FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA DE BRASÍLIAO PASTORADO E A VIDA PASTORAL NILSON PEREIRA DE MOURA Brasília – DF NILSON PEREIRA DE MOURA O PASTORADO E A VIDA PASTORAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharel em Teologia da Faculdade Teológica Batista de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Teologia. Orientador: Prof. Dr. Allan Pereira de Amorim Brasília – DF dezembro de 2015 . Brasília – DF. Dr. NILSON PEREIRA DE MOURA O PASTORADO E A VIDA PASTORAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharel em Teologia da Faculdade Teológica Batista de Brasília. como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Teologia. Allan Pereira de Amorim. Orientador: Prof. Rogério Moreira Junior (Examinador) .5 (nove ponto cinco).Aprovado pelos membros da banca examinadora em 12/02/2016. com menção 9. Dr. Banca Examinadora: ______________________________________________________________________ Prof. Allan Pereira de Amorim (Presidente) ______________________________________________________________________ Prof. Esp. . uma vida devocional de leitura e meditação na Palavra de Deus. PALAVRAS-CHAVE: Pastor Aprovado. Pastor Batista. Além disso. Espiritualidade individualizada. Essa visão se torna míope por desconsiderar o papel relevante do pastor como um mentor espiritual. Oração. Família. por serem assuntos de suma importância para a vida em nossos dias tão conturbados pela ideia da pós- modernidade que tem colocado o pastor como algo “desnecessário” para vida espiritual das pessoas nessa nova sociedade. Contemplará os pressupostos para o chamado pastoral. utilitarista. Para isso. sem se importar com seu próximo. procuram uma vida espiritual apenas do ponto de vista do indivíduo e da relação com Deus em função das benesses recebidas. Preparo. o caráter ilibado e abnegado. Essa visão pós-moderna tem substituído os pastores por outros modelos e métodos de mentoria espiritual. 1 Aluno da Faculdade Teológica Batista de Brasília. não apenas para ser um “profissional religioso”. há pastores que vivem os mesmo problemas de parte dessa sociedade. Devocional. São qualificações mínimas para quem deseja a excelente função do pastoreio do rebanho de Deus. será necessário preparo acadêmico e espiritual. INTRODUÇÃO O pastorado e a vida pastoral precisam ser tratados com muito cuidado. membro da PIBSobradinho-DF. ou seja. 5 O PASTORADO E A VIDA PASTORAL NILSON PEREIRA DE MOURA1 RESUMO: Este trabalho de Conclusão do Curso em Bacharel em Teologia desenvolverá o tema o Pastorado e a Vida Pastoral aprovada por Deus. As pessoas tem buscado uma “espiritualidade” sem o compromisso. Rebanho que Ele adquiriu com derramamento de sangue do Senhor Jesus Cristo. mas um pastor segundo o coração de Deus. pois também têm construído suas próprias “ilhas” para se protegerem do mundo e dos colegas de pastorado por julgarem o outro uma ameaça. não ter nada do que se envergonhar. mas amável. não ser ganancioso. apresentar- se a Deus aprovado. Evite as conversas inúteis e profanas. A pergunta a ser feita é: quais seriam as qualidades para essa aprovação? O próprio Paulo em (1 Tm 3. como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade. Dentre estes destacam-se as ideias contidas na introdução de justificativa da publicação do livro O Pastor Aprovado. não bígamo. pacífico e não apegado ao dinheiro”. não ser recém-convertido e ser de boa reputação com os de fora da igreja. não deve ser apegado ao vinho e nem violento.. (2 TIMÓTEO. 1989. ou seja. porque ele afirma que o pastor deve apresentar-se aprovado diante de Deus. em que o apóstolo Paulo. e quarto. Os princípios delineados acima pelo apóstolo Paulo para o bom exercício da função pastoral bem como da própria vida ministerial pode ser enumerados em: Primeiro. ou seja. segundo. [. a motivação complementar do livro de Baxter (1989). utilizar corretamente a palavra da verdade. manejar.8). O primeiro ponto da recomendação do apóstolo Paulo logo chama a atenção. .15-16. evitar conversas inúteis e profanas. este trabalho buscará fundamentar a orientação de que o pastor deve ser irrepreensível.6-9) elabora o perfil para o exercício da função pastoral em sua época. perfil esse que se aplica atualmente. O assunto a ser abordado tem como inspiração principal a Sagrada Escritura. Houston afirma: “Para o cristão. pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade. O Pr. p. p. administrar bem sua família com dignidade para poder ser espelho para sua igreja. p. exorta o pastor Timóteo com beleza. 953). 6 Os fundamentos para o tema serão conhecidos ao longo do desenvolvimento deste trabalho. 2002. o Pastorado Aprovado e da perícope da carta de 2 Tm 2. de Richard Baxter. Todas as outras leituras devocionais são secundárias e jamais deverão substituir as Escrituras” (BAXTER. marido de uma só mulher. sensato.56). Jaziel G. Desta forma. em Manual do Pastor e da Igreja afirma: “a pessoa adquire as qualificações acima de três maneiras: pelo dom natural. pela graça de Deus e pela preparação ao ministério da palavra” (MARTINS. terceiro. respeitável “caráter reto e integro”. a Bíblia é o texto básico para leitura espiritual. NVI. Martins. “boa reputação”. moderado.1-7 || Tito 1. em que James M.. ternura e firmeza: Procure apresentar-se a Deus aprovado.] “hospitaleiro e apto para ensinar. o texto compromete-se a justificar porque essas qualificações são indispensáveis àquele que deseja a excelência do pastorear. Portanto. A arte de pastorear. de David Hansen. de E. De: Pastor. O Pastor Aprovado. quanto aos perigos a serem vencidos pelo pastor e à sua vida familiar. de Richard Baxter. Essas qualidades objetivas devem ser uma constante na vida de todo cristão. ganância e instabilidade emocional e fundamentação teológica. mas um campo de serviço. pois sendo assim a vida pastoral será aprovada por Deus.M. mas em especial. a conclusão do trabalho sem a intenção de esgotar tão vasto e instigante tema que é o ministério pastoral. aspectos pertinentes a sua vida devocional. Manual do Pastor e da Igreja. também serão abordadas as onze qualidades prévias para quem deseja ocupar a função pastoral. 7 Em linhas gerais. Após a escolha do tema. A partir dessa realidade. O pastorado não é uma plataforma de privilégios. Utilizando os títulos e autores elencados a seguir. de Richard Foster. e de forma contínua na vida daquele que exerce o pastorado do rebanho de Deus. Princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus. de Elben César. A: Pastor. A oração: caminho para quem busca a amizade com Deus. p. o autor procurou fundamentar seus pressupostos na metodologia de pesquisa de revisão bibliográfica. o preparo necessário ao exercício dessa missão. de Hernandes Dias Lopes. dentre outros. Poder pela Oração. à sua vida devocional. modelo de Ministério e Crescimento Espiritual. Práticas Devocionais – exercícios de Sobrevivências e Plenitude Espiritual. O que deve ser visto mais especificamente quanto ao seu caráter. é preciso enxergar o pastorado e a vida pastoral como um espelho para o mundo. A partir dessa base bibliográfica qualitativa serão exploradas as nuanças do pensamento sobre pastorado e a vida pastoral. ao seu preparo. não uma feira de vaidades. Por fim. mas lugar de trabalho humilde e abnegado” (LOPES. O artigo será composto de quatro partes.36). o caráter adequado do pastor. . Este trabalho propõe traçar alguns aspectos indispensáveis ao pastorado e à vida pastoral e tratar do porque da importância do pastorado e vida pastoral na sociedade e na igreja de Cristo em nossa época. James Houston. A Bíblia na Versão Internacional. os perigos e desafios a ele apresentados. Bounds. A Celebração da Disciplina: caminho do crescimento espiritual e a Liberdade da simplicidade – encontrando a simplicidade num mundo complexo. 2008. subdivididas em vocação. Cabe ressaltar que o Pastor Hernandes Dias Lopes afirma: “A vida do ministro é a vida do seu ministério. destacando respectivamente. A partir da verdadeira motivação e intenção para o exercício do pastorado é que o autor mencionado orienta sobre vida pastoral. Ele fala da diligência. É nosso dever ajudar outros a alcançar a glória eterna. p. destruir o seu reino e edificar o reino de Deus.35) Ao escrever sobre a abnegação e a autonegação Richard Baxter (1989) tem em mente tratar da pureza. 1989. 37-8). p. Nossa tarefa é livrar-nos e os outros da tentação. Esta abnegação é muito importante para o desenvolvimento e amadurecimento do caráter do pastor. 1989. 8 1.35). nem por uma hora ele poderá servir a Deus. Mas é duplamente necessária ao ministro do evangelho. (Baxter. Ele afirma: “A abnegação é essencial” (BAXTER. em seu livro. no pastorado e na vida pessoal é preciso viver o que se prega e pregar o que se vive. Esses valores devem fazer parte do caráter daquele que almeja o pastorado como obra santa de Deus. O preparo ministerial levará o pastor aprovado por Deus a focalizar no conteúdo essencial da Palavra de Deus. ou seja. pois ela é de infinita importância para os outros e para nós mesmos. São com as coisas supérfluas que desperdiçamos tempo. “Os pontos essenciais são comuns e óbvios. É necessário ter esta dimensão espiritual. O motivo e a intenção devem ser o exclusivo serviço a Deus e aos que poderão ser salvos por intermédio da vida e do ministério pastoral. 1989. escreveu sobre o axioma: “de ser e de agir” para consolidar o caráter da pessoa do pastor. porque é seu dever ter redobrada santificação e dedicação a Deus. “Ensinar Cristo ao nosso povo é ensinar tudo”. Richard Baxter. O pastor deve realizar o seu ministério pastoral “exclusivamente para Deus e pela salvação do Seu povo”. (BAXTER. Assim a abnegação. 1989). motivos e da intenção para o exercício da função pastoral. O CARÁTER DO PASTOR Em relação ao caráter do Pastor. Daí a necessidade de seu preparo para o ministério. Para Baxter. ou seja. Sem abnegação. (BAXTER. (BAXTER. a autonegação. p. 1989. o Pastor Aprovado. trabalhando por elas e lamentando que não as conseguimos . Baxter (1989) afirma que a mensagem deve focar no que é essencial. Baxter afirma ainda: O interesse próprio é uma escolha infeliz e contraproducente. p. é absolutamente necessária a todo cristão. esforço e do trabalho duro do pastor afirmando: A obra do ministério deve ser realizada com muita diligência e esforço. dominar o diabo.36) O que Baxter (1989) propõe é que os pastores “ponham em prática o que pregam”. O pastor não poder ser um alienado. (2 TIMÓTEO. mas nem todo evangélico é um protestante.] Precisamos apresentar-nos como obreiros aprovados. repreenda. 1989. O escritor e pastor Hernandes Dias Lopes escrevendo sobre o preparo pastoral afirma: O pastor é um estudioso.. que todo protestante é um evangélico. o pastor da igreja de Éfeso: Na presença de Deus e de Cristo Jesus. esteja preparado a tempo e fora de tempo. Precisamos realizar o ministério com um padrão de excelência. eu exorto solenemente: Pregue a palavra. juntarão mestres para si mesmos. Pastor também precisa ter um vasto conhecimento geral. Devemos preferir a denominação “protestante” para diferenciar quem são os verdadeiros dos falsos protestantes. Deve ser um erudito.. a exortação do apóstolo Paulo a Timóteo. que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino. É a Palavra verdadeira. alimentar-se da palavra e pregar a palavra [. NVI. p. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina. Precisa conhecer a Palavra. As palavras evangélicos e protestantes vêm entre as aspas. a sã doutrina que combatem os falsos mestres e os que têm coceiras nos ouvidos e andam segundo os próprios desejos. 9 realizar” (BAXTER. 38). e o jornal na outra. entretanto. sentido coceira nos ouvidos. corrija. Ler a Bíblia e ler o povo. O protestante é aquele com sólidas raízes históricas advindas da Reforma. Tem de ter a Bíblia em uma mão. Essa “babel” religiosa está ligada à falta de preparo da liderança pastoral. corrobora com a opinião de Baxter. p. pois atualmente há grande dificuldade em mensurar quem é quem nesse mundo hiperdenominacional. 954) Para Baxter (1989) é a pregação da Palavra que faz a transformação e o amadurecimento do caráter do pastor aprovado diante de Deus e das pessoas que estão sob sua mentoria espiritual. Precisa ler o texto e o contexto. Precisa ser um profundo conhecedor da época. ao contrário. 2008. 2.45-6) . segundo os seus próprios desejos. (LOPES. exorte com toda a paciência e doutrina. O PREPARO DO PASTOR O preparo do pastor é de suma importância tendo em vista o que vem ocorrendo no mundo “evangélico”. Precisa ser um pastor atualizado. São palavras que nos incomoda e também nos acomoda no Reino de Deus. p. Há ainda de se considerar. [. o autor tem em mente a crise que atravessa também as instituições religiosas representadas por seus “pastores” em crise moral. 10 Assim é essencial a formação.br . Daí a necessidade de preparo dos pastores em todas as áreas da vida. com muitas orações”. (LOPES.51-2). Grande é o coração dos grandes pregadores. pois existem pastores mais preocupados com seu preparo intelectual do que com o preparo do espiritual do coração. emocional e espiritual. Esse assunto deve ser considerado para além do preparo acadêmico. não torna esta pessoa um Pastor.. o preparo acadêmico e espiritual para o exercício da função pastoral. Daí. Ao tratar do preparo do pastor. postado. o autor não está dizendo que não é preciso o preparo acadêmico. intelectual. talentos naturais podem ser interpretadas como um "sinal" de que alguém tenha um chamado Pastoral. p. afirma: “Uma boca santificada faz-se com oração.51-2) Evidentemente. mas que muitos têm substituído o preparo espiritual. ter presença de palco. Levando-nos a concordar com Bounds (2010) que é importantíssimo investir no preparo do seu coração.com. acadêmica.blogspot. a oração põe o sermão do pregador no coração do pregador. (BOUNDS. A falta de preparo e a falta de moral pode fomentar a proliferação de pastores despreparados para o ministério. Um coração preparado criará um sermão preparado. A oração põe o coração do pregador no sermão do pregador. Estamos vivendo uma crise de integridade”.] Um coração preparado é bem melhor que um sermão preparado. saber usar as palavras e fazer lindas pregações. p. 2010.. p. O fato de alguém saber falar em público. mas moral. Ele afirma que para se preparar o coração é necessário que o pastor seja um homem de oração: A oração faz do pregador um pregador que prega com o coração. o Poder pela Oração. moral pela formação apenas da mente e não do coração e da alma. Diante dessa realidade Bounds afirma: 2 http://serpastore. 2/12/2014) Coopera com afirmação acima o que diz Hernandes Dias Lopes: “A maior crise que a nação atravessa não é econômica nem social. 2008. O pastor e escritor Edward Mckendree Bounds (1835-1913) em seu livro. Ao falar sobre a crise moral da nação. (BOUNDS. Coração faz o pregador. 2010. Bounds (2010) escreveu: “É preciso preparar o coração”.47). o Pastor Seiji Kikuti escrevendo sobre o assunto2 afirma: Algumas habilidades e até mesmo dons. Mas temos que ter muito cuidado com isso. (KIKUTI. 52) Na opinião de E. mas meu Pai que está nos céus”. p. outros não estudam o suficiente. mas a cultura do coração. a revelação também se faz fundamental. Ele. a docilidade. Olhem por ele. não por obrigação. NVI. (BOUNDS. e sim a falta de santidade. Não ajam como dominadores dos . p. 782). Mas o que muito nos falta não é a cultura da mente. exige a simplicidade. Jesus sentenciou: “Feliz é você. mas de livre vontade. a humildade e a fé do coração de uma criança. Inúmeros deles não estudam a maneira correta para se mostrarem obreiros aprovados por Deus. no diálogo com seus discípulos a respeito de quem o povo. Bounds (2010) apenas reafirma o que Jesus Cristo já havia dito aos seus discípulos quando falou que a revelação é uma ação especial de Deus. 2010. Não façam isso por ganância. mas com o desejo de servir. o preparo cultural e espiritual do pastor depende exclusivamente da revelação divina. ele afirma: A revelação de Deus não precisa da luz do espírito humano. p. Simão filho de Jonas. mas estamos dizendo que o grande estudo deles deve ser a Bíblia. NVI. Bounds. a força do cérebro humano para enfeitá-la ou fazê-la executar. p. Bounds justifica sua preocupação: “nossa grande necessidade é preparar o coração”. 782). p. o Filho do Deus vivo”. A formação e preparo do pastor carece da revelação especial de Deus e do preparo acadêmico na formação intelectual daquele que almeja a função nobre do pastorado do rebanho de Deus. (negrito do autor) Além da maturidade espiritual a partir do coração.53). o lustro e o vigor da cultura humana.M. e estuda melhor a Bíblia aquele que guarda o coração com diligência. (Mateus 16. de ato. Não estamos dizendo que os pregadores não devem ser estudiosos. (MATEUS 16. (BOUNDS. porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue. pensava que ele fosse e em relação ao que Simão Pedro afirmou sobre quem é Jesus: “Tu és o Cristo. 11 De nada adianta dizer que os pregadores estudam demais.16-7. 2010.53) O autor E. ele afirma: Não estamos afirmando que os homens não devem pensar nem usar o intelecto. como Deus quer.16. quando ele ordena: Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. mas emprega melhor o intelecto aquele que melhor cultiva o coração. o brilhantismos do pensamento humano. 2010. (BOUNDS. nosso defeito deprimente não é falta de conhecimento. Alguns não estudam nada. Ele (Deus) deseja que seu rebanho seja pastoreado conforme a sua vontade expressa pelo presbítero Pedro.M. Filipe. Bounds. (destaque meu). para essa entrega de coração e alma ao Senhor. para que estivessem com ele. Tadeu. O próprio Mestre Jesus escolheu 12 discípulos para estarem com Ele e serem preparados para a missão mais importante em baixo do céu. NVI. e passou a noite orando a Deus. como nos dias dos apóstolos e também nos dias de E. aos quais deu o nome de Boanerges.13-19.10. NVI. 12 que lhes foram confiados. Ele passa três anos ou mais ensinando de forma teórica e prática a arte do pastoreio. que o traiu. moral e espiritual deve estar afinado com um coração que busca a Deus na beleza de sua Santidade com dedicação acadêmica e espiritual. e Judas Iscariotes. a exemplo do Mestre Jesus Cristo. aquém deu o nome de Pedro. o Zelote. que significa “filho do trovão”.3-5. (1 PEDRO 5. saiu Jesus para o monte a fim de orar. se faz necessário que aquele que deseja ser um pastor aprovado busque ter uma vida de devoção. os quais vieram para junto dele. e João. 823). Escolheu doze. Bartolomeu. Ao amanhecer. (MARCOS 3. 798) O mesmo relato é tratado pelo evangelista Lucas que diz: “Num daqueles dias. p. chamou seus discípulos e escolheu doze deles. Essa foi a maior e melhor escola [faculdade] que alguém poderia estudar para ser [pastor aprovado] pelo Senhor. Tiago. No evangelho de Marcos. designando-os apóstolos. Conclui-se que E. filho de Zebedeu. pois mesmo sendo o Filho de Deus procurou desenvolver uma vida de dependência e devoção ao Pai celestial. a quem também designou apóstolos” (LUCAS 6. mas como exemplos para o rebanho. . p. Tiago. Jesus Cristo. NVI. Logo. seu irmão. É preciso concordar que nos dias atuais. filho de Alfeu. o primeiro dos escritos relatando o ministério pastoral de Jesus é dito: Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis. estamos carecendo de homens aprovados por Deus que se dediquem à sua formação intelectual e espiritual para perceber que a revelação de Deus é superior à “revelação” puramente humana. NVI. M. André. Estes são os doze que ele escolheu: Simão. único Deus.12-13. p. Simão. o apóstolo Paulo e o presbítero Pedro concordam que a condição sine qua non para o perfeito conhecimento e preparado para a vida ministerial tem sua origem na vontade reveladora de Deus.M Bounds quer nos ensinar que o preparo intelectual. p. Mateus. os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios. 1951). Tomé. 973) Portanto. Segundo Jesus Cristo: “salvar o que havia se perdido” (LUCAS 19. A escolha dos seus discípulos [alunos] foi precedida de muita oração e dependência de Deus. O pastor Timóteo deveria ser dedicado à Escritura. nos versos 2b-4. pode ser percebida a sua preocupação com a vida devocional de Timóteo. entre duas classes de judias: as de fala hebraica e as de fala grega. Seja diligente nessas coisas. você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem. à exortação e ao ensino. Destaca-se a importância da oração e da Palavra. Não negligencie o dom que lhe foi dado por mensagem profética com imposição de mão dos presbíteros. é dito: . perseverando nesses deveres. dedique-se à leitura pública da Escritura. Para ser dedicado à Escritura. Outro aspecto da vida devocional que precisa ser considerado em continuidade à meditação.12b-16. no amor. O apóstolo Paulo escrevendo ao pastor Timóteo que se encontrava em Éfeso. o jovem pastor. A Palavra escrita torna-se viva dirigida a você” (FOSTER. quando surge o problema de ordem eclesiástica. a meditação e a oração como prática diária. p. dedique-se inteiramente a elas.] mas seja um exemplo para os fiéis na palavra. Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina. pois. Ele tem responsabilidade perante Deus e perante aqueles que o confiaram a Deus pela imposição de mãos. p. no procedimento. Ele ensina: “Enquanto o estudo das Escrituras gira em torno da exegese. ou seja. na fé.. M. no amor. Ele precisa meditar sobre o que Paulo está lhe dizendo. e na pureza” para demonstrar uma vida devocional digna a ser seguida. mas seja um exemplo para os “fiéis na palavra..950) Nesta orientação do apóstolo. 13 3. administrativo. No livro o Poder pela Oração. 1988. aconselha-o para exercer bem seu ministério pastoral uma vida de devoção que contemplasse esses três aspectos: [. Bounds escreveu que os primeiros apóstolos: “conheciam a necessidade e valor da oração para o ministério”. E. é a vida de oração do Pastor. sem negligenciar e sem esquecer que recebeu um dom de Deus. entende-se que é necessário dedicar tempo à meditação sobre o que foi lido. (1 Timóteo 4. no procedimento. à exortação e ao ensino. Ele traz à memória o episódio relatado em Atos 6. A VIDA DEVOCIONAL DO PASTOR O Apostolo Paulo entendeu que para o desenvolvimento da vida devocional do Pastor é necessário ter em mente três aspectos: a leitura da Palavra. Até a minha chegada.61). a meditação procura internalizar a passagem e torná-la pessoal. Em Celebração da Disciplina Richard Foster dedica um capítulo sobre a disciplina da meditação. na fé e na pureza. Ele pede: “não seja desprezado por ser jovem”. NVI.1-6. agindo assim. para que todos vejam o teu progresso. M. Eles oravam poderosamente dia e noite para levar seu povo às mais altas regiões da fé e da santidade. Corrobora com essa afirmação. E não nos deixes cair em tentação. os discípulos Dele deveriam ser homens dedicados à oração como forma de manter a intimidade com Deus. assim como perdoamos aso nossos devedores. o Pai. O Mestre Jesus passa a ensiná- los a prática da oração. Perdoa as nossas dívidas. a fim de servir às mesas. cheios do Espírito Santo e de sabedoria. porque teu e o Reino. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. 875) (Grifo meu) Nestas palavras dos apóstolos do Senhor é dada a verdadeira importância da oração na vida do Pastor. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da Palavra. antes mesmo que os peçam. (BOUNDS. 771) Os pastores quando discipulados pelo Senhor Jesus também precisam ter a sensibilidade e a humildade de total dependência de Deus. que vê em secreto. Oravam ainda mais poderosamente para se manterem nessa elevada altitude espiritual. Irmãos. pois este. assim na terra como nos céus. (ATOS 6. Vocês. Venha o teu Reino. p.72) O Senhor Jesus ao tratar da necessidade da oração na vida de seus discípulos deixa claro que para um bom ministério pastoral. 14 Não é certo negligenciarmos o ministério da Palavra de Deus. orem assim: Pai nosso. Ele os leva até o Monte das Oliveiras e apenas pede que eles o acompanhem em . Amém. feche a porta e ore a seu Pai. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. o recompensará. Não sejam iguais a eles. o que disse E. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas. mas livra-nos do mal [maligno]. NVI. dizendo-lhes: E quando vocês orarem. como fazem os pagãos. Então seu Pai. 2010.2b-4. tendo o espírito voltado para a oração poderá levar a Igreja a seguir seu exemplo de dedicação à oração e meditação na Palavra. pois Ele é rico em misericórdia. p. p. escolham entre vocês sete homens de bom testemunho. Jesus vai além das expectativas dos seus discípulos quando pede que eles fiquem com Ele no seu mais profundo sofrimento e na maior expressão de sua humanidade. que está em secreto. o Pai. E quando orarem. Em outra ocasião. não sejam como os hipócritas. sabendo que Ele é Senhor dos céus e da terra e que sempre suprirá suas necessidades. antes mesmo de o pedirem. seja feita a tua vontade. Bounds: A oração apostólica era tão árdua. Eles pensam que por muito falarem serão ouvidos. NVI. laboriosa e imperativa quanto à pregação apostólica. a fim de serem vistos pelos outros.5-13. porque o seu Pai sabe do que vocês precisam. o poder e a glória para sempre. não fiquem sempre repetindo a mesma coisa. (MATEUS 6. Mas quando você orar. vá para seu quarto. O pastor deve ser aquele que estuda. 843) A oração deve ocupar lugar central no pastorado e na vida privada do pastor comprovando sua inteira dependência de Deus para enfrentamento do maligno e de todas as intempéries do ministério pastoral. ajoelhou- se e começou a orar: “Pai.15-23 || 3. medita e intercede por meio da oração. por sua família. Peço que o Deus de nosso . por iluminação do Espírito Santo que também intercede juntamente com o pastor perante Deus Pai. não deixo de dar graças por vocês. e o seu suor era como gotas de sangue que caiam no chão. O pastor precisa alinhar sua vida de estudo. Ele pede apenas que eles vigiem e ore para não entrarem em tentação: Como de costume. Jesus foi para o monte das Oliveiras. ele orou ainda mais intensamente. prega. Por que estão dormindo? Perguntou-lhes. em favor dos amados. o Supremo Pastor aprovado desde a fundação do mundo para a salvação da humanidade. p. Muitos pastores temem orar dessa maneira. eles aceitarão a oração intercessora como sendo o elemento mais terno e humilde da oração pastoral.39-45. (HANSEN. Ele se afastou deles a uma pequena distância. Mas se a congregação conhece a humildade e amor do pastor. dominados pela tristeza [cansaço]. contudo. p. mas a tua”. fortemente.14-21: Por essa razão. 15 um momento de completa dependência do seu Pai enquanto homem preparado para o calvário. encontrou-os dormindo. ele afirma: O pastor precisa ser advogado a favor da congregação e pleitear com Deus.122-3) A dimensão da oração pastoral é a de apresentar as variadas necessidades do seu rebanho diante do trono da graça de Deus. não seja feita a minha vontade. em nome de Jesus. Estando angustiado. e os seus discípulos o seguiram. Chegando ao lugar. Levantem-se e orem para que vocês não caiam em tentação. Outro exemplo que alinha a pregação da Palavra à oração encontra-se em Efésios capítulos: 2. David Hansen ao escrever sobre a importância da oração aponta o caminho a ser seguido pelos pastores que estão prontos a interceder por seu rebanho e de forma especial. porque temem que isso os faça parecer arrogantes. pregação e meditação ao exercício de sua sublime função de ser pastor do rebando de Deus comprado com o sangue precioso de seu Filho Jesus Cristo. desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor que demonstram para com todos os santos. mencionando-os nas minhas orações. Apareceu-lhe então um anjo do céu que o fortalecia. ele lhes disse: “Orem para que vocês não caiam em tentação”. como se eles mesmos não precisassem de perdão ou do derramamento do Espirito Santo. se queres. NVI. (LUCAS 22. afasta de mim este cálice. Quando se levantou da oração e voltou aos discípulos. 2001. A igreja e o mundo. que ele comprou com o seu próprio sangue”. a pedir para que o rebanho tenha “espírito de sabedoria e revelação no conhecimento dele. a pedir que o rebanho seja “fortalecido com poder pelo Espírito Santo” e “que Cristo habite pela fé no coração” das ovelhas com a finalidade de serem “arraigadas e fundamentadas em amor” e possam compreender o que Deus fez incluindo os nãos judeus na família de Deus. [. vos seja possível compreender. por todas as gerações. Essa é uma realidade que precisa ocupar a vida do pastor e a vida da sua igreja. para que sejais preenchidos até a plenitude de Deus. pelo poder que age em nós. Deus e o céu. com muita oração. segundo as riquezas da sua glória.. 2010. A oração põe o coração do pregador [pastor] no sermão do pregador [pastor]. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados.51). o comprimento. (de Deus)” e na segunda. das palavras do apóstolo Paulo e do que pensa Bounds sobre a oração dependente exclusiva de Deus que qualquer pastor por mais preparado que esteja do ponto de vista humano naufragará se não desenvolver um espírito carente e dependente da oração como forma de diálogo com o Pai das luzes. no pleno conhecimento dele. a boca de Paulo deve seu poder à oração [. 936-7) São duas orações profundas que podem ser extraídas dos textos mencionados acima. (BOUNDS. a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou. arraigados e fundamentados em amor. devem muito à boca de Paulo. a oração põe o sermão do pregador [pastor] no coração do pregador [pastor]. NVI. as riquezas da gloriosa herança dele nos santos. Àquele que é poderoso para fazer bem todas as coisas. 16 Senhor Jesus Cristo. para pastorearem a igreja de Deus. de quem toda família nos céus e na terra recebe o nome. Bounds discorrendo sobre essa necessidade primordial que é a oração parece clamar quando escreveu: Uma boca santificada faz-se com oração. Amém.. O pastor deve ter em mente a dimensão da oração por si mesmo e por todo o rebanho a ele confiado.] A oração faz do pregador [pastor] um pregador [pastor] que prega com o coração. E que Cristo habite pela fé em vosso coração. dobro meus joelhos perante o Pai. além do que pedimos ou pensamos.28: “Cuidem de vocês mesmo e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo os colocou como bispos. (EFÉSIOS... como é declarado em Atos 20. a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus. juntamente com todos os santos. a altura e a profundidade desse amor. p. uma boca intrépida faz-se com oração. a largura.M. 2002. lhes dê espírito de sabedoria e de revelação. a fim de que. p. e assim conhecer esse amor de Cristo. (acréscimos meu) Pode-se compreender dos ensinos de Jesus. para todo o sempre. em que Paulo nos ensina na primeira oração. com muita oração. o glorioso Pai. O pastor E. que excede todo o entendimento. .] Por essa razão. para que. vos conceda que sejais interiormente fortalecidos com poder pelo seu Espírito. há muitos “pastores” exercendo a função pastoral sem a convicção do seu chamado para o ministério pastoral. o pastorado não poderá ser visto apenas do ponto de vista profissional – uma espécie de “técnico da fé”. ou seja. Então julgam que Deus está chamando para ser pastor. entretanto. seremos enriquecidos do ponto de vista do conhecimento e da espiritualidade. fazendo a coisa certa”.14). mas não um super-homem da fé e da moral. Neste tópico serão usados alguns conceitos de Hernandes Dias Lopes (LOPES. VENCENDO OS PERIGOS DO PASTORADO Ao tratar dos desafios e perigos enfrentados pelos ministros de Deus. Assim ao tomá-lo como modelo. Desse modo. mas só consegue enxergar a porta do ministério. Entraram pelos portais do ministério por influências externas. o pastorado deverá ser exercido como uma vocação de Deus. 2008. Vencedor.1 A VOCAÇÃO MINISTERIAL Em várias áreas do conhecimento e do trabalho humano se valoriza o aspecto do “talento” e do “conhecimento” para o exercício de qualquer profissão. (LOPES. apenas serão considerados os pontos avaliados de maior importância para o propósito deste trabalho.16). serão destacados apenas alguns aspectos mais relevantes para que o Pastor seja um vencedor. mas não vocacionados. p. Hernandes Lopes afirmou: “a vocação é a consciência de estar no lugar certo. A vocação para o ministério deverá ser sempre avaliada e medida diante dos homens e diante de Deus para que se tenha a certeza que não se está enganado quanto ao chamado . 2008. mas sem jamais ter ouvido o chamado de Deus. p. pois se assim fosse seria muito fácil vencer os perigos e obstáculos a serem enfrentados no exercício da função pastoral. Entram para o ministério pastoral somente porque muitas outras portas profissionais se fecharam para ele. 2008. considerando que entraram nesta sublime função por iniciativa própria e preparo próprio. Hernandes Dias Lopes afirma ainda: “vocação é quando você tem todas as outras portas abertas. os quais serão abordados a seguir. Lopes acrescenta: “Há muitos pastores que jamais foram chamados por Deus para o ministério. Eles são voluntários. 17 4. 11-34). Vocação é como algemas invisíveis” (LOPES. e não por um chamado interno e eficaz do Espirito Santo”. Não será uma cópia do trabalho do autor epigrafado. p. 4. mas também como um importante ingrediente da verdadeira crença da presença cristã em cada coração. quando ele trata do tema com muita propriedade. (LOPES. 4. (LOPES. Pastores e mais pastores estão se desvinculando da estrutura eclesiástica e rompendo com suas denominações para criar ministérios particulares.3 INSTABILIDADE EMOCIONAL Esse é um assunto que muitos pastores. Transformam o púlpito em balcão. O ministério da igreja torna-se um governo dinástico. É lamentável.18) São muitos os chamados “ministérios particulares” em que se criam falsas igrejas. A igreja passa a ser uma propriedade particular do pastor. 18 para tão nobre função de representar Deus diante das pessoas e representar as pessoas diante de Deus. Hernandes Lopes escreve algo que ao ler dói o coração e a alma. É lamentável ver como muitos estão transformando “casas de orações” em casas de ladrões e oportunistas em nome não de Deus. mas na verdade. de cura. em perigo ou sob elevado risco psicológico. pois é a instabilidade emocional que leva muitos ministros de . em que a esposa é ordenada. casa da ganância humana. procuram empurrar para debaixo dos tapetes pastorais: A instabilidade emocional deveria ser tratada em nível mais profundo antes que tais pastores viessem a assumir qualquer compromisso com o pastorado. o templo em uma praça de negócios.17). e os filhos são sucessores imediatos. Atualmente sem muito esforço pode ser notado que há muitos aventureiros abrindo “igrejas” como se fosse uma empresa ou na pior das hipóteses como “bares” em qualquer esquina ou avenida. 2008.2 A GANÂNCIA PASTORAL Esse é um problema sério nos dias atuais. Corrobora com essa lamentação o que Dias Lopes afirma: Hoje estamos assistindo ao fenômeno do mercadejamento da fé. 2008. É lamentável que o projeto de Deus para sua igreja como lugar de libertação. o evangelho em um produto. e os crentes em consumidores”. em que o líder se torna o dono da igreja. onde prevalece o nepotismo. p. p. 4. de vida tenha se tornado lugar de escárnio para os homens e para o Diabo e seus anjos. Ele diz que: “Há pastores que organizam igrejas como uma empresa particular. Criam-se verdadeiros feudos eclesiásticos justificados por visões ministeriais particulares. as quais passam a ser fonte de rendimentos para os seus “pastores” e para toda a “família pastoral”. p. para sua família e para igreja” (LOPES. sendo por este arrastado e seduzido” (TIAGO 1.4 FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS Esse é um fator de muita relevância para o exercício da função pastoral. 2008. Nem sempre o pastor é levado à queda por pura tentação do Diabo. para não viver o tempo todo com medo de cair nas garras do maligno ou mesmo nas suas próprias garras.14. (LOPES. seguindo a .19) Esse fato é de suma importância para a vida pastoral. seja no meio eclesiástico ou da grande mídia. 19 Deus a caírem em pecados. e o pastor Hernandes Dias Lopes constata: Mais de 50% das pessoas que entram em um gabinete pastoral são do sexo feminino. o irmão do Senhor. Essa é uma realidade que é vista todos os dias. 4. o seu preparo teológico com fundamentos seguros à luz da Escritura Sagrada. nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. os pastores sob estresse e em instabilidade emocional deveriam: “estar sendo pastoreados. do ponto de vista bíblico estiver sem esses fundamentos. é tentado pelo próprio mau desejo. São tentações externas e tentações internas agindo no íntimo e nas emoções do pastor. Há um amontoado de pastores que perderam o ministério dentro de um gabinete pastoral. o pastor terá grande dificuldade no exercício pastoral. Antes. Ele ainda afirma: “Um pastor sem equilíbrio emocional pode trazer grandes prejuízos para si. mas estão pastoreando”. Poderá ser levado de um lado para outro por todo vento de doutrina como afirmou apóstolo Paulo: O propósito é que não sejamos mais como crianças. O apóstolo Tiago. Um pastor emocionalmente vulnerável pode envolver- se emocionalmente com suas consulentes ou deixar-se envolver por elas. pois nesse ponto ele precisa ser um pastor aprovado por Deus e pelas pessoas que circundam seu ministério pastoral. se sua teologia. O pastor precisa ser um homem bem resolvido e bem tratado do ponto de vista do equilíbrio emocional e psíquico para bem exercer sua função pastoral. p. Segundo o Pastor Hernandes Lopes. Ele em muitos casos pode cair por falta de equilíbrio emocional e por falta de domínio próprio ou autoconfiança. NVI.18). pois. p. porém. levados de um lado para outro pelas ondas. 967). basta estar atentos aos noticiários. e mais de 50% dos assuntos tratados estão ligados à vida sentimental e sexual. afirma que “Cada um. 2008. mas que não tem evangelho. p. em que ele sumariza: Há muitos pastores que já estão sangrando. p.. Esses pregadores dizem acreditar na Bíblia como única regra de fé e prática. são evolucionistas [. Estão vivendo na prática de pecado e. Hernandes Dias Lopes afirma: “vemos prosperar nessa terra uma igreja que se diz evangélica. pregando.22). 2008. Hernandes Lopes sobre esse tópico afirma: Dizem crer na Bíblia. (LOPES. 2008. Não há antídotos para uma igreja que abandona a sã doutrina e nada de braços dados com o liberalismo. Cristo. ministrando a ceia e aconselhando os aflitos. 20 verdade em amor. mas negam a inspiração das Escrituras [.] É tempo de a igreja orar pelos pastores! É tempo de os pastores botarem a boca no pó e clamarem a Deus por uma visitação do céu e um tempo de restauração. e não sobre salvação.] O liberalismo deve ser abandonado. da meditação e da oração constante. com a vida arrebentada.. 937) Essa ausência de fundamentação teológica tem levado muitos pastores a pregarem uma mensagem esvaziada do verdadeiro evangelho pregado por Jesus Cristo e por seus primeiros apóstolos. se o que queremos é uma igreja sólida na palavra. piedosa e comprometida com a obra missionária.. ao mesmo tempo. NVI. Dependência que pode ser fortalecida por meio da leitura da Palavra. cresçamos em tudo naquele que é a cabeça.. São hipócritas que tentam curar outros enquanto deviam estar buscando cura para si mesmos.14-5. [. ao mesmo tempo. . Esses exemplos apenas servem como alerta e como meios para levar pastores a buscarem uma vida de maior dependência de Deus. p. (EFÉSIOS 4.. Prega sobre prosperidade.24) Ao concluir esse tópico sobre os perigos enfrentados pelos pastores no exercício da função pastoral. Há muitos obreiros que já perderam a sensibilidade espiritual e o temor a Deus. faz-se necessário trazer o ponto de vista do pastor Hernandes Dias Lopes.34) Evidentemente não foram abordados todos os perigos e desafios a que pastores enfrentam no dia-a-dia da vida pastoral. p. (LOPES. (LOPES.. 2008. Fala de tesouros e riquezas na terra e não de tesouros no céu”. mas não acreditando na totalidade das Escrituras como fonte inerrante da Palavra de Deus. mas.] dizem estar servindo a Deus. p. para que seus filhos sigam Cristo. Os pais [pastores] não tem que ser neutros para orar. pois a própria Bíblia afirma que o bispo. Sua conduta e atenção devem ser exemplos tanto para o rebanho quanto para sua própria família. O pastor não deve encarar seu pastorado de forma leviana nem tratar das coisas familiares sob um pressuposto equivocado e em segundo plano. mas santa e inculpável. um exímio administrador da família quando diz em 1 Tm 3. com toda dignidade. oram com urgência por cura. em especial por seus filhos e sua esposa. Oram pelo desenvolvimento do caráter deles. assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela para santificá-la. Oram. onde a instituição passa a ter mais valor do que vida em família. eles oram para que a receba. ame cada um a sua mulher. Essa ênfase na relação familiar é muitas vezes é negligenciada em função das muitas atividades que a maioria dos pastores assume diante de uma religiosidade escravizante. corrobora com esse tópico dizendo: “Há lares quebrados. conforme se constata quando o pastor David Hasen (2001) afirma: Os pais [pastores] cristãos oram por todos os aspectos das vidas de seus filhos. é o aspecto relacionado à vida familiar do pastor. 2008. Se o filho ou filha é candidato a uma bolsa de estudos ou promoção no serviço. Da mesma forma. Há famílias pastorais arrebentadas emocionalmente”. Os pais [pastores] oram.120-1) (acréscimos meu) Em relação à esposa o pastor deverá ser responsável e desenvolver o amor tendo como pano de fundo a teologia constante na orientação do apóstolo Paulo em que orienta aos esposos que amem suas esposas se espelhando em nosso Senhor Jesus Cristo. Oram por sua saúde e por sucesso em sua escola e carreira. Ele afirmou: Maridos. o pastor deve ser um exímio conselheiro familiar. Pois. mas não menos importante. e para apresenta-la a si mesmo como igreja gloriosa. 21 5. tendo os filhos sujeitos a ele. (LOPES. Se o filho está doente. É um contrassenso. A VIDA FAMILIAR DO PASTOR Por último. como fator a ser abordado no presente estudo. tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra. há pastores em crise no casamento. (p. para que os pecados dos filhos sejam perdoados. O Pastor Hernandes Dias Lopes.59). se alguém não sabe governar sua própria família. como poderá cuidar da Igreja de Deus?”. Oram. os maridos devem amar cada uma a sua mulher como a seu próprio .4-5: “Ele deve governar bem sua família. É de extrema relevância na vida do pastor aprovado por Deus a preocupação com os membros de sua família. para que Deus tenha misericórdia dos filhos. sem mancha nem ruga ou coisa semelhante. Richard. 2010. São Paulo: Vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAXTER. mas de forma mais profunda ao pastor e marido. BOUNDS. a uma vida devocional de leitura da Palavra e meditação na mesma. 938) É uma responsabilidade que Deus dá a todos os homens. que diligentemente define o perfil do pastor para julgar se ele está sendo aprovado por Deus na condução do se rebanho. mas para ser um pastor segundo o coração de Deus. ao caráter ilibado e abnegado. São Paulo: Vida. tendo uma vida exemplar no que diz respeito ao preparo acadêmico e espiritual. ama a si mesmo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O pastorado e uma vida pastoral aprovada por Deus com certeza deverá ser contemplada com os pressupostos delineados neste trabalho. Ele disse: “Então eu lhes darei governantes [pastores] conforme a minha vontade [o meu coração]. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas. BÍBLIA Sagrada: Nova versão internacional. porque seus familiares também fazem parte do rebanho de Deus. (EFÉSIOS 5. mas desafiadora função de ser pastor do rebanho de Deus que por meio do Senhor Jesus Cristo ele adquiriu e sob a égide do Espírito Santo confiou aos seus pastores para cuidar e alimentar como aprovados de Deus e que não tem do que se envergonhar. M. Pastores de fato são considerados apenas aqueles que atuam segundo o coração e vontade de Deus. 2002.. que os dirigirão com sabedoria e com entendimento”. Estas são qualificações mínimas para quem deseja a excelente. 1989. O Pastor Aprovado: modelo de ministério e crescimento espiritual. p.25-28. O poder pela oração. enfrentando os perigos ligados ao exercício pastoral com muita oração e ter uma vida familiar sob a orientação de Deus. . Entendendo que é o próprio Deus quem define o perfil para os seus escolhidos ao pastorado. se essa é a realidade para o exercício da função pastoral cabe a todo aquele que almeja essa função nobre estar sempre se avaliando diante de Deus. NVI. 22 corpo. porque o pastor não é chamado para ser apenas um “profissional religioso”. E. Quem ama sua mulher. que Ele a comprou com próprio sangue. Richard J. A celebração da disciplina: o caminho do crescimento espiritual. David. A oração: caminho para quem busca a amizade com Deus. MURRAY. 1996. São Paulo: Vida Nova. Eugene. Pastores ainda em Perigo: ajuda para pastor. O pastor desnecessário: redescobrindo o chamado. HANSEN. Andrew. 2008. Brasília: Palavra. 2011. Elben M. 2001. A arte de pastorear. KEMP. Jaime. 2002.. 2008. Práticas Devocionais: exercícios de sobrevivência e plenitude Espiritual. ed. Santos Editora. São Paulo. POIRIER. Curitiba: A. De: Pastor. 2. Com Cristo na Escola da Oração. Hernandes Dias.São Paulo: Editora Clássicos. 23 CÉSAR. ed. esperança para a igreja. DAWN. Rio de Janeiro: Textus. O pastor pacificador: um guia bíblico para a solução de conflitos na Igreja. James M. Viçosa: Últimato Ltda. 1996. Alfred. _____________. Sepal. Manual do Pastor e da Igreja. 2. Pastores em Perigo: ajuda para pastor. _____________. A: Pastor: princípios para ser um pastor segundo o coração de Deus. esperança para a igreja. 2001. LOPES. São Paulo: Vida. Jaziel Guerreiro. Jaime. Lenz. São Paulo: Hagnos.D. Richard J. A liberdade da simplicidade: encontrando a simplicidade num mundo complexo. 2005. FOSTER. São Paulo: Vida. Marva J. 2. 2009. PERTERSON. HOUSTON. 2009. MARTINS. ed. São Paulo: Shedd. São Paulo: Sepal. 2007. .