Stephen Castles 2

March 25, 2018 | Author: Irineia C. Soares | Category: Human Migration, Globalization, Economics, Immigration, State (Polity)


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-tGLoBALIZAÇÃo, TMNSNACIONALISMO E NOVG FLUXOS MIGR.ATÓRIOS longo prazo. Encontramo-nos perante a necessidade urgente de estabelecer uma estratégia internacional que assegure que as migrações correspondem a objectivos políticos¡ económicos e sociais consensuais. As migrações devem ter lugar de forma organizada, de modo a salvaguardar os direitos humanos dos migrantes, a prevenir a exploração por parte de agentes e engajadores, e a evitar o conflito com as populações receptoras. As migrações deveriam também estar ligadas a estratégias de desenvolvimento sustentável, o que requer a concertação entre os países importadores e os países exportadores de mão-de-obra, de modo a que os primeiros possam obter os jovens trabalhadores activos de que necessitam, em troca das remessas, da transferência de qualificações e dos retornados, que facilitarão o deserrvolvimento nos países exportadores de mão-de-obra' Finalmente, é importante suscitar os meios para a compreensão de que todos os tipos de migrações conduzem a mudanças sociais e culturais. As tentativas para suprimir estas transformações podem levar ao racismo e ao conflito; em contraparti{a, as comunidades e as sociedades que desenvolvem abordagens participativas para compreender e regular a mudança alcançarão corn maior probabilidade resultados positivos. A globalização parece eonduzir inexoravelmente à constituição de sociedades mais diversas e à cidadania multicultural. CAPÍTULO 2 MIGRAçÃO E FORMAçÃO DE COMUNIDADES NO CONTEXTI DA GLOBALIZAÇÃOl Neste artigo propomo-nos repensar as dinâmicas do processo migratório no contexto da globalização. Dois modelos e modelo se inteOS segundo o defini reúnem e sociais, te nas relações económicas ou reconstituem as suas famílias, acabando por se assimilar à vezes em duas ou três gerações); sociedade de acolhimento que supõe que os modelo migrantes mento durante um como a Prolifedefìnida---æ com o oaís de oriqem. redes transnacionais, alteraçao de fluxos rou o contexto das migrações. As novas tecnologias de comunicação e de transPortes Permltem fluxos frequentes e multidirecc.ionais de pessoas, de ideias e de símbolos culturais. O-dSSæsteos conda soberania e da autonomia do EstadoI versão revista de um artigo apresentado na conferência "Reinventing Society de 2001' in the New Economy'', Universid"d" d. Totonto, Canadá' 9- l0 de Março e de duas recensões conferência presentes'na colegas dos Agradeço os comeniários anónimas. 42 43 como o Acordo de Schengen. ou encontram-se num Processo de transição de um tipo para o outro' As migrações. Entretanto. 2O0Oa. quando o colapso da constelação de poder bipolar da Guerra Fria parecia ter aberto as comportas a novos fluxos populacionais de grandes dimensoes. o desenvolvimento e as relações internacionais encontram-se assim intimamente ligados (Castles 1999. não só no discurso político. do I). 2000b)3. Sustentamos. que têm vindo a enfraquecer os modos tradicionais de controle dos fluxos migratórios e das mudanças socioculturais associadas. mantêm um lugar de destaque. integrando as áreas mais remotas em circuitos de mobilidade de longa distância. mas as questões relacionadas com a regulação das migrações e com os incluindo para as sociedades multiculturais e para as AS SUAS comunidades transnacionais. e centra-se tç1 2 À falta de uma tradução consagrada para português para a exp ressão welfare støte. e vindos do Sul para o Norte. contudo' possível excluir os åemais contéxtos.GLoBALIZAçÃo. Q-!exto* c-qncentra-se nas comunldades de acolhimento. Os políticos de direita e os meios de comunicação social sensacionalistas convocaram imagens de um assalto avassalador aos Estados-providência2 e de sabotagem das identidades nacionais em consequência das massas de pobres oriundos do Leste dirigindo-se para Oeste. os medos exagerados abrandaram. visto que as migrações são uma das principais as a forças de transformação nos países de emigração. Este capítulo começa com uma breve discussão de questões conceptuais relativas à investigação sobre as migrações. A integração global cria fortes pressões económicas.t'Sp¡eçi'ol_u1t. 45 44 . formação social do mundo contemporâneo.'As Migrações Internacionais no Limiar do século XXI: Questões e Tendências Globais" (N. as sociedades receptoras são solicitadas por novas e. muito difíceis de deter depois de iniciados. Os governos ripostaram através da aplicação de controles fronteiriços mais apertados e demedidas de controle internacional. bem como a emergência outro. d"c_gg$939Sl. Há. afectando a sua situação internacional e as suas relações com os países receptores' Para além disto. hoje em dia. As redes de migrantes continuam a servir 3 Castles (2000b) constitui o capítulo I da presente compilação.4edesmúltip_lasede cidadanias çompósltas. que há poderosos factores inerentes à globalização.idc¡tl. políticas. Os Estados Procuram tafito nas sociedades emissoras como nas de acolhimento. À medida que os grupos de imigrantes se instalam e formam novas comunidades. contrariar estas tendências apertando os controles fronteiriços através de esforços feitos a nível nacional e multinacional. um reconhecimento generalizado de que a mobilidade populacional transfronteiriça está inextrincavelmente ligada a outros fluxos que compõem a globalização e que as migrações são uma das principais forças de transseus efeitos.periências de diversidade social e cultural. No entanto.de. neste artigo. não sendo. é cadavez mais difícil destrinçar as formas de mobilidade consideradas essenciais ao comércio e ao investimento internacional. culturais e sociais que convergem no sentido do reforço das migrações. como no académico.ulilizaremos o termo de uso corrente Estado-providência (N. As migrações transfronteiriças são processos sociais dinâmicos. bem como dos processos de instalação e de transformação social a que dão origem. do T). As migrações internacionais tornaram-se um assunto fulcral na política internacional no início dos anos 90. daquelas que são consideradas como indesejáveis. São sustentados por redes sociais desenvolvidas pelos migrantes de forma a humanizar e a lidar com a experiência migratória. TRANSNACIoNALISMo E Novos FLUxos MIGRATÓRIoS MIGRAÇÃO E FORMAçÃO DE COMUNIDADES troles fronteiriços e a assimilação* O resultado destes processos é a transformação das práticas materiais e culturais associadas às migrações e à formação de comunidades. Este facto faz dela um elemento vital para a compreensão das causas e das características das migrações internacionais. muitos países encontram-se numa situação em que são simultaneamente emissores e recePtores de diferentes tipos de migrantes. qt."ïå'"ìáir"ro. as mrsraçoe: "o foram ). Ção.. CJen 198i.' é importante comPara avaliar as perspectivas de eo pr""nã.DE COMUNIDÀDES MIGRAÇÃO E FORMAÇÄO E NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS GLOBALIZAÇAO. populacional o pup"t deteråinante da mobilidade que conde formação de comunidades seu corolário: os processos cultural' No entanto' se nos detiduzem à tranrfot*"çaã social e 47 46 .$ê. no contexto ?j.. e as migrações forçadas de sos de formação de Estados e da competição entre ststransformação económica. TRANSNACIONALISITÍO de base às comunidades transnacionais grupos cuios membros social radicada simultatêm parte importante da sua existência neamente em mais do que um P i-q{r4l d__ep-ê.t constituem tlurumentt o m c r . Após 1 e45. po - com de Estados-nação definidos autónomas e fechadas' i{eatlda{ç ry9!9 As migrações internacionais comolactor sistémico da globalizaçáo var nestes últimos u"o'iob""tt"t" que se tem vindo a obserO crescente interesse pelas migrações lastro histórico: desde o tipos foram importantes no sempre. mas trata-se meramente de uma expressão de diversistémico que sempre representaram' por o início dó mercado mundial capitalista' altura do século XVI' futuro. as migrações de diversos construção das nações . Noiriel1988. i-r" indr* trialização e na Potts 1990.i temasedoneocolonialismo(Zoll1989). ìggz).ointeincîpio da déresse público que as migraç de percepção' cada de 90 representou sob real do fenómeno' As . Moch (Archdeacon 1933.fiîj:Ëîå:i:::iTJ.t á. o*u alteração do significado elemento sistémico nos pr o *iS*CU. mente produzem o resultado oposto aos objectivos pretendidosa. frequentemente.. de bens e de serviços. uma alteração na organização espacial do mundo. 1998).Manuel Castells. Não se trata u'fl. até às organizações não-governamentais internacionais (ONG) e às organizações criminosas globais (Held. conduziu à fixação e à formação de novas minorias étnicas. de produlos-culturaiq ç--4ç pgÐgas. Claro que em certa medida isto se deve ao facto de eL'þlgr3EQçS. Em segundo lugar. í .1999)A globalização corrói muitas das características centrais do Estado-nação e significa. a soberania e o poder do Estado-nação não eram questionados. racionalidade das estratégias de sobrevivência familiares tem-se revelado. No passado assumia-se que se mudariam de um Estado-nação para outro (os migrantes que se estabelecem definitivamente). a política alemã de importação temporária de mão-de-obra que. as actuais políticas de migração laboral nos países em vias de industrialização do Leste e do Sudeste da. tipos t . mas como estruturas de oportunidades que devem ser consideradas pelos indivíduos nas suas estratégias pessoais. que assim subvertem os planos dos poderosos.Ç-4racterísticäsespecí-fic?s das. cada vez mais. Qualquer tentativa para prever o futuro dos padrões migrató- rios e de instalação definitiva tem de considerar as importantes comuns. ou a politica australiana destinada a trazér da Europa imigrantes para manter a Austriália branca e monocultural e que. na realidade. Masse¡ Arango et al.' 'mais' . através de redes transnacionais dos mais diversos tipos.migraçÕes no coltexto da globalização.A. não pode ocorrer sem que existam fluxos paralelos de ideias. 1993. por exemplo. Em qualquer dos casos.' dè migrações (de profissionais de elevada qualificação e de migrantes com comPetências empresariais) e dge¡ guJl. tanto pelo individualismo metodológrco das ubot-däg"t r treoclás_sicas. enquanto processo colectivo assente nas necessidades e nas estratégias das famílias e das comunidades. O carácter das migrações. como pelo p-ositivismo legal dos b.GLoBALIZAÇÃo. de um "espaço-de locais" para um "espaço de fluxos" (Castells 1996. tem sido ignorado. deu origem a uma sociedade multirracial e multicultural.n"s de um fenómeno económico: aglobalização. De um modo semelhante. antes' . das redes migratórias e das infra-estruturas comunitárias. McGrew et al. TRANSNACIONALISMO E NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS MlGRAçÃo E FoRMAÇÃO DE COMUNIDADES ticos tenham frequentemente encarado as migrações como algo que poderia ser aberto e fechado como uma torneira. mas as suas características variam em função das mudanças económicas e sociais e da evolução da tecnologia e da cultura. segundo a formulação de. _[als-for¡qaç-õsç çconómicas e. bem como qq fq1¡¡ras de lidar com estas qrqd4nças por parte das pessoas a Refiram-se.urocratas. capítulo 6)' Por definição. consoante o que se considerava serem os interesses nacionais (Castles 2000c). como os analistas das políticas migratórias têm prestado pouca atenção à acção. qociais-da ngqqlép_qqa. ou que regressariam a casa depois de um certo período (os migrantes laborais de instalação temporária). 49 48 . Estes fluxos tendem a ser organizados. sob a forma de fluxos de capital. þgmana. Os obstáculos legais e burocráticos à imigração e à instalação definitiva têm sido vistos não como barreiras absolutas.sia deverão ter resultados imprevisíveis (Castles 2001). No contexto da globalização. na realidade. os migrantes internacionais cruzaram semPre fronteiras nacionais. estas gxpe-cla_ tivas perdem a sua validade. $. tanto os decisores políticos. Fragmentou-se a investigação sobre as migraçöes e a incapacidade de acumular um corpo de conhecimento consensual é incontornável (Masse¡ Arango et al. distinta das expectativas traçadas pelas teorias económicas.ql (trabalhadores não-qualificados e candidatos a asilo)' lgas revela-se difícil estabelecer distinções claras entre cate$rias e assegurar o cumPrimento das regras. desde as organizações intergovernamentais e as emPresas transnacionais. Torna-se assim necessário analisar as.-Q pape! sistémico das migrações nas sociedades modernas pode ser visto como uma constante. cerca de 120 milhões de pessoas viviam fora do seu local de nascimento. particularmente na Ásia Oriental. apesar das tentativas dos países receptores para restringir tais movimentos. mod a- Num certo sentido. É este o enquadramento apropriado para tentar perscrutar as tendências para o futuro. Organização Inte-rnacional para as Migrações (O-IÀ4) Spollam paraa existência de cerca de 150 milhões de migrantesinternacionais em tod'o o mundo (OIM t00õ.GLOBALIZAÇÃo. Alguns analistas defendem por isso que a verdadeira tarefa dos cientistas sociais consiste em explicar por que razão tantas pessoas permanecem na sua terra natal quando parecem existir boas razões para se deslocarem (Arango 2000. estes indicam que os migrantes internacionais constituem uma minoria que representa entre 2o/o a 4o/o da população global. e é provável que venha a aumentar: a OIM prevê que o número de migrantes internacionais possa atingir os 250 milhões em 2050. TMNSNACIoNAI.ISMo E Novos FLUxos MIGRATÓRIoS MIGRAÇÃo E FoRMAÇÃo DE CoMUNIDADES ' Os novos desenvolvimentos nqs_te--c_n-ologias da informação {os transportes permitem o auqe_fito_ do yolumedas rnigrações temporárias. Acresce a este facto que se têm verificado grandes fluxos de migrantes laborais dos países menos desenvolvidos do Sul para os países recém-industrializados.cia das políticas de controle estatal e dos modos tradicionais de incorporação dos migrantes na sociedade. ' Estas tendências estão ligadas ao crescente ooder das redes informais enquanto ylzação que transcende as m reduzir a eftcá. Mesmo. muito mais dos países eram ao passo que estes Perspectivas para as migrações internacionais O volume e o significado das migrações Os números das Nações Unidas revelam que em 1990. e que o número de migrantes internacionais crescia a um ritmo apenas ligeiramente mais alto que o da totalidade da população Nas décadas de 80 e de 90. e que dgsenvolvem comunidades_e consciências transnacronals. No entanto. pendulares e circulares. as estratégias de controle assentes na antiga lógica nacional deverão falhar. humana (Zlotnik 1999).s. "d-itir-os alguma falta de exactidão nos números relativos a muitas partes do globo. os migrantes sempre se moveram no que Thomas Faist designa de "espaço social transnacional" (Faist 2000). o volume das migrações é significativo. Em termos absolutos. Por esta razão. os fluxos de populações de países menos desenvolvidos que procuravam os países desenvolvidos cresceu rapidamente. a maioria dos migrantes desloca-se entre países menos desenvolvidos: 55%o da totalidade dos migrantes em 1990. É evidente que as migrações internacionais se integram perfeitamenteo na lógica da globalização. Ainda assim.293). mas no contexto da globalização este movimento torna-se cadavezmais simples. O relevo que as migrações assumem decorre da sua concentração em certas áreas onde representam um factor determinante de transformação social. Estimativas recentes calculadas pela 50 5l . e Ép3da vez m_aior g número de migrantes que organizam as suas vidas por referência a duas ou mais sociedades. O estudo das Nações Unidas revela que 90olo dos migrantes mundiais residem em apenas 55 países. em inglês.-d-a. e áreas com declínio de fertilidade. TR. dramática é a do Sul e do Ocidente da Europa. certos bairros tornam-se centrqs de fixação de imigrantes. não obstante as barreiras legais levantadas pela "Europa fortaleza". mas são fulcrais para qualquer construção de cenários para o futuro. parece-me que. as suas altas taxas de crescimento de mão-de-obra e escassez de empregos para os novos candidatos ao mercado de trabalho.2 crianças por mulher . Por eèonomias em rápido crescimento e com por outro (Hugo 1998). nos equipamentos sociais e nos locais de culto. (N. nas associações. relativamente aos locais de origem. provocando escassez local de mão-de-obra e importantes alterações na vida familiar e comunitária. Estes debates não podem ser aqui sintetizados. da América do Norte e da Oceânias. onde as taxas de fertilidade caíram para s Australasia. as principais abordagens conduzem à conclusão de que as migraçÕes deverão crescer no futuro. 1. Neste modelo de estagna. do I ).I nos onde existem oportunidades de emprego e os migrantes que { os antecederam podem assisti-los durante o processo de instalação. Estes bairros constituem a base para a formação de comunidades étnicas e para a preservação das culturas e das línguas de origem.2000). do T) su¡as. apesar de se verificarem grandes diferenças conceptuais. homens e mulheres partem de aldeias ou de bairros específicos. com os seus elevados níveis de fertilidade.GLoBALIZAçÃO. A grande disparidade de rendimentos entre países ricos e países pobres deveria constituir razão suficiente para a "escolha racional" de migrar. os recéml -chegados concentram-se em áreas industriais e em centros urba. essas restrições podem vir a ser revistas (Hirano' Castles et aL. cruzando o Mediterrâneo. centra-se nas expectativas individuais de salários mais altos e de melhores oportunidades económicas nas áreas de destino. As causas das migrações Grande parte da investigação sobre migrações tem-se centrado nas causas das mesmas.ut migratórias de muitos países ocidentais. deman|i4g a1d l4ngePls-(N. parte substancial dos jovens. Zona da Oceânia que inclui a Austrália. Há grandes concentrações de imigrantes em praticamente todas as principais cidades da Europa. encontram-se os países do Norte de África. Esta denominação refere-se a ocuPações consideradas e perigosas. 52 53 . Na vizinhança imediata a Sul. no original. o que conduzagraves carências de mão-de-obra' sobretudo para trabalhos de fracas qualificações. ostentando marcas distintivas consubstanciadas no comércio. tanto nos países emissores como nos receptores. a curto prãzo. Nos países de imigração. Normalmente. no original. O ]apão apresenta uma situação semelhante: o colapso da fertilidade e o envelhecimento da população dificulta a manutenção das restrições impostas ao recrutamento de mão-de-obra estrangeira: quem executará os trabalhos de mais baixo estatuto6 se os trabalhadores estrangeiros não forem autorizados a entrar? Os debates recentes em torno da necessidade de trabalhadoras estrangeiras para a prestação de cuidados à terceira idade indicam que. No entanto.s um lado. O resultado é o rápido envelhecimento da população e a escassez de pessoas em idade activa. Os potentes factores de atracção e repulsão surgem como consequência. dirty.bem abaixo do valor necessário para garantir a reprodução da população. A situação mais "f2llçWpe_s |g14pgráficas destacam as disparidades estru- economias A economia neoclássicø.ANSNACIONALISMO E NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS MIGRAÇÃo E FORMAÇÃO DE COMUNIDADES As migrações afectam mais certas áreas do que outras. Àmedida que as cadeias migratórias se desenvolvem.ìxigèntãs 6 j-D jobs. _-Ap turais que se observam entre áreas com e com elevadas taxas de fertilidade. que tem exercido uma influência dominante nãt pòtiti. a Nova Zelànàia e ilhas limítrofes. favorecendo a migração dos trabalhadores jovens para o Norte. desenvolvem às suas próprias dinâmicas e não podem ser facilmente 4eti{'ogt O conflito de interesses entre diferentes grupos poderosos nas sociedades de acolhimento é um dos factores intervenientes mais importantes. 54 ¿"' *ÞA- de mão-de-obra durante o período de guerra. Estes pro gramas origïnam muitas \ezes cortes nos sisternas òe eòucação e ùe sauòe. Taylor 1999).t" moldada por considerações de longo prazo relativas à segurança e à sustentabilidade. foram decisivos para o surgimento de fluxos migratórios apontados para a Europa Ocidental depois de 1945. o Estado desempenhou um papel muito importante no desencadeamento de fluxos laborais do México e das Caraíbas. bem como pelo papel das remessas e das oportunidades de investimento (Stark l99l. protestando que não poderiam continuar a produzir sem os trabalhadores imigrantes' Este facto conduziu a um recuo das políticas restritivas (Pillai 1999). Também nos Estados Unidos da América há exemplos semede conflitos de inte¡esses em que os empregadores das agrícolas fazem pressão para garantit o direito de em- 55 . deferíamos esperar um aumento das migrações no futuro. com da família. a aumentar. Nos termos do próprio modelo neoclássico¡ estas disparidades crescentes deveriam conduzir a um futuro aumento das migrações. gem que confere Anova economia os na decisão de m"Ioi tèlêt o ãõ. abandonadas à crise. Para além disso. Visto que as economias locais. Arango et al. bastaria mudar as estratégias do Estado. e areùuçäo òas oporturrrùaùes òe errrprego. na senda de melhores condições. Na mesma veia. Castles e Miller 1998. os proprietários das plantações intervieram rapidamente. Por exemplo. é evidente que não se produz qualquer equilíbrio salarial as disparidades de rendimentos entre países desenvolvidos e menos desenvolvidos continuam. A importância atribuída ao Estado nesta abordagem histórico-institucional poderia induzir a pensar que para pôr termo às migrações. 3\5\ . quando o goYerno da Malásia procurou repatriar grandes contingentes de trabalhadores imigrantes durante a Crise Asiática de 1997-1999. depois de iniciados. Também segundo esta PersPectiva. 1993. e que ainda hoje se sustentam as ideias relativas à regulação legal e burocrática das migrações. o resultado é frequentemente a emigração. a experiênci¡ revela que os movimentos migratórios. Os sistemas de tra- balho contratado também têm tido um papel fundamental nas migrações para os países produtores de petróleo do Golfo Pérsico e para alguns países asiáticos como Taiwan. protagonizadoò pelas autoridades económicas e pelos agentes dos mercados de trabalho.tornanùoaern\graÇaorrutn"nrecan\srçroòe ùe'[\trrns reqrsso" \Þ'ùeps1u1\\\. TMNSNACIONALISMO E NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS MIGRAÇÃO E FORMAÇÄO DE COMUNIDADES movimentos que se verificam na realidade têm sido repetidamente denronstradas (ver Massey. capítulo 2). não obstante a importância que aí se dá às forças de mercado. visto que o elevado grau de insegurança em muitas áreas de origem torna altarrente racional o envio de um membro da família para uma economia diferente e que se acredita ser mais estável. No entanto. não permitem colherbeneficios deste investimento. a Malásia e Singapura. para outros países africanos (como a República da África do Sul ou o Gabão) ou a tentativa de migração ilegal para o Norte.GLoBALIZAçÃo. na verdade. Mesmo nos Estados Unidos da América.normalmente o filho primogénito do género masculino. Adepoju revela vista a diversificar as encontram estrertamente assoclaque as mrgraçoes que envolvem elevados investimendas a estratégias na educação de um dos membros da tos dos escassos recursos família . através de esquemas de recrutamento "ìã "it'"iZÈì". As øb ordagens histórico-institucionais sublinham 999P=Lgas tudo as emPresas e os Estadosano.os programas ôe aiustamento estrutura\ sobre as tami\ias. Os mão-de-obra. ti. dulação dos fluxos mlgratólos. a emigração poôe constituir uma tentativa racional para mitigar os efeitos ôramâtïcos ð. Foi de facto na base desta convicção que se organizaramos sistemas de trabalhadores convidados. Os progressos feitos na escolarização das populações também facilitam os movimentos. ter trvas para deter radicalmente as que os fluxos. É bem sabido que a maioria a manter e a transformar as migrações mesmo quando a causa original do movimento já desapareceu.e outras ainda .p. à medida que a globalização reduz as barreiras ¡{ 1.e mostrar de que modo os diferentes aspectos interagem num processo dinâmico. e na Alemanha. 327). dos pedidos de asilo e da migração ilegal. Nos anos mais recentes. No entanto.GLoB. É perfeitamente claio que a bilização deste capital cultural. enquanto outros angariaram trabalho para grupos de 15 a 20 pessoas (Gunatilleke 1998). um muçulmano proveniente de um agregado doméstico rural de baixos rendimentos. Por exemplo.{LIZAçÃo. conseguiu trazer nada menos que 40 familiares e amigos para trabalhar no Dubai.qrÆIggg_"_t centram-se na impor- o !. os fluxos não só se mantiveram.1 aos fluxos. é de admitir que.' Já àeslo.. _çapilaig _cfrlt-qqal -ç-. pro- porcionando o surgimento de novos migrantes ou de classes médias étnicas. Muitos outros elementos poderiam ser acrescentados. que contrariam as tentativas de restrição. À cónstituição destas redes encontra-se muito facilitada 7 O estudo de Godfrey Gunatilleke sobre as redes migratórias que ligam o Sri Lanka e os países produtores de petróleo do Golfo Pérsico revela como mesmo os imigrantes com baixas qualificações conseguem organizar os movimentos de volumosos contingentes de compatriotas.l. onde os empregadores sublinham que não conseguem obter trabalhadores locais para a indústria da construção. Dantes. os investigadores devotados ao estudo das migrações falavam de "cadeias migratórias".tro " peita a custos.ièio d. TRANSNACIoNALISMo E Novos FLUXos MIGRATÓRIoS MIGRAÇÃo E FORMÂÇÃO DE COMUNIDADES tância que pregar trabalhadores mexicanos. i . O efeito combinado de todas as causas aqui esboçadas resulta no provável crescimento das migrações internacionais. Uma explicação cabal das migrações contemporâneas teria de englobar todas estas explicaçóes . Um outro aspecto importante consiste na forma internacional divertornou num como a¡rigr4çãq _s_e_ buroç¡¡iticos7. face às 17 56 . na A¡ábia Saudita e na Jordânia. -tim-iñteresse particular em promover o negócio" (Salt e Clarke 2000.ut locäI. l: -pt¡trgr::pg9l9gglt d. em 1973.sp cial ass umç. quando o governo alemão pôs termo à migração laboral oriunda da Turquia. O capital social refere-se necessários para mþai ite modò r"g. Podem perfeitamente influenciar a dimensão e as características dos fluxos para destinos específicos.-. constitui um importante factor de manutenção dos movimentos migratórios.¡r-r. U" modöõõn. De facto. são as "redes migratórias" e o modo como estas _se desenvolvem através do estabelecimento de laços entre as co4qqnidades na terra natal e nas áreas de destino que têm sido postos em destaque.arece improvável qu 943. O capital cul tural refere-se ao conhecimento relativo a outras sociedades e às lõ oportunidad"r qË of"i". seguindo rotas e mobilizando infra-estruturas comunitárias estabelecidas nos períodos anteriores (Martin 1991). '" O que não significa que as tentativas nacionais e internacionais de controle das migraçÕes sejam irrelevantes. difundindo imagens relativas a estilos de vida ocidentais para as mais remotas aldeias. fala. nomeadamente a forma como as migrações laborais desbravam o caminho para o desenvolvimento de actividades comerciais. a taxa de crescimãnto das migraçoes venha a acelerar. que engloba desde os principais bancos e agências de viagens até aos traficantes ilegais. como cresceram) através da ieunião familiar. O surgimento desta indústria das migrações. No entanto. os palses da Europa Ocidcntal e alguns países da Ásla Oriental seguiram-lhes o exemplo (Findlay 1995). cotn c_ial cru- 1945 na maioria dos países para o ricos. que passa a constituir-se frequentemente como o fluxo de maior dimensão. estabelecendo sistemas de entradas privilegiadas para atrair empresários. cientistas. mas pode igualmente produzir uma transferência de tecnologia e de'. por ser consideradaÈèonomicamentè desnecässária e socialmente perigosa. Visto que os países pobres continuam a produzir mais licenciados do que empregos para os integrar. Atrair os profissionais indianos especializados em Tecnologias da Informação é hoje uma competição global. a transferência de capital humano. iqovação cgltural para as áreas de origem. h. estas migrações parecem destinadas a continuar a crescer. à medida que o movimento amadurece. e os serviços de saúde da Grã-Bretanha não poderiam manter-se em funcionamento sem os médicos e os enfermeiros provenientes de África e da.Ver nota 6. Os 8 3-D jobs. o Canadá e a Austrália não têm perdido temþo.ou seja. As tendências <Jqs últimas duas décadas têm sido no sentido aá aivéäinèãçãã. foram três os tipos predominantes de migrações primárias: as migrações de fixação definitiva. da proliferação e da combinação dos tipos de fluxos.{sia.ALISMO E NOVOS FLUXOS MIGRATÓRIOS MIGRAÇÃO E FORMAÇÃO DE COMUNIDADES Tipos de migração As pessoas migraram desde sempre por várias razões. Mais recentemente. Està tipo áe migraçao pode representar uma "fuga de cérebros" . na pâg' 53 (N' do T')' 59 58 . de países pobres para países mão-de-obra países recém-industrializados continuam a importar da construção nao-qualifìcada. frequentemente para a indústria ricgs -. no último meio século.no original. profissionais de elevadas qualificações e técnicos especia[istas. os Estados Unidos daAmérica. enquanto os países ricos continuart a cortar os seus orçamentos para a educação. TRANSNACION. mas é normalmente rejeitada. executivos.gjg. em di1. as migrações laborais temporárias e os movimentos de refugiados.GLOBALIZAÇÃO. Desde a década de 80. As migrações altamente qualificødas constituem actualmente o tipo de migração mais procurada pelos governos dos países de acolhimento. Cada um destes tipos tende a culminar na reunificação familiar. mas acabou por ocorrer. evidentemente' um cem estar a crescer. Este era um princípio indiscutível. sendo assim provável que as migraçÕes forçadas venham a crescer. Os migrantes retornados são imp-. 6l . mudança económica. as tentativas levadas a cabo por uma minoria para alcançar o Norte próspero deram origem a reaÒções de pânico.GLoBALTZAçÃo.se mutuamentg.agen!9"s-. tornarãrri-se m Ëndem - "'corrèctamente . Os fluxos encorajados pelas autoridades oficiais tendem a estimular os movimentos irregulares.Komai 2000. Na Europa Ocidental. emerge äntigos. Os controles draconianos de entradas e as e aos nova abertura saído responsáveis pela imigração deque é impossível distinguir claramente à petróleo do Golfo Pérsico e na Ásia Oriental proíbem a reunião familiar. a par da contínua necessidade estrutural de certos tipos de mão-de-obra. podem vir a produzir efeitos semelhantes (Kassim 1998. os conflitos associados à transformação da ordem internacional deram origem a vastos novos fluxos de migrações forçadas na Europa._i emq ue famílias inteiras se desloqm para paísep -c_q!n-g ? Austrália e o Canadâ por razoes de segurança o-¡¡-. Kondo 2000). enquanto o ganha-pão da família regressa. Com o fim da ordem mundial bipolar.orta. Pe-Pua. Isto deve-se ao facto de _e Estados vlavers glo _em - Um dos novos tipos consiste no. Apesar de a maioria dos migrantes forçados permanecer nos seus próprios países ou encontrar refügio noutros países do Sul.N g ignlqlo mlgf-qçêo e-outros. mas continua actualmente a afectar um número crescente de países. Todas estas formas de migração se confundem.1998. como resultado das tendências no sentido da migração temporária ou circular. entre outros). Castles 20004). Nos mais recentes países de imigração estes factores são menos importantes. em África e na Ásia Central. nãq sgndo. mais da globalização.seu eventual papel èm prcicessos de desenvolyimento tem vindo a atrair uma atenção crescente (ONU.AÇÃO DE COMUNIDADES mento de projectos industriais. v!4ian{g de ur4-la{o-p-ar-aQ q\rtrg.As migrações permanentes e temporárias não podem ser claramente destrinçadas e ten dem a estimular. tendo-se tornado interdependentes. depois de se instalarem. no contexto dos sistemas de recrutamento de mão-de-obra da décaða de 60 e do início da década de 70. Este tipo de migração tornou-se notório em Hong-Kong durante o período que precedeu a reintegração na República Popular da China (Skeldon 1994. Mas a ausência de capacidade reguladora. na actualidade. a ser contestado na Austrália .e eventualmente noutros locais. TRANsNÂcroNALrsMo E Novos FLUxos MrcRdróRtos MIGRAçÃO E FORM. Mas tem vindo.ao país de origem para-trabelhar. que todos os tipos de imigrantes. a reunificação familiar não era autorizada.f-qtþ yida. da cgnltlgção de i4f¡4 estruturas.gfle¡do enornoes {!s!ânçþs.{-ç-. os países de acolhimento tornaram-se muito menos receptivos relativamente aos refugiados e aos pedidos de asilo. Mitchell et al. d-q como enumeradas continuam a con- duzir tores de os "países tradicionalmente recepaté há bem pouco tempo.!!!t!. Os sistemas de trabalho contratado nos Estados produtores de 60 o que. 1998). deveriam ter o direito de trazer os seus dependentes mais próximos. pg_IJ. social e culqral. Na Europa Ocidental foi a força dos direitos humanos e do Estado-providência quefez com que a reunião familiar fosse imparável. As esperanças de que a situação venha a melhorar num futuro próximo são ténues. e o. Ao mesmo tempo. entre migrantes forçados e migrantes económicos.dS -ç.felgryery9 4g-f!!!. Antes de 1990ías políticas de refugiados estavam estreitamente associadas aos interesses da Guerra Fria. mas existem sinais de que esta se tem vindo a realizar' não obstante as regras.ntes. deve-se referir também Cada país de imigração possui a sua própria forma de regular a situaçaã dos recém-chegados.s p.r-tq$ os.lidu¿e. mas . 9!49{994e d-e-Ugþ. .como defendi noutra sinocasião (Castles 1995. Estados U nidos daAmérica. tal como próprios à totalmente o. . Este facto produz impactes culturais consideráveis e serve também de base à constituição de novas indústrias de serviços' das durante a última metade de século de a convergência da sociedade . Castles 1998b. ocidental Finalmente. Isto conduz-nos atéaorsleg!¡-do--Jçsl¡TiincrP-aD medida se transformarão o. prorr"nientes tivamente elevados de países ricos' com custos de vida rela- e climas pouco atraenteg. de Perspectivas para a forrnação de comunidades uma das características centrais do Estado-nação."r$ descendentes acabassem Por se assimilar " de acolhimento' Enquanto modo de incorporação' a modo a que eles os ea o que implica uma de ea de "Adeus à velha Inglaterra para semlmanova pre" era o refrão cantado pelos emigrantes que Partram Para como os os "países tradicionalmente recePtores de imigração". TRANSNACIONÀLISMO E NOVOS FLUXOS constituem um tþ9. 244-250) . É cadavez maior o número de que as migraçöes internacionats continuarão a crescer durante os próximos anos.rrá".ds-in s-ta: central: em "iããço"t p.é possível à relativas s gi tetizar as m o dalid ades ç rnr-trêsehordags4-s-Pdlçjp c-CLtlnqlgla incorporação dos imigrantes na sociedade e-r4SÉif os laços com o seu local de origem. de 1914 antes aAustrália. estreitamente ligada às melhorias nas comue nos transportes. que procuram Àmérica Latina e para as Filipinas. o Canadá e (Castles e Davidson 2000' capítulo 7)' Na realidade' uma proa casa' porção considerável destes imigrantes acabou por regressar 63 62 .MIGRAÇÃO E FORMAÇÃO DE COMUNIDADES MIGRATÓRIOS GLoBALTZAÇÂO. Alba e Nee 1997. o-simfirante¡ tãmþorários initalavam-së defi nitivamente' Os Estaio. Os Estados Unidos da América também tiveram esquemas de migração temporária. após 1945. na Alemanha e na 1992¡ 1995). A assimilação conduz logicamente à incorporação dos imigrantes e dos seus descendentes na qualidade de novos cidadãos. alguns dos trabalhadores temporários acabam Por Permanecer .çit-o-s. pelas teorias pluralistas. Para além disto. as abordagens assimilacionistas foram aplicadas. da França e da Holanda. ãámo. No entanto. nos anos mais recentes. Depois de 1945. Por outro lado. sid-o-g!iliZ+. Os "trabalhadores convidados" deveriam ser oriundos de países relativamente próximos .limitadps). Mais recentemente. como o Programa Bracero para trabalhadores rurais mexicanos. o resultado é a sua incorg poração em condições legais e sociais marginats. tanto a assimilação como a exclusão diferencial da <le 70. 64 onde se estabelecera o sistema de "trabalhador convidadoll. \o=q pa-íses- turais. rgçJulaf trabalhado era uma prâtica comum (Moch-_ res migrantes em França.ráticos revelaram-se incapazes de deportar números elevados de trabalhadores indesejados. inicialmente no Canadâ (1971) e na Austrália (1973)' Nos 65 . os sistemas de recrutamento de "trabalhadores convidados" ou de mão-de-obra temporária desempenharam um papel muito importante nas políticas visando o mercado de trabalho. Muitos sociólogos (sobretudo nos Estados Unidos da América) têm considerado a assimilação como um processo inevitável e necessário para os migrantes que se instalam definitivamente (Gordon 1964. em certos países de imigração europeus. nos países de imigração no Ocidente. No fortemente deste Suíça patronato. têm. particularmente em situações envolvendo o retorno à "terra natal" de Pessoas Provenientes de antigas colónias do Reino Unido. apesar das políticas oficiais. de um geral. os grupos imigrantes não são vistos como assimiláveis no mesmo grau. não se soclals aos e sob pena rais.GLoBALTZAÇÃo.. Mesmo os países tradicionalmente receptores de imigração estabeleceram desde semPre diferenciações assentes na raça (até à década de 60) e nas origens sociais e cul- sao como o mercado detrabalhoeosistema de g g¡¡ J qnç a_s_o_c14! outros. Na pelo Estado e pelas Europa. apesar de este princípio ter vindo a ser questionado. Guarnizo et al1999).sobretudo da periferia europeia .e não tinham direito à reunificação familiar ou à permanência definitiva. Portes. o que acabou por enformar as políticas públicas e as atitudes relativas à instalação definitiva. No entanto. Mesmo antes das revoluções industriais na Europa. (ainda que c*om "di¡. TRANSNACIoNALISMo E Novos FLUxos MIGRATÓRIoS MIGRAçÄO E FORMAÇÃO DE COMUNIDADES mas a migração definitiva era a Percepção dominante. nem todos os países de imigração procuraram assimilar os imigrantes. em contextos de alguma forma diferentes. mas e a cultura como a Tendo em conta que. l*94!ç99: que assen- ìæ¡¡os-mOdos de incorporação que conhecemos. Há um reconheci- lhantes. O termo multiculturalismo perdeu adeptos durante a década de 90. antes de mais. que a migração conduzirá ao estabelecimento definitivo e ao nascimento de uma segunda gerajá por cidadãos e ção e de geraçÕes subsequentes. O multiculturalismo implica o abandono do mito dos Estados-nação homogéneos e monoculturais. TRANSNACIoNALISMo E Novos Fl. chineses. Nos países de imigração asiáticos. O contexto em que ocorrem os processos de incorporação dos imigrantes transformou-se radicalmente e continuará a alterar-se. '€späços a p. As elites nacionais vêem nesta ideia uma ameaça aos processos de construção da nação que se encontmm ainda em curso. mas as migrações aceleraram. Steintermo berg 1995). Mas a noção da existência de sociedades multiculturais e multirraciais está hoje firmemente arraigada nos países ocidentais. a longo Prazo'efeitos semeas r (H-olandá) o Em alguns c entre eles a segurança social e a educação.rgduz i-pg1 _ internade novos tipos e os riäS-ofieiais são fáct'orés que de-ob-reposiçãoèn-tle e l". Neste a na . mas a ideia de incorporar novos grupos étnicos na qualidade de residentes permanentes ou mesmo como cidadãos não é de aceitação generalizada. 66 67 . ou a um nível municipal ou provincial e não a nível nacional. com repercussões em diversas áreas. O multiculturalismo mantém. gglligügfals¡no mento generalizado de que Posteriormente foram instituídas políticas muito semelhantes nos países eu¡-oper¡q de transformações culturais e sociais que acompanham as migrações constituem factos inevitáveis.esfera pri- Estados Unidos da Arnérica. mas por agora o multiculturalismo deve ser visto. certas formas antigas de multirracialismo e de comunalismoe .tuttte referir que o multiculturalismo pode ainda ser encarado como uma forma de controlar as diferenças no seio dos limites do Estado-nação.Uxos MIGRATÓRIoS MIGRAÇÃO E FORMAçÀO DE COMUNIDADES possui um significado algo diferente. indianos e malaios na Malásia). possivelmente devido às suas conotações com uma engenharia social conduzida pelo Estado. É. a longo pÍazo. implicitamente. assim.GLoDALIZAÇÄo. pôr em causa estes princípios (Castles 2001). estando associado a interpretações sobre o papel das minorias na e na História (Gitlin 1995. como um fenómeno das sociedades ocidentais. e significa o reconhecimento dos direitos de preservação da cultura e de formação de comunidades. ruíram os fundamentos dos velhos mitos de singularidade e de homogeneidade nacional. o processolo. Este é um dos principais impactes da imigração: em apeRas algumas geraçoes. possível que as actuais tendências no sentido do estabelecimento definitivo dos imigrantes possam. A abertura cultural resultante da difusão global de produtos culturais e mediáticos poderia ter tido.frequentemente resultantes da experiência colonial são importantes. a ideia de uma pertença primária relativamente a uma sociedade e de uma lealdade que se define para com apenas um Estado-nação' A incorporação no contexto da globalização: o surgimento de comunidades transnacionais Como vimos clonals. constituídas nacionais do novo país. sem qualquer margem para dúvida. visto que não questiona o princípio territorial ao assumir. associando-os à igualdade social e à protecção face à discriminação. O surgimento Í-' s "Comunalismo" refere-se a políticas destinadas a manter relaçóes pacíficas ' entre diferentes grupos étnicos (por exemplo. -' É i-po. e das rgf. mas a história não acaba aqui: as novas formas de identidade e de parte integrante. ou mesmo predominante. a globaliZêÇão.es de controlääa diferença assen_tes i""rritotiulidade: o aumento de . As comunidades transnacionais não são um fenómeno novo.ttqo"=F"d" nìs dinâmicas *deintegração global e de compresSa-ò-dó tempo-espaço. No próximo capítulo discutiremos com maior profundidade este tópico. aos proprie- tt Baby-farming. e para as actuais noções de cidadania e de nacionalidade. A razão pela qual as comunidades transnacionais estão a atrair tanto interesse hoje em dia reside no facto de parecerem estar a transformações d-4q. do T. em parte.rrói as bas.o. Held. no original (N. o era usado para dçqigrrar povos a (como os judeus ou os esèravos africanos levados para o Novo Mundo).es imigrantes (os indianos no Império Britânico. de que é económicos de uma sociedade que estava a ser devastada pelo colonialismo britânico: os pobres deveriam dedicar-se à "criação de bebés" e ganhar a vida vendendo as suas crianças.1ocorridas nos valores culturais relatie_ à p9¡tç¡1ça. processos que têm vindo a acelerar.rr-se por isso como um poderoso desafio às ideias tradicionais de pertença a um Estado-nação. Trata-se.e. A maioria das experiências migratórias e de instalação ainda se inscreve num dos três modelos anteriormente mencionados (frequentemente. como carne fresca.avançou . É provável que isto venha tes consequências.g4¡pos. No dealbar dg 9éculo xxr. de uma questão tecnológica: as melhorias nos transe o acesso a pertença vão além do multiculturalismo.enquanto novos modos de perAs comunidades transnacionais são grupos assenta primordialmente na figæ?ffir Apr.c. TRANSNACIoNALISMo E Novos FLUXos MIGRATÓRIoS MTGRAÇÃO E FORMAÇÃO DE COMUNIDADES do próprio multiculturalismo é um dos sinais desta mudança. da reconfiguração das cidades globais. mas também se tem aplicado para designar. numa mistura dos três). Estas mudanças deram origem a debates acerca do significado do transnacionalismo e das comunidødes transnacionais.. O regresso à "criação de bebés"rr? IJma nova distopia migratória f. Bauman 1998.dç díósp-otø_. os italianos a partir de 1360) (Cohen 1997).-o4_çe!1q.r"nt".\. Este facto teria consequências de longo alcance. numa forma de pertença importante. mesmo se o termo que as designa o é.b clérigo e satirista irlandês Jgnalh4n S1v-ift. até.lt-a íðva solução para os problemas proliferar rapidamente na actualidade.struturas . McGrew et aI.co. no futuro' as afiliações e a consciência transnacionais se tornarão. mobilidade. A proliferação de comunidades transnacionais reveste-se assim de uma miríade de significados que ultrapassam claramente as questões que se encontram directamente relacionadas com o fenómeno migratório. para os migrantes.kons-* Mas trata-se acima de tudo de uma social às e a glob alização en co ntra -se cujas experiências não são subsumíveis em nenhtrm dos três modelos.1999)' Podemos avançar a hipótese de que. r¡as são cadavez mais importantes os grupos tempore-a.Q. juntamente com a análise da complexidade das comunidades e das identidades transnacionais e das suas repercussões para a identidade nacional. o crescimento das "u cíclicas a constante da de que uma pessoa pertence apenas a um Estado-nação ou que apenas migra de um Estado para um outro (temporária ou definitivamente).). 68 69 .de comerciantes (os gregos na Ásia Ocidental e em África ou os negociantes árabes que levaram o Islão ao Sudeste asiático) e t¡4_b-a_lþq{p¡.GLoBALIZAçÃo. É o caso' por exemplo. que só agora começamos a coma preender (Castells 1996. Em1729. Esta ten{þcþtalvez possa ser mais bem compreendjda quando. ao controle das migrações e à incorporação dos migrantes nas sociedades de acolhimento. Tentarão então deslocar-se para as economias ricas do Norte. em virtude da pressão existente no sentidg de as mulheres trabalharem a tempo inteiro e devido -industrializados. sugeri que a criação de bebés se tinha tornado de facto numa prática generaltzada. que encorajarão essas tendências. {fertilidqÉç declinou menos depressa apenas em países com uma imigraËõïnuäðlintensa. O crescimento da fertilidade e da população permanecerá elevado . No início do século XXI podemos imaginar. 1). como os Estados Unidos da América. Alguns países do Sul alcançarão a industrializaçáo e o crescimento económico. e entrarão para as fileiras dos países recém- futuro. 1984. A utilização sistemática de trabalhadores sem papéis tornou-se numa prática generalizada. À medida que os sistemas de educação melhorarem.s (Çastles. Mas muitas economias de nível intermédio. terão um crescimento desigual e continuarão a ter ainda enormes reservas preparadas para entrar no mercado de trabalho.apesar do HIV/SIDA e de outras epidemias. que não os autorizaa reunir a família.A. assim continuando as situações de pobreza. mas também em muitos outfos países na periferia de áreas em rápido crescimento económico. Será cada vez mais dificil distinguir entre as migrações económicas e as migrações forçadas: são as mes- 70 . de tendências actuais relativas à mobi- lidade internacional da população.ÇÃo. que permite aos políticos sustentar a hipocrisia de que as economias modernas não necessitam de trabalhadores não qua7t com os filhos e com a casa. mas não encontrarão trabalho nos seus países. TRANSNACIoNALISMo E Novos FLUXoS MIGRATÓRIoS MIGRAÇÃO E FORM. a moverem-se' a empregarem-se livremente e a estabelecerem uma residência definitiva. para o mas causas gerais que conduzem ao colapso das economias e ao falhanço dos Estados. Os países ricos e os países recém-industrializados continuarão a utilizar migrantes não qualificados como força de trabalho para as profissões de mais baixo estatuto e.AÇÃO DE COMUNIDADES tários britânicos (Swift 1955). através da imposição de regras de entrada preferencial e da criação de esquemas de recrutamento visando os altamente qualificados. mas colgg_f sÍç-a. como a Suécia. A migração motivada pela procura de trabalho surgirá como a única solução para milhões de pessoas. Os habitantes desses países são vítimas da pobreza e do abuso dos direitos humanos.GLOBALIZ.s taxas de fertilidade deverão provavelmente permanecer baixagros países industriais ricos. A punção de talentos dos países pobres e intermédios constitui uma forma de os países do Norte reduzirem os gastos em educação e formação' que se enquadra nas actuais ideologias de privatização e de recuo do Estado. a Índia e a Chiria. atrasando o desenvolvimento económico neste último. para prestar assistência à terceira idade' Alguns desses trabalhadores serão trazidos através de sistemas de trabalho contratado. muitos trabalhadores subalternos continuarão a ser migrantes ilegais ou candidatos a asilo. conflito e caos. no centro do cenário das migrações globais para os próximos 50 anos. e o facto de se deslocarem na qualidade de trabalhadores migrantes ou de candidatos a asilo é relativamente arbitrário. Ao escrever no início da década de 80. A seguinte distopia assenta simplesmente na projecção. não só na lrlanda. cada vez mais. No entanto. A diferença em relação ao caso anterior limita-se ao facto de as economlas industriais em exoansão Europa Ocidental serem não como carne à mesa da burguesia. ou nos às despesas crescentes poucos países em que os serviços sociais permanecem razoavelmente bons. p4l4--as-suas fábr-iç-a.ds-traþalbS_-. Estas práticas ajudam também a manter o fosso entre Norte e Sul. Estas tendências conduzirão ao enve- rica Latina continuem a ser excluídas do curso da sociedade global. sobretudo países grandes como o Brasil' o México. muitos destes jovens trabalhadores adquirirão níveis elevados de qualificações. 1A. um novo tipo: a "criação transnacional de bebés". Booth et al. A derradeira faceta da "criação transnacional de bebés" será a aceitação pelos países ricos.o recente Relatório Süssmuth.que podem ser uma alternativa à raça. obrigando à reavaliação dos modelos tradicionais de cidadania e de identidade nacional. Como resultado destes padrões migratórios.mesmo se isto significar a erosão de liberjades cívicas para todos. com populações em retracção e cada vez mais envelhecidas. estabelecerão mais acordos regionais (como o de Schengen). deverá constituir.GLoB LIzAÇÃo. também. é improvável que esta noção de "criação transnacional de bebés" venha a concretizar-se de um modo tão radical.mesmo que estes denotem falta de visão. É possível que no futuro estes imigrantes sejam cuidadosamente seleccionados com base em critérios económicos. provocando milhares de mortes nos oceanos. Uma é. O futuro possível à ideia com comunl- 73 .urlticulturalismo ou se a actual reacção contra a imigração e a diversidade em alguns paísçs poderálevara!ç¡þtiygq-d9. Tal como a maioria das utopias e das distopias assentes em projecções de tendências existentes. de modo a abrandar o declínio demográfico. e é possível que todas estas previsões estejam erradas. evidente: não existe num factor poderosos. nas montanhas e nos desertos que os migrantes tentam atravessar. sobretudo provenientes de países intermédios.ç-. É facto se traðuzirâ num_acrésçimo. mas não é claro se o clima anti-imigração do momento permite o estabelecimento de políticas mais honestas. Actualmente. 72 desde que o marido possua uma qualifìcação e que a mulher possa ter filhos. bem como de outros membros das comunidades emissoras e receptoras. contudo. constitui um indicador desta tendência (Süssmuth 2001) -. as tendências no sentido da proliferação das comunidades transnacionais provavelmente subsistirão. que constituem apenas a face ilegal de uma "indústria da migração" em crescimento. tal como no passado. e culturais .NsNAcroNALrsMo E Novos FLuxos MrcRÂróRtos MIGRAçAo E FoRMAÇÃo DE COMUNIDADES I lificados. No entanto. alguns políticos estão a começar a reconhecer a necessidade de trabalhadores imigrantes não qualificados . Estas práticas existem jâ em Espanha.d. o resultado provável será a divisão e o conflito. para se fixarem e terem os seus filhos. sociais. Mas os que chegarem ao seu destino serão suficientes para encorajar os próxirnos a tentar. através de um caleidoscópio de microa estas e os seus -se-ao de desafio aos planos dos será tão confuso como o passado. controlarão os documentos de passageiros nos portos de embarque e tentarão construir à sua volta cordons sanitaires de Estados que funcionarão como tampões para deter os migrantes indesejados. As comunidades transnacionais resultantes das migrações procurarão.Ægte-sso--a*poJiticas-exclusivistasou assimilacionistas. continuar a verificar-se o pânico actual face à possibilidade de ser inundado por requerentes de asilo e por migrantes ilegais (por exemplo. em troca de beneffcios económicos (como a União Europeia jâ fez na Europa Central e de Leste). A acção de milhões de migrantes. de alguns imigrantes. apoiadas nas novas tecnologias. Os países ricos procurarão novas formas de apertar o controle fronteiriço. TRA. aumentarão os custos humanos da migração. que representa uma resposta lógica da parte do sector privado aos constrangimentos e às oportunidades decorrentes da aplicação de políticas restritivas. manter-se-ão as actuais tendências no sentido da diversificação em crescendo das dizer se este populações dos países de imigração. na Alemanha. onde os municípios oferecem incentivos à imigração de jovens famílias da Roménia e de países semelhantes. a principal força opositora tendências. Seja como for.¡r. não é impossível que algo semelhante venha a suceder se os poderosos actores do topo da hierarquia do poder global continuarem a impor políticas migratórias globais que servem os seus interesses . legitimando restrições cada vez mais apertadas . Onde existir falta de vontade para aceitar a mudança e para procurar novas soluções. na Austrália e na Grã-Bretanha). As rigorosas medidas de vigilância. Deverá. Estes desenvolvimentos estimularão aproliferação do contrabando e do tráfico de seres humanos. 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