Tema 2 - Resumo

March 17, 2018 | Author: anamanuel12a | Category: Reinforcement, Memory, Learning, Perception, Thought


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Psicologia B – 12º Ano16 Janeiro de 12 | Tema 2 – Eu 1 - A MENTE – CONJUNTO INTEGRADO DE PROCESSOS COGNITIVOS, EMOCIONAIS E CONATIVOS Durante muitos anos, quando se falava da mente relacionava-se logo com a capacidade de pensar e excluíam-se os sentimentos do ser humano (afetividade). Era um modelo abstrato e esquemático. A mente era perspetivada como uma série de componentes cognitivas ou intelectuais, independentes umas das outras. As conclusões dos estudos feitos por neurocientistas atestam que a mente é um sistema de interações organizadas de modo complexo. Actualmente, esta visão redutiva da mente é ultrapassada e quando se fala deste assunto referimos o pensar, o sentir e o agir. Não se deve relacionar a mente, unicamente com o pensar, pois este é só um dos processos da mente. A mente passa a ser vista como um sistema de interações organizadas de modo complexo. Neste sistema, cada componente tem uma importância vital no desenvolvimento destas interações, afetando-as e sendo por elas afetada. MENTE – Estrutura organizativa dos processos psíquicos; entidade que nos permite pensar, sentir e agir com finalidades, intenções com uma natureza auto-reflexiva. A – COGNIÇÃO, EMOÇÃO E CONAÇÃO Cognição, emoção e conação são domínios da mente estreitamente relacionados, desenhando-se entre eles interações e trocas mútuas, de modo a constituírem uma unidade global e integrada. I – PROCESSOS COGNITIVOS – O saber Cognição é o termo com que os psicólogos cognitivistas designam o pensamento, a formação de conhecimentos e a relacionação de uns com os outros. Nesse sentido, a psicologia cognitiva interessa-se pelo estudo dos processos mentais ligados ao pensamento, procurando determinar aquilo que as pessoas sabem, como sabem, como imaginam, como planificam e como organizam o saber. Assim, os Processos Cognitivos são atividades mentais implicadas na compreensão, processamento e comunicação do saber. TERMOS FISIOLÓGICOS – estes processos são possíveis porque o ser humano conta com o sistema de comunicação estabelecido entre os órgãos recetores (captam as impressões provenientes do meio exterior e enviam-nas para os centros nervosos) e o córtex cerebral (órgão central do SN – centro nervoso – descodificam as impressões recebidas, processando a informação). 1 O conhecimento dá-se mediante a transformação de estímulos sensíveis exteriores numa informação interiormente processada, de modo a ter sentido para o sujeito. TERMOS PSICOLÓGICOS – o conhecimento implica uma série de processos tais como percepção, aprendizagem, memória, pensamento e linguagem. 1 Conceitos associados: nervos sensoriais motores e mistos; órgãos recetores; SNC; córtex cerebral; hemisfério cerebral; áreas pré-frontais. a aprendizagem e a memória. As sensações (base elementar do conhecimento) organizam-se em percepções3.A PERCEPÇÃO – CAPTAÇÃO SIGNIFICATIVA DO MUNDO A todo o momento contactamos com o mundo. a imaginação e a linguagem. . A. contactamos com as situações. Não conhecemos apenas o mundo que está à nossa frente e que percepcionamos no presente. É com as sensações que se inicia o conhecimento. recuperados e utilizados. os acontecimentos e as pessoas presentes num aqui e num agora. retenção e recordação do que se aprendeu. o pensamento.Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 Processos Cognitivos Processos Emocionais Processos Conativos OBJETIVIDADE E IMPESSOALIDADE SUBJETIVIDADE E INDIVIDUALIDADE ASSOCIA-SE AOS ATOS QUE REALIZAMOS DE MODO AUTÓNOMO E EM QUE INTERVÉM A NOSSA VONTADE LIVRE 2 – O CARÁTER ESPECÍFICO DOS PROCESSOS COGNITIVOS Os processos básicos implicados nas nossas cognições são a percepção. pela APRENDIZAGEM fazemos a aquisição de novos conhecimentos e de novas maneiras de agir. mas conhecemos também acontecimentos ocorridos em outros locais e no passado. conjuntos mais vastos e significativos. em qualquer momento. Processo de organização e interpretação da informação sensorial que nos permite identificar objetos e conhecimentos. A percepção identifica-se com a conduta psicológica pela qual organizamos as diversas sensações e tomamos conhecimento da realidade. mas este não termina com elas. organizá-los em objetos identificáveis. os objetos. dispondo de órgãos dos sentidos para captar os seus estímulos. Dá-se o nome de SENSAÇÃO2 a este primeiro contacto com os estímulos e que nos permite aperceber que há alguma coisa fora de nós. provocada pelo treino. A memória é o processo de fixação.   Outros processos associados aos básicos são: a inteligência. 2 3 Captação de estímulos realizada pelos órgãos sensoriais. passíveis de ser. a MEMÓRIA habilita-nos a viajar no tempo e no espaço.  pela PERCEPÇÃO conhecemos o mundo que nos rodeia. pois não basta sentir os estímulos. A percepção é uma operação cognitiva essencial na compreensão do mundo à nossa volta. A aprendizagem é uma modificação estável na conduta ou no conhecimento. é necessário interpretá-los. mesmo que não saibamos do que se trata. pelo estudo ou pelo exercício. isto é. esta função é desempenhada pelo cérebro. são algo que só adquire realidade quando os impulsos nervosos provocados pela estimulação do tímpano e da retina alcançam áreas cerebrais específicas. evidenciando um objecto em relação aos restantes.  ATENÇÃO INVOLUNTÁRIA – é despertada pelo meio exterior. Ex: O gato adopta uma postura corporal adequada e põe os sentidos em estado de alerta para vigiar o buraco de onde sabe que vai sair o rato. mas também de os interpretar. OS ESTÍMULOS SÃO MUDOS Os estímulos. que foquemos alguns estímulos. Depois de enviadas as informações é necessário um “programa “ para processar informação. de modo a podermos responder perceptivamente apenas a algumas delas. Atuando entre órgãos receptores e córtex cerebral. dos seus interesses e motivações. pondo em contacto os órgãos dos sentidos com os centros nervosos de descodificação.  Assim. . para que os estímulos percam a mudez e digam alguma coisa. enquanto que os factores inerentes ao sujeito funcionam como critérios selectivos prévios. faz com que percepcionemos umas coisas em detrimento de outras. que descodifica os impulsos eléctricos. Estas ligações entre os receptores e os descodificadores são feitas através de mecanismos condutores. CARÁTER SELETIVO DA PERCEPÇÃO – A ATENÇÃO O ser humano dispõe de um mecanismo selectivo que o impede de viver num estado próximo da confusão mental. predispondo-o a dar atenção a umas coisas em detrimento das outras.   Os impulsos são provocados no organismo quando os estímulos físicos contactam com os órgãos receptores. atribuindo-lhe significado. é necessário que o ser humano disponha de estruturas neurológicas capazes não só de os captar. os factores inerentes aos estímulos evidenciam o objecto de modo a cativar involuntariamente a atenção do sujeito. atribuindo-lhe significado. que no ser humano se tratam dos nervos. por si sós. Ex: O empenho que a publicidade coloca na realização de cartazes e spots televisivos visa cativar a atenção do público para dados produtos.  ATENÇÃO VOLUNTÁRIA – depende do indivíduo. São diversos os factores que condicionam a atenção: uns são inerentes aos estímulos. Este mecanismo é a atenção4.Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 Os sentidos captam a informação. apenas dizendo alguma coisa depois de sujeitos a um processo de “leitura”. No ser humano. por exemplo. mas é o cérebro que a interpreta. 4 Concentração da nossa mente sobre qualquer coisa que nos atrai e nos surge de modo evidenciado. São mudos. ignorando outros. Pelas suas características próprias. descodificando a mensagem que veiculam. outros ligam-se ao sujeito que percepciona. nada nos dizem. Sons e cores. e o seu papel consiste em filtrar as estimulações. Há dois tipos atenção: a voluntária e a involuntária. segundo dados princípios ou leis – leis da percepção. d) Semelhança: a pregnância resulta do agrupamento natural dos elementos análogos de entre os que fazem parte do campo perceptivo. Tendência à estruturação – Lei da Pregnância O ser humano tende naturalmente a estruturar os elementos que se lhe deparam. cores opacas/vivas. fundo com ausência de contornos. criando boas formas. b) Continuidade c) Proximidade: tornam-se pregnantes as estruturas dos elementos que estão próximos uns dos outros. Percepcionamos com maior facilidade as boas formas – simples. que se organiza.qualidade das formas que faz com que as percepcionemos como figuras inscritas em fundos. independentemente do sujeito que percepciona. ou seja que suscite várias interpretações. Quando a segregação é fraca. ou seja.Psicologia B – 12º Ano A ORGANIZAÇÃO PERCEPTIVA – LEIS DA PERCEPÇÃO 16 Janeiro de 12 Segundo os psicólogos de uma corrente designada gestaltismo. que são as mais pregnantes. percepcionamos as figuras como se fossem figuras fechadas. temos maior dificuldade em percepcionar os objectos: a) Indiferenciação figura-fundo: A dificuldade no reconhecimento das imagens deve-se ao facto de as figuras não se destacarem do fundo envolvente o que faz com que sejam pouco pregnantes5. para que se veja bem. o ser humano possui a capacidade inata de percepcionar formas ou figuras que se destacam de fundos.). a) Fechamento: tendência para preencher os espaços vazios das figuras que se percepcionam. . deve possuir caracteres que a façam contrastar com o fundo (contorno delimitado. regulares. forma e cor dos objectos. as figuras são definidas e salientes e inscrevem-se em fundos indefinidos e reentrantes. podemos identificar o fenómeno da constância em relação à grandeza. a) Constância da Grandeza – tendência de ver os objectos com o mesmo tamanho. Segregação Figura Fundo Normalmente. apesar de abertas. isto é. 5 Pregnância das Formas. mais fácil será a identificação do objecto percepcionado. Constância perceptiva No que toca à percepção visual. equilibradas e simétricas. etc. A tendência à estruturação e a constância perceptiva são estratégias seguidas na interpretação dos estímulos explicáveis por essas leis. ambos poderem funcionar como figura e como fundo c) Ambiguidade da Figura: Pode ainda acontecer que a figura seja ambígua. Por isso. b) Reversibilidade figura-fundo: Há casos em que acontece a figura e o fundo serem reversíveis. agrupar os estímulos. Quanto mais acentuada for a segregação da figura e do fundo. para que a figura seja pregnante. ainda que estejam colocados a distâncias diferentes do nossos olhos. ou seja. com cores transparentes/difusas. Figura e fundo constituem o campo perceptivo. definida. FACTORES DE SIGNIFICAÇÃO O mundo. B. processo que ocasiona essa alteração. de acordo com as significações atribuídas por cada um.A APRENDIZAGEM Aprendizagem – alteração relativamente estável do comportamento ou do conhecimento. Processos como a maturação neurofisiológica dos bebés (conquista de pegar em objectos. Tais erros designam-se por ilusões. a psicologia de Gestalt afirma que um elemento percebido num contexto é diferente desse elemento isolado ou integrado num outro contexto. Os principais factores de significação (idade. não se aprende. em função da distancia a da perspectiva do nosso olhar. ao interpretar o real. pois só se pode falar de aprendizagem se o individuo adquiriu uma conduta que não possuía ou alterou uma já existente. os significados atribuídos pelo sujeito têm um papel transfigurador na organização da experiência. e não dos sujeitos. em que a objectividade das mensagens dá lugar a percepções diversificadas. os outros e o que as pessoas fazem ou dizem funcionam como significantes.Psicologia B – 12º Ano b) Constância da Forma c) Constância da Cor 16 Janeiro de 12 Sem o fenómeno da constância perceptiva. Os efeitos do processo de aprendizagem têm que permanecer ao longo da vida. a conduta esporádica explicável por uma lesão . o ser humano comete erros involuntários. Há casos em que o campo perceptivo se organiza de tal modo que. Verifica-se o carácter subjectivo da percepção. e são provocados por uma espécie de forças dinâmicas próprias dos campos perceptivos. não se deve a treino ou exercício). pois ninguém aprende sem experiência. Nem todas as modificações comportamentais podem ser atribuídas à aprendizagem. A aprendizagem implica exercício. a nossa adaptação ao mundo seria deveras dificultada: o mesmo objecto multiplicar-se-ia constantemente em outros objectos. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA APRENDIZAGEM: 123Alteração comportamental. A actuação destas significações faz com que este processo cognitivo tenha que ser visto não apenas como uma forma de apreensão. contexto cultural. por fazerem parte da historia pessoal do sujeito. estatuto social). a natureza. devida à experiência. actividade profissional. sexo. treino ou estudo. Tudo se passa a nível da organização de estímulos. prática. imprimem subjectividade ao ato perceptivo. ao treino ou ao estudo. mas sobretudo como uma forma de participação criativa no mundo. que vão ser interpretados em termos de significados por aquele que os recolhe. As palavras de que o emissor se serve para comunicar são sinais destinados à descodificação dos receptores e podem receber várias significações. As modificações apresentadas têm de apresentar carácter duradouro. MODELO COMPORTAMENTAL 1. o cão continuou a salivar. o fundamental é aprender a pensar e adquirir conhecimentos que fiquem armazenados na memória sendo aplicados quando o sujeito os solicite para aplicações que julgue adequadas (aprendizagem latente). MODALIDADES DE APRENDIZAGEM As diversas formas de aprendizagem podem ser agrupadas em dois modelos: o comportamental. à apresentação da carne. realizadas por Pavlov foi a seguinte: apresentou a um cão um pedaço de carne. Como resposta a esta nova situação. e o cão que associou os estímulos “carne” e “som”. o cão ouvisse uma campainha. mas inadequada ao estímulo “som”. Repetiu varias vezes a experiencia. respeitantes ao reflexo condicionado.Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 fisiológica ocasional ou as modificações provocadas por doenças físicas ou mentais. são exemplos de modificações comportamentais que não podem ser atribuídas à aprendizagem. Resulta da associação de dois estímulos. Provoca uma alteração no comportamento. a) MODELO COMPORTAMENTAL Modelo que só considera a aprendizagem concluída a partir do momento em que o individuo manifesta comportamentos que a comprovem. Estímulo – qualquer elemento do meio que produz efeito sobre o organismo. Inclui processos ligados ao aprender a fazer e que tem no condicionamento (clássico e operante) uma representação significativa e que assentam na concepção behaviorista de que a aprendizagem resulta da associação entre estímulos e respostas. . respondeu salivando. mas complicando-a. Condicionamento clássico É um tipo de aprendizagem em que um organismo aprende a responder a um estímulo neutro que antes não produzia essa resposta. Por último tocou apenas a campainha. Pavlov constatou que o cão reagiu ao estímulo “som” com uma resposta que seria adequada ao estímulo “carne”. e o cognitivo. o que fez com que as glândulas salivares entrassem em actividade. incluem-se as formas de aprendizagem insight e aprendizagem social. fazendo com que. b) MODELO COGNITIVO A aprendizagem pode estar realizada mesmo sem indícios exteriores dessa ocorrência. Uma das experiências. Resposta – qualquer actividade do organismo que se segue a um estímulo. Continha ainda um mecanismo que regista as respostas do animal. apos um período de repouso.  Discriminação: processo que consiste em estabelecer diferenças entre estímulos semelhantes. Resposta Condicionada – resposta depois do condicionamento que se segue ao estímulo que antes era neutro. sons semelhantes. Uma das experiencias realizadas por Skinner foi a seguinte: A – Colocou um rato esfomeado na “caixa operante”. no condicionamento operante é o sujeito quem toma a iniciativa. O animal foi condicionado a salivar como reacção ao som de uma campainha. o que faz dispensar a observação contínua do experimentador. Este dispositivo registava cumulativamente as respostas dadas pelo animal durante a experiência. passa a provocar uma resposta semelhante à desencadeada pelo estímulo incondicionado. de modo a ser aprendida a resposta condicionada. o nível da primeira parte das experiências vai ser retomado.  Recondicionamento: se o experimentad0r apresentar de novo o estímulo incondicionado associado ao estímulo condicionado. cheirando.  Generalização do estímulo: processo que consiste em estender a resposta aprendida a novos estímulos que se assemelham ao estímulo usado no treino. respondendo-lhes de modo diversificado. 2. a quantidade de saliva decresce novamente. “operando” sobre o meio para conseguir a recompensa. ocorrendo a Reextinção. B – O animal explorou um ambiente novo. de acordo com um plano estabelecido pelo experimentador. deambulando no interior da caixa. aprendeu a dar uma resposta a um estímulo não adequado. evidenciando-se o papel destes e do seu jogo associativo. Skinner criou uma caixa especial que continha uma alavanca que permitia o fornecimento automático de alimento (reforço) ao animal. À medida que os sons vão diferindo do primeiro som da campainha. Quando isso acontece considera-se que o animal adquiriu uma nova conduta. Estímulo não condicionado – estímulo que desencadeia uma resposta não aprendida. Condicionamento operante Enquanto no condicionamento clássico o sujeito responde a estímulos.  Recuperação espontânea: aparecimento temporário de uma resposta extinta. .  Reextinção: se o estímulo condicionado continuar a ser apresentado sozinho. ou seja. Estímulo Condicionado – estímulo neutro que associado ao estímulo incondicionado. neste caso. PROCESSOS IMPLICADOS NO CONDICIONAMENTO  Extinção: eliminação da resposta aprendida. Ao mesmo tempo que ocorre uma generalização do estímulo ocorre também a discriminação.Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 Estímulo Neutro – estímulo que antes do condicionamento não produz a resposta desejada. AQUISIÇÃO – Processo de associação do estímulo condicionado e do estímulo incondicionado. pela apresentação repetida do estímulo condicionado sem a presença do estímulo incondicionado. a quantidade de saliva vai diminuindo. dás-me 20€” b) Castigo/Punição Def: Qualquer estímulo desagradável que surge em consequência de um comportamento e que diminui a sua ocorrência. aumenta a sua ocorrência. o alimento vai reforçar essa resposta. Reforço positivo – apresentação de qualquer estímulo apetecível e que aumenta a frequência do comportamento. Incide naquilo que não se deve fazer. surgindo em consequência de um comportamento. o rato passa a premir a alavanca para receber alimento.Psicologia B – 12º Ano C – Por acaso. O reforço pode ser positivo ou negativo. ou seja. o animal aprende a pressionar a alavanca em função do reforço. Esse algo de bom é a característica essencial do reforço e pode consistir em obter algo apetecível (ex: comida) ou então evitar algo de mau (ex: dor). Visa diminuir ou evitar que um comportamento não desejável se repita. As respostas diminuem quando há castigo. que é o alimento. Serve para manter ou fortalecer a resposta. quando delas resulta algo de mau ou desagradável para o sujeito. O condicionamento operante assenta no princípio de que o comportamento que permite atingir algo de agradável tende a ser repetido. que pode consistir em receber algo aversivo como a dor ou então. acciona a alavanca recebendo uma porção de alimento. Reforço positivo – Ex: Um pai diz “Se tiveres um mínimo de 14 valores. estímulo cuja presença serve para manter ou fortalecer a resposta. 16 Janeiro de 12 D – A partir de várias tentativas bem-sucedidas. ou seja. Daí o reforço poder ser positivo ou negativo. Reforço negativo – retirada de qualquer estímulo aversivo e que aumenta a frequência do comportamento. ser privado de algo apetecível como o alimento. Como só pode comer após ter accionado a alavanca. por cada teste superior ou igual recebes 20€” Reforço negativo – Ex: Um pai diz “Por cada nota abaixo de 14 valores. quando delas resulta algo de bom para o sujeito. estímulo que quando eliminado põe fim a uma situação aversiva/desagradável. Princípio motivador – busca do prazer. Princípio motivador – fuga à dor. As respostas esperadas aumentam quando são reforçadas. Quase todos os comportamentos do ser humano e animais são influenciados pelas consequências que podem ser de dois tipos: recompensas/reforços e castigos/punições. procedimento que diminui a probabilidade de ocorrência de uma resposta através do recurso a um estímulo aversivo. enquanto que o comportamento que resulta em algo de desagradável tende a ser evitado. a) Reforço/Recompensa Def: Estímulo agradável que. Ambos têm as mesmas consequências: fortalecer e aumentar a ocorrência de um dado comportamento. Reforço – estímulo que por trazer consequências positivas aumenta a probabilidade de uma resposta ocorrer. Isto é. . os quais são mentalmente imitados e exteriormente expressos. (Ex: Os pais são modelos significativos para os filhos. diminuindo assim a frequência do comportamento. a. imitando o que os pais fazem e apercebendo-se de que. forma rápida. a atitude do sujeito é passiva – a resposta não se deve à iniciativa do sujeito Condicionamento operante> a aprendizagem faz-se por reforço positivo ou negativo. 1- Aprendizagem social – comum a todos os indivíduos (Aprendizagem por observação e imitação) – processo de aprendizagem que as pessoas fazem através da observação de comportamentos sociais. quanto melhor usarem estes instrumentos. sem que o sujeito se aperceba.Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 Ensina-se por castigo quando se apresenta um estímulo aversivo ou se retira um estímulo apetecível. Ex2: As crianças chinesas aprendem a comer com pauzinhos. Modelagem – processo de aprendizagem social feito por observação e imitação de pessoas significativas. Também chamada de intuição. Condicionamento operante – põe em relevo as motivações e iniciativas. DIFERENÇAS ENTRE CONDICIONAMENTO CLÁSSICO E OPERANTE Condicionamento clássico – acentua os aspectos mecânicos e passivos. apesar do ambiente social ser igual ao dos outros indivíduos. ou a busca do prazer ou a fuga à dor. Leva a descobertas inovadoras. Aprendizagem Vicariante – a aprendizagem pode ser feita quer directa quer indirectamente: 2- . O sujeito tem de seguir um de dois princípios. resulta da associação inconsciente de dados previamente adquiridos. Caracteriza-se por uma organização repentina de elementos quando se trata de resolver problemas. DIFERENÇAS ENTRE REFORÇO E CASTIGO Se aumenta o comportamento> Reforço Se diminui o comportamento> Castigo Reforço> Se é apresentado algo de apetecível – Reforço positivo Reforço> Se é retirado algo de aversivo – Reforço negativo Castigo> Se é apresentado algo de aversivo ou se é retirado algo de apetecível. b. mais depressa levam a comida à boca). A atitude do sujeito é mais activa: tem de pensar e ter vontades. Condicionamento clássico> a aprendizagem resulta da associação de estímulos. MODELO COGNITIVO Aprendizagem por insight (ah!) Processo que ocorre quando se dá a compreensão rápida e inesperada dos dados de um problema e da forma de os organizar para o resolver. mas incontrolada de aprender. Psicologia B – 12º Ano 16 Janeiro de 12 i. A memória a longo prazo é um tipo de memória que é alimentada pelos materiais da memória a curto prazo que são codificadas em símbolos. táctil e ainda da linguagem e do movimento. (Ex: Os colegas de trabalho do Empregado do Mês tendem a revelar uma conduta semelhante à do colega recompensado. A memória a curto prazo é uma memória que retém a informação durante um período de tempo limitado. Aprendizagem Vicariante – Aquisições em que os modos de proceder são sugeridos pela observação das consequências que recaem nos outros. Memória a longo prazo – qualquer memoria que tenha estado na memória a curto prazo. Outros autores designam esta função por percepção sensorial. Na memória a longo prazo. encontram-se intimamente relacionados uma vez que por um lado. C- A MEMÓRIA – CONVIVER COM O PASSADO Memória – processo de recordar conteúdos que foram adquiridos e armazenados para serem posteriormente utilizados. Memória de trabalho> a informação é mantida enquanto ela nos é útil. Os conceitos de aprendizagem e memória. meses. com o fim de também eles serem reconhecidos). Sabemos que as memórias com origens diferentes são armazenadas em áreas diferentes do cérebro porque se constatou que doentes com lesões na área auditiva mantinham todas as outras áreas activas e funcionais. não lhe atribuindo o carácter de memória propriamente dita. . Cada memória a longo prazo. iremos manter essa informação durante tempo útil.   Memória Imediata> o material recebido fica retido durante uma fracção de tempo – cerca de 30 segundos. só se mantendo se transitar para a memória a longo prazo. auditivo. se repetirmos mentalmente a informação. ou toda a vida. Há modelos que sugerem a existência de uma memória sensorial. uma conduta só se considera aprendida se for retida ou memorizada. cujo papel seria manter durante fracções de segundo as informações recebidas pelos órgãos receptores a serem enviadas ao cérebro. e que se tenha perdido estará perdida para sempre. Aprendizagem Directa – Aquisições em que as consequências dos actos recaem sobre o sujeito que as pratica – o individuo observa e aprende. O individuo aprende através das consequências que alguém sofreu por um dado comportamento. retém os materiais durante horas. há diferentes modalidades de armazenamento de informação para diferentes registos: visual. só se pode reter o que foi aprendido. podendo ser esquecida ou passar a memória a longo prazo. olfactivo. ii. e por outro. (Ex: Um empregado que é eleito Empregado do Mês tende a manter a sua conduta no trabalho para voltar a ser reconhecido e recompensado pelo seu comportamento). que mantem as informações subjacentes à questão “como” – só se acede a este tipo de memória agindo. reportando-se a acontecimentos. de amigos. etc.    Falhas na codificação – pouca atenção Falhas no armazenamento Falhas na recuperação – devido a interferências de outras informações 2. como por exemplo. de fórmulas de matemática ou leis da física. as recordações anteriores afectam a capacidade de recordar as novas aprendizagens. Esta memória reporta a lembranças da nossa vida pessoal. sendo assim pessoal.Psicologia B – 12º Ano  16 Janeiro de 12  Memória declarativa – memória explicita ou memoria com registo. 1- DESAPARECIMENTO E ALTERAÇÃO/DISTORÇÃO DO TRAÇO MNÉSICO Uma das hipóteses mais partilhadas para explicar o esquecimento. Reside no desaparecimento do traço fisiológico registado no cérebro – engrama – devido à passagem do tempo. é natural que daqui a uns anos me lembre de um conhecimento de psicologia associado à situação de aula em que o aprendi – quer isto dizer que por vezes há dados que fazem parte da memoria semântica em ligação à memória episódica. FACTORES DE ESQUECIMENTO 123Desaparecimento e alteração ou distorção do traço mnésico. factos. Motivação inconsciente. O esquecimento é a incapacidade de reter. . que implica a consciência do passado.INTERFERÊNCIAS DE APRENDIZAGEM  Inibição proactiva – corresponde à influência negativa que a aprendizagem anterior tem sobre a recordação de uma nova informação. sendo também referenciada como memória autobiográfica. Manifesta uma relação íntima entre quem recorda e o que recorda. Nota: Dado que a memoria dos factos tende para ser armazenada no contexto de um episodio de vida. o Memória semântica – refere-se ao conhecimento geral sobre o mundo. o Memória episódica – envolve recordações como por exemplos rostos familiares. É a memória de factos e experiencias pessoais. recordar ou reconhecer uma informação. O esquecimento teria origem na perda de retenção provocada pela não utilização dos materiais armazenados.. Memória não declarativa – é uma memória automática. Interferências de aprendizagens. Isto é. O traço enfraqueceria devido à falta de repetição de exercício. representações geradoras de angústia e ansiedade seriam reprimidos e mantidos na zona do inconsciente (esquecidos). As recordações dolorosas eram inibidas. 3. O esquecimento teria um carácter selectivo: acontecimentos. novas aprendizagens afectam a capacidade de recordar os materiais memorizados anteriormente.Psicologia B – 12º Ano  16 Janeiro de 12 Inibição retroactiva – corresponde à influencia negativa que a informação nova tem sobre a anterior. mantendo-se recalcadas no inconsciente. Isto é.MOTIVAÇÃO INCONSCIENTE Freud apresenta uma explicação para o esquecimento: as razoes baseiam-se no recalcamento. . O sujeito esquecia acontecimentos traumatizantes que teriam ocorrido.
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