Revista maçonica - 1

March 22, 2018 | Author: Alexandre Cruz | Category: Freemasonry, Republic, Positivism, Sociology, Psychology & Cognitive Science


Comments



Description

Volume 1, Número 1, jan/jun. 2013.ISSN 2318-0129 MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE 1910-1920 Marcos José Diniz Silva OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO Rafhael Guimarães PORQUE A MAÇONARIA ESTÁ PERDIDA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES LEMAS SOBRE AS ATIVIDADES MAÇÔNICAS Kennyo Ismail A MULHER, A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS Hugo Garcez Duarte Parceiros: MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA 2A. METADE DO SÉCULO XIX: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS RELAÇÕES DE PODER Ivanilson Bezerra da Silva O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA (REVIEW) Nihad Faissal Bassis “A primeira revista acadêmico-científica brasileira com foco no estudo da Maçonaria” Missão: Democratizar a produção acadêmicocientífica sobre Maçonaria e seu acesso. Dados Catalográficos: ISSN 2318-0129 Janeiro a Junho de 2013 Volume 01. Número 01. Periodicidade: Semestral Conselho Editorial: Gabriel Castelo Branco Kennyo Ismail Max Stabile Mendes Nihad Faissal Bassis Imagem da Capa: ―Amor Fraternal, Auxílio e Verdade‖, as três virtudes maçônicas que compõem o lema maçônico original, que é tema abordado em um dos artigos publicados neste número. Ilustração em carvão feita por Lee Woodward Zeigler. Tamanho Original: 17,2 cm x 14 cm. Reproduzido a partir de uma chapa inserida após a página 2000, da obra ―A História da Maçonaria, as suas lendas e tradições, sua história cronológica‖, de Albert Gallatin Mackey. Publicado pela: The Masonic History Company, Nova York e Londres: 1906. Vol. 7. Contatos: Editor-Chefe: Kennyo Ismail [email protected] Suporte Técnico: Nihad Bassis [email protected] Portal - www.cienciaemaconaria.com.br Parceiros: Loja Maçônica ―Flor de Lótus Nº38‖ PKP – Public Knowledge Project Aviso: Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da Revista Ciência & Maçonaria. Não é necessário solicitar prévia autorização para reproduzir parte do conteúdo publicado nesta revista, desde que sejam citados o autor e a fonte. 2 a Maçonaria e os Direitos Fundamentais 51-64 HUGO GARCEZ DUARTE Maçonaria e Educação na Cidade de Sorocaba na 2a. Metade do Século XIX: Uma Análise a partir das Relações de Poder 65-79 IVANILSON BEZERRA DA SILVA O Simbolismo na Maçonaria (resenha) 81-85 NIHAD FAISSAL BASSIS Sobre a Revista “Ciência & Maçonaria” 87-88 3 .“A primeira revista acadêmico-científica brasileira com foco no estudo da Maçonaria” Sumário Palavra do Editor 5-6 Maçonaria e Laicismo Republicano na Imprensa Católica Cearense 1910-1920 7-19 MARCOS JOSÉ DINIZ SILVA Os Efeitos Psicológicos da Prática do Ritual Maçônico 21-28 RAFHAEL GUIMARÃES Porque a Maçonaria está Perdida: Uma Análise Comparativa da Influência dos Diferentes Lemas sobre as Atividades Maçônicas 29-50 KENNYO ISMAIL A Mulher. 4 . Benito Juárez. de lidepesquisa histórica. 2013.der o que ela realmente é. que cheexemplo.co‖ (2010) ao registrar que ―um sem-número de nimento: Louis B. Mayer.1. atraindo os mais XX. Já Hodapp. indi. David Sarnoff. na função de Past-Grão-Mestre da Grande livro ―1822‖ (2010). acrescentam que não apenas líderes políti. compreencos passaram pelas fileiras maçônicas. a começar por sua origem. tendo promovido o A atuação protagonista de maçons nas Dia do Fico. 2013. rar a independência do país. fundador da Citroen. Entre empreendedores: Henry Ford. em especial pelo potencial de temas a serem explorados. Afinal de contas. Entre empresários do entrete. A Maçonaria sempre se mostrou assunto interessantíssimo. se há uma organização rodeada de mistérios. oito eram maçons. 1.de governo. ex-presidente dos pública Velha. em seu EUA. durante séculos. e Salvador Allende. Goethe e Louis mo isso mostra-se uma missão desafiadora. fundador da MGM. p. Mas a atuação das fornece uma pequena bibliografia de mais de lideranças maçônicas no território nacional não dez mil líderes de todo o mundo que eram ou parou na Independência. tóricas que pertenceram à Maçonaria. e que. até mesmo chefes de estado e 2008.composta apenas de ministros maçons. o qual tratou de criar uma equipe em 2011. fundador da Universal Studios. em apenas 25 anos dos assuntos mais discutíveis e debatidos na a Maçonaria alcançou seu intuito inicial. Jay Kinney aborrentes setores. fundador da Chrysler Corporation. em livro publicado em distintos homens. A 1ª edição foi pre.Volume 1 Número 1 jan/jun. como o ator John Wayne. Warner. Voltaire. no século tituição estar. e a mais diferentes frentes pode ser verificada. as mais diferentes teorias têm surgido e sido contestadas. Ao longo dos séculos. deve-se. Vol. C&M | Brasília. em seu ―Freemasons for não há uma definição que seja oficial da instituiDummies‖. fundador da NBC. até mesdo gênios como Mozart. também contribui com o tema. Mas para compreender a razão dessa insLazaro Cardenas e Winston Churchill. jan/jun. Oscar Wilde. em um artigo publicado da Fonseca. Sir Arthur Conan Doyle e Mark Twain.que realmente é a Maçonaria. Walter P. apontan. Entre escritores: Alexander Pope. alcançando também a são declaradamente maçons. Jack questões legítimas se colocam quando alguém L. No entanto. Andre Citroen. e Darryl F. Simón Bolívar blica. Palavra do Editor Laemmle. Chrysler. proclamada por um maçom. fundador da 20th Century Fox. a convocação da constituinte. ao relatar que a República foi Loja do Missouri. Já Morel e Souza.dou bem isso em sua obra ―O Mito Maçônico Harry Houdini. essa organização é a Maçonaria. o marechal Deodoro Romeu e Valdés. na obra ―10.000 Maçons Famosos‖. e José Martí. Truman. destacam algumas personalidades his. como observou Gomes. fundador dos Hotéis Hilton. 5-6.ção ou mesmo que descreva satisfatoriamente o cando vários maçons que se destacaram em dife. Charles Hilton. o mági. primeiramente. Carl tenta compreender o que é a Maçonaria‖. fundador da Ford Motor Company. no século XIX. Zanuck. entre eles dos 12 presidentes da chamada Primeira RepúGeorge Washington. Prezados leitores. por iniciação na Maçonaria de Dom Pedro I. n. fundador da Warner Brothers. que gou a ser eleito Grão Mestre.proclamação da República e toda a chamada Refaciada por Harry S. 5 . o que tem destacado a origem da Maçonaria como um Ao florescer no Brasil. pois Pasteur. como Administração. abordando questões econômicas. políticas. Considera-se mente. Ivanilson Bezerra da Silva nos presenteia com uma interessante discussão sobre a Com o intuito de atender essa demanda reprimida e disponibilizar a produção acadêmico atuação social da Maçonaria em prol da educa-científica de Maçonaria de forma gratuita. revista brasileira do gênero. Psicologia e Sociologia. 1. participação ativa na história de vários países. Maçonaria. por essa defender os ideais de um Estado e ensino laicos. História.mentações jurídicas acerca do veto do ingresso pecializada em publicar estudos realizados com de mulheres na Maçonaria à luz dos direitos funrigor metodológico sobre temas relacionados à damentais. de certa forma. 2013. Ainda. Sua finalidade é publicar produção multidisciplinar relacionada à Maçonaria de especialistas. 5-6. 6 . os grandes personagens que pertenceram à Ordem. Como se pode observar. sua influência na política e na sociedade. apesar de já ter caído nas graças dos estudioApresentamos também as diferentes argusos de outras terras.1. definição. não havendo sequer uma única revista es. e que. Kennyo Ismail Neste número inaugural. não somente para os maçons. Já Rafhael Guimarães realiza exame da simbologia e ritualística maçônica a partir da psicologia junguiana. jan/jun. A Revista ―Ciência & Maçonaria‖ destinase à publicação de textos inéditos na modalidade de artigos. Seu formato é exclusivamente eletrônico e com publicações semestrais. mas principalmente para a comunidade acadêmica e a sociedade em geral. psicológicas. o livro ―O Simbolismo na Maçonaria‖. a primeira cidade de Sorocaba-SP. esse vasto campo de pesqui. ensaios e resenhas. A páginas dessa revista a mesma alegria com que revista também está aberta ao público maçônico os autores as escreveram e que nós. que a produção apresente conteúdo analítico-interpretativo. incluindo o Brasil. apresentando os ataques que a Igreja Católica realizou no Ceará contra a Maçonaria. sa. sua filosofia e literatura. culo passado.PALAVRA DO EDITOR Enfim. E por fim. de Colin Dyer.descritos por Kennyo Ismail em seu artigo. históricas. professores e alunos de diversas universidades. essa ―pitada‖ de Maçonaria já serve como indício de como sua origem. avaliando os efeitos psicológicos da prática maçônica. orgulhosaem geral para suas contribuições. n. sentimos em publicá-las. são alguns dos tópicos ainda pouco explorados e extremamente relevantes. p. contamos com artigo de Marcos José Diniz Silva. pesquisadores e estudantes que desejam publicar suas análises. estão entrelaçadas entre si pelos laços da fraternidade maçônica. as questões religiosas relacionadas a ela. ainda. ainda não foi explorado no Brasil. Trata-se de um espaço aberto para professores. de maneira coerente com rigor científico na área de estudo das ciências humanas e sociais. análise feita por Hugo Garcez Duarte. Sincera e Fraternalmente. nos primeiros anos do séC&M | Brasília. são artigos que enveredam por diferentes ciências. religiosas e sociais. Direito. como principal requisito para publicação na Revista ―Ciência & Maçonaria‖. conduzidos e No entanto.C&M . é destrinchado e analisado por Nihad Faissal Bassis. foi ção. durante a segunda metade do século XIX na criada a revista ―Ciência & Maçonaria‖. Uma análise comparativa da influência dos lemas maçônicos original e latino sobre os programas filantrópicos e de pesquisa promovidos pelas Obediências Maçônicas é realizada por meio de dois estudos distintos. Vol. Esperamos que cada leitor encontre nas reflexões e resultados de pesquisas realizadas. 2007 (Coleção Mundos do Trabalho). n. Palavras-chaves: Maçonaria. Imprensa Abstract This work focuses on the relationship between Freemasonry. 2013. lotado no Curso de História da Faculdade de Educação. p. France and Mexico. Keywords Freemasonry. In counterface manifest themselves Freemasons and spiritual currents through the lay press in defense of secular principles and freedom of thought and religion. expressando o conflituoso no campo das ideias e com repercussões no terreno religioso. expressing conflicting ideas in the field and with repercussions on religious grounds. É autor do livro No compasso do progresso: a maçonaria e os trabalhadores cearenses. republic and secularism established by the Catholic Press of Ceará in the first decades of the twentieth century. Tem artigos publicados sobre Maçonaria. jan/jun. República. promotores do anticlericalismo e de governos irreligiosos ou ateus. Na contraface. Fortaleza: NUDOC/UFC. França e México. além de Mestre e Doutor em Sociologia. através da imprensa leiga. 7-19. C&M | Brasília. na defesa dos preceitos laicos e da liberdade de pensamento e religião.1.Recebido em: 10/05/2013 Aprovado em: 12/06/2013 MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE ENTRE OS ANOS DE 1910 E 1920 Marcos José Diniz Silva¹ Resumo Este trabalho enfoca as relações entre maçonaria. Vol. Destaca-se o caráter de denúncia católica à presença de maçons nos regimes republicanos. Professor da Universidade Estadual do Ceará. também em países como Portugal. Press ¹ Marcos José Diniz Silva é graduado e especialista em História. Republic. 7 . also in countries such as Portugal. Laicismo. 1. república e laicismo estabelecidas pela imprensa católica do Ceará nas primeiras décadas do século XX. as conspirators. Secularism. Noteworthy is the Catholic character of the complaint to the presence of Freemasons in republican regimes. manifestam-se os maçons e correntes espiritualistas. prosecutors anticlericalism and governments or irreligious atheists. Espiritismo e Igreja Católica no Ceará. como conspiradores. Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC/UECE. do. mo. Vol. 1999). início do século XVIII. majoritariamenimprensa periódica católica que. MICELI. o estabelecimento e con.diga-se romanização tridentina .. desenvolve-se também uma Maçonaria no Império davam-se. SILVA. defendendo os preceitos laicos do com as elites oligárquicas autonomistas da republicanos.. sentou à hierarquia católica como medida de abolição frente ao padroado e aos grilhões libeAs relações entre Maçonaria e Igreja cató. entre os permanência hegemônica como instrumento de da ordem social anos de 1820 e 1850. pelas vias político-oligárquica. sistemática sociabilidade política fundamental (BARATA. 1. (O Rosário). as restrições e condenações católicas à Maçonaria remontem ao sil. n. Sobral (Correio da Semana) e Aracati ção dos preceitos laicos da Constituição de 1891. entre as décadas de 1910 e 1920. 2001/2. patrimonial. M. mento histórico na conhecida Questão Religiosa.tratado nesse trabalho. Baturité em 1889.mios literários. A separação e doutrinas de reforma moral-espiritual como Igreja-Estado. MOREL. a ostensiva prenovo flanco aos embates entre católicos e ma. as relações entre padres e Nesse intuito.iluminista e maçônica. campanha pública pela supressão dos preceitos 2006. tença espírita e teosofista -. alinhando entre seus inimigos os delo imperial assentado no padroado com seve. sob o domínio hegemônico legitimação-sacralização dos liberais nas suas várias vertentes. (Cruzeiro do Norte e O Nordeste) e de mais três Com a implantação da República no Brasil municípios do interior do estado. 2013. a secularização do Estado e a implanta. abre-se um Na contraface vê-se. por um lado. a pela presença dominante da Maçonaria como Igreja católica encetara.jas na capital e interior do estado. Desse modo. protestantes e. expandindo suas LoNo âmbito católico incrementa-se a roma. (Cf. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. também.serção na imprensa leiga. a Maçonaria.sença da Maçonaria . jan/jun.SILVA. 1995. 2010). doutrinário e disciplinador das século XIX. E é esse segundo aspecto. se colocara como trincheira do combate às bretudo com a Syllabus. com acentuada coloração positivista. com forte innização com a expansão dos seminários. considerada a mãe dos desatualização . BArio e político de construção institucional no BraRATA. p.rais impostos pela elite imperial marcadamente lica no Brasil tiveram seu ponto de estrangula. 1988. 2005). ra o clero no primeiro momento. AZZI. Contudo. através da atuação de periódicos católicos cearenses de Fortaleza cas maçônicas. dioce. ao laicismo da Constituição e à estabelecem-se as contradições fundamentais Maçonaria. por outro lade romanização a partir da década de 1860. 7-19. do papa Pio IX (1864). te. 2004.positivistas.do mandos morais e religiosos do modernismo e da expansão dos regimes republicanos e seu laicisclero secular. o advento do movimento tradições do catolicismo popular e.to de difusão de um novo etos católico cada vez onários liberais no Brasil da primeira metade do mais intimista. em caráter ostensivo e amigável. conferiram um mo. D. demais religiões.em grande parte com perçons. frente ao seu processo doutrináno início da década de 1870 (VIEIRA. cedo se apreIntrodução C&M | Brasília. J. que será entre os interesses católicos e a filosofia e práti. 1994). sobretudo (BOURDIEU. na política e nos grêses e construção das alianças do clero romaniza. Embora.laicos vigentes. também.1. 1980.(Santelmo). Portanto. espíritas.solução para a ―questão social‖. embora considerada afrontosa pa. haja vista a considerável presença de sacerdotes católicos na desempenhará papel relevante como instrumenvida política imperial e em movimentos revoluci. so. especialras restrições às ordens religiosas e à expansão e mente. a perspectiva intelectual iluminista jovem república federativa brasileira. 8 .educacional junto às classes alta e média e à sua solidação do Estado nacional brasileiro. . D. da história por Depreendem-se empiricamente essas conmeio da imprensa. 9 . mas invigentes. e requer ser trabalhada e publicações da imprensa periódica. Disso deduzindo-se que essa impois reveladoras do campo das ideias. 2008). longevidade. em se A Imprensa é linguagem constitutiva do tratando do presente trabalho. n. p. chegou-se à imprensa como dições estruturais e estruturantes do papel da objeto histórico (DE LUCA. p. aqui tomada tanto sociais destacados e seus pertencimentos ideolócomo corpus documental. Pátria e Liberdade 1905 1910 Senador Pompeu Liberdade II 1906 - Maranguape Ordem e Justiça 1918 1926 Quixadá Caridade e Justiça* 1916 - Quixadá Deus e Camocim 1921 - Camocim Aqui se quer considerar também o caráter Cruz e Peixoto (2007. Relação de Lojas do GOB no Ceará até 1927. 2013.1. Tabela 1. Vol. na capital e no interior cearense simbólicas e das condições econômicas e sociais cumpria um papel não apenas militante. jan/jun. a concordância quanto aos desenvolvimentos hiscada momento.SILVA. J. 1. das lutas prensa católica. M. quando se observa no interior do estaNesses termos. imprensa. Assim. passando da história da imprensa. desvendando. e os movimentos de constituimais apenas como uma linguagem. Ou seja. em concordância com a afirmação de formativo das condições materiais de vida. salienta-se a compreendida como tal. Lojas Maçônicas do Ceará sob Jurisdição do GOB até 1927 Loja Fundação Desativação Cidade Fraternidade Cearense 1859 1916 Fortaleza Igualdade 1882 - Fortaleza Caridade III 1882 1896 Fortaleza Liberdade IV 1901 - Fortaleza Lealdade II 1901 1910 Maranguape Amor e Caridade III 1905 1906 Fortaleza Porangaba 1905 - Fortaleza Deus e Baturité 1905 1911 Baturité Deus. as relações imprensa/ toriográficos recentes que tratam a imprensa não sociedade. mas também ção e instituição do social que esta relação enquanto fonte para o estudo histórico.. propõe. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. configura-se a imprensa do sua proliferação exatamente nos municípios periódica cearense do referido período como um economicamente mais relevantes e os elementos fonte histórica fundamental. detém uma historicidade e peculiaridades próprias. sustentado em social. dos C&M | Brasília. 260): das fontes documentais utilizadas. quanto como locus gicos que as criavam e mantinham com razoável privilegiado de ação desses agentes (objeto). 7-19. isentava-se o clero das reações locais publicana e as resistências dos religiosos e suas desses seus adversários. extrapectivas racionalistas. sobretudo com a indústria do charque. 2004) no en.Santelmo. em segundo lugar. da monarquia e as relações deiras redes de ideias (MALLIMACI. p.cam em ataque ao laicismo e à República no Brado seu objetivo de defesa do monopólio da dis. supostos da laicidade. SILVA.em geral difundiam. constrói sua crítica à ma.mica religiosa para configurarem um espaço púgador” blico de disputas de âmbito mais amplo e de reOrientados doutrinariamente de modo a percussões sociais e políticas mais profundas que reconhecerem no Estado laico um modelo de or. notician. gal e México. Assim. C&M | Brasília.do Estado com a religião. 2012a). te. n. notas otimistas soseu combate demarcando espaços e pretensões bre os avanços da República. reorça. por congregar livres pensadores e a pluralidade religiosa. cumprin. jan/jun.as aparências poderiam revelar. 2004).anos do século XX.1. tratando esses os periódicos católicos quanto a imprensa leiga acontecimentos num esquema discursivo infor. se produao todo social. de Baturité². a partir da experiência do Cedo fatos ligados à maçonaria ocorridos em ou. 1.ará. por um lado.sil. D. iluministas. assim como as reações dos manum mercado religioso recém-aberto pela secu. È possível afirmar que a Vila do Aracati tenha sido lugar das primeiras Lojas Maçônicas do Ceará. eficientes redes de comunicaEm Baturité. distante 150 Km de Fortaleza.tólico de Aracati³. níveis de circulação das ideias e das relações de diversas situações de agregar libertários em dipoder estabelecidas. como já mencionado. enquanto desenvolvia instituições e. J.ziam e reproduziam discursos engajados sobre o osofistas e outras correntes compuseram verda. evolucionistas. des. 2001.do que em algumas cidades de maior destaque.. Contava com uma loja maçônica. a ―Deus e Baturité‖. de tal mocientificistas. espíritas. como também em países como França. ³ Município litorâneo. seus progressos e a imperiosa necessidade da manutenção dos presmonopolistas. versos países. polava os limites da capital cearense. no final de 1910. é que essa imos adeptos do tradicionalismo católico se coloprensa declaradamente voltada à propaganda dos princípios e valores do catolicismo. notícias sobre me-denúncia-ataque. não deixando em Santelmo faz inicialmente uma ponderada análi² Município serrano do Sertão Central cearense. enfim modernistas. Origina-se do aldeamento jesuítico de Missão de Nossa Senhora da Palma. maçons. especialmente. periótacam-se os maçons por sua maior tradição. Nota-se que essas argumentações públicas extrapolavam a mera polê“Um bom jornal vale mais que um bom pre. periódico cado pela maré ultramontana. 2009). O Rosário. dez institucional. Vol. distante 100 Km de Fortaleza.dico católico de Sobral´. mas especialmente em outros países. tanto tras regiões do país. Ouro aspecto relevante a considerar coDemonstrar as diversas situações em que mo chave analítica desse trabalho. soli. o mensário ção e. em 1755. 2013. ABREU. e o Correio da Semana. entre as décadas de 1820 e 1830 (Cf. inclusive no Brasil (FERRER BENIMELI. da autotransfor.SILVA. Foram muitas as ocasiões em que. permitirá aquilatar o nível de complexidade larização republicana. Desses grupos.valor da república. Portupensa dos bens de salvação (BOURDIEU. mação dos indivíduos e sua irradiação benéfica mais ou menos distantes de Fortaleza. 10 .dos embates locais em torno da problemática çonaria e ao laicismo republicano pautando-se relação entre religião e política nos primeiros duas características: em primeiro lugar. falando do outro a impropriedade e malignidade da legislação redistante. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE.çons.. Desenvolveu-se no final do século XVIII como polo comercial e pecuarista. 7-19. por outro lado. entre 1905 e 1911. positivistas. Destacam-se os jornais frentamento ao tradicionalismo católico. M. ganização política capaz de favorecer suas persEsse debate. com o município do Crato. jan/jun. Baturité-CE. M. mesmo afirmando disso.dos feitos dos religiosos lusitanos. Santelmo. desta feita num tom mais negativo e com católico O Rosário desenvolve firme campanha reforço do saudosismo monárquico...mo. esse órgão de propaganda da Farmápública. materna e suave. 1. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. como uma árvore benéfi.. admitindo: que é a relação dessa República com o catolicisSempre considerei a Proclamação da Re. ⁶ Idem ⁷ 15 de Novembro. como se expulsa um mau homem. Baturité-CE.. ―excessos‖. se da República no ―15 de novembro‖. num século de Tolerância‖.] a República. não se subordinando a elas sofreu as con. Baturité-CE. J. guerras civis e déficits. e nos vem aquinhoando com os expulsão acintosa e bárbara dos frades de Portugal [...] um produto da anarquia que reinava que finda na denúncia dos males políticos e reliem todas as classes do país. E nesse sentido. exigir atos de um governo que mo. ⁸ Crônica. frondeou. apesar da República em Portugal e suas relações com a Igreja católica. contra toda expectativa. 1910.⁵ Foi o que se deu quando da implantação Para mais adiante reconhecer que. precocidade ou não.⁸ E segue com o laudatório Um ano depois. [.―desmandos‖. 1910. e seivosa e mido pelos Séculos‖.Reino que se abatia como um cedro velho carconais. Pois: tombar de lado o frágil edifício que o mantinha. o que faziam as revolusequências de sua energia tardia vendo ções republicanas. no outro ―15 de novem..SILVA. eram ―desvarios‖. contraproducente. floriu e e que exultou ―gozando o esboroar-se do velho frutificou entre grandes comoções nacio. à medida de crítica à implantação da República em Portuque considerava a República brasileira. fora importante polo econômico da região e se tornara sede de bispado a partir de 1915. [.que ―repugnou sempre a monarquia hereditária‖ ca. 7-19. máxime na classe armada. atacar estabelecimentos onde ´ Município da região Norte do estado. distante cerca de 250 km da capital. vêm ligadas a uma Romper os diques que são necessários às paixões dos indivíduos.⁶ ao Governo de um povo cristianíssimo. O articulista. 1911. volta o periódico serrano a tratar da RepúEm Aracati. 2013. n. p.cia Mattos. estéril e eminente. nov. Vol.]. 11 . chamou o ―primeiro ato‖ dos republicanos: ―A sobre nós uma sombra doce. nov. em 1889. primeiro outra questão também presente no Santelmo. Num artigo assinado pela professora Francisca Clotilde. bro‖. Aliás. mente profanadora porque perpetrou e traz para a população do maciço do Baturité as sancionou o horrendo sacrilégio de expulpolêmicas religiosas internacionais bem alinhasar. C&M | Brasília. o periódico blica... no mesmo ano. desta Terra hospitaleira. o velho imperador das aos debates nacionais. no Cariri cearense.] medida que só cabia a Tártaros e nunca dons magníficos da Civilização [. D. nov. Fortaleza. paternal e augusto. tinha por lema: ―Um bom jornal vale ce. Desde o século XIX.. gal. vê-se uma reflexão sobre a liberdade. como demasiado preco. derribar tronos quando neles não se sentam reis opressores. essas urzes sociais.1. ⁵ e 15 de Novembro. cresceu e ramalhou. Santelmo. na mão. não admitiu aquilo que forte derramou. que não trepidou de armas giosos (católicos) advindos com o replublicanisPara a autora. transpor barreiras erguidas ante as explosões do ódio e do despeito.mais que um bom pregador‖.⁷ Nota-se que essas incursões sobre o regime republicano e sua propriedade ou impropriedade. Santelmo. [. P. Segundo a articulista. pastorais e outras determinações da Cúria. Baturité Eu e os paroquianos todos. O Rosário. os patriotas à frente do governo improvisado. A acusação recai sobre ―o anticlericalismo do sr.. naquele mesmo número. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE.‖ O jornal cita. matar sacerdotes ilustres. o teu Rei. como legítimas agremiações particulares. telegramas dos religiosos e documentos das ―senhoras da Capital Federal‖. e cantar a Marselhesa [. os desdobramentos laicizantes da implantação da república portuguesa em 1910. a que impôs a aconfessionalidade do ensino (29 de Março de 1911). ao ponto em que indaga ironicamente: Expulsas as ordens religiosas. aprisionar criaturas indefesas. a que introduziu o registo civil obrigatório (18 de Fevereiro de 1911).. apostólica. 5 nov. a igualdade e a fraternidade das verdadeiras repúblicas? 10(Grifo nosso). convulsionar a pátria. M. Nilo Peçanha‖.1. ainda. feri-la no mais íntimo do coração.] Consequentemente. arbitrário e ilegal do governo passado proibindo o desembarque em nossa pátria de padres e religiosos expulsos do infeliz Portugal [. Sr. a que extinguiu a Faculdade de Teologia (14 de Novembro de 1910): e a que aboliu os juramentos religiosos (19 de Outubro de 1910) (CATROGA. 10 Idem. presidente da República e Grão Mestre da Maçonaria: ―O ato iníquo. mensagens do episcopado. romana deixava de ser religião de Estado. dramáticos para o clero católico e seus fiéis. o jornal católico noticia o desembarque frustrado de religiosos portugueses no Brasil. 1910. Quase finalizando o artigo. n. esta lei pode ser considerada como vértice de um conjunto de outras promulgadas com o mesmo fito laicizador e donde se deve destacar as seguintes: a que confirmou a legislação congregacionista anterior. dos prelados ou outras autoridades eclesiásticas. a autoridade política e a tradição religiosa estariam abaladas na terra de Camões. dispersas as freiras e sem asilo na face da terra. Aracati-CE. zeloso Vigário de Pendência (Pacoty) desta Diocese.].SILVA.. 12 .. D. imediatamente após o 5 de outubro. e que todas as Igrejas ou confissões religiosas eram autorizadas. protestamos energicamente contra o ato do governo ⁹ Liberdade? O Rosário. nem os prin- Então... O decreto de 20 de Abril de 1911 – lei da separação das Igrejas do Estado – dispunha que a religião católica. Ao mesmo tempo.. 7-19. 1.. a que reconheceu o divórcio (25 de Dezembro de 1910). e ainda por cima cantam a Marselhesa [.] não é proclamar repúblicas e sim ironicamente anarquizar o país. [. visavam dar cumprimento às reivindicações laicistas da fase de propaganda. jan/jun. Aracati-CE. 2000. 1910. confirmava a tradição do beneplácito ao interditar a publicação de bulas. 5 nov.. tua paz. Do revd. por proibição do governo. republicanizaram-te às pressas.⁹ cípios do direito público português. C&M | Brasília. e remetia o culto para a esfera da privacidade. se refugiam frágeis mulheres arrancadas às ilusões do mundo.. desde que não ofendessem a moral púbica. tua liberdade.. Antonio Tabosa Braga Sobrinho.11 Dentre os telegramas enviados merece destaque o do vigário cearense Tabosa Braga: TELEG. p.]”.. um conjunto de decretos-leis que. 11 O desembarque de religiosos estrangeiros no Brasil. o Governo Provisório da República promulgou. diversas manifestações de desagravo. podem ser vistos nesta síntese do historiador português Fernando Catroga: De facto.] voltou a expulsar as ordens religiosas (18 de Fevereiro de 1911). irá Portugal gozar a liberdade sonhada. p. Vol. saquear conventos. tendo como ponto de referência jurídica o que as repúblicas do Brasil e de França haviam decidido sobre essa matéria. onde figurava a ―consorte do eminente estadista Ruy Barbosa‖. lamenta: ―Pobre Portugal! Arrancaram-te o teu Deus. confiscados os bens das congregações. J. 2013. Ora. 206-207). Apresenta. esclarece o Correio da Semana: “Essa brutal imposição ao povo brasileiro. Correio da Semana. que Já no caso do Brasil. não como consequência lógica. obviamente. 16 Patriotismo e religião. foi a consequência da orientação maçônica positivista a que se entregou o povo completamente bestificado‖.]. e sua posição majoritária fora reforçada nesses anos pela massa de imigrantes oriundos da Europa católica (LYNCH. pelo Ministério da Marinha. se dariam entre as décadas de 1930 e 1980.‖15 Vê-se na expressão ―maçonismo português‖. fundado em março de 1918 pelo bispo dom José Tupinambá. estava na autorização. O periódico também se coloca como denunciante ―da propaganda maçônica anticlerical‖ como. Sobral-CE. 14 A Maçonaria repelida na Bélgica. ―pois não há incompatibilidade entre o regime republicano e a religião católica.. 2013. genuinamente católico.. para o clero. (Cf. p. na Argentina. Nilo proibindo o desembarque dos religiosos estupidamente expulsos pelo maçonismo português. URETA. através da reportagem intitulada ―Maçonaria repelida na Bélgica‖. tendo como diretor padre Leopoldo Fernandes e como redator padre José de Lima Ferreira. 1925 (Epígrafe). jan/jun. Na edição de abril daquele ano. A consolidação e desenvolvimento do modelo de ―monopólio católico‖.SILVA. publicava -se o Cruzeiro do Norte. ou seja. Cruzeiro do Norte. inimigos de Deus e da Igreja. embora com a aproximação crescente entre governantes Nesse caso. 13 . J. Outro elemento a indicar ainda uma hegemonia liberal e laica naquele contexto político brasileiro. na matéria. entre 1906 e 1914. Protestamos também contra a adesão nojenta da bancada cearense. ca Argentina‖. Nela o jornal reproduz notícias da Bélgica onde o governo proíbe a presença de maçons no exército ao declarar ―com energia de ferro que daí para diante cada oficial do exército terá que escolher entre o seu uniforme e o avental maçônico‖. ORO. p. por exemplo. O catolicismo era considerado a religião tradicional da nação. 1. 17 maio 1913. “órgão católico hebdomadário‖. 24 abr. A revisão constitucional de 1994 eliminou a cláusula segundo a qual o presidente da república deveria ser católico. 7-19. por ocasião do envolvimento do Brasil na Primeira Guerra Mundial. 24 abr. também. D. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. Aracati-CE. 1918 (Grifo do autor). 13 “A Maçonaria é um tumor: é preciso vazá-lo” Em Fortaleza.―solidariedade da maçonaria internacional no combate contra igreja‖ -... Fortaleza-CE. Não menos significativa é a indignação do pároco com o apoio da ―nojenta bancada cearense‖. fizeram rebentar a ―revolução em Portugal‖. 15 Patriotismo e religião. diga -se proclamação da república. 288). no parlamento nacional. 13 O Nordeste. também sustenta uma recorrente contenda com a ―malsã política‖ e com os ―corrifeus da impiedade‖. Viva a religião católica! Viva a liberdade vilmente conspurcada pela força bruta! 12 (Grifo nosso). Vol. M. [. República e Maçonaria era a mesma coisa e.. 16 A razão para a defesa e exaltação da citada compatibilidade. Haja vista o belo exemplo da República Argentina [. 2001.1. 456457).. de propriedade de Rufino Mattos. o sinal inequívoco de que. n. Fortaleza-CE. após a queda da monarquia derase a separação da Igreja do Estado.] Embora fosse garantida tolerância a todas as fés. numa república que insistia na separação entre Igreja e Estado. C&M | Brasília. do ―belo exemplo da Repúblie o alto clero. 2007. p.14 Em Sobral. o jornal Correio da Semana. o semanário católico destacando as relações entre ―patriotismo e religião‖ pondera que. 1918. portanto. no artigo em questão. 1910. àquela medida anticlerical. 5 nov. 12 ago. não eram todas iguais. Correio da Semana. essas. as denúncias do governo belga às intervenções daqueles maçons nos acontecimentos . ocorreu que: A Constituição de 1853 obrigou o Estado a apoiar a religião católica sem professá-la. da 12 O Rosário. do vigário Tabosa. E assim é que tivemos o laicismo nas escolas.]. Impõem o menosprezo de Cristo e do seu Evangelho. Na matéria ―O momento político-religioso na França‖.. residente no Rio de Janeiro. Esse periódico católico também dará reforço à prática de noticiar embates do catolicismo com a maçonaria no exterior.. O Nordeste traz matérias sobre o laicismo no Brasil. nem subvenciona qualquer culto‘ (art.. finalizando a notícia com o movimento de resistência dos católicos franceses..] Dois elementos jogaram neste sentido.. o positivismo cientista de Auguste Comte. de modo a articular o republicanismo ao ataque à religião. p. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE.20 17 Patriotismo e religião. congregando clérigos e leigos num empreendimento intelectual que terá vida longa e papel fundamental na difusão do pensamento católico em seu projeto de rearmamento ideológico. o laicismo ao ateísmo. médico psiquiatra cearense. analisa o ―governo Herriot‖18. n. se ele tiver uma. O primeiro é que a própria lei constitui um texto de compromisso entre várias concepções de laicidade. C&M | Brasília. especialmente no combate sistemático ao estatuto laico da República. na sua imensa maioria.. solidariedade. que atirou para cima do lombo as mais descabidas exigências e para cima da consciência as mais odiosas afrontas. porta-voz da arquidiocese de Fortaleza.. 2013. 18 fev. M.19 Em outras ocasiões.] As leis laicas são injustas porque contrariam os direitos de Deus. substituindo-os no serviço público ―por inaptos que sejam maçons‖. J. [. ao menos até os primeiros anos da década de 1930. ciência). as diferentes tradições do campo laico: o espírito da Luzes de Voltaire. da luz puríssima do Evangelho [.] O segundo elemento é que no decurso do século XIX o povo católico se ligou progressivamente.1. com a implantação da República. 24 abr. Vol. 2 da lei de 1905). a lei de separação entre Igrejas e Estado foi promulgada em 11 de dezembro de 1905. introdução de capelão e ofício católico nos quartéis e junto à força naval enviada ao teatro da guerra. jan/jun. e são previstas penas severas para os que tentassem fazer obstáculo ao exercício normal da vida cultual. mensageiro da verdade. Assim o disse Soares d‘Azevedo. 1925. 209-211). 19 O momento político-religioso na França. ao regime republicano (HERVIEU-LEGER. 2005. Correio da Semana. assunto estritamente pessoal e opcional. Ele responde igualmente às expectativas das minorias protestantes e judaica. 18 Édouard Herriot (1872-1957).SILVA. os cardeais e arcebispos de França acabam de expor a respeito. No centro de suas críticas está o laicismo positivista do regime republicano. a iniludível doutrina da Igreja [.. A República. Ora. a aceitar a odiosa ditadura de uma Constituinte embriagada pela a vitória. a bordo irá o ministro de Deus. Diderot ou Condorcet. 1918. ‗não reconhece. incorporando entre outras as perspectivas laicas a da Maçonaria. nem assalaria.‖17 Em 1922 aparece o jornal O Nordeste. 1. 14 . e mais uma vez.foi um dos países que mais se apressaram. profundamente desconfiadas das pretensões da religião dominante. p. primeiro-ministro francês do governo do presidente Gaston Doumergue. Sobral-CE. O Estado garante a cada cidadão a liberdade de professar uma religião.nem podia deixar de ser [. as diferentes correntes da franco-maçonaria. a religião é considerada um assunto privado: a liberdade religiosa faz parte das liberdades públicas.. humanidade. quanto a ela. Procedem do ateísmo e conduzem ao ateísmo. dominado pela “maçonaria radical‖ e sua política laicista. à maçonaria e às demais religiões.] . Tendem a substituir o verdadeiro Deus por ídolos (liberdade. Mas a religião é um O Brasil . Fortaleza-CE.. [. que ―partirão levando a bordo de seus navios a cruz que aplaca o ódio e restitui a paz. 7-19. com um objectivo pacificador. D. O Nordeste. em ―matéria especial‖: Na França.. como demonstra Danièle Hervieu-Leger: No novo regime religioso que se instaura em 1905. O sistema instaurado pela lei de 1905 une. e tomando ―medidas vexatórias para com os católicos‖.. contudo. tomar como o nosso. que não fora algo meramente circunstancial ou força de expressão. ainda persistia uma questão geradora de grandes divergências: a barreira do laicismo nas relações Estado/religião. se viessem a instituir. noutro editorial. católica no mesmo pé de igualdade com nacionais ou estrangeiros. 1. como defendera o mestre (Cf.SILVA. sobre a ―adesão nojenta‖ classe política cearense à proibição da entrada de religiosos estrangeiros. tendo à frente Teixeira Mendes e Miguel Lemos. O Nordeste. se tornaram propagadores dessa ideia. de fato. Estas palavras permitem perceber que. Meses depois. mais de trinta anos passados da implantação da República. com esse país de imigração tores dos governos e do povo‖. os fundadores da república brasileira limitaram-se a incorporar à constituição o princípio da liberdade de cultos. referida anteriormente: ―A orientação positivista que presidiu à elaboração de nosso pacto fundamental criou para o país uma série de problemas que interessam muito de perto o futuro da nacionalidade‖. pode ser percebida na atuação do jornal O Ceará.. sempre ressaltarem os vínculos morais passados e futuros entre catolicismo (como sinônimo de cristianismo) e positivismo. jan/jun.. p.21 Em seguida. a hierarquia católica manteve o combate sistemático à doutrina positivista. 1956). espíritas. a afirmativa supracitada. como as leis de mãomorta. mais que à lei republicana positivista. essas pessoas diferiam dos verdadeiros cultores e conhecedores da filosofia positivista. Veja-se. sempre foi defendida pelo Apostolado Positivista. 7-19. deve-se notar como fator de manutenção desses preceitos jurídicos. a preservação da plena liberdade religiosa para todos os credos. 21 O laicismo do governo da República. 7 ago. embora a separação entre Igreja e Estado fosse um princípio de honra do positivismo. 15 . 22 Idem. cujo espírito liberal levou-o a julgar possível uma aliança de seu ateísmo com a intolerância dos representantes do Papa. Sua derrota contou com decisiva intervenção dos positivistas do Apostolado junto ao governo e à Constituinte. o editorialista pontifica a questão polêmica. 2013. Para O Ceará: “Entre nós. a atuação da classe política nacional herdeira também do anticlericalismo e do liberalismo dos primeiros tempos da República. n. Observe-se que. Fazendo uma análise do percurso do laicismo no Estado republicano. D. COSTA. os menas demais que. Essa resistência dos adeptos do Estado laico. Fortaleza-Ce. Assim. teosofistas. sem. para o jornalista faltaram ―medidas práticas‖ que evitassem ―uma situação privilegiada dos católicos‖ na nova arena das religiões que se instalaria com a imigração. de propriedade do professor. com apoio de ampla rede de pensamento que agregava maçons. o autor esclarece qual é esse problema: Portanto. são. 20 Notas Cariocas: Perante o Laicismo. pelo republicanismo liberal e pelos positivistas ―científicos‖. argumentando uma situação tão extremista quanto aquela apontada pelo católico Soares d‘Azevedo em O Nordeste páginas atrás. mesmo tendo o rastilho de cientificismo adentrado certos grupos de profissionais liberais. 11 abr. jornalista e também maçom Júlio de Matos Ibiapina. positivistas. então. Fortaleza-Ce. Contudo. Vol. a ingenuidade dos fundadores da República entregou a direção moral e inmedidas práticas que colocassem a Igreja telectual da sociedade brasileira aos clérigos que. do vigário Tabosa Braga. A despeito disso.1. de modo superficial. Tais ―medidas práticas‖ foram tentadas no alvorecer constitucional.23 22 Inspirados em Augusto Comte. 1926. 1928 (Grifo nosso). através da expropriação dos bens da Igreja. C&M | Brasília. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. M. libertários e protestantes. para a regeneração da humanidade. voltaria O Ceará denunciando atitudes do clero católico que considerava desrespeitosas à Constituição brasileira. militares e políticos que. J. O Ceará. também com a oficialidade do editorial. prossegue o editorial em sua delenda clericalista. Segundo O Nordeste. respondia com outra leitura da prática da laicidade. como também das resistênlaicismo e o anticlericalismo dos republicanos à cias de grupos da sociedade civil. teria feito oportuna distinção entre as ―duas hermenêuticas‖ constantes do princípio de laicidade: a ―francesa‖ e a ―americana‖. adverte o jornal do professor Ibiapina: Que os padres explorem a crendice popular. a expropriação dos bens da Igreja. finalizando.. D.. C&M | Brasília.27 O articulista informa. residia na ―Constituição dos Estados Unidos Mexicanos‖. Que tenham audácia de propagar o desrespeito à Constituição e o desprestígio das autoridades é forte demais. Fortaleza-Ce. para O Nordeste. 24 O desprezo do clericalismo pela Constituição. 16 . a ala católica identifica o tes do catolicismo. A segunda. apontando algumas situações em que as relações entre religião e política se mostram crescentemente tempestuosas. p. O mais seria obra de políticos sem escrúpulos.1928. aprovado pelo presidente ―bolchevista Elias Calles‖.]. M. Assim. E. O Nordeste. como alternativa política de eliminação da religião ou de ―descristianização‖. Rui Barbosa. já é um grande mal. teria sido a ―que inspirou os autores de nossa carta política‖. do Diário da Manhã (Recife). ―como sucede nos países onde as sociedades secretas empolgam o poder”. ferida visceralmente nos seus mais sagrados direitos‖. Era oportuno informar aos católicos brasilei23 O desprezo do clericalismo pela Constituição. dentre outras coisas. 11 maio 1928. Contudo.26 Maçonaria). 2013. Fortaleza-Ce.. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. para oprimir o sentimento de fé que palpita n‘alma do povo [. de 1917: ―Em todos os seus artigos se vê o propósito satânico de ferir a religião. jan/jun. O Nordeste. na matéria. com destaque para os casos de opressão à ―consciência católica‖.1928. reproduzindo artigo do cônego Xavier Pedrosa. Merece atenção.24 Uma quinzena após a publicação desse editorial.. os artigos da Constituição mexicana que proíbem o ensino religioso no país. ainda. 26 jun. a gênese da crise entre Estado e Igreja Católica no México. n. Vol.. a detalhada denúncia das perseguições e arbitrariedades cometidas pelos representantes do ―satânico‖ governo mexicano contra os sacerdotes e praticanMais uma vez. J.1928. O jornal cobra do Estado brasileiro rigor fiscal sobre os bens e terras da Igreja Católica. 26 Idem. 26 jun. E foi por isso que a consciência católica se levantou. o controle governamental sobre a imprensa católica.1.‖25 Esta segunda perspectiva. religiosos e hegemonia das ―sociedades secretas‖ (leia-se: dos movimentos de massa organizados por estes..]. 10 jul. agravadas pelo código penal de 1926. dividido em cinco edições d’O Nordeste. dentre outras medidas. denuncia as queixas pretensiosas do clero dirigidas ao ―presidente Washington Luiz [que] inspirado no espírito de laicidade imposta pela Constituição não manda feriar os dias de festas religiosas‖. 1. A resistência ao “complô maçônico” em prol do laicismo republicano Nesse mesmo diapasão o periódico católico intercala suas críticas ao laicismo da República brasileira com o noticiário estrangeiro. ―A primeira serve-se da lei para hostilizar a Religião. a vertente francesa do laicismo seria patrocinada pelo ―maçonismo‖. 27 Perseguição religiosa no México. o diário católico. ―em página memorável‖. denunciam ―os desumanos perseguidores dos católicos mexicanos‖. quer nas escolas públicas. quer particulares. canalizando para as suas bolsas o dinheiro do povo. Para aquele religioso. praticada com sincero respeito às convicções religiosas dos cidadãos [. O Ceará. Fortaleza-Ce. O Ceará. Assim. 25 Espírito de laicidade. 7-19. Fortaleza-CE.SILVA. mas tolerável. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE.28 Na década de 1920. tou contra o Estado e seu exército. argumentam nesse editorial que os católicos devem se manter ―em guarda contra os governos populares‖. O nome Cristeros foi dado pelo governo..] o seu governo está devidamente ciente da manobra que os políticos clericais continuam desenvolvendo clandestinamente [.). Foi nesse momento que o Estado decidiu assumir um compromisso com a Igreja a fim de resgatar a situação que rapidamente se deteriorava [. J. D. naquele contexto de questionamento do laicismo. Ainda no clima dos noticiários da crise mexicana..dimento. denominada guerra dos ―Cristeros‖. O povo reagiu com violência. n. que estampa a voz do governo mexicano concitando os rebeldes ao acolhimento da anistia ―extraordinariamente generosa‖.] (MEYER JR. 7-19. depois que ouviram o grito de guerra dos insurretos: ‗Viva cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!‘ De um total de vinte mil homens em julho de 1927. mostremos os resultados práticos evidentes da influência das lojas nas administrações por eles democratizadas‖.) A República. embora se tenha afirmado na época que o governo era o representante da ‗esquerda‘ e os insurretos. assaltadas fazendas e povoações indefesas ao grito de ―Viva o Cristo Rei‖ e que. Vol.29 ros.. distribuídos por treze Estados. em seu entenconhecida como a Cristiada. 31 C&M | Brasília. foi um fracasso. Adianta que estão sendo dinamitados trens. ―o presidente‖. O Nordeste. Fortaleza-Ce. é um elemento de dissolução do caráter de um povo. 1. 206207). 2013. contra o culto.. com baO combate ao laicismo constitucional não se na Constituição de 1917. A grande ofensiva que o governo lançou contra eles. resultam simples instrumentos da chamada ―liga de defesa religiosa‖. contra a Religião da quase totalidade do seu país‖. jan/jun. diretamente identificada com a maçovel guerra do povo comum que se levannaria. Dizendo mais.... Foi uma terrí.SILVA. o movimento estava no auge. a ‗contrarevolução‘ (. portanto. Porém. 24 maio 1928. (Grifo nosso) [.1. p. como resposta ao diário católico aparece no matutino O Povo. a república mexicana seria abalada por forte onda de reação clerical. a obra da República não tem 28 Perseguição religiosa no México. E concluem: ―Quando nos responderem que a isso é levada a seita internacionalista pelo desejo de servir à Liberdade. Continha todos os elementos de uma guerra revolucionária e de um conflito anticolonial. arrefece. com 25 mil soldados treinados e 25 guerreiros irregulares. Assim.. em 1928/1929. ainda incomodava e permanecia... os elementos aprisionados pelas autoridades militares e civis. e foi oligárquicos estaduais. desde que se põe a serviço do Laicismo.. os exemplos vindos do México com seus ataques ―contra a fé. que: Ainda naquele mês O Nordeste lança o editorial ―A obra da República‖. logo nas primeiras linhas afirmam: No Brasil. do maçom Demócrito Rocha.30 Outra perspectiva desses mesmos acontecimentos. p. 29 A obra da República. 17 . Calles tomou uma posição anticlerical extre. Em junho de 1929. (. especialmente junto aos governos mada. 2002. 30 Idem. a legislação laica então que rebentou a guerra dos Cristeros. embora naquele contexto já sejam significativos os avanços organizacionais da Igreja católica e de sua presença nos serviços religiosos Nas relações entre a Igreja e o Estado. que a Maçonaria procura estabelecer. sido outra que desatar todos os liames que prendem o homem ao seu Criador. Assim.. seu contingente cresceu para 35 mil em março de 1928. às medidas laicas radicais do presidente Elias Calles. O Nordeste. 11 maio 1928. M.da República. Fortaleza-Ce. é um sistema de desorganização infalível de todos os departamentos de governo..]. na maioria dos casos. Ou seja. jan/jun. o autor pontifica a compreensão sua e de seus pares do que seria uma ―espiritualidade‖ renovada (Cf. reconhecendo a possibilidade de aposição de qualquer outra imagem de grandes legisladores da humanidade. identificando entre seus usuários uma maioria de ―fanáticos‖. para a edificação moral. em pessoa. 23 fev. O cronista lembra que Jesus repeliu essas imagens que. por seu colega Américo Palha que ―exulta‖ pela colocação da imagem do Cristo no salão do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. que ―sufocam uma reduzida elite de ingênuos sinceros‖.]. Nessa linha. 2013. e dos ―heróis do cristianismo‖ que se deixam matar pelo ideal supremo. 32 Ecos e Fatos. como antídoto às acusações de ateísmo dos adversários católicos. bentinhos.. Da prolífera coluna de crônicas do jornalista maçom-espírita Teodoro Cabral (Políbio). rosários. escapulários. com seus usos de imagens. 33 Idem. Numa ocasião. materialistas e anticristãos. Políbio desenvolve seu raciocínio a partir de outra base de princípio.é a entronização do Cristo em nossos corações [. com a decisão: rem ―em espírito e verdade‖. 1929. invariavelmente tendo a Maçonaria como mentora intelectual. não faltaram manifestações de esclarecimento e afirmação de novos princípios. C&M | Brasília. como toda a humanidade. nem nos recessos dos lares. 34 Idem. convidando seus seguidores a o adora- Mas o que importa. não é a colocação da imagem do Cristo. como os demais países.. alimentava as teses clericais dos complôs destinados a abalar os altares e os tronos. bolchevistas. o de que ―o poder educativo e regenerador de Jesus nunca se fez sentir por meio de imagens‖. Esse tipo de vinculação do Estado laico com a irreligião. D.34 Assim. M.1. nem nas salas dos júris. cada vez mais.. Responder a essas investidas dos grupos religiosos tradicionais tornou-se uma necessidade tática e uma obrigação moral dos maçons e seus aliados. A sua influência reformadora. para o crescimento espiritual. tomando como mote a preservação dos fundamentos do Estado laico. regeneradora não se circunscreve ao âmbito de qualquer das religiões cristãs ou ao cristianismo que a todas elas incorpora. facilitando-lhe a concentração. Fortaleza-Ce.SILVA. ao tempo que afirma sua condição espiritualista. Gazeta de Notícias. 1. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. Reconhece o maçom que. lança seu veO princípio constitucional da liberdade de redito sobre a polêmica. Demonstra que Jesus não utilizou imagens materiais. 31 Uma proclamação do governo do México. redator do jornal Gazeta de Notícias é possível encontrar diversas dessas polêmicas em que se julgam as relações entre religião e Estado. SILVA. n. ―quem os sustenta? Serão as imagens?‖. Políbio se refere à matéria veiculada na Gazeta. etc.só o que importa ..33 Por fim. consi. o que importa .32 Contudo. Políbio desenvolve sua crítica às práticas tradicionais do catolicismo. configurando uma posicultos não fica desrespeitado. 18 fev. da trilha da espiritualidade‖. Portanto. Vol. O autor convoca o leitor aos exemplos de ―Judas de Kerioth‖ para quem não foi suficiente nem a presença. J. necessita abeirar-se. nem sobre o peito de cada homem. 1929. constituem poderosos veículos de idolatria e superstição‖. para que se elevem até a espiritualidade.ção não apenas pessoal: derado Deus ou profeta. do próprio Jesus. com a descristianização e. 18 . 2012b). como o fizera também Moisés. que não admitiam o epíteto de ateus. ―hipócritas‖ e ―tartufos‖. p.. o cronista acrescenta pedagogicamente: ―Não só o Brasil. Jesus. ―se podem ter a vantagem de servir de ponto aos espíritos jovens. Fortaleza-Ce. é a máxima figura moral da humanidade. O Povo. 2011. 7-19. crucifixos. vol.1. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. Alexandre Mansur. Já na vertente maçônica. Eliane Moura. Hucitec. Tradução Sérgio MiCRUZ./jun. dez. p.281CATROGA. atores políticos e sociabilidades na cidade imperial Republicano (1870-1910). p. Confrontavam-se esses grupos. V.) La modernidad religiosa: Europa latina y América Latina em perspectiva comparada. In: BETHELL. A igreja católica na América Latina. La Masonería. n. Vol. Fortunato. Operativa.. Questão Social é ―problema moC&M | Brasília. sociabilidade ilustrada & Independência ORO. formação ao 5 de outubro de 1910. MALLIMACI. 2006. PEIXOTO. Estudos Históricos. Lisboa: Gradiva. Carla Bassanezi religiões afro-brasileiras: história e ciências sociais. vol. O republicanismo em Portugal: da 310. 2012a. como a revista A Ordem e o Centro D. LYNCH. 1980. São (Org. SILVA. Sérgio. Catolicismo y liberalismo: las etapas del enfrentamiento por la definicón de la modernidad religiosa em América Latina. ano 13. ______. COSTA. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial. John.MOREL. p. Marcela. que mediavam as relações entre a Igreja e o campo intelectual (MICELI. José António. adensava-se o conflito político interno no Grande Oriente do Brasil.193-234. Brasília-DF: Ed. FERRER BENIMELI. nais A Lanterna e O Livre Pensador (1900-1910) In: ISAIA.SILVA. Leslie. História da Maçonaria (Primitiva. p. São Paulo: ComBOURDIEU. 2005. 2013. LINHARES. p. UnB. 1956. p. V. 2002. 2007. Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945). Pierre. no Brasil com a derrocada do regime liberal-oligárquico e ascensão de Getúlio Vargas a partir de 1930.) Espiritismo e e por meio dos periódicos In: PINSKY. p. Tania Regina. Tradução Catarina Silva Nunes. Berenice. nos Artur Cesar. ao mesmo tempo em que a tradição liberal-democrática achava-se crescentemente questionada e atacada pelo avanço do fascismo e seus regimes ditatoriais e corporativistas na Europa e. 2000. Maçonaria. Juiz de Fora: Ed. As Transformações dos espaços públicos – ImprenBARATA. ritas. São Paulo: Contexto. Cruz.415-487. Paulo: Editora Unesp. 2002. D. São Paulo. HoriAnnablume. a maçonaria e a cias. 2009.celi et all. In: BASTIAN. então. Fortaleza: Museu do Ceará: Se. Marcos José Diniz.111-153. Leslie. Maria do Rosário da Cu.. que levaria à grande cisão de 1927 (LINHARES. 2004. História da América Latina: de 1870 a 1930. 18701930. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão.28. 5ª ed.87-101. URETA. numa ação mobilizatória sem precedentes na história do catolicismo brasileiro. DE LUCA. Rio de AZZI. São Paulo: Ed. Fontes impressas: História dos.27-78.. 2001/2. Fernando. São Paulo: DIFEL. Entre religião e política: maçons. Religião e política na do Brasil (1790-1822). São Paulo: América Latina: uma análise da legislação dos países. O peregrino e o convertido: a religião em movimento. (1820-1840). Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. HERVIEU-LEGER.35. Marco. despontando vivamente a presença católica que. J. n. O protestantismo. Jean. 7-19. nha. em breve. 2ª ed. David Gueiros. 19-44. Jean-Pierre (Coord. 1979) nas tomadas de posição sobre questões temporais. São Paulo: Perspectiva. Heloísa de Faria. anarquistas e socialistas no Brasil por meio dos jor253-270. M. MANOEL. Projeto História. Danièle. Ivan Aparecido (Orgs. Ari Pedro. MICELI. Tradução Geraldo Gérson de Souza. Sociabilidades entre Luzes e Sombras: Apontamentos para o Estudo Histórico das Maçonarias da cult. jan/jun. p. MEYER JR. 2001. Vital. 2004. 1. Londrina (PR): Editora Maçônica A Trolha. espíimprensa. questão religiosa no Brasil. 1994. jan. São Paulo: Paulus. UFJF. Tradução Geraldo Gérson de Souza. In: A economia das trocas simbólicas. 1997. 27. n. ______. Os Maçons e o Movimento sa.. Janeiro. p. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. zontes Antropológicos. Porto Alegre. p. A neocristandade: Um projeto restaurador. A elite eclesiástica brasileira. 2008. O México: revolução e reconstrução nos anos de 1920 In: BETHELL. Primeira Metade do Século XIX. Madri: Alianza Editorial. 2007. O Positivismo na República.) Fontes históricas. 2005. n. Na oficina do historiador: conversa sobre história e SILVA. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial. aproximava-se da elite política republicana e mantinha instituições de ―enquadramento ideológico‖. nos finais da década de 1920. História da América Latina: de 1870 a 1930. Referências bibliográficas ______. Gênese e Estrutura do Campo Religioso panhia Editora Nacional. Marcelo. ABREU. além do uso intensivo da imprensa. 1988.. 19 . 1997). 1979. Lisboa: Editorial NotíVIEIRA. Riolando. 3-22. Especulativa). Intrépidos romeiros do progresso: maçons cearenses no Império. México: Fondo de Cultura Económica. php/Opsis/article/ view/13469/10511#.dhi. Revista de Estudos da Religião.UY1AAbXvsx5 ______. n.br/ gtreligiao/pdf7/01. Opsis.. Rever. 7-19.pucsp. 145-165. “Que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos‖: igualdade religiosa em debate na imprensa cearense nas décadas de 1920 e 1930. 1. São Paulo. MAÇONARIA E LAICISMO REPUBLICANO NA IMPRENSA CATÓLICA CEARENSE. ral‖: militância moderno-espiritualista e trabalhadores no Ceará das primeiras décadas do século XX.revistas. n.php/rever/article/ view/10485/7802 C&M | Brasília. Revista Brasileira de História das Religiões. M. Ano 12. 11. Maringá: UEM/GT-ANPUH.SILVA. 219-238. jan/jun. Fé raciocinada. Catalão-GO.1. J. v. 2013.ufg. 20 . p.uem. 2010. No 01.. Ano III.br/index. Disponível em: http:// www. set. jul-dez 2011. D. p.pdf ______. Jan/Jun 2012b. p. ciência iluminada: a aliança da religião com a ciência em debate na imprensa cearense (19101930). Disponível em: http://revistas. 2. nº 8. Disponível em: http://www. Vol.br/index. jan/jun. Keywords Jungian psychology. ¹ Rafhael Guimarães é Mestre Maçom. além de observar os efeitos psicológicos da prática da ritualística do referido rito maçônico sobre seus adeptos. Vol. 1. C&M | Brasília. 21-28. filiado ao SGCMRAB. 2013. Astrologia e Tarô. in addition to observing the psychological effects of the practice of ritualistic on the practitioners of that masonic rite. Abstract This paper aims to conduct a comparative analysis of Jungian psychology with Masonic symbolism. Freemasonry.1. p. mais especificamente com os símbolos contidos em uma Loja Maçônica do Rito Escocês Antigo e Aceito e em suas práticas ritualísticas. simbologia. more specifically with the symbols contained in a Lodge of the Ancient and Accepted Scottish Rite and its ritual practices. 21 . symbology. e Maçom do Real Arco. maçonaria. membro da GLMEES. Palavras-chaves: psicologia junguiana. Além de pertencer a outras Ordens Iniciáticas. n. ministra cursos e palestras sobre Cabala.Recebido em: 02/06/2013 Aprovado em: 21/06/2013 OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO Rafhael Guimarães ¹ Resumo O presente artigo visa realizar análise comparativa da psicologia junguiana com a simbologia maçônica. movimentos. metáforas e mais amplo. inúmeras diferenças entre JUNG. ao mesmo tempo.guiana e da Ciência das Religiões. Torna-se assim uma diferença considerável para Freud. 2007. pai da linguística. ³ O conceito adotado nesta obra de símbolo é o da Psicologia Junguiana.tentes entre todas as religiões e mitologias da çônicos como ingênuos. em síntese. Serão apresenta. 2011c). dra. contudo foi com o Simbolismo Maçônico somente com Carl Gustav Jung que tal teoria enO que é um Símbolo? ³ controu sua plenitude. Tal conceito chamado anteriormente de ou até mesmo supersticiosos. que nunca reconheceu a autonomia congênita da mente e do inconsciente. que difere do conceito semiótico de símbolo instituído por Ferdinand de Saussure. Vol. pode ter sobre seus praticantes. 1969). Há.embasamento científico que o estudioso das Remas e alegorias. foi esmiuçado dos neste estudo indícios de que tanto os rituais por Campbell. que se enconorigem — o inconsciente (CAMPBELL. alcançando um sentido Os símbolos são. ultrapassados. estranhos história. 21-28.GUIMARÃES.1. que contradas em alguma medida. a origem atemporal dos mitos reside dentro de uma estrutura formal do inconsciente coletivo. que ocorre por meio de rituais repletos de alegorias e expressões simbólicas. de uma forma ou de outra. papas e o Comintern – Comitê Comunista Internacional (ROBERTS. No entanto. tou ao mundo sua teoria do Inconsciente. que são formas ou imagens de natureza coletiva que se manifestam praticamente em todo o mundo como constituintes dos mitos e.―Monomito‖ ² por Jaymes Joyce. símbolos. çônico sob a ótica científica da Psicologia JunFoi em 1900 que Sigmund Freud apresen. e todas Assim. para Jung havia uma dimensão coletiva inata e com autonomia energética. como produtos individuais de origem inconsciente. arquétipo do Inconsciente Coletivo (JUNG. podem ser en. suas falas. 2011). como os nazistas. 2005). 22 . que mostrou todo o roteiro da como a mitologia possuem as mesmas fontes de manifestação arquetípica do herói. na obra ―A interpretação dos sonhos‖ (FREUD. enquanto que. da obra “Finnegans Wake”. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO Introdução A definição mais comum de Maçonaria é a de que Maçonaria é ―um belo sistema de moralidade velado em alegoria e ilustrado por símbolos‖ (ZELDIS. trava representado em todo o mundo como um JUNG. 2011a). 2013. O conceito de Inconsciente já existia de Análise Comparativa da Psicologia Junguiana alguma forma desde a Grécia Antiga. 2010. jan/jun. 2010). será com base nas obras de Campessas. representadas nas visa comparar e reapresentar o simbolismo maalegorias maçônicas (MAXENCE. p. para Jung. ligiões e Mitologias Comparadas. que influenciam toda nossa psique (JUNG. Este estudo tem por objetivo analisar as As ideias apresentadas por Jung foram o influências psicológicas que a prática ritualística maçônica. que afirma que os mitos estão profundamente enraizados dentro de um complexo do inconsciente. adotou para sustentar as similaridades exisMuitos talvez possam julgar os rituais ma. Ao contrário da escola freudiana.bell e Jung o desenvolvimento deste artigo. C&M | Brasília. entre o desdobramento do ritual e o comportamento moral de seus praticantes há um mecanismo psicológico que não pode ser ignorado e cuja compreensão pode colaborar um melhor entendimento da razão da Maçonaria atrair ao longo dos séculos o interesse de tantos distintos homens e a ira de tão perigosos inimigos. Rafhael. 1. quando o mesmo diferenciou a atucompêndios de um conhecimento sensivelmente ² O termo “Monomito” é de autoria de James Joyce. que chamou de Inconsciente Coletivo. 1972). Isso já diz muito sobre a instituição e seu modo de ensino e aprendizagem. n. Joseph Campbell. as religiões e mitologias da humanidade. ação do inconsciente de uma camada mais profunda. sem dúvida. bem como também difere parcialmente de certas análises Psicanalíticas de Freud. palavras (JUNG. se não mente manifestados por meio de símbolos e apenas simbolicamente inspirado no Templo de gestos. e finalmente o ço psicológico. refere-se a talizador de sentimentos de seus praticantes um templo do Rito Escocês Antigo e Aceito. outra visão dos arquétipos. lavras ou descrições objetivas. 2011d). 2012). necessitamos dos símbolos.O Templo Maçônico do Rito Escocês e a Psiver sobre tal amor. Junguiana. casos também tocado e sentido. Todos estes compartimentos são A diferença crucial entre símbolo e arqué.é uma réplica do Templo de Salomão. jan/jun. 2008.que Humana do símbolo do coração. e como já vimos. apresentada. o ritual tem por objetivo a segundo pode ser apenas sentido. JUNG. Importante registrar que o templo maçônico não As mitologias e sentimentos são comu. a começar pela naria proporciona a seus adeptos é. que. Em vez disso.1. por suas características peculiares. são manifestações exteriores dos arquétipos.nicamente de profano e sagrado. Os arquétipos só podem se expressar através dos símbolos em razão de se encontrarem profundamente escondidos no inconsciente coletivo. 2004). ao invés de escre. mais adiante o Átrio.estágios há muito tempo utilizados para separar tipo é que o primeiro pode ser visto e em alguns o sagrado do profano (VAN GUENNEP. educativo e ético. pois aqueles são a manifestação des. somente por intermédio do primeiro. 1. 2011b). além de consciente. 2011). mesmo que Os maçons são unanimes em dizer que o parcialmente.2012). também um refor. a noção que teremos a respeito do Templo Maçônico´ é simbólico. como números ou letras. para que haja símbolos. 2013. Suas teorias também Essas afirmações precedentes necessitam influenciaram Freud. 2008). onde em sua obra o define como o conjunto de crenças e sentimentos autônomos de uma sociedade (DURKHEIM. 2012). Os símbolos e gestos atuam como um ca. o templo com suas divisões simboliza o Contrariamente a esta teoria junguiana agora estado de consciência em que nos encontramos. em nosso nível comum de consciência.Jung. O avanço moral que a Maçodo templo não é fruto do acaso. mas contendo muitas outras influênvés da ritualística das suas iniciações e instru. Deste modo. 2011d. possui proximidades com a antropologia e com a linguística. gestos existentes desde o início da humanidade (CAMPBELL. será muito mais próxima do que as expressadas por meras o símbolo é muito mais do que mera ornamentação artística para representar algo (JUNG. estados esses chamados maçoarquétipos. e em última tes em menor escala (JUNG.Sala dos Passos Perdidos. 21-28. e mesmo asrealização da passagem de um estado de conscisim. o templo em si representa um esta´ O termo “templo maçônico” é comumente usado nos ritos maçônicos de origem latina. mas que em outras palavras. para compreendermos um elevado sentimento contido no Inconsciente Coletivo. ao passo que a visão apresentada neste artigo.cias. de um exemplo hipotético: O amor da mãe para acham-se proficuamente delineadas nas obras de com seu filho jamais seria compreendido por pa. que se encontra centrada nos três arquétipos relativos ao chamado ―Complexo de Édipo‖. ao passo que o Nesse contexto. um dos pais da Sociologia Moderna. 2007). 23 . de acordo com o Rito adotado (ISMAIL. Portanto. Do mesmo modo. amor de uma mãe para com seu filho. sem que o indivíduo os conheça ou possa vir a conhecer (JUNG. n. mas com devido efeito. a Maçonaria atua atra. Templo em si. 2011a). Rafhael. Dessa forma. através do mito trabalhado pelo grupo-cultura Portanto. análise. possui proximidades com os conceitos do Inconsciente Coletivo sustentados pelo sociólogo francês Émile Durkheim. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO elevado (CAMPBELL. deve antes haver ência para outro. Os de origem anglo-saxônica costumam chamar o local de reuniões de “Sala da Loja”. Vol. ções. observamos na psicanálise de Freud Desta forma. toda a ornamentação e divisão (CAMPBELL. JUNG. C&M | Brasília.GUIMARÃES. apenas apresentar o conheci.Salomão. No caso do presente estudo. podemos. a Câmara ou Caverna de Reflexões. p. o qual tem por caractetudo ainda ocorre de forma desprovida de ques. conforme será demonstrado neste estudo. JUNG. de acordo com Jung. o crescimento na senda maçônica somente ocorre quando se aplica no chamado mundo profano o que se estuda e aprende no mundo maçônico. Conforme se segue abaixo. p. que é neste quadro comparativo o referido inconsciente pessoal. e o Inconsciente. 2010).GUIMARÃES. para o nível consciente. O estado interte de forma racional e lógica. haverá de reconhecer as origens de seus problemas no próprio inconsciente. abordada no Nível isso também ocorre antes de adentrarmos ao 1. como veículo não de nossa real vontade. e nela tudo ocorre geralmen.Pré-consciência: Átrio Para Freud. e estabelecer uma relação entre a vida consciente e o nível arquetípico da existência humana (JUNG. 2010). a consciência humana se subA consciência é a única parte da psique a qual conhecemos direta e objetivamente (HALL divide em três níveis. sendo que na parte interior. cumprem a função psicológica de devidamente introduzir o adepto em um local que. o gesto dos candidatos serem despidos de todos os metais. é o de Pré-consciência. tem-se o átrio do templo Jung. colabora para o ingresso a um estado da consciência necessário para que o ritual cumpra seu dever cognitivo de forma efetiva (JUNG. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO do intransponível de pureza e santidade para seus membros. átrio e templo. sabemos que estamos em um local consagrado para a prática do bem. pois é na sala dos passos perdidos que 3. o indivíduo despe-se de suas personas.1. ao passar pelo Arco do Triunfo. sala dos passos perdidos. ou seja. nossa máscara social. acaba deixando a guerra para trás. teremos o ocidente e o oriente. O crescimento psicológico ocorre. Da mesma forma. Fazendo o devido paralelo. Vol. 1972). 2011b). pois a pessoa que não torna consciente suas limitações e defeitos. 1978. 2010). 21-28. no vocabulário maçônico. n. vida e usada em nossas interações mundanas. quando alguém tenta trazer o conteúdo-conhecimento do inconsciente. 2010). Assim. O soldado que retorna da guerra. Nível 1 – Consciência: Sala dos Passos Perdidos Nível 2 . significa que. ou profanas. VAN GUENNEP. Assim que. Jung. a psique divide-se em três níveis: A consciência. para Dessa forma. 24 . as salas que antecedem o templo. mas da nossa necessária aceitação (JUNG. ao passarmos pela sala dos passos perdidos e posteriormente pelo átrio. É nossa face externa consciente. 2011). O significado psicológico de persona. sem sinais ou gestos simbólicos. Esse desprendimento se faz necessário visto que. Da mesma forma. 1978. um rito de passagem. 2007. que será abordado no Nível templo. tais divisões se conciliam em significados e funções com os cômodos de uma Loja Maçônica do Rito Escocês Antigo e Aceito. no nível do inconsciente pessoal – que citaremos logo adiante – não há persona. e assim tem-se a oportunidade de transformar o conhecimento em sabedoria. mediário entre a Consciência. 2013. o Templo Maçônico. por meio de seus símbolos. MAXENCE.rística uma experiência munida de relativo equilíbrio entre um material perceptível e um material tões oníricas. é aquela parte da personalidade desenvolC&M | Brasília. latente (FREUD. naquele momento. chamados de Consciente. conforme Jung. a qual se manifesta apenas no nível consciente. 2010). jan/jun. Rafhael. & NORDBY. HALL & NORDBY. nas iniciações maçônicas. 1978. 1. De acordo com a psicologia analítica de Carl G. acaba por projetar sobre os outros tais percepções negativas (HALL & NORDBY. O homem que assim o fizer. As funções-cargos expressas no ritual e as disposições do templo são personificações simbólicas das leis psicológicas que atuam na psique (CAMPBELL. Rituais ou simples gestos simbólicos identificam nossa consciência com o campo essencial de ação.Pré-Consciente e Inconsciente. o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo (HALL & NORDBY. e iniciarem todos exatamente da mesma forma. ao passo que Ania ritualística e os símbolos alcançam a totalidade mus é relacionado com o termo Logos. estado este çônico tal equilíbrio dual é conhecido pelas duas que – paralelamente – também é encontrado nos colunas. os sonhos também não o são e. o deus do Amor.nifica verbo. passiva e intuitiva. Ambos são aspectos inconscientes de um indivíduo. No Rito Escocês. n. 1. espiritualidade e ética maçônica. mesmo aquelas consideradas esquecidas. 2013. apesar de muitas vezes interpretado como sendo uma extensão do templo. ao passo que o sonho. para com isso. interpretar o ritual maçônico de forma literal é um erro lastimável. Assim. O inconsciente do homem encontra ressonância com o arquétipo feminino. é fisicamente um cômodo intermediário entre a sala dos passos perdido e o templo maçônico. está se referindo às expressões e características.1. p. o crescimento e amadurecimento moral são a real e efetiva finalidade dos sonhos. com seus símbolos abstratos. que são linguagens (sonhos e ritualística) são figuradas. conOcidente com alguns poucos passos. e como todos sabem. Cabe notar que quando se fala de masculino e feminino. 21-28.rio dos aprendizes. em que os maçons se concentram.GUIMARÃES. características de Animus. inteiramente psicológico. JUNG. visto o átrio. portanto não material. o átrio se assemelha em correspondência com o préconsciente na medida em que ambos não possuem uma natureza específica. Jung costuma relacionar Anima ao deus correspondência com o templo maçônico. Nível 3 – O Inconsciente Pessoal: O Templo Maçônico Assim como o ritual maçônico não é literal e tem por objetivo transmitir instruções morais. este estado intermediário tem por objetivo introduzir o personagem no recinto onírico e simbólico seguinte. bem coritualística não possui um senso lógico. mas sim transitória. Destarte. e estes retratam bem o estado fic. Boaz e Jaquim. Animus manifesta-se de forma racional. o nossa realidade objetiva (JUNG. geralmente com as luzes apagadas. onde tanto no estado onírico coluna Boaz. chamado de Anima. em se tratando de Animus e Anima. em ambos os casos perde-se o efeito do lógico e racional. enquanto que a mulher associa-se com o arquétipo masculino. o inconsciente reside em um nível atemporal. por outro lado. Ao Oriente vê-se o Sol e a Lua. ativa e Assim o Inconsciente Pessoal encontra objetiva. trabalhar o simbólico e onírico. vai-se em alguns minutos. e não algo literal (JUNG. são armazenadas no inconsciente pessoal. Anima. ao contránível do inconsciente pessoal não há uma limita. 2011b. também deve ser interpretado de forma não literal (JUNG. Os conceitos de Anima e Animus foram talvez as duas mais importantes descobertas de Jung. 2005). Portanto. os sonhos. Da mesma forma o simbolismo da tadas para as artes ou ciências liberais. possuem suas instruções volção objetiva. chamado de Animus. Todas as experiências que se têm. inexoravelmente. 2012). onde grego Eros. e ali são instruídos sobre a educacomo na ritualística. Nele ocorre o momento de transição entre os estados psicológicos. para se desvencilharem dos problemas e pensamentos do chamado ―mundo profano‖ e adentrarem ao interior do templo. 2012). pode-se viajar do Oriente ao ção moral.ceitos perfeitamente associados ao arquétipo de nhecer ao pôr do sol. como supramencionado. que. pois no sentos os Companheiros Maçons. passagens Aprendizes Maçons tomam assento do lado da ilógicas e surreais. 25 . 1978). mas que todavia não deixaram de existir. tais eventos sonhados são dotados A Anima manifesta-se na psique de forma de acontecimentos surreais e ilógicos perante a emocional. razão (JUNG. Sendo assim. No templo matício e mítico do drama maçônico. É nesse nível que ocorrem os sonhos quando se está dormindo. que são símbolos conhecidos do Animus C&M | Brasília. e do ama. Vol. Ambas mo para algum conhecimento esotérico. jan/jun. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO maçônico como representativo desse estado de pré-consciência. segundo Jung (2011d). pois. Rafhael. Já do lado da coluna Jaquim tomam assemelhante ao que ocorre nos sonhos. que sigdos trabalhos. o Jardim do Éden. são interpretados pela psicologia junguiana e freudiana como símbolos do inconsciente (JUNG. Jung acreditava que tanto a experiência quanto a prática religiosa eram fenômenos que tinham sua fonte no inconsciente coletivo (JUNG. recebemos a forma do mundo ção do Si mesmo (MAXENCE. CARL GUSTAV JUNG. a Assim como o inconsciente coletivo distotalidade do ser. C&M | Brasília. também se localizam na região do sólio. (Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo.) Se recebe um novo nome e uma nova alma. o indivíduo que vivencia o ritual. em uma imagem virtual e essa imagem transforQuanto à ritualística e seu potencial psicoma-se em realidade consciente quando. 2013. Oriente da Loja. concepções são herdadas pelo homem de forma como. 2011. elevações e exaltações. discorre sobre a psicologia a vida. Torinconsciente coletivo estimula no homem desde nar-se Mestre Maçom é o mesmo que Jung chao nascimento um comportamento padrão pré. Boaz e Jaquim. ginais da Loja. Um arquétipo é compreendido como um modelo original que conforma outras coisas do mesmo tipo. Ao participar de um ritual. mas. o ritual é intencionalmente usado para produzir tal transformação. 2011b). o Mestre Maçom. 21-28. n. e a consecução entre ambas que tudo vê no Rito Escocês Antigo e Aceito. Jung (2011b). OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO e da Anima. acaba por se transformar. p. identificamos os símbolos a ela corres. visto que não se trata de experiências tições centram o indivíduo dentro dos propósitos individuais. ou seja.. pessoal do indivíduo: Os conteúdos do inconsciente coletivo são denominados de arquétipos. O céu.. presentes na carta constitutiva.se sua mitologia. representam no de Salomão e que possui estampado o olho Anima e Animus. 1978). na execução mito de Hiram inconsciente através do inconsciente pessoal. no nosso caso. vivenciaespécie de reservatório de imagens. 1978). transformando-se em um ser semidivino. o Equilíbrio Perfeito. Trata-se de uma do mesmo. ros e Mestres. Nível 3 – Inconsciente Coletivo: Sólio do Ori- ente Os efeitos e sinais da Ritualística Maçônica no Teoria proposta pela Psicologia Analítica. semelhante a um protótipo (JUNG. como o nome sugere. onde se encontra o chamado TroDesta forma. colunas representa o Casamento Alquímico. O Abiff. 26 . ou ainda passa-se por uma morte figurada. durante lógico. 2011b). (. por exemplo.GUIMARÃES. as iniciações. Companhei- Outra forma de transformação é alcançada através de um ritual usado para este fim. Tanto o inconsciente coletivo como o arquétipo se confundem com aquilo que chamamos de egrégora. 1. seja pelas convicções conscientes ou pela influência do inconsciente (JUNG. Vol. o direcionamento dos trabalhos vem do pelo caminho ou câmara do meio (CAMPBELL.mava de processo de individuação para realizaformado. com um novo caráter e um destino metafísico transformado. Aquele que caminha com tal união. Rafhael. Mestre. o inferno. além de que as informações ori2008). 2008). são expe. Assim. FREUD. jan/jun. Inconsciente o inconsciente coletivo difere do inconsciente Os rituais praticados e todas as suas repepessoal.do mito. e se enquadram ao simbolismo do dossel e do sólio no Oriente. essas cha. o põe da pré-formação psíquica da psique (JUNG. Em vez de se vivenciar a experiência de transformação mediante uma participação. p. tais gestos e movimenmadas de imagens arquetípicas.1. 2011c). Assim. que ocorre no grau de Mestre Maçom. localizado a sete degraus acima do nível onde se encontram os Aprendizes. Tais imagens e tos transcendem os adeptos (CAMPBELL. pois o ritual é a simples representação riências coletivas (JUN. o Olimpo. anda 1978). 2011c. 2010). 1972).analítica e as formas de atuar no inconsciente pondentes (JUNG. 231) Desta forma. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO Os maçons devem. do Nos rituais tribais de iniciação os memnascimento para a sociedade. ou seja. JUNG. isto é. o qual. realizar reflexões da simbologia maçônica. enquanto o desafio da pri.através do estudo da Mitologia Maçônica. onde reside sua maior força e resultado.que distinguem o iniciado dos não iniciados. Para o primitivo não bastava ver o Sol nascer e declinar. é como ver animais nas nuvens. operam igualmente no inconsciente (JUNG. Na lhante ao meio dia. Uma prática tão antiga quanto a Maçonaria. A primeira parte. Relacionaram tal procedimento ao aparente movimento que o Sol faz diariamen- Conclusões Em síntese. 2005). Os gregos e romanos tinham o lado direito como favorável. como do inconsciente coletivo.física ou apenas simbólica. através dos efeitos diretos Conhecendo a antropologia das socieda. de modo a produzir um material onírico no inconsciente de seus membros (JUNG. o conhecimento da Maçonaria retrata um estudo do inconsciente. A função psicológica da ritualística maçônica é a de restaurar um equilíbrio psicológico por meio do sistema mitológico proposto pela instituição. fogueiras. Tanto a mitologia como os seus símbolos são metáforas reveladoras do destino do homem e nas diversas culturas são retratadas C&M | Brasília. E. ou. da participa. as fases da lua. pálio. é semelhante ao bros recebem uma marca. Rafhael. Outro detalhe ritualístico curioso relativo ao sol é a circulação em sentido horário. é seme. Inúmeros são os exemplos disso no Rito Escocês. veneralato e muitos outros.figura como simbólica (VAN GUENNEP. as estações. tronco. des primitivas. tendo sempre o aparente movimento do Sol como referência. sintomático dos impulsos arquetípicos existentes no interior das camadas profundas da psique humana (JUNG. Todos os acontecimentos mitologizados da natureza. mas sim. adotavam a circulação em sentido horário. Desta forma. Vol. tanto do inconsciente pessoal. essas civilizações.GUIMARÃES. numa visão religiosa. n. Este exemplo é um dos diferenciais da ritualística maçônica. inverno. Ao executar um ritual de alto valor cultural. 1978). como um sonho coletivo. expressões simbólicas do drama interno e inconsciente da alma. sob a ótica da Psicologia Junguiana. jan/jun. o desafio chancela no peito esquerdo. a mitologia pode ser entendida. 2011). 2011). um exercício de vontade e imaginação sem maiores resultados. que a consciência humana consegue apreender através da dramatização dos rituais maçônicos (JUNG. também chamada de dextrocentrica. A segunda parte. totens ou sacrifícios como eixo de seus templos (ISMAIL.1. meio dia e por do sol. te em torno da Terra. 21-28. jetória do sol em um dia. o Sol representava em sua trajetória o destino de um Deus. portanto. 2008. 2005). de forma geral. 2011b).da ritualística. 2012). pode ser considerado como infantil e ingênuo. como a revelação de Deus aos seus filhos. Assim. tais como o verão. tais atos ritualísticos tada pelo anoitecer (CAMPBELL. p. Jung comparou a vida com a tra. 2005). A prática de diferentes termos linguísticos também é usada para separar o sagrado do profano nos grupos religiosos (VAN GUENNEP. Esta observação exterior correspondia a um acontecimento anímico. Seja uma marcação da segunda metade é a própria morte. favorece mais seu dono do que o esquerdo. 1. represen. onde uma linguagem própria é comumente adotada. que nos tempos atuais amanhecer do sol. sólio. abordar o ritual maçônico ou qualquer outro ritual sem um entendimento psicológico e simbólico do seu significado. não são alegorias destas experiências objetivas. sob um olhar cético e profano. amanhecer. 2013. 27 . Ademais. tendo altares. deve o maçom analisar tais movimentos a nível psicológico.iniciação no Rito Escocês isso ocorre com uma meira metade da vida é a própria vida. Huzzé. visto que este. como justo e perfeito. e ção efetiva no mundo e na sociedade. com gestos e passagens incomuns à sociedade. Rio de Janeiro: Vozes. Carl Gustav. Assim o crescimento e a finalidade da Mitologia aconteciam de forma particular em cada um. Herói de mil faces. M. Rio de Janeiro: Vozes. Os Ritos de Passagem. 2011. Em várias sociedades e cultos primitivos. JUNG. 2011. The English Historical Review. JUNG. 1978. por derradeiro. Ágora. MURPHY. Vol.GUIMARÃES. 323-335. Rio de Janeiro: Vozes. p. p. Mark. jan/jun. Entendimento similar ocorre na Maçonaria e é explicitado quando maçons dizem aos neófitos na Palavra a Bem da Ordem que ―hoje você entrou para a Maçonaria. A tradição maçônica conserva esses costumes como forma de instrução aos seus membros. HELENA P. Carl Gustav. NORDBY. Joseph. 2012. Rio de Janeiro: Vozes. 2004. São Paulo: Ed. Da divisão do trabalho social. 2013. como uma semente que aos poucos iria germinando (JUNG. L. a vivência do drama de um mito nada mais é do que uma ferramenta de compreensão e promoção do crescimento psicológico do individuo. sendo esta a função principal do mito (CAMPBELL. 2011. Dogma e Ritual da Alta Magia. 2012. Desmistificando a Maçonaria.1. New York. por intermédio do inconsciente. Carl Gustav. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 2010. JUNG. Vol. ROBERTS. J. 2011. 21-28. Carl Gustav. Arnold. São Paulo: Editora Pensamento. São Paulo: Martins Fontes. Émile. Joseph. Rio de Janeiro: Vozes. STAVISH. As origens ocultas da Maçonaria. Mito e Transformação.. Psicologia e religião. VAN GUENNEP. sendo atualmente uma das poucas instituições em que o homem pode ter contato com tais experiências (BLAVATSKY. A interpretação dos sonhos.: Freemasonry: Possibilities of a Neglected Topic. JUNG. São Paulo: Pensamento-Cultrix. São Paulo: Landy Editora. CAMPBELL. Jean-Luc. 2007. Símbolos e interpretação dos sonhos. Sigmund. The Journal of Masonic Research & Letters. 2011. 2012. DURKHEIM. Jung é a aurora da Maçonaria. Kennyo. Rafhael. São Paulo: Pensamento. OS EFEITOS PSICOLÓGICOS DA PRÁTICA DO RITUAL MAÇÔNICO de diferentes formas (CAMPBELL. Rio de Janeiro: Vozes. Assim. FREUD. 72-73. a análise para toda questão mitológica. este estudo da ritualística maçônica em questão. Calvin S. 2010. ISMAIL.. 1972. 2011. 2007. Carl Gustav. 2007). CAMPBELL. 64. São Paulo: Universo dos Livros. NY: Philaritual na Igreja e na Maçonaria. Rio de Janeiro: Editora Vozes. CAMPBELL. JUNG. O ocultismo prática e as origens do ZELDIS. n. Psicologia do Inconsciente. 2009. Vernon J. mas precisa deixar que a Maçonaria entre em você‖. Joseph. São Paulo: Cultrix. Joseph. a prática religiosa consistia em vivenciar a Mitologia de forma direta. lethes. Isto és Tu. p. JUNG. O Homem e seus símbolos. 02. 1969. Sendo assim. 20ª Edição. MAXENCE. Interpretação psicológica do Dogma da Trindade. 1. Eliphas. HALL. São Paulo: Palas Athena. Mitologia Ocidental. Tim Wallace. 2002. 28 . Referências Bibliográficas BLAVATSKY. o estudo da psique humana. pois o mito poderia influenciar o executor da prática religiosa de forma indireta no decorrer das cerimônias. Carl Gustav. Junguiana. No. São Paulo: Madras. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Illustrated by Symbols. CAMPBELL. São Paulo: Pensamento. 2008. como também. 1994. Introdução à Psicologia C&M | Brasília. 2009). LEVI. é. 2011. 84. JUNG. Psicologia e alquimia. 2005. Carl Gustav. As máscaras de Deus. São Paulo: Pensamento. No. Rio de Janeiro: Editora Imago. 2005). 331. 2008). O código secreto das catedrais. Vol. ¹ Kennyo Ismail é bacharel em Administração pela UnB. filantropia maçônica. e Mestrando em Administração pela EBAPE-FGV. through comparative analyzes of contents of two separate masonic groups. Keywords masonic lemma. the second tried to analyze the publicity given to activities related to the values contained in its lemmas. C&M | Brasília. p. O resultado dos dois estudos colaborou para uma melhor compreensão do cenário maçônico brasileiro. é também membro da Philalethes Society e da The Masonic Society e autor do livro ―Desmistificando a Maçonaria‖ (São Paulo: Editora Universo dos Livros. realizado em dois estudos. was designed to evaluate the influence of the lemma adopted and vocations its inherent activities performed by the Grand Lodges. n. 2012). masonic philanthropy. Equality and Fraternity‖. Enquanto o primeiro estudo verificou a adoção pública a um ou outro lema. membro da GLMDF e atual Grande Mestre Adjunto da Maçonaria Críptica do Brasil. Abstract This paper. The results of two studies contributed to a better understanding of the Brazilian masonic scenario. Amparo e Verdade‖ e ―Liberdade. Latin Freemasonry. Igualdade e Fraternidade‖. tem por objetivo avaliar a influência do lema adotado e as vocações a ele inerentes nas atividades desempenhadas pelas Grandes Lojas. Maçonaria Latina. 2013. 29-50. o segundo tratou de analisar a publicidade dada às atividades relacionadas aos valores contidos nos respectivos lemas. Vol. 29 .1. Palavras-chaves: lema maçônico. While the first study examined the public adoption of one or another lemma. 1. carried out in two studies. representatives of the lemmas ―Brotherhood. Relief and Truth‖ and ―Liberty. de forma a observar a aderência ao lema adotado e a coerência nas informações divulgadas. Mestre Instalado. por meio de análises comparativas de conteúdo de dois grupos maçônicos distintos e representativos dos lemas ―Fraternidade. so to monitor adherence to the motto adopted and consistency of the information disclosed. especialmente no que se refere ao campo social.Recebido em: 02/06/2013 Aprovado em: 21/06/2013 PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DA INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES LEMAS SOBRE AS ATIVIDADES MAÇÔNICAS Kennyo Ismail ¹ Resumo O presente trabalho. jan/jun. especially with regard to the social field. Especialista em Gestão de Marketing pela ESAMC. n. primeiramente. que desdobra suas belezas ao requerente sincero e trabalhador‖ (PRESTON. A Maçonaria Brasileira. HEREDIA. 2008. adota-se o lema maçônico original. 1. 2007). Amparo e Verdade‖. atraindo os mais distintos homens. 1867). seitas e Dicionários Priberam e Michaelis. 2000). compreender o que ela realmente é. jan/jun. Webb (1818) e Pike (1905). Essa definição é derivada de outra. durante séculos.1. Kennyo. No entanto. como uma missão. KARPIEL JR. 1987). e logo foi adotado pela Maçonaria daquele país. 1997. 1999. cujos fins supremos são: Liberdade. enquanto que em outras regiões e momentos a Maçonaria foi perseguida pelos nazistas. que guia e motiva. 2005). 1998). A definição mais comum de Maçonaria em uso em todo o mundo é a de que Maçonaria é ―um belo sistema de moralidade velado em alegoria e ilustrado por símbolos‖ (ZELDIS.107): ―Neste princípio a Maçonaria une os homens de todos os países. Já no restante da Maçonaria no mundo. divisa ou norma de procedimento. deve-se. onde se lê no 1º artigo: ―A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática. Tomando por exemplo. Igualdade e Fraternidade‖ (GOB. RICH & REYES. tema. Ela dá aos membros da organização um senso compartilhado de propósito e direção (KOTLER. lema esse que surgiu na Revolução Francesa (VOVELLE. o que levou o Grande Oriente do Brasil a se distanciar do Grande Oriente da França e passar a seguir os passos da GLUI. Uma missão são o propósito e os valores básicos da organização.GLUI declarou a irregularidade do Grande Oriente da França. 29-50. tratou de incorporá-lo. concebido em uma tensão de interessantes alegorias. p. 2012). Lema esse praticamente desconhecido pela Maçonaria brasileira e de outros países latinos e latinoamericanos. Para uma melhor compreensão desses princípios. 2000. HARLAND -JACOBS. GUNN. há diversas e distintas definições da Maçonaria (HAMILL. 2013. recorremos à Coil‘s Masonic Encyclopedia (1961). não havendo uma que seja oficial da instituição ou mesmo que descreva satisfatoriamente o que realmente a Maçonaria é (HODAPP. filantrópica.2 Trata-se de uma declaração concisa que expressa princípios. condenada por Bulas Papais e denunciada pelo Comintern. tantas vezes reafirmado nas célebres obras de Preston (1867). 1994). o comitê comunista internacional. KROLL & PARNELL. Igualdade e Fraternidade‖. No caso da Maçonaria Latina. Porém. C&M | Brasília. 3 Pelo menos até 1877. Lemas e Vocações Um lema é um argumento. Uma organização com uma compreensão clara de sua própria identidade e propósitos tem muito mais chances de sucesso do que outra que não tem uma compreensão nítida de sua razão de existir (WRIGHT. incluindo sete príncipes herdeiros do trono. comumente citada em artigos acadêmicos que têm a Maçonaria como campo (Ex. constituindo a declaração da razão da existência da organização (BATEMAN & SNELL. p. progressista e evolucionista. tão inicialmente influenciada pela francesa3. o que essas definições não explicitam é: Quais seus princípios fundamentais? Seus propósitos? Sua razão de existir? Uma análise de seus lemas e os reflexos deles nas atividades maçônicas pode ajudar a responder essas questões. filosófica. mas com certeza é algo interessante. 1997. 2011). tem-se a Constituição do Grande Oriente do Brasil. 2000). de ―Brotherly Love. o qual pode ser traduzido como ―Fraternidade. regra. quando a Grande Loja Unida da Inglaterra . Como bem registrou o historiador britânico John Morris Roberts (1969). de autoria de William Preston. Relief and Truth‖. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Introdução Compreender a Maçonaria não é matéria simples. Essa enciclopédia registra o seguinte comentário acerca do princípio da fraternidade (1961. adotou-se o lema ―Liberdade. Mas para compreender a razão dessa instituição estar. que considera a Maçonaria ―um sistema regular de moralidade. metas ou ideais. certamente há algo de relevante em uma instituição cujos Grão-Mestres ingleses têm sido sempre nobres.ISMAIL. 30 .: REYES. Vol.. É uma ideia expressa em poucas 2 palavras. Kennyo. E assim a Maçonaria Latina vai seguindo sem projetos. Além liberdade. é possível considerar como sua vocação a promoção desses três princípios. Por dora. missão não muito difícil para uma organização na qual os membros chamam uns aos outros de irmãos. 2000). et al. à tino. Igualdade e Fraternidade‖. casas maçônicas. avaliar tal no-americanos e por lutas pela igualdade entre os homens. vocação compreendem-se as áreas em que a orConsiderando que um lema realmente ganização tem facilidade em atuar.. Com esse formato. seguindo sua vocação. 2010. o Grande Oriente do Brasil e os lei. pões o restante da sociedade civil organizada parece estar em maior número e melhor preparada para lutar. C&M | Brasília. p. EUA é a maior nação 4maçônica do mundo e o sofrer alguns golpes. Porém. associação maçônica de serviço. tem-se nessa Maçonaria uma propensão não apenas fraSabe-se que um componente importante ternal. jan/jun. a co4 Apesar da Grande Loja Unida da Inglaterra possuir maior número de membros do que a soma das Obediências brasileiras. sendo uma oferece uma orientação para a organização declaração de sua competência naquilo. o que coloca o Brasil em segundo lugar em quantidade de membros. atrás apenas dos EUA. colégios maçônicos.Brasil a segunda maior.MAB. Sendo assim. 2001). p. seguido pelos demais povos. é razoável propor: lema da Maçonaria Latina ―Liberdade. aqui ção da Maçonaria Latina. 2007. Já sobre o princípio de Amparo. 2013. como auxílio e assistência. à segurança e à proprie.Grandes Orientes Independentes filiados à COdo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residen. mas principalmente filantrópica e inquirina missão é a vocação (MAXIMIANO. ela disserta que (1961. E quanto ao princípio de verdade. Amparo e Verdade‖. MOREL & SOUZA. os a igualdade conquistadas podem. compreendendo o lema original da Maçonaria. concentrado principalmente no continente africano. à igualdade. boa parte desse número se encontra fora da Inglaterra. No Brasil. igualitária e frater. contra esses ras. Essa teoria conta com o reforço do histórico Com o intuito de escolher uma forma adeda Maçonaria nas independências dos países latiquada para. restou à Maçonaria Latina apenas a promoção da fraternidade. Logicamente. como na abolição da escravatura no proposição.Max Weber (1974). fundos e fundações educacionais.largamente adotado nas ciências sociais e cujas MES. 1. pode-se compreender que a vonaria interfere diretamente em suas ações. garantin.―Fraternidade. sem distinção de qualquer natureza. n. 31 . como se pode ver no 5º Ar. cação da Maçonaria Latina seja promover esses princípios. A comparação será realizada plo. objetivos e lutas a não ser a sua própria sobrevivência. ou seja. 1988). BARATA. entre o Século John Stuart Mill (1984). associação maçônica de alívio‖. p. tanto nos Graus Simbólicos como nos Altos Graus‖. Assim sendo. Vol. essa luta foi bases foram desenvolvidas por autores como travada e vencida no passado. por exem. voca. aqui representativos do lema maçônico lates no País a inviolabilidade do direito à vida.da quantidade de Obediências serem aproximadade‖ (BRASIL.Método nal. optou-se pelo método comparativo. 2008). consta na enciclopédia que (1961. Sendo o (WRIGHT. 662): “É geralmente aceito que a busca da verdade é o objetivo final de toda a Maçonaria.1.ISMAIL. Em contrapartida. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA opiniões e faz com que a verdadeira amizade exista entre aqueles que poderiam ter permanecido a uma distância perpétua‖. 2008. vez ou outra. 51 no primeiro grupo e 49 no segundo. estão garantidos na representativas do lema maçônico original. Igualdade Proposição – O lema adotado pela Maçoe Fraternidade‖. Amparo e Verdade‖. por métodos científicos. e as Grandes tigo da Carta Magna: ―Todos são iguais perante a Lojas brasileiras.entre as Grandes Lojas norte-americanas. ―Liberdade. que a vocação da Maçonaria Latina seja emancipacionista. 29-50. Émile Durkheim (1987) e XVIII e início do Século XX. como ―Fraternidade.510): ―O princípio básico de amparo maçônico e sua extensão em diversas áreas estão definidos em títulos. Brasil (SILVA. Porém. de Constituição Federal. a liberdade e das. os princípios de liberdade e igualdade. GO. ISMAIL, Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA nhecida limitação do método comparativo de ser realizado com reduzido número de casos (LIJPHART, 1971) é solucionada, visto se tratar de um montante de 100 Obediências Maçônicas. A pesquisa será realizada por meio de dois estudos distintos, os quais utilizarão como método de coleta de dados a pesquisa telematizada em fontes diretas, ou seja, por meio de pesquisa nos websites oficiais das Obediências, buscando dessa forma informações confiáveis e intencionalmente públicas. A utilização dos websites oficiais como fonte de pesquisa se justifica pelo entendimento de que, se a Obediência Maçônica compreende os princípios contidos em seu lema como objetivos institucionais, buscará dar publicidade dessas ações aos seus membros e à comunidade por meio de comunicação oficial, de fácil acesso, e menos efêmero. O primeiro estudo, realizado por meio de análise de conteúdo com auxílio de recurso iconográfico, tem por objetivo verificar a adesão pública das Obediências a esses distintos lemas, ou seja, a publicidade dada ao lema adotado e, consequentemente, às vocações inerentes a ele. A análise de conteúdo é tida como um método de análise textual de forma a interpretar sua mensagem e compreender seus significados (BARDIN, 2009). Para tanto, será verificada a exposição dos lemas em seus websites, o contexto e posição em que estão inseridos, de forma a compreender sua intenção comunicativa e a quem se destina. Dessa forma, se buscará a exposição visualmente clara do lema ―Fraternidade, Amparo e Verdade‖ nos websites das Grandes Lojas dos EUA, e do lema ―Liberdade, Igualdade e Fraternidade‖ nos das Grandes Lojas e Grandes Orientes brasileiros. O segundo estudo tem por objetivo verificar as vocações das Obediências quanto ao lema adotado, analisando assim a influência do lema sobre as atividades das Obediências. Em concordância com as observações de Lijphart (1971) acerca das limitações do método comparativo, esse estudo adotará o desenho dos sistemas mais similares (PRZEWORSKI & TEUNE, 1970), adequado quando da comparação de conteúdo entre sistemas bastante similares, como no caso das Obediências Maçônicas. Dessa forma, o princípio da fraternidade, comum em ambos os lemas maçônicos, não será considerado na análise. E tendo os princípios do lema original, de amparo e verdade, como elementos cujas ações relacionadas são mais facilmente mensuráveis do que princípios de liberdade e igualdade, do lema maçônico latino, essas ações serão as variáveischave da comparação. Serão consideradas ações relacionadas ao princípio de amparo as organizações e programas que sejam de iniciativa das Obediências Maçônicas e de natureza explicitamente filantrópica, voltadas para público externo, e em caráter permanente. E consideradas pelo princípio de verdade aquelas organizações e programas dedicados ao estudo, pesquisa e conhecimento maçônico, voltados ao público interno, e permanente. Desse modo, ações de terceiros, apenas apoiadas pela Maçonaria, ou campanhas e projetos temporários não serão computados. Objetos de Estudo Maçonaria dos EUA Tem-se notícia das primeiras Lojas Maçônicas nas colônias britânicas em solo americano alguns poucos anos após o surgimento da primeira Grande Loja de Londres, tendo Boston e Philadelphia como seus primeiros nichos. Não demorou para que a Grande Loja de Londres notasse o potencial maçônico das colônias e fundasse Grandes Lojas Provinciais em cada uma delas (HODAPP, 2005). Porém, colonos que eram membros da Grande Loja da Escócia; da Grande Loja de Toda a Inglaterra, com sede em York; e da conhecida como Grande Loja dos Antigos também fundaram Lojas e, consequentemente, Grandes Lojas ligadas a essas (COIL & BROWN, 1961). Quando do início da Revolução Americana, a Grande Loja de Londres, conhecida como ―dos Modernos‖ e diretamente ligada à Família Real, adotou postura pró-Inglaterra, o que fez com que as outras três vertentes, além da irlan- C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 29-50, jan/jun, 2013. 32 ISMAIL, Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA desa, caíssem nas graças dos revolucionários. Muitos maçons estiveram presentes em muitos dos momentos decisivos que levaram à vitória da Revolução e a formação de um governo republicano. Também é inegável que muitas das filosofias contidas na Declaração de Independência e na Constituição dos EUA eram praticadas muito antes, nas Lojas Maçônicas. Dos 39 signatários da Constituição Americana, pelo menos um terço eram maçons (HODAPP, 2005). a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil - CMSB, num total de mais de 2.700 Lojas e de 105.000 maçons (LIST..., 2012). Maçonaria do Brasil Realização de análise de conteúdo das páginas principais dos websites oficias dos dois grupos representativos dos lemas distintos de ―Fraternidade, Amparo e Verdade‖, representado pelas Grandes Lojas norte-americanas, e ―Liberdade, Igualdade e Fraternidade‖, representado pelas Grandes Lojas e Grandes Orientes brasileiros, com buscas a verificar a publicidade de tais lemas e para quem se destina. Em 1973, o GOB sofreu uma grande cisão, após uma eleição conturbada para seu GrãoMestrado. 10 Grandes Orientes Estaduais federados ao GOB, num movimento liderado por Minas Gerais e São Paulo, se desligaram da instituição, declarando-se independentes (SOBRINHO, 1998). Essa cisão originou a Confederação Maçônica do No início do Século XIX, com a expansão Brasil – COMAB, formada atualmente por 21 do território norte-americano para o Oeste, ocor- Grandes Orientes Independentes. reu também a grande expansão maçônica nos Esses três tipos de organizações maçôniEUA, baseada principalmente no trabalho do ri- cas convivem fraternalmente entre si, promoventualista Thomas Smith Webb, de Rhode Island, do em muitos Estados, e sob a liderança de seus cujo monitor publicado em 1797 serviu de pa- três Grão-Mestres, tratados de convivência e codronização ritualística para as Grandes Lojas nor- laboração, sendo as únicas organizações maçônite-americanas, existente até hoje (RIBEIRO, 2012; cas reconhecidas como regulares no território HODAPP, 2005; HENDERSON & POPE, 2001). brasileiro (BAÇAN, 2008; ISMAIL, 2012) e, por isAtualmente, as 51 Grandes Lojas dos EUA somam so, serão as únicas consideradas neste estudo. juntas mais de 1,3 milhão de membros (LIST..., 2012) Estudo 1 No Brasil, a organização mais antiga ainda em funcionamento é o Grande Oriente do Brasil GOB, fundado em 1822 sob os moldes do Grande Oriente Lusitano e, durante mais de 100 anos, única organização regular no país. O Grande Oriente do Brasil é uma federação maçônica com 26 Grandes Orientes Estaduais federados, contando com mais de 2.500 Lojas e com aproximadamente 80.000 membros (LIST..., 2012). Em 1927, como forma de preservar a regularidade da Maçonaria Brasileira, Mário Marinho de Carvalho Behring, que havia sido GrãoMestre do Grande Oriente do Brasil e ocupava o posto de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito, apoiou a fundação de Grandes Lojas Estaduais no Brasil (COIL & BROWN, 1961; MOREL & SOUZA, 2008; BAÇAN, 2008; PIRES, 2010). Seguindo o formato norte-americano, de uma Grande Loja para cada Unidade Federativa, as 27 Grandes Lojas brasileiras se reúnem em uma Confederação, Resultados - Maçonaria dos EUA As figuras selecionadas evidenciam a exposição pública e de destaque do lema original nas páginas principais dos websites dessas Grandes Lojas. C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 29-50, jan/jun, 2013. 33 ISMAIL, Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Figura 1.1. Grande Loja do Arizona Fonte: http://www.azmasons.org/ Figura 1.2. Grande Loja de Idaho Fonte: http://www.idahomasons.com/ C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 29-50, jan/jun, 2013. 34 ISMAIL, Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Figura 1.3. Grande Loja de Massachusetts Fonte: http://www.massfreemasonry.org/ Figura 1.4. Grande Loja de New Hampshire Fonte: http://www.nhgrandlodge.org/ C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 29-50, jan/jun, 2013. 35 ISMAIL, Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Figura 1.5. Grande Loja do Oregon Fonte: http://www.masonic-oregon.com/ Figura 1.6. Grande Loja de Wyoming Fonte: http://www.wyomingmasons.com/ C&M | Brasília, Vol. 1, n.1, p. 29-50, jan/jun, 2013. 36 1. e que ―nossas atividades de caridade são muitas e variadas‖ remete ao princípio de Amparo. que na Maçonaria você estará entre homens cultos e bem sucedidos em suas áreas de atuação.3 uma variação do lema.” Tais passagens indicam que o texto de apresentação.2. 1. importante observar que a afirmação de que ser membro da Maçonaria é uma experiência ―educativa‖ remete ao princípio da Verdade. e o segundo o título ―Já sou um membro‖..” E no parágrafo seguinte pode-se ler: ―Ser um membro da maior e mais antiga ordem fraternal do mundo é uma experiência gratificante e educativa. E. vê-se o lema ―Fraternidade. Nessa figura 1. tem como destinatário tanto o público interno como o externo. Kennyo. A construção dessa sentença sugere que sua mensagem está destinada ao público externo. Ao clicar.. os valores da família e o envolvimento com a comunidade‖. Verdade e Serviço‖. mas também os possíveis interessados. os maçons têm con- tribuído para as comunidades em que vivem através dos princípios de Fraternidade.4.)”. e vê-se o emblema da Grande Loja ao fundo. Além disso. Se quiser mais informações sobre a Maçonaria de Idaho. Já na figura 1. 2013. no apresentação.sentação. Similarmente. esperamos que este site seja uma ferramenta útil e melhore o fluxo de informações entre você e sua Grande Loja (.6. não hesite em contatar nossa Grande Loja com suas perguntas. principalmente. até o típico americano patriota. Que na Maçonaria não há distinção ou preconceito de cor e raça. apresenta o lema adotado em destaque. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Nas figuras 1.3. Não obstantem-se a seguinte frase: ―Composta de homens te. Isso sugere que a divulgação do lema tem por destinatários não apenas os maçons. Amparo e Verdade‖ referenciado como os ―grandes princípios‖ ou ―princípios primários‖ da Maçonaria e disposto no texto de apresentação dos websites. iniciado com o lema de ―Fraternidade. abra-se um texto de boas-vindas que é finalizado da seguinte maneira: ―Convido-o a navegar no site. é divulgada numa espécie de full banner principal do website. logo abaixo da exposição do lema.3. enquanto que o segundo é voltado aos membros. A figura 1. abrigando desde o imigrante. encaminhando para uma página com informações gerais para ingresso.5 e 1. Ou seja. encaminhando para uma página chamada ―Centro de Membros‖. verdade e serviço‖ é seguida logo abaixo por dois links. no primeiro parágrafo discursivo: aperfeiçoamento. Um é de origem asiática e está de black tie. 1. comprometidos com o auto.ISMAIL. Essa sugestão se refor- Bem vindo ao website da Grande Loja de Antigos Maçons Livres e Aceitos do Oregon. ça com a frase em destaque. Se você não é um maçom. ―Irmandade. O que a imagem quer claramente passar é que ambos são irmãos maçons. 1. jan/jun. por favor. e felizes por isso. ainda no texto de apresentação. Amparo e Verdade. 1. amigos.4 apresenta o lema no texto de apresentação com o seguinte contexto: ―Durante séculos. Aqui você vai aprender sobre a Maçonaria do Oregon e as muitas maneiras em C&M | Brasília. Eles estão escorados sobre uma mesa contendo dois livros antigos. Por fim. p.5. o texto de apresentação é concluído com o seguinte trecho: ―Se você é um maçom de New Hampshire. O primeiro tem por título “Saiba como se juntar‖. semelhante às figuras 1.” Pode-se presumir com essa mensagem de boas vindas que o texto de apresentação realmente tem por destinatário o público externo. além de estantes com livros.4. enquanto o outro é branco e traja uma farda militar de gala. a figura 1. aprender e utilizar qualquer coisa que possa ajuda-lo.1. início de seu texto de apresentação. n.2 e Retornando à figura 1. próximos e sorridentes.. Amparo e Verdade‖. Ainda na figura 1. 29-50. o primeiro link é destinado a possíveis candidatos. esperamos que este site ajude-o a aprender sobre a Maçonaria. vê-se que a mensagem ―Uma fraternidade baseada em irmandade. o lema é reafirmado ainda no texto de apremorais. Vol..). Nossas atividades de caridade são muitas e variadas (. que diz: ―Clique na foto do Grão Mestre para suas boas-vindas!‖. em seu texto de 1. localizado em posição central de suas páginas iniciais. 37 .2. a fotografia que ilustra o banner que contém o lema mostra dois homens adultos. Maçonaria do Brasil Por fim. Amparo e Verdade. jan/jun.com/) é voltado tanto para o público interno como externo.1.6. Resultados . e não incluí-lo como membro: ―(.ISMAIL..1. melhores pais e melhores homens. n. o seguinte trecho: ―É nossa esperança que este site funcione como uma ferramenta de comunicação para a comunidade maçônica do Wyoming. da página principal do website oficial da Grande Loja de Wyoming. Vol. Seu objetivo é fornecer um método de comunicação para os nossos membros atuais. ao se dirigir diretamente ao leitor. bem como de informação e conhecimento para os nossos irmãos futuros.. 38 .masonic-oregon. Abaixo é apresentada uma relação de figuras selecionadas como exemplos do grupo de Grandes Lojas e Grandes Orientes brasileiros. Kennyo. vivendo os princípios maçônicos de Fraternidade.. p. apresenta no parágrafo anterior ao que contém a exposição do lema maçônico. a figura 1. 29-50.” Esse texto evidencia que o conteúdo ali disposto Figura 2.org.. 1.)”. Grande Oriente do Brasil Fonte: http://www.gob. (MASONIC GRAND LODGE OF OREGON: http://www.) e as muitas maneiras em que seus membros se esforçam para se tornarem (.br/ C&M | Brasília. 2013. ―Aqui você vai aprender sobre a Maçonaria do Oregon‖. de forma a colaborar para uma melhor compreensão dos resultados que se seguem. A citação apresentada indica que o texto é voltado a não maçons. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA que seus membros se esforçam para se tornarem melhores maridos. glomam.1. Grande Loja Maçônica do Amazonas Fonte: http://www.ISMAIL. 29-50. Vol. n.br/ C&M | Brasília. Kennyo. 1.2.org. p. 39 . PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Figura 2. Grande Oriente do Rio Grande do Sul Fonte: http://www.glojars. 2013.org. jan/jun.br/ Figura 2.3. portanto.br/ No website oficial do Grande Oriente do Brasil – GOB. a fraternidade de todos os homens. a fraternidade entre todas as nações. Pohumanos. Na primeira ocasião. defendendo a trilogia sagrada LIBERDAJá na segunda ocasião. IGUALDADE E FRATERNIDADE‖. evidentemente. os maçons sempre estiveram presentes nos grandes eventos.org.2.br/maconaria/o-que-emaconaria. a raça ou nacionalidade. Vol. é razoseu lema "Liberdade.gob. em formato de algo similar a FAQ. 2013. humanos e como consequência. o lema se encontra DE.” Essa página. de respostas às perguntas mais frequentes. e de todos os Grandes Orientes filiados à COMAB. conforme se pode ver na figura 2. como da Grande Loja do Espírito Santo.ISMAIL. a igualdade de direitos e obrigado texto.1.glmdf. correspondente à figura 2. sejam eles instituições. é. Estando esse www. temse no título ―Nossas Finalidades‖: ―A Maçonaria é parte integrante da História Pátria e Universal. filiada à CMSB. jan/jun. ou seja.3. raças. p. http:// Outro exemplo é o website da Grande Loja Maçônica do Amazonas – GLOMAM. já que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e. não maçons.html (GRIFO NOSSO)) em um trecho da resposta à pergunta ―O que se conteúdo disponível em conjunto com ―O que é obtém sendo maçom?‖. Kennyo. no qual se lê: ―Ostenta o a Maçonaria?‖ e ―Perguntas e Respostas‖. 29-50. Igualdade e Fraternidade" ável supor que sua mensagem seja destinada ao com a abstenção das bandeiras políticas e religi. Importante registrar que o mesmo conteúdo pode ser encontrado nos websites de várias outras Obediências brasileiras analisadas. C&M | Brasília. 40 . em resposta à pergunta ―Quais são seus princípios?‖: osas. voltada a leitores não maçons. rém. (GRANDE ORIENTE DO BRASIL. pode-se encontrar o lema ao acessar o menu principal e escolher a opção ―O que é a Maçonaria?‖.1. Grande Loja Maçônica do Distrito Federal Fonte: http://www. 1. não foi possível confirmar a fonte original nações. Ao acessar em seu menu principal a aba ―Maçonaria‖ e em seguida ―Princípios‖.público externo. n. O texto correspondente apresenta o lema em duas partes distintas. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Figura 2. como no caso do Grande Oriente do Rio Grande A liberdade dos indivíduos e dos grupos do Sul.4. ções dos seres e grupos sem distinguir a religião.com. ilustrado na figura 2. sua vocação para as atividades relacionadas a esses princípios. a Maçonaria brasileira divulga. Interessante observar que o texto apresenta a seguinte continuidade: ―Assim lutaram e venceram os maçons que nos antecederam. Igualdade e Fraternidade‖. com o de Liberdade. seu lema de ―Liberdade. logicamente. ao estudo e à caridade. por outro lado. Vol. Isso pode indicar uma secundarização do lema no que tange à sua publicidade e destaque. as mínimas condições de vida com o de Igualdade. relacionando suas atividades à vida em comunidade. alguns websites de Grandes Lojas brasileiras não possuem a mesma orientação.1. no tópico ―Institucional‖. FRATERNIDADE. onde a coletividade se sobrepõe ao indivíduo e o personalismo cede lugar ao trabalho conjunto e contínuo em prol de um mundo mais fraterno onde as pessoas possam ter as mínimas condições de vida. Dessa forma. mas também como postulados ou mesmo trilogia sagrada. Igualdade e Fraternidade‖ não se encontra estampado em suas páginas principais. o estudo indicou que a Maçonaria norte-americana proclama publicamente o lema de ―Fraternidade. 1. relacionadas ao lema adotado de ―Liberdade.org. C&M | Brasília.br/). assim lutamos hoje. PAZ. em segundo plano. 41 . jan/jun. ao declarar sua luta pela conquista de ―um mundo mais fraterno onde as pessoas possam ter as mínimas condições de vida. apresentando apenas conteúdo com foco no interesse de seus membros. a opção ―Princípios‖ informa em primeiro lugar: ―A Maçonaria é uma instituição universalista. Como exemplos. e civismo e liberdade. Igualdade e Fraternidade‖. Igualdade e Fraternidade‖. Nessa passagem. Esse texto procura promover à Maçonaria a vocação de defensora desses princípios. como verificado nos exemplos norte-americanos apresentados. http://www. Amparo e Verdade‖. utilizando da história para tanto. o lema de ―Liberdade. chamados geralmente como lema. JUSTIÇA e DEMOCRACIA.” No mesmo menu institucional. Por fim.glmdf. Kennyo. perseverante e silenciosa (GLMDF. exemplo esse contido na figura 2.3. têm-se os websites da Grande Loja do Estado de São Paulo . 29-50. p. filosófica. vê-se na citação a afirmação de que a Maçonaria ―é parte integrante da História Pátria e Universal‖ e que os maçons ―sempre estiveram presentes nos grandes eventos‖ defendendo a ―Liberdade. fundamentada nos postulados da LIBERDADE. demonstrando. Enquanto todos os websites das Grandes Lojas norte-americanas apresentaram conteúdo de suas páginas iniciais voltado principalmente para o público externo. a página informa: Nossa Grande Loja é importante célula de uma das maiores e melhores instituições da terra: a Maçonaria. mas está presente em suas declarações de princípios e finalidades. a instituição enaltece suas pretensas vocações. Escola de aperfeiçoamento moral inigualável. Essa aparente secundarização poderia ser justificada pelo fato do lema maçônico latino ser menos praticável do que o lema maçônico original. 2013. no tópico ―A GLMDF‖. E que. assim lutarão amanhã nossos sucessores.4. seja nas três diferentes vertentes maçônicas de âmbito nacional. lutando para conquistá-los. com civismo e liberdade‖. Análise Comparativa dos Resultados Estudo 1 Nenhum dos websites oficiais das Grandes Lojas e Grandes Orientes brasileiros ostenta o lema adotado em sua página principal. assim. o website da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal dá mais um exemplo da exposição do lema maçônico latino. outorgando às Obediências vocações a tal lema relacionadas. chamada na ocasião de ―trilogia sagrada‖. Ou seja.GLESP e da Grande Loja Maçônica do Mato Grosso do Sul – GLMMS. com civismo e liberdade. Onde não existem esses bens ali deverá estar a Maçonaria alerta. um mundo mais fraterno es- tá relacionado com o princípio de Fraternidade. n.ISMAIL. IGUALDADE. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Ainda sobre a figura 2. empunhando esta mesma bandeira‖. Em seu menu principal. espiritualista e humanitária. Em resumo. e de estudos. O grupo divulga um total de 191 Nos 49 websites analisados do grupo dos organizações e programas filantrópicos permaEUA. para tanto. respectivamente.1. assim como nos 37 websites do gramas permanentes de estudo. não maçom. Amparo e Verdade pelo grupo representativo da Maçonaria original. não havendo. 1. Igualdade e Fraternidade‖ pelo grupo representativo da Maçonaria latina.nentes – Amparo. Já entre as organizações e programas de estudo. p. programas filantrópicos. a GranEstudo 2 O primeiro estudo confirmou empirica.Maçonaria dos EUA O quadro a seguir apresenta o resumo dos dados coletados dos websites das Grandes Lojas norte-americanas. n. Isso resulta nuco original. pesquisa e cogrupo do Brasil não há menção do lema maçôni. Este segundo estudo se aprofundará na questão. Kennyo.ma média de aproximadamente 04 organizarência desses dois grupos distintos e representa.nhecimento maçônico – Verdade. ―Fraternidade. e do lema de ―Liberdade. não se encontrou a exposição do lema ma. C&M | Brasília.de Loja do Estado de New York apresenta o maimente a afirmação teórica da adoção do lema de or número. Das 51 Grandes Lojas Norte-americanas. por meio da publicidade dos lemas realizada nos websites dos dois grupos. Utilizando dos princípios de Amparo e de Verdade como variáveis-chave da análise comparativa. de 09 organizações ou programas. todos os casos analisados. em por Grande Loja. sua internet: a Grande Loja do Arkansas e a Grande participação na história. 29-50.ISMAIL. a qual é orientada principalmente ao público externo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA também buscando ligar suas atividades a esses 02 não possuem websites oficiais disponíveis na últimos princípios.ções/programas relacionados a cada princípio tivos a seus respectivos lemas. pesquisa e conhecimento maçônico. pesquisas e conhecimento maçônico. espera-se que o grupo representativo do lema ―Fraternidade. o que corrobora com a teoria da ade. e de 206 organizações e proçônico latino. Vol. jan/jun. referentes aos programas permanentes de filantropia. analisando se o lema adotado interfere diretamente nas ações permanentes das Obediências. qualquer ocorrência As Grandes Lojas do Tennessee e da Calida aparição de ambos os lemas numa mesma fórnia são as que divulgam mais organizações e Obediência. justificando. Amparo e Verdade‖ apresente publicamente desempenho superior nas atividades relacionadas a esses princípios do que o grupo que adota o lema latino. 2013. Loja de Ohio. 12 e 11. anglosaxônica. Resultados . 42 . Research Lodge #1965. Research Lodge of Colorado. jan/jun. Illinois Masonic Library and Museum. Summer School. Eureka Challenge Iowa Masonic Scholarship Endowment. Arizona Grand Lodge Library. Masonic Children's Foundation's CHIP. Masonic Home of Delaware 2 District of Columbia The Masonic Foundation of the District of Columbia. DC High School Scholarships 2 Florida Grand Lodge Emergency Relief. Scholarship Matching Fund Plan. Grand Lodge Library & Museum. Master Builder Awareness Program. Masonic Health System (MHS) of Massachusetts. Masonic Library/Museum Foundation of Louisiana The Maine Mason Magazine. Change for the Troops. Library & Museum of the Grand Lodge of Iowa. The Trestleboard Journal The Idaho Freemason Magazine. Columbus. Ritualist Program Nebraska Freemason Masonic News. p. Hal W. Georgia Child Identification Program. Southern Arizona Research Lodge. Kansas Masonic Oncology Center. Masonic Library Fonte: elaborado pelo autor. Masonic Organ and Tissue Donor Awareness Program. Masonic Youth Child ID Program. Kansas Masonic Cancer Research Institute 3 Kentucky Masonic Homes of Kentucky. Pythagoras Lodge of Research. Nebraska Masonic Foundation. Masonic Service Bureau of San Diego. Masonic Service Bureau of San Gabriel Alabama California 2 1 Alaska Masonic Library and Museum Foundation Arizona Masonry Magazine. William O. Masonic Charities of Arizona Arkansas *** Masonic Student Assistance Program. Grand Lodge Scholarship Program. Masonic Board of Relief in Tampa. Masonic Service Bureau of Los Angeles. Florida Masonic Child ID Program.1. Child ID Program The Masonic Messenger . Adams Hospital Service. Florida Lodge of Research. Florida Masonic Home 5 Georgia The Masonic Home of Georgia. Lombardy Hall Foundation. Masonic Education Program Voice of Freemasonry .Magazine. Masonic Cancer Center Fund. Child Identification Program of Maine 2 Maryland Maryland Masonic Child Identification Program. Grandes Lojas Norte-americanas – “Fraternidade. Research Lodge No. Masonic Charitable Education Corporation. 2013. Leadership Educational Manuals Louisiana Freemason Magazine. Grand Lodge of Mississippi Library and Museum The Missouri Freemason Magazine. IL CHIP program. Ritualist Award Program. Matching Student Scholarship Grants Program Connecticut Freemasons Magazine. Institute for Masonic Studies. Matching Fund Plan. The Voice Journal 5 4 Iowa Massachusetts QTD Alabama Lodge of Research. Masonic Service Bureau of San Francisco. Grand Master’s Excellency Award.C. Masonic Light Award Program. Vol. Arizona Research Lodge. Grand Lodge of Montana AF & AM Library & Museum. Delaware Lodge of Research D. Claudy Memorial Library. Missouri Grand Lodge Library. Scholarship Program. Minnesota Masonic Historical Society and Museum. Grand Lodge of Alabama Library Colorado Illinois VERDADE 4 6 3 3 6 3 . Indiana Lecturers 4 Kansas Kansas Masonic Foundation.ISMAIL. Smith Lodge of Research. Masonic Service Bureau of Orange County. Grand Lodge Disaster Relief Fund 5 Louisiana Louisiana Relief Lodge. Lodge Benchmarking Program. Atlanta Masonic Library and Museum Association. Michigan Masonic Museum and Library. Illinois Masonic Foundation Student Assistance Program. Youth Sports Matching Fund Plan Alaska Masonic Charities Foundation. Masonic Academy of Knowledge The Kansas Mason Magazine. Iowa Mentor's Assistant. Grand Lodge of Maine Library & Museum. Amparo e Verdade” (continua) GRANDES LOJAS SOCORRO QTD Alaska Alabama Masonic Scholarship Plan. Mentoring Program 3 3 7 2 4 7 The Indiana Freemason Magazine. Georgia Lodge of Research. Schizophrenia Research. Museum of Our National Heritage Library & Museum 3 6 From Point to Pointe Magazine. Masonic Library & Museum of Indiana. Committee on Orphans. Kennyo. Masonic Scholarship Program. Luke A. Leadership Program. Masonic Service Bureau of Bakersfiled. Missouri Lodge of Research Montana Masonic News. Louisiana Lodge of Research. Lodge of Research #2. Nebraska Masonic Education Program. Masonic Home of Missouri 3 Montana Montana Masonic Foundation. Colorado Grand Lodge Child ID Program 5 Connecticut The Connecticut Freemasons Foundation. Savannah. Kentucky Masonic Lamp of Knowledge Mentoring Program. Maine Masonry Today. Rowley Masonic Home Masonic Medical Research Laboratory. Master’s Achievement Award Ted Adams Lodge of Research. Maine Masonic College Freestate Freemason Magazine. Childern's Hospital Services. Illinois Masonic Outreach Services Program Masonic Relief Board of Indiana. Grand Charity Fund/Home. Indiana Masonic Home Foundation. Southern California Research Lodge. Grand Lodge of Kansas Library. n. Wayfaring Man program. Leaders' Resource Handbook. Masonic Self Study Courses Masonic Library of Hawaii. Central Montana Mason’s Education Fund. Maryland Masonic Research Society. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Quadro 1. Masonic Educational Primers 3 Masonic High School Band Camp Scholarship Program.Magazine. Masonic Symbolism Course. Colman-Holley Research Lodge *** 1 2 11 California Freemason Magazine. Mississippi Lodge of Research. 1. Ware Lodge of Research #999. 29-50. Masonic Book Club The Mississippi Freemason Newsletter. Orange County Research Lodge 6 Colorado Masonic Craftsman.1. Minnesota Masonry Scholarships 3 Mississippi Mississippi Masonic Scholarship Program. Masonic Model Student Assistance Program. Lockwood Memorial Library. Michigan Child ID Program. Florida Mason Magazine 3 Illinois Freemasonry Magazine. Michigan Lodge of Research #1. Ouachita Relief Lodge. Masonic Home of Montana 3 Nebraska Nebraska Freemasons Child Identification Program. Legenda: *** Site inexistente ou em manutenção. Masonic Homes of California. Billings Masonic Library. 43 3 4 4 Michigan Ft. 1 Missouri Masonic Scholarship Fund of Missouri. Maine Lodge of Research. Carl H. Samuel Crocker Lawrence Library. Maryland Masonic Homes 2 Grand Lodge Bulletin. Delta Relief Lodge. Myers Masonic Library. Colorado Benevolent Fund College Scholarships. Educational Lodge #1002. Regional Grand Lecturers 4 Minnesota Minnesota Masonic Home Care Center. Northern California Research Lodge. Dyslexia Training Program 5 Maine Maine Masoinc Charitable Foundation. ShreveportBossier City Relief Lodge. Masonic Angel Fund. Masonic Education & Charitable Trust Michigan Masonic Home. Georgia Masonic Charities Foundation 3 Hawaii Masonic Charities of Hawaii 1 Idaho Idaho Masonic Charitable Fund 1 Indiana Masonic Service Bureau of Illinois. 2. Children's Learning Centers. Schools of Instruction 6 4 7 3 5 5 6 The Trowel Magazine. Dwight L. Illinois Lodge of Research. Kansas Lodge of Research. Masonicare 4 Delaware Delaware Masonic Charities. Arizona Classroom Grant Program. C&M | Brasília. Colorado Teacher of the Year. Colorado Benevolent Fund Vocational Educational Grants. El Camino Research Lodge. Nebraska Masonic Home 4 Minnesota Mason Magazine. Masonic Service Bureau of Greater Sacramento. Connecticut Child Identification Program. Lodge of Research #4. Lodge of Research #1. The Michigan Masonic Charitable Foundation. Masonry Matters-Operation Preparation. Masonic Service Bureau of Long Beach. Macon. Rainbow & Job's Daughters Scholarships. Kentucky DeMolay Foundation of Scholarships. Centers of Excellence 3 Master Builder Program. Masonic Children & Family Services of Texas. Texas Masonic Charities Foundation. Masonic Medical Fund of Wisconsin. Utah Conference on Leadership Instruction. Operation Phone Home in VT 5 Virginia Grand Lodge of Virginia Masonic Home. 2013. Masonic Light. Oregon Masonic Charitable Foundation 3 Oregon Masonic News. Allen Medical Equipment Center 2 South Carolina South Dakota Tennessee Texas Board of Masonic Relief. Hospital Hospitality House. State Superintendent’s Awards for Arts Excellence. Memphis VA Medical Center. Library and Museum of the Grand Lodge of Oklahoma. Training. Take Time To Read Program. Master Builders Program. Virginia Research Lodge. Wisconsin Masonic Soccer Foundation. Regional Schools of Instruction. Ogden Masonic Library Club. and Education Utah Masonic Foundation of Utah. Child Identification Program. Organ Donor Awareness. New Hampshire Masonic Scholarships Program.1. Masonic Home in Utica 8 North Carolina North Dakota Ohio Oklahoma North Carolina Masonic Charities. Master Mason Rookie Award Program. Grand Lodge Library Grand Lodge of Wyoming Scholarship Program. Masonic Free Employment Bureau. Wisconsin Masonic Foundation Library. NY Masonic Safety ID Program. Grand Lecturer and Deputies 191 TOTAL AÇÕES PERMANENTES DE ESTUDO E PESQUISA DIVULGADAS 3. Utah Masonic Research Lodge. Civil War Lodge of Research. New Jersey Lodge of Masonic Research & Education #1786 New Mexico Freemason Magazine. L. Masonic Service Bureau of Seattle 3 West Virginia West Virginia Masonic Home 1 Wisconsin Wisconsin Masonic Foundation. Basic School of Proficiency. Western New York Lodge of Research. Masonic Foundation . Masonic Blood and Organ Donor. Mentoring the New Mason Grand Lodge Library & Museum of Tennessee. Hiram Award Program.I. "Red" Langston Memorial Library. Oklahoma Teacher of the Year. New Mexico Masonic Library Empire State Mason Magazine. Grand Lodge of Virginia Scholarship Program. Program. Nevada Grand Lodge Library New Hampshire Freemason Magazine. Roberts Masonic Library and Museum of the Grand Lodge of Virginia. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Quadro 1. American Lodge of Research. South Dakota Child Identification Program. Amparo e Verdade” (continuação) Nevada New Hampshire Nevada Masonic Charities Foundation. Robert J. North Carolina Masonic Foundation. Scholarships Program. Masonic Charity Golf Tournament Masonic Model Student Assistance Program. Lodge of Excellence Achievement Award. C&M | Brasília.F. Masonic Model Student Assistance Program. Masonic Outreach Services. State Veterans Homes Public Schools Week Program. Masonic Services Association. Justice Robert H. Masonic Library and Museum of the Grand Lodge of Pennsylvania. Vermont Grand Lodge Library. Payne Education Foundation. Master Builder Award Program. Grand Lodge Library and Museum of Texas. Wisconsin Masonic Home. Masonic Correspondence Courses 4 Oregon Jennings McCall Center. Pennsylvania Lodge of Research. Lodge of Research. Grand Lodge Masonic Relief Fund 4 Washington (State of) Grand Lodge Shcolarships Program. Masonic Service Association of Shouthern Nevada. Robert Monteith III Masonic Library & Museum. South Carolina Grand Lodge Masonic Library. Tennessee Lodge of Research. Masonic Foundation Scholarship 3 Vermont Comprehensive Assessment Recovery Effort Program. Scholarships Program. Masonic Research and Historical Society of North Carolina North Dakota Mason Magazine. Spotlight on Freemasonry Program Masonic Light Magazine. Allen E. Harry C. Torchlight Study Group 5 Pennsylvania Masonic Villages. Grandes Lojas Norte-americanas – “Fraternidade. Nevada Masonic Newsletter. Masonic Foundation. Benevolence Endowment Fund. Lodge of Instruction of the Grand Lodge of New Hampshire New Jersey Freemason Magazine. Speaker's Bureau for Masonic Education Virginia Masonic Herald Magazine. Service and Assistance Fund 5 The Wisconsin Masonic Journal.75 MÉDIA AÇÕES PERMANENTES DE ESTUDO E PESQUISA DIVULGADAS Fonte: elaborado pelo autor. Gift of Life Program 3 4 12 6 Rhode Island Freemason Magazine. Masonic Charities of Vermont. Masonic Relief Board. Ritualist Program Record & Enrollment. Douglas Smith Jr. 44 4 4 5 5 6 7 4 6 3 3 6 2 206 4. Grand Lodge Scholarship Masonic Welfare Association. Masonic Education and Service Grand Lodge of Utah Library. Member Center for the Grand Lodge of North Carolina. Onondaga & Oswego Masonic Districts Historical Societies. Masonic Service Bureau of Rochester. The Masonic Board of Relief of Brooklyn. Third Millenium Lodge of Research North Carolina Mason Magazine. Masonic CHIP Program 4 Pennsylvania Freemason Magazine. Texas Masonic Retirement Center. North Dakota Grand Lodge Library & Museum.04 . Tennessee Masonic Training. Masonic Home of New Jersey 3 New Mexico Masonic Charity Foundation of New Mexico. Anniversary Lodge of Research #175. South Dakota Lodge of Masonic Research. A. Grand Lodge Scholarship Committee Masonic Service Association. Vermont Lodge of Research. Masonic Relief Association of Nashville. TN Ritual Cast Texas Mason Magazine. James H Quillen VA Medical Center. Washington Grand Lodge Library and Museum. Erie County Masonic Service Center. Masonic and WhiteStone Home. Legenda: *** Site inexistente ou em manutenção. 29-50. Texas Lodge of Research.ISMAIL. Ritual Proficiency Program. Lodge Assistance Mentor Program. p.Jackson Hole TOTAL PROGRAMAS FILANTRÓPICOS PERMANENTES DIVULGADOS Qtd Grandes Lojas: 51 MÉDIA PROGRAMAS FILANTRÓPICOS PERMANENTES DIVULGADOS Wyoming Green Mountain Mason Magazine. Masonic Educational Talk Award. combating drug abuse masonic program 3 3 New Jersey Educator of the Year. Library and Museum Masonic Messenger Magazine. Frontier Army Lodge of Masonic Research #1875 *** 3 3 3 4 9 3 3 7 Oklahoma Mason Magazine. Research Lodge of Oregon. Masonic Relief Association of Know County. Masonic Widows and Orphans Fund of Tennessee. Vermont Veterans Home. 1. South Dakota Masonic Foundation. Oklahoma Senior Assistance Program. Jackson Lodge of Research. Masonic Home for Children. Youth Scholarship Program. Infinity Lodge for Study & Research. Chancellor Livingston Masonic Library. Vol. n.E. Grand Lodge of South Dakota Ritual Award. Kennyo. Scholarships Program 2 New York Masonic Board of Relief of Buffalo. Reid James Simmons Academy of Masonic Leadership Washington Masonic Tribune. Lodge of Research of New Mexico. jan/jun.1. Masonic Model Student Assistant Program *** Masonic Charity Foundation of Oklahoma. New Wardens Workshop. Oklahoma Lodge of Research. Masonic Community Blood Program. Masonic Service Association 5 3 Nevada Lodge of Research. Eastern Washington Lodge of Research The Messenger newspaper. Monroe Masonic Library. The Pennsylvania Masonic Youth Foundation. Northeast Wisconsin Masonic Library & Museum. Pennsylvania Academy of Freemasonry 6 Rhode Island Child Identification Program. Nashville VA Medical Center. Tennessee Chip Identification Program. Trexler Masonic Library. Silas H. Shepherd Lodge of Research. Nevada Child ID Program New Hampshire Child ID Program. Alvin C York VA Medical Center. South Carolina Masonic Research Society. Walter Parsons Memorial Library & Museum. n. enquanto que a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais apresenta maior número voltado ao princípio da Verdade. O que resulta numa média de aproximadamente 0. e os Grandes Orientes Independentes de Goiás. Alagoas.57 organizações/programas. Pernambuco. A Grande Loja Maçônica do Rio Grande do Sul é a que apresenta maior quantidade de organizações e programas filantrópicos.ISMAIL. Ao todo. 1. Roraima e Tocantins. Ceará.Maçonaria do Brasil Consta no próximo quadro o resultado da coleta de dados nos websites oficiais das Obediências Maçônicas Brasileiras. Piauí. p. Grandes Lojas Estaduais. Piauí. jan/jun. 29-50. Sergipe. pesquisa e conhecimento maçônico. respectivamente. Amazonas e Pará. C&M | Brasília. 12 não têm websites oficiais disponíveis na internet até o fechamento deste estudo: as Grandes Lojas de Amapá. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Resultados .24 e 0. confederadas à CMSB – Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil. Das 49 Grandes Lojas e Grandes Orientes analisados. e de 28 organizações e programas permanentes de estudo. num total de 06 organizações e programas permanentes divulgados em seu website oficial.1. confederados à COMAB – Confederação Maçônica Brasileira. num total de 04. a saber: Grande Oriente do Brasil. 45 . Kennyo. As Obediências Maçônicas brasileiras divulgam um total de apenas 11 organizações e programas filantrópicos permanentes. 2013. 17 Obediências Maçônicas brasileiras com websites disponíveis não divulgam qualquer organização ou programa permanente relacionado aos dois princípios-chave observados neste estudo. e Grandes Orientes Estaduais Independentes. Vol. 1. Programa de Apoio ao Estudo. Revista O Delta 2 Jornal O Amaler 1 Biblioteca Virtual 1 *** Loja de Pesquisas Rio de Janeiro *** *** *** *** *** *** *** *** TOTAL PROGRAMAS FILANTRÓPICOS PERMANENTES DIVULGADOS MÉDIA PROGRAMAS FILANTRÓPICOS PERMANENTES DIVULGADOS 12 TOTAL AÇÕES PERMANENTES DE ESTUDO E PESQUISA DIVULGADAS 0. Fundação São João *** Fundação Hermon 4 Revista O Vigilante. Revista Arte Real. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA Quadro 1. p. 29-50. Biblioteca Mario Behring 6 1 1 1 2 GL Pará Loja de Estudos e Pesquisas Renascença. 46 1 28 0. C&M | Brasília.57 . Legenda: *** Site inexistente ou em manutenção. Informativo O Vigilante *** 2 Revista Alavanca 1 Jornal O Cavaleiro de São João 1 Loja de Pesquisas Maçônicas Francisco Xavier Ferreira. Igualdade e Fraternidade” OBEDIÊNCIAS GOB GL Acre GL Alagoas GL Amapá GL Amazonas AMPARO QTD QTD 1 Coluna Cultural *** *** GL Bahia GL Ceará Fundação Franklin Roosevelt para crianças carentes GL Espírito Santo GL Distrito Federal GL Goiás GL Maranhão Campanha de Prevenção de Acidentes e Combate à Violência no Trânsito GL Mato Grosso GL Mato Grosso do Sul Casa da Criança GL Minas Gerais VERDADE Museu Ariovaldo Vulcano Concurso de Práticas Ambientais. Universidade Corporativa da Maçonaria 2 1 1 2 *** 1 *** *** *** *** Fundação Hermon *** 1 Fundação São João 1 *** Revista O Prumo.Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros. Escola Maçônica “Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida”. EREM – Estudo Resumido para Mestres 2 Revista InforMaçom 1 Jornal da GLEG. Biblioteca Marlene de Oliveira Alvarenga 2 Revista Arte Real 1 Revista Triângulo. 2013. Concurso de Monografias sobre Meio Ambiente ERAC . Loja de Estudos e Pesquisas “V erus Sapientia Biblioteca Digital *** *** GL Paraíba GL Paraná GL Pernambuco GL Piauí GL Rio de Janeiro GL Rio Grande do Norte GL Rio Grande do Sul GL Rondônia GL Roraima GL Santa Catarina GL São Paulo GL Sergipe GL Tocantins GO Amapaense GO Autônomo do Maranhão GO da Bahia GO da Paraíba GO de Goiás GO de Minas Gerais GO de Santa Catarina GO do Ceará GO do Estado do Mato Grosso GO de Mato Grosso do Sul GO do Paraná GO do Rio Grande do Sul GO Independente de Pernambuco GO Independente do Estado de RN GO Independente do Piauí GO Independente do RJ GO Maçônico do Alagoas GO Paulista GO de Sergipe GO Amazonense GO Independente do Estado do Pará Quantidade Obediências: *** *** Grande Biblioteca Fundação Maçônica Educacional. Jornal GLMMG.ISMAIL.1. Kennyo. Vol.24 MÉDIA AÇÕES PERMANENTES DE ESTUDO E PESQUISA DIVULGADAS Fonte: elaborado pelo autor. n. jan/jun.Pedro Campos de Miranda. Juventude Assistida – Drogas Nunca. Grandes Lojas Brasileiras – “Liberdade. Loja de Pesquisas Quatuor Coronati .2. inicialmente para abrigar os maçons idosos e viúvas de maçons. jan/jun. as 18 Obediências que divulgam esse tipo de organização/programa em seus websites. Há ainda outros tipos de programas educacionais. 29-50. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA jas dos EUA.neas. p.1. e programas contidas nos websites sugerem que 5 As informações disponíveis sugerem que ocorre uma espécie de benchmarking entre cada Grande Loja norte-americana possui uma muitas das Grandes Lojas norte-americanas acerFundação Maçônica de Caridade. aparentam focar na promoção de suas revistas e jornais aos seus membros.apresentam atividades filantrópicas heterogêdos pela Grande Loja. mesmo ao analisar aquelas pertencentes à muns de organizações e programas filantrópicos mesma confederação. muitas Grandes Lojas viram a necessidade de abrir as portas de seus asilos também para idosos não maçons. geneidade nesse tipo de atividade. 2013. o grupo dos EUA. tem por objetivo auxiliar na identificação e na recuperação de crianças desaparecidas. mas também refeições e roupas limpas. contendo suas impressões digitais e da arcada dentária. em que os pais têm a oportunidade de fazer um kit de identificação de seus filhos de forma gratuita. Lojas norte-americanas apresentam certa homoDentre os programas educacionais das Grandes Lojas dos EUA. descrição física. o que faz com que seus custos sejam abaixo dos praticados no mercado. o do Brasil. C&M | Brasília. Três são os tipos mais co. presente na maioria das Grandes Lo. como de premiação dos melhores professores. concentrada em: museus e bibliotecas maçônicas. asilos de idosos. Análise Comparativa dos Resultados Estudo 2 Enquanto os websites das Grandes Lojas norte-americanas divulgam uma média de quase 08 organizações/programas permanentes relacionados aos princípios de Amparo e Verdade por Grande Loja. contra uma média 5 Benchmarking é um processo em que uma organização aprende com as melhores práticas de outra organização similar. além de reformas das escolas públicas. Por fim. as 07 únicas Obediências Maçônicas brasiGrande Loja. Os asilos maçônicos oferecem não somente abrigo. comissões de palestrantes oficiais. ou melhor. além de doações. Outros programas menos comuns incluem: programa de mentores. Com o passar das décadas. e ções e programas voltados ao estudo pesquisa e os programas maçônicos de identificação de cri. apresentou desempenho superior em quantidade de atividades relacionadas às variáveis-chave do que o grupo que adota o lema latino. As Grandes anças. Os asilos maçônicos surgiram nos EUA a partir do Século XIX. os websites das Grandes Lojas e Grandes Orientes brasileiros apresentam uma média inferior a 01 organização/programa por As informações sobre essas organizações Obediência. 47 . além de cuidados médicos. Enquanto que na Maçonaria brasileira. verificou-se neste estudo que o grupo representativo do lema ―Fraternidade. programas de aulas de reforço.Grande Loja norte-americana. e escolas e cursos de instrução e liderança. Em contraparuma porcentagem das taxas recolhidas pela tida. permanentes divulgados pelas Grandes Lojas dos Cenário similar é observado nas organizaEUA: programas educacionais. Kennyo. Eles são subsidiados pelas fundações maçônicas. Com o patrocínio das Grandes Lojas. Lojas de pesquisas e revistas maçônicas. as Lojas realizam em suas comunidades eventos de cadastramento de crianças. 1. ou seja. amostra de DNA e vídeo da criança. Amparo e Verdade‖. n.difusão de conhecimento maçônico. Foi registrada a publicidade de uma média de 08 Já o Programa Maçônico de Identificação organizações/programas relacionados por cada de Crianças. Essa fundação leiras que divulgam organizações e programas tem por finalidade a manutenção financeira das filantrópicos permanentes em seus websites organizações e programas filantrópicos realiza. os mais comuns são os de concessão de bolsas de estudo para alunos de baixa renda.ISMAIL. Vol. a qual recebe ca de suas atividades filantrópicas. ra política e sociabilidade maçônica no mundo lusoção cobrando altos impostos sobre herança. apesar de tais limitações. apenas uma única Obediência do grupo brasileiro foi fundada antes do Século XX. Constituição do Grande Oriente do Brasil.BAÇAN. a Maçonaria brasileira. Esse era o resultado esperado e confirma empiricamente a proposição teórica de que o lema adotado interfere diretamente nas ações permanentes das Obediências. Laurence. restritos ao conhecimento maçônico local. 29-50.11. vantagem competitiva. n. COIL. & BROWN. Portugal: manutenção financeira de organizações e pro. p. tem identificada claramente a sua vocação e dever filantrópicos. E é certo que os homens se e excessiva burocracia para abatimentos. DF: GOB. Baseando-se nas referências teóricas e re. pode.3 Espera-se que a Maçonaria brasileira. uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. W.. Emile. 3. 1988.ISMAIL. S. 48 .DF: Senado. tendo em seu lema os princípios de ―Fraternidade. 2007. en. BATEMAN. H. Alexandre Mansur. 1822: como um homem sábio. a presente pesquisa obteve o sucesso esperado em seu objetivo primário.1. um país que tinha tudo para dar errado. rente. pp. Vol. 2009. se supor que a Maçonaria anglo-saxônica. gramas sociais. mesmo mais antigos. Pedro a criar o Brasil. ou melhor. principalmente no que tange a doações. a Referências Bibliográficas carga tributária entre EUA e Brasil é muito dife. Outra limitação é o tempo da dos irmãos do Norte que. M. S. BRASIL. DURKHEIM. que era o de colaborar para uma melhor compreensão das razões que levam à estagnação social em que se encontra atualmente a Maçonaria brasileira. No. Rhetoric & Public Affairs. em especial os anglo-saxônicos. São Paulo: Atlas. 2008. 2013. & SNELL. Brasília. Laurentino. o que diminui a capacidade de trabalho nha energia e disposição para se renovar e busvoluntário. C&M | Brasília. foram fundadas durante o Século XVIII e XIX. jan/jun.GUNN. Coil‘s Masonic Encyclopedia. assim como toda a Maçonaria latina. As regras do método sociológico.Edições 70. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2. ainmilhão de membros. parece enfrentar uma crise de identidade. exemplo. necessário para a manutenção de car suas vocações. GOB. Análise de Conteúdo. Lisboa. com seu lema emprestado da Revolução Francesa. Seguindo princípios mais filosóficos do que práticos. 1998. REHMLAC. 1. Death by Publicity: U. questionem se a caridade tem lugar Conclusão nas finalidades maçônicas. seguindo assim o exemplo muitas atividades. T. A. 1987. A São Paulo: Universo dos Livros. ao sustentar vocações tão úteis em outros momentos históricos. as Grandes Lojas dos EUA somam mais de 1. O Livro Secreto da Maçonaria. as Grandes Lojas e Grandes da jovem se comparada com a Maçonaria de ouOrientes brasileiros somam um pouco mais de tros países. Freemasonry and the Public Drama of Secrecy. Macoy. Essa diferença tributária impacta na BARDIN. mas menos necessárias no atual cenário mundial do Ocidente. deixa margens para que muitos irmãos. Lourivaldo Perez. E numa instituição Algumas limitações foram identificadas no que prioriza a unanimidade entre seus membros.1. 2008. as quais podem de alguma alguns poucos questionamentos são o bastante forma influenciar nos seus resultados. 2011. Enquanto para sepultar qualquer iniciativa social. instituição. No. Por último. Administração: construindo Porém. São Paulo: Cia. uma crise de obsolescência. Nacional. Ed. Enquanto que a Maçonaria brasileira. Brasília. Joshua. W. sultados empíricos obtidos neste trabalho. GOMES. S. te200 mil. Kennyo. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA inferior a 01 organização/programa divulgado por cada correspondente brasileiro. New York: Ed. decurso dos estudos. por brasileiro (1790-1822). Vol. Constituição da República Federativa do Brasil. Amparo e Verdade‖. legislação brasileira pune o doador com tributos BARATA.convencem mais pela experiência do que pela teoria: cultuquanto a legislação americana incentiva a doa. Enquanto as Grandes Lojas dos EUA ainda mantém-se prósperos. Vol. 1961. LDA. 2010. 243-277. ―Hands Across the Sea‖: The RICH. MAXIMIANO. P. 2011. No. Issue 2. L. 7ª WRIGHT. Vol. Logic of comparative social inquiry. Vol. Thomas Smith. J. 02. cana. Una aproximación historiográfica. Administração reimpressão. LIST OF LODGES. ISMAIL.‖ American Political Science Review. Universo dos Livros. p. MA: Cushing and Appleton. Sistema de lógica dedutiva e indutiva. Arend. Maçonaria Universal: Um novo Topic. edição do autor. 10ª Ed. PIKE. Françoise Jean de Oliveira. Philip. SOBRINHO. 2012. MILL. KOTLER. 2012. V. São Paulo: Atlas. 2008. 142-157. 69. and North Atlantic Role. Vol. Michel. Antônio Cesar Amaru. 40. J. New York. 2000. 357-397. Infinity. Vol.7. 1969. 1905. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital. 1987. 1994.. K. Los estudios masónicos abolição e a educação dos filhos de escravos na cidade de estadounidense y su impacto en La masonería latinoameri. & POPE. 1818. Minnesota: John Wiley & Sons. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA HAMILL. Budapeste. tury.ISMAIL. PRESTON. 4. HARLAND-JACOBS. Octacílio Schüler. 237–253. Vol. G. p. Charleston: Supreme Council of the 33º Degree for the Southern Jurisdiction United States. Albert. Rio de Janeiro: Zahar. REHMLAC. Kennyo. C&M | Brasília. Freemasons for Dummies. LIJPHART. 2000. The Craft: A History of English Freemasonry. Guilhermo.. HEREDIA. John Stuart. 1929. 2001. Joaquim da Silva. 2000. p. SILVA. Rio de Janeiro: Londres: QC Correspondence Circle. do e a formação da COMAB. Freemasonry‘s Educational Masonic Network. set. lethes.95 –111. Guia para o Mundo Maçônico – As Américas. gresso Internacional das Luzes. PIRES. M. Vol. 49 . 1867. Paul & REYES. 65. Kennyo. 2008. Geographical Review. Uma Luz na História: o sentiHODAPP. 12. p. Florianópolis: Ed. Madras. 6682 . A Revolução Francesa e seu eco. 4ª reimpressão. p. 2012. Ensaios de sociologia. O poder da maçonaria: a história de uma sociedade secreta no Brasil. ―Comparative politics and the comparatiZELDIS. No. No. C. WEBER. Campinas. 1970.. In: Almanaque Maçônico Engenho e Arte 2010. Guilhermo. p. & PARNELL. MOREL. 1997. REYES. Journal of American Culture. Ritual. KROLL. Paris.. 1998. Henry. Vol.WEBB. PRZEWORSKI. 331. Apontamentos sobre Maçonaria.957World. 13. Estratégica: conceitos. J. Illustrations of Masonry. Vol. 7º ConEd. São Paulo: Ed. Rio de Janeiro: Ed. 72-73. pp. 3. Guilhermo de los Reyes. 89. USA: Ed. Freemasonry and Folklore in Mexican Presidentialism. 1971. RIBEIRO. The English Historical Review. 2007. 1997. American Behavioral Scientist. 1. and Hawaiian Royalty in the Nineteenth Cen. Pacific Historical Review. William. Pantagraph. 2005. NY: Philave method. jan/jun. 1974. NJ: Wiley Publishing Inc. 84. John. TEUNE.27. Administração de Marketing. 64. British Imperialism. São Paulo: VOVELLE. 1999. p. Revista HISTEDBR On-line. 29-50.1. O Nosso Lado da Escada. The Freemasons Monitor or Illustrasonry. T. KARPIEL JR. 967. 2012. 61–69. ROBERTS. Illustrated by Symbols. Marco & SOUZA. Mystic Ties of Brotherhood: Freema. The Journal of Masonic Research & Letters. 20.6693 No. Nº 1. J. Adam. Max. n. 1984. New York: Masonic Publishing and Manufact. Christopher. O PRUMO.tions of Masonry. Desmistificando a Maçonaria. Leon. p. Hoboken. M. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. pp. Jessica. Issue 2.Sorocaba no final do Século XIX. 6ª Edição. São Paulo: Prentice Hall. n. São Paulo: Atlas. Inc. Morals and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. p.. 2013.: Freemasonry: Possibilities of a Neglected HENDERSON. 2010. Ivanilson Bezerra. Salem.. Illinois. São Paulo: Abril Cultural. 323-335. p. Frank J. gopb.glofga.org/ GL Sergipe http://www.org. p.org.grandlodge-tn.br/ Ohio *** GO do Ceará *** Oklahoma http://www.gomg.nmmasons.org/ GL Paraíba http://www.com.org.org/ GO Autônomo do Maranhão http://www.org/ GL Rio Grande do Norte http://www.glemt.br/ Georgia http://www.org/ Iowa http://www.com/ GL Pará http://www. 50 .org/ GL Tocantins *** Nevada http://www.br/ Connecticut http://ctfreemasons.org/ GO Independente do RJ http://www.br/ Fonte: elaborado pelo autor Legenda: *** Site inexistente ou em manutenção.org.br/site/ Kentucky http://www.com.org.coloradofreemasons. 29-50.org/ GL Maranhão http://www.mrglsc.pagrandlodge.br/ Montana http://www.br/ Pennsylvania http://www.com/ GO de Mato Grosso do Sul http://www.glmdf.org.grandeloja-pb.com/ GO do Estado do Mato Grosso http://www.glmees.scgrandlodgeafm.cmsb.br/ New Jersey http://www.org/ GO do Rio Grande do Sul http://www. Kennyo.freemason-wa.glomam.br/ Missouri http://www.br/ New York http://www. Vol.org/index.br/ Rhode Island http://www.br/ Massachusetts http://www.org/ GO Paulista http://www.org/ GL Bahia http://www.org.momason.org.br/ Arkansas *** GL Amapá *** California http://www.mdmasons.org.org/ GL Pernambuco *** Louisiana http://www.alaska-mason.com/ Utah http://www.br/ Idaho http://www.org.la-mason.glomes.org/ GL São Paulo http://www.glmerj.freemason.php GOB http://www.org/ GO de Santa Catarina https://www.org/ GL Rio de Janeiro http://www.org/ GO Independente de Pernambuco http://www.br/ Alaska http://www.gl-mi.goap.br/ New Hampshire http://www.org.com.massfreemasonry.com.br/ South Carolina http://www.org.org.org/ GL Goiás http://www.org/ GL Paraná http://glp.org/ Confederação das GLs .org/ GL Rio Grande do Sul http://www.nvmasons.br/ Arizona http://www.org.vtfreemasons.gl-iowa.azmasons.masonsindelaware.org/ GL Distrito Federal http://www.org/ GL Minas Gerais http://www.gleac.br/ South Dakota http://mygrandlodge.br/ Virginia http://www.org/ GL Rondônia http://site.com/ Confederação dos GOIs .indianafreemasons.org/ GO do Paraná http://www.org/ GO da Paraíba http://www.com.org.grandlodgemontana.br/ Michigan http://www.com/ GL Mato Grosso do Sul http://www.org/ GO Independente do Piauí *** Texas http://www.mainemason.glojars. 1.org.org.newjerseygrandlodge.glepa.org/ GL Alagoas http://www.org/ GL Acre http://www.br/ Wyoming http://www.glomeal.org.org/ GO de Sergipe *** Washington (State of) http://www.br/ Hawaii http://hawaiifreemason.org/ GO Amapaense http://www.org/ GO Maçônico do Alagoas *** Vermont http://www.org.COMAB http://www.br/ Oregon http://www.wvmasons.wyomingmasons.goemt.goirj.goiern. C&M | Brasília.org/ GL Mato Grosso http://www.comab.org.org.org.ISMAIL.br/ Delaware http://www.org/ GO da Bahia http://www. n.grandlodgeofkentucky.org.glnd.mn-masons. jan/jun.br/ Minnesota http://www.org.org/ GO Amazonense *** West Virginia http://www.gorgs.blogspot.org/ GL Amazonas http://www.glmece.ilmason.br/ Colorado http://www.utahgrandlodge.glne. 2013.org.glmmg.glesp.gop-sp.idahomasons.br/ North Dakota http://www.br/ Indiana https://www.org/ GO Independente do Estado do Pará *** Wisconsin http://www.br/ New Mexico http://www.gleg.grandlodge-nc.dcgrandlodge.1. PORQUE A MAÇONARIA BRASILEIRA ESTÁ PERDIDA APÊNDICE: WEBSITES CONSULTADOS EUA BRASIL WEBSITE WEBSITE Alabama http://www.goba.glern.org/ GL Roraima *** Mississippi http://www.gosc.gob.com.br/ Illinois http://www.org/ GL Espírito Santo http://www.br/ Tennessee http://www.glflamason.CMSB http://www.gleb.goipe.br/ Kansas http://www.com.nymasons.net/ GL Ceará http://www.org/ GO de Goiás *** North Carolina http://www.masonic-oregon.org.br/ Florida http://www.msgrandlodge.gop.org/ GL Santa Catarina http://www.nhgrandlodge.br/ Maryland http://www.com/ GL Piauí *** Maine http://www.rimasons.goam2013.br/ District of Columbia http://www.glema.grandlodgeoftexas.grandelojams.gloklahoma.wisc-freemasonry.com.org.kansasmason.glomaron.grandlodgeofvirginia.org.org/ GO Independente do Estado de RN http://www.alafreemasonry.org/ GO de Minas Gerais http://www.goms.org.br/ Nebraska http://www. we seek to demonstrate that the rational conclusion about the constitutionality of the exclusion of women cadres of Freemasonry permeates hermeneutics and legal arguments. 51 . jan/jun. 1. Abstract This paper analyzes the relationship of women with Freemasonry on the horizon of the effective protection of fundamental rights. liberdade de crença e autonomia da vontade. fundamental. Em última instância. Ultimately. p. Keywords Women.1. Masonry. procura-se demonstrar que a conclusão racional acerca da constitucionalidade da exclusão da mulher dos quadros da maçonaria perpassa a hermenêutica e argumentação jurídicas. 51-64. Professor e Coordenador do Curso de Direito da Faculdade de Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas – FADILESTE – Reduto/MG.Recebido em: 02/05/2013 Aprovado em: 12/06/2013 A MULHER. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS Hugo Garcez Duarte ¹ Resumo O presente trabalho analisa a relação da mulher com a maçonaria no horizonte da efetiva tutela dos direitos fundamentais. Vol. C&M | Brasília. Rights. com ênfase nos direitos à igualdade. freedom of belief and freedom of choice. 2013. Direitos. fundamentais. Palavras-chaves: Mulher. with an emphasis on equality. 1 Mestre em Hermenêutica e Direitos Fundamentais pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC – Juiz de Fora/MG. n. Maçonaria. da instituição: nunciabilidade. violar dados direitos. apontando-se que. bem clusão da mulher dos quadros da Maçonaria. sob o prisma Constitucional. sobretudo. divulga as seguintes informações acerca toricidade. pelo prisma de alguns.política. discorre-se sobre as funções dos direitos fundamentais. organização maçônica mais antiga ainda em funcionamento Por conseguinte. a chamaeficácia horizontal dos direitos fundamentais.1. A MULHER. Sua vertente filantrópica deve-se ao fato de que a constituição da maçonaria não se deve a obtenção de lucro pessoal. religiosa. fomentam-se os direitos gumentação jurídicas. as considerações finais são apreigualdade. Lado outro. n. filosóficos e religiosos. discorre-se sobre o direito à igualdade. p. perpassa a hermenêutica e arPosteriormente. do particular. tos fundamentais. Hugo Garcez. A Maçonaria é considerada uma entidade filosófica por tratar em seus atos e cerimônias da essência. à liberdade de crença e à autonomia da vontade. universalidade. Por oportuno. 2013. sendo destinadas as suas arrecadações ao bem-estar do gênero humano. quando se sustenta que a lesão ou ameaça a direitos fundamentais não resulta. 52 . vinculação dos poderes públicos. imprescritibilidade. ritos. de caráter filosófico. analisando as leis da natureza. abordando-se as distinções existentes entre os conceitos de igualdade formal e de igualdade material. entre outras. por mais que seja difícil tender por uma ou outra posição.DUARTE. E. mentais. limitabilidade. quando se enfrenta seus dogmas. filantrópico. deixando-se claro transmitirem a ideia de que o cidadão brasileiro é livre para crer no que bem queiA proposta deste trabalho é analisar esse ra. constitucionalização. seja a crença de ordem filosófica. pois as explicações costumam encontrar-se carreadas de argumentos místicos. propriedades e efeitos das causas naturais.são racional acerca de ser razoável ou não a exria. enfrenta-se algumas questões atinentes aos direitos de liberdade de consciência. efetividade. concorrência. quando se fala na impossibilidade de participação da mulher em seus quadros. bem como sobre a autonomia da vontade. donde se destaca estarem esses direitos localizados num Título específico. unicamente. interdependência e complementaridade. do Estado. finalmente. trata-se a Maçonaria de uma instituição permanente. abordando-se a teoria dos quatro status de Jellinek. mas também. por mais que estas cláusulas A Maçonaria não sejam taxativas. Vol. Contudo. social. desenvolvem-se as características dos direitos fundamentais como: his. fato frente à efetiva tutela dos direitos funda. A posteriori. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS Introdução A Maçonaria costuma estar envolta em muitos mistérios. devendo os direitos fundamentais ser respeitados em âmbito privado. 51-64. algumas considerações sobre a eficácia horizontal dos direitos fundamentais são expostas. Apesar dos grandiosos mistérios que a envolve. indivisibilidade. dos direitos fundamentais e da teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais.do em vista o tema eficácia horizontal dos direipede a mulher de participar dos seus quadros. educativo e progressista. fundamentais na Constituição de 1988. C&M | Brasília. de convicção filosófica ou de crença. referido impedimento pode. O Grande Oriente do Brasil. 1. relacionandoas as bases da moral e da ética. discorre-se sobre a Maçona. aplicabilidade imediata e abertura e eficácia. da filtragem constitucional impõe que a concluInicialmente. distinguindo-a da autonomia privada. irre. tencomo os motivos declarados pelos quais se im. jan/jun. E é encarada como uma entidade progressista porque por mais que parta do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito.no país. inalienabilidade/ indisponibilidade. com especial a atenção ao direito à Por fim. tendo como paradigma a teoria da sentadas. protegendo e servindo os semelhantes. dentro da instituição. Ademais. sem nenhuma distinção. 51-64. Rodrigues Alves. do. Hugo Garcez. a prática da moral. Deodoro direitos e obrigações dos seres e independente. da solidariedade humana e da justiça em sa. acatamento às leis do país em que viva. D. discussões políticas finito. a Maçonaria praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são C&M | Brasília. seus deveres para com a Pátria. o respeito à difeA Maçonaria objetiva a investigação da rença. nessa busca senão o da razão com base na ciênDentre os mais ilustres maçons pode-se cia. ao qual se dá o nome de Grande Arquiteto e religiosas. jan/jun. Prudente de Momente de religião. seja. exigi-se do maçom o respeito aos seus estatutos e regulamentos e o acatamento às resoluções da maioria. nem reconhece outro limite desde que estes acreditem em um só Criador.mente. Pode-se notar que homens das mais variadas estirpes foram aderiram aos preceitos maçônicos. Vol. igualmente: a sociedade que objetiva a união entre os homens. e a rais. sendo uma Em particular. des. sem qualquer interesse pessoal. tomadas de acordo com os princípios que as regem.da Fonseca. respeito aos governos legalmente constituídos.crenças religiosas. Wenceslau Braz. podendo-se afirmar tratar-se a maçonaria de uma entidade altamente tolerante. p. citar Voltaire. A MULHER. consciente de vres. Rui Barbosa e muitos outros. Gonçalves Lêdo.tros.correta e digna dentro e fora da maçonaria. 1.Haydn.DUARTE. 53 . Hermes da Fonseca. da igualnaria pode ser considerada uma entidade religio. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS Deus. a Maçonaria não é uma religião. dade dos indivíduos e dos grupos humanos. seus semelhantes com vistas à liturgia dos deveres e a razão do e consigo mesmo. regulador. não obsta o esforço dos seres humanos na abriga em seu seio homens de qualquer religião. bem como a sustentade fazer o bem em seu mais amplo sentido. Justiça e Trabalho. conduta admitindo em seu seio pessoas de todos os cre. Noutras palavras. guarda do sigilo dos rituais maçônicos. Floriano Peixoto. amor à Pátria. Ciência para esclarecer os espíritos e elevá-los. Pedro I. nha. a igualdade de fácio. WaSeu lema é Ciência. uma ciência Para adentrar à Maçonaria é indispensável com base no entendimento humano. Mozart. A Justiça para equilibrar e enaltecer as relações humanas. O Trabalho. Essa entidade tem como princípios a liber. busca da verdade. Ou ção das obras da Instituição. lei natural e crer na existência de um princípio criador e ser universal que rege todos os seres racionais e li. O maçom tem como dever respeitar os direitos dos indivíduos e da sociedade. a virtude seria o cumprimento dos deveres do homem para com a sociedade e para com a família maçônica. entre ouPor mais que defenda premissas espiritu. se. Beethoven. Nilo Peçafraternidade da pessoa humana. ais. e ter um ofício lícito e honrauso dos direitos inerentes ao homem. Lamartine. absoluto. que lhe permita prover suas necessidades A Maçonaria concebe a virtude como força pessoais e de sua família. supremo e in. proibindo-se. 2013. Frederico o Grande. exigindo dos seus membros a tolerância.dade. terminantecípio criador. A moral é.homem livre e de bons costumes. a dedos religiosos. pois reconhece a existência de um único prin. para a Maçonaria. dicação de parte do seu tempo para assistir às E apesar de não ser uma religião. o exame da moral e a prática das virtu.Garibaldi. Goethe e Lessing.reuniões maçônicas. A shington Luiz. exige-se. Napoleão. José Bonijam instituições. às opiniões políticas e às mais variadas verdade. além de tratar-se de uma entidade Os membros da Maçonaria reúnem-se peespiritualista em contraposição ao predomínio riodicamente no chamado templo maçônico para do materialismo. a raça ou nacionalidade. Duque de Caxias. raças ou nações. do Universo. É a demonstração científica da consciência. n. por ser o meio através do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente. Campos Salles. Byron. a Maço.1.toda a sua plenitude. a reitos e obrigações dos seres sem distinção de Maçonaria moderna divide-se em duas correntes religião. e a atual York. 4 Os maçons. encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que esteja. à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. A MULHER. recordando-lhes constantemente os valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará cercar-se da verdade. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 1) A obediência deve ser legalmente estabelecida por uma Grande Loja regular ou por três ou mais Lojas funcionando sob os auspícios de uma Grande Loja regular. moral. deverão crer em um Ser Supremo (Deus). principais. 2 As informações sobre a Maçonaria até esta referência foram colhidas do website do Grande Oriente do Brasil. senão um procedimento. p.DUARTE. sendo a mulher impedija estabelece a quem pretende a ela se associar da de integrar seus quadros. n. C&M | Brasília. Desvendando a Maçonaria. ou à vista dele ou permitidas. 2013. com autoridade não discutida sobre os graus simbólicos da Maçonaria (Aprendiz. raças ou nações. Vol. legal e as seguintes regras: ocultista. Também não admite em seu seio pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos. levados pelas legiões romanas e seus pontífices para todo o mundo de então. 54 . contribuir com as despesas da sociedade e socorros aos necessitados. sob argumentos de ordem histórica. 2010. social. O segredo maçônico. de disciplinar-se. bem como a satisfação de haver contribuído. uma defesa necessária. pôde-se constatar que a Maçonaria tem como princípios a liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos.2 Pompílio. da sua vida espiritual e do desenvolvimento do seu sentimento de responsabilidade. guildas ou sindicatos profissionais da época). fazendo-lhes meditar tranquilamente sobre a missão do homem na vida. 2) a Loja deve ser realmente independente e possuir governo próprio. não é um dogma. com seus ―Collegia Fabrorum‖ (espécie de corporações. a MaA GLUI é a Grande Loja mais antiga do çonaria tida como regular não reconhece nenhumundo. sejam instituições. de instruir-se. podem constituirse em exemplos. A Maçonaria não considera possível o progresso senão na base do respeito à personalidade. o aspirante à Maçonaria deve ter uma profissão ou renda com que possa atender às necessidades dos seus familiares. mesmo que em pequena parcela. dentro ou fora do país. e especialmente para a Inglaterra onde fundaram as várias cidades com a terminação ―chester‖. no âmbito de sua jurisdição. Essa Grande Lo. que tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita. 22-23). por suas obras.ma dessas modalidades. 51-64. p. além da igualdade de diSegundo Sérgio Pereira Couto (2010). originando-se em 1717. no âmbito de sua jurisdição. por admitido Grande Oriente da França – GodF. sexual. à obra moral levada a efeito pelos homens. Além disso. Hugo Garcez. 5 Todos os maçons. Companheiro e Mestre) sob sua jurisdição e não estar vinculada de nenhuma outra forma ou vir a compartir soberania com qualquer outro corpo maçônico. e a orientada pelos preceitos jas Maçônicas chamadas de mistas. rem homens e mulheres. de conviver com pessoas que por suas palavras. em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e esforços no intuito da melhoria do seu caráter.1. aquela que segue a Grande Loja da Apesar da premissa. Sobre a Maçonaria. e Lojas femininas. Os maçons no âmbito de sua jurisdição deverão ser exclusivamente homens e tanto ela como suas lojas não poderão ter contatos maçônicos com Lojas que admitam mulheres. A Maçonaria oferece ao seu associado a possibilidade de aperfeiçoar-se. denominada Eboracum pelos Romanos (SÉRGIO PEREIRA COUTO. bem como haver LoInglaterra . deverão assumir seus compromissos sobre o Livro da Lei Sagrada (A Bíblia). A mulher na Maçonaria No ponto anterior. uma garantia.GLUI. raça ou nacionalidade. 1. jan/jun. fluindo na mesma direção e pelo mesmo canal. Compreendam agora "o porque" do Caduceu de Mercúrio 3 Relativamente a esse ditame de Kennyo Ismail. visando manter a mesma harmonia e igualdade de afeto ritual. tornar-se inconcebível a sua presença nos quadros da maçonaria. no Ida. mental e espiritual. porque. nada impede que o Congresso Nacional. como para a mulher. qualidade estas por essência. que existem Ordens Solares e Ordens Lunares. cerimônias exóticas . Ou ainda que as normas de muitas instituições possuem cláusulas ―pétreas‖. afirma Ortega que o rito maçônico é solar e deve ser praticado única e exclusivamente por homens. por meio de uma Emenda à Constituição. sendo as Ordens Solares voltadas aos homens e as Ordens Lunares às mulheres e. sendo a Maçonaria tipicamente uma Ordem Solar. outrossim. o ingresso de mulheres não seria coerente (cunho ocultista). para quem a Maçonaria tem a sua origem (cunho histórico) nos pedreiros de ofício (homens) e. A MULHER. necessário ponderar que. Isso ocorreu. por ser emocional. Há também a de que a Maçonaria é uma fraternidade.elevar-se ao cérebro.com "x" mostradas e praticadas pelo público em geral. Que ainda quando da sua iniciação. que trata de direitos e garantias individuais. No homem. podem ser citadas as procissões. Hugo Garcez. universal e periódico. inclusive. o rito tem que ser o lunar. A Mulher e a Maçonaria: Porque a mulher não pode pertencer a Maçonaria? In: Revista Loja Estrela da Lapa nº 7. Quanto à relação rito maçônico e mulher. exigindo em suas reuniões muita concentração. em respeito às tradições do chamado ―Antigo Ofício‖. pois dispensa provas da guarda de segredos e do silêncio. os quais incluem o ingresso apenas de homens (cunho moral). Os ritos "Lunares" cadenciam na mulher os seus harmônios masculinos por um dos Nadis. Contudo. vale analisar: Como advém a harmonia de que se falou acima pela prática de um rito lunar ou solar? Diz a ciência que o corpo humano independente de sexo. tais cláusulas não são imutáveis. 2013.N. para. por fim. exalta os seus harmônios femininos. não poderiam sofrer modificações (cunho legal). C&M | Brasília. 4 Nesse mesmo sentido. p.DUARTE. 5º da Lei Maior. é composto de hormônios masculinos e femininos numa base mais ou menos proporcional. ladainhas e autoflagelação. a coisa funciona exatamente ao contrário. Vol. pois. n. altere alguma (s) dessas normas. e os direitos e garantias individuais.Abril. época em que as reuniões das Lojas ocorriam em tabernas. panteísmo. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS Tais fundamentos são apontados por Kenyo Ismail (2012). sexual. 60 consta que não será admitida emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado. 1. na essência masculina. E. Logo. Quando isso acontece no homem ou na mulher.º Nadis. É da ciência oculta que a exaltação de um ou de outro impulsiona a tendência para um comportamento mais másculo ou mais feminil. tanto por parte do homem quanto por parte da mulher. inerentes ao sexo masculino. 1996).Darley Worm . nos incisos do § 4º do art. o Píngala. o sushuna . resultando assim harmônios somente masculinizados. o fanatismo (Revista O Prumo . O rito lunar é a ela apropriado. harmoniosamente. e pelo outro. ou a mulher em particular. o candidato presta juramento no sentido de seguir os ―Landmarks‖ maçônicos. o rito é um aglutinador harmônico do visível com o invisível. sendo os harmônios masculinos exaltados no Píngala e os femininos contidos na Ida. imutáveis. a separação dos poderes. ORTEGA. e que.1. p. *S. através do 3. sectarismo e principalmente.+. 55 . a vida alcança sua plenitude física. donde surgiu a primeira Grande Loja. torna-se devocional. Osvaldo. na Carta Magna. jan/jun. baixa magia. contexto que poderia sofrer deturpações por eventual desvio de atenção por parte dos maçons pela presença de mulheres. insuscetíveis de serem abolidas. locais nos quais a presença de uma mulher de bem era inaceitável (cunho social). Outra justificativa é a de que tal instituição consolidou-se na Inglaterra. quando da criação da Emenda Constitucional nº 45/2004. promotora de alterações no art. como ocorre com alguns artigos da Constituição brasileira. as Obediências Maçônicas mantêm tal regra de inadmissão de mulheres. secreto. o voto direto. 51-64. na condição de mulher plena. bem como que a natural relação sexual entre homens e mulheres prejudicaria a fraternidade entre eles (cunho sexual). Como exemplo os ritos lunares.que se situa junto ao líquido cervical . Os perigos desses ritos são os desvios para o animismo. em torno de tudo isso.3 E. 56 . juramentos de segredo.ao contrário das mulheres -. os reais motivos de somente o homem poder praticar a maçonaria por seu rito solar (ORTEGA.. E saibam ainda porque realmente o Sol. a iniciação seria inconsciente. uma mulher não seria tão livre como o homem. atualmente. e como já foi mostrado. p. a exemplo dos operativos. e teria desdobramentos em sacrifícios por novas vidas. A MULHER. 2004.É. procedimentos em concordância com a essência da natureza masculina. Talvez. por seu emocional. mostrar que a mulher por sua natureza já nasce com canais abertos à iniciação. deve ficar no lado norte e a Lua no lado sul. independente do saber. pela adaptação por abstrações na transposição da operativa para a especulativa. o ritual maçônico tem nos seus mistérios os reais motivos impeditivos de a mulher não poder praticar a maçonaria como ela é (na visão ocultista ). Imagine-a ritualisticamente. Por ser solar. o trabalho por seu suor é o adequado canal a um seu fim último como um sacerdote da moral. de construtor moral. 1. poderia? E descoberta um pouco acima do joelho direito praticando os c. n. MÃE. esoterismo. social e econômico. à igualdade. lunar e devocional. uma mulher carregando pedras.. chegaria a ser um pesadelo. garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida. poderia. representa a iniciação consciente do homem. e a sua relação e emblemação na Kundaline.. além do fato de que a mulher ocupa. filosóficas e religiosas. na condição quase divina de pela dor e pelo amor poder alcançar o céu. orientador por excelência. agora.. evoca a iniciação inconsciente na mulher. por atos de amor. Tem ela ainda em si. jan/jun. que o inciso I do mesmo dispositivo constitucional prevê que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. já que não tem canais naturais . das razões reais da existência das figuras do Sol no lado direito do Venerável Mestre e da Lua no seu lado esquerdo.DUARTE. coluna passiva. num esforço hercúleo. dando-lhe marteladas. Portanto. aqueles que lerem ou ouvirem este ensaio venham a ter uma melhor noção do porquê da posição da mulher nas lojas ser na coluna do sul. Nela. à liberdade. pela fraternidade universal. perante a sociedade. em cujo principal escopo trabalharia denodadamente. No homem. advindo daí o avental. apenas refletida. jurídico. O ocultismo tentaria pelo rito lunar que é esoterismo. e consequentemente da saúde.?. voltar as altas horas como o homem volta.. a iniciação seria consciente. notase que o impedimento à participação da mulher encontra-se impregnado de convicções místicas. estas subjetividades poderiam implicar no seguinte: não ficaria bem. Ela. existem induções a um subjetivo comportamento. Saibam também o porquê de numa festa branca Maçônica a mulher só poder se sentar na coluna do sul. não poderia ter a liberdade que imagina poder ter. como não ficaria bem. p. Esqueçamos agora tudo que aqui foi dito e vejamos uma outra focalização da mulher. 2013. essa mesma luz a iluminar-lhe o coração.1. 01). Hugo Garcez. cuja luz é imanente em si mesmo. movimentando o mundo. a partir de agora. procura-se. Considerando que o artigo 5º. perpetuadores do grande desígnio das divindades. ao contrário. Vol. que pudessem levá-lo a esse estágio. em certas circunstâncias. 51-64. É sempre bom saber que o Sol. Por estas e nestas transposições. com o lado esquerdo do peito nu. à segurança e à propriedade e. Na mulher. tendo como símbolo maior da sua ação o trabalho. por todos esses argumentos. pois precisaria ter autorização do esposo para se ausentar à noite e não ficaria bem para ela. com uma marreta nas mãos. da beleza. que a transformaria em mulher plena. Enfim. mesmo que com luta. com uma alavanca. caput da Constituição Federal dispõe que todos são iguais perante a lei. o grande conduto que a levaria à condição de iniciada seria o parto. em relação ao homem. Talvez este trabalho venha justificar de forma mais acentuada. própria dela e neutra numa relação harmônica aos seus hormônios. partindo ou aparando-as. sem distinção de qualquer natureza. e por isso mais diáfana.: de p. anali- C&M | Brasília. Nas ações de um hipotético caldeamento homem/mulher.: p. uma posição destacada no cenário trabalhista. em análises comparadas.. numa interação ao mundo que vivemos. a mulher. I. No homem. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ser um emblema da medicina. O Rito Iniciático solar envolve silêncio.? Do ponto de vista da moral. Corroborando a alegação. caput. 2013. à igualdade. Uma das questões da CF). ao meio ambiente (art. nos termos dade social (art. 226 ao 230 da CF). O Título VIII da Artigo 5: ―Todos são iguais perante a lei.1. Vol. 2005. Direitos não rotulados expressamente como fundamentais no título próprio da Constituição podem ser como tal considerados. seguintes:‖ Como professora de Direito 196 ao 200 da CF). Ademais. atrelado à ordem social. a liberdade de consciência.). tão somente. 2011) fazer referência expressa. sua primeira prova avaliae 202 da CF). ção da mulher nos quadros da Maçonaria pelos Neste diapasão. 17 da CF). jan/jun. dos apátridas e das pessoas jurídicas. tratar-se o dros de Magalhães (2006) aduz que: Título II de um rol meramente exemplificativo. 51-64. A MULHER. à educação cultura e desporto (art. à saúde (art. e. 201 Constitucional I. É legítimo. 193 ao 195 da CF). fundamentais. convicção filosófica e de crença. 14 ao 16 da CF). 1. Antes de enfrentarmos o desafio. C&M | Brasília. n. 203 e 204 va o conhecimento dos alunos a respeito dos direito individuais. 57 . no Capítulo IV os direitos políticos (art. a inclusão nesse rol dos estrangeiros não residentes. no Capítulo III os direitos da nacionalidade (arts.. 39). e estrangeiros residentes no País. à normas relativas ao direito ao trabalho e segurisegurança e à propriedade. a doutrina e o Supremo Tribunal Federal. em alusão ao parágrafo 2º do art. Isso porque existem outros direitos fundamentais alocados em toda a Constituição. pois nele estão previstas direito à vida. 218 e duais relativos à vida e à liberdade no Bra219 da CF). no Capítulo II os direitos sociais (art. às características dos direitos fundamentais e às suas funções. necessário esclarecer. abrangendo no Capítulo I os direitos e deveres individuais e coletivos (art. sem distinção de qualquer natureza. a brasileiros. portanto. tendo como sustentáculo a co. mediante uma interpretação sistemática.5º da constituição Federal alude que: nhecida teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS sar em que medida o impedimento à participa. p. entendem. à ciência e tecnologia (arts. cogitar de direitos fundamentais previstos expressamente no catálogo da carta e de direitos materialmente fundamentais que estão fora do catálogo. Constituição Federal. à famíderal para as seguintes pessoas: a) Apenas lia.e. não se podendo considerar taxativa a enumeração dos direitos fundamentais no Título II da Constituição (. O parágrafo em questão dá ensejo a que se afirme que se adotou um sistema aberto de direitos fundamentais no Brasil. 6º ao 11 da CF). 220 ao 224 sil são assegurados pela Constituição Feda CF). à previdência social (arts. pois a discussão envolve a colisão de direitos fundamentais como igualdade. José Luiz QuaTodavia. A caminhada não será das mais fáceis. 205 estava assim proposta: Os direitos indiviao 217 da CF). Hugo Garcez. para os brasileiros natos e naturalizados. p. traremos à baila algumas palavras acerca dos direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. sejam natos ou naturalizados. 5º da CF). e no Capítulo V os partidos políticos (art. da Constituição Federal (LENZA. gapor exemplo. Os Direitos Fundamentais na Constituição de 1988 Os direitos fundamentais estão consagrados na Constituição Federal de 1988 no Título II Dos Direitos e Garantias Fundamentais. 12 e 13 da CF). Paulo Gustavo Gonet motivos ora expostos é contrário aos direitos Branco (2005). criança e adolescente (art.. 231 e 232 da CF). trata de rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direitos fundamentais. não há sombra de dúvidas. 225 da CF). a depender da análise de seu objeto e dos princípios adotados pela Constituição (GONET BRANCO apud Silva. aos índios (arts. 5º.DUARTE. autonomia da vontade e autonomia privada. à assistência social (arts. inclusive. a despeito do art. à comunicação social (art. à liberdade. as várias previsões constitucionais. as quais podem ser encontradas conjunta. p. norte-americana e francesa. aplicabilidade e Estado.1. E como resultado da caracinalienabilidade/indisponibilidade. impres. d) Nenhuma das respostas anteriores. 1. ainda. 58 . raça ou nacionalidade. não se podendo fracioná-los. 2006. o ponto de vista de cada autor. 51-64. Ademais. e uma leitura literal não sistêmica e descontextualizada do texto pode sugerir então que. seja na relação entre particulares. Ora. que as características dos direitos fun. Assim. um aluno relapso e criador de caso assinalou a questão B e.DUARTE. seja na relação indivíduo vinculação dos poderes públicos. o que é errado (MAGALHÃES. Por inalienabilidade/indisponibilidade dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais são irrenunciáveis. turistas. Já a característica da concorrência indica que variados direitos fundamentais podem ser exercido ao mesmo tempo. Note-se que a questões B transcreve parte do artigo 5º da Constituição Federal de 1988. constitucionalização. igualmente. apesar de autônomas. Assim. Os direitos fundamentais são. A MULHER. pode-se entender que os interdependência e complementaridade. seja na forma onerosa ou na gratuita. com vistas ao alcance dos objetivos nas mais diversas obras sobre o tema. até culminar no que hoje concebemos como tais. Neste As características dos Direitos Fundamentais contexto. imediata. o recurso e a razão. alegando estar a professora errada. A característica de indivisibilidade indica a unidade incindível no contexto de tais direitos. aos estrangeiros. como a Constituição expressamente se refere à garantia dos direitos individuais para brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil. indivisibilidade. nenhum ser humano pode abrir mão de possuir direitos fundamentais. econômica. política. independentemente de sua situação social. incidem prescrição (sua perda pelo não exercício limitabilidade. idade. O caráter universal dos direitos fundamentais decorre do fato de que tais direitos são universais. ou seja. perdendo. mas lhe é vedada a possibilidade de renunciá-lo. A maior parte dos alunos que assistiu às aulas e leu os textos indicados pela professora respondeu corretamente à questão assinalando a letra C. zação em todo âmbito. entende-se que esses direitos são insuscetíveis de transferência. 5º da CF prevê que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados. mas de forma características. efetividade. Hugo Garcez. pois uma vez não exercitados não damentais sejam: historicidade. como dissemos. c) Para todas as pessoas que se encontram no território brasileiro. possuem diversas intersecções para atingirem sua finalidade. toda pessoa humana está abrangida pelos direitos fundamentais. p. conforme traçados pela norma constitucional. 151-152). o titular de direito fundamental pode até não utilizá-lo. Constituição não é texto. 2013. obviamente. posteriormente reforçado pelas revoluções inglesa. n. porque são inerentes à condição humana. universalidade. Pode-se apontar. num lapso temporal). ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Não se pode esquecer-se. irrenunciabilidade. Entretanto. recorreu e xingou até a última instância acadêmica.prescritíveis. terística efetividade. sexo. consagrados como tais um processo histórico iniciado com o cristianisC&M | Brasília. não tem assegurado o seu direito à liberdade. os direitos fundamentais não devem Os Direitos Fundamentais detém variadas ser interpretados isoladamente.direitos fundamentais são passíveis de concreticritibilidade. concorrência. Os direitos fundamentais são direitos ineOs direitos fundamentais são resultado de rentes à pessoa humana. A indivisibilidade dos direitos fundamentais implica na sua interrelação e interdependência. jan/jun. que o parágrafo § 2º do art. imcontudo. não residentes. abertura e eficácia. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS b) Para os brasileiros e estrangeiros residentes no país. mo. Vol. Diversos autores pretendem. Assim. quando se discorreu sobre a teoria de Jellinek. os quais podem ser definidos como: Status passivo ou subjectionis – o indivíduo se encontra em posição de subordina- Desde o seu surgimento. 2013. 2012. Os Direitos Fundamentais não carecem de regulamentação pelo legislador ordinário para que possam ser aplicados. por mais que se possa afirmar que os direitos fundamentais têm aplicação imediata. Vol.) e fundamentam pretensão de reparo pelas agressões eventualmente consumadas (MENDES. Esses direitos objetivam a limitação da ação do Estado. diante do Estado. Status negativo – o indivíduo. 2011. o indivíduo encontra-se em uma relação de subordinação para 5 Não se pode esquecer-se da clássica classificação das normas constitucionais quanto à eficácia e/ou aplicabilidade de José Afonso da Silva. vinculando-se ao Estado por meio de mandamentos e proibições. explicar as funções dos direitos fundamentais. Destinam-se a evitar ingerência do Estado sobre os bens protegidos (liberdade. C&M | Brasília. Ou seja. mas de normas revestidas de efetividade. p. seriam direitos contemplados ao indivíduo a fim de protegê-lo contra eventuais ações arbitrárias do Estado. não serão abordadas aqui. podendo o seu alcance ser ampliado. úteis para a melhor compreensão do conteúdo e da eficácia dos vários direitos. Nesse sentido. Status positivo ou status civitatis – o indivíduo tem o direito de exigir que o Estado atue positivamente. Sendo. Conforme visto alhures. 59 . 965). n. as funções dos direitos fundamentais podem ser encontradas a partir de uma reflexão acerca da relação travada entre o Estado e o indivíduo.1.DUARTE. A eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais As funções dos Direitos Fundamentais Os direitos fundamentais devem ser efetivados em todas as suas órbitas. à sua maneira. Segundo Lenza (2012)..5 Sua característica de abertura e eficácia leva à percepção de que são passíveis de expansão. 178). propicia a algumas classificações. Esta diversidade de funções (MENDES & BRANCO. positivo e ativo. podemos dizer que a autoridade do Estado se exerce sobre homens livres. p. O indivíduo aparece como detentor de deveres perante o Estado. jan/jun. por meio da sua teoria dos quatro status. por exemplo. sendo concebidos como direitos que exigem do Estado uma abstenção no sentido de não violá-los. Os direitos de defesa caracterizam-se por impor ao Estado um dever de abstenção. Até mesmo o exercício da função pública está vinculado aos direitos fundamentais (vinculação dos poderes públicos). o indivíduo detém os status passivo. a qual divide as normas constitucionais em normas constitucionais de eficácia plena. para o autor. Hugo Garcez. 51-64. deste modo. Contudo. Status ativo – o indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade do Estado. por tratar-se o estudo de analisar outra seara. um dever de não interferência. no sentido de que não se tratam de simples programas ou carta de intenções. realizando uma prestação a seu favor. obtendo Jellinek. independentemente da natureza da norma que o consagra. os direitos fundamentais foram encarados como aqueles direitos ligados à liberdade. êxito nessa jornada. propriedade. o catálogo dos direitos fundamentais não é exaustivo. negativo. p. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ção aos poderes públicos. sendo totalmente possível o surgimento de novos direitos fundamentais. 2011) leva ao entendimento de que a própria estrutura dos direitos fundamentais não seja unívoca. Nesses termos. por possuir personalidade. de não intromissão no espaço de autodeterminação do indivíduo. no documento normativo de maior hierarquia dos mais diversos países. detendo tais direitos uma multifuncionalidade. A MULHER. 1. goza de um espaço de liberdade diante das ingerências dos Poderes Públicos. de eficácia contida e de eficácia limitada (institutiva e programática). pelo exercício do direito de voto (exercício de direitos políticos) (LENZA. BRANCO.. Vol. sem qualquer garantia de ampla defesa. especialmente aqueles positivados em sede constitucional. mantendo seus associados em relações de dependência econômica e/ou social. estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. aos particulares. p. O caráter público da atividade exercida pela sociedade e a dependência do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios legitimam.UBC. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS direitos e garantias de terceiros. assume posição privilegiada para determinar a extensão do gozo e fruição dos direitos autorais de seus associados. ATIVIDADE DE CARÁTER PÚBLICO. em tema de liberdades fundamentais. Hugo Garcez. 5º. II. logo. jan/jun. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. cuja eficácia e força normativa também se impõem. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. 60 . no domínio de sua incidência e atuação. Essa aplicação dos direitos fundamentais nas relações estabelecidas entre o particular e o poder público não se discute. por da qual se defende a ideia de que os direitos fundamentais também devem ser respeitados em âmbito privado. 2005. ou do devido processo constitucional. ainda que não-estatal. RECURSO DESPROVIDO. A vedação das garantias constitucionais do devido processo legal acaba por restringir a própria liberdade de exercício profissional do sócio. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. A União Brasileira de Compositores . não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos Não há dúvidas para o homem médio de que a melhor solução para o caso acima tenha C&M | Brasília. do Estado. integram o que se pode denominar de espaço público. o qual fica impossibilitado de perceber os direitos autorais relativos à execução de suas obras. p. A MULHER. 1. do contraditório. vários estudiosos começaram a perceber que a opressão a direitos fundamentais não advém. com o Estado. No entanto. SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS.1. integra a estrutura do ECAD e. A ordem jurídicoconstitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e. CF/88). 2013.APLICAÇÃO DIRETA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. Corroborando a ideia. mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. III. dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República. ao contraditório e à ampla defesa (art. fazendo surgir a chamada teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais. As associações privadas que exercem função predominante em determinado âmbito econômico e/ou social. sociedade civil sem fins lucrativos. notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição. 01). RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO (BRASIL.DUARTE. A exclusão de sócio do quadro social da UBC. a aplicação direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal. do particular. EFICÁCIADOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. portanto. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado. o Supremo Tribunal assim decidiu: EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. que encontra claras limitações de ordem jurídica. unicamente. sendo aplicados na relação Estado/indivíduo. em especial. n. os direitos fundamentais teriam uma eficácia vertical. O espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. no caso concreto. OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À AUTONOMIA PRIVADA DAS ASSOCIAÇÕES. os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos. IV. onera consideravelmente o recorrido. AINDA QUE NÃO-ESTATAL. ENTIDADE QUE INTEGRA ESPAÇO PÚBLICO. A autonomia privada. no âmbito de suas relações privadas. Assim. 51-64. mas também. pois a autonomia da vontade não confere aos particulares. LIV e LV. 2010) o que se veda são as diferenciações arbitrárias. as quais não serão en- Para que isso ocorra.do a necessidade da conquista de igualdade no tais. tendo-se por lesado o princípio constitucional. p. à segurança e à propriedade. na medida em que se desigualam. Hugo Garcez. fere. caput da Constituição Federal de 1988. Note-se que (MORAES. pois o princípio da isonomia (NOVELINO. unicamente. o que faremos a partir que o ato motivador da demissão.vem que não basta essa igualdade na lei. pois os seus esforços Enfim. além do triste de agora. frontalmente.concentram-se em analisar a impossibilidade da culares fáceis de serem resolvidas. garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a Buscando solucionar o problema. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS sido a tomada pelo Supremo Tribunal Federal. autonomia da vontade e liberdade de crença. com ênfase nos direito à igualdaEsquematizado que se um empresário demitir de. todos são iguais perante a lei. a eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Será que nessas situações os direitos fundamentais seriam aplicados? O Direito à Igualdade Pelo princípio da igualdade ou isonomia. nos terda aplicação dos direitos fundamentais às rela. ponderando quais devam al). O grande problema surge quando situações mais complexas envolvem a esfera privada. p. o tratamento desigual dos casos desiguais. existem dadas situações envolvendo parti. odiosos ou injustificáveis. preconceituosos. A igualdade insculpida no dispositivo é Eficácia indireta ou mediata – os direitos conhecida como igualdade formal. Pedro Lenza da maçonaria frente à efetiva tutela dos direitos (2012) cita em sua obra Direito Constitucional fundamentais. aplicar-se às relações privadas. ou seja. igualfundamentais são aplicados de maneira reflexa. o princípio da dignidade da pessoa humana. 61 . sem distinção de qualquer natureza. far-se-á necessário tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades. 2012). 2012) que numa entrevista de emprego na iniciativa privada. positiva. já dos direitos fundamentais.DUARTE. admissão das mulheres nos maçonaria quadros Exemplificando a hipótese. à teóricos elaboraram as seguintes teorias acerca igualdade.mos da Constituição. Contudo. jan/jun. Será (LENZA. grandes inviolabilidade do direito à vida. o Judiciário tendo como norte a teoria da eficácia horizontal poderá (ou deverá) reintegrar o funcionário. Marcelo Novelino (2012) C&M | Brasília. que não pode. 1. quando o elemento discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito. como ainda. 967). 2013. havenrá editar lei que viole direitos fundamen. tem por fim impedir distinções. e inaceitável crime praticado. tanto em uma dimensão proibitiva dade na lei. as discriminações absurdas. previsto no art. 51-64. diversos teóricos desenvole voltada para p legislador. A MULHER. n. um funcionário em razão de sua cor. em última instância. fundamento da República (CF. 2012. III). Inúmeros casos levam a grandes discussões no que diz respeito à aplicação da teoria indireta/mediata ou da teoria direta/imediata e. frentadas neste trabalho. é exigência tradicional do próprio conceito de justiça. art. pois o que realmente se protege são certas finalidades. pois. Vol. discriminações e privilégios arbitrários. Nesses termos. à liberdade. voltada para mundo dos fatos (igualdade material/ substancique o legislador implemente os direitos fundamentais.1. ções privadas. 5º. Eficácia direta ou imediata – alguns direitos fundamentais podem ser aplicados às relações privadas sem que haja a necessidade de intermediação legislativa para a sua concretização (LENZA. 1º. o dono do negócio deverá contratar o melhor candidato? Será que o dono de uma empresa poderá demitir alguém simplesmente porque não está gostando de sua aparência? Tratam-se esses eventos de casos geradores de muitas polêmicas. p. Vol. Cumpre ao Estado-membro.lei ou qualquer direito alheio. o princípio da autonomia da vontade. de determinar autonomamente o seu próprio destino.a lei não impeça o indivíduo pode fazer. entretanto. Tribunal Federal: em nenhum dos seus dispositivos. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS discorre que a eficácia horizontal dos direitos fundamentais impõe aos particulares o dever de observância ao princípio da igualdade. Essa ideia pode ser nutenção das liberdades fundamentais e extraída do princípio da legalidade. de ter filhos ou não. 2011. dizem respeito à atuação viduo se autodeterminar. Ou ainda. 3. não parece haver qualquer impedimento a que um Estado-membro aja positivamente para proteger seus cida- Segundo George Marmelstein (2009). sendolhes vedado praticar condutas de cunho discriminatório ou preconceituoso.tando as suas vontades. a própria gênese do constitucionalismo associa-se à organização e racionalização do poder político para proteção dos direitos fundamentais. inclusive. portanto. a promoção dos direitos funda. estabelecer a distin- C&M | Brasília. abalizando as autonomias da vontade e privada. dãos da violação de direitos fundamentais perpetrada por outro ente da Federação. n. 2013. segue A Autonomia da Vontade trecho de um importante julgado do Supremo A Constituição Federal de 1988 não prevê. como a decisão de casar-se ou não. em respeito à autonomia da vontade. como a possibilidade do indica. Veja-se que o Estado deve estar atento à realização da igualdade material de modo a impedir. outros Estados-membros ou Municípios‖ (BRASIL. se o Poder Público pode obstar à violação de direitos fundamentais por particulares ou por Estados estrangeiros. Ora.inciso II do art.. o direito de fazer tudo aquilo que se tem vontade.1. podendo esta ser defini[. 07). Ou seja. no que toca a parte final. o qual veis minimanente aceitáveis de igualdade prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deimaterial. a promoção dos direitos fundamentais envolve. a aplicação deste princípio às relações entre particulares não se dá com a mesma intensidade em que ocorre em relação aos poderes públicos.DUARTE. ou seja. manifesmente. é inevitável a con. Deve-se. jan/jun. 1. a violação desse direito por particulares. seja a União. desde que não prejudique os interesses de outras pessoas. dentro dos limites de suas competências. previsto no na busca inescusável e ininterrupta de ní.da.. princípio basilar das relações privadas.º. a autonomia da vontade pode ser entendida como a faculdade que o indivíduo possui para tomar decisões na sua esfera particular de acordo com seus próprios interesses e preferências. 95). desde que não ultraje a do Poder Público na construção e na ma. tudo o que Estado Brasileiro. Pois bem. para o autor. Hugo Garcez. tarefa essa que incumbe a todos os entes da Federação. E nem poderia ser de outra forma – afinal. fazendo escolhas que digam respeito a sua vida e ao desenvolvimento humano. previstos nos quatro incisos do já mencionado art. mentais. 51-64. p. 5º da Constituição Federal. Todavia. exercer tal mister e atuar comissivamente na defesa dos direitos fundamentais. de definir sua orientação sexual etc (MARMELTEIN. Sobre o dever do Estado diante do direito de igualdade. sumariamente. agindo no sentido de impedir a violação dos direitos fundamentais dos indivíduos ou de uma coletividade por terceiros. A MULHER. pelo menos implicita. Para o autor: A proteção da autonomia da vontade tem como objetivo conferir ao indivíduo o direito de autodeterminação. 2009.] os objetivos fundamentais da Repúbli.xar de fazer alguma coisa senão em virtude de clusão de que está entre as finalidades do lei. a atuação positiva do Poder Público não apenas na oferta de prestações materiais positivas. p. Como visto acima. 62 . nos termos aqui delineados. Nessa linha de raciocínio. mas também no exercício de seus deveres de proteção. justiça social e solidariedade entre os indivíduos. necessariamente. 1. todavia (LENZA. 2009) que a autonomia da vontade tenha uma conotação subjetiva. colaboração de interesse público. seja de ordem pótese haveria um tratamento ofensivo ao direifilosófica. Vol. Enfim. sendo assegurado o livre exercíOpinar sobre se esta exclusão ofende ou cio dos cultos religiosos e garantida a proteção não o princípio da igualdade é igualmente penoaos locais de culto e as suas liturgias. 5º. as sendo adepto de qualquer religião. diante de eventual colisão. enquanto que a autonomia privada marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo. os dequeira. 2012) que os direitos fundamentais de liberdade de crença. de aderir a qualquer seita religio. haver uma lapidação sa. nosso país. participando da aplicaC&M | Brasília. Neste sentido.riáveis. política. 51-64. inciso VI da Constituição Federal zarem os seus conceitos filosóficos. um terá precedência em face do outro se não for possível harmonizá-los.religiosos. num reconhecimento da existência de um âmbito particular de atuação em eficiência normativa. bem como no rito de modo que a mulher possa participar. pois se o conceito de igualdade é tratar os Por força do dispositivo. A tarefa é das mais difíceis! cia e de crença. 63 . em um dos princípios básicos e fundamentais do sistema de direito privado. absolutos. tratando-se de uma convicção indubitável Isso porque à luz da Constituição Federal de seus associados. trata-se de tema muito polêmico. pois o rito é imodificável. entende-se que o iguais como iguais e os desiguais como desicidadão brasileiro é livre para crer no que bem guais na medida em que se desigualam. há uma separação total entre Estado e igreja em a forma de aplicar o direito se modificou no cenário jurídico brasileiro. n.Já os defensores do contrário diriam que a musim como a liberdade de ser ateu ou agnóstico. envolvendo questões altamente subjetivas bem como crenças. em que a mulher não pode de 1988 o Brasil é um Estado laico. lher tem de ser desigualada. de um tratamento desigual à mulher. em suma. nesma abrangente englobando a liberdade de esco. não se pode impor a fensores da ofensa poderiam dizer que nessa hininguém quaisquer convicções. Hugo Garcez.tituição Federal. A autonomia privada constitui-se. ressalvada a trada em vigor da Constituição Federal de 1988. Noutras palavras.DUARTE.dúvidas são grandiosas e os argumentos são vaclusive. por não haver necessidade. embaraçar-lhes o funcionamen. Noutras épocas. O Direito à Liberdade de Crença ou ao menos. so. as. p. 19 que é vedado à Uni.se caso. to insculpido no art. não fazer parte pelos motivos já expostos. religiosa. subvencioná-los. no que toca a inadmissão das mulheres nos quadros da maçonaria. fazendo-se uma ponderação de interesses. concreto e real. entre outras. aos Estados. a liberdade de não aderir à religião alguma. in. sendo os princípios conliberdade de culto e da prática de ritos não são siderados meros valores. jan/jun. A MULHER. místicos e provê a inviolabilidade à liberdade de consciên. 2013. Ou seja. o inciso I do art.1. rezando. da dica era inquestionável. 5º. Um direito fundamental vai até onde começa o outro e. psicológica.podendo-se. ão. Pode-se dizer (FAVARIN. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ção entre a autonomia da vontade a autonomia privada. a aplicação da regra juríNote-se. social. autonomia da vontade e privada de uma mulher que eventualmente queira adentrar a maçonaria. caput e inciso I da ConsTrata-se a liberdade de crença de um te. leigo. ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecerem cultos religiosos ou igrejas.Conclusão to ou manter com eles ou seus representantes Passados pouco mais de vinte anos da enrelações de dependência ou aliança. a liberdade de mudar de religião. lha de religião. por exemplo. bem como a autonomia da vontade e privada dos membros da maçonaria no sentido de aceitarem. pensarem na hipótese de relativiO art. Curso de Direito Constitucional.br. BRASIL. LENZA. Rel. José Afonso da. com o inquestionável reconhecimento normativo dos princípios. 2013. que se reduzia ao silogismo. ORTEGA.stf.br/gob/index. atualmente. Direito Constitucional Esquematizado. 2010. A MAÇONARIA E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ção do direito em último caso.DUARTE.org. Acesso em: 12 de maio de 2012. A problemática que envolve este trabalho não é exclusa do raciocínio.stf.jus. MARMELSTEIN. A Mulher e a Maçonaria: Porque a mulher não pode pertencer a Maçonaria? In: Revista Loja Estrela da Lapa nº 7. 2010.com. Livres e Iguais: Estudos de Direito Constitucional. ________. 16. São Paulo: Universo dos Livros. além das formas prescritas na Constituição. 1. ed. 2010. ed. tendo em vista o tema eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Direito Constitucional. o paradigma foi alterado. Disponível em: http:// www. pois segundo Daniel Sarmento (2010) as normas constitucionais que são irradiadas para os diversos ramos do direito. Ação Direita de Inconstitucionalidade nº. Segunda Turma. Acesso em: 12 de maio de 2012. Supremo Tribunal Federal. Desvendando a Maçonaria. Tudo isso foi possível. 2009) o centro do sistema. ed. Paulo Gustavo Gonet. 6. 2009. p. Alexandre de. 64 . estarem em consonância com seu espírito. 2009. Tribunal Pleno. 2011. Decisão em 05/05/2011. José Luiz Quadros de. Rio de Janeiro: Lumen Juris. devendo os Poderes Públicos. São Paulo: Malheiros. São Paulo: Saraiva. MENDES. Daniel. Ayres Britto. 51-64. Supremo Tribunal Federal.estreladalapa7. Min. Por mais que seja extremamente difícil tender para uma ou outra posição. Ana Paula Schmidt. impõe uma releitura dos seus conceitos e institutos. COUTO. Sobre a Maçonaria. Vol. George. A MULHER. Acesso em: 22 de abril de 2012. Nesse quadrante. jan/jun. Hugo Garcez.com.1. 2012. MORAES. exercendo o juiz uma função diversa da de outrora. São Paulo: Atlas. n. porque a Constituição de 1988 passou a ocupar (LENZA. Disponível em: http:// www.php? option=com_content&view=article&id=51&Itemid=65. 2.br/textosjuridicos.br/a_mulher_e_a_maconaria1.227/DF. In: Recanto das Letras. 15. o direito brasileiro deve passar. seu caráter axiológico e seus valores. São Paulo: Saraiva. 4. Disponível em: http://www. Belo Horizonte: Mandamentos. 2ª tiragem. Contudo. Disponível em: http:// www. de maneira a revelar a importância do homem e a sua ascendência a filtro axiológico de todo sistema jurídico. já que se encontram constitucionalizados princípios e valores fundamentais de elevada estatura moral. Min. São Paulo: Atlas. São Paulo: Universo dos Livros. Osvaldo. 2006. ed.htm.br. Acesso em: 20 de abril de 2012. Direito Constitucional Esquematizado. Desmistificando a Maçonaria. ISMAIL.gob. São Paulo: Saraiva. Gilmar Mendes. Referências Bibliográficas BRASIL. 2011. 201819/RJ. Grande oriente do. 32. MAGALHÃES. Gilmar Ferreira.recantodasletras. Pedro. ed.jus. Curso de Direito Constitucional Positivo. Disponível em: http://www. Um pouco sobre o Princípio da Autonomia Privada. C&M | Brasília. perpassa a hermenêutica e argumentação jurídicas. Recurso Extraordinário nº. FAVARIN. Direito Constitucional – Tomo III. SARMENTO. a conclusão racional acerca de ser razoável ou não a exclusão da mulher dos quadros da maçonaria. _________. 24. Curso de Direitos Fundamentais. por uma filtragem constitucional. da analogia e dos costumes. SILVA. 2012. Acesso em: 20 de abril de 2012. Rel. Kennyo. Decisão em 11/10/2005. ed. Sérgio Pereira. BRANCO. quando da observação e aplicação das leis. quando já esgotadas as perspectivas legais. 65-79. religioso. jan/jun. n. o trabalho mostra que a cidade de Sorocaba no final do século XIX se configurava como um espaço social de poder construído através das relações entre diversos agentes sociais pertencentes aos diferentes campos que compunham a dinâmica urbana: campo político. Educação. Cities. entre outros. 1. 2013. Modernização. C&M | Brasília. libertação de escravos. a inserção no campo político.1. In the political and religious some social workers were from Freemasonry and Presbyterianism and solidify his political project we used several strategies: organization of educational institutions (Masonic and Protestant). press use journalistic insertion in the political field. p. liberation of slaves. Palavras-chaves: Maçonaria. social and educational. From the analysis of the concept of field in Bourdieu (1996). Education. religious. 1 Doutorando em História da Educação e historiografia pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Educação. Membro do grupo de pesquisa: Estudos História da Educação e Religião GEHER (USP) e grupo de pesquisa: Núcleo Multidisciplinar de Estudos do Protestantismo – NUMEP (Mackenzie). utilizaram-se de várias estratégias: organização de instituições escolares (maçônicas e protestantes). sociedade e educação. A partir da análise do conceito de campo em Bourdieu (1996). showing that social agents such as had proposed the modernization of the city through educational institutions linked to Freemasonry and Presbyterianism. No campo político e religioso alguns agentes sociais eram oriundos da maçonaria e do presbiterianismo e. Keywords Freemasonry. É professor titular da UNIESP – Faculdade de Sorocaba do Curso de Pedagogia e Professor responsável pelo Grupo de pesquisa em História. Pedagogo pela Universidade de Sorocaba (UNISO). manufacturing. the work shows that the city of Sorocaba in the late nineteenth century was configured as a social space constructed through power relations between different social actors belonging to different fields composing the urban dynamics: the political. industrialização. o uso da imprensa jornalística. social e educacional. Cidades. the modernization of the city. Modernization.Recebido em: 11/05/2013 Aprovado em: 03/07/2013 MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: UMA ANÁLISE A PARTIR DAS RELAÇÕES DE PODER Ivanilson Bezerra da Silva ¹ Resumo O presente trabalho tem como objetivo discutir a atuação social da Maçonaria na segunda metade do século XIX (1870-1900) na cidade de Sorocaba. mostrando que tais agentes sociais tinham como proposta a modernização da cidade através das instituições escolares ligadas a maçonaria e ao presbiterianismo. História da Educação e historiografia também pela USP. Vol. para solidificarem seu projeto político. Abstract This paper aims to discuss the involvement of Freemasonry in the second half of the nineteenth century (1870-1900) in the city of Sorocaba. 65 . among others. a modernização da cidade. segunda metade do século XIX.das Lojas Maçônicas que estavam instaladas na rata. Para Mansur Ba. n. 2003. gunda metade do século XIX. Segundo sua visão. O trabalho de Carmem é importante porque nos ajuda a entender como a O mesmo autor em trabalho anterior Maçonaria atuou num momento decisivo da história brasileira. tais como: jornais. a maçonaria pode ser entendida como uma cidade de Sorocaba na segunda metade do sécurede de sociabilidade porque ajuda a compreen. autores reconhecem a necessidade de se aprofundar a abordagem sobre o assunto (MOREL. Vol. 66 . O trabalho de Silva (2010). Introdução A historiografia da educação maçônica tem ocupado lugar nas discussões acadêmicas (BARATA. em que seus agentes articulam estratégias de dominação através das relações de poder entre os vários campos que formam o espaço social. 65-79. a Maçonaria A dinâmica poder da cidade no final do século no final do século XIX se transformou em centros XIX determinou as ações adotadas pelos agentes C&M | Brasília. já lítica. intitulado: Apontamentos sobre Maçonaimportantes da Maçonaria como organização po. 2010).lo XIX. Ivanilson Bezerra da. igualdade e fraternidade. embora não descarte o rias.ria. por sua vez. 1999. mas também no campo político. mostra como a Maçonaria brasileira participou ativamente na instalação do movimento republicano no final do século XIX. têm-se importantes trabalhos que destacam a importância da Maçonaria brasileira. Porém. Neste período os maçons tinham profundo interesse em colaborar na resolução dos problemas nacionais. O objetivo é reafirbaseada na liberdade. MORAES. entre outras coisas. 116). Neste período.. O presente trabalho reforça essas análises marcada por um forte processo de politização do anteriores que discutem as relações de poder esespaço intelectual.Para tanto. apresenta-se a seguir uma análise da lidade. Esta autora. Porém. Seu trabalho é procura compreender a Maçonaria como uma importante porque traz análise de fontes primárede de sociabilidade. opinião e que isto implica na necessidade de inclusive as relacionadas a política e educação. 2013. Podemos citar o trabalho de Carmem Moraes que acentua a Maçonaria como uma organização política muito bem articulada. 1. de discussão e de formação de consenso sobre grandes temas que procuravam construir uma nova identidade nacional. Abolição e a educação dos filhos de escravos na cidade de Sorocaba no final do século XIX. p. que. 2007. pensá-la como uma forma específica de sociabi.SILVA. segundo os ideais republicanos. p. havia mostrado a participação da Maçonaria soOutro trabalho que destaca a Maçonaria rocabana na educação de crianças escravas na foi realizado por Mansur Barata. a Maçonaria brasileira utilizou da imprensa jornalística. mostra a Maçonaria como um campo de poder. Para ele. der a construção de uma nova cultura política. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. A participação dos agentes maçônicos em diversos campos da cidade era uma estratégia de dominação. muitas vezes organizado pela própria Maçonaria.1. intitulado: A Igreja. devido a ambiguidade e a dificuldade de acesso as fontes primárias fornecidas pela própria Maçonaria. entre outras coisas. especialmente em relação à questão servil e à ideia de República. SILVA. atas e livro de matrícula caráter político do movimento. jan/jun. a qual possui caráter secreto-fechado cidade de Sorocaba como um campo de poder.. (1999. 2001). educacional e na imprensa jornalística. dos discursos promovidos em Lojas e da construção de escolas laicas. Sua proposta esclarece aspectos (2007). A Escola e a Cidade – relações de poder entre maçons e presbiterianos na cidade de Sorocaba na segunda metade do século XIX. mar que a ideia de se compreender a Maçonaria como um campo de poder permanece relevante Mansur defende que é preciso resgatar a no entendimento das transformações ocorridas Maçonaria como uma instituição formadora de em Sorocaba na segunda metade do século XIX. Suas articulações não se davam apenas no interior da Loja. no interior das Lojas tabelecidas entre maçons e presbiterianos na seos maçons construíam uma forma social própria. SILVA. in. ligada ao tropeirismo. educacionais e religiosas. maprocesso de imigração-urbanização que vai se çom que pertencia a Loja Maçônica Perseverança dando a formação da camada de empresários III.cidade e tinha como porta vozes os maçons: Mano pelos imigrantes estrangeiros e também a mi.Maylaski. Pontua. vencido que a vida econômica da cidade centraHilsdorf (2003) afirma que este período de trans. ―Ao negro sodias e ao aparecimento de um proletaria. Matheus Maylasky estava conprocesso de marginalização de ex-escravos. tornando-os pe. que res‖ (2003. pode-se de fato constatar que a cida. industriais. p. Júlio Ribeiro. tanto inglês como norte. 15). dade era predominantemente rural e seu ciclo econômico dependia da chamada Feira de Muares. 1. zer prejuízos à economia da cidade. entre elas: social e econômico da cidade. A ciclusive o maçônico.nuou sob a responsabilidade de Júlio Ribeiro e de passa pelo acentuado processo de transfor.com a mesma perspectiva ideológica. parte da elite sorocabana Segundo Hilsdorf (2003). boa por exemplo). Ubaldino do Amagração do trabalhador nacional. jan/jun. Mais tarde sentido. Entre as iniciativas dos dades industriais e artesanais. Porém. Vol.em 13 de janeiro de 1867 pela colônia alemã na mento desses setores do comércio e serviços no cidade. na sua maior parte era imigrantes. p. é pelo cresci. ruralismo. bem como o ral. ao crescimento das camadas mé. 67 .imigrantes para a modernização da cidade estava quenos e médios proprietários.brou a exclusão social. n. havia lugar para ele na nova sociedade industrial chegados ao país. com a finalidade de substituir a mão de obra escrava sem traO crescimento dos setores de prestações de serviços e da pequena indústria (têxtil. 65-79.cância a forma de sobrevivência. e pelo húngaro Matheus Maylasky. Júlio Ribeiro e Ubaldino do Amaral. A alternativa. 1870 a 1899. Com raras exceções não do urbano formado pelos imigrantes que. entre outros. a elite sorocabana no ano de 1870. a falta de habilidade do escravo em lidar com as Neste contexto. pois comcapital estrangeiro.a elite sorocabana morava na região central da dores. Já na perspectiva dos trabalha.. A cidade como espaço social de poder Neste sentido. e moderna. portanto. Ivanilson Bezerra da.theus Maylaski. era incentivar a imigração.parte dos escravos libertos encontrou na mendinização.trabalho dos imigrantes. O jornal O Sorocabano foi uma das ferramende novas tendências de pensamento: positivis.ra convencer a população e. associada ao início da urba. sociais que faziam parte de diversos campos. ço‖ (CAVALHEIRO. 2013.. também. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE.parada a outras cidades. pacaba não segue um curso diferente deste proces. mais especificamenso analisado pelos historiadores citados. muitos deles também agroexportadoSilva (2010) mostrou em seu trabalho. a intensa circulação da. A cidade de Soro. Neste te.1. fundado que: ―da perspectiva do capital. Hilsdorf ressalta a organização do Gabinete de Leitura. Sorocaba estava atrasaamericano. industrialismo. a cidade é escolhida pelos novas técnicas industriais foi preenchida pelo imigrantes como lugar onde se exercem as ativi. já ocupavam seu espa57). ao centrar a análise entre os anos de o jornal passou a se chamar O Sorocaba e conti1870-1900. Para tanto. 58).tas utilizadas por seus redatores-proprietários. fazia-se necesfim do trabalho escravo e o início do trabalho sário convencer a população de adequar a socielivre e assalariado e ainda pela participação do dade a um novo modo de produção. o para o seu progresso.da no comércio de animais era um impedimento formações é marcado pelo fim da monarquia.estava convencida de que a escravidão era anamitado neste trabalho. onde os trabalhadores. o período deli. mo. abandonam o trabalho na zona rural e passa às cidades (2003. p. Para Cavalheiro. nota-se a formação do proletariado urba. C&M | Brasília. p. 2006.mações políticas. é marcado crônica e um empecilho para o desenvolvimento por algumas transformações. Gabinete de Leitura. sem escolas suficientes. Estas questões supracitadas e as articulações políticas que construíam o rumo da cidade ou pelo menos assim estavam presentes no imaginário político desta parcela da elite sorocabana . Para manter a hegemonia. qualificar os alunos para o trabalho e até mesmo de estabelecer uma sociedade moderna. Ora. 68 . na medida em que dominava o campo político e econômico. Maylaski. A imprensa sorocabana foi utilizada pelos republicanos como instrumento de propagação de interesses. Ela pretendia preparar a classe dominada para a utilização das novas técnicas que o C&M | Brasília. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. Escolas. Neste sentido. sem a valorização da mão de obra qualificada e outros aspectos. Silva (2010) mostrou que protestantes e maçons perceberam na escola o instrumento para legitimar suas ações ideológicas. segundo os agentes sociais do campo de poder. A cidade de Sorocaba. Esta elite era composta de comerciantes. manipulava as necessidades e os interesses da maioria da população desfavorecida. ou seja.151). a qual talvez não precisasse ou quisesse tal modernização articulada ou configurada na ótica dos agentes sociais acima mencionados. Hospital. no entendimento da elite sorocabana. sem modernização do espaço urbano. portanto. ligada à política liberal partidária. Ivanilson Bezerra da. que seria possível através de novos investimentos políticos. pode ser vista como um campo de poder. a escola era vista como um instrumento capaz de formar intelectuais de diversos níveis. 65-79. a sociedade sorocabana permaneceria no caos sustentado até então pelos políticos conservadores. sem via férrea. O que fortalecia suas relações de poder e tomada de posição. o qual. que segundo a perspectiva adotada neste trabalho. valores. sem uma economia voltada para o progresso. instrução escolar e da implantação da República. Isto implica em dizer que eles estavam. passar por um processo de modernização. sem a industrialização. mas também a reconfiguração do espaço urbano. visão de mundo. começaram a liderar outras agremiações: Partido Liberal. jan/jun..eram urdidas no interior da Loja Maçônica Perseverança III. jornalistas. Cada categoria de escola no âmbito econômico e a adversidade de aspiração das várias classes sociais determinavam a postura e a especialização do seu intelectual. torna-se o lugar das disputas e das lutas em torno da solidificação do interesse de determinado grupo social. No interior da Loja Maçônica eles discutiam e estabeleciam suas estratégias. econômicos e educacionais. A ela se dava a responsabilidade do desenvolvimento econômico. os maçons da Loja Perseverança III. que garantiam não somente a reconfiguração do campo político e econômico da cidade. ideais políticos da elite dominante em Sorocaba. estabelecendo desta forma a sua relação com o mundo da produção. que tinha como projeto político social a escola. n. 1. Tinham um ideal em comum: a construção de uma identidade social através dos ideais republicanos. No contexto sorocabano. Sem o devido investimento. estava estrategicamente articulada com a finalidade de legitimar a dominação dessa política na cidade. quase todos pertencentes à Maçonaria sorocabana. O protestantismo criou uma escola voltada para a formação do ser humano através dos valores ético-morais. 2006. princípios. sem exploração do algodão. praticamente. p. 1869). dependente economicamente da Feira de Muares. Vol.. Ribeiro e Amaral estavam ligados às Lojas Maçônicas Perseverança III e Constância (LIVRO DE ATAS DA LOJA MAÇÔNICA PERSEVERANÇA III. industriais.1. dominando vários espaços sociais e vários campos na cidade de Sorocaba. Estes maçons estavam envolvidos por uma rede de sociabilidade e mantinham uma forte relação de poder. 2013. social e como instrumento de moralização e civilização das massas (PAVAN. A cidade como espaço social precisava. intelectuais. A Maçonaria através da educação queria preparar o individuo para atuar naquele momento histórico marcado por profundas transformações econômicas. organizações integrantes da Maçonaria sorocabana.SILVA. Câmara Municipal. a Maço- naria sorocabana. além de construírem as estratégias em torno da libertação do escravo. p. políticos. entende-se que há poder em todo lugar. político. Portanto. Americano (03/06/1871) traz um manifesto da 2003). a solidificação do capital. p. O Ypanema (1872 – 1892) foi editado pela primeira vez em 25 de abril de 1872. portanto lugar de disputa e legitimação do poder. educacional e outros. A este se somavam O Colombo (1871). jornal literário e instrutivo. Porém. legitima. com especialidade pelos interesses do município. católicos e presbiterianos configuram seu lugar de poder. 1. tinha por princípio ―pugnar pelo bem público. p. cuja proposta era sustentada por Matheus Maylasky.construção de uma nova ordem social. defesa ais pertencentes aos mais variados campo ajuda. n. O Votorantim (1877).mico da cidade. Reproduzir os clamores da lavoura e do comércio. Seu editor e proprietário foi Manoel Januário de Vasconcellos. Publicado ―6 vezes por mês‖. social e cultural que circula dentro desse espaço. propriedade de Francisco de Paula e Oliveira Abreu. A cidade como espaço social. O jornal O Americano (1871). e a Gazeta de Sorocaba (1878). Júlio escrevia uma série de artigos em defesa da instalação de uma ferrovia na cidade. de propriedade de Gaspar da Silva. 2000. cujo redator-chefe era o professor Fidelis de Oliveira. Deixou de existir em 1883. O poder sobre o grupo que se trata de trazer à existência enquanto grupo é. 69 . detém a prerrogativa de produzir e disseminar conhecimentos que são determinantes na construção da cosmovisão que se pretende divulgar ou construir. Nela se travam várias lutas com o objetivo de legitimar os interesses em jogo. processo de industrialização exigia (MORAES. Segundo Bourdieu (2004).. C&M | Brasília. o jornal se propunha a defender os ―interesses morais e materiais do município e do Sul da província‖. fortalecido ou enfraquecido pelas relações estratégicas dos agentes sociais que dominam os mais variados campos: social. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. Vendido ao preço de “8 $000 ao anno na cidade e 9$000 fora”.1. 01). prensa sorocabana: crítica do modelo de educaorganiza e propaga interesses dos agentes soci. O A Gazeta Commercial também era dirigida por Júlio Ribeiro.ção defendida pelo ideário monárquico. Em 01 de setembro de 1872. especificamente na região central. É na cidade. Era seu principal colaborador Ubaldino do Amaral.como meio de desenvolvimento social e econôra a solidificação da sua estratégia de domina. que os republicanos. Maçonaria contra os ataques da Igreja Católica. as práticas sociais. 2013. divulgava os interesses dos republicanos pela educação. Nesta perspectiva. educação los agentes sociais pertencentes à Maçonaria pa. abolicionista e republicano. transformou-se em O Sorocaba. Vol. ção. traz severos ataques contra o catolicismo e se posiciona a favor da Maçonaria. maçom.SILVA. a divisão social. estratégias e divulgação dos interesses dos agentes sociais dominantes. 01). jan/jun. religioso. p. o poder dentro de um espaço social é determinado pelo capital econômico. E procurava ―dar na parte literária alguns bons artigos e vulgarizar os melhores escritos de autores nacionais‖ (25/04/1872. Compreender a cidade de Sorocaba como Outros assuntos estavam na ordem do dia da imum espaço social de poder onde circula. maçons. a visão de mundo e dos interesses dos agentes sociais. que por sua vez. Uma das estratégias utilizadas para a circulação das ideias defendidas pelos agentes que compunham o espaço social urbano nesse período era o uso da imprensa.da República como instrumento político para nos a compreender as estratégias utilizadas pe. O jornal chegou a circular diariamente. a construção do habitus. 65-79.. Dar voz a todas as reclamações justas e comedidas. uma visão única da sua identidade e uma visão idêntica da sua unidade (BOURDIEU. um poder de fazer o grupo impondo-lhe princípios de visão e de divisão comuns. 117). sob a direção de Domingos Silva. e teve em Júlio Ribeiro seu redator-chefe. Ivanilson Bezerra da. ao mesmo tempo. Pode-se dizer que ela determina as políticas. O jornal foi fundado em 13 de fevereiro de 1870. O jornal O O Sorocabano (1870) teve como editores Júlio Ribeiro e Pereira Salles. o centro é o lugar onde o poder se configura com maior força e intensidade e representa o locus das articulações. Abrir espaços a discussões de interesse geral‖ (13/02/1870. p. 2013. Segundo Menon Como já destacado. p. dirigido peC&M | Brasília. Começou a circular o Diário de Sorocaba. Externato São Luiz. O Dr.SILVA. cató. a professora de Primeiras Letras. mas. passou a chamar-se Diário de Sorocaba. comunica que fora aberto um Outra estratégia utilizada para a moderni.chando em 1870. com a introdução da acentuado processo de modernização. Até 1890. Seu trabalho reúne também os principais relatórios dos professores encaminhados ao Inspetor da Província.bém liderou algumas iniciativas educacionais.1. Tinha 11 alunas. Um dos primeiros foi reali. n. Na perspectiva da histó. os maçons foram os pioneiros no ensino na segunda metade do século XIX passou por um primário particular gratuito.rocabano para ambos os sexos. quinzenário. Da. ―eram respectivamente as licos. sendo 5 internas e 6 exEntre os objetivos educacionais de cada segui. presbiterianos e outros setores da socieda. feeducação em Sorocaba. ria Flora de Souza. campo educacional sorocabano. No Gertrudes de Almeida Pillar. podemos destacar a disputa pelo poder de Nossa Senhora Aparecida de Sorocaba. jan/jun. a imprensa sorocabana continuou seu desenvolvimento. zação da cidade de Sorocaba foi a educação. Este jornal contém ricas informações sobre a situação de Sorocaba do ponto de vista da educação escolar. Para betos adultos e adolescentes que trabalhavam compreender um pouco sobre este processo durante o dia. Escola Teuto-brasileira.mestras de música. Ivanilson Bezerra da.. Vol. transformado em diário. Participou ativamente da campanha pela instalação da rede de esgoto na cidade. tem-se vários trabalhos que caEm 1874. Escola Noturna Perseverança III. É imentre os grupos. Ubaldino do período delimitado nesse trabalho. dança‖. Grupo Escolar Antônio Padilha. maçom e membro da Loja Perseverança ção Pública. 70 .Amaral Fontoura era o professor de Primeiras Leceber um acentuado processo de escolarização tras e de Francês. cujo proprietário era Manoel Januário de Vasconcellos. Colégio Neuberth. a cidade de Sorocaba (2000). Além de mostrar as várias escolas da cidade de Sorocaba. Tem-se ainda o jornal O Trabalho (1882). que saiu da Loja Constância educacional sorocabano. mas desejavam frequentar os banevocamos o auxilio de alguns trabalhos sobre a cos escolares à noite. Como escola noturna voltada especialmente aos analfaparte dessa estratégia estava a educação. Maria Gertruliderado por vários grupos sociais. objetivando também a e fundou com outros maçons a Loja Perseveransolidificação da hegemonia do grupo de acordo ça III.continuou só com a seção feminina. Lyceu Municipal. cação em Sorocaba. MaIII. Maçons. pode-se per. zado pelo historiador sorocabano Og Menon (2000). surgiram em Sorocaba outros dois periódicos jornalísticos: A Tribuna (1887) e O industrial (1890). ele também analisa a legislação brasileira que direcionava o funcionamento de tais instituições educacionais. Menon (2000) aponta a existência das seguintes escolas neste período: Escola Alemã. já em 1875. noticioso e literário.colégio de meninas instituído e dirigido por Da. Em 1869. 65-79. O jornal A Escola era do professor Arthur Em 1868. ria da educação.ternas e o estabelecimento se intitulava Colégio mento. Em 1891. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. 1.des e Da. Ele não somente circulava no campo maçônico como também já se projetava em 1868 no com seus ideais e valores. de prendas domésticas e de sorocabana organizaram várias instituições. sorocabano de nascimento e coronel da guarda nacional.. tade do Século XIX criando uma escola noturna. dentre outras. Narciza. Ela teve pouca duração. em ofício ao Inspetor da InstruGomes. e suas irmãs. a Maçonaria sorocabana tamEducação e Maçonaria em Sorocaba na 2ª me. Em 1880. maçom. proprietário do jornal O Ypanema. mas também a necessidade que portante frisar que Ubaldino do Amaral era um cada grupo tinha de ocupar um lugar no campo dos agentes sociais. Seu trabalho teve por objetivo estudar a instrução escolarizada na cidade de Sorocaba no período compreendido entre 1870 e 1906. era fundado o Colégio União Soracterizam o processo de escolarização da edu. der temporariamente as aulas noturnas que mantinha nesta cidade.. foi criada em 1888 a Escola Popular. Arthur Gomes. resolveu suspenCONSTÂNCIA. Visava ‗disseminar a instrução pelas classes que não a podem obter por deficiência de recurso‘. cuja associação aceitara o ‗encargo de dar o pão do espírito àqueles que. 20/10/1888). 2013. 3) que seja regida por um irmão ativo. Ivanilson Bezerra da. 1. matriculados 75 alunos nesse dia (1999. entregando-a aos cuidados do professor Horácio Ovídio de Oliveira. em que apresentar o movimento diário da mesma escola. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. 4) que o dito professor estabelecerá as horas de trabalho.. foi constituída pelos srs. las professoras norte-americanas H. Assim crê a sociedade haver dado ao público satisfatória razão ao repentino fechamento de sua escola (DIÁRIO DE SOROCABA. Não há evidências de que elas estavam ligadas ao presbiterianismo em Sorocaba. jan/jun. 2) que funcione diariamente com a exceção dos dias de trabalho da Loja. p. Em 1882 Manoel José da Fonseca. a Loja Constância também criou uma escoPoucos meses depois. em sala da Perseverança III. Wullul e An388).SILVA. estando 1) Que devia funcionar na sala do prédio desta Loja. o venerável Padilha comunica à loja haver cedido ‗a sala de entrada‘ a uma associação que se formou visando manter aula noturna aos libertos. sob o nome significativo de ‗Luz e Liberdade‘. Benedito Cordeiro e João Padilha.1. operários e meninos que não pudessem freqüentar as diurnas. po- C&M | Brasília. 5) que os irmãos se cotizem para pagamento de um professor que receberá seu ordenado todos os dias dez de cada mês. p. n. a expensas suas e da Loja Perseverança 3ª. a escola retornou suas atividades educacionais com os mesmos objetivos anteriores. 71 . na Wilk. Vol. atingindo o número dos matriculados a cento e trinta e sete. Com a palavra. sob o nome de ‗Escola Popular‘. no dia 25 de setembro A sociedade Luz e Liberdade. 155). permaneceram na mais crassa ignorância‘ e terminou apelando para que a loja também fornecesse a iluminação. no dia 23 de setembro de 1895 com as seguintes cláusulas que regeriam esta instituição escolar: Essa entidade. Segundo Aleixo: Em sessão de 16 de junho. A ideia da criação da escola foi do o fechamento da mesma. Cumpre acrescentar que essas aulas estabelecidas para os libertos. com aprovação do irmão Venerável devendo ser de duas e meia horas de serviço. e desde a notícia do recrutamento o número destes desceu a menos da quarta parte. Vários membros desta Loja estiveram ligados ao movimento que instaura a industrialização na cidade de Sorocaba. por si só. criou uma escola noturna para os seus operários e escravos. Ainda por iniciativa dos maçons sorocabanos da Loja Perseverança. na recursos. publicando uma nota professor e maçom Carlos Alberto Ferreira Araújo na imprensa sorocabana: em sessão regular da loja. Em 1876. p. Adolfo Osse. Manoel Fonseca era o proprietário da fábrica Nossa Senhora da Ponte. Em 1896. além dos muitos trabalhos. os responsáveis pela escola comunicam Rua Boa Vista. justificava a solidariedade maçônica. Passou a funcionar a partir do dia 2 de julho. por deliberade 1876 (2º LIVRO DE ATA DA LOJA MAÇÔNICA ção dos seus fundadores. por causa do recrutamento que se esta procedendo neste município. eram freqüentadas por grande numero dos mesmos. porém fechou em dezembro do mesmo ano. membro da Loja Maçônica Perseverança III. localizada na própria sede da Loja. 65-79. Em 05 de janeiro de 1889. alegando falta de la noturna. Outrossim. A proposta foi feita por Amaro Egídio e João Clímaco de Camargo Pires. a Loja Perseverança III organiza mais uma escola noturna. a Escola popular conta três professores assíduos e esforçados que ensinam gratuitamente. Antonio Egídio Padilha. inaugurada em 02/09/1882. João José da Silva concitou a loja a apoiar referida associação cujo fim nobre. O relatório ainda traz a seguinte relação de alunos matriculados na Escola Noturna Perseverança: Além de afirmar que a escola estava em constante crescimento. afirma que o material escolar era fornecido pela Perseverança III. Programa.SILVA. condenaria ao exílio das trevas aqueles que não têm recursos para pagar professores ou que acham impossibilitados de frequentar as aulas diurnas. em tom retórico e crítico. As carteiras eram fornecidas pelo poder público. 19/04/1899. os operários precisavam trazer o cartão das respectivas fábricas em que trabalhavam (O 15 DE NOVEMBRO. n. 72 . declamação e redação. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. p. e finalmente. 5110).1. 1899. deixou a direção da esJoaquim Silva. ordem 5110). outro procurador e outro mesário que agirão por si mesmo no sentido de propor as reformas que achar melhor. Ivanilson Bezerra da..110). Joaquim Silva afirma que a Loja Perseverança III inaugurou a Escola Noturna Perseverança no dia 15 de novembro de 1896 e começou a funcionar no dia 15 de janeiro de 1897 com 18 alunos matriculados. e que não fosse sua iniciativa. dústrias de Sorocaba. (Arquivo do Estado de São Paulo. jan/jun. as aulas funcionavam diariamente das 6:30h às 21:30h. 65-79. como se vê abaixo. Joaquim da Silva. p. dendo o irmão venerável passar um atestado. Neste período a responsabilidade educacional esta sob a responsabilidade do professor normalista Álvaro de Moraes Rosa. Em 1898. 6) para dar execução a este projeto. Estavam matriculados 37 brasileiros e 11 estrangeiros. Diante disso. 7) no dia marcado para a instalação da aula. Para se matricular na escola noturna. Geografia: ideia geral sobre o mundo. assumindo seu lugar o maçom Otto Wey. 2013. Segundo o relatório. 5. 14/02/1897). a escola contava com 48 alunos matriculados e com uma frequência regular de 40 alunos. Aritmética: estudo prático dos números até operações sobre juros. 1. noções de geografia do Brasil e de São Paulo. Em relatório encaminhado ao Inspetor Geral de São Paulo. A idade média dos alunos matriculados era de 13 a 22 anos.. 121). será nomeada uma comissão com caráter definitivo composta de três membros sendo um diretor. Vol. Segundo o mesmo relatório em maio do mesmo ano contava com 28 alunos. O ensino era totalmente gratuito e declara que a escola noturna não recebia nenhum auxílio financeiro dos cofres públicos. 19/04/1899. cola. Neste período. em junho contava com a presença de 92 alunos matriculados. termina o relatório com as seguintes palavras: Ao mencionar o programa Joaquim Silva escreve: O programa. domingos e segundas-feiras. acentua que quase todos os alunos se encontravam empregados nas inC&M | Brasília. exercícios de leitura. Português: noções gramaticais. vol II. como sucede aos alunos da Perseverança em sua quase totalidade empregados nos estabelecimentos industriais da cidade. principalmente depois que o governo do estado não mais reabriu a escola que aqui sustentava (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. 1994. Pelo relatório podemos observar que os alunos eram oriundos das camadas desfavorecidas da cidade e que não tinham condições de arcar com o material exigido no programa curricular. exceto aos sábados. é muito resumido: nem de outra forma pode ser o de uma escola que se dedica ao ensino de quem não dispõe para o estudo senão do tempo em que está na escola. Estes são os dados que ao governo pude fornecer como professor da escola sustentada pela benemérita associação que lhe dá o nome. História Pátria: explicações das datas nacionais e educação cívica (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. haja uma sessão solene para bem patentear os intuitos que animaram os membros desta oficina (ALEIXO. Um dos textos utilizados para a leitura era a ―cartilha nacional‖ de Júlio Ribeiro. 1. Alunos da Escola Noturna Perseverança – 1899 N. de Moraes Maria C. P. Camargo Joaquim Rodrigues Camargo 10 Sorocaba 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 Messias J. C&M | Brasília. de Aguiar Frederico Scotta J. Porto Lourenço Cunazzi Moysés Aguiar de Campos Mazzini Sctta Manoel F. Santo João Barbo João Juliano Jeronymo Pires de Andrade José Palotta José Facio José Mentoni Joaquim Barbosa Luiz Osse Padilha Leopoldo P. Tabela 1. 2013. Ivanilson Bezerra da.. Antonio Gaspar Florentino Neves de Araújo Joaquim Monteiro A. Santo Theodoro Barbo José Raphael Juliano Anna Rocha Antonio Palotta Thomaz Facio Luiz Montoni Manuel Serrulha João Osse M. G. n. Juliano Joaquim Pedro dos Santos Anna G. Sul Itália Sorocaba Itália Portugal Sorocaba Sorocaba Sorocaba Itália Sorocaba Itália Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Itália João Rodrigues E. 1. jan/jun. Soares Idade 9 12 11 11 12 10 13 12 11 13 14 7 13 12 13 13 10 8 17 13 18 10 Natural: Sorocaba Sorocaba Sorocaba Itália Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Itapetininga Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Portugal Sorocaba Sorocaba 23 Juvenal R. de Sampaio Joaquim F de Sampaio Thomas Facio Sorocaba Sorocaba Sorocaba Sorocaba Itália Itália Itália Sorocaba Sorocaba R.SILVA. Araújo Pedro Monteiro Pedro Soares Raphael Canineo Sylvio Dias Umberto Canineo Vicente Eugênio de Paula João Soares Achilles Sampaio Sylvino Sampaio Gregório Facio 12 13 13 12 12 9 11 14 8 21 13 22 19 13 18 8 7 11 12 14 15 12 16 18 16 Fonte: elaborada pelo autor. Alunos da Escola Noturna Perseverança – 1899. Soares Joaquim F. Dias Philomeno Canineo Tutor: J. Rolim de Oliveira J. Conceição Júlio Schultz Júlio Schultz Denictina Silva Raphael Malanconi Adolpho Osse Benedicto de Souza Eduardo Pinto Antonio José José R. Soares Philomeno Canineo I. 73 . do E. Gaspar Pedro Luiz de C. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. Porto Constantino Cunazzi João B. p. Vol. Nóbrega Almeida José R.. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Nome Alberto Mentone Arthur Malanconi Aristides Dias Antonio Marrone Abel Fogaça Adonias Fogaça Augusto Nogueira Alfredo Rodrigues Padilha Antonio Rolim de Oliveira Antonio Juliano Benedicto Félix dos Santos Benedicto Rodrigues Amorim Benedicto Paulo da Rosa Benedicto Schultz Carlos Schultz Cândido Silva Edmundo Malanconi Gabriel Osse Padilha Gilberto Benedicto de Souza Hermenegildo Gomes Isaltino Vieira Isaías Soares Filiação Luiz Mentone Raphael Malanconi Fructuoso Dias Constantino Marrone Pedro Fogaça de Almeida Pedro Fogaça de Almeida Francisco Nogueira João Rodrigues de Oliveira B. 65-79. Apesar de belga. em 1886. Adonias Fogaça e Moysés Aguiar de Campos. O jornal ainda aponta a existência do Colégio Neuberth dirigido pela professora Maria Emília Jacob Neuberth. Os dois primeiros eram filhos de um dos líderes da Igreja Presbiteriana de Sorocaba. 09/07/1886). que não trouxe para a discussão qualquer menção dos alunos que faziam parte dessa escola. 65-79. ao encerrar seu período de pastorado em Sorocaba. sendo professores o Diretor e Luiz Mesquita Barros. o relatório afirma que muitos deles trabalhavam nas indústrias em Sorocaba. a Câmara Municipal organizou o Liceu Municipal. estava localizada no Largo do Rosário. por iniciativa do professor Frederico de Montbé Relação dos Estabelecimentos de Ensino (DIÁRIO DE SOROCABA. Os líderes acima mencionados da igreja local apoiavam as iniciativas políticas do pastor Zacharias de Miranda. conforme relatório encaminhado fundada por iniciativa de alemães residentes em Sorocaba. No entanto. deixou seus alunos aos cuidados da educação maçônica e do Grupo Escolar Antônio Padilha.1. sob a direção de Francisco Montbé destinado ao ensino secundário do sexo masculino. Moysés Aguiar de Campos era filho de João Baptista de Aguiar.. Em 1886. E segundo o relatório acima analisado todos eram de origem pobre ou não tinham condições de pagar seus estudos. 18/07/1888). Os pais dos alunos foram líderes na Igreja Presbiteriana. organizado em 1888 e localizado na Rua do Hospital. 22/10/1965). na Rua São Bento. conhecido presbítero. n. além das ligadas à Maçonaria. Nesse dia. Maria Neuberth era uma professora belga. Além disso. cria a escola que recebe o nome de Liceu Municipal e a inaugura em 05 de novembro de 1887. Mas. a Escola Alemã. possivelmente sua escola também foi criada para atender os imigrantes alemães em Sorocaba. Em 1886. 11. 06/08/1887). Menon faz o seguinte comentário a respeito: A Câmara Municipal resolve criar em 1872. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. Retornando a década de 80 do Século XIX. o Diácono Pedro Fogaça de Almeida. que abriu sua escola para meninas e oferecia curso primário e secundário (DIÁRIO DE SOROCABA. a Câmara se reuniu solenemente para ouvir ―o presidente apresentando o seguinte Programa de ensino: Português. este trabalho avança nas análises feitas pelo historiador Vanderley da Silva (2009). o que sugere que as famílias das alunas eram alemães pertenciam à religião católica. (DIÁRIO DE SOROCABA. Vol. 11 educacional sorocabano era composto das se(DIÁRIO DE SOROCABA. tem-se ainda. apareceram várias escolas que atendiam a comunidade de cultura germânica da cidade. jan/jun. tanto sob a liderança de Antônio Pedro como sob a liderança de Zacharias de Miranda. a escola Teuto-brasileira. problemas políticos não permitiram que a Comissão nomeada para estudar a sua implantação se reunisse. 74 . Isso porque ela tinha na sua proposta curricular o ensino de alemão. n. 7 1º. dirigida Emílio Cillis (DIÁRIO DE SOROCABA. o campo e posteriormente.. 27/02/1887). Francês.SILVA. C&M | Brasília. Mais tarde guintes escolas particulares: essa escola passou a se chamar Colégio Montbé. n. gratuita e destinada ao sexo masculino. diante do aumento da pressão social. Uma análise mais acurada sobre os nomes acima mencionados revelou três alunos ligados ao presbiterianismo em Sorocaba: Abel Fogaça. localizada na rua das Flores. p. finalmente. Este relatório torna razoável a possibilidade de que Zacharias de Miranda. Particular existentes no Munícipio de Sorocaba anteriormente ao regulamento de 22 de agosto do corrente ano: Na década de 80. Segundo Aluísio de Almeida. além de ensinar doutrina cristã e história cristã. Em 1887. a Câmara Municipal. Ivanilson Bezerra da. à Inspetoria Geral de Instrução Pública. Ao trazer a relação dos nomes dos alunos que pertenceram a Escola Noturna Perseverança. p. n. que reivindicava insistentemente uma escola de ensino secundário. 1. 2013. uma escola municipal de ensino secundário. Inglês e Latim‖ (2000. 60). Colégio Montbé. 3º. além destes. 03/11/1874. por terem sido inauguradas após a to: publicação do regulamento supra referido. que por sua vez. hoje Monsenhor João Soares. 5110). regida pela professora Joaquina E. destinado ao ensino primário. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. sendo seu proprietário o mesmo professor 4º. coações. tinha como objetivo atender aos alunos que sofriam.. destinado ao ensino primário e secundário do sexo masculino. Og Menon (2000) foi um dos primeiros pesquisadores sorocabanos a apontar a participação dos protestantes na educação escolar soExistem neste município. 5º. sendo o sábado livre. o programa de ensino baseava-se em compêndios próprios ―como as gramáticas de Júlio Ribeiro e de Eduardo Carlos Pereira. jan/jun. sendo seu professor a própria diretora. sob a direção de D. sendo 366 alunos do sexo masculino e 242 do sexo feminino. Há um total de 556 alunos. politicamente. destinado ao ensino primário do sexo masculino. Francisco Aurélio de Souza Carvalho.1. conforme ofício encaminhado pelo inspetor do distrito de Sorocaba Luiz Augusto Ferreira ao inspetor geral da instrução pública Francisco Aurélio de Souza Carvalho (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. para o inspetor geral da instrução pública da Província de São Paulo. o costume da leitura em voz alta e da decoração é substituído pelo sistema intuitivo e pela leitura silenciosa. 75 . frequentes 289 e não frequentes 52. Na década de 80. as obras de Otoniel Mota e os livros de leitura de Erasmo Braga‖. isto é. totalizando 608 alunos matriculados nos estabelecimentos de instrução pública. além de 43 eliminados. O Colégio Santíssimo Coração de Jesus. 7º. Do sexo feminino tinha 178 alunos matriculados. dos quais. sendo sua proprietária a mesma professora. sendo 149 frequentes e 23 não frequentes (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. 25/11/1883. conforme ofício manuscrito encaminhado pelo inspetor do Distrito. localizada à Rua das Flores. Vol. A Escola mista. destinada ao ensino primário. destinada ao ensino primário de sexo masculino. existiam 13 escolas públicas. Ivanilson Bezerra da. o calendário escolar. 6º. nas escolas públicas. n. a aritmética de Antônio Trajano. Antônio Gonzaga Sêneca de Sá Fleury. com 190 dias letivos e com aulas de 2ª a 6ª feira. sendo 8 A escola. Ele faz a seguinte observação a respeimais dois estabelecimentos de ensino particular. segundo consta ao relatório por este conselho enviado em 3 de novembro último (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. 15/11/1887. Vicência Wuzershs Durski. ORDEM 5110). Liceu regido pelo professor Ignácio Azevedo Coutinho.. a proibição de qualquer tipo de castigo físico. A escola presbiteriana. 1. na década de 70 existiam quatro escolas de primeiras letras mantidas pela Província. destinada ao ensino primário e secundário do sexo masculino. existiam 12 escolas públicas primárias. 2013. seu proprietário é o mesmo professor. 438 são considerados frequentes e 75 não frequentes. A escola regida pelo professor Alfredo Ferreira de Queiroz. a introdução da sala de aula para ambos os sexos. tinham 186 alunos matriculados (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO. se mostravam favoráveis à mudança do sistema político então vigente. 5110). estabelecida junto à igreja. 2º A escola regida por Benedicto Estevam Cordeiro. Brazília Dultra e Silva. p. 16/09/1887. A escola mista regida pela professora D. de Oliveira. No final da década de 80. sendo sua proprietária a mesma professora. ordem 5110). Embora constasse de C&M | Brasília. O ofício manuscrito também apresentou a existência de 9 escolas particulares. destinadas ao sexo masculino e 4 para o sexo feminino. rocabana. Em relação às escolas públicas em Sorocaba. como as demais em todo o país. 65-79. em Sorocaba. introduzia o método estadunidense de estudo. com 248 alunos matriculados.SILVA. Do sexo masculino havia 378 alunos matriculados e eliminados 37. em função da intolerância religiosa e política que atingia por essa época aqueles que professavam outra religião que não a católica e que. os trabalhadores. e é que este município eminentemente agrícola. A pouca frequência nas escolas estava relacionada segundo o professor Fontoura às dificuldades que os habitantes tinham em frequentá -las. havia outra razão: Existem 77 alunos matriculados. ainda. N. mostra que algumas escolas existiram por iniciativa particular de alguns professores e outras para atender grupos específicos. o inspetor do distrito de Sorocaba. que ainda será analisada. a escola era freqüentada somente por protestantes que propagandeavam a república. seus princípios estar aberta a todas as tendências políticas e credos religiosos e à indistinção de cor e raça. dos quais 64 freqüentes. Silva afirma que era uma continuidade do projeto educacional inaugurado pela professora Palmyra. Ele fazia parte do grupo de maçons republicanos que buscavam implantar através das suas ações a modernização na cidade de Sorocaba. da escola italiana. O autor destaca que o diretor do Colégio Sorocabano. Ivanilson Bezerra da. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. que ficou a frente dessa escola até 1886. pois moravam em lugares distantes e as crianças realizavam trabalhos no plantio de algodão. feito neste tópico. era maçom e vereador da cidade de Sorocaba.SILVA. que deveriam acorrer às escolas (ARQUIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO. da escola noturna. todavia. n. na ótica do professor Venâncio José Fontoura.1. Este número ainda está longe de ser proporcional à população de Sorocaba. já que a escola era paga. em função da grande interação existente entre eles. em relatório sobre a situação de sua aula. 1. 65-79. e o cultivo do algodão proporciona trabalho às crianças. 5110).. 76 . e da escola protestante. Deve-se. 1870.. que tinha como diretora a professora Palmyra Rodrigues de Cerqueira Leite. p. 2000. tem-se o registro da participação do Reverendo Zacharias de Miranda. As observações levantadas acima dão algumas pistas sobre a cidade de Sorocaba enquanto uma cidade com a oferta de algumas possibilidades educacionais. além de pastor. por elementos brancos como portugueses. a reconfiguração do C&M | Brasília. Og Menon afirma que a escola protestante em Sorocaba foi criada enquanto reação. alemães e suíços e por aqueles que detinham certo poder aquisitivo. atender (?) a uma circunstância. 74) As primeiras observações levantadas por Menon colaboram para uma melhor compreensão de alguns aspectos da educação protestante em Sorocaba. O arrolamento das escolas na segunda metade do século XIX. No entanto. 2013. Porém. O trabalho de Silva (2010) menciona a participação de maçons e presbiterianos no processo de escolarização na cidade de Sorocaba na segunda metade do século XIX. que tinha sob sua responsabilidade o Colégio Sorocabano. Para o inspetor. estas instituições contribuíram com as mudanças ocorridas na cidade no período apontado.5110). encaminha um relatório ao Inspetor Geral de Instrução Pública em que questiona a baixa frequência. Vol. a questão da pouca frequência de alunos nas escolas sorocabanas acompanhava uma situação apresentada em todo o território brasileiro (ARQUIVO DO ESTADO SE SÃO PAULO. para atender crianças perseguidas. como é o caso das escolas alemãs. Além disso. Mais tarde. Porém. jan/jun. não só preenchendo a lacuna deixada pelo ensino público como tomando a iniciativa para atender a uma demanda de grupos socioculturais específicos: os estrangeiros. Segundo a discussão acadêmica de historiadores sorocabanos que avançam o trabalho pioneiro de Og Menon. os filhos dos maçons. tem os seus habitantes disseminados em uma vasta área. Como parte da estratégia de modernização estava a educação. mesmo levando em conta as matrículas das outras aulas. Messias José Corrêa. as mulheres. O autor destaca a existência de uma escola chamada Escola Americana. em 1870. p. Freqüentavam a escola. 1870. nos ajuda a ter uma visão panorâmica das várias instituições escolares da cidade de Sorocaba. a república. (MENON. Vemos que o professor era mais realista do que o inspetor. desconsiderando a possibilidade da estratégia de evangelização pela escola. Polêmica essa que tomou conta de para católicos. na perspectiva das relações participação da Maçonaria sorocabana no prode poder postulada neste trabalho a existência cesso de escolarização na segunda metade do das instituições escolares supracitadas pode im. 65-79.de: político. principalmenpresentavam uma diversificação dos ramos de te. organizações e classes sociais se posicio. Joaquim Nabuco.ferro. ou seja. 77 . maçônico e.destacado anteriormente. Segundo Bourdieu. elite.contato dos missionários norte-americanos em Sorocaba com os maçons. educacional.várias páginas dos jornais.SILVA. espaço urbano e outras medidas. Ivanilson Bezerra da. 1. mostrando que seus agentes sociais plicar aquilo que Bourdieu (2007) chama de luta atuaram de acordo com as ideologias maçônicas. uma das lutas abraçadas por maçons na imlares destinadas a atender grupos sociais porta.século XIX. já pital cultural da família direcionava o tipo de es. E para defender suas sempre que as forças e os esforços de grupos em ideologias. Ele pertencia a Loja do por seus filhos.A cidade. p. onde ocupou vários carrelações de poder. Além de propagarem ideias ligadas a abolição dos escravos. Pelo contrario. grupo de pessoas. também possibilitou o tabelecimento educacional que seria frequenta. te sorocabana foi possível porque alguns dos Observa-se que as várias instituições escolares na seus membros ocupavam vários campos da cidasegunda metade do século XIX em Sorocaba re.te que a modernização pleiteada pela ―nova‖ eliridade e a distinção de seus bens e diplomas. ou seja. religioso. explicita como os agentes sociais objetivo de garantir seu lugar no campo e com o dos mais variados campos agem com o objetivo objetivo de atrair para dentro dela determinado de garantirem sua hegemonia e poder. A imprensa jornalística e seus intelectuais ofereas diferenças iniciais entre elas acabam por man. visando consolidar a proposta modernigens em relação às outras.ceram suporte discursivo para convencer outros ter-se. construção de estradas de A existência de várias escolas na segunda metade do século XIX pode então suge.. filiou-se época.1. O jornalista Júlio.ologias. Entre as estratégias. podemos dizer que. italianos. operários. Ficou evidenpraticamente compensados para conservar a ra. existir nesse período lutas ou conflitos entre as várias instituições escolares em Sorocaba expliciConsiderações finais tamente documentados nas fontes consultadas. tendem a equilibrarem-se como em uma corrida. vista como espaço de poder e circulanam em determinado momento histórico com o ção de ideias. ocorreram sim disputas no C&M | Brasília. modernização da cidade e ideais republicarir a existência de instituições educacionais esco. da cidade.prensa sorocabana foi em relação ao direito dos dores de diferentes capitais culturais e sociais: protestantes de serem enterrados nos cemitérios escola para alemães. esses agentes sociais colocaram-se concorrência por determinada espécie de bens como porta-vozes do processo de modernização. jan/jun. Em Sorocaba. as classes sociais ou instituições procuram conquistar vanta. frequentada por maçons coApenas para tomarmos três das forças remo Américo de Campos. n. O presente trabalho tentou contemplar a não significa que não existia concorrência entre elas. O ca. Vol.nos. tuições. Maçônica América. Importante registrar que o fato de não Catolicismo e Presbiterianismo. na perspectiva das a Loja Perseverança III..visando a modernização da cidade de Sorocaba. ensino na cidade de Sorocaba. 2013. para protestantes e outras. a forma como as insti. os grupos situados acima deles na agentes sociais da elite sorocabana sobre a nehierarquia social ou à sua frente na corrida são cessidade de modernizar a cidade. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. da concorrência. e presentativas da cidade de Sorocaba naquela Francisco Rangel Pestana. campo educacional sorocabano entre Maçonaria. o jornal ocupava um lugar público de transmissão e circulação de ideNeste jogo de concorrência. zadora da elite sorocabana. HILSDORF. O Ideário Republicano e a Portanto. A Perseverança III e Sorocaba. A produção literária de Livro de Joias e Mensalidades da Loja Maçônica Constância.pdf . a Igreja e a Escola: relações de 1994.entre o Império e a República. Artigos publicados nos jornais Cruzei. Sorocaba 1872: Bertrand Brasil. A Educação Escolarizada em Sorocaba Jornal Colombo 1877 (Várias edições).1. 1999. BOURDIEU.faced. Ivanilson B. gunda metade do século XIX. Aluísio de. Scenas da Escravidão: breve Livro de Atas da Loja Maçônica Perseverança III. Uma contribuição para a História das Instituições. Sorocaba.ufu. 84p. A participação da Loja Maçônica Per- BARATA. Pierre. PUC: São Paulo. C&M | Brasília. Sorocaba: Fundação SILVA. José. Razões Práticas: Sobre A Teoria da Ação. SILVA. Marco. Da 06/04/2013. Sorocaba.. Aluísio de. 1951. REVISTA HISTEDBR on queda da Monarquia ao fim da primeira República. In: Estudos Históricos. Acervo: Adolfo Frioli. 2007. Pierre. 2001. 490p. 2009. 592p. Alderi Souza de. n. Campinas: Mercados das Letras. 78 . gos e. 1847.. Rio de Janeiro. Da Sorocaba no final do século XIX. Carlos Carvalho. História de Sorocaba 1822-1889. Discutindo a sociabilidade mo. 65-79. histórico sobre a Escravidão negra em Sorocaba. Sorocaba: Gráfica Guarani. MORAES. 18923 (várias edições) MENON. Og Natal. O Poder Simbólico. n. Vol. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas. São Paulo: s. História da Educação: Leituras. p.SILVA. 2000.. José. ________________. 28. Buenos Livro de Matrículas da Loja Maçônica Constância. A socialização da força de trabalho: Instrução popular e qualificação profissional no estado de São Paulo (1873-1934). II. Livro de Atas da Loja Maçônica Constância. política y poder. Apontamentos sobre Maçonaria. Thompson. PASSOS. Universidade de Sorocaba.Hilsdorf. Alexandre Mansur. ba (1889-1930): Fundação Ubaldino do Amaral. 260p. A cidade. Abolição e a educação dos filhos de escravos na cidade de ALEIXO IRMÃO. Mariângela Carvalho. 2013. Trabalho publicado no site: http:// Referências Bibliográficas www. 2000. Livro de Casamentos e de Nascimentos: BOURDIEU. no campo educacional sorocabana entre o fim do Império e início da República. 1996. Ivanilson Bezerra da. 2003. 134p. Carmen Sylvia Vidigal. Julio Ribeiro em Sorocaba. da. ro do Sul e Diário de Sorocaba. A ação da Maçonaria brasileira (1870-1910). 215-234. parti. Jornal O Alfinete. 2006.acessado em ALEIXO IRMÃO.. São Paulo: Papirus. 2004. repensar segundo reinado ao final da primeira república.3-22. A Perseverança III e Sorocaba. CAVALHEIRO. Campinas: UNICAMP. contribuir para a formação intelectual do grupo elitizado. 1. 2003. Fontes Primárias – Jornais: MATOS.n. Educação. Laurizete Ferragut. BOURDIEU. 2001.: Narra o Passado. 1999. Orientação Maria Lucia Spedo ALMEIDA. Fontes Primárias . 1850. modernizar a cidade além da circulação e disputa de vários modelos pedagógicos. Diva O. Pierre. 54p. MOREL. 367p. Universidade de São Paulo. Luzes e Sombras. p. ed. 108p.br/colubhe06/anais/ arquivos/34DivaPavan_LaurizetePassos. Dissertação de mestrado. São Paulo: Cultura Cristã. Campinas: UNICAMP. Aires: Eudeda. Os pioneiros presbiterianos do Jornal Diário de Sorocaba (várias edições) – 1877-1899 Brasil. cipa das lutas que combatiam a política imperial. Sorocaba: Digipel. 27 (2007): 95-111. Sorocaba: 1869. II. fundação a Proclamação da República. a história. EDUSP. as escolas faziam parte das estratégias de vários agentes sociais para legitimarem seus interesses. 2006 MORAES. 2000. Cidade e Ins- tituição Escolar nas trajetórias e práticas educativas de professoras. Carmem Sylvia Vidigal. Sociabilidades entre Luzes e sombras: apontamentos para o estudo histórico das maçonarias na primeira metade do século XIX. Vol. p. PAVAN. Alexandre Mansur. Rol de Membros da Igreja Presbiteriana de Sorocaba. poder entre maçons e presbiterianos em Sorocaba na se- ALMEIDA.line. influenciado pelas ideias maçônicas. CAVALHEIRO. Ubaldino do Amaral. Intelectuales. Vanderlei da. In. BARATA. jan/jun. Vol. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE.severança III na educação escolar em Sorocaba: do final do derna: o caso da maçonaria. 2010. Dissertação de Mestrado.Livro de Atas das Igrejas e Lojas Maçônicas. Crearte. Soroca. Maria Lúcia Spedo. lo. Dr. em 15/10/1870.Dr. C&M | Brasília.110. Professora da 2ª cadeira do se. Sorocaba.. ca : Venâncio José Fontoura. Francisco Aurelio de Souza Carvalho. Ofício encaminhado ao Inspetor Geral da Instrução Públi. ordem 5110 Jornal Ypanema (várias edições) Jornal O Americano (várias edições) Jornal Gazeta Comercial (Várias edições) Relatório do Conselho da Instrucção ao Inspector Geral da Instrucção Publica. Arquivo do Estado de São Paulo. 03/11/1874. Relatório do professor da 3º Cadeira. Dr. Arquivo do Estado. Ivanilson Bezerra da. dem 5110 Relatório do secretário do Conselho Municipal de Sorocaba Ofício encaminhado ao Inspetor Geral da Instrução Pública: João Padilha de Camargo encaminhado ao Inspetor Geral Januária de Oliveira Simas. 29 de outubro de 1888.110. Luiz Augusto Ferreira.110. Sorocaba.110. 14 de novembro de 1876. 16 de novemSão Paulo.Relatórios e Ofícios sobre Educação da Cidade de Sorocaba – Arquivo do Estado: Relatório da diretora do Collegio de Sorocaba. Ofício encaminhado ao Inspetor Geral da Instrução Pública: Venâncio José Fontoura. ordem 5110 Jornal O Sorocabano (várias edições) Relatórios apresentados ao Inspetor Geral da Instrução Pública: Venâncio José Fontoura. professora Annita Guilhermina Wilke ao Inspector Geral da Instrucção Publica. em 22/09/1875. Arquivo do Estado de São Paulo. 79 . Fontes Primárias .Primeiro Relatório do Inspector do 25º Districto Litterario. em 25/11/1873. Fidelis de Oliveira ao Inspector Geral da Instrucção Publica. jan/jun. Vol. Jornal A Gazeta de Campinas (várias edições) Jornal A Voz do Povo (várias edições). 2013. Francisco Aurelio de Souza Carvalho. ca de Sá Fleury ao Inspector Geral da Instrucção Publica. em 15/09/1869.1. Arquivo do Estado de São Paulo. ordem 5110 bro de 1895. Ordem 5. em 23/11/1874. Jornal A Província de São Paulo (várias edições). em 29/10/1871. em 26/05/1873. Professor da Segunda Cadeira José Monteiro Boanova ao Diretor Geral da Instrucção Pudo Sexo Masculino. Professor da Segunda Cadeira do Sexo Masculino. Ordem 5. Relatório do Conselho de Instrução do Distrito de Soroca. Arquivo do Estado de São Pau. Ordem 5. p. Professor da 2ª Cadeira do sexo turna Perseverança III ao Presidente da Camara Municipal masculino.110. Ordem 5. Arquivo do Estado. Arquivo do Estado de blica.de Instrução Pública em 16/09/1887.SILVA. Antonio de Campos Toledo. Antonio Gonzaga Seneca de Sá Fleury para o inspetor geral da instrução pública da Província de São Paulo. 11 de novembro ba. Inspetor do Distrito de Sorocaba.. Sorocaba. Dr. ordem 5110 Relatório do professor Arthur Gomes sobre o Lyceu MuniOfício encaminhado ao Inspetor Geral da Instrução Pública: cipal ao Director da Instrucção Publica da Província. ordem 5110 Ordem 5. 25/11/1883.110. Sorocaba. Ordem 5110. 65-79. Ordem 5. Sorocaba. Jornal 15 de novembro (várias edições). Arthur Cesar Guimarães. Ofício encaminhado ao Inspetor Geral da Instrução Pública: Relatório do professor Joaquim Silva sobre a Escola NocVenâncio José Fontoura. abril de 1899. ordem 5110 Ofício apresentado ao Inspetor Geral da Instrução Pública: Messias José Corrêa. Arquivo do Estado de São Paulo. Sorocaba.111. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo 1884-1895. Inspetor do Distrito.de 1882. ordem 5110 Ofício do inspetor do distrito. Dr. Arquivo do Estado de São São Paulo. Professor da 2ª Cadeira do sexo masculino. Dr. Arquivo do Estado. Sorocaba. ordem 5110 Arquivo do Estado. Arquivo do Estado de São Paulo. Francisco Aurelio de Souza Carvalho. Inspetor do Distrito de Sorocaba.de Sorocaba. n. em Arthur Cesar Guimarães. ArquiLivro de Registro de Escolas Particulares na Província de vo do Estado. Arquivo do Estado de São Paulo. 17 de fevereiro de 1875. Francisco Aurélio de Souza Carvalho. Arquivo do Estado. em 26/10/1870. Relatório do Inspector de Districto. Paulo. Arquivo do Estado de xo feminino. Arquivo do Estado de São Paulo. Relatórios apresentados ao Inspetor Geral da Instrução Pública: Messias José Corrêa. MAÇONARIA E EDUCAÇÃO NA CIDADE DE SOROCABA NA SEGUNDA METADE. 1. 01 de junho de 1877. Arquivo do Estado. or. Antonio Gonzaga Seneordem 5111. ordem 5110. Ordem 5. 80 . espiritualizar e progredir moralmente: mente elaborada. destituindo lece em suas instruções simbólicas os princípios da moralidade. (p. Dyer define o mahistórica e documental das fontes consultadas. 1. p. Colin Dyer. E logo em seu prefácio. mas na preoras infundadas. O Simbolismo na Maçonaria. membro da famoDividido em oito capítulos o livro tem seu sa Quatuor Coronati e com inúmeros livros e artiinício a partir do contexto histórico dos maçons gos publicados no exterior. 2013.38” . trata-se de uma obra criteriosa. C&M | Brasília.SGCMRA. mais feliz. cupação de um movimento do ser humano em se De fato. o autor estabelece que o objetivo dessa obra específica é o de desenvolver um estudo profundo da incorporação dos símbolos na Maçonaria. é membro e entusiasta do Rito de York.S. perceber que tudo o que nos cerca é algo que Deus está a nos ensinar por intermédio de símbolos e alegorias – J. Em todas elas. 218 páginas. essa é a primeira obra publicada no Brasil.. o autor deixa como marca registrada seu forte O Maçom Especulativo caráter crítico e preocupação no rigor de análise No primeiro capítulo. mesmos que não concordando com algumas de suas opiniões. n. Senior DeMolay e Nobre Shriner. jan/jun. sendo filiado ao Supremo Grande Capítulo de Maçons do Real Arco do Brasil ..M. ao apreciarmos a natureza. uso dos instrumentos de trabalho no simbolismo Apesar de sua conhecida erudição no maçônico. Vale destacar que o autor demonstra de tornar o homem mais sábio e melhor. É membro honorário da Loja “Lumminar 4261” .GODF-GOB (rito REAA). apresenta o resultado de sua rica pesquisa histórica sobre a origem dos livres e aceitos. Iniciado na Loja Maçônica “Acácia do Planalto 1635” . Nessa obra.1. São Paulo: Editora Madras. Ela estabeMaçonaria como um ―sistema moral‖. Nesse sentido. Nihad Faissal Bassis ¹ Podemos sair da Loja e. meio maçônico do ―Velho Continente‖. constante preocupação com a razão de existir da consequentemente. pesquisador e MSc em Administração. consoantes com o simbolismo ma[.27) ênfases místicas ou míticas como atributo princi1 Nihad Faissal Bassis é escritor. 2010.GLMDF-CMSB (Rito de York).GOB (Rito Schroeder) e detentor da Grã-Cruz do GOIRJCOMAB no grau de Benemérito da Ordem. entretanto.Recebido em: 29/06/2013 Aprovado em: 10/07/2013 Resenha da Publicação: DYER. Vol. e.. sem perder a poesia e a beleza. atualmente é Mestre Maçom filiado à Loja Maçônica “Flor de Lótus n. 81-85. não deixando espaço para achismos ou conjectunão com base na Maçonaria em si. Ward Introdução pal da Sublime Ordem. Dyer registra a utilização de obras apenas de autores de sua credibilidade. Colin. çom especulativo a partir de um prisma histórico. 81 . indo até a união das duas Grandes Lojas inglesas e como isso veio a definir o símbolos utilizados na Maçonaria..] o desígnio da instituição maçônica é o çônico. ] o simbolismo é a chave de todos os mistérios. 18) Com base nisso.. Quanto ao uso do termo especulativo.. jan/jun.BASSIS.] os princípios morais de na- [.] possui ―símbolos que foram deliberadamente inseridos por razões que serviram àqueles de sua época‖ (p.. (p. Ao longo do capítulo são discutidas as inúmeras razões do uso do termo maçons ―livres‖ e as diferentes origens. justifica Através de outros autores.. Segundo Dyer: [. o qual teve caráter distinto aos conclaves anteriores da Companhia. 35).. que.. ou um arauto. da Companhia de Maçons de Londres. até mesmo na definição do que é ser um maçom. p. 1. jamais conseguiremos apreciar a beleza da vida. e que acabou ficando conhecido como ―a aceitação‖.e representava uma espécie de movimento espiritual voltado a uma vida melhor. Dyer. podemos observar uma implicância objetiva da instituição como meio de alcance da felicidade humana a partir de atributos morais.] devemos lembrar que nem o simbolismo nem a verdade é exclusiva aos maçons‖ (33) e que [. um precursor. (p. mostram a diversidade de inserções simbólicas. Esses outros cidadãos eram ―aceitos‖ como maçons a fim de se associarem a esse grupo interno. mas que eram cidadãos responsáveis e respeitáveis.. tal como se pode encontrar de tempos em tempos na história mundial.. O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA (review) padrão de vida.. de todas as religiões. São analisados os catecismos e as exposições da época. Um importante fator desse conclave da Companhia de Maçons foi a o fato de que podiam a ele ser admitidos aqueles que não eram maçons operativos praticantes... criou a ―simbolatria‖.] especulação é publicada sobre o título que o maçom como estudante.. Influências cíclicas de época também foram observadas: ―[. 29) e que: aprender estes princípios deve estar disposto a vivencia-los pois ―[. desejoso de genérico de simbolismo. alimenta uma distorção contínua da atual Maçonaria.1. 82 . em constante mudança e sofrendo C&M | Brasília. dotados de um adequado De forma elegante Dyer destaca que ―[. Notadamente a ligação (religare) a Deus não é constatação de seus estudos como função ou fim da Maçonaria. 30) da valem até que se tornem vivos e direcionados. O Simbolismo Básico Neste capítulo é desenvolvido um relato histórico do trabalho da Grande Loja dos Antigos e também da dos Modernos. Nihad Faissal.. Vol. O capítulo encerra-se com a preocupação de que o mundo moderno. Aprofunda ainda nas influências do Judaísmo e das antigas civilizações. além de distorcer o sentido original dos símbolos. 81-85. parente.‖ (p. de um movimento filosófico muito mais forte que se manifestou sob diversas formas no século seguinte – o que ficou conhecido como a ―idade da razão‖ – e durante o qual a Franco-Maçonaria se desenvolveu..S.‖ (p. chegando às contribuições de William Preston. modernas e antigas. Daí a certeza de a Maçonaria ser um organismo vivo. em sua ânsia ―estúpida‖ por respostas. em nossa atuação como cidadão. Dyer assume que: ―[. utilizando a obra de J.. Ward. 33). amigo. ou entender aquilo que nossa fé procura ensinar. e nem a sabedoria dos antigos sábios‖ (p. sem a compreensão do significado dos símbolos. O termo maços livres e ―aceitos‖ é justificado pela existência de um conclave interno.] ―a Maçonaria não detém o monopólio da verdade.M. o surgimento dessa organização foi meramente um indício inicial..] a associação a esse conclave interno não era compulsória.32) Daí a grande contribuição da obra em nos mostrar que a vivência maçônica só se consolida além das fronteiras das Lojas. bem como o uso dos números no simbolismo maçônico. ainda no Século XVII. 2013.. n. pela prática. por muitas vezes não convergentes. Ao que parece.. Browne. Neste capítulo. Utensílios e Joias‖. além de estudar os principais ornamentos e utensílios presentes na Maçonaria Simbólica. O autor nicação centralizada de ordenação simbólica do consegue relacionar essa Luz mencionada à luz que uma intenção planejada. n. ―A Loja – Ornamentos. As influências. entende-se simbolicamente como o momento anterior a revelação da Luz Divina.matismo típico. datado de 1800. negativas esses símbolos são analisados de forma criteriosa ou positivas. O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA (review) influências do tempo. não. muito do to nas trevas. em Pentação entre irmãos de Lojas distintas foi o que tecostes. mesmo havendo e aprofundada. p. naria é a mesma desde sua criação. é estudado detalhadaporação dos elementos do simbolismo maçôni. Vol. Para ele. 1. sem que o autor perca seu pragpor vezes um discurso folclórico de que a Maço. curiosamente. uma vez que está é que nos traz consciência de nossa existência. jan/jun. 1) em seus cabeçalhos. religiosos ou senvolvimento progressivo através do ―G‖ que. 81-85. e do iniciado enquanto receptor da que há de diversidade no simbolismo maçônico Luz. A Loja – ornamentos. 128) Por conta disso diversos documentos maçônicos utilizam-se do termo ―Sit Lux‖ (conforme Eis.sua natureza e propósito Neste capítulo um estudo sobre a Loja e seus propósitos detalha questões sobre seus pi. Então apareceram línguas como de fogo Em se tratando das reuniões realizadas nas Lojas. que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. colunas. Nihad Faissal. Trata-se de capítulo cuja leitura é fundamentrata-se mais de uma falta de orientação e comu. Todos Do termo ―trevas‖. O catecismo ―Chave Mestra‖ de John afirma que: ―[. das ex.para o autor.tal para os aprendizes recém-iniciados. seu solo sagrado e seu desenvolviAqui iniciam os estudos sobre os aspectos mento. representa a presença divina de periências históricas. e também o ternortear as reuniões maçônicas. o autor destaca os três princípios fundamentais de como conduzi-las:  Fé em Deus. 83 . Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas. 2: levou a Maçonaria à quantidade expressiva de símbolos existentes em suas lojas. conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. sociais que podem ser analisadas.1. Daí por que. bem como sobre as chamadas Joias da Loja e os símbolos da Geometria.BASSIS. chegando ao seu complexo significado e co‖ (p. claramente. utensílios e joias O quarto capítulo.mente..Trevas e luz lares. A Loja . o significado da letra G é Por conta das influências de época o autor dissecado.] existem várias origens na incor. que C&M | Brasília. segundo William Preston: A Lei Sagrada é o guia de conduta. da cultura local.. Estas origens podem ser da política e sentido de nossa ligação com Deus em nosso dede grupos dominantes da época.refletida pela experiência dos apóstolos. dos valores sociais. (p. a intervisi. e de tantas outras variáveis JHVH. também é tratado o significado das joias maçônicas e da tabua de delinear. Além da geometria utilizada no simbolismo maçônico.  Caridade a toda humanidade. 2013.  Esperança na imortalidade. ocorrem de fato. mo pode ser encontrado em monumentos e edifícios maçônicos. 37). Atos dos Apostolos. os princípios que devem Genesis. mais dedicados: o estado do ser enquanto neófiSegundo o autor. desenvolve análise histórica sobre a Escada de Jacó. pois. Isso porque a obra trata do núcleo conceitual da Maçonaria. os três graus são a principal am Meeson. independente do grau. jan/jun. 138) vergada por reis.1. Dyer cita William Hutchinson que. que ele meça as suas ações pela Régua de um dia. em seu último capítulo é abordada a união das duas Grandes Lojas inglesas e coO tema progresso em busca da perfeição mo isso veio a definir o uso dos instrumentos de onde relata a lógica dos três graus e sua evolu. 169) Daí vem que. Em suma. Essa obra é digna de ser tomada como referência por todos os maçons. 162:163) As Vestimentas Maçônicas ―As vestimentas maçônicas‖ é o penúltimo capítulo. ajustando-as pela verdadeira Linha de Prumo da Sinceridade e da Verdade Indiscutível. que ele as mantenha nos limites do Compasso da Moderação e da Temperança. orientes. C&M | Brasília.]” (HUTCHINSON apud DYER. obediências ou ritos.] Os maçons.. professam a ―Inocência‖ como um emblema de seu caráter. define o por quê do uso do avental branco no grau de Aprendiz Maçom: ―[. ou seja. De forma sucinta este três estágios representam: O reconhecimento do Deus da Natureza forma o primeiro estágio de nossa profissão. Que todo verdadeiro maçom abata todas as disposições malévolas.O que constitui o caráter de um maçom? . ao nosso semelhante e a nós mesmos são devidos os deveres contidos neste Código. Vol. n. 1. especialmente por conta de sua fidedignidade aos manuscritos e documentos históricos da Maçonaria. Hekhal e Devir.BASSIS. Desta forma. em 1770. O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA (review) nós inculcamos em todos os graus. 2013. Nihad Faissal. com o Maço da Justiça e da Misericórdia. que ele as torne adequada pelo Esquadro da Prudência e da Igualdade. com base na análise dos manuscritos maçônicos.O caminhar humilde aos olhos de Deus. Fica a certeza de que há muito a ser estudado nessa obra. p. e apresenta o sentido de ordem e obediência em relação aos símbolos de distinção entre os membros de cada grau progressivo da Maçonaria. Neste capítulo. Um aposentos do Templo construído pelo rei Salo. Os Instrumentos de Trabalho Por fim. conforme uma antiga preleção que deu origem aos nossos primeiros cerimoniais: a vestimenta denota a inocência do coração que é mais honrosa do que qualquer outra jamais en- . trazendo-as ao justo Nível da Perfeição e as Espalhe com a Silenciosa Trolha da Paz. sejam eles de quaisquer graus.. os três tanto dentro como fora das Lojas maçônicas. a graça cristã é distinguida na última e mais elevada ordem (o grau de Mestre). o culto a Deus sob a lei judaica está descrito no segundo estágio da maçonaria e por fim. praticar a Justiça e amar a Clemência.bom exemplo disso são as explanações de Willimão. os três graus nada mais planação moral e ética para os trabalhos da vida. 84 . p. o que revela pureza d‘alma [. dado a própria natureza e objetivos de uma resenha. 208) Comentário Final Esta resenha não objetivou aprofundar-se na temática central do livro. 81-85. são que ‗Ulam.trabalho no simbolismo maçônico. p. Caberá ao leitor devastar os conhecimentos disponíveis na obra resenhada. A Deus. (pp. Dyer rememora-nos que os instrumentos são utilizados como elementos simbólicos de exSegundo o autor. na preleção da Biographia Ecclesiastica. como um de seus primeiros princípios... tem-se que. (p. em Mafonical Aphorifms: As Cerimônias contribuição da maçonaria especulativa em seu início por representam a evolução gradual e progressiva dos acontecimentos que ocorrem durante a jornada rumo à perfeição que cada maçom tem o dever de buscar. uma obra ontológica.‖ (PRESTON apud DYER. ção no contexto do maçom em sua vida. Vol. C&M | Brasília. 85 . n. Nihad Faissal. Talvez essa seja a principal lição que a Maçonaria apregoa e que essa brilhante obra evidencia. p. O SIMBOLISMO NA MAÇONARIA (review) . 1. p. jan/jun. 73) Em outras palavras. dar pão ao pobre e reconduzir ao caminho certo o caminhante desorientado. (HUTCHINSON apud DYER.Dedicar socorro aos necessitados. o caráter de um maçom é forjado na fé e sua dignidade é medida pela caridade. 2013. 81-85.Quais são as qualificações adequadas à dignidade da Arte? .BASSIS.1. 86 . de maneira coerente com rigor científico na área de estudo das ciências humanas e sociais. de modo a se analisar se cumpre com os requisitos temáticos e metodológicos e definir a área de avaliação o qual será direcionado. Processo de Avaliação pelos Pares O processo de avaliação da Revista Ciência & Maçonaria consiste nas seguintes etapas: O artigo original será analisado pelo editor responsável da revista. podendo ser publicado posteriormente. contribuindo assim para o avanço da produção cientifica. Com a etapa de definição. 4. procederão de acordo com os critérios: 1. que por sua vez. jan/jun. 3. Publicar com pequenas alterações. efetuadas pelos avaliadores. reflexões e resultados de pesquisas realizadas. C&M | Brasília. ensaios e resenhas. professores e alunos de diversas universidades. Retornar ao autor com a reprovação do artigo. Ensaio O ensaio trata-se de uma forma livre de análise e interpretação de fenômenos relacionados à Maçonaria. 2013. Considera-se ainda. publicadas no Brasil e no exterior sobre Maçonaria. A revista também está aberta ao público maçônico em geral para suas contribuições. como principal requisito para publicação na Revista ―Ciência & Maçonaria‖. preservando o anonimato dos autores e entre os avaliadores (peer blind review). 1. Publicar sem alterações. empírico. Seu formato é exclusivamente eletrônico e com publicações semestrais. na tentativa do desenvolvimento de análises e interpretações que produzam avanço ou conhecimento na área. dissertações e monografias. pesquisadores e estudantes que desejam publicar suas análises. Vol. 87 . Trata-se de um espaço aberto para professores. p. Retornar ao autor com orientações de correções a serem efetuadas.1. n. A Revista ―Ciência & Maçonaria‖ destina-se à publicação de textos inéditos na modalidade de artigos. sem publicação posterior. ensaio ou resenha bibliográfica: Artigo Teórico O artigo teórico deverá basear-se em questões maçônicas ligadas a uma das ciências humanas e sociais e apresentar uma reflexão/interpretação crítica dos fenômenos observados. 2. Os artigos podem ser das seguintes CATEGORIAS: teórico. teses. que a produção apresente conteúdo analítico-interpretativo. Sua finalidade é publicar produção multidisciplinar relacionada à Maçonaria de especialistas. apresentando novas perspectivas e enfoques sobre temas relevantes.C&M . 87-88.SOBRE A REVISTA Sobre a Revista Foco e Escopo A Revista ―Ciência & Maçonaria‖ é a primeira revista acadêmica no Brasil dedicada a contribuições acadêmicas em um campo de pesquisa cada vez mais estudado: a Maçonaria. Resenha A resenha consiste em análise crítica de livros. sustentado por referências bibliográficas relevantes. O objetivo é disponibilizar conhecimento sobre Maçonaria e democratizar a produção acadêmica sobre esse objeto de pesquisa: a Maçonaria. Artigo Empírico O artigo empírico deverá fundamentar-se em procedimentos metodológicos relevantes. o artigo será enviado a dois avaliadores externos. br Conselho Editorial C&M | Brasília.publicado em Janeiro Política de Acesso Livre Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo. História.publicado em Julho N. 88 . 87-88. onde o leitor pode facilmente efetuar buscas por temas. jan/jun. Filosofia e Simbologia. Vol. Diretrizes para Autores A submissão de trabalhos deverá ser feita por meio do website da revista e seguindo estritamente o formato exigido pela mesma.2: Jul/Ago/Set/Out/Nov/Dez .com. 2.1. Antropologia. sendo dois números por ano. nas quais os artigos a serem submetidos devem ser enquadrados: 1. Sociologia. títulos.SOBRE A REVISTA Periodicidade A Revista ―Ciência & Maçonaria‖ apresenta volumes anuais com periodicidade semestral. respeitando ainda as condições para submissão e de acordo com os termos relativos a direitos autorais publicados no website: www. Linguística. 2013. 3. p. A RC&M apresenta-se em formato digital.1: Jan/Fev/Mar/Abr/Mai/Jun/ .pdf" quando necessário.C&M . n. Teologia. além de possibilitar salvar os artigos em formato ". Seções A Revista Ciência & Maçonaria é dividida nas seguintes seções. 5.cienciaemaconaria. Psicologia e Pedagogia. autores. Pedagogia e Direito. Ciência Política. seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. sem a necessidade de autorização prévia. 4. Os volumes serão divididos em: N. Administração. 1. Parceiros .
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.