SAÚDE INT. REDE HOSP.MAIOR COMPLEXIDADE CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA ELABORADO POR: DANIELA BICHARA MICHELE COUTINHO VANESSA AZEVEDO MARINÊS CRISTINA TURMA: EN 631 ORIENTADORA: RAUL CAVALCANTI RIO DE JANEIRO, NOVEMBRO/2010 1 Rio de Janeiro. Turma: 631. em rede básica para o professor Raul Cavalcanti como requisito parcial de avaliação referente à VP1.CENTRO UNIVERSITÁRIO CELSO LISBOA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DANIELA BICHARA MARINÊS CRISTINA MICHELE COUTINHO VANESSA AZEVEDO Trabalho apresentado na disciplina de adm. Assist. Novembro/2010 INTRODUÇÃO 2 . Baixo nível de fluido no corpo (sangue ou líquidos corporais). O estado de choque é uma situação na qual existe uma desproporção entre a quantidade de sangue circulante e a capacidade do sistema. É um distúrbio caracterizado pelo insuficiente suprimento sangüíneo para os tecidos e células do corpo. Pode .A palavra choque deriva do francês choc: parada e scoc: sacudida.se dizer que é a perfusão e oxigenação inadequada dos órgãos e tecidos. • CHOQUE HIPOVOLÊMICO 3 . Problemas nos vasos sangüíneos (alteração na resistência da parede vascular). Tem como causas: • • Falha no mecanismo que bombeia o sangue (coração). Esta última forma de hipovolemia pode seguir-se a perda significativa de líquidos gastrintestinais (por exemplo. O sistema neuroendócrino aumenta o hormônio antidiurético circulante (ADH). vômito). que pode ocorrer em Diabetes mellitus e insípidus. A angiotensina II promove secreção de aldosterona e é esta responsável pela reabsorção de sódio e conservação de água. Os rins respondem a hemorragia estimulando um aumento da secreção de renina. O sistema hematológico responde a uma perda de sangue severa. Fisiopatologia O corpo humano responde a hemorragia aguda ativando quatro sistemas fisiológicos principais: sistema hematológico.Definição É o tipo mais comum de choque. diarréia. 4 . perdas externas secundárias ou quebra da integridade da superfície tecidual (por exemplo. que promoverá um aumento de reabsorção de água e sal (NaCl). seqüestro de líquidos para o terceiro espaço-ascite). perdas renais (por exemplo. liberando as catecolaminas que provocam o aumento da freqüência cardíaca e vasoconstricção periférica. que converte o angiotensinogênio em angiotensina I que é convertida subseqüentemente em angiotensina II pelos pulmões e fígado. ou perdas internas de líquidos sem alteração na água corporal total (por exemplo. A hipovolemia pode ocorrer como resultado da perda sangüínea secundária a hemorragia (interna ou externa) ou pode advir da perda de líquidos e eletrólitos. e deve-se a redução absoluta e geralmente súbita do volume sangüíneo circulante em relação à capacidade do sistema vascular. ativando a cascata de coagulação contraindo os vasos da hemorragia e ativando as plaquetas. poliúria). sistema renal e sistema neuroendócrino. queimaduras). sistema cardiovascular. O sistema cardiovascular devido à diminuição do volume sangüíneo e conseqüente diminuição do oxigênio estimularão o SNC. A apatia é precedida de angústia e agitação. rápida e irregular (O aspecto hemodinâmico aos clássicos desse tipo de choque inclui taquicardia. redução das pressões de enchimento cardíaco e vasoconstricção periférica). 5 . pelo que o diagnóstico se prefigura mais difícil.Todos estes sistemas agem na tentativa de evitar uma maior perda de líquidos. tentando reverter o processo hipovolêmico. hipotensão. mas consciente. Manifestações Clínicas • • • • • • • • • • • Hipotensão Taquicardia Pulso fino e taquicárdico Pele fria e pegajosa Sudorese abundante Mucosas descoradas e secas Palidez Cianose Resfriamento das extremidades Hipotermia Respiração superficial. há situações em que esta fonte de perda é oculta. • • • Sede Náuseas e vômitos Alterações neurossensoriais Pode ocorrer também: Psiquismo: o doente em geral fica imóvel. No entanto. apático. Diagnóstico O diagnóstico deste tipo de choque pode ser rápido e fácil se o doente apresentar sinais clínicos de instabilidade hemodinâmica e se a fonte da perda de volume for evidente. Exames laboratoriais e estudo de imagens • Testes laboratoriais incluindo um hemograma completo. devem ser instalados dois acessos intravenosos que permitem a administração simultânea de líquidos e derivados do sangue. Se a causa da hipovolemia for diarréia ou vômito. outros exames podem ser realizados dependendo da suspeita da causa para a perda de volume • Exames podem ser solicitados para determinar o local e a causa da depleção do volume. ou raio X das áreas sob suspeita • Angiografia / cateterização do coração pode mostrar baixo débito cardíaco (bombeamento). Colóides: albumina e dextran a 6 %. não permanecendo no sistema vascular. Tratamento da causa básica: se o paciente estiver num processo de hemorragia. esta deve ser interrompida o mais rápido possível. incluindo TC . confirmando o choque • Ecografía pélvica sem demora e pode ser levada a uma operação exploratoria. Ringer lactado e cloreto de sódio: são líquidos cristalóides. O dextran não é indicado se a causa do choque hipovolêmico for hemorragia. através da pressão sobre o local do sangramento ou pode ser necessário uma cirurgia para estancar o sangramento intenso. Tratamento Visa restaurar o volume intravascular. que se deslocam livremente entre os compartimentos líquidos do corpo. isotônicos. É necessário administrar líquidos que permaneçam dentro do compartimento de líquidos intravascular. devem ser administrados medicamentos. do evitando assim. RM. criação para de o deslocamento compartimento intravascular compartimento intracelular. Reposição hídrica e sangüínea: primeiramente. pois ele interfere com 6 . redistribuir o volume hídrico e corrigir a causa básica. como tórax ou abdome. porém depende de doadores humanos.a agregação plaquetária. como nos casos de traumatismo ou sangramento retro peritoneal. Obs. Devem ser esvaziadas lentamente (durante 30 a 60 minutos) ao mesmo tempo em que se administram líquidos. Derivados do sangue: só podem ser usados se a causa do choque for uma hemorragia.elevam-se as pernas do paciente e o retorno venoso é favorecido pela gravidade. Se a causa clássica da hipovolemia tiver sido desidratação serão prescritos medicamentos como insulina que será administrada aos pacientes com 7 . O dispositivo ajuda a controlar a hemorragia. As calças militares anti choque (CMAC) podem ser usadas nas situações de extrema emergência. e depois inflado no sentido de forçar o sangue das extremidades inferiores para a circulação superior. porque o choque hipovolêmico ao não revertido evolui para o choque cardiogênico (o "círculo vicioso). ajuda na redistribuição hídrica (posição de Trendelemburg modificada . corretamente.: Uma vez inflada. as CMAC não devem ser esvaziadas bruscamente por causa do risco de uma queda rápida e grave da pressão arterial. E a albumina. Redistribuição de líquidos: o posicionamento do paciente. Este dispositivo é um torniquete de três câmaras. e pode ser realizada quando o paciente está sangrando para dentro de uma cavidade fechada. que é enrolado nas pernas e tronco do paciente. Medicamentos: Caso a administração líquida falhar na reversão do choque. expande rapidamente o volume plasmático. aplicando pressão sobre o local do sangramento. A papa de hemácia é dada para melhorar a capacidade de transporte de oxigênio do paciente e juntamente com outros líquidos que irão expandir o volume. quando o sangramento não pode ser controlado. Autotransfusão: coleta e retransfusão do próprio sangue do paciente. deve-se fazer uso dos mesmos medicamentos dados no choque cardiogênico . avaliação de si mesmo com incapaz de lidar com as situações relacionadas a prejuízo funcional do sistema circulatório. fraqueza. sudorese. Síndrome do estresse por mudança caracterizada por preocupação. pressão sangüínea alterada relacionada a diminuição da oxigenação dos órgãos e tecidos. desmopressina (DDVP) para diabetes insípidus. 8 . estado mental alterado. inquietação. medo. agentes anti-diarréicos para diarréia e anti-eméticos para vômito. Fadiga caracterizada por incapacidade de manter as rotinas usuais. secundária a disfunção miocárdica. dispnéia. ingestão de fibras insuficiente e mudanças nos padrões habituais de comida e alimentação. sentimento de impotência relacionado a estado de saúde alterado. fadiga. fraqueza. relacionada à oxigenação inadequada do tecido. Baixa auto. taquicardia. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Débito cardíaco diminuído caracterizado por agitação.desidratação secundária a hiperglicemia. inquietação.estima situacional caracterizado por verbalizações auto negativas. fadiga. angina. relacionada ao comprometimento do sistema de transporte do oxigênio. Intolerância à atividade caracterizada por dispnéia. cianose. Risco para constipação relacionado à mudanças ambientais recentes. Risco para tensão devida ao papel de cuidador relacionado a prejuízo na saúde do cuidador. confusão. irritabilidade relacionada a modificação do ambiente secundário à hospitalização. oligúria. relacionado a perfusão e oxigenação inadequadas dos órgãos e tecidos. Ansiedade caracterizada por insônia. Perfusão tissular ineficaz caracterizada por oligúria. taquisfigmia. irritabilidade. Instalar oxigênio cateter nasal (2L/min) ou máscara de Venturi. Avaliar padrão respiratório. reação alérgica. diminuição da turgidez da pele relacionada a náuseas. INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM É um tratamento de emergência. Medo caracterizado por falta de ar. devendo o paciente ser encaminhado para a UTI. vômitos e diarréia. Administrar medicação prescrita ou de acordo com o protocolo da instituição. Ansiedade caracterizado por aumento da freqüência cardíaca. vômitos. fraqueza. Recepcionar o paciente. náuseas. Colher material para exames laboratoriais. Confusão caracterizada por distúrbios flutuantes de orientação e raciocínio relacionado à hipovolemia. Puncionar acesso venoso. Intolerância à atividade caracterizada por pulso com aumento de freqüência. traumatismo. vômitos. freqüência respiratória aumentada relacionada a diminuição do volume de líquido. Colocá-lo em repouso em DDH com MMII elevados. 9 . Avaliar o estado de consciência. Fadiga caracterizada por letargia ou inquietação. aumento das queixas físicas relacionado a náuseas. Risco para alteração de temperatura corporal relacionado ao choque. fadiga e fraqueza. fadiga relacionado à hipovolemia. avaliando o tipo de choque que está apresentando. Instalar monitor cardíaco. boca seca relacionado a falta de conhecimento. Déficit do volume de líquido caracterizado por pele e mucosas secas. Risco para disfunção neurovascular periférico relacionado a sangramento. Demais cuidado como higienização e mudança de decúbito. O segundo passo na abordagem do choque é identificar sua provável etiologia. não diagnostica perdas sangüíneas agudamente. que deve ser dirigido aos sinais vitais. Fazer reposição hídrica via. por exemplo. Repor o volume de líquidos de acordo com a necessidade Administração de transfusões de sangue em caso de hemorragia excessivas. à freqüência cardíaca. o infarto agudo do miocárdio pode levar ao choque cardiogênico. Estancamento do processo hemorrágico (por exemplo. Medir PVC. O passo inicial na abordagem do choque é reconhecer sua presença. nenhum teste laboratorial identifica imediatamente o choque. serão realizadas após a estabilidade hemodinâmica. 10 . ou seja. Por exemplo. seu diagnóstico é feito exclusivamente através do exame físico. identificar o tipo de choque. perfusão cutânea e pressão do pulso. mas de uma doença ou de causa preexistente. se é devido a perda de sangue apresentando componente de hipovolemia. Caso necessário auxiliar na intubação e ligar ventilador mecânico. Fornecer aporte calórico. compressão). Este distúrbio não é causado somente por causa clínica. freqüência respiratória. CONCLUSÃO O choque é um distúrbio caracterizado pela oxigenação inadequada dos órgãos e tecidos. Aferir sinais vitais.oral. A determinação do hematócritos ou de concentração da hemoglobina. chamado de choque hemorrágico. Se choque hipovolêmico: Remover imediata da causa determinante do estado de hipovolemia. choque neurogênico ou choque séptico. Observar a pressão venosa jugular. ou se é devido a causas não hemorrágicas como choque cardiogênico. ou seja. S.med. http://www. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 6 ed. R.br http://fisiologia. CECIL. Tratado de Medicina Interna. L.up.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2008. Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 10ª ed. D.com.pdf 11 .Bibliografia BRUNNER.pt/Textos_Apoio/cardiaco/Choque. S. L.ebah. 1996.