Suporte Basico de Vida

March 23, 2018 | Author: Davi Peronica | Category: Death, Paramedic, Cardiopulmonary Resuscitation, Shock (Circulatory), Medical Specialties


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Suporte Básico de Vida e Socorros de EmergênciaBrasília-DF, 2011. Elaboração: Marta Peres Sobral Rocha Colaboração: Carlos Alcantara Produção: Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 2 Sumário Apresentação........................................................................................................................................ 4 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa................................................................................. 5 Organização da Disciplina.................................................................................................................... 6 Introdução............................................................................................................................................. 7 Unidade I – Suporte Básico de Vida..................................................................................................... 9 Capítulo 1 – Atendimento Pré-Hospitalar e Avaliação Inicial da Vítima..................................... 9 Capítulo 2 – Parada Cardiorrespiratória.................................................................................. 16 Capítulo 3 – Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar (Diretrizes Ilcor 2010)......................... 20 Unidade II – Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar.............................................. 31 Capítulo 4 – Urgências e Emergências Cardiovasculares.......................................................... 31 Capítulo 5 – Urgências e Emergências Neurológicas................................................................ 38 Capítulo 6 – Urgências e Emergências Obstétricas.................................................................. 41 Unidade III – Situações Especiais e Atendimento de Emergência..................................................... 49 Capítulo 7 – Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos............................ 49 Capítulo 8 – Queimaduras e Choque Elétrico........................................................................... 63 Capítulo 9 – Afogamento........................................................................................................ 69 Capítulo 10 – Considerações sobre o Trauma............................................................................ 72 Para (não) Finalizar............................................................................................................................... 78 Referências............................................................................................................................................ 79 Pós-Graduação a Distância 3 Para que você se informe sobre o conteúdo a ser estudado nas próximas semanas. a organização dos temas e o número aproximado de horas de estudo que devem ser dedicadas a cada unidade. objetiva e coerente. apesar de distantes. A carga horária desta disciplina é de 40 (quarenta) horas. lembre-se. podemos estar muito próximos. assim como para a ampliação de seus conhecimentos. com questões para reflexão. Mas. conheça os objetivos da disciplina. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados nesta disciplina. Bem-vindo ao estudo da disciplina Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência. também. de forma didática. A Coordenação Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 4 . Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo. fontes de consulta para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. Eles serão abordados por meio de textos básicos. subdivididas em capítulos. Lembre-se de que. serão indicadas. cabendo a você administrar o tempo conforme a sua disponibilidade. há uma data-limite para a conclusão do curso. que farão parte das atividades avaliativas do curso.Apresentação Caro aluno. Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa. incluindo a apresentação ao seu tutor das atividades avaliativas indicadas. material elaborado com o objetivo de contribuir para a realização e o desenvolvimento de seus estudos. Registre sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. conceitos de dicionários. indicando a importância desta para sua formação acadêmica. . com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de aprendizagem. sites e pesquisas: Aprofundamento das discussões. exemplos e sugestões. trechos de textos referenciais. Sugestão de leituras. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho. O importante é verificar seus conhecimentos. no decorrer das leituras. Praticando: Atividades sugeridas. para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico. filmes. com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.Apresentação Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Apresentação: Mensagem da Coordenação. Sintetizando e enriquecendo nossas informações: Espaço para você fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua contribuição pessoal. suas experiências e seus sentimentos. Para refletir: Questões inseridas durante o estudo da disciplina para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas. Textos para leitura complementar: Novos textos. Referências: Bibliografia consultada na elaboração da disciplina. Pós-Graduação a Distância 5 Para (não) finalizar: Texto. Organização da Disciplina: Apresentação dos objetivos e da carga horária das unidades. Introdução: Contextualização do estudo a ser desenvolvido por você na disciplina. ao final do Caderno. Ícones utilizados no material didático Provocação: Pensamentos inseridos no material didático para provocar a reflexão sobre sua prática e seus sentimentos ao desenvolver os estudos em cada disciplina. • Reconher urgências e emergências cardiovasculares. Queimaduras e Choque Elétrico. queimaduras. • Aplicar procedimentos em situações especiais como intoxicações. Urgências e Emergências Cardiovasculares. afogamento e trauma. • Reconhecer falência dos sistemas respiratórios e/ou cardiovasculares. Objetivos: • Aplicar corretamente procedimentos voltados para o atendimento de urgência e emergência prestado aos pacientes no ambiente extra-hospitalar. Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos.Organização da Disciplina Ementa: Atendimento pré-hospitalar em casos de urgência e de emergência: parada cardiorrespiratória. choque elétrico. Unidade I – Suporte Básico de Vida Carga horária: 10 horas Conteúdo Atendimento Pré-Hospitalar e Avaliação Inicial da Vítima Parada Cardiorrespiratória Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar (Diretrizes Ilcor 2005) Capítulo 1 2 3 Unidade II – Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Carga horária: 15 horas Conteúdo Urgências e Emergências Cardiovasculares Urgências e Emergências Neurológicas Urgências e Emergências Obstétricas Capítulo 4 5 6 Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Unidade III – Situações Especiais e Atendimento de Emergência Carga horária: 10 horas Conteúdo Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos Queimaduras e Choque Elétrico Afogamento Considerações sobre o Trauma Capítulo 7 8 9 10 6 . Afogamento e Trauma. Neurológicas e Obstétricas. neurológicas e obstétricas. Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar. Um bom aproveitamento para todos! Pós-Graduação a Distância 7 . visando à manutenção de seus sinais vitais e à preservação da vida.Introdução O Suporte Básico de Vida compreende o atendimento prestado a uma vítima de mal súbito ou trauma. treinamento adequado e. diploma e registro profissional. para muitas das funções. que contam com formação qualificada e equipamentos especiais para realizá-lo. o atendimento pelos socorristas e PROFISSIONAIS DE SAÚDE. sempre que possível. devemos preferir. é importante lembrar que isso não o torna um “socorrista” profissional. inclusive. Apesar de qualquer cidadão poder ajudar em uma situação de emergência. até que uma equipe especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento definitivo. Portanto. Para se profissionalizar é necessário adquirir muito mais informações e habilidades. além de evitar o agravamento das lesões existentes. Nesta disciplina serão abordadas situações de urgências e emergências mais comumente encontradas pelo profissional de saúde no ambiente pré-hospitalar e as principais condutas a serem tomadas até a chegada de equipe especializada para atendimento e transporte do paciente ao hospital. . “define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida. Em outras palavras. As pessoas morrem porque ninguém faz nada e continuam morrendo porque alguém não capacitado resolveu fazer algo. cujo portador necessita de assistência médica imediata. o profissional de saúde que presta o socorro. exigindo. até a chegada de uma equipe especializada. São inúmeras as situações de urgências e emergências que necessitam do atendimento de um profissional de saúde ou de um socorrista especializado: traumatismos.” De forma mais objetiva. ao iniciar o suporte básico estará garantindo por meio de medidas simples. Para cada caso específico. A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação de aparecimento súbito e imprevisto. crise convulsiva. que aqui o identificaremos como socorrista. a pessoa que presta o atendimento deve ser capaz de avaliar e manter a vítima respirando. consiste no reconhecimento e na correção imediata da falência dos sistemas respiratório e/ou cardiovascular. tratamento médico imediato. grave. para fins didáticos. ou seja. Pós-Graduação a Distância 9 . pois a ameaça à vida é grande.Para (não) Finalizar Unidade I Suporte Básico de Vida Capítulo 1 – Atendimento Pré-Hospitalar e Avaliação Inicial da Vítima A principal causa de morte fora dos hospitais é a falta de atendimento. oferecido aos pacientes no ambiente extra-hospitalar. queimaduras.” Já o conceito de emergência é entendido como “a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso. parada cardiorrespiratória. doenças cardiovasculares. o profissional deverá estar apto a prestar um socorro adequado e de qualidade. com batimento cardíaco e sem hemorragias graves. Fernando Barreiro O Suporte Básico de Vida (SBV). afogamento. O atendimento requer rapidez. mas o paciente pode aguardar tratamento definitivo e solução em curto prazo (algumas literaturas se referem a um prazo de até 24 horas). a urgência é uma situação onde não existe risco imediato à vida (ou risco de morte). não invasivas e eficazes de atendimento as funções vitais do paciente e evitando o agravamento de suas condições. intoxicações etc. É preciso definir e diferenciar o que vem a ser então uma situação de urgência ou emergência. Segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº 1451/95). crítica e que exige ação imediata. portanto. A segunda é o socorro inadequado. chegada do paciente ao hospital. As condições essenciais para que esses objetivos sejam alcançados são: pessoal qualificado e devidamente treinado. porque os pacientes graves morrem no local do acidente. danos ocorridos durante manipulação e remoção inadequada (do interior de ferragens.br/pdf/mundo_saude/58/08a15. O APH divide-se. O socorrista deve ter como princípio básico evitar o agravamento das lesões e procurar estabilizar as funções ventilatórias e hemodinâmicas do paciente. Nos locais onde esse sistema é inadequado. a intubação orotraqueal. portanto. sendo inclusive dotados de meio de comunicação direta com o centro que receberá a vítima e hospitais de referência estrategicamente localizados. como. Compreende. por exemplo.fmrp. • Suporte Avançado à Vida (SAV): caracteriza-se pela realização de procedimentos invasivos de suporte ventilatório e circulatório.pdf> <http://www. Para saber mais sobre o serviço de Atendimento Pré-hospitalar. Geralmente. por exemplo. com infraestrutura material e recursos humanos adequados. antes da chegada dele ao ambiente hospitalar. transporte do paciente até o hospital. o suporte avançado é prestado por equipe composta por médico e enfermeiro.gov.wikipedia. Uma atenção pré-hospitalar qualificada é de suma importância para que a vítima chegue viva ao hospital. acesse os sites a seguir: <http://pt.Suporte Básico de Vida Unidade I Como o próprio nome diz.br/revista/1999/vol32n4/uma_breve_revisao_ atendimento_medico_pre_hospitalar.br/reblas/manual_primeiros_socorros. é baixa.wikipedia. acesso venoso e administração de medicamentos.scamilo. assistência ao paciente na cena (no local da ocorrência). os profissionais de saúde que o realizam e as medidas de Primeiros Socorros para leigos.br/pdf/ape/v19n3/a04v19n3. como.).usp.edu. basicamente em duas modalidades de atendimento: • Suporte Básico à Vida (SBV): caracteriza-se por não realizar manobras invasivas. ou durante o transporte.pdf> <www.org/wiki/Primeiros_socorros> Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 10 O APH tem como objetivos específicos preservar as condições vitais e transportar a vítima sem causar traumas iatrogênicos durante sua abordagem. a mortalidade hospitalar por trauma.anvisa. 3. escombros etc.scielo. . o serviço de Atendimento Pré-hospitalar (APH) envolve todas as ações efetuadas com o paciente.pdf> <http://pt. veículos de transporte apropriados e equipados. ainda. 2. três etapas: 1.pdf> <http://www.org/wiki/Atendimento_pr%C3%A9hospitalar> <http://www. por exemplo. Suporte Básico de Vida Unidade I Para conhecer mais sobre a caracterização dos serviços de urgência e emergência. Lembre-se do bom senso: a sua segurança em primeiro lugar. Lembre-se: não se torne mais uma vítima! Quanto menor o número de vítimas.br/portal/arquivos/pdf/Politica%20Nacional.gov. 4. óculos de proteção. leia sobre a Política Nacional de Atenção às Urgências. Utilizar BARREIRAS DE PROTEÇÃO contra doenças contagiosas. Ao examinar e manipular a vítima. galhos de árvores etc. curiosos). aguarde o socorro especializado. defesa civil. Não devemos esquecer que solicitar o serviço de socorro pré-hospitalar profissional é tão importante quanto cuidar da própria vítima. normatização e legislação do Atendimento Pré-hospitalar (APH) no Brasil. tais como luvas descartáveis. Portanto. reconhecer e avaliar cuidadosamente os riscos que o ambiente oferece (para você. máscaras e aventais. pisca-alerta. familiares. colisão. 2. deverá seguir algumas regras básicas de atendimento: 1. Para mais informações. proteger-se de qualquer contaminação e minimizar os riscos de exposição fazendo uso das precauções universais é uma obrigação da pessoa que presta o socorro.pdf>. secreções ou produtos químicos. polícia militar. Utilize o triângulo de sinalização. explosão. agressões etc. qual o número de vítimas envolvidas. ACIONAR A EQUIPE DE RESGATE especializado e autoridades competentes. AVALIAR CUIDADOSAMENTE O CENÁRIO –– Q ual a situação? Observar. SAMU. Esse é um hábito imprescindível a ser adotado tanto no ambiente pré-hospitalar quanto hospitalar. –– Como a situação pode evoluir? Tenha sempre em mente que o ambiente pré-hospitalar nunca está 100% seguro e uma situação aparentemente controlada pode tornar-se instável e perigosa a qualquer momento. O socorrista. são respectivamente: 192. desabamentos. Na existência de qualquer perigo em potencial. testemunhas. companhia elétrica e outros. cones. tais como corpo de bombeiros. Na maioria das cidades brasileiras. sua equipe e terceiros – paciente. conforme avaliação anterior. gravidade etc. sangue. serviço de salvamento e resgate (Corpo de Bombeiros) e Polícia Militar. ao decidir intervir em determinada ocorrência no ambiente pré-hospitalar. portanto não se esqueça de sinalizar a cena e torná-la o mais segura possível. é essencial para a segurança do profissional de saúde em atendimento. –– Q ue recursos devem ser acionados? Verifique se há necessidade de solicitar recursos adicionais. correto? Lembramos ainda que a lavagem de mãos com água e sabão deverá ser feita rigorosamente antes e após cada atendimento. documento disponível no site do Ministério da Saúde: <http://portal. melhor. Portanto. faróis.saude. Quando se trata de uma emergência o que deve-se fazer é se proteger (com luvas) para salvar a vida e não procurar uma pia para se lavar. o socorrista deverá tomar todas as precauções para evitar a sua contaminação por agentes infecciosos. os principais números para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). SINALIZAR O LOCAL: isso é especialmente importante em casos de acidentes automobilísticos. 3. eletrocussão. consulte o site: Pós-Graduação a Distância 11 . tais como riscos de atropelamento. O uso de equipamento de proteção individual (EPI). por todos os profissionais de saúde. 193 e 190. caso seja necessário. a segurança deverá ser reavaliada constantemente! Identifique as ameaças ao seu redor. RELACIONAR TESTEMUNHAS para sua própria proteção pessoal. Com alteração da sequência as manobas de compressões serão iniciadas sem atraso e a ventilação verá em seguida. se disponível no local trazer o DEA – Desfibrilador Automático Externo. estabilidade circulatória. Posso ajudar?” Em seguida. serão adotados respeitando-se essa classificação. Durante a avaliação primária. pois os procedimentos de SBV. Sendo assim a sequência utilizada anteriormente retardaria o início da massagem cardíaca. no máximo e imediatamente chamar ou solicitar alguém que chame o serviço de atendimento móvel. devidamente autorizado a prestar auxílio e observando todos os aspectos pessoais e legais da cena do acidente (ou doença aguda). É fundamental que o socorrista profissional classifique a vítima em adulto. caso sejam necessários. criança ou bebê. ou seja. 6. o socorrista identifica e corrige prontamente todos os problemas que ameaçam a vida do doente. O socorrista deverá seguir uma sequência padronizada e executar as medidas de socorro conforme for identificando as lesões da vítima. o profissional poderá intervir diretamente no atendimento. As medidas de suporte básico de vida são iniciadas nesse primeiro instante. de acordo com as últimas recomendações (2010) da American Heart Association. tais como permeabilidade das vias aéreas. serão socorridas e atendidas primeiramente aquelas que se encontram sujeitas a maior risco de morte. Essa etapa inicial da avaliação deverá ser completada em 60 segundos. Diante disto as medidas imediatas são compressões e desfibrilação precoce.Suporte Básico de Vida Unidade I 5. o socorrista iniciará com as compressões caso a vítima não apresente pulso. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência AVALIAÇÃO PRIMÁRIA consiste numa análise de todas as condições que impliquem risco iminente de morte. • Adulto: a partir da puberdade. A prioridade de atendimento é determinada basicamente pela gravidade da vítima. • Criança: do primeiro ano de vida até o início da puberdade (por ex: desenvolvimento das mamas em meninas e pelos axilares nos meninos). A sequência ABC foi alterada para CAB. O exame é dividido em dois tempos principais: avaliação primária e avaliação secundária. o socorrista deverá se identificar e se apresentar à vítima dizendo: “Sou um profissional de saúde. A maior parte dos pacientes que sofrem PCR inicialmente apresentou Fibrilação Venticular – FV ou Taquicardia Ventricular – TV sem pulso. profissional e legal enquanto prestador de socorro. pois o objetivo principal do primeiro socorro é a preservação da vida. • Bebê (“lactente”): do nascimento ao primeiro ano de vida. respiração eficaz (anormal ou gasping). • 12 . controle de grandes sangramentos e estabilização da coluna cervical. ABORDAGEM E AVALIAÇÃO DA VÍTIMA Após avaliar o ambiente e tomar todas as precauções de segurança e proteção individuais. V – Verbal: nesse estágio a vítima ainda atende ao estímulo verbal dado pelo socorrista (comando de voz). endereço.). O socorrista deverá observar cuidadosamente a cena por si só. • Respiração – O paciente respira? Na ausência da respiração realizar 2 ventilações. trapézio ou leito ungueal) para obter qualquer resposta da vítima (localizar a dor. Essa respiração está sendo eficaz? Ofertar suporte ventilatório com oxigênio suplementar de 12 a 15 L/min para vítimas de trauma. É bom lembrar que em muitos casos. Alerta: o indivíduo emite respostas coerentes (nome.. Verificar se as vias aéreas estão pérvias ou se existem sinais de obstrução.). apesar de poder emitir sons ou gemidos. Prevenir ou tratar o estado de choque. gemidos. • Avaliação neurológica – Chamar pela pessoa.Suporte Básico de Vida Unidade I • Circulação – O pulso está presente? Não se deve demorar mais do que 10 segundos para identificar o pulso. pode apresentar-se confusa e emitir palavras desconexas. Devemos considerar que essa vítima poderá perder a consciência a qualquer momento. portanto ela deve ser estimulada a manter-se acordada.. • Vias aéreas e estabilização da coluna cervical (em vítimas de trauma. prevenindo assim a hipotermia e minimizando o choque. Observação. D – Doloroso: nesse estágio a vítima não atende mais aos estímulos verbais do socorrista. por si só. conseguir informações com a própria vítima (se consciente e orientada). profissionais de sáude que suspeitarem de trauma realizar anteriorização da mandíbula) – Ver. o socorrista também deverá estimular o retorno da vítima ao estado de resposta verbal. incentivando a melhora do seu nível de consciência. Existe alguma hemorragia grave? Na ausência de pulso iniciar de imediato com 30 compressões torácicas. no entanto. O protocolo detalhado do suporte básico de vida e reanimação cardiopulmonar (RCP) será visto no capítulo seguinte. movimentos. com a profundidade de 5 cm. a vítima estará em um estado de semiconsciência e poderá até mesmo ouvir e sentir o que acontece ao seu redor. A – Acordado. Isso. cobrir a vítima. já caracteriza uma situação crítica. em uma frequência de no mínimo 100 vezes por minutos.. Ouvir e Sentir não se usa mais. reagir com caretas. Geralmente a vítima mantém contato visual com o socorrista e atende normalmente aos estímulos visuais. familiares e testemunhas e avaliar os sinais e sintomas indicativos de uma emergência. I – Irresponsivo ou Inconsciente: nesse estágio o indivíduo não responde nem mesmo ao estímulo doloroso. Pós-Graduação a Distância 13 . auditivos e táteis.. • Exposição da vítima com controle da hipotermia – Retirar ou cortar as vestes para visualizar melhor e tratar as lesões de extremidades. É muito importante obter todas as informações possíveis do local do acidente. Realizase um estímulo doloroso (sobre o esterno. “Você está bem? Posso ajudar? Qual o seu nome?” Um método muito simples para determinar rapidamente o estado de consciência é a utilização do sistema AVDI. detalhes do acidente. mas sem capacidade de contato visual direto. Dessa forma. Em seguida. • O que aconteceu? • Isso já aconteceu antes? • Algum problema de saúde? • Está tomando algum remédio? • Está fazendo algum tratamento de saúde? • É alérgico a algum medicamento? • Fez uso de algum tipo de droga? • Qual o horário da última alimentação? • O que você está sentindo? Sente dor em algum lugar? Dica para realizar a anamnese: utilizar a sigla AMPLA. como por exemplo: • Nome. A – Alergias M – Medicamentos Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência P – Passado médico L – Líquidos e alimentos A – Ambiente (eventos relacionados ao trauma ou emergência clínica) Durante a avaliação secundária. como febre alta. hipóxia e anemia grave.Suporte Básico de Vida Unidade I AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (complementar): consiste na segunda etapa do exame. onde serão observadas todas as lesões que não impliquem risco imediato à vida. identificar os ferimentos. da cabeça aos pés. telefone (menor de idade – contatar responsáveis). observar a cor da pele e verificar o nível de consciência. 14 . 2. síncope e pressão intracraniana elevada podem provocar bradicardia. checar a história do acidente ou mal súbito. à avaliação dos sinais vitais. Condições que estimulam o sistema nervoso parassimpático. Algumas perguntas e informações são fundamentais e devem ser levantadas. como algumas intoxicações. Condições que elevam a demanda de oxigênio. choque. idade. Destacamos abaixo algumas observações e “dicas” quanto aos dados obtidos pelo socorrista durante a realização dessa etapa. 1. O socorrista deve buscar realizar anamnese direcionada. ainda. provocam taquicardia. proceder. aferir os sinais vitais e realizar um exame físico padronizado. bombeirosemergencia. 12. como na insolação.marski.pdf> <http://www.edu.br/links/menu3/publicacoes/revista_enfermagem/oitavo_a_manha/artigo15. A cianose não aparece na intoxicação por monóxido de carbono. e a coloração vermelho-cereja da pele e mucosas. Uma pele quente e seca pode ser causada por febre. precocemente no choque hemorrágico antes da queda da pressão sistólica. Pacientes com coloração rosada raramente têm hipovolemia crítica. 4. Este assunto está disponível em: <http://www. 9. Pós-Graduação a Distância 15 . Um ritmo de pulso irregular e uma deficiência do pulso (frequência do pulso radial menor que a frequência do pulso apical) ocorrem com as arritmias. Um pulso filiforme geralmente é encontrado no choque hipovolêmico.pdf>. A exposição ao frio produz uma pele fria. Uma pele fria e úmida é indicativa de uma resposta do sistema nervoso simpático a um traumatismo ou perda sanguínea (estado de choque).uniandrade. 7.html> <http://www. ou ser o resultado de uma exposição excessiva ao calor. Dilatação pupilar bilateral e não reativa sugere dano cerebral grave. no entanto seca.org/download/altamontanha/Manual-de-APH02. descrita como sinal clássico nesse tipo de intoxicação.Suporte Básico de Vida Unidade I 3.br/analiseprimaria. 5.com. Presença de pupilas anisocóricas sugere lesão cerebral por traumatismo craniano ou AVE – acidente vascular encefálico. 10. assim como respirações rápidas e superficiais. Todo politraumatizado taquicárdico e pálido está em choque. diz-se que a PA é convergente e quando é alta diz-se que a PA é divergente. Quando a pressão de pulso é baixa. até que se prove o contrário. A PA divergente indica vasodilatação e ocorre nas reações anafiláticas e no choque neurogênico. por exemplo. A PA convergente indica vasoconstrição e ocorre. Respiração profunda e difícil (com esforço – dispneia) pode indicar obstrução nas vias aéreas. doença cardíaca ou pulmonar. 6. é rara. 8. A diferença entre a PA sistólica e a diastólica (pressão de pulso) é aproximadamente de 30 a 40mmHg. 11. em uma doença. As causas de parada cardiopulmonar podem ser divididas em 2 grupos: primárias e secundárias. As células nervosas são as mais frágeis do corpo humano. de 8/8/97). Secundárias: são as principais causas de PCR em crianças e vítimas de traumatismos. Quando essas estruturas cessam suas funções de forma irreversível. Se houver uma intervenção precoce.Suporte Básico de Vida Unidade I Capítulo 2 – Parada Cardiorrespiratória A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência relativamente frequente em qualquer serviço de atendimento de emergência. O socorrista. a não ser que se encontrem sinais claros de morte óbvia.” (Trecho da Resolução do Conselho Federal de Medicina no 1. geralmente a fibrilação ventricular. É claro que toda pessoa com alguma possibilidade de ser salva deve ser reanimada. podemos afirmar que ela se encontra morta e não há mais nada a ser feito. Com a evolução das técnicas de reanimação cardiopulmonar. distúrbios metabólicos e hipotermia podem simular os parâmetros de lesão encefálica irreversível. mas o coração pode continuar bombeando sangue durante alguns minutos e a circulação continua enviando oxigênio dos pulmões para os tecidos. (Fato relacionado com as causas da parada cardíaca e fatores ambientais que podem preservar o encéfalo por um tempo maior que os tradicionais 4 a 6 minutos para que a morte cerebral se inicie). ao se aproximar da vítima e constatar que não existe respiração e pulso. conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial. sofrendo lesões irreversíveis. “A parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte. 3. é . A disfunção do coração é causada por problema respiratório ou por uma causa externa: 1. trauma direto no coração e descargas elétricas. Primárias: devido a um problema do próprio coração. não pode ter certeza se já existe a morte encefálica. Existem inúmeros casos conhecidos em que a vítima foi reanimada com sucesso após longo tempo de parada cardíaca. Já foi o tempo em que ausência de respiração e batimento cardíaco significava morte. Observação – Intoxicação por drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC). estado de choque e intoxicação pelo monóxido de carbono. como saber que essa chance existe e quando devemos considerar a pessoa morta? Sabemos que uma vítima estará morta quando houver parada total e irreversível de suas funções encefálicas. 2. No entanto. As células do organismo começam a morrer alguns minutos depois de cessadas as funções vitais. aperfeiçoamento de equipamentos e treinamento de leigos e profissionais. desenvolvimento de drogas. portanto a vítima deverá receber as manobras de reanimação.480/97. Elas não conseguem sobreviver por mais de cinco minutos sem oxigênio. e significa a cessação dos batimentos cardíacos e dos movimentos respiratórios. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 16 Parada respiratória A vítima interrompe os movimentos respiratórios. ação de fatores externos sobre o coração: drogas. causando uma arritmia cardíaca. transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves. milhares de vidas são salvas em todo o mundo. A causa principal é a isquemia cardíaca (chegada de quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração). oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares. A persistência da midríase com a RCP é um sinal de prognóstico ruim. As paradas por fibrilação ventricular só podem ser revertidas pela desfibrilação (tratamento definitivo). na tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea. ocorre em até 45 segundos após a parada cardíaca e pode aparecer em outras situações. . reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas respiratórias. pois o metabolismo diminui. Assim sendo. prolongar a duração da fibrilação ventricular (modalidade de PCR mais encontrada no ambiente extra-hospitalar). Causas da parada respiratória: • estado de inconsciência – obstrução de vias aéreas por queda da língua na faringe posterior. sendo o mais específico – ausência de pulso carotídeo no adulto e braquial no bebê). Os órgãos mais sensíveis à falta de oxigênio são o cérebro e o coração. ocorrerá interrupção do funcionamento do coração enquanto bomba cardíaca. a reanimação cardiopulmonar (RCP) é a técnica utilizada para retardar a lesão cerebral até a instituição de medidas de suporte avançado de vida. Como reconhecer os sinais de uma parada cardiorrespiratória (PCR) Tríade: vítima inconsciente. respiração artificial e compressões torácicas. Com o tempo (minutos) a circulação cerebral obtida com as compressões torácicas vai diminuindo progressivamente até se tornar ineficaz. A lesão cerebral irreversível ocorre geralmente após cinco a seis minutos (morte cerebral). • afogamento. • obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE). • inalação de fumaça. • overdose de drogas. impedindo que ela se transforme em assistolia e permitir que a desfibrilação tenha sucesso. mas a pressão diastólica é muito baixa. Consiste nas manobras de abertura das vias aéreas. • acidente vascular encefálico. • trauma cranioencefálico etc. entre os quais o coração. não utilizar a dilatação das pupilas para o diagnóstico da parada ou para definir que a vítima está com lesão cerebral irreversível. Após alguns minutos as células mais sensíveis começam a morrer. Atenção! a midríase bilateral é um sinal tardio. Portanto. diminuindo a perfusão de vários órgãos. Do contrário.Suporte Básico de Vida Unidade I possível reverter o quadro e prevenir a parada cardíaca. Dica: As vítimas submetidas a baixas temperaturas (hipotermia) podem suportar períodos mais longos sem oxigênio. retardar ao máximo a lesão cerebral. reduzindo o consumo de oxigênio. Objetivos das manobras de reanimação cardiopulmonar (MRCP) Pós-Graduação a Distância 17 Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos tecidos. a circulação será suspensa e o quadro se agravará com parada cardiorrespiratória. A RCP não é capaz de evitar lesão cerebral por períodos prolongados. ausência de respiração e ausência de pulso em grande artéria (o principal sinal da parada cardiopulmonar. Durante a RCP a pressão sistólica atinge de 60 a 80mmHg. é fundamental a solicitação de unidade com desfibrilação e recursos de suporte avançado de vida.edu>. O desfibrilador é um aparelho que emite descarga elétrica (choque) no intuito de reverter a arritmia cardíaca letal. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Fonte: <http://www. 18 . Para a vítima em parada cardiopulmonar. Portanto. bastante confiável e de fácil manuseio. mas as manobras de reanimação devem ser iniciadas tão logo se detecte a parada cardíaca.Suporte Básico de Vida Unidade I Para cada minuto sem as manobras de reanimação cardiopulmonar e desfibrilação. Durante alguns minutos após a parada ainda existe oxigênio nos pulmões e na corrente sanguínea para manter a vida. Qualquer pessoa tem condição de operá-lo corretamente após treinamento adequado. (Veja modelos de desfibriladores ao final da unidade). O DEA (desfibrilador externo automático) é um aparelho simples. No entanto. o tempo é um fator crítico. Está indicado nas situações que o coração apresenta ritmo de fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular sem pulso (TV). as chances de sobrevivência da vítima caem de 7 a 10%. o SBV sem desfibrilação não é suficiente para manter a vida por períodos prolongados e a reversão da PCR na maioria dos casos também não é obtida. Estudos comprovam que vítima desfibrilada em até 8 minutos após a parada cardiopulmonar tem mais chances de sobrevivência.erc. (“Tempo é cérebro!”). erc. As novas recomendações internacionais para suporte básico e avançado de vida podem ser encontradas nos sites da Associação Americana do Coração (American Heart Association) e do Conselho Europeu de Ressuscitação: <http://mmintensivecare. que correspondem à “corrente de sobrevivência”. A sobrevivência à parada cardiorrespiratória depende de uma série de intervenções fundamentais. Pós-Graduação a Distância 19 . As manobras de reanimação cardiopulmonar vêm sendo aperfeiçoadas ao longo de várias décadas. o acionamento precoce do serviço de emergência (acesso rápido). disseminando informações para o treinamento e educação em ressuscitação.Suporte Básico de Vida Unidade I Capítulo 3 – Protocolo de Reanimação Cardiopulmonar (Diretrizes Ilcor 2010) Qualquer pessoa.einstein. Este novo elo otimiza a estabilização da função cardiopulmonar..br/revista/arquivos/PDF/2075-ECv9n2_99-101. os cuidados pós-PCR. pode iniciar ressuscitação cardíaca. em qualquer lugar. A International Liaison Committee on Resuscitation (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) foi criada em 1992. 2010.pdf> <http://www. perfusão dos órgãos e remoção para o estabelecimento de saúde adequado (AHA. 1960. A recuperação da circulação deve ocorrer num período inferior a 4 minutos. Kouvenhoven.. a chegada da equipe de atendimento (com a desfibrilação precoce) e entrada rápida no hospital (Suporte Avançado de Vida – SAV) são elos vitais da corrente para garantir a eficácia do processo. 2010).edu/index. Cadeia de Sobrevivência de ACE Adulto da AHA Fonte: Guidelines da American Heart Association. caso contrário poderão sobrevir alterações irreversíveis no sistema nervoso. entre outros objetivos. O reconhecimento imediato dos sinais. um dos tecidos mais sensíveis à falta de oxigênio. tudo o que é necessário são duas mãos. a RCP imediata. com intuito de promover um fórum entre as principais organizações de ressuscitação de todo o mundo.php/guidelines_download/en>.pt/news/diretrizes-guidelines-da-american-heart-association-aha2010-para-rcp/> <http://apps. Um quinto elo é implementado na cadeia de sobrevida.webnode. em qualquer faixa etária (exceto recém-nascidos). visando manter a eficácia do procedimento. na frequência de no mínimo 100 vezes por minuto. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 20 . 2. ao abrir as vias aéreas assegura-se que a percepção de respiração já é detectada. Identificar respiração anormal ou gasping. Avaliar a responsividade: avaliar o nível de consciência. Observações: • Colocar o DEA assim que disponível. Minimizar a interrupção das manobras de compressão e quando 2 ou mais profissionais de sáude estão presentes durante a RCP. (No aparelho monofásico: choque de 360 joules. A relação compressões/ventilações com um socorrista deve ser mantida na proporção de 30:2. acionar imediatamente o serviço médico de emergência e solicitar desfibrilador. 3. iniciar compressões torácicas: comprimir com força e rápido. 4. 6. A profundidade das compressões deve ser de 5 cm em adultos e crianças e bebês 4 cm.Suporte Básico de Vida Unidade I Sequência resumida dos passos para execução do Suporte Básico de Vida e manobras de RCP 1. 5. Na ausência de pulso. os socorristas devem revezar-se nas compressões torácicas a cada 5 ciclos (2 minutos de RCP). com duração de 1 segundo cada. A frequência de ventilação deve ser aplicada a cada 6 a 8 segundos. Abrir as vias aéreas (A – Airway): assegurar permeabilidade e desobstrução das vias aéreas.ahajournals. Fonte: <http://circ. No aparelho bifásico: até 200j). • Reduzir o tempo entre a compressão e aplicação do choque e o reinicio imediato das compressões. Chamar por ajuda: na ausência de resposta da vítima. Não se recomenda o uso rotineiro da pressão cricóide. O DEA deverá ser usado assim que estiver disponível. Abolido a “manobra de ver. Detectar presença de pulso (C – Circulation): palpação da artéria carótida ou femoral (5 a 10 seg.).org>. Avaliar respiração (B – Breathing): Realizar ventilação de resgate: 2 insuflações. tocando a vítima pelo ombro e chamando-a em voz alta. ouvir e sentir”. Desfibrilação (D – Defibrillation): o tratamento definitivo da fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso (TV) consiste na desfibrilação (choque). • Quando houver suporte ventilatório avançado instalado não interromper compressões nem alternar. sendo de 8 a 10 por minuto. minimizando compreesões torácicas antes e após o choque. Não utilizar o polegar e não aplicar pressão excessiva nas partes moles sob o queixo. a principal causa de obstrução é a queda da língua sobre a parede posterior da faringe. Inclinação da cabeça e elevação do queixo: manobra mais utilizada. Nas vítimas inconscientes. A ventilação pulmonar (respiração artificial) só poderá ser executada com sucesso caso as vias aéreas da vítima estejam abertas. desobstruídas.heart. uma de cada lado. Fonte: <http://circ.yimg. Posicione os dedos da outra mão sobre o queixo. as manobras que tracionam a mandíbula para frente também elevam a língua. Essa técnica deverá ser adotada apenas por profissionais de saúde treinados.ahajournals. pois pode ser realizada sem estender o pescoço. que poderão obstruir as vias aéreas. para não prejudicar o fluxo sanguíneo cerebral. com os membros superiores estendidos ao longo do corpo. A manobra de abertura das vias aéreas pode ser suficiente para restabelecer a respiração e prevenir a parada cardíaca. Segurar com as duas mãos os ângulos das mandíbulas.org/idc/groups/heartpublic/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ ucm_317343. Pode ser utilizada também uma cânula orofaríngea (do tipo Guedel) para manter a permeabilidade das vias aéreas. Manter a boca da vítima aberta.pdf> <http://www. afaste os lábios inferiores. As principais manobras utilizadas para desobstruir as vias aéreas são: inclinação da cabeça com elevação do queixo e manobra de elevação da mandíbula. Com os polegares.com/kg/groups/25064140/538256715/name/ARTIGO+DOSSIE+RCPC+ALUNAS +POS.pdf> A – VIAS AÉREAS A vítima encontrada inconsciente e irresponsiva deverá ser posicionada em decúbito dorsal sobre uma superfície dura. o movimento deve ser cuidadoso para evitar danos à medula espinhal. Nas vítimas de trauma com suspeita de lesão na coluna cervical. Com uma das mãos. inclinando a cabeça levemente para trás (hiperextensão do pescoço).org>. e deslocar anteriormente. A cabeça da vítima não deve ficar mais alta que os pés. Como a língua está presa à mandíbula. Pós-Graduação a Distância 21 Elevação do ângulo da mandíbula: é a manobra de escolha nas vítimas com suspeita de traumatismos na coluna cervical. fácil e efetiva. mantendo a cabeça fixa. firme e plana.Suporte Básico de Vida Unidade I <http://xa. . pressionar a testa da vítima. deslocando a mandíbula para cima. Somente tente remover o material que está causando a obstrução se ele estiver bem visível e de fácil acesso. Pessoas com nível de consciência alterado correm maior risco de obstrução de vias aéreas pela aspiração de material vomitado ou sangue. cianose. a obstrução por corpos estranhos pode provocar a perda de consciência e parada cardiopulmonar. (Perda ou diminuição do reflexo faríngeo). Observação – socorristas leigos não devem realizar essa manobra. dificuldade respiratória acentuada e. secreções (saliva. o profissional de saúde é orientado a utilizar a manobra convencional (inclinação da cabeça e elevação do queixo). No caso de líquidos. sangue. Enquanto existir uma troca gasosa satisfatória.ahajournals. balas etc. Em lactentes ou crianças. sem interferir nas tentativas para expelir o corpo estranho. vômito). apesar dos sibilos entre as tossidas. Fonte: <http://circ. A obstrução das vias aéreas pode ser parcial (semiengasgo) ou total (engasgo). fragmentos dentários.org>. A troca insuficiente de ar é indicada pela presença de tosse ineficaz e fraca. OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPOS ESTRANHOS (OVACE) Se um corpo estranho for visualizado e estiver acessível após a manobra de abertura das vias aéreas. Nesse ponto. possivelmente. as causas mais frequentes são aspiração de pequenos objetos ou leite regurgitado. e sim a elevação do queixo. Com a parcial. inclusive nas vítimas de trauma.ahajournals. remova-o com o dedo indicador “em gancho”. a vítima deverá ser estimulada e encorajada a persistir na tosse espontânea e nos esforços respiratórios.Suporte Básico de Vida Unidade I Fonte: <http://circ. caso em que poderá tossir. caso essa manobra não promova abertura das vias aéreas. A eventualidade de corpos estranhos obstruindo as vias aéreas ocorre mais frequentemente durante as refeições. ruídos respiratórios estridentes ou gementes. tente removê-los com os dedos indicador e médio envolvidos por gaze. iniciar o manejo da obstrução parcial como se houvesse obstrução total.org>. Atenção! De acordo com as diretrizes 2010. pois a abertura das vias aéreas é uma prioridade nos pacientes inconscientes. mas outras causas de obstrução incluem próteses dentárias deslocadas. a vítima ainda pode ser capaz de manter boa troca gasosa. . Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 22 Embora a perda de consciência seja a causa mais frequente de obstrução das vias aéreas (pela queda da língua). A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago também poderá ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de ressuscitação. preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente. afastando as pernas. • Aplicar 5 compressões abdominais sucessivas. • Colocar a mão fechada 1 dedo acima do umbigo. direcionadas para cima. A mão do socorrista em contato com o abdome da vítima está com o punho fechado e o polegar voltado para dentro. O movimento de ar pode estar ausente ou não ser detectável. Caso não seja instituído tratamento. • Verifique se é um engasgo real.org>. ampliar sua base de sustentação. a vítima evolui rapidamente para inconsciência. reposicionar e repetir os ciclos de 5 compressões. agarrando o pescoço (sinal clássico. ou a vítima perca a consciência. Pergunte à vítima: “Você está engasgado (a)?” • Posicione-se atrás da vítima. • Se necessário.org>. repentinamente. A vítima não consegue falar ou tossir com eficácia. • Localizar o umbigo. • Conferir se a vítima voltou a respirar expelindo o objeto. Fonte: <http://circ. Como proceder? APLICAR A MANOBRA DE HEIMLICH. Pode demonstrar sinais de asfixia. PCR e óbito. caso venha perder a consciência). universal). A outra mão é colocada sobre a primeira. abraçando-a em torno do abdome. Pós-Graduação a Distância 23 . fica incapaz de falar ou tossir.ahajournals. criando uma espécie de “tosse artificial”. até que o objeto desobstrua as vias aéreas. Estando a vítima em pé. Fonte: <http://circ. O pronto atendimento é urgente. Essa técnica tem como objetivo expulsar o corpo estranho por intermédio da eliminação do ar residual dos pulmões.Suporte Básico de Vida Unidade I A obstrução total das vias aéreas (engasgo real) é geralmente reconhecida quando a vítima está se alimentando e. apresentando esforço respiratório exagerado e cianose. e posicionar uma perna entre as pernas da vítima (para evitar que ela caia.ahajournals. intercalar 5 tapotagens com as 5 compressões torácicas. 24 . respiração espontânea e circulação). Caso isso ocorra. e não compressões abdominais. apoiá-la cuidadosamente até o solo e iniciar manobras de reanimação cardiopulmonar (30 compressões torácicas e 2 ventilações. Reavaliar a cada 2 minutos (5 ciclos) ou se a vítima mostrar sinais de desobstrução.gov/medlineplus/encyclopedia. Sempre encaminhe a vítima ao médico após a aplicação da Manobra de Heimlich. As principais complicações são lesões de vísceras abdominais como o fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração.Suporte Básico de Vida Unidade I Se a vítima ficou inconsciente. Nos bebês (lactentes). Dica – para a desobstrução de vias aéreas em bebês. considerar a criança em parada cardiorrespiratória e iniciar imediatamente manobras de RCP.html>. realizar compressões torácicas. Atenção! A manobra de Heimlich é perigosa e poderá provocar lesões internas graves. mulheres grávidas e pessoas obesas. B – BOA VENTILAÇÃO Após a desobstrução da via aérea por corpo estranho deve-se observar se a vítima tem respiração normal ou gasping.edu>. Fonte: <http://www. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Imagens adaptadas de: <http://www.erc. até que o objeto seja expulso ou o bebê perca a consciência. Observação – Segundo a American Heart Association.nih. a manobra de Heimlich com compressões abdominais é recomendada apenas para crianças maiores de 1 ano e adultos.nlm. pinçar as narinas da vítima com a mesma mão que inclina a cabeça.ahajournals. O ideal é utilizar o balão-valva-máscara (reanimador manual). Deve se lembrar que a segurança do profissional vem em primeiro lugar! O socorrista poderá utilizar dispositivos de barreira como a face-shield ou pocket mask (existem diversos modelos disponíveis no mercado). em caso de vômito ou excesso de sangue nas vias aéreas. manter um sopro a cada 5 ou 6 segundos (no adulto. Respiração difícil. Fonte: <http://circ. pois permite que seja reduzido o risco de aspiração para os pulmões. Efetuar duas ventilações. Fonte: <http://circ. Conforme visto anteriormente.Suporte Básico de Vida Unidade I O procedimento de verificação da respiração não deve levar mais do que 3 a 5 segundos. ou respiração agônica que antecede a parada cardíaca. Ao constatar que a vítima não está respirando. iniciar imediatamente a ventilação artificial (“sopro da vida” ou 2 ventilações de resgate). conhecido popularmente como “Ambu®”.org>.ahajournals. Pós-Graduação a Distância 25 Observação – Se a vítima estiver inconsciente. com duração de 1 a 2 segundos (cada sopro). aplicar sua boca sobre a da vítima. O socorrista deve estar atento. o socorrista não deve se esqueçer de utilizar barreiras de proteção ao realizar a técnica de ventilação boca a boca. Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça ou elevação da mandíbula. observando o movimento do peito e sentindo o ar expirado da vítima (ventilações mais rápidas causam distensão do estômago). mas apresentar respiração espontânea.org>. vedando-a completamente. . deverá ser mantida em Posição de Recuperação (decúbito lateral esquerdo). ruidosa e com esforço respiratório pode indicar obstrução de vias aéreas. frequência de aproximadamente 12 respirações/min). Essa posição é particularmente importante. A posição lateral de segurança (posição de recuperação) é utilizada nos momentos em que a vítima deverá ser lateralizada para desobstrução das vias respiratórias ou quando seu estado exigir descanso. por 5 a 10 segundos de cada lado. No entanto. Fonte: <http://circ. A manobra de compressão torácica externa consiste em aplicação rítmica de compressão na metade inferior do esterno. o débito cardíaco é três vezes menor do que o normal. tomando-se o cuidado para que a cabeça não esteja elevada acima do nível do coração. o atendimento avançado deve ser iniciado rapidamente. A parada cardiorrespiratória é reconhecida pela ausência de pulso nas grandes artérias de vítimas inconscientes. 26 . suficientes para manter a circulação do sangue e a oxigenação. ao lado do tórax da vítima. a ventilação artificial deverá ser mantida.Suporte Básico de Vida Unidade I Fonte: <http://circ. o prestador de socorro deve verificar o pulso da vítima. mesmo se a RCP é iniciada em menos de 4min após a parada cardiopulmonar e o Suporte Avançado à Vida (SAV) chega ao local em menos de 8min após a parada. O ideal é que se inicie até 8min após a RCP básica. O procedimento de verificação do pulso não deve demorar mais que 5 a 10 segundos. • A vítima deve estar em decúbito dorsal (de costas) em uma superfície dura. C – CIRCULAÇÃO Após as duas ventilações iniciais. O socorrista se mantém ajoelhado. sempre associada à ventilação artificial. a artéria de escolha para verificar a presença de pulso é a braquial.ahajournals. por compressão dos barorreceptores localizados próximos do ponto correto de verificação. Em lactentes. mas a vítima estiver em parada respiratória. Isso causa pressão direta no coração e também aumento da pressão no interior do tórax. Se confirmada a ausência de pulso nas grandes artérias (carótida ou femoral). as chances da vítima se recuperar são muito pequenas.org>. Pesquisas demonstram que. mesmo com a técnica correta.org>. Atenção! Verificar o pulso nas carótidas.ahajournals. pois poderá induzir a vítima a uma bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos). Essa artéria pode ser palpada facilmente no pescoço (nos dois lados). Entretanto. Nos adultos e nas crianças maiores de 1 ano a artéria utilizada é a carótida. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Caso o pulso presente. Lembrete – Vítima que respira não está em parada cardíaca! A realização de compressões torácicas em pacientes adultos com pulso presente pode causar complicações sérias. atualmente. Assim. iniciar imediatamente as compressões torácicas. • A identificação correta da metade inferior do esterno é muito importante. não verificar o pulso nos dois lados ao mesmo tempo. mas não apoiá-los sobre a caixa torácica. Fonte: <http://circ. sem que o prestador de socorro retire suas mãos do tórax da vítima. podendo fraturá-las. • A compressão deve ser aliviada completamente (fase de relaxamento). Pós-Graduação a Distância 27 . • Alinhar os ombros sobre o esterno da vítima. Pode entrelaçar os dedos ou mantê-los estendidos. A força de compressão deve ser provida pelo peso do tronco do socorrista e não pela força de seus braços. localizar a margem inferior do rebordo costal da vítima. mantendo os cotovelos estendidos. de forma que ambas fiquem paralelas. • Percorrer o rebordo costal até identificar o apêndice xifóide. • Com a mão. As compressões devem ser regulares e ininterruptas. • Colocar a outra mão sobre a primeira. para que não seja perdida a posição correta das mãos. Atualmente é preconizado encontrar um ponto entre os mamilos sobre o esterno.org>.ahajournals. seguidas de relaxamento com o mesmo tempo de duração de cada compressão.ahajournals. • Colocar dois dedos acima do apêndice xifóide sobre o esterno. O objetivo é impedir que a força de compressão seja efetuada sobre as costelas. O ideal é verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um pulso carotídeo palpável.org>.Suporte Básico de Vida Unidade I Fonte: <http://circ. comprimindo a parte inferior do esterno com profundidade de 5cm (adultos e crianças). • Apoiar a palma de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno. • Exercer pressão vertical. 1.Suporte Básico de Vida Unidade I • Após 5 ciclos (2 min) de compressão e ventilação (30:2). com 1 socorrista. 4. mesmo na vítima de trauma com possível lesão cervical. 13. seguido de RCP imediata. 2. 5. Reiniciar imediatamente. – Pulso presente: verificar respiração. com sinais de perfusão sistêmica inadequada. ou ventilações muito longas e forçadas. Em lactentes e crianças. – Pulso ausente: reiniciar RCP pelas compressões torácicas. Iniciar as compressões torácicas. Caso a elevação da mandíbula sem a extensão do pescoço não abra a via aérea. para uma vítima adulta (1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos). Na RCP realizada por 2 socorristas. apliar de 12 a 20 ventilações por mnuto (aproximadamente 1 ventilação a cada 3 a 5 seg. Permitir que o tórax retorne totalmente após cada compressão (retorne à posição normal) e utilizar aproximadamente o mesmo tempo para compressão e relaxamento. os profissionais de saúde devem utilizar a manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Abrir as vias aéreas é uma prioridade. 11. Evitar aplicar um número excessivo de ventilações. As modificações recomendadas em 2010 visam otimizar as compressões torácicas e incentivar os socorristas a iniciar os procedimentos de RCP através das compressões. otimizando a função cardiopulmonar e perfusão dos órgãos. De forma resumida. Desfibrilar com choque único. 9. O pulso somente será reavaliado após 2 minutos (ou realização de 5 ciclos de RCP). Alternar os reanimadores a cada 2 minutos. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 10. se a vítima estiver respirando – monitorizar os sinais vitais e colocá-la em posição de recuperação. rápido e sem parar. na presença de 2 socorristas. 8. 15. Comprimir o tórax a uma frequência de 100 compressões por minuto. Iniciar a RCP com as compressões torácicas e minimizar as interrupções. 6. Aplicar se a vítima não estiver respirando. para evitar a fadiga e manter a qualidade das manobras de RCP. em uma frequência de 8 a 10 ventilações por minuto (1 ventilação a cada 6 a 8 segundos). Cada ventilação de resgate deve ter a duração de 1 segundo e produzir elevação visível do tórax. 3. Para lactentes ou crianças. após a desfibrilação. a vítima deve ser reavaliada. mas tiver pulso. Um socorrista realiza compressões ininterruptamente e o outro socorrista aplica as ventilações. os socorristas não devem mais aplicar ciclos de compressão com pausas para ventilação. 10 a 12 ventilações de resgate por minuto. efetuar 15 compressões para 2 ventilações. estas são as principais considerações e recomendações sobre as últimas diretrizes 2010 de reanimação cardiopulmonar e uso do desfibrilador externo automático (DEA). sem checar o pulso. 12. assim que uma via aérea avançada estiver em posição (intubação orotraqueal). as manobras de compressão. se a frequência cardíaca do lactente ou da criança for inferior a 60bat/ min. 14. A proporção de compressão/ventilação para qualquer faixa etária (exceto recém-nascido) é de 30:2 (30 compressões para 2 ventilações).). para todas as vítimas. 28 . Comprimir com força. 7. – Respiração ausente: manter ventilação artificial (1 sopro a cada 5 ou 6 segundos) e monitorizar o pulso. co.uk>.com>.com>.lifesaversofamerica. O soco precordial foi abolido em atendimentos pré-hospitalares. 17. Modelos de desfibriladores: Fonte: <http://www. imediatamente abaixo da linha dos mamilos. 19. 18.Suporte Básico de Vida Unidade I 16. Na RCP de lactentes realizada por 2 socorristas. Fonte: <http://www.lifesaversofamerica. Usar 1 ou 2 mãos para aplicar as compressões torácicas em crianças.zoll. Fonte: <http://www.heartstart. Usar o DEA para crianças acima de 1 ano de idade (abaixo de um ano utilizar o desfibrilador manual). Fonte: <http://www. Comprimir sobre o esterno na linha dos mamilos. utilizar a técnica dos dois polegares para realizar as compressões torácicas.com>. Para lactentes. Pós-Graduação a Distância 29 . pressionar sobre o esterno. chegando ao ponto de trocá-la por status e bens materiais. cultiva a ganância pelo aumento da renda e valoriza cada vez menos a saúde. da fadiga e da irresponsabilidade com seu autocuidado. O coração enfrenta uma sobrecarga episódica ou rotineira que prejudica seu funcionamento de tal maneira que o órgão perde gradativamente seu potencial de ação. desde aqueles que atuam diretamente na comunidade como nos hospitais de referência. Atualmente. Fatores como a hipertensão arterial. sudorese. traços genéticos (hereditariedade). patológico. expressa uma síndrome que acomete um ou mais sistemas do organismo comprometendo sua integridade física. palidez. entrando em hipoatividade e inviabilizando a manutenção do metabolismo pelo princípio básico da homeostasia. tabagismo. inquestionavelmente.com>. automedicação. redução da prática de atividade física. sabe-se que em grandes capitais o cidadão enfrenta cerca de 1 hora de trânsito por dia. 30 . O sistema cardiovascular sofre. ganho ponderal. maus hábitos alimentares. Sinais e sintomas como dor no peito. coletivo e. pele fria. taquicardia e dispneia estão cada vez mais presentes nos serviços de atendimento médico especializado.corbis. tem menos de 30 minutos para cada refeição. estresse. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Imagem adaptada de: <http://pro. Dentro desse quadro de doenças cardiovasculares. quando o indivíduo alcança o limiar do estresse.Para (não) Finalizar Unidade II Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Capítulo 4 – Urgências e Emergências Cardiovasculares Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) A humanidade enfrenta uma epidemia de cardiopatias. de certa forma. Assim. nas quais as síndromes coronarianas agudas (SCA) representam importante causa de morbimortalidade em todo o mundo. com o padrão de vida adotado pela sociedade nos dias de hoje. infarto agudo do miocárdio (IAM) e morte súbita. privação de sono e outros agravos representam uma equação em que o resultado é bombástico. evitável. segue com vários deveres sociopolíticos. as síndromes coronarianas agudas (SCA) correspondem à angina instável. A injúria sintomática decorrente da hipóxia recebe a denominação fisiopatológica de angina. dispneia. taquicardia. Esses dados coincidem com aqueles encontrados em países desenvolvidos.br/pdf/abc/v84n1/23007. Ao estabelecer necrose na estrutura cardíaca é diagnosticado o infarto agudo do miocárdio (IAM). Como proceder? Diante de uma vítima com possível quadro de IAM. náuseas. o infarto agudo do miocárdio é considerado a principal causa isolada de morte no Brasil (doença cardiovascular). acarretam hipóxia e culminam com a morte (necrose) do músculo cardíaco. ventilar o ambiente. Infarto agudo do miocárdio e morte súbita estão documentados em: <http://www. gravata ou cinto. vômitos. o coração demonstra seu sofrimento a partir de sinais e sintomas clássicos. deve-se acionar imediatamente o serviço de socorro especializado (Suporte Avançado). quando prolongada. monitorar os sinais vitais. fadiga e síncope. mas. a redução do fluxo sanguíneo e isquemia. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II A principal etiologia da SCA é a instalação de placas de ateroma nas coronárias. prolongada e dificilmente aliviada pelo repouso ou administração de medicamentos.com>. colocar a vítima em posição confortável (cabeça elevada 30 a 45º).scielo. epigastralgia. não oferecer bebida ou comida. Pós-Graduação a Distância 31 . Assim. Imagem adaptada de: <http://pro. mal-estar geral.corbis. ela é mais intensa. O diagnóstico diferencial entre a angina e o infarto é feito pelo eletrocardiograma e exames complementares. realizar manobras de RCP (se necessário) e conduzir a vítima ao hospital o mais rápido possível. palidez cutâneomucosa. com consequente interrupção do fluxo sanguíneo e chegada de oxigênio e nutrientes para as células do músculo cardíaco. A dor de um infarto do miocárdio é semelhante à da angina. confusão mental.pdf>. tais como: precordialgia. afrouxar as roupas. Nesse processo de injúria. caracterizando um quadro de morte súbita (geralmente ocasionada por arritmias ventriculares como a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular sem pulso FV/TV). em geral. causando obstrução total ou parcial das artérias ou seus ramos. Alterações na circulação coronariana com redução do débito promovem um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio das células cardíacas. inquietação. Alguns indivíduos apresentam parada cardiorrespiratória súbita e não respondem à reanimação cardiopulmonar. sudorese fria e pegajosa. Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Lembre-se que “tempo é músculo cardíaco!”.arquivosonline. incluindo o Acidente Vascular Encefálico (AVE). O Acidente Vascular Isquêmico é responsável por 80% dos casos de AVE. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 5 milhões de pessoas morrem a cada ano por causa de acidentes cardiovasculares.arquivosonline. do crescimento da morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis. pois representam suporte avançado de vida e conduta específica. mesmo os pacientes que sobrevivem a um AVE correm riscos: cerca de 50% morrem após um ano.com.pdf>. Essa obstrução dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a um ateroma (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou tromboembolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e. bem como os exames diagnósticos.br/portal/arquivos/pdf/5artigo_ construcao_cronicas. por consequência. o AVE é responsável por 30% dos óbitos registrados no País. 32 . portanto o paciente com dor torácica e suspeita de infarto agudo do miocárdio deverá ser encaminhado à emergência o quanto antes. conhecido por acidente vascular hemorrágico.gov. isquemia. vasodilatadores. o AVE pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos.com. A definição de Acidente Vascular Encefálico no dicionário médico é a de uma manifestação. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Leia sobre a construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis. de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial decorrente de espasmo. Observação – O atendimento médico ao paciente (com administração de oxigênio. chega aos vasos cerebrais). <http://www. o chamado acidente vascular isquêmico. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida.br/2007/8904/pdf/8904016. consulte: <http://www. A respeito deste assunto. contribui significativamente para a redução da mortalidade e sequelas associadas. no contexto do Sistema Único de Saúde em: <http://www. ou de uma ruptura do vaso. Acidente Vascular Encefálico (AVE) Nas últimas quatro décadas houve um aumento progressivo de sobrepeso e obesidade em função das mudanças do padrão alimentar e do sedentarismo da vida moderna e. 30% necessitam de auxílio para caminhar e 20% ficam com sequelas graves. A prevenção. aliada à correção dos fatores de risco e identificação precoce da doença arterial coronariana.pdf>. monitorização hemodinâmica e tratamento não serão abordados. hemorragia ou trombose. pela rede sanguínea. Segundo dados do Ministério da Saúde. O atendimento ao paciente com SCA deverá ser feito de forma rápida e organizada.saude.br/em/011. O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é a principal causa de incapacidade funcional no mundo e de morte por causas cardiovasculares no Brasil. analgésicos e outras drogas).portal. O Acidente Vascular Encefálico decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro.pdf>. para avaliação diagnóstica e tratamento adequado. geralmente súbita. Em um Acidente Vascular Hemorrágico (AVEH) o rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro. o sangramento entre o cérebro e a aracnóide.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Imagem adaptada de: <http://acidentevascularcerebral. correspondem a obstruções temporárias do sangue a uma determinada área do cérebro. que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Imagem adaptada de: <http://acidentevascularcerebral.com>. Esse subtipo de AVE é mais grave e tem altos índices de mortalidade. há o aumento da pressão intracraniana. Geralmente. Pós-Graduação a Distância 33 . Os sinais e sintomas desse ataque são os mesmos do AVE. como o próprio nome indica. Em outros casos. com a denominada hemorragia intracerebral. Como consequência imediata. contudo. têm duração de menos de 24 horas. ocorre a hemorragia subaracnóide.com>. Ataques isquêmicos transitórios. essas obstruções são originadas do acúmulo de plaquetas agregadas em placas nas paredes dos vasos ou formação de coágulos no coração. • doenças cardiovasculares. • tabagismo. Muitos sinais e sintomas são comuns aos dois tipos de acidente vascular encefálico. sobretudo as que produzem arritmias. • dislipidemia.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Fatores de risco Os fatores de risco aumentam a probabilidade de ocorrência de um acidente vascular encefálico. • doenças hematológicas. • consumo frequente de álcool e drogas. destacam-se os seguintes: • hipertensão. • predisposição genética. contudo. • uso de contraceptivos hormonais. alterações do campo visual) • Alterações da fala e de comunicação • Náuseas e vômitos • Alterações da memória 34 . Existem. • estresse. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência • Cefaleia • Alterações do nível de consciência • Convulsões • Perda do equilíbrio • Tontura e fraqueza • Alterações motoras (hemiplegia. • diabetes. do tamanho da área isquêmica. tais como: • idade. Entre os fatores de risco que podem ser modificados. • sedentarismo. no entanto muitos deles podem ser minimizados com tratamento médico ou mudança nos estilos de vida. fatores que podem facilitar o desencadeamento de um acidente vascular encefálico e que são inerentes à vida humana. • etnia. da natureza e funções da área atingida e da disponibilidade de um fluxo colateral. Manifestações clínicas A sintomatologia depende da localização do processo isquêmico. hemiparesia) • Alterações sensitivas (parestesia. quanto mais cedo o paciente for atendido. portanto. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que se constitui num método confiável e com o objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa. por meio de manobras já estudadas anteriormente. Infelizmente. até a chegada do socorro especializado.bibliomed. Se necessário. muitos pacientes não chegam ao hospital a tempo de receber atendimento médico apropriado.org. Não se dá nada para a vítima beber ou comer e se continua monitorando seus sinais vitais.br>. para avaliação inicial e contínua após uma disfunção neurológica. Manual Merck.br>. O tratamento adequado a uma vítima desse acidente deve ser realizado dentro do hospital. Escala de Coma de Glasgow Abertura ocular Espontânea Estimulação Dor Sem abertura Orientado Confuso Inapropriada Incompreensível Sem resposta Obedece comando Localiza dor Movim. Academia Brasileira de Neurologia <www.who.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Organização Mundial de Saúde <www. deve-se iniciar manobras de suporte básico de vida e reanimação cardiopulmonar.msd-brazil.abneuro. o atendimento imediato também deve incluir a manutenção da permeabilidade das vias aéreas. é fundamental a avaliação do nível de consciência e monitorização dos sinais. principalmente devido ao relaxamento da musculatura que dá suporte à língua. Sendo assim. melhor o prognóstico e maiores as chances de sobrevivência. No entanto. responsável pelo transporte da vítima. O socorro especializado deve ser chamado imediatamente para que a vítima seja encaminhada ao hospital o mais breve possível. A vítima de Acidente Vascular Encefálico pode apresentar obstrução de vias aéreas.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/ mm_sec6_74. Distúrbios do cérebro e dos nervos <http://www.int>. Atendimento inicial O Acidente Vascular Encefálico é uma emergência médica. inespecíficos (reflexo de retirada) (Flexão à dor) (Extensão à dor) Sem resposta 4 3 2 1 5 4 3 2 1 6 5 4 3 2 1 Resposta verbal Resposta motora Mínimo 3 Máximo 15 Fonte: <www.html#section_3>.com. por uma equipe multiprofissional treinada e bem coordenada. Pós-Graduação a Distância 35 . A vertigem pode durar apenas alguns instantes ou pode persistir por horas ou mesmo dias. hipotensão. Levar a vítima a procurar atendimento médico ou orientá-la para isso. popularmente conhecida como desmaio. Pedir a ele que empurre a cabeça para cima. Outras causas de desmaio também incluem a anemia. desorientação no espaço. ocorre em casos não tratados de diabetes. A vertigem deverá ser vista como um aviso de que o organismo da vítima está debilitado. Esse tipo de desmaio é denominado síncope de exercício ou de esforço. permanência em lugares abafados e quentes. . Atenção! a síncope que ocorre subitamente com perda da consciência e se repete com frequência é sugestiva de arritmias cardíacas ou alterações neurológicas (tipo pequeno mal epilético). É um sinal de aporte inadequado do oxigênio e de outros nutrientes ao cérebro. é uma perda súbita e transitória da consciência.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Capítulo 5 – Urgências e Emergências Neurológicas Vertigem A vertigem é uma falsa sensação de movimento ou de rotação ou a impressão de que os objetos se movem ou rodam. mas podem desmaiar durante o exercício. Isso ocorre porque o coração é incapaz de manter uma pressão arterial adequada durante o exercício. Geralmente. Os indivíduos com esse tipo de problema podem sentir-se bem em repouso. frequentemente. o desmaio causado pela tosse (síncope da tosse) ou pela micção excessiva (síncope da micção) ocorre quando a quantidade de sangue que retorna ao coração diminui durante a realização do esforço. enquanto o socorrista a força para baixo. levantamento brusco da cama (síncope ortostática) etc. hipotensão arterial. debilidade passageira nas pernas. O desmaio causado pela micção excessiva é particularmente comum nos idosos. que geralmente é provocado por uma diminuição temporária do fluxo sanguíneo. jejum prolongado e hipoglicemia. o que. a sudorese ou a micção excessivas. Os sintomas podem ser: alterações da visão. arritmias cardíacas. alterações emocionais. alterações do equilíbrio até a inconsciência completa. dificuldade de andar. pois a demanda de oxigênio pelo organismo aumenta subitamente. colocar sua cabeça entre as pernas. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 36 O fluxo também pode diminuir quando a pessoa está desidratada em decorrência de problemas como a diarreia. Essa manobra aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro. A síncope da deglutição pode acompanhar doenças do esôfago. ela é acompanhada por náusea e perda do equilíbrio. melhorando o quadro do paciente. Com frequência. ansiedade que leva à hiperventilação. Como proceder? Sentar a vítima. Essas alterações poderão estar associadas a hipoglicemia. entre outros problemas de saúde. estresse. Síncope (Desmaio) A síncope. com os braços caídos na lateral do corpo. Somente a tontura verdadeira – a que os médicos denominam vertigem – causa uma sensação de movimento ou de rotação. a pessoa desmaia após haver praticado exercício. Em geral. pele fria. sabores ou visões. mesmo que ela recobre a consciência espontaneamente.saude. antes do desmaio propriamente dito (perda da consciência). se necessário. ventilar o ambiente e afrouxar as suas roupas. chamar socorro. escurecimento da vista.br/html/pt/dicas/57convulcoes.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Sinais e sintomas A síncope pode ser precedida de alguns sinais e sintomas. não dar tapas no rosto da vítima nem fazê-la cheirar amônia ou álcool. Além disso. Dois terços dos indivíduos que apresentam uma crise convulsiva jamais a apresentam novamente. oriente-a a procurar um serviço médico. mas um sinal de que algo não está bem no organismo da pessoa. A descarga elétrica pode envolver uma área mínima do cérebro. Pós-Graduação a Distância 37 O que ocorre exatamente durante uma convulsão depende da parte do cérebro que é afetada pela descarga elétrica anormal. confusão mental.gov. afastar os curiosos. Se ela não acordar em alguns minutos. O termo crise convulsiva descreve várias experiências e comportamentos e não é o mesmo que uma crise epilética.html>. deitá-la em decúbito dorsal. monitorar os sinais vitais.wikipedia. perda do controle muscular ou vesical.nih.org/wiki/Convuls%C3%A3o>. para que não se machuque. como por exemplo: fraqueza. A síncope não é uma doença. ou uma sensação intensa de que uma crise convulsiva está prestes a ser desencadeada. Crise Convulsiva Convulsão tônico-clônica. <http://bvsms. Fonte: <http://www. Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. . tontura. As convulsões frequentemente são precedidas por auras – sensações incomuns de odores. Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise convulsiva.html>. náuseas. relaxamento muscular. acarretando uma convulsão (abalos e espasmos musculares generalizados e descoordenados – convulsão de “grande mal”). o indivíduo pode apresentar episódios breves de alteração da consciência. Consulte os sites: <http://pt. Portanto.nlm. embora os termos sejam às vezes utilizados como sinônimos. fazendo apenas com que o indivíduo perceba um odor ou sabor estranho e tenha crises de ausência (crise convulsiva de “pequeno mal”). Como proceder? Impedir que o vítima caia. palidez e sudorese.gov/medlineplus/encyclopedia. ou pode envolver grandes áreas. elevando os membros inferiores cerca de 30 cm do chão. Um terço dos indivíduos continuarão a apresentar crises convulsivas recorrentes (transtorno neurológico denominado epilepsia). pulso rápido e fraco. a equipe percebeu importante alteração no nível de consciência (com desorientação e confusão mental). convulsões tônico-clônicas. salivação excessiva (sialorreia). monitorando os sinais vitais. lateralizar a sua cabeça. Testemunhas informam que ele tem o hábito de ingerir bebida alcóolica diariamente e que o homem “caiu de repente”. Mantenha-a em repouso. afastar os curiosos e objetos que possam causar lesões. crise de ausência. Tendo por base as hipóteses do homem ter sofrido um AVE. perda de consciência. não segurá-la e permitir que a crise ocorra. elabore um plano de ação de cuidados. A equipe de saúde da família foi chamada para socorrer um senhor de 67 anos que caiu no bar vizinho ao centro de saúde. Como proceder? Proteger a vítima para que não se machuque. ela poderá encontrar-se sonolenta e desorientada.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Os sinais e sintomas comuns das crises convulsivas são: aura convulsiva. Cessada a crise. a fala estava arrastada e as pupilas anisocóricas. síncope seguida de queda. traumatismo craniano. Ao examiná-lo. evitando sua queda ou protegendo principalmente sua cabeça. Encaminhe-a ao hospital ou aguarde o serviço de emergência. em um ambiente calmo. descontrole urinário e/ou intestinal. não colocar nada na boca da vítima durante o ataque. silencioso e em observação constante até a recuperação completa. ou ainda encontrar-se em intoxicação alcóolica. Quais as medidas básicas de socorro você tomaria com esse paciente? Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 38 . Em caso de vômito. desobstruir suas vias aéreas com gaze ou pano limpo. não “puxar a língua” nem jogar água no seu rosto. grito ou urro epiléptico. podendo chegar a duas ou mais em dez minutos. SITUAÇÃO: relação entre o grande eixo longitudinal fetal e uterino. fetais e placentários. translúcido e com pequenos grumos semelhantes a pedaços de leite coalhado). deve existir uma razão válida para interferir no processo natural. Pode ser cefálica.saude. Pré-natal e puerpério. é preciso realizar uma anamnese e exame físico obstétrico. a região do feto que se encaixa na bacia para nascer. ocupando-a em seu todo. Humanização da Assistência ao Parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento <http://www. Pós-Graduação a Distância 39 Ao se realizar a palpação abdominal com as Manobras de Leopold (palpação do fundo uterino. contrações uterinas inicialmente regulares. apresenta-se claro. parto e puerpério. OMS Médicos e enfermeiros devem estar preparados para prestar assistência a uma paciente em processo de gestação.gov. transversa e oblíqua (inclinada). encaminhando para atendimento especializado quando necessário e prestando orientações quanto à saúde reprodutiva. pélvica (completa e incompleta) e acromial (ou córmica – “de ombro”). reconhecendo os sinais da gestação de alto risco. buscando informações sobre a gestação atual.pdf>. Atenção qualificada e humanizada. de pequena intensidade. intercorrências em gestações anteriores. flancos. com duração variável de 20 a 40 segundos. que se interagem. além de um atendimento humanizado e de qualidade ao parto. para ausculta fetal. O socorrista poderá identificar o trabalho de parto pela presença de sinais como: discreto sangramento vaginal. pesquisa da mobilidade do polo e exploração das escavas).pdf>. A situação pode ser longitudinal.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Capítulo 6 – Urgências e Emergências Obstétricas No parto normal.br/portal/arquivos/pdf/manual_puerperio_2006. busca-se perceber a situação e apresentação do feto. planejamento familiar e assistência pré-natal. Assistência ao parto normal Primeiramente. além de localizar o seu dorso.scielo. problemas de saúde etc.br/pdf/csc/v10n3/a19v10n3. Ministério da Saúde (2006). alterações da cérvice (colo uterino) com amolecimento e dilatação progressiva (o exame cervical deve ser realizado por médico ou enfermeiro obstetra). Exemplos: . perda de tampão mucoso. desconforto lombar. realização do pré-natal. paridade (número de partos). <http://portal. eliminação de líquido amniótico (em condições normais. APRESENTAÇÃO: é a região fetal que se encontra na área do estreito superior da bacia. O início do trabalho de parto é desencadeado por fatores maternos. ou seja. com duração aproximada de 30 a 60 segundos. Para um menor desconforto. apresentação pélvica.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Fonte: Obstetrícia Fundamental. ao estado das membranas amnióticas (bolsa) e à proporcionalidade. desacelerações ou mecônio). Após sua realização. a maioria dos autores aceita que esse exame deve ser realizado o menor número de vezes possível. Uma redução progressiva da frequência cardíaca fetal (bradicardia). de forma que se obtenha sua cooperação. B – Situação transversa. A frequência cardíaca fetal normal varia de 120 a 160 batimentos por minuto (bpm). Pode-se percebê-la com a mão espalmada. à bacia obstétrica. A ausculta pode ser realizada com o estetoscópio monoauricular chamado Pinard. O controle dos batimentos fetais deve ser realizado a cada hora do trabalho de parto. cada uma. orienta-se a parturiente que esvazie a bexiga antes do procedimento. A sua duração é estimada pelo tempo em segundos de sua percepção tátil. apresentação cefálica. a frequência das contrações. desde o início do trabalho de parto até a expulsão do feto. como se faz desde o século XX. dependendo da situação. Com relação ao número ideal de toques vaginais durante o trabalho de parto. momento em que o examinador analisa toda a dinâmica de contração e relaxamento da musculatura uterina. o examinador obterá todas as informações adequadas quanto às características do colo uterino. A dilatação do colo é expressa por centímetros. repousada no fundo uterino. A avaliação da dinâmica uterina também é importante. A – Situação longitudinal. na avaliação da dinâmica uterina. demonstradas pelo intervalo de tempo entre o seu início. sempre deve ser feita a ausculta do coração do feto. 10 ou 15 minutos. D – Situação longitudinal. C – Situação longitudinal. à apresentação fetal. Verifica-se. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 40 A duração de uma contração uterina corresponde ao intervalo de tempo entre a sensação de endurecimento do músculo uterino e seu completo relaxamento. apresentação cefálica. A ausculta dos batimentos cardíacos fetais constitui técnica indispensável à avaliação da vitalidade fetal durante o trabalho de parto. Na presença de complicações (acelerações. Esses dados necessitam ser anotados no prontuário da . O exame deve ser realizado após orientação à parturiente sobre a importância e a necessidade do procedimento. Avaliação da dilatação do colo uterino A progressão da dilatação cérvico-uterina é avaliada pelo médico ou enfermeira obstétrica no transcorrer do trabalho de parto pelo toque vaginal. ocorrem 3 a 5 contrações no intervalo de 10 minutos. seu final e o início da contração seguinte. a ausculta necessita ser verificada a cada 5. 8a ed. ou por sonar Doppler portátil simples. durante e após a contração uterina. também. ou uma frequência cardíaca fetal mantida acima de 160 bpm (taquicardia) devem ser observadas com cautela e uma melhor monitorização fetal. Dessa forma. sendo a vantagem principal a ausculta independente da posição materna. e a atividade uterina aumenta progressivamente. apresentação acromial. Em condições normais. resultante de obstrução mecânica e inflamação química. Identificação da fontanela posterior. o mecônio espesso eliminado durante o trabalho de parto está intimamente associado ao aumento de morbimortalidade neonatal. Avaliação da coloração do líquido amniótico Outro parâmetro empregado no acompanhamento da vitalidade fetal durante o trabalho de parto é a coloração do líquido amniótico. Dilatação: O período definido clinicamente de primeiro estágio. para alguns autores. No momento expulsivo do parto. hipóxia e acidose com elevada taxa de mortalidade ao redor de 25%. nos casos de presença de líquido com mecônio. diminuindo o intervalo entre uma e outra. a saber. ocorrendo gradualmente durante o período de dilatação. A dilatação indica a abertura do colo do útero. período de dilatação. associadas à angústia respiratória. A eliminação do mecônio tinge de verde o líquido amniótico. para se evitar a aspiração de mecônio pelo recém-nascido. antes do desprendimento dos ombros.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II parturiente. rodando lentamente. as contrações uterinas progridem e aos poucos aumentam a intensidade. Pós-Graduação a Distância 41 É considerado o período mais demorado. Essa descida. Como resultado. • dilatação total da cérvice. 1994. Existem relatos em que o excessivo manuseio do canal do parto (número grande de toques vaginais) está relacionado à contaminação da cavidade uterina. e nas multíparas. forma-se um único canal entre o útero e a vagina. A aspiração de mecônio espesso pelo recém-nascido poderá levar à chamada síndrome da aspiração do mecônio. o intervalo e a duração. ao atingir a dilatação máxima (10cm). a cabeça do feto vai gradualmente descendo no canal pélvico e. sendo possível encontrar o líquido claro com presença de grumos nas gestações próximas a termo. após o colo atingir 5cm. O parto é dividido em quatro períodos clínicos. auxiliada pela pressão . 1. simultaneamente. Fonte: Obstetrícia Fundamental. recomenda-se a aspiração das vias aéreas superiores do recém-nascido. Exame de toque vaginal. A presença de líquido meconial. nesse processo. é indicativa de sofrimento fetal. e consiste nas modificações que o colo uterino sofre. O líquido meconial é uma preocupação constante para o profissional que assiste ao parto. com infecções no pós-parto. por isso o trabalho de parto é mais rápido. tem início com a instalação das contrações regulares que induzem duas importantes mudanças na cérvice (colo uterino): • apagamento completo do canal cervical. que consiste na incorporação dele ao segmento inferior do corpo uterino. É expressa em centímetros e. No período da dilatação. O apagamento na primigesta ocorre antes da dilatação. Fase Ativa yy A dilatação do colo uterino progride. Para possibilitar a passagem do crânio do feto – que mede por volta de 9. A parturiente refere pressão no reto. Em média. de 4 para 10 centímetros (dilatação total). que vai se apagando. reduzindo o tamanho do crânio e. irritação ou apatia. Durante o trabalho de parto os ossos do crânio se aproximam uns dos outros e podem acavalgar. 2. uma coleção de líquido que é absorvida na primeira semana de vida do recém-nascido. permitindo entrar no canal do parto e passar pela pelve óssea materna com mais mobilidade. yy A parte com que o concepto se apresenta. Ao final do primeiro período do trabalho de parto. entre outras. assim.msd-brazil. o feto também se adapta a esse processo: sua cabeça tem a capacidade de flexionar. Náuseas e vômitos podem estar presentes. A mãe e o pai devem ser informados de que ele não é um defeito (má-formação) na cabeça do feto. impaciência. yy Em média. Fonte: Manual Merck <http://www. yy A mãe começa a sentir vontade de empurrar à medida que o concepto desce. (Em outras palavras: a total dilatação da cérvice caracteriza o início do segundo período do parto – expulsão – que termina com o nascimento da criança). Expulsão fetal: O período de expulsão inicia-se com a completa dilatação do colo uterino e termina com o nascimento completo do bebê. Ocorre distensão dos músculos perineais e abaulamento do períneo. determina uma pressão maior da cabeça sobre o colo uterino.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II da bolsa amniótica. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 42 Segundo Estágio Da dilatação total do colo do útero até o parto. desce até a pelve da mãe. facilitar a passagem pela pelve materna. essa fase dura horas numa primeira gestação e 2 horas nas gestações seguintes.com>. vontade de evacuar e urgência urinária. Além das adaptações no corpo materno. esse estágio dura 60 minutos numa primeira gestação e 15 a 30 minutos nas gestações seguintes.5cm – faz-se necessária uma dilatação total de 10cm. Esse é o período em que a parturiente experimenta desconfortos e sensações dolorosas e pode apresentar reações diferenciadas como exaustão. estender e girar. geralmente a cabeça. visando o desenrolar do trabalho de parto. Nos trabalhos de parto prolongados. por ação reflexa. o sangramento aumenta com a laceração dos capilares no colo uterino. e que irá desaparecer espontaneamente em alguns dias. também não é incomum a presença de bossa serossanguinolenta. . levando a hemorragias. pode também ser observada ao redor do tronco ou membros. ao mesmo tempo em que a outra faz um leve apoio sobre a cabeça. excepcionalmente. Com a saída da cabeça e ombros. a cabeça deve ser tracionada para baixo. cobrindo-o com um lençol/campo – o que previne a ocorrência de hipotermia. indicam que o nascimento é iminente e o socorrista deve preparar-se para auxiliar a parturiente. haveria uma eventual diminuição ou ausência de lacerações em períneos. com a intenção de controlar a velocidade de desprendimento. se a posição do parto favorecer essa prática. Fonte: Manual Merck <http://www. Ao constatar o coroamento do polo cefálico. pois isso facilita a saída da placenta e estimula a involução do útero. diminuindo o sangramento pós-parto. durante as contrações. além de promover vínculo precoce com o bebê. para evitar o sangramento em qualquer uma das extremidades). A laqueadura é feita com material adequado e estéril. inversão uterina e ruptura. (O cordão umbilical é pinçado em dois lugares e seccionado entre as pinças. o corpo desliza facilmente.com>. particularmente durante o período expulsivo. visando favorecer a passagem do ombro.msd-brazil. como o óbito fetal. O cordão umbilical só deve ser pinçado e laqueado quando o recém-nascido estiver respirando. descolamento da placenta. Ela deve ser colocada em posição ginecológica e orientada a respirar tranquilamente. Caso esse desprendimento não ocorra naturalmente. 3. com boa vitalidade. habitualmente cervical. protegendo o períneo com uma das mãos aberta e coberta por uma compressa. A ocorrência de circular de cordão. tem em média 55cm e um diâmetro que oscila entre 1 e 2. ou permitir que a mãe o faça. Dessa forma.5cm. sofrimento fetal. observados pela pessoa que assiste o parto. sendo vital ao feto. esse período tem início após a expulsão do feto e termina com a saída da placenta e seus anexos (membranas – córion e âmnio). O cordão longo pode produzir nós circulares ou mesmo prolapso de cordão (quando o cordão umbilical sai antes do bebê). às vezes acompanhado de um jato de líquido amniótico. tripla e. o socorrista realizará a “proteção do períneo”. Pós-Graduação a Distância 43 . O cordão umbilical que se estende do umbigo à superfície fetal da placenta. manobra que consiste em aplicar de forma constante um apoio firme. a parturiente deve ser encorajada a realizar força para baixo. No momento do coroamento fetal. dupla. sobre o colo materno. A mulher deve ser incentivada a iniciar a amamentação nos primeiros minutos após o parto.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II Esses sinais. podendo ser única. Dequitação: Também chamado de secundamento ou delivramento. O cordão umbilical curto pode resultar em atraso da descida fetal. É uma estrutura que liga o feto à placenta. Após e exteriorização da cabeça. Sugere-se acomodar o recém-nascido. A importância de detectar sua presença é devida à possibilidade de desencadear complicações. repousando nos intervalos das contrações para economizar energia. É importante manter o recém-nascido aquecido. é importante assistir ao desprendimento fetal espontâneo. quádrupla. pois esse momento é bastante susceptível a acidentes e complicações. bem como verificação do número de vasos dele (2 artérias e 1 veia). portanto. indolores. a aproximação precoce entre a mãe e o recém-nascido fortalece o vínculo afetivo e a maternidade. o trabalho de parto é dividido em três estágios. Esse estágio geralmente dura apenas alguns minutos. devido ao repouso fisiológico do útero pelo término das contrações uterinas. Após a dequitação. caso tenha sido realizada episiotomia (corte no períneo). presença de nós e tumorações. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Manobra de Jacob-Dublin para a recepção da placenta Fonte: Obstetrícia Fundamental. Tem início com a interação desse novo ser. favorecendo a contração uterina e a saída da placenta (dequitação). 1994. A assistência ao terceiro período do parto exige amplo conhecimento da enfermeira obstetra ou do médico que o realiza. Fonte: Manual Merck <http://www. o colo uterino e a região perineal.com>. evitandose manipulações e massagens uterinas (compressões no abdome). descida e expulsão da placenta. O desprendimento da placenta é considerado como um processo fisiológico. e deve ocorrer espontaneamente.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Terceiro Estágio Da expulsão do concepto até a liberação da placenta. levando. Como já foi visto. proceder à sutura. para a identificação de rupturas e lacerações. Nesse momento. 44 . A placenta deverá ser cuidadosamente examinada com relação à sua integridade (deve estar completa). a parturiente experimenta um período de bem-estar e alegria. denominada manobra de Jacobs. tipo de vascularização e local de inserção do cordão. As contrações uterinas são de baixa frequência e alta intensidade. a sucção do bebê estabelece um vínculo precoce. examina-se o canal vaginal.msd-brazil. são frequentemente denominadas de quarto estágio do trabalho de parto. as membranas a se descolarem e a se desprenderem. No entanto. Unidade II Tradicionalmente. as 4 horas que sucedem a liberação da placenta. quando o risco de sangramento é maior. caracterizando-se pelo descolamento. o profissional que assiste ao parto deve realizar a manobra de rotação no sentido horário para a retirada da placenta. Após os sinais positivos de descolamento placentário (sangramento aumentado). Nessa fase. Nessa última patologia.gov. e as condições gerais da paciente. estando preparado para intervir em qualquer anormalidade.saude. evitável. Evolução da mortalidade no Brasil. Manual dos Comitês de Mortalidade Materna. ao parto e ao puerpério é. que não podem ser superiores a 500 ml. parto ou puerpério.gov. São sinais indicativos de possíveis complicações materno-fetais: • sangramento anormal durante a gestação ou trabalho de parto podem indicar uma placenta prévia (placenta baixa) ou descolamento prematuro da placenta (DPP). • pré-eclâmpsia – paciente com elevação da pressão arterial.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II O profissional deve ficar atento para as perdas sanguíneas. Secretaria de Vigilância em Saúde/MS <http://portal. A gestante deverá ser mantida em decúbito lateral esquerdo e encaminhada para acompanhamento em serviço de gestação de alto risco. presença de edema e proteinúria. Na eclâmpsia ocorrem crises convulsivas. além dos sinais descritos na pré-eclâmpsia. ao aborto. Monitorar atentamente a pressão arterial e batimentos cardíacos fetais. em sua grande maioria. Período de Greenberg: Definido como a primeira hora após a saída da placenta. também.br/portal/arquivos/pdf/capitulo3_sb.pdf>. mantendo-o contraído e promovendo a hemostasia nos vasos que irrigavam a placenta. Pós-Graduação a Distância 45 . Mortalidade Materna Segundo o Ministério da Saúde. A gestante deverá ser encaminhada com urgência ao hospital para avaliação e conduta. a placenta deverá ser pesada e ter o registro do seu peso devidamente anotado. quando podem acontecer as grandes hemorragias e complicações que solicitem habilidade e conhecimento da equipe de saúde. o profissional de saúde deve observar rigorosamente os lóquios (sangramento pós-parto) e avaliar a involução e contração uterina. Posteriormente.pdf>. registrar o horário de saída da placenta. Deve. Ministério da Saúde (2007) <http://portal. A dequitação determina o início do puerpério imediato. onde ocorrerão contrações que permitirão reduzir o volume uterino.br/portal/arquivos/pdf/comites_mortalidade_materna_M. a morte de mulheres em idade fértil por causas ligadas à gravidez. que se manifestam alteradas em quadros hemorrágicos. especialmente a pressão arterial e frequência cardíaca. • vômitos excessivos (hiperemese gravídica). 4.saude. a hemorragia é acompanhada de dor súbita e enrijecimento da parede abdominal. Os sinais vitais devem ser verificados com atenção. É importante o profissional de saúde saber reconhecer uma gestação de alto risco e as complicações que porventura possam surgir durante o trabalho de parto. A assistência ativa nesse período e a vigilância ao lado da paciente surpreendem e corrigem oportunamente quaisquer desvios do mecanismo fisiológico. • presença de líquido amniótico com mecônio.gov. Uma assistência pré-natal de qualidade pode prevenir grande parte das complicações surgidas no ciclo gravídicopuerperal. senão mais. e a cesárea é indicada imediatamente. • diminuição significativa dos movimentos fetais ou mesmo interrupção dos movimentos – encaminhar ao serviço de saúde para avaliação da vitalidade e bem-estar fetal.saude.pdf>. • redução do líquido amniótico (oligodrâmnio). embalados. acariciados e massageados constitui para os bebês alimento tão indispensável.br/portal/arquivos/pdf/urgencias%20e%20emergencias. Ministério da Saúde (2000) <http://portal. A equipe de saúde deve trabalhar conjuntamente e de forma humanizada para promover a saúde do binômio mãe – filho e estar apta a lidar com as intercorrências e dificuldades do processo gestacional. • prolapso de cordão umbilical – a parturiente deverá ser colocada em posição genupeitoral e o cordão envolvido com uma compressa estéril umidificada com soro fisiológico. do que vitaminas. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Ser levados. • alterações do BCF (taquicardia ou bradicardia) – a gestante deverá ser atendida para realização de monitorização fetal.Urgências e Emergências no Ambiente Extra-Hospitalar Unidade II • excesso de líquido amniótico (polidrâmnio). O cordão umbilical não deverá ser colocado para dentro do canal vaginal. sais minerais e proteínas Frederick Leboyer 46 . reduzindo significativamente a morbimortalidade materna e/ou fetal. Urgências e emergências maternas. . raticidas. Das mais de 84 mil intoxicações. Não existem muitos antídotos (antagonistas específicos dos venenos) eficazes. posteriormente devem ser feitas tentativas de obter informações (e/ou amostras) da substância e das circunstâncias em que ocorreu o envenenamento.456 casos de intoxicação humana. Os agrotóxicos de uso agrícola foram responsáveis por 7% das intoxicações (no entanto. Das 477 mortes registradas. foram registrados 477 óbitos do total de 84. lideraram o número de óbitos). agrotóxicos. Paracelsus. acidentes com animais peçonhentos e outras substâncias tóxicas. sendo muito importante tentar identificar a substância responsável pelo envenenamento o mais breve possível.anvisa. derivados de petróleo. não existe nada que não seja veneno.Para (não) Finalizar Unidade III Situações Especiais e Atendimento de Emergência Capítulo 7 – Intoxicações Exógenas e Acidentes com Animais Peçonhentos Todas as substâncias são venenos. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio. mais raramente. 48 .br/divulga/reportagens/051007. Caso isso não seja conseguido de imediato. até de homicídio. plantas.htm>. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Intoxicações: prevenção começa em casa <http://www. A maioria dos envenenamentos é acidental. As intoxicações podem ser classificadas em três categorias: acidentais. 28% tiveram como principal responsável os animais peçonhentos. 1493-1541 O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) divulgou que. • Ingerida: medicamentos. 84 por intoxicações medicamentosas e os demais óbitos foram atribuídos a agentes como raticidas. no ano 2005. Uma substância tóxica pode penetrar no organismo por diversos meios ou vias de administração.gov. ocupacionais e intencionais. Venenos ou tóxicos são substâncias químicas que podem causar danos ao organismo. 159 foram provocadas por uso inadequado de agrotóxicos. revelando um aumento de 18% em relação aos óbitos do ano anterior. alimentos contaminados etc. mas também pode resultar de tentativas de suicídio e. seguidos pelos medicamentos (26%) e em terceiro lugar as intoxicações causadas por produtos de limpeza (8%). fluido de isqueiro e outras substâncias voláteis. cola à base de tolueno (cola de sapateiro). agrotóxicos e outras substâncias químicas que penetrem no organismo pela pele ou mucosas. • Injetada: toxinas de diversas fontes. bradipneia ou dispneia) • Choque e óbito Abordagem e primeiro atendimento à vítima de envenenamento Verifique se o local está seguro. • Absorvida: inseticidas. esteja preparado para intervir com manobras para liberação das vias aéreas e de RCP. gases liberados durante a queima de diversos materiais (plásticos. caso seja necessário. dependendo da substância) • Sudorese • Sialorreia e lacrimejamento • Alterações pupilares: midríase ou miose • Queimação nos olhos e mucosas • Cefaleia • Alterações da consciência • Convulsões • Queimaduras ou manchas ao redor da boca • Dificuldade para deglutir • Náuseas e vômitos • Distensão e dor abdominal • Alterações na pele: palidez. como cobras. tintas) etc. aranhas. a não ser que seja recomendado pelo Centro de Controle de Intoxicação. escorpiões ou drogas injetadas com seringa e agulha. Aborde a vítima como de costume. gás de cozinha. benzina. éter. identifique-se e faça o exame primário. roupa. a vítima intoxicada não deve beber nada (nem mesmo água ou leite). Sinais e sintomas mais comuns de intoxicação são variados. Pós-Graduação a Distância 49 . Há situações em que a vítima deve ser removida imediatamente para diminuir a exposição ao veneno e preservar a segurança da equipe. acetona. Ex: monóxido de carbono. amônia. ambiente • Alterações na frequência cardíaca (taquicardia. Os socorristas não devem oferecer carvão ativado ou xarope de ipeca para a vítima. procure identificar a via de administração e o veneno em questão. propostas pela American Heart Association e a Cruz Vermelha Americana. Proceda ao exame secundário e remova a vítima do local. De acordo com as últimas diretrizes para o tratamento de intoxicações e envenenamento. agrotóxicos. bradicardia e arritmias) • Respiração anormal (taquipneia. hiperemia ou cianose • Odores característicos: na respiração.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III • Inalada: gases tóxicos. É importante ressaltar que os sinais e sintomas do envenenamento variam de acordo com a espécie que causou o acidente. Informações médicas de urgência em caso de intoxicação.htm>. restos de substâncias ou conteúdos vomitados. a quantidade de veneno inoculado.br/toxicologia/centros.org. compressão (ex: sapo) ou ingestão (ex: peixe baiacu). Guarde as embalagens de produtos. sem correr maiores riscos ou perder tempo com esse procedimento. Ex: cascavel. O envenenamento é um dos casos em que o socorrista poderá remover a vítima rapidamente para o hospital sem aguardar o Suporte Avançado de Vida (SAV).htm>. lave a região atingida com bastante água corrente e limpa. escorpiões. Ligue para o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) e obtenha maiores informações sobre a substância em questão.br>. Sempre que estivermos diante de um possível caso de envenenamento causado por animal peçonhento. as condições de nutrição e o atendimento recebido.anvisa. . Em caso de contato com a pele e/ou olhos.anvisa. Provocam o envenenamento por contato (ex: lagartas). Sociedade Brasileira de Toxicologia <http://www. Centros de Informação e Assistência Toxicológica <http://www. peso e idade da vítima. abelhas etc. A identificação correta permitirá a administração do soro antiveneno específico. para facilitar a identificação do veneno e tratamento adequado. Também não provocar o vômito se a vítima estiver com alterações de consciência.gov. Cartilha de orientação para os consumidores de saneantes <http://www.anvisa.gov. <http://www. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 50 Acidentes com Animais Peçonhentos Animal peçonhento é aquele que possui glândula produtora de veneno que se comunica com dentes ocos. devemos tentar capturá-lo para identificação. O melhor a ser feito é remover a vítima para o hospital o mais rápido possível.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Não induzir o vômito se a vítima ingeriu derivados de petróleo (como querosene e gasolina) ou substâncias corrosivas e cáusticas (ácido ou base). Agrotóxicos e Toxicologia.gov. Animais venenosos são aqueles que produzem veneno.sbtox. mas não possuem um aparelho inoculador para injetá-lo.br/toxicologia/informed/informed.br/saneantes/cartilha_saneantes. aranha marrom. ferrões ou aguilhões por onde a peçonha passa ativamente.pdf>. É muito importante saber identificar se o acidente foi causado por uma serpente peçonhenta ou não. distribuição geográfica. manifestações clínicas de envenenamento e produção de soros (antiveneno). que permite à serpente detectar variações mínimas de temperatura no ambiente. Fonte: <http://get-id. Bothrops (jararaca) e Lachesis (surucucu). 2. assim como as características da serpente que causou o acidente. Para isso. • Família Elapidae (Elapídeos): engloba o gênero Micrurus (corais verdadeiras). observam-se características do local da mordida. perceber a presença de animais de sangue quente (homeotérmicos). cauda bem destacada do corpo. normalmente porque o veneno não foi injetado.br>. pupila em fenda vertical (elíptica). hábito noturno. escamas pequenas e ásperas.butantan. Acidente ofídico Mordidas de cobras não peçonhentas não são consideradas sérias e geralmente são tratadas como ferimentos leves. movimentos lentos e vagarosos. As serpentes peçonhentas em nosso país geralmente apresentam as seguintes características: 1. presença de guizo ou chocalho no final da cauda (cascavel). CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – Centro Virtual de Toxinologia (Unesp) <http://www. Pós-Graduação a Distância 51 . Instituto Butantan <http://www. a que pertencem os gêneros Crotalus (cascavel). No Brasil existem duas famílias de serpentes consideradas peçonhentas e de interesse médico: • Família Viperidae (Viperídeos): destaca-se a subfamília Crotalinae. ou seja.br>. presença de fosseta loreal (com exceção da coral verdadeira): órgão termossensorial situado entre o olho e a narina.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Animais peçonhentos.org. presença de presas inoculadoras de veneno.ivb.gov. cabeça triangular e destacada do corpo. suas características. Figura 1.br>. Bothrops (jararaca). Os sinais e sintomas aparecem de forma imediata em somente um terço dos casos de mordidas de cobras peçonhentas e a maioria das pessoas não apresenta sintomas. 4.br>.com. apenas as mordidas de cobras peçonhentas são consideradas urgências médicas.cevap.gov.rj. Instituto Vital Brazil <http://www. 3. sangramento no local. cotiara) Figura 2.6 m de comprimento. mas não é peçonhenta. Ex. As manifestações sistêmicas incluem náuseas.: a coral verdadeira não possui cabeça triangular nem fosseta loreal mas é peçonhenta. Apreciam locais úmidos e existem exemplares de Bothrops em todo território brasileiro. hemorragias à distância (epistaxe. sangramento digestivo. A característica mais importante para identificar a serpente desse gênero é a presença de guizo ou chocalho na ponta da cauda. Menos agressivas que as jararacas. urutu-cruzeiro. edema. raramente sendo encontradas nas regiões litorâneas. são responsáveis por cerca de 8 a 11% dos acidentes ofídicos. vermelhidão. Fonte: Instituto Vital Brasil Figura 3. vômitos. hematúria etc. Fonte: Instituto Vital Brasil As serpentes desse gênero são responsáveis pela maioria dos acidentes ofídicos registrados no país (cerca de 90%). Gênero Bothrops (conhecidas como jararaca.) e insuficiência renal aguda. Gênero Crotalus (Grupo das cascavéis) Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Figuras 4 e 5. As cascavéis atingem na idade adulta 1.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Observação – existem exceções e nem todas as serpentes peçonhentas se enquadram nas características descritas acima. sudorese. gengivorragia. Tratamento: soro antibotrópico. coagulante e hemorrágica. via endovenosa. 52 . no entanto o ofidismo (envenenamento causado por mordida de cobra) costuma ser de maior gravidade devido à frequência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA). Crotalus durissus (cascavel). caiçaca. A mordida provoca muita dor imediata. O veneno tem ação proteolítica. de acordo com a sintomatologia apresentada e classificação do acidente em leve. urutu. Bothrops (jararacussu). com manifestações locais (de instalação precoce e caráter evolutivo) e sistêmicas. pois são espécies agressivas. vivem em lugares secos. Já a jibóia possui cabeça triangular e cauda afinando bruscamente. Fonte: Instituto Vital Brasil. Bothrops (jararaca). hipotermia. moderado ou grave. bolhas e necrose. jararacuçu. hipotensão arterial. regiões pedregosas e pastos. choque. Portanto. franzindo a testa numa tentativa de manter os olhos abertos. Oxyrhopus guibei (falsa coral). O veneno desse gênero possui elevada toxicidade Pós-Graduação a Distância 53 . pois estamos diante da serpente peçonhenta que possui o veneno mais tóxico existente aqui no Brasil. sonolência. Dica – O indivíduo intoxicado parece estar embriagado. O veneno é inoculado por meio de presas pequenas e fixas. tem a fala arrastada e dificuldade para abrir os olhos. Erythrolamprus aesculapii (falsa coral). moderado ou grave. nem um aparelho inoculador de veneno tão eficiente quanto o das jararacas e cascavéis. Micrurus brasiliensis (coral verdadeira). cabeça triangular. brancos e pretos. As manifestações sistêmicas e neurológicas são as mais importantes e perigosas: náusea. mialgia generalizada e de aparecimento precoce. As corais habitam preferencialmente buracos.unb.usp. via endovenosa. diplopia e visão turva. Na prática. Fonte: Instituto Butantan . pela característica de seu veneno poder provocar parada respiratória.br/ib/zoo/grcolli/jalapao/ Micrurusbrasiliensis. Fonte: <www.jpg>.dreyfus. Fonte: Instituto Butantan Figura 9. não é a maior responsável pelos acidentes ofídicos. como regra e medidas de segurança. porém.ib. Micrurus corallinus (coral verdadeira). Tratamento – Soro anticrotálico. miotóxica (lesa a musculatura esquelética – rabdomiólise) e coagulante. de acordo com a sintomatologia apresentada e classificação do acidente em leve. Fonte: <http://www. causando manifestações locais geralmente pouco intensas: edema. A coral é a serpente do Brasil que tem o veneno mais potente. é melhor manter distância. com anéis vermelhos. dificuldade para deglutir. então. ptose palpebral (“fácies miastênica” – fácies neurotóxica de Rosenfeld). Gênero Micrurus (Grupo das corais verdadeiras) Figura 6. pouca dor e sensação de formigamento e adormecimento da área (parestesias discretas). Figura 8. Figura 7. urina escura (avermelhada e posteriormente marrom. como já vimos. O que chama atenção é o seu padrão colorido. mas muito graves. tornando os acidentes raros (menos de 1%). cefaleia. considera-se toda serpente que possua os referidos anéis coloridos como sendo coral verdadeira. Essas serpentes peçonhentas não possuem fosseta loreal (isto é uma exceção). prostração. é difícil diferenciar uma coral verdadeira de uma coral falsa. midríase. devido à mioglobinúria) e insuficiência renal.br>. fraqueza muscular.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III O veneno possui ação neurotóxica. Figura 10.br>. Baseando-se na descrição do caso e os links disponibilizados para pesquisa. via endovenosa. O acidente ocorreu há 12 horas. com presença de equimoses. cefaleia e dois episódios de vômito. podendo atingir 3. Caso contrário. J. com orientações do que deve e não deve ser feito. Os acidentes elapídicos geralmente não causam manifestações locais significativas. o tratamento é a administração do soro específico (antilaquético). porém acrescidos de tontura. bradicardia.. Todos os casos devem ser considerados potencialmente graves. sialorreia. em 2005 passou-se a recomendar a aplicação de uma bandagem elástica enrolada com firmeza ao redor de toda a extremidade (braço ou perna) mordida por serpente do gênero Micrurus. S. hipotensão arterial. ptose palpebral. dilatação das pupilas (midríase).5m. cólicas abdominais e diarreia (síndrome vagal). paralisia flácida que pode evoluir comprometendo a musculatura respiratória.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III neurotóxica e miotóxica. P. Lachesis muta rhombeata. O membro encontra-se significativamente edemaciado. tornando os acidentes raros. Fonte: <www. foi encaminhado ao centro de saúde referindo ter sido picado na perna por uma cobra enquanto cortava cana. causando insuficiência respiratória aguda e parada respiratória. sonolência. Os acidentes por mordida de surucuru são considerados moderados e graves devido ao grande porte do animal e quantidade de peçonha injetada.fiocruz. Esse procedimento já demonstrou que pode reduzir a incorporação de veneno proveniente de um acidente ofídico relacionado à família Elapidae (coral). São consideradas as maiores serpentes peçonhentas das Américas. 25 anos. Gênero Lachesis (Surucuru) As serpentes desse gênero vivem em regiões de matas fechadas. Os sinais e sintomas do envenenamento são semelhantes ao acidente botrópico. hematomas e bolhas. perda de equilíbrio. como floresta Amazônica e mata Atlântica. escurecimento visual. Segundo as últimas diretrizes de Primeiros Socorros da American Heart Association e Cruz Vermelha Americana. trabalhador rural na região do triângulo mineiro. O tratamento específico consiste na administração do soro antielapídico. porém as sistêmicas são graves: vômitos. poderá ser administrado soro antibotrópico-laquético. identifique o gênero da serpente que causou o acidente e elabore um plano de atendimento à vítima. via endovenosa. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 54 Se a serpente puder ser identificada. Ele relata intensa dor local. fraqueza muscular. . náuseas. por ser uma aranha muito comum e extremamente agressiva. vômitos. O tratamento é sintomático e nos casos mais graves está indicada a soroterapia específica. Aumento do tempo de coagulação (TC). Lachesis e Micrurus. é encontrada em bananeiras. geralmente restritos às crianças. (Adaptado de www. equimoses. edema. hipotensão arterial. dificuldade de deglutição e insuficiência respiratória aguda de instalação precoce Aumento do tempo de coagulação (TC) Evolui com mioglobinúria (urina cor de “água Mialgia generalizada de carne”). A dor é imediata e geralmente intensa. calor e rubor imediatos no local da picada.org. várias espécies). hipotensão arterial e diarreia) Ptose palpebral (oftalmoplegia). sensação de anestesia e sudorese (transpiração) no local da picada. vermelhidão. sialorreia. Hemorragias e choque nos casos graves SINAIS E SINTOMAS (12 HORAS APÓS O ACIDENTE) Bolhas. diarreia. Tem coloração marrom-escura ou acizentada. necrose. Nos casos graves. podendo irradiar para a raiz do membro acometido. 3 espécies ocorrendo no Brasil. acrescidas de sinais de excitação vagal (bradicardia. Não faz teia. a picada será tratada como qualquer ferimento. várias espécies) e Latrodectus (viúva-negra.br) GÊNERO DA SERPENTE Bothrops (Jararaca) Lachesis (Surucuru) Micrurus (Coral) Crotalus (Cascavel) AÇÕES DO VENENO Proteolítica Coagulante Hemorrágica Proteolítica Coagulante Hemorrágica “Neurotóxica” Neurotóxica Coagulante Miotóxica Neurotóxica Alterações locais discretas ou ausentes SINAIS E SINTOMAS (ATÉ 6 HORAS APÓS O ACIDENTE) Dor. Fonte: Instituto Butantan Nos acidentes com armadeiras (“foneutrismo”) predominam as manifestações locais. manifestações clínicas semelhantes aos acidentes por Bothrops. choque e edema agudo de pulmão. Loxosceles (aranha marrom. houver sinais de infecção no local.cevap. priapismo (ereção involuntária e dolorosa do pênis). oligúria e anúria (insuficiência renal aguda) Alterações locais evidentes Poucos casos estudados. hipertonia muscular. folhagens. anisocoria. Pós-Graduação a Distância 55 A armadeira é responsável pelo maior número de acidentes no Brasil. Phoneutria nigriventer. registram-se sudorese. onde podem ser encontradas duas marcas em forma de pontos. . ptose aguda palpebral (fácies neurotóxico de Rosenfeld) Acidente aracnídico Normalmente. Ocorre edema. pedras empilhadas e no interior das residências. Gênero Phoneutria (Aranha armadeira) Figura 11. O auxílio médico só é necessário se o prurido ou dor durarem mais de 2 dias. com manchas claras formando pares no dorso do abdome e atinge até 12 cm de diâmetro. Crotalus.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Quadro 1 – Resumo geral do quadro clínico de acidentes causados por serpentes dos gêneros Bothrops. anúria e insuficiência renal Alterações visuais: diplopia. entre madeiras. fácies miastênica (“neurotóxica”) diplopia. sendo a Latrodectus curacaviensis a mais comum). desenvolvimento de reação alérgica ou se o aracnídeo pertencer a um dos três gêneros de aranhas peçonhentas e de importância médica que existem no Brasil: Phoneutria spp (aranha armadeira. O tratamento consiste em antissepsia. cortinas e eventualmente em roupas. náuseas. possui hábitos noturnos e tem comportamento pouco agressivo. Latrodectus geometricus. inchaço duro e aparecimento de bolha com conteúdo seroso. Latrodectus curacaviensis. O acidente loxoscélico representa a forma mais grave de araneísmo no Brasil.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Gênero Loxosceles (Aranha marrom) Figura 12. com ou sem dor em queimação. A evolução mais frequente é a forma “cutânea” (87 a 98% dos casos): a manifestação local se acentua nas primeiras 24 – 72 horas. 56 . É encontrada em áreas secas. evolui com uma ferida de difícil cicatrização. uso de compressas frias. icterícia e hemoglobinúria). calor e rubor. posteriormente. Fonte: Instituto Vital Brasil Possui um corpo negro (ou marrom) e brilhante. Gênero Latrodectus (Viúva-negra) Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Figura 13. Não produz dor imediata e o local da picada é quase sempre imperceptível. além do quadro descrito acima. ocorrendo particularmente no Paraná e Santa Catarina. O acidente loxoscélico é classificado em leve. além de administração de soroterapia específica (soro antiloxoscélico) conforme a necessidade do caso. mal-estar geral e ulceração local. urina escura (cor de coca-cola). Na forma “cutâneo-visceral” (mais grave). normalmente na forma de uma ampulheta ou de dois triângulos. vômitos. curativo local. atrás de móveis. A picada geralmente ocorre quando a aranha é comprimida contra o corpo da vítima. isoladas e com pouca luz. podendo ocorrer edema. Loxosceles gaucho. surgem outros sinais e sintomas como febre. muitas vezes. aparece um ponto de necrose central (escuro). No entanto. volume urinário diminuído significativamente e insuficiência renal aguda (principal causa de óbito no loxoscelismo). É encontrada em pilhas de tijolos. moderado e grave. Fonte: Instituto Butantan Figura 14. entre 12 e 24 horas após a picada podem surgir manifestações clínicas de hemólise intravascular (anemia. pernas finas e uma marca vermelha ou alaranjada em seu abdome. Fonte: Instituto Butantan A aranha marrom é pequena (4cm). quando ela se veste ou se deita. telhas e no interior das residências. necessitando. cefaléia. corticóides e antibióticos. de correção cirúrgica (enxerto). O tratamento consiste na administração da soroterapia específica. cupinzeiros. aumento da pressão arterial. dentro das residências. não serão abordadas neste Caderno. pois eles são pouco agressivos (picam para se defender) e têm hábitos noturnos. náuseas e vômitos.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III elas constroem teias irregulares e extremamente fortes. embora algumas pessoas possam desenvolver reação dermatológica e alérgica devido ao contato com os pelos. Os demais procedimentos são utilizados de acordo com a sintomatologia. troncos. Fonte: Instituto Butantan Acidente escorpiônico Pós-Graduação a Distância 57 Os acidentes com escorpiões são menos frequentes do que com aranhas. No Brasil. no peito e no abdome. orientam-se pela vibração do ar e do solo e localizam suas presas pelo tato. São facilmente encontrados em pilhas de madeira. Das espécies que merecem maior atenção destacam-se o Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião marrom). podemos encontrar outros sinais e sintomas importantes: pequenas marcas vermelhas de presas. no interior de sapatos e botas. parada cardiorrespiratória etc. . nas costas. duas espécies são responsáveis por acidentes. Tais aranhas causam mais danos “psicológicos” por seu aspecto assustador e por serem de grande porte. Além dos sinais e sintomas gerais das picadas. e por isso. pedras. sob cascas de árvores. espasmos musculares graves (especialmente nos ombros. dor de cabeça e tontura. O veneno não tem importância médica nos acidentes com seres humanos. que ocorrem do Sul até o litoral do Rio de Janeiro. tijolos. No Brasil existem acima de 50 espécies de escorpiões. monitorização dos sinais vitais e suporte cardiorrespiratório. uso de analgésicos sistêmicos. Observação – As aranhas tarântula e caranguejeira não representam risco de saúde pública. Caranguejeira. que se iniciam dentro de 1 a 4 horas após a picada). febre e calafrios. mas somente o gênero Tityus tem interesse médico. sedativo. o mecanismo da sua peçonha é neurotóxico. Figura 15. irritabilidade. entulhos. insônia. O veneno da viúva-negra é de elevada toxicidade. se necessário. A visão é pouco desenvolvida. br/fs/far/tox/seminarios/toxinologia. diarreia. priapismo (ereção dolorosa e involuntária do pênis) e convulsões. náuseas. O tratamento inclui medidas gerais de suporte e administração da soroterapia específica (soro antiescorpiônico) ou soro antiaracnídico. 2. visão turva .unb. <http://www. Nos acidentes moderados e graves. causada por uma reação alérgica intensa. em queimação ou agulhada. 58 . Parestesia (sensação de formigamento ou dormência) também é referida no local da picada. sempre encaminhar para o hospital. moderados e graves.pdf>. vespas – alimentos ou medicamentos). hipertensão ou hipotensão arterial. podem surgir manifestações sistêmicas. edema agudo de pulmão. de hipersensibilidade (geralmente a picadas de insetos – abelhas. insuficiência cardíaca congestiva. Tityis serrulatus. parada respiratória e cardíaca. sialorreia. hiper ou hipotermia. O veneno está localizado em uma pequena bolsa situada antes do ferrão. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. irradiando para o membro afetado. Prevenção de acidentes com animais peçonhentos. O veneno é potente e neurotóxico. tontura. Podem ocorrer ainda arritmias cardíacas. pessoa idosa ou com a saúde debilitada. especialmente nos acidentes envolvendo crianças.butantan. espasmos musculares.br/pop/prevencao_ acidentes.saude. confusão mental. vômitos. Animais peçonhentos no Brasil. Quando a vítima for criança. <http://portal. Fonte: Instituto Butantan O escorpião amarelo é responsável pela maioria dos casos graves em nosso meio. 60 a 80% morre por não conseguir respirar (em virtude do edema de vias aéreas) e 25% morre da própria condição circulatória do choque.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Figuras 16 e 17. ocorrência grave. dispneia.gov.pdf>. 2001. taquipneia. Emergência especial: o choque anafilático Essa é uma emergência médica prioritária. Titus bahiensis. O quadro clínico do escorpianismo manifesta-se por dor local de intensidade variável (pode chegar a ser insuportável).pdf>. choque. dor abdominal. ao final da cauda. O ferrão (aguilhão) perfura e inocula o veneno na vítima. principalmente em crianças. Observação – As condutas gerais de primeiros socorros para picadas de aranhas e escorpiões são as mesmas seguidas no acidente ofídico. Os acidentes podem ser classificados como leves. coma. Entre aqueles que morrem de choque anafilático. tais como: sudorese profusa. A reação anafilática ocorre em questão de segundos ou minutos após o contato com a substância a que a vítima é alérgica. <http://www.br/portal/arquivos/pdf/manu_peconhentos. Brasília: Fundação Nacional de Saúde.gov.tremores. ed. html>. proceda também à retirada do ferrão. desobstruir as vias aéreas. convulsões e coma. pulso filiforme. náuseas. com prurido generalizado ou queimação. Se a reação alérgica tiver ocorrido em virtude de picada de abelha. respiração ruidosa e difícil (devido ao edema das cordas vocais). sensação dolorosa de aperto no peito. Não utilize pinças ou os próprios dedos para “puxar” o ferrão. Utilize qualquer objeto que possa ser colocado rente à pele. parada cardiorrespiratória e morte. injetando uma quantidade maior de veneno na vítima. para “levantar o ferrão”. tontura. papel. placas semelhantes à urticária em relevo. Lave o local com água e sabão e aplique uma bolsa de gelo para aliviar a dor e reduzir o edema. iniciar a respiração de salvamento (se for o caso) ou aplicar as manobras de RCP. língua e glote. empurrando o ferrão para cima. vômitos. hipotensão arterial. O socorrista deve providenciar o transporte rápido da vítima ao hospital. cartão de crédito.gov/medlineplus/encyclopedia. inquietação. cuidadosamente. Pós-Graduação a Distância 59 .. afrouxar as roupas da vítima. palidez e cianose. edema na face.. cólicas abdominais e diarreia. pois assim a glândula (bolsa coletora) de veneno será espremida. Imagens adaptadas de: <http://www.nih.nlm. tosse e espirro. ou a própria unha (se estiver comprida).Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Alguns sinais e sintomas característicos incluem: pele avermelhada. Retire o ferrão utilizando um canivete. desmaio. portanto merece tratamento cuidadoso.com/doc/6584336/Cap-21-Queimaduras>. Queimaduras – Orientações e cuidados (Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica) <http://www. Leia mais sobre o assunto acessando: <http://pt. gelo. por irradiação (ex. A profundidade da queimadura depende do elemento que a causou e do tempo que a vítima ficou exposta.nih.org.: raios solares). tais como fogo. ou seja.br/pagina. vapores. ou agentes químicos. como ácidos ou soluções básicas fortes (ex.org/wiki/Queimadura>.php?id=75>.nlm. Qualquer queimadura. eletricidade. Queimaduras (Manual de Atendimento Pré-hospitalar – SIATE/PR) <http://www.: soda cáustica). pela ação de agentes inflamatórios.gov/medlineplus/encyclopedia. Imagem adaptada de: <http://www. Uma das formas de classificar as queimaduras é verificando o grau de destruição celular produzido (profundidade). Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Queimadura de primeiro grau.html>.wikipedia. envolvendo principalmente as crianças e o ambiente domiciliar. que se iniciam quase que imediatamente no caso de agentes físicos serem sua causa.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Capítulo 8 – Queimaduras e Choque Elétrico As queimaduras representam um tipo de trauma comumente encontrado.scribd. São elas: QUEIMADURA DE 1º GRAU – a lesão ocorre apenas na camada mais externa da pele. hipersensibilidade e ardor.sbcd. Os sinais e sintomas incluem edema e vermelhidão da pele. É o tipo mais comum de queimadura e pode ser causada por uma simples exposição prolongada ao sol. poderá complicar e até levar a vítima a um estado de choque. mesmo a mais simples queimadura solar. a epiderme. As lesões são produzidas por ação de agentes físicos térmicos (calor ou frio). 60 . podendo se intensificar até 12 a 48 horas. Resfriar a queimadura Pós-Graduação a Distância 61 . pastas dentais ou qualquer outra substância sobre a queimadura.gov/medlineplus/encyclopedia.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Como proceder? Afaste a vítima de perto da fonte causadora da queimadura. QUEIMADURA DE 2º GRAU – atinge a epiderme e a derme.nih. sendo mais dolorida e facilmente identificada. porque provoca a formação de flictenas (bolhas). Na ocorrência de muitas bolhas ou lesões extensas. presença de flictenas.nlm. Imagem adaptada de: <http://www. cremes. para resfriar apenas o local afetado. O tratamento dermatológico deverá ser considerado. Não aplicar pomadas. líquidos. Ofereça líquidos à vítima. roupas). Proteger o local atingido e encaminhar a vítima ao atendimento médico o mais breve possível. podendo haver também a formação de cicatrizes. Queimadura de segundo grau.html>. Não furar as bolhas porque elas protegem o local contra infecção e aceleram o processo de cicatrização. Os sinais e sintomas mais importantes são a dor (hipersensibilidade). Não tentar retirar coisa alguma que esteja grudada à pele (por exemplo. poderá haver a perda importante de líquido e plasma nessas áreas. Como proceder? Utilizar água fria em abundância. edema e umidade. resfrie o local com água fria ou pano úmido e proteja o local atingido. Imagem adaptada de: <http://www. Monitore os sinais vitais e transporte a vítima para o hospital o mais rápido possível. É indolor. porque a queimadura destrói os receptores e terminações nervosas nas estruturas afetadas. Esse tipo de queimadura exige extrema atenção e cuidados por parte do provedor de saúde. podendo trazer risco iminente de morte.nih. músculos. Se a vítima estiver com as roupas em chamas. derme e tecido subcutâneo. tendões e até órgãos internos. abafe o fogo com um cobertor ou algo similar. podendo apresentar coloração branca. colocando a cabeça e o tórax mais baixos que o corpo. sendo dolorosa a área circundante que sofre queimadura de segundo ou primeiro grau. avermelhada. atingindo também gordura. 62 . embebida em vaselina estéril. escura ou carbonizada (necrose).gov/medlineplus/encyclopedia.html>.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Cobrir a queimadura com uma bandagem de preferência estéril QUEIMADURA DE 3º GRAU – Ocorre a destruição de todas as camadas da pele.nlm. de preferência compressa ou gaze estéril. Os sinais e sintomas incluem a destruição da epiderme. Como proceder? Siga as mesmas regras para as queimaduras de 2º grau. deite a vítima. Cubra o local atingido com pano limpo. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Queimadura de terceiro grau. utilizando um mau condutor de energia.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista <http://www. podem ser mais. geralmente relacionado ao ambiente de trabalho ou doméstico.aspx?id=5>. luvas. Os sinais e sintomas dependem do tipo da lesão e das circunstâncias. portanto esteja preparado para iniciar as manobras de suporte básico de vida. afaste-a da fonte da corrente. Fonte: <http://www. Como proceder? Evite o contato direto com a vítima se ela ainda estiver sofrendo o choque elétrico. dependendo da intensidade da corrente. da voltagem e do tempo de exposição. O ferimento de saída pode ser do tamanho do de entrada ou maior. monitore os sinais vitais e proceda aos cuidados para queimaduras e prevenção do estado de choque. pedaços de tecidos fortes.org>. ou menos graves. procure desligar a fonte de energia e se não for possível. da resistência.org. O ferimento de entrada da corrente geralmente é pequeno e mascara uma lesão tecidual profunda. Encaminhe a vítima para o hospital o mais rápido possível. QUEIMADURAS ELÉTRICAS – Lesões induzidas pela passagem de corrente elétrica pelo corpo de uma pessoa que. Mantenha a vítima deitada. podendo surgir ferimentos incisivos isquêmicos. Se não for o caso. QUEIMADURAS QUÍMICAS – São lesões teciduais resultantes de contato químico. Essas queimaduras podem se tornar significativamente graves até que o produto seja inativado Pós-Graduação a Distância 63 . Eventualmente a vítima sofre parada cardiorrespiratória.anaisdedermatologia. carbonizados.anatomyatlases.br/public/artigo. Algumas literaturas classificam a queimadura produzida por corrente elétrica como sendo de quarto grau. deprimidos ou amarelo-esbranquiçados. como madeira. com>. as queimaduras ácidas causam necrose de coagulação. Monitore os sinais vitais. procure identificar a substância causadora e encaminhe a vítima imediatamente para um serviço de pronto atendimento. no caso de queimaduras produzidas por líquidos é recomendável lavar a área com água corrente e abundante por pelo menos 30 minutos. Ambas as queimaduras causam dor.photobucket. Exemplo de produto químico básico: hidróxido de sódio – NaOH (soda cáustica).media. proposta por Wallace.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III ou sua ação interrompida. poderá ser feita a lavagem da região afetada com água abundante e contínua. Jamais tente neutralizar a substância. Fonte: <http://www. ao tocar na vítima. para evitar a ativação da substância. limpe a pele antes de molhá-la. Existem várias classificações para o cálculo da Área Total de Superfície Corporal Queimada (ATSQ). de um modo geral. sendo a “Regra dos Nove”. mas. Outra forma de classificar as queimaduras é em relação à superfície corporal queimada (SCQ). Em casos de contato com produtos químicos em pó. As queimaduras alcalinas são mais graves porque penetram profundamente na pele e permanecem ativas por longo período. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência Regra dos Nove para adultos. podendo causar danos adicionais à vítima. Lembre-se da sua segurança pessoal. a mais empregada. As queimaduras químicas podem ser ácidas ou alcalinas (básicas) e os sinais e sintomas variam de acordo com a substância agressora. Como proceder? Remova toda a roupa ou objetos contaminados de perto da vítima. produzindo escaras e úlceras. porque a neutralização de uma substância é uma reação que produz calor. 64 . Dependendo da substância química. De acordo com as orientações da Sociedade Brasileira de Queimaduras. Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Regra dos Nove para crianças. Fonte: <http://www.media.photobucket.com>. Para aprofundamento do assunto, acesse: <http://www.saj.med.br/uploaded/File/artigos/Queimados.pdf>. Lembre-se que o melhor “tratamento” para as queimaduras é a PREVENÇÃO! Pós-Graduação a Distância 65 Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Capítulo 9 – Afogamento De acordo com o Dr. David Szpilman, médico especialista e uma referência na área de afogamento, após a realização do Congresso Mundial de Afogamento, em 2002, na Holanda, a definição do termo afogamento foi modificada, devido à grande confusão da palavra na língua inglesa (drowning: vítimas que faleciam em até 24 horas). Define-se por afogamento a aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão. Uma sufocação (asfixia) após imersão em meio líquido. Aula sobre Afogamento para Profissionais de Saúde – Dr. David Szpilman <http://www.szpilman.com/aulas/aulas.htm>. O afogamento é a terceira causa mais comum de morte acidental; 40% ocorrem com crianças abaixo de quatro anos de idade. Entre elas, os locais mais comuns de afogamento são as piscinas e banheiras. Diversas causas levam ao acidente de submersão: indivíduo que não sabe nadar e se vê em situação que envolva meio líquido, que cansa ou tem câimbras, indivíduo cardiopata que tem infarto; o que usa álcool antes de entrar na água; o epiléptico que tem crise convulsiva na água e o que mergulha em águas rasas, entre outras. Nos acidentes por submersão, independentemente da causa, o fator principal que leva o indivíduo à morte é a hipóxia. Inicialmente, a vítima em contato com a água prende voluntariamente a respiração e faz movimentos com todo o corpo, tentando desesperadamente nadar ou agarrar-se a alguma coisa. Nessa fase, pode haver aspiração de pequena quantidade de água que, em contato com a laringe, por reflexo parassimpático, promove constrição (fechamento) das vias aéreas superiores. Em 10 a 15% dos casos, esse laringoespasmo é tão severo que impede a entrada de água e ar no trato respiratório, até que a vítima seja resgatada ou perca a consciência e morra, “afogamento seco”. As vítimas que não aspiram líquidos geralmente respondem melhor ao tratamento, quando resgatadas a tempo. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 66 Após essa fase inicial, se não ocorrer o salvamento, a vítima atingirá seu limite e fará movimentos respiratórios involuntários, aspirando grande quantidade de água. (“Afogamento molhado”: associado à aspiração de líquido, tem pior prognóstico e representa 85% dos afogamentos fatais). Essa entrada de grande quantidade de água nos pulmões piora a constrição das vias aéreas. Ocorre diminuição da capacidade de expansão pulmonar, além de impedir a troca gasosa normal. Os movimentos diafragmáticos involuntários aumentam a aspiração de líquidos e os movimentos de deglutição, causando distensão do estômago e vômitos na sequência. Ocorre inundação total dos pulmões com perda de consciência, parada respiratória (apneia) e consequente morte. As pessoas idosas, as que se debatem na água, que sofreram lesões, que ficaram submersas por um longo período e que estão em águas quentes, sujas ou salgadas estão entre as vítimas que apresentam os piores prognósticos. Observação – Há uma diferença significativa entre afogamentos em água quente e em água gelada. Quando a pessoa mergulha em água gelada (abaixo de 20ºC), a respiração é inibida, a frequência cardíaca diminui e os vasos sanguíneos, na maior parte do corpo, se contraem. Entretanto, o fluxo sanguíneo para o coração e para o cérebro é mantido. Desse modo, o oxigênio é enviado e usado apenas onde é imediatamente necessário para a manutenção da vida. Quanto mais gelada a água, mais oxigênio é desviado para o coração e o cérebro. Em águas com temperatura igual ou inferior a 20ºC, as necessidades metabólicas do corpo são apenas a metade do normal. Alguns pesquisadores Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III sugerem que a sobrevivência em água gelada se deve à hipotermia, que diminui o metabolismo e reduz a necessidade corporal de oxigênio. Existem casos de vítimas que foram ressuscitadas após ficarem submergidas em águas geladas com parada cardíaca em períodos iguais ou superiores a 30 minutos. Como regra, qualquer vítima sem respiração, sem pulso e que estava submersa em águas geladas deve ser reanimada. Alguns especialistas aconselham realizar a ressuscitação em toda vítima de afogamento, independentemente da temperatura da água – mesmo naquelas que ficaram por um longo período na água. Classificação do Afogado Resgate: paciente tem tosse e falta de ar. • Grau I: paciente lúcido, apresentando tosse seca. Inicialmente o paciente está taquicárdico e taquipneico, mas melhora rapidamente à medida que se acalma. Não há aspiração pulmonar significativa. O tratamento na cena do acidente consiste em repouso, aquecimento da vítima e oferecimento de oxigênio. • Grau II: lucidez ou agitação. Elevação moderada das frequências respiratória e cardíaca. Vítima com taquipneia, sem grande dificuldade respiratória. Há presença de tosse e vômitos. Existe pequena quantidade de espuma na boca e no nariz. Óbito em 0,6% dos casos. • Grau III: vítima agitada e pouco colaborativa devido à falta de oxigênio. Frequência cardíaca e ventilatória elevadas e grave dificuldade respiratória, muitas vezes com cianose. Ocorre tosse com espuma esbranquiçada ou rósea em quantidade. A mortalidade acontece em cerca de 5,2% dos casos. • Grau IV: semelhante ao Grau III, porém o pulso radial está fraco ou ausente (sinais de choque). Óbito em 19,4% dos casos. • Grau V: presença de parada respiratória. Óbito em 44% dos casos. • Grau VI: presença de parada cardiorrespiratória. Óbito em 93% dos casos. Algoritmo de Afogamento Avançado (área de saúde) <http://www.szpilman.com/biblioteca/afogamento/algoritmo_ afogamento_avancado.htm>. Observação – o protocolo de RCP encontra-se desatualizado, mas as informações sobre a classificação dos afogados estão corretas. Pós-Graduação a Distância 67 Salvamento Lembre-se que a segurança de quem faz o salvamento é o principal cuidado inicial. Sempre se deve suspeitar de lesão na coluna cervical em vítimas inconscientes por afogamento em águas rasas, portanto deve-se proceder à imobilização adequada para a sua retirada, sempre que possível. se estiver acompanhado por outros socorristas. Ele deve jogar algum objeto para a vítima (consciente) se apoiar: corda. Deve-se também suspeitar desse tipo de lesão em qualquer nadador inconsciente. Aqueçer a vítima. mas com respiração espontânea presente. ou a recuperação da vítima. Se a vítima estiver inconsciente ou longe demais para ser alcançada com uma corda. começar imediatamente as compressões torácicas (RCP). deve-se tentar ir até a vítima! Remover a vítima da água o mais rápido possível. deve marcar o lugar do afogado e procurar socorro. e a vítima poderá morrer em até 3 ou 4 dias após o acidente (aproximadamente 15% das mortes por afogamento ocorrem por complicações secundárias). especialmente se apresentar vômitos. deve ser puxado para a margem. Executar a avaliação primária e dar início ao A. mesmo quando se acredita que o perigo já passou. vômito e secreções possam ser drenadas das vias aéreas superiores. Água nas vias aéreas pode causar resistência à respiração.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III O salvamento deverá ser realizado. ou outro objeto resistente. desobstruir as vias aéreas imediatamente e começar a respiração de salvamento. No caso de possível lesão medular. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 68 . Observação – 1. Se não houver pulso. se estiver vestindo equipamento pessoal de flutuação. realizar manobras básicas de reanimação. Atenção! o prestador de socorro apenas entra na água se souber nadar muito bem. O socorrista deve ficar sempre atento à sua segurança pessoal durante o resgate e solicitar auxílio. pneu. Todas as vítimas de afogamento. A manobra só deve ser utilizada se houver suspeita de obstrução de vias aéreas superiores por corpos estranhos. especialmente em águas rasas. Não tentar retirar a água dos pulmões ou do estômago! A utilização da manobra de Heimlich para esvaziar o estômago distendido só aumenta o risco de aspiração pulmonar. Após a verificação da ausência de corpos estranhos nas vias aéreas. Sempre deixar a cabeça e o pescoço no mesmo nível das costas. B e C. Se o socorrista não estiver apto. devem ser submetidas à avaliação médica. ou tenha recebido treinamento em técnicas de resgate aquático. o objetivo é sustentar as costas da vítima e estabilizar a cabeça e o pescoço enquanto outros cuidados são administrados. secando-a e cobrindo-a com cobertores ou toalhas. Uma vez que a vítima tenha agarrado o objeto. O socorrista deve estar preparado para o salvamento de vítimas em pânico. Se necessário. de modo que água. Lembre-se da segurança em primeiro lugar. aplicar a respiração de salvamento com mais força até ver o tórax da vítima subir e descer. toalha. mesmo aquelas que só necessitaram de mínimo auxílio. colocar a vítima em posição lateral de segurança. Na ausência de respiração. 2. a fim de evitar broncoaspiração. galho. Somente em último caso. de preferência. boia. sem a entrada do prestador de socorro na água. Às vezes a lesão pulmonar ocorre horas após o episódio de submersão. Prosseguir com a reanimação até a chegada da equipe de emergência. Se não houver suspeita de lesão medular. desfibrilação e procedimentos de suporte avançado. o prestador de socorro deverá ir até ela. colete salva-vidas. Sempre suspeitar de lesão medular se a vítima estiver envolvida em um acidente de mergulho. que não irá se romper. colocá-la em posição lateral de segurança. bola de futebol. prancha de surfe. Caso a vítima esteja inconsciente. remo. A educação em saúde e prevenção ocupam um papel importantíssimo na redução de sequelas. apud NAEMT. os hospitais dos centros urbanos das grandes capitais estão. faz sentido a expressão “é melhor prevenir do que remediar”. . Assim. que tem sido chamada de “a epidemia negligenciada”. sendo os homens adultos jovens os mais vulneráveis a sofrerem traumatismos. desenvolvendo e praticando técnicas de medicina utilizadas nas guerras.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Capítulo 10 – Considerações sobre o Trauma As lesões sempre foram uma ameaça ao bem-estar público. até a metade do século XX. 2007 O trauma é uma “doença” da sociedade moderna que resulta em perdas de vidas humanas. incapacidade física e consideráveis problemas de ordem social e econômica. os acidentes de trânsito.edu/catalog. superado apenas pelas doenças cardiovasculares e neoplasias. foram superadas pelos homicídios. maior poder de lesão tecidual) estão alterando significativamente as características dos ferimentos e atendimento às vítimas. Dentro desse ponto de vista. mortalidade da população e inestimáveis gastos do sistema de saúde com internação hospitalar e reabilitação consequentes à epidemia globalizada do trauma (ou causas externas). especialmente em relação às agressões. a solução para o problema do trauma é a prevenção”. as doenças infecciosas obscureciam a terrível contribuição de traumas para a morbidade e mortalidade humanas. O trauma ocupa hoje a terceira causa geral de morte na população brasileira. em certo sentido. Em 1966.php?record_id=9978>. a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (National Academy of Sciences) publicou um trabalho que se tornou referência no desenvolvimento dos sistemas modernos de atendimento ao traumatizado. portanto. As mortes por acidentes de trânsito. A violência interpessoal. A palavra trauma vem do grego. traûma e significa ferida. as quedas e os acidentes de trabalho constituem as causas mais comuns de mortalidade por causas externas (trauma) entre a ampla faixa etária de 1 a 44 anos de idade. estatísticas oficiais e dados do Ministério da Saúde revelam que o perfil de mortalidade por trauma veio sofrendo modificações nos últimos anos. Pós-Graduação a Distância 69 No Brasil. <http://www. Christoffel e Gallagher.nap. o trauma deve ser encarado como doença. ao invés de mero “evento acidental”. mas. que anteriormente predominavam. reconhecendo que “a longo prazo. O aumento da violência urbana e o uso de armamento pesado de alta energia (disparando projéteis de maior energia cinética e. 1999. O sucesso da Saúde Pública em outras áreas transformou o trauma em uma grave preocupação da Saúde Pública. Accidental Death and Disability: The Neglected Disease of Modern Society. Tendo como princípio que a maioria dos “acidentes” poderia ser evitada. O sangramento é mínimo e geralmente terá cessado antes mesmo da chegada da equipe de atendimento pré-hospitalar.br/portal/arquivos/pdf/coletiva_saude_061008.pdf>.gov.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Perfil da mortalidade do brasileiro. Conforme estudamos na primeira unidade. Projeto Trauma 2005-2025 <http://www. Hemorragia venosa: o sangramento é de coloração vermelho-escuro (por ser pobre em oxigênio e rico em gás carbônico) e normalmente é controlado mediante uma compressão moderada no local do ferimento. pois o controle da hemorragia é potencialmente cirúrgico. A vítima necessitará ser encaminhada rapidamente ao hospital de referência equipado com recursos humanos e materiais. a não ser que a lesão seja grave ou o sangramento não seja controlado. após avaliar a cena e tomar as devidas medidas de segurança.br/upload/pdf/comissoes_trauma_projetotrauma. Em geral não ameaça a vida.saude. 3. com controle do ambiente e prevenção da hipotermia). pulso. presença e controle de hemorragias).org. o socorrista deverá identificar e tratar prontamente a hemorragia externa. c) circulação (verificação do estado circulatório. No caso de suspeita de hemorragia interna. hipotensão arterial. Caracteriza-se por um sangue de coloração vermelho-vivo e que ocorre em jatos compassados com o ritmo cardíaco (o sangue jorra da ferida a cada batimento do coração). Para o doente que apresenta hemorragia interna. A instabilidade hemodinâmica na vítima de trauma é geralmente ocasionada por uma perda sanguínea significativa e.sbait. Um problema social <http://www. d) Incapacidade (avaliação do estado neurológico e determinação do nível de consciência). O paciente encontra-se muitas vezes ansioso (sinal de hipóxia cerebral) e com outras alterações de consciência. Hemorragia A hemorragia externa pode ser classificada em três tipos. e) exposição (remoção das roupas e avaliação completa do paciente. enchimento 70 . prosseguimos a avaliação inicial da vítima em ordem de prioridade: a) via aérea (manutenção da permeabilidade das vias aéreas com controle da coluna cervical). Hemorragia capilar: causada por escoriações que lesam minúsculos vasos capilares situados abaixo da superfície da pele. Hemorragia arterial: o sangramento causado pelo rompimento de uma artéria é o mais importante e também o mais difícil de ser controlado. apresenta taquicardia.cbc. os sinais e sintomas são evidenciados pela síndrome do choque hemorrágico.pdf>.org.pdf>. palidez cutânea (devido à intensa vasoconstrição periférica). taquipneia. no sentido de estancar o sangramento. Ministério da Saúde (2008) <http://portal. nada poderá ser feito no atendimento pré-hospitalar. portanto. 2. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 1. b) ventilação (verificação da respiração e administração de oxigênio para a vítima traumatizada).br/revista/2009-02_rev_emerg_entrevista_m_mantovani. sem apertar. No controle da hemorragia externa. A vítima deve ser tratada como em estado de choque. Fonte: <http://www. um torniquete colocado no APH deve permanecer até que o paciente chegue ao hospital. Agora basta torcer o bastão até que a hemorragia cesse e fixá-lo no lugar. por isso não são mais recomendadas nas situações em que a compressão direta não conseguiu controlar o sangramento. (O objetivo de não remover as primeiras compressas é evitar a remoção dos coágulos formados e. Atenção! Se a compressa estiver muito encharcada. Não devem ser utilizados torniquetes estreitos e em faixa. Os torniquetes salvam vidas e devem ser aplicados imediatamente na extremidade proximal do ferimento hemorrágico e apertados o suficiente para bloquear o fluxo arterial. compressa estéril ou pano limpo. sendo feito um segundo nó por cima. Um bastão de madeira ou metal deve ser colocado sobre este primeiro nó. O manguito do esfigmomanômetro também pode ser adotado como alternativa ao torniquete. mais ainda. sede etc. Atualmente existem. nos EUA e em outros países.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III capilar lento ou ausente. Essas manobras não tiveram eficácia comprovada por meio de estudos. ter monitorados os sinais vitais e ser levado. Antigamente. inclusive já disponíveis para uso com a população civil. pesquisas e dados convincentes. pois se trata de uma emergência grave. Isso é justificado pelo fato de que aproximadamente 99% das hemorragias externas são contidas apenas com a compressão local. o torniquete voltou a ser recomendado e. para o hospital imediatamente. com isso. de preferência utilizando uma gaze. a orientação era para que o torniquete fosse afrouxado a cada 10 min. De acordo com a última edição do PHTLS – Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado (2007). colocar outra por cima da primeira e continuar mantendo a pressão. coloque-o logo acima do ferimento e dê um primeiro nó. o socorrista deverá aplicar pressão manual direta sobre o ferimento (compressão local). como etapas intermediárias no controle das hemorragias. como primeira opção. hipotermia. A exceção é em situações de transporte demorado (mais de 2 horas). tecnologia e diversos dispositivos desenvolvidos especialmente para conter hemorragias externas graves.rescue-essentials. tais como torniquetes. aplicados pelos profissionais dos sistemas de emergências médicas. mas em geral. Como improvisar um torniquete? Escolha um pedaço de pano com cerca de 10cm de largura. Pós-Graduação a Distância 71 .com>. devido a maior probabilidade de causar danos aos vasos sanguíneos e nervos. No passado era recomendada a elevação do membro e a compressão sobre um ponto de pressão (pressão indireta – na artéria próxima ao ferimento). aumentar novamente o sangramento). como segunda opção para o controle de uma hemorragia externa que não pôde ser contida com a pressão local. bandagens especiais e outros produtos utilizados em medicina tática e de combate. thetacticalmedic.com>. O membro amputado deve ser preservado sempre que possível. – envolver o membro com gaze estéril umedecida ou compressa limpa. 4. Pode ser causada por objeto cortante. • amputação parcial: o segmento desprendeu-se cerca de 50% do corpo. A amputação é classificada em três tipos: • amputação completa (total): o segmento é totalmente separado do corpo. As amputações frequentemente estão relacionadas a acidentes industriais e automobilísticos. 3. visitando os links abaixo. <http://www.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Conheça mais.combattourniquet.com>. • desenluvamento: quando a pele e o tecido adiposo são arrancados sem lesão do tecido subjacente. com fotos e vídeos sobre o assunto: <http://www. Cuidar do segmento amputado: – limpar com solução de Ringer Lactato. – proteger o membro amputado com saco plástico. tendo maior prevalência em homens jovens. Obs: Jamais colocar a extremidade em contato direto com o gelo.rescue-essentials. Essa é uma lesão grave onde ocorre a separação de um membro ou de uma estrutura do corpo. – colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo (de preferência gelo moído).com>. 2. a exposição das artérias laceradas leva a sangramento importante. Tratar o estado de choque e prevenir a hipotermia. O torniquete geralmente é o método de contenção escolhido para tratar o sangramento profuso que ocorre com a amputação (avulsão) de um membro. esmagamento ou força de tração. porém a maior prioridade é a preservação da vida. <http://www.lifemedicalsupplier. O tratamento inicial deverá ser rápido e eficiente. Controlar imediatamente a hemorragia – prioridade. pela gravidade da lesão e possibilidade de reimplante do segmento amputado. Como proceder nos casos de feridas amputativas? Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 1. Transportar a parte amputada junto com o paciente para o hospital mais apropriado e próximo. Nas amputações parciais ou nas do tipo desenluvamento.delfimedical.com>. <http://www. 72 .com>. <http://www. como consequência de incisão abdominal entreaberta ou pós-trauma. é o estabelecimento de 2 acessos periféricos calibrosos (jelco 14 ou 16) e início de infusão de cristalóides aquecidos. Evite a manipulação das vísceras ou reintroduzi-las para dentro da cavidade abdominal. não oferecer líquidos e providenciar a remoção para o hospital mais preparado para receber o doente. câimbras. que se tornam fracos e de difícil palpação. mucosas esbranquiçadas. a perfusão sanguínea dos órgãos é mantida e os sinais e sintomas são mínimos. coma e morte. posteriormente cansaço. Observação – O tratamento inicial. o organismo ainda consegue manter o equilíbrio por meio dos mecanismos compensatórios. taquicardia e pulso filiforme. náusea. perda gradual da consciência. Em seguida. É um trauma relativamente comum. hipotensão arterial. tremores. Iremos abordar agora somente o choque hipovolêmico e de causa hemorrágica. A queda na pressão arterial marca a mudança do choque compensado para descompensado. sendo a perda rápida de sangue (choque hemorrágico) a sua principal causa no paciente traumatizado. sede. respiração curta. pálida e úmida. pois esse procedimento será feito durante o ato cirúrgico. sonolência. controlar hemorragias externas. O paciente. uma vez que estamos falando do paciente vítima de lesão traumática. aplicar uma bandagem ou plástico protetor. Como proceder? Tranquilizar a vítima. pele fria. confusão mental. sendo o soro Ringer Lactato a solução de primeira escolha. rápida e superficial. líquidos e eletrólitos) ou de hemorragia (perda de plasma e hemácias). hipotermia. monitorar os sinais vitais. elevar as pernas da vítima cerca de 30 cm do chão. ocorre também uma diminuição da intensidade dos pulsos periféricos. que está chocado por hipovolemia. resultando em inadequada oferta de oxigênio aos tecidos. É importante essa prevenção de contaminação. da seguinte maneira: irrigar uma compressa estéril com soro fisiológico e colocá-la por cima. realizado pelo suporte avançado. enchimento capilar lento (perfusão periférica maior que 2 segundos) ou ausente. Com a intensa vasoconstrição e a hipotensão arterial. Os tipos mais comuns de choque são: • HIPOVOLÊMICO • CARDIOGÊNICO • SÉPTICO • NEUROGÊNICO Existe ainda o choque anafilático que já foi comentado no capítulo de acidentes com animais peçonhentos. apresenta os seguintes sinais e sintomas: agitação. com a proteção adequada dos órgãos eviscerados.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Estado de Choque O choque é uma condição potencialmente letal que se caracteriza por redução significativa da perfusão tecidual. fixando-o no lugar com esparadrapo. ocasionado por armas brancas e acidentes automobilísticos. sudorese. No primeiro estágio do choque. Pós-Graduação a Distância 73 Evisceração . cobrindo as vísceras expostas. O socorrista realizará um curativo do tipo oclusivo. ansiedade (sinais de hipóxia cerebral). É a protrusão de vísceras para fora da cavidade abdominal. prevenir a hipotermia com o uso de cobertor térmico. A hipovolemia pode ser decorrente de desidratação (perda de plasma. 8. aplicar bolsa de gelo ou compressa fria no local pode ajudar a reduzir a dor e o edema. a fratura é imobilizada na posição em que é encontrada. O corpo estranho empalado será retirado posteriormente. pois não foi rompida pelo osso fraturado. as lesões de extremidades raramente apresentam risco de morte imediato. o trauma de extremidades pode pôr em risco a vida do paciente. interrupção da função motora. Imobilizar adequadamente todo o membro.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Objeto Empalado Se o traumatizado tiver algum objeto transfixado em seu corpo (geralmente madeira ou metal). 6. o socorrista pode tentar realinhá-lo delicadamente. Como proceder? 1. a pele encontra-se íntegra. trazendo o membro à posição anatômica. alterações de sensibilidade. coloração da pele. Tratar o choque. e não sobre o objeto. Na maioria das vezes. usando talas ou outros materiais rígidos (a imobilização ajuda a conter a hemorragia e proporciona alívio da dor). 5. temperatura e pulso no membro afetado. Já na fratura exposta (aberta). Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 3. Fratura Embora sejam comuns no paciente traumatizado. É importante ressaltar que o fato de imobilizar o membro na posição normal melhora a dor e a circulação. Se houver resistência ou dor intensa. edema. a integridade da pele foi rompida pela extremidade óssea que perfurou a pele. 7. hematoma. Realizar hemostasia (controle das hemorragias). se tiver tempo. lesionar estruturas internas (como os nervos) e agravar ainda mais o estado da vítima. Todo politraumatizado deve ser imobilizado em prancha longa e o mais próximo possível da posição anatômica. O objetivo é controlar o sangramento e estabilizar o objeto no local. Realizar exame primário. deformidade (alterações na angulação com elevação ou afundamento). crepitação. No exame secundário. em centro cirúrgico. Após a imobilização. função motora e sensibilidade do membro com suspeita de fratura. Jamais remova o objeto. Movimentar o membro lesado o mínimo possível. com risco de aumentar significativamente a hemorragia. ou o paciente não puder ser transportado por causa da posição incomum do membro. mas saber agir rapidamente. hemorragia visível e comunicação do osso com o meio externo. 2. deve-se realizar curativo compressivo aplicando pressão em um dos lados do objeto. Não é responsabilidade do socorrista identificar o tipo de lesão em si (classificar as fraturas). Se o membro estiver sem pulso. Quando leva à acentuada perda sanguínea. A quebra do tecido ósseo pode ser suspeitada se houver os seguintes sinais e sintomas: dor (a menos que haja lesão de nervo). 74 . Na fratura fechada. Lembre-se que o objetivo do exame primário é o reconhecimento e tratamento imediato das lesões que impliquem risco à vida. identificar e tratar as lesões que apresentem risco de morte (por exemplo. a tentativa deverá ser abandonada. estabilizar as lesões das extremidades. examinar os pulsos. 4. O socorrista deve considerar qualquer ferimento próximo de uma possível fratura como sendo uma fratura exposta e tratá-la como tal. existência de fraturas pélvicas e do fêmur) e. como o próprio nome diz. padrões respiratórios irregulares. Todo paciente com suspeita de traumatismo craniano deverá ser considerado como possível portador de trauma raquimedular e vice-versa. concussões. sonolência e coma). até que se prove o contrário!” Pós-Graduação a Distância 75 Sinais de reconhecimento do TCE: ferimento na cabeça. alterações da fala e da marcha. causando infecção e lesão cerebral graves Imagens adaptadas de: <http://www. hemiparesia. alterações do nível de consciência (agitação. 11. exposição óssea ou de massa encefálica. distúrbios visuais. contusões. rinorragia e otorragia). sensibilidade e cor do membro. 10. por exemplo. O TCE é a lesão do crânio e/ou encéfalo com intensidade. como colisões automobilísticas. cefaleia. ocorre invasão de bactérias no crânio. . dor. Verificar pulso. Remover joias e relógios (esses objetos podem prejudicar a circulação. Traumatismo Craniano O traumatismo crânio-encefálico (TCE) ou lesão cerebral traumática (LCT) contribui significativamente para a morte de vítimas de trauma.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III 9. As fraturas cranianas podem lesar artérias e veias. edema e hematoma periorbital (“sinal de guaxinim”). náusea e vômito em jato (devido à hipertensão intracraniana). especialmente quando se trata de fraturas expostas. 12. hematoma retroauricular (“sinal de Battle”). Já no idoso. extensão e gravidade que podem variar e ser consequência de vários agentes. agressões físicas. O socorrista não deve tentar “recolocar os ossos no lugar”.html>. quedas de grande altura. O líquido cefalorraquidiano (líquor). antes e após realizar a imobilização. lacerações cerebrais e hematomas intracranianos. pode sair pelo nariz (liquorreia) ou pelo ouvido (otorreia).nih. hipo ou hipertermia. provocando sangramento nos espaços em torno do tecido cerebral.gov/medlineplus/encyclopedia. as quedas são responsáveis pela principal causa de TCE. Os indivíduos podem sofrer muitos tipos de traumatismos crânio-encefálicos como. fraturas. Cobrir com curativo estéril as feridas abertas ou extremidades ósseas expostas. convulsão etc. Dica: “Todo politraumatizado é um portador de lesão na coluna cervical. As colisões automobilísticas continuam sendo a principal causa desse tipo de lesão em pessoas com idade inferior a 65 anos. Ocasionalmente. que circula entre o cérebro e as meninges. confusão mental. desorientação. possível incontinência urinária ou fecal. atropelamentos. perda de líquor e/ ou sangue pelo nariz e ouvido (rinorreia e otorreia. alterações pupilares (anisocoria). posturas anormais (decorticação ou descerebração).nlm. por meio dessas fraturas. quando o edema aumentar). A vítima deverá ser manipulada por equipe especializada.Situações Especiais e Atendimento de Emergência Unidade III Ou seja. imobilização completa é imprescindível (prancha longa rígida. Suporte Básico de Vida e Socorros de Emergência 76 . uso do colar cervical e imobilizador lateral de cabeça). não deve tentar contê-los. caso exista extravasamento de fluidos pelo nariz e/ou boca (sangue ou líquor). O socorrista deverá monitorar os sinais vitais e nível de consciência e. com as devidas técnicas e protocolos de atendimento ao traumatizado. caro cursista. medidas de urgência incluem a prestação de socorro adequado e com qualidade nos casos de problemas cardiovasculares. Esse suporte básico garante. Para finalizar. evitando o agravamento de suas condições. As pessoas morrem porque ninguém faz nada e continuam morrendo porque alguém não capacitado resolveu fazer algo. Há muitas fontes disponíveis para complementação de seus estudos. Pós-Graduação a Distância 77 . Desejo-lhe sucesso! E aproveito para parabenizá-lo pela carreira que escolheu.. fora do ambiente hospitalar.Para (não) Finalizar Como vimos. Pesquise e aprofunde seus conhecimentos. as informações técnicas apresentadas e as ações recomendadas não se esgotam aqui. reafirmo as palavras de Fernando Barreiro: A principal causa de morte fora dos hospitais é a falta de atendimento. A segunda é o socorro inadequado. por meio de medidas simples adotadas pelo profissional de saúde. Portanto. Seu papel é imprescindível para salvar vidas. as funções vitais dos pacientes. E mais.. afogamento. atendimento pré-hospitalar é toda assistência prestada. Desnecessário afirmar o quanto é importante que o profissional que vai desempenhar essa tarefa esteja apto a fazê-lo para garantir êxito ao seu trabalho. direta ou indiretamente. assim como em situações especiais como intoxicações. queimaduras. neurológicos e obstétricos. visando à manutenção da vida e/ou à minimização das sequelas. entre outros. 1 e 2. S. Aspectos mais Relevantes das Diretrizes da American Heart Association sobre Ressuscitação Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular de Emergência. 4. Guia para diagnóstico e condutas em situações de risco de morte materna. 2000. K. FEBRACO. B.480. geocities. Disponível em: <http://portal. Acesso em: 19 abr. Seventh Edition. de 8 de agosto de 1997. INSTITUTO BUTANTAN. 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