Sistema Digestório de Bovinos

March 31, 2018 | Author: Juliano Cunha Jr. | Category: Human Digestive System, Stomach, Gastrointestinal Tract, Small Intestine, Digestion


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Sistema digestório de bovinosA digestão de cada ser vivo está adaptada aos seus hábitos alimentares. No caso dos ruminantes, como boi, carneiro, cabra, girafa, veado, camelo, entre outros, que se alimentam de vegetais, o estômago é muito desenvolvido e se divide em pança ou rúmen;barrete ou retículo; folhoso ou omaso e coagulador ouabomaso. Quando esses animais estão com o alimento na boca, eles o mastigam muito pouco. Uma vez deglutido, esse alimento vai para o rúmen, onde é amassado e sofre a ação de bactérias, protozoários e fungos que degradam a celulose encontrada no alimento ingerido. Depois de fermentados, os carboidratos dos vegetais (celulose, amido e açucares) produzirão ácidos orgânicos que serão absorvidos pelas papilas ruminais encontradas na parede do rúmen, fornecendo energia ao animal, além de vitaminas, metano e gás carbônico. Depois que esse alimento é processado no rúmen, ele segue para o retículo. Lá há glândulas salivares – semelhantes às que os seres humanos possuem na boca, mas com várias bactérias e protozoários que têm a função de continuar a degradação da celulose iniciada no rúmen. Uma vez no retículo, esse alimento é misturado à saliva, e, então, volta para a boca para ser mastigado novamente. No retículodesse animal há inúmeras pregas que retêm corpos estranhos, como pregos, pedras, arames, impedindo que eles passem para os outros compartimentos e causem danos e até a morte do animal. Depois de muito mastigar o alimento regurgitado, os ruminantes o engolem. Esse alimento é direcionado para o folhoso, assim chamado por possuir inúmeras lâminas musculares que se assemelham às folhas de um livro. Nessas lâminas musculares há papilas cuja função é a absorção de água, sais minerais, ácidos graxos e redução das partículas alimentares. Depois que sai do folhoso, o alimento segue para o coagulador, que corresponde ao estômago dos seres humanos. Lá, há glândulas que secretam enzimas, como a pepsina e o pepsinogênio, hormônios (gastrina), ácido clorídrico e água. É no coagulador que ocorre a digestão das proteínas e também das bactérias oriundas do rúmen e do retículo. A absorção do alimento que se iniciou no coagulador é finalizada no intestino delgado com a ação das enzimas pancreáticas (tripsina, quimiotripsina, amilase pancreática, lipase) e de enzimas intestinais (lactase, maltase, sacarase, dissacaridases, entre outras). No intestino delgado há vilosidades que permitem a maior parte da digestão e absorção de todos os nutrientes. No intestino grosso, a maior parte da água ingerida é absorvida e por conter pequena quantidade de microrganismos semelhantes aos encontrados no rúmen, também há fermentação e degradação da celulose do substrato que lá alcançam. Em muitos aspectos. retículo. glândulas salivares. é propriamente saculado por colunas musculares que são chamadas saco dorsal. A função antagonista dos incisivos inferiores se realiza pela lâmina dental constituída pela lâmina dental constituída de tecido conjuntivo fibroso.com. são classificados como poligástricos ou ruminantes. o camelo e os cervídeos. Compartimentos Digestivos dos Bovinos A função primária do trato digestivo é o de converter alimentos em componentes químicos capazes de serem absorvidos para a corrente sangüínea. C 0/0. que permite o ataque de microrganismos do rúmen aos carboidratos estruturais. conduzindo o alimento até a boca. A eficácia da mastigação é uma condição prévia vital para a digestão em ruminantes porque reduz o material vegetal a partículas de tamanho pequeno. o búfalo. A língua é o principal órgão preensor. O retículo relaciona-se com o diafragma e é unido ao rúmen por uma dobra de tecido.htm Anatomia do sistema digestivo dos bovinos Escrito em 12/12/2003 por Revisão literatura 10 comentaram envie para amigos imprimir O sistema digestivo dos bovinos compreende a boca. enchendo virtualmente todo o lado esquerdo e estendendo significativamente ao lado direito. O estômago de ruminantes tem quatro compartimentos: o rúmen. intestino delgado. 32 dentes. a ovelha.br/biologia/digestao-dos-ruminantes. animais que têm capacidade de ruminar. quer dizer. pré-estômagos (rúmen. intestino grosso. abomaso (estômago verdadeiro ou glandular). retículo. Os bovinos pastejam durante longos períodos de tempo. Os órgãos acessórios são: dentes. crescimento. ventral. ainda que disponham de amplos períodos de ruminação para reduzir as partículas de alimentos de forma a favorecer ao ataque microbiano. os bovinos. O rúmen. na remastigação e em nova deglutição. fígado e pâncreas. o retículo pode ser considerado uma bolsa cranioventral do rúmen. ou seja. faringe. recoberto por epitélio intensamente cornificado. omaso e abomaso. A fórmula de dentição permanente de ruminantes é 2(I 0/4. estes órgãos ocupam quase 3/4 da cavidade abdominal. caudodorsal e caudoventral.uol. P 3/3. para o uso como nutrientes para uma variedade de necessidades como mantença corporal. A fórmula de dentição caduca de ruminantes é 2 (I 0/4. Os ruminantes jovens dispõem de uma dentição caduca que na maioria dos casos emerge antes do nascimento. C 0/0. assim como a cabra. Coletivamente.bol. Ruminantes não têm dentes caninos nem incisivos superiores. a ingesta flui livremente entre estes dois órgãos. esôfago. produção de leite e reprodução. omaso). Pela presença dos pré-estômagos. consistindo na regurgitação dos alimentos ingeridos. reto e ânus. P 3/3). M 3/3). língua. o . o maior dos pré-estômagos.http://mundoeducacao. engorda. 20 dentes. O retículo é conectado ao esférico omaso por um túnel pequeno. mastigam inicialmente de forma breve. 5 a 7. Dentro do omaso ocorrem dobras longitudinais largas que lembram as páginas de um livro (um termo comumente utilizado para o omaso é 'livro '). o número e o tamanho das papilas ficam maiores. pois a saliva dos bovinos não contêm enzimas digestivas e o revestimento dos pré-estômagos não têm glândulas capazes de secretar estas enzimas.8 a 6. O rúmen funciona como um combinado de reservatório e câmara fermentativa dos alimentos ingeridos. valore entre 6. ausência quase total de oxigênio (O2). 6) alta umidade (em torno de 80% até 90% de água). ideal para a atividade enzimática microbiana. alguma variação regional em morfologia possa ser observada. Sangue venoso dos pré-estômagos.orifício retículo-omasal. que é o alimento destes microorganismos. que apresentam e inoculam estes microorganismos nas partículas de alimento (substrato microbiano). como também do abomaso. O interior do rúmen. Os carboidratos das plantas e outros alimentos (celulose. que são os maiores responsáveis pelos processos digestivos dos ruminantes. a um ritmo de um a três movimentos por minuto. escamoso como achado no rúmen não é normalmente considerado um tipo de epitélio absortivo. 2) pH entre 5. um ventral e dois sacos posteriores. Ele é dividido em quatro áreas ou sacos por estruturas musculares chamadas de pilares ruminais. O órgão movimenta-se continuamente. 3) temperatura entre 39 40o C. 4) fornecimento contínuo de substrato. que poderiam acumular e se tornarem tóxicos. O abomaso é o estômago glandular ou verdadeiro do ruminante. Cada destes órgãos tem estrutura mucosa muito distinta. para facilitar a absorção da grande quantidade de ácidos orgânicos produzidos durante a fermentação dos carboidratos. chamadas papilas ruminais. De uma maneira geral. leva estes nutrientes absorvidos até a veia porta. protozoários e fungos. 5) movimentos contínuos do retículo-rúmen. semelhante ao que é observado no esôfago. Papilas ruminais são muito ricamente vascularizadas e os ácidos graxos voláteis abundantes produzidos por fermentação são prontamente absorvidos através do epitélio. mas ficam aderidas a parede celular. A decomposição do conteúdo ocorre através da fermentação bacteriana. Tanto o rúmen quanto o retículo (e também o omaso). Rúmen É o maior dos quatro pré-estômagos. Os alimentos que chegam ao rúmen pela deglutição são digeridos ou degradados por processos fermentativos realizados pelos microorganismos que vivem dentro do órgão: bactérias. desde pequenas e pontiagudas a longas e folhadas. Estas papilas variam em número e tamanho em função do tipo de alimento fornecido. Há um saco dorsal. enzimas estas que não são secretadas. Estas condições ideais ao desenvolvimento e permanência dos microorganismos são: 1) Anaerobiose.9. a digesta chega ao intestino delgado e ao intestino grosso. a fermentação pelas bactérias ruminais irá ocorrer sobre cada um dos nutrientes dos alimentos. Epitélio estratificado. Localiza e preenche quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. A digestão ou fermentação é garantida por enzimas produzidas por estes microorganismos. retículo e omaso é exclusivamente coberto com epitélio estratificado escamoso. fornecem condições ideais para a colonização e crescimento destes microorganismos. uma aparência de colméia. O epitélio reticular é lançado em dobras que formam camadas poligonais que dão ao retículo. sendo mais comum. Ultrapassando estes compartimentos. Os pilares movem o alimento pelo rúmen em sentido rotatório. Quando bovinos são alimentados com dietas ricas em alimentos concentrados. embora dentro de cada órgão. 7) retirada contínua dos produtos finais da fermentação. misturando o conteúdo sólido com o conteúdo líquido. ou seja. A superfície interior do rúmen forma numerosas papilas que variam em forma e tamanho. proporcionando uma divisão física (conhecida pelo nome de estratificação da digesta) e mistura das forragens e outras partículas ingeridas aos líquidos. apresenta vilosidades na face interna de sua parede. amido e açúcares) serão fermentados a ácidos graxos voláteis (os AGV's) e então absorvidos pelas papilas .0. As pregas omasais são acumuladas com ingesta finamente moída e representam aproximadamente um terço da área de superfície total dos pré-estômagos. Quando completamente desenvolvido. levam o animal à morte. Os microorganismos do rúmen sintetizam vitaminas do Complexo B e K. As paredes internas do retículo estão revestidas por uma membrana mucosa.0. A abertura do esôfago no cárdia é comum ao retículo e ao rúmen. e ramo ventral. de minerais. que coagula o colostro/leite. Omaso O omaso localiza-se do lado direito do retículo-rúmen. com conseqüentes reticulites e pericardites. o abomaso secreta uma enzima específica para a digestão do leite. de ácidos graxos voláteis e redução de partículas alimentares. mais ou menos. No bezerro. que pode ser de 1. Apresenta um movimento constante. o retículo. em sintonia com do rúmen. Localiza-se ventralmente ao omaso. não raramente. Algumas pesquisas apontam o omaso como um órgão selecionador. ligado ao sistema nervoso autônomo. pregos e outros) ficam retidos nestas pregas e impedidos de passar para os demais compartimentos do trato digestivo posterior. Do retículo. que será então utilizada para a síntese de proteína microbiana. para o trato digestivo posterior (abomaso e intestinos). já que é o responsável pela contração que leva a regurgitação. enquanto que os outros nutrientes passam para os compartimentes digestivos posteriores. A atividade motora do rúmen e dos outros pré-estômagos é controlada pelo nervo vago (ramo dorsal. o alimento passa para o rúmen (alimento ainda não totalmente degradado/fermentado) ou para o omaso (alimento fermentado) e deste. com pregas longas e altas. o omaso e o abomaso). Na mucosa destas lâminas formam-se papilas.ruminais. Nestas condições. por exemplo) serão degradadas até amônia (NH3). do lado direito do rúmen. Os corpos estranhos ingeridos pelo bovino (arames. Abomaso Corresponde ao estômago verdadeiro ou glandular. ácidos (ácido clorídrico . se comparadas com as do rúmen. os microorganismos vindos do retículo-rúmen acabam morrendo. O retículo é o principal órgão que participa do processo de ruminação. O conteúdo do suco gástrico determina o pH. a ligações duplas e triplas da cadeia de carbono são transformadas em ligações simples. a quimosina (antiga renina). que. Os lípides/gordura serão quebrados em glicerol e ácidos graxos de cadeia longa. disposta em inúmeras pregas (em forma de favos de mel). mais curtas e menos numerosa. O material semilíquido do retículo entra no omaso pelo orifício retículo-omasal. ou seja.HCl) e água. No bezerro. hormônios (gastrina). altamente indesejável para estes animais. Os AGV são absorvidos no rúmen. suas funções e motilidades estão muito ligadas às do rúmen. Retículo O retículo ocupa uma posição cranial e não completamente separado do rúmen. Possui uma mucosa mais úmida do que os outros pré-estômagos. sendo o primeiro fermentado até AGV e o segundo hidrogenado.5 a 3. formando um coágulo de caseína e liberando o soro. Intestinos . As proteínas e outras fontes de nitrogênio (uréia. muitas lâminas musculares. apresentado um formato esférico. Contêm em seu interior. que inerva o saco dorsal do rúmen. o órgão não secreta nenhuma enzima. que lhe conferiram o nome popular de folhoso (folhas semelhantes às de um livro). O material de consistência mais sólida passa para o abomaso. o abomaso cobre uma grande parte do assoalho do abdômen. que inerva o são ventral do rúmen. Os principais produtos secretados pelas glândulas do abomaso são: enzimas (pepsina e pepsinogênio). Suas principais funções estão ligadas a absorção de água. A mucosa possui glândulas responsáveis por secretem o suco gástrico ou abomasal. logo. ou seja. numa velocidade que compensa. a perda de líquido no omaso. Semelhante ao rúmen. Contrações omasais freqüentes e fortes comprimem e trituram a digesta e de 60 a 70% da água é absorvida. ele definiria se a digesta (alimento sendo digerido) que vem do retículo-rúmen está apta ou não para prosseguir para o abomaso. síntese e conversão são mediadas por enzimas bacterianas.). dissacaridases e outras).Intestino Grosso: ceco (saco cego). com características próprias bem definidas. as quais sofrem ainda. jejuno (porção para absorção) e íleo (porção para absorção e reabsorção). O rúmen cheio. comportando 80% do volume total do estômago. e ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal. http://rehagro. os quais representam os “estômagos falsos”. com o qual se comunica por um orifício chamado cárdia. além da ação mecânica executada através do processo de ruminação. ao passo que a maior parte dos carboidratos já foi fermentada no rúmen. que servem para aumentar a superfície de absorção destes nutrientes. No intestino grosso. maltase. da mesma forma que os do rúmen. mas ela é bastante limitada. deixando passar certos tipos de alimento (forragens sólidas. minerais e vitaminas). etc.php?cdnoticia=432 Os ruminantes possuem um sistema digestivo peculiar. para o rúmen e o retículo.br/plus/modulos/noticias/ler. Ocorre também uma certa digestão da celulose. também são sintetizadas neste órgão. quimiotripsina. é completada no intestino delgado com a participação das enzimas pancreáticas (tripsina. O rúmen comunica-se com o retículo através da goteira esofágica. as bordas da goteira esofágica estão separadas. Isto ocorre graças à ação de microrganismos (bactérias e protozoários) que habitam o trato digestivo.Os intestinos são divididos em duas porções. é no intestino delgado (especialmente no duodeno e jejuno) onde ocorrerá a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes (proteínas. O sistema digestivo. mas bem menor em número. triturar. produzindo ácidos graxos voláteis e proteínas microbianas. a ingestão de leite . reduzir em pequenas partículas e digerir os alimentos começa naboca (lábios. O esôfago é um tubo cilíndrico que se dilata facilmente e que conduz os alimentos da boca até o rúmen. Compreendem três compartimentos. pelas enzimas destes mesmos microorganismos. A digestão enzimática desenvolve-se nas primeiras semanas de vida do bezerro. retículo e omaso. quando começa a ingerir nutrientes que exigem clivagem: dissacarídeos. 2. rúmen. o processo de decomposição. Pré-estômagos Os pré-estômagos dos ruminantes são amplamente utilizados na culinária. colo (parte mais volumosa do intestino grosso) e reto (termina no ânus). para fazer a famosa “dobradinha” ou “buchada”. amido e lipídeos. Entretanto. As vitaminas B e K. onde ocorre a digestão microbiana e a ação mecânica sobre os alimentos fibrosos e grosseiros. o que lhes permite aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos e grosseiros. lipase) e de outras enzimas intestinais (lactase. que lhe conferem o aspecto de “toalha felpuda”. nos filhotes. que tem como função. que se iniciou no abomaso com a quimosina (bezerro) ou a pepsina (bovino adulto). enquanto que em ovinos e caprinos sua capacidade é de aproximadamente 20 a 30 litros. subdivisões: 1. Normalmente.Existe no intestino grosso. uma população microbiana semelhante à do rúmen. desloca as alças intestinais para a direita da linha média. amilase pancreática. A parede do rúmen é revestida por uma mucosa coberta de papilas ligeiramente chatas.Intestino Delgado: duodeno (porção ativa de digestão e absorção). O rúmen. Portanto. As paredes internas (mucosas) do intestino delgado são revestidas por inúmeras projeções papilares chamadas vilos ou vilosidades. pança ou bucho é o maior dos compartimentos. água. Em bovinos adultos pode conter até 200 litros. língua. As alças intestinais ocupam os dois terços posteriores do lado direito do abdômen. Existe absorção destes nutrientes produzidos no intestino grosso. sacarase.com. assim como no rúmen. E justamente neste órgão que a maior parte da água ingerida será absorvida. dentes e glândulas salivares). lípides. A digestão enzimática. Estes microorganismos fermentam o pouco substrato que lá chega. utilizado na fabricação de queijos. Ao auscultarmos ou colocarmos a mão. fazendo com que o leite passe diretamente ao abomaso. o objetivo maior dos ruminantes é o de encher o rúmen (daí a expressão “encher o bucho”!).0 metros) cuja porção terminal se enrola formando um “caracol”.provoca um reflexo que faz com que as bordas da goteira se unam. jejuno e íleo. e são eliminadas através do ânus. tem seu interior revestido por mucosa curiosamente disposta em folhas ou lâminas. cujas paredes são musculosas. com o punho cerrado. Finalmente o cólon se comunica com o reto. os alimentos são umedecidos pela saliva. onde as fezes se acumulam. nos caprinos e ovinos. recoberta de gordura. Seu interior é revestido por uma mucosa. misturados e transformados. Internamente. sobre o flanco esquerdo do animal. forte). podemos perceber os movimentos do rúmen. constituindo o processo deruminação. sendo que nesta parte ocorre a absorção de água. ou seja. controlado por um esfíncter (músculo circular. com regurgitações espaçadas de um minuto. onde ocorre a secreção de suco gástrico. cujos relevos dão um aspecto semelhante ao favo de abelha. O coalho. e compreende três porções: duodeno. que pode alcançar de 20. denominado cólon. em direção à boca. com o omaso através de um estreito orifício e ainda com o esôfago através da goteira esofágica. e sofre apenas uma ligeira mastigação com auxílio dos dentes traseiros (molares superiores e inferiores). . através de mecanismos de natureza mecânica. nada mais é que o suco gástrico de cabritos.0 a 25. os alimentos devem ser previamente transformados. na freqüência de uma a duas contrações por minuto. lembrando um livro. Este amolecimento continuará no rúmen. O conteúdo do rúmen segue então seu caminho em sentido contrário. onde é submetido a uma nova mastigação e ensalivação. através dos dentes incisivos (é bom lembrar que os ruminantes possuem somente os dentes incisivos inferiores). o alimento é apreendido com a boca. De forma alongada.Comunica-se com o rúmen através de uma ampla abertura. onde são feitas diversas transformações da “matéria prima” que são triturados. ou seja. microbiana e química. conhecido também por coalheira é o único estômago verdadeiro. Outro orifício. e onde se processa a digestão propriamente dita. Estômago verdadeiro O Abomaso. o piloro. ingerindo o alimento de forma rápida. que é secretada em grande quantidade. que é um tubo estreito e longo. está situado à direita do rúmen e repousa sobre o abdômen. permite a passagem dos alimentos para o intestino delgado (ou “tripa”). cordeiros ou bezerros em aleitamento. que atua como um “marca-passo” dos movimentos da ruminação. Um amplo orifício permite a passagem do alimento proveniente do omaso. e é mantido por uma fina membrana. Através dos movimentos das paredes do rúmen. que contém numerosas glândulas que secretam o suco gástrico. O retículo ou barrete é o menor dos pré-estômagos. o abomaso é revestido por uma mucosa lisa. O sistema digestivo pode ser comparado a uma fábrica. O sistema digestivo compreende ainda as glândulas anexas (fígado e pâncreas). A calma e tranqüilidade ambiental são favoráveis a uma ruminação correta. O omaso ou folhoso. firme e transparente.0 a 8. agora mais demoradas e completas. A parada da ruminação é um sinal de indisposição alimentar ou de doença. A digestão Para serem utilizados pelo organismo. Durante o pastejo.0 metros. cobertas por numerosas papilas rugosas. logo atrás do retículo. os alimentos continuam a ser triturados mecanicamente. denominada peritôneo. o retorno do bolo alimentar do rúmen para a boca. com auxílio dos músculos pilares. onde chega também a água ingerida pelo animal. e formação das fezes pelos músculos da parede do cólon. com o objetivo de amolecer o alimento. Ao mesmo tempo. Inicialmente. e apresenta pequenas papilas. O intestino grosso é muito mais curto (4. a seguir. no caso do confinamento. para sua própria manutenção. Na idade de 2-3 semanas o abomaso é ainda o compartimento mais desenvolvido (500 a 1. O leite para ser digerido precisa sofrer a ação de enzimas contidas no suco gástrico produzido pelo abomaso que. ao abomaso. somente os volumosos devem. a flora amilolítica deve ser sempre menor que a celulolítica. secretado pelas glândulas presentes em sua mucosa. lípase. o fornecedor passasse a entregar somente madeira de lei. que são eliminados pela boca.). segundo a quantidade de alimentos . ao morrerem. ou seja. principalmente de substâncias nitrogenadas. ao nascimento. levando-o diretamente ao abomaso. do leite materno. O suco gástrico contém:quimosina ou coalho. No abomaso ou estômago verdadeiro. quando se apresentar com partículas suficientemente pequenas e fluidas podendo. Comparemos o rúmen a uma pequena cidade. nesta idade. feno. toda alteração na alimentação deve ser gradativa. que digerem os concentrados (ração. já apresenta uma capacidade significativa (250 a 500 mL). são produzidos também gases. onde continua o processo químico.. estes seres vivos microscópicos. pela falta de adaptação da flora rumenal ao novo alimento. ácido clorídrico. perdendo assim boa parte do excesso de água passando. As bactérias da flora rumenal dividem-se em dois grupos principais:   As bactérias celulolíticas. a goteira esofágica funciona como uma calha que desvia o leite. através da eructação. Se. todos envolvidos no processo de digestão química. é o compartimento mais desenvolvido. e estão especializados e adaptados a estes alimentos.podem causar distúrbios digestivos graves. causa sérios danos à digestão. farelos. Entre os produtos resultantes das fermentações do rúmen. Desta forma. mudanças bruscas de alimentação (troca de feno por silagem. bile e suco intestinal) O estômago dos filhotes Os ruminantes são mamíferos. o alimento sofre ação química do suco gástrico (de forma semelhante ao que ocorre no estômago humano).Após bem triturado. graças aos movimentos rumenais. etc. sofrendo ação de outras secreções do sistema digestivo (suco pancreático. ocorrer várias ruminações. ainda é o principal alimento. silagem). causado pelo excesso de concentrados. até que se adaptassem ao novo tipo de madeira. sendo. Na forma semifluida. Estes microrganismos se encontram aos milhares por mililitro de líquido. Quando o filhote succiona a teta da mãe ou o bico da mamadeira.). que provoca a coagulação da caseína do leite. de repente. Estes dois grupos devem estar em equilíbrio. restituem seu conteúdo celular ao organismo. para que haja um funcionamento adequado da flora rumenal. milho. introdução de ração. etc. onde todos os habitantes são carpinteiros. Um aumento exagerado da flora amilolítica. se adequadamente liquidificado. que retornam ao circuito da digestão. que continua em movimento. necessitando no início da vida. já que o leite. que digerem os volumosos (capim. Analogamente. Todos os alimentos. ser dados à vontade. Osmicrorganismos absorvem parte dos nutrientes dos alimentos. estes carpinteiros iriam ter dificuldades. O alimento passará para o retículo. O rúmen. Assim. inicialmente. As amilolíticas. além de pepsina. por sua vez. iniciado no abomaso. para isto. o bolo alimentar passa ao intestino. para adaptação da flora rumenal. o bolo alimentar é novamente deglutido. como o metano e o carbônico. são decompostos pela ação da flora ruminal (bactérias e protozoários). passa ao omaso onde é “prensado” pelas lâminas existentes na sua mucosa. fornecidos no mínimo três vezes ao dia. Existe uma verdadeira associação ou simbiose entre os microrganismos do rúmen e o próprio animal ruminante. que possuem conhecimentos e equipamentos especializados para trabalhar com madeiras de pinho.000 ml). O alimento. etc. voltando ao rúmen. durante sua permanência no rúmen. Em contrapartida. os filhotes tenham disponíveis alimentos sólidos (feno. Assim.sólidos que os filhotes estejam recebendo. a partir da segunda semana de vida.com. capim amarrado em pequenos feixes. http://www. bem como o mecanismo da ruminação.gestaonocampo.br/biblioteca/sistema-digestivo-dos-ruminantes/ . ração concentrada). para estimular o desenvolvimento dos préestômagos. é recomendável que.
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