SEGURANÇA E PRIMEIROS SOCORROS PARA TRILHAS ECOLÓGICAS

March 21, 2018 | Author: Walter | Category: First Aid, Shock (Circulatory), Breathing, Cardiopulmonary Resuscitation, Bleeding


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INTRODUÇÃOUma das coisas mais importantes para se viver uma boa aventura é evitar lesões. Machucar-se, além de causar transtornos e exigir ações de primeiros socorros, pode fazer com que o aventureiro de primeira viagem passe a ter uma visão pejorativa dos esportes praticados em contato com a natureza. A idéia de que as pessoas que praticam atividades outdoor são verdadeiros suicidas é enganosa: são pessoas que adoram a vida e querem aproveitá-la muito bem. Por isso, é tão importante a prevenção de lesões. Em primeiro lugar, é necessário que a pessoa que vai praticar uma atividade em ambientes naturais observe seus hábitos e modifique, se necessário, algumas coisas no seu estilo de vida. Praticar algum exercício regularmente, alimentar-se de forma mais saudável e variada, evitar estimulantes como cafeína, álcool e outras drogas, são atitudes que ajudam a evitar lesões durante o esforço físico e outros problemas de saúde mais sérios. Evite ingerir bebidas alcoólicas antes de partir para a sua aventura. O álcool desidrata o organismo, acelera o desgaste físico, altera a regulação da temperatura corporal e em maiores doses provoca alterações mentais que afetam a concentração e o julgamento, o que pode causar não só lesões, como acidentes graves. Uma boa hidratação é fundamental para qualquer atividade física e essencial para uma vida saudável. Humildade e segurança Durante a prática esportiva, não basta apenas um corpo saudável. É fundamental ter uma atitude saudável, respeitando os procedimentos de segurança, o meio ambiente, os outros e a própria vida. Mesmo pessoas experientes, acostumadas a atividades de aventura, devem respeitar todas as regras com atenção, para não correr riscos desnecessários. É fácil evitar acidente, basta prestar atenção às instruções dadas antes da atividade. Técnica, postura e movimento correto não devem ser vistos como acessórios. São procedimentos fundamentais para evitar lesões, desde as mais simples, como torções e arranhões, até as mais sérias que podem levar à morte. Agir sempre como iniciante, prestando atenção aos detalhes, é uma boa dica. A outra, para quem está realmente começando, é ter o cuidado de procurar empresas e instituições idôneas para captar informações. Nas instituições (clubes, associações, etc.) a preocupação com a segurança e o respeito aos praticantes ajudarão você a entender quais são os procedimentos corretos e quais devem ser evitados. Uma boa aventura para todos! ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 1 REGRAS PARA A CAMINHADA NA MATA NÃO VIRAR PESADELO Conhecimento: ter informações sobre o local é fundamental. "Polícia resgata grupo na selva"; "Salvos pelo celular"; "Grupo passa a noite perdido na mata". Essas manchetes já estão virando rotina quando você abre o jornal ou liga a TV, geralmente depois de um fim de semana. Outro dia, foi a vez de um grupo de crianças e adolescentes com idade entre 7 a 17 anos se embrenhar na Serra da Cantareira, se perder e mobilizar os bombeiros para o resgate concluído um dia depois. Felizmente, nada aconteceu ao grupo e eles acabaram rindo da "aventura" vivida, do medo de serem picados por uma cobra e do improviso de dormir sobre folhas e se alimentar de "coquinhos"... Por outro lado, 70 homens contando entre bombeiros, polícia militar e mateiros foram destacados para trazer a turma de volta à civilização e à segurança. "Essas situações de pessoas perdidas na mata são cada vez mais freqüentes", admite o tenente Valdir Pavão, bombeiro especialista em resgate. "É normal que a incidência cresça porque a prática de atividades outdoor está vivendo um boom. Mas muitos dos que se aventuram estão despreparados. As situações em que se envolvem são totalmente previsíveis, um planejamento básico evitaria tudo isso". Abaixo, estão listadas as regras básicas, contando com as dicas de Pavão, que podem evitar que uma simples caminhada numa tarde se transforme em pesadelo. Veja quais são: 1 - Conhecimento Nunca faça uma caminhada sem conhecer muito bem a região - e não vá além do trecho que conhece! Caso não esteja familiarizado com o local, vá acompanhado de um guia. Em ambos os casos, ande apenas pela trilha, inclusive para evitar degradar o local. E escolha uma caminhada compatível com seu preparo físico. 2 - O clima Esteja atento à previsão do tempo para aquele dia e de qualquer forma leve um agasalho e, se possível, capa de chuva. Previna-se contra eventuais mudanças climáticas e lembre-se de que, no caso de a caminhada se estender por mais tempo do que o planejado, as noites na mata costumam ser frias, não importa qual seja a estação do ano. 3 - Vestimenta adequada Na mata, dê preferência para calça e manga comprida para se proteger. Não se esqueça de cobrir a cabeça em dia de sol. 4 - Comida e água sempre! Não importa que a sua caminhada vá durar apenas duas horas ou uma tarde. Imprevistos podem acontecer e esta duração ser aumentada. Leve alguma comida (barrinhas de cereais, sanduíche, frutas) e água mineral. A água é fundamental para evitar a desidratação - não conte apenas com bicas pelo caminho e cuidado para não tomar água não-purificada! 5 - Avise alguém sobre os seus planos Deixe sempre alguém ciente de onde você vai iniciar a caminhada e aonde quer chegar e também da duração estimada desta atividade. Assim, se acontecer algo, esta pessoa vai perceber a demora e acionar as autoridades. Levar celular - com a bateria devidamente carregada! - também é importante. "Hoje se tem sinal de celular em praticamente toda a Serra do Mar (interior de São Paulo), por exemplo", lembra Pavão. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 2 CUIDADOS BÁSICOS PARA UMA TRILHA SEGURA Para que esta atividade seja feita com um mínimo de segurança, alguns cuidados jamais devem ser esquecidos: Os olhos Em primeiro lugar vamos falar dos olhos. Bastante diferente de percorrer um calçadão de praia, quando estamos em uma floresta somos obrigados a ultrapassar freqüentemente pequenos e médios galhos que parecem ter sido colocados propositalmente à altura do rosto, mais precisamente dos olhos. Para nos defendermos desse perigo, potencialmente maior do que a similar situação durante uma caminhada, em que temos mais tempo de antever o perigo, temos como solução o uso de óculos com lentes incolores, devido à falta de claridade em alguns trechos do percurso. Esses óculos podem ser adquiridos em lojas que comercializam itens de segurança para trabalhos industriais, de carpintaria etc. Estão disponíveis em modelos diversos. Cabeça Pelos mesmos motivos dos óculos, um boné é fundamental para a proteção da cabeça, testa e orelhas. Ele deve ser de um material suficientemente espesso para conseguir exercer esta função. A desvantagem é o aumento de calor na região da cabeça. Portanto, deve haver um compromisso entre a proteção e o calor para chegarmos a uma espessura ideal do tecido. O período Assim como em uma caminhada, sempre que vamos correr em uma trilha durante o dia devemos pensar na possibilidade de algum acidente que nos obrigue a continuar no local à noite. E isto representa alguns equipamentos que devem ser muito bem pensados e estudados para atingirmos o estado-da-arte em termos de volume e peso: lanterna, faca, entre outros. Concentração Devemos ter como norma principal a concentração e a atenção durante todo o percurso. Bastante diferente do que fazemos durante uma deliciosa corrida na cidade, quando percorremos uma trilha não podemos nos desligar nem por um segundo de todo o ambiente à nossa volta, pois é exatamente neste momento que aparece aquela pedra ou raiz que nos faz tropeçar, torcer o pé ou nos furarmos em algum galho ou espinho. Minhas cicatrizes comprovam... Além disto, uma desatenção de um segundo pode nos fazer perder horas procurando a trilha certa pouco tempo depois. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 3 PRINCÍPIOS DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES NATURAIS Hoje, milhares de pessoas procuram ambientes naturais, como parques e outras áreas naturais protegidas, para atividades de lazer, que vão desde um simples passeio até a prática de esportes de natureza como caminhadas, montanhismo, canoagem, exploração de cavernas, mergulho e muitas outras. Na maioria destes locais a natureza é frágil e precisa ser tratada com cuidado. Lembre-se que nestas áreas é impossível realizar trabalhos de limpeza e conservação da forma como acontece nas cidades. Portanto, a proteção destes locais depende muito do comportamento dos visitantes. Você pode evitar o impacto da poluição e da destruição das áreas que freqüenta. É só seguir algumas regras simples como: Planejamento é fundamental Entre em contato prévio com a administração da área que você vai visitar para tomar conhecimento dos regulamentos e restrições existentes. Informe-se sobre as condições climáticas do local e consulte a previsão do tempo antes de qualquer atividade em ambientes naturais; Viaje em grupos pequenos de até 10 pessoas. Grupos menores se harmonizam melhor com a natureza e causam menos impacto. Evite viajar para as áreas mais populares durante feriados prolongados e férias. Você é responsável por sua segurança O salvamento em ambientes naturais é caro e complexo, podendo levar dias e causar grandes danos ao ambiente. Portanto, não arrisque sem necessidade; Calcule o tempo total que passará viajando e deixe um roteiro de viagem com alguém de confiança, com instruções para acionar o resgate, caso necessário; Avise a administração da área que você está visitando sobre: sua experiência, o tamanho do grupo, o equipamento que vocês estão levando, o roteiro e a data esperada de retorno. Estas informações facilitarão o seu resgate em caso de acidente; Aprenda as técnicas básicas de segurança, como navegação (como usar um mapa e uma bússola) e primeiros socorros. Para tanto, procure os clubes excursionistas, escolas de escalada etc. Tenha certeza de que você dispõe do equipamento apropriado para cada situação. Acidentes e agressões à natureza em grande parte são causados por improvisações e uso inadequado de equipamentos. Leve sempre: lanterna, agasalho, espelho pequeno,celular, bússola, corda, pinça, material para anotação a prova de água, capa de chuva, kit de primeiros socorros, alimento e água, mesmo em atividades com apenas um dia ou poucas horas de duração. Caso você não tenha experiência em atividades recreativas em ambientes naturais, entre em contato com centros excursionistas, empresas de ecoturismo ou condutores de visitantes. Visitantes inexperientes podem causar grandes impactos sem perceber e correr riscos desnecessários. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 4 utilize locais previamente estabelecidos e semente se as normas da área permitirem. deixe apenas leve pegadas e leve para casa apenas suas memórias. Se você contorna a parte danificada de uma trilha. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 5 . Não deixe rastros. Acampando. nem arranque a vegetação. Não faça fogueiras Fogueiras matam o solo.Cuide das trilhas e dos locais de acampamentos Mantenha-se nas trilhas pré. utilize um fogareiro próprio para acampamento. Traga todo o seu lixo de volta com você. Tire apenas fotografias. nem enterre o lixo. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M.estabelecidos. Para iluminar o acampamento. Traga seu lixo de volta Se você pode levar uma embalagem cheia para um ambiente natural. Ao percorrer uma trilha. Caso não haja instalações sanitárias (banheiros) na área. Para cozinhar. nem remova pedras ao acampar. Não queime. Remova todas as evidências de sua passagem. As embalagens podem não queimar completamente. Mantenha o fogo pequeno. Não corte. utilizando apenas madeira morta e tenha absoluta certeza de que sua fogueira está completamente apagada antes de abandonar o local. Bons locais de acampamento são encontrados. pode trazê-la de volta. Se você realmente precisa ascender uma fogueira. utilize um lampião ou uma lanterna. o estrago se tornará maior no futuro. em local onde não seja necessário remover a vegetação. Resista a tentação de levar “lembranças” para casa. e animais podem cavar até o lixo e espalhá-lo. certifique-se de que elas permaneçam como se ninguém houvesse passado por ali. trilhas ou locais de acampamento. Os atalhos favorecem a erosão e a destruição das raízes e plantas inteiras.determinadas – não use atalhos que cortam caminhos. escolha melhor o local e use um plástico sob a barraca. Acampe a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água. A dificuldade das trilhas faz parte do desafio de aproveitar a natureza. quando existirem. Acampe somente em locais pré. Não quebre ou corte galhos de árvores. Mantenha-se na trilha mesmo se ela estiver molhada. evite áreas frágeis que levarão um longo tempo para se recuperar após o impacto. Utilize as instalações sanitárias que existirem. Deixe cada coisa em seu lugar Não construa qualquer tipo de estrutura. não construídos. Não cave valetas ao redor de barracas. cave um buraco com quinze centímetros de profundidade a pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água. lamacenta ou escorregadia. ou sair de uma área de acampamento. Todos os cumes da serra já foram subidos. NÃO CORTE A VEGETAÇÃO Em zonas de acampamento: 1. Eleger um lugar suficientemente grande para o grupo. Traga todo o lixo produzido de volta. animais silvestres podem transmitir doenças graves. Práticas de baixo impacto para a natureza: O uso dos caminhos: 1. Sempre que possível faça bivaque. Os grupos grandes geram maior impacto que vários pequenos separados entre si. Em zonas de acampamento usar calçado de sola macia como sapatilhas ou alpargatas. 5. Não construir estruturas de nenhum tipo. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 6 . 7. 6. Colabore com a educação de outros visitantes. Usar fogareiro em lugar de fogo. Deixe os animais domésticos em casa. Caminhar disperso usando a borda do caminho. não seja apenas mais um. 5. Não caminhar com mascotes como cães ou gatos. Melhore a qualidade da sua experiência na natureza. Fazer os descansos sobre a picada obriga a outros caminhantes. 6. a sair da mesma para passar pelo lugar. separando e destinando a um lugar onde possa ser reciclado. Eles podem alterar a fauna local. Os ruídos estranhos alteram o comportamento da fauna e atrapalham pedidos de socorro. 9. Manter baixo o nível de ruído. Andar por linhas de máxima pendente produz um alto grau de erosão do solo. 2. Caminhar em fila sem sair do caminho. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Em lugares pouco freqüentados só acampar em locais livres de vegetação. Não alimente animais e não retire flores e plantas silvestres. O solo carregado de água é mais suscetível à deterioração. A proximidade pode ser interpretada como uma ameaça e provocar um ataque. 3. transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver uma oportunidade. Evitar caminhar sobre solo molhado. 7. Sair em grupos pequenos. Não cortar caminho nas curvas de nível. Acampar em lugares permitidos e em zonas livres muito freqüentadas. 4. 2. 3. mas sim aquele que foi gostou e não causou impacto. 8. 4. 8. Em hipótese alguma abra novos caminhos.Respeite os animais e as plantas Observe animais a distância. 9. Fazer os descansos fora da picada e em lugares com pouca vegetação. Nunca acampar em lugares ligeiramente compactados. em lugares bem compactados. dê o direito ao próximo de estar em um local sem interferência. Seja cortês com outros visitantes Ande e acampe em silêncio. Além disso. Evitar o pisoteio de vegetação. aumenta a erosão. deteriora o solo. seja correto e dê o exemplo. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 7 . Recicle suas atitudes. Lavar panelas. como rocha. utilizando um recipiente.10. 2. 3. Dispersar as atividades quando se acampa. Caminhar em fila onde não existe picada. Usar os banheiros se existirem. cascalho ou cursos de rios. 11. livres de vegetação. ir ao banheiro a mais de 50 metros dos cursos de água e enterrar os dejetos pelo menos um palmo. na falta. pratos e roupas somente com sabão branco e longe dos córregos de água. 5. Eleger as zonas de acampamento em locais duráveis. 4. Comece agora! ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Em zonas onde não existam picadas: 1. Eleger zonas de superfícies duráveis. Eliminar todas as evidências de acampamento antes de deixar o local. Dispersar as atividades e não caminhar em fila. tudo de graça e muito saudável. Evite cardápios exóticos pêlos lugares que passa. Arroz em saquinhos. Patê de fígado ou de frango. Trekking com mais dias de duração: Em um Trekking com mais dias adicione a sua mochila: Frutas : Maçã. não use maionese.A ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃO DURANTE A TRILHA Nosso organismo necessita. descanse o que achar necessário após a refeição. Coma em intervalos menores. Sanduíches : Presunto. como o trekking. Assim como frutas silvestres. laranja. Leite em pó e café solúvel. mais energético e maior conservação. Sopas /macarrão instantâneo. Dependendo da extensão do seu trekking seu cardápio poderá variar de algumas frutas e lanches até ter que cozinhar por muitos dias. A regra é: leve o menor peso.laranja ou kiwi pelas vitaminas. requeijão. poucas quantidades e evite alimentação gordurosa ou que só sirva para "tapar buraco". Um pé de moleque é uma boa pedida e junto com uma Bebida isotônica (santal/gatorade/red bull) garantem a reposição de sais minerais. Chocolates. Cidreira. Durante a noite use e abuse de chás naturais. e muito. pois além de garantir o combustível necessário para aproveitar a atividade ela também garante a nossa saúde. Pão integral ou bisnaguinhas. Camomila. cuide para não amassar dentro da mochila . Acondicione em embalagens plásticas e não os misture. Se possível. amendoim ou castanha de caju. Aprenda a identificá-las na sua cidade em uma visita ao jardim botânico ou floricultura. Trekking Leve (1 dia) Frutas : qualquer tipo. de alguma forma de "combustível" para funcionar e nada mais "alimentar" (com o perdão do trocadilho) que uma boa refeição quando estamos praticando alguma atividade. laranjeira. Opte por margarinas light ou geléias. pare na sombra. funcho. Banana pelo potássio e/ou frutas cristalizadas como figo. Alguma coisa com um pouco de sal. quando estiver com muita fome beba água ou outra bebida. ele também tem utilidade para outras coisas. devemos dar a devida atenção à alimentação. ameixa. O salame tem maior durabilidade. Bolachinhas recheadas. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 8 . isto ameniza a ação dos ácidos e envia uma mensagem para ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. queijo ou salame (preparados no dia). Muitas iguarias regionais são um veneno para quem não está acostumado. Faça paradas estratégicas para a alimentação.recomendo Bergamota (mexerica). tipo avelã. respeite seus horários. em um lugar aprazível. hortelã. Em atividades outdoor. marcela. embrulhe sanduíches e patês em papel alumínio. além de melhorar o desempenho no exercício. Em casos de atividades prolongadas . É importante se hidratar antes e depois de qualquer atividade. no máximo material orgânico poderá enterrado para que a própria natureza recicle-o. sono. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 9 . Segundo Mariana. fraqueza. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Estou desidratado? Outra noção errada é em relação à desidratação e seus sintomas. devido ao excesso de sódio. em decorrência da perda de nutrientes. Nunca é demais lembrar: Não deixe embalagens e alimentos pelos locais que passam. Segundo a nutricionista Mariana Rezende Gomes. Irregularidade urinária. Se o exercício for prolongado.mais de uma hora . o que não quer dizer que esteja desidratado. Cuidado: pessoas que ingerem isotônicos e não praticam atividades físicas podem ter problemas de pressão. A importância da hidratação Sem a devida reposição de líquidos. Embrulhe tudo nas embalagens e traga de volta. Urina escura e com odor.o que causa tais sintomas é a baixa de glicose no sangue e nos músculos e a falta de nutrientes e não a falta de água. Pele com excessiva transpiração. O atleta que pratica atividades não prolongadas e não ingere líquidos tem sua temperatura corporal elevada e cansa mais rápido. Diante da falta de água. explica Mariana. a hidratação deve ser feita também durante a atividade. responsável pelo equilíbrio da pressão sangüínea". deve-se beber água uma hora antes de iniciar a atividade física. certamente. cãibras. dores de cabeça. Para não passar mal. Equilibrar é o segredo: adote uma prática de reposição de líquidos que promova a ingestão na mesma proporção da perda pelo suor. Não importa se você está treinando ou competindo. o ideal é tomar um isotônico . É bom saber São sinais e sintomas de desidratação: Câimbras musculares através da perda de eletrólitos pelo suor.nosso cérebro que diminui a sensação de fome. pesquisas recentes demonstram que a hidratação normal (ou próxima a esta) durante o exercício mantém as respostas cardiovasculares e termo-reguladoras.200 a 300 ml -. prevenindo as duas causas principais do cansaço: diminuição do nível de glicose no sangue e perda de sódio. febre. e a pessoa começa a sentir sede. doenças e deixam sua marca (coisa que a natureza não precisa). da Universidade de São Paulo (USP). "O isotônico é mais apropriado durante o exercício. o líquido de que precisa. é importante começar a se prevenir. ele passa a absorver do sangue e de outros órgãos do corpo. o próximo passo do organismo é. Caso o tempo de duração desta atividade seja mais longo. desidratar-se. atraem animais. boca seca e assim por diante. de 20 em 20 minutos. Fraqueza e náuseas Beber pode ser a diferença na própria performance do aventureiro. mas não ajuda em nada a hidratar o corpo. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. prefira sempre levar a sua. . . Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 10 .Não troque a camisa molhada por uma seca durante a atividade física.Dicas rápidas: . a comprar de vendedores ambulantes ou beber de fontes pelo caminho. em garrafas. cantil ou squeeze. O líquido tem de ser ingerido. Prefira as roupas claras e de tecidos que permitam a entrada de ar.Não se esqueça de checar a procedência da água. Camisas ensopadas ajudam mais a refrescar.Jogar água sobre a cabeça pode provocar uma sensação muito boa. aventurando-se com empresas que não tenham a devida preocupação com o assunto. precauções em caso de alergias a certas plantas e animais. pois todos eles são transmissores desta doença. etc. Questione sobre os equipamentos de primeiros socorros. pode significar problemas estomacais. uso de aparelhos e equipamentos. Dependendo do local. para que a mesma seja eficaz. lembramos de curativos. Para áreas onde haja animais silvestres.PRIMEIROS SOCORROS NA AVENTURA Planejar corretamente. nada de preparações de última hora. deverá ser organizado muito antes da aventura. qual a infra-estrutura disponível para lidar com acidentes. a fauna. como utilizar cada equipamento é fundamental para que a sua aventura traga ensinamentos e experiências agradáveis e inesquecíveis. Saber o que levar e. atendimento. Se você parte para a aventura acompanhado por guias ou com alguma agência operadora. para o local e para as pessoas que participarão da atividade. Sozinho ou com a ajuda de agências. Quando pensamos em primeiros socorros. é necessário tomar uma série de precauções em relação a sua saúde e segurança. Prepare-o também com certa antecedência para que. é bom estar vacinado contra raiva. morcegos. É importante saber que tipo de animais há na região. Por exemplo: ao fazer uma viagem para regiões onde existam focos de febre amarela. que podem transformar o socorrista numa segunda vítima. Preparando o Kit Básico de Primeiros Socorros Independente da atividade ou esporte a ser praticado na natureza. Os itens básicos são os seguintes: EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual: são as proteções que todos precisam ter na hora de prestar socorro para evitar contato direto com o sangue e secreções das vítimas. Por isso. mesmo se algum imprevisto acontecer no caminho. verifique se a empresa está tomando todos os cuidados necessários com a sua segurança e se seus guias estão preparados para prestar primeiros socorros. etc. se os profissionais possuem treinamento adequado e atualizado. um dos itens mais importantes é a preocupação com os primeiros socorros. depois de reunir o básico. por exemplo. Tomar água na Índia. para que esse socorro seja possível e eficiente. já que a maior parte da água disponível não é tratada. possa providenciar o que há de específico para a atividade que você vai praticar. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 11 . checando todos os itens é fundamental Para se aventurar com segurança. na sua etapa de planejamento. antes de partir. Informações sobre as características geográficas. outro ponto importante é a procura por informações sobre os lugares que serão visitados. caso seja necessário. principalmente. é importante nunca deixar de levar itens básicos em seu Kit de Primeiros Socorros. para que sejam levados medicamentos específicos. As principais barreiras universais são as seguintes: ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Porém. etc. o aventureiro deverá tomar a vacina pelo menos dez dias antes da viagem. flora e condições climáticas também fazem parte de um planejamento adequado: saber o que vestir. prevenindo contra contaminações. Não se arrisque desnecessariamente. Informações sobre vacinas e pesquisa das características locais também são importantes quando a aventura está programada para acontecer em outro país. considerando também o tipo de acidente que originou a lesão. para o caso de rasgar ou de precisar prestar socorro a mais de uma vítima (nunca usar a mesma luva em pessoas diferentes pois desta forma a luva poderá ser um veículo de contaminação entre as vítimas). Não se esqueça de levar os remédios que você toma regularmente. inclusive os provocados por animais.Antitérmicos. . .Manta térmica aluminizada.Colar cervical. todo kit deve ter no mínimo dois pares de luvas. .Soro fisiológico.Óculos: Qualquer tipo é útil para proteger os olhos do socorrista. o socorrista deve considerar que sua limpeza irá interferir no processo de coagulação sanguínea.Gaze. . que o mesmo entre em contato com as secreções da vítima.Esparadrapo. a realização da limpeza de ferimentos deve considerar os seguintes fatores: . por exemplo): . que permitem que o socorrista insufle os pulmões da vítima de parada respiratória e evitam.Anticépticos. Vale lembrar que água e sabão são o que há de melhor para serem usados na limpeza de ferimentos.Analgésicos.Tesoura com ponta romba. .Pomada para prevenção de assaduras. . . Além das barreiras universais. de preferência acompanhados da receita médica devidamente carimbada e com a orientação clara e legível. . ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. isso evita o risco de contaminação via mucosa ocular. Ou seja.Tempo decorrido do acidente para o socorro e intensidade do sangramento. Já há modelos adaptados especialmente para esportes outdoor.Colírio. portanto deverá usar do bom senso para a realização desse procedimento.Anti-histamínicos. O Kit também deve conter medicamentos de livre consumo indicados para enfermidades clínicas de rotina ou decorrentes da própria trilha. . Mas.Luvas de látex: protege a vítima e o socorrista.Máscara para ventilação artificial (respiração boca-máscara-boca): as melhores possuem “válvula de não-retorno”. . para o caso de alguém precisar medicar e você estiver inconsciente. . são necessários materiais para eventuais procedimentos (curativos e imobilizações. Assim. . . . não esqueça: . Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 12 .. Existem modelos modernos e eficientes que podem ser encontrados nas principais lojas de aventura.Tala moldável. ao mesmo tempo.Ataduras. são extremamente valiosas na seqüência do exame. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas? A vítima. Devemos tratar toda vítima como portadora de lesão raquimedular e doença infecto-contagiosa. bicicleta. práticas para a prestação de atendimento pré-hospitalar (primeiros socorros). como escada. Durante o exame. capacitando pessoas das mais diversas áreas de atuação com boas noções teóricas e. mesmo o melhor equipamento pode ser uma ferramenta inútil. o número de vítimas. observando a presença de algum perigo iminente. deve-se fazer uma verificação inicial rápida. As testemunhas. a natureza da ocorrência. onde são disponibilizados curso voltados para o público civil. Até para quem não faz aventuras das mais radicais. andaime e etc. Procedimentos Básicos 1) Avaliação Inicial No local do acidente. sem treinamento adequado. A vítima pode ter sido ferida ou mordida por um animal? Foi envenenada/intoxicada? Deformidades e lesões. por isso é imprescindível o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). principalmente. Antes de qualquer outra atitude no atendimento às vítimas. a vítima deve ser sumariamente examinada para que. sua evolução e que tipo de apoio é necessário. que é subdividido em duas partes: a Análise Primária e Secundária da vítima. com base nas lesões sofridas e nos seus sinais vitais. serão aprendidos procedimentos importantes que podem salvar vidas em casos onde o socorro médico está distante ou não tem como chegar com a rapidez necessária. Em Alagoas. que não se estende por mais do que alguns segundos. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Para conhecê-los. Em cursos básicos ou avançados. tais como:     O local da ocorrência. moto. Essa seqüência padronizada de procedimentos é conhecida como Avaliação da Vítima. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada? Há sinais de esmagamento de algum membro? Sinais. O exame do paciente leva em conta aspectos subjetivos. Mecanismos da lesão. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 13 . já há algumas alternativas específicas oferecidas pelo Corpo de Bombeiros. Há opções de cursos em todo o país. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte do corpo dela. mas gosta de encarar trilhas no fim de semana. entre em contato com os principais centros médicos e corpos de bombeiros de sua região. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve ouvir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente. as prioridades do atendimento sejam estabelecidas.Necessidade do conhecimento em Primeiros Socorros A tecnologia e os equipamentos na área de primeiros socorros estão cada vez mais avançados. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo convulsões?   As informações obtidas por esse processo. Há algum objeto caído próximo da vítima. deve-se obedecer a uma seqüência padronizada de procedimentos que permitirá determinar qual o principal problema associado com a lesão ou doença e quais serão as medidas a serem tomadas para corrigi-lo. é importante o conhecimento básico em primeiros socorros. Porém. Liberação de vias aéreas com controle cervical. realizar a abertura das vias aéreas para que o ar possa ter livre passagem aos pulmões. Expor a vítima. Deve-se ter cuidado para evitar manipular a vítima mais do que o necessário. no maxilar da vítima. indicador. Abertura de vias aéreas Se a vítima não responde a estímulos. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M.1. médio e anular. ou só a circulação (em caso de obstrução de vias aéreas). efetuando uma leve extensão do pescoço. Determinar o Estado de Consciência Uma vítima consciente significa que a respiração e a circulação. será considerada inconsciente. você está me ouvindo?”.1 Análise Primária A análise primária é uma avaliação realizada no primeiro contato com a vítima e é necessária para se detectar e corrigir as condições que colocam em risco iminente a vida da vítima. estão presentes. Checar respiração. Realizar exame neurológico. chamando a vítima de 2 a 3 vezes: “Ei. Porém. se ela está caída ou imóvel no local do acidente. deve-se constatar a inconsciência. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 14 . Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:       Verificar o estado de consciência. que será suavemente empurrado para cima enquanto a palma da outra mão será colocada na testa. com o indicador na parte central do queixo. Checar circulação e grandes hemorragias. O método consiste na colocação dos dedos. Não respondendo. queimaduras. seus familiares e testemunhas que tenham interesse pelo seu estado. o socorrista deve gastar de 7 a 10 segundos na avaliação. se não forem tratados convenientemente. é necessário agir imediatamente com estímulos respiratórios (duas ventilações). se a vítima não respirar espontaneamente. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. etc. Se a vítima estiver respirando espontaneamente. e esclarecer que providências estão sendo tomadas. escoriações. pelo contrário. Para realizar essa avaliação. Entretanto. o socorrista deve partir para a verificação de grandes hemorragias. pois. Parada Cardiorrespiratória e Obstrução de Vias Aéreas serão abordados logo mais. Os procedimentos em Parada Respiratória. haverá pulso. deve-se verificar se a vítima está respirando espontaneamente. ela é flexível e será conduzido de acordo com as características do acidente e experiência do socorrista. tais como fraturas.2 Análise Secundária O principal propósito da análise secundária é descobrir lesões ou problemas diversos que possam ameaçar a sobrevivência da vítima. É um processo sistemático de obter informações e ajudar a tranqüilizar a vítima.Checar respiração Após a abertura das vias aéreas. perfurações. Descartada a possibilidade de dificuldades respiratórias. ouvir e sentir a respiração. Para determinar a respiração. 1. A análise secundária não é um método fixo e imutável. o socorrista deve colocar o seu ouvido bem próximo da boca e do nariz da vítima e ver. ou há alguma obstrução respiratória (Manobra de Heimlich) ou a vítima está em parada respiratória (sem respirar). Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 15 . realizar uma avaliação pormenorizada da vítima. Exame da cabeça aos pés Esse exame não deverá demorar mais do que 3 minutos. Não puxar roupa ou pele ao redor dessas lesões. sem reação Contraídas. procurando deformações e depressões. Acidente Vascular Encefálico (AVE). tais como: tontura. poderão ser agravadas. dores.  Avaliar a coluna cervical. utilizando os sentidos do tato. Tomar cuidado para não contaminar o ferimento e/ou agravar lesões. hemorragia. fraturas e queimaduras. da audição e do olfato. lesão na cabeça Lesões no sistema nervoso central. procurando lesões e avaliando o diâmetro das pupilas. etc. Não explorar dentro de ferimentos. O tempo total gasto para uma análise secundária poderá ser reduzido se um segundo socorrista cuidar de obter os sinais vitais.Cor e temperatura da pele. Os elementos que constituem a análise secundária são:  Análise Objetiva (Exame da cabeça aos pés) . de acordo com a tabela a seguir: DIÂMETRO DAS PUPILAS Observação Dilatadas. o socorrista deve tomar cuidado para não movimentar desnecessariamente a vítima.  Checar toda a cabeça. procurar seguir o método abaixo indicado:  Examinar o couro cabeludo.são as impressões transmitidas pela vítima. Ao proceder um exame da cabeça aos pés. ainda não detectadas.  Examinar os olhos. Durante o exame. o Sinais vitais . náusea. etc. procurando deformações e/ou pontos dolorosos. pois lesões de pescoço e de coluna espinhal.pulso e respiração. enquanto o primeiro socorrista executa o exame do acidentado. parada cardíaca. procurando cortes e contusões. diâmetro das pupilas. sem reação Uma dilatada e outra contraída Causa Provável Inconsciência. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. identificando: o Sintomas .A análise secundária só deve ser iniciada depois de concluída a análise primária. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 16 . choque. da visão. o Outros sinais . Abuso de drogas Trauma Crânio-Encefálico. Hematoma atrás da orelha ou perda de sangue ou líquido cefalorraquidiano pelo ouvido e/ou nariz pode significar lesões graves de crânio. Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica e motricidade. procurando por fraturas e ferimentos. Examinar as pernas e os pés. Inspecionar as orelhas e o nariz. procurando ferimentos e pontos dolorosos. indicam a possibilidade de hemorragia grave. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 17 . Se estiverem descoloridas. Examinar o abdome. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Examinar clavículas (uma de cada vez). Examinar o tórax.  Observar a superfície interior das pálpebras. Observar lesões no púbis.    Examinar a cintura pélvica (bacia) procurando fratura. Observar a expansão torácica durante a respiração. fraturas e pontos dolorosos. procurando ferimentos.      Observar a traquéia. pálidas.  Examinar os membros superiores procurando por ferimentos. umidade e coloração da pele. observando hemorragias e/ou lesões óbvias. o pulso pode ser sentido na artéria radial. Classificar a respiração de acordo com a profundidade (normal. Pulso. Caso não seja possível. Temperatura. deve-se contar o número de respirações realizadas pela vítima no intervalo de 30 segundos e multiplicar por 2. fraturas e áreas dolorosas. procurar determiná-lo na artéria carótida.Utilizar os dedos indicador e médio para verificar o pulso da vítima. PULSO: Deve-se determinar se o pulso é normal. Na análise secundária. rápido ou lento. Perfusão capilar. que permitem um diagnóstico provável do que está errado com a vítima e. Esses sinais estão esquematizados nas tabelas a seguir: RESPIRAÇÃO: MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS POR MINUTO (M. Checar presença de pulso distal e sensibilidade neurológica e motricidade. quanto à força. se o ritmo é regular ou irregular.M) Normal Adulto Criança (1 a 5 anos) Criança (5 a 12 anos) Bebê (0 a 1 anos) 12 a 20 25 a 28 20 a 24 30 a 70 Para medir a taxa respiratória.R. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Aliado ao exame da cabeça aos pés. obtendo a freqüência respiratória por minuto. superficial e profundo). simetria e ruídos emitidos). esses sinais são valiosas fontes de informação. e se. ele é forte ou fraco. quais são as medidas que devem ser tomadas para corrigir o problema.  Inspecionar as costas da vítima. sabendo ao final se a respiração encontra-se normal ou alterada. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 18 . Sinais Vitais     Respiração. quanto ao tipo (regularidade. o que é muito importante. Nunca verificar pulso através do polegar. hipertensão arterial. coma diabético ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. ataque cardíaco. hemorragia. pois o socorrista poderá se enganar. conforme a figura abaixo. Seca Fria.M) Normal Adulto Criança (1 a 5 anos) Criança (5 a 12 anos) Bebê (0 a 1 anos) 60 a 80 70 a 110 65 a 160 150 a 180 PERFUSÃO CAPILAR: Pode ser obtida pressionando-se o leito ungueal (unha) do polegar da mão ou pé. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 19 . BATIMENTOS POR MINUTO (B. observando os seguintes valores: PERFUSÃO Retorna em até 2 segundos Retorna após 2 segundos Não retorna MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES Normal Hemorragia intensa (interna ou ext.) Choque . Úmida COR DA PELE Vermelha Causa Provável Acidente vascular cerebral. com sudorese excessiva Quente.PCR TEMPERATURA E UMIDADE DA PELE Causa Provável Choque. exaustão pelo calor Fria. sentindo o seu próprio pulso ao invés do pulso da vítima. Pequenas variações para mais ou para menos devem ser consideradas normais. Seca Quente. perda de calor do corpo. levando-se em consideração o “stress” da vítima envolvido em um acidente ou com um súbito problema de saúde. Úmida Fria. ataque cardíaco Febre alta. intermação Exposição ao frio Choque.P. insolação Infecções. se tem feito uso de algum medicamento ou se apresenta algum antecedente clínico relevante para a sua melhora. Cianótica  Análise Subjetiva (Entrevista) . ataque cardíaco. conseguir informações como: nome da vítima. sua idade. Encontrando-se sozinho. pois coloca em risco a saúde do socorrista. o socorrista deve:        Estabelecer a inconsciência da vítima. Sentir o ar exalado pela boca e pelo nariz. lesões irreversíveis nas células do sistema nervoso central começam a acontecer. questionando a vítima. Olhar os movimentos do tórax. Ouvir os sons da respiração. Se esse processo básico cessar todas as outras funções vitais também serão paralisadas. De modo geral. de acordo com a necessidade. Utilizar de três a cinco segundos para se certificar que respira. após um período de aproximadamente seis minutos. Respiração Boca-a-Boca Esse tipo de ventilação é desaconselhado. se é alérgica. Cinzenta Choque. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 20 . arritmias. hemorragia. choque insulínico Deficiência respiratória. certos envenenamentos Azulada. colapso circulatório. qual sua principal queixa. Quando isso ocorre. se tem qualquer problema de saúde. deve solicitar ajuda ao confirmar que a vítima está inconsciente. o que aconteceu. se toma algum medicamento. seus parentes e as testemunhas. onde estão seus pais ou parentes (se for uma criança). Identificação da Parada Respiratória Como já foi descrito na análise primária.Pálida. 2. doenças pulmonares.Conseguir informações através da observação do local e do mecanismo da lesão. Observar se a pele do rosto está pálida ou azulada. Posicionar-se de modo adequado e abrir as vias aéreas. Com a parada respiratória. falta de oxigenação. nessa fase. o coração em pouco tempo também vai deixar de bater. Para prover a respiração artificial o socorrista deve: ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. optando por um dos métodos vistos. Parada Respiratória Respirar é essencial. deve-se. Se a primeira tentativa de ventilação falhar. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Afastar a boca da boca da vítima e observar a exalação do ar. reposicionar a cabeça da vítima e tentar outra vez. com o indicador e o polegar. Essa ventilação durará um segundo ou até haver a expansão torácica.Manter as vias aéreas da vítima liberadas. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 21 . Cobrir a boca da vítima com sua própria boca.  Repetir a ventilação. observando ao mesmo tempo a expansão torácica. fecha completamente o nariz da vítima.   Ventilar a vítima. colocando a palma de uma das mãos na testa da vítima ao mesmo tempo que. se a vítima for adulta (acima de 8 anos). Se necessário. checar o pulso carotídeo para ver se não será necessário iniciar a RCP. o socorrista deve: Posicionar-se atrás da cabeça da vítima e abrir as suas vias aéreas. limpar as vias aéreas. Colocar o equipamento de tal forma que o ápice da máscara (elas são triangulares) cubra o nariz da vítima. se a vítima for criança (entre 1 e 8 anos). principalmente. Segurar a máscara firmemente contra a face da vítima enquanto mantiver as suas vias aéreas abertas. Ventilar uma vez a cada 2 segundos. utilizandose da tríplice manobra. Afastar a boca do orifício de ventilação da máscara para permitir a exalação da vítima. sempre possíveis quando do contato direto pelo método boca-boca.Se a vítima não iniciar a ventilação espontânea. Para prover boca-máscara em uma vítima. se a vítima for recém-nascido (abaixo de 28dias) Respiração Boca-máscara Máscaras faciais são excelentes equipamentos para auxiliar o socorrista durante uma respiração artificial. Ventilar uma vez a cada 3 segundos.      Fazer uma ventilação e observar a expansão torácica da vítima. Elas permitem reduzir os esforços para manutenção das vias aéreas abertas e. se a vítima for bebê (entre 1 ano e 28 dias).     Ventilar uma vez a cada 5 segundos. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. e a base se posicione entre o lábio inferior e a ponta do queixo da vítima. reduzem os problemas de higiene e contágio de doenças transmissíveis. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 22 . Ventilar uma vez a cada 3 segundos. Desta forma. em vítimas adultas.o esterno. Para realizá-la deve: Posicionar a vítima em superfície plana e rígida em decúbito dorsal. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 23 . até mesmo. cruzando os dedos. deverá ser deslocado para baixo entre 4 e 5 cm. com vias aéreas permeáveis. porém. Após colocar os dois dedos. Localizar o apêndice xifóide com o dedo indicador de uma das mãos. Posicionar a segunda mão sobre a primeira. Os ombros do socorrista devem estar paralelos ao osso esterno da vítima e os seus braços estendidos totalmente. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Somente a região tenar e hipotenar da palma da mão toca o esterno da vítima. dessa forma. até algumas horas.3. evitando-se. os neurônios do sistema nervoso central (SNC) não suportam mais do que seis minutos sem serem oxigenados e entram em processo de necrose. posicionar a região tenar e hipotenar da primeira mão. o SNC pode sofrer lesões graves e irreversíveis. Parada Cardiorrespiratória Quando o coração pára de bombear sangue para o organismo. Identificação    Inconsciência Ausência de respiração Ausência de circulação Tratamento          O socorrista deverá iniciar a massagem cardíaca externa o mais cedo possível. Em conseqüência da massagem. e a vítima pode. Expor o tórax da vítima. Caso haja demora na recuperação cardíaca. pressionar as costelas. a identificação e a recuperação cardíaca devem ser feitas de imediato. Colocar o indicador e o médio da outra mão acima do primeiro dedo. as células deixam de receber oxigênio. morrer. Existem órgãos que resistem vivos. cavidades craniana. 4. 100 vezes por minuto. A hemorragia divide-se em interna e externa. checar o retorno espontâneo de pulso e respiração na vítima.30 massagens por 2 ventilações 100 vezes por minuto. Criança -30 massagens por 2 ventilações . tais como: estômago. A gravidade da hemorragia se mede pela quantidade e rapidez de sangue extravasado. frio. acima de 100 por minuto. exceto se: A vítima apresentar retorno de pulso e respiração.1 Hemorragia Interna As hemorragias internas são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se acumula nas cavidades do corpo. Hemorragia Hemorragia é a ruptura de vasos sanguíneos.Nos casos de parada respiratória e cardíaca simultâneas.30 massagens por 2 ventilações. ansiedade ou indiferença. checar o retorno espontâneo de pulso e respiração na vítima. A cada cinco ciclos de 30 massagens por 2 ventilações ou a cada 2 minutos. O socorrista estiver completamente exausto. A cada cinco ciclos de 30 massagens por 2 ventilações ou a cada 2 minutos. SINTOMAS  Fraqueza. com extravasamento de sangue. bexiga. torácica. OBSERVAÇÃO:     Não interromper a RCP. Bebê . abdominal e etc. do seguinte modo: RCP BÁSICA     Adulto . deve-se intercalar a respiração artificial com a massagem cardíaca. A vítima tiver em condições de contar com recursos mais avançados e com pessoal apto para prosseguir no tratamento.  Casos de sinais evidentes de morte:      Decapitação Calcinação Putrefação Rigidez cadavérica Manchas hipostáticas 4. método conhecido como Reanimação Cardiopulmonar ou RCP. A perda de sangue pode ocasionar o estado de choque e levar a vítima à morte. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 24 . pulmões. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. sede. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave pela rapidez com que a perda de sangue se processa. estas hemorragias se dão (se não forem por doenças especiais) logo após acidentes violentos. suspeita-se que haja hemorragia interna quando houver:  Acidente por desaceleração (acidente automobilístico).  Agressividade ou passividade. caso não haja suspeita de fratura ou luxação. será nos intestinos (úlceras profundas).3 Métodos para Contenção de Hemorragias  Elevação da região acidentada: pequenas hemorragias nos membros e outras partes do corpo podem ser diminuídas. 4. soterramentos. provavelmente a hemorragia será no pulmão.  Respiração rápida e artificial. fria e úmida. IDENTIFICAÇÃO Além dos sinais e sintomas clínicos.2 Hemorragia Externa As hemorragias externas dividem-se em: arterial. o sangue é vermelho vivo. Nas hemorragias arteriais.SINAIS  Alteração do nível de consciência ou inconsciência. em vasos de pequeno calibre que recobrem a superfície do corpo. principalmente no tórax ou abdome. obedecendo às contrações sistólicas do coração. ou mesmo estancadas. 4. rico em oxigênio. Se a vítima apresentar escarros sanguinolentos. conseqüentemente.  Pele pálida. Se houver perda de sangue pela boca. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 25 . se evacuar sangue. venosa e capilar. As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro. São menos graves que as hemorragias arteriais. elevando-se a parte atingida e. nariz e ouvido. Normalmente. queda). ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. faca ou estilete. se vomitar sangue será no estômago. porém.). nos quais o corpo suporta pressões muito fortes (colisões. e  Acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento. e se houver perda de sangue pela vagina.  Ferimento por projétil de arma de fogo.  Tremores e arrepios do corpo.  Pulso rápido e fraco.  Sudorese. poderá estar ocorrendo um processo abortivo. e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. e a perda é pulsátil. dificultando a chegada do fluxo sanguíneo. pobre em oxigênio. a demora no tratamento pode ocasionar sérias complicações. etc. As hemorragias capilares são pequenas perdas de sangue. e  Pupilas dilatadas. existe suspeita de uma hemorragia no cérebro. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 26 . ou se não for possível comprimir diretamente o ferimento. Compressão Direta: pequenas.  Torniquete: é uma medida extrema que só deve ser adotada em último caso e se todos os outros métodos falharem (amputação traumática seguida de hemorragia e esmagamento de membro). Consiste em uma faixa de constrição que se aplica a ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M.  Compressão Indireta (ponto arterial): se os métodos anteriores não forem suficientes para estancar a hemorragia. fazendo um curativo compressivo. com um pano limpo ou gaze esterilizada. com as mãos ou. preferencialmente. É o melhor método de estancar uma hemorragia. deve-se comprimir as grandes artérias para diminuir o fluxo sanguíneo. médias e grandes hemorragias podem ser detidas pela obstrução do fluxo sanguíneo. cerca de 05 centímetros acima do local da lesão.). lenço. O material a ser utilizado poderá ser o que houver à mão (gravata. Uma vez realizado o torniquete não se deve mais afrouxá-lo.  Fratura fechada: na fratura fechada não há rompimento da pele.  Prevenir o estado de choque. Deter a hemorragia. de maneira tal que se possa apertar até deter a passagem do sangue arterial. toalha. Tratamento da Hemorragia Externa     Deitar a vítima. A parte do corpo que ficou sem receber sangue libera grande quantidade de toxinas e. porém. ficando o osso no interior do corpo. podendo causar maiores danos à vítima. suspensório. quando medidas médicas forem tomadas. Se o ferimento estiver coberto pela roupa. Evitar o estado de choque. pois só em hospital se pode estancar a hemorragia interna. descobri-lo (evitar. Tratamento da Hemorragia Interna  Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores (se não houver TCE). o repouso da parte ferida ajuda a formação de um coágulo. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. se o torniquete for afrouxado. Fraturas Fratura é a ruptura total ou parcial de osso.um membro. estas toxinas vão sobrecarregar os rins. Deve-se usar um pequeno rolo de gaze sobre a artéria para ajudar a compressão. não devendo ser inferior à 2. 5. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 27 . O torniquete só poderá ser retirado no hospital. etc.5 cm de largura para não afetar os tecidos.  Providenciar transporte urgente. o resfriamento do acidentado). Podem ser fechadas ou expostas. Transportar para o hospital. assim como o anterior. Incapacidade funcional: é a incapacidade de se efetuar os movimentos ou a função principal da parte afetada. Um método eficiente para se comprovar a existência da deformação é o de se comparar o membro sadio com o fraturado. Este método. Verificar presença de pulso distal e sensibilidade. verificar no membro lesado: temperatura. devendo o socorrista preveni-lo. que aumenta com os movimentos ou pressão. Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para evitar qualquer movimento da parte atingida. Remover a vítima em maca. Em fraturas anguladas ou em articulações não se deve tracionar. Neste tipo de fratura ocorre simultaneamente um quadro de hemorragia externa. profunda e localizada.   Tratamento da Fratura Fechada           Antes e após a imobilização. Pode-se notar devido à movimentação anormal ou à posição anormal da parte afetada. para verificar se a tala ficou demasiadamente apertada. Identificação    Dor local: uma fratura sempre será acompanhada de uma dor intensa. não deve ser forçado. Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição mais cômoda possível. umidade e sensibilidade. Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas. Imobilizar como estiver. existindo ainda o risco iminente de infecção. Observar a perfusão nas extremidades dos membros. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 28 . Mobilidade anormal: é a movimentação de uma parte do corpo onde inexiste uma articulação. Fratura exposta: fratura na qual há rompimento da pele. OBS. No caso de dúvida. Prevenir o estado de choque. Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível. não deve ser usado como método de diagnóstico para não agravar a lesão. coloração. a dor e o estado psicológico alterado (stress) podem causar o choque. Crepitação óssea: é um ruído produzido pelo atrito entre as seções ósseas fraturadas. embora de grande valor para diagnosticar uma fratura. Este sinal. Deformação ou inchaço: ocorre devido ao deslocamento das seções dos ossos fraturados ou acúmulo de sangue ou plasma no local. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. dependendo das circunstâncias e alinhamento do osso. sempre considerar a existência da fratura. circulação. Como em qualquer traumatismo grave. 6. Os procedimentos são:          Estancar a hemorragia. no caso de fratura onde os ossos permaneçam no seu alinhamento. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 29 . bem como lesões de grande parte do tecido. tratar como se o animal fosse venenoso. Não tentar recolocar o osso no interior da ferida. Checar presença de pulso distal e sensibilidade. Se possível. mediante emprego de um dos métodos de hemostasia (ação ou efeito de estancar uma hemorragia). Remover a vítima em maca. Manter o ferimento coberto com gaze esterilizada ou com as próprias roupas da vítima (quando não houver gaze). Nos casos em que há ausência de pulso distal e/ou sensibilidade.Tratamento da Fratura Exposta Este tipo de fratura é caracterizado pela hemorragia abundante. Imobilizá-lo na posição em que estiver. Na dúvida. Imobilizar com tala comum. risco de contaminação. mas sem perder tempo com esse procedimento. o transporte urgente para o hospital é medida prioritária. Prevenir o estado de choque tranqüilizando a vítima e evitando que veja o ferimento. Transportar a vítima para o hospital. Identificação A vítima apresenta as seguintes características: ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Acidentes com Animais Peçonhentos Os envenenamentos são produzidos por picadas ou mordeduras de animais dotados de glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno. deve-se capturar ou identificar o animal que picou a vítima. As alterações produzidas por esses acidentes estão relacionadas à inoculação de uma complexa mistura de enzimas que ocasionam seqüelas ou até a morte da vítima. Insolação e Intermação São acidentes provocados no organismo pela exposição prolongada ao calor.  Convulsões. o resfria. Lavar a ferida com água e sabão.  Dentro do menor tempo possível. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 30 . pois a primeira corresponde ao excesso de raios solares agindo diretamente no indivíduo. padarias ou próximos a caldeiras. Não se deve cortar o local da picada.  Em quantidade suficiente. hematoma e bolhas no local. Impedir a circulação do sangue pode produzir necrose ou gangrena. Procurar manter a área picada em nível abaixo do coração da vítima.  Dor local intensa. o corpo acumulará maior quantidade de calor. relógios ou jóias. corra ou se locomova por seus próprios meios. alguns venenos podem provocar hemorragias. Condições físicas: o excesso de trabalho aumenta a produção de calor pelo organismo.  Queda das pálpebras (ptose palpebral). ocorrem nestes casos.  Inchaço. enquanto a segunda traduz a ação do calor em ambientes pouco arejados.  Ventilação: sem circulação constante do ar.  Pequenas marcas causadas pela picada.     O soro cura somente quando aplicado convenientemente. favorecem as hemorragias e infecções. mais difícil será a evaporação cutânea e. 7. e  Torpor e inconsciência. o sangue deve circular normalmente. conseqüentemente. Remover anéis. A locomoção facilita a absorção do veneno e os efeitos se agravam. freqüentemente.  Náuseas e vômitos. ocasionando esses acidentes em indivíduos que trabalham em fundições.mento torna-se difícil. evitando que ele ande. Distúrbios visuais. enquanto a fadiga muscular acumula substâncias tóxicas nos tecidos. Diferencia-se a insolação da intermação. de acordo com os seguintes itens:  Soro específico.  ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Levar o acidentado imediatamente para centros de tratamento ou serviço de saúde para receber o soro próprio.  Dificuldades respiratórias. Tratamento    Não se deve amarrar ou fazer torniquete. Os cortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados. Os fatores abaixo concorrem para o surgimento desses tipos de acidentes:  Umidade do ar: quanto maior a umidade relativa do ar. Manter o acidentado deitado em repouso. durante um trabalho muscular intenso. prevenindo assim complicações de correntes de inchaço que. A associação de ambos predispõe ao acidente. Aplicar compressas de água fria sobre a testa da vítima. se possível. Elevação da temperatura corporal. Náuseas. Pele fria. pálida e úmida. Afrouxar as roupas da vítima. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Vômitos. Tratamento da vítima      Levar a vítima para local arejado e fresco. Tonturas. com as pernas elevadas. Banhar a vítima em água fresca. o cansaço. Insuficiência respiratória. além de ser inter-ocorrência de muitas outras doenças. devemos proceder da seguinte maneira:  Arejar o ambiente. como a subnutrição. Inconsciência e coma profundo. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 31 . Pode ser precipitado por nervosismo. Suor frio. Sensação de mal-estar. Pele seca e quente. Desmaio e Vertigem O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular. Perda da consciência. Identificação      Tontura.  Deixar a vítima deitada e. acompanhando sua temperatura a cada 15 minutos. angústia e emoções fortes. Deitar a vítima com o tronco ligeiramente elevado. Alimentação excessiva: aumenta também a produção de calor corporal. stress. Vertigem consiste nos sinais e sintomas que antecedem o desmaio. Pode ser causado por vários fatores. Identificação         Dor de cabeça.  Afrouxar as roupas da vítima. 8. evitando resfriamento brusco do corpo. fazendo com que a vítima caia ao chão. excesso de sol. Tratamento Diante de uma vítima que sofreu desmaio.  Não permitir aglomeração no local para não expor a vítima. Mais importante do que fazer algo imediatamente é saber o que não deve ser feito para não agravar a situação da vítima ou colocar a própria segurança em risco. a melhor atitude é deixar a pessoa ferida em um local confortável e procurar ajuda. ser um aventureiro de verdade significa planejar sempre para evitar erros e sofrimento desnecessários.Saiba o que não fazer Caso surja a necessidade da prestação de primeiros socorros em alguma atividade de aventura. Observe a pessoa que está machucada e. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Sempre que não souber exatamente como proceder. evite manipular a vítima. caso não seja extremamente necessário. Caso exista a menor suspeita de lesão na coluna. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 32 . deixe-a o mais confortável possível e cuide do ferimento: limpeza e curativo. muitas vezes fatais. Qualquer movimento brusco pode causar ferimentos sérios. principalmente no pescoço. o primeiro procedimento é manter a calma para analisar corretamente o contexto. Caso ela tenha sofrido um corte superficial e esteja sentindo-se bem. Por isso é tão importante nunca enfrentar os desafios da natureza sozinha. caso não seja arriscado deixar a vítima sozinha. certamente garantirão muitos e maravilhosos anos na aventura. se ela estiver consciente. procurar operadoras que respeitem sua segurança e integridade física. Curtir a aventura não significa colocar-se em risco de forma irresponsável e inconseqüente. Manter o pescoço imobilizado e a coluna alinhada é fundamental para preservar a vida e a qualidade de vida das vítimas com lesão na medula. O correto é estar sempre em grupo para que o socorro fique mais fácil. informar-se com profissionais confiáveis. Ao contrário. procure saber onde ela sente dor. Bom senso e tranqüilidade são essenciais para prestar um socorro adequado. buscar treinamentos de qualidade. utilizar equipamentos adequados e acima de tudo amar e respeitar a vida e a natureza. Cuidar da saúde e forma física. Um bom planejamento pode tornar sua atividade numa aventura inesquecível e sem maiores problemas. Assim. qualquer dia desses? Abraço! Luiz Augusto de Medeiros Lira ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. E. deve estar preparado para as adversidades que há de se deparar. quem sabe. não nos cruzamos em uma delas. se não forem levadas em conta na preparação o evento. com certeza você terá muitas alegrias por todas estas trilhas deste mundo afora. A mata é um ambiente hostil e o homem é um intruso. trekking ou quaisquer outras que envolvam o ambiente de mata) denotam algumas particularidades que.CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência mostra que atividades desse tipo (ecoturismo. Com estas preocupações em mente. podem se transformar em riscos potenciais aos participantes. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 33 . Mas lembre-se que algumas vezes os acidentes são inevitáveis e devemos ter o mínimo de conhecimento técnico e tranqüilidade para atuar. Tel. Então. 10. Trapiche da Barra. 9. Procure saber se no local há sinal para telefonia celular ou pelo menos telefones de fácil acesso.: (82) 3315-5242 / 3315-5240 / 3315-5241 E-mail: covisamaceio@hotmail. tanto das agências de turismo quanto os moradores locais. postos de combustível (e qualidade do mesmo). 8. Verifique se há ajuda especializada numa emergência médica. que vão desde o conhecimento prévio da topografia e clima do local a ser visitado até as formas de acionamento de equipes de socorro numa situação de necessidade maior. 2. O ecoturismo e os esportes de aventura também nunca foram tão praticados. Dependendo dessas doenças. Não esqueça: principalmente a parte elétrica. 14. Procure levar uma boa bússola e. topografia. etc. Não leve apenas mapas rodoviários. CEP: 57020-270. Plastifique esse mapa! 4. se possível. Escolha com rigor os guias. As informações de guias podem eventualmente ser tendenciosas. um GPS (e saiba usá-lo). maiores ou menores. No entanto. 6. Leve um mapa detalhado da topografia local. especial para o Webventure em 18/11/2002. Fones: (82) 3221 3100 Coordenação Geral de Vigilância Sanitária Praça Visconde de Sinimbu. Informe-se sempre que possível com amigos que já estiveram no local. borracheiros. Vá com um bom carro. 12. Mas seguem abaixo algumas dicas básicas: 1. corrente elétrica. como preparar essa aventura com um mínimo de segurança? A resposta é muito complexa. de preferência 4x4 e com opção de marchas reduzidas de alto torque. 13. o mais atualizado possível. s/nº. Procure um lugar compatível com o seu nível físico e técnico e adequado às suas despesas. Centro.ANEXO Guia com 122 dicas para prática de Ecoturismo e Esportes de Aventura com segurança Por Dr. pequenos hospitais e farmácias. Rua Con. 5. 7. Maceió – AL.com ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. você pode obter informações sobre as doenças principalmente em dois locais: Hospital Escola Hélvio Auto – Doenças Tropicais. Maceió – AL. Procure conhecer o clima. animais característicos da região e a presença principalmente de doenças tropicais ou endêmicas peculiares do local. cópias dos documentos do veículo e da seguradora do mesmo. pode ser necessário você tomar vacinas. é claro que esse ambiente tem seus perigos. como oficinas mecânicas. Clemar Corrêa. Não esqueça chaves de reserva. Em Alagoas. pois envolve inúmeros itens. 161. Estima-se que cerca de 1. Fernando Lyra. mecânica e pneus (e estepe) devem estar em ordem. Verifique locais de suporte importante. Seria impossível esgotar o assunto.4 milhões de pessoas no mundo cruzam fronteiras diariamente. 3. 11. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 34 . nessa alta dose.bons dentistas estarão distantes 28. cápsulas de óleo de alho. com serviço de resgate aeromédico. pois a dose de Vitamina B6 é muito alta. ombros. Alongue inclusive pescoço. sem cheiro forte. O ideal é pendurá-la no pescoço. 26. mas vale a pena tentar. Essa vitamina. seus músculos e tendões vão sofrer. Faça uma ficha médica para cada membro da viagem. alergias. Outra boa opção. procure se lavar e se trocar. pelo risco de febre e outros efeitos colaterais. Fica pronto em menos de 24 horas. medicamentos que usa. 21. procure usar mangas e calças compridas e repelentes. Faça . É difícil chegar ao nível de um “Rambo”. Evite o mato. Esse tipo de água pode transmitir doenças graves. Têm a mesma ação da Vitamina B6. (GURKAs: tropa de origem nepalesa. atuando como repelente contra mosquitos (essa ação obviamente não é 100 % eficaz). que incomodam e transmitem doenças importantes: 18. Quanto aos mosquitos. 29. 22. Se molhar seus calçados. aproximadamente do tamanho de um cartão de crédito. mas sim num bolso seguro da jaqueta ou calça. logo que puder. não precisa de receita e não é caro. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 35 . que pode surgir mesmo com ferimentos leves (mesmo sem “ferrugem”. é exalada pela pele. Se a “aventura” for ser longa e difícil. principalmente se você não puder dar informações. principalmente fechado. Nos horários do nascer e pôr-do-sol. várias equipes têm o requinte de levar seus próprios massagistas! ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M.Há vários sites especializados na Internet 15. meias ou roupas com essa água. coluna. faça um seguro de vida. Não a coloque na pochete ou mochila. Pode ser tomada em Postos de Saúde ou clínicas particulares de imunização. 17. Não se envergonhe de pedir ou aceitar uma massagem. iniciando também 05 dias antes da prova. Essa ficha deve ficar com você constantemente e pode ajudar muito numa emergência. Viagem com os dentes em ordem . sempre que puder. Esse comprimido deve ser encomendado em farmácias de manipulação. telefone de seu médico e de familiares. É usado por pesquisadores em áreas de transmissão de doenças por mosquitos. 20. endereço. 16. mãos e pés. 23. Deve–se começar a tomar 1 comprimido pela manhã e outro à tarde já cerca de 05 dias antes da viagem e continuar tomando durante toda a sua estadia no local. Ela é muito importante pois protege você dessa doença gravíssima. Dependendo do local e do perfil da sua “aventura”. mais prática. doenças prévias. Nos grandes rallies e competições de esportes outdoor internacionais. e plastifique–a. Isso melhora a performance física e ajuda a evitar câimbras. Coloque nela seu nome. e tomar 03 a 04 ao dia (pode ser em dose única). o que é um mito). Tenha um bom plano de saúde. é comprar em farmácias comuns. Não se preocupe: você não vai ficar cheirando alho. convênio. Você pode mandar preparar em farmácias de manipulação o seguinte: comprimidos de Vitamina B6 (Piridoxina) de 300 MG (não é Complexo B como muitos pensam). 24. considerada uma das mais eficientes do mundo em combate na selva – hoje serve também às Forças Armadas da Inglaterra) 25. Tenha sua vacinação contra Tétano em dia !!!. Evite contato com água parada. 27. de um Gurkha ou de um soldado do CIGS. Prepare-se física e psicologicamente com seriedade. como algumas lagoas e poças. Evite acampar ou ficar em proximidade de rios ou depósitos de lixo. Evite tomar qualquer vacina poucos dias antes da viagem.o bem antes de viajar. 19. Procure aprender alguns alongamentos e faça-os. cuidar dos ferimentos e da dor 40. Acidentes podem ocorrer em qualquer lugar. retornará de forma incontrolável. Tenha um bom Kit de Primeiros Socorros. 50. 49. uma massagem. Evite tomar muita bebida alcoólica. Muito cuidado com rios. 46. acredite . Mas um curso sério. Não coma muito antes do sono (procure qualidade e não quantidade). 53. tome muito cuidado ao se aproximar e não se transformar em mais uma vítima. praias e mar. feridos gravemente. já provaram que alguns “confortos. Coca-Cola ou Pepsi com café ainda ajuda. Estudos mostram que o afogamento é o acidente que mais tira vidas no ambiente outdoor. 32. chá e café à noite. procure. Evitar ao máximo “discussões”. embora por pouco tempo. por exemplo: 36. Diante de qualquer situação de ferimento. 47 Faça um bom curso de primeiros socorros. Informe-se quais são os perigos do local. 33. Quando estiver absolutamente exausto num momento inadequado para dormir bastante. Ele (o azar) não as perde. adicionado dos efeitos indesejáveis desse tipo de medicação. principalmente com amigos 44. Assim. o sono poderá diminuir por algumas horas. onde não se mostre o óbvio. 48. melhorando o "astral" e a performance. 52. Descanse e durma o melhor possível. Sua experiência e bom senso certamente vão levar a uma boa conduta. Distâncias longas desgastam mais do que parece e o cansaço físico e psicológico é acumulativo ao longo dos dias. um “cochilo” ajuda a recuperar energias. Se você tomar alguns “rebites” ou similares.Quanto ao sono 30. Acredite no “efeito moral” das coisas. Se alimentar bem 37. como corredeiras. Cuide dos ferimentos e dores antes de dormir 34. momento ou situação. Vários estudos. Muitos atletas experientes. Colocar uma roupa mais limpa 42. por exemplo. como dito acima. frescuras ou mordomias” são extremamente importantes para combater o estresse físico e emocional. Tenha a humildade de não exceder seus limites físicos e habilidades técnicas. Lembre-se: a prevenção é o melhor remédio. confessaram que seus acidentes ocorreram por confiança excessiva e imprudência! 51. você entrará numa fase fisiológica mais profunda do sono. Tomar um bom banho 38. adequado à sua “aventura”. procure não deixar essa “soneca” ultrapassar 40 minutos. Mesmo não sendo médico. Dormir confortavelmente 41. Se passar desse tempo. queda de rocha. principalmente em situações difíceis. e ao acordar no meio dela. que você já sabe. Não dê chance ao azar. Assim. Se decidir por isso. rochas instáveis. Diante de um acidente. Surgem mesmo em situações aparentemente inofensivas. animais peçonhentos e não peçonhentos e eventualmente até indígenas hostis. Confortos. 45. Aceitar. acima de tudo acalme-se e raciocine. Fazer a barba 39. evite ficar acordado com uso de medicamentos. 31. otimizando a disposição do ser humano. estará muito “sonolento”. lagos. queimadura e principalmente em ambiente aquático ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. rios com sumidouros. frescuras ou mordomias 35. num atropelamento. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 36 . Deixar as coisas organizadas e limpas (se possível) no carro e no acampamento 43. Mas inevitavelmente. principalmente em estratégia militar e de sobrevivência.você é capaz de agir corretamente na imensa maioria das situações. botas e entrar em barracas. torna-a potável em instantes. 58. cintos de segurança. 63. poderá facilitar fadiga e câimbras importantes. também não se assuste! Manipule–a cuidadosamente. afrouxe roupas. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. evite garrotes ou torniquetes. tórax. por exemplo. com uma compressão moderada. antes do uso das substâncias acima.As prioridades para uma vítima são as seguintes 54. um pano limpo ou plástico e enfaixe com atadura. Facilitar sua respiração e proteger a coluna vertebral. utilizando gaze. Pode haver uma lesão grave em progressão e você deve imediatamente solicitar um médico 60. principalmente cervical. procure um hospital. ao fazer suas ”necessidades fisiológicas” no mato . Se a vítima estiver conversando. repouse e peça ajuda. 65. Trabalhos médicos mostram que a resistência à sede assim será maior. 73. Com suor intenso e prolongado. não fazendo um alerta enérgico já causou gravíssimos acidentes. Cuidado ao encostar em árvores e construções rústicas. Evite fogo próximo da barraca. Antes de um esforço físico intenso e longo. pescoço. Prefira os líquidos não excessivamente doces e não gasosos. verifique rigorosamente o interior das mesmos. Tome cuidado por exemplo. ao contrário do que se pensa. Após picadas de cobras. leva horas para trazer risco real de vida. 67. Ao recolocar casacos. você tiver dor muito forte e persistente na cabeça. 61. coloque bebidas isotônicas no Camelback ou cantil e não simplesmente água pura. escorpiões e outros “bichos” são uma realidade. 66. Cuidado com uso de lampiões e com a combinação “umidade x fiação elétrica”. Diante de um ferimento suspeito. Devem de preferência ter impermeabilidade. Quando houver uma suspeita de fratura ou fratura evidente de braço ou perna. Se após uma queda. Trata-se de uma solução química que adicionada à água “limpa”. principalmente com muita dor e inchaço. há boa chance de não haver risco de vida. canos mais altos e solado grosso e firme. mantenha fechada a barraca e evite restos de alimentos próximo dela. 74. 55. Ao entrar num trecho de caminhada onde não há certeza da existência de água. O constrangimento. Em farmácias você pode comprar um frasco do produto Hidrosteril ou similar. 72. Cerca de 80% das picadas de cobra são nas pernas. 56. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 37 . em vegetação rasteira. não se deve garrotear o membro afetado nem cortar (ou chupar) o ferimento. o veneno. Faça uma compressão direta sobre o ferimento. Procure um hospital. Nas lojas de camping. não se deve entrar em pânico. se você só tomar água. 57. 69. Verificar se a vítima está com pulso bom. beba–a bastante. mas não são graves. abdômen ou bacia. Evite pisar no mato. água de rios limpos podem passar por filtros portáteis especiais.as picadas podem ser em outro lugar do corpo e você pode mudar as estatísticas ! 64. mesmo sem sede. Hidrate-se o melhor possível. Se você quiser sofisticar um pouco mais. Normalmente. Botas macias ou calçados especiais para trekking ou montanhismo são o ideal. 59. 62. com boa circulação sanguínea. Deixe a barraca sempre fechada. Não tome água de origem duvidosa. na altura dos pés ou pernas. Tais filtros são vendidos nessas mesmas lojas. abaixo dos joelhos. manipular troncos de árvore caídos ou similares. pesca e montanhismo há mais produtos similares. 71. Evite montar a barraca dentro do mato e próximo a margens de rios. sem medo e tente improvisar uma tala para imobilizá-la. lúcida e respirando bem. Acalmá–la conversando e transmitindo segurança. 70. Nem sempre você percebe que foi picado por uma cobra ou aranha. pare. Cobras. Lembre-se: a imensa maioria dos ferimentos sangrantes assusta muito. jaquetas e coletes. A vítima deve ficar em repouso. Não deixe que o motorista de seu carro exceda os limites de segurança. Diante de sangramentos. 68. Nos acampamentos. Nessas situações. sob sol intenso. muito condimentados ou de aspecto ou gosto estranhos. ele reflete a luz solar. a ação do sol é menos percebida e surgem importantes queimaduras de pele que só são percebidas tardiamente. Pode ser usado como uma capa. 91. 80.portanto dispense seu espírito de Rambo e suas roupas camufladas. que absorve componentes importantes presentes nos bons protetores. canoagem e natação. Após horas de exercício sob sol forte. O lençol de alumínio é extremamente útil sob o sol escaldante. A menstruação ou tensão pré–menstrual durante a viagem pode ser muito incômoda. protetor labial. Elas dificultam sua procura à distância ou mesmo sua localização em caso de resgate. bonés e lenços para a parte posterior do pescoço 84. Seu efeito não é apenas de uma barreira física ao sol. converse com seu ginecologista. a chuva. 90. Em locais com vento forte (mesmo o vento relativo de trechos de ciclismo) ou ambientes molhados como rafting. no sentido de não comprometer a sudorese. a exposição súbita a esse contraste de temperaturas pode trazer um sensação de “mal-estar” importante. mas também química. Prefira roupas sejam de cor clara e de tecidos que permitam a transpiração. Às vésperas da viagem ou durante a mesma. água de rios e mar e o próprio atrito com a vegetação e com a roupa podem continuamente diminuir a camada de creme que protege a pele. você pode ser atingido por uma chuva ou mesmo a água de rio ou mar. por exemplo. desidratações graves. 82. com o corpo extremamente quente. semelhante aquela que precede os estados gripais. antecipando a menstruação (e a TPM). vacinas e remédios novos. protetor solar. 88. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 38 . 85. comer alguns salgadinhos e/ou frutas. não experimente novos hábitos. A aplicação desses cremes deve ser contínua. Devem ser aplicados de preferência na pele seca. ele pode organizar melhor essas situações. Em situações de calor extremo. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Durante a viagem. umidade. Você não está resgatando prisioneiros americanos no Camboja . Não subestime o sol e o calor. diarréia. como áreas desérticas. 89. Devem ser escolhidos protetores solares sem base oleosa ou gel. 78. principalmente preparadas na rua ou em restaurantes sujos. atenuando o seu efeito térmico. Adote uma tática usada por atletas olímpicas: se você vai menstruar ou ficar no período de TPM durante a viagem. Use. Além de fazer sombra. Com hormônios simples. O suor. efeitos colaterais ou mesmo reações alérgicas. principalmente frutas e legumes evite alimentos gordurosos. Evite igualmente carnes mal cozidas. 76. banhos. respingos de água. 79. É também mais visível para equipes de resgate. em situações extremas. 86. podendo causar queimaduras. 77. Suas ações são acumulativas e perigosas. Dependendo da intensidade do exercício e do calor. como comidas não habituais. prefira alimentos naturais. Alimentos frios ajudarão no controle térmico corporal. Deve-se evitar ingerir alimentos quentes sob condições de muito calor. por exemplo. Só coma frutas e verduras rigorosamente lavadas com água também limpa. Cuidados com o sol 81. garoa. sem sombra. ou substâncias. Esse “choque térmico” costuma ser passageiro e não preocupante.75. importante para a termorregulação. tente molhar constantemente o corpo. Outra opção é junto com a água. Evite comidas muito estranhas. Você poderá ter. Não seria exagero evitar saladas quando for desconhecida a qualidade de seu preparo. 83. insolação e/ou hipertermia. 87. Respeite a população local. Afaste-se de motos. aquela bota linda e novinha. evite ao máximo ficar com roupas molhadas. O interior de carros é um lugar relativamente seguro (apesar do metal) 111. já em 700 a. Cuidado com estruturas metálicas. 101. e que se esforçou para todos ficassem bem ! 120. 113. montanha. E os artistas gregos. Mesmo em locais quentes. 93. Se a pessoa estiver em condições. como um bolha na mão. bikes e quadriciclos. Calma e paciência. procure também reconhecer os esforços para o que já foi ou o que será feito. 108. Diante de alguém com suspeita de hipotermia. pode ser estimulada a movimentar-se (aquecimento “ativo”) 100. 114. (Cultura “extra”: os raios tinham seu Deus na Mitologia Chinesa antiga: Tien Mu. 105. os descreviam como uma das armas de Zeus). 110. umidade ou andar na água. 98. 119. Prefira aquela já ‘amaciada “ Cuidado com tempestades e raios. eloqüência e respeito. Aproxime-a de fontes de calor. Procure sempre ficar facilmente localizável para os membros do grupo . Afaste-se de árvores isoladas. 104. Evite proximidade de árvores isoladas em áreas abertas e alto de colinas ou montanhas. Assim. Critique menos e elogie mais.C. Suas propriedades. faça-a com elegância. 118. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 39 . antes de agasalhá-la. não esqueça bons agasalhos. Ofereça-lhe alimentos e líquidos quentes. de madrugada costuma haver frio. pois esses “pequenos desconfortos” podem gerar ferimentos importantes após dias de caminhada.92. 97. Sempre. Finalmente. por exemplo. Dê-lhe banhos quentes. Saia imediatamente de piscinas. faça o seguinte: 96. floresta. Seque-a o melhor possível. Dentro de barracas. Evite usar na viagem. para aquecimento “passivo” 102. Vista-a com roupas que conservam o calor. por exemplo em mochilas. Qualquer pequeno ferimento. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. 109. rio ou mar. afaste-se de estruturas metálicas externas e da cobertura molhada. 112. como fogueira. Cuide precocemente deles. mar ou águas abertas. pela primeira vez. estruturas metálicas. construções pequenas de alvenaria. Se surgir tal situação 107. sem congelamento. 115. radiação solar e lâmpadas. 99. Não fale ao telefone ou celular (nem mesmo utilize Fax-Moden) e disperse grupos de pessoas. Evite roupas molhadas ou pisos úmidos. de mãos e pés). A vítima pode ser “abraçada” por várias pessoas. redes elétricas. Cuide também das suas unhas “encravadas” 106. seus costumes e principalmente sua curiosidade e privacidade ! 122. Ao fazer uma crítica. Tenha também uma capa ou agasalho impermeável. isolando-o o melhor possível. Faça massagens vigorosas (se a hipotermia for leve. 103. Antes de criticar. A perda de calor corporal será muito mais rápida e agressiva. lembre-se que você está no campo. Em casos de frio intenso.não suma! 117. Afaste a pessoa do frio. 94. inclusive cobertores. uma pequena pedrinha na bota ou uma deformidade na palmilha podem ser inofensivos num percurso de 02 horas ou trechos curtos. lençóis aluminizados e sacos de dormir. 95. Principalmente com quem não merece ouvir injustiças. Respeite mesmo a natureza ! 121. 116. Primeiros socorros na aventura: SIMONE KUROTUSCHE. Dessa forma. Lira – Tenente do Corpo de Bombeiros 40 . Apostila do Curso de Primeiros Socorros para Civis. mas sim quando “A Montanha Assim o Permite”. várias e sábias civilizações. Regras para a caminhada na mata não virar pesadelo: LUCIANA DE OLIVEIRA. Guia com 122 dicas para a prática dos esportes com segurança: Dr.br. viajantes e atletas também acreditam piamente na existência deles. Eu também. expedicionários. num rio. A importância da hidratação: FERNANDA COLAVITTI.com. com as seguintes autorias originais:        Evite lesões no esporte de aventura: SIMONE KUROTUSCHE. numa floresta.Em toda parte do planeta. grupos humanos e tribos acreditaram e continuam acreditando que há entidades ou espíritos que povoam e governam esses ambientes da natureza. antes de entrar no mar. Inclusive. CLEMAR CORREA. é muito conhecida a idéia de que o alpinista alcança o cume de uma grande montanha não quando ele quer ou pode. Regras básicas para fazer uma corrida de trilha em segurança: CARLOS SPOSITO. Publicações do site webventure. Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas: 2008. você não precisa conhecer e seguir determinado ritual perante as entidades que lá estão. 2. REFERÊNCIAS: 1. ___________________________________________________________________________ Noções de Segurança e Primeiros Socorros para Trilhas Ecológicas Organização: Luiz Augusto de M. Alimentação durante o trekking: MARCOS CIDADE RUPERTI.ig. Vários estudiosos.
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