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March 28, 2018 | Author: Kairo Medeiros | Category: Refrigeration, Heat, Internal Combustion Engine, Temperature, Thermodynamics


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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDODEPARTAMENTO DE AGROCIÊNCIA E EXATAS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA KAIRO MEDEIROS SALES DIMENSIONAMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM MINI REFRIGERADOR BASEADO NO EFEITO PELTIER Caraúbas – RN 2015 KAIRO MEDEIROS SALES DIMENSIONAMENTO E CONSTRUÇÃO DE UM MINI REFRIGERADOR BASEADO NO EFEITO PELTIER Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Campus Caraúbas para a obtenção do título de Bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientador (a): Professor Me. Rudson de Souza Lima. Caraúbas – RN 2015 A Sebastião Medeiros Neto (in memorian), que foi meu avô, meu grande amigo, meu herói, e sempre será minha fonte de inspiração, um grande exemplo a ser seguido, de honestidade, simplicidade, humildade e persistência. A Jurandilson Medeiros da Costa (in memorian), meu tio, que amou seus filhos e sua família, sempre foi um aconselhador e grande incentivador dos seus sobrinhos. A Jurandi Alves da Costa (in memorian), meu tio, que amou seus filhos, sempre proporcionou grandes momentos de alegria, sempre tinha uma piada para nos alegrar. A Deus, pela sua infinita bondade, misericórdia e proteção. A Francisco de Assis Sales de Medeiros, meu pai, minha principal motivação em minha vida, meu melhor amigo que sempre disse que eu conseguiria, um exemplo de pessoa a ser seguido. A Lindezi Medeiros Sales, minha mãe, minha melhor amiga, minha conselheira, meu exemplo de pessoa perseverante, pessoa que acompanhou toda minha vida de perto, meu maior tesouro. A Rudson de Souza Lima, meu orientador e amigo, por todo tempo que disponibilizou, pelo conhecimento passado durante esse tempo, contribuindo incessantemente com esse trabalho. A Lucas Soares (nega juju) e Andreza Rafaela. por sempre mi orgulhar por ser seu neto e por sentir o mesmo por mim. por seus conselhos. tios. sempre disposto a ajudar na realização do trabalho. humildade. seus ensinamentos de vital importância para a realização desse trabalho. por mi conceder o dom da vida diariamente. orando toda noite. e pela confiança. por seu incentivo. sem o mesmo ficaria mais complicado a obtenção dos dados coletados. mi aconselhando. Aos professores da banca por terem se disponibilizado seu tempo para a avaliação desse trabalho. sendo sempre os melhores pais do mundo. A Índia Maria Marinheiro de Almeida (Tia Índia). pela sua paciência e entendendo os momentos que não pude estar presente. simplicidade. por ter disponibilizado um termômetro para a realização dos testes feito. que não está mais vivo. A todos os meus familiares. por ser um exemplo de pessoa e principalmente pelo apoio que sempre posso contar. sempre mi apoiando. incentivo e sempre mi aconselhando. por toda a dedicação que ele tinha pelo seus netos. mas o tudo que sou tenho que agradece-lo. Ao Professor da UFRN Dr. por nossa união como irmãos e todo amor envolvido. por todos os conselhos e conversas jogadas fora. Lívia de Medeiros Sales e Rita Mariana de Medeiros Sales. sempre presente em minha vida. pelas palavras ditas que aumentam minha autoestima. por todo o amor. todo amor. ao carinho e aos momentos felizes que mi proporciona. e por ser a pessoa maravilhosa que é. por todo o apoio que encontro. A minhas irmãs. sempre mi ajudando como pode. primos e avôs que torceram por minha vitória. pelos concelhos. mim enchendo de carinho e amor. atentos com minhas decisões. Francisco de Assis Sales de Medeiros e Lindezi Medeiros Sales. Aos meus pais. por sua orientação. pela sua disponibilidade e empenho. sempre mi agradando. José Ubirajara de Lima Mendes. A minha namorada Ana Larissa Leandro Bernardino. Ao meu tio Juraci Alves da Costa (txio cambas).AGRADECIMENTOS A Deus. mi orientando em todos os momentos da minha vida. um irmão e uma cunhada que a UFERSA mi presenteou. por todas as risadas que acontecem quando estamos todos juntos. sempre mi dando força para seguir adiante e nunca mi deixando desistir. . Ao meu orientador professor Me. Rudson de Souza Lima. Ao meu avô Sebastião Medeiros Neto (Bastião de Almir). por seu carinho. “O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência”. Henry Ford . 7 l. com isso um lado fica frio. cada vez mais se procurar por alternativas viáveis. testar sua eficiência energética.7 l se mostrou bem eficiente com testes iniciais. uma com 2. retirando em um curto espaço de tempo uma considerável quantidade de calor. O presente trabalho pretende se utilizar de tal efeito e. e um dos maiores consumidores de energia residencial são os refrigeradores. e o outro esquenta. tentar construir um mini refrigerador utilizando tais placas. Com a caixa de 2.7 l é inviável para o nosso propósito. testar sua eficiência na retirada de calor. em testes preliminares foi visto que a principio a caixa com 8.RESUMO Com o crescimento na demanda energética. se introduzir uma diferença de potencial em dois metais condutores unidos entre si. com as placas que utilizam o efeito peltier. verificar a sua viabilidade econômica e uma possível viabilidade comercial do produto. tem-se a necessidade de. isso vou gerar um gradiente de temperatura entre os dois lados dependendo do sentido que a corrente vai percorrer. fazendo assim uma bomba de calor. para isso será feito testes em caixas térmicas com volumes distintos.7 l e outra com e 8. De acordo com o efeito peltier. . economicamente e energeticamente. removing in a short time a considerable amount of heat. and one of the largest residential energy consumers are refrigerators. this will be done for testing coolers with different volumes. introduce a potential difference of two united conductive metals with each other. test your energy efficiency. With the 2.7 l housing proved very effective with early testing. in preliminary tests it was seen that at first the box with 8. with another 2. test its efficiency in heat removal and verify its economic viability and a possible commercial viability of the product.7 l and.ABSTRACT With the growth in energy demand.7 l is impractical for our purpose. trying to build a mini refrigerator using such plates. This paper intends to make use of such an effect and. According to the Peltier effect.7 l and 8. it will generate a temperature gradient between the two sides depending on the direction that current will go with that one side becomes cold. economically and energetically. there is the need to increasingly look for viable alternatives. and other heats. thus making a heat pump. . with the plates using the Peltier effect. .....9 1..........................................................................................................................2 Objetivos Específicos ..............................................................................................2 COMPRESSORES ROTATIVOS ........................................1 REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE GÁS ...1 MONTAGEM DO MINI REFRIGERADOR .......................................................1...1.1............................9 1................................................................................................... 24 5.. 22 4....................9 1.....Sumário 1 2 3 4 5 6 INTRODUÇÃO .................... 19 4..... 11 JUSTIFICATIVA ......................................3 REFRIGERAÇÃO UTILIZANDO A TERMOELETRICIDADE ........................ 17 4.................................... 37 ..............................................1 COMPRESSORES ALTERNATIVOS ....................... 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .1 OBJETIVOS ............................ 15 4..................................1..........9 PROBLEMA .............................1 Objetivos Gerais ............................................................................................................................................................. 13 4......................................................... 23 METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................................. 12 REFERENCIAL TEÓRICO .................2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO... Em janeiro de 2015. Por essa tecnologia dispensar o uso do fluido refrigerante. Em 2011 o Brasil enfrentou uma crise energética. a procura por equipamentos eletrônicos com maior eficiência energética tem aumentado. entre outros).1. Diante de tais circunstâncias é inevitável. vem a seguinte pergunta: Essa tecnologia realmente é viável? O rendimento é comparável à tecnologia convencional (refrigeração a gás)? 1. 9 . que a cada ano ambos os assuntos vêm sendo observados com mais seriedade e compromisso. com isso também veio o conceito de desenvolvimento sustentável.1. Devemos ver que o público de maneira geral também vem aumentando a preocupação com o meio ambiente em consequência das mudanças climáticas bruscas a nível mundial que vem tendo maior foco nos últimos anos pela mídia. que consiga um rendimento tão bom ou melhor que os já existentes no mercado. de acordo com reportagem feita pela Folha de São Paulo.1 Objetivos Gerais Verificar a viabilidade econômico-energética da utilização de células (módulos) Peltier na refrigeração doméstica. onde a demanda estava sendo maior que a oferta.1 OBJETIVOS 1. aconteceram desligamentos preventivos de carga. Observa-se também um aumento nas tarifas e a geração de energia encareceu.1 INTRODUÇÃO Com a crescente demanda energética. 1. bebedouros. adegas. Há pouco mais de 50 anos estuda-se a viabilidade do efeito Peltier aplicado na refrigeração comercial (refrigeradores. e também necessário um grande aumento nas pesquisas em equipamentos cada vez mais eficientes. Testar sua eficiência na retirada de calor e no consumo de energia.2 Objetivos Específicos Construir um mini refrigerador com a utilização de células Peltier. analisando o custo/benefício do uso das células na refrigeração. 10 .Analisar dados obtidos para uma possível viabilidade de comercialização. serão vistos os meios de otimizar o consumo. dependendo do dimensionamento. levando em conta a sua eficiência na retirada de calor. Um mini refrigerador com células Peltier teria o consumo reduzido a ponto de ser viável? Com isso o rendimento ainda seria satisfatório? 11 . Mas essa tecnologia é eficiente na retirada de calor? Como a demanda energética não cessa. com equipamentos que consomem menos e que mesmo assim ainda tenha o mesmo desempenho.2 PROBLEMA O avanço tecnológico já permite que criemos dispositivos que retiram calor sem a utilização do sistema que usa compressor. sairia com um custo de montagem substancialmente menor que um convencional. este não agride a camada de ozônio e nem componentes que aumentem o efeito estufa do planeta. o consumo passou de 124. o que nos refrigeradores convencionais que temos no mercado (com sistema a compressão de gás) não acontece. Como um refrigerador construído e dimensionado com placas termoelétricas não utiliza fluido refrigerante para o seu funcionamento. em 2014 com ano base 2013. compactos. retiram calor de um lado da placa para o outro lado. um controle de temperatura com um maior nível de precisão. ficando em segundo lugar no consumo de energia. 12 . mais econômicos. também não tem poluentes em potencial como CFC e HCFC. ausência de ruídos e poucas partes móveis. o consumo residencial ultrapassou 20% do consumo nacional de energia e. maior durabilidade. com o funcionamento baseado no efeito Peltier. de difícil locomoção. Outro fator de destaque está no seu consumo. Temos também que um mini refrigerador com base no efeito Peltier. perdendo apenas para o setor industrial. através de uma diferença de potencial (ddp). Segundo o BEM (2014) e o BEM (2015) teve um aumento no consumo de energia no setor residencial.3 JUSTIFICATIVA As células ou módulos Peltier são pequenas placas que funcionam como uma bomba de calor. com isso podemos dimensionar e planejar refrigeradores mais leves. em 2015 com ano base 2014 o consumo já ultrapassou os 21%.9 TWh para 132 TWh. ou seja. ou seja. que em sua totalidade são muito pesados. utilizando vasos de barro. O uso do gelo natural trouxe consigo algumas inconveniências. das quais um das principais era a total dependência da natureza para a obtenção do gelo. Tais conclusões provocaram no século XVIII uma grande expansão na indústria do gelo. doenças e epidemias. possibilitou o químico francês Louis Pasteur demostrar que alguns tipos de bactérias são as responsáveis pela putrefação dos alimentos. defumação ou uso de condimentos. que muitas vezes mudava o gosto ou a qualidade dos alimentos. Durante muitos séculos. Antes de tal descoberta os alimentos eram deixados em temperatura ambiente. a civilização chinesa colhiam o gelo natural das superfícies de rios e lagos congelado era guardados e conservados em poços cavados e cobertos com palhas. e sua estocagem era difícil e por um curto período de tempo. nos Estados Unidos foi construído o primeiro sistema de gelo artificial. Como consequência dos estudos. que engenheiros e pesquisadores se empenharam na busca de uma alternativa que o homem não necessitasse da natureza para a produção de gelo. que serviu de base para os sistemas de compressão. com isso não demorava para que estragassem. semelhantes às moringas * que são comuns no interior do nordeste brasileiro. que até então se mostrava incipiente. em 1834. o ser humano só via o gelo com uma única finalidade. mas poderão comprovar que com a introdução do frio a reprodução dessas bactérias cessaria de vez ou parcialmente. para conservar o chá que consumiam. resfriava a água por evaporação. que até então para tal era necessário submete-lo a tratamentos com sal. No final do século XVII com o invento do microscópio. Em 1855 a Alemanha desenvolveu outro dispositivo para a 13 . de resfriar as bebidas e alimentos para melhorar seu gosto. Foi pensando nesses problemas. Já os egípcios que não tinham gelo natural. Com essa descoberta a civilização conseguia conservar seus alimentos por mais tempo e com suas características e gostos. existiam muitas perdas por causa do seu derretimento.4 REFERENCIAL TEÓRICO O interesse da humanidade pela refrigeração já vêm de muitos séculos antes de Cristo. Seja no processamento. No começo do século XIX surge as primeiras geladeiras. com a utilização ainda do gelo natural. na climatização de ambientes. a evolução dos refrigeradores e a produção foi sempre crescente. Sendo estas constituídas por um recipiente com isolamento de pacas de cortiça. de forma considerável.1 – modelo de geladeira que utilizava gelo natural Em 1928 surgiu o primeiro refrigerador movido à eletricidade. armazenamento e transporte de alimentos. Com o continuo avanço tecnológico. a refrigeração está sempre presente.fabricação de gelo artificial. dos Estados Unidos. Figura 4. Para Régio (2006) A importância dos sistemas de refrigeração no dia a dia é inegável. em processos industriais e. este era baseado no principio de absorção. os sistemas de refrigeração foram ficando cada vez mais sofisticados. e dentro era colocado uma porção de gelo. 14 . Então a partir de 1920. descoberto pelo inglês Michael Faraday em 1824. a temperatura no interior da geladeira. e a população ficando mais dependente da refrigeração. em componentes eletrônicos. e foi fabricado pela Kelvinator Company. que absorvia parte do calor dos alimentos e reduzia. mais recentemente. Para Régio (2006) “Os compressores roto-dinâmicos caracterizam-se por fornecer quantidade de movimento ao fluido refrigerante. através do movimento rotativo de um rotor provido de diversas pás”. Os compressores que são utilizados na refrigeração dividem-se em duas classes. Segundo Luiz (2006) “Nos compressores de deslocamento positivo. uma classe fica os compressores roto-dinâmicos e na outra classe os compressores de deslocamento positivo. o qual é então comprimido por um atuador mecânico. Em 1834 o americano Jacob Perkins. comercial e industrial. A imagem a seguir mostra os principais compressores de deslocamento positivo.1 REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE GÁS De acordo com Ernesto (2008) “Nos âmbitos doméstico. Figura 4. através da introdução de um volume de vapor no compressor. que serviu para base de estudos e desenvolvimento dos atuais sistemas de refrigeração. patenteou um dispositivo de refrigeração que funcionava de forma cíclica e com compressão de gases. reduzindo o volume”. a compressão mecânica de vapores responde pela maior parcela dos sistemas de refrigeração utilizados”.Principais tipos de compressores de deslocamento positivo. 15 . como máquinas destinadas a aumentar a pressão de um gás com a finalidade de fazê-lo fluir entre dois pontos quaisquer.2 . a compressão é efetuada mecanicamente.4. Sarkis (2002) define compressores. Nos compressores herméticos. mas pode ser acessados facilmente.3 – Esquema de um compressor hermético. o compressor e o motor de acionamento elétrico estão acoplados em uma única carcaça.Os compressores também são classificados em herméticos. são semelhantes aos compressores herméticos. e um corte lateral do mesmo compressor. Figura 4. 16 . dependendo da disposição do motor elétrico. De acordo com Luiz (2006) “Com isso não é necessário vedar o eixo e vazamentos de fluido refrigerante para o ambiente são eliminados”. Figura 4. Esse tipo de compressor é mais utilizado na refrigeração domestica e em condicionadores de ar. Já os compressores semi-hermético. semi-hermético e abertos.5 – Compressor hermético. o motor elétrico e o compressor estão encapsulados no mesmo ambiente. o motor é separado do compressor. pois a manutenção é de fácil acesso. Os compressores do tipo aberto.1. Esse tipo de compressor é altamente utilizado em indústrias. nesse tipo de compressor o motor pode variar. Figura 4.Figura 4. podendo ser elétrico ou não.1 COMPRESSORES ALTERNATIVOS  Compressor alternativo de embolo ou pistão 17 . 4.6 – Compressor semi-hermético com corte detalhado.7 – Compressores do tipo aberto. na direita algumas variações de configuração dos cilindros. pois é separado por uma membrana ou tem um diafragma. para o seu armazenamento ou uso imediato. conectadas aos pistões.8 – Na esquerda um compressor alternativo de pistão em “V”.  Compressor Alternativo de membrana ou de diafragma O compressor com membrana ou diafragma é semelhante aos compressores com pistão. Figura 4. em linha. contudo o fluido comprimido não entra em contato direto com as partes móveis do compressor.Esse tipo de compressor usa uma biela-manivela.9 – Um tipo de compressor de membrana/diafragma 18 . que o diafragma é destinado a comprimir ou pressionar o fluido. em estrela etc. que dependendo da finalidade pode ser a configuração dos cilindros pode esta em “V”. opostos. sendo acoplados dentro de cilindros. Figura 4. Figura 4. nesse tipo de compressor a linha de centro do eixo de acionamento coincide com a do cilindro. uma palheta ligada a uma mola que a mantém sempre em contato com o rotor é quem faz a divisão das câmaras de aspiração e descarga.4. mas é excêntrica em relação ao rotor.10 – Compressor de palheta simples.1.2 COMPRESSORES ROTATIVOS  Compressor Rotativo de palheta O compressor rotativo de palheta simples é composto por um rotor é um cilindro. Por causa da excentricidade do rotor e às posições das aberturas de sucção e descarga. provocando a compressão progressiva do gás. os espaços constituídos entre as palhetas vão aumentando na região de sucção e se reduzindo na região de descarga. 19 . Já o compressor de múltiplas palhetas possui um rotor e um cilindro igual ao de palheta simples. com isso o rotor e o cilindro sempre permanecem em contato. mas existem rasgos radiais no rotor ao qual são acopladas as palhetas. Figura 4. conforme a espiral móvel vai se movendo.Compressores de múltiplas palhetas.11 . com isso aumentando a pressão do fluido até a saída.  Compressor Rotativo tipo Scroll Neste tipo de compressor existem duas espirais.12 – Detalhe das espirais do compressor Scroll 20 . o gás vai sendo empurrado e comprimido até o centro das espirais. uma fixa e outra móvel por onde o fluido passa. Figura 4. 14 – Compressor Parafuso. Figura 4. Quando o fluido entra pela abertura de sucção. um “macho” e outro a “fêmea” em forma de parafuso e giram em sentido contraio e acoplados entre si. já no duplo são dois rotores.Figura 4.13 – Detalhe da compressão do Scroll  Compressores do tipo parafuso Os compressores do tipo parafuso podem ser simples ou duplo. 21 . onde o gás e liberado. com o moimento de rotação esse fluido vai sendo comprimido e fazendo com que o mesmo seja empurrado para a abertura de descarga. no simples só existe um rotor. utilizados para a produção de gelo e nas aplicações industriais em processos contínuos”. De 1859 até 1862.2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO Em 1823 foi patenteada a primeira máquina de absorção por Ferdinand E. Carré. Para Stephan (1983) “Diversos sistemas foram construídos a partir de então. 14 patentes de sistemas de absorção trabalhando com par refrigerante amônia-água foram registradas”. 4. Segundo Aparecida (2003) “Os primeiros estudos teóricos em refrigeração por absorção foram realizados por Nairne em 1777”. Carré.15 – Espirais do compressor Parafuso.Figura 4. Ainda segundo Aparecida (2003) “A tecnologia da refrigeração por absorção teve seu desenvolvimento a partir dos trabalhos de Ferdinand E. 22 . injetou uma corrente no sistema e viu-se que aquela corrente gerava um gradiente de temperatura. Logo segundo Fernandes (2012) num material condutor homogéneo. Por volta de 1855 o físico e matemático britânico William Thomson (1824 – 1907). o responsável foi Thomas J. o qual diz que se um pedaço de metal estiver sob um gradiente de temperatura.3 REFRIGERAÇÃO UTILIZANDO A TERMOELETRICIDADE Segundo Piedade (1997) a termoeletricidade é um conjunto de fenômenos físicos que relacionam a temperatura com as propriedades elétricas dos materiais. Diante de tal conhecimento Seebeck não soube explicar bem o porquê quando aquecia os condutores gerava uma ddp. além de uma libertação de calor pelo efeito de Joule. sendo indicada pelo galvanômetro.4. desde que exista um gradiente de temperatura no material. no qual resultou no efeito de Thomson. percorrido. por uma corrente eléctrica. Seebeck percebeu que. com o conhecimento já adquirido relacionou ambos os conhecimentos de Peltier e de Seebeck. semelhantemente Peltier não soube explicar o porque de quando fazia o inverso gerava um gradiente de temperatura. se dois elementos condutores ligados aos terminais de um galvanômetro sofresse uma variação de temperatura os elementos iriam sofrer uma ddp. Seebeck (1770 – 1831). Jean Charles Athanase Peltier (1785 – 1845) mais tarde descobre um efeito contrário ao efeito de Seebeck. Para chegar a tal conclusão. fez o contrário. Os primeiros passos da termoeletricidade foi por volta do século XIX. existe libertação ou absorção de calor proporcional à intensidade de corrente. vai aparecer uma corrente elétrica no metal. Inicialmente Seebeck achava que essa corrente era proveniente de um campo magnético e que a diferença de temperatura criaria tal ponto. Thomson analisou matematicamente os estudos de Seebeck e de Peltier. em vez de aquecer um sistema idêntico ao o utilizado por Seebeck para gerar uma corrente. 23 . Com o protótipo serão feitas medições periódicas da temperatura para observar a quantidade de calor que cada sistema consegue tirar e quanto tempo é necessário para isso.5 METODOLOGIA DA PESQUISA Para a obtenção de resultados que permitam avaliar a utilização da célula Peltier na refrigeração.1 . Com aproximadamente 10 a 12 minutos a temperatura caiu de 24°C para 10°C. faz-se necessário a construção de um protótipo. Figura 5. de24 . com apenas uma célula. foi feito também a identificação das tensões de saída de cada fio da fonte.Fonte AT com ligação direta feita e todos os fios identificados.7 L e 8. células termoelétricas e Coolers. circuitos elétricos. que para tal será utilizado um isolante térmico a base de EPS (Poliestireno Expandido).7 l e verificamos com ela vazia quanto tempo e qual a temperatura mínima o sistema atingiria. sensores de temperatura. Para obtenção dos possíveis e melhores resultados inicialmente trabalharse-á com a configuração de volumes de 2. um dissipador de calor e um forçado de ar. para posteriormente fazer as ligações elétricas sem o perigo de possíveis incidentes com erro de voltagem e uma possível queima do equipamento. com isso será possível também variar tais volumes. dissipadores de calor.7 L. 5. Foi montado de modo simples o primeiro modelo com a caixa de isopor de 2.1 MONTAGEM DO MINI REFRIGERADOR Foi feito a ligação direta da fonte AT e na ATX. uma vez que se deseja obter os melhores rendimentos. pois se esperava que a temperatura ou chegasse a 0ºC ou muito próxima disso. Foi montado o mini refrigerador com as duas placas e ambas com pasta térmica para melhorar o contato entre a placa e dissipador de calor do lado frio.2 . Figura 5.Protótipo montado com uma placa. no mento que o termômetro mostra 12ºC. Todos os testes estavam sendo 25 . então para o próximo experimento vou testar se com a pasta térmica do lado frio da placa. para não haver isolamento térmico entre ambos por causa da crosta de gelo. esse problema pode ser resolvido. mas mesmo com as duas placas conectadas ao sistema as medições ainda continuavam a mesmas que no dia anterior. Com os testes posteriores o sistema ainda não conseguia atingir uma temperatura satisfatória.corridos 40 minutos do inicio do experimento a temperatura ficou estabilizada em 6°C. Percebemos que entre a placa e o forçado de ar criou uma crosta de gelo. com isso evitando assim também a formação de uma camada de gelo entre a placa e o dissipador. logo possivelmente a temperatura não baixou mais porque essa crosta pode ter agido como um isolante térmico. depois de seca ficava muitas bolhas e algumas davam para impossibilitar o uso como isolante térmica.Mini refrigerador montado e com termômetro para verificação das temperaturas atingidas. mas pelo difícil manuseio e a impossibilidade de controle da densidade a espuma foi descartada. e foi visto que o corte do isopor tinha um pequeno espaçamento que a placa não cobria totalmente.3 . com isso a temperatura interna não diminuía. pois o mini refrigerador não conseguia chegar de forma alguma a temperatura menor que 6°C. com o problema descoberto. inicialmente tentei fazer um molde na placa de espuma expansiva da marca CASCOLA®. o mesmo fazia com que existisse uma troca de calor entre os dissipadores externos e interno. pois. não tinha como estabilizar em -10ºC. mas a temperatura estava estabilizando em 6°C. e com isso. 26 . Figura 5. O que intrigava era que a placa no lado frio conseguia chegar a -10°C. mas isso não chega a interferir a esse ponto. o que na teoria era para se estabilizar em bem menos. Depois foi trocado a caixa do isopor por uma nova. o mini refrigerador possa chegar a resultados melhores. com isso feito espera-se que o rendimento melhore.feito com o sistema sem nenhum corpo de prova. Comecei uma investigação para verificar o que estava acontecendo. então o mini refrigerador foi desmontado e analisado cada detalhe que pudesse comprometer o seu rendimento. e dentro do isopor tinha as duas ventoinhas que geram calor. pois o isolamento não é perfeito. Então foi feito um “molde” de isopor na placa peltier para poder impedir a troca de calor entre o lado quente e o lado frio. 27 . para também a circulação de ar frio dentro do isopor. para que o dissipador tivesse sempre em contato direto com o lado frio da placa peltier.4 . então a solução foi fazer uma amarração com barbante. quando a temperatura do dissipador interno já estava abaixo de zero. chegando até a parar completamente de funcionar. e vibração. pedia parcialmente o contato com a placa. c) Molde de isopor para preencher o espaço em a.a b a c d Figura 5. o gelo começava a interferi no funcionamento das ventoinhas. fazendo com que aumentasse a dificuldade de troca de calor entre a placa e o ambiente interno. Depois de ter feito todo isolamento. com esse teste foi constatado que o dissipador interno com o tempo. Outro problema encontrado foi que. com isso.a) Espaço entre a placa e o dissipador. d) Caixa de isopor nova. começava a congelar a umidade interna nas paletas do dissipador. quando o acumulo de gelo chegava a certo ponto. peso da ventoinha interna. foi feito um teste prévio. b) Bolhas de ar na espuma expansiva. a) Em destaque a amarração no dissipador interno. e a caixa usada para os testes preliminares ainda era a velha. o problema do congelamento ainda sem uma solução bem definida. Foi feito outro teste depois de todas as mudanças. então não foram necessárias às medições exatas 28 . então foi feito mais um testes para verificar como ficaria o funcionamento do sistema mesmo congelando as aletas do dissipador. b) O barbante utilizado para fazer aa amarração. c) As aletas do dissipador interno todas congeladas e as ventoinhas paradas.a b c Figura 5. uma pequena quantidade de água. daria para ter uma noção se o mini refrigerador seria viável e em quanto tempo e quanto que ele resfriaria o corpo de prova. então aproximadamente 90 ml de água. com esse teste. e dessa vez com um corpo de prova. mas por enquanto. mas como esse teste era só pra ter uma noção prévia. metade de um copo de água descartável de 180 ml.5 . para isso fixando-a com parafusos maiores. c) O corpo de prova congelado. inverter o sentido do ventilador e se possível até o tamanho do mesmo. e se possível otimizar o tempo de resfriamento do corpo de prova. a b c Figura 5.de tempo e temperatura. Como o sistema estava bem isolado. b) As aletas congeladas e no canto superior o corpo de prova já congelado. A principio foi escolhido pela viabilidade e facilidade a inversão do sentido das ventoinhas e não deixá-las em contato direto com o dissipador. dessa forma existe a possibilidade de vários tipos de configura29 . agora queria resolver ou mesmo diminuir o problema do congelamento das aletas. então o que restava era mexer nas configurações. tais como. pois o mini refrigerador conseguiu congelar o corpo de prova em aproximadamente 2h30min. O resultado foi aparentemente satisfatório.6 .a) Mini refrigerador em teste com o termômetro marcando 0ºC. Com os testes anteriores vimos os resultados preliminares do mini refrigerador. dessa forma a intenção não era evitar a criação de gelo nas aletas. b) Ventoinha com o sentido de ventilação invertido. Então comecei com a configuração de forma que ela ficasse o mais distante possível. Com o sistema já pronto para os experimentos. estando bem isolada e firmemente em contato com os dissipadores. pois o sistema não atingia temperaturas abaixo de 3ºC. aparentemente estava montada da mesma forma que a outra. d) Ventoinha instalada no sistema com a configuração mais distante das aletas. diminuindo assim o tempo de resfriamento. então uma possível causa do problema poderia ser a fonte de alimentação que 30 . a c b d Figura 5. então novos testes foram feitos. foi notado que uma placa peltier estava gelando mais que a outra.7 – a) Ventoinha interna. e sim para ver se com essa configuração iria melhorar o rendimento.ções. mas não foram satisfatórios. na configuração mais distante das aletas e mantida o sentido da ventilação. e assim mudava novamente as configurações até que se obtenha um resultado satisfatório. c) Aletas congeladas e ventoinhas paradas devido ao acúmulo de gelo. mas tinha que fica em contato direto com a placa para minimizar o máximo a chance de erro de leitura ou de interferência do meio. este que seria o corpo de prova. e assim foi feito e depois de alguns testes as placas conseguem ficar na mesmo temperatura ou com uma variação de 1ºC de uma para a outra.estava sendo usada. de forma que o ambiente interferisse o menos possível. O primeiro passo foi ver como posicionar os termopares tipo K da marca minipo. c) Aleta da esquerda mais congelada que a da direita. 1 para a verificação da temperatura da água. pois não podia interferir na distribuição de calor entre a placa e os dissipadores. Os termopares para a verificação da temperatura da água e do meio não tiveram problema para posicioná-los. para tentar resolver tal problema. b) Aleta da esquerda totalmente descongelada e da direita completamente congelada. Comecei a preparar o protótipo para fazer os testes e anotações definitivas. o problema maior era os da placa. a forma mais viável foi fixá-lo ao dissipador 31 . No lado frio. para isso foram utilizados 4 termopar. decidi reservar uma fonte só para as placas peltier e outra para ligar as ventoinhas.8 – a) Duas fontes. Então. b a c Figura 5. a que está em cima é uma do tipo AT e a de baixo uma ATX. 1 para verificar a temperatura do ambiente. 1 para verificação do lado frio da placa peltier e mais 1 para a verificação da temperatura do lado quente da placa peltier. foi feito um teste preliminar para ver se todos estavam funcionando bem. a b d c a) Desenho da imagem frontal de como fica o termopar no dissipador interno. o termopar foi colocado entre as aletas do dissipador externo e em contato direto com o lado quente da placa peltier. ficou tudo pronto para começar os testes. b) termopar no dissipador interno. No lado quente. d) Termopar fixado com as aletas do dissipador externo. como todos mostraram estar tudo funcionando. 32 .interno o mais próximo possível da placa. Com os termopares todos colocados. c) A ponta do termopar em contato com o lado quente da placa peltier. como mostra a figura. Com esse resultado. o tempo para diminui-la vai aumentando. e cinco repetições para diminuir o erro. os testes seriam muito extensos. então decidi fazer todos os testes com 500 ml de água. depois de decorridos 62 minutos. achei melhor diminuir a quantidade de água para 250 ml e o tempo de teste para 3 horas em todos.6 RESULTADOS E DISCURSÕES Antes de começar os testes. o termopar que fazia a leitura da temperatura ambiente começou a apresentar um erro de leitura. Mas o primeiro teste e em posteriores vi que para essa quantidade de água. da para ver que à medida que a temperatura cai. e primeiro iria ver em quanto tempo essa quantidade de água chegaria em 0ºC. teria que adotar alguns padrões. como a 33 . Os 500 ml demorou cerca de 4 horas para ir de 25ºC para 3ºC como mostra o gráfico. As medições eram verificadas a cada um minuto. No terceiro teste. Com uma avaliação feita dos dados colhidos em experimentos. 34 . Com esse gráfico podemos perceber uma rápida queda na temperatura média da água do nosso corpo de teste. em apenas 30 minutos. pode-se comprovar uma real capacidade de utilização do efeito peltier na refrigeração. o que mostra um bom resultado se comparado à temperatura de um gela água com sistema de compressão de gás. Um possível utilização pode ser para uma mini geladeira veicular. terminando o teste em aproximadamente 6°C. para poder gelar ou manter gelado alimentos ou bebidas diversas. então decidi fazer só a primeira leitura no começo dos testes e adotala como padrão.temperatura ambiente tinha uma variação pequena a ponto de não interferir nos resultados finais. então foi feito uma média de todas as temperaturas como mostra o gráfico a seguir. a temperatura média da água caiu de 26°C para aproximadamente 14°C. Com todas os testes feitos. que fica em torno de 8°C. Com o gráfico acima pode-se verificar que a variação da corrente é pouco. 35 . com isso poderia ser utilizado um cabo em um carregador. ou mesmo na entrada USB de um computador. Outra possível utilização na refrigeração poderia se dar em um mini refrigerador portátil e com ligação em “porta” USB. 36 .Já com o gráfico acima. pode-se perceber que incialmente a temperatura da água e do ambiente cai rapidamente nos primeiros 45 minutos e depois tende a ir estabilizando aos poucos. já que para o funcionamento só é necessário uma ddp de 12V e a corrente não ultrapassou 3A. 37 . Diovana dos Santos Napoleão. Análise comparativa de mecanismos de compressão para aplicação em refrigeração doméstica. Evandro Lange Pereira. Doutorado em engenharia mecânica. ERNESTO. Mestre em energias renováveis .Lisboa. Desenvolvimento de metodologias de simulação para a análise de soluções de gerenciamento térmico aplicadas a compressores alternativos de refrigeração. Aquisição e Processamento de Sinais. 218 f. 2006. PIEDADE. Efeitos Termoeléctricos e suas aplicações. 2003. Florianópolis. 2008. Universidade Federal de Santa Catarina.conversão Elétrica e Utilização Sustentáveis. Universidade Federal de Santa Catarina. Determinação da Entropia de Mistura Amônia e Água para Aplicações em Processos de Refrigeração por Absorção. 143 f. (1997). RÉGIO. IST . Florianópolis. mestre em engenharia mecânica. Conversão de Energia com Células de Peltier. Alberto Emanuel Simões dos Santos. 119 f. Dissertação. 136 f. 2006. LUIZ. Universidade Estadual Paulista. P. mestre em engenharia mecânica. M. Faculdade de Engenharia. João Schreiner. Dissertação. 157 f. 2003. Campus de Guaratinguetá. Faculdade de ciências e tecnologia universidade nova de Lisboa. 2012. 2008. 2006. Florianópolis. Dissertação. Alberto Gomes. Lisboa. 2012. FERNANDES. Tese. mestre em engenharia mecânica. 2006.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APARECIDA. Dissertação. Análise de sistemas de válvulas automáticas de compressores alternativos. Universidade Federal de Santa Catarina. Guaratinguetá. History of absorption heat pumps and working pair of development in Europe. Apostila. Int.com. Vettorazzo. 6. ONS diz que não houve apagão. Centro Federal de Educação Tecnológica.br/mercado/2015/01/1577935-onsdiz-que-nao-houve-apagao-mas-desligamento-preventivo-de-carga. 38 Acesso .2002. 152-160. K. STEPHAN. 1983.uol. p. Lucas. Journal of Refrigeration. Compressores para processo industrial. mas desligamento preventivo de carga. v. Sávio Raidel Matos. em: 07 de abril de 2015.SARKIS. Disponível em: <http://www1.shtml>.folha.
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