Revista Revista Brasileira de Horticultura Ornamental

March 26, 2018 | Author: andre bailone | Category: Agribusiness, Economics, International Trade, Economies, Business


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ISSN: 1809 - 6093Revista Brasileira de Horticultura Ornamental V. 13 N. 1 2007 Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Brazilian Magazine of Ornamental Horticulture Publicação Quadrimestral da Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais Publication of the Brazilian Association of Floriculture and Ornamental Plants www.sbfpo.com.br COMISSÃO EDITORIAL Editorial committee Editor-chefe Editor-in-Chief Antonio Fernando Caetano Tombolato Editores de Área Area Editors Paisagismo (Landscape)– Maria Esmeralda Soares Payão Demattê – UNESP - Jaboticabal Fisiologia (Physiology) – José Luiz Mosca – Embrapa – CNPAT - Fortaleza Substrato, Nutrição (Substrate, Nutrition) – Atelene Norman Kampf – UFRGS – Porto Alegre Pós-colheita (Post-harvest) – Gláucia Moraes Dias Tagliacozzo – IAC - Campinas Custo de Produção e Mercado (Costs of Production, Market) – Lilian Anefalos – IEA – São Paulo Melhoramento genético e novas culturas (Breeding, New Crops)–Antonio Fernando Caetano Tombolato– IAC - Campinas Fitossanidade (Phytopathology) – Maria Amélia Alexandre – IB – São Paulo Cultura de Tecidos (Tissue Culture) – Enio Pedrotti – UFSC - Florianópolis Fitotecnia (Cultivation Practices) – José Antonio Saraiva Grossi – UFV - Viçosa Diretoria: Board: Presidente (Chairman): Antonio Fernando Caetano Tombolato, IAC, Campinas, SP. Vice-Presidente (vice Chairman): Maria Esmeralda Soares Payão Demattê, UNESP, Jaboticabal, SP. 1º Secretário (1st. Secretary): José Marcos Leme, FEAGRI, UNICAMP, Campinas, SP. 2º Secretário (2nd. Secretary): José Luiz Mosca, CNPAT, EMBRAPA, Fortaleza, CE. 1º Tesoureiro (1st. Tresaurer): Gláucia Moraes Dias Tagliacozzo, IAC, Campinas, SP. 2º Tesoureiro (2nd. Tresaurer): Ana Maria Liner Pereira Lima, ESALQ, USP, Piracicaba, SP. Secretária-Executiva (Executive-Secretary): Roberta Pierry Uzzo, IAC, Campinas, SP. Secretária da Revista (Magazine Secretary): Marta Marilda Cesira Tombolato Tramontina Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento – Jardim Botânico – Instituto Agronômico Endereço (Address): Av. Barão de Itapura, 1.481, Caixa Postal 28, 13001-970, Campinas, São Paulo. Telefone 55 (19) 3241-9091, fax 55 (19) 3241-9091, e-mails: [email protected]; [email protected] Foto capa (Front cover picture): Antonio Fernando Caetano Tombolato – Nymphaea sp Capa (Front cover): Priscila Simionato Belavenute Editoração (Technical processing): Priscila Simionato Belavenute Revisão de Vernáculo (Grammatical review): Edneize de Melo Gouvea Tiragem (Printing): 300 exemplares É autorizada a reprodução de artigos publicados nesta edição, agradecendo-se a citação da fonte. The reproduction of articles published in this edition is authorized, under the condition that the source is acknowledged. ISSN: 1809 - 6093 Revista Brasileira Horticultura Ornamental de Rev. Bras. Hortic. Ornam. Campinas, SP v. 13 n. 1 p. 1-89 2007 Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto Agronômico Revista Brasileira de Horticultura Ornamental. Campinas: Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais, 1995. v. 13 n. 01, 2007 ISSN: 1809 - 6093 1. Horticultura. I. Sociedade de Floricultura e Plantas Ornamentais Indexação: AGRICOLA AGRIS AGROBASE BINAGRI CAB ABSTRACTS LATINDEX PERI PERIODICA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS REVISTA BRASILEIRA DE HORTICULTURA ORNAMENTAL BRAZILIAN MAGAZINE ON ORNAMENTAL HORTICULTURE V.13, Nº 1, 2007 CONTEÚDO / CONTENTS CARTAS / Letters Horticulture at the crossroads Jules Janick.........................................................................................................................................................................1 ARTIGOS TÉCNICOS / Technical Articles Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento..................................................................................................3 A magia das águas e as ninfas que nela habitam... The magic of waters and the nymphs that in inhabit... André Lacava Bailone.................................................................................................................................................................13 ARTIGOS CIENTÍFICOS / Scientific Articles Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) Floral biology of the Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) Joédia Argollo de Souza e Maria Célia Rodrigues Correia..................................................................................................21 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense Postharvest longevity of Epidendrum ibaguense orchid flowers Paulo José de Moraes, Fernando Luiz Finger, José Geraldo Barbosa e Paulo Roberto Cecon.......................................31 ARTIGO DE REVISÃO / Review Article Atualização da nomenclatura de espécies do gênero Heliconia (Heliconiaceae) Nomenclature review of species of genus Heliconia (Heliconiaceae) Carlos Eduardo Ferreira de Castro; André May e Charleston Gonçalves...............................................................38 NOTAS / Notes Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade Tapeinochilos ananassae development in different light conditions Marcio Meleiro e Taís Tostes Graziano.........................................................................................................................63 Efeito do ácido indolbutírico sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira (Tibouchina cf. moricandiana) Effect of indolbutiric acid on medium and apical cuttings of lenten tree (Tibouchina cf. moricandiana) Márcia de Nazaré Oliveira Ribeiro; Patrícia Duarte de Oliveira Paiva; José da Conceição Barbosa Silva e Renato Paiva.......................................................................................................................................................................73 Germinação de sementes de sempre-vivas (Syngonanthus elegans e S. venustus) Seed germination of dried flowers Syngonanthus elegans and S. venustus Fernanda Cristiane Simões, Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, Thaísa Silva Tavares, Maria Laene Moreira de Carvalho e Renato Paiva.............................................................................................................................................................79 DESCRIÇÃO DE CULTIVAR / Cultivar description ‘IAC Joinville’ – nova cultivar de hemerocale ‘IAC Joinville’ – new daylily cultivar Antonio Fernando Caetano Tombolato, Luiz Antonio Ferraz Matthes e Carlos Eduardo Ferreira de Castro....84 ‘IAC Rainha Silvia’ – nova cultivar de hemerocale1 ‘IAC Rainha Silvia’ – new daylily cultivar Antonio Fernando Caetano Tombolato, Luiz Antonio Ferraz Matthes e Carlos Eduardo Ferreira de Castro....87 Horticulture at the crossroads 1 CARTAS Horticulture at the crossroads JULES JANICK (2) (1) Horticulture in all cultures has long been associated with the benign activities of gardening, beautiful ornamentals, delicious fruits, nutritious vegetables, zestful spices and herbs, health promoting medicinals, and attractive landscapes. Throughout world history, all cultures have extolled gardening and horticulture: the advice from the prophets lsaiah and Micah to “Beat your Swords into plowshares and your spears into pruning hooks and study war no more.”; the synonymy of Paradise and Garden of the ancient Persians; the advice from Voltaire’s Candide to Let every man cultivate his own garden. Yet, due to a combination of circumstances our profession finds itself in the vortex of controversy and tension. These aphorisms extolling horticulture have been drowned out by choruses of unhappy epithets of a different hue altogether The new offensive speech includes: Frankenfoods, Pesticide Poisons, Fertilizer Contamination, Environmental Desecration, Factory Farms, Drug Lords, and Plantation Exploitation to name just a few. Horticulture along with many other agricultural professions finds itself at the crossroads of controversy. Let me briefly catalog just a few of the great controversies that face horticulture. 1. Organic vs. Conventional Horticulture In the recent past organic horticulture was something to be avoided. Tourists were warned not to eat uncooked food, not to drink the water, and at all costs to avoid salads when visiting poor countries because of the threat of disease from “night soil.” lt may still be good advice in many parts of the world. The organic movement has reversed this bias and told us instead to be wary of unblemished, thrifty produce due to the probable use of chemical pesticides and inorganic fertilizer. Wormy fruit or vegetables, instead of being a sign of poor management, have become a sign of freedom from insecticide. The world continues to be confused by the terms, organic vs. inorganic, natural vs. synthetic, and pesticide vs. medicine. Horticulture needs to navigate between these two opposing rocky shoals. 2. Subsistence vs. Corporate Horticulture It had been conventional wisdom that subsistence horticulture is an economic sin and that scientific farming is the key to poverty reduction. Yet, modernization has often led to very large scale horticulture (hence the terms plantation horticulture and corporate farming), which is considered by many to be exploitive of labor, the decimation of the family farm, and often stained with the evils of colonialism. How does horticulture reconcile these extremes? 3. Biotechnology and Traditional Breeding The fusion of biology and technology has been considered the crown jewel of horticultural science. One of the greatest achievements of the 20th century has been the ability to achieve genetic improvement using genes from distantly related species through sexual recombination: the ability to obtain new cultivars from old genes. Transgene technology, sometimes known as genetic engineering, has been based on the dazzling discovery that genes could be extracted from any species and inserted in another, overcoming the restrictions of sexual barriers. This was hailed as truly a wonder of science and technology and we entered the brave new world of biotechnology. To our shock we learned that there were many who considered that transgene technology was dangerous, unnatural, and an anathema and their emotional arguments seemed persuasive enough to result in a biotechnology ban in Europe and other places. Where does modern horticulture navigate? 4. Germplasm Sharing and Plant Patents One of the common beliefs of plant breeders and traditional horticulturists was that the world’s heritage of germplasm was a common resource available to all of humanity. This assumption was shattered when various countries decided that germplasm was a natural resource that could be exploited. In addition, the concept that unique combinations of genes could be considered an invention and patentable soon initiated a conflict between national rights, farmers’ rights, and intellectual property rights. Horticulture finds itself in the center of this controversy. 1 2 Reprodução autorizada do texto publicado na Chronica Horticulturae, Leuven, v.45, n.1, p. 3-4, 2005. ISHS board member and Director of Publications; www.ishs.org v. 13, n.1, p. 1-2, 2007 Revista Brasileira de Horticultura Ornamental 2 JULES JANICK 5. Herbal Medicine vs. Designer Drugs While the medicinal effects of certain horticultural plants have been the basis of medicine for over 5000 years, and plant-derived chemicals are the basis of the majority of medicines, the relation between herbal medicine and modern medicine still is unresolved. Skeptics consider the lack of support for herbal medicine as a plot by the drug industry, while the drug industry considers herbal medicine the purview of witch doctors. There is a problem. 6. Globalization vs. National Protection The advances in postharvest horticulture, protected culture, and intercontinental shipments have given the lie to the concept that horticultural products must be seasonal in nature. Yet, globalization of horticulture has disoriented many horticultural industries. Transcontinental shipments of fruits and flowers have become bonanzas for some and disasters for others. The fight over subsidies, tariffs, protectionism (often based on questionable quarantines), has been disorienting to many horticultural industries leading to trade wars and food fights. Whose side are we on? 7. Horticulture and Economic Development Horticulture was long considered a luxury part of agriculture, too trivial to be taken seriously when the world was in need of calories or protein, while our claim to be the source of vitamins and minerals has long been ignored. We have insisted that horticulture is a key to economic development. Horticulture continues to fight to find its place on the table. 8. Horticulture as an Academic Discipline The role of horticulture in academia is under attack. Where horticultural science was once considered a cornerstone of agricultural education, the very concept of agriculture as a scientific discipline is being questioned. Plant physiologists have morphed into plant biologists and horticultural scientists are being morphed into plant scientists. Do we fight or join? Public institutions have been assured that applied research will be taken over by the private sector but this trend has resulted in the decimation of public plant breeding and the destruction of once proud extension services. Horticulturists rightly feel threatened and confused. What dare we do about this trend? Indeed, we live in interesting and exciting times. The controversies enumerated above are a sign of the politicization of science and reflect the fear of the unknown. Horticulture, after all, reflects both ancient practices and new technologies. Horticulture is conservative and radical at the same time and finds itself at the nexus of the current controversy between science and society. Our Profession and our Society must squarely face these issues and come up with appropriate answers to improve the living conditions of all people in all places. We as horticultural scientists cannot retreat from these problems. We horticulturists, by nature, would probably prefer to cultivate our own gardens and stay out of the public eye. However, if we do not get into the world and offer our professional expertise on these issues, the field will be left open to all sorts of self-appointed experts, media spin doctors, and self-serving lobby groups to influence decision makers. 1 suggest that horticulturists, by our training, are well positioned to offer leadership in resolving these controversies and provide a link between the scientific community and ordinary citizens. Hopefully the lnternational Society for Horticultural Science will continue to provide a forum where people of good will, scientists seeking the truth, and humans seeking happiness, can find an appropriate solution to these seemingly insolvable controversies. The more horticultural scientists and the ISHS stay engaged on these issues, the more the real facts will be disclosed, leading to wiser and better informed decisions. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 1-2, 2007 Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio 3 ARTIGO TÉCNICO Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio (1) MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO APRESENTAÇÃO O recente desempenho surpreendente do agronegócio brasileiro é resultado da disponibilidade de terras agricultáveis, mecanizáveis e de baixo custo, de gente empreendedora, (pequenos, médios e grandes produtores rurais) e da disponibilidade de tecnologia tropical. Além da tecnologia biológica que multiplica o potencial da terra e da tecnologia mecânica que potencializa a capacidade da mão-de-obra, a tecnologia organizacional disponibiliza informações de mercado para a tomada de decisões dos agricultores e incentiva uma interação harmoniosa entre os diferentes elos das cadeias produtivas. A harmonização dos interesses entre os agentes de uma determinada cadeia produtiva engloba o estabelecimento de prioridades de ação, questões relativas a suprimento de produtos ou insumos em quantidade e qualidade estabelecidos e acordo de preços que remunerem todos os agentes, incentivando-os a permanecerem na atividade. Não se configuram somente interesses privados de lucro das empresas, mas também interesse público de garantia de suprimento dos bens e serviços e crescimento sustentado da cadeia, no médiolongo prazos, com aumento da renda e do emprego e seus efeitos colaterais no resto da economia. Para alcançar tais resultados, o setor público conta com a forte atuação das cadeias produtivas do agronegócio, organizadas em Câmaras Setoriais e Temáticas. Essa parceria resulta no apoio à formulação de políticas públicas setoriais e no debate de temas, orientados para o aumento da eficiência econômica nos processos produtivos. A interlocução com a sociedade, uma das prioridades estratégicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, procura estabelecer diálogo e organizar suas demandas, dando maior visibilidade e efetividade às políticas públicas, valorizando o agronegócio e seus componentes perante a sociedade. Esse diálogo se dá por meio da atuação de 30 Câmaras Setoriais e Temáticas, atualmente instaladas, reunidas sob a coordenação do Conselho do Agronegócio e do Conselho Nacional de Política Agrícola, e apoiadas por uma unidade na estrutura organizacional específica do MAPA. A formulação de políticas, a sua negociação e implementação, exigem do MAPA uma gestão efetiva. A recente reforma administrativa foi o primeiro passo na modernização e aparelhamento, embora todas as atividades sejam importantes, algumas merecem prioridade por sua importância e por apresentarem necessidade constante de aprimoramento. É neste contesto que o Ministério ganha papel de destaque ao deter informações e estudos estratégicos sobre o agronegócio. Numa visão de longo prazo, o MAPA se transforma no grande instrumento de apoio ao setor produtivo. Ao construir o documento com as Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio, o MAPA se projeta para o futuro quanto às principais tendências de setores e temas do agronegócio, com o objetivo de fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas, para a tomada de decisão e para o delineamento de linhas de atuação, embasando e fortalecendo os instrumentos de política agrícola, visando o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro. Luis Carlos Guedes Pinto Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Documento Básico das Câmaras Setoriais e Temáticas As Câmaras As Câmaras Setoriais e Temáticas são foros de interlocução criados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA para a identificação de oportunidades ao desenvolvimento das cadeias produtivas, definindo ações prioritárias de interesse para o agronegócio brasileiro e seu relacionamento com os mercados interno e externo. Este elo entre governo e setor privado resulta em um mecanismo democrático e transparente de participação da sociedade na formulação de políticas públicas. As Câmaras Setoriais – relacionadas à idéia de agrupamento de segmentos da cadeia produtiva; e Temáticas – relacionadas com serviços, temas ou áreas 1 Reprodução autorizada de documento divulgado pela internet em dezembro de 2006 v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Revista Brasileira de Horticultura Ornamental 4 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO de conhecimento e atuação no agronegócio – têm seus princípios fundamentados em seis conceitos básicos: eqüidade no tratamento entre os diferentes elos das cadeias produtivas, qualidade nos serviços, garantia da segurança alimentar, competitividade, harmonização entre os setores e paridade público e privado na sua co-gestão. Constituídas por representantes de entidades de caráter nacional, representativas de produtores, trabalhadores, consumidores, empresários, autoridades do setor privado e representantes de órgãos públicos, parlamentares, técnicos governamentais e instituições bancárias, as Câmaras atendem às exigências de um setor em franco crescimento e que é responsável por uma parcela representativa da economia nacional – 27,9% do Produto Interno Bruto, 36% das exportações e 37% dos empregos – 18 milhões de postos no campo. Seus integrantes discutem e propõem soluções que se refletem em diferentes ramos do setor desde a matéria-prima, necessária à produção, até a logística de distribuição, armazenamento, comercialização e exportação. de questões estruturais da cadeia produtiva, colaborando para a formação de políticas de longo prazo. Tem como missão: articular as ações entre as Câmaras Setoriais e Temáticas e o Governo, tendo em vista atender às demandas do agronegócio em benefício da sociedade. Sua visão é ser instrumento de referência na articulação entre os diferentes segmentos envolvidos nos arranjos produtivos do agronegócio e o governo, capaz de responder com eficácia aos desafios da sociedade. Como diretrizes; manter as Câmaras atuantes e cumprindo sua missão, motivando a participação da sociedade nas Câmaras e incentivando a criação de Câmaras que tenham relevância para o agronegócio. Além disso, procura estimular a qualidade da informação oriunda das Câmaras e dar suporte logístico às reuniões das Câmaras. Dentre suas atribuições destacam-se: · Coordenar os processos de gestão do suporte técnicooperacional necessário ao funcionamento dos órgãos colegiados e de suas Câmaras. · Apoiar a manutenção do relacionamento do setor agropecuário com as entidades e órgãos vinculados, estabelecidos pelas referidas Câmaras. · Apoiar o encaminhamento das demandas apresentadas pelas Câmaras, observadas as interfaces com os assuntos da área de competência do Ministério ou demais áreas da administração pública. · Apoiar o intercâmbio e o fluxo de informações entre as Câmaras e os setores público e privado do agronegócio. · Interagir com as Secretarias do MAPA, para articulação das propostas apresentadas pelas Câmaras em relação à especificação e elaboração de instrumentos e mecanismos técnicos, econômicos e financeiros para o agronegócio. Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais As 30 Câmaras do MAPA Existem 30 Câmaras que representam diferentes setores e temas do agronegócio nacional. As Câmaras Setoriais abrangem as Cadeias Produtivas do Leite e Derivados; Carne Bovina; Aves e Suínos; Caprinos e Ovinos; Eqüideocultura; Mel e Produtos Apícolas; Fruticultura; Citricultura; Hortaliças; Flores e Plantas Ornamentais; Oleaginosas e Biodiesel; Açúcar e Álcool; Cachaça; Fumo; Viticultura, Vinhos e Derivados; Algodão e Derivados; Borracha Natural; Cacau e Sistemas Florestais Renováveis; Arroz; Feijão; Mandioca; Milho e Sorgo; Culturas de Inverno e Agricultura Orgânica. As Câmaras Temáticas abrangem Infra-estrutura e Logística do Agronegócio; Insumos Agropecuários; Agricultura Competitiva e Sustentável; Financiamento e Seguro do Agronegócio; Negociações Agrícolas Internacionais; Ciências Agrárias. As Câmaras Setoriais e Temáticas atuam como estrutura de apoio ao Conselho Nacional de Política Agrícola e ao Conselho do Agronegócio. Esses organismos contribuem com análises e informações sobre a conjuntura econômica e social do país, na identificação de prioridades definidas em planos da macroeconomia, definição de preços mínimos, elaboração de plano de safras, busca de consenso para conflitos e negociações internas e externas, assim como na definição dos índices de produtividade da terra. A Coordenação-Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas – CGAC A CGAC foi criada pelo Decreto nº 5.351, de 21 de janeiro de 2005, com os principais objetivos de dotar o MAPA de estrutura adequada para receber, encaminhar e dar respostas às proposições das Câmaras Setoriais e Temáticas e estimular as Câmaras a priorizar a discussão Histórico Saulo Gonzales² A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais foi instalada em 16 de dezembro de 2003 no Auditório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília, DF, reunindo de modo fiel e participativo associações de viveiristas, produtores, exportadores, varejistas, órgãos públicos e outras entidades privadas relacionadas ao setor. O Ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Amaury Dimarzio abriu os trabalhos da Câmara indicando como Presidente o representante do (2) Chefe de Divisão da CGAC/SE/MAPA e Supervisor da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Conselho do Agronegócio. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio 5 setor privado, Renato Opitz, e, como Secretária Executiva, a representante do setor público, Maria Mazzarello, nomes que foram referendados por ocasião da primeira reunião ordinária da Câmara. Os perfis destes espelham a organização, o nível técnico e a importância econômico e social do setor. O Presidente Renato Opitz é engenheiro agrônomo, pós-graduado pela FEA/USP e vem atuando como Presidente da Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo desde 2001. É DiretorGeral da empresa Promoções & Eventos RBB, organizadora dos eventos Hortitec, Enflor e Garden Fair, desde 2002. Foi Gerente de Produto da Cooperativa Agro Pecuária Holambra de 1990 a 1997 e Diretor Geral da Cooperativa Veiling Holambra de 1997 a 2001. A Secretária Executiva Maria Mazzarelo é engenheira agrônoma e possui mais de 20 anos de experiência no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, nas áreas de produção, certificação de sementes e mudas, defesa fitossanitária, coordenação de laboratório vegetal e negociações internacionais no agronegócio. A Câmara foi criada pela Portaria/MAPA nº 26, publicada no Diário Oficial da União, de 19 de janeiro de 2006 e posteriormente alterada pela Portaria nº 120, de 15 de maio de 2006. Em suas reuniões, têm sido identificadas as principais demandas do setor e encaminhadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para esclarecimentos e providências cabíveis pelas áreas técnicas, bem como o Presidente da Câmara e outros integrantes do setor têm sido recebidos diretamente pelo Ministro. O Presidente enfatiza a importância da instalação da Câmara para melhor articular os trâmites público-privado, tais como: desembaraço nas exportações, redução de tributos incidentes sobre o setor, registro e proteção de cultivares, e, elaboração e fiscalização da legislação fitossanitária. Enfim, a organização do setor de modo que todos os segmentos da cadeia fortaleçam-se tornando a cadeia competitivas e sustentável, encontrou forte apoio no mecanismo de trabalho da Câmara. envolvimento cooperativo e convergente entre técnicos, profissionais, produtores, empresas e instituições públicas e privadas objetivando o desenvolvimento permanente e o crescimento ambiental e economicamente sustentado e socialmente includente da floricultura brasileira do futuro. Renato Opitz Presidente da Câmara Introdução Este documento representa uma síntese das discussões e propostas surgidas ao longo dos dois dias de trabalho do Congresso FIAFLORA EXPOGARDEN de Floricultura / Brasília 2005, bem como das contribuições agregadas de diversas lideranças previamente consultadas e está destinada a constituir-se numa agenda de trabalho, comprometimento mútuo e envolvimento cooperativo e convergente entre técnicos, profissionais, produtores, empresas e instituições públicas e privadas objetivando o desenvolvimento permanente e o crescimento ambiental e economicamente sustentado e socialmente includente da floricultura brasileira do futuro. Ambiente Externo e Interno No Brasil, ainda que com uma profissionalização e dinamismo comercial relativamente recente, a atividade contabiliza números extremamente significativos. Já são formalmente reconhecidos mais de 4 mil produtores, cultivando uma área de cerca de 5,2 mil hectares anualmente, em 304 municípios brasileiros. No entanto, estudos setoriais conduzidos recentemente em diversos Estados vêm sinalizando para o fato de que, na realidade, tais números devem estar grandemente subestimados. Uma nova consolidação de informações é, hoje, objetivo de estudo por parte dos principais órgãos de representação setorial. Embora ainda fortemente concentrada no Estado de São Paulo, particularmente nas regiões dos municípios de Atibaia e Holambra, a floricultura brasileira evidencia fortes tendências de descentralização produtiva e comercial por várias regiões de todo o país. Atualmente, assiste-se ao notável crescimento e consolidação de importantes pólos florícolas no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Bahia e Maranhão. Em termos globais, estima-se que a atividade responda pela geração de mais de 120 mil empregos, dos quais 58 mil (48,3%) estão localizados na produção; 4 mil (3,3%) na distribuição; 51 mil (42,5%) no comércio varejistas e 7 mil (5,9%) em outras funções, principalmente nos segmentos de apoio. A produção de flores e plantas ornamentais propicia rendimentos entre R$ 50 mil a R$ 100 mil por hectare, gerando, na média nacional, 3,8 empregos diretos por hectare, que vêm a equivaler a 14,2 empregos numa propriedade dedicada à floricultura. v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Apresentação As lideranças especialmente indicadas como representantes da floricultura brasileira nos âmbitos nacional, regionais e estaduais dos diversos pólos brasileiros de produção, reunidos e congregados pelo Congresso FIAFLORA EXPOGARDEN de Floricultura / Brasília 2005, realizado em Brasília, Distrito Federal, nos dias 26 e 27 de maio de 2005, elaboraram o presente documento, ora publicamente divulgado como as Diretrizes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais. Esta Agenda representa um documento síntese das discussões e propostas surgidas ao longo dos dois dias de trabalho do Congresso, bem como das contribuições agregadas de diversas lideranças previamente consultadas e está destinada a constituir-se numa agenda de trabalho, comprometimento mútuo e Revista Brasileira de Horticultura Ornamental 6 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Ressalte-se, ainda, que 94,4% desses empregos são preenchidos com mão-de-obra permanente, essencialmente contratados (81,3%), enquanto que o trabalho familiar responde por 18,7% do total empregado, caracterizando-se, assim, o seu inquestionável papel e importância socioeconômica. A produção é desenvolvida em pequenas propriedades, cuja média nacional de área cultivada é de 3,5 hectares. Existem diferenças regionais importantes. Assim, o estado de Goiás, por exemplo, possui uma área média de cultivo - a maior nacional - de 6,3 hectares, o que se explica pelo fato da sua vocação para a produção de mudas de plantas ornamentais, exigentes em maiores dimensões físicas de área. No Brasil, a distribuição da área cultivada com flores e plantas é de 50,4% para mudas; 13,2% para flores envasadas; 28,8% para flores de corte; 3,1% para folhagens em vasos; 2,6% para folhagens de corte e 1,9% para outros produtos da floricultura. No mercado interno, avalia-se que a floricultura brasileira movimente, anualmente, um valor global entre US$ 750 milhões e US$ 800 milhões. O consumo doméstico gira em torno de US$ 4,70 per capita, valor esse, que já experimentou notável crescimento no período de 1994 a 1998, quando somou US$ 6,00 per capita. Contudo, tais números são, ainda, muito baixos frente a padrões mundiais. Na Suíça e na Noruega, por exemplo, o consumo per capita chega a US$ 170,00 e US$ 143,00, respectivamente. Na Alemanha, US$ 137,00, nos EUA, US$ 36,00 e na Argentina, US$ 25,00. As estimativas indicam que o consumo potencial é, pelo menos, equivalente ao dobro do atual, se superadas as restrições geradas por aspectos econômicos e culturais, entre os quais o da concentração da demanda apenas em datas festivas e comemorativas, como o dia das mães, dos namorados, finados, entre outros. Os principais mercados atacadistas estão concentrados no Estado de São Paulo, envolvendo cerca de 800 agentes e movimentando, anualmente, perto de R$ 356 milhões. Ressalte-se que alguns desses mercados incorporam as mais modernas técnicas de comercialização, tais como o sistema de leilões próprios do modelo “Veiling Holandês” e a comercialização eletrônica de mercadorias, destacando-se de todo o restante da horticultura comercial no Brasil. A distribuição varejista de flores e plantas ornamentais no Brasil conta com cerca de 18 mil pontos de venda. O Estado de São Paulo representa cerca de 40% de todo o consumo nacional, enquanto que apenas a cidade de São Paulo absorve perto de 25% de toda a demanda dessas mercadorias. Em termos de faturamento, as flores em vaso representam 50% da movimentação na Cadeia, as flores de corte, 40% e as plantas verdes, 10% (não incluem as palmeiras, árvores e arbustos para paisagismo). No comércio internacional, a participação das exportações no valor global da floricultura brasileira é avaliada em cerca de 3%, com resultados crescentes e vigorosos ao longo dos últimos anos. Rompendo o ciclo de performance inconstante verificado ao longo dos anos 1990, o setor tem conseguido alavancar significativamente seus resultados no comércio Revista Brasileira de Horticultura Ornamental internacional, com valores acrescidos em 113% no período dos quatro primeiros anos de implantação e execução do Programa Setorial Integrado de Exportações de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil e que significaram vendas globais próximas de US$ 23,5 milhões, em 2004. A profissionalização do segmento exportador vem se intensificando nos últimos anos e, hoje, o país já se projeta neste cenário como importante referencial de qualidade e competitividade. Os investimentos realizados na Cadeia Produtiva estão atingindo maturidade e seus efeitos já se fazem sentir com maiores velocidade e intensidade. A abertura de novos mercados, o aumento da eficiência e competitividade e o fechamento contínuo de novos negócios permitem projetar que as exportações, em 2005, atingirão resultados próximos de US$ 31 milhões, o que representará incremento de mais de 30% sobre os resultados do ano anterior. O mercado mundial de flores e plantas ornamentais é avaliado em 75 bilhões de euros anuais, sendo que, deste total, 60 bilhões de euros advêm do setor de flores e plantas, 14 bilhões do mercado de mudas e o restante da produção e circulação de bulbos. Por sua vez, o fluxo no comércio internacional é avaliado como sendo da ordem de US$ 9 bilhões anualmente, hoje concentrado em países como a Holanda, Colômbia, Itália, Dinamarca, Bélgica, Quênia, Zimbábue, Costa Rica, Equador, Austrália, Malásia, Tailândia, Israel, EUA (Havaí) e outros. A participação nacional é de apenas 0,22% no fluxo internacional dessas mercadorias. Contudo, o potencial do país permite um crescimento para cerca de 1,5%, nos próximos anos. A participação brasileira é concentrada principalmente na exportação de mudas de flores e plantas ornamentais (48,46% do total, com notável destaque para crisântemos), bulbos (23,08%), além de rosas, flores tropicais como orquídeas, bromélias, abacaxis ornamentais, zingiberáceas e outros itens. As folhagens brasileiras também têm muito boa e crescente aceitação no mercado internacional. A Holanda, principal cliente internacional da floricultura brasileira, concentra suas aquisições nos seguintes grupos de produtos: Mudas de Outras Plantas Ornamentais, principalmente de crisântemos (44,29%), Bulbos em repouso vegetativo (40,09%), Flores Frescas (12,42%) e Folhagens Secas (3,20%). Para os EUA, a preferência de importações fica com as Flores Frescas, principalmente rosas, com 56,82% das aquisições. Mudas de Outras Plantas Ornamentais ficam com 22,44%, Folhagens Secas, com 10,51%, Bulbos (9,64%) e Mudas de Orquídeas (0,58%). A Itália, terceiro maior comprador em importância econômica, concentra suas compras também em Mudas de Outras Plantas Ornamentais, com 84,57% de sua pauta. Seguem-lhe as Folhagens Secas (9,92%) e as Folhagens Frescas (2,52%). Atualmente, os mercados prioritários para o crescimento das exportações do Brasil são: Alemanha, Holanda, Estados Unidos da América, Itália, França, Inglaterra, Japão e Argentina. Também é evidente o crescente interesse dos mercados dos países ibéricos v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio 7 (Portugal e Espanha) pelos produtos brasileiros, notadamente para flores e folhagens tropicais. Como mercados opcionais, em fase de prospecção, encontramse a Rússia e os Emirados Árabes. As extraordinárias condições de produção do país, dotado de diversidade de solo e clima, permitem o cultivo de um infinito número de espécies de comprovada qualidade e beleza e conferem ao produto brasileiro como flores tropicais, crisântemos, orquídeas, bromélias, gerânios, abacaxis ornamentais, entre outros, condições de abrir espaços e firmar-se competitivamente no mercado mundial. A transformação das potencialidades em oportunidades efetivas de negócios tem se tornado uma realidade, na medida em que produtores e exportadores rompem importantes pontos de estrangulamento ao longo da cadeia produtiva. Isto tem sido possível graças à adoção de um elenco de medidas e ações apontadas, orientadas e coordenadas por órgãos, instituições, empresas e programas de apoio, fomento e promoção, como o FloraBrasilis – programa resultante de Convênio de cooperação técnica entre o Instituto Brasileiro de Floricultura – Ibraflor e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX-Brasil, SEBRAE Nacional, Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais, entre outros. O fortalecimento do comércio exterior da floricultura brasileira, sob todos os aspectos, é uma ação absolutamente vital para a garantia de um grande número de empregos, tanto no meio rural, quanto nas cidades e, mesmo, para a sobrevivência de inúmeras propriedades e empresas agrícolas. Constitui-se, desta forma, numa alternativa eficiente e eficaz para o desenvolvimento econômico e social, nos âmbitos nacional e macro-regionais, bem como para o enfrentamento do êxodo rural, evitando a caótica migração para as metrópoles e o crescimento do desemprego, da fome e da violência urbana. Neste sentido, levando-se em consideração o estímulo exportador, e as potencialidades produtivas do país, que lhe conferem possibilidades de inserção competitiva no mercado mundial, estima-se que as exportações evoluirão de forma expressiva, a partir do patamar atual, alcançando cerca de US$ 80 milhões/ano em 2007. Todo esse esforço exportador deverá elevar a área de produção destinada à de exportação, para cerca de 1.500 ha, contribuindo com a geração de 15.000 novos postos de trabalho, com mão-de-obra qualificada e capacitados para o desempenho efetivo de suas atividades. Contribuições para a Formulação de Políticas Públicas e Privadas A partir das discussões, debates e sugestões das lideranças e da Plenária do Congresso FIAFLORA EXPOGARDEN de Floricultura / Brasília 2005 e, com o objetivo de identificar e encaminhar as mais adequadas propostas e soluções para os atuais entraves e gargalos ocorrentes ao longo da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil organizou-se a presente Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Agenda com as Diretrizes para Formular Políticas, segundo o envolvimento sugerido para os principais agentes, instituições, empresas e organismos públicos e privados com atuação direta ou em importantes interfaces com a floricultura profissional em todo o país. Apoio, Fomento e Promoção do Crescimento e Desenvolvimento do Mercado Interno. · Incentivar, apoiar e promover o crescimento e o desenvolvimento do mercado interno de consumo para as flores e plantas ornamentais, considerando a extrema relevância, no caso brasileiro, das suas dimensões, características e potencialidades, de modo a agregar as vantagens competitivas em relação à imensa maioria dos fornecedores internacionais, como os países produtores da América Central e África e que se constitui na existência simultânea e sinérgica de um potente mercado doméstico e de imensas potencialidades no comércio internacional. Diretriz de Longo Prazo; · Aumentar a oferta de produtos de elevada qualidade, durabilidade e competitivade para o mercado interno, melhorando, de maneira global, as condições de operação, rentabilidade, acessibilidade e modernização do mercado, garantindo melhores níveis de remuneração de produtores, comerciantes e distribuidores e da satisfação dos clientes e consumidores. Diretriz de Médio Prazo; · Viabilizar a adoção generalizada de melhores práticas de conservação pós-colheita, padronização, classificação, embalagem, apresentação, circulação das flores e plantas ornamentais, bem como a da implementação de melhores e mais adequadas infra-estruturas logísticas de distribuição e conservação dessas mercadorias. Diretriz de Médio Prazo; · Incentivar, fomentar e promover a adoção generalizada da padronização e classificação de produtos, embalagens e processos baseadas nos melhores resultados, tendências e expectativas do mercado internacional, viabilizando, a criação e a consolidação de uma cultura da qualidade no país e de uma cultura exportadora. Diretriz de Médio Prazo; · Incentivar, fomentar e promover a diversificação e diferenciação dos hábitos regionais de consumo de flores e plantas ornamentais, favorecendo as vocações, preferências e habilidades geográficas, ecológicas, culturais e socioeconômicas das populações e reduzindo a atual centralização da produção, do fluxo e do reduzido número de espécies difundidas massivamente para todo o país. Diretriz de Longo Prazo; · Incentivar, promover e participar de campanhas institucionais e educativas permanentes que informem o consumidor sobre características, origens, usos e cuidados com as flores e plantas ornamentais, que incentivem e impulsionem novas compras, que diminuam o efeito sazonal no comércio e que estimulem a entrada de novos segmentos consumidores no mercado, como os públicos masculinos, o jovem e o infantil. Diretriz de Médio Prazo; · Organizar e disponibilizar sistemas de monitoramento da evolução e mudanças do comportamento do consumidor e dos principais mercados internacional, nacional e locais, v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 8 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO através da realização de pesquisas de campo diretas e de fontes secundárias permanentes de informação, de modo a promover adaptações e ajustes necessários, fidelizando a clientela e identificando novas oportunidades de negócios. Diretriz de Curto Prazo. Coordenação e Governança da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil · Buscar a permanente estruturação orgânica e funcional da Cadeia Produtiva, por meio do fortalecimento dos seus principais fóruns e órgãos nacional, regionais e estaduais, como a Câmara Setorial Nacional e suas congêneres de âmbitos estaduais, o Instituto Brasileiro de Floricultura, Sociedades e Associações de segmentos e áreas componentes, especialmente de produtores e suas cooperativas, profissionais do paisagismo, do comércio e distribuição atacadista e varejista, de proteção de cultivares, entre outros, visando a consolidação da prática da discussão sistemática e da deliberação conjunta sobre as melhores soluções e encaminhamentos das demandas e expectativas setoriais, em um ambiente de mútua cooperação entre as esferas pública e privada da economia nacional. Diretriz de Longo Prazo; · Estimular o debate amplo, franco e aberto entre as partes componentes da Cadeia, bem como a construção formal ou informal de Códigos de Conduta e de Relacionamentos entre as Partes, de modo a favorecer a consolidação de alianças estratégicas, promover a especialização, o ganho de eficiência e competitividade no atendimento ao cliente final, maior harmonia e redução das assimetrias nos relacionamentos e um melhor fluxo das informações sobre as reais condições e expectativas do mercado ao longo de toda a Cadeia Produtiva. Diretriz de Longo Prazo; · Viabilizar sistemas de captação e produção sistemática e periódica de estatísticas e indicadores sobre a evolução de todos os segmentos da Cadeia Produtiva, especialmente a partir da realização de censos abrangentes e confiáveis sobre as bases produtivas e comerciais, números de produtores, estabelecimentos, áreas cultivadas, sistemas de cultivos, valores de venda, entre outros, com particular envolvimento de órgãos como o IBGE, SEBRAE, CNA – Confederação Nacional da Agricultura, CNI – Confederação Nacional da Indústria e CNC – Confederação Nacional do Comércio, entre outros. Diretriz de Curto Prazo; · Fortalecer o potencial de geração, captação, análise e divulgação das informações pertinentes a todos os setores e segmentos da Cadeia Produtiva, especialmente quanto aos mercados e suas oportunidades técnicas e comerciais, melhorando a qualidade na tomada de decisões, o nível de conhecimento técnico, a atualização permanente, o intercâmbio e a visibilidade da floricultura brasileira. Diretriz de Médio Prazo; · Aumentar e fortalecer o intercâmbio e o envolvimento permanentes dos agentes regionais, suas associações e cooperativas com seus congêneres de outros Estados, ou de nível nacional e internacional, de modo a propiciar o crescimento profissional contínuo, maior potencial na coletivização de demandas e busca de soluções comuns. Diretriz de Médio Prazo; Revista Brasileira de Horticultura Ornamental · Incentivar a criação de associações, entidades e fóruns de representação, promoção e defesa de interesses em cada um dos elos específicos da Cadeia Produtiva, de modo a viabilizar e promover maior fortalecimento, representatividade e equilíbrio nas ações de coordenação e governança interna da floricultura de todo o Brasil. Diretriz de Longo Prazo; · Combater sistemática e eficazmente a informalidade em todos os elos e segmentos da Cadeia Produtiva, de modo a garantir total transparência, o correto dimensionamento das características socioeconômicas da atividade no país, seu potencial de contribuição, bem como a justeza de suas demandas junto aos órgãos governamentais competentes de fiscalização, tributação, normalização e fomento. Diretriz de Longo Prazo. Ciência e Tecnologia · Incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas especialmente vocacionadas e especializadas no atendimento da floricultura nas condições ecológicas e geoclimáticas dos principais pólos de produção do país, agregando ainda uma eficiente rede de assistência técnica e extensão rural, de âmbitos públicos e/ou privado, aos produtores e distribuidores. Diretriz de Longo Prazo; · Incentivar e promover a pesquisa científica e tecnológica especialmente voltada para a criação, desenvolvimento e proteção de novos materiais genéticos, produtos e cultivares de interesse e potencial estratégicos para os negócios setoriais, especialmente aquelas baseadas em produtos originais da flora ou melhor adaptados às condições geo-ecológicas brasileiras. Diretriz de Longo Prazo; · Evoluir para a criação e implementação de Sistemas de Certificação de Qualidade e de Origem para as flores e plantas ornamentais do Brasil, agregando valor, confiabilidade, visibilidade e referencial qualitativo nos mercados interno e externo. Diretriz de Médio Prazo; · Desenvolver e implantar o Programa de Produção Integrada de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil, incentivando a sua ampla, ágil e generalizada adoção pelos produtores, especialmente nos segmentos focados no crescimento das exportações, como forma de promover a adequação aos padrões básicos de exigências no mercado internacional. Diretriz de Médio Prazo; · Promover o desenvolvimento e a alocação de recursos humanos especializados no atendimento das demandas locais, através de políticas de contratação coletivas de serviços, convênios e protocolos com universidades e centros de pesquisa e intercâmbios, entre outros mecanismos. Diretriz de Longo Prazo. Profissionalização, Qualificação e Capacitação de Recursos Humanos · Promover a capacitação para todos os elos componentes da Cadeia Produtiva, entendida como um processo permanente e cumulativo, inserido na realidade objetiva de cada grupo de produtores e outros agentes, nas áreas temáticas técnicoprodutivas, gerenciais e comerciais, utilizando-se de instrumentos como cursos, treinamentos, viagens, missões técnicas e outros afins. Diretriz de Curto Prazo; v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio 9 · Promover a formação de quadros profissionais de níveis superior e técnico, especialmente capacitados para o atendimento das demandas da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil, de modo a viabilizar um adequado atendimento, bem como a construção de uma verdadeira inteligência brasileira em floricultura, paisagismo e jardinagem. Diretriz de Longo Prazo; · Promover a capacitação e a profissionalização do técnico em jardinagem. Diretriz de Médio Prazo; · Participar e promover feiras, rodadas e encontros de negócios como modo comprovadamente eficiente de atualização, promoção e intercâmbio de informações, produtos e oportunidades comerciais em todos os segmentos afins. Diretriz de Curto Prazo; · Estimular a busca pela constante atualização técnica e informação sobre as tendências contemporâneas dos mercados consumidores internacional, nacional, regionais e locais, especialmente no campo da arte floral, da decoração, do paisagismo e da jardinagem, como modo de impulsionar vendas, adequar produtos e processos e agregar valor aos produtos e serviços produzidos e oferecidos pela Cadeia Produtiva. Diretriz de Curto Prazo; · Incentivar a especialização profissional e a habilidade técnica e comercial de técnicos, gerentes e empresários dos diversos segmentos, dando especial ênfase a projetos e programas de educação continuada, estágios de intercâmbio, palestras e cursos motivacionais e de atualização tecnológica. Diretriz de Médio Prazo; · Promover o treinamento, capacitação, intercâmbio e atualização tecnológica permanente de artistas e designers florais, especialmente no tocante ao uso de flores e folhagens tropicais em ornamentação e a sua promoção tanto no mercado interno, quanto internacional. Diretriz de Médio Prazo. Normas, Regulamentações e Políticas que afetam a Floricultura · Contribuir ativamente junto aos órgãos de representação setorial como o Ibraflor e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil, no sentido de agilizar, atualizar, adequar e rever todo o arcabouço legislativo e normativo políticoinstitucional que afeta o desenvolvimento e a operacionalização das atividades da floricultura brasileira, especialmente no que se refere à registro, extensão de uso e rotulagem de produtos agro-químicos, proteção fitossanitária, importação e exportação de insumos e materiais biológicos, registro e proteção de cultivares, tributação da atividade produtiva e comercial e simplificação dos processos e rotinas burocráticas e fiscais na implantação, operação e gestão de empresas e negócios, do comércio interno e da exportação. Diretriz de Curto Prazo; · Promover, colaborar e incentivar a aprovação da Lei da Pequena Empresa no Brasil. Diretriz de Médio Prazo; · Promover e orientar a regulamentação da profissão do paisagista no Brasil. Diretriz de Médio Prazo; · Promover e orientar a elaboração e implementação de Planos Diretores de Arborização e Paisagismo Urbanos em todo o país, segundo as diferentes vocações, características e condições geo-climáticas e ecológicas de cada região. Diretriz de Longo Prazo. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Créditos, Financiamentos e Seguros · Buscar a instituição e a criação de mecanismos adequados e eficientes de concessão de créditos e financiamentos para os diversos elos e segmentos da Cadeia Produtiva, especialmente no que se refere a investimentos na aquisição de máquinas agrícolas e veículos de carga, construções, ampliação e reforma de instalações para a produção, conservação, comércio atacadista e varejista, custeio e aquisição de insumos, entre outros. Diretriz de Médio Prazo; · Estimular o conhecimento dos principais indicadores do funcionamento e desempenho da floricultura junto às entidades bancárias e creditícias, no sentido de aumentar a percepção, avaliação e aceitação da atividade no rol das culturas normalmente beneficiadas com o crédito, o financiamento e o seguro. Diretriz de Longo Prazo; · Criar mecanismos de captação e concessão de créditos e financiamentos específicos para Programas de Certificação, Qualidade, Produção Integrada Padronização e Classificação de Produtos e Embalagens na Floricultura Brasileira. Diretriz de Longo Prazo. Gestão Empresarial · Organização de cadastros e disponibilização de informações sobre a idoneidade e histórico comercial de compradores e consumidores intermediários e finais, nos diversos segmentos, de modo a contribuir para a minimização de inadimplências e aumento das seguranças nas transações entre os agentes da Cadeia Produtiva. Diretriz de Médio Prazo; · Busca de mecanismos e tecnologias atualizadas e adequadas de comercialização, com vistas à rápida adaptação à mudanças e novas exigências do mercado, incorporando gradativamente opções de comércio eletrônico, gestão informatizada de produtos e processos, entre outras que, além dos efeitos diretos e imediatos sobre os resultados econômicos e financeiros da comercialização, gerarão e distribuirão benefícios gerais ao longo da Cadeia Produtiva, especialmente no que se refere à padronização e classificação de produtos, embalagens e processos, conservação pós-colheita de produtos e regularização do abastecimento do mercado. Diretriz de Curto Prazo. Associativismo e Cooperativismo · Estímulo e fortalecimento do associativismo e do cooperativismo nos diversos segmentos componentes da Cadeia Produtiva, como mecanismo dos mais relevantes na defesa dos interesses setoriais e conquista de objetivos comuns. Diretriz de Médio Prazo; · Estímulo à criação, implementação e gestão de consórcios e alternativas coletivas de comercialização, especialmente no campo das exportações, visando à superação dos gargalos identificados de agregação de cargas e grandes volumes para o comércio internacional, padronização de produtos e embalagens, aumento a competitividade da floricultura nacional. Diretriz de Longo Prazo. Infra-estrutura e Logística · Aumento da capacidade geral de investimento em todos os elos da Cadeia Produtiva que resultem no mais amplo e v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 10 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO adequado aparelhamento da infra-estrutura produtiva e comercial, incluindo a instalação de estufas, packing houses, câmaras frias, depósitos e lojas de varejo melhor localizadas e capazes de realizar as reformas de layout e apresentação nos padrões estéticos e funcionais, com a freqüência que o consumidor exige. Diretriz de Médio Prazo; · Criar e implantar os Corredores de Exportação de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil, gerando fluxos tipo courrier, conferindo agilidade e prioridade no trânsito e despacho dos produtos mais perecíveis. Diretriz de Médio Prazo; · Implantar linhas regulares de vôos e fretes cargueiros nos principais trechos ponto-aponto entre a origem e o destino das principais mercadorias exportadas. Diretriz de Longo Prazo; · Despender esforços permanentes para a redução do Custo Brasil, especialmente no que se refere aos custos dos fretes aéreos, visando ao aumento da competitividade e agressividade das exportações nacionais. Diretriz de Médio Prazo; · Implementar câmaras frias e ambientes climatizados especializados no setor de flores e plantas ornamentais junto aos principais aeroportos de embarque de mercadorias, em todo o país. Diretriz de Longo Prazo; · Desenvolver programas de adequação e melhorias na infra-estrutura, equipamentos e no transporte fluvial e marítimo de cargas de perecíveis. Diretriz de Longo Prazo. Promoção no Mercado Internacional · Promoção de campanhas de apoio, divulgação e promoção dos produtos brasileiros nos principais mercados-alvo internacionais, especialmente nas grandes feiras e eventos de projeção setorial, com ênfase na criatividade, beleza e atualidade da arte floral do Brasil, como um dos principais instrumentos impulsionadores das vendas externas. Diretriz de Médio Prazo. Grupo Temático Responsável pela Elaboração do Documento Coordenação · Renato Optiz · Maria Mazarelo Boquadi Colaboração No Âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais: · Instituto Brasileiro de Floricultura – IBRAFLOR · Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento · Associação Brasileira de Proteção de Cultivares de Flores e Plantas Ornamentais ABPCFlor · Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais · Associação Nacional de Paisagismo – ANP · Associação Nacional de Arquitetos Paisagistas – ANAP · Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas – ABCSEM · Associação Nacional de Defensivos e Fertilizantes – ANDEF · Companhias de navegação e transportes terrestre, marítimo e aéreo Revista Brasileira de Horticultura Ornamental · Mercados Atacadistas e Centrais de Distribuição Privados ou Mistos No Âmbito do Setor Público e Institucional: · Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior · Ministério da Fazenda / Secretaria da Receita Federal · Ministério do Desenvolvimento Agrário · Ministério da Ciência e Tecnologia · Ministério do Meio Ambiente · Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE · Confederação Nacional da Agricultura – CNA · Confederação Nacional da Indústria – CNI · Confederação Nacional do Comércio – CNC · Confederação Nacional dos Transportes – CNT · Serviço Social do Comércio – SESC · Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR · Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI · Organização das Cooperativas do Brasil – OCB · Banco do Brasil S/A – BB · Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária – INFRAERO · Universidades Federais · Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC Nos Âmbitos regional e estadual Privado: · Câmaras e Comitês Estaduais da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais · Associações e Cooperativas de Produtores · Organizações das Cooperativas Estaduais · Sindicatos Rurais · Empresas organizadoras de feiras e eventos técnicos e comerciais · Associações Estaduais e Regionais de Paisagistas Público e Institucional: · Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura · Secretarias Estaduais e Municipais de Desenvolvimento, Indústria e Comércio · Secretarias Estaduais e Municipais de Ciência e Tecnologia · Secretarias Estaduais da Fazenda/Receitas Estaduais · Secretarias Estaduais e Municipais do Meio Ambiente · SEBRAEs Estaduais · Federações Estaduais de Agricultura · Federações Estaduais da Indústria · Federações Estaduais do Comércio · SESCs Estaduais · SENAIs Estaduais · SENARs Estaduais · Universidades Estaduais/Municipais · CEASAs e outros mercados atacadistas · Empresas Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER Entidades e Órgãos que Compõem a Câmara · Associação Brasileira de Proteção de Cultivares de Flores e Plantas Ornamentais-ABPCFLOR v. 13, n.1, p. 3-12, 2007 Contribuições das Câmaras Setoriais e Temáticas à Formulação de Políticas Públicas e Privadas para o Agronegócio 11 · Associação Brasiliense dos Produtores de Flores e Plantas – Central Flores Brasília · Associação dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais de Atibaia – PROFLOR · Associação dos Produtores de Flores Tropicais de Sergipe – SERGIFLORA · Associação dos Produtores Rurais e Distribuidores de Flores e Plantas Ornamentais do Estado do Rio de Janeiro – AFRORG · Associação Riograndense de Floriculturas – AFRORI · Associação Nacional de Defesa Vegetal – ANDEF · Banco do Brasil S/A – BB · Comissão da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados – CAPADR · Câmara Setorial de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo · Centrais de Abastecimento do Paraná S/A – Mercado de Flores e Plantas Ornamentais · Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo – CEAGESP · Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA · Cooperativa dos Produtores e Exportadores de Plantas, Flores e Folhagens Tropicais de Alagoas – COMFLORA · Cooperativa Veiling Holambra · Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – INFRAERO · Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa · Instituto Agronômico de Campinas – IAC · Instituto Brasileiro de Floricultura – IBRAFLOR · Mercado das Flores e Plantas Ornamentais de Santa Catarina/Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais de Santa Catarina – MERCAFLOR · Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA · Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA · Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – SDC · Secretaria Executiva – SE · Secretaria de Política Agrícola – SPA · Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul – SFA/RS · Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA · Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC · Ministério do Meio Ambiente – MMA · Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT · Ministério da Fazenda – MF · Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA/SP · Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE · Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais Bibliografia Consultada ABIPTI. 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Among these different environments, the element water has been of increasing interest. This has created the possibility of incorporating an alternative group of plants, the aquatic ones. The most popular aquatic plants in the Brazilian market and grown and maintained in the landscape are presented in this text, with a primary focus on the Victoria amazonica. Introdução A vida tem origem na água, num oceano mais antigo onde carbonos, hidrogênios, amônias, fosfatos e borbulhas de sulfeto se combinavam. Com a apuração e combinação desses elementos a vida criara-se, produzindo o oxigênio que a tudo envolveu, formando uma atmosfera azul. A metamorfose terrestre iniciara-se. As plantas que surgiram inicialmente em ambientes aquáticos migraram, e dentre os elementos intermediários responsáveis por tal transição, encontramos o brejo, o jundu, a restinga, o mangue, o alagado, o pântano, o atoleiro e os igarapés. E assim como as plantas, o homem também surge de um ambiente aquático, de um brejinho, saindo do líquido amniótico para a vida. Empresa de Miracatu (SP) especializada no desenvolvimento de projetos paisagísticos e ambientais voltados ao tema água, entre outros. Como o próprio nome diz: “i”, no tronco tupi-guarani, significa “água”, “tuba” é o lugar de onde provém e “naiá”, um nome muito especial, tão especial que dará início a esta leitura, uma leitura sobre um universo mágico, um universo repleto de águas e suas ninfas... Diz a lenda, contada por nossos aborígenes que aqui viveram muito antes dessa terra ser chamada de Terra do Pau-Brasil, que a lua cheia, dona de encantos fabulosos, teria poderes de transformar lindas jovens em estrelas radiantes a brilhar no céu ao lado de nossas constelações boreais. Mas tal dádiva não era concebida a qualquer uma que lhe fitasse. A escolhida deveria ser a filha do pajé da tribo. Então, Naiá, filha do chefe e princesa da tribo, fascinada por tal melodia, não passava mais uma noite sequer de lua cheia, sem implorar para que a feiticeira lhe encantasse. Mas a lua, para a tristeza da princesinha, não correspondia a seus apelos, permanecendo à deriva, sempre. Vitória Régia - Itubanaiá Estudos das plantas aquáticas UNIQUE GARDEN 2004 Porém, Naiá, não desistia de seu sonho de brilhar, e continuou a perseguir a lua mais e mais, até o dia em que, desolada pela falta de atenção da lua que não lhe notava, atirou-se nas águas profundas do rio atrás de seu reflexo e nunca mais foi vista. A grandiosa lua então, ao notar a coragem de tal feito, recompensou a nobre moça, transformando-a em uma estrela. Mas não em mais uma das estrelas das quais fitamos no céu. Naiá foi transformada na mais linda e imponente estrela das águas, a vitória-régia. Engenheiro Agrônomo Graduado pela ESALQ – USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Itubanaiá, Miracatu (SP) tel. (12) 3842-2727, e-mail: [email protected] Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 14 ANDRÉ LACAVA BAILONE Vitória-Régia Essa estrela das águas chama atenção não somente pelo fato de suas folhas poderem atingir o recorde de dois metros e meio de diâmetro, mas também pela sua fragrância noturna, expelida por suas enormes flores, respeitosamente chamada pelos europeus de “rosa lacustre”. Folha com dois metros de diãmetro A rosa lacustre “Irupé” foi o nome dado à macrófita aquática no guarani, que entendemos prato (rupé) d’água (i) ou fornod’água, assemelhando-se aos tachos rasos usados para torrar a farinha de mandioca. Outros apelidos podem ser encontrados em nosso vasto dicionário, tais como “uapé”, “agaupé-assu”, “jaçanã”, “nampé”, “forno-de-jaçanã”, “rainha-doslagos”, “milho-d’água” e “cará-d’água”. Estes dois últimos apelidados pela excelente qualidade gastronômica de seus rizomas, muito apreciados por índios e peixes. O suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os cabelos. São aproveitadas também suas propriedades depurativas e cicatrizantes. Somente poucas centenas de anos atrás que se ouviu falar pela primeira vez, na tal “estrela das águas” ou “rainha das águas”, que não mais levara o nome da pequena princesa Naiá e sim de outra rainha, a Vitória, do Reino Unido. Foi por volta de cento e cinqüenta anos, na pequena Guiana Inglesa, uma das parcelas do vasto domínio Inglês da Dinastia Vitoriana, que Robert Schomburk encontra e coleta as sementes da até então desconhecida alienígena. De volta a Londres, Schomburk presenteia o jardineiro Baxter com tais sementes. Este, com a divina graça que é concebida aos jardineiros, faz brotar das águas as folhas, primeiramente pequenas e lanceoladas, de contornos afunilados, e depois, enormes orbiculares. Diante de tal feito, o homem leva as folhas à Rainha e é, então, nomeado o jardineiro de Baronete e a planta de Vitória. A Vitória-Régia (Victoria amazonica) é uma angiosperma da família Nymphaeaceaea, herbácea rizomatoza, aquática submersa fixa (rizoma ancorado no lodo) de folhas flutuantes e espinhentas na parte axial. O seu rizoma é tuberoso, com numerosas fibras radiciais fasciculadas que penetram verticalmente no lodo asfixiante. Na epiderme da folha há uma cutícula delgada e brilhante que favorece a reflexão de luz incidente, conferindo proteção. As trocas gasosas são facilitadas pelos estômatos que estão presentes na parte superior das folhas. Forno de Jaçanã Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Folhagem de corte - uso decorativo - ABIMAD 2007 v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 A magia das águas e as ninfas que nela habitam... 15 Folha - cutícula delgada e brilhante Fiaflora 2006 - Espaço O Brejo - Projeto André Bailone Jardim Botânico de São Paulo - 2004 A planta serve de confortável berço para crianças, suportando até 40 kg se bem distribuídos Do centro do limbo foliar parte o pecíolo, roliço e armado de acúleos, proporcionando maior estabilidade aos pratos (folhas). Esses pecíolos podem ser bem longos, com até cinco metros de comprimento, variando de acordo com a profundidade do lago. Na face inferior das folhas há uma rede de nervuras e compartimentos cheios de ar, denominados aerênquimas. Essas lacunas aeríferas, como também são conhecidas, estão presentes também nas raízes e caules e servem de valioso auxílio na flutuação, oferecendo resistência às partes submersas. Para que essa macrófita aquática possa ser inserida em um projeto paisagístico faz-se necessário um estudo prévio das condições edafoclimáticas do local, coleta e análise das propriedades físicas e químicas dos lodos, assim como da condutividade elétrica e pH da água, levantamento das diferentes profundidades do lago, correntezas, flora e fauna do local, dentre outros fatores. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas Decor - 2006 v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 16 ANDRÉ LACAVA BAILONE O plantio é realizado entre os meses de dezembro a fevereiro, sendo o primeiro mês, o mais adequado. Lembramos que após o plantio, as primeiras folhas, ainda jovens, atingem a superfície da água com uma coloração arroxeada, por não apresentar ainda todos os pigmentos de clorofila necessários para a realização da fotossíntese. Quando a planta passa a desenvolver-se mais, trazendo consigo folhas maiores e mais vigorosas, a cor roxa não é mais predominante, perdendo seu vigor paulatinamente e acentuando-se somente nas nervuras das folhas. O crescimento inicial das folhas é impressionante, chegando a crescer trinta centímetros em um único dia. Todas as folhas têm um pico de crescimento nos três primeiros dias, crescendo em pequenas proporções nos dias seguintes até o décimo terceiro dia, quando entra em estágio de deterioração. Quando uma folha se deteriora, um novo boto surge no centro. Cada rizoma chega a dar de dez a vinte folhas de uma única vez. A cada nova geração de folhas, as sucessoras aparecem sempre maiores do que as antecessoras, até que alcancem um pico de crescimento, estabilizando-se num tamanho padrão, entre 1,10 metro a 2,20 metros aproximadamente. Hoje, com aplicações das mais novas tecnologias, já é possível controlar o tamanho dos pratos, com o uso de adubações específicas e hormônios de crescimento. Dessa forma, introduz-se a planta em diferentes tamanhos de lagos e espelhos d’água, podendo ser plantada tanto em lagos grandes como o de fazendas e campos de golfe, até os menores espelhos d’água em condomínios ou no quintal de uma casa, dentro de uma banheira velha. A floração ocorre desde o início do mês de março até julho. A flor, branca no primeiro dia da antese, traz um leve perfume adocicado do abricó e se abre, aproximadamente, a partir das seis horas da tarde, mantendo-se aberta até as nove horas da manhã do dia seguinte. No segundo dia, o da polinização, a flor é corde-rosa. Assim que as flores se abrem, seu forte odor atrai os besouros polinizadores (Cyclocefalo casteneaea), que adentram nelas e ficam prisioneiros. Depois do espetáculo, a flor submerge para a produção das sementes e outras surgem em seu lugar, uma após a outra. Primeiro dia da antese - Flor Branca Botão Floral - Início da abertura da flor Segundo dia da antese Botão Floral - Início da abertura das sépalas Flor branca Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Segundo dia da antese - Estames petalóides v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 A magia das águas e as ninfas que nela habitam... 17 Ninféia rosa Casa Cor 2006 - Espaço Gilberto Elkis É fato que a maioria de nós brasileiros não tenha conhecimento botânico sobre a planta, chegando a confundir a espécie que já esteve presente na cédula de cinco cruzeiros, junto ao índio, com outras da mesma família botânica: as ninféias (Nymphaea sp.). Ninféias Esse grupo de plantas pertence à mesma família botânica da Victoria amazonica, juntamente com a flor de lótus (Nelumbo nucifera). São plantas aquáticas com características muito semelhantes às da vitória-régia, com rizoma submerso e folhas e flores flutuantes, porém, estas se apresentam em tamanho menor. Abaixo seguem algumas espécies ornamentais encontradas no Brasil. Nymphaeae sp 2 Nimphaea sp. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Nymphaeae sp 3 v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 18 ANDRÉ LACAVA BAILONE Nymphaeae caerulea Ninféia amarela - Nymphaea sp.2 Para se poder entender um pouco mais sobre o fabuloso universo dessas plantas, é necessário dividi-las em subgrupos: Plantas aquáticas flutuantes: Sistema radicular imerso na água, porém livre com suas folhas e flores flutuando sobre a lâmina-d’água. Ex: aguapé (Eichhornia crassipes), mureré (Eichhornia azzurrea), alface-d’água (Pistia stratiotes), taturana (Salvinea natans), lentilhad’água (Lemna minor). Nimphaea sp. Mureré - Eicchornia azzurrea Plantas aquáticas submersas: Em sua maioria, a folhagem é totalmente imersa e as flores emergentes. Embora não sejam as mais atraentes das plantas, desempenham um papel vital na manutenção da transparência da água, roubando às algas e aos limos os minerais de que dependem. Existem dois tipos: as livres e as fixas. Ex: pena-de-papagaio (Myriophyllum verticilatum), erva-de-cabelo (Eleocharis acicularis). v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 Nymphaea alba e Nymphaea sp. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental A magia das águas e as ninfas que nela habitam... 19 Plantas aquáticas submersas fixas com folhas flutuantes: possui rizoma ancorado ao lodo, no fundo do lago, e os longos pecíolos se encarregam de levar as folhas e flores à lâmina-d’água, onde descansam calmamente. Ex: vitória-régia (Victoria amazonica), ninféias (Nymphaea sp.), avenca-d’água (Trapa natans). Plantas aquáticas emergentes ou palustres: desenvolvem-se ao redor dos tanques ou lagos, preferindo a lama ou alguns centímetros de água, embora a maioria tolere uma profundidade de até 15 cm. Oferecem refúgio ideal para a fauna aqüícola, além de contribuir em muito, juntamente com o grupo das flutuantes, no polimento da água. Ex: banana-d’água (Typhonodorum lindleyanum), orelha-de-veado (Pontederia cordata), taioba-negra (Colocasia esculenta), taboa (Typha dominguensis). Avenca d'água - Trapa natans Plantas aquáticas submersas fixas com folhas flutuantes e emergentes: Com as mesmas características do grupo acima, mas a maioria das folhas é emergente. Ex: lótus da Índia (Nelumbo nucifera). Taboa - Typha dominguensis Flor de lótus - Nelumbo nucifera Fruto de lótus - Nelumbo nucifera Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Cavalinha - Equisetum giganteum v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 20 ANDRÉ LACAVA BAILONE Orelha de veado - Pontederia cordata Paisagismo As plantas aquáticas e palustres podem ser usadas no paisagismo, tanto em lagos artificiais quanto em lagos naturais, de diferentes tamanhos e formatos, em córregos, espelhos-d’água, tinas ou vasos e até mesmo em brejos, mas para se obter sucesso no jardim aquático implantado, é fundamental que o ecossistema esteja equilibrado. A sustentabilidade do ecossistema pode ser adquirida com o uso de diferentes técnicas permaculturais e de sistemas integrados de controle de pragas e doenças e adubação. Dentre essas práticas destaca-se o uso de peixes carnívoros, sapos e salamandras para o controle biológico de larvas de mosquito, caramujos e ninfas de libélulas; o uso de plantas aquáticas flutuantes para consumo do excesso de nutrientes, evitando-se assim a proliferação de algas; o uso de plantas palustres conciliadas às flutuantes na entrada de água do lago ou córrego, servindo como uma micro-wetland (sistema de polimento da água), retendo coliformes fecais e ajudando no polimento da mesma; o uso da água do lago na irrigação do jardim e sua reposição com água de chuva; o uso de diferentes tipos de substratos e minerais para o plantio das espécies vegetais aquáticas, evitando-se a extração do lodo encontrado na natureza; a utilização do excedente de plantas flutuantes (de rápido crescimento) em composteiras; o uso das quedas- d’água para geração de energia, como rodas-d’água e monjolos e, por fim a utilização da beleza incomparável dessas plantas e da magia da água em aulas de educação ambiental. Banana d'água Typhonodorum lindleyanum Aulas de Educação Ambiental - Leme 2005 As práticas citadas acima podem ser conciliadas às mais diferentes tecnologias modernas encontradas no mercado, desde o uso de bombas e diferentes tipos de filtros, até a injeção de ozônio na água, dependendo das características de água desejada pelo cliente, que podem variar desde uma água tão natural quanto a de um lago, até a mais cristalina das águas. Os jardins aquáticos são sempre uma atração à parte. A água viva, calma e repousante, nem sempre fácil de ser domesticada, consegue exprimir todos os sentimentos da alma. Essa mesma água, que um dia foi considerada um recurso natural, hoje passa a ser uma riqueza natural. v. 13, n.1, p. 13-20, 2007 Taioba negra - Colocasia esculenta Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) 21 ARTIGO CIENTÍFICO Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae)(1) JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA(2) e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA(3) RESUMO No presente trabalho foi estudada a biologia floral de Hedychium coronarium Koen., que ocorre em localidades de brejos e na beira de estradas, na cidade de Teresópolis (RJ), no período compreendido entre novembro de 2003 a julho de 2004. A floração segue o padrão anual assincrônico em nível populacional e ocorre nos meses de janeiro a abril, sendo a frutificação de março a maio. As flores são brancas, zigomorfas, hermafroditas nectaríferas, têm antese noturna e emitem um forte odor perceptível à longa distância. Os estaminódios constituem a “unidade de atração” para os visitantes florais. O androceu é composto de um único estame fértil e os grãos de pólen têm “pollenkitt”. O estigma é verde, úmido, côncavo e com pêlos uniformes ao seu redor. A espécie é auto-incompatível, com índices baixos de formação de frutos sob condições naturais. As flores de H. coronarium são importantes fontes de recursos para a fauna da região, oferecendo néctar e pólen como recompensa. Palavras-chave: biologia floral, Hedychium coronarium, Zingiberaceae. ABSTRACT Floral biology of Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) Floral biology of the introduced species, Hedychium coronarium Koen., naturalized in Brazil, was investigated in the period between November 2003 and July 2004. The species occurs in swamps in large areas of the country, and also along roadsides in the municipality of Teresópolis, Rio de Janeiro. The flowers of H. coronarium are white, zygomorphic, hermaphroditic and nectariferous. They have nocturnal anthesis and emit a strong odor spreading long distances. The staminodes are a “unit of attraction” for floral visitors. The androecium is composed of a sole fertile stamen with pollen grains in “pollenkitts”. The stigma is green, wet, concave and surrounded by uniform hairs. The species is selfincompatible, presenting low rates of natural fruit set. The flowers of H. coronarium are important nectar and pollen sources for the insects that visit them. Flowering follows an annual pattern, shows asynchrony in the population level and lasts from January until April. Fruiting occurs from March until May. Key words: Floral biology, Hedychium coronarium, Zingiberaceae. 1. INTRODUÇÃO Zingiberaceae, ordem Zingiberales, contém 53 gêneros com mais de 1.200 espécies, todas herbáceas, com flores fortemente zigomorfas (KRESS, 1990). A família Zingiberaceae tem distribuição pantropical com um gênero (Renealmia) encontrado nos neotrópicos, quatro gêneros (Aframomum, Aulotandra, Siphonochilus e Renealmia) encontrados na África e o restante dos gêneros distribuídos no sudeste da Ásia e nas ilhas do Pacífico (KRESS, PRINCE e WILLIAMS, 2002). Acredita-se que os membros de Zingiberaceae tenham chegado ao Brasil por acaso, vindo seus rizomas misturados com a areia que servia de lastro às caravelas portuguesas que voltavam das Índias (WINTERS, 1995). Segundo TOMLINSON (1969), as plantas dessa família têm diferentes usos: na horticultura, na alimentação, na perfumaria e na medicina. Um dos representantes mais importantes da família pertence ao gênero Zingiber (gengibre), do qual se usam os rizomas e óleos. As folhas são usadas na medicina chinesa, os rizomas novos e frescos são usados na culinária e o óleo aromático é usado na perfumaria (TORRES e OLIVEIRA, 2003). Os gêneros que mais se destacam pela beleza de sua folhagem e inflorescências são Alpinia, Hedychium, Nicolaia, Kaempferia e Zingiber (WINTERS, 1995). O gênero Hedychium, descrito por Johan Gerhard Koenig, inclui aproximadamente cinqüenta espécies, muitas delas cultivadas como ornamentais (DI STASI e HIRUMALIMA, 2002). Segundo DAHLGREN et al. (1985) os rizomas de Hedychium spicatum Buch.- Ham ex Sm. são utilizados como fonte de perfume. Hedychium coronarium é uma planta herbácea aromática e rizomatosa, que conquistou as áreas alagáveis da América Tropical, sendo uma das espécies mais comuns no Brasil nesse tipo de ambiente (SOUZA e LORENZI, 2005). É conhecida popularmente pelos nomes: “lírio-dobrejo”, “lírio-branco”, “lírio-d’água”, “lágrima-de-moça”, (¹) O presente trabalho é uma parte da monografia da primeira autora. (²) Estagiária de Aperfeiçoamento. (³) Bióloga do Departamento de Botânica, Museu Nacional/UFRJ - e-mail [email protected] - Quinta da Boa Vista s/n - São Cristóvão - Rio de Janeiro – 20940-040. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 22 JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA “lágrima-de-vênus”, “borboleta”, “escaldamão”, “jasmim”, “gengibre-branco” e “mariazinha-do-brejo” (CORRÊA, 1984; LORENZI e SOUZA, 1995; DI STASI e HIRUMA-LIMA, 2002; SANTOS e PEDRALLI, 2003). Atribuem-se aos rizomas de H. coronarium propriedades anti-reumáticas, purgativas, antihipertensivas e diuréticas (ALMEIDA, 1993). Segundo DI STASI e HIRUMA-LIMA (2002) as folhas e flores de H. coronarium, na forma de infusão, são muito usadas na região do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, como diurético e para reduzir a pressão arterial. A espécie em estudo fornece ainda fibras têxteis e celulose para fabricação de papel, além das flores possuírem um perfume forte e agradável idêntico ao do jasmim, servindo para a perfumaria (ITOKAWA et al., 1988). O aroma agradável resulta da riqueza do óleo essencial, que vem sendo alvo de diversos estudos fitoquímicos (PINEDA-OCOMPO et al., 1953 apud PUGIALLI, 1996). Em razão de sua beleza, H. coronarium é muito utilizada como planta ornamental, de fácil multiplicação por touceiras (DI STASI e HIRUMALIMA, 2002). Objetivou-se neste trabalho descrever a biologia floral, enfatizando as estruturas reprodutivas, os processos biológicos ligados ao período de vida das flores, os visitantes florais e o sistema de reprodução, acrescidos aos registros dos padrões de floração e de frutificação de H. coronarium Koen. 2. MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo localiza-se na cidade de Teresópolis, distante 93 km do município do Rio de Janeiro, tem uma altitude de 869 m e ocupa uma área total de 849 km2. Possui um clima tropical de altitude, com temperaturas médias anuais atingindo a 170C. (Informações: Centro de Turismo da Cidade de Teresópolis - RJ). Duas áreas foram selecionadas para observações e experimentações de campo: a primeira situa-se no entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e a segunda nas proximidades do Bairro do Golf. Os trabalhos de campo compreenderam excursões científicas quinzenais com duração de dois ou três dias. As observações sobre a biologia floral de H. coronarium foram feitas durante os períodos da manhã, tarde e noite, para verificação do horário de abertura floral, receptividade do estigma, deiscência das anteras, duração da antese, modificações ao longo da antese e o recurso floral oferecido. Os visitantes florais foram observados em diferentes horários do dia e da noite. A freqüência dos visitantes florais foi registrada nas duas áreas selecionadas para estudo, a partir de 80 horas de observação. Com finalidade de se estimar a quantidade de flores produzidas por inflorescência, estas foram marcadas e contadas (N=20 inflorescências em 20 indivíduos, nas duas áreas de estudo). Também foram feitas observações periódicas para determinar o tempo de desenvolvimento dessas inflorescências, bem como o seu ritmo de abertura floral. A presença de odor foi analisada nos diferentes verticilos florais, os quais foram separados e colocados em vidros fechados, para concentração de odores. Depois Revista Brasileira de Horticultura Ornamental de algum tempo (cerca de 20 minutos), os vidros eram destampados e o conteúdo imediatamente cheirado. Esses verticilos também foram colocados em solução de vermelho neutro (solução 1:1000), durante 10 minutos para verificar a presença de osmóforos (VOGEL, 1983). O estigma de flores frescas de H. coronarium foi examinado sob microscópio estereoscópio e óptico para análise da área estigmática, e classificado segundo HESLOP-HARRISON e SHIVANNA (1977). A viabilidade dos grãos de pólen foi estimada usando-se carmim acético a 1% (ALEXANDER, 1980). A presença de substâncias lipídicas nos grãos de pólen foi detectada com Sudan III e IV (JOHANSEN, 1940). Para o estudo do sistema de reprodução foram aplicados experimentos de polinização, sempre realizados durante o período de antese usando-se plantas das duas áreas de estudo. 1. Autopolinização manual - botões em pré-antese foram ensacados (N=30 botões) e na antese, as flores foram manualmente polinizadas com seu próprio pólen; 2. Polinização em condições naturais (controle) flores não submetidas a tratamento e não ensacadas foram marcadas e acompanhadas até a senescência ou a maturação do fruto (N=100 flores). Os frutos obtidos do experimento de polinização em condições naturais foram protegidos em início de desenvolvimento com sacos feito de tecido tipo filó. Quando deiscentes, os frutos foram analisados quanto ao tamanho e quantidade de sementes produzidas. As sementes foram contadas, mensuradas e analisadas sob microscópio estereoscópio. Em H. coronarium, a existência de crescimento clonal, através de órgãos subterrâneos, foi verificado a partir de escavações nas duas áreas de estudo. O registro fenológico (floração/frutificação) foi realizado em 20 plantas da população, escolhidas ao acaso nas duas áreas de estudo, nas quais foram observados o período de floração (duração, número de flores abertas por dia, e sincronia entre os indivíduos) e o período de frutificação (duração, quantidade de frutos formados em condições naturais). 4. RESULTADOS 4.1. Biologia Floral 4.1.1. Inflorescências As inflorescências medem 22,0 cm de comprimento (N=20; dp=3,23) e são emitidas sincronicamente entre os indivíduos da população (figuras 1, 2 e 3); são tirsos terminais, formados por 22 (N=20; dp=4,66) conjuntos de quatro botões (N=10; dp=1,59), cada qual protegido por uma bráctea imbricada, extremamente vistosa, de cor verde, com 6,62 cm de comprimento (N=20; dp=0,94). Botões e brácteas dispõem-se formando um cone (figuras 4 e 5). Cada botão também é protegido por uma outra bráctea com 3,0 cm de comprimento (N=20; dp=0,68). Do surgimento da inflorescência até a abertura das primeiras flores decorrem cerca de 20 dias. Em H. coronarium, o ritmo de abertura floral dentro de uma inflorescência é assincrônico, registrando-se ao mesmo tempo, botões bem jovens, botões em processo de abertura, flores recém-abertas e flores de 24 h, 48 h ou v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) 23 mais (figuras 6a,b,c). A seqüência de abertura dos botões florais na inflorescência não é previsível, podendo ocorrer a abertura de botões na base, no meio ou no ápice da inflorescência. O número de flores por inflorescência é de 76 flores (N=20; dp=30,04) e o máximo de flores recémabertas foi de 10 flores (N=50). O tempo médio de atividade floral de uma inflorescência é de 15 dias (N=50; dp=2,96). As flores em pós-antese ficam ressecadas e pendentes na inflorescência (figura 7). Pouco tempo depois, afastando-se as brácteas, já se observa os frutos em desenvolvimento (figura 8). 4.1.2. Flores As flores de H. coronarium são brancas, zigomorfas, hermafroditas com 7,5 cm de diâmetro médio (N=10, dp=0,50). Têm antese noturna, são nectaríferas e emitem um forte odor perceptível à longa distância. Possuem perianto distinto em cálice e corola não vistosos. O cálice é tubular, membranáceo, fendido no ápice e tem cor esverdeada bem clara. A corola é tubular, com 15 cm de comprimento (N=10; dp=1,05) e três lóbulos apicais e estreitos. As flores têm um guia de néctar, que se constitui numa leve mancha amarela na base dos estaminódios, com uma maior extensão no estaminódio maior (figuras 9 e 10). A reação positiva com vermelho neutro nessa área revelou a presença de osmóforos. O androceu é composto de um único estame fértil com uma grande antera e três estaminódios petalóides, sendo um mediano bilobado e dois laterais, de cor branca, que parecem desempenhar a função de atração na flor (figuras 9 e 10). A antera tem em média 1,5 cm de comprimento (N=10; dp=0,04), cor creme, deiscência rimosa e exposição total dos grãos de pólen (figura 11). Ao redor de cada teca existem pêlos secretores, onde pouco depois da deiscência da antera, os grãos de pólen ficam mergulhados. O filete também tem cor creme, porém em algumas flores pode haver um leve tom avermelhado. Os grãos de pólen são de cor creme e medem em média 50 μm (N=10; dp=1,22). Reagem positivamente para Sudan IV, detectando a existência de lipídios sob a sua membrana e têm uma viabilidade de 92% (N=2.291 grãos de pólen). O gineceu é composto de um ovário ínfero, tricarpelar, trilocular, recoberto em toda sua superfície por pêlos marrom-claros. O estilete é longo (cerca de 20 cm de comprimento), filiforme e fica protegido em um sulco no filete que se continua entre as tecas das anteras (figura 12). O estigma é côncavo, verde e possui pequenos pêlos ao seu redor. Quando receptivo esses pêlos ficam mergulhados na secreção estigmática e o estigma tem aspecto capitado (figura 13). O número de óvulos é variável, com média de 102 (N=30; dp=23,56; (figura 14). O néctar é secretado por um par de glândulas epígeas, que se localizam sobre o ovário, na base do estilete (figura 15). 4.1.3. Abertura floral e antese A abertura dos botões de H. coronarium ocorre de forma lenta, iniciando-se em diferentes horários no período da tarde. Cada botão leva 13 horas para abrir. Durante o processo de abertura dos botões (figura 16), sucedem-se os seguintes eventos: abertura gradual Revista Brasileira de Horticultura Ornamental das pétalas, dos estaminódios, eliminação de leve odor cítrico e agradável (figura 17), exposição do estigma ainda não receptivo (figuras 18 e 19), crescimento do estilete com total exposição do estigma e da única antera fértil ainda fechada (figuras 20 e 21), início da receptividade estigmática (figuras 22, 23 e 24); nesta etapa, o conjunto dos órgãos sexuais fica voltado para o estaminódio maior (figura 25), o odor intensifica-se, os estaminódios completam a abertura e ocorre a deiscência da única antera. A flor está em antese (figura 26). As flores abertas permanecem na manhã seguinte com o estigma receptivo e a antera com a massa de grãos de pólen. As flores continuam muito vistosas e apresentam um leve odor ainda perceptível. Cabe assinalar que pelo fato de os botões iniciarem o processo de abertura de forma assincrônica, ao longo da tarde, ocorrem, sucessivamente, flores recém-abertas nos horários das 20 h até 3 h da manhã. Por esse motivo, as flores apresentam diferentes horários de antese pela noite. A multiplicidade diária de horários de antese foi registrada nas duas populações estudadas. A longevidade das flores é de 24 h, terminado este período, as pétalas e os estaminódios se fecham e tombam, entrando as flores em pós-antese. 4.1.4. Sistema de reprodução Não houve formação de frutos nos testes de autopolinizações manuais, indicando que H. coronarium é auto-incompatível (N=30; 0% formação de frutos). Polinizações naturais redundaram na formação de frutos nas duas áreas de estudo, entretanto, registrou-se um percentual muito baixo, para ambas as áreas (figura 27). Nos frutos analisados, verificou-se uma média de cinco sementes abortadas (N=60; dp=4,88) e um grande número de óvulos não fecundados, com média de 72 óvulos (N=60; dp=21,76). As populações de H. coronarium têm intenso crescimento clonal, com plantas interligadas por rizomas. 4.1.5. Frutos e sementes O fruto de H. coronarium é uma cápsula loculicida, trivalvar e tem em média 3,3 cm de comprimento (N=60; dp=0,91). Sua cor é verde durante todo seu desenvolvimento e próximo à deiscência é verdeamarelado. O fruto leva cerca de dois meses para alcançar sua maturação e possui 18 sementes (N=50; dp=9,96). Quando deiscente é extremamente atrativo e percebido à longa distância, pois há no interior uma cor abóbora bem viva, onde se destacam as sementes vermelhas. Estas têm formato ovalado, 0,7 cm de comprimento (N=50; dp=0,04) e um belo arilo fimbriado, também de cor vermelha, sugerindo uma dispersão zoocórica. 4.1.6. Visitantes florais Muitos visitantes estão presentes nas flores de H. coronarium, durante todo o período em que a espécie está em floração, coletando néctar ou pólen. A tabela 1 relaciona esses visitantes, nas duas áreas de estudo, destacando a atuação na flor e o horário de visita. Destacam-se como pilhadores de néctar: Xylocopa ordinaria (figura 28), Centris sp. (figura 29), Eufrisea sp. 1. (figura 30), Apis mellifera L., formigas, ortópteros e duas espécies de beija-flores (Phaethornis sp. e v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 24 JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA Clytolaema sp.). Destes o mais freqüente é X. ordinaria, pelo fato de estar presente por todo o período de floração. Suas visitas começam por volta das 6 h e se estendem até as 18 horas. No início da manhã X. ordinaria realiza visitas solitárias; com o aumento da temperatura e a diminuição do orvalho, intensificam-se as visitas, com presença de cinco a sete indivíduos, permanecendo até cinco minutos em cada flor. A atividade de forrageamento dessa abelha resulta na visita a todas as flores abertas. A visita de X. ordinaria às flores independe da presença de outras abelhas na inflorescência. Foram registradas várias visitas dessa abelha junto com A. mellifera e T. spinipes, sem ser observado nenhum tipo de comportamento agonístico. Sua presença independe de dias nublados ou chuvosos. Com relação à Centris sp. sua presença só foi registrada a partir de fevereiro até o final da floração. Suas visitas, ao coletarem o néctar, são solitárias e ocorrem no período do dia entre 9 e 16 h. Outra abelha que coleta néctar é a Apoidea sp. 1, de cor azul, cuja presença só foi registrada próximo ao final da floração de H. coronarium. Sua visita é solitária e pode durar de cinco a dez minutos. Apis mellifera está presente também por toda a floração. Essa abelha muitas vezes se aproveita das perfurações realizadas por T. spinipes para coletar o néctar, atuando nesse caso, como pilhador secundário. Também foi registrada a presença de beija-flores, como pilhadores de néctar. As visitas são intensas no horário das 10 às 13 h, por quase todo o período de floração, entretanto não visitam juntos as flores. Ocorre sempre um espaço de tempo entre a visita de Phaethornis sp. e do Clytolaema sp. É interessante registrar que no momento em que os beija-flores visitam uma inflorescência de H. coronarium não estão presentes outros visitantes. Se há inflorescências próximas sendo visitadas, os beija-flores não se aproximam. O Phaethornis sp. pode visitar em média 12 flores (N=10 visitas; 8-15), enquanto Clytolaema sp. visita em média oito flores (N=10 visitas; 5-10). Destacam-se como pilhadores de pólen pequenos coleópteros que estão presentes por quase toda a floração de H. coronarium. A visita desses besouros é muito demorada, até cerca de 10 minutos em cada flor, podendo permanecer pelo período do dia e início da noite. A abelha Trigona spinipes (figura 31), destaca-se como predadora de tecidos florais em H. coronarium. A presença dessa abelha é registrada por toda a floração. As visitas de T. spinipes iniciam-se por volta das 8 h, sempre em grupos, sendo freqüente observar-se a presença de quatro ou cinco indivíduos em uma inflorescência. Suas visitas são demoradas, permanecendo até 30 minutos em cada flor. Ao término da visita, quase todos os tubos florais encontram-se danificados. T. spinipes preda tanto os tubos florais de flores recém-abertas quanto os de flores de 24 horas. É muito comum a presença de dermápteros, dentro e entre as brácteas da inflorescência. Freqüentemente, ao se afastarem as brácteas, protetoras dos botões, aparecem eses pequenos insetos. Registrou-se até cinco desses insetos por bráctea. Formigas pequenas e grandes estão presentes também por todo o período de floração. Caminham pelas inflorescências, posicionando-se quase sempre na abertura das brácteas para sorver o néctar. Tabela 1. Visitantes florais de Hedychium coronarium Koen. nas áreas de estudo VISITANTES FLORAIS Insetos/Aves Xylocopa ordinaria Smith ▪ ● Centris sp. ▪ ● Apis mellifera L. ▪ ● Eufrisea sp. 1. ▪ ● Trigona spinipes Fabr. ▪ ● Hymenoptera (formigas) ▪ ● Díptera (moscas) ● Dermáptera (Lacrainhas) ▪ ● Coleóptera sp. 1 e sp. 2 ▪ Orthoptera sp. 1 ▪ Phaethornis sp. ● Clytolaema sp. ● ATUAÇÃO NA FLOR HORÁRIO DE VISITAÇÃO M/T M/T M/T M M/T M/T Ordem Diptera T Ordem Dermaptera M/T/N Ordem Coleoptera Pp (3) Pn (1) Pn (2) Pn (2) M/T/N Ordem Orthoptera M M/T M/T Bem pequenos (de 0,5 a 0,7 cm de comp.) Médio (3,0 cm de comp.) 12 cm* 10 cm* PORTE/TAMANHO Ordem Hymenoptera Pn (3) Pn (2) Pn (2) Pn (1) Pr (3) Pn (3) Pn (1) Grande (2,5 cm de comp.) Médio (1,9 cm de comp.) Médio (1,2 cm de comp.) Médio (1,5 cm de comp.) Pequeno (1,0 cm de comp.) Pequenas e Grandes (de 1,0 a 1,5 cm de comp.) Pequenas e médias (de 1,0 a 2,0 cm de comp.) Pequenas, médias e grandes (de 1,0 a 2,5 cm de comp.) Pro (3) Família Trochilidae (Beija-flores) Pn=Pilhador de néctar; Pp=Pilhador de pólen; Pr=Predador de tecidos florais; Pro=Proteção M=Manhã; T=Tarde; N=Noite. ª%K=Área do Entorno do Parque; Ï%F=Área Golf; *=tamanho aproximado Freqüência relativa dos visitantes: (1)=pouco freqüente (<10%); (2)=freqüente (>10% e <100%); (3)=muito freqüente (100%). Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) 25 4.2. Fenologia A floração de H. coronarium, em nível populacional, nas áreas de estudo, é do tipo anual e ocorre entre os meses de janeiro a abril. Das vinte plantas marcadas em cada área selecionada registrou-se que 10% iniciam a floração em fins de dezembro, 70% em janeiro/fevereiro e 15% em março/ abril, o que caracteriza uma assincronia interplantas com relação ao início da emissão de flores. O período de frutificação envolve os meses de março a maio (quadro 1). Quadro 1. Padrão fenológico de floração e frutificação de Hedychium coronarium Koen. nas áreas de estudo na cidade de Teresópolis (RJ) 2003 DEZEMBRO JANEIRO FEVEREIRO 2004 MARÇO ABRIL MAIO JUNHO ********************************* •••••••••••••••••••••••••••••• ppppppppppppppppp yyyyyyyyyy estação mais quente e chuvosa ***********=Emissão de botões florais; •••••=Floração; pppppp=Desenvolvimento de frutos; yyyyyy=Liberação de sementes. estação mais seca e fria 5. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES As flores de H. coronarium são brancas, zigomorfas, hermafroditas, odoríferas, com antese noturna e possuem néctar escondido. Todas essas características são pertinentes à síndrome de falenofilia, proposta por FAEGRI e PIJL (1971) e PROCTOR e YEO (1973). Segundo ENDRESS (1994), as flores de H. coronarium são altamente perfumadas e polinizadas por mariposas (“hawkmoths”). Cabe ressaltar, que não foi observado no período de estudo a presença de mariposas noturnas. No entanto, as flores de H. coronarium são muito visitadas por himenópteros (abelhas e formigas), dermápteros, dípteros, ortópteros e por pássaros (beija-flores), porém todos atuando como pilhadores de néctar, de pólen ou de tecidos florais. A pilhagem de néctar é um comportamento exibido com freqüência por muitas espécies de abelhas, pássaros e formigas, os quais visitam as flores de forma ilegítima, para obter o recurso floral, não ocorrendo contato entre os órgãos reprodutores da flor e o corpo dos visitantes (INOUYE, 1983). Nas flores de H. coronarium, a abelha X. ordinaria é o mais freqüente dos pilhadores de néctar, no decorrer de toda a floração, sendo por esta razão apontada como o principal pilhador de néctar nessa espécie. Em diferentes trabalhos de ecologia de polinização, espécies de Xylocopa são consideradas como os principais polinizadores e pilhadores de néctar de muitas espécies nas regiões tropicais (PIJL, 1954; GENTRY, 1974a,b; DEVALL, 1992). O registro de muitos dermápteros nas brácteas protetoras dos botões florais pode estar ligado ao fato de as brácteas servirem de proteção/abrigo, já que esses pequenos insetos são de hábito noturno e escondem-se durante o dia em rachaduras, fendas e sob a casca das árvores (BORROR e DELONG, 1969). Segundo PUGIALLI (1996) H. coronarium é atacada pelas lagartas de Caligo eurilochum-brasiliensis Felden e Xantophastis timais Cram., entretanto, durante todo o período de floração e de frutificação nas duas áreas de estudo não foi registrada predação por lagartas. O resultado positivo do experimento com vermelho neutro, realizado na flor de H. coronarium, indica a presença de osmóforos na base dos estaminódios, sinalizando ao Revista Brasileira de Horticultura Ornamental polinizador a entrada de acesso ao néctar. Essa região do estaminódio funciona como um guia de odor. Segundo VOGEL (1983) osmóforos são estruturas altamente especializadas para a secreção de odor e estão associadas a um tecido acumulador de óleos essenciais e grãos de amido. A hidrólise gradual desses últimos supriria a energia necessária para a evaporação dos óleos voláteis e a conseqüente secreção de aroma. Os experimentos de autopolinização manual realizados em H. coronarium revelam que a espécie é autoincompatível. A existência de um sistema de autoincompatibilidade já foi registrada para o gênero Hedychium (HOLTTUM, 1950 apud ENDRESS, 1994). O baixo sucesso reprodutivo de H. coronarium pode ser evidenciado pelo alto índice de óvulos não fecundados. A pouca quantidade de grãos de pólen detectados nos estigmas de flores em pós-antese pode ser um dos fatores limitantes na formação de frutos e sementes, conjuntamente com a intensa pilhagem de pólen. A proximidade dos órgãos reprodutores pode ocasionar também a deposição de grãos de pólen incompatíveis sobre o estigma durante as visitas. Cabe ressaltar, entretanto, que na espécie em estudo, os grãos de pólen durante a antese formam uma massa, e assim são transportados. Esse fato favoreceria o transporte dos grãos de pólen e conseqüentemente sua adesão ao estigma segundo VOGEL, 1984 apud ENDRESS, 1994. Hedychium coronarium tem floração do tipo anual assincrônica de acordo com NEWSTROM et al, 1994. Foi verificado, nas populações das duas áreas de estudo, crescimento clonal da espécie por rizomas. A existência de rizoma interligando as emissões aéreas de H. coronarium confere à espécie mecanismos de proteção contra a ação do homem e, conseqüentemente, garante a sua sobrevivência em áreas alteradas. Segundo GRIME (1979), espécies com predominância de reprodução vegetativa demonstram baixos índices de reprodução sexuada. H. coronarium na localidade de Ouro Preto (Minas Gerais) possui floração anual e também reprodução vegetativa a partir de um rizoma (SANTOS e PEDRALLI, v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 26 JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA 2003), o que segundo os autores permite mais facilmente a ocupação de novas áreas. O período de deiscência dos frutos é extremamente atrativo na espécie em estudo. Ocorre um grande contrate de cores, a cor do interior abóbora com suas sementes vermelhas, as quais são ainda recobertas por um arilo fimbriado de cor vermelha. Esse destaque visual do fruto de H. coronarium sugere dispersão por pássaros. O que é reforçado por FLEMING et al. (1993) quando relatam que semente pequena, vermelha, isenta de odor, de apêndices de proteção e ricas em lipídios e proteínas são dispersas por pássaros. Salienta-se a importância de H. coronarium na localidade estudada, como fonte de néctar e pólen para a fauna antófila na estação mais quente e chuvosa, dada à gama de visitantes presentes nas flores. Registra-se nas áreas estudadas grande interesse da comunidade local por H. coronarium uma vez que, constantemente, pessoas da região coletam folhas para chás ou infusões (observação pessoal). REFERÊNCIAS ALEXANDER, M.P. A versatile stain for pollen, fungi yeast and bacteria. Stain Technology, Beltimore, v.55, n.1, p.1318, 1980. ALMEIDA, G.L. Plantas medicinais brasileiras Conhecimentos populares e científicos. São Paulo: Ed. Hemus Ltda. 1993. p.231-232. BORROR, D.J.; DELONG, D.M. Introdução ao Estudo dos Insetos. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda. da Universidade de São Paulo. 1969. 653p. CORRÊA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: IBDF, 1984. v. 2, p. 674-675. DAHLGREN, R.M.T.; CLIFFORD, H.T.; YEO, P.F. 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Arrangement of the bracts shaping a cone; Figura 7. Término da floração (flores ressecadas e pendentes); Figure 7. End of the flowering (dry and pendent flowers); Figura 8. Início de formação de frutos; Figure 8. Initial development of fruits; Figuras 9 e 10. Estaminódios - unidade de atração, notar os guias de néctar e entrada do tubo floral; Figure 9 and 10. Staminodes - note its attractive role, the presence of nectar guides and the floral tube entrance; Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 28 JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA Figura 12. Disposição das áreas de doação e recepção de pólen; Figure 12. Arrangement of the surfaces of pollen presentation and pollen reception; Figura 11. Antera deiscente com exposição total dos grãos de pólen; Figure 11. Dehiscent anther; Figura 13. Estigma receptivo; Figure 13. Receptive stigma; Figura 14. Corte transversal do ovário trilocular, mostrado os ovúlos; Figure 14. Triloculate ovary in transverse section, showing the ovules; Figura 15. Glândula nectarífera 1=ovário ínfero; 2=óvulos; 3=estilete deslocado para o lado; 4=glândula). Figure 15. Nectary gland (1=ovary; 2=ovules; 3=style; 4=gland) Figuras 16 a 26. Estádios de abertura floral de Hedychium coronarium Koen. Figure 16 a 26. Hedychium coronarium Koen. Floral opening stages Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 Biologia floral de Hedychium coronarium Koen. (Zingiberaceae) 29 Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 30 JOÉDIA ARGOLLO DE SOUZA e MARIA CÉLIA RODRIGUES CORREIA 100 Inflorescências (% ) 80 60 40 20 0 0 1a 3 4a 6 7a9 População do Parque População do Golf 10 a 12 13 a 15 16 a 18 19 a 21 22 a 24 25 a 27 Frutos / inflorescência Figura 27. Produção de frutos de Hedychium coronarium Koen. resultantes de polinizações naturais, nas duas áreas de estudo. Figure 27. Hedychium coronarium Koen fruit set from natural pollinations in the two study sites in the Teresópolis, RJ Figura 28. Visita de Xylocopa ordinaria Smith; Figure 28, Xylocopa ordinaria Smith; Figura 29. Visita de Centris sp.; Figure 29. Centris sp.; Figura 30. Visita de Eufrisea sp. 1; Figure 30. Eufrisea sp. 1; AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Favízia Freitas de Oliveira, do Laboratório de Sistemática de Insetos (LASIS) da Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Figura 31. Predação por Trigona spinipes Frab., notar as marcas deixadas pela abelha (setas). Figure 31. Predatory activity of Trigona spinipes Frab. on the flowers. Universidade Estadual de Feira de Santana, pela identificação de uma das abelhas, chamada por nós de “abelha azul” - Eufrisea sp. 1 (Euglossinae). v. 13, n.1, p. 21-30, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 31 ARTIGO CIENTÍFICO Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense(1) PAULO JOSÉ DE MORAES (1), FERNANDO LUIZ FINGER(2), JOSÉ GERALDO BARBOSA(3) e PAULO ROBERTO CECON(3) RESUMO As flores de Epidendrum ibaguense foram altamente sensíveis à presença do etileno, com acentuada elevação da taxa de abscisão das flores quando pulverizadas com ethephon. A pulverização das flores com 10 mg L-1 de ethephon reduziu a vida de vaso de sete para cinco dias, e a pulverização com 100 e 1000 mg L-1 para três. O condicionamento das flores por 12 horas com 20% de sacarose, após a colheita, aumentou a vida de vaso em 46%, porém o condicionamento com 5, 10, 15 ou 20% de sacarose por 24 horas reduziu a vida de vaso. Não houve efeito da sacarose sobre a longevidade das flores no condicionamento das hastes por 6 horas. O tiosulfato de prata (STS), aplicado na forma de solução de condicionamento, prolongou linearmente a longevidade das flores no vaso, com máxima resposta para a concentração de 2,0 mM de STS por 30 minutos. As flores fumigadas com 1,0 g m-3 de EthylBloc®, por 6 horas, aumentaram a longevidade em vaso em cerca de 73% quando comparadas com as dos demais tratamentos, com vida de vaso estimada em 12,1 dias. Palavras-chave: abscisão, etileno, sacarose, STS, 1-MCP, vida de vaso. ABSTRACT Postharvest longevity of Epidendrum ibaguense orchid flowers Flowers of Epidendrum ibaguense had high sensitivity to ethylene exposure, showing accentuated increase on the rate of abscission when sprayed with ethephon solutions. Spraying the flowers with 10 mg L-1 ethephon reduced the vase life from 7 to 5 days, and 100 and 1000 mg L-1 ethephon reduced it to 3 days. Pulsing the flowers immediately after harvest with 20% sucrose for 12 hours improved the vase life by 46%, but when treating the flowers with 5, 10, 15 or 20% sucrose for 24 hours, a shortening of the longevity was observed. Longevity of flowers was not affected by pulsing with sucrose for 6 hours. Silver thiosulfate (STS) pulsing for 30 minutes linearly improved flower vase life, showing maximal efficiency at 2.0 mM STS. The greatest longevity was achieved by exposing the flower to 1.0 g m-3 EthylBloc® for 6 hours, improving the vase life by 73% when compared with the two other treatments, with an estimated vase life of 12.1 days. Key-words: abscission, ethylene, sucrose, STS, 1-MCP, vase life. 1. INTRODUÇÃO O evento da globalização ampliou o mercado e o comércio internacional de flores e plantas ornamentais. Porém, para a conquista dos mercados internacionais, há necessidade de introdução de novas formas exóticas de flores, melhoria na qualidade do produto e vida de vaso compatível com as exigências dos mercados. A expansão das exportações nos países em desenvolvimento implica na adoção de técnicas modernas de conservação póscolheita e participação dos países em acordos internacionais de comercialização (GOLETTI, 2003). Epidendrum ibaguense é uma planta terrestre ou rupícola, raramente epífita, pertencente à família das Orchidaceae, com crescimento cespitoso, mas com brotação em muitos pontos do caule. No Brasil, há (1) (1) registros da incidência desta espécie nos Estados de Minas Gerais, Roraima, Amapá, Pará, Amazonas e Rondônia. Fora do Brasil, ocorre na América Central e em todo o norte da América do Sul (SUTTLEWORTH et al., 1991). A inflorescência tem considerável potencial para ser utilizada como flor de corte, uma vez que sua floração ocorre praticamente o ano todo, e produz hastes com caule longo e inflorescência laranja-amarelada. Todavia, informações sobre o manejo pós-colheita dessa espécie, como flor de corte, são inexistentes na literatura. Os fatores que mais contribuem para a aceleração da senescência das flores são as altas taxas respiratórias, a produção e sensibilidade ao etileno, a bloqueio dos vasos xilemáticos, a transpiração e o reduzido suprimento de carboidratos, decorrentes da colheita (VAN ALTVORST e BOVY, 1995; WILLIAMSON e MILBURN, Artigo com base na tese de doutorado do primeiro autor sob orientação do segundo autor. Professor da UNIPAC, 36205-018, Barbacena (MG). (2) Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia, UFV, 36570-000, Viçosa (MG). (3) Professor Adjunto do Departamento de Informática, UFV, 36570-000, Viçosa (MG). Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 31-37, 2007 32 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON 1995). A extensão da vida pós-colheita das flores cortadas também depende do estádio de desenvolvimento da flor na colheita, e da temperatura, umidade e composição do ar no armazenamento (NOWAK e RUDNICKI, 1990). As flores de orquídeas, em sua maioria, têm elevadas produções de etileno e são sensíveis aos efeitos desse regulador de crescimento, como observado em flores do gênero Cattleya, Dendrobium e Phalaenopis (WOLTERING et al., 1994; O’NEILL, 1997), mas para as flores do gênero Epidendrum não há informações sobre o grau de sensibilidade e tipo de resposta ao etileno. A utilização de soluções preservativas na água de vaso ou na forma de condicionamento (pulsing) tem a função de preservar a qualidade das flores de corte, pela redução na velocidade da senescência, suprimento de carboidratos ou controle da contaminação microbiana (NOWAK e RUDNICKI, 1990). A maioria das soluções preservativas utilizadas em flores de corte contém carboidratos, germicidas, e inibidores da síntese ou da ação do etileno. Soluções de condicionamento ou de vaso, contendo sacarose ou tiosulfato de prata, são utilizadas para prolongar a longevidade de diversas flores de corte, incluindo orquídeas do gênero Phalaenopsis (PORAT et al., 1995), esporinha (FINGER et al, 2001), rosas (SON et al., 2003) e cravos (VERLINDEN e GARCIA., 2004). Recentemente, a indústria da floricultura tem buscado uma alternativa para o uso do tiosulfato de prata (STS), visto que o íon prata (Ag+1) é um metal pesado, e portanto um potencial poluente (CAMERON e REID, 2001). O 1-metilciclopropeno (1-MCP) é um composto eficiente e conveniente para bloquear os efeitos do etileno nas flores, frutos e hortaliças (BLANKENSHIP e DOLE, 2003). O tratamento de orquídeas Phaleanopsis com 1-MCP ou STS prolonga a longevidade das flores, bloqueando a ação do etileno induzido pela polinização (PORAT et al., 1994a), indicando a possibilidade do uso da sacarose, STS e 1MCP para aumentar a longevidade das flores de Epidendrum ibaguense. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a sensibilidade da flor de Epidendrum ibaguense ao etileno e a influência dos tratamentos com sacarose e inibidores da ação do etileno sobre a vida de vaso da espécie. 2. MATERIAL E MÉTODOS As plantas de E. ibaguense foram cultivadas no campo de produção do Setor de Floricultura da Universidade Federal de Viçosa (MG) e as hastes colhidas no período da manhã (8h) no estádio de desenvolvimento contendo o mínimo de 20 flores abertas no racemo, ou seja, no estádio de abertura 10 (figura 1) conforme o estabelecido por MORAES (2003). Após a colheita, as hastes foram colocadas em baldes contendo água destilada e levadas ao laboratório, onde foram padronizadas quanto ao comprimento em 30 cm. Em seguida, foram colocadas em frascos contendo água destilada e mantidas a 25ºC, luminosidade de 7-10 mol m1 -1 s e umidade relativa de 50-70%, para avaliação da senescência. Foi estabelecido como fim da longevidade racemos com mais que 50% de abscisão ou murcha das flores. A água dos frascos foi trocada a cada dois dias Revista Brasileira de Horticultura Ornamental para evitar o crescimento de microrganismos. O experimento foi desenvolvido em um delineamento inteiramente ao acaso, com dez repetições, tendo-se uma haste por repetição. Os dados foram interpretados utilizando-se análise de variância e as médias foram comparadas por meio do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O experimento foi repetido duas vezes. A sensibilidade das flores ao etileno foi avaliada pela queda e senescência das flores e das hastes colocadas em vaso com água destilada, realizada após a pulverização das inflorescências com 0; 0,1; 1; 10; 100 e 1000 mg L-1 de ethephon até o escorrimento do produto, na freqüência de 30 em 30 minutos, pelo período de duas horas. A água destilada dos vasos foi trocada a cada dois dias para evitar o crescimento de microrganismos. Flores colhidas no estádio de abertura 10 foram colocadas em baldes contendo água destilada, e levadas ao laboratório, padronizadas como descrito anteriormente e a base encurtada em 1 cm. Em seguida, as hastes foram tratadas por 6, 12 e 24 horas com solução de condicionamento (pulsing), nas concentrações de 0, 1, 5, 10, 15 e 20% de sacarose. Após os tratamentos, as flores foram mantidas em água destilada, nas mesmas condições do experimento anterior. Em outro experimento as hastes padronizadas tiveram a base das hastes imersas durante 30 minutos em solução de condicionamento com tiosulfato de prata (STS) nas concentrações de 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0 mM e o controle com água destilada. Em seguida, as flores foram mantidas em condições semelhantes ao experimento com sacarose. Flores colhidas e padronizadas, como nos experimentos anteriores, foram tratadas com 0; 0,5; 1,0 e 1,5 g m-3 de EthylBlocÒ (0,14% 1-MCP) por 6 horas, em câmaras herméticas de 35 L a 25oC. Em seguida, as flores foram colocadas em vasos contendo água destilada, nas condições dos experimentos anteriores. O experimento foi desenvolvido em um delineamento em blocos casualizados, com cinco repetições, tendo-se três hastes por unidade experimental. Os dados foram interpretados usando-se análise de variância e de regressão. O modelo foi escolhido com base no coeficiente de determinação, no desvio-padrão dos coeficientes de regressão e no fenômeno biológico. Cada experimento foi repetido duas vezes. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A resposta imediata das inflorescências de E. ibaguense à pulverização com ethephon foi o aumento da taxa diária de abscisão das flores (figura 2). Houve aumento acentuado da queda das flores com pulverizações entre 0,1 e 100 mg L-1 de ethephon, demonstrando que essa flor tem elevada sensibilidade ao etileno, mesmo nas concentrações mais baixas. As pulverizações com 100 e 1000 mg L-1 tiveram efeito semelhante em induzir a abscisão, provavelmente pela completa saturação dos sítios de ação do etileno ocorrida nas concentrações mais elevadas do regulador de crescimento (figura 2). Ao contrário das orquídeas dos gêneros Phalaenopsis (PORAT et al., 1994a), Cattleya (YAMANE et al., 2004) e Dendrobium (PORAT et al., 1994b), em que o etileno induz v. 13, n.1, p. 31-37, 2007v. 13, n.1, p. 31-37, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 33 o murchamento das pétalas, em Epidendrum o etileno estimulou, principalmente, a queda das flores que formam o racemo. O tratamento com ethephon em concentrações iguais ou superiores a 10 mg L-1, reduziu significativamente a longevidade das flores (tabela 1). Pulverizações com 10 mg L-1 de ethephon reduziram a longevidade das flores em 29%, quando comparadas às flores controle, e os tratamentos com 100 e 1000 mg L-1 de ethephon reduziram a vida de vaso das flores em 57% (tabela 1). As concentrações de 100 e 1000 mg L-1 ethephon foram saturantes, não havendo, nenhum efeito adicional sobre a redução da longevidade das flores, evidenciando que houve completa saturação dos sítios de ligação do etileno com 100 mg L-1 de ethephon. A acelerada senescência das flores, induzida pelas concentrações e 100 e 1000 mg L -1 de ethephon, pode estar associada à indução da produção autocatalítica de etileno que se acentua com o início da senescência das pétalas em orquídeas (PORAT et al., 1995). A resposta das flores ao condicionamento com sacarose foi influenciada pela concentração e pelo tempo de aplicação utilizado (figura 3). Independentemente da concentração de sacarose utilizada, a longevidade das flores tratadas por 6 horas foi de 5,6 dias, indicando que o tempo de condicionamento de 6 horas foi insuficiente para permitir que a sacarose pudesse alterar o balanço hídrico ou induzir uma resposta fisiológica pelos tecidos. Porém, nas flores tratadas por 12 horas houve elevação proporcional da longevidade com o condicionamento em 5, 10, 15 e 20% de sacarose (figura 3). O tratamento com 20% de sacarose, por 12 horas, aumentou em aproximadamente 46% a longevidade das flores, 7,3 dias, quando comparada a estimada para as flores controle com água destilada de 5,6 dias (figura 3). Em hastes de ave-doparaíso, Limonium e Lathyrus odoratus, o tratamento de condicionamento com sacarose estendeu a vida de vaso e estimulou a abertura das flores (FINGER et al., 1999; DÓI e REID, 1995; ICHIMURA e HIRAYA, 1999). Porém, em flores de Epidendrum o aumento na longevidade, induzido pelo condicionamento com sacarose, não foi acompanhado pela elevação na taxa de abertura das flores (dados não mostrados). O condicionamento das flores por 24 horas com 5, 10, 15 ou 20% de sacarose resultou em queda na longevidade estimada em 2,7, 1,6, 1,7 e 2,8 dias, respectivamente (figura 3). Efeitos negativos como esse também foram observados em folhas de Leucadendron, rosas e flores de zínia (JONES, 1995; MARKHART e HARPER, 1995; CARNEIRO et al., 2002). As elevadas concentrações de sacarose ou tempo demasiadamente longo de aplicação do tratamento de condicionamento podem causar a perda de turgor, dessecação e deterioração prematura de folhas e flores. Nas flores de E. ibaguense o tempo de condicionamento de 24 horas foi excessivamente longo, visto que houve redução da longevidade das flores em todas as concentrações de sacarose testadas em relação ao controle tratado com água destilada (figura 3). A utilização dos inibidores da ação do etileno, STS ou 1-MCP, resultou em maior longevidade às flores de E. ibaguense (figuras 4 e 5). O tratamento das flores com Revista Brasileira de Horticultura Ornamental STS por 30 minutos resultou em aumento na longevidade, proporcional à concentração utilizada entre 0,5 a 2,0 mM (figura 4). O condicionamento com 2,0 mM de STS proporcionou aumento da longevidade de 6,0 para 9,3 dias ou seja, aumento de 55% na vida de vaso em relação às flores não tratadas (figura 4). A fumigação das hastes de E. ibaguense com 1-MCP por 6 horas prolongou a longevidade das flores, com maiores ganhos para o tratamento com 1,0 g m-3 de EthylBlocÒ (figura 5). Nessa concentração, a vida de vaso foi aumentada em 73% em relação ao tratamento controle. O 1-MCP foi mais efetivo em aumentar a longevidade das flores que o condicionamento com STS (figuras 4 e 5). Embora o STS tenha alta mobilidade e persistência em inibir a ação do etileno nas plantas, este composto pode ser fitotóxico em concentrações de 2,0 mM, reduzindo sua eficiência em prolongar a vida de vaso (SEREK et al., 1998). 4. CONCLUSÃO 1. As flores da orquídea Epidendrum ibaguense têm elevada sensibilidade ao etileno, induzindo rápida abscisão das flores quando pulverizadas com ethephon. 2. O condicionamento das hastes com 20% de sacarose, por 12 horas, aumenta em 46% a vida de vaso das flores. 3. A fumigação das flores com 1-MCP ou condicionamento com solução de STS aumenta a vida de vaso. 4. O tratamento das flores com 1,0 g m-3 EthylBloc® , por 6 horas, eleva em 73% a vida de vaso. AGRADECIMENTOS Ao CNPq pela concessão de bolsas a Paulo José de Moraes, Fernando Luiz Finger e José Geraldo Barbosa. À FAPEMIG pelo auxílio financeiro da pesquisa. À Rohm and Haas Company, representada pelo senhor Walter Pereira, pela doação do EthylBloc®. 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Taxa diária de abscisão das flores de Epidendrum ibaguense tratadas com 0, 0,1, 1,0, 10, 100 e 1000 mg L-1 de ethephon. Figure 2. Daily rate of flower abscission of Epidendrum ibaguense treated with 0, 0.1, 1.0, 10, 100 and 1000 mg L-1 ethephon. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 31-37, 2007 36 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON 8 y = 0,114x + 5,0 R = 0,65 2 7 6 y = 5,6 Longevidade (dia 5 4 y = 0,022x - 0,534x + 4,806 2 2 3 R = 0,83 2 1 0 0 5 10 15 20 25 Sacarose (%) Figura 3. Longevidade das flores de Epidendrum ibaguense quando condicionadas com 0, 5, 10, 15 e 20% de sacarose por 6 ( ), 12 ( ) e 24 ( ) horas. Figure 3. Longevity of Epidendrum ibaguense flowers pulsed with 0, 5, 10, 15 and 20% sucrose for 6 ( ), 12 ( ) and 24 ( ) hours. 10 8 y = 1,6x + 6,0 6 R = 0,97 2 Longevidade (dia) 4 2 0 0 0,5 1 1,5 STS (mM) 2 2,5 Figura 4. Longevidade das flores de Epidendrum ibaguense quando condicionadas com 0, 0,5, 1,0, 1,5 e 2,0 mM de STS por 30 minutos. Figure 4. Longevity of Epidendrum ibaguense flowers pulsed with 0, 0.5, 1.0, 1.5 and 2.0 mM STS for 30 minutes. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 31-37, 2007v. 13, n.1, p. 31-37, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 37 14 12 10 Longevidade (dia y = -4,6x + 9,74x + 6,97 R = 0,93 2 2 8 6 4 2 0 0 0,5 1 EthylBloc (g m ) -3 1,5 2 Figura 5. Longevidade das flores de Epidendrum ibaguense quando tratadas com 0, 0,5, 1,0 and 1,5 g m-3 de EhtylBloc® (0,14% 1-MCP) por 6 horas. Figure 5. Longevity of Epidendrum ibaguense flowers treated with, 0.5, 1.0 e 1.5 g m-3 de EhtylBloc® (0.14% 1-MCP) for 6 hours. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 31-37, 2007 38 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON ARTIGO DE REVISÃO Atualização da nomenclatura de espécies do gênero Heliconia (Heliconiaceae) CARLOS EDUARDO FERREIRA DE CASTRO(1); ANDRÉ MAY(1) e CHARLESTON GONÇALVES(2) RESUMO As helicônias constituem um grupo de plantas cujo cultivo vem se intensificando devido ao crescente mercado. Porém, o uso incorreto da denominação para as espécies que vêm sendo cultivadas tem ocasionado alguns problemas ao produtor, como a decisão sobre adequadas técnicas de cultivo e manejo fitossanitário a serem adotadas, uma vez que o grupo é muito extenso e as exigências de nutrição mineral, espaçamento, condições de cultivo e ocorrência de pragas e doenças variam conforme a espécie considerada. Essa incorreção tem também ocasionado alguns entraves referentes às relações comerciais que envolvem a venda de mudas. Muitas vezes, seguindo nomenclaturas inadequadas ou nomes populares e/ou de variedades, o produtor rural pensa estar adquirindo mudas de determinada espécie, adaptada à sua região de cultivo e recebe um outro produto que poderá não ter uma produção satisfatória, ocorrendo prejuízos. O estudo baseou-se principalmente em informações obtidas em trabalhos originais publicados em periódicos nacionais e internacionais e livros sobre helicônias publicados entre 1880 e 2002 com descrições de espécies de helicônias. A interpretação dos dados compilados permitiu estipular 176 espécies de helicônias, de ocorrência na região neotropical e seis espécies nas Ilhas do Pacífico, perfazendo 182 espécies. O maior número de espécies e subespécies descritas tem ocorrência natural na Colômbia (94), seguindo em ordem decrescente Equador (60) Panamá (56), Costa Rica (47), Brasil (37), Peru (32), Venezuela (26), Nicarágua (22), Guatemala (16), Bolívia (15), Honduras e México (14) e Suriname (13). Das 182 espécies elencadas, 94 são registradas como endêmicas de determinada região, o que aponta uma grande fragilidade do gênero com relação à conservação de germoplasma. Face ao elevado grau de endemismo recomenda-se urgência no estabelecimento de um programa nacional/internacional que vise à coleta e manutenção de germoplasma de espécies do gênero. Palavras-chave: helicônias, espécies, endemismo, floricultura tropical, Zingiberales. ABSTRACT Nomenclature Review of Species of Heliconia Genus Heliconias are a group of plants whose cultivation for cut flowers has grown in importance. Different cultural requirements for different species make it essential that growers know what species they are buying and growing. Incorrect naming for the cultivated species poses a problem for growers who do not know what species they are buying and growing. The situation is also confusing when local and foreign names are used or translated into another language. That has also caused some trouble in trade relations with regard to the sale of plants, as rural growers, based on incorrect naming, and/or popular names for the varieties, frequently buy a certain species adapted to their region, but receive a different one, which may not give a satisfactory yield, thus leading to loss. Correct identification of the species is only a start as there are also interspecific hybrids that intergrade in characteristics, making assignment of a species epithet difficult. Our nomenclatural study was based mainly on information obtained from published articles on heliconias in national and international periodicals, as well as from books, published between 1900 and 2002, which described heliconia species. Analysis of the collected data allowed us to establish 176 species of heliconias occurring in the neotropical region, and 6 species on the Pacific Islands, totaling 182 known species. Nearly half of the species described are found in Colombia (94), and in decreasing order, as follows: Ecuador (60) Panama (56), Costa Rica (47), Brazil (37), Peru (32), Venezuela (26), Nicaragua (22), Guatemala (16), Bolivia (15), Honduras and México (14) and Suriname (13). Ninety-four of these 182 species are endemic to certain regions, what indicates the great fragility of the genus in preserving germplasm. On account of the high level of endemism, it is of pressing importance to define a national/ international program aimed at the collection and conservation of species germplasm under that genus. Key words: heliconia, species, endemism, tropical floriculture, Zingiberales 1. INTRODUÇÃO O cultivo de helicônias, plantas que constituem o gênero Heliconia (L.) L., tem tido expressivo crescimento nos últimos anos, consolidando um promissor mercado para o produtor nacional de flores e plantas ornamentais, com algumas espécies sendo cultivadas de forma intensiva para atender o mercado de flores de corte ou plantas para jardins. Originalmente incluído na família Musaceae, o gênero Heliconia, em função de suas características próprias de individualização, passou, segundo proposição de NAKAI (1941), a constituir a família Heliconiaceae como único representante, interpretação endossada por outros autores como CRONQUIST (1981) e TOMLINSON (1959, 1962). A primeira descrição botânica de espécies de Heliconia, conforme KRESS (1984), é de Plumier, em 1703. É uma descrição suscinta e genérica do gênero Bihai, denominação inicial do gênero Heliconia, e polinômios para três variações: Bihai amplissimis foliís, florum vasculis coccineis; Bihai amplissimis foliis, florum vasculis subnigris; e Bihai amplissimis foliis, florum vasculis variegatis Essas três variedades foram incluidas por Lineu, em 1763, em uma só espécie, Musa bihai, sendo (1 ) Institu to Agronômico – Centro de Horticultura /IAC/APTA (SP) – Caixa Postal 28 , 1 3.0 12-970 , Campinas (SP), e-mails: [email protected] e [email protected]. (2) Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Leste Paulista/DDD/APTA – Caixa Postal 1, 13.910-000, Monte Alegre do Sul (SP), e-mail: [email protected] Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 39 mantidas as diagnoses de Plumier. Posteriormente, em 1771, Lineu descreveu o gênero Heliconia designando como tipo a H. bihai caracterizada pelas brácteas vermelhas e flores amarelas. As helicônias podem ser resumidamente descritas, segundo CASTRO (1995), como plantas herbáceas rizomatosas, com folhas dísticas, grandes de até cinco metros de comprimento, simples, inteiras, com uma base envolvente formando um pseudocaule. A inflorescência é terminal, formada por numerosas espatas grandes, geralmente de cores fortes, dispostas disticamente ou espiraladas ao longo de um eixo central. As espatas encerram de duas até muitas flores. As flores perfeitas são marcadamente zigomorfas subtendidas por uma bráctea. O androceu é formado por cinco estames férteis e um estaminódio. O ovário contém um óvulo subbasal simples em cada lóculo. O fruto é do tipo baga com uma a três sementes não ariladas. O nome genérico mais antigo foi reconhecido por GRIGGS (1904) que transferiu todas as espécies conhecidas de Heliconia para o gênero Bihai Adanson. Contudo, no Congresso Internacional de Botânica, realizado em Viena em 1905, o gênero Heliconia foi reinstaurado como nomen conservandum {FARR et al., 1979). No final do século XIX foram feitas revisões e resumos do gênero, sendo listadas várias espécies, 43 por PETERSEN (1890) na Flora Brasiliensis e 25 por KUNTZE (1891). Na relação de Petersen, contudo, existem 14 sinonímias atualmente aceitas. A primeira classificação infragenérica do gênero é de BAKER (1893), que fez descrições e chaves para 29 espécies. A mais ampla descrição do gênero, no início do século passado foi a de GRIGGS (1915) que reconheceu 48 espécies neotropicais e continha uma classificação infragenérica. Nenhuma outra revisão do gênero foi então completamente feita. Durante os últimos 90 anos, muitas espécies têm sido descritas e vários tratamentos florísticos regionais têm ajudado a aumentar o conhecimento da variação e da diversidade de Heliconia. Tendo como base material de herbários e observações de campo, foram feitas revisões das espécies relacionadas com H. bihai - sect. Heliconia (ANDERSSON, 1981), das espécies dos subgêneros Taeniostrobus e Heliconia (ANDERSSON, 1992), das helicônias da América Central com inflorescências pendentes (KRESS 1984), das espécies do subgênero Stenochlamys (ANDERSSON, 1985a) e das espécies do subgênero Heliconiopsis (KRESS, 1990). Essas revisões têm resolvido muitos problemas taxonômicos e de nomenclatura desses grupos. Estudos sobre floras regionais são disponíveis para helicônias da Guatemala (STANDLEY e STEYERMARK, 1952); Costa Rica (STANDLEY, 1937, STILES, 1975, 1980, 1982, DANIELS e STILES, 1979); Panamá (WOODSON e SCHERY, 1945; KRESS 1981a, 1986, 1991), América Central (STANDLEY, 1927, SMITH, 1975); México (BAÉZ, 1987); Venezuela (RODRIGUEZ, 1954, ARISTEGUIETA, 1961); Peru (MACBRIDE, 1931, 1936, PLOWMAN et al. 1982); Nicarágua (SMITH, 1977, 1980); Colômbia (ABALO e MORALES, 1982, 1983ab, 1984; MORALES 1984); Equador (DIELS, 1937; DODSON e Revista Brasileira de Horticultura Ornamental GENTRY, 1978, ABALO e MORALES, 1985); Brasil (HUBER, 1906; BARREIROS, 1971, 1974, 1976, 1978, 1979, 1980, 1985, 1992; BURLE MARX, 1974; EMYGDIO, 1975, 1976, MELLO FILHO, 1975, MELLO FILHO e SANTOS, 1976, 1977, 1983, 1987) e SANTOS, 1978); e Ilhas do Pacífico (SMITH 1967, 1989; KRESS 1990), mas a maioria dos estudos está incompleto, embora tenha acrescentado à lista de helicônias muitas e novas espécies. Paralelamente, na década de 1980, foram feitas as revisões das diversas seções em que se subdividem o gênero Heliconia, promovendo-se então a aglutinação de muitas espécies descritas anteriormente e estabelecendo-se as sinonímias respectivas (ANDERSSON 1981, 1985ab). Entretanto KRESS (1989, 1990, 1997, 1999) contesta algumas das espécies e sinonímias reconhecidas por esse autor. Desse modo, o número de espécies consideradas para o gênero Heliconia é motivo de controvérsias entre diferentes autores. Existem 257 espécies registradas no Index Kewensis entre 1895 e 2000. Alguns autores aceitam cerca de 120 espécies (ANDERSSON, 1981, 1985ab, 1989), enquanto para outros o número de espécies está entre 150 e 250 (SANTOS 1978, ABALO e MORALES, 1982, 1983ab, ARISTEGUIETA 1961, KRESS, 1981, 1984, 1986, 1989, 1990 e WATSON e SMITH 1979), A definição do número de espécies ainda é difícil, pois rotineiramente novas espécies têm sido descritas, e outras, a cada revisão do gênero ou subgêneros, têm sido incluídas em sinonímias. Estas representam um número considerável, e também para as sinonímias existem controvérsias entre autores. Mantendo as três taxas de GRIGGS (1903), ANDERSSON (1981, 1985ab) subdividiram o gênero em quatro subgêneros: (1) Taeniostrobus (Kuntze) Griggs, um grupo com brácteas amplas; (2) Stenochlamys Baker, com brácteas estreitas; (3) Heliconia (Platychlamys Baker), no qual foram mantidas espécies de relações incertas; e (4) Pendulae Griggs, um grupo com inflorescências pendentes. As seções adicionalmente definidas dentro destas foram fundamentadas na consistência das estruturas vegetativas e forma do estaminódio e do estilo, em desacordo com os agrupamentos de KRESS (1984), especialmente de helicônias pendentes. A monografia de Kress de 1984 expressa a opinião de que heliconias pendentes não são necessariamente monofiléticas. KRESS (1990) assinalou as espécies das ilhas do Pacífico como no subgênero Heliconiopsis, um taxon também com precedência anterior. Face aos conhecimentos atuais, as diversas espécies de Heliconia podem então, ser subdivididas em cinco subgêneros. Para essa classificação a proposta mais recente é de KRESS et al. (1993), que considera o subgenêro Heliconia com as seções Heliconia, Episcopales, Tortex, Farinosae, Complanatae e Tenebria, o subgênero Taeniostrobus; o subgênero Stenochlamys com as seções Lanea, Stenochlamys, Proximochlamys, Lasia, Cannastrum e Zingiberastrum; e o subgênero Griggsia com as seções Griggsia. Barbatae, Arcuatae, Longae, Obscurae, Dromedarius, Sigmoideae, Rostratae, Pendulae, Retiformes e Contortex. A esses deve ser acrescentado o subgênero Heliconiopsis (KRESS, 1990) que inclui as espécies das ilhas do Oceano Pacífico. v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 40 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON A publicação “Heliconia, An Identification Guide”, de BERRY e KRESS (1991) não soluciona divergências taxonômicas, mas é uma referência conveniente para a identificação visual de muitas das espécies cultivadas, variedades botânicas e alguns cultivares tanto do Novo Mundo como do Pacífico Tropical. Nesse livro, as chaves de classificação foram substituídas por fotografias coloridas que facilitam a identificação. O uso de incorreta denominação para as espécies que vêm sendo cultivadas e o desconhecimento das sinonímias podem ocasionar problemas. Alguns destes correlatos à decisão do produtor sobre adequadas técnicas de cultivo e manejo fitossanitário a serem adotadas, uma vez que o grupo é muito extenso e as exigências de nutrição mineral, espaçamento, condições de cultivo e ocorrência de pragas e doenças variam conforme a espécie considerada. Também podem ocorrer alguns entraves nas relações comerciais que envolvem venda de mudas, pois, muitas vezes, guiando-se por nomenclaturas inadequadas ou nomes populares e/ou de variedades, o produtor rural pensa estar adquirindo mudas de determinada espécie adaptadas à sua região de cultivo e recebe uma outra espécie que poderá não oferecer uma produção típica da helicônia adquirida, ocasionando prejuízos. Outros problemas se referem ao contexto do conhecimento técnico-científico, uma vez que o uso de nomenclatura inadequada pode contribuir para disponibilização de informações incorretas e mesmo para perpetuação de erros. Tendo em vista a importância econômica que as helicônias vêm assumindo, foi objetivo deste trabalho, disponibilizar uma relação atualizada das espécies que compõem o gênero Heliconia. Para tanto foram relacionadas as espécies atualmente validadas como tal e elencadas as sinonímias estabelecidas para cada espécie, conforme a subdivisão vigente. Adicionalmente é indicada a região de ocorrência natural e as principais variedades existentes no comércio para cada espécie. já citadas e outros como BARREIROS (1972), ABALO e MORALES (1982, 1983a) e SANTOS (1978). As informações sobre variedades comerciais foram extraídas de livros, catálogos de produtores, boletins de sociedades e propagandas, bem como acionado o Registro de Variedades da Heliconia Society. Finalizada a fase de compilação de informações, as espécies foram listadas alfabeticamente, dentro de cada subgênero e seção, produzindo tabelas que indicam a espécie, a publicação que foi encontrada a descrição original da espécie, a sinonímia proposta, os locais de ocorrência natural e as variedades reconhecidas como tal. Adicionalmente, foram relacionadas espécies sobre as quais existem dúvidas de se caracterizarem como táxon válido, bem como os híbridos naturais já caracterizados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As consultas ao Index Kewensis, no período de 1995 a 2000, permitiram elencar 257 taxons de helicônias. Estes reavaliados com o apoio de outros trabalhos sobre espécies e revisões sobre o gênero propiciaram nova organização. Desse modo, nas tabelas 1 a 5 são estabelecidas, respeitando-se os subgêneros e seções respectivas de cada espécie, a relação de espécies aceitas, a referência da descrição original, a sinonímia relatada a cada uma, a região de ocorrência natural e as variedades comerciais. Na tabela 1, que se refere ao subgênero Taeniostrobus são incluídas quatro espécies, todas de ocorrência natural na América Central e sobre as quais não existem divergências de classificação pelos taxonomistas. O subgênero Heliconia, relacionado na tabela 2, compreende 45 espécies, distribuídas nas Seções Episcopales (1 espécie), Heliconia (10 espécies), Tortex (17 espécies), Tenebria (2 espécies), Farinosae (12 espécies) e Complanatae (3 espécies). As Seções Episcopales, Tenebria e Complanatae compreendem apenas espécies com distribuição sul-americana. Todas as espécies da Seção Complanatae são endêmicas de determinadas regiões, da Colômbia ou Equador. As demais Seções têm espécies com ampla distribuição pelo trópico americano com endemismo para duas espécies da Seção Heliconia, nove espécies em Tortex e oito em Farinosae. Na Seção Farinosae estão reunidas algumas das principais espécies de ocorrência natural do Brasil, as H. farinosae, H. sampaioana, H. velloziana e H. kautzikiana, sendo as três primeiras muitas vezes encontradas no comércio, nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Nesse subgênero são encontradas várias divergências entre os taxonomistas com relação à aceitação como espécie ou como sinonímia. ANDERSSON (1981) coloca a H. aurea como sinonímia de H. bihai, o que não é aceito por KRESS (1984), KRESS (1997) e KRESS et al. (1999). ANDERSSON (1981) justifica que a H. aurea descrita por RODRIGUES (1954) é apenas uma forma mais vigorosa de H. bihai, com maior altura, camada cerosa nos pecíolos e coloração diversa das brácteas, características que considera v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 2. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi iniciado com a compilação de informações sobre Heliconia registradas no Index Kewensis, período 1895-2000, resultando em uma listagem de todas as espécies arroladas na publicação. Posteriormente, conforme as citações desta publicação, reuniram-se os trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais e livros sobre helicônias publicados entre 1870 e 2002 com as descrições originais das espécies do gênero. Desses trabalhos foram extraídaos a descrição das espécies, a sinonímia relatada e os locais onde os autores efetuaram coletas, permitindo assim a identificação de regiões de ocorrência natural. Foram também obtidas informações sobre os subgêneros e seções em que se distribuem as espécies de helicônias, utilizando como fonte as revisões de ANDERSSON (1981, 1985ab, 1992) e os trabalhos de KRESS (1984, 1990) e KRESS et al. (1993). As sinonímias foram compiladas de vários artigos, mas principalmente das revisões dos subgêneros Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 41 insignificantes para a separação de espécies. KRESS (1984), KRESS (1997) e KRESS et al. (1999), entretanto, sustentam que outras características como a posição da raque levemente flexionada e a ausência de sépalas hirsutas em H. aurea, bem como as informações de ARISTEGUIETA (1961) dessa espécie ter brácteas com maior dimensão e forma dista, são suficientes para separálas. Também existem divergências entre as H. bourgaeana e H. champneiana uma vez que ANDERSSON (1981) considera H. champneiana como sinonímia da primeira. KRESS (1991), entretanto, as consideram espécies distintas. A H. bourgaeana, segundo ANDERSSON (1981) tem como características as brácteas profundamente cimbiformes, de coloração amarelo-intensa na base, algumas vezes tingidas de vermelho mas não com variegação zonal, por suas sépalas densamente vilosas ventralmente e pela forma do estaminódio, acentuadamente convexo, quase retangular e com ápice longo-caudado. Já a H. champneiana, conforme descrição original em GRIGGS (1903), tem brácteas uniformes na forma e tamanho, largamente ovada e de coloração amarela ou alaranjada brilhantes e com pontuações vermelhas ou vermelho-escuras distribuídas por toda a bráctea, mas principalmente concentradas na base. Face a essas diferenças opta-se por considerá-lás espécies distintas. Existem dúvidas sobre H. farinosa, H. sampaioana e H. velloziana. ANDERSSON (1992) as reduz a sinonímias, prevalecendo como espécie a H. farinosa, caracterizada por brácteas conspicuamente curvadas no ápice, flores semi-expostas na antese, perianto fortemente angular, proximal parabólico e torcido na maturidade e estaminódio semelhante a uma escama sem ápice bem definido. Segundo esse autor, na sua região de ocorrência natural, no sudeste do Brasil, a espécie é bastante homogênea correspondendo a H. velloziana, que só se diferencia por ser mais vigorosa com folhas e inflorescências de maior tamanho, uma camada cerosa na face inferior das folhas e inflorescências mais ou menos glabras. Também tem muitos morfotipos, alguns com cinco a oito brácteas e um ângulo agudo de aproximadamente trinta e cinco graus de inserção com o eixo da inflorescência. Outros têm lâminas foliares com camada cerosa na face inferior e inflorescências com pilosidade. O autor também comenta que a H. farinosa é, no senso estrito definido por EMYGDIO (1976) e SANTOS (1978), caracterizada por pequena estatura, lâminas foliares com camada cerosa e inflorescências glabras, enquanto que a H. sampaiona compreende plantas maiores, com lâminas foliares com camada cerosa e inflorescências pilosas. Face a essas descrições e mesmo reconhecendo ter tido acesso a pouco material herbarizado proveniente de populações naturais, ANDERSSON (1992) as considera como sinonímias. Outros autores como CRILEY e BROSCHAT (1992) e KRESS (1992) não fazem essa distinção. Recorrendo ao trabalho de SANTOS (1978) observa-se a existência de muitas características diferentes entre elas principalmente no formato das folhas, pilosidade, tamanho de inflorescência, tamanho e pilosidade de pedúnculo, número e pilosidade de brácteas Revista Brasileira de Horticultura Ornamental por inflorescência, bráctea inferior foliosa ou não, cor, forma, comprimento e pilosidade de bractéolas, forma de estaminódio, cor e pilosidade de ovário e forma e dimensões do pólen. Desse modo, opta-se por mantê-las individualizadas como espécies. Outras espécies, que suscitam divergências são as H. wagneriana e H. lennartiana. ANDERSSON (1992), com algumas dúvidas, incluiu a H. lennartiana como sinonímia de H. wagneriana, sugerindo ser a primeira um morfotipo da segunda ocorrente em altitudes mais elevadas. Mas assinala ter analisado uma amostra muito pequena e pouco representativa de H. lennartiana, mas da qual pode presumir, que esta, de fato, possa merecer um tatamento específico. Para KRESS (1986) a H. lennartiana é muito próxima de H. wagneriana, mas desta difere pela forma das inflorescências, pêlos nas sépalas ventrais, cor e forma do perianto na antese, forma e ponto de inserção do estaminódio no tubo da corola e número de flores nas brácteas cincinais. Como semelhança entre espécies indica o ápice do perianto de coloração verdeescura. Opta-se, portanto, pelas diferenças estabelecidas e própria incerteza de ANDERSSON (1992) em reconhecêla como espécie válida. Existem ainda divergências com relação as H. lindsayana e H. sarapiquensis, espécies incluídas na Seção Tortex. A H. lindsayana, segundo KRESS (1986) compartilha muitas características com a H. sarapiquensis, mas dela difere por brácteas cincinais rosadas, pecíolos de coloração vinho opaco e lâminas foliares de cor verdebrilhante na superfície superior e glauca na face inferior próximo as nervuras e com uma distinta nervura central de cor branca. ANDERSSON (1992), por outro lado, considera que cor e cerosidade das lâminas foliares não são caracteres suficientes para a distinção de espécies, decidindo por colocar H. lindsayana como sinônimo de H. sarapiquenses. Contudo, assinala que não teve acesso a material suficiente de H. lindsayana para um melhor julgamento. Desse modo, face à inexistência de comprovações mais apuradas, decide-se, neste trabalho, em mantê-las como espécies diferentes. O subgênero Stenochlamys compreende 47 espécies, distribuídas nas Seções Lanea (18 espécies), Stenochlamys (6 espécies), Proximochlamys (1 espécie), Lasia (5 espécies), Cannastrum (9 espécies) e Zingiberastrum (8 espécies), conforme tabela 3. As Seções Proximochlamys e Lasia compreendem apenas espécies com distribuição sul-americana. Em Lasia observa-se uma espécie endêmica da Colômbia As demais Seções têm espécies com ampla distribuição pelo trópico americano com endemismo para nove espécies da Seção Lanea, sendo oito sul-americanas e uma centro-americana, uma espécie e uma subespécie, ambas sul-americanas espécies em Stenochlamys, quatro espécies sul-americanas em Cannastrum e uma espécie centro-americana em Zingiberastrum. Nesse subgênero, as principais divergências de nomenclatura são encontradas nas Seções Lanea, com relação a H. meridensis e H. mincana e na Seção Cannastrum entre H. mettalica e H. osaensis var. rubescens. A H. meridensis é caracterizada por ANDERSSON (1985a) por flores amarelas retas ou quase retas, pequeno v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 42 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON estaminódio em forma de gancho e indumento flocoso de coloração marrom na raque e nas brácteas. Comparando essa espécie com a H. mincana a partir das descrições de ambas, o autor observou a existência de muitos caracteres de diagnose iguais, como a inflorescência espiralada pubescente, inflorescências amarelas de 45 a 50 cm de comprimento e pequeno estaminódio. CRILEY e BROSCHAT (1992) e KRESS et al. (1999), entretanto as considera espécies distintas, validando o estabelecido por ABALO e MORALES (1983a). Na outra divergência encontrada, a H. osaensis var. rubescens foi considerada nova variedade botânica por STILES (1980) em um acréscimo aos estudos de DANIELS e STILES (1979) sobre as helicônias da Costa Rica. O autor caracterizou a variedade por flores vermelhas a vermelhoescuras com nuances de alaranjado, pubescência de cor marrom na inflorescência, ovário jovem rosado claro com ápice negro e lâminas foliares verde-escuras em contraste à nervura central de coloração mais clara. ANDERSSON (1985a), entretanto, a coloca como sinonímia de H. mettalica, porém, sem, estabelecer suas similaridades. Em sua revisão caracteriza a H. mettalica por seu rico indumento flocoso nas bainhas foliares, inflorescências com perianto vermelho e estaminódio pequeno. Desse modo, em não havendo maiores comprovações de similaridade opta-se em mantê-las como espécies distintas. Ainda nesse subgênero, uma espécie que tem suscitado dúvidas e tratamentos diversos é a H. angusta, espécie endêmica da região sudeste do Brasil, com inúmeras formas descritas e sinonímias elencadas. A revisão de ANDERSSON (1985) estabelece, entretanto, a H. angusta, como um complexo polimórfico, em que as variações entre as espécies descritas como tal, por MELLO FILHO e SANTOS (1976), SANTOS (1978) e BARREIROS (1969) apresentam poucas diferenças de cor de espatas, pedicelo e ovário, com relação à espécie tipo. Devem, por ta nto, ser ma nt ida s a s sin oní mi as recomendadas. O subgênero Heliconiopsis, conforme tabela 4, compreende apenas seis espécies todas originárias de Ilhas do Pacífico como lhas Molucas, Ilhas Salomão, PapuaNova Guiné, Indonésia, Nova Caledônia, Samoa, Vanatu e Sulawesi e com certo grau de endemismo. Entre as espécies que compõem o subgênero não existem controvérsias taxonômicas, apesar de grande número de sinonímias para a H. indica e suas variedades botânicas. O subgênero Griggsia, conforme a compilação na tabela 5, é o maior em número de espécies, 80 no total, todas com inflorescências pendentes e distribuídas nas Seções Griggsia (5 espécies), Barbatae (12 espécies), Longae (5 espécies), Pendulae (9 espécies), Rostratae (6 espécies), Sigmoideae (17 espécies), Obscurae (14 espécies), Contortex (2 espécies), Arcutae (2 espécies), Dromedarius (4 espécies) e Retiformes (4 espécies). As Seções Griggsia, Obscurae, Dromedarius e Retiformes compreendem apenas espécies com distribuição sulamericana. Em Griggsia observa-se endemismo em quatro espécies, duas colombianas e duas equatorianas. Onze espécies são endêmicas em Obscurae, as quatro em Dromedaruis, todas da Colômbia e três espécies em Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Retiformes As demais Seções têm espécies com ampla distribuição pelo trópico americano com endemismo para sete espécies e uma subespécie da Seção Barbatae, duas espécies, ambas equatorianas em Longae, quatro espécies sul-americanas em Pendulae e doze espécies em Sigmoideae. ANDERSSON (1985b) relata que KRESS (1984) aplicou o nome H. curtispatha a um outro taxon, que é reconhecido como H. longa. A sinonímia elencada, portanto, não deve ser considerada. Na revisão efetuada, foram encontradas descrições de outras onze espécies, que não apareceram em trabalhos de floras regionais, revisões sobre o gênero e não são consideradas como sinonímias por nenhum autor. Essas espécies estão relacionadas na tabela 6 e, são consideradas neste trabalho como duvidosas. Também, conforme tabela 7, puderam ser atualmente identificados 23 híbridos naturais de helicônia. Alguns híbridos reúnem muitas das principais variedades comercializadas no mundo. O híbrido H. episcopalis X rostrata referido por ANDERSSON (1985b) é reconhecido como a espécie H. flabellata, por ABALO e MORALES (1983a), denominação sustentada por CRILEY e BROSCHAT (1992) e KRESS et al. (1999). Outro híbrito citado por ANDERSSON (1992) a H. latispatha X spathocircinata é descrito por ABALO e MORALES (1985) como H. antioquiensis e aceita como tal. 4. CONCLUSÕES A interpretação das informações obtidas permite estipular 176 espécies de helicônias, de ocorrência na região neotropical e seis espécies nas Ilhas do Pacífico, perfazendo 182 espécies válidas, distribuídas em 5 subgêneros e 23 seções. O maior número de espécies e subespécies descritas tem ocorrência na Colômbia (94), seguindo-se em ordem decrescente Equador (60) Panamá (56), Costa Rica (47), Brasil (37), Peru (32), Venezuela (26), Nicarágua (22), Guatemala (16), Bolívia (15), Honduras e México (14) e Suriname (13). O grande número de espécies na América do Sul confirma a região como um dos centros de diversificação do gênero. Das 182 espécies elencadas, 94 são apontadas como endêmicas de determinada região, o que mostra uma grande fragilidade do gênero com relação à conservação de germoplasma. O maior grau de endemismo ocorre na Colômbia com 36 espécies. Seguem-se Equador (21), Panamá (13), Costa Rica (8), Brasil (6), Peru (5), México (3) e Guatemala, Ilhas Salomão, Samoa, Fiji e Venezuela, cada um com uma espécie endêmica. Recomenda-se, portanto, a implantação de uma política pública no Brasil, visando à implantação e manutenção de banco de germoplasma de helicônias, coordenada pelas agências de fomento à pesquisa e apoiadas por Ministérios, cujo raio de ação sejam convergentes para o desenvolvimento socioeconômico, a ciência e tecnologia e a preservação ambiental. Essa política pública deve ser apoiada em parcerias internacionais para ampliar as possibilidades de intercâmbios. v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 43 Caso, no futuro as espécies relacionadas como duvidosas sejam validadas, o número de espécies aceitas no gênero Heliconia poderá ser de 193. REFERÊNCIAS ABALO, J. E.; MORALES, L. G. Diez 10) heliconias nuevas de Colômbia. Phytologia, Huntsville, v.54, n.6, p. 411-433, 1983b. ABALO, J. E. ; MORALES, L. G. Doce (12) heliconias nuevas del Ecuador. Phytologia, Huntsville, v. 52, n.6, p. 387-433, 1983a. ABALO, J. E. ; MORALES, L. G. 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Espécies, sinonímia, ocorrência natural e variedades/cultivares de helicônias do subgênero Taeniostrobus (Kuntze) Griggs Espécie H. atropurpurea Daniels e Stiles H. bella Kress H. imbricata (Kuntze) Baker Referência da descrição DANIELS e STILES (1979) KRESS (1986) Baker, 1893, citado por ANDERSSON (1992) Winkler, 1930, citado por ANDERSSON (1992) Bihaia imbricata Kuntze; Bihai densa Griggs – H. densa (Griggs) L. B. Smith Bihai reticulata Griggs; H. marmoliana Dodson e Gentry Sinonímia Ocorrência natural Costa Rica, Panamá Panamá (endêmica) Colômbia, Costa Rica, Panamá Cultivares comerciais Stupendous H. reticulata (Griggs) Winkl. Panamá, Costa Rica, Colômbia, Equador Tabela 2. Espécies, sinonímia, ocorrência natural e variedades/cultivares de helicônias do subgênero Heliconia Espécie Referência da descrição Sinonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais Secção Episcopales (Griggs) L. Anderss. Heliconia episcopalis Vell. Vellozo, 1825, citado por ANDERSSON (1992) Bihai episcopalis (Vell.) Griggs; H. thyrsoidea Martius ex Petersen; H. ferdinando-coburgii Szyszylowicz – Bihai ferdinando-coburgii (szyszyl.) Kuntze; H. biflora Eichler ex Petersen Colômbia, Brasil, Peru, Venezuela, Equador, Suriname, Bolívia Spear; Red Orange Spear; Yellow Spear Secção . Heliconia L. Anderss. Heliconia aurea Rodriguez Heliconia bihai L. RODRIGUEZ (1954) Lineu, 1771 citado por ANDERSSON (1981) Musa bihai L. – Bihai bihai (L.) Griggs; H. humilis Jac.; H. distans Griggs – Bihai distans (Griggs) Griggs; H. purpurea Griggs – Bihai purpúrea (Griggs) Griggs; Heliconia rutila Griggs – Bihai rutila (Griggs) Griggs; H. schaeferiana Rodriguez; * H. aurea Rodriguez; H. jacquinii Lane ex Barreiros; H. caribaea auct. non Lam. H. bihai var. adeliana Venezuela, Colômbia, Guiana Jamaica, Haiti, República Dominicana, Guadalupe, Dominica, Martinica, St. Vincent, Trinidade, Colômbia, Venezuela, Brasil, Guiana Francesa Aurea Sunrise Arawak; Balisier; Banana Split; Chocolate Dancer; Emerald Forest; Five A. M.; Giant Lobster Claw; Guapa; Hatchet; Halloween; Jaded Forest; Kamehameha; Kuma Negro; Lobster Claw One; Lobster Claw Two; Nappi; Nappi Yellow; New Yellow Dancer; Peachy Pink; Purple Throat; Schaefer´s Bihai; Yellow Dancer; Dwarf Áurea; Trinidad Balisier; Kaneiku; St. Vincent Yellow; St. Lucia Green; Schneana; Dwarf Grenada; Baby Bihai; Baby Arawak; Enchanted Forest; Yellow Forest; Kaneiku Negro; Tobago Yellow; Pont Casse; Lobster Claww Three Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 46 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 2. continuação Espécie Heliconia bourgaeana Petersen Referência da descrição Petersen, 1890, citado por ANDERSSON (1981) Sinonímia Bihai bourgaeana (Peters.) Kuntze; * H. champneiana Griggs – Bihai champneiana (Griggs) Griggs; H. barqueta Loes – Bihai barqueta (Loes.) Griggs) H. conferta Petersen – Bihai conferta (Peters.) Kuntze; H. borinquena Griggs – Bihai borinquena (Griggs) Griggs; Bihai borinquena (Griggs) Griggs var. coccínea Griggs e Harris; H. bihai auct. non L. Ocorrência natural México, Guatemala, Honduras Cultivares comerciais Heliconia caribaea Lam. Lamarck, 1785, citado por ANDERSSON (1981) Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana; Antilhas, Guadalupe, Martinica, St. Vincent México, Guatemala, Honduras, El Salvador Panamá (endêmica) Colômbia, Equador, Peru Barbados Flat; Black Magic; Chartreuse; Cream; Flash; Gold; Purpúrea; Kavauchi; Richmond Red; Yellow Sun; Green Jade; Rostanom; Prince of Darkness; Narcissus; St. Lucia Maya Blood; Maya Gold; Maya Sunrise; Splash; Honduras H. champneiana Griggs GRIGGS (1903) Heliconia lennartiana Kress Heliconia orthotricha Andersson KRESS (1986) ANDERSSON (1981) Edge of Nite; She; Butterfield; Eden Pink; Hot Pink; Imperial; Jungle Girl; Lehua; Lemon; Macas Pink; Orange Crush; Palest Pink; Ruby Red; Tricolor; Velvet; Yellow Base Heliconia rodriguensis Arist. Heliconia stricta Huber ARISTEGUIETA (1961) HUBER (1906) Bihai stricta (Huber) Griggs; H. humilis auct. non Jacq. H. tricolor Abalo e Morales Venezuela (endêmica) Colômbia, Venezuela, Suriname, Equador, Peru, Bolívia, Brasil Bob Wilson; Bucky; Burning Desire; Canary Yellow; Carli´s Sharonii, Castanza; Cochabamba; Cooper´s Sharonii; Dark Desire; Dimples; Dorado Gold; Dwarf Jamaican; Dwarf Wag; Elsie; Fire Bird; Iris; Las Cruces; Lee Moore; Royal; Olivera´s Sharonii; Orange; Oriole Orange; Pascuita; Petite; Royal Tagami; Slash and Burn; Swish; Tagami; Jamaica Turbo Heliconia wagneriana Petersen Petersen, 1890, citado por ANDERSSON (1981) Bihai wagneriana (Peters.) Kuntze; H. elongata Griggs – Bihai elongata (Griggs) Griggs * H. lennartiana Kress Guatemala, Belize, Honduras, Costa Rica, Panamá, Nicaragua, Colômbia Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 47 Tabela 2. continuação Espécie Referência da descrição Sinonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais Secção Tortex L. Anderss. H. albicosta (Daniels & Stiles) L. Andersson ANDERSSON (1992) H. irrasa (ssp. undulata) var. albicosta Daniels & Stiles Costa Rica (endêmica) ABALO & MORALES Heliconia (1985) antioquiensis Abalo & Morales ANDERSSON (1992) sugere ser um híbrido entre H. latispatha e H. spathocircinata Heliconia beckneri R. R. Smith Heliconia cucullata Kress & Andersson Heliconia faunorum Kress & Andersson Heliconia irrasa R.R. Smith Heliconia latispatha Benth. SMITH (1975) Colômbia (endêmica) Costa Rica, Panamá Hall Red; Yellow Gyre KRESS (1989) Panamá (endêmica) KRESS (1989) Panamá (endêmica) SMITH (1975) Bentham, 1844, citado por ANDERSSON (1992) H. irrasa (ssp. irrasa) var. glabra Daniels & Stiles Bihai latispatha Benth.; H. aequatoriensis Loes. Costa Rica, Panamá, Jamaica, México, Brasil, Belize, Panamá, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Equador, Colômbia, Venezuela Panamá (endêmica) Panamá (endêmica) Distans, Red; Yellow Gyro; Orange Gyro; Burnt Gold; Fat Lat; Mexican Gold Heliconia lindsayana Kress Heliconia lutea Kress Heliconia monteverdensis Daniels & Stiles Heliconia monteverdensis Daniels & Stiles var. vulcanicola (Stiles) Kress H. nubigena L. Andersson Heliconia sarapiquensis Daniels & Stiles Heliconia spathocircinata Aristeg. KRESS (1986) KRESS (1986) DANIELS & STILES (1979) H. vulcanicola Stiles Heliconia monteverdensis Daniels & Stiles var. vulcanicola (Stiles) H. vulcanicola Stiles Costa Rica (endêmica) KRESS (1989) Costa Rica ANDERSSON (1992) DANIELS & STILES (1979) * H. lindsayana Kress Costa Rica, Panamá Panamá, Costa Rica ARISTEGUIETA (1961) H. spatho-circinada Aristeguieta; H. linneana Lane ex Barreiros; H. linneana var. flava Barreiros; H. paraensis Huber ex Santos; H. rollinsii Lane ex Santos Tobago, Trinidade, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Brasil, Equador, Peru, Bolivia Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 48 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 2. continuação Espécie Heliconia thomasiana Kress Heliconia tortuosa Griggs Referência da descrição KRESS (1986) GRIGGS (1903) Bihai tortuosa (Griggs) Griggs Sinonímia Ocorrência natural Panamá (endêmica) México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá Costa Rica (endêmica) H. irrasa (ssp. undulata) var. undulata Daniels & Stiles Costa Rica (endêmica) Red Twist; Yellow Twist Cultivares comerciais Heliconia umbrophila Daniels & Stiles Heliconia undulata (Daniels & Stiles) L. Andersson DANIELS & STILES (1979) ANDERSSO N (1992) Secção Tenebria L. Anderss. Heliconia lourteigiae Emygdio & Santos Heliconia tenebrosa Macbrid. MELLO FILHO & SANTOS (1977) MACBRIDE (1931) H. lourtegii Emygdio & Santos Venezuela, Peru, Colômbia, Brasil, Suriname, Guiana Francesa Brasil, Peru Secção Farinosae W. J. Kress Heliconia barryana Kress Heliconia clinophila R.R. Smith Heliconia darienensis Andersson Heliconia farinosa Raddi KRESS (1986) SMITH (1975) ANDERSSO N (1992) Raddi, 1820, citado por ANDERSSO N (1992) H. braziliensis Hooker – Bihai braziliensis (Hook.) Kuntze; H. pulverulenta Lindley – Bihai pulverulenta (Lindl.) Kuntze – Bihai pulverulenta var. pulverulenta (Lindl.) Griggs; H. dealbata Loddiges ex Baker; H. farinosa var. efarinosa Barreiros; H. farinosa (var. efarinosa) f. constricta Barreiros; H. farinosa (var. efarinosa) f. magna Barreiros; H. farinosa (var. efarinosa) f. angusta Barreiros; H. farinosa (var. efarinosa) f. versatilis Barreiros; * H. velloziana Emygdio; * H. sampaioana Emygdio; H. farinosa f. hirsuta Lane ex Emygdio – pro sin. H. sampaioana – é entretanto H. spathocircinata; H. farinosa f. laxa Barreiros; H. bihai auct. non L. Panamá (endêmica) Costa (endêmica) Rica Panamá (endêmica) Brasil (endêmica) Rio Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 49 Tabela 2. conclusão Espécie Heliconia ignescens Daniels & Stiles Heliconia kautzhiana Emygdio & Santos Heliconia lankesteri Standley Referência da descrição DANIELS & STILES (1979) MELLO FILHO & SANTOS (1987) Standley, 1927, citado por ANDERSSON (1992) GRIGGS (1903) H. lankesteri var. rubra Daniels & Stiles Sinonímia H. gracilis Daniels & Stiles Ocorrência natural Costa Rica, Panamá Cultivares comerciais Gil Daniels, John Hall Brasil (endêmica) Costa Rica, Panamá Heliconia librata Griggs Heliconia rivularis Emygdio & Santos Heliconia rodriguezii Stiles Heliconia sampaioana Melo Filho Heliconia velloziana Emygdio México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua Brasil (endêmica) Costa Rica (endêmica) Brasil (endêmica) Brasil (endêmica) Brazilian Firefly MELLO FILHO & SANTOS (1977) STILES (1982) MELLO FILHO & SANTOS (1976) MELLO FILHO (1975) Secção Complanatae W. J. Kress H. atratensis Abalo & Morales Heliconia brenneri Abalo & Morales Heliconia foreroi Abalo & Morales ABALO & MORALES (1982) ABALO & MORALES (1983a) ABALO & MORALES (1991) Colômbia (endêmica) Equador (endêmica) Colômbia (endêmica) * espécies onde exitem divergências entre taxonomistas Tabela 3. Espécies, sinonímia, ocorrência natural e variedades/cultivares de helicônias do subgênero Stenochlamys Baker Espécie Secção Lanea L. Anderss. Heliconia. adflexa (Griggs) Standl. Heliconia aemygdiana B. Marx;Heliconia aemygdiana B. Marx subsp. aemygdiana;Heliconia aemygdiana B. Marx subsp. transandina Heliconia burleana Abalo & Morales Heliconia fugax Andersson Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Referência da descrição S inonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais STANDLEY (1927) BURLE MARX (1974);ANDERS SON (1985b) Bihai adflexa Griggs. Honduras, Guatemala, México Colômbia, Brasil, Peru, Equador, Bolívia, Venezuela Enchanted Forest; Purple Peru H. dasyantha Kock & Buché var. rosea Loes.;H.aemygdiana B. Marx;H. zygolopha Lane ex Santos;H. emygdiana B. Marx ABALO & MORALES (1983a) ANDERSSON (1985a) Colômbia, Equador Peru (endêmica) v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 50 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 3. continuação Espécie Heliconia gaiboriana Abalo & Morales Heliconia gilbertiana Abalo & Morales Heliconia gloriosa Abalo & Morales Heliconia impudica Abalo & Morales Heliconia lingulata Ruiz & Pav. Referência da descrição ABALO & MORALES (1991) ABALO & MORALES (1983b) ABALO & MORALES (1991) ABALO & MORALES (1983a) Ruiz & Pavón, 1802 citados por ANDERSSON (1985b) DANIELS & STILES (1979) Klotzsch, 1847, citado por ANDERSSON (1985a) ABALO & MORALES (1983b) MELLO FILHO & SANTOS (1983) Klotzsch, 1847, citado por ANDERSSON (1985a) SMITH (1977) GRIGGS (1903) ABALO & MORALES (1983a) ABALO & MORALES (1983a) PLOWMAN, KRESS & KENNEDY (1982) Heliconia variegata Loes, non Jacq. Heliconia pseudoaemygdiana Emygdio & Santos Bihai meridensis (Kl.) Kuntze; H. schneeana Steyermark; H. falcata Barreiros; H. colombiana Abalo & Morales; H. mincana Abalo & Morales H. consueloi Abalo & Morales H. aristeguietae Abalo & Morales; Heliconia scarlatina Abalo & Morales S inonímia Ocorrência natural Equador (endêmica) Colômbia, Panamá, Peru Peru (endêmica) Equador (endêmica) Peru, Bolívia Fan; Red Tip Fan; Pagoda; Birdeyan a; Spiral Fan Cultivares comerciais Bihai lingulata (R. & P.) Griggs; H. weberbaueri Loes. Heliconia lophocarpa Daniels & Stiles Heliconia meridensis Klotzsch Costa Rica, Panamá Colômbia, Venezuela Heliconia mincana Abalo & Morales H. pseudoaemygdiana Emygdio & Santos Colômbia (endêmica) Brasil, Peru, Bolívia México (endêmica) México (endêmica) Birdiana Heliconia schiedeana Kl. Heliconia schiedeana Kl. var. schiedeana Bihai schiedeana (Kl.) Kuntze; Bihai geniculata Griggs – H. geniculata (Griggs) L. B. Smith; H. potchultensis Conzatti Heliconia spissa Griggs Bihai spissa (Griggs) Griggs; H. schiedeana Kl. var. spissa (Griggs) R. R. Smith Equador (endêmica) Equador (endêmica) Peru (endêmica) Inca, Tim Plowman Heliconia virginallis Abalo & Morales Heliconia willisiana Abalo & Morales Heliconia zebrina Plow., Kress & Kennedy Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 51 Tabela 3. continuação Espécie Referência da descrição S inonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais Secção Stenochlamys (Baker) Schum. Heliconia acuminata L. C. Rich; Heliconia acuminata L. C. Rich subsp acuminata;Helic onia acuminata L. C. Rich subsp. immaculata Anders.;Helicon ia acuminata L.C. Rich subsp. occidentalis Anders.;Helicon ia acuminata L. C. Rich subsp. psittacorastra Anders. Heliconia angusta Vell. Richard, 1831, citado por ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) H. acuminata L.C.Rich; Bihai acuminata (L.C.Rich) Kuntze; H. psittacorum L.f. var. flexuosa Petersen; H. roseoflava Loes.;H. tarumaensis Barreiros; H. psittacorum auct. non L.f., Macbride Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Peru (endêmica), Brasil, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador Cheri R., Ruby, Tarumã e Yellow Waltz Vellozo, 1825, citado por ANDERSSON (1985a) Bihai angusta (Vell.) Griggs; H. bicolor Bentham; H. angustifolia Hooker – Bihai angustifolia (Hook.) Kuntze; H. bidendata Barreiros; H. simulans Lane ex Barreiros; H. laneana Barreiros; H. laneana Barr. f. flava Barreiros – H. laneana Barr. var. flava (Barr.) Santos; H. laneana Barr. f. elatior Barreiros; H. aurorea Emygdio & Santos; H. citrina Emygdio & Santos; H. fluminensis Emygdio & Santos; H. lacletteana Emygdio & Santos; H. brasiliensis auct. non Hook. Brasil (endêmica) Flava; Holiday; Large Christmans; March Christmans; Orange Christmans; Yellow Christmans Heliconia brachyantha Andersson ANDERSSON (1985a) Panamá, Colômbia, Venezuela Bihai psittacorum (L. f.) Kuntze; H. humilis (Aubl.) Jacq. – Musa humilis Aublet; H. ballia L. C. Richard.; H. marantifolia Shaw; H. swartziana Roemer & Schultes; H. cannoidea L.C. Rich – H. hirsuta L. f. var. cannoidea (L.C.Rich.) Baker – Bihai cannoidea (L.C.Richard) Kuntze; H. schomburgkiana Kl. – H. psittacorum L. f. var. schomburgkiana (Kl.) Baker; H. andrewsii Kl.; H. psittacorum L. f. var. B spathacea Eichler ex Petersen; H. psittacorum L. f. var.y robusta Eichler ex Petersen; H. refracta Martens ex Baker; Bihai silvestris Gleason – H. silvestris (Gleason) L. B. Smith; H. psittacorum L. f. rhizomatosa Aristeguieta; H. goiasensis Barreiros;H. bahiensis Barreiros Montserrat, Guadalupe, Martinica, St. Vincent, Trinidade, Tobago, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Bolívia Andrômeda; Black Cherry, Borinquen Midnight; Choconiana; Flamingo; Fuchsia; Kathy; Lady Di; Lena; Lílian; Lizette; Parakeet; Peter Bacon; Petra; Pink; Ruby; St. Vincent Red; Sassy; Shamrock; Strawberries and Cream; Suriname Sassy; Kaliedoscope; Adrian´s Red; Dwarf Pink; Rubra; Silvestris; Coverdia Red; Doublé B Gold; Kanasayana; Karen; Marion; Sybel; Tay Lineu, 1781, citado por ANDERSSON (1985a) Heliconia psittacorum L. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 52 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 3. continuação Espécie Heliconia richardiana Miq. Referência da descrição Miquel, 1844, citado por ANDERSSON (1985a) Sinonímia H. glauca Poiteau ex Verlot – Bihai glauca (Poit.) Kuntze Ocorrência natural Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil Peru,, Brasil Cultivares comerciais Little Richard Heliconia timothei Andersson Secção Proximochlamys Anderss. Heliconia densiflora Verlot; Heliconia densiflora Verlot ssp. Densiflora; Heliconia densiflora Verlot subsp. angustifolia Andersson ANDERSSON (1985a) Verlot, 1869, citado por ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) H. densiflora Verlot – Bihai densiflora (Verlot) Kuntze Guiana, Fire Flash Colômbia, Trinidad, Venezuela, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Bolívia Secção Lasia L. Anderss. Heliconia dasyantha Koch & Bouché Koch & Bouché, 1854, citado por ANDERSSON (1985a) ABALO & MORALES (1982) BARREIROS (1976) Suriname e Guiana Francesa Colômbia (endêmica) Colômbia, Equador Venezuela, Brasil, Peru H. brasiliensis auct. non Hooker Peru, Colômbia, Brasil, Equador Colômbia, Brasil, Equador, Peru Heliconia estherae Abalo & Morales Heliconia julianii Souza Barreiros Heliconia lasiorachis Andersson ANDERSSON (1985b) Heliconia velutina Andersson ANDERSSON (1985b) H. brasiliensis auct. non Hook. Secção Cannastrum L. Anderss. Heliconia berryi Abalo & Morales Heliconia calatheaphylla Daniels & Stiles Heliconia metallica Planch. & Linden ex Hook.. ABALO & MORALES (1991) DANIELS & STILES (1979) Hooker, 1862, citado por Bihai metallica ANDERSSON (1985b) (Hook.) Kuntze; H. vinosa Bull. Ex Ender; H. nitens Hort.; H. nana Rodriguez; * H. osaensis Cufod. var. rubescens Stiles Citada por ANDERSSON (1985b) STILES (1980) Equador (endêmica) Costa Rica (endêmica) Honduras, Nicaragua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Brasil, Bolívia Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Colômbia Costa Rica, Nicarágua v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Heliconia osaensis Cuf.; Heliconia osaensis Cuf. var. rubescens Stiles Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 53 Tabela 3. continuação Espécie Heliconia pardoi Abalo & Morales Heliconia sanctaemartae Andersson Heliconia subulata Andersson; Heliconia subulata Ruiz & Pavón subsp. Subulata; Heliconia subulata R. & P subsp. gracilis Andersson Heliconia vaginalis Benth.; Heliconia vaginalis Benth. subsp. mathiasiae (Daniels & Stiles); Anders.; Heliconia vaginalis Benth. subsp. vaginalis Heliconia venusta Abalo & Morales Referência da descrição ABALO & MORALES (1991) ANDERSSON (1985a) Ruiz & Pavón, 1802, citados por ANDERSSON (1985b) ANDERSSON (1985b) Bentham 1844, citado por ANDERSSON (1985b) ANDERSSON (1985b) H. subulata Ruiz & Pavón – H. psittacorum L. f. var. subulata (R & P.) Baker; H. pearcei Rusby; H. affinis Loes. H. psittacorum var. gracilis Petersen; H. burchelli Baker – Bihai burchelli (Baker) Griggs H. mathiasii Daniels & Stiles; H. golfodulcensis Daniels & Stiles; H. wilsonii Daniels & Stiles; H. subulata auct. non R. & P; H. vaginalis Bentham; H. deflexa Daniels & Stiles; H. subulata auct. non R. & P. Sinonímia Ocorrência natural Equador (endêmica) Colômbia (endêmica) Equador, Peru, Bolívia, Brasil, Paraguai, Argentina Africa Cultivares comerciais México, Guatemala, Belize, Honduras, Nicaragua, Costa Rica,Panamá, Colômbia, Equador Purple Flat; Mildred; Pacal; Africa ABALO & MORALES (1982) H. montana Abalo & Morales Colômbia, Equador Secção Zingiberastrum L. Anderss. Heliconia apparicioi Barreiros Heliconia aurantiaca Ghiesb ex Lamaire BARREIROS (1976) Lamaire, 1862, citado por ANDERSSON (1985a) Bihai aurantiaca (Ghiesbr. Ex Lemaire) Griggs – H. aurea Linden ex Lemaire; H. brevispatha Hooker ; H. choconiana Watson – Bihai choconiana (Watson) Griggs; H. crassa auct. non Griggs; H. psittacorum auct. non L. f. Equador, Peru, Brasil México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicaragua, Costa Rica Heliconia cordata Andersson Heliconia crassa Griggs Heliconia hirsuta L. ANDERSSON (1985b) GRIGGS (1903) Lineu, 1781, citado por ANDERSSON (1985a) Bihai crassa (Griggs) Griggs Bihai hirsuta (L. f.) Kuntze; H. bicolor Klotzsch non Bentham; H. cannoidea L.C.Rich. var. villosa Petersen; Bihai straminea Griggs – H. straminea (Griggs) Standley; H. hirsuta L. f. var. villosula Loesener; Bihai harrisiana Griggs – H. harrisiana (Griggs) L. B. Smith; H. cardenasii L. B. Smith; H. burlemarxii Emygdio; H. costanensis Aristeguieta; H. hirsuta L.F. var. villosa (Peters.) Lane f. laxa Barreiros – nom. invalid.; H. hirsuta L. f. var. glabra Barreiros f. magnifolia Lane ex Barreiros – nom. invalid.; H. hirsuta L. f. var. glabra Barreiros f. laxa Barreiros – nom. inval.; H. hirsuta L. f. var. glabra Barreiros f. valida Barreiros – nom. invalid.; H.hirsuta L.f. var. rubiflora R.R.Smith; H. cararensis Abalo & Morales; H. psittacorum auct. non L.f. Colômbia, Equador Guatemala (endêmica) Jamaica, St. Vincent, Tobago, Trinidad, Belize, Honduras, Nicaragua, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Equador, Peru, Bolivia, Paraguai, Argentina Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 54 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 3. conclusão Espécie Heliconia longiflora R. R. Smith; Heliconia longiflora R. R. Smith subsp. Longiflora; Heliconia longiflora R. R. Smith subsp. ecuadorensis Andersson Heliconia schumanniana Loes. Referência da descrição SMITH (1977) ANDERSSON (1985b) ANDERSSON (1985b) Sinonímia H. longiflora R.R.Smith Ocorrência natural Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia e Equador Cultivares comerciais Loesener, 1916, citado por ANDERSSON (1985b) H. schumannia na Loes. var. basirubra Loes. Equador, Colômbia, Equador, Peru Orange; White Heliconia tarcarcunae Andersson ANDERSSON (1985a) Panamá , Colômbia * espécies onde exitem divergências entre taxonomistas Tabela 4. Espécies, sinonímia, ocorrência natural e variedades/cultivares de helicônias do subgênero Heliconiopsis (Miq.) Kress Espécie Heliconia indica Lam.; Heliconia indica Lam. var. indica; Heliconia indica Lam. var. rubricarpa Kress; Heliconia indica Lam. var. dennisiana Kress; Heliconia indica Lam. var. micholitzii (Ridley) Kress; Heliconia indica Lam. var. austrocaledonica (Viell.) Kress Referência da descrição Lamarck, 1783, citado por KRESS (1990); KRESS (1990) Sinonímia H. buccinata Roxb.; Heliconiopsis amboinensis Miq.; H. indica var. bakeri Lane ex Barreiros;H. micholitzii Ridley; H. austrocaledonica Viell. Ocorrência natural Molucas, Nova Guiné, Ilhas Salomão, Nova Caledônia, Vanatu, Indonésia, Sulawesi,Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Nova Caledônia Cultivares comerciais Rabaul; Sanderi; Seemannii; Spectabilis; Edwardusrex; Illustris; Roseostriata; Rubra; Rubricaullis; Rubrostriata; Striata; Viridis; Domestica; Denisiana; New Georgia Heliconia lanata (P. Greis) Kress Heliconia laufao Kress KRESS (1990) H. indica var. lanata P. Green Ilhas Salomão (endêmica) Samoa (endêmica) Dark; Light KRESS (1990) Heliconia paka A. C. Smith SMITH (1967) Fiji (endêmica) Heliconia papuana Kress KRESS (1990) Indonésia, Papua Nova Guiné Ilhas Salomão, Papua Nova Guiné Heliconia solomonensis Kress KRESS (1990) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 55 Tabela 5. Espécies, sinonímia, ocorrência natural e variedades/cultivares de helicônias do subgênero Griggsia L. Anderss Espécie Referência da descrição Sinonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais Seção Griggsia W. J. Kress Heliconia gigantea Kress e Betancur Heliconia griggsiana L. B. Smith KRESS et al. (1993) Smith, 1939, citado por ANDERSSON (1985b) Colômbia (endêmica) Colômbia, Equador Angry Moon; Blue Moon Heliconia griggsiana L. B. Smith var. boultoniana Abalo e Morales Heliconia griggsiana L. B. Smith var. tandayapensis Abalo e Morales Heliconia paludigena Abalo e Morales Heliconia pastazae Andersson Heliconia titanum Kress e Betancur Seção Barbatae W. J. Kress Heliconia danielsiana Kress Heliconia lutheri Kress Heliconia magnifica Kress Heliconia markiana Abalo e Morales Heliconia peteriana Abalo e Morales Heliconia pogonantha Cuf. Heliconia pogonantha Cuf. var. holerythra Daniels e Stiles Heliconia pogonantha Cuf. var. pubescens Heliconia pogonantha Cuf. var. pogonantha Heliconia pogonantha Cufod. var. veraguasensis Kress H. ramonensis Daniels e Stiles H. ramonensis Daniels e Stiles var glabra Kress H. ramonensis Daniels e Stiles var. ramonensi H. ramonensis Daniels e Stiles var. ramonensis KRESS (1984) KRESS (1992) KRESS (1981) ABALO e MORALES (1991) ABALO e MORALES (1991) Cufodontes, 1933, citado por KRESS (1984) DANIELS e STILES (1979) ABALO e MORALES (1983a) ANDERSSON (1985b) KRESS et al. (1993) H. boultoniana Abalo Colômbia e Morales H. tandayapensis Abalo e Morales H. angelica Abalo e Morales Equador Equador (endêmica) Equador (endêmica) Colômbia (endêmica) H. vellerigera auct. non Poeppig H. vellerigera auct. non Poeppig Costa Rica (endêmica) Equador (endêmica) Panamá (endêmica) Equador (endêmica) Equador (endêmica) Costa Rica, Nicaragua, Panamá Costa Rica, Panamá, Colômbia Costa Rica Nicaragua, Costa Rica Panamá (endêmica) DANIELS e STILES (1979) DANIELS e STILES (1979) KRESS (1981) DANIELS e STILES (1979) KRESS (1984) DANIELS e STILES (1979) DANIELS e STILES (1979) Costa Rica, Panamá Panamá Panamá Costa Rica Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 56 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 5. continuação Espécie H. ramonensis Daniels e Stiles var. lanuginosa Kress H. ramonensis Daniels e Stiles var. xanthotricha Kress Heliconia regalis Andersson Heliconia rhodantha Abalo e Morales Heliconia sanctaetheresae Abalo e Morales Heliconia vellerigera Poep. Heliconia xanthovillosa Kress Referência da descrição KRESS (1984) Sinonímia Ocorrência natural Panamá Cultivares comerciais KRESS (1981) H. vellerigera auct. non Poeppig Panamá ANDERSSON (1985b) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1985) Poeppings, 1836, citado por ANDERSSON (1985b) KRESS (1981) Bihai vellerigera (Poepp.) KUNTZE H. dresslerana Abalo e Morales Equador, Colômbia Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Peru, Colômbia, Equador Panamá, Colômbia King Kong Shogun Seção Longae W. J. Kress H. excelsa Andersson Heliconia harlingii Andersson Heliconia longa (Griggs) Weinkler ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985b) WINKLER (1930) Bihai longa Griggs; H. stilesii Kress; H. curtispatha auct. non Peters. Bihai mariae (Hooker) Kuntze; H. elegans Petersen – Bihai elegans (Petersen) Kuntze; Bihai punicea Griggs – H. punicea (Griggs) L.B.Smith Equador (endêmica) Equador (endêmica) Equador, Costa Rica, Colômbia, Nicarágua. Panamá Belize, Guatemala, Honduras, Nicaragua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela Costa Panamá Rica, Heliconia mariae Hook. Hooker, 1864, citado por KRESS (1984) H. stilesii Kress Kress, 1982 citado por KRESS (1984) Seção Pendulae (Griggs) W. J. Kress Heliconia chartacea Lane ex Barreiros BARREIROS (1972) Brasil, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Equador, Colômbia Sexy Pink; Sexy Scarlet; Equador; Maroon; Meeana Heliconia chartaceae Lane ex Souza Barreiros var. chartacea Heliconia chartaceae Lane ex Souza Barreiros var. meeana Kress KRESS (1977) KRESS (1997) H. meeana Kress Venezuela Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 57 Tabela 5. continuação Espécie Heliconia collinsiana Griggs Referência da descrição GRIGGS (1903) Sinonímia Bihai collinsiana (Griggs) Griggs; H. rostrata auct. non Ruiz e Pavón Ocorrência natural Nicaragua, México Cultivares comerciais Heliconia collinsiana Griggs var. collinsiana Heliconia collinsiana Griggs var. velutina Kress Heliconia collinsiana Griggs var. velutina Kress Heliconia fernandezii Abalo e Morales Heliconia mooreana R. R. Smith Heliconia pendula Wawra KRESS (1984) México, Guatemala, Belize, El Salvador, KRESS (1984) Honduras, Nicaragua Guatemala, El Salvador Guatemala e El Salvador H. griggsiana L. B. Smith var. fernandezii Abalo e Morales Colômbia (endêmica) KRESS (1981) ABALO e MORALES (1982) SMITH (1989) Wawra, 1863, citado por BARREIROS (1972) H. steyermarkii Aristeg. México (endêmica) Brasil, Venezuela, Colômbia, Panamá, Guatemala, Trinidad Bright Red; Frosty; Red Waxy; Atlantica; Styermarkii Heliconia platystachys Baker Baker, 1893, citado por KRESS (1984) Bihai platystachys (Baker) Griggs; H. catheta R.R.Smith Costa Rica, Panamá, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Venezuela Colômbia (endêmica) Equador (endêmica) Heliconia rigida Abalo e Morales Heliconia riopalenquensis Dodson e Gentry Heliconia villosa Kl. ABALO e MORALES (1982) DODSON e GENTRY (1978) Klotzsch, 1847, citado por ARISTEGUIETA (1961) H.dasyantha K. Koch e Bouché; Bihai villosa (Klotzsch) O. Kuntze; Bihaia dasyantha (K. Koch e Bouché) O. Ktze. H.tortuosa Griggs: Bihaia tortuosa Griggs Venezuela, Colômbia, Panamá Seção Rostratae W. J. Kress Heliconia flabellata Abalo e Morales Heliconia juruana Loes Heliconia marginata (Griggs) Pittier ABALO e MORALES (1983a) Loesener, 1916, citado por ANDERSSON (1985b) Pittier, 1926, citado por ANDERSSON (1985b) H. triflora Barreiros Equador, Colômbia Brasil, Colômbia, Equador Panamá, Venezuela, Costa Rica, Colômbia, Peru, Brasil, Guiana Francesa. Suriname v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Bihai marginata Griggs; H. marginata (Griggs) Pittier f. lutea Revista Brasileira de Horticultura Ornamental 58 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 5. continuação Espécie Heliconia rauliniana Barreiros Heliconia rostrata Ruiz e Pavón Referência da descrição BARREIROS (1974) Sinonímia Ocorrência natural Venezuela, Brasil Bihai rostrata (R.e P.) Griggs; H. poeppigiana Petersen – Bihai poeppigiana (Peters.) Kuntze Equador, Colômbia, Brasil, Peru, Bolívia Peru, Colômbia, Equador, Brasil Twirl; Giant; Dwarf; Misahualli; Pink Peru; Sunkissed Orange Cultivares comerciais Ruiz e Pavón, 1802, citado por ANDERSSON (1985b) MACBRIDE (1931) Heliconia standleyi Macbrid. Seção Sigmoideae W. J. Kress Heliconia badilloi Abalo e Morales Heliconia berriziana Abalo e Morales Heliconia caquetensis Abalo e Morales Heliconia colgantea R.R.Smith ex Dan. e Stiles Heliconia dielsiana Loes Heliconia intermedia Abalo e Morales Heliconia lentiginosa Abalo e Morales Heliconia maculata Kress Heliconia necrobracteata Kress Heliconia oleosa Abalo e Morales Heliconia penduloides Loes. Heliconia reptans Abalo e Morales Heliconia robertoi Abalo e Morales Heliconia sclerotricha Abalo e Morales Heliconia signahispanica Abalo e Morales ABALO e MORALES (1983b) ABALO e MORALES (1985) ABALO e MORALES (1982) DANIELS e STILES (1979) DIELS (1937) H. andina Abalo e Morales Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Costa Rica, Panamá, Colômbia Colômbia, Equador Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Panamá (endêmica) Panamá (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia, Peru ABALO e MORALES (1983b) ABALO e MORALES (1985) KRESS (1981) KRESS (1981) ABALO e MORALES (1982) Loesener, 1916, citado por BARREIROS (1972, 1979) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1985) ABALO e MORALES (1983a) ABALO e MORALES (1983b) Colômbia (endêmica Colômbia (endêmica) Equador (endêmica) Colômbia (endêmica) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 59 Tabela 5. continuação Espécie Heliconia talamancana Daniels e Stiles Heliconia trichocarpa Daniels e Stiles Referência da descrição DANIELS e STILES (1979) DANIELS e STILES (1979) Sinonímia Ocorrência natural Costa Rica, Panamá Costa Panamá Rica, Cultivares comerciais Seção Obscurae W. J. Kress H. abaloi G. Morales Heliconia chrysocraspeda Abalo e Morales Heliconia combinata Abalo e Morales H. estiletioides Abalo e Morales Heliconia fragilis Abalo e Morales Heliconia fredberryana Kress Heliconia laxa Abalo e Morales Heliconia lozanoi Abalo e Morales Heliconia mutisiana Cuatrec Heliconia nariniensis Abalo e Morales Heliconia nitida Abalo e Morales Heliconia obscura Dodson e Gentry Heliconia obscura Dodson e Gentry ssp. Obscura Heliconia obscura Dodson e Gentry ssp. fusca Andersson Heliconia obscuroides Andersson Heliconia robusta Pax. ANDERSSON (1985b) MORALES (1984) ABALO e MORALES (1982) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia, Equador Equador (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Heliconia obscura Dodson e Gentry Equador (endêmica) Equador (endêmica) Dichroma Red ABALO e MORALES (1983b) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1982) KRESS (1992) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1985) Citada por KRESS et al. (1999) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1982) DODSON e GENTRY (1978) ANDERSSON (1985ba) Equador (endêmica) Colômbia, Equador Bolívia, Peru Citação de ANDERSSON (1985b) Seção Contortex W. J. Kress Heliconia nutans R. E. Woodson Woodson, 1934 citado por KRESS (1984) H. allenii Standley e Willians; H. villosa auct. non Klotzsch Costa Rica, Panamá v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Revista Brasileira de Horticultura Ornamental 60 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 5. continuação Espécie Referência da descrição Sinonímia Ocorrência natural Cultivares comerciais Seção Arcuatae W. J. Kress Heliconia curtispatha Petersen Petersen, 1890, citado por ANDERSSON (1985b) H. sessilis Kress Bihaia curtispatha (Petersen) Kuntze; Bihai longa Griggs – H. longa (Griggs) Winkler; H. rostrata auct. non Ruiz e Pavón Equador, Panamá, Colômbia Heliconia nigripraefixa Dodson e Gentry DODSON e GENTRY (1978) Equador, Panamá, Colômbia Seção Dromedarius W. J. Kress Heliconia arrecta Kress e Betancur Heliconia huilensis Abalo e Morales Heliconia mucilagina Abalo e Morales Heliconia spiralis Abalo e Morales KRESS et. al. (1993) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1982) ABALO e MORALES (1983b) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica Seção Retiformes W. J. Kress Heliconia donstonea Kress e Betancur Heliconia holmquistiana Abalo e Morales Heliconia stellamaris Abalo e Morales Heliconia terciopela Kress e Betancurt KRESS et al. (1993) ABALO e MORALES (1991) ABALO e MORALES (1983b) KRESS et al. (1993) Colômbia, Equador Colômbia (endêmica) Colômbia (endêmica) Peru (endêmica) * espécies onde exitem divergências entre taxonomistas Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Longevidade pós-colheita da orquídea Epidendrum ibaguense 61 Tabela 6. Outras espécies de helicônias descritas, não incluídas em floras regionais, revisões de gênero ou não consideradas sinonímias Espécie Heliconia auriculata Barreiros Heliconia carajaensis Heliconia carmelae Abalo e Morales Heliconia cristata Barreiros Heliconia litana Kress Heliconia longissima Abalo e Morales Heliconia luciae Barreiros Heliconia luteoviridis Abalo e Morales Heliconia santaremensis Barreiros Heliconia sucrei Barreiros Heliconia tridentata Barreiros Heliconia uxpanapensis Báez Referência BARREIROS (1980) BARREIROS (1980) ABALO e MORALES (1982) BARREIROS (1985) KRESS (1992) ABALO e MORALES (1982) BARREIROS (1993) ABALO e MORALES (1982) BARREIROS (1980) BARREIROS (1985) BARREIROS (1976) BÁEZ (1987) Local de ocorrência Brasil Brasil Colômbia Panamá Equador Colômbia Brasil Colômbia Brasil Panamá Colômbia México Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 62 PAULO JOSÉ DE MORAES, FERNANDO LUIZ FINGER, JOSÉ GERALDO BARBOSA e PAULO ROBERTO CECON Tabela 7. Híbridos naturais de helicônia descritos Hibrido H. episcopalis X rostrata H. latispatha X spathocircinata H. curtispatha X H.pogonantha var. holerythra H. mariae X H. pogonantha var. holerythra H. nutans X H. lankesteri var. rubra H. secunda var. secunda X H. clinophila H. stilesii X H. danielsiana H. tortuosa X H. nutans H. adflexa X H. collinsiana H. apparicioi X H. schumanniana H. cordata X H. longiflora H. longiflora ssp. ecuadoriensis X H. latispatha H. metallica X H. marginata H.imbricata X H. latispatha H. imbricata X H. sarapiquiensis H. latispatha X H. bourgaeana H. sarapiquensis X H. undulata H. spathocircinata X H. psittacorum H. caribaea X H. bihai Referência ANDERSSON (1985b) ANDERSSON (1985b) KRESS (1984) KRESS (1984) KRESS (1984) KRESS (1984) KRESS (1984) KRESS (1984) ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1985a) ANDERSSON (1992) ANDERSSON (1992) ANDERSSON (1992) José Abalo Harvey Bulls Bushmaster Sinonímia H. flabellata Abalo e Morales H. plagiotropa Abalo e Morales Variedades comerciais ANDERSSON (1992) ANDERSSON (1992) Alan Carle; Golden Torch; Adrian; Yellow Parrot Big Red; Hot Rio Nites; Caribbean Sunset 1; Carib Flame; Criswish; Grand Etang; Granny Smith; Green Thumb; Grenadier; Jacquinii; Kawauchi; Manoa Midnight; Orange Delight; Richmond Red; Vermellion Lake; Yellow Dolly; Yamakawa Chocolate; St. Vincent Royal; Mount Hope Red CASTRO (1995) H. episcopalis X H. standleyi H. psittacorum X H. marginata H. bihai X H. spathocircinata CASTRO (1995) CASTRO (1995) CASTRO (1995) Cinamon Twist Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 38-62, 2007 Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade 63 NOTAS Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade MARCIO MELEIRO(1) e TAÍS TOSTES GRAZIANO(2) RESUMO O trabalho teve como objetivos avaliar e definir diferentes níveis de luminosidade no desenvolvimento de inflorescências de Tapeinochilos ananassae Hassk. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro condições de luminosidade: zero, 36, 56 e 82% de sombra e 10 repetições por tratamento. O ensaio foi instalado em áreas do Centro APTA de Horticultura do Instituto Agronômico, em Campinas (SP), no ano agrícola 2002-2003. As variáveis experimentais avaliadas mensalmente foram: número, altura e diâmetro de hastes, e a massa de matéria seca das plantas ao final de 12 meses de experimentação. Pelos resultados obtidos pode-se concluir que plantas cultivas sob maior intensidade de luz, a pleno sol e 36% de sombreamento, foram mais desenvolvidas, produzindo maior massa de matéria seca, resultado do número maior de hastes (brotos) formadas. Por outro lado, o tamanho em altura das hastes foi menor e o seu diâmetro inalterado com o aumento da intensidade de luz. Não houve floração significativa, no período de 12 meses, para ser avaliada. Palavras-chave: Tapeinochilos ananassae Hassk., sombreamento, crescimento, flor tropical ABSTRACT Tapeinochilos ananassae development in different light conditions. This research was conducted to determine the effect of different light levels on Tapeinochilos ananassae’s inflorescence development. The experimental treatments included four different light levels: zero, 36, 56 and 82% of shade in a completely randomized design. This research was conducted at Instituto Agronômico, in Campinas, SP, in 2002-2003. Data recorded included: number, height and diameter of stems, and stem dry weight at termination of the experiment or the 12th month. Results indicated that the plants grown under higher light levels had better inflorescence development and a greater dry weight in regards to a higher number of stems per plant. However, stem length was lower and the stem diameter unaffected by increase light intensity. Flowering was unaffected during the research period. Key words: Indonesian ginger, light intensity, plant growth, tropical flower. 1. INTRODUÇÃO A floricultura tropical tem surgido nos últimos anos como uma nova tendência de consumo pela flor bela, colorida, exótica e muito durável. Além disso, o mercado mundial vem mostrando crescente saturação na oferta de flores tradicionais, situação esta que vem beneficiando a produção e a comercialização de flores e plantas tropicais provenientes, principalmente, da África, Sudeste da Ásia e América Tropical (CASTRO e GRAZIANO, 1997). As famílias Zingiberaceae, Costaceae e Heliconiaceae, da ordem Zingiberales, são as que têm mais espécies com potencial para flor de corte, plantas envasadas ou uso em paisagismo, como os gengibres ornamentais do gênero Zingiber, as alpínias (Alpinia spp.), curcumas (Curcuma spp.), os bastões-doimperador (Etlingera spp.) e as helicônias (Heliconia spp.) (BERRY E KRESS, 1991). Particularmente, Tapeinochilos ananassae (Costaceae), também conhecido como tapeinóquilo ou gengibre abacaxi, mostra alto potencial por suas características que valorizam uma flor tropical como ser bela, colorida, exótica e durável (CHAPMAN, 1995). Planta herbácea, rizomatosa, ereta, entouceirada, florífera, com 1,0 m-1,5 m de altura, com hastes retorcidas na extremidade. Folhas simples, coriáceas e dispostas em espiral. Inflorescências formadas no verão, sustentadas por haste ereta originada diretamente do rizoma, de forma um tanto cônica, com brácteas vermelhas muito vistosas contendo flores amarelas, cujo conjunto assemelha-se a um ananás (LORENZI e SOUZA, 1999). No Brasil, o cultivo comercial de flores tropicais ainda é recente, existindo, uma área plantada de 269,5 ha com flores de corte, sendo 246,6 ha em campo; 8,8 ha em estufa e 14,0 ha em telados. As principais espécies cultivadas são: helicônias (101,8 ha); strelítzia (65,4 ha); alpínias (51,7 ha) e gengibre ornamental (6,0 ha). Estados do nordeste, como Bahia, Alagoas e Pernambuco, assim como o Pará, têm investido na floricultura, incrementando principalmente a produção de flores e folhagens tropicais. Apesar da produção de flores atualmente atender basicamente o mercado interno, os incentivos buscam a melhoria da produção e da qualidade do nosso produto como forma de conquistar o mercado externo (IBRAFLOR, 2002). (1) Engenheiro Agrônomo, Fiscal Federal Agropecuário, Serviço de Vigilância Agropecuária (Porto de Santos) - Avenida Guilherme Weimschenck, s/n - Armazém XIII - Paquetá - 1001-970 – Santos (SP) - [email protected] (2) PqC do Centro de Horticultura – Instituto Agronômico, Caixa Postal 28 - 13012-970, Campinas (SP) - [email protected] Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 64 MARCIO MELEIRO e TAÍS TOSTES GRAZIANO Um fator fundamental para o desenvolvimento das plantas e a produção de flores é a radiação solar, caracterizada por sua qualidade, duração e intensidade. A qualidade da luz está associada à composição do seu espectro, ou seja, à participação dos diferentes comprimentos de ondas e à fração atuante na fisiologia vegetal, que afeta processos como a fotossíntese, fotomorfogênese e fototropismo, conforme o comprimento de onda de luz envolvido. A duração da luz ou fotoperíodo é o comprimento do período luminoso durante um dia e atua principalmente na mudança de estado vegetativo para o reprodutivo, que poderá ser determinante para algumas espécies definir sua época de floração (HOPKINS, 1999). A intensidade de luz corresponde à quantidade de luz que incide em uma superfície que, sabe-se, afeta na fotossíntese, podendo vir a limitar ou otimizar o desenvolvimento da planta e a produção de flores, de acordo com a espécie. O excesso de luminosidade pode ser controlado com o uso de diversos tipos de material, sendo as telas de sombreamento com especificações diversas as mais utilizadas na prática, visando à diminuição da intensidade de luz incidente (KÄMPF, 2000). As Zingiberales em geral são oriundas de regiões tropicais onde a radiação solar é alta, mas também com imensas áreas de florestas tropicais úmidas e sombreadas. Isso indica que provavelmente elas não são indiferentes à luminosidade, com exigências diferentes de intensidade de luz. Conhecer essas exigências é fundamental, porque o sucesso da produção dessas espécies também está relacionado a esse fator (BERRY e KRESS, 1991). BROSCHAT e DONSELMAN (1988) discorreram sobre o uso de Zingiberaceas como plantas de interior e fizeram referências às exigências de luminosidade de algumas espécies, entre elas Alpinia purpurata, mostrando que o crescimento da folhagem e sua manutenção são mantidos abaixo de 200-500 lux, mas a floração torna-se infreqüente, o que não ocorre sob alta intensidade de luz. Observaram também que cultivares de alpínia rosa devem ser mantidas sob sombreamento como forma de prevenir queimaduras do sol nas inflorescências. As variedades vermelhas também produzem flores de melhor qualidade debaixo de sombra suave. CRILEY (1995) observou situações similares, relatando que a alpínia vermelha cresce melhor em condições de pleno sol, mas ocorre o amarelecimento das folhas sob baixas ou altas temperaturas. Nenhuma queimadura foi observada nas brácteas da espécie vermelha, mas as cultivares de cor rosa, como ‘Eillen MacDonald’, sofrem uma queima na ponta das brácteas, que parece diminuir quando as plantas são cultivadas com 30% de sombra, produzindo uma flor de melhor qualidade. Corroborando, LAMAS (2001) recomenda que as alpínias vermelhas sejam cultivadas preferencialmente a pleno sol, frisando que também podem se desenvolver bem à meia sombra, principalmente as de coloração rósea. Sob um sombreamento de 30 a 50%, as plantas têm um bom desenvolvimento vegetativo e um florescimento adequado. CHAPMAN (1995) afirmou, genericamente, que o gengibre ornamental e o tapeinóquilo se desenvolvem bem à meia sombra e a alpínia vermelha em pleno sol. Já GARCES (1998) relata que os gengibres ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental (Zingiber spp.) possuem exigências pouco específicas de luminosidade, já que sua produtividade é boa tanto em exposição direta ao sol como à meia sombra. Porém, afirma que o mais recomendável é meia sombra. SREEKALA e JAYACHANDRAN (2002) em estudo para determinar a relação de vários parâmetros fisiológicos na produtividade do gengibre (Zingiber officinale), sob diferentes níveis de sombra, obtiveram maiores valores de produção de matéria seca em cultivo com 20% de sombreamento. Para Heliconia psittacorum, BROSCHAT e DONSELMAN (1983) relatam que sob pleno sol a produção de flores por metro quadrado foi 2,5-3 vezes maior do que sob 63% de sombra. BERRY e KRESS (1991) citam que níveis baixos de luminosidade podem estar associados ao aborto de botões florais em algumas espécies de helicônia, assim como ao alongamento dos pseudocaules. CATLEY e BROOKING (1996) estudando os efeitos da luz no desenvolvimento da planta, na produção e na qualidade da flor em Heliconia ‘Golden Torch’ encontraram diferenças em alguns atributos de qualidade da flor: o comprimento da haste floral foi menor em baixa intensidade de luz, enquanto o seu diâmetro foi maior, assim como o número total de brácteas florais. Estudos nesse sentido vão auxiliar a tomada de decisão do produtor em adequar ou não suas estruturas produtivas, visando um manejo que possibilite a maximização da produção (BERRY e KRESS, 1991). Com base nessas informações, o trabalho tem o propósito de avaliar e definir níveis de luminosidade para o cultivo comercial de tapeinóquilo, como flor de corte. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Centro de Horticultura, do Instituto Agronômico, em Campinas (SP), e avaliado durante o período de abril de 2002 a abril de 2003. Para o ensaio, partiu-se de mudas de Tapeinochilos ananassae (Costaceae) com altura média da maior haste de 72 cm e 5,3 hastes/muda. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos consistindo de quatro diferentes níveis de luminosidade, com 10 repetições por tratamento, correspondendo cada uma a uma planta. Foram utilizadas estruturas dos tipos telado e estufa. Nos telados foram utilizadas, para obtenção do sombreamento de 56%, telas com especificação comercial de sombra de 50%, e para o sombreamento de 82%, duas telas (50%) sobrepostas. Na estufa, a cobertura era de filme plástico de polietileno transparente de baixa densidade (PEBD), com 150 μm de espessura, que gera uma sombra de 36% em seu interior. Os níveis de sombreamento foram devidamente caracterizados (Tabela 1), com a medição da densidade de fluxo de fótons fotossintéticos (DFFF), durante um dia claro, às 9h, 12h e 15h, utilizando um Sensor em Linha, modelo LI-191SA, acoplado a um Data Logger, modelo LI1000, da LI-COR Inc. Em cada horário, foram obtidas dez leituras, em cada tratamento, obtendo-se valores médios em μmol mϲsϹ, segundo método similar utilizado por KESSLER e ARMITAGE (1992). v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade 65 Tabela 1. Valores médios da densidade de fluxo de fótons fotossintéticos (DFFF), em µmol mϲsϹ, obtida durante um dia claro, visando caracterizar o sombreamento sobre as parcelas Table 1. Mean values of photosyntheticaly photon flux density (PPFD), µmol mϲsϹ, during a clear day, in different light conditions Telado sombrite - 50% DFFF (µmol m²ֿ s¹ֿ ) DFFF(%) Sombra (%) 362,79 44 56 Telado - duplo sombrite - 50% 145,12 18 82 Estufa PEBD 521,41 64 36 Pleno Sol 823,35 100 0 As mudas foram plantadas em potes moles, de 14 litros, preenchidos com substrato de textura argilosa, peneirado oriundo de uma mistura de 6 m³ Tabela 2. Análise química do substrato utilizado no ensaio Table 2. Chemical analyse of substrate utilized in test Determinações pH C.E P K Na Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn N NH3 N NO3 - solo, 6 m³ de esterco de gado, 50 kg de torta de mamona e 50 kg de N-P-K (4-14-8), submetido à análise química (tabela 2). Valores 5,30 0,93 5,40 80,50 52,00 47,50 19,24 50,60 0,02 0,02 0,26 0,01 0,01 2,60 33,77 dS/m mg L-1 mg L -1 mg L-1 mg L -1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L-1 mg L -1 mg L-1 mg L -1 As plantas foram irrigadas mantendo o solo próximo à capacidade de campo. De acordo com a época isso era feito diariamente ou a cada dois dias. Durante o período experimental, foram realizadas duas adubações em cobertura: uma de 30 g/vaso da fórmula NPK (4-14-8), seis meses após o plantio, e outra de 30 g/vaso da fórmula NPK (15-15-15), cinco meses depois. Com o aparecimento de pulgões nas plantas sob a estufa, foi necessária uma pulverização com inseticida à base de deltametrina. Os dados metereológicos, referentes à temperatura máxima, mínima e média e umidade relativa média do ar, foram obtidas na Seção de Climatologia do Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Instituto Agronômico de Campinas (IAC), referentes à latitude 22º 54’ S, longitude 47º 05’ W e altitude 674 metros. Foram instalados sob os telados e a estufa termohigrógrafos com o propósito de se medir semanalmente a temperatura e a umidade relativa nesses ambientes, o que foi feito por aproximadamente quatro meses. As variáveis experimentais observadas foram: a) massa de matéria seca, obtida no início do ensaio, através de 10 mudas, e depois de quatro em quatro meses, utilizando-se duas plantas por tratamento, com avaliações destrutivas em que as plantas eram retiradas dos vasos, lavadas em água corrente e separadas em rizoma, raízes e v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 66 MARCIO MELEIRO e TAÍS TOSTES GRAZIANO hastes. A seguir, o material era colocado em estufa de circulação de ar forçada, a 50 ºC, onde permaneceu até atingir a massa constante. A massa total da planta foi obtida somando-se as massas das partes individuais; b) número de hastes (brotações), medido mensalmente, obtido pela contagem do número de hastes novas surgidas após o plantio; c) altura das hastes em centímetros, a partir do nível do substrato do vaso até a parte terminal da haste, e d) diâmetro das hastes, obtido a partir de paquímetro (em cm) e tomado a 20 cm de altura da haste. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e regressão pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 3 relaciona os dados de temperatura máxima e mínima e umidade relativa média durante o período de quatro meses, quando os aparelhos ficaram montados dentro dos ambientes com sombra. Como se pode observar, nesse período, a temperatura média máxima externa se manteve muito próxima com a do telado, e em torno de 3 ºC abaixo da temperatura do interior da estufa, enquanto a temperatura média mínima se manteve similar nos três tipos de ambiente. Já a umidade relativa média do exterior se manteve 13% acima da umidade da estufa e em torno de 10% acima da umidade do telado. Tabela 3. Valores médios de temperatura máxima, mínima e umidade relativa mensais, medidas durante quatro meses dentro e fora dos ambientes com sombra Table 3. Mean values of maximum and minimum temperatures and relative humidity, during four months, in different light conditions Temperatura ( ºC) Telado Mês Junho Julho Agosto Setembro Média Min. 13,8 12,1 16,8 12,2 13,7 Máx. 26,0 25,7 29,5 24,0 26,3 Min. 15,1 12,9 15,8 14,5 14,6 Estufa Máx. 31,1 26,8 31,2 29,2 29,6 Exterior Min. 14,6 12,5 16,3 14,8 14,5 Máx. 27,1 25,0 28,4 26,8 26,8 Umidade Relativa (%) Telado Média 72,0 72,2 74,1 75,0 73,3 Estufa Média 70,0 73,0 68,2 68,1 69,8 Exterior Média 85,1 86,4 80,2 79,9 82,9 A análise dos dados mostrou que houve diferenças significativas para alguns parâmetros, conforme os níveis de luminosidade. Na figura 1, observa-se que a massa de matéria seca após quatro meses do plantio se manteve muito parecida entre os tratamentos, no oitavo mês esse quadro mudou. Os tratamentos que recebiam maior luminosidade elevaram os valores de massa total, principalmente aqueles a pleno sol e a 36% de sombreamento. Os tratamentos 56% Massa de matéria seca (gramas) e 82% de sombra tiveram comportamento muito parecido com relação à massa de matéria seca, durante todo o período de avaliação, com um efeito negativo no crescimento das plantas. Resultados próximos a esses, também encontraram SREEKALA e JAYACHANDRAN (2002) que em estudo para determinar a relação de vários parâmetros fisiológicos na produtividade de gengibre (Zingiber officinale), sob diferentes níveis de sombra, observaram maior produção de matéria seca em 20% de sombreamento. 1200 1000 800 600 400 200 0 0 36 56 82 Plantio Aos 4 meses Aos 8 meses Aos 12 meses Sombreamento (%) Figura 1. Massa de matéria seca (g) de plantas de Tapeinochilos ananassae Hassk., submetidas a diferentes níveis de luminosidade, durante 12 meses de cultivo. Figure 1. Dry matter mass (g) of Tapeinochilos ananassae Hassk. plants, cultivated in different light levels, during twelve month. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade 67 A análise estatística da massa de matéria seca total no final do período de observação, conforme a tabela 4, indica que houve diferenças significativas, ao nível de 5% pelo teste Tukey, entre os tratamentos a pleno sol e com 36% de sombreamento em relação aos de 56 e 82 %, comprovando que a espécie acumula maior quantidade de fotoassimilados em situações de maior luminosidade, o que pode ser determinante para uma maior produção de flores. Tabela 4. Efeito do sombreamento sobre a massa de matéria seca total, em gramas, em Tapeinochilos ananassae Hassk., após 12 meses de observação (2002 e 2003) Table 4. Effect of shade levels on dry matter mass (g) of Tapeinochilos ananassae Hassk. plants, at the end of the 12th month of experiment Sombreamento (%) 0 36 56 82 F 1 Massa de matéria seca total (gramas) 1050,0a1 675,0ab 187,5 b 207,5 b 6,59* Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. * significativo a 5% de probabilidade. Nas tabelas 5, 6 e 7, encontram-se os resultados para variáveis experimentais de desenvolvimento das plantas quanto ao número, altura e diâmetro de hastes, respectivamente, que foram observadas durante 12 meses. Observa-se na tabela 5 que o número de hastes sempre foi maior nos tratamentos com zero e 36% de sombra, embora essa diferença só tenha se tornado significativa a partir do mês de novembro, mantendo-se assim até o final da avaliação quando também fica significativa a diferença entre os tratamentos 56% e 82%. Resultado similar foi encontrado por CATLEY e BROOKING (1996) estudando os efeitos da luz no desenvolvimento de Heliconia ‘Golden Torch’, quando observaram a produção de 10,1 brotos/planta, sob maior intensidade de luz, e 8,3 brotos/planta, na menor intensidade de luz. Tabela 5. Efeito do sombreamento sobre o número médio de hastes de tapeinóquilo (T. ananassae), durante 12 meses de observação (2002 e 2003) Table 5. Effect of shade levels on mean number of stems of T. ananassae, during 12th month of experiment Sombreamento (%) 0 36 56 82 F DMS CV(%) (1) * ** ns Meses (1) Abr. Mai. 0 0 0 0 1,5a 1,2a 0,7a 0,2a Jun. 2,5a 1,5a 1,5a 0,5a Jul. 3,0a 3,0a 1,5a 0,5a 1,74 ns 3,54 26,17 Ago. 4,5a Set. 5,7a Out. 6,0a 4,7ab Nov. 6,2a 4,7ab 2,5 b 1,5 b 5,35** 3,54 26,17 Dez. 6,5a 5,7a 3,2ab 1,5 b 6,12** 3,54 26,17 Jan. 11,7ª 13,2ª 4,0 b 1,7 b 37,15** 3,54 26,17 Fev. 12,2a 13,7a 4,7 b 1,7 b 38,84** 3,54 26,17 Mar. 23,2a 22,7a 11,0 b 6,7 c 80,50** 3,54 26,17 3,7ab 4,2ab 1,5ab 2,2ab 2,5ab 0,7 b 1,0 b 1,5 b 4,89** 3,54 26,17 0,36 ns 0,77 ns 3,54 26,17 3,54 26,17 3,69 * 5,13** 3,54 3,54 26,17 26,17 letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. significativo ao nível de 5% de probabilidade. significativo ao nível de 1% de probabilidade. não-significativa. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 68 MARCIO MELEIRO e TAÍS TOSTES GRAZIANO Tabela 6. Efeito do sombreamento sobre a altura média de hastes de tapeinóquilo (T. ananassae), em cm, durante 12 meses de avaliação (2002 – 2003) Table 6. Effect of shade levels on mean height (cm) of stems of T. ananassae Hassk, during 12th month of experiment Sombreamento (%) 0 36 56 82 F DMS CV(%) (1) * ** ns Meses (1) Abr. 0 0 0 0 Mai. 5,8a 4,1a 7,6a 1,5a 0,24 ns 19,98 20,30 Jun. 15,9a 10,8a 14,4a 6,7a 0,60 ns 19,98 20,30 Jul. 18,2a 19,6a 26,5a 13,8a 0,98 ns 19,98 20,30 Ago. 19,6a 25,9a 25,5a 29,8a 0,64 ns 19,98 20,30 Set. 28,0a 31,0a 29,4a 32,3a 0,12 ns 19,98 20,30 Out. 35,9a 36,8a 37,5a 33,3a 0,12 ns 19,98 20,30 Nov. 39,9a 38,7a 41,8a 41,1a 0,06 ns 19,98 20,30 Dez. 45,1a 43,5a 43,7a 55,2a 1,12 ns 19,98 20,30 Jan. Fev. Mar. 66,8ab 72,5ab 68,8 b 59,7 b 54,8 b 85,3a 6,39** 19,98 20,30 65,5 b 67,7 b 58,1 b 92,2a 7,65** 19,98 20,30 62,3 b 91,9 a 6,13** 19,98 20,30 letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. significativo ao nível de 5% de probabilidade. significativo ao nível de 1% de probabilidade. não-significativo. Tabela 7. Efeito do sombreamento sobre o diâmetro médio de hastes de tapeinóquilo (T. ananassae), em cm, durante 12 meses de avaliação (2002 – 2003) Table 7. Effect of shade levels on mean diameter (cm) of stems of T. ananassae, during 12th month of experiment Sombreamento ( %) Abr. 0 36 56 82 F DMS CV(%) (1) * ** ns Meses (1) Mai. 0,0a 0,0a 0,0a 0,0a 0,0 ns 0,31 24,9 Jun. 0,2a 0,0a 0,0a 0,0a 1,8 ns 0,31 24,9 Jul. 0,4a 0,6a 0,4a 0,0 b Ago. 0,5a 0,6a 0,6a 0,5a Set. 0,7a 0,6a 0,6a 0,6a Out. 0,7a 0,6a 0,7a 0,6a Nov. 0,8a 0,7a 0,8a 0,6a Dez. 0,9a 0,7a 0,8a 1,0a Jan. 0,9a 0,8a 0,8a 1,0a Fev. 0,9a 0,8a 0,8a 1,0a Mar. 0,7a 0,8a 0,8a 0,9a 0 0 0 0 - 9,56** 0,56 ns 0,27 ns 0,62 ns 1,62 ns 1,27 ns 0,86 ns 1,15 ns 0,67 ns 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 0,31 24,9 letras iguais na mesma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. significativo ao nível de 5% de probabilidade. significativo ao nível de 1% de probabilidade. não-significativo. hastes foram mais longas, o que caracteriza o fenômeno do estiolamento, que é um alongamento da planta em função da deficiência de luz. Com relação ao diâmetro de hastes, não houve diferenças significativas entre os tratamentos, como se pode observar pela tabela 7. A análise de regressão do número de hastes em função do tempo, para os diferentes níveis de sombreamento, teve significância (p<0,01) para funções do 3º grau, cujas equações se encontram expressas na figura 2a. Fica evidenciado que o traçado das curvas de 0 v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 A altura de hastes (tabela 6) obteve comportamento diferente do número de hastes em relação ao sombreamento, uma vez que a menor luminosidade (82%) foi a que promoveu a maior altura de hastes e esse tratamento se diferenciou significativamente de todos os outros, no final do período. Plantas cultivadas em 82% de sombreamento, no final de um ano de avaliação, tiveram hastes com quase 30 cm a mais do que os demais tratamentos. Esse resultado tem relação com que BERRY e KRESS (1991) encontraram para algumas espécies de helicônia, visto que sob níveis baixos de luminosidade as Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Desenvolvimento de tapeinóquilo em diferentes condições de luminosidade 69 e 36% são praticamente iguais e superiores aos outros tratamentos, durante todo o período. A brotação de abril a setembro/outubro é lenta, provavelmente devido às temperaturas mais baixas no período, tendendo a crescer com a primavera e mais acentuadamente no verão. Nesse período mais quente, as diferenças entre as temperaturas dos ambientes de cultivo provavelmente se acentuaram e, conseqüentemente, também devem ter interferido no desenvolvimento das plantas, favorecendo aquelas sob maior luminosidade e temperaturas mais elevadas. A regressão do número de hastes em função do sombreamento teve significância (p<0,01) para uma função de 3º grau, conforme a figura 3a, o que o indica que há uma tendência a diminuir o número de hastes nas plantas de tapeinóquilo, na medida em que se aumenta o sombreamento. Nota-se que a diferenciação entre os tratamentos, no que se refere ao crescimento das hastes, ocorreu concomitante à época de maior brotação, ou seja, nos meses de verão, muito embora o crescimento em altura tenha ocorrido durante todo o período (figura 2b). Tendo em vista a massa de matéria seca ser menor sob os níveis baixos de luminosidade, esse crescimento maior em altura vem caracterizar a ocorrência do estiolamento das hastes, em detrimento do seu aumento em número. Os níveis de luminosidade, durante o período de avaliação, não interferiram significativamente no diâmetro das hastes (figura 2c e 3c). Ocorreu floração em apenas três parcelas, sob 82% de sombra, cada uma emitindo uma haste floral, que permaneceu na planta de novembro de 2002 a fevereiro de 2003, quando senesceram. As hastes florais tiveram, em valores médios: 19,0 cm de comprimento da haste floral, 6,8 cm de comprimento da inflorescência e 6,3 cm de diâmetro da inflorescência. Devido à quantidade pequena de plantas que floriram, esses dados não permitiram uma análise estatística. Pode-se supor que, em curto prazo, o menor número de brotos, formados sob baixa luminosidade, favoreceu crescimento em altura das hastes e que, indiretamente, permitiu maior entrada de luz na base da planta, facilitando a floração, muito embora as flores não tivessem alcançado o padrão comercial. Análise entre os parâmetros avaliados (tabela 8) indica que não houve correlações estatisticamente significativas. Tabela 8. Matriz de correlação entre características agronômicas de Tapeinochilos ananassae Table 8. Correlation matrix between experimental parameters analyzed of T. ananassae Parâmetro Número Altura Diâmetro ns * ** Número I’ Altura - 0,57ns I Diâmetro - 0,16ns 0,62ns I não-significativo significativo ao nível de 5% significativo ao nível de 1% 4. CONCLUSÕES 1. O número de hastes formadas foi maior quando as plantas foram cultivadas sob condição de alta luminosidade (zero e 36%), o mesmo ocorrendo com a massa de matéria seca. 2. As plantas foram mais altas em sombreamentos mais intensos, não havendo influência no seu diâmetro. 3. Nas condições estudadas, o período de 12 meses foi insuficiente para induzir a floração, na maioria das plantas, muito embora o maior número de hastes e a maior massa de matéria seca observados possam concorrer para melhor produção de flores, quantitativa e qualitativamente, a médio e longo prazos. REFERÊNCIAS BERRY, F.; KRESS, W.J. Heliconia: an identification guide. 1.ed. Washington: Smithsonian Institution Press, 1991. 333p. 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T empo ( meses ) C 0% Y= - 0,24 + 0,25x - 0,014x2 R2= 0,99 36% Y= - 0,43 + 0,41x - 0,048x2 + 0,0019x3 R2= 0,90 56% Y= - 0,30 + 0,27x - 0,016x2 R2= 0,93 82% Y= - 0,11 + 0,11x R2= 0,85 1,2 Diâmetro de hastes (cm) 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. T empo (meses) Sombreamento: ___ 0%, ___ 36%, ___ 56%, ___ 82%. Figura 2. Desenvolvimento de hastes de tapeinóquilo (T. ananassae), no período de 12 meses, sob diferentes condições de sombreamento: A - número, B - altura (cm) e C - diâmetro (cm) de hastes. Figure 2. Stem development of T. ananassae, during 12th month of experiment, at differents levels of shade: Anumber, B- height and C- diameter. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 56% 72 MARCIO MELEIRO e TAÍS TOSTES GRAZIANO A 30.0 30.0 25.0 25.0 20.0 20.0 15.0 15.0 10.0 10.0 5.0 5.0 0.0 0.0 0 0 Y= 23,2 + 0,83x. – 0,032x2 + 0,00023x3 R2 = 1,0 . Y= 23,2 + 0,83x – 0,032x2 + 0,00023x3 R2 = 1,0 Número de hastes Número de hastes 20 20 40 60 40 60 Sombreamento (%) Sombreamento (%) 80 80 100 100 B . 100.0 Y= 68,8 + 0,97x – 0,043x2 + 0,00042x3 R2 =1,0 90.0 Altura de hastes (cm) 80.0 70.0 60.0 50.0 0 20 40 60 80 100 Sombreamento (%) C . 1.2 Y= 0,77 + 0,014x – 0,00045x2 + 0,0000036x3 R2 = 1,0 1.0 Diâmetro de hastes (cm) 0.8 0.6 0.4 0 20 40 60 80 100 Sombreamento (%) Figura 3. Efeito dos níveis de sombreamento no número (A); na altura (B) e no diâmetro (C) médios de hastes de tapeinóquilo (T. ananassae), após 12 meses do plantio. Figure 3. Effect of shade levels on mean number (A), heigth (B) and diameter (C) of T. ananassae stems, at the end of the 12th month of experiment Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 63-72, 2007 Efeito do ácido indolbutírico sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira (Tibouchina fothergillae Cogn.) 73 NOTAS Efeito do ácido indolbutírico sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira (Tibouchina fothergillae Cogn.) MÁRCIA DE NAZARÉ OLIVEIRA RIBEIRO (1); PATRÍCIA DUARTE DE OLIVEIRA PAIVA (2); JOSÉ DA CONCEIÇÃO BARBOSA SILVA (3) e RENATO PAIVA (4) RESUMO As quaresmeiras, como são conhecidas algumas espécies do gênero Tibouchina, são plantas nativas do Brasil, de porte arbóreo ou arbustivo, muito utilizadas em projetos paisagísticos. A propagação pode ser feita através sementes e estacas. Objetivou-se neste trabalho verificar a influência das concentrações de ácido indolbutírico e diferentes tempos de imersão sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira-arbustiva (Tibouchina fothergillae). Estacas medianas e apicais foram coletadas de ramos maduros e cortadas em segmentos com três nós e duas folhas, com metade da área foliar. Estas foram tratadas com AIB, na forma líquida, nas concentrações de 0, 500, 1000 e 2000 mg.L-1, durante 0, 1 e 5 minutos de imersão. Logo após, foram plantadas em bandejas, preenchidas com areia em casa-de-vegetação com nebulização intermitente, onde permaneceram por 56 dias. Pelos resultados obtidos, concluiu-se que o AIB aumentou o número de folhas formadas em estacas apicais até a concentração de 812,5 mg.L-1, também houve influência da concentração de AIB sobre a altura das plantas, número e comprimento dos brotos, tanto em estacas apicais como medianas. Maior comprimento de raiz em estacas medianas foi observado na concentração de 1225 mg.L-1 de AIB. Não há necessidade do uso do ácido indolbutírico no processo de enraizamento para esta espécie. Palavras-chave: Estaquia, AIB, Melastomataceae. ABSTRACT Effect of indolbutiric acid on medium and apical cuttings of lenten tree (Tibouchina fothergillae Cogn.) Lenten trees, as known some of the species of the genus Tibouchina, are native plants from Brazil used in landscape design projects. The species can be propagated through seeds and cuttings. The objective of this work was to study the influence of indolbutiric acid concentrations and different immersion times on apical and medium cuttings of Tibouchina fothergillae. Medium and apical cuttings were collected from mature branches and cut in segments with three nodes and two leaves with half of the leaf area. Cuttings were treated with IBA, in concentrations of 0, 500, 1000 and 2000 mg.L-1, for 0, 1 and 5 minutes of immersion. The cuttings were placed in a plastic tray having sand as a substrate and moved to a green house with intermittent vapor irrigation during 56 days. The results showed that IBA increased the number of leaf formed in apical cuttings up to the concentration of 812,5 mg.L-1. There was influence of IBA on height of plants, number and length of sprout, in medium and apical cuttings. Larger root of length in medium cuttings was observed to the concentration of 1225 mg.L-1of IBA. Thus, the IBA did not influence the rooting process in this species. Key-words: Cuttings, IBA, Melastomataceae. 1. INTRODUÇÃO O gênero Tibouchina, pertence à família Melastomataceae e sua floração coincide com a Quaresma, daí vem o nome popular das espécies conhecidas como quaresmeiras (SMITH, 2000). Esta família não tem grande valor econômico, seus usos incluem ornamentais (Tibouchina), frutos comestíveis (Bellucia), madeira para construção (Astronia), tintas (Bellucia) (RIBEIRO et al., 1999), servindo ainda, como indicadoras de poluição (KLUMPP et al., 2000a,b; MORAES et al., 2000a,b). As espécies mais conhecidas desta família são árvores de até 12 m e arbustos de cerca de 2 m nativos do Brasil e freqüente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Pará (GRANDE (1) ENCICLOPÉDIA BARSA, 2004). A Tibouchina fothergillae é uma espécie arbustiva e se diferencia de outras espécies de Melastomataceae por suas flores terem coloração “vinho” intenso (figura 1), as quais nas outras espécies normalmente são arroxeadas, sendo assim, apresenta características ornamentais interessantes para uso em projetos paisagísticos. Segundo LORENZI (2003), a propagação das quaresmeiras pode ser feita através de sementes ou estacas, porém, as sementes são muito pequenas, semelhantes à areia fina, não tolerantes ao armazenamento e com baixa taxa de germinação. A propagação vegetativa é amplamente utilizada na produção de mudas de plantas ornamentais (BARBOSA, 2003), principalmente para multiplicar M.Sc., Doutoranda em Agronomia/Fitotecnia, Universidade Federal de Lavras (UFLA/DAG), Lavras-MG, E-mail:[email protected] D.Sc., Prof. Adjunto, Universidade Federal de Lavras (UFLA/DAG), Cx. P. 3037, 37200-000, Lavras-MG. (3) Graduado em Ciências Agrárias, Centro Federal Tecnológico (CEFET-MA), São Luís-MA. (4) Ph.D, Prof. Adjunto,Universidade Federal de Lavras (UFLA/DBI), Lavras-MG. (2) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 73-78, 2007 74 MÁRCIA DE NAZARÉ OLIVEIRA RIBEIRO et al plantas que não produzem sementes botânicas ou sementes com baixa viabilidade, em pequeno número ou, ainda, para acelerar a produção de mudas de espécies que apresentam problemas de germinação, como aquelas que produzem sementes dormentes (PASQUAL, 2002). A propagação vegetativa pode ser realizada via estaquia, enxertia, mergulhia, estolões, bulbos, divisão de touceiras e por cultura de tecidos. A estaquia destaca-se por promover a multiplicação de plantas matrizes, agronomicamente superiores, mantendo-se as suas características desejáveis (MELETTI, 2000), bem como para a obtenção de uma população clonal geneticamente uniforme, em curto espaço de tempo, com redução ou eliminação da fase juvenil das plantas cultivadas (JANICK, 1966). A viabilidade do uso da estaquia na propagação comercial é em função da facilidade de enraizamento de cada espécie e/ou cultivar, da qualidade do sistema radicular formado e do desenvolvimento posterior da planta na área de produção (DUTRA & VILLA, 2004). Contudo, combinando-se uma ou mais técnicas auxiliares, como a nebulização intermitente e a aplicação de fitorreguladores, entre outros, os resultados poderão ser mais satisfatórios (FACHINELLO et al., 2005). A principal classe de fitorreguladores usados no enraizamento de estacas são as auxinas, sendo o AIB o mais indicado, pois não apresenta toxidade em uma larga faixa de concentração, além de apresentar baixa mobilidade e maior estabilidade química no corpo das estacas (PASQUAL, 2002). A escolha do tipo de estaca a ser utilizada tem grande importância, principalmente, para aquelas espécies com dificuldades de formar raízes adventícias. Em relação à posição ocupada no ramo de origem, as estacas podem ser apicais (ou terminais), medianas ou basais. Existem diferenças marcantes na composição química da base ao ápice dos ramos e, assim, são observadas variações na formação de raízes de estacas obtidas de diferentes partes dos ramos (OLIVEIRA et al., 2001). Em geral, estacas apicais apresentam nível de auxina mais alto que as estacas intermediárias ou medianas. Mesmo assim, a aplicação externa de reguladores de crescimento, como o AIB, pode melhorar e uniformizar o enraizamento. Estacas medianas necessitam maior período para regenerar nova planta, o que se deve em geral ao fato das gemas laterais estarem geralmente dormentes. Em muitos casos, antes de ocorrer o enraizamento, há o desenvolvimento das ramificações laterais, com formação de ramos jovens, às custas de reservas nutricionais armazenadas no corpo da estaca (KAMPF, 2000). A presença de folhas em estacas exerce forte influência estimuladora na formação de raízes. Os carboidratos, resultantes de atividades fotossintéticas das folhas, também contribuem para a formação de raízes, embora os efeitos estimuladores de folhas e gemas se devam, principalmente, à produção de auxina. O tratamento de estacas com auxinas têm como objetivos: aumentar a porcentagem de estacas que formam raízes, ou acelerar sua formação ou, ainda, aumentar o número e a qualidade das raízes formadas em cada estaca (GOULARD, 2003). O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de diferentes concentrações de ácido indolbutírico e tempos de imersão no processo de enraizamento e brotação em estacas apicais e medianas, e na formação de mudas de Tibouchina fothergillae. Figura 1. Flores de Tibouchina fothergillae Cogn. Figure 1. Flowers of Tibouchina fothergillae Cogn. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa-de-vegetação equipada com sistema de nebulização intermitente, no Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Foram utilizadas estacas de ramos de Tibouchina fothergillae, retiradas de matrizes adultas do Viveiro de Plantas Ornamentais da referida Universidade. As estacas medianas e apicais, obtidas após a coleta dos ramos, constituíram dois experimentos separados. Nas estacas medianas (terço médio do ramo) realizou-se um corte transversal abaixo da gema, na base, Revista Brasileira de Horticultura Ornamental e em bisel na parte superior; e nas estacas apicais (parte apical do ramo) foi realizado apenas um corte transversal abaixo da gema localizada na base. As estacas foram padronizadas com três nós e um par de folhas, sendo estas cortadas pela metade. Posteriormente, as estacas foram tratadas com solução de ácido indolbutírico, nas concentrações de 0, 500, 1000 e 2000 mg.L-1 em diferentes tempos: 0, 1 e 5 minutos. O tratamento testemunha constituiu-se de imersão da base das estacas em água destilada. As estacas, após a imersão, foram colocadas em bandejas de polipropileno de 72 células contendo areia v. 13, n.1, p. 73-78, 2007 Efeito do ácido indolbutírico sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira (Tibouchina fothergillae Cogn.) 75 como substrato. Os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com 8 repetições e 10 estacas por parcela, constituindo fatorial simples 4 (concentrações de AIB) x 3 (tempos de imersão). O material foi mantido em estufa com nebulização intermitente. Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando o software Sisvar (FERREIRA, 2000). O período experimental teve duração de 56 dias, ao final do qual avaliou-se: porcentagem de enraizamento, altura da planta, número de folhas formadas, número de brotos e comprimento dos brotos para estacas apicais. Para estacas medianas avaliou-se: porcentagem de enraizamento, altura da planta, número de brotos, comprimento dos brotos e o comprimento da maior raiz. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Tibouchina fothergillae, o uso do regulador de crescimento AIB não influenciou o 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 Altura das plantas (cm) enraizamento, pois as estacas usadas como testemunha também tiveram boa formação de raízes. Para esta espécie houve 94% de enraizamento, tanto para estacas apicais, como para estacas medianas. Maior altura das plantas em estacas apicais (3,9 cm) foi obtida com a concentração de 1700 mg.L-1 de AIB, em 1 minuto de imersão das estacas. Maior altura das plantas em estacas medianas (8,8 cm) foi obtido com 1437,5 mg.L-1 de AIB em 1 minuto de imersão das estacas (figuras 2A e 2B). Maior número de folhas formadas em estacas apicais (2,8) foi obtido na concentração de 812,5 mg.L1 de AIB em imersão rápida das estacas (figura 3). Maior número de brotos em estacas apicais (1,5) foi obtido na concentração de 1000 mg.L-1 AIB em imersão rápida das estacas. Maior número de brotos em estacas medianas (1,8) foi obtido na concentração de 1214,3 mg.L-1 de AIB em 1 minuto de imersão (Figuras 4A e 4B). 10 Altura das plantas (cm) 8 6 4 2 0 Y0 minuto = 3E-08x2 + 0,001x + 6,127 R2 = 0,84 Y1 minuto = -4E-06x2 + 0,0115x + 0,564 R2 = 0,89 Y5 minutos = -5E-06x2 + 0,0128x + 0,505 R2 = 0,93 Y1 m inuto = -1E-06x2 + 0,0034x + 1,017 R2 = 0,74 Y5 m inutos = -2E-06x2 + 0,0041x + 0,794 R2 = 0,97 500 1000 AIB (mg.L-1) 1 minuto 1500 2000 0 500 1000 AIB (mg.L-1) 1500 2000 5 minutos 0 minutos 1 minuto 5 minutos Figura 2A. Altura das plantas de Tibouchina fothergilla, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), em 1 e 5 minutos de imersão das estacas apicais. Figure 2A. Height of Tibouchina fothergilla plants in different concentrations of indolbutiric acid (IBA), after immersion of apical cuttings for 1 and 5 minutes. 3,5 Número de folhas Figura 2B. Altura das plantas de Tibouchina fothergillae, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), em 0, 1 e 5 minutos de imersão das estacas medianas. Figure 2B. Height of Tibouchina fothergillae plants in differents concentrations of indolbutírico acid (IBA), after immersion of median cuttings for 0, 1 and 5 minutes. 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 500 0 minutos Y0 m inutos = -8E-07x2 + 0,0013x + 2,254 R2 = 0,89 Y1 m inuto = -9E-07x2 + 0,0025x + 0,936 R2 = 0,69 Y5 minutos = -1E-06x2 + 0,0026x + 0,769 R2 = 0,96 1000 AIB (mg.L ) 1 minuto -1 1500 5 minutos 2000 Figura 3. Número de folhas de Tibouchina fothergillae, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), após imersão das estacas apicais por 0, 1 e 5 minutos. Figure 3. Leaves number of Tibouchina fothergillae in differents concentrations of indolbutiric acid (IBA), after immersion of apical cuttings per 0, 1 and 5 minutes. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 73-78, 2007 76 MÁRCIA DE NAZARÉ OLIVEIRA RIBEIRO et al 2,0 Número de brotos 2,0 Número de brotos 1,5 1,0 0,5 0,0 0 500 1000 AIB (mg.L ) 0 minutos 1 minuto 5 minutos -1 1,5 1,0 Y1 minuto = -7E-07x2 + 0,0017x + 0,739 R2 = 0,98 Y0 minutos = -5E-07x2 + 0,0008x + 1,186 R2 = 0,77 Y1 minuto = -4E-07x2 + 0,0011x + 0,761 R2 = 0,88 Y5 minutos = -3E-07x2 + 0,001x + 0,689 R2 = 0,99 0,5 0,0 Y5 m inutos = -6E-07x2 + 0,0015x + 0,759 R2 = 0,92 1500 2000 0 500 1000 AIB (mg.L-1) 1 minuto 5 minutos 1500 2000 Figura 4A. Número de brotos em estacas apicais de Tibouchina fothergillae em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), em 0, 1 e 5 minutos de imersão. Figure 4A. Sprouts number of Tibouchina fothergillae in differents concentrations of indolbutírico acid (IBA), aftter 0,1 e 5 minutes of immersion of the apical cuttings. Figura 4B. Número de bortos de Tibouchina fothergillae, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), após 1 e 5 minutos de imersão das estacas medianas. Figure 4B. Sprouts number of Tibouchina fothergillae, in differents concentrations of indolbutírico acid (IBA), after 1 and 5 minutes of immersion of median cuttings. Maior comprimento dos brotos em estacas apicais (4,0 cm) foi observado na concentração de 1750 mg.L-1 de AIB em 1 minuto de imersão das estacas. Maior comprimento dos brotos em estacas medianas (1,6 cm) foi obtido com 1071,4 mg.L-1 de AIB em 5 minutos de imersão das estacas (figuras 5A e 5B). A emissão e alongamento de brotações não devem ser relacionados necessariamente com o enraizamento, pois muitas vezes, os brotos, ao invés de contribuírem, prejudicam a iniciação radicular à medida que passam a competir pelas reservas das estacas, resultando na formação dos brotos em detrimento das raízes, provocando a desidratação do material propagativo através da transpiração (HOWARD et al., 1984). Maior comprimento de raiz em estacas medianas (3,9 cm) foi observado com 1225 mg.L-1 de AIB, em 5 minutos de imersão das estacas (figura 6). Com a aplicação Comprimento de brotos (cm) de auxina, há um aumento da concentração na base da estaca, estimulando a formação do calo, que é o resultado da ativação das células do câmbio e das raízes adventícias (FACHINELLO et al., 1995). TOFANELLI (1999) observou incremento no comprimento de raízes à medida que se aumentou a concentração de AIB, aplicada em estacas lenhosas de pessegueiro ‘Arlequin’, ‘Biuti’, ‘Maravilha’, ‘Premier’, ‘Okinawa’ e ‘R-15-2’. BARTOLINI & ROSELLI (1975) e SHARMA & AIER (1989), também observaram influência do AIB no comprimento da maior raiz de ameixeira. O teor adequado de auxina exógena, para estímulo de enraizamento, depende da espécie e da concentração da auxina existente no tecido. É necessário que haja um balanço adequado entre auxinas, giberelinas e citocininas, ou seja, equilíbrio entre promotores e inibidores do processo de brotação e iniciação radicular (FACHINELLO et al. 2005). Comprimento dos brotos (cm) 5,0 4,0 3,0 2,0 Y1 minuto = -1E-06x + 0,0035x + 1,059 R = 0,73 2 2 2,0 1,5 1,0 Y1 m inuto = -5E-07x2 + 0,0012x + 0,792 R2 = 0,76 1,0 0,0 0 Y5 m inutos = -2E-06x2 + 0,0049x + 0,777 R2 = 0,99 0,5 0,0 0 Y5 minutos = -7E-07x2 + 0,0015x + 0,816 R2 = 0,71 500 1000 AIB (mg.L-1) 1 minuto 5 minutos 1500 2000 500 1000 AIB (mg.L-1) 1 minuto 5 minutos 1500 2000 Figura 5A. Comprimento dos brotos de Tibouchina fothergillae, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), em 1 e 5 minutos de imersão de estacas apicais Figure 5A. Sprout length of Tibouchina fothergillae, in differents concentrations of indolbutiric acid (IBA) in 1 and 5 minutes of immersion apical cuttings. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Figura 5B. Comprimento dos brotos de Tibouchina fothergillae, em diferentes concentrações de ácido indolbutírico (AIB), em 1 e 5 minutos de imersão de estacas medianas. Figure 5B. Sprout length of Tibouchina fothergillae in differents concentrations of indolbutiric acid (IBA), in 1 and 5 minutes of immersion of mediun cuttings. v. 13, n.1, p. 73-78, 2007 Efeito do ácido indolbutírico sobre estacas apicais e medianas de quaresmeira (Tibouchina fothergillae Cogn.) 77 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 Comprimento da maior raiz (cm) Y1 m inuto = -2E-06x2 + 0,0046x + 0,893 R2 = 0,92 Y5 m inutos = -2E-06x2 + 0,0049x + 0,896 R2 = 0,91 500 1000 AIB (mg.L ) -1 1500 2000 1 minuto 5 minutos Figura 6. Efeito das concentrações de AIB para comprimento da maior raiz em estacas medianas de Tibouchina fothergillae, em 1 e 5 minutos de imersão. Figure 6. Effetc of indolbutiric acid (IBA) concentrations for length high root in medium cuttings of Tibouchina fothergillae, in 1 and 5 minutes of immersion. As mudas, depois de enraizadas, foram transferidas para vasos com substrato. Observou-se nessa fase bom pegamento das mudas formadas de estacas apicais e, ao contrário, houve morte de 100% das mudas oriundas de estacas medianas, o que evidencia a necessidade de outros estudos para mais esclarecimentos. 4. CONCLUSÕES 1. Para o enraizamento desta espécie recomendase a utilização de estacas apicais; 2. O AIB não interferiu no enraizamento, não sendo necessário o seu uso, pois as estacas sem este fitorregulador (testemunha) enraizaram; 3. Na fase de transferência para vasos, não houve pegamento das mudas oriundas de estacas medianas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, J.G. Crisântemo: produção de mudas – cultivo para corte de flor – cultivo em vaso – cultivo hidropônico. Viçosa: Aprenda Fácil, 2003. 234p. BARTOLINI, G.; ROSELLI, G. Richerche sulla propagazione del susino per tale adi ramo: 2-moltiplicazione di alcune cultivar de Prunus domestica L. fornite di radici avventizie preformate. 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Assim, visando avaliar características das sementes, coletaram-se capítulos florais de Syngonanthus elegans e S. venustus ― cultivados na região de Diamantina (MG) ― dos quais se retiraram as sementes, que foram submetidas a testes de germinação, avaliando-se efeitos das temperaturas de 20, 25, 30 e 35 °C. Utilizaram-se quatro repetições com 50 sementes em cada caixa plástica tipo gerbox. As sementes das duas espécies tiveram maior percentagem e velocidade de germinação a 25 °C, mas não germinaram quando submetidas à temperatura de 35 °C. As sementes de Syngonanthus venustus também tiveram primeira contagem e IVG (Índice de velocidade de germinação) superiores às de Syngonanthus elegans. Palavras-chave: Eriocaulaceae, floricultura, flores secas. ABSTRACT Seed germination of dried flowers Syngonanthus olegan e S. venustus Syngonanthus sp. is a native ornamental plant endemic to Brazilian savannahs. It has been considered one of the most important exported species and also presents an expressive inner consumption. Although it presents a commercial importance little is known of its agronomic characteristics. It is propagated by seeds prepared by the producers. With the objective to evaluate seed characteristics, flower chapels of S. elegans and S. venustus were collected and the seeds were extracted and submitted to germination by evaluating the effect of temperature (20, 25, 30 and 35 oC). Four replicates with 50 seeds in each gerbox type plastic tray were used. The seeds of both species presented higher percentage and germination velocity at 25 oC with no germination being observed at 35 o C. The seeds of S. venustus showed the first count and germination speed index superior than seeds of S. elegans. Key words: Eriocaulaceae, flower culture, dry flowers 1. INTRODUÇÃO As espécies de eriocauláceas, conhecidas popularmente como sempre-vivas (TEIXEIRA 1987; GIULIETTI et al. 1987; GIULIETTI et al. 1988), constituemse de diversas plantas nativas das serras e cerrados, que ocorrem especialmente ao longo da Cadeia do Espinhaço (MOLDENKE E SMITH, 1976, NÉRI et al. 2005). Os gêneros Syngonanthus, Paepalanthus e Eriocaulon estão entre os que apresentam maior número de espécies (cerca de 270, 400 e 400 espécies, respectivamente). Algumas espécies são largamente usadas para fins de decoração, sendo também produto de exportação do Brasil. Esse fato confere a essas plantas alto valor comercial, principalmente no mercado internacional e seu extrativismo constitui-se importante atividade econômica nas suas regiões de ocorrência (GIULIETTI et al., 1987; NERI et al., 2005). A espécie Syngonanthus elegans (Bong.) Ruhl., conhecida popularmente como sempre-viva pé-de-ouro, (1) é uma das espécies mais exploradas comercialmente por possuir o escapo longo. A espécie Syngonanthus venustus Silveira, conhecida como pé-liso, por não possuir pilosidade em sua base (o que causa alergia em algumas pessoas), é também bastante explorada (NERI et al., 2005). A propagação dessas espécies é feita por meio de sementes, extraídas de plantas destinadas à comercialização de flores, não sendo feito nenhum processo de seleção ou tratamento. Os produtores simplesmente extraem as sementes e realizam a semeadura a lanço nas áreas de produção. Não há registros também sobre características de germinação dessas espécies. O conhecimento de características germinativas das sementes desse grupo de plantas é bastante limitado e os poucos trabalhos disponíveis analisaram aspectos morfológicos e uso de reguladores de crescimento, mas não aspectos germinativos. Devido à importância socioeconômica e o potencial ornamental do gênero Syngonanthus, bem como sua vulnerabilidade frente à coleta predatória, este trabalho Engenheira Agrônoma, Dra. Campinas (SP). Professora do Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras – UFLA - Lavras (MG ). (3) Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal de Lavras – UFLA- Lavras (MG). (4) Professor do Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras - UFLA - Lavras (MG). (2) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 79-83, 2007 80 FERNANDA CRISTIANE SIMÕES et al foi realizado objetivando avaliar a influência da temperatura sobre o comportamento germinativo de Syngonanthus elegans (Bong.) Ruhl. e S. venustus Silveira. 2. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no Laboratório de Análises de Sementes do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (MG) onde foram conduzidos testes para avaliar a porcentagem de germinação das sementes. As sementes de sempre-vivas foram obtidas de flores dispostas em galpão de armazenamento de um produtor de sempre-vivas da cidade de Diamantina (MG). Utilizaram-se para o experimento duas espécies diferentes: Syngonanthus elegans e S. venustus, das quais se retiraram sementes dos capítulos florais após um período de, aproximadamente, sete meses de armazenamento. Após a retirada dos capítulos, as sementes foram passadas por peneira fina para retirar impurezas. No laboratório, o teste de germinação foi conduzido colocando-se as sementes de cada espécie em caixas de plástico tipo gerbox (11,0 x 11,0 x 3,5 cm), sobre duas folhas de papel (tipo mata-borrão), umedecidas com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes o peso do papel do substrato. As caixas de plástico com as sementes foram mantidas em câmaras tipo BOD, reguladas com temperaturas de 20, 25, 30 e 35 oC. Os resultados foram expressos em porcentagem média de plântulas germinadas para cada espécie. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos (temperaturas) e quatro repetições de 50 sementes cada. Foi realizado um teste para cada espécie, nas mesmas condições. As avaliações foram realizadas aos 23 dias após a instalação do teste, seguindo-se os critérios estabelecidos pelas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 1992), obtendo-se a porcentagem média de germinação para tratamento. Também foram obtidos os dados da primeira contagem, da velocidade e da percentagem final de germinação das sementes. As avaliações foram realizadas diariamente, à mesma hora, a partir do dia em que surgiram as primeiras sementes germinadas. Esse procedimento prosseguiu até o dia da última contagem. Ao final do teste, com os dados diários do número de plântulas normais, calculou-se a velocidade de germinação empregando a fórmula de MAGUIRE (1962): IVG: Gn G1 G 2 + + ... + N1 N 2 Nn Onde: IVG: índice de velocidade de germinação; G1, G2, Gn: número de plântulas contadas; N1, N2, Nn: número de dias a partir da semeadura. A velocidade de germinação e, conseqüentemente, o vigor das sementes foram proporcionais aos valores obtidos (MAGUIRE, 1962). Para análise estatística, os dados de germinação de S. elegans, expressos em percentagem, foram transformados em arco seno da raiz quadrada da percentagem e submetidos à análise de variância (ANOVA). As comparações entre as médias foram feitas mediante a aplicação do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1, encontram-se os dados referentes aos testes de germinação (%), sementes mortas (%), sementes dormentes (%), índice de velocidade de germinação (IVG) e primeira contagem para a análise de germinação da espécie S. elegans. Os resultados para S. venustus estão relacionados na tabela 2. As sementes de Syngonanthus elegans e S. venustus germinaram quando mantidas a 25 oC, não ocorrendo esse processo quando expostas à temperatura de 35 oC (tabela 1). Comparando-se o comportamento das duas espécies nessa de temperatura, a germinação de S. venustus (62%) foi superior à de S.elegans (25%). Em todas as outras características avaliadas, a espécie S. venustus também obteve valores maiores em relação à S. elegans. Tabela 1. Germinação (%), sementes mortas (%), sementes dormentes (%), índice de velocidade de germinação (IVG) e primeira contagem em sementes de sempre-viva pé-de-ouro (Syngonanthus elegans). Germination (%), death seeds (%), dormant seeds (%), germination velocity index (GVI) and first count of Syngonanthus elegans seeds T (oC) 20 25 30 35 Germinação (%) 18,0 a 25,0 a 19,0 a 0b Sementes mortas (%) 22,0 a 13,0 b 13,0 b 30,0 a Sementes dormentes (%) 61,0 a 62,0 a 68,0 a 71,0 a IVG 7,0 b 19,0 a 20,0 a 0c Primeira contagem 0b 3,0 b 7,0 a 0b Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 79-83, 2007 Germinação de sementes de sempre-vivas (Syngonanthus elegans e S. venustus) 81 Em relação à presença de sementes mortas não se observou diferença quando as sementes foram mantidas nas temperaturas de 20 e 35 °C, sendo a ocorrência superior, em comparação com as sementes mantidas a 25 e 30 °C. Efeito semelhante foi observado para as sementes da espécie S. venustus (tabela 2). Tabela 2. Germinação (%), sementes mortas (%), sementes dormentes (%), índice de velocidade de germinação (IVG) e primeira contagem em sementes de sempre-viva pé-liso (Syngonanthus venustus) Germination (%), death seeds (%), dormant seeds (%), germination velocity index (GVI) and first count of Syngonanthus venustus seeds T (oC) 20 25 30 35 Germinação (%) 37,0 b 62,0 a 30,0 c 0d Sementes mortas (%) 48,0 a 19,0 b 23,0 b 60,0 a Sementes dormentes (%) 16,0 b 20,0 b 48,0a 41,0 b IVG 14,0c 55,0 a 37,0 b 0d Primeira contagem 0b 6,0 b 13,0 a 0b Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O IVG foi semelhante para as sementes mantidas nas temperaturas 25 e 30oC, que proporcionaram maior velocidade de germinação em relação às outras temperaturas em que as sementes de S. venustus foram mantidas. O IVG foi superior para as sementes mantidas a 30°C. Na avaliação de primeira contagem, observou-se valor superior para as sementes de ambas as espécies mantidas na temperatura de 30oC em comparação aos outros tratamentos. A germinação obtida em laboratório é um parâmetro nem sempre expresso na população inicial no campo. Por isso, normalmente, deve ser acompanhado de um teste de vigor. Quanto maior o vigor, maior o potencial das sementes em estabelecer mudas no campo (POLLOCK E ROSS, 1972). De acordo com SCATENA et al. (1996), as sementes de S. elegans obtiveram porcentagem de germinação de 80%, mas deve-se destacar que esses autores utilizaram sementes coletadas diretamente no campo. No experimento realizado neste trabalho, as sementes já tinham sido colhidas há, aproximadamente, sete meses, e isto pode ter diminuído a porcentagem de germinação, além de afetar as outras variáveis avaliadas. Deve-se considerar que essas sementes representam o material geralmente utilizado pelos produtores para plantio e implantação de nova cultura. Apesar de não haver registros, esse valor pode diminuir com o tempo, interferindo na eficácia do plantio realizado pelos produtores. Observou-se elevada porcentagem de sementes dormentes principalmente para S. elegans, que teve média de 62%, não ocorrendo diferença entre as sementes mantidas em diferentes temperaturas. Para S. venustus essas porcentagens foram menores, sendo observado menor valor (48%) para as sementes mantidas a 30°C. Esse resultado pode ser devido à diferença de maturação entre as duas espécies, já que estas foram coletadas aleatoriamente em galpão de armazenamento (sem controle de temperatura, seguindo as mesmas técnicas utilizadas pelos produtores), ou a características inerentes a cada espécie. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental O IVG se mostrou semelhante entre as duas espécies, destacando a temperatura de 30 °C como mais favorável à rápida germinação das sementes. Para o IVG, segundo MAGUIRE (1962) quanto maior o valor obtido subtende-se maior velocidade de germinação e, conseqüentemente maior vigor. Em função desses resultados, pode-se considerar que as sementes de S. venustus estavam mais vigorosas em relação às de S. elegans. A mesma comparação pode ser efetuada para os resultados de primeira contagem de germinação. A ocorrência de sementes mortas pode ser causada pela presença de fungos associados às sementes (figura 1). A presença de microrganismos, após o ponto de maturidade fisiológica ou durante o enraizamento das sementes, é sempre prejudicial à sanidade das sementes. El eva da s percen tagens de sement es infectadas geralmente estão associadas ao decréscimo no poder germinativo e menor desenvolvimento da plântula (YORINORI,1982). Para ROBERTS (1972) fungos associados a sementes podem ser responsáveis, além da transmissão de doenças na parte aérea e radicular da plântula, pelo decréscimo no potencial de desempenho das sementes e morte de plântulas. A fi gur a 2 a presen ta os está dios de desenvolvimento das sementes de sempre-vivas, germinadas sobre papel, em condições de laboratório. Na figura 2a observa-se o desenvolvimento da folha e nas demais, o desenvolvimento da plântula. Por meio dos resulta dos obt idos pode-se observa r que as duas espécies est uda das t êm semelhanças quanto à temperatura exigida para germinação, 25°C, mas com porcentagens diferentes. Resultados parecidos foram observados para o IVG e pr imeira conta gem. De modo gera l, as porcentagens de germinação da espécie S. venustus foram superiores à S. elegans. Considerando a deficiência de conhecimentos agronômicos sobre o cultivo e características dessa espécie, os resultados obtidos poderão ser úteis e indicativos para novas pesquisas sobre essas espécies. v. 13, n.1, p. 79-83, 2007 82 FERNANDA CRISTIANE SIMÕES et al Figura 1. Fungos observados em sementes de sempre-viva (Syngonanthus elegans e S. venustus) durante os testes de análise de sementes. Fungi observed in Syngonanthus elegans and S. venustus seeds during seed analysis A B C D E F Figura 2. Estádios de desenvolvimento de sementes de sempre-vivas germinadas em condições de laboratório. (a) desenvolvimento da folha; (b) plântula com 15 dias; (c) plântula com 18 dias; (d) plântula com 21 dias; (e) plântula com 24 dias; (f) plântula com 27 dias. Developmental stages of Syngonanthus seeds germinated in laboratory conditions. (a) leaf development; (b) 15 days old seedling; (c) 18 days old seedling; (d) 21 days old seedling; (e) 24 days old seedling; (f) 27 days old seedling. 4. CONCLUSÕES Nas condições em que o trabalho foi realizado pode-se concluir que: - As espécies Syngonanthus elegans e S. venustus obtiveram melhor germinação (62% e 25%, respectivamente) na temperatura de 25oC. Também a velocidade de germinação é Revista Brasileira de Horticultura Ornamental maior quando as sementes são expostas a 25°C. - Em Syngonanthus elegans os valores de sementes mortas, sementes dormentes e IVG foram superiores aos observados para S. venustus. - Não se observou germinação das sementes mantidas a 35ºC. - A presença de fungos contribuiu para a morte de elevada porcentagem das sementes, de até 60% a 35 ºC. v. 13, n.1, p. 79-83, 2007 Germinação de sementes de sempre-vivas (Syngonanthus elegans e S. venustus) 83 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, 1992, 365p. GIULIETTI, A. M.; MENEZES, N. L.; PIRANI, J. R.; MEGURO, M.; WANDERLEY, M. G. L. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista das espécies. Boletim de Botânica [Universidade de São Paulo], São Paulo, v9, p. 1-151, 1987. GIULIETTI, N.; GIULIETTI, A. M.; PIRANI, J.R.; MENEZES, N.L. Estudo em sempre-vivas: importância econômica do extrativismo em Minas Gerais, Brasil. Acta Botânica Brasilica. Brasília, v1, n.2, p.179-193, 1988. MAGUIRE,J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science. Chicago, v.2, n.2, p.176-177, 1962. MOLDENKE, H.N.; SMITH, L.B. Eriocauláceas. In: Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário “Barbosa Rodrigues”, 1976. NERI, F.C.S.; PAIVA, P.D.O.; BORÉM, R.A.T. Produção e c om er ci a l i z a ç ã o de sem pr e -vi va s . In for me Agropecuário. Belo Horizonte, v.26, n.227, p.56-61, 2005. POLLOCK, D.M.; ROSS, E.E. Seed and seedling vigour. In: KOZLOWSKG, T.T. Seed biology. New York: Academic Press, 1972. p.313-387. ROBERTS, E.H. Viability of seeds. Londres: Chapman and Hall. 1972. 448p. SCATENA,V.L; LEMOS FILHO,J.P.de; LIMA,A.A.A. Morfologia do desenvolvimento pós-seminal de Syngonathus elegans e S. niveus (Eriocaulaceae). Acta Botânica Brasilica. Brasília, v.10, n.1, p.85-91, 1996 TEIXEIRA, A.M. Sempre-vivas: folclore e verdade. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, v5, p.14-15, 1987. YORINORI, J.T. Doenças da soja causadas por fungos. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.8, n.94, p.40-46, 1982. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 79-83, 2007 84 ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO et al DESCRIÇÃO DE CULTIVAR ‘IAC Joinville’ – nova cultivar de hemerocale ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO(2,3), LUIZ ANTONIO FERRAZ MATTHES(2), CARLOS EDUARDO FERREIRA DE CASTRO(2) RESUMO ‘IAC Joinville’ é uma ornamental produzida pela hibridação de espécies do gênero asiático Hemerocallis, família Hemerocallidaceae. Na primavera, produz duas a três hastes florais com 15 a 20 flores com pétalas laranja claro em dois tons com fio de borda escuro e com margem estrutural, com a linha média contrastante e nervuras aparentes. É facilmente propagada por divisão de touceira. As mudas florescem após um ou dois anos de cultivo em campo aberto. Oferece um produto com multifinalidades para uso no paisagismo, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços. É uma planta que exige pouca manutenção, rústica e bem-adaptada às condições climáticas predominantes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Palavras-chave: Hemerocallis, variedade, lírio-de-São-José, melhoramento genético ABSTRACT ‘IAC Joinville’ – new daylily cultivar ‘IAC Joinville’ is an ornamental plant produced by the hybridization of species of the Asiatic genus Hemerocallis, Hemerocallidaceae family. In the spring, it produces two to three floral escapes with 15 to 20 flowers with petals in two shades of light orange and dark borders and structural margin; the medium line and nerves are visible. It is easily propagated by division. The plants bloom abundantly after 1 or 2 years of culture in open field. It offers a multipurpose product for landscape use. It can be planted as border along the paths and walls, or in groups as massifs. It is easy to care and very well adapted cultivar to the South, Southeast and Center-west region of the country. Key words: Hemerocallis, variety, breeding Pesquisa parcialmente financiada pela Fapesp e CNPq. Pesquisador Científico, Instituto Agronômico, Caixa Postal 28, 13001-970 Campinas (SP), [email protected] (3) Bolsista CNPq (2) (1) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 84-86, 2007 ‘IAC Joinville’ – nova cultivar de hemerocale 85 1. INTRODUÇÃO O gênero Hemerocallis pertence à família Hemerocallidaceae e é um dos mais importantes entre os gêneros de herbáceas perenes ornamentais, nativo da Ásia, Japão, Sibéria, China e Eurásia. No Brasil, o hemerocale é também conhecido como lírio-de-São-José, lírio-de-um-dia e lírio-amarelo. Seu nome atual foi dado por Linnaeus em 1753, e origina-se do grego hemero = dia e kallos = beleza, referindo-se a uma de suas mais importantes características: cada flor dura apenas um dia. O maior interesse econômico nessa espécie é para uso paisagístico, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços, pois é uma planta que exige pouca manutenção. Além disso, possui resistência a períodos de seca, capacidade de adaptação a diferentes tipos de solo e climas e boa resistência a pragas e doenças. Os novos híbridos de hemerocale, principalmente tetraplóides, foram obtidos por hibridadores norte-americanos, que vêm revolucionando o conceito dos antigos híbridos diplóides predominantemente de coloração amarela, alaranjada ou acastanhada. Após uma série de cruzamentos, criaram-se novas variedades e híbridos, que se destacam pela coloração, do creme aos tons muito escuros quase pretos, e uma gama infinita de cores como: amarela, rosa, laranja, marrom, violeta, castanha, vermelha, em combinações de até quatro cores ou matizes, em manchas, desenhos e bordas, formando conjuntos multicoloridos, além disso, essas novas seleções têm as pétalas grandes, largas e vistosas. 2. ORIGEM DA ‘IAC JOINVILLE’ Atraído pelo esplendor dessas novas cultivares, o pesquisador Luiz Antonio Ferraz Matthes, em viagem à Califórnia, no ano de 1990, trouxe para o Instituto Agronômico (IAC) a primeira coleção de híbridos tetraplóides. A partir de então, novas introduções foram feitas pelos colegas Carlos Eduardo Ferreira de Castro, Antonio Fernando Caetano Tombolato e Antonio Aparecido Longhi, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Todo esse germoplasma introduzido serviu de base para a realização de cruzamentos controlados, a obtenção de novos híbridos e os ensaios de micropropagação. Com a grande facilidade de intercruzamentos entre as espécies desse gênero, milhares de híbridos foram produzidos por polinização cruzada, ao longo dos anos, semeados no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Frutas (IAC), e cultivados em condições de campo. Atualmente, a coleção e os híbridos se encontram no Centro Experimental Central (CEC), do IAC, em Campinas, onde vêm sendo selecionados. As melhores plantas, que se destacaram nos últimos anos de observação, foram selecionadas para multiplicação também in vitro e introduzidas em sistema de produção comercial em propriedade do Sr. Dário Bergmann, produtor colaborador, na cidade de Joinville (Santa Catarina). Revista Brasileira de Horticultura Ornamental As variedades nacionais recomendadas atualmente são: ‘Alessandra’, ‘Alvorada’, ‘Amália’, ‘Amanda’, ‘Anita’, ‘Bárbara’, ‘Canário’, ‘Carolina’, ‘Castanho’, ‘Cora Coralina’, ‘Dona Francisca’, ‘Graziela Barroso’, ‘Guaratiba’, ‘Harriet’, ‘Hellen’, ‘Joinville’, ‘Jundiaí’, ‘Ligia Fagundes Telles’, ‘Longhi’, ‘Maria Bonita’, ‘Olga Ullmann’, ‘Primavera’, ‘Rainha Silvia’, ‘Santa Catarina’, ‘São Paulo’, ‘Santa Elisa’ e ‘Sophia’, ainda em processo de registro no SNPC – Serviço Nacional de Proteção de Cultivares. Dentre essas, a ‘IAC Joinville’ foi escolhida para registro prioritário no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares, tendo em vista seu alto valor agronômico apontado pela empresa Agrícola da Ilha Ltda. A ‘IAC Joinville’ foi introduzida pelo Eng. Agr. Antonio A. Longhi, em época desconhecida, e resgatada de sua coleção particular pelo Pesquisador Antonio F.C. Tombolato, em 1998. Na coleção recebeu a identificação IAC Longhi 2A. 3. CARACTERES MORFOLÓGICOS Touceira de estrutura indefinida e crescimento vegetativo mediano. A folhagem de coloração verde médio atinge altura de 45 cm. O limbo é de largura média, comprimento médio de 67 cm, textura pregueada e posição de crescimento intermediária. Hábito de crescimento sempre verde. A estrutura do escapo é intermediária, com altura média de 60 cm com duas ou três ramificações na porção superior e média de 15 a 20 botões por escapo. A flor é simples, actnomórfica, com cerca de 14 cm de diâmetro, formato estrelar e perfil achatado. Ligeiramente fragrante. As pétalas laranja-claras em dois tons com fio de borda escuro e com margem estrutural, com a linha média contrastante e nervuras aparentes. As sépalas também laranja claro em dois tons com fio de borda e margem estrutural. A garganta é laranja com fundo verde. Os estames são alaranjados, com as anteras amarelas. O hábito de florescimento é diurno e mediano. 4. ADAPTABILIDADE Planta rústica e tolerante ao ataque das principais pragas da cultura. Com excelente adaptação ao planalto e litoral do Estado de São Paulo, Paraná e Santa Catarina e regiões ecológicas semelhantes. Foi testada em Joinville (SC), a 15 m de altitude, tendo como localização geográfica as coordenadas -26° 18’S + 48° 51'W. As características edafoclimáticas são: clima Cfa (Köppen) mesotérmico úmido com verões quentes; precipitação média anual na faixa de 1430 a 1908 mm (mês menos chuvoso com precipitação superior a 60 mm); temperatura média anual de 19,1 a 20,0ºC, média de verão 26,0 a 27,0ºC, de inverno 15,4 a 16,8ºC e superior a – 3ºC (pelo o menos um mês com média igual ou superior a 10ºC); umidade relativa média 84,2 a 87,2%. Tipo de solo da área de cultivo: cambissolo háplico associado a argissolo amarelo colocados em aterro sobre gleissolo háplico. v. 13, n.1, p. 84-86, 2007 86 ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO et al 5. CONDIÇÕES DE CULTIVO Planta de cultivo em campo a pleno sol, com possibilidade de cultivo em vaso, desde que cultivado ao sol. À meia sombra o potencial de florescimento fica reduzido. A melhor época para o plantio das mudas é o inverno de maio a gosto quando as toucerias estão em baixa atividade de desenvolvimento ou dormência. 5.1. Preparo do canteiro Incorpora-se ao solo uma camada de 7,6 a 10,2 centímetros de matéria orgânica, turfa, esterco bem-curtido e 1 a 1,5 kg de 6:6:6 para cada 10 m2 de canteiro ou o equivalente para outros compostos fertilizantes completos. O solo corrigido deve ser nivelado e umedecido. Os canteiros devem ser feitos de preferência com substrato esterilizado. Para cada metro quadrado, acrescentar 10 L de esterco de galinha curtido e 15 L de cinzas de casca de arroz; se o solo for muito argiloso, acrescentar 25 L de cinzas. Na falta das cinzas, substituir por areia de construção, na proporção de 1:2 (uma parte de areia para duas de terra). Logo após, misturar 50 g de adubo NPK 10-10-10 por m2 de canteiro. 5.2. Plantio Imediatamente após o plantio, deve ser feita a correta identificação das cultivares com placas ou etiquetas. As plantas identificadas incorretamente ou não identificadas perdem seu valor comercial. Após o plantio, o restabelecimento é rápido. O hemerocale pode ser plantado durante o ano todo, entretanto o período mais indicado é no início do outono e no fim da florada, sendo essa a melhor época. Após o preparo do solo, afofar a terra, fazer uma cova maior que o diâmetro das raízes e amontoar a terra no centro. Colocar a coroa na parte superior do monte e, cuidadosamente, ajeitar as raízes à sua volta. Cobrir a coroa com terra, até 2 cm no máximo. Firmar o solo ao redor da planta e irrigar muito bem. Deixar uma pequena depressão ao redor da planta. Manter o solo bem-úmido até o estabelecimento da planta. Caso as plantas estejam fora da terra por alguns dias, muito secas ou com estresse, manter as raízes e a coroa submersas em água por algumas horas antes do plantio. Embeber as raízes em uma solução de fertilizante líquido, por algumas horas antes do plantio, é um processo que pode revigorá-las. 5.3. Espaçamento Dependendo do porte da variedade, recomendase um espaçamento de 30 a 40 cm entre cada planta. Para as variedades de porte “mini” o espaçamento pode ser reduzido para 12 a 20 cm entre as plantas. As plantas devem ser dispostas alternadas formando um X. 6. DESEMPENHO São produzidas duas ou três hastes florais por planta e 15 a 20 botões florais por haste. O hábito de florescimento é diurno e mediano. 7. PROPAGAÇÃO Planta perene, cuja multiplicação pode ser feita em campo por divisão de touceira, que floresce abundantemente após dois anos. També pode ser propagada pelas mudas aéreas formadas na haste floral. 8. USOS O maior interesse econômico nos híbridos dessa espécie é para uso no paisagismo, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços, pois é uma planta que exige pouca manutenção. 9. DISPONIBILIDADE Mudas podem ser adquiridas pelo contato com o Instituto Agronômico – IAC. Endereço: Avenida Barão de Itapura, 1481 Vila Itapura - Campinas (SP) CEP 13020-902 www.iac.sp.gov.br Responsável técnico: Antonio Fernando Caetano Tombolato Tel. 19-3241-5188 - ramal 330 [email protected] Também pode ser adquirido material propagativo por meio da Empresa Agrícola da Ilha Ltda. Rua Tenente Antônio João, 4257, fundos Bom Retiro – Joinville (SC) CEP 89223-100 Fone/Fax (47) 3473-0628 e-mail: [email protected] Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 84-86, 2007 ‘IAC Rainha Silvia’ – nova cultivar de hemerocale 87 DESCRIÇÃO DE CULTIVAR ‘IAC Rainha Silvia’ – nova cultivar de hemerocale ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO(2,3), LUIZ ANTONIO FERRAZ MATTHES(2), CARLOS EDUARDO FERREIRA DE CASTRO(2) RESUMO ‘IAC Rainha Silvia’ é uma ornamental produzida pela hibridação de espécies do gênero asiático Hemerocallis, família Hemerocallidaceae. Na primavera, produz duas hastes florais com 13 flores e pétalas rosa-escuras em dois tons com fio de borda escuro e estrutura da margem crespa, com a linha média e nervuras não aparentes. É facilmente propagada por divisão de touceira. As mudas florescem após um ou dois anos de cultivo em campo aberto. Oferece um produto com multifinalidades para uso no paisagismo, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços. É uma planta que exige pouca manutenção, rústica e bem-adaptada às condições climáticas predominantes no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Palavras-chave: Hemerocallis, variedade, lírio-de-São-José, melhoramento genético ABSTRACT ‘IAC Rainha Silvia’ – new daylily cultivar ‘IAC Rainha Silvia’ is an ornamental plant produced by the hybridization of species of the Asiatic genus Hemerocallis, Hemerocallidaceae family. In the spring, it produces two floral escapes with 13 flowers with petals in two shades of dark rose and dark borders and crispy margin; the medium line and nerves are not visible. It is easily propagated by division. The plants bloom abundantly after one or two years of culture in open field. It offers a multipurpose product for landscape use. It can be planted as border along the paths and walls, or in groups as massifs. It is easy to care and very well adapted cultivar to the South, Southeast and Center-west region of the country. Key words: Hemerocallis, variety, breeding (1) Pesquisa parcialmente financiada pela Fapesp e CNPq. Pesquisador Científico, Instituto Agronômico, Caixa Postal 28, 13001-970 Campinas (SP), [email protected] (3) Bolsista CNPq (2) Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 87-89, 2007 88 ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO et al 1. INTRODUÇÃO O gênero Hemerocallis pertence à família Hemerocallidaceae e é um dos mais importantes entre os gêneros de herbáceas perenes ornamentais, nativo da Ásia, Japão, Sibéria, China e Eurásia. No Brasil, o hemerocale é também conhecido como lírio-de-São-José, lírio-de-um-dia e lírio-amarelo. Seu nome atual foi dado por Linnaeus em 1753, e origina-se do grego hemero = dia e kallos = beleza, referindo-se a uma de suas mais importantes características: cada flor dura apenas um dia. O maior interesse econômico nessa espécie é para uso paisagístico, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços, pois é uma planta que exige pouca manutenção. Além disso, possui resistência a períodos de seca, capacidade de adaptação a diferentes tipos de solo e climas e boa resistência a pragas e doenças. Os novos híbridos de hemerocale, principalmente tetraplóides, foram obtidos por hibridadores norte-americanos, que vêm revolucionando o conceito dos antigos híbridos diplóides predominantemente de coloração amarela, alaranjada ou acastanhada. Após uma série de cruzamentos, criaram-se novas variedades e híbridos, que se destacam pela coloração, do creme aos tons muito escuros quase pretos, e uma infinidade de cores como: amarela, rosa, laranja, marrom, violeta, castanha, vermelha, em combinações de até quatro cores ou matizes, em manchas, desenhos e bordas, formando conjuntos multicoloridos, além disso, essas novas seleções têm as pétalas grandes, largas e vistosas. 2. ORIGEM DA ‘IAC RAINHA SILVIA’ Atraído pelo esplendor dessas novas cultivares, o pesquisador Luiz Antonio Ferraz Matthes, em viagem à Califórnia, em 1990, trouxe para o Instituto Agronômico (IAC) a primeira coleção de híbridos tetraplóides. A partir de então, novas introduções foram feitas pelos colegas Carlos Eduardo Ferreira de Castro, Antonio Fernando Caetano Tombolato ¯ ambos do IAC ¯ e Antonio Aparecido Longhi, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). Todo esse germoplasma introduzido serviu de base para a realização de cruzamentos controlados, a obtenção de novos híbridos e os ensaios de micropropagação. Com a grande facilidade de intercruzamentos entre as espécies desse gênero, milhares de híbridos foram produzidos por polinização cruzada, ao longo dos anos, semeados no Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Frutas (IAC), e cultivados em condições de campo. Atualmente, a coleção e os híbridos se encontram no Centro Experimental Central (CEC), em Campinas, onde vêm sendo selecionados. As melhores plantas, que se destacaram nos últimos anos de observação, foram selecionadas para multiplicação também in vitro e introduzidas em sistema de produção comercial em propriedade do Sr. Dário Bergmann, produtor colaborador, na cidade de Rainha Silvia (Santa Catarina). Revista Brasileira de Horticultura Ornamental As variedades nacionais recomendadas atualmente são: ‘Alessandra’, ‘Alvorada’, ‘Amália’, ‘Amanda’, ‘Anita’, ‘Bárbara’, ‘Canário’, ‘Carolina’, ‘Castanho’, ‘Cora Coralina’, ‘Dona Francisca’, ‘Graziela Barroso’, ‘Guaratiba’, ‘Harriet’, ‘Hellen’, ‘Joinville’, ‘Jundiaí’, ‘Ligia Fagundes Telles’, ‘Longhi’, ‘Maria Bonita’, ‘Olga Ullmann’, ‘Primavera’, ‘Rainha Silvia’, ‘Santa Catarina’, ‘São Paulo’, ‘Santa Elisa’ e ‘Sophia’, ainda em processo de registro no SNPC – Serviço Nacional de Proteção de Cultivares. Dentre essas, a ‘IAC Rainha Silvia’ foi escolhida para registro prioritário no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares, tendo em vista seu alto valor agronômico, apontado pela empresa Agrícola da Ilha Ltda. A ‘IAC Rainha Silvia’ foi introduzida dos Estados Unidos pelo Pesquisador Luiz A. F. Matthes, em 1990, e mantida na coleção como IAC 06 (exsicata depositada no Herbário IAC n. 44877). 3. CARACTERES MORFOLÓGICOS Caracteres morfológicos: touceira de estrutura indefinida. A folhagem de coloração verde médio atinge altura de 40 cm. O limbo é de largura média (2,3 cm), comprimento médio de 50 cm, textura lisa e posição de crescimento intermediária. Hábito de crescimento sempre verde. A estrutura do escapo é intermediária, com altura média de 55 cm com duas ramificações na porção superior e média de 13 botões por escapo. A flor é simples, zigomórfica, com cerca de 11 cm de diâmetro, formato triangular e perfil alargado. Ligeiramente fragrante. As pétalas rosa-escuras em dois tons com fio de borda escuro e estrutura da margem crespa, com a linha média e nervuras não aparentes. As sépalas rosa-claras também em dois tons com fio de borda branco e estrutura da margem lisa. A garganta é amarela esverdeada. Os estames são amarelos na base, tornandose rosas no ápice, com as anteras marrons. O hábito de florescimento é diurno e tardio. 4. ADAPTABILIDADE Planta rústica e tolerante ao ataque das principais pragas da cultura. Com excelente adaptação ao planalto e litoral do Estado de São Paulo, Paraná e Santa Catarina e regiões ecológicas semelhantes. Foi testada em Joinville (SC), a 15 m de altitude, tendo como localização geográfica as coordenadas -26° 18’S + 48° 51'W. As características edafoclimáticaas são: clima Cfa (Köppen) mesotérmico úmido com verões quentes; precipitação média anual na faixa de 1430 a 1908 mm (mês menos chuvoso com precipitação superior a 60 mm); temperatura média anual de 19,1 a 20,0ºC, média de verão de 26,0 a 27,0ºC, inverno, 15,4 a 16,8ºC e superior a –3ºC (pelo o menos um mês com média igual ou superior a 10ºC); umidade relativa média 84,2 a 87,2%. Tipo de solo da área de cultivo: cambissolo háplico associado a argissolo amarelo colocados em aterro sobre gleissolo háplico. v. 13, n.1, p. 87-89, 2007 ‘IAC Rainha Silvia’ – nova cultivar de hemerocale 89 5. CONDIÇÕES DE CULTIVO Planta de cultivo em campo a pleno sol, com possibilidade de cultivo em vaso, desde que cultivado ao sol. À meia sombra o potencial de florescimento fica reduzido. A melhor época para o plantio das mudas é o inverno de maio agosto quando as toucerias estão em baixa atividade de desenvolvimento ou dormência. 5.1. Preparo do canteiro Incorpora-se ao solo uma camada de 7,6 a 10,2 centímetros de matéria orgânica, turfa, esterco bem-curtido e 1 a 1,5 kg de 6:6:6 para cada 10 m2 de canteiro ou o equivalente para outros compostos fertilizantes completos. O solo corrigido deve ser nivelado e umedecido. Os canteiros devem ser feitos de preferência com substrato esterilizado. Para cada metro quadrado, acrescentar 10 L de esterco de galinha curtido e 15 L de cinzas de casca de arroz; se o solo for muito argiloso, acrescentar 25 L de cinzas. Na falta das cinzas, substituir por areia de construção, na proporção de 1:2 (uma parte de areia para duas de terra). Logo após, misturar 50 g de adubo NPK 10-10-10 por m2 de canteiro. 5.2. Plantio Imediatamente após o plantio, deve ser feita a correta identificação das cultivares com placas ou etiquetas. As plantas identificadas incorretamente ou não identificadas perdem seu valor comercial. Após o plantio, o restabelecimento é rápido. O hemerocale pode ser plantado durante o ano todo, entretanto o período mais indicado é no início do outono e no fim da florada, sendo essa a melhor época. Após o preparo do solo, afofar a terra, fazer uma cova maior que o diâmetro das raízes e amontoar a terra no centro. Colocar a coroa na parte superior do monte e, cuidadosamente, ajeitar as raízes à sua volta. Cobrir a coroa com terra, até 2 cm no máximo. Firmar o solo ao redor da planta e irrigar muito bem. Deixar uma pequena depressão ao redor da planta. Manter o solo bem úmido até o estabelecimento da planta. Caso as plantas estejam fora da terra por alguns dias, muito secas ou com estresse, manter as raízes e a coroa submersas em água por algumas horas antes do plantio. Embeber as raízes em uma solução de fertilizante líquido, por algumas horas antes do plantio, é um processo que pode revigorá-las. 5.3. Espaçamento Dependendo do porte da variedade, recomendase um espaçamento de 30 a 40 cm entre cada planta. Para as variedades de porte “mini” o espaçamento pode ser reduzido para 12 a 20 cm entre as plantas. As plantas devem ser dispostas alternadas formando um X. 6. DESEMPENHO São produzidas duas hastes florais por planta e 13 botões florais por haste. O hábito de florescimento é diurno e mediano. 7. PROPAGAÇÃO Planta perene, cuja multiplicação pode ser feita em campo por divisão de touceira, que florescem abundantemente após dois anos. Também pode ser propagada pelas mudas aéreas formadas na haste floral. 8. USOS O maior interesse econômico por híbridos dessa espécie é para uso paisagístico, podendo ser cultivada em bordaduras ao longo de canteiros e muros ou em grupos, formando maciços, pois é uma planta que exige pouca manutenção. 9. DISPONIBILIDADE Mudas podem ser adquiridas por meio de contato com o Instituto Agronômico – IAC. Endereço: Avenida Barão de Itapura, 1481 Vila Itapura - Campinas (SP) CEP - 13020-902 www.iac.sp.gov.br Responsável técnico: Antonio Fernando Caetano Tombolato Tel. 19-3241-5188 ramal 330 [email protected] Também pode ser adquirido material propagativo por meio da Empresa Agrícola da Ilha Ltda. Rua Tenente Antônio João, 4257, fundos Bom Retiro – Joinville (SC) CEP - 89223-100 Fone/Fax (47) 3473-0628 e-mail: [email protected] Revista Brasileira de Horticultura Ornamental v. 13, n.1, p. 87-89, 2007 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA BRASILEIRA DE HORTICULTURA ORNAMENTAL (Rev. Bras. Hortic. Ornarn.) DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS I. POLÍTICA EDITORIAL O periódico é destinado à publicação de trabalhos relativos à floricultura, plantas ornamentais e paisagismo, redigidos em português, inglês ou espanhol. Como a Revista apresenta vínculo com a Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais (SBFPO), um dos autores do trabalho deverá ser sócio quite.Os trabalhos apresentados em Congressos da SBFPO terão prioridade. Quanto ao conteúdo, os trabalhos poderão ser apresentados sob a forma de: 1. Artigo Científico; 2. Artigo Técnico; 3. Artigo de revisão; 4. Nota; 5. Cartas; 6. Descrição de cultivares. II. DEFINIÇÃO DAS SEÇÕES 1. Artigo Científico a) Artigo relatando um trabalho original, referente a resultados de pesquisa ou revisão bibliográfica, submetida à Comissão Editorial, ainda não relatados nem submetidos simultaneamente à publicação em outro periódico e que, após a submissão, não poderão ser publicados, parcial ou totalmente, em outro local sem o consentimento expresso da Comissão Editorial. b) Deve ser digitado em Word ou outro compatível com Windows, com letras de tamanho 12, espaçamento entre linhas de 1,5 a duplo, com todas as páginas revistas e numeradas, enviado em disquete e com 1 cópia impressa. c) O encaminhamento deverá ser feito através de carta assinada por todos os autores. d) Os artigos em Pesquisa serão iniciados com o título do trabalho e nome dos autores, por extenso. Nome e endereço postal completo do local de trabalho dos autores, assim como anotações como entidade financiadora, condição de bolsista, etc., devem ser inseridas na forma de rodapé, com numeração consecutiva. Exemplo: Influência do desbaste na produção de inflorescências de Heliconia psittacorum L. f. cv. Andrômeda(1) CLÁUDIA F. MACHADO(2); TAÍS TOSTES GRAZIANO(3) e MARIA ESMERALDA S. P. DEMATTÊ(2) __________________________________________ (1) Parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora, financiada pela FAPESP. (2) Departamento de Produção Vegetal, FCAV-UNESP, 14870000, Jaboticabal, SP. (3) Centro de Horticultura - Instituto Agronômico (IAC), Caixa Postal 28, 13.001 970 Campinas (SP) e) A estrutura dos artigos obedecerá ao seguinte roteiro: Resumo em português e “Abstract”, acompanhado de título, em inglês; com indicação de palavras chave e “keywords”, respectivamente; Introdução; Material e Métodos; Resultados e Discussão (juntos ou separados); Agradecimentos; Referências; Figuras e Tabelas. f) Referências no texto deverão ser feitas conforme exemplo: SOUZA & BARBOSA (1989) ou (SOUZA & BARBOSA, 1989). Quando houver 3 ou mais autores a referência deverá ser feita na forma reduzida (SOUZA et al., 1989) ou SOUZA et al. (1989). g) As Referências, ao final do texto, serão apresentadas em ordem alfabética de autores. Quando houver mais de um artigo do(s) mesmo(s) autor(es) no mesmo ano, indicar 1989a, 1989b, etc. A ordem dos itens em cada referência deve obedecer as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT - NRB-60233, ago./89. NBR 6023:2002 h) As palavras-chave e as “keywords” não deverão repetir palavras do título do trabalho. Livros AUTOR(es).//Título; sub título.// Edição. Cidade onde foi publicado: Editora, ano de publicação.// n. de volumes e total de páginas. HARTMANN, H. T., KESTER, D. E. Propagación de plantas; princípios y prácticas. 7. ed. México: Companhia Editorial, 1978. 810p. Obs.: Todos os autores devem ser citados. Capítulo de Livro AUTOR DO CAPÍTULO.// Título do capítulo. In: AUTOR OU EDITOR./ /Título do livro. Cidade onde foi publicado:Editora, ano. volume. página inicial-final. JENSEN, M. E. Water consumption by agricultural plants. In: KOZLOWSKI, T.T. (ed.). Water deficits and plant growth. New York:Academic Press, 1968. v.2, p.1-22. Mesmo autor COLINAVAUX, P. Predation the population consequences. In:__________________. Ecology. New York: John Wiley & Sons, 1986. p. 210-240. Periódicos AUTOR.//Título do artigo.//Título do periódico (por extenso), Local de publicação, volume, número, página inicial- final, ano. BOYLE, T. H., STIMART, D. P. Influence of irrigation interruptions on flowering of Hippeastrum x hybridum ‘Red Lion’. HortScience, Washington, v.22, n.6, p.1290-92, 1987. Sem autor TÍTULO do artigo (somente a primeira palavra em maiúsculo)./ /Título do periódico (por extenso), local de publicação, volume, número, página inicial-final, ano. Artigo de Jornal AUTOR. Título do artigo. Título do Jornal. Local, dia, mês, ano. Número ou título do caderno, página inicial-final. SOUZA, H. M. de. A lofântera da Amazônia. O Estado de São Paulo. São Paulo, 5 nov 1987. Suplemento Agrícola, p.6. Referências tiradas de bibliografias e abstracts STEPHENS, R. E. Properties of hyalin. Calciun-insoluble protein of the hyaline layer of the sea urchin egg. Journal of Cell Biology, v.44, p.611-7, 1979 apud Chemical Abstracts, v.72, n.21, p.125, 1970 (Ref. n??108.335). Séries, Boletim Técnico, Circular, Mimeografado de concentração) Exemplo: STANCATO, G. C. Fisiologia do crescimento em Hippeastrum x hybridum cv. Apple Blossom. Campinas:Instituto de Biologia, UNICAMP, 1993. 53p. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) Artigo Eletrônico FARIA, R. T. Tensiômetro; construção, instalação e utilização. Londrina:Fundação Instituto Agronômico do Paraná, 1987. 22p. (Circular, 56) Comunicação Pessoal São incluídas aqui informações obtidas a partir de conferências, anotações de aula, etc. Devem ser indicadas em nota de rodapé, separadas do corpo do texto por uma linha contínua, aproximadamente, de 5 cm, iniciada na margem esquerda. Exemplo: DEMATTÊ* constatou que..... . ._________________________________ *DEMATTÊ, M. E. S. P. (Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP - campus de Jaboticabal). Comunicação pessoal, 1992. Entidade independentes ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Rio de Janeiro. Estatísticas nos municípios do ABC. 3.ed. Brasília: M.E.P., 1963. Entidades coletivas Órgãos da administração governamental direta (ministérios, secretarias e outros) - deve-se entrar pelo nome geográfico que indica a esfera de subordinação (país, estado ou município): BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária. SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. CAMPINAS. Câmara Municipal. Eventos Total INTERNATIONAL CONGRESS ON LIGHT SCATERING IN SOLIDS, 2, Paris. Proceedings... Paris:Flamarion, 1972. 520 p. Dois ou mais eventos simultâneos CONGRESSO BRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS, 10, SIMPÓSIO SOBRE ZINGIBERALES ORNAMENTAIS, 1, Campinas. Resumos... Campinas, 1995. 78 p. Trabalho apresentado em eventos BLOSSFELD, H. A utilização de plantas no paisagismo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS, 4, Rio de Janeiro, 1983. Anais...Brasília, EMBRAPA-DDT, 1984. P.49-59. Dissertações, Teses e Trabalhos de alunos AUTOR.//Título. Cidade onde foi publicada:Instituição, data. número de páginas ou volumes. Categoria da Tese (Grau e área AUTOR.//Título do artigo.Título do periódico........data. Disponível em: <http: endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês (abreviado). Ano. Exemplo: LAMARI, L. Assess: Image analysis software for plant disease quantification. St. Paul: APS Press, 2002. CD-Rom. Página eletrônica AUTOR. Título. Disponível em: <endereço>. Acesso em: dia, mês e ano. Exemplo: CROAT, T.B. Anthurium. Missouri Botanical Garden. Disponível em: <http://www.aroid.org/genera/Anthurium/anthintro.html>. Acesso em 02/02/2005. Observações Quando faltar algum dado tipográfico, indica-se em seu lugar: sem local = s.l. sem data = s.d. sem editora = s.n. sem editora e sem data = s.n., s.d. sem local e sem editora = s.l:s.n. sem notas tipográficas (falta dos 3 dados) = s.n.t. i) As figuras e tabelas deverão ser selecionadas somente para ilustrar pontos específicos ou registrar dados. Serão numeradas consecutivamente, mas em separado. Evitar, ao máximo, os rodapés, que deverão ser numerados. j) Figuras deverão ser feitas em papel branco, contendo o nome do autor e o título do trabalho no verso. As legendas das figuras serão redigidas em folhas à parte, sem o ponto final, sendo colocadas nas páginas anteriores às figuras correspondentes. Serão consideradas figuras: gráficos, desenhos, mapas, fotografias e fotomicrografias. Devem ser feitas em papel branco ou vegetal, com tinta preta nanquim, ou de impressora de computador. Figuras (fotografias) em cores podem implicar em despesa para o autor, para os serviços de fotolito com seleção de cores. Enviar também uma cópia digital com definição de 300 dpi, formato .jpeg. k) Tabelas com título conciso e explicativo. Somente linhas horizontais para separar o cabeçalho do conteúdo e ao final da tabela. Tabelas apresentadas em folhas à parte, cada tabela começando em folha nova. A localização da tabela no texto deverá ser indicada entre parêntesis (Tabela x). l) Apresentar legendas em inglês para tabelas e figuras. m) As fórmulas químicas deverão ser escritas em uma linha e obedecer a nomenclatura adotada pela Chemical Society (Journal of Chemical Society, 1939, p.1067). Evitar nomes comerciais de produtos e sempre mencionar o nome técnico e/ou princípio ativo. n) Para cada artigo publicado, serão distribuídos, gratuitamente, um número da Revista e um arquivo do trabalho na forma editorada, tanto para autor principal como co-autor(es). Os artigos deverão apresentar, no máximo, 20 laudas. 2. Artigo Técnico – informações técnicas, muitas vezes sem base de pesquisa. Pode apresentar instruções sobre o uso de técnicas para um determinado fim e estudos de caso. Serão submetidos como em 1.b), não havendo necessidade de subdividir o texto como em 1.e) (Artigo Científico) mas deve ser incluído um resumo em português e “Abstract” em inglês. Aplicam-se também os itens 1.f, g, h, i, j, k, l e m. 3. Artigo de Revisão – artigo sobre tópico de interesse atual, geralmente a convite da Comissão Editorial, tendo forma livre. Será submetido seguindo o item 1.b). 4. Nota - relato preliminar de uma pesquisa ainda em desenvolvimento ou uma comunicação científica curta, cuja publicação se justifica para assegurar prioridade do assunto, ou por se tratar de relato original de muita importância, podendo ser produto de simples observação. Serão submetidos como em 1.b), não havendo necessidade de subdividir o texto como em 1.e) (Artigo Científico) mas deve ser incluído um resumo em português e “Abstract” em inglês. Aplicam-se também à Nota os itens 1.f, g, h, i, j, k, l e m. 5. Cartas – opiniões sobre temas relevantes para a floricultura e o paisagismo publicadas a critério da Comissão Editorial, tendo forma livre. 6. Descrição de variedade - comunicação relatando o registro ou lançamento de novas variedades e/ou cultivar, devendo conter: abstract (50 palavras), introdução (opcional), origem, descrição morfológica, adaptabilidade (tolerância climática, regional, pragas), condições de cultivo (solo, taxa de crescimento, tolerância a insolação/sombreamento), desempenho (dados de produtividade e comparativos com cultivares comerciais), propagação, usos, disponibilidade (se protegido, registrado e endereços de laboratórios e/ou viveiristas fornecedores), referências bibliográficas (mínimas) . O primeiro autor que submeter um trabalho à Revista receberá um aviso com a data de recebimento do original. Após as revisões pelos Consultores ad hoc e pela Comissão Editorial, o trabalho será devolvido ao autor para as correções, até ser definitivamente aprovado. Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Editorial. Os trabalhos serão enviados à: Comissão Editorial: A/C Dr. Antonio Fernando Caetano Tombolato NPD Jardim Botânico - IAC Av. Barão de Itapura, 1481, Caixa Postal 28 13.0001-970 Campinas, SP Fone: (19)3241-5188 ramal 330 Fax: (19) 3241-9091 E-mail: [email protected] Página: www.sbfpo.com.br REVISORES CIENTÍFICOS PARA ESTE VOLUME (Volume 13, número 1, 2007) Antonio Fernando C. Tombolato Armando R. Tavares Cibele Cardoso de Castro Christopher J. Catanzaro Francine Lorena Cuquel Jeff Kuehny Jose Antonio Saraiva Grossi José Fernando Durigan Julio Marcos Filho Maria do Carmo M. D. Pavani Maria Esmeralda S. P. Demattê Marta C. de Assis Paulo Viegas Rodrigues Ricardo Tadeu de Faria Richard Criley Taís Tostes Graziano IAC, Campinas, SP IBot, São Paulo, SP UFRPE, Recife, PE Tennessee State University (EUA) UFPR, Curitiba, PR Louisiana State University (EUA) UFV, Viçosa, MG FCAV/UNESP, Jaboticabal, SP ESALQ, Piracicaba, SP FCAV, UNESP, Jaboticabal, SP FCAV, UNESP, Jaboticabal, SP EMBRAPA, CNPMA, Campinas, SP CBA, Manaus, AM UEL, Londrina, PR Hawaii State University (EUA) IAC, Campinas, SP www.sbfpo.com.br [email protected] Documents Similar To Revista Revista Brasileira de Horticultura OrnamentalSkip carouselcarousel previouscarousel nextApostila de Jardinagem - Projeto "Semeando Oportunidades"Lagos de JardimBonsai a5Como Construir Um Lago Artificialplantas aquáticas portifolio PREVIEW - aquatic plants landscapingDicionário Ilustrado de jardinagemPLANTAS ORNAMENTAIS UTILIZADAS EM PAISAGISMO.pdfjardinagemcartilha-jardinagem-basicoTETRA - Cuidados com a água do aquárioapostila_formatada_paisagismodossie - jardinagemPlantas Aquáticas 2011Livro Biometria Florestal FingerManual de FloricultorApostila_-_Paisagismo_e_Plantas_Ornamentais_2009-I[1]Bonsai Manual CompletoUm aquário com plantas não necessita de qualquer estrutura72920371 Manual de Paisagismo Norte Do Brasil SebraeComo Montar Aquario Com PlantasColetanea de Horticultura e técnicas NaturaisTartarugas AquáticasManual SementesA importância do sal no aquário de água doceManual BonsaiAquário Com PlantasOxigênio dissolvido em sistemas aquáticosJosé Augusto de Lira F. - Paisagismo Elementos de Composição e Estética (pdf) (rev)PEIXE AGUA DOCEPALESTRA HISTÓRIA DA AQUARIOFILIAFooter MenuBack To TopAboutAbout ScribdPressOur blogJoin our team!Contact UsJoin todayInvite FriendsGiftsLegalTermsPrivacyCopyrightSupportHelp / FAQAccessibilityPurchase helpAdChoicesPublishersSocial MediaCopyright © 2018 Scribd Inc. .Browse Books.Site Directory.Site Language: English中文EspañolالعربيةPortuguês日本語DeutschFrançaisTurkceРусский языкTiếng việtJęzyk polskiBahasa indonesiaSign up to vote on this titleUsefulNot usefulYou're Reading a Free PreviewDownloadClose DialogAre you sure?This action might not be possible to undo. 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