Santoro, Fernando - Filósofos épicos I, Parmênides e Xenófanes

March 21, 2018 | Author: Elliott Smith | Category: Greek Mythology, Poetry, Plato, Aristotle, Homer


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BIBLIOTECA CLÁSSICAFILÓSOFOS ÉPICOS I PARMÊNIDES E XENÓFANES fragmentos Edição do texto grego, revisão e comentários Fernando Santoro Revisão Científica Néstor Cordero Fundação Biblioteca Nacional Rio de Janeiro, 2011 REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Ministra da Cultura Ana de Hollanda FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL Presidente Galeno Amorim Diretoria Executiva Célia Portella Coodenação Geral de Pesquisa e Editoração Oscar M. C. Gonçalves EXPEDIENTE Biblioteca Clássica Filósofos Épicos I Parmênides e Xenófanes – Fragmentos Edição do texto grego, tradução e notas CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVRO, RJ P265f v.1 Parmênides, Xenófanes Filósofos épicos I : Parmênides e Xenófanes, fragmentos / edição do texto grego, tradução e comentários Fernando Santoro ; revisão cientifica Néstor Cordero. - Rio de Janeiro : Hexis : Fundação Biblioteca Nacional, 2011. 184p. (Biblioteca clássica ; v.1) Texto bilíngue, português e grego Inclui bibliografia ISBN 978-85-62987-05-2 1. Parmênides. 2. Xenófanes, ca. 570-ca. 478 a.C. 3. Filosofia antiga. 4. Poesia grega. I. Xenófanes, ca. 570-ca. 478 a.C. II. Santoro, Fernando, 1968-. III. Cordero, Néstor-Luis. IV. Biblioteca Nacional (Brasil). V. Título. VI. Título: Parmênides e Xenófanes, fragmentos. VII. Série. 11-1348. CDD: 182.3 CDU: 1(38) Fernando Santoro Revisão Científica Néstor Cordero Chefia na Edição do livro Guilherme Celestino Assistência na Edição e Tradução Eraci de Oliveira Luan Reboredo Revisão de Língua Portuguesa 11.03.11 14.03.11 025006 Luiza Miriam Ribeiro Martins Revisão de Língua Grega Clarissa Marchelli Projeto Gráfico “Hexis” é um selo editorial da Ali Comunicação­e Marketing Av Presidente Vargas, 590/1003, Rio de Janeiro, RJ CEP 20071-000 www.alicomunicacao.com.br [email protected] Samuel Tavares Guilherme Celestino Capa Maria Fernanda Moreira Ali Celestino COMISSÃO EDITORIAL Fernando Muniz, UFF Fernando Santoro, UFRJ Henrique Cairus, UFRJ Izabela Bocayuva, UERJ Luis Felipe Belintani, UFF CONSELHO CONSULTIVO Marcos Martinho, USP Breno B. Sebastiani, USP Gabriele Cornelli, UNB Emmanuel Carneiro Leão, UFRJ Márcia Cavalcante Schuback, Södertörns Högskola Néstor Cordero, U. de Rennes Pierre Chiron, U. de Paris XII Helène Casanova-Robin, U. de Paris IV Bárbara Cassin, CNRS David Konstan, U. of Brown Livio Rossetti, U. di Peruggia Giovanni Casertano, U. di Napoli testemunhos de vida e doutrina Filósofos Épicos III – Empédocles. testemunhos de vida e doutrina . fragmentos Filósofos Épicos IV – Empédocles. fragmentos Editor do texto grego: Fernando Santoro Tradutor: Fernando Santoro Revisor: Néstor Cordero Introduções.Volumes Este volume: Filósofos Épicos I – Parmênides e Xenófanes. comentários e notas: Fernando Santoro Próximos volumes: Filósofos Épicos II – Parmênides e Xenófanes. vinculados à UERJ. segundo as edições críticas. A Coleção é realizada por um pool de editoras responsáveis pela execução gráfica e pela distribuição. Indica-se sempre a proveniência das variantes. constam na bibliografia. Não é exigido repertoriar todas as variantes encontradas nas edições críticas consultadas. UFF e UFRJ. As notas ao texto grego devem ser ao mesmo tempo sucintas e claras. Quando edições das fontes são diretamente tratadas. As edições devem apontar as variantes mais significativas em notas de pé de página. estas serão creditadas quando divergentes. O projeto inclui um núcleo básico de pesquisa. É repertoriada a lista completa de fontes e suas edições. METODOLOGIA Edição dos textos gregos Para a composição dos textos gregos editados. avaliação e tradução composto de professores universitários e pesquisadores de pós-graduação. segundo as edições críticas consultadas. . coordenados pelas equipes dos Laboratórios integrantes do Polo de Estudos Clássicos do Estado do Rio de Janeiro – PEC. Em geral. Todavia a coleção não se propõe a realizar o trabalho paleográfico e filológico de uma edição crítica exaustiva. quando disponíveis. com apoio da Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos – SBEC e da Fundação Biblioteca Nacional. O objetivo é reunir em língua portuguesa um acervo de edições bilíngues com aparato de notas e comentários. as referências a manuscritos das fontes são indiretas. segundo o mais alto padrão acadêmico internacional. recomenda-se a consulta e crítica das principais edições críticas e também fac-símiles dos manuscritos. A pontuação moderna é uma escolha do editor. de fontes e edições críticas.BIBLIOTECA CLÁSSICA OBJETIVOS GERAIS A BIBLIOTECA CLÁSSICA é um programa editorial para publicação das obras clássicas da filosofia e da literatura antiga. se seguem os manuscritos mais fiáveis (os que apresentam trechos maiores. É preciso escolher a lição. o ponto de partida está em explicitar o sentido do texto. ou ainda mais. As Joias da Biblioteca Nacional O Projeto de editar os clássicos – abrindo com os “filósofos épicos” – inclui também o destaque de sua recepção em 1 Jean BOLLACK. chegando às vezes a lhe tolher qualquer sentido”1. expresso por Schleiermacher. mas se assinalam as variantes e correções alternativas. segundo o princípio bem assentado da arte da hermenêutica. em alemão. alguns eméritos helenistas. os mais antigos. inversões.VI FILÓSOFOS ÉPICOS I O texto grego pode seguir igualmente uma edição crítica previamente estabelecida. ante tantas sugestões de correção.. o texto grego segue na página esquerda. a autoria deve ser explicitamente creditada a quem estabeleceu o texto. muitas vezes. defendido pela escola filológica de Lille: dar preferência às lições dos manuscritos. em português. apontamos outro princípio. mas para escolher entre tantos sentidos integrais possíveis e bem justificados. para nossas traduções dos clássicos. que se amontoam desde a antiguidade clássica.. correções. com a vista calcada no sentido integral de cada obra. intervenções. nestes casos. O que Bollack diz acima a respeito de sua tradução dos manuscritos de Epicuro vale igualmente. e tal intervenção raramente é assinalada. que esteja em domínio público ou cujos direitos sejam cedidos. Assim. os melhor conservados). em inglês.com>. também os manuscritos de que dispomos são provenientes de fontes indiretas. Contudo. . Mas. “percebe-se que já desde os manuscritos. foram exercidas sobre o texto inicial. em francês. Comentário sobre sua tradução dos textos de Epicuro. Para facilitar o cotejo da tradução. amputações..greekphilosophy. em espanhol. e sabe-se que na transmissão helenista não há muito pudor em intervir no texto citado. Nestes casos. há mais de uma variante de interesse para a compreensão integral das obras. bem ou mal fundamentadas da parte dos copistas. disponível em: <http://www. quando se percorre as tão diversas traduções já editadas. dos tradutores precedentes. A tradução Em toda tradução. há séculos. dos editores. diversas manipulações. Correções aos manuscritos devem ser assinaladas e creditadas ao seu autor. . com parecer científico anexado e revisão por autoridade científica no assunto. a qual pode solicitar pareceres de membros do Conselho Consultivo. textos editados em diversos contextos. No caso de serem textos inéditos. inclusive com a edição ou reedição de obras de significado especial para esta língua.ufrj. incluem desde manuscritos nunca antes editados do acervo da FBN (como a tradução dos Versos de Ouro de Pitágoras por Luiz Antonio de Azevedo Lisbonnense. ou As lágrimas de Heráclito de Antônio Vieira (Ref. em busca desses pequenos tesouros ocultos ou esquecidos. as seções de manuscritos e de obras raras. selecionaremos partes significativas ou faremos seleções comparativas (por ex. Para cada volume. DK B11 das Sátiras de Xenófanes). eventualmente para cada autor. I.BIBLIOTECA CLÁSSICA VII língua portuguesa. XVII. Pode ser indicado novo membro para a Comissão Consultiva. Normas editoriais disponíveis em <www. do séc XVIII. aceito por unanimidade da Comissão Editorial. tal como tradução do Poema de Parmênides por Gerardo Mello Mourão. Os membros do Conselho Editorial são permanentes.29) do séc. Tais obras são o que denominamos “as Joias da Biblioteca”. no caso de já terem sido publicados em contexto diferenciado.1. Somente em caso de saída de um membro da Comissão Editorial pode ser indicado novo membro. produziremos um apêndice com um texto ou seleção de textos significativos para a literatura e a recepção da obra em língua portuguesa. publicaremos o texto completo. para que esta mantenha o número de cinco membros.044 – FBN). podendo sair por vontade própria. de preferência.01.br>. as seis [ou mais] traduções brasileiras do frag. bem como a de periódicos da FBN estão sendo pesquisadas. VI-308. Para tanto. CONSELHO EDITORIAL Os Títulos da coleção devem ser indicados por algum membro do Conselho Editorial (composto pelos membros da Comissão Editorial e do Conselho Consultivo) e aceitos pela maioria simples da Comissão Editorial da Coleção BIBLIOTECA CLÁSSICA.pec. 14. publicada em uma revista da prefeitura do Rio de Janeiro em 1986. aceito por unanimidade da Comissão. que recebeu recente publicação bilíngue. A Comissão Editorial deve zelar pelo cumprimento das regras da coleção e encaminhar às editoras associadas os manuscritos aprovados. Manuscrito: Ref. Carolina Torres. perspicácia e honestidade filológicos para com a filosofia. Chiara Robbiano. Lucia Saudelli e Aude Engel. Tatiana Ribeiro. . Giovanni Casertano. À Professora Barbara Cassin. Agradeço com entusiasmo a todos os amigos que discutiram comigo as decisões de edição e tradução ao longo dos últimos cinco anos. além de abrir-me as portas para o mundo eleata. Rafael Barbosa. que suportaram alguns anos de discussões e experiências. Lambros Couloubaritsis. Guilherme Celestino. Lívio Rossetti. cuja leitura atenta de minha tese de doutorado. Felipe Gonçalves.VIII FILÓSOFOS ÉPICOS I AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todos que contribuíram para a realização deste estudo. sem dúvida me alargaram a visão. a começar por Marcelo Pimenta Marques. aceitou a faina de ser o revisor oficial deste volume. e particularmente seus condutores André Laks e Carlos Levy. Um agradecimento especial a Néstor Cordero que. Nunca poderei expressar também toda a gratidão que tenho pelo Professor Emmanuel Carneiro Leão. formadoras do que entendo hoje por rigor. Devo um agradecimento especial aos que me transmitiram seus apontamentos precisos e úteis. Suzana Piscitello. nas aulas de graduação e pós-graduação. Henrique Cairus. em 1998. e nas jornadas de tradução do Laboratório OUSIA de Estudos em Filosofia Clássica. José Gabriel Trindade. Gerard Journée. a quem devo a iniciação e formação em filosofia e língua gregas. Eraci de Oliveira. Agradeço especialmente a todos os participantes do Seminário de 2010/2011 sobre os pré-socráticos gregos/latinos do centro Léon Robin. Daniel Rubião. alguns me ajudaram diretamente no presente trabalho: Carlos Lemos. devo muitas das lições de cuidado e amor aos textos. como Jean Bollack. Luan Reboredo. sobretudo quanto aos efeitos no texto da sua transmissão e recepção. Leopoldo Iribarren. Também devo agradecer aos meus orientandos e exorientandos. abriu-me o acesso para temas e autores fundamentais nos estudos de Parmênides. . pela bolsa de pesquisa (2007-2009) sobre “Os Filósofos Poetas” e seu apoio à publicação deste primeiro volume da Coleção Biblioteca Clássica. agradeço às agências brasileiras de fomento sem as quais tudo isso não seria alcançado: à Fundação Biblioteca Nacional. a épica tradução do Poema de Parmênides realizada por seu pai Gerardo Mello Mourão. pela bolsa de pesquisa (2010-2011) e suporte institucional (acordo Capes/Cofecub) para o projeto de pesquisa sobre “As origens da linguagem filosófica: estratégias retóricas e poéticas da sabedoria antiga” e à Faperj pelo apoio à formação do Polo de Estudos Clássicos do Rio de Janeiro.BIBLIOTECA CLÁSSICA IX Agradeço de coração ao Tunga e ao Embaixador Gonçalo Mourão a autorização para republicar. na seção das “Joias”. Por fim. à Fundação Capes. nascido em / nota. d. cap. editores. introdução loc. páginas pl. trad. genitivo introd. na forma masculina n. abrev. ser. reimpressão revisão de. exemplo f. volumes / verso. v. página. editora ex. Olimpíada org. ­­ organizadores p. sg. nos versos . cf. masculino. com. s. séries singular Suplemento termo substantivo tradução. no verso vocativo versos. plural pub. grama gen. revisado por a saber século(s) série. voc. séc. edição. feminino. ablativo abreviatura.v. organizador.C. nominativo Ol. fragmento. dat. abreviado acusativo apêndice capítulo comentário confrontar / conferir dativo depois de Cristo editor. suppl. ac. fragmentos g. app. notas nom. ed. traduzido por volume. referência reimpr.X FILÓSOFOS ÉPICOS I ABREVIATURAS USUAIS abl. sc. publicado em ref. vv. rev. na forma feminina FBN Fundação Biblioteca Nacional fr. locativo m. L. L. 61951 (2004) DK A seção de doxografias (vida e doutrina) DK B seção dos fragmentos E. N. < > Palavra interposta pelos editores ou pelo tradutor. manuscritos E. . F etc. (discriminados na seção FONTES DOS FRAGMENTOS E SUAS EDIÇÕES) libri códices. palavra entre colchetes significa presença nos manuscritos posta em suspeição pelos editores. 1526 – chamada edição Aldina) CAG Commentaria in Aristotelem Graeca DK Diels.. N. W. Aldo Manucio (editor da primeira tentativa de estabelecimento do texto de Parmênides. H. Veneza. F etc. reeditado Sext. Die Fragmente der Vorsokratiker. manuscritos mss.BIBLIOTECA CLÁSSICA XI SIGLAS E ABREVIATURAS NESTE VOLUME Ald. manuscritos reed. & Kranz. Sexto Empírico [ ] Somente no texto grego e na tradução. . ..........37 Da Natureza...............................2 A discussão acerca do método...............................1 Os filósofos poetas.......................................................................................................................................XI PREFÁCIO.................................................11 Os temas filosóficos..............................................................................................................9 Os gêneros e seus metros....................................................................................... .......... X SIGLAS E ABREVIATURAS NESTE VOLUME.......55 Vida de Parmênides.............................................................................................................10 O verso épico..............................................................................................................................49 PARMÊNIDES DE ELÉIA..........39 FRAGMENTOS DUVIDOSOS....................................71 ........................................................................................................... ......................................55 A reconstituição arqueológica................... .60 Os deuses-conceito...............................................62 Os nomes dos deuses.................................................................................... VIII ABREVIATURAS USUAIS....................................................................... .......................................................................................................................................................................................................................................................................................11 As Elegias.........4 XENÓFANES DE COLOFÃO..................................................................................................7 INTRODUÇÃO AOS FRAGMENTOS.............................21 Sátiras................59 Nossa tradução.............................................................. ..................11 As Sátiras (sílloi) .................................9 Edição do texto grego e tradução .................................................57 Edição do texto grego......................... V AGRADECIMENTOS....................................... ............ teologia e outras ciências..............12 FRAGMENTOS................................................19 Elegias........................................................................................................................................................................................................................................................3 Cosmologia.......................................................65 O Poema e suas “partes”.............53 INTRODUÇÃO AOS FRAGMENTOS DO POEMA DE PARMÊNIDES........Sumário BIBLIOTECA CLÁSSICA...........................................................................................................................................9 Vida de Xenófanes..........................................................29 Paródias.................................................................................3 A forma épica........................................ ......................................................1 A determinação como “physikói” e “physiólogoi”.................................................... ...............................124 FONTES DOS FRAGMENTOS E SUAS EDIÇÕES......................................................77 Da Natureza............................................................................................107 Cosmos 1.......................................................109 Cosmos 3.........................89 Os Caminhos 2........... 127 JOIAS DA BIBLIOTECA NACIONAL.............................................................117 FRAGMENTOS DUVIDOSOS..79 Programa 1................................................................................................................139 ÍNDICE ONOMÁSTICO...........................................................................................................107 Cosmos 2.........................91 O Caminho do que é..............111 Cosmos 4.......101 O Caminho das Opiniões 2...............................117 Cosmos 8.........................................................................................................................................................................................................117 Cosmos 9.........................................................119 TÁBUA DE CONCORDÂNCIA..........................................................................................................................................................................................................................................................79 Proêmio.................113 Cosmos 5.............................................................................85 Programa 2.......................................FRAGMENTOS................................................................. ............................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................................... ............93 O Caminho das Opiniões 1............. ............147 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................87 Os Caminhos 1..................................................................................................... .. ......115 Cosmos 7........151 ..................................................89 Os Caminhos 3.................................................105 O Caminho das Opiniões 3..............................................................................................................................113 Cosmos 6............................................................. .................................................................. para Antônio PREFÁCIO Os filósofos poetas A filosofia surge, na Grécia, em meio a um fecundo diálogo e uma calorosa disputa entre valores e formas de conhecimento. Diálogo e disputa que são entretidos com as formas tradicionais de educar e conhecer, sobretudo a poesia épica, mas também a poesia lírica, a órfica, a trágica, as tradições oraculares e outras formas de expressão e de linguagem. Os primeiros filósofos nascem diretamente destas tradições discursivas, e muitas vezes mantêm elementos formais e também conteúdos similares a esta origem – ao mesmo tempo em que frequentemente assumem uma posição de distanciamento e confronto face às mesmas. Uma longa tradição, que já vem desde os comentadores alexandrinos, passando pela edição de Stephanus da Poiesis Philosophica (1573) até a grande compilação de filósofos arcaicos de Friedrich Wilhelm August Mullach Fragmenta Philosophorum Graecorum (1860) seguida da coletânea de Hermann Diels Poetarum Philosophorum Fragmenta (1901), vinculou fortemente os primeiros filósofos a suas origens poéticas, tanto que os denominava “Poetas Filósofos”. Esta denominação tinha em geral, porém, uma conotação pejorativa, de viés positivista: tratavam-se ainda de protofilósofos, pensadores que falavam por meio de alegorias, porque não teriam ainda desenvolvido a linguagem madura da filosofia e da ciência. Somente com a obra maior de Hermann Diels, Die Fragmente der Vorsokratiker, a partir do início do séc. XX com contínuas revisões feitas por ele e Walter Kranz até 1952, estes filósofos passaram a ser denominados canonicamente como “filósofos pré-socráticos”. Contudo, o tom de classificá-los como aspirantes à filosofia não se alterou, visto que ser anterior a Sócrates ainda é visto como anterior ao paradigma clássico da filosofia. Mas ressoa ainda, por todo o séc. XX, a relação que Nietzsche lhes imprimiu com a poesia trágica, desfazendo o preconceito positivista que vê a ciência como uma superação dos mitos e da poesia. De fato, a filosofia dos primeiros filósofos faz parte de uma grande transformação criativa da da cultura e da civilização.C. que ele chama também de “theólogoi”. principalmente. Aristóteles ocupase de discutir as principais teses ontológicas dos eleatas. Com efeito. estes que trataram dos primeiros princípios e causas. criando zonas de fronteira que se cruzam sem se sobrepor. da cultura. de recíproca influência e de empréstimos de recursos expressivos ou formatos discursivos. para a discussão filosófica dos seus conteúdos e temas. VI e V a. Cada um delimita um conjunto que aproxima de seus textos outros textos de formas afins dentro do campo da literatura sapiencial grega. filósofos como Xenófanes. a partir da ecdótica dos textos gregos e das traduções. de “sophói” ou “philósophoi”. face aos demais discursos sapienciais e formas de expressão coetâneos. Chamamos de ‘épicos’. como um gênero de poesia sapiencial. particularmente os poemas de tradição homérica. na Magna Grécia dos séc. nomeia os seus predecessores. Assim. no primeiro livro da Metafísica (982a). das instituições que se interpenetram e influenciam.2 FILÓSOFOS ÉPICOS I linguagem. Destaquemos quatro aspectos dos Filósofos Épicos. não é somente uma relação exterior. esboçados aqui cada um em separado. entre suas obras. No primeiro livro de sua Física. Com os filósofos épicos exploramos as potencialidades criativas deste limiar. A relação da filosofia com a poesia. e merece ser pensada neste limiar em que confluem literatura. A filosofia não supera a poesia. Filósofos que compuseram. São épicos segundo uma abordagem que diz respeito ao estatuto das formas e conteúdos da filosofia em seus primórdios. Parmênides e Empédocles. abrindo caminho para uma análise discursiva de suas formas originais de expressão e. o Estagirita estabelece a perspectiva para abordar Xenófanes e Parmênides como filósofos que tratam da natureza. O título que seus tratados irão (posteriormente) receber: “Acerca da Natureza” (Perì Phýseos) . diferenciando-os dos poetas.. A determinação como “physikói” e “physiólogoi” Aristóteles. para estabelecer o seu próprio conceito de phýsis (natureza) como princípio de movimento. pensamento e conhecimento. a filosofia surge originalmente. mas concorre entre as diversas formas de pensamento e expressão para o diverso desempenho criador do conhecimento. retórica. simplesmente. poemas/tratados sobre a natureza (perì phýseos). como um programa de investigação. mas as opiniões. seus caminhos. e sua dependência da perspectiva aristotélica. que se vão consolidar em Platão e. tais como na poe­ sia épica de Hesíodo e Homero. mesmo quando esta versa a respeito de sua inspiração pelas musas. Parmênides e Empédocles estão na fronteira de um mundo em transformação. A reflexão sobre o estatuto do conhecimento diferencia-os também dos contextos rituais de revelação e interpretação. seus tratados acerca da natureza englobam também o que poderíamos considerar como discussões preliminares metodológicas acerca do estatuto da verdade e das opiniões. Assim. Xenófanes. na discussão aristotélica sobre o discurso apofântico (declarativo. tal como os oráculos. teologia e outras ciências Os tratados acerca da natureza de Xenófanes e Parmênides expõem uma visão do cosmos com aspectos as- . A discussão acerca do método Xenófanes. pelo menos) têm como objeto de reflexão o próprio conhecimento. O problema aqui pode abrir-se por várias portas: uma primeira é em que medida a abordagem do tema dos princípios como um problema que diz respeito à phýsis é um marco de origem da filosofia. e Parmênides na primeira parte do poema (os fragmentos DK 28 B1 até B6. Por outro lado.PREFÁCIO 3 deve-se a esta perspectiva. mas refletir sobre a própria condição da verdade. das opiniões dos filósofos da natureza “Physikôn Dóxai”. outra é acerca da determinação do próprio sentido de natureza. Com relação ao estatuto do conhecimento. Cosmologia. Isso os diferencia dos discursos sapienciais tradicionais. desvios e limitações. empreendida por Teofrasto. Isso aponta para uma diferença em relação às compreensões clássicas de verdade como adequação. particularmente no fragmento DK 21 B 34. foi o lugar de divulgação destes tratados: a compilação. demonstrativo). por muito tempo. a qual também vai dirigir a obra que. principalmente. e conservam de modo rico e refletido elementos das experiências tradicionais de inspiração e revelação ao mesmo tempo em que apresentam um ímpeto de investigação da natureza e um cuidado de explicação dos fenômenos que já os projeta como homens de ciência e filosofia. Parmênides e Xenófanes não opõem ao verdadeiro o falso. Talvez essa seja uma das principais características da nascente filosofia: não apenas buscar a expressão de verdades. 4 FILÓSOFOS ÉPICOS I tronômicos. a nomeação. A filosofia já havia experimentado a prosa nos tratados acerca da natureza em sua origem jônica. Neste contexto. 2 Cf. apesar de apresentar um tratado que dialoga e polemiza com as recentes filosofias jônicas. Esta crítica está no coração das considerações sobre a opinião. de particular interesse para a história das ciências e para uma reflexão epistemológica em geral2. E Parmênides. Giovanni. e a crítica a como os homens os compreendem e se relacionam com eles – que aparece não apenas nos fragmentos dos tratados acerca da natureza dos pré-socráticos em geral. o qual também interpretava e criticava. Karl. 10 (Os Gêneros e Seus Metros). encontramos a crítica às concepções teológicas tradicionais. A compreensão desta visão do cosmos é também decisiva para a reflexão sobre o sentido da chamada “segunda parte” do Poema de Parmênides e para a consideração do estatuto do conhecimento humano e das “opiniões dos mortais”3. os textos também são potencialmente ricos de uma antropologia filosófica. mas não sem conflitos. seu lugar na cosmovisão dos poetas filósofos. o engano e tudo o que se pode enquadrar dentro da perspectiva de uma experiência humana repleta de limitações. Neste sentido. discursos teogônicos e cosmogônicos. sobretudo quanto ao seu antropomorfismo. Popper. Parmenide il metodo la scienza l’esperienza (1989). 4 Cf. . Casertano. Xenófanes de Colofão provém diretamente dessa tradição naturalista jônica. Convivem. mas também particularmente nos fragmentos satíricos (Sílloi) de Xenófanes. entre os quais: Xenófanes. The world of Parmenides. Ao mesmo tempo em que podemos vislumbrar catálogos de deuses. geográficos. 3 Cf. A forma épica Entre os diversos filósofos conhecidos que escreveram tratados acerca da natureza. alguns usaram em seus tratados a forma épica da versificação em hexâmetros dactílicos4. mas era também um rapsodo. biológicos etc. Essays on the Presocratic Enlightenment (1998). Não se trata de uma simples continuação da tradição de poesia sapiencial homérica. parece que decide muito propositalmente pela forma tradicional do verso homérico. também é significativo o problema do estatuto ontológico dos deuses. que recitava tanto poemas seus quanto do repertório homérico. Parmênides e Empédocles. p. As sátiras (sílloi) incluem uma reflexão sobre os limites e métodos do conhecimento que não se deve excluir do gênero de poesia sapiencial. pp 48-64 e a referência aos versos épicos em Coxon. A. sobretudo no que se refere aos discursos acerca dos deuses. quer dizer: também aos conteúdos narrados nos poemas5. Memória seja esposa do governante Zeus e mãe das Musas inspiradoras. mas entre estes filósofos poetas incluímos também Xenófanes que faz poesia sapiencial também com outros metros. 22009. e mesmo as elegias de Xenófanes contêm prescrições e reflexões de ordem ética e política. O problema está em como justificar a escolha do verso.PREFÁCIO 5 Portanto. Por outro lado. o uso do verso é uma escolha deliberada e não uma inerte continuação da tradição. mais do que nos conteúdos. 1998. a memória é a base da conservação e da transmissão sapiencial para uma civilização que ainda está em processo de alfabetização. O hexâmetro dactílico é escolhido pelos filósofos épicos quando tratam da natureza. H. seja justamente para concorrer pelo mesmo público. Um efeito que se queria produzir por meio de uma performance típica para um largo auditório. Barbara. 5 Cf. Cassin. e pela mesma função de educador dos homens civilizados. As referências a Homero também se faz em alusões a expressões e a episódios da épica. como Xenófanes. Por que escrever filosofia em poemas metrificados como os de Homero? O mesmo Homero que muitas vezes é o modelo de valores e de conteúdos a criticar. devia surtir um efeito bem mais amplo do que uma leitura de estudo privado. se deva investigar o efeito pretendido por tais filósofos com suas obras poéticas. Talvez. Não é por acaso que nas teogonias.. . uma récita pública segundo a tradição dos rapsodos declamadores de cantos homéricos. Não se pode esquecer tampouco a função mnemônica do hexâmetro. há uma forte crítica acerca desses conteúdos. Talvez. Afinal. . XENÓFANES DE COLOFÃO . . Além dos poemas de que nos sobraram fragmentos. interpretava certamente Homero. assumida de diversas maneiras pelos filósofos que atuaram em Eleia. tal como Platão caricaturou a atividade dos rapsodos no diálogo Íon.INTRODUÇÃO AOS FRAGMENTOS DOS POEMAS DE XENÓFANES Vida de Xenófanes Xenófanes nasceu na cidade de Colofão. pela Sicília. seu pendor pela agonística em torno dos princípios. sempre realizando sua atividade de rapsodo.6 Edição do texto grego e tradução Para o texto grego de Xenófanes. Vitae philosophorum IX. em torno de 570 a. Com a invasão dos Persas. migrou em direção ao ocidente por volta de 545. mas as notícias de que foi o fundador da Escola Eleata decerto decorrem do desejo de transformar algumas afinidades de prática e doutrina em grandes encontros históricos. tomamos como ponto de partida a edição de domínio publico de Hermann Diels Poe6 A maioria dos dados biográficos de Xenófanes encontra-se em Diógenes Laércio. conforme seus próprios versos autobiográficos. a ideia e teoria do Uno. Esteve presente na fundação de Eleia em 540 e muito provavelmente ali manteve intensa atividade intelectual e letiva. Hesíodo e também poemas de própria autoria. Encontrou-se certamente com o jovem Parmênides. Pelas suas considerações críticas à épica arcaica se pode imaginar que suas interpretações não fossem somente récitas inspiradas desprovidas de reflexão. Foi contemporâneo de Anaximandro. . Xenófanes viveu mais de noventa anos. a recepção do poeta põe na conta de sua nova teologia. na Jônia. sobretudo. respirou os ares dos filósofos naturalistas da região e. De toda forma. crítica do antropomorfismo de Homero e Hesíodo.C. como a Fundação de Colofão e a Fundação de Eleia. Como rapsodo. pelo sul da Itália. 18-20 (DK 21 A 1). também se tem notícia de que escreveu outros poemas épicos. passando por várias cidades gregas. fugido ou banido. 10 FILÓSOFOS ÉPICOS I tarum Philosophorum Fragmenta (1901) digitalizada e disponível na Internet. Utilizamos, por sua maleabilidade, a versão do sítio mantido por Zdeněk Kratochvíl, montada a partir da Anthologia lyrica, ed. Hiller – Crusius, Lipsiae, 1903 e da última edição de Hermann Diels e Walther Kranz, Die Fragmente der Vorsokratiker, Zürich, 1951. Cotejamos diretamente a edição Diels-Kranz (1951), usada para a referência da notação, e as edições de J. H. Lesher (1992) e Jaap Mansfeld (1983). No grego, deixamos em minúsculas todos os fragmentos atribuídos, mas não alteramos as maiúsculas no texto das fontes. Na tradução, usamos maiúsculas nos nomes próprios e nos nomes de deuses; explicaremos o motivo adiante7. A recepção dos Fragmentos de Xenófanes em português produziu alguns excelentes trabalhos, entre os quais destacamos a experiência de tradução de inspiração concretista de Trajano Vieira8, que explora o potencial poético da forma fragmentada do legado pré-socrático. Buscamos em nossas traduções a informação filológica suficiente, a clareza filosófica e a ordenação poética, à medida do possível. Procuramos nos pôr a caminho da excelência literária de Anna Lia de Almeida Prado9 e Trajano Vieira. Nossa contribuição suplementar diz respeito apenas às informações filológicas e à possibilidade de cotejo com o grego. Para se ter ideia da variação, brindamos o leitor, no anexo das “Joias da Biblioteca Nacional”, com algumas das traduções para o português do fragmento B11. Os gêneros e seus metros Mesmo sendo autor de uma obra sobre a natureza e com suas observações importantes sobre a limitação do conhecimento humano, não é à toa que Xenófanes seja muitas vezes mais lembrado como poeta do que filósofo. Isto se deve à variedade de metros e gêneros poéticos em que escreveu. Mas, não foi menos filósofo em um gênero do que em outro, seus dísticos elegíacos e seus iambos não sendo menos ricos de assertivas sapienciais. 7 Cf. Os deuses-conceito p. 62. 8 Vieira, Trajano, Xenofanias. Campinas, Ed. Unicamp, 2006. 9 Prado, Anna L. A. de A. Fragmentos de Xenófanes de Colofão, in: Os Pré-Socráticos, org. J. Cavalcante de Souza, São Paulo, Abril, 1973. XENÓFANES 11 O verso épico Xenófanes usa o verso épico ou homérico, o hexâmetro dactílico, no seu poema didático Da Natureza, assim como o farão Parmênides e Empédocles10. O verso épico é usado nos poemas que educam os gregos. Os jovens fazem a escansão do ritmo com os pés e cumprem exercícios físicos enquanto recitam as palavras de Homero e Hesíodo. Poderíamos dizer que o hexâmetro é a pauta do caderno oral de aprendizagem. É o suporte mnemônico da cultura grega arcaica. O dáctilo ou compasso dactílico é composto de uma sílaba longa seguida de duas breves: – ∪∪ . As Elegias Esquema simples do hexâmetro dactílico: – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪ São chamados de elegias os poemas de Xenófanes construídos com o “dístico elegíaco”, composto de um hexâmetro dactílico e de um pentâmetro dactílico alternados. Por conta da variação, transmite mais carga emotiva do que o metro épico, composto exclusivamente de hexâmetros. Há dois fragmentos maiores das elegias: um trata dos ritos de realização de um banquete, com importante consideração sobre os deuses que inclui uma crítica velada a Homero e Hesíodo; o outro é um fragmento de ordem política sobre os valores pelos quais os cidadãos honram seus heróis, com uma crítica à opinião comum dos homens. Dos demais fragmentos, alguns poderiam integrar esses primeiros poemas. Esquema simples do dístico elegíaco: – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪∪ | – ∪ – ∪∪ | – ∪∪ | – | – ∪∪ – ∪∪ | ∪ As Sátiras (sílloi) Os sílloi, sátiras, são poemas curtos, compostos de iambos (que em grego significa “invectiva”) O metro iâmbico é mais próximo da prosa quotidiana (pés alternando uma sílaba breve e uma longa), por isso o trímetro iâmbico foi o verso usado na poesia dramática antiga. O iambo satírico é usado para lançar impropérios ou para fazer críticas irônicas. Aris10 Cf. A forma épica, p. 4. 12 FILÓSOFOS ÉPICOS I tóteles considera o iambo e a poesia de invectiva a origem da comédia11. Sem dúvidas, esta arte também está na origem da dialética, principalmente a de verve socrática. Esquema simples do trímetro iâmbico: ∪ – ∪ – |∪ – ∪ – |∪ – ∪ – Os temas filosóficos As questões filosóficas que Xenófanes aborda variam e se acomodam confortavelmente nos modelos poéticos em que ele exerce sua verve. Para a descrição cósmica própria de um discurso sobre a natureza, o filósofo toma a altivez do hexâmetro épico. Para a crítica às opiniões de autores tradicionais ou às do senso comum, usa a invectiva satírica. Para os preparativos rituais de uma festa, declama uma elegia. Se, ao examinar os conteúdos, adotássemos uma perspectiva anacrônica moderna, que visa o objeto tratado e o método de tratá-lo, não veríamos diferenças de gêneros poéticos, mas de campos do conhecimento e suas ciências. Chamaríamos o primeiro de discurso cosmológico, pois tem em vista a ordem dos elementos e o mundo. O segundo poderíamos chamar de discurso epistemológico, porque trata dos limites do conhecimento e do modo como o senso comum e os antigos poetas projetam sua própria imagem e opinião sobre os deuses. O terceiro seria difícil de enquadrar em uma ciência moderna, trata-se mais de um saber viver, um domínio dos costumes, que os antigos romanos chamavam de arte do “convívio” e que constituiu uma literatura toda particular sobre os modos e discursos nos “banquetes”; Platão, Xenofonte, Plutarco, Ateneu foram alguns dos expoentes neste gênero e nesta arte. Assim, ainda que nos esforcemos para enquadrá-lo em nossas temáticas filosóficas tradicionais, Xenófanes parece à primeira vista mais um escritor bastante versátil do que um sábio ou um filósofo propriamente dito, ou seja, um homem que escreve desde um ponto de vista universal do conhecimento, que tem uma unidade de pensamento e que poderíamos descrever em seu caráter filosófico próprio. Todavia, podemos reparar que há um mesmo motivo que perpassa tanto a sua épica, quanto as sátiras e as elegias. É este motivo que nos permite uma aproximação mais significativa tanto do caráter de Xenófanes quanto do seu significado para a história da filosofia. 11 Aristóteles. Poética, 1449a 4. quando propõe que Xenófanes teria escrito um poema em versos épicos que trata. B24 e B25. por assim dizer “único”.. da geração cósmica a partir dos elementos e. segundo interesses também diversos. Encontramos o “uno” ou “único” atribuído a um deus. B23. mas Diels às vezes exagera para defendê-la. os encontraremos reunidos por Parmênides em um único poema. οὕτω διεξέρχεται τοῖς μύθοις. B25. Não é uma hipótese ruim. adotando outra heurística. justamente intitulado Parmênides. prefere distribuí-los por assunto: B27 e B29 sobre filosofia da natureza. em B23 e encontramos referências a uma totalidade das coisas em B24. transmitia com tais histórias que o que chamamos de todo é um único. que para ele é o núcleo da concepção ontológica de Parmênides e seus sucessores imediatos. Hermann Diels os dispõe dentro de um discurso cósmico sobre a natureza. sobre o novo deus e B34 sobre o conhecimento.. O uno tem para Platão importância ontológica e lógica capital na constituição de sua teoria das ideias. Os fragmentos de Xenófanes de que dispomos não falam propriamente nem de unidade conceitual da ideia nem explicitamente de uma unidade cósmica. ao passo que. Platão faz a escola eleática gravitar em torno da ideia do uno. B29 e principalmente em B34. A primeira e talvez ainda mais pregnante das interpretações de Xenófanes é devedora de uma referência feita no diálogo Sofista de Platão: [. ὡς ἑνὸς ὄντος τῶν πάντων καλουμένων. primeiro.] mas a nossa tribo eleática. mesmo à sua moda. da constituição de um deus único que tudo pensa e. também do método e dos limites do conhecimento.. Estes três elementos. ἀπὸ Ξενοφάνους τε καὶ ἔτι πρόσθεν ἀρξάμενον. por isso ele mesmo faz questão de declarar-se da família. terceiro. como quando acrescenta nove palavras à biografia de Xenófanes . em segundo. como um filho rebelde que ousa refutar o pai. B27. Mansfeld (1983). também de maneiras diferentes. Diels investe na proximidade com Parmênides.] τὸ δὲ παρ᾿ ἡμῶν ᾿Ελεατικὸν ἔθνος. de certo modo. (242d) [fala o Estrangeiro de Eleia][. iniciada a partir de Xenófanes e mesmo ainda antes.XENÓFANES 13 A recepção tradicional da filosofia de Xenófanes aproxima-se deste seu caráter. recentemente. tal como expõe também no outro diálogo que versa sobre o método da escola.. Todos estes fragmentos. Mas antes de associar esta teo­ logia a uma visão monoteista. entre deuses e homens o maior”. Vicenzo org. 239. 15-16). Lirici greci. 2009. 2 vol. atestando que Xenófanes viveu e lecionou em Eleia! Muitos historiadores da filosofia e da religião apontam para a menção do “deus único” de Xenófanes como signo de um monoteísmo grego. o que vemos perpassar tanto as elegias. onde encontramos a menção.14 FILÓSOFOS ÉPICOS I narrada por Diógenes Laércio (DK 21 A1. quanto os versos épicos e os satíricos. Milano. 12 In: Guarracino. Nas elegias. de Gigantes nem de Centauros. bom é comprometer-se com os deuses sempre. tal como quiseram e fizeram os padres apologetas não apenas com Xenófanes mas também com toda filosofia que lhes desse margem a defender o cristianismo. muitas vezes associando tal postura à ideia de uma evolução cultural racionalista. e antes de dar outra opinião. Diels reforça a interpretação de Clemente quando a justifica dizendo que “entre deuses e homens” é uma expressão polar (polarische Ausdrucksweise) usada para significar simplesmente que o deus único é absolutamente maior. Bompiani. revela nobrezas. e fazia com que uma hierarquia entre os deuses passasse por uma anulação de sua multiplicidade. não se põe a contar lutas de Titãs. De fato. não por acaso um apologeta cristão. Algumas traduções vão além. neste mesmo sentido. receba interpretações contorcidas para que o fundo politeísta não apareça. como a memória e o empenho na virtude. como a de R. E assim se foi constituindo uma segunda opinião constante sobre a filosofia e a teologia de Xenófanes. Diz Xenófanes: εἷς θεός. p. é uma nova forma de falar dos deuses. Já o próprio Clemente. nos lega o verso dizendo que “Xenófanes ensinava que o deus é único e incorpóreo”: διδάσκων ὅτι εἷς καὶ ἀσώματος ὁ θεὸς. uma nova teologia. ficções dos antigos. em que nada é útil. . vejamos um pouco mais de perto os textos de Xenófanes. bebendo. ἔν τε θεοῖσι καὶ ἀνθρώποισι μέγιστος que traduzimos por: “um único deus. Sanesi12 “C’è fra il mondo divino e quello umano um solo dio”. o filósofo poeta condena certas figurações pueris dos deuses (B1): O homem de louvor. ou revoltas violentas. Esta perspectiva chega a fazer com que o próprio fragmento B23. gigantes e centauros e ao modo violento como. A crítica das sátiras se dirige aos poetas tradicionais. mas claramente insinuados: sobretudo Hesíodo e Homero. e também aos ritos e representações dos deuses. dramático e irônico remontam. Tais antigos são aqueles teólogos épicos cheios de imaginação. Também as suas formas de exercer a crítica de modo performativo. 34. de modo claro e direto. não é apenas o tema da crítica teológica o que influenciou os discursos de Sócrates e Platão. Costa Rica XLVI (117/118) (2008). . não citados aqui. 28 (DK 28 A 37). Xenófanes. desdenha do antropomorfismo e do etnomorfismo das representações que os povos fazem de seus deuses. a nobreza e a virtude. Sem dúvida. De natura deorum I. aparece esta mesma crítica nos poemas satíricos (B11): Homero como Hesíodo atribuíram aos deuses tudo quanto entre os homens é infâmia e vergonha roubar. (Zenon y los Sofistas). Os poemas satíricos têm essa característica própria do drama cômico de falar a língua de todos os dias. V a. nos diálogos. devem comprometer-se com eles para bem agir. Este modelo de crítica à figuração de deuses violentos será retomado e desenvolvido por Sócrates na República de Platão. Livio. Nenhum traço de monoteismo. na visão dos antigos. Conquistou nas muitas viagens o distanciamento reflexivo pela extensa experiência com a diversidade dos povos e suas culturas (B15 e B16): 13 Cf. C. mas são indícios indiretos e ambíguos13. a crítica não é à multiplicidade dos deuses mas à postura dos homens para com eles. p. raptar e enganar mutuamente. Para Xenófanes. a uma origem que não pode distar da encenação das comédias e das declamações de vitupérios satíricos que preenchiam os intervalos das récitas de cantos épicos14. Rev. 14 Sobre a origem performativa e dramática da dialética Cf. de modo irônico. Rossetti.XENÓFANES 15 A crítica dirige-se contra as monstruosas ficções (plásmata) de titãs. invención del s. El “drama filosófico”. tais deuses se comportam. os homens devem valorizar a memória. mas declarada explicitamente. Cicero. Mais do que tentar imaginar e figurar os deuses. E provocativo. Há indícios de que Parmênides também teria tocado nesse aspecto da monstruosidade dos deuses. Filosófica Univ. Não mais insinuada. Inteiro vê. bois semelhantes aos bois pintariam a forma dos deuses e fariam corpos tais como fosse o próprio aspecto <de cada um>. suas asserções teológicas não são apenas negativas ou irônicas. <os cavalos> e os leões. permanecendo firme e imóvel. inteiro também escuta. Nos seus versos épicos há lugar também para a proposição de um deus superior. em nada semelhante aos mortais nem no corpo nem no pensamento. uma não menos dogmática do que a outra. Há uma reconstituição crítica dos argumentos relativos aos predicados desse deus na escola peripatética. Os etíopes <dizem que seus deuses> são negros de nariz chato os trácios <dizem serem> de olhos verdes e ruivos. com suas frases descontextualizadas e incompletas. é preciso ouvir o que o . o deus aparece como único por ser o que há de mais poderoso. Nele. quando pintassem com as mãos e compuzessem obras como os homens. nem lhe convém sair ali e acolá. São os fragmentos B23 a B26 que Justamente dão embasamento à recepção para constituir as duas tradicionais considerações sobre Xenófanes: como avô do uno eleático e defensor de uma concepção monoteísta: Um único deus. Sempre no mesmo permanece. oriundas de três fontes diferentes. entre deuses e homens o maior. As reúne em semelhança o tom épico do verso. sensível a todas as coisas e que domina a totalidade do real por meio do pensamento. inteiro pensa. Todavia.16 FILÓSOFOS ÉPICOS I Mas se tivessem mãos os bois. cavalos como cavalos. Mas sem esforço tudo vibra com o coração do pensamento. As quatro citações são efetivamente fragmentárias. que justifica a hipótese de Diels para integrá-las em um poema Da Natureza. Novamente temos o mesmo problema de interpretação: Xenófanes fala do único deus que governa tudo ou de um deus mais poderoso que se sobrepõe aos demais? Em vez de tomar partido por essa ou por aquela posição. o tratado sobre a ontologia eleática De Melisso Xenophane Gorgia. não se move. XENÓFANES 17 próprio Xenófanes considera sobre aquilo que ele mesmo fala sobre os deuses e sobre o todo (B34): E ao certo nenhum homem sabe coisa alguma nem há de saber algo sobre os deuses nem sobre o todo de que falo; pois se, na melhor das hipóteses, ocorresse-lhe dizer algo perfeito, ele mesmo, no entanto, não saberia; opinião é o que se cria sobre tudo. A lucidez destas palavras sobre os limites do conhecimento humano é espantosa. Também aqui se apresenta uma postura essencial do caráter filosófico, que se tornará paradigmática com a figura de Sócrates. Abre-se aqui um efetivo abismo entre todo saber revelado e inspirado, por um lado, e a reflexão sobre o saber e os limites do saber, por outro. Que esta reflexão originária do modo filosófico de conhecer tenha surgido no interior mesmo da tradição declamatória épica e como que uma reação resultante de sua própria exposição interpretativa não é menos espantoso. XENÓFANES DE COLOFÃO fragmenta dk 21 b FRAGMENTOS οὔτι μάχας διέπων τιτήνων οὐδὲ γιγάντων οὐδέ <τε> κενταύρων. Musurus. p. ἄλλος δ᾿ εὐῶδες μύρον ἐν φιάληι παρατείνει· κρατὴρ δ᾿ ἕστηκεν μεστὸς ἐυφροσύνης. τοῖσ᾿ οὐδὲν χρηστὸν ἔνεστι· θεῶν <δὲ> προμηθείην αἰὲν ἔχειν ἀγαθόν. ὥς οἱ μνημοσύνη καὶ τόνος ἀμφ᾿ ἀρετῆς. Deipnosofistas XI. πλάσματα τῶν προτέρων. 7 Kaibel. . μολπὴ δ᾿ ἀμφὶς ἔχει δώματα καὶ θαλίη. μείλιχος ἐν κεράμοισ᾿ ἄνθεος ὀζόμενος· ἐν δὲ μέσοισ᾿ ἁγνὴν ὀδμὴν λιβανωτὸς ἵησι· ψυχρὸν δ᾿ ἔστιν ὕδωρ καὶ γλυκὺ καὶ καθαρόν· πάρκεινται δ᾿ ἄρτοι ξανθοὶ γεραρή τε τράπεζα τυροῦ καὶ μέλιτος πίονος ἀχθομένη· βωμὸς δ᾿ ἄνθεσιν ἀν τὸ μέσον πάντηι πεπύκασται. χρὴ δὲ πρῶτον μὲν θεὸν ὑμνεῖν εὔφρονας ἄνδρας εὐφήμοις μύθοις καὶ καθαροῖσι λόγοις· σπείσαντας δὲ καὶ εὐξαμένους τὰ δίκαια δύνασθαι πρήσσειν – ταῦτα γὰρ ὦν ἐστι προχειρότερον – οὐχ ὕβρις πίνειν1 ὁπόσον κεν ἔχων ἀφίκοιο οἴκαδ᾿ ἄνευ προπόλου μὴ πάνυ γηραλέος. 5 10 15 20 Fonte de B1: Ateneu. Diels.20 FILÓSOFOS ÉPICOS I ΕΛΕΓΕΙΑΙ B1 1 νῦν γὰρ δὴ ζάπεδον καθαρὸν καὶ χεῖρες ἁπάντων καὶ κύλικες· πλεκτοὺς δ᾿ ἀμφιτιθεῖ στεφάνους. ὃς οὔποτέ φησι προδώσειν. ἄλλος δ᾿ οἶνος ἕτοιμος. Bergk 14. ἢ στάσιας σφεδανάς. 462c 1 ὕβρεις πίνειν δ’ Ath. ἀνδρῶν δ᾿ αἰνεῖν τοῦτον ὃς ἐσθλὰ πιὼν ἀναφαίνει.: verb. exala odor sagrado de incenso a água está fresca. todavia. são. de aroma floral. de Gigantes nem de Centauros. a não ser pela idade. suave e pura. outro verte mirra perfumada no vaso. ficções dos antigos. Contra o reputado monoteísmo de Xenófanes. embora portem nomes comuns. pois são nominalizações de substantivos comuns. o chão está limpo e as mãos de todos e os cálices. As maiúsculas nos nomes dos deuses são efeito da tradução. É preciso primeiro que homens alegres cantem ao deus com benditas histórias e palavras puras. que não aconselharia tal procedimento. Cf. como a memória e o empenho na virtude. percebidos como divindades. para evidenciar que. Um cinge de coroas trançadas. há uma altar recoberto. Música domina a casa inteira e Festa2. . ao centro. deificando experiências que a sensibilidade grega toma por extraordinárias. Optamos por traduzir. os nomes dos deuses. B 23. bom é comprometer-se com os deuses sempre. não se põe a contar lutas de Titãs.XENÓFANES 21 ELEGIAS B1 1 Agora sim. há pães dourados sobre a mesa farta carregada de queijo e espesso mel. ao lado. sempre que possível. 5 10 15 20 2 Música: Molpé e Festa: Thalía. ou revoltas violentas. revela nobrezas. O homem de louvor. feitas libações e preces pelo poder de agir com justiça – pois isto é de praxe – não beber além de quanto aguentar para voltar à casa sem guia. em que nada é útil. Esta é uma característica importante dos filósofos épicos. um ergue uma taça cheio de alegria outro diz que o vinho preparado nunca vai faltar suave mel nas jarras. Em meio. com todas as flores. bebendo. 413s B3 1 ἁβροσύνας δὲ μαθόντες ἀνωφελέας παρὰ λυδῶν. Deipnosofistas XII. ταῦτά κε πάντα λάχοι οὐκ ἐὼν ἄξιος ὥσπερ ἐγώ. 6 Kaibel. εἴ τις ἀεθλεύων νικῶι πίσαο παρ᾿ ὄχθας· οὐ γὰρ πιαίνει ταῦτα μυχοὺς πόλεως. οὔτε γὰρ εἰ πύκτης ἀγαθὸς λαοῖσι μετείη οὔτ᾿ εἰ πενταθλεῖν οὔτε παλαισμοσύνην. ἀστοῖσίν κ᾿ εἴη κυδρότερος προσορᾶν καί κε προεδρίην φανερὴν ἐν ἀγῶσιν ἄροιτο καί κεν σῖτ᾿ εἴη δημοσίων κτεάνων ἐκ πόλεως καὶ δῶρον ὅ οἱ κειμήλιον εἴη· εἴτε καὶ ἵπποισιν. 31 Kaibel. 5 Fonte de B3: Ateneu. οὐδὲ μὲν εἰ ταχυτῆτι ποδῶν. ῥώμης γὰρ ἀμείνων ἀνδρῶν ἠδ᾿ ἵππων ἡμετέρη σοφίη. χαίτηισιν ἀγάλμενοι εὐπρεπέεσσιν. 526a . ἀλλ᾿ εἰκῆι μάλα τοῦτο νομίζεται. 5 10 15 20 Fonte de B2: Ateneu. σμικρὸν δ᾿ ἄν τι πόλει χάρμα γένοιτ᾿ ἐπὶ τῶι. αὐχαλέοι. τόπερ ἐστὶ πρότιμον ῥώμης ὅσσ᾿ ἀνδρῶν ἔργ᾿ ἐν ἀγῶνι πέλει. p. ἀσκητοῖσ᾿ ὀδμὴν χρίμασι δευόμενοι. οὐ μείους ὥσπερ χίλιοι εἰς ἐπίπαν.22 FILÓSOFOS ÉPICOS I B2 1 ἀλλ᾿ εἰ μὲν ταχυτῆτι ποδῶν νίκην τις ἄροιτο ἢ πενταθλεύων. τοὔνεκεν ἂν δὴ μᾶλλον ἐν εὐνομίηι πόλις εἴη. Deipnosofistas X. εἴτε τι δεινὸν ἄεθλον ὃ παγκράτιον καλέουσιν. ἤιεσαν εἰς ἀγορὴν παναλουργέα φάρε᾿ ἔχοντες. οὐδὲ δίκαιον προκρίνειν ῥώμην τῆς ἀγαθῆς σοφίης. ἔνθα διὸς τέμενος πὰρ πίσαο ῥοῆισ᾿ ἐν ὀλυμπίηι. εἴτε παλαίων ἢ καὶ πυκτοσύνην ἀλγινόεσσαν ἔχων. p. ὄφρα τυραννίης ἦσαν ἄνευ στυγερῆς. ou na luta ou ainda suportando a dor do pugilato. não menos que mil ao todo. Curta alegria gozaria a cidade se um atleta competindo. cheios de si. lá no templo de Zeus à margem do rio Pisa em Olímpia. impregnados com perfumes de óleos refinados. garbosos em seus cabelos bem cuidados. ganhasse às margens do Pisa: pois isso não enche os silos da cidade.XENÓFANES 23 B2 1 Se levasse a vitória pela velocidade dos pés ou no pentatlo. e até mesmo no hipismo. não alcançaria a cidade um governo melhor. iam à praça vestindo túnicas púrpuras. ou na ferina disputa chamada pancrácio. mais valorosa do que a força dos homens na peleja dos jogos. tampouco na luta nem mesmo na velocidade dos pés. Pois nem se houvesse um bom pugilista entre o povo nem um bom no pentatlo. 5 . 5 10 15 20 B3 1 Tendo aprendido as sutilezas inúteis dos Lídios quando viviam sem a odiosa tirania. e um prêmio que lhe fosse valioso. tudo isso lhe caberia sem valer como eu: pois melhor que o vigor de homens e cavalos é nossa sabedoria. deslumbraria os cidadãos com tanta glória e alcançaria nos jogos a tribuna de honra e receberia sustento do erário da cidade. Quanta insensatez! E não é justo preferir o vigor à boa sabedoria. 368e Ξενοφάνης δ᾿ ὁ Κολοφώνιος ἐν τοῖς ἐλεγείοις φησί· πέμψας γὰρ κωλῆν ἐρίφου σκέλος ἤραο πῖον ταύρου λαρινοῦ. Deipnosofistas XI. Fonte de B5: Ateneu. 83. Heródoto. 782a B6 Fonte de B6: Ateneu. Deipnosofistas IX.24 FILÓSOFOS ÉPICOS I B4 <πρῶτοι οἱ> λυδοὶ νόμισμα <κοψάμενοι>3 Fonte de B4: Pollux. τίμιον ἀνδρὶ λαχεῖν. εἴτε Λυδοί. Histórias I. καθά φησι Ξενοφάνης. Vocabulário. 94: Λυδοὶ γὰρ δὴ καὶ πρῶτοι ἀνθρώπων τῶν ἡμεῖς ἴδμεν. Cf. 6. τοῦ κλέος ἑλλάδα πᾶσαν ἐφίξεται οὐδ᾿ ἀπολήξει. B5 οὐδέ κεν ἐν κύλικι πρότερον κεράσειέ τις οἶνον ἐγχέας. p. IX. 3 Paráfrase. . 6-10 εἴτε Φείδων πρῶτος ὁ ᾿Αργεῖος ἔκοψε νόμισμα εἴτε Δημοδίκη ἡ Κυμαία συνοικήσασα Μίδαι τῶι Φρυγὶ (παῖς δ᾿ ἦν ᾿Αγαμέμνονος Κυμαίων βασιλέως) εἴτε ᾿Αθηναίοις ᾿Εριχθόνιος καὶ Λύκος. 18. ἀλλ᾿ ὕδωρ καὶ καθύπερθε μέθυ. 3 Kaibel. 20 Kaibel. νόμισμα χρυσοῦ καὶ ἀργυροῦ κοψάμενοι ἐχρήσαντο. p. ἔστ᾿ ἂν ἀοιδάων ἦι γένος ἑλλαδικῶν. que denomina o gênero. B5 Ninguém faria uma mistura na taça vertendo o vinho primeiro. 4 Fonte de B4 Pollux. ou ainda os lídios. primeiros a cunharem uma moeda. rei dos cimeus) sejam os atenienses Erictônio e Lyco. B6 Xenófanes de Colofão disse nas elegias5: Pois tendo enviado uma coxa de cabrito. 6-10 Seja Fédon o argivo quem primeiro cunhou uma moeda. seja Demódica a cimeia que desposou Midas o frígio (e era filha de Agamemnon. Desta apresentação retemos o título da coletânea. os primeiros dentre os homens a cunhar e manusear moedas de ouro e prata. recebei um pernil de touro cevado. como disse Xenófanes. cuja glória alcançará toda a Grécia e não se apagará enquanto houver a estirpe de aedos helenos. Histórias I. Heródoto. foram mesmo os lídios. 4 5 Reconstrução hipotética a partir da citação de Pollux. 94: Pois. digno de um varão. IX. pelo que sabemos. Vocabulário. . mas água e por cima o vinho. 83.XENÓFANES 25 B4 Os lídios. segundo a formulação de Heródoto. Cf. εἴπερ ἐγὼ περὶ τῶνδ᾿ οἶδα λέγειν ἐτύμως. ἐπεὶ ἦ φίλου ἀνέρος ἐστίν ψυχή. 5 Fonte de B7: Diógenes Laércio. καί ποτέ μιν στυφελιζομένου σκύλακος παριόντα φασὶν ἐποικτῖραι καὶ τόδε φάσθαι ἔπος· «παῦσαι μηδὲ ῤάπιζ᾿. 12 μακροβιώτατός τε γέγονεν. 1) ὃ δὲ περὶ αὐτοῦ φησιν οὕτως ἔχει (B7. Fonte de B9: Etimológico Genuíno. 34 περὶ δὲ τοῦ ἄλλοτ᾿ ἄλλον αὐτὸν [ sc. Vidas dos filósofos IX. τὴν ἔγνων φθεγξαμένης αἴων». ὥς που καὶ αὐτός φησιν· ἤδη δ᾿ ἑπτά τ᾿ ἔασι καὶ ἑξήκοντ᾿ ἐνιαυτοὶ βληστρίζοντες ἐμὴν φροντίδ᾿ ἀν᾿ ἑλλάδα γῆν· ἐκ γενετῆς δὲ τότ᾿ ἦσαν ἐείκοσι πέντε τε πρὸς τοῖς. ἧς ἀρχή (B7.26 FILÓSOFOS ÉPICOS I B7 1 νῦν αὖτ᾿ ἄλλον ἔπειμι λόγον. B9 ἀνδρὸς γηρέντος πολλὸν ἀφαυρότερος. Vidas dos filósofos VIII. Πυθαγόραν ] γεγενῆσθαι Ξενοφάνης ἐν ἐλεγείᾳ προσμαρτυρεῖ. δείξω δὲ κέλευθον. 18. 2-5) B8 Fonte de B8: Diógenes Laércio. γῆρας . v. s. 1) e acerca dele contou desse modo: (B7. como ele mesmo disse: Sessenta e sete anos já se passaram Debatendo-me com meu pensamento pela terra grega. Certa vez. . do nascimento até então conto mais vinte e cinco se ainda sei eu falar disso com acerto. Pitágoras] ter nascido outro outrora. Xenófanes testemunha nas Elegias. 34 5 Acerca do fato de ele [sc. 2-5) B8 Teve uma vida extremamente longa. de novo dirigir-me-ei a um outro discurso e apontarei [o caminho. começando assim: (B7.” Diógenes Laércio. 6 Xenófanes refere-se a Pitágoras. ao presenciar um cão ser enxotado dizem que apiedou-se e disse6 esta palavra: “Para! Não bata.XENÓFANES 27 B7 1 E agora. Vidas dos filósofos VIII. B9 Muito mais fraco do que um homem velho. pois é de um homem amigo essa alma: reconheci o tom do ganido. p. Contra os professores I. Fonte de B10: Élio Herodiano. 296. III) B 11 πάντα θεοῖσ᾿ ἀνέθηκαν ὅμηρός θ᾿ ἡσίοδός τε. 11 . Fonte de B11: Sexto Empírico. B 13 alii Homerum quam Hesiodum maiorem natu fuisse scripserunt. Fonte de B13: Gélio. κλέπτειν μοιχεύειν τε καὶ ἀλλήλους ἀπατεύειν. 289 ῞Ομηρος δὲ καὶ ῾Ησίοδος κατὰ τὸν Κολοφώνιον Ξενοφάνη ὡς πλεῖστ(α) ἐφθέγξαντο θεῶν ἀθεμίστια ἔργα. Noites Áticas III. 6 (Cr. alii minorem. Contra os professores. ὅσσα παρ᾿ ἀνθρώποισιν ὀνείδεα καὶ ψόγος ἐστίν.. IX. An.28 FILÓSOFOS ÉPICOS I ΣΙΛΛΟΙ B 10 ἐξ ἀρχῆς καθ᾿ ὅμηρον ἐπεὶ μεμαθήκασι πάντες.. Ox. 193 B 12 Fonte de B12: Sexto Empírico. κλέπτειν μοιχεύειν τε καὶ ἀλλήλους ἀπατεύειν. in quibus Philochorus et Xenophanes. Dois Tempos. XENÓFANES 29 SÁTIRAS B 10 Desde o princípio todos têm aprendido segundo Homero. entre os quais. raptar e enganar mutuamente B 13 Alguns escreveram que Homero era mais velho que Hesíodo.. FHG I. 204).” 8 Cf. destituidor do comando. exemplifica e cita uma passagem da Ilíada: “Cronos. 7 Sexto Empírico.. dizem. depois de citar Xenófanes. 54b. castrou o pai e devorou a prole. outros que era mais novo. B 11 Homero como Hesíodo atribuíram aos deuses tudo quanto entre os homens é infâmia e vergonha roubar. o seu filho. e Zeus. . 393. fr. B 12 Homero e Hesíodo segundo Xenófanes de Colofão7: Tantas vezes alardeiam obras perversas dos deuses roubar. que na era em que se engendrava a vida feliz. ‘lançou-o para baixo da terra’ (14. raptar e enganar mutuamente. Filocoro8 e Xenófanes. 30 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 14 ἀλλ᾿ οἱ βροτοὶ δοκέουσι γεννᾶσθαι θεούς. Fonte de B14: Clemente de Alexandria. B 14) B 16 αἰθίοπές τε <θεοὺς σφετέρους> σιμοὺς μέλανάς τε θρῆικές τε γλαυκοὺς καὶ πυρρούς <φασι πέλεσθαι>12. καὶ καθάπερ τὰς μορφὰς αὐτῶν ὁμοίας ἑαυτοῖς ἕκαστοι διαζωγραφοῦσιν. 5 Fonte de B15: Clemente de Alexandria. 12 Paráfrase de Diels. 11 <ἕκαστοι> add. . 109. τὴν σφετέρην δ᾿ ἐσθῆτα ἔχειν φωνήν τε δέμας τε. ἵπποι μέν θ᾿ ἵπποισι βόες δέ τε βουσὶν ὁμοίας καί <κε>10 θεῶν ἰδέας ἔγραφον καὶ σώματ᾿ ἐποίουν τοιαῦθ᾿ οἷόν περ καὐτοὶ δέμας εἶχον <ἕκαστοι>11. 109. Fonte de B16: Clemente de Alexandria. 3 (seq. 2 (seq. Herwerden. Miscelâneas V. ὥς φησιν ὁ Ξενοφάνης· Αἰθίοπές τε σιμοὺς μέλανάς τε Θρῆικές τε γλαυκοὺς καὶ πυρρούς. Miscelâneas VII. 9 <ἵπποι τ᾿> add. 22 ῞Ελληνες δὲ ὥσπερ ἀνθρωπομόρφους οὕτως καὶ ἀνθρωποπαθεῖς τοὺς θεοὺς ὑποτίθενται. Miscelâneas V. B 23) B 15 1 ἀλλ᾿ εἰ χεῖρας ἔχον βόες <ἵπποι τ᾿>9 ἠὲ λέοντες ἢ γράψαι χείρεσσι καὶ ἔργα τελεῖν ἅπερ ἄνδρες. 10 <κε> DK: < > Sylburg. Diels. e trácios. Miscelâneas VII. bois semelhantes aos bois pintariam a forma dos deuses e fariam corpos tais como fosse o próprio aspecto <de cada um>14. cavalos como cavalos.15 Clemente de Alexandria. 15 O dístico é uma reconstrução de Diels. negros de nariz chato. Herwerden. parafraseando Clemente. e têm voz e têm corpo. quando pintassem com as mãos e compuzessem obras como os [homens. B 15 1 Mas se tivessem mãos os bois. 22 Os gregos supõem que os deuses têm formas e sentimentos humanos. . e que têm roupas como as suas. Diels.XENÓFANES 31 B 14 Mas os mortais crêem que os deuses são gerados. ruivos de olhos verdes”. 14 add. 13 add. <os cavalos>13 e os leões. 5 B 16 Os etíopes <dizem que seus deuses> são negros de nariz chato os trácios <dizem serem> de olhos verdes e ruivos. e cada um os representa segundo sua própria forma. como diz Xenófanes: “Etíopes. 17 ὑπέδειξαν Flor. Vidas dos filósofos I. ἀλλὰ χρόνωι ζητοῦντες ἐφευρίσκουσιν ἄμεινον. s. v. Fonte de B18: Estobeu. 8. 2. βάκχος) βάκχους .. Eclogae I. μέμνηται δὲ Ξενοφάνης ἐν Σίλλοις· ἑστᾶσιν δ᾿ ἐλάτης <βάκχοι>16 πυκινὸν περὶ δῶμα. οὓς οἱ μύσται φέρουσι. 29. Hesychios. 8. B 18 οὔτοι ἀπ᾿ ἀρχῆς πάντα θεοὶ θνητοῖσ᾿ ὑπέδειξαν17. ὅθεν αὐτὸν καὶ Ξενοφάνης καὶ ῾Ηρόδοτος θαυμάζει. ὥς φησιν Εὔδημος ἐν τῆι περὶ τῶν ᾿Αστρολογουμένων ἱστορίαι.32 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 17 Fonte de B17: Escólios de Aristófanes. Cavaleiros 408 (cf. . 16 DK : < > Wachsmuth. I. τοὺς κλάδους. 23 δοκεῖ δὲ κατά τινας πρῶτος ἀστρολογῆσαι καὶ ἡλιακὰς ἐκλείψεις καὶ τροπὰς προειπεῖν. 2 B 19 Fonte de B19: Diógenes Laércio. 41 : παρέδειξαν Ecl.. como disse Eudemo em seu tratado de investigações astronômicas19. 94 Speng. 11 A 5. descobrem o melhor. com o tempo. cf. mas os que investigam.XENÓFANES 33 B 17 “Bacos”: os ramos que os mistas carregam. [que Tales] foi o primeiro a estudar os astros e predizer eclipses solares e solstícios. fr. B 18 Os deuses de início não mostram tudo aos mortais. .. B 19 Parece. 18 DK. Xenófanes lembra nas Sátiras: Fincam <bacos>18 de pinho em torno da casa firme. 19 Cf. segundo alguns. pelo que Xenófanes e Heródoto o admiravam. τέτταρα πρὸς τοῖς πεντήκοντα καὶ ἑκατόν. 111 ὡς δὲ Ξενοφάνης ὁ Κολοφώνιος ἀκηκοέναι φησί. Oxyrh.) B 21a Fonte de B21a: Escólios em Homero. (Cf.34 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 20 Fonte de B20: Diógenes Laércio. DK 21 A 22.. χαριέντως δὲ πάνυ τῶι αὐτῶι λόγωι διέσυρε (β τοῦ ἰαμβοποιοῦ) καὶ μέμνηται ὅτι σμικρολόγος ἦν. B 21 Fonte de B21: Escólios em Aristófanes. p. Pap. Vidas dos filósofos I. VIII. 697 ὁ Σιμωνίδης διεβέβλητο ἐπὶ φιλαργυρίαι . 103) τὸ ἔρυκος παρὰ Ξενοφάνει ἐν ε Σίλλων.1087. ὅθεν Ξενοφάνης κίμβικα αὐτὸν προσαγορεύει. 40 (Ox.. .. A Paz. B 21a “Érico”21. 20 sc.XENÓFANES 35 B 20 Como Xenófanes de Colofão disse ter ouvido. no livro V das Sátiras.. com muita graça (Aristófanes) o ridicularizou com as mesmas palavras (Livro II do Satírico) e lembra que era mesquinho. 21 De “Eryx”. rei mitológico que deu nome a uma montanha na Sicília. em Xenófanes. cento e cinquenta e quatro20.. . Por isso Xenófanes chamou-o de Mão-de-vaca. B 21 Simônides foi acusado de avarice. anos que Epimênides viveu. p. Epítome II.36 FILÓSOFOS ÉPICOS I ΠΑΡΩΙΔΙΑΙ B 22 Fonte de B22: Ateneu. πίνοντα γλυκὺν οἶνον. πόσα τοι ἔτε᾿ ἐστί. ὑποτρώγοντ᾿ ἐρεβίνθους· ‘τίς πόθεν εἶς ἀνδρῶν. 54e Ξενοφάνης ὁ Κολοφώνιος ἐν Παρωιδίαις· πὰρ πυρὶ χρὴ τοιαῦτα λέγειν χειμῶνος ἐν ὥρηι ἐν κλίνηι μαλακῆι κατακείμενον. φέριστε; πηλίκος ἦσθ᾿. ὅθ᾿ ὁ Μῆδος ἀφίκετο;’ . ἔμπλεον ὄντα. XENÓFANES 37 PARÓDIAS B 22 Xenófanes de Colofão. estiveres satisfeito. nas Paródias22: Quando. Bebendo um vinho suave e petiscando grãos de bico. . junto à lareira. Precisas dizer para ti mesmo: “Quem és tu? De que estirpe de homens provéns? Quantos anos tens? Que idade tinhas quando veio o Meda?” 22 “As Paródias” talvez fosse outra forma de se referir às “Sátiras”. Repousando em leito macio. num dia de inverno. οὔτι δέμας θνητοῖσιν ὁμοίιος οὐδὲ νόημα. Fonte de B23: Clemente de Alexandria. 1 B 24 οὖλος ὁρᾶι.38 FILÓSOFOS ÉPICOS I ΠΕΡΙ ΦΥΣΕΩΣ B 23 εἷς θεός. Miscelâneas V. ἔν τε θεοῖσι καὶ ἀνθρώποισι μέγιστος. DK 21 A 31) B 26 αἰεὶ δ᾿ ἐν ταὐτῶι μίμνει κινούμενος οὐδέν οὐδὲ μετέρχεσθαί μιν ἐπιπρέπει ἄλλοτε ἄλληι. Com. Com. 144 B 25 ἀλλ᾿ ἀπάνευθε πόνοιο νόου φρενὶ πάντα κραδαίνει. 11 (Cf. οὖλος δέ τ᾿ ἀκούει. DK 21 A 31) . οὖλος δὲ νοεῖ. Física de Aristóteles 23. 20 (Cf. Física de Aristóteles 23. 109. Contra os professores IX. Fonte de B26: Simplício. Fonte de B25: Simplício. Fonte de B24: Sexto Empírico. XENÓFANES 39 DA NATUREZA B 23 Um único deus. 23 Cf. em nada semelhante aos mortais nem no corpo nem no ­ [pensamento. nem lhe convém sair ali e acolá.24 B 25 Mas sem esforço tudo vibra com o coração do pensamento. inteiro também escuta. DK 21 A 30. entre deuses e homens o maior. . inteiro pensa. não se move. DK 21 A 1. B 26 Sempre no mesmo permanece.23 B 24 Inteiro vê. 24 Cf. 125. 27 ὁ Πορφύριός φησι τὸν Ξενοφάνην τὸ ξηρὸν καὶ τὸ ὑγρὸν δοξάσαι ἀρχάς. à Física de Aristóteles. 11 Maass B 29 γῆ καὶ ὕδωρ πάντ᾿ ἐσθ᾿ ὅσα γίνοντ(αι) ἠδὲ φύονται. 69. τὴν γῆν λέγω καὶ τὸ ὕδωρ. trechos da Introdução ao Arato 4.40 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 27 ἐκ γαίης γὰρ πάντα καὶ εἰς γῆν πάντα τελευτᾶι. τὸ κάτω δ᾿ ἐς ἄπειρον ἱκνεῖται. Com. 32 (Simplício atribui por engano a citação a Anaxímenes. Fonte de B 28: Aquiles Tácio. também via Porfírio) . καὶ χρῆσιν αὐτοῦ παρατίθεται τοῦτο δηλοῦσαν· (B29) Cf. p. 34. à Física de Aristóteles 188. Fonte de B29: Filopão. 5 B 28 γαίης μὲν τόδε πεῖρας ἄνω παρὰ ποσσὶν ὁρᾶται ἠέρι προσπλάζον. Simplício. Fonte de B 27: Aécio IV. Com. e citava um exemplo dele em que teria declarado o seguinte: (B29) 25 Cf.26 B 29 Terra e água é tudo quanto surge e desabrocha. 26 Cf. . digo a terra e a água.XENÓFANES 41 B 27 pois da terra tudo se gera e na terra tudo se encerra.27 Porfírio disse que Xenófanes considerava como princípios o seco e o úmido. para baixo atinge o ilimitado.25 B 28 este limite da Terra para cima é visto a nossos pés beirando o ar. A 33. 3. DK 21 A 29. DK 21 A 36. 27 Cf. DK 21 A 32. ἀλλὰ μέγας πόντος γενέτωρ νεφέων ἀνέμων τε καὶ ποταμῶν. Escólio Genovês à Ilíada.196 Ξενοφάνης ἐν τῶι Περὶ φύσεως· πηγὴ δ᾿ ἐστὶ θάλασσ(α) ὕδατος. Fonte de B31: Heráclito Estoico. 4. . 29 Verb. Weil : οὔτε γὰρ ἄν νέφε ἔσκεν. Ludwich. s. πηγὴ δ᾿ ἀνέμοιο· οὔτε γὰρ ἐν νέφεσιν < >28 ἔσωθεν ἄνευ πόντου μεγάλοιο οὔτε· ῥοαὶ ποταμῶν οὔτ᾿ αἰ<θέρος>29 ὄμβριον ὕδωρ. hyperíon) B 32 ἥν τ’ ἶριν καλέουσι.42 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 30 Fonte de B30: Aécio III. XXI. 4. B 31 ἠέλιός θ᾿ ὑπεριέμενος γαῖάν τ᾿ ἐπιθάλπων. v. Ilíada Λ 27 28 οὔτε γὰρ ἐν νέφεσιν <γίνοιτό κε ἲς ἀνέμοιο ἐκπνείοντος> ἔσωθεν ἄνευ πόντου μεγάλοιο DK : οὔτε γὰρ < ἦν ἀνέμος κεν> ἄνευ πόντου μεγάλοιο Edmonds : οὔτε γὰρ < ἄν νέφε’ οὔτ’ ἀνέμων ἄν ἐγίγνετ’ ἀϋτμὴ> ἐν νεφέεσιν ἔσωθεν Diels : οὔτε γὰρ ἄν γνόφος ἔσθεν H.. Alegorias de Homero c. sobre Hom. DK. πορφύρεον καὶ φοινίκεον καὶ χλωρὸν ἰδέσθαι. Fonte de B32: Escólios BLT Eust. νέφος καὶ τοῦτο πέφυκε. 44 (Etimol. ‖ ἄνευ πόντου Nicole : ἄνα πόντοιο Genov. Esta conjectura de Edmonds é mais coerente e econômica. . nem água e<térea> de chuva. fonte de vento. deixa-se ver púrpura. Foi adotada também por Lesher. Edmonds: “pois nem <haveria vento> sem o imenso mar”. DK 21 A 46.31 B 31 O sol alçando-se sobre a terra e aquecendo-a. 31 Cf. pois em nuvem nem < >30 de dentro sem o mar imenso nem correntes de rios. no conteúdo e no verso.XENÓFANES 43 B 30 Xenófanes no Poema Acerca da Natureza: O mar é fonte de água. rubra e verde. também é nuvem em sua natureza. de ventos e também de rios. que os editores buscaram suprir: DK: “pois nas nuvens nem <surgiria a evaporação do vento> sem partir do mar imenso”. B 32 Aquela a quem chamam Íris. 30 O escólio foge à métrica como se faltasse uma parte. mas o grande mar é genitor de nuvens. . 314 B 34 καὶ τὸ μὲν οὖν σαφὲς οὔτις ἀνὴρ ἴδεν οὐδέ τις ἔσται εἰδὼς ἀμφὶ θεῶν τε καὶ ἅσσα λέγω περὶ πάντων· εἰ γὰρ καὶ τὰ μάλιστα τύχοι τετελεσμένον εἰπών. 49 (1-2) Plutarco. Do modo como os jovens deveriam ouvir os poetas 17e.44 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 33 πάντες γὰρ γαίης τε καὶ ὕδατος ἐκγενόμεσθα.. II. 19 . Das Elocuções Singulares II. Fonte de B 36: Élio Herodiano. Fonte de B 37: Élio Herodiano. 16... No Banquete. 746b B 36 ὁππόσα δὴ θνητοῖσι πεφήνασιν εἰσοράασθαι . B 35 ταῦτα δεδοξάσθω μὲν ἐοικότα τοῖς ἐτύμοισι. Dois Tempos. αὐτὸς ὅμως οὐκ οἶδε· δόκος δ᾿ ἐπὶ πᾶσι τέτυκται. VII. Contra os professores X. 22 B 37 καὶ μὲν ἐνὶ σπεάτεσσί τεοῖς καταλείβεται ὕδωρ. Contra os professores. 936. Fontes de B34: (1-4) Sexto Empírico. Fonte de B33: Sexto Empírico. Fonte de B 35: Plutarco. .. pois se..XENÓFANES 45 B 33 Pois todos nascemos de terra e de água. B 35 Que tais coisas sejam consideradas semelhantes às reais. B 37 Água também pinga em certas grutas. ele mesmo. B 34 E ao certo nenhum homem sabe coisa alguma nem há de saber algo sobre os deuses nem sobre o todo32 de que [falo.. ocorresse-lhe dizer algo perfeito.. As duas acepções são possíveis e Xenófanes parece usar ambas. 32 «περὶ πάντων» : “acerca de tudo” ou “acerca de todas as coisas” pode ter um sentido distributivo: “cada uma das coisas de que eu falo” ou integrante: “o que eu falo sobre a totalidade do universo”. opinião é o que se cria sobre [tudo. no entanto. B 36 Tudo quanto se manifesta aos mortais é para ser contemplado. na melhor das hipóteses. não saberia. δοκεῖ μοι. 23 B 39 κέρασον τὸ δένδρον ἐν τῶι Περὶ φύσεως Ξενοφάνους εὑρών. sobre Dionísio Periegeta V. 1010 Bernhardy περὶ τῶν εἰς ῥος κανών (σιρός) σιλλογράφος δέ τις τὸ σι μακρὸν γράφει τῶι ῥῶ. v. Das Elocuções Singulares 946.46 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 38 εἰ μὴ χλωρὸν ἔφυσε θεὸς μέλι. βρόταχον τὸν βάτραχον B 41 Fonte de B41: Tzetzés. Fonte de B39: Pollux. 46 B 40 βρόταχον τὸν βάτραχον ῎Ιωνες (καὶ ᾿Αριστοφάνης φησὶ) καὶ παρὰ Ξενοφάνει. . πολλὸν ἔφασκον γλύσσονα σῦκα πέλεσθαι. τοῦτο μηκύνας τάχα. 940. s. Vocabulário VI. σιλλογράφος νῦν ὁ Ξενοφάνης ἐστὶ καὶ ὁ Τίμων καὶ ἕτεροι. Fonte de B38: Élio Herodiano. p. Fonte de B40: Etimológico Genuíno. B 41 Acerca das regras sobre [a métrica de] ros (sirós) Um certo poeta satírico escreve o si longo. . poeta satírico pode ser Xenófanes e Timão e outros. B 39 Cerejeira. como os jônios pronunciam batráquio (disse ­ Aristófanes) e também segundo Xenófanes. Agora. B 40 Brotáquio. muito mais doce diriam ser o figo. a arvore encontrada no < poema> Da Natureza de Xenófanes.XENÓFANES 47 B 38 Se um deus não fizesse brotar dourado mel. por causa do r. talvez. Alongando-o. me parece. . XENÓFANES DE COLOFÃO fragmenta dk 21 b FRAGMENTOS DUVIDOSOS . 13. Epidemias I. ὄντως δὲ τὸν ῥιπτασμὸν σημαίνει. 11 καὶ παρὰ Ξενοφάνει ἐν δωι Σίλλων· καί <κ᾿> ἐπιθυμήσειε νέος νῆς ἀμφιπόλοιο. B 45 Fonte de B45: Escólios Hipocráticos. 19) βληστρισμός· ὁ ῥιπτασμός· οὕτω Βακχεῖος τίθησιν· ἐν ἐνίοις δὲ ἀντιγράφοις εὕρομεν βλητρισμὸν χωρὶς τοῦ σ. 102. Das Elocuções Singulares 7. Erotian.50 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 42 Fonte de B42: Élio Herodiano. 3 (Nachmanson. p. καθὼς καὶ Ξενοφάνης ὁ Κολοφώνιός φησιν· ‘ἐγὼ δὲ ἐμαυτὸν πόλιν ἐκ πόλεως φέρων ἐβλήστριζον᾿ ἀντὶ τοῦ ἐρριπταζόμην . ainda que esta atribuição também não pareça fiável. p. arrastando-me de cidade em cidade” No sentido de que ‘me agitava’. De fato. referência a Xenófanes. ambos são atribuídos nas próprias citações a um certo Xenofonte (sem ser o Ateniense). Hermann sugere que o “Xenofonte” de B43 seja trocado por “Xenófanes”. significa ‘ ­agitação’ conforme disse Xenófanes de Colofão: “Já eu não sossegava. B 45 ‘desassossego’ (blestrismós): agitação.138). propriamente. como se porta um bacante: mas em alguns escritos ­ encontramos ‘dessossego’ (bletrismós) sem o ‘sa’ (s). Diels sugere que B44 refirase a um Xenofonte de Lâmpsaco. . Obs. B43 e B44 que constam na edição de Diels de 1901 foram retirados da edição DK (cf. no quarto livro das Sátiras: como também um jovem desejaria uma jovem serva. geógrafo. G. Em ambos os textos não há.XENÓFANES 51 B 42 E em Xenófanes. . PARMÊNIDES DE ELÉIA . . no entanto. também extrai conteú­ dos dessa tradição épica. Há notícias de que se encontrou e talvez tenha sido discípulo de Xenófanes de Colofão que. e desempenham funções importantes. cf. Esta filiação escolar parece.INTRODUÇÃO AOS FRAGMENTOS DO POEMA DE PARMÊNIDES Vida de Parmênides Parmênides nasceu em Eleia. ser muito mais devida a uma proximidade doutrinal considerada e propagada pela Academia de Platão do que a fatos históricos. O Filósofo viveu no fim do sexto século1 antes de Cristo. uma cidade itálica fundada na segunda grande expansão colonial grega que levou a língua e a cultura homéricas para todo o Egeu e Mediterrâneo Ocidental. A deusa díke. a Justiça com seu tom exortativo. já estão presentes nos poemas de Hesíodo. o que mostra que o poema foi elaborado tendo em vista o desempenho de sua transmissão oral e em consonância com tal tradição. 2 Sobre o palimpsesto homérico no Poema de Parmênides. 48-64. Além disso. criticava o antropomorfismo dos deuses tal como apareciam nas poesias tradicionais. Parmênides vive ainda imerso na cultura épica e dela extrai. Vários deuses dos catálogos épicos figuram no poema. a métrica de seu poema.). primeiro. e a imagem do portal da Noite e do Dia. como elementos de sua teologia. de Homero e Hesíodo. por exemplo. em seus poemas sapienciais. 1998. O Poema incorpora até mesmo passagens textuais mais extensas dessa tradição. Cassin. Como no fragmento B8: os versos em que a Necessidade prende o ente em sua circunstância são um verdadeiro palimpsesto2 dos versos homéricos sobre as amarras que prendem Ulisses no mastro do navio a fim 1 Diógenes Laércio situa sua akmé na sexagésima nona olimpíada (504-501 a. . o hexâmetro dactílico.C. Sur la Nature ou sur l’étant. B. Parmênides. como também a soleira monumental sempre firme e presente do edifício filosófico de nossa civilização. que trata da geração das coisas vivas. “The evidence of the manuscripts. entre esses pensadores originários. amply justifies the restoration of epic and Ionic for tragic and Attic forms in the few places where the manuscripts present only the latter. 158-164) 3. que Aristóteles denominou physikói. Parmênides insere-se. mas sobretudo pela chamada segunda parte do poema. Por isso. pp. perì phý­ seos. mas na relação direta entre ser. Parmênides inaugura a filosofia como ontologia. Assim. segundo a inscrição em sua homenagem encontrada sobre uma estela em Vélia (a cidade romana que se instaura em Eleia e subsiste até hoje).” Cf. eixo universal do conhecimento da realidade.56 FILÓSOFOS ÉPICOS I de suportar o canto de duas cabeças das sereias ( Odisseia . The Fragments of Parmenides. XII. o Poema é tanto uma fonte inesgotável de pensamento. 22009). é o filósofo que lança. não só porque o título de seu poema já o diz. São os primeiros filósofos. O problema da verdade aparece não mais circunstancialmente na honestidade ou na venerabilidade do testemunho. em palavras e pensamentos. 9-18 (1986. surgem novos discursos sapienciais que buscam o conhecimento pela contemplação do procedimento autônomo das coisas naturais. Ele instaura o tema primeiro da filosofia ocidental: a relação entre ser e pensar. if combined with that of Parmendes’ general dependence on Homer. porque tratavam Da Natureza. . poderia ter sido de uma família ou de um clã de médicos: “filho do Curador (Apolo)”. 3 A Edição de Coxon inclui a preciosa referência a passagens da épica anterior que ecoam nos versos de Parmênides. ΠΑ[Ρ]ΜΕΝΕΙΔΗΣ ΠΥΡΗΤΟΣ ΟΥΛΙΑΔΗΣ ΦΥΣΙΚΟΣ PA[R]MENIDES FISICO FILHO DE PIRETO DA FAMILIA DO CURADOR Nesse contexto ainda forte da cultura tradicional homérica. sem dúvida. dos astros celestes e coisas tais. pensar e dizer. as bases que sempre voltarão a servir de questionamento ao longo de toda a metafísica ocidental. Mas o discurso de Parmênides traz uma característica radicalmente inaugural para a história dos textos sapienciais: ele toma o ente – tò eón – como o tema central e universal para compreender a natureza do real. o Sofista e Parmênides5. no seu comentário à Física de Aristóteles. não há propriamente citações do Poema. in: Aubenque (org. sobretudo. de extensão variável. Platão vai dedicar ao Poema dois dos seus mais importantes diálogos. desde que foi composto. e do terceiro excluso. por sua vez. nos quais expõe criticamente a sua teoria das Ideias. Desde então. Cordero. Os fragmentos mais extensos são os mais recentes. VI d. o Poema não chegou até nós. respondendo ou interpretando Parmênides. discípulo de Aristóteles. os mestres retóricos como Górgias.C. reproduzindo o que. ganhou repercussão e foi amplamente citado. em obras de autores posteriores. V a. como Leucipo e Demócrito. de Simplício. pp. Mais de quarenta autores antigos citaram Parmênides em mais de cinquenta diferentes obras. ainda cita-o em outros dois. no Sofista. tratase de uma obra conhecida e interpretada pelos principais filósofos da Antiguidade. Certamente fez parte da compilação dos pensamentos dos filósofos da natureza (Physikôn Dóxai) de Teofrasto. Os dialéticos eleatas como Zenão e Melisso. Chegaram apenas citações. II. o Banquete e o Teeteto. cf. devido à rari4 5 Para um estudo detalhado da história do texto de Parmênides. em sua obra contra o dogmatismo (Adversus Mathematicos) e.).). Aristóteles. Este explica que. No diálogo Parmênides. tampouco qualquer outra versão completa do Poema.C. L’Histoire du texte de Parménide. os trágicos como Empédocles. Todos eles vão trabalhar suas teses e suas fórmulas diretamente. Na sua íntegra. Mas esta coletânea dos primeiros filósofos não chegou até nós. os de Sexto Empírico. 1987. também discutirá suas palavras na demonstração de teses metafísicas como o princípio de não-contradição. . O Poema. de Platão (séc. Talvez. dedica à discussão com o Eleata o primeiro livro de sua Física para ter condições de falar da natureza como princípio de movimento.3-24. Études sur Parménide. mas a dramatização de um exercício dialético. Néstor Luis.PARMÊNIDES 57 A reconstituição arqueológica4 O Poema de Parmênides foi composto provavelmente no final do século sexto antes de Cristo.) até Simplício (séc. é chamado de ensinamento em prosa de Parmênides (237a). os atomistas. entre outros. A escola peripatética interessar-se-á particularmente por suas teorias astronômicas e biológicas. empreendeu imprimir a primeira coleção de textos clássicos. Mullach na sua edição do De Melisso. chegaram-nos mais de cem dos cento e sessenta versos do Poema. De fato. todas as citações que aparecem são seguramente indiretas.25 καὶ εἴ τῳ μὴ δοκῶ γλίσχρος. Data de 1526 a primeira publicação impressa do Poema Da Natureza. temos a primeira reconstituição com os dezenove fragmentos considerados autênticos. porém. Por conta dessa cortesia. Esta é a versão considerada “ortodoxa” por todos os estudiosos e editores do Poema. . A primeira edição com preocupações filológicas data de 1573. que. dos quais Simplício é a única fonte de setenta e dois versos.A. Scaliger. Aldo Manucio. um editor de Veneza.G. no séc. XV. de 1845. Karsten. No séc. em uma obra intitulada In calumniatorem Platonis. Brandis publica uma versão já bastante próxima dos fragmentos conhecidos até hoje. Supostamente. Somente em 1835. para que seu comentário fosse compreendido6. não a publica – seu texto foi encontrado por Néstor Cordero em 1980. buscando recolher a obra dos primeiros filósofos: Poesis Philosophica. Xenophane. XIII). mas lhe faltam as importantes passagens de Simplício. Em 1812. entre outras. Depois do séc. e posteriormente republicado na importante edição dos Fragmenta philosophorum graecorum. O texto de Karsten foi utilizado por F. A obra de Karsten foi o ponto de partida para as versões publicadas por Hermann Diels. et Gorgia disputationes. VI não nos chegou nenhuma outra citação original do Poema. em 1951. foi retraduzida a partir da versão latina de Guilherme de Moerbecke (séc. segundo o crescente interesse italiano pelo renascimento da cultura grecolatina. 1860. ἡδέως ἂν τὰ περὶ τοῦ ἑνὸς ὄντος ἔπη τοῦ Παρμενίδου μηδὲ πολλὰ ὄντα τοῖσδε τοῖς ὑπομνήμασι παραγράψαιμι διά τε τὴν πίστιν τῶν ὑπ’ ἐμοῦ λεγομένων καὶ διὰ τὴν σπάνιν τοῦ Παρμενιδείου συγγράμματος.58 FILÓSOFOS ÉPICOS I dade da obra em seu tempo. precisaria citá-la de forma mais extensa. empreendida por Henri Estienne (Stephanus). feita por S. desde o séc. desde 1897 até a última edição dos Fragmente der Vorsokratiker. 6 Simpl. Paris. XVI. A reconstituição do Poema é continuada por Joseph J. na Biblioteca da Universidade de Leyden. sob os cuidados de Walter Kranz. o Poema Da Natureza de Parmênides é eclipsado por um bom tempo e só volta a ser citado por Bessarion. XX. Phys 144. Simon. ainda que tenhamos modificado a sua ordem de apresentação. por isso. Fülleborn. Consultamos também a edição de Mullach (1860) e ainda outras edições críticas modernas7. Xenophane et Gorgia Disputationes. mas são de grande importância. Amsterdam. Commentationum Eleaticarum. a maioria dos editores discute apenas as variantes propostas por Diels em seu aparato crítico. este particularmente interessante quanto ao aporte do contexto e dos testemunhos. mantemos a sua numeração dos fragmentos. de Lambros Couloubaritsis (1986. Walther. Suas correções ao texto de Diels não são tão numerosas. de 1951. na edição crítica de Néstor Luis Cordero. F.placita. 7 Brandis. Leipzig. Levamos em conta importantes correções à leitura dos manuscritos. incidindo gravemente na interpretação de todo o Poema. 1867. Hermann. Christian Auguste. Coxon (1986) também teria reconstituído o texto grego a partir da consulta de diversos manuscritos. Poetarum Philosophorum Fragmenta. Züllichau und Freistadt. Diels. disponíveis hipertextualmente no excelente site mantido por Gerard Journée <www. Por último. Aristotelis De Melisso. seu cuidado filológico é bastante contestado.PARMÊNIDES 59 Desde então. mas filosófica e filologicamente importantes tais como as de Denis O’Brien e Jean Frère (1987). Karsten. Edição do texto grego A última edição de Hermann Diels e Walther Kranz (6ª edição. Heinrich.A. Beyträge zur Geschichte der Philosophie (VI). 1813. Diels. 1835.G. . Parmenidis Eleatae Carminis Reliquiae. Georg Gustav. Embora tenha recolhido e publicado um rico material em torno dos fragmentos. Kranz. Die Fragmente des Parmenides περὶ φύσεως. Hermann. o trabalho filológico mais completo até então sobre os manuscritos e a tradição de reconstituição do poema vem à luz em 1984. Stein. Berlin. de Barbara Cassin (1998). Mullach.. edições não estritamente paleográficas. Les deux chemins de Parménide. 1951. doravante DK) continua sendo a referência principal para o estabelecimento do texto. também. 1845. Zürich. de Jean Bollack (2006). edição revista e ampliada em 22009). tais como as trazidas por Néstor Cordero (1984) e por Coxon (1986. 1901. Altona. 1795. Berlin. para a escolha de variantes nos manuscritos. Foram importantes. Die Fragmente der Vorsokratiker.org>. Nossa tradução Seguimos. seguimos a edição DielsKranz. ou Platão. e apontamos em notas seja as diversas opções. de modo algum. com seu Estrangeiro parricida do diálogo Sofista. desde Melisso e sua reordenação dos argumentos do uno. buscando justificar a escolha das variantes com o uso do aparato disponibilizado pelas edições críticas acima citadas. entre tantos. o acompanhamento dos trabalhos da futura edição de André Laks. Como a pontuação moderna é sempre uma escolha do editor. Sempre enfrentamos sugestões de correção. sabemos que tam- . quando nos apresentam algum interesse especial. estas serão creditadas quando divergentes. apontamos as fontes. Algumas edições das fontes foram diretamente tratadas. quando as nossas diferem daquela. Indicamos sempre a proveniência das variantes. X). como o de Sexto Empírico. de modo a receber também o que nos pode soar inusitado à primeira escuta. de fontes e edições críticas. mantivemos o texto grego na página esquerda. optamos por seguir os interesses de nossa interpretação. Contudo. de Giovanni Reale (2003). Na maior parte das vezes. Para facilitar o cotejo da tradução.60 3 FILÓSOFOS ÉPICOS I 2008). os princípios defendidos pela escola filológica de Lille: dar preferência às lições dos manuscritos. mas nada foi usado que já não tivesse sido repertoriado em alguma edição moderna. e constam na bibliografia. Não foi. Junto a cada fragmento. A maioria de nossas referências a manuscritos das fontes são indiretas. encontra-se nas páginas 127 a 137. Nossas notas ao texto grego procuram ser ao mesmo tempo sucintas e claras. entre outras. que se amontoam desde a Antiguidade Clássica. nossa intenção repertoriar todas as variantes que encontramos nas edições críticas consultadas. A lista completa de fontes e suas edições. Pudemos consultar alguns códices. segundo as edições críticas consultadas. seja ainda outras variantes. segundo as edições críticas. O nosso texto grego segue o princípio dessas últimas edições. no seu seminário sobre os pré-socráticos. à medida do que nos foi possível justificar. Igualmente precioso. todas as siglas e abreviações são esclarecidas na tábua de abreviações (p. durante o ano acadêmico de 2010-2011. como os de Sexto e Simplício e os mais antigos entre os conceitualmente bem conservados. por Diels. por qualquer motivo interpretativo. Qual é o texto verdadeiro deste pensamento originário sobre a Verdade? Pa- . Por que Parmênides deveria pensar do mesmo modo que qualquer das proposições dos seus tradutores? Por que deveria ter a mesma coerência imaginada por um professor de Oxford ou Berlim ou Rio? Não compartilhamos a ilusão da absoluta verdade interpretativa. também nos interessam os fragmentos duvidosos e falsos. como os de Aristóteles). Assim. Um exemplo destas opções é a lacuna no terceiro verso do fragmento B6. e tal intervenção raramente é assinalada pelo próprio autor. mas deixamos no corpo a lacuna dos manuscritos. nos deparamo-nos com mais de uma variante de interesse para a compreensão integral do Poema. De fato. intervindo efetivamente na materialidade da transmissão dos textos. muitas vezes. mais próximo do texto original de Parmênides. Um texto como o de Parmênides já não pode aspirar a uma identidade única. preferimos algumas vezes deixar abertura para as diversas vias de interpretação do que construir para nós mesmos a ilusão de que a nossa escolha restrita possa estar mais próxima de um suposto texto original. para ver como é frágil a composição dos fragmentos e como é mais fácil verificar sua falsidade do que sua veracidade. para nós. quer deixar abertas algumas das tantas encruzilhadas da tradição textual do Poema. que interpretam o Poema para os mais diversos usos. E ainda os contextos de recepção. Nada mais ilusório do que acreditar que se possa estar. A nossa tradução. mas assinalamos as variantes e correções alternativas. Por isso. e sabe-se que na transmissão helenista não há muito pudor em intervir no texto citado.PARMÊNIDES 61 bém os manuscritos de que dispomos são provenientes de fontes indiretas. tão perdido quanto o paraíso de Adão. Nestes casos seguimos os manuscritos mais fiáveis (os que apresentam trechos maiores do Poema. é antes um caminho constantemente retraçado pelos que por ele passam. é um palimpsesto sobre o qual se superpõem quase três milênios de pensamentos. preenchida de um modo. antes de ser o que ela é: mais uma tradução. por Cordero. Assinalamos as duas correções e as consequências interpretativas de cada uma. e de outro modo. O texto original é um objeto. uma intervenção anacrônica. Uma armadilha em que não resta opção senão a de se deixar entrar e cair. como Ésquilo. sobretudo os poetas épicos. a frase já é demarcada pelo ponto. Aristóteles chamou os que primeiro se espantaram com o mundo de theológoi. oriundos do mesmo espanto. seja para falar da natureza. mas de tradução mesmo. fato que em palavras se refletiria no uso de maiúsculas ou minúsculas – isso se ao tempo de Parmênides e Heráclito existisse tal diferença gráfica. As maiúsculas evidenciam um efeito de tradução. “os que falam de deuses”. Os nomes de . posto que não existiam maiúsculas em oposição a minúsculas ao tempo de Parmênides. em seguida. seja para falar dos deuses. “os que falam da natureza”. mas também os trágicos. o papel de importantes etapas desta transformação. Os deuses-conceito A gênese dos nomes como conceitos pode ser acompanhada ao longo de textos que desempenharam. Afinal.62 FILÓSOFOS ÉPICOS I rece uma armadilha armada propositalmente pela história da filosofia. para marcar que são de deuses os nomes que nos poderiam passar despercebidos como tais. Não se trata de uma decisão de edição. Estas são exemplarmente observadas nos nomes com que os gregos designavam seus deuses. na linguagem. Entre os gregos. Todos à procura de conhecer os elementos que principiam e dominam a totalidade do mundo. o filósofo apresentou os physiológoi. Uma última observação sobre a nossa tradução: optamos por colocar maiúsculas nas iniciais dos nomes de deuses. os nomes escolhidos são ainda os mesmos ou quase os mesmos! A mudança aparece mais no tratamento e na reverência. como Heráclito e Parmênides. sem dúvida. como Homero e Hesíodo. Isto é. os que falam dos deuses são os poetas. De modo que cada deus (com nome iniciado por maiúscula) seria a representação mitológica de alguma realidade natural (com nome iniciado por minúscula). Esta decisão é justificada a seguir. Espantoso é que. Os que falam da natureza são os primeiros filósofos. Quem sabe não foi justamente para reforçar suas interpretações alegóricas sobre a poesia que fala dos deuses que os gramáticos alexandrinos inventaram essa distinção entre minúsculas e maiúsculas. Para o povo e para as instituições tradicionais de saber. Tal diferenciação. Aristófanes brinca com esses tempos de logomaquia. O Sócrates d’As Nuvens é a síntese cômica desses novos homens altivos e irreverentes à tradição. a bastonadas. Mas o povo. explorando as novas ambiguidades que o estudo filosófico da natureza traz para com os nomes dos deuses. Estrepsíades: – Queres supervisionar os deuses aí em cima no cesto. mandando ao exílio e condenado à cicuta aqueles novos porta-vozes da verdade. Na comédia As Nuvens. contudo. iria tomar as dores dos poetas. 8 Nuvens 225-227. o fisiólogo. mas a caricatura de um tipo – esse novo homem que se empodera com a dialética: o sofista. 9 Apologia de Sócrates. de cunho geralmente religioso. ainda por muito tempo. Pelo tratamento próximo. o que os filósofos chamam de princípios naturais são. . O prenúncio do livre pensador laico da modernidade. e examino os contornos do sol. venha a negar no tribunal esse interesse pela ciência da natureza9. 26d. pois a personagem de Aristófanes não é o retrato fiel de um indivíduo. mas é algo que só aparece de fato com o advento da Filosofia e de sua crítica ao tratamento tradicional com que os poetas apresentavam os deuses. e também Arquílocos e outros quantos. o filósofo. assim como fala um fisiólogo. os deuses.PARMÊNIDES 63 pessoas têm uma semântica bem distinta. efetivamente. de luta com palavras pelas palavras. estes Homeros. as personagens Sócrates e Estrepsíades conversam sobre os estudos empreendidos no Pensatório: Sócrates: – Eu salto pelo ar. pela descrição antropomórfica. pela retratação dos crimes humanos nos deuses é que os filósofos vão querer expulsar dos concursos e das cidades. em vez de os reverenciar daqui do chão?8 Esse Sócrates d’As Nuvens já fala do sol como de um ente natural. não é algo requisitado ao tempo de Homero e da poesia épica arcaica em geral. personagem de Platão. Só os nomes dos deuses é que precisariam ser diferenciados dos nomes dos elementos da natureza e dos conceitos incorporais. Não importa que o Sócrates. o . com que caracterizamos hoje a condição personificada de deuses? Optamos. anánke. já na tradução. apenas com a revelação de um simples equívoco. ou melhor. No Poema de Parmênides. tão presentes na vida do pensamento grego. um dilema: terão esses nomes o estatuto de conceitos abstratos ou lhes daremos as maiúsculas iniciais. estamos num desses lugares textuais. mas cultural). No Poema. a Verdade. Filhas do Sol. a Lua. a passagem de uma era em que os deuses dominavam o quotidiano dos homens e assumiam a imagem das forças constituidoras do real. de suas transformações. a Terra. ólympos. mesmo anacrônicas. astro de fogo. theá. a Norma. a via Láctea. aíther. para uma era em que o homem começa a erigir o discurso conceitual para falar também das forças do real como natureza autônoma. a Necessidade. a Luz. e êmar. seléne.64 FILÓSOFOS ÉPICOS I Já a outra personagem. dos seus conflitos. exprimem também essas ideias fundamentais com que os filósofos apreendem a realidade. na tradução. thêmis. nesta cena. alétheia. e poder perceber como os deuses. o Sol. a Deusa (inominada). pístis. Mas será um equívoco: o sol. o Céu. o Sol. a transição da celebração dos deuses em suas gestas para os conceitos em sua determinação. literalmente. nýx. hélios. ora em passagens narrativas. estão presentes os nomes tradicionais de vários deuses. para realçar estes nomes. a Noite. em que ganha clareza a transição da teogonia mítica para a ontologia filosófica. Aristófanes percebe o declínio do Sol. pelas maiúsculas. o Éter. como um mito tradicional. é o rústico popular (a distinção não é social. a Justiça. díke. Esse lugar de transição nos põe. pháos. deus do panteão pré-olímpico? A perspicácia histórica do comediógrafo é célebre. ora ainda numa efetiva cosmogonia natural. Isso. das alturas do Sócrates nefelibata. o Dia. Estrepsíades. Os deuses que aparecem no Poema são (pelo menos) os seguintes: as helíades. a Fé. o homem rústico e ridículo faz às vezes de bufão e põe a plateia para rir do orgulho e da altivez. apegado às tradições porque não pode superar o que apreendeu pelo hábito de toda uma vida. moîra: a Partida. gaîa. gála. ouranós. ora já nas passagens mais densas de uma precursora analítica do ser. mesmo Platão não conhecia melhor retratista da sociedade ateniense. Mas. Afrodite10. Como se pode ver. dirigem as Filhas do Sol a cavalgada das éguas. o Amor e aphrodítes. como em nossa tradução de moîra por Partida em vez de Destino. assim como as musas. as Helíades. . numes. no Poema. para onde ele quer se encaminhar. No Proêmio. fazem com que. usamos as traduções ortodoxas. conhecimento e beleza. Hélios é o sol no panteão arcaico. do antro da garganta. desempenha uma função orientadora: ela é a meta. A seguir. para o portal da Noite e do Dia. Trata-se de divindades de intermediação. para chamar a inspiração e o fôlego do cantar. provedor de luz. As filhas de Hélios são equivalentes às musas consagradas de Apolo. é conduzido em seu caminho por moças Filhas do Sol. a voz traga a palavra ao espaço público da comunicação.PARMÊNIDES 65 Olimpo. Ainda estamos dentro de um campo semântico adensado de experiência concreta. um viajante iluminado em busca do conhecimento verdadeiro. éros. distribuídas e reunidas pelas diferentes partes do Poema. Nem sempre. para a conquista do conhecimento. Sem dúvida. porque sempre buscamos um nome que expressasse um sentido integrado a uma interpretação total do Poema – princípio primeiro da arte hermenêutica. de modo que nos soa estranho dizer que também são nomes de deuses ou conceitos em estado nascente. uma ascese. daímones. musas que os poetas costumam invocar no início de seu canto. porém. mas também os traduzimos sempre que possível para ver que também são termos da lida quotidiana. que ganha contornos também de um rito iniciático. em que vigem vida. A Luz é também tradicionalmente divinizada e. Antes de serem nomes próprios. Parmênides também realiza este rito de iniciação e invocação poética. quase sempre são substantivos comuns. a 10 Não considero aqui a citação de Zeus nos fragmentos falsos. o narrador da aventura e dela personagem. Os nomes dos deuses Há famílias de deuses. As Filhas do Sol. Para a Luz. trazem o canto à luz. aquilo que deseja o viajante. vamos tratar de cada um desses nomes e de como se situam na composição geral do texto de Parmênides. não apenas demos maiúsculas aos nomes para mostrar que são deuses. Mantenho ‘Partes’ para traduzir moirai. prático. Amor. Derrota e Jura11. Mentiras. da justiça e da verdade. mas como transformação no plano ético. com poucas alterações: ‘Vingança’ por ‘Nêmesis’. que fica mais evidente no episódio da abertura do portal da Noite e do Dia. Quem permite ou não o acesso à mais alta sabedoria é a juíza das ações humanas. . as três Partes e as três Sortes. Litígios. Fome. visto desde já. Discursos e Disputas. Sorte negra e Morte. É díke. Massacres e Homicídios. Mas podemos lembrar que a Noite é uma deusa que proverá uma linhagem importante na Teogonia hesiódica. ela também indica a sua direção e o seu sentido. a deusa que guarda as chaves alternantes deste portal. cujos filhos são ainda mais aterradores: Fadiga. Os filhos da Noite são: Lote. O nome díke concentra o sentido do radical do verbo deíknymi: mostrar. dos valores em que a vida se conquista. e ele mesmo é experimentado quando se distingue um dia de outro dia. a Noite e o Dia abrem a sucessão temporal em que todo o real acontece para os mortais. Velhice e a Ira. apontar. Combates.66 FILÓSOFOS ÉPICOS I Noite e o Dia não são experiências quaisquer. indicar. aquele que o homem excelente deve trilhar em busca de sua plena realização. não apenas como mera atividade teórica. E esta linhagem agrupa mais do que uma simples experiência de escuridão e sucessão do tempo. nesta jornada de iluminação. a Justiça. devem abrir passagem para os valores diurnos e transparentes da legalidade. as Hespérides. ‘Jura’ por ‘Juramento’. guardiãs do Ocaso. Sono e os Sonhos. Batalhas. Desordem. Ela não apenas acusa o valor das ações. de Ânimo cruel. é também quem indica o melhor caminho. Díke significa caminho. Engano. Em todo o Poema. Deixar a Noite em direção à Luz pode indicar a caminhada purificadora de uma ascese do conhecimento. ‘Ira’ por ‘Éris’. O tempo é o suporte indispensável de toda experiência concreta. Vingança. Dores. Escárnio e Miséria. Olvido. pelo intervalo da noite. o sentido dêitico sinalizador do ca11 Mantenho os nomes da tradução de Torrano (1992). Díke não só abre o caminho. mas no Poema traduzirei moira por ‘Partida’. que discerne as boas ações dos homens das suas ações ruins. Mas díke não é apenas uma deusa julgadora. Os valores tenebrosos e odiosos da noite. Por que. as ações humanas? A Justiça é uma deusa do âmbito da moralidade. . quantas vezes a afirmação do que “é real e verdadeiro” é também acompanhada por uma prescrição modal do tipo: “deve ser seguido”. exortativo. inclusive para buscar uma determinação mais concreta do seu conteúdo e do sentido originário do discurso do ser e sobre o ser. A Deusa inominada que recebe o viajante. moîra. em toda a sua lição sobre as duas vias do conhecimento. Nas várias encruzilhadas por que passa o viajante. Norma. a verdade ontológica do ser não é dissociada da prescrição de correção no agir e no escolher. não deixa de mencionar a proveniência justa deste seu discípulo. E. No Poema de Parmênides. na expressão da indicação do caminho da verdade. conforme aos princípios da realidade. a Justiça sempre estará presente como a indicação e a prescrição do bom caminho. reto. Thêmis. anterior à legalidade convencionada pela assembleia ou outorgada pelo rei. este tom moral que separa o que deve ser do que não deve ser. A Justiça: díke. real. verdadeiro.PARMÊNIDES 67 minho é invocado várias vezes. É a ordem que garante a normalidade. é um traço decisivo do Poema. um poema sapiencial que funda o discurso sobre o ser como discurso verdadeiro tem essa ambiência preparatória em torno da Justiça e outras divindades que presidem as ações morais. de uma lei fundada na postulação divina. mas uma prescrição transcendente do que deve ser e do que é conforme à ordem dos deuses. na fala da Deusa inominada. e conservará por toda a sua exposição este tom prescritivo. Sem dúvida. Esta ordem precede à ordem da lei política. presente no episódio do portal. e trata-se de uma ordem que governa as relações consanguíneas da família ou da tribo. e a Norma: thêmis. mas há também outras que a acompanham quando a Deusa inominada dá as boas vindas ao viajante. Vale a pena reparar. A proximidade entre ser e dever ser. o viajante é avaliado bem em sua Partida. é a expressão de uma ordem primordial. conduziram o viajante até a presença da Deusa sapiencial. ainda é a tragédia Antígona de Sófocles a melhor exposição da diferença entre a lei divina dos laços de sangue e a lei proclamada pela palavra do governante. Não se trata de uma lei convencionada pelos homens. afinal. por ter vindo da parte destas duas deusas. é preciso compreender a moîra como quem providencia o envio do viajante em sua caminhada. Os limites da moîra são os limites essenciais do ente. dentro dos quais o ente pode ser e é. por toda a vida. ao receber o viajante. a parte que cabe a cada um neste mundo. o qual. previsível. A Deusa inominada. uma escolha tradicional. É preciso compreender que a moîra não é essencialmente a determinação incontornável de um desfecho. sem dúvida. que definem um campo do possível do qual não se pode escapar: a morte para os mortais. Se fora abrir mão de valores estéticos para uma tradução puramente conceitual. fora dos quais. diria Imposição. isto lhes confere boa ou má partida no desempenho da vida. por exemplo. isto que dá o sentido do envio de uma jornada. para o homem de conhecimento. Thêmis é o que se impõe. nenhuma moîra é a consumação prévia do que está por vir. do destino. Sabemos que a moîra é o Destino. Os homens podem agir conforme ou não a esta imposição primordial. diz que ele foi enviado por boa moîra. Não.68 FILÓSOFOS ÉPICOS I O nome de thêmis concentra o radical do verbo títhemi: pôr. A moîra é incontornável sim. uma possibilidade incógnita e insondável. mas ao mesmo tempo. Ela não está falando do extremo fim. Providência e Envio também são nomes aproximados para a moîra. Zeus distribui . mas no extremo começo. não está no extremo fim. Depois que Zeus e os deuses olímpicos vencem a guerra contra os Titãs. justamente o que nos orienta em primeira mão no contexto do Poema é o campo semântico e imagético do caminho e da caminhada. certa. é a sabedoria e a verdade. a despeito da vontade dos homens. Destino enfatiza a meta. vem a hora da partilha. em vez de Norma. Não parece estranho? A partida não é justamente o oposto do destino. Mas a ênfase. o extremo fim do caminho. não pode ser e não é. Thêmis é a Imposição. no contexto do Poema. Neste sentido. como se todo o traçado de uma vida já estivesse predestinado em seu desígnio. quando pensamos nos extremos de uma caminhada? Ora. e nem os deuses podem fugir aos seus limites. Ela está falando do começo. A moîra tem como representação a experiência concreta do lote de terra próprio. estabelecer. mas preferimos designá-la de Partida. Esta não é. Partida é o nome que escolhemos para traduzir a moîra. O lote de cada mortal é o quanto pode fazer em sua vida inteira – a faina de sua existência. Outro nome que os gregos dão às amarras do Destino é anánke. e da Verdade. O lote é a parte de terra que. a sua moîra. a esses deuses que se apresentam na modalidade do dever. de certo modo. O nome ‘moîra’ significa a ‘parte’ móros. seguem-se os deuses que demarcam a via do que é. 13 Como a promovida por Sólon. a moîra é o que se destina na Partida. por outro lado. a individuação – neste sentido. A partida é. a Necessidade.PARMÊNIDES 69 a cada deus vencedor a sua parte do mundo. é também o envio à vigência e à vida. mas também os deuses pertencem a elas. a Necessidade aparece para confirmar o caminho verdadeiro e também para firmar o ente em seus limites e determinações. E por elas fazem valer o seu poder e a sua vigência. tais que Eleia. 12 Como nas colônias gregas. em Atenas. lote a partir do qual vai trazer o sustento da sua casa. . na partilha de um campo novo12 ou de uma reforma agrária13. junto com a Justiça e a Partida. a partida é também o tempo inteiro em que o destino está em jogo. por fim. a parte separada de cada um. O lote de Posêidon é a ondulação dos mares e os tremores da terra. Estas partes lhes pertencem. o caminho que a Deusa inominada exorta a seguir. ali. B8. Esta aparecerá no segundo momento em que são citados os deuses desse campo moral do dever. E. o camponês recebe para cultivar. em que é superada cada etapa da uma viagem. e no qual. Joga-se uma partida. ligados ao desempenho de sua vida. São estes os deuses da Fé. no fr. que fazemos ressoar no nome ‘Partida’. Trata-se do momento em que a Deusa descreve os sinais do que é. mas que no Poema repercutem essa necessidade em toda a constituição do real. e ao qual vai estar ligado por toda a vida. a sua partida. o início. Aos deuses de vigência moral. No contexto das imagens de caminhada na jornada do viajante que busca a verdade. será enterrado. é o momento da separação: o parto. Mas a partida não é exclusivamente o início. que presidem e normatizam as ações e atitudes dos mortais. O lote de Apolo é a irradiação solar do dia. de um lado. pístis. em suas amarras ontológicas cerradas. é o momento da despedida. seu lote. para o discurso fisiológico. esta parte cosmogônica do Poema. Parmênides usa explicitamente o termo natureza. e não feitos e acontecimentos gloriosos. São deuses que presidem o discurso. apresenta uma cosmogonia na qual é difícil distinguir os deuses das entidades da natureza. mais tarde. Mas as descrições tendem claramente a um discurso sobre a natureza. Natureza e sinais. com toda sua naturalidade fisiológica. Depois do discurso da Deusa acerca da Verdade. E também temos uma atenção especial aos fenômenos presididos por éros. talvez. acusando Sócrates e todos os filósofos da natureza? De toda forma.70 FILÓSOFOS ÉPICOS I alétheia. pois são os deuses que regem os processos que dão conta da condição ontológica do mundo natural. Esse discurso. divino. do Sol. da Terra. Nestes poucos e curtos fragmentos temos o testemunho de uma visão astronômica resplendente e flamejante do Éter. pautado por oposições sensíveis. Aqui os entes são apresentados em suas características e modos de ser autônomos. como irá. Talvez Parmênides já anuncie a transição que ele mesmo empreende do discurso teológico. inclui versos especialmente belos. B10: “Conhecerás a natureza do Éter e também todos os sinais que há no Éter”. Não teríamos. . mundo em que os entes são gerados e perecem. o Amor. por conta de sua atenção voltada para os fenômenos sensíveis. da Lua. restam os deuses que aparecem no discurso sobre as opiniões dos mortais. esta nova perspectiva é a que marcará doravante o discurso natural dos fisiólogos. mas o declínio do sagrado. do Céu. Mas por que esse discurso natural sobre o cosmo é tratado pelo filósofo como discurso das opiniões dos mortais? Porque se trata. o conhecimento e a sabedoria. Quem sabe não percebe nesta transição não a evolução para a ciência. o mundo destituído da fixidez do ser. humano. de deixar de lado as maiúsculas que temos dado aos nomes dos deuses? Já não teriam deixado de ser considerados deuses. da Via Láctea. do Olimpo. tais como “fogo leve” face à “noite opaca e densa”. como no primeiro verso do fr. então. apontar Aristófanes. e por Afrodite. Não há sagas nem gestas como na Teogonia de Hesíodo. Os nomes não distinguem de maneira simples uma abordagem teogônica de uma abordagem fisiológica. de um mundo que é descoberto pela experiência sensível? Pode ser. sem dúvida. bem como outros versos esparsos. o perfil filosófico de Parmênides se constituiu como o de um metafísico unitarista e imobilista. XVI parte da extensa passagem de 30 versos citados por Sexto Empírico. cita generosamente o eleata porque. defensor de uma estreita unidade entre ser. sobretudo no tocante a suas experiências sensíveis sobre a realidade do vir-a-ser e do perecer. contribuiu para modelar desde então a recepção moderna e a disposição estrutural de sua compreensão do Poema: primeiro. n. . legado por Simplício. tais como a Teogonia de 14 Cf. ao longo de todo um milênio de filosofia helênica e latina. em seu comentário à Física de Aristóteles. porém. ou seja. de caráter iniciático e alegórico à moda dos poemas épicos sapienciais. com o aporte desse ponto específico de filtragem da tradição: o neoplatonismo. VI que. por assim dizer. como ele mesmo diz. assim como a construção da posição filosófica e. Duas das mais extensas e mais importantes citações. um filósofo neo-platônico do séc. A reconstituição moderna do Poema de Parmênides iniciada no séc. Deste modo. Parmênides ganhou maior notoriedade pelos elogios e críticas nos tratados metafísicos de Platão (diálogos Parmênides e Sofista) e Aristóteles (Física e Metafísica). por citações em textos decisivos de filósofos e afins. Esta parte se convencionou chamar de “Proêmio” pela sua narrativa preparatória e introdutória. o qual igualmente indica ser esta a parte inicial do poema. Esse núcleo metafísico. Assim. não nos foi legada e.PARMÊNIDES 71 O Poema e suas “partes” O Poema de Parmênides nos foi legado fragmentariamente. A integridade do poema. um proêmio narrado pelo poeta. pensar e dizer que refutava e expulsava do campo da verdade a opinião ambígua dos mortais. Mas o Poema toma realmente corpo com as extensas citações de Simplício (edd. Chegaram-nos através de Simplício. 6. Scaliger e Brandis). a transmissão material do poema. quando este revisava a crítica de Aristóteles ao conceito eleata de uma natureza (phýsis) que fosse destituída de movimento. salvo por poucas indicações parciais. e seu texto chegou até nós principalmente pelo comentário de um filósofo neoplatônico. também a ordem da disposição dos versos. o texto de seu poema já se tornara raro à época14. segundo pareciam o discurso das Opiniões. o grandioso fragmento ontológico. são os fragmentos citados por Simplício que Diels numerou como B2. XIX foram recolhendo novos textos.72 FILÓSOFOS ÉPICOS I Hesíodo (é o fragmento B1 de Diels). único. sem passado nem futuro. engatado aos últimos versos de B7. Em seguida. foi adotada pelos editores modernos. Aqui cesso para ti um discurso fiável e um pensamento. a recepção do Poema passou a considerar dois momentos no discurso da Deusa: o discurso da Verdade (ἀμφὶς ἀληθείης) e o discurso enganoso (ἀπατηλὸν) das Opiniões dos mortais (δόξας βροτείας). mas agora. a partir daqui aprende opiniões de mortais. Alguns fragmentos. a partir de citações encontradas em novos contextos. todo. foram postos depois dele. separados exatamente por este verso (B8. . nem algo maior. de um lado. O discurso da Deusa se apresenta inicialmente como um programa de investigação. Estes assumiram que as teses unitaristas 15 Nós acrescentamos ao programa B10. ouvindo o mundo enganoso de minhas palavras. As edições dos fragmentos ao longo do séc. equivalente. intrépido e sem meta. Simplício produz uma pausa ao fim da mais longa citação de 52 versos com as seguintes palavras proferidas pela Deusa: ἐν τῶι σοι παύω πιστὸν λόγον ἠδὲ νόημα ἀμφὶς ἀληθείης· δόξας δ᾿ ἀπὸ τοῦδε βροτείας μάνθανε κόσμον ἐμῶν ἐπέων ἀπατηλὸν ἀκούων. de outro. apresentando as vias do conhecimento que se deve seguir. em seguida o discurso propriamente metafísico. segundo a qual na primeira caberiam somente dis­ cursos ontológicos e na segunda tudo o que dissesse respeito a conhecimentos de ordem cosmológica. os outros. foram sendo postos antes deste marco. A perspectiva de uma dicotomia entre verdade e opinião. e de que se deve afastar. apresentando os sinais do que é: ingênito e imperecível. 51). B6 e B715. proferido por uma Deusa que recebe o poeta. nem algo menor. segundo pareciam constituir o discurso da Verdade. como se verá melhor adiante. Assim. acerca da verdade. Por isso. à reprodução. à sensação. De modo que tudo quanto no Poema se diz dos astros e dos seres vivos só podia ser o discurso enganoso dos homens. Aristóteles teria criticado a unidade do princípio e a imobilidade do ser de Parmênides. pois não passariam de objetos desta mesma perspectiva enganosa. também isto aprenderás: como as aparências precisavam patentemente ser. o faz tendo em vista a ideia de que as teses unitaristas e imobilistas de Parmênides não falam da natureza. Constituiu-se assim uma ideia não apenas de condenação. Podemos remontar estas inquietações .. à psicologia. ao movimento. em vista de perscrutar a natureza. ao múltiplo. nos últimos versos do Proêmio. 31-32) ἀλλ᾿ ἔμπης καὶ ταῦτα μαθήσεαι. esta foi se tornando maior à medida que mais e mais citações foram incorporadas a este segundo momento da fala da Deusa. por que ela mesma a prescreve ao jovem aprendiz quando apresenta. à embriologia. todavia. não é sem problemas. por que justamente a Deusa a percorre depois de falar da verdade? Ainda. a segunda parte do programa de conhecimento? (B1.. Esta identificação. convencionalmente chamado de “Doxa”. A via das opiniões foi assim identificada como a via que é condenada e que não deve ser percorrida. Dentre tantas perplexidades que o Poema nos apresenta. que vêem falsamente o devir onde deveriam ver o ser. Pois sendo uma via condenada. por tudo como tudo quanto é. Contudo. e acaba por lançar toda a natureza móvel e múltipla no poço enganoso da opinião. Mesmo quando Simplício quer salvar Parmênides da crítica de Aristóteles. por parte de Parmênides. a ponto de constituírem de fato um corpo teórico significativo de fenômenos ligados à astronomia. quando.PARMÊNIDES 73 e imobilistas quanto ao ser deveriam forçosamente legar ao âmbito da opinião e do engano tudo que dissesse respeito ao devir. ὡς τὰ δοκοῦντα χρῆν δοκίμως εἶναι διὰ παντὸς πάντα περ’ὄντα. mas do ser transcendente. buscava analisar as causas do movimento. da perspectiva múltipla da opinião dos mortais. de modo que lega o discurso verdadeiro ao ser. como também de todo estudo dos fenômenos naturais. πεύσηι (sondarás). 2003. Giovanni. Bompiani. a Deusa apresenta ao jovem um programa especial de conhecimento que ele deve seguir. não menos ficcional em sua composição do que qualquer uma das outras já propostas por editores e tradutores vários do Poema. O 16 Ruggiu. Levando em conta o estado atual dos estudos parmenídeos. Deste modo o discurso cosmológico e sua explicação são integrados ao programa de conhecimento proposto pela Deusa. O programa comporta tanto o coração da verdade quanto a compreensão de como existem as opiniões dos mortais. 1-28 A parte narrativa em que o poeta descreve sua jornada ao encontro da Deusa. Reparar o uso do futuro três vezes: εἴσηι (conhecerás). chegando mesmo em alguns casos. O proêmio: B1. Acrescentamos ao programa também B10. Luigi. proponho a seguinte ordenação do poema. efetivamente é a recepção do Poema no século XX que levanta a grossa poeira do problema e que acaba por redefinir e reavaliar o sentido e o estatuto em relação à verdade do discurso da “Doxa”. Os caminhos: B5 + B2 + B3 + B6 São os ensinamentos metodológicos da Deusa: há um método verdadeiro e um método enganoso de conhecer. Mas. Milano. em que a Deusa apresenta os elementos do cosmos que precisam ser conhecidos. O programa: B1. como no exame de Luigi Ruggiu16. Saggio Introduttivo e Commentario in: Reale. εἰδήσεις (conhecerás).74 FILÓSOFOS ÉPICOS I da recepção moderna ao comentário de Nietzsche. a retirar-lhe por completo a tradicional nuance negativa. Parmenide: Poema Sulla Natura. a Deusa assume diretamente o discurso. Depois desse proêmio. 28-32 + B10 Aqui. . tratando-a justamente como exemplo de enganosa opinião. para quem Parmênides teria incorporado ao fim de seu Poema uma cosmologia de que teria sido autor na juventude e que teria renegado na maturidade. . como na exposição das razões de ser o brilho na Lua um reflexo da luz solar (B14 e B15). O estatuto dessas teorias em relação à verdade não é muito claro e parece variar.PARMÊNIDES 75 jovem precisa aprender o que são esses métodos ou caminhos para manter-se no caminho do que é. a ambiguidade e. 53-61 + B4 + B9 As opiniões são apresentadas como a perspectiva enganosa dos mortais. Parece que há uma atenção particular para os fenômenos ligados à geração. Neles encontram-se teorias cosmogônicas. e a mera nomeação foi criticada como característica do engano dos mortais. parece que se apresentam apenas catálogos de nomes. 17 Laércio. A demonstração da descoberta de que a estrela da manhã e a estrela vespertina (Venus) é a mesma. mas comportaria igualmente uma exposição argumentativa e crítica de como as coisas que nos aparecem de um modo podem ser reveladas em sua verdade pelo pensamento. Às vezes. A ordenação do mundo: B11 + B12 + B13 + B14 + B15 + B15a + B16 + B17 + B18 + B19 Estes fragmentos apresentam teorias sobre a ordenação do mundo. enquadraria-se nesse mesmo tipo de método de conhecimento. 1-52 O caminho do que é apresenta os sinais do ente. É o coração do discurso ontológico do Poema. particularmente. As teorias da geração podem ser enquadradas também sob o aspecto de uma “erótica” da natureza – éros. entre os quais a reprodução dos seres vivos. biológicas etc. Vida dos Filósofos IX. astronômicas. temos uma clara descoberta científica. O caminho do que é: B7 + B8. Diógenes. a nomeação das coisas. ou “diacosmia”. teológicas. Esta exposição das razões verdadeiras que explicam um fenômeno enganoso (visto que nos parece que a Lua tem luz própria) nos faz suspeitar de que o discurso diacósmico não seria apenas a exposição das aparências percebidas pelos mortais. o Amor é explicitamente citado como um deus primordial. o real e verdadeiro. reportada por Diógenes Laércio17. Às vezes. O caminho das opiniões: B8. As marcas desse discurso são a confusão. 23 (DK 28 A 1). . PARMÊNIDES DE ELÉIA fragmenta dk 28 b FRAGMENTOS . . 1 πάντα τῃ A: πάντά τη E: πάντάτη L: πάντ᾿ ἄτη N: πάντ᾿ ἄστη Mutschmann: πᾶν τά<ύ>τη Cordero: πᾶντ’ ἄντην Heyne. ἣ κατὰ πάντα τῃ1 φέρει εἰδότα φῶτα· τῆι φερόμην· τῆι γάρ με πολύφραστοι φέρον ἵπποι ἅρμα τιταίνουσαι. ὅσον τ᾿ ἐπὶ θυμὸς ἱκάνοι. ἐπεί μ᾿ ἐς ὁδὸν βῆσαν πολύφημον ἄγουσαι δαίμονες. κοῦραι δ᾿ ὁδὸν ἡγεμόνευον.78 FILÓSOFOS ÉPICOS I ΠΕΡΙ ΦΥΣΕΩΣ B1 1 5 ἵπποι ταί με φέρουσιν. πέμπον. De fato. trata-se de uma expressão formada de um particípio do verbo eído. assim. e propõe uma correção para adequar a métrica: pan ta<u>te (tudo a ela). 5 2 . Por intermédio dos numes. os homens podem aceder a um plano divino. tratar-se de um caso de lagarus (Cf. em B 14. Ou também pode acontecer o inverso: de um daimon ser um deus exilado no mundo. o que viu”. A esse particípio “o que sabe. mesmo com a adequação de Cordero. um termo que significa ‘homem’ mas também alude a ‘luzes’. mas ressoa também “quem viu luzes”. pode-se dizer “quem sabe à luz” ou “O iluminado”. 4 O iluminado: eidóta phôta. mui hábeis éguas me levavam puxando o carro. e não no grego épico. pois por ela. 3 Os manuscritos do texto de Sexto Empírico variam e as lições fogem à métrica. quando numes2 levaram-me a adentrar uma via loquaz. por ela era levado. p. 3) – de modo que o narrador em busca da sabedoria vestiria a sombra literária de Ulisses. segundo o estabelecimento de Mutschmann. Parmênides repetirá o jogo com essa homonímia. Numes: os daimones são divindades de intermediação acessível aos homens. um tipo de denominação corrente em livros de revelação sapiencial. cuja virtude maior é a referência da expressão ao início da Odisseia (I. Pode ser também alusão a um observador das estrelas.PARMÊNIDES 79 DA NATUREZA B 1 Proêmio 1 Éguas que me levam. Literalmente e segundo a posição sintática. ‘saber’. Para render a operação poética. Pode. Diels usa pant’aste (toda cidade). os quais. todavia. que leu o manuscrito N assim. Cordero reporta uma leitura diferente do manuscrito. que. as únicas variantes que alterariam o sentido da frase na tradução são: a do manuscrito N pant’ate (toda Desgraça) que não condiz bem com a passagem. não ficam muito diferentes no sentido geral da frase. Cordero “Le vers 1. é usado como aoristo de horáo. o que se lê é “um homem que sabe”. saber equivale a ter a experiência do visto. A nossa tradução segue a maioria dos manuscritos. o herói da astúcia e da inteligência. alusão sempre presente na cultura pós-homérica quando se fala de uma errância constituidora de experiência. Parmênides acrescenta o objeto phôta. tal como no poema de Empédocles. mas em sentido inverso. 2. que de toda parte3 conduz o iluminado4. a quanto lhes alcança o ímpeto. apenas mais tarde no dialeto ático. por sua vez. ‘ter visto’. e a da citada leitura de Mutschmann do manuscrito M. cavalgavam. embora esta forma seja atestada.3 de Parménide” Revue Philosophique. mas eram moças que dirigiam o caminho. como se uma sílaba longa tivesse sido alterada em uma breve.170). 1982. 5 6 7 κράτων Karsten: κρατερῶν Sext. πεῖσαν ἐπιφραδέως. καί σφας ὑπέρθυρον ἀμφὶς ἔχει καὶ λάινος οὐδός· αὐταὶ δ᾿ αἰθέριαι πλῆνται μεγάλοισι θυρέτροις· τῶν δὲ δίκη6 πολύποινος ἔχει κληῖδας ἀμοιβούς.: ἀρηρότε Bergk. ὥς σφιν βαλανωτὸν ὀχῆα ἀπτερέως ὤσειε πυλέων ἄπο· ταὶ δὲ θυρέτρων χάσμ᾿ ἀχανὲς ποίησαν ἀναπτάμεναι πολυχάλκους ἄξονας ἐν σύριγξιν ἀμοιβαδὸν εἰλίξασαι 20 γόμφοις καὶ περόνηισιν ἀρηρότa·7 τῆι ῥα δι᾿ αὐτέων ἰθὺς ἔχον κοῦραι κατ᾿ ἀμαξιτὸν ἅρμα καὶ ἵππους.80 FILÓSOFOS ÉPICOS I 6 ἄξων δ᾿ ἐν χνοίηισιν <ἵει> σύριγγος αὐτήν αἰθόμενος (δοιοῖς γὰρ ἐπείγετο δινωτοῖσιν κύκλοις ἀμφοτέρωθεν). δίκη Scaliger: δίκην mss. ἀρηρότa mss. 10 εἰς φάος. προλιποῦσαι δώματα νυκτός. . 15 τὴν δὴ παρφάμεναι κοῦραι μαλακοῖσι λόγοισιν. ἔνθα πύλαι νυκτός τε καὶ ἤματός εἰσι κελεύθων. ὠσάμεναι κράτων5 ἄπο χερσὶ καλύπτρας. ὅτε σπερχοίατο πέμπειν ἡλιάδες κοῦραι. Poema de Parmênides Da Natureza. persuadiram-na. cujas chaves alternantes quem possui é Justiça9 rigorosa. epiteto que a cidade de Eleia inscreveu em um monumento homenageando Parmênides. etéreas. então. seduzindo com suaves palavras. atenciosamente. 9 Justiça: díke. duas rodas giravam comprimindo-os) porquanto as Filhas do Sol8 fustigassem a prosseguir e abandonar os domínios da Noite. estas. impelia um toque de flauta incandescendo (pois.1. moldam-se elas. Significa filho de Oulis.11. então. mas. arrancando da cabeça. é o caminho (αὕτη δίκη ἐστὶ βροτῶν “esse é o caminho dos mortais” Od. O patrônimo Ouliádes era. . com as mãos. fizeram com que o imenso vão dos batentes se escancarasse girando os eixos de bronze alternadamente nos cilindros encaixados com cavilhas e ferrolhos. mas pode se estender a outros sentidos purificadores e mesmo sugerir o pertencimento a alguma associação de inspiração pitagórica. um dos epitetos de Apolo. a gesta do sábio. Santoro. pela via aberta através das portas. pórtico e umbral de pedra as mantêm de ambos os lados.PARMÊNIDES 81 6 10 15 20 O eixo. para a Luz. nos meões.218) e é quem indica (deíknymi) o caminho da verdade. os véus. pp. as ações do homem. a que lhes retirasse rapidamente o ferrolho trancado das portas. em grandiosos batentes. em geral. No nome Heliádes ressoa também o nome Ouliádes.80-81. as moças. I e descoberto em 1966. porém. As moças. datando do séc. o Curador. 8 Filhas do Sol: Heliádes. Cf. n. Lá ficam as portas dos caminhos da Noite e do Dia. mantêm o carro e os cavalos em frente. Cf. de ambos os lados. atribuido aos médicos. ὧδε δ᾿ ἔπος φάτο καί με προσηύδα· ὦ κοῦρ᾿ ἀθανάτοισι συνάορος ἡνιόχοισιν. ἐπεὶ οὔτι σε μοῖρα κακὴ προὔπεμπε νέεσθαι τήνδ᾿ ὁδόν (ἦ γὰρ ἀπ᾿ ἀνθρώπων ἐκτὸς πάτου ἐστίν). 25 ἵπποις ταί σε φέρουσιν ἱκάνων ἡμέτερον δῶ. .82 FILÓSOFOS ÉPICOS I 22 καί με θεὰ πρόφρων ὑπεδέξατο. χαῖρ᾿. ἀλλὰ θέμις τε δίκη τε. χεῖρα δὲ χειρί δεξιτερὴν ἕλεν. fato que a torna ainda mais apartada da perspectiva dos homens que opinam e nomeiam. Ártemis. a Justiça. ela é a parte que partilha. assim proferiu a palavra e me saudou: Ó jovem acompanhado por aurigas imortais. também é uma deusa cujo nome costuma ser substituído pelos epítetos “Tenebrosa” “Temível”. deusa dos mortos. Aquela que põe o que deve ser – a lei divina. Mas também é significativo o fato de ficar inominada por todo o poema. que constituem a normalidade. acolheu-me. Nýx. Há outras deusas que poderiam ser aludidas sem serem explicitadas. nomeia-se Afrodite. sobretudo nos deveres impostos pelas relações consanguíneas. No duvidoso fragmento B20. que. Esta não é uma tradução usual. mesmo que essa partida seja a morte. mas poderia ser mais uma deusa no variado catálogo cósmico. Porém menos que o lugar de chegada. A posição constituidora de uma moralidade divina e originária. e estaria acompanhada de sua prole de justiceiras e vingadoras entre as quais Díke. mas sim Norma12 e Justiça. salve! Porque nenhuma Partida11 ruim te enviou a trilhar este caminho. à medida que é um caminho apartado dos homens. a irmã recolhida de Apolo. alétheia. Heidegger propõe que seja a própria Verdade. com éguas. que levaria o investigador à contemplação dos fenômenos celestes.N 602). que acolheria o sábio para uma jornada subterrânea como a da Divina Comédia. Perséfone. Moralidade que se apresenta aos homens. te levam ao alcance de nossa morada. A reparar que o Poema cita e alude consideravelmente a divindades em sua maioria femininas. 12 Norma: Themis. com boa vontade. tal como no enunciado homérico da morte de Pisandro por Menelau como uma μοῖρα κακὴ (Il. e em sua mão minha mão direita tomou. a Partida. 11 Partida: Moira.PARMÊNIDES 83 22 E a Deusa10. . separa e envia. a Noite. a partida. e Moira. A Moira é normalmente entendida como Destino. 25 10 Quem é esta deusa? M. τουτέστι τοῖς τῶν ὤτων.. Miscelâneas V.25-558. e por indicar que este trecho é o inicio do poema: ἐναρχόμενος γοῦν τοῦ Περὶ φύσεως γράφει τὸν τρόπον τοῦτον· ἵπποι .. completado com a citação de Simplício (28-32) que apresenta o programa de aprendizagem prescrito pela Deusa.) 28-30 Diógenes Laércio. ὡς τὰ δοκοῦντα χρῆν δοκίμως εἶναι διὰ παντὸς πάντα περ ὄντα15. τὴν διάνοιαν ἀσφαλεῖς ἔχουσαν τὰς τῶν πραγμάτων καταλήψεις.. Sext.. 14 ἀτρεμὲς Sext. λείπεται (B 7. Adversus mathematicos VII. 39. Adversus Colotem XIII. Fontes de B1: 1-30 Sexto Empírico. Adversus mathematicos VII. (Cf. ἐπὶ δὲ τὴν ᾿πολύποινον᾿ ἐλθεῖν Δίκην καὶ ἔχουσαν ‘κληῖδας ἀμοιβούς᾿ (14). Sexto é importante ainda por citar o título da obra “Da Natureza” Περὶ φύσεως.. 557..84 FILÓSOFOS ÉPICOS I B1 28 χρεὼ δέ σε πάντα πυθέσθαι ἠμὲν ἀληθείης εὐπειθέος13 ἀτρεμὲς14 ἦτορ 30 ἠδὲ βροτῶν δόξας. κατὰ δὲ τὴν πολύφημον ὁδὸν τοῦ δαίμονος πορεύεσθαι τὴν κατὰ τὸν φιλόσοφον λόγον θεωρίαν. ὃς λόγος προπομποῦ δαίμονος τρόπον ἐπὶ τὴν ἁπάντων ὁδηγεῖ γνῶσιν (2. P . 15 περ ὄντα Simplício D.6 Plutarco. 111 e 112-114 (paráfrase) 14 Proclo. . 1114 d-e Proclo. IX 59. e depois ainda retorna com uma paráfrase do mesmo Proêmio: Paraphrasis: Sextus Empiricus.2 (a partir de χρεὼ δέ. In Parmenidem 640. F: περῶντα Simplício A. τὴν φωνὴν δι᾿ ὧν καταδέχονται.. 625 μέγαν περ ἐόντα). Plutarco. 2-7).. ἕτερον δὲ βροτῶν δόξας. 8). τὰς δὲ ὁράσεις ῾Ηλιάδας κούρας κέκληκε (9). segue com 6 versos de B7 ἀλλὰ σὺ . 13 εὐπειθέος Plutarco. δώματα μὲν Νυκτὸς ἀπολιπούσας (9) διὰ τὸ μὴ χωρὶς φωτὸς γίνεσθαι τὴν χρῆσιν αὐτῶν. 112-114 ἐν τούτοις γὰρ ὁ Παρμενίδης ἵππους μέν φησὶν αὐτὸν φέρειν τὰς ἀλόγους τῆς ψυχῆς ὁρμάς τε καὶ ὀρέξεις (1). ταῖς οὐκ ἔνι πίστις ἀληθής. ἀλλ᾿ ἔμπης καὶ ταῦτα μαθήσεαι. κύκλοις᾿ (7. τουτέστι τὸ ἐν δόξηι κείμενον πᾶν. ἀληθής (B 1. In Timaeum I 345. Diógenes F. apenas os dois últimos versos faltam ao fragmento. 1-30) após citar os 30 primeiros versos do Proêmio. Ilíada E. Clemente: εὐπίθεος Diógenes B: εὐκυκλέος Simplício: εὐφεγγέος Proclo.. Cf. De caelo. §111 texto (ἀτερκὲς N). 3). IX. Vitae philosophorum. κούρας δ᾿ αὐτοῦ προάγειν τὰς αἰσθήσεις (5). E. ἥτις αὐτὸν ὑποδεξαμένη (22) ἐπαγγέλλεται δύο ταῦτα διδάξειν ἠμὲν ἀληθείης εὐπειθέος ἀτρεμὲς ἦτορ᾿ (29).39 28-32 Simplício. 15-16 Sexto Empírico é a principal fonte de B1 (1-30). ὧν τὰς μὲν ἀκοὰς αἰνίττεται ἐν τῶι λέγειν ᾿δοιοῖς . ὅτι ἦν ἀβέβαιον.. 22 29-30 Clemente de Alexandria.. n. ἀληθής (30). texto e paráfrase §114. ὅπερ ἐστὶ τὸ τῆς ἐπιστήμης ἀμετακίνητον βῆμα. Simplício: ἀτρεκὲς Sext. 16 intrépido Sext. que imputa a Parmênides justamente o fato de ter considerado o sensível como o inteligível sem distinguir ontologicamente os entes corruptíveis dos incorruptíveis. enquanto são como tudo quanto é. in Reale. Talvez por isso apenas Simplício os cite. §111 texto. A prescrição de aprendizagem apresentada nestes dois versos é difícil de entender e aceitar. Em se aceitando a lição majoritária dos manuscritos. Simplício cita a passagem para mostrar que Parmênides faria a distinção entre o ser inteligível (τὴν μὲν τοῦ ὄντως ὄντος τοῦ νοητοῦ) e o devir sensível (τὴν δὲ τοῦ γινομένου τοῦ αἰσθητοῦ) porque. 18 por tudo como tudo quanto é Simplício D. περὶ δὲ τὸ γινόμενον δόξαν). trata-se do fato de que tudo que é deve ser e tem razão de ser. Sext. com. Ruggiu deste passo. 17 persuasiva Plutarco. texto e paráfrase §114. que adoto. Clemente. Segundo a leitura de L. F.PARMÊNIDES 85 B 1 Programa 1 28 30 Mas é preciso que de tudo te instruas: tanto do intrépido16 coração da Verdade persuasiva17 quanto das opiniões de mortais em que não há fé verdadeira. de Ruggiu. 32 ss. por tudo como tudo quanto é18. Simplício. É uma das expressões mais intraduzíveis do Poema. bem redonda Simplício. Parmênides chama de verdade o que é e de opinião o que devém (διὸ περὶ τὸ ὂν ἀλήθειαν εἶναί φησι. também isto aprenderás: como as aparências precisavam patentemente ser.. segundo Simplício. 200-209 e Ramnoux. literalmente: “através de tudo tudo enquanto entes”. Simplício quer rebater a crítica de Aristóteles no De caelo (298b 14 = DK A 25). bem luzente Proclo. atravessando tudo através de tudo Simplício A. Diógenes. Plutarco. . exato Sext. Cf. enquanto são entes. assim também as aparências. 2003. 1979. enquanto a prescrição dos versos anteriores é citada com mais frequência. Contudo. E. 14-20) Cf. Plutarco. 19 ἔνθεν (μὲν γὰρ) Scaliger. 21 ἄγουσ(α). . como O’Brien. assinalando-o aqui. Adversus Colototem 1114b ὅς γε καὶ διάκοσμον πεποίηται καὶ στοιχεῖα μιγνὺς τὸ λαμπρὸν καὶ σκοτεινὸν ἐκ τούτων τὰ φαινόμενα πάντα καὶ διὰ τούτων ἀποτελεῖ· καὶ γὰρ περὶ γῆς εἴρηκε πολλὰ καὶ περὶ οὐρανοῦ καὶ ἡλίου καὶ σελήνης καὶ γένεσιν ἀνθρώπων ἀφήγηται· καὶ οὐδὲν ἄρρητον ὡς ἀνὴρ ἀρχαῖος ἐν φυσιολογίαι καὶ συνθεὶς γραφὴν ἰδίαν. τῶν κυρίων παρῆκεν. ἔνθεν μὲν γὰρ Clemente. 14 (II 419. 22 Plut. que μὲν γὰρ é um acréscimo posterior da fonte. Scaliger propõe. ἔργα τε κύκλωπος πεύσηι περίφοιτα σελήνης καὶ φύσιν.86 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 10 1 εἴσηι δ᾿ αἰθερίαν τε φύσιν τά τ᾿ ἐν αἰθέρι πάντα σήματα καὶ καθαρᾶς εὐαγέος ἠελίοιο λαμπάδος ἔργ᾿ ἀίδηλα καὶ ὁππόθεν ἐξεγένοντο. já retirá-lo. 5 Fontes de B10: Clemente de Alexandria. οὐκ ἀλλοτρίαν διαφορῶν22. ἀλλοτρίαν διαφορῶν : ἀλλοτρίας διαφθοράν DK. V. 20 ἔφυ τε Sylburg: ἔφυγε Clemente. por conta da métrica. εἰδήσεις δὲ καὶ οὐρανὸν ἀμφὶς ἔχοντα ἔνθεν19 ἔφυ τε20 καὶ ὥς μιν ἄγουσ(α)21 ἐπέδησεν ᾿Ανάγκη πείρατ᾿ ἔχειν ἄστρων. preferimos. Miscelâneas. Plutarco. Adversus Colototem 1114b O qual criou de fato uma ordenação de mundo. 5 Cf. assim também disse muitas coisas sobre a Terra e sobre o Céu e o Sol e a Lua. . e de onde surgiram. sem interferências alheias. o luzente e o obscuro. não deixou de falar de nenhum dos principais assuntos relativos ao estudo da natureza e compôs um texto próprio. e dissertou sobre a geração dos Homens. Sondarás as obras vagantes da Lua ciclópica e sua natureza. de onde este brotou.PARMÊNIDES 87 B 10 Programa 2 1 Conhecerás a natureza do Éter e também todos os sinais que há no Éter e as obras invisíveis da flama pura do Sol resplendente. e como a Necessidade o levou no cabresto a manter os limites dos astros. com uma mistura de elementos. Na condição de homem antigo. conhecerás também o Céu que tudo abarca. e por meio destes produziu todos os fenômenos. Barbara Cassin. no fundo. 1827) ταὐτὸν δ’ ἐστίν ἐκεῖ νοέειν τε καὶ εἶναι (Cousin. poderíamos ouvir um eco de resposta também nos versos épicos de Empédocles que também falam dos caminhos palíndromos (vv. 1-2 e 16-7). 29-32. Por isso mesmo. 1864). κόμισαι δὲ σὺ μῦθον ἀκούσας. In Parmenidem 1152 23 ἀληθείη libbri: ἀληθείηι Bywater.1 3-6 Proclo. é que. Fonte de B5: Proclo. Fontes de B3: Clemente de Alexandria. In Parmenidem 1078. este fragmento pode situar-se em qualquer parte do Poema. 232-3 e 247-8 Primavesi = DK 31 B 17. ἡ δ᾿ ὡς οὐκ ἔστιν τε καὶ ὡς χρεών ἐστι μὴ εἶναι. B 2-3 B 2 εἰ δ᾿ ἄγ᾿ ἐγὼν ἐρέω. repetido várias vezes no poema. ex. Enneadas. põe-no logo depois do primeiro fragmento. saem dois caminhos de sentido inverso e ambos retornam ao mesmo lugar.7-8 Proclo. 16 Proclo cita estes versos depois de B 8. In Timaeum I 345.88 FILÓSOFOS ÉPICOS I B5 ξυνὸν δὲ μοί ἐστιν. O próprio Diels antes de posicioná-lo como quinto. p. 1. τὴν δή τοι φράζω παναπευθέα ἔμμεν ἀταρπόν· οὔτε γὰρ ἂν γνοίης τό γε μὴ ἐὸν (οὐ γὰρ ἀνυστόν) οὔτε φράσαις B 3 τὸ γὰρ αὐτὸ νοεῖν ἐστίν τε καὶ εἶναι. Physica 116. ‖ Proclo: ταὐτὸν ἐστίν ἐκεῖ νοεῖν τε καὶ εἶναι (Cousin. que já são enunciados desde I. VI. 24 γὰρ om. ὁππόθεν ἄρξωμαι· τόθι γὰρ πάλιν ἵξομαι αὖθις. ‖ ἐστίν Clemente : ἐστί Plotino. trata-se de um único caminho circular em que. In Platonis Parmenidem I.28-117. colocou-o em terceiro.12 Plotino. 18-24. ele refere-se à indiferença de começar por um ou outro dos dois caminhos.. II 440. 5 Proclo. V. A posição deste fragmento varia segundo o editor. Poderia até mesmo ser um refrão. Plotino. Miscelâneas. De fato.25. . de um ponto comum. 9. para reforçar a sua tese de unidade e continuidade do ser. de qualquer ponto. 8 . Se os dois caminhos são convergentes e tendem ao encontro. 26-27 3-8 Simplício. 5 αἵπερ ὁδοὶ μοῦναι διζήσιός εἰσι νοῆσαι· ἡ μὲν ὅπως ἔστιν τε καὶ ὡς οὐκ ἔστι μὴ εἶναι. 708. de que se fale dos dois caminhos de investigação. V. Neste sentido. DK. πειθοῦς ἐστι κέλευθος (ἀληθείη23 γὰρ ὀπηδεῖ).24 Fontes de B2: 1-6. comunga e torna indiferente. agora vou eu falar. Isso pode explicar porque qualquer ponto de partida é indiferente. 691 K. B6. tal como se dá na expressão em grego. de onde começarei. Clemente compara a sua sintaxe com a de um verso de Aristófanes: “pois é possível o pensar ser igual ao agir” (᾿Αριστοφάνης ἔφη ‘δύναται γὰρ ἴσον τῶι δρᾶν τὸ νοεῖν᾿ (fr. não é para não ser. para o que é e. sem preposição. é o caminho de Persuasão – pois Verdade o segue –. B 2-3 Os Caminhos 2 B 2 Pois bem. pois não é realizável. para o que não é e. Visa a deixar em aberto as possibilidades sintáticas. seguimos a sintaxe ditada por Proclo. Cummings. pelo desconhecimento da parte perdida do verso. Xynon é um adjetivo. esta via. Tem também a ideia de continuidade e meio comum. e tu. 9. . Trata-se do “sendo com” que reúne. é preciso não ser. converge. assim. 26 Cf. Proclo cita estes versos depois do verso 25 de B 8. nem tampouco indicaria: B 3 pois o mesmo é (a) pensar e também ser27. quando se encontra o lugar de onde se partiu. O núcleo semântico é a preposição “syn” que significa “com”. não apenas o das vias de conhecimento. se lembrarmos de seu uso também em Heráclito. 27 A interpretação da sintaxe deste fragmento é extremamente controversa. pois nem ao menos se reconheceria o não ente. que o cita.E.PARMÊNIDES 89 B 5 Os Caminhos 1 comum25. é para mim. Pensamos. porém. A repetição em B 11 reforça essa ideia de continuidade. indico-te que é uma trilha inteiramente inviável. em que é dito que o ente é todo contínuo.) καὶ πρὸ τούτου ὁ ᾿Ελεάτης Παρμενίδης ‘τὸ γὰρ αὐτὸ νοεῖν ἐστίν τε καὶ εἶναι᾿). obviamente. no ponto de partida das vias de conhecimento. como tal. em que determina isto mesmo que é o pensar. como tal. 25 Xynon é uma palavra densa de conotações. no sentido etimológico dessa palavra: “o que não separa”. A preposição ‘a’ entre parênteses é uma solução oriunda da tipografia poética de E. presta atenção ouvindo a palavra acerca das únicas vias de questionamento que são a pensar: uma. que aparece em B 11 em que é o epíteto da palavra Éter. pois lá mesmo chegarei de volta26 outra vez. lemos que o ponto de partida é comum. 5 outra. pois o próprio deslocamento seria uma ilusão. segundo o sentido como se interpreta o valor da identidade entre ser e pensar. mas efetivamente o de qualquer jornada. 33 πλαγκτὸν libri. Simplício. 2. . ἣν δὴ βροτοὶ εἰδότες οὐδὲν 5 πλάττονται32. δίκρανοι· ἀμηχανίη γὰρ ἐν αὐτῶν στήθεσιν ἰθύνει πλαγκτὸν33 νόον· οἱ δὲ φοροῦνται κωφοὶ ὁμῶς τυφλοί τε. e conforme B 7. mas oferecemos.90 FILÓSOFOS ÉPICOS I B6 1 χρὴ τὸ λέγειν τὸ28 νοεῖν τ᾿ ἐὸν29 ἔμμεναι· ἔστι γὰρ εἶναι. já difícil pela construção paratática da sequência assindética de três verbos em modos nominalizados. μηδὲν δ᾿ οὐκ ἔστιν· τά σ᾿ ἐγὼ30 φράζεσθαι ἄνωγα. que raramente a consideram.3-4 Fontes de B6: 1-2(ἔστιν) 1 (ἔστι)-9 8-9 28 τὸ mss. πάντων δὲ παλίντροπός ἐστι κέλευθος. Optamos pela lição dos manuscritos. 31  <ἄρξει> Cordero: < εἴργω > Diels . οἷς τὸ πέλειν τε καὶ οὐκ εἶναι ταὐτὸν νενόμισται κοὐ ταὐτόν. A mudança altera significativamente o sentido deste verso. ἄκριτα φῦλα.: τεὸν F: τὸ ὸν DE. αὐτὰρ ἔπειτ᾿ ἀπὸ τῆς. Mesmo com a correção. Ald. Cordero aponta a alteração na edição de Diels. Diels. Cordero. τεθηπότες. Physica 78. πλάζονται Ald. opções segundo a correção adotada por Diels. Physica 86. o sentido continua controverso. sendo pouco notada pela maioria dos comentadores. Physica 117. πρώτης γάρ σ᾿ ἀφ᾿ ὁδοῦ ταύτης διζήσιος <lacuna>31. πλακτὸν Diels. 32 πλάττονται DEF. nas notas da tradução.27-28 Simplício. Esta alteração remonta a Karsten (1835) e a uma conjectura entre parênteses da segunda edição de Brandis (também 1835). a partir de <εἴργε > Ald. que transcreve τε νοεῖν. 29 τ᾿ ἐὸν edd.4-6. 8-13 Simplício. 30 τά σ᾿ ἐγὼ Bergk: τά γ᾿ ἐγὼ Simplicio D: τoῦ ἐγὼ E: τά γε F. Pois [____]35 desta primeira via de investigação. hordas indecisas. isto eu te exorto a indicar.: [parte].PARMÊNIDES 91 B 6 Os caminhos 3 1 Precisa tal dizer tal pensar que o ente é34. eles são levados. Diels. 37 Cf. 5 34 A proposição em parataxe abre uma gama de interpretações e traduções possíveis. entre a conjectura de Diels ou a de Cordero. bicéfalos. pois há ser. estupefatos. do não ser e das aparências. por fidelidade aos textos dos manuscritos. erram Ald. Deixamos a lacuna. mas nada não há. de todos o caminho é de ida e volta37. nos parece mais coerente com o todo do Poema. adotada por Diels. primeiro. 2. Cordero ed.” Diels ainda acrescenta em sua tradução “nur”: “que somente o ente é”. segundo. 36 forjam: DEF. para preencher esta lacuna dos manuscritos determina a existência de três ou dois caminhos de investigação. o verso ficaria assim: “É preciso dizer e pensar que o ente é. o da verdade e o das aparências (Cordero). Buscamos a que apresentasse a forma quase assindética da sucessão de verbos de modo mais simples e direto. Segundo a correção de Karsten. que vai do ente e do pensamento até a fala.: [afasta-te]. para os quais o existir e não ser valem o mesmo e não o mesmo. pois despreparo guia em frente em seus peitos um espírito errante. . do que os dois caminhos enganosos. no sentido integrante de “dizer o que pensa e o que é” como a ponte da verdade. A opção pelos dois caminhos de conhecimento que devem ser percorridos pelo sábio. tão surdos como cegos. A opção. em seguida daquela em que mortais que nada sabem forjam36. 35 Diels ed. para que o leitor possa experimentar por si as diversas conjecturas e suas consequências para a interpretação do Poema. de que ele deve se afastar para percorrer o único caminho da verdade (Diels). B 5. pois é ser. Clemente. κρῖναι δὲ λόγωι πολύδηριν38 ἔλεγχον ἐξ ἐμέθεν ῥηθέντα.92 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 7-8 B 7 οὐ γὰρ μήποτε τοῦτο δαμῆι εἶναι μὴ ἐόντα· 5 ἀλλὰ σὺ τῆσδ᾿ ἀφ᾿ ὁδοῦ διζήσιος εἶργε νόημα μηδέ σ᾿ ἔθος πολύπειρον ὁδὸν κατὰ τήνδε βιάσθω. τοῦ μηδενὸς ἀρξάμενον. ὡς ἀγένητον ἐὸν καὶ ἀνώλεθρόν ἐστιν. 39 μῦθος Simplício : θῦμὸς Sext. Proclo Parm. μοῦνον μουνογενές Clemente. φῦν; 5 10 38 πολύδηριν Diógenes : πολύπειρον Sext. ἐστι γὰρ οὐλομελές40 τε καὶ ἀτρεμὲς ἠδ᾿ ἀτέλεστον· οὐδέ ποτ᾿ ἦν οὐδ᾿ ἔσται. Plutarco [pseudo]. 1152. Filopão . τί δ᾿ ἄν μιν καὶ χρέος ὦρσεν ὕστερον ἢ πρόσθεν. συνεχές· τίνα γὰρ γένναν διζήσεαι αὐτοῦ; πῆι πόθεν αὐξηθέν; οὐδ᾿ ἐκ μὴ ἐόντος ἐάσσω φάσθαι σ᾿ οὐδὲ νοεῖν· οὐ γὰρ φατὸν οὐδὲ νοητόν ἔστιν ὅπως οὐκ ἔστι. Cf. ἐστι γὰρ οὐλομελές Plutarco. νωμᾶν ἄσκοπον ὄμμα καὶ ἠχήεσσαν ἀκουήν καὶ γλῶσσαν. ἐπεὶ νῦν ἔστιν ὁμοῦ πᾶν. 24. ἕν. B 8 μόνος δ᾿ ἔτι μῦθος39 ὁδοῖο λείπεται ὡς ἔστιν· ταύτηι δ᾿ ἐπὶ σήματ᾿ ἔασι πολλὰ μάλ᾿. 40 οὖλον μουνογενές Simplício. . contínuo. Preferimos “sem meta”. pois é todo junto agora.PARMÊNIDES 93 B 7-8 O Caminho do que é B 7 Pois isto não.4. Physica 30. pois que origem sua buscarias? Por onde. sobre este há bem muitos sinais: que sendo ingênito também é imperecível. único de um só gênero Clemente. Plutarco [pseudo]. 23) busca solucionar o problema da tradução por “incompleto”.. B 8 Ainda uma só palavra resta do caminho: que é. Cerri (1999. pois acrescenta uma ideia que ainda não apareceu para se agregar às características do ente: o não visar nada para além de si mesmo. mas discerne pela palavra a litigiosa41 contenda por mim proferida. significando sem limites no tempo. p. 43 Simplício interpreta como “sem fim”. pois é íntegro Plutarco. uno. de onde se distenderia? Não permitirei que tu digas nem penses que do não ente: pois não é dizível nem pensável que seja enquanto não é. nem o hábito multitudinário ao longo desta via te force a vagar o olhar sem escopo. mudando a pontuação e ligando a palavra ao verso seguinte: “incompleto nunca era nem será”. depois ou antes. 42 todo único Simplício. mas o que pensas. que justifica a escolha pelo contexto antigo de discussão sobre οὐλομελές). litigiosa Diógenes. a desabrochar começando do nada? 5 10 41 multitudinário Sext. separa desta via de investigação. . Pois é todo único42 como intrépido e sem meta43. e ressoar ouvido 5 e língua. nunca hás de domar não entes a serem. E que Necessidade o teria impelido. nem nunca era nem será. Proclo (e Diels. τό κεν εἴργοι μιν συνέχεσθαι. Kranz (na última ed. οὐκ ἔστ(ι). ἐπεὶ πᾶν ἐστιν ὁμοῖον· οὐδέ τι τῆι μᾶλλον. ὥσπερ ἀνάγκη. οὐδ᾿ εἴ ποτε μέλλει ἔσεσθαι. πῶς δ᾿ ἂν ἔπειτα πέλοι τὸ ἐόν45; πῶς δ᾿ ἄν κε γένοιτο; εἰ γὰρ ἔγεντ᾿. πέλοιτὸ ἐόν Simplício F. τὴν δ᾿ ὥστε πέλειν καὶ ἐτήτυμον εἶναι. οὐδέ τι χειρότερον. τὴν μὲν ἐᾶν ἀνόητον ἀνώνυμον (οὐ γὰρ ἀληθής ἔστιν ὁδός). οὐδὲ διαιρετόν ἐστιν. 45 ἔπειτα πέλοι τὸ ἐόν Simplício DE. οὐδέ ποτ᾿ ἐκ <τοῦ ἐ>όντος 44 ἐφήσει πίστιος ἰσχύς γίγνεσθαί τι παρ᾿ αὐτό· τοῦ εἵνεκεν οὔτε γενέσθαι οὔτ᾿ ὄλλυσθαι ἀνῆκε δίκη χαλάσασα πέδηισιν. πᾶν δ᾿ ἔμπλεόν ἐστιν ἐόντος. Ald. 44 <τοῦ ἐ>όντος Karsten : μὴ ἐόντος Diels : μὴ ὄντος Simplício DE : γε μὴ ὄντος: Simplício F. . Stein. DK). Diels . ἔπειτ᾿ ἀπόλοιτο ἐόν Karsten.94 FILÓSOFOS ÉPICOS I 15 20 25 οὕτως ἢ πάμπαν πελέναι χρεών ἐστιν ἢ οὐχί. ἀλλ᾿ ἔχει· ἡ δὲ κρίσις περὶ τούτων ἐν τῶιδ᾿ ἔστιν· ἔστιν ἢ οὐκ ἔστιν· κέκριται δ᾿ οὖν. τὼς γένεσις μὲν ἀπέσβεσται καὶ ἄπυστος ὄλεθρος. τῶι ξυνεχὲς πᾶν ἐστιν· ἐὸν γὰρ ἐόντι πελάζει. para que a ideia não confrontasse a teoria da geração desde o ser. mas é todo pleno do que é.PARMÊNIDES 95 15 20 25 Assim. de modo que a adição do “não” teria sido muito provavelmente uma correção dos redatores neoplatônicos. é todo contínuo: pois ente a ente cerca. Mas já está decidido. pois concordamos que já foi tratada a impossibilidade da geração desde o não ente. ou é necessário existir totalmente ou de modo algum. o intelecto gera a alma. pois é todo equivalente: nem algo maior lá. nem se há de ser algum dia. se surgiu. O’Brien in: Aubenque. e esta a matéria. por isso Justiça nem vir a ser nem sucumbir deixa. por Necessidade. Cf. Como existiria depois. 343-348 . e agora o argumento desdobra-se na impossibilidade de geração desde o ente. qual deixar como impensável e inominado – pois é caminho não verdadeiro – e qual há de existir e ser autêntico. 46 Adotamos a correção de Karsten (seguida por Reinhardt. nunca força de Fé permitirá surgir algo para além do mesmo. a teoria dos “transbordamentos hipostáticos” em que o uno gera o intelecto. Por isso. afrouxando amarras. Frère e O’Brien). mas mantém. o que é? Como teria surgido? Pois. nem algo menor. de Plotino. a decisão sobre tais está nisto: é ou não é. que o impeça de ser contínuo. Nem é divisível. Études sur Parménide. Tampouco que do ente46. não é. II. Assim origem se apaga como o insondável ocaso. ἐπεὶ γένεσις καὶ ὄλεθρος τῆλε μάλ᾿ ἐπλάχθησαν. seguida por Diels e Cordero. οὕνεκεν οὐκ ἀτελεύτητον τὸ ἐὸν θέμις εἶναι· ἔστι γὰρ οὐκ ἐπιδευές· [μὴ]47 ἐὸν δ᾿ ἂν παντὸς ἐδεῖτο. O’Brien faz a correção omitindo o advérbio presente nos manuscritos. τό μιν ἀμφὶς ἐέργει. ταὐτὸν δ᾿ ἐστὶ νοεῖν τε καὶ οὕνεκεν ἔστι νόημα. ταὐτόν τ᾿ ἐν ταὐτῶι τε μένον καθ᾿ ἑαυτό τε κεῖται χοὔτως ἔμπεδον αὖθι μένει· κρατερὴ γὰρ ᾿Ανάγκη πείρατος ἐν δεσμοῖσιν ἔχει. ἀπῶσε δὲ πίστις ἀληθής.96 FILÓSOFOS ÉPICOS I 30 αὐτὰρ ἀκίνητον μεγάλων ἐν πείρασι δεσμῶν ἔστιν ἄναρχον ἄπαυστον. . 47 [μὴ] suspeição de Bergk. mesmo que distintas. sem parada. aí fica firme. algumas traduções o mantêm (Hölscher. porque é norma48 o ente não ser inacabado. porque neste argumento se está a dar as várias características do ente. é não carente. na condição de sujeito de uma ação. 2) “é não carente. sobre si mesmo pousando. Coxon. pois poderosa Necessidade mantém nas amarras do limite. mas a supressão do advérbio atende melhor ao metro épico esperado. fica sem começo. de tudo careceria. a métrica de ambas as versões é possível. careceria de tudo” quer dizer: sendo carente. Todavia. por exemplo. nos limites de grandes amarras. 30 e assim. omitindo-o. careceria de tudo. optamos por deixar em minúsculas os nomes que também são nomes de deuses. por isso deixo os colchetes que suspeitam do manuscrito. Pois é não carente. 49 [não]: a maioria das lições suspeita de uma interpolação deste advérbio. O mesmo é o que é a pensar e o pensamento de que é. . já que origem e ocaso muito longe se extraviaram. Cassin). careceria de tudo. conforme ἐπιδευές seja lido como tri ou tetrassílabo. careceria de tudo” quer dizer: porque é. 48 norma: quando não vêm desempenhando uma função antropomórfica. [não]49 sendo. se não fosse. sendo. imóvel. algumas (Frére. rechaçou-os Fé verdadeira. prefiro a primeira versão. “Sendo” refere-se assim à continuação da hipótese sobre a característica de “carente” ou “não carente”. são plausíveis: 1) “é não carente. Além disso. As duas leituras. O mesmo no mesmo ficando. Barnes. O’Brien) já corrigem o texto. como. não sendo. cercando-o por todos os lados.PARMÊNIDES 97 Além disso. γίγνεσθαί τε καὶ ὄλλυσθαι. DE 146 : πάντ᾿ ὠνόμασται F146: πάν τοὔνομ’ ἔσται D87 : πάντ’ ὄνομ’ εἶναι Plat. ἐν ὧι πεφατισμένον ἐστιν. Teodoreto. 51 πάντ᾿ ὄνομ’ ἔσται F87 : πάντ᾿ ὄνομ(α) ἔσται DK : πάντ᾿ ὀνόμασται E 87. αὐτὰρ ἐπεὶ πεῖρας πύματον. ἐπεὶ τό γε Μοῖρ᾿ ἐπέδησεν οὖλον ἀκίνητόν τ᾿ ἔμεναι· τῶι πάντ᾿ ὄνομ’ ἔσται51.98 FILÓSOFOS ÉPICOS I 35 40 45 οὐ γὰρ ἄνευ τοῦ ἐόντος. . ὅσσα βροτοὶ κατέθεντο πεποιθότες εἶναι ἀληθῆ. τό κεν παύοι μιν ἱκνεῖσθαι εἰς ὁμόν. μεσσόθεν ἰσοπαλὲς πάντηι· τὸ γὰρ οὔτε τι μεῖζον οὔτε τι βαιότερον πελέναι χρεόν ἐστι τῆι ἢ τῆι. εὑρήσεις τὸ νοεῖν· οὐδὲν γὰρ50 <ἢ> ἔστιν ἢ ἔσται ἄλλο πάρεξ τοῦ ἐόντος. τετελεσμένον ἐστί πάντοθεν. Simplício 29. 143.. ἐν τῶι σοι παύω πιστὸν λόγον ἠδὲ νόημα ἀμφὶς ἀληθείης· δόξας δ᾿ ἀπὸ τοῦδε βροτείας μάνθανε κόσμον ἐμῶν ἐπέων ἀπατηλὸν ἀκούων. καὶ τόπον ἀλλάσσειν διά τε χρόα φανὸν ἀμείβειν. οὔτ᾿ ἐὸν ἔστιν ὅπως εἴη κεν ἐόντος τῆι μᾶλλον τῆι δ᾿ ἧσσον. εὐκύκλου σφαίρης ἐναλίγκιον ὄγκωι. εἶναί τε καὶ οὐχί. 50 50 οὐδὲν γὰρ Simplício 86 : οὐδ’ εἰ χρόνος Simplício 146. οὔτε γὰρ οὐκ ἐὸν ἔστι. ἐπεὶ πᾶν ἐστιν ἄσυλον· οἷ γὰρ πάντοθεν ἶσον. Eus. ὁμῶς ἐν πείρασι κύρει.. 50 52 Cf. surgir e também sucumbir. Aristóteles.. no qual foi proferido. 207a15 βέλτιον οἰητέον Παρμενίδην Μελίσσου εἰρηκέναι· ὁ μὲν γὰρ τὸ ἄπειρον ὅλον φησίν. Pois nem há não ente. pois que Partida já o prendeu para ser todo imóvel.” 53 Cf. . pois nem algo maior. semelhante à massa de esfera bem redonda.. Aqui cesso para ti um discurso fiável e um pensamento acerca da Verdade. se estende nos limites por igual. 19) εἰ γὰρ ἔστι γῆ καὶ ὕδωρ. nem algo menor é preciso existir aqui ou ali. Melissos 30 B 8 (in: Simplício. ὁ δὲ τὸ ὅλον πεπεράνθαι ‘μεσσόθεν ἰσοπαλές᾿. pois de todo lado igual a si. 6. Física III.. e todas as outras coisas que os homens dizem ser verdadeiras. Além disso. é completado por todo lado. ouvindo o mundo enganoso de minhas palavras.PARMÊNIDES 99 35 40 45 Pois sem o ente. já que é todo inviolável. mudar de lugar e variar pela superfície aparente. ser e também não. assim será nome tudo quanto os mortais instituíram persuadidos de ser verdadeiro52. “Se existe terra e água. nem há ente o qual estivesse sendo aqui mais ali menos. Pois nenhum outro nem é nem será além do ente. por um limite extremo. a partir daqui aprende opiniões de mortais. não encontrarás o pensar.. do centro por toda parte igualmente tenso53. De caelo 558. καὶ τὰ ἄλλα ὅσα φασὶν οἱ ἄνθρωποι εἶναι ἀληθῆ. que o impeça de alcançar o mesmo. τῶι δ᾿ ἑτέρωι μὴ τωὐτόν· ἀτὰρ κἀκεῖνο κατ᾿ αὐτό τἀντία νύκτ᾿ ἀδαῆ. ἑωυτῶι πάντοσε τωὐτόν. τῆι μὲν φλογὸς αἰθέριον πῦρ. μέγ᾿ (ἀραιὸν) ἐλαφρόν. 55 60 ὡς οὐ μή ποτέ τίς σε βροτῶν γνώμη παρελάσσηι. . ἤπιον ὄν.100 FILÓSOFOS ÉPICOS I B8 μορφὰς γὰρ κατέθεντο δύο γνώμας ὀνομάζειν· τῶν μίαν οὐ χρεών ἐστιν ‘ἐν ὧι πεπλανημένοι εἰσίν᾿ τἀντία δ᾿ ἐκρίναντο δέμας καὶ σήματ᾿ ἔθεντο χωρὶς ἀπ᾿ ἀλλήλων. πυκινὸν δέμας ἐμβριθές τε. τόν σοι ἐγὼ διάκοσμον ἐοικότα πάντα φατίζω. .PARMÊNIDES 101 B 8 O caminho das opiniões 1 Pois estabeleceram duas perspectivas de nomear formas. Mourelatos. kósmos quer dizer ordem. Provavelmente são desta ordem as referidas “opiniões dos mortais”. como a de Hesíodo. 5-20. 1968. 55 Ordenação de mundo “Diákosmon”. The deceptive words of Parmenides’ “Doxa” (1993). Héraclite entre les choses et les mots. noite opaca. Cf.54 Eu te falo esta ordenação de mundo55 toda verossímil para que nunca nenhum dos mortais te supere em perspectiva. mas não o mesmo que o outro. Cf. muito leve. tênue. 55 60 54 Os nomes das formas são apresentados na forma de um catálogo de contrários. no que estão desgarrados. Ramnoux. oposto ao que é por si mesmo os contrários. o mesmo que si mesmo em toda parte. como nas listas de tradição pitagórica e nas teogonias épicas. mundo. 56-59 = Simplicius. Em contrários cindiram a articulação e puseram sinais separados uns dos outros: de um lado fogo etéreo da flama. B 8. articulação densa e pesada. 3 “καὶ δὴ καὶ καταλογάδην μεταξὺ τῶν ἐπῶν ἐμφέρεταί τι ῥησείδιον ὡς αὐτοῦ Παρμενίδου ἔχον οὕτως· ἐπὶ τῶιδέ ἐστι τὸ ἀραιὸν καὶ τὸ θερμὸν καὶ τὸ φάος καὶ τὸ μαλθακὸν καὶ τὸ κοῦφον. das quais uma não é preciso. o prefixo “dia” acrescenta a ideia de processo. Scholion ad Parmenid. ἐπὶ δὲ τῶι πυκνῶι ὠνόμασται τὸ ψυχρὸν καὶ τὸ ζόφος καὶ σκληρὸν καὶ βαρύ· ταῦτα γὰρ ἀπεκρίθη ἑκατέρως ἑκάτερα. pp. Physica 31.” Cf. tal como em uma cosmogonia. Physica 65. texto e comentário) 1-2 Sexto Empírico. Dubitationes et solutiones de primis principis.24-25 Damásio. 60 ( I 131. Adversus mathematicos. 1152. II.6-7. 30. Fontes de B 8: 1-52 Simplício.1-2 Plotino. 143. 237a 8-9. VII.24. 202. In Parmenidem 665.31-87.26 ss. 143. In Parmenidem 665.1-2 1 Aristóteles. De caelo. 142. Physica 78.20 2-6 Sexto Empírico. 143. Miscelâneas. Dubitationes et solutiones de primis principis.7) Filopão. 708.23. XIII 13.39 (II 214.17 24 Damásio.6 / B8. In Parmenidem 1152.22-25. 7).27-40. 87.31-144.24.32-80.10. 78. Physica.22-23.6. 1089a 4 Alexandre (Pseudo). 114 3-4 Clemente de Alexandria. 708. 108 (65.18 Eusébio. comentário).18.23. Physica. 12-23. 1177. a sua citação do verso B7. 137. 559. 7 (102. 639. In Parmenidem 665. 126. 502.34-36. 580.27.7-9 5 Amônio.22. 1152. 258d. 107. 30.23. 1114c.1-3. 137. 143. Adversus mathematicos VII 111.13-14. Dubitationes et solutiones de primis principis.31 .1 permite a junção de B7 com as citações de Simplício que constituem B8. De caelo.7) Filopão. 127. Preparatio evangelica. XIV (II 402. 52.21. 39. 146.16-17 6-9 Simplício.30. Cf.11 26 Proclo. In Platonis Phaedonem XIII 2 (75. 133. 89. V. Metaphysica 805.26-28. in Platonis Parmenidem. 86. 143. 79. IV.16-17. De caelo. Physica 65.6-10.22-25. V.3-6 21 Simplício. 143.25.17-18.14-16.29-30. 52. Graecarum affectionum curatio. 1080.13 3 Diógenes Laércio. Enneadas VI 4 [22] 4.3-6. 65. in Platonis Parmenidem. Adversus Colotem. Metafísica.26. 87.102 FILÓSOFOS ÉPICOS I Fontes de B 7: 1-2 Platão. 145.24 Teodoreto. 29.24. Enneadas VI 4 [22] 4. In Parmenidem 1134.9) 5-6 Asclépio.2224. Physica 135.13-14.30-31.29. (65.24-25 Olimpiodoro. Vida dos Philósofos IX 22 Sexto Empírico é a principal fonte de B7. 86. (146.5) 25 Proclo.1-146.1-2 Plotino.31. 557. 650.18-22.10 ss.1. XIII. Miscelâneas. 244.5-6. 1080.6.21-22. Plutarco (pseudo).12-13) 4 Plutarco.8-9) Simplício.11 Damásio. 114 2 Simplício. 143.27 29-32 Proclo.24-25 Proclo. De Interpretatione 136. Metaphysica 42. 276 ( II 146.13. 120.15. 168. 38. 86. 87.8-10. 40. 2-3 Simplício.3. 77. 60 (I 131. 111.25-26 Filopão.12-13) 4-5 Proclo. in Platonis Parmenidem. Sofista.30. Xenophane.1-7 103 A fonte principal de B 8 é Simplício. que introduzem o discurso sobre o caminho das “Opiniões”. 708.5-7 50-61 Simplício.18 Filopão. entre outras. Physica. com as quais se estrutura o fragmento: primeiro os versos 1 a 52.6 (II 265.23-31. 202.19-20 43 Boécio. Sofista. Ele cita. De Melisso. 15 (40. . In Timaeum II 69. 180e1 Anônimo. Gorgia. Comentarius in Platonis Theaetetum.28-29 50-52 Simplício. O seu texto é em geral preferível.3-4 44-45 Proclo. De caelo.9) Teodoreto. II. 244e 3-5 Anônimo. 41. Physica. Physica. está claro que ele dispõe de uma cópia completa do Poema. Todavia comporta algumas falhas. Teeteto. Theologia platonica III 20 (155) Estobeu. 207a17 Asclépio.2 (I 144. Preparatio evangelica. 180. 6 por ex. 15) 43-45 Platão. Philosophiae consolatio III 12.) – seja pela longa transmisão do texto até ele.28-29. In Parmenidem 1152. 38. 978b8-10 Proclo. depois os versos 50 a 61.9. XIV 4.12-14) 43-44 Proclo. no seu Comentário à Física de Aristóteles. duas grandes partes do Poema. atestadas quando ele mesmo cita algum verso duas vezes de forma desigual (v.91) 44 Aristóteles.20-21 Proclo. porque.17-19. Metaphysica.PARMÊNIDES 35-36 Proclo. 30. seja por conta dele mesmo.35-36 38 Platão. In Parmenidem 1084. 70. 475.37 (62. 1129.41-43 Eusébio. que contêm o coração do Poema de Parmênides: o discurso ontológico sobre os sinais do caminho “Que é”. 558. Graecarum affectionum curatio. In Parmenidem 665. Eclogae I 14. 30. apesar de ser o mais recente.30-39.8-9.31-33.2. 976a8-10. Graecarum affectionum curatio. 25-28) 1 Teodoreto. 15 (II 335. In Parmenidem 1152. 72 (22. V ἀλλὰ καὶ Παρμενίδης ἐν τῶι αὑτοῦ ποιήματι περὶ τῆς ἐλπίδος αἰνισσόμενος τὰ τοιαῦτα λέγει·. εἰ τοίνυν φαμέν τι εἶναι δίκαιον.. I.ἐπεὶ καὶ ὁ ἐλπίζων καθάπερ ὁ πιστεύων τῶι νῶι ὁρᾶι τὰ νοητὰ καὶ τὰ μέλλοντα. 67 Cf. V.. Miscelâneas.104 FILÓSOFOS ÉPICOS I B4 λεῦσσε δ᾿ ὅμως ἀπεόντα νόωι παρεόντα βεβαίως· οὐ γὰρ ἀποτμήξει τὸ ἐὸν τοῦ ἐόντος ἔχεσθαι οὔτε σκιδνάμενον πάντηι πάντως κατὰ κόσμον οὔτε συνιστάμενον. φαμὲν δὲ καὶ καλόν. Dubitationes et solutiones de primis principis. Clemente de Alexandria.(B4). 37 2 Damásio. Miscelâneas.. ἀλλὰ καὶ ἀλήθειάν τι λέγομεν· οὐδὲν δὲ πώποτε τῶν τοιούτων τοῖς ὀφθαλμοῖς εἴδομεν. in Platonis Parmenidem. 17-18) Proclo. ἀλλ᾿ ἢ μόνωι τῶι νῶι. . I. Fontes de B4: 1-4 Clemente de Alexandria.. no contexto da fala da Deusa. como já propõem Karsten e Barbara Cassin que o situam nessa zona central. (B4). 217-227..PARMÊNIDES 105 B 4 O caminho das Opiniões 2 Vê como ausentes56. não propriamente o ser. ao citar Parmênides. que de algum modo se relacionam com o ser (para-eónta). como uma chave alternante ou charneira. mas somente com o pensamento. 2009. Cf. isto é. mas coisas presentes.. Se então dizemos que algo é justo. Miscelâneas. para quem tem esperança como para quem tem fé vê com o pensamento as coisas inteligíveis e as futuras. pp. as coisas só podem estar ausentes segundo a opinião dos mortais. Mythe et philosophie chez Parménide. justamente estas coisas que estão à nossa volta (ou coisas que não são). no entanto. Clemente de Alexandria. 1986). nãoseres) do ser. V Mas também Parmênides no seu poema propõe um enigma sobre a esperança dizendo o seguinte:. mas também algo que é verdade. . nem se concentrando. não é de modo algum com estes olhos que vemos. sem se afastar da verdade. De fato. Mas. este sentido pode reunir o discurso diacósmico das opiniões humanas ao pensamento do ser. o artigo “Relendo o fragmento 4 de Parmênides”. dizemos também que é belo. pois só há o ente. in: Acerca do Poema de Parmênides. Marques “as coisas ausentes. presentes firmemente em [pensamento.” Cf. proferido na primeira parte da fala divina (Cf. pois não apartarás o ente do manter-se ente nem se dispersando de toda forma todo pelo mundo. Para Marcelo P . interpreta livremente as coisas ausentes como as coisas futuras que ganham presença na esperança do pensamento. tornando-as. Lambros Couloubaritsis propõe que este fragmento seja situado na conclusão do discurso das opiniões.. sendo presentes quando pensadas com firmeza. se tornarão. de certa forma. O modo inteligente de olhar aproxima coisas distantes (ou seja. Pode extrair-se dessa passagem que há um modo prescrito pela Deusa inominada de percorrer as opiniões dos mortais mantendo a firmeza do pensamento. posicionada entre os dois discursos.. como a chave que reúne esse discurso diacósmico ao pensamento do ser. conforme a teologia cristã. 56 Clemente. presentes. . 559... De caelo. ἐπεὶ οὐδετέρωι μέτα μηδέν. Fonte de B9: Simplício. Fonte de B11: Simplício. πῶς γαῖα καὶ ἥλιος ἠδὲ σελήνη αἰθήρ τε ξυνὸς γάλα τ᾿ οὐράνιον καὶ ὄλυμπος ἔσχατος ἠδ᾿ ἄστρων θερμὸν μένος ὡρμήθησαν γίγνεσθαι...106 FILÓSOFOS ÉPICOS I B9 αὐτὰρ ἐπειδὴ πάντα φάος καὶ νὺξ ὀνόμασται καὶ τὰ κατὰ σφετέρας δυνάμεις ἐπὶ τοῖσί τε καὶ τοῖς.22-25 Παρμενίδης δὲ περὶ τῶν αἰσθητῶν ἄρξασθαί φησι λέγειν (.. πᾶν πλέον ἐστὶν ὁμοῦ φάεος καὶ νυκτὸς ἀφάντου ἴσων ἀμφοτέρων. Physica 180. λέγειν] . DK B 11) .9-12 B 11 [ἄρξασθαί. De caelo. como Terra e Sol e ainda Lua e também Éter agregador e Láctea celeste e Olimpo extremo e ainda força quente dos astros impeliram-se 4 para vir a ser. Simplício indica que é a partir daqui que Parmênides começa a falar do mundo sensível. logo após B1. desde que tudo foi nomeado57 Luz e Noite em face disto e daquilo segundo as suas forças.22-25 Parmênides então disse ter começado a dizer dos sensíveis (.. B 11 Cosmos58 1 [ter começado. de “Cosmos”. 58 O mundo é constituído pelo vir-a-ser dos fenômenos... 59 O modo como Simplício introduz a citação é ambíguo... Por isso decidimos chamar esta parte. . o qual anuncia um catálogo cosmogônico de deuses. Poderíamos supor ainda que B11 pudesse seguir B13. mas seria preciso também supor que não havia nos versos anteriores. tudo está cheio ao mesmo tempo de Luz e de Noite escura ambos iguais pois que nada leva a nenhum dos dois. Isso ainda reforçou a ideia de passarmos B10 para o anúncio programático dos conteúdos. também a partir daqui. nada do discurso sobre as coisas sensíveis.PARMÊNIDES 107 B 9 O Caminho das Opiniões 3 Todavia. Simplício.. DK B11) 57 A referência de Parmênides ao ato de nomear caracteriza a perspectiva humana no Caminho das Opiniões. a repetição dos verbos fáticos e o uso do aoristo deixam em suspeição se os termos dentro dos colchetes já não seriam derivados do Poema. a dizer] 59 1 .. segundo a perspectiva de Simplício. 559. 13-17 Cf. περιστάντος δ᾿ ἀνωτάτω πάντων τοῦ αἰθέρος ὑπ᾿ αὐτῶι τὸ πυρῶδες ὑποταγῆναι τοῦθ᾿ ὅπερ κεκλήκαμεν οὐρανόν. 1 περὶ τάξεως τοῦ κόσμου (D. De natura deorum I. στεφάνη). ἥντινα καὶ δαίμονα κυβερνῆτιν (cf. quem appellat deum in quo neque figuram divinam neque sensum quisquam suspicari potest. continentem ardorem61 lucis62 orbem qui cingit caelum. περὶ ὃ πάλιν πυρώδης (sc. 60 πάντων W. ἐπαλλήλους. 335. 63 multaque eiusdem <modi> Heindorf. Sider: πάντα DEF. O’Brien. μετὰ δὲ φλογὸς ἵεται αἶσα· ἐν δὲ μέσωι τούτων δαίμων ἣ πάντα κυβερνᾶι· πάντων γὰρ στυγεροῖο60 τόκου καὶ μίξιος ἄρχει πέμπουσ᾿ ἄρσενι θῆλυ μιγῆν τό τ᾿ ἐναντίον αὖτις ἄρσεν θηλυτέρωι.2) κύκλον. Cf. 7. Diels.: ardore Davies. quae reprehensa in alio iam in hoc omittantur. . 61 ardorum B1: ardorem cett. τοῦ δὲ πυρὸς ἀναπνοὴν τὸν ἥλιον καὶ τὸν γαλαξίαν (cf. 62 ardorum <et> lucis DK.14) ἐπονομάζει Δίκην τε καὶ ᾿Ανάγκην (B 8.30). qui discordiam.3) καὶ κληιδοῦχον (B 1. ‖ <ἣ> στυγεροῖο add. DK: πάντῃ Mullach. qui cupiditatem ceteraque generis eiusdem ad deum revocat. καὶ τῆς μὲν γῆς ἀπόκρισιν εἶναι τὸν ἀέρα διὰ τὴν βιαιοτέραν αὐτῆς ἐξατμισθέντα πίλησιν. ὑφ᾿ ὧι πυρώδης στεφάνη. ὑφ᾿ ὧι ἤδη τὰ περίγεια. τῶν δὲ συμμιγῶν τὴν μεσαιτάτην ἁπάσαις <ἀρχήν> τε καὶ <αἰτίαν> κινήσεως καὶ γενέσεως ὑπάρχειν. B 11. Physica 31. συμμιγῆ δ᾿ ἐξ ἀμφοῖν εἶναι τὴν σελήνην. αἱ δ᾿ ἐπὶ ταῖς νυκτός. 28 (DK A 37) Nam Parmenides quidem commenticium quiddam: coronae simile efficit (στεφάνην appellat). 14 καὶ ποιητικὸν αἴτιον ἐκεῖνος μὲν ἓν κοινὸν τὴν ἐν μέσωι πάντων ἱδρυμένην καὶ πάσης γενέσεως αἰτίαν δαίμονα τίθησιν. τὴν δὲ ἐκ τοῦ πυκνοῦ· μικτὰς δὲ ἄλλας ἐκ φωτὸς καὶ σκότους μεταξὺ τούτων.108 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 12 1 αἱ γὰρ στεινότεραι πλῆντο πυρὸς ἀκρήτοιο. Diels D. καὶ τὸ περιέχον δὲ πάσας τείχους δίκην στερεὸν ὑπάρχειν. quae vel morbo vel somno vel oblivione vel vetustate delentur eademque de sideribus. Physica 39. B 12. Simplício.14-16 2-6 Simplício. multaque eiusdem63 monstra: quippe qui bellum. τοῦ τ᾿ ἀέρος καὶ τοῦ πυρός. Cicero. DK A 37) Παρμενίδης στεφάνας εἶναι περιπεπλεγμένας. καὶ τὸ μεσαίτατον πασῶν στερεόν. Cf. τὴν μὲν ἐκ τοῦ ἀραιοῦ. 5 Fontes de B12: Simplício. Aetios II. Physica 34. logo embaixo fica a superfície terrestre. E o mesmo imaginou muitas estranhezas: de fato. que ele chama de deus. no mais alto. a qual ele também chama de Divindade governante. um círculo de luz em ardor contínuo que cinge o céu. Cf. Justiça e Necessidade. Cicero. 1 (D. e também em torno do ponto mais central de todos há novamente uma ígnea. 335. <criou> uma espécie de ficção: fez. 66 de tudo Ms W. ao lado jorra um lote de flama. Simplício chama de “causa eficiente” ou “causa produtora”. E o Ar é uma excreção da Terra por evaporação causada por uma violenta compressão dela. Aécio II. embaixo da qual há uma coroa ígnea. 28 (DK A 37) Já Parmênides.PARMÊNIDES 109 B 12 Cosmos 2 1 Umas são mais estreitas. entre estas. 68 Na crítica a Alcméon. 14 Mas este [Parmênides] pôs como causa eficiente única e comum a divindade instaurada no centro de tudo e causa de toda geração.e. enviando fêmea para unir-se a macho e de volta macho a fêmea. por sua vez. para quem há duas causas eficientes: o amor e o ódio. (Physica 31. outra do que é denso e. a discórdia. outras.27.67 Cf. [repletas] de noite. a mais central de todas as coroas mistas é também a que instaura o movimento e a gênese de todas. uma feita do que é ralo. De natura deorum I. E <disse> o mesmo acerca dos corpos celestes.DEF. agora se omite.12. o Sol é uma exalação do fogo assim como a Via Láctea. o desejo e outras coisas do gênero. cf. há outras mistas de luz e de treva. que tudo dirige: pois de tudo66 governa o terrível parto e a cópula. semelhante a uma coroa (ele chama στεφάνην). A que envolve todas subsiste sólida como uma muralha. 5 Cf. . de noite64. Guarda-chaves. que são destruídas pela doença ou sono ou olvido ou velhice. 67 Simplício compara Parmênides com Empédocles. DK A 37) Sobre a ordem do mundo Parmênides diz que há coroas entrelaçadas umas em torno das outras. circundando tudo está o Éter. no meio destas <há> uma divindade65. mas por isso já ter sido repreendido em outro68. Simplício. o ar e o fogo. face àquelas. 7 . no qual não se pode supor nem alguma figura divina nem alguma sensação. em toda parte Mullach. O’Brien. atribui ao deus a disputa. 39. sob o qual subjaz este que chamamos de Céu.14). I. 64 i. a Lua é uma mistura de ambos. repletas de fogo sem mistura. Sider.10. segundo a terminologia estoica: ποιητικὸν αἴτιον. tudo Mss. 39. 65 A divindade feminina (daímon hè) que dirige o vir-a-ser. Physica 34. (B13).110 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 13 πρώτιστον μὲν ῎Ερωτα θεῶν μητίσατο πάντων [καὶ τὰ ἑξῆς]69 Fontes de B13: 1 Aristóteles. Eclogae. I 9. Physica 39.. Metafísica I. . κἂν εἴ τις ἄλλος ἔρωτα ἢ ἐπιθυμίαν ἐν τοῖς οὖσιν ἔθηκεν ὡς ἀρχὴν οἷον καὶ Παρμενίδης· οὗτος γὰρ κατασκευάζων τὴν τοῦ παντὸς γένεσιν. IX 9 Estobeu. 4.B13) Cf.. καὶ τὴν τοιαύτην ὅθεν ἡ κίνησις ὑπάρχει τοῖς οὖσιν· ὑποπτεύσειε δ᾿ ἄν τις ῾Ησίοδον πρῶτον ζητῆσαι τὸ τοιοῦτον. 18 ταύτην καὶ θεῶν αἰτίαν εἶναί φησι λέγων (. Banquete. 756f Sexto Empírico. 13. 178b11 Plutarco. B13) καὶ τὰ ἑξῆς. Contra os Professores.4) 1-2 Simplício. 13. Aristóteles. 39. Cf. Sobre o Amor. Physica.. 69 Simplício. 756f διὸ Παρμενίδης μὲν ἀποφαίνει τὸν ῎Ερωτα τῶν ᾿Αφροδίτης ἔργων πρεσβύτατον ἐν τῆι κοσμογονίαι γράφων (. 984b26-27 Platão. φησίν.. Plutarco. καὶ τὰς ψυχὰς πέμπειν ποτὲ μὲν ἐκ τοῦ ἐμφανοῦς εἰς τὸ ἀειδές. Metafísica. Simplício.6 (I 113..18 Cf. ποτὲ δὲ ἀνάπαλίν φησιν.. Sobre o Amor. 984b 23 οἱ μὲν οὖν οὕτως ὑπολαμβάνοντες ἅμα τοῦ καλῶς τὴν αἰτίαν ἀρχὴν εἶναι τῶν ὄντων ἔθεσαν. . Physica 39.]70 Cf.. Alguém poderia supor que Hesíodo foi o primeiro a investigar tal coisa. A expressão parece anunciar um catálogo de deuses (cf. Metafísica I. 18 E disse que ela era causa dos deuses. Apenas a frase da citação de Simplício termina no verso seguinte ao verso reputado autêntico. p. 984b 23 Aqueles que pensavam assim consideraram que o princípio dos entes era ao mesmo tempo a causa do belo e a causa de onde se instaura o movimento nos entes. Plutarco.. De natura deorum I = DK 28 A 37). 756f Por isso Parmênides declara que Amor é a mais antiga das realizações de Afrodite.. ou algum outro que estabeleceu amor ou desejo como princípio nos entes. 71 Conjectura de Plutarco sobre a divindade citada em B12 e referência importante ao fato de Parmênides ter escrito uma Cosmogonia. entre nascimento e morte etc. 72 Governando assim o devir: os trânsitos entre dia e noite.72 70 Trecho duvidoso. como também Parmênides considerando-o como o articulador da origem de todas as coisas quando disse. (B13) Cf... como sugere Plutarco? . escrevendo na cosmogonia. Simplício. 4. Aristóteles. mas isso pode ser explicado pelo cavalgamento do verso. Obras de Afrodite. ora em sentido inverso. Cicero..e disse que conduzia as almas ora da clareira para o invisível. (B13) . 13..PARMÊNIDES 111 B 13 Cosmos 3 Amor foi o primeiro de todos os deuses que concebeu [um atrás do outro. falando. (B13)71 Cf. Sobre o Amor. 112 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 14 νυκτὶ φάος73 περὶ γαῖαν ἀλώμενον ἀλλότριον φῶς B 15 αἰεὶ παπταίνουσα πρὸς αὐγὰς ἠελίοιο. 16. (B15) B 15a ὑδατόριζον Fonte de B15a: Escólio sobre Basilio de Cesareia.... (B14) . XV.9 ἐὰν ὑποθῆις ἑαυτῶι ὕδωρ εἶναι τὸ ὑποβεβλημένον τῆς γῆς) Παρμενίδης ἐν τῆι στιχοποιίαι ὑδατόριζον εἶπεν τὴν γῆν. 929a τῶν ἐν οὐρανῶι τοσούτων τὸ πλῆθος ὄντων μόνη φωτὸς ἀλλοτρίου δεομένη περίεισι κατὰ Παρμενίδης. Homiliae in Hexaëmeron. 76. Plutarco. Fonte de B14: Plutarco. 282b Cf. 1116a οὐδὲ γὰρ ὁ πῦρ μὴ λέγων εἶναι τὸν πεπυρωμένον σίδηρον ἢ τὴν σελήνην ἥλιον. . ἀλλὰ κατὰ Παρμενίδην. 201. Cf.. XXV. 6. Adversus Colotem... 929b Plutarco. Quaestiones romanae. Plutarco. De facie in orbe lunae 16.. ἀναιρεῖ σιδήρου χρῆσιν ἢ σελήνης φύσιν. De facie quae in orbe lunae apparet. 73 νυκτὶ φάος mss. : νυκτιφαὲς Scaliger . Adversus Colotem 15. 1116a Fontes de B15: Plutarco.2 (Ad Homilia 1.. 201. 74 Plutarco diz que Parmênides designa a natureza da Lua. Homilias sobre o Hexaëmeron. Adversus Colotem 15. tem um homônimo que significa “homem”.cit.... que significa “um estranho”. Dos mais belos versos gregos.) Parmênides na versificação disse da Terra que era radicada n’água. XXV. Cf. B14 e B15 constituem a primeira demonstração conhecida de que a luz da lua provém do sol. se supondes que a própria água era o fundamento da Terra. pp..324). Mourelatos faz uma análise de suas anfibologias.. como diz Parmênides.. 76 Luz alheia (φωτὸς ἀλλοτρίου): alusão ao outro verso de Parmênides sobre a Lua (B14). “luz”.. conforme este homônimo. A palavra “phôs”.. σελήνης φύσιν. 75 A mesma Lua. Plutarco. . (B14) .. ou em seus próprios termos: “como as aparências precisavam patentemente ser”..314-315... De facie in orbe lunae 16. p. Homilia 1.cit. Segundo o método de Parmênides: a demonstração da verdadeira razão de um fenômeno.. Plutarco. op. mas segundo Parmênides. elimine o uso do aço ou a natureza da Lua.PARMÊNIDES 113 B 14 Cosmos 4 Brilho noturno de luz alheia vagando em torno à Terra. Cf. 929a Única entre a pletora de entes no céu que circunda precisando de luz alheia76. 77 Mourelatos aponta um oximoro entre a firmeza das raízes e a fluidez da água (op.pois nem alguém que nega que o aço incandescente seja fogo ou que a Lua seja o Sol. existe a fórmula homérica “allótrios phós”..74 B 15 Sempre espreitando os raios do Sol75. 9: . 1116a . 6. (B15) B 15a Cosmos 5 Radicada n’água77 Escólio sobre Basilio de Cesareia. .2 (Ad. om. Alexandre (306. Metaphysica. Metaphysica. πολυκάμπων Aristot. Metafísica.35 Asclépio. E1. Asclépio: παρέηστηκε Teofrasto. ‖ κρᾶσιν Aristot. 277.30). Teofrasto. J: ἕκαστος Aristot. Asclépio.. F: ἕκαστον Asclépio: ἕκαστῳ Aristot. 306.1 78 ἕκαστοτ’ Aristot. Fontes de B16: 1-1 Aristóteles. De sensibus.114 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 16 ὡς γὰρ ἕκαστος ἔχει κρᾶσιν μελέων πολυκάμπτων 78.19-20 3-4 Alexandre. E2: ἕκαστοτε Teofrasto P .. Ab.18-21 ( cf.29-30. 306. 306. DK A 46) 1-2 Alexandre.36-307. κρᾶσις Estienne. τὼς νόος ἀνθρώποισι παρίσταται·79 τὸ γὰρ αὐτό ἔστιν ὅπερ φρονέει μελέων φύσις ἀνθρώποισιν καὶ πᾶσιν καὶ παντί· τὸ γὰρ πλέον ἐστὶ νόημα.. . 1009b22-25 Teofrasto. Alexandre. Metaphysica. ‖ πολυκάμπτων Alexandre. 499. 79 παρίσταται Aristot. Asclépio. πολυπλάγκτων Teofrasto. Asclépio. Asclépio. 81 se apresenta Aristóteles. . pois é [o mesmo o que discerne pela natureza dos membros nos homens para todos e para tudo. pois o pleno é pensamento. Alexandre. se apresentou Teofrasto. assim também se apresenta81 o pensamento aos homens. Aristóteles. 80 retorcidos Alexandre.PARMÊNIDES 115 B 16 Cosmos 6 Assim como a cada instante tem-se uma mistura de membros [retorcidos80. errante Teofrasto. 9-11 παραδοὺς δὲ τὴν τῶν αἰσθητῶν διακόσμησιν ἐπήγαγε πάλιν·. ne linguarum ratio misceretur. ut eiusdem corporis faciant unam. dirae nascentem gemino vexabunt semine sexum. 1002 Kühn) τὸ μέντοι ἄρρεν ἐν τῶι δεξιῶι μέρει τῆς μήτρας κυΐσκεσθαι καὶ ἄλλοι τῶν παλαιοτάτων ἀνδρῶν εἰρήκασιν. in librum VI commentarius 2 (XVII.. Tardarum vel chronicarum passionum.. utriusque veneris natos adpetentia sequatur. ὁ μὲν γὰρ Παρμενίδης οὕτως ἔφη·. cf. eventu inquit conceptionis molles aliquando seu subactos homines generari. congruam sexui generent voluntatem si autem permixto semine corporeo virtutes separatae permanserint.134-135 (p. IV 9. . B 19 οὕτω τοι κατὰ δόξαν ἔφυ τάδε καί νυν ἔασι καὶ μετέπειτ᾿ ἀπὸ τοῦδε τελευτήσουσι τραφέντα· τοῖς δ᾿ ὄνομ᾿ ἄνθρωποι κατέθεντ᾿ ἐπίσημον ἑκάστωι.902 Drabkin) Parmenides libris quos de natura scripsit. quae si se ita miscuerint.. nam si virtutes permixto semine pugnent nec faciant unam permixto in corpore.. λαιοῖσι δὲ κούρας82 Fonte de B17: Galeno. Scaliger. De caelo.. δυνάμεις B9. sexum’. vult enim seminum praeter materias esse virtutes83 . Fonte de B 19: Simplício. 2. in Hippocratis libros Epidemiarum . latinos enim ut potui simili modo composui. cuius quia graecum est epigramma. et hoc versibus intimabo. (B19) 82 δεξιτεροῖσι & δ’ αὖ libbri : corr. venis informans diverso ex sanguine virtus temperiem servans bene condita corpora fingit. (B17) B 18 1 femina virque simul Veneris cum germina miscent. 558. ‘femina .116 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 17 δεξιτεροῖσιν μὲν κούρους. 83 DK sugere.. 5 Fonte de B18: Caelius Aurelianus. segue-se para o rebento um apetite para os dois gêneros de amor. 5 Célio Aureliano. in librum VI commentarius 2 (XVII. Como disse Parmênides assim:. forja um corpo bem constituído. vou vertê-lo em versos. 558. segundo a opinião.PARMÊNIDES 117 B 17 Cosmos 7 Nas <partes>84 direitas os rapazes. nascente. furiosas. in Hippocratis libros Epidemiarum. De caelo.. Compus versos latinos do modo mais semelhante que pude sem misturar o estilo das linguas “Quando.. atormentam pela dupla seara o sexo nascente. a potência formadora. nas veias. nas esquerdas as moças Galeno. 85 Conforme esta indicação de Simplício. (B17) B 18 Cosmos 8 1 Quando macho e fêmea juntos misturam as sementes de Vênus.. que se identifica com o discurso das opiniões e dos nomes (catálogo de deuses). No seu livro Da Natureza.. 902 Drabkin) tradução do texto grego (perdido) de Sorano de Éfeso. Galeno está falando das partes do útero (ἐν τῶι δεξιῶι μέρει). assinalando a cada uma Simplício. . a partir de sangues diversos. entendemos que aqui termina o discurso sobre a ordem do cosmos (a diacosmese).9-11 Tendo transmitido a ordem do mundo sensível. também o disseram outros entre os homens antigos. tendo crescido. Pois. no caso de se misturarem de certo jeito para fazerem-se uma só em um corpo.. acabar-se-ão.” Para ele os semens. são antes forças que. Parmênides escreveu que o nascimento de homens delicados resulta às vezes do que ocorre na sua concepção. IV 9. 1002 Kühn) Que o macho é concebido na parte direita do útero. Tardarum vel chronicarum passionum. os homens estabeleceram-lhes um nome. geram uma vontade apropriada ao seu sexo. (B19)85 84 Precedendo a citação de Parmênides.. se as potências lutam na mistura seminal. continuou de volta. mais do que matérias. cuidando a medida. tais coisas brotaram e agora são e a seguir daí. B 19 Cosmos 9 E assim. digo-te. Como trata-se de um epigrama grego. então não fazem uma unidade no corpo misturado e. mas se da mistura seminal as forças permanecerem separadas.134-135 (p. . em que o autor do trecho citado aparece apenas como “o poeta”. a atribuição é claramente um engano. como no fragmento B20. Outras vezes. seja pela confusão com a dramatização do filósofo em Platão (B22). com Anaxágoras (B21) ou com o historiador quase homônimo Armênidas. seja com o outro filósofo-poeta Empédocles (B25).PARMÊNIDES DE ELÉIA fragmenta dk 28 b FRAGMENTOS DUVIDOSOS São coletadas como fragmentos de Parmênides as passagens em que o autor do texto fonte atribui a autoria do texto citado ao filósofo. . Algumas vezes essa atribuição é pouco definida. Fonte de B20: Hipólito.. v 8... De Placitis Reliquiae. πηλώδης· ἡ δ᾿ ἡγήσασθαι ἀρίστη ἄλσος ἐς ἱμερόεν πολυτιμήτου ᾿Αφροδίτης. διὰ τί γεώδης φαίνεται .2 μικρά. II 30. 97. Refutatio Omnium Haeresium. κοίλη.>.. περὶ ὧν μυστηρίων καὶ τῆς ὁδοῦ τῆς ἀγούσης ἐκεῖ οὔσης ἆπλατείας καὶ εὐρυχώρουή καὶ φερούσης τοὺς ἀπολλυμένους ἐπὶ τὴν Περσεφόνην <.. φησίν.4 (361b24) περὶ ἐμφάσεως σελήνης. ἐστὶ τὰ μυστήρια τὰ τῆς Περσεφόνης κάτω. .120 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 20 αὐτὰρ ὑπ᾿ αὐτήν ἐστιν ἀταρπιτὸς ὀκρυόεσσα. καὶ ὁ ποιητὴς δέ φησιν· (. Παρμενίδης διὰ τὸ παραμεμῖχθαι τῶι περὶ αὐτὴν πυρώδει τὸ ζοφῶδες· ὅθεν ψευδοφανῆ τὸν ἀστέρα καλεῖ.. B20) B 21 Fonte de B21: Aécio. PARMÊNIDES 121 B 20 Mas debaixo dela há um caminho aterrador, encavado, lamacento; mas o melhor a conduzir ao prado fascinante da venerável Afrodite.86 Hipólito, Refutatio Omnium Haeresium, v 8, 97.2 inferiores, disse, são os mistérios de Perséfone no subterrâneo, mistérios acerca do que conduz até lá, caminho que é plano e largo e leva os moribundos a Perséfone. E o poeta então disse: (B20) B 21 Sobre os reflexos da lua, porque tem aparência terrena... Parmênides explica que isso se deve ao fato de que a opacidade se misturou ao aspecto ígneo que há em torno dela, por isso, de Furta-brilho87 chama aquele astro. 86 Hipólito atribui estes versos ao “Poeta”, simplesmente. O contexto trata dos mistérios eleusinos, citando as deusas Perséfone e Afrodite. “O Poeta” pode ser Parmênides ou Empédocles ou mesmo Orfeu; por isso Diels o considera uma citação duvidosa. Cf. DK 31 B 66. 87 Literalmente: de brilho enganoso. A tradução segue a formação no português de adjetivos como furta-cor e furta-fogo. A citação é extraída da coleção de Aécio das citações de físicos acerca dos reflexos da lua (Περὶ ἐμφάσεως σελήνης). Segundo ele, pouco acima da referência a Parmênides, o adjetivo é usado por Anaxágoras para referir-se ao astro, em 361.14-20: ᾿Αναξαγόρας [...] καὶ παραμεμῖχθαι τῶι πυρώδει τὸ ζοφῶδες, ὧν τὸ πάθος ὑποφαίνει σκιερόν· ὅθεν ψευδοφανῆ λέγεσθαι τὸν ἀστέρα. Plutarco (pseudo), em Placita Philosophorum 892a7-10, cita o mesmo uso do adjetivo atribuindo-o também a Anaxágoras: ᾿Αναξαγόρας [...] παραμεμῖχθαι γὰρ τῶι πυρώδει τὸ ζοφῶδες· ὅθεν ψευδοφανῆ λέγεσθαι τὸν ἀστέρα. Por isso, Diels tem razão em considerar a atribuição a Parmênides um engano, visto que a citação de Aécio se repete em 361.24-27, de modo muito parecido: Παρμενίδης διὰ τὸ παραμεμῖχθαι τῶι περὶ αὐτὴν πυρώδει τὸ ζοφῶδες· ὅθεν ψευδοφανῆ τὸν ἀστέρα καλεῖ. Diels colige a citação de Aécio sobre a terminologia de Anaxágoras em DK 59 A 77.30-34. 122 FILÓSOFOS ÉPICOS I B 22 Παρμενίδηι· ᾿θαυμασίως ὡς δυσανάπειστον᾿ Fontes de B22: Suidas, W.213 Léxico, s. v. ὡς· λίαν Cf. Platão, Parmênides, 135a B 23 μακάρων νήσοισιν ἡ ἀκρόπολις τῶν ἐν Βοιωτίαι Θηβῶν τὸ παλαιόν, ὡς Παρμενίδης. Fonte: Suidas, M.58 Léxico, s. v. μακάρων νήσοισιν B 24 Τελχῖνες... τούτους οἱ μὲν θαλάσσης παῖδάς φασι, Παρμενίδης δ᾿ ἐκ τῶν ᾿Ακταίωνος κυνῶν γενέσθαι μεταμορφωθέντων ὑπὸ Διὸς εἰς ἀνθρώπους. Fonte: Suetônio, Fragmentae, 417 (Miller); Περὶ βλασφημιῶν, 4.31-37 (Taillardat) B 25 ᾿Αλλ᾿ ὅγε πάντοθεν ἶσος <ἐὼν> καὶ πάμπαν ἀπείρων. Fonte: Estobeu, Eclogae, I 15,2 (W. 144,19) (= Eclogae I, 144, 19 Wachsm. = DK 31 B28) PARMÊNIDES 123 B 22 Espantosamente difícil de dissuadir.88 B 23 Ilhas dos bem-aventurados: como antigamente chamavam a cidade alta dos tebanos na Beócia.89 segundo Parmênides. B 24 Os Telquines90 surgiram dos cães de Acteon91 que por Zeus foram transformados em homens.92 B 25 Mas o por toda parte igual <a si mesmo> e totalmente infinito93 88 O Parmênides a quem a enciclopédia bizantina do Suda atribui a expressão é, obviamente, a personagem do diálogo homônimo de Platão! 135a. 89 A frase é claramente de um historiador. Diels sugere, em vez de Parmênides, o nome de Armênidas, que se aproxima do assunto, conforme o escólio da Argonáutica de Apolônio de Rodes (1.551), e a citação idêntica do Léxico de Fócio: μακάρων νήσοι ἡ ἀκρόπολις τῶν ἐν Βοιωτίαι Θηβῶν τὸ παλαιόν, ὡς Ἀρμενδας. 90 Os Telquines são numes anfíbios, propícios a metamorfoses, ora em peixes ora em humanos, são filhos de Pontos (o Mar), da região de Rodes, Creta, Ceos e Chipre. Assim são chamados os invejosos, os acusadores e pregadores, por isso o vocábulo encontra-se no Peri Blasphemion de Suetônio, uma listagem de vitupérios gregos. 91 Os cães de Acteon, o caçador, acusaram sua presença indiscreta ante a nudez de Ártemis e, como castigo, esta lhes ordenou que o devorassem. 92 Diels corrige a procedência da citação, atribuindo-a a Armênidas. Na edição de Taillardat do Sobre as Blasfêmias de Suetônio já consta Ἀρμενίδης no lugar de Παρμενίδης. De fato, o texto parece de um mitólogo, um historiador de mitos, mais do que de um fisiólogo como Parmênides. 93 Wachsmuth, editor de Estobeu, faz a correção, atribuindo o verso a Empédocles. Diels o colige no fragmento 31 B 28. Cf. DK 31 B 27. 124 FILÓSOFOS ÉPICOS I TÁBUA DE CONCORDÂNCIA DA EDIÇÃO DA BIBLIOTECA CLÁSSICA [BC] COM A SEXTA EDIÇÃO DIELS-KRANZ [DK] PARMÊNIDES 28 B DK B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13 B14 B15 B15a B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 BC Proêmio/Programa 1 Os Caminhos 2 Os Caminhos 2 Caminho das Opiniões 2 Os Caminhos 1 Os Caminhos 3 O Caminho do que é O Caminho do que é /O Caminho das Opiniões 1 O Caminho das opiniões 3 Programa 2 Cosmos 1 Cosmos 2 Cosmos 3 Cosmos 4 Cosmos 4 Cosmos 5 Cosmos 6 Cosmos 7 Cosmos 8 Cosmos 9 B20 B21 B22 B23 B24 B25 . PARMÊNIDES 125 BC Proêmio Programa 1 Programa 2 Os Caminhos 1 Os Caminhos 2 Os Caminhos 3 O Caminho do que é O Caminho das opiniões 1 O Caminho das opiniões 2 O Caminho das opiniões 3 Cosmos 1 Cosmos 2 Cosmos 3 Cosmos 4 Cosmos 5 Cosmos 6 Cosmos 7 Cosmos 8 Cosmos 9 B20 B21 B22 B23 B24 B25 DK B1 1-28 B1 28-32 B10 B5 B2 B3 B6 B7 B8 1-52 B8 53-61 B4 B9 B11 B12 B13 B14 B15 B15a B16 B17 B18 B19 B20 B21 B22 B23 B24 B25 . . a época em que viveu. o título da obra (entre colchetes o nome usual em português) e as edições modernas mais relevantes. quando citados em nossas notas. os manuscritos. As mínimas notas biográficas visam a situar o contexto das citações. às vezes. discriminamos. .FONTES DOS FRAGMENTOS E SUAS EDIÇÕES filósofos épicos i xenófanes e parmênides As informações seguintes indicam o autor do texto fonte. . Diels. Hayduck. II) Anonymi comentarius in Platonis Theaetetum. In: CAG. Placita philosophorum e por Estobeu. 5. Amônio (séc. Orígenes e Plotino transmitiram muito do que Amônio lhes ensinou. Heiberg. Eclogae Physicae. Fraenkel. ensinava oralmente e recusava confiar seu pensamento à forma escrita. II-III) Metaphysica.C. vol. IV. M. Academiæ Berolini.) Apollonii Rhodii Argonautica. Heft 2. W.1897. 1961 (reed. 1970). Amônio Sacas – neoplatônico de origem cristã. In: Doxographi graeci. ed. Berlim. 1879. Academiæ Berolini. ed. 5 Berlim. Alexandre de Afrodisia (séc. 1891. V Teodoreto atribuía a Aécio a obra Περὶ ἀρεσκόντων συναγωγή (De placitis collectio). I. Mu­ seen zu Berlin. H. ­ Aécio – filósofo peripatético. In: CAG. H. Berlim. 295-230 a. Apolônio de Rodes (c. Aécio (séc. O teólogo do séc. A. In: Anonymer Kommentar zu Platonis Theaetet (Papyrus 9782). V) De interpretatione. 3. ed. Alexandre de Afrodísia – um dos últimos filósofos da linhagem peripatética na antiguidade tardia.FONTES DOS FRAGMENTOS E SUAS EDIÇÕES 1. Oxford. versão original completa dos eventos abreviados em dois compêndios por Pseudo-Plutarco. Foi seguido um século mais tarde por Temístio. vol. comentador importante da obra de Aristóteles. Fundador do Neoplatonismo. H. Berliner Klassikertexte. Hermann Diels atribui a Aécio o Placita original e propõe uma reconstrução a partir de fragmentos na sua edição dos doxógrafos gregos de 1879. herausgegeben von der Generalverwartung der Kgl. I-II) [Placita] De placitis philosophorum. Por isso. J. Diels. 1905. Schubart. Clarendon Press. ed. Col. edd. 2. 4. L. Berlim. . Busse. Anônimo (séc. in: Commentariorum in Aratum reliquiae. Clarendonian press. Clarendonian press. 7. 6. Oxford. W. Metaphysics. 1936 (reed. ed.C. Gorgia ou MXG é um estudo sobre os eleatas. 1926.) [Metafísica] Metaphysica. Du Ciel.130 FILÓSOFOS ÉPICOS I Fragmenta. Weidmann. H. Hayduck. 1925 (reed. ed. Moraux. Não confundir com o homônimo natural de Alexandria. que ainda incita os comentadores (como Simplício) a citar os textos discutidos. In: Collectanea Alexandrina. é particularmente importante a sua discussão no primeiro livro da Física. Harvard. Paris. VI) Metaphysica. 1985). D. D. Oxford. [Introdução ao Arato] Eἰσαγωγὴ εἰς τὰ Ἀράτoυ φαινόμενα Isagoge in Arati Phaenomena.C. Xenophane. [Física] Physica. Berlim. 1950). 1924 (reed. 2. 1898. 1983). Metaphysics. 1957 (reed. 1996). . 1. Carteron. Clarendon Press. Apolônio – poeta épico que nasceu em Alexandria. Xenophane. proveniente do Liceu. Physique. J. In: CAG. Philosophische und historische Abhandlungen der königlichen Akademie der Wissenschaften zu Berlin (1899-1900) n. ed. Cambridge. P. Para o Poema de Parmênides. Jaeger. (reed. Aristóteles de Estagira – discípulo e mestre na Academia de Platão e fundador do Liceu (335 a. 1933 (reed. difundidas pelo título latino Mirabilia. O De Melisso. Tredennick. Paris. Maass. Aquiles Tácio (séc. 1997). ed. W. ed. VI. II – III). tratados como phýsikoi ou naturalistas. Asclépio (séc. ed W. Gorgia. novelista erótico. Academiæ Berolini. foi diretor da grande Biblioteca e autor de Maravilhas. Ross. 1965. ed. Clarendonian press. Les Belles Lettres. E. vol. Aquiles Tácio – astrônomo. ed. Ross. Berlin.). De Caelo. M. Les Belles Lettres. Oxford. ed. H. 8. O primeiro livro da sua Metafísica é talvez a primeira história da filosofia e importante fonte doxográfica dos primeiros filósofos. 1970).U. Powell. geógrafo e matemático grego antigo. Oxford. [Pseudo] De Melisso. Aristóteles (384-322 a. ed. Immanuel Bekker o inclui na sua edição monumental das obras de Aristóteles. Diels. 1888. Ateneu (séc. ed. 3 Vol. Cf. Escritor. Miscelâneas. Chicago. Tardarum vel chronicarum passionum libri V. Bände 15. com destaque para os autores greco-latinos. Basílio – teólogo. V. 19. teólogo. 94. apologista e mitógrafo cristão residente em Alexandria. tradutor e comentarista de alguns livros da lógica de Aristóteles e de Porfírio. Anício Mânlio Severino Boécio – Roma. Durante a Idade Média suas obras serviram como forma de acesso à filosofia. 1887-1890.FONTES DOS FRAGMENTOS 131 Asclépio – um dos continuadores da Escola de Alexandria fundada por Amônio Hermeu no séc. Garnier. Célio Aureliano (séc. I. ed. Autor de Sobre doenças crônicas (De morbis chronicis). historiador e filósofo. Leipzig. escritor cristão do século IV. rec. 17 (clementis Alexandrini opera Bände II-III) 1906-1909. Bieler (Boethii opera pars I). autor de Consolação de Filosofia (De consolatione Philosophiae). Garnier. II-III) [Deipnosofistas] [Epítome] Athenaei Naucratitae Dipnosophistarum Libri XV. ed. In: Corpus Christiano­ rum series latina n. 9. E. Célio Aureliano – Numídia. 10. V) Celerum vel acutarum passionum libri III. Estudou em Constantinopla e Atenas. Boécio (c. Traduziu para o latim a obra publicada pelo médico grego metodista Sorano de Éfeso que distinguia doença crônica e doença aguda. Die Griechischen Christlichen Schriftsteller der ersten Jahrhunderte. G. à matemática e à música da Antiguidade Clássica. Maran. 1951. é um dos padres capadócios da igreja Católica. ed. 2 vol. Clemente de Alexandria (? – a. Kaibel. Filósofo cristão latino. L. 11. tomus I). Bibliotheca Teubneriana. O. Drabkin. 1721 (Basilii opera omnia. Basilio de Cesareia (?-379) Homiliae in Hexaëmeron. edd. J. . J. 215) [Miscelâneas] Stromateis. Paris. 13. retórico. Atheneu de Naucratis (Egito) – gramático. Clemente de Alexandria – Atenas. autor de Discurso persuasório aos gregos isto é. Stälin. Pesquisou as lendas menos compatíveis com os valores cristãos. P. 12. 480-524) Philosophiae consolatio. Gaisford. ed. ed. ética (cf. Pasquali. In: Platonis Parmenidem. Doxographica aus basiliusscholien. III) [Vida dos Filósofos] Vitae philosophorum. Long. IX. Élio Herodiano – gramático alexandrino. [Escólios BLT Eust. S. Paris. sobre física. Estobeu – Autor grego. Etymologicum Genuinum. 16. [Escólios em Homero]. ed. 19. Diógenes Laércio (séc. Westerink. Oxford. Berlim. 1965. neoplatônico. dialética. L. 2 vol.2. Diógenes Laércio – sua obra se conservou integralmente e ficou sendo a fonte mais vasta de informações sobre a vida dos filósofos gregos. T. ed. Calístrato e outros). C. H. Leipzig. Reimp. G. Amsterdam 1965). 15. II) ou Herodiano Alexandrino [Dois Tempos] ΠΕΡΙ ΔΙΧΡΟΝΩΝ [Das Elocuções Singulares] ΠΕΡΙ ΜΟΝΗΡΟΥΣ ΛΕΞΕΩΣ Grammatici Graeci. Clarendonian press. Aristarco. Antologia. edd. 1910. Hildesheim. I. 17. Élio Herodiano (séc. [Escólios Hipocráticos]. . sobre Hom. de quem se conservam as Éclogae. 1884. Damásio (séc. E. Etimológico Genuíno. no latim Florilegium. Estobeu (séc. mas a atividade parece ter se desenvolvido sistematicamente só mais tarde. Damásio – neoplatônico. [Escólios de Aristófanes]. A edição completa de Herodiano por Lentz foi incorporada aos volumes 3. V-VI) Dubitationes et solutiones de primis principis. 2 vol. Escolios [Escólios sobre Basilio de Cesareia] Scholia in Basilii Homilias in Hexaëmeron. Nachrichten von der königlichen Gesellschaft der Wissenschaften zu Göttingen. Enciclopédia gramatical produzida em Constantinopla no séc. Wachsmuth. [Escólios Genoveses].. G. V) Eclogae. philologisch-historische klasse. Oxford. 1848 (repr. Etymologicum Magnum.] É possível que os primeiros escoliastas tenham sido Aristóteles e seus discípulos. com citações de antigos autores. Aécio). J. Paris: Belles Lettres. 1964. 18. 2 vol. 1867-1910. 1986. Ruelle. vol. 1889. ed.132 FILÓSOFOS ÉPICOS I 14.1 et 3. Combès. ainda que nem sempre a mais fiável. com as atividades filológicas e literárias dos eruditos ligados à Biblioteca de Alexandria (Aristófanes de Bizâncio. Dele restam apenas fragmentos. 1828-1829. João Filopão (Joannes Philoponos) – bizantino viveu em Alexandria.C). Buffière. 23. Eusébio de Cesareia – bispo e historiador. [Alegorias de Homero] Allégories d’Homère. . I). 24. H. 1887-88. Médico. Paris. G. dos quais alguns se perderam. F. Academiæ Berolini. Philosophia antiqua vol. História universal. heft VIII. K. Vitelli. Aulu-Gelle. Belles Lettres.FONTES DOS FRAGMENTOS 133 20. 21. Texte und Kommentar. Band 43. ed. 1969.C. Wehrli. ed. . Heráclito – gramático e retórico.180 a. Kuhn. o mais filosófico dos seus escritos. Jâmblico (c. gramático neoplatônico. CAG XVI-XVII. Belles Lettres. Eudemo (séc IV a. Heráclito Estoico (séc. historiador da matemática. Autor de Sobre as opiniões de Hipócrates e Platão (De Placitis Hippocratis et Platonis). Die Griechischen Christlichen Schriftsteller der ersten Jahrhunderte. 341) Preparatio evangelica. [Noites Áticas] Noctes Atticae. Comentário às epidemias de Hipócrates (In Hippocratis Epidemias). Cláudio Galeno – Pérgamo. M. 245-325) In Platonis diálogos commentariorum fragmenta. ed. Marache. 1-2 (Eusebius Werke. Aulo Gélio (Aulus Gellius) – autor e gramático latino. J. 1967. In: Die Schule des Aristoteles. 2 vol. Mras. Gélio (125 a. Eusébio Cesariense (? – a.C. 1989. Eudemo de Rodes – discípulo de Aristóteles. mestre de Simplício. 22. (Galeni opera vol XVII 1-2) Leipsig. mencionados por Simplício. Comentador de Homero renomado pela leitura alegórica dos deuses. Berlim. Comentário aos humores de Hipócrates (In Hippocratis de Humoribus). ed. autor grego que viveu também em Roma. Sobre a percepção do pulso (De diagnoscendis Pulsibus). Les Nuits attiques.) Fragmenta. [Com. Texte établi et traduit par F. Basel/Stuttgart. ed. Galeno (129-199) In Hippocratis libros Epidemiarum. ed. R. 25. 1973. Filopão (ou Filopono) (490 – 570). A vida de Constantino. 1954-1956. 23. Preparação evangélica. e outros. Dillon. 26. Paris. Escreveu em grego: História eclesiástica. à Física de Aristóteles] Physica. Band VIII Teile 1-2). edd. Norvin. Oxford. Clarendonian press. Clarendonian press. Fundador da Academia (387 a. Da vida pitagórica (De vita pitagorica). como no diálogo Parmênides. De communi mathematica scientia. Plotino (204-270) Enneadas. 27. e Comentário sobre os Meteoros. Platão (c. Platonis operae tomus I. Zenão e Parmênides discutem a teoria das ideias. P. H. 29. ou Adhortatio ad philosophiam. series philosophica n. 46-120) Adversus Colotem. Burnet. 1967. dos quais restam cinco: Dos mistérios dos egípcios. Theologoumena arithmetica. H. 1952 (Plutarchi Moralia vol. filósofo neoplatônico do contexto alexandrino. 30. Olimpiodoro o Jovem – filósofo neoplatônico.C. Bibliotheca Teubneriana. fasc. ed. 429-347 a. Claren­ donian press. por exemplo. 2. 1900.C. ed. J.) Sophistes. com fragmentos de uma obra homônima perdida de Aristóteles.134 FILÓSOFOS ÉPICOS I Jâmblico de Calcís – Síria. mas que por último lecionou em Roma. De Lacy. Plutarco Queronense (c. 33-35 Paris/ Bruxelas/Leiden. 3 vol. Platonis operae tomus II. Burnet. Platonis operae tomus I. M. Plotino de Licópolis – Egito. Comentário ao Fedon de Platão. Autor grego. neoplatônico. ed. Oxford. Harvard. In Nicomachi Arithmeticam introductio. Discípulo de Amônio de Sacas. Oxford. Platão – filósofo ateniense. Protrepticus. VI. Bibliotheca Teubneriana. 1900. Loeb (Plutarch’s Moralia vol. B. Symposyum. 28. Schwyzer. também de Aristóteles. autor grego de Vida de Platão. J. 1959). Henry. Em seus diálogos. quanto o dramaturgo que as transforma em personagens vivas. 1901.). ed.-R. Comentário às Categorias de Aristóteles. Olimpiodoro (séc. Burnet. citados coletivamente por Siriano Coletânea das doutrinas pitagóricas. . em que Sócrates. Pohlenz. 19641982. Oxford. Museum Lessianum. ed. escreveu Dos mistérios dos egípcios (De mysterriis aegytiorum) e de um conjunto de 20 livros. 1951-1973.. VI) In Platonis Phaedonem. Theaetetus. J. é tanto fonte de citações de autores pré-socráticos. XIV). 1913. edd. Einarson. P. Clarendonian press. Westerink. Quaestiones romanae. Ed. D. ed. ed. Harvard. Egito. Diels Berlim. II) [Contra os Professores] Adversus mathematicos. Onomasticon e codicibus ab ipso collatis denuo edidit et adnotavit Ericus Bethe. Leipzig. ed. Theologia platonica. . II). C. E. e de comentários sobre os diálogos Alcibíades. Paris. Bibliotheca Teubneriana.Cousin. A. Hubert (Plutarchi Moralia IV. ed. edd. curavit Guilielmus Dindorfius. Hubert (Plutarchi Moralia vol. Stuttgart. tomes IV-VI) reed. 1914. B. I. 1864. Bibliotheca Teubneriana. E: Codex Parisinus graecus 1964 (séc. 34. 33. V. H. Belles Lettres.FONTES DOS FRAGMENTOS 135 [Sobre o Amor] Amatorius. 1824. In: Doxographi graeci. W. Médico. ed. Parmênides. 31. Hamburgo. Plutarco [pseudo] [Miscelâneas] Stromateis. autor de comentário sobre o primeiro livro de Euclides Elementos. Plutarco de Queroneia – Beócia. Loeb (Plutarch’s Moralia vol. Sexto Empírico (séc. 1961. principal fonte do ceticismo antigo. [Do modo como os jovens deveriam ouvir os poetas] Quomodo adolescens poetas audire debeat. L. Julius Pollux (Polydeukès) de Naucratis (Egito) – filólogo e retórico. Kuehn. 18211827 (Procli opera. Bibliotheca Teubneriana). 19 (séc XIII) Sexto Empírico – Alexandria. 3 vol. IV. 1618. Bibliotheca Teubneriana.. Bibliotheca Teubneriana). Helmbold. Diehl. Timeu de Platão. Biblioteca teubneriana (Sexti Empirici opera vol. ed. IX). C. 1935. Plutarchi Moralia vol. Leipzig. II. Proclo de Bizâncio – filósofo neoplatônico. J. Pollux (séc. Portus. ed. 1938. in: Adversus dogmaticos libri. In Timaeum. 32. Saffrey. XV) L: Codex Laurentianus 85. Editito stereotypa editionis primae (1900(1937)). G. 11 (1465) N: Codex florentinus Laurentianus 85. Paris. Proclo (412-485) In Parmenidem. Teubner. C. H. Titchener. ed. 1967. 1971). 1903-1906. Mutschmann. H. (Plutarchi Moralia vol. 1968. 1879. Autor de Vidas Paralelas e de várias obras morais. ed. [No Banquete] Quaestiones Conviviales.II) [Vocabulário] Onomasticon cum annotationibus interpretum. Diels. que relatam as qualidades e conhecimentos que as parteiras. fragments of a Latin version of Soranus’ Gynaecia from a thirteenth century manuscript. 36. Simplicio – comentarista neoplatônico de Aristóteles. Raeder. destacando-se em várias áreas como ginecologia e obstetrícia.. Drabkin. I. 13:1-136. Caio Suetónio Tranquilo – escritor latino. Paris. as patologias das mulheres (diferentes das dos homens) tratadas com alterações na dieta. Sorano de Éfeso (séc. nas quais descrevia os principais personagens da época. 37. VI) [Com. Miller (Mélanges Grecs) ΠΕΡΙ ΒΛΑΣΦΗΜΙΩΝ ΚΑΙ ΠΟΘΕΝ ΕΚΑΣΤΗ. Bibliotheca Teubneriana. 1984. de Aristóteles. 1951. Teodoreto de Ciro. Berlim. Cura das doenças pagãs (Curatio. E. constituída por quatro livros.. ou de Antioquia – autor cristão. In: CAG. ed. Heiberg. 1982-1895. ed. e ainda as principais patologias das crianças. J. In: CAG. autor do Comentário à Física de Aristóteles. vol. ΠΕΡΙ ΠΑΙΔΙΩΝ. Bull Hist Med Suppl. 38. Tardarum vel chronicarum passionum libri V. Obra principal. Simplício (séc. escreveu um grande volume de obras eruditas. estudioso dos costumes. J. VII. 2 (séc. Sorano de Éfeso – médico metodista Grego. Suetônio (séc. vol.). os cuidados higiênicos para com o bebê. D: Codex Florentinus Laurentianus 85. L. ed. I/II) Caelius Aurelianus[traduxit]. XII-XIII) E: Codex Venetus Marcianus graecus 229 (séc. Uma de suas principais obras é Gynaecia baseada nos estudos de Herófilo. Física de Aristóteles] Physica. Caelius Aurelianus Gynaecia. com o subtítulo Conhecimentro das verdades evangélicas .136 FILÓSOFOS ÉPICOS I 35. importante no Império Romano. Suétone. H. em língua grega. ou recorrendo a drogas e cirurgias. Celerum vel acutarum passionum libri III. 1904. Les Belles Lettres. 1967. ed. XII-XIII) F: Codex Venetus Marcianus graecus 227 (séc-XII-XIII) De caelo. ed. ed. II) Fragmentae. Berlim. Comentário Sobre o Céu. Foi dos mais ricos transmissores de fragmentos dos pré-socráticos. Chicago. Taillardat. IX-X. I. ΠΕΡΙ ΒΛΑΣΦΗΜΙΩΝ. Teodoreto (393-466) Graecarum affectionum curatio. os sintomas do parto. Trata-se de uma apologia do cristianismo. 1828 (Geographici Graeci minores). Tzetzés (séc. uma História dos monges. Gottfried Bernhardy. é Teofrasto um elo inicial de importantes informações. João Tzetzes (Joannes Tzetzes) – gramático e poeta bizantino. de quem foi sucessor no Liceu. complementando a de Eusébio de Cesareia. Sobre os ventos. Dele também se conservaram pequenos ensaios: Metafísica. Teofrasto de Ereso – discípulo de Aristóteles. 370-285 a. Sobre o fogo. ­ . uma História abreviada das heresias. 1879. Caracteres. Sobre a morte. escreveu Opiniões dos físicos. em forma de fragmentos restaram em Suídas e Aécio. além de Cartas. as quais. Leipzig. Teofrasto (c. In: Doxographi graeci.C.FONTES DOS FRAGMENTOS 137 por meio da filosofia grega (escrita entre 429 e 437). ed. Diels. frente ao paganismo. Sobre os odores.) Fragmentum de sensibus. Sobre os sentidos (fragmentos). Sobre as pedras. [sobre Dionísio Periegeta] Dionysius Periēgētes Graece et Latine cum vetustis commentariis et interpretationibus ed. De natureza doxográfica. H. Escreveu também uma História eclesiástica. 39. 40. Situado no distante final do período socrático. Berlim. XII). . JOIAS DA BIBLIOTECA NACIONAL filósofos épicos i xenófanes e parmênides Exemplos memoráveis da recepção dos clássicos em língua portuguesa constituem as Joias da Biblioteca Nacional. . . São Paulo. de A.Joias da Biblioteca Nacional Traduções em português do fragmento B11 de Xenófanes πάντα θεοῖσ᾿ ἀνέθηκαν ῞Ομηρός θ᾿ ῾Ησίοδός τε. A. Fonte de B11: Sexto Empírico. Cultrix. 1991 Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo o que para os homens é opróbrio e vergonha: roubo.. J. Os Filósofos Pré-Socráticos. in: Os Pré-Socráticos. adultério e fraudes recíprocas. 1973 Tudo aos deuses atribuíram Homero e Hesíodo. . κλέπτειν μοιχεύειν τε καὶ ἀλλήλους ἀπατεύειν. 193 Prado. adultério e fraude mútua. São Paulo. Cavalcante de Souza. Gerd. Abril. Bornheim. Contra os professores. tudo quanto entre os homens merece repulsa e censura. ὅσσα παρ᾿ ἀνθρώποισιν ὀνείδεα καὶ ψόγος ἐστίν. org. Fragmentos de Xenófanes de Colofão. Anna L. roubo. IX. Campinas. Xenofanias. 2003 Aos deuses Homero e Hesíodo atribuíam tudo o que entre os homens é injusto e censurável. Hexis. Daniel R.. São Paulo. Vieira. Fragmentos. Xenófanes de Cólofon: Fragmentos. 2011 Homero como Hesíodo atribuíram aos deuses tudo quanto entre os homens é infâmia e vergonha roubar. Roubar. Trajano. raptar e enganar mutuamente. Unicamp. Olavobrás. . Ed. cometer adultério e enganar uns aos outros. N. Rio de Janeiro. Os Filósofos Épicos I: Xenófanes e Parmênides.142 FILÓSOFOS ÉPICOS I Lopes. 2006 Furto / adultério / logro / mútuo Homero / Hesíodo / munem / o / mundo / dos / numes do / que / o / homem / censura / no / seu (homero hesíodo) citam ad infinitum divinos feitos ilícitos furtos numes adúlteros logro recíproco Santoro. Fernando. do T. cantava como uma flauta entre as rodas giran­ do. guarnecidos de cobre. ao mesmo tempo em que atravessam tudo e pene­ tram por toda parte. E a mim também me acolhe a doce Deusa. 1986. Lá estão as portas que se abrem sobre os caminhos da Noite e do Dia. E agora é preciso que mer­ gulhes em todas as indagações. Jean Beaufret. 5. Olha bem o que ainda tens que aprender: de que modo as coisas de aparências diversas são feitas para ser vistas. To­ mou em suas mãos a minha mão direita.] O tradutor preferiu manter o termo grego “Aletheia”. e repousadas. E eis que. afastando com as mãos os véus que lhes cobriam as cabeças. E eram as raparigas que regiam as bridas das éguas ariscas atreladas ao meu carro estrada afora. O Poema Tradução de Gerardo Mello Mourão As éguas que me levam avançavam pelas lonjuras do coração. intraduzível. transpondo as portas. com suas aldravas. autor de uma vasta obra poética. quem tem na mão suas chaves. que contempla tudo. atravessei as moradas dos homens pelos caminhos por onde viaja aquela que sabe ver. tu. mas Themis e Dike. na sua versão francesa. distante dos homens e de seus caminhos. E ela corre.JOIAS DA BIBLIOTECA NACIONAL 143 O Poema de Parmênides traduzido por Gerardo Mello Mourão Gerardo Mello Mourão (1917-2007). XX. tu. ao alto. num dintel. O texto foi publicado em 1986 no Caderno Lilás do periódico da Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro: Caderno Rio-Arte. que não alcançam a Aletheia. para abri-Ias e fechá-las. diretamente pela estrada real. deixadas para trás as moradas da noite. devolve ao poeta o entusiasmo de sua dicção filosófica. de um golpe. sobre um batente de pedra. que ao galope das éguas chegas à nossa morada. ano 2. com sua verve característica. não foi a Moira funesta que te trouxe por esta estra­ da. e suas dobradiças. cujo coração não treme. traduziu por “Grand-Ouvert”. e é Dike. apressavam sua corrida para a luz. . iam-se encai­ xando os marcos. E o eixo que se esquenta ao girar. quando as Filhas do Sol. em baixo. entre os quais os Peãs e o País dos Mourões. Com a carícia de suas doces palavras. “Aletheia” é a verdade fenomenológica da natureza. Montado nelas pela estrada a cujas beiras a palavra dos deuses florescia. E foi cantando que me disse: – “filho. as raparigas guiam os carros e os cavalos. Um depois do outro. enquadradas. 1 [N. salve! Não. personagem ímpar da história intelectual brasileira do séc. n. As portas voam. como das coisas caras aos mortais. Tanto da Ale­ theia1. Elas bri­ lham no ar em toda a extensão de suas vastas molduras. escoltado por cocheiros imortais. traduz Parmênides e. as Filhas do Sol encontraram a arte de abrandá-la. deixando vazio o espaço das molduras. a poderosa. Rio de Janeiro. o ferrolho solidamente cerrado. Parmenides. poeta épico e lírico cearense. Melhor é afastar teu pensamento desse caminho de busca. e até mesmo ser e não-ser. nem para pe­ recer. Confia neste caminho. pelo pensamento. pois vou dizer-te quais os caminhos – os únicos – ­ em que hás de pensar em tua busca. sem qual­ quer obstáculo para impedir o ser. incon­ cebível. é claro. Que. E assim dividida. por tal caminho. aprende a vê-lo. a todo custo. em segui­ da: ao longo dele. jamais o ser cortará sua ligação com o-não-ser-mais. aprende a pensar para ti a diferença em que se trava a profunda de que te fala minha palavra. A questão está assim dividida: é ou não é. nem para nascer. e assim se abra a clareira do ser. antes de tudo. por qualquer afrouxamento de seus laços. assim se perdem aqueles mortais. inteiro. tua busca fique apartada desse caminho. e que tomes o outro. pois é agora. único: Onde buscar sua geração? Por onde e de onde teria podido brotar? Do não-ser? E o que não te deixarei di­ zer nem pensar. poderia aparecer. então. também inabalável e incessante. mas deixando ser o que é. os mantêm. como convém. perdem-se os mortais que nada sabem ver. de uma só vez. não leves a essa contemplação um olho para não ver nada. terá a permissão de Dikê que. Na verdade. mesmo que ele tenha poder legítimo sobre o ser proibido. nascido do nada. Quanto ao outro. por isso. Tão surdos como cegos. deixes um dos caminhos ao impensável e ao . advirto. o ser é também imperecível. O primeiro dos caminhos mostra aquilo que é. é a inexperiência que leva o sentimento a perder-­ se em divagações no coração. pois não se pode dizer nem se pode pensar que ele não é. para desabrochar sua flor? Ele precisa ser plenamente. deixando claro que. Sobre ele tantos sig­ nos se incorporam. levados de um lado para outro. Eis o que te peço que aprendas antes de qualquer outra coi­ sa. Mas o que é ao mesmo tempo ausente e presen­ te. inteiriço. aberto à palavra. fiel à Aletheia. tal como acontece ao que se dispersa em todos os sen­ tidos e ao que se junta para formar um todo. caminham para trás. os bifrontes. outra coisa possa brotar ao lado dele senão ele mesmo. Todos eles não avançam nunca. Na verdade. sem discernimento. deixado a si mesmo. embara­ çados e perplexos. pois ela marca o lugar a que terei de voltar. não será nunca. pensar e ser é ao mesmo tempo a mesma coisa. mais ce­ do ou mais tarde. Coerente é para mim a partida. na verdade. surgindo do nada. Um só caminho resta. nenhum passo poderá ser seguro. com um olhar que nada possa desviar. Como e por que.144 FILÓSOFOS ÉPICOS I Hás de ser o guardião da palavra escutada. para saber o que não é. então. o caminho que ela nomeia: é. Seja. E habituado à rica experiência. pois. Pois está fora de teu poder saber o não-ser – não ga­ nharás nada com isso – nem que tua palavra o diga. guardado em pensamento “sendo-ser”. de um só talhe. ou não ser. Não há força que consiga torná-los iguais. nem como. permaneça assim. é preciso que. Nunca também o vigor de segurança al­ guma poderá conceder que. um ouvido cheio de ru­ mores. cujo des­ tino tanto é dizer ser como não-ser. ao contrário. o ser e o não-ser. Ele não era outrora. uma língua. pois sem essa abertura é o nada. Como. senão de­ pois disso. sem princípio nem fim. Ele também não é divisível. tudo está nele. face a face. para que nunca. pois em seu vigor a necessidade o mantém nos nexos de um limite que por todos os lados o cerca. e o ser não pode ser aqui mais ser e ali menos ser. Pois. Uma conjunção assim. sem lições. assim é. mas criaram marcas que situavam uma ao lado da outra: aqui. então. deixar seu lu­ gar por um outro e brilhar aqui e ali com um brilho furta-cor. Permanecendo o mesmo no mesmo estado. tudo lhe faltaria. O outro. já que por todos os lados está prote­ gido. tomada solitariamente. fora do ser. estar ou não estar lá. em si mesmo repousa. apresentando a volta de uma esfe­ ra perfeita. e não é também se um dia vier a ser. reduzido a si mesmo: a noite obtusa. sem haver coisa que lhe falte. rom­ pendo sua coesão. sem nada de comum com o outro. Elas estabeleceram claramente duas figuras. E imóvel também nos li­ mites de laços poderosos. O pensar. eis que ele é em toda parte na plenitude do ser. nada é. é inad­ missível. pois dele estão banidos nascimento e destruição. Assim. sem permitir jamais que ele es­ teja inacabado. desabrocharia o ser? Como poderia ter nascido? Pois se ele veio a ser. o fogo favorável. Assim a gê­ nese está extinta e o declínio desapareceu. não acharás o pensar. Mas se o limite é derradeiro. não poderia estar aqui ou es­ tar lá. opaca e pe­ sada figura. nem será outra coisa que não o ser e sua circuns­ tância. então não é. para denominar o que tinham em vista. são uma e a mesma coisa. Uma delas. cheio de luz e de . nem por isso criaram um antagonismo. ele encontrará também a igualdade de seus próprios limites. e fica atento à ordem das coisas que digo. por todos os la­ dos. nem será. seus domínios. e aquilo sobre que desabrocha o pen­ samento. para longe dele rejeitados. tudo está. desde que saudada com boas-vindas. E agora. aqui e ali. pois ele está fora de qualquer al­ cance. nada poderia impedir sua igualha a si mesmo. na segu­ rança real da Aletheia. nunca. para aumentá-lo ou diminuí­ -lo. com efeito. a partir do centro. aquilo que interessa aos mortais. o fogo leve. ao contrário está aberto. em tudo igual a si mesmo. es­ tes dois nomes respondendo às respectivas signi­ ficações em que situam. desde que seja. que é o lugar de sua revelação. identicamente radiante. o fogo etéreo da flama. e ali. por isso mesmo. confiantes em que não há nada para lá do nome: tanto nascer co­ mo perecer. então. Todo igual a si mesmo. ele é. tudo será nome. nele se fixaram os mortais. A par­ tir daqui. é o que te anunciarei claramente. Ficariam todas soltas no ar. pois a partilha que é sua o ligou à lei de uma integridade em repouso. Mas já que tudo se há de chamar luz e noite. fixo no mesmo lugar. ao mesmo tempo. em todos os senti­ dos.JOIAS DA BIBLIOTECA NACIONAL 145 inominável. ponho um ponto final à pala­ vra exata e ao saber que toca à Aletheia. pois é igual em toda parte. Separan­ do em dois o caráter. e nada pode jamais lhe acontecer. para seus hábitos. aprende. mortal al­ gum leve vantagem sobre ti. E é o caminho verdadeiro. por todos os lados é consumado. pois o ser é para o ser do modo mais íntimo. para ti. pois se fosse mais ou se fosse menos. em verdade. não sendo assim. o outro. o dom do pensamento. a obra devoradora do fulgurante sol. é sua eclosão física. cada uma com seu nome. nasceram as coisas. é assim que o senti­ mento está entre os homens. se nada perturbar a uma delas. de onde ele nasceu. ele que lhes permite. nas mesmas proporções. em sua plenitude. O Mesmo. tal eclosão é propriamente o pensamento. aprenderás também os efei­ tos e a circulação da lua de redondo olho. Mas tu saberás o luminoso desabrochar do éter. pois é por toda parte que ela é a origem do parto pelo Esti­ ge e do coito. Recife-BeloHorizonte-Londres-Dublin 1985 . Eros. e do qual tudo provém. todavia. levando a fêmea a unir-se ao ma­ cho. a força incorporada de san­ gues opostos cria corpos bem moldados. e como a precisão que o dirige fixou limites ao curso dos astros. olhar inquieto voltado para os raios do sol Com a resposta exata à confusão dos membros ordenados na desordem. para a partir de então se enca­ minhar até seu destino. estão cheios de noite. as que são agora. por sua vez. depois de haver cresci­ do. e recusam-se a unir-se no corpo surgido da mistu­ ra. outros. se é boa a têmpera. puro facho. sem paradoxo. a unir-se à fêmea. porém. o primeiro de todos os deuses. No meio. as forças entram em luta. tudo o que no éter oferece algum sinal. e o macho. como a propósito de tudo. mas entre os dois penetra um trecho de flama. à direita os rapazes. a divindade que governa tudo. e por sua origem diversa prejudicarão o sexo da criatura. tanto entre todos. como a terra e o sol e a lua e o éter universal do céu e a celeste vialáctea e o Olimpo mais recua­ do e a ardente força dos astros se projetaram nos rumos de sua origem. Se nascidos de sementes mistura­ das. Saberás ainda o céu que tudo sustenta em seu contorno. em ver­ dade. e co­ mo ela se formou. Estranha luz enluara a noite em torno da terra errante. em seguida. Os mais sólidos anéis estão cheios de mero fogo. entre todos.noite sem luz. É assim que. para elas. os homens fixaram no­ mes que separadamente as nomeiam. à esquerda as raparigas Quando o macho e a fêmea misturam juntos a semente de Vênus. foi sonha­ do antes de todos. 114. 36. 20 Ésquilo. n. 102-103. 131 Cícero. 102. VI. 26-27. 133 Gélio. 20. 88. 17. 15. 130 Aristófanes. 79. 27. 93 Epicuro. 38. n. 102. n. 131 Célio Aureliano. 129. 86. n. 57. 19 e n. 50. 103. 13. n. 114. 123. 122. 41. 18. n. 129-134. 13. 11. 27. 130-131 Ateneu. 104105. n. 56-57. n. 93. 114. n. 137 Élio Herodiano. n. 121. 40. 61-62. n. 1 Epimênides. 89. 119. 50. 129. 123. n. 85. 24. 14. 79. 89 e n. 81. n. n. 81. 24. 80 e n. 31. n. 40. 115. 84. 102-103. 63 Asclépio. 131-132 Bessarion. 75. 129. n. n. 131 Basílio de Cesareia. 56-7. 55. 84. 53. 78 e n. 89. 115. n. n. 73. 108-109. 17. 117. 38. 6. n. 119. 2-4. 58 Boécio. n. 99. 79. 44. 84. 85. 46. 12. n. 88. 67. 136-137 Armênidas. 85. 114. 135 Eudemo. 40. 40. 2. 40. 104. 132. n. n. 110. 78. 42. 70 Clemente de Alexandria. 105. 133 Filocoro. 81. n. n. 111. n. 1. n. 38. 22. 92 Arquíloco. 30-31. 137 Alcméon. 11. 9 Anaxímenes. 42. 32. 63-64. 28. 108-109. 13. 28. 80 e n. n. 56. 86. 57 Diógenes Laércio. n. 129 Amônio. n. 132 Demócrito. 121. 132 Aristóteles. 120. 123. 114. 17. 121. 84. 115. 29 Galeno. 32. 93. n. 132 Dionísio Periegeta. 78 e n. 86. 92. 116-117. 123. 103. 35. n. 32. n. n. 132 Euclides. 14. 117. 131 Damásio. 93. 110-111. n.ÍNDICE ONOMÁSTICO Autores antigos Aécio. 68 Alexandre (Pseudo). 114. n. 84. 119. 62 Estobeu. 92. 70. 15. 33. 47. n. 2. 87 Anaximandro. 46. 111. 12. 9. 102 Alexandre de Afrodisia. 89. 20. n. 34-35. 88. 102. n. 129 Aquiles Tácio. 80 e n. 102. 134 Anaxágoras. 132 Empédocles. 75. 133 . n. 79. 40 Apolônio de Rodes. 131. VI. 112-113. 87. 109. 114. n. 71. 84. 86 e n. n. 47. 23. n. 85. n. 12-13. 60. 3. 42. 6364. 129. 122123. 93. 70. 129. 102-103. 133-135 Plotino. n. 134. 17 e n. 54. 15. n. 3. 62. 58. 135 Plutarco. 42 e n. 86-87. n. n. 52. 99. 40. 102-104. 87. 117. 15. 135 Porfírio. 44. 27. 88. 70-71. 57 Melisso. 131. 141. 69. 42. 130. n. n. 57. 74. 51. 81. 15 e n. 44. n. 67 Sorano de Éfeso. 6. 6 Platão. 89 e n. 40. 15. 95. 111. 92. 40. 46. 110. 16. 90 e n. 13. 55. n. 84. n. 9. n. 62. 130. 133 Heráclito. 16. 56. 62. 87. 40. 136 Teofrasto. 40. 129. n. 28-29. n. 4 e n. 2 e n. 64-65. n. 71. 63. 92. 102. 79. n. 102. 34. n. n. 106-107. n. 3. 3. 111. 67. 105. 99. 117. . 133. n. 28. 89. 131 Proclo. 15. n. n. 95. 124. 50 e n. 59. 98. 44 e n. 17. 29. n. 84. 75 e n. n. 25 Heródoto. 63. 88. 24-25. 61. 4. 11. 4. 9. 113. 133. n. n. 79. Sófocles. 88. 109. 88. 110. 98. 57-58. 2-4. 5. Sócrates. 78 e n. 94. VII. 51. 90. n. 110. 117. 63-64. 102-103. n. 34. 85. n. 123. n. 42. 14. 98. 119. 86 Parmênides. 121. 16. 134 Plutarco (Pseudo). 92. 74. 108-109. 24. 134 Orfeu. 54 e n. n. 9. 25. n. 113. 133-134 Leucipo. 91. 137 Timão. 3. 45. 85. VII. 84. 33 Teodoreto. 111. n. n. 85. 107. 58 Olimpiodoro. 121. 71. 15. 134-135. 24-25. n. 39 e n. 79. 72. 25. n. 11. 66. 141-142 Hesychios. 117. 121. 102. 85. 72. 116117. 57. 110. 55. 25. 110-113. 84. n. n. 18. 3. 134-135 Pollux. 52 Moerbecke. n. n. 58. 114. n. 87. 55. 35 Simplício. n. 108 Heráclito Estoico. n. 71 e n. 67. 121. 115. de. 11. 25. 109. 135 Sexto Empírico. 71-73. 57. 9. n. 84. 38. 130. n. n. 111. 102. n. 85. n. 92. 55-56. 40-41. 88. 92. 89. 60. 120-121. n. n. n. 6061. 88. n. 88. 46. n. 103. 129. 101. 3 e n. 27. 122. 42. 54. n. 56. 2. 15. n. 142 Jâmblico. n. 57. n. 123. 65 e n. 90. n. 92. 84. 9. 136. n.. 73-74. 142-143 Pitágoras. 70. 29. n. 102-104. 122. 74. 3. G. 105. 133 Hipólito. 12. 136 Suetônio. 102. 32 Hipócrates. n. 46. 141 Simônides. 14 e n. 119. 111. 135. n. n. 61. 123. 70. 40. 57. 16 e n. n. n. 3. 114. 18. Tzetzés. n. 55. 136 Tales. 93. 55-59. 117. 92. 93. 59. 109. 101. n. 9. 33 Hesíodo. n. 42. 57 e n. 53ss. 132. 86 Homero. 111. 38. 84. 121. 107. 84. 67. 43. 30. 4. 107. 1. 13. 17. n. 46. 4. n. 13. n. 76. 8 e n. 7. 71.Górgias. 93. 5. n. 113. 56 Cousin. 42 Cordero. 36. 31 e n. 59. 7. 1. 7 Guarracino. 49 Bergk. 51. G. 7. 97. 90. 94. 58-59. 43. n. n. 27 Davies. 141 Brandis.. 15. n.. 3. 12.. n. 35. N. n. G. 41. n. 55. n. 5. 21. n. 30. 105 . 58. n. 45. 59. 13 e n.. n. n. G.. 94. 20. 135 Coxon. J. 9-17. H. n. 95. 47. 28. 28. n. 20. 46. n.. 97. C. 71. G. 2. 33.. n. 79. 96. n. 29. 9-10. n.. 59. 25. 59. H. 90. G. V. H. n. 3 Cassin. n. 1. n.. 89. n. n. n. n. n. 121. 61. 46 Barnes. 78. 42. A. 1. 88. 47. 10. 134 Autores modernos Aldo Manucio. 32. L. 31 e 32. 51. 135-137 Drabkin. 108 Diels. 24. 31. 11. 42. n. J. J. 28. 137 Bollack. n. 42. n. G. 95. 93. 131. 33. 154 Karsten. 116-117. 105. 3. 88. 131.Xenófanes. J. 15.. 95.. 51 Zenão. 91. 43. 58. 91. n. n. 2-6. 61. 58. 79. 31. 28. n. n. 90. 89. 10 Heindorf. 49 Fülleborn. 47 Bernhardy. 90. 55. 56. 91. 58. I. n. n. 35. n. 44 e n. 91. 23 Casertano. 5. 129-130. 47 Couloubaritsis. n. n. n. 36. n. n. 60-61. 96. 87. n. P. E. n. 30. 78 Frère. n. 57. 59. 7. 49 Cummings. I. E. 44 e n. 32. n. 93. M. 12. 94.. VI. 7ss. 14 Hölscher. 4. B. 28. G. n.. 27. 29. 13-14. n. n. n. n. n.. n. 14 Heidegger. 45. 46. 49. 31 e n. n.. n. n. 37. E. 59. 60 Bornheim. 105.... 96. 90. n. 93. 45. 29. 30 Estienne. 141-142 Xenofonte. 7.. G. n. 28 Bywater. 59. XI. 6. n. 30. n. 59. n. L.. 6. n. 56 Cerri. n. 60 e.. XI. A. n.. 34. 44 Aubenque. 7. 97. E. 35 e n. n. 92 e n. n. H. 1.. 3. 108.. 9 e n. 86 e n. 97 Jurnée. (Stephanus).. 51 Herwerden. 22. 31. 2. 27. n.. n. n. 24. 58-59. 14. 5. 123. 80. 46. 83. VI. 108 Hermann. 9. 90. n. 97. 80. 114. S. 4. 1. 136 Edmonds. 5. 88. L. 72. 9. 4. 61 Kaibel. 88. 20. 124.. 57. n. 34. J. n. VII. 16. 135 Nachmanson.. 9. 136 Torrano. 117. 45. C. A. n. n. 14 Santoro. 71. 8. J. n. 142 Wachsmuth. 81.. L. 94. 142 Scaliger. 85.60. 10. 40. 60 Lesher.. 59. n... 95. W. 101... n. 42 Maass. N. 47. A. 31. 10. n.. 11 Vieira. 130 Mansfeld. A. 133 Laks. 45 Stephanus (ver Estienne... 60. n. 6.. 9. J. F. 122. 60. G. de A. 1 Mutschmann. J. H. J. J. H. VII Vieira. 108. 92. 60. n. 3. 74. 59. n. VII. 1... 74 e n. n. n. 50 Nicole.. n. M. 123. 1. 14 Ruggiu. n..Kranz. 59. M. n. 101. n. 30. 58-59. 10. n. 82 Schleiermacher.. 30 Lisbonnense... O. n.) Sylburg. 73. Trajano. 59. 129. 86.. n. 10. 46. n. n. J. VI Sider. 10. P. 10 Kühn. 19. 58.. 109. 66 Spengel.. 19. n. 85. n. n. Z. n. 122. n. 88 Ramnoux. 86. 97. 7. R. 20. 20 Taillardat.. 54 Reale. L. 66 Popper. E. C. 7. G. n. 74 O’Brien. 123. 108.. n. 58. 16.. 10. 136 Mourão. 32. 43. 74. n. 108. n.. n. 94. 119. 7.. L. 93. 42 . 85. G. 2 Prado. 142 Ludwich. n. 79. J. F. E. 42.. n. VII Lopes. D. n. H. 77 Mullach. W.. 95.59.. 124 Kratochvíl. 122. 33 Stein.. 10. 18 Sanesi. 96. 109. Anna L. n. 107 Miller. 1. n. n. de A. 141 Primavesi. K. 10.. E. 13 Marques. 78. 28 Nietzsche. n. XI. K.. n.. 109. n. 143 Mourelatos. 49. 55. n. R. 46 Rossetti. A.. Antônio. L. M. K. 112. 66. H. F.. D. 132 Weil. 4. 80. 116. 18 Reinhardt. 66 Musurus. W.. 86. 116. 60. Mullachius. Georg Gustav. Bruno & Prato. Doxographi Graeci Berlin. 1988. Esp. Henricus (H. Gentili. De Melisso. 1997. H. Madrid. 1956. Poetarum Philosophorum Fragmenta. E. Weidmann. J. Reclam. 1879 reimp. Études sur Parménide. 1984. 22009. Coxon. Untersteiner. 1979. Florença.. Fairbanks. Eijk. [trad. Poiesis Philosophica. Estienne. Leipzig. G. 1860 (1928). Karsten. Mansfeld. Stephanus. Arthur. Berlim. Las Vegas. 2ed. & Kranz. Pierre. 1867. Berlim. 2000]. 1573. Barnes. Philosophorum graecorum veterum praesertim qui ante Platonen floruerunt operum reliquiae. Paris. ed. Ámsterdam. Jonathan. [DK]. 1897. Ph. 1986. 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