SBRT Pintura Industrial.pdf

March 21, 2018 | Author: Fellipe Fernando | Category: Paint, Corrosion, Electrochemistry, Chemistry, Applied And Interdisciplinary Physics


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DOSSIÊ TÉCNICOSumário k 1. 1.1. 2. 2.1. 2.1.1. 2.1.2. 2.1.3. 2.1.4. 2.1.5. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 4. 5. 5.1. 5.2. 5.3. 6. 6.1. 6.2. 6.3. 6.4. 6.5. 7. 7.1. 7.2. 7.2.1. 7.2.2. 7.2.3. 7.2.4. 7.3. 7.4. 7.4.1. 7.4.2. 7.4.3. 7.4.4. 7.4.5. 7.4.6. 7.5. 8. 8.1. 8.2. 8.3. 9. 9.1. 9.2. 9.3. 9.4. 9.5. 9.6. 9.7. 2 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 Finalidade da pintura ............................................................................................... 4 CORROSÃO .............................................................................................................. 5 Corrosão eletroquímica ........................................................................................... 6 Pilha de eletrodos diferentes ...................................................................................... 8 Pilha de ação local ..................................................................................................... 8 Pilha ativa-passiva...................................................................................................... 9 Pilha de concentração iônica ...................................................................................... 9 Pilha de aeração diferencial ....................................................................................... 9 MECANISMOS DE PROTEÇÃO DE PELÍCULAS DE TINTA.................................. 10 Proteção por barreira ............................................................................................. 10 Proteção por pigmentos inibidores....................................................................... 11 Proteção catódica................................................................................................... 11 PINTURA E ESQUEMA DE PINTURA..................................................................... 11 CONSTITUINTES DAS TINTAS E VERNIZES ........................................................ 12 Veículo fixo ou veículo não volátil ........................................................................ 12 Solventes ................................................................................................................ 12 Pigmentos ............................................................................................................... 13 PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS REVESTIMENTOS POR PINTURA ...... 14 Aderência ................................................................................................................ 14 Flexibilidade............................................................................................................ 15 Resistência à abrasão e impacto .......................................................................... 15 Resistência à água ................................................................................................. 15 Resistência às condições de exposição atmosférica .......................................... 15 FATORES IMPORTANTES NO DESEMPENHO À CORROSÃO DOS REVESTIMENTOS POR PINTURA ......................................................................... 15 Aspectos relacionados à construção e ao projeto das estruturas e dos equipamentos ......................................................................................................... 15 Preparação da superfície ....................................................................................... 16 Preparação por meio de limpeza com solventes ...................................................... 16 Preparação por meio de jateamento abrasivo .......................................................... 16 Preparação por meio de hidrojateamento ................................................................. 17 Preparação por meio de ferramentas mecânicas e/ou manuais ............................... 18 Especificação dos esquemas de pintura .............................................................. 19 Aplicação das tintas ............................................................................................... 19 Trincha ..................................................................................................................... 19 Rolo .......................................................................................................................... 20 Pistola de pulverização convencional ....................................................................... 20 Pistola sem ar (airless spray) ................................................................................... 21 Imersão .................................................................................................................... 21 Pintura eletroforética ................................................................................................ 21 Qualidade das tintas dos esquemas de pintura ................................................... 21 CONTROLE DE QUALIDADE ................................................................................. 21 Ações de prevenção de defeitos antes da aplicação ........................................... 21 Ações de prevenção de defeitos durante a aplicação ......................................... 22 Ações de detecção de defeitos ............................................................................. 22 FALHAS E DEFEITOS ............................................................................................. 22 Escorrimento ou descaimento .............................................................................. 23 Espessura irregular (falta ou excesso) ................................................................. 23 Manchas ou manchamento .................................................................................... 23 Over spray (pulverização deficiente) ou atomização seca .................................. 23 Porosidade ou poros.............................................................................................. 24 Sangramento ou ressolubilização ......................................................................... 24 Cratera ou craterização .......................................................................................... 24 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT DOSSIÊ TÉCNICO 9.8. Impregnação de abrasivos e/ou materiais estranhos ou lixa .............................. 24 9.9. Inclusão de pelos ................................................................................................... 24 9.10. Empolamento ou bolhas ........................................................................................ 25 Conclusões e recomendações ......................................................................................... 26 Referências ........................................................................................................................ 27 3 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT br 4 . o preto do jenipapo e o amarelo da tatajuba (WIKIPEDIA. o revestimento por tintas. quanto à formulação das tintas. O bom resultado da pintura industrial dependerá. porém.1. Em todo o mundo tem-se hoje milhares de formulações de tintas diferentes. identificação de fluidos em tanques ou tubulações. como por exemplo. que se constituem em toda a base das tintas modernas.000 anos atrás quando os primeiros homens pintaram nas paredes das cavernas utilizando pigmentos de ocre. aplicado sobre a superfície que se quer proteger. destacando-se. Assim. relação custo/benefício atraente. permitir maior ou menor absorção de calor: através da seleção correta da cor da tinta. fabricadas com uma diversidade de matérias-primas. Por sua simplicidade. diminuição de rugosidade superficial: para facilitar o escoamento de fluidos. contribuindo para evitar o consumo excessivo de combustível e aumentar a durabilidade da proteção anticorrosiva. que é um revestimento anticorrosivo normalmente orgânico. a custo compatível com o valor e o tempo de vida esperados para a estrutura. O aço é nos tempos atuais. óxido de magnésio e carvão vegetal. como facilidade de aplicação e de manutenção. guerras e funerais ou para proteção contra insetos: o branco da tabatinga. sinalização de estruturas ou equipamentos. Muito se evoluiu no fim do século passado e no início deste século. o encarnado do araribá. impedir a aderência de vida marinha ao casco de navios e boias: aplicação de tintas conhecidas como anti-incrustantes. entretanto.respostatecnica. impermeabilização: pode ser utilizado para evitar a migração de íons agressivos para o interior do concreto. tais como: finalidade estética: torna a apresentação agradável. do pau-brasil e do urucu. em especial a partir do desenvolvimento dos polímeros. As primeiras utilizações de tintas datam de 40. devido à corrosão. sem os quais não haverá proteção adequada. a pintura possui uma série de características importantes para a proteção anticorrosiva. INTRODUÇÃO A pintura industrial é o método de proteção anticorrosiva de maior utilização na vida moderna. 2013). com espessuras menores que 1 mm. só é possível o sucesso de sua utilização com o emprego de revestimentos eficazes. pela construção civil. além de outras finalidades. Finalidade da pintura De acordo com Fragata (2009). por exemplo. da observância de fatores básicos. www. hematita.Pintura para metais como proteção anticorrosiva Conteúdo 1. neste caso. o principal material de construção industrial. por longo período. a pintura industrial necessita de criterioso estudo para escolha do esquema de pintura mais adequado para as instalações ou equipamentos a serem protegidos. a cor branca é utilizada para reduzir a perda por evaporação em tanque e a cor preta é utilizada para casos de necessidade de maior absorção de calor. e foi durante todo o século. auxílio na segurança industrial. 1. Os indígenas brasileiros obtinham tintas da flora nativa para ornamentar o corpo para festas.org. conforme mostrado na Figura 1. a proteção por pintura tem sido muito utilizada pelo homem nas construções e em objetos confeccionados em aço. D) proteção anticorrosiva e finalidade estética Fonte: (Arquivo pessoal) 2. deterioradas pela corrosão (NUNES. ductilidade. CORROSÃO A corrosão é um processo de deterioração do material que produz alterações prejudiciais e indesejáveis nos elementos estruturais. elasticidade. navios. pois podem ocorrer em grades. torna-se necessário que a indústria produza mais desses metais para substituir os que foram danificados (FOGAÇA. perdendo tais bens e assim. carros. O produto da corrosão é um elemento diferente do material original. e onde houver falha no isolamento. para que os metais possam ser utilizados na indústria. é necessário que se retarde a velocidade das reações. etc (CORROSÃO. MAINIER. A corrosão é um processo espontâneo que corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos de obtenção do metal e pode ser esquematizada. que é melhor mostrado na Quadro 1. pois traz danos às estruturas de edifícios. A B C D Figura 1 – Campos de aplicação da pintura. poluição e falta de segurança dos equipamentos. 2007). pontes. automóveis. 5 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . conforme mostra Figura 2. a camada de cor marrom-avermelhada que se forma em superfícies que tem o ferro como base. C) proteção anticorrosiva e identificação de linhas de fluidos.DOSSIÊ TÉCNICO identificação de falhas em isolamento térmico de equipamentos: pode ser utilizada tintas indicadoras de temperatura. de forma geral. eletrodomésticos e instalações industriais (MERÇON. a tinta mudará de cor. LOBO. tais como resistência mecânica. [20--?]). Estima-se que uma parcela superior a 30 % do aço produzido no mundo seja usada para reposição de peças e partes de equipamentos e instalações. estética. B) pintura em chaminé para sinalização aérea. A corrosão ainda acarreta em acidentes e perdas de vidas humanas provocados por contaminações. 2004) Esse processo causa grandes prejuízos econômicos e sociais. assim. a liga perde suas qualidades essenciais. Os processos corrosivos podem ser classificados. Como exemplo. em dois grupos: corrosão eletroquímica e corrosão química. [200-?]). etc. GUIMARÃES. Já que a corrosão é um processo espontâneo. tem-se a ferrugem. Esses processos corrosivos estão presentes direta ou indiretamente no cotidiano. A) pintura anti-incrustante em casco de navio. org. Corrosão eletroquímica A pilha de corrosão eletroquímica constitui-se de quatro elementos fundamentais. eletrólito: solução condutora que envolve simultaneamente as áreas anódicas e catódicas. área catódica: superfície onde não há desgaste (reações de redução). conforme mostrado na Figura 3: área anódica: superfície onde ocorre o desgaste (reações de oxidação).1.br 6 . o foco será apenas nesse tipo de corrosão. temperatura ambiente) Água no estado líquido Formação de pilhas ou células eletroquímicas Corrosão química Temperatura acima do ponto de orvalho (em geral. temperatura elevada) Ausência de água no estado líquido Interação direta metal / meio Quadro 1 – Tipos de corrosão Fonte: (Elaboração própria) 2. ligação elétrica: entre as áreas anódicas e catódicas.Pintura para metais como proteção anticorrosiva E E2 CORROSÃO Metal METALURGIA Energia Energia E1 Minério Figura 2 – Ciclo dos metais Fonte: (Elaboração própria) A corrosão eletroquímica é responsável por 90 % dos casos e portanto. Corrosão eletroquímica Temperatura abaixo do ponto de orvalho (em geral. elétron s corrente A N O D O C A T O D O eletrólito Figura 3 – Pilha de corrosão eletroquímica Fonte: (Elaboração própria) www.respostatecnica. que causam a diferença de potencial entre eles (NUNES. sendo que a diferença de potencial da pilha (ddp) será mais acentuada quanto mais distantes estiverem os metais na tabela de potenciais de eletrodo.DOSSIÊ TÉCNICO Como exemplo.337 Cu2+ + 2e. LOBO.126 Pb2+ + 2e.⇌ Al -1.799 Ag+ + e. Guimarães e Mainier (2004). 2007) 7 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT .363 Mg2+ + 2e. A Tabela 1 apresenta alguns valores de potenciais de padrões de eletrodo. tem-se a formação da ferrugem (Equações 1 a 6): Reação anódica (oxidação): Fe → Fe2+ + 2 e– (1) Reação catódica (redução): 2 H2O + 2 e– → H2 + 2 OH– (2) Neste processo. em uma região intermediária.628 Ti2+ + 2e.⇌ Au Fonte: (NUNES.⇌ Ti -0.⇌ Pd +1.763 Zn2+ + 2e.⇌ Ni -0.250 Ni2+ + 2e. ocorre a formação do hidróxido ferroso: Fe2+ + 2 OH– → Fe(OH)2 (3) Em meio com baixo teor de oxigênio. o hidróxido ferroso sofre a seguinte transformação: 3 Fe(OH)2 → Fe3O4 + 2 H2O + H2 (4) Por sua vez. ou seja.440 Fe2+ + 2e.744 Cr + 3e ⇌ Cr -0.H2O (coloração alaranjada ou castanho-avermelhada) Outro exemplo desse tipo de corrosão ocorre quando se colocam dois metais diferentes ligados na presença de um eletrólito. EO / V -2. LOBO. por Merçon.⇌ Zn 3+ -0.420 Au3+ + 3e.⇌ Pb + 0 2H + 2e ⇌ H +0. De acordo com Merçon.662 Al3+ + 3e.⇌ Cu +0.987 Pd2+ + 2e. tem-se: 2 Fe(OH)2 + H2O + ½ O2 → 2 Fe(OH)3 (5) 2 Fe(OH)3 → Fe2O3. enquanto os íons OH– direcionam-se para a anódica. consiste nos compostos Fe3O4 (coloração preta) e Fe2O3. Guimarães e Mainier (2004). a intensidade do processo de corrosão é avaliada pela carga ou quantidade de íons que se descarregam no catodo ou pelo número de elétrons que migram do anodo para o catodo. o produto final da corrosão. a ferrugem.H2O + 2 H2O (6) Assim. Assim. Essas pilhas de corrosão são consequências de potenciais de eletrodos diferentes em dois pontos da superfície metálica.⇌ Fe -0.⇌ Ag +0.⇌ Mg -1. 2007). os íons Fe2+ migram em direção à região catódica. caso o teor de oxigênio seja elevado. Tabela 1 – Valores de potenciais padrões de eletrodo REAÇÃO DO POTENCIAL ELETRODO PADRÃO. 1.org.1. bolhas. A Figura 5 mostra de forma esquemática a pilha de ação local. trincas.2. aço a c a c a c a: áreas anódicas c: áreas catódicas eletrólito Figura 5 – Pilha de ação local distribuída em uma superfície metálica Fonte: (CARMO. 2. serão mostradas as principais causas do aparecimento das pilhas de corrosão.1. MAINIER. devido às diversas heterogeneidades do mesmo. Pilha de eletrodos diferentes Também conhecida como pilha galvânica e surge quando dois metais ou ligas metálicas diferentes são colocados em contato elétrico na presença de um eletrólito. as causas determinantes da pilha de ação local são: inclusões. estados diferentes de tensões e deformações. dentre outras. A Figura 4 ilustra uma pilha com zinco e cobre Figura 4 – Pilha galvânica Fonte: (MERÇON. GUIMARÃES. segregações. Pilha de ação local É a mais frequente na natureza e ocorre no mesmo metal. [201-?]) De acordo com Carmo [201-?].respostatecnica.Pintura para metais como proteção anticorrosiva A seguir. decorrentes de composição química. acabamento superficial diferencial. tensões internas. textura do material. www. diferença no tamanho e contornos de grão. 2004) 2.br 8 . A película protetora se constitui numa fina camada do produto de corrosão que passiva a superfície metálica.DOSSIÊ TÉCNICO tratamentos térmicos diferentes. os aços inoxidáveis. será formada uma área ativa (anódica) na presença de uma grande área passiva (catódica) com o consequente aparecimento de uma forte pilha. Pilha de concentração iônica Esta pilha surge sempre que um material metálico é exposto a concentrações diferentes de seus próprios íons. como por exemplo: o cromo. principalmente pela ação de íons halogenetos (especialmente cloreto). A Figura 7 mostra de forma esquemática uma pilha iônica (NUNES. titânio.(7) 9 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . 2. LOBO. enquanto que a parte externa da fresta fica menos concentrada (área anódica).5. Neste caso.3. Ela ocorre porque o eletrodo torna-se mais ativo quando decresce a concentração de seus íons no eletrólito (NUNES. material passivável Áreas ativas (quebra de passividade) – anódicas Áreas passivadas – catódicas eletrólito Figura 6 – Pilha ativa-passiva Fonte: (Elaboração própria) 2. tendendo a ficar mais concentrado em íons de metal (área catódica). O eletrodo de oxigênio é expresso por: 2 HO. Pilha de aeração diferencial Esta pilha é formada por concentrações diferentes do eletrodo de oxigênio. A Figura 6 mostra esse tipo de pilha. Pilha ativa-passiva Esta ocorre nos materiais formadores de película protetora.1. LOBO. C2 C1: região de baixa concentração iônica (catódica) C2: região de alta concentração iônica (anódica) C1 fresta Figura 7 – Pilha de concentração iônica Fonte: (Elaboração própria) 2. que proporciona corrosão localizada. Se a película for danificada em algum ponto por ação mecânica e. o alumínio. Esta pilha é muito frequente em frestas quando o meio corrosivo é líquido. com consequente corrosão das bordas da fresta. 2007). 2007).4. dentre outros.1.⇌ H2O + ½ O2 + 2 e. gradiente de temperatura e iluminação.1. materiais de diferentes épocas de fabricação. o interior da fresta recebe pouca movimentação de eletrólito. meio corrosivo (eletrólito) revestimento metal a proteger metal a proteger Figura 9 – Revestimento de proteção por barreira Fonte: Elaboração própria Nesse tipo de proteção. a região em contato com a menor concentração funciona como área anódica (NUNES. LOBO. se o revestimento for danificado por ação mecânica ou se o mesmo for atacada pelo meio corrosivo. 2007). chegue ao metal. 2007). haverá falha no revestimento e consequente corrosão na superfície metálica (NUNES.org.br 10 . De forma idêntica à pilha de concentração iônica diferencial. 2007). MECANISMOS DE PROTEÇÃO DE PELÍCULAS DE TINTA Os mecanismos básicos de proteção de películas de tinta são: 3.Pintura para metais como proteção anticorrosiva Pode-se demonstrar que em duas regiões de um mesmo metal. tende a ser menos concentrado em oxigênio (menos aerado). Por sua vez a parte externa da fresta. Proteção por barreira Este mecanismo está presente em todas películas de tinta. logo. quando submetidas a concentrações diferentes de oxigênio. Quando os revestimentos são aplicados sobre uma superfície metálica. conforme visto na Figura 9. esta pilha também ocorre com frequência em frestas. onde o eletrólito é renovado com facilidade. área anódica. tende a ser mais concentrada em oxigênio (mais aerada). logo. LOBO. pois o revestimento é poroso. www. metal O2 O2 O2 O2 zona de alto teor de O2 (catódica) O2 O2 O2 O2 zona de baixo teor de O2 M + n eletrólito Figura 8 – Pilha de aeração diferencial Fonte: (Elaboração própria) 3. área catódica. A Figura 8 mostra esse tipo de pilha. a película funciona como uma barreira entre o metal e o meio corrosivo. sendo o mecanismo fundamental nas tintas de acabamento. LOBO.respostatecnica. depois de algum tempo. Apenas as áreas anódicas e catódicas são invertidas em relação àquela. Assim.1. Além desse motivo. é comum ocorrer corrosão por baixo da película. o interior da fresta. devido a maior dificuldade de renovação do eletrólito. fazendo com que o eletrólito. O desgaste se processará no interior da fresta (NUNES. Este mecanismo está ilustrado na Figura 10. Para proteger uma estrutura ou equipamento. faz-se a aplicação de um esquema de pintura sobre a superfície que se quer proteger. Proteção catódica Este mecanismo é encontrado nas películas de tinta utilizadas como tinta de fundo (primer). critérios para realização de retoques. A Figura 11 ilustra as tintas presentes em um esquema de pintura. O magnésio e alumínio são exemplos desses metais e este fato ocorre. que contêm altos teores de pigmentos metálicos anódicos. provavelmente. LOBO. os sabões metálicos formados nas tintas a óleo com determinados pigmentos através da reação entre o pigmento e os óleos da tinta (NUNES. 2007). normas e procedimentos para cada atividade a ser realizada. como mecanismo inibidor. O esquema de pintura é um procedimento onde se especifica os detalhes técnicos envolvidos na aplicação. intervalos entre demãos e método de aplicação das tintas. 2007). Vale lembrar que dependendo do esquema não é necessária a aplicação da tinta intermediária. Esses pigmentos são zarcão. Há também. cromato de zinco.2. PINTURA E ESQUEMA DE PINTURA A pintura é o processo de revestimento de uma superfície por meio de tintas e se estende a três ramos da atividade humana: pintura artística. Proteção por pigmentos inibidores Este mecanismo é encontrado nas películas de tinta utilizadas como tinta de fundo (primer) que contêm pigmentos inibidores dando proteção por inibição anódica (ou passivação anódica). embora exista outros metais com potenciais suficientes para tal. LOBO. etc. a proteção anticorrosiva de estruturas metálicas e de equipamentos. H2O Zn Zn(OH)2 Zn aço Figura 10 – Proteção por proteção catódica em revestimento metálico Fonte: (Elaboração própria) 4. 3. como por exemplo. em relação à superfície metálica a proteger.DOSSIÊ TÉCNICO 3. intermediária e de acabamento bem como suas espessuras. dificultando a formação de película altamente pigmentada (NUNES. pintura arquitetônica e pintura industrial.3. o tipo de preparação e o grau de limpeza da superfície. ensaios de controle de qualidade que devem ser executados. As tintas ricas em zinco são as únicas que tem mostrado resultados satisfatórios para esse tipo de proteção. pelas características desfavoráveis dos seus produtos de corrosão e pela alta densidade deles. impedindo a sua passagem para a forma iônica. as tintas de fundo. A pintura industrial possui como função mais importante. Tinta de acabamento Tinta intermediária Tinta de fundo aço Figura 11 – Representação esquemática das tintas Fonte: (Elaboração própria) 11 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . Este processo consiste na formação de uma camada passiva sobre a superfície do metal. pode ocorrer retardamento da secagem da tinta e retenção de solventes no revestimento (FRAGATA. butilglicol). são: tintas líquidas convencionais: veículo fixo ou veículo não volátil. Os constituintes básicos das tintas e vernizes.respostatecnica. tintas em pós e as isenta de solventes: veículo fixo. controlar a viscosidade e facilitar a aplicação das tintas. e também pela maior parte das propriedades físico-químicas das mesmas.br 12 . decorativas. existe grande quantidade de solventes utilizados na indústria de tintas. álcoois (etanol. de natureza orgânica. Também é responsável pela adesão da película em relação à superfície metálica. vernizes: veículo fixo. ésteres (acetato de etila. Muitos problemas ocorridos na aplicação das tintas são causados pelo balanço inadequado de solventes na composição destas.2. geralmente. que está esquematizado na Figura 12. caso a tinta tenha excessivo teor de solventes de evaporação lenta. após a secagem e cura. pode causar a formação de overspray na película quando aplicada com pistola convencional e um nivelamento deficiente. De acordo com Santos (2005). Veículo fixo ou veículo não volátil O veículo fixo ou não-volátil (resina) é o constituinte que liga ou aglomera as partículas de pigmento.org. (FRAGATA. impermeabilizantes. Veículo fixo (resina) Tinta em pó ou isenta de solvente(s) Pigmento(s) Tinta líquida Solvente(s) Verniz Aditivo(s) Figura 12 – Constituintes básicos das tintas e vernizes Fonte: (Elaboração própria) 5. 2009). acetato de butila e acetato de isopropila). solvente(s) e aditivo(s). pigmento(s). com teor excessivo de solventes de evaporação rápida. forma filmes com propriedades estéticas. 2009). E. por um ou mais tipos de resina. metiletilcetona. dentre os quais destacam-se: hidrocarbonetos alifáticos (nafta e aguarrás). sendo.1. CONSTITUINTES DAS TINTAS E VERNIZES A tinta é uma composição química líquida ou sólida que.Pintura para metais como proteção anticorrosiva 5. Por exemplo. cetonas (acetona. solvente(s) e aditivo(s). na sua maior parte. Ele é constituído. anticorrosivas. É o elemento que agrega as partículas formadoras de película de tinta. pigmento(s) e aditivo(s). 5. atualmente. também é o constituinte que caracteriza a tinta (SANTOS. sendo o responsável direto pela continuidade e formação da película de tinta. ciclohexanona) e os glicóis (etilglicol. etc. Solventes Os solventes são substâncias usadas para solubilizar a resina. tinta. www. 2005). hidrocarbonetos aromáticos (tolueno e xileno). butanol e álcool isopropílico). fosfato de zinco) e protetores (tintas ricas em zinco). ao passo que aquelas altamente 13 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . por exemplo. . e são divididos em inibidores (zarcão. 2005) mencionam que.DOSSIÊ TÉCNICO Os diluentes são compostos elaborados com diferentes solventes e são usados para ajustar a viscosidade de aplicação da tinta de acordo com o equipamento a ser utilizado na aplicação (FRAGATA. devido ao apelo maior pela preservação ambiental. Solventes leves acarretam em defeitos conhecidos como casca de laranja e solventes pesados produzem escorrimento de tinta e aumentam o tempo de secagem. 2005). azul da Prússia. Os pigmentos diferenciam-se dos corantes e anilinas. em alguns países foram criadas leis que regulamentam o teor de compostos orgânicos voláteis. 5. havendo forte tendência em substituí-las pelas solúveis em água. Uma tinta pode ser formulada com um ou mais pigmentos combinados. carbonatos. ou ainda. como por exemplo. não contaminarem o ambiente e não oferecerem riscos à saúde dos pintores. na questão da solubilidade e opacidade. nos últimos anos. As tintas com baixo teor de pigmento são mais brilhantes. uma vez que estes não se exporão a solventes orgânicos prejudiciais à saúde. que resultaram no surgimento das tintas ecológicas. inicialmente em 340 g/L de tinta e atualmente reduzidos para valores entre 240 e 270 g/L. cargas: reforçam a película. anticorrosivos: conferem propriedades anticorrosivas à película de tinta.3. Atualmente. os pigmentos especiais que são utilizados com objetivos específicos. Segundo Santos (2005). impermeabilizantes ou ainda. tintas à base de água. o tempo de secagem adequado e a perfeita formação da película (SANTOS. o formulador deve conhecer as faixas de destilação dos solventes que irá utilizar na tinta e seu poder de solvência. ao ser aplicada sobre uma superfície. Existem. por exemplo. 2009). (2002 apud SANTOS. os impermeabilizantes. apresentam como vantagens o fato de não apresentarem odor. de acordo com a finalidade. dióxido de titânio. finamente divididas. utilizados nas tintas com objetivo estético ou decorativo. As tintas solúveis em água ou tintas hidrossolúveis. De acordo com Barbosa (1993 apud SANTOS. insolúveis no veículo fixo. Limites de compostos orgânicos voláteis foram especificados. o uso das tintas com solventes vem sendo contestado. os esquemas de pintura de base aquosa se constituem numa alternativa viável na linha das tintas ecológicas na proteção contra a corrosão atmosférica do aço. cromato de zinco. podem ser classificados em: opacificantes-coloridos: são os que se destinam a fornecer opacidade e cor. De uma forma geral utiliza-se uma mistura de solventes com a finalidade de obter a solvência. Por opacidade ou poder de cobertura entende-se que a película formada pelo pigmento. aumentam o teor de sólidos nas tintas de alta espessura e substituem parte do pigmento anticorrosivo e parte da resina. O teor de pigmento tem grande influência nas características finais de uma película de tinta. os fluorescentes e fosforescentes e os anti-incrustantes (SANTOS. Pigmentos Os pigmentos são partículas sólidas. etc. mascare-a bem. proteção anticorrosiva (FRAGATA. Devido a toxicidade dos solventes orgânicos. notadamente às de fundo. 2005). dependendo do que se espera da película de tinta. sílicas e sulfatos. silicatos. os perolados. 2009). ainda. tintas mais baratas. obtendo-se deste modo. fato que não ocorre com os corantes e anilinas. regulam o brilho e a consistência. os pigmentos. pois os pigmentos são insolúveis no veículo e também conferem opacidade. 2005). Quintela et al. muitas vezes. a preparação de superfície deve ser bem executada. 2009). e é dada pela seguinte equação: (8) onde: PVC = concentração volumétrica de pigmento (%) Vp = volume de pigmento Vvf = volume de veiculo fixo De acordo com essa equação. Aderência O revestimento por pintura com baixa aderência acarreta em uma série de problemas. resistência à abrasão. 2009). De acordo com Fragata (2009).br 14 . conforme mostra Quadro 2. 6. do substrato.1. dureza. há três mecanismos principais para a aderência do revestimento ao substrato: aderência química: ocorre quando a tinta reage quimicamente com o substrato.respostatecnica. não é suficiente para garantir uma boa durabilidade aos revestimentos por pintura. Outros fatores como permeabilidade. flexibilidade. 2009). pode ocorrer o aparecimento de bolhas (empolamento) no revestimento.Pintura para metais como proteção anticorrosiva pigmentadas são foscas. há variação das propriedades das películas de acordo com sua PVC. produtos de corrosão e pintura envelhecida. Esse tipo de aderência. entre eles: se o mesmo estiver imerso ou exposto a alta umidade. resistência à água e às condições de exposição atmosférica (FRAGATA. sais. PROPRIEDADES FUNDAMENTAIS DOS REVESTIMENTOS POR PINTURA Há diversas propriedades físico-químicas importantes para a durabilidade do revestimento por pintura. aderência polar: ocorre pela atração entre grupos polares das moléculas da resina com os grupos polares. graxas. resistência à abrasão e impacto. onde há a remoção dos contaminantes da superfície (óleos. Variação de PVC (*) PVC PVC Propriedades da película Permeabilidade Coesão da Flexibilidade a vapor d’água película Brilho Dureza Porosidade/ rugosidade (*) (aumenta). se ficar exposto ao intemperismo natural. também são afetados pela relação entre veículo e pigmento. aderência mecânica: ocorre baseada na rugosidade da superfície do substrato e por isso a preparação prévia é importante. 2009) 6. sob ação de raios solares e sujeito aos processos naturais de dilatação e contração. A preparação de superfície é a etapa anterior à aplicação das tintas. poderá ocorrer o descascamento (FRAGATA.org. Para se obter boa aderência dos revestimentos por pintura aos substratos. Os mais importantes para a proteção anticorrosiva são: aderência. Em relação à formulação de tintas. www. (diminui) Quadro 2 – Variação de propriedades em função da PVC Fonte: (FRAGATA. de carga oposta. pois são forças fracas. por exemplo) e criação de condições adequadas para essa aderência ao substrato (FRAGATA. há uma relação importante denominada por Pigment Volume Content – PVC. Ao se executar o teste de aderência. seja sob condições de imersão ou de exposição à umidade atmosférica. Portanto. FATORES IMPORTANTES NO DESEMPENHO À CORROSÃO DOS REVESTIMENTOS POR PINTURA A durabilidade de um revestimento por pintura depende de uma série de fatores. como radiação solar. além de proporcionar redução no custo global. tem-se alguns aspectos importantes. evitar a presença de locais que permitam a estagnação de água. prever condições de acesso para inspeção e manutenção dos revestimentos por pintura. 2009). Resistência à abrasão e impacto Duas propriedades importantes.3. sais.DOSSIÊ TÉCNICO As falhas de aderência podem ser de natureza adesiva (o revestimento se desprende diretamente do substrato ou entre as demãos de tinta do esquema de pintura) ou coesiva (o revestimento não é destacado do substrato nem da outra demão. evitar presença de frestas. que influenciam a proteção anticorrosiva serão expostos a seguir. da proteção anticorrosiva. é importante que. pois esse resultado mostra apenas (dependendo do valor obtido) que as forças de adesão são superiores às forças de coesão. evitar contato de metais de potenciais diferentes. 7.2. umidade. por métodos que utilize esforço por tração. Os mais importantes. 6. na fase de projeto das estruturas e equipamentos.1. já que estarão em contato com água de qualquer forma. 15 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . 6. há a necessidade dos esquemas de pintura possuírem resistência adequada às condições de exposição. evitar ou tratar adequadamente os cantos vivos. etc. 6. Aspectos relacionados à construção e ao projeto das estruturas e dos equipamentos A fim de maximizar a durabilidade do revestimento e por consequência. prever cordões de solda bem acabados. A seguir. o ideal é que o rompimento seja na própria camada. com o rompimento ocorrendo dentro da própria camada de tinta). Resistência à água Propriedade importante independente do meio que o equipamento ou estrutura esteja. 6. sejam tomadas algumas precauções. este resultado significa que o revestimento está comprometido em relação a durabilidade (FRAGATA. Resistência às condições de exposição atmosférica Os revestimentos ficam sujeitos à ação de diversos agentes que contribuem para sua degradação. ventos.5. 7. Caso o rompimento se dê entre demãos ou diretamente do substrato.4. em função do uso de esquemas de pinturas mais econômicos. Flexibilidade O revestimento deve ter flexibilidade adequada para que não ocorra fissuras na película devido a sua dilatação e contração. dependendo das condições de trabalho e exposição das estruturas ou equipamentos. gerada pelas variações térmicas do meio. para não afetar a proteção anticorrosiva. Visa remover os contaminantes da superfície (carepa de laminação. isenta de contaminantes e ferrugem. escória de cobre. em alguns casos. Esse jato é obtido através da projeção.org. detergentes.) e criar condições que proporcionem aderência satisfatória aos esquemas de pintura. quando a carepa de laminação começa a desprender-se. impulsionadas por um fluido. Esse graus são avaliados com base nos padrões das normas técnicas que tratam desse tema www. A escolha do produto é função do tipo e grau de contaminação da superfície. que devem ser realizados em superfícies de aço cujos estados iniciais de oxidação são os citados anteriormente. Uma superfície limpa. Há quatro graus de limpeza por jateamento abrasivo. também. 7. Sobre a superfície. dentre outros. grau B: superfície de aço com princípio de corrosão. desde que não tenha formado ainda cavidades muito visíveis (pites) em grande escala.2. Preparação por meio de limpeza com solventes Geralmente é apenas uma das etapas do processo de preparação da superfície. produtos de corrosão. É o tipo de limpeza mais adequado e recomendado para aplicação de pintura. por meio de aplicação de um jato abrasivo com granalha de aço. Representa a superfície de aço recentemente laminada. 2009). na nomenclatura (FRAGATA. Solventes orgânicos. de acordo com as normas citadas.1. etc.respostatecnica. Preparação da superfície Essa etapa é a mais importante para que um esquema de pintura apresente o desempenho esperado. óleos.Pintura para metais como proteção anticorrosiva 7. para posterior aplicação dos revestimentos por pintura. o aço não revestido pode se encontrar em quatro graus de intemperismo que serão descritos a seguir. seca. 2007). Assim. das condições de acesso e da viabilidade operacional de execução (FRAGATA. ISO 8501. Os graus de limpezas estabelecidos nessas normas são equivalentes entre si. sais.2. é uma base perfeita para uma boa performance de um sistema de pintura (FRAGATA. grau D: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão com formação de cavidades visíveis em grande escala. O desempenho de um revestimento anticorrosivo está diretamente ligado a escolha adequada do tipo de tinta e do adequado preparo de superfície. Preparação por meio de jateamento abrasivo Consiste na remoção da camada de óxidos e outras substâncias depositadas sobre a superfície. 7. das dimensões da superfície. É importante. pois possui grande rendimento de execução. geralmente o ar comprimido (NUNES. vapor e água doce podem ser utilizados nessa etapa. da complexidade geométrica. As normas SIS 055900-1967.2.br 16 . graxas. etc. grau C: superfície de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão ou poderá ser removida por raspagem ou jateamento. 2009). LOBO. além de deixar a superfície com rugosidade excelente para boa ancoragem da película de tinta (NUNES. LOBO. Essa etapa visa remover contaminantes oleosos. proporciona limpeza adequada. bauxita sinterizada. Os serviços de preparação de superfície de aço são realizados para atender aos requisitos técnicos estabelecidos em normas que tratam desse tema. descrever os graus de intemperismo inicial que uma superfície ferrosa pode apresentar antes da limpeza. ISO 8504 e SSPC são as mais utilizadas mundialmente. terras. diferindo apenas. 2009). 2007). soluções alcalinas.2. de partículas de abrasivo. tintas velhas. grau A: superfície de aço com a carepa de laminação praticamente intacta em toda a superfície e sem corrosão. sais. a SIS 055900-1967. de tal modo que apenas possam aparecer leves sombras. A retirada do produto de corrosão situa-se em torno de 5 % e corresponde ao padrão Sa 1. ferrugem e partículas estranhas. óxidos e partículas estranhas. Após o tratamento a superfície deverá apresentar uma coloração acinzentada. ar comprimido seco e limpo ou escova limpa. os padrões referentes ao abrasivo em questão. Assim. com remoção total de laminação. 7. Por esse motivo.DOSSIÊ TÉCNICO como. sempre que possível. o hidrojateamento é classificado em: hidrojateamento a alta pressão: a pressão varia de 34 Mpa a 170 Mpa (10000 psi a 25000 psi). por exemplo. Para os diversos graus de intemperismo os padrões de limpeza são A Sa 3. jato ao metal branco: é o jateamento abrasivo perfeito. óxidos e possíveis partículas estranhas não aderentes. Este padrão não se aplica às superfícies de grau A. Para os demais graus de intemperismo os padrões de limpeza são B Sa 2. Finalmente se faz a remoção dos resíduos com aspirador de pó. Preparação por meio de hidrojateamento Processo em que a limpeza da superfície é obtida por meio de água a altas pressões. Os resíduos são removidos com aspirador de pó. listras ou descoloração na superfície. Este padrão não se aplica às superfícies com grau de oxidação inicial A. e em seguida. existe equipamentos capazes de operar com pressões ate 276 Mpa (40000 psi). o hidrojateamento é um método bastante utilizado na preparação de superfície e possui. para um mesmo grau de limpeza. entre outras. as seguintes características técnicas: 17 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . sem listras ou sombras. praticamente. C Sa 2 ½ e D Sa 2 ½. a descrição destas. é recomendado que se use. óxidos e partículas estranhas. jato comercial: prevê a remoção de. C Sa 1 e D Sa 1. Descrição Jateamento ligeiro Jateamento comercial Jateamento ao metal quase branco Jateamento ao metal branco Nomenclatura SIS 055900-1967 ISO 8501 Sa 1 Sa 1 Sa 2 Sa 2 Sa 2 ½ Sa 2 ½ Sa 3 Sa 3 SSPC SP-7 SP-6 SP-10 SP-5 Quadro 3 – Padrões de limpeza de superfície de aço preparadas por jateamento abrasivo Fonte: (FRAGATA. Ao final da limpeza 95 % de uma polegada quadrada de área deverão estar livres de resíduos e a superfície deverá apresentar uma tonalidade cinza clara. em cerca de 50 % da superfície a ser pintada e corresponde ao padrão Sa 2. Para os demais graus de intemperismo os padrões de limpeza são B Sa 1. Para os diversos graus de intemperismo os padrões de limpeza são A Sa 2 ½. Segundo Nunes e Lobo (2007). ar comprimido seco e limpo ou escova limpa. jato ao metal quase branco: o jato é mantido por tempo suficiente para assegurar a remoção da laminação. C Sa 3 e D Sa 3.3. Atualmente.2. na avaliação do grau de limpeza. a cor do abrasivo influencia na coloração final da superfície. C Sa 2 e D Sa 2. ISO 8501 e SSPC. De acordo com a Norma SSPC-SP12 / NACE No 5. 2009) Jato ligeiro: prevê a remoção de carepa de laminação solta. B Sa 2 ½. ou não aderente. Após a limpeza a superfície deverá apresentar uma cor cinza de tonalidade muito clara e uniforme. em função do abrasivo escolhido. De acordo com Fragata (2009). hidrojateamento a hiperalta pressão: usada para pressões acima de 170 Mpa (25000 psi). B Sa 3. a superfície pode apresentar diferenças na coloração final. O Quadro 3 apresenta a equivalência dos padrões de limpeza dessas normas. toda a carepa de laminação. a superfície deverá ter suave brilho metálico. C St 2 e D St 2.respostatecnica. os responsáveis diretos pela degradação dos revestimentos e corrosão dos substratos. pelo menos. óxido e partículas estranhas. apresenta-se a descrição básica dos padrões de limpeza citados. Em relação aos graus de limpeza obtidos pelo hidrojateamento (water jetting – WJ). por exemplo. aos padrões SP-2 e SP-3 da norma SSPC. tem-se as lixas. mas é indicado para casos onde a superfície já possui a rugosidade (como. carepa de laminação e revestimentos) não aderentes são removidos da superfície. de revestimentos ou materiais estranhos. de revestimentos e de materiais estranhos. de produtos de corrosão previamente existentes. respectivamente. Os padrões de limpeza de superfície de aço estabelecidos pelas normas SIS 055900-1967 e ISO 8501.br 18 . Deve possuir aspecto metálico fosco. podem ser: hidrojateamento severo (WJ-1): a superfície deve estar limpa de todos os produtos de corrosão previamente existentes. dois terços de sua área livre dos resíduos visíveis (exceto carepa de laminação) e o restante poderá apresentar manchas suaves. St 2: raspagem com raspadeira de metal duro e escovamento cuidadoso a fim de remover a laminação. estes são classificados de acordo com a Norma SSPC-SP12 / NACE No 5. em muitos casos. tem-se as pistolas de agulha. Dentre as ferramentas manuais mais utilizadas. de processos anteriores de jateamento). Após a limpeza.org. painéis elétricos e outros equipamentos que possam ser prejudicados pelo pó do abrasivo ou até mesmo pela sua deposição durante a operação de limpeza). não é nocivo ao ambiente e nem prejudicial à saúde. hidrojateamento elevado (WJ-3): a superfície deve apresentar aspecto metálico fosco com pelo menos. raspadeiras e martelos de impacto. de sua área livre dos resíduos visíveis previamente existentes. 7. Preparação por meio de ferramentas mecânicas e/ou manuais Esse método é indicado para os casos em que não for possível a utilização do jateamento abrasivo (como. distribuídas aleatoriamente. que correspondem. cujos padrões de limpeza. hidrojateamento muito elevado (WJ-2): a superfície deve apresentar aspecto metálico fosco com 95 %. de carepa de laminação.4. hidrojateamento brando (WJ-4): apenas os resíduos (produtos de corrosão. Em relação às ferramentas mecânicas. www. O restante poderá apresentar manchas suaves.Pintura para metais como proteção anticorrosiva eficiente na remoção de contaminantes da superfície. escovas de aço. Este método de preparação de superfície não se aplica a superfícies com grau de oxidação A. por exemplo. possui a desvantagem de não conferir rugosidade à superfície. são o St 2 e St 3. próximo a motores. escovas de aço e lixadeiras rotativas.2. de oxidação revestimentos ou materiais estranhos. A seguir. não é eficiente para remoção de carepas de laminação e produtos de corrosão muito aderentes. em especial os sais solúveis que são. Para os graus de intemperismo os padrões de limpeza são B St 2. não gera pó durante a operação de limpeza e nem produz faíscas. distribuídas aleatoriamente. alumínio. pode ser realizada sem diluição da tinta. de manutenção. as condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das estruturas metálicas. se além da proteção anticorrosiva. as condições possíveis de preparação de superfície. os padrões de limpeza são B St 3. Especificação dos esquemas de pintura De acordo com Fragata (2009). Dentre os fatores básicos que norteiam a especificação de um esquema de pintura. Para os graus de intemperismo.). bordas. repintura total. Se aplicada de forma inadequada. não ocasiona overspray. 7. segundo Fragata (2009): baixa produtividade. mas eficiente para pintura de estruturas delgadas ou tubulações de pequeno diâmetro em locais sujeitos a muito vento. o que proporciona elevadas espessuras de película seca. aço galvanizado. em gral. de modo cuidadoso. destaca-se: o tipo de substrato a ser revestido (aço carbono. pistola de pulverização convencional. Também deve ser especificado. mais indicado para primeira demão de tinta em cordões de solda. pistola sem ar (airless spray). 7. imersão e pintura eletroforética.DOSSIÊ TÉCNICO St 3: raspagem e escovamento com escovas de aço.4.). Seguem algumas características do método de aplicação de tintas por meio de trincha. de custo baixo. o tipo de pintura a ser feita (nova. 19 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . a pintura apresentará outra finalidade. Os principais métodos de aplicação das tintas são: trincha. as condições prévias do substrato e a complexidade geométrica das estruturas ou dos equipamentos. pois outros métodos podem deixar falha devido à dificuldade de penetração ou à deposição da tinta. também. e não requer grande capacitação do aplicador. arestas e demais acidentes. a correta especificação do esquema de pintura é. consequentemente. perda de tinta menor que outros métodos. É uma ferramenta simples e. para que conheçam bem os métodos e as características técnicas das tintas. pode resultar na formação de diversos defeitos que contribuirão para diminuição da vida útil do revestimento por pintura. Aplicação das tintas É importante que as tintas sejam aplicadas por profissionais treinados e com experiência nesta área. etc. as películas não apresentam uniformidade em relação a espessura.3. um fator importante para se obter a proteção anticorrosiva desejada com uma relação custo/benefício atraente.1. As cerdas da trincha permitem que a tinta seja levada às cavidades e regiões de difícil acesso. independente do pintor. Após a limpeza.4. C St 3 e D St 3. Trincha Um dos métodos mais antigos e difundidos de aplicação de tintas. reentrâncias. etc. rolo. 7. cantos vivos. deverá a superfície apresentar pronunciado brilho metálico. bolhas. a responsável pelo acúmulo de mais ou menos tintas no rolo. utiliza-se trinchas de até 125 mm de largura para pintura de grandes áreas. 7. a tinta é depositada dentro de um tanque metálico.2. 2009). de pelos de animais. pois há a possibilidade de ocorrer. podendo ser utilizado em grandes áreas. em geral.respostatecnica. não conduz à formação de películas com espessuras uniformes e nem se obtém espessuras elevadas. 2009). os mais apropriados são recobertos com lã de carneiro.Pintura para metais como proteção anticorrosiva para não ocorrer o defeito sangramento. é um método bastante utilizado no campo da pintura industrial. deve ser realizada de forma bastante criteriosa para evitar a formação de espuma ou de bolhas que são prejudiciais à película. além de aumentarem a chance de se ter bolhas na mesma. overspray. A altura da lã pode ser variada e é essa altura. a atomização é feita com auxílio de ar comprimido que entra na pistola por passagem distinta da tinta e são misturados e expelidos pela capa de ar. pressão e gravidade. Apresenta alta produtividade e fornece películas com excelente aspecto visual e espessura uniformes. não indicado para tintas ricas em zinco a base de silicatos.4.org. deve-se evitar o repasse excessivo da trincha para aplicação de tintas que secam e formam película somente pelo processo de evaporação de solventes. São ideais quando necessita de trocas frequentes de cores e pintura de pequenas áreas. pois há perda excessiva de tinta.br 20 . www. Os mais comuns na pintura industrial são alimentação por pressão (tanques) e por sucção (caneca). Alturas maiores promovem maior espessura e deixam marcas mais pronunciadas na película. normalmente. Pistola de pulverização convencional Segundo Fragata (2009). é feita criando-se vácuo com a passagem de ar comprimido na capa de ar que succiona a tinta contida num recipiente de um quarto de galão e aberto para o exterior. para não ocorrer o defeito sangramento. Na pintura por pulverização utilizando pistola convencional. facilmente. etc. fibras sintéticas ou vegetais. pois resistem aos solventes orgânicos. provido ou não de agitador mecânico e a pressão do ar comprimido faz com que a tinta chegue ao bico da pistola (FRAGATA. nivelamento deficiente. é um método tradicional e bastante utilizado para proteção anticorrosiva e possui as seguintes características: boa produtividade. sendo necessária a aplicação de demão adicional para atingir a espessura desejada. Esse tipo de aplicação deve ser feita por profissionais treinados e com experiência na utilização deste equipamento.4. deve ser evitado em locais com muito vento. As cerdas são. Rolo De acordo com Fragata (2009). 7. A alimentação por sucção. defeitos como escorrimento. deve-se evitar o repasse excessivo da trincha para aplicação de tintas que secam e formam película somente pelo processo de evaporação de solventes. No sistema de alimentação por pressão. formando leque cujo tamanho e forma são controláveis. (FRAGATA. conhecido como pistola de caneca. A alimentação da tinta pode ser por sucção.3. não indicado para tintas ricas em zinco a base de silicatos. excesso ou insuficiência na espessura. Porém. 4. Pintura eletroforética O processo de revestimento eletroforético é um dos processos mais importantes e eficientes de aplicação de tintas. A utilização de tintas de qualidade inadequada ou não conforme com suas respectivas normas técnicas pode conduzir à ocorrência de falhas prematuras nos revestimentos. a tinta pode escorrer pela superfície. for tal que impeça a passagem de corrente. As desvantagens são: espessura irregular. os boletins técnicos das tintas informam. a tinta é atraída pela peça. prejudicando o aspecto estético. CONTROLE DE QUALIDADE O controle de qualidade. forma-se um leque formado exclusivamente de tinta. Estabelecendo uma diferença de potencial e assim.5. 2009). baixa espessura da película.6. Pistola sem ar (airless spray) De acordo com Fragata (2009). 7. ocorre deposição uniforme em toda a peça. 2009). explicitação do esquema de pintura. Ações de prevenção de defeitos antes da aplicação A seguir. segundo Nunes e Lobo (2007). 7.1. principalmente nos pontos onde existem furos. mesmo que as etapas anteriores tenham sido realizadas de forma correta. pois se elas não atenderem aos requisitos contidos nas suas especificações e não resistirem às condições do meio que serão expostas.4. Além disso.DOSSIÊ TÉCNICO 7. que é função da espessura. A pistola airless não possui regulagem de leque e fluido. sendo assim uma vantagem bastante relevante em relação ao impacto ambiental. 8. é o método mais importante e eficiente de aplicação de tintas anticorrosivas. atualmente. para um dado produto.4. durante e após a aplicação da tinta. É muito utilizado para pintura de automóveis e as tintas são a base d’água. e a atomização ocorre devido à súbita descompressão da mesma. Imersão A peça a ser revestida é mergulhada em um tanque contendo a tinta a ser aplicada. permite a obtenção de películas de alta espessura e evita perdas por overspray. Essa quantidade de tinta depositada é determinada pelo equivalente eletroquímico (FRAGATA. Existem bicos de diversos orifícios e leques e.5. que devem ser implementadas antes da aplicação de um esquema de pintura a fim de evitar o aparecimento de defeitos durante o controle da qualidade ao final da aplicação. para se prevenir defeitos. Com isso. resultando em grande economia. acionada normalmente por processo pneumático. Esse controle deve ser realizado antes. Qualidade das tintas dos esquemas de pintura A qualidade das tintas é um fator muito importante. Suas vantagens são: minimização de perdas. A peça a ser revestida é mergulhada na tinta e ligada a uma fonte de corrente contínua. pois ao retirar a peça do tanque. é de fundamental importância na aplicação de tintas. Assim. A tinta é pressurizada por meio de uma bomba. 21 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT . 7. A vantagem do airless em relação à pistola convencional é a maior eficiência quanto à rentabilidade da pintura. mesmo em locais críticos. tendência a apresentar escorrimentos. serão destacadas algumas ações para prevenção de defeitos. certamente a proteção anticorrosiva ficará prejudicada. facilidade de operação. menor número de operadores e equipamentos e eficiência no recobrimento das peças ou componentes. o tipo de bico e a pressão de pulverização mais adequado (FRAGATA. A deposição termina quando a resistência da película úmida. 8.4. depressões ou ressaltos na peça. elaboração de procedimentos de aplicação. Ações de prevenção de defeitos durante a aplicação Tem por objetivo avaliar a eventual presença de substâncias contaminantes da superfície. FALHAS E DEFEITOS O reconhecimento do tipo de defeito encontrado na pintura industrial. A seguir.br 22 . 8. de acordo com Qualificação (2009).Pintura para metais como proteção anticorrosiva qualidade das tintas utilizadas.2.org. www. de acordo com Nunes e Lobo (2007). teste de adesão das películas de tinta. O ideal é maximizar as ações de prevenção para que se possa minimizar as ações de detecção de defeitos. inspeção de recebimento de tintas. 9. 8. tem-se algumas dessas ações (NUNES. homogeneização e diluição das tintas. avaliação das condições atmosféricas. treinamento de capacitação do pessoal. será mostrada uma sequência de ações de controle de qualidade que deve nortear a aplicação de um esquema de pintura. determinação das descontinuidades em películas de tinta. avaliação de eventuais falhas das películas de tinta. medição das espessuras das películas de tinta.3. as ações de detecção de defeitos não podem ser dispensadas. A seguir. Ações de detecção de defeitos Por mais abrangentes e cuidadosas que sejam as ações de prevenção de defeitos. LOBO. que possam prejudicar suas condições de limpeza ou prejudicar a adesão do esquema de pintura. A seguir são apresentadas as falhas que ocorrem com mais frequência. medição do perfil de rugosidade.respostatecnica. a compreensão de sua causa e como corrigi-lo reduzem o custo da manutenção e permitem manter a aparência estética. calibração dos aparelhos e instrumentos de medição e testes. inspeção de recebimento de abrasivos e água. elaboração de planos de inspeção. avaliação do grau de limpeza da superfície. 2007). acompanhamento da mistura. avaliação do método de aplicação e das espessuras úmidas das tintas. Correções: antes da secagem. Após a secagem. Observações: mais comum em tintas de secagem rápida. Correções: antes da secagem. aplicar outra demão. 23 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT .1. inspecionar os equipamentos de aplicação e homogeneizar a tinta. diluição incorreta. Causas: falta de habilidade do pintor. é necessária a remoção do excesso de tinta. As áreas em escassez apresentam pouca cobertura. em pequenas áreas. Deve-se modificar as condições de aplicação com pistola. Após a secagem. Correções: antes da secagem. falta de controle da espessura molhada. áspera. pressão de pulverização muito alta. tinta muito viscosa ou com pouco alastramento. Também pode ser a causa da porosidade (defeito que será descrito posteriormente). Após a secagem. Causas: As partículas da tinta quase secas atingem a superfície devido a evaporação muito rápida do solvente. pistola muito distante da superfície. aguardar que a área de trabalho fique sem contaminantes. tinta mal misturada. Causas: excesso de espessura. trincha ou rolo inadequado.2. lixar e aplicar outra demão.DOSSIÊ TÉCNICO 9. Causas: contaminação da superfície. tixotropia insuficiente. Deve-se usar trincha macia e reformular a tinta. com trincha macia. das áreas com excesso e nas áreas em escassez. é necessária a remoção do excesso de tinta com trincha ou boneca de pano e modificação das condições de aplicação à pistola. pistola com pulverização espasmódica. é necessária a remoção com pano embebido em solvente. 9. pintura a pistola com vento.3. Observações: o controle da espessura molhada é um dos melhores métodos para evitar esse defeito. caso o problema tenha sido falta de agitação. Escorrimento ou descaimento Descrição: excessiva fluidez da tinta em superfícies verticais. corrigindo eventuais ajustes na pistola e/ou diluição usando solvente mais lento. aplicar outra demão. remover a pintura. tinta defeituosa. Após a secagem. deve-se lixar e procurar uniformizar com outra demão. respingos de solvente sobre a tinta fresca ou seca. diluição excessiva da tinta. Espessura irregular (falta ou excesso) Descrição: falta de uniformidade do filme. convém remover o excesso com lixamento manual controlado para evitar fendilhamento ou descolamento do primer e/ou sistema. Observações: no caso de primer de zinco. vento.4. Manchas ou manchamento Descrição: o filme apresenta-se manchado. para os outros casos. é necessária a aplicação de um pano com solvente. dos equipamentos de aplicação ou da área de trabalho. forte calor ambiente. deve-se lixar e aplicar outra demão. superfícies difíceis de pintar. porém o pó da tinta não sai ao contato com os dedos. Over spray (pulverização deficiente) ou atomização seca Descrição: superfície sem brilho. 9. Correções: antes da secagem. fora das tolerâncias médias. podendo favorecer a corrosão. 9. ocorrendo sob a forma de ondas ou gotas. filtrar a tinta contaminada. falta de controle do filme úmido. Impregnação de abrasivos e/ou materiais estranhos ou lixa Descrição: a superfície fica áspera. Correções: lixar e aplicar outra demão. Correções: antes da secagem. limpar o equipamento contaminado. no caso de tintas do mesmo tipo. perfil de ancoragem: rugosidade muito alta. por exemplo. superfícies quentes. de cor diferente. aplicar com pistola em vez de rolo ou trincha.8. ocorre com aplicação a trincha ou rolo de outro termoplástico. muito grossa. melhorar as condições do canteiro. somente detectável com aparelho. atomização deficiente.6. deve-se lixar ou remover a pintura. Causas: ressolubilização de pintura existente do tipo termoplástica pelo solvente da demão subsequente. 9. abrasivo.Pintura para metais como proteção anticorrosiva 9. marcando a superfície. Causas: pintura sobre superfícies contaminadas com poeira e/ou grãos de abrasivo. over spray. Correções: após a secagem. Após a secagem. tornando-se visíveis ou ocluídos no seio da pintura. acabamento branco de borracha clorada aplicada à trincha sobre primer de borracha clorada vermelho. espessura insuficiente. Causas: oclusão de ar ou solvente no filme. Causas: oclusão de solvente ou ar durante a aplicação. é necessária a aplicação de um pano com solvente para remover a pintura contaminada.br 24 . Porosidade ou poros Descrição: A pintura apresenta diminutas descontinuidades em forma de orifícios. lixar ou remover toda a pintura e aplicar outra demão. excessiva atomização: pressão alta. temperatura da superfície muito quente.respostatecnica. Cratera ou craterização Descrição: Defeito semelhante a pequenas e uniformes crateras que ocorre no filme de tinta e que são formadas de bolhas que após romperem não mais se nivelam. terra. 9.5. respingo d’água sobre a tinta fresca. tinta. www. deve-se corrigir a atomização. rolo ou trincha contaminada por areia. 9. 9. poeira levada pelo vento sobre a tinta fresca. invisíveis a olho nu. Após a secagem.org. quando a demão existente é tinta betuminosa ou derivada que migra para a demão superior. Devido ao método de aplicação. inclusive a betuminosa. dependendo da intensidade. dependendo da extensão. protegendo a área de pintura contra contaminação. Correções: antes da secagem.9. Sangramento ou ressolubilização Descrição: a pintura apresenta mancha grande. no caso das betuminosas. remover a pintura. Inclusão de pelos Descrição: a pintura fica impregnada por pelos ou fiapos que podem aflorar. a ressolubilização causará manchas róseo-avermelhadas no acabamento. arenosa como uma lixa. independentemente do método de aplicação. limpar a superfície antes de pintar. etc. água no ar de atomização da pistola. falta de habilidade do pintor.7. superfície contaminada. contaminação da superfícies da tinta ainda úmida pelo abrasivo que cai sobre ela. lixar e retocar as áreas contaminadas. pelos levados pelo vento que caem sobre a tinta fresca. etc. fiapos. protegendo a área de pintura contra contaminação. filtrar a tinta contaminada. tintas incompatíveis. cabelos. Empolamento com líquido no interior. não aplicar tintas incompatíveis entre si nem as que sejam inadequadas para proteção catódica. panos. superfícies muito quentes. descartar trinchas e rolos defeituosos.10. etc. oclusão de solvente ou ar no filme. evitar pintar sobre superfícies muito quentes. dependendo da intensidade. evitar uso de estopa. 25 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT .DOSSIÊ TÉCNICO Causas: contaminação da superfície a ser pintada ou ainda com tinta fresca por pelos (fios. remover a pintura com pano e solvente. Correções: antes da secagem. pintura sobre sal solúvel. drenar e limpar os equipamentos e a superfície contaminados com água. Após a secagem. lixar ou remover toda a pintura e aplicar outra demão. incompatibilidade com proteção catódica ou excesso de proteção catódica. Após a secagem. 9. rolos. ocorre em condições secas. Correções: antes da secagem. Causas: empolamento seco.). tinta contaminada por estes tipos de impurezas. limpar as superfícies antes de pintar. limpar os equipamentos contaminados. trapos. melhorar as condições do canteiro. Empolamento ou bolhas Descrição: a pintura apresenta protuberâncias semiesféricas que variam de tamanho e intensidade. remover as impurezas e retocar. originados de trinchas. ocorre em condições de imersão. www.org. Acesso em: 21 maio 2013. produz consequente aumento da confiabilidade operacional Recomenda-se entrar em contato com a instituição abaixo indicada para mais informações: Associação Brasileira de Corrosão – ABRACO Avenida Venezuela. além da questão da redução de custo como resultado da preservação da integridade dos equipamentos e instalações.br 26 .org.br/site>. RJ Telefone: (21) 2516-1962 Fax: (21) 2233-2892 Site: <http://www.Pintura para metais como proteção anticorrosiva Conclusões e recomendações O revestimento por pintura é um método de proteção anticorrosiva que apresenta resultados satisfatórios quando realizado de forma correta.abraco. 27. Saúde CEP: 20081-311 – Rio de Janeiro.respostatecnica. A utilização adequada dos revestimentos por tinta. Disponível em: <http://teses. Acesso em: 24 abr. 2013. LOBO. P. Paraná. n. Fernando Benedito. MERÇON. Disponível em: <http://www.brasilescola. [200-?]. 2013. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. J. GUIMARÃES..br/coppe_m/saint-clairdantasoliveirasantos. Disponível em: <http://amigonerd.ufrj. 2013. [201-?]. O. 2013. QUALIFICAÇÃO para Inspetor de Pintura Nível 1 – Módulo V: A Pintura como Técnica da Proteção Anticorrosiva.].I.htm>. Saint-Clair Dantas Oliveira.]. Rio de Janeiro: UFRJ. Acesso em: 24 abr. Rio de Janeiro: UFRJ. 2005. 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