TCC Fundações

April 2, 2018 | Author: Senock Castro | Category: Foundation (Engineering), Mortar (Masonry), Soil, Pressure, Clay


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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Campus Congonhas CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕESSENOCK HENRIQUE DE OLIVEIRA CASTRO FUNDAÇÕES Congonhas 1 2013 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais Campus Congonhas CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES FUNDAÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de Edificações, do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Congonhas, como pré-requisito para obtenção do título de Técnico em Edificações. Orientador: Mário Cabello 2 Congonhas 2013 SENOCK HENRIQUE DE OLIVEIRA CASTRO FUNDAÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso submetido à banca examinadora designada pela Coordenação do Curso de Edificações, do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Congonhas, como pré-requisito para a obtenção do título de Técnico em Edificações. Aprovado em ____ de ____________________ de 2013. Por: _________________________________________ Mário Cabello Engenheiro Civil _________________________________________ 3 Rodolfo da Silva Coordenador do curso de Edificações AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, autor de tudo que me da força para seguir em frente com meus sonhos. Ao meu pai, minha mãe e meu irmão, que sempre me deram forças para jamais desistir dos meus sonhos e objetivos. A Aninha, minha querida namorada, que esteve ao meu lado me dando todo o incentivo e apoio. Aos meus familiares, que a todo momento me apoiou em minhas escolhas e decisões. Aos meus amigos, pelos momentos de companheirismo. Aos professores do IFMG que sempre se dedicaram para que chegasse ao êxito. Muito Obrigado! 4 RESUMO A estrutura de uma obra é constituída pelo esqueleto formado pelos elementos estruturais, tais como: lajes, vigas, pilares e fundações, etc. Fundação é o elemento estrutural que tem por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para uma camada resistente do solo. Existem vários tipos de fundações e a escolha do tipo mais adequado é função das cargas da edificação e da profundidade da camada resistente de solo. Com base na combinação destas duas análises optar-se-á pelo tipo que tiver o menor custo e o menor prazo de execução. PALAVRAS-CHAVE: construção civil, fundações, edificações. 5 1.2.RESISTÊNCIA OU CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO 5.1 – Sapatas Isoladas 7.1.4 – Estaca Strauss 8.2 – Estaca escavada (c/ lama bentonítica) 8.9 – Estaca Ômega (monitorada) 8 9 10 12 13 14 15 15 18 19 20 21 22 24 25 27 27 27 29 32 35 35 38 40 42 6 .1.1.CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES 6.ELEMENTOS NECESSÁRIOS EM PROJETO DE FUNDAÇÕES 3.2.4 – Sapatas Alavancadas 7.ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO 7.1 – Estaca escavada mecanicamente (s/ lama) 8.3 – Estaca Raiz 8.1.1 – Blocos e Alicerces 7.2.SUMÁRIO 1.2.1.1.6 – Estaca Franki 8.1.7 – Estaca de Hélice Contínua (monitorada) 8.1 – Estacas Moldados in loco 8.FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS 7.1.2 – Sapatas de Fundação 7.5 – Estaca Apiloada 8.3 – Sapatas Associadas 7.8 – Parede Diafragma e Estacas Barretes 8.INTRODUÇÃO 2.2 – Sapatas Corridas 7.3 – Radier 8.FUNDAÇÕES PROFUNDAS OU INDIRETAS 8.AS CARGAS DA EDIFICAÇÃO 4. 2.1 – Tubulão a céu aberto 8.2.CONCLUSÃO 10.3 – Tubulões 8.4 – Estaca Mega 8.2 – Tubulão pneumático ou ar comprimido 50 9.2.3 – Estaca de Concreto 8.3.2.1 – Estaca de Madeira 8.8.2 – Estacas Pré-Moldadas 8.BIBLIOGRAFIA 42 43 44 45 47 48 48 53 54 7 .3.2 – Estaca Metálica 8. aeroporto. 8 . É importante lembrar que os solos situados sob as fundações se deformam. consequentemente. Toda obra de engenharia necessita de uma base sólida e estável para ser apoiada. e que. galpão. etc. INTRODUÇÃO O que é uma fundação? É um sistema formado pelo terreno (maciço de solo) e pelo elemento estrutural de fundação que transmite a carga ao terreno pela base ou fuste. que cada edificação pode suportar sem prejuízo de sua utilização pelo tempo previsto para tal. O importante é que não sejam ultrapassadas as deformações limites (admissíveis). ponte. barragem de terra ou concreto. estação de tratamento de água. ou combinação das duas. toda fundação sofre recalques. Base sólida e estável: apoio que proporcione condições de segurança quanto à ruptura e deformações. rodovia.1. viaduto. porto. e que a todo acréscimo de tensões corresponde uma deformação. barracão. ferrovia. Entende-se por obra de engenharia: edifício de apartamentos. devido ao acréscimo de tensões introduzido por uma obra de engenharia no solo de fundação. 9 . 2) Dados Geológicos-Geotécnicos • • Investigação do subsolo (preferencialmente em 2 etapas: preliminar e complementar). no caso de acidente. Sistema estrutural. Outros dados geológicos e geotécnicos (mapas. Cargas (ações nas fundações). 4) Dados sobre Construções Vizinhas Tipo de estrutura e fundações.) 3) Dados da Estrutura a Construir • • • • Tipo e uso que terá a nova obra. atingir o terreno).2. artigos sobre experiências anteriores na área etc. ELEMENTOS NECESSARIOS EM PROJETO DE FUNDAÇÕES Os elementos necessários para o desenvolvimento de um projeto de fundações são: 1) Topografia da Área • • • Levantamento topográfico (planialtimétrico) Dados sobre taludes e encostas no terreno (ou que possam. fotos aéreas e levantamentos aerofotogramétricos. Dados sobre erosões (ou evoluções preocupantes na geomorfologia). Material Peso específico Unidade 10 . enquanto na tabela 2 as sobrecargas ou cargas úteis em lajes de piso ou de forro de acordo com a sua finalidade. Tabela 1: Peso específico dos materiais mais empregados em uma construção. A tabela 1 fornece o peso específico dos materiais mais utilizados nos elementos constituintes de uma construção. 3. Desempenho das fundações. Eventualmente. Existência de subsolo.• • • • Número de pavimentos. AS CARGAS DA EDIFICAÇÃO As cargas da edificação são obtidas por meio das plantas de arquitetura e estrutura. carga média por pavimento. onde são considerados os pesos próprios dos elementos constituintes e a sobrecarga ou carga útil a ser considerada nas lajes que são normalizadas em função de sua finalidade. Possíveis conseqüências dc escavações c vibrações provocadas pela nova obra. em função da altura da edificação deverá também ser considerada a ação do vento sobre a edificação. com. assembléias Biblioteca – sala de leitura Biblioteca – sala de estante de livro Depósitos Arquibancadas 100 200 200 250 350 250 a ser determinado em cada caso a ser determinado em cada caso 400 11 .Alvenaria de pedra Alvenaria de tijolo maciço revestido Alvenaria de tijolo furado revestido Concreto simples Concreto armado Revestimento com madeira (taco) Ladrilho e pedras de piso Mármore de 2 a 3 cm de espessura Revestimento de tetos e pisos de lajes com argamassa Telhado completo – telha francesa Telhado completo – telha canal Telhado completo – cimento amianto 2200 a 2400 1600 1300 2200 2500 45 50 80 a 90 kgf/m3 kgf/m3 kgf/m3 kgf/m3 kgf/m3 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/m2 kgf/ 25 125 150 90 900 Madeira de lei Fonte: http://construcaociviltips.br/ Tabela 2: Sobrecargas ou carga úteis em lajes de piso e de forro. Sobrecarga – kgf/m2 Compartimento Laje de forro Laje de piso de residência Laje de piso de escritório Laje de piso de enfermarias e recepções Salas de aula.blogspot. Para obras de vulto sujeitas à cargas elevadas só pode ser realizada por empresas especializadas. resistência ou capacidade de carga do solo fs consiste no limite de carga que o solo pode suportar sem se romper ou sofrer deformação exagerada. RESISTÊNCIA OU CAPACIDADE DE CARGA DO SOLO A determinação da tensão admissível. que além do estudo do subsolo. 12 .br/ 4.Fonte: http://construcaociviltips.com.blogspot. de um modo geral propõem sugestões para o tipo de fundação mais adequado para que o binômio estabilidade-economia seja atendido. diábase e basalto.Para obras de pequeno vulto sujeita a cargas relativamente pequenas. a resistência fs do terreno poderá ser obtida por meio de tabelas práticas em função do tipo de solo (tabela 3). Rochas laminadas com pequenas fissuras estratificadas. Tabela 3: Tensão admissível no solo (fs) recomendado pela ABNT. Depósitos compactos e contínuos de matacões e pedras de várias rochas. tais como: gnaisse. as fundações podem ser classificadas em: • Fundações superficiais (diretas): quando a camada resistente à carga da edificação.br/ Tipo de solo Rocha viva. Areia grossa fofa e areia fina compacta. fissuras ou sinal de decomposição. Areia grossa compacta. onde a base da fundação está implantada. aterros. Argila média. Solo concrecionado. granito. Argila mole. Argila rija. 13 . onde está implantada a sua base. não excede a duas vezes a sua menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de profundidade. tais como: xistos e ardósias. Pedregulhos soltos e mistura de areia e pedregulho. Pedregulhos compactos e mistura de areia e pedregulho. argila muito mole. Areia fina fofa. 5.blogspot. Argila dura.com. maciça sem laminação. ou seja. Fonte: http://construcaociviltips. CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES Tensão admissível (kgf/cm2) 100 35 10 8 5 3 2 1 3 2 1 * De acordo com a profundidade do solo resistente. sendo que. 6.• Fundações profundas (indiretas): são aquelas cujas bases estão implantadas a mais de duas vezes a sua menor dimensão. porém grande capacidade de carga devido ao atrito lateral do corpo do elemento de fundação com o solo. normalmente. das construções vizinhas. a grandeza e natureza das cargas estruturais e conhecendo as condições de estabilidade. A fundação profunda. ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO  Com os resultados das sondagens. apresenta pouca capacidade de suporte pela base. a carga aproximadamente pontual que ocorre no pilar. constituindo-se. O que caracteriza principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato da distribuição de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do elemento de fundação. e a mais de 3 m de profundidade. Outra característica da fundação direta é a necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do elemento de fundação no fundo da cava. num valor tal.. em um elemento cravado por meio de um bate-estaca. a qual possui grande comprimento em relação a sua base. fundações. dispensa abertura da cava de fundação.. por exemplo. etc. é transformada em carga distribuída. pode o engenheiro 14 . que o solo seja capaz de suportá-la. A fundação profunda ou indireta. proceder a escolha do tipo de fundação mais adequada. pela verificação da possibilidade do emprego de fundações diretas.  Quando a camada ideal for encontrada à profundidade de 5. e em 15 . devemos utilizar estacas ou tubulões.  O estudo é conduzido inicialmente. FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS Elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno.0 à 6. se as cargas forem na ordem de 4 a 5 toneladas  Em terrenos firmes a mais de 6.  Mesmo sendo viável a adoção das fundações diretas é aconselhável comparar o seu custo com o de uma fundação indireta. podemos adotar brocas. técnica e economicamente. predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação. estuda-se o tipo de fundação profunda mais 7.  adequada. E finalmente. verificando a impossibilidade da execução das fundações diretas.0m.0m. Geralmente. Os eventuais esforços de tração são absorvidos pelo próprio material do bloco.5 e 1. um sobrado.que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação.0 m de profundidade. alvenaria ou de pedra. os blocos. alvenarias de tijolos comuns (Figura 3. 7. usa-se blocos quando a profundidade da camada resistente do solo está entre 0. Em princípio devem ser evitadas fundações superficiais apoiadas neste solo. são utilizados na construção de pequenas residências e suportam as cargas provenientes das paredes resistentes. também denominados de blocos corridos. ligados por vigas denominadas “baldrames”. pois estes solos são potencialmente colapsíveis. Os alicerces.1) ou mesmo de pedra de mão (argamassa ou não). que suportam predominantemente esforços de compressão simples provenientes das cargas dos pilares. os radiers. as sapatas associadas. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas. a não ser que sejam feitos estudos considerando-se as tensões a serem aplicadas pelas fundações e a possibilidade de encharcamento do solo. as vigas de fundação e as sapatas corridas. Podem ser de concreto simples (não armado).1. Os blocos são elementos estruturais de grande rigidez. 16 . não saturados. Para o caso de fundações apoiadas em solos de elevada porosidade. como por exemplo. podendo ser de concreto. deve ser analisada a possibilidade de colapso por encharcamento. BLOCOS E ALICERCES Este tipo de fundação é utilizado quando há atuação de pequenas cargas.  Execução do embasamento.  Promover a compactação da camada do solo resistente. que pode ser de concreto.  Colocação de um lastro de concreto magro (90 kgf/cm2) de 5 a 10 cm de espessura. distribuir o carregamento e combater esforços horizontais. 17 . alvenaria ou pedra. Fonte: http://construcaociviltips.com.br/ Execução  Executar a abertura da vala. suportar pequenos recalques.Figura 1: Tipos de alicerce e Bloco em alvenaria de tijolos. apiloando o fundo.blogspot.  Construir uma cinta de amarração que tem a finalidade de absorver esforços não previstos. ainda. e o uso adicional de brocas em pontos isolados. utilizando uma argamassa “impermeável” (com aditivo) ou ainda.br/ Controle de Qualidade  Locação do centro dos blocos e das linhas das paredes. Fonte: http://construcaociviltips. Deve-se. de alumínio ou ardósia. Figura 2: Execução do alicerce em declive.blogspot. como reforço de fundação.  Cota do fundo da vala.  Compatibilização da carga da parede x largura do alicerce.  Se o terreno está em declive.  Limpeza da vala. 18 . observar com cuidado:  Se há ocorrência de formigueiros e raízes de árvore no momento da escavação da vala. deve-se fazer o alicerce em escada. Fazer a impermeabilização para evitar a percolação capilar. observando: eventual distinção da largura dos alicerces para as diferentes paredes. uma chapa de cobre.com. considera-se como retangular uma sapata em que L <= 5B. Figura 3: Sapatas de Fundação. Para efeito de cálculos geotécnicos. sendo as mais 19requentes as sapatas quadradas (B=L). No caso de pilares encostados em divisas. nào é possível projetar-se uma sapata centrada no pilar. As sapatas podem assumir praticamente qualquer forma em planta.2. uma única sapata serve de fundação para dois ou mais pilares. SAPATAS DE FUNDAÇÃO As sapatas são elementos de apoio do concreto armado. Fonte: http://construcaociviltips. não é possível projetarse uma sapata isolada para cada pilar.br/ 19 . devido à proximidade dos pilares. de menor altura que os blocos. recorrendo-se então a uma viga de equilíbrio (viga alavanca) a fim de corrigir a excentricidade existente. Além dos tipos fundamentais acima. as quais são empregadas nos casos em que.7.blogspot. Nestes casos. deve-se também reconhecer as sapatas associadas.com. ou junto ao alinhamento de uma calçada. retangulares e corridas (L >> B) . sem o uso do vibrador. Fonte: http://construcaociviltips. através de sua base. para acompanhamento da declividade das superfícies do concreto. isto é.com. SAPATAS ISOLADAS São aquelas que transmitem para o solo.4 apresenta alguns tipos de sapatas isoladas.br/ 7. Preparo da superfície de apoio.    armações.  Posicionamento das fôrmas. com folga de 5 cm para execução do concreto “magro”. Colocação da armadura.1. Posicionamento do pilar em relação à caixa com as 20 .Figura 4: Sapatas de Fundação. porém para o concreto inclinado deverá ser feita uma vibração manual. Execução  Fôrma para o rodapé. A Figura 3. 1987).blogspot.2.  Concretagem: a base poderá ser vibrada normalmente.  Colocação das guias de arame. a carga de uma coluna (pilar) ou um conjunto de colunas (BRITO. de acordo com a marcação executada no gabarito de locação. torna-se mais adequado e econômico o uso do concreto armado. Fonte: http://construcaociviltips.com. pode-se utilizar alvenaria de tijolos.blogspot. Caso contrário.2. como residências.2. ou ainda para profundidades maiores do que 1. Figura 6: Sapatas Corridas.0 m. Para edificações cujas cargas não sejam muito grandes. as quais lhes transmitem a carga por metro linear.blogspot. Fonte: http://construcaociviltips.br/ 7.com.br/ 21 .Figura 5: Sapatas isoladas. SAPATAS CORRIDAS São elementos contínuos que acompanham a linha das paredes. evitando também deslocamentos indesejáveis. deve-se executar uma sapata associada. 7. esta camada deverá ser executada com argamassa com adição de impermeabilizante e deverá se estender pelo menos 10 cm para revestimento da alvenaria de embasamento.  Camada impermeabilizante: sua função é evitar a subida da umidade por capilaridade para a alvenaria de elevação. No caso em que a proximidade entre dois ou mais pilares seja tal que as sapatas isoladas se superponham. Colocação de um lastro de concreto magro de 5 a 10 cm de espessura. sua execução deve evitar descontinuidades que poderão comprometer seu funcionamento e nunca devem ser feitas nos cantos ou nas junções das paredes. etc.Execução   Escavação. é usado o próprio tijolo como fôrma lateral. quando o solo assim o exigir. Cinta de concreto armado: sua finalidade é a maior distribuição das cargas.). sendo depois pintada com emulsão asfáltica em duas demãos. Colocação das armaduras.3. Concretagem. SAPATAS ASSOCIADAS Um projeto econômico deve ser feito com o maior número possível de sapatas isoladas. sacos de cimento molhados. deverá receber uma cura apropriada (água. pelo travamento que confere à fundação. para evitar retrações prejudiciais.     Posicionamento das fôrmas.2. uma após a secagem completa da outra. muitas vezes. A 22 . SAPATAS ALAVANCADAS No caso de sapatas de pilares de divisa ou próximos a obstáculos onde não seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata coincida com o centro de carga do pilar. e tem a função de permitir que a sapata trabalhe com tensão constante. cria-se uma viga alavanca ligada entre duas sapatas. 23 .blogspot.2.4. de modo que um pilar absorva o momento resultante da excentricidade da posição do outro pilar. Figura 7: Sapatas Associadas.com. Fonte: http://construcaociviltips.br/ 7.viga que une os dois pilares denomina-se viga de rigidez.  Armadura da sapata e do arranque do pilar.Figura 8: Sapatas Alavancadas. Fonte: http://construcaociviltips. 24 .  Nivelamento do fundo da vala.  Cota do fundo da vala.blogspot.  Dimensões da forma da sapata.br/ Controle de Qualidade  Locação do centro da sapata e do eixo do pilar.  Limpeza do fundo da vala.com. Uma outra vantagem é que a sua execução cria uma plataforma de trabalho para os serviços posteriores. etc. é mais vantajoso reunir todas as sapatas num só elemento de fundação denominado radier. em contrapartida. porém. o que muitas vezes evita grandes recalques diferenciais. devem resistir a momentos provenientes dos pilares diferencialmente carregados. além de esforços de compressão. e ocasionalmente a pressões do lençol freático (necessidade de armadura negativa). impõe a execução precoce de todos os serviços enterrados na área do radier (instalações sanitárias. Este é executado em concreto armado. RADIER A utilização de sapatas corridas é adequada economicamente enquanto sua área em relação à da edificação não ultrapasse 50%.7.3. O fato do radier ser uma peça inteiriça pode lhe conferir uma alta rigidez. Caso contrário. uma vez que.). 25 . recalques admissíveis e esforços solicitantes previstos. Fonte: http://construcaociviltips. etc. apresentando diversos tipos de 26 .br 8. condicionantes construtivas do projeto e riscos com relação a vizinhos e terceiros.com. nível do lençol d’água no local. situação e disponibilidade de espaço no canteiro de obras. tais como custos para execução dos diversos tipos. FUNDAÇÕES PROFUNDAS OU INDIRETAS O tipo de fundação deve ser escolhido com base nos seguintes fatores: Fatores Técnicos. tais como natureza e característica do solo.Figura 9: Radier. Fatores Econômicos. * A tabela a seguir ilustra o exposto acima.blogspot. conforme a dureza De 2 a 7. picareta siltes argilosos de baixa plasticidade Argila inorgânica de baixa a média plasticidade. arenosas ou não Siltes 10. conforme a conforme a conforme a compacidade compacidade compacidade 2 9. c/ revestimento 3 8 De 3 a 8 De 3 a 8 De 3 a 8 conforme a conforme a conforme a compacidade compacidade compacidade Areias sem 10. Quanto maior o número da escala. tanto mais propício é o solo para aquele tipo de fundação Facilidade de Execução Tubulão revestido com Tubulão e Estacas camisa de estaca préEstaca raiz e concreto ou escavada moldadas Tirantes metálica sem e Tipo com ou revestimento Franki sem ar comprimido 10. c/ martelete 3.fundações segundo uma escala numérica de 1 a 10. picareta solos siltosos 1 8. c/ tubex Impossível Impossível 6. conforme a dureza De 2 a 7. 10. com martelete 3. c/ martelete Impossível Impossível Capacidade de Carga Tirantes e estaca Estacas por atrito lateral submetidos à tração submetidos à compressão Denominação Típica do Grupo de solo ou rocha Estaca de ponta e Estaca tubulão com Metálica base alargada submetidos à compressão Rochas sãs Rochas Rochas Fraturadas 10. De 2 a 7. silte e argila Solos Grossos Areias com pedregulhos 3. com martelete 6. c/ pá e pedregulhos picareta Areias siltosas ou argilosas Solos Finos 10. c/ revestimento 10 10 De 2 a 7. c/ tubex Impossível 3 10 9 9 zero 10 9 9 zero 10 9 9 zero Alterações de 10. c/ martelete Impossível 6. c/ explosivo 10. conforme a dureza De 1 a 6. c/ tubex Impossível 5 A analisar A analisar A analisar 8. c/ pá e picareta Impossível 6. conforme a dureza 27 . c/ tubex Impossível 3 Segue a Segue a Segue a granulometria granulometria granulometria predominante predominante predominante 3. conforme a dureza 8 10. c/ revestimento 10 10 De 1 a 6. c/ explosivo 5. De 2 a 7. c/ pá e inorgânicos. c/ tubex 7. areias finas siltes 10. c/ revestimento 7. c/ pá e com ou sem picareta pedregulhos. c/ tubex Impossível Impossível A analisar 6. c/ revestimento 10 10 De 2 a 7. c/ pá e picareta Impossível Impossível 6 7 10 10 Siltes inorgânicos. conforme a dureza De 1 a 6. c/ martelete de Impossível Impossível fundo 6. c/ pá e arenosos. c/ Rochas explosivo Enrocamentos Rochas e solos Solos com matacão ou talus Pedregulhos misturados ou não com areia. ESTACA ESCAVADA MECÂNICAMENTE (S / LAMA)  Acima do N.com.  Perfuratrizes rotativas  Profundidades até 30m  Diâmetros de 0. caracterizados pelo grande comprimento e pequena secção transversal. c/ pá e picareta 7 8. Atrito.ou arenosos mináceos ou diatomáceos Argilas inorgânicas de elevada plasticidade Argilas orgânicas de média a alta plasticidade. conforme a dureza De 1 a 5. Ação Mista. conforme a dureza De 1 a 6.20 a 1. conforme a dureza De 1 a 5. solidarizadas por um bloco rígido de concreto armado ( bloco de caroamento).50m) 28 .1. Estacas de Tração e Estacas de Ancoragem. conforme a dureza 5. P ≤ RL + RP onde RL = Resistência Lateral e RP = Resistência de Ponta Estacas quanto ao carregamento: Ponta. s/ revestimento 10 10 De 1 a 6. São em geral utilizados em grupo.blogspot. MOLDADAS “IN-LOCO” 8.70m (comum até 0. ESTACAS Elementos bem mais esbeltos que os tubulões. c/ pá e picareta 10 10. c/ revestimento 9 9 3.1. solo orgânicos de baixa plasticidade 10. São implantados no terreno por equipamento situado à superfície.1. Solos siltes Orgânico s Turfa. Estacas de Compactação. c/ pá e picareta Impossível Impossível 7 7 zero zero zero Fonte: http://construcaociviltips.A. conforme a dureza De 1 a 6.br/ 8. conforme a dureza De 1 a 5. 1.br/ 8.Figura 10: Estaca escavada Mecanicamente. 29 . ESTACA ESCAVADA (C/LAMA BENTONÍTICA) São elementos de fundação circulares escavadas através de perfuratrizes e ferramentas (trados e caçambas).2.com. Fonte: http://www.drilling. nas quais a estabilidade das paredes e fundo da escavação é propiciada pela lama bentonítica ou polímero que preenche a perfuração. O lançamento do concreto da estaca é submerso. Os diâmetros variam de 600mm a 2500mm e a profundidade pode chegar a 80 metros. a verticalidade. Concretagem submersa através de tubo tremonha. a caçamba ou trado é centralizado na estaca e inicia-se a escavação através de uma perfuradora de esteiras equipada com haste Kelly (telescópica). Controle de Qualidade Durante a perfuração verifica-se. permanentemente.br Aplicação  Baixo nível de vibração e ruído. Fonte: http://www. coloca-se uma camisa-guia metálica com 2000mm de comprimento e diâmetro um pouco maior que o da estaca.com. A escavação divide-se nas seguintes fases: 1. caso contrário não. previamente montada. Logo depois.Figura 11: Estaca Escavada (c/ lama bentonítica). dentro da estaca.  Pode ser executada em comprimentos longos Execução Antes de iniciar a escavação da estaca.  Pode ser instalada em grandes diâmetros. de baixo para cima. bombeando a lama de volta para os tanques. que é corrigida ao primeiro indício de desaprumo. Ensaio para verificação das características da lama. é preciso substituir a lama poluída 3. com introdução do concreto via estaca. inicia-se a concretagem e colocação da armadura.  O comprimento pode ser alterado para adaptar o projeto às variações do solo local. Escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonítica ou polímero de preparação prévia 2. Antes da concretagem verifica-se a adequada limpeza do fundo da estaca através do ensaio das características 30 . Caso a mesma esteja adequada.benapar. 31 . Durante a concretagem é mantido rigoroso controle da subida do concreto dentro da estaca. 8. utilizando tubos de aço e dispondo de coroa de widia na ponta que são introduzidos por rotação e injeção d’água.de amostra de lama.1. São estacas executadas por perfuratrizes.3. dispondo de coroa de vídea na ponta que são introduzidos por rotação e injeção d’água. que não deve sofrer interrupções. utilizando perfuratrizes e tubos de aço recuperáveis. Antes do lançamento de cada caminhão verifica-se visualmente o aspecto do concreto e mede-se seu abatimento. ESTACA RAIZ São elementos de fundação circulares de diâmetro máximo igual 510mm. Após a colocação da armação inicia-se a concretagem. coletada a 15cm do fundo. assegurando que posição da ponta do tubo tremonha seja mantida sempre imersa no concreto. sendo o concreto lançado pelos caminhões diretamente no funil disposto na extremidade superior do tubo tremonha. e que deverá apresentar as características dentro dos limites fornecidos pela NBR 6122. Atingida a profundidade desejada é colocada a armação e a estaca é preenchida com argamassa injetada sob pressão. br Aplicação  O processo se é melhor se aplica diante das seguintes situações:  Em obras onde não é possível a entrada de equipamentos de maior porte  No caso de estacas muito profundas  Quando a perfuração de materiais impenetráveis é requerida  Quando não se admitem vibrações e/ou ruídos elevados durante a execução.com. Fonte: http://www. 32 .Figura 12: Estaca Raiz.benapar.  Quando se deseja elevada capacidade de tração. Coloca-se então a armadura da estaca e inicia-se a concretagem. permitindo que o mesmo gire livremente. A etapa prossegue até o enchimento do tubo de perfuração e retorno de argamassa sã (sem excesso d’água). através de tubo tremonha. até que se constate o vazamento da argamassa por fora do tubo de perfuração. A perfuração é levada à cota de paralisação prevista para a estaca e. ao concluir a introdução do tubo o fluxo d’água é mantido até que todo o material desagregado saia.  Características da argamassa injetada. Inicia-se então a remoção dos tubos de perfuração e. a água injetada remove o material desagregado pela coroa ao mesmo tempo em que forma-se espaço anelar entre o tubo e o solo. à medida que água vai sendo injetada em seu interior através de uma bomba capaz de elevadas vazões e pressões.  Centralização da armadura. Controle de Qualidade O controle compreende a monitoramento dos seguintes fatores:  Natureza e resistência do material perfurado.  Limpeza adequada do fundo da estaca. Ao retornar externamente ao tubo. que consiste em verter. 33 . Quando há a possibilidade de execução de estacas com elevadas inclinações. argamassa de cimento e areia com consumo mínimo de 600kg de cimento por metro cúbico de argamassa. ao qual se aplica a rotação e “pull down” (força axial para baixo). Execução Compreende a perfuração do terreno por meio de tubo de aço que possui coroa de widia em sua extremidade inferior. aplica-se pressão por meio de ar comprimido. a cada tubo removido.  Controle das pressões de injeção quando da remoção do revestimento. pode ser utilizada em locais confinados. executada com revestimento metálico.4.blogspot. Ela é executada em concreto simples ou armado.com. Com a estaca strauss executamse fundações em diversos tipos de solos. ESTACA STRAUSS A Estaca Strauss é o tipo de fundação mais antigo de escavação mecânica que se têm conhecimento. A estaca strauss está disponível no mercado com cargas e características técnicas seguintes: Capacidade de Diâmetro Carga Nominal (t) (cm) 20 30 40 60 80 25 32 38 45 55 Diâmetro Interno de Distância Mínima do Tubulação Eixo da Estaca (cm) A Divisa 20 25 30 38 48 15 20 25 30 45 Fonte: http://construcaociviltips. Com isso.br/ Vantagens A estaca strauss apresenta vantagem pela leveza e simplicidade do equipamento que emprega. moldada in loco.1.  Consumo de traços de argamassa injetados 8. 34 . Manutenção do tubo de injeção sempre imerso na argamassa injetada. 00 metros de comprimento. Quando a Estaca Strauss estiver toda cravada. Procede-se a limpeza da lama e da água acumulada durante a perfuração. por golpes sucessivos e o auxílio de água. uma sonda de percussão munida de válvula em sua extremidade inferior para retirada de terra. e a mesma vai se introduzindo no terreno. Com a introdução da coroa.00 a 2. cabos e ferramentas. o que é de muita importância em obras em que as edificações vizinhas. a sonda é substituída pelo soquete. além de roldanas.em terrenos acidentados ou ainda no interior de construções existentes. Concretagem Nesta etapa. É lançado concreto no tubo em quantidade suficiente para se ter uma coluna 35 . que ficam armazenadas no interior da sonda. rosqueáveis entre si. não havendo perda de material nem necessidade de suplementação.00 a 3. sofreriam danos sérios com essas vibrações. Por a estaca Strauss ser moldada no local. com a inversão da mesma quando retirada da tubulação. um soquete com peso compatível com o diâmetro da estaca. Inicia-se assim a perfuração para estaca strauss. a qual. arrasada na cota prevista. um guincho duplo ou simples acoplado a motor a explosão (diesel) ou elétrico. dada a natureza do subsolo e de suas próprias deficiência.00 metros. o soquete é substituído pela sonda de percussão. com elementos de 2. dentado na extremidade inferior. é rosqueado o tubo seguinte. um guincho manual (para máquina simples) para retirada da tubulação. Os equipamentos para a estaca strauss constam de um tripé de aço. chamado "coroa". furo este que servirá de guia para a introdução do primeiro tubo. linhas de tubulação de aço. e assim por diante. Perfuração Com o soquete é iniciada a perfuração até a profundidade de 1. vai retirando o solo do interior e abaixo da coroa. fica acabado com comprimento certo. O processo não causa vibrações. até atingir a camada de solo resistente e/ou que tenha um comprimento de estaca considerado suficiente para garantia de carga de trabalho da mesma. 70 1. o concreto é lançado dentro da tubulação e. dentro da tubulação durante o apiloamento. se existente.35 32 38 45 300 400 600 90 110 130 20 25 30 50 70 105 90 130 200 0. Desta forma. Sem puxar a tubulação. no mínimo. A concretagem para estaca strauss é feita até um pouco acima da cota de arrasamento da estaca. Para a garantia da continuidade do fuste. É importante frisar que a coluna de concreto plástico dentro das tubulações. 320 quilos de cimento por metro cúbico. deve ser mantida. o pilão não tem possibilidade de entrar em contato com o solo da parede da estaca e provocar desbarrancamento e mistura de solo com concreto. Para a execução do fuste. o que pode comprometer a resistência da estaca.de aproximadamente 5. deixando-se um excesso para o corte da cabeça da estaca. à medida que é apiloado.05 36 . O concreto utilizado deve consumir. CARACTERÍSTICA DA ESTACA Consumo de materiais Diâmetro da Distância Carga Distância da estaca por metro Estaca mínima do eixo Cimento Admissível mínima entre Areia Pedra I Acabada à parede (saco 50 (kN) eixos (cm) (cm) vizinha (cm) (l/m) (l/m) kg/m) 25 200 75 15 35 60 0. já tende a preencher a escavação e contrabalançar a pressão do lençol freático.50 0. uma coluna de concreto suficiente para que o mesmo ocupe todos os espaços perfurados e eventuais vazios no subsolo. que pode ocorrer caso a tubulação seja puxada e o concreto não seja apiloado. apiloa-se o concreto formando uma espécie de bulbo. para se evitar secção da estaca. esta vai sendo retirada com o emprego do guincho. Esta operação é realizada simultaneamente.00 metros. por seu próprio peso. com massa de 300 a 600kg.50m. que posteriormente é preenchido com concreto. 37 . É possível executar em solos de alta porosidade.20 a 0. Sua execução consiste na simples queda de um soquete. abrindo um furo de 0.1.5. Fonte: http://www.fxsondagens.br 8. ESTACA APILOADA Também conhecida como soquetão ou estaca pilão.com.Figura 13: Estaca Strauss. baixa resistência e acima do NA. Utiliza-se o equipamento do tipo Strauss sem revestimento. Pode ser executada abaixo do NA. estanque e fortemente comprimida sobre as paredes do tubo. Execução Crava-se no solo um tubo de aço. Além disso. Ao se bater com o pilão na bucha. 38 . ESTACA FRANKI Sua execução consiste em cravar um tubo de revestimento com ponta fechada por meio de bucha e recuperado na fase de concretagem. cuja ponta é obturada por uma bucha de concreto seco. por isso são uma boa alternativa para cargas muito altas em terrenos que não permitem escavação não suportada.6. pois a própria cravação propicia uma maior compactação do solo. este tipo de fundação pode atingir maiores capacidades de carga com menores profundidades.35 a 0. elas têm a base alargada.br 8.60m.1. Fonte: http://www.Figura 14: Estaca Apiloada. Devido ao seu método executivo com grande energia de cravação. impedindo a entrada de solo ou água. areia e brita.com. o mesmo arrasta o tubo.dicionariogeotecnico. Diâmetros de 0. tanto no fuste da estaca como na sua ponta. tendo-se o cuidado de deixar no mesmo uma quantidade suficiente de concreto para impedir a entrada de água e de solo. Após a cravação do tubo. o tubo é preso e a bucha expulsa por golpes de pilão e fortemente socada contra o terreno. 39 . extraindo-se o tubo à medida da concretagem. enche-se inteiramente o mesmo com concreto plástico (slump de 8 a 12 cm) e em seguida o mesmo é retirado de uma só vez com auxílio de um equipamento vibrador acoplado ao tubo. Sua execução é sempre feita por firma especializada. execução da base e colocação da armação. a concretagem do fuste pode ser feita de duas maneiras: Crava-se o tubo até terreno firme. Seus maiores inconvenientes dizem respeito à vibração do solo durante a execução. A este processo executivo dá-se o nome de estaca Franki com fuste vibrado. por deficiência do controle. de maneira a formar uma base alargada. formase uma camada de areia que aumentará a resistência da argila mole e protegerá o concreto fresco contra o efeito de estrangulamento.Atingida a camada desejada. inicia-se a concretagem do fuste. arranca-se o tubo e torna-se a cravá-lo no mesmo lugar. Deste modo. No caso de existir uma camada espessa de argila orgânica mole saturada. As estacas tipo Franki apresentam grande capacidade de carga e podem ser executadas a grandes profundidades. não sendo limitadas pelo nível do lençol freático. enche-se o mesmo com areia. área necessária ao bate-estacas e possibilidade de alterações do concreto do fuste. Uma vez executada a base e colocada a armadura. em camadas fortemente socadas.  Verticalidade do tubo e de sua retirada da camisa.benapar.Figura 15: Estaca Franki.  Altura de queda do pilão.  Armação das estacas.  Cota de arrasamento da cabeça da estaca.  Nega. 40 .  Profundidade de cravação/escavação. Fonte: http://www.br Controle de Qualidade  Locação do centro das estacas.com.  Velocidade de execução.  Volume de concreto empregado na execução do bulbo. para não haver estrangulamento do fuste. sob pressão. confeccionado com o agregado de diâmetro máximo igual à brita 0 ou pedrisco. de concreto de elevado abatimento. tal como um parafuso. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA (MONITORADA) Constitui tipo de estaca no qual o fuste é formado pela injeção. 41 .7. através de tubo de 4 a 5 polegadas em torno do qual encontra-se montada a hélice contínua previamente introduzida no terreno.1. consumo mínimo de 400kg de cimento por m³.8. mantendo assim a estabilidade do terreno. através de equipamento especial. Fonte: http://www. através de monitoração eletrônica e emissão de relatórios Execução A execução desse processo consiste em introduzir. Contudo.  Alta produtividade (média de 15 a 25 estacas produzidas por dia). solos concrecionados. Vantagens  Total ausência de vibrações. mas sim como máxima garantia do total preenchimento da estaca. camada espessa de pedregulhos compactados. através de rotação. que consiste no bombeamento de concreto especial pelo através do tubo central. o trado contínuo no terreno. Segue-se a etapa de concretagem.com. Não há remoção do trado durante todo o processo.br Aplicação A Hélice Contínua pode ser aplicada nas mais variadas condições do subsolo. exceto quando há presença de materiais impenetráveis como: matações. Concluído esse processo. remove-se a terra acumulada e é aplicada no concreto uma armação suficientemente rígida.benapar. Esse processo gera um sobre consumo de concreto aproximadamente 10%. A aplicação é levada até a superfície do terreno. esse excedente não deve ser encarado como desperdício.  Baixo nível de ruído.Figura 16: Estaca de Hélice Continua. à medida em que o trado é removido sem rodar. entre outros.  Existência de processos que permitem o controle efetivo da execução. Controle de Qualidade 42 . PAREDE DIAFRAGMA E ESTACAS BARRETES O processo caracteriza-se pela aplicação de painéis de concreto armado moldados “in loco”.8. 8. Fonte: http://www. cuja função é estabilizar as paredes de escavação e contrabalançar o empuxo devido à ocorrência de lençol freático no terreno. cujo controle central é exercido por computador existente na cabine da máquina.br Aplicação 43 .benapar. Há também um sensor eletrônico que mantém o controle de verticalidade da perfuração da estaca. Seu objetivo é monitorar e apresentar. informações sobre a perfuração e a concretagem da estaca.1.com.Processado eletronicamente através de sistema específico. em tempo real. indicando as correções requeridas sempre que necessário. Figura 17: Parede Diafragma e Estacas Barretes. permitindo ao operador alterá-las conforme cada circunstância específica. utilizando continuamente a lama bentonítica. deve ser procedida a limpeza da base da escavação com a retirada de detritos remanescentes. sobe. Procede-se então com a utilização de tubo tremonha. efetua-se a concretagem do painel.  Atingida a profundidade estabelecida em projeto. Adapta-se à geometria do projeto. Contudo. 1.  Há a possibilidade dos vários painéis fazerem parte da estrutura permanente.  Alcança profundidades abaixo do nível da água. evitando eventuais instabilizações. Com o preenchimento do painel pelo concreto. mantendo a posição vertical e os recobrimentos mínimos previstos no projeto. danos às estruturas existentes. pelo menos. a lama.  Após a colocação da armadura. a ser mantido imerso a.  Apresenta quase total ausência de vibração. que inicia-se com a colocação da chapa-junta na extremidade do painel e dentro da verticalização prevista.5 m na camada de concreto. não se deixando degraus de grande porte na escavação. Execução A execução da Parede Diafragma deve obedecer as seguintes fases:  Escavação das paredes definidas pelas muretas-guias com a utilização contínua de lama bentonítica – esse procedimento deve ser efetuado com o uso do clam-shell. A concretagem do painel deve ser processada com a maior brevidade possível.  Serve como contenção de escavações profundas. na largura especificada para a parede e em passos horizontais.  Não causa sensíveis descompressões ou modificações no terreno. sendo bombeada para fora da lamela e estocada no silo específico. com menor densidade. 44 .  Efetua-se a colocação da armadura dentro do painel – a gaiola de aço deve ser provida de roletes espaçadores. evitando assim. durante a descida do elemento perfurante o solo é deslocado para baixo e para os lado do furo.    Acompanhamento da concretagem para verificação dos volumes efetivos do concreto. ESTACA ÔMEGA (MONITORADA) Introduzida no Brasil em 1997. Verificação do slump de cada caminhão betoneira que chegar para a concretagem das lamelas.40m de diâmetro e 16m de comprimento em torno de 10min (escavação e concretagem). deve-se providenciar a troca da lama antes de reiniciar o procedimento. 45 . A cabeça é cravada por rotação. 8.9. Controle de Qualidade  Imediatamente após o endurecimento do concreto.31m a 0. podendo ser empregada à mesma máquina utilizada nas estacas hélice contínua.caso haja interrupção de um dia para outro.  Avaliação da presença de locas ou erosão. Após sua introdução no solo até a cota especificada.66m.  Comprimento em função da torre (até 33m).1.  Executada abaixo do NA. o trado é extraído concomitantemente à injeção do concreto (slump ≅ 24cm. as chapas-juntas deverão ser removidas. pedrisco e areia) através de tubo vazado.  Tempo de execução de estaca de 0. Estimativa das espessuras efetivas da parede.  Não ocasiona vibração no terreno. devido aos desbarrancamentos ocorridos. uma vez que a bentoníta a ser utilizada no preparo da lama deve atender às especificações extraídas da NBR 6122. em comparação com os volumes previstos.  Diâmetros de 0. Atualmente diante da dificuldade de obter madeiras de boa qualidade e do incremento das cargas nas estruturas sua utilização é bem mais reduzida.40m e Cargas admissíveis de 150 a 500kN. ou pela associação de dois desses elementos (estaca mista). Fonte: http://www.2.2.benapar. Quando há variação do NA apodrece por ação de fungos. Tem duração praticamente ilimitada quando mantida permanentemente submersa. São troncos de árvores cravados por percussão. aço. cujas estacas de madeira apodreceram em razão da retificação e aprofundamento da calha do rio Pinheiros. ESTACA DE MADEIRA Empregadas desde os primórdios da história. prensagem ou vibração e por fazerem parte do grupo denominado “estacas de deslocamento”. Podem ser constituídas por: madeira.20 a 0. PRÉ-MOLDADAS Caracterizam-se por serem cravadas por percussão. Limitada pelo torque da máquina Figura 18: Estaca Ômega (Monitorada). 8.1.br 8. concreto armado ou protendido.com. Em São Paulo tem-se o exemplo do reforço de inúmeros casarões no bairro Jardim Europa. 46 . Diâmetros de 0. ESTACA METÁLICA Constituídas por peças de aço laminado ou soldado como perfis de secção I e H.com. a reação química tão logo começa já se esgota completamente este componente responsável pela corrosão. Fonte: http://construcaociviltips.blogspot.2. quadrada e retangular bem como trilhos (reaproveitados após remoção de linhas férreas). chapas dobradas de secção circular (tubos).Figura 19: Estaca de Madeira.br 8.2. isto porque a quantidade de oxigênio nos solos naturais é tão pequena que. Hoje em dia não se discute mais o problema de corrosão de estacas metálicas quando permanecem inteira ou totalmente enterradas em solo natural. 47 . Figura 20: Estaca Metálica: Fonte: http://construcaociviltips. 48 .2. têm limitações de comprimento. como decorrência do problema de transporte e equipamento.blogspot. sendo fabricadas em segmentos.br 8.3. ESTACA DE CONCRETO Estas estacas podem ser de concreto armado ou protendido e.com. o que leva em geral à necessidade de grandes estoques e requerem armaduras especiais para içamento e transporte. levando a duas situações: a necessidade de emendas ou de corte. Fonte: http://construcaociviltips.blogspot. Figura 21: Estaca de Concreto. sempre num processo sob controle rigoroso. dependendo do tipo de emenda: luvas de simples encaixe. O comprimento de cravação real às vezes difere do previsto pela sondagem. com suas responsabilidades bem definidas. No caso de emendas. este último tipo mais eficiente. geralmente constitui-se num ponto crítico. ou emenda com cola epóxi através de cinta metálica e pinos para encaixe. luvas soldadas.br 49 . ou no próprio canteiro.Costumam ser pré-fabricadas em firmas especializadas.com. 50 .  Ocorrência de fissuras.  Execução da emenda.com.  Altura de queda do pilão.  Nega.  Cota de arrasamento da cabeça da estaca.  Proteção da cabeça da estaca.  Profundidade de cravação. Fonte: http://construcaociviltips.br Controle de Qualidade  Locação das estacas.  Verticalidade.Figura 22: Estaca de Concreto.blogspot. 51 .se a estaca calçando a estaca sob a estrutura.2. A solidarização da estaca com a estrutura é feita sob tensão: executa-se um bloco sobre a extremidade da estaca.8. ESTACA MEGA É constituída de elementos justapostos (de concreto armado. Estes buscarão reação ou sobre a estrutura existente ou na estrutura que esteja sendo construída ou em cargueiras especialmente construídas para tanto (cravação estática). Costumam ser utilizadas para reforço de fundações. protendido ou de aço) ligados uns aos outros por emenda especial e cravados sucessivamente por meio de macacos hidráulicos.4. retira-se o macaco e concreta-se o conjunto. com o macaco hidráulico comprime. mas às vezes também são empregadas como solução direta. permitindo em alguns casos até a execução da estrutura antes da fundação. Diferenciam-se das estacas porque em sua etapa final é necessário a descida de um operário para completar a geometria ou fazer a limpeza. De acordo com a NBR 6122/96 deve-se evitar alturas H superiores a 2m. Deve-se evitar trabalho simultâneo em bases alargadas de tubulões.com. construídos concretando-se um poço (revestido ou não) aberto no terreno. Fonte: http://construcaociviltips. TUBULÕES São elementos de fundação profunda.br 8. cuja distância.blogspot. seja 52 .Figura 24: Estaca Mega.3. geralmente dotado de base alargada. com. TUBULÃO A CÉU ABERTO São fundações constituídas por fustes escavados mecanicamente através de trados acionados por perfuratrizes.blogspot.1. como já acontece em países desenvolvidos. As mais comuns são hidráulicas. montadas sobre caminhões.inferior o diâmetro da maior base. Esses tubulões caracterizam-se pela facilidade e simplicidade de execução. Execução 53 . Quando é necessário executar abaixo do NA utiliza-se o recurso do ar comprimido. Este tipo de fundação em breve será proibida no Brasil.br Aplicação Essa opção é aplicável em solos que permitem a escavação sem necessidade de revestimento (apresentando alguma coesão) e situados acima do lençol freático (NA subterrâneo). Figura 25: Tubulão a Céu aberto.3. Fonte: http://construcaociviltips. 8. TUBULÃO PNEUMÁTICO OU AR COMPRIMIDO 54 .  Conferência da cota de assentamento obtida. incluindo características do concreto (fck e abatimento). conforme NBR 6122) e o concreto deve ser autoadensável (abatimento em torno e 15cm).2. devido ao alargamento manual da base. bem como sua locação e desaprumo. Controle de Qualidade O controle de execução compreende:  Inspeção do material escavado que deve estar de acordo com o mostrado pelas sondagens. lançamento e adequado preenchimento da 8. que deverá ter altura limitada a 2m.  Conferência da geometria do tubulão (fuste e base). Conferência da concretagem.3. propiciando adequado preenchimento sem a necessidade de adensamento.O diâmetro mínimo exigido para o fuste é de 60cm. normalmente ocorrentes quando lançado diretamente no interior da escavação. que deverá ser compatível com a prevista. A concretagem do tubulão deve ser processada imediatamente após a conclusão da abertura da base (no máximo 24h.  base. Recomenda-se ainda o lançamento através de funil para evitar desagregação e contaminação com o solo. preferencialmente. ovais. variando conforme a necessidade de esforço. Geralmente possuem seções transversais circulares. empregadas para transmitir cargas de médio e grande valor ao solo. nela. Nesse caso são utilizados tubulões pneumáticos. Essas fundações podem ser de concreto simples ou armado. normalmente verticais. Já as bases dos tubulões podem ser alongadas para distribuírem a carga em pressões compatíveis com as tensões admissíveis dos solos na cota de assentamento. A concretagem do tubulão deve ser processada imediatamente após a conclusão (no máximo 24h. como por exemplo.São fundações profundas. pois existe o risco de desmoronamento das paredes do fuste e/ou base. esta com espessura mínima de 15cm. A camisa de concreto é sempre armada e a NBR 6122 recomenda que toda a armadura longitudinal seja colocada. O resultado é o fuste com diâmetro mínimo de 100cm. conforme NBR 6122) e o concreto deve ser autoadensável (abatimento em torno de 15cm) para propiciar o preenchimento 55 . porém as mesmas podem ter outras formas. propiciando assim condições de escavação a seco. com exceção do fuste que deve prever um diâmetro mínimo de 70cm no interior da sua camisa de concreto. torna-se inviável o processo de esgotamento (bombeamento). Aplicação Ao executar tubulões onde o solo esteja abaixo do nível d’água. O processo consiste na utilização de uma campânula para atingir o lençol freático. a partir desse ponto injeta-se ar comprimido com pressão suficiente para equilibrar as subpressões da água. também conhecidos como a ar comprimido. Execução O dimensionamento do tubulão é análogo ao tubulão a céu aberto. blogspot. Figura 26: Tubulão de ar comprimido. Fonte: http://construcaociviltips.adequado sem a necessidade de adensamento.com.br Controle de Qualidade O controle de execução compreende: 56 . O lançamento deve ser feito através do “cachimbo” de concretagem.  Conferência da concretagem. Inspeção do material escavado. lançamento e preenchimento da base. Conferência da cota de assentamento obtida. CONCLUSÃO 57 .   Conferência da geometria do tubulão (fuste e base). que deverá estar de acordo com o mostrado pelas sondagens. que deverá ser compatível com a prevista. bem como sua locação e desaprumo. 9. incluindo características do concreto (fck e abatimento). afunde. O ideal é que o solo que sustenta a fundação seja resistente e não se deforme com o peso do edifício. Toda fundação ou alicerce partem do mesmo princípio: trata-se de uma estrutura de ferro ou de concreto. A escolha depende de fatores como a profundidade em que fica o solo firme. ela tem que ser posicionada diretamente abaixo dos pontos de apoio da futura construção. o que podemos chamar de “o esqueleto do prédio”. No caso dos prédios. ela fica sob os pilares de sustentação. o peso do edifício e seu custo. Depois de pronta a fundação. 58 . por isso. conforme apresentado neste trabalho. A fundação evita que qualquer estrutura. iniciar a construção da superestrutura do edifício. e assim. projetadas e executadas as fundações de um edifício. fizemos uma pequena apresentação de como são escolhidas. até mesmo uma casa.Neste trabalho. feito com pilares de concreto ou de aço. Existem vários métodos para fazer uma fundação. colocada sob a terra para distribuir o peso do edifício por uma área maior do solo. 2ª ed..br http://www. 2004. Milber Fernandes. Waldemar. 2005. Caderno de encargos.10.br http://construcaociviltips.com. São Paulo: Pini.com. http://www. BIBLIOGRAFIA HACHICH.br http://www. 2ª ed. Patologia das fundações. AZEREDO. Hélio Alves de. São Paulo: Oficina de textos.engenhariae. Fundações: Teoria e prática.benapar. 2005.drilling. Fernando. Ensaios de campo e suas aplicações à engenharia de fundações. O edifício até a sua cobertura.com. VELLOSO. São Paulo: Pini.. 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