SONDAS, DRENOS E CATETERESProfª Ana Fiorano Sondas, drenos e catéteres São materiais estruturados para a introdução ou remoção de substâncias, líquidos, secreções e/ou gases. sondas drenos Variável Flexível a semi-rígido cateteres Fino semi-rígido Calibre maleabilidade Grosso Flexível Calibre = interno em French 1fr = 0.33mm – crescente Gauge(G), de forma decrescente: cateteres intravenosos diagnósticas. Drenos ◦ materiais colocados no interior de uma ferida ou cavidade. Catéteres ◦ materiais tubulares para infusão ou remoção de líquidos do organismo. visando extrair fluidos ou ar que estão ali presentes. . bem como para efetuar investigações Sondas ◦ Materiais tubulares introduzidos em canais do organismo. para extrair ou introduzir algum tipo de matéria. evitando o acúmulo e removendo secreções normais ou patológicas. naturais ou não. (ex. (ex. Foley) Polietileno: polímero pouco irritante.TIPOS DE MATERIAL Látex: macia e maleável. rígido. menos rígido que o polietileno e menos relacionado a contaminação bacteriana que o látex. Malecot) Silicone: flexível. bloqueando a saída de líquido. Muito utilizado em catéter venoso de longa permanência. há fenestrações que permitem a saída de líquido. Enteral) . radiopaco. biocompatível. (ex. radiopaco. devido à sua superfície irregular é sujeita a colonização bacteriana e formação de fibrina. Levine) . baixa adesividade e resistente à enzimas. jelco) PVC: rígido. (Ex. pois sua rigidez pode levar a lesão da íntima e formação de trombose. (Ex. pode ocasionar traumas mecânicos. Utilizado em alguns tipos de cateteres venosos. Porém. descompressão e lavagem. Para drenagem gástrica. não é indicado para uso prolongado. tende a endurecer com o tempo de uso. deverá ser usado por curto período de tempo. reduz a incidência de flebites e permite maior tempo de permanência na veia.TIPOS DE MATERIAL Teflon: superfície lisa. irritação e necrose. Retal: evacuação de líquidos ou gases da porção distal do cólon.SONDAS Nelaton: macio e flexível. diferente da sonda vesical de alívio. introdução líquidos para lavagem (clister). (polietileno) . fácil manuseio durante cirurgia. Levine: descompressão gástrica e remoção de resíduos gástricos e esofágicos.(Látex ou PVC) Foley: utilizado para esvaziamento vesical de demora. pode ter 2 ou 3 saídas (balão e luz -1ou2-). contraste e/ou medicamentos.(Látex ou silicone) Enteral: descompressão do delgado proximal em presença de obstrução e administração de nutrição enteral. porém induz a intensa reação tecidual. Penrose) Gravitacional: a saída da secreção ocorre pela força da gravidade. dreno de tórax) • Aberto . (ex. . (ex. (ex. unidas entre si. Portovac) • Tubular: tubo com comprimento e diâmetro variáveis.DRENOS TIPOS DE ESTRUTURA FORMA DE AÇÃO • Laminar: em forma de duas lâminas finas e flexíveis. pode ser um frasco ou uma bolsa. Fechado – utiliza-se um sistema vedado. amplamente utilizado. Dreno de tórax) Sucção: a saída da secreção ocorre por pressão negativa. (ex. (ex. risco aumentado de infecção dependendo da cavidade a que se destina drenar. estéril conectado a extremidade do dreno. tipo dedo de luva.é necessária a entrada de ar para bom funcionamento do sistema.: Penrose) Capilaridade: saída de secreção através da superficie adjacente ao dreno. INDICAÇÕES Evitar acúmulo de líquidos em espaços potenciais e remover coleções diversas. ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Cirurgias infecção ativa alto risco de deiscência Obesidade Ressutura Critérios para a permanência dos drenos: ◦ A qualidade da drenagem: Seroso Serohemático Hemático Bilioso Purulento Fecalóide ◦ O débito Levando-se em conta a cavidade que está sendo drenada e a qualidade da drenagem . maior o diâmetro. ◦ drena por gravidade e pode ser de vários materiais como polietileno. ◦ Pode estar localizado na cavidade pleural. quanto maior a numeração.2. TUBULAR ◦ tubo de diversos tamanhos e comprimentos. cavidade pericárdica ou mediastino. siliconizado ou não.encontrados nos tamanhos 1.TIPOS DE DRENOS PENROSE ◦ Laminar. funcionamento por capilaridade ◦ amplamente utilizado. . silicone e látex. também muito utilizado em associação com o penrose em drenagens sépticas (tubolaminar) ◦ utilizado para retirar coleções líquidas e gasosas que venham a interferir com o bom funcionamento dos sistemas envolvidos.3 e 4. Geralmente utilizados na cavidade abdominal para drenagem da ferida cirúrgica. é conectado externamente a um bulbo ou pêra. DRENOS DE SUCÇÃO ◦ com extremidade interna multifenestrado. geralmente são de látex. ◦ geralmente é utilizado no transplante de fígado e cirurgias de vesícula. Jackson pratt portovac . que geralmente permanece colapsado para criar constante pressão de sucção.TIPOS DE DRENOS KEHR ◦ também conhecido como tubo em T. devido ao seu formato. onde o travessão permanece no ducto biliar comum. ◦ inseridos nas vias biliares para drenagem ou descompressão. CATÉTERES Intravenosos Longos ◦ Duplo ou single lúmen Poliuretano. ◦ Hickman: Silastic Qt. Infusões prolongadas. flexivel Reposição volemica e múltiplas drogas Intravenosos curtos ◦ Escalpe: mais indicado para infusões endovenosas rápidas e coleta de amostras de sangue = risco de flebite. ◦ Swan Ganz Monitorização hemodinâmica invasiva ◦ Shiley ou Quinton-Mahurkar cateteres duplo lúmen Silastic Hemodiálise . NPT ◦ Teflon: Menos flebite. que facilita visualização da inserção do cateter e diminui a manipulação do mesmo . PVPI tópico ou clorexidina 2%) Anotar a data e hora da inserção do cateter Realizar troca diária do curativo Avaliar presença de sinais flogísticos Realizar troca do cateter a cada 72 hs Nos cateteres centrais. utilizar curativo transparente.CUIDADOS DE ENFERMAGEM CATETERES VASCULARES: ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ ◦ Lavar as mãos antes e depois do procedimento Usar luvas Avaliar local da punção Realizar limpeza do local a ser puncionado com anti-séptico (álcool 70%. visualizar permeabilidade. . solicitar RX. iniciar dieta somente após a confirmação! ◦ Fixar a sonda por meio de tira de esparadrapo ◦ Administrar água filtrada após cada medicamento e no intervalo as dietas ◦ Manter cabeceira elevada para diminuir e/ou prevenir refluxo gastresofágico ◦ Quando utilizado para descompressão.CUIDADOS DE ENFERMAGEM SONDAS NASOGASTRICAS E NASOENTERAIS ◦ Confirmar posicionamento da sonda pela aspiração do conteúdo gástrico ou injeção de ar e ausculta. verificando possíveis obstruções. evitando acúmulo de fibrina ◦ Realizar limpeza com técnica estéril e solução salina ◦ Verificar fixação externa do dreno com a pele ◦ Utilizar bolsa coletora estéril nos casos de drenagem de grande quantidade de líquidos.CUIDADOS DE ENFERMAGEM SONDAS VESICAIS ◦ Realizar técnica rigirosa de anti-sepsia da glande e/ou intróito vaginal ◦ Utilizar sistema de drenagem fechada. quando SVD ◦ Realizar higiene íntima. . observar presença de secreções e irritações pelo látex ◦ Anotar débito drenado e características ◦ Manter fixação adequada DRENO DE PENROSE ◦ Observar e mobilizar o dreno. há indicação de toracotomia. capaz de remover toda e qualquer substância acumulada no espaço pleural.Sistema de drenagem torácica Se drenagem > 1500 ml ou > que 300 ml nas 2 primeiras horas consecutivas. DRENAGEM TORÁCICA . de modo a restaurar e manter a função cardiopulmonar. luvas estéreis. gases estéreis. solicitando sua colaboração. Orientar o paciente sobre a necessidade do procedimento. fio para sutura. em decúbito elevado. esparadrapo. frasco de água destilada estéril 500 ml caixa de pequena cirurgia ◦ ◦ campos estéreis. . agulha 40x12. seringa 20ml. O paciente deve ser colocado em posição supina. máscara. frasco coletor. soluções para anti-sepsia. gorro.INSTALAÇÃO DA DRENAGEM TORÁCICA MATERIAL: ◦ ◦ ◦ ◦ Dreno tubular multiperfurado Extensão látex ou silicone (120 cm). avental estéril. anestésico local. com o membro superior do lado torácico a ser drenado elevado sobre a cabeça ou lateralizado. agulha 30x7. já acrescentando o volume ideal de 300-500 ml de solução estéril para manutenção do sêlo d’água (coluna interna imersa em aproximadamente 3 cm de altura). A saída de respiro é identificada por ser um pequeno tubo cilíndrico transparente adaptado à tampa do frasco coletor. na qual estão inseridas duas saídas: 1 saída de respiro e 1 saída de conexão à extensão. A saída de conexão à extensão é identificada como um tubo cilíndrico transparente que se estende desde a superfície externa da tampa do frasco coletor até a base interna deste frasco.DRENAGEM TORÁCICA Montar o frasco de drenagem para ser conectado ao dreno após a sua introdução. tubo este de pequeno comprimento tanto externamente quanto internamente ao frasco coletor. o qual deve suportar 1000ml (para o adulto ) e demonstrar uma escala graduada para medida de volume a ser coletado. O frasco coletor deve ser um frasco específico para drenagem de tórax. compondo uma coluna interna. Este frasco deve ter uma tampa hermética. . marcando o ponto zero no nível da solução estéril. Observar as condições cardiorrespiratórias do paciente durante todo o procedimento. data e hora . Certificar-se que não existe nenhum orifício do dreno do lado externo à cavidade pleural. Auxiliar o médico na fixação do dreno à pele e no curativo externo. .DRENAGEM TORÁCICA Aderir na superfície externa do frasco a escala graduada para controle de drenagem. • É utilizada predominantemente a força da gravidade e a mecânica da respiração para uma drenagem torácica eficaz. este deve ser realizado durante um pequeno período de tempo. se for necessário o clampeamento. . • O sistema de drenagem nunca deve ser clampeado salvo situações de extrema necessidade a qual visa à proteção do paciente contra o refluxo do conteúdo drenado e.DRENAGEM TORÁCICA • O frasco coletor deve ficar sempre abaixo do nível do paciente para estabelecer uma drenagem eficiente e sem risco de retorno ao paciente. contabilizando quantidade e aspecto das substâncias drenadas. o que indica a variação pressórica dentro do sistema de acordo com o padrão respiratório do paciente. o que indica funcionamento adequado da drenagem quando presença de pneumotórax. • Observar a oscilação da coluna d’água no sistema de drenagem. e não a saída do respiro. • Observar o borbulhamento da solução de sêlo d’água. • Observar a eficiência da drenagem. .DRENAGEM TORÁCICA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE PORTADOR DE DRENO TORÁCICO • Certificar-se que a coluna interna ao frasco coletor está conectada à extensão do sistema de drenagem. • Realizar curativo no local de inserção do dreno de tórax diariamente e quando necessário. . • Orientar exercícios respiratórios.(avaliar quantas vezes deve ser ordenhado!) • Instituir aspiração contínua do sistema de drenagem quando presença de alto débito sanguinolento e com tendência a formação de coágulos. de modo que não haja penetração de ar na cavidade pleural. • Manter o “meso”. sua extensão deve ser clampeada. A aspiração deve ser conectada à saída de respiro.DRENAGEM TORÁCICA • Trocar o frasco coletor 1x/dia e quando este estiver cheio.) • Avaliar função cardiopulmonar freqüentemente.(Quando o frasco está cheio a drenagem não se faz efetivamente. para que não haja risco de tracionamento do dreno de tórax. Quando for efetuar a troca do frasco . • Ordenhar o dreno com pinça própria quando presença de coágulos no sistema de drenagem. .DRENAGEM TORÁCICA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE NA RETIRADA DA DRENAGEM TORÁCICA • Colocar o paciente em posição supina e decúbito elevado. • Orientar o paciente sobre o procedimento. • Retirar o curativo e o ponto de fixação. • Orientar para que o paciente faça manobra de Valsalva. • O médico deve retirar o dreno de forma firme e contínua. ocluindo então o orifício do tórax. • Orientar exercícios respiratórios. . que neste caso não são retirados e são usados para realizar a aproximação dos bordos da incisão para drenagem torácica. Após este período deve ser realizado diariamente até quando se julgar necessário.DRENAGEM TORÁCICA • Simultaneamente. Outra forma é no momento da retirada do dreno. • A troca do 1º curativo deverá acontecer após 48 horas. coberta e selada completamente com esparadrapo. simultaneamente se tensiona os fios de fixação. uma compressa de gases é aplicada sobre o local de saída do dreno. Posteriormente se faz curativo compressivo. • Avaliar função cardiopulmonar freqüentemente.