Resumo de Psicologia Fenomenológica – NP2

May 17, 2018 | Author: douglas | Category: Time, Phenomenology (Philosophy), Liberty, Experience, Death


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Resumo de Psicologia Fenomenológica – NP2Origem das ideias de Boss -O objeto de estudo não está na busca do passado como conteúdo de sustentação das resistências (crítica a Freud), mas o que continua a motivar (motivação interna, repetição é consequência) a permanência e não o que determina. -Movimento de escutar, refletir e impor limites para a pessoa. Se sabe que o movimento não é bom, porque continua sem perceber? Resistência a dor, a rejeição, a frustração: vulnerabilidade. -A ironia é uma das formas mais covardes de expressar o que se sente. -“...Todos os sintomas patológicos corporais e os chamados psíquicos são sempre privações (de algo que nos é importante) e podem ser compreendidos como reduções de possibilidade de entender uma coisa em toda a sua amplitude e riqueza de conteúdo...”. -Quando encontro uma resposta, explicação, ficamos em paz. O psicólogo deve ter paciência para as dúvidas, para as respostas não obtidas. -Critica: cuidado com o olhar simplista que faz analogia com o somático. -Portanto, não limita explicações de ordem causal e origem, mas o esclarecimento da natureza existencial. Sua proposta a partir de Heidegger em relação à postura investigativa -“Exige-se do pesquisados justamente isto, o mais difícil, a passagem do projeto do homem como Ente vivo dotado de razão para ser-homem como dasein (carregado de significados e sentidos – Ser-aí). (...) O deixar (lassen), isto é, aceitar (zulassen) o ente assim como ele se mostra, só se tornará um deixar-ser apropriado se este ser, o dasein, ficar antes constantemente à vista”. -“Toda ação humana é motivada por conta de algo reconhecido pela pessoa em questão. por algum fenômeno que é endereçado a ela”. -A citação faz relação entre presente. para ele mesmo. Os significados lhes são revelados conforme sua abertura perceptiva. eu ressignifico). seres humanos.”. Mas não é o homem que atribui os significados a tudo o que está a sua volta.-Muitas vezes interpretamos. -Significados e projeções de futuro (onde vou chegar? Como será? O que vou ganhar? Irá dar certo?). Boss -“É porque nós. e tiramos a chance de a pessoa vivenciar e descobrir os significados para ele mesmo. . -“Os motivos e aquilo em direção ao qual eles são dirigidos são determinados pela tarefa iminente.. existimos de tal modo que nosso presente se encontra sempre comprometido com nosso passado (o que aconteceu vai se repetir? Ao falar sobre o que aconteceu comigo. passado e futuro. entre outras técnicas. somos também por natureza dirigidos àquilo que se aproxima do futuro e movendo-nos em sua direção (saber como será a vida). precisamos abrir-lhe nosso ser. nem é o mundo que determina os significados de tudo (é o homem em uma relação de troca com o mundo e o percebendo e o mundo estabelecendo pressão sobre o homem – assim estabelece sentidos sobre si mesmo). e este reconhecimento acontece no estar enganado de uma pessoa. Assim apresentamos ele. A maneira como vemos o que foi e o que é agora está sempre relacionado com o modo como estamos dirigidos ao futuro” (o que faço agora é sempre voltado ao que vai acontecer depois). Estar dirigido a uma tarefa apresenta uma antecipação do futuro e revela-se pelos significados. que é reconhecida e aceita pelo homem de alguma maneira. sob nossa ótica. Podemos auxiliar com a forma de fazer perguntas. estar aberto.. Permanecer junto”. percepção que tenho sobre as coisas. e depois os laços se estendem quando a pessoa se torna responsável pelo que faz. -Estender a mão é uma parceria onde a própria pessoa fará as descobertas. tenho que estar junto da leitura e ter tempo para refletir. Cuidados com os exemplos pessoais para não se perder nisso.. -Um compartilhar de experiências. -Colocar-se aberto a própria experiência de estudar a Fenomenologia: “ser junto.-O futuro nos aponta o norte do que já vivemos e estamos vivendo. nós apontamos os riscos e a decisão é dela. Não podemos entrar em uma ação terapêutica sem saber que teoria está usando. -O desenvolvimento de uma prática. conceitos. O que está acontecendo. -Uma mudança de paradigmas utilizados na prática do aprendizado: aplicar a partir de uma referência. Se dermos o caminho. O que foi vivido. . vai passar. Em algum momento do processo. -Busca do sentido através do vivido (experiência que vem à tona). Alguns terapeutas se perdem nessa necessidade de ajuda e acabam “levando o cliente pra casa”. pois a pessoa descobre alguém que o escuta. tiramos a condição humana de pensar sobre si. Não basta só ler.. não vai continuar acontecendo. Nosso desafio -Dedicar-se na compreensão e estudo da teoria. -Adotar uma concepção própria do conhecimento e não encaixá-la em algo já aprendido. não basta apenas reproduzir autores e sim usar a intuição. O processo terapêutico gera uma dependência temporária. -Sentido: valores. -As pessoas buscam ajuda e querem respostas rápidas. temos que refletir o que pensamos sobre as coisas. Compreender a ação e ação modulada por uma compreensão (cuidados sobre como fazer. mas adotar uma postura aberta. saber o que falar. A prática clínica: como compreender e compreender como -Cuidado com a escuta apressada.-Vivido: quando vem à tona. -Adotar escuta atenta e cuidadosa. surdo e mudo. -Dar a mão é compreensão através da ação (parceria). arcando com as consequências). para que a dor fale por si mesma. -Caminhar lado a lado. receptiva. sentir e agir (vai fazer o que é bom para ele. -Compreensão com a expressão e os sentidos. . um compartilhar de experiências entre terapeuta e paciente: um “aí” de ambos. no ritmo dela. -Não é divagar com o paciente. Deixar as hipóteses de lado e se aventurar na descoberta. -Adotar uma postura que possa se “pensar o caminho da dor” do paciente. A cada experimentação a pessoa traz algo novo. -Possibilitar a ação e o discurso de caminharem juntos para que o sentido possa se revelar (está dentro do paciente). baseado em procedimentos científicos) -Ajudar o paciente a ganhar sua própria liberdade de pensar. Ela pode te tornar cego. -Recusa-se o conhecido e abre-se à descoberta. -A repetição pode representar a necessidade de se estar atento ao sentido que sustenta a repetição. Um Ser-aí que vivencia sentido de ambos. reagimos de alguma maneira. Ontológico: nós nos angustiarmos. retenção. e de perda do controle. -Quando a angústia vem. -Os tons afetivos nos abrem para o mundo. -Ôntico: localizado.-Disposição: abertura. tédio profundo. pudor e admiração. não quero minha rotina. mas pode ser fuga para não lidar com.. Perde o interesse por si mesmo (desânimo. quanto estou para mim mesmo e para o mundo. como nos localizamos. horizontes.. -Emoção é uma vinculação corporal forte. Só pensamos na emoção após o corpo falar. a condição de poder de decisão se configura. A repetição torna as coisas sem sentido. -O tédio é a raiz de todos os males porque envolve o desânimo da gente em relação a algo. Em excesso. Ôntico: fugir. preguiça). O temor pode configurar o rompimento com o valor que se legítima. -Precisamos dos tons afetivos para afinar as situações da vida. escapar porque é difícil. Nosso tempo de vida era esperado de maneira diferente. Ontologia: ciência que estuda o ser. de modo. Há momentos que é negativo e há momentos que é importante para proteção. ameaça à própria existência. terror. -O temor nos leva ao receio da perda de controle. objetivo. êxtase. horror. O escapar pode ser uma maneira de lidar.” -É na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (somos livres para tomar decisões). pode levar a depressão. meus planos impedidos. -Quando sentimos algo. Ela serve para nós falar algo sobre nós e que somos livres para decidir. Gera desconforto e a sensação de aniquilamento. -“São as tonalidades afetivas situações-limite que abrem mundo. -As tonalidades afetivas: angústia. “Algo nos obriga a interromper o ritmo do tempo cotidiano “. -Tédio: o que está acontecendo? O homem se perde na poeira dos possíveis. como nos situamos nessa condição. . -A modernidade nos abre caminho ao acesso as coisas de maneira muito rápida.”.. Não tem uma relação de troca. e não o conceito fechado. a condição para se evitar o possível. -O foco deve ser no que se traz como preocupação do que muitas vezes na situação trazida propriamente dita como queixa.. -O diagnóstico nos ajuda a evitar a ação e exploração dos sentidos... no tratamento o recurso. -O tempo se torna um desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e nem diminuir a velocidade. -Explora enquanto terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos ficar fechados em apenas um ponto. porém faz falta um contato pessoalmente. respeitando o ritmo do paciente. -A intervenção é boa quando propicia ao paciente caminhar com as próprias pernas. -As vezes é necessário recuar (terapeuta) para poder avançar. -Consequências do tédio quando damos um peso diferente: fugir dele. . Na doença. Fugir do encontro comigo mesmo: trabalho em excesso ou encontrar diferentes formas de se distrair. -Tenho que me distrair. -A Fenomenologia descreve o movimento da pessoa. -O homem absorvido pela era da técnica automatiza seus atos. a doença. a transformação e a mudança.. -Há um medo de expor a fragilidade e afastar os outros. -O que nos resta? A depressão. O temor -O temor é uma disposição diante do mundo.. mas ver aquilo relacionado com a vida. O que temo? Para que temo? Como temo? Heidegger: “tememos o que pode destruir o que supostamente somos. temos liberdade diante da escolha e a negamos. porque ficamos uma situação que não queríamos estar. -No poder-ser temos a morte como certa.. . -Mas também o outro pode tirar o sofrimento em que me encontro.. A vulnerabilidade.-O que está em jogo diante do medo? “O olhar. -O passado lhe impediu o presente.”. -Buscamos a alienação do que nos é próprio: a morte um dia. -O ser cotidiano busca a fuga de sua falta de apropriação de sua existência. A angústia -Nos coloca diante da nossa vulnerabilidade. importa o que você faz com o que fizeram com você. -Como diz o paciente: “não quero assumir o fracasso”. --“Não é livre para projetar um futuro e realizar um presente “. fuga é uma maneira de lidarmos com o que não conseguimos evitar (morte). -Ao escondermos temos o encontro também com o fato: a morte existe e eu a temo. -Não importa o que fizeram com você. inadequação quanto ao futuro.. -O passado lhe impediu em seus objetivos. da dificuldade de enfrentamento: a condição de não-ser (impedido do uso da liberdade). -Mas. ocorre a não-liberdade. O olhar do outro sobre mim. -A partir do momento que slmos impedidos de fazer algo. Sensação de impotência. A não-liberdade -Condição originária do fracasso.. -“A relação própria do homem com a morte abre espaço para que ele se conquiste na sua totalidade”. O terapeuta também é lançado numa condição de vulnerabilidade por não saber com quem está ligado. “Quanto tempo leva?”. -“A terapia funciona?”. não por nele vivermos. -O tempo representa a construção do homem. não tentar se proteger com determinações e diagnósticos. -Ao mesmo tempo em que é noção condição. diante da impotência. como vai ocorrer. Ele nos coloca em situação de vulnerabilidade. tudo é indeterminado. relação com corpo/espaço. Cabe o preparo de estude. -O tempo é extensão e criação da realidade humana: criamos o tempo. . Noção de tempo -Nos criamos o tempo que o tempo é. diante da morte. A terapia -Inicia-se com as tonalidades afetivas do desabrigo do paciente e do ser lançado do terapeuta. nos coloca em condição de impermanência. mas não o determinamos. diante da impropriedade. Ter consciência de que ele acaba. o papel do outro O tempo -“Somos devorados pelo tempo. diante do limite. mas por acreditarmos na realidade do tempo”. de impropriedade. A situação psicoterapêutica: análise do tempo. ficar atento as dicas do supervisor. -Quem faz pressão sobre nós é a vida moderna. diante de tudo o mais que ele encontra. do aprimoramento”. que é dono de si mesmo. querer controlar a impermanência. pensamos nos possíveis tempos futuros. Quem não acompanha. -Quando olhamos o que perdemos. do lazer. -Busca-se a precisão.-Nossa tendência: negar o tempo. Se está conectado. . Muitas vezes usamos a tecnologia como utopia em relação a como lidar com as frustrações. Ele é absorvido pela vontade autônoma da técnica. Se não. certeza. Tudo é substituído por algo mais rápido. pode ser ilusória. E para que se sinta bem a técnica produz e vende as informações que o tornam ciente da importância do descanso. exatidão. -O grupo social da sentido à noção de tempo para garantir de alguma forma a sua existência: os grupos podem fazer uma pressão grande e dar um sentido existencial ao que chamamos de tempo. que se não for bem canalizada. -Queremos controle do tempo. A midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer rapidamente para ter mais tempo. -Acredita que tem auto estima. é visto como estranho. é parte do grupo. qualidade de vida e projeção de futuro. podemos fazer as mesmas escolhas e seguir os mesmos caminhos. Vende-se uma ideia. mais moderno.. O tempo -Qual o sentido do tempo? -Superar a morte. “ele é “todo mundo”. e está cada vez mais jogado na impessoalidade.. deve extrair dali algo que diga respeito à produção de algo. -Temos pressa e queremos objetividade. Precisamos de algo que nos impeça de errar. -Toda história é carregada de lendas em valores do grupo. -A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem adequado àquilo que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da natureza. -Olhar para a natureza é a transformar (achamos que podemos transformar tudo). segurança. está fora. -Para que serve a técnica? -Temos a necessidade de ter o controle das coisas. -Redimir o sofrimento. Se negamos a perda. Solução: -Abraçar o problema. Alguns pressupostos -O presente é o momento de ação imediata. -O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo? -Mais perguntas sobre o como acontece do que o que isto quer dizer. -O que o homem atual teme então em relação ao tempo? Que aspectos de sua vida são afetados por essa aflição? Teme que não tenha tempo e afeta toda sua vida. o que causa desconforto. Isso para trazer à tona a situação e os sentimentos. -Como se relaciona essa mudança de movimento à condição ser jovem e velho? Os jovens são muito mais procurados.-O tédio está aumentando em nossas vidas. no desconforto (processo terapêutico). ouvir a si mesmo na dor. solitários. -O futuro se relaciona com o passado e presente. ajudando a controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do psicólogo para que aquilo não aconteça mais). ele pode evitar os efeitos colaterais. e os mais velhos são descartados (e a experiência?). -No encontro eis que se torna possível se aproximar de si mesmo e de sua própria história. que tudo é limitado. -Não há separação entre passado e presente. -O terapeuta tem as respostas para aquilo que não funciona como deveria. -O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é sentido da trajetória atribuída. -Como fica a substituição do sentido: “tempo é a morte!” por “tempo é dinheiro! “? Sei que não tenho controle. nos sentimos isolados. descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa de perceber e lidar com as próprias questões). quais as escolhas feitas em detrimento de outras. aumento da busca por medicamentos (para responder às necessidades rapidamente). o quanto aquilo faz sentido e é importante para nós. familiarizar-se com ele. por falta do contato pessoal com o outro. Está conectado ao que já fomos e ao que seremos. . ideia de finitude. ou seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico preciso. -Como atender com crianças à máxima da análise existencial de deixar o outro livre para si mesma? -Como é possível. -Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta. permanecendo o mais longo possível em sua condição. em sua fragilidade e vulnerabilidade. no caso da criança. O que é comum acontecer? . voltada para si mesma. junto ao outro dar um passo atrás e deixar que este outro assuma a responsabilidade ou tutela pelas suas próprias escolhas? Como dar esse espaço à criança.A clínica infantil -Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica infantil. não pode tutelar a si mesmo? Temos que propiciar momentos em que ela pode tutelar a si mesma. classificar. evitar a contaminação com o que foi previamente trazido (não ficar preso a primeira queixa. mas sim estar aberto à criança). -Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma. Traz o diagnóstico. o seu cuidado. -Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso. o fenômeno desaparece e dá lugar a uma configuração já dada. por que agiu assim. o adulto assume a tutela da criança. acreditando que ela não sabe nada? Temos que aprender a construir com a criança o próprio destino dela. Postura diante da queixa -Postura natural: rotular. por que isso é importante para ela. Acompanha o fenômeno em sua mobilidade estrutural (quem é a pessoa. -Postura antinatural: não fazer generalizações e previsões a respeito da queixa. -Evitar a profecia autorealizadora: a criança acreditar que não cabe a ela a responsabilidade de sua existência (tira a responsabilidade da criança de dizer quem é). Nossa meta -Resgatar. suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as coisas. quais as emoções). vai acontecer aquilo). de acordo com sua idade e seu desenvolvimento. devolver à criança o seu ter de ser. conhecer o fenômeno é sua singularidade. mas temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido. -A presença de pressupostos: da Psicologia. . do senso comum e problemas do psiquismo ou condição biológica.
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