Rotas Do Sagrado - Apresentação Actual

March 23, 2018 | Author: Manuel J. Gandra | Category: Knights Templar, Al Andalus, Portugal, Santiago De Compostela, Saint


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História e Geografia Míticas de Portugale da Finisterra Europeia Guiadas por Manuel J. Gandra Raros são aqueles que hoje em dia persistem em negar que os mitos e as tradições se podem tornar os melhores guias dos arqueólogos do saber. No entanto, são verdadeiramente arbitrárias as razões pelas quais se recusa a certos mitos e tradições a consideração que se consente a outros. O conformismo religioso e, designadamente, aquele que preside ao ensino das chamadas humanidades estão, indubitavelmente, na origem dos aludidos distinguo. Rotas do Sagrado são programas que têm por objecto redescobrir a História e a Geografia Míticas de Portugal e da Finisterra Europeia, tão sistematicamente quanto possível, reportando-se a um extraordinário manancial de referências e informação obtidas a partir de disciplinas como a astronomia, a numerologia pitagórica, a geometria simbólica, a iconologia, a heráldica, a geomância, a história mítica e a geografia sagrada nacionais. Podem ser organizados programas especiais ou realizados os descritos adiante, para grupos específicos, mediante solicitação. * programas de meio-dia (honorários: 150 euros líquidos) inclui folheto, ou outra documentação ** programas de um ou mais dias (honorários diários: 250 euros líquidos; visitas internacionais: 300 euros líquidos) inclui folheto, ou outra documentação originando o território de uma autêntica geografia do sagrado. foi sendo povoada por elementos edificados. segundo uma tradição veiculada . este detalhe aos olhos hodiernos curioso mas. é um prenúncio da Alegria. com base nos preceitos geomânticos tradicionais legados ao ocidente pela antiguidade greco-latina. as romanzeiras e as oliveiras se dão em harmonia (Deuteronómio. Ora. Uma tal sacralidade. 8). anda associada a sete colinas. porém. revestiu-se na época de enorme importância. sancionada pela geomorfologia. VIII. à imagem de outras cidades consagradas. porquanto. como é o caso da intitulada Mata dos Sete Montes. O que se propõe é a revisitação da cidade de Tomar e do convento de Cristo a esta luz. insignificante. porventura. Percurso 1** TOMAR E O PROJECTO TEMPLÁRIO Tomar. palco dos conclaves iniciáticos dos templários e alegado refúgio para o seu enigmático tesouro. Constantinopla ou até Lisboa. Tomar. o facto de as obras iniciais do Mosteiro dos Jerónimos terem sido custeadas com os proventos obtidos com a venda da primeira pimenta trazida da Índia. que a potenciaram como o reflexo imaginal do pólo teofânico conjuntamente venerado por Judeus. Percurso 2* O MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS E a demanda do Preste João É sobejamente conhecida a circunstância de a Custódia de Belém ter sido cinzelada com ouro proveniente de Calicute. essa Canaã em que as figueiras. Menos conhecido é. Cristãos e Muçulmanos: a Cidade Santa de Jerusalém. da Dor e da Graça portuguesas. como Roma.CIRCUITOS TEMPLÁRIOS Percursos de descoberta do papel desempenhado pelos Templários na sacralização do mundo. João I. porventura mais sistemática a partir do reinado de D. terá sido iniciado nos mistérios templários pelo Mestre de Cristo. em Tomar. Este programa inclui ainda a visita à igreja da Abadia de Alcobaça e à ermida do sítio de Nossa Senhora da Nazaré. também responsável pelo envio a Belém. sido despiciendo o contributo do próprio D. edificado para comemorar a vitória de Aljubarrota. Percurso 3** A CHAVE DA BATALHA O projecto templário e o império português Praticamente desde os seus alvores foi atribuído à dinastia de Avis (ou da Ave. D. a doação de Idanha-a-Velha . isto é. dos Reis Magos. isto é. do mesmo modo que este convento dominicano. na pessoa do mestre Dom Lopo Fernandes. comparando-o a Judas Macabeu. messias. Dom Sancho I confirmou aos templários. João na fixação da sua imagem como predestinado. a qual. Percurso 4** DA EGITÂNIA PALEOCRISTÃ À IDANHA TEMPLÁRIA Em 1197. Não terá. Nuno Rodrigues. herói e santo. A planta da igreja do Mosteiro da Batalha. libertador bíblico dos israelitas.pela Carta do Preste João a colheita e preparação da pimenta constituía prerrogativa exclusiva desse monarca cristão do oriente. acabaria por sancionar. foi fundada por D. se afirma que. os efectivos patronos deste convento sagrado no dia da Epifânia. Duarte. a quem chamaram o Messias de Lisboa. festa daqueles Santos Reis. do Paracleto!) um papel providencial que a propaganda. porém. tem a forma de uma chave. Deste. Opinam alguns autores que consubstanciará o testamento espiritual da dinastia de Avis. para adorarem o Deus Menino ali nascido. na intenção de operar uma sanctio dinástica in persona conditoris. 6 de Janeiro. cujo rasto ainda é falante em toda a região. A regalia. construída sobre a base (podium) de um templo romano dedicado a Vénus. aparentemente apenas administrativa. A Torre de Menagem do castelo local. que lhes fora entregue. sustentada na contínua consagração dos territórios sob a sua alçada. permitindo aos cavaleiros-monges enquadrar uma herança cultural milenar. comenda templária. Percurso 5** O INFANTE HENRIQUE DE SAGRES E O PROJECTO TEMPLÁRIO O nome do Infante Dom Henrique ficou indelevelmente associado ao promontório de Sagres. como a monofisita e monotelista. pode servir de exemplo. possuindo nela propriedades e interesses. servia na perfeição a estratégia da Ordem do Templo. como pretenderam alguns autores românticos. em 1165. será analisado o modo como se processou a sua adesão ao ideário e projecto Templários. sede de um bispado visigótico. quanto a Ordem de Cristo para quem requerera à Santa Sé todas as principais prerrogativas antes templárias. finalmente. No decurso da visita aos mais carismáticos locais onde o Infante Henrique de Sagres e seus escudeiros e cavaleiros estadeavam no aro vicentino. bem assim como as estratégias que adoptou para lograr concretizá-los. por Dom Afonso Henriques. a ariana e gnóstica bem como a priscilianista. tanto ele. depois mesquita e.(Egitânia). desde uma antiguidade assaz remota. E se é duvidosa a instalação ali de uma escola. . onde pilotos e navegadores se submetiam a uma aprendizagem teórica. existe fundamento para crer que o Infante visitava e permanecia regularmente na região. sagrado como o próprio nome indica. Mas a mesma constatação é válida para o edifício da Sé catedral egitaniense. de resto. Isto sem esquecer as inúmeras heresias. também notáveis visionárias do Quinto Império. a revisitação de alguns dos lugares frequentados por Anselmo Caetano de Abreu Gusmão Castelo Branco. bem como uma visita ao mosteiro de monjas clarissas do Louriçal. decerto miraculosamente. muito arruinada pelo terramoto de 1755. DA ORDEM DE CRISTO (Carnide) A casa conventual em apreço (actual sede do Colégio Militar). Não obstante. Maria com destino à Ordem de Cristo.Percurso 6* A IGREJA E O CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA LUZ. um número significativo de testemunhos materiais susceptíveis de evocar o quanto da missão confiada à Ordem Templária de Portugal falta cumprir. depois de esta haver sido reformada pelo Padre Frei António de Lisboa. Percurso 8** O CASTELO DE ALMOUROL Mistério e magia de um castelo Templário . foram expressamente edificadas pela Infanta D. assim como a respectiva igreja. no qual pontificaram as alumbradas Madre Maria do Lado e Soror Maria Joana. fundado por Dom João V sob a invocação do Santíssimo Sacramento. químico hermético e autor do tratado de Alquimia intitulado Ennoea (1732-1733). POMBAL e o CONVENTO DO LOURIÇAL Duas das mais importantes casas da Ordem do Templo em Portugal são o principal pretexto de um itinerário que contemplará. em 1529. a acção nefasta do aludido clérigo sobre a estrutura e praxis manifestas da instituição. igualmente. Percurso 7** SOURE. a igreja do Convento de Nossa Senhora da Luz preserva. apesar das delapidações de que tem sido alvo. ou holística. Percurso 1* O TRIÂNGULO MEGALÍTICO BELAS – QUELUZ – CARENQUE De um vasto sanruário se trata. mas. a cabal expressão dos conhecimentos astronómicos dos respectivos construtores. a arquitectura megalítica é. a partir do Neolítico que viria a assumir o estatuto que ainda hoje. também. característico de uma mundividência eco-sistémica. Outra das circunstâncias que o tornam digno de uma atenção especial. sendo mesmo legítimo relacioná-lo com o mundialmente famoso cromeleque de Stonehenge… Percurso 2** DOS ALMENDRES A MONSARAZ Concebida como um conjunto coerente com o objectivo de constituir o palco. porém. o cenário e o observatório para a celebração dramática da religião da Grande Deusa. como talvez fosse preferível apelidá-la. . de parceria com inúmeras outras reconhecidas autoridades do mundo científico. apesar de tudo misterioso. segundo advogam o astrónomo Fred Hoyle e o arqueólogo Euan Mackie. fazem dele o mais importante exemplo de sedimentação de culturas e práticas religiosas tradicionais existente às portas de Lisboa. quer em sistemas deles.CIRCUITOS MEGALÍTICOS Aproximações a um fenómeno. pelas correlações astronómicas e numerológicas detectáveis. Terá sido. quer em monumentos isolados. reside no facto de se achar eco dele nas Ilhas Britânicas. os mais antigos vestígios humanos são contemporâneos do Paleolítico. que se adivinha suscitado por uma mundividência consagrando o respeito pela natureza e a sua constante celebração. Testemunha de épocas tão remotas quanto o Jurássico (pistas de dinossáurios de Carenque). não apenas pela sua configuração emblemática. cujo significado derradeiro.frequentemente dispersos por áreas vastíssimas e. Percurso 1** O MONUMENTO DE MAFRA Templo de Salomão e novo Vaticano O Monumento de Mafra apresenta-se simultaneamente como uma imensa antologia de artes plásticas e um enigma. Percurso 3** DE STONEHENGE A SALISBURY Gales megalítico e arturiano CIRCUITOS SEBASTIANISTAS E QUINTO IMPERIAIS Os itinerários. quando ocorre definir a actuação de D. no período barroco. de o secundar nesse desiderato. Pessoas e instituições assumem o compromisso tácito. Explanação pobre que esvazia de sentido a retórica do poder sacralizado que a impregnava. edificada à imagem e semelhança de Roma. só ao Rei é dado revelar. assumido como segredo de Estado e mistério religioso. revisitados nos seus mais decantados avatares. como no caso vertente. Porém. os monarcas absolutos herdeiros da romanidade. carecem do espaço mítico correspondente: a cidade capital. Despicienda a tradição que garante que Mafra está destinada a tornar-se Roma um dia ? Eis o que este percurso visa esclarecer. raros são aqueles que não caem na tentação de dizer que tudo o que o soberano tinha em mente era uma insaciável sede de ostentação. . o espectáculo é. uma vez adoptada a lição da Antiguidade Clássica e do seu tempo mítico. as metamorfoses e os poliédricos contextos do messianismo luso. Não obstante. quase obrigatório. distantes entre si várias dezenas de quilómetros. muitas vezes. o estado segrega a mitologia do Imperium. Paralelamente. uma necessidade intrinsecamente associada ao exercício do poder. Efectivamente. ou que a exuberante sumptuária de que se fazia Mecenas apenas servia a esse fim. João V. Álvaro Vaz Coutinho. . Ao arquitecto que a concebeu se pode com propriedade chamar visionário. patenteando os contornos sincréticos do movimento.Percurso 2** TRANCOSO. o Magriço das aventuras da cavalaria galante. inexoravelmente influenciados pelo clima psíquico que preside à estrutura física da obra. logrou. BANDARRA E O SEBASTIANISMO Sugere Fernando Pessoa a conveniência de trocar Fátima por Trancoso como oriente da romagem aos valores da portuguesia genuína. No decurso deste programa. este programa propõe-se evidenciar a poética fundante do Sebastianismo. favoreceu a revitalização da essência trina do genius loci da “cidade dos sete oiteiros”. serão ainda abordadas algumas das facetas cruciais do messianismo sefardita em Portugal. ela própria uma vila mandala. as duas Vias e os três Recintos). se os anais trancosanos alçam a herói D. abalado pelo terramoto. Percurso 3* BAIXA POMBALINA Itinerários alfacinhas do Quinto Império A Baixa lisboeta acha-se concebida como um autêntico cosmograma. consagrado oráculo do Quinto Império. Efectivamente. reencontrar um receptáculo consentâneo com o seu destino de capital do Quinto Império. porquanto por via da aplicação a ela de certos cânones tradicionais (os quatro Horizontes. cujo vigor primevo. o sapateiro contemporâneo de Nostradamus. que inclui a visita ao Museu Judaico de Belmonte. desse modo. bem como a sacralidade subjacente ao cenário em que se manifestou o seu corifeu: Trancoso. o seu filho dilecto é Gonçalo Anes Bandarra. razão por que nenhuma das suas partes constituintes pode ser alienada sem prejuízo do todo e dos seus utentes. Correspondendo ao alvitre do poeta. Foi a vigência dessas doutrinas em Portugal. ainda que dele se não hajam extraído todas as consequências. NOVA ROMA ITINERÁRIOS ALFACINHAS DO QUINTO IMPÉRIO Via estar todo o Céu determinado de fazer de Lisboa nova Roma Não o podendo estorvar que destinado Está de outro poder que tudo doma. conjugada com outros argumentos a ponderar. do conhecimento geral. Do mesmo . LUÍS DE CAMÕES Nos versos de Os Lusíadas que servem de epígrafe encontram-se implicados conceitos a que o poeta apenas alude por serem.Percurso 4* LISBOA. o Convento de Jesus foi o primeiro edifício concebido consoante as categorias estéticas que haviam de dar corpo ao estilo. mais tarde. Não parecem restar dúvidas sobre esse facto cultural. decerto. Suportavam-na a teoria averroísta do intelecto uno agente e as ideias do astrólogo muçulmano Albumazar que supunham necessária a relação entre a precessão dos equinócios. que conferiu e alimentou o papel escatológico de Lisboa como Caput Mundi e espaço teofânico do Quinto Império. a conjunção dos planetas. a origem das religiões e o local da respectiva manifestação. Era antiga e muito divulgada a opinião de que os fundadores das religiões agiam em virtude de poderes astrológicos. crismado de manuelino. Desvendar a "cidade dos sete oiteiros que terá em si o Império" é o desafio feito a quem comungar com o Poeta o sentimento de que É A HORA! Percurso 5** DA IGREJA DO CONVENTO DE JESUS (Setúbal) À QUINTA DA BACALHOA (Azeitão) Cronologicamente. além de condicionar as opções projectuais. Gil Vicente. D. para desentranhar e patentear a semântica que lhe está subjacente. Fernando Sax-Coburgo Gotha fê-la Monte Abiegno. antes pelo contrário. João de Barros ou Ricardo Srauss haviam de consagrá-la como Jardim de Klingsor. Sebastião. no sentido em que expressa. uma ideia sob forma emblemática. organicamente e como epifania do lugar. Quem não desejará saciar a sede? Percurso 1** O PALÁCIO DA PENA E OS MISTÉRIOS DE SINTRA De entre as montanhas sagradas. eclético. Razões que as razões supostamente ilustradas das academias e da . Sintra destaca-se como um dos santuários mistéricos mais incensados desde a antiguidade. a Quinta da Bacalhoa. Percurso 6** REVISITAR ALCÁCER QUIBIR D. edificada pelo filho de Afonso de Albuquerque. de molde a facultar uma aproximação justa ao complexo ideológico que. O cunho milenarista que comungam será evidenciado. transmudando a Pena numa autêntica mansão filosofal. indispensável perseguir motivos mais consentâneos com o objecto que se visa estudar. foi precursora dos jardins renascentistas portugueses. sublinhando astrolatrias milenares. Adjectivos tais como romântico. Torna-se. portanto. de Desejado a Encoberto Percurso 7** A BATALHA DE OURIQUE (Castro Verde) E O PROVIDENCIALISMO PORTUGUÊS CIRCUITOS DO GRAAL Diz-se do Graal que tem o condão de dessedentar aqueles que buscam a Tradição.modo. exótico ou revivalista não contribuem em nada. informou também a semântica iconológica de ambos os complexos monumentais. para fazer valer os seus pontos de vista meramente formalistas. em demanda dos cátaros nacionais CIRCUITOS DA HISTÓRIA MÍTICA Não obstante o fosso geralmente cavado entre mito e história positiva. Eis um percurso dedicado a quantos aspiram ascender ao Castelo do Graal pelas veredas sinuosas da natureza naturanda. Percurso 2** CASTELOS CÁTAROS e RÊNNES-LE-CHÂTEAU Percurso 3** PELO LANGUEDOQUE PORTUGUÊS De Castelo Branco a Portalegre. tentam amesquinhar.historiografia de arte contemporâneas desconhecem ou. afectados de forma duradoura por sucessivos desastres orogénicos seguidos de transgressões marinhas e alterações climáticas. o qual o anotou traduzindo os nomes egípcios para a língua grega. abrangeria talvez algumas ilhas atlânticas. a Hespéria e a Mauritânia. Percurso 1* CABO ESPICHEL Ecos portugueses da Atlântida O Atlantis nesos ou Atlântida de Platão. Habitavam-no um conjunto de povos com a mesma origem. surgidas do apocalipse como uma aurora brusca. As repercussões do evento terão de igual modo impressionado os egípcios que transmitiram o relato a Sólon. a cifra existencial dos povos jamais sancionará o apagamento da memória primordial da humanidade. maior que a Líbia e a Ásia reunidas e localizado adiante das Colunas de Hércules. poderão ser justamente consideradas a solução de continuidade deles. . As comunidades mesolíticas. quando não ignoram. João IV determinou.Os habitantes de MU. É. notícia mercê da aparentemente impar. ou atlantes dos helenos. portanto. capaz de competir com outras talassocracias pela supremacia do Mediterrâneo. como Manuel Faria e Sousa. segundo a opinião divulgada por Santo Isidoro de Sevilha. são nele creditados pelos sacerdotes de Sais como detentores de uma brilhante civilização. inaugurando desse modo uma dinastia de Reis sem Coroa. elegeu para fundar Setúbal. Diversos locais do litoral atlântico peninsular poderão reivindicar para si tal herança. compreensível a especulação que o acto tem motivado. genuína. Tal faceta. Percurso 3** O PORTO (O)CULTO A cidade invicta é. que Nossa Senhora da Conceição fosse declarada padroeira de Portugal. aptidão empreendedora das suas gentes. que também contempla uma visita a Olivença. Tubal. em 1 de Dezembro de 1640. em 6 de Dezembro de 1644. Porém em nenhum outro rincão da orla marítima ocidental a nostalgia dela atingiu a densidade rastreável no Espichel. Acrescendo ainda a circunstância de o monarca Restaurador lhe haver doado a coroa Real Portuguesa na sequência da sua aclamação. cuja vizinhança. regra geral. iniciando assim o povoamento de toda a Hispânia. Que arcano maior da História pátria poderá ter suscitado tal procedimento? Vila Viçosa será um dos palcos da perquisição. neto de Noé. transmitida à tradição monástica portuguesa de quinhentos e de meados do século seguinte e exposta por eruditos de renome. acolhida na Crónica do Mouro Razis. muito . Percurso 2** VILA VIÇOSA O mistério dos Reis sem Coroa Não é conhecido o teor exacto do documento pelo qual D. no âmbito nacional. durante o séc. foi cenário de um dos movimentos milenaristas mais importantes dos tempos modernos. Granada. o qual foi reconquistado antes de todos esses territórios. o museu Soares dos Reis. designando as suas províncias. o al-Gharb Andaluz. subordinado ao tema: Teogonias da Lusitânia e religiões lusitano-romanas. cujo . difusa e indefinida. Cádiz e Huelva). O que se visa com este programa é uma aproximação ao génio do lugar portucalense. tem subjacente um universo genesíaco cuja matriz permanece. O vocábulo perdurou. ou seja. Córdova. no entanto. XV. designadamente a região de Guadalquivir e zonas serranas adjacentes. para além da queda de Granada. exceptuando. Sevilha. Percurso 4* MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA Mitos. A extensão da entidade indicada pela expressão original foi minguando até ficar reduzida a Granada. senão oculta. o convento observante de São Francisco.embora frequentemente exacerbada por um bairrismo desproporcionado. os jardins de Serralves. ritos e crenças da Lusitânia Seminário a realizar no Museu Nacional de Arqueologia. A partir de 1860. Percurso 5** CÓRDOVA e GRANADA A aura mistérica e sufi do Al-Andalus Al-Andalus foi a designação adoptada pelos autores muçulmanos para nomear a Espanha árabe (bilah al-Andalus = país do Andaluz). Málaga. mediante a revisitação de algumas das suas mais intensas epifanias: a Sé. emiratos e principados. constituindo o que hoje é Castela-a-Nova. a igreja de Leça do Balio e o santuário do Senhor de Matosinhos são apenas uns quantos dos destinos previstos. toda a região a que na actualidade se chama Andaluzia (Almeria. apesar de tudo. Jaen. o qual fora fabricado para Salomão. posteriormente considerada por alguns (por exemplo. denotando o minucioso esquadrinhamento pelos adeptos muçulmanos (sufis certamente) dos vestígios da sacralidade primordial do território peninsular. lenda que imortalizou Musa Ibn Nusayr -. Constituem alusões veladas à geomância os relatos da descoberta de palácios maravilhosos e cidades mágicas no alAndalus . Wolfram d' Eschenbach. construída numa única e gigantesca esmeralda. tópico omnipresente na literatura árabe.. a propósito das conquistas de Tarik-ben-Siyad: [. ficaria assinalado pela tragédia de Casas Viejas.] e achou também um grande salão no qual os cavaleiros podiam correr lanças. em 1933. grande e redondo. O seu conteúdo chegou a ser identificado com a Pedra Filosofal. Acresce que os muçulmanos reivindicaram ter descoberto na Hispânia a célebre Mesa de Salomão. Uma dracma deles podia transmutar mil dracmas de prata em ouro puro.]. fabricado de uma liga de metais.. Percurso 5** ENCLAVES DRUÍDICOS TRANSMONTANOS .. cujo achado no al-Andalus é relatado nas Mil e Uma Noites..epílogo. no Parzifal) o autêntico Graal. Encontrou igualmente um espelho maravilhoso. todo ele cheio de pós herméticos.caso da Cidade de Cobre. filho de David (Deus seja louvado) e quem olhava para o espelho era capaz de ver nele a imagem dos sete climas do universo [. O ideal franciscano de pobreza. o milenarismo e as práticas herméticas de Afonso V. um complexo universo de referências cosmológicas. manifestando. aritmológicas. o espaço do templo é expressamente concebido para propiciar o contacto da humanidade com a divindade transcendente. encarnadas por símbolos e liturgias (que não deixam de ser símbolos). como tal. etc.CIRCUITOS DOS VISIONÁRIOS. Afonso V. bem como acerca do quotidiano e movimentos espirituais que o tiveram por cenário. bem como no controlo e capacidade de direccionar para elas a sua intuição (educada pela oração . deixar de causar perplexidade a ignorância quase generalizada acerca dos seus primórdios e história. A legibilidade de uns e de outras será tanto mais efectiva quanto mais proficiente for o observador no concomitante conhecimento dos dogmas e sistemas de ideias subjacentes às formas (geométricas. ideológicas e de fé. os preceitos da Oração Mental. o Convento franciscano de Santo António do Varatojo constitui um dos lugares-chave da espiritualidade lusíada. a ars moriendi. serão alguns dos temas a abordar durante esta jornada que decorrerá no seio de uma das mais insignes claustras de Portugal. mas também com a imanente. em 4 de Outubro de 1478. MARGINADOS E HETERODOXOS Quem foram.). Percurso 1* O CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DO VARATOJO do espírito do lugar ao lugar do espírito Fundado. por D. Não pode. Percurso 2** MÉRTOLA em demanda do Islão Por ser a casa de Deus. por conseguinte. próximo de Torres Vedras. como expressaram as suas convicções e qual o seu efectivo contributo para a marcha do mundo. os caminhos do Amor místico e a heresia da Jacobeia. mas. uma difusão formidável. alguns artistas tentaram retomar o filão. Porém. durante seiscentos e setecentos. iconografando. como poderia o mistério divino possuir um sentido exclusivo ou unívoco? Percurso 2* AZULEJARIA HERMÉTICA DE LISBOA Como revestimento arquitectónico o azulejo assumiu em Portugal. pelo menos pouco convencionais. temáticas se não heterodoxas. re-velá-la. decorrente dos exercícios espirituais propostos por todos os credos religiosos. .Arquitectura e Magia CIRCUITOS DO SÍMBOLO Na arte sagrada tudo é figura. esta visita à Myrtilis dos romanos servirá de pretexto para a abordagem de algumas das ideias chave do Islão. pelo contrário. A partir da sua mesquita (actual igreja matriz). a arte nela inspirada estará condicionada por idênticos critérios exegéticos. Na actualidade. sem excepção). designadamente no que respeita à sua componente escatológica e milenarista. De resto. Percurso 3** MOSTEIRO de EL ESCORIAL .mental. legando-nos um património valioso e não menos enigmático que merece a pena ser decifrado. amiúde. figurar uma coisa não significa dar-lhe o aspecto da própria coisa. Percurso 1* MISTÉRIOS E SÍMBOLOS DE INICIAÇÃO NA PINTURA ANTIGA do Museu Nacional de Arte Antiga À semelhança da Sagrada Escritura que há-de ser escrutinada segundo certo número de planos semânticos. quer intelectuais. porém. o simples bom senso tem sido alvo dos mais inauditos atropelos. tal qualificativo convém-lhe com propriedade. agora que se dispõe dos planos.Numa deambulação breve por Lisboa. os Chateaux para França e os Manors para Inglaterra. O que já não é consensual é o sentido da mensagem que lhe subjaz. . em cujos programas é possível entrever componentes emblemáticoherméticas. o cenógrafo Luigi Manini. È. bem assim como de um conhecimento cabal da biblioteca de António Augusto Carvalho Monteiro. não apenas. decerto expressão dos seus interesses quer espirituais. lúdica. legado sebástico-templarista de António Augusto Carvalho Monteiro Hoje. serão. Trata-se. de paisagens construídas com função eminentemente. Percurso 4** APROXIMAÇÕES À ICONOLOGIA DA QUINTA REGALEIRA. o caso de ambos os destinos deste programa. Com efeito. esboços e desenhos definitivos do próprio projectista. Aquilo que proponho é uma aproximação à iconologia da Regaleira. Percurso 3** OS JARDINS SIMBÓLICOS DAS QUINTAS REAL DE CAXIAS E DO PALÁCIO POMBAL DE OEIRAS As Quintas de Recreio estão em Portugal como as Villas para Itália. justamente. revisitados diversos casos paradigmáticos de tal azulejaria. contrapontando-a com a análise detalhada das mais divulgadas teses hermenêuticas e evidenciando o desnorte ou a pertinência de cada uma delas. Nesse particular. em qualquer dos casos. no decurso deste programa. geralmente alusivas à família ou ao próprio promotor do empreendimento. raramente é questionada a classificação de Mansão Filosofal aplicada à Quinta da Regaleira. bem como o imaginário específico de uma Cidade dos Mortos. que devolveu a independência a Portugal. . hão-de ser buscadas em fontes não convencionais. descodificando-se. após sessenta anos de domínio filipino. Com efeito. os modelos de construção simbólica e iconográfica da imortalidade.Percurso 5** O ESPELHO DA VAIDADE Do Panteão de São Vicente de Fora ao cemitério dos Prazeres Com este programa propõe-se uma reflexão sobre a transitoriedade da vida. também. Percurso 6* JARDINS e PALÁCIO dos MARQUESES de FRONTEIRA Foi de índole metafísica significativa parte das motivações dos conjurados que arquitectaram a revolução do dia 1º de Dezembro de 1640. globalmente entendida. causa primeira do Terrenal. nos Jardins e no Palácio dos Marqueses de Fronteira. Durante a visita (um dia inteiro) serão abordadas as fórmulas dos rituais de exéquias da Casa Real Portuguesa. o programa iconográfico desse conjunto monumental constitui uma esclarecida homenagem à Restauração e à História de Portugal. por exemplo. não sendo convencionais. como. no âmbito de uma alegoria do Orbe Celeste. As chaves para a sua decifração. no convento da Madre de Deus. etc. Percurso 7* VISÃO E SÍMBOLO NA ARTE PORTUGUESA No MNAA. pelo menos no sentido figurado. estrada rude. Peregrinação que todos os alquimistas são obrigados a empreender. Percurso 1** SANTIAGO DE COMPOSTELA Muitos milénios antes da invenção das relíquias de Santiago. estão previstas duas caminhadas especiais. o Caminho de Santiago. já a humanidade se dirigia para ocidente. Além da visita aos mais importantes locais jacobeus de Compostela. Em qualquer caso. continua ainda hoje a constituir um marco na caminhada em busca de uma transcendência perdida e do seu tempo próprio e primordial. 2. entrada a pé em Santiago pelo Caminho Francês (cerca de 10 km). Percurso 2** A FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO NOS AÇORES Terceira. Programa 1* BANQUETE DO OVO DE PÁSCOA As prerrogativas e sentidos que outrora capacitavam para o entendimento dos mistérios da vida e do cosmos parecem . que conduzia a uma das finisterras atlânticas.PEREGRINAÇÕES. por um caminho assinalado pelas estrelas. optativas: 1. percurso de Santiago até Padrón. . efectivo termo da peregrinação (cerca de 12 km). penosa. haverá sempre um autocarro disponível para transportar ou recolher os participantes durante estes percursos. CÍRIOS E ROMARIAS Caminhos de devoção calcorreados pela humanidade ao encontro da transcendência. Santa Maria e Faial CELEBRAÇÕES E EFEMÉRIDES Festivais cíclicos consagrados pela Tradição como eventos propícios à aproximação e vivência singular e holística do Sagrado. cheia de imprevistos e perigos. de paisagens construídas com função eminentemente. sincreticamente simbolizadas pelo Ovo. A alternativa proposta tradicionalmente passa pela revitalização cíclica dos ritmos primordiais. razão . Quantas crianças e adolescentes hodiernos conseguem identificar a Estrela Polar e achar o Norte? É que uma vez negada a dimensão espiritual do ser humano e reduzido este simplesmente à sua componente biológico-genética. período em que se comemora o renascimento primaveril do cosmos. porém. lúdica. imanente e transcendente. porém com pouco ou nenhum conhecimento essencial. As gerações submetidas aos sistemas educativos contemporâneos são progressivamente mais ignorantes que as anteriores. em qualquer dos casos. concebida para um dos filhos de Pedro II. é uma das épocas mais propícias para a humanidade renovar a aliança com ambas as naturezas. usufruir a existência consumindo e matando o tempo com passatempos inofensivos. Programa 2** EQUINÓCIO DO OUTONO – FESTIVAL DO LABIRINTO NO JARDIM SIMBÓLICO DA QUINTA REAL DE CAXIAS As Quintas de Recreio estão em Portugal como as Villas para Itália. como uma alegoria ao tempo cíclico é um dos mais curiosos exemplos de tais preocupações na região de Lisboa. após a morte natural ou sacrificial da sua anterior personificação. em cujos programas é possível entrever componentes emblemáticoherméticas. não apenas. os Chateaux para França e os Manors para Inglaterra. O nosso tempo lida com muita informação. Ora. A Quinta Real de Caxias. a Páscoa. viver tornou-se sinónimo de automatização de algumas técnicas normalizadas e bastantes para lograr obter emprego e. menos acessíveis nos nossos dias do que em tempos pretéritos. Trata-se. geralmente alusivas à família ou ao próprio promotor do empreendimento.paradoxalmente. graças a ele. bem como o recentramento dos seres sobre si próprios. o início do afastamento cíclico do sol do hemisfério Norte e o consequente obscurecimento dele. Programa 3** SOLSTÍCIO DO VERÃO NO CROMELEQUE DOS ALMENDRES .porque constitui um dos cenários privilegiados para a realização do Festival do Labirinto. concomitantemente. o qual só termina na primeira Lua de Fevereiro (início do Ano Novo nos calendários pagãos e da festa cristã da Candelária). momento do calendário que assinala. Visa-se com ele celebrar o Equinócio de Outono. durante o longo período que se caracteriza pela ausência da luz (Inverno). EDIÇÕES . T-SHIRTS .
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