TCC- Sobre Dislexia na Aprendizagem

March 29, 2018 | Author: Kaytano Torres Stitch | Category: Dyslexia, Human Brain, Learning, Cognition, Psychology & Cognitive Science


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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIASUL DE MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO Ana Paula Dozza de Oliveira A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na visão dos professores. MACHADO-MG 2013 Ana Paula Dozza de Oliveira A dislexia fator implicador na aprendizagem da linguagem na visão dos professores. Monografia apresentada ao IFSULDEMINAS – Câmpus Machado, como parte das exigências do curso de Ciências Biológicas para obtenção do título de Licenciatura em Biologia. Orientadora: Prof. Mestre Vera Lucia Araújo Leite MACHADO 2013 Aos meus pais e irmãos por estarem sempre presentes em minha vida. Agradecimentos Primeiramente a Deus pelo dom da vida. A Elivan Afonso Moraes, pelo apoio e carinho a mim dedicado. A professora Vera Lucia Araújo Leite, pela dedicação e ajuda para a construção desta monografia. Aos colegas de classe pelos momentos felizes que me proporcionaram nestes 3 anos e meio de busca a realização de um sonho. onde ocorre. portanto torna-se importante saber o que é dislexia.Resumo A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que afeta crianças em todos os níveis educacionais. já que são educadores e fazem parte da alfabetização de cada aluno. Para atingir estas informações foi realizada uma pesquisa bibliográfica e um questionário qualitativo com professores de níveis fundamental e médio. Palavras-chaves: dislexia. bem em “saber” dos professores o que “sabem” sobre a mesma. alfabetização. tendo como resultado a importância de informações mais aprofundadas sobre este assunto e a participação mais ativa dos pais para que juntos possam oferecer uma educação de qualidade e digna para os alunos disléxicos. dificultando a leitura e escrita e consequentemente sua compreensão. . de uma escola estadual do município de . quais suas consequências e quais maneiras para facilitar o aprendizado e alfabetização de crianças disléxicas. leitura. escrita. literacy . since they are educators and are a part of literacy for each student. having as a result the importance of more in-depth information on this subject and more active participation of parents who can offer a quality education is worthy for the dyslexic students. making it difficult to read and write. written. consequently their understanding. where it occurs.Abstract Dyslexia is a learning disorder that affects children in all educational levels. as well as "know" of teachers that "know" about the same. therefore it becomes important to know what is dyslexia. Keywords: Dyslexia. To achieve this information was performed a literature search and a qualitative questionnaire with teachers of elementary and high school level. a state school. read. what are its consequences and what ways to facilitate learning and literacy of dyslexic children. ...............33 Gráfico 11: Formação educacional ................... supervisor ou diretor? ........35 .....................Lista de Ilustrações Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia................................................................................................................................................................................................34 Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência? ..................................................................................30 Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia............27 Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente...... .................................. ........29 Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho..............25 Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos...........33 Gráfico 12: Seu cargo de: professor....................................................................................................................................... ............ .......... ....................... .................................................25 Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia.....................................................................28 Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos....................................................30 Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos.....................................32 Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico? .. ........................................................................................................................................................................................................34 Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa? ......................................... ..............26 Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico? ....................................... .................................35 REFERÊNCIAS ...........................................................................................................18 2.......................................................................................22 Capítulo III .....................................................................................................................................................................................15 Capítulo II ..............1 O que é dislexia .................................................................................................1 Leitores deficientes ..................................3 A família e o disléxico .................................................11 1.......................................................................................................................................................................................................................................................11 1.....................................17 2......................................................... Análise de Dados ................13 1................................................................................... A dislexia não é empecilho para o sucesso ....................................11 1...40 ..........................................................20 3..................................................................2 A escola e o disléxico ..........17 2.......................................................................Revisão de literatura ............ 9 Capítulo I ..........................................................................................................17 2............................................24 4......................................................24 6.......................................................................................................................................................................................... Procedimentos Metodológicos ...........24 5.....................................................3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro .............38 Apêndice........................................................ Considerações finais..................................................................................................................Sumário Introdução ............................. A leitura com apoio da escola e da família ............................2 Compreendendo a dislexia .................................................................................... raciocínio. é importante ressaltar que as crianças com distúrbio de aprendizagem não são deficientes mentais. é importante observar se o aluno apresenta algum indício de dificuldade em relação a uma boa leitura e compreensão. ou habilidades matemáticas. como é o caso da dislexia. biológicas. motoras e cognitivas. que podem bloquear em algumas circunstâncias a aprendizagem. que dificulta a leitura e a escrita. Antes de tudo. assunto tratado neste presente estudo. apenas possuem falhas no sistema nervoso central. já que uma está ligada à outra. portanto é de grande valia a importância de uma boa escrita e leitura. toma em nosso cérebro.9 Introdução Cada ano que passa a educação vem sendo cada vez mais priorizada. já que no mundo em que vivemos é indispensável termos acesso às informações e estarmos cientes do que acontece ao nosso redor. Aprender a ler e escrever envolve um processo complexo onde se exigem habilidades linguísticas. causada por motivos emocionais ou falta de habilidade do educador ou ainda por problemas com o espaço de aprendizagem. Também. É preciso que essa aprendizagem venha no decorrer de cada ano aprimorar o conhecimento do aluno. Já o segundo referese às alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição. leitura. De acordo com os autores citados acima. é necessário que os educadores. É imperioso diferenciar dificuldade de aprendizagem de distúrbio de aprendizagem. fala. de acordo com a coordenadora de educação especial Kanada (2010). o primeiro pode ser de origem sintomática. Desde o primeiro ano de alfabetização. alterações devidas à disfunção do sistema nervoso central (COLLARES e MOYSÉS. escrita. consequentemente da linguagem. estejam conscientes das dificuldades que alguns de seus alunos possam vir a ter em relação à aprendizagem. e para que isto aconteça de forma positiva. cabe ao professor ter o conhecimento de qual caminho o processo de formação das palavras. estar informado dos tipos de transtornos que a falha nesses caminhos pode desenvolver. . Fernández (1991). 1992). fator primordial para a alfabetização. porém não compromete as demais áreas de seu desenvolvimento. podem ser considerados alunos preguiçosos. cerca de 10 a 15 % da população brasileira apresenta casos notificados de dislexia nas escolas. pois a leitura é uma porta para um bom rendimento escolar e consequência em todo o seu desenvolvimento. sendo que seu problema é algo mais sério. Por não conseguir ter a mesma facilidade de seus colegas ao ler um texto. identificar as maneiras para minimizar as dificuldades que esta pode acarreta e qual a real origem deste distúrbio linguístico. fica desmotivada e perde o interesse pela leitura. . Muitas vezes. sem nenhum empenho em aprender. ainda são mantidos em anonimato em algumas sociedades. Antes de criticar é necessário avaliar o caso e compreender quais motivos podem levar estas crianças a se sentirem fracassadas por não terem o mesmo rendimento e facilidades que seus colegas. e ninguém é capaz de perceber. menos sofrerá por ser motivo de piadas de sua classe. Percebemos o quanto isso é importante. sendo que esta estimativa podem sofrer alterações. pelo fato de não terem conhecimento suficientes sobre este distúrbio linguístico. De acordo com dados da Associação Brasileira de Dislexia. Para que isso aconteça é preciso o olhar atento e humano de seu professor.10 Uma criança disléxica pode apresentar uma autoestima abalada por se achar incapaz ou até mesmo inferior aos seus colegas. Quanto mais cedo uma pessoa disléxica for diagnosticada. desatentos. porque pessoas que não participam de cursos de treinamento ou de inclusão escolar possuem dificuldades de perceber a dislexia. E isso acontece muitas vezes. ou até mesmo pelo fato de desconhecimento sobre essa dificuldade em decodificação das palavras. Este trabalho tem como objetivo verificar qual é a visão dos professores em relação a dislexia. mais oportunidades terá em amenizar as suas dificuldades. em vista que. mas pode ter seus sintomas amenizados. O termo dislexia foi definido pelo o médico alemão.Revisão de literatura 1. onde “dis” (latina) quer dizer dificuldade e lexia ( grega) que significa palavras. em linguagem expressiva ou receptiva. Segundo Porto (2009). o disléxico não consegue perceber os vários sons existentes em . soletração. escrita e soletração. Não tem cura. na escrita e na soletração. SOUZA. Dislexia vem da palavra estrangeira. Segundo Shaywitz (2006) a dislexia é a não decodificação dos sons em palavras ou das palavras em sons.1 O que é dislexia De acordo com Shaywitz (2006) conhecer a dislexia. portanto dificuldade de ler palavras De acordo com a Ulbra (2008)”a dislexia pode ser definida como distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura. Manifesta-se pela dificuldade em diferentes formas de linguagem. Rudolf Berlin. De acordo com Pain (1978) a dislexia ocorre em várias classes sociais e em pessoas com níveis de inteligência variáveis. de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificação de palavras e insuficiência no processamento fonológico. a dislexia é uma dificuldade específica de aprendizado da linguagem em leitura. ou seja. para se referir ao que considera uma forma especial de cegueira verbal em adultos que perderam a capacidade de ler depois de uma determinada lesão cerebral. de Stuttgart. mas sim um funcionamento peculiar do cérebro para processar a linguagem. ou seja.11 Capítulo I 1. escrita. faz com que o educador evite o sofrimento desnecessário. dificuldade em decodificar as palavras em sons ou vice e versa. A dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula”. 2003). a dislexia é um entre vários distúrbios de aprendizagem. Para (LYON 1995 apud. além da leitura. desde as que não conseguem ler e escrever até aquelas que conseguem atingir o nível superior. NICO. Não é considerada uma doença. principalmente psicológico que alguns de seus alunos podem carregar por um bom tempo. Já a via léxica é o reconhecimento da palavra e o acesso ao seu significado de forma simultânea. mas que precisam de um tempo maior em relação aos não disléxicos. Sendo assim. mostrando melhor desempenho em leituras de textos com palavras conhecidas. por não terem motivação em concentrar-se em algo que não conseguem reconhecer seu significado . precisam fixar mais e repetitivamente o que está lendo para que possam ter uma melhor compreensão do que foi lido. podemos dizer que os autores definem a dislexia como sendo um distúrbio. porém através de estudos sabemos que suas raízes vão além.12 uma palavra. implicando na dificuldade da leitura. São pessoas criativas. Apresentam dificuldades para dominar o código da leitura e com tarefas de memorização. podendo também encontrar aqueles com problemas em ambas as vias. Muitas vezes considerado como distúrbio psicológico. ou seja. são pessoas inteligentes. é um distúrbio que afeta uma grande parte da população. soletração e escrita. Segundo a teoria da via dupla (COLTHEART. reconhecendo-as. 2006). já que a leitura é um processo natural e adquirido. De acordo com Shaywitz (2006) dislexia não é doença. A dislexia é um problema complexo onde suas origens são as mesmas pela qual o homem necessita para sua compreensão e expressão pela linguagem. muitas vezes confundidos como hiperativos e desatentos. Frequentemente ocorrem problemas no conversor grafema-fonema e/ou em vincular os sons parciais em uma palavra completa (FRANÇA e MOOJEN. de maneira mais rápida. com uma percepção emocional avantajada. . existem pessoas que são disléxicas fonológicas com problemas na via fonológica e as disléxicas de superfície com problemas na via léxica. A partir destas reflexões. As pessoas que têm esse distúrbio apresentam problemas com palavras impressas e escritas. Os disléxicos fonológicos apresentam maiores dificuldades em palavras desconhecidas ou até mesmo sem sentido. independentemente de classe sociais e níveis de inteligências. 1978) existem a via fonológica e a via léxica. mesmo porque a maneira pela qual é ensinada a criança para dar sentido aqueles rabiscos pode e muito influenciar a tranquilidade na qual cada uma aprende. A fonológica é aquela que transforma as unidades ortográficas em sons e as juntam em uma representação completa. o problema era decifrar as palavras impressas ou escritas. tanto é que na Roma antiga acreditava-se que para tratar da incapacidade de falar era necessário que se massageasse estes órgãos como se faziam com aqueles músculos considerados fracos e preguiçosos. pode-se esclarecer que o córtex cerebral era base para leitura.13 Os disléxicos de superfície (de via léxica) apresentam dificuldades na leitura rápida. em que as crianças invertiam as letras por não enxergarem bem. de Seaford. devido à necessidade de ter que utilizar a via fonológica que estará relativamente preservada. que dizia ser um menino brilhante e inteligente. Até então. Em 7 de novembro de 1896. um médico francês. o Dr. silibada. Não tinha dificuldades alguma com números. Através das observações de Paul Broca. sendo esse o primeiro passo para que se pudesse buscar o mapeamento do sistema neural responsável pela leitura. Pringle Morgan. apresentando erros frequentes em textos.2 Compreendendo a dislexia De acordo com Shaywitz (2006). 1. sobre um garoto de 14 anos. onde as palavras são irregulares e realizam uma leitura lenta. a dislexia foi citada a mais de 100 anos. até então conhecida como cegueira verbal. 2006). Este pensamento ficou sendo válido até o século XVII (SHAYWITZ. para linguagem e fala. ou seja. No final dos anos 1970. Estudos posteriores demonstraram que esta definição para o problema não passava de um mito. W. British Medical. pensava-se que a língua era responsável pela capacidade que temos de falar. Drake Duane. sendo considerada uma situação mais grave que precisam de um maior empenho. mas com uma grande incapacidade em ler. pois sua origem é enraizada no sistema linguístico e não de origem visual. Explicações para dislexia promovidas nos anos de 1920 estavam certas de que estas dificuldades de identificação de palavras eram de origem oftalmológica. escreveu em um jornal. organizou e coordenou um banco de cérebros que disponibilizaria a cientistas interessados em entender a incapacidade de pronunciar as . Aqueles que apresentam dificuldades em ambas as vias são chamados de disléxicos mistos. Morgan foi o primeiro a considerar a cegueira verbal sendo uma falha no desenvolvimento em crianças saudáveis. fez uma importante observação em que afirmou: “Localizar o dano que destrói a fala e localizar a fala são duas coisas diferentes”. ou seja. Esta hipótese foi levantada pelo neurologista Norman Geschwind. contemporâneo de Broca. A partir desta observação tem-se que diferenciar alexia adquirida de dislexia do desenvolvimento para compreender-se a sua dedução. mas por meio destes processos só eram possíveis observar a parte anatômica do cérebro. a dislexia no desenvolvimento mostra uma falha no circuito durante a vida do feto. Alexia adquirida é a perda da capacidade de falar decorrente de um acidente ou derrame que afeta partes do cérebro responsáveis pela linguagem. demonstrou diferenças entre cérebros de pessoas consideradas possuidoras de dificuldades em decodificação das palavras desde crianças e aqueles considerados de pessoas não disléxicas. Tentavam assim identificar as áreas de tecidos danificados. impedindo o desenvolvimento da capacidade de serem bons leitores. quando o cérebro está sendo formado para a linguagem. imaginava ou . mal conectado. prejudicando os neurônios responsáveis pelo envio das mensagens fonológicas. Observaram diferenças nas estruturas associadas à formação da linguagem no lado esquerdo do cérebro. o qual tinha um grande interesse em entender a dislexia. Diferente da alexia adquirida.14 palavras para começarem a estudar os cérebros de pacientes mortos que haviam perdido a fala devido a derrames. as funções cerebrais. vinte anos antes de médicos começarem a se interessar por estudos sobre a dislexia de acordo com Shaywitz (2006). e um pouco mais tarde através da ressonância magnética. A partir daí observou-se que a dislexia é proveniente de um erro geneticamente programado. Em 1973 cientistas puderam ver o cérebro pela primeira vez através de uma tomografia computadorizada em imagem tridimensional. Até que o neurologista britânico John Hughlings Jackson. Por isso as crianças passam a ter um problema na decodificação das palavras e possivelmente em sua fala e escrita. correlacionando com os sintomas que estes pacientes apresentavam. Um estudo coordenado pelo neurologista Drake Duane. inclusive quando a pessoa falava. em que se observa um rompimento no circuito devido à situação que o paciente sofreu. Já a dislexia do desenvolvimento é aquela em que a linguagem não se desenvolve normalmente desde o inicio. também há indícios de outras culturas que tinham o cérebro como um dos órgãos menos importante do corpo humano. Esses conceitos eram baseados na concepção religiosa e filosófica. todo o processamento do corpo humano se voltava para a alma. ou seja. pois não viam qualquer utilidade para aquela massa mole e gelatinosa.pois permite aos neurocientistas a visualização do funcionamento interno do cérebro. composto pela hemoglobina.3 Caminho para a formação da leitura em nosso cérebro Na antiguidade. Quando uma pessoa morria. que é altamente oxigenado e rico. rapidamente era embalsamado e colocado de volta ao corpo.15 lia. considerava o coração como um órgão quente por possuir movimentos e conter um líquido . no inicio do ano 1980. pois o consideravam de grande importância para a vida após a morte. 2006). determinante da inteligência humana por ser uma estrutura pulsante. atualmente o processo mais utilizado é por ressonância magnética funcional (fMRI). Para realizá-la acontece um consumo de energia. e pelo qual é possível ser observado pela ressonância magnética funcional devido ao alto sinal obtido. Aristóteles deduziu que o coração era responsável pelos movimentos e sensações. um cérebro de uma pessoa normal. e não há necessidade de uso de compostos radioativos ou injeções. ocorre aumento da atividade dos neurônios locais. do metabolismo e do fluxo sanguíneo local. isto através do fluxo sanguíneo a partir de compostos radioativos. mas o cérebro era descartado. Para a realização desta atividade há um aumento do fluxo sanguíneo. de oxigênio e nutrientes para a parte local necessária para o cumprimento da mesma. que através das suas propriedades magnéticas provoca alterações de acordo com a quantidade de sangue envolvido no processo. 1. Para os egípcios o coração era considerado o órgão sagrado. que era responsável pelo funcionamento da mente. Só foi possível ver por meio de imagens. e quando ele parava a pessoa também parava de viver (SHAYWITZ. Além dos egípcios. De acordo com Shaywitz (2006). Quando uma pessoa realiza uma tarefa cognitiva como a leitura. Os outros órgãos também tinham certa importância. diferente do coração que os egípcios podiam sentir bater. De acordo com o neurologista Ailton Mello (2009) o cérebro é de extrema importância para o funcionamento de todas as outras estruturas do corpo humano. sendo um percurso mais lento e outro mais rápido para aqueles que já estão adaptados às letras e aos sons das palavras. e tinha o cérebro como uma estrutura pálida. parte que se utiliza para a imagem das palavras.16 vermelho que se deslumbravam. localizada na região parietotemporal. Eles nos possibilitam entender o porquê de pessoas tão inteligentes apresentarem problemas com a leitura. De acordo com Shaywitz (2006) quando um bom leitor está em atividade. é possível identificar falhas nestes circuitos neurais para aquelas pessoas disléxicas. observando imagens do cérebro em funcionamento. fria que resfriava todo o calor produzido pelo coração. pois precisam analisar a palavra com mais atenção e lentidão para que se possa memorizar e aprender a verbalizar de acordo com seus sons e significados. Os lobos frontais estão localizados na parte anterior do cérebro. Através da ressonância magnética é possível identificar o caminho que a leitura percorre em nosso cérebro. que acabam por ser obrigadas a tomar caminhos diferentes como forma de compensação. Cada hemisfério possue quatro lobos: frontal. verificou-se pelo menos dois caminhos da leitura: um primeiro para aqueles que estão começando a ler. Para os leitores mais experientes que possuem uma leitura dinâmica e rápida. não sendo preciso analisar as palavras primeiro. Conforme vão crescendo. parietal. Além disso. demostram uma superação da região de Broca localizada na parte frontal do cérebro. Pesquisadores associam a linguagem à parte esquerda do cérebro. a parte occipitotemporal que será ativada. sendo utilizada cada vez mais a parte anterior. sons e significados a serem armazenados. temporal e occipital. O cérebro é dividido em dois hemisférios. A parte anterior do cérebro é onde os lobos occipital e temporal se cruzam (occipitotemporal). sendo que a maior parte relacionada à leitura fica na porção posterior. ele ativa as regiões posterior e anterior do cérebro. Através de pesquisas feitas por ressonância magnética. os occipitais estão na parte posterior e os temporais e os parietais são intermediários. Estudar o cérebro. o direito e o esquerdo: a parte frontal (anterior) e a de trás (posterior). para compreender o caminho da leitura. a sua parte parietotemporal é a que será acionada. somente em um olhar é possível . chamado de sistema de leitura posterior. Nos leitores que estão começando a leitura. mais precisamente acima e atrás da orelha. começaram a menos de uma década. Muito se pensava que no decorrer do tempo. tornando-se pessoas com um vocabulário escasso e uma leitura vagarosa. Esta área também é chamada de sistema de forma da palavra. Estes são considerados leitores deficientes.77). 2006. como pode-se perceber geneticamente. rápido e prático. esta dificuldade de leitura fosse desaparecendo. De forma compensatória os leitores disléxicos acabam subvocalizando as palavras por meio da área de Broca. muitas vezes se deparam com situações que as deixam constrangidas. com uma leitura vagarosa em relação aos demais colegas. p. A leitura com apoio da escola e da família 2. mas sim por ter muitas vezes. e mesmo os alunos disléxicos universitários que adquirem certa precisão ao ler continuam tendo que usar essa área. Existem aqueles em que sua leitura é deficiente. independentemente de quem sejamos. o que pode ocorrer é um programa linguístico adequado para que se possa amenizar esta falha. pelo contrário.17 identificá-las de forma automática. e os disléxicos poderão se tornar leitores fluentes. Hoje. mas não ter falhas nos caminhos de formação da linguagem. conforme o amadurecimento da pessoa disléxica. e. Capítulo II 2. permitindo-lhe fazer uma leitura mesmo que seja de forma lenta. não há esta possibilidade. Para uma grande maioria o processo de identificar as palavras e transformá-las em sons é um processo fácil. por não participarem de projetos adequados de leitura para sua recuperação. mas lentos. um ensino deficiente na escola que frequentam e um ambiente precário de linguagem em casa. mas não se pode esquecer que também existem pessoas que não tem esta facilidade. .1 Leitores deficientes “A leitura é um código. precisando de um tempo diferente dos não disléxicos para concluírem suas atividades de leitura. devemos representar o que está impresso como um código neural que o cérebro saiba decifrar” (SHAYWITZ. Mas. É a partir deste que os pais poderão descobrir se seu filho precisará ou não de uma intervenção pedagógica mais precisa. Através de observações feitas pelo docente. Estar atento às dificuldades que seus alunos possam ter desde o começo da alfabetização é de extrema importância. zelando pelo seu aprendizado e preparando-os para serem cidadãos capazes de lutar pelos seus objetivos. No caso dos disléxicos é de grande importância a intervenção do professor. e para que isso aconteça é preciso um olhar atento e humano do docente na vida de cada criança. O outro grupo de leitores deficientes são os disléxicos. afetando diretamente o emocional. sofrendo emocionalmente com este distúrbio. para isto. achando ser mais fácil considerá-lo preguiçoso e desatento. A escola precisa acolher estes discentes e mostrar-lhes que são queridos e que estará sempre disposta a ajudá-los da melhor forma possível. omitindo-os. para que se sintam . 2. Se o professor não der importância a esses detalhes. compreensão e agilidade em reconhecer as letras e juntá-las para formar as palavras de forma dinâmica e prática.2 A escola e o disléxico A escola é o ambiente tradicional que garante a alfabetização das crianças para serem pessoas bem sucedidas profissionalmente. que se não for diagnosticada o quanto antes poderá acarretar uma série de desconforto para a vida não só escolar. se sentindo pessoas “burras”. pois isso evitará que sejam crianças/adultos frustrantes em sua capacidade linguística. A escola deve propor uma conversa franca com o aluno disléxico sobre suas limitações e com os colegas. deixando-as crentes que são pessoas incapazes ou diferentes de todos os que as conhecem. é necessário que a escola seja democrática e esteja informada dos tipos de distúrbios de aprendizagem que existem. por exemplo.18 transformando-se em adultos desprovidos de leitura fluente. que o aluno possui. poderão ser leitores fluentes. a escola poderá informar aos pais e aplicar um método que facilite e recompense as dificuldades de aprendizagem. independentemente dos obstáculos que encontrarem. a dislexia. mas também particular destas crianças. respeitando seu tempo. porém com um método de ensino adequado. em relação à leitura. estará contribuindo cruelmente neste processo de má formação linguística. mas estes. por possuírem falhas nos circuitos neurais que os impedem de possuírem uma leitura rápida e dinâmica. trabalhar seu psicológico com a intervenção de um psicólogo. de difícil pronuncia e não familiarizadas. apenas para terminarem a leitura junto com os colegas. . contribuindo assim para a evolução de sua autoestima. pulando parágrafos.Elaborar e executar sua Proposta Pedagógica. e para não se sentirem constrangidos acabam por não seguir a leitura corretamente. O educador não o deve obrigar a ler em voz alta para todos da sala sem que se sinta à vontade. se ajudem e que a criança com dificuldade possa confiar naqueles que acreditam em seu potencial. Diferente do que muitos possam pensar as pessoas disléxicas possuirão este distúrbio sempre. consequentemente extrapolando o tempo determinado.V- Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.19 respeitados uns pelos outros. Fazer as avaliações de maneira diversa para que ele possa mostrar suas habilidades artísticas e esportivas. Sendo assim. respeitadas as normas mais comuns e as do seu sistema de ensino. possibilitar um tempo a mais para a realização dos testes.12. Através de estudos por ressonância magnética pode-se perceber o quanto o processo de decodificação das palavras leva um tempo maior para pessoas disléxicas. pois não possuem planos pedagógicos e objetivos que atinja a necessidade do aluno com dificuldade de compreensão.Os estabelecimentos de ensino. pois é de origem biológica. mas nem por isso deixarão de ser leitores fluentes. II. elogiando-o para que se sinta importante no que de melhor tenha a oferecer.394/96 nos propõe em seus artigos seguintes: Art. que se sentem cansadas e desanimadas quando se deparam com textos que contém palavras grandes. De acordo com a professora e psicopedagoga Regina Celia Camargo (2008) a escola que conhecemos não foi feita para o disléxico. se estes textos forem seguidos por perguntas terão que fazer uma releitura antes de começar a responder. pois ele tem consciência de seus erros. oferecendo aulas extras para ajudar na memorização das palavras e na compreensão do seu significado. É por este motivo que muitas vezes levam um tempo maior para fazer a leitura e realizar a compreensão dos textos dados pelos professores. A LDB através da lei 9. Para possibilitar um bom empenho do aluno a escola precisa se adequar a ele. terão a incumbência de: I. frases que dificultam seu entendimento. e se possível em um lugar tranquilo e quieto. De acordo com Martins(2001) zelo pela aprendizagem passa pela recuperação daqueles que têm dificuldade de assimilar informações. marcada pela troca de ideias e opiniões.3 A família e o disléxico A família é o alicerce para que possamos lutar sempre pelo objetivo que desejamos alcançar. principalmente para os alunos que possuem dificuldades com a escrita e leitura. pois são eles que farão a diferença na vida de cada criança disléxica. sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. em busca do prazer em ler e aprender. Art.Estabelecer estratégia de recuperação para os alunos de menor rendimento. Art. A partir da fala de Martins (2001). IV. . possibilitando que estes se expressem mesmo sendo necessário que repitam com calma para que se possa entender. ou por forma diversa de organização.24. ciclos. tranquilidade para levantar e continuar em frente. deve ser apreciada a todo o momento. pois o que mais vale é o quanto os alunos sabem. Daí. é nela que encontramos refugio para nossos problemas.V. prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período. grupos não seriados. A colaboração incessante de professores e colegas. sejam por limitações pessoais ou sociais.13. períodos semestrais. principalmente daqueles que precisam de um cuidado especial. 2.A educação básica poderá organizar-se anuais. a necessidade de uma educação dialógica. independentemente de ser passado através de palavras impressas ou palavras ditas. através dela encontrarmos soluções.Zelar pela aprendizagem dos alunos. alternância regular de períodos de estudo. a) avaliação contínua e cumulativa. na competência e em outros critérios.23.20 Art. de uma conversa colaborativa em que não se cogita o insucesso do aluno. sendo assim não há como negar a importância desta na formação educacional de seus filhos. pode-se perceber o quanto é importante essa troca de experiências.A educação incumbir-se-ão de: III. com base na idade. A criança só saberá lidar com esta situação. pois somos seres humanos sujeitos a cometer erros. A participação ativa dos pais na educação dos filhos. quando se depara com a realidade de ter uma criança disléxica com dificuldade em aprender. e estar à disposição para ajudá-lo. É preciso paciência e muita determinação para auxiliá-la nas tarefas de casa. relendo. precisa-se pensar melhor neste quesito uma vez que infelizmente nem sempre é assim que acontece. Sally Shaywitz(2006) cita em seu livro como é grande a importância do estudo feito entre pais e filhos disléxicos em casa como forma de apoio para o rendimento escolar. e qual o conhecimento que tem sobre este distúrbio linguístico e se está preparada para alfabetizá-lo de maneira que se sinta aluno como todos os outros. que muitas vezes faz desistir de estudar e se sentir pessoas normais. pode fazer toda a diferença. se houver a ajuda e apoio de seus pais. A partir daí que a compreensão e amor pelo filho devem falar mais alto. Sabe-se que o desenvolvimento escolar é primordial para o sucesso profissional. procurando saber se há métodos de recuperação eficientes que abranja as necessidades que ele possui. deixando de lado os valores sociais e entrando em cena o valor humano entre pais e filhos. ajudando da melhor forma possível. É muito importante que a família saiba escolher a escola que acolherá seu filho. lendo. deixando-o ciente do que está acontecendo. A melhor maneira para que se faça dessa realidade uma forma simples e alegre de viver. é procurar ajuda com uma equipe multidisciplinar. explicando. tenha notas boas. o conhecimento das palavras através de sons e imagens. bom comportamento e receba sempre elogios. facilitando assim o aprendizado. reforçando a leitura. softwares educativos para incentivar a leitura. . principalmente daqueles que são disléxicos. Vive-se em uma sociedade competitiva. usar se possível. Conversar com os professores que trabalharão com ele é o primeiro passo a se fazer. onde se descobrirá a maneira certa e menos dolorosa para trabalhar e buscar recompensar esta dificuldade. e como todo e qualquer pai presente deseja que seu filho seja o primeiro da classe. explicando o significado das palavras para que a criança consiga entender e decodificar quando se deparar com esta novamente.21 A criança disléxica precisa muito da colaboração de seus pais para que se possam adquirir a confiança em si mesma que tanto necessita na opinião do professor Martins (2003). ou sem a lâmpada criada por Thomas Edison. ter limitações não significa não poder vencer. mesmo porque ninguém é obrigado a ser o melhor em tudo. fruto de determinação.22 É importante que os pais amem seus filhos acima de tudo. A dislexia não é empecilho para o sucesso Alcançar o sucesso na vida profissional e ser reconhecido pelo que faz é objetivo de todos que acreditam em um futuro melhor. mas sim ter vontade de levantar cada vez que cair e seguir em frente. Whoopi Goldberg. atores como Tom Cruise. . são estas que muitas vezes conseguem alcançar o tão desejado futuro promissor. todos tem direito ao respeito. dignidade e cidadania. classe social ou limitações. garra e vontade de vencer. mas graças a muitos deles hoje pode-se desfrutar de invenções e descobertas que sem as quais seria muito difícil viver da maneira que vive-se. preconceitos por terem um jeito diferente de ver e entender as coisas. Robin Williams. e através de carinho e compreensão poderão ser vencedores em tudo que buscar. religião. Existem aqueles que são bons com números. Leonardo Da Vinci. Neste capítulo volta-se o olhar para os famosos disléxicos que venceram críticas. não diferente para aquelas pessoas limitadas por algum tipo de dificuldade. outros preferem as palavras e outros ainda podem preferir disciplinas que requerem sensibilidade. Pode-se também citar pintores (artistas plásticos) como Vincent Van Gogh. Pablo Picasso. Cada qual é bom naquilo que faz com prazer. entre várias outras pessoas de grande prestígio. Isto só vem provar que medir inteligência é uma forma improvável de dizer quem é mais ou quem é menos inteligente. valorizando-as e acreditando em seu potencial. É certo também compreender que o progresso acontecerá aos poucos. 3. pois somente com carinho e muita determinação poderão melhorar a autoestima destas crianças. inventado por Alexander Graham Bell. pelo contrário. Imagine-se o que seria das pessoas sem o telefone. Albert Einstein. pessoas possuidoras de uma inteligência incontestada. porém disléxicos. Independente de raça. precisando de muito carinho e esforço de ambas as partes. cientistas como Charles Darwin. pelo contrário. que conquistaram gerações pela sua imaginação e habilidade como narradora. precisam achar o caminho certo que lhes proporcionem retorno e prazer para serem felizes e realizados no que se dispuserem a fazer. entre outros famosos como o próprio Leonardo da Vinci e Picasso que também eram escritores. Isto nos mostra como é possível se realizar naquilo que se propor. escritora policial. entre outros anônimos disléxicos que devem ter se espalhado por toda parte. hoje são reconhecidos e prestigiados no que fazem ou fizeram. pessoas que não são tão reconhecidas como os citados acima. independente de ser disléxico ou não. Muitas pessoas devem se perguntar: se a dislexia afeta a decodificação das palavras. E se pararmos para pensar a quantidade de médicos. totalizaria-se um número imenso. então não existem escritores disléxicos? E é ai que se enganam. . escritores. sua sensibilidade faz com que vejam o que muitos não conseguem perceber. criando descobertas que até hoje nos impressionam pelos poucos recursos da época.23 Todos estes artistas são reconhecidos pelo que fazem e por terem achado o que lhes dão prazer e os gratificam. Analisando este contexto é possível perceber que o sucesso é questão de incentivo e confiança em si mesmo. mas que possuem um potencial de conquistas e superações como os mesmos. autora de mais de oitenta livros. Através desta análise percebe-se que ser disléxico não tem nada a ver com não ter inteligência. advogados. mesmo que na infância não tenham tido toda esta confiança em si próprios e tenham passado por momentos como todas as outras pessoas disléxicas passam. considerada a “Rainha do crime”. As pessoas de grande nome para a ciência eram disléxicas. fizeram de sua dificuldade um dom. pode-se citar como exemplo Agatha Christie. acreditar que como estas pessoas reconhecidas mundialmente puderam vencer críticas e descrenças todos também podem. Segundo Lakatos. que contém quatorze perguntas com respostas para assinalar (SIM ou NÃO). a pesquisa bibliográfica possibilita compreender a resolução de um problema a ser obtida através dela e é o primeiro passo para toda e qualquer trabalho científico. possibilitando-lhes o conhecimento e aprendizagem educacional.24 Capítulo III 4. causas e possíveis tratamentos para a amenização deste distúrbio que tanto afeta pessoas em níveis escolares. percebendo assim se realmente esta dificuldade . Análise de Dados Através de dados coletados pelo questionário aplicado aos professores possibilita-se perceber a dimensão do conhecimento sobre este distúrbio linguístico por parte dos educadores. De acordo com Ruiz (1991). propostas aos professores para que analisem de que maneira a dislexia é vista pelos mesmos. Procedimentos Metodológicos Para a construção deste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de adquirir informações sobre a dislexia: significados. que teve como foco a visão daqueles educadores que são responsáveis pela alfabetização e estão diariamente presentes na vida dessas crianças. Também. na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores análises. Este questionário foi aplicado em uma escola pública na cidade de Poço fundo –MG. de nível fundamental e médio. considera-se a importância de fazer uma pesquisa de campo através de um questionário qualitativo. 5. a pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente. pois eles estão diretamente em contado com os alunos. 2) de acordo com a questão número 2. Fonte: Dados da pesquisa . Para iniciar-se a pesquisa é preciso saber se os professores conhecem o termo dislexia. fazendo uso dos recursos necessários para a melhora do desenvolvimento de cada aluno. sua causa e implicações. 100% dos docentes responderam que sim. conhecem o termo dislexia (GRAF. Todos estes definiram a dislexia como sendo fator de dificuldade (GRAF.25 biológica é lidada da maneira adequada. vale ressaltar que se conhecer o termo é apenas ouvir falar ou se realmente sabem o seu significado. Gráfico 1: Nível de conhecimento dos professores pesquisados sobre a dislexia. Na questão número 1. 1). mas. ou seja. Fonte: dados da pesquisa Gráfico 2: Como os professores definem a dislexia. Na questão de número 3. de 2 de Janeiro de 2007. apenas 10% disseram já ter trabalhado com alunos disléxicos (GRAF. seja ela auditiva. visual. entre tantas outras até mesmo linguísticas. Fonte: Dados da pesquisa . consequentemente tem o dever de se preocupar e procurar buscar conhecimento sobre este assunto para estarem preparados quando se depararem com esta realidade em suas salas de aula. 4). entre os docentes entrevistados. porém na questão número 4 quando responderam se atualmente trabalhavam com algum aluno disléxico ocorre uma contradição.524. pois 46% disseram que sim e 54% que não (GRAF.26 Através destes gráficos pode-se deduzir que se estes professores conhecem o termo e sabem que é uma dificuldade. 3). Lei n.394/96. Através deste dado surge um questionamento: se apenas 10% já trabalharam com dislexia como 46% podem presenciar esta dificuldade linguística no dia a dia? Será que realmente está claro para estes o que é dislexia? Gráfico 3: Experiência dos professores com alunos disléxicos. mesmo porque existem leis como a LDB 9.º 12. que amparam e possibilitam a educação diferenciada para alunos que apresentam alguma dificuldade. É através deste comentário que se deve se preocupar ainda mais com a gravidade do problema. então estes 10% tinham que ser no mínimo 46% para mais. para que realmente se comprove o quanto estão cientes desta dificuldade/distúrbio linguístico. Um fato interessante que possibilita perceber que a dislexia precisa ser mais trabalhada entre professores. pois se os professores não conseguem ter a real compreensão da origem. como poderão ajudar estas crianças que tanto precisam de sua orientação para alcançar seus sonhos? Para Frank (2003) não há estratégia mais importante do que acreditar na criança com dislexia e mostrar abertamente essa fé. Isso nos mostra o seguinte gráfico: .27 Gráfico 4: Em alguma de suas salas de aula possui algum aluno disléxico? Fonte: Dados da pesquisa O que nos faz pensar que esta ideia de dislexia é algo ainda a ser investigado por estes docentes. Ao mesmo tempo estes professores podem estar associando a dislexia ao simples fato de terem alunos deficientes de leitura. desta maneira percebemos o quanto o incentivo e apoio do professor para com o disléxico é essencial para seu aprendizado. é que se 46% presenciam a mesma. para que de maneira clara estes possam orientar o aluno e encaminhá-lo para profissionais adequados para um melhor diagnóstico é a seguinte frase que se pode presenciar de uma professora quando respondia a seguinte pergunta: Atualmente possui algum aluno disléxico? Quantos? Em resposta ela questionou: “Ah. será que tem uns dois por sala? Deve ter né! Vou colocar”. Pelo demonstrado no gráfico da questão (5) é preocupante se se pensar que estes alunos ao qual se referem os professores são alunos de 6º ano do ensino fundamental a 3º ano do ensino médio. nível pelo qual já deveriam ser leitores fluentes. porém com mais facilidade se descoberta no inicio da formação educacional. tendem a exteriorizar dificuldades ao ler. Para Kleiman (1989).28 Gráfico 5: Nível de alunos com leitura deficiente. mas como já foi mencionado neste presente trabalho existem pessoas que apresentam dificuldades na leitura (leitores deficientes). e isso de forma mais crítica para os disléxicos que. quando ainda estão começando a praticar a leitura. Fonte: Dados da pesquisa Como pode-se perceber na resposta da questão (5) representada no (GRAF. com interpretação adequada e sem empecilhos na leitura. . como se fosse algo normal. ou seja. mais fácil será seu entendimento. apesar de terem uma disfunção no caminho que se forma a linguagem no cérebro. 5) 100% dos docentes afirmam ter alunos com dificuldade na leitura. quanto maior o conhecimento textual o leitor possuir e quanto maior for sua exposição a todos tipos de texto. mas por muitas vezes. Evita-se assim que este problema se torne cada vez mais presente. possibilitando-os a participações em programas educativos em busca de melhorias para serem leitores fluentes. torna possível que seja amenizada. por viver em um ambiente precário onde o vocabulário é escasso ou por não terem tido uma alfabetização adequada que recompensasse suas dificuldades sócio econômicas. Isso prova o que já foi comentado neste trabalho a respeito do docente deixar que esta dificuldade seja passada para frente sem que se tome atitude no momento certo. faz parte de um processo linguístico complexo. a escola tem o dever de oferecer apoio educacional. Gráfico 6: O nível de leitura da maioria dos alunos. pois o ideal seria se todos pudessem ser considerados leitores bons e que estivessem no mesmo nível. etc. . interagindo frequentemente na vida escolar. atividades.. Infelizmente sabe-se que isto não acontece. Como já comentado. Apenas 23 % destes professores entrevistados consideram de nível regular como se vê nos resultados da questão 6 representada no gráfico 6. a leitura não constitui uma habilidade isolada. Fonte: Dados da pesquisa A questão é que não se pode contentar por possuir uma maioria que tem uma leitura boa. oferecendo meios pelos quais a minoria possa buscar ajuda. e por este fato é preciso que se crie programas que possam amenizar essa diferença. Mas ao mesmo tempo não se deve pensar somente para a escola. Os pais devem estar conscientes das necessidades e dificuldades de seus filhos. Apesar de reconhecerem que existem leitores deficientes o nível de leitura de um modo geral é considerado de nível bom com uma porcentagem de 77%. De acordo com Condemarin (1989). da melhor maneira possível para abranger a necessidade de cada um. seja ela por diálogos. jogos. programas inclusivos.29 O pior de tudo é pensar que estes leitores deficientes talvez não tenham a oportunidade de participar de programas de recuperação de leitura que lhes deem suporte necessário para progredir em cada disciplina proposta. possibilita-se entender o porquê desta maioria não estar ciente desse fato que tanto interfere na aprendizagem dos alunos.30 Pelos gráficos das questões 7 e 8 a seguir pode-se notar o quanto é a interação dos pais e da escola a qual seus filhos frequentam. de acordo com as respostas dos professores a maioria de pais não têm conhecimento da maneira que seus filhos leem (54%). Assim. 8) que representa a questão (8 ). Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 8: Participação dos pais na vida escolar dos filhos. Fonte: Dados da pesquisa No gráfico 7 relativo à questão ( 7 ) vê-se que. . e apenas 46% possuem este conhecimento. Gráfico 7: Nível de conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura do filho. (GRAF. a família e a escola são duas instituições muito importantes no desenvolvimento mental. já que a dislexia pode estar presente em muitas das salas de aula e de maneira variada. podendo assim exigir os direitos que seus filhos têm. apenas 46% dos pais sabem que seus filhos precisam desse apoio (GRAF. Estes dados demonstram o quanto a participação da família é importante na alfabetização. consequentemente por não terem uma participação ativa na escola (85%) não poderão cobrar dos diretores. Outro ponto interessante que deve ser observado é que de acordo com a (GRAF. Isso comprova o porquê de alunos que possuem uma leitura lenta. impedindo-os que sejam leitores fluentes. social e afetivo do ser humano. “Educar não é uma tarefa solitária. ou seja. se os pais não tem o devido conhecimento da vida escolar de seus filhos. 6) existe uma porcentagem de 23% que são considerados leitores regulares. contudo apenas 15% se preocupam em fazer parte de sua vida educacional. pois conhecendo a rotina escolar dos filhos. 9) que representa os resultados da questão ( 9 ). 7). . No entanto. os pais evitam maiores problemas e podem ajudar dando apoio e desenvolvendo a autonomia dos seus filhos”. para prosperar na sua caminhada educacional. coordenadores e professores uma educação que abranja a necessidade que seus filhos possuem. De acordo com a opinião da pedagoga e diretora do Colégio Saber. uma parceria entre escola e família é de extrema importância. É importante a criança se sentir acolhida e ter a confiança que tanto lhe faz falta. Infelizmente estes conceitos não vieram por parte de cursos inclusivos como pode-se perceber no (GRAF. Ana Laura Nicastro (2010). que de certa forma necessitam de apoio educacional para melhora de sua leitura. Este questionário teve como objetivo identificar como a dislexia é conhecida pelos professores e o quanto estes sabem sobre ela de maneira mais aprofundada. e até mesmo orientá-los em casa auxiliando nas tarefas. psicomotor. cheia de obstáculos. e até mesmo participem de cursos inclusivos. Naturalmente para que esses conceitos sejam conhecidos é preciso que os mesmos busquem informações sobre o caso. a quantidade de pais que participam da vida escolar de seus filhos é muito pequena (15%).31 Como se pode constatar. pois. como observa-se nos resultados da questão (10) no gráfico ( 10 ): . essa afirmação constata a importância de adquirir informações a respeito das dificuldades educacionais existentes. e ao mesmo tempo os professores devem ser melhor preparados para enfrentar esta dificuldade linguística da forma correta. Para Pietro (2006) “os conhecimentos sobre o ensino de alunos com necessidades educativas especiais não podem ser de domínio apenas de alguns “especialistas”. pois é um tipo de inclusão como outra qualquer.32 Gráfico 9: Participação em cursos específicos sobre dislexia. e sim apropriados pelo maior número possível de profissionais da educação. isso faz pensar que esta não é tratada da maneira como deveria. Fonte: Dados da pesquisa Analisando o gráfico vê-se que apenas 8% já participaram de algum curso onde a dislexia foi tida como assunto. é que ainda existam professores que pensam que esta é um fator psicológico e não decorrente de uma má formação no caminho linguístico do cérebro. oferecendo-lhes materiais que facilitem sua aprendizagem. O aluno precisa se sentir aceito. idealmente por todos” . por falta de participação em cursos abordando a dislexsia. Talvez. incluso no ambiente que fará parte. Por muitos destes docentes mal informados que crianças disléxicas são consideradas preguiçosas e distraídas. emocional. de certa forma buscaram informações de maneiras diversas. (GRAF. sem interesse na disciplina e nos estudos. ou seja. questão (11). apenas 8% dos professores responderam que sim como vemos a seguir. 9) 85% dos educadores. podendo assim não ser dado o apoio necessário para que a solução de seu “problema” seja visto como prioridade para prosseguir e progredir em seus estudos. demonstrado pelo gráfico 10. Quando se perguntou se a dislexia é decorrencia da formação educacional que o aluno teve ou tem.33 Gráfico 10:Dislexia: Psicológico ou biológico? Fonte: Dados da pesquisa Vê-se que apenas 8% dos professores entrevistados têm conhecimento por terem participado de algum curso inclusivo para disléxicos. e 15% não sabem o verdadeiro motivo pelo qual este distúrbio linguístico acontece. Gráfico 11: Formação educacional Fonte: Dados da pesquisa . acreditando que é decorrente de fator psicológico. 1959). cientes de que é fator biológico que depende da estrutura neural de cada um. oferecendo-lhes o máximo de informações que enriqueçam seu conhecimento e sua aprendizagem. Gráfico 13: Qual é seu tempo de docência? Fonte: Dados da pesquisa . Por mais trabalhoso que seja. apenas taxando-os como desinteressados e continuar a ministrar aulas da mesma maneira. deve este orientar o aluno bom. da melhor forma possível. 13 e 14): Gráfico 12: Seu cargo de: professor. 13 e 14) estão representadas nos gráficos (12. mas dificultado pela formação educacional que teve ou tem.34 Portanto. tempo de docência. categorias variadas. “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência” (CURY. 92% disseram que a dislexia não decorre de nenhum tipo de formação educacional. mas como já comentado anteriormente. e para analisar a formação dos mesmos as questões (12. o distúrbio se torna não decorrente. Este questionário foi aplicado entre professores com cargo. por mais tempo que tome o professor. supervisor ou diretor? Fonte: Dados da pesquisa. se o professor não tiver interesse em ajudar os alunos. o regular e o com necessidades educacionais. a fim de melhorar o entendimento por parte dos docentes. pais e familiares e até mesmo daqueles que possuem este distúrbio linguístico. 13). 6. possuindo de onze a dezesseis anos de profissão (GRAF. Portanto pode-se concluir que a dislexia é uma má formação no caminho da linguagem no cérebro. São profissionais com um longo caminho já percorrido na docência.35 Gráfico 14: Em qual categoria você se encaixa? Fonte: Dados da pesquisa Percebe-se através dos gráficos que os professores entrevistados. escrita e compreensão dos alunos e prolongar estas dificuldades por vários anos se não for identificada a tempo de amenizá-las. Estão cientes de que a dislexia é algo que pode prejudicar a leitura. identificando o distúrbio como um processo biológico e neurológico. Diversos são os mecanismos que procuram melhorar e aprimorar o aprendizado dos disléxicos. Considerações finais Neste presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa qualitativa para coleta de informações a respeito da dislexia. porém esta dificuldade de aprendizagem não impede que estas pessoas sejam competentes no que se dispõem a fazer. são de nível médio. suas causas e consequências. . no total de quatorze. formadores de opiniões. o quanto antes for identificada melhor será. Conclui-se que. A leitura está envolvida em todo o processo educacional e por isso é preciso que todos tenham a oportunidade de realizá-la da melhor maneira possível. o professor esteja consciente do seu papel como educador e formador de opiniões. Pode-se perceber que é um trabalho que requer paciência. Para a maioria dos autores tais como Sally Shaywitz. da maneira que se sinta bem. Para que estas crianças não se sintam menosprezadas e não tenham seu psicológico abalado é preciso que a escola seja e proporcione um ambiente acolhedor e. O aluno precisa de apoio. carinho e compreensão para ser “bom”. O que faz a diferença para os disléxicos é a forma pela qual são orientados pelos professores e principalmente pelos seus pais. Não se deve deixar que a escola por si só tome iniciativas. pelo fato de ainda muitos dos pais não fazer parte ativamente da vida escolar de seus filhos. então. que a dislexia é um problema que pode ser minimizado por métodos pedagógicos . em casa ou na rua. seja na escola. Vicente Martins ( 2001). e muita determinação por parte dos pais e dos filhos. capazes de se sentir realizadas em suas escolhas. persistência. Pôde-se. carinho. mas isto não impede que seja trabalhada para a melhora daqueles que já avançaram a alfabetização inicial. pois não havendo cobrança não há preocupações em procurar o motivo real pelo qual aquele aluno não consegue acompanhar o restante da classe. concluir que este assunto ainda necessita de informações e de que maneira trabalhá-lo para minimizar as dificuldades que os alunos possuem no ambiente escolar. . sobretudo. é importante enfatizar o quanto a família é responsável pela motivação e desenvolvimento das crianças. pois assim se evita um sofrimento desnecessário por falta de informações ao longo do processo escolar.36 Percebe-se através deste estudo. pois as pessoas que as possuem são inteligentes e com uma percepção incrível. entre outros a dislexia. Por este motivo a pesquisa qualitativa teve como objetivo analisar o quanto se sabe sobre este distúrbio linguístico por parte dos docentes e percebe-se através do questionário realizado que ainda é algo que necessita e muito de informações. tenham contribuído para essa falta de informações. é necessário um trabalho em conjunto. Por fim. Ser disléxico é ser um pouco de Darwin. Van Gogh. Da Vinci.37 Não são as notas que fazem uma pessoa ser boa ou não. os pais educam e os filhos (alunos) aprendem com estes. O que faz a diferença é a maneira que vemos o que está ao nosso redor. . Picasso. o que faz a diferença é como enfrentar os desafios que a vida oferece. Thomas Edison. Einstein. nos encontrarmos e nos sentirmos felizes e realizados naquilo que fazemos. entre outros que com sua grandiosa inteligência fizeram invenções que proporcionaram conforto e praticidade. e para isso o professor ensina. Alexander Graham Bell. São pessoas reconhecidas e glorificadas pelo mundo todo. A. 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Você já participou de algum curso sobre inclusão escolar voltado para o aluno disléxico? ( ) sim ( ) não 10. alunos com dificuldades na leitura? ( ) sim ( ) não 6. Os pais dos alunos com problema de leitura procuram participar da vida escolar do filho? ( ) sim ( )não 9.40 Apêndice Questionário sobre Dislexia 1. Existe o conhecimento por parte dos pais sobre a condição de leitura dos alunos com dificuldade? ( ) sim ( ) não 8. Em sua opinião qual alternativa define melhor a dislexia? ( )preguiça ( )desmotivação ( )dificuldade 3. Em sua carreira acadêmica você já trabalhou com algum aluno disléxico? ( )sim ( ) não 4. Seu cargo de: ( ) professor ( ) supervisor ( ) diretor . Atualmente você possui algum aluno disléxico? ( ) sim ( ) não ( ) quantos 5. Qual é seu tempo de docência? ( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 16 anos ( )17 ou mais 14.41 13. Em qual categoria você se encaixa? ( ) magistério nível médio ( ) pedagogo ( ) especialista ( ) mestrado ( ) doutorado .
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