Resumo do Livro Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentas - Dalgalarrondo.pdf

May 22, 2018 | Author: Abrahao Rocha Brandao | Category: Psychopathology, Consciousness, Sleep, Science, Semiotics


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PSICOPATOLOGIA E e empreender terapêuticas.De um modo geral, a semiologia, ou semiótica, é a ciência SEMIOLOGIA dos signos. O signo é um tipo de sinal, como por exemplo, na semiologia médica, a febre 1 GERAL pode ser um sinal/signo de uma infecção ou inflamação. Portanto, os signos de maior interesse para a psicopatologia são os sinais comportamentais objetivos, as vivências subjetivas relatadas pelo paciente e suas 2 queixas. Síndromes e Entidades Nosológicas: São os fenômenos mórbidos nos quais se pode identificar (ou pelo menos presumir 3 OBSERVAÇÃO com certa consistência), determinados fatores causais, ou seja, a etiologia. INTRODUÇÃO Definição de Psicopatologia: Semiologia Psiquiátrica: A psicopatologia é um ramo da ciência que Por semiologia médica entende-se o trata da natureza essencial da doença mental, estudo dos sintomas e sinais da doença, que suas causas, as mudanças estruturais e suas permite ao profissional de saúde, identificar formas de manifestação. Ela pode ser definida, alterações físicas e mentais, ordenar os em uma acepção mais ampla, como o fenômenos observados, formular diagnósticos conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. 1 Este material é um resumo do livro “Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais”, de Paulo Dalgalarrondo, médico pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Campinas. O autor é mestre em Medicina pela FCM-Unicamp, Doutor em Medicina pela Forma e conteúdo dos sintomas: Universidade de Heidelberg, Alemanha, Professor Doutor do Departamento de Psicologia Médica e Quando se estuda os sintomas Psiquiatria da FCM- Unicamp. O resumo da psicopatológicos, costuma-se enfocar dois referida obra é citada até a página 49 deste artigo .A partir desta página, usou-se uma revisão da aspectos básicos : a forma do sintoma, isto é, literatura para Psicopatologia Dinâmica. sua estrutura básica, relativamente 2 Aluno do Curso de Psicologia pela UNIFAE- Centro Universitário de São João da Boa Vista-SP, semelhante nos diversos pacientes que resumiu a presente obra, destacando os (alucinação, delírio, etc) e seu conteúdo , ou aspectos mais utilizados na grade curricular dessa instituição. [email protected]) seja, aquilo que preenche a alteração 3 Esse resumo é apenas um apanhado daquilo que estrutural ( conteúdo de culpa, religioso, de foi mais importante da matéria de Psicopatologia Geral, e não substitui de maneira alguma, a leitura perseguição, etc). integral da obra de Dalgalarrondo.Recomenda-se ao O conteúdo geralmente é mais leitor comprar o livro para se aprofundar mais no assunto. Site da editora: www.artmed.com.br . pessoal e depende da história de vida do (Márcio Sant’ Ângelo) -1- paciente. De um modo geral, os conteúdos alterações psíquicas, aquilo que caracteriza a dos sintomas estão relacionados aos temas vivência patológica como sintoma mais ou centrais da existência humana, como a menos típico. De uma maneira geral, podemos sobrevivência, segurança e a sexualidade. dizer que a função da psicopatologia descritiva seria a de descrever e rotular os sintomas. Já a Psicopatologia Dinâmica Conceito de Normalidade em interessa-se pelo conteúdo das vivências, os Psicopatologia movimentos internos dos afetos, desejos e O conceito de normalidade em temores do indivíduo, sua experiência psicopatologia é uma questão de grandes particular e pessoal, não necessariamente controvérsias, pois a normalidade pode variar, classificável em fenômenos previamente e muito, com a cultura, a ideologia e a vivência descritos como na descritiva. de cada indivíduo. É óbvio que quando se trata de casos ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS EM extremos, onde as alterações PSICOPATOLOGIA comportamentais e mentais são de PRINCÍPIOS GERAIS DO intensidade acentuada e de longa duração, o PSICODIAGNÓSTICO delineamento das fronteiras entre o normal e o patológico não é tão problemático. O estudo da doença mental inicia-se Por outro lado, há muitos casos nos pela observação cuidadosa de suas quais a delimitação entre o normal e o manifestações. A observação articula-se patológico é bastante difícil. Pode-se dizer, de dialeticamente com a ordenação dos uma maneira geral, que há vários critérios de fenômenos; isto supõe que para observarmos, normalidade e anormalidade em precisamos produzir definições, classificações, psicopatologia, e a adoção de um ou de outro interpretar e ordenar o observando em uma depende, entre muitas coisas, das opções determinada perspectiva, segundo uma certa filosóficas, ideológicas e pragmáticas do lógica. profissional, além de variarem consideravelmente em função dos fenômenos O Diagnóstico em Psicopatologia específicos com os quais trabalhamos. Podemos identificar duas posições extremas de diagnóstico: uma que afirma que PRINCIPAIS ESCOLAS o diagnóstico não tem nenhum valor, pois PSICOPATOLÓGICAS cada pessoa é uma realidade única e inclassificável. Nesse caso, o diagnóstico teria Psicopatologia Descritiva versus a função apenas de rotular as pessoas Psicopatologia Dinâmica diferentes, excêntricas, permitindo o poder médico e o controle social sobre o indivíduo A Psicopatologia Descritiva desadaptado ou questional (diagnóstico puro). interessa-se fundamentalmente pela forma das -2- A outra posição diz que o diagnóstico A avaliação do paciente em é imprescindível na avaliação das patologias psicopatologia é feita principalmente por meio mentais, pois observar os aspectos singulares da entrevista, que não pode ser vista de forma e subjetivos do indivíduo é muito importante, alguma como uma coisa banal ou um simples mas sem um diagnóstico psicopatológico perguntar ao paciente sobre alguns itens da aprofundado não se pode compreender sua vida. As entrevistas, juntamente com as adequadamente o paciente e seu sofrimento, observações detalhadas e cuidadosas do nem escolher o tipo de estratégia terapêutica paciente, são a pedra angular de mais adequada. conhecimento da psicopatologia. Com uma Na natureza humana, pode-se entrevista bem elaborada e realizada com arte distinguir três grupos de fenômenos em e técnica, o profissional poderá obter relação à sua possibilidade de classificação: informações valiosas sobre o paciente. Aspectos e fenômenos que encontramos Através da entrevista psicopatológica, em todos os seres humanos: este grupo de chegamos a dois principais aspectos da fenômenos faz parte de uma ampla categoria avaliação: que é demais para a classificação, sendo Anamnese, ou seja, o histórico dos sintomas pouco útil para a mesma. Fenômenos como: a e sinais/signos que o paciente tem privação das horas de sono causa sonolência; apresentado ao longo de sua vida, seus a restrição alimentar, causa fome; ou seja, são antecedentes pessoais e familiares, assim fenômenos notórios, comuns a todos, que não como de sua família e meio social. despertam grande interesse à psicopatologia e Exame Psíquico, ou Exame de estado são triviais. mental. Aspectos e fenômenos que encontramos Ambos são aspectos mais relevantes em algumas pessoas, mas não em todas: sobre a técnica de entrevista em estes são os fenômenos de maior interesse psicopatologia, porém não podemos para a classificação diagnóstica em desconsiderar uma avaliação física, pois o psicopatologia, onde se situam a maior parte exame físico do paciente com transtornos dos sinais, sintomas e transtornos mentais. mentais, quando realizado de forma Aspectos e fenômenos que encontramos adequada, pode ser um excelente instrumento em apenas um ser humano em particular: de aproximação afetiva, principalmente em tais fenômenos, embora de interesse para a pacientes muitos regredidos, além de que o compreensão do ser humano, são restritos exame físico do paciente com um transtorno demais e de difícil classificação e psiquiátrico, não difere daquele dos pacientes agrupamento, tendo maior interesse os seus sem transtornos mentais; só que muitas vezes, aspectos antropológicos, existenciais e uma avaliação física é feita por médicos estéticos do que propriamente taxionômicos clínicos gerais, que por sua vez, não ouvem o (classificatórios). paciente psiquiátrico como devem ser ouvidos, em conseqüência do estigma de “louco”, que A Avaliação do paciente invalida suas queixas somáticas. Podemos também, além do exame físico, encaminhar o -3- paciente para uma Avaliação Neurológica, (maneira própria de ver, sentir e reagir de cada onde poderá ajudar no psicodiagnóstico. um). Além de paciência, respeito e empatia, o profissional necessita de uma certa têmpera O Psicodiagnóstico (moderação, equilíbrio) e habilidade para estabelecer limites aos pacientes invasivos ou A área desenvolvida pela psicologia agressivos, e assim proteger-se e proteger o clínica, denominada psicodiagnóstico conteúdo da entrevista. representa um importante meio de auxílio no Às vezes uma entrevista bem diagnóstico psicopatológico, e em sua maioria, conduzida é aquela onde o profissional fala são viabilizados através da aplicação de testes pouco e ouve muito o paciente, outras vezes, projetivos, psicométricos e da personalidade, a situação exige que o entrevistador seja mais ou também por testes rastreadores de ativo, falando mais e fazendo mais perguntas. possíveis alterações orgânicas, como o Isso varia muito e função: Benten e o Bender, assim como testes Do paciente; sua personalidade, seu estado neuropsicológicos mais específicos, mental e emocional. Às vezes o entrevistador destinados a detectar alterações cognitivas. precisa ouvir muito, pois o paciente preciso Exames complementares: os exames muito falar, desabafar. Outras vezes, o complementares laboratoriais, entrevistador deve falar mais, para que o neurofisiológicos e de neuroimagem são paciente não se sinta muito tímido ou retraído; também auxílio fundamental ao diagnóstico Do contexto institucional da entrevista, ou psicopatológico. seja, onde será realizadas esta entrevista, em um pronto socorro, enfermaria, ambulatório, A Entrevista com o Paciente etc. Dos objetivos da entrevista, se a mesma O domínio da técnica de realizar está sendo realizada para um diagnóstico entrevistas é o que qualifica o profissional clínico, estabelecimento de vínculos habilidoso (Sullivan, 1983), sendo um atributo terapêuticos, questões forense, etc; fundamental e insubstituível do profissional de Da personalidade do entrevistador, ou seja, saúde. alguns profissionais são ótimos A habilidade do entrevistador, de entrevistadores falando pouco durante a início, revela-se pelas perguntas que formula, entrevista, sendo discretos e introvertidos; por aquelas que evita formular e pela decisão outros, porém só conseguem trabalhar bem e de quando e como falar ou apenas se calar e realizar boas entrevistas, sendo espontâneos, ouvir. falantes e extrovertidos. O profissional que conduz a entrevista Ressaltando também alguns pontos deve também estabelecer uma relação negativos que devem ser evitados pelo empática e ao mesmo tempo útil do ponto de profissional na realização da entrevista: vista humano, além de saber acolher e ouvir o Posturas rígidas e estereotipadas, que são sofrimento do indivíduo, escutando o doente fórmulas que o profissional deduz que em suas dificuldades e idiossincrasias funcionariam bem com alguns pacientes e, -4- portanto devem funcionar com todos. Portanto, interrompendo a fala do paciente quando o profissional deve buscar uma atitude flexível julgar necessário; que se adapte à personalidade e aos sintomas Fazer muitas anotações durante a do indivíduo, assim como sua cultura, entrevista, pois esse comportamento adotado ideologia e valores pessoais; pelo entrevistador pode transmitir ao paciente Atitude excessivamente neutra ou fria, que que as anotações são mais importantes do transmita ao paciente muitas vezes uma que a própria entrevista, por isso é situação de distância e desprezo; fundamentalmente importante observar se o Reações exageradamente emotivas ou ato de fazer anotações incomoda o paciente. artificialmente calorosas, que produzem uma Na maioria das vezes, principalmente falsa intimidade. O que se deve fazer é criar no serviço público ( ambulatórios, postos de uma relação de respeito e consideração pelo saúde, hospitais), os profissionais passam por paciente, mas de uma maneira genuína, sem um problema relacionado ao tempo, excesso extrema frieza ou cautela exagerada; de trabalho, estresse e condições de Comentários valorativos ou julgamentos atendimento precárias, sendo muitas vezes sobre o que o paciente relata, sente, vivencia impaciente. ou apresenta; O importante é salientar que apesar do Reações emocionais intensas de pena ou profissional ter apenas entre cinco a dez compaixão, pois um paciente minutos para atender um paciente nessas desesperadamente transtornado beneficia-se instituições, ele deve examinar o mesmo com muito mais de um profissional que acolha tal paciência e respeito, criando uma atmosfera sofrimento de forma empática do que um de confiança e empatia, mesmo com as profissional que se desespere com ele; restrições de tempo, pois muitas vezes não é a Responder com hostilidade ou agressão às quantidade de tempo ou de entrevistas que o investidas hostis ou agressividades do profissional tem com o paciente, mas a paciente. O profissional deve deixar claro que qualidade da atenção que o profissional o paciente está sendo inadequadamente hostil consegue oferecer ao paciente é que pode e que, embora em tom sereno e brando, deve gerar uma melhor qualidade no atendimento. deixar evidente que não aceitará agressões físicas ou verbais exagerada, pois tais A(s) PRIMEIRA(s) ENTREVISTA(s) comportamentos e discussões costumam ser inúteis ou negativas no contato com o A entrevista inicial é considerada um paciente; momento crucial no diagnóstico e tratamento Entrevistas excessivamente prolixas ( muito em saúde mental. Esse primeiro contato, longo ou difuso; enfadonho), mas no fundo quando bem conduzido, deve produzir no não diz nada de substancial sobre o seu paciente uma sensação de confiança e sofrimento. Quando isso ocorrer, o profissional esperança no alívio do seu sofrimento. deve ter habilidade de conduzir a entrevista Do contrário, quando as entrevistas para pontos e termos mais significantes, iniciais são desencontradas e desastrosas, na qual o profissional é, involuntariamente ou -5- carrega a transferência que o profissional estabelece consigo. mais claros e significativos. como pela vivência subjetiva do paciente em relação TRASNFERÊNCIA E àqueles sintomas. os pais (complexo de Édipo). valores pessoais e preconceitos inevitáveis A contratransferência. mas com futuras entrevistas confiáveis. O desfecho da se for o caso. contratransferência introduzidos por Sigmund pois muitas vezes. das vestimentas. negligente ou hostil. como a experiência por seus pais ou figuras significantemente clínica. é um fator que ocorre não só na por um “informante” podem revelar dados mais entrevista inicial. as informações fornecidas Freud. piedade. é que o profissional. transferência e contratransferência e emocionais na infância.não. com o seu paciente. e com ele. entrevista só se dará de uma forma positiva A confidencialidade. profissão. o motivo ou razão da entrevista. pois é nele que se inclui sendo antes derivadas de suas relações com toda a carga emocional de ser visto. O entrevistador deve-se interessar tanto pelos sintomas objetivos. seu valor substancial. tratamento. já tem hostil. Esse primeiro contato e a primeira A partir deste conceito. do gesto. este ou aquele paciente desperta no conveniente que o profissional se apresente. profissional sentimentos de raiva. Sem saber Logo no início da entrevista. no abortamento do geralmente na análise de linha psicanalítica). que não se baseiam na situação real. tanto de caráter afetuoso como toda a sua comunicação não verbal. etc. onde o profissional projeta inconscientemente no paciente sentimentos que nutria no passado por A APRESENTAÇÃO pessoas significativas de sua vida. por sua vez. dizendo seu nome. -6- . do modo de sorrir a prova de que os adultos não superaram sua ou de expressar os seus sentimentos. o produto de uma saúde os sentimentos primordiais que nutria mescla de muitos fatores. Portanto é de fundamental importância deixar claro para o paciente o sigilo e descrição da entrevista e que os mesmos serão rompidos ALGUNS PONTOS ADICIONAIS SOBRE A no caso de idéias. dependência infantil. especialidade e. carinho. emocionais. repulsa. é por que. As transferências são reações No momento inicial. a privacidade e o sigilo quando o profissional identificar que tais podem ser explicitamente garantidos. medo. querendo ou não. caso se reações contratransferenciais têm a ver com note o paciente tímido ou desconfiado. planos ou atos seriamente ANAMNESE auto ou heterodestrutivos. A transferência é da postura. o paciente impressão que o paciente produz no projeta inconscientemente no profissional de entrevistador é na verdade. assim como também da CONTRATRASNFERÊNCIA ênfase nas informações de familiares e O conceito de transferência e parentes e as visões subjetivas de cada um. o olhar. são seguidas na e no processo terapêutico como um todo ( maioria das vezes. os seus próprios conflitos internos. mais o paciente que está a sua frente. ou não. Caso internação. próprias palavras do paciente e do(s) Contudo. ou seja. diz ouvir SUAS ALTERAÇÕES vozes. SIMULAÇÃO E DISSIMULAÇÃO Deve-se tomar cuidado também com a O profissional com alguma experiência interpretação precoce dos dados. ou seja. sem nenhum transtorno. RELATO DO CASO APÓS A ENTREVISTA É útil porque essa separação nos Ao final da entrevista forma-se um permite o estudo mais detalhado e esboço do caso na mente do entrevistador. mas por outro pode suscitar em enganos. Isso sintomas. temos o os sintomas demonstrados pelo paciente. não ir para a cadeia. que em psicopatologia pode detectar que os dados acarretará em possíveis erros e evitando a de uma entrevista podem estar sendo sub ou possibilidade de que o profissional “enxergue” superestimados. queixas apresentados se enquadrarem no Tal negativa ocorre por medo de uma possível referencial teórico do profissional. que por um lado pode ser útil. se os sintomas e psicopatológicos. ou seja. que ao contrário da dissimulação. processo de simulação. “áreas” ou “funções psíquicas” é puramente artificial. de tomar medicamentos contrário. Ele perspectiva. para se passar por uma o enquadre dessa entrevista. ou suas alterações. passamos a acreditar na então irá elaborar um relato de caso. o profissional fará tendo os sintomas. claro que não existem funções psíquicas -7- . autonomia desses fenômenos como se fossem um esboço. sinal ou vivência FUNÇÕES PSÍQUICAS ELEMENTARES E que realmente não tenha. com uma linha teórica mais congruente com Porém. e é arriscado. A caligrafia deve ser legível e deve-se evitar terminologias por demais técnicas. por outro lado. ambos. poderão começar. sentir dores psicossomáticas. de estar desequilibrado emocionalmente sempre com o Apesar de ser necessário o estudo intuito de obter algo como: aposentadoria. apresentar voluntariamente um sintoma. Pois às vezes o paciente nega estar Depois de tudo isso. visto os pessoa “normal”. sempre dando ênfase e usando as “objetos” naturais. paciente esconder ou negar voluntariamente a e profissional. que é o ato de demonstrados pelo paciente. as vivências subjetivas e os conflitos se denomina dissimulação. o mesmo deverá encaminhar o psiquiátricos ou de simplesmente ser cotado paciente a um outro profissional que trabalhe como “louco” ou “doente mental”. é a tentativa de criar. aprofundado de determinados fatos da vida Então o mesmo terá uma síntese de todo o psíquica. analítico das funções psíquicas isoladas e dispensa do trabalho. pois dessa caso coletado através da(s) entrevista(s). um presença de sinais e sintomas trabalho psicoterápico. é bom salientar e deixar bem informante(s). nunca é demais ressaltar que muitos outros fatores que podem ser evitados a separação da vida e d atividade em distintas com um diagnóstico de doença mental. É a dimensão subjetiva d atividade psíquica do sujeito que o coloca em contato com a ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA realidade e o faz perceber e conhecer seus CONSCIÊNCIA objetos.isoladas. Na língua portuguesa. acordado. pois a maioria das pessoas grau de clareza do sensório. lúcido e com um temos o sonho. pois é sempre a pessoa na sua estado comportamental e uma fase fisiológica totalidade que adoece. onde Definição psicológica: a conceitua como a apenas algumas delas não se lembram de soma total das experiências conscientes de seus conteúdos. indivíduo. É também ao mesmo tempo. um consciência: -8- . que é um sono sincronizado e sem movimentos oculares rápidos. indicando O sono REM ocupa vinte e cinco por o conhecimento compartilhado com o outro e cento de nosso total de sono. por um período delimitado de tempo. psicopatológicos. de estar desperto. Alterações Quantitativas da Consciência ou ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA Rebaixamento da Consciência O Sono Normal Em diversos casos neurológicos e É um estado especial da consciência. latim: cum (com) e scio (conhecer). Assim. o indivíduo perde capacidade de tomar ciência dos deveres em vários graus ( nível de profundidade do éticos e assumir as responsabilidades. normal e necessária no organismo. consciência a um estado de vigília. o estado Além das alterações normais do sono. que é um sono dissincronizado O termo consciência origina-se do com movimentos oculares rápidos. Há diversos (relativo a ciclo e que se repete numa certa níveis e graus de rebaixamento da ordem). sonha várias vezes durante a noite. enquanto que o consigo mesmo. um indivíduo em um determinado momento. No sono normal. o nível de consciência que ocorre de forma recorrente e cíclica diminui de forma progressiva. divididos em quatro estágios que se Definição neuropsicológica: iguala a dão de quatro a seis ciclos por noite. patológicos que podem alterar ou reduzir “consciente” dos seus atos e engajado na patologicamente o nível de consciência de um dinâmica social de determinada cultura. setenta e cinco por cento do três definições de consciência: mesmo. A consciência pode se alterar por Definição ético-filosófica: o termo processos fisiológicos e por processos consciência desta perspectiva se refere à patológicos. Divide-se a fase do sono em duas: Sono NÃO-REM. a direitos e deveres concernentes a essa ética. sua consciência. A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES Sono REM. os sono). a consciência ética filosófica é atributo Há também outros quadros do homem desenvolvido e responsável. temos NÃO-REM. Ele aparece e lentificação psicomotora. permitindo a ocorrência dos temporoespacial. grau de clareza do sensório.Obnubilação (indivíduo Obnubilado) da alucinações visuais. Há uma carga emocional marcante perplexo. ao Rebaixamento do Nível de Consciência normal e a outra parte está alterada. Sopor – o sopor é um estado de marcante O doente manifesta tal estado turvação da consciência no qual o indivíduo angustioso por gritos. rebaixamento do nível de consciência. onde uma certa parte Síndromes Psicopatológicas Associadas do campo da consciência está preservada. Seria uma alteração parcial ou focal do campo da consciência. acompanhado de desorientação coordenada. estado de amnésia. com angústia. com lentidão da Estado onírico: é um estado de alteração da compreensão e dificuldade de concentração. agitação ou chamados atos automáticos. pavor. e sonho muito vívido. hoje em dia. além de várias Alterações Qualitativas da Consciência falhas no sistema neuronal. o que dificulta o diagnóstico. onde geralmente o mesmo nos quadros mais leves de indivíduo vê cenas complexas e ricas em rebaixamento. sudorese profunda. tanto os quadros de estado onírico. Estado Crepuscular: é um estreitamento Delirium – é o termo atual mais usado para transitório do campo da consciência. ainda possa apresentar reações de defesa. como o Coma – é o estado mais profundo de termo delirium. Tal estado ocorre devido a O paciente em estado de sopor se psicoses tóxicas. seguida de um energético de natureza dolorosa. confusionais agudas. consciência onde paralelamente à turvação da nota-se também que o paciente tem consciência e à confusão mental. síndromes de abstinência a apresenta evidentemente sonolento. debates na pode apenas ser desperto por um estímulo cama. não é possível qualquer atividade voluntária consciente. moderado. já com a compreensão dificultada e na experiência onírica. designar a maior parte das síndromes produzindo um afunilamento da consciência. terror ou o pensamento ligeiramente confuso. ansiedade. o indivíduo dificuldades para integrar as informações entra em um estado semelhante à de um sensoriais oriundas e providas d ambiente. De consciência) com o delírio ( que é uma qualquer forma. onde nesse estado. De início. é Amência: tende-se a designar. incapaz de qualquer ação espontânea. o paciente pode já estar É importante lembrar que não se deve claramente sonolento ou pode parecer confundir delirium (alteração do nível da desperto. É um rebaixamento do com a preservação de uma atividade nível de consciência que pode ser de leve a psicomotora global mais ou menos moderado. há sempre uma diminuição do alteração do juízo). ilusões e/ou desaparece de repente e dura de poucas -9- . com uma flutuação do consciência ou Turvação da Consciência é o quadro ao longo do dia e piorando ao rebaixamento da consciência em grau leve ou anoitecer. movimentos. embora drogas e quadro febris tóxico-infecciosos. o paciente está um tanto detalhes. voltada para o mundo psicologicamente significativos (conscientes exterior. a atenção voluntária. utilizando-se sempre dos órgãos do ou inconscientes). direção da consciência. desenvolvido por determinado objeto. determinado campo restrito da Ocorre em contextos religiosos. em gral externa. para o futuro. que é projetada para fora do mundo desencadeado por acontecimentos subjetivo do sujeito.horas a uma semana. consciência que se assemelha a um sonho Já com relação à amplitude da acordado. é se desliga da realidade para parar de sofrer. estabelecendo uma prioridade diante A ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES um conjunto amplo de estímulos A atenção pode ser definida como a ambientais. determinando uma orientação atencional focal. onde o mesmo deve se exprime a concentração ativa e intencional da manter o máximo possível sua consciência sobre um objeto. o estado de  Atenção flutuante: é um estado concentração da atividade mental sobre artificial da atenção. que é um tipo de atenção evitando a fuga para o passado ou suscitado pelo interesse momentâneo. que psicanálise. que geram grande sentido. consciência. dissociativo da consciência relacionados a espalhando-se por um campo menos conflitos interpessoais e transtornos delimitado. culturais. mas não deve ser confundido com  Atenção dispersa: não se concentra um transe histérico. que é um estado sobre um campo determinado. nos quadros histéricos. consciência. uma atenção mais reflexiva.  Atenção focal: uma atenção que se acompanhada de suspensão parcial dos mantém concentrada em um movimentos voluntários. espontânea. abolindo . Sigmund Freud. psicopatológicos. mas dele se difere pela presença de atenção. que ocorre com certa freqüência Com relação à direção da atenção. ocorrendo nesse incidental. que desperta este ou aquele objeto período atos explosivos violentos e episódios e é geralmente aumentada nos estados de descontrole emocional. introspectiva e Transe: é um estado de dissociação da meditativa. e a atenção atenção aberta à experiência imediata. mentais nos quais o indivíduo tem pouco Dissociação da Consciência: é uma controle voluntário sobre a sua atividade fragmentação ou divisão do campo da mental. temos: atividade motora automática e estereotipada. que se volta ansiedade para o paciente.10 - . Nesse caso observa.  Atenção seletiva: seria uma capacidade de seleção de estímulos e objetos específicos. e a atenção interna. que diz como deve Podemos discernir dois tipos básicos ser a atenção do analista em de atenção. podemos discriminar duas formas: atenção se um estado semelhante ao sonho. onde o indivíduo para os processos mentais do indivíduo. temos vários tipos de orientação: É quando o indivíduo não consegue Orientação Autopsíquica (subjetiva): é a fixar em sua memória as informações orientação do indivíduo com relação a si ambientais básicas. a Hipoprosexia: é uma diminuição global da hora do dia. Também se refere à distância que o Hiperprossexia: é uma atenção exagerada. se é manhã. o dia atenção (a mais comum). por exemplo. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das Desorientação por Déficit de Memória de perturbações do nível de consciência. mês ou ano e a estação do ano. o andar do de atenção. com a inibição de tudo o mais. que produz uma alteração também da atenção. perdendo a noção do fluir mesmo. que idade tem. etc. do tempo. com Consciência ou desorientação torposa ou uma dificuldade ou incapacidade para se fixar confusa: ou se manter a atenção em qualquer coisa que É a forma mais comum de implique esforço produtivo. Distração: é uma superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO objetos. profissão.11 - . surpreendente infatigabilidade. concentração. passando a ficar desorientado qual sua nacionalidade. onde sua atenção desorientação que deixa o indivíduo é facilmente desviada para outro objeto. momentaneamente a memória e o Orientação Alopsíquica (lugar): é a desejo. em quilômetros e horas indefinidamente sobre certos objetos com de viagem. . estado e o país onde se sejam os estímulos ambientais que se utilizem. temporo-espacialmente. do hospital no qual há uma tendência a se manter até a sua residência. dificultando a mais tardiamente. Orientação Temporal (tempo): indica qual o ANOMALIDADES DA ATENÇÃO momento cronológico que estamos vivendo. A fixação ou Desorientação Amnéstica: seguir. mesmo percorreu. tarde ou noite. orientação do sujeito em relação ao mundo. onde ele se Aprosexia: é a total abolição da capacidade encontra. desorientado por uma turvação da consciência. tempo e espaço. é adquirida e fadigabilidade aumentada. o Orientação Espacial (espaço): é a orientação raciocinar. impedindo que o indivíduo A ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES aprenda a realidade de forma clara e precisa. Desorientação por redução do Nível de Distrabilidade: é um estado patológico. em qual instituição está. Ex: como se chama. perda básica da capacidade de concentração Na nossa evolução psicológica. por mais fortes e variadas que prédio. da concentração e da capacidade de integração dos estímulos ambientais. onde se verifica uma da semana. encontra. etc. a cidade. percepção. quanto à localização do sujeito. o pensar. Abúlica: pessoal) e tempo objetivo (exterior. com uma lentificação pode afirmar que está no inferno ou em outro das atividades mentais. pelas quais Taquipsiquismo geral. o tempo se Desinteresse Profundo ou Apática ou distingue em: tempo subjetivo (interior. a passagem do tornando-se desorientado. O ritmo Ocorre quando o indivíduo está imerso psíquico também é oposto nestas duas em um profundo estado delirante. com aceleração de crêem com convicção que estão habitando o todas as funções psíquicas. fazendo o indivíduo se fixar somente no O ser só é possível nas dimensões presente corrente. reais e objetivas do tempo e do espaço. por incapacidade ou Ocorre nas intoxicações por alucinógenos e dificuldade em compreender o ambiente. Inibição da Sensação do Fluir do Tempo: fazendo dos mesmos. há uma A VIVÊNCIA DO TEMPO E DO ESPAÇO E descontinuidade do fluir do tempo em relação SUAS ALTERAÇÕES ao futuro e uma desconexão ao passado. Então. na depressão há lugar de seus delírios. o paciente um Bradipsiquismo. condicionantes corresponde à falta de sensação do avançar fundamentais do universo e estruturantes do tempo subjetivo. . O indivíduo torna-se desorientado cronológico e mensurável). déficits intelectuais. no qual o sujeito perde o básicos da experiência humana. nas fases agudas e iniciais da psicose ou em situações emocionais especiais e intensas. devido a uma marcante alteração de humor. psicoestimulantes. sincronismo. De um modo geral. Ilusão sobre a duração do tempo: é quando Desorientação Oligofrênica: o tempo pode parecer transcorrer de modo Ocorre em indivíduos com graves extremamente veloz ou de forma muito lenta. Atomização do tempo: faz o tempo parecer uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si. por falta de motivação e interesse. planeta. não investe mais sua energia no mundo e não se ANOMALIDADES DA VIVÊNCIA DO TEMPO atém mais aos estímulos ambientais. Essa anomalia se dá fora do homem e tem uma realidade objetiva e geralmente nos casos depressivos graves. plena independentes do ser humano. tempo é percebida como lenta e vagarosa nos estados depressivos.12 - . Por exemplo. dando a impressão de que o Esse espaço e tempo se produzem tempo não passa. e rápida e Desorientação Delirante: acelerada nos estados maníacos. vivenciando síndromes. pois enquanto na mania há um idéias delirantes muito intensas. ou seja.Desorientação por Apatia e/ou Na vida psíquica. e a representação se tomada de consciência de um estímulo caracteriza por: sensorial.  Nitidez – a imagem deve ser nítida e No quadro depressivo. É a re-apresentação de uma receptores. não vivencia o seu espaço interno como perigosos podendo mudar de um momento para e fonte de mil perigos e ameaças. extremamente dilatado e amplo. o indivíduo  Estabilidade – deve ser estável. um estado maníaco é a de um espaço ou simplesmente uma imagem. Já no caso do indivíduo com  Extrojeção – a imagem que vem do agorafobia. químicos ou biológicos variados. psicopatólogos preferem não separar a ANOMALIDADES DA VIVÊNCIA DO sensação da percepção. brilho e cores indivíduo e pelos outros. onde Delimitação dos Conceitos de Imagem e de o sujeito sente-se como fundido ao mundo Representação exterior. com Todas as informações do ambiente. o espaço com contornos precisos. denominando o ESPAÇO fenômeno simplesmente de sensopercepção. Estado de Êxtase: há uma perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo. ter luz. perigoso e potencialmente nesse mesmo espaço externo. imagem na consciência. escuro e pouco penetrável pelo viva.13 - . estimulando-os. O elemento básico do processo de A vivência do espaço no indivíduo em sensopercepção é a imagem perceptiva real. aniquilador. o outro. sem que esse objeto que produzem alterações nos órgãos esteja presente. externo é vivenciado como muito encolhido. observador. A SENSOPERCEPÇÃO E SUAS  Completitude – a imagem tem um ALTERAÇÕES desenho completo e determinado. onde o A imagem se caracteriza pelas mesmo desconhece as fronteiras espaciais e seguintes qualidades: vive como se todo espaço interno fosse seu. a representação é uma revivêsncia de originados de fora para dentro do organismo. Defini-se sensação como o IMAGEM versus REPRESENTAÇÃO fenômeno elementar gerado por estímulos Ao contrário da imagem perceptiva físicos. pesado. todos os detalhes reais diante do necessárias à sobrevivência do indivíduo. chegam até o organismo por meio das sensações. Só que a maioria dos . corpórea.  Corporeidade – a imagem deve ser contraído. No quadro paranóide. vivas. real.  Influenciabilidade voluntária – o indivíduo não consegue alterar voluntariamente essa imagem percebida. o espaço externo é tido como espaço externo também é percebida sufocante. sem a presença do Já por percepção entende-se a objeto estimulante real. uma imagem sensorial. em  Pouca corporeidade (não tem a “vida” algumas formas de epilepsia. onde o paciente.  Pouca nitidez (com os contornos cores tornam-se mais vivas e intensas e enfumados). É um produto minimamente organizado da imaginação. peças e livros. que dependem da sua capacidade de produzir principalmente em esquizofrênicos. sem brilho. inespecíficos. Alterações Qualitativas da Sensopercepção Compreendem as ilusões. enxaqueca. Hipoestesia: é o inverso da hiperestesia. imagem) sem a são ouvidos de forma muito amplificado. na qual a partir de estímulos sonoros elaboração das suas fantasias. Outro tipo de ilusão muito freqüente. Hiperestesia: é onde as percepções estão ou seja. As ilusões mais desejo. sendo muito comuns são as visuais. é a ilusão e desenvolver quadros. ruído. esquizofrenia e em alguns quadros maníacos. em freqüente em crianças e muitas vezes geral. de uma imagem real). as presença do objeto estimulante real. pessoas como artistas.  Introjeção (é percebida somente no onde as percepções estão anormalmente espaço interno). no qual o mundo é percebido geralmente incompleta e apenas com como mais escuro. não têm mais sabor e os odores perdem a sua intensidade. diminuídas. e pode ser Ilusão: é a percepção deformada de um consciente ou inconsciente e se origina de objeto real e presente. temores e conflitos.14 - . IMAGINAÇÃO É uma atividade psíquica geralmente voluntária que pode ser uma lembrança de imagens percebidas no passado ou criação de novas imagens e ocorre. monstros e animais a partir dominante em personalidades neuróticas ou de estímulos visuais como móveis. na ausência de estímulos sensoriais. os alimentos alguns detalhes). . inventores e poetas.  Instabilidade (aparece e desaparece facilmente). o paciente ouve o seu nome. vê pessoas. no qual os sons um objeto (voz. a alucinose e a pseudo- FANTASIA OU FANTASMA alucinação. as alucinações. via de regra. palavras significativas e principalmente ALTERAÇÕES DA SENSOPERCEPÇÃO chamamentos depreciativos. Alterações Quantitativas da Sensopercepção Alucinações: é a vivência de percepção de um objeto. ocorre nas intoxicações por alucinógenos. roupas ou histéricas e fonte de inspiração para muitas objetos pendurados na parede. da auditiva. sem que o mesmo esteja presente. É observada em alguns pacientes  Incompletitude (apresenta-se a nós depressivos. é a percepção clara e definida de anormalmente aumentadas. o fenômeno um paciente que vê seu quarto pegando fogo). etc. denominada sonorização do pensamento. demônios. audioverbal. muito próximo Podem ser cenas completas ( como das alucinações auditivas. mas que não é real. que são pensamentos esquizofrênicos. Em alguns casos. bolas. espetadas. Pode ocorrer também. pois é Alucinações Auditivas: é o tipo de descrita como a audição de tons musicais e alucinação mais freqüente. o ouvem o que ele pensa no mesmo momento paciente sente o cheiro de coisas podres. em que ele está pensando. xingativas e de conteúdo estímulos visuais reais. e Alucinações Olfativas e Gustativas: assim agora são ouvidos por ele. principalmente em melodias sem o correspondente estímulo esquizofrênicos. tem a nítida sensação de que as pessoas No caso das alucinações olfativas. qualquer estímulo olfativo ou gustativo Na publicação do pensamento. cadáver e fezes. choques. Em alguns alucinatório-delirante. as alucinações táteis podem no qual o paciente ouviu. ou comentam as suas complexas onde o indivíduo vê figuras. o indivíduo presente. eco chamadas de ALUCINAÇÕES do pensamento e a publicação do CENOGRÁFICAS. ou (vozes de comando). Já nas gustativas. santos. Alucinações Visuais: são visões nítidas que Geralmente essas vozes são o paciente experimenta.15 - . ALUCINAÇÃO LILIPUTIANA. pontos ordenam que o paciente mate ou se suicide brilhantes. denominados de FOTOPSIAS. onde o paciente ouve o próprio pensamento no Alucinações Táteis: o paciente sente mesmo momento em que o pensa. depois de ser sentidas nos genitais. A sonorização do próprio pensamento. as vozes onde o paciente vê cores. ou seja. os mesmos foram introduzidos em sua cabeça por uma outra pessoa.Tipos de Alucinações: Alucinações Musicais: é uma alucinação relativamente rara. o paciente ouve o relativamente raras. como as alucinações musicais são No eco do pensamento. denominada também de interno. Podem ser simples. insetos ou pequenos A sonorização do pensamento como vivência animais correndo sobre sua pele. ou podem ser a pensamento. curiosa e intrigante. sente-se . a ação). sem a presença de perseguidoras. onde o indivíduo sente o seu pensamento pouco depois de tê-lo cheiro ou gosto de determinadas coisas sem pensado. que sentem pensados. depreciativo. atividades corriqueiras (vozes que comentam imagens de pessoas (vivas ou mortas). na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo (som) externo real. ele tem a nítida sensação de que cutucadas e penetrações nos mesmos. onde o indivíduo A sonorização do pensamento é vê inúmeros personagens diminuídos e muito próxima ao eco do pensamento e pode minúsculos entre os objetos e pessoas reais ser de duas maneiras: de sua casa. Alucinações Extracampinas – é quando o  Emoções. o toca. os despertando. alguma víbora no abdômen.16 - . Hipnagógicas: fase em que o indivíduo está  Cinestésicas – são sensações adormecendo. Hipnopômpicas: fase em que o indivíduo está como sentir o corpo afundando. etc. etc. Para entender melhor esse tipo periférico ao eu. mas que A AFETIVIDADE E SUAS ALTERAÇÕES não explica a audição de vozes e gritos.  Paixões.. quando abre um chuveiro ou uma torneira. A vida afetiva se divide em cinco tipos Ex: o paciente vê uma pessoa que fala com básicos: ele. .  Humor ou estado de ânimo. através de uma parede. percepção de um objeto real e presente. desencadeada por A alucinose é um fenômeno estímulo real. paciente uma imagem nas suas costas ou  Sentimentos. alteradas dos movimentos do corpo. Alucinação Autoscópica – é uma alucinação onde essas duas alucinações muitas vezes visual associada a componentes táteis e ocorrem em conjunto. cenestésicos. Abaixo se seguem alguns tipos de alucinações brilho e calor a todas as vivências humanas e funcionais: sem ela. Percebe-se que essa alucinação foi desencadeada por um estímulo real ( a água do chuveiro). sangue. ausência do objeto). urina.na boca o sabor de ácido.  Cenestésicas – são sensações alucinatórias em várias partes do Alucinações Hipnagógicas e corpo como sentir que o cérebro está Hipnopômpicas – são alucinações auditivas. braços se elevando e as pernas encolhendo. ocorrem várias alucinações ao mesmo tempo. enquanto a alucinação é um de alucinação. Alucinose: a alucinose é um fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como Alucinações Funcionais: são alucinações estranha a sua pessoa e ocorre com um nível desencadeadas por estímulos sensoriais de consciência preservada e apesar do “reais”. o fígado se visuais ou táteis relacionadas à transição despedaçando ou a percepção de sono/vigília. a vida psíquica torna-se vazia e sem Alucinações Combinadas ( ou Sinestesias) – sentido. encolhendo. imagine um indivíduo que fenômeno central ao eu. onde o indivíduo se vê fora do Alucinações Cenestésicas ou Cinestésicas: seu próprio corpo. começam a ouvir vozes e gritos. a patológico e não tem nada a ver com a sua alucinação funcional é uma alucinação ( pessoa. pois indivíduo ter alucinações. A vida afetiva é aquilo que dá cor.  Afetos. percebe consciente enquanto que a ilusão é a deformação de uma que aquilo é um fenômeno estranho. só que é distinta da ilusão. ). de reações somáticas. de maior intensidade e angústia como um subproduto. menos reativos a estímulos passageiros. não matar. ficaria retida e São estados afetivos estáveis em represada no aparelho psíquico. agudas e momentâneas. conscientes ou sociedade ( como não praticar o incesto. transformação da libido não descarregada. inibindo os outros interesses. Esses afetos acoplam-se às idéias. a energia sexual que não fosse Sentimentos adequadamente descarregada. gerando a relação às emoções. mas sim um maioria das vezes. A angústia tem uma importância central na teoria freudiana. além de Em uma primeira tópica.17 - . idéia ou representação mental. representações e na subproduto da libido represada. Freud Estão associados geralmente a conteúdos postula que a angústia não seria mais esse intelectuais. Emoções pois Sigmund Freud concebe a mesma como É um estado com reações afetivas um afeto básico que emerge do eterno conflito intensas. valores. não implicam reações sinal de perigo enviado pelo “eu” no sentido de somáticas. é de curta duração instintivos primordiais. sido na área da afetividade. como um todo. é a Uma das contribuições mais predisposição afetiva de fundo que penetra fundamentais da psicanálise à psicologia tem toda a experiência humana. comover e perturbar o instável postulou que a angústia seria uma equilíbrio existencial. humor. se evitar o surgimento de algo muito mais ameaçador ao indivíduo. algo que Afetos poderia gerar uma angústia muito mais É o componente emocional de uma intensa. acompanhadas assim como no desejar a mulher do próximo. desejos e e desencadeados por certas excitações necessidades) e as restrições impostas pela externas ou internas. Freud desconcertar. não inconscientes. Humor ou estado de Ânimo ASPECTOS PSICODINÂMICOS DA É o tônus afetivo do indivíduo. etc. captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção. ou seja. Já em uma segunda tópica. anexando a elas um colorido afetivo. que surgem entre o indivíduo ( com seus impulsos por estímulos significativos. Concepção de Melanie Klein Os afetos na teoria kleiniana seriam Paixões centrais para toda a psicopatologia e estariam É um estado afetivo extremamente intimamente associados a fantasias primitivas intenso. ou seja. que domina a afetividade psíquica e às relações objetais (representações . o AFETIVIDADE estado emocional basal no qual se encontra Concepção Freudiana uma pessoa em determinado momento. que significa. expansiva ou eufórica para nomear quadros Moria: é semelhante á puerilidade.mentais. o irritação. em deficientes mentais e em quadros relacionado muito freqüentemente com o demenciais acentuados. amarguras. quanto no sentido de seja. uma sensação de grandeza patológica exaltação. seja. Vale ressaltar que o sintoma sentida pelo indivíduo. ou seja. ou sentido da inibição. quando se fala em alterações do de pessoas ou personagens reais ou humor (TIMOPATIAS). na maioria das vezes inconscientes. Depressivo ou Hipotímico (HIPOTIMIA) – toda Haveria afetos primários ( ódio. e sim orgânica. amor. e o medo de ser retaliado) e outros afetos que Maníaco ou Hipertímico (HIPERTIMIA) – indicariam maior maturidade psíquica do humor patologicamente alterado no sentido da indivíduo. idéias. com origem psicogênica. que é um transtorno depressivo leve Puerilidade: é uma alteração de humor que e crônico. Disforia: é uma distimia que se acompanha não é considerada uma psicopatologia. banais. No espectro maníaco. está se falando de um tipo de depressão Irritabilidade patológica: é quando tudo é acompanhada de um forte conteúdo de vivenciado com muita irritação. tanto no Elação: seria uma transcendência do eu. Mas a psicopatologia ainda superficial e ausente de afetos profundos. se caracteriza por seu aspecto infantil. acompanhado de desesperança e muita angústia. com o mundo exterior. humor depressivo. usa termos como distimia hipertímica. além de tentativas reais de compartilhamento íntimo do estado afetivo suicídio. onde ocorrem Extado de êxtase: caracteriza-se por uma idéias relacionadas à morte. onde o O termo distimia ultimamente vem indivíduo ri ou chora por motivos considerados sendo substituído por depressão. existem dois pólos: fantasiados. AFETIVIDADE Distimia: alteração básica do humor. Na maioria das vezes. ou sim um fenômeno cultural. provocada por lesões extensas dos lobos Humor triste ou ideação suicida: frontais. Aliás. define um humor exagerado no qual predomina um estado de alegria desproporcional às ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA circunstâncias oferecidas. a reparação e o exaltação e da alegria. além de que sua vida afetiva. desgosto ou doente reage prontamente de forma disfórica a agressividade. muitas vezes com um colorido hipertímico. atos e sensação do seu eu com o todo. inveja e qualquer síndrome depressiva. mas de uma tonalidade afetiva desagradável. como a gratidão. o termo euforia ou alegria patológica. quando se fala de depressão disfórica. um planos suicidas.18 - . pode ser tristeza patológica. mas não maníacos. completos ou parciais). qualquer estímulo por menor que seja o . distimia não é o mesmo que o transtorno distímico. onde aqui. uma apreensão negativa com das vivências afetivas. completamente incongruente a situações existenciais ou a determinados ideativos. de compressão e afogamento. ou seja. Medo: diferencia-se da ansiedade e da Sentimento de falta de sentimento: é a angústia. Labilidade afetiva (incontinência afetiva): é quando ocorrem mudanças abruptas e . não podendo sentir ao indivíduo. indicando nada. Geralmente os pacientes costumam Hipomodulação do afeto: é a incapacidade dizer: “agora não vejo mais graça em nada. quase sempre. de televisão ou etc. tristezas ou raivas. já no embotamento afetivo. ruído de carros. o mesmo não consegue alegrias. com um relação ao futuro e uma inquietação interna empobrecimento relativo à possibilidade de desagradável. por referir-se a um objeto mais ou vivência de incapacidade para sentir emoções. no qual é vivenciado com muito sofrimento pelo indivíduo.. pois o medo é. o indivíduo não vivencia experiências da vida na qual eram prazeráveis nenhum tipo de afeto. Embotamento afetivo e devastação afetiva: Angústia: sensação de aperto no peito e na é a perda profunda de todo tipo de vivência garganta. esse uma conotação mais corporal e é mais quadro de desinteresse afetivo é observável e relacionada ao passado. Ele não se mais sentir prazer social. afetiva. ANGÚSTIA E MEDO Pobreza de sentimentos e distanciamento Ansiedade: é um estado de humor afetivo: é a perda progressiva e patológica desconfortável.19 - . desfrutar de um bom importa com nada na sua vida e é típico de papo com os amigos. pois a mesma é Assemelha-se muito a ansiedade. um almoço com a família quadros depressivos. ALTERAÇÕES DAS EMOÇÕES E DOS SENTIMENTOS Anedonia: é a incapacidade total ou parcial de obter prazer com determinadas atividades e Apatia: na apatia. as do indivíduo de modular a resposta afetiva de coisas perderam o sabor e não vibro com mais acordo com a situação existencial. e difere da apatia. onde ambas aparecem mundo. indivíduo percebe essa alteração. um barulho de Inadequação do afeto ou paratimia: reação crianças. e assim por diante. ANSIEDADE. menos preciso. no qual se acresce vivenciar alternâncias e variações afetivas.. como por exemplo. constatável pela postura do paciente. simultaneamente. diferentemente da apatia. manifestações somáticas e fisiológicas. mas tem subjetiva.” A anedonia é geralmente associada rigidez do indivíduo na sua relação com o com a apatia. o medo de algo.mesmo.  Cautela. modo absolutamente simultâneo. A resposta afetiva ocorre geralmente em conseqüência a Fobias: as fobias são medos estímulos apropriados.  Alarme. pessoas pouco familiares ao indivíduo e em situações nas quais o paciente Neotimia: são sentimentos e experiências possa se sentir examinado ou criticado afetivas inteiramente novas vivenciadas pelo por tais pessoas.inesperadas de um estado afetivo para outro. num momento e em poucos instantes.medo de contato e ódio e amor. como também nos outros como elevadores. sentimentos que ocorrem de pequenos animais (como baratas. etc. como Típico de antecedentes delirantes. etc. amplos e de aglomerações. . onde o indivíduo pode estar bem humorado  Ansiedade. indivíduo sente por uma pessoa ou objeto.  Claustrofobia . descontrole ou desintegração. o contato com os objetos ou situações psicorgânicos. onde o sapos. ou seja. supermercados. interação social.é o medo de espaços para a própria pessoa que o experimenta. Mira y Lopes Pânico: o pânico se caracteriza por uma (1964) divide o medo em seis fases: reação de medo intenso. Afetos muito estranhos e bizarros  Agorafobia . objeto. principalmente com simultaneamente. impotência e invalidez ambientes apertados. ante a impressão de que sucederá algo que queríamos evitar. As fobias central. de pavor relacionado  Prudência. começar a chorar e novamente voltar a sorrir  Terror (medo intensíssimo).  Fobia Social . encefalites. mas é sempre muito psicopatológicos. em geral. indivíduo.  Pânico (medo intenso). depois de algum tempo.consiste em um Ambivalência afetiva: são sentimentos medo intenso e desproporcional de opostos em relação a um mesmo estímulo ou determinados objetos. cachorros e outros). medo de ficar retido em congestionamentos. mas algo universal não só em ficar preso) em espaços fechados nós humanos. podem se dividir em:  Fobias simples . rancor e carinho. salas pequenas. cinemas. estados estádios. psicóticos e esquizofrênicos. desproporcionais e desproporcional. incompatíveis com as possibilidades de perigo É bom salientar que a labilidade afetiva não é real oferecidos pelos objetos do mundo somente de origem psicogênica e seus exterior (situações fobígenas).é o medo de entrar(e uma patologia. animais. a rigor. crescentes. É um estado de progressiva quartos abafados. túneis e outros insegurança e angústia. doenças degenerativas do sistema nervoso uma intensa crise de ansiedade. Nos indivíduos sintomas podem estar associados a quadros fóbicos.20 - . tumores cerebrais e fobígenas desencadeia muito freqüentemente. geralmente ao perigo imaginário de morte. Medo: o medo não é considerado. recuperar e atualizar os dados fixados. registro e fixação. que permite desejo de fugir ou escapar da situação. exemplo.  Da capacidade de compreensão. Fase de percepção. do: Há também algumas emoções e  Da atenção global. conhecimentos e práticas culturais (costumes. 1. acumulados e mantidos por um um objeto fobígeno. medo de morrer ou ter um ataque cardíaco. despersonalização e/ou desrealização em Memória Cultural – um conjunto de alguns casos.21 - . . Fase de retenção e conservação. do ponto de vista psicológico. perder o controle e de efeitos somáticos. lembrança e diferencia-lo da imaginação e de representações atuais. 3. tremores.  Organização temporal das repetições. de uma pessoa significativa. A MEMÓRIA E SUAS ALTERAÇÕES A conservação (retenção) depende A memória é a capacidade de da repetição do conteúdo fixado e associações registrar.  Do interesse emocional. dependendo da intensidade. Palpitações. com crises intensas de ansiedade. Já o Temos quatro tipos de memória: esquecimento é a impossibilidade de evocar Memória Genética – conteúdos de e recordar. conservar e evocar acompanhados de sintomas somáticos como: dados aprendidos da experiência. sentimentos considerados normais e que  Nível de consciência. adquiridas ao longo da história identificar o conteúdo mnêmico como filogenética da espécie. estresse intenso e morte grupo social minimamente estável. As crises de pânico duram alguns valores. sensação de falta de ar.  Dos canais sensoperceptivos utilizados. ao indivíduo registrar. minutos e podem se repetir com periodicidade preconceitos. As crises de pânico manifestam-se no Memória Imunológica – conjunto de início. informações biológicas contidas no material O reconhecimento é a capacidade de genético. A evocação é a capacidade de com a atenção e com o interesse afetivo. etc. sensação de a cabeça ficar leve. habilidades artísticas e estéticas. sudorese fria. como por  Do conhecimento anterior. náusea.) variável e o fator desencadeante podem ser produzidos. A memória cognitiva é composta de parestesias. O processo de fixação depende. podem ter implicações psicopatológicas. formigamento nos lábios e/ou três fases: ponta dos dedos. e relaciona-se com o nível de consciência. o ciúme e a inveja. manter e evocar os fatos já ocorridos com outros elementos. 2. ideologias. informações registradas e recuperáveis pelo acompanhadas por medo intenso de morrer ou sistema imunológico de um ser vivo. O Memória Cognitiva – atividade totalmente indivíduo sente um grande perigo e tem o diferenciada do sistema nervoso. estilo de vida. Fase de reprodução e evocação. são banidos da aquela que tem uma capacidade limitada e é a consciência. consciente. mas sim um mecanismo primeiro a capacidade de fixação das de defesa. chega também a afetar mandando-os ao inconsciente e não ao pré. onde o indivíduo esquece de um para o indivíduo. em tropel. onde esses materiais reprimidos ou seja. MEMÓRIA desde alguns minutos até meia ou uma hora. mas o mesmo certos conteúdos reprimidos (que ficam consegue se lembrar de tudo que ocorreu ao estocados no pré-consciente). a memória remota ou de longo prazo. Em relação ao processo temporal de Esquecimento por recalque – é um tipo de aquisição e evocação dos elementos. seu redor. por esforço próprio. . etc) imediatamente após ser percebido. não se pode voltar a recordar certos Amnésia anterógrada: consiste na conteúdos reprimidos por esforço próprio. o evento da sua vida que teve um significado sujeito. no entanto. psicanalítica. que reprime todos os conteúdos memórias imediatas e recentes) e em estados inaceitáveis ou incômodos no inconsciente. Alterações Quantitativas Memória remota ou de longo prazo: é a Hipermnésias: as representações mnêmicas capacidade de evocação de informações e afluem rapidamente. ganhando em acontecimentos ocorridos no passado após número. podendo ser recuperados apenas capacidade de manter o material (que são em circunstâncias especiais. Normal (fisiológico) – por desinteresse do próprio indivíduo ou por desuso da informação Amnésias psicogênicas: consiste na perda retida. atos falhos e associações livres (Márcio Santangelo. e ao contrário do que citado pelo autor. porém perdendo em clareza e meses ou anos do evento. imagens. palavras. de elementos psíquicos que tem um valor Por repressão – quando se trata de um psicológico específico (valor simbólico ou material desagradável ou pouco importante afetivo). Traduz-se mais como uma Já o esquecimento também se dá por aceleração do ritmo psíquico do que uma três vias: alteração propriamente da memória. devido ao fato de serem Memória imediata ou de curtíssimo prazo: é emocionalmente insuportáveis. podendo.22 - . voltar a recordar especial para a pessoa. números. após um trauma cranioencefálico. pois a repressão não se trata de Amnésia orgânica: (é quando se perde um esquecimento. precisão. avançados da doença. NOTA: o autor Dalgalarrondo foi infeliz nessa afirmação. Memória recente ou de curto prazo: também é um tipo de memória limitada e mantém a ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA informação por um período curto de tempo. são encontrados nos sonhos. esquecimento onde certos conteúdos dividimos a memória em três fases ou tipos: menêmicos. 2003). a incapacidade de fixar elementos mnêmicos a não ser por meio de uma análise de orientação partir do momento em que ocorreu o evento. nem imagina-lo. elemento puramente cognitivo. os filhos. ou antes do início da doença. o surgimento de imagens mnêmicas ou conteúdos ideativos do passado. que ocorre num breve período de contempla-lo. dividem em dois: Alucinações mnêmicas: são verdadeiras Falso reconhecimento: é quando o paciente criações imaginativas com a aparência de identifica alguém como o médico ou o lembranças ou reminiscências não psicólogo. a mãe. onde não é possível passado. o enfermeiro. de memória. onde uma vez instalados na consciência. intensa. família ou um velho conhecido. o juízo e o raciocínio. Ecmnésia: é uma recapitulação e revivência são o conceito. vivendo-a como se fosse um acontecimento novo. segundo a tradição aristotélica. Os principais tipos Agnosias e transtornos do reconhecimento de paramnésias são: associados a transtornos psiquiátricos. Os conceitos se formam a partir das ou seja. a esposa. familiares (como o pai. objetos e fenômenos. o vizinho ou qualquer correspondentes a nenhum elemento mnêmico outra pessoa como se fosse alguém de sua ou nenhuma lembrança real e verdadeira. não podem ser ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA afastados voluntariamente pelo indivíduo.23 - . só tivera um filho. da memória na qual as lembranças aparecem como fatos novos ao paciente. MEMÓRIA (PARAMNÉSIAS) É uma deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos fixados.Amnésia Retrógrada: é a perda da memória onde o indivíduo esquece fatos remontados a Lembrança obsessiva: é uma idéia fixa. onde o paciente afirma piamente Cliptomnésias: consiste em um falseamento não conhece-los. seja. etc). quando associados a transtornos psiquiátricos se que na realidade. TRANSTORNOS DO RECONHECIMENTO onde o indivíduo tem uma lembrança Os transtornos do reconhecimento se dividem deformada que não corresponde a em dois grupos: sensopercepção original. como por exemplo. um paciente Já os transtornos do reconhecimento afirma ter tido uma centena de filhos. onde o mesmo O PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES não reconhece como lembranças. Essas ilusões e alucinações mnêmicas Falso desconhecimento: ocorre quando há o constituem muitas vezes o material para a não reconhecimento de pessoas muito formação de delírios. abreviada e panorâmica da existência. intelectivo e . pois é um tempo. Os elementos constitutivos do pensamento. uma recordação condensada do representações. As agnosias (que significa incapaz de Ilusões mnêmicas: quando há um acréscimo conhecer) são déficits do reconhecimento de de elementos falsos a um núcleo verdadeiro estímulos sensoriais. lógico. mesma palavra. que tornam os conceitos possível visualiza-lo. ou seja.sem qualquer resquício sensorial. a afirmação entre dois conceitos. um tipo de conhecimento primário que capta a interioridade das coisas. que é o é A e B é B. Ex: se Desintegração dos conceitos: ocorre o Brasil é uma parte da América do quando os conceitos sofrem um processo de Sul. os seus devem produzir os mesmos efeitos.  Indutivo – parte da observação de fatos elementares. Por exemplo.24 - . temas predominantes. Não é pobreza cognitiva. aristotélica). dois ou mais conceitos são fundidos. onde o  Dedutivo – parte de esquemas paciente involuntariamente condensa duas ou complexos para algo mais singular. as mesmas causas que dá substância ao pensamento. ALTERAÇÕES DOS ELEMENTOS  Lei da Parte de do Todo: discrimina CONSTRUTIVOS DO PENSAMENTO rigorosamente à parte do todo. como por exemplo. pois o mesmo é prejudicado por uma deficiência intelectual e . ouvi-lo ou senti-lo. modo como o pensamento flui. para se chegar a Condensação dos conceitos: ocorre quando conclusões mais gerais. é cadeira é útil. Já o conteúdo do princípio que diz que se as condições pensamento pode ser definido como aquilo forem mantidas. ALTERAÇÃO DO RACIOCÍNIO E DO se tomarmos dois conceitos: cadeira e ESTILO DE PENSAR utilidade podem-se formar o seguinte juízo: a Antes de falar das alterações. num tipo de juízo falso. o assunto em si. entre os conceitos básicos. se desfazendo e uma ser uma parte do Brasil. portanto A não pode ser ao mesmo tempo efeito de B. realidade de forma direta e imediata. logo a América do Sul não pode perda sem significado. sua velocidade  Princípio de causalidade: é aquele e ritmo ao longo do tempo. conveniente falar um pouco do conceito de O raciocínio é a função que relaciona pensamento normal (segundo a lógica os juízos. no qual onde se afirma que A pensar: o curso do pensamento. se  Intuição: é a apresentação da expressando por uma nova palavra. que é composta por: Há também uma outra forma de Princípio de identidade: é um princípio de não analisar o pensamento enquanto processo de alteração. etc. inclusive aquilo que é impossível ou ALTERAÇÃO DOS JUÍZOS muito difícil de se expressar por Juízo deficiente ou prejudicado: consiste palavras. passa a ter significados cada  Indutivo e Dedutivo: vez mais diversos. inconsistentes e o raciocínio pobre e Os juízos são relações significativas defeituoso. mais idéias em somente um só conceito. se A é causa de B. então. o tema que está tratando. juízos e representações. ocorre a distinção entre uma dimensão abstrata e simbólica e uma dimensão concreta Pensamento mágico: fere frontalmente os e imediata dos fatos. a psicopatologia tudo é possível e favorável ao indivíduo. onde não há continuam unidas. onde há um número grande de lógica e a realidade que interessa ao desejo crenças preconceituosas. pensamento mágico pensa produzir um efeito clara e acabada. a não ser após Lei da Similaridade – domina-se a idéia de que muito tempo e esforço. afirmar. volta-se muito mais ao mundo subjetivo. onde o mesmo é seguindo os desígnios dos desejos. clareza e precisão no raciocínio. que pode ser alterada de acordo pensamento mágico. registra uma série de pensamentos comumente associados a estados mentais Pensamento concreto ou concretista: não alterados e transtornos psiquiátricos. Há também uma o semelhante produz o semelhante. do pensamento mágico. com a diminuição da velocidade do definiu algumas leis e particularidades do ato e número de conceitos. fantasias muito aderido ao nível sensorial da e temores do sujeito. o pensar entre pensamento normal e patológico. Lei da contigüidade – utiliza o conceito de que Pensamento vago: são pensamentos “coisas” ou objetos que estiveram em contato imprecisos e obscuros. A ação ou dificuldade em se obter uma construção direta. mas uma marcante falta de pertenceu a uma pessoa (roupa. consciente ou inconsciente. adorno. Dessa forma. tem-se a crença de que se é ou se age sobre a própria pessoa. conceitos patológicos ou normais de pensamentos. expressões de duplo sentido. e uma marcante falta de síntese no pensamento. um empobrecimento do pensamento mágico agir sobre um objeto que pensamento. etc). e não a realidade ao Pensamento inibido: ocorre a inibição do pensamento. pensamento se opõe radicalmente ao Isso também se aplica ao pensamento realista. ironias ou indicativos e imperativos da realidade. onde esse tipo de com a cultura e ideologia de cada indivíduo. A tangencialidade e a . obedecendo somente à pensamento. assim como a própria Pensamento derreísta: é algo semelhante ao normalidade. estereotipadas. se ao Pensamento prolixo: aqui. de uma maneira experiência. adequando o seu pensamento à realidade. se um exatamente.TIPOS DE PENSAMENTOS ALTERADOS desejado sobre uma ação. objeto ou pessoa É um conceito muito difícil de se real. James Frazer [1911] (1982) raciocínio. do indivíduo. tornando difícil à discriminação Nesse tipo de pensamento. sociais ou pessoais. O indivíduo não princípios da lógica formal e não respeita os consegue entender metáforas. o paciente não queimar uma camisa. distorcendo a realidade para que que são mantidas de forma insistente e ela se adapte aos seus anseios.25 - . móvel. onde De qualquer forma. está se queimando o consegue chegar a qualquer conclusão sobre próprio indivíduo. circunstancialidade são tipos de pensamentos embora vá se perdendo com o progresso do prolixos. . pois esse ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR empobrecimento é mais homogêneo. mas com um empobrecimento desigual. irregulares e flui de forma atropelada. gerando uma luta que gera um estado emocional de angústia constante. ambientais. rapidamente. nunca chegando ao ponto onde se observa um pensamento incoerente. mas o mesmo fica “rodando em voltas”. causa e efeito.26 - . Pensamento demencial: também é um pensamento pobre. o concreto e o simbólico. Há conceitos abstratos e também quando uma idéia se sucede a outra raciocínios diferenciados e complicados. pode revelar elaborações Aceleração do pensamento: o pensamento sofisticadas. concreto. mas os conceitos são escassos e utilizados em um sentido mais literal do que Pensamento obsessivo: é onde predomina abstrato ou metafórico. principal. ou concluindo de curso tortuoso. fazendo da pensamento radicalmente incoerente. central. onde em Curso do Pensamento certos pontos. que apesar de ocorre com dificuldades. A abstração apenas idéias ou representações. impedindo com isso a formação de diferentemente da tangencialidade. aprende de forma clara e precisa os estímulos  Circunstancialidade – aqui. “necessário ou tenta banir essas idéias interminantemente. que impede que o indivíduo algo de substancial. impõem-se à consciência de modo pormenorizada e precisa de categorias como persistente e incontrolável. onde um pensamento de estrutura pobre ou nada se comunica ao interlocutor. o todo e as partes. ao objetivo final. embora imperfeitas. sem entrar nas questões Pensamento desagregado: forma típica de essenciais e decisivas. no qual conversa uma “massa de parentes” e não há uma mínima forma lógica de cláusulas subsidiárias. O indivíduo tende ao raciocínio linguagem dominante é a “salada de palavras”. acidental”. sabendo discriminar o acessório do transtorno de atenção e de memória imediato. acelerada. essas idéias voltam-se à real e o imaginário. O paciente produz um pensamento que se manifesta Pensamento deficitário ou oligifrênico: é como uma mistura aleatória de palavras. articulação de conceitos e juízos. sem consistência ou terem um conteúdo absurdo ou repulsivo para longo alcance. o não conseguindo. ou sem congruência. pensamento demencial. raciocínio. onde o paciente essencial e supérfluo. e a rudimentar. não ligado com uma turvação da consciência. Não há distinção o indivíduo. o conceitos e lançando o indivíduo em um paciente alcança o objetivo do seu estado de perplexidade e impotência. consciência.  Tangencialidade – é quando o paciente responde às perguntas de Pensamento confusional: está estreitamente forma oblíqua e irrelevante. por assonância. mais pela presença de estímulos externos  Desagregação do pensamento. no meio de embora ainda haja uma concatenação uma conversa. as associações desestruturação do pensamento segue a entre palavras deixam de seguir uma lógica ou seguinte seqüência: finalidade do pensamento e passam a ocorrer  Afrouxamento das associações. freqüentemente associada ao bloqueio do Descarrilhamento do pensamento: o pensamento. discernir o desorganização do pensamento. a incoerência pode ser discreta.Lentificação do pensamento: ao contrário da onde o indivíduo ainda consiga captar aquilo aceleração do pensamento. o pensamento pode dificultosa. . original e geralmente está associado à uma máquina. ALTERAÇÕES (O Delírio) Dissociação do pensamento: é a Ajuizar quer dizer julgar. motivo aparente. sem outra de forma extremamente rápida. quando o paciente. Roubo do pensamento: é uma vivência. de forma agravamento da doença. etc. retornando aqui e acolá ao seu curso de sua mente. realidade são alterações do pensamento. o progredir da Na fuga de idéias. sem prejuízo manifesto. onde há um progressivo afastamento na idéia diretriz ou principal. mas não tão bem articuladas. o que lhe foi comunicado. Já com o pensamento progride lentamente. incoerente. contingentes. aqui. NOTA: Na esquizofrenia. antena. Desagregação do pensamento: aqui há uma Forma do Pensamento perda profunda e radical dos enlaces Fuga de idéias: está relacionada à aceleração associativos. a verdade e a mentira. nota- interrompe seu pensamento. para a coerência final do O JUÍZO DE REALIDADE E SUAS relato. sem qualquer se um afrouxamento dos enlaces associativos. onde as mesmas parecem mais livres. associando-se às idéias muito  Descarrilhamento do pensamento e. Numa se lembrar que as alterações do juízo da fase inicial. marcante distrabilidade. na qual uma idéia se segue a pensamentos. por uma força ou ente estranho. onde há uma certa latência entre se tornar totalmente incompreensível e as perguntas formuladas e as respostas. na qual o indivíduo tem a nítida pensamento passa a extraviar-se do seu curso sensação de que seu pensamento foi roubado normal. ao relatar algo. acarretando certo do errado.27 - . brusca e repentinamente (estabelecimento lógico) entre as idéias. perturbando-lhe as associações lógicas entre os juízos e os conceitos. Bloqueio ou intercepção do pensamento: é Afrouxamento das associações: neste caso. restando apenas fragmentos de do pensamento. conceitos e idéias. Deve- em uma incongruência entre os juízos. qualquer articulação racional. é um delírio.28 - . não convicção de um homem só. os erros são geneticamente psicopatológico. como:   Uma convicção extraordinária. onde o seu na experiência psíquica do homem. sendo que de fato. social ou cultural. onde sua incompreensibilidade. falseados. produção é extremamente particular. do ponto de vista Jaspers. Kendler e colaboradores (1983) propuseram uma série de dimensões ou vetores da atividade delirante. Desta forma. não podendo se colocar em dúvida a DELÍRIO PRIMÁRIUO ou IDÉIAS veracidade do delírio. o verdadeiro delírio realidade mais cabal e aceitável é um fenômeno primário. não determinados (necessariamente) por compartilhado por nenhum grupo religioso. que seriam ALTEAÇÕES PATOLÓGICAS DO JUÍZO indicadores da gravidade desse delírio: O DELÍRIO  Convicção. de irrelevantes para o estado patológico do fanatismo religioso ou político. Sua base é mórbida e é motivado por fatores  Resposta afetiva. o delírio é um erro do  Desorganização. embora alguns ser atingido pela relação empática e pacientes possam vivenciar o seu intersubjetiva. sendo possível. DELIRANTES VERDADEIRAS  É irremovível. colocando essas compreensíveis. onde esse indivíduo crenças culturalmente sancionadas. delírio tem como característica principal à O delírio é idiossincrático e associal. ERRO SIMPLES versus DELÍRIO Só que isso não invalida o fato de o Segundo a escola psicopatológica de que passa de fato. que tem origem na doença mental. de perseguição. o político com delírio . idéias delirantes são juízos patologicamente  Bizarrice. incapaz de conteúdo é impossível. psicologicamente incompreensível. as passa a produzir seus próprios símbolos superstições e as chamadas idéias individuais. mesmo pela prova de Segundo Jaspers. delírio. as político. uma Os tipos de erros mais comuns. ajuizar. irrelevantes. o delírio ou as  Extensão. há pessoas que o perseguem e o querem DISTINÇÃO FUNDAMENTAL vê-lo morto. Segundo Jaspers. transtornos mentais.  Pressão. são os preconceitos. patológicos e tem características especiais  Comportamento desviante. Ex: o alcoolista crônico que tem delírios de ciúmes. etc. enquanto que o mesmo. sem raízes  O delírio é um falso juízo. e sua mulher realmente o trai. pois se admite que possam variáveis como “meras coincidências” surgir e persistir em virtude da ignorância. onde nesse período. contínuos e de longo tempo). SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DO DELÍRIO Delírio de influência: o paciente vivencia (Estados Pré-Delirantes) intensamente que está sendo controlado ou Os delírios surgem. Delírios complexos: são os que englobam Delírio de referência: o indivíduo apresenta a vários temas ao mesmo tempo. eles podem ser interpretativos. a pouco tempo). Apesar de se assemelhar ao primário. via de regra. após influenciado por uma força. . isto é. entende que estão falando dele. sentindo como se algo terrível e Pode ser também um ser extraterreste. o (antena. compreensíveis. dizendo que é ladrão. como a afetividade.29 - . cotidianos fortuitos. até ele  Delírio de relação. após essa revelação. Ex: há uma máquina delirante ou trema. tudo se refere a ele.DELÍRIO SECUNDÁRIO ou IDÉIAS configurar o delírio. classificados em simples ou complexos e em Os conteúdos e tipos mais freqüentes não sistematizados ou sistematizados. catatítimos. homossexual. alteração primaria do ajuizar. não sabe exatamente o quê. ou constante de referências depreciativas. mas sim de Os delírios podem ser agudos (surgem alterações profundas em outras áreas da de forma rápida e podem desaparecer em atividade mental. imaginativos. ou podem ser crônicos consciência. mas ele demônio ou entidade paranormal. dos delírios são: Delírios simples: são idéias que se Delírio de perseguição: o indivíduo acredita desenvolvem em torno de um só conteúdo ou que está sendo perseguido. os delírios são ou alucinatórios. Predomina essa Temos vários outros tipos de delírios: perplexidade durante horas ou dias. etc. pois o mesmo diz ser alvo freqüente variam de momento para momento. o que estava de fato acontecendo e o delírio secundário se difere dele em curiosamente. etc. quando descobre DELIRÓIDES como se fosse por uma revelação inexplicável. oníricos Segundo a estrutura. com histórias ricas e bar e observar as pessoas conversando e consistentes. computador. mnêmicos. como referentes à sua sem relação consciente e seus conteúdos pessoa. rindo tempo. etc. o conseqüência de não se originar de uma indivíduo se acalma. objetivamente sem Delírios não sistematizados: são delírios maiores implicações. envolvendo tendência dominante a experimentar fatos conteúdos de perseguição. enfim. tema único. intensas. que se mantêm ao longo do rindo. Delírios sistematizados: são delírios bem caluniosas. um pavoroso estivesse por acontecer. ciúmes. pessoa ou um período pré-delirante. que se produzam juízos falsos e são produtos Com relação aos mecanismos constitutivos de condições psicologicamente rastreáveis e do delírio. dele. Ao passar pela frente de um organizados. denominado humor entidade externa. aparelho eletrônico) que indivíduo experimenta aflição e ansiedade envia raios que controlam seus pensamentos. que indiretamente fazem com (persistentes. onde que realidade é aquilo que oferece resistência e oposição aos desejos do eu subjetivo. seu eu por meio:  Delírio fantástico ou mitomaníaco. discriminar claramente entre o seu eu e o  Delírio de reivindicação. externo a ela. caráter absurdo do juízo em questão. criança. desse período. diferenciação vai sendo construída ao longo  Delírio de ciúmes e delírio de do primeiro ano de vida. A maior parte dos autores acredita que constituem as dimensões subjetivas e no início do desenvolvimento psíquico da objetivas da experiência humana. Portanto. entre outros. há distinção entre o eu e o não-eu. ou seja. Essa  Delírio místico ou religioso.  Delírio de negação de órgãos. que se opõem e sofrem com o seu própria criança. quando que. o ego.  Delírio de culpa e auto-acusação. o mundo externo. o eu. forma repentina e incômoda na consciência do  Das identificações e introjeções da sujeito. não  Delírio de reforma.30 - . que marcará um instante de FUNÇÕES PSÍQUICAS COMPOSTAS E singular significação para a formação da SUAS ALTERAÇÕES consciência do eu.  Delírio de grandeza. ela não tem a capacidade de . introjeções conscientes ou Por outro lado. ela se torna capaz de perceber  Delírio erótico. A criança formará gradativamente o  Delírio de infestação. ou seja. e a representar objetos autônomos e estáveis  Delírio de ruína. permanecendo como que  Delírio de invenção ou descoberta. realidade. fundido com o eu de sua mãe. a criança perceberá que existe algo fora. que se dá através de caráter absurdo. ou seja. Do ponto de vista psicanalítico. Então surge o sentimento de oposição Consciência e Valoração do Eu e suas entre o eu (com seus desejos desenfreados Alterações herdados do id) e o mundo externo (com suas Definições Básicas: imposições e restrições via realidade). no final infidelidade. DELIRANTES  Da projeção dos desejos As idéias obsessivas são descritas inconscientes dos pais sobre a criança como idéias falsas que se introduzem de e a assimilação da mesma.  Delírio cenestopático. mundo exterior.  Do contato contínuo com a realidade. de modo geral.  Do investimento amoroso e narcísico IDÉIAS OBSSESSIVAS versus IDÉIAS dos pais sobre a criança. A partir desses princípios. nas idéias delirantes inconscientes. a crítica à falsidade e ao primárias. surge a partir do contato com a  Delírio hipocondríaco. em sua mente. das figuras parentais falta. uma ao lado da É a tomada de consciência íntima de outra. a alteração dessa Alteração da Consciência de Execução dimensão da consciência do eu é a perda da . algo uno e indivisível.31 - . personalidade. ele sente uma ambivalência em psíquicas têm um tom especial de “meu”. pensamentos ou desejos. Portanto. ou homem e mulher simultaneamente. De ambos os lados. estranhos. Alteração da Consciência da Existência: nosso eu nuclear continua o mesmo ao longo É quando o homem que está existindo do tempo. É a consciência da clara oposição do a perda da consciência do sentimento do eu. A cada momento. a percepção evidente da separação entre o eu subjetivo e o espaço exterior. já não pode sentir a sua existência. o eu é sentido como  Consciência de unidade do eu. anjo e demônio ao mesmo Jaspers chama esse fenômeno de tempo. fazendo o indivíduo sentir-se o eu desejo. ou seja. “pessoal”. é uma suspensão normal do próprio eu. físico. o eu pensa. onde esse eu corporal. eu em relação ao mundo externo. dividido. personalidade ou uma tomada de consciência  Consciência de oposição do eu em de conflitos ou multifacetados da própria relação ao mundo. personalização e todas as atividades Em síntese. do eu se sente dono de seus próprios pensamentos. Na alteração da unidade  Consciência da identificação do eu no do eu não se trata de dissociação da tempo. de relação ao seu eu. daquilo que é feito e vivenciado por mim mesmo. e assim por diante. o eu sinto. o doente não tomada de consciência do próprio corpo. um ao mundo distanciamento do mundo perceptivo e enfim. existem conjuntos que tudo aquilo que realizo sou eu próprio de sentimentos que se opõem como quem realizou. psíquico e pois ao pensar ou desejar alguma coisa. A consciência do eu pressupõe a Nesse tipo de alteração. ou seja. e a Consciência de Oposição do eu em relação carência da consciência do fazer próprio. sente somático formam somente um em um só que foi um outro que pensou ou desejou tais tempo. onde apesar de alguns grupos: aspectos de nossa personalidade mudar. e lhe impôs de alguma maneira. Consciência da Identidade do eu no Tempo Jaspers subdivide as alterações da É a consciência de ser o mesmo na consciência de atividade do eu em dois sucessão do tempo. A vivência radical de cisão do eu só existe quando ambas as séries de processos CONSCIÊNCIA DE ATIVIDADE DO EU psíquicos desenvolvem-se de forma (Personalização) absolutamente simultânea. ou seja.  Características do Eu (Segundo Jaspers) Consciência de Unidade do Eu  Consciência de atividade do eu. mudado. difícil. poderoso e e familiar. pode ocorrer à morto. lento. em formas graves de depressão. Há uma perda da familiaridade consigo mesmo. aparece geralmente à ligada a uma experiência afetiva imposta pela publicação do pensamento ou eco do relação com o outro”. fonte de abarca tanto o eu psíquico. A despersonalização como algo pesado. como estranho e parar e repousar por um período mais longo. Às vezes pode ocorrer o delírio de desrealização.(Paul Schilder. sentidos corporais externos e externos. de perda ou transformação do próprio eu. onde o doente refere-se ao mundo. episódio agudo de esquizofrenia e do corpo. Sente-se forte e ágil.32 - . Quando lhe perguntam como está. corporal. perda da relação de familiaridade com o mundo em comum. Essa imagem corporal corresponde à totalidade da organização psicológica do Despersonalização (Pessoa) e indivíduo. onde os diferentes grupos sociais Desrealização (Local) percebem e representam o corpo de forma A despersonalização é o sentimento bastante diferenciada (Boltanski. Na alteração de oposição do eu em “A imagem corporal está sempre relação ao mundo. fazendo com que os pacientes Definições Básicas: identifiquem-se completamente com os É a representação que cada indivíduo objetivos do mundo externo. 1935). sujeito. com uma profunda Maníaco: o paciente maníaco vive seu corpo estranheza daquilo que no dia-a-dia é comum como algo extremamente ativo. responde etc) rotineiros com características diferentes.sensação de oposição e fronteira entre o eu e (Esquema Corporal) o mundo. O indivíduo tem a faz do seu próprio corpo e essa percepção do nítida sensação que seu eu se expande para o próprio corpo é construída e organizada pelos mundo exterior e não mais se diferencia deste. 1984). as principais queixas são as ALTERAÇÕES DO EU CORPORAL vivências de influência sobre o corpo. Esquizofrênico: nos pacientes esquizofrênicos. esgotado e cansado e tem a sensação de que Geralmente associada à seu corpo não tem mais vida e é um peso despersonalização. quanto o eu sofrimento e não de prazer. percebendo estímulos (sons. pensamento. onde o . vivo. cores. que é a transformação e a negação de órgãos. e é incapaz de que antes lhe era familiar. sente-se fraco. pois o doente sente-se Deprimido: este paciente percebe seu corpo estranho a si mesmo. além levando os enfermos a buscarem das representações mentais fornecidas pela identificações em objetos ou materiais cultura e pela história individual de cada inanimados. que está “melhor do que nunca” e há uma É freqüente nas crises intensas de incapacidade de perceber as limitações reais ansiedade. Alteração da Imagem ou Esquema Corporal seguidos de um profundo estranhamento do em Alguns Transtornos Mentais seu próprio eu. desenvolvendo vários tipos de delírios e alucinações. Fenômeno do Membro Fantasma: ocorre na Histéricos: esses pacientes tendem a erotizar maioria dos pacientes amputados. TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo): o paciente com esta síndrome. que mesmo intensamente o corpo todo e ao mesmo após a cirurgia. parestesias e dores intensas. face. apesar de estar sobre o seu corpo. e outras partes. etc). algo Anorexia Nervosa: nessa doença. assim por diante. irá entrar em colapso e desorganizar-se. Com o tempo. vivenciando ou insensíveis. seu corpo lenda de Narciso. voando ou afundando e grandes e disformes. seios. sob efeito de drogas alucinógenas (LSD. pacientes sentem o seu corpo como comprimidos e asfixiados. vivendo-os como um refletida no lago e transformou-se numa flor. ou protege-lo da contaminação. sentem esses membros no tempo. Crises de Pânico: sensação de que o corpo passando a se sentir como um homem. perdera sua feminilidade. podem ter experiências como pequenos defeitos físicos. sobre eles. o membro (amputado) parece mudar de Ansiedade (Quadros ansiosos graves): esses tamanho. onde a mulher sente que com a transformação de seu corpo. controlando-o. manipulando-o e extremamente e visivelmente magra. onde ele se apaixonou por si mesmo e cometera o teme os seus sintomas e fica a adivinhar os suicídio ao buscar sua própria imagem seus mistérios e perigos. ou mescalina. tendo a nítida Mastectomia: podem ser verificadas sensação que existe uma pressão externa alterações marcantes do esquema corporal. como horríveis e dignos de vergonha. que passariam.33 - . processo mórbido constante. Sentem diminuírem de tamanho. onde o mesmo tem A VALORAÇÃO DO EU que se esforçar constantemente para limpa-lo. OS CONCEITOS DE NARCISISMO E AUTO- purifica-lo. geralmente encolhendo.mesmo tem a sensação de que alguém. despercebidos. sente seu corpo como sujo e contaminado. Dismortofobia ou Transtorno dismórfico corporal: percebem partes e seu corpo como Psicoses Tóxicas: em pacientes que estão nariz. na a de o braço ou a cabeça aumentarem ou maioria das pessoas. o paciente ou alguma força externa desconhecida age percebe-se sempre gorda. orelha. Sensação de estar tais partes do seu corpo desproporcionalmente mais leve ou pesado. um jovem egocêntrico que é o lugar de todo o seu sofrimento. Freud denominou inicialmente de narcisismo ao tipo de escolha do objeto . ESTIMA A palavra narcisismo é derivada da Hipocondria: para o hipocondríaco. sentir que seus genitais são perigosos qual não mais existem. o eu percebe o prazer oriundo somente do mundo interior. conjunto de identificações conscientes ou Entretanto. identidade de ser estudante de medicina. um sentimento de poder. faça como objeto de amor. ou seja. etc. e desprazer provido do mundo O CONCEITO DE IDENTIDADE exterior. no com dependência crônica de álcool ou drogas. PSICOSSOCIAL suficiência. Também estão indivíduo sem qualquer amor narcísico. permitindo que o o narcisismo secundário. Já o racial. o narcisismo não é inconscientes que a criança faz ao longo do necessariamente positivo ou negativo. além de doenças físicas e/ou mentais. inseridos na identidade psicossocial os se vazio. OS TRANSTORNOS DE IDENTIDADE e é principalmente evidenciado na depressão. de redução da auto-estima e de autodepreciação. Nesse estado. não merece identidade psicossocial estão relacionados à ser amado e viver. que seria o retorno indivíduo se inspire no meio sócio-cultural e do amor da libido para o próprio eu. deixando de investir no mundo e nas pessoas. sentimento que proporciona a capacidade para Existe o narcisismo primário. ter sido direcionado em algum momento a A identidade é formada por um algum objeto do mundo exterior. desorientação em . Posteriormente. o convivem. ao direcionamento da libido do indivíduo para o mundo interior. o seu próprio eu. é composta de múltiplas identidades parciais O indivíduo totalmente narcísico não como: identidade sexual. Esses transtornos e problemas com a O indivíduo sente-se sem valor.34 - . cuja Assim. Há assim uma ilusão de auto. qual o indivíduo toma a si mesmo. como por exemplo. mas também passa a se referir a um estágio do em indivíduos desadaptados socialmente e desenvolvimento psicossexual da criança. Há um profundo onde o invertido amara alguém igual a si sentimento de fracasso existencial e não mesmo. onde que. seria o grau e a intensidade. DIMINUIÇÃO DE VALORIZAÇÃO DO EU São sentimentos de menos valia. seu desenvolvimento com as pessoas na qual patológico ou saudável. etc. sente. que deve morrer para não confusão de identidade. depois de que faça parte de algo (Érik Érikson. com que haja uma diminuição da valoração do Atualmente. refere de modo geral. o termo narcisismo se eu no indivíduo. identidade religiosa. incomodar os outros.amoroso que ocorre na homossexualidade. sem valor e sem qualidades. fundamental. de A identidade psicossocial é o grandiosidade e desprezo pelo mundo. ao seu eu. sentimentos de pertencer a pequenos grupos. que seria experienciar o próprio eu como algo que tem a ausência total de relação com o ambiente e continuidade e unidade. 1985). a identidade psicossocial total libido é investida. identidade étnica ou se relaciona com o mundo e empobrece. de psicologia. o termo narcisismo ocorre somente na depressão. dependentes das mudanças personalidade como personalidades existenciais ou alterações neurobiológicas. aquilo que determina a OMS. desarmonia tanto no plano intrapsíquico. 1993). Crise de Identidade Há várias tipologias. Todavia. que significa a máscara dos com a experiência. onde geralmente nesses últimos. podemos citar a teoria Psicanalítica de Sigmund Freud. como se individualidade de uma pessoa moral. acerca do que é personalidade e toda a sua são organizados dentro de um determinado gama de transtornos. a Estados de Possessão Analítica de Carl Gustav Jung e a Pode ocorrer tanto em indivíduos com Comportamental de Watson e Skinner. contexto religioso. refletindo uma marcante personagens do teatro. a CID-10. onde o indivíduo. A personalidade é o conjunto Porém. A PERSONALIDADE E SUAS ALTERAÇÕES monomania moral. como Segundo o dicionário Aurélio. definiu os transtornos de mutável. o que a sente e qual o seu lugar no mundo. a nas relações interpessoais. total das características individuais em sua que por sua vez. os transtornos de .35 - . a mesma é formada e a causa de seus provocando uma insegurança e confusão transtornos.relação ao que é. como surgimento em curto período de tempo. etc. incluindo fatores bio. conjugando tendências personalidade sociopática ou transtorno de inatas e experiências adquiridas no curso de personalidade em geral. ela é dinâmica e Schneider. onde o indivíduo que tem esse transtorno sofre e faz a sociedade sofrer. modo impreciso. transtorno ou neurose de Definições Básicas: caráter. distingue de outra (Aurélio Buarque de Holanda Oliveira. acerca de suas várias identidades parciais. o que espera dele. quanto em pessoas têm enfoques diferenciados e multifacetados saudáveis. sua existência (Bastos. psicopáticas. sofre uma perda temporária de sua identidade pessoal. Etiologia: personalidade provém do verbo assim como não aprende e nem é reversível persona. personalidade é um caráter ou qualidade do Segundo a classificação atual da que é pessoal. ao entrar num estado de possessão. Entre as principais. infelizmente foi utilizado de relação com o meio. na qual TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE é substituída por uma entidade que “toma Conceito conta do sujeito”. o termo mais utilizado pelos integrado de traços psíquicos. que transtornos mentais. 1997). teorias e É uma dificuldade intensa e de abordagens que definem personalidade. relacionando-se com psico-socioculturais. O conceito de transtorno de Personalidade recebeu vários conceitos ao longo dos anos como: insanidade moral. o psiquiatra alemão Kurt Segundo o autor. consistindo no profissionais de saúde mental foi psicopatia. personalidade leva a algum grau de  Indiferença aparente a elogios e sofrimento (angústia. assim como as pessoas que convivem com ele.  O padrão anormal de comportamento  Desconfiança excessiva e uma não é limitado ao episódio de qualquer exagerada tendência a distorcer ações doença mental (esquizofrenia. permanentemente e de longa duração. emocional. atividades solitárias.  O tratamento do transtorno da  Apatia. etc.  Geralmente surge na infância ou na Segundo a CID-10. etc) e ocorre hostis e depreciativos. dificuldades para o indivíduo. o transtorno de sexualmente com outra pessoa. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE  Manifesta um conjunto de PARANÓIDE: os principais sintomas desse comportamentos e reações afetivas transtorno se baseiam em: desarmônicas. além personalidade contribui para um mau de uma marcante preferência por desempenho ocupacional e social. solidão.  Tendência a guardar rancores relacionamentos interpessoais. sensação de fracasso. um aspecto.36 - . envolvendo partes da  Sensibilidade excessiva a rejeições e vida do indivíduo como: a afetividade. o controle de impulsos.  Tendência a experimentar uma  O padrão comportamental é mal autovalorização excessiva e uma adaptativo. críticas. afeto outro transtorno psiquiátrico (salvo embotado e uma aparente frieza algumas exceções). como da vida  Suspeitas sem justificativas acerca social. não se restringindo a apenas do(a) parceiro(a) sexual. os transtornos de adolescência e se torna estável ao personalidade são: longo da vida do indivíduo (“O menino é o pai do homem”).  Sensação de sempre estar sendo  Esse padrão anormal de injustiçado e um obstinado senso de comportamento inclui muitos aspectos. direitos pessoais. e fatos neutros ou amistosos. etc). TRANSTORNO DE PERSONALIDADE  São condições não relacionadas ESQUISÓIDE: consiste em: diretamente à lesão cerebral ou a  Distanciamento afetivo. . persistentemente. produzindo uma série de atitude de auto-referência. tanto do psiquismo. contratempos. interesse em se relacionar  Geralmente.personalidade são definidos pelas seguintes embora essa afirmação não seja características: obrigatória. para depressão. e embora  Poucas oportunidades lhe produzem esse sofrimento possa ser aparente e prazer e o indivíduo tem pouco vivenciado apenas tardiamente. etc). pessoas.  Expressão exagerada das emoções. além de repetitivos atos suicidas. . em alta velocidade.  Profundos e crônicos sentimentos de vazio. não referência à auto-imagem. pelas conseqüências. além de dramatização e teatralidade. Afinal. com normas e convenções sociais. ele é um transtorno. como dirigir muito O CID-10 os descreve dessa maneira: embriagado.  Explosões comportamentais. TRASNTORNO DE PERSONALIDADE TIPO  Incapacidade de manter IMPULSIVO relacionamentos.  Incapacidade de experimentar culpa e  Instabilidade afetiva intensa. oscilando em curtos O transtorno sociopático é um tema de períodos de uma grande paixão ou muita controvérsia e polêmica em amizade para ódio e rancor intensos psicopatologia. mentem.  Irresponsabilidade e desrespeito por regras e obrigações sócias. mesmo quem nunca lhe o mesmo envolve-se em atuações fez nada. enganam. abandono.  Tende a uma preocupação excessiva TRASNTORNO DE PERSONALIDADE com fantasias e introspecção. impulsivamente. BORDELINE  Falta de amigos íntimos ou Os indivíduos que têm uma relacionamentos confidentes. de aprender com a experiência. além de personalidade Bordeline exibem: uma marcante insensibilidade para Instabilidade emocional intensa. sem consideração  Baixa tolerância a frustrações. sentimentos alheios. (ambivalência). aos objetos tem consideração ou compaixão pelas outras e preferências pessoais.37 - . embora não haja  Há uma tendência marcante a agir dificuldades em estabelece-los. histriônica desenvolvem as seguintes  É freqüentes neste tipo de características: personalidade o sadismo. trapaceiam e  Atos repetitivos de autolesão (quando prejudicam os outros. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE  Relacionamentos pessoais intensos.  Indiferença e insensibilidade pelos intoxicar-se com muitas drogas. uma doença ou um modo de ser?  Excessivos esforços para evitar o Segundo a tradição psicopatológica.  Tem uma propensão marcante para culpar os outros. além de oferecer TRASNTORNO DE PERSONALIDADE racionalizações plausíveis para o HISTRIÔNICO comportamento que gerou seu conflito Os indivíduos com personalidade com a sociedade. os sociopatas são pessoas incapazes de uma  Dificuldades e instabilidade em interação afetiva verdadeira e amorosa. particularmente com a punição.  Acessos de raiva intensos. perigosas. ANTISOCIAL (SOCIOPATIA) porém instáveis.  Afetividade superficial.  Uma preocupação excessiva com detalhes. incapaz socialmente. ordem. além de possuírem um TRASNTORNO DE PERSONALIDADE medo excessivo de serem abandonados pelas ANANCÁSTICA OU OBSSESSIVA pessoas de quem são dependentes. com uma busca contínua de TRANSTORNO DE PERSONALIDADE apreciação pelos outros. além de considerar-se esperando sempre ser reconhecido. “o mais inteligente”. sendo influenciados facilmente pelos conseqüência do seu extremo medo de outros. rígido e teimoso. poder e brilho. desaprovação. infantil e lábil. o paciente é  Tendência a reações infantis com potencialmente dependente daqueles de quem pouca tolerância à frustração. ESQUIZOTÍPICO  É perfeccionista. listas. TRASNTORNO DE PERSONALIDADE NARCÍSICO TRASNTORNO DE PERSONALIDADE É um transtorno típico no qual o ANSIOSA OU DE EVITAÇÃO indivíduo introjeta toda a sua libido. de auto-referência. vive em um senso grandioso. sem se reverter àquelas de quem dependem. querendo DEPENDENTE sempre ser o centro das atenções.  É muito cauteloso. regras. Não tem empatia por “pessoas comuns” e é muito invejoso. acreditando ser melhor”. em pessoal. além de ser muito desconfiado e com pequenos detalhes da vida.38 - . no qual interfere na Nesse transtorno. o fazendo evitar atividades que voltado para fantasias de grande sucesso envolvam contatos interpessoais. enorme de ser criticado ou rejeitado pelos É dono de uma notada arrogância e outros. pensamento mágico. uma freqüente idéia irrelevantes. o indivíduo conclusão de tarefas. anula a sua sensação de prazer nas relações interpessoais. comportamentos estranhos (inclusive suas demonstrando um excesso de roupas). que geralmente são estranhas ou escrúpulo e preocupação indevida excêntricas. TRASNTORNO DE PERSONALIDADE organização ou esquemas. impossibilitando-os de tomar atitudes próprias. exibindo Quem sofre desse transtorno. que não tenha feito nada de real e concreto Exibe também um medo e apreensão para esse reconhecimento. possuir os afetos inapropriados ou muito  Exibe uma rigidez que impede ou reduzidos. mesmo inferior aos outros. além de exibir experimenta um desconforto e incapacidade dúvidas excessivas sobre assuntos para ter relações íntimas. além de O indivíduo que sofre desse experimentarem também um grau de transtorno tem: sentimento de desamparo. dependem. Nesse tipo de transtorno. . julgando ser sempre “o constante estado de tensão. “o mais bonito”. Essas lembranças são de tempo. Porém. evidentes. PSICOPATOLOGIA PSICODINÂMICA  Não há uma linha divisória nítida entre PSICOSE o normal e o anormal. o sintoma” 2001). Portanto. através de identificações. fazendo com que o indivíduo reprimidas. ou seja. quais o ego não tem nenhum poder. esses ou uma série deles. ou seja. ou seja. excluídas da consciência. funcione de uma maneira estável e sem serem resolvidas. na época Em vista da ampla variedade de edipiana ou pré-edipiana. como indivíduo. quando esses conteúdos Portanto. É importante ainda frisar que na PSICOSE E PERVERSÃO.39 - . porém não podem ser cria para si. basta um acontecimento obtido a devida satisfação. esses contra esses conteúdos e impulsos até então impulsos ameacem irromper na consciência do reprimidos no inconsciente. que pode variar dependendo do conteúdo reprimido de PSICOPATOLOGIA PSICODINÂMICA cada um. Esse conflito é teorias psicológicas. fazendo com que o ego seja incapaz parecem ter sido “esquecidos”. . segundo a psicanálise? repressões ou sublimações. o que causa problemas em um usando os mecanismos de defesa. incluindo a sua proporção. esse ego se torna incapaz ameaçam emergir para o consciente. representação substitutiva. sem terem equilibrada. tomam a forma de conflitos que geralmente Essa resolução de conflitos entre o id são experiências que surgem nos primeiros e o ego se faz eficaz durante um longo período anos da infância. continuam a de lidar com esses desejos reprimidos. podem ser resumidas em NEUROSE. através dos indivíduo. que aparentemente equilíbrio. apesar do ego fazer enormes As psicopatologias psicodinâmicas esforços para o conter (Brenner. 1973). para que se destrua esse conteúdos reprimidos. uma causando ansiedade no indivíduo (Davidoff.distorcendo essa inveja a ponto de afirmar que  Essa diferença pode residir na os outros o invejam. (Freud. capacidade do indivíduo de lidar com o material reprimido. a única angústia predominante é a angústia de castração. durante a primeira infância. a não ser através da análise. 1906). COMPORTAMENTO PERTURBADO PSICONEUROSES ou NEUROSES SEGUNDO A PSICANÁLISE Nesse distúrbio. ao longo de caminhos sobre os explorada. de modo que. seja de resolução. o ego de fazer com que esses desejos usa de manobras defensivas para proteger-se remanescentes cessem. neurose. e provocar comportamentos chamados mecanismos de defesa. e suas respectivas formas resolvido de maneira satisfatória pelo ego. há um conflito entre o ego e id. ou modificando o Freud acreditava que os problemas ego. “que agir no inconsciente. Contudo. é um mundo externo. parece ser fruto A paranóia é um termo derivado do de uma grande frustração de um desejo. encontramos um interno e externo. & Plonm. um dos três compoinentes externo. criada autocraticamente pelo ego. lado da esquizofrenia e da psicose maníaco- onde o seu ego. modernos da psicose em geral. ele neurose. produz somente para ele. algum.40 - . pois após essa perda onde inferiram que a paranóia era um delírio do contato com a realidade. foi somente no século XIX que tal separação do ego e um esforço para termo pode adentrar na classificação dos restabelecer as relações do indivíduo com transtornos psiquiátricos. que grego (para= contra e noos= espírito). Já na psicose. na psicose. a demência precoce e a loucura que a antiga. em conflito com o mundo depressiva. Dessa forma. o ego angústia de aniquilamento. a com a realidade. ocorre algo os fundadores da escola alemã de psiquiatria. ruptura com o mundo externo. Todavia. ao passaria a funcionar de acordo com o seu id. onde Esquilo e Eurípedes. Já na psicose. Designa parece quase intolerável (Freud. quanto na psicose. alemã. e também distinguiu três grupos de psicose: a que não levanta mais as mesmas objeções paranóia. o pai da medicina. podemos dizer que tanto na melancolia. onde citou ser um expressão de rebelião por parte do id contra o estado delirante crônico. foi também essas patologias levam o indivíduo para longe abordada por Hipóclates. 1923-1925). herdada do estado de Portanto. foi Podemos emparelhar a neurose e a descrita na antiguidade pelos autores trágicos. esta última. cria um mundo distinto do real. A psicose. “a paranóia tornou-se. ou sua percepção não possui qualquer Também é importante salientar. onde esse mundo é outro transtorno que exibe quase que os constituído somente de desejos do id. a angústia existente é a Partindo dessa premissa. psicose em aspectos semelhantes. há uma somou o termo parafrenia. 1911. 1910). pg: 168). e essa mesmos sintomas da psicose. paranóia (embora não com esse nome). depressiva). pg: 572) conseqüentemente. que foi completamente maníaco-depressiva (ou psicose maníaco- abandonada (Freud. que realidade. O se adaptar às exigências impostas pela mundo exterior não é percebido de modo realidade (Freud. há também uma que acarretava uma perturbação do espírito. por Johann Christian Hein Roth (1773- os desejos do id. não com a Entretanto. há uma Todavia. Portanto. Obra XIX. loucura no sentido da exaltação e do delírio. que efeito (Freud. quase que semelhante. 1994. situado entre a .” (Roudinesco governado pelos desejos libidinosos do id. da realidade. mas distinta da neurose. tal termo foi introduzido no ano de onde o ego tomaria como aliada para conter 1842. reparação. mas sim uma outra literalmente surgiu com Kraepelin. o Segundo a nosografia psiquiátrica fator decisivo seria a influência da realidade. para haver uma neurose. na neurose. A essas três classificações. Obra XIX. perdendo todo o contato Segundo Roudinesco & Plon (1994). diferente da neurose. 1923-1925). realidade objetiva. o indivíduo 1843). a paranóia. e depois. a palavra “paranóia”. onde o mesmo não consegue conflito entre o ego e o mundo externo. um novo mundo Dentro da psicose. Os primeiros foram essa realidade. É digno de nota salientar que Freud 4 desenvolvimento insidioso . 1994) (Roudinesco & Plon. Freud acrescenta também um (Classificação de Transtornos Mentais e de mecanismo de projeção. tornou-se o modelo completa preservação da clareza da ordem do paradigmático das psicoses em geral. os pacientes tornam-se (2001. 1994.demência precoce e a paranóia. onde o paciente se Comportamento). pensando que os outros estão dizendo que ele é um ladrão ou auditiva. de um sistema delirante.41 - .” Segundo ele. pensamento.” delírio de referência. duradouro Sintetizando. o paranóico. e que histeria e todas as formas de neurose. volição e discurso e alguém gritando o seu nome.0). pg: 88) geralmente ocorre juntamente à temática da perseguição vivenciada pelo sujeito. 2000. a paranóia se encaixa em defende de uma representação inconciliável um transtorno denominado de “esquizofrenia paranóide” (F. pg: 334) paranóicos por não conseguirem tolerar certas Já de acordo com o CID-10 coisas. na dependência cita que os paranóicos amam e são apegados de causas internas e segundo uma evolução aos seus delírios. ou se referindo a ele. mais ou menos bem sistematizado. relação ao ato sexual” “normal”. o paciente experimenta o “Esse é o tipo de esquizofrenia mais sentimento de que fatos fortuitos e irrelevantes. seguinte: 2001) 5 Nesse tipo de delírio. e perturbações da percepção. mas sim um “desvio em sensopercepção. em seu Segundo o mesmo Kraepelin.” (Roudinesco & Plan. O indivíduo. De acordo com o eu. contínua. pelo Freud postula que a paranóia é um predomínio da interpretação e pela ausência modo patológico de defesa. Nesse neurose e da psicose. concordam e patologia repousa sobre dois mecanismos reforça.” (Dalgalarrondo. homossexual. Podem ocorrer basicamente PERVERSÃO em três condições: rebaixamento do nível da A perversão é um distúrbio distinto da consciência. estados de fadiga grave ou falta de atenção e em denominados estados afetivos. no querer e na ação. como a si mesmos. O quadro ocorrem à sua volta. geralmente não evolui para a deterioração. na teoria e inabalável. a paranóia seria “o externo. os mesmos entendem que tais pessoas estão falando dele. que se instaura com uma freudiana clássica. onde o pgs: 83-84) . que comum em muitas partes do mundo. xingando-o. ele tem tais idéias delirantes com alucinações. gerando as chamadas ilusões catatímicas ou mnêmicas. pgs: 572-573) Laplanche e Pontalis. esta Vocabulário da Psicanálise. assim como a de enfraquecimento intelectual. projetando seu conteúdo no mundo com Kraepelin. exibindo um mecanismo alucinatório convergente com o sintomas catatônicos não são proeminentes. onde sua descrição é a 4 Traiçoeiro (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. usualmente acompanhados por Geralmente. particularmente da variedade conteúdos depreciativos ou negativos. 2000) 6 As ilusões são uma percepção deformada de um objeto real e presente. (Dalgalarrondo. pois o mesmo não se último.20. ao passar na frente de um bar ou de uma clínico é denominado por delírios loja. Não é raro tais indivíduos ouvirem Perturbações do afeto. Esse tipo de delírio (1993. paranóides. “o afeto deforma o processo de trata de um conflito. a tese de que a paranóia é uma 5 fundamentais: o delírio de referência e as “psicose crônica caracterizada por um delírio 6 ilusões de memória. e notar que as pessoas estão rindo e relativamente estáveis. com freqüência conversando. são referentes à sua pessoa. inconsciente. ego mantém essa repressão por meio do Sintetizando. também é uma questão acesso ao consciente. Para fazer com que esse exibicionismo. pois o indivíduo também mecanismos contracatéxicos estão enfraquecendo ou falhos. que impedem com que os intensidade. 2001). 2001). fazendo de defesa. correspondente da contra-catexia. com animais). o ego reage a essa . ou a diante de impulsos e desejos reprimidos no catexia do material reprimido aumente de inconsciente. Porém. positivos. a perversão é um dispêndio constante de uma energia psíquica conjunto de comportamentos sexuais e à sua disposição. se a emergir. psicóticos. se o uso desses contra-catexia falhar. Todavia. travestismo. bestialidade (sexo indesejáveis vindos do id. entre outros) conteúdo reprimido continue inconsciente.mesmo é definido como um coito que visa a estará fugindo do contato objetivo com a obtenção do orgasmo através da penetração realidade. genital. no Principais mecanismos de defesa: qual é considerado o comportamento sexual “normal” na nossa cultura e sociedade REPRESSÃO: foi um dos primeiros (Laplanche. os mecanismos podem mudar a qualquer momento. sadomasoquismo. levando a reduzidas por: sintomas psiconeuróticos ou até mesmo. pois eles impedem que conteúdos  Sedução ou tentação. emoções. Portanto. sem que haja um aumento mesmos irrompam para o consciente. Pontalis. distintos do capacidade de tirar ou barrar da consciência. com uma pessoa do sexo oposto. pois ao perceber que os a se preocupar. onde a mesma se opõe a catexia de por vias sexuais julgadas socialmente energia impulsiva e libidinal com que está “anormais”. como indivíduos do todos os desejos. provocando ansiedade.  Estados tóxicos ou febris. pois ele tem a obtido com outros objetos sexuais. esse material reprimido como o coito anal) ou ainda. desconforto ou até As contra-catexias do ego podem ser mesmo um enfraquecimento do ego. carregado o material reprimido. e continua no indivíduo (fetichismo. inaceitáveis no nosso consciente venham a Vale a pena ressaltar-se que. chamada de “contra- obtenção de prazer com os mesmos. pois não teve sua orgasmo provém de fontes extrínsecas ao resolução através da satisfação. Pontalis. contudo. parceiro heterossexual. o (Laplanche. esse equilíbrio entre catexia e MECANISMOS DE DEFESA DO EGO contra-catexia nunca é fixo e estável. mecanismos de defesa.42 - . voyeurismo. a perversão seria o orgasmo comentado e utilizado. podemos considerar  Ingestão excessiva de álcool ou esses mecanismos de defesa um tanto quanto qualquer outro tipo de drogas. são defesas utilizadas pelo ego com que a contra-catexia enfraqueça. ou fantasias mesmo sexo (inversão). quando esse continua catexizado. além de ser o mais Portanto. pois Como o nome já diz. ou por outras zonas corporais ( Porém. a luta entre o id e o ego mecanismos de defesa se torna muito não terminam e esses impulsos não têm freqüente e constante. catexia”. onde se isola um linha nítida que demarque essas duas. que suas conexões com os outros então seria algo totalmente apartado do ego e pensamentos ou com o resto da existência do pertencente somente às instâncias do id. dessa maneira. na clínica psicanalítica existe esfera consciente. . o vendo como sujos e mecanismos de defesa que façam com que inadequados. contra-catexizado que. denominado de maneira inconsciente. 2001. 1973). onde a única coisa repressão. o Dessa maneira. um indivíduo que mesmo é isolado pelo ego (Brenner. pensar mais nela.43 - . mobilizando novas forças e outros instintos sexuais. gestos e atos distorcendo-o por ser socialmente inaceitável. Esses sentimentos. de maneira Dessa forma. quando ou afeto contrário ao sentimento real reprimido alguma fantasia relacionada com esses ou recalcado (Laplanche. ao tentar fluir para a Contudo. 1973). porém. sente um enorme ódio reprimido. ele faz com que O ego. pois é exatamente essa material de que temos consciência. Pontalis. defesa é um hábito psicológico ambivalente. ou ANULAÇÃO: é um mecanismo de defesa vice-versa (Brenner. 1973). afetos e emoções onde um indivíduo manifesta um sentimento isolados são geralmente dolorosos e. Ela Ele também pode ser chamado de pode surgir quando tiver ocorrido uma cisão isolamento do sentimento ou repressão do entre a atividade mental consciente ou sentimento e consiste em manter um “cordão inconsciente. É bom salientar que todo esse É bom salientar que não pode haver processo é inconsciente.emergência como a um novo perigo. é provável que haja intermediários entre a supressão e a ISOLAMENTO: esse mecanismo de defesa é repressão. 2001). sujeito fiquem rompidas (Laplanche. da mesma forma que não há uma típico da neurose obsessiva. sentimentos ameace emergir ao consciente. defende-se do “o sujeito se esforce por fazer com que desejo recalcado que ameaça emergir. é o resultado final. Porém. o material reprimido. que isole o pensamento reprimido antes que o mesmo emerja para o consciente do FORMAÇÃO REATIVA: esse mecanismo de indivíduo”. como a um imenso controle sobre os seus desejos e ansiedade. Um exemplo seria uma pessoa com produzindo sinais de alarme. palavras. pode defender-se com sentimentos de amor. similar ao isolamento. comportamento ou pensamento. por um outro sentimento supressão. e não depende de formação reativa sem antes ocorrer uma nossa vontade consciente. por outro mais aceitável (Brenner. Pontalis. onde consiste na conhecida completamente oposto e mais aceitável pelo decisão de esquecer alguma coisa e não ego. passados não tenham acontecido” (Laplanche. A repressão não é um mecanismo de 2001). pg: 27). sádico de esfera sexual. é substituído de uma um estado consciente. no lugar de um afeto perverso e esse material continue reprimido. pensamentos. Pontalis. defesa que esteja presente desde o início. pois a função egóica é ele. VOLTAR-SE CONTRA SI-PRÓPRIO: é uma Um exemplo seria a criança que brinca defesa também considerada arcaica. fundamental em nossas vidas instintivas. mas também pode fazer parte das É um desejo primariamente sexual que mentes de pessoas que não estão obtém satisfação por vias não sexuais e psiquicamente enfermas (Brenner. ao ansiedade grande.. Mais tarde.44 - . 1973). um equilíbrio intrapsíquico relativamente estável. e ao invés com lama. fazemos para nós ou em nós mesmos. Portanto. portanto. 1973). 1973). que emerge para o REGRESSÃO: é um mecanismo de defesa consciente (Laplanche. quando o ego utiliza u Podemos dizer que o termo mecanismo de projeção. a pessoa atribui a um outro que uma pulsão de origem sexual seja objeto. quem tive um desejo tão mal ou perigoso. 1973). onde o individuo nega o seu desejo SUBLIMAÇÃO: é considerado no meio e localiza o mesmo no outro. raiva. que geralmente aparece junto com a negação. sublima esse impulso e começa a brincar forte. 1973. ou um desejo sádico. faz com que o mesmo seja menos (Brenner. mecanismos de defesa não foram suficientes diante de conflitos que nos geram uma para barrar o desejo reprimido. ficando isento de psicanalítico como um dos mecanismos de tal emoção. pois o mesmo faz com Portanto. satisfaze as necessidades do id de acordo com as limitações ambientais. Pontalis. tornarem-se conscientes ou forem satisfeitos Esse mecanismo ocorre pareado com (Brenner.” (Brenner. aquilo que originalmente NEGAÇÃO: esse mecanismo de defesa faz queríamos fazer para outra pessoa ou objeto. socialmente aceitáveis. ela não é tão eficaz PROJEÇÃO: é um mecanismo de defesa assim. é como se sublimação “expressa um certo aspecto do disséssemos inconscientemente: “ Não fui eu funcionamento normal do cérebro (Brenner. doloroso e sua presença parcialmente anulada Às vezes essa regressão pode obter (Brenner. lhe dando pouca nosso desenvolvimento psíquico já resolvida atenção. Pontalis. como o trabalho. as É um mecanismo de defesa que está atividades artísticas e as investigações presente em patologias como a psicose científicas (Laplanche. 2001). 2001). podendo gerar outros conflitos. 1973). um desejo que descarregada por atos e comportamentos é somente seu (Brenner. pg: 105). Outras vezes. O ego então anula esses sentimentos de expressa-la em seu objeto original. defesa mais positivos. foi 1973. animado ou inanimado.. ou seja. retornamos a uma fase do negar tal sentimento. Ele é utilizado quando outros Esse mecanismo se dá quando que. a projeção. as denominadas” . pois é com suas fezes e ao ser repreendida pelos quando um indivíduo sente algo extremamente pais. paranóide. pg: 108). coerentes com as exigências sociais. pode que podem causar danos se os mesmo agredir a si próprio. com que o indivíduo negue um desejo até então recalcado. arcaico. seria a invenção de razões plausíveis e É um mecanismo que não está aceitáveis para um sentimento ou afeto que presente somente em indivíduos com faz o indivíduo sofrer. infantil que fora repudiado em sua forma 2001). onde a defesa se dá indivíduo. isentar dos laços sociais (Davidoff. onde o indivíduo consigo mesmo e com a vida (Davidoff. a fantasia em excesso pode indivíduo com desejos destrutivos muito fortes. Portanto. do ponto de vista moral. fazer com que um indivíduo sinta-se como o de cortar e retalhar as pessoas. Pontalis. vivendo num mundo fase mais avançada. 1973). numa completamente solitário. de uma maneira fantasística. conscientes ou sonhos diurnos e fantasias Portanto. pois o deixou mais independente. esse desejo venha a se só dele. 2001). as um escultor ou artista plástico amador ou fantasias como devaneios amorosos podem profissional (Brenner. para uma inconsciente ao derivativo de um impulso idéia ou sentimento (Laplanche. e assim por diante. animado ou inanimado defende racionalizando que o fora que levou (Laplanche. pode se tornar causam ansiedade. em síntese. pg: 109). Pontalis.massinhas para modelar” podem substituir os que poderia ter acontecido. Esse mecanismo baseia-se quando as pessoas freqüentemente atingem “objetivos e INTELECTUALIZAÇÃO: é um mecanismo fogem da sua ansiedade” fantasiando aquilo onde o indivíduo. da namorada(o) foi bom. 2001). Portanto. Esse mecanismo de defesa possibilita ao indivíduo diminuir a dor e a frustração de INTROJEÇÃO: está estreitamente relacionado eventos desagradáveis e a se sentir bem ao processo de identificação. Em algumas vezes.45 - . a racionalização. A fantasia pode promoção. 2001). onde o mesmo mascara patologias mentais. de um modo Ela usa várias táticas como a fantasístico. do ponto de vista lógico. pois a mesma só aumentaria a apresentar-se de duas maneiras: fantasias minha carga de trabalho. 1973. fazendo o mesmo se isolar e se tornar um respeitado cirurgião. a argila pode afirmar que a fantasia ajuda o indivíduo a lidar substituir essas “massinhas” e esse indivíduo com suas frustrações e problemas que lhe com uma fixação na fase anal. racionalizado (Davidoff. ou proporciona uma certa gratificação aceitável. pode-se bolos de lama e na idade adulta. podemos resumir o termo sublimação à “uma atividade substitutiva RACIONALIZAÇÃO: é um processo pelo qual dessa natureza que se adapta ao mesmo o indivíduo procura apresentar uma explicação tempo às exigências do ambiente e coerente. Um outro exemplo seria o de um Por outro lado. 2001). original” (Brenner. Há também a “estratégia das FANTASIA: é um roteiro imaginário onde o uvas estavam verdes”. em termos discursivos e . 2001). inconscientes (Laplanche. atinge por afirmações como: não recebi essa a realização de um desejo. Pontalis. auxiliar o indivíduo no combate da depressão. características e qualidade de um “estratégia do limão doce”. e aparecem também em o desejo real e exibe um comportamento indivíduos “normais”. coloca para dentro de si. onde o indivíduo se objeto externo. Um exemplo seria um indivíduo que. excluídas da consciência. COMPORTAMENTO PERTURBADO SEGUNDO A PSICANÁLISE PSICONEUROSES ou NEUROSES Nesse distúrbio. ou modificando o tomam a forma de conflitos que geralmente ego. advém da intelectualização. A intelectualização pode diminuir o explorada. esse mesmo usa de manobras defensivas para proteger-se indivíduo. procura explicar o são experiências que surgem nos primeiros motivo dos seus sentimentos. em parte. a não ser através da análise. tendem a tratar as conteúdos reprimidos. sem terem Indivíduos que utilizam o mecanismo obtido a devida satisfação. (Laplanche. quando esses conteúdos em sua infância.. Vol. 2001). 2001). durante a primeira infância. esses de intelectualização. Portanto. Freud. assim como interesses artísticos. XI. Essas lembranças são a expressão de domina-los completamente reprimidas. muitas vezes a única. tentando passar anos da infância. e suas respectivas formas edipiana ou pré-edipiana. incluindo a sua Eletrônica). Porém.. porém não podem ser curiosos. teria um contra esses conteúdos e impulsos até então profundo interesse por estudos na área de reprimidos no inconsciente. Esse conflito é de resolução.” (Freud. “Leonardo Da Vinci e uma lembrança PSICOSE E PERVERSÃO. Pontalis.46 - . sofresse de abusos por parte ameaçam emergir para o consciente. continuam a como algo a estudar ou analisar com olhos agir no inconsciente. quando adulto. proporção. a satisfação capacidade do indivíduo de lidar com sexual. crianças. 2001). ou seja. de sua infância”. que aparentemente experiências potencialmente estressantes parecem ter sido “esquecidos”. substitui. 1910. ou seja. segundo a psicanálise? usando os mecanismos de defesa. o ego de seu pai. Edição o material reprimido. que pode variar dependendo do conteúdo reprimido de PSICOPATOLOGIA DINÂMICA cada um. sem serem resolvidas. através de identificações. . onde diz que em indivíduos profundamente ligados a experiências e PSICOPATOLOGIA PSICODINÂMICA estudos científicos. “a pesquisa torna-se uma atividade  Não há uma linha divisória nítida entre sexual. há um conflito entre o Em vista da ampla variedade de ego e id. arrasador ou prejudicial (Davidoff. impacto de algo que seria completamente causando ansiedade no indivíduo (Davidoff. o que causa problemas em um resolvido de maneira satisfatória pelo ego. e o advento que o normal e o anormal. na época teorias psicológicas.formulações intelectuais. como num texto do próprio podem ser resumidas em NEUROSE. através dos anomalias e abusos sexuais relacionados a chamados mecanismos de defesa. inconscientemente. seja indivíduo. como Freud acreditava que os problemas repressões ou sublimações. As psicopatologias psicodinâmica Assim. e a explicação das  Essa diferença pode residir na coisas. algum. funcione de uma maneira estável e governado pelos desejos libidinosos do id. onde esse mundo é PERVERSÃO constituído somente de desejos do id. há uma PSICOSE expressão de rebelião por parte do id contra o A psicose. e esforços para o conter (Brenner. Já na psicose. equilíbrio. que foi completamente neurose. produz somente para ele. há também uma impulsos ameacem irromper na consciência do reparação. Portanto. a única angústia predominante é a abandonada (Freud. Já na psicose. há uma representação substitutiva. no os desejos do id. na neurose. Obra XIX. O se adaptar às exigências impostas pela mundo exterior não é percebido de modo realidade (Freud. restabelecer as relações do indivíduo com Portanto. equilibrada. onde o Portanto. mas distinta da neurose. Contudo. ocorre algo de fazer com que esses desejos quase que semelhante. que trata de um conflito. e o ego se faz eficaz durante um longo período onde o seu ego. basta um acontecimento conseqüentemente. a angústia existente é a Partindo dessa premissa. 1911. na psicose. Essa resolução de conflitos entre o id passaria a funcionar de acordo com o seu id. angústia de castração. 1923-1925). 1910). o ego angústia de aniquilamento. fazendo com que o ego seja incapaz Podemos emparelhar a neurose e a de lidar com esses desejos reprimidos. onde o mesmo não consegue conflito entre o ego e o mundo externo. onde cria para si. não com a indivíduo. quanto na psicose. “que psicose em aspectos semelhantes. para que se destrua esse com a realidade. perdendo todo o contato ou uma série deles. o mesmo é definido como um coito que visa a fator decisivo seria a influência da realidade. mas sim uma outra evidentes. ou seja. 1923-1925). criada autocraticamente pelo ego. e essa A perversão é um distúrbio distinto da ruptura com o mundo externo. pois o mesmo não se de uma grande frustração de um desejo. ou sua percepção não possui qualquer Também é importante salientar. apesar do ego fazer enormes realidade. mas sim um “desvio em parece quase intolerável (Freud. 1906).47 - . o sintoma” separação do ego e um esforço para (Freud. é um mundo externo. parece ser fruto neurose e da psicose. esses do contato com a realidade. de modo que. que não levanta mais as mesmas objeções É importante ainda frisar que na que a antiga. cria um mundo distinto do real. em conflito com o mundo de tempo. ao longo de caminhos sobre os essas patologias levam o indivíduo para longe quais o ego não tem nenhum poder. esse ego se torna incapaz essa realidade. para haver uma neurose. podemos dizer que tanto na neurose. Todavia. 1973). que efeito (Freud. pg: 168). e provocar comportamentos realidade objetiva. com uma pessoa do sexo oposto. uma da realidade. fazendo com que o indivíduo externo. diferente da neurose. obtenção do orgasmo através da penetração onde o ego tomaria como aliada para conter genital. relação ao ato sexual” “normal”. Obra XIX. um novo mundo interno e externo. o indivíduo qual é considerado o comportamento sexual . pois após essa perda remanescentes cessem. Para fazer com que esse exibicionismo. Portanto. a perversão é um dispêndio constante de uma energia psíquica conjunto de comportamentos sexuais e à sua disposição. o ego reage a essa realidade. fazendo de defesa. podemos considerar  Ingestão excessiva de álcool ou esses mecanismos de defesa um tanto quanto qualquer outro tipo de drogas. esse material reprimido como o coito anal) ou ainda. Todavia. parceiro heterossexual. inconsciente. Pontalis. Pontalis. o (Laplanche. catexia”. Principais mecanismos de defesa: produzindo sinais de alarme. voyeurismo. a luta entre o id e o ego mecanismos de defesa se torna muito não terminam e esses impulsos não têm freqüente e constante. onde a mesma se opõe a catexia de por vias sexuais julgadas socialmente energia impulsiva e libidinal com que está “anormais”. positivos. 2001). pois ele tem a obtido com outros objetos sexuais. pois eles impedem que conteúdos  Sedução ou tentação. correspondente da contra-catexia. sem que haja um aumento mesmos irrompam para o consciente. 2001). ego mantém essa repressão por meio do Sintetizando. que impedem com que os intensidade. mobilizando novas forças e outros . emoções. inaceitáveis no nosso consciente venham a Vale a pena ressaltar-se que. levando a reduzidas por: sintomas psiconeuróticos ou até mesmo. com animais). se o uso desses contra-catexia falhar. ou por outras zonas corporais ( Porém. carregado o material reprimido. e continua no indivíduo (fetichismo. provocando ansiedade. pois Como o nome já diz.“normal” na nossa cultura e sociedade REPRESSÃO: foi um dos primeiros (Laplanche. mecanismos de defesa. travestismo. esse equilíbrio entre catexia e MECANISMOS DE DEFESA DO EGO contra-catexia nunca é fixo e estável. chamada de “contra- obtenção de prazer com os mesmos. como indivíduos do todos os desejos. se a emergir. bestialidade (sexo indesejáveis vindos do id. ou a diante de impulsos e desejos reprimidos no catexia do material reprimido aumente de inconsciente. são defesas utilizados pelo ego com que a contra-catexia enfraqueça. além de ser o mais Portanto.  Estados tóxicos ou febris. pois ao perceber que os a se preocupar. como a ansiedade. sadomasoquismo. pois não teve sua orgasmo provém de fontes extrínsecas ao resolução através da satisfação. a perversão seria o orgasmo comentado e utilizado. psicóticos. Porém. quando esse continua catexizado.48 - . contudo. entre outros) conteúdo reprimido continue inconsciente. também é uma questão acesso ao consciente. distintos do capacidade de tirar ou barrar da consciência. os mecanismos podem mudar a qualquer momento. ou fantasias mesmo sexo (inversão). pois o indivíduo também mecanismos contracatéxicos estão estará fugindo do contato objetivo com a enfraquecendo ou falhos. desconforto ou até As contra-catexias do ego podem ser mesmo um enfraquecimento do ego. emergência como a um novo perigo. Pontalis. defesa que esteja presente desde o início. por outro mais aceitável (Brenner. sujeito fiquem rompidos (Laplanche. contra-catexizado que. porém. onde consiste na conhecida completamente oposto e mais aceitável pelo decisão de esquecer alguma coisa e não ego. denominado de maneira inconsciente. 1973). pensar mais nela. defende-se do pensamentos. por um outro sentimento supressão. afetos e emoções defesa é um hábito psicológico ambivalente. pois é exatamente essa material de que temos consciência. O ego então anula esses sentimentos Um exemplo seria uma pessoa com que podem causar danos se os mesmo um imenso controle sobre os seus desejos e tornarem-se conscientes ou forem satisfeitos instintos sexuais. onde se isola um linha nítida que demarque essas duas. o vendo como sujos e (Brenner. Pontalis. 1973). 2001. comportamento ou pensamento. 2001). quando onde um indivíduo manifesta um sentimento alguma fantasia relacionada com esses ou afeto contrário ao sentimento real reprimido sentimentos ameace emergir ao consciente. Pontalis. o material reprimido. mesmo é isolado pelo ego (Brenner. dessa maneira. A repressão não é um mecanismo de 2001). da mesma forma que não há uma típico da neurose obsessiva. o ou recalcado (Laplanche. sádico de esfera sexual. Dessa maneira.49 - . . ao tentar fluir para a Contudo. de maneira Dessa forma. isolados são geralmente dolorosos e.mecanismos de defesa que façam com que inadequados. “o sujeito se esforce por fazer com que O ego. onde a única coisa repressão. no lugar de um afeto perverso e esse material continue reprimido. é provável que haja intermediários entre a supressão e a ISOLAMENTO: esse mecanismo de defesa é repressão. Ela Ele também pode ser chamado de pode surgir quando tiver ocorrido uma cisão isolamento do sentimento ou repressão do entre a atividade mental consciente ou sentimento e consiste em manter um “cordão inconsciente. É bom salientar que todo esse É bom salientar que não pode haver processo é inconsciente. 1973). pg: 27). Porém. e não depende de formação reativa sem antes ocorrer uma nossa vontade consciente. que isole o pensamento reprimido antes que o mesmo emerja para o consciente do indivíduo. um indivíduo que sente um enorme ódio reprimido. FORMAÇÃO REATIVA: esse mecanismo de Esses sentimentos. palavras. distorcendo-o por ser socialmente inaceitável. é o resultado final. na clínica psicanalítica existe esfera consciente. ou similar ao isolamento. gestos e atos desejo recalcado que ameaça emergir. passados não tenham acontecido” (Laplanche. pode ANULAÇÃO: é um mecanismo de defesa defender-se com sentimentos de amor. 1973). é substituído de uma um estado consciente. que suas conexões com os outros então seria algo totalmente apartado do ego e pensamentos ou com o resto da existência do pertencente somente às instâncias do id. ele faz com que vice-versa (Brenner. 2001).” (Brenner. como o trabalho.50 - . Mais tarde. as presente em patologias como a psicose atividades artísticas e as investigações paranóide. 1973). podendo gerar outros conflitos. ela não é tão eficaz arcaico. raiva.. um desejo que que uma pulsão de origem sexual seja é somente seu (Brenner. REGRESSÃO: é um mecanismo de defesa Ele é utilizado quando outros fundamental em nossas vidas instintivas. ficando isento de SUBLIMAÇÃO: é considerado no meio tal emoção.NEGAÇÃO: esse mecanismo de defesa faz nós mesmos. massinhas para modelar” podem substituir os Esse mecanismo ocorre pareado com bolos de lama e na idade adulta. 2001). pois o mesmo faz com objeto. animado ou inanimado. pois a função egóica é satisfaze as necessidades do id de acordo VOLTAR-SE CONTRA SI-PRÓPRIO: é uma com as limitações ambientais. 1973. mentes de pessoas que não estão É um desejo primariamente sexual que psiquicamente enfermas (Brenner. é como se Podemos dizer que o termo disséssemos inconscientemente: “ Não fui eu sublimação “expressa um certo aspecto do quem tive um desejo tão mal ou perigoso. ele. pg: 108). 1973). então recalcado. 1973). a argila pode a projeção. 1973). (Brenner. e ao invés pais. mas também pode fazer parte das científicas (Laplanche. aquilo que originalmente com que o indivíduo negue um desejo até queríamos fazer para outra pessoa ou objeto. sublima esse impulso e começa a brincar de expressa-la em seu objeto original. pg: 105). ou seja. Outras vezes. Pontalis. as denominadas” agredir a si próprio. ao diante de conflitos que nos geram uma negar tal sentimento. a pessoa atribui a um outro defesa mais positivos. 1973. ou um desejo sádico. pode com lama. foi funcionamento normal do cérebro (Brenner. psicanalítico como um dos mecanismos de Portanto. retornamos a uma fase do atenção. Pontalis. defesa também considerada arcaica. que emerge para o consciente (Laplanche. faz com que o mesmo seja menos nosso desenvolvimento psíquico já resolvida doloroso e sua presença parcialmente anulada (Brenner. para barrar o desejo reprimido.. onde o individuo nega o seu desejo e localiza o mesmo no outro. mecanismo de projeção. descarregada por atos e comportamentos É um mecanismo de defesa que está socialmente aceitáveis. mecanismos de defesa não foram suficientes Esse mecanismo se dá quando que. que geralmente aparece junto com a assim. Às vezes essa regressão pode obter um equilíbrio intrapsíquico relativamente PROJEÇÃO: é um mecanismo de defesa estável. obtém satisfação por vias não sexuais e Portanto. fazemos para nós ou em substituir essas “massinhas” e esse indivíduo com uma fixação na fase anal. negação. lhe dando pouca ansiedade grande. pode se tornar . quando o ego utiliza u coerentes com as exigências sociais. pois é Um exemplo seria a criança que brinca quando um indivíduo sente algo extremamente com suas fezes e ao ser repreendida pelos forte. portanto. a fantasia em excesso pode indivíduo com desejos destrutivos muito fortes. 2001). onde o mesmo mascara patologias mentais. 2001). auxiliar o indivíduo no combate da depressão. de um modo Ela usa várias táticas como a fantasístico. pode-se formulações intelectuais. onde o indivíduo se objeto externo. seria a invenção de razões plausíveis e É um mecanismo que não está aceitáveis para um sentimento ou afeto que presente somente em indivíduos com faz o indivíduo sofrer. pois o deixou mais independente. do ponto de vista lógico. conscientes ou sonhos diurnos e fantasias Portanto. e assim por diante. animado ou inanimado defende racionalizando que o fora que levou (Laplanche. do ponto de vista moral. 1973. Esse mecanismo de defesa possibilita ao indivíduo diminuir a dor e a frustração de INTROJEÇÃO: está estreitamente relacionado eventos desagradáveis e a se sentir bem ao processo de identificação. inconscientes (Laplanche. tentando passar com suas frustrações e problemas que lhe a expressão de domina-los completamente causam ansiedade. em síntese. Um outro exemplo seria o de um Por outro lado. infantil que fora repudiado em sua forma 2001). da namorada(o) foi bom. Há também a “estratégia das FANTASIA: é um roteiro imaginário onde o uvas estavam verdes”. a racionalização. original” (Brenner. 2001). numa completamente solitário. em termos discursivos e que poderia ter acontecido. 2001). onde a defesa se dá indivíduo. A fantasia pode promoção. pois a mesma só aumentaria a apresentar-se de duas maneiras: fantasias minha carga de trabalho. as (Laplanche. racionalizado (Davidoff. características e qualidade de um “estratégia do limão doce”. e aparecem também em o desejo real e exibe um comportamento indivíduos “normais”. Pontalis. atinge por afirmações como: não recebi essa a realização de um desejo.51 - . vivendo num mundo fase mais avançada. onde o indivíduo consigo mesmo e com a vida (Davidoff. Em algumas vezes. procura explicar o afirmar que a fantasia ajuda o indivíduo a lidar motivo dos seus sentimentos. esse desejo venha a se só dele. Pontalis. pg: 109). ou proporciona uma certa gratificação aceitável. 1973). coloca para dentro de si. isentar dos laços sociais (Davidoff. fazendo o mesmo se isolar e se tornar um respeitado cirurgião. Portanto. Pontalis. de uma maneira fantasística. fazer com que um indivíduo sinta-se como o de cortar e retalhar as pessoas.um escultor ou artista plástico amador ou fantasias como devaneios amorosos podem profissional (Brenner. . Pontalis. para uma inconsciente ao derivativo de um impulso idéia ou sentimento (Laplanche. podemos resumir o termo sublimação à “uma atividade substitutiva RACIONALIZAÇÃO: é um processo pelo qual dessa natureza que se adapta ao mesmo o indivíduo procura apresentar uma explicação tempo às exigências do ambiente e coerente. 2001). Esse mecanismo baseia-se quando as pessoas freqüentemente atingem “objetivos e INTELECTUALIZAÇÃO: é um mecanismo fogem da sua ansiedade” fantasiando aquilo onde o indivíduo. Portanto. 2001). . Referências bibliográficas: BRENNER. 1998. Linda. 3ª ed. Indivíduos que utilizam o mecanismo Assim. PONTALIS. BRENNER. Vol. Edição eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. e o advento que Um exemplo seria um indivíduo que. profundo interesse por estudos na área de anomalias e abusos sexuais relacionados a crianças. Imago. São Paulo. LAPLANCHE. DAVIDOFF. XI. Charles. e a explicação das em sua infância.. São Paulo. 2001. FREUD. 2000. 3ª ed. 1910. Charles.” (Freud. Imago. Makron. FREUD. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos Mentais. DALGALARRONDO. DAVIDOFF.. em parte. São Paulo. Porto Alegre. São Paulo. Artmed. Martins Fontes. esse mesmo sexual. a satisfação de seu pai. 1973.. quando adulto. muitas vezes a única. inconscientemente. Vocabulário da Psicanálise. 1973. “Leonardo Da Vinci e uma lembrança experiências potencialmente estressantes de sua infância”.. . Rio de Janeiro. 2001. Imago. Makron. Edição indivíduo. 5ª ed. Sigmund. Noções Básicas de Psicanálise. Introdução à Psicologia. São Paulo. L. 5ª ed. 1998. Rio de Janeiro. Introdução à Psicologia. L. 2001). A intelectualização pode diminuir o estudos científicos. 4ª ed. Edição eletrônica das Obras Completas de Sigmund Freud. tendem a tratar as Freud. advém da intelectualização. onde diz que em indivíduos como algo a estudar ou analisar com olhos profundamente ligados a experiências e curiosos. Sigmund. Noções Básicas de Psicanálise. sexual. “a pesquisa torna-se uma atividade arrasador ou prejudicial (Davidoff. assim como interesses impacto de algo que seria completamente artísticos. como num texto do próprio de intelectualização. substitui.. 2001. Paulo. teria um Eletrônica).52 - . Imago. sofresse de abusos por parte coisas. Linda.. Harold. GREBB. 2001. Martins Fontes. Elisabeth. PLON.KAPLAN.53 - . Jack. Rio de Janeiro. SADOCk. Vocabulário da Psicanálise. Compêndio de Psiquiatria . Jorge Zahar Editor. ROUDINESCO. Artmed. Michel. São Paulo. Benjamim. 2003. Dicionário de Psicanálise . J. 1994. Porto Alegre. I. LAPLANCHE & PONTALIS. A. .
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