Sociologia 1S EM Volume 1 (2014) (2)

April 2, 2018 | Author: Allan Gustavo | Category: Sociology, Science, Knowledge, Reality, Learning


Comments



Description

a1 SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 1 SOCIOLOGIA Ciências Humanas Nome: N ome: Es E sc cola: ola: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR SOCIOLOGIA ENSINO MÉDIO 1a SÉRIE VOLUME 1 Nova edição 2014 - 2017 São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensiàcar aç×es de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas aç×es de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, àrma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enàm, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo faz Escola, apresenta orientaç×es didático-pedagÓgicas e traz como base o conteÙdo do Currículo 0àcial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à .atriz Curricular. 0bservem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. 0 Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteÙdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodolÓgicas em sala de aula, objetivando a diversiàcação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagÓgico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua histÓria. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume Situações de Aprendizagem 5 7 Situação de Aprendizagem  m 0 processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade 7 Situação de Aprendizagem  m 0 ser humano é um ser social 20 Situação de Aprendizagem  m A Sociologia e o trabalho do sociÓlogo Situação de Aprendizagem 4 – A socialização  39 Situação de Aprendizagem  – Relaç×es e interaç×es sociais na vida cotidiana Situação de Aprendizagem 6 – A construção social da identidade 55 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão dos temas 63 Quadro de conteúdos do Ensino Médio Gabarito 66 65 47 . Na Situação de Aprendizagem 1. adquire uma identidade. A Situação de Aprendizagem 3 aprofunda a discussão sobre o objeto de estudo da Sociologia – o indivíduo e sua relação com a sociedade – e o trabalho do sociÓlogo. Nesse momento. que essa é uma tarefa que será completada apenas ao final da 3ª série do Ensino Médio. como produto e como produtor da sociedade em que vive. as pessoas incorporam papéis. A partir de um texto narrativo e/ou de uma obra cinematográàca. cria determinadas técnicas e estabelece relaç×es com outros seres vivos. Nas Situaç×es de Aprendizagem 4. enfim. Conhecimentos priorizados Neste volume introdutÓrio. deàne o sentido dessa vida em conjunto com outros. Cria. Para isso. Este Caderno tem como objetivo introduzir a Sociologia aos alunos do Ensino Médio. se transforma. ele precisará compreender que. assim como diferenciamos a disciplina de outras. como disciplina baseada em teorias e métodos cientíàcos. escolhemos destacar o contexto social. Na Situação de Aprendizagem 2. em seguida. a escola. Começamos com um breve histÓrico do ensino da disciplina no Brasil e. nesse processo. Em vez de iniciar a apresentação da Sociologia por meio dos chamados “pais fundadores”. político e econômico do século 9I9. as relações e interações sociais e a construção social da identidade. 5 . lança sobre a realidade a àm de compreendê-la. uma cultura e. a proposta é discutir com os alunos o que é a Sociologia e o que faz o sociólogo. como Filosoàa e HistÓria. Na relação com as outras pessoas. A questão que orientará essa reáexão é: O que permite ao ser humano viver em sociedade? E para responder a essa questão discutiremos com os alunos o processo de socialização e a importância desse processo para o indivíduo. pretendemos fazer os alunos reáetirem sobre como o ser humano. Mas é na Situação de Aprendizagem 1 deste Caderno que se inicia a discussão a respeito da especiàcidade do olhar sociológico na análise da sociedade. A partir de uma entrevista com o professor José de Souza Martins. em que as quest×es que deram sentido ao surgimento desta disciplina cientíàca emergiram. privilegiamos uma forma de ensinar que atraia os jovens e afaste as prenoç×es ou desconhecimentos a respeito dela. ou seja. destacaremos o olhar cienUÎàco que a Sociologia. ao se socializarem. Neste momento. por meio das relaç×es que estabelece com outras pessoas e com a natureza. apresentamos os resultados de uma pesquisa sociolÓgica e qual é o seu papel no entendimento da sociedade. aprofundaremos a questão do ser humano como um ser social. apresentamos uma análise da dinâmica das interaç×es sociais entre os diversos grupos em que o ser humano encontra-se inserido (como a família. transforma a natureza e o ambiente em que vive. a vizinhança e o trabalho. apresentamos quais características diferenciam a Sociologia de outras Ciências Humanas.Sociologia – 1a série – Volume 1 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Caro(a) Professor(a). na busca de garantir os seus meios de sobrevivência. partindo de três concepç×es fundamentais para a Sociologia: o processo de socialização. inventa regras e leis. entre outros). iniciaremos a discussão de outra questão central para a Sociologia: o ser humano como um ser social. E com vistas a aprofundar a discussão da relação indivíduo/sociedade. Reconhecemos. 5 e 6. Por isso. o indivíduo desenvolve uma vida em comum. evidentemente. iniciamos a discussão sobre o olhar sociolÓgico em relação ao olhar do senso comum. ingressando no Ensino Médio e isso deve ser levado em consideração. recusando as explicaç×es de que sempre foram assim ou devem ser assim. . 0u seja. o de fazer com que o aluno perceba que o olhar da Sociologia para o objeto de sua análise é de afastamento e de crítica em relação a tudo que lhe aparece como natural. Trata-se.Erving Goffman será introduzido na discussão sobre como incorporamos e vivemos os papéis socialmente estabelecidos. bem como os seminários. trabalharemos com os alunos a constituição identitária. capacidade de observação e prática de pesquisa de campo. sendo um processo que está em constante transformação. elaboração de murais e dramatizaç×es. Há desde aulas expositivas e dialogadas até trabalho de campo. a metodologia da disciplina de Sociologia estará baseada no princípio do estranha- 6 mento. será fundamental o desenvolvimento da capacidade de “estranhamento” do aluno em relação a si prÓprio e à realidade que o cerca. Elas diferem. de textos dissertativos argumentativos. associação de temas. Procuraremos. é somente na relação com o outro que constituímos as nossas identidades. é sugerida a elaboração. o estranhamento é acompanhado da desnaturalização do olhar. neste momento. Para isso. análise crítica de obras literárias e cinematográàcas. assim. Avaliação A avaliação deve valorizar o empenho e a capacidade dos alunos de realizarem as atividades propostas da melhor forma possível. criativa e lÙdica. sugest×es de filmes para serem debatidos. Competências e habilidades Na 1ª série do Ensino Médio. que sÓ termina com a morte. A estratégia que propomos aqui é a de introduzi-los no universo da Sociologia de forma equilibrada. Para ànalizar esse primeiro volume. como verdadeiro e deànitivo. permite mostrar aos alunos que existem diferentes formas de conhecimento e que é a maneira especíàca como o sociÓlogo analisa a sociedade que lhe permite construir um conhecimento cientÎàco a seu respeito. De forma geral. Metodologia e estratégias Durante as três séries do Ensino Médio. sugeridos. por vezes. posteriormente. por parte dos alunos. dependendo da Situação de Aprendizagem. 0s resultados dos trabalhos. Dessa maneira. apesar de se manifestar no indivíduo. para o desenvolvimento da capacidade de pensar sociologicamente a respeito de quest×es pertinentes à sua realidade. A metodologia da disciplina. 0s jovens estão. ou seja. leitura de texto e imagens. ainda. torná-lo apto a compreender que é possível viver em sociedade por intermédio do processo de socialização. de construir com o aluno uma atitude ou uma sensibilidade que lhe permita buscar sempre uma explicação de como e por que os fenômenos sociais ocorrem. também são. que se dá por meio da incorporação de papéis e da construção da identidade. portanto. demonstrando que ela é produto de um processo socialmente estabelecido. Esse será o primeiro passo para a formação de um olhar crítico sobre o cotidiano e. São propostas atividades diversiàcadas que dependem do conteÙdo a ser trabalhado. entre outras atividades. ideias e conteÙdos apreendidos em sala de aula à realidade cotidiana. as atividades aqui propostas têm o intuito de buscar o aprimoramento das seguintes habilidades: leitura e interpretação de textos e imagens. Sociologia – 1a série – Volume 1 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM SIT6A¬«0 DE APRENDI;AGEM 1 0 PR0CESS0 DE DESNAT6RA-I;A¬«0 06 ESTRANHAMENT0 DA REA-IDADE 0 objetivo desta Situação de Aprendizagem é iniciar o processo de desnaturalização do olhar dos alunos, bem como estabelecer com eles uma diferenciação entre o olhar do sociÓlogo e o do senso comum. Conteúdos e temas: a construção de um olhar de estranhamento sobre a realidade; a diferenciação entre o olhar do sociÓlogo e o do senso comum. Competências e habilidades: desenvolver o espírito crítico dos alunos e sua capacidade de observação da sociedade; desenvolver habilidades de leitura, produção de textos contínuos e expressão oral; iniciar a construção de um olhar sociolÓgico sobre a realidade; tornar o aluno consciente de que não há olhar natural, todos os olhares são sempre construç×es. Sugestão de estratégias: aula dialogada; pesquisa de campo e interpretação de textos e imagens. Sugestão de recursos: lousa; discussão em sala de aula; imagens. Sugestão de avaliação: pesquisa de campo e pesquisa individual. Sondagem e sensibilização É necessário fazer uma pequena discussão histÓrica com os alunos antes de começar a sensibilização inicial. 0 momento é muito importante para todos, tanto para o aluno como para você, professor, que dará aula de Sociologia. É fundamental que os alunos sintam-se estimulados a estudar essa nova disciplina e que tenham consciência de sua importância para a formação deles, independentemente das carreiras que seguirão. Há jovens que têm somente uma vaga ideia do que seja a Sociologia e, não raro, há aqueles que possuem algum tipo de preconceito com relação à disciplina. Entre outros fatores, isso ocorre porque ela ficou excluída da grade curricular obrigatÓria por quase 40 anos. Isso deve ser levado em consideração ao ser trabalhado qualquer tipo de prenoção que eles possam ter, já no início do ano. Sugerimos que reserve parte da primeira aula para expor aos jovens algumas das raz×es de a Sociologia ter sido retirada da grade curricular. A Sociologia já foi uma disciplina presente em todas as escolas, assim como a Matemática e a -íngua Portuguesa. Ela surgiu como disciplina obrigatÓria em 197, mas sÓ foi realmente introduzida em 1925, com a Reforma Rocha Vaz. A partir de então, a Sociologia não sÓ se tornou obrigatÓria no Ensino Secundário, como também passou a ser cobrada nos vestibulares para o ingresso no 7 Ensino Superior (M0RAES, 2003, p. 7). Entretanto, durante os períodos de ditadura em nosso país, o ensino de Sociologia sofreu uma série de revezes: f em 1942, durante a ditadura da Era Vargas, também conhecida pelo nome de Estado Novo, ocorreu a Reforma Capanema, que retirou a obrigatoriedade da Sociologia nos cursos secundários. A disciplina foi mantida somente no Curso Normal como Sociologia Geral e Sociologia da Educação; f em 1961 ela foi reintegrada ao currículo do Ensino Secundário como disciplina optativa; f em 1971, durante a ditadura militar, o ensino de Sociologia sofreu o seu mais duro golpe. Sua postura crítica diante da realidade não era bem-vista naquela época e acabou provocando a associação indevida da disciplina ao comunismo. Com a Reforma Jarbas Passarinho (M0RAES, 2003, p. 7), ela foi retirada da grade curricular básica e substituída pela disciplina 0rganização Social e Política Brasileira (0SPB). Com o passar do tempo, muitas pessoas foram então esquecendo a importância da Sociologia para a formação geral de qualquer pessoa. Entretanto, como revela um parecer de Rui Barbosa, desde 12 acreditava-se na importância da disciplina e do seu ensino, tal como hoje, a todos aqueles que necessitam compreender e situar-se na sociedade em que vivem: médicos, advogados, engenheiros, faxineiros, pedreiros, garçons, químicos, físicos, artistas etc. É importante reaàrmar para os alunos que a Sociologia já esteve presente no currículo do Ensino Médio, mas foi retirada por raz×es ideolÓgicas e políticas. Neste momento, aproveite para comentar que, possivelmente, muitos de seus pais não conhecem a disciplina, ao menos não no contexto escolar, precisamente por terem frequentado a escola no período militar, quando a Sociologia foi retirada da grade. A seguir, reitere que a sua reintegração  ao currículo é resultado do esforço de muitos que, admitindo a importância da construção de um olhar crítico sobre a realidade como base na formação de qualquer cidadão, reconhecem o papel que a Sociologia pode desempenhar nesse sentido. & é fÃcil deàni-la? Serà que podemos deànir, hoje, em uma frase, o que é a Sociologia? Não, pois ela é fruto de um longo processo histÓrico. Nosso objetivo, neste volume, é esclarecer os jovens sobre o que é a Sociologia e como ela pode nos ajudar a compreender a realidade. Também é importante destacar que as aulas de Sociologia dialogarão muito com as de outras disciplinas, como HistÓria, Geograàa e Filosoàa, mas que o principal diálogo se dará com a Antropologia e a Ciência Política. Essas ciências nos ajudarão a lançar um olhar sociolÓgico sobre a realidade, pois, juntas, formam as chamadas Ciências Sociais. Antropologia: a ciência que procura a compreensão do outro, estabelece pontes entre culturas e povos. Ciência Política: o estudo das relaç×es de poder. Sociologia: a ciência que estuda o ser humano e as suas relaç×es na sociedade. Etapa 1 – Processo de construção do olhar sociológico Feita essa introdução, é o momento de estabelecer o segundo ponto da sensibilização referente ao processo de construção do olhar sociológico. Um olhar que não é o do historiador ou o do geÓgrafo, tampouco o do filÓsofo. Tenha em vista que a construção desse olhar se desenvolverá ao longo das três séries do Ensino Médio, começando com o trabalho deste volume. Figura 1 – M. C. Escher. Olho, 1946. Gravura à maneira negra. Figura 2 – Antonio SantElia (1-1916). A cidade nova, 1913. Tinta, pincel e lápis de cor em papel, 29,2 cm x 20,3 cm. Coleção Particular, Itália. © Ismar Ingber/Pulsar Imagens não será respondido neste momento, mas ao longo das aulas. 0 importante é apresentar a palavra “estranhamento” e dizer que, para a construção do olhar sociolÓgico, é preciso lançar um olhar de estranhamento sobre a realidade. Dito de outro modo, é preciso “desnaturalizar” o olhar. Antes de explicar o que signiàcam esses conceitos, proponha que eles observem as imagens reproduzidas a seguir e no Caderno do Aluno, que ilustram distintos olhares sobre a cidade, a àm de que possam ver que há várias formas de representar a realidade: no caso das imagens apresentadas, a forma arquitetônica (croquis), a forma documental (fotografia) e a forma artística (graàte), não sendo nenhuma delas a “mais correta”. Esse exercício tem como objetivo demonstrar que a Sociologia, enquanto ciência, possui preocupaç×es prÓprias e, consequentemente, uma forma especíàca de voltar seu olhar para a realidade. Figura 3 – Vista aérea de Belo Horizonte (MG). © Grupo 0PNI © Private Collection/The Bridgeman Art -ibrary/Grupo ,eystone De modo a destacar as particularidades do olhar sociolÓgico, bem como as preocupaç×es inerentes à Sociologia enquanto ciência, dentre as Ciências Humanas, você pode questionar os alunos: Por que é importante entender a especiàcidade do olhar sociológico soCre a realidade? Qual é esse olhar? É preciso entender que isso © 2012 The M.C. Escher Company-Holland. Direitos Reservados: <www.mcescher.com>. Sociologia – 1a série – Volume 1 Figura 4 – Graàte feito pelo Grupo 0PNI no bairro do GrajaÙ, São Paulo (SP), representando a cidade. 9 ApÓs essa sensibilização a respeito do olhar, você pode propor a realização da atividade sugerida na seção Pesquisa de campo do Caderno do Aluno. 0 objetivo deste trabalho é fazer com que os jovens tomem consciência de que o olhar não é neutro, nem natural, mas está repleto de prenoções. Você pode dizer à turma que esta pesquisa é um treino do olhar. Sugerimos que o trabalho, que consiste na ida dos alunos a um lugar que eles não conheçam ou não costumem frequentar, situado no bairro em que se localiza a escola ou fora dele, seja realizado em duplas ou em trios, de modo a diminuir o desconforto que possam porventura sentir. Ao escolher o lugar, eles podem levar em conta: diferenças de geração (visita a uma creche ou um asilo), diferenças de gênero (visita a um cabeleireiro ou a um barbeiro), diferenças de religião (igreja catÓlica ou evangélica, centro espírita, terreiro de umbanda ou candomblé, templo budista, mesquita, sinagoga etc.), diferenças de origem (ir a um centro cultural de tradição diferente da prÓpria, ou onde se realizam atividades que não costumam praticar), dife- renças de atividades e costumes (quem sÓ ouve mÙsica sertaneja pode ir a um show de rock, um jovem que joga futebol pode acompanhar uma competição de judô). 0 treino do olhar é o primeiro passo para a construção de um olhar sociolÓgico para a realidade, e este se faz com base no estranhamento do cotidiano. Estamos acostumados a encarar tudo como natural, como se o mundo e as coisas que nos cercam fossem “naturais” e sempre tivessem sido assim. Para desenvolver um olhar sociolÓgico é preciso quebrar tal forma de encarar a realidade. Você pode dar as explicaç×es que achar necessárias, mas o que importa é que os jovens compreendam a intenção do trabalho. É provável que o resultado deste primeiro trabalho sobre o estranhamento não seja uma descrição neutra, mas uma descrição repleta de prenoç×es e preconceitos a respeito do local escolhido e das pessoas que ali se encontravam. A seguir encontra-se um quadro com orientaç×es que podem ser passadas para o aluno na pesquisa de campo. Aqui estão dicas importantes para orientá-los Sugira aos alunos que escolham um lugar em que se sintam confortáveis para ir e que achem interessante conhecer. Não imponha um determinado lugar. Diga que você oferecerá apenas sugest×es de lugares possíveis, mas que cabe a cada dupla, ou trio, escolher o lugar em que se sente melhor para fazer essa descrição. -ugares que, de alguma forma, possam colocá-los em risco devem ser descartados. Para que isso seja feito, verifique com cada grupo se o lugar que escolheram é seguro e de fácil acesso. Caso o local não seja adequado (os alunos podem querer aproveitar para ir a lugares proibidos ou pouco seguros), diga que não será aceito o trabalho. 0s alunos devem fazer uma descrição desse lugar sem conversar com ninguém. É importante frisar esse ponto. Eles não podem pedir explicações sobre como funciona o local ou o significado dele, nem para que servem os objetos que ali estão, mas em determinados locais devem pedir permissão para entrar e lá permanecer, pois serão facilmente identificados como diferentes das pessoas que normalmente o frequentam. Em vários lugares pÙblicos, como shoppings e supermercados, não há a necessidade dessa permissão, mas em algumas igrejas e outros locais, esse é um cuidado ético importante que sÓ vai ajudá-los. É bom que os jovens tenham consciência de que o trabalho de campo envolve sempre uma dimensão ética, sendo esta uma parte essencial da metodologia de pesquisa. 0riente-os a explicar que se trata de um trabalho escolar des- 10 nos grupos sociais aos quais pertence. 0u seja. um shopping. na nossa sociedade. como dizer que eles ganham muito dinheiro sem nenhuma explicação que parta do olhar? Eles devem tomar muito cuidado ao descrever o lugar escolhido. Com base na leitura dos trabalhos. o faz a partir de uma perspectiva. um templo. parece que devem ganhar bem”. mas as prenoç×es são esperadas e não são um problema. utilizando exemplos. estabeleça uma reflexão. as pessoas que lá estão. um museu. Enfatize que havia sido solicitada uma descrição apenas. principalmente. o olhar por eles lançado sobre o desconhecido encontra-se repleto de preconceitos e estereÓtipos. 0 olhar de estranhamento tem a ver com observar a realidade e compreender que o nosso olhar nunca é neutro. pois outras disciplinas também podem se interessar pelos mesmos ambientes. trem ou qualquer outro transporte pÙblico. pela estética. suas relaç×es e interaç×es sociais. sÓ pelo olhar. uma praia. se pelo olhar não há nada que indique isso? E. pelos materiais utilizados. você pode citar esse exemplo e dizer que há dois problemas nessa descrição. uma galeria famosa. se ela está guardada? Eles sÓ podem descrever o que veem no momento da visita ao local. Um exemplo: alguns alunos resolveram fazer uma descrição da Câmara dos Vereadores e escreveram em seu trabalho que “aqui é um lugar onde as pessoas fazem leis e ganham muito dinheiro”. 0 que interessa nessa observação não é apenas descrever o ambiente. um teatro etc. Como os alunos podem saber. de um ponto de vista. Questione-os: O que mostra que eles ganham muito dinheiro? Digamos que a descrição pode continuar dessa forma: “parece que eles ganham bem. uma lanchonete. mas. que o espaço mais alto no interior da igreja chama-se altar. Nesse momento. você pode esclarecer que toda ciência tem a observação como parte importante em suas pesquisas. É preciso marcar a especificidade do olhar sociolÓgico. como é possível saber que as pessoas fazem leis naquele local. E o estranhamento nos ajuda a ter consciência disso. Esse olhar é repleto de prenoç×es que podem ser positivas ou negativas. 0utro exemplo: digamos que um grupo resolveu descrever uma igreja catÓlica. Se os alunos estão acostumados a se locomover de ônibus. Isso porque o oCjeto da Sociologia é o ser humano e a sua ação no amCiente em que vive. uma prefeitura. os alunos sÓ podem falar do que efetivamente veem ali. lembrar que a descrição deve sempre ter como elemento o olhar. um rodeio. Em sala de aula. o que fazem. Isso é sÓ o início do olhar de estranhamento. Primeiro. não podem usar explicaç×es que não vêm de sua observação direta naquele momento específico. pode deixá-los escolher um local que não seja prÓximo ao bairro: um parque ao qual nunca foram. 0 arquiteto.Sociologia – 1a série – Volume 1 critivo. eles só podem descrever o lugar e as pessoas a partir do que seus olhos veem. um show. caso julgue interessante. Toda vez que observa algo. como se comportam. com base na oCservação. procure mostrar aos jovens. no Ensino Médio. 11 . vai se interessar pelas formas. pois ali os homens usam ternos e essas roupas são consideradas. é debruçar-se sobre tais preconceitos e prenoç×es. Essa descrição deve ter no máximo duas páginas. Deve-se tomar cuidado também com as descriç×es e adjetivaç×es no texto. segundo. um símbolo de status. Aproveite para frisar que um dos objetivos da Sociologia. logo. ou seja. uma fazenda. por exemplo. identificando e ressignificando-os. Por isso é recomendado ir a um lugar a que eles não estão acostumados ou nunca foram. 0 ser humano não olha simplesmente. que mesmo indo a um lugar que não conheciam. A avaliação será feita pela verificação da capacidade de os alunos fazerem uma descrição que tenha como base apenas o olhar. e que em uma determinada caixa ficam guardadas as hÓstias? Como eles viram a hÓstia. Com base em tais consideraç×es. Conclua esta etapa apresentando aos alunos os temas da Sociologia selecionados para o estudo da 1ª série do Ensino Médio: 1. ou seja. e. 0 olhar humano sempre está repleto de prenoç×es sobre a realidade que nos ajudam a compreendê-la. Nosso olhar nunca é um olhar neutro. E elas estão repletas de conhecimento do senso comum. mas informar previamente aos alunos quais serão os assuntos debatidos. para que os alunos possam compreender como será a discussão dos temas: 1. ele está sempre repleto dessas prenoç×es que vêm do senso comum. Entretanto. 12 . por exemplo. podem ajudá-lo na tarefa de mostrar a importância do estudo da Sociologia e a diferença entre o olhar da ciência e o do senso comum. E é necessário um método. 0 que permite ao ser humano viver em sociedade? 3. dependendo do seu objeto de estudo. as pessoas têm alguma ideia do que é um carro. o conhecimento científico. quando veem diferentes carros. 0s métodos variam de uma ciência para outra. mas não é a Ùnica possível. Há. 0u seja. Para lançar um olhar sociolÓgico sobre a realidade é necessário afastar-se dessa forma de observá-la. mas ele sempre precisa ir além do senso comum. 4. 0 que nos desiguala como humanos? Não é preciso dar uma explicação pormenorizada de cada um dos temas. 2. podem dizer que viram um. A Sociologia e o trabalho do sociÓlogo. Questione-os: Por que é preciso se distanciar do olhar do senso comum para desenvolver um olhar cientíàco? Você pode dizer que é porque a Sociologia é uma ciência e o conhecimento cientíàco não é construído com base no senso comum. 0s dois textos reproduzidos a seguir e no Caderno do Aluno. 0 importante é dizer a eles que o objetivo deste ano é estabelecer o entendimento de que o ser humano é um ser social e estabelecer os desaàos disso para a compreensão da vida do indivíduo em sociedade. Método é a forma pela qual um cientista observa e analisa seu objeto de estudo. 0 aluno na sociedade e a Sociologia. daquilo que elas estudam. 2. 0 ser humano como ser social. na seção -eitura e análise de texto. Etapa 2 – O imediatismo do olhar 0 objetivo desta etapa é dar continuidade à explicação do que é o olhar sociolÓgico a partir da discussão a respeito do olhar do senso comum em contraposição ao olhar cientíàco. por isso. Texto 1 0lhamos o mundo e parece que simplesmente vemos as coisas tal como elas são. 0 que nos une como humanos? 0 que nos diferencia? 4. A ideia não é explorá-los. 0 conhecimento do senso comum é uma forma válida de pensamento. 0 processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade. Como pensar diferentes realidades. ao olhar alguma coisa e nomeá-la. 3. é preciso ter antes uma ideia do que ela seja. 0 conhecimento científico parte do senso comum para olhar a realidade. é o modo como estuda a realidade. Também é o momento de enunciar o conteÙdo do volume. e mediante a contextualização desses modelos. exige que o aluno aprenda procedimentos mais rigorosos de observação das relaç×es sociais. tem a função de formar o “cidadão crítico”. Pensar sobre esse tema significa uma oportunidade ímpar para se aproximar da sociologia como campo de saber e compreender algo de suas preocupaç×es. Estas revelam interesses e. não é suficiente. ainda. são fruto de raz×es objetivas e humanas. Apesar de ser uma forma válida de conhecimento. portanto. Reconhecendo as causas Para explicar um fenômeno social é preciso procurar as causas que estão além do sujeito. 13 . Para compreender e formular explicaç×es para os fenômenos sociais é preciso ter conhecimento da linguagem por meio da qual esse conhecimento é criado e comunicado. E. Essas causas devem apresentar certa regularidade. para focalizar as relaç×es sociais sem estarmos envolvidos. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. o primeiro recurso metodolÓgico é o olhar de estranhamento. É considerar que eles nem sempre foram assim. ou explicativos. como o conhecimento é elaborado nas ciências sociais. buscar as causas externas a ele. Vale a pena inserir nesse contexto o papel mais fundamental que o pensamento sociolÓgico realiza na formação do jovem: a desnaturalização das concepç×es ou explicaç×es dos fenômenos sociais. mas que têm implicaç×es decisivas sobre ele. num currículo de ensino médio. de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento. isto é. Nossa maneira de pensar. Texto 2 Sociologia e formação pessoal: A importância do estudo da Sociologia Em que medida a Sociologia pode contribuir para a sua formação pessoal? Muitos diriam que essa ciência social. mesmo no ensino médio. Não se pensa sociologicamente quando imerso no senso comum. que saiba. Para trabalhar um tema 0s fenômenos sociais são conhecidos por meio de modelos compreensivos.Sociologia – 1a série – Volume 1 Toda construção científica é um lento processo de afastamento do senso comum. E para construir um olhar sociolÓgico sobre a realidade. A ciência se constrÓi a partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos juízos de valor típicos do senso comum. periodicidade e um papel específico em relação ao todo social. Significa considerar que os fenômenos sociais não são imediatamente conhecidos. Mas essa justificativa – até porque a ideia de formar o cidadão crítico anda meio banalizada –. com destaque para a época em que eles foram elaborados e para os autores com os quais um determinado autor dialoga. não é ciência. Razões objetivas e humanas Desnaturalizar os fenômenos sociais significa não perder de vista a sua historicidade. É perceber que certas mudanças ou descontinuidades histÓricas são fruto de decis×es. 0 problema é que estamos imersos nele. pelo menos em alguma medida. Aprender a observar Uma aproximação em relação à sociologia. A desnaturalização dos fenômenos sociais também depende de nos distanciarmos daquilo que nos rodeia e de que participamos. BRUNIERA. e as emoç×es normalmente tiram a objetividade da pessoa. Vale lembrar também que os conceitos têm uma histÓria e que não são palavras mágicas que explicam tudo. É importante.com. f cheio de preconceitos: ele também é. Conhecer conceitos e teorias com o rigor necessário a um aluno do ensino médio consiste na Ùnica maneira possível de se distanciar e se aproximar dos fenômenos sociais e. Deixe que manifestem-se livremente. com o que lhe é familiar.) sÓ é possível por meio de conceitos e teorias. repleto de preconceitos. precisamos afastar as prenoç×es e os julgamentos de valor que estão presentes no senso comum. valendo-se de explicaç×es prontas repletas de juízos de valor. uma forma de conhecimento acrítico. 14 f cheio de sentimentos: muitas vezes. f superàcial: a superàcialidade dessa forma de conhecimento está relacionada com o fato de que ele se conforma com a aparência. Veja algumas sugest×es dessas características (DEM0. Portanto. Peça aos alunos que. neste primeiro momento. E. portanto. muitas vezes. com base na leitura dos textos. proposto no exercício 1 do Caderno do Aluno. mundo do trabalho etc. ou seja. permanecendo na superfície das coisas. Isso é necessário tanto do ponto de vista de como essas teorias foram sendo assimiladas e desenvolvidas por outros autores. ou seja. com características do senso comum. é bom ter em mente que um conceito admite vários sentidos. f acrítico: outra característica é o fato de ele ser.uol. 197): f imediatista: o senso comum caracteriza-se. como em relação ao caráter das críticas feitas a elas.Assim. fruto de uma reáexão cuidadosa. Desse modo. sem realmente conhecê-lo. por ser extremamente simplista e despreocupado quanto ao emprego de deàniç×es e terminologias. Elas podem nos fazer agir de forma irracional. muitas vezes. Celina Fernandes Gonçalves. se quisermos construir um conhecimento coerente e consistente. Não é. pois alimentam umas às outras. 2007. Sociologia e formação pessoal: a importância do estudo da sociologia. 0 preconceito é o conceituar antecipadamente. também. com base no que acredita que é ou no que deva ser. Acesso em: 4 jul. assim. 10 jan. A seguir. 2013. nossa visão da realidade é excessivamente marcada pelas nossas emoç×es. não questiona o que é dito. Disponível em: <http://educacao. sugira que preencham o primeiro quadro. construir os fundamentos para a formação crítica. é preciso compreender as teorias no contexto de seu aparecimento e posterior desenvolvimento. pois são pessoais e não estão baseadas na razão. muitas vezes. Suplemento Educação. trabalhar um tema (como violência. mas elementos do discurso científico que sintetizam as aç×es sociais para tentar explicá-las. é a atitude de achar que já se sabe algo. que você conheça a articulação entre os conceitos e as teorias e saiba observar sua relevância para compreender ou explicar casos concretos (temas). a atitude preconceituosa em relação à realidade e a tudo o que a cerca é aquela da pessoa que julga sem conhecer.br/disciplinas/sociologia/ sociologia-e-formacao-pessoal-a-importancia-do-estudo-da-sociologia. UOL.htm>. não estabelece uma visão aprofundada do que vê. Tais características estão intimamente relacionadas. citem características do senso comum e da Sociologia. dependendo do autor e da época em que ele é elaborado. . ainda. Teorias servem de base Da mesma forma. Figura 6 – Foto de M. com base nos textos e nas aulas expositivas. do Caderno do Aluno. © 2012 The M. respondendo à seguinte questão: Por que é preciso se distanciar do olhar do senso comum para desenvolver um olhar cientíàco? 0 olhar que se afasta de tais características relacionadas ao senso comum é o olhar do estranhamento.C. Escher. no que se refere à desnaturalização dos fenômenos sociais. Xilogravura.mcescher. Direitos Reservados: <www. Escher. ao reconhecimento das causas desses fenômenos e ao trabalho orientado por conceitos e teorias. Direitos Reservados: <www. Para trabalhar isso de forma mais clara com os alunos. Escher Company-Holland. sugerimos uma dinâmica a partir da discussão de imagens do artista plástico holandês Maurits Cornelis Escher. e mostrar a importância de desenvolver um treino do olhar. convidando-os a explicar. C.Sociologia – 1a série – Volume 1 Solicite. 1923. Figura 5 – M. ApÓs o preenchimento dos quadros.mcescher. © 2012 The M. Escher Company-Holland. em seguida. que os alunos preencham o segundo quadro do exercício 1. Essa discussão também pode ser feita com o auxílio do professor de Arte.com>.C.com>. C. você pode solicitar à turma que faça o exercício 2 da seção de -eitura e análise de texto. qual é a proposta da Sociologia. por meio de uma abordagem interdisciplinar. Autorretrato. de acordo com a proposta da seção -eitura e análise de texto e imagem. 15 . Escher o ajudará a trabalhar o tema do imediatismo. as pessoas olham e se contentam com o primeiro olhar para explicar algum acontecimento ou uma pessoa. .C. Todas as imagens reproduzidas a seguir e no Caderno do Aluno apresentam algum tipo de distorção ou brincadeira com o nosso olhar. Por meio do site <http://www. ilustrou livros. Além disso. Xilogravura. 0lhamos e achamos que entendemos.nl> é possível fazer uma visita virtual ao museu e saber mais sobre as suas obras. o artista procura mostrar em uma superfície bidimensional algo que é tridimensional. sua obra foi mundialmente reconhecida.com>. (Acessos em: 17 maio 2013. por isso. seu pai acreditava nele e o sustentou no início da carreira. 1947. por meio de sua obra. No desenho da Figura 7. Seu pai queria que ele seguisse alguma carreira relacionada às Ciências Exatas. C. Escher. 0 problema é que. casual e. 16 © 2012 The M. Para ele.com>. litografias. Depois. -itografia. não conseguem entender muito bem o que se passa. mas não se formou. pintou murais. 0bservou que o filho tinha jeito para as artes plásticas e achou que poderia se tornar arquiteto.mcescher. C. Para iniciar a discussão. 194. Desenhar. C.mcescher. você pode perguntar aos alunos o que sabem ou pensam a respeito do artista e de sua obra. Explique isso aos alunos e mencione que elas contêm uma espécie de “pegadinha” visual. Hoje existe a Fundação M. impossíveis de serem reais. por vezes. entre outros trabalhos. Escher até estudou Arquitetura.mcescher. com o imediatismo do olhar. Escher. desenho é ilusão. Seus professores de Arte não o consideravam um artista.C. Escher Company-Holland. várias delas são distorç×es. cujo site oficial é: <http://www. Peça à turma que observe atentamente as prÓximas imagens. mas.) Figura 7 – M. Muitas vezes. Escher na cidade de Haia. C. © 2012 The M. já que o olhar é ligeiro.A obra de M. Escher gostava de brincar com o nosso olhar.com>. da superàcialidade e dos preconceitos do olhar de forma lÙdica. InÙmeros são os sites sobre M. Um outro mundo. Direitos Reservados: <www. Maurits Cornelis Escher (19-1972) era holandês e nasceu na cidade de -eeuwarden. C. na verdade. é possível reáetir sobre a superàcialidade do olhar e debater sobre a questão do “certo” e do “errado”. Eis algumas informaç×es sobre ele: Figura  – M. repleto de sentimentos e preconceitos. há o museu M. Fez gravuras. Escher. Escher.escherinhetpaleis. e hoje Escher é visto como um dos grandes artistas gráficos do século XX. Assim. Gostava mesmo era de desenhar. C. Holanda. Escher Company-Holland. Direitos Reservados: <www. De qualquer forma. que pode ser descrita desta forma. e que. pois o primeiro olhar. Figura 9 – M. Mas. Na Figura . Se quisermos fazer uma análise da realidade. independentemente do resultado. © 2012 The M. e questioná-los: Quais vocês acham que podem ser os pontos de vista possíveis? Aqui estão algumas dicas de possibilidades: f há o ângulo de observação dos jogadores de ambos os times. não Casta lançar um único olhar. ora da esquerda para a di reit a. Belvedere. a cada vez que é lançado u m ol har d i ferente. o do juiz. o dos bandeirinhas.com>. Escher mostra. Indep endentemente do ângulo. devemos tentar observá-la do maior número possível de ângulos e perspectivas. o de ambas as torcidas no estádio. A análise das figuras a seguir serve justamente para debater a superficialidade do olhar. 17 . não paramos para olhar uma situação de diferentes ângulos. Por meio desse desenho podemos entender que há várias formas de olhar esse pássaro-homem. ora da direita para a esquerda. Estimule os alunos a perc eb e r c o m o u m s e g u n d o o l h a r s o b re elas pode modificar a primeira impressão sobre algo. não é imparcial. Peça um exemplo de acontecimento que pode ser olhado sob os mais diferentes ângulos. Escher.C. 195. muitas vezes. Acontece que. o mesmo se aplica a um fato ou a um acontecimento. o que Escher nos mostra é que não há uma única forma de olhar esse pássaro-homem. em um mesmo desenho. C. ora por baixo. Direitos Reservados: <www. uma espécie de pássaro com cabeça de homem. o dos vendedores ambulantes que. considerarão aquele um bom ou mal jogo em razão de suas vendas etc. o vemos de outro ângulo: ora por cima. o do torcedor que assiste ao jogo pela televisão (e pode rever os lances no replay) etc. Infinitas são as possibilidades de observar a realidade. Você pode utilizar o exemplo de um evento cotidiano. pois vários são os pontos de vista a partir dos quais podemos observá-lo. de diferentes ângulos. -itografia.mcescher. para entender a realidade de um ponto de vista sociolÓgico. aquilo que um primeiro olhar mostra. a mais isenta possível. De forma análoga. Não é difícil as pessoas aceitarem a primeira explicação dada.Sociologia – 1a série – Volume 1 muitas vezes. Escher Company-Holland. Há também o ponto de vista dos torcedores que não assistiram ao jogo mas leram sobre ele nos jornais e nas revistas do dia seguinte. como uma partida de futebol. E todas dependem dos diferentes ângulos que adotamos. ou os dois deveriam estar de frente. observadores externos. na verdade. O que é certo ou errado? E se virarmos de novo o Caderno? Esse desenho nos ajuda a reáetir sobre a relatividade dos nossos pontos de vista. ou seja. Relatividade. A obra de Escher parece um desenho como qualquer outro. mas um andar está acima do outro de forma paralela. pois os andares apontam para diferentes direç×es. não poderíamos ver o rosto dela. compreendê-lo de uma forma melhor. nas mais diferentes direç×es. pois a parte de baixo está virada de frente para o casal que vai subir as escadas. No caso da Sociologia. o andar de cima não está paralelo ao de baixo. C. Se um andar está em cima do outro. Proponha a análise da Figura 10 de modo a ampliar a discussão sobre o que é certo e o que é errado. deve-se ter em mente que sempre será necessário fazer o . coloque para a turma: OCservem a escada de mão. mas são mais do que bonitos ou feios: são instigantes. Na parte superior. Peça aos alunos que observem a Figura 9 e pergunte: O que vocês acham que esse desenho tem de errado? Deixe-os especular um pouco e faça suas consideraç×es sobre o trabalho do artista.com>. um rosto é visível e o outro não. e na parte inferior há um homem de costas. Escher. Se o desenho não tivesse sido feito dessa forma distorcida. pois ela também estaria de costas para nÓs. pois nos fazem pensar. que apoia a mão no pilar. Escher Company-Holland. há uma mulher cujo rosto nÓs. se os alunos ainda não perceberam essa disposição. Por fim. Ajuda a reáetir a respeito da questão dos preconceitos. 1 © 2012 The M. o olhar imediatista que lançamos sobre a realidade pode estar errado e repleto de preconceitos que precisam ser deixados de lado.C. outras descendo. como isso é possível? Deixe-os novamente especular e mostre a eles que. a parte de cima forma um “xis” com a parte de baixo. -itografia. outras de ponta-cabeça. pode ser errado de outro. 1953. mostre a eles que os pilares estão quase todos cruzados: os pilares do fundo se apoiam na parte da frente e os da frente se apoiam ao fundo. Umas com figuras subindo. há muitas escadas. Aquilo que parece certo de determinado ângulo. podemos. como uma escada de mão sai do primeiro pavimento e alcança o segundo? Ela precisa estar inclinada para ir de um andar para o outro. Figura 10 – M.mcescher. Entretanto. Então. 0u seja. Direitos Reservados: <www. Na obra. por isso. Logo. às vezes. a escada pode sair do andar inferior e atingir o superior. Eles estão perpendiculares. de nossa perspectiva. podemos ver. ou seja. pois quando mudamos o ângulo por meio do qual vemos algo. e a parte superior está virada para outra direção.Peça que reparem nas duas pessoas que estão nos andares apreciando a vista. Questione-os: Quem está “certo”? Quem está “errado”? O que é certo ou errado? Aponte para uma escada que esteja de ponta-cabeça e questione-os: Está errada? Mas o que acontece se virarmos o Caderno? A escada que estava certa passa a àcar errada e a errada se torna certa. como os andares se encontram como se estivessem “cruzados”. há um proClema ali. não está exatamente em cima do de baixo. e. 0 debate pode girar em torno de um projeto de lei ou de algum tema polêmico. pois assim não terão de mudar de opinião. não tentam se colocar no lugar dos pais para entender suas preocupaç×es. Para o fechamento desta Situação de Aprendizagem. dê exemplos de situaç×es cotidianas em que é possível identiàcar diferentes pontos de vista ao analisar uma questão. se a pessoa está certa. é cômodo para muitos não lançar outro olhar para analisar uma questão. porque. f quais são as possibilidades de se posicionar em relação ao fato. as pessoas não querem fazer isso. muitas vezes ele ocorre porque as pessoas não conseguem se colocar no lugar das outras. como nos interesses divergentes entre diferentes categorias proàssionais. 19 . não querem assumir outro ângulo para observar um fato ou acontecimento. sugerimos que os alunos escrevam um texto dissertativo que explique a importância de um olhar que se afaste do senso comum para a compreensão da realidade. então o outro está errado. agora pensando na realidade social mais ampla. e assim ela não precisará rever seu ponto de vista. ou seja. solicitando aos alunos que redijam um pequeno texto explicativo a respeito de três características do olhar do senso comum e três características da Sociologia. Em segundo lugar. ou ainda entre grupos em uma cidade. A nota deve ser atribuída de acordo com a capacidade que os jovens tiveram de fazer uma descrição a partir das informaç×es dadas pelo olhar. 0utra sugestão é encaminhar a atividade proposta na seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno. Acontece o mesmo na escola. 0s melhores trabalhos serão os que conseguirem fazer descriç×es somente com base no que podiam ver. 0s pais parecem se esquecer de que já foram jovens e os àlhos. Mas isso não é possível. 0s que utilizarem outras informaç×es (textos e ideias que não vieram da observação) que não aquelas dadas pelo prÓprio olhar no momento da pesquisa não conseguirão alcançar os objetivos previstos para essa atividade. Peça que expliquem: f qual é a situação. Não se pensa sociologicamente a partir de uma atitude comodista. por exemplo. errados. ou entre países. Afastar-se dos juízos de valor é um cuidado metodolÓgico fundamental do sociÓlogo para entender as situaç×es sociais. peça que pesquisem uma situação atual que está sendo debatida nos jornais e em outros meios de comunicação. nas relaç×es entre alunos e professores ou entre os alunos. por sua vez. -ogo. sugerimos que você utilize a pesquisa de campo proposta na Etapa 1. Quando há um desentendimento em casa.Questione-os: Por que vocês acham que muitas pessoas não querem adotar um novo ponto de vista? Primeiro. Avaliação da Situação de Aprendizagem Como forma de avaliação desta Situação de Aprendizagem. Seguindo a proposta de -ição de casa sugerida no Caderno do Aluno. Depois.Sociologia – 1a série – Volume 1 esforço mental de procurar diferentes ângulos para conseguir aproximar-se da realidade. Muitas vezes. pois não existe ninguém que está sempre certo. porque acham que estão sempre certas e os outros. peça aos alunos outros exemplos. Proposta de situação de recuperação Como recuperação desta Situação de Aprendizagem. vizinhança. por isso. A partir dessa percepção. Sugestão de estratégias: leitura de obra de àcção ou exibição de trechos de àlme. a linguagem e a necessidade de se comunicar. dependendo dos recursos disponíveis na sua escola. opte por apenas uma das propostas a seguir: b) exibição de trechos do àlme Náufrago (de trechos e/ou na íntegra). a formação da identidade humana. 20 Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem a) leitura da obra RoCinson Crusoé (de trechos e/ou na íntegra). Portanto. a sociedade e sua época. elaboração de painel. sugerimos a leitura da obra RoCinson Crusoé. recuperação de eventos narrados em ordem cronolÓgica. colegas de trabalho etc. de Daniel Defoe Nessa proposta. de Daniel Defoe. É como parte integrante desses grupos sociais que o ser humano adquire sua identidade e os meios fundamentais para sua sobrevivência. aulas dialogadas. questionários de interpretação da obra de àcção ou de trechos do àlme. quando e como o ser humano vive. onde. atentando para tudo o que os indivíduos produzem e que faz deles seres humanos e sociais. Observação importante: selecionamos para as duas primeiras etapas desta Situação de Aprendizagem duas propostas de atividades.). obra de àcção adaptada ou exibição de àlme. amigos. comunidade religiosa. como meio a partir do qual procuraremos despertar . indicamos quest×es e alternativas de respostas para as duas. Sugestão de recursos: material didático adotado. a herança cultural. deslocaremos o foco para o meio social em que vive o ser humano: a sociedade. Conteúdos e temas: o ser humano como um ser social. memorização de informaç×es. Competências e habilidades: desenvolver a capacidade de interpretação de texto narrativo ou de àlme. de Daniel Defoe. produção cultural e econômica. à sua escolha.AGEM 2 0 SER HUMAN0 É UM SER S0CIA0 objetivo desta Situação de Aprendizagem é apresentar aos alunos a ideia de que o ser humano é um ser social que se encontra inserido em um conjunto de redes sociais mais amplas (família. textos.SITUA¬«0 DE APRENDI. a interdependência humana como elemento indispensável para sua sobrevivência. Trata-se de propiciar ao educando o estranhamento de si mesmo com relação ao espaço (onde). análise crítica de obra de àcção.emecLis. Consideramos ambas as propostas igualmente válidas e relevantes. de Robert . Sugestão de avaliação: pesquisa de imagens. à temporalidade (quando) e ao modo como vive. Proposta 1 – Leitura da obra Robinson Crusoé. reutznaer. Se todos tiverem lido o livro indicado. O capitão Carleton e sua obra-prima As aventuras e desventuras de Moll Flanders. viveu isolado na Ilha de Juan Fernandez. Roxana. reproduzidos a seguir e no Caderno do Aluno. a rainha Ana.otz. Em sua vida. conhecem a obra e/ou o ator. O coronel Jack. Sondagem e sensibilização A indicação da leitura da obra RoCinson Crusoé deve ser feita antecipadamente. RoCinson Crusoé é a obra que o tornou famoso. Obra: escrita em 1719. chegando. você pode realizar a atividade utilizando os trechos selecionados. viajou para Portugal e Espanha. Autor: Daniel Defoe nasceu na Inglaterra. Esse exercício tem por objetivo realizar uma primeira aproximação crítico-analítica com a obra. Etapa 1 – Leitura da obra Robinson Crusoé Você pode realizar a leitura. Escreveu também O capitão Singleton. de várias formas: individual. escrevia e distribuía panfletos criticando o rei catÓlico Jaime II e. quando os alunos reáetirão sobre os temas da Situação de Aprendi- 21 . é demasiado extensa para os fins desta Situação de Aprendizagem. em sua versão original. foi preso duas vezes. em 1660. Antes. que servirá como etapa preparatÓria para a discussão mais aprofundada. é a interpretação do texto propriamente dito. logo conhecido como Robinson Crusoé. em sala de aula. filho de burgueses de origem holandesa. Inicie situando o autor e a obra. 0 livro conta a vida do jovem inglês Robinson . A edição que recomendamos é a versão adaptada por Werner . 0 romance foi inspirado na histÓria verídica de um marinheiro escocês que. torna-se marinheiro e experimenta toda sorte de peripécias. compartilhada ou comentada. valendo-se das informaç×es selecionadas a seguir. a viver por algum tempo no Brasil. contudo. da Editora Scipione (Série Reencontro).Sociologia – 1a série – Volume 1 a reáexão sobre a concepção do ser humano como um ser social – tema central desta Situação de Aprendizagem. para que os alunos tenham tempo de ler o livro antes da realização das atividades que compreendem esta Situação de Aprendizagem. e cuja adaptação traz uma linguagem atual. que procurou renovar a Igreja Anglicana. utilizando apenas os recursos que consegue salvar dos destroços do navio encalhado e sua prÓpria engenhosidade para produzir as ferramentas e os utensílios necessários à sua sobrevivência durante os anos em que vive na ilha. o navio em que viajava encalha e o bote salva-vidas naufraga com todos a bordo. inclusive. pergunte aos alunos se leram o livro. introduzir os conteÙdos e os temas propostos para essa etapa. Crusoé é o Ùnico sobrevivente e passa a viver sozinho em uma ilha desabitada. por quatro anos. Em uma expedição malsucedida rumo à África. posteriormente. no Caribe. você pode passar diretamente às quest×es sugeridas para discussão. com base nas aulas dialogadas e nos exercícios de leitura de texto sugeridos. seja apÓs a leitura dos trechos selecionados ou do livro. Educado como protestante e dotado de grande espírito crítico. Nosso objetivo é utilizar a situação da personagem para. Caso os alunos não tenham acesso a essa edição ou tenham diàculdade em encontrá-la. Tal indicação tem como objetivo incentivar o interesse pela leitura de uma obra que. orientada para o pÙblico jovem. onde aprendeu sobre a vida nas colônias portuguesas e espanholas na América. Tendo gosto por aventuras. A primeira atividade a ser realizada com os alunos. Por essa razão. encalhado. o navio continuava imÓvel.. Dessa forma.. sete mosquetes. sem forças para nada: morreria aos poucos.. recriminava e maldizia a Deus.] Rapidamente fiz uma revista geral para ver o que podia salvar da carga.. cordas.] 0 navio. [.. passando fome. sem perigo de cair durante o sono. sem armas e com medo de feras selvagens. Sabia não ter muito tempo: a primeira tempestade faria o barco em pedaços. Sozinho..zagem. Entre tantos objetos. eu traçava uma linha com o dobro do tamanho. (p. Nessas ocasi×es. papel e penas para escrever. destinado a armazenar mercadorias. Muitas vezes deixei-me levar pelo desânimo. 30) [. (p.. parecida com uma espingarda. Nesse sentido. 1 Pequeno recipiente de madeira. abandonado numa ilha deserta. Não foram poucas as lágrimas que salgaram meu rosto. -onge. colch×es e – surpresa! – na quinta ou sexta viagem. 25) [. podia acompanhar o desenrolar dos dias. vítima de alguma tragédia.. Continuava inteiro. o barril de pÓlvora molhada. Isto se eu não morresse antes. riscava no poste um pequeno traço. Na verdade prometia ser triste. fiquei com medo de perder a noção do tempo. deixando-as ao completo abandono? (p.] Todos os dias. mantive um diário. havia se deslocado para um ponto bem prÓximo à praia. Sugerimos que o processo seja realizado de forma gradativa. uma caixa de açÙcar e um tonel3 de boa farinha.] A falta de ferramentas adequadas tornava alguns serviços extremamente demorados. [. mar adentro. com poucas esperanças de salvação. aproveitando para salvar assim também o madeirame do navio. Para marcar o final do mês. três pés de cabra. além de carrasco. Como podia Ele arruinar suas criaturas de modo tão mesquinho. sacos de pregos.. encontrei uma pequena fonte de água doce.] Meu futuro não parecia tão bom. Eu estava molhado. duas barricas1 com balas de mosquete2 . (p. conseguindo situar-me no tempo. subi numa árvore para passar a noite.. A noite avizinhava-se. 3 Grande recipiente de madeira formado por dois tampos planos e tábuas encurvadas unidas por aros metálicos. sem água e sem comida. 29) [. com certeza mortos. Improvisei um rÙstico. Consegui encaixar o corpo cansado no meio de grossos galhos. 2 22 .. encontrei uma grande reserva de pão.. desconhecida e fora das rotas de comércio. 23) [. E.. estaríamos agora todos com vida. 25-26) [. Já me via velho e cansado. De sete em sete dias. apenas uma faca. Matei a sede.. pedaços de pano encerado para vela. 24) [. Nos bolsos. Para enganar a fome. (p. 0 mar transformara-se em tÙmulo. um cachimbo e um pouco de tabaco. três barris de rum e aguardentes. Antiga arma de fogo. as quest×es propostas a seguir servirão como base para você aprofundar a discussão na aula seguinte... (p. Afastada da praia. todos desaparecidos. trazido pela tempestade.] Já havia decidido trazer do navio todas as coisas possíveis de serem transportadas. tornando-as miseráveis. roupas.] Ia para bordo a nado e voltava sempre com uma nova jangada. Andei sem rumo pela costa.] Depois de dez dias. sinal de que. Adormeci logo. 23) [. (p.. mais outra espingarda de atirar chumbo. As quest×es de interpretação do texto podem ser trabalhadas de forma dialogada com a classe ou em grupos.. Sem abrigo.. Consegui desse modo valiosas “riquezas” para um náufrago: machados.. uma rede.. relatando de forma resumida os principais fatos acontecidos. se tivéssemos permanecido a bordo. masquei um naco de fumo. mas eficiente calendário.] Em primeiro lugar salvei os animais domésticos que viajavam no navio: um cachorro e quatro gatos. como você achar mais adequado. uma caixa cheia de muniç×es. havia trazido do navio tinta. pensando nos meus amigos. fazia um risco maior para indicar o domingo. quando já acreditava não haver mais provis×es a bordo. não alimentava a menor perspectiva de sair dali com vida.. enquanto a tinta durou. (p. 2010. Que tipo de utensílios e ferramentas ele recupera do navio e por que os considera valiosas “riquezas” para um náufrago? 23 ...] Foi nessa época que fiquei doente. A BíClia foi um bom remédio para a alma. encontrava-se prÓximo à praia e continuava inteiro. desbastar. As quest×es a seguir encontram-se na seção -ição de Casa do Caderno do Aluno. Fazia-me bem ouvir outra voz além da minha: pena não ser de algum homem. agradeci à Divina Providência por mais esse cuidado. 42) [. Acreditei que tinha chegado a hora. [. Masquei folhas verdes.. (p. aprendera a falar e acompanhava-me aonde quer que eu fosse. Werner... 33) [. Vendo a morte muito prÓxima... afinal.] 4 5 Cerca feita com estacas apontadas e àncadas na terra. (p. no passado servira para armazenar grãos: no seu fundo havia cascas e migalhas de cereais. para quê pressa? Eu não tinha todo o tempo do mundo? [. apanhei um filhote de papagaio.. sacudi esses restos num canto. 0s colonos brasileiros costumavam domesticá-los e ensiná-los a falar. Precisava de algo para guardar restos de pÓlvora.] Na volta. aproximei-me e acreditei estar presenciando um milagre: uma ou duas dÙzias de pezinhos de milho surgiam da terra. tomei uma infusão de fumo em corda com rum... 37) [. Peguei minha arma. ver cada detalhe dos meus domínios. RoCinson Crusoé. 31) [. Pensei em seguir-lhes o exemplo. uma porção razoável de comida e pus-me a caminho.] Também descobri que o homem pode dominar qualquer profissão que queira. Robinson decide ir até ele e ver o que podia salvar da carga. E eu tinha. no Brasil. num dos caixotes.] Precisava de algo para moer o milho e transformá-lo em farinha. Daniel. Procurando no depÓsito da caverna. A verdade é que sarei em pouco tempo.. usando a mesma técnica que os índios brasileiros empregavam na confecção de suas canoas: queimavam a madeira.. num canto em que o rochedo projetava sua sombra. apÓs o naufrágio? 2.0T. com febre. fiz um de madeira. Passando perto da paliçada4.] Num momento de lucidez. meus olhos fixaram-se em pequenos brotos germinando. Quais são as primeiras coisas que Robinson Crusoé faz ao despertar em terra. Para limpar o saco.. se usava fumo para curar a malária. Sem instrumentos para fazer um pilão de uma pedra.. 32) [. Curioso. facear e alisar madeiras. Ao descobrir que o navio. 36) [. Adaptação de . perto da cerca: milagrosamente haviam germinado! (p. Nunca tinha visto aquelas plantinhas ali. por isso tentei diversos métodos ao mesmo tempo. (p.. não havia dÙvida.. 1.. com a plaina5. SÓ passado algum tempo é que me lembrei de um fato acontecido dias antes. 0 fumo curou-me a febre: não sabia como usá-lo. Pelos vestígios... acompanhado de meu cão. (p.. 43) [. trazido pela tempestade. Não sei qual dos métodos deu resultado: talvez todos juntos. A febre veio de mansinho. escavando-a.] Reconhecido. guardada no mesmo lugar. achei uma BíClia.] Foi no início da estação das chuvas. uma quantidade grande de pÓlvora e muniç×es..Sociologia – 1a série – Volume 1 Mas. Aos poucos. Ferramenta manual para aplainar.] Sempre quis conhecer a ilha inteira. Foi a mão de Deus que me guiou. achei um velho saco de estopa. São Paulo: Scipione.. Era milho e da melhor espécie. entre um ataque e outro de febre. a seguir. um pedaço de fumo em rolo e algumas folhas ainda não defumadas. lembrei-me de que. 54) [. tratei de deixar mais confortável o meu jeito de viver. e tive alucinaç×es.. aspirei a fumaça de folhas queimadas no fogo. © DEF0E. Hoje sei que esse período foi um dos piores da minha vida.] Poll.. uma machadinha. (p. fui incapaz de ordenar minhas ideias e colocá-las com clareza no papel. meu papagaio. Buscando o fumo. (p.. 0riginalmente. por meio da leitura da BíClia. 5. utilizaremos a situação enfrentada por Robinson Crusoé. Robinson era marinheiro e explorador. Descreva as condiç×es em que Robinson se viu. Não conhecia muito dos ofícios que viria a desenvolver na ilha. Você pode citar alguns exemplos? 6. Nesta etapa. ao qual ensinou a falar. Robinson utiliza-se de conhecimentos adquiridos no Brasil para atingir um objetivo. Em diversos momentos do texto. por acaso. Você pode questionar a turma. descreva duas que não se referem propriamente à sobrevivência. realizar com os alunos uma reáexão a respeito da questão central desta Situação de Aprendizagem: o ser humano é um ser social. vocês se encontrassem em uma ilha deserta sem aCsolutamente nada? 0 objetivo dessa pergunta é provocar a reáexão sobre a capacidade de sobrevivência do ser humano em condiç×es adversas. abrigo e descanso. tendo apenas as poucas ferramentas que recuperara do navio e os conhecimentos que detinha na época (século XVII). nos anos em que viveu isolado. Durante os anos em que viveu sozinho na ilha. Robinson criou diversos animais de estimação. rebatendo: E se. A questão de nÙmero 4. procurando identiàcar os sentimentos e as atitudes da personagem nos diversos episÓdios da narrativa. lance esta outra questão à turma: 7ocês acham que RoCinson Crusoé “deu . Para isso. nos primeiros meses de seu exílio na ilha. Etapa 2 – Aula dialogada sobre a leitura Até agora. 7. e o seu estado de espírito. 0bserve que a pergunta induz. como a manutenção de um calendário e o exercício da sua prática reli- 24 Você pode perguntar à turma: Que oCjeto vocês considerariam indispensável ter em mãos. propomos um formato de aula dialogada. As perguntas de interpretação de texto que eles responderam deverão servir de base para esta prÓxima etapa da Situação de Aprendizagem. A partir dela. não direcionava toda a sua energia apenas para a satisfação de suas necessidades vitais. você pode situar a personagem com relação aos seus grupos sociais de origem e aos demais grupos sociais com que conviveu. Esses elementos são importantes componentes de sua identidade humana. mas manifestava certos comportamentos distintamente humanos. em que o raciocínio é construído com a participação de todos. Com base na leitura do texto. Seu papel é oferecer as bases para essa reflexão. embora estivesse vivendo em condiç×es precárias na ilha. Alguns comportamentos adotados por Robinson Crusoé não são relacionados diretamente à satisfação de necessidades básicas como alimentação. Por essa razão. necessariamente. para construir essa ideia de forma gradativa junto com os alunos. Dentre as atividades citadas na obra. ou ser limitada a apenas alguns alunos. enfatizando a importância da interação com os outros para a sobrevivência do ser humano. teve como objetivo chamar a atenção para o fato de que Robinson Crusoé. caso se encontrassem em uma ilha deserta? Por quê? Esta pergunta pode ser respondida por todos. cite o que ele aprendeu a fazer.3. a partir de uma discussão mais aprofundada da obra. buscaremos. dentre eles um papagaio chamado Poll. Você poderia explicar por que ele fez isso? giosa. 4. Já a questão de nÙmero 5 teve por objetivo destacar a importância dos conhecimentos adquiridos no Brasil no episÓdio do ataque de malária. utilizando as sugest×es a seguir. por exemplo. à escolha de um objeto. individualmente. os alunos tiveram a oportunidade de pensar sobre a situação vivenciada pela personagem do livro. coordenada pelo professor. A seguir. O que poderíamos dizer soCre ele? Eis alguns exemplos: 25 . marinheiro. Aproveite para questionar essa resposta. negativas ou intermediárias – estão corretas. protestante. aquilo que aprendera nos anos em que vivera no Brasil como plantador de tabaco. também. Pensando dessa forma. ele não dispunha de ferramentas adequadas a todas as atividades que precisava desenvolver para tornar sua vida mais confortável na ilha. Importa ressaltar que. escrevia um diário. entre outros exemplos. às comunidades de colonizadores e indígenas brasileiros com quem vivera no Brasil. estava habituado a trabalhar com madeira. inglês. por meio da herança cultural que lhe foi legada. Talvez ele tivesse sobrevivido. É observando os artefatos deixados pelos povos do passado que os arqueÓlogos. Pergunte aos alunos: Vocês acham que conseguiriam soCreviver se dispusessem exatamente dos mesmos recursos que RoCinson? Certamente alguns alunos responderão que sim. Imagine que não tivéssemos acesso ao diário de Robinson Crusoé e estivéssemos estudando sua ilha anos depois de sua morte. Pensando dessa forma. por exemplo. lia a BíClia. f sabia como abater e esfolar animais. ele tinha todas as condiç×es adequadas para viver como um europeu do século XVII. Foi essa herança cultural que tornou possível a transformação dos recursos retirados da natureza em meios para sua sobrevivência. mas certamente não viveria da forma como viveu na ilha. reflita com os alunos: Vocês acham que RoCinson Crusoé encontrava-se realmente isolado na ilha desaCitada em que vivia? Fisicamente sim. cordas. f tinha conhecimentos sobre o uso de armas de fogo com pÓlvora (mosquete). O que o ajudou a superar esses oCstáculos? Essa pergunta tem por objetivo levar os alunos a reáetir sobre o fato de que não basta ter utensílios e ferramentas para transformar a natureza. como cultivar a terra e ter onde cozinhar e armazenar alimentos. 0 caso de Robinson é um exemplo interessante da união entre conhecimentos de origens diversas: consigo trouxe para a ilha o conhecimento que detinha como europeu. é preciso saber utilizá-los e ter conhecimento da sua fabricação. em nenhum dos casos. ao mesmo tempo. que faziam parte do seu dia a dia no navio.Sociologia – 1a série – Volume 1 sorte” por ter conseguido resgatar diversos oCjetos do navio encalhado? Todas as respostas – positivas. atentando para o fato de que Robinson Crusoé: f era marinheiro. quando e como ele vivia . Em seguida. Mesmo com tudo o que salvara do navio. tanto com os colonizadores portugueses como com os nativos brasileiros. mas na realidade ele estava culturalmente ligado à sociedade europeia de onde viera e. seu uso e sua manutenção. procuram entender de que maneiras diferentes grupos humanos viviam no passado. além de fazer fogo (sem fÓsforos ou isqueiros) para assá-los e se alimentar deles. do modo como estava habituado. barcos e velames (conjunto de velas que ajudam a impulsionar o navio com a força do vento). f vivera em contato com indígenas no Brasil e conhecia melhor a natureza do que muitos de nÓs. usava roupas. sentava-se à mesa para comer e beber. pois os seres humanos são tanto produtores de cultura como produtos de sua prÓpria cultura. que vivemos em cidades e não estamos habituados a cultivar a terra e a caçar animais. alfabetizado e. presente e futuro). portanto. confronte a turma com a questão fundamental: Vocês acham que RoCinson Crusoé teria soCrevivido sem os conhecimentos que ele havia trazido da Europa e do Brasil? 0 instinto de sobrevivência do ser humano é extremamente forte. oCservando o seu modo de vida? Sim. dê continuidade ao questionamento: Vocês acham que é possível identiàcar a origem de Crusoé onde. Seu modo de vida reáetia seu passado em sociedade: marcava os dias em um calendário (pensava no passado. portanto. f o uso de armas como o mosquete o situa entre os séculos XVI e XVIII. entre outras frases que imitavam um diálogo. exercia alguma função a eles relacionada (marinheiro. como meio a partir do qual procuraremos despertar a reáexão sobre a concepção do ser humano como um ser social – tema central desta Situação de Aprendizagem. de modo que Poll apenas repetia a prÓpria fala de Robinson. Esse sentimento perpassa toda a obra e encontra-se refletido nas atitudes que ele toma para amenizar o sofrimento causado pela ausência de outros seres humanos. f possuía uma BíClia – logo. dotado de instinto e não de razão. ao qual ensinou a falar. que deveria ter chegado ali em um navio. 0bserve que o papagaio é um animal. Era uma espécie de espelho para ele. carpinteiro. Nosso objetivo é utilizar a situação da personagem para. e não consegue sobreviver na ausência de outros seres humanos. capitão etc. era cristão. Robinson sentia a mais profunda solidão. A opção pela exibição de uma obra cinematográàca tem ainda a característica de propiciar . caso seja possível exibi-lo. A situação da personagem do filme é muito semelhante à de Robinson Crusoé. Além da profunda ligação com seu grupo social de origem. Se o arqueÓlogo que estivesse estudando os vestígios deixados por Robinson conhecesse a língua em que a BíClia estivesse escrita. Robinson não poderia ter vivido antes ou depois dessa época. Destaque a importância desse fato. portanto. armeiro. Deduziríamos também. Isso pode ser conàrmado também pelo uso de tinta e penas para escrever. sua fala é apenas uma imitação daquilo que o ensinam a dizer. com o diferencial de se passar em uma época muito mais prÓxima da realidade vivida pelos alunos do que aquela da obra de Daniel Defoe. de um “eco” de sua prÓpria voz. sugerimos que opte pela proposta anterior. era inglês. No limite. 2000). Caso a escola não disponha de recursos para a exibição do àlme. de Robert Zemeckis Nesta outra proposta. mesmo saCendo que a ave jamais saCeria o que estava dizendo a ele? Aguarde as respostas da turma e discuta-as. sugerimos a exibição de alguns trechos do filme Náufrago (direção de Robert .emecLis. com base nas aulas dialogadas e nos exercícios de interpretação dos trechos sugeridos. Em seguida. Sondagem e sensibilização A indicação do àlme Náufrago tem os mesmos objetivos da atividade anterior. introduza o tema central desta Situação de Aprendizagem: o ser humano é um ser social. comunicar-se e relacionar-se com os outros comp×em sua herança cultural e formam a base de sua identidade. espera-se que os alunos tenham desenvolvido a compreensão de que o ser humano não existe fora da sociedade. observando que aproveitara todo o material do navio. recomendamos que você o assista na íntegra antes de mostrar aos alunos os trechos selecionados. deduziria que ele. possivelmente. Ele criou diversos animais. Contudo. introduzir os conteÙdos e os temas propostos para essa etapa. possivelmente. e que os recursos de que se utiliza para sobreviver. Proposta 2 – Discussão sobre trechos do àlme Náufrago. Desse modo. Questione: Por que Crusoé ensinou um papagaio a repetir o seu próprio nome. dentre eles um papagaio. o 26 papagaio era apenas um substituto para sua necessidade mais premente: a de imaginar que outra pessoa estava interagindo com ele.f saberíamos que aquele homem encontrava-se em uma ilha e deduziríamos. Ao ànal desta etapa. que possuía conhecimentos sobre o uso de seus componentes e que.). Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Sinopse: 0 filme Náufrago conta a histÓria de ChucL Noland (interpretado por Tom HanLs). que vive para o trabalho. a bordo de um pequeno bote salva-vidas. exibindo novamente as cenas para as quais considera ser necessário chamar a atenção.elly (interpretada por Helen Hunt). Em uma de suas inÙmeras viagens. cuja ordem de exibição não compromete a sequência narrativa e atende perfeitamente ao objetivo de discutir a questão 2. na aula seguinte. tendo como recursos apenas algumas caixas com encomendas da companhia que foram salvas do acidente. onde vive sozinho durante quatro anos. Sua Ùnica motivação para permanecer vivo é a lembrança da namorada . De que formas Noland procura se comunicar para pedir socorro? 3. o avião da companhia. Noland procura abri-los a àm de beber a água e alimentar-se da polpa. juntas. Esse exercício tem por objetivo realizar uma primeira aproximação crítico-analítica com a obra. presentes no Caderno do Aluno. faça um breve relato. as quest×es propostas a seguir servirão como base para você aprofundar a discussão na aula seguinte. com a classe. ApÓs a exibição dos trechos. Antes da exibição do trecho. as quais. Sugerimos que o processo seja realizado de forma gradativa. trazer o àlme para a classe outra vez. 11. Nesta proposta. tão logo quanto possível. quando os alunos reáetirão sobre os temas da Situação de Aprendizagem. sobrevoando o 0ceano Pacífico. Você pode. abrindo a possibilidade para que outros meios de comunicação contribuam para tornar a dinâmica em sala de aula mais instigante. inclusive. variada e atraente. cuja fotografia ele mantém em um relÓgio de bolso que ela havia lhe dado no Ùltimo encontro antes do acidente. pergunte à turma se alguém já assistiu ao filme. Etapa 1 – Primeira análise dos trechos selecionados de Náufrago A primeira atividade a ser realizada com os alunos. um engenheiro de sistemas de uma companhia de correios e entregas. na aula seguinte. central desta Situação de Aprendizagem: o ser humano é um ser social. Nesse sentido. apÓs o acidente? 0 àlme tem duração total de 144 minutos. Caso ninguém o tenha visto antes. defronta-se com uma tempestade e uma sÙbita e inexplicável pane nas turbinas leva-o a uma queda no mar. as respostas sejam discutidas em conjunto. chega a uma minÙscula ilha no meio do 0ceano Pacífico. 1. As cenas selecionadas são as de nÙmero 9. Enumere a ordem 27 .Sociologia – 1a série – Volume 1 uma ruptura com relação ao padrão de aulas em que a interação se dá exclusivamente entre educador e educandos. para tirar possíveis dÙvidas. que servirá como etapa preparatÓria para a discussão mais aprofundada. Ao descobrir os cocos verdes. sugerimos que os alunos reflitam e respondam às quest×es a seguir. selecionamos cenas. As quest×es de interpretação das cenas podem ser corrigidas de forma dialogada. o que torna impossível sua exibição na íntegra em apenas uma aula. 0 ideal é que essa seja uma tarefa para casa e. Quais são as primeiras coisas que ChucL Noland faz ao despertar na praia. Noland consegue acionar o equipamento de emergência e. 10. totalizam cerca de 35 minutos. logo apÓs assistirem ao àlme. 13 e 16. é a interpretação do conteÙdo assistido. considerando a sinopse reproduzida a seguir e no Caderno do Aluno. 12. bola de vôlei. (4) Utilizar uma pedra para parti-los. 11. vestido. Noland saiu em exploração pela beira da água. vestido. os alunos tiveram a oportunidade de pensar sobre a situação vivenciada pela personagem do àlme. cartão de aniversário. 7 e . (2) Esmurrar o coco contra a parede de pedra. Quais são os rituais que Noland realizou durante o funeral? 9. ao chegar. encontra apenas um cadáver. d) Encontrar outros seres humanos. patins de gelo. e) Todas as alternativas anteriores. bola de vôlei. cartão de aniversário. outra como cinzel. pager. c) Papéis de divÓrcio. Descreva. Noland avista o que parece ser um dos seus companheiros do acidente. pager. àtas de videocassete. sapatos pretos. corre até ele. responda: 0 que levou Noland a correr desesperadamente em direção àquilo que vira do ponto mais alto da ilha? 7. mas. bola de vôlei. patins de gelo. uma como martelo. de que modo a personagem utiliza esses objetos para transformar os recursos naturais e mesmo aquilo de que dispunha em meios para a sua sobrevivência. plástico bolha. (5) Utilizar uma pedra lascada como ferramenta para cortar a casca. patins de gelo. 5. por que Noland se deu ao trabalho de trazer o corpo até a ilha e enterrá-lo? 2 Etapa 2 – Aula dialogada sobre o àlme Até agora. Durante a expedição. Quais eram seus objetivos? d) Fitas de videocassete. A certa altura. c) Perceber os limites geográàcos do local. Com base no que você viu no àlme. (1) Atirá-los contra uma parede de pedra. Ao constatar que seu colega de trabalho estava morto. As perguntas de interpretação do conteÙdo assistido a que eles responderam deverão servir de base para a prÓxima etapa desta Situação de Aprendizagem. 4. patins de gelo. àtas de videocassete.das etapas empreendidas no esforço para abri-los. Quem é Wilson? 6. Quais foram suas descobertas? 12. Desesperado. vestido. Quais foram os objetos que Noland encontrou ao abrir as caixas recolhidas do acidente? (6) Utilizar duas pedras combinadas. As quest×es de nÙmero 6. papéis de divÓrcio. para furar o coco. por . bola de vôlei. a) Descobrir onde estava. Como Noland conseguiu fazer fogo? Descreva as etapas percorridas para que ele conseguisse e os fatores que o levaram a ter sucesso. àtas de videocassete. a) RelÓgio de bolso. 10. com suas prÓprias palavras. lanterna. b) Reconhecer o territÓrio. 8. (3) Tentar abri-los esmurrando-os contra uma rocha pontiaguda. papéis de divÓrcio. b) Cartão de aniversário. necessariamente. “eu teria um canivete escondido no bolso”. ou “eu sempre levo um isqueiro comigo”. lance esta outra questão à turma: Vocês acham que Chuck Noland “deu sorte” por ter podido salvar alguns oCjetos das caixas da companhia de entregas por ele encontradas? Todas as respostas – positivas. Noland optou por não abrir as caixas da companhia de entregas. como o sepultamento de seu colega de trabalho. Aproveite para questionar essa resposta. nos Estados Unidos. para construir essa ideia de forma gradativa com os alunos. Esses elementos são importantes componentes de sua identidade humana. negativas ou intermediárias – estão corretas. remetendo sempre à situação enfrentada pela personagem no àlme. Retome o episÓdio dos cocos verdes e recapitule com os alunos as 29 . combustível e calor é um conhecimento adquirido a partir da convivência com outros grupos sociais. Saber que para iniciar um processo de combustão é preciso combinar oxigênio.Sociologia – 1a série – Volume 1 exemplo. Nesta etapa. para não estender a discussão. buscaremos. realizar com os alunos uma reáexão a respeito da questão central desta Situação de Aprendizagem: o ser humano é um ser social. Pergunte aos alunos: Vocês acham que conseguiriam soCreviver se tivessem exatamente os mesmos recursos de que Chuck Noland dispunha? Certamente alguns alunos responderão que sim. Sabia pouco. Desafie-os. do modo como estava habituado. Para isso. mostrando a importância da interação com os outros para a sobrevivência do ser humano. Chame a atenção para o fato de que. E se vocês estivessem em uma ilha onde nevasse e fizesse muito frio? Como Noland saCia que era preciso esfregar dois pedaços de madeira para fazer fogo? Será que vocês tamCém teriam tido a mesma ideia. em nenhum dos casos. Albert Muller. à escolha de um objeto. mas manifestava certos comportamentos distintamente humanos. rebatendo: E se. Por essa razão. Naquele momento. vocês se encontrassem em uma ilha deserta sem aCsolutamente nada? 0 objetivo dessa pergunta é provocar a reflexão sobre a capacidade de sobrevivência do ser humano em condiç×es adversas. utilizando as sugest×es a seguir. sobre como viver em um ambiente tropical. ele dispunha apenas das prÓprias mãos e da prÓpria engenhosidade para resolver seus problemas. não direcionava toda a sua energia apenas para a satisfação de suas necessidades vitais. Você pode questionar a turma. por exemplo. a partir de uma discussão mais aprofundada do àlme. procurando identificar os sentimentos e as atitudes da personagem nos diversos episÓdios da narrativa. individualmente. ou ser limitada a apenas alguns alunos. caso se encontrassem em uma ilha deserta? Por quê? Essa pergunta pode ser respondida por todos. uma cidade grande no Estado da Virgínia. Seu papel é oferecer as bases para essa reáexão. portanto. A seguir. propomos um formato de aula dialogada. se não tivessem assistido ao àlme? Não descarte a hipÓtese de alguns alunos apresentarem soluç×es “mágicas”. inicialmente. por acaso. Já a questão de nÙmero 11 teve por objetivo destacar a importância dos conhecimentos que ele detinha no episÓdio da tentativa de fazer fogo. Você pode perguntar à turma: Que oCjeto vocês considerariam indispensável ter em mãos. embora estivesse vivendo em condiç×es precárias na ilha. Importa ressaltar que. utilizaremos a situação enfrentada por ChucL Noland. 0bserve que a pergunta induz. ele tinha todas as condiç×es adequadas para viver como um estadunidense do século XX. tiveram por objetivo chamar a atenção para o fato de que ChucL Noland. como. atentando para o fato de que Noland era engenheiro de sistemas e morava em Memphis. em que o raciocínio é construído com a participação de todos. orientada por você. 0s rituais realizados por Noland expressam. para encontrar soluç×es para um problema. Pensando dessa forma. escrita (escrevendo a palavra “socorro” na areia com os pés e depois. O que poderíamos dizer soCre ele? Eis alguns exemplos: f um homem viveu ali. pois deixou marcas da sua presença (objetos de fabricação humana. Albert Muller. Afinal. Imagine que Noland não tivesse sobrevivido e chegássemos à ilha anos depois de sua morte. caracteriza-se pela combinação destes dois fatores: a união dos conhecimentos herdados dos seus grupos sociais de origem e sua prÓpria capacidade de raciocinar. mas certamente não viveria da forma como viveu na ilha. a partir de sucessivas tentativas e erros. Vocês pararam para pensar soCre isso? A mesma questão vale para as tentativas de fazer fogo. o gesto de ter colocado junto ao morto seus objetos pessoais – a carteira e. Foi essa herança cultural que tornou possível a transformação dos recursos retirados da natureza em meios para a sobrevivência. ref lita com os alunos: Vocês acham que Chuck Noland encontrava-se realmente isolado na ilha desaCitada em que vivia? Fisicamente sim. dê continuidade ao questionamento: Vocês acham que é possível identificar a origem de Chuck Noland onde. É observando os artefatos deixados pelos povos do passado que os arqueÓlogos. Pensando dessa forma. procurava alimentar-se de carne de caranguejo cozida e. Pergunte à turma: O que levou Noland a utilizar aqueles recursos para aCrir o coco? Na opinião de vocês. buscando alternativas. Em seguida. procuram entender de que maneiras diferentes grupos humanos viviam no passado. 0 comportamento do ser humano. confronte a turma com a questão fundamental: Vocês acham que Chuck Noland teria soCrevivido sem os conhecimentos que ele havia trazido dos Estados Unidos? 0 i nst i nto de sobrev ivênc ia do s er humano é extremamente forte. junto ao peito. Como Noland saCia que esfregar pedaços de madeira. o fato de ter coberto o rosto do cadáver. por exemplo. depois. a foto da família – são gestos simbÓlicos que aprendemos convivendo em sociedade. às diversas sociedades ao redor do mundo com quem mantivera contato em suas inÙmeras viagens como funcionário da companhia de entregas. 0 modo como ele sepultou o corpo – enterramento –. mais importante ainda. f esse homem estava de alguma forma ligado à empresa estadunidense de entregas. restos de fogueira. usava calçados. seria eàciente para fazer fogo? Onde será que ele aprendeu isso? As respostas serão variadas. primeiro por meio da linguagem oral (chamando por socorro) e.etapas empreendidas para abri-los. quando e como ele vivia . Noland talvez tivesse sobrevivido. também. uma vez que parte dos objetos encontrados com . 0 que importa é enfatizar que ele combinou seus conhecimentos com sua criatividade. criar e resolver problemas. ele poderia ter utilizado outro utensílio? Aguarde as respostas e comente-as. mas na realidade ele estava culturalmente ligado à sociedade estadunidense de onde viera e. buscava comunicar-se com outros seres humanos. com pedaços de madeira). oCservando o seu modo de vida? Sim. questionar. os seres humanos são tanto produtores de cultura como produtos de sua prÓpria cultura. cocos verdes abertos). Um exemplo é o funeral que realizou para o seu colega de trabalho. Seu modo de vida reáetia seu passado em socie- 30 dade. um contra o outro. como ser racional. em grande parte. Destaque o fato de a pedra ser mais dura que o coco. nossas crenças e os hábitos culturais que herdamos ao lidar com a morte. Também andava vestido. incapaz de falar. provavelmente era estadunidense ou inglês. Aos poucos. Ao final desta etapa. aquele logotipo. A partir da marca deixada por ele – uma marca distintamente humana. era alfabetizado. Noland sentia a mais profunda solidão. e não consegue sobreviver na ausência de outros seres humanos. Era uma espécie de espelho para Noland. como utilizava o sistema de milhas. uma bola de vôlei. Nesse sentido. de que maneiras se relaciona com o meio em que vive e é afetado por ele. 0bserve que Wilson é. a bola de vôlei com a carinha pintada. Portanto. quando a empresa de entregas passou a adotar. oàcialmente. Esse sentimento perpassa todo o àlme e encontra-se reáetido nas atitudes que ele toma para amenizar o sofrimento causado pela ausência de outros seres humanos. na realidade. com seu prÓprio sangue –. de um “eco” de sua prÓpria voz.Sociologia – 1a série – Volume 1 ele eram encomendas transportadas por essa empresa. 0 ser 31 . o que pode ser interpretado como uma projeção de toda a angÙstia causada p ela falta da presença de outros seres humanos. e não de quilômetros. essa sociedade se formou? A partir do instante em que Noland se dirige a Wilson. com quem Noland dialoga e passa a viver em sociedade. mesmo saCendo que ele era apenas uma Cola de vôlei suja de sangue? Aguarde as respostas da turma e discuta-as. A principal delas é a criação de um amigo imaginário. A partir das situaç×es extremas vividas por Robinson Crusoé ou ChucL Noland. esse rosto assume uma identidade e torna-se outra pessoa. com uma marca de sangue que representa um rosto. Além da profunda ligação com seu grupo social de origem. de modo que podemos situar o período em que esse homem viveu na ilha mais ou menos nessa época. fora dele. Em seguida. introduza a questão central desta Situação de Aprendizagem: o ser humano é um ser social. e. f a presença desse homem na ilha sÓ pode ter se dado a partir de 1994. espera-se que os educandos compreendam que. o pronome pessoal “nÓs”. f as marcas que ele deixou na pedra indicam que ele tinha conhecimentos matemáticos e sabia fazer cálculos. sua “fala” é apenas imaginada por Noland. procurando estimar qual sua posição geográfica com base em sua recapitulação dos fatos e eventos que antecederam o acidente. Wilson. mesmo vivendo de forma isolada. Avaliação da Situação de Aprendizagem Esperamos que tanto a Proposta 1 quanto a Proposta 2 contribuam para que os alunos desenvolvam uma noção inicial do lugar do indivíduo na sociedade. Wilson servia apenas de contraponto para um diálogo imaginário. o ser humano carrega consigo os elementos que comp×em sua identidade humana e o inserem no interior de uma sociedade. se comunicar e se relacionar com os outros comp×em sua herança cultural e formam a base de sua identidade enquanto ser humano. as àtas de videocassete VHS ainda eram bastante difundidas. Pergunte à turma: Em que momento. Noland desenha um rosto e começa a conversar com ele. era apenas um substituto para sua necessidade mais premente: a de imaginar que outra pessoa estava interagindo com ele. Destaque a importância desse fato. batizada de Wilson. e passa a utilizar a primeira pessoa do plural. de sua mão. espera-se que os alunos tenham desenvolvido a compreensão de que o ser humano não existe fora da sociedade. e que os recursos de que utiliza para sobreviver. exatamente. No limite. logo. f na década de 1990. Por que Noland passa a falar com Wilson. como: f elementos que tradicionalmente são tomados como marcadores de identidade brasileira. ao mesmo tempo que são produzidos por ela. quando e onde vivem os brasileiros. Proposta 2 Para quem assistiu ao àlme Náufrago. Propostas de situação de recuperação Proposta 1 Para quem leu a obra ou os trechos selecionados de RoCinson Crusoé.). por meio de pesquisa de imagens. pensar e ser brasileiros. proposta na seção Pesquisa em grupo do Caderno do Aluno. em que o aluno articule as seguintes quest×es: f as estratégias utilizadas por Noland para sobreviver. sugerimos a elaboração de um texto dissertativo. valores. textos e outros materiais. no painel. Divida os alunos em grupos. dizemos que os seres humanos produzem histÓria. f a criação da personagem Wilson. é trazer os elementos trabalhados na Situação de Aprendizagem para a nossa realidade de forma lÙdica. ao mesmo tempo em que a vida em sociedade transforma o lugar onde ele vive e o transforma. . em que o aluno articule as seguintes quest×es: f f f f o modo como Robinson vivia na ilha. nesta atividade. costumes e modos de agir. Esse processo encontra-se em permanente mudança e tudo aquilo que é produzido. em termos culturais e econômicos. os alunos busquem expressar. sua origem. onde e como vivemos hoje. Ao ànal. que não fala a nossa língua. f elementos componentes da herança cultural brasileira. mas a articulação entre os conteÙdos simbÓlicos selecionados e as formas de expressão utilizadas e combinadas para expressá-los. Cada um terá como tarefa a produção de um painel ilustrativo (utilizando desenho. regras sociais. f a produção cultural do brasileiro (o ser humano como produto e produtor da sociedade em que vive). o que é a sociedade brasileira. cujo objetivo é comunicar para um grupo de jovens visitantes de outro país. sugerimos a elaboração de um texto dissertativo. aquilo que nos identifica como brasileiros. pintura etc.humano transforma a natureza à sua volta. a época em que ele viveu (século XVII). f as atitudes não relacionadas às necessidades de sobrevivência imediata. o painel deve expressar claramente a ideia de que somos uma sociedade que compartilha mais do que um territÓrio em comum. nossa herança cultural. pode ser situado no tempo e no espaço (contexto histÓrico). 32 f elementos indicadores de como. seus conhecimentos. em que os principais elementos a serem considerados na avaliação não sejam tanto a variedade de recursos visuais empregados. Por essa razão. mas também a língua. f os recursos disponíveis. Espera-se que. propomos que. Nesse sentido. Subjacentes ao trabalho de expressão artística deverão estar contemplados os principais temas apreendidos em sala de aula. na íntegra ou aos trechos selecionados. colagem. os alunos desenvolvam um trabalho com certo conteÙdo artístico. 0 objetivo da avaliação. professor titular aposentado da Universidade de São Paulo (USP).. o estudante Caio Meneghetti Fleury -ombardi. Emílio foi morto a pauladas. No sábado. Foram cinco casos noticiados em 6 dias. que o acusavam de roubar uma TV. sociÓlogo e colaborador do “Aliás”. Morreu no local. Na noite de segunda-feira. em Franco da Rocha (SP). Conteúdos e temas: noção básica do que é a Sociologia e como ela se distingue de outras disciplinas. Salvador e Rio lideram No fim de semana passado. [. Sondagem e sensibilização Para sensibilizar os alunos a respeito do olhar sociolÓgico para a realidade. reproduzida a seguir e na seção -eitura e análise de texto do Caderno do Aluno. Por fim. José de Souza Martins. Domingo. bem como do contexto histÓrico de sua formação.AGEM 3 A S0CI0-0GIA E 0 TRABA-H0 D0 S0CI¶-0G0 0 objetivo desta Situação de Aprendizagem é apresentar aos alunos o que é a Sociologia e qual foi o contexto histÓrico de sua formação. a 200 metros de onde Emílio e Michael foram atacados. produção de textos contínuos e expressão oral. No ranking do horror. foram linchados por mais de 30 pessoas. Emílio 0liveira Silva e Michael Santa Izabel. um adolescente da Fundação Casa (ex-Febem) foi linchado até a morte por outros internos. Ele também foi perseguido por mais de 30 moradores. sofreu uma tentativa de linchamento. estuda linchamentos há quase 30 anos e documentou 2 mil casos. Competências e habilidades: desenvolver habilidades de leitura. em Ribeirão Preto (SP). Sugestão de estratégias: aula dialogada. Sugestão de recursos: lousa. três homens suspeitos de roubo foram linchados na periferia de Salvador. acusados de saquear residências da vizinhança. iniciar o aluno no contexto do surgimento da Sociologia e torná-lo apto a distinguir a Sociologia de outras disciplinas.. São Paulo.Sociologia – 1a série – Volume 1 SITUA¬«0 DE APRENDI. é algo normal. a àm de que possam apreender o papel da Sociologia na compreensão da sociedade contemporânea. sugerimos iniciar esta Situação de Aprendizagem com a leitura e análise de uma entrevista realizada com o sociÓlogo José de Souza Martins. além de discutir a atuação do sociÓlogo na sociedade contemporânea. Não se trata de uma epidemia – em nosso contexto. Quinhentos mil contra um Linchamento é fruto de um Estado débil. a vítima foi um homem de identidade desconhecida. Sugestão de avaliação: texto dissertativo e/ou quest×es pontuais.] 33 . na quinta-feira. atropelou o frentista Carlos Pereira Silva e tentou fugir. que invadiu um posto de gasolina. havia a tonsura (a raspagem dos cabelos) de mulheres que tiveram relaç×es sexuais com nazistas. 0 linchamento original. Mesmo os americanos. no Mato Grosso. Se um branco e um negro. tinha essa característica. Há uma pequena porcentagem superior de negros em relação a brancos. Há muitas ocorrências por causa de roubo. Era uma forma de estigmatizar. Que criminoso é mais vulnerável? 0 linchado pode ser desde o ladrão de galinha até o estuprador de criança. Esta é a dimensão de racionalidade num ato irracional. 0 caso mais emblemático é o de Matupá. há muitas mulheres linchadoras no Brasil. especialmente se o ladrão é contumaz. Não dá para ter certeza. para que ela ficasse marcada. está salvo. tiveram fontes precárias. Então. ele não aparece nas estatísticas. porque linchamento é o tipo de crime inquantificável. os linchamentos são frequentes. a probabilidade de o negro ser linchado é maior. 0correm em bairros de periferia. os maiores fatores são os casos de homicídio. Agora. onde quem atua é a classe média. Quem são os linchadores no Brasil? Não há tanto uma divisão de ricos e pobres. mas há várias exceç×es.O Brasil é o país que mais lincha no mundo? Possivelmente. São Paulo é a cidade que mais lincha. No Brasil. A prÓpria população estabelece uma gradação da pena que vai impor ao linchado. Há momentos histÓricos em que isso acontece. As pessoas que tentaram linchar o rapaz acreditavam que não haveria justiça. Tem havido muitas tentativas de linchamento em acidentes de trânsito. Mas o risco de ser queimado é mínimo. De modo geral. depois da 2ª Guerra Mundial. 0 linchamento é um crime altruísta. Há também uma escala de durabilidade do Ódio. Porém. Como funciona essa gradação? Um ladrão de galinha vai sair muito machucado – e pode acontecer de ele morrer. Mas normalmente a polícia chega logo e evita o ataque. já que a pena seria mais leve por conta da atenuante. Mulheres são linchadas? É raríssimo. O que configura um linchamento? É uma forma de punição coletiva contra alguém que desenvolveu uma forma de comportamento antissocial. Mulheres e crianças. no CÓdigo Penal brasileiro não existe o crime de linchamento. ou se houve violência sexual. Qual o perfil de quem é linchado? Em geral. por exemplo. Sem dÙvida. Acredito que tenha sido o caso dos rapazes em Salvador. há dois ou três em que uma mulher foi a vítima. Estimo que aconteçam de 3 a 4 linchamentos no país por semana. na média. Nesse caso do atropelamento de um frentista em Ribeirão Preto. Na França. um crime social com intenç×es sociais. o delegado decidiu inicialmente por crime culposo (depois mudou para doloso). Na França. Se um ladrão sobreviver durante 10 minutos de ataque. 0s casos são diluídos. os linchamentos são urbanos. é linchado o pobre. No caso da Itália. quando tentaram numerar seus casos. é o fato de não termos justiça. Nos 2 mil casos que estudei. É um homem de bem que sabe que está cometendo um delito e não quer visibilidade. cometem o mesmo crime. 0 linchador age em nome da sociedade. Se a vítima do assassino é uma criança ou um jovem. pelo menos na percepção das pessoas comuns. ter traído a pátria era um motivo para linchar. quando não havia uma ordem política. há linchamentos no interior do país. nos Estados Unidos. Por outro lado. Com o estuprador é o contrário. 0 antissocial varia de momento para momento e de grupo para grupo. período que minha pesquisa abrange. ou seja. 0 linchamento foi filmado 34 . Isso nos Ùltimos 50 anos. aconteceu o mesmo. somente o homicídio. Depois. separadamente. vêm Salvador e Rio de Janeiro. Que análise o senhor faz de um país haCituado ao linchamento? As sociedades lincham quando a estrutura do Estado é débil. 1. exemplos ocorridos em Com a discussão dessa entrevista. [. 2. não vai participar de um linchamento. ressalte que o entrevistado foge do imediatismo e da superàcialidade. destaque que o sociÓlogo é chamado. E quando a classe média lincha.estadao. Quinhentos mil contra um.htm>..] MARTINS. Aliás. José de Souza. Explique o que o sociÓlogo diz sobre o linchamento nas diferentes sociedades. a população conseguiu linchá-los e queimá-los vivos. porém é mais ritual na execução do linchamento. Por que a jornalista pediu ao sociÓlogo que falasse sobre o tema? Destaque ainda que. [. seja dos linchadores. também apresentadas na seção -ição de casa do Caderno do Aluno. Deàna o peràl do linchado. 35 . Três sujeitos assaltaram o banco. Em seguida. retome com os alunos as características do senso comum discutidas em sala de aula. inclusive..12593. Entrevista concedida a Flávia Tavares. Uma sugestão para concluir esta etapa é propor aos alunos as seguintes quest×es. por ser um proàssional especialista em analisar aspectos da vida social. Estima-se que 500 mil brasileiros tenham participado de linchamentos nos Ùltimos 50 anos.quinhentos-mil-contra-um. 0 pobre é igualmente radical. o entrevistado também foge do preconceito. Paulo. 1. negros ou brancos. precisamente.. 200. Depois de ouvir as respostas da turma. no noticiário. explique como o entrevistado procura fugir do senso comum ao falar do assunto. a crueldade tende a ser maior. Ele envolve pessoas cuja referência social é frágil.. Disponível em: <http://www.com. ao evitar aàrmaç×es que expressem qualquer tipo de avaliação. ele procura identificar onde e quem são os indivíduos envolvidos em uma situação de linchamento (homens ou mulheres. procurou-se mostrar aos jovens como o sociÓlogo pode construir sua análise e como a análise sociolÓgica pode ser complexa ao considerar distintos aspectos da questão social estudada e sob diferentes ângulos. 17 fev. Isso foi a classe média. Não é um nÙmero pequeno. Chame a atenção para o fato de que evitar generalizaç×es indevidas é uma importante preocupação metodológica do sociólogo ao analisar qualquer situação. apresentando. O Estado de S. Retomando as características do senso comum discutidas em sala de aula. 2. Você pode dividir a classe em grupos ou pedir que os alunos respondam individualmente às seguintes quest×es com base na leitura do texto: outros contextos histÓricos e sociais. 0 problema é que elas são maioria no Brasil.] Estamos todos sujeitos a participar de um linchamento? Se você tem valores bem fundamentados.Sociologia – 1a série – Volume 1 e passado pela televisão. pois procura analisar distintos aspectos sob diferentes ângulos da prática do linchamento no Brasil. seja a respeito daqueles que são linchados. Acesso em: 17 maio 2013. porque ela tem prazer no sofrimento da vítima. A seguir. Tanto que.0. Estabeleça o peràl do linchador.br/noticias/ suplementos. ricos ou pobres etc.). com o objetivo de compreender os motivos por detrás dessa prática. 3. A Sociologia nasceu no século XIX. a ideia de progresso. propiciando uma abordagem interdisciplinar. Comte considerava que a sociedade 36 estava em crise e achava que a função da Sociologia seria a de resolver a crise do mundo moderno. 2003). como a migração do campo para a cidade. que não precisa mais depender da demanda existente. A discussão sobre o contexto histÓrico pode ser feita com o auxílio do professor de HistÓria. mas todo um sistema econômico que estava se alterando. Assim como outros homens de sua época. mas suas consequências para a vida das pessoas se àzeram sentir com mais força somente no século XIX. em que a Sociologia surge como ciência preocupada em construir explicaç×es a respeito da sociedade e de suas transformaç×es. 190. Pessoas que viveram o período chamavam a prÓpria época de “uma era de mudanças”. mas a capacidade de produzir carros baratos – isso é que fomentou a atual demanda em massa. Nos grandes centros urbanos. sem rumo (GA:. devido ao contexto da época. A indÙstria automobilística ajuda a entender isso. No início da Revolução Industrial. pois ela cria o seu prÓprio mercado. muitos viam as mudanças em curso como um sinal de desordem. p. na França. da Ética e da Filosofia da HistÓria (a discussão sobre a especiàcidade do objeto da Sociologia ocorrerá no prÓximo volume). 43). Você pode mostrar aos alunos que hoje ela é uma ciência autônoma em relação a todas essas citadas. Uma das características do século XIX é que a prÓpria natureza das mudanças se alterou. um dos fatores que atraíram os trabalhadores e os àzeram deixar os campos eram os salários mais . MARTINS. No século XIX. Achava-se que o mundo moderno estaria em crise. fornecer um sistema de ideias científicas que presidiria a reorganização social. muitas pessoas tinham medo dos carros. de uma época marcada por “dilemas sociais” (FERNANDES. um “século de transiç×es” (GA:. p. cunhada por Augusto Comte.Etapa 1 – O contexto de surgimento da Sociologia Neste momento você já pode expor para os alunos quando surgiu a Sociologia. 27). tanto operários como pequenos comerciantes não viam que o problema não eram as máquinas em si. Não sÓ ocorreram as grandes imigraç×es para a América. f por outro lado. que produz quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente. portanto. Não foi a demanda por carros em 190 que criou a indÙstria de porte que hoje conhecemos. 199. um século marcado por dualidades: f de um lado. elas tornaram-se muito mais rápidas. fez com que as pessoas começassem a ter um sentimento generalizado de desordem. a Revolução Industrial disseminou a miséria e o descontentamento entre operários e pequenos comerciantes. da Revolução Industrial e da rápida urbanização. fome e exploração de outro. Difunde-se a ideia de que a histÓria da humanidade não apenas caminha em uma direção. e não de evolução (GA:. isto é. 199). Inclusive. 199. A palavra “Sociologia” nasceu por volta de 130. e de miséria. como também aponta para uma evolução – essa evolução era o progresso da humanidade. Ela está relacionada ao desenvolvimento de um sistema fabril mecanizado. Tratava-se. da Economia Política. A Revolução Industrial havia começado no século XVIII. A presença de grandes avanços de um lado. no início. uma sensação de estar à deriva. o contexto da época e como os sociÓlogos se distinguem dos proàssionais de outras áreas. A Sociologia era entendida de forma ampla e incluía parte da Psicologia. Este sempre fora dado pela luz diurna. e em 1900. novos valores. GAY. o indivíduo não trabalhava mais de acordo com o clima e estaç×es do ano. mais de 1 milhão. o dia passou a ser encompridado artiàcialmente (antes o gás. 0 tempo passou a ser controlado. 200. . Em 150. trouxe novos costumes. 19-21). 54-55. com o amanhecer e o crepÙsculo. Agora deveria aprender a trabalhar de maneira adequada à indÙstria. dividido e homo- geneizado. mais de 2. 0 século XIX pode ser compreendido como a era dos trens expressos. ajudaram a baixar o custo do transporte da produção e as mercadorias perecíveis puderam ser transportadas de forma mais ágil. A Revolução Industrial alterou o modo de vida das pessoas. fazendeiros e artesãos começavam e terminavam o seu dia. Arquitetos e mártires da mudança. em geral. Acompanhando a Revolução Industrial ocorria o processo de urbanização. não sÓ para compreender. tampouco quanto ao objeto dessa ciência. Ele foi regularizado. nesse primeiro momento. Peter.arl Marx mostra que um fator importante para essa migração para a cidade foi a concentração da propriedade com o objetivo de aumentar as pastagens para a criação de ovelhas. o Óleo e a vela já faziam isso. p. que se tornaram o palco dessas transformaç×es. A redução da margem de lucro. novos hábitos. A Sociologia nasceu como uma ciência da sociedade industrial (B0TT0M0RE. 0correu um esvaziamento do campo. ou seja. Com a disseminação da energia elétrica. mas também para reformar a sociedade. 45). Ela veio. Em meio a tudo isso surgiu a Sociologia. a pobreza existente nas sociedades industriais não era mais vista como um proClema natural.5 milh×es (GA:. portanto. cada cidade marcava as horas como bem queria. fazia com que o preço dos produtos caísse e muitos empresários. São Paulo: Companhia das -etras. As fábricas passaram a funcionar em turnos e os operários começaram a trabalhar à noite. passaram a contratar mulheres e crianças. 199. para a produção da lã destinada às manufaturas. Antes deles. Eles impuseram uma precisão ao tempo que nunca antes houvera. 37 . curvando-se à vontade dos homens. E assim dinamizaram ainda mais as transformaç×es (por meio deles os jornais passaram a chegar cada vez mais rápido aos lugares mais distantes e assim a informação pôde se difundir com mais velocidade). para diminuir os custos de produção. mas eram caros). como também partiam do campo para as cidades em busca dos meios para sua sobrevivência ou de melhores condiç×es de vida. Paris tinha quase 600 mil habitantes em 100. Um Ùltimo ponto a respeito da industrialização: ela trouxe consigo a disciplina fabril. mas fruto da exploração excessiva e. Ela mudou também o ritmo de vida das pessoas. um proClema social. um castigo da natureza ou da Providência. ou seja. ainda que seus pais não concordassem entre si quanto aos métodos a ser empregados. cujos salários eram muito mais baixos do que os dos homens. As cidades tiveram de acertar seus relÓgios. p. As pessoas não sÓ atravessavam oceanos. Eles beneficiaram também a indÙstria. Sua velocidade servia como símbolo para a velocidade das mudanças. com o desenvolvimento e crescimento desmensurado das cidades. In: A experiência Curguesa da rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos. em um ritmo regular de trabalho diário ininterrupto e inteiramente diferente dos altos e baixos provocados pelas diferentes estaç×es no trabalho agrícola. 199. ocasionada pela competição. 0s trens eram a metáfora das rápidas mudanças.Sociologia – 1a série – Volume 1 altos e a liberdade que a cidade trazia. p. Aànal de contas. 2007). na maioria das vezes. Avaliação da Situação de Aprendizagem Como avaliação desta Situação de Aprendizagem. estar ela prÓpria livre de contradiç×es. ao passo que o serviço do assistente social é sempre uma ação na sociedade (BERGER. não foi marcada pelo consenso. Há também perspectivas teÓricas que explicam a sociedade a partir de um princípio do equilíbrio e de uma tendência à integração (como a de Émile DurLheim) e outras que veem a sociedade a partir das contradiç×es e dos antagonismos que separam os indivíduos. Com isso. normalmente. pois ela é uma tentativa de compreensão da realidade.Ao tratar de compreender a especificidade do que poderia ser chamado de “social” e dada a prÓpria natureza de seu objeto. Márcia Gardênia Monteiro. desde o seu início. assim como a Sociologia. 2. Já o sociÓlogo preocupa-se com questões especíàcas a determinados contextos históricos. 22. Também se faz necessária a distinção entre Sociologia e Filosoàa. conflitos e padr×es presentes nas sociedades permeiam a produção sociolÓgica. Belo Horizonte: Editora UFMG. Você pode exempliàcar como achar necessário para que os jovens possam compreender tal distinção. Na verdade. 2011.. um debate entre concepç×es que procuram dar respostas às quest×es de cada época. Um toque de clássicos: Marx. Ideias. 0-IVEIRA. bem como entendido o contexto do surgimento da Sociologia. estude o ser humano. valores..] A Sociologia era. A abordagem do tema “liberdade”. dizem respeito mais a abstraç×es do que a uma compreensão dos homens imersos em contextos histÓricos especí- 3 àcos. a Sociologia. a Sociologia sofre continuamente as influências de seu contexto. por exemplo. BARB0SA. faz-se necessário estabelecer uma distinção entre elas. pois se preocupa mais com a humanidade. Tânia. suas preocupaç×es. quando é feita por um sociÓlogo. ed. é possível explicar a distinção entre Sociologia e outras disciplinas. Muitos jovens confundem-nas. Por isso. [. ideologias. há a preocupação em compreender a sociedade em momentos histÓricos e culturais especíàcos. pode partir. p. DurLheim e Weber. No que se refere ao Serviço Social.arl Marx) e outras que fazem uma interpretação causal da cultura e da histÓria (como a de Max Weber). esperamos que os alunos tenham adquirido uma noção do trabalho do sociÓlogo. como o Serviço Social ou a Filosofia. Maria -ígia de 0liveira. e continua a ser. mas por intensos debates entre diferentes correntes de pensamento. com um conceito genérico de ser humano. Por inspirar-se na vida social. Considerando que os jovens agora já possuem uma noção do contexto do surgimento da Sociologia e de suas tens×es. Embora a Filosoàa. pode-se dizer que a Sociologia se distingue dele. existe diferença entre o que uma pessoa de classe média e uma pessoa de classe alta entendem pelo conceito de “liCerdade”? 0u seja. portanto. QUINTANEIR0. das seguintes quest×es: Qual é a concepção de liCerdade para os japoneses? No Brasil. a Filosofia trabalha. não pode. -ogo. propomos a pesquisa de entrevistas concedidas por outros sociÓlogos em sites da . Há correntes que procuram explicar a sociedade a partir de seus fundamentos econômicos (como a de . Um questionamento àlosÓàco sobre a realidade pode passar pelas seguintes quest×es: O ser humano é livre? O que é liCerdade? Tais quest×es são muito genéricas e não se preocupam tanto com as especificidades dos diferentes homens e mulheres em sociedades distintas. suas preocupaç×es. como o do jornal O Estado de S. poderão incorporar esses mesmos cuidados em sua prÓpria observação da realidade e dos acontecimentos. A partir de um exercício de estranhamento em relação à inserção dos alunos em seus grupos de origem e de convivência cotidiana e às suas trajetÓrias pessoais. Esse conceito. relacionando-o à Revolução Industrial e ao processo de urbanização. 0 objetivo é evidenciar que o comportamento diante do outro não é natural. igreja e/ou outros espaços de sociabilidade). 2. entre seus pares no cotidiano escolar e de suas comunidades (bairro. sem as quais esse processo não pode ser compreendido. filhos e irmãos. descritas a seguir: 1. onde e quando passamos a viver em sociedade. Mesmo assim. mas culturalmente construído a partir de um conjunto de informaç×es que interiorizamos à medida que convivemos com o outro (familiares. Faça um resumo a respeito do surgimento da Sociologia. 39 .Sociologia – 1a série – Volume 1 internet. destacando as formas como agimos e reagimos em relação aos outros. você pode propor aos alunos a realização das atividades dissertativas sugeridas na seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno. procuraremos desnaturalizar a percepção dos jovens das relaç×es entre pais. Dessa forma. assim. com base nas entrevistas pesquisadas. Mostre as diferenças entre o trabalho do assistente social e o do àlÓsofo em comparação com o do sociÓlogo. amigos. eles terão a oportunidade de tomar maior consciência dos cuidados metodolÓgicos para a construção de um olhar sociolÓgico sobre a realidade e. sugerido na seção Aprendendo a aprender do Caderno do Aluno.). Proposta de situação de recuperação Nesta Situação de Aprendizagem. redijam um pequeno texto que destaque como esses proàssionais desvinculam-se do senso comum em suas análises. apresentamos aos jovens o contexto do surgi- mento da Sociologia. de modo que não há uma Ùnica concepção do que seja a socialização. Também procuramos diferenciá-la de outras disciplinas que também têm o ser humano como objeto de suas reáex×es. Desse modo. vizinhança. pretendemos levá-los a perceber a dinâmica do processo de socialização. professores etc. e salientar que esse comportamento é também condicionado pelas expectativas que nutrimos em relação ao modo como queremos ser aceitos e integrados em sociedade. Como forma de veriàcar a apreensão do conteÙdo desenvolvido. SITUA¬«0 DE APRENDI. Paulo.A¬«0 0 primeiro processo fundamental ao qual todo ser humano é submetido desde o nascimento é a socialização. 0 propÓsito desta Situação de Aprendizagem é sensibilizar os alunos para a ideia de como. é possível nos atermos a algumas de suas características fundamentais. central para a Sociologia.AGEM 4 A S0CIA-I. posteriormente. Solicite aos alunos que. é tratado de diversas maneiras por diferentes autores. . neste momento. os alunos apenas salientem ou repitam as informaç×es já fornecidas. o processo de socialização. Uma das atividades sugeridas na Situação de Aprendizagem 2 propunha aos alunos que identiàcassem. Sugestão de avaliação: texto dissertativo elaborado a partir do álbum pessoal. relacionar fatos e eventos biográàcos a conceitos sociolÓgicos. Para esta Situação de Aprendizagem. Depois que os alunos terminarem de responder a essas perguntas. No Caderno do Aluno. Sugestão de estratégias: leitura e interpretação de textos. ApÓs o exercício e com base nas informaç×es registradas por um dos alunos da turma disposto a compartilhá-las com os demais. a origem das personagens. Competências e habilidades: desenvolver a capacidade de reáexão e compreensão de conteÙdos e temas trabalhados em sala de aula. Retomando a lÓgica de raciocínio utilizada na Situação de Aprendizagem 2. sugerimos algumas quest×es para orientar essa sensibilização. a inserção nos diversos grupos sociais de origem e convivência cotidiana. montagem de álbum pessoal narrativo. f no município de f no Estado de Sondagem e sensibilização 40 : . . questione-os: O que esses dados podem nos dizer a respeito do colega? f f f f f É provável que. f o bairro onde àca nossa escola se chama . Esse exercício teve por objetivo sensibilizar os alunos para a ideia de que as respectivas personagens originárias de lugares especíàcos viviam em épocas particulares e que as marcas deixadas nas ilhas em que habitaram reáetiam modos de vida característicos de determinadas sociedades. oriente-os a responder às prÓximas quest×es: . o foco da sensibilização serão os alunos e não as personagens àctícias. por meio das informaç×es indicadas na obra RoCinson Crusoé. f a cidade em que moramos se chama . no mês de no dia . ou no àlme Náufrago. no ano de . aulas dialogadas. quando e como vivemos: comportamento e sociabilidade. f o continente em que vivemos se chama . realizaremos um exercício semelhante. pintura.Conteúdos e temas: o que permite ao ser humano viver em sociedade. Sugestão de recursos: fotograàa. de maneira inversa: neste caso. f nÙmero . reproduzidas a seguir. de Robert . leitura e interpretação de textos. dinâmicas de interação e relaç×es sociais. giz e lousa. f o país que habitamos se chama . desenvolva a seguinte reáexão: Eu nasci no século na década de . Solicite aos alunos que registrem suas respostas nos espaços a elas destinados. onde. f o nome do nosso Estado é . desenho. de Daniel Defoe.emecLis. colagem de objetos. f moro na rua . Não é comum a manutenção de diários pessoais. é brasileiro e. Uma sugestão para iniciar a discussão é colocar a prÓpria experiência de escolarização dos jovens em questão. Não descarte a hipÓtese de alguns responderem que vêm à escola por 41 . No período que vai do dia em que você nasceu até o dia de hoje. mas muitos alunos. portanto. e. o propÓsito desta Situação de Aprendizagem é justamente desconstruir a percepção de senso comum de que. como: f Alguém aqui já mudou de casa? Você se lembra quando foi isso (ano. coloque para a turma as seguintes quest×es: 1. idade que tinha. quando nascemos e a maneira como aprendemos a viver e a conviver com os outros. Solicite aos alunos que respondam individualmente a estas quest×es no Caderno do Aluno. um evento acontecido na mesma época)? f Alguém já mudou de escola? Veio de outra cidade? Passou a frequentar uma igreja/religião diferente? f 0 nascimento ou a morte de alguém de sua família alterou sua vida de algum modo? Utilizando os exemplos dados pelos alunos. Etapa 1 – Quem somos? Ainda com base nas informaç×es registradas na atividade de sensibilização. pois nasceu em 19 ( ). quando e onde vivem. Pode parecer um exercício simples. Mas o que faz de nós o que somos? Em grande parte. o lugar onde nascemos. A ideia é despertar a reáexão sobre o contexto vivido pelos jovens desde o seu nasci- mento até o momento presente. não têm o hábito de pensar sobre a passagem do tempo. “os paulistanos sofrem muito com o trânsito”). Cite alguns exemplos. Provavelmente alguns alunos responderão que vêm à escola porque é necessário e importante para suas vidas. alguma coisa mudou na sua vida? 0 quê? 2. de modo a compor uma primeira ideia de como. pois nasceu em ( ) no Estado de (do/da) ( ). Isso significa que ( ) é do tempo em que o Brasil estava deixando de ser ou havia deixado de ser uma ditadura militar e voltava a ser uma democracia. um hábito ou uma característica local. fala português. exceto pelo fato de que “cresceram”. como. Porém. c) 0 fato de ( ) morar na cidade de ( ) signiàca que ele conhece (mencionar um ponto de referência da sua cidade) e sabe que os moradores daqui (mencionar um costume. cresceram e sempre viveram no mesmo bairro. Todos temos uma história. b) Também sabemos que ele tem ( ) anos. pois vive na América do Sul.Sociologia – 1a série – Volume 1 a) Sabemos que ( ) é latino-americano. 0 objetivo é chamar a atenção deles para as mudanças ocorridas em suas trajetÓrias de vida. Alguns questionamentos podem ser utilizados para estimular a discussão. Pergunte à turma: Quem disse a vocês que era importante vir à escola estudar? Onde foi que aprenderam isso? Aguarde as reaç×es da classe. outros manifestarão o desejo de estudar ou a importância dos estudos para terem uma proàssão. no caso daqueles que nasceram. não mudamos. é ( ). se não vemos mudanças ao redor. por exemplo. procure focar a discussão na questão central desta etapa: nós não somos quem somos por acaso. a primeira reação talvez seja de que pouco ou nada mudou em suas vidas. A seguir você pode desaàá-los a aprofundar a reáexão com base nas características do bairro onde moram e/ou da escola onde estudam. até mesmo por serem bastante jovens. A civilização grega. onde encontra à sua disposição instalaç×es análogas às de palestras privadas. 0s diálogos de Platão mostram a grande importância que se atribuía ao conhecimento dos poetas para a formação intelectual e moral. Em seguida. com cerca de seis ou sete anos de idade. p. no -iceu ou no Cinosarges. eram jardins cheios de árvores. refrescados por águas correntes. pequenas construç×es onde repousavam e deixavam as suas roupas ou os acessÓrios. de SÓlon ou de Simônides. estátuas. Quais semelhanças você observa na educação dos jovens gregos da Antiguidade e na educação dos jovens brasileiros de hoje? 42 2. utilize o texto e as quest×es reproduzidas a seguir e na seção -eitura e análise de texto do Caderno do Aluno. 0 gramatista ensina a ler. chamados palestras (a palestra era uma dependência do ginásio.. acompanhado por um escravo a que se chama pedagogo. que exigia uma competência técnica pouco compatível com as tradiç×es de uma educação liberal. [. Uma palestra era formada por um pátio rodeado por construç×es que serviam de vestiário.. 2003. . 2003. em todos os países. a escrever e a contar. Você pode também realizar a leitura de forma individual. salas para banhos). a partir do texto. abandona a companhia exclusiva das mulheres no gineceu (parte da casa que. os conteÙdos que eram passados (-eitura.imposição dos pais. coloque a seguinte questão: Mas isso sempre foi assim. p. 0 jovem ateniense. salas de ginástica. na Academia. Aproveite para recordar que a educação básica universal é obrigatÓria e está prevista na Constituição. ApÓs a leitura. [. ou remetam a exemplos das aulas de HistÓria.C. esta Ùltima era um instrumento mais complexo. em todas as épocas? Mais uma vez. como pais ou avÓs que não tiveram a oportunidade de estudar. que atravessou os séculos com muitas variantes. na Grécia Antiga. Peça a um voluntário para ler o trecho a seguir.] Em todo caso. 1 “Situados fora da cidade. a característica de que as cordas atravessam toda a caixa de ressonância). compartilhada ou comentada. jardins e salas de reunião em que os filÓsofos e os sofistas gostavam de se encontrar com os seus discípulos apÓs os exercícios físicos.” (CHAM0UX. Como exemplo e para efeito de comparação. François. às vezes. tendo além disso uma pista de corrida. -isboa: Ediç×es 70. solicite à turma que responda às quest×es do Caderno do Aluno: 1. ensinava à criança os principais exercícios atléticos em edifícios especialmente construídos para esse efeito. 0 professor de mÙsica ensinava a tocar lira (instrumento de cordas dedilháveis ou tocadas com palheta.. e depois faz os alunos aprenderem de cor os poemas de Homero.. em cujas imediaç×es havia monumentos religiosos (altares. 219. Talvez alguns tragam conhecimentos sobre a realidade de sua família. 302. derivado da lira. ou pedÓtriba. o jovem frequenta ginásios1 pÙblicos. recintos sagrados) e instalaç×es desportivas: pistas cobertas. a mÙsica desempenha papel fundamental na educação do jovem grego. são a idade em que os jovens ingressavam na escola. Por fim. 0 objetivo dessa pergunta é despertar o olhar de estranhamento em relação à ideia de que ir à escola é algo natural e faz parte da histÓria de todos nÓs.] 0s professores trabalham por conta prÓpria e recebem dos pais da criança o pagamento pelos seus serviços. fontes em que os atletas se lavavam. era reservada às mulheres) e passa a ir à escola. mantendo. de Hesíodo. o professor de ginástica. A partir dos quinze anos. espaço para descanso e.) CHAM0UX. de larga difusão na Antiguidade) e cítara (instrumento de cordas dedilhadas ou tocadas com palheta. aguarde as manifestaç×es dos alunos. 0 texto descreve as práticas educativas dos jovens na Grécia Antiga. no entanto. Escrita. E quais seriam as diferenças? Algumas semelhanças que os alunos poderão apontar. Aritmética. nos séculos V e IV a. meninos e meninas. por isso. ou seja. Você pode ajudá-los. 0 objetivo do álbum é recuperar os eventos mais signiàcativos de sua narrativa/biograàa pessoal. recortes. Enfatize que a pessoa mais importante do álbum é o próprio aluno e que esse trabalho representa uma pequena histÓria de sua vida. É importante deixar claro que esse tipo de educação era privilégio somente dos cidadãos atenienses. tomando como base elementos que remetam à memÓria dos episÓdios vividos ou do contexto em que eles ocorreram. pinturas. e não educadores. por isso. Etapa 2 – O que aprendemos Tomando como base o material produzido pelos alunos. Cada aluno deverá confeccionar o prÓprio álbum.Sociologia – 1a série – Volume 1 Poesia. 0 álbum será dividido em três fases: f a idade que vai de 0 aos 5 anos (pré-escola). que deverá ser utilizado pelos alunos nas etapas seguintes. As orientaç×es detalhadas para a realização da atividade estão no Caderno do Aluno. 0s alunos devem sentir-se livres para colocar no papel aquilo que julgarem mais importante e mais signiàcativo. a concepção de que todos. recuperar informaç×es etc. identiàcar datas. fotograàas. ginásio e pedagogo. é muito recente e. Educação Física) e o nome de alguns locais e funç×es que foram incorporados ao nosso vocabulário. a importância de se decorar obras de poetas gregos clássicos e o tipo de instrumentos musicais tocados na época. Eles poderão ajudá-los a relembrar fatos. no intuito de que eles consigam elaborar um bom trabalho. colagens. f dos 6 aos 10 anos (Ensino Fundamental – Anos Iniciais). mas os pais terem de pagar os professores diretamente pelos seus serviços. têm direito à educação e devem ir à escola. está o fato de os pedagogos serem escravos. mesmo no Brasil. textos etc. sugerindo alguns temas. esclareça as eventuais dÙvidas. eles podem também se lembrar de objetos que são e/ou foram importantes em suas vidas como brinquedos e brincadeiras favoritas em cada fase. MÙsica. o fato de as escolas não serem pÙblicas. ainda não é efetivamente consolidado para toda a população. sugerimos. Desse modo. descrever comportamentos. As meninas não podiam frequentar a escola e a maioria crescia restrita ao espaço do gineceu. f dos 11 aos 15 anos (Ensino Fundamental – Anos Finais). dos àlhos dos homens livres e que. independentemente da origem social. tinham também o direito de serem considerados cidadãos – o que valia apenas para os meninos. Entre as diferenças. como: f memÓrias de família. 0riente os alunos com diàculdades de recordar fatos e eventos da primeira infância a conversar com adultos e parentes mais velhos com quem conviveram nessa fase. utilizando os recursos que desejar: desenhos. f memÓrias de amigos. a elaboração de um álCum pessoal dividido em três fases etárias. Solicite que abram o álbum na parte que se refere à idade que vai de 0 a 5 anos e pergunte se conseguiram preencher essa fase com alguma 43 . como -ição de casa. sem jamais aprender a ler ou escrever. -embre-os de que a nossa vida é permeada pelos objetos que nos rodeiam e. especialmente na faixa etária de 0 aos 4 anos e no Ensino Médio. passaremos à reáexão sobre como a trajetÓria particular de cada um contribuiu para nos tornar o que somos hoje. Caso seja necessário. como palestra. eventos. f memÓrias da escola. Para ànalizar essa etapa. regras. ou qual foi a primeira palavra que disseram. Desse modo. a socialização constitui um processo. os saberes básicos incorporados pelas crianças dependerão muito das relaç×es entre sua família e os adultos encarregados de sua socialização. Estimule-os a recordar jogos. como: f quando a menina brinca de boneca. f quando um grupo de crianças se junta para brincar. avÓs. . vizinhos e outros) e por quê. embora todas participem do jogo. mas é importante enfatizar que as brincadeiras são quase sempre vivenciadas em grupo e muito do que fazemos contém ináuências do mundo à nossa volta. com parentes mais velhos. Desse modo. das regras. Em seguida. express×es ou frases que costumavam dizer. brincadeiras e atividades que costumavam desenvolver em casa. as regras da brincadeira são. pois é a Ùnica realidade que conhece. depois ler e escrever) e constitui o processo fundamental da socialização primária (DUBAR. É provável que alguns alunos respondam “ninguém” ou “a gente mesmo inventava”. ela imita o que uma mãe faz. Destaque a importância do aprendizado da linguagem e das brincadeiras nessa fase. um “universo simbÓlico e cultural” e “um saber sobre esse mundo”. crenças.lembrança. 2005). ele imita o 44 que um jogador de futebol faz. saberes. Você pode apontar elementos a partir dos exemplos trazidos pelos prÓprios alunos. trata-se do processo de aprendizado de tudo aquilo que nos permite viver em sociedade. Mesmo que nem todos os alunos tenham conseguido completar o álbum. mas o que foi mais importante e mais marcante para cada um. Não descarte a hipÓtese de os alunos mencionarem pessoas com quem não tenham laços de parentesco. se há lembranças de palavras. ao nascer. A incorporação desse “saber básico” no aprendizado “primário” depende da linguagem (falar. dizemos que nenhuma pessoa nasce membro de uma sociedade. À medida que cresce e se desenvolve. A socialização pode ser definida. Não é essencial saber quando as coisas aconteceram. é identiàcar as pessoas envolvidas nas primeiras experiências afetivas e de aprendizado. 0 objetivo. ainda não detém esse conhecimento. como a imersão dos indivíduos no “mundo vivido”. Ela faz isso por meio de um saber básico que lhe fornece toda a estrutura a partir da qual ela percebe o mundo ao redor. ao mesmo tempo. primos. ou seja. Em seguida. mães ou pais de criação ou assistente social. em linhas gerais. Em outras palavras. A turma deve se sentir à vontade para falar sobre o que conseguiu se lembrar. Do ponto de vista da Sociologia. modos de pensar e tantos outros elementos que comp×em a herança cultural de um grupo social humano. irmãos mais velhos. valores. ou sugerir outros. é importante deixar claro que a capacidade de lembrar eventos passados varia de pessoa para pessoa. constitui o que denominamos socialização. procure identiàcar quais foram as pessoas mais importantes nas primeiras fases da vida dos jovens (mãe. estipuladas por um ou mais membros do grupo. a criança absorve o mundo em que vive como o Ùnico que existe. pergunte aos alunos se eles conseguem identiàcar com quem aprenderam essas Crincadeiras e atividades. 0 aprendizado da linguagem. nesse momento. incluindo a linguagem que a ajuda a organizar o que apreende como realidade. que é. 0 bebê. mas precisa ser gradualmente introduzida nela por meio da interiorização de normas. pai. um desenvolvimento pelo qual todos nÓs passamos no decorrer da vida e que possui diversas fases. entre os exemplos manifestados nos álbuns pessoais. f quando um menino joga bola. tios. por exemplo. das formas de convivência. de maneira geral. Procure identiàcar. irmãos ou membros da comunidade/vizinhança prÓxima. solicite aos alunos que retomem seus álbuns pessoais para responder às quest×es propostas no Caderno do Aluno. o mundo ao redor. tendemos a reproduzir hábitos e costumes dos locais em que nascemos ou fomos criados. percebemos as diferenças entre nosso modo de pensar e agir e o dos outros. Thomas. muitas vezes imitando o que nossos pais e as outras crianças fazem. Há várias respostas possíveis. Para as crianças. Em seguida. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. pois são os responsáveis por cuidarem delas e lhes apresentarem. 0 que há de diferente entre essa fase e a anterior? 1. nossos pais. Uma delas se relaciona com o início do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. o que torna a experiência de escolarização importante. de modo que aquilo que nos ensinaram quando éramos crianças tem relação com a sua maneira de ver as coisas. A construção social da realidade. à medi- 2. 200. Por essa razão. Reáita sobre a seguinte questão: Quando termina a socialização primária? Justiàque sua resposta. coloque a seguinte pergunta para a turma: 45 . Peter. Etapa 3 – Como pensamos Para ànalizar essa etapa. Enumere os componentes que você considera importantes no processo de socialização primária de uma criança. BERGER. não escolhemos a família em que nascemos. por assim dizer. Em outras palavras. Muitas das experiências de socialização primária não são possíveis de ser lembradas sem a ajuda de outras pessoas. Peça que abram o álbum na parte que vai dos 6 aos 10 anos e pergunte se conseguiram preencher essa fase. Boa parte de nossas lembranças é transmitida pelos nossos pais ou pelas pessoas que cuidaram de nÓs quando éramos bebês. não escolhemos as pessoas responsáveis por este processo. 175. não descarte a hipÓtese de que alguns sÓ tenham começado a estudar a partir do Ensino Fundamental. em que aprendemos a falar. Mesmo assim.MANN. a brincar e a conviver com as outras pessoas. avÓs e irmãos também têm sua prÓpria forma de pensar e ver o mundo. p. elas fazem parte de nossas experiências de socialização e constituem parte do repertÓrio de práticas que utilizaremos como modelos quando tivermos nossos prÓprios filhos. Para explicar esse conceito. 0ra. quando entramos em contato com pessoas de origens diferentes. -UC. Antes de iniciar esta etapa. Durante a socialização primária. PetrÓpolis: Vozes. convide os alunos a ler os excertos reproduzidos a seguir e na seção -eitura e análise de texto do Caderno do Aluno: A socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância. e em virtude da qual torna-se membro da sociedade. Embora muitos alunos hoje tenham acesso à pré-escola. Além disso. Somente mais tarde.Sociologia – 1a série – Volume 1 Chamamos de socialização primária a primeira fase da vida. essas pessoas se tornam seus “outros significativos”. coloque as quest×es sugeridas no Caderno do Aluno à turma: 1. Houve mudanças importantes de contexto (exemplos: você mudou de casa. peça para que comparem o conteÙdo do álbum na fase dos 6 aos 10 anos com o conteÙdo na fase dos 11 aos 15 anos. uma doença)? Você pode descrever como isso aconteceu? Mesmo que o aluno não tenha passado por nenhuma experiência signiàcativa. membros de uma igreja)? Como isso mudou a sua vida? 5. 46 . de bairro. denominamos socialização secundária. por exemplo. de escola. precisará interiorizar novos conhecimentos e saberes específicos para lidar com a realidade de forma bem-sucedida. entre os exemplos manifestados nos álbuns pessoais. Estimule os alunos a recordar o contexto escolar vivido no início do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. 0riente os alunos para que observem. Aconteceu alguma coisa importante com você que mudou seu modo de ver o mundo (exemplos: uma viagem.da que a faixa etária se torna mais prÓxima. em suas trajetÓrias biográàcas. comparando-o ao contexto atual. Um exemplo de processo de socialização secundária é a incorporação de saberes profissionais que preparam o indivíduo para o mundo do trabalho. professores. amigos de bairro. os seguintes aspectos: 2. é importante destacar o mundo da escola como outro espaço de socialização. um cunhado. àca mais fácil recordar os acontecimentos passados. como uma faculdade. novo namorado. Peter. Cada vez mais. um trabalho. Entraram pessoas novas na sua família (exemplos: um padrasto.MANN. Thomas. Você passou a conviver com outras pessoas na sua vida cotidiana (exemplos: novos colegas de classe. diferente do espaço familiar. de cidade)? Como foram essas mudanças? 3. 175. do ponto de vista da Sociologia. de modo a explorar com os alunos essa fase que. outro parente)? 0 que isso signiàcou para você? 4. uma experiência difícil. o prÓprio contato diário com os professores em sala de aula e o cotidiano escolar podem ser utilizados como base para reáetir sobre o processo de socialização. o ser humano passará por inÙmeras outras “socializaç×es secundárias”. Uma sugestão para ànalizar esta Situação de Aprendizagem é promover a leitura compartilhada ou comentada dos textos reproduzidos a seguir e na seção -eitura e análise de texto do Caderno do Aluno. se há experiências signiàcativas ligadas à escola (amigos. A socialização secundária é qualquer processo subsequente que introduz um indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade. p. de escola. BERGER. à medida que passa a frequentar outros espaços sociais e a interagir com novos grupos. A construção social da realidade. o que é preciso para desenvolver suas atividades. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola. Procure identificar. 200. professores. um curso. ou no prÓprio ambiente de trabalho. -UC. PetrÓpolis: Vozes. 0 propÓsito dessa atividade é levar ao questionamento sobre a continuidade dos processos de socialização em outros espaços fora do âmbito em que se deu a socialização primária. à medida que o funcionário aprende. Nessa fase. um irmão. de turma. atividades educativas positivas ou negativas). Em seguida. Durante a sua vida. Isso pode ser feito no interior de uma instituição educacional. na convivência com os colegas e por meio das instruç×es de seus superiores. procuraremos sensibilizar o aluno para as diferentes estratégias 47 . Avaliação da Situação de Aprendizagem Ao ànal da Situação de Aprendizagem. tomando como referência suas prÓprias experiências biográàcas explicitadas no álbum pessoal. espera-se que os alunos tenham adquirido uma noção inicial do que é socialização e de como se dá esse processo. ou a mudança de cidade. como avaliação desta Situação de Aprendizagem. professores. Identiàque todas as pessoas que foram importantes nos processos de adaptação às novas situaç×es e por quê. que podem ou não ser dramáticas e dolorosas. namorados e outras pessoas. comporta rupturas. que o processo de socialização secundária nem sempre é realizado de forma contínua e tranquila em relação ao processo de socialização primária. comportamentos. o que é socialização. Nesse sentido. porém. Finalize a atividade. socialização primária e socialização secundária. para além daqueles que integram o círculo familiar dos alunos e que também contribuíram para o processo de socialização dos jovens. Proposta de situação de recuperação Sugerimos que o aluno desenvolva um texto argumentativo em que descreva. sem o qual ele não pode ser integrado à sociedade. esse processo perdura por toda a vida e nunca se completa. na convivência com amigos. ou seja.AGEM 5 RE-A¬ºES E INTERA¬ºES S0CIAIS NA VIDA C0TIDIANA Nesta Situação de Aprendizagem. Esse processo. colegas. utilizando exemplos relacionados aos conteÙdos discutidos em sala de aula. como outra turma ou escola. com base em seus álbuns pessoais. SITUA¬«0 DE APRENDI. analisaremos algumas formas de relação e interação entre seres humanos no interior de grupos sociais. formas de pensar e agir diferentes das que você aprendeu em casa? De que maneira isso afetou a sua vida? É importante destacar com os alunos. Além disso. portanto. nem sempre se encaixa com aquilo que aprendemos em nosso meio familiar de origem. Em outras palavras. Portanto. muitas vezes. a entrada em um contexto diferente. Deverão ter compreendido que a socialização faz parte do desenvolvimento social de todo ser humano. 7. há um espaço destinado ao registro deste texto. mudanças em nossa maneira de pensar e ver o mundo. Na seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno. um texto dissertativo em que analisem o processo de socialização por eles mesmos vivenciado.Sociologia – 1a série – Volume 1 0 objetivo do exercício apresentado é despertar a consciência para “outros signiàcativos”. Tomando como base o que foi discu- tido na Situação de Aprendizagem anterior. uma vez que estamos sempre entrando em contato com novas situaç×es e aprendendo mais sobre a realidade que nos cerca. aquilo que aprendemos mais tarde. necessariamente implicou o início de um novo processo de socialização em outro meio social. orientando os alunos a responder às quest×es seguintes: 6. com suas prÓprias palavras. Essas pessoas trouxeram ideias. sugerimos que os alunos produzam. aquilo que interiorizamos durante o processo de socialização. nem sempre o que aprendemos funciona em todas as situaç×es. temos de nos adaptar ao imprevisível. Mas agora que já sabemos como aprendemos a viver em sociedade. comunidade. Sugestão de avaliação: identiàcação dos atores sociais envolvidos nas dramatizaç×es. comunicar-se – uma série de conhecimentos que não aprendemos de um dia para o outro. desse modo. dramatização. queremos fazer parte do grupo. consciente ou inconscientemente. professores e muitas outras pessoas como nos comportarmos diariamente. que. Sugestão de recursos: giz e lousa. muitas vezes. leitura e interpretação de textos. avÓs. de um lado. Competências e habilidades: desenvolver a capacidade de reáexão e compreensão de conteÙdos e temas trabalhados em sala de aula. aulas dialogadas. nos pequenos grupos sociais em que estamos inseridos: família. relacionar-se. do pÙblico. colegas. é preciso compreender como utilizamos esse conhecimento para conviver. saber conviver com as pessoas. Isso acontece porque. irmãos. internet etc. relacionar elementos do cotidiano a conceitos sociolÓgicos. Uma situação cada vez mais comum em nosso cotidiano é a entrevista de emprego. como vimos anteriormente.que. trabalho. bairro. por outro lado. o questionamento sobre a naturalidade do modo como agimos e nos relacionamos no cotidiano. Vimos também que. nosso comportamento depende em grande parte daquilo que pretendemos comunicar aos outros e da forma como os outros nos compreendem. inclusive. alguns exercícios de dramatização. utilizaremos como referencial teÓrico a abordagem do sociÓlogo canadense Erving Goffman (1922-192) e. Conteúdos e temas: relaç×es e interaç×es sociais na vida cotidiana. Aànal de contas. empregamos no dia a dia para nos relacionarmos com os outros. em que nem sempre aparentamos aquilo que somos e tampouco somos vistos como gostaríamos que fôssemos. Sondagem e sensibilização A preocupação com o quê os outros pensam a nosso respeito é parte importante das relaç×es entre os seres humanos. 4 Aprendemos em casa e na escola. Porém. na realidade. buscam proàssionais no . por meio do estranhamento. que se dão as relaç×es e interaç×es sociais no chamado plano microssocial. também gostaríamos que os outros nos aceitassem como somos. mostrando que. vizinhança. A preparação para uma entrevista dessas tem sido uma preocupação constante na vida de muitos jovens. como estratégia didática. com nossa família. Para isso. Sugestão de estratégias: leitura e interpretação de textos. vimos que esse conhecimento é adquirido por meio do processo de socialização. o ser humano não consegue viver sem o convívio com outras pessoas. a representação social do eu. escola. É nesse jogo complexo de apresentaç×es. nossos pais. ser aceito e não ser excluído do grupo exige muito esforço: é preciso conhecer as regras do grupo. primos. 0 objetivo é provocar. dinâmicas de interação e relaç×es sociais. Esse aprendizado é constante e diário. ou seja. e não termina nunca. tios. Na Situação de Aprendizagem anterior. do conteÙdo da representação e do entendimento do pÙblico sobre o que foi representado. não sermos excluídos e. capacitando-os a enfrentar essas situaç×es. o que ajudou um candidato a se sair melhor que o outro e por quê? Etapa 1 – Representando papéis sociais Quando estamos na presença de outras pessoas. ináuenciará a ação do outro. Você pode utilizá-la como exemplo para introduzir o tema da Situação de Aprendizagem. Esse tipo de situação é um dos exemplos mais contundentes em que a manipulação da imagem pessoal torna-se crucial para garantir uma vaga no mercado de trabalho. solicite que realizem uma leitura preliminar. 0utros aspectos que ináuenciam nossa interpretação são o preconceito e noç×es retiradas do senso comum. muitas vezes.Sociologia – 1a série – Volume 1 sentido de ajudá-los. Solicite o auxílio de três voluntários para a realização de duas pequenas encenaç×es para a sala. e a linguagem e as express×es corporais. saberemos qual é a melhor maneira de agir para obter a resposta desejada. que comunicam de formas diversas dados sobre nÓs mesmos e sobre as pessoas com quem estamos falando (a postura do corpo. seu sotaque. suas roupas. a expressão do rosto. é importante deànir que tipo de situação é essa e o que podemos esperar do comportamento do outro. f as duas entrevistas de emprego deverão ser diferentes entre si. interpretamos o seu comportamento com base naquilo que podemos observar a respeito delas: sua expressão. a roupa que vestimos. Caso julgue interessante. combine com os três voluntários as seguintes encenaç×es: f um deles deverá ser o entrevistador. duas coisas acontecem: procuramos saber a respeito delas ou recuperamos em nossa memÓria aquilo que já sabemos. em que qualquer ação nossa. seu modo de falar. os gestos. responsável pela contratação. antes de apresentá-los aos alunos. Essas informaç×es são enriquecidas por diferentes formas de comunicação: a linguagem verbal (aquilo que dizemos e o que os outros dizem).). Você pode perguntar aos seus alunos: Qual a ànalidade de ter informações a respeito das outras pessoas? Como fazemos isso quando não as conhecemos ou quando as conhecemos pela primeira vez? Deixe que os alunos manifestem-se livremente a respeito. Embora os seus alunos sejam jovens. Tais informaç×es encontram-se reproduzidas de forma abreviada na Etapa 1 do Caderno do Aluno. discuta com a classe as quest×es reproduzidas a seguir e no Caderno do Aluno: a) Quais foram as qualidades e os problemas observados nas duas entrevistas? b) Em sua opinião. não descarte a hipÓtese de alguns já terem feito estágio. sua postura. conforme a proposta do Caderno do Aluno. Sugerimos que você oriente os alunos a criarem um contraste entre um candidato que é mais conàante e se sente mais preparado para uma entrevista de emprego e outro mais tímido e desconfortável. Seu papel será o de fazer perguntas sobre o peràl do candidato. ApÓs as encenaç×es. o modo de caminhar. de dirigir o olhar etc. Previamente. seus gestos. quando entramos em uma situação de interação social. Geralmente. acabamos cometendo enganos a respeito das pessoas e entrando naquilo a que chamamos de “saia justa”. Tanto que. de sorrir. incentive a participação desse aluno na encenação. 49 . que tem diàculdade em se promover proàssionalmente. Quando não conhecemos as pessoas com quem vamos interagir. Dê continuidade a esta etapa com base nos textos a seguir. Em caso aàrmativo. seja um simples olhar. Assim. Pergunte se alguém já passou por alguma entrevista de emprego. pode ser definido como uma resposta tipificada a uma expectativa tipificada. Ela sabe que uma frase mal colocada pode signiàcar jogar qualquer possibilidade de namoro pela janela. Embora haja situaç×es em que alguns papéis sejam assumidos de forma intencional e calculada. BERGER. do ponto de vista da Sociologia. Um papel. agimos de modo inconsciente. De maneira semelhante à da entrevista. 10-109. podemos dizer que a sociedade proporciona o script (roteiro) para todos os personagens. Tanto na sociedade quanto no teatro. Há situaç×es em que um indivíduo se p×e a representar um papel que provoca nos outros uma impressão totalmente diferente daquela que ele originalmente . p.f Um exemplo: Quem nunca chegou por trás de alguém. enlouqueceríamos. uma pessoa que quiser causar boa impressão àquela que está interessada deve saber chamar a atenção. a imagem social que desejamos transmitir pode variar. Isso ocorre porque não conseguimos pensar o tempo inteiro sobre o que estamos fazendo. Há situaç×es em que essa imagem é socialmente determinada. A sociedade predefeniu a tipologia fundamental. assumir papéis sociais não é um exercício que os indivíduos fazem de forma consciente o tempo todo. Voltemos ao exemplo da sensibilização. como o faz um ator quando assume o papel de uma personagem. peça a um voluntário que leia o texto reproduzido a seguir e no Caderno do Aluno. a maneira como vamos agir e o que vamos dizer será ináuenciado pela situação em que nos encontramos e nosso comportamento geralmente se baseia naquilo que já experimentamos antes ou vimos outras pessoas fazerem. por exemplo. Do contrário. você viu que tinha se enganado? É interessante observar que nem sempre desejamos comunicar aos outros exatamente aquilo que somos. Ao adotar essas formas de comportamento. ou seja. o drama social pode ir adiante como planejado. dizemos que estamos exercendo papéis. variará a exatidão com que os papéis fornecem instruç×es ao ator. Um outro exemplo é quando uma pessoa está interessada por outra. Dependendo da situação e do contexto social em que nos encontramos. 2007. de acordo com as regras determinadas pelo grupo social do qual ela faz parte. Para a Sociologia. portanto. foi cumprimentá-lo e. em outras. 0 papel oferece o padrão segundo o qual o indivíduo deve agir na situação. Por conseguinte. A diferença é que. o candidato deve assumir determinadas posturas e comportamentos exigidos socialmente se quiser causar boa impressão ao entrevistador e conquistar a vaga. tudo quanto os atores têm a fazer é assumir os papéis que lhes foram distribuídos antes de levantar o pano. Peter. quando a pessoa se virou. do qual se derivou o conceito de papel. somos obrigados a agir de acordo com o contexto social em que estamos. não precisamos “decorar” um roteiro predeànido de falas para exercer um papel. PetrÓpolis: Vozes. De modo a esclarecer o que vem a ser um “papel”. em que a imagem pessoal é manipulada nas situaç×es de relação e interação social. E é preciso considerar também as falhas de comunicação que há nas interaç×es sociais. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Usando a linguagem do teatro. pensando tratar-se de um amigo. Em uma situação de entrevista de emprego. socialmente. Desde que desempenhem seus papéis como estabelecido no script. Alguns compor- 50 tamentos sociais são fortemente marcados pela tradição do grupo ou pela posição social que o indivíduo ocupa na sociedade e que requer determinados tipos de expressão. É mais ou menos o que acontece quando “damos um fora” sem perceber. Seu método de pesquisa preferencial era a observação. destaca-se A representação do eu na vida cotidiana. Entre suas obras mais famosas.Sociologia – 1a série – Volume 1 sobre o comportamento cotidiano das pessoas em diversas situaç×es. © Fernando Favoretto Erving Goffman nasceu no Canadá. Desse modo. além de outros temas de interesse também da Antropologia e da Psiquiatria. Com o objetivo de elucidar o modo como os papéis sociais são representados na vida cotidiana. e a partir dele escreveu Para entender como nos relacionamos com as outras pessoas no dia a dia. 0s outros. por sua vez. utilizando as informaç×es apresentadas a seguir e no Caderno do Aluno. 0u simplesmente considerá-lo um grande paspalhão. Goffman propôs que pensássemos as interaç×es como se elas estivessem ocorrendo no espaço de um “teatro imaginário”. bastidores. pretendia provocar. podem dar a entender que compreenderam perfeitamente o que o indivíduo queria dizer. fachada. 51 . e faleceu na Filadélfia. porém. plateia. de pessoas internadas em instituiç×es de tratamento de doenças mentais. Analisou as diferenças entre o comportamento masculino e feminino. em 192. ainda que não tenham compreendido absolutamente nada. Chame a atenção dos alunos para a imagem reproduzida a seguir e no Caderno do Aluno: Vocês reconhecem o que ela representa? E ajude-os a identiàcar na imagem os seguintes elementos: palco. Antes. plateia. nos Estados Unidos. você pode introduziro autor aos alunos. ele utiliza as mesmas denominaç×es retiradas da linguagem teatral para se referir aos dramas sociais. em 1922. fachada e bastidores. utilizaremos as metáforas empregadas pelo sociÓlogo canadense Erving Goffman para conceituar a representação social do eu nas interaç×es sociais. Figura 11 – Teatro: palco. Foi um sociÓlogo reconhecido por seus estudos sobre as interaç×es humanas. Para isso. o presidente de nossa empresa vem nos visitar. antes de responder às quest×es sugeridas: © Harley Schwadron/www. A representação do eu na vida cotidiana. deixar de representar. a decoração. 0riente os alunos a analisar a charge 52 e a fala das personagens. analisaremos mais detidamente como as relaç×es e as interaç×es sociais se efetivam na prática cotidiana. f Bastidores: é a parte que àca detrás do palco e não pode ser vista pelo pÙblico que está na plateia. f Fachada: é a parte da frente do palco onde se desenvolve a representação. ao papel) que adotamos quando estamos diante de outras pessoas. Farington. É composto de um “cenário”. Justamente porque não pode ser vista. trate de limpar a sua mesa”. Ela é parte importante da representação. ou seja. é o equipamento expressivo de tipo padronizado intencional ou inconscientemente empregado pelo indivíduo durante sua representação. portanto. enàm. 0 que o homem de terno listrado pretende ao dizer isso? 2. ou seja. previamente preparado. Goffman também utiliza esse termo para se referir ao tipo de comportamento (ou. 29. relaxar. cada . mas não atuam diretamente. f Plateia: é onde àcam os observadores. 0 que você imagina que acontecerá quando o presidente da empresa chegar? Etapa 2 – Relações e interações sociais na prática cotidiana Nesta etapa. que poderá ser sorteado ou. se você preferir. as pessoas que observam a interação. portanto. em outras palavras. 1. é o local ideal para que os comportamentos que precisam ser manipulados para uma plateia deixem de sê-lo. a distribuição das pessoas e dos objetos no espaço e outros elementos que comp×em o “pano de fundo” para o desenrolar da ação humana executada dentro dele. Um exemplo de como o esquema proposto por Goffman funciona na vida real é ilustrado na imagem a seguir e na seção -ição de casa do Caderno do Aluno. “Sr. porque as aç×es sempre são ináuenciadas por quem está assistindo. sugerimos a realização de uma atividade de dramatização em sala de aula. p. Figura 12.CartoonStocL. introduzidos na etapa anterior. Sugerimos que a turma seja dividida em pequenos grupos. 199.Fachada. sair do papel. em que os prÓprios alunos representarão as interaç×es e observarão os componentes da cena. G0FFMAN. PetrÓpolis: Vozes. Erving. que compreende a mobília. É nos bastidores que os atores podem àcar mais à vontade. Todos deverão receber um breve roteiro. desenvolvem a interação. as pessoas que participam ativamente da representação. o que cada uma está dizendo para a outra.com f Palco: é onde os atores. de cinco a sete alunos. o pÙblico. em situaç×es típicas vividas no seu dia a dia. em sequência. nada impede que você ou os prÓprios grupos criem outras situaç×es semelhantes.Sociologia – 1a série – Volume 1 grupo poderá escolher. a classe se comporta de maneira a causar boa impressão ao professor. Cena 1 Cena 2 Um dos alunos é o professor e os demais representam a classe. Quando os clientes saem de cena. As representaç×es deverão ser breves e expressar claramente quem são os atores participantes da cena. o gerente vai almoçar e. a turma levanta-se das carteiras. entre as opç×es apresentadas. faz bagunça. Porém. 0s alunos deverão representar o que imaginam que os professores conversam a respeito deles quando estão reunidos fora da sala de aula. 0s demais são consumidores que vão ao estabelecimento fazer compras ou tomar um lanche. f Dramatização 3 As cenas se passam no interior de uma loja ou lanchonete. apÓs o trabalho. Cada participante deverá alternar com os colegas. Cena 1 Cena 2 A primeira cena se passa. o papel de professor e representar (imitar) diferentes professores da prÓpria escola. com base nas ideias propostas. 53 . fala alto. no intervalo. f Dramatização 2 A representação tem dois momentos. sob o olhar atento do gerente da loja. brincadeiras. os consumidores tratam muito mal o atendente e o caixa que. novamente. aquela que desejar dramatizar. dentro de uma sala de aula. 0 comportamento dos demais deve reproduzir o que acontece em um dia normal de aula. não podem fazer outra coisa senão atender os clientes da melhor forma possível. Cena 1 Cena 2 Um dos alunos é o atendente. Durante a representação. ànalmente. a fachada e os bastidores. outro é o caixa e um terceiro é o gerente. Quando o professor está presente. f Dramatização 1 As cenas se passam dentro de uma sala de aula. A segunda cena se passa dentro da sala dos professores. os funcionários podem desabafar e reclamar dos consumidores que os trataram mal. dá risadas etc. Assim que ele se vira para a lousa ou sai da sala. As sugest×es para as dramatizaç×es estão indicadas a seguir e no Caderno do Aluno. mas encenadas. mais ou menos da mesma idade. devem marcar um encontro. 0 objetivo ànal é empregar de forma consciente os modelos utilizados por Goffman para o entendimento das interaç×es sociais na vida cotidiana. 0s comentários devem ser contrastantes em relação ao que foi representado na primeira cena: as pessoas elogiadas em pÙblico devem ser malfaladas em particular. Um deles é bem-sucedido. Cena 1 Cena 2 A primeira cena se passa em uma festa ou evento social badalado onde os colegas de turma se encontram. também deve- . manipulando suas imagens pessoais. mas encenaç×es daquilo que representamos no dia a dia. acreditamos que com tal atividade os alunos compreenderão a relação entre comportamentos e papéis sociais. Como é uma festa. as situaç×es dramatizadas não são reais. deve haver pelo menos uma cena em que dois rapazes tentam “àcar” com uma garota. pois todos estarão atentos e observando cada palavra e cada movimento representados. criando-se.f Dramatização 4 A representação tem dois momentos. o ambiente de “fofoca”. onde se apresentam com “apelidos” extravagantes e dão informaç×es falsas a respeito de suas identidades. assim. não. e o outro. elogios etc. 0s encontros devem seguir as normas sociais padrão de apresentação pessoal. e entram em uma sala de bate-papo virtual. A consciência disso é o que propicia o estranhamento. Con- 54 siderando que as situaç×es dramatizadas não são reais. 0s alunos estão todos na frente de computadores imaginários. utilizando a dramatização como estratégia pedagÓgica para provocar o estranhamento em relação à prÓpria vivência. que fazem parte do seu cotidiano escolar e de lazer. quando descobrirão que o outro não é exatamente aquilo que dizia ser. 0 propÓsito deste exercício é trazer o olhar do jovem para situaç×es familiares. A segunda cena se passa na casa das pessoas que participaram da festa. mas há também outras pessoas desconhecidas. Ao ànal. espera-se que os alunos tenham adquirido certa clareza a respeito de como mudamos nosso comportamento dependendo da situação em que nos encontramos. a àm de que os alunos possam percebê-los e compreendê-los. com os mesmos termos que utilizam quando se comunicam pela internet. Nesse sentido. das pessoas com quem estamos interagindo e também de quem nos está observando. 0s alunos devem representar pequenas cenas de encontro entre conhecidos e desconhecidos. Além disso. Avaliação da Situação de Aprendizagem Ao ànal do exercício. cumprimentos. falando sobre o que aconteceu. f Dramatização 5 A cena se passa em um cyber café. Elas estão ao telefone. Eles deverão verbalizar o que estão comunicando. introduzidos na Situação de Aprendizagem. duas pessoas se apresentando. Imaginamos também que já esteja consciente de que tais processos se dão por meio da incorporação de papéis socialmente construídos. o aluno já tenha compreendido que o ser humano só existe como ser social e que. sugerimos. um encontro entre colegas de escola etc. de compreender como se dá o processo de construção da identidade.Sociologia – 1a série – Volume 1 rão ter percebido que o exercício da representação de papéis. e que o ator social precisa de espaços privados de descanso onde possa sair do seu papel e parar de representar. Como proposta de avaliação.AGEM 6 A C0NSTRU¬«0 S0CIA. por exemplo. em cada uma das dramatizaç×es encenadas. 55 . portanto. como. em todos os casos. solicite ao aluno que selecione e observe uma interação social cotidiana qualquer (uma conversa entre vizinhos.DA IDENTIDADE Como forma de fechamento da discussão iniciada nas Situaç×es de Aprendizagem anteriores. não pode ser realizado o tempo inteiro de forma consciente. p.) e descreva a cena utilizando os elementos teÓrico-metodolÓgicos de Erving Goffman. para se tornar um ser social é necessário passar pelos processos de socialização primária e secundária. Proposta de situação de recuperação Como proposta de situação de recuperação. neste momento. 171). mas agora chegou o momento de mostrar aos jovens que o ser humano também deàne a sociedade (BERGER. a realização da atividade proposta na seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno. qual era a impressão que os atores estavam tentando passar para o pÙblico? d) 0 que o pÙblico entendeu da representação? e) 0 que aconteceu nos bastidores? 0bserve que. SITUA¬«0 DE APRENDI. 2007. É chegado o momento. o pÙblico não é a classe. a questão das relaç×es e interaç×es sociais e a construção de papéis. os seguintes itens: a) Quem eram os atores sociais envolvidos diretamente na representação das aç×es? b) Quem era o pÙblico que estava assistindo à representação da cena? c) Qual era a representação. um pedido de informação na rua. ou seja. 0s jovens precisarão compreender o caráter processual de toda construção identitária. mas as pessoas que não participam ativamente da representação dos atores sociais. 0riente os alunos a identiàcar. em que exploramos as formas de socialização. o gerente que observa atentamente a atuação dos seus funcionários ou a garota que é paquerada pelo rapaz que se esforça para “àcar” com ela. Imaginamos que. esta Situação de Aprendizagem discutirá a construção social da identidade. Por meio das Situaç×es de Aprendizagem anteriores foi possível entender que a sociedade deàne o ser humano. embora seja constante e em grande parte reáexivo. apÓs o exercício de dramatização. e sob as mais diferentes perspectivas. de forma geral. discussão em sala de aula e leitura de textos. Peter ParLer. Todo . desenvolver no jovem a sensibilidade sociolÓgica para observar as relaç×es sociais entre os indivíduos. Super-Homem. Cada grupo deve escolher apenas um super-herÓi. previamente. tornar o aluno consciente de que a construção identitária é um processo que nunca acaba e que vem da relação entre indivíduo e sociedade. a atribuição de identidade pelo outro e a marcação simbÓlica. 56 Eles deverão produzir painéis que discutam o caráter processual da construção identitária de seu super-herÓi favorito. gibis. organizados em grupos. ou seja. Sugestão de recursos: lousa.ent. Peça aos alunos que pesquisem. produção de textos contínuos e expressão oral. A proposta de sensibilização que sugerimos a seguir envolve uma atividade de pesquisa. Sugestão de estratégias: trabalho em grupo. desenvolver habilidades de leitura. A pesquisa pode ser realizada em sites da internet ou em livros. As orientaç×es para sua realização encontram-se na seção Pesquisa em grupo do Caderno do Aluno. Homem-Aranha. ClarL . Competências e habilidades: tornar o aluno apto a compreender como se dá. revistas. tragam para a sala de aula materiais como cartolinas (duas já são suficiente). tesoura. jornais. Muitos foram os autores que escreveram sobre esse tema. Sugestão de avaliação: quest×es dissertativas. Mas há aspectos básicos na construção identitária que independem da posição do autor. giz e cartolina. Mulher Maravilha. portanto. a relação com o outro. assim como a socialização. cujo caráter lÙdico visa estimular e incentivar os alunos. ela também é parte de um processo. os processos de construção da identidade. o que significa que o processo de construção da identidade de uma pessoa envolve um eterno desenvolver e transformar e acaba apenas com a sua morte. É necessário. canetas coloridas etc. 0 importante é que os super-herÓis escolhidos tenham duas identidades. 0 objetivo da sensibilização é o de iniciar a discussão sobre quão complexa é a construção da identidade e que. HulL. dos grupos sociais por meio dos quais ele interage e participa da vida em sociedade. por exemplo) e a de uma pessoa comum (respectivamente. o processo de construção identitária. 0 painel servirá para explicitar como esses super-herÓis constroem suas identidades: a de herÓi (secreta) e a de pessoa comum. Bruce Banner). cola. desenhos animados etc. Bruce Wayne. aula dialogada.Conteúdos e temas: a construção da identidade como processo. Diana Prince. informaç×es sobre super-herÓis que possuam duas identidades: a do super-herÓi (como Batman. que. Sondagem e sensibilização Esta Situação de Aprendizagem visa introduzir os jovens na discussão sobre a construção da identidade. É isso que dá a dimensão individual. Assim como a identidade é processual e. a construção identitária de alguém não necessariamente precisa seguir todos os passos trilhados por outra pessoa. Solicite aos grupos que expliquem os respectivos painéis e discuta com a sala. pois ela não se faz por etapas. explique que o objetivo desse trabalho é reáetir sobre o quão complexa é a construção da identidade de uma pessoa. contudo. pois ele vive o dilema entre ter de escolher sempre entre uma coisa ou outra. ao longo de suas trajetÓrias. portanto. pois está sempre se desenvolvendo. ou cada um tem uma relação diferente com o prÓprio superpoder? Como cada um deles lida com esses poderes? Você pode usar essas perguntas como forma de orientação do trabalho. Eles não se tornaram super-herÓis da noite para o dia. 0 importante é que todas ajudem na reáexão sobre o caráter processual da construção da identidade desses super-herÓis. Você pode sugerir aos alunos que dividam o painel em dois. ao longo do tempo. adquirindo novas identidades pessoais. tenham nascido com superpoderes. Suas identidades foram sendo criadas. àcar mais felizes e infelizes ao longo das histÓrias. 0u seja. a respeito dos fatores que levaram cada um dos herÓis a desenvolver a sua identidade. Mas existem as regras sociais de troca. como um contínuo vir a ser. Todos se transformaram em herÓis. À primeira vista pode até parecer que são sempre os mesmos. No processo de construção de sua identidade secreta. de outro. na verdade. Cada um de nÓs passa por experiências individuais nas trocas afetivas com os outros que nos são prÓximos. uma depois da outra. abandonar ou não a carreira de herÓi e continuar a perseguir vil×es. Na verdade. Por àm. nunca termina. se possível. eles podem abordar o dilema que o super-herÓi escolhido vive provocado por sua dupla identidade. Eles podem mudar sua personalidade. a relação que estabelecem com os outros não é sempre a mesma. Procure destacar que a mudança da identi- 57 . Nada impede. como o Super-Homem. amadurecer. nenhum deles nasceu super-herÓi. eles são construídos ao longo de várias histÓrias. que os jovens proponham outras. o super-herÓi vive um dilema: revelá-la ou não para os amigos e a pessoa amada. portanto. ou os “mapas socioculturais” que deànem a trajetÓria dos indivíduos na sociedade. o mesmo ocorre com os super-herÓis.Sociologia – 1a série – Volume 1 super-herÓi tem uma histÓria ou. Para que os jovens não se atrapalhem sobre o tipo de informação que se quer discutir. é preciso considerar a ideia de que se trata de um processo. mas. 0 herÓi. Eis algumas perguntas para orientar o trabalho: f f f f f f f f f Como ele se comporta quando é herÓi? Quais são seus poderes? Como ele reage diante das adversidades? Quais são seus pontos fortes e seus pontos fracos? Como ele descobriu ou desenvolveu os superpoderes? Quando ele assume a identidade de pessoa comum? Qual é sua trajetÓria? Qual é a sua proàssão? Como é a sua personalidade? 0s super-herÓis lidam sempre da mesma forma com os poderes. na verdade. Sua identidade nunca é fechada e acabada. Para entender como são construídas as identidades. No processo de construção da identidade existe tanto uma dimensão que é individual quanto outra que é social. de algo que está em movimento. ainda que alguns. Um lado que explique a construção da identidade secreta (de herÓi) e. a identidade da pessoa comum. assim como enquanto pessoas comuns eles passaram por um processo de socialização em diferentes grupos ou instituiç×es sociais. se desenvolve ao longo do tempo e vive um drama. a partir de experiências e trocas estabelecidas com outras personagens. 9). é importante questioná-los: Mas por que ela é relacional? O que vocês acham que isso signiàca? Deixe-os expor suas ideias e. Talvez seja Ùtil acrescentar que o conceito de identidade humana está relacionado com um processo. já não tem a mesma estrutura de personalidade dos 10 anos. Um primeiro ponto a destacar 5 é o fato de que a identidade é relacional.ahar. a morte inesperada de alguém querido e outros fatos que não foram planejados. À primeira vista. Hubert Humbert é diferente da pessoa que era aos 10. a identidade é eterna construção e reconstrução. É fácil isso passar despercebido. ou seja. uma mudança de bairro. Aprofunde essa ideia propondo aos alunos a leitura (individual. 1994. nascimentos. Você pode listar possíveis fatores e acontecimentos que levam alguém a alterar a sua identidade. 152. ou seja. A identidade está sempre se desenvolvendo. A sociedade dos indivíduos. 2000. Aos 50 anos. Apesar de muitas vezes acharmos que nos mantemos os mesmos. sou sempre a mesma pessoa. um evento importante também pode ajudar alguém a repensar a prÓpria vida e a reconstruir a sua identidade. marcada pela diferença (W00DWARD. Na verdade. da de 10 anos. E-IAS. nossa estrutura de personalidade muda e isso interfere na nossa construção identitária (tal como ocorre com os super-herÓis). p. em razão de fatores imponderáveis como acidentes. Ele trata justamente do quão diferentes nos tornamos à medida que envelhecemos. Às vezes. Rio de Janeiro: Jorge . mas é a mesma pessoa. como a morte de uma pessoa prÓxima e querida (os pais de Bruce Wayne ou o tio de Peter ParLer). pois todos eles nos ajudam a compreender o caráter processual de toda construção identitária. Mas isso não é verdade. a Sociologia procura mostrar justamente o contrário. -ogo. diria alguém. a revelação de alguma histÓria da família. e. Para ànalizar a sensibilização. A identidade de um indivíduo pode mudar independentemente de sua vontade. 0 objetivo é deixar claro que o senso comum nos transmite a ideia de que a identidade é fechada e pronta. Os processos de construção da identidade Chegou o momento de explicar para os alunos os mecanismos de construção da identidade. portanto. Aos 50. nunca somos. um casamento. De fato. a pessoa de 50 anos mantém uma relação singular e muito especial com a de 10. solicite aos alunos que façam um breve resumo do texto no espaço a ele destinado no Caderno do Aluno. Essa continuidade do desenvolvimento é a condição para a identidade do indivíduo de 10 e de 50 anos. separaç×es.dade pode ser provocada por uma série de fatores. p. as afirmaç×es-eu e as afirmaç×es-nÓs talvez pareçam ter um caráter estático. In: SI-VA. Eu. sempre estamos. no curso de um processo específico de desenvolvimento. expli- . ou devido à alteração na maneira como os outros nos observam. compartilhada ou conjunta) do texto reproduzido a seguir e na seção -ição de casa do Caderno do Aluno. a partir delas. É que a pessoa de 50 anos proveio diretamente da de 1 e 2. Por outro lado. cidade ou país. Norbert. entre muitos outros fatores. que podem revelar uma vontade consciente de mudar ou raz×es inconscientes. possui piscina e um espaçoso jardim. Por meio de tais marcaç×es. Na maioria das vezes. é preciso que exista alguma coisa ou alguém que possa ser classiàcado como outro. os indivíduos se identificam com outros indivíduos ou grupos sociais e. a palavra relação. entre outros. Para a diferença existir. um significado. pois. os livros que lemos. Você pode escrever os termos “eu” e “outro” na lousa e. utilizam os mais variados símbolos. A marcação simbÓlica expressa ideias e conceitos e ajuda os indivíduos a construir sua identidade. para construir um eu. que é entendido pelos outros grupos. Esses e tantos outros fatores e elementos servem para a marcação simbÓlica entre grupos e indivíduos. para expressar essa identificação e/ou pertencimento. se as pessoas acreditam que existem pessoas iguais e querem se unir ou se ligar a elas. o time de futebol para o qual torcemos etc. Se ela é pequena e está localizada em um bairro mais simples. ou seja. Mas é preciso explicar aos jovens que. ele é usado para transmitir ideias e conceitos e atribuir signiàcado a algo. ela transmite a ideia de que seus donos não têm muitas posses. 0u ainda. Se ela é grande. ocorre o que chamamos de uma marcação simCólica. solicite aos alunos que escrevam uma lista de possíveis símbolos utilizados como marcação simbÓlica por indivíduos ou grupos no espaço a ela destinada no Caderno do Aluno. do ponto de vista do senso comum. A capacidade de atribuir significados às coisas que nos cercam é típica do ser humano e serve para expressar ideias e conceitos e ajudar as pessoas na construção de sua identidade. acreditamos que a identidade tem a ver com identiàcar-se com os iguais. Um símbolo pode ser entendido como algo que representa ou substitui algo. se elas se baseiam em fatores reais ou imaginários. dependendo da religião à qual você pertence. para que qualquer Eu surja. transmite a ideia de a que os proprietários têm dinheiro e a casa pode ser um símbolo de prestígio social. Muitos deles provavelmente acharão isso estranho. Por exemplo: uma casa não é somente uma casa em nossa sociedade. 59 . Em outras palavras. Por meio da marcação simbÓlica os grupos expressam sua identidade uns para os outros. Essa construção se dá por meio de símbolos a . Não interessa se essas diferenças realmente existem. você pode passar diferentes mensagens sobre quem você é). o símbolo pode ser um objeto. as roupas que usamos. Você pode dar alguns exemplos de símbolos que servem para que os diferentes grupos de uma sociedade se diferenciem entre si. mas ele também pode ser um sinal. um elemento gráfico. entre eles. Em sociedade. Uma casa também pode ser um símbolo e assim passar uma mensagem. como os costumes (por exemplo: comer com determinados talheres pode ser uma forma de mostrar a qual grupo você pertence) ou práticas religiosas (em alguns lugares. Neste momento. o indivíduo atribui sentido a sua vida e constrÓi um lugar no mundo. De forma geral. as mÙsicas que ouvimos. Ele passa uma mensagem. precisa construir esse eu em uma relação com um outro.Sociologia – 1a série – Volume 1 que que o ser humano. basta que as pessoas acreditem que ela exista. isso ocorre porque acreditam que existem os que sejam diferentes. DUBAR. Durante a sua vida. 200. mas sempre estamos. É necessário que os jovens compreendam que esse lugar no mundo não é imutável. vai incorporando diferentes papéis e atitudes diante da vida. PetrÓpolis: Vozes. que fazem com que modiàque a sua relação com o mundo. Eu nunca posso ter certeza de que minha identidade para mim coincide com minha identidade para o 0utro. todas as nossas comunicaç×es com os outros são marcadas pela incerteza: posso tentar me colocar no lugar dos outros. p. mãe. avÓ. pois passamos por diferentes situaç×es em nossas vidas que contribuem para isso. Por isso é possível dizer que nunca somos. pai. Pergunte aos jovens o que entenderam do texto. mas isso não ocorre de forma simples. ambas se interligam. Claude. São Paulo: Martins Fontes. entre outras). proponha aos alunos a leitura do texto reproduzido a seguir e na seção -eitura e análise de texto do Caderno do Aluno. esse desenvolvimento não está apenas relacionado com os diferentes papéis que assumimos ao longo de nossa . desempregado. A construção social da realidade. À medida que ela passa por diferentes situaç×es (criança. 135.Receber uma identidade implica na atribuição de um lugar específico no mundo. De qualquer forma. -UC. BERGER. se por um lado a identidade está sempre se desenvol- 60 vendo. empregador. mas na verdade deveríamos usar o “estar”. A identidade nunca é dada. Às vezes. Ao construir sua identidade. ela sempre é construída e deverá ser (re)construída em uma incerteza maior ou menor e mais ou menos duradoura. Nesse ponto pode ser colocada a questão da comunicação. existe a forma por meio da qual ela se vê e existe a maneira pela qual os outros a veem. Isso é parte do caráter processual da identidade. Nunca é possível ter certeza que a identidade para si concorda com a identidade para o outro. aposentado. a pessoa cria uma identidade para si e uma identidade para o outro. Concebê-la como um processo signiàca justamente isso: entender que a construção da identidade de uma pessoa sÓ acaba com a sua morte. usamos no nosso dia a dia o verbo “ser” para nos deànir. p. Para introduzi-la.MANN. 17. Assim como esta identidade é subjetivamente apreendida pela criança (“eu sou John Smith”). filho. uma coincide com a outra e em outros casos. do mundo e de si mesma. jovem. 0u seja. Aànal. empregado. Não posso estar na pele deles. por outro. aproveite os comentários e mostre como o autor enfatiza o caráter processual da construção identitária. mediatizado pelos mesmos outros significativos. 2005. 0ra. Infelizmente. A apropriação subjetiva da identidade e a apropriação subjetiva do mundo social são apenas aspectos diferentes do mesmo processo de interiorização. Daí o caráter processual de toda construção identitária. tentar adivinhar o que pensam de mim. adulto. A socialização e construção das identidades sociais e proàssionais. o indivíduo passa por diferentes experiências. até mesmo imaginar o que eles acham que penso deles etc. o mesmo se dá com o mundo para o qual a identidade aponta. Peter. avô. Thomas. absorve distintas vivências. não. mas também com a mensagem que passamos ao incorporar esses papéis.Sociologia – 1a série – Volume 1 vida. Mas toda comunicação traz consigo incertezas. dê exemplos de como as pessoas (que moram com você. Mas isso não quer dizer que todos compreendam os mesmos símbolos e ideias da mesma forma. 61 . 0 ser humano não é fruto sÓ do seu olhar sobre si prÓprio. no entanto. Reunidos em grupos. Mas como alguém pode fazer uma ideia a respeito de nós? Ele pode apelar à fantasia (o outro imagina como somos) ou à mensagem que passamos a nosso respeito (e isso se dá por meio da comunicação. sugira aos jovens a realização da atividade proposta na seção Atividade em grupo do Caderno do Aluno. é claro. DUBAR. não podemos prescindir dos outros para forjar nossa prÓpria identidade. procurando identiàcar: a) o que vocês sup×em que fazem as pessoas retratadas nas imagens. Isso pode gerar uma série de problemas. b) como deve ser a personalidade de cada uma delas. Isso mostra que a identidade que construímos para nós. por intermédio da linguagem. muitas vezes. são dois processos: um é o de como os outros nos atribuem identidades. Ambos os processos. Você pode colocar para a sala a seguinte questão: f Por que pode ser um problema a forma como eu me vejo não ser igual à forma pela qual os outros me veem? Deixe-os se manifestar e aproveite a intervenção dos alunos para explicar que o outro sÓ pode estabelecer alguma compreensão de quem somos na medida em que ele faz alguma ideia do que somos. mas isso não significa que as pessoas devam aceitar ou que aceitem essa identificação. uma vez que a mensagem que transmitimos por meio da comunicação não expressa necessariamente o que gostaríamos de expressar. professores. A socialização e construção das identidades sociais e proàssionais. Para terminar esta Situação de Aprendizagem. -ogo. 0 que está em jogo é exatamente a articulação desses dois processos complexos. em que símbolos e ideias são trocados). como você se oCserva. Neste momento. Claude. você pode encaminhar a atividade sugerida no Caderno do Aluno. seus amigos. Nunca podemos saber totalmente se o outro compreendeu a mensagem que passamos da forma que queremos que ele a compreenda. p. 141. não coincide com aquela que os outros nos atriCuem. Ele é identificado pelo outro. e o outro é o de como nÓs incorporamos isso (ou não). não são sempre coincidentes. por outro lado. entre outros) o veem e. baseada na -eitura e análise do texto de Claude Dubar: Após a leitura do texto e com Case na sua experiência pessoal. 2005. os jovens devem discutir entre si as imagens apresentadas a seguir. mas também do olhar e da compreensão dos outros sobre ele. mas autônomos: a identidade de uma pessoa não é feita à sua revelia. Essa mensagem é sempre passada por meio da linguagem via comunicação. Podemos nos ver de um jeito e as pessoas de outro. São Paulo: Martins Fontes. peça aos jovens que respondam às quest×es propostas na seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno. Figura 16. Figura 15. Explique o caráter relacional da identidade. Essa é uma forma interessante e lÙdica de discutir identidade e preconceito e fechar a discussão do volume. quebre a expectativa construída pelo senso comum dos jovens lendo no Gabarito (no ànal deste caderno) o que cada um dos retratados faz. 2. Socialize a descrição realizada pelos grupos de cada um dos indivíduos retratados. . Avaliação da Situação de Aprendizagem Como avaliação desta Situação de 62 Aprendizagem. e isso pode levar a uma divergência entre a identidade para si e a identidade para o outro. Explique o que são as identidades para si e para o outro e relacione-as com o fato de que as identidades se constroem por meio da comunicação. E então. 1.© ImagebroLer/Alamy/Glow Images © Terry Vine/Blend Images/ iStocLphotos/ThinLstocL/Getty Images Figura 14. © Reáex Picture -ibrary/Alamy/Glow Images © GreatstocL Photographic -ibrary/ Alamy/Glow Images Figura 13. pois mostra que a mensagem que passamos sobre nÓs nem sempre pode estar de acordo com a mensagem que os outros compreendem. Proposta de situação de recuperação Peça aos jovens que escrevam um texto dissertativo argumentativo sobre o caráter processual de toda construção identitária. 0-IVEIRA. Este livro é a publicação de um curso dado por Florestan no ano de 197. DEM0.ygmunt. In: A experiência Curguesa da rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos.MANN. A natureza sociológica da Sociologia. Pedro. Aborda os processos de socialização primária e secundária e discute a construção identitária em meio a tais processos. Márcia Gardênia Monteiro. 200. Nesse capítulo introdutÓrio. Apesar de não ser um texto de fácil leitura.oln. 2005. QUINTANEIR0. . 197. 0 livro reproduz uma entrevista do sociÓlogo polonês em que ele discute a construção da identidade. -ida ainda com vários dos preconceitos que as pessoas têm em relação a essa disciplina. PetrÓpolis: Vozes. 2. Peter. PetrÓpolis: Vozes.ahar. Apresenta uma análise interessante de diferentes autores e correntes. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Florestan. o autor sintetiza em poucas páginas o contexto histÓrico do surgimento da Sociologia. 2007. 2007. ao discutir a relação entre indivíduo e sociedade. Arquitetos e mártires da mudança. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Claude. Tom. GAY. 0 estudo da sociedade. 190. O espelho mágico de M. In: Introdução à Sociologia. é referência na discussão da construção da identidade e do processo de socialização. procura abordar o que é a Sociologia de forma leve e interessante. B0TT0M0RE. 0 livro aborda as teorias sociolÓgicas clássicas de maneira introdutÓria. Belo Horizonte: Editora UFMG. A sociedade dos indivíduos. bem como as diferentes disposiç×es dos primeiros sociÓlogos para compreender a realidade. a “Nota explicativa”. Elias enfoca os processos de socialização e construção da identidade na atualidade. Rio de Janeiro: Jorge . C. Atual. 200. A construção científica. Taschen: . C. DUBAR. São Paulo: Atlas. Escher. o historiador Peter Gay exp×e de forma instigante o panorama de contradiç×es que foi o século XIX. Norbert. é uma instigante reáexão a respeito do que o autor denomina o “estilhaçamento” da Sociologia já em sua origem. A socialização e construção das identidades sociais e proàssionais. Escher. 0 livro dedica-se à explicação geral da obra de M. Maria -ígia de 0liveira. p. Peter. 1994. Tânia. e apresenta uma análise de sua biograàa. Nesse capítulo. Peter. 199. In: Introdução à metodologia da ciência. BAUMAN. quando a crença no progresso e na 63 . Um toque de clássicos: Marx. 2005.Sociologia – 1a série – Volume 1 RECURS0S PARA AMP-IAR A PERSPECTIVA D0 PR0FESS0R E D0 A-UN0 PARA A C0MPREENS«0 D0S TEMAS Livros BARB0SA. 0 livro é uma introdução à discussão de metodologia da ciência e pode ser uma leitura Ùtil para o professor ao discutir com os jovens a diferenciação entre o olhar cientíàco e o do senso comum. destacando o processo de construção das identidades nacionais. -UC. São Paulo: Companhia das -etras. 9-45. apenas aos professores. ed. Indicamos ao professor. Thomas. 2011. Rio de Janeiro: -TC. BERGER. DurLheim e Weber. Neste livro. São Paulo: Martins Fontes. Rio de Janeiro: . ERNST. FERNANDES. São Paulo: Ática.ahar. “A ‘herança clássica’ e o seu destino”. Bruno. podendo ser um recurso para a formação do professor do Ensino Médio. Recomendamos. -ivro introdutÓrio da área de Sociologia. E-IAS. a “Introdução” e o capítulo 2. BERGER. A construção social da realidade. seus métodos e principais problemáticas. ele passa por diferentes correntes e autores da Sociologia. PetrÓpolis: Vozes. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Tempo Social. Disponível em: <http:// www. Apesar de ser um livro introdutÓrio. Amaury Cesar. Escher.estadao. gratuitamente. 57). SI-VA. O que é Sociologia. Fundação M. Em linguagem acessível. mas não para um jovem que inicia o Ensino Médio e nunca ouviu nada a respeito da disciplina. Disponível em: <http://www. Este livro é uma boa introdução para os professores. C.evolução da humanidade coexistiu com uma sensação de mal-estar e desordem no mundo. pode ser acessado em: <http:// w w w. p h p ? s c r i p t = s c i _ arttext&pid=S0103-2070200300010 0001>. n. 0 livro discute a problemática da construção da identidade dando especial ênfase à questão da formação da identidade nacional. 0 professor pode escolher alguns trechos para serem lidos pelos alunos. realizada em 17 de fevereiro de 200 para o Caderno “Aliás”.mcescher. o livro trabalha a questão da identidade e é indicado ao professor. 15.escherinhetpaleis. Carlos Benedito.br>. São Paulo: Edusp. pois permite que ele consiga textos das mais variadas revistas cientíàcas do país. 5-20. v. ainda do início dos anos 1960. que se trata de uma abordagem da escola francesa. Este livro se prop×e a ser um manual prático de introdução à Sociologia.nl>. 1999. 0s alunos também podem aprender um pouco mais sobre o artista acessando o site do museu que abriga a sua obra. Acesso em: 10 jul. Porém.br>. 64 STRAUSS. -ivro indicado para os professores. Tomas Tadeu da. b r / s c i e l o. 2003. Disponível em: <http:// www. Indicamos particularmente o capítulo escrito por . apresenta a perspectiva sociolÓgica de Goffman na análise das relaç×es em grupos sociais restritos. 2000. . s c i e l o. abr. 0 site permite que sejam visualizadas matérias antigas do jornal. -icenciatura em Ciências Sociais e ensino de Sociologia: entre o balanço e o relato. Escher. Acesso em: 17 maio 2013.com. como a íntegra da entrevista com o sociÓlogo José de Souza Martins. MARTINS. Anselm. Paulo. C. MENDRAS. 2013. Artigo M0RAES.scielo. 0 site do Scielo é uma ferramenta importante para o professor.athryn Woodward “Identidade e diferença: uma introdução teÓrica e conceitual”.com>. Henri. G0FFMAN. Fundamental para o professor. com base na ideia de representação teatral. p. o autor estabelece uma reáexão sobre o ensino da Sociologia no Brasil. (Coleção Primeiros Passos. 1995. entretanto. 1. Museu M. Erving. bem como sobre os revezes pelos quais ela passou nos Ùltimos cem anos. por meio de downloads no formato PDF. utilizando bibliografia de inÙmeros autores. de tal forma que é indicado para alguém que já aprendeu um pouco do que é Sociologia. buscando apresentá-la como ciência. 2004. Disponível em: <http:// www. É importante observar. Espelhos e máscaras: a busca de identidade. não deixa de ser Ùtil para quem quer conhecer mais a fundo a Sociologia e não sabe por onde começar. Recomendamos a “Introdução” ao professor. A representação do Eu na vida cotidiana. Barueri: Manole. São Paulo: Brasiliense. Acesso em: 17 maio 2013. O que é a Sociologia. Este é o site oàcial do artista plástico holandês Maurits Cornelis Escher. 2003. Acesso em: 17 maio 2013. Nesse artigo. PetrÓpolis: Vozes. O Estado de S. Acesso em: 17 maio 2013. Sites Scielo. mas não o recomendamos aos jovens. e que inclui a Psicologia Social como parte da Sociologia. escola. trabalho – Relaç×es e interaç×es sociais 2ª série 3ª série Diversidade. conáitos. o ser humano e os grupos sociais – A Sociologia e o trabalho do sociÓlogo – 0 processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade Volume 1 – Como pensar diferentes realidades – 0 homem como ser social – A inserção em grupos sociais: família. elementos constitutivos e características – ConteÙdos simbÓlicos da vida humana: cultura – Divisão social do trabalho. cultura e identidade Cidadania e participação política – A população brasileira: diversidade nacional e regional – 0 que é cidadania – 0 estrangeiro do ponto de vista sociolÓgico – A formação da diversidade cultural – Consumo – Consumismo – Cultura de massa – Construção da identidade pelos jovens – Socialização e processo de construção social da identidade – 0 cidadão no passado e no presente – A formação da concepção de cidadania moderna – Direitos civis.Sociologia – 1a série – Volume 1 QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO 1ª série A Sociologia. políticos. sociais e humanos – 0 processo de constituição da cidadania no Brasil – A Constituição de 19 e os direitos e deveres do cidadão – Formas de participação popular na histÓria do Brasil – 0s movimentos sociais e os novos movimentos sociais – A cidade como lugar de contradiç×es. psicolÓgica e simbÓlica – Violência contra o jovem – Violência contra a mulher – Violência escolar – Sistemas de governo (parlamentarismo e presidencialismo) – Constituição do Estado brasileiro: divisão dos poderes. repÙblica e democracia) – Características da cultura Volume 2 – A humanidade na diferença – Da diferença à desigualdade: comparação entre dois conceitos – Desigualdade de classes – Desigualdade racial e étnica – Desigualdade de gênero – Processo de trabalho e relaç×es de trabalho – Transformaç×es no mundo do trabalho: emprego e desemprego na atualidade – 0 que é violência – Violência física. vizinhança. Senado. divisão sexual e etária do trabalho. partidos políticos e sistema eleitoral brasileiro – 0 que é não cidadania? – A desumanização e coisiàcação do outro – Reprodução da violência e da desigualdade social – 0 papel social e politicamente transformador da esperança e do sonho 65 . Câmara dos Deputados. associativismos e democracia Cultura: unidade e diferença Trabalho e violência O Estado e a não cidadania – 0 que nos diferencia como humanos – 0 signiàcado do trabalho: trabalho como mediação – 0 Estado: conceito. divisão manufatureira do trabalho – Formas de governo no Estado Moderno (monarquia. É importante verificar se Desnaturaliza os fenômenos sociais É considerar que os mesmos o aluno trabalhou adequadamente as características do senso devem ser analisados de uma comum e da Sociologia. pelos sentimentos e pelos juízos de valor. fundamentado principalmente no reconhecimento das As orientações para essa atividade estão nas páginas 10 e 11 causas históricas dos fenômenos sociais. sacos de pregos. 1. Andar sem rumo pela costa. os demais utensílios poderiam ser usa- datados. que não Vale ressaltar que estes também são tinha utilidade imediata. p. 21) Leitura e análise de texto (CA. apresentam para vela. pés de cabra. roupas. É procurar reconhecer os motivos Lição de casa (CA. elaborar uma descrição com base na observação. b) Características da Sociologia: Você aprendeu? (CA. uma rede. enganar a fome fenômenos cidos. p. 66 livro: também havia ferramentas de carpintaria. Nesta atividade. sem interesse. a ciência se constrói com um Pesquisa de campo (CA. 26-28) Reconhece para os fenômenos sociais que as causas dos estão além dos sujeitos. ras. p. pensando nos amigos desapare- periodicidade e uma função espe- ligam ao seu lugar de origem: faca. Identificar os seus pertences pessoais – os objetos que o e dormir. p. suas necessidades mais básicas: matar a sede. além de parte do madeirame do navio. armas e munições. considerar que eles são frutos de uma SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 construção e que não se criam de O ser humano é um ser social forma neutra. Tinta. Verifique se o texto não traz informações ou adjetivações que independem do que os olhos veem e têm mais Leitura e análise de texto e imagem (CA. cachimbo e tabaco. Para desenvolver um olhar científico é importante se distanciar do olhar do senso comum porque este é marcado pela superficialidade. Para quem leu o de conceitos e saber e se faz necessário o conhecimento de suas linguagens para teorias o afastamento do senso comum. é importante verificar se o aluno consegue explicar de forma clara as diferentes tomadas de posição em torno de um tema. p. e a primeira postura deste Caderno. tesou- naturais e o meio ambiente. cordas. navalhas. ou seja. Não há uma única resposta possível. Lição de casa (CA. no sentido de prover as condições de sobrevivência de Robinson Crusoé. talheres e moedas. Trabalha a partir São essenciais para a compreensão 2. uma Bíblia. essas causas devem apresentar regularidade. p. pedaços de pano encerado e construção científica. pelo preconceito. Machados. ou seja. 23) Resposta pessoal. Com exceção do dinheiro. 16-21) A análise das imagens encontra-se ao longo da Situação de Aprendizagem 1. “no olhar”: descrever o ambiente. Embora as prenoções sobre a realidade SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – repletas de conhecimento do senso comum – sejam uma O processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade forma válida de pensamento. Suprir cífica para o todo social. a) As características do senso comum estão na página 14 deste Caderno. o que faziam e como se comportavam. . p. as pessoas. 22) 1. 12-15) 1. 8-11) cuidado metodológico que implica seguir um rigor de análise. especificidades para cada área do colchões e alimentos. a ver com prenoções ou preconceitos. Deve-se considerar a capacidade do aluno de para alcançar tal rigor é a desnaturalização desses fenômenos. perspectiva histórica.GABARITO 2. papel e penas para escrever. Exercício (CA. sendo necessário conhecer os contextos nos quais são dos como meios ou ferramentas para transformar os recursos formulados. o que diminuía muito as chances de ser encontrado por outros navegadores. uma como martelo. Descobriu que estava sozinho em uma ilha tropical desabitada. não havia meios de comunicação remota. (4) Utilizar outra pedra para parti-los. fabricou um pilão de forte do que a evidente realidade de que um corpo boiando madeira usando a técnica empregada por indígenas brasileiros na água provavelmente já estava morto. 4. Noland colocou o corpo em uma cova e cobriu o rosto do uvas em passas. depois com pedaços de madeira. comerciantes e exploradores. Alternativa d.Sociologia – 1a série – Volume 1 3. também procurou mandioca na ilha para fazer farinha. retirou alguns dos seus pertences pessoais. na parede de pedra acima da cova. a semear os grãos morto. recifes e um pico monta- os meses. de modo que essa é uma herança cultural muito antiga vida mais confortável. pois. Naquela época. As lâminas dos patins são utilizadas para cortar o tecido das Lição de casa (CA. Quando precisou de após terem se passado alguns dias desde o acidente. cobriu a cova com 7. a cultivar mesmo entre ancestrais do Homo sapiens – nossa espécie milho e a produzir farinha. mesmo ques de febre provocados pela malária. Robinson sentia-se muito só e fazia-lhe falta ouvir outra voz que não a sua. Para quem leu o livro: também aprendeu a fazer lamparinas com gordura de cabra. ele não tinha (2) Esmurrar o coco contra a parede de pedra. Noland experimentou girar um pedaço de madeira contra um pequeno tronco. gatos e um papagaio. 9. o enterramento de cadáveres é um primeiro barco tinha o formato de uma piroga ou canoa. roupas. Os cordões dos patins são utilizados 1. a menor possibilidade de pedir ajuda. vra “socorro”: primeiro com os pés. assim. Ele aprendeu a caçar. não apenas isolado da civilização e do casca. A esperança de que ele ainda estivesse vivo. – até mesmo por Deus. e começa a escrever um diário. a casca dos cocos verdes e fabricar objetos pontiagudos de madeira. (1) Atirá-los contra uma parede de pedra. Por fim. sentia-se profundamente só. escrevendo na praia a pala- 11. A foto do colega com os dois filhos ele pôs pão. a fazer cestos. a quem chegava a recriminar por sua 4. Exercício (CA. convívio das pessoas. para que a maré não apagasse as marcas. esfregando-o entre as mãos. e seu 7. como cinzel. Robinson Crusoé sabia que se encontrava em uma ilha desabitada. e correu mas folhas de tabaco ainda não defumadas para tratar os ata- para salvá-lo. p. europeus ou norte-americanos. Depois. Identificar os seus pertences pessoais: o pager e o relógio de para amarrar coisas. Por isso. Crusoé utilizou o fumo em rolo e algu- ficou-se com ele. 3. no bolso direito de sua camisa. resumindo os principais acontecimentos. Wilson. Tenta estabelecer contato com outros seres humanos para pedir ajuda (chamar por socorro). a construir objetos de madeira. carregada pelo ser humano. Por essa razão. entre outros ofícios. a comer carne de tartaruga. 29-32) calças. traço comum observado entre os seres humanos. seu lugar de origem. Desde a Pré-história. Sua esperança estava na construção de suas canoas. situação. (6) Utilizar duas pedras combinadas. marcando os dias. ensinou o papagaio a falar. o vestido é transformado em uma rede bolso com a foto da namorada. Recolher as caixas da compa- para apanhar pequenos peixes e a bola torna-se seu amigo nhia de correios e entregas. Para quem leu o livro: Robinson baseada no desejo desesperado de encontrar outra pessoa. gritando. Noland identi- 5. chamando. além de criar animais e tornar sua –. a transformar 8. tamanho seu desespero e sua solidão. terra e escreveu o nome de Albert Muller. Robinson faz um calendário. mente um dos seus companheiros do acidente –. À primeira suspeita de que seria outro ser humano – provavel- estimação. outra o que tornava a sua situação ainda mais desesperadora. as semanas e 5. um barco e potes de barro. 28) Resposta pessoal. Alternativa e. para furar o coco. uma pessoa na mesma situação. como os que determinados povos indígenas brasileiros utilizavam. fora das rotas comerciais. mas como se tivesse sido abandonado (5) Utilizar uma pedra lascada como ferramenta para cortar a (3) Tentar abri-los esmurrando-os contra uma rocha pontiaguda. onde encontrou uma caverna. iniciasse a 67 . Todos são objetos que o ligam ao imaginário. 10. sem o contato direto com outros seres humanos. nhoso de onde podia avistar tudo. era mais algo para moer o milho e fazer farinha. Quando ficou doente. Primeiro. esperando que o atrito provocasse calor e. indicando o local do sepultamento. como um cachorro. Também lê a Bíblia e cria animais de 6. a fazer novas ferramentas para agricultura. 2. Falando. na época mais adequada (segundo as estações de chuva da como os sapatos e a lanterna. peito do falecido. bem como o ano de seu nascimento e falecimento. p. isto é. e depositou a carteira sobre o ilha). Estudos arqueológicos evidenciaram práticas de enterramento 6. 1. sociólogo. em entrevistasse um psicólogo e não um sociólogo. Na França. segundo ele. No caso. praticado por indivíduos de distintos estratos sociais em 6 primeiro exercício de reflexão sobre sua trajetória de vida. precisamente. é o fato de não termos justiça. vários são os motivos por detrás do linchamento. É tal Exercícios (CA. de mudanças biográficas devem surgir. da madeira seca. É muito difícil uma mulher ser linchada. o aluno tem a oportunidade de realizar o com segurança os fenômenos sociais a que se dedica. conseguiu obter calor ter traído a pátria era um motivo para linchar. o professor José de Souza Martins. Geralmente é o pobre. É interessante observar no interior do país. Ela brancos. 37-38) com a mão ferida. p. todos os rigores de ser confrontado com a força dos elemen- 3. por ser um 2. p. A resposta encontra-se ao longo da Situação de Aprendizagem 3. 2. Afinal. 36) processo. Para isso. Caso um branco e um negro cometam. onde quem atua mais é a classe média. Na resposta. ela estaria em busca de uma explicação para uma questão individual. p. conceito introduzido nesta tismo. há linchamentos conforto e amenizar seu sofrimento. do imedia- para o processo de socialização. menor. e. e não social. Caso a disseminação da miséria e do descontentamento. é provável que a jornalista logia nasceu como uma ciência da sociedade industrial. da superficialidade e do preconceito. evitando genera- Situação de Aprendizagem. No Brasil. É uma forma outro pedaço. sozinho. O sociólogo é chamado. no Brasil. mas há várias exceções. onde colocara um punhado de punição coletiva contra alguém que desenvolveu uma de ramos secos. Porém. 39-40) a amplitude de observação que permite ao sociólogo analisar 1. Ao perceber que a rachadura no pedaço de forma de comportamento antissocial. tos da natureza. portanto.combustão. O processo de urbanização e a Revolu- Leitura e análise de texto (CA. com dor. fome e sentindo chado é maior. ou seja. 1. prover muitas vezes. Trata-se de um pequeno estímulo ao estranhamento sobre diferentes contextos. o entrevistado foge. não consegue mais suportar a ausência de os linchamentos são urbanos. friccionando com mais força. Para o sociólogo. ferido. p. Desta forma. Segundo o ao pintar um rosto com seu próprio sangue na bola de vôlei. em bairros de periferia. 33-35) ção Industrial contribuíram para o surgimento e o desenvol- 1. Logo. quando. espaço entre a madeira e a areia. No caso da Itália. amadurecimento e relacionamento no interior de grupos humanos que formam a base fenômeno social. Ao apontar para a complexidade desse os processos de crescimento. De modo geral. os negros. neste uma época marcada por “dilemas sociais”. profissional especialista em analisar aspectos da vida social. são mais linchados que os 12. 2. . cavoucando o chão. que Wilson nasce por acaso. “olhar” de um “outro” – ainda que imaginário – que ele criara aconteceu o mesmo. Segundo o sociólogo José de Souza Martins. colocando papel entre o pedaço de pau e o tronco. Wilson é uma das personagens mais importantes do filme. para elaborar expli- caso. em geral. A Revolução Industrial alterou o modo de vida das pessoas em função do êxodo rural e da crescente urbanização – esva- SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 ziando o campo e provocando o aumento das cidades sem o A Sociologia e o trabalho do sociólogo devido planejamento. A Socio- houvesse ocorrido apenas um caso. algumas evidências lizações indevidas. Não há tanto uma divisão entre ricos e pobres. Nesta atividade. seres humanos que pudessem estar ali para auxiliá-lo. Provavelmente porque ela queria uma explicação para os vimento dos grandes centros urbanos. O antissocial varia de madeira menor permitira a passagem do ar. aumentou o momento para momento e de grupo para grupo. como é a prática do linchamento cações a respeito da sociedade e de suas transformações. mais seco. mas com eles ocorreu cinco casos de linchamento noticiados em seis dias. quando o sofrimento de Noland se transforma em raiva e ele atira para longe a bola de vôlei Você aprendeu? (CA. com base em mais de 2 mil casos documentados. fazendo fogo. ele passou a friccionar o pedaço de madeira contra lincham quando a estrutura do Estado é débil. separadamente. as sociedades Depois. no Brasil) há quase A socialização 30 anos. ocorrem nas cidades e. a probabilidade de o negro ser lin- é criada por Chuck Noland em um dos momentos mais dramáticos. foi fundamental ter as pessoas não lincham pelos mesmos motivos em diferentes percebido a importância da passagem do ar e o “incentivo” do sociedades. suficiente para iniciar o processo de combustão dos ramos e pelo menos na percepção de algumas pessoas comuns. por estudar a prática SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 do linchamento (corriqueira. o mesmo crime. inclusive. Ele tentou. adicionar um combustível ao Lição de casa (CA. Ao refletir sobre suas memórias. aprender a se vestir etc. Não há. o sítio onde passava as férias). rituais de passagem. os lugares onde passava importância das interações sociais com os “outros significativos” no interior da própria família. tomando-se por base a relação com os colegas. b) referências con- os alunos respondam que a socialização primária termina textuais (onde. no interior 2. c) aos 5 anos. O álbum será dividido em três fases: pois são necessidades básicas de sobrevivência. 46-47) 1. O resultado final desta fase deve conter: a) eventos biográficos significativos despertar a reflexão para as mudanças em relação aos espaços de convivência. O próprio crescimento. d) caracterizações/referências/memórias das pessoas 4. d) carac- estiver completamente estabelecida na consciência do terizações/referências/memórias das pessoas que participaram indivíduo – ou seja. uma idade precisa para sua memórias de duração mais longa (como era a casa da minha avó. alguma mudança de comportamento pode ser identificada com certa clareza na pas- biográficos significativos e foram importantes para a conformação dessas memórias. Mas esse processo não se faz de do álbum pessoal – talvez ainda contando com a ajuda dos pais uma vez para sempre. o sítio onde passava as férias). Os alunos utilizarão os mais variados recursos na elaboração um membro efetivo da sociedade e possui uma personalidade e um mundo interior. quando. no entanto. deixar de usar fraldas e/ou de fazer xixi na recorrer aos pais ou parentes mais velhos para relembrar as histórias que vão compor seu álbum pessoal. sem contar exclusivamente com a colaboração de 2. dos quais foram socializadas. rituais de passagem. separações. A resposta encontra-se ao longo da Situação de Aprendizagem 4. encontros). professores. O objetivo desta questão é despertar a reflexão para a ram). falecimentos etc. amigos. como esses casos aconteceram). b) referências contextuais Exercícios (CA. minha avó. do qual ele faz parte. encontros). quando. meu quarto de adolescente. b) referências contextuais (onde. d) caracterizações/ na comparação com a fase dos 0 aos 5 anos. aprender a tomar banho sozinho. c) memórias de duração mais longa (como era a casa da outros grupos. mudanças. de que há um grupo mais amplo do dos eventos biográficos significativos e foram importantes para a que o mundo composto pelas pessoas que o socializaram e conformação dessas memórias. A resposta encontra-se ao longo da Situação de Aprendizagem 4. quando. meu quarto mais ou menos as diferenças que podem ser observadas de infância. os alunos vão estabelecer duração mais longa (como era a casa da minha avó. as experiências de aprendizado e os eventos familiares importantes. como esses casos acontece- 3. abranger: a) eventos biográficos significativos (viagens. os alunos podem recorrer aos seus próprios sagem da pré-escola para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Talvez por sugestão da divisão por fases do álbum pessoal. o início da escolarização. c) memórias de 1. p. tBBOPT &OTJOP'VOEBNFOUBMo"OPT'JOBJT Para essa fase. companheiros de brincadeiras etc. 2. as férias). tBBOPT QSÏFTDPMB deixe os alunos decidirem. 42-45) ensinadas às crianças em praticamente todas as sociedades. O que é importante em uma família pode não ser importante em outra. 47-49) (onde. e o resultado final cama.Sociologia – 1a série – Volume 1 2. pois a socialização nunca se realiza ou de parentes mais velhos – e desta fase o resultado final deve de forma total e acabada. p. recursos. Considere a resposta aberta segundo a percepção dos alunos. mudanças. mudanças. trata-se de voltar a atenção para a importância das que participaram dos eventos biográficos significativos e foram interações sociais com os “outros significativos” fora do importantes para a conformação dessas memórias. daquilo que aprendem em 1. essa pergunta tem por objetivo outros adultos para a elaboração do álbum pessoal. Não há uma forma certa ou errada de proceder à socialização primária de uma criança. Nesse momento. p. em grande parte. como esses casos aconteceram). Quanto a isso. rituais de passagem. 69 . Assim como a questão 1. O modo como elas são socializa- Leitura e análise de texto (CA. 40-41) das depende. Algumas coisas são Lição de casa (CA. p. núcleo familiar de origem. o indivíduo torna-se tBBOPT &OTJOP'VOEBNFOUBMo"OPT*OJDJBJT tarefas domésticas. encontros). Agora. Leitura e análise de texto (CA. sociabilidade e interação social com (viagens. Embora essa referências/memórias das pessoas que participaram dos eventos divisão etária não seja rígida. sua própria cultura e herdam dos grupos sociais. conclusão. como casamentos. Ela termina apenas quando a ideia de sociedade meu quarto de infância. os alunos em geral têm de a comer sozinho. executar pequenas deve contemplar: a) eventos biográficos significativos (viagens. mas eis alguns exemplos: aprender Para apresentar este período. Eles deverão compará-los e identificar as rupturas entre conteúdos interiorizados na comportamento em sala de aula: prestando atenção. Você aprendeu? (CA. um candidato que se sente mais preparado e outro mais associados de um clube ou pessoas que estão em um cinema. que a outra. mundo. tória. tímido. 55) biográficos que provocaram rupturas entre os conteúdos 1. Espera-se. a) A resposta vai depender muito da encenação dos colegas. em todos os lugares onde nos conhecemos. não há público presente. p. permanecendo em um momento posterior. a) Os atores sociais envolvidos diretamente na representação procurando resgatar em sua memória o que lhe foi exigido e das ações eram os professores. de modo comportamento é característico dos bastidores. . Nesta questão. infância e as experiências significativas que. fazendo anotações. podemos dizer que.5. p. ambos os funcionários estarão procurando de outros atores sociais que não sejam os membros imediatos do núcleo familiar de origem. Para isso. 51-52) 1. 50) t%SBNBUJ[BÎÍP Os alunos devem desenvolver um texto que expresse clara- a) Os atores sociais envolvidos diretamente na representação mente a ruptura que existe entre os processos de socialização das ações eram os alunos da classe. espera-se que os alunos se cons- Enquanto ele não chega. que se comportavam de primária e secundária. A partir do momento em que o presidente da empresa estiver longo de nossa vida. que os funcionários podem fazer bagunça à vontade. e os funcionários passarão a representar o cotidiano de um local de contínua trajetória de socialização: no trabalho. trabalho organizado. Caso já tenha passado por uma entrevista de emprego. e as reflexões realizadas em sala de aula. Suas reações refletiram as conteúdos e as tarefas estabelecidos. deverão tomar como base os álbuns pessoais b) O público era o professor. segundo o roteiro. de Língua Portuguesa etc. o objetivo é levar à reflexão sobre eventos Lição de casa (CA. presidente da empresa. pessoas atuavam como professores. de His- 3. em os atores sociais. os gias de manipulação da imagem pessoal ajudaram um candi- d) O público entendeu que estava em uma aula e aquelas dato a se sair melhor que o outro. levaram a mudanças em suas visões de silêncio etc. que estava assistindo ao comportamento dos alunos em sala de aula. gráficas. seus papéis sociais habituais: professor de Matemática. a época e d) A resposta vai depender da encenação dos alunos. as pessoas que participavam ativamente princípio. Desse modo. eles se com- mas o aluno deve ser capaz de observar as diferenças entre portam como professores. na comunidade. que o aluno aponte como as estraté- radas e ministradas pelos professores. O texto deverá conter dois episódios biográficos que remetam a duas experiências de c) Os alunos estavam tentando passar a impressão de bom socialização diferentes uma da outra. das interações sociais e que foram relevantes aos dois processos. 6. por meio das próprias experiências bio- maneira a causar boa impressão ao professor. e) Os alunos deixaram de se comportar segundo as regras SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5 estabelecidas para uma situação de sala de aula e sentiram-se Relações e interações sociais na vida cotidiana à vontade para fazer outras coisas e adotar comportamentos Exercícios (CA. O objetivo é apontar possíveis atitudes que revelaram como uma entrevista foi mais ou menos bem-sucedida b) O público que estava assistindo à cena eram os alunos presentes nas aulas naquele dia. contudo. consumidores. Encerrando a reflexão. o escritório se transformará em um palco. sentando-se corretamente na carteira. c) A representação eram as próprias situações de aula elabo- b) Mais uma vez. no processo de socia- manipular sua imagem pessoal para o outro (o presidente). Deverão ser identificados ainda o contexto. o 70 fora das regras exigidas pelo professor. vai depender muito da encenação dos colegas. t%SBNBUJ[BÎÍP aluno vai descrever a sua experiência. O homem de terno pretende causar uma boa impressão ao interiorizados durante o processo de socialização primária. apreendidas em levantando a mão para fazer perguntas. Neste exercício deve-se procurar refletir sobre a atuação na realidade. Em sala de aula. e 2. o professor deve ter entendido que os alunos estavam se comportando de forma adequada em sala de aula. em poucas palavras. 57-61) Você aprendeu? (CA. isto é. nos sucessivos encontros em nossa presente. mas. nos comunicamos e aprendemos coisas novas. lização secundária. p. que estavam desempenhando como se comportou (agiu. p. cientizem do papel que outras pessoas desempenham ao 2. e não como pais. na escola. fez nessa situação). Esse 7. falou. elogios etc. mas deve consumidores/clientes que os trataram mal. sentiram-se à vontade para falar e) Os professores saíram do seu papel e puderam se sentir à mal das pessoas que encontraram na festa. no do gerente. Lição de casa (CA. abandonaram o comportamento socialmente apropriado requerido vontade para deixar de lado a postura profissional. uma vez que não procuravam apresentar-se no mundo virtual de diferentes podiam deixar de atender os clientes ou atendê-los da mesma formas. em um ambiente tamento dos professores no dia a dia. 62-65) ambiente social da festa. dedicaram-se a outras atividades para um encontro desses. 65-66) O resumo bem feito deve destacar como. pode d) As respostas dependem da encenação dos alunos. mas. atento imagem pessoal. ou seja. No caso dos dois rapazes que tentam nel o caráter processual da construção identitária do super-herói. quando na presença e) Quando finalmente marcaram o encontro. aquilo que os outros entenderam das representações durante t%SBNBUJ[BÎÍP a) Os atores sociais envolvidos diretamente na representação e outros procuraram causar nem sempre coincidiram com os encontros sociais. verifique se o grupo conseguiu expressar no pai- encenação dos alunos. descontraído e entre amigos. os jovens rapidamente perceberam que. o caixa e o gerente. fora do contexto da sala virtual. o compromisso com o conteúdo pedagógico e. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6 b) O público também era o conjunto dessas mesmas pessoas A construção social da identidade que estavam representando papéis umas para as outras no Pesquisa em grupo (CA. forma grosseira com que foram tratados. à primeira vista. que procuravam interagir. dentro da máxima: “o cliente sempre tem c) A representação que os jovens estavam tentando passar razão”. o nosso olhar sobre nós mesmos pode ser. Note que o texto destaca tanto o seu caráter processual como o fato de que não só há “gatinho” que conseguiu passar uma mensagem atraente o um desenvolvimento da identidade. p. t%SBNBUJ[BÎÍP das ações eram o atendente. em respeito da personalidade que desejavam exprimir na sala de linhas gerais. “ficar” com a garota. os consumidores devem entender que estão bate-papo virtual. responsáveis a) Os atores sociais eram os jovens participantes da sala de pelo estabelecimento comercial. Além disso. e precisam se comportar em público segundo as normas socialmente estabelecidas de apresentação pessoal. No ser que as pessoas pensem a identidade como algo fixo e acabado. agora que estes e expressar as informações utilizadas pelos participantes que também o gerente não estavam presentes. abrindo espaço para que características e comportamentos próprios viessem a ser conhecidos. a impressão que eles tentam passar para ela (o público) é a de que são pessoas interessantes. t%SBNBUJ[BÎÍP qual estavam representando identidades diferentes das suas.Sociologia – 1a série – Volume 1 expectativas que tinham em relação à atuação e ao compor- e) As pessoas que participaram da festa. b) O público eram os próprios jovens participantes da sala de c) A impressão que os funcionários estavam tentando passar bate-papo virtual que conversavam e se apresentavam uns aos ao gerente era a de que aquele estabelecimento estava preparado para atender os consumidores ou clientes da melhor outros com “apelidos” extravagantes e dando informações falsas a respeito de sua identidade. atraentes. haviam representado no início. uns aos outros se baseava nas suas próprias idealizações a d) A resposta depende da encenação dos alunos. p. manipulando sua b) O público que estava assistindo à cena era o gerente. sobre identidade que divulgavam on-line. como em cada momento de suficiente e o outro era uma verdadeira “roubada”. cumprimentos. maneira possível. A avaliação dependerá de cada grupo e do super-herói esco- c) As impressões são as mais variadas possíveis e dependem da lhido. e) Os funcionários sentiram-se à vontade para falar mal dos d) A resposta depende da encenação dos alunos. nossa vida. as a) Os atores sociais envolvidos diretamente na representação personagens deles não correspondiam exatamente àquelas que das ações são todas as pessoas que se encontram na festa. Contudo. caso dos dois rapazes que tentam ficar com a garota. as impressões que uns e outros comportamentos que não são próprios da sala de aula. por meio dos “apelidos” e das informações sendo atendidos de alguma forma. ao desempenho dos seus funcionários. bate-papo virtual. e seria uma ótima ideia ela “ficar” com um deles. conhecidas e desconhecidas. o propósito de ensinar os alunos. naquele momento. ela (o público) deverá entender que um deles era realmente um que não se transforma e é sempre a mesma. e muitas 71 . entre muitos outros fatores. então. t'JHVSB4FVOPNFWFSEBEFJSPÏ$BSMPTFFMFÏVNBUPSRVF seja. ou des de construção de identidade: outro. Depois que seu marido faleceu. Dá aulas na universidade. a marcação simbólica é muito vive de bicos. base na foto. 67) Os alunos devem ter a liberdade de escrever a lista de símbolos que quiserem. e passa a existir no t'JHVSB"EPVUPSB$BSNFNÏCJØMPHBFBDBCBEFSFDFCFS 72 discordantes entre si. A identidade para si mostra como nós nos vemos. e a identidade para o outro mostra como os outros nos veem. 68-69) da identidade envolve a comunicação. porque. muitas vezes são Atividade em grupo (CA.BOPFMUSBCBMIBIÈEF[BOPTOBNFTNB a casa onde mora. Depois que os grupos terminarem. é o diferente. o time de futebol de sua predileção. a mesma identidade que construímos para nós. ela assumiu os negócios e ministra aulas todos os fins de semana. Tal diferença pode ser real ou imaginária. Ele é extrovertido e brincalhão. quebre a expectativa construída pelo senso comum dos jovens lendo o que. de um diretor desconhecido. Hoje vestiu terno e gravata emprestados. procura estabele- incerteza. o tipo de acessório que usa. a marca do seu relógio. Toda construção identitária envolve dois processos: o da construção da identidade para si e o da construção da identi- Leitura e análise de texto (CA. Nesse caso. Para a construção do eu. Apesar de estarem interligadas. As roupas que uma pessoa usa. e esta é marcada pela nas observando as fotos. na 2. cursos que fez. podem indicar o grupo ao qual essa pessoa pertence e são utilizados para a construção da diferença entre os indivíduos Você aprendeu? (CA. os empresa e cria com dificuldade os quatro filhos do casal. Ela é extremamente tímida e bastante meiga. 67) A resposta encontra-se ao longo da Situação de Aprendizagem 6. é possível dizer que a identidade é determinada pela diferença. como o processo de construção Dificilmente alguém acertará o que essas pessoas fazem ape- momento em que as pessoas começam a acreditar nela. alterado por conta de nossas vivências. pois está importante em qualquer construção identitária. cada um ali faz. Toda identidade é construída numa relação entre o eu e o verdade. pois ela é fun- ensaiando para um papel que tentará conseguir em uma peça damental para a construção da diferença entre o eu e o outro. Isso significa que a um prêmio por suas pesquisas na área de animais marinhos própria relação que temos com nós mesmos também pode mudar. Exercício (CA. 1. muitas vezes. p.vezes é. Ela é decidida e inflexível. Ele é um pai preocupado e dedicado. Discuta com a sala imagem por imagem. desde que estes sirvam para que as pessoas se diferenciem entre si. nunca é possível saber se passamos para os outros cer uma reflexão sobre como somos imediatistas. do litoral sul brasileiro. que ouve. é necessário que exista o outro. os livros que lê. o carro que tem. p. p. Peça evidência de que o significado dos símbolos seja o mesmo a cada grupo que faça a sua descrição da pessoa retratada com para todos. pois o outro é aquele que não sou eu. pois não há ao avaliar o outro. 70) e entre os grupos (marcação simbólica). Sugerimos a seguir algumas possibilida- Por esse motivo. Essa atividade. é casada e tem três filhos. as músicas t'JHVSB%POB+ÞMJBÏVNBTFOIPSBBQPTFOUBEBRVFEÈBVMBT de paraquedismo e voo livre. t'JHVSB0PQFSÈSJP. dade para o outro. p. . . . . . . . Letícia M. Evandro Rodrigues Vargas Silvério. Marceline de Lima. Sociologia: Alan Vitor Corrêa. Língua Portuguesa: Andrea Righeto. Patrícia Fernanda Morande Roveri. Anderson Luiz Pereira. Marta Ferreira Mafra. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros. Ferreira. Márcio Luiz Verni. Física: Carolina dos Santos Batista. Carlos Eduardo Povinha. Edney Couto de Souza. Maria Cristina Cunha Riondet Costa.CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais. Lindomar Alves de Oliveira. Paula Pereira Guanais. Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Gisele Nanini Mathias. Idma A. Liliane Renata Tank Gullo. Fabiana Oliveira da Silva. Celso Francisco do Ó. Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Viviani. Elizete Buranello Perez. Renata Motta Chicoli Belchior. Milton Paulo dos Santos. Mônica Antonia Cucatto da Silva. Edivaldo Bezerra Viana. Leandro dos Reis Marques. Valdir P. Maria Elisa Kobs Zacarias. João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Morikawa. Cristiane Gislene Bezerra. Robson Rossi. Jesus. Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches.FDE CTP. Rocha da Silva. Eliane Graciela dos Santos Santana. Regina Helena de Oliveira Rodrigues. Química: Armenak Bolean. Ester Galesi Gryga. Franklin Julio de Melo. Idê Moraes dos Santos. Ellen Claudia Cardoso Doretto. Mara Lúcia David. Evaristo Glória. Marcio Bortoletto Fessel. Rodrigo Soares de Sá. A. História: Cynthia Moreira Marcucci. Laura C. Marina Tsunokawa Shimabukuro. C. Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. Paulo Garcez Fernandes. Rita de Cássia Araujo. Everaldo José Machado de Lima. Marcos Antônio Gimenes. Edilene Bachega R. Célio Batista da Silva. Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrela. Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Ana Paula Vieira Costa. Rodrigo Soares de Sá. Rosinei Aparecida Ribeiro Libório. Patrícia Pinto Santiago. Silva. Sandra Raquel Scassola Dias. Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi. Fernandes. Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Física: Ana Claudia Cossini Martins. Abrunhosa Tápias. João dos Santos. Marcia Magali Rodrigues dos Santos. Xavier. Regina Maria Lopes. Karina Xavier. Edinei Pereira de Sousa. Elizabeth Reymi Rodrigues. Patrícia Helena Passos. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli. A. Garcia. Cristina de Lima Cardoso Leme. Kátia Regina Pessoa. Paulo Roberto Orlandi Valdastri. Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Impressão e acabamento Log  Print GráÅca e Logística S. Lúcia Aparecida Arantes. Edison Luiz Barbosa de Souza. Cátia Lunardi. Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Lídia Maria Batista BomÅm. Eduardo Granado Garcia. Romano. Nascimento. Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato Smelq Cristina de 9lbmimerime :oeÅe EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira. Fernanda Rezende Pedroza. Claudia Elisabete Silva. Luciana Moraes Funada. Ignacio Cunha. Química: Ana Joaquina Simões S. Fabiana Hernandes M. Regina Célia Batista. Inês Chiarelli Dias. Massuko S. Mário José Pagotto. Carla Flaitt Valentini. Maria José de Miranda Nascimento. Lopes. Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski. Viveiros. S. Kátia Vitorian Gellers. Claricia Akemi Eguti. Luciana de Paula Diniz. Cristiane Gonçalves de Campos. Isabel Cristina Albergoni. João Mário Santana. Rosana Jorge Monteiro. de Matos Carvalho. . Ronaldo Cesar Alexandre Formici. Marcos Rodrigues Ferreira. Maria Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Isabel Cristina dos Santos Dias. Warigoda. Clóvis Antonio de Lima. Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. de Barros L. Cleide Antunes Silva. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa. Otavio Yoshio Yamanaka. Jeronimo da Silva Barbosa Filho. Mirna Leia Violin Brandt. Neusa A. Katia Mendes e Silva. Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros. Sandra Pereira Mendes. Juliana Munhoz dos Santos. Luciana Vanessa de Almeida Buranello. Rogerio Sicchieri. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes. Jucimeire de Souza Bispo. Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Roza K. Daniel B. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle. Fabio Augusto Trevisan. Roseli Soares Jacomini. Cirila Tacconi. Fábio Bresighello Beig. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio. Ivan Castilho. Gerson N. Silvana Alves Muniz. Eliane Cristina Gonçalves Ramos. Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Maria Márcia Zamprônio Pedroso. Priscila Lourenço. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza. Sílvia H. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo. Mercia Albertina de Lima Camargo. André Henrique GhelÅ RuÅno. Eliana Cristine Budisk de Lima. Delizabeth Evanir Malavazzi. Liamara P. Rosângela Teodoro Gonçalves. Rosana Jorge Monteiro. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares. José Maria Sales Júnior. Berti e Willian G. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor. Márcia Regina Xavier Gardenal. Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim. Fabiola Maciel Saldão. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação . Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa. Ednéa Boso. Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Elizandra C. Ivan Castilho. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso. Mauro Celso de Souza. Graciana B. Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves. Elana Simone Schiavo Caramano. Anderson Gomes de Paiva. Ciências: Davi Andrade Pacheco. M. Mônica Estevan. Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Karin Sant’Ana Kossling. Renato José de Souza. Carolina H. Felipe Bandoni de Oliveira. Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira. Débora Mallet Pezarim de Angelo. Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião. Caderno do Gestor Lino de Macedo. Isabel Gretel María Eres Fernández. Maria Aparecida Acunzo Forli.GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL 2014-2017 FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Editorial: Amarilis L. Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins. Maria Magalhães de Alencastro e Vanessa Leite Rios. Marina Murphy. Érika Domingues do Nascimento. Melissa de Mattos. Paulo Roberto da Cunha. Geraldo de Oliveira Suzigan. Educação Física: Adalberto dos Santos Souza. Fabíola Bovo Mendonça. Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes. LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez. Carlos Eduardo de Souza Campos Granja. Bruno Reis. Guilherme Brockington. Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais. CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS CONTEÚDOS ORIGINAIS Filosofia: Paulo Miceli. Maciel. Paulo Rogério Miranda Correia. No entanto. ISBN 978-85-7849-565-7 1. S239m Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor. Carolina Pedro Soares. São Paulo Estado! Secretaria da Educação. Olivia Frade Zambone. COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira Geografia: Angela Corrêa da Silva. Stella Assumpção Mendes Mesquita. Leandro Calbente Câmara. História: Paulo Miceli. sociologia. Edição e Produção editorial: Adesign. ensino médio. Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.90 . Regiane Monteiro Pimentel Barboza. a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados. Atividade pedagógica I. Lucilene Aparecida Esperante Limp. Mainã Greeb Vicente. Ricardo Rechi Aguiar. . Ensino Médio e Educação ProÅssional ¹ CEFAF. IV. Ivã Gurgel. Rodolfo Marinho. Luis Carlos de Menezes. 1a série / Secretaria da Educação. Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto. Érica Marques. Glaydson José da Silva. Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Gisele Manoel. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira. Heloísa Helena Teixeira de Souza. Carla Fernanda Nascimento. Título. Melissa de Mattos Pimenta. Jairo Souza Design GráÅco e Occy Design projeto gráÅco!. Maxwell Roger da PuriÅcação Siqueira. Lívia de Araújo Donnini Rodrigues. Regina Araujo e Sérgio Adas. Denilse Morais Zambom. Julio Cézar Foschini Lisbôa. Estevam Rouxinol.3:806. CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello. Carina Carvalho. Cristina Leite. Mauro Betti. CDU: 371. Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas * Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos. Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira. Fini. Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli. Carla de Meira Leite. Raul Borges Guimarães. Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira. Ensino médio 2. Pimenta. Fabio Luiz de Souza. Schrijnemaekers. AUTORES Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. José Luiz Pastore Mello. Roberto Perides Moisés. II. Maíra Batistoni e Silva. Diego López Silva. Paula Felix Palma. Mestriner. Heloísa Helena Teixeira de Souza Martins. da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica . LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges. Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo. equipe. Arte: Gisa Picosque. Natália S. Margareth dos Santos e Neide T. Olga Aguilar Santana. Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie. Rogério Ferreira da Fonseca. Leslie Sandes. Juliana Prado da Silva. Jocimar Daolio. Matemática: Nílson José Machado. Rosana dos Santos Jordão. Flávia Medeiros. III. José Carlos Augusto. Martins. Maria Inês Fini coordenadora! e Ruy Berger em memória!. Souza e Tiago Jonas de Almeida. Eloiza Lopes. Isis Valença de Sousa Santos. Ivan Rodrigues Martin. * Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais. coordenação geral. como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças. Alzira da Silva Shimoura. Marcelo Santos Masset Lacombe. Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers. Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume. Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo. Stella Christina Schrijnemaekers. Renata Alves Ribeiro. Maia González. Mirian Celeste Martins. Tatiana F. Lino de Macedo. Stella Christina. 80 p.CGEB. Luís Paulo de Carvalho Piassi. * Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no Caderno do Professor para apoiar na identificação das atividades. Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca Micsik. legenda e rosa dos ventos). 2014. Luiz Sanches Neto. Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira. Jean Xavier. Eliane Aparecida de Aguiar. Michelangelo Russo. Marcus Ecclissi. Ciências: Ghisleine Trigo Silveira. Lucilene Aparecida Esperante Limp. Cíntia Leitão.São Paulo : SE. Priscila Risso. 1. João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto. como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos. Marcelo de Carvalho Bonetti. Moreira. Língua Portuguesa: Alice Vieira. Física: Luis Carlos de Menezes. Angélica dos Santos Angelo. Maria Inês Fini. Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. Maria Inês. V. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. v. Sociologia 3. Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. Bóris Fatigati da Silva. Sonia Salem e Yassuko Hosoume. Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira. no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala. Karinna Alessandra Carvalho Taddeo. Luiza Christov. Luciane Hiromi Akahoshi. Luciana Venâncio. Jaime Tadeu Oliva. Validade: 2014 – 2017 .
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.