicialmente aquela em que os fenómenos do mundo são pensados como isolados e em estado de repouso. as raízes de sua cultura. que poderíamos caracterizar como antiintelectualista. no seu contrário. e acredita que os problemas sociais são monopólio dos especialistas e cientistas e. em sua grande maioria. aplicar a teoria na prática e identificar se ela pode conduzir ao objetivo fixado. para conseguir escutar e se sensibilizar frente à sua clientela. A unidade ou a identidade dos aspectos contrários de um fenómeno. "empirista" e "racionalista". Social rante. Na sociedade. As duas posições. nesta perspectiva. nunca é uma verdade acabada. petrificada. não compreendem o caráter histórico do conhecimento. As condições sociais e políticas de sua expressão (da cultura dominada) constituem uma questão de outra ordem. em última instância. previamente orientada a partir dos objetivos institucionais e respectivas expectativas com relação aos resultados da intervenção. a partir do conhecimento racional. A primeira. estaria a atitude intelectualista do assistente social que julga a clientela como incapaz. nunca é morta. ela confirma o mito idealista de que o discurso sobre o real é suficiente para transformá-lo.222 CBCISS partir de uma perspectiva mais global. principalmente. 1975. Reconhecemos que os aspectos abordados neste trabalho merecem ser ampliados e representam apenas uma tentativa de se iniciar um aprofundamento dessas questões e de outras. ou a de seus técnicos que pertencem a uma elite intelectual. Pierre. Buenos Aires. por sua vez. Francisco Alves. é necessário que atentem para os aspectos ou conjunto de sua produção e ação que venham a ter efeitos esterilizantes. estão. considerando-se o percentual que representam na população como um todo? Como o assistente social poderá orientar sua intervenção sem que estejam claros o seu papel institucional e o seu porquê dentro da sociedade? Para quais interesses reais a instituição está voltada e a partir de que contradições sociais seu trabalho se faz necessário? E qual a relação desses interesses com os interesses da clientela? Os assistentes sociais. Um conhecimento conjunto do assistente social e da clientela quanto às suas manifestações culturais. embora tomem como referencial de sustentação das suas teorias a situação da clientela. mas. A reprodução. de sua inserção num contexto institucional. A partir de então. clientela). principalmente pela possibilidade de se tornarem uma via de reivindicação e de discussão das questões sociais. é preciso reconhecer a necessidade de se fortalecerem os canais institucionalizados de participação social da clientela. pelas instituições. estão atendendo às necessidades de seu grupo e não às daquela. 1972. Francisco Alves. São Paulo. condições concretas de vida. ignorando a capacidade da clientela. na maioria das vezes. Jean Claude. pelo assistente social. Anna Augusta. pelo assistente social. Possibilidades e limites da teoria do serviço social. no que lhes diz respeito. ao escolhermos-uma posição racionalista. Por outro lado.224 CBCISS dades nas quais a clientela se insere e participa. ANDER-EGG. Outro. 1977. ECRO. et alii. dela se distanciam para servir às instituições. E a quem servem essas instituições? Que cultura expressam? A popular. permitindo um distanciamento de seus objetivos profissionais. 9). é preciso lembrar que a emergência da cultura dominada não depende do aval e da discussão teórica por parte de grupos intelectuais e profissionais. suas propostas de solução. interferem as condições concretas existentes para solucionar as questões colocadas pelo cotidiano e que elas são dadas. Servido social para una nueva época. Rio de Janeiro. através de uma política social mais ampla. da clientela. das diferenças entre os objetivos institucionais. premida por suas próprias condições de vida. e que. BIBLIOGRAFIA ALAYÖN. intervindo com sua própria cultura e a do grupo a que pertencem. do contexto em que elas se dão. poderá reconhecer as contradições institucionais existentes. 1974 (Cuadernos de Trabajo Social. Podemos perceber que tanto uma posição quanto outra. Perspectiva. os profissionais e os da clientela. a nosso ver. como também entre os objetivos que a instituição se propõe e os que realiza em termos efetivos. 1974. seus recursos individuais e coletivos. respondendo às suas necessidades. Nesse sentido. deixando de considerar os padrões culturais da clientela. Dinâmica da pesquisa em ciências sociais. Madrid. Ezequiel. BRUYNE. Francisco Alves. Finalmente. Euramérica. 1975. negando-se a discutir estas questões básicas por considerarem-nas de menor relevância. resta-nos aprimorar os objetivos da instituição para uma operacionalização mais eficaz. com todas as implicações que lhe são inerentes. Diante da questão da dominação cultural e da necessidade de o assistente social reconhecê-la e evitar reproduzila quando de sua intervenção profissional. ALMEIDA. seria a 225 Teorização do Serv. El trabajo social como acción liberadora. Desafio ao servido social: crísis de la reconceptualización? Buenos Aires. . Rio de Janeiro. e também os órgãos de representação dos assistentes sociais. está contido num plano sócio-político-econômico que lhe determina as diretrizes. acreditamos que existem passos fundamentais para orientar uma ação que se baseie no conhecimento das manifestações culturais da clientela. N. Paul et alii. Necessitamos reconhecer que mais do que os discursos (reflexões assistente social vs. & PASSERON. 159 ps. Social necessidade de discernimento. BOURDIEU. Humanitas. 1978. que certamente surgirão. interesses. A economia das trocas simbólicas. o que vai possibilitar o desenvolvimento dos objetivos profissionais em relação às necessidades da clientela. Rio de Janeiro. O primeiro passo seria o reconhecimento. faz-se necessário. CORBISIER.* ed. 1977. PUC. Ed. Existe uma responsabilidade do ensino na violência • cultural? 5. Roland. v. abr. 157 ps. Fondo de Cultura Económica. Os brasileiros. Método sin metodologia-hombre. LÉVI-STRAUSS. 1974 (Cuadernos de Trabajo Social. PRESENÇA FILOSOFICA. 1978. Cultura e educação brasileiras. ECRO. Vozes. A ideologia do desenvolvimento fK-fQ. Como os cursos de graduação e pós-graduação podem contribuir para a formação de consciência crítica do profissional face à realidade? 6. Petrópolis. Americana. v. 1974. Loyola. MOTTA. 1974. Lucien. A dialética nas ciências sociais. Zahar. Natalio. 1978. Darcy. São Paulo. Antropologia estrutural. n. Buenos Aires. Petrópolis. 243 ps. 4. ENCONTROS COM A CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. 2. 1972 (Cuadernos de Trabajo Social. No caso referido na pergunta anterior. CULTURA VOZES.1 — CONSIDERAÇÕES EM TORNO DOS QUESTIONAMENTOS LEVANTADOS NO SEMINÁRIO SOBRE O DOCUMENTO. 5. Ética em serviço social. MEC. 3. Duas Cidades. Humanitas. 1967 (Colección-Wpular. Manoel. 1966. Paz e Terra. In: Escrita. Lisboa. A prática do serviço social no INPS — um estudo exploratório. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. os pontos abordados nos questionamentos feitos pelos três grupos foram os seguintes: 1. Afiais. ag. haveria a possibilidade de posições alternativas? 7. RIBEIRO. 2. São Paulo. Rio de Janeiro. Ação cultural para a liberdade. face aos interesses da clientela? Considerando que a violência cultural é um problema que toca as profissões que se ocupam diretamente com o . Paulo. 1968. VASQUEZ. 3. 4440. 1. como o assistente social deveria encaminhar a sua prática? 9. Antropologia filosófica. MARCUSE. GRAMSCI. Ferreira.' ed. SALVADOR. ciencia. 8). Paz e Terra. Sobre a ocorrência de violência cultural nas profissões que se ocupam diretamente com o ser humano. 1974 (Cadernos da PUC). O marxismo científico de Louis Althusser. 3). CAVAZZUTI. FREIRE. 1975. Além de posições empiristas e racionalistas. Rio de Janeiro. Rio de Janeira Tempo Brasileiro. 1977. Concepção dialética da história. In: Síntese. Leila Maria Vieira. Considerações em torno do conceito de cultura brasileira. GULLAR. Buenos Aires. n. Civilização Brasileira. Herbert. 1974. I — Teoria do Brasil. 1971. Rio de Janeiro. 1975. 1970. Rio de Janeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ASSISTENTES SOCIAIS. Civilização Brasileira. Miriam Limoeiro. Cia. D. A criação cultural na sociedade moderna. n. KISNERMAN.226 CBCISS BUGALHO. Se o despojamento fosse possível. 1. GOLDMANN.° 1. Thomas. Adolfo Sanchez. Filosofia da praxis. C. Vozes. 1974. Rio de Janeiro. A verdade e as formas jurídicas. 3. seria isso desejável? Haveria possibilidade de se separar o assistente social como pessoa e como profissional? 4. pt. Formação e problema da cultura brasileira. 1972. Vozes.. PEREIRA. Pierre.° 6. Quais as possibilidades de a clientela expressar seus interesses nas instituições? 8. Luiz et alii. 289 ps. Presença. ps. Os intelectuais e a organização da cultura. PUC. Michel.. Carlos Guilherme. Rio de Janeiro. Lisboa. Organización teórica de la ciencia humana: trabajo social como unidad. Como pode o assistente social mudar a estrutura da instituição. Ideologia da cultura brasileira. Presença. transformación. 1978. 1966. 1977. Enciclopédia filosófica. Buenos Aires. Petrópolis. CRAS. 1977. Rio de Janeiro. A viabilidade de o profissional despojar-se de seus componentes culturais no exercício profissional." 2. Educação permanente e desenvolvimento cultural. 41). v. CARDOSO. FOUCAULT. Petrópolis. Pedagogia do oprimido.2 Serviço Social e Cultura — uma alternativa para discussão das relações assistente socíal-clientela. México. 1973. Practica social en el medio rural. Em síntese. ZABALA. 1978. Rio de Janeiro. 1972. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Ernest. Atica. FURTER. 3. Petrópolis. Paz e Terra.' ed. Rio de Janeiro. 1959 (Textos Brasileiros de Filosofia. Rio de Janeiro.* ed. 7). Paz e Terra. ag. CASSIRER. 71. ECRO.2. A. Populações marginais. Vozes. 1978. Claude. Antonio. A ideologia da sociedade industrial. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. 1977. 2./jun. 218 ps. 2) se refletir um tipo de pensamento compreendendo apenas conceitos desligados da realidade e de suas possíveis transformações. e que o Serviço Social tem contato. nesse sentido. No que se refere às alternativas de ação. Grosso modo. Deve-se tentar identificar os interesses reais da instituição e a partir de que situações seu trabalho se faz necessário e quais são esses interesses e os interesses da clientela. a uma elite intelectual. a questão que se coloca é que se o profissional não tiver uma consciência crítica das diferenças entre ele e a clientela tenderá a legitimar a sua própria cultura. Isso vem demonstrar que a separação do assistente social como pessoa e como profissional não é possível porque a suposta neutralidade profissional não é um equívoco apenas operacional. 101). e. a partir de suas próprias referências. se os cursos. incluindo aí o Serviço Social. a ela retorna" (p. O grupo admite outras posições que compreendam "o caráter histórico do conhecimento. 2._ Nosso trabalho não se deteve na discussão das instituições e da política social que representam ou adotam. uma vez adquirido o conhecimento teórico. não possibilitarem níveis de criatividade e formação de consciência crítica em seus currículos. com parte da clientela da instituição. mas vem desde a própria concepção que se tenha de ciência. na maioria das vezes. hoje. No que se refere às relações do assistente social com a clientela. mesmo porque consideramos a clientela pouco conhecida. é preciso reconhecer a necessidade de se fortalecerem os canais institucionalizados de participação da clientela." sejam de graduação ou pós-graduação.228 CBCISS homem. que a cultura expressa pelas instituições pertence a seus técnicos. porque "o assistente social. O despojamento por parte do assistente social de seus componentes culturais não pode ocorrer na medida em que a produção cultural está diretamente vinculada aos grupos sociais nos quais as pessoas aprendem valores e comportamentos. na perspectiva da função que exerce na sociedade. Nesse sentido. Quanto às relações clientela-instituição. para solucionar as questões colocadas pelo cotidiano das instituições. não conduzirão à superação dos modelos de dominação cultural. O ensino pode tornar-se responsável pela dominação ou violência cultural: 1) se reproduzir os elementos que configuram um sentido de verticalidade e quanto mais se deixar existir como um processo elitizador. Com essa análise poder-se-á efetivar uma prática profissional que considere os interesses da clientela. 3. representa e reforça a legitimação de sua cultura. 229 Teorização do Serv. por isso. diríamos que o nosso contexto. Acreditamos. pode-se dizer que: í. produz as suas instituições em sentido vertical. acreditamos que seja necessário reconhecer as situações concretas existentes. Nosso trabalho não coloca a discussão da mudança de estrutura da instituição. 99-100). que se expressa num processo que começa a partir da prática e que. Social não possuímos estudos que afirmem em que medida as instituições expressam a vontade da clientela. apenas. . de sua própria cultura. A mudança de uma estrutura não dependeria apenas de um profissional ou de um grupo específico de profissionais. bem como sua relação. acrescentando sua própria força a um campo de relações de forças" (ps. Essa relação profissional se dá num campo de relações de forças no qual a instituição torna-se mais um elemento fundamental a ser considerado nessa violência cultural. 3) se alimentar-se apenas numa vertente teórica formulada sem uma ligação direta e estreita com a prática. 5. 4. a nível das propostas práticas as posturas se confundem. A reconceituação. Quando? A partir do momento em que se identificam para o Serviço Social dois pólos contrários. .3. A reconceituação. dentro de um processo de explicação do mesmo. colocados e discutidos no grupo. aqui entendida como oposição a uma visão idealista (tradicional) do Serviço Social.1 Admissão da filosofia materialista como base de conhecimento e explicação da realidade. de Pedro Malheiros. se qualifica por: 5. Roteiro de reflexão* DIALÉTICA E SERVIÇO SOCIAL Arcelina Ribeiro de Araujo Mariangela Belfioso Maria Carmelita Yazbek Maria Ignez Bernardes Pinto (Coordenadora) Maria Cecília Zilioto Nelson José Suzano Pedro Malheiros (São Paulo) 1. Uma possibilidade do Serviço Social em uma visão dialética emerge com o movimento de reconceituação. vista enquanto processo que procura evidenciar as contradições internas do Serviço Social.3. o que determina: * O presente roteiro foi desenvolvido a partir de pontos básicos da tese. 2. em elaboração. 3. Esses pólos estão claros apenas a nível de compreensão. S. — a revisão metodológica do Serviço Social. Teorização do Serv. da compreensão do homem e do movimento do conhecimento. — a determinação dialética das categorias classe social. de Comunidade. relativamente independente dos objetivos institucionais da prática profissional. não somente a questão do objeto. mas a relação sujeito-objeto. . de Grupo e S.3 A admissão do método dialético como referencial para interpretação e ação: — constatação da superação do método metafísico. 5.S. levando à constatação de que: — o Serviço Social. como processo contraditório. mais do que uma função social. está submetida a leis. — a necessidade de uma compreensão global da realidade social. — identificação do método dialético como a expressão científica das leis gerais do desenvolvimento.S.232 CBCISS — a ruptura com a teorização de base idealista. Social 233 — a certeza da superação histórica do S. na explicação das relações sociais. — o componente ideológico demonstra também o aspecto subjetivo como elemento da prática. 5. como movimento. — a impossibilidade do fracionamento idealista da realidade. de Casos. ou seja.4 Tentativa de inserir o Serviço Social no quadro da prática social: — localização da prática do Serviço Social no quadro geral da prática social. — a prática do Serviço Social é ideologicamente comprometida. — demonstrar o aspecto científico da prática do Serviço Social. historicamente determinado. — a prática anterior do Serviço Social tem sido expressão do compromisso com as classes dominantes. consciência social e prática social.2 Identificação ideológica com o processo de transformação social. — constatação de que a realidade é um movimento de transformação. — a revisão da teoria utilizada até hoje pelo Serviço Social. — a prática como princípio do conhecimento e critério fundamental da verdade. — constatação de que a realidade. — a possibilidade da utilização das categorias indivíduo e grupo como particularização da situação social de classe. 5. S. — constatação de que esse movimento pode ser cientificamente analisado. — a prática que se propõe seja expressão do compromisso com as classes dominadas. se constitui num dos aparatos ideológicos do sistema capitalista. — a possibilidade de o método dialético constituir-se o método científico para a prática do Serviço Social.
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