INTRODUÇÃO CONCEITO DE CANONICIDADEO conceito ou teoria de canonicidade envolve a idéia fundamental de que uma deidade comunicou de alguma forma uma mensagem ao homem e que este por sua vez registrou-a acuradamente. Esta mensagem foi reconhecida pela comunidade como divinamente inspirada e recebida como uma regra de fé infalível que une prática e autoridade. Esta foi então preservada para futuras gerações porque Deus falou e o homem escreveu. Em distinção, há a compilação do Antigo Testamento. À compilação cabe a coleção, arranjo e incorporação dos antigos rolos do Antigo Testamento em um único corpo ou codex, i.e. um livro, em geral a forma em que o Antigo Testamento nos chega às mãos hoje. Compilação é um processo mecânico, resultado de um posterior avanço tecnológico que ocorreu por volta do primeiro século A.D., depois que o Antigo Testamento foi escrito, embora rolos tenham sido usados por rabis até bem mais tarde. A conveniência de se possuir estes escritos em um só volume ao invés de vários rolos é imediatemente apreciável. Mas a idéia de livros separados como uma unidade sagrada precedeu este processo e deve ser mantida separada dele. Já por mais de um século, o conceito de canonicidade do Antigo Testamento tem sido quase sempre relegado a uma data posterior à história bíblica por escritores críticos. Esta aproximação, inicialmente liderada por críticos alemães, é a de que o conceito de canonicidade foi um produto dogmático dos Fariseus que cresceu na comunidade pósexílica. Escritores críticos ingleses tendiam a ver o princípio do conceito de canonicidade durante as reformas de Josias.1 Isto levou a uma procura por algum tipo de evidência em um destes períodos que significasse que outros livros não devessem ser acrescentados ao Antigo Testamento. Quando o cânon do Antigo Testamento foi fechado a novas adições? O concenso entre os críticos era de que os limites do Antigo Testamento foram determinados pelo Concílio de Jamnia por volta do ano 90 A.D. Sid Lieman e outros, entretanto, argumentaram persuasivamente que a aceita visão de que o Concílio de Jamnia "fechou" o cânon do Antigo Testamento não pode ser sustentada por evidência. Ele apontou que o Concílio de Jamnia não foi um concílio ou sínodo mas uma academia que se manifestou sem influência obrigatória. Ainda mais, fontes judias indicam que apenas alguns livros dos Escritos, a terceira seção da Bíblia Hebraica, foram discutidos em Jamnia e que nunca houve disputa se estes pertenciam ou não ao Antigo Testamento.2 O fato é que a busca por qualquer tipo de evidência que indique a decisão de que o Antigo Testamento foi fechado é vã. Literatura rabínica e o historiador judeu Josefo, que viveu por 1 2 Dois trabalhos representativos são de G. Holscher, Kanonisch und Apokkryph: ein Kapitel aus der Geschchte des altestamentlichen Kanons (Leipzig: A Deichertsche Verlagsbuchhandlung / George Bohme, 1905) e Herbert E. Ryle, The Canon of the Old Testament:An essay on the Gradual Growth and Formation of the Hebrew Canon of ScriptureI, 2ª ed. (Macmillan & Co., 1894). Sid Z. Leiman, The Canonization of Hebrew Scripture: The Talmudic and Midrashic Evidence (Hamden: Archon Books, 1976), pp. 120-124. Cf. também M. H. Segal, "The promulgation of the Authoritative Text of the Hebrew Bible," em The Canon and the Masorah of the Hebrew Bible, ed. Sid Leiman (Nova Yorque: KTAV Publishing House, Inc., 1974), p. 287. "...não se pode falar de fixação ou texto padrão em ****Jabneh como resultado de fixar ou fechar o canon." H. H. Rowley, The Growth of the Old Testament (Londres: Hutchinson University Library, 1960; reimpressão), p. 170. C. recitou e copiou esta revelação divina sem falhar uma linha ou acrescentar uma linha de si mesmo. Vol I (Malibu: Undena Publications. não porque é a mais antiga evidência que temos à mão mas porque possui testemunho textual sólido.C. . e a sua palavra está na minha língua. afirma que um escriba. pp. Partes do epílogo seguem: "Kabti-ilani-Marduk o filho de Dabibi (foi) compositor destas tábuas: (A divindade) revelou isto a ele durante a noite e pela manhã. 3 L. Tem sido datado entre os séculos 12 e 8 a. também W. Para a casa na qual esta tábua é colocada." é penetrante. ele não pulou uma linha sequer e nem acrescentou nenhuma linha. dar-lhes-ei sabedoria. estes paralelos mostram que o que o Antigo Testamento projeta a respeito de seu testemunho divino não era estranho ou inesperado ao seu próprio ambiente cultural. Começaremos com o poema de Erra. "A Catalogue of Texts and Authors. adicionado ao poema." Journal of Cuneiform Studies 16 (1962):76.. Kabti-ilani-Marduk. em vista da experiência do antigo Oriente Próximo. Não importa por onde alguém se aproxime do Antigo Testamento. autoritativo e dado por Deus. este sempre se projeta como unitário.. G. A idéia de II Samuel 23:1-3. O conceito de autoridade divina acompanha esta fórmula. Primeiro. Segundo. Canonicidade não precisa estar necessariamente presa como um produto do sétimo século ou da era pós bíblica. Lambert. afirma ser a "Palavra do Senhor". As seguintes citações. 1977). Consistentemente não é nada menos do que a "Palavra do Senhor". O registro e preservação do que se cria ser revelação divina não era novidade nos tempos pré-exílicos. Cf. registram a tradicionalmente aceita crença judaica de que nada foi acrescentado ao Antigo Testamento depois do quinto século a. Cagni. The Poem of Erra em Sources and Monographs on the Ancient Near East. a idéia de uma revelação divina escrita era parte do mundo do antigo Oriente Próximo onde o Antigo Testamento tem sua âncora. (2) as palavras da deidade são fielmente transmitidas. escapará do país estrangeiro e será honrado no seu próprio país. que o próprio Antigo Testamento.volta dos tempos de Jamnia. As posições citadas de que o conceito de canonicidade é um desenvolvimento posterior deixam de considerar seriamente dois aspectos da canonicidade do Antigo Testamento. Porém. É um poema de 750 linhas do deus Erra. No santuário dos prudentes onde constantemente mencionam meu nome. principalmente do Egito e também Mesopotâmia servem para ilustrar o fato. O Antigo Testamento nunca muda desta posição. Esta revelação foi então depositada no santuário de um deus." O supra citado contém evidência de quase todos os componentes que sugerem uma formulação similar ao conceito de canonicidade do Antigo Testamento: (1) uma deidade fala e suas palavras são registradas. Também representa o mais completo retrato disponível da teoria de canonicidade extraido de fontes extra bíblicas. 20-21 discute larga opinião quanto a data deste livro. Existem amplas testemunhas na antiguidade para um conceito de canonicidade muito próximo do tradicional ou do conceito escriturístico de canonicidade do Antigo Testamento. Isto não significa que paralelos extrabíblicos que expressam um conceito de canonicidade similar ao do Antigo Testamento são a razão para a idéia bíblica de escritura. "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio. O escriba que compromete isto à memória. quando ele as recitou. vigorosamente e repetidamente.3 O epílogo. 218. ouvida em Heliópolis e composta numa mensagem pela escrita (do deus) Tut. p.4 Em outro hino." Muitas inscrições alegam ter sido escritas pela mão de um deus. o Altíssimo.) no Egito. O." M. 100. 129. estes componentes acham ampla corroboração em outras literaturas do antigo Oriente Próximo. R. M." Miriam Lichtheim.. Lichtheim. p. 46. The Ancient Book of the Dead. pp. "Foi a majestade de Tut quem fez. "O encanto era tido como muito antigo. Lichtheim.7 4 5 6 7 ANET. debaixo da estátua do deus Tut]. Ancient Egyptian Literature: The Late Period. (1) Está além de disputa o fato de que muitos na antiguidade criam receber revelações as quais subsequentemente eram escritas e consideradas palavras de suas deidades. . Estes componentes serão propriamente discutidos a seguir. Faulkner. 189 especificamente declara que um deus está sendo citado. Amon como Único Deus. "o conceito do entendimento. p.). A prática parece ser abrangente. tendo sido encontrado em Hermópolis. (Salt Lake City: Desert Book Company. O. O Rei Vitorioso. Lichtheim.C. p. 6 Da mesma forma. 1972). uma implicação de autoridade. ANET. Numerosos textos antigos do Egito e Mesopotâmia confirmam a alegação de que são palavras da deidade. p." leva o livro de deus e Utterance 576... 238-41 atribuem a autoria das inscrições a deuses.(3) bençãos são geralmente prometidas e maldições promulgadas para aqueles que honram ou desonram estas palavras. vol. os comentários de C. ed. 1976).56. Senhor de Hermópolis vem a ti. 220. p. debaixo dos pés da majestade deste deus [isto é. e (4) as palavras são preservadas em lugar sagrado. traduzido por J. Incidente similar acontece na Divina Nomeação de um Rei Etíope. ANET p. B. pertencente a Thutmose III (1504-1450 a. 2 (Bercley: UCLA Press. p. Tut escreveu. Utterances 563.. Numa oração em duas partes inscrita na base de uma estátua em Haremhab. p. o conto demonstra a convicção de que este livro era o livro de um deus no qual se cria estarem revelados os segredos fundamentais da vida os quais pertencem apenas ao mundo dos deuses. The Ancient Pyramid Texts. 61 onde Sia. Hugh Bibly.C. M. pp 1415 com respeito ao capítulo 30B. 1980). p. Similarmente. Encanto 137A. Embora ele finalmente falhe em sua busca.373. textos funerários no antigo livro dos mortos eram acompanhados por inscrições gravadas em pedras separadas nas quais um deus atestava que ele mesmo havia escrito o texto.5 Textos das Pirâmedes. Conferir também o Encanto 30A. de Horrack. o quarto filho de Ramsés II. 1975).). p. pp. Senhor dos Tronos das Duas Terras. um conto egípcio de suspense revela uma dramática tentativa de Setne Khamwas. C. contém citações diretas de deuses. "Tut. Tut era o deus escriba dentre os deuses egípcios. Acrescenta-se a este. tendo escrito para ti composições de alento com seu próprios dedos. Com respeito ao Livro dos Mortos ver R. Cf. 3 (Berckley: UCLA Press. Cf. declara que a mensagem foi mandada do céu. e que constituem o mais antigo corpo de literatura religiosa do Egito. inscrições gravadas nas pirâmedes. p. Ancient Egyptian Literature: The New Kingdom vol.127-28." Miriam Lichtheim. 60. composição do próprio deus. Um hino da 19ª Dinastia (1314-1194 a. 1969) Utterance 513. Louvre Papyrus 3284. também Utterance 250. Além do poema acima. Carol Andrews (Nova Iorque: Macmillan Publishing Co. 573. Este deus é identificado como "o escriba que mantém o livro. de manter em sua posse um livro o qual se cria ter sido escrito pelo deus Tut. Encanto 101. (Oxford: At the Clarendon Press. 101. 368-69. 447-48. The Message of Joseph Smith Papyrus: An Egyptian Endowment.cujas palavras duram para sempre". um discurso escrito como uma benção para um rei contendo palavras atribuídas a uma divindade. The New Kingdom.. 565. p. pp. pp. 231-32 que declara que o deus Ra colocará um escrito nos registros do rei. Alguns deste Textos das Pirâmedes datam da 6ª Dinastia no Egito (2340 a. pp. 228 e 587. 103. Faulkner. 85. The New Kingdom. o prólogo alega que estas são as palavras de Amon-Rá. Foi escrito em um bloco mineral do Alto Egito. No grande hino a Osires é declarado "Ra falou." O mais significativo é um excerto do Book of Breathing(s). Andrews.**** Tut é descrito como o "Senhor da Escrita. p. The New Kingdom. Ver também Leo A. Na tradição destes escribas está o compositor do Poema de Erra para que "quando ele o recitasse.. "Através da história da escrita cuneiforme havia uma tradição de cuidado na cópia.Existem muitas similaridades na Mesopotâmia. 342. contém cólofons com a seginte inscrição. outro elemento de canonicidade. elaborando-a. J. Oppenheim. uma cópia de 1750 a. Ainda em outra carta um vidente declara as palavras da deusa Isthar que ele recebeu durante uma visão noturna. Naville comenta: "Evidentemente o escritor deseja mostrar que o texto é confiável".C. adornando-a e destruindo-a".. p. Lewis & Co. tinha o "propósito de prevenir um crescimento hipertrópico do corpo de escritos sob pressão interna.9 Oppenheim chega a sustentar que a continuidade da tradição religiosa era garantida não através de pressões eclesiásticas mas puramente através do processo de escrita. Paper and Books in Ancient Egypt.12 Uma citação desta 8 9 10 11 12 ANET. The Dead Sea Scroll of Isaiah. Uma cópia de um segmento do Livro dos Mortos. 338. Cf. 232. Martin. Ancient Mesopotamia. Leo A.. No seu livro Ancient Mesopotamia. na cópia de textos. Ancient Mesopotamia. p.25.19. também as notas da palestra de W. que teve uma visão na noite e a gravou numa tábua. Davis.) p.e. Jaroslav Cerny. Ancient Mesopotamia: Portrait of a Dead Civilization ed. Cf.10 Em suma." Tut é solicitado como o guardião para assegurar que nenhuma palavra seja mudada e para contender com quem o faça. Oppenheim. 280 onde são citadas duas outras cartas supostamente escritas por divindades assírias. pp. The Funeral Papyrus of Iouiya datada da 18ª Dinastia (1575-1308 a. (Londres: H. p.uma parte essencial do treinamento de cada escriba era copiar fielmente os textos que faziam a corrente da tradição".) tem no fechamento do livro as seguintes palavras: "Este é o fim (do livro). "A certeza desta conclusão é confirmada pelo alto padrão das cópias de partes do próprio Código de Hamurabi. visão similar à de Kabti-ilani-Marduk.11 Não há dúvidas de que esta tradição era de longa data. "In Praise of ancient Scribes. foi desenhado. checado e rechecado". revista (Chicago e Londres: The University of Chicago Press. Nas palestras ele menciona que Assurbanipal mantinha um número de escribas que eram cuidadosamente treinados. Oppenheim. Embora este . Rituais copiados no tardio período Seleucida. p." L. especialmente para restringir o teólogo de reinterpretar a estória sagrada.C. Edouard Naville. 14. "copiado de um antigo tablete. Ltd. The Funeral Papyrus of Iouiya.C.. Westminster Chapel. Oppenheim declara que: ". p. examinado e pesado de parte a parte". uma prática que remonta ao terceiro quarto do segundo milênio a. da juventude à idade adulta. Este congelamento de tradição sagrada. a escrupolosa cópia de textos religiosos era a forma de preservar as tradições religiosas. p. não pulasse uma única linha. 1908) p. declara Oppenheim. Ltd. (Londres: The Bookroom. Some ainda Alan Millard. especialmente na Mesopotâmia. Uma carta relata que o deus Ashur revelou suas palavras em sonho ao rei Senaqueribe e o que o Oracle of Ninlil afirma ser "a palavra da (deusa) Ninlil para o rei". 1977). nem acrescentasse uma única linha de si mesmo". 336." W..8 (2) Fidelidade do escriba. que datam do 7º século a.C. 146. 18.18. A literatura egípcia também não deixa de ter seu testemunho quanto à atenção cuidadosa dos escribas. E. i. Escribas babilônicos conheciam suas fraquezas e estabeleceram várias convenções para superá-las. (Londres: Archibald Constable and Co.. 450-51. está do começo ao fim na forma como foi encontrado escrito. 1954). "O Conto de Dois Irmãos. exata duplicação. K. Martin na Sixth Campbell Morgan Memorial Lecture. é evidenciada no registro e cópia de documentos religiosos e seculares. Leo A. baseado nas escavações de Theodore M. J. Num popular trabalho egípcio." Biblical Archeologist 45 (1982). ANET. não pensa que todo escriba fazia este tipo de esforço. 10. 342. .14 (4) Reverência ou reconhecimento de que um escrito é sagrado também é indicado por serem colocados em um lugar especial. muitos outros exemplos mostram que o costume era generalizado. p. prometendo bençãos e promulgando maldições àqueles que mostrassem ou não reverência. pp. Manetho. deidade do sol. ANET. (3) Textos religiosos também continham motivações para promover a fidelidade.todo aquele que recitar este livro todos os dias será própero sobre a terra. Philips Long que destacou o fato de que estes mesmos escribas são classificados neste texto como homens sábios. M. Embora seja além de nossa intenção explorar o papel do escriba como ofício sagrado no mundo antigo. como é implícito. Estas bençãos e maldições indicam que os materiais religiosos pretendiam ser comprometedores. relatou alguns detalhes surpreendentemente acurados sobre a 15ª Dinastia egípcia (1670-1570 a. The New Kingdom.15 Referências adicionais são desnecessárias. Estes eram guardados por homens devotos tais quais sacerdotes e escribas. aquele que aceita e aprende o salmo tem promessa de grande favor juntamente com um aviso de maldição de Shamash àquele que fizer mal uso do mesmo. 13 14 15 16 possa ser o caso em nosso exemplo.C.C. The Funeral Papyrus of Iouiya.13 Na fábula egípcia O Conto de Dois Irmãos. Num antigo texto egípcio exaltando o trabalho dos escribas. The Late Period. O Poema de Erra deveria ser guardado em um santuário porque . um elo aparente entre profetas e literatura de sabedoria. A extensão com relação ao tempo ." ANET. 176-77. O Program of the Pageant of the Statue of the God Anu at Uruk declara especificamente que foi colocado no Templo de Resh.. Pode até mesmo ser um erro assumir que a transmissão de textos não religiosos era um processo fortuito.e. i. pp. sairá salvo de todo fogo e nenhuma coisa má se aproximará dele regularmente. a tumba de ***Naneferkaptah***. p. O número de referências a textos religiosos depositados em lugares sagrados é impressionante. Edouard Naville. contendo um poema de dez versos pelo deus Amon-Rá foi achado no templo de Karnak. revelações de deuses. assegura uma benção para aqueles que mostram reverência. pelo menos algumas escolas de escribas eram caracterizadas pelo dom de profecia. Devo a meu colega V. Cria-se terem sido escritos debaixo da influência de um deus. e The Victory of Thutmose.). estes são descritos como aqueles que prevêm o futuro e o escreve em livros. p. Escritos eram mantidos dentro ou próximos a santuários porque eram tidos como especiais. ". Lichtheim. 127-28. entretanto demonstra que a fidelidade do escriba estava presente e era praticada.. por tempos infinitos. Um conceito de canonicidade não era vago ou isolado. um sacerdote egípcio do terceiro século a. M. foi dado por um deus.natureza certamente faz parecer que haviam escribas que respeitavam cuidadosamente a prática de reduplicar o que copiavam. geografia e gênero destes exemplos indicam que a idéia de canonicidade era uma prática largamente empregada e possui uma longa história nos tempos bíblicos e prébíblicos. Num salmo ao deus Shamash. 386-87. No Poema de Erra referido acima "O escriba que comprometesse este (o poema) à memória era assegurado o resgate do cativeiro e honra no seu próprio país". Na literatura ***Demotic*** dá-se crédito a Tut como tendo escrito um livro de mágica com suas próprias mãos. O Antigo Testamento dá testemunho interno consistente de cada um destes componentes. Subseqüentemente ele o deposita em um lugar tido como sagrado..16 O leitor pode ainda observar que estes quatro elementos de canonicidade são paralelos com a maneira em que o Antigo Testamento demonstra a sua canonicidade. Lichtheim. 373. uma maldição é pronunciada sobre qualquer um que "difamar este livro". as quais muitos autores afirmam predar a maioria dos profetas cujos livros trazem seus nomes e escapam dos estudiosos críticos que vêem tradições paralelas nas linhas literárias do Hexateuco . em um certo sentido. "ouro refinado não chega ao seu esplendor" e inúmeras referências no Textos das Pirâmides aos "que brilham. The New Kingdom. negligencia um volumoso corpo de literatura que trabalha com autoridade canônica a partir de fontes literárias. p. Lichtheim. B. M. não teria acompanhado. profetas e sacerdotes. p. porém. É notório que o mundo do qual o Antigo Testamento é derivado. Pseudonymity and Canon: An Investigation into the Relationship of Authorship and Authority in Jewish and Earliest Christian Tradition. Esta qualidade única é propriamente visível no Antigo Testamento quando a Lei é dada no Monte Horebe. "AKKADIAN pul(u)h(t)u AND melammu. sonhos e visões.18 CAPÍTULO 1 AS RAZÕES DO ANTIGO TESTAMENTO PARA CANONICIDADE Na introdução propus que não é necessário assumir que a teoria de canonicidade tinha que ser estranha aos autores do Antigo Testamento. David G. Meade." Eu não estou propondo que os autores do Antigo Testamento percebiam que forma o produto final eventualmente teria. (Grand Rapids: Wm. afirmando que estas são "muito complexas na sua relação com a figura histórica de Moisés para prontamente estabelecer qualquer relacionamento de princípios de autoria e tradição". a formação do Antigo Testamento desde o seu princípio. Há um conceito incorporado no uso da palavra melammu que pertence a um atributo dos deuses. todos os elementos que acham correspondência com respeito à teoria de canonicidade compartilhada pelo Antigo Testamento e o mundo antigo. Leo A. Israel certamente entendia as implicações disto. nenhum facsímile razoável na antiguidade do canon bíblico. diferentes povos do Antigo Testamento expressaram o mesmo conceito.17. Este era o mundo em que o Antigo Testamento entrou e ministrou." Journal of the American Oriental Society 63 (1943). como "cânones" que se levantaram dentro de vários círculos 17 18 19 As observações de L. e as manifestações da revelação. entretanto. as quais podem ser percebidas. . como nós comumente percebemos hoje. Eerdmans.19 Esta aproximação. Entretanto. eram parte do mundo antigo além do Antigo Testamento. Oppenheim são convincentes.Estes não são. Ele se recusa a trabalhar com as tradições do Pentateuco como ponto inicial. os mediadores da revelação. Oppenheim. Cf. p. com respeito aos vários trabalhos acima que reivindicam canonicidade. Não há.17 O leitor recordará que a glória estava refletida na aparência de Moisés quando este saia do encontro com Deus depois de ter recebido instruções para o povo. Este é o ponto inicial. Esta radiação é compartilhada por tudo que é santificado pela sua presença divina. Por exemplo. êxtases e milagres. e de fato acompanhou. Os modos de revelação no mundo antigo. O termo caracteriza os deuses como sendo rodeados por uma luz ofuscante.87. 31. os antigos profusamente destacavam seus deuses como aqueles cuja glória os fazia brilhar. De certa maneira é surpreendente que David Meade comece seu discurso sobre cânon do Antigo Testamento pelos profetas. é claro. nos deixou bastante pistas para assegurar que a visão tradicional do conceito de canonicidade das escrituras não era estranho ao seu próprio ambiente e que não há razão pela qual o conceito de canonicidade. Este "glamour sobrenatural" pode ser dado ou retirado pela vontade. O conceito era antigo e generalizado. 1987). o Antigo Testamento se distingue em forma muito superior a eles. O efeito disto é que o Antigo Testamento afirma a origem destas leis com base em um testemunho em grande escala. (Ann Arbor: University Microfilms ED 72-25. um fator ausente em outros textos antigos. O trovão e o som da trombeta ficavam cada vez mais altos (Êxodo 19:16. pp. cf.20 O todo do Antigo Testamento sempre apresenta a visão de que sua canonicidade reside na delegação de autoridade sobre Moisés.para que o povo ouça quando eu falar contigo. vendo e ouvindo... O senhor disse a Moisés. Falta qualquer garantia para se conjecturar que estes eventos foram construídos em retrospectiva. atesta este tipo de verificação. exceto as Escrituras. observando. para que não morramos". o resultado foi o temor. The Origin of Canonicity in the Old Testament. "virei a ti numa densa nuvem. de modo que eles não tivessem que ouvir diretamente a Deus falando. "Eis que virei a ti. Na presença desta grande audiência. Presbyterion.porque no terceiro dia o Senhor à vista de todo o povo descerá" ( Êxodo 19:11 ênfase acrescida). Amedrontado. A apresentação da lei não foi um assunto clandestino de menor importância. Isto é bastante explícito! Em Êxodo 19:9 o Senhor disse a Moisés. 122-125. As primeiras leis do Antigo Testamento foram apresentadas em Horebe (Sinai) a uma comunidade composta de milhares. Fogo desceu no monte e fumaça subia dele como fornalha.. Israel estava persuadido. e o monte fumegante: e o povo. 281-86. Toda a nação de Israel ouviu e viu a manifestação da presença de Deus de maneira impressionante." (Êxodo 19:9). Logo. Deuteronômio 5:25). 1972). "Assim dirás aos filhos de Israel: vistes que dos céus eu vos falei" (Êxodo 20:22 ênfase acrescida). "Military Census in Numbers. Robert I. e te ouviremos. porém não fale Deus conosco. (Êxodo 20:18-19. Estas leis foram apresentadas a uma comunidade que saiu do Egito.. e o clangor da trombeta. 19. Nenhum outro documento religioso de influência. Fall 1992. Ao amanhecer do terceiro dia apareceram raios e uma densa nuvem. ver Vasholz. O que vem a seguir nos conta a história. O Senhor veio em público.teológicos do antigo Israel. os mandamentos 20 21 Richard Leonard Campbell. pode-se ficar perplexo com fato do porquê alguém iria perpetuar tal narrativa e porque tal narrativa seria aceitável como canônica naquela época mais do agora. Havia uma grande multidão que serviu de testemunha. pp. Talvez este método visível e vocal de entregar a lei tivesse continuado. o tipo de experiência que dificilmente se esquece. A visão e o som eram fantásticos... acompanhando a vinda do Senhor para apresentar a Lei. mas a ocasião era tão opressiva que o próprio povo pediu a Moisés para agir como intermediário. pretendendo status canônico. "Todo o povo presenciou os trovões e os relâmpagos. . 20:18).. havia a verificação de toda a comunidade. se estremeceu e ficou de longe. 299. Subseqüentemente. Disseram a Moisés: Fala-nos tu. Para uma sugestão de como entender os grandes números nos censos militares do livro de Números. Temor tomou conta do povo. com trovão e trombeta (Êxodo 19:16). um número de pessoas mensurável (Números 2:32)21. Ele disse a Moisés. quando o Senhor veio a Israel. precisamente onde podemos discernir as razões para canonicidade. O poder e a majestade demonstrados traziam à tona a necessidade de um mediador. um testemunho visual e vocal foi dado. Israel presumiu que pereceria pelo som daquela voz subindo do que deveria parecer com a cena de um vulcão. Por exemplo.. que entrou na terra ao invés deles (Números 14:31.22 O livro de Deuteronômio repetidamente enfatiza este princípio de revelação... 2:14-15).Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregação.. e dos sinais. e com grandes espantos. Deuteronômio 7:18-19 (ênfase acrescida).Algum povo ouviu falar a voz de Deus*.. Muitos eram velhos o bastante para recordarem do acontecido em Horebe. Em preparação para apresentar o código da lei de Deuteronômio.Não te esqueças do dia em que estiveste perante o Senhor teu Deus em Horebe quando o Senhor me disse: Reúne este povo e eu os farei ouvir as minhas palavras.. e com peleja.. e mão poderosa.Sucedeu que ouvindo a voz... segundo a tudo quanto o Senhor vosso Deus vos fez no Egito aos vossos olhos?"24 Esta posição é reforçada por várias alusões feitas a eventos que somente eles teriam conhecimento sobre os quais Moisés não perde tempo em explicar.. e com braço estendido. seus filhos (ironicamente) a audiência de Moisés em Deuteronômio.não foram dados a Moisés à parte do povo. Deuteronômio 1:39..... e com mão poderosa. 24:18. das grandes provas que viram os teus olhos.... Este é um ponto que não pode escapar ao leitor.22. Esta assembléia era constituída daqueles cujos pais pereceram no deserto e que temiam que seus filhos fossem feitos cativos numa tentativa fracassada de conquistar Canaã. e com milagres.do fogo ouviste a sua palavra. O povo foi "testemunha ocular de sua majestade".Face a face falou o Senhor conosco. Seus ouvintes testemunharam Horebe.... e maravilhas.. Deuteronômio 4 e 5 persistentemente requer que eles se lembrem destes eventos. Observe também Deuteronômio 25:17-18 onde é feita uma referência à crueldade dos Amalequitas..."... entretanto. Ele os chama de volta a estes eventos. e repetidamente o faz.. com o que o Senhor teu Deus te tirou.do meio do fogo.. quando saíste do Egito" (Deuteronômio 24:9). Lucas 1:2 e I João 1:1 demonstram que o estabelecimento do Novo Testamento também é enraizado em testemunhos oculares. Moisés repetidamente se refere às suas experiências no Egito e no deserto. "Ou se um deus intentou ir tomar um povo do meio de outro povo com provas.... Os apelos feitos em Deuteronômio presumem este relacionamento e tem pouco significado à parte dele. Josué 24:7. Deuteronômio 4:34 (ênfase acrescida) . ele diz "Os vossos olhos viram o que o Senhor fez por causa de Baal-Peor" (Deuteronômio 4:3).dos céus te fez ouvir a sua voz. Eles também viram o que seus pais viram e ouviram.lembrar-te-ás do que o Senhor teu Deus fez a Faraó e a todo Egito. Até mesmo ao final das primeiras conquistas sob Josué.. um apelo é feito a eles como testemunhas oculares. Os discursos de Moisés fazem a identidade de sua audiência bem clara.. a voz das palavras ouvistes. "Lembra-te do que o Senhor teu Deus fez a Miriã no caminho. com sinais. cf... "Não te esqueças daquelas cousas que os teus olhos tem visto. e braço estendido.. ". um apelo aos olhos e ouvidos de Israel a respeito da narrativa da manifestação da presença de Deus.A ti te foi mostrado para que soubesses.Então chegastes e vos pusestes ao pé do monte..E dissestes: Eis que aqui o Senhor nosso Deus 22 23 24 Esta expressão é tirada de II Pe 1:16. Doutra forma os apelos de Deuteronômio ficam distorcidos..como tu a ouviste?.23 Não é difícil perceber que isto é enfatizado. Deuteronômio é dirigido à geração sucessora dos seus pais que foram libertados do Egito.. A audiência de Moisés foi testemunha dos eventos do Sinai. "debaixo do alqueire". Foram.Então o Senhor vos falou.. Moisés pode... 16:12. Canonicidade é enraizada numa demonstração audio-visual mensurável da aprovação de Deus sobre um autor da escritura aos seus contemporâneos. Deus deu instruções a Moisés para o povo como fez no Sinai... O sinal de canonicidade é uma exposição de uma demonstração aberta ao povo de Deus. Isto é diametricamente contrário à comum posição de que o Antigo Testamento foi fraudulentamente inventado.11. Aqui é que se encontram as razões da canonicidade e estas vão mostrar que o Antigo Testamento não muda desta posição..nos fez ver a sua glória. Quando Moisés visitou a Tenda da Congregação. Deus apareceu diante de todo o povo numa nuvem como fez no Sinai. Isto é único. 234-36. Este tipo de testemunho é aberto e suficiente.. quando o assunto chave da aprovação de Moisés como intermediário de Deus emergiu na rebelião de Aarão e Miriã (Números 12). Isto iria ocorrer repetidas vezes na vida de Moisés no meio do povo de Deus. eles ouviram. que tenha ouvido a voz do Deus vivo falar do meio do fogo. *N. Moisés entraria numa nuvem visível a todos para encontrarse com Deus e receber instruções. Eles viram. Quando Coré ajuntou seus seguidores contra Moisés na Tenda da 25 26 Deuteronômio 4:9.10. Logo. Os apelos em Deuteronômio são ao que Israel viu. com a boca como fez no Sinai.22. seus contemporâneos foram lembrados da temível experiência que todos eles viram e ouviram no Sinai. como nós ouvimos e permanecido vivo?"25 Enquanto é verdade que os filhos de Israel são algumas vezes identificados nacionalmente ou corporativamente com a comunidade do deserto. Handbook of the Pentateuch. Logo. como no Salmo 95:8. uma manifestação da presença de Deus.26. e relembra o povo que Ele falou com Moisés boca a boca (Números 12:5-8). que traduz corretamente o hebraico. i. pedindo que Moisés fosse seu intermediário. "Algum povo já ouviu falar a voz de Deus.Porque. Isto é destacado nas disputas que se levantaram com respeito a autoridade de Moisés.e. Uma teofania temível. Parece um enigma irreconciliável propor que Israel aceitasse como santa escritura qualquer coisa menos do que o único padrão de canonicidade proposto na própria literatura sagrada. a face de Moisés irradiava o reflexo da glória de Deus como no Sinai quando Moisés desceu do monte. Agora estava sancionado e manifesto o método pelo qual Israel deveria receber as palavras da escritura através de Moisés.T. Na tenda. Deus mais uma vez apareceu numa nuvem diante da tenda." Ver Victor Hamilton. Na tenda..e ouvimos a sua voz. não há um fenômeno comparável a isto em qualquer antiga legislação extrabíblica. Na tenda. A versão portuguesa em 4:33 traduz a expressão como ". Deus falou a Moisés boca a boca. a maneira pela qual Deus entregou Suas palavras ao Seu povo.36. perpetuado e recebido sem consideração com sua própria regra de cânon estabelecida. a linguagem em Deuteronômio vai muito além disto...33. Consequentemente.. (Grand Rapids: Baker Book House. temos um tipo de Sinai revisado.. quando Moisés entrou na Tenda. 5:4. Incidente similar ocorreu mais tarde em Números 16:19.. O Sinai nos mostra isto. pp. 1982).12." Nossa tradução acima está em acordo com a versão inglesa.a voz de algum deus do meio do fogo..24. . tendo esta ficado visivelmente impressa a ponto de ficarem tomados temor e terror.23.. não permite que qualquer questão seja levantada de que Deus tenha falado. como fez no Sinai. o cerne da questão é que os escritos com a força de autoridade canônica são baseados em testemunho ocular da aprovação de Deus do escritor do texto por um número mensurável dentro da comunidade. quem há de toda carne.26 Na tenda.35. ouviu e temeu quando os Dez Mandamentos foram inicialmente dados em Horebe. não é nenhum quebra-cabeças porque o Pentateuco continuamente reafirma. não fosse destruído. o Senhor disse: "Moisés tomará uma tenda e a armará fora do acampamento. Não é fora de contexto explicar. Esta tradução dá a entender que Moisés já havia estabelecido esta prática. Ao invés. Por causa do incidente do bezerro de ouro. Josué deveria estar bem próximo. O Senhor propôs destruir Israel e no lugar deste fazer de Moisés uma grande nação. Êxodo 32. Êxodo 33:4-6. Lembre-se que no capítulo anterior.Congregação. Esta reação de se desfazer dos ornamentos expressou uma dedicação renovada para construir uma Tenda da Congregação (Sacerdotal) a fim de que Deus viesse morar no meio de Seu povo e não do lado de fora (cf. vá bem longe do acampamento (um imperativo!). cf. tinha o mesmo nome. e a chame de Tenda da Congregação. Mas agora em Êxodo 33. Depois disto. fora do acampamento. para que Israel. que o Senhor selou sua sanção no Seu servo Moisés para entregar Suas palavras e instruir o Seu povo. Porque se Ele fosse com Israel o povo provavelmente seria destruído (Êxodo 33:3). mas uma ameaça (ou julgamento?) como resultado do episódio do bezerro de ouro. com o propósito de continuar a revelação. Êxodo 33:7 é a continuação de 33: 3 (com um imperfeito injuntivo) onde o Senhor declarou a sua intenção de não permanecer no meio de um Israel rebelde." uma visível alusão ao evento do Sinai (Números 16:9. colocando estes eventos apenas três meses após Israel ter deixado o Egito. A intercessão de Moisés fez com que Israel não fosse destruído (Êxodo 32:10-14). à sua audiência. sem dúvida. A Tenda da Congregação de Moisés provia um paradigma da forma aprovada pela qual a presença de Deus seria percebida aberta e decisivamente como uma garantia de que Ele estava falando. etc. numa breve digressão. em vista destas circunstâncias. a esta altura. A Tenda da Congregação de Moisés em Êxodo 33:7-11 não é uma intrusão ao texto (criticismo bíblico) nem um santuário temporário a ser completado (Rashi). Esta Tenda tinha o propósito de servir como uma alternativa à Tenda da Congregação (Sacerdotal) completada em Êxodo 40. da mesma forma como esteve no Sinai anteriormente. porque se Ele fosse no meio deles (via Tenda da Congregação Sacerdotal) Ele poderia destruí-los como quase fez em Êxodo 32.: como a NVI) "Ora. o povo se desfez de seus ornamentos. Moisés costumava tomar a tenda" dificilmente pode ser aceita. "A minha presença irá contigo. que a Tenda da Congregação (Sacerdotal) foi apenas suplementada. pecando novamente. Moisés deveria entrar em uma nuvem visível a todo o acampamento de Israel e o Senhor deveria lhe falar com a boca. Êxodo 32:2-5). Mas a narrativa em Êxodo 33 nos dá pouco tempo para o estabelecimento desta prática.T. Logo."27 No entanto 27 A tradução Revista e Atualizada no Brasil. Ele iria com Moisés apenas porque havia dito. Isto mostrou a reação de Israel ao julgamento de Deus em não habitar no meio de Israel mas com Moisés apenas. Deus revisou seus planos. como um homem fala ao seu amigo. Isto mostrou. Esta aparição visível da glória de Deus foi decisiva. no que é algumas vezes chamada de a Tenda da Congregação de Moisés. Para um outro exemplo de um modo imperativo após um . Números 14:10 e 16:42). é explicitamente delineada de forma oblíqua depois do tolo episódio do bezerro de ouro. Desde que tinha o mesmo propósito da Tenda (Sacerdotal). só no livro de Deuteronômio dezessete vezes! Esta delegação de autoridade a Moisés. a origem mosaica. (N. Israel não seria destruído. que tende a obscurecer a continuidade das instruções de Deus a Moisés começadas em Êxodo 33:1-3. e eu te darei descanço" (Êxodo 33:14 ênfase acrescida). enquanto todo Israel assistia. Deus decidiu tabernacular com Moisés (e Josué) à parte do pecaminoso e rebelde Israel. "então a glória do Senhor apareceu a toda a congregação. continuou a ser o lugar em que o Senhor se encontrava para dar instruções autoritativas (canônicas) ao seu povo. Sinai continuou a ser um lembrete da liderança de Moisés. "segundo o Senhor ordenou".29 Os eventos do Sinai tornaram possível a ratificação dos mandamentos de Deus pelas testemunhas presentes. Moisés novamente subiu ao monte enquanto o povo permanecia à distância. à parte de Israel e pede que Deus volte à sua intenção original declarada em Êxodo 25:8. 17:4 (17:19). provavelmente próximo à morte de Moisés. Números 16:16-19.22. à Tenda da Congregação. Que outra razão haveria para que recebessem tais leis? Depois da leitura das leis a nação respondeu imperfeito imperativo. 1977). depois do Sinai. pp. um lugar de testemunho visível da presença de Deus até quase o fim da vida do profeta. uma conseqüência do que a nação havia presenciado. de maneira que somos separados. Israel é restaurado através da intercessão de Moisés. O uso imperativo do infinitivo absoluto é bem documentado. Isto foi confirmado imediatamente pela aclamação e reconhecimento geral. Depois que os Dez Mandamentos foram proclamados audivelmente do monte Horebe. esta continua servindo como explicação do que aconteceu e foi observado no Sinai e posteriormente segue-se na Tenda da Congregação (Sacerdotal) para a continuidade da Palavra de Deus. Imediatamente depois destas leis terem sido proclamadas ao povo.e. Isto passou a ser um requerimento legal para os israelitas. eu e o teu povo. de que Deus se reuniria com ele na Tenda (Sacerdotal) entre os Querubins.Moisés retrocedeu. Quem haveria de herdar a herança de Zelofeade na ausência de filhos? Elas trouxeram seu caso "perante o Senhor" i. "The King's Loyal Opposition: Obedience and Authority in Exodus 32-34" em Canon and Authority. A tenda da Congregação residirá no acampamento e não fora dele. Êxodo 33:13. Long (Philadelphia: Fortress Press. Cf. em andares conosco.. Êxodo 25:22. Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos. mandamentos que Israel ouviu. porque achaste graça aos meus olhos. Isto explica porque não há nenhuma outra referência à Tenda da Congregação de Moisés no Antigo Testamento. no meio do povo de Deus. não nos faça subir deste lugar. Êxodo 20:21-23:33. Ver George W. A Tenda da Congregação. George W. A determinação de Moisés foi decisiva. Em Números 27:1-11.28 Quando o Senhor disse "A minha presença irá contigo. e eu te conheço pelo teu nome". A herança de Zelofeade não deveria passar a outra tribo. Moisés intercedeu e Deus disse: "Farei também isto que disseste. de todos os povos da terra?" (cf. 28 29 . 29:42. Coats. Logo. quando Kabti-ilani-Marduk registrou sua visão noturna na próxima manhã. Logo Moisés continua tête-à-tête com Deus. Moisés as escreveu exatamente como na discussão acima. eu e o teu povo? não é porventura. Coats e Burke O. uma proclamação formal e pronunciamento declararam a existência de leis divinamente autorizadas. 30:6. ver Deuteronômio 13:16. 100103 para uma análise da intercessão de Moisés. ed. É notável a ausência de qualquer noção de processo literário." Moisés respondeu: "Se a tua presença não vai comigo (Inglês: conosco). mais uma vez ele busca o favor de Deus porque rejeita ser considerado desta forma. Eles observaram Moisés se aproximar daquela densa escuridão onde Deus se encontrava. "Considera que esta nação é o teu povo". Lá Moisés recebeu um código de leis. as filhas de Zelofeade buscaram a liderança de Moisés enquanto este estava com os sacerdotes à porta da Tenda da Congregação. Concorde-se ou não que a Tenda da Congregação de Moisés tenha sido construída.). ' é dada à legislação mosaica. Josué 8:30-35 diz respeito à cerimônia onde o escritor enfatiza o fato de que toda a Assembléia de Israel estava presente (Josué 8:33. sua face brilhava com o resplendor de quem havia estado na presença de Deus. Em Êxodo 34 não há relato algum de poderosa manifestação da presença de Deus como no capítulo 19. 14-17). Roger Beckwith. Israel foi restaurado. Uma outra ocasião pode ser incluída a estas que afirmam uma pública aclamação de um corpo de escritos autoritativos. Desta vez. também G. Isto era visível a todos porque. quando Moisés desceu da montanha. N. Testemunho público final é dado quando pela segunda vez Moisés desce do Monte Sinai após quarenta dias e quarenta noites. N. quando a 30 31 D. um procedimento necessário por causa da instabilidade de Israel. As respostas foram em palavra e atos. Cf. p. II Crônicas 34:31-33) e o período pósexílico (Neemias 8:9. como antes. Mas como resultado da intercessão de Moisés em Êxodo 33. Estas ocasiões representam dois diferentes contextos da história da nação de Israel. Podemos somar uma notação adicional quanto à resposta da nação. aprovação e recepção de uma regra de fé. The Old Testament Canon of the New Testament Church and its Background in Early Judaism (Grand Rapids: Wm. nós obedeceremos". não é enganoso supor que isto esteja implícito no texto (cf. um 'Fato do Cânon. 1985). construção do Tabernáculo (Êxodo 25:22. Todos estes eventos estão ligados à proclamação reverente da nação com respeito à Palavra de Deus. assim. ele corretamente argüi que a publicação autoritativa marca a fase onde o texto não é substancialmente alterado. reformas de Josias (II Crônicas 34:33) e substantivas renovações da religião de Israel sob Esdras (Neemias 8:1217. Deus habitaria no meio de Seu povo."tudo o que o Senhor disse faremos. É difícil determinar se uma teofania atemorizante acompanhou esta segunda missão porque o texto não diz. 65. O reconhecimento público de escritos divinos como regra escrita para a nação foi propriamente colocado debaixo do título 'Fact of Canon' (Fato do Cânon) por Roger Beckwith. Estas aclamações estavam ligadas às conseqüências nacionais. ratificando assim o Livro da Aliança recebido publicamente pela nação na forma como foi divinamente sancionado. Estas palavras não apenas sugerem verificação. o processo é repetido. B. Estas leis de Moisés foram então ratificadas numa cerimônia de aliança com toda a nação e concluída pelos anciãos como representantes nacionais. D. Deuteronômio 27:1-8).31 Cânon inclui o reconhecimento. 26:30. . "The Law and the Prophets" em Supplements to Vetus Testamentum IX 1962. 250-65. A aliança havia sido quebrada como conseqüência do episódio do bezerro de ouro. Freedman afirma que um texto autoritativo é caracterizado pela sua rigidez e. Logo.35). Freedman. Eerdmans. Poderia ter sido dito também que todas estas ocasiões de afirmação nacional foram mais do que apenas um momento de aclamação. Moisés novamente sobe para receber as leis e mandamentos inscritos em pedra como da primeira vez. o período monárquico (II Reis 23:3. comeram e beberam com Ele. mas sugerem finalidade textual. pp. mesmo porque é provável que não seja necessário. Os anciãos viram a Deus. 10:30-39). Holscher. pp/ 49-50. ele reconhece duas outras ocasiões onde fidelidade nacional. embora Freedman não descarte que extensiva revisão editorial precedeu a promulgação autoritativa. 39:32. Kanoisch und Apokkryph. É dito que as leis de Moisés foram copiadas e lidas publicamente e mesmo que nenhuma menção de aclamação pública tenha sido registrada. em adição ao Sinai.30 A promulgação e aceitação pela nação assinalavam que o texto era inalterável. 42). chamadas de 'Testemunho'. porém.. p. Roger Beckwith.. foram colocadas na Arca (Êxodo 25:16. 1974). 22. Em Isaías 8:16 'testemunho' (soletrado com pouca diferença) é paralelo a 'lei' para designar um documento que pode ser emprestado ou selado. p. e o texto indica. poderia entender.vv. os anciãos e todo Israel estavam com medo.33 Subseqüentemente.Assembléia ficou atemorizada com a teofania. Moisés havia estado com Deus. Campbell. The Old Testament Canon of the New Testament Church.35 Mais será dito a respeito deste aspecto.34 O termo 'Testemunho' pode ser usado para lei escrita. 32 33 34 35 B. a sua face saia radiante e todo Israel via. vale ressaltar que o subsequente depósito destes escritos em um santuário nacional é equivalente e uma consequência de serem tidos como sagrados e divinos. O conceito de efulgência de Deus é parte do conceito de muitos povos. 40:20). 81. p. a ponto de temerem se aproximar de Moisés (Êxodo 34:29-35). Campbell sugere que este termo pode ter até mesmo algo do significado de cânon. A aparência radiante de Moisés seria algo que Israel. como muitos outros povos. Moisés lhes reafirma.32 Isto novamente assegurava uma visível certeza de que a Palavra verdadeiramente vinha de Deus. outro 'Fato do Cânon'. R. The Book of Exodus (Philadelphia: The Westminster Press. Com isto não quero sugerir que a referência do Antigo Testamento a este fenômeno seja acomodação à idéia. 617. provavelmente na Tenda da Congregação (Sacerdotal). estas leis. o único significado que faz sentido nestas passagens. 339. que sempre que Moisés entrava na presença de Deus." Que homens radiavam a glória refletida de deuses era uma crença antiga (ver observações acima). The Origin of Canonicity in the Old Testament Church. As notas gramaticais feito por Childs são apropriadas. 34-35 empregam um tempo frequentativo para descrever uma prática presente de Moisés no seu ofício de mediador divino. Childs. Aarão. . ". É outro ato de confirmação de que Israel aceitou em face do que viu e ouviu.
Report "Robert Vasholz - O cânon do Antigo Testamento na Igreja do"