Resumo- História Da Cidade - BENEVOLO, Leonardo

March 30, 2018 | Author: Jonathas Tudini | Category: Roman Empire, High Middle Ages, Etruscan Civilization, Rome, City


Comments



Description

1.A Origem da Cidade no Oriente Próximo O ambiente construído não passava de uma modificação superficial do ambiente natural, imenso e hostil, no qual o homem começou a mover-se, o abrigo era uma cavidade natural ou um refúgio de peles sobre uma estrutura simples de madeira. O abrigo das sociedades neolíticas não é apenas um abrigo na natureza, mas um fragmento de natureza transformado segundo um projeto humano compreende os terrenos cultivados para produzir, e não apenas para apropriar do alimento, os abrigos dos homens e dos animais domésticos, os depósitos de alimento produzido para uma estação inteira ou para um período mais longo, os utensílios para o cultivo, a criação, a defesa, a ornamentação e o culto. 2. A aldeia passa a ser cidade no momento que as indústrias e os serviços não são mais executados pelas pessoas que cultivam a terra, mas por outras que já não tem essa obrigação. Assim nasce o contraste entre dois grupos dominantes. Enquanto as indústrias e os serviços se desenvolvem através da especialização a produção agrícola cresce utilizando estes serviços e instrumentos. A sociedade se torna capaz de evoluir e planejar a sua evolução. A cidade, centro motor da evolução, se transforma numa velocidade muito maior do que a aldeia e mostra mudanças muito profundas da composição e das atividades da classe dominante, que influi sobre toda a sociedade. A revolução urbana começa no crescente e fértil onde é coberto com uma vegetação rala e desigual. A planície é fértil, mas só consegue ser cultivada por onde passa ou pode ser conduzida a água. Os rios, os mares e o terreno aberto às comunicações favorecem as trocas de mercadorias e notícias; os céus, quase sempre serenos, permitem ver, à noite, os movimentos regulares dos astros e facilitam a medição do tempo. Foi neste local que algumas sociedades neolíticas encontraram um ambiente capaz que produzir recursos muito mais abundantes. Com o cultivo de cereais e árvores frutíferas, e parte dos viveres sendo acumulada para trocas comerciais, uma nova economia surge: o aumento da produção agrícola, a concentração do excedente nas cidades e ainda o aumento de população e de produtos, garantido pelo domínio da cidade sobre o campo. Na Mesopotâmia, o excedente se concentra nas mãos dos governantes da cidade; que nessa qualidade recebem os rendimentos de parte das terras comuns, a maior parte dos despojos de guerra e administram essas riquezas acumulando as provisões alimentares para toda a população, fabricando ou importando os utensílios de pedra e metal para o trabalho e para a guerra, registrando as informações e os números que dirigem a vida da comunidade. Essa organização deixa seus sinais no terreno: os canais que distribuem a água e permitem transportar para toda a parte os produtos e as matérias primas; os muros circundantes que individualizam a área da cidade e a defendem do inimigo; os armazéns, com sua provisão de tabuinhas escritas em caracteres cuneiformes; os templos dos deuses, que se erguem sobre o nível uniforme da planície com seus terraços e as pirâmides em degraus. Essas obras e casas em comum são construídas de tijolos e de argila. O tempo faz com que elas desmoronem e sejam incorporadas novamente ao terreno, e dessa forma conserva, camada por camada, os vestígios dos artefatos construídos em cada período histórico. Até meados do III milênio, as cidades da mesopotâmia formam outros estados independentes, que lutam entre si para repartir a planície irrigada pelos dois rios. Estes conflitos limitam o desenvolvimento econômico e só terminam quando o chefe de uma cidade adquire tal poder que impõe seu domínio sobre toda a região. O primeiro fundador de um império estável é Sargão de Acad; mais tarde, sua tentativa é repetida pelos reis sumérios de Ur, por Hamurábi dos aspectos, a cidade divina é uma copia fiel da cidade humana onde todos os personagens e objetos da vida cotidiana são reproduzidos e mantidos imutáveis. Este intento de construir uma copia perfeita e estável da vida humana não prosseguiu com a mesma intensidade. Essa economia entrou em crise em meados do III milênio; quando ela se reorganizou – sob o médio império, no II milênio - o contraste entre os dois mundos parece atenuado, e as duas cidades separadas tendem a se fundir numa cidade única, como por exemplo, a capital do médio império, Tebas, A assembléia dos cidadãos (ágora) que geralmente acontecia na praça do mercado (local de mesmo nome). o território era limitado por montanhas ou muros. Era formada pela acrópole (cidade alta) onde ficavam os templos e pela astu (cidade baixa) onde se desenvolvia o comércio e as relações civis. Podendo existir centros habitados menores. pois se levava em consideração que a população deveria ser suficientemente numerosa para formar um exército. Enquanto Esparta tinha 8. mas não tanto que impedisse os cidadãos de se conhecerem entre si e escolherem seus "representantes”. também possibilitam um desenvolvimento original: a pequena cidade se transforma na polis democrática. cujo fogo não poderia se apagar. nem mesmo bairros reservados a classes específicas. A cidade era um todo: não havia subdivisões. Cada cidade capital dominava certo território do qual obtinha seus meios de vida. mas o colapso da economia do bronze a as invasões bárbaras. a posição geográfica favorável ao tráfico marinho.400km². a nova economia do ferro. e a necrópole nos vales da margem esquerda. Tinha um altar com um fosso em brasas. mas tornou-se um lugar simbólico aonde se oferecia sacrifícios ao deus protetor da cidade. originou-se em uma colina. 3.C. Apesar disso. O alfabeto. das mercadorias e das idéias de uma extremidade à outra.O território de uma cidade poderia aumentar com as conquistas ou acordos. no início da Idade do Ferro truncam esta civilização. Os órgãos necessários para seu funcionamento eram: O lar comum (pritaneu): era o lar do palácio do rei. E neste contexto nasce uma nova cultura. pois era aonde os habitantes do campo se refugiavam contra seus inimigos. que permite a circulação dos homens. Por isso era dividido em pequenos principados independentes. conhecida como buleutérion. Na residência monumental dos reis persas – conhecida pelo nome grego de Persépolis – os modelos arquitetônicos dos vários países do império são combinados entre si.que ainda esta dividida em dois setores: o povoado na margem direita do Nilo. Por estar num território montanhoso e desigual.. Por causa do intenso comércio marítimo do II milênio. organizando expedições para formar colônias longínquas. Nas cidades democráticas esses locais eram próximos uns dos outros. mas agora os edifícios dominantes são os grandes templos construídos na cidade dos vivos. O número normal de habitantes para uma grande cidade é de 10. . além de unificações entre pequenas ilhas. a Grécia estava na periferia do mundo civil. uma cozinha e salas para refeição. a moeda cunhada. que se reuniam numa sala coberta. Importante: 1. não era possível a formação de um grande Estado. Desde o Egito até o vale do Indo passa por um longo período de paz e administração uniforme. permite a Grécia um grande desenvolvimento. O conselho (bulé) dos nobres e representantes da assembléia dos cidadãos. a economia hierárquica tradicional em economia monetária. Os tamanhos variavam.000. Do VI ou IV século a. cada um dominado por uma família guerreira. reduzia-se a população. cidade . todo o Oriente Médio é unificado no Império Persa. Corinto tinha apenas 880. Quando se passava desse limite. A Cidade Livre na Grécia Na Idade do Bronze.Estado. A polis. Depois se estendia para as planícies vizinhas e era cercada por muros. houve grande riqueza. mas a adição de outro organismo equivalente. comércio. existe coerência e responsabilidade por parte dos governantes.). jogos desportivos. os Propileus (437-432 a. Em torno da Acrópole e das outras áreas públicas estavam os bairros com as casas de habitação. Em 476 a.C. o tribunal.C. constroem-se o Pártenon (447-438 a.C. Na Acrópole. possibilitando sempre uma unidade. Além disso. com a qual centraliza a Acrópole na paisagem urbana. De certo momento em diante.destinada às reuniões políticas. colina das Ninfas. cornijas e objetos de decoração eram feitos em laboratório montadas no local. já que se vivia mais ao ar livre e em espaços públicos. Os edifícios antigos e arruinados são conservados e incorporados aos novos. Nesta área. A cidade é um organismo artificial inserido no ambiente natural: existe um respeito pelas formas da paisagem. Colunas.C. escultura. teatro O Estado intervinha nas duas primeiras e administrava diretamente a terceira. os santuários de Dionísio e de Zeus. Permanecendo assim até o início do século XIX. Antes de sua queda. pintura estão totalmente ligadas.) e o templo de Atena Niké (430-420 a. Em seu período de ruínas.). Em 1834 é escolhida capital da Grécia moderna. passa a restringir um pequeno espaço em torno da Acrópole e da Ágora romana. a arquitetura. como por exemplo: ampliam-se a extensão de muros. o Museu e pela Acrópole (sede dos primeiros habitantes da cidade e centro organizador da grande metrópole subseqüente). O espaço da cidade se divide em 3 zonas: áreas privadas . esta cidade é destruída pela invasão persa. Atenas localizava-se na planície central da Ática. a Pnice. quando termina o domínio turco. Para cada uma das funções da cidade se construía e se aperfeiçoava o aparelhamento de monumentos (exemplo: aqueduto) e a cidade existia para unificar esses diferentes serviços. que eram modestas. . Atenas sofre uma significativa expansão. as ruas eram irregularmente traçadas. Apesar de novas mudanças no período helenístico e romano. 4. dando equilíbrio entre a natureza e arte (bem acabada e simétrica).2. Areópago. como novos pórticos e a "Cidade de Adriano". 3. Em seguida formaram-se a ágora. Em sua reconstrução há algumas mudanças. projetistas e trabalhadores manuais. elevam-se os edifícios da Ágora. que ligava a Ágora ao Dípilon. Para as várias mudanças e correções vividas. capitéis. garantindo precisão técnica. a presença do homem na natureza destaca-se pela qualidade e não pela quantidade.casas de moradias áreas sagradas . exceto o dromos.templos dos deuses áreas públicas . no fim da idade clássica. Recortada pelos rios Cefiso e Ilissos e pelas colinas Licabeto. tornando-se a cidade a casa de todos. A cidade nasce quando os habitantes dos centros menores da Ática foram obrigados a se concentrar em torno da Acrópole. Tende-se então a paleópole (cidade velha) e a neápole (cidade nova). o Pireu torna-se o novo porto comercial e militar. o crescimento da população não produziu uma ampliação gradativa. Atenas: Circundada por uma série de montes. formando um novo cenário da cidade. Deste modo. essa imagem não é modificada. Mais tarde – por obra de Sérvio Túlio. existe um grande numero de cidades-Estado. O vale central entre as quatro regiões é secado escavando-se a Cloaca Máxima. onde o rio pode ser atravessado com mais facilidade. Os etruscos que ocupam a margem direita têm interesse em manter livre a passagem.. mantendo seu traçado irregular. O enorme alargamento do território faz com que a cidade cresça. os quarteirões são retangulares e uniformes. Perugia. e já é a maior cidade da Itália continental. O curso do rio. Tarquinia.C. Traçadas por um desenho geométrico e seguindo uma regra racional (aplicada da escala do edifício à escala da cidade). e na margem esquerda uma série de colinas chegam perto das bordas com suas paredes íngremes. e defendida por novos muros de pedras enquadradas. Vetulonia.. A superfície interna de Roma. Assim. tornaram-se sistemático os caracteres das cidades gregas. Estas cidades ocupam uma elevação facilmente defensível. se formam uma feira e um mercado. A origem de Roma: Roma surgiu à beira do curso inferior do rio Tibre. Colina. Logo depois foi reconstruída. Vulci. Palatina. . deixando uma ilha no meio (a ilha Tiberiana). para alcançar suas possessões na Campânia. Ficam fora da cidade o Capitólio. que os romanos vão usar posteriormente: a inauguratio (a consulta da vontade dos deuses antes de fundar uma cidade). Cerveteri e Veio. e absorve sua influência. que inclui o Palatino. que compreende o Célio. e o Aventino. Quando a unificação política do Império é definitivamente consumada. e aqui se forma a nova área comercial. com essas quatro regiões mede cerca de 286 hectares. como na Grécia. compreendendo o Viminal e o Quirinal. enquanto que nas colinas mais próximas nascem as primeiras aldeias fortificadas dominando a passagem do rio. e entra em contato com as colônias gregas da Itália Meridional. As cidades principais são: Volterra. a limitatio (a Demarcação do perímetro externo e dos limites internos da cidade). as ruas são traçadas em ângulos retos. o único que tem encostas íngremes e facilmente defensáveis e ao mesmo tempo oferece uma plataforma bastante espaçosa para construir uma aldeia. Em 378 a. Esquilina.) a todos os habitantes do Império.C. diminui e se divide em dois ramos.Juntamente com Atenas.C. em diante . com exceção do Capitólio. o Foro Romano. outras cidades foram divididas regularmente. que inclui o Esquilino. que funciona como Acrópole. a cidadania romana é concedida por Caracala (em 212 d. nesse ponto. Como exemplo. que em 456 a. mas não lhe tira o caráter original: é uma aldeia que se torna pouco a pouco uma cidade mundial.C. depois se expande até a Campânia. mas através do comércio marítimo comunica-se com as outras civilizações do Mediterrâneo. Os autores antigos atribuem aos etruscos a origem das regras para a planificação das cidades. a consacratio ( o sacrifício celebrado na cidade recém-fundada). O mais antigo centro habitado surge no monte Palatino. é destinado aos plebeus durante as lutas com os patrícios. 4. toda a cidade foi ocupada e incendiada pelos gauleses. Chiusi. Arezzo.na costa terrena entre o Arno e o Tibre. e foram profundamente transformadas pelos romanos. Na Etrúria. segundo a lenda – se forma uma cidade que inclui as sete colunas tradicionais. Roma: A Cidade e o Império Mundial A civilização etrusca surge na Itália durante a idade do Ferro – do século IX a. Cortona. governadas usual-mente por regimes aristocráticos e unidas em uma liga religiosa com centro em Bolsena. depois de uma curva bastante pronunciada. o Ópio e o Císpio. As margens do território etrusco surgem Roma: uma pequena potência que cresce até dominar todo o mundo mediterrâneo. e é dividida em quatro regiões: Suburbana. como nos modelos gregos. As insulae são as construções coletivas de muitos andares voltadas para a população mais pobre. onde existia o lago artificial. sem ter necessidade de se defender com um cinturão de muros. os ambientes em arco são construídos com uma técnica cada vez mais segura e avançada.C. abriram-se as praças. de Marcelo e de Pompeu). mas as ordens arquitetônicas são executadas de maneira sumária. limitou-se a altura dos edifícios. Os abastecimentos chegam por mar até a foz do Tibre. que cresce e ocupa uma superfície cada vez maior. Foi medida a estrutura dos bairros. com um equilíbrio finito em si próprio: a cidade é um conjunto destes ambientes destacados. não se fazem em Roma outras grandes obras públicas. organiza os aquedutos. Depois de Constantino. As domus são as casas individuais típicas das cidades mediterrâneas. O equilíbrio entre estruturas arquitetônicas e os acabamentos esculpidos ou pintados. e rechaça o campo para longe. deu-se largura às ruas. Vespasiano manda demolir a Domus Aurea e na zona quase plana do parque. as intervenções na construção se tornam cada vez mais grandiosas. constrói. e para seu próprio benefício não é fechada nem equilibrada: cobre um trecho de território.. Estes grandes edifícios demonstram a enormidade dos meios à . Roma contava com cerca de 5 milhões de habitantes.C. Augusto ocupa o Campo de Marte com uma série de edifícios. e 44300 insulae. e são reservadas para as famílias mais ricas. o Coliseu. Até o século III d. Os Catálogos Regionais fornecem. Por volta de 5a. Também se desenvolve a construção privada. os teatros (de Balbo. Pinturas e esculturas se contrapõem a arquitetura. os seguintes dados: 1790 domus. Eram dalí que os mantimentos eram transportados em navios menores até Roma. enquanto o império atinge o seu apogeu. começa a construir o grande anfiteatro da cidade. um grandioso sistema de desembarcadouros e depósitos.C. adicionaram-se pórticos para a proteção das fachadas das insulae. Júlio César amplia o Foro Romano com a basílica Júlia e com a construção do novo Foro de César mais ao norte. Mas todo arranjo é uma cena fechada e independente. e uma organização física que parece coerente e definitiva. destinadas à população mais pobre. onde existe na Ilha Tiberina.C. edifica um grande número de templos. o Panteão. como peças de decoração independentes: a continuidade das formas plásticas fixada pelos gregos se perdeu definitivamente. a Ara Pacis. onde foi necessário construir uma cidade portuária. Para dar espaço aos novos arranjos é preciso destruir aquilo que existia antes. o Foro de Augusto. ao lado do Foro de César.C. demolindo um bairro aos pés do Capitólio. Até o século II d. Neste momento. Óstia. as Termas de Agripa. viveram de 700000 a 1000000 de habitantes em Roma. a Domus Aurea. o Mausoléu do imperador.Passando da república para o império. que aproveita o pouco espaço concedido com casas de muitos andares. Para os espetáculos constroem-se os circos (sendo o mais importante deles o Circo Máximo. que transferiu a capital para Bizâncio. desfigurando a forma natural do terreno. e entram em conflito com a anterior organização da cidade. os anfiteatros para os jogos dos gladiadores (o Coliseu). Roma é uma “cidade aberta”. Após o incêndio de 64 d. as insulae. Nero transforma a cidade mais radicalmente: constrói para si uma nova residência extraordinária. Os imperadores Flávios continuaram a renovação iniciada por Nero. no fim do século III d. o Teatro de Marcelo.. é respeitado nos grandes edifícios públicos. e estabelece uma nova divisão da cidade em 14 regiões. Roma alcança o desenvolvimento máximo. e pode conter cerca de 250000 pessoas). organiza a reconstrução dos bairros destruídos com métodos racionais. as margens do rio. Posteriormente este equilíbrio clássico entre a forma geral da construção e os detalhes. Enfim. Ela é guarnecida de torres. as casas possuem muitos andares abrindo para o espaço público. Os romanos selecionaram métodos construtivos e difundiram-nos por todo o império. dos monumentos e simplificam a forma imprecisa da paisagem. Entre o período de interrupção das cidades norte . O desmoronamento dos aquedutos torna a zona montanhosa da cidade inabitável. o que dificulta a descrição de sua forma de cidade. inovação de técnicas agrícolas. criou-se uma fratura no desenvolvimento citadino. Roma perde o caráter de capital única. desembocam em praças paradisíacas. No século IV Constantino transfere a capital do império de Roma para Bizâncio. A muralha a define. abastecimento de água e diversão coletiva. com as capitais em Ravena e Constantinopla (atualmente chamada de Istambul. O crescimento das cidades permitiu uma mudança para o campo com o intuito de aumentar a produção agrícola e para isso foi necessário colonizar novas terras. ademais se desenvolvem em altura devido ao espaço . O centro monumental antigo fica à margem do desenvolvimento da nova cidade. A partir do momento que esta estabilidade é abalada e os abastecimentos navais são interrompidos em Roma. mas permanece uma cidade menor em relação as outras..VII). Outras se transformam em grandes metrópoles modernas. nos seus aspectos gerais. Entretanto. No final do século X a população quase triplica o que resultou na: estabilização dos povos invasores (árabes. felizmente. escoamento de refugos. Mas também traz uma série de problemas de alojamento. Penetra-se nela por portas e nela se encaminha por ruas infernais que. formam na fachada o ambiente da rua ou da praça. isso obriga grande parte da população a sair da cidade. A hegemonia política traz a Roma uma concentração cada vez maior de homens. Linhas fortificadas Desde o fim do século III d. É possível enxergar que as circunstancias históricas e geográficas fizeram com que essas cidades medievais possuíssem todas as formas possíveis. podemos dizer que a cidade medieval não estabelece modelos formais.disposição da autoridade pública: mão de obra. temos: as ruas não menos irregulares do que as cidades muçulmanas. pois somente nos anos 1000 houve o retorno da vida urbana. Surge então. pois irregularizam a precisão das linhas da estrada. Parece não haver diferença entre natureza e geometria. no comércio marítimo e na construção de novos cinturões. e capital da Turquia). 5. a cidade contemporânea sobre o traçado da antiga. É nesse ponto que a cidade atinge o seu limite de tamanho e um grau de organização. e fornece instrumentos para fazê-la funcionar.C. a configuração de cidade mais campo possuem um caráter do urbanismo que vem da urgência de sobreviver. organizadas para formar um espaço único. A frase acima é uma breve narrativa do que seria a cidade da Idade Média. as praças não independentes que configuram largos convergindo em ruas. As cidades européias da Idade Média “A cidade na Idade Média é um espaço fechado. circulação de pessoas e veículos. como Siena. Desde a alta idade média até 1870 Roma se transforma.ocidentais do Império Romano (séc. No fim do mesmo século Teodósio divide o império em duas partes. sem interrupções. das casas dos ricos e da muralha que a cerca”. As novas instalações se conformam dentro do ambiente natural e nas ruínas das construções antigas. como Paris e Londres. vikings e húngaros). Algumas dessas permanecem as tradições originais. Assim. torres de igrejas. que passa a se chamar Constantinopla. dinheiro e materiais de todos os cantos do império. Esse é o início da cidade antiga para a cidade moderna. Aquedutos. e faz com que os habitantes migrem para as margens do Tibre. Os principais são: Estradas e pontes com traçados retilíneos. E o funcionamento da cidade depende diretamente da estabilidade política do império. como também no centro econômico mais importante da cultura italiana. Prosperam a arte e a vida cultural. No século XII. Bolonha: Foi escolhida pelos romanos. o organismo político e físico está estabelecido. A comunidade que se formou neste território fugia das invasões bárbaras. Sua boa posição a torna o centro de uma aglomeração. No século XII . Isso se deve a desembocadura do rio em terra firme. Cresce e adquire uma forma retangular. São elas: Veneza: Possui um canal natural onde permite a sua comunicação com o mar. Tentam reconstituir o seu organismo tradicional. nos espaços públicos existem os edifícios privados. As Igrejas seguem uma rigorosa disciplina estilística (modelos romanos e cristãos). A guerra a desfigura. Florença: Colônia romana. O Palácio Comunal se torna um dos centros mais ricos da Alemanha. Ponto de chegada mais importante do comércio europeu. Para uma melhor compreensão da vida urbana medieval é indispensável descrever exemplos de grandes cidades medievais. dão lugar a ordens religiosas. uma contribuição universal.c. Torna-se mais tarde uma das maiores cidades da Itália Setentrional.apertado gerado dos cinturões. Surge as habitações concentradas ao redor do mercado. . Nuremberg: Fundada em 1040 pelo imperador Henrique III. políticas e comerciais. É um tabuleiro de cidade medieval. centro principal da vida da cidade. Pequeno quadrado. Assim. As famílias se estabelecem no campo. austríacos e gauleses. sua porta ocidental coincide com o umbilocus. Possuem uma das praças mais amplas da Idade Média. com o rápido desenvolvimento. além disso. fundadas na Antiguidade ou na Alta Idade Média e transformadas na Baixa Idade Média. pode se tornar um centro comercial intermediário entre o Ocidente e o Oriente. pois é considerado em templo romano. Bruges: Se desenvolve em volta de um castelo e se torna a maior cidade mercante da Europa. mas as casas tornam. fundada em 59 a. No século XIII se torna o porto principal entre a Europa e o Mar Norte. somente os monumentos são reconstituídos com fidelidade. Neste mesmo século se reconstrói as Igrejas góticas. pode crescer sem encontrar obstáculos naturais. menor e menos importante que Bolonha. transformou-se no centro econômico mais importante da Europa (produção de lã). No século XI já está formada.se edifícios modernos. A Abóbada de Bruneleschi se torna o centro ideal. os espaços públicos e privados não se separam. Hoje é um centro tranquilo e isolado. propõe um novo sistema cultural que transformará a prática artística. O Batistério de São João é prova das origens antigas. No século XX deixa de ser soberana e cão sob o domínio dos franceses. No século XI a população cresce e por esse motivo acaba se libertando do feudalismo. Após a queda do Império entra em ruínas.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.