Tcc- Bullying Na Escola - Impressão

March 30, 2018 | Author: Bruno Arlles | Category: Bullying, Violence, Suicide, Psychology & Cognitive Science, Psychological Concepts


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CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIAPAULO DE ALMEIDA SANTOS BULLYNG NA ESCOLA: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DOS DOCENTES NA CONSTRUÇÃO DE UM SER HUMANO Feira de Santana 2017 PAULO DE ALMEIDA SANTOS BULLYNG NA ESCOLA: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DOS DOCENTES NA CONSTRUÇÃO DE UM SER HUMANO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do curso de Licenciatura em Pedagogia da UNIRB-Faculdade de Regional de Feira de Santana, como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharel em Pedagogia. Orientador(a): Feira de Santana 2017 2017 PAULO DE ALMEIDA SANTOS BULLYNG NA ESCOLA: UMA REFLEXÃO SOBRE O PAPEL DOS DOCENTES NA CONSTRUÇÃO DE UM SER HUMANO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Regional de Feira de Santana, como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Pedagogia. Aprovada em ____/_____/_______ Banca Examinadora _______________________________________________________ Prof. UNIRB-Faculdade Regional de Feira de Santana Orientador(a) _______________________________________________________ Prof. (MSc) NOME COMPLETO Avaliador(a) 1 Co-orientador(a) _______________________________________________________ Prof. (TITULAÇÃO) NOME COMPLETO Avaliador(a) 2 FICHA CATALOGRÁFICA MODELO RETIRADO NA BIBLIOTECA E ELABORADA PARA ENTREGA DA VERSÃO FINAL ENTREGUE EM CAPA DURA. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente а Deus pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеυ destino e mеυ guia. Аоs meus pais, irmãos, minha esposa Valniria Santana Sacramento, meus filhos е a toda minha família que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida. Dedico este trabalho aos meus avós paternos e maternos, “In Memorian”, pela existência de meus pais, pois sem eles este trabalho e muitos dos meus sonhos não se realizariam. Ao Curso dе Pedagogia dа UNIRB, е às pessoas cоm quem convivi nesses espaços ао longo desses anos. А experiência dе υmа produção compartilhada nа comunhão cоm amigos nesses espaços foram а melhor experiência dа minha formação acadêmica. Aos meus professores durante minha caminhada. . em especial a pró Valdir Mamonas da Silva que foi a minha primeira professora e marcou bastante a minha vida servindo como base e fortalecimento para o meu conhecimento e crescimento estando comigo durante os 6 primeiros iniciais de minha educação. Verena de Souza Santos e Verônica de Souza Santos. Ao meu amigo Telito Rodrigues de Souza. pai Adolfo Paulinho dos Santos (In Memorian) e minha esposa Valniria Santana Sacramento. Ao meu grupo de samba de roda Raízes do samba de tocos. À minha comunidade quilombola de Paus Altos/Antônio Cardoso – Bahia. razão do meu viver e da luta diária pelo crescimento pessoal e profissional. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e minha família mãe Valdemira Sena de Almeida. Tendo ela não só um papel de professora mas também de mãe e conselheira e bastante influência também em minha jornada pessoal e formação acadêmica como um todo. Aos meus filhos Lázaro de Souza Santos. Agradeço imensamente pois ela foi a base de tudo e faz parte de quem me tornei. vencedor Essa fé que te torna imbatível Te mostra o teu valor Tantos recordes Você pode quebrar As barreiras Você pode ultrapassar E vencer Campeão. vencedor Essa fé que te faz imbatível Te mostra o teu valor” Composição: Beno Cesar / Solange César Intérprete: Jamily . faz teu voo Campeão. é hora de vencer Essa força vem De dentro de você Você pode Até tocar o céu se crer Acredite que nenhum de nós Já nasceu com jeito Pra super-herói Nossos sonhos A gente é quem constrói É vencendo os limites Escalando as fortalezas Conquistando o impossível Pela fé Campeão. vencedor Deus dá asas. faz teu voo Campeão. vencedor Deus dá asas. “Acredite. Desta forma é possivel pensar em uma reestruturação do modelo escolar de maneira a trazer o aluno para participar das atividades e discussões acerca de diversos temas. Modelo Escolar. não apenas como receptor de informações como no modelo atual. pretende analisar as diferentes formas de violência praticadas no ambiente escolar classificando-as de acordo com a tipologia de forma a entender a origem de tais comportamentos e quais práticas devem ser tomadas por todos os envolvidos para que possa minimizar essas ações. RESUMO O presente trabalho tem como proposta trazer uma reflexão sobre o papel dos docentes na construção de um ser humano tendo como base o estudo da influência de práticas de Bullying na escola. Nesse sentido. bem como discutir o papel dos pais na formação do caráter dos filhos. mas colocando-o como membro atuante da construção do pensamento. . Palavras-chave: Bullying. Papel do Professor. In this sense. not only as a receiver of information as in the current model. it aims to analyze the different forms of violence practiced in the school environment by classifying them according to the typology in order to understand the origin of such behaviors and what practices should be taken by all involved so that it can minimize these actions. Role of the Teacher. Keywords: Bullying. School model. In this way it is possible to think of a restructuring of the school model in order to bring the student to participate in the activities and discussions about various themes. as well as to discuss the role of parents in the formation of children's character. but as an active member of the construction of thought . . ABSRTRACT The present work has as a proposal to reflect on the role of teachers in the construction of a human being based on the study of the influence of Bullying practices in school. .............................................Escola Tradicional x Escola construtiva...............................44 ................................43 Quadro 4 – O papel do aluno em sala de aula..........................33 Quadro 2 ............................................40 Quadro 3 – O papel do professor na sala de aula............. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Relação entre o preconceito e o bullying........................ .30 ................... LISTA DE TABELAS Tabela 1 ....Incidência de sete diferentes meios de cyberbullying.......................... ............22 Figura 2 ..................Tipologia da Violência...........................................................23 ............................Triângulo da violência de Johan Galtung.................. LISTA DE FIGURAS Figura 1 ...................................... LISTA DE ABREVIATURAS ABRAPIA .Ministério da Saúde OMS .Ministério Público de São Paulo MS .Organização Mundia de Saúde OPAS .ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE .Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência CNJ .Conselho Nacional de Justiça MPSP . .......38 2..............................................3.1 CONCEITO..................................19 2..................2 O PAPEL DO PROFESSOR NA MEDIAÇÃO DO BULLYING..2 HIPOTESE..............................................6 CONSTRUTIVISMO: UMA NOVA CONCEPÇÃO DA APRENDIZAGEM............................................................................................................................................................................................2..................1 JUSTIFICATIVA.................................................36 2................23 2.......................................................................................................29 2.........................................................6......1 O CONSTRUTIVISMO NA ESCOLA.........................17 2.................... Específicos.......42 2................................................................27 2...........................................................16 1............................................23 2.4 CYBERBULLYING..........................................17 2...............................16 1...............................................................................................................................................................SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....3 O CONSTRUTIVISMO E O BULLYING..................................................................................................................................................................................................2..............................................2 TIPOLOGIA............................45 3 METODOLOGIA.............................2..........................................47 5 REFERÊNCIAS................20 2....49 ...................................................................................................26 2.........................................................................13 1..................................................6..........1 HISTÓRICO.................................................................1 VIOLÊNCIA..............................................................................................................3.........................................................................................................................................................................................2 DEFINIÇÃO.....2..............35 2......................................................1.46 4 CONCLUSÃO................................2 BULLYING.............................................................................................................................................16 1.........................................................................................4 PAPEL DA ESCOLA NOS CASOS DE BULLYING......................................16 2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................2..1 Geral.....................3 OBJETIVOS.........15 1..................................6...............................1..............................................................................5 A ESCOLA TRADICIONAL.........................................38 2..........3 CARACTERIZAÇÃO........... sendo elas alvos fáceis tanto como o agente atuante como receptor dessas ações. de modo que a relação entre professor e aluno deixa de ser tomada no sentido hierárquico. . português. direção. ambientes de trabalho. segurança das escolas e capacitação dos professores não só no compartilhamento de seu conhecimento. Sena (2014) observou que ser educador é o ato de colocar-se enquanto humano como instrumento da educação. Dessa maneira o grande desafio do ensino básico atual é a reestruturação significativa da concepção de aprendizagem que vai além da apresentação das áreas do conhecimento como matemática. professores. reformulando suas ações pela compreensão do que a comunidade escolar (entendida aqui os alunos. Para Schram e Carvalho (2016) a escola precisa redimensionar o seu pensar. vizinhança ou até mesmo dentro da própria família. e passa a ser tratada mais em seu caráter interpessoal.. mas também em fazer com que o estudante faça parte dessa construção do saber de maneira ativa e significativa fazendo assim refletir em outros sentidos da vida. imbuído de instruir outros humanos. universidades. Um dos grandes desafios da comunidade escolar é o controle do bullying que se caracteriza como um problema mundial que pode atingir os mais variados setores da sociedade como escolas. 14 1 INTRODUÇÃO O sistema educacional brasileiro vem sofrendo uma crise ao longo dos anos desde o momento de sua concepção por vários fatores que vão desde a base familiar. os quais deverão repassar de alguma forma aquilo que absorveram para a sociedade. da imposição. O bullying torna-se crítico em espaços escolares quando não existe práticas combativas a tais atitudes e principalmente devido a concentração de pessoas que ainda estão em formação do caráter. equipe pedagógica. ciências. funcionários) espera dela enquanto função social. o bullying. pais. mas também a maneira como lidar com as diversas situações corriqueiras do ambiente escolar como por exemplo. em que todos sejam autores de uma educação participativa e humanizada. etc. mas também não se pode esvaziá-lo por completo. ameaças. Segundo Monteiro (2008) a vitíma pode apresentar baixa auto-estima. o governo norueguês atentou seu olhar para essa violência institucional apenas após o suicídio de três crianças entre 10 e 14 anos. agressões físicas. Uma das formas mais agressivas desse comportamento. tristeza. que ganha cada vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. filmadoras. podem ocorrer no ambiente escolar e serem apenas crimes. pela sua omissão e falta de coleguismo. máquinas . A partir desse fato.Noruega (1978 a 1993) obtiveram grande repercussão. Muitos sentem-se culpados por toda a vida. As testemunhas silenciosas também sofrem. A tentativa de conceituar minimamente esse fenômeno visa fornecer elementos para mapea-lo no ambiente escolar. podendo chegar ao suicídio e a atos de violência extrema contra a escola. dificulade de relacionamento social e no desenvolvimento escola. (SALGADO. Os ataques ocorrem através de ferramentas tecnológicas como celulares. Assim. Porém. A dificuldade é grande pela amplitude das várias ações para se cometer essas práticas. 2011) Esse tipo de violência pode causar alguns danos para todos que estão envolvidos na situação. extorsões. Não se pode colocar tudo sobre o rotulo de bullying. 2017) O primeiro pesquisador que percebeu o fenômeno bullying foi o professor Dan Olweus e seus estudos realizados na Universidade de Bergan. 15 O bullying é um fenômeno complexo por se tratar de uma prática que engloba uma série de atos ocorridos em um espaço de tempo relativamente longo. fobia escolar. a autoridade norueguesa. roubos. Já os autores podem se considerar realizados e reconhecidos pelos seus colegas pelos atos de violência e poderão levar à vida adulta o comportamento agressivo e violento. porém as ações desses crimes podem indicar que o que se objetivava era o bullying e não necessariamente cometer um ou outro crime. depressão. realizou em escala nacional a Campanha Anti-Bullying nas escolas (1993). Algumas ações criminosas podem ser confundidas com tal prática. estupros. (QUINTANILHA. pressionada pela população. mas é possível também que esses atos façam parte da conduta de violência escolar. furtos. que provavelmente foi influenciado por atos de maus tratos dos colegas. sem qualquer constrangimento. HORNE. 1. Já o agressor precisa ser conscientizado de que sua ação pode acarretar sérios prejuízos ao outro. o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. (SILVA. Uma ótima alternativa para ser feita essa conscientização. apud Lourenção.3% e Curitiba com 35. são as dramatizações de troca de papéis. Dos alunos entrevistados 35. Malafatti. 16 fotográficas. O atendimento psicológico e social deve ser oferecido a todos os envolvidos. por sua vez. 2010) Segundo Silva (2010. e sua punição deve estar relacionada diretamente ao ato praticado. O ciberbullying extrapola. 2006 apud LOURENÇÃO. tendo sua autoestima restabelecida. induzindo os alunos a se colocarem no lugar do outro. Os praticantes dessa modalidade de perversidade também se valem do anonimato e. vídeos). o primeiro passo para o combate do bullying é identificar vítima e agressor. e. 2014). trabalhar na recuperação de valores essenciais. sites de relacionamentos. MALAFATTI. Com percentuais próximos Belo Horizonte com 35. internet e seus recursos (e-mails. Os traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos.6% relataram serem vítimas de algum tipo de agressão na capital brasileira. os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público. em muito. ao assistir e ser conivente com o bullying está dando mais oportunidade para que aquela situação de agressão continue (ORPINAS. Além da propagação das difamações serem praticamente instantâneas. 2014).1 JUSTIFICATIVA O bullying é um grande problema que traz prejuízos ao aprendizado de quem sofre bem como um transtorno na vida pessoal que pode levar a danos maiores . Os espectadores. atingem a vítima da forma mais vil possível.2% o que mostra a grande incidência dessas agressões. precisam ter noção de que. e a vítima seja acolhida de forma que possa se expressar com confiança. pois o agressor muitas vezes utiliza o bullying como forma de se expressar. abrindo espaço para vivências mais tolerantes e respeitosas Uma pesquisa realizada pelo IBGE (2010) coloca Brasília como a campeã de bullying seguida por Belo Horizonte e Curitiba. 1.2.1 Geral O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os diversos tipos de bullying que acontecem nas escolas bem como trazer medidas realizadas pelos professores e pela instituição para que o alto índice de ocorrência seja diminuído. 1.3 OBJETIVOS 1. Específicos  Abordar os diferentes tipos de bullying  Identificar um modo de ensino que seja mais eficaz na construção do pensamento humanizado do aluno  Mostrar a relação do Bullying com o preconceito embutido na sociedade.3. 1.3.2 HIPOTESE O bullying se encontra enraizado e é impulsionado pelo preconceito contra indivíduos ou grupos com comportamentos ou origens que diferem da sua e pode ser combatido através de uma educação dinâmica e participativa dos estudantes acerca dos problemas que os envolve. Esse tipo de comportamento está presente em todo o mundo sendo assim de extrema importância a sua ampla discussão afim de verificar meios que combatam tal prática. 17 como a depressão e até o suicídio. . mas. a cada tempo.. 1994. em si. uma questão de saúde pública.1 VIOLÊNCIA Para falar do Bullying é necessário entender o conceito de violência e as diferentes formas que pode ser encontrada na sociedade.. reabilitação física. Como lembra um dos importantes documentos da Organização Pan-Americana da Saúde: A violência. porque afeta a saúde individual e coletiva e exige. formulação de políticas específicas e organização de práticas e de serviços peculiares ao setor. (ALMEIDA. para sua prevenção e tratamento. pela pressão que exercem suas vítimas sobre os serviços de urgência.MS (2005) em sua origem e manifestações. ela não é. atenção especializada. p. Portanto. 2005). . A violência não é um estigma da sociedade contemporânea. Transforma- se em problema para a área. porém conceituar violência é muito difícil visto que a ação geradora ou sentimento relativo à violência pode ter significados múltiplos e diferentes dependentes da cultura. momento e condições nas quais elas ocorrem. porém. 2010). adquiriu um caráter endêmico e se converteu num problema de saúde pública em muitos países (. ela se manifesta de formas e em circunstâncias diferentes. psicológica e assistência social (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE (OPAS). pelo número de vítimas e pela magnitude de seqüelas orgânicas e emocionais que produz. a violência é um fenômeno sociohistórico e acompanha toda a experiência da humanidade. Segundo o Ministério da Saúde . Ela acompanha o homem desde tempos imemoriais. O setor Saúde constitui a encruzilhada para onde convergem todos os corolários da violência. 5 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE. Não há quem não identifique uma ação ou situação violenta.). 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2. Primeiramente. não deve ser considerada como algo inerente e inevitável do ser e sua prática deve ser combatida através de programas governamentais. nacional e internacional. (MINISTÉRIO DA SAÚDE. de drogas e de outras mercadorias. parte das mortes e lesões que hoje ocorrem no mundo por essa causa se devem a ações criminosas como tráfico ilegal de armas. vizinhos e. isto é. No entanto. ou seja. realizar pesquisas para determinar causas e fatores correlatos da violência. os aparatos violentos garantem e agregam valor. ela apresenta quatro etapas importantes: 1) examinar o maior número possível de conhecimentos básicos sobre todos os aspectos da violência e unir sistematicamente dados sobre a extensão. 2) investigar por que a violência ocorre. serviços de segurança patrimonial e pessoal. para as quais. a violência também dá lucro. caso aconteça em algum estabelecimento ou orgãos publicos atinge diretamente o publico alvo como clientes e participantes da sociedade em geral que possam a vir frequentar estes locais. os fatores que aumentam ou diminuem o risco de violência. Os atos violêntos podem desencadear uma série de consequências em âmbito social e individual pois está altamente ligada com o emocional dos indivíduos participantes. além de representantes de muitos segmentos da sociedade participarem. 19 Embora esteja presente no cotidiano das pessoas e seja relatada desde as primeiras escritas sobre o comportamento humano. produção de grades e de armas. os fatores passíveis de serem modificados por . Ao deslocar-se do problema para a solução. pesquisas e grupos de apoio podendo ser. ou não. floresce aqui no Brasil uma poderosa forma de comercialização dos sentimentos de insegurança da população: construção de condomínios com inúmeros dispositivos técnicos que encarecem seus custos e os tornam segregados. blindagem de carros. dentre outros. amigos. de alguma forma. de caráter religioso. da criminalidade globalizada. as características e as conseqüências da violência a nível local. tanto quem pratica quanto quem recebe tal ação e todas as pessoas que participam indiretamente destes acontecimentos como família da vítima e do agressor. Atualmente. 2005) Segundo Dahlberg e Krug (2006) a abordagem da saúde pública à violência está baseada nos requisitos rigorosos do método científico. organizadas internacionalmente e lucrativas. o objetivo. locais e circunstâncias – realidades muito diferentes. explorar formas de prevenção da violência. de posse e de aniquilamento do outro ou de seus bens. psicológicos e (ou) espirituais. No seu sentido material o termo parece neutro.1. p. executando. (MINISTÉRIO DA SAÚDE. afirma que a violência também ocorre quando o real é evitável ou poderia ter sido evitado de . Há violências toleradas e há violências condenadas.disseminando amplamente a informação. De origem latina. pois – de acordo com épocas. as intervenções que parecem promissoras. 2005) Segundo Minayo e Souza (1998) apud Coelho. Silva e Lindner (2014) a violência se configura como qualquer ação intencional. mas quem analisa os eventos violentos descobre que eles se referem a conflitos de autoridade. entre o que poderia ter sido e o que é”. grupo. monitorando e avaliando as intervenções. danos físicos.168) apud PALHARES e SCHWARTZ (2005). Com base nessa definição. já que a violência está na origem da diferença entre a situação. lícitas ou ilícitas segundo normas sociais mantidas por usos e costumes naturalizados ou por aparatos legais da sociedade. é múltipla. a lutas pelo poder e a vontade de domínio. planejando. a violência designa. 2. instituição. Já Galtung (1969. Mutante. 3) usando a informação acima. perpetrada por indivíduo. sociais. bem como determinando o custo e a eficácia dos programas. em cenários diversos. Galtung (1969. classes ou nações dirigida a outrem. 20 intermédio de intervenções. a condição real e a condição potencial.1 CONCEITO A violência não é uma. que cause prejuízos.168) apud PALHARES e SCHWARTZ (2005) vê esse fenômeno como “a causa da diferença entre o potencial e o real. o autor reconhece a existência de condições objetivas que impedem ou impediram alguém de alcançar seu máximo potencial. p. 4) levando a cabo. o vocábulo vem da palavra vis que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro. Suas manifestações são aprovadas ou desaprovadas. a fim de melhor refletir tipos mais específicos de violência.  Violência interpessoal divide-se em duas subcategorias: 1) violência de família e de parceiros íntimos – isto é. 2. De acordo com Dahlberg e Krug (2006) estas três categorias amplas são ainda subdivididas.2 TIPOLOGIA A Organização Mundia de Saúde (OMS) estabelece uma tipologia de três grandes grupos . Ele as define e subdivide como:  Violência auto-infligida é subdividida em comportamento suicida e agressão auto-infligida. interpessoal e coletiva. Tal raciocínio se mantém ainda que a situação real de uma pessoa esteja em um nível muito abaixo de seu nível potencial. tentativas de suicídio – também chamadas em alguns países de "para-suicídios" ou "auto-injúrias deliberadas" – e suicídios propriamente ditos. O primeiro inclui pensamentos suicidas. 2) violência na comunidade – violência entre indivíduos sem relação . quando todas as ações e esforços humanos são incapazes de impedir a ocorrência de um fato. violência principalmente entre membros da família ou entre parceiros íntimos. então não há violência. Uma outra forma de violência percebida e que é pouco caracterizada é realizada por representates do estado que pouco fazem para moradores em condições de rua e para casos de fome na região que foi designado. 21 alguma forma. Esta afirmação pode ser exemplificada com a negação de socorro de alguma vítima de acidente por parte de indivíduos que estejam presente e tem consciência do risco à vida da vítima ou por parte de médicos ao se negarem atender um paciente doente. A auto-agressão inclui atos como a automutilação. conforme quem comete o ato violento: Autoprovocada. isto é. que ocorre usualmente nos lares.1. Já quando tal situação é inevitável. psicológica e negligência/abandono. impedindo o acesso aos serviços essenciais. crimes carregados de ódio. política e econômica. A violência coletiva cometida com o fim de realizar um plano específico de ação social inclui. É certo que os atos praticados por grandes grupos podem ter motivação múltipla.  Violência coletiva acha-se subdividida em violência social. ou criando divisão e fragmentação econômica. Geralmente ocorre fora dos lares. . atos terroristas e violência de hordas. violência do estado e atos semelhantes praticados por grandes grupos. A violência econômica inclui ataques de grandes grupos motivados pelo lucro econômico. A violência política inclui a guerra e conflitos violentos a ela relacionados. sexual. que podem ou não se conhecerem. 22 pessoal. No esquema da Figura 01 a seguir é ilustrado a natureza das agressões que podem ser física. praticados por grupos organizados. Diferentemente das outras duas grandes categorias. tais como ataques realizados com o propósito de desintegrar a atividade econômica. por exemplo. Em cada linha é marcado um bloco que se refere a presença da natureza para cada tipo de violência e suas subdivições. as subcategorias da violência coletiva sugerem possíveis motivos para a violência cometida por grandes grupos ou por países. p.pdf.168) apud PALHARES e SCHWARTZ (2005) classifica a violência considerando a existência de três tipos organizados de forma dferente da estabelecida pela Organização Mundia de Saúde (OMS) – direta.edu.uft. Galtung (1969. Pode ser traduzida em diversas situações que envolvem a distribuição .Tipologia da Violência Fonte: http://www. violência por intervenção legal e tortura. Há ainda outros casos de violência que devem ser destacadas como o tráfico de pessoas. estrutural e cultural – definidos como:  A violência direta possui a relação sujeito-ação-objeto.  A violência estrutural é aquela que se estabelece sobre a estrutura social. sendo um fenômeno observável e fácil de ser expresso por meio da linguagem. 23 Figura 1 . 2017. Alguns deles como a tortura já foram adotadas por governos autoritários e em combates de guerra entre países quando na presença de prisioneiros dos países rivais.br/images/artigos/doc-01. trabalho Infantil. Exemplos: assalto e briga.telessaude. Triângulo da violência de Johan Galtung Fonte: http://books. alfabetização e assistência médica  a violência cultural faz que as formas de violência direta e estrutural pareçam certas ou.1 HISTÓRICO Apesar do conhecimento extenso do registro fóssil humano. Ele ainda classifica esses tipos em 2 categorias.org. aos quais as pessoas. pelo menos. Enquanto fósseis e . Exemplos: distribuição de renda. não sejam vistas como erradas. 24 desigual de recursos ou serviços. não é possível observar diretamente os comportamentos dos antepassados. têm acesso limitado ou dificultado. em razão dessa desigualdade. seja de forma mais direta ou através práticas culturais socialmente “aceitas” que podem trazer prejuízos para a vítima.2 BULLYING 2. 2. seu estudo ajuda a desmascará-las e desnaturalizá-las.2. como mostra a Figura 2: Figura 2 . educação. Este trabalho discutirá os tipos de violência que podem ser caracterizados como Bullying. fenômeno visível e fenômeno “menos visível”.scielo. 2017. fluttering. 2007) Esta história pode ter sido chocante para muitas pessoas. O sério problema do assédio moral e suas consequências foram justificadas por menção oficial e este foi a primeira publicação sobre bullying no The Times para o período coberto desde 1790. hopping about and changing from one subject to another. registros textuais e a própria sociedade moderna também fornecem pistas importantes. O Times foi o primeiro a expressar as questões críticas ao bullying e as principais conseqüências que podem seguir. 25 reconstruções ecológicas fornecem algumas idéias sobre o comportamento humanos. após quase setenta e dois anos de publicações. but that they settle upon some one object and stick close and faithfully and perseveringly to it. os comportamentos universais evoluíram desde a pré-história da espécie e estavam quase certamente presentes antes que os seres humanos começassem a migrar ao redor do mundo e se separassem em grupos étnicos diferentes. oscillating. F apud Koo. p109) o termo bullying não foi reconhecido publicamente até que um jornal bem conhecido fez uma publicação desse comportamento. volatile. 1862. No mínimo. às vezes isolados. Quando os comportamentos modernos são de natureza universal. Em 1862. unsteady appetites. They are about the most unchangeable thing that this fickle world possesses. p. mas a sociedade da época em sua maioria não enxergava que os comportamentos que causaram .” (The Times. O escritor destacou especialmente como o soldado sofreu "intimidação sistemática" no exército e foi tratado como um "objeto de constantes aflições e ataques" . Segundo Koo (2007. O bullying pode ser um desses comportamentos visto que é um comportamento percebido em diversas culturas pelo mundo. 6th Aug.8. generally speaking. percebe-se que esses comportamentos têm suas origens na história evolutiva humana. col. o jornal The Times escreveu sua primeira história sobre bullying quando relatou que um soldado teria morrido devido a bullying. these remarkable characteristics that they are not wandering. O escritor de notícias definiu o bullying do seguinte modo: “The bullying propensities of human nature have. A Escola Secundária Columbine experimentou um dos piores tiroteios da história. Nessa época o bullying foi aceito por muitos como comportamento normal. 300 a 400 professores e 1. ao longo dos anos vários eventos e estudos que ocorreram têm feito um impacto significativo sobre o assunto e expandiram seu significado de muitas maneiras. o procedimento adotado foi o uso de questionários. Na década de 70 Olweus iniciou suas observações sobre agressores e suas vítimas mesmo sem aval ou interesse das escolas sobre o assunto nas instituições de ensino norueguesas. 26 esta morte eram prejudiciais. Um fator fundamental para a pesquisa sobre a prevenção do bullying foi avaliar a sua natureza e ocorrência. e porque . Enquanto essa prática nas escolas continua sendo uma questão crítica. começou a chamar mais atenção de pesquisadores que queriam saber mais sobre este novo fenômeno.000 estudantes. Para que fossem aguçados os interesses das escolas da Noruega sobre o bullying foi necessário que três rapazes entre 10 e 14 anos cometessem suicídio que segundo indícios foram resultados dessa prática. o que serviu para fazer a verificação das características e extensão das agreções. com o professor Dan Olweus juntamente com a campanha nacional anti bullying que ocorreu em 1993. Os estudos sobre o bullying iniciaram-se na Universidade de Bergen. A violência escolar nunca terminou e as conseqüências do assédio moral atingiram seu auge quando dois adolescentes mataram e mataram muitos de seus colegas de classe depois de supostamente terem sido vítimas de bullying. Como os estudos de observação direta ou indireta são demorados. 2013). durante muito tempo foi pouco compreendido seu conceito pois o que pode ser visto hoje como comportamento violento pode não ter sido em tempos remotos. Este evento causou a devastação mundial devido à situação própria. o bullying tem sido uma questão crítica por décadas. bem como avaliar o impacto das intervenções que já vinham sendo adotadas. Em 1999. No entanto. na Noruega. Nas escolas. Segundo Saldanha (2013) Olweus pesquisou inicialmente cerca de 84. (SALDANHA. Analisando textos históricos é possivel perceber que o assédio era tão visto como é hoje nesses ambientes. como tornou-se mais prevalente. Naturalmente. e duraram desde 1978 até 1993.000 pais entre os vários períodos de ensino. O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto.2 DEFINIÇÃO Para entender o bullying. ou a perda dos meios de subsistência. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully. 27 descobriu a verdade crua atrás destes atos.2. realizadas de forma voluntária e repetitiva. que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto. tendo como característica o isolamento social da vítima. Mesmo sem uma denominação em português. opressão. deve-se olhar para o fenômeno em vários níveis e o primeiro passo é definir o que vem a ser este comportamento. Atualmente. sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças. De acordo com Camargo (2016) bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais. intimidação. a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência. humilhação e maltrato. No mesmo período. Com acesso fácil à internet. À medida que mais adolescentes recorreram ao uso de telefones celulares e redes sociais para se comunicar. 2016) . o assédio moral tomou outra direção negativa. feitas de maneira repetitiva. adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s). o cyber bullying tornou-se um grande problema. Em geral. que ocorrem sem motivação evidente. muitos adolescentes começaram a usar o espaço cibernético como um terreno de jogo para bullying. causando dor e angústia e realizada dentro de uma relação desigual de poder. tirania. por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. brigão. o cyber bullying está em ascensão devido a redes sociais como facebook e twitter. que significa valentão. verbais ou físicas.(CAMARGO. onde a informação pode viajar em segundos para um número incontável de pessoas. 2. física ou sexual. Para a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) apud Ferreira (2010) o bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas. é entendido como ameaça. é necessário compreender que algumas relações de poder/submissão são passadas por gerações e pela predefinição do que é moralmente correto. Em outras palavras.2. o bullying é caracterizado por diversos atos de agressão e desrespeito como:  Fisicamente: tapas. ou é difundido em diferentes culturas. O bullying é onipresente em culturas humanas e pode-se perceber através das diversas notícias pelo mundo de suicícios entre adolescentes que sofriam abusos principalmentte no ambiente escolar e outras formas de abuso de poder.  Verbalmente: apelidos maldosos e xingamentos. portanto. 2.  Moralmente: intimidações.MPSP (2016). . e (3) há um desequilíbrio de poder. o bullying é exclusivo de alguma sociedade. O segundo passo é determinar se o bullying é ou não um fenômeno cultural. (2) o comportamento ocorre repetidamente ao longo do tempo. beliscões e chutes. 28 Pode-se destacar então algumas situaçãos que podem ser classificadas como bullying: (1) comportamento é destinado a prejudicar ou perturbar. deve-se considerar que tem uma origem mais profunda do que as condições culturais presentes. de diferentes partes do mundo? Se o bullying é generalizado e encontrado em diferentes sociedades. Apesar de estar presente em várias culturas do mundo e. com um grupo mais poderoso que outro. mostrar-se um comportamento humano típico da espécie. ameaças e fofocas.3 CARACTERIZAÇÃO Segundo o Ministério Público de São Paulo .  Sexualmente: assédios e abusos. conforme a idade e a força física.  Exteriorizam ou tentam exteriorizar sua superioridade diante de alguém.  Tenta se proteger colocando faca. abridores de lata ou garrafa na bolsa. com dificuldades em manter relacionamentos e de serem aceitas em grandes grupos.  Apresentam atitude hostil e desafiante com os pais e irmãos e podem chegar a atemorizar-lhes.  Quem pratica  Regressam da escola com roupas amarrotadas e com ar de superioridade. além de conviver com a indiferença das pessoas diante o problema.  São convincentes em sair-se de “situações difíceis”.  Tem alterações extremas de humor. Ele ainda lista alguns sinais de quem é alvo e de quem realiza o bullying:  Vítima/quem sofre  Apresenta baixo rendimento escolar.  Sentir-se mal perto da hora de sair de casa.  Finge estar doente para faltar a aula.  Aparece com hematomas ou ferimentos após a aula. 29 Para o MPSP (2016) as pessoas que mais sofrem bullying geralmente são aquelas muito tímidas.  Volta da escola com roupas ou livros rasgados. . Outra característica em comum entre as vítimas é a falta de habilidades em se defender diante da situação. tamanho. devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. É preciso diferenciar o ciberespaço de espaço físico. ou do maior apoio dos demais estudantes. difamando. anorexia e bulimia. 2015) Praticar cyberbullying significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa (colega de escola. Em casos mais graves. ocorre uma coevolução onde o acesso entrelaça sociedade e espaço.4 CYBERBULLYING Nos últimos anos. uma das práticas do bullying é feita através de meios eletrônicos (cyberespaço). O bullying também pode agravar problemas preexistentes. ao mesmo tempo. problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico. ou mesmo desconhecidos). política e material (econômica). O Conselho Nacional de Justiça . professores. ansiedade generalizada. problemas psicossomáticos. o termo é formado a partir da junção das palavras “cyber”. especificamente telefones celulares ou a internet são chamadas coletivamente de "cyberbullying". 2.2. entre outros. fobia social. e bullying que . Etimologicamente. Essa assimetria de poder associada ao bullying pode ser conseqüente da diferença de idade. fobia escolar. depressão. homicídio e suicídio. desenvolvimento físico ou emocional. 30  Portam objetos ou dinheiro que não justificam. palavra de origem inglesa e que é associada a todo o tipo de comunicação virtual usando mídias digitais.CNJ (2010) defende que os problemas mais comuns entre quem sofre o bullying são: desinteresse pela escola. Sendo assim. podem-se observar quadros de esquizofrenia. (AZEREDO. pois tal espaço não palpável foi produzido pela condição social. em transformação de ambos. realizando impactos simultâneos sobre o espaço físico pelo virtual. insultando ou atacando covardemente. como a internet. repetidamente e ao longo do tempo contra uma vítima que não pode facilmente se defender". Assim. . usando formas eletrônicas de contato . Uma definição correspondente de cyberbullying é: "Um ato agressivo e intencional realizado por um grupo ou indivíduo. E que disseram que tinham ouvido falar de bullying acontecendo através desse tipo de cyberbullying em sua escola ou círculo de amigos. 31 é o ato de intimidar ou humilhar uma pessoa. Tudo nos últimos dois meses. et all (2008) para sete meios de comunicação utilizados na prática do cyberbullying. já sofreram ou praticaram cyberbullying. Para o Estudo Dois. separadamente para dentro e fora da escola. 2017) A Tabela mostra dados de uma pesquisa realizada por Smith. ou mais de uma ou duas vezes. percentagens de alunos que a experimentaram uma ou duas vezes. (NUNES. a pessoa que comete esse tipo de ato é conhecida como cyberbully. Para o Estudo Um. 8 5.1 12.5) 3. e conceito. naturais ao objeto que é dirigida.1) Vítima fora da 10. primeira.6) 0 (6. cyberbullying Estudo Dois: Por cento sempre uma vítima ou valentão Vítima 9. sendo atribuíveis a todos que se encaixam na categoria referida.2 1.0 29.4 1.3 19.1 (3.3 (17.5) 0 (5. utilizando-se de características julgadas universais. que dá ideia de algo anterior. 2008.Incidência de sete diferentes meios de cyberbullying Local Mensag Sala na Tipo de Chamada Mensagem O Imagem / em de rede cyberbullying telefónica de texto email videoclipe instantâ bate- Interne nea papo t Estudo Um: vítimas (%) ou vítima mais de uma ou duas vezes (incluindo uma ou duas vezes entre parênteses) Vítima na 3.3 24.5) (1.1 3.3) 0 (2.6) 1. 32 Tabela 1 .5 escola (25.5) 0 (5. 2016) .9) (10.2) Bullying fora 1.4 1.5) Bullying na 2.9) (5.3 (14.0 Fonte: http://onlinelibrary. (RODRIGUES. antecedente. a um conceito formado de forma anterior ou antecedente à constatação dos fatos.7 25.1 0 1.1 (4.3 2. então.1 (3.7 5.3 (5.6 4.4 1.5) 0 (5. ou implícitas.0 9.5 2.5) escola (5. que existe de forma primária.3 (14. A ideia do preconceito refere-se.9 3.com.3 BULLYING E SUA RELAÇÃO COM O PRECONCEITO A palavra preconceito é etimologicamente constituída (entende-se por etimologia o estudo do significado de uma palavra a partir dos componentes que a constituem) por duas partes diferentes: pré.2) 0 (0) escola (2. 2. aquilo que se entende ou compreende em respeito de algo. precedente.4 45.4) 0 (2.3) 0 (2.3 2. derivado do latim conseptus.3) 0 (6.5 Bully 4.2) 0 (3.3 0 3.9 4.1.3) 1.wiley.2) da escola (3.8 2.3) 3.5 6.1 (7.4) 0 (3. que se refere à construção ideal do ser ou de objetos apreensíveis cognitivamente.2) Estudo Um: Percentagem consciente de cyberbullying na escola ou círculo de amigos Conscientiza ção do 37.3) (2.3) 0 (2. . 33 O Bullying está intrinsecamente ligado as várias formas de preconceito existentes. Desta forma é perceptível a facilidade de ocorrência do bullying com a formação de grupos sendo encaminhados por valores individualistas e competitivos como se existisse uma divisão e comportamentos não aceitos pelos agressores. faz com que os indivíduos como um todo tenham mais empatia com o grupo ao qual se identifica e hostilizem com comportamentos muitas vezes agressivos pessoas que não se encaixam em seu “modelo padrão” de vida. motivada por preconceito. Muitas vezes estão relacionadas com a própria identidade do agressor que difere da vítima. O Quadro 1 mostra alguns tipos de identidade e sua relação com o bullying. Essa segregação. É uma visão simplista e muitas vezes sem uma justificativa plausível pois envolve os próprios sentimentos e julgamentos do agressor baseados em experiências culturais e pessoais. compreender. afiliações e práticas como por exemplo. 34 Quadro 1 – Relação entre o preconceito e o bullying Identidade da vítima Formas do bullying Tirania dirigida para um indivíduo que se refere a Raça ou etnia sua cor de pele. É provável que estas crianças terão acompanhamentos especiais. Bullying em torno de atitudes sexistas ou Sexo comportamentos sexualmente inapropriados. lésbicas. ou são percebidos como. epilepsia. Tirania dirigida para crianças cuja identidade de Identidade de gênero gênero é vista como sendo diferente do que ele compreende. diabetes ou uma doença progressiva. Também conhecido como assédio homofóbico. . Por exemplo.religião de matriz Africana. Superioridade sobre pessoas vindas de outros Refugiados e asilados países como se existisse um mal causado pela sua chegada. Podendo ser classificada como Racismo (cor da pele) e Xenofobia (localidade em que mora). dificuldade socializar e comunicar (ou seja. Podendo ser chamado de intimidação a transexuais. Bullying contra crianças que têm uma deficiência Deficiência mental / que afeta sua maneira de aprender. identidade nacional ou local. Bullying motivado pelo preconceito contra um Religião ou crença indivíduo devido as suas aspirações espirituais crenças. destinados a qualquer rebaixar ou humilhar uma pessoa por causa de seu sexo. etnia. ao Candomblé . homossexuais ou bissexuais. visual Deficiência física ou deficiências auditivas. É provável que essas crianças terão acompanhamentos especiais. como esclerose múltipla. dificuldades de linguagem). Bullying motivado por preconceito contra as Orientação sexual crianças que são. a mobilidade. Fonte: SANTOS. 2016. Bullying contra crianças que têm uma deficiência física ou mental (para além de dificuldades de aprendizagem). tendo a escola que manter essa relação com os tutores legais da criança para que esse aprendizado seja contínuo. Esses “valores” são passados para seus filhos. Como a fase inicial da concepção de mundo é passada pelos pais. 35 O bullying não é um fenômeno que ocorre de forma isolada. fruto dessas relações preconceituosas. (FRANCISCO. concebe-se que se o preconceito e a intolerância são aprendidos socialmente. a dificuldade no contexto escolar torna-se ainda mais complicada. Nesse sentido a escola acaba tendo um conflito muito grande não só pelo fato dos pais apresentarem esse tipo de comportamento para seus filhos mas também porque muitos acreditam que essas ações fazem parte de sua liberdade de opinião e não se configuram agressões. entre outras crianças que passam a ter acesso a esse conteúdo e acabam dificultando um trabalho de descontrução realizado no ambiente escolar. 2009). ele acontece em um contexto sócio-cultural. sua visão de mundo baseada em uma cultura carregada de preconceitos e travestida de opiniões. É preciso uma desconstrução de ideologias também na família. Assim. As perseguições constantes e repetitivas. ou seja. vão sendo incorporados os primeiros valores psicossociais e culturais da criança (PEREIRA. COIMBRA 2015) No contexto atual através das mídias sociais em que cada vez mais as pessoas passam a se expressar e. a fim de desconstruir estereótipos que sustentam relações preconceituosas para com aqueles que não se adequam aos padrões de normatividade social e cultural. As questões ligadas à heterogeneidade/diversidade cultural precisam ser problematizadas em nossa sociedade. o respeito pelo outro também pode ser. A grande maioria das vezes se justificam pela “liberdade de expressão” garantida a todos os cidadãos e acabam reforçando ainda mais agreções gratuitas e a propagação das mesmas. desta forma. Muitas vezes acabam tentando se justificar com base . a família é extremamente importante para a criança. onde a família e a escola possuem um papel fundamental em relação a essa forma de violência. poderão contribuir para a manutenção de situações de bullying. Na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural. fica nítido inclusive entre muitos pais que fazem o uso da tecnologia. pois a partir da relação dos pais com os bebês. adiquirem tais atos praticando assim com seus colegas de classe ou. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da criminalidade infantojuvenil. Desta maneira. Muitas vezes até por próprios preceitos dos coordenadores e diretores. Este exemplo acabou se tornando parte do cotidiano de muitas pessoas e é aceito pela grande maioria dos indivíduos que estão ao redor. Dessa forma. sofrem e tem a impressão de que não podem contar com ninguém. . os Conselhos Tutelares. 36 em sua religião como se a liberdade de crença garantisse que suas ações.4 PAPEL DA ESCOLA NOS CASOS DE BULLYING Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos. ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais. mesmo que de forma mais abrangente com o outro ser. por exemplo. Em situações que envolvam atos infracionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. pudesse ser aceita. pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. quando querem agredir outro homem o chamam de “viado” querendo se referir a condição sexual da pessoa de forma que. ao se fazer esse tipo de verbalização acaba que contribui ainda mais com o preconceito a grupos historicamente opimidos como os homossexuais. como em muitos casos. os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados. Caso não o faça poderá ser responsabilizada por omissão. pela falta de informação acerca do assunto ou até mesmo para “maquiar” a qualidade da escola. cada vez mais as crianças em formação. O Conselho Nacional de Justiça . Alguns pais. os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc.CNJ (2010) diz que a escola é corresponsável nos casos de bullying. E é nesse âmbito que verifica-se o quão enraizado algumas práticas estão e como as pessoas aceitam certos tipos de agressões de forma natural como se aquilo que criticam seja o “anti natural”. 2. quando a família não age como uma esfera educacional. em muitos casos. podem estudar mais tempo e não participam efetivamente da sociedade. elas não são ensinadas para viver socialmente. Os jovens notaram essa mudança e tem respondido de maneira desafiadora. Muitas vezes são tratados em um status semelhante a um animal. Não se pode nem falar de um cidadão. em que as regras sociais parecem não valer ou valer de maneira diversa. Umas das únicas esferas de escolha e participação do jovem na sociedade legitimamente permitida na sociedade atual é o consumo. levando a um comportamento sem freios. Os jovens entenderam bem esse poder e passam a ser consumidores vorazes e tirânicos frente as possibilidades econômicas dos responsáveis. Porém. Não é falso afirmar que o paradigma de ensino tradicional foi um dos . pois os jovens. A escola atualmente é um mundo a parte. porém essa disciplina não é eficaz. mas não tem qualquer poder decisório sobre sua vida. Essa participação é diferente de acordo com a condição econômica ou o engajamento social/político dos responsáveis por esse jovem.5 A ESCOLA TRADICIONAL As teorias da educação que nortearam a escola tradicional confundem-se com as próprias raízes da escola tal como a concebemos como instituição de ensino. 37 Hoje os jovens são entendidos de forma diferente. No ambiente escolar as normas sociais não estão sendo respeitadas pelos alunos e não se criou uma outra esfera para exigir essas normas. São figuras com alguns direitos. 2. 2017) Para SALGADO (2017) a escola se tornou a maior instituição disciplinadora dos menores. a escola passou a quase não ter coerções para as violações às regras sociais. Há muitas escolas que as crianças e adolescentes vivem em um mundo a parte. devidos aos excessos coercitivos dessa instituição. porém com pouca voz social. A escola se tornou esfera disciplinadora. Ao mesmo tempo em que ganharam uma proteção. (SALGADO. causando espanto aos professores e funcionários que foram formados sob uma exigência muito maior do respeito às normas no âmbito escolar. E isso ainda pode ser agravado. ou seja. e principalmente em que sanções de nenhum tipo são aplicadas. que é protegido. sequer são integrados na sociedade em que vivem. por exemplo. (LEÃO. a mudança será significativa. o quadro por datashow. relações pessoais e desta forma transforma também o ambiente escolar substituindo. enciclopédico. sendo as decisões inquestionáveis. Esse modelo era uma resposta do setor educativo à Era Industrial. postos de trabalhos. executar a disciplina. MARIA. O gestor é um burocrata autoritário. Por isso. 38 principais a influenciar a prática educacional formal. mas é necessário reconhecer que o caráter “tradicional atual” da escola passou por muitas modificações ao longo de sua história. 2010) Matematicamente. época de especialização do trabalho. Interessante é perceber que a escola tradicional continua em evidência até hoje. Mas essa época acabou faz tempo. Preocupa- se com a memorização e repetição dos conteúdos. O professor é autoritário e transmite um saber fragmentado. precisa ser revisto. baixo acesso às informações e uma visão unilateral de uma quantidade fixa de conteúdo. . cuja preocupação fundamental é controlar e aplicar programas e ordens oriundas dos órgãos governamentais. E por mais que algumas de suas práticas possam sim ser mantidas. SOUZA E VIANA. 2016) Um dos motivos para uma mudança significativa na forma em que a escola é organizada são as transformações tecnológicas que. anotações podem ser feitas por tablebs e computadores ao invés de cadernos e até as aulas podem ser totalmente virtuais. com grande rapdez. consegue transformar ambientes. (FRANÇA. normas e recomendações do professor. bem como o que serviu de referencial para os modelos que o sucederam através do tempo. Paradoxo? É possível. era possível conhecer bem o desempenho de cada um apenas pela quantidade de respostas certas ou erradas. tal modelo tradicional de ensino. a obediência e o espírito de trabalho. 1999) Desenvolvida no século XIX a Escola Tradicional caracteriza-se por não permitir o questionamento das autoridades. O aluno é um ser passivo e seu papel é receber ordens. desfocado do contexto. embora tenha acrescentado conquistas louváveis à didática. (NOVOS ALUNOS. " Desta forma o construtivismo traz como base o fato de que a construção do pensamento se dá através das relações interpessoais e de atitudes que estão instituídos em nossa consciência descartando. os alunos são os construtores e criadores de cada significado e da consciência do saber. como algo terminado. o conhecimento é um edifício erguido por meio da ação. o conhecimento é construído em conjunto pelos alunos e professores através de um processo ativo.6. com o mundo das relações sociais. especificamente.6 CONSTRUTIVISMO: UMA NOVA CONCEPÇÃO DA APRENDIZAGEM O Construtivismo parte da crença de que o saber não é algo que está concluído. de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e. muito menos. e de que. O Construtivismo baseia-se nos trabalhos desenvolvidos por Piaget (1977). na bagagem hereditária ou no meio. (SANTANA. e Kelly (1991) e Twomey Fosnot (1989) os quais referenciam o construtivismo por a quatro princípios: aprendizagem. com o simbolismo humano. o conhecimento não é dado. e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia. 2016) Becker (1994) foi além e afirmou que o Construtivismo parte da ideia de que nada. em nenhuma instância. acabado.1 O CONSTRUTIVISMO NA ESCOLA O construtivismo no conceito escolar baseia-se na crença de que o conhecimento não deve ser simplesmente transmitido pelo professor de maneira formal na frente da sala para os alunos em suas mesas. a rigor. está pronto. pensamento. mental do desenvolvimento. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social. terminado. 39 2. 2. Assim. da elaboração e da geração de um aprendizado que é produto da conexão do ser com o contexto material e social em que vive. a predisposição a tais modos de agir. de forma importante. Em vez disso. portanto. com os símbolos produzidos pelo indivíduo e o universo das interações vivenciadas na sociedade. depende do que já sabemos. e sim um processo em incessante construção e criação. . A primeira das exigências é que o ambiente permita. 5. então. seja correta ou incorreta. cada indivíduo vai basear a sua aprendizagem no entendimento e significado pessoal para eles. manipular objetos. processo e depende de os alunos assumirem a responsabilidade de aprender. Apesar de ter a mesma experiência de aprendizagem. enquanto aprendizes. Esta interação. O que o estudante acredita atualmente. imaginar e inventar. não significa apenas o apertar de teclas ou o escolher entre opções de navegação. 6. pesquisa. prever. (GRAY. ao invés de uma recepção passiva como nos métodos tradicionais. é importante. investigar. então. Quando os seres humanos. fazer perguntas. por uma construção ativa de significado. logo é necessário a alteração da própria maneira de pensar para que se retorne ao equilíbrio e para que a nova informação faça sentido uma associação entre é feita como uma tentativa de assimilá-la ao conhecimento existente. A aprendizagem é um ativo. mas pode dar-lhe a recepção provisória ou mesmo a rejeição. Para a University College Dublin (2016) os pressupostos fundamentais dessa perspectiva incluem: 1. 2. aprendizagem envolve a inovação e aceitação de novas ideias ao invés de fatos que se acumulam mecanicamente. Uma sala de aula construtivista e produtiva. Em tal sala de aula. consiste em instrução ativa centrada no aluno. contudo. não um passivo. 1997) A aprendizagem ocorre. eles podem não acreditar. Quando os alunos construírem com um novo significado. se deparam com uma experiência que entra em conflito com sua atual maneira de pensar um estado de desequilíbrio é criado. O papel do professor é facilitar este processo. a . Aprendizagem pode envolver algumas mudanças conceituais. o professor fornece aos alunos experiências que lhes permitem supor. e até obrigue. uma interação muito grande do aprendiz com o objeto de estudo. 3. 40 introdução de novas ideias e uma adaptação gradual com a mudança de paradigmas antigos. 4. Compreender ou a construção de um sentido é um processo ativo e contínuo. aprendizagem significativa ocorre através de repensar velhas ideias e chegar a novas conclusões sobre novas ideias que colidam com nossas velhas ideias. propiciando o seu desenvolvimento. mas ao mesmo tempo permitindo que as novas situações criadas possam ser adaptadas às estruturas cognitivas existentes. ou seja. . não só o universo aluno . preferencialmente.computador. baseadas no construtivismo. 41 interação deve passar além disto integrando o objeto de estudo à realidade do sujeito. mas. de forma a estimulá-lo e desafiá-lo. 2008) O Quadro 2 mostra a diferença entre os pensamentos de uma Escola Tradicional e Escolas com um pensamento mais progressista. (PROFESSOR JOSIAS. A interação deve abranger.professor através ou não do computador.aluno e aluno . também o aluno . dentro de suas condições. O sucesso é determinado através da derivado de recall e memória. e servem como recursos. A comunidade é separada da escola. solucionadores de problemas e planejadores.Escola Tradicional x Escola construtiva Tradicional Construtivista/Progressiva A escola é uma preparação para a vida. e inquéritos centrais. A escola é parte da vida. Os alunos são absorventes passivos de Os alunos são participantes ativos. Os produtos são subsumidos por considerações de processo. A instrução é linear e em grande parte A instrução está relacionada a questões baseada em respostas corretas.htm 2.wingraschool.2 O PAPEL DO PROFESSOR NA MEDIAÇÃO DO BULLYING . guias autoridade. Disciplinas. 42 Quadro 2 . particularmente linguagem e As disciplinas são integradas à medida matemática. setores de metas e planejadores. de aula. Os produtos são o ponto final. O conhecimento é absorvido através de O conhecimento é construído através do palestras. através da para um tempo / lugar. muitas vezes geradas pelas crianças. inclui as artes e é medida na matemáticas. que promovem o pensamento. que as crianças fazem conexões. são separadas. tem muitas externa e classificada. resolução de problemas da vida real. Os pais são os principais professores. O aprendizado é linear. informações e autoridade. com acumulação Aprender é espiral. As habilidades são ensinadas As habilidades são relacionadas ao discretamente e são vistas como metas. Os pais são estrangeiros e não envolvidos. jogo. conteúdo e são vistas como ferramentas. Os professores são fontes de informação e Os professores são facilitadores. A inteligência é uma medida das A inteligência é reconhecida como habilidades linguísticas e lógicas / variada. com profundidade e factual e domínio de habilidades. experiência direta e interação social. A tomada de decisões é baseada A tomada de decisões é compartilhada centralmente e administrativamente por todos os grupos constituintes. A avaliação é referenciada por norma. planilhas e textos. A avaliação é comparada. formas e está orientada para o progresso. colaboração. amplitude como objetivos.org/who/progressive. entregue. e específico aplicação ao longo do tempo. A comunidade é uma extensão da sala exceto pelo financiamento.6. Fonte: http://www. O sucesso é baseado em competitividade. 43 A principal atividade em sala de aula construtivista é resolver problemas. investigar um tema. . tiraram suas próprias conclusões. e usar uma variedade de recursos para encontrar soluções e respostas. Os alunos utilizam métodos de inquérito para fazer perguntas. há uma renovação das conclusões existentes pois a exploração de perguntas leva a mais perguntas. e. como a exploração é continua. O Quadro 3 mostra o papel do professor em uma sala de aula construtivista e relaciona algumas características inerentes a esse tipo de aprendizagem. Como os alunos passam a explorar o tema. ambientes de aprendizagem baseados em casos Apoiar a colaboração na construção do conhecimento. não a competição Incentivar o desenvolvimento através da intersubjetividade Fornecendo os mecanismos no momento certo e o nível certo Proporcionar oportunidades para que uns aprendam com os outros Fonte: http://www. O Quadro 4 lista algumas características esperadas para os alunos.ucdoer. . cada aluno irá interpretar a informação de maneiras diferentes Criar situações em que os alunos se sentem questionamento seguro e refletindo sobre seus próprios processos Tarefas autênticas presentes para contextualizar a aprendizagem através do mundo real.ie/ (2009) A expectativa dentro de um ambiente de aprendizagem construtivista é que os alunos passem a desempenhar um papel mais ativo e a terem mais responsabilidade pela sua própria aprendizagem. fornecendo os recursos necessários O conhecimento é ativamente construído e aprendizagem é apresentada como um processo de descoberta ativa Prestar assistência com a assimilação de conhecimentos novos e velhos Deve ser suficientemente flexível para permitir o desenvolvimento ao longo das linhas de investigação do estudante Devido à sua natureza interpretativista. 44 Quadro 3 – O papel do professor na sala de aula Teoria O educador deve considerar os conhecimentos e experiências os alunos trazem para a aula Alunos constroem os seus conhecimentos através de um processo de investigação ativa A ‘Descoberta' é facilitada. 45 Quadro 4 – O papel do aluno em sala de aula Teoria O papel do aluno é participar ativamente na sua própria educação Os alunos têm de acomodar e assimilar novas informações com o seu entendimento atual Um aspecto importante de controlar o seu próprio processo de aprendizagem está em refletir sobre as suas experiências Os alunos começam seu estudo com noções pré-concebidas Os alunos estão muito relutantes em desistir de seu esquema / ideia estabelecida e pode rejeitar novas informações que desafia o conhecimento prévio Os alunos podem não estar cientes das razões de deterem essas ideias / esquemas Os alunos necessitam de usar e testar ideias. habilidades e informações através de atividades relevantes Os alunos precisam de saber como aprender ou mudar seu estilo de pensamento / aprendizagem O conhecimento é baseado em uma visão comunitária.ucdoer.6. que atribui um papel central à canalização da cultura e do papel ativo do sujeito. Os tutores construtivistas (professores) e colegas desempenham um papel vital na aprendizagem Fonte: http://www.3 O CONSTRUTIVISMO E O BULLYING Na perspectiva sociocultural construtivista. todo fenômeno deve ser considerado mediante a análise das relações entre os diversos atores e fatores . os alunos merecem ter acesso ao conhecimento das diferentes comunidades Para que os alunos aprendam eles precisam para receber diferentes "lentes" para ver as coisas de novas maneiras.ie/ (2009) 2. pelos seus pais ou irmãos. Exteriorizar nada mais é do que caracterizar o problema como algo distinto da identidade da pessoa. os educadores dispõem de um poderoso instrumento para lidar com o bullying: a exteriorização. A opção pela exteriorização pode levar o professor a obter resultados significativos tanto para o agressor. que passam a odiar o problema. Além disso. assim. que os agressores algumas vezes podem ser agredidos em outros contextos sociais. por exemplo. construir alternativas à situação. VALSINER. 2005. No bullying considera-se. toda situação apresenta aspectos específicos. (MADUREIRA. um modelo descentralizado e participativo através da descoberta do conhecimento e experiências aceca dos mais variados temas tendo também como base um convívio social maior faz-se necessário à medida que preceitos antigos sejam abordados e correlacionados com o respeito ao próximo e a vida para que. e os fatores e atores envolvidos precisam ser identificados e analisados para que se possa melhor compreender a questão e. De acordo com Beaudoin e Taylor (2006). 2011) Devido à grande importância do papel dos professores na construção cultural do estudante. crianças e adolescentes criem consciência fixa do que realmente pode ou não ser realizado por elas. uma criança agressora pode provocar o bullying como uma forma de elevar sua autoestima e seu autoconceito. . ao invés de odiar o outro. No caso do bullying. BRANCO. Por exemplo. 46 presentes em determinado contexto. agressão física ou simbólica. 2007 apud BRANCO E PINTO. seria demonstrar que os problemas não são indicativos da personalidade dos alunos. por ser ela própria constantemente alvo de agressão e exclusão pela professora. quanto para a vítima. demonstrando sua importância e quais aspectos importantes de sua estrutura se mostram eficazes. além dos conceitos e formas diferentes presentes na comunidade escolar. Desta forma foi introduzido o contrutivismo como grande aliado no combate ao bullying. Nesse sentido foi colocado. diretores ou pais dos alunos. formas de trabalhar com alunos com o objetivo da diminuição de tais práticas seja por parte dos professores. . Posteriormente foi iniciado o estudo do Tema abordando o histórico desde o seu aparecimento e os primeiros escritos acerca do bullying. Para poder entender melhor sobre o tema foi necessária uma pesquisa sobre a violência e os tipos existentes na sociedade bem como a natureza dessas ações. 47 3 METODOLOGIA Neste trabalho foi feito uma Revisão bibliográfica acerca dos assuntos que envolvem o bullying e o ensino de professores bem como sua relação na criação de um pensamento mais humanizado. depressão . As vítimas podem sofrer problemas emocionais e comportamentais de longo prazo e que mexe com toda a estrutura familiar. Seus são sérios e até podem ser fatais. levar a baixa auto-estima e aumentar a susceptibilidade à doença. Sobretudo faz-se necesserária um acompanhamento mais próximos de todos os envolvidos na vida do aluno. Esse novo modelo é chamado de construtivista ou progressista pois. também importante. portanto. É preciso que os alunos apssem a fazer parte do aprendizado contribuindo de forma significativa para a construção do pensamento acerca dos diversos e variados temas presentes na sociedade através de debates e discussões em que a sua opinião seja ouvida e discutida afim de um crescimento em conjunto com a turma e o professor. diretor com o papel de mediação entre pais. além de colocar o aluno de forma mais central e participativa. 48 4 CONCLUSÃO O Bullying é uma forma de violência. Esses problemas podem ser solidão . Não resta dúvidas de que a pratica do Bullying nas escolas traz grandes prejuízos na vida pessoal e no convívio com outras pessoas gerando assim um conflito maior do que aparentemente a prática se configura. utiliza das mais variadas tecnologias existentes que contribuem com o aprimoramento da capacidade de intervenção do pensar. um desequilíbrio de poder. ansiedade . alunos e professores e. os pais que tem grande parcela de contribuição na construção do pensamento em formação já que são o exemplo primário que as crianças tem contato com o mundo. Envolve atos repetidos ao longo do tempo tentando criar ou impor um poder de grupo ou pessoa sobre outro grupo ou pessoa. seja professor que está diariamentente em sala de aula e tem o objetivo de passar os seus conhecimentos adquiridos. Além disso uma reestruturação do ambiente escolar se torna importante a medida em que se percebe que o conhecimento não pode ser passado de forma autoritária e unilateral onde os professores tem total controle do que é aprendido como o modelo atual de escola ou a Escola Tradicional. . 49 Desta forma o aluno terá mais consciência crítica sobre os problemas ao redor da sociedade e compreenderá os malefícios do Bullying e todas as questões que essa prática envolve além de entender melhor as suas consequencias para que não apenas transforme o ambiente escolar em um lugar mais seguro e saldável mas toda a comunidade em que está inserido. . set. Acesso em 25 de maio de 2016. 2015. 50 5 REFERÊNCIAS ALMEIDA. 1ª Edição. SILVA. Ângela Ucha. 3. A Violência na Sociedade Contemporânea. 2010. LINDNER. Trad. Projeto Justiça nas Escolas. 2011. Desenvolvimento e Aprendizagem: o que é construtivismo.php?t=011> Acesso maio de 2016.br/sociologia/bullying. BRANCO. n. CAMARGO. Porto Alegre: Artmed.. 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