Suprarrenais e Emoções
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15/11/13Psiqweb Selecione . . . Suprarrenais e Emoções Não há, no organismo, algum sentimento que não tenha uma correspondência orgânica. Aqui vemos as Emoções e as Glândulas Suprarrenais. | Psicossomática | Buscar Tipo Em O Hipotálamo é uma área cerebral nobre e intimamente relacionada às emoções. Ele ativa a Hipófise e todo o Sistema Nervoso Autônomo gerando respostas físicas e psicológicas em todo organismo. Assim, podemos dizer que todo Sistema Endócrino é mobilizado a partir do Hipotálamo, vindo daí a expressão Eixo-Hipotálamo-HipófiseSuprarrenal. Para ilustrar o Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarenal, lembramos que os corticóides, responsáveis pelas defesas orgânicas, pelo controle das reações alérgicas e pelo equilíbrio do sal e da água, são sintetizados a partir do colesterol na córtex da glândula Suprarrenal. Para as Suprarrenais liberarem o cortisol, que é o principal corticóide naturalmente produzido no ser humano, é necessário que elas sejam estimuladas por um outro hormônio secretado no cérebro, mais precisamente, na Hipófise. Esse hormônio é o Hormônio Corticotrófico (Corticotrofina ou, simplesmente, ACTH). No cérebro, mais precisamente na Hipófise, para que seja produzido o ACTH que irá estimular as Suprarrenais , há necessidade do estímulo de um outro hormônio, chamado Hormônio Liberador da Corticotrofina (corticotropin-releasing hormone, CRH) que é sintetizado no núcleo paraventricular, na Hipófise. A secreção do CRH, que é onde toda mobilização orgânica começa, é controlada por, pelo menos, dois tipos de estímulos: o estresse e o relógio biológico, responsável por todo ritmo circadiano do organismo. Pois bem. Esse nosso relógio biológico faz com que a secreção noturna de ACTH e de cortisol se faça de modo pulsátil, alcançando seu nível mais baixo na primeira metade da noite, aumentando rapidamente ao aproximar-se o despertar, quando sua secreção é máxima (entre as 6 e as 10 horas da manhã). Para o controle desse teatro de liberação-inibição hormonal existe um mecanismo chamado de feed-back, ou seja, o próprio nível elevado de cortisol na circulação proporciona a inibição da liberação de CRH e de ACTH que, finalmente, resultará na inibição do próprio cortisol. Qualquer palavra Todos Temas NEWSLETTER Receba os boletins informativos do PsiqWeb no seu e-mail Seu e-mail aqui! OK As Suprarrenais estão intimamente relacionadas à chamada Síndrome Geral de Adaptação, a qual constitui um conjunto de reações inespecíficas desencadeadas quando o organismo é solicitado a se adaptar a algum estímulo ameaçador ou adverso. Segundo as pesquisas iniciais de Hans Selye, essas alterações se processam em três fases: 1 - Fase de Alarme: durante esta fase, por conta da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, há liberação de ACTH pela Hipófise. Este hormônio, por sua vez, estimulará a atividade das Suprarrenais , que no estresse agudo, através de sua medula, lançará seus hormônios na corrente sangüínea, Adrenalina e Noradrenalina. Cannon também pesquisava a Síndrome www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 1/9 Os sintomas psicológicos decorrentes de disfunções hormonais ocorrem através de. Em cardiocirculatórias. na síntese de proteínas. sobre a integridade do miocárdio e sobre as respostas antiinflamatórias. sobre a tonicidade dos músculos e outros tecidos. que se 3 .psiqweb.15/11/13 Psiqweb Se a base de liberação hormonal está situada no cérebro. através da secreção contínua de glicocorticóides. inibição ou modulação dos Persistindo o estado de estresse. ainda que estes sejam sintetizados em glândulas fora do cérebro. na conduta maternal. e de tal forma que a dosagem desse hormônio é considerado um índice sensível e objetivo do estado emocional da pessoa. produção 3 . por exemplo. pelo menos. Aqui. na regulação de ácidos graxos em nos tecidos adiposos. atividade do córtex da Suprarrenal pode 2 . Esse aumento da 1 . então as questões cerebrais interferem diretamente na secreção de hormônios. atuam direta ou indiretamente na regulação das emoções negativas . A ação desses hormônios. na afetividade. os quais. O cortisol influi também na conservação da glicose. 3 tipos de mecanismos: Geral de Adaptação. Mas existem outros eixos.Fase de Resistência: essa fase ocorre no caso do estresse ser duradouro e crônico. como doenças Sistema Nervoso Central.alterações no hipotálamo. 2 . como por exemplo o Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireóide. porém.HIPERCORTISONISMO (Síndrome de Cushing) www. e toda sorte de equilibrar o organismo. por excesso acabam causando efeitos As reações primárias do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal são moduladas pelo indesejáveis. por exemplo. Transtornos mentais e disfunção do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal 1 . na aprendizagem. carboidratos e lipídeos. Os níveis de cortisol variam segundo o ciclo circadiano. o estresse e a ansiedade influem diretamente nos níveis dos hormônios. o mecanismos centrais do Sistema Nervoso Central relacionados com padrões de conduta organismo parte para a terceira fase. Os hormônios hipotalâmicos. mais adrenalina e cortisol. a Hipófise e as Suprarrenais . A relação entre o cortisol e o sistema imune se comprova pela sua influência sobre os Linfócitos T.alterações metabólicas periféricas. Portanto. depressão e estados confusionais como se fossem verdadeiras psicoses. na hipófise ou no córtex pré-frontal. eventualmente indo até a morte. do sistema linfático. comandadas por ele.Fase de Esgotamento: Aqui há uma deve à existência de receptores específicos no Sistema Nervoso Central. ou seja.ação dos hormônios sobre os receptores específicos do ocasionar atrofia do baço. 17-OHCS) são muito marcantes. aumentada de leucocitose. pode produzir ansiedade. como vimos. induzir alterações emocionais importantes e vice-versa. O cortisol é o corticóide mais abundante no organismo e o chamado DHEA é o que melhor representa os hormônios androgênicos. O excesso ou a falta de corticóides. os hormônios estão implicados na ativação.med. as alterações da cortisona (elevação dos transtornos físicos. O Cortisol Os corticóides e os hormônios androgênicos são as sustâncias mais relacionadas com o estresse. e emoções específicas. porém. principalmente pela amígdala e pelo córtex pré-frontal. orgânicas se generalizam por conta de etc. a atividade principal são as Suprarrenais. alterações caso de reações emocionais o Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal é mobilizado para imunológicas. diminuição dos eosinófilos e ulceras digestivas.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 2/9 . na conduta sexual. e exerce efeitos importantes sobre o metabolismo das proteínas. quando a atuação desse eixo não é adequada. de fato. podem influir volta à Fase de Alarme e as reações na memória. As alterações hormonais podem. Estamos falando aqui do eixo que liga o Hipotálamo (núcleos da base). ressaltando a descarga de catecolaminas e glicocorticóides na corrente sanguínea e seus variados efeitos em todo organismo através do Sistema Nervoso Autônomo Simpático. de estruturas cérebro. sobre o IL-2 e sobre o interferom. quando tais reações emocionais são muito intensas. Normalmente essas lesões se dão por necrose isquêmica dessa região cerebral ou por excesso de corticoterapia. Transtorno Ansioso com ou sem ataques de pânico. devido a um tumor hipofisário. é bom lembrar que em altas doses eles podem produzir estados confusionais. portanto. Sintomatologia Psiquiátrica O hiperfuncionamento da córtex Suprarrenal pode provocar Depressão. osteoporose. com uma incidência estimada 1 caso por 1. Tal quadro depressivo pode ser classificado como Distimia nos casos mais leves e por Depressão Grave com Sintomas Psicóticos . ou se é originada no Sistema Nervoso Central (secundária). Sinais e Sintomas A hiperfunção da Suprarrenal tem características anatômicas. principalmente quando este se dá com altas doses de medicamentos corticoesteróides. Esse aumento do ACTH provoca uma hiperfunção das glândulas Suprarrenais com conseqüente aumento de seu tamanho (hiperplasia bilateral de as glândulas Suprarrenais ). O hiperfuncionamento da córtex Suprarrenal pode provocar também dificuldades de concentração e déficits da memória. 2 . Mesmo assim. Outra causa de hiperfunção da Suprarrenal são os tumores virilizantes dessas glândulas. etc).15/11/13 Psiqweb O hiperfuncionamento da córtex Suprarrenal pode ter sua causas fora da própria Suprarrenal. na hiperfunção devido à Hiperplasia Suprarrenal Congênita. como ha hiperfunção. dependendo do grau. presente em cerca de 75% dos pacientes com Síndrome de Cushing. já que as Suprarrenais estão hiperfuncionantes e. A hipertensão arterial é uma complicação freqüente. Inúmeros casos são causados www. um tumor extrahipofisário. a qual pode ser ocasionada por lesão da própria hipófise ou do hipotálamo (onde se situa a hipófise). Alteração da Personalidade. comumente devido a algum tumor (adenoma basófilo ou cromófobo). assim como profundas depressões quando há interrupção abrupta. Na Síndrome de Cushing. A depressão está. não se sabe a causa. de fato. Aliás. pela administração química de ACTH. o que a coloca como sintoma pertencente ao quadro clínico dessa endocrinopatia. entretanto. Na grande maioria das vezes a hipofunção é de origem primária. Nestes casos haveria virilização com puberdade precoce. Na sua forma secundária é conseqüência de uma hipofunção da hipófise. um adenoma ou carcinoma da córtex Suprarrenal. superprodução de hormônios androgênicos (DHEA e androstenodiona). como por exemplo. O hiperfuncionamento Suprarrenal pode ainda ter sua causa relacionada à esta própria glândula. O rosto do paciente tem um aspecto arredondado. ou seja. na própria Suprarrenal e.med.psiqweb. A pele é fina com facilidade de formar equimoses e estrias (no abdome). Não há. não ocorre o fenômeno chamado virilização. ao contrários das pessoas normais. da alteração na secreção de ACTH (por exemplo. intolerância à glicose. de uma Síndrome Delirante com alucinações (auditivas e visuais) e/ou estado confusional. a inibição do ACTH e do cortisol por injeção de dexametasona (um corticóide sintético) e o teste de estimulação do ACTH e de11-desoxicortisol mediante a metirapona (que bloqueia a ll-hidroxilação de os precursores do cortisol).HIPOCORTISONISMO A hipofunção das glândulas Suprarrenais também. nesta síndrome não se pode observar variação nesses níveis entre o sangue colhido de manhã e durante o dia. Os tumores virilizantes da Suprarrenal são raros. há forte correlação entre o volume do hipocampo (aumentado no hipercotisonismo) e a diminuição da cognição. Uma das causas de hiperfunção da Suprarrenal é o quadro conhecido por Hiperplasia Suprarrenal Congênita. existe obesidade predominantemente no tronco (pernas mais finas) com depósito de gordura atrás do pescoço. Para o diagnóstico laboratorial existem 2 testes úteis. os Episódios Maníacos ou Hipomaníacos são excepcionais nas disfunções Suprarrenais . como sabemos. os quais são compatíveis com a alteração no funcionamento do hipocampo e. nos mais graves. ou mesmo. os níveis sanguíneos de cortisol são sempre altos. Estes dois testes permitem determinar se a hiperfunção Suprarrenal é produzida por alguma alteração dela própria (primária). felizmente. podem aparecer como complicação do tratamento. Na face formam-se pelos (hipertricose).7 milhões de pessoas. em 70% dos casos.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 3/9 . assim como a formação de cálculos renais. por falar em medicamentos corticóides. em mulheres com este problema não ocorrem menstruações devido à deficiência de hormônios estrogênicos. Por outro lado. pode ser de origem primária (Doença de Addison) ou secundária. A chamada Doença de Cushing é conseqüência da hipersecreção de ACTH hipofisária. Sinais e Sintomas A insuficiência Suprarrenal é acompanhada sempre de fatiga. geralmente levando à perda de peso. exceto nos casos secundários. hereditárias e típicas da espécie. porém. insônia e anorexia. quando a insuficiência Suprarrenal é conseqüência de uma insuficiência da hipófise.psiqweb. hipotensão arterial ortostática. principalmente. dor abdominal. As reações emocionais neurovegetativas adquiridas resultam das primeiras experiências e necessidades de adaptação dos recém nascidos em sua inter-relação com o meio. vômito. notadamente nas pernas.15/11/13 Psiqweb por razões auto-imunes. dores nas juntas. perda de peso. Coração menor Hiperplasia do tecido linfóide Poucos pelos axilares e púbicos Amenorréia e diminuição da libido EMOÇÕES e EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO-SUPRARRENAL As emoções compreendem nossos sentimentos e estados de ânimo. Sem dúvida. tal como apatia. dores abdominais ou de estômago. irritabilidade. as concentrações sangüíneas de ACTH e de cortisol são baixas e existe uma resposta da glândula quando se administra ACTH. a característica principal de uma insuficiência Suprarrenal gira em torno da fadiga crônica. Outras vezes podem ser adquiridas. Na metade dos casos existe uma depressão leve ou moderada com comorbidade para ansiedade. Diarréia. a dosagem de cortisona no sangue é baixa. inatas. autonômicas (do Sistema Nervoso Autônomo). desagradáveis ou neutras. Anorexia. A expressão orgânica das emoções está baseada. Hipoglicemia com períodos de confusão mental Vitiligo(10%) Artralgias. www. ansiedade. Portanto. Desidratação. Observase ausência de estimulação da Suprarrenal quando se administra ACTH (teste para diagnóstico). bem como sua expressão em condutas motoras e as respostas do Sistema Nervoso Autônomo e Endócrino. as emoções compreendem tanto as experiências subjetivas. fome pelo sal. náuseas. Sintomas: Debilidade. diarréia. ou seja. Sintomatologia psiquiátrica A maioria dos pacientes com insuficiência Suprarrenal (hipofunção) apresenta algum transtorno emocional discreto. mialgias. anorexia. Por outro lado. Essas reações neurovegetativas são. Habitualmente as emoções são classificadas de acordo com o sentimento que determinam.med. como também as alterações fisiológicas concomitantes. como preferem alguns. náuseas. como agradáveis. perda de peso. As reações emocionais neurovegetativas inatas são próprias da espécie e têm uma importante função adaptativa. hipotensão arterial e hiperpigmentação da pele (pele escura). Alterações pigmentárias da pele. Alterações emocionais. Para o diagnóstico da insuficiência Suprarrenal primária (Doença de Addison). queixas somatizadas de dores pelo corpo. Há. nas reações neurovegetativas ou. com freqüência. rigidez muscular. vômitos. em boa parte. os níveis de ACTH são altos. astenia ou irritabilidade.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 4/9 . fadiga. psiqweb. Portanto. No Sistema Nervoso Central as reações emocionais são integradas pelo hipotálamo e pelo córtex pré-frontal. por sua vez. basicamente. Nos casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. www. contrariamente ao que seria de se esperar. entretanto. Internamente. o cortisol se encontra diminuído. as pupilas se dilatam. por exemplo. podendo ser desencadeadas por emoções e sentimentos. durante a fúria ficam mais vermelhas.15/11/13 Psiqweb Qualquer animal.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 5/9 . A elevação continuada de cortisol. há ereção dos pelos. ESTRESSE e EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO-SUPRARRENAL As respostas fisiológicas aos diversos tipos de estressores são parecidas entre as pessoas (e animais). os quais coordenam as ações do Sistema Nervoso Autônomo e do Sistema Neuroendócrino. há aumento da freqüência cardíaca e respiratória. já que há aumento do Hormônio Liberador da Corticotrofina. Trata-se da ativação fisiológica do organismo que precisa de uma tomada de atitude. genericamente. levando o organismo a um estado de hipercortisonismo. considerado no DSM-IV como uma das modalidades dos Transtornos Ansiosos provocado por uma forte tensão ambiental. fazendo uma espécie de círculo vicioso. No sangue periférico. os quais perduram enquanto o estímulo estressante persistir. e essa ativação só será considerada estresse nocivo. Essas alterações têm sempre. Durante o medo. etc. que enfrenta uma agressão apresenta uma alteração neurovegetativa (autonômica). A mobilização do Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal para adaptação resulta em alterações globais do organismo chamadas. As alterações emocionais se traduzem em modificações quantitativas e qualitativas da atividade autonômica em diversos órgãos e sistemas. quando for muito intensa e/ou contínua. pode atrofiar os receptores de corticóides no hipocampo e assim causar mais estresse ainda. Hanz Selye chamava essa situação de Síndrome Geral de Adaptação. a função digestiva se inibe. de estresse. principalmente pela manhã e ao final da tarde. principalmente em relação ao Eixo Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal. Nessa fase se produziria hiperplasia da córtex Suprarrenal. as anomalias do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal são diferentes das alterações observadas nos casos de Depressão. No Transtorno de Estresse Pós-Traumático a secreção do Hormônio Liberador da Corticotrofina (CRH) está aumentada e do cortisol diminuída. o qual se manifesta com níveis de cortisol matinal e noturno significativamente aumentados . Os níveis de Hormônio Liberador da Corticotrofina são pesquisados no liqüor. a pele da face e as mucosas ficam mais pálidas. A depressão causa hipercortisonismo também. involução do timo e podem aparecer úlceras de estômago.med. uma verdadeira revolução orgânica acontece. O estresse causa elevação dos níveis de cortisol. por exemplo. Nos seres humanos essas reações acontecem mesmo na ausência de agressões objetivas. Isso é o que se vê exteriormente. os estressores crônicos causam níveis de cortisol persistentemente elevados. uma função adaptativa às exigências da situação causadora do estresse. psiqweb. a acetilcolina e a serotonina. observa-se claramente a relação entre o estado de ânimo e o hipotireoidismo subclínico. e exercem efeitos importantes sobre o metabolismo das proteínas. Em termos clínicos. os corticóides e os hormônios androgênicos são as sustâncias mais relacionadas com o estresse. sobre a integridade do miocárdio. como por exemplo. o 5. nos casos de estresse crônico. importante salientar que as alterações no Eixo HipotálamoHipofisário-Suprarrenal podem proporcionar. ou seja.15/11/13 Psiqweb Sob essa ótica. sobre as respostas inflamatórias. O GH se libera em função de diversos fatores. durante o exercício físico. 3. uma vez que. o desenvolvimento como resultado de uma interação entre o biológico. com o estresse. por sua vez. sobre a tonicidade dos músculos e outros tecidos. carboidratos e lipídeos. o mais sensato e atual é o modelo bio-psico-social. começando sempre pelo Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal. segundo Daniel M.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 6/9 . na hipoglicemia. se uma possível insuficiência de cortisol que já existia antes é que leva à falência adaptativa no estresse crônico. a ACTH. Estudando-se o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal. Muitos trabalhos mostram alterações na função do Eixo Hipotálamo-HipofisárioSuprarrenal e. quer dizer. falham os mecanismos de adaptação e se desenvolve um estado de estresse crônico. com a secreção de cortisol quando a criança é submetida a estímulos estressores. os primeiros meses de vida são de importância vital. A medicina. O cortisol é capaz de interromper a liberação dos hormônios tereoideanos. durante a fase de ondas lentas do sono .med. secretada na hipófise. a tireotropina (TSH). Cortisol. sendo o cortisol. Os níveis de cortisol variam segundo o ciclo circadiano (dia e noite). 2. Como vimos. quando os níveis de cortisol se encontram demasiadamente baixos. Estresse e Desenvolvimento Infantil. podem ser resumidas da seguinte forma. A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal produz hipersecreção de cortisol. um estado de esgotamento da capacidade adaptativa conseqüente à falência hormonal das suprarrenais . a apomorfina ou a clonidina. As influências do estresse sobre o Sistema Endócrino são muitas e globais. O eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal regula a liberação do hormônio do crescimento (GH). Na depressão. Campagne (Veja). Adaptação. conseqüentemente. O que gera alguma polêmica é saber se as alterações nos níveis de cortisol são uma conseqüência direta do trauma que leva ao estresse ou.hidroxitriptofano. incluindo a modulação do www. senão também aumentá-la ou retardá-la. tornando cada pessoa um reflexo de sua constituição. ao contrário. produzido nas glândulas Suprarrenais . ou diante de sustâncias como a L-dopa. o cortisol pode ser considerado como um hormônio anti-estresse. o psicológico e o social. de qualquer forma essa resposta está alterada na depressão. por elevação de a ACTH. o corticóide mais abundante no organismo. como também se altera o ritmo circadiano do cortisol. tem se ocupado da questão procurando identificar complicados mecanismos pelos quais os fatores psicológicos e sociais se entrelaçam ao longo do desenvolvimento biológico infantil. a noradrenalina. que é o principal representante biológico dos mecanismos de adaptação. Essas alterações psíco-neuroendócrinas causadas pelo estresse nocivo. passa a responder menos ao seu hormônio liberador. a dopamina. Não só se alteram os níveis dos hormônios. SUPRARRENAIS E DESENVOLVIMENTO INFANTIL Dentro da visão moderna sobre o desenvolvimento da personalidade. principalmente quando consideramos a formação do Temperamento e a qualidade do Apego. Através do hormônio liberador de GH (GHRH) ativa a secreção do GH e com a somatostatina inibe. Esta alteração se normaliza ao desaparecer a depressão. produtora deste hormônio. E todos seus níveis estão reduzidos na depressão. ou seja. o cortisol está diretamente relacionado à adaptação do organismo às exigências do meio externo ou interno. moldada por suas vivências emocionais e pelas circunstâncias ambientais. Portanto. evidenciando a íntima relação entre a glândula suprarrenal. ambos hormônios são controlados pelos neurotransmissores clássicos. bem como alterações desse eixo mais comuns em crianças emocionalmente problemáticas. Mas o desânimo e a apatia da depressão não só podem reduzir essa resposta. o TRH. Na formação (boa ou não) da personalidade. A psiquiatria biológica desenvolve interessantes trabalhos que relacionam o desenvolvimento do Temperamento com a função do eixo hipotálamohipófise-suprarrenal. 1. 2002/03). por isso. impulsivas e com problemas de atenção apresentam níveis de cortisol maiores que as outras. A avaliação da atividade da glândula Suprarrenal implica na avaliação do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal. entretanto. quiçá configurando. uma maneira da pessoa reagir à vida que perdurará por muito tempo. por exemplo. Estresse e Personalidade A Teoria do Apego (John Bowlby) diz respeito à interação entre a pessoa que cuida. relacionar as variações no nível do cortisol com as circunstâncias vividas pela pessoa. a instituição. sugerindo assim adaptação da criança à circunstância vivida. sugerindo maiores dificuldades adaptativas. mas 75% delas tiveram os níveis diminuídos durante o repouso. No quinto dia e no final de semana o nível desse hormônio não se mostrava mais elevado. hiperativas e inquietas apresentavam o cortisol aumentado ainda no quinto dia. as crianças com maiores dificuldades de adaptação escolar mostraram alta atividade das suprarrenais tanto no início quanto no final do ano.15/11/13 Psiqweb sistema imune. Um dos meios de pesquisar o Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal em relação ao estresse é através da dosagem de cortisol na saliva. têm sido bastante pesquisado em crianças. é que as crianças hiperativas. colhendo amostras no primeiro dia de aula. os níveis sangüíneos de cortisol. o desempenho do Eixo HipotálamoHipofisário-Suprarrenal. normalizando no final do ano. pois. se esta pessoa está tendo uma mobilização orgânica para adaptar-se a elas. e a criança. um dos sistemas neuroendócrinos mais importantes para a resposta fisiológica ao estresse. Suporte Afetivo da Criança (Teoria do Apego). geralmente a mãe. Watamura (2002) analisou os níveis de cortisol em crianças de creche antes do momento do repouso e durante o repouso (sesta). com repercussões na formação futura do temperamento. As crianças mais "estressadas" mobilizam muito mais Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal e secretam. O cortisol estava elevado em 91% das crianças durante as atividades do dia e antes do repouso. que o controle das reações emocionais e da atenção são elementos fundamentais para a socialização da criança. maiores solicitações orgânicas diante das circunstâncias. Considerando. Tenta-se assim. ocorrem alterações do cortisol evidenciadas pelo exame da saliva (Escosteguy. Bruce e Gunnar (idem) estudaram outras 58 crianças. Vê-se também. etc) repercutem na atividade do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal. as dificuldades no vínculo (afetivo) entre a criança e o cuidador (seja a mãe. Bruce. então. susto. com a secreção aumentada de cortisol. Esses resultados podem sugerir relações entre temperamento. que atribuía à ação de uma área cerebral (o córtex pré-frontal) responsável pela atenção e controle das reações emocionais. também. abaixo referidas. precocemente. O estresse experimentado pela criança é uma das mais importantes variáveis biológicas no desenvolvimento infantil. competência social e reação neuro-endócrina ao estresse. constituindo uma das condições mais importantes na formação das respostas da criança aos estímulos estressores. variação brusca de temperatura. etc. Portanto. no quinto dia e nos finais de semana. Por isso. Para se ter uma idéia da importância do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal na atividade infantil.med. Davis e Gunnar (2002) pesquisaram os níveis de cortisol na saliva de 35 crianças que iniciaram o curso escolar. Na realidade tratou-se da confirmação de uma hipótese anterior (Posner e Rothbart. refletindo assim alguma dificuldade adaptativa maior ou mais durável. como indício de um esforço adaptativo maior e conseqüente mobilização orgânica através do Eixo Hipotálamo-HipofisárioSuprarrenal. 1998). cerca de 30 minutos após algum estímulo adequado como. pode sugerir se essas vivências estão sendo estressantes para a pessoa e. que em idade precoce. não só nas fases precoces do desenvolvimento mas.psiqweb. pois.1994. que se relaciona diretamente ao estresse. sobretudo.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 7/9 . mais estressante. estabelecer uma relação entre a secreção de cortisol aumentada com alterações infantis de atenção e comportamento. como se sabe. Um dado interessante dessa pesquisa foi a constatação de que as crianças mais impulsivas. Davis. mais cortisol. Em 2002. com 6 anos de idade. O que se vê em algumas pesquisas. a Teoria do Apego é também chamada Teoria da Regulação do www. com o propósito de avaliar a relação entre a capacidade dessas crianças controlarem o comportamento e a atenção. o medo. Verificaram que o cortisol do sangue é bastante mais elevado no primeiro dia de aula. o desempenho do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal é igualmente importante para esse aspecto do desenvolvimento infantil. Em outra pesquisa (1997) Gunnar mostrou que crianças pré-escolares socialmente competentes apresentam atividade das suprarrenais elevada no início do ano escolar. enfim. A parte da personalidade entendida como Temperamento representa a maneira como a pessoa lida com os estressores. agravadas quando elas fossem submetidas à cuidados insatisfatórios. entendendo-se como "constitucionais " as bases orgânicas da personalidade. disponível em www. assim como também. de acordo com Feeney. sua estatura. portanto. Gunnar MR . a repetida experiência de ser alimentada cada vez que sentir fome. Referências Bibliográficas 1. revisto em 2005. ela sofre influências (limitadas) do meio. leva à expectativa de ter esse tipo de sofrimento prontamente atendido e assim por diante. Essa questão é ainda bastante controversa: se o temperamento da criança influi sobre a qualidade do Apego. o Apego é influenciado pelo temperamento da pessoa que cuida da criança.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42 8/9 . para referir: Ballone GJ . Apego e Temperamento no bebê sempre foram objetos de pesquisas.psiqweb. ou.psiqweb. substituída por uma babá. por exemplo. ao contrário. evidenciando também que as crianças mais temperamentais ou emocionalmente problemáticas são aquelas que exibiam maiores elevações no nível de cortisol sob circunstâncias de cuidados insatisfatórios. e que a qualidade do cuidador substituto pode ter importante papel (Escosteguy. mas. Estudos em roedores e primatas sugerem que a função do Eixo Hipotálamo-HipofisárioSuprarrenal do indivíduo adulto pode ser modulada por experiências sociais durante o desenvolvimento precoce.med. Isso é a influência do meio sobre um determinante constitucional. tanto o Temperamento constitucional da criança quanto o Temperamento de quem cuida dela influenciarão as respostas desta criança diante do estresse. in. contribuindo para a formação da parte ambiental do temperamento (já que outra parte é constitucional). Gunnar (1992) avaliou também as respostas Suprarrenais de crianças em diferentes situações de estresse. faltou-lhe proteínas suficientes. resultando em um indivíduo não tão alto quanto poderia. por exemplo. O Temperamento é uma parte constitucional da personalidade. se é a atitude do cuidador (mãe) e o tipo de Apego disso decorrente que influem sobre o Temperamento da criança. Noller e Patty (1993). a mãe (ou quem cuida) "empresta" a função de regulador de emoções à criança. da dúvida em saber se as crianças submetidas à cuidados precoces insatisfatórios ou negligentes desenvolvem uma resposta exagerada do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal. PsiqWeb. num determinado momento de seu desenvolvimento. Segundo a hipótese da Teoria do Apego. 2002). Em uma de suas muitas pesquisas. ela faz parte do potencial biológico da pessoa e se desenvolve com ela como.Suprarrenais e Estresse. de que forma a pessoa reage à vida (através do afeto ou humor). Os bebês que foram cuidados por babás afetuosas apresentaram alterações de cortisol salivar menores que as demais.Individual differences in children s cortisol response to the www. Dav is EP. Imaginemos que uma criança tenha potencial hereditário de ser alta. Tal constatação nos remete à dúvida do "ovo ou a galinha?" ou seja. se essa alteração no Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal seria uma causa fisiológica e orgânica (hereditária ou não) das crianças emocionalmente problemáticas. de conduta e emocionais provocado pela separação da mãe. Rothbart (2000. Os resultados demonstraram que os bebês reagem à separação das mães conforme o comportamento das babás. tal como ocorre com o Temperamento. O Temperamento da criança tanto influencia como é influenciado pela formação do Apego. No desenvolvimento precoce da criança. ou seja. Bruce J. Internet. Gunnar (2002) estudou a sensibilidade dos níveis de cortisol à qualidade dos cuidados aos bebês e crianças. A despeito da estatura ser constitucional. com isso tornando-se emocionalmente problemáticas ou. ao contrário. Isso pode sugerir que as diferenças individuais e constitucionais no Temperamento emocional da criança não devem ser o único fator que determina as reações da criança diante das separações. Assim sendo. Por exemplo.br. tentando verificar as alterações hormonais.med. 2001) define o temperamento como "as diferenças individuais constitucionais de reatividade e autoregulação". a partir de repetidas experiências as crianças desenvolvem expectativas a respeito das interações entre ela e o mundo (incluindo e principalmente a figura do apego). determinadas pela hereditariedade e influenciadas pelo desenvolvimento e pela experiência. bem como uma menor freqüência de afetos negativos.15/11/13 Psiqweb Afeto. Gunnar MR. 1997 Jul. 6. Stansbury K. Psychoneuroendocrinology.br 4. Noller P. Tout K. Vitiligo e Dermatite Atópica Cardiologia e Emoções As relações das Emoções com a Doença Coronariana.Temperament. 2002 Jan-Feb. Sebanc AM. Donzella B . 3. Gunnar MR .27(1-2):199-220. Rothbart MK.br www. 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