Resumo Phylocode

March 31, 2018 | Author: lucinakamura | Category: Taxonomy (Biology), Species, Phylogenetics, Evolution, Biology


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Propriedades da nomenclatura filogenética. Semelhanças do sistema de nomenclatura tradicional e sistema filogenético Phylocode: 1.Ambos os sistemas têm os mesmos objetivos fundamentais do fornecimento de métodos de aplicação inequívoca nomes de táxons, selecionando um nome único aceito para um táxon dentre os concorrentes sinônimos ou homônimos. 2. Sistema não se contrapõe aos taxonomistas em relação a inferir a composição ou atribuição de níveis taxonômicos. 3. Ambos os sistemas usam precedência para determinar o nome correto de um táxon quando houver sinônimos ou homônimos. 4. Ambos os sistemas usam a data de publicação (prioridade cronológica) como o principal critério para o estabelecimento de precedência. 5. Ambos os sistemas têm mecanismos baseados na conservação, o qual permite que um nome a ser estabelecido seja devido à precedência sobre um antigo nome para o mesmo táxon com objetivo fundamental de promover a estabilidade e a continuidade nomenclatural. Diferenças do sistema de nomenclatura tradicional e sistema filogenético Phylocode: 1. O sistema filogenético é independente de classificação taxonômica, o qual mesmo estabelecendo uma hierarquia entre os táxons este não interfere na aplicação dos nomes. 2. No sistema filogenético, as categorias "espécies" e "clado" não se classificam. A espécie é um segmento de uma linhagem da população, enquanto um clado é um grupo monofilético de espécies (ou organismos). Ambos são produtos da evolução que têm uma existência, independentemente de serem nomeados. Como consequência, uma vez que um táxon é nomeado, a composição e os caracteres diagnósticos desse táxon serão decididos por evidências empíricas e não por decisões pessoais. 3. Além de aplicar nomes a táxons aninhados e mutuamente exclusivos, como na nomenclatura tradicional, o sistema filogenético permite nomes para serem aplicados a táxons que se sobrepõem parcialmente (clados). Esta disposição é necessária para acomodar situações envolvendo táxons (espécies e clados) de origem híbrida. 4. A classificação baseada em códigos usa definições implícitas de categorias e tipos para determinar a aplicação de nomes. Já a nomenclatura filogenética utiliza definições filogenéticas explícitas. 5. Espécies, espécimes e apomorfias são chamados de especificadores porque eles são usados para especificar o subtipo para o qual o nome se aplica. Estes especificadores têm função análoga aos tipos da classificação baseada na nomenclatura, pois fornecem pontos de referência que determinam a aplicação de um nome, contudo, elas diferem dos tipos onde elas podem ser incluídas ou excluídas do táxon a ser nomeado, e especificadores múltiplos podem ser utilizados. respectivamente) melhoram a eficiência do sistema cognitivo e fornece informações hierárquicas dentro do nome. Há diferenças operacionais na determinação de sinonímia e homonímia. na classificação baseada em códigos. em níveis mais elevados na hierarquia. 12. 8. O objetivo do registro é criar uma ampla base de dados de nomes estabelecidos. os sinônimos são nomes da mesma categoria cujos tipos estão incluídos em um único táxon dessa categoria. o ICZN não abandona a sua classificação baseada em método de definição acima do nível da superfamília. no âmbito do PhyloCode. quando eles usam gêneros ou famílias para estudar o passado e o presente dos padrões de diversidade biológica. por exemplo. incentiva o desenvolvimento de usos mais adequados de taxonomias em tais estudos. o que eliminaria o aspecto mais subjetivo da taxonomia tradicional. 11. 9. embora reconhecido pela maioria dos taxonomistas. tal como a contagem clados ou espécies que possuem propriedades relevantes para a questão dos direitos. Outro sistema da taxonomia. A natureza arbitrária do ranking. não é muito apreciado por não taxonomistas. especificar o subtipo independentemente das associações prévias. Por exemplo. independentemente da prévia associação com clados particulares. cujos nomes são sinônimos de definições filogenéticas. ou investigar a evolução dessas propriedades em uma árvore filogenética. Os pares resultantes de nomes (por exemplo.6. ao contrário. Estabelecimento de um nome sob o PhyloCode exige publicação e registro. 10. mas não exigido pelo PhyloCode. O PhyloCode inclui convenções de nomenclatura que promovem um sistema integrado de nomes para soberania total dos clados. Por conseguinte. como se fossem comparáveis de alguma forma biologicamente significativa. A nomenclatura filogenética permite (apesar de não exigir) o abandono das fileiras categóricas. que é permitido. Testudines e PanTestudines para a tartaruga e o clado total. tratando taxa no mesmo nível. que irá reduzir a frequência de homônimos acidentais e facilitar a recuperação da informação da nomenclatura. ou a definição pode conter uma cláusula de qualificação especifica com as condições em que o nome não pode ser usado. Em contrapartida. este resultado pode ser obtido através do uso de especificadores adicionais internos ou externos. Outro aspecto inovador do PhyloCode é que ele permite aos taxonomistas restringir a aplicação dos nomes em relação ao clado em composição. 7. e os ICBN estende este método de definição apenas alguns nomes acima do nível da família (automaticamente tipificando nomes) e o princípio da prioridade não são obrigatórios para esses nomes. a classificação baseada em códigos permiti vários nomes para o . Uma vantagem do PhyloCode sobre a classificação baseada em códigos é que ele se aplica a todos os níveis da hierarquia taxonômica. A existência de fileiras incentiva os pesquisadores a utilizar taxonomia de forma inadequada. Se um taxonomista deseja assegurar que um nome se refere a um clado que inclui ou exclui qualquer taxa especial. Este código contém normas. Este código é aplicável aos nomes de todos os subtipos de organismos. As regras são obrigatórias em que os nomes contrários a eles não têm nenhuma posição oficial sob esse código. Este código produzirá efeitos a partir da publicação do Phylonyms: um companheiro para o PhyloCode. Este código satisfaz essa necessidade. International Code of Phylogenetic Nomenclature . Cantino and Kevin de Queiroz . notas e exemplos. Ao impor regras de precedência sobre nomes em todos os níveis da hierarquia. bem como aplicações alternativas com o mesmo nome. estabelecendo regras para nomear e descrever os clados nomenclaturais e princípios que formam a base para essas regras. 6. que regula a aplicação desses nomes. o Código Internacional de Nomenclatura Botânica (ICBN). existe um potencial crescente para os casos nomenclatural devido à sinonímia e homonímia. A biologia requer uma precisão. não pode ser rejeitada com base nisso. 3. o PhyloCode melhorará a clareza de nomenclatura dos níveis hierárquicos superiores. recomendações. querem existentes ou extintos. Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias: Bacteriological Code (BC). e não é retroativa. 2.Version 4b Philip D. Nomes das espécies têm sido regulados pelos códigos tradicionais. Código Internacional de Classificação e vírus (nomenclatura foi incluída neste esforço)) para determinar a aceitabilidade dos nomes pré-existentes. Assim. Este código pode ser usado concomitantemente com a classificação baseada em códigos. mas esses códigos não fornecem um meio para dar estabilidade para os clados. As recomendações não são obrigatórias em que os nomes ao contrário a eles. no interesse de promover a uniformização de nomenclatura e clareza. um sistema internacional coerente para nomear clados e de espécies de organismos. como estudos filogenéticos continuam a revelar muitos subtipos de profundidade. mas os editores e revisores não devem exigir que elas sejam seguidas. Embora este código dependa da classificação baseada em códigos (ou seja.mesmo táxon. 4. independentemente da classificação baseada em códigos 5. Código Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN). Preâmbulo 1. Sistematas são incentivados a segui-lo. as classificações de bichos e plantas que todos decoramos (ou tentamos decorar) na escola podem cair por terra. argumentam eles. ou sistemática. Semelhanças anatômicas ajudavam a decidir em que gaveta colocar cada espécie. a classe (mamíferos. e a teoria evolutiva se tornou a base lógica para todos os fenômenos ligados aos seres vivos . Tomemos os répteis. dizem os partidários da nomenclatura filogenética. dizia ele. portanto. um especialista em cobras e lagartos (literalmente!) com quem já tive o prazer de falar algumas vezes.para todos os seres vivos. O problema com a classificação tradicional . Releve. conhecido como hírax. temos de mexer nesse vespeiro. porque muitos grupos da classificação tradicional de animais (ou plantas) são verdadeiros sacos de gatos do ponto de vista da biologia evolutiva. O problema é o que aconteceu um século depois. é um dos parentes vivos mais próximos dos elefantes. os peixes e os répteis não existem. Eis aí a incongruência e o anacronismo. ou Código Internacional de Nomenclatura Filogenética. eles são vistos como uma . Estabeleceu também agrupamentos hierárquicos de animais e plantas.a primeira relativa ao gênero e a segunda à espécie. E.é o anacronismo puro e simples. de origem grega. colocada na Terra há poucos milhares de anos pela intervenção direta de Deus. dar-lhes nome e agrupá-los. ordem. classe e até gênero. répteis. a taxonomia é do tempo em que cada tipo de ser vivo era visto como uma entidade fixa e imutável. tem tomado corpo devagarzinho. Tradicionalmente. Charles Darwin publicou A Origem das Espécies em 1859. Os proponentes do PhyloCode desejam. Pondo ordem na casa O PhyloCode. dizem eles: espécie e clado. Sob todos os aspectos. Afirmações desse tipo são só um reflexo das informações cada vez mais detalhadas que os biólogos andam obtendo sobre o parentesco entre os seres vivos. um problema que a proposta ousada de nomenclatura conhecida como PhyloCode tem como objetivo solucionar. “peixes. aves e mamíferos” . ele e seus colegas continuam refinando o PhyloCode e preparando o dito cujo para implementação . baleias e porcos deveriam ser classificados no mesmo grupo. Queiroz. descartável) o uso de categorias como família. considera-se esse ancestral e todos os seus descendentes.coisa que ainda não tem prazo definido para acontecer. modelado por um time internacional de biólogos sistematas (especialistas em classificação) e capitaneado por figuras como Kevin de Queiroz. por exemplo. Se quisermos mesmo completar a revolução darwinista. como o pessoal do ICZN (Código Internacional de Nomenclatura Zoológica).menos quando se tratava de organizá-los. pois há método nessa loucura. Isso é importante. 101 anos depois de Lineu usar o binômio espécie-e-gênero para designar animais pela primeira vez. E Darwin já chegou enfiando o pé na porta sobre o assunto: “Nossas classificações deverão se tornar. No conteúdo do clado.Cada um no seu quadrado 27 de setembro de 2008 às 09:30 Que o nobre leitor não julgue apressadamente as frases que se seguirem aos dois pontos: o bicho da foto acima. Essa última palavra. o trabalho de Lineu marcou época. A teoria da evolução aconteceu. genealogias”. O tempo passou. tornar totalmente opcional (e. desde os anos 1990. para ser exato. de preferência. Tudo muito bonito e organizado. como em Homo sapiens . se a proposta mais radical inspirada por esses dados realmente “pegar”. Ele ajudou a instituir a designação latina em duas partes . um americano de origem mexicana e japonesa que trabalha no Museu Nacional de História Natural dos EUA.como a velha listinha dos vertebrados. até onde for possível adequá-las. sem deixar ninguém de fora. ramo da biologia responsável por colocar cada espécie no seu devido lugar. Criada pelo sueco Carl von Linné (1707-1778). é uma ciência do século 18. ou Lineu. começando no nível da espécie e “subindo” para o gênero. para começo de conversa. Mesmo com a desaprovação dos atuais manda-chuvas da nomenclatura biológica. é uma daquelas figuras que misturam simpatia e teimosia em partes iguais. anfíbios. no nosso caso) e o reino (animal). A taxonomia. a ordem (a nossa é a dos primatas. quer dizer algo como “galho” e se refere a qualquer grupo de organismos que estejam ligados entre si por um ancestral comum. que inclui todos os macacos e assemelhados). ao menos da maneira como são definidas tradicionalmente. Só seriam preservadas os “andares” classificatórios que têm real significado biológico. Uma possível definição para o clado dos mamíferos. O problema é que há uma montanha de evidências. um . animais rastejantes por excelência.um membro do grupo que engloba porcos e hipopótamos.classe. a definição de um clado qualquer deixa de lado detalhes anatômicos. Paulo Em sã consciência. é bom que as classificações mudem para refletir a descoberta de novos dados e o aparecimento de novos consensos no meio científico. hoje sabemos com razoável grau de certeza que baleias. Nada em ciência de verdade está fechado à revisão e. Os classificadores teriam liberdade para usar os antigos nomes lineanos para esse tipo de agrupamento. ou até moleculares. e até com o cientista que a está explicitando. A alternativa é manter o anacronismo e se conformar com a arbitrariedade das classificações. mamíferos de origem exclusivamente africana que descenderiam de um ancestral comum que existiu há dezenas de milhões de anos. não é possível voltar atrás: a constatação de que o álbum de família dos seres vivos é muito mais esquisito e digno de admiração do que a superfície deixa entrever. “estabilidade é ignorância”. no longo prazo. “degrau” do sistema de Lineu que está em pé de igualdade com mamíferos e aves. ou para os “peixes” (na verdade. para se referir diretamente à ascendência comum. um dos influentes defensores da nomenclatura filogenética. em outras palavras. quando a África inteira era uma ilha. De novo. Seria uma porteira aberta para a bagunça. Do ponto de vista evolutivo. como se fossem parentes próximos. Definir grupos de seres vivos dessa maneira implica necessariamente numa hipótese sobre sua filogenia. que demonstram que os emplumados atuais são uma derivação relativamente recente dos arcossáurios. Alguma forma de classificação filogenética também seria uma mão na roda para reconhecer de vez relações evolutivas entre animais cuja morfologia se tornou muito especializada. golfinhos e companhia descendem de um mamífero terrestre com número par de cascos nas patas . seja genéticas. num tipo de fórmula. Contudo. Entre os fundadores da visão cladística das classificações é muito importante reconhecer o entomólogo alemão Willi Hennig (1913-1976). Mais importante ainda. de bichos de quatro patas causaria um grau parecido de estranheza. Sair chamando galinhas de dinossauros ou cobras. Fórmula da vida Por enquanto.e essa hipótese pode variar com o tempo. dos elefantes e de bichos ainda mais estranhos. mudanças como essas. porém. não faz sentido. os PhyloCoders propõem manter os bons e velhos binômios latinos para designar espécies. no entanto. É o caso do fofíssimo hírax lá de cima. a nomenclatura atual classifica os dois bichos como membros de ordens isoladas e hierarquicamente indistinguíveis. mas cujo DNA e registro fóssil ainda carregam marcas do parentesco antigo. o subgrupo reptiliano que inclui os crocodilos. são algumas das consequências mais instigantes do PhyloCode (uma abreviação inglesa para "código filogenético"). não sem alguma razão. Numa coisa. um pós-escrito: é claro que o pessoal do PhyloCode não tirou todos os seus conceitos e propostas da cartola. por exemplo. exemplificados lá em cima. É indiscutivelmente cedo demais para saber no que vai dar todo esse debate. A resposta e o mantra dos PhyloCoders é. A Nova Ordem da Vida Reinaldo José Lopes free-lance para a Folha de S. representados por uma mãe e seu filhotinho aqui embaixo. seja morfológicas. Todas essas criaturas podem ser incluídas no grupo dos afrotérios. mas fundamentadas pela própria história da vida na Terra. Os críticos do novo código desceram o malho nesse aspecto da proposta. as aves são um tipo de arcossáurio. A pedido dos leitores. o parentesco de certos tipos de peixe com os vertebrados terrestres chega a ser maior do que o que une esses animais aquáticos ao resto dos peixes). dizem eles. com cara de absurdo. e não é difícil entender o porquê. seria: “o clado contendo o ancestral comum de Homo sapiens + Didelphis marsupialis [gambá] + Ornithorhynchus anatinus [ornitorrinco] + Tachyglossus aculeatus [equidna] e todos os seus descendentes”. O mesmo vale para as baleias e os porcos. desde que eles não fossem mais atrelados a categorias hierárquicas fixas. poucas pessoas se arriscariam a colocar lado a lado porcos e baleias. argumentam. o que. ou seja. sobre sua relação de parentesco . como ordem ou classe. e não mais uma designação que inclua a categoria de gênero também. De fato. como os porcos-formigueiros. mas querem que eles se tornem um nome duplo. de fato. suas categorias ajudaram a impor um pouco de critério científico." Apesar de esquisita. explique o título do arquivo. sem dúvida. depois em famílias. De acordo com o texto. De qualquer lado que se olhe. um californiano de 45 anos que é. Após a leitura do texto. volta e meia adotando nomes portugueses. cujo primeiro termo (Homo) designava o gênero. o meu sobrenome é português"." Para completar. brinca. A frase. de origem latina ou grega. "Sim. 7. também tem sangue japonês. como a nomenclatura filogenética. Quais são as características da nomenclatura lineana descritas no texto? 5. como o uso de semelhanças anatômicas. E. um agrupamento mais amplo de organismos. as subdivisões da vida eram só um recurso prático. enquanto o segundo (sapiens) era o nome pessoal e intransferível de cada espécie. folio glabro. ou binômio. genealogias". "mas o meu avô era mexicano e se chamava Padilla. filho de um pastor luterano. O grande problema. ou terrestres. diz Queiroz. um enigma classificatório. até hoje. Ele mudou de nome várias vezes. naturalistas europeus da era pré-lineana eram obrigados a chamar uma simples roseira silvestre de Rosa sylvestris alba cum rubore. o edifício lineano continua firme de pé. Rebocado. conhecido de qualquer um que já tenha usado o indefectível Homo sapiens para incrementar uma redação de colégio. a arquitetura teórica de Lineu (como é geralmente chamado em português) foi um avanço mais do que respeitável: para dar uma idéia. Quais foram os avanços da proposta de Lineu? 6. 2. até onde for possível adequá-las. é que Lineu fixou seu sistema em 1758 -exatos 101 anos antes da publicação de "A Origem das Espécies". lógica. em Washington. é a dos primatas). Queiroz é o nome que ele usava quando meu pai nasceu. proclamava o naturalista. De acordo com o autor do texto. ordens (a da humanidade. não por acaso. De qualquer maneira. elaborou o conceito de um nome duplo. o sistema até hoje usado para designar as formas de vida. e isso às vezes leva a idéias novas. classes e reinos. de longe a idéia mais importante e unificadora da biologia. Tudo muito de acordo com a biologia evolutiva. De fato. As espécies lineanas eram agrupadas em gêneros. É difícil achar algo mais distante do que queria Darwin: "Nossas classificações deverão se tornar. além disso. quais são as características necessárias para ser um bom pesquisador? 3. O principal idealizador do PhyloCode é o americano Kevin de Queiroz. Qual a crítica de Queiroz ao sistema proposto por Lineu? . porém. o que significa filogenia? 4. essa palavrinha de origem grega tem um significado que não é nem um pouco extravagante: a filogenia consiste em olhar a diversidade das formas de vida como uma grande família. argumenta Queiroz. essa confusão genealógica não atrapalhou os traços característicos da personalidade do pesquisador: ordem. "Eu sou uma pessoa que se esforça muito para ser logicamente consistente. Seu criador. abre o artigo de Queiroz que se tornou o embrião do PhyloCode. o especialista em répteis do Museu Nacional de História Natural. QUESTÕES 1. Mas acontece que a maneira usada para organizar os seres vivos há quase 250 anos. Explique o significado da frase " rebocado.novo sistema para denominar e classificar os seres vivos que promete reconduzir a evolução. de volta a seu devido lugar. O binômio de Lineu reduziu ao mínimo necessário essa tagarelice latina e. Para Lineu. é a nomenclatura lineana. o edificio lineano continua firme de pé". coerência interna. o botânico sueco Carl von Linné ou Carolus Linaeus (1707-1778). ele próprio. de Charles Darwin. aquáticos e aéreos. pintado e ampliada. numa época em que os animais eram divididos em selvagens e domésticos. o livro que instala de vez a evolução no trono da biologia. pintado e ampliado. não leva esse princípio básico em conta. de quebra. gosto muito de pensar sobre as consequências lógicas das coisas. "Acho que meus nomes e meu sangue são bem misturados". organizando criaturas em grupos de parentesco e descendência. organizacional: "A invariabilidade das espécies é a condição da ordem [na natureza]". como se tivessem sido criados pelo mesmo autor. A idéia atende pelo nome de ZooBank e partiu de Andrew Polaszek e seus colegas da Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica (ICZN). como gênero e família) seriam registrados.maternatura.Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica. diz Vivo. A intenção da ICZN é acabar com a confusão ao instaurar um banco de dados único. A intenção da ICZN é acabar com a confusão ao instaurar um banco de dados único. nas palavras dele. "A falta de acesso a essa informação é um problema. "O que propomos fará da taxonomia [classificação] animal uma ciência realmente moderna". Eles querem que o projeto esteja funcionando em 2008. de periódicos famosos como a "Nature" a boletins de congressos obscuros. Paulo. discordo que tal sistema baseado na internet seja.Equipe quer recadastrar espécies com ajuda da internet Fonte: Folha de S. diz esperar que a informação sobre os animais no ZooBank não fiquem excessivamente presas aos grupos do sistema oficial. Quem não faz idéia de onde encontrar tais nomes são os não-especialistas." Projeto sugere utilizar a internet para o recadastramento das espécies http://www. sediada em Londres (Inglaterra). Kevin de Queiroz.09h36 Banco de dados on-line facilitaria estudos sobre biodiversidade. o PhyloCode. é difícil rastreá-la". Por estar espalhada por uma série de fontes. A cada ano. Por estar espalhada por uma série de fontes. A cada ano. sediada em Londres. Set/2005 22/09/2005 . que lidera a proposta de um sistema de classificação alternativo. o cientista Andrew Polaszek e seus colegas da ICZN . "vital" para o avanço do conhecimento sobre a biodiversidade. entre 15 mil e 20 mil novas espécies de bicho são batizadas. a princípio. "Eu acho que um sistema internacional de registro de nomes é algo interessante. do Museu de Zoologia da USP. ano em que o atual sistema de classificação dos seres vivos com base em um binômio (como o do gênero Homo e o da espécie sapiens) comemora 250 anos. Os dados mostram que Polaszek e companhia têm razão de reclamar. os nomes das novas espécies (e dos grupos acima desse nível. especialista em répteis do Museu Nacional de História Natural dos EUA. Mais tarde. Eu trabalho com mamíferos da América do Sul e com um pequeno esforço descubro todas as informações que necessito sobre os meus bichos". on line. de onde veio o espécime-tipo (o animal que serviu de base para a descrição da espécie) e onde boas descrições sobre ele podem ser achadas. as atuais espécies seriam adicionadas ao bolo. Entretanto. contudo ainda não existe um banco de dados unificado com os nomes científicos destes. on-line.br/informativo/ver_informativo.Paulo Se você acha difícil e chato recordar até o nome da espécie à qual pertence --o batido Homo sapiens--. saiba que os cientistas já contam 1. No começo.org. A informação sobre elas acaba parando nos lugares mais variados. os nomes das novas espécies (e dos grupos acima desse nível.asp?id=93 A ciência já identificou cerca de 1. "O código atual trata todos os nomes dentro de uma determinada divisão.com). é difícil rastreá-la". Eles querem que o projeto esteja funcionando em 2008. no qual. "Qualquer especialista sabe exatamente onde achar os nomes que são publicados para o seu grupo zoológico de interesse. a princípio. Na edição do dia 22 de setembro da revista "Nature". escrevem eles na edição desta quinta da revista "Nature" (www. A informação sobre elas acaba parando nos lugares mais variados.5 milhão de animais. especialista em répteis do Museu Nacional de História Natural dos EUA. ano em que a indefectível classificação dos seres vivos com base em um binômio (como o do gênero Homo e o da espécie sapiens) comemora 250 anos. com uma mãozinha da internet. entre 15 mil e 20 mil novas espécies de bicho são batizadas. avalia Mario de Vivo. "A falta de acesso a essa informação é um problema. o que gera muita dificuldade para saber quem realmente propôs aquele nome. E não existe um banco de dados unificado no qual encontrá-los. A sistemática [outro nome para taxonomia] continua viva e bem sem isso". Uma proposta publicada nesta quinta-feira numa das principais revistas científicas do mundo quer acabar com essa bagunça.nature. de periódicos famosos como a "Nature" a boletins de congressos obscuros. publicaram uma proposta que atende pelo nome de ZooBank. o registro precisa ir além dos meros nomes. Para Vivo. o registro seria voluntário. no qual. baseado nas relações evolutivas entre as espécies. como .5 milhão de nomes científicos de animais como esse. trazendo informações sobre quem descreveu a espécie. concorda Kevin de Queiroz. REINALDO JOSÉ LOPES da Folha de S. concorda Kevin de Queiroz. "O código atual trata todos os nomes dentro de uma determinada divisão. A maior parte dos espécimes originais usados para a descrição de espécies brasileiras durante os séculos 19 e 20 foi coletada por estrangeiros e está guardada em museus fora do País. Outra aplicação seria na identificação de espécimes e materiais biológicos apreendidos pelas autoridades. Metade dos R$ 6 milhões seria apenas para as expedições de campo. Duas espécies podem ser tão parecidas que. aves. No começo.a partir do qual poderão ser feitas consultas para identificação de membros daquela espécie. e nessas situações o DNA funcionaria como um tira-teima.e garantir que essas informações permanecerão sob domínio brasileiro. E. Mais tarde. do Ministério da Ciência e Tecnologia. que busca identificar espécies a partir de seqüências no seu DNA. as atuais espécies seriam adicionadas na base de dados. do Museu de Zoologia da USP Universidade de São Paulo." Cientistas propõem inventário genético da biodiversidade brasileira Depois de revolucionar as ciências biomédicas por meio do estudo do DNA. o registro precisa ir além de meros nomes. A idéia é coletar amostras de tecido de cada espécie e. para não ficar de fora. . O banco de dados do projeto internacional Barcodes da Vida já tem mais de 36 mil seqüências. ou código de barras genético. baseado nas relações evolutivas entre as espécies. A idéia é evitar a perda de patrimônio biológico para outros países. com a meta de coletar 150 mil amostras de espécies de fauna e flora em todos os biomas brasileiros ao longo de dois anos. de várias instituições. o registro seria voluntário. Kevin de Queiroz. torna-se extremamente difícil distingui-las apenas por critérios morfológicos. como sementes de plantas. de onde veio o espécime-tipo (o indivíduo que serviu de base para a descrição da espécie) e onde boas descrições sobre ele podem ser achadas. O projeto envolve mais de 100 pesquisadores. a biologia molecular agora busca dar sua contribuição também na área da conservação ambiental. dessas amostras. cientistas brasileiros estão propondo um projeto de R$ 6 milhões para inventariar geneticamente a biodiversidade brasileira . enquanto as seqüências usadas como código de barras (apenas um pequenino trecho de DNA mitocondrial. A exemplo da taxonomia clássica. diz esperar que a informação sobre os animais no ZooBank não fiquem excessivamente presas aos grupos do sistema oficial. Um dos caminhos para o inventário genético seria coletar amostras dos próprios museus.gênero e família) seriam registrados. “qualquer especialista sabe exatamente onde achar os nomes que são publicados para o seu grupo zoológico de interesse. o que gera muita dificuldade para saber quem realmente propôs aquele nome. Os detalhes foram apresentados durante o 51º Congresso Brasileiro de Genética. o PhyloCode. peixes. Segundo Mario de Vivo. Por todo o mundo. em Águas de Lindóia (SP). realizado dias 7 a 10 de setembro. O DNA completo deverá ficar guardado em coleções genéticas brasileiras. Esses espécimes são conhecidos como holótipos (ou simplesmente tipos) e são os representantes mais importantes de qualquer espécie. como se tivessem sido criados pelo mesmo autor. Os idealizadores do projeto ressaltam que a idéia é agregar informações e não substituir uma ciência pela outra. de apenas 70 bases) serão lançadas em um banco público de referência . em alguns casos. extrair o DNA que será usado na identificação. A proposta foi submetida ao último edital do Programa Institutos do Milênio. como já ocorreu no passado com a taxonomia clássica . peles. anfíbios. a molecular pode servir tanto para a diferenciação de espécies já conhecidas quanto para a identificação de novas. répteis.ciência que busca fazer a identificação de espécies por meio de características morfológicas. ossos e dentes de animais. E os grupos taxonômicos inicialmente estudados seriam mamíferos. aranhas e plantas. Para Vivo. representando mais de 13 mil espécies. Quem não faz idéia de onde encontrar tais nomes são os não-especialistas”. mas nem sempre o estado de conservação dos espécimes é bom o suficiente para se fazer o estudo de DNA. Por isso a proposta da Rede Brasileira de Barcodes de DNA é fazer novas coletas na natureza. trazendo informações sobre quem descreveu a espécie. pesquisadores estão investindo na tecnologia de barcodes. que lidera a proposta de um sistema de classificação alternativo.
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