Salomão - clavículas e arca

March 28, 2018 | Author: GrecoCruz | Category: Seventh Day Adventist Church, Phoenicia, Dead Sea Scrolls, Bible, Solomons


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Jerusa Pires-FerreiraLivros de magia No mundo da edição popular que persiste em nosso continente, universo contíguo à moderna e profusa edição de massas -- construção do que denominei de cultura das bordas -- nota-se que os antigos livros de magia continuam a ter um papel muito forte. Continuam sendo publicados, por editores populares, os livros de sonhos, numa gradação infinita, os de São Cipriano e os da Bruxa de Évora, da Cruz de Caravaca, ou As Clavículas de Salomão. Alguns deles terminam se aglutinando, formando uma espécie de colagem que nos leva a pensar num grande texto mágico que permeia o mundo das práticas e crenças populares. Estes livros são egressos de uma espécie de fundo de antigos saberes mágicos, heréticos ou recalcados que podem tomar novos rumos, a qualquer momento que uma compatibilidade os requisite. Temos de entender, de um lado, a "tramóia", presente nas edições populares, toda a aturdidora fragmentação, mas também observar que comparece nesses textos um acervo de formulações, que têm agora a ver com as religiões populares das massas urbanas, na América de origem ibérica. Constatamos que esses conjuntos ainda respondem pela permanência de um repertório da tradição popular dos causos e dos contos, de uma oralidade que ainda se faz presente, e com muita força, em nossos âmbitos populares, de uma visualidade que traz dentro de amplo processo mistificatório os ícones mais diversos: figuras, segmentos de imagem, fragmentos de geometria e números mágicos. Difícil será dizer onde tudo começou, o que existe de falso ou verdadeiro, de "imposto" ou de recuperado. A este respeito, as observações de Paolo Carile 1 combinam exatamente com as minhas, e ele, de certo modo, responde às críticas que se possam fazer ao fato de não pensar a Bibliothèque Bleue, a literatura francesa de colportage, como coisa imposta. Comenta que o livreto de colportage fornece uma cultura aceita, dirigida, assimilada, durante séculos, pelos meios populares. Em meu estudo sobre o Livro de São Cipriano (apesar de minha intolerãncia pelas vogas esotéricas que a industria de massas produz e que se consome desenfreadamente, hoje), apresento uma jornada por esse universo do livro popular. Procuro então mostrar a permanência dessa espécie de colagem viva que se assenta num contínuo mediúnico (recepção e demanda no universo das religiões populares no Brasil ) e num continuum textual (operação criativa e aglutinadora). Quando se sai a campo para pesquisar ou recolher exemplares de livros como estes de São Cipriano ou As Clavículas de Salomão, algumas dificuldades muito sérias ocorrem. São livros de magia, trazendo sua carga de maldição e interdição e, mais ainda, livros populares. Com essas características, têm sua produção, circulação e consumo regulados por certos princípios e tabus. É uma espécie de resposta a diversas solicitações de grupos que têm diferentes graus culturais e aquisitivos. Os antigos livros chamados engrimanços têm o caráter da ciência mágica e um conjunto de propostas concretas para atuação. em que a invisibilidade é . Quanto ã construção dos textos. no mundo popular contíguo ao da cultura de massas. estadual ou nacional. consumidor habitual desse tipo de produto.Nos sebos ou alfarrábios. imobilistas e imobilizantes nos processos da emancipação social. modificado em pequenos detalhes. tão complexo. e que se ajusta e transforma. em diferentes momentos de sua trajetória. frase ou símbolo. A seqüencia dos próprios escritos vai ditando a escolha dos mais importantes. de alcance enciclopédico. arcaicos. mas o mistério permanece. O levantamento feito não é nem poderá ser exaustivo. canhestros. símbolos e marcas. Estes conjuntos parecem atender a diferentes segmentos. foi adquirido. de cada um deles. de repertório infinito. as entrelinhas vão revelando pistas e temas. um simplesmente transcrito. produção de uma narratologia que aproxima linguagens arcaicas a procedimentos que o mundo popular obteve e resguardou. Impossível deslindar cada fragmento. signos verbais ou visuais. com todos os recursos possíveis. funcionando como uma amostra do que foi possível encontrar até agora. Compõe-se aí também uma espécie de espaço secreto da leitura: da utilidade ao fetiche. e não se adquiriu para compor o acervo ou se. dentro do públicoalvo. Quanto a bibliotecas públicas. continuamente. porque quem os teve ou tem não os passa adiante. encampado na produção editorial. para conquistar e prender um homem ou mulher. o próprio objeto é que vai em busca de tudo o que poderá explicá-lo. por onde enveredar na explicação do possível. corre o risco de ser roubado. o leitor ou consulente segue suas lições como as de um acreditado mestre. no entanto. há dois tipos de impedimento. espécimes antigos não são encontrados. senão muito rara e ocasionalmente. sendo considerada uma violação vendê-los ou descartá-los. Mistério de um tema como este. As fórmulas e conselhos. muito a ver com as razões cotidianas dos grupos sociais e das pessoas que utilizam esses textos. por acaso. aproveitando também suas sugestões. A partir destes textos. No caso do uso de tais livros. conservadores. e de acordo com suas necessidades. têm. a diversas formas de ver e de dizer. vão se acompanhando as possibilidades escolhidas e ricas de sugestões que trazem . Ou o livro pertence àquele estrato cultural que não merece a necessária credibilidade para figurar no fundo geral de leitura de uma biblioteca municipal. Põe-se ênfase especial em determinados aspectos do conjunto. a partir do texto de outra editora ou mesmo "maquilado". Aparecem surpresas a cada momento: um título recriado. exercita uma espécie de "psicoterapia" como se estivesse num consultório. e visando a públicos cada vez maiores. para dar a impressão de um outro livro. e isso significa atingir vários tipos de leitor ou até mesmo o "leitor fiel". que às vezes nos parecem ridículos. A preferência por papas é também uma questão de legitimar a magia por personagens poderosos. É a Chave dos Magos. por unanimidade: As Clavículas de Salomão (presente em nosso conjunto de edição popular.. qualificados de grandes mágicos.. O Enchiridion do Papa Leão. Estudando a Coena Cypriani. hoje). O livrinho mágico. Os segredos do Grande e do Pequeno Alberto. Numa editora popular brasileira . alvo das utopias populares. O Grimório do Papa Honório. sendo os mais visados Santo Leão. materiais recolhidos a partir de toda uma tradição da Teufelliteratur.o Grande. O ambulante. promessas a se cumprirem em países de fartura e de abundância. e este poder é conferido ao livro ou a quem o traz. as mais secretas. Neles encontramos sempre e explicitamente referências à cabala e à tradição judaica. sugere Bakhtin3 que é muito significativo o seu universalismo histórico e que seus traços se encontram em grandiosa obra do século XVI. e Silvestre II. o trazia com sua mercadoria e. O autor de um desses compêndios pede mesmo que se preste atenção ao sentido profundamente religioso desses textos e ao fato de serem eles atribuídos a santos ou a papas. os engrimanços. mas está em causa toda a eficácia dos ritos. há nos novos grimórios a evocação das narrativas célebres e lendárias de Johannes Faust. tem todo um poder sobre o mundo e em particular sobre os demônios da tradição popular. Atribui-se a ele a redação desse famoso livro das clavículas. sugerindo o pacto e várias operações mágicas e transformadoras. Um grimório implica em ação e aí não se trata de rezar e de esperar. procurando nele aprender lições. perplexidade e divertimento desses grimórios? Conforme nos lembra Geneviève Bollème2. apoiados no ofício e na operação mágica. AS CLAVÍCULAS DE SALOMÃO E A CHAVE DOS MAGOS Este rei. E é exatamente neste mundo em que o mágico prático e os ritos diabólicos oferecem certezas de uma vida melhor que circulavam e ainda circulam os grimórios. ao contrário. Espera-se.sob novas roupagens. desde sua partida. Entre os mais famosos grimórios existentes estão. concedese também o poder de exorcizar e de instrumentar. os enchiridions. o colporteur. ao qual Deus teria dado a sabedoria. Uma firme sustentação desses textos seria também o "pacto" com o diabo. e como seria de se esperar. que tanto circularam nas edições francesas. com a Igreja. sem o qual não se poderiam invocar os demônios. se ensaiavam as receitas da felicidade: "Se o padre promete a felicidade para o outro mundo. Observa-se então a estreita ligação desses textos. apresenta "receitas para bem viver". esses opúsculos faziam a alegria e descontração dos conventos.um dos temas centrais. Haveria mesmo uma efetiva cisão entre a Igreja e a Magia? E será que o clero mantinha-se afastado do encanto. misturando-se à magia um apelo a escrituras indecifráveis. Estão aí contidos princípios de "diabolismo". não nos resta mais do que bem morrer". mistério. que trata do banquete. entrando nos engrimanços ou grimórios todos os detalhes e procedimentos para a formulação do pacto. por esses significados que o mago aja como um taumaturgo. havendo inúmeras versões de muitos manuscritos existentes. Butler4 que em 1456 aparece. Quanto a Salomão. o rei dos hebreus. informações e soluções que nos são passadas. várias vezes perdidas e depois reencontradas. uma listagem que apresenta as Clavículas e o Sigilum de Salomão como as obras de nigromancia mais correntes naquele tempo. principalmente nos países latinos. Ao longo dos séculos. nos diz E. divisão curiosa. o mago da Caldéia. Salomão. neste mundo mistificador da edição popular. foram prolíficas ao extremo e tiveram um enorme prestígio. não são outra coisa que os talismãs dos 72 nomes e os mistérios das 32 vias (Cabala). aí conta o autor-editor. a tradição corrente passa para todos. que não devem ser confundidos.? que possuo na sexta edição e que. num panfleto de advertência ao duque de Borgonha. sendo que a primeira ocupou o lugar de honra nas mentes dos praticantes de magia. pode-se com efeito chegar à revelação natural e matemática de todos os segredos da natureza e entrar em comunicação com toda a hierarquia das inteligências e gênios". em memorável parecer. Acrescenta que.que tem muitos títulos do Livro de São Cipriano encontram-se edições de O Verdadeiro Livro de São Cipriano de Salomão. sendo que este texto fica sendo como do segundo. mago da Caldéia. como a dos números e das letras. No entanto. a saber. sendo que as Clavículas vão incluindo também as Conjurações. é publicado em razão de intensas solicitações: "Os constantes pedidos que temos recebido de todos os pontos do país e do mundo são a prova mais evidente de que o mesmo é conhecido e apreciado por todos". em lendas. Aponta-nos o Grimorium Verum como dos mais aprovados e o Grand Grimoire para a descoberta de tesouros escondidos. Também Menéndez y Pelayo6 cita As Clavículas de Salomão como um célebre tratado de invocação de demônios. M. Butler afirma que os grimoires franceses. Esta introdução tem a finalidade de explicar a diferença que existe entre Salomão. muitas vezes provenientes da Itália. e o sábio Salomão. do século XIV em diante. estéticas e espirituais. Com a ajuda desses signos e por meio de suas combinações infinitas. Juan Baptista Perez. Num estudo que compõe uma trilogia. o qual chamam de Clavicula . muito corrente na Espanha: "Sobre este livro discorre assim o doutíssimo bispo de Segóvia. escrito em 1595: 'Os nigromânticos têm um certo livro de conjuros com caracteres incógnitos. a figura do rei Salomão. que existem dois personagens. segundo a tradição popular. rituais e disputas de sabedoria. são firmemente baseados nelas. permanecendo porém algo de fundamental: a preservação de conhecimentos que não se perderam e que se apresentam ou reapresentam contendo fabulações e delírios inventivos. teria havido uma verdadeira indústria de forjar manuscritos. hieroglificamente reproduzidas do Tarô. Para Eliphas Lévi5 . para os seus leitores. e o Sábio Salomão. segundo aí se diz. D. o rei dos hebreus. mesmo em suas versões abreviadas. o possuidor das Clavículas de Salomão podia conversar com espíritos de toda espécie e se fazer obedecer por todos os poderes naturais: "Estas Clavículas. Note-se que há. tendo o texto da Legenda merecido acolhida imediata. setenta e oitenta edições antes de 1500: dos séculos XII a XV. Voragine 7 ou Varagine. pelo monge dominicano e arcebispo de Gênova. contaramse sete versões francesas. entrou para a Ordem de São Domingos e foi provincial da Lombardia pelo espaço de dezoito anos. nos fala da presença atuante desse conjunto de narrativas na tradição popular nordestina. morrendo em 1611 em Madri. ora como menção obrigatória. Constata-se que seu autor. que é o texto-base para o mundo luso-brasileiro na difusão da legenda e São Cipriano. numa rede muito profusa de textos. por exemplo. A primeira delas preparada pelo padre Pedro de Ribadeneyra. a partir de uma tradição do relato popular e do martirológio cristão. observando esses rituais. publicado em inglês em 1483 como Golden Legend e na França como Legende Dorée. É um livro muito popular no sertão. Trata-se de uma recolha de vidas de santos de acordo com suas datas. adaptações e versões ampliadas. Tive em mãos duas edições muito antigas. ao apontar o sol pela manhã. e em 1542 foi enviado a Paris para completar seus estudos. em Toledo. Nasceu em 1526. Atesta-se que o livro circulou com força no século XVI e que continha certas figuras e orações que deviam ser recitadas nos sete primeiros dias de Lua nova. Todo este mencionado universo comparece no Flos Sanctorum. ampliações. e que o achou Virgílio numa cadeia de montanhas da Arábia". contando com inúmeras adaptações. Foi um texto que teve incontáveis edições. sendo o discípulo predileto de santo Inácio de Loyola. Mil manuscritos conservados. o inquisidor diz que os nigromânticos usam um livro que chamam de Salomão. escrita. vidas de santos e outros compêndios e coleções religiosas. dizendo-se : extraído do Flos ou Flor Sanctorum.Salomonis e que está proibido em todos os Catálogos da Inquisição. aquela sobre santos é a menos inocente ainda. Câmara Cascudo. cheio de ciência. nos atos de mártires. Jacopo da Voragine. se acharia. Não podemos deixar de mencionar a ancoragem de livros como este e o de São Cipriano. por volta de 1300. ora como texto. de súbito. Entrou na Companhia de Jesus. sendo inumeráveis as traduções. estabelecidas pela Igreja. e que teve sucessivas edições. Tudo isto é usado sempre na produção dos livros de São Cipriano. A Legenda Áurea ou Legenda Dourada é uma recolha de vidas de santos. e que o homem. tendo feito sua celebridade a partir do texto que era originalmente em latim: Historia Lombardica Sanctorum. Daí viria o sucesso e a difusão. Quanto a Pedro de Ribadeneyra8. estendida por vários autores no começo do século XIII. No Malleus Maleficarum. escrito em língua arábica. em seus estudos sobre a Literatura Oral. trata-se de um autor ascético espanhol e "magnífico prosista". Comprova-se que as recolhas hagiográficas representavam uma das malhas da prodigiosa rede de vulgarização dominicana. traduzida da língua castelhana (sic) e que traz no segundo volume a história de São Cipriano. . Se não há narrativa inocente. religioso da Companhia de Jesus. e os mágicos fingem que o escreveu SalomãoÕ. por exemplo. Alphonse Louis Constant. Assim se remetia diretamente às heterodoxias difusas. em todas as suas formas. por exemplo. ao contrário. teria sido reforçada pelas obras de um seminarista francês. de Louis Claude de Saint-Martin (o filólogo desconhecido) e outros teósofos do século XVIII. O "culto" e o "popular" se aproximam. as anatomias que obedecem a critérios próprios e mágicos. da Editora Pensamento. Comparecem os tratados de ciência medieval. ele seria o responsável pela criação do termo "ocultismo". doutor Encausse. da Legenda Dourada ao Flos Sanctorum. A moda do ocultismo. Os neo-ocultistas da geração seguinte fizeram grande conta de Eliphas Lévi. assim como as obras de Jacob Boheme. A História da Magia e a Chave dos Grandes Mistérios conheceram um enorme sucesso. entre as condenações impostas a "hereges" pelo Santo Ofício. desde o uso de vísceras até o pó de café. como. Ora. tem muita importância a astrologia. para além de todas as "mancias". aos aspectos mágicos pré-cristãos. curiosa e sutil ironia. artes mágicas. e creio que os séculos XVIII e XIX na Europa foram a grande sementeira desse convívio. a proliferação de textos ligados ao ocultismo. Não se trata de uma pura e simples forjação de temas. por exemplo. estes textos de pleno reconhecimento popular contêm ingredientes daquilo que se apontava como heresia. por exemplo. e que o eixo principal dessa narrativa se constrói em torno das idéias de martírio e conversão.Menciona-se entre as obras ascético-morais do autor o Libro de las Vidas de los Santos (Madri. Levemos em conta uma época. é preciso lembrar que nada daquilo foi simplesmente inventado. como é o caso de nossa história de São Cipriano. como indulgência. de Swedenborg. que resultaria na produção de livros populares e semipopulares. e ainda todos os repertórios de augúrios e adivinhações. tudo tem aí sua profunda razão de ser. da mais diversa proveniência. entre as quais . e usava-se para combatê-los. fala-nos ainda Pelayo de um caderno de "ligações e desligaduras" e das obras de Henrique Villena. tão presente em publicações nossas de hoje. Neste "composto". que revive agora e traz a voga de certos fenômenos. pacto com o demo etc. 1599 e 1601) em duas partes. nascido em 1810 e conhecido como Eliphas Lévi. as formas próprias para fazê-los. e o mais notável de seus discípulos. está a obrigação. e que tudo indica seja o Flos Sanctorum. Essas recolhas são tão oficiais no mundo ibérico que. Teria tido grande influência sobre a sua obra a leitura da Kabala Denudata de Christian Rosenroth. Quando se está diante do conjunto aparentemente heteróclito e desarrazoado do Livro de São Cipriano. escrevia sob o pseudônimo de Papus10. Descrevendo o repertório destes livros. de ler diariamente o Flos Sanctorum. Segundo Mircea Eliade9. Vai-se percebendo como o núcleo narrativo de um livro como o de São Cipriano se engasta na tradição de vida de santos. Seus livros Dogma e Ritual da Alta Magia. no Brasil. o veneno do próprio corpo. s.. 104 pp. em seu complexo trânsito. A chamada "alta magia" foi incorporando conhecimentos astronômicos e astrológicos.. (nova edição ilustrada. Nueva Xochitl. s.. O Legítimo Livro da Cruz de Caravaca (Rio de Janeiro.d. .. 228 pp. s.). Didática e Científica. Espiritualista. aos demônios.d. O Verdadeiro Livro das Clavículas de Salomão (6a ed.. Publicações Brasil.). 239 pp. Aí remeto a uma grande quantidade de livros de São Cipriano editados no Brasil e no México. Los Grandes Secretos de Alberto el Grande (México.) e índice (Série São Cipriano). Já a chamada "baixa magia" faz menção a poderes infernais. O Breviário de Nostradamus (São Paulo. O Legítimo e Único Livro do Boi da Cara Preta. A astrologia judiciária foi se confundindo com a magia cerimonial. vai se aglutinando e transmitindo nesses "compostos" que vão sendo editados.1993. Refere-se a direitos autorais e de tradução devidos ao Instituto Internacional de Ciências Ocultas do México. Tratado Completo de las Ciencias Ocultas. inclusive técnicas de adivinhação.).d. 207pp.se encontra um tratado de Aojamiento ou Fascinologia. Note-se que não traz indicação de editora e diz-se trasladado em língua portuguesa e atualizado por Sirih Bakkatuyu. 231 pp.. apresento uma extensa bibliografia. natural de Goa e Cavaleiro da Ordem de Belém (!).d. Livro do Touro Negro ou a Cara Negra (Rio de Janeiro. 1964. Rio de Janeiro. do simbolismo dos alquimistas etc. s.d. continuamente.. Localizá-los e desvendá-los será sempre um desafio que poderá trazer-nos o que nem somos capazes de suspeitar. Perspectiva. que inclui indicações de um corpus desses livros e todas as indicações bibliográficas contidas neste artigo. 127 pp. e que têm o seu espaço em nossos meios populares. aos espíritos maus.São Paulo. Também para outros títulos conexos como : El Libro Infernal.).). Sobre o corpus Em O Livro de São Cipriano: uma Legenda de Massas.). Editora do Brasil. por Schoked (São Paulo. Foi ocorrendo a incorporação da medicina. 432 pp. sendo que a força dos talismãs e amuletos é princípio de todas as práticas mágicas. noções provenientes da cabala hebraica.. Ed. a luta contra a doença e contra a morte. dirigido em forma de carta a Juan Fernandes Valera. O Livro Completo das Bruxas. Tudo isso. a instituição de preces e de sacrifícios. s. 2 vols. Adriatica-Nizet. 306. com prefácio de Geneviève Bollème. 1986. o della Letteratura per il popolo. 1920. Tratado Elementar de Magia Prática. Eliphas Lévi. noten08refnoten08ref8 Cf. noten02refnoten02ref2 Cf. Garnier-Flammarion. Ed. Paris. 1978. Gallimard. Pensamento. Papus.M. Sorcellerie et Modes Culturelles. Cambridge. "Confessiones. s. t. Paolo Carile.Ver nota 1.67-90. La Cultura Popular en la Edad Media y en el Renacimiento. Mircea Eliade. Jacques de Voragine. Pedro de Ribadeneyra.d. noten03refnoten03ref3 Cf. 318. Historia de los Heterodoxos Españoles. M. 1981. cronologia e intridução de Pe. III e V. pp. noten05refnoten05ref5 Cf. "Frammenti di un Discorso StoricoAntropologico sulla Bibliotèque Bleue nel Seicento". noten04refnoten04ref4 Cf. 1974. epistolae aliaque scripta inédita". Ed. noten10refnoten10ref10 Cf. 19. noten09refnoten09ref9 Cf. 1967. fasc. Mikhail Bakhtine. de la Masnie. . Paris. Menéndez y Pelayo.Notes: noten01refnoten01ref1 Cf. Cambridge University Press. Buenos Aires. Barcelona. Paris. Seix Barral. Hervé Savon. In: La Bibliothèque Bleue nel Seicento. Bari-Paris. Emecé. el contexto de François Rabelais. In: Monumenta Historica Societá Jesu. Butler. Occultisme. noten07refnoten07ref7 Cf. 1948. The Myth of the Magus. São Paulo. E. noten06refnoten06ref6 Cf. La Légende Dorée. Histoire de la Magie. não é possível o engano quando descreve a ilha de que falamos: "Está distante da Líbia (ou seja. pois nenhuma ilha do oceano tem rios navegáveis. Diodoro continua dizendo: "Ali. A caça fornece aos habitantes grande número de vários animais. vêem –se casas suntuosamente construídas". e. desviada pelas mesmas correntes até o continente do Brasil. porém foram impedidos pelos Cartagineses. Wodan. situada como está no oceano. Portanto os Tyrrhenios (outra tradução chamam aos Fenícios de Tyrios) Nota: os Fenícios são oriundos da Síria .html SALOMÃO E AS TERRAS DE OPHIR OPHIR SERIA O BRASIL? mailto:osmissionarios@yahoo." ("Cândido Costa . Na narração de Diodoro. da África) muitos dias de navegação . enfim. 1900 (pp. ainda que montanhosa.starmedia. e situada no Ocidente. que receavam que um demasiado número de seus concidadãos . Batidos pela tempestade por muitos dias.108 – 109.com. O historiador brasileiro Cândido Costa escreveu em 1900: "Diodoro de Sicília (90-21 ac) ." Esta pintura do país e do clima por Diodoro se refere de todo o ponto à América equatorial. Tendo conhecido a riqueza do solo. Esta circunstância de rios navegáveis não se pode aplicar senão a um continente. há uma ilha de considerável tamanho que.http://orbita. designa claramente a América com o nome de ilha.com/~elijah11maquedes/ophir. e para convidar os homens a viverem entre as montanhas. Ásia e África. Ali passam o tempo seus habitantes durante o verão. abordaram enfim na ilha de que falamos. Seu solo é fértil. Percorrem-na rios navegáveis que se utilizam para a irrigação . p. comunicaram sua descoberta a todo o mundo. quiseram também mandar uma colônia . já que a terra proporciona uma abundância de tudo quanto contribui para a felicidade e o luxo.) Se parece estranho o conhecimento de terras a Ocidente antes de Colombo. é por pura desinformação histórica. 113"). 1997. Esta descrição coincide com os relatos do que ocorreu com a frota de Cabral 2500 anos depois. conta com uma grande planície. A parte montanhosa da ilha está coberta de densos matagais de grande extensão e de árvores frutíferas de todas as classes. desertasse da praia. Assim vimos que Sileno chama ilhas a Europa. escreveu grande número de livros sobre os diversos povos do mundo. em seus escritos . Há grande número de . As Duas Américas. se acha a vários dias de viagem a oeste da Líbia. Este historiador conta depois como os Fenícios descobriram aquela região: "Os Fenícios tinham-se feito à vela para explorarem o litoral situado além das colunas de Hércules. A Idade das Luzes. e possui muitas plantações de árvores de todos os tipos e jardins em abundância. citado em Arthur Franco. atraídos pelas belezas desta ilha. "A região montanhosa é coberta de arvoredos espessos e de árvores frutíferas de toda espécie. o ar é de tal modo temperado que os frutos da árvores e outros produtos ali brotam em abundância durante quase todo o ano. porque ignorava sua extensão e configuração. e nos jardins construíram-se refeitórios entre as flores. Seu solo é fértil pois. enquanto costeavam a margem da Líbia (África) foram lançados por ventos violentos mui longe do oceano. Essa expressão de ilha é muitas vezes empregada por escritores da antigüidade para designarem um território qualquer. sabemos que a América possui belos edifícios em ruínas e da mais alta antigüidade.br SALOMÃO Brasil – A terra de Ophir (Trechos extraídos de Arthur Franco em "A Idade das Luzes". atravessados por correntes de água doce e também há mansões de dispendiosa construção. 45 anos antes da Era Cristã. de grande beleza e regado de rios navegáveis". poderosos no mar. Na descrição mais completa do texto do historiador romano vemos com exatidão a descrição do continente americano há 2000 anos atrás: "No mais profundo da Líbia. Manuel. Desde o tempo de Salomão. abundantemente regada e coberta de floresta. em primeiro lugar . entre as quais se destacava um rico templo de Hércules (Melkarth). Pois o mar que banha as costas da ilha contém uma multidão de peixes . . Quanto ao porte dos navios para semelhantes viagens nessa época . acumularam uma grande fortuna e planejaram viajar além da coluna de Hércules. comportando até cento e oitenta remadores e uma tripulação de duzentos a trezentos soldados. . de todas as classes. e as misteriosas viagens para descobrir ouro e madeiras para a construção do templo foram feitos conjuntamente. Seu comprimento podia atingir de sessenta a setenta metros . Leif Erikson. dada sua condição excepcional . Há igualmente excelente caça de animais ferozes e selvagens de todo o tipo e os habitantes.."(p. de modo que parece que a ilha. mas foi descoberta mais tarde pela seguinte razão: "Os fenícios comerciavam desde muito tempo com toda Líbia. E como suas aventuras resultaram exatamente de acordo com suas esperanças . à saída do estreito. vencendo mares tão perigosos como os do Atlântico norte para at6ingir a Vinland. Segundo Cândido Costa. o vermelho . seguiram estes antigos passos até mesmo no estilo de seus Knerrir (transatlânticos) e Knorr (navios menores que comportavam as colônias ). . e muito o fizeram também com a parte Ocidental da Europa. para calcar os grandes desenvolvimentos levados a cabo nas pesquisas náuticas para lançar Portugal como potência mundial.C. nesta época. Inscrições Fenícias na Bahia e Paraíba. A proteção concedida pelos soberanos portugueses aos judeus visava declaradamente atrair os largos conhecimentos hebreus nas matemáticas. as trirremes fenícias em nada deviam às caravelas de vinte cinco séculos mais tarde. junto às colunas . que fora descoberta pelos cartagineses além do Atlântico (p. o clima desta ilha é tão benigno que produz grande quantidade de frutos nas árvores e todos os demais frutos da estação durante a maior parte do ano. Este vasto conhecimento dos judeus sobre a ciência da navegação não passou desapercebido por alguns soberanos à época da diaspora. O conhecimento das terras do Brasil por Salomão e por Hiram (rei da Fenícia) . mas não se pode negar que Erik. esta ilha está bem provida de poços de água doce que não só se convertem num deleite para quem ali reside senão também para a saúde e vigor de seu corpo. conforme a explanação feita por Cândido Costa . esta ilha estava descoberta devido à sua distância do mundo habitado.. não humana. e ofereceram magníficos sacrifícios que eram conduzidos segundo o ritual fenício. é difícil de ser refutada. Aristóteles descreve também uma região fértil. em sua obra de 1900: "Num escrito de Aristóteles (De Mirab. tonara-se o último reduto dos judeus na Europa. não carecem de nenhum luxo nem extravagancia. Em poucas palavras. Portugal. Falando em geral. e como a terra formava uma península chamaram à cidade Gadeira (Cádiz). na geografia e na astronomia. Cap. e o caráter do oceano é tal que tem em toda sua extensão peixes em abundância. E. as casas de Hiram e do grande soberano judeu se uniu de tal forma que a construção do Templo de Jerusalém foi feita por arquitetos e pedreiros fenícios. na América. primeira academia portuguesa da navegação. Auscult. Nelas construíram muitas obras adequadas à natureza da região . vales e fontes.acolhedores . 84) diz-se que foi o receio de ver os colonos sacudirem o jugo da metrópole cartaginesa e prejudicarem o comércio da mãe pátria que levou o senado de Cartago a decretar pena de morte contra quem tentasse navegar para esta ilha. especialmente D. é um lugar para uma raça divina . para o mar que os homens chamam oceano. Em 1412 foi fundada a escola de Sagres. Na antigüidade . com toda essa caça para as suas festas. fundaram uma cidade nas costas da Europa. Pouco se comenta do esplendor das naus gregas ou romanas . 115) A participação ampla dos fenícios no conhecimento das terras ocidentais explica a grande participação dos judeus nas grandes navegações. e seu filho.114). no século X d. na bacia superior de Amazonas. deixou a Salomão para a construção do templo 7000 talentos de prata e 3000 de ouro de Ophir. A terminação im nos dá o plural em hebráico.. 113) Cândido Costa Prossegue sua explanação lembrando que Hiram enviou a Salomão Marinheiros experimentados. do Peru .Entre 1000 aC a 700 aC. Chegou a interessá-lo nas suas empresas e a contratar com ele aliança sólida. inscrições. Passando pelo Cabo africano. Malta. No Brasil há registros como os feitos numa memória. "David. liv. arcos etc. Recebia. foi submetida ao juízo do sábio orientalista francês Ernesto Renam. Sardenha e Espanha. recorreu a Hiram. na linhagem bíblica. Curiosamente . pelo menos em 1900. Em 965 aC. contratado por Salomão. de que trata o manuscrito existente na biblioteca pública do Rio de Janeiro. O velho rei não possuía nenhum navio que navegasse nos mares exteriores. na qual constatou a existência de um palácio. O receio de excitar a susceptibilidade dos povos do Mediterrâneo foi sem dúvida o motivo que decidiu Salomão a construir em Esion-Gaber. tudo indica ter ido da América do Sul que saíram os materiais exóticos. além de animais exóticos. séculos mais tarde. que saíra do Mediterrâneo. Tal como ocorreu no início do século XX com as grandes migrações de italianos e alemães para a América.. v. necessários à construção do templo. Como se não bastasse o acesso físico dos materiais – ouro. no Mar Vermelho. (Cândido Costa . Como se verá mais tarde. Ele baseou-se no estudo filológico das antigas línguas européias e asiáticas .) Parvaim é pronuncia alterada de Paruim. de pedra lavrada. são constantes. para o qual ocorreriam se lhes fosse facilitada a navegação. da Fenícia. 2. Salomão começou oficialmente . na direção de Cartago. Salomão assume o trono de Israel. para por em execução seus grandes projetos. a frota de Ophir nunca voltaria ao Mar Vermelho. Sua ligação com a casa de Hiram . abriu os caminhos para a vinda dos mistérios. na Bacia superior do Rio Amazonas. 3. a qual ainda se falava. o grande rei de Tiro (970 – 936) . aliado de Davi e Salomão. Seu autor dá notícia de uma cidade abandonada no interior da Bahia. conta-se que Salomão adornou sua casa com belas pedras preciosas. a construção do Templo de Jerusalém. Quanto ao conhecimento do continente americano. Entre os trabalhos que tentam retirar o véu sobre a verdadeira identidade das ricas localidades bíblicas de Ophir. p. madeiras.. o ouro de Ophir pelo tráfico com os fenícios. As inscrições no Estado da Paraíba. Parvaim e Tarschisch destacamos este do senhor Cândido Costa . segundo a Bíblia. Vários documentos em pedra encontradas no Brasil e EUA. conheciam todos os mares. os quais . quando morreu . a população que tinha notícia da existência deste paraíso terrestre facilmente se via tentada a emigrar das desoladas e assoladas regiões em que viviam. pedras. ruas. templo. e que o ouro era de Parvaim (. sendo por ele considerada de origem fenícia. a arte da construção como grande arquiteto do templo. período da colonização fenícia no Ocidente. op. ela se reunira no oceano Atlântico com a frota de Hiram . cit. Os fenícios foram os próprios construtores do templo. cap. No seu reinado um fato extraordinário originou concretamente a ligação perene que teria o Ocidente com os mistérios Bíblicos. Salomão. "Nos Paralípomenos. dois . pois . vem acrescentado a Paru porque efetivamente existem. os navios que destinava às viagens de Ophir (pois as colunas de Hércules estavam fechadas aos gregos pelos Cartagineses e o comércio para o Atlântico era muito vigiado". por exemplo. bem como a língua quichua ou dos Antis.6. Em várias localizações da Américas encontram-se as mesmas inscrições. publicado em 1900. Outros detalhes sobre a vinda dos semitas para o Ocidente no ano 2000 aC a 970 aC. Assume Hiram. através da Ordem dos Construtores e da Franco Maçonaria. aquedutos. As inscrições foram encontradas na cidade abandonada no interior da Bahia. segundo Cândido Costa. no território Oriental do Peru. colunas. do ano de 1753. atestam a expansão Fenícia no Ocidente. os antigos já davam notícias há muito tempo da existência desse continente .. o nome da Abiria é a tradução latina do vocábulo grego sabeiria. Porém um temporal hediondo a destruiu completamente (p. na Arábia feliz. que dela tomou posse. sabeiria achava-se localizada na parte ocidental da Índia.11. o nome da frota de Tarschisch (Alta Amazônia). se chama ainda Solimões: não é nem mais nem menos que o nome viciado de Salomão. um com o nome de Paru. Cit.22. Porém é reconhecido que a Índia . pois elas estacionavam no rio que tinha o nome do Grande Rei. Os cronistas da conquista do rio das Amazonas contam que a oeste da província do Pará existia uma grande tribo como nome de Soliman. Eis porque Josaphat quis mandar sair do Mar Vermelho para essas mesmas regiões uma frota equipada. "Passamos a Ophir. O rio Amazonas. conjuntamente com Ochozias. e que unem suas águas para se confundirem no Ucuayli. ou seja. 9 .116). rei de Israel.10.120 a 124) (I Reis 9. pois que coloca Ophir em Soplah . "A desaparição das frotas de Salomão e Hiram por 3 anos. outro com o de Apu-Paru. quer que os pássaros chamados Tulens na Bíblia sejam periquitos ou picotas". mormente na parte Ocidental. levaremos em consideração os seguintes fatos : Primeiro. Em 960 a. Segundo a Bíblia. op. Porém Quatremere cai no próprio erro dos que combate. se acha agora explicada. houvera sido feitas em qualquer ponto do antigo continente. Os dois rios Paru e Apu-Paru fazem . rei de Judá . "Salomão conhecia todas as sabedorias do Egito. Salomão constrói o templo.11. a cada viagem que faziam. pelo contrário . Assim a hipótese de que sabeiria fosse o Ophir da Bíblia cai por si.C. pois as viagens trienais dos navios de Salomão e de Hiram se renovaram várias vezes. em hebraico Solima e em árabe Soliman. tomado da geografia de Ptolomeu. pois na América as correntes d’água tiram seus nomes das tribos que as habitam. 10. Devemos lembrar aqui que filólogos acreditaram poder fazer que prevalecesse o nome de Abiria. e a frota construída no tempo de Salomão para o mesmo destino saiu do Mar Vermelho. Quatremere não hesita na escolha dos meios: assim é que. Ceilão. Outro nome hebraico é o de um antigo império de nome Inin (crente ou de fé) . Para fortalecer sua hipótese. Paralipomenos liv2. 117) No cap I do livro I dos Reis . cap. Em segundo lugar. (Cândido Costa. A licença do tradutor é tão grande quanto censurável. lugar tão celebrado por suas riquezas. não se referem a Ophir. pois todas se fizeram para Tarschisch. o rico Paru. e o da frota da África. Em resumo. nem em parte alguma da Índia. por não achar pavões na África. Borneo ou ponto algum do extremo oriente. Fez sua junção no oceano Atlântico com a de Hiram. Sumatra.11.. por ter sido a Ophir da Bíblia. nada se opõe que o Aypira da Bíblia tenha vindo do nome do rio Yapur: onde o Y significa água. 1. Se estas compridas estações. e no cap. p. v. na costa oriental da África. segundo o texto hebraico. várias vezes repetidas. acha-se escrito Ophir em língua hebraica de dois modos Apir e Aypir. e ambas tomaram depois. "água ou rio de Apir ou Ophir".9 v. Essa colônia fenícia teve uma duração temporária assaz longa. para o trocar por tecidos de lã e de algodão. nunca produziu ouro para o comércio. pela razão muito simples de que os navios de salomão e de Hiram gastavam 3 anos em cada viagem dessas. Que chamavam Indo-Scitia. da única viagem em que foram juntamente a Ophir. cap. Eis porque a região de Ophir é essa que atravessa o rio Yapurá. que era o do rio . As várias viagens trienais com exceção de uma só. desde a embocadura do Ucaially até a foz do Rio Negro. livro 7. no tempo em que os cartagineses todo-poderosos não permitiam a nação alguma sair do mediterrâneo. segundo o texto caldáico" (Cândido Costa p. dado ao rio Amazonas pela frota do grande rei. Daí também os portugueses fizeram solimão por hábito de lingüística. a tradição ou a história não teriam deixado de no-la transmitir. os egípcios e os árabes ali o traziam . 28 lê-se Aypira da Bíblia. Provavelmente não foi abandonada à própria sorte senão no reinado de Josaphat. Estevão Quatremere também não admite que Ophir tenha sido colocado no Golfo Arábico.rios auríferos. v. também no Peru. a qual saiu do Mediterrâneo.21 v. no plural Paru-im. David recebia pelos fenícios o ouro de Ophir. onde nunca mais entrou. . Todavia. O Dr. em todas as épocas. REVISTA ADVENTISTA: Como a arqueologia nos ajuda a confirmar a crença na Bíblia? DR. Antes de aposentar-se da função de diretor do Programa de Doutorado em Arqueologia. da Universidade Andrews. Os adventistas são conhecidos mundialmente por causa de sua contribuição na área da Arqueologia Bíblica. A Rehoboam fica as tribos de Judá e Benjamim. Em 928 a. GERATY: Sempre existiram.org. os fenícios se tornaram os primeiros dominantes do mar. REVISTA ADVENTISTA: Por que algumas partes dos Manuscritos do Mar Morto ainda não foram traduzidas? DR. fracassa o acordo com as tribos de Israel. apoiado pelo Faraó que retorna e é aclamado Rei de Israel. Cádiz. que. abrindo agências comerciais por toda parte: Creta. Siegfried Horn (ambos falecidos). Geraty fala de alguns benefícios que as descobertas arqueológicas legaram aos estudantes da Bíblia. Atualmente. Foi um período de constantes lutas internas entre Judá e as tribos do Norte. tornando-nos também produtores de materiais para pesquisas. ocorreu a cisão dos reinos Judá e Israel. Geraty é neto do primeiro missionário Adventista no Egito e filho de um professor que serviu na China e no Líbano. Lawrence Thomas Geraty para continuar sua atividade tanto na Universidade como no campo de escavações arqueológicas na Jordânia (país ao leste do Rio Jordão). o Dr. Lawrence Geraty A Igreja Adventista do Sétimo Dia possui um programa acadêmico na área de Arqueologia Bíblica desde 1930.C. que são difíceis de serem interpretados. concedida a Paulo Pinheiro. iniciado pelo Dr. Logo deixamos de ser apenas consumidores. seu filho.mab-iasd. GERATY: Os rolos que estão completos já foram publicados. Horn. Ele e seu ex-aluno. o único túmulo com uma pedra rolante da época de Cristo. morre Salomão e assume Rehoboam. as descobertas dos rolos do Mar Morto. descobertas relacionadas com a Bíblia. Cartago. REVISTA ADVENTISTA: Porque o interesse da Igreja por arqueologia? DR.C. Lynn Wood. também foram identificados por meio dessas pesquisas. Aos 13 anos. realizaram escavações no Oriente Médio e publicaram relevantes pesquisas em órgãos especializados. com as quais Rehoboam funda o Reino de Judá. o Dr. o Dr. é o presidente da Universidade Adventista de La Sierra. Nesta entrevista. O ambiente torna-se propício para o retorna de Jeroboam. por falta de tato político. aos 56 anos. onde Sesonki o recebe na corte dando como esposa uma de suas filhas. Horn convidou o Dr. Em 930 a.Patrocinados por Salomão. Tinha 700 mulheres e 300 concubinas.br/entrevista1. Ele fez várias descobertas interessantes. excetuando-se o livro de Ester. REVISTA ADVENTISTA: Quais foram as descobertas que mais causaram benefícios para os estudantes da Bíblia? DR. Malta. além de continuar supervisionando escavações na Jordânia. Sicília.html Arqueologia Bíblica Dr. Outras descobertas têm nos ensinado a respeito de costumes nos tempos bíblicos. A situação chegou a tal ponto que Jeroboam. Alguns nomes específicos e doutrinas mencionados na Bíblia. GERATY: Sempre somos beneficiados com os descobrimentos arqueológicos. Jeroboan refugia-se no Egito (Delta do Nilo). Jerusalém. foi batizado no Jordão pelo Dr. conforme ficaram copiados através dos séculos. E alguns dos nossos pioneiros participaram dessas descobertas. BenNebat. seu filho. Salomão tornou-se o homem mais rico do mundo. a partir de uma época anterior ao primeiro advento de Cristo. http://www. na Califórnia. tentou um Golpe de Estado. Esse achado confirmou a crença de que os escritos da Bíblia são exatos. Os eruditos estão idosos e muitas . Marselha. Elas aumentam a fé dos crentes e reforçam o ponto de vista de que a Bíblia é um livro histórico. Doutorou-se em Arqueologia pela Universidade Harvard e lecionou durante 13 anos na Andrews. GERATY: Sem dúvida. tomando por capital. como os dois rolos com os manuscritos do profeta lsaías e parte de todos os livros do Velho Testamento. Inglaterra e Países Nórdicos. A única porção ainda não publicada são fragmentos de textos. entre as quais. século VI d. do peixe ou de um barco. Hoje. . decidiu que iria reconstruir a Torre. GERATY: Deus deu o sábado ao Seu povo na semana da criação. em tempos primitivos. E os judeus nunca tiveram dúvidas de que o sábado é um dia sagrado. REVISTA ADVENTISTA: A arqueologia sugere uma idade para o início da civilização? DR. mas há evidências arqueológicas de que os judeus guardavam o sábado na Palestina antes desse cativeiro. porque os cristãos eram pobres e não ocupavam lugares preferenciais na sociedade. REVISTA ADVENTISTA: Esses textos correspondem à Bíblia de hoje? DR. REVISTA ADVENTISTA: Houve naquela época algo de nosso interesse? DR.pessoas ficam aborrecidas porque o trabalho de interpretação tem sido vagaroso. primeiro com Adão e Eva. GERATY: Não muitos. REVISTA ADVENTISTA: Existem ruínas da Torre de Babel? DR. a palavra sábado existia e havia certos dias em seqüência de sete. Acho que nada disso tem procedência séria e não merece credibilidade. A maior referência da existência da igreja nos primeiros séculos vem dos registros deixados pelos pais da igreja. esses fragmentos estão sendo transferidos para profissionais mais jovens. mas não exatamente igual. Existem também evidências de que os cristãos continuaram observando o sábado até o terceiro e quarto séculos da Era Cristã. sábado significa "o descanso do coração". mas os judeus foram os únicos que o mantiveram como um dia sagrado.C. reconhecidos pelos símbolos da cruz. Existe a expectativa de que os resultados trarão novidades animadoras. e ruínas de casas que foram usadas como igrejas. Conforme já disse. Aparentemente uma parte da Torre resistiu até à época de Alexandre Magno. Uma era nada antiga em relação ao tempo de Noé. A cada sete dias eles tinham um dia do mal. GERATY: Não temos os ossos para submetê-los a qualquer tipo de análise. e a média de duração da vida dos patriarcas caiu para 100 anos.C. O número sete era muito popular nos países do Oriente Médio.C. na Mesopotâmia. Alexandre morreu nesse intervalo. começando a preparação de um novo edifício. tornou-se mais difícil viver na face da Terra. GERATY: Os eruditos dizem que o sábado foi trazido pelos israelitas do cativeiro em Babilônia. encontraremos o buraco no qual a Torre existiu. a palavra sábado está relacionada com o sábado de descanso. povo que viveu há 5 mil anos. a ciência tem indicado que restos de uma suposta embarcação encontrada no Ararate remontam ao Período Bizantino. GERATY: Possivelmente o início da civilização ocorreu 5 mil anos atrás. No entanto. Se agora visitarmos a região de Babilônia. DR. DR. Acredito que realmente a idade dos patriarcas chegou a ser em torno de mil anos. Quando ele chegou ao local. e esperamos que nos próximos anos todos eles sejam publicados. Correspondem exatamente. Isso sugere que existiam sábados de uma forma parecida com o sábado hebreu. Os do Novo Testamento datão do ano 22 d. relacionados com o mês e não com semanas. foram encontrados túmulos de cristãos. REVISTA ADVENTISTA: De que época são os mais antigos manuscritos da Bíblia? DR.. no caso deles isso se refere a um dia de descanso mensal. REVISTA ADVENTISTA: Algum tempo atrás a imprensa publicou a descoberta da Arca de Noé. GERATY: Há exploradores que vão ao Monte Ararate e tiram fotografias de objetos que atiçam a curiosidade. depois do dilúvio. REVISTA ADVENTISTA: A idade dos antediluvianos foi cronometrada pela Bíblia dentro dos critérios atuais? DR. que não chamavam de sábado. no lraque. Também existem muitas histórias e rumores sobre a descoberta da Arca de Noé. GERATY: São do ano 32 a. Cremos que Deus sempre manteve pessoas fiéis desde a criação. Porém. embora existam diferenças nos calendários referentes aos anos ou meses. REVISTA ADVENTISTA: Que explicação o senhor tem a dar sobre a preservação do sábado como o sétimo dia? DR. Através de métodos de datação. REVISTA ADVENTISTA: Existem achados arqueológicos referentes à igreja primitiva? DR. GERATY: Nos escritos dos sumérios. GERATY: Só as bases da fundação. Na língua dos sumérios. É evidente que foi uma era de ouro. Porém. REVISTA ADVENTISTA: Fale mais a respeito da menção do sábado fora da Bíblia. não há desentendimento em relação aos dias da semana. a especialização de certos trabalhos e a invenção da escrita. os do Velho Testamento. Os seus homens cavaram e retiraram as ruínas. quando começou a urbanização. GERATY: Não há diferenças teológicas ou históricas. Mesmo assim. As pessoas tinham uma vida muito saudável e feliz. Talvez seja de seu pai ou de seu filho. Nesse lugar havia várias cavernas. GERATY: Na minha opinião foi Tutmés Ill. GERATY: O único texto antigo que trata do assunto encontra-se no Segundo Livro dos Macabeus. REVISTA ADVENTISTA: Onde está a Arca do Concerto? DR. existe. e acham que poderia ter sido escondida no monte em que estava o templo de Salomão. DR. localizá-la. Alguns eruditos dizem que eles não tiveram tempo para transpor o Rio Jordão. Pode ser uma múmia substituta que colocaram no lugar do seu túmulo. mas o segundo é pouco confiável e. mas está comprovado que ela não é a múmia de Tutmés 111.REVISTA ADVENTISTA: Qual foi o faraó do Êxodo: Ramsés II ou Tutmés III? DR. A verdade é que ela desapareceu durante a destruição de Jerusalém e não sabemos onde ficou. A camada mais elevada daquela civilização foi totalmente destruída por erosões.C. Seria um fato maravilhoso se pudéssemos. Os arqueólogos encontraram apenas ruínas de túmulos. GERATY: Através de exames de Raios X nos ossos da múmia. atualmente no Museu do Cairo. infelizmente. GERATY: Sim. sujeita às intempéries da Natureza por cerca de 500 anos. REVISTA ADVENTISTA: Por que os arqueólogos não encontraram ruínas dos muros de Jericó? DR. é ele que afirma que Jeremias e seus homens enterraram a Arca no Monte Nebo. com a providência divina. por isso não é possível encontrar remanescentes daquela época. que morreu em 1450 a. . REVISTA ADVENTISTA: Como chegaram a essa conclusão? DR. a cidade de Jericó ficou ao relento. O Primeiro Livro de Macabeus é considerado uma boa fonte histórica. pois o faraó Tutmés 111 morreu no Mar Vermelho. REVISTA ADVENTISTA: Mas existe a múmia de Tutmés III. GERATY: Porque depois da destruição dos muros por Josué. A data de sua morte confere com a cronologia bíblica.
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