seminário - medidas de controle de infecção (1) final

March 25, 2018 | Author: Natália Ayres Baldívia | Category: Public Health, Infection, Hospital Acquired Infection, Fashion & Beauty, Clothing


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NFR 5105 O CUIDADONO PROCESSO DE VIVER HUMANO – CONDIÇÃO CIRÚRGICA DE SAÚDE Alonita Martinha da Silva Anna Caroline Dourado Natália Ayres Baldívia Controle de infecção no centro cirúrgico: fatores relacionados ao paciente, equipe, materiais e ambiente Florianópolis, 2013 Na história Em 450 a.C foram descritas pela primeira vez técnicas assépticas rudimentares. Hipócrates usava vinho e água fervida para irrigar ferimentos. Há registros de que Galen, um romano que viveu no século II d.C., fervia seus instrumentos antes de usá-los. Ambröise Paré, em meados de 1.500, proclamou que as doenças se disseminavam de três modos: contato direto, através de objetos infectados e à distância. No séc. XIX as infecções eram muito comuns e a presença de pus era considerada um sinal de saúde e inicio da melhora clínica. Ainda nesse século, três pessoas desenvolveram conceitos de limpeza e assepsia: ● Ignaz Semmelweis : lavagem de mãos Joseph Lister: antissepsia no cuidado com ferimentos Florence Nightingale: mudanças radicais em sanitização. ● ● ALGUNS CONCEITOS ● Via de contaminação direta: transmissão por portadores de processos patológicos ativos, através de contato direto com o receptor transmitindo microorganismos a partir da face, vias respiratórias, intestinais, genitais e etc. ● Via de contaminação indireta: transmissão através de um terceiro elemento, um veículo. Pode ser ar, poeira, roupas, utensílios, insetos e etc. ● Assepsia: manobra realizada com o intuito de manter o paciente e o ambiente cirúrgico livre de germes. ● Antissepsia: objetiva a destruição dos germes. E: colecistectomia. Sem penetração nos tratos respiratório. Cirurgias infectadas: em qualquer tecidos ou órgão com presença de secreção purulenta. Quebra grosseira da técnica asséptica. sem contaminação significativa. Fechamento por primeira intenção. Trauma penetrante a menos de 4 horas. digestório ou genito urinário sob condições controladas. Abertura do trato respiratório. digestório e genitourinário. ● ● ● . trauma penetrante há mais de quatro horas. colectomia. Feridas abertas cronicamente. Incisão na presença de inflamações não purulentas agudas. Cirurgias potencialmente contaminadas:realizadas em tecidos potencialmente colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação. apendicectomia. apendicectomia supurada. sem processo infeccioso ou inflamatório local. Ex: mamoplastia. Ex: amigdalectomia. área necrótica ou corpo estranho.ALGUNS CONCEITOS ● Cirurgias limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de possível descontaminação. Ex: cirurgias de reto ou ânus com fezes ou pus. Cirurgias eletivas não traumáticas. Cirurgias contaminadas:tecidos colonizados por flora bacteriana abundante cuja descontaminação é difícil. Perfuração de víscera. ferida traumática com tecido desvitalizado ou contaminação fecal. Sem qualquer falha na técnica asséptica e sem drenos. ALGUNS CONCEITOS ISC superficial: ● envolve somente a pele ou tecido celular subcutâneo no local da incisão. com exceção da incisão de parede. a fáscia e a camada muscular. Ex: celulite peri incisional. Ex: fasceíte pós operatória ● ISC em órgão ou cavidade:envolve qualquer órgão ou cavidade aberta ou manipulada durante o procedimento cirúrgico. ● ISC profunda:envolve estruturas profundas da parede. após troca de válvula cardíaca. . Ex: endocardite. em ordem de importância são: ● O paciente (até 70%) Equipe cirúrgica Materiais e equipamentos Ambiente ● ● ● .FONTES DE CONTAMINAÇÃO As principais fontes de transmissão de infecção no centro cirúrgico. FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ● Estresse Idade Alterações metabólicas e de nutrição Higiene Tricotomia Período de hospitalização no pré operatório Procedimentos invasivos Anestesia ● ● ● ● ● ● Tempo Extensão da cirurgia ● ● ● ● Profilaxia antimicrobiana . Eles participam de reação inflamatório local e geral. Aumenta o risco de infecção do sítio cirúrgico tanto na velhice quanto na infância.FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ● Estresse Desencadeia reações neuroendócrinas. ● Idade Têm sido considerada predisponente. ● Metabolismo e nutrição Diabetes. Liberação pela hipófise e supra renal de glicocorticoides. catecolaminas e mineralocorticoides. obesidade e desnutrição contribuem para um maior índice de infecções pré e pós operatórias . FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ● Tricotomia ISC mais frequente em pacientes que tricotomizados. .mas exigem teste de sensibilidade prévio. Se indicada deve ocorrer o mais próximo possível da hora da cirurgia e segundo alguns autores no próprio centro cirúrgico. Cremes depilatório são uma opção para evitar cortes ou arranhões. A tricotomia de véspera pode provocar foliculite ou infecção de pequenos cortes acidentais. . Troca de roupas e lençóis. na manhã da cirurgia também. Sentido centrífugo circular. devido a descamação da pele uso de detergentes. Segundo alguns autores. Segue-se antissepsia com soluções alcoólicas à base de PVPI ou clorexidina. Antissepsia do capo operatório: lavar cuidadosamente (10 min) o local com sabão detergente antisséptico com formulações a base de hexaclorofeno. o banho no dia da cirurgia tem sido contra indicado por aumentar a difusão de germes.FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ● Higiene Banho deve ser tomado na véspera. Para outros autores. elevando os riscos de infecções do sítio cirúrgico. . ● Procedimentos invasivos Cateterismo vesical Punções vasculares Assistência ventilatória e respiratória.FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ● Período de hospitalização pré operatório Hospitalização prolongada é causa de alterações da da flora bacteriana dos vários sistemas. Estudo realizado no Hospital de Clínicas da UFPE demonstrou que permanência pré operatória por mais de 3 dias e pós operatória acima de 5 dias elevam significativamente a incidência de ISC. Mais eficaz quando iniciada no pré operatório e continuada no período intraoperatória.FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE Profilaxia antimicrobiana Medida preventiva de ISC através da administração de antibióticos sistêmicos. Cautela no uso de antibióticos: resistência e camuflagem de sinais de infecção. Sem indicação para cirurgias limpas de baixo risco. . sem contaminação bacteriana óbvia ou inserção de corpo estranho. Sem utilidade após a ferida ser fechada. . boca. pele e vestimentas do pessoal que entra em áreas restritas dos serviços de cirurgias.MEDIDAS RELACIONADAS À EQUIPE Grande quantidade de bactérias está presente no nariz. Um desenho apropriado do serviço e regulamentos para o uso de vestimentas cirúrgicas são formas importantes de prevenção do transporte de microrganismos para os setores de cirurgia. no qual eles podem infectar os pacientes que se submetem aos serviços. . Gorros e toucas ● São de baixo custo e contribuem para a redução do risco de contaminação do campo cirúrgico. máscara. sem contar do risco dos próprios fios caírem. É uma região que dispersa muitas partículas juntamente com bactérias.A paramentação cirúrgica consiste no vestuário específico de acordo com os procedimentos realizados no Centro Cirúrgico. provenientes do cabelo e do couro cabeludo. Tradicionalmente. inclui uniforme privativo. propé ou sapato privativo. óculos. avental cirúrgico e luvas cirúrgicas. Este adereço deve se ajustar a cabeça e cobrir toda a superfície dos cabelos. gorro e touca. As roupas pessoas nunca devem ser usadas em áreas semi-restritas e restritas do CC. e devem ser de fácil limpeza . De forma que a contaminação cruzada do CC para outras áreas do hospital deve ser prevenida. ● Propés Servem de barreira na prevenção da contaminação do chão das áreas críticas por agentes microbianos externos. sangue. e após a operação podem ter entrado em contato com secreções. pois levam microrganismos para estas áreas. São de uso exclusivo de áreas semirrestritas e restritas. Os calçados devem oferecer suporte e proteção para os pés.● Roupas privativas São uma forma de proteção tanto para o profissional quanto para o paciente. e a sua retirada deve ser feita pelas tiras posteriores. com microrganismos provenientes do nariz e boca dos profissionais da equipe de saúde. A máscara também é utilizada como medida de prevenção de riscos ocupacionais como a contaminação da mucosa oral e nasal. Durante o uso a máscara deve cobrir totalmente a boca e o nariz. . por patógenos veiculados pelo sangue. como forma de proteção a respingos de líquidos biológicos.● Máscaras Atuam como barreira mecânica na prevenção de contaminação do sítio cirúrgico. ● Óculos Os membros da equipe cirúrgica devem usar óculos de proteção durante todo o tempo do procedimento operatório. Além de prevenir a dispersão das bactérias provenientes das áreas expostas da pele da equipe. pescoço. . dos profissionais. As luvas estéreis devem ser utilizadas após a escovação da equipe e colocadas após a paramentação. a sangue e outros fluídos corpóreos. como antebraços. os instrumentos e a instrumentadora. ● Luvas estéreis As luvas têm como funções proteger o paciente das mãos do cirurgião. o cirurgião do sangue potencialmente contaminado.● Avental cirúrgico O avental tem o propósito de diminuir as chances de exposição. . Antissepsia das mãos da equipe cirúrgica Também denominada escovação das mãos. A escovação só é necessária para leitos subungueais e espaço digitais. podem ser utilizadas soluções desgerminantes de PVP-I ou clorexidina. O processo todo deve durar cerca de cinco minutos antes da primeira cirurgia e três minutos entre as seguintes. Para tanto. à redução substancial ou à eliminação da flora transitória e a diminuição parcial da flora residente. a antissepsia é um processo que visa à retirada de sujeira e detritos. As demais áreas das mãos e dos antebraços precisam ser friccionadas. A remoção mecânica dos detritos costuma ser feita por escovação e fricção. . MEDIDAS RELACIONADAS AOS MATERIAIS . Para manter a esterilidade . O uso inadvertido de objetos não estéreis pode introduzir contaminantes no ferimento. O circulante deve ficar atento à integridade do pacote e a data de validade antes de dispensar um objeto estéril. Objetos de esterilidade duvidosa devem ser considerados não estéreis. ● ● ● . a instrumentadora não deve permitir que suas mãos ou qualquer objeto estéril fique abaixo do nível do campo estéril.● Todos os materiais que entram em contato com o ferimento e que são usados dentro do campo estéril devem ser esterilizados. e se tornem contaminados. Deve-se ter em mente e respeitar os limites de área estéril e não estéril na sala de operações.● Qualquer objeto que estenda-se além dos limites estéreis é considerado é considerado contaminado e jamais pode adentrar ao campo estéril. para que estes não rolem para fora dos limites do campo. espalhem outros objetos. Padrões de movimentos devem ser estabelecidos e rigidamente praticados com a finalidade da não contaminação do agrupamento estéril. ● ● ● . Deve-se ter cuidado ao colocar objetos no campo estéril. A movimentação da equipe cirúrgica tem que respeitar esses limites. ● A instrumentadora deve resguardar seus campos estéreis para prevenir que qualquer objeto não estéril contamine os campos. para que a obtenha com igualdade ao final do procedimento. ● ● . Deve ficar atenta também a quantidade de objetos está sendo utilizada. Nenhum material deve permanecer na sala de operações sem que exista um procedimento sendo realizado. ou ela própria. Os campos estéreis devem ser preparados o mais próximo possível do seu tempo escalado para ser utilizado. . engenhariaearquitetura.aspx .Medidas de controle de infecção Ambiente Segundo o Guia de Recomendações de Controle de Infecção Ambiental da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de 1988 o fator ambiente é o quarto fator. http://www.com. por ordem de importância.br/noticias/140/Arquitetura-e-engenharia-de-centros-cirurgicos. na via de transmissão de infecção hospitalar.  Área intermediária: Fica entre as áreas irrestrita e semi-restritas. touca e propés ou calçados exclusivos. http://www.  Área semi-restrita: corredores internos do CC de circulação: é usada nessa área roupas específicas da unidade (pijama).abbr.htm . Objetivo: Manter um maior controle do ambiente. além dos utensílios da área semirestrita.Divisão de área  Área irrestrita: área externa é unidade de centro cirúrgico (CC). não exigindo cuidado especial. ante-salas e lavabos em utilização. Ex: elevadores e corredores que ligam ao centro cirúrgico.br/relatorios/relatorio2006/acoessaude5. Ex: vestuários e áreas de transferência de maca. Sendo necessária.  Área restrita: são as salas cirúrgicas.org. o uso de máscaras. br/2012/04/seguranca-do-paciente-limpeza-e.com.Limpeza-Objetivo e Técnicas Tem como objetivo:  diminuir a suspensão de partículas e microorganismos de superfícies fixas no ar em situação de movimento. http://gestordasaude.  Controle de vetores.blogspot.  Diminuição da transmissão por contato.html . cuidado com cânulas. Realizada após a ultima cirurgia programada do dia.  Concorrente: Retirada de material sujo da sala.Para evitar o ressecamento e a transmissão por propés. Realizada todo dia no início do movimento cirúrgico. . tipo e classificação da cirurgia.  Operatória: Realizada durante a cirurgia em decorrência de “derramamento acidental” no chão de matéria orgânica do paciente. após o término de uma cirurgia.  Preparatória: Remoção úmida da poeira depositada sobre superfícies horizontais.Técnicas de Limpeza OBS: Independe do tipo do paciente. Geralmente com álcool 70%. Geralmente realizada com solução de hipoclorito a 1%. frascos de secreções e limpeza das superfícies de mobiliário e piso.  Terminal: Envolve a limpeza concorrente mais os procedimentos de limpeza de todos os itens da sala cirúrgica. quanto á qualidade do ar são: temperatura máxima de 24ºC a 19ºC. http://t3. realização de 25 trocas totais de ar por hora e utilização de filtros G2/F2/A3 nos dutos sequencialmente.  A NBR 7256. os parametros recomendados para sala de operação. Preconiza que as instalações de ar condicionado em unidades médico-assistenciais devem proporcionar controle de temperatura. controlar a temperatura e umidade. devendo ainda a sala ter pressão positiva em relação as áreas adjacentes. ( para prevenir e entrada de ar potencialmente contaminado por meio de áreas adjacentes.com/images?q=tbn:ANd9GcQJVfl8k0SIf3GzzI86NGygFX-TZ7N-MDoYo18eKddytgCwqT1gOg . remover partículas em suspensão. Com a finalidade de remover os gases anestésicos. umidade relatica entre 45-60%. de movimentação.gstatic.  De acordo com a NBR 7256. da porcentagem e do volume de renovação do ar e ter nível de ruído adimissível. do grau de pureza do ar.Tratamento de ar em ambiente assistencial de saúde.Medidas de controle AR. de umidade relativa. Próprio ou terceirizado? O hospital dispõe de mecanismos de comunicação ou integração com outros serviços de saúde para detecção de casos de infecção hospitalar? Existe coleta de dados sobre infecção hospitalar? O uso de EPI é supervisionado pela CCIH? Existem procedimentos escritos? Lavagem das mãos. limpeza e desinfecção de artigos. esterilização. curativos. cuidado com cateteres intravasculares e urinários. ● ● ● ● ● ● ● ● . 2 Julho 2000 Roteiro de Inspeção do Programa do Controle de Infecção Hospitalar ● Existe CCIH no hospital? A CCIH está normalmente nomeada? Existem manuais ou rotinas técnico-operacionais visando à prevenção e controle de infecção hospitalar? A CCIH realiza o controle sistemático da prescrição de antimicrobianos? Tipo de serviço de limpeza do hospital. biossegurança.RDC nº48. ” Bruce Barton .. não existem pequenas coisas.. quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ..● “Às vezes.. sou tentado a pensar . 2005.google. Rachel de. 17. cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. Disponível em: http://www. 2007 SABISTON. 4.mg. GOFFI.br/atos_normstivos/legislacaosanitaria/estabelecimento-de-saude/controle-de-infeccao-hospitalar/Res_048. ventilação e iluminação requerem atenção especial. Práticas Recomendadas SOBECC / Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico. Jane C.br/noticias/140/Arquitetura-e-engenharia-de-centroscirurgicos. Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. 2009. ARQUITERURAE engenharia de centros cirúrgicos: Ar condicionado. ALEXANDER.Referências MEEKER. 2v. 822p. ed. 2013. Tratado de cirurgia Sabiston: as bases biologicas da pratica cirurgica moderna. ed.saude. Alexander. Acesso em: 13 abr. São Paulo: Manole.pdf . ed. 5ª ed. Fabio Schmidt.engenhariaearquitetura. Acesso em: 13 abr. CARVALHO. Estela Regina Ferraz. Edythe Louise. Rubia Aparecida. BIANCHI. São Paulo: Atheneu. São Paulo : SOBECC. São Paulo: Atheneu. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Disponível em: <http://www..aspx>.gov.com/file/d/0BylIzyv69pl8NXIzZWNDTVpXVmc/edit?pli=1>. c1997. 2001. Courtney M. LACERDA. fisiopatologiacas e tecnicas da cirurgia. com ilustrações Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Rio de Janeiro (RJ): ELSEVIER. Tecnica cirurgica: bases anatomicas. TOWNSEND. .. David C. 10. Margaret Huth. 2013 RESOLUÇÃO RDR nº 48/2000.com. 1992. MANUAL de limpeza e desinfecção Disponível em: <https://docs. ROTHROCK. . Buscando compreender a infecção hospitalar no paciente cirurgico.
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