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March 28, 2018 | Author: Moiseis De Oliveira Sampaio | Category: Sociology, Geography, Brazil, Rio De Janeiro, Civilization


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SERTÃO COMO RECORTE ESPACIAL E COMOIMAGINÁRIO CULTURAL Erivaldo Fagundes Neves* RESUMO Define-se sertão como interior, região agreste, lugar recôndito, numa relação dialética com o litoral, estabelecendo uma alteridade espacial do colonizado em contraposição ao território do poder e do padrão cultural, mas também traduzindo força imagética, de sentimentos e de sentidos, manifestada em diversas formas de expressão artística. PALAVRAS-CHAVE: Interior. Música Nordestina. Região. Sertão. O sertão aceita todos os nomes: aqui é o Gerais, lá é o Chapadão, acolá é a Caatinga... João Guimarães Rosa A discussão conceitual de “sertão” como referência espacial e categoria sociocultural desperta hoje, mais que antes, interesses de estudiosos da História, Geografia, Antropologia e outros campos afins do conhecimento e, mais ainda, dos que se dedicam a estudos inter ou trans disciplinares. Não há palavra mais * Professor da Universidade Estadual de Feira de Santana. Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco. E-mail: [email protected]. POLITEIA: Hist. e Soc. Vitória da Conquista v. 3 n. 1 p. 153-162 2003 sítio longe do mar. mas Câmara Cascudo (1898-1986) considerou apropriado o sentido de anterior. Transposta para Portugal. 154 . Para todos. Filólogos contemporâneos atribuem étimo controvertido ou obscuro à palavra “sertão”. lugar recôndito. mato distante da costa”. onde “esterilizam-se os ares urentes. lugar onde se procuravam minérios e guerreavam-se contra os índios.Erivaldo Fagundes Neves vinculada à História do Brasil. corrompido para “celtão” e. Apoiando-se no Dicionário da língua bunda de Angola. distante do litoral.. significa região agreste. mas não necessariamente árido. que “sertão” (BARROSO. Damião de Góis. derivada do vocábulo latino desertanu. Fernão Mendes Pinto (1510-1583). ligado à pecuária e à permanência de antigos costumes e tradições. quando D. ajustado ao “cautério das secas”. depois. Euclides da Cunha (1866-1909) vislumbrou o sertão de Canudos. deserto grande. Pero Vaz de Caminha (1450-1500) tomaram “sertão” na acepção de interior. 1983). João de Barros. 3. 1925). facultando-lhes avançar “pelo sertão”. Apesar de equivocada. no início do século XX. de onde surgira “sertão”. João III doou “dez léguas de terra ao longo da costa”. FERREIRA. degolando os homens e escravizando mulheres e crianças. p. a música. Antônio Vieira (1608-1697). da respectiva fração territorial e administrativa colonial. “sertão” expressou fronteira da colonização. HOUAISS. como forma contraída. v. expresso em latim. campo de atividades bandeirantes. sobretudo do Nordeste. deu-se. “certão”. na troca da consoante inicial (BARROSO. seria locus mediterraneus. 1986. consolidada intimamente com a literatura. Durante a ocupação e povoamento da América portuguesa. Desde os primórdios coloniais. 2001). o cinema e outras expressões artísticas e manifestações culturais. como se vê nos textos uniformes das cartas de doação das capitanias hereditárias. tanto quanto pudessem entrar (SILVA. elaborado por Bernardo Maria de Carnecatim e publicado em Lisboa. empregavam-na para denominar interior. de genealogia pouco conhecida. 1980). empedra- POLITEIA: Hist. o interior do país (CUNHA. cujo significado. que se traduz por “lugar entre terras. 1997. Vitória da Conquista. de 1534. enfim. n. 2003. terra e povoação do interior. e Soc. indevidamente. 153-162. despovoada. a cada capitão donatário. fixando-se mais no Nordeste e Norte que em outras regiões (CASCUDO. essa suposição influenciaria a grafia da palavra. 1983). interior. a essa significação africana. Gustavo Barroso (1888-1950) atribuiu a gênese da palavra “sertão” ao vocábulo “muceltão”. 1. a equivalência de “desertão”. cafuzos. do padrão cultural – de forma invertida. a caatinga estende sobre a terra as ramagens de espinhos” (CUNHA. No estudo sobre bandeirantes e “vida cotidiana dos sertanistas de São Paulo”. Essa alteridade colonial interna suavizou-se no processo de construção do eu nacional. p. comerciantes e intelectuais urbanos unificaram-se na luta contra o outro. em Minas Gerais (1789). em Pernambuco (1817) e novamente na Bahia (1822/1823). na relação interativa e complementar. dois sentidos de “sertão”. a alteridade externa foi rejeitada. vaqueiro. impondo-se sobre o colonizado. mamelucos – enfim. a denunciar que para lá se voltava “constantemente a alma coletiva. “Como em um jogo de espelhos”. 2002). o litoral – território do poder. 3. 2003.. 1. Nesta última ocasião. Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural 155 se o chão. escravizados à sua influência e vivendo de sua luz e de seu calor. da década de 1920.POLITEIA: Hist. boiadeiro. mulatos. agricultor – refletia “seu principal referente”. da força propulsora do desenvolvimento. Fazendeiros sertanejos e senhores de engenho litorâneos. v. comandadas pelo brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo. recrestado”. entre litoral e sertão. caboclo. como um cilício dilacerador. espaço do outro – índio. deformada. o sertão. como a agulha imantada para o pólo magnético” (MACHADO. definiu nova alteridade. negros. outro. Alcântara Machado (1875-1941) apontou o sertão como “centro solar do mundo colonial”. e. todos os interesses e aspirações”. O avanço da ocupação e povoamento do interior. porque “gravitavam-lhe em torno. tropeiro. na Bahia (1798). do colono ou do que deveria ser colonizado. gretando. estilhaçada (ARAÚJO. n. ambos ainda presentes na historiografia e literatura: um associado à idéia de semi-árido. 1998). na transição para o século XVIII. com a mineração e a pecuária. O colonizador. articulado . O sertão apareceria com freqüência nos inventários paulistanos dos dois primeiros séculos da colonização portuguesa. sendo a colônia o território do outro – índios. 153-162. e Soc. o colonizador. cenário onde “ruge o nordeste nos ermos. no século XIX. Vitória da Conquista. priorizando atividades econômicas e padrões de sociabilidade. na guerra que derrotou as tropas portuguesas. embora no imaginário sertanejo essa inversão de valores não tivesse a mesma intensidade da projeção litorânea. no início. estabeleceu a alteridade colonial. SERTÃO COMO RECORTE ESPACIAL Identificam-se. 2000). representantes de valores novos”. região pouco povoada”. POLITEIA: Hist. geográfico (semi-árido) e econômico (pecuária). lugar de ação do clientelismo político. E suas “condições históricas” seriam “pensadas como determinações que fazem obrigatória a descrição do sertão-geografia indissociada daquela do sertão-sociedade” (SOUZA. A “idéia da distância em relação ao poder público e a projetos modernizadores” seria “denominador comum dos vários significados atribuídos à palavra sertão”. somente entendido “enquanto habitat social. Por outro lado. construído por viajantes. Dentre muitos exemplos da primeira idéia. enfim. onde se praticaria a atividade política com democracia. O sentido de sertão se expressaria na dupla idéia “espacial de interior” e “social de deserto. Os meios de comunicação social projetam as grandes cidades como “modernas. os centros urbanos e os sertões configurariam espaços simbólicos explicativos da dicotomia da sociedade brasileira.. ambos partes do mesmo todo sociocultural e político-econômico. civilização e conquista” (LIMA. Por muito tempo. 1975). Nota-se que essa concepção dual associou o termo “sertão” a conceitos. como se o poder de um não emanasse do outro. da violência” (ARRUDA. 2003. 1. se constituíra “em contraste com a idéia de região colonial”. uma síntese descritiva do pensamento social brasileiro caracteriza o sertão como “lugar de reprodução de uma ordem social específica”. um espaço de “vivência e atuação de cidadãos livres e conscientes”. 1999). Não seria. do moderno e do arcaico (OLIVEIRA. 1997). progresso. da liberdade de expressão e opção. Nessas circunstâncias. 156 . pelo convencimento. pelo uso da razão. 3. 153-162. v. “mais do que oposição a litoral”. a civilização. tampouco a barbárie. “a conotação de deserto e de tudo o que se encontra distante da civilização” permeara o pensamento social brasileiro. progressistas. vislumbram o sertão como “arcaico.Erivaldo Fagundes Neves à pecuária. integrando “o mesmo campo semântico de incorporação. n. do populismo. ambas categorias da Geografia. na relação estreita entre natureza e sociedade”. dos coronéis. p. apresentando o seu sentido numa percepção espacial (interior) e noutra social (região pouco povoada). tradicionalmente apresentada pela historiografia e pela literatura por meio da dialética do progresso e do atraso. transcendendo qualquer “delimitação espacial precisa”. Vitória da Conquista. O imaginário de “sertão”. 2000). missionários e cronistas. um pressuposto da idéia de região. mas trazendo implícitas a noção de ação humana ou a concepção de espaço social historicamente construído. e Soc. portanto. país ou subunidade setorial de poder. conjunto geofísico homogêneo. espécies de bens comercializados. 3. Sertão da Bahia – ou de zoneamento dessas espacializações – Alto Sertão da Bahia. em Carinhanha. condições materiais. 1881). Sertão de Canudos.. os bávaros Spix e Martius. Do mesmo modo. social. 2002). como o movimento de Caldeirão. Mas. as Ligas Camponesas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. na Bahia. todos destacaram a cordialidade e a receptividade que tiveram das populações por onde passaram (SAMPAIO. no Sertão de Canudos. anotou. Teodoro Sampaio (1855-1937). lideranças comunitárias ou grupos políticos em luta pela posse da terra. impulsionados pelas ações de bandoleiros comandados por indivíduos como Antônio Silvino ou Virgolino Ferreira. expressões artísticas e manifestações culturais dos sertões consolidaram-se como valores nacionais. no seu diário de viagem. coronéis da Guarda Nacional. Se o isolamento e as asperezas da vida no sertão possibilitaram hábitos despóticos de indivíduos e autoridades. como Floro Bartolomeu. na transição para 1870. os sertões foram cenários de conflitos sociais. 1989). fora do “polígono das secas”. e Soc. Sertão do Araripe – ou ainda o sertão do bandeirante. v. além do significado de território interior e alguns aspectos físicos. na Bahia. 1. 2003. e Horácio de Matos. o Lampião. econômica. 1996). MARTIUS. no Ceará. formação étnica. cultural. p. Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural 157 Por um lado. Sertão do São Francisco. em 1817. caracterizada pelas relações sociais e de trabalho. testemunhadas por viajantes brasileiros e estrangeiros. O príncipe Maximiliano de Wied. recursos ambientais. equiparando-se à idéia de “região”. também proporcionaram generosidade e hospitalidade. Generalizou-se o conceito de “sertão” para vasta área do interior brasileiro que expressa pluralidade geográfica. dificuldades vividas pelos habitantes do Sertão da Ressaca (WIED. pregadores como Antônio Conselheiro. “sertão” exprime condição de território interior de uma região ou unidade administrativa interna – Sertão Nordestino. em todo o interior do Brasil (LEONARDI. manifestações culturais. audácia de “valentões” em Caetité (SPIX. que inclui o interior de outras unidades da federação. natureza do que produz. Na diversidade da formação étnico-cultural e configuração ambiental. os sertões de Mato Grosso pouco se identificam com os da Bahia e do Nordeste. exposta como espacialização destacada num continente. 153-162. e padre Cícero Romão Batista. Por outro lado. Vitória da Conquista. conheceu o arbítrio do coronel Neco.POLITEIA: Hist. identificado . Como categoria analítica da divisão espacial. n. no Ceará. em 1819. registraram. distinto de todos. desafios. de conhecimento pouco difundido. Vitória da Conquista. a primeira-dama do país. no carnaval carioca. cateretês.] o cortajaca e as modinhas do Catulo”. SERTÃO COMO IMAGINÁRIO CULTURAL . p. sendo difundida pela revista O Tribofe. v. surgiram. 2000). diferentes dos existentes no Alto Sertão da Bahia. passaram a se apresentar no Rio de Janeiro e em São Paulo apenas para os segmentos sociais populares. denunciando que “em vez de obras de Wagner e Chopin. e POLITEIA: Hist. Piauí. encontram-se relevo. como os Turunas da Mauricéia. A “música sertaneja” – denominação genérica. ouviam-se. além de outros. exprimindo “poder de evocação de imagens. grupos como o Bando dos Tangarás. emboladas (MÁXIMO. Pernambuco. Barbosa proferiu indignado discurso no Senado. 153-162. Este atrevimento provocou a ira aristocrática de Rui Barbosa (18491923). a partir de 1891. mais conhecida como viola caipira” (BARBOSA.. Goiás. sentimentos.158 Erivaldo Fagundes Neves com as caatingas do semi-árido de Sergipe. Há ainda o amazônico. Grupos musicais nordestinos. de Artur Azevedo (1855-1908). construídos ao longo da sua experiência histórica. “sertão” expressa diferentes viveres e saberes. Alagoas. solo. e Soc. No imaginário do cancioneiro popular. que se assemelha ao vizinho norte de Minas Gerais. vegetação. Como categoria cultural. “sertão” afirma-se pelos antecedentes socioculturais de sua população. raciocínios e sentidos”. Nair de Teffé convidou Catulo da Paixão Cearense (1863-1946) para tocar e cantar num recital no palácio do Catete. cocos. a “música sertaneja”. Precedendo a inserção lítero-musical sertaneja nos centros urbanos do Sudeste brasileiro. Na década de 20 do século XX. costumes e sons ligados particularmente à vida rural”. 1. em palácio [. adversário do presidente da República. Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914). com hábitos. 3. cantando modas de viola. e este em nada se parece com o interior de São Paulo. n. destinada a “populações identificadas pela origem.. surgira no Rio de Janeiro. atribuída por agentes de gravadoras e locutores de rádio – engloba “uma variedade enorme de gêneros de músicas particulares de uma vasta zona geográfica”. aproximado do cenário de Mato Grosso. 1988).. com o predomínio da “viola de cinco cordas duplas. Como produção fonográfica. 2003. “dançando o xenhenhém” – começou a difundir-se no eixo Rio de Janeiro/São Paulo. com sonoridade e poesia urbanas. Jararaca e Ratinho. na de . com a interpretação do sanfoneiro popular Luiz Gonzaga e letras. colocou-se como expressão cultural cabocla do Centro-Sul. No segundo estágio evolutivo das matrizes gonzaguistas e jacksistas. coco. apresentando “um caipira atrapalhado na cidade”. fazendo apologia das grandezas econômicas. levara violeiros de Piracicaba aos estúdios da Colúmbia. do advogado Humberto Teixeira e do médico Zé Dantas. e Soc. Vitória da Conquista. embolada – conquistou espaço a partir do Rio de Janeiro. zabumba e triângulo. Mas a “música nordestina” ou “de forró” – baião. na década de 1920. enaltecendo atributos morais. entre outros. catira. acompanhada por sanfona. em expressões como o “sertão das mué sérias e dos homes trabaiadô” ou a sensualidade de Carolina. 3. chegando ao rádio e ao disco por iniciativa de Cornélio Pires (1884-1958) que. Seguiram-se formações de “duplas caipiras”. como Alvarenga e Ranchinho. p. “para todos”.. que agradava porque “tocava viola e falava das coisas do sertão”. designação de um baile com sanfoneiro. 153-162. materializados na seca ou na emigração. por meio de Afonso Arinos (1868-1916).POLITEIA: Hist. Alceu Valença e Zé Ramalho. inaugurado com a comédia-opereta A Capital Federal. Na década de 1960. surgiram. exprimindo saudade ou júbilo. a partir da década de 1940. Nessa época. xaxado etc. 1. 2003. com Jackson do Pandeiro. e. Da comédia. 2001). preferindo temas como fenômenos meteorológicos ou flagelos sociais. v. A denominação dessa expressão cultural ou gênero musical – forró – seria corruptela da expressão inglesa for all. mitificadas no “rei do café” e no “rei do gado”. que se multiplicaram. n. expressando freqüente apelo romântico. oferecido pelos construtores britânicos de uma estrada de ferro no Nordeste à peonada da obra. a figura caricata do caipira passou para a literatura. na década de 1970. reportando a valores morais como o triunfo do bem sobre o mal – apoiada pelos meios de difusão. acompanhadas por um par de violas de cinco cordas duplas. Monteiro Lobato (1882-1948) e outros. em São Paulo (TINHORÃO. Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural 159 consolidada pelo “teatro musicado”. poetas-compositoresintérpretes como Geraldo Azevedo. a “música sertaneja” ou “caipira” – guarânia.. outra vertente da expressão musical do Nordeste – repente. para distinguir de um outro que promoviam para os técnicos vindos da Inglaterra e convidados nativos. em 1897. em duas vozes. Sertão. Revisão do paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história. Cidades e sertões: entre a história e memória. um lugar incomum. do Movimento Mangue Beat. tanto a “caipira” ou “moda de viola”. Na concepção da dualidade geográfica. POLITEIA: Hist. 1. G. aflorando. com a urbanidade pós-modernista. e Soc. CONSIDERAÇÕES FINAIS . Lenine e outros. traduzindo diferentes viveres do interior do país. São. 3. 2000. para a produção fonográfica. p. vê-se também o sertão por diferentes manifestações. afirmar que os fluxos de emigrantes sertanejos criaram o mercado da saudade. o acelerado processo de urbanização das populações rurais no Brasil. econômicas. sociológicas. liderado por Chico Science & Nação Zumbi. M. Vitória da Conquista. 2000. tão longe: o sertão e o sertanejo nos tempos coloniais. 2000. Rio de Janeiro: Campus. como a “nordestina” ou “forró”. n. de cada um. desse modo. 153-162. Zeca Baleiro. Rio de Janeiro: Relume-Dumará. seguidos de Chico Cezar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO. portanto. Tão vasto. José Ramos Tinhorão apontou como fator preponderante da formação e expansão do naco de mercado da “canção sertaneja”. tem-se o sertão nas perspectivas espacial e social. ampliado a partir dos últimos anos do século XX. C. como a mais consistente expressão da música popular brasileira da transição para o século XXI. a terceira geração. litorâneas na maioria (TINHORÃO. com êxodo dos sertões para as grandes cidades.160 Erivaldo Fagundes Neves noventa. I. E. 2001). Pode-se. In: DEL PIORE. Bauru: Edusc. Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desportos do Estado. apesar da difusão do country norte-americano nos eventos midiáticos das vaquejadas. exprimindo respectivas formações históricas e expondo a historicidade de cada região como recorte espacial e sociocultural da totalidade nacional. pela ótica cultural.. geográficas. tão ermo. ARRUDA. BARBOSA. pelo menos dois vastos sertões culturais. destacando-se as expressões musicais sertanejas do Centro-Sul e a nordestina. 2003. v. O sertão do Ceará na literatura do século XIX. especificidades antropológicas. 2002. (Anot. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. C. I. VILLAR. P. v. 153-162. São Paulo: Brasiliense. 1. SILVA. Brasília: Paralelo 15. In: SANTIAGO. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. ed. M. SPIX. A. 2) SAMPAIO. 1982) CASCUDO. Rio de Janeiro: BMG Ariola Discos Ltda. Morte e vida do bandeirante. 1823). de. 2003. S.Sertão como recorte espacial e como imaginário cultural 161 BARROSO. C. CUNHA. CUNHA. 1975. V. 3. F. E. 1981. A. (1. MACHADO. FERREIRA. Rio de Janeiro: Revan/Iuperj-Ucam. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. p. A. São Paulo: Companhia das Letras. B. v. 1. Dicionário do folclore brasileiro. 1998. T. 1983. von. impressão. 2. LIMA. 1997. Entre árvores e esquecimentos: história social nos sertões do Brasil. Bahia: Imprensa Oficial do Estado. Organização por J. 1997. Belo Horizonte: Itatiaia. J. São Paulo: Melhoramentos. Dicionário Houaiss da língua portuguesa.. N. (José de A. 9. 1986. ed. 1980. J. 2. Memórias históricas e políticas da Província da Bahia. C. von. e. 2002. Viagem pelo Brasil: 1817-1820. B. Um sertão chamado Brasil: intelectuais e representação geográfica da identidade nacional. . B. v. Edição crítica de W. 1. SOUZA. n. Rio de Janeiro: Objetiva. A. 5. G. São Paulo: Editora da USP. 4. São Paulo: Ática. 1996. F. Brás do Amaral). da C. LEONARDI. Intérpretes do Brasil. A. T.. 2001. 1188-1366. v. revista e aumentada. revista e aumentada. L. e Soc. e. p. A pátria geográfica: sertão e litoral no pensamento social brasileiro. POLITEIA: Hist. HOUAISS. (Extrato de: À margem da história do Ceará. 1999. V. de Santana. M. Fortaleza: Imprensa Universitária. Os sertões: campanha de Canudos. Vida e história da palavra sertão. de C. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. Goiânia: Editora da UFG. G. O rio São Francisco e a Chapada Diamantina. (Coord. de H. ed. da. de S.). MARTIUS. [Encarte da coleção de três CDs que reproduziu cinco LPs de 1988] OLIVEIRA. MÁXIMO. Novo dicionário da língua portuguesa. Luiz Gonzaga: 50 anos de chão. Galvão. de Oliveira). (Estudos CEBRAP. A economia brasileira: crítica à razão dualista. Salvador: UFBA/CEB. Vitória da Conquista. ed. 1925. N. 153-162. 2003. . 1. R. and translates into an image of feelings and senses which are manifested in diverse forms of artistic expressions. 3. J. p. establishing a spatial alterative to the colonized areas. M. 1989. ABSTRACT Sertão is defined here as an arid and remote interior in a dialectic relation with the coast. Viagem ao Brasil. v. São Paulo: Editora da USP. Vitória da Conquista. n. Cultura popular: temas e questões. P.162 Erivaldo Fagundes Neves WIED. This is then in contraposition to the territory of power and the cultural patterns of the coast. Belo Horizonte: Itatiaia. von. SERTÃO AS A SPATIAL RECUT AND AS CULTURAL IMAGINARY POLITEIA: Hist. e Soc. São Paulo: Editora 34. TINHORÃO. 2001..
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