Técnicas e Práticas Construtivas - Da Implantação Ao Acabamento

March 31, 2018 | Author: Diego Souza | Category: Paint, Building, Soil, Drywall, Cement


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Júlio César Pereira SalgadoTécnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 1ª Edição www.editoraerica.com.br 1 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Salgado, Júlio César Pereira    Técnicas e práticas construtivas : da implantação ao acabamento / Júlio César Pereira Salgado. -- 1. ed. -- São Paulo : Érica, 2014.     Bibliografia.   ISBN 978-85-365-0687-6    1. Canteiro de obras 2. Construção 3. Engenharia civil I. Título. 14-01179                                                    CDD-624 Índices para catálogo sistemático: 1. Construção civil : Engenharia 624 Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. Coordenação Editorial: Capa: Edição de Texto: Preparação de texto e Editoração: Produção Editorial: Rosana Arruda da Silva Maurício S. de França Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta, Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos Triall Composição Editorial Ltda Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni, Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire Cavalheiro O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer fim legal. Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado. Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo nenhum com o livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica. Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de 2009. A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contrato ativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd floor Novato, CA 94945, USA, e do CorelDRAW X5 e X6, Corel Gallery e Corel Corporation Samples. Copyright© 2013 Editora Érica, Corel Corporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados. Todos os esforços foram feitos para creditar devidamente os detentores dos direitos das imagens utilizadas neste livro. Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas nas próximas edições, bastando que seus proprietários contatem os editores. Seu cadastro é muito importante para nós Ao preencher e remeter a ficha de cadastro constante no site da Editora Érica, você passará a receber informações sobre nossos lançamentos em sua área de preferência. Conhecendo melhor os leitores e suas preferências, vamos produzir títulos que atendam suas necessidades. Contato com o editorial: [email protected] Editora Érica Ltda. | Uma Empresa do Grupo Saraiva Rua São Gil, 159 - Tatuapé CEP: 03401-030 - São Paulo - SP Fone: (11) 2295-3066 - Fax: (11) 2097-4060 www.editoraerica.com.br 2 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento Agradecimentos O agradecimento mais importante é para a minha esposa, por ter participado da elaboração deste livro com palavras de entusiasmo e otimismo. Aos meus filhos Thaís e Lucas, pela torcida por um bom trabalho realizado. Agradeço com o mesmo entusiasmo Àquele que nos arquiteta e nos inspira em nosso dia a dia. Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, câmpus Caraguatatuba, pelo incentivo. 3 atualmente no campus de Caraguatatuba-SP. o que diretamente envolve um contato com diversas máquinas e equipamentos voltados à produção e à manutenção industrial. Maiores informações no Curriculum lattes: http://lattes. É técnico em Edificações. especialização em Gestão Pública em 2013. sempre à frente da execução dos serviços até o ano de 2003.Sobre o autor Julio Salgado é natural da cidade de Pindamonhangaba (SP). A partir de 1979 teve início – sempre que as atividades profissionais o permitissem – sua experiência didática no Ensino Médio. e atuando como professor na área da Construção Civil pelo Instituto Federal de Educação. Graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade de Taubaté SP. todos pela Editora Érica. Gestão para mestre de obras e Instalações hidráulicas. Ciência e Tecnologia. Iniciou seu aprendizado na área da construção civil em 1975. concluindo seu mestrado em Ciências da Educação em 2009. Atuou predominantemente em diversas obras de médio porte na construção de pré-moldados. em 1984. trabalhando em obras residenciais.cnpq.br/1430239114574747 4 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . e desde o ano de 2003 vem se dedicando à educação. É autor de outros livros na área da Construção Civil: Técnicas e práticas construtivas. nascido em 1957. ......................2 Movimento de terra......................................29 2............................................................................................4 Escoramentos..............4 Tipos de impermeabilização...................................................2 Classificação das construções quanto ao uso..........................................5 Mistura do concreto.......Fundações................................................................42 4........2 Nomenclatura usual..................................................................... 11 1......................................49 5...................2 Tipos de concreto.......................................................................................Implantação da Obra.................................48 Capítulo 5 ....................Concreto.....................................................30 Capítulo 3 ..............................................44 4.............................................................................................................................................................................................................................................4 Instalações provisórias.............6 Cuidados na execução de impermeabilizações........................................................................................................................................................................................1 Conceito.12 1..................................................................................................29 Agora é com você!...................................47 Agora é com você!..............................................................................................................................................................................................................................................1 Locação..........40 Capítulo 4 ..............................................................................................23 2...............................................................................Sumário Capítulo 1 ........................3 Classificação dos impermeabilizantes............................................1 Concreto...........................................16 Agora é com você!.....5 Proteção mecânica.............................................................................3 Componentes do concreto................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................55 5 ............................3 Segurança e cuidados nas escavações........32 3...............49 5................................31 3..............................................................1 Conceito.........................................................................................................................................................................................................................................................43 4............................41 4...........2 Fundações superficiais..............................Impermeabilização........................................................................................................................................................................................3 Fases da obra............................................................................3 Fundações profundas.....................................Preparativos Iniciais............................................................ 23 2...............................22 Capítulo 2 . 41 4................................................................................................27 2.................................. 31 3..........................................................................................................................................................................................................................47 4..............................................52 5.......................................................................4 Aditivos.................................................................1 Fundações ou infraestrutura.................................. 49 5...............................................................51 5................................11 1..............12 1....36 Agora é com você!................................ .......................................................................................73 6.............................................................................................................6 Consumo..........................................76 Capítulo 7 ..................................9 Ilustrações de corte.......................................................................................................................................................3 Projeto de uma alvenaria...........4 Tipos de elementos de alvenaria....91 8.....................6 Considerações gerais sobre fôrmas....................................................83 7......................................4 Armação típica das peças estruturais...................................................87 Capítulo 8 ........79 7.................................................82 7...............................................................................................................................................................................69 6.............................................94 8...............................................................Formas e Escoramentos.................89 8.......7 Cura do concreto..................................95 6 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento ...................................................................................................................5 Interpretação das nomenclaturas em projeto..............................................................................84 7..............................................................................................................................................................................................................10 Planejamento de corte.................................................................84 7.................................................................................................................................................6 Tabela de resumo de aço..........................62 5..........................4 Nomenclaturas usuais para fôrmas de madeira..........................................................................................................5........................................5 Argamassa de assentamento.........................................................................................Armação..........................................................................................2 Aspectos construtivos de uma alvenaria....................................82 7............................................................75 Agora é com você!.............................................2 Categoria e classes.............................1 Conceito............63 Agora é com você!...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................1 Conceito de alvenaria..................................................85 Agora é com você!................65 6...........................................................3 Cobrimento da armadura...........................................................8 Arames para amarração...............................1 Conceito ........................................................................................................... dobra e montagem...67 6......................80 7..........................................................77 7..........................................5 Exemplos de montagem de fôrmas e escoramentos...............................................................3 Tipos de fôrmas...............................................................................................8 Equipamentos auxiliares........7 Comercialização.....................77 7.....................................7 Prego... 65 6.................. 89 8..............12 Telas soldadas para concreto armado.......................................................................................................................................................81 7...............................................90 8.....................................................67 6..................64 Capítulo 6 ..........11 Cuidados................................................................................................66 6........................................57 5...............................78 7...........................................................................................................................6 Aplicação do concreto...........................91 8.................................................................................................................2 Materiais para execução de fôrmas.....................................................................................................................................................Alvenarias................. 77 7............................................................ ........................................................................105 9..................112 Capítulo 11 .......................................................8 Colocação das telhas e acabamento......................................................................................10 Calhas e condutores.....................................................................................95 Agora é com você!...................2 Montagem..................................................102 Capítulo 9 ..............................1 Cobertura..................................................... 107 10........107 10...........5 Instalações embutidas......................................................................................110 10....................................................................................................................................106 9..............................................................5 Instalações embutidas..................................................................................Laje Pré-Moldada – Uso Residencial..............................................................................................115 11...................126 7 ................................9 Tipos de telhas......................................................................................................................103 9............................................106 Agora é com você!.......................................................111 Agora é com você!........................................................................................6 EPS – Poliestireno expandido.....119 11.Gesso Acartonado – Sistema Drywall.....................6 Sambladuras....111 10................8...............................................................................................7 Estrutura do telhado....................................................................................................................................................................4 Revestimento..................................................................................................................114 11.................................................110 10.....11 Cuidados na execução e manutenção de um telhado...4 Espessura da laje pré-fabricada..............................................................................................................................................................................................................................................124 11.............117 11...............................................................................118 11..........................................125 Agora é com você!.........106 Capítulo 10 ...............................................................................104 9.......................................................... 113 11.....................................................................6 Cuidados......3 Medidas usuais para cobertura em telhas cerâmicas.........................116 11.........................................................................................................................................................................108 10.......... 103 9........................................................................................................7 Cuidados com a laje pré-moldada............4 Ponto do telhado................1 Sistema drywall ...........................................2 Tipos de chapas de gesso acartonado.....................................................................................................Conceito..............................................................................Cobertura.........................105 9.......................................................................................................................................................................................2 Estrutura da cobertura......................113 11.....................119 11......3 Utilizações e propriedades................................................................................................5 Tipos de emendas em vigas de madeira.............................................................................................................115 11........................................................................................................................1 Conceito geral............................................7 Execução das alvenarias........................................................................110 10.................................................................................................................................3 Armação de distribuição.......................................................................................................................... . 167 8 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .................................................................1 O que é revestimento de uma obra?...........................................................................................................................................4 Tipos de esquadrias.............155 14......................136 12.............................................................................................................................2 Revestimentos mais comuns.......160 15.................................................................................5 Medidas usuais das portas e janelas.........................................................................150 14.......149 14..............................................................................3 Materiais utilizados......................... 139 13............................................................159 15.......................... 157 15............133 12...................................156 Capítulo 15 .......................................................................................................................................................................................150 14....................................................................151 14...............9 Vidros....................................139 13.........................................................161 Anexo 1......................................157 15..................................................... 149 14.................................7 Uso de contramarcos................................1 Definições................................................................3 Ferramentas mínimas .....129 12..............................................................7 Ferramentas e máquinas – Figuras ilustrativas.................................................128 12......................136 12.........................................................................2 Manutenção........................................................................ 163 Bibliografia ..............Máquinas e Equipamentos.........................................................................1 Por que a pintura?.......................................................136 Agora é com você!..........................................................................................................6 Assentamento...................................................................Esquadrias............................................................................................................................................Pintura..........................................................................6 Normas pertinentes.158 15......................................................................................................................1 O que é esquadria?...128 12..........................................................................2 Sistema de pintura....................................................................................138 Capítulo 13 ........................................4 Tipos de tinta e complementos..........4 Ferramentas e máquinas – Orientações gerais......................................................................................127 12.............................................................................................................................................................................................................148 Capítulo 14 ..........................................6 Defeitos na pintura............................................Capítulo 12 ................................152 14.................................................................8 Ferragens e acessórios........7 Recomendações gerais.....................3 Componentes de uma tinta...................................................................................................................................................................................................................................................................................5 Preparo da superfície para pintura..............................................................................................................................................5 Ferramentas de corte – Orientações gerais.....................132 12........................................................................................160 15............................................... 127 12..2 Componentes de uma esquadria...................................................................................................................Revestimentos.........................................................................................................................................................................................139 Agora é com você!....................158 15....................................................................................156 Agora é com você!........................................................................................................ Capítulo 8 – Alvenaria: são apresentados os principais tipos de alvenaria. suas funções e suas execuções. Capítulo 12 – Esquadrias: são apresentados os diferentes tipos de esquadrias. sua execução e cuidados.Apresentação O livro Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento se refere a serviços abordados no dia a dia da construção civil oferecendo um aprendizado de forma fácil. São eles: Capítulo 1 – Preparativos iniciais: tem por finalidade dar um conhecimento das diferentes etapas de uma obra bem como mostrar os conceitos de um canteiro de obras. suas funções e a suas instalações na obra. Capítulo 2 – Implantação da obra: está voltada aos aspectos gerais da implantação de um canteiro de obras partindo da locação da construção até a os cuidados com a movimentação de terras e nas escavações para as fundações. Capítulo 11 – Cobertura: são considerados neste capítulo os princípios da execução de uma cobertura com suas estruturas básicas tanto para telhas de cerâmica como para telhas de cimento amianto. sua execução e os cuidados que se deve ter na sua aplicação. Capítulo 9 – Gesso acartonado (Sistema Drywall): é apresentado o sistema de construção a seco como alternativa para divisões de ambientes. Os cuidados nas suas execuções são também abordados. Capítulo 4 – Impermeabilização: são feitas considerações sobre a sua importância e os tipos principais bem como a sua aplicação. Capítulo 7 – Armação: apresenta o porquê das armaduras no concreto. seus escoramentos e seus cuidados na execução. Capítulo 5 – Concreto: explica os diferentes tipos de concreto. Capítulo 3 – Fundações: aborda os principais tipos de fundações e seus modos de execução. Os assuntos estão abordados em etapas sequenciais na execução dos trabalhos. Capítulo 10 – Laje pré-moldada: são considerados neste capítulo sua estrutura e montagem. agradável e acessível. 9 . Capítulo 13 – Revestimentos: detalha suas funções e importância e seus diferentes sistemas de execução em pisos e paredes Capítulo 14 – Pintura: sua importância é aqui mostrada e seus diferentes sistemas de aplicação para diversos substratos. Capítulo 6 – Formas e escoramentos: aborda os princípios da execução das formas para concreto. Capítulo 15 – Máquinas e equipamentos: são mostrados os principais equipamentos e os critérios para manutenção. O autor 10 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Capítulo 16 – Normas técnicas: são listadas as principais normas técnicas da ABNT. diferentes especializações que vão influenciar no tempo de execução. no entanto. no processo de entrega e uso final da edificação. assim. e suas instalações provisórias. se preocupar com as suas características físico-químicas. em maior ou menor grau. refletindo. sem deixar de considerar os processos práticos e importantes que auxiliam muito as tarefas do dia a dia de uma obra.1 Conceito Este trabalho visa à informação e à correta aplicação dos diferentes materiais empregados em uma construção. sem. assunto que é específico de outras fontes e publicações. na qualidade. as principais etapas de uma construção. Um aspecto importante que não será esquecido é a aplicação de novas tecnologias em um processo construtivo. 1.1 Preparativos Iniciais Para começar Neste capítulo serão abordados os aspectos básicos para o início de uma obra. inclusive a verificação do terreno. 11 . e que as construções têm características próprias e requerem. É também necessário ter em mente que uma obra passa por diferentes etapas construtivas. na segurança e no acabamento. materiais de acabamento.2 Projeto É o principal elemento de trabalho de um profissional da construção.2 Classificação das construções quanto ao uso A classificação mais significativa das construções e seus usos: 1) Obras industriais 8) Obras especiais 2) Obras comerciais 9) Obras temporárias 3) Obras rurais 10) Obras de arte 4) Obras rodoviárias 11) Obras mistas 5) Obras ferroviárias 12) Obras subterrâneas 6) Obras portuárias 13) Obras aquáticas 7) Obras aeroportuárias 14) Monumentos 1. 12 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . 1. »» Fachada: são os desenhos dos detalhes e aspectos finais da obra.1 Verificação do terreno e sondagem De posse dos projetos necessários. construções vizinhas. árvores. desde a existência de água superficial. É nele que as informações de execução estão inseridas. A seguir encontram-se as principais dessas fases: 1. »» Cortes: é onde se encontram as informações não representadas em planta baixa. matagal.3. tais como: »» Locação: é a orientação do posicionamento da obra em relação a determinado ponto ou lugar.1. é importante verificar o terreno onde a obra será edificada. Tais verificações se fazem necessárias para um perfeito planejamento.3.3 Fases da obra É importante para um profissional da construção civil distinguir rapidamente as diferentes fases de uma obra. declividade etc. independentemente de seu tipo e seu uso. acessos. tentando observar todas as implicações e facilidades. animais. peças dos mobiliários ou de instalações. energia elétrica (e sua capacidade). rede de telefone. existência de rede de abastecimento de água (e sua capacidade). »» Planta baixa (executiva/arquitetura): desenho com as informações básicas tais como cotas horizontais. destinação dos cômodos. tais como as medidas verticais e outros detalhes. entre outros. instalação de um canteiro de obras e contribuição do sucesso do empreendimento. rochas e pedras. telefonia etc. o mais importante. Não menos importante é a proteção quanto à ação das águas pluviais (chuva). todos os detalhes. Em alguns casos. As informações coletadas quando da visita e verificação do terreno serão bastante úteis nessa etapa. tem início a obra principal. protegendo-os de possíveis desmoronamentos.) e as instalações de convivência (refeitórios. que pode dificultar os trabalhos e. o ajardinamento.3. durante a implantação do canteiro de obras. O canteiro de obras. por exemplo. se faz necessário um planejamento para a sua instalação onde deverão ser observados todos os aspectos da obra. »» Memorial de especificações (memorial descritivo): é o caderno em que se encontram. é o local da obra onde serão executados todos os trabalhos intermediários e preparativos para a obra. porque a partir desses pontos a obra será demarcada seja quanto às medidas horizontais (comprimentos e larguras).4 Movimento de terra e drenagem Uma vez estabelecido o RN da edificação é também importante que seja realizado todo o movimento de terra. pode-se optar pelo aluguel de um terreno adjacente ou o mais próximo possível da obra. sempre que necessários. seja corte ou escavação. incêndio. »» Instalações: são vários projetos. Nem sempre o projeto de um canteiro de obras é especificado no projeto principal.»» Urbanização: representa os detalhes de acabamento externo.3. materiais e especificações a serem empregados na obra. de modo que não causem prejuízos durante a execução dos trabalhos.5 Fundações e infraestrutura É a etapa da obra em que são executadas as estruturas de sustentação da edificação com a finalidade de descarregar os esforços no solo. Cuidados deverão ser observados nas escavações. por escrito. medidas de rebaixamento de lençol freático deverão ser tomadas. acompanhados pelos responsáveis pela marcação (topógrafos) dos principais pontos (Referência de Nível = RN). neste caso. 1. Nessa etapa são verificados os primeiros movimentos de terra. conforme a obra. além de ser o local destinado aos depósitos de materiais e muitas das vezes onde serão construídas as instalações operacionais (escritórios. nesse caso. por falta de espaço no terreno destinado às construções. No entanto. E. por mais simples que seja. onde se verificam os detalhes de instalações hidrossanitárias. Preparativos iniciais 13 . 1. seja quanto às medidas verticais (alturas). não há possibilidade da instalação de um canteiro de obras adequado e. almoxarifados etc. de modo que propiciem proteção aos trabalhadores. 1. é que os RNs sejam o mais preciso possível e devidamente protegidos quanto à sua destruição e a seus deslocamentos. área de lazer).3 Implantação da obra e locação Muitas vezes. Outro cuidado a ser observado é quanto à presença de água. elétricas. para o início propriamente dito das obras.3. As marcações das Referências de Níveis se fazem necessárias. por exemplo. Telhados extensos demandam um projeto específico. ferragens e vidros normalmente são colocados dias antes da entrega da obra. Quando se fala em “pisos”. Vale lembrar: Não existe “meio” impermeabilização ou impermeabilização “mais ou menos”. Um defeito muito comum é o não respeito às declividades em direção aos pontos de escoamento.6 Impermeabilização É o procedimento que visa a evitar a influência da água nas edificações. é o que se denomina “cobertura”. em que muitos consideram já como etapa de acabamento da obra. As folhas de portas. concretagem e desforma.11 Esquadrias Trata-se do assentamento dos batentes (portais) das portas e das janelas (ou “vitraux”).7 Alvenaria São as paredes que vão definir as diferentes áreas de uma edificação.3.9 Pisos Já é uma etapa construtiva.1. 1. em alguns casos. É nessa etapa das obras que surgem os pilares. Cuidados deverão ser tomados na montagem de andaimes e nos cimbramentos dos trabalhos de forma. Capítulo à parte são os cuidados do lançamento e adensamento dos concretos. 14 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . armação. áreas de serviço.3. cozinhas. Cuidados especiais deverão ser tomados no caso do uso de madeiras: estas deverão ser realmente de lei (madeira dura e compactada) e isenta de umidade natural (madeira seca) para que não haja comprometimento da estrutura em caso de retrações indesejáveis.3. porém é importante que sua base de sustentação esteja corretamente executada e. 1. É tempo e dinheiro jogado fora e sérios transtornos no futuro! Existem vários processos de impermeabilização e em casos especiais é conjugada com o sistema de drenagem. lavanderias. já em sua fase final de construção.3. principalmente nas áreas consideradas “molhadas” onde o uso da água é constante.3. É bom lembrar que não é só isso. 1. as vigas e as lajes. Normalmente são executadas no respaldo (parte superior) das fundações.10 Cobertura O sistema de estrutura do telhado. normalmente vem à lembrança aquele piso onde encontramos peças de cerâmica assentadas. quando forem necessárias. 1. em edificações residenciais: banheiros. Sistemas e materiais são inúmeros para as diferentes utilizações. varandas e canis. Também podem ser executados pisos de concreto destinados a suportar enormes carregamentos e às vezes dosados com aditivos que proporcionam características de alto desempenho.8 Superestrutura São as estruturas que irão suportar todos os esforços construtivos e de uso de uma edificação. 1.3. mais as telhas. requer um eficiente tratamento de impermeabilização. e normalmente aplicados com mão de obra especializada. como a de serem providas de isolamentos de som (acústico) e de calor (térmico).1. com o plantio de gramas. quaisquer problemas nas instalações que surgirem após os revestimentos finais. As tubulações hidráulicas devem ser testadas sob pressão para verificar possíveis pontos de vazamentos. corrigir os defeitos e efetuar retoques antes da entrega ao cliente. no final de uma edificação. materiais especiais são empregados. por intermédio de projetos específicos. e. Técnicas apropriadas são empregadas para proporcionar durabilidade adequada e cumprir a sua função de proteger o substrato (onde a tinta se fixa). 1. as instalações de combate a incêndio. e equilíbrio das tensões. os ambientes próximos a ruídos excessivos. são executados os serviços de paisagismo.3. 1. testadas quanto à fuga de energia. São exemplos de isolamento acústico as salas de gravação. por último. 1. principalmente se a obra for residencial. para completar.3. concilia-se proteção e beleza. principalmente quando a edificação já estiver em uso. Cada tipo de tinta possui especificação própria e deve ser rigorosamente seguida. emboços.16 Paisagismo e limpeza Nessa etapa. Para isso. quanto ao isolamento térmico temos: câmaras frigoríficas. Atenção redobrada deve ser dispensada. Na grande maioria das vezes. a pintura.3. as casas de espetáculos.13 Revestimento É a etapa da obra em que são executadas as medidas de proteção (finalidade principal dos revestimentos) de tudo o que foi edificado. salas destinadas ao abrigo de equipamentos de alta sensibilidade. testadas quanto à pressão de água nos hidrantes e demais sistemas de controle. acarretarão transtornos irreparáveis. uma vez que.3. árvores. São executados nessa fase os rebocos. 1. fornos.15 Pintura Também é considerada um revestimento. É quando o proprietário mais observa. aterramentos. as instalações elétricas. plantas ornamentais e. entre outros. e sim de proteção.3.3. Preparativos iniciais 15 . elétricas e incêndio Muitas vezes. a limpeza final para entrega da obra ao cliente. Em ambientes industriais as tintas não são utilizadas com a finalidade primeira de embelezamento. 1. as instalações de abastecimento e proteção são executadas antes do início do acabamento (revestimentos) final das obras.17 Entrega da obra Depois de tudo limpo. e assentados azulejos e cerâmicas. entre outros.12 Instalações hidráulicas.14 Isolamento térmico e acústico Algumas obras requerem serviços especiais. E. é importante uma conferência das instalações e se necessário. com 6 ou 8 mm de espessura.4 Instalações provisórias A Norma Regulamentadora nº 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa. estas deverão obedecer às estabelecidas na NR 18 ou no Código de Obras do Município da obra. Devem-se prever instalações elétricas e hidráulicas compatíveis com o número de pessoas que irão ocupar tais instalações. que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos. Estas devem ser executadas com materiais de baixo custo.br/legislacao/normas_regulamentadoras/>. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .22 m × 2.1. Quanto às dimensões dos diversos cômodos. 1. »» vestiários. Essa norma e outras relativas à segurança no trabalho podem ser obtidas no seguinte endereço: <http://www. »» instalações de preparo de formas. armação e concretos. »» ambulatório. depósitos. bem como as instalações elétricas. »» manutenção de máquinas e equipamentos. no entanto.44 m.mte. assentadas sobre pontaletes de madeira de 7 × 7 cm ou 5 × 5 cm e com cobertura de telhas de cimento amianto. sem. As instalações sanitárias são o mais simples possível. que visa às condições de saúde e segurança do trabalhador na construção civil. em geral.4. O piso normalmente é de cimento. respeitando as condições mínimas de higiene. de planejamento e de organização. com acabamento “desempenado” e “queimado”. nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção (Ministério do Trabalho. comprometer os objetivos e as especificações da NR 18. »» sanitários. NR 18 é a Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do Trabalho e Emprego. Áreas operacionais São as instalações destinadas à: »» escritórios. »» lazer. almoxarifados. Normalmente essas construções são moduladas conforme o material a ser utilizado.gov. Portaria nº 4. »» dormitórios. Essas instalações requerem o mínimo possível e necessário para a operacionalidade da obra.1 Edificações provisórias – NR 18 São as instalações destinadas ao apoio às obras de construção. chapa de madeira compensada de 1. Áreas de vivência São as instalações destinadas a: 16 »» refeitórios. de 4 de julho de 1995). deverão ser previstas instalações que propiciem conforto mínimo e obedecer aos requisitos mencionados na NR18.2 Preparação do terreno A limpeza do terreno consiste na retirada de todos os eventuais entulhos e obstáculos para a construção. 1. onde são definidos as cotas e os marcos necessários. A necessidade da remoção da camada vegetal se faz necessária porque pode comprometer a estabilidade da base de aterros ou de pisos. dependendo do tamanho da área a ser edificada.4. pois as suas raízes causam sérios problemas para as fundações e as redes de abastecimento. Equipamentos mais comuns utilizados: »» retroescavadeira. Cuidado especial também deve ser observado quanto às árvores que não serão retiradas. patrol etc. essas instalações serão desfeitas para dar lugar ao fechamento definitivo e nem sempre os materiais utilizados são reaproveitados. 17 . »» caminhões basculantes. Em alguns casos pode-se proceder à abertura de buracos para que sejam enterrados ou. inclusive da camada vegetal do solo. 1. Estes devem ser removidos e destinados a local apropriado.). Cuidado especial para a remoção de árvores: consultar com antecedência os órgãos florestais competentes. se for possível. o que normalmente não ultrapassa 20 centímetros.4. Uma vez feita a limpeza dos entulhos e outros materiais. Preparativos iniciais No final da obra. 1. deve ser retirada toda a vegetação.4 Fechamento e cercas A economia é um item que deve sempre estar presente em todos os aspectos da obra. os movimentos de terra (corte e/ou escavação) são executados após a intervenção topográfica. No canteiro de obras isso não é diferente. sem comprometer o projeto e a segurança.4. »» pá carregadeira.Para os funcionários que vão permanecer na obra. Os fechamentos e cercas devem ser sempre de material que não comprometa os custos. ainda. Isto pode ser feito com ferramentas manuais (enxadas) ou equipamento apropriado (tratores com lâminas. dependendo da qualidade do material. e que estejam próximas às construções. aproveitá-los para um aterro.3 Movimento de terra Destinado a adequar a condição do terreno para a implantação da obra. dependendo do porte da obra. o procedimento é o seguinte: »» Limpeza e alinhamento do local do tapume a ser executado.4.22 m × 2. »» Colocação de “pontaletes” de madeira na bitola de 7 × 7 cm. quando bem executado. 1. viabilizar a construção de valas com inclinação mínima de 1% para o escoamento rápido das águas pluviais e tomar cuidados de mantê-las sempre desobstruídas. compatível com os custos previstos da obra. E não esquecer da necessidade de um portão de pelo menos 3. com 40 cm de profundidade. Nesse caso. Outro sistema a ser considerado é a execução do fechamento com cerca de arame.44 m.6 Acessos Item pouco considerado num canteiro de obras são os acessos de entrada e saída de materiais e sua distribuição. na posição vertical e a prumo. convém prevenir sua ação. de segunda qualidade e. É evidente que a dimensão das valas deve ser compatível com a expectativa do volume pluviométrico e a sua intensidade. pintadas com tinta látex de segunda linha ou com tinta à base de cal.90 m de comprimento nos buracos escavados.Os materiais comumente utilizados para o fechamento (também chamados de tapumes) são placas ou chapas de madeira compensada resinada. e espaçados a cada 1. quando muito. tal item é de fundamental importância.4 é um procedimento que. às vezes. Muitas vezes. prevendo. »» Escavação de buracos de pelo menos Ø 20 cm. É bom que se faça uma análise do projeto quanto ao fechamento da área. Os acessos e o sistema viário devem ser executados com material de boa procedência e qualidade. esses acessos podem até ser independentes. 18 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .4. assim. 1.20 m de largura. com 6 ou 8 mm de espessura. »» Fixação das chapas nos pontaletes com pregos. e o uso de mourões de concreto ou de madeira. com pelo menos 2. pelo menos a cada oito chapas de fechamento. De acordo com a obra. Seria desagradável ter uma atividade interrompida por haver água empoçada e formação de lama no canteiro de obras. proporcionará pouco desgaste nas vias internas de um canteiro de obras.22 m (largura da chapa).5 Drenagem A água. seja executado um apoio de sustentação no sentido vertical ao tapume executado. é um inconveniente para as obras de construção civil e. Para sua execução. Em canteiros de obras de grande porte. No planejamento e. destinado à entrada e saída de equipamentos. Não esquecer de prever dutos de passagem da água nas vias de acesso. tais acessos deverão ser o mais simples possível. parte do fechamento provisório pode ser substituída pelo fechamento definitivo. portanto. A drenagem comentada no item 1. surpresas desagradáveis. Apiloar (socar) com terra o buraco com os pontaletes posicionados. na medida de 1. »» É bom que. tomando-se o cuidado de ter sempre condições de trânsito. 1.4.7 Fornecimento de água Uma obra não tem bom desempenho se não for garantido um suprimento de água confiável e constante. Para isso, é bom tomar algumas providências: »» Rede pública: O volume de fornecimento é compatível com o consumo da obra? Se não, é necessário solicitar ligação de maior fornecimento. O fornecimento não sobre interrupção constante? Se sim, providenciar condição de estoque de água, seja por meio de tambores apropriados, construção de cisterna ou cacimbas, ou contratação de fornecimento externo de água (caminhões pipa). »» Não há rede pública de abastecimento: Nesse caso é necessária a construção de cisternas (ou cacimbas), que consiste na escavação de um buraco no solo de aproximadamente 80 cm de diâmetro até a profundidade suficiente onde se encontre água (lençol freático) em volume necessário para o abastecimento da obra. Essa cisterna deve ser revestida com alvenaria de tijolos furados no sentido transversal ou com manilhas de concreto no diâmetro da escavação. Esse procedimento visa à proteção do poço contra eventuais desabamentos. O local deve ser protegido na superfície quanto à queda de materiais e pessoas. A retirada da água deve ser feita com baldes, utilizando um sarilho ou mesmo bombas de água acionadas eletricamente. Muita atenção quanto à época da escavação do poço. Em períodos de seca, o lençol freático é mais profundo. Deve-se, também, observar o volume de reposição da água no poço, quando o consumo é muito grande. Em alguns casos não se encontra água em profundidade compatível a um poço (cisterna) a céu aberto, e a opção é um poço artesiano. 1.4.8 Fornecimento de energia elétrica Da mesma forma quanto ao fornecimento de água, o fornecimento de energia elétrica não é menos importante. Portanto, em primeiro lugar, verificam-se quais os equipamentos e máquinas elétricas serão utilizados na obra e suas respectivas potências elétricas com o cuidado de anotar o equipamento de maior potência e consumo. Não esquecer, no entanto, as instalações próprias do canteiro tais como iluminação, tomadas de energia, chuveiros, equipamentos de escritório, entre outros. De posse dessas informações, solicita-se à concessionária local a devida ligação provisória de energia elétrica. É interessante uma consulta prévia, pois as exigências para tal ligação podem variar de local para local, de acordo com a disponibilidade de fornecimento de energia por parte da concessionária. Quando não há rede pública de energia elétrica. é necessária a instalação de um gerador de energia elétrica compatível para suprir a demanda da obra. 1.4.9 Esgoto Feitas as instalações hidráulicas, também deve haver uma preocupação de dar um destino aos esgotos gerados pela obra. Se não houver rede pública de coleta, serão então construídas fossas sépticas e sumidouros quando for o caso. Se for necessária a construção de fossas, estas devem ser esvaziadas ao final da obra e devidamente aterradas. Preparativos iniciais 19 Gwoeii/Shutterstock.com Uma alternativa bastante interessante e que deve ser considerada é o uso de sanitários químicos, Figura 1.1, pois proporcionam rápida instalação, principalmente no início da implantação de uma obra. Figura 1.1 - Banheiro químico. 1.4.10 Estocagem de materiais Os materiais utilizados nas obras podem ser perecíveis (que em contato com as intempéries, modificam suas características), como o cimento, a cal, o gesso, e devem ser estocados apropriadamente e protegidos das intempéries, e os não perecíveis, por exemplo, areia, pedra, tijolos, ferros etc. que podem ser armazenados ao ar livre. »» Cimento e cal: devem ficar armazenados, protegidos do sol, da chuva e da umidade, em depósitos cobertos, conforme Figura 1.2, arrumados sobre estrados de madeira, afastados das paredes e do piso cerca de 10 centímetros. Afastamento de pelo menos 10 cm da parede Empilhamento máximo de 10 sacos Afastamento de pelo menos 10 cm do piso Figura 1.2 - Estocagem do cimento. »» Areia e pedra: devem ser armazenadas em depósitos em forma de baias, separadas por divisórias de madeira, de acordo com as suas granulometrias. A declividade do solo na região das baias deve ser suficiente para que não haja acúmulo de água sob o material estocado. Prever acesso dos veículos que vão descarregar tais materiais. »» Tijolos: são armazenados em área nivelada, arrumados em pilhas de quinhentas unidades (para tijolos furados na medida de 20 × 20 × 10), ocupando uma área de aproximadamente 1,30 m2. Em épocas de muita chuva, deve-se proteger as pilhas com lonas plásticas para que a umidade constante não prejudique os tijolos. »» Madeiras: sempre que possível, são armazenadas em galpões cobertos e ventilados, tomando-se o cuidado de colocar sob as pilhas espaçadores sobre o solo para evitar que a umidade atinja a madeira. O tamanho do local é muito variável em virtude da diversi- 20 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento dade das “bitolas” e dos comprimentos das peças a serem utilizadas. As chapas de madeira compensada devem receber cuidado especial e ser protegidas contra as intempéries. »» Ferros: não há necessidade de estocagem coberta, devendo ser reservada uma área de, no mínimo, 15 metros de comprimento e 50 centímetros de largura, para cada bitola. Essas barras deverão ser assentadas sobre cavaletes de madeira ou mesmo de ferro, distanciadas de 4 metros para as bitolas maiores e de 2 a 3 metros para as bitolas mais finas. Não esquecer, sempre que possível, de deixar espaço suficiente para a entrada de caminhões para o descarregamento de material. »» Cerâmicas, azulejos, tubos e conexões: apesar de não serem materiais perecíveis, devem ser armazenados em locais cobertos e fechados (almoxarifado) por causa de seu alto custo e de sua fragilidade. 1.4.11 Distribuição de máquinas e equipamentos As instalações das máquinas para execução dos trabalhos em canteiro de obras tais como: betoneira, serra de fita, serra de disco, bancadas de corte e dobramento de aço deverão obedecer a critérios de uso racional para evitar deslocamentos desnecessários e improdutivos. Estudo específico deve ter o canteiro de obras quando for destinado, também, à produção de peças pré-moldadas, pois o uso de equipamentos de médio ou grande porte se faz necessário, a exemplo de utilização de gruas, pórticos e guindastes, especificamente dimensionados para tal atividade. É importante que esses locais sejam muito bem iluminados (para trabalhos noturnos) e suas instalações elétricas muito bem executadas. 1.4.12 Local para preparo de argamassas e concretos Esse local (chamado de “masseira” ou “terreiro”) consiste de uma área de aproximadamente 6 m2 com revestimento executado em tijolos, tábuas ou cimentado com ligeiro caimento para o centro e protegido por tábuas laterais numa altura de aproximadamente 30 cm para evitar o espalhamento dos materiais quando do preparo. Deve-se posicioná-la próximo a um ponto de água e estrategicamente colocado junto às baias de agregados e depósito de cimento. O mesmo princípio deve ser aplicado quando da montagem de uma betoneira. 1.4.13 Proteção contra incêndios Em um canteiro de obras, os extintores portáteis de combate a incêndio são os equipamentos básicos e somente devem ser utilizados aqueles que atendem às normas vigentes. Para efeito prático estão aqui relacionados os locais e tipos de extintores apropriados, que devem ser colocados em locais de fácil acesso e totalmente desobstruídos: »» escritórios de administração: extintor de água pressurizada (AP), água-gás (AG) ou de espuma; »» depósito de inflamáveis: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma; »» cozinha e refeitório: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma; Preparativos iniciais 21 Vamos recapitular? Você aprendeu a distinguir os diferentes tipos de construção e as diferentes etapas de um projeto. Forme um grupo de trabalho e verifique se esse terreno tem as condições necessárias e ideais para o início imediato das obras. d) colocação de azulejos. 3) Qual a importância de uma drenagem superficial do terreno na execução das obras? 4) Há alguma regulamentação para a construção de um canteiro de obras? Qual é? 5) Cite alguns itens que um construtor deve observar e verificar num terreno antes iniciar as obras. identifique a etapa da obra a que corresponde à: a) execução do projeto de instalação elétrica. Caso contrário. 6) Em sua região ou bairro deve haver algum terreno desocupado e imagine que nele será construído um posto de gasolina. máquinas e equipamentos: extintor de CO2 ou pó químico seco (PQS). 2) O que é o RN da obra? Explique. c) reirada final dos entulhos. e que a areia é um bom aliado no combate a incêndio. Nunca hesite em chamar o corpo de bombeiros! É sempre bom lembrar que chamas e dispositivos de aquecimento devem ser mantidos afastados de madeira e outros materiais inflamáveis. energia elétrica e telefonia.» » serra circular: extintor de água pressurizada (AP) ou água-gás (AG) para madeira e extintor de CO2 para o equipamento elétrico energizado. 22 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . determine as ações que deverão ser tomadas. esgoto. Aprendeu também a importância da boa organização de um canteiro de obras para o sucesso de uma construção. b) escavação das fundações. Agora é com você! 1) Dos itens a seguir. Dica: talvez seja necessário coletar dados nas concessionárias de água. É considerada de grande importância. As etapas a seguir têm como base uma obra de pequeno a médio porte. onde não haverá necessidade da utilização de instrumentos e equipamentos especiais (apesar de os instrumentos de precisão serem sempre bem-vindos). pois seria muito desagradável perceber. Para uma boa locação de uma obra.2 Implantação da Obra Para começar Este capítulo apresenta os aspectos que envolvem a técnica da marcação e locação de uma obra. 23 . » Estar com os projetos de implantação e locação da obra. antes de qualquer atitude. 2. que uma parede foi executada no lugar errado.1 Locação Entende-se por locação de uma obra a transferência dos dados e medidas de um projeto para o local (terreno) onde a edificação será consolidada. é importante observar certos aspectos que proporcionarão um bom trabalho: » O local da obra deve estar limpo e livre de vegetação. já no adiantado da obra. e cuidados deverão ser tomados para que essas medidas sejam as mais confiáveis possíveis. e os movimentos de terra necessários. » Utilizar instrumentos de medida (trena de pelo menos 20 m e “mangueira de nível”) em perfeito estado de conservação e preferencialmente aferidos. 1 e 2. a pelo menos 1 metro das escavações que serão feitas para a execução das fundações e dos alicerces. serrote. tintas. marreta. estacas. como se observa nas Figuras 2.5 x 5 cm Figura 2. »» Ter certeza da veracidade de RN (Referência de Nível). e em nível. Em ambos os casos. martelo. quando possível. lápis.1 1ª etapa – Definição do tipo de locação – gabarito Para uma obra com poucos elementos a serem locados.1. entre outros. Sarrafo 2.2 . linhas.1. e muito bem fixadas ao solo.1 . essas marcações estarão a aproximadamente 50 cm acima do solo. »» Ter auxiliares competentes. pontaletes de madeira de 7 × 7 cm.Distância entre pontaletes. »» Estar com os materiais e ferramentas de marcação tais como: sarrafos de madeira com 10 cm de largura. pregos. Figura 2. 2. a utilização de cavaletes estrategicamente colocados nos principais alinhamentos é o mais recomendado e em obras com diversos elementos a utilização de sarrafos de madeira ao longo da periferia da obra é a mais correta e segura.2. Deverão ser cravados firmemente no solo pontale- 24 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .»» Ter anotado nos desenhos as cotas e medidas acumuladas ponto a ponto.Exemplo de uma marcação utilizando sarrafos de madeira.5 x 10 cm Pontaletes 7 x 7 cm firmemente cravados no solo Travas com sarrafo 2. 2.2 2ª etapa – Posicionamento das locações As locações devem estar afastadas. no seu ponto mais alto. 4 4ª etapa – Marcação dos alinhamentos Sobre os sarrafos.50 m a 2 m. e. Essas diagonais devem ter a mesma medida.3 3ª etapa – Esquadro da obra Uma vez definido o eixo principal da obra.00 m ou 60 cm 5.3.4. 2. Figura 2. Uma marcação básica consiste em: Figura 2. eixo 4. D eixo D 3.5.5 .Exemplo de conferência do “esquadro” das medidas.tes alinhados e distanciados de 1.00 m ou 80 cm eixo eixo eixo Outra forma de conferir o esquadro dos alinhamentos dos eixos é medir as diagonais entre eixos paralelos. Em terrenos em aclive. já em nível. de acordo com o projeto. As medidas cômodas de um triângulo a ser utilizado são 3 e 4 m para os catetos. as locações deverão ser feitas em forma de degraus. em nível.1. em seguida. Essas marcações poderão ser feitas com pregos ou por entalhes executados com serrote. O nivelamento se consegue utilizando-se a “mangueira de nível”. É conveniente que seja marcado no lado do sarrafo o número do eixo correspondente àquela marcação. como mostra a Figura 2. deverão ser marcados os alinhamentos das peças construtivas. o que se consegue com a utilização dos conceitos básicos do triângulo retângulo. o que forma um quadrilátero.Marcação sobre o sarrafo do gabarito.00 m ou 100 cm eixo (a) (b) Figura 2.Gabarito em terreno em declive (ou aclive). serão pregados. os sarrafos de madeira.3 . deve-se proceder à marcação de um eixo transversal. 2. O excesso (sobra) de pontalete acima do sarrafo deverá ser serrado.4 . Implantação da Obra 25 .1. e de 5 m para a hipotenusa (ou 60 × 80 × 100 cm). como mostra a Figura 2. Veja a Figura 2. 6 mostra a planta de uma residência circundada por gabarito. Fique de olho! Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande. » as cotas do projeto marcadas de forma acumulativa.6 . Figura 2. A Figura 2. então. pelo posicionamento de linhas ligando-se os eixos ou marcações correspondentes em cada lado do gabarito. são executados gabaritos intermediários.O alinhamento dos elementos construtivos tais como paredes e bases são definidos.Exemplo de marcação de medidas acumuladas. Normalmente são utilizadas linhas de náilon nº 60 ou arames galvanizados nº 18. em que constam: » os sarrafos fixados nos pontaletes. 26 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . » as linhas dos eixos das paredes a serem construídas. o movimento de terra para a adequação do terreno àquele projetado para a obra.7 apresenta elementos de um movimento de terra: Figura 2. »» Material de 2a categoria: rochas com resistência à penetração mecânica inferior ao granito. Implantação da Obra 27 . um movimento de terra deverá ser executado. Ambos os casos exigem procedimentos técnicos e profissional habilitado quando o volume a ser movimentado corresponde a: »» aterros com responsabilidade de suporte. ou seja. rochas em adiantado estado de decomposição (saibro) e seixos com diâmetro máximo de 15 cm. »» aterros com volume maior que 1. argilas. deve-se fazer a conferência dos levantamentos planialtimétricos fornecidos pela topografia. de acordo com o projeto de arquitetura. podemos dizer: »» Material de 1a categoria: terras em geral. »» Material de 3a categoria: rocha com resistência à penetração mecânica igual ou superior ao granito. Quanto à classificação dos materiais para efeito de corte/escavação. Assim. A porção de terra retirada chama-se de corte e a porção de terra destinada ao enchimento de determinada área chama-se aterro. »» aterros com altura superior a 1 m.2. se for o caso.1 Corte e aterro Uma vez limpo o terreno. são demarcados no terreno os marcos principais da obra (RN = Referência de Nível) para que se inicie.Nomenclaturas em movimento de terra.2 Movimento de terra Muitas vezes será necessária uma adequação nos níveis do terreno em relação ao nível natural para a implantação de uma obra. A Figura 2.000 m3.7 . 2.2. É evidente que existem ensaios normalizados para a garantia da qualidade do material a ser utilizado no caso de aterros e a sua compactação. » recompactação. entre outros. » Terrenos com nascente d’água: desviar o curso da água ou executar drenos. e o grau de compactação não deve ser inferior a 95%. em último caso. » Terrenos muito úmidos: fazer drenagem superficial ou rebaixamento de lençol freático antes da escavação ou aterro. Fique de olho! Toda a camada de solo vegetal deve ser retirada antes do início dos serviços de aterro. » Terrenos inclinados: fazer patamares horizontais antes dos aterros. cortando o terreno em plano inclinado. isto é. Respeite o ângulo de talude nos cortes e nos aterros de acordo com o solo utilizado e ensaios de laboratório. Os manuais dos equipamentos fornecem informações suficientes quanto à produtividade. Se a profundidade for grande.Quanto ao material a ser utilizado nos aterros. argilas orgânicas. » trator de lâmina. » motoniveladora. » homogeneização. » trator com grade. » retroescavadeira. Para boa compactação em aterros. » rolo compactador. solos com material orgânico. » Escavação vertical: proteger os barrancos conforme as normas de segurança ou projeto específico. escava-se em degraus. não são recomendadas as turfas. recomenda-se para compactação manual uma camada de material solto não superior a 20 cm. » caminhões pipa. a altura de material solto varia em função do equipamento utilizado podendo ser de 20 cm até 40 cm. e para compactação mecanizada. Uma nova camada de solo solto só pode ser lançada após a verificação da qualidade da compactação da camada anterior e se não forem atingidos os valores adequados tal trecho deve obedecer às seguintes etapas de recomposição: » escarificação. Veja a seguir as orientações para um bom trabalho em solos: » Terreno arenoso ou terra solta: escavação em talude. » acerto da umidade adequada. troca do solo. Os equipamentos normalmente utilizados são: » caminhão basculante. » e. 28 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Verificação das construções vizinhas tais como: casas. escoramento apropriado (NR 18).»» Empolamento: frever o empolamento do material antes dos movimentos de terra. »» Escavações acima de 1.25 m um escoramento deverá ser considerado. 2. »» Compactação: tem de ser eficiente e com equipamentos adequados. obrigatoriamente. O movimento de veículos sobre o solo a ser compactado cria uma “ilusão de solo compactado”: isso não funciona.3 Segurança e cuidados nas escavações Para que os trabalhos em terra ocorram de maneira segura.75 m de profundidade deverão ter. executar escoramentos para proteção.9.25 m de profundidade. Caso haja necessidade. espaçadas de pelo menos 1 m e apertadas contra o terreno por meio de “estroncas” horizontais na largura da canaleta. deve ser feita a colocação de tábuas umas junto às outras. inclusive todo o perímetro dos trabalhos devem ser isolados. »» “Selagem” do aterro: recomenda-se compactar o solo solto imediatamente na iminência de chuva. Implantação da Obra 29 . na horizontal e ao longo da escavação. »» Evitar trânsito de veículos próximos às escavações manuais. Conforme o tipo de terreno deverá ser o escoramento e para profundidades acima de 1. unidas por uma prancha de madeira. adotar medidas preventivas.8. Figura 2. »» Em terrenos pouco consistentes. 2.4 Escoramentos Numa escavação. »» Prever escadas ou rampas para escavações com mais de 1. »» Desligamento de todos os cabos subterrâneos de energia elétrica. Empolamento é a relação percentual de volume do material escavado com o volume do mesmo material solto. seja para outros fins. Figura 2. algumas medidas devem ser tomadas para efeito de segurança dos trabalhadores. »» Para terrenos de consistência média. seja ela para simples drenagem.25 m (NR 18). e devidamente “estroncadas”. cuidados quanto a desmoronamentos deverão ser tomados. »» Vistoria das escavações e taludes após a ocorrência de chuvas. »» Uma sinalização (inclusive noturna) deve ser prevista. »» Outras medidas afins. »» Escoramento dos taludes instáveis ou com presença de água para escavações com profundidade superior a 1. muros e toda e qualquer construção. são usadas tábuas colocadas na vertical. Na impossibilidade de tal procedimento. dos equipamentos e do bom andamento da obra: »» Retirada ou escoramento de todo e qualquer material ou objeto. Figura 2.Escoramento contínuo em valas. e.Escoramento descontínuo em valas. a diferença entre corte e aterro.Figura 2. acompanhado por um responsável. Procure usar também capacete de segurança. tiveram destaque as nomenclaturas usuais nos movimentos de terra. Dicas: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequados. Agora é com você! 1) Qual a importância de uma boa locação de uma obra? 2) Talvez haja uma obra sendo iniciada no seu bairro ou na sua região.8 . Se for tirar fotos ou fazer uma filmagem. Além disso. 30 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . ainda. como se deve proteger uma escavação em valas. Vamos recapitular? Neste capítulo foram abordados os procedimentos para fazer um gabarito e a importância das medidas acumuladas a serem marcadas. e de pedir permissão ao responsável para entrar na obra. Discuta as observações feitas. peça permissão. e verifique se as instalações dos gabaritos da obra estão de forma ideal e identifique como as medidas foram marcadas nos sarrafos do gabarito. Monte um grupo de trabalho.9 . 3. 31 .1. Para tanto. Nesse trabalho de reconhecimento são então retiradas amostras de solo. que têm por finalidade fazer uma prospecção das camadas profundas do solo e verificar os tipos de solo. bem como a presença de água. sondagens são realizadas. suas características (reconhecimento geológico). E também a forma de preparar algumas das fundações para o recimento dos blocos de fundações para receber os pilares de uma obra.3 Fundações Para começar Este capítulo apresenta as principais e corriqueiras fundações do dia a dia. e sua forma de execução. Para a perfeita decisão sobre o tipo de fundação a ser utilizado é imprescindível não só o conhecimento das cargas atuantes no solo como também das características do solo. a cada metro de profundidade. que serão identificadas de acordo com a profundidade e depois analisadas em laboratório. Esses elementos de fundação têm por finalidade distribuir todos os esforços estruturais para o terreno (solo) dando assim estabilidade à obra.1 Fundações ou infraestrutura Fundações são elementos estruturais destinados a suportar toda a carga de pressão proveniente dos carregamentos de esforços oriundos do peso próprio dos elementos estruturais como um todo. como mostra a Figura 3. acrescidos dos carregamentos provenientes do uso (sobrecargas). que vai suportar tais esforços. »» bloco.1. 3. pelo fato de não haver necessidade de equipamentos complexos para sua execução por serem a pouca profundidade. No trabalho de sondagem analisa-se. »» vigas de fundação.2. mostradas na Figura 3. de acordo com o carregamento e/ou o tipo de solo. as escavações podem ser “contra barranco” (ver Capítulo 6. com a finalidade de verificar a resistência ao cisalhamento e a compressibilidade desses solos. »» radier. Nesse caso. para tanto. Para a execução das sapatas deve-se assim proceder: »» As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço.2.2 Fundações superficiais São as também chamadas “fundações rasas”. »» A largura das escavações tem de ser compatível com as atividades de execução das formas. também. são usadas armaduras para suporte dos esforços de tração. »» Eventualmente.Figura 3. a dificuldade de penetração das sondas. Nesse grupo encontram-se os seguintes tipos: »» sapata.Carregamentos ou cargas numa estrutura. um chapisco de argamassa no traço 1:3 (cimento e areia) nas paredes verticais do solo deve ser executado. Normalmente essas sapatas.3) desde que o solo assim o permita. 32 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . e atenção no uso de vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas. item 6. 3. que irão suportar todo o carregamento da estrutura projetada e definir os tipos de fundações adequados.1 Sapatas isoladas e blocos armados São elementos estruturais cujos esforços não podem ser absorvidos somente pelo concreto e. são assentadas sobre estacas de concreto ou simplesmente apoiadas no solo. »» Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação). Figura 3.3.Sapata isolada Armadura Armadura Base de concreto magro Bloco Base de concreto magro Sapata Bloco Figura 3.Exemplos de sapata isolada e bloco. Fundações 33 . »» Colocar calços sob a armadura para garantia do recobrimento. com a finalidade de regularizar a superfície e evitar a perda excessiva de água de amassamento para o solo.2 Blocos não armados São elementos de fundação em que os esforços de tração são por eles absorvidos e normalmente não possuem armaduras. como mostra a Figura 3. »» Umedecer todo o conjunto antes da concretagem. Podem ser feitos de concreto ou pedras.Bloco não armado. »» Executar uma camada de concreto magro de pelo menos 5 cm de espessura sobre o solo apiloado e ultrapassando pelo menos 5 cm de cada lado da sapata. 3.2 .2.3 . »» Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas. »» Retirar todo o resto de arames de amarração e sujeiras antes da concretagem. 3. para garantia do recobrimento. a fim de receber todos os pilares de uma obra ou todos os carregamentos da edificação. Para a execução dos radiers deve-se proceder da seguinte maneira: »» Nivelar perfeitamente o terreno. silos. desde que o solo assim o permita. 34 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .4.3 Radier Nada mais é do que uma “laje sobre o solo”. »» Prever espaçadores entre as armaduras superior e inferior para garantia do espaço entre as armaduras previstas em projeto. »» Eventualmente as escavações podem ser “contra barranco”. »» Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas. e os pilares são distribuídos de tal forma que todos os esforços de carregamento sejam uniformemente distribuídos no solo. Os cuidados de execução são os mesmos pertinentes a todo tipo de fundação. o que é definido pelo projeto e pelo cálculo estrutural. Essas “lajes” possuem armaduras duplas nas duas direções. »» As escavações devem ter largura compatível com as atividades de execução das formas. em terrenos com pouca resistência de suporte para a execução de uma fundação direta tipo “sapata”. É evidente que o uso deste ou daquele material. Ponto de esgoto Ponto de água Pontos de energia (conduites) Radier Armação Figura 3.Radier. é em função dos esforços recebidos pelo bloco. Figura 3. e atenção no uso de vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas. terrenos de pouca consistência. »» Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação). Muito utilizados em tanques.4 .Para a execução dos blocos deve-se assim proceder: »» As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço. »» Uma alternativa usualmente recomendável é a utilização de pedras arrumadas com a aplicação de argamassas. e minimizar o efeito mecânico do movimento de pessoas sobre as mesmas. para a construção de blocos. Neste caso. um chapisco nas paredes verticais do solo deve ser executado. »» Prever espaçadores entre a camada inferior da armadura e a base de assentamento. »» Executar camada de pelo menos 5 cm de espessura de concreto magro. depósitos etc.2. trapezoidal. Essas vigas recebem armaduras de acordo com a necessidade. A execução de fundação direta é constituída de uma viga baldrame de pequena altura (variando de 20 a 30 cm). com uma armação simples dotada de estribos. proceder a um rigoroso tratamento da “junta fria”. e podem possuir apenas a armadura inferior. »» Evitar ao máximo possível a interrupção da concretagem. 35 . Muitas vezes a viga de concreto é substituída por camada de tijolos maciços assentados sobre uma camada de pouca espessura (10 cm) de concreto com duas barras de ferro. muitas vezes chamadas de “vigas baldrames” com formato retangular. 3. é usual e bem-aceito. 3. quando do seu reinício. e sobre a qual é assentada uma alvenaria de embasamento até a altura de piso da obra. principalmente as residenciais. como na Figura 3.5. e para solos bem resistentes.2. normalmente de 8 mm de diâmetro. se for necessária e imprescindível. esta deve seguir rigorosamente as orientações do calculista e. Viga baldrame   Sapata corrida Figura 3. “Junta fria” é a emenda de um concreto já endurecido com um concreto novo. É sempre bom lembrar que a definição por essa fundação deve estar solidamente embasada no tipo de terreno e nas cargas recebidas.6 .6 (b). onde são assentados num mesmo alinhamento os pilares da estrutura e as alvenarias. como na Figura 3. Normalmente são assentadas sobre estacas de concreto ou simplesmente apoiadas no solo de acordo com o carregamento e/ou o tipo de solo.Viga baldrame e sapata corrida.Fundação simples. Figura 3. Mas.5 Fundação simples para obra simples Para obras de pequeno porte. quadrado. Fundações (a) (b) Figura 3.4 Vigas de fundação São vigas. com pouco carregamento (destacando-se as que não possuem laje em concreto) e muros de pequena altura. As recomendações são as mesmas para a execução de uma sapata.6 (a).5 .2.»» Prever passarelas de tábuas sobre a armadura para a execução da concretagem e nas colocações de tubulações elétricas e hidráulicas. estacas tipo Franki.3. podendo chegar a 15 metros de profundidade. e ainda por exigir maior distribuição de cargas no solo. caso aconteça. 3. que variam de 25 a 40 cm. Figura 3.8 (b).3. pode-se ou não ter a sua base alargada. Para cravar a estaca em terrenos duros. como mostra a Figura 3. Em solos pouco consistentes essa ponta metálica é dispensada. Uma técnica cada vez mais utilizada é a de perfuratrizes acopladas em veículos especiais. É considerado um dos tipos de estacas mais utilizados. como mostra a Figura 3.3 Fundações profundas Como o próprio nome sugere. em que são utilizados equipamentos chamados “bate-estacas”. pois requerem meios de execução específicos e ensaios de solo muito rígidos. têm a finalidade de servir de emenda de estacas por meio de solda elétrica. a cabeça é devidamente protegida contra o “esmigalhamento” ou rompimento. utilizando-se de estribos devidamente afastados.7 . há maior concentração de estribos nas pontas da estaca e muitas vezes possuem uma cinta metálica nos extremos que. Normalmente possuem seção quadrada. além do reforço.2 Tubulões a céu aberto São consideradas fundações profundas e consistem da simples escavação de um “poço” .por meios mecânicos ou manuais -. são utilizadas pontas metálicas com a finalidade de facilitar a penetração no solo e proteger a estaca.8 (a). e a profundidades que podem chegar a valores superiores a dez metros. Durante a cravação da estaca. ou por espirais (estas chamadas de “cintadas”). 3.3. que perfuram o solo na profundidade desejada e evitam a utilização de mão de obra para a abertura do fuste. será necessário o seu refazimento. que consistem do martelamento da estaca por intermédio de um peso até atingir a nega. esses tipos de fundações vão buscar apoio em solos a profundidades não suportadas pelas fundações diretas. como mostra a Figura 3.Esquema de um bate estacas. tubulões a céu aberto. Os tipos mais usuais são: »» »» »» estacas de concreto pré-moldada. com diâmetros que podem variar em 60 cm.1 Estacas de concreto pré-fabricadas ou pré-moldadas São “pilares” de concreto pré-fabricados.7. estacas . 36 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . São obras consideradas muitas vezes especiais.concreto. São armadas longitudinalmente. Em razão da grande solicitação de esforços durante a cravação. cravados no solo por meio de percussão. Quando a escavação tiver atingido a cota de projeto e/ou o solo resistente. »» »» estacas tipo strauss. Nomenclatura para tubulões e abertura do fuste. verificar o quadro a seguir: Solo Encamisamento Coesivo Não Não coesivo Sim Encamisamento: dispositivo que impede o desmoronamento do solo durante a escavação. Não permitir. »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» Fundações Cuidados adicionais devem ser tomados quando os tubulões são escavados próximos a depósitos de lixo e de indústrias químicas. Interromper a escavação imediatamente ao sinal de alguma suspeita de desmoronamento. Cuidado na colocação da armadura para não provocar desmoronamentos. Não executar escavações em dias de chuva. O sistema de içamento (“sarilho”) deve estar em perfeita ordem. por menor intensidade que seja. para depois executar o outro.trompas. Estes podem ser recuperados ou não. funil). no mínimo. o trânsito de veículos a pelo menos 3 metros do tubulão. mas nunca mesmo. inclusive com concretagem e cura. Conferir sempre o prumo (verticalidade) do fuste durante a escavação. Quanto à escavação. Consiste da colocação de tubos de conceto ou de aço. Executa-se um. estando estes muito próximos. Nunca. Usar dispositivos especiais para concretagem (tubos . 37 .DyziO/Shutterstock. em hipótese alguma. com relação ao solo. e esses tubos descem sobre a escavação à medida que os trabalhos avançam. dois operários (poçeiros).com    (a) (b) Figura 3. o operário que está escavando pode ficar sozinho. O depósito da terra escavada deve ser colocado a pelo menos 1 metro de afastamento da boca do tubulão. Cuidados na execução de tubulões »» Os trabalhos de escavação devem ser executados por.8 . Nunca escavar tubulões simultâneos. que consiste de um sistema composto de uma campânula e injeção de ar na escavação com a finalidade de expulsar a água presente no solo.4 Estaca Franki A estaca Franki.Amplie seus conhecimentos Quando houver presença de água e for preciso escavar tubulões. Figura 3.3 mm. e quanto à possível presença de água. durante os trabalhos. Disponível em: <www.9 .com.10 .12. é uma estaca moldada no local. Uma vez colocada a armação procede-se.Broca moldada “in loco”.10 e 3. e somente por profissionais habilitados e treinados. esta deve ser em pouca quantidade. considerada de baixo custo e de simples execução.html.estacaraiz. a quantidade e diâmetros das ferragens pode ser alterada. O terreno é perfurado por uma broca (trado) ou escavadeira até atingir solo firme e consistente. Figura 3. 3. do Ministério do Trabalho. como mostram as Figuras 3. Cuidados na sua execução são necessários. por estar sujeita a variações de pressão (compressão e descompressão) e.3.br/ ferra_cavadeira. ou seja.Trado para escavação. então. Um “pilão” é introduzido 38 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . usar concreto com fator água-cimento baixo. principalmente quanto à perpendicularidade da estaca e ao desmoronamento. Figura 3. da Figura 3. Acesso em: 21 maio 2008. Normalmente usam-se como armação longitudinal três a quatro ferros de 6.3 Estaca moldada no local tipo broca Também conhecida popularmente como broca. sem a presença de areia. não devendo ultrapassar 10% de profundidade em relação à profundidade total da estaca.9.com. por isso. Fonte: Estaca Raiz.3. Acesso em21maio 2008 3.gruposato. Recomenda-se esse sistema somente em solos coesivos. amarrados em estribos de 4. Maiores informações encontram-se na Norma Regulamentadora nº 15.2 mm. deve ser executada com muito rigor e segurança.11. Disponível em www. o concreto a ser utilizado deve conter pouca água. Conforme o projeto estrutural.br>. Fonte: Grupo Sato. Essa técnica de execução é muito perigosa para a saúde do trabalhador. à concretagem até a cota desejada. Nesse caso. cujo diâmetro da esvação pode estar entre 15 e 25 cm de profundidade e atingir por volta dos 4 metros. é executada posicionando-se um tubo camisa no local e realizado um “embuxamento” com concreto quase seco na sua extremidade. A distribuição das cargas recebidas é transmitida ao solo pelas pontas. conforme Figura 3. compactos e firmes.11 .Tubulão a ar comprimido. pode-se recorrer a uma técnica de escavação de tubulão a ar comprimido. quando pré-moldada -. formando assim um “bulbo” no subsolo. do diâmetro da estaca.Arrasamento da estaca. uma estaca cravada não possui comprimento suficiente acima do terreno para que possa ser arrasada normalmente e garantir solidarização com blocos ou vigas. Eventualmente. »» as “sobras” devem ser “arrasadas” ou cortadas .pelo menos 15 cm acima da cota de acabamento. Figura 3. »» a estaca deve ser cravada . Para que essa solidarização seja feita de modo a garantir a integridade do conjunto. Figura 3. adaptando-se ao terreno e adquirindo forma rugosa. e suportar cargas de até 100 toneladas. naturalmente. As compressões de concreto provocam sua expansão na ponta do tubo. Figura 3. de tal forma que fique uma sobra de pelo menos 60 cm da cota de acabamento.14. promovem-se novos e enérgicos apiloamentos. Nesse caso.3. que eventualmente esteja comprometida pelo processo de cravação. Atingida a nega.13 . garante a retirada de parte da estaca. Esse procedimento de arrasamento.13. estas devem ser solidarizadas às vigas ou aos blocos.no tubo e promove-se o socamento do concreto efetuando-se assim a penetração dessa bucha e o tubo vai então também penetrando. com comprimento mínimo. Figura 3. a depender. Esta estaca pode atingir diâmetros entre 30 e 60 cm. e retira-se o tubo gradativamente.5 Preparo da cabeça da estaca Uma vez executadas as estacas ou os tubulões.quando moldada in loco . da armação e do concreto utilizados. alguns cuidados devem ser observados: »» a estaca deve ser concretada .de forma que a estaca fique embutida pelo menos 5 cm dentro do bloco de solidarização ou das vigas. 3.12 .menos a ferragem . das condições do solo. sendo este apiloado. Introduz-se a armadura e adiciona-se o concreto.Esquema de estaca tipo Franki. deve-se promover um complemento no seu comprimento: Fundações 39 . » arrasar ou cortar a cabeça da estaca de tal modo que haja garantia do comprimento mínimo da armação. brocas. e de pedir permissão ao responsável pela obra. Vamos recapitular? Neste capítulo foram destacados: a diferença entre fundação rasa e profunda. Agora é com você! 1) Talvez haja uma obra sendo iniciada no seu bairro ou em sua região. peça permissão. » completar com forma e armação.Complemento de estaca. 40 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . » completar com concreto de resistência igual ou superior à utilizada na fabricação da estaca. discutam as observações realizadas.14 . o comprimento necessário até a cota necessária.» escavar ao redor da cabeça da estaca em profundidade conveniente para os trabalhos. Procure usar também capacete de segurança. os cuidados tomados e os equipamentos utilizados. Após a coleta dos dados.. Figura 3. os tipos de fundações mais utilizados: estacas. Dica: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequadas. Verifiquem a forma de execução. Se for fotografar ou filmar. e identifique os tipos de fundações que estão sendo executados. tubulões. Monte um grupo de trabalho. a forma de preparo da cabeça da estaca para recebimento dos blocos de fundação. sapatas e blocos de fundação. acompanhado por um responsável. também. E. Ao mesmo tempo em que é uma aliada. inclusive a de fundações. pois faz parte da constituição de argamassas. 4. é indispensável para a limpeza dos ambientes. os seus diferentes tipos e a nomenclatura usual. 41 . Assim. » vazamento de água em caixas-d’água. entre outros. e. tintas. Os problemas mais comuns encontrados com a presença indesejável da água são: » presença de umidade nas estruturas executadas ao nível do solo. » presença de umidade nas paredes junto ao piso.1 Conceito A água na construção civil é muito importante.4 Impermeabilização Para começar Neste capítulo consta a execução de uma impermeabilização. Serão analisadas: a sua importância. além disso. » vazamento de água em lajes. são necessárias medidas para a sua contenção. » vazamento de água em piscinas. » umidade em pisos. concretos. a água pode ser um elemento indesejável nas construções quando não precisamos dela. »» leia atentamente os procedimentos e as dosagens a serem aplicadas. No comércio há inúmeros tipos de produtos impermeabilizantes para as mais diferentes aplicações.2. e) Fluido: corpo cujas moléculas são tão pouco aderentes entre si que deslizam umas sobre 4. como mostra a Figura 4. que exerce pressão hidrostática de temas de impermeabilização. Para entender corretamente os trabalhos e projetos de impermeabilização é necessário o f) Estanque: elemento que impede a passagem conhecimento de alguns termos comumente utide fluidos. entende-se forma inversa à impermeabilização.Para evitar esses problemas recorre-se a sis.Ação da pressão positiva. A ênfase aqui recai sobre a impermeabilipara fundação zação destinada à estanqueidade da água. d) Umidade do solo: água existente no solo. de revestimento destinado a promover a estanqueidade da água ou qualquer outro elemento Exemplo: Impermeabilização de alicerces fluídico. Figura 4. cada qual com suas peculiaridades e propriedades. gem de fluidos. Figura 4. estão listados a seguir alguns g) Estanqueidade: propriedade de um elemendesses termos: to de impedir a penetração ou passagem de fluidos através de si.Ação da pressão negativa. portanto. que exerce pressão hidrostática de forma direta na impermeabilização. c) nem todos os materiais destinados à impermeabilização podem ser aplicados em superfícies úmidas. Exemplo: Impermeabilização de caixas-d’água. não exercendo pressão hidrostáh) Impermeável: produto que impede a passatica superior a um quilo-pascal. lizados. presente entre as partículas do solo. porém ela pode ser um inimigo bastante difícil de combater. seja criterioso na execução de um sistema de impermeabilização.1.b) água sob pressão negativa: água confinada ou não. Portanto. Não existe meia impermeabilização. pois há diferenças de aplicação entre produtos similares. Ou ela é bem executada ou simplesmente não existe. consulte o fabricante. Para tanto. 42 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» »» a água é um ótimo aliado na construção civil. como por “Impermeabilização” todo e qualquer sistema mostra a Figura 4. e perante a menor dúvida.2 Nomenclatura usual as outras. a) água de percolação: água que atua sobre superfícies.1 . tomando a forma do recipiente que o contém (gases e líquidos).2 . Água sob pressão positiva: Água confinada ou não. Recomendamos que: »» sempre que possível. destinado a absorver pequenas movimentações ou acomodações da esforços. 4. óleo ou outros elementos que podem prejudicar a aderência do impermeabilizante no substrato. de forma plana. aos diferentes tipos de impermeabilização. l) Manta: produto impermeável. Normalmente são produtos bicomponentes. graxa. Algumas marcas disponíveis no comércio podem ser aplicadas sobre umidade. alvenaria e aço. traço 1:3 (cimento e areia) em volume. à base de elastômeros PVC. »» Revestimento em piscinas. pré-fabricado. Os usos mais comuns são para: »» Impermeabilização de superfícies de concreto. para o uso em concretos. pó. Promovem a absorção de xível.3.tação e flexibilidade. que se apresentam prontos para o uso. conferindo resistência mecânica estrutura e podem suportar pressões negativas e positivas. j) Infiltração: penetração de fluidos nas estruturas. caixas-d’água e reservatórios. São revestimentos impermeabilizantes moldado no local.1 Rígidos Não apresentam a propriedade de trabalhar com a estrutura principal da edificação. k) Sistema de impermeabilização: conjunto de produtos e serviços destinados a tornar um elemento impermeável. »» Impermeabilização de pequenas lajes e terraços. caixas d’água e reservatórios. »» revestimento em piscinas. o consumo é da ordem de 1% de aditivo em relação ao peso do cimento. sendo o consumo mais comum em argaSão os que possuem em sua composição massas. porém em qualquer situação a superfície deverá estar livre de sujeira.3 Flexíveis rante. não permitindo um consumo menor de 300 kg/m3. constituídos de materiais que possuem dilan) Armadura ou estruturante: elemento fle. 4. na ordem de 2 litros do aditivo por 50 kg de aglomerante adicionados em argamassas de materiais que modificam as características elásti- Impermeabilização 43 . e que devem ser misturados energicamente antes da aplicação. túneis.i) Impermeabilidade: propriedade de um produto de ser impermeável. preenchem todos os vazios dos poros e impedem a percolação da água. Os usos mais comuns são para: »» impermeabilização de vigas baldrames.3. »» impermeabilização de argamassas. com ou sem estruturante.3. É interessante lembrar que essa propriedade está diretamente associada à pressão limite do produto em suportar a condição de impermeabilidade.3 Classificação dos impermeabilizantes Os impermeabilizantes podem ser classificados em: 4. concretos e revestimentos. São aditivos que atuam no sistema capilar. São misturados aos concretos e às argamassas destinadas ao assentamento de elementos de alvenaria e revestimentos. argamassa.2 Semiflexíveis m) Membrana: produto impermeabilizante. de consistência elástica. O consumo desse aditivo impermeabilizante varia conforme a quantidade de aglome4. »» tratamento de subsolos. cas do produto. existem vários tipos de produtos impermeabilizantes para os mais variados fins. uma para cada tipo de finalidade ou solicitação. pois recebem adição de polímeros. pois transferem gosto à água. formam um filme impermeabilizante.1 Impermeabilizante de baldrames Um dos problemas mais comuns em construções é a umidade que se verifica na parte inferior das paredes junto ao piso. banheiros. caixas-d’água. Consultar o fabricante ou os catálogos técnicos para especificação dos produtos impermeabilizantes quando se destinar a reservatórios de água. Esses materiais não devem ficar expostos ao tempo. principalmente sobre lajes e coberturas. Fique de olho! Alguns produtos não podem ser aplicados em caixas-d’água destinadas ao consumo.. O fornecedor desse tipo de material deve ser sempre consultado e sua aplicação é normalmente executada por profissionais treinados. Uma das principais causas possíveis é a falta de uma barreira de proteção contra a umidade ascendente do solo. pois por possuírem betume em sua composição não resistem aos raios ultravioleta. 4. elástico. como foi mencionado. Confecciona-se uma argamassa de cimento: areia no traço 1:3 em volume. e de elevada aderência. 44 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .4 Tipos de impermeabilização No mercado. » Usos mais comuns Impermeabilização de lajes. podendo absorver considerável movimentação estrutural. que passa pelo baldrame. podemos separar alguns deles: 4. Estas são fornecidas em rolos. Para aumentar a vida útil desses materiais deve-se proceder à execução de uma proteção mecânica sobre o produto aplicado.4. Estes podem ser divididos em dois grupos: as emulsões e as mantas. No entanto. » Mantas Um tipo de impermeabilização flexível cada vez mais utilizado.3 a seguir traz a impermeabilização de baldrames. elastômeros etc. com variada espessura. e atinge as alvenarias proporcionando um aspecto de degradação dos revestimentos e da pintura. a quente ou a frio. reservatórios e piscinas. pois garantem excelente tratamento. » Emulsões São emulsões à base de elastômeros sintéticos e betumes emulsionados ou de base acrílica. Quando aplicados. é a utilização de mantas asfálticas. O passo a passo da Figura 4. e coloca-se em cima da emulsão aplicada. com adição de impermeabilizante. atinge a altura de 1 metro acima do piso.4: Figura 4. Resumidamente. excesso de umidade do lado externo da alvenaria. nos primeiros 50 cm acima do piso.Execução de um revestimento sobre o baldrame. em geral. as laterais do baldrame.com.4. preferencialmente nos dois lados da alvenaria.A. Depois de seco o revestimento.4 . que a argamassa de revestimento externo seja dosada também com impermeabilizante. 4. Acesso em 07 jan. pelo menos as quatro primeiras fiadas.vedacit. 2014 Figura 4.5.2 Impermeabilização de alvenarias É muito comum vermos em alvenarias já revestidas e pintadas umidade ascendente oriunda de falta ou deficiência de impermeabilização nos alicerces ou. Recomenda-se. águas da chuva provenientes de beirais muito curtos. Assentar a alvenaria. se apresenta sempre úmido.Impermeabilização de um baldrame. ainda. A primeira providência é retirar todo o emboço da alvenaria até uma altura de 1 metro acima do piso. Fonte: Otto Baumgart S. O ideal é também retirar o rodapé quando este existir. com argamassa dosada com impermeabilizante.Impermeabilização de um baldrame. com argamassa de cimento e areia no traço 1:3. a pintura se destacando. O revestimento. ainda. O revestimento deve ter cantos arredondados e cobrir 10 cm. Impermeabilização 45 .br. e o emboço com pouca resistência. A correção desse problema é sempre trabalhosa e traz desconforto aos moradores e usuários. aplicar farta demão de pintura betuminosa.3 . Veja a Figura 4. por exemplo. Disponível em www. no mínimo. considere-se a Figura 4. » evitar a umidade no interior da edificação. 4.Impermeabilização de uma alvenaria. » A aplicação da pintura de aderência (imprimação) deve ser executada sob substrato seco. Fique de olho! Esse procedimento é viável somente em circunstâncias normais.5 . » Depois de aplicado o impermeabilizante.4. tais como: cerâmicas. e o pó. utilizam-se broxas. » diminuir o peso estrutural pela absorção da água principalmente em telhas e tijolos. » Deve-se varrer muito bem a superfície. e ser bem resistente. o que sugere a necessidade de promover impermeabilização no piso. Não se aplica quando o piso também apresenta sinais de umidade.3 Impermeabilização de fachadas São impermeabilizantes destinados a impedir a absorção da água pelos materiais.4. sem óleos ou graxas. trinchas e rolos de lã curta. proceder normalmente ao revestimento desejado. As principais vantagens da impermeabilização de fachadas são: » durabilidade das peças por mais tempo. muitas vezes acompanhada de um sistema de drenagem. tijolos. bem como realizar a aplicação de um impermeabilizante semiflexível conforme as recomendações do fabricante. pedras e concreto. provenientes principalmente da ação das chuvas. A aplicação desses produtos se dá como na pintura. retirando todas as partes soltas. Caso aconteça.Figura 4. » Na retirada do revestimento podem surgir eventuais buracos na alvenaria. também chamados de “hidrofugantes” têm a propriedade principal de repelir a água e são constituídos basicamente de resinas siliconadas ou acrílicas. Esses impermeabilizantes.4 Aplicação de mantas » O substrato deve estar limpo. devem ser tampados com argamassa de cimento e areia no traço 1:5. 46 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . 4. livre de poeiras. A Figura 4. principalmente em lajes. Portanto. »» As mantas não possuem resistência à ação dos raios ultravioleta. »» Toda a superfície deve estar íntegra e livre de partículas soltas. pois também são locais onde se costumam observar problemas de impermeabilização. manuseio e estocagem do produto. sofrem intensamente sob a ação dos raios ultravioleta oriundos da radiação solar e provocam ressecamento do material. Nestes casos. 4. deve-se proceder a um rebaixamento da camada de regularização para uma perfeita acomodação da impermeabilização.»» A superfície deve estar perfeitamente regularizada. sobre esses tipos de impermeabilização principalmente em calhas e lajes expostas às intempéries. »» As emendas devem ser executadas com bastante critério. principalmente as executadas à base de produtos derivados de petróleo. uma camada de argamassa no taco 1:5 (cimento e areia) com.6 . já é um grande aliado na impermeabilização. em volume de 1:3 se faz necessária.6 Cuidados na execução de impermeabilizações »» Ler atentamente as instruções de aplicação. »» Durante a execução dos trabalhos. »» Toda graxa. com isso. Argila expandida ou vermiculita são materiais comumente utilizados sobre a proteção mecânica com a finalidade de reduzir a incidência de calor sobre o sistema de impermeabilização.Aquecimento da manta. Além do mais. 4. »» Os cantos devem ser regularizados com acabamento tipo “meia-cana”. no mínimo. »» Lembre-se de que um perfeito sistema de escoamento das águas. Para alguns produtos a superfície deve estar úmida e não saturada. »» A superfície tem de estar seca. com a finalidade de evitar a exposição direta do revestimento aos raios solares.5 Proteção mecânica As impermeabilizações expostas a intempéries. evitar o trânsito de pessoal não autorizado. »» Atenção para os ralos e passagens de tubulação. Para resolver este problema é executada. tal camada de proteção mecânica também irá proteger a impermeabilização quando de eventual trânsito. Figura 4. perda da capacidade de elasticidade.6 mostra a aplicação de manta com a utilização de aquecimento para aderência no substrato. óleo e poeira devem ser removidos. e. 2 cm de espessura. porém também há no mercado mantas que são aplicadas sem a necessidade desse tipo de procedimento. Impermeabilização 47 . a execução de uma proteção mecânica com a aplicação de uma camada de argamassa de cimento e areia no traço. »» Consulte sempre o fabricante em caso de dúvidas. É muito comum surgirem problemas de infiltração de água nesses pontos. deve ser embutida na mesma. mas a visita às lojas é necessária. elabore um projeto detalhado para a impermeabilização de uma viga baldrame indicando os produtos a serem utilizados e a forma de aplicação. Executar caimento mínimo de 1%. a finalidade e o modo de usar. Dica: uma busca em sites da Internet é bastante interessante.7 . Alguns produtos não podem ser aplicados em reservatórios de água destinados ao consumo. E. A impermeabilização em platibandas. além de facilitar a aplicação das camadas de impermeabilização. » » Figura 4.7. principalmente em casos de mantas. faça um projeto detalhado para a impermeabilização de uma viga baldrame indicando os produtos a serem utilizados e a forma de aplicação. Agora é com você! 1) Forme um grupo de pesquisa e procure nas lojas de construção os impermeabilizantes comercializados. principalmente em reservatórios de água. um escoamento de água é muito importante. Em casos de lajes.Impermeabilização em cantos. a marca. como mostra a Figura 4. Os cantos formados entre planos diferentes de impermeabilização devem ser arredondados para atenuação de pressões. como deve ser feita a execução dos principais sistemas de impermeabilização e os cuidados nesses serviços. Vamos recapitular? Neste capítulo ficou claro que existem três tipos de impermeabilizantes: rígidos. também. semiflexíveis e flexíveis. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Identifique o fabricante. Após essa pesquisa e coleta de dados. » » A impermeabilização não pode ser aplicada em dias chuvosos.» Atenção na impermeabilização de reservatórios de água. 2) 48 Após uma pesquisa em lojas de construção sobre os impermeabilizantes comercializados. e o uso corrente de cada um deles. 5 Concreto Para começar Neste capítulo constam os tipos de concreto, bem como sua preparação. Serão destacados os cuidados de aplicação e os equipamentos utilizados para o adensamento. 5.1 Concreto Elemento composto de uma mistura de diversos materiais, adicionado à água, destinado a conferir, após a sua secagem (cura), uma peça com propriedades e características estruturais, destinada a compor elementos de uma construção, tais como: vigas, lajes, pilares e pavimentos, entre muitos outros. 5.2 Tipos de concreto A tecnologia pode conferir, ao projetista e ao construtor, concreto para as mais diversas aplicações e finalidades. Assim, destacam-se: » Concreto bombeável: De uso corrente nas obras de construção, com características de fluidez para poder, por meio de tubulações, atingir grandes distâncias, tanto na horizontal como na vertical. Normalmente é empregado em lugares de difícil acesso. 49 »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» 50 Concreto leve: Com baixo peso específico, da ordem de 0,40 a 2 t/m3 e resistência de 10 a 20 MPa. Possui como agregados materiais tais como o poliestireno expandido (Isopor) e a vermiculita. Utilizado como elemento de vedação, rebaixo de lajes, nivelamento de pisos pouco solicitados, e inclusive como termoacústico.  Concreto fluido: É autoadensável, que dispensa vibração. Indicado para concretagem de peças delgadas e peças com alta concentração de armadura de difícil adensamento. O aditivo utilizado para esste tipo de concreto é o “superplastificante”. Concreto de alta resistência: De resistência elevada, ou seja, acima de 50 MPa e obtido da adição de elementos tais como a microssílica e os aditivos plastificantes. Utilizado em obras marítimas, na recuperação de estruturas, em pisos de alta resistência, nas pistas de aeroportos, e em estruturas com grandes solicitações. Alta resistência inicial: Utilizado nesse concreto, o cimento com elevada resistência inicial destina-se à confecção de peças protendidas e na indústria da pré-construção, e em peças estruturais onde há a necessidade de um período menor para a desforma. Concreto com fibras de aço, plástico ou polipropileno: Tem maior resistência à tração, ao impacto, ao desgaste superficial e ao surgimento de fissuras. Concreto aditivado: Em sua composição recebe produtos químicos chamados aditivos, que possuem propriedades de melhorar algumas de suas características tais como: plasticidade, impermeabilidade, resistência, durabilidade, e outras. Concreto rolado: Com baixo consumo de cimento e baixa trabalhabilidade, ou seja, com pouca água. Permite compactação por meio de rolos compressores com a finalidade de promover pavimentação ou sub-bases. O concreto rolado tem sua utilização em pavimentação e substitui o asfalto comumente utilizado. Microconcreto ou “Grout”: Concreto com agregados de pequenos diâmetros (máximo de 4,8 mm) com adição de aditivos especiais que permitem fluidez e são autoadensáveis. É utilizado no preenchimento de vazios e juntas de blocos de alvenaria estrutural, bases de máquinas e de estruturas. Concreto projetado: Possui baixa trabalhabilidade, dosado com cimento, areia, pedrisco e aditivos. Suas características de aderência possibilitam reforço de lajes, revestimentos de túneis, galerias, paredes e pilares. Por sua alta aderência, não há necessidade da utilização de fôrmas. Concreto coloridos: Utilizado para causar melhor efeito arquitetônico a partir da adição de pigmentos à mistura. Concreto pesado: É aquele que utiliza agregados de elevado peso específico tais como: hematita, barita, magnetita, entre outros. Possui elevada resistência mecânica, durabilidade e capacidade de reter radiações. Utilizado também como contrapeso e lastro de equipamentos. Concreto com microssílica: É usado quando se tem necessidade de elevada resistência física e para ataques químicos, resultando em maior durabilidade. A microssílica é um aglomerante altamente reativo, que incorpora características especiais como resistências de 50 MPa até 200 MPa. Concreto resfriado/refrigerado: Executado a baixa temperatura, com a finalidade de controle de fissuração em peças de grande massa. Concreto convencional: De uso corrente na construção civil, com resistências de até 30 MPa. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento »» Concreto impermeável: Com consumo mínimo de 350 kg/m3, com uso de agregados miúdos e aditivos impermeabilizantes. A cura é importante para evitar o fissuramento por retração. »» Concreto aparente: Utilizado quando se deseja a execução de peças que não vão receber revestimento adicional, assim como o uso de fôrmas de madeira plastificadas ou metálicas é imprescindível, e o uso de aditivos plastificantes é altamente recomendável. »» Concreto celular: Trata-se de concreto também considerado leve e sem função estrutural, que consiste no uso de aditivos incorporadores de ar, que criam minúsculas bolhas de ar na massa de concreto. É indicado para isolamento térmico em lajes de cobertura e terraços, enchimento de pisos e rebaixamento de lajes, fabricação de pré-moldados etc. O concreto celular possui massa específica que varia de 500 kg/m3 a 1.800 kg/m3. 5.3 Componentes do concreto 5.3.1 Cimento No mercado existem diversos tipos de cimento, para diferentes aplicações. A seguir, a Tabela 5.1 é indicativa dos diferentes tipos fabricados, com sua sigla, segundo especificações das normas brasileiras. É comercializado no varejo em sacos de 50 kg, e em grandes obras é fornecido a granel. Tabela 5.1 - Tipos de cimento Tipos de cimento portland (CP) Principais Características Comum CP I Uso geral, quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. Comum com Adição CPI-S Idem acima, porém com adição de 5% de material pozolânico. Composto com Escória CP II-E Apresenta baixo calor de hidratação, recomendado para estruturas que exijam desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos. Composto com Pozolana CP II-Z Maior impermeabilidade e mais durável. CP Composto com Fíler CP II-F Para aplicações gerais e recomendado para concreto-massa (grandes volumes). Alto-Forno (CP III) CP III Possui maior impermeabilidade e durabilidade, apresentando baixo calor de hidratação, alta resistência à expansão, e resistente a sulfatos. Vantajoso em obras de concreto-massa. Pozolânico (CP IV) CP IV Indicado em obras sujeitas à ação de água corrente e ambientes agressivos. É mais impermeável, mais durável, apresenta resistência à compressão superior ao cimento Portland comum, a idades avançadas. Apresenta, também, baixo calor de hidratação. CP V-ARI Adquire elevada resistência à compressão nos primeiros dias (26 MPa a um dia de idade), recomendado no preparo de concreto e argamassa para produção de artefatos de cimento e a todas as aplicações que necessitem de resistência inicial elevada e desforma rápida. Resistente a Sulfatos (RS) RS Indicado para meios agressivos, com sulfatos, estação de tratamento de águas e esgoto, redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar, e em alguns tipos de solos. Baixo Calor de Hidratação (BC) BC Esse tipo de cimento retarda o desprendimento de calor em peças de grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras. Alta Resistência Inicial (CP V-ARI) Branco (CPB) CPB Pode ser estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos brancos para fins arquitetônicos, similares aos demais tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicações de classe e é aplicado, por exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais. Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland Concreto 51 52 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . galhos. a areia é obtida em leitos de rios e às margens de rios ou em “bancos de areia”. 5. Caso haja contaminação.2 . sem barro.0 Pedra 2 19. água boa para o concreto é água boa para beber. alteração no início de pega. Acompanhe na Tabela 5..4 Água A água a ser utilizada no concreto deve ser limpa. tais como: argila.8 a 9.2 a classificação das pedras de acordo com seu diâmetro máximo: Tabela 5. folhas e raízes.5 a 19. Deve estar limpa e livre de impurezas. raízes. trabalhabilidade. e esta pode ser obtida no comércio sob dois tipos: o chamado “pedregulho” ou “seixo”.0 Pedra 4 38. É importante destacar que a qualidade da pedra a ser utilizada passa por ensaios de laboratório para determinação de dureza e resistência.3. e ser adquirida já lavada. 5.0 Pedra 3 25.0 a 25.3.3. entre outros.3 Areia Também parte do agregado.0 a 38. ou seja. As impurezas frequentes são: pó de britagem. ou seja. que é obtida pela trituração de pedras de granito. principalmente nos seixos. galhos.4 Aditivos Para que sejam melhoradas algumas características do concreto. que provém de leitos de rios. barro (argila) da jazida.0 a 76 Fique de olho! As pedras britadas e os seixos possuem impurezas que devem ser retiradas antes do seu uso. folhas etc. impermeabilidade. Precauções devem ser tomadas quando da carga e do descarregamento para que não haja contaminação do material por elementos nocivos. deve-se coletar amostras para ensaios de qualidade. antes ou durante a mistura. 5.5 Pedra 1 9. óleo. modificam algumas dessas propriedades. folhas e raízes. a água deve ser descartada. Deve-se tomar cuidado para que não ocorra contaminação do agregado por óleo. Em caso de dúvidas. graxas e materiais terrosos nas operações de carga e descarga. usam-se produtos químicos denominados aditivos que.2 Pedra Como parte dos agregados de concreto temos a pedra.Diâmetro das pedras Pedra Diâmetro (mm) Zero ou pedrisco 4. adicionados ao concreto. e a chamada “pedra britada”.5. 4. pois os retardadores permitem transporte do concreto a longa distância. » Consumo: em função dos agregados. ou seja. A seguir. » Características/usos: » Tornam o concreto mais plástico. Concreto 53 . ou seja.Fique de olho! Tratando-se de elementos que modificam as características do concreto. em situações controladas.5% do peso do cimento. na prática corresponde a 1 litro para cada metro cúbico de concreto. em 4 horas. » Agem como plastificantes. » Reduzem a exsudação. pois em alguns casos podem trazer prejuízos incalculáveis. 5.4. » Aumentam a trabalhabilidade do concreto. 5.2 Retardadores de pega » Apresentação: líquido. destacam-se alguns desses aditivos. » Reduzem as fissuras. » Aumentam a resistência à tração e à compressão. » Reduzem as fissuras.4. » Facilitam o adensamento.5% do peso do cimento. que agregam características especiais ao concreto e devem ser utilizados apenas por profissionais qualificados. » Facilitam o adensamento. » Reduzem a permeabilidade.2 a 0.2 a 0. » Características/usos: » Retardam o tempo de início da pega do cimento podendo ser atingido. » Permitem economia de até 15% no cimento. pois reduzem o atrito dinâmico. » Consumo: de 0. » Aumentam a trabalhabilidade do concreto.3 Incorporadores de ar » Apresentação: líquido. o seu uso deve ser muito criterioso. na prática corresponde a 1 litro para cada metro cúbico de concreto.1 Plastificantes » Apresentação: líquido. Há também no mercado plastificantes chamados “polifuncionais” e os superplastificantes. 5. Esse produto é fundamental para as empresas fornecedoras de concreto usinado. » Consumo: de 0. » Reduzem a quantidade de água. » Reduzem a tensão superficial na água. »» Produzem misturas mais coesivas. »» Aumentam a trabalhabilidade do concreto. »» Usados em estruturas sujeitas a congelamento e degelo.5 l/kg.6 Expansores »» 54 Apresentação: líquido. É demasiadamente importante uma “cura” benfeita e um concreto bem. diminuindo o tempo do início de pega. »» Reduzem a segregação. 5. »» Consumo: de acordo com o peso do cimento. »» Permitem o uso de agregados malgraduados.4. 5. »» Produzem misturas mais coesivas.4. »» Permitem o uso de agregados malgraduados. »» Características/usos: »» Aumentam a trabalhabilidade de argamassas e concretos.»» Características/usos: »» Aumentam o abatimento (slump-test).5 Impermeabilizantes »» Apresentação: líquido. 5.adensado para a perfeita ação do impermeabilizante. »» Reduzem a exsudação. »» Elevam a resistência inicial do concreto.4. »» Reduzem a exsudação. »» Consumo: até 2% em peso do cimento. »» Reduzem o peso do concreto. »» Características/usos: »» Aumentam a velocidade de hidratação do cimento. É vedado o uso de aditivos aceleradores de pega à base de cloreto de cálcio em concretos armados e pretendidos. »» Reduzem as fissuras. pois provocam corrosão na armadura e aumentam a possibilidade de retração do concreto.4 Aceleradores de pega »» Apresentação: líquido. »» Fixam um fator água/cimento abaixo de 0. Em concreto simples não há restrições. »» Aumentam a trabalhabilidade do concreto. »» Facilitam o adensamento. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Reduzem a absorção capilar. »» Reduzem segregação. a argamassa ou o concreto devem ser aplicados imediatamente. »» Reduzem a absorção capilar. »» Aumentam a aderência nos enchimentos de bainhas dos cabos de concreto protendido para proteção das cordoalhas. Para a mistura de concreto podemos classificar três tipos: a mistura manual.5. e a mistura feita em centrais de concreto com a utilização de caminhões betoneiras que transportam esse concreto da central de produção até o local de aplicação. Portanto.5 L/kg. Concreto 55 .»» Consumo: de 0. é importante observar o seu armazenamento.5% em relação ao peso do cimento »» Características/usos: »» Produzem expansão da pasta de cimento como compensação da retração. os aditivos devem ser mantidos na embalagem original. devem ser observadas algumas dicas: »» Como todo composto químico. 5.7 Armazenamento Para que os aditivos conservem suas características químicas e físicas de forma adequada para o uso.5 a 1. »» Utilizados no encunhamento de argamassas e na recuperação de estruturas de concreto. Após a mistura do aditivo. nesse caso. que envolve somente a força braçal. 5. Para tanto. »» Deve ser perfeitamente homogeneizado antes da aplicação. Um concreto mal misturado terá seus agregados com falha de envolvimento da argamassa de cimento prejudicando a sua homogeneidade e causando pontos fracos na estrutura. há no mercado betoneiras dos mais diversos tipos e capacidades. Os produtos fora de validade devem ser imediatamente descartados conforme as normas de segurança.5 Mistura do concreto Etapa de muita importância na execução de um concreto. »» Deve ser utilizado em suas embalagens originais. uma sequência de trabalho deve ser observada para que haja garantia de perfeita mistura de todos os componentes de um concreto.4. e em ambiente fechado. 5. »» Respeitar os prazos de validade previstos pelo fabricante. »» Fixam um fator água/cimento abaixo de 0.1 Mistura manual A sequência abaixo no preparo manual de um concreto pode garantir um concreto de boa homogeneidade: 1) Construa uma baia para a mistura compatível com o volume a ser misturado e que não esteja em contato direto com o solo. »» O depósito deve ser em local abrigado das intempéries. onde a força mecânica é a responsável pela mistura dos componentes e. utilizada em obras de pequeno porte. a mistura em betoneiras estacionárias. na sua resistência. e em nível. 4) Coloque a pedra sobre essa mistura e promova nova mistura. » Cuidados especiais devem ser observados pelos operadores durante o funcionamento do equipamento e suas partes mecânicas e elétricas devem estar devidamente protegidas.5. o que sugere que a quantidade utilizada está correta. e sobre a areia coloque o cimento promovendo uma mistura bem uniforme. b) adicione metade de água e misture por 1 minuto. 5) Adicione a água juntamente com a mistura. Figura 5. » Aumentar o tempo em 15 segundos para cada metro cúbico adicional. evitando que escorra e proceda a uma nova mistura. As centrais de concreto dispõem de profissionais credenciados que ajudam os clientes 56 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . a areia e o restante da água.2) Espalhe a areia formando uma camada uniforme de aproximadamente 15 cm.5. de dentro para fora.com Amplie seus conhecimentos » A betoneira precisa estar livre de pó. áreas para estocagem de agregados e cimento. Eis a sequência: a) coloque a pedra na betoneira. bem como uma manutenção preventiva das partes móveis e elétricas.1 . » O tempo de mistura não deve ser menor do que 3 minutos. forme um monte com um “buraco” no meio como se fosse uma cratera. Szasz-Fabian Jozsef/Shutterstock.3 Concreto usinado Cada vez mais utilizado. pois não dependem da força humana para a mistura. » Uma limpeza imediata após o uso é fundamental para o prolongamento da vida útil do equipamento.Betoneira estacionária. » Somente operadores habilitados devem ter acesso ao equipamento. no canteiro de obras. É um equipamento que traz excelentes resultados a uma mistura de concretos e argamassas. esse concreto é misturado em usinas dosadoras e é enviado à obra conforme as características solicitadas. consequentemente. reduzindo.2 Betoneira estacionária » Um modo prático de saber se a quantidade de água está correta é alisar a superfície de concreto com uma colher de pedreiro e verificar se não há escorrimento de água. » O uso de padiolas corretamente dimensionadas é importante para a garantia da dosagem dos componentes do concreto. 5. pois pode haver mudanças prejudiciais na proporção dos elementos e.1. como mostra a Figura 5. assim. Em seguida. além de proporcionar maior segurança quanto ao controle de qualidade. 3) Espalhe novamente essa mistura formando uma camada de aproximadamente 15 centímetros. » A betoneira dever estar muito bem apoiada. 5. água suja e restos da última utilização. d) por último. c) ponha o cimento. » Cuidado na tentativa de “acertar” o traço do concreto depois de misturado. quanto às especificações do concreto. »» Solicitar que o concreto seja movimentado energicamente no “balão” do caminhão antes do descarregamento. »» a dimensão dos agregados da peça a ser concretada. 5. »» a peça a ser concretada.1 Preparo Não menos importante do que um concreto bem misturado e dosado é todo o aparato de preparativos para a concretagem. 6 m3. caminhão betoneira. à necessidade de utilizar esta ou aquela dimensão de agregado de acordo com a peça a ser concretada e na programação de concretagem. retirar corpos de prova para a verificação da resistência. com todos os equipamentos em perfeitas condições de uso. há riscos de segregação dos componentes do concreto com prejuízo de sua qualidade. Esse procedimento também deve ser realizado quando o concreto é feito na própria obra. »» o consumo mínimo de cimento. Em obras de médio ou grande portes deve-se solicitar uma visita desste profissional para verificação das condições da obra. Durante o transporte. »» a referência quanto ao abatimento (slump) desejado. que pode ser por meio de carrinhos de mão. a peça a ser concretada também já deve estar preparada para receber o concreto. inclusive o aditivo. se for usado. se for exigido pelo calculista. sem. no entanto. Não receber o caminhão caso haja discordância na nota fiscal. 5. No pedido do concreto deve-se mencionar: »» a resistência característica do concreto.6. “giricas”. e em alguns há inclusive bombas para lançamento de concreto a grande distância ou alturas por meio de tubulações. adicionar água somente com o consentimento do responsável técnico da obra.6 Aplicação do concreto O concreto é uma mistura de vários componentes. podem auxiliar quanto à utilização ou não de aditivos. gruas.. »» Realizar o teste de abatimento e. correias transportadoras etc. Todos os elementos e equipamentos envolvidos devem estar prepa- Concreto 57 . »» o volume. se for necessário. Para que o concreto saia do seu local de preparo e chegue com qualidade ao local de aplicação. interferir na resistência especificada em projeto. no mínimo. No recebimento do concreto usinado na obra deve-se observar: »» Se a nota fiscal possui todas as informações do concreto solicitado. »» Conforme a norma.com capacidade de transporte de. calhas. Esse concreto é transportado em caminhões betoneira. caçambas. »» a programação de entrega de acordo com a capacidade de aplicação. estão em boas condições de tráfego e livre de atoleiros. »» »» 58 Deve-se verificar se a obra dispõe de equipamentos de adensamento (vibradores) suficientes. Lubrificar a tubulação com argamassa de cimento e areia. a reposição seja rápida e a concretagem não sofra interrupções. »» Verificar se os acessos dos caminhões betoneiras. e) Condições dos equipamentos e equipes: »» Verificar se os equipamentos para o transporte de concreto estão limpos e em bom estado. »» Verificar se há tábuas sobre as armações. de modo que o caminhão seguinte não impeça a saída do caminhão vazio. »» A circulação dos caminhões deve ser facilitada. A seguir estão listados alguns itens considerados importantes para que a concretagem transcorra com tranquilidade e a qualidade esperada seja alcançada. a) Verificação das formas: »» Verificar se o nível do concreto acabado está visivelmente demarcado. se o trajeto está desobstruído e livre de entulhos. »» »» Verificar o nivelamento da bomba. caso o concreto seja bombeado. b) Verificação dos acessos: »» Procurar o menor percurso possível para o concreto. Quaisquer buracos ou fendas que possam deixar o concreto vazar precisam ser fechados. evitando a fixação na estrutura da fôrma que vai ser concretada. »» As fôrmas devem ser limpas e lavadas antes da concretagem. prever até pessoal reserva. peças e máquinas sobressalentes para que. c) Verificação do local de descarregamento e lançamento (aplicação): »» Verificar se o local de descarregamento ou lançamento está desimpedido e plano. local o mais próximo possível da concretagem para o posicionamento do equipamento de bombeamento e local para a manobra dos caminhões betoneira. »» Travar firmemente a tubulação em peças já concretadas ou em estruturas especialmente executadas para este fim. num imprevisto. em certos casos. não utilizando essa argamassa para a concretagem. »» Verificar se as rampas de acesso não possuem inclinação excessiva. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Verificar a perfeita fixação das mestras no caso de concretagem de lajes e de pisos. e se a equipe operacional (transporte e aplicação) está dimensionada para o volume e o prazo de concretagem previsto. quando forem utilizados.rados e. principalmente em casos de lajes para a movimentação de equipamentos e de pessoal. d) Aplicação com bombas e tubulações: »» Prever. antes da concretagem. Concreto 59 . »» O adensamento do concreto deve ser realizado com o auxílio de vibrador de agulha ou régua vibratória. A seguir encontram-se alguns procedimentos importantes a serem observados: »» Assegurar-se de que o preenchimento das fôrmas seja uniforme. »» Utilizar um funil como auxílio para o lançamento de concreto em pilares quando a altura de lançamento for superior a 2. »» Lançar o concreto diretamente sobre a peça a ser concretada. »» Certificar-se de que os procedimentos para cura da superfície exposta estão sendo observados. »» Verificar se foram previstas ancoragens para os gastalhos de pé de pilar se for concretada uma laje.vibradores. evitando o lançamento em pontos concentrados que possam causar sobrecarga na estrutura. »» Antes de o início da concretagem de pilares verificar se os elementos de apoio estão devidamente limpos e com a superfície “apicoada”. »» Verificar se toda a camada de concreto está sendo vibrada. »» Retirar por sarrafeamento ou com o auxílio de desempenadeira ou colher de pedreiro o material exsudado do concreto. »» Evitar paradas de concretagem para não causar a chamada “junta-fria”. dependendo das condições de tempo.50 m. »» Não lançar o concreto de altura superior a 3 metros. »» Iniciar a cura do elemento concretado o mais rapidamente possível. »» A concretagem deve ser feita.2 Cuidados na aplicação Não adianta uma boa mistura de concreto e uma excelente condição de transporte se uma aplicação adequada não for executada. no máximo. quando a altura for muito elevada deve-se utilizar anteparos ou funil. no caso da concretagem de lajes. »» Realizar ensaios de abatimento (slump-test) no recebimento do concreto e providenciar coleta para ensaio e controle da resistência à compressão (fck). temperatura e umidade. »» O concreto deve ser adensado em camadas e compatível com o equipamento de adensamento .5. »» A aplicação do concreto deve ocorrer no menor prazo possível. uma argamassa de cimento e areia no traço de 1:3 em cimento e areia. duas horas após a mistura ficar pronta. »» É comum despejar no pé do pilar.6. nem jogá-lo a grande distância com pá para evitar a separação da brita. bem como se está sendo respeitado o tempo de vibração e as camadas de concretagem. 6.3 .5 . Essa prática evita os chamados “ninhos” ou “brocas”.3 a 5. ainda.3 Concentração de armadura Concreto Armadura Região com falha de concretagem com armadura exposta (”bicheira”) Figura 5.6. o espaçamento entre as barras de aço pode ser menor que o agregado de maior diâmetro. do mesmo em toda a fôrma. Esse procedimento exige grande responsabilidade e deve ser acompanhado de perto pelo O adensamento do concreto tem por finalidade proporcionar uma perfeita acomodação responsável pela concretagem que. Podem ocorrer. O 60 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .Mangote de imersão. 5. além de fazer com é o mestre de obras. comprometendo o envolvimento da armadura pelo concreto. É importante observar que as falhas de concretagem nem sempre são causa das altas concentrações de armadura. uma diminuição Motor elétrico Motor a gasolina dos diâmetros dos agregados.Motores vibradores.chidos pela expulsão do ar de seus componentes.4 . 5.2. e pelo tamanho inadequado do agregado graúdo em função da distância entre as barras da armadura. um reposicionamento dos transpasses e das armaduras (de acordo com as orientações do responsável técnico pela estrutura) ou.5. em geral.Concentração de armadura. O equipamento deve ser que todos os vazios do concreto sejam preen. pela falta de plasticidade do concreto.manuseado por pessoal habilitado e treinado.Motor vibrador externo. deixando a massa de concreto bem coesa. principalmente nos encontros de pilares com vigas e em seções que contenham muita emenda por transpasse. ainda.2 . Motor vibrador externo Figura 5. o que é obtido com o teor adequado de água/cimento. como se observa deve-se verificar a concentração de armaduras nas Figuras 5. pela qualidade do adensamento. Figura 5. então. A melhor maneira é o uso de vibradores especialNa montagem dos elementos estruturais mente destinados para esse fim. A solução seria. Nesses casos. como na Figura 5.4 Adensamento do concreto Figura 5. excesso de vibração pode provocar a segregação do concreto e comprometer a sua qualidade e eficiência. Seguem algumas observações quanto ao procedimento de vibração: »» O adensamento deve ser feito contínua e energicamente. »» A vibração da armadura como “auxílio” no adensamento só é prejudicial à estrutura. Criam-se bolhas de ar entre a armadura e o concreto, com prejuízo da aderência. »» No uso de vibradores de imersão, eles devem ser introduzidos na massa de concreto em posição vertical ou pouco inclinada. »» Deve-se evitar duração longa demais, pois provoca desagregação do concreto. »» É necessário que a espessura da camada a ser vibrada seja aproximadamente igual a três terços do comprimento da agulha do vibrador, que deve atingir a camada anterior, sem, porém, penetrar nela. »» Nas colunas e paredes com dificuldades de vibração interna é melhor usar também um vibrador externo (ou de parede). »» A batida com o martelo nas fôrmas bem como o uso de barras de ferro não são suficientes com a finalidade de “socar” o concreto dentro das fôrmas. »» Não se deve deitar o vibrador sobre a armadura em caso de concreto de lajes. »» Nas lajes e pisos com pouca espessura, o vibrador de imersão tem pouca eficiência. Utilizar réguas vibratórias especialmente para este fim. Na Tabela 5.1 constam os diferentes modelos de mangotes de imersão e suas principais características. Tabela 5.1 - Características dos mangotes de imersão Ø do tubo Comprimento Vibração Peso 26 mm 4 metros 12500 VPM 9 kg 36 mm 4 metros 12500 VPM 16 kg 48 mm 4 metros 12500 VPM 22kg 60 mm 4 metros 12500 VPM 25 kg 26 mm 5 metros 12500 VPM 10 kg 36 mm 5 metros 12500 VPM 17 kg 48 mm 5 metros 12500 VPM 23 kg 60 mm 5 metros 12500 VPM 26 kg Fonte: Grupo Engemac. Concreto 61 5.6.4.1 Régua vibratória Utilizada sobre mestras na execução de piso, tem como finalidade, também, vibrar o concreto. Propicia excelente rendimento. O cuidado é que as mestras têm de ser reforçadas para suportar o peso do equipamento além da vibração. Figura 5.6 - Régua vibratória. 5.7 Cura do concreto Sabemos que durante o processo de cura do concreto há liberação de calor de hidratação do cimento e se esse processo não for controlado, o risco de haver fissuras de retração é muito grande, podendo comprometer a estrutura além de criar condições para a umidade penetrar no concreto e provocar, ao longo do tempo, um processo de corrosão nas armaduras. Por isso, a perda prematura da água do concreto deve ser evitada. Após a concretagem e após o endurecimento da superfície do concreto deve-se promover abundante irrigação da peça concretada, inclusive nas fôrmas, durante os sete primeiros dias (as primeiras 48 horas são fundamentais). Em casos de laje recomenda-se utilizar métodos eficientes tais como espalhar sobre a superfície uma camada de areia e mantê-la sempre úmida. Usam-se, também, sacos de estopa para esse mesmo fim. Um método eficiente é a utilização de “bicos de irrigação”, iguais àqueles utilizados em gramados. Cuidado: o vento é fator importante a ser observado, pois provoca ressecamento rápido da peça que foi molhada. Fique de olho! O concreto não seca, ele passa por um processo de endurecimento chamado “cura”. “ ”. 62 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento 5.8 Equipamentos auxiliares As Figuras 5.7 e 5.8 mostram dois equipamentos cada vez mais utilizados nos serviços de concretagem, principalmente quando se trata de pisos e lajes de concreto. Tais equipamentos conferem acabamento superior, proporcionando qualidade e eficiência. 5.8.1 Cortador de superfície ou serra para piso O cortador de superfícies com disco de corte diamantado é recomendado para trabalhos em que há necessidade de corte do piso para execução de juntas de dilatação ou reparos. Figura 5.7 - Cortadora ou serra de piso de concreto. 5.8.2 Acabadora de superfície ou desempenadeira mecanizada Fonte: CLARIDON Máquinas e equipamentos Ltda. Disponível em: www.claridon.com.br. Acesso em: 29 nov. 2008. Utilizada nos trabalhos de desempeno, acabamento e flotação em superfícies concretadas. Figura 5.8 - Acabadora de superfície. Concreto 63 e os aditivos que conferem características adicionais ao concreto. Tiveram destaque: a forma correta de preparo do concreto manualmente ou em betoneira estacionária. o que deve ser mencionado ao solicitar concreto em usinas concreteiras. Quais são 2) Se uma viga de concreto possui alta taxa de armadura. e a forma ideal para aplicação concreto e os equipamentos que auxiliam nessa tarefa. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .Vamos recapitular? Você aprendeu que há diversos tipos de concreto para as mais diversas necessidades. vários dados devem ser fornecidos. quais características o concreto deve possuir? 3) Qual o tipo de cimento a ser utilizado quando queremos uma desforma em curto período de tempo? 4) Qual tipo de aditivo deve ser empregado no concreto quando a distância da usina de concreto é distante e a aplicação do concreto é trabalhosa? 5) Faça uma pesquisa nas lojas de materiais de construção e identifique os tipos de cimento que são comercializados em sua região. Agora é com você! 64 1) Ao fazer um pedido de concreto para uma usina. com comentários sobre os cuidados na sua execução. pois podem interferir de maneira significativa no acabamento final bem como na estabilidade estrutural do elemento a ser concretado. Na fase de projeto de uma fôrma e seus sistemas de cimbramentos e apoios. Na montagem de um sistema de escoramento e fôrmas.1 Conceito Fôrmas são elementos pertencentes à estrutura. na fase de sua execução. é também necessário prever de modo criterioso seus reaproveitamentos na mesma obra e não esquecer que essas peças são desmontadas após a cura do elemento estrutural concretado. 6. haverá dificuldades nos trabalhos de desforma. é necessário que se planeje a sua desmontagem uma vez que. armação e concretagem. 65 . além de se prever a sua estabilidade dimensional. após a sua cura.6 Formas e Escoramentos Para começar O Capítulo 6 traz os tipos de fôrmas para concreto e fundações. conforme a estrutura for montada. destinados a dar forma definitiva ao concreto. quando o mesmo está ainda na sua condição de plasticidade. sobrecarga de movimentação das montagens. Estas devem obedecer a certos critérios de execução. Atenção especial deve se dar ao posicionamento dos pregos necessários para a montagem das fôrmas.1: numa fôrma de viga são desformadas. »» não ser excessivamente dura. »» pequeno peso específico. as laterais. A madeira para execução das fôrmas deve ter as seguintes qualidades: »» elevado módulo de elasticidade e resistência razoável. Outros Materiais: »» Laminados. por ser de fácil aquisição e trabalhabilidade. Dos mais comuns. principalmente em construções onde há predominância de ele- »» Mista: são fôrmas em que a madeira é estruturada em conjunto com elementos metálicos. podemos destacar a madeira. São muitos os materiais destinados à execução de fôrmas para concreto. tais peças podem ser reutilizadas por até cinquenta vezes. e por último a base. utilizado muitas vezes para o chamado “concreto à vista”. Veja o exemplo da viga na Figura 6. de modo a facilitar a serragem. »» Compensado resinado: destinado à concretagem de elementos estruturais que não requerem muito acabamento. »» Papelão. Nesse grupo de materiais destacam-se: »» Madeira bruta: destinada à concretagem de peças de fundação e de estruturas que não requerem acabamento perfeito ou que devam receber revestimento. Na indústria de pré-moldados é o tipo mais utilizado. e em elementos especiais.   Figura 6. tais peças podem ser reutilizadas por até cinco vezes. »» Poliestireno expandido (Isopor). Sua relação custo/benefício é bastante interessante. Dependendo do fabricante e do modo de uso e armazenamento.Fixação dos pregos na base da fôrma de uma viga. inclusive com possibilidade de desenvolvimento de formas personalizadas. propiciam facilidades de manuseio e estabilidade estrutural. Também utilizada em obras cuja variação dimensional dos elementos estruturais é pequena. Há no mercado inúmeras empresas fornecedoras de formas metálicas.2 Materiais para execução de fôrmas mentos estruturais com dimensões pouco variadas. em primeiro lugar. »» 66 Metálica: material cada vez mais usado. Dependendo da qualidade. »» Compensado plastificado: largamente empregado para a concretagem de elementos que requerem acabamento. »» Fibras.1 . do uso e do armazenamento. que é um material de larga utilização. uma vez que conforme o posicionamento das peças que a compõem. »» baixo custo. e sua reutilização é praticamente ilimitada. pode haver dificuldade na desforma.6. bem como a penetração e a extração de pregos. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Uma desvantagem é a fragilidade nas beiradas por causa da movimentação dos operários.Exemplo de fôrma perdida. e após o posicionamento das fôrmas e a complementação das armaduras é então executada a segunda etapa da concretagem. São normalmente interligados por sarrafos de 2. entre outros. pelo menos 1 cm a mais nas larguras e aplica-se um chapisco de cimento e areia traço 1:3 (em volume) nas laterais.3. Os painéis formam os pisos das lajes. recortando-o com Formas e Escoramentos 1 Adaptado de AZEREDO.2005.6. São feitas de sarrafos de 2. estável e livre de água. pilares.Etapas de concretagem de fôrma perdida. Figura 6. Figura 6. »» Perdida: ficam embutidas nos elementos estruturais e não podem ser retiradas.4). A vantagem desse procedimento é que evita desforma e reaterros. Esse chapisco tem a finalidade de evitar a fuga da água do concreto para o solo e possíveis desbarrancamentos. pilares. são em geral Segunda etapa de concretagem Primeira etapa de concretagem Figura 6. Figura 6. esse problema pode ser amenizado colocando-se um colarinho de madeira a sua volta. costuma-se utilizá-lo como fôrma para as estruturas de blocos de fundação e baldrames. Utilizadas em lajes. painéis.3 Tipos de fôrmas »» Removível: podem ser retiradas após a cura do elemento concretado e podem ou não ser reaproveitadas. Helio Alves .5 × 10 centímetros ou de pontaletes (caibros) de 7. como mostra a Figura 6. vigas.5 × 7. Escava-se o solo. A concretagem desse tipo de fôrma consiste de duas etapas: a primeira é a base inferior da laje.5 × 10 cm (1” × 4”). Como medida de economia.2. »» Contrabarranco: quando o solo é bem consistente. as faces de vigas. Os materiais para a confecção dessas fôrmas são os de menor peso específico possível e destacam-se o papelão e poliestireno expandido (Isopor).5 cm (3” × 3”).2 . 6. Utilizadas em lajes nervuradas como “fôrma perdida”. paredes e fundações.4 .4 Nomenclaturas usuais para fôrmas de madeira1 »» Painéis: são as superfícies (faces) que vão dar forma ao elemento construtivo.Esquema de uma fôrma contrabarranco. Chapisco nas laterais da escavação Concreto magro Solo Concreto Forma Figura 6.3 . »» Travessas: peças de ligação dos painéis. 67 . geralmente empregadas como suporte e reforço de pregação das peças de escoramento. As guias são apoiadas nos pontaletes ou “pés-direitos”. de 7. A distância entre as gravatas geralmente varia de 40 a 60 cm para peças de pouca solicitação e depende. empregadas nas emendas de pés-direitos e pontaletes.5 × 7.5 × 10 cm trabalhando de cutelo.5 × 7. Em alguns casos. com a altura das vigas.5 × 7.5 × 7. »» Escoras (mãos-francesas): peças inclinadas trabalhando a compressão. As peças utilizadas normalmente são os sarrafos ou os pontaletes (caibros) ou. que sobre eles se apoiam por meio de caibros curtos de seção normalmente idêntica à do pontalete e independentes das travessas da fôrma. por meio de mesas previamente bitoladas. ou seja. empregadas frequentemente para impedir o deslocamento dos painéis laterais das fôrmas de vigas. »» Gravatas (gastalhos): peças que ligam os painéis das fôrmas dos pilares. de caibros de 7. »» Montantes: peças destinadas a reforçar as gravatas dos pilares. Feitos usualmente de caibros de 1ª qualidade. »» Pontaletes (pernas): suportes das fôrmas das vigas. Podem ser executadas com sarrafos ou pontaletes (caibros) e o seu distanciamento varia principalmente em relação à altura da peça a ser concretada. reforçam ao mesmo tempo várias gravatas. por exemplo. »» Cantoneiras (chanfrados ou meios-fios): pequenas peças de seção triangular pregadas nos ângulos internos das fôrmas. São. Feitas em geral de caibros de 7. Os montantes colocados em faces opostas de pilares. destinadas a servir de apoio para as extremidades dos painéis das lajes e das respectivas peças de suporte (travessões e guias). paredes e fundações são ligados entre si por ferros redondos ou tirantes.5 cm. destinadas à ligação e à emenda das peças de escoramento. »» Chapuzes: pequenas peças feitas de sarrafos de 2. ainda. colunas e vigas. São feitas.5 × 10 cm. destinadas a evitar as quinas vivas dos pilares. vigas etc. ou como apoio dos extremos das escoras. são em geral feitas de pontaletes de 7. »» Travessões: peças de suporte empregadas somente nos escoramentos dos painéis das lajes. de cerca de 15 a 20 cm de comprimento. Num mesmo pavimento o comprimento dos pontaletes varia.utilizadas como elementos constitutivos das gravatas.5 cm. para que resistam aos esforços que nelas atuam na ocasião do lançamento do concreto. »» Talas: peças idênticas aos chapuzes. cujas cargas vêm por intermédio das guias. os travessões podem ser suprimidos. escadas. em geral. naturalmente.5 cm ou sarrafos de 2. blocos de fundação etc. de 7. a combinação entre caibros e sarrafos. na direção da maior resistência. Feitos usualmente de caibros de 1a qualidade. em geral. fazem o escoramento das estruturas das fôrmas. de modo que a sua fixação pode ser feita com facilidade e rapidez. destinadas a reforçar essas fôrmas. dos reforços executados nos painéis. »» Guias: peças de sustentação dos travessões.5 cm e trabalham como vigas contínuas apoiadas nas guias. na execução de apoios para lajes pré-moldadas. 68 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . São apoiados normalmente sobre pequenas tábuas (calços) colocados sobre a superfície de apoio.5 × 7.5 cm. A distância entre as travessas é geralmente constante no mesmo painel. »» Travessas de apoio: peças fixadas sobre as travessas verticais das faces da viga. ainda. e na ligação dessas peças com as guias e travessas. »» Pés-direitos (pernas): suportes das fôrmas das lajes. isto é. em geral.5. assegurando a indeformabilidade do conjunto. Devem ser feitas. Mediante a superposição de calços e variação do encaixe das cunhas. visto que as fôrmas das lajes geralmente já impedem a deformação do conjunto. »» Calços: peças de madeira sobre as quais se apoiam os pontaletes e pés-direitos. sendo desnecessário no plano horizontal. empregadas nas fôrmas de paredes e fundações. ou podem ser adaptadas ao escoramento de vigas e lajes de alturas ou espessuras variadas. especialmente destinado a esse fim. »» Contraventamento (travamento. a retirada desses elementos. ou junto ao fundo das vigas de grande altura. destinadas a facilitar-lhes a limpeza imediatamente antes do lançamento do concreto.6 a 6. Os tirantes são transpassados normalmente num tubo plástico. de madeiras duras. »» Janelas (bocas): aberturas localizadas na base das fôrmas dos pilares e paredes. podem ser eliminadas as pequenas diferenças de comprimento dos pés-direitos e pontaletes de um mesmo escoramento. »» Travamento: ligação transversal das peças de escoramento que trabalham à flambagem (carga de topo). para manter a distância interna entre os painéis quando da necessidade de utilização de tirantes. destinando-se a impedir o desaprumo das fôrmas dos pilares e colunas. destinadas a reforçar a ação das gravatas. posteriormente. assim. Consiste da ligação das fôrmas entre si. Facilita. As Figuras 6. nesse plano. Nas construções comuns o contraventamento. para que não se deformem ou sejam inutilizadas facilmente. formando triângulos. geralmente usadas aos pares. »» Espaçadores: pequenas peças feitas de concreto. Formas e Escoramentos 69 . 6. por intermédio das cunhas. e deve ser aplicado antes da colocação da armadura. amarração): ligação destinada a evitar qualquer deslocamento das fôrmas. »» Desmoldante: composto líquido destinado a ser aplicado nos painéis internos das fôrmas para evitar a aderência de concreto na fôrma. posicionadas entre as faces de vigas ou paredes. como mostra a Figura 6. é feito somente em planos verticais.5 . a desforma. destinada a subdividir o comprimento e aumentar a resistência. Figura 6.15 apresentam somente alguns exemplos. com a dupla finalidade de forçar o contato íntimo entre os escoramentos e as fôrmas.5 Exemplos de montagem de fôrmas e escoramentos É sabido que existem vários tipos de montagem de fôrmas para concreto. por meio de sarrafos e caibros.»» Cunhas (palmetas): peças prismáticas. para que não haja deslocamento durante o lançamento do concreto e facilitar.Tirante metálico. são geralmente feitas de pedaços de tábuas de aproximadamente 30 cm de lado. de preferência. »» Tirantes: peças metálicas compostas de uma barra de ferro com rosca e porca em ambas as extremidades ou em apenas uma extremidade. Viga com escoramento de madeira.7 . 70 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .Viga com escoramento metálico. Viga com escoramento de madeira Figura 6.6 .Viga com escoramento metálico Figura 6. Lateral da fôrma de uma viga baldrame. a base servirá de apoio para o “pescoço”. sendo assim.10 .Fôrma de uma sapata.9 . Formas e Escoramentos 71 . Figura 6. Sarrafo ou pontalete de reforço do painel da fôrma Painel da fôrma Estronca Estacas firmemente cravadas no solo Figura 6.Viga baldrame. Montagem de fôrma para sapatas 3 1 2 4 “Pescoço” da sapata Base da sapata 1 2 3 4 Tirante Espaçador de concreto Gabarito em sarrafo de madeira Concreto magro Obs: Para uma maior eficiência.8 .Montagem de fôrma para viga baldrame Figura 6. a concretagem é feita em duas etapas: primeiro a base e depois o “pescoço”. Montagem de fôrma para laje e viga com escoramento metálico Figura 6.11 .13 .Laje e viga com escoramento metálico.Montagem de fôrmas para pilares Figura 6.12 . 72 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .Fôrma de um pilar. Montagem de fôrma para laje com escoramento metálico Figura 6.Laje com escoramento metálico. Nas peças de grande vão devem ter a sobre-elevação necessária (contraflexa) para compensar a deformação inevitável sob a ação das cargas.) Formas e Escoramentos 73 . 6.Viga mista: metal e madeira.1 Orientações gerais sobre as fôrmas As fôrmas para concreto armado devem satisfazer os seguintes requisitos de ordem geral: »» Ser executadas rigorosamente de acordo com as dimensões indicadas no projeto e ter a resistência necessária para não se deformarem sensivelmente sob a ação dos esforços que vão suportar.l l l l l l Figura 6. juntas de vigas com lajes etc.Fôrma e escoramento de uma escada. quando o concreto for sofrer adensamento por vibração por meio de vibradores de alta frequência (vibradores de imersão). sob a ação conjunta do peso próprio.15 . do peso das armaduras e das cargas acidentais. é preciso que as tábuas sejam bem alinhadas. »» Deverá merecer cuidado particular a ligação das tábuas que formem ângulos (arestas de vigas e de pilares. isto é. para que se justaponham o melhor possível. Viga mista para barroteamento e apoios Exemplo de viga mista. do peso e pressão do concreto fresco.6 Considerações gerais sobre fôrmas 6. e as fendas que apareçam sejam tampadas cuidadosamente com papel ou pano.14 .6. que substitui com vantagem os barrotes de vigas de madeira nas fôrmas de vigas e lajes. condição esta de grande importância para que não haja perda de cimento arrastado pela água. Figura 6. »» Ser praticamente estanques. Para esse fim. »» Atenção especial para a estabilidade das fôrmas. Abertura (janela) para limpeza das fôrmas. empregada para esse fim. quanto pos- 74 sível. »» A retirada das fôrmas deve obedecer sempre à ordem e aos prazos mínimos indicados. devem ser deixadas aberturas. para esse fim.5 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .1. Figura 6. 122  244 »» Espessuras (mm): 6. como estimativa. Antes do lançamento do concreto.5  7. Para esse fim.6. conforme Tabela 6. em média. por carpinteiros ou operários experientes. e. Chapas de compensado »» Largura por comprimento (cm): 110  220 . para que não absorvam água necessária à pega do cimento. nas fôrmas de pilares. 15.5  10 »» Ripas ou Ripão: espessura por largura (cm): 2. m2 6.5  30 .»» »» »» »» Ser construídas de modo a permitir a retirada dos seus diversos elementos com relativa facilidade e. Ser projetadas e executadas de modo que permita o maior número de utilizações das mesmas peças.3 Dimensões comerciais das madeiras para fôrma e escoramentos Tampa para fechamento da janela ~20 cm Abertura na forma para limpeza (janela) Figura 6.5  25 »» Sarrafos: espessura por largura (cm): 2. próximas ao fundo. principalmente. 7. »» Antes do lançamento do concreto as fôrmas devem ser molhadas até a saturação. 12 de fôrma para cada metro cúbico de concreto. 2.6. 8. caixas de areia ou outros dispositivos apropriados.Tabela prática para desforma dos painéis laterais das estruturas Estrutura Tempo Paredes. será feita por furos convenientemente localizados. Tabela 6. paredes e vigas estreitas e profundas. O escoamento da água em excesso. Serem feitas com madeira aparelhada ou chapas de compensado plastificado. 10. Essa operação deve ser feita sem choques.2 Estimativa de consumo de madeira para fôrma Considera-se. e possam ser reaproveitadas mais vezes. as fôrmas devem ser limpas internamente. 20 Peças de madeira bruta »» Tábuas: espessura  largura (cm): 2. de acordo com o estipulado nas Normas Brasileiras. sem choques. denominadas “janelas”. nos casos em que o concreto deva constituir superfície aparente definitiva.1 . 12.16 .16. o seu escoramento deve apoiar-se sobre cunhas.5  5 »» Pontaletes: espessura por largura (cm): 5  5 . pilares e faces laterais de vigas 3 dias Lajes até 10 cm de espessura 3 dias Lajes de mais de 10 cm de espessura 21 dias Faces inferiores de vigas até 10 m de vão 21 dias Arcos e abóbadas 28 dias Faces inferiores de vigas de mais de 10 m de vão 28 dias 6. para que não causem danos à superfície do concreto nem às fôrmas. 1 mm. e fieira PG corresponde a Paris Gauge bitolas de arame-padrão na França. evitando danos à madeira.Foto de uma fôrma para viga-calha: Obra CPW.com. A Tabela 6. Nestlé..br. a partir de 2 metros. Figura 6. então. Acesso em: 15 maio 2007. Medidas 18 x 27 (2.1/2”  10).50 m.paganini. 27  2. pois fica escondido na madeira.3 mm. ou seja. Fique de olho! No Brasil. enquanto o comprimento corresponde a 27 linhas portuguesas. quando se diz prego 18  27.Tapumes Tamanho » variável a partir de 12x12 Pregos Sem Cabeça Aplicações » Assoalho e marcenaria em geral » Rodapé » Molduras de portas. Em geral.3 = 62.O comprimento das madeiras brutas pode variar de 50 em 50 centímetros. Cabeça Dupla Aplicações » Ideal para montagem de estruturas de madeiras temporárias. significa que a bitola corresponde à fieira PG 18 (3. Uma (1) linha portuguesa corresponde a 2. normalmente se utilizam as medidas de pregos em fieira PG X linhas portuguesas. as peças são comercializadas com mediadas entre 3 e 4.2 apresenta os principais tipos utilizados: Tabela 6. Formas e Escoramentos 75 . os fornecedores deverão ser consultados. Ltda.17 . 17 x 27 (2. 6.4 mm). Sua dupla cabeça torna muito mais fácil o arranque. Benefícios » Melhor acabamento.3/4”  10) Fonte: Paganini & Cia. como fôrmas para concreto e andaimes. engenheiro Julio Salgado. Disponível em www. janelas etc. CaçapavaSP.2 .1/2”  11). 18 x 30 (2.7 Prego Os tipos de pregos empregados na construção civil são os mais variados.Alguns tipos de pregos Pregos Normais Com Cabeça Aplicações » Montagem de formas para concreto .Construção de casas » Confecção de estruturas diversas » Forros . Para peças maiores e especiais. os procedimentos para uma boa confecção de fôrmas para concreto. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . 3) Caso haja na sua cidade ou região alguma empresa locadora de equipamentos para construção civil. ainda.Vamos recapitular? Foram vistos no Capítulo 6 os diversos tipos de materiais para execução de fôrmas. Agora é com você! 76 1) Tirantes são dispositivos metálicos utilizados para a amarração de fôrmas. O que deve ser inspecionado nesses dispositivos antes de sua utilização? 2) Faça uma visita às lojas de materiais de construção e identifique os tipos de madeiras e chapas de compensado que são comercializados. verifique os tipos de escoramentos disponíveis. As Figuras ilustraram os esquemas básicos de montagem de diversos tipos de fôrmas para estrutura. os tipos de fôrmas e. e como é feita a sua dobra. como mostra a Figura 7. quais são os diâmetros (bitolas) usados. 7. podem ser encontrados os seguintes aços: » CA-25: aço de grande maleabilidade.1. utilizado principalmente como tirante em fôrmas para concreto armado.1 Conceito Armaduras são elementos pertencentes à estrutura na fase de sua execução. Além disso. Estas devem obedecer a certos critérios de execução. também. principalmente quanto aos esforços de tração e flexão. 77 .7 Armação Para começar Neste capítulo a abordagem é a respeito da utilização do aço nas armaduras para concreto. que se destinam a dar resistência à estrutura de concreto.Aço para construção.2 Categoria e classes Figura 7.1 . No mercado da construção civil. e como é feita a interpretação das anotações nos projetos estruturais. 7. pois podem interferir de maneira significativa na estabilidade estrutural do elemento a ser concretado. por onde a umidade ou os agentes agressivos podem penetrar e atingir a armadura provocando corrosão interna na estrutura. representam o valor da tensão de escoamento de cada tipo de aço. uma camada entre o ferro e a face da peça de concreto. 7. 78 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . a seguir. As do tipo A são aquelas barras obtidas no final da laminação a quente. A NBR 6118 (2004) estipula os recobrimentos mínimos das armaduras de acordo com a agressividade ambiental.3. o que compromete a estabilidade do elemento estrutural. »» CA-60: aço também utilizado no concreto armado. principalmente nas barras longitudinais. apresentam essas correspondências.Tensão de escoamento do aço para concreto armado Aço Tensão de escoamento CA 25 2. Para a proteção da armadura é necessário que haja uma camada de concreto cobrindo toda a armadura externa. Tabela 7.1 .1 os números após a sigla CA. Tabela 7.2 e 7. As Tabelas 7. porém preferencialmente na confecção de estribos.2 .3 Cobrimento da armadura Toda a peça de concreto está sujeita a microfissuras que variam de 1 a 20 mm de profundidade.»» CA-50: aço utilizado como elemento constituinte do concreto armado.000 kg/cm2 ou 600 MPa As barras de aço da construção civil são também classificadas pelos tipos A e B.500 kg/cm2 ou 250 MPa CA 50 5. ou seja. que corresponde a Concreto Armado. e as do tipo B são as que sofrem processo de encruamento a frio.Classe de agressividade ambiental Classe de agressividade ambiental* Classe de agressividade ambiental Agressividade I Fraca II Moderada III Forte IV Muito forte Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto Rural Submersa Urbana Marinha Industrial Industrial Respingos de maré Risco de deteriorização da estrutura Insignificante Pequeno Grande Elevado * NA: Para dados adicionais deve-se consultar a referida norma. Na Tabela 7.000 kg/cm2 ou 500 MPa CA 60 6. Figura 7. na Figura 7. principalmente. para os esforços cortantes.Armação típica de um pilar. Armadura superior ou "ferragem negativa" Barras de montagem Estribos Armadura inferior ou "ferragem positiva" A armadura superior é estendida ao longo da viga para ser usada como estruturante para os estribos. Armadura inferior: dimensionada.3 .2 .3.Armação típica de uma sapata. principalmente. em função dos momentos fletores "negativos".Relação do cobrimento da armadura com a agressividade ambiental Relação entre classe de agressividade ambiental e cobrimento da armadura* Classe de agressividade ambiental Tipo de estrutura I Componente ou elemento II III IV Cobrimento nominal (mm) Concreto Armado Laje 20 25 35 45 Viga / Pilar 25 30 40 50 Todos 30 35 45 55 Concreto Protendido * NA: Para dados adicionais deve-se consultar a referida norma. 79 .2. Estribos: dimensionados.4 .4 Armação típica das peças estruturais O posicionamento das barras de aço (armação) é feito segundo os diagramas de esforços solicitantes. que são: vigas. Figura 7. e armação típica para sapata. Armadura superior: dimensionada. na Figura 7. principalmente. principalmente os de flexão e tração.4.Tabela 7.Armação típica de uma viga. Armação       Figura 7. na Figura 7. Barras de montagem: necessárias para o posicionamento da ferragem. 7. esses posicionamentos podem ser ilustrados para as principais peças estruturais. Genericamente.3 . em função dos momentos fletores "positivos". pilares. a distribuição da armadura de aço no interior da peça. Em obras. 80 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .Nomenclatura das barras.2 N6 30 30 445 N5 .6 detalha a armação de uma viga: Viga V3 (25 X 43) 2 N6 2 N5 25 450 23 N8 2 N5 . a quantidade de elementos.6 . e.5 Interpretação das nomenclaturas em projeto Os projetos de estrutura possuem. e os ferros inferiores como “ferragem positiva”. Isso significa que a notação se refere à armação dos estribos.Detalhe da armação de uma viga. porém essas denominações referem-se à posição dos ferros na estrutura segundo o gráfico de momentos fletores obtidos no cálculo dos esforços solicitantes. ainda.2 10 c = 505 445 N6 . além das dimensões do elemento estrutural (largura.7.23  5 c = 126 com 20 (CA 60) Figura 7.4 10 c = 505 5 5 38 38 20 N8 .2 8 c = 505 4 N7 30 20 30 30 30 23 N8 43 4 N7 445 N7 .3 c = 120 c/20 Figura 7. o comprimento total de cada elemento que é utilizado para o corte. Veja o exemplo: N12 – 25 Ø 6. é comum a denominação dos ferros superiores como “ferragem negativa”. altura e comprimento).5 . o diâmetro (ou bitola) do aço. uma numeração que identifica a posição do elemento na armadura. Nesta notação também se encontra um complemento do tipo “c/20”. Cada componente da armadura recebe uma identificação composta de um desenho específico mostrando as dimensões a ser formatadas na dobra. A Figura 7. o número que aparece após o “c/” mostra o espaçamento em centímetros entre os estribos. 36 28.76 14 8 30 10.5 42 10.4.36 169. Armação 81 .5. Total kg + 10% → Peso total em quilogramas do aço para a bitola considerada acrescido de 10% por causa das perdas inevitáveis.48 17 10 12 2.Exemplo de tabela de aço Tabela de aço N Ø Q L (m) L total (m) 12 10 72 5.25 1. Esse resumo é dado por bitola necessária.3 372 2. e outra que se refere ao resumo de aço por bitola empregada no projeto. na qual temos: N → Posição do aço na estrutura Ø → Diâmetro da barra de aço a ser cortada e dobrada Q → Quantidade de barras na posição considerada L → Comprimento em metro de corte da barra de aço L total → Comprimento total de aço necessário para a posição considerada Tabela 7.00 16 6.4 e 7. e extraído da Tabela de Aço já comentada. mostra o detalhamento de cada posição do aço na estrutura.92 A Tabela 7. A Tabela 7. As Tabelas 7. Eis os dados: Ø → Diâmetro da barra de aço.28 431. Uma se refere aos detalhes das peças de aço a serem cortadas e dobradas para cada posição na estrutura.40 13 12.5 se referem ao projeto de fundação acima apresentado.44 313. Resumo de aço. kg total → Peso total em quilogramas do aço para a bitola considerada.20 374.230.20 15 10 120 10. apresenta um resumo de aço para o projeto.7. L total → Comprimento total de aço necessário para a bitola considerada.5 72 2.4 . kg/m → Peso em quilogramas do aço por metro para a bitola considerada. Tabela de aço.32 18 12.6 Tabela de resumo de aço Em um projeto de estrutura há duas tabelas de aço.09 777. 82 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .2 4 5 6.632. Para este fim são então fabricados “estribos”.47 661.400 125.3 777.000 3. O arame recozido é produzido com aço de baixo teor de carbono.28 137.250 2. também.500 0.150 3.37 213.63 1. com a finalidade de posicionamento das barras de aço além de. retorcido.144.60 2. As barras são posicionadas segundo os esforços solicitantes.6 . É empregado.Bitolas (diâmetro) em função da seção e peso por metro ∅ (mm) 3. e as bitolas mais finas (3.5 16 20 22 25 CA 50       • • • • • • • • CA 60 • • • • • •           Peso (kg/m) 0.Tabela 7.6 constam os tipos fabricados em conformidade com as bitolas. nas amarrações de armadura para concreto armado e pode ser fornecido em rolos de 60. em fio duplo.880 5.40 0. 35 e 1 kg.25 0.3 8 10 12.00 1.20 0.000 601. e posteriormente recebe um tratamento térmico controlado (recozimento) adquirindo resistência a tração e maleabilidade.81 8 313.000 7.250 194.00 Seção (cm2) 0.5 Total Kg + 10% 1.7 Comercialização Encontram-se barras no comprimento de 12 m. e de acordo com a região do elemento estrutural. Eis os diâmetros de comercialização: Tabela 7. principalmente.5 .Exemplo de tabela de resumo de aço Resumo de aço Ø L total (m) Kg/m Kg total 6.125 0.16 0.2 e 4 mm) podem ser encontradas em rolos.06 0.68 1.85 Total (Kg) 2.81 1. Na Tabela 7.10 0.8 Arames para amarração Aspecto importante no projeto estrutural do concreto armado é o posicionamento adequado das barras de aço dentro do elemento estrutural.614 601.68 10 12.200 0. na amarração das armaduras é utilizado o arame BWG nº 18 do tipo recozido. receber influência de alguns esforços solicitantes.94 7.080 0.50 3. Normalmente.00 4. por trefilação. Para a amarração das barras de aço são normalmente utilizados fios de arame recozidos.48 0.131.72 0.315 0.630 1028.800 1. 7.Ilustração de máquina mecânica (ou tesoura) para corte. 1980.Ilustração das operações de dobra de um estribo. dobra e montagem2 Figura 7. Rio de Janeiro.   Figura 7.9 Ilustrações de corte. Armação 83 .9 .Ilustração da bancada e da ferramenta para dobra da armadura.7 . Armador de ferro.8 . (Série metódica ocupacional). 2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Figura 7. 000 kg. e o que não puder ter aproveitamento ser vendido como sucata.00. Considerando o custo do aço. Assim. Veja o seguinte caso: Se em uma grande obra o consumo de aço chega a quinhentas toneladas e considerando no projeto uma “perda de 10%” significa. pois há diferentes tamanhos de barras de aço a serem cortadas para as diferentes peças estruturais. é importante um planejamento de corte para que haja racionalização no consumo do aço evitando desperdícios. normalmente considera-se uma perda de 10% sobre a quantidade de aço especificada para os elementos estruturais. um planejamento adequado para que as sobras sejam minimizadas. máquinas hidráulicas ou elétricas destinadas ao corte e à dobra das armaduras. uma perda de cinquenta toneladas de aço. Faz-se necessário. São máquinas posicionadas estrategicamente no pátio de armação. usam-se. 84 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . » Antes de colocar a armadura da viga na fôrma. então.11 Cuidados » Quando da colocação das armaduras nas fôrmas todo o cuidado deve ser tomado de modo a garantir o perfeito posicionamento da armadura no elemento final a ser concretado. » Não utilizar armadura já em processo de corrosão.Figura 7.10 . chega-se a uma perda de R$ 200.000. a aproximadamente R$ 4. 7. deve-se colocar as pastilhas ou os espaçadores de cobrimento. com ganho de desempenho e produtividade. Dificilmente um projeto estrutural contempla peças com elementos de aço de tamanhos iguais. portanto. É normal uma fina camada corroída na superfície do aço. com a finalidade de organizar a produção de larga escala. 7. com grande eficácia e qualidade. ou seja: 50.Ilustração da amarração da armadura de uma viga. » Garantir o posicionamento correto da armadura negativa. Fique de olho! Para a execução de obras de médio e grande portes. além do corte e da dobra das armaduras por processo manual.10 Planejamento de corte No projeto de estrutura. nos dias atuais.00o quilo. que podem substituir as armações convencionais. diâmetro e quantidade de barras.11: Figura 7. em diferentes tamanhos de malhas e de bitolas de aço.que formam malhas quadradas ou retangulares -. »» aderência ao concreto por meio de juntas soldadas. encontram-se a seguir algumas características: »» espaçamento uniforme dos fios. deve-se proceder a uma inspeção antes da liberação da peça para a concretagem. principalmente em armaduras de lajes e de pisos. 7.11 . Podem ser fornecidas em rolos ou painéis. soldados em seus pontos de encontro. posicionamento de galgas e mestras para nivelamento. »» segurança na ancoragem. Como vantagens. alta concentração de armadura que possa prejudicar a passagem do concreto. espaçamento das armaduras longitudinais.12 Telas soldadas para concreto armado As telas soldadas para concreto armado são produtos pré-fabricados. Alguns dispositivos para garantia de cobrimento e posicionamento encontram-se na Figura 7. comprimento dos transpasses (emenda). colocação de pastilhas de cobrimento. Armação 85 . limpeza geral das fôrmas. posicionamento e fixação dos elementos embutidos e tubulações.»» Uma vez pronta a armadura. constituídos de fios de aço nos sentidos longitudinal e transversal . posicionamento. espaçamento dos estribos. colocação dos caranguejos para garantia da armação negativa nas lajes.Espaçadores para armadura. »» Pilares. »» Paredes diafragma. »» Caixas d’água. Algumas aplicações: »» Lajes e pisos armados. em que se apresentam suas principais medidas. bitolas e tipos de fornecimento. Uma tabela completa com todos os tipos e dimensões deve ser obtida nos fabricantes que. »» Bueiros tubulares e celulares. são: 10  10 86 10  15 15  15 10  20 10  30 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Mourões. inclusive. »» posicionamento adequado nas fôrmas. »» Piscinas. »» Paredes autoportantes. 7. em centímetros. »» Vigas.1 Dimensões das telas As telas para concreto armado possuem o desenho a seguir. »» Indústria de pré-moldados. As medidas (A  B) mais comuns. »» controle de qualidade. »» Contenção de encostas (concreto projetado). »» Revestimentos dos túneis.»» facilidade de inspeção pelo engenheiro fiscal.12. orientam sua aplicação. 5 55 5. Agora é com você! 1) Uma obra deve ser executada numa fazenda. Quais cobrimentos de armadura devem ser adotados? 2) Na armação do pilar a seguir.8 4. suas medidas. em milímetros.45 m  6 m ou 2 m  3m.8  3.1  7.2  4. longe de um centro urbano. e a utilização de telas soldadas.As bitolas dos fios (longitudinais e transversais) mais comuns.6  5. nomenclaturas.1 7. Vamos recapitular? Você aprendeu que o aço utilizado nas estruturas de concreto armado é o do tipo CA50. » Rolos de 60 m e 120 m (somente para as telas de bitolas mais finas).2 4. Aprendeu ainda o que significa um cobrimento e os dispositivos utilizados.1 88 99 10  6 10  10 12  7. A B Armação 87 . são: 3.1 Com relação ao fornecimento: » Em painéis de 2.5  4.6 66 68 6  7.4 3.4  3. identifique as peças longitudinais e transversais. 7  12.3) De um projeto de fundações foram extraídos os detalhes da armação de tubulões.18  10 c = 232 132 241. Construa uma tabela de aço para essa estrutura e uma tabela de resumo de aço. Armação tubulão Tl7 (12x) Armação bloco Bl5 (6x) 382 50 N 8 .5 c = 626 31 N 14 50 122 8 384 8 134 N 11 .5 c = 1025 18N10 230.3 c = 209 c/ 30 384 N 12 .758 2 x 4 N 13 2x4N 25 205 N 13 .2 x 4  10 c = 235 205 N 14 . blocos de fundação e arranques dos pilares.31  6.2 x 4  12.5 c = 235 Arranque do pilar P12 (6x) 100 30 88 30 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .10  12.4  8 c = 1052 N 15 .18  10 c = 376 10 N 13 382 N 10 .908 134 18 N 11 132 122 4N 12 10 N 15 31 N 16 1025 130 7 N 8/7 N9 50 140 Estribo  62 N 16 .5 c = 482 240.708 = Cota de arrasamento 122 50 122 N 9 .7  12. ruídos e quaisquer outros. animais. 89 . que serão vistos mais adiante. constituindo suporte e proteção para as instalações dos edifícios e ainda servem para proporcionar condições de habitabilidade necessária às edificações. entre os quais: intrusos.8 Alvenarias Para começar Neste capítulo será abordada a execução de uma alvenaria nos seus detalhes. 8.1 Conceito de alvenaria As vedações verticais podem ser entendidas como um subsistema do edifício. falhas de detalhamento de projeto e ausência de projeto de paginação. falta de padronização dos elementos de alvenaria. desperdícios. os tipos de blocos cerâmicos utilizados e as estruturas que envolvem a estruturação de uma alvenaria. e quando não há projetos específicos não se tomam cuidados mínimos necessários para um desempenho razoável na execução desses serviços. chuvas. a diferença entre alvenaria estrutural e de vedação. controlam a ação de agentes indesejáveis. Normalmente as alvenarias de vedação são caracterizadas por elevado índice de quebras. retrabalhos. constituído por elementos que dividem os ambientes internos. também. E. painéis de outros materiais. Outros elementos de vedação verticais podem ser: esquadrias. vidros. ventos. poeiras. por meio da união entre unidades (blocos e tijolos). é condição primeira. O sistema tem na NBR 10. »» Ergonomia: a alvenaria é executada assentando peça por peça. »» Alvenaria estrutural: É o sistema construtivo onde a alvenaria tem a função de suportar os esforços estruturais da edificação. os espaços são preenchidos com elementos sem a função estrutural de sustentação. Figura 8. a alvenaria é vista não só com as suas funções primárias. O seu tamanho.2 Aspectos construtivos de uma alvenaria Historicamente. 8. Nesse sistema a padronização das unidades ou dos blocos é condição principal para a eficácia e segurança do sistema construtivo.1 .1. »» Absorção de água: um bloco ou tijolo com baixa absorção de água pode comprometer a penetração da nata do cimento nos seus poros. além de proporcionar economia de material de assentamento (argamassa). usa-se o umedecimento 90 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Em condições de temperatura elevada. já que a modulação do projeto. com as suas diferentes características tais como: resistência à compressão. Na atualidade. apenas suportando seu peso próprio. comprometendo a aderência com a argamassa de assentamento. capilaridade. no sentido vertical e horizontal. porosidade. o que proporciona um desgaste físico considerável aos trabalhadores. A seguir terão destaque as suas principais propriedades. 8. e o elemento de ligação (argamassa de assentamento) formando um conjunto monolítico e estável. coeficientes de absorção e dilatação térmica. mas como elemento de construção.Elementos de uma alvenaria. onde nas estruturas em concreto armado ou aço. absorção de água. que devem ser observadas na sua execução.837 a base para cálculo. »» Regularidade dimensional: a regularidade nas dimensões dos blocos ou tijolos é fator importante para a uniformidade no elemento final. a sua textura e o seu peso podem influenciar diretamente na produtividade. Nem sempre um bloco maior é mais produtivo que um bloco pequeno.A alvenaria pode ser entendida como um componente construído em obra. as alvenarias tiveram a função inicial de simplesmente dividir ambientes e isolar as coberturas da ação das intempéries e dos predadores. considerando as várias opções encontradas no mercado.1 Diferença entre alvenaria de vedação e estrutural »» Alvenaria de vedação: É aquela utilizada para fechamento de vãos ou delimitação de áreas. »» detalhe de execução das vergas e contravergas. Os mais comuns são os tijolos de barro.. encunhamentos. »» Peso específico: característica que influencia o dimensionamento estrutural da edificação. »» Tamanho do bloco: diretamente ligado à capacidade de a alvenaria absorver movimentações provenientes de dilatação térmica e eventuais recalques. alvenaria estrutural etc. »» ligação entre alvenaria e estrutura. prumo. 8. tijolos comuns. »» Desempenho térmico e acústico: as alvenarias podem também ser um bom aliado no isolamento térmico-acústico. estruturação etc. »» Outras observações: na escolha do elemento de alvenaria deve-se também verificar a capacidade de suporte e fixação de outros elementos de acabamento ou decoração tais como: esquadrias. assentamento. de modo geral.). os tijolos sílico-calcários.. contravergas. »» projeto das fiadas dos elementos. embora todos eles exijam cuidados de armazenamento. »» dimensão dos vãos para colocação de portas e janelas. inclusive nas estruturas de fundação. nivelamento. »» especificação detalhada de todos os materiais empregados tais como: blocos. »» descrição de todo o processo de execução das paredes. blocos de concreto. 8. Alvenarias 91 .dos blocos. menor é o poder de movimentação. »» detalhes construtivos gerais (vergas.3 Projeto de uma alvenaria São poucos os projetos que contemplam os detalhes da execução de uma alvenaria. ligações com pilares. um projeto de alvenaria deve prever: »» tipo do elemento de alvenaria (blocos cerâmicos. armários e redes.4 Tipos de elementos de alvenaria Para a execução das alvenarias nas paredes são diversos os elementos que podem ser utilizados. para que não haja perda muito rápida da umidade da argamassa de assentamento.). blocos sílico-calcários. equipamentos. com diminuição de desperdícios e maior produtividade. prática esta que deve ser sempre considerada para que haja racionalização na sua execução. os blocos de concreto celular. Nesse sentido. ganchos etc. principalmente os cerâmicos e os de concreto. »» posicionamento dos elementos embutidos tais como: eletrodutos e tubulações hidráulicas. juntas etc. principalmente dos tempos de cura antes de fazer os encunhamentos (caso seja necessário). e caberá a orientação específica. principalmente com os pilares. Quanto menos juntas. cada qual com características específicas e diferentes aplicações. argamassas. para cada tipo de elemento quando se tratar de seu detalhamento. encontros entre paredes. os blocos cerâmicos ou de concreto. São de alto custo. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Figura 8. encontram-se no mercado blocos com esta finalidade. São fabricados também como elemento de decoração. Possuem furos longitudinais e baixa porosidade.5 × 9 × 19) cm e (5 × 10. Para a facilidade construtiva de apoio de lajes e execução de vergas. executados com pedrisco.5 × 21) cm.1 Blocos cerâmicos Principais dimensões encontradas: 9  19  39 14  19  39 19  19  39 Figura 8.5  14  24 com 6 furos 14  19  29 com 9 furos Figura 8.4. ou seja. principalmente nas grandes cidades.2 . conforme o fabricante. conforme Figura 8. areia e cimento.Bloco de concreto.Bloco tipo canaleta e tipo “J”. que é extrudada e seca em fornos.4 . como mostra a Figura 8. Normalmente são empregados em alvenaria de vedação por terem baixo custo. São fornecidos também blocos tipo canaleta para execução de vergas e vigas.3 . Figura 8.Bloco cerâmico.com 8.4. Figura 8. mas há blocos cerâmicos especiais utilizados em alvenaria com função estrutural.4. que é a capacidade de suportar com mais tranquilidade a fixação de insertos e peças fixadas na alvenaria por meio de parafusos providos de buchas plásticas. os chamados “meio-blocos” com a finalidade de evitar cortes na execução de uma parede. e são utilizados para vedação. Principais dimensões encontradas no mercado da construção civil: 9  19  19 com 8 furos 11.3 Tijolo cerâmico comum (maciço) Tijolo obtido pela moldagem do barro (argila) seco ao sol e depois cozido em fornos. 8.3.Têm como matéria prima a argila. Eldad Carin/Shutterstock.5. os tijolos ficam “à vista”.2. 8.2 Blocos de concreto Têm como matéria-prima o concreto. Uma alvenaria constituída por esse tipo de tijolo é pesada. A alvenaria não recebe revestimento. Podem ser fabricados com função de vedação ou estru- 92 São fornecidos também.4. As medidas encontradas nesse tipo de elemento são variadas e as mais comuns são: (4. porém tem uma vantagem em relação aos blocos de cerâmica furados (tijolo baiano). tural. 4.6 .5 .Madlen/Shutterstock.Exemplos de blocos para alvenaria estrutural. pois é necessário garantir uma elevação de alvenaria mais apropriada para o embutimento (entre os furos dos elementos) das instalações elétricas e hidráulicas.Pç p/amarração BE15 . »» consumo altamente quantificável. BE30 .Tijolo cerâmico maciço.Bloco Estrutural de 30 cm 8. (continua) 93 . a Figura 8. os da família de “14”. »» cumprimento de prazos mais certos. As dimensões são variadas. e os blocos são identificados de acordo com a sua “família”. que possuem uma tolerância de desvios de medidas mais rigorosa e controle de qualidade de produção mais apurado.Bloco Compensador de 4 cm Figura 8.Bloco Estrutural de 15 cm . »» maior possibilidade de supervisão.4 Bloco cerâmico para alvenaria estrutural A alvenaria estrutural também é composta de elementos de cerâmica furada. Começa pela dimensão dos blocos.1/2 Peça BC14/4 . »» menor desperdício de material.6 mostra alguns tipos de elementos de alvenaria utilizados. No exemplo a seguir.Bloco Estrutural de 45 cm . Alvenarias BE45 . que representa a espessura dos blocos. porém com algumas características que a diferenciam dos tijolos cerâmicos furados convencionais. »» obra mais racionalizada. »» produtividade controlada.com Figura 8. de acordo com o fabricante. A título de ilustração. A execução desse tipo de alvenaria proporciona algumas vantagens: »» menor utilização de fôrmas e armação. 5 Argamassa de assentamento Para a união dos elementos de alvenaria (tijolos ou blocos) são utilizadas argamassas compostas de cimento. e para preparar a alvenaria para receber o revestimento (emboço) se faz necessária a aplicação de uma fina camada de argamassa de cimento e areia para a criação de uma superfície rugosa (chapisco3).Canaleta de 30 cm C45 . para os procedimentos convencionais.1 .Exemplos de blocos para alvenaria estrutural. a cal hidratada com a areia úmida com a finalidade de melhorar a hidratação da cal e com isso a mistura final.Canaleta “J” Figura 8.Traços. das argamassas para assentamento Traços (volume) de argamassas para assentamento de alvenaria Argamassa para: Composição em volume Cimento Cal hidratada Areia Assentamento 1 2 6 a 10 Encunhamento 1 3 10 a 12 É uma boa técnica executiva deixar de um dia para o outro (descanso da mistura).6 . são usados para composição (traço) da argamassa de assentamento conforme Tabela 8. terá melhor plasticidade e aderência.1: Tabela 8. 94 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . em volume.Bloco Estrutural de Ajuste C30 . cal hidratada (ou saibro) e areia.Canaleta de 45cm CJ30 . Usualmente. 3 Este assunto está mais bem detalhado no capítulo sobre revestimento. após a adição do cimento. (continuação) 8.BEA20 . Editora Pini. devem ser em amarração para fins de distribuir adequadamente as tensões.7.Consumo e produtividade em alvenarias Produtividade por m2 para alvenaria de 9 cm de espessura Pedreiro (h) Servente (h) Argamassa (m3) Material (un) Tijolo comum 5.8.1 Juntas de assentamento As juntas de assentamento.60 1. Entende-se por fiada de uma alvenaria a camada de tijolos ou blocos assentados.60 0. devendo-se adotar sistemas de impermeabilização quando estas ficarem expostas à umidade. e também para facilitar a passagem de instalações nos seus septos (furos).60 1.7  9  19 1. traços de argamassa. para modulação das fiadas.0069 13.7 Execução das alvenarias A execução das alvenarias deverá seguir rigorosamente as indicações de projeto. um projeto de alvenaria normalmente é deficiente e muitas vezes não existe.0 Tijolo furado 9  19  19 1.60 0.66 0. o bom senso e os cuidados relativos a uma boa técnica de execução devem ser observados. A junta poderá ser frisada ou reta em ambas as faces da alvenaria. é bom lembrar que para as pequenas obras.2 constam valores de produtividade de alguns elementos de alvenaria extraídos da TCPO. Portanto.0 Bloco concreto 9  19  39 0.2 .1200 25.7 .0250 84. As orientações a seguir se referem à execução de qualquer tipo de alvenaria. como mostra a Figura 8. pois além de comprometer a união entre os elementos causa prejuízo quanto à distribuição das tensões verticais oriundas de esforços externos e do peso próprio. 8. Figura 8.7. as movimentações térmicas e sempre com defasagem de ½ bloco ou unidade. mas. Alvenarias 95 . 2003: Tabela 8.1 8. nesse caso. principalmente as residenciais. e em pequenos vãos acompanhados de um reforço no revestimento. A adoção desta prática deve ser bastante criteriosa. A falta de argamassa nas juntas verticais (“juntas secas”) não é uma boa técnica construtiva. vãos e demais detalhes que venham a fazer parte. que podem variar de 1 a 2 cm de espessura.Tipos de amarração entre os elementos da alvenaria.66 0.6 Consumo Na Tabela 8. marcar o início da alvenaria. »» alvenaria de “Uma vez e meia”: quando os tijolos são assentados considerando-se os seus sentidos longitudinal e transversal. de acordo com o posicionamento dos tijolos ou blocos. é recomendável que a trena seja de aço. 96 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Comumente há denominações tais como: »» alvenaria de “cutelo”: construída no sentido da sua menor espessura.Locação de uma alvenaria.3 Locação das paredes Figura 8.7. É recomendável que as juntas verticais estejam desencontradas das juntas verticais da fiada imediatamente inferior para haver melhor distribuição das tensões e das cargas provenientes do peso da alvenaria.9. 8.8 . Para lançar as medidas. de cada componente estrutural.2 Espessura das alvenarias Normalmente as alvenarias podem ter espessuras variáveis. a Figura 8. Figura 8.8. um após o outro.8 apresenta a montagem de uma alvenaria considerando tijolos comuns.9 .Espessuras Antes da locação das paredes. com posição de eixo de cada parede. A título ilustrativo. como pilares. »» alvenaria de “Meia vez”: alvenaria executada quando os tijolos são assentados no seu sentido longitudinal. com base na marcação da primeira fiada. é necessário conferir a posição de uma alvenaria. marcando inicialmente os cantos e encontros de paredes. o alinhamento da face do lado em que o pedreiro irá executar a alvenaria. ou na maioria das vezes.7. para evitar distorções. como mostra a Figura 8. »» alvenaria de “Uma vez”: alvenaria executada quando os tijolos são assentados no seu sentido transversal. vigas e outros. Um esquadro de 90° é indispensável na marcação e colocação da primeira fiada. o que é comum em edifícios. deve-se proceder com a verificação do prumo. assentando as demais fiadas. não ultrapassando 2 cm nesta regularização. Caso o piso ou a viga não esteja nivelada deve-se proceder ao nivelamento da primeira fiada.Nivelamento da 1ª fiada. como na Figura 8. então. respeitando as alturas de cada fiada. Alvenarias 97 . Mesmo assim.10 .11. é importante a conferência do nível a cada três ou quatro fiadas assentadas. 4) Se as marcações das fiadas estão niveladas. Nos casos em que a alvenaria é executada após a execução das vigas estruturais. dependendo da uniformidade dimensional do tijolo/bloco. o nivelamento é automático. Da mesma forma.4 Nível da primeira fiada Para nivelar a primeira fiada. fixados os ferros de espera nas estruturas (quando for o caso). 3) Segue-se.7. respeitando o alinhamento desejado por meio de linha esticada segundo o gabarito. Figura 8. A graduação de cada fiada vai depender da altura do tijolo/bloco que está sendo adotado. e feita a marcação das alturas das fiadas. marcadas no elemento estrutural ou na régua graduada (escantilhão). Esta prática é importante para facilitar o assentamento dos caixilhos e posicionamento das lajes. além de marcar as fiadas nos pilares ou em equipamentos chamados escantilhões (régua graduada). deve-se verificar o projeto de posicionamento das paredes (ou o projeto de arquitetura) e o nível definitivo do piso ou da viga baldrame onde será assentada a alvenaria. mais a espessura da argamassa de assentamento que pode variar de 1 a 2 cm.8. e caso seja necessário um complemento pode ser feito na segunda fiada.10. tem início a execução ou o levantamento da alvenaria. O procedimento é simples: 1) Assentamento dos elementos nas extremidades.5 Assentamento dos elementos da alvenaria Nivelada a base de assentamento. deve-se prever espaço para o “encunhamento”. 2) Complementam-se os elementos entre as extremidades já assentadas. Figura 8.7. 8. com o máximo adensamento possível. Neste caso. as verificações de alinhamento. empregando-se para isso ferramentas apropriadas.Em obras mais simples. são vitais a compactação e o refluxo da argamassa. Ou seja: uma parede estará engastada ou ligada à outra. executado logo após a elevação da alvenaria. se. o que prejudica a hidratação do cimento. Em nenhuma hipótese os encunhamentos serão executados imediatamente após o assentamento da última fiada de blocos. por qualquer motivo. Nesses casos. Ao lado da parede a ser erguida. Na elevação das paredes devem ser observados os seguintes cuidados: »» »» »» »» »» »» »» »» As paredes apoiadas sobre vigas ou lajes contínuas devem ser levantadas simultaneamente em todos os vãos. com especial cuidado para não tirar os blocos da posição. Nos encontros com pilares. mais do que em qualquer outra posição. deve-se empregar o microconcreto. A alvenaria é executada sem as devidas marcações das fiadas e são então assentadas conforme a prática do pedreiro.Alinhamento e prumo da alvenaria. dificilmente se encontra a aplicação desta técnica. parciais ou totais. protegendo-a contra a incidência das chuvas e evitando posteriores problemas de fissuras e descolamentos. Figura 8. o frisamento deverá ocorrer num prazo compreendido entre uma e duas horas após o assentamento. resultar nesse encontro junta com mais de 3 cm de largura. nível e prumo devem ser constantes. não sendo aconselháveis diferenças de altura superiores a 1 m entre os vãos.11 . 98 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . eventuais correções no nível e no prumo do bloco só poderão ser realizadas imediatamente após o assentamento. Os blocos cerâmicos deverão ser umedecidos para não “roubar” água da argamassa de assentamento. em vez de argamassa. as alvenarias de diferentes alinhamentos são assentadas com as chamadas “amarrações” entre as suas fiadas. A argamassa excedente das juntas será cuidadosamente raspada (para não tirar o bloco da posição) e reconduzida à caixa de massa.7. 8. No caso de juntas frisadas.6 Amarração entre as fiadas Muitas vezes não há a necessidade da ligação entre a alvenaria e a estrutura. Constitui excelente prática o chapisco nas faces externas das paredes de fachada. o chão deve estar sempre bem limpo ou recoberto com lona plástica para reaproveitamento da argamassa raspada das juntas. 7 Encunhamento das paredes Em alvenarias destinadas a fechamento (alvenaria de vedação) de vãos entre estruturas deve-se deixar um pequeno vão entre a alvenaria e a viga estrutural. além da acomodação estrutural.Amarração entre as fiadas de uma alvenaria. 8.12 traz alguns exemplos: Figura 8. O encunhamento é executado com tijolos maciços. Para prevenir tal situação.Várias são as formas de amarração. como mostra a Tabela 8. procede-se ao fechamento desse vão que é o chamado “encunhamento”. O preenchimento do vão pode ainda ser executado com o uso de espuma expansiva de poliuretano e.1. a alvenaria é interrompida cerca de 20 cm antes do encontro com a viga. nesse caso. Após o período de cura do assentamento da alvenaria e ainda depois do adicionamento das cargas principais do pavimento superior. Alvenarias 99 . Isso porque se elevá-las até o final pode ocorrer um destacamento da alvenaria da estrutura por causa da acomodação entre as diversas fiadas da alvenaria.7.12 . o vão entre a alvenaria e a viga não deve ser superior a 3 cm. assentados e inclinados com argamassa normal. e a Figura 8. no caso de prédios de diversos pavimentos. e pressionados entre a viga e a alvenaria já executada. como mostra a Figura 8.viga Figura 8. Têm também a função de melhor distribuir o peso da laje e da cobertura sobre a alvenaria. »» Contravergas: Elemento estrutural executado imediatamente abaixo dos vãos de janelas e vãos abertos em alvenarias.Fissuras em alvenaria por falta de estruturação. 100 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .viga Encunhamento com espuma de poliuretano Estrutura .7.Encunhamento com tijolos maciços Estrutura . Figura 8. causando fissuras indesejáveis nos cantos e nos vãos dos caixilhos. Figura 8. Entende-se como: »» Vergas: Elemento estrutural executado acima dos vãos dos caixilhos. 8.Encunhamento da alvenaria.13 .14 . »» Cintas de amarração: Viga de pequena seção executada no final da alvenaria (respaldo) com a finalidade de promover a solidarização (ou “amarração”) entre as alvenarias da construção.Posicionamento das vergas. Para evitar esse problema. contravergas e cintas.8 Vergas.15 . contravergas e das cintas de amarração. cujo reforço deverá dar suporte às movimentações.14. lança-se mão das vergas. por causa das solicitações mecânicas a que as paredes estarão sujeitas. Contravergas e Cintas de amarração Os contornos dos vãos de portas e janelas estão sujeitos a tensões concentradas. No caso de paredes com altura superior a 3 m. »» Amarração. contravergas e das cintas de amarração. »» Amarração. dos vãos de caixilhos e das instalações. alguns itens de controle são fundamentais para uma obra tecnicamente executada: »» Prazo entre concretagem da laje do pavimento e início da alvenaria. as paredes devem ser calculadas como alvenaria estrutural. telhados e outros itens de uma obra.20 m deverão ser dimensionadas como vigas armadas. Muito se fala em controlar a execução de concretos. contravergas e cinta de amarração. chapisco e microconcretos. »» Armaduras. o que normalmente só acontece em alvenarias estruturais. »» Prumo das paredes. nível e prumo das juntas de assentamento. ângulo e presença de armaduras nos encontros entre as paredes. »» Verticalidade dos caixilhos e correções de suas fixações na alvenaria.20 m). Alvenarias 101 . fôrmas. Independentemente de a alvenaria ser de vedação ou estrutural. regularidade. contravergas e da cinta de amarração. em estrita obediência ao projeto executivo. Pode-se optar pela utilização de blocos tipo canaletas para a execução desses elementos. 8. e quando o vão for superior a 1. »» Traços de argamassa.9 Controle de execução das alvenarias Figura 8.15 e 8. para absorção das tensões laterais a que as paredes estiverem sujeitas. »» Posições de vergas. umedecimento e concretagem de vergas.As vergas e contravergas deverão ultrapassar 40 cm de cada lado do vão.16 . Acima de 5 m. porém com brita 1 ou zero. »» Verificação das posições das paredes. mas pouco se comenta sobre o controle de qualidade de uma alvenaria.7. como mostram as Figuras 8. »» Posições e bitolas dos ferros “cabelo” e outros insertos. compactação. espessura. entre outros. alinhamento. devem ser previstas vigas de cintamento intermediárias.Detalhe executivo: vergas. As vergas e contravergas são executadas colocando-se tábuas em ambas as faces das paredes preenchidas com concreto convencional. porém com a colocação dos ferros ao longo de toda a extensão (perímetro) da alvenaria. É prática comum para pequenas obras a colocação desses ferros entre as duas últimas camadas de alvenaria e assentados com argamassa de cimento e areia no traço em volume 1:3. No caso das cintas de amarração o procedimento é idêntico. dos eventuais enchimentos nas suas bases e da adequação das folgas para encunhamento. »» Checagem do posicionamento das juntas de controle. nível e ângulos dos requadros dos vãos. armações.16. armados com dois ferros de ∅ 8 mm (para vãos até 1. e a diferença entre os seus elementos. Agora é com você! 1) Quais as diferenças entre alvenaria de vedação e alvenaria estrutural? 2) Se você fosse chamado a fiscalizar o assentamento de uma alvenaria. o que você teria que observar? 3) Procure simular com alguns blocos cerâmicos ou tijolos maciços a amarração de paredes de uma vez e de meia vez. também. e a importância do encunhamento e do controle de qualidade na execução de uma alvenaria. Se for fotografar ou filmar. Vamos recapitular? Você aprendeu que uma alvenaria pode ser de vedação ou estrutural. » Compactação do material no encunhamento. com um responsável. Aprendeu. uma visita em obras procurando identificar as vergas e contravergas executadas. 4) Organize. contravergas e cintas de amarração. » Prazo decorrido entre o término da alvenaria e seu encunhamento. Dica: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequadas e de pedir permissão ao responsável pela obra. 102 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . peça permissão. Procure usar também capacete de segurança.» Compactação da argamassa ou microconcreto nos encontros com pilares. sobre a execução da alvenaria e sua estruturação: vergas. 1 traz as medidas padronizadas. e os detalhes de aplicação. 9. 103 .1 a 9.9 Gesso Acartonado – Sistema Drywall Para começar Neste capítulo o assunto é a execução de um elemento de vedação e acabamento chamado “gesso acartonado”. de uma estrutura de chapa de aço revestido com zinco pelo processo de imersão a quente. suas vantagens.Esquema básico de uma placa em gesso acartonado.1 Sistema drywall . por parafusos nessa estrutura. Trata-se. Papel-cartão Placa de gesso Papel-cartão Figura 9. A Tabela 9.3. conforme demonstram as Figuras 9. e para dar sustentação ou estruturação a essa placa. Essas chapas são fabricadas com uma mistura de gesso acrescido de aditivos. vem substituir as tradicionais alvenarias de vedação ou de fechamento tais como os processos que envolvem tijolos ou blocos de cerâmica ou de concreto seguidos de revestimento de argamassa de cimento. seguido de uma incorporação de chapas de gesso fixadas. o gesso é comprimido por um processo de laminação. cal e areia. entre duas folhas de papel-cartão. posicionado de acordo com as divisões dos cômodos ou áreas.1 .Conceito Esse sistema construtivo – também conhecido como sistema de construção a seco. simplesmente. bem como os tipos de placas de gesso utilizados nas edificações. em ambos os lados. : Mediadas especiais a partir de 30 cm podem ser negociadas com o fabricante.5 – 12.2 . Figura 9.Medidas padronizadas das placas Largura (cm) 60 ou 120 Espessura (mm) 8 – 9.Esquema básico de uma divisória em gesso acartonado.Figura 9.Esquema básico das possibilidades de estruturação dos perfis.5 – 15 Comprimento (cm) 180 – 200 – 240 – 250 – 280 – 300 Obs.2 Tipos de chapas de gesso acartonado As placas de gesso são fornecidas para diferentes usos: 104 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .3 . Tabela 9. 9.1 . Atenção: Não é aconselhável o uso dessas placas nos ambientes em que a presença de água é intermitente. o que proporciona conforto adicional em ambientes contíguos. Gesso Acartonado – Sistema Drywall 105 . banheiros. 9. oferecem uma superfície plana e lisa. possui resistência a impactos normais de uso do dia a dia. Para uma boa aplicação e segurança recomendamos consulta prévia aos fornecedores ou fabricantes para especificações adequadas. Cuidado apenas com os objetos pontiagudos. tais como: banheiros e cozinhas. »» Resistência à umidade: o gesso naturalmente absorve umidade do ambiente e para solução desse problema. quartos. 9.3 Utilizações e propriedades As placas de gesso acartonado estão cada vez mais sendo utilizadas. as placas recebem acartonados apropriados e inumes à água – tipo RU. »» Leveza: o sistema confere substancial redução nas cargas permanentes de uma construção. Têm versatilidade de projeto. depois de aplicadas e devidamente rejuntadas.»» Standard (ST) . entre outros. refletido diretamente na estrutura e fundações. que pode atender a diferentes demandas.Chapa Branca: utilizada em áreas onde não há presença de água ou umidade. áreas de serviço e em outros ambientes que estão sujeitos à presença de umidade.Chapa Rosa: utilizada em áreas onde há necessidade de maior desempenho em relação ao fogo. vigas e pilares. »» Conforto térmico e acústico: as divisórias podem conter entre as placas de gesso um isolamento termoacústico como a lã de rocha ou a lã de vidro. consultórios. »» Revestimentos: Podem ser aplicadas como revestimento em paredes. Essas placas são utilizadas preferencialmente em cozinhas. revestimento de azulejos: recomenda-se a utilização de argamassa colante flexível. »» Especial atenção quando for aplicado sobre as placas.Chapa Verde: utilizada em locais onde a presença de umidade é por tempo limitado e de forma intermitente. por ser estruturado. e podem receber diretamente um sistema de pintura convencional.4 Revestimento »» O sistema drywall permite todos os tipos de revestimentos tradicionais. é necessária a utilização de produtos fornecidos especialmente para a finalidade desejada. »» Resistente ao Fogo (RF) . »» Para isso. enquanto que uma parede convencional chega a atingir 165 kg/m2. »» Resistência a impactos: o gesso. por exemplo. inclusive em projetos de linhas curvas: »» Forros: substituição dos tradicionais forros de gesso em placas. no entanto. »» Resistente à Umidade (RU) . »» Uma vantagem interessante é que as placas. divisórias de salas. Uma parede de gesso acartonado tem aproximadamente 25 kg/m2. inclusive é possível aplicar as placas sobre revestimentos já existentes. escritórios. 6 Cuidados Pelo fato do gesso acartonado ser um elemento frágil. sobre as suas dimensões e os cuidados na sua montagem. A recomendação é a de que se inicie pelo site da Associação Brasileira de Drywall. bem como parafusos e buchas especiais. (http://www. pelo menos até a sua montagem. caixas de passagem e tomadas de água e esgoto. O mercado oferece inúmeras opções apropriadas para este sistema executivo. Vamos recapitular? Você aprendeu que o gesso acartonado é uma alternativa que substitui os elementos convencionais de vedação e a forma pela qual é estruturado em placas. Para a instalação dos pontos de acesso dessas instalações. » Para uma execução satisfatória é imprescindível a elaboração de um detalhado projeto executivo. » As embalagens dos produtos para aplicação na execução.org. 40 cm. no máximo. de 48. também. alguns cuidados são necessários: » A execução deve ser realizada por profissionais habilitados. evitando distorções que podem ocasionar amassamento ou torções nas peças. tais como sacos de gesso e placas. Agora é com você! Faça uma pesquisa e verifique as possibilidades de uso do gesso acartonado. 70 ou 90 mm. Nesse espaço são então instalados todos os dutos de uma instalação convencional tais como eletrodutos e tubulações de água. podendo ser estruturado com duplos perfis. devem ser estocadas em lugares arejados e livres de umidade. Aprendeu. » As placas devem ser estocadas em local plano.5 Instalações embutidas A montagem das divisórias provoca um espaço interior entre as placas na largura do perfil metálico da estrutura de suporte. 9.br) 106 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . » Os perfis estocados devem ser mantidos preferencialmente amarrados e alinhados. sobre apoios com comprimento mínimo igual à largura das placas e distanciadas de. drywall. » As placas devem ser transportadas verticalmente para que não haja risco de quebra.9. normalmente indicados pelos fornecedores ou fabricantes. O comprimento de cada vigota varia. e. e podem vencer vãos de até 5 metros. ainda.10 Laje Pré-Moldada – Uso Residencial Para começar Deste capítulo constam: o uso. 10. principalmente em fôrmas e escoramentos. de 10 em 10 cm. são as lajes pré-moldadas. É bom estar ciente de que essas lajes para piso de uso industrial devem ser calculadas e projetadas por especialistas na área. Pode-se considerar para as lajes pré-fabricadas de uso corrente as seguintes sobrecargas admissíveis: » Laje forro residencial: 50 kgf/m2 » Laje piso residencial: 150 kgf/m2 a 200 kgf/m2 107 . Estas proporcionam rapidez na execução e menor consumo de material. São estruturas que suportam com segurança as sobrecargas normais de uma residência e de pequenos comércios.1 Conceito geral Bastante difundidas para uso residencial. a função e a montagem de uma laje pré-moldada convencional. os cuidados necessários para a sua execução e montagem. como os escritórios de serviços. normalmente. substituindo com vantagens as lajes moldadas in loco. de uso residencial. 3. b) Pelo lado externo da alvenaria deve ser fixada uma tábua. que pode fazer Vigota duas funções simultaneamente: a treviçada de servir como cinta de amarração e de fôrma para a capa de concreto.Montagem de vigota tipo T e tavela. Esse procedimento pode ser substituído pelo assentamento de canaletas de cerâmica tipo “J”. desde que seja devidamente calculada e estruturada por profissional especializado.2 Montagem Para a montagem de uma laje pré-moldada. É constituída de uma ferragem em forma de treliça conforme a Figura 10.5. com a finalidade de servir de fôrma para o concreto da capa da laje.Vigota tipo T e tavela. espaçadas entre si de maneira uniforme. além de vencer vãos convencionais de uma residência. podem vencer vãos de 10 a 12 metros. Veja os exemplos nas Figuras 10.3 . pode ser reforçada com uma ferragem superior na capa de concreto.Montagem de vigota tipo treliçada e tavela. Entre essas vigotas aplica-se uma capa de concreto com a finalidade de solidarizar o conjunto. Vigota Lajota ou tavela Figura 10. normalmente de 30 cm de largura. o projeto do calculista ou do fabricante deve ser seguido.2 . Há ainda no mercado um tipo de vigota que.2. A execução da laje pré-moldada deve seguir os Vigota Pormesmos critérios de uma estrutura de concreto. 108 Lajota ou tav Vigota treviçada Capa de concreto Vigota Ferragem Tavela ou lajota Espaçamento uniforme Figura 10. com a colocação de “tavelas ou lajotas” de cerâmica ou EPS (poliestireno expandido). os procedimentos seguintes devem ser adotados: Figura 10. tanto. sem alterações e improvisações. com a finalidade não só de estruturar a alvenaria. Dependendo do vão e do uso. mas também para melhor distribuir os carregamentos oriundos da laje a ser executada. Capa de c Vigota a) No respaldo da alvenaria deve haver uma cinta de amarração devidamente nivelada na altura da laje.4 e 10. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento Espaçame . veja as Figuras 10. em forma de “T” invertido. Capa de concreto Vigota Ferragem Tavela ou lajota Espaçamento uniforme 10.1 .1 e 10.Essa estrutura é constituída basicamente de “vigotas” de concreto. 5 Máximo de 1. Alvenaria Figura 10. mas geralmente pode-se adorar um escoramento espaçado de no máximo 1. conforme a orientação do fabricante ou do calculista.Montagem das vigotas e das tavelas.7 . c) A distribuição das vigotas deve seguir a orientação segundo o esquema de montagem do fabricante ou do calculista. 109 .Execução da cinta de amarração com uso de canaleta cerâmica tipo “J”. No escoramento prever uma “contraflecha” para a futura acomodação da laje.20 m em cada linha de escora no sentido transversal ao sentido das vigotas.6. veja as Figuras 10. uma vez que as lajotas sofrem variações em suas dimensões.6 . É recomendável deixar uma pequena folga entre a tavela e a vigota para melhor trabalhabilidade. d) Nada impede que se comece a montagem da tavela apoiada sobre a alvenaria. e de 28 dias para as lajes em balanço. e) Os escoramentos. de madeira ou metálicos.4 .Execução da cinta de amarração com forma de tábuas.8.20 m Alvenaria Figura 10.Tábua na lateral da alvenaria Nível acabado da capa de concreto sobre a laje pré-moldada Laje pré-moldada Apoio mínimo de 3 cm Cinta de amarração Figura 10. Recomenda-se um prazo de 21 dias para a retirada dos escoramentos. devem ser considerados no projeto da laje.7 e 10.5 . Laje pré-moldada – Uso residencial Figura 10. Vigotas Pontalete Sarrafo 10 x 2. paralela ao sentido das vigotas. veja a Figura 10.Posicionamento dos escoramentos. 1 . caixas de passagem e tubulações.8 . Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .10. Essa armadura tem a função de melhor distribuir os esforços e as sobrecargas.9 . uma ferragem apropriada deve ser colocada de acordo com as recomendações do fabricante ou do calculista.4 Espessura da laje pré-fabricada A espessura das lajes pré-fabricas é em função da espessura da tavela acrescida da espessura da capa.1 apresenta os valores para lajes pré-fabricadas. 10. a cada 40 cm de diâmetro ø 5 mm. Comercialmente podem ser encontradas: Tabela 10. Contraflecha Ver detalhe 2 Escoramento Ver detalhe 2 Nada impede que seja utilizada malha de ferragem (telas soldadas) produzida industrialmente.Espessuras das lajes pré-fabricadas TIPO c (cm) h (cm) e (cm) f (cm) H (cm) H7 3 7 30 42 10 H12 4 12 30 42 16 H16 4 16 30 42 20 H20 5 20 30 42 25 EPS H8 4 8 37 49 12 EPS H12 4 12 37 49 16 EPS H16 4 16 37 49 20 Figura 10.Detalhe geral de um escoramento. com enchimento de lajota cerâmica e com EPS (Isopor) – poliestireno expandido. Nesses casos. Estas têm a vantagem de apresentar melhor produtividade. Para lajes que receberam a função de suportar pisos. e a cada 1 metro no sentido longitudinal. A Tabela 10.5 Instalações embutidas Muitas vezes na laje pré-moldada são posicionados conduítes.3 Armação de distribuição Uma armadura de distribuição no sentido transversal às vigotas. como também evitar as fissuras na capa de concreto.9. 10. é de primordial importância que os pro- 110 Figura 10. como a da Figura 10.Dimensões de uma laje pré-fabricada. »» redução de mão de obra. é importante observar: »» possui alta sensibilidade a produtos que contêm solventes. 10. 10. »» isolante térmico e acústico. Porém. Os mais comuns deles são: »» caixa de passagem malposicionada. alguns cuidados adicionais devem ser observados: »» Na montagem da laje. »» baixa absorção de água. Laje pré-moldada – Uso residencial 111 . »» diminuição em fôrmas e escoramentos. »» Molhar abundantemente a laje antes da concretagem. pode ocorrer: amassamento dos conduítes. principalmente pelo pisoteamento. deslocamento dos tubos de passagem dos encanamentos. bem como os conduítes e as caixas de passagem. »» flexibilidade nas medidas.6 EPS – Poliestireno expandido O uso de EPS está cada vez mais comum na construção civil. »» pela atividade de concretagem. »» Assegurar que os tubos de passagem estão bem fixados e no local adequado conforme o projeto. »» Não pisar sobre as tavelas.7 Cuidados com a laje pré-moldada Além dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que devem ser utilizados por todos os trabalhadores. principalmente na execução de lajes. provocando o escorrimento de concreto em seu interior. »» libera gases tóxicos quando exposto ao fogo. proibir a permanência e o trânsito de pessoas sob a área de montagem há riscos constantes de queda de tavelas e vigotas. »» Colocar tábuas sobre a laje para a movimentação dos trabalhadores. »» conduítes malfixados nas caixas de passagem que provocam seu entupimento com concreto. deslocamento das caixas de passagem. »» alta imunidade a fungos e bactérias.fissionais dessas áreas acompanhem o processo de execução da laje para que não ocorram problemas futuros. »» não há perdas por causa de quebras. Veja algumas vantagens: »» diminuição do peso próprio da estrutura refletindo diretamente nos custos da estrutura. Um procedimento interessante é utilizar aspersor de água (os mesmos utilizados para regar a grama). Isso pode ocasionar o rompimento das tavelas. Dica: Antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequadas e de pedir permissão ao responsável pela obra. O excesso de armadura pode provocar falhas de concretagem. » Atenção especial no encontro da laje com vigas e pilares. Se for fotografar ou filmar. bem como os tamanhos oferecidos. Sabendo-se que a altura dessa laje em relação ao piso preparado é de 3. peça permissão. Agora é com você! 1) Um escoramento com pontaletes de madeira para laje pré-moldada deverá ser montado. suas características e seus elementos. Procure usar também capacete de segurança. » Se a laje não for receber cobertura. Vamos recapitular? Você aprendeu a função de uma laje. além do uso dos equipamentos de proteção individual (EPI)? 3) Organize uma visita a uma fabrica de laje pré-moldada em sua região e verifique os tipos e modelos de vigotas e tavelas comercializados. bem como os cuidados que devem ser observados na sua montagem e concretagem. » Não sobrecarregar com concreto um único local da laje durante a concretagem. 112 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . deve-se providenciar impermeabilização adequada e não esquecer de executar escoamento para as águas das chuvas com inclinação mínima de 1%. qual deverá ser o tamanho de corte dos pontaletes? 2) Quais os cuidados que se deve tomar na montagem de uma laje pré-moldada. » O concreto da laje deve receber procedimentos de cura por pelo menos 7 (sete) dias.08 m.» Verificar durante a concretagem as condições do escoramento. Aprendeu também como deve ser feita a sua montagem. 1 Cobertura A cobertura é o elemento de uma construção que tem como finalidade primeira proteger a obra e o seu conteúdo contra as intempéries e ações da natureza. a utilização de materiais cerâmicos ainda continua com excelente aceitação no mercado consumidor. a ênfase. Porém. e uma infinidade de características e formas de coberturas. Nas médias ou grandes obras o uso de materiais alternativos como o elemento metálico se faz mais presente por sua forma rápida de execução e na interessante relação custo-benefício. elementos estruturais ou não. 11. o que a humanidade procurou desde os primórdios dos tempos. Desde os abrigos rústicos nas cavernas até a data de hoje. a execução e os cuidados na montagem. recai sobre os materiais de cobertura mais utilizados tais como as estruturas treliçadas de madeira e telhas de cobertura con- 113 . principalmente nas pequenas obras. também. priorizando a cobertura com telhas cerâmicas convencionais.11 Cobertura Para começar Neste capítulo serão vistas a função de uma cobertura e seus diferentes elementos construtivos. técnicas construtivas. Aqui. evidentemente. E. tipos de acabamento. muita coisa mudou quanto aos materiais utilizados. pregadas sobre as terças. Caibro: peças de apoio para as ripas. e a cobertura (telhas). que absorve os esforços de tração da tesoura. que a cobertura de uma obra é composta basicamente de dois elementos. 11. Cumeeira: linha mais alta de um telhado. a saber: a estrutura que é o elemento constituído de vigas e peças metálicas ou de madeira. Por outro lado. 4 Existem dois grupos de amianto: o crisotila e o anfibólio. a saber: variação de temperaturas. Terça: peça intermediária entre o Frechal e a Cumeeira que tem a finalidade de travamento das tesouras e suporte à estrutura de caibros.Anexo 12. Pode-se.eternit. pelo Decreto 2.2. Beiral: parte da estrutura do telhado que se projeta além da alvenaria externa. da mesma forma. acrescentar à cobertura outros elementos destinados à captação das águas pluviais tais como calhas e condutores. como mostram as Figuras 11. Pendural: elemento vertical de distribuição das cargas de um telhado. No Brasil é proibida qualquer fabricação e comercialização do tipo anfibólio. chuva. e pela Portaria 3214/78 . o transporte e a comercialização do tipo crisotila são regulamentados pela Lei Federal 9. pregadas sobre os caibros. Linha: peça de alinhamento da tesoura que recebe todos os esforços da tesoura e pela qual é transmitida a estrutura principal da obra. Frechal: Nome dado à primeira terça da tesoura. Entende-se. a estrutura de uma cobertura é basicamente composta de um sistema treliçado destinado a suportar todo o carregamento da cobertura além dos esforços provenientes da ação das intempéries. pois necessitam de detalhamentos diversos. chamadas de tesouras. Tesoura: estrutura autoportante constituída de diversas peças formando uma estrutura treliçada com a finalidade de suportar toda a carga de um telhado. Acesso em: 07/11/2009) 114 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . vento e neve.4 As telhas autoportantes e as metálicas serão deixadas para comentários futuros. a fabricação. suas utilizações e especificações. uma vez que os fabricantes são inúmeros e. Tirante: peça em diagonal destinada ao travamento. Rincão: linha de encontro entre duas águas de um telhado. Empeno: parte da alvenaria de elevação que acompanha o caimento de um telhado. (Fonte: <www.350/97.br/corporativo/amiantocrisotila/ index. Perna: possui a finalidade de suportar as terças e dar a inclinação da estrutura conforme o tipo de telha utilizado. também.2 Estrutura da cobertura Como regra básica.1 e 11. São as seguintes as nomenclaturas: »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» »» Água: plano inclinado que define o “caimento” de um telhado.com. Ripa: peça de apoio das telhas. destinadas a suportar os elementos da cobertura. Escora: elemento oblíquo de distribuição das cargas de um telhado. Empena: o mesmo que perna.NR15 . ainda. que é o elemento que cobre a estrutura dando assim proteção à obra.php>.feccionadas de materiais cerâmicos e de cimento amianto.055/95. esquematizado na Figura 11.Partes da estrutura de uma tesoura para cobertura.4.1 . desde que a laje seja projetada para essa situação.3 .3 Medidas usuais para cobertura em telhas cerâmicas Mão francesa Laje Parede Figura 11. Praticamente.80 5  11 Caibros 0.Tabela prática de medidas para estrutura de uma cobertura Distância entre Medidas usuais (m) Seção das peças (cm) Tesouras 3. ou seja. as estruturas de um telhado para suporte de telhas cerâmicas obedecem às medidas apresentadas na Tabela 11. é o ponto mais alto do telhado.3 mostra o esquema: Pilarete de alvenaria ou de concreto sobre a parede 11.5  5 ou 2.    Figura 11.50 a 0.60 5  5 ou 5  7 conforme a telha 1.50 5  11 Terças – cumeeira – frechal 1. é necessário saber o vão a ser vencido e o grau de inclinação – ou porcentagem de inclinação – da telha a ser utilizada.Partes de uma cobertura.1.50 a 1.00 a 3.1 . A Figura 11.5  5 Ripas 11. Terça ou cumeeira Outro esquema de apoio da cobertura pode ser utilizado quando há a possibilidade de colocar sobre a laje um pilarete de alvenaria ou de concreto para suportar as terças e a cumeeira. Para vãos superiores a 3 m de comprimento recomenda-se que sejam ainda colocados pontaletes (caibros) servindo de mão-francesa para reforçar a estrutura. Para o cálculo desse “ponto”. desde que sejam construídas com madeira de lei e de primeira qualidade: Tabela 11.Perna ou asna ou empena Cumeeira Terça Ripa Caibro Frechal Cumeeira Água do telhado Espigão Rincão Tirante ou suspensório Pendural Escora ou diagonal Linha Beiral Empeno Projeção do telhado (beiral) Figura 11.2 . ou se o pilarete possa ser posicionado sobre uma parede.4 Ponto do telhado Ponto do telhado é a altura da cumeeira.Apoio de terças sobre pilarete de alvenaria ou concreto. Como exemplo pode-se considerar: Cobertura 115 . e estas devem ser cuidadosamente executadas de acordo com os esforços a que forem solicitadas: tração. escora. Esta última independe do vão. » a cumeeira está no meio do vão. » Compressão: esforço atuante nas peças: perna. » inclinação de 30% para o telhado.5 Tipos de emendas em vigas de madeira Nem sempre se consegue obter no mercado um fornecedor de madeiras beneficiadas.4 .6 a seguir são exemplos dos tipos de emendas comumente executados: » Tração: esforço atuante nas peças: linha. As Figuras 11.5 e 11.6 . Figura 11. Fique de olho! Duas coisas são distintas: inclinação expressa em porcentagem e inclinação expressa em “graus”. Então. compressão e flexão. Figura 11. pendural e suspensório. Figura 11.7 .Emendas de tração.» vão de 7 m. 116 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .7. tem-se de fazer emendas de peças. Com esses dados tem-se: » ponto do telhado = 30% de 3. talas de reforço conforme Figura 11. Figura 11.Emendas de compressão. » ponto do telhado (ou altura) = 1. Em muitos casos.5 . por medidas de segurança.Uso de talas nas emendas. enquanto que a inclinação expressa em porcentagem tem como referência o comprimento do vão a ser vencido. vigas de madeiras com as medidas necessárias para a execução de uma tesoura.50 m (metade de 7 m). são colocadas ainda ao lado das emendas.Exemplo de cálculo para o “ponto” de um telhado. 11.05 m. 9.8 . O suspensório (ou tirante) é colocado. conforme se observa na Figura 11. Empena Escora 11.6 Sambladuras As sambladuras são os tipos de união entre as diferentes peças componentes de uma tesoura.4 Ligação Empena  Escora  Tirante O chapus é uma peça de formato triangular com a finalidade de dar suporte à terça. Pendural Escora Espaço de 2 cm Braçadeira 11. existentes numa tesoura de madeira. Pendural Rebaixo de 3 cm Figura 11.6.11. Nas Figuras 11. conforme foi comentado.Ligação pendural x linha. normalmente.6. Caibro Empena Terça 11.Ligação perna x pendural.9 . Empena Grampo Apoio da tesoura Linha Figura 11.8 pode-se observar que é importante que a força “Q” caia sobre o apoio para que não haja efeito binário da força de ação Q com a força de reação R. Rebaixo de 3 cm 11. em ambos os lados da tesoura.Ligação linha × perna.10 está representada nesta figura uma emenda (tala).6. destinadas ao reforço entre a perna e a linha. pois poderá acarretar esforço de flexão na linha. Caso seja impossível evitar tal situação há a necessidade da colocação de um reforço no apoio para compensação dos esforços indesejados. 11. É importante que a peça metálica de união entre o pendural e a linha não seja fixada na linha.11 . e ao reforço entre pendural e linha.10 .12 e 11. nas Figuras 11.11.6.2 Ligação Perna  Pendural Veja a Figura 11. Cobertura Tirante Pregos ou parafusos Linha Figura 11. 117 . Linha Figura 11. O espaço assinalado é para o trabalho de movimentação natural da tesoura. e as mais comuns estão representadas a seguir.6.1 Ligação Empena  Perna Na Figura 11.Ligação perna × escora × tirante.13 estão representadas as mais comuns.5 Peças acessórias de reforço No mercado podem ser encontradas peças metálicas destinadas ao reforço das sambladuras e das emendas.3 Ligação Pendural  Linha Na Figura 11.11.8 a 11. 14.15.15 . Para facilidade na colocação das ripas.Posicionamento das ripas sobre os caibros. Figura 11.7 Estrutura do telhado Uma vez executada a estrutura principal do telhado (tesoura). Figura 11. 118 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . que por sua vez podem ser de madeira. que. a terça e o frechal e dão suporte às ripas.13 . essas telhas são normalmente fixadas diretamente sobre a cumeeira. conforme se observa na Figura 11.14 .Detalhes das peças de reforço. na cumeeira e nas frechais. que devem ter distância-padrão conforme o encaixe da telha utilizada. possui dois encaixes que medem exatamente a distância entre as ripas a serem colocadas.Posicionamento das peças de reforço. Estas são apoiadas sobre ripamento e estes sobre caibros. » Ripas: peças que dão sustentação e apoio às telhas. por sua vez. tem-se a estrutura de um telhado destinado a receber telhas cerâmicas comuns: » Caibros: peças que travam a cumeeira. é dispensada a colocação de caibros e ripas. 11. é chegado o momento de execução da estrutura de apoio ou de fixação das telhas. as quais têm a função primeira de “cobrir” toda a estrutura do telhado dando as devidas proteções. apresentada na Figura 11.Ilustração de uma galga.Figura 11. aço ou concreto. é feita na obra com um pedaço de ripa aquilo que chamamos de “galga”.12 . se apoiam nas terças. Fique de olho! Para a fixação de telhas de cimento amianto que normalmente possuem grandes dimensões. as terças e frechais. Assim. Figura 11. A galga. se faz necessário que a linha de ripas a serem colocadas no beiral seja recuada em relação às demais para que a telha tenha uma projeção além dessas ripas. quando do encontro com a cumeeira. no encontro entre dois planos de telhado. Durante a colocação das telhas é importante.8 Colocação das telhas e acabamento As telhas devem sempre ser colocadas de baixo para cima num telhado. seu peso e consumo. a partir do beiral.2 apresenta as principais telhas encontradas no mercado. que o alinhamento horizontal e vertical seja sempre observado. também. Veja a Figura 11. Figura 11. Na primeira fiada de telhas é recomendável que seja colocada uma “ripa dupla” com a finalidade de fazer a vez de uma telha que ali seria colocada.9.11. outros tipos de telhas à base de cimento e com diferentes colorações. Na execução do beiral. Na última fiada de telhas. a Tabela 11.16 . Para tanto. A ponta dos caibros deve ser serrada verticalmente para que seja fixada uma tábua de acabamento chamada testeira ou tabeira. é normalmente colocada como arremate ou acabamento final. é importante prever a colocação de uma calha. 11. tanto para o aspecto visual como para uma perfeita colocação.Ilustração do acabamento no beiral. sua inclinação mínima. em torno de 10 cm.9 Tipos de telhas Muitos são os tipos de telhas destinados para a cobertura de telhados. Cobertura 119 .1 Cerâmicas A seguir. uma carreira de telhas “cumeeira” assentada com argamassa mista de cimento. Podem ser encontrados.16. destacam-se: 11. cal e areia. ou seja. No entanto. 90 kg/peça 26 un.Tipos de telhas e seus dados relevantes Tipo Inclinação mínima Peso Consumo Plan 20% 1.10 kg/peça 26 un./metro linear Fonte: Cear Cerâmicas./m2 Portuguesa 30% 2.50 kg/peça 3 un.2 .60 kg/peça 16 un.60 kg/peça 17 un./m2 Romana 30% 2./m2 Capa/Canal 20% 2. 120 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento ./m2 Cumeeira ----- 2.Tabela 11. »» A movimentação da estrutura e a ação dos ventos podem comprometer a fixação.45 Inclinação mínima sem recobrimento 27% (15°) Inclinação mínima com recobrimento 27% (15°) Fonte: Eternit S.   Acesso em: 02 mar.com.2 Fibrocimento As telhas de fibrocimento são telhas que possuem dimensões que podem suprir grandes vãos propoAs telhas de fibrocimento possuem dimensões que podem suprir grandes vãos. normalmente feito em chapa zincada ou de alumínio. apresentados a seguir.Dimensões básicas da telha Vogatex.5 Largura útil (m) 0. proporcionando facilidade e rapidez na execução de coberturas em obras de qualquer porte.15 Largura total (m) 0. Cobertura 121 . Detalhes construtivos Para a perfeita vedação devem ser observados alguns detalhes executivos. Porém alguns cuidados devem ser observados: »» As telhas de pouca espessura são muito frágeis na resistência a ventos fortes. »» As telhas de fibrocimento são fixadas por meio de ganchos ou parafusos.11.17 traz a telha Vogatex que é amplamente utilizada nas construções provisórias nos canteiros de obras. mostrado na Figura 11.2 .18. 24 mm Largura nominal = 500 mm 1. Esse procedimento também se faz quando a cobertura é de telhas cerâmicas. A seguir. Disponível em www. com dados básicos do material. É aconselhável uma inspeção periódica. »» Arremate com paredes: No encontro do telhado com uma alvenaria que se sobressai acima da cobertura é necessária a colocação de um contrarrufo.18 .9. a Figura 11.3.br. Veja também a Tabela 11. principalmente quando utilizadas em galpões.Dados básicos da telha Vogatex® Características Básicas Vão livre máximo (m) Largura útil = 450 mm 75 mm 50 mm 4 mm 25 mm Figura 11.eternit. podendo ainda ser utilizadas para fechamento de vãos. O sistema de fixação deve ser reforçado. Figura 11. Recomenda-se calafetar os furos.17 . Isso pode ocasionar vazamentos nos furos executados para a colocação da fixação. 2008.Colocação de contrarrufo.A. Tabela 11. principalmente sob a ação dos ventos. e quando a fixação é feita por parafusos ou ganchos com rosca. veja a Figura 11. uma vez que as telhas são furadas para receber parafusos quando apoiadas sobre madeira ou ganchos. (continua) 122 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Figura 11.Colocação de cordão de vedação. e por isso a fixação deve ser bem executada.21. no entanto.20.20 . e sobre as telhas. Em ambos os casos. pode-se especificar cordão de vedação. Gancho com rosca reto L Para fixação de telhas e peças complementares em apoio metálico ou de concreto.Dispositivos para fixação de telhas de cimento amianto. »» »» Cordão de vedação: Para inclinações abaixo de 10° (18%) em telhados com “água” de comprimento superior a 12 m. os elementos de fixação devem receber um anel de borracha a ser colocado entre a telha e a porca (ou cabeça do parafuso) de fixação para a vedação do furo de passagem. com Ø 8 mm (5/16”) e cabeça com estampa especial. garantir estanqueidade. bem como nas coberturas com inclinação abaixo de 10° (l8%). Figura 11. Figura 11. Fixação: Esse é um dos problemas encontrados quanto a vazamentos em telhas.21.»» Juntas de dilatação: Dispositivo colocado entre as telhas quando estas estão sujeitas a movimentação devido a dilatações estruturais ou térmicas.Colocação de junta de dilatação. Devem. como na Figura 11.19 . como na Figura 11. sobre estrutura metálica ou de concreto.19. Para entender melhor. Esse cordão é uma massa colocada entre as telhas com a finalidade de evitar o “retorno da água” sob a telha. Seu uso é imprescindível em coberturas sujeitas a forte sucção de vento e nas telhas do beiral. Parafuso com rosca soberba Fabricado em ferro galvanizado a fogo. 22 . vencer grandes vãos. e por isso é sempre necessária uma revisão nesses elementos.3 Metálicas As movimentações das telhas oriundas das movimentações térmicas e da ação do vento vão com tempo “alargando” o diâmetro do furo executado nas telhas ou ainda “afrouxando” os elementos de fixação.9. Cobertura 123 . da mesma forma que as telhas de cimento-amianto. 11. proporcionam maior conforto ambiental e acústico. que podem. as onduladas e as trapezoidais são as mais utilizadas: »» Telha Trapeizodal Figura 11. cumeeira articulada. poliuretano ou Isopor. tais como: cumeeira normal. Conjunto de vedação elástica Figura 11. lã de rocha. Essas telhas são obtidas por um processo de conformação em “perfiladeiras” de chapas de zinco.Ilustração de uma telha trapezoidal. Quanto ao formato. espigão de abas planas e rufos. e podem ser simples ou do tipo sanduíche. Algumas peças complementares para a cobertura também estão disponíveis.Gancho com rosca reto simples Para fixação de telhas e peças complementares em apoio metálico Fixador de abas simples Para fixação de peças complementares diretamente nas telhas quando há acesso por baixo da cobertura. alumínio ou de aço. Outra opção para as coberturas são as telhas metálicas. principalmente os de uso industrial.Dispositivos para fixação de telhas de cimento amianto. e esse elemento de preenchimento pode ser de lã de vidro. Estas possuem um elemento que reduz o calor interno do ambiente.21. na construção de um telhado pode-se prever um sistema de captação de águas pluviais composto de calhas e condutores.Ilustração de uma telha térmica. As calhas são elementos de seção variada e de materiais dos mais diversos. deve-se aumentar este valor. »» Condutores: metade da seção estimada para a calha. 124 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .24 . Assim. do zinco ao PVC. Para a fixação dessas telas. »» Telha Térmica (sanduíche) Figura 11. em regiões onde a incidência de chuvas é muito forte. »» Calhas: 1. é possível estabelecer uma regra simples. é importante a consulta às Normas Brasileiras.10 Calhas e condutores Uma das funções de um telhado é a proteção da edificação contra as intempéries. bem como sobre seus tamanhos. como o exemplo que será apresentado mais adiante e a Figura 11.50 cm2 (seção transversal) de calha para cada metro quadrado de superfície do telhado. que são fixados nos beirais dos telhados com a finalidade de captar as águas pluviais e levá-las aos condutores que são fixados nas alvenarias em pontos estratégicos. para o dimensionamento das seções das calhas e condutores. 11. para informações e dimensionamentos mais criteriosos. principalmente contra as chuvas.»» Telha Ondulada Figura 11.884/89. neste caso.23 . recomenda-se a consulta aos fabricantes.Ilustração de uma telha ondulada. a NBR 10. Convém ressaltar que. Para efeito prático.25. Os seguintes cuidados gerais devem ser tomados: » Não se dever fazer manutenção ou montagem de telhados em dias de chuva. e que não devem permanecer pessoas abaixo das montagens.00 m2 Seção da calha: 100. a madeira que for ficar exposta às intempéries deverá receber tratamento impermeabilizante. » Se a estrutura for metálica: as peças devem ter recebido tratamento anticorrosivo e pintura de acabamento. Cobertura 125 . Lembre-se de que os serviços são executados em altura.50 cm2 p/ m2 66.25 . caso aconteça. as soldas devem ser íntegras e não apresentar sinais de fissuras.67 cm2 Diâmetro da calha (seção semi-circular) 13. Na dúvida. situação muito comum em lugares com muita vegetação.34 cm2 6. » Usar.Exemplo Seção da calha Semi-circular 100. » O uso de cinto de segurança é imprescindível em qualquer situação. pois o risco de queda de objetos é enorme. tábuas sobre as telhas para servirem de passarelas. 11. usar madeira de bitolas uniformes e sem empenos. principalmente com a presença de árvores.00 m2/1. não devem apresentar sinais de ferrugem e.52 cm Área de contribuição do telhado Diâmetro do condutor Nas pontas das calhas é aconselhável prever saídas do excesso de águas caso haja problemas de escoamento ou entupimento.Calha com condutor. sempre que possível. alguns cuidados devem ser observados quanto a sua execução ou manutenção.04 cm Seção do condutor 33. sem nós.11 Cuidados na execução e manutenção de um telhado Como em toda estrutura. Figura 11. Fazê-lo somente em casos de extrema necessidade. deve ser tratada. usar produto específico para visualização. a madeira deve estar seca. » Se a estrutura do telhado for de madeira: usar sempre madeira de lei. sem estarem lascadas e não apresentarem “brocas”. Faça uma pesquisa no mercado varejista e construa uma “galga” para a fixação das ripas sobre os caibros para pelo menos três tipos de telhas cerâmicas diferentes. 3) Com os dados apresentados neste capítulo. 2) Algumas telhas possuem furos na sua parte superior. bem como as que apresentarem “fissuras”. ainda. sobre as peças de madeira e suas medidas usuais. as partes de sua estrutura e detalhes de sua montagem. As telhas consideradas “empenadas” devem ser descartadas. » Na colocação de telhas de fibrocimento. Faça uma pesquisa (em obras ou no comércio de materiais de construção) e descubra o porquê desses furos e em que situações eles são utilizados. » Na colocação das telhas não se recomenda empilhar muitas delas num só lugar.» Cuidados na colocação das telhas cerâmicas. » Durante a colocação das telhas. determine o consumo de madeira e telhas para um telhado com as seguintes características: » » » » » 126 Beiral de 70 cm. Aprendeu. Vamos recapitular? Você aprendeu neste capítulo a função de um telhado.24 m uma da outra. Superfície a ser coberta: 6 m  10 m. Telha cerâmica tipo portuguesa com inclinação de 35%. Cumeeira no centro do vão de menor dimensão. é recomendável a amarração das telhas. principalmente pelo fato de esses trabalhos serem executados em alturas. Distribuir as telhas em pequenas pilhas ao longo da superfície do telhado. Considere neste projeto dois empenos (um em cada extremidade) e duas tesouras distanciadas em 3. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . sobre outros tipos de telhas como as de cimento amianto e as metálicas. » Quando a inclinação do telhado é grande ou o local da obra está sujeito a grandes ventos. o aperto dos parafusos de fixação deve ser bastante controlado para evitar riscos de rompimento na telha. e os cuidados na montagem e na manutenção de um telhado. Agora é com você! 1) Sabemos que as telhas cerâmicas são apoiadas sobre ripas. também. estas devem estar bem apoiadas umas sobre as outras e sobre a estrutura. Aprendeu. prestar bastante atenção ao seu alinhamento. caixilhos. trata-se de uma armação de madeira. a janela. Em uma obra. » Isolamento: também proporciona isolamento acústico e térmico. também. portas e janelas. na qual se fixa a porta. há renovação do ar do ambiente com o ar externo. caixilho etc. e.. » Acesso: controle de entrada e saída (trânsito de pessoas e veículos). É a designação genérica de porta.1 O que é esquadria? Segundo o dicionário Aurélio (2010). os modelos disponíveis no mercado e como devem ser assentados e colocados. » Ventilação: uma vez aberta a esquadria. dentre as quais podemos destacar as de maior importância: » Iluminação: uma esquadria pode ter a função de promover a iluminação de um ambiente por meio da entrada de luz natural. os diversos tipos de vidros e sua colocação. a veneziana. 12.12 Esquadrias Para começar Neste capítulo serão vistos os conceitos e as definições a respeito de esquadrias. metal etc. 127 . as funções das esquadrias são muitas. e suas características mais relevantes: a) Madeira Elemento de fácil adaptação em qualquer projeto arquitetônico devido à sua versatilidade e beleza. Os chumbadores mencionados na Figura 12. Aumenta o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”.1 . b) Ferro Elemento também adaptável a qualquer projeto arquitetônico. 128 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . A madeira tem de ser tratada contra fungos e cupins.1 têm como função auxiliar a fixação do batente na alvenaria. Deve estar devidamente seca antes da fabricação. Tem de ser protegida da umidade.1 é ilustrativo e básico de um batente (ou portal) para a instalação de portas. 12. pois o risco de empenamento e alteração de medidas é muito grande. ainda.3 Materiais utilizados Os materiais utilizados são os mais vaiados possíveis. Não recomendado para regiões litorâneas por causa da presença de salinidade. O que varia é a seção do corte AA. providos de fita metálica dentada. A madeira tem de ser a chamada “madeira de lei” ou madeira de primeira qualidade. Toda a ferragem deve ser lixada e limpa com solvente antes da aplicação do sistema de pintura. Prego Detalhe 1 Travessa Montante Detalhe A 35 A 105 Chumbadores 10 30 Corte AA Figura 12.Componentes de uma esquadria. embora a nomenclatura também seja válida para as esquadrias destinadas à fixação de janelas. que é altamente prejudicial ao ferro. que deve ser adaptado para janelas.12. A seguir consta uma relação dos materiais mais utilizados. Esses chumbadores podem ser de pregos 22 × 48 ou 22 × 42 ou. Requer pintura de proteção (verniz) periodicamente para manutenção de sua textura e beleza.2 Componentes de uma esquadria O esquema da Figura 12. c) Alumínio Elemento leve. sendo duas verticais. Esquadrias 129 . chamada de travessa. aqui a ênfase será somente para as esquadrias de portas e janelas. O alumínio natural dispensa pintura. 12. 12. pois o alumínio sofre reação com à cal. Material cada vez mais utilizado. É encontrado comercialmente em diversas cores e padrões. Diminui o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”. Verificar se o produto é resistente à ação dos raios ultravioleta. d) PVC policloreto de vinila) Elemento leve e versátil. que definem a altura. Recomendado para regiões litorâneas por sua resistência à salinidade.4. Verificar a espessura do vidro e seu tipo conforme a sua aplicação e finalidade. chamadas de montantes. Permite iluminação total. versátil e adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico. Bastante utilizado em edifícios residenciais e comerciais. também adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico. No entanto. Material de pouco conhecimento do público consumidor. Largamente utilizado em edifícios residenciais e comerciais. Dispensa pintura. também adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico. Diminui o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”. e uma peça horizontal.4 Tipos de esquadrias Há esquadrias para diversos fins. e) Vidro Elemento leve e versátil.1 Esquadria para portas Esquadria para portas é formada por um conjunto de três peças. O vidro tem de ser do tipo “temperado”. que mancha a peça (e essa mancha não é removível). que define a largura. Não deve receber respingos de argamassa ou concreto. Quando aberta. exige manutenção mais frequente para regular a tensão dos cabos e o nível das folhas. 12. suas folhas ficam embutidas no corpo da esquadria ou na alvenaria.Figura 12.Tipos comuns de esquadria para portas. 130 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Fácil operação. »» Vão livre para ventilação de apenas 50%. uma superior e outra inferior. caso as folhas tenham sistemas de contrapeso ou sejam balanceadas. Do contrário. persianas ou cortinas. as folhas devem ter retentores nas guias do marco. que se movimentam por deslizamento vertical no plano da janela.2 Esquadria para Janelas Essas esquadrias são compostas de quatros peças. Vantagens »» Ventilação regulável conforme a abertura das folhas. Vantagens Desvantagens »» Possui as mesmas vantagens da janela de correr.executadas. Desvantagens »» Dificuldade de limpeza na face externa. a Figura 12.3 apresenta os modelos mais comuns de janelas encontrados no mercado: Janela de correr Possui uma ou mais folhas que se movimentam por deslizamento horizontal no plano da folha. »» Riscos de infiltração de água pelos drenos do trilho inferior.4. »» Risco de quebra de cabos. »» Além das desvantagens da janela de correr. em vedações mal.2 . A seguir. sendo dois montantes verticais e duas travessas. »» Permite instalar grades. Janela guilhotina É formada por uma ou mais folhas. Janela de tombar Possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de eixos horizontais fixos. mesmo com chuva sem vento. »» Ocupa espaço interno quando abre para dentro. ou cortina. »» Não ocupa espaço interno. »» Não direciona bem o fluxo de ar. Desvantagens »» Não permite regulagem ou direcionamento do fluxo de ar. coincidentes com as laterais das folhas. Esquadrias 131 . »» Limpeza difícil na face externa. se abrir para dentro. »» Permite ventilação nas áreas superiores do ambiente. »» Boa estanqueidade ao ar e à água. Vantagens »» Boa estanqueidade ao ar e à água. »» Permite grades quando as folhas abrem para dentro. Desvantagens »» Não permite uso de grade ou tela na parte externa. »» Quando aberta. Janela pivotante (horizontal ou vertical) Possui uma ou várias folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de um eixo horizontal ou vertical não coincidente com as laterais e extremidades da folha. »» Permite ventilação nas áreas inferiores do ambiente. situados na extremidade inferior da folha. Janela de abrir (folha simples ou folha dupla) É formada por uma ou mais folhas que se movimentam mediante rotação em torno de eixos verticais fixos. situado na extremidade superior da folha. Vantagens »» Fácil limpeza da face externa. Desvantagens As mesmas desvantagens da janela projetante. mesmo com chuva sem vento. »» Não permite tela ou grade se abrir para fora.Janela projetante Possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas em rotação em torno de um eixo horizontal fixo. »» Libera parcialmente o vão. Vantagens »» Boa estanqueidade ao ar e à água. libera 100% do vão para ventilação. »» Não ocupa espaço interno. br. Fonte: Adaptado de Arruda Ind. grade. permitindo uso de tela ou cortina.5. Janela basculante Possui eixo de rotação horizontal. cortina ou persiana. 12. Vantagens »» A janela pivotante horizontal permite direcionamento do fluxo de ar para cima ou para baixo. 132 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . quando o braço permite abertura da folha a 90 graus. dado o grande comprimento de juntas. centrado ou excêntrico. »» Ventilação constante com chuva sem vento. o vão livre entre as faces internas dos montantes.arrudaesquadrias. e Com. exceto no item relativo à limpeza.com.»» Facilidade de limpeza da face externa. Desvantagens »» Dificuldade para instalação de tela. de Esquadria de Alumínio e Ferro. Figura 12.5 Medidas usuais das portas e janelas As medidas comerciais mais encontradas para as janelas e portas são apresentadas a seguir: 12. »» As mesmas desvantagens da janela projetante. com translação simultânea desse eixo. Vantagens Desvantagens »» As mesmas vantagens da janela projetante. Janela projetante deslizante (MAXIM-AR) Possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas em torno de um eixo horizontal. 2008. »» Com braço de articulação adequado pode abrir 90 graus. Vantagens »» Facilidade de limpeza da face externa. facilita a limpeza e a ventilação.1 Portas As medidas ou tamanhos das portas encontradas no mercado são. ou vão luz. »» Estanqueidade reduzida. necessita de fechos perimétricos. »» Para grandes vãos. não coincidente com as extremidades superiores ou inferiores da janela. Desvantagens »» Não libera o vão totalmente. »» A pivotante vertical permite direcionar o fluxo de ar para a direita ou para a esquerda.3 . Disponível em www. em centímetros: 60  210 70  210 80  210 90  210 100  210 Cabe lembrar que as folhas das portas são 2 cm mais largas que o vão da porta e entende-se como vão da porta.Tipos comuns de esquadria para janelas. »» Pequenas projeções internas e externas. »» Ambas ocupam pouco espaço na área de utilização. »» Favorece o direcionamento do fluxo de ar. Acesso em: 29 nov. 1. com quatro folhas. Podem sofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento. Fique de olho! A área efetiva de ventilação e de iluminação das janelas nem sempre tem as medidas comerciais ou são ideais para a perfeita ventilação e iluminação dos ambientes. Neste caso há uma redução de 50% nas áreas de iluminação e de ventilação. Cabe lembrar que os caixilhos fazem parte do acabamento de uma obra e. devem merecer especial atenção.20 de altura. 12. pois um erro pode levar a difíceis correções. e de 60 cm até 1. » Podem sofrer manchas em contato com argamassas e concreto. Esquadrias 133 . » Apropriados para regiões litorâneas. Exemplos: 1) Uma janela de abrir nas dimensões de 2 m de largura e 1.Vão luz de uma esquadria. como tal.1 Caixilhos de madeira » Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas.4 .2 Janelas As janelas possuem as mais variadas medidas comerciais. e para os mais variados fins.Largura da folha Vão luz Figura 12. Mas a área de ventilação é reduzida porque a parte que se abre não é necessariamente a mesma da janela.5. de 1 m de largura e 1. possuirá efetivamente um vão luz. quando totalmente aberta.20 m de altura. » Não recomendados quando expostos às intempéries. 2) Uma janela de vidro do tipo basculante possui uma área de iluminação praticamente nas mesmas dimensões.20 m de altura.6. partindo de 60 cm a 2 m de largura. 12.6.1 Observações mais comuns sobre cada caixilho A seguir encontram-se as orientações básicas que devem ser observadas nos assentamentos dos caixilhos: 12.6 Assentamento O assentamento dos caixilhos de portas e janelas deve ser muito rigoroso no que diz respeito aos prumos e níveis. 12. Remover imediatamente os respingos.6.1. este deve ser assentado quando do levante da alvenaria (ou após). Podem sofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento.3 Caixilhos de ferro: »» Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas. »» As partes móveis dos caixilhos devem ser convenientemente protegidas durante a sua colocação.6. 134 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . 12.2 Caixilhos de alumínio e PVC »» Podem sofrer manchas em contato com argamassa e concretos.1.6. 12. Podem sofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento.3.1.4 Caixilho de vidro: »» Os requadros dos vãos devem ser perfeitos para promover o perfeito encaixe das peças.Colocação de uma esquadria para porta. »» Normalmente os caixilhos de alumínio e de PVC possuem um “contramarco”. »» Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas.12.1 Portas Cunhas de fixação sobre os montantes Linha referencial de altura Sarrafo de madeira fixado entre a travessa e o montante para garantir o ângulo reto da esquadria Verificação do prumo Sarrafo de madeira fixado entre os montantes para garantir a largura Régua para verificação de “embarrigamento” dos montantes Vão a ser preenchido com argamassa ou com espuma de poliuretano Figura 12.2 Observações de caráter geral »» Caso os caixilhos sejam industrializados.5 .6. 12. e somente na fase final de acabamento é que os caixilhos são então colocados. 12.6. ler atentamente os manuais de instalação e de funcionamento.3 Esquema básico do assentamento de um caixilho 12. O requadro benfeito de um vão é parte integrante do caixilho.6. 12.7 . como mostra a Figura 12. E. provocando problemas no assentamento das guarnições (ou alisares). Corre-se Figura 12. e ainda. Em ambos os casos convém reafirmar a importância da verificação dos prumos externos e internos. Verga Cunhas Travessa Montante Cuidados devem ser tomados quando a esquadria for assentada em alvenaria que possui revestimento de cerâmica.6. É importante que essas cunhas estejam posicionadas sobre os montantes. é a verificação do “embarrigamento” dos montantes com o auxílio de uma régua. que o caixilho deve estar fixado na alvenaria considerando os futuros revestimentos e não esquecer a colocação dos chumbadores. Fique de olho! Para a verificação do alinhamento da esquadria. essa linha deve estar com distância constante em relação à alvenaria.6. Para que isso não aconteça é necessário um planejamento prévio dessa alvenaria. também.Colocação de uma esquadria para janela de madeira. bem como a espessura do revestimento é necessário que se estique uma linha rente aos montantes. haverá o seu “embarrigamento”. Importante. considerar a espessura da cerâmica adicionado à espessura da argamassa de assentamento. Esquadrias 135 . o que pode comprometer o funcionamento das folhas das portas e das janelas.3 Colocação das cunhas 12. Se estiverem posicionadas sobre a travessa. levando em conta a espessura dos tijolos ou blocos.6. a espessura do revestimento cerâmico.3.6 .8.2 Janelas Figura 12. o rico de a espessura final da alvenaria ficar maior que a espessura do caixilho. neste caso. 12.3.4 Alinhamento da esquadria Alvenaria 3 a 4 cm Para a fixação do caixilho no vão da alvenaria será necessária a colocação de cunhas pressionando o caixilho contra a alvenaria.Colocação de cunhas.3. a espessura dos revestimentos de argamassa (emboço) em ambos os lados da alvenaria. ainda. e alguns deles protegem contra a radiação solar. depois de assentado. Há.uepg. que têm por finalidade auxiliar a colocação final desses caixilhos por serem peças delgadas. Cabe lembrar que os caixilhos fazem parte do acabamento de uma obra e. Este proporciona aspecto estético. que são pregadas sobre o batente (travessas e montantes) com a finalidade de promover o acabamento e o complemento ao caixilho. e antes do revestimento.Distâncias constantes em relação a alvenaria Alvenaria Batente Figura 12. fixadores de folha de porta. Guarnições (também chamadas de “alisares”) são peças de acabamento.9 Vidros Os caixilhos nem sempre são totalmente fechados. Cabe a perfeita escolha de acordo com o gosto pessoal do usuário. normalmente de madeira.8 . vai receber o caixilho definitivo que muitas vezes é simplesmente fixado por meio de parafusos. e também de “esconder” a região de transição entre o batente e a alvenaria. os vidros especiais destinados à resistência a choques de objetos e até proteção contra choques de projéteis de armas de fogo. Esse quadro. é a de promover ventilação e iluminação para os ambientes. frágeis. é de boa técnica a utilização de contramarcos.br). trincos. 12. Para tanto. Uma das funções dos caixilhos. durante (ou após) o levante da alvenaria. ainda. principalmente os de alumínio.7 Uso de contramarcos Na colocação de caixilhos. 12. dobradiças. encontram-se os principais tipos de vidros encontrados no mercado. Esse sistema consiste em assentar previamente um quadro auxiliar nas dimensões do caixilho. 136 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . principalmente das janelas. entre outros.Ilustração do alinhamento de uma esquadria. puxadores. 12. conforto térmico e acústico. pois um erro pode levar a difíceis correções. aliada à arquitetura e ao tipo de peça. na Tabela 12. devem merecer especial atenção. Fique de olho! O assentamento dos caixilhos de portas e janelas deve ser muito rigoroso no que diz respeito aos prumos e níveis. como tais. sem esquecer.1 adaptada do Departamento de Engenharia Civil Universidade Estadual de Ponta Grossa (http://www. da funcionalidade e segurança.8 Ferragens e acessórios No mercado varejista há inúmeras peças que vão compor o caixilho: fechaduras. e de pouca resistência à ação da cal presente nas argamassas. no entanto. e entre esses materiais o mais comum é o vidro. A seguir. a colocação de materiais não opacos se faz necessária. Espessuras: 2. fragmenta-se totalmente.Colocação de massa de calafetação e baguete. c) Os caixilhos de ferro já devem ter pelo menos uma demão de pintura executada antes da colocação dos vidros. Essas peças têm a finalidade de sustentar os vidros e fixá-los nos caixilhos. o que proporcionará maior durabilidade do caixilho e melhor efeito estético.Tabela 12. assim como todo o manuseio. Espessura: 7mm. deve ser executada apenas por pessoal especializado. 137 .1 . geralmente o próprio fornecedor dos vidros. 8. dupla na colocação dos vidros. mantém-se inteiro com estilhaços aderidos à película. 4. Esquadrias Figura 12. Janelas de banheiros Portas de entrada 12.Colocação de massa de calafetação. 12. Espessuras: 4 a 19 mm Sacadas Portas autoportantes Boxes Laminado É constituído de camadas de vidro unidas por película de plástico (polivinibutiral .10. Vidro de segurança Janelas de escadas enclausuradas Iluminação zenital Parapeitos Float-glass (comum flotado .PVB) e ao quebrar-se. transparentes e visibilidade perfeita (sem distorções). 10. Figura 12. 15. 7. bem como todo o revestimento (paredes. mesmo assim. 3. a movimentação de materiais já deve estar terminada. b) Por se tratar de uma fase final da obra. ou seja. Espessura: 4 a 65 mm Caixilhos de portas Sacadas Tampos Aramado É uma lâmina de vidro fundida com malha metálica de ½” quadrada. o que confere ao conjunto alta resistência ao fogo. permitindo cortes precisos. pisos e tetos) ter sido executado.9. mostrada na Figura 12.Tipos de vidro Tipo de vidro Características Indicação de uso Comum (recozido) É o vidro comum sem qualquer tratamento especial no processo de fabricação. e) Alguns caixilhos são providos de “baguetes”. 5. Caixilhos Portas Impresso (fantasia) São vidros que recebem na sua fabricação estampa de desenhos ou figuras que os tornam translúcidos. o uso de massa de vidraceiro entre o vidro e esses baguetes.10 .9.cristal) Possui superfícies planas. Recomenda-se. como mostra a Figura 12.1 Cuidados na instalação dos vidros a) A instalação de vidros. 19 mm Vertical em caixilhos de pequenas dimensões (vidraças) e na espessura de 4 mm em esquadrias de alumínio padrão Temperado Sofre um processo de têmpera com temperatura em torno de 700ºC que o torna até cinco vezes mais resistente que o vidro comum e ao quebrar-se. d) Nas esquadrias e caixilhos é recomendado usar massa de calafetação (conhecida como massa de vidraceiro).9 . Esse procedimento evita o acúmulo de sujeira entre o caixilho e o vidro. a utilização de massa na parte interna e externa do vidro. e a forma de assentamento com ênfase na importância na verificação de prumos. o que ocorre em torno de trinta a quarenta dias. detergente neutro e pano seco ou produto limpa-vidros apropriado. Agora é com você! 1) 138 Que tipo de vidro você recomendaria para as seguintes situações: a) Porta metálica com vãos quadriculados. e sobre os diferentes tipos de vidro e sua colocação. evitar o uso de produtos químicos agressivos que causem danos aos caixilhos e vidros. bem como os seus componentes. Aprendeu também sobre os diferentes tipos de esquadria. h) Na limpeza final. Essa sinalização deve ser executada com um “X” feito com tinta látex à base de água e deve ser removida somente quando da limpeza final da obra. alinhamentos e esquadros. Recomenda-se o uso de água limpa. g) A pintura sobre a massa de vidraceiro somente poderá ser feita após a sua secagem.f) As placas de vidro assentadas devem ser sinalizadas com o intuito de chamar a atenção e evitar acidentes. O que você recomendaria para um melhor acabamento a ser feito? Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Não se recomenda o uso de fitas adesivas. pois a ação dos raios solares torna difícil a remoção do adesivo. na medida máxima de 20 × 20 cm? b) Porta metálica com vãos nas medidas 70 × 120 cm? c) Folha de porta inteira de vidro? d) Janelas próximas a um “campinho” de futebol? e) Janelas em edifícios acima de vinte andares? 2) Em que situação de projeto você não recomendaria o uso de janelas do tipo “maxim-ar”? 3) Ao dar acabamento final numa alvenaria. verificou-se que a sua espessura ficou 2 cm maior que a espessura do batente de uma porta. Vamos recapitular? Você aprendeu neste capítulo a diferença entre os caixilhos de uma porta e de uma janela. cada um deles com suas características e finalidades. variações de umidade. chama-se revestimento. e os cuidados necessários. e assim devem estar protegidas. 13.2 Revestimentos mais comuns Os tipos de revestimentos são os mais diversos. químicos.13 Revestimentos Para começar Este capítulo trata das funções dos revestimentos e seus principais tipos: argamassas. entre outras. São etapas distintas de uma obra.. inclusive alguns destinados a condições e ambientes específicos devidos a particularidades de uso. Esse elemento da construção com a finalidade de dar proteção ao que foi construído. 139 . Há aqueles destinados a revestimentos industriais. todas as construções sejam elas construções estruturais (estruturas de modo geral: pilares. etc) e de vedação (alvenaria. Será abordada também a execução de cada um desses trabalhos. lajes. Cuidado para não confundir revestimento com acabamento. Neste capítulo será dada ênfase somente aos revestimentos destinados à construção residencial. chuva. sol. vigas. gesso e cerâmicos. 13. por exemplo) necessitam de algum elemento que as proteja das ações das intempéries tais como vento. hospitalares etc. que ao longo do tempo vão causar danos à obra. além de dar estanqueidade às edificações. comerciais.1 O que é revestimento de uma obra? Como o próprio nome sugere. navais. pois em diferentes partes da obra há a necessidade de traços mais fortes. mas a critério do arquiteto pode assumir diferentes texturas e desenhos. de vedação ou estruturais. pois em grandes quantidades o custo poderá ser bastante significativo e ainda o estudo com referência à sua aplicação. Consiste de uma argamassa de traço 1:3 (volume) de cimento e areia média cuja aplicação se faz com o uso da colher de pedreiro ou equipamento de projeção apropriado. Uma vez executadas as taliscas.1 Chapisco É a primeira camada do revestimento aplicada diretamente sobre a alvenaria. É uma argamassa aplicada geralmente em torno de 2 a 2. será tema do próximo capítulo.1.1. porém outros elementos são adicionados para dar plasticidade à argamassa.2. por exemplo. 13. com a finalidade de proporcionar melhor aderência à camada seguinte. em área externa sujeita à ação constante das intempéries.2. Sua forma de aplicação é geralmente lisa.Os revestimentos mais comuns são os de argamassas. mas somente 24 horas após a aplicação do chapisco. Para a aplicação dessa camada do revestimento é necessária a execução de “taliscas” (ver item 3 a seguir) com a finalidade de proporcionar prumo ao revestimento acabado e alinhamento perfeito. o que pode enriquecer o aspecto das fachadas. “saibro” ou aditivos plastificantes. preenchendo os eventuais vazios. e praticamente não há obra em que não sejam utilizadas. de uma régua de alumínio. 13. promove-se o “chapeamento” da argamassa à alvenaria com o uso da colher de pedreiro e depois que o excesso de água já estiver sido absorvido pela superfície e a argamassa apresentar consistência firme. sejam elas internas ou externas. O emboço tem a finalidade de regularizar a superfície da alvenaria. e principalmente corrigir distorções encontradas no prumo quando da execução da alvenaria.5 cm de espessura. dependendo dos componentes utilizados em sua composição. Quanto à pintura. tais como: cal. É sempre importante salientar que para obras de grande porte é deve ser feita a pesquisa do melhor traço a ser utilizado. numa espessura que varia de 5 a 7 mm. 13. 140 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . é então executado um “sarrafeamento” com o auxílio.2 Emboço É a segunda camada a ser executada. normalmente. e seu traço é bastante variável. os cerâmicos e os de pedra. Um revestimento completo de argamassa assume três partes: chapisco. e é sempre bom estar atento a essas inovações.1 Argamassas de cimento e cal As argamassas são os revestimentos mais comuns e tradicionais. que também é um tipo de revestimento. Ainda é o revestimento mais apropriado para efetuar proteção em alvenarias. a cada dia que passa novas técnicas e novos materiais estão disponíveis no mercado. dando assim o aspecto final à alvenaria. o cimento e a areia são praticamente constantes. Evidentemente. emboço e reboco.2. 2 Execução de revestimento do emboço A Figura 13. pode-se adquirir argamassas para revestimentos (chapiscos. observando as orientações do fabricante contidas na embalagem.3 Reboco É a terceira e última camada do revestimento. Está cada vez mais comum a utilização de somente duas camadas de revestimento. imprescindível por causa da necessidade de melhoria da aderência. »» reformas e reparos. bastando apenas a adição de água para o seu uso. Revestimentos 141 . ainda. »» área restrita de estocagem em canteiros de obra. em volume. mais usuais são: revestimento externo: 1:2:6 (cimento. Esse procedimento melhora a hidratação da cal e proporciona maior plasticidade e aderência da argamassa. Há. 13. sarrafeada e com alisamento final com espuma. Também é conhecida como revestimento fino.1 ilustra os procedimentos para a execução do emboço. Consiste de uma argamassa de cimento. »» restrição de serviços e atividades de obras em condomínios. executa-se uma pré-mistura de areia. Quanto ao preparo. A primeira. Em obras de porte pode-se ainda optar por adquirir argamassas prontas nas mesmas usinas que fornecem concreto. cal hidratada e areia fina peneirada aplicada numa espessura não maior do que 5 mm. É sabido que a mistura tradicional da argamassa causa muita sujeira e transtornos não só na sua mistura como também no seu transporte até o local da aplicação e a opção em se utilizar as argamassas pré-misturadas se torna bastante interessante. 13. pois é evitado o estoque de areia e cimento além da necessidade de espaço para o preparo da argamassa. a possibilidade de adquirir essa argamassa já industrializada. Deve ser executada somente 21 dias após o emboço. cal hidratada e areia média).1. é o chapisco. Essa mistura deve ser preparada em caixotes limpos e secos. É necessária a colocação de taliscas e mestras para a definição da espessura do revestimento. bastando apenas a adição de água para a sua aplicação. É nessa etapa que eventuais desvios de prumo e de alinhamento da alvenaria podem ser corrigidos. corrigindo eventuais distorções. Alguns casos são interessantes em se usar as argamassas pré-misturadas: No preparo das argamassas que utilizam cal recomenda-se a adição de cimento somente 24 horas depois de misturada a areia com a cal. cal e água. revestimento interno: 1:2:8 (cimento. ou seja. O traço usual em volume para esse revestimento é 1:3 (cal e areia fina) com adição de 50 kg de cimento por m³ de argamassa. e a segunda é o emboço preparado com areia média peneirada. deixa-se “descansar” para posteriormente adicionar o cimento. cal hidratada e areia média). emboços e rebocos) e assentamento de alvenarias já pré-misturadas e ensacadas. É aplicado normalmente com uma desempenadeira de madeira e o acabamento ou o alisamento final da superfície é executado com o auxílio de uma desempenadeira provida de espuma.2.2. para finalizar e dar acabamento ao emboço.Os traços. Exemplo de reforço nos cantos das alvenarias revestidas. áreas de serviço e em outras áreas onde serão assentadas cerâmicas. como perfil metálico exclusivo para esse fim.2 .1 Cuidados na execução »» Não executar emboços com mais de 2. o que proporciona maior resistência a impactos. »» »» »» »» Manter umedecido o substrato (chapisco) para a aplicação das diferentes etapas de revestimento sem deixar encharcado com água. cozinhas.2. Pode-se ainda instalar dispositivo de reforço tal.5 cm numa mesma camada.Figura 13. não danificando os cantos da parede. 142 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Nesses casos é sempre interessante utilizar uma argamassa mais rica em cimento para aumentar a resistência no local ou ainda “salpicar” cimento na superfície da argamassa no momento do acabamento.1 . Verificar o posicionamento dos portais e caixilhos principalmente em banheiros. Se necessário executar uma primeira camada. Os cantos vivos dos revestimentos devem ser arredondados ou chanfrados. 13.2: Figura 13. esperar cura mínima de sete dias e somente após completar a espessura desejada. Veja a Figura 13.2.Etapas para marcação de taliscas e mestras para execução do emboço. Verificar o prumo das paredes e da espessura dos caixilhos para estabelecer a espessura total do revestimento. »» Maior produtividade. não necessita do “chapisco”. caso isso ocorra. o qual possui um tempo de pega em torno de 45 minutos. durante o revestimento. Quanto à sua aplicação. »» Verificar antes da execução dos revestimentos o correto posicionamento dos elementos embutidos tais como tubos e conduítes. com uma desempenadeira metálica. »» Proteger. »» Superfície pronta para a aplicação da pintura. Esta deve ser executada com blocos ou tijolos de assentamento o mais regulares possível. 13. deve ser feita com a utilização de desempenadeira de PVC em duas demãos cruzadas. »» Cuidar para que as tubulações estejam embutidas o suficiente para que ocorra pelo menos 2 cm de revestimento sobre as mesmas.1 Vantagens e desvantagens A sua utilização apresenta algumas vantagens (e desvantagens) sobre os revestimentos tradicionais (argamassa de cimento. que tem sua origem na moagem da gipsita. e antes da aplicação do gesso a alvenaria deve ser umedecida. o que confere um aspecto um pouco ondulado.2. É imprescindível para o total aproveitamento das vantagens econômicas desse tipo de revestimento a qualidade no assentamento da alvenaria. mantê-la sempre umedecida para melhoria da cura e diminuição da retração. deve-se ter cuidado. preferencialmente do tipo “rolado”. Apresenta as seguintes vantagens: »» É aplicado diretamente sobre o substrato. óleos e graxas. Não esquecer que o substrato deve estar livre de resíduos e excessos de argamassa. 13. pois existem diferentes tipos para diversas aplicações e nesse caso o gesso deve ser específico para revestimento.»» Após a execução de cada etapa do revestimento. ou sarrafeado com o uso de mestras e réguas de alumínio que proporcionam uma superfície final regular e uniforme. esta deve receber uma camada de chapisco. o que permite um tempo adequado para o seu manuseio e aplicação. »» Executar uma etapa do revestimento somente quando a precedente estiver totalmente seca e curada. Em revestimento sobre superfície de concreto. Revestimentos 143 . estar rigorosamente no prumo. Cuidado com as peças de alumínio: a cal provoca manhas na sua superfície e não são removíveis. devem estar devidamente preenchidos e regularizados. e não possuir vazios ou buracos.3. e alisado. em substituição aos revestimentos de argamassa à base de cimento e cal. A aplicação pode ser de dois modos: simplesmente desempenado sem o uso de taliscas. os caixilhos e outros dispositivos já colocados ou fixados na alvenaria. »» Menor retração. é o gesso.2. pó.3 Revestimento em gesso Um tipo de revestimento monolítico que está sendo bastante utilizado. para o acabamento final. »» Verificar sempre os cantos das alvenarias com as lajes e os encontros de paredes para que não fiquem com excesso de argamassa. Apresenta superfície lisa e branca. areia e cal). Porém. Com relação ao consumo. »» Tempo de pega final: 45 minutos. produtividade e dados gerais: »» Consumo: 12 kg/m2 para cada centímetro de espessura de revestimento. »» Embalagens: sacos de 20 e 40 kg ou a granel. »» desempenado: 50 a 60 m2/dia de gesseiro. »» Menor custo (material e mão de obra). »» Não auxilia na fixação de carga suspensa.»» Menor tempo de cura: a partir de sete dias o revestimento já pode receber pintura. Para o preparo da pasta de gesso. »» Menor espessura de aplicação: 3 a 15 mm. »» Facilidade na sua reconstituição no caso de reformas e reparos. »» Necessita de mão de obra especializada. »» Armazenagem: Sobre estrados e livre da umidade. Após a adição do gesso deve-se proceder a uma mistura até a obtenção de uma consistência pastosa e uniforme e aguardar cinco minutos para a sua utilização. Neste caso. o gesso sobre a água na ordem de 38 a 40 litros de água para cada 40 kg de gesso em pó. »» Diferentemente dos revestimentos à base de cimento. »» Baixo peso específico. 144 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Produtividade: »» sarrafeado: 25 a 30 m2/dia de gesseiro. »» Superfície lisa (basta somente um lixamento simples). »» Dispensa o uso de massa corrida nos sistemas de pinturas. basta adicionar. O uso de massa corrida somente é utilizado para corrigir imperfeições. »» A execução desse tipo de revestimento gera muito resíduo. de modo uniforme e aos poucos. Sua aplicação é feita somente em interiores. »» Menor prazo para o início dos sistemas de pintura. »» O gesso é altamente corrosivo sobre o aço-carbono. »» Facilidade na preparação: basta adicionar água. »» Pode ser aplicado sobre qualquer tipo de alvenaria. »» Possui fragilidade a impactos. o gesso não contribui no comportamento estrutural da parede. o aço deve receber pintura de proteção anticorrosiva. As desvantagens são: »» Baixa resistência à umidade. cal e areia preparados na obra. 145 . necessárias para absorção de movimentações térmicas e estruturais. Ambientes residenciais e comerciais com alta movimentação de tráfego. a partir das chamadas pastilhas 2 × 2 cm. Segundo o Instituto Nacional de Metrologia. consulte os fabricantes. Fique de olho! As cerâmicas também são classificadas quanto à resistência a manchas e resistência mecânica. Ideal para aplicação em revestimento de paredes.2. pois devem ter perfeito controle das juntas. porque já vem pronta para o uso. mas atualmente são usadas argamassas já preparadas em fábrica.13. onde não há concentração de material abrasivo (areia) no piso. 13. o seu uso em outros ambientes. até as grandes peças de 60 cm até 1 metro. composta de cimento. Na Tabela 13. Antigamente o assentamento era executado com a utilização de argamassa de cimento. Em situações específicas. Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer).4 Revestimento em Cerâmica Revestimento largamente utilizado em locais sujeitos à presença de água constante tais como áreas de serviço. os revestimentos cerâmicos são classificados quanto a alguns aspectos de resistência ao uso. 3 Médio . O seu assentamento requer muito cuidado.1 consta essa classificação das cerâmicas quanto a resistência à abrasão: Tabela 13. Suporta a agressividade provocada pelas areias. 2 Médio Ambientes internos de residências onde há maior tráfego. banheiros e dormitórios. pois a espessura da argamassa colante ou cimento-cola é sempre constante.Resistência a abrasão (PEI – Porcelain Enamel Institute) PEI Tipo de tráfego Local de uso 0 - 1 Baixo Ambientes residenciais onde o desgaste é mínimo. Em geral. no entanto. por exemplo. Proporciona uma obra mais organizada e limpa. entre outros. são comercializados em sacos de 20 kg. contém aditivos em sua composição que melhoram a aderência da cerâmica. cozinhas e banheiros. basta apenas o acréscimo de água. excluindo-se cozinhas e entradas. rapidez na execução. areia e cal. Revestimentos As peças cerâmicas são assentadas sobre uma superfície (emboço) ou em contrapisos já regularizados. Essas argamassas são chamadas de “cimento-cola” ou “cimento-colante” e a grande vantagem é que além de possuírem controle de qualidade na sua produção.Alto 4 Alto 5 Altíssimo Paredes Ambientes residenciais em geral. As placas de cerâmica podem ser encontradas nos mais diversos tamanhos.4. principalmente àqueles com acesso a vias públicas. não impedindo. bastando apenas adicionar água. Todos os ambientes residenciais e comerciais em geral.2.1 Argamassa colante (cimento-cola) A argamassa colante industrializada ou simplesmente o chamado “cimento-cola” substitui com muitas vantagens a argamassa comum.1 . e ainda confere aderência muito superior da cerâmica com o substrato. Veja os tipos encontrados no comércio: » » » » ACI: argamassa apropriada para revestimentos internos.2. não aplicar sob condições desfavoráveis como chuva. Amplie seus conhecimentos » Após o assentamento e antes do rejuntamento das peças. ou com reentrâncias e saliências maiores do que 1 mm. Esse procedimento acarreta áreas vazias sem argamassa colante. A espessura da argamassa de assentamento não deve ser superior a 5 mm. ACIIIE: indicada para aplicação de cerâmicas e porcelanatos de grandes dimensões. verifique se todas as peças estão bem aderidas. » » » » » » » » » » Verificar os níveis e caimentos desejados antes do início do assentamento das peças. 13. Caso contrário.4. o consumo de argamassa colante varia de 4 a 7 kg/m2. da rugosidade da superfície e do tamanho da placa. sol intenso e vento forte. churrasqueiras.Essas argamassas possuem características apropriadas para cada uso. providenciar uma regularização. isso acontece por causa dos processos de descolamento. Possui alta flexibilidade e aderência. com área igual ou maior do que 900 cm2. piscinas e saunas. ACII: indicada para uso em ambientes externos. Possui propriedades que absorvem as influências da temperatura e da umidade. Garantir que a peça assentada tenha um contato pleno com a argamassa e a base de assentamento. 146 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . As peças cerâmicas não precisam ser umedecidas antes do assentamento. ACIII: é indicada para condições de altas exigências tais como fachadas.2 Recomendações para o assentamento » Em áreas externas. Utilizar a desempenadeira de dentes. para as peças de grande formato. limpando a argamassa recém-aplicada e assentando novamente as peças. Estudar atentamente a modulação das paredes e dos pisos. Muitas vezes. para obter uma espessura de argamassa suficiente em relação ao tamanho da placa cerâmica. reduzindo a aderência. será necessário remover as peças que tiverem um som oco (som cavo). Verificar se a base a ser revestida apresenta resistência suficiente para receber o revestimento cerâmico e para suportar as condições de utilização do local. As peças assentadas devem receber pequenos golpes com martelo de borracha para que a mesma possa se posicionar conforme as juntas previamente definidas e promover um perfeito contato com a argamassa de assentamento. Aplicar dupla camada (base e peça). Dependendo do tipo. áreas de tráfego intenso. com dimensões adequadas. saunas úmidas e piscinas aquecidas. Umedecer a base de assentamento antes da aplicação da argamassa colante. Caso necessário. » A aplicação da argamassa colante não deve ser realizada em pingos ou em bolão. estufas e outros. exceto para saunas. A camada de contrapiso normalmente é de concreto. além de os sistemas terem a finalidade primeira de proteção.2. O consumo citado na Tabela 13. executada numa espessura na ordem de 5 cm com a finalidade de dar suporte à camada de regularização.3: Revestimentos 147 . lateralmente nessas estacas. em gramas 10 x 10 480 960 1440 1920 2400 2880 - 10 x 20 360 720 1080 1440 1800 2160 - 15 x 15 320 640 960 1280 1600 1920 - 15 x 30 240 480 720 960 1200 1440 1800 20 x 20 220 440 660 880 1100 1320 1650 20 x 30 200 400 600 800 1000 1200 1500 20 x 40 180 360 540 720 900 1080 1350 25 x 25 200 400 600 800 1000 1200 1500 30 x 30 160 320 480 640 800 960 1200 34 x 34 140 280 420 560 700 840 1050 41 x 41 120 240 360 480 600 720 900 Base para assentamento de pisos cerâmicos A base de assentamento pode ser dividida em duas partes: contrapiso e camada de regularização. Veja a Figura 13. Essas mestras podem ser executadas cravando-se pequenas estacas de madeira no solo até o nível desejado.1 Consumos da argamassa para rejuntamento Tendo conhecimento das dimensões da placa cerâmica a ser utilizada e também da largura das juntas de assentamento. por metro quadrado de pó de rejunte. e.5 Argamassa para rejuntamento As argamassas de rejuntamento destinam-se a dar solidez ao sistema de assentamento das cerâmicas preenchendo as juntas e protegendo o sistema contra infiltrações indesejáveis. alinhadas e espaçadas a cada 2 m. 13. também há grande preocupação quanto ao aspecto arquitetônico. são pregados sarrafos de madeira. é possível realizar o cálculo do consumo aproximado de argamassa de rejunte a ser utilizada. com consumo de cimento entre 200 a 250 kg/m³.2 . Tabela 13.13. Para execução do contrapiso é sempre aconselhável a execução de “mestras” para garantia da espessura desejada de concreto bem como garantia dos caimentos e nivelamentos esperados.5. Essas argamassas devem acompanhar o mesmo tipo utilizado para o assentamento. Há no mercado diversas texturas e cores para um perfeito equilíbrio técnico e arquitetônico do revestimento.Consumo de rejunte Largura da junta 2 mm 4 mm Formato da placa (cm) 6 mm 8 mm 10 mm 12 mm 15 mm Consumo por metro quadrado.2. antes da sua mistura (conforme instruções do fabricante).2 é dado em gramas. uma vez que. Solo compactado Figura 13.80 m Pontalete firmemente cravado no solo até a cota desejada 1. Também aprendeu que existem diversos tipos de cimento cola para cada tipo de ambiente. verifica-se que há a necessidade de um revestimento de argamassa entre 3 e 4 centímetros numa determinada alvenaria.3 . » estejam livres de poeiras. Agora é com você! 148 1) Há vários tipos de pisos.50 a 2. ou seja. de 1:4 (cimento e areia). Esse problema é maior ainda quando o piso é de concreto.0 cm. A regularização consiste de uma camada de argamassa no traço. sem saturação. Porém. pregado nos ponaletes Figura 13.Outra forma de definir a cota (nível) do revestimento a ser realizado é proceder do mesma modo que nos revestimentos de alvenaria: executando taliscas e mestras. além de saber que as cerâmicas possuem diferentes graus de resistência à abrasão.00 m Sarrafo 2.Colocação de mestras de sarrafo. Aprendeu. de gesso e de cerâmica. Que preparativos ou cuidados podemos providenciar quando há esse risco? 3) Por um motivo alheio à nossa vontade. há algumas atividades que são comuns a eles.5 x 5. a execução de cada um deles e a importância de uma boa base para a perfeita aplicação do revestimento. que a superfície esteja íntegra.Etapas de um revestimento de piso Vamos recapitular? Você aprendeu neste capítulo a função dos revestimentos de argamassa. 1. Quais são essas condições gerais de execução. Cerâmica Argamassa colante Argamassa de regularização Contrapiso de concreto » não tenham restos de argamassa provenientes de outras etapas construtivas. óleos e graxas. independentemente do tipo de piso a executar? 2) Um problema na execução de piso ao ar livre é a ocorrência de chuvas durante e após a sua execução. em volume. também. com suas características de execução. » seja umedecida. É sobre essa camada que o piso cerâmico será assentado com cimento colante. para receber a camada seguinte. normalmente de 2 cm de espessura e executada sobre o contrapiso com a finalidade de dar a regularização final e definitiva ao piso. Em ambas as camadas é imprescindível que: » não haja partes soltas.4 . O que deve ser feito? Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . provocam desconforto aos usuários e se fixam em definitivo na superfície do revestimento. e assim devem ter sua vida prolongada. a tinta pode conferir aspectos arquitetônicos à edificação. com grânulos de areia pouco aderidos na superfície do revestimento e esses grãos de areia se destacam da superfície. o sistema de aplicação nas mais variadas superfícies. 14. toda obra deve e tem de ser protegida contra as ações das intempéries e contra os desgastes naturais devido ao uso. os diversos tipos de tintas e complementos. A pintura surge então para dar essa condição à obra. Uma das principais funções da pintura é evitar que a umidade proveniente das chuvas.14 Pintura Para começar Este capítulo apresenta a importância da pintura e seus principais componentes. e a formação de “mofo”. Ainda há outra função para as pinturas. e sua forma de correção. como beleza e conforto visual. é sabido que o revestimento das alvenarias e tetos executados com argamassas de cimento e/ou areia deixam uma superfície áspera. Isso porque os materiais são consumidos ao longo do tempo. principalmente em ambientes de pouca ventilação e insolação.1 Por que a pintura? Como já vimos. de condensações e de limpeza se infiltre nos elementos construtivos evitando a proliferação de fungos e bactérias no interior das edificações. 149 . os defeitos em uma pintura. Além disso. São também responsáveis pela sua consistência. querosene. b) Pigmentos são partículas sólidas e insolúveis que proporcionam cor e poder de cobertura à tinta. Compreende: preparo da superfície ou substrato. semibrilho.2 Sistema de pintura Sistema de pintura é todo um procedimento pelo qual se faz a aplicação de tintas nas mais diferentes superfícies. »» Contato com água potável: algumas tintas são impróprias para revestimentos de locais onde há armazenamento de água potável. solventes e aditivos. concreto. argamassas. 150 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Ambiente: marítimo. e limpeza fina. e representam a parte “sólida” da tinta. Para a definição de um sistema de pintura. estado de conservação. externo etc. a) Veículos ou cargas são substâncias que têm a propriedade de formar a película ou o filme de tinta e são o principal elemento na classificação de uma tinta. emulsões e óleos. acetinado. metal. pois podem apresentar diferentes propriedades físicas e químicas e estas podem ser resinas. industrial. acabamento colorido ou verniz. tiner. »» Cores: claras ou escuras. preparo da tinta e sua diluição. »» Textura: lisa ou rústica.14. fosco ou transparente. “Demão” é a camada de tinta aplicada sobre uma superfície. »» Acabamento: brilhante. c) Solventes são líquidos voláteis (que evaporam) e têm por finalidade conferir viscosidade à tinta para que o nivelamento da camada aplicada seja uniforme e proporcione sua secagem. entre outros) e a água. primeiro. Os principais solventes são os derivados de petróleo (benzina. uso de utensílios e ferramentas. interno. convém. Dependendo da tinta e da superfície a ser pintada. »» Condições do substrato: superfície nova ou velha. lixação e brilho. podem variar de duas a quatro demãos. pedras etc. alvenaria. Consultar sempre as instruções na embalagem ou o fabricante do produto.3 Componentes de uma tinta Antes de abordar os tipos de tintas é necessário conhecer os componentes básicos da tinta que são utilizados na produção de veículos. responder a algumas questões: »» Tipo de superfície: madeira. pigmentos. aguarrás. entre outros: Secantes: auxiliam na secagem das tintas diminuindo o tempo de cura. 14. residencial. úmido. d) Aditivos são elementos que melhoram as propriedades físicas e químicas das tintas e podem ser. Antissedimentantes: proporcionam maior estabilidade aos produtos de diferentes densidades que compõem as tintas. »» Tipo de pintura: tinta. aplicação da tinta em suas diferentes demãos. acabamento transparente. industriais e marítimos. 14. Também utilizado para uniformizar a absorção da pintura de acabamento. além de seu uso para limpeza. 151 . o tiner e a aguarrás. Quanto à aguarrás. »» O selador é destinado a uniformizar a absorção da pintura de acabamento. Diminui a porosidade da superfície. massa corrida. principalmente. é mais amplamente utilizada para diluição de tintas à base de esmalte sintético e vernizes.Antiespumantes: evitam a formação de espumas. A água é utilizada como diluente nas tintas à base de látex (PVA ou acrílica). a melhorar os rebocos muito arenosos. proporcionando melhor rendimento da pintura. »» A massa corrida é um complemento utilizado para melhoria da rugosidade da superfície. »» O zarcão é utilizado entre o substrato de metal e a tinta de acabamento. e as condições do substrato (fundo preparador de superfície). podem-se utilizar massas à base de PVA (acetato de polivinila). dar resistência superficial aos rebocos fracos e isolar as calcinações da pintura a ser aplicada. que podem ou não ser pigmentadas. »» Os diluentes são produtos destinados à limpeza e à diluição de tintas e vernizes sendo os mais comuns a água. Para ambientes externos deve-se aplicar a massa corrida à base de resinas acrílicas. Este livro enfatiza os tipos de tintas e complementos mais utilizados no ambiente residencial. Aplicada largamente sobre rebocos e superfícies de concreto. Atualmente já se encontram tintas à base de esmalte sintético que podem ser diluídas em água.4. pois possui maior resistência às intempéries e. Plastificantes: melhoram a aplicabilidade e o espalhamento. Tem forte poder de ancoragem sobre superfície lisa e também previne a corrosão dos metais. Há diversos tipos para os mais diferentes materiais metálicos.1 Complementos Complementos são produtos que auxiliam no sistema de pintura para melhorar sua ancoragem (por exemplo. 14. permitindo melhor espalhamento da camada de tinta. blocos de concreto.4 Tipos de tinta e complementos Muitos são os tipos de tinta e complementos utilizados na construção com a finalidade de proteção. deixando-a com aspecto liso e fino. Aplicado sobre reboco novo. O tiner é mais recomendado para limpeza em geral. Já é sabido que os ambientes são os mais diversos passando do menos agressivo . Lembre-se de que o zarcão utilizado para superfícies de aço não é apropriado para superfícies zincadas. permitindo melhor espalhamento da camada de tinta. massa fina e demais superfícies resistentes. podendo ser utilizado também para diluição (ver recomendações do fabricante de tintas). Pode ainda ser à base de PVA e acrílico ou específico para superfícies de madeira.residencial . Pintura »» O fundo preparador de paredes é um complemento destinado. internamente. primer e seladoras).até os mais agressivos. obtendo uma pasta maleável. Indicado para aplicação em superfícies de metal e madeira. de óleos secativos e solventes. Para uma boa pintura o preparado deve ser passado por uma peneira fina e aplicado no mínimo em três demãos. massa corrida de base PVA ou acrílica e reboco. essas são as recomendações gerais para a aplicação de pintura. »» Esmalte sintético: à base de resinas alquídicas. alvenarias e concreto. de alta plasticidade e grande resistência à água. independentemente do substrato: »» 152 A temperatura ambiente deve estar entre 10 e 40 ºC.2 Tintas »» Caiação: pintura econômica e de fácil aplicação. »» Tinta borracha clorada: em solução à base de borracha clorada. Pode ter acabamento brilhante ou acetinado. »» Verniz: produto obtido da dissolução de gomas vegetais. »» Látex acrílico: tinta à base de emulsões acrílicas. Já foi largamente utilizada. massa corrida de base acrílica e reboco. 14. utilizada principalmente em ambientes rurais (lembramos que a cal possui efeito desinfetante). penetram nos poros do substrato. »» Látex PVA: tinta à base de acetato de polivinila (PVA) solúvel em água. solúvel em água. evitando penetração de umidade. um “leite” de cal pouco denso. porém para ambientes externos recomendam-se vernizes com filtro solar. »» Tinta epóxi: à base de resinas epóxi. pois sua composição parte do adicionamento de cal à água. com excelente resistência às intempéries. concreto. Aplicada sobre rebocos.4. Muito utilizada para demarcação de ruas e quadras esportivas. ou seja. »» Tinta a óleo: com alto teor de óleo de linhaça. »» Tinta antiaderente: composta de elementos (Teflon) com propriedades antiaderentes. e atualmente é substituída pelo esmalte sintético. Basicamente. de grande resistência à abrasão e ambientes agressivos quimicamente. acrescido de pigmentos. Apresenta-se em dois componentes: tinta e catalisador. Há no mercado diversos tipos de verniz para as mais diferentes aplicações. Também aplicado sobre alvenaria. Possui maior resistência a produtos de limpeza do que tintas à base de PVA. Possui vários tipos de textura e é aplicado sobre alvenaria.14. ceras ou resinas sintéticas (goma-laca ou resina copal) em solventes voláteis com ou sem adição de pigmentos.5 Preparo da superfície para pintura Apresentamos nos itens seguintes as principais recomendações para a aplicação de uma tinta. »» Tinta hidrófuga: à base de resinas acrílicas. principalmente a ambientes agressivos quimicamente. quando aplicadas. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . por este motivo é recomendável para ambientes externos. Não se recomenda a aplicação dessa tinta sobre massa corrida à base de PVA. concreto. Indicado para aplicação sobre superfícies de madeira. com propriedades impermeabilizantes que. Deve ser bem preparada. »» Não deve haver pó. Caso ocorra a presença de materiais graxos. e efetuar lixamento. »» O substrato deve estar são.5. »» O ambiente deve estar muito bem ventilado. espalhar com o auxílio de uma desempenadeira de aço a massa corrida em camada fina. A pintura sobre superfícies argamassadas (rebocos) ou concreto pode ser: »» com massa corrida: aplicar uma demão de seladora ou fundo preparador de superfície. 14. O substrato deve estar seco e curado. não ultrapassando 1 mm de espessura e suficiente para cobrimento dos grânulos de areia e saliências rasas. estes devem ser removidos com solventes. »» O mofo deve ser removido e limpo com “água sanitária”. e em cada caso há um procedimento. »» Cuidado nos ambientes com cheiro de urina. aplicar duas a três demãos de tinta de acabamento.»» A umidade relativa do ar estar menor de 80%. livre de partes soltas e elementos estranhos. 14. recomendando-se para rebocos novos um intervalo de trinta dias para a perfeita cura do cimento e da cal.1 Pintura sobre argamassa de cimento Com relação ao preparo da superfície. seguidos de uma lavagem com água em abundância. »» O substrato deve estar seco e livre de graxas e óleos. com diluição conforme instruções na embalagem ou do fabricante. o substrato deve estar regularizado. Pintura 153 . impedindo a ancoragem no substrato e neste caso as superfícies devem ser muito bem lavadas (não subestime esta recomendação). pois o intervalo entre demãos varia de tinta para tinta. »» As tintas antigas devem ser raspadas caso estejam soltas. ou seja. exceto a aplicação da massa. efetuar lixamento com lixa nº 100 após secagem. graxas e poeiras.2 Pintura sobre madeira A madeira pode receber dois tipos de pintura: ou será pintada com tinta ou com vernizes. e as que estão firmes devem receber lixamento e limpeza para retirada do pó. óleos. »» Uma demão somente deverá ser aplicada com a anterior seca. livre de partes soltas. Os sais presentes na urina são prejudiciais à pintura. sem massa corrida: »» os mesmos procedimentos anteriores. com lixa nº 150.5. após secagem. efetuar uma segunda demão de massa corrida para correção e regularização final. remover o pó proveniente do lixamento da massa. Ver tempo de secagem na embalagem. 5. »» Efetuar lixamento para eliminação de farpas. podendo ou não ser pigmentado. Em geral. »» Respeitar o intervalo recomendado entre demãos. »» A aplicação do verniz deve ser de acordo com o fabricante e de acordo com o modo de aplicação. o que dificulta a ancoragem das tintas e. »» Aplicar a pintura (preferencialmente esmalte) de acabamento conforme as especificações do fabricante. a primeira demão é diluída a 20% e a segunda a 10% com solvente apropriado.1 Aplicação de Tinta »» Recomenda-se utilizar esmalte. e a segunda e demais demãos diluídas em 10%. aplicar uma demão de seladora (não pigmentada) com posterior lixamento e eliminação do pó.1 Preparo da superfície Os metais normalmente apresentam duas condições que interferem na pintura. aplicar uma terceira demão. por isso. »» Efetuar lixamento para eliminação de farpas. 154 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .2. Para uma pintura realmente eficiente é muito importante a remoção da carpa de laminação e a eliminação dos óleos e graxas.5.14. Antes da última demão de verniz efetuar um leve lixamento com lixa de grana fina (nº 200). o preparo da superfície deve ser bastante criterioso.2.3.3 Pintura sobre metais A superfície do metal apresenta pouca porosidade. e outra é a presença de óleos. »» Para melhor acabamento. sendo a primeira diluída em 20 a 25% em solvente (aguarrás). epóxi ou borracha clorada. »» Recomenda-se que entre as demãos deve haver um leve lixamento da superfície para retirada de possíveis rugosidades da madeira que aparecem após a primeira demão. »» Efetuar novo lixamento com remoção do pó. »» A madeira deve estar seca. com posterior lixamento e remoção do pó. 14. 14. 14. Uma é a presença de “carepa de laminação” que é uma película formada e de pouca aderência na superfície do ferro. »» Aplicar fundo selador para melhoria da ancoragem da tinta. »» Aplicar duas a três demãos de verniz. »» A aplicação da tinta deve ser realizada de acordo com o fabricante e o modo de aplicação.5. característica do processo de usinagem. »» Efetuar limpeza do pó de lixamento com pano úmido.2 Aplicação de Verniz »» A madeira deve estar seca. Caso seja necessário. »» Fazer a limpeza do pó de lixamento com pano úmido.5. »» Promover regularização da superfície com aplicação de massa apropriada. lixas.2 Sistema de pintura Primeiro. Utiliza-se para este tipo de limpeza a projeção a alta pressão de areia ou granalhas de aço por meio de equipamentos especiais (necessária proteção do operador) e é recomendada para ambientes agressivos quimicamente e ambientes industriais. oxidação profunda. »» Limpeza por jateamento abrasivo: elimina 100% das carepas. ferrugem. espátulas. »» Limpeza mecânica: remove materiais soltos como carepas. Essa limpeza pode apresentar quatro níveis de jato: abrasivo ligeiro. É importante uma completa remoção desses agentes antes da nova aplicação de tinta. Esse tipo de limpeza possui baixa eficiência. Quanto à remoção de pintura. tais como: óleos. picadores. Remove cerca de 65% de carepas e ferrugens e é indicada para estruturas expostas em ambientes secos e rurais com baixos teores de poluentes. 155 . O mesmo problema ocorre sobre massa acrílica quando a superfície está muito quente. remover a tinta aplicada e efetuar a limpeza adequada. Em seguida. óleos e demais substâncias oleosas podem ocasionar crateras na pintura (não aderência da tinta ao substrato). tinta solta. Recomendado para ambientes urbanos e expostos ao sol. Não é recomendada a aplicação de tinta látex sobre superfície metálica.6 Defeitos na pintura Às vezes ocorrem alguns problemas com a pintura e é bom saber identificar os principais deles e suas causas: Pintura »» Bolhas: ocorrem principalmente nas superfícies externas que receberam massa corrida à base de látex PVA. abrasivo ao metal branco. »» Crateras: a presença de graxas. deve-se preparar o substrato removendo toda a sujidade presente. abrasivo comercial. ferrugem. Afeito isso. Limpeza química: remoção de ferrugem e oxidação por meio de agentes químicos. tintas. epóxi ou borracha clorada.Os tipos de preparo da superfície de ferro para receber pintura podem ser: »» Limpeza manual: realizada com a utilização de ferramentas manuais tais como: martelos. graxas. Necessária remoção e aplicação de massa acrílica. então. os solventes são os mais aconselháveis. oxidação.5. A aplicação do zarcão e da tinta deve ser de acordo com as instruções do fabricante e modo de aplicação. fuligem. umidade. aplica-se uma demão de zarcão ou primer apropriado para a tinta de acabamento. escovas de aço. O produto deve ser aplicado imediatamente após a limpeza do substrato. abrasivo ao metal quase branco. à chuva. Deve-se. Utilizam-se escovas e lixadeiras rotativas e pistola de agulhas podendo ser removido em torno de 95% da sujidade apresentada pelo substrato. 14. »» 14. ferrugens provenientes de corrosão superficial e pinturas.3. aplica-se duas a três demãos de tinta esmalte de acabamento. 14. haverá perda no alastramento da tinta.» Descascamento: ocorre quando a tinta é aplicada sobre superfícies caiadas ou sobre pintura antiga pouco aderida no substrato. feche-a bem. pois poderá haver contaminação. Quando achar que uma mistura já está pronta. os diversos tipos comumente utilizados nas edificações. o que a deixará com odor e queda de viscosidade. pois objetos cilíndricos não proporcionam boa homogeneização. 3) Que tipo de atividade(s) não pode(m) ser executada(s) quando se está executando uma pintura numa obra? Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento .7 Recomendações gerais Para uma boa pintura recomenda-se: » Homogeneização: ao abrir uma lata de tinta. Uma boa mistura de tinta faz com que todos os seus ingredientes sejam misturados por igual. Se a tinta for diluída em excesso. manchas esbranquiçadas (em obra se chama “superfície velada”). a diferença entre tintas e complementos. também. Agora é com você! 156 1) Para discussão: pode-se misturar uma tinta à base de PVA com uma tinta de base acrílica? 2) Descreva o que é comum no preparo de superfície para qualquer tipo de tinta. » Enrugamento: a aplicação excessiva de tinta numa única demão pode apresentar este problema. » Latas abertas: sempre que uma tinta for usada e esta sobrar em sua embalagem. Vamos recapitular? Você aprendeu neste capítulo a importância da pintura sobre as estrutura e os seus componentes básicos. para não contaminar a tinta na homogeneização. Deve-se remover a pintura antiga ou fazer a raspagem da caiação com aplicação de fundo preparador. e escorrimento. se a diluição for insuficiente. os defeitos de pintura e como evitá-los. misture mais um pouco. Aprendeu. é muito importante homogeneizar a tinta com uma espátula retangular. poderá haver baixa cobertura. » Diluição: sempre diluir a tinta de acordo com o indicado na embalagem do produto. além de obtermos uma aplicação pesada. bem como o sistema de aplicação sobre as diferentes superfícies. Também deve ser usado material limpo. principalmente em esmaltes sintéticos ou se o tempo de secagem correto não tiver sido observado entre demãos. e para o perfeito entendimento deste capítulo. ferramentas e equipamentos. e os cuidados que devem ser observados no seu manuseio. » ferramenta: qualquer instrumento ou utensílio empregado nas artes ou ofícios.15 Máquinas e Equipamentos Para começar Este capítulo apresenta as diferenças conceituais entre máquinas. constam as diversas ferramentas e máquinas utilizadas. encontram-se a seguir algumas definições: » máquina: aparelho ou instrumento destinado a produzir. Indica as ferramentas mínimas de cada profissional envolvido nas obras de construção civil.1 Definições De acordo com o Dicionário Michaelis. ou aproveitar a ação de um agente natural ou um conjunto dos meios que concorrem para determinado efeito. 157 . bem com os diferentes tipos de manutenção. » equipamento: ação de equipar ou o conjunto de instrumentos e instalações necessários para um trabalho ou profissão. 15. dirigir ou comunicar uma força. De forma ilustrativa. »» lubrificação. 15. Nesse sentido.3 Manutenção preditiva É a manutenção em que não se espera que alguma parte apresente problemas para ser reparada. »» verificação das partes móveis.15. É necessário que o equipamento passe por revisões periódicas. A seguir estão listadas as ferramentas mínimas que cada profissional deverá ter. e com o desempenho que desejamos.2. será necessária a contratação de mão de obra nas diferentes especialidades e ajudantes (serventes). Essa manutenção tem por características: »» limpeza. »» pintura. é possível classificar a manutenção em três tipos básicos. mesmo que empiricamente se um profissional é competente. e manutenção adequada. Estas deverão estar limpas e em bom estado de conservação. é verificando suas ferramentas de trabalho. 15. Todas as peças possuem vida útil para o seu perfeito funcionamento e quando esse tempo se aproxima. com suas devidas características: manutenção corretiva.2.3 Ferramentas mínimas Para a execução das obras. »» verificação das conexões elétricas. tal peça deve simplesmente ser substituída. »» outros.2 Manutenção Um equipamento bom é aquele que funciona quando queremos. Uma boa maneira de verificar. o equipamento deve ser confiável. »» reapertos.2. obviamente. e de sua propriedade (um profissional que apresenta ferramentas usadas é um sinal de que ele as usa): 158 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . Para isso. »» estado de acionamento. podendo até trazer consequências físicas aos seus operadores. 15.1 Manutenção corretiva É realizada quando um equipamento quebra durante a execução de alguma atividade e causa paralisações nos trabalhos. 15. manutenção preventiva e manutenção preditiva. garantindo assim o seu perfeito funcionamento.2 Manutenção preventiva É aquela que se faz periodicamente ou ao término de alguma atividade. jogo de chave de boca. »» Boa conservação e bom uso já garantem boa vida útil do equipamento.4 Ferramentas e máquinas – Orientações gerais Toda ferramenta ou máquina elétrica necessita de cuidados especiais para que a sua vida útil seja a maior possível. quando for o caso. »» Azulejista: todas as ferramentas de pedreiro. jogo de chave de fenda. Para orientação geral. alicate de bico fino com isolamento. metro de madeira dobrável ou trena de aço com 3 m. Portanto. »» Mantenha a área de trabalho sempre iluminada e organizada. »» Marceneiro: todas as ferramentas do carpinteiro. serrote de ponta. A ligação do equipamento em tomada sem o fio terra pode provocar danos ao aparelho e choque elétrico no operador. esquadro. riscador com ponta de vídea. prumo de centro e de face com cordel. »» Eletricista: alicate universal de 8” com isolamento. martelo tipo unha. »» Encanador: alicate. Portanto. e que o mesmo esteja perfeitamente encaixado na tomada de energia. nível de bolha (nível de mão). metro de madeira dobrável ou trena de aço com 3 m. e lápis de carpinteiro. nível de bolha (nível de mão). desempenadeira metálica dentada. metro de madeira dobrável ou trena de aço. »» Caso a ferramenta ou máquina seja provida de bateria de alimentação. »» Caso o equipamento seja provido de plugue com ligação terra. marreta de 500 g. esquadro. jogo de formão. condição do gatilho de acionamento e estado do plugue de energia. nível de bolha de madeira. jogo de chaves de fenda. martelo pequeno. A sua troca ou substituição muitas vezes chega a até 30% do preço de um equipamento novo. é imprescindível que as orientações contidas nos manuais dos fabricantes sejam rigorosamente seguidas. desempenadeira de aço. procure conectá-lo somente em tomadas apropriadas para este fim. »» Carpinteiro: serrote de 26”. siga rigorosamente as instruções do fabricante quanto aos critérios de carregamento. »» Ferramentas e máquinas elétricas sempre geram faíscas. alicate de pressão. prumo de face e de centro.»» Pedreiro: colher de pedreiro de 8”. arco de erra. »» Pintor: espátula e desempenadeira de aço. seguem alguns cuidados básicos que devem ser observados: »» Limpeza constante nos contatos elétricos para garantia da plena passagem de corrente elétrica. arco de serra e marreta. torquês. não trabalhe em lugares que tenham riscos de explosão. talhadeira e ponteiros. Máquinas e Equipamentos 159 . desempenadeira de madeira. 15. dependendo da frequência de uso. metro de madeira dobrável ou trena de aço. verruma e plaina. »» Antes do uso do equipamento faça uma verificação geral no sistema de encaixe dos acessórios. que o equipamento seja entregue a uma oficina especializada para a manutenção e verificação das suas partes internas. furadeira. canivete ou estilete. Mas é aconselhável que a cada um ou dois anos. chave de grifo de 14”. jogo de chave de fenda. Isso evitará lesões corporais. »» Mantenha a lâmina sempre afiada. »» As ferramentas elétricas devem ficar longe de fontes de calor.mte. »» Se o cabo de alimentação estiver danificado. O corte do facão é prejudicado com esta prática. »» Não deixe a ferramenta em constante umidade para evitar oxidação. consulte as seguintes normas: »» Norma Regulamentadora nº 6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI). 15. drogas. 160 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . »» Não opere o equipamento se estiver sob influência de medicamentos. desconecte o equipamento da fonte de alimentação elétrica. Armazene-as em lugares secos e bem ventilados. tome as seguintes precauções: »» Não use a ferramenta como martelo ou alavanca. »» Procure sempre estar com postura correta e confortável. »» Passe óleo fino na ferramenta após o uso e limpeza.br/portal-mte/) possui à disposição em seu site as Normas Regulamentadoras (NR) para consulta e download. »» Antes de qualquer manutenção e troca de acessórios. Use apenas peças recomendadas pelo fabricante. Essas normas são relativas às condições de saúde e de segurança que envolvem o trabalhador. »» Não bata sobre a lâmina.gov. álcool ou se estiver cansado. »» Não faça adaptações que além de risco de acidentes comprometem o desempenho da máquina ou ferramenta. além de risco de acidentes. A propósito deste capítulo.5 Ferramentas de corte – Orientações gerais Para uma vida longa dessa ferramenta. comprometem o desempenho da máquina ou ferramenta. »» Não trabalhe com o equipamento sob chuva. mantendo equilíbrio e firmeza durante o uso do equipamento. 15. Use apenas peças recomendadas pelo fabricante. »» Norma Regulamentadora nº 12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Além de danificar a ferramenta aumenta o risco de acidentes.6 Normas pertinentes O Ministério do Trabalho e do Emprego (http://portal. Limpe-a sempre após o uso. »» Toda parte móvel das máquinas deve ser devidamente protegida. proceda ao seu reparo ou faça a substituição antes da utilização do equipamento. No caso de usá-la como alavanca. a lâmina pode se quebrar. »» Não faça adaptações que.»» Mantenha sempre o equipamento fora do alcance de crianças e animais domésticos. »» Norma Regulamentadora nº 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. água e umidade. »» Norma Regulamentadora nº 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. »» Norma Regulamentadora nº 35: Trabalho em altura. 15.7 Ferramentas e máquinas – Figuras ilustrativas A seguir encontram-se uma quadro de diversas ferramentas e máquinas. No entanto, no mercado há inúmeros modelos, tipos, tamanhos e capacidade, para os mais diversos fins. Cabe ao profissional consultar os fornecedores ou fabricantes para a escolha adequada da ferramenta ou máquina para sua atividade. Ferramentas »» Mantenha sempre o equipamento fora do alcance de crianças e animais domésticos. »» Para pessoas que possuem cabelos longos é necessário o uso de toucas para cabelos ou mantê-los presos. »» Cada ferramenta e máquina tem uso apropriado para um determinado fim: não improvise. Discriminação Martelo tipo unha Ferramenta destinada a bater e extrair pregos em madeiras. Marreta Ferramenta destinada a demolições de superfícies diversas. Possui diversos tamanhos e pesos. Colher de pedreiro Ferramenta destinada a assentamento de argamassas em alvenarias e revestimentos. Possui diversos modelos. Carrinho de mão Instrumento prático para transporte de materiais diversos. Nível de mão Instrumento que possui um “nível” e é destinado a conferir e estabelecer superfícies horizontais. Picareta Ferramenta usada para abertura de solos duros e também utilizados para arrancamento de peças. Pá Ferramenta para remoção de diversos materiais tais como, argamassa, terras e entulhos. Furadeira elétrica Ferramenta destinada a executar furos com o auxílio de brocas. Possui diversos modelos. Perfuratriz É uma máquina que realiza perfurações em solo ou rochas com o objetivo de produzir um furo ou poço de uma certa profundidade. Desempenadeira metálica Ferramenta utilizada para o espalhamento de argamassas e massas finas. Muito utilizada em pintura. Desempenadeira dentada Ferramenta utilizada para o espalhamento de argamassas colantes para o assentamento de cerâmicas. Espátula Ferramenta útil para raspagens de superfícies e pequenas aplicações de massas finas. Muito utilizada em pintura. Pincéis Instrumento utilizado para aplicação de tintas. Possui diversos formatos e tamanhos. Prumo de face / ponta Instrumento utlizado para conferência de prumos em alvenarias e superfícies verticais. O prumo de centro e utilizado para marcação e conferência de centros de posicionamentos. Chave de fenda comum Ferramenta destinada a apertar e despertar parafusos de fenda. Possui diversas medidas para cada tamanho de parafuso. Chave Philips Ferramenta destinada a apertar e despertar parafusos do tipo Philips. Possui diversas medidas para cada tamanho de parafuso. Serrote Instrumento para serrar (cortar) madeiras. Possui diversos tamanhos e formas. Arco de serra Ferramenta utilizada para corte e serra de peças metálicas e de PVC. Serra elétrica manual – concreto e pedras Instrumento com disco de corte apropriado para corte de concreto, madeira, pedras e cerâmicas. Possui discos de serra apropriados para cada uso. Máquinas e Equipamentos 161 Ferramentas Discriminação Serra elétrica manual – madeira Instrumento com disco de corte apropriado para corte de madeira. Metro comum Instrumento dobrável para aferição de medidas, feito de madeira ou plástico, de comprimento usual de 2 metros. Trena de aço Instrumento de medida fabricado em fita metálica e retrátil (ou enrolado) num corpo. Existem trenas que variam de 1,00 m a 30,00 m. Chave fixa Ferramenta destinada a aperto e desaperto de porcas e parafusos de cabeça sextavada. Alicate ajustável – encanador Ferramenta utilizada principalmente por encanadores. Possui ajuste de abertura da mandíbula para diversos diâmetros de tubos. Alicate de pressão Instrumento de uso geral utilizado para prender peças a serem trabalhadas. Possui diversos tipos e tamanhos. Alicate universal Instrumento de uso geral utilizado para prender peças a serem trabalhadas. Possui diversos tipos e tamanhos. Alicate de corte Instrumento normalmente utilizado por eletricistas destinado a corte de fios e arames. Torquês (ou tenaz) Instrumento utilizado para corte de materiais cerâmicos. Também tem seu uso nos serviços de armação. Possui diversos tamanhos. Lápis tipo carpinteiro Este lápis é robusto o suficiente para ser utilizado em todos os tipos de serviços de construção. Betoneira estacionária Equipamento utilizado para mistura mecanizada de concretos e argamassas. Caminhão betoneira Veículo utilizado para transporte de concreto e argamassas de uma central de produção para a aplicação numa obra. Pá carregadeira Máquina (veículo) destinado a carregamento de materiais diversos tais como terra, pedras, areias e entulhos. Retoescavadeira Máquina (veículo) composto de uma pá carregadeira na sua parte frontal e um braço articulado na sua traseira, com uma concha, apropriada para abertura de valas e valetas. Vamos recapitular? Neste capítulo foi apresentada a diferença entre manutenção corretiva, preventiva e preditiva. Foram descritas e indicadas as ferramentas mínimas que cada profissional da área deve possuir, além dos cuidados de uso. 162 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento Anexo 1 Normas Técnicas São apresentadas a seguir a principais normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que foram referência na elaboração dos capítulos deste livro: Capítulos 1 Canteiro de obras Número da Norma Técnica e Descrição ABNT NBR 12.284:1991 Fixa os critérios mínimos para a permanência de trabalhadores nos canteiros de obras (alojados ou não). ABNT NBR 14.645-3:2005 Versão Corrigida:2011 2 Implantação da obra Essa parte da ABNT NBR 14.645 estabelece os requisitos exigíveis para a locação e o controle dimensional da obra, com as anotações de todas as alterações ocorridas no transcorrer da obra, e indica os procedimentos para se chegar ao projeto executado, a partir de um projeto executivo. ABNT NBR 5.681:1980 2 Movimento de terra 3 Fundações Fixa as condições mínimas a serem preenchidas no procedimento do controle tecnológico da execução de aterros em obras de construção de edificações residenciais, comerciais ou industriais de propriedade pública ou privada. ABNT NBR 6.122:2010 Estabelece os requisitos a serem observados no projeto e na execução de fundações de todas as estruturas da engenharia civil. ABNT NBR 8.036:1983 3 Fundações Fixa as condições exigíveis na programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos destinada à elaboração de projetos geotécnicos para construção de edifícios. Essa programação abrange o número, a localização e a profundidade das sondagens. ABNT NBR 13.724:2008 4 Impermeabilização Estabelece os requisitos exigíveis para a moldagem de membranas asfálticas para impermeabilização com estruturante, aplicada a quente, com uma a três armaduras dos seguintes tipos: a) armadura tecida de poliéster, resinada e termoestabilizada; b) armadura não tecida de poliéster; c) armadura não tecida de fibras de vidro. ABNT NBR 9.574:2008 4 Impermeabilização Estabelece as exigências e recomendações relativas à execução de impermeabilização para que sejam atendidas as condições mínimas de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram, atendendo à NBR 9.575. ABNT NBR 9.575:2010 4 Impermeabilização Estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e ao projeto de impermeabilização, para que sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como os requisitos de salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram. ABNT NBR 9.952:2007 4 Impermeabilização Normas Técnicas Especifica os requisitos mínimos necessários para a aceitação de mantas asfálticas utilizadas para impermeabilização, bem como estabelece os métodos de ensaio necessários para a verificação desses requisitos. 163 tais como pontes. com ou sem revestimento.118:2007 Fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples. ABNT NBR 15. define requisitos detalhados para a execução de obras de concreto. Além das regras desta norma. pesado ou outros especiais. ABNT NBR 6.758 estabelece as diretrizes para projeto e seleção de sistemas construtivos de paredes em chapas de gesso para drywall. ABNT NBR 15.170:1983  Fixa as condições exigíveis no recebimento de tijolos maciços cerâmicos destinados a obras de alvenaria. ABNT NBR 7.931:2004 7 Armação 7 Armação 8 Alvenaria 8 Alvenaria estrutural 8 Alvenaria 8 Alvenaria 8 Alvenaria Estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de concreto. excluídas aquelas em que se empregam concreto leve. pisos e cimbres. ABNT NBR 14. os procedimentos executivos para montagem e instalação.961-2:2011 Essa parte da ABNT NBR 15.931:2004 5 Concreto 5 Concreto Estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de concreto. com e sem revestimento. e as verificações para o recebimento dos serviços. pontilhões. define requisitos detalhados para a execução de obras de concreto. na execução e no controle das estruturas correntes de madeira.812 estabelece os requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controle de obras com estruturas de alvenaria de blocos cerâmicos.190:1997 6 Formas 6 Formas Fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto. armado e protendido. Em particular.961 estabelece os requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controle de obras com estruturas de alvenaria de blocos de concreto. ABNT NBR 15. coberturas. cujos projetos foram elaborados de acordo com a ABNT NBR 6.041:1983 Padroniza as dimensões de tijolos maciços cerâmicos a serem utilizados em alvenaria. Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . cujos projetos foram elaborados de acordo com a ABNT NBR 6. para a execução de estruturas de concreto moldadas in loco.812-2:2010 Essa parte da ABNT NBR 15.758-1:2009 9 Drywall 164 Essa parte da ABNT NBR 15.545:1984 Fixa as condições exigíveis para execução e fiscalização de alvenaria sem função estrutural de componentes cerâmicos.118:2007 Fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples. ABNT NBR 7. ABNT NBR 15. ABNT NBR 8.118. armado e protendido. pesado ou outros especiais. ABNT NBR 6.696:2009 Fixa os procedimentos e condições que devem ser obedecidos na execução das estruturas provisórias que servem de fôrmas e escoramentos.Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição ABNT NBR 14. excluídas aquelas em que se empregam concreto leve. devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as exigências peculiares a cada caso particular. ABNT NBR 8. Em particular.118. 118.529:1995 Define os termos relativos a revestimentos de paredes e tetos em argamassas inorgânicas à base de cimento.859-1:2002 10 Laje pré-fabricada 11 Cobertura Essa parte da NBR 14.Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição ABNT NBR 15. para qualquer tipo de edificação.758 estabelece as diretrizes para projeto.197 e NBR 9. na execução e no controle das estruturas correntes de madeira.530:1995 13 Revestimento Normas Técnicas Classifica os revestimentos de paredes e tetos executados em argamassas inorgânicas. dosadas em centrais. os procedimentos executivos para montagem e instalação. ABNT NBR 13.758-3:2009 Essa parte da ABNT NBR 15.pisos Essa parte da ABNT NBR 15.758-2:2009 9 Drywall 9 Drywall Essa parte da ABNT NBR 15. e a materiais e instrumentos auxiliares de aplicação.062. a fiscalização e o recebimento de revestimento de pisos externos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante. e as verificações para o recebimento dos serviços. ABNT NBR 13. misturadas em canteiro.859 fixa os requisitos para o recebimento e a utilização de componentes de lajes pré-fabricadas (vigotas. ABNT NBR 8.930-1:2011 12 Esquadrias Essa parte da ABNT NBR 15.858-2. ABNT NBR 15.930 especifica os requisitos para o estabelecimento e a avaliação do perfil de desempenho e a respectiva classificação de portas de madeira para edificações de acordo com a ocupação e o local de uso. NBR 7. seleção. ABNT NBR 13.190:1997 11 Cobertura 11 Cobertura Fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto. ABNT NBR 13.pisos 13 Revestimento Estabelece os requisitos para a execução. ABNT NBR 14. pontilhões. de acordo com as NBR 6. procedimentos de montagem e verificações para o recebimento dos sistemas de revestimentos com chapas de gesso para drywall. ABNT NBR 15. pisos e cimbres. ou em argamassas industrializadas.758 estabelece as diretrizes para projeto e seleção de sistemas de forros em chapas de gesso para drywall. ABNT NBR 7.930-2:2011 12 Esquadrias 13 Revestimento . 165 .039:1983 Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas cerâmicas tipo francesa.172. Além das regras dessa norma devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as exigências peculiares a cada caso em particular. ABNT NBR 15. preparadas no próprio local da obra ou fora dela. cal.753:1996 Estabelece os requisitos para a execução. coberturas. conforme especificadas na NBR 7.858-1:1997 Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas de concreto conforme a ABNT NBR 13. tais como pontes.930-1 define os termos adotados na classificação e na nomenclatura de portas destinadas a edificações. bem como a simbologia a ser empregada quando do projeto e especificação. ABNT NBR 13. ou ambos. a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredes internas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante. elementos de enchimento e demais complementos adicionados na obra) a serem empregados na execução de estruturas laminares nervuradas unidirecionais.754:1996 13 Revestimento . suas prováveis causas e possíveis correções.753:1996 Estabelece os requisitos para a execução.749:1996 Fixa as condições exigíveis para o recebimento de revestimento de argamassa inorgânico aplicado sobre paredes e tetos de edificações. ABNT NBR 11. recebimento. a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredes internas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante. ABNT NBR 8.200:1998 Fixa o procedimento de execução de revestimento de paredes e tetos. Essa norma aplica-se ao revestimento de elementos constituídos por concreto e alvenarias. ABNT NBR 13.200:1998 Fixa o procedimento de execução de revestimento de paredes e tetos.755:1996 Versão corrigida:1997 Classifica as placas cerâmicas para revestimentos.867:1997 Fixa as condições exigíveis quanto a materiais.br/ 166 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento . ABNT NBR 7. ABNT NBR 14. aplicadas aos diversos substratos.702:2010 Versão Corrigida:2011 Estabelece a classificação dos tipos de produtos empregados nas pinturas de edificações não industriais.abntcatalogo. marcação. inspeção. 13 Revestimento 13 Revestimento cerâmico 13 Revestimento cerâmico 13 Revestimento Estabelece os requisitos para a execução. a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredes externas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante específica para fachadas. preparo.463:2007 Estabelece as características exigíveis para fabricação.245:2011 Fornece as diretrizes para a execução de pinturas em edificações não industriais. ABNT NBR 15. Fonte: http://www. a fiscalização e o recebimento de revestimento de pisos externos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante. ABNT NBR 7.Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição ABNT NBR 13. ABNT NBR 12. indicando os sistemas de pintura adequados.com. ABNT NBR 13.951:2003 14 Pintura Estabelece os parâmetros para o reconhecimento de defeitos de sistemas de pintura aplicados em superfícies metálicas. 13 Revestimento cerâmico ABNT NBR 13. ABNT NBR 13.817:1997 13 Revestimento 13 Revestimento cerâmico 13 Revestimento 13 Revestimento cerâmico 13 Revestimento cerâmico 14 Pintura 14 Pintura 14 Pintura ABNT NBR 13. amostragem e aceitação de placas cerâmicas para revestimento do tipo porcelanato. visando a promover a especificação correta para o uso. a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredes internas e externas com azulejos. declarações em catálogos. ABNT NBR 13.554:2011 Define os termos aplicáveis a tintas para edificações não industriais.754:1996 Estabelece os requisitos para a execução.214:1983 Fixa as condições exigíveis para a execução. aplicação e acabamento de revestimentos internos de paredes e tetos com pasta de gesso. Acesso em: 22 fev.gruposato. O edifício e seu acabamento.A. ETERNIT S.br>. Disponível em: <www. Disponível em: <www. Acesso em: 12 mar.com.br>.Bibliografia ARRUDA IND. Disponível em: <www. Acesso em 29 nov.A. 2013.com.anfacer. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE CERÂMICAS PARA REVESTIMENTO. 2013.claridon. FERRAMENTAS GEDORE DO BRASIL S.com. BEER.br>. São Paulo: Livros Técnicos e Científicos. 2008.com/forum/mensagem206943. Russel. Disponível em: <www. Homero Pinto.arrudaesquadrias. 2008. CAPUTO. CLARIDON MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA. Disponível em: <www. Disponível em: <www. Disponível em: <www.guiadomarceneiro.br>. Acesso em: 29 nov. Helio Alves. Disponível em: <www. 1987. AZEREDO. 2000. 2008. 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