André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 01 – SISTEMA IMUNE INATO E ADAPTATIVO O Sistema Imune (SI) deve diferenciar: CÉLULAS ESTRANHAS Potencialmenteagressoras - microorganismos - células tumorais - enxertos \ transplantes ANTÍGENOS Moléculas com capacidade de interagir com o SI X IMUNÓGENOS Antígenos capazes de desencadear Resposta Imunológica TODA SUBSTÂNCIA IMUNOGÊNICA É ANTIGÊNICA NEM TODA SUBSTÂNCIA ANTIGÊNICA SERÁ IMUNOGÊNICA X CÉLULAS PRÓPRIAS Identidade imunológica (céls. nucleadas) proteínas de superfície – MHC I TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA Perda da tolerância = DOENÇAS AUTO-IMUNES Ex.: LES, AR, Miastenia Gravis O processo desencadeado com o objetivo de defesa pode provocar danos ao nosso organismo ---Sintomas e doenças IMUNOPATOLOGIA Ex.: Hepatite viral Defesa = destruição do hepatócito --- insuficiência hepática # EPÍTOPO: Determinante antigênico - capaz de iniciar a resposta imune # HAPTENO: Fração antigênica - não é capaz de gerar, sozinho, resposta imune - depende de proteína carreadora. 1) SISTEMA IMUNE INATO - 1ª linha de defesa contra patógenos externos (RESPOSTA RÁPIDA). - Está presente e maduro desde o nascimento. - Barreira mucocutânea (pele \ fâneros) Lágrima \ saliva – lisozima estômago – alterações do pH Fossas nasais – turbilhonamento do ar trato urinário – jato urinário Orofaringe \ intestino – bactérias comensais Trato vaginal - ↓pH \ bactérias comensais Pele – barreira física \ bactérias comensais \ ácidos graxos - Fatores solúveis: complemento; enzimas proteolíticas. - Fagócitos: macrófagos, monócitos, neutrófilos, células dendríticas. Ligam-se INESPECIFICAMENTE a vários antígenos. André Anjos # MACRÓFAGOS \ CÉLULAS DENDRÍTICAS APCs = Células apresentadoras de antígenos - Têm a capacidade de apresentar na sua superfície os produtos da degradação antigênica para que outras células possam reconhecê-los e serem ativadas. INTERAÇÃO ENTRE SI INATO E ADAPTATIVO 2) SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO - Resposta imune ESPECÍFICA para um antígeno. - Resposta mais lenta e duradoura. - LINFÓCITOS T e B: são as células mais específicas. - reconhecem o antígeno na superfície das APCs - ativação e proliferação de células do sistema imunológico - estimulação para a produção de ANTICORPOS. INATO pele e mucosas lisozima \ complemento Proteínas de fase aguda macrófagos \ céls. NK Polimorfonucleares \ Células dendríticas SIM NÃO ADAPTATIVO anticorpos \ citocinas \ quimiocinas \ linfotoxinas linfócitos T e B Barreira física Fatores solúveis Células Discriminação do Próprio e não-próprio Especificidade e Memória imunológica SIM SIM 3) RECEPTORES DE RECONHECIMENTO PADRÃO (TLRs – Toll-like receptors) - Receptores de média especificidade pelos quais o SI inato é capaz de reconhecer muitos antígenos. - São capazes de driblar a variabilidade antigênica e reconhecer estruturas primárias comuns (PAMPs) --- lipopolissacarídeos \ peptideoglicanas \ ácido lipoteicóico \ DNA bacteriano \ glicanas. 4) INFLAMAÇÃO Conjunto de manifestações hemodinâmicas, interações celulares e atividade de fatores solúveis reacional a uma agressão ao organismo. - DOR, CALOR, RUBOR E EDEMA ↑ FLUXO SANGÜÍNEO, CALIBRE E PERMEABILIDADE VASCULAR EXSUDAÇÃO LEUCOCITÁRIA André Anjos # OPSONINAS: moléculas que se ligam ao antígeno e atuam como ponte de ligação entre esse e as células efetoras, facilitando a fagocitose. # MEDIADORES SOLÚVEIS DA INFLAMAÇÃO A) COMPLEMENTO: grupo de proteínas séricas. SI INATO - Via Clássica: complexo AG-AC (exige a presença do SI Adaptativo) - Via Alternativa: sem AC - Via Lectina: PAMPs Funções: - quimiotaxia - opsonização - anafilaxia (↑ fluxo sang. e permeabilidade) - lise celular B) CITOCINAS: moléculas envolvidas na sinalização entre as células durante a resposta imune. --- LINFOCINAS: citocinas secretadas por linfócitos. - Interferons (IFNs): - α \ β: células infectadas por vírus - γ (LT CD4): ativa células efetoras - Interleucinas: estimulam divisão \ diferenciação celular - Fatores estimuladores de colônias (CSFs): proliferação e diferenciação das células da Medula óssea e precursores dos leucócitos - Fator de necrose tumoral (TNF): apoptose \ dano tecidual inflamatório - Quimiocinas: quimiotaxia, opsonização, auxílio na diferenciação das células da linhagem hematopoiética. C) ANTICORPOS: moléculas com receptores específicos para o mesmo antígeno que Estimulou sua síntese. Cadeias leves PORÇÃO Fab: liga-se ao ANTÍGENO e varia conforme a especificidade de cada LINFÓCITO B. Cadeias pesadas PORÇÃO Fc: interage com células (FAGÓCITOS) através de Receptores Fc ou ativa o COMPLEMENTO. D) MOLÉCULAS DE ADESÃO: integrinas, selectinas, caderinas, superfamília das Igs. --- PROTEÍNAS DE FASE AGUDA: aumentam rapidamente durante a ação inflamatória devido ao processo de lise tecidual. - Proteína C Reativa (PCR): DIAGNÓSTICO . tíbia.Linfócitos adquirem seus receptores de superfície e a capacidade de reagir diante de um estímulo antigênico. MEDULA ÓSSEA --------------------------. . FÍGADO FETAL ---------------------------. gestação) HEMOCITOBLASTO (célula troncular hematopoiética comum) HEMATOPOIESE Período embrionário (saco vitelínico) (5ª sem. esterno. .André Anjos IMUNOLOGIA ÓRGÃOS LINFÓIDES Células que participam da resposta imune derivadas do sangue LEUCÓCITOS E PLAQUETAS elementos figurados do sangue Adulto: MEDULA ÓSSEA (a partir da 20ª sem. costelas.Ocupados por macrófagos + linfócitos produzidos nos órgãos linfóides primários Interagem entre si e com o antígeno Expansão clonal Linfócitos específicos .Órgãos com escassez de linfócitos durante o período embrionário.ossos longos e chatos: cristas ilíacas.diferenciação de linfócitos B RESPOSTA IMUNE HUMORAL TIMO -------------------------------------------. . fêmur. gestação) 1) ÓRGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS (CENTRAIS) .Principais sítios de linfopoiese.Depende de estímulo antigênico direto.Produção celular não depende do estímulo antigênico direto. . corpos vertebrais.proliferação de linfócitos T e B -.Linfócitos contra auto-antígenos são inativados. gestação) Fígado fetal (8ª sem.diferenciação de linfócitos T RESPOSTA IMUNE CELULAR 2) ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS (PERIFÉRICOS) . é feito pelas CITOCINAS CSFs --.Tubo digestivo: (GALT) ---.Trato Respiratório: Anel de Waldeyer + linfonodos brônquicos (BALT) MEDULA ÓSSEA Adulto – osso esternal. do sistema imune e a apresentação dos antígenos aos linfócitos T) . (Agregados linfocitários IgA SECRETORA relacionados à mucosa) Anel de Waldeyer + Placas de Peyer (intestino) ---.A proliferação e maturação das diferentes linhagens dependem da demanda periférica de células.são linfócitos T em vários estágios de maturação.O controle. basófilos MONOTÉICO: monócitos. amígdala faríngea amígdalas tubárias amígdalas palatinas amígdala lingual submandibulares. jugulares. -----------. inguinais. eosinófilos. também há linfócitos T maduros e plasmócitos. demonstrando uma função medular de ÓRGÃO LINFÓIDE SECUNDÁRIO (uma resposta mais demorada.André Anjos LINFONODOS ---------------------------.células interdigitantes: provenientes da medula --. poplíteos). epitrocleares.camada medular: linfócitos T maduros + corpúsculos de Hassal (agregados de células epiteliais em degeneração) -. HEMOCITOBLASTO ERITROCÍTICO: hemácias MEGACARIOCÍTICO: plaquetas GRANULOCÍTICO: neutrófilos. ---.camada cortical: linfócitos T imaturos -. porém mais duradoura). -. macrófagos LINFOCÍTICO: linfócitos . macrófagos e linfócitos T) .Além das diversas linhagens produzidas na medula óssea.antígenos tissulares BAÇO \ MEDULA ÓSSEA -----------. na medula.antígenos nas superfícies das mucosas.antígenos sangüíneos MALT ------------------------------------. TIMO TIMÓCITOS -----.fatores estimulantes de colônias (produzidos pelo estroma medular. axilares.ricas em proteínas do MHC classe II (regulação das reações entre as céls. supraclaviculares. principalmente.Pele: Linfonodos regionais (periauriculares. vértebras e bacia. LINFONODOS . estresse.André Anjos Os Antígenos podem ser: .hiperplasia tímica: timomas ---.imunodeficiência celular --.Timo-dependentes: produção de anticorpos depende de uma cooperação inicial entre linfócitos T e B.Polpa Branca: folículos linfáticos (tecido linfóide) .linfócitos T + proteínas MHC II . AG coletados na linfa ------------------------.GALT: associado ao trato digestivo (AG ingeridos) Anel de Waldeyer .: Miastenia Gravis).Defesa ------------.Síndrome de DiGeorge: malformação tímica ---. plasmócitos e macrófagos. LINFONODOS São sítios onde a resposta imune celular.atrofia tímica: corticoesteróides (gestação.Polpa Vermelha: macrófagos + seios venosos . corticoterapia). .Zona Medular: linfócitos T e B. --.folículos linfáticos secundários (formam-se após estímulo antigênico) a) Centro germinativo: linfócitos B proliferam e diferenciam-se em Plasmócitos.BALT: associado ao trato respiratório (AG inalados ou aspirados) ------------. b) Zona do manto: linfócitos B em repouso.Zona Paracortical: -. é iniciada. . .folículos linfáticos primários (Linfócitos B maduros) -.zona marginal: linfócitos B + células apresentadoras de AG (APCs) .Timo-independentes: capazes de induzir produção de anticorpos pelos linfócitos B diretamente. mediada por linfócitos T.o timo entra em involução na puberdade --. --.Zona Cortical: -.doenças auto-imunes (Ex. a) Cordões medulares: tecido linfóide denso b) Seios medulares: tecido linfóide frouxo BAÇO Maior sítio de resposta imune para antígenos provenientes da circulação sangüínea.zona próxima à arteríola folicular: linfócitos T MALT (TECIDO LINFÓIDE ASSOCIADO ÀS MUCOSAS) . André Anjos LINHAGEM HEMATOPOIÉTICA CÉLULA TRONCULAR DA MEDULA ÓSSEA (HEMOCITOBLASTO) PROGENITOR DA SÉRIE LINFOCÍTICA PROGENITOR DA SÉRIE MIELOCÍTICA LINFÓCITO T (timo) LINFÓCITO B (medula óssea) SÉRIE GRANULOCÍTICA SÉRIE MONOCÍTICA EOSINÓFILO NEUTRÓFILO SEGMENTADO GRANULÓCITOS POLIMORFONUCLEARES EOSINÓFILO BASÓFILO NEUTRÓFILO SÉRIE SÉRIE ERITROCÍTICA TROMBOCÍTICA AGRANULÓCITOS MONOMORFONUCLEARES MONÓCITO LINFÓCITO RETICULÓCITO MEGACARIÓCITO ERITRÓCITO PLAQUETAS MACRÓFAGO CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DOS LEUCÓCITOS NEUTRÓFILO BASTONADO MONÓCITO BASÓFILO PLASMÓCITO . não utiliza os componentes C1.IgM: 1 molécula) ( .lise celular (3 vias) (SI Adaptativo) 1) VIA CLÁSSICA . .André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 02 – COMPLEMENTO . -.desgranulação de mastócitos.aumento da fagocitose. NOMENCLATURA . Inicia com a ativação de__ C3 Mg+2 Fator D sempre ativo na circulação Fator B Bb C5 Ba LISE CELULAR C5b – C9 C3bBb3b C5-convertase .SI Inato .quimiotaxia.ativada por complexos AG-AC ou agregados de Ig ( .C2 a) maior b) menor . cercárias. .Faz parte da IMUNIDADE INATA e da IMUNIDADE HUMORAL.ativada por LPS das bactérias. .Produzido no fígado (alguns elementos nos macrófagos) b) maior já durante o desenvolvimento fetal. células tumorais.FUNÇÕES: . . C + nº + letra a) menor .não necessita da presença de AC (mas pode ser ativada por Igs). componentes virais e outros patógenos.1ª a ser descoberta . .LISE CELULAR C5 Ca+2 MAC (Complexo de ataque à membrana) 2) VIA ALTERNATIVA .Uma das pontes entre imunidade inata e adaptativa. . C4 e C2.C1 b) ETAPA DE ATIVAÇÃO ENZIMÁTICA: C1q – C1r – C1s C4 C2 C4b2a C3-convertase c) ETAPA DE ATAQUE À MEMBRANA: C5b até C9 C3 C4b2a3b C5-convertase ----------.IgG: 2 moléculas) a) ETAPA DE RECONHECIMENTO: AG\AC ----atrai----.Filogeneticamente muito antigo. .Presente em animais mais primitivos.Sistema composto por cerca de 30 proteínas que circulam livremente no organismo na forma inativa. filárias. . CD59 (protectina): impede formação do MAC. monócitos. Resistência do hospedeiro à infecção.Vitronectina: compete com C8 --.Inibidor de C1 . . macrófagos e neutrófilos.CR4: liga-se a iC3b (C3b inativado). .CR1: liga ao C3b. Ca+2 MASP-1 MASP-2 MBL C4 – C2 C3 C5-C9 proteína que se liga proteases C4b2a LISE CELULAR à manose associadas à MBL C3-convertase REGULAÇÃO DA ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO # Proteínas solúveis: .DAF (fator de aceleração do caimento) . # Receptores para derivados da ação do complemento: . C4a. iC3b. C5a. Colabora na fagocitose.Fator I: degrada C4b e C3b .impede a formação do MAC.C4Bp (proteína de ligação ao C4): impede a formação da C3-convertase .MCP (proteína co-fator de membrana) . . NK.André Anjos 3) VIA DAS LECTINAS . .desgranulação de C3b e C4b Opsonização = fagocitose facilitada C3a C4a C5a mastócitos \ basófilos anafilatoxinas (HISTAMINA) 3) QUIMIOTAXIA C3a C5a .CR2: liga-se a produtos de degradação do C3b.HRF (fator de restrição homólogo) .CR3: liga-se a eosinófilos. Reconhecem os AG a serem transportados e degradados no fígado \ baço. # Proteínas presentes na membrana: .Inibidor de anafilatoxinas: inativa C3a. basófilos.CR1 (receptor para C´ tipo I) . na depuração de imunocomplexos.Proteínas que reconhecem terminais MANOSE ou N-acetilglicosamina dos patógenos. vírus e imunocomplexos opsonizados. Auxilia na apresentação do AG aos linfócitos T e B.Fator H (na via alternativa): interage com C3b .atração \ adesão \ agregação leucocitárias 4) LISE DA MEMBRANA C5 – C9 MAC (complexo de ataque à membrana) . na aderência de bactérias. FUNÇÕES BIOLÓGICAS DO COMPLEMENTO 1) OPSONIZAÇÃO E FAGOCITOSE 2) ANAFILAXIA (reação aguda alérgica) . . ↑permeabilidade vascular e forma agregados microvasculares.: vasculites.Adquiridos: infecção aguda ou secundários a doenças reumatológicas \ auto-imunes. cardiopatia isquêmica. glomerulonefrites.Dano neuronal no Alzheimer (β-amilóide). EFEITOS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA DEFICIÊNCIA . .: asma brônquica. . . SARA.Lise hemática no sistema ABO \ transplantes. Ex. pneumococo) . .André Anjos EFEITOS PATOLÓGICOS CAUSADOS PELA ATIVAÇÃO .Formação e depósito de imunocomplexos: dano tissular.Geralmente genéticos.Doenças auto-imunes.infecções recorrentes (especialmente bactérias G-) (gonococo. # Deficiência de C3 --. Ex.Efeito de anafilatoxinas: vaso e broncoconstrição. Quimiotaxia .André Anjos IMUNOLOGIA ANEXO 02 – VIAS DE ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO VIA CLÁSSICA Complexo AG-AC Ca+2 VIA DAS LECTINAS Ligante de MANOSE da Superfície de patógenos Ca+2 MASP-1 MASP-2 MBL C4-C2 Fator D VIA ALTERNATIVA Superfície de patógenos C3 Mg+2 C1q C1r – C1s Fator B (Bb) C4 C2 C3 – CONVERTASE C3a C3 C3b (C4b2a3b) C5 – CONVERTASE (C3bBb3b) C5b C6 – C7 – C8 – C9 MAC Complexo de ataque à membrana C3b e C4b ---.Anafilaxia .reação aguda alérgica: HISTAMINA C5a e C3a ----.Opsonização e fagocitose C5a \ C4a \ C3a ---. Funções dos macrófagos: a) APC: expressam MHC II . .Contato célula-a-célula.eliminação direta dos AG lesivos --. # Os microorganismos também evoluíram junto com o Sistema Imune Desse tronco celular evoluíram as principais células que hoje são o SISTEMA DA IMUNIDADE CELULAR MECANISMOS DE ESCAPE !!!!! (VÍRUS E BACTÉRIAS) Algumas células dos organismos primitivos se diferenciaram em estruturas identificadas com a AUTODEFESA 1) CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS (APCs) . MECANISMOS DE AÇÃO: . # CÉLULAS DENDRÍTICAS (DC) .Apresentam MHC II na sua superfície (exclusivo desse grupo). --.Destruição de agressores. .Principais estímulos: AG microbianos e produtos virais. .População heterogênea de leucócitos com capacidade imunoestimulatória. AG induz DC imatura mudanças funcionais (capacidade de capturar AG) APC Expressão de moléculas co-estimulatórias (B7) Ativação das células TH # MACRÓFAGOS MONÓCITO circulação diapedese fixam-se nos tecidos MACRÓFAGOS Epiderme: células de Langerhans Derme: histiócitos Osso: osteoclasto Fígado: células de Kupffer SNC: micróglia Pulmão: macrófago alveolar Rim: célula mesangial do glomérulo .APC profissionais: grande mobilidade. habilidade em produzir quimiocinas e citocinas imunomoduladoras e alta densidade de MHC e outras moléculas co-estimulatórias na sua superfície.André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 03 – IMUNIDADE CELULAR Surgimento da IMUNIDADE 1ºs mecanismos de controle das infecções FUNÇÃO: .Encontram-se principalmente na pele e nos órgãos linfóides.indução de apoptose das células-alvo. Patogênese da asma \ alergia .Linfócitos B \ macrófagos IL-12 IFN-γ TH1 TH2 IL-4 IL-1 Associado ao MHC II o AG é apresentado ao TH Ativação do Linf.Imunidade EC .proliferação \ diferenciação de linfócitos T ---------.Proteção contra helmintos .em combinação com MHC II --.CD4+ .FCγR (IgG) ------.IMUNIDADE HUMORAL .Proteção contra parasitos IC . B citocinas Mediadores da Imunidade Celular .Secretam citocinas ---------. Ligação do AG às Igs de superfície de Linfócitos-B AG-específicos CÉLULA B = APC 2) CÉLULAS INTERMEDIADORAS DA IMUNIDADE CELULAR # LINFÓCITO T – AUXILIAR (TH) ----.INTERAÇÃO MACRÓFAGOS \ TH1 IL-2 \ IFN-γ (+) M (+) IFN \ TNF-α TH1 Na resposta inflamatória os macrófagos podem fundir-se.Coordenam a resposta imune --.Reconhecem o AG ---------.Gênese da auto-imunidade Mediadores da Imunidade Humoral . # LINFÓCITO B --.IMUNIADE ADAPTATIVA -------. formando células multinucleadas denominadas CÉLULAS GIGANTES.CR1 (C3b C´) OPSONIZAÇÃO ENGOLFAMENTO (PSEUDÓPODES) DESTRUIÇÃO FAGOLISOSSOMA ---.André Anjos b) FAGOCITOSE: Receptores dos macrófagos ------.Produção de anticorpos -------.Linfócitos B virgens necessitam do contato com o AG para serem ativados. 2 vias principais: a) Via Fas – FasL: indução da apoptose.Potencial utilização para doenças auto-imunes.HISTAMINA: processos alérgicos e resposta via IgE. 3) CITÓLISE E INDUÇÃO DA APOPTOSE # LINFÓCITO T-CITOTÓXICO -----. .Controle sobre infecções IC ----. 5) MASTÓCITOS . a) Estímulos mecanismos atração de células efetoras Inflamatórios vasodilatadores do SI e ativação do C´ b) Capacidade de Desgranulação Liberação de: .Defesa contra bactérias e resposta inicial a vírus \ fungos.proteoglicanas .CD8+ . ---.T-reg 1 ----.CD16 \ CD56 .Destruição do AG ligado ao MHC I .Receptor de Fc para IgG (CITOTOXICIDADE CELULAR DEPENDENTE DE ANTICORPO – ADCC) 4) CÉLULAS NKT .T-reg CD8+ . a) Via enzimas citolíticas b) Via CD 16 ----.Subtipos de TCD4+ ----. c) Produção de citocinas \ quimiocinas.1ª linha de defesa contra vírus e neoplasias (alteração do MHC I celular).Naturais: FOXP3 ---.CITOCINAS ----. .proteases bioativas . junto com as células dendríticas.Coordenam o balanço entre citocinas excitatórias e inibitórias.Fazem parte do SI Inato. b) Via grânulos citoplasmáticos: Enzimas citolíticas: perfurinas e granzimas # LINFÓCITOS NATURAL KILLER (NK) ----. .Induzíveis: ----------.diferentes capacidades funcionais.virais.Reconhecem glicolipídeos e alguns peptídeos hidrofóbicos. .Subtipos de TCD8+ ----.André Anjos # LINFÓCITOS T-REGULATÓRIOS (T-reg) .1ª linha de defesa.TH3 -----------.Interação APC – NKT ----. formam ciclos de replicação e reproduzem mais células de memória e novos plasmócitos. Não são específicas para os AG e nem se ligam a esses.IFN-γ TH ----CD28 LB ----B7 ATIVAÇÃO DO LB CITOCINAS: proteínas solúveis secretadas pelas células do Sistema Imune. Ligação do AG às Ig de superfície (BCR) de Linf.Opsonização dos AG para fagocitose.Proteínas de fase aguda .Defender o organismo de microorganismos presentes no meio extracelular.Sistema Complemento . .Diferenciação predominante da resposta T .dependente.Anticorpos (células da resposta imune humoral) ATIVAÇÃO. B específico para o AG DIFERENCIAÇÃO LINF.Produção de Igs em grande quantidade. . B T-dependente T-independente ATIVAÇÃO PROLIFERAÇÃO Expansão de um clone de linf. processado e apresentado junto ao MHC II ao LTH (CD4+) citocinas CD40L---CD40----- .Linfócitos B --. . . LINFÓCITO B MEMÓRIA .André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 04 – IMUNIDADE HUMORAL . . . B) LINF.IL-4 . B MEMÓRIA PLASMÓCITOS ANTICORPOS # ATIVAÇÃO T-DEPENDENTE .Plasmócitos ---.Quando ativados por novo contato com o AG.Ativação do Complemento. . .Podem passar por 2 processos: Hipermutação Somática e Switching de Classes. PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS LINFÓCITOS B AG Reconhecimento do AG (AC de membrana) BCR (receptor de cél. B AG-específicos CÉLULA B = APC O AG é degradado. COMPOSIÇÃO DA IMUNIDADE HUMORAL (substâncias solúveis) .Presença de antígenos protéicos.Citotoxicidade dependente de anticorpos (ADCC).fazem a sinalização entre essas células. permanecendo mais tempo em órgãos linfóides e estimulando continuamente os linfócitos B.Ocorrem ao acaso e podem aumentar ou diminuir a afinidade da Ig pelo antígeno.TGF-β e IL-5: principais citocinas que estimulam o switching de classes para IgA.MALT (tecido linfóide associado às mucosas) --.desenvolvimento de uma tolerância sistêmica (presença de bactérias comensais).AG estimula clones de células B de memória. .A imunoglobulina predominante é a IgG.SWITCHING DE CLASSES .Resposta mais rápida. . com quantidades maiores de anticorpos e com queda na concentração de Ig mais demorada.Não forma memória significativa --.trato GI (GALT) --. .brônquios (BALT) --.Apesar disso. ácidos nucléicos).Não são processados ou apresentados por APCs. meningococo. H.Processo de troca da porção constante da cadeia pesada das Igs.Produção de altos níveis de IgA -. . IgE e IgA. RESPOSTA IMUNE SECUNDÁRIA .André Anjos -. vacinas elaboradas a partir desses AG têm uma imunidade de duração relativamente adequada porque esses AG apresentam resistência à degradação.HIPERMUTAÇÃO SOMÁTICA (MATURAÇÃO DE AFINIDADE) . ))))) VACINAÇÃO: Resposta imune primária = imunização artificial ----. Ex.Ocorre a troca de IgM e IgD iniciais para IgG.: nematelmintos e bactérias encapsuladas (pneumococo.Resposta a antígenos não-protéicos (polissacarídeos.O contato natural com o AG originará diretamente uma resposta imune secundária. influnzae). .Ativação de um linfócito B não estimulado previamente pelo antígeno. e o patógeno será eliminado antes de causar repercussão clínica. .Não ocorre switching de classes ou hipermutação somática. . . # ATIVAÇÃO T – INDEPENDENTE . . CADA CLASSE DE IG TEM PROPRIEDADES ESPECÍFICAS QUE GARANTEM A EXECUÇÃO DE DIFERENTES FUNÇÕES EFETORAS -.A imunoglobulina inicialmente produzida é a IgM. glicolipídeos.Mutações puntiformes das porções variáveis das Igs. RESPOSTA IMUNE PRIMÁRIA .glândulas mamárias \ órgãos geniturinários -----. .nasofaringe --. # IMUNIDADE LOCAL .A nova Ig continua com a mesma especificidade antigênica anterior. . atrai leucócitos.alta atividade aglutinante (via clássica C´) .1ª Ig a ser produzida pelo feto e pelas células B virgens. . .manifestações alérgicas (Hipersensibilidade imediata tipo I) .imunidade neonatal: pelo leite.é a Ig mais abundante no soro (70-75%) . .alta capacidade e opsonização .Desgranulação de mastócitos ----. .resposta imune secundária. IgG3. IgA (2 subclasses: IgA1. . . .está nos espaços extravasculares --.estágios iniciais da resposta imune primária. IgD .menos de 1% das Igs. AC e complemento para o local da inflamação.realiza todas as funções dos AC .secretada no leite materno.citotoxicidade das NK cells e macrófagos. IgG2.André Anjos IMUNOLOGIA ANEXO 04 – IMUNOGLOBULINAS (Igs) IgM . IgA2) .15% das Ig totais.NÃO atravessa a barreira transplacentária.não se liga ao C´ ----. IgG (4 subclasses: IgG1.não se liga ao C´ . .estrutura pentamérica ---.diferenciação dos linfócitos B na ontogenia .Ig das mucosas e secreções.citotoxicidade celular de eosinófilos (helmintos parasitos). . IgG4) .imunidade passiva ao feto .menos de 1% das Igs. .transplacentária ---.função desconhecida no plasma IgE .HISTAMINA -. Populações funcionalmente diferentes e em estágios distintos de maturação ONTOGENIA DOS LINFÓCITOS B 2 etapas: 1) Linfopoiese B: independente de AG.ocorre nos órgãos linfóides secundários. Pró-B jovem CD 34 (comum a todas as Stem cells) cél.André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 05 – ONTOGENIA É a história do desenvolvimento biológico de um indivíduo ou de seus componentes estruturais desde a sua origem até a maturidade. Pró-B tardia (desaparece o CD34) PLASMÓCITOS .secreção de Igs -10% de Igs na superfície -90% de Igs secretadas cél.receptor para Ig . a expressar Ig de superfície # IgM: 1ª Ig humana . Pré-B grande cél. .\dia) . .receptor para C´ .10% de Igs são secretadas expressam diferentes proteínas de membrana CD (Cluster of Differentiation) = 2) Imunopoiese: dependente de AG. CD80.90% de Igs na superfície .há um novo processo de Seleção Positiva . B MEMÓRIA .resposta imune secundária MATURAÇÃO E MARCADORES CELULARES LINFOPOIESE B Intensa atividade Mitótica (Principal estímulo – IL-7) cél.circulam entre sangue \ linfa \ órgãos linfóides . CD86 IgM + IgD (interação LT-LB) (mesma especificidade) . AG LINFÓCITO B co-estimulação LB ATIVADO EXPANSÃO CLONAL (intensa atividade mitótica) DIFERENCIAÇÃO CÉLS.receptor para citocinas LB IMATURO 1ª cél.CD40.ocorre nos órgãos linfóides primários (fígado fetal \ medula ósea) Célula-tronco da medula óssea Os LB que não entram em contato com o AG duram apenas alguns dias LINFÓCITO B MADURO (1010 a 1011 céls. LINFÓCITOS ----.vida longa (anos) . Pré-B pequena (inicia a emissão de sinais que permite a seleção positiva) LB MADURO . Pró-B intermediária cél. Região córtico-medular do timo e medula tímica . mas apenas os linfócitos B produzem-nas. J. μ): cromossomo 14 (H) IgA IgD IgE IgG IgM )))) Todas as células têm genes para Ig. ORGANIZAÇÃO DOS GENES DAS Igs . 3 etapas: 1) Pré-tímico: CÉLS. acionando mecanismos de transcrição gênica. ↑[Ca+2] citoplasmático. Função: --.Regiões constantes (C) .Cadeias Leves (2) (L) κ: cromossomo 2 λ: cromossomo 22 Genes de múltiplos seguimentos . γ.São proteínas transmembrana ligadas por pontes dissulfeto.processo coordenado por enzimas: V(D)J recombinase ONTOGENIA DOS LINFÓCITOS T Ocorre predominantemente no TIMO e passa por 4 processos que vão ocorrendo simultaneamente: migração.passa pelos processos SELEÇÃO POSITIVA \ SELEÇÃO NEGATIVA e tornase Simples Positivo (CD4+ ou CD8+) 3) Pós-tímico: .acionam uma cascata enzimática quando um AG liga-se à Ig de superfície. proliferação.Regiões variáveis (V) (V. --.André Anjos MOLÉCULAS ACESSÓRIAS Igα e Igβ . REARRANJO DOS GENES DAS Ig tornando os seguimentos gênicos funcionais (Recombinação V D J ) --. σ.Cadeia Pesada (α. TIMÓCITOS (células T) intensa atividade mitótica: IL-7 + PRÓ-TIMÓCITO (duplo-negativo: CD4-CD8-) CD34 (stem cells) CD7 (marca linhagem T) .-TRONCO (fígado fetal \ medula óssea) 2) Intratímico: LINFÓCITO T MADURO CD3: acompanha o TCR transmitindo o sinal da ligação do AG Hormônios tímicos (duplo-positivo: CD4+CD8+) --. ε. diferenciação e seleção.transporte de moléculas de Ig para a superfície. D) .modificações no linfócito T após sua saída do timo. o timócito define seu fenótipo com a classe de MHC a qual consegue ligar-se: TCR LIGA-SE AO MHC I = CD8+ (T CITOTÓXICO) TCR LIGA-SE AO MHC II = CD4+ (T HELPER) (3% dos linfócitos) (12% dos linfócitos) .André Anjos SELEÇÃO POSITIVA Timócito tem sua sobrevivência permitida quando o seu TCR é capaz de ligar-se com baixa avidez a um AG próprio associado ao MHC próprio. SELEÇÃO NEGATIVA Eliminação de células T com TCRs capazes de ligarem-se com alta avidez a complexos MHC próprio com AG (risco de reações auto-imunes). --.quando se liga com alta avidez LINFÓCITOS T SÃO RESTRITOS AO MHC E AUTO-TOLERANTES Durante a Seleção Positiva. 95% das células T que chegam ao timo sofrem apoptose.quando não se liga --. não consegue eliminar ou induzir tolerância em todos os linfócitos (os órgãos primários não possuem todos os auto-antigenos para reconhecimento dos linfócitos). . 2) TOLERANCIA PERIFERICA DE CELULAS T Supressão: linfócitos T que escaparam da tolerância central recebem estímulos para se tornarem células T regulatorias (linfócitos reguladores).Algumas vezes.AG EXTERNO: TOLERANCIA ADQUIRIDA (chave nos transplantes) Desde o surgimento dos elementos mais primitivos do sistema imune. # Tolerância periférica: ocorre nos linfócitos maduros. . preservando uma resposta eficaz contra os antígenos externos = TI . .André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 06 -TOLERANCIA IMUNOLOGICA (TI) É a ausência de resposta do sistema imune à estimulação antigênica. fígado fetal). timócitos que deveriam sofrer seleção negativa retornam a fases anteriores de maturação e fazem edição do receptor na tentativa de alcançar a seleção positiva.Permite a sobrevivência de apenas 3-5% dos linfócitos que estão se formando no timo.SI Adaptativo: processos de eliminação ou neutralização de linfócitos com potencial de auto-reatividade. .Quando se liga com muito baixa avidez ou não se liga = Negligência (linfócito incapaz de gerar resposta imune).secreção de citocinas inibitórias (IL-10 e TGF-beta). MALT). A tolerância imunológica esta presente no: . 2 mecanismos de ação: -. processo que se tornou cada vez mais específico com o desenvolvimento da imunidade adaptativa.SI Inato: reconhece padrões moleculares dos antígenos . .Quando se liga com alta avidez = Deleção clonal (indução da apoptose). baço. (é o principal mecanismo de seleção negativa) .Quando se liga com baixa a moderada afinidade = Seleção Positiva (timócito tem sua sobrevivência permitida e segue para as próximas etapas de maturação). 1) TOLERANCIA CENTRAL DE CELULAS T Seleção Negativa: eliminação de células T capazes de ligar-se com alta avidez a complexos MHC + AG próprio. timo. .contato direto com células imunitarias -. . . nos órgãos linfóides primários (medula óssea.é um refinamento da tolerância aos auto-ag. Sistema Imunológico → desenvolver mecanismos capazes de destruir potenciais microrganismos invasores em prol da defesa do hospedeiro. nos órgãos linfóides secundários (linfonodos. a capacidade de diferenciar os antígenos próprios dos estranhos ao organismo se fez essencial. # Tolerância central: ocorre durante o processo de maturação dos linfócitos (linfócitos imaturos).AUTO-AG: AUTO-TOLERANCIA (chave para prevenção de auto-imunidade) . André Anjos 3 tipos celulares reconhecidos: -- célula T regulatoria: CD4+CD25+ -- linfócitos epiteliais intestinais: CD8αα+ -- célula T Natural Killer (NKT) *Corpúsculos de Hassal (timo): - estariam envolvidas na ativação de sinalizadores para geração de células T regulatorias. Anergia: células T insuficientemente co-estimuladas são levadas a irresponsividade. Ignorância: células T ignoram seus antígenos-alvo. Pode haver níveis baixos de expressão antigênica, presença de separação física (barreira hemato-encefalica), ausência de co-estimulaçao. Anergia e Ignorância são processos temporários em que NÃO há apoptose. SITIOS IMUNOPRIVILEGIADOS (santuários imunológicos): são locais do organismo protegidos de resposta imunológica (já que seria potencialmente lesiva). - olhos (córnea, câmara anterior, cavidade vítrea e espaço subretiniano); - cérebro (ventrículos e corpo estriado); - útero gravídico e placenta ; - testículos; - córtex adrenal; - folículos pilosos; - certos tumores (favorecem o seu desenvolvimento). Mecanismo: inibição de efetores do sistema imune inato e adaptativo através de diversos mecanismos geradores de tolerância: - falta de drenagem linfática na câmara anterior do olho, cavidade vítrea e espaço subretinal; - ausência de expressão de MHC-II e baixa expressão de MHC-I de superfície, apresentando de forma ineficaz os antígenos intra-citoplasmáticos; - presença da barreira anatômica sangue-olhos (similar à hemato-encefálica); - presença de fatores imuno-modulatórios solúveis e de superfície celular, inibindo a ativação de células efetoras do sistema imune em qualquer fase de sua ativação; - menor imunogenicidade dos antígenos localizados na câmara anterior do olho, mediada por células e moléculas incapazes de amplificar a resposta imune (células TCD8+ e anticorpos não fixadores de complemento). 3) TOLERANCIA CENTRAL DE CELULAS B Deleção clonal: linfócitos B com afinidade a auto-ag sofrem APOPTOSE. Ignorância: linfócito B ignora o seu antígeno-alvo (antígeno em baixa concentração ou sem sinal co-estimulatorio). Edição de receptores: capacidade de rearranjo do receptor de célula B com alta afinidade para auto-ag na tentativa de ter sua sobrevivência garantida. (A edição de receptores ocorre em maior intensidade nos linfócitos B do que nos linfócitos T). 4) TOLERANCIA PERIFERICA DE CELULAS B Hipótese do duplo sinal: - Ativação t - dependente da célula B (antígeno protéico): necessita da interação com o linfócito Th para se diferenciar em plasmócito. ↓ depende de dois sinais estimulatórios: - um proveniente do próprio antígeno - outro derivado da ação co-estimulatória das células T ---- Num linfócito B autorreagente não acontece essa interação. André Anjos - Ativação t – independente (antígeno não protéico): células B podem ser ativadas por antígenos multivalentes capazes de prover, por reação cruzada, os dois sinais estimulatórios sem a presença das células T. ----- Frações dos antígenos próprios são capazes de estimular receptores inibitórios das células B, impedindo o desencadeamento de resposta imune a esses determinados antígenos. TOLERANCIA A ANTIGENOS INTESTINAIS - Tecido Linfóide Associado ao Intestino (GALT): consiste em um sistema de linfócitos espalhados através da lâmina própria e epitélio da mucosa intestinal, além de coleções de grandes folículos de células B entremeados por áreas de células T, compondo as placas de Peyer e os linfonodos mesentéricos. - Discriminação PATOGENOS X PRODUTOS DIETETICOS / BACTERIAS COMENSAIS Hipersensibilidade: distúrbios inflamatórios (Doença Celíaca e Doença de Crohn) Mecanismo 1 - partículas alimentares e bactérias comensais: captadas por ENTEROCITOS e apresentadas junto ao seu MHC II ---- enterocito não produz moléculas co-estimulatórias = Tolerância. - patógenos: captados por CELULAS M (células intestinais especializadas) ---- passam para células dendriticas (Placas de Peyer e linfonodos mesentericos) --- moléculas co-estimulatórias --células efetoras. Mecanismo 2 CELULA DENDRITICA: - na presença de auto-ag e comensais: secreção de IL-10 e TGF-β ---- produção de células T regulatorias = homeostase. - na presença de patógenos: secreção de IL-12 e IFN-γ ---- produção de Th1 = inflamação. TOLERANCIA DO FETO PELO SISTEMA IMUNE MATERNO - o feto possui antígenos alogênicos (provenientes do genoma paterno). - implantação do embrião no útero materno --- liberação de CRH (hormônio liberador de corticotrofina) --- induz a expressão de ligante Fas pelas células trofoblásticas --- apoptose de linfócitos maternos e inibição de células NK na interface materno-fetal. - acredita-se que a expansão da população de células T regulatórias também esteja envolvida no processo de tolerância fetal, o que poderia explicar a taxa de remissão de algumas doenças autoimunes e o aumento de tolerância a alguns enxertos do pai durante a gestação. André Anjos MONITORIA – REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE As reações de hipersensibilidade (RH) constituem-se em respostas imunes que se apresentam exageradas ou inapropriadas, causando muitas vezes inflamação ou lesão tecidual. RH I, II e III --- são mediadas por AC RH IV --- relacionada à ativação de células T e macrófagos RH TIPO I (ANAFILAXIA) Os requisitos básicos para que ocorra uma reação de hipersensibilidade tipo I são: a) a exposição prévia a um alergeno capaz de gerar produção suficiente de IgE em resposta ao estímulo em indivíduo geneticamente suscetível; b) a presença do mastócito; c) a sensibilização; d) a reexposição ao mesmo antígeno; e) a ligação cruzada com conseqüente liberação de mediadores químicos. --- fatores não genéticos também desempenham um papel importante na gênese da alergia, tais como a sensibilização prévia (uma pessoa só pode ser alérgica a uma substância com a qual já teve contato), a quantidade da exposição, a via de administração, a reatividade do órgão alvo, o estado nutricional do indivíduo, a presença de infecções concomitantes agudas ou crônicas, a temperatura ambiente ou o estado emocional do indivíduo. ALERGENOS: A maioria dos alérgenos são proteínas (resposta T-dependente fundamentais para a produção da IgE). Além de serem proteínas, os alérgenos são enzimaticamente ativos, são apresentados em baixas doses, possuem baixo peso molecular; alta solubilidade e estabilidade, qualidades necessárias para que possam se difundir pela mucosa e não alterar sua composição quando forem dissecadas. ATOPIA: situação na qual existe uma propensão hereditária em responder imunologicamente a vários antígenos comuns da natureza através da produção contínua de anticorpos da classe IgE (ao invés da resposta IgG comum). Até 40% das pessoas na população ocidental mostram tendência exagerada a produzir respostas IgE a uma ampla variedade de alergenos ambientais mais comuns. Os indivíduos atópicos tem níveis mais elevados de IgE na circulação e níveis mais elevados de eosinófilos que pessoas normais. LINFÓCITOS T: na RH I predominam os TH2 (produzem IL-4 e aumentam a produção de anticorpos tipo IgE). --- antígenos protéicos apresentados em baixas doses desviam a diferenciação dos linfócitos para TH2 (e consequente produção de IgE). Ex.: alergenos!!! --- uma das características mais importantes da IgE é a sua capacidade de se ligar aos mastócitos e basófilos com alta afinidade através da sua porção Fc. RH TIPO I: A produção de IgE pelos linfócitos B depende da apresentação do antígeno pelas APCs e da cooperação entre as células B e os linfócitos Th2. → As IgEs produzidas sensibilizam primeiro os mastócitos locais e depois o excedente entra na circulação sensibilizando basófilos circulantes e mastócitos teciduais em todo o organismo. reagem mais com antígenos Rh e provocam destruição dos eritrócitos por macrófagos do baço) ou IgM (chamados de frios pois só agem abaixo dos 37ºC.André Anjos Mastócitos e Basófilos: possuem em seu citoplasma grânulos que contêm substâncias químicas como heparina e histamina. PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS À RH I: . reagem com precursores dos antígenos ABO e provocam destruição por ativação do complemento). Os anticorpos podem ser: IgG (denominados quentes por agir somente em temperatura superior a 37°C. frio e luz solar) Essas reações não desencadeadas por IgE são denominados de anafilactóides. A desgranulação dos mastócitos pode ocorrer devido a vários estímulos: . ativando mecanismos de injúria efetuados pela ativação do complemento e fagocitose.rinite alérgica . CÉLULA NK = O receptor da célula NK interage com a porção Fc do anticorpo. . . Ocorre a formação de poros e conseqüente desequilíbrio hidroeletrolítico. danificando não só a célula alvo como também as células vizinhas.lectinas (presentes em grande quantidade no morango) . ou seja.componentes do complemento c5a.eczema atópico (reação cutânea) RH TIPO II (REAÇÃO CITOLÍTICA) Consiste na formação de anticorpos das classes IgG e IgM que reagem contra antígenos presentes na membrana das células ou fixos em tecidos (GERALMENTE AUTO-ANTÍGENOS).algumas drogas (codeína. APÓS A LIGAÇÃO CRUZADA POR IMUNOGLOBULINAS DA CLASSE IGE. Destrói a célula alvo não por fagocitose. através de grânulos de perfurina que se aderem à membrana da célula alvo.ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE Formação de auto-anticorpos contra antígenos próprios dos eritrócitos.melitina (presente no veneno da abelha) . ESSAS SUBSTÂNCIAS DESENCADEIAM VÁRIAS ALTERAÇÕES CARACTERÍSTICAS DA REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE TIPO I. liberando enzimas lisossômicas para o meio. C4a e c3a (anafilatoxinas) Alguns estímulos são IgE independentes: .asma .estímulos físicos e químicos (calor. DOENÇAS CAUSADAS POR AUTO-AC .Depende da ligação dos anticorpos com a fração Fc dos receptores das células NK ou dos fagócitos. morfina e hormônio adrenocorticotrófico sintético) . FAGÓCITOS = Nos casos em que a célula é muito grande para ser fagocitada.Citotoxicidade não fagocítica: também chamada de ADCC (citotoxicidade dependente de AC) . provocando ataque da célula com o antígeno na superfície por um mecanismo diferente da fagocitose. mas sim por um mecanismo semelhante ao usado pelo linfócito CD8. ESSES GRÂNULOS SÃO LIBERADOS = DESGRANULAÇAO. o fagócito também atua por esse mecanismo. O paciente se apresenta com fraqueza muscular progressiva).NEUTROCITOPENIA AUTO-IMUNE (formação de anticorpos altamente específicos contra antígenos presentes na superfície de neutrófilos). Promove acometimento renal (glomerulonefrite grave) e pulmonar (hemorragias). Promove. a destruição da célula alvo através dos fagócitos presentes no fígado e baço (hemólise extra-vascular). .PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA AUTO-IMUNE (formação de auto-anticorpos IgG contra antígenos próprios das plaquetas. Há formação de bolhas que podem sofrer erosão). DOENÇAS CAUSADAS POR ALOANTICORPOS .MIASTENIA GRAVIS (formação de anticorpos da classe IgG contra receptores de acetilcolina (Ach) presentes na junção neuromuscular da placa motora.PÊNFIGO VULGAR: (Doença bolhosa auto-imune em que há formação de autoanticorpos IgG contra os desmossomas da junção intercelular da epiderme. . É importante lembrar que a maioria dos indivíduos já possui anticorpos contra antígenos do grupo ABO diferentes dos seus devido à epítopos idênticos aos do grupo ABO presentes em certos microorganismos.REAÇÕES TRANSFUSIONAIS Durante uma transfusão entre grupos incompatíveis. .positivo em 95% das vezes indireto = pesquisa a presença de anticorpos livres no plasma.André Anjos O principal teste diagnóstico é o Teste de Coombs: direto = pesquisa a presença de anticorpos ligados aos eritrócitos . . É caracterizada por hipertireoidismo). podendo levar a morte. o receptor produz anticorpos contra os antígenos presentes na membrana dos eritrócitos do sangue recebido do doador. também. . Geralmente inicia com comprometimento de mucosa oral que persiste por vários meses antes de afetar a pele. Pode haver esplenomegalia devido à atividade aumentada do baço). . .SÍNDROME DE GOODPASTURE (presença de auto-anticorpos contra o colágeno tipo IV presente tanto na membrana basal glomerular quanto na membrana basal dos alvéolos. causando destruição dessas células. REAÇÃO HEMOLÍTICA MAIOR = destruição súbita e maciça do sangue transfundido por ativação do sistema complemento.DOENÇA DE GRAVES (Doença na glândula tireóide causada por auto-anticorpos contra o receptor TSH presente na superfície das células epiteliais. A maioria dos casos inicia com sintomas respiratórios como hemoptise). . ativação do complemento (ocasiona fagocitose de hemácias opsonizadas por suas frações ou por anticorpo) e reação hemolítica das hemácias transfundidas (hemólise intravascular). A incompatibilidade promove aglutinação. A destruição das plaquetas promove hemorragias e hematomas.baixa sensibilidade visto que os AC estão presentes nos receptores dos eritrócitos. tem a função de filtrar e retirar de circulação os imunocomplexos circulantes. FENOTIAZINAS. SULFONAMIDA. METILDOPA. principalmente eritrócitos e plaquetas. IgG e IgA.DOENÇAS INDUZIDAS POR DROGAS: algumas drogas são capazes de provocar reação de hipersensibilidae contra as células sangüíneas. . CEFALOTINA. ao entrar em contato com o sangue da mãe. sofram bloqueio antigênico. sendo a classe da imunoglobulina um fator determinante na eliminação circulatória. promovendo a destruição dos eritrócitos pelo complemento sem maiores conseqüências para o paciente desde que seja retransfundido com sangue compatível. LEVODOPA. Com isso provocam anemia hemolítica e trombocitopenia.TAMANHO E CONSTITUIÇÃO DO IMUNOCOMPLEXO: . Os imunocomplexos podem ser formados com IgM.André Anjos REAÇÃO HEMOLÍTICA MENOR = destruição ocorre com velocidade menor. pois são formados em pequeno excesso de antígenos e não conseguem fixar adequadamente o complemento. icterícia progressiva e hepatoesplenomegalia. Consiste em administrar anticorpos anti-Rh próximo ao parto ou até 72 horas depois para que os eritrócitos do feto. além de reticulocitose no hemograma. Profilaxia: deve ser realizada em mães Rh. 2) DEPOSIÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS NOS TECIDOS: mecanismos pouco compreendidos. . Os complexos grandes são praticamente inofensivos. Assim. qualquer interferência nesse processo. PENICILINA. Após aproximadamente uma semana há a formação do complexo AG-AC.DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO (DHRN) (ERITROBLASTOSE FETAL) *Mãe: Rh – (previamente sensibilizada com sangue Rh+ --.CLASSE DA IMUNOGLOBULINA: . não permitindo a formação de anticorpos maternos. REAÇÃO HEMOLÍTICA TARDIA = ocorre quando não há anticorpos presentes no soro do receptor contra antígenos dos eritrócitos do doador (indivíduo nunca foi sensibilizado seja por transfusão prévia ou por contato com epítopo de microorganismo semelhante). Os .ainda não sensibilizadas que estejam grávidas de feto Rh+. A produção. seja por sobrecarga ou por disfunção intrínseca elevam o tempo de permanência desses complexos antígeno-anticorpo na circulação e a chance de deposição nos tecidos. RH TIPO III (DEPOSIÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS AG-AC) A patogênese da reação de hipersensibilidade mediada por imunocomplexos pode ser dividida em três fases: 1) FORMAÇÃO DO COMPLEXO ANTÍGENO-ANTICORPO (imunocomplexo): é iniciada pela introdução do antígeno no organismo. provocando anemia e icterícia. portanto. Os complexos mais patogênicos são os de tamanhos pequenos e intermediários.ESTADO FUNCIONAL DO SISTEMA FAGOCITÁRIO MONONUCLEAR (SFM): O SFM é localizado particularmente no fígado e no baço. dos anticorpos acaba ocorrendo 5-10 dias após a transfusão. .parto prévio ou transfusão) *Filho: Rh + O recém-nascido com eritroblastose fetal se apresenta com anemia. glomerulonefrite. Não necessita de anticorpos fixados em tecidos e a reação não se processa na ausência de anticorpos circulantes. Outros sítios propensos ao depósito dos complexos: articulações. Apresenta edema intenso. A lesão conseqüente à ação destes mediadores é denominada vasculite. se ocorrer nas articulações. Os glomérulos estão entre os tecidos-alvo mais estudados. vômitos e comprometimento neurológico (mononeurite). caso ocorra nos glomérulos renais. As alterações vasculares são desencadeadas pela formação e precipitação de imunocomplexos na parede dos vasos comprometidos. eritema. Esta reação caracterizada por inflação cutânea localizada se dava em resposta à deposição de imunocomplexos em vasos sanguíneos da derme com conseqüente vasculite aguda e necrose tecidual. Requer complemento.André Anjos imunocomplexos formados com IgA não ativam o complemento pela via clássica e apresentam uma maior predisposição ao depósito tecidual. surgindo em poucas horas. principalmente neutrófilos e.REAÇÃO DE ARTHUS A reação de Arthus refere-se a um modelo experimental em que uma lesão localizada é induzida por imunocomplexos. náuseas. SÍTIOS DE DEPOSIÇÃO: vez depositados nos tecidos. artrite. superfícies serosas e pequenos vasos sanguíneos. calor e dor à palpação. constituindo-se no protótipo das doenças sistêmicas causadas por imunocomplexos. Necessita de imunização. zonas de turbulência onde há alta pressão sanguínea (bifurcação de artérias). nos casos mais graves.DOENÇA DO SORO (descrita inicialmente em pacientes submetidos à soroterapia . Não necessita de anticorpos precipitantes. e assim sucessivamente.soro heterólogo geralmente eqüino). . com intensidade moderada. As alterações vasculares são causadas por mediadores solúveis. artralgias. Ocasionalmente. se ocorrer em vasos sanguíneos. não havendo formação e precipitação de imunocomplexos na parede dos vasos acometidos. requer horas (4 -10 h) para alcançar seu máximo e dias para desaparecer. As manifestações clínicas da reação de Arthus são os sinais típicos de inflamação: edema intenso. Quadro clínico: febre. infiltrado celular. os imunocomplexos desencadeiam uma resposta inflamatória aguda. pele. vasculite e glomerulonefrite aguda. mialgias. Necessita de sensibilização prévia. isquemia com necrose e perda de tecido na área afetada. com pico entre 4 e 10 horas após a inoculação do antígeno e localizando-se no seu sítio de injeção na pele. somados à necrose e hemorragia. 3) REAÇÃO INFLAMATÓRIA CAUSADA POR IMUNOCOMPLEXOS: Uma . O fenômeno principal é o aumento da permeabilidade capilar. mas não sensibilização prévia. Necessita de anticorpos precipitantes. hemorragia. Diferenças entre Reação Anafilática (RH I) e Reação de Arthus (RH III) REAÇÃO ANAFILÁTICA Reação imediata e fugaz. . Apresenta anticorpo fixo a células e a reação pode ocorrer na ausência de anticorpos circulantes. O evento principal desta reação é a ativação da cascata do sistema complemento (há decréscimo de seus níveis séricos durante a fase ativa da hipersensibilidade tipo III). coração. Ocorre inflamação do sítio de injeção do soro e pode haver angioedema. A Doença do Soro é uma patologia autolimitada aguda causada por uma reação inflamatória a imunocomplexos formados por antígenos exógenos (como os antígenos eqüinos). Não requer complemento. REAÇÃO DE ARTHUS Reação lenta. há cefaléia. febre. fase efetora (ou inflamatória) e resolução. Representa uma imunidade protetora contra patógenos intracelulares. hematúria macroscópica intermitente.GLOMERULONEFRITE PÓS-INFECCIOSA AGUDA É uma complicação causada. O quadro clínico da glomerulonefrite pós-infecciosa caracteriza-se por mal-estar. fungos verdadeiros. . por determinadas cepas de estreptococo beta-hemolítico do grupo A denominadas nefritogênicas por causarem uma síndrome nefrítica. oligúria. secretando ainda TNF. A IL-12 é produzida pelos macrófagos e células dendríticas durante a apresentação antigênica. como a pele (impetigo). O passo central para o desenvolvimento da hipersensibilidade tipo IV é a apresentação antigênica na qual os LTH0 se transformam em TH1.RHT) Caracteriza-se pela utilização da imunidade celular (linfócitos T) como via efetora. atacando células do próprio organismo. . na maioria das vezes. náuseas. além de induzir a secreção de IFN-γ pelos LT e células NK. IL-8 e selectina (moléculas de adesão de linfócitos e monócitos). RH TIPO IV (REAÇÃO TARDIA . A hipersensibilidade é uma conseqüência.PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE (alveolite alérgica extrínseca) Compreende um grupo de distúrbios pulmonares que se desenvolvem devido a uma deposição localizada de complexos imunes.DOENÇAS AUTO-IMUNES (ocorre a produção contínua de auto-anticorpos contra antígenos próprios do organismo. A glomerulonefrite pós-infecciosa é uma doença mediada por imunocomplexos e caracteriza-se por uma reação inflamatória do parênquima renal desencadeada pela deposição de complexos imunes formados com antígenos do microorganismo (geralmente estreptocócico). se exagerada pode gerar efeitos deletérios. retornando ao normal com uma a duas semanas. embora possa ser conseqüente a infecções em outros sítios. O IFN-γ é o mediador da RHT. Há aumento dos títulos séricos de anticorpos específicos para antígenos estreptocócicos. O exame qualitativo de urina revela proteinúria e presença de cilindros hemáticos e leucocitários. O TNF aumenta a secreção de prostaciclina (vasodilatador). É importante ressaltar que a resposta imunológica aos antígenos extrínsecos envolve tanto reações de imunocomplexos como reações de hipersensibilidade do tipo IV. IL-1 e IL-12. proteínas animais ou produtos bacterianos. síndrome nefrótica e insuficiência renal.André Anjos . gerando uma prolongada formação de imunocomplexos). É freqüentemente observada após faringite estreptocócica. . aumentando a ativação fagocítica dos macrófagos e a expressão de MHC II. A depressão do C3 sérico durante a síndrome aguda. Os pacientes acometidos apresentam tosse e dispnéia intensa algumas horas após a inalação do antígeno. edema peri-orbitário e hipertensão leve à moderada. hematúria. As manifestações clínicas são variáveis e incluem hematúria microscópica assintomática. é típica. induzindo a diferenciação de LTH0 em LTH1. da inalação de poeiras orgânicas contendo antígenos formados por esporos de bactérias termofílicas. com maior freqüência.DOENÇA DE BERGER A doença de Berger ou nefropatia por IgA é uma glomerulonefrite causada pelo acúmulo de imunocomplexos compostos predominantemente de IgA. Existem 3 tipos básicos de reações de hipersensibilidade tardia: . entretanto. A reação de hipersensibilidade tardia é dividida em 3 fases: sensibilização. Para que ocorra o desfecho clínico é necessária uma sensibilização prévia dos linfócitos TH. 1mL de derivado protéico purificado (PPD) contendo 5 unidades de tuberculina injetadas intradermicamente na face anterior do antebraço.impedimento da maturação do fagossomo. A tuberculose é uma das principais causas de morte por infecção no mundo. pés e face. . FASE EFETORA: recrutamento de células inflamatórias para o local de aplicação do hapteno na pele. O teste de Mantoux é o método de escolha para o rastreamento. Ocorre a seguir a internalização do complexo hapteno-proteína pelas células dendríticas (APC). A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis e a estimativa é de que 2043% da população mundial seja portadora assintomática. 2) RHT tipo Tuberculínica (48-72h) O exemplo clássico de RHT tuberculínica é o teste de Mantoux ou PPD. . Falso-negativos resultam de má técnica. SENSIBILIZAÇÃO: A reação de hipersensibilidade tardia tipo dermatite de contato inicia quando haptenos penetram na pele e ligam-se a proteínas plasmáticas. idade avançada.γ e componentes inflamatórios. A exposição ocupacional destaca-se no uso de detergentes e sabões-em-pó. . látex e couro. Em geral leva de 2-10 semanas após a infecção para que haja a conversão cutânea do teste. e o número de pacientes com a doença ativa aumentou significativamente nos últimos anos devido à concomitância da infecção HIV-tuberculose e o desenvolvimento de microorganismos resistentes a múltiplas drogas. A lesão tuberculínica dura geralmente 5-7dias. A vacina BCG (extrato do Mycobacterium bovis) protege contra as formas graves da doença. mas também o habitat onde reside o bacilo resistente. desordens imunológicas. formando linfócitos T CD4+ de memória. mas se houver persistência da micobactéria pode-se desenvolver uma reação granulomatosa. . Há diversos mecanismos imunológicos para a persistência bacilífera: . manejo de comidas cruas (especialmente frutos-do-mar).seqüestro intracelular de dímeros do MHC II. Estes liberam IFN. Ocorre quando o indivíduo previamente sensibilizado entra novamente em contato com o antígeno. Os primeiros têm papel central.impedimento da fusão dos macrófagos contendo o micobacterium com os lisossomos. mas não previne a primoinfecção. vacinas feitas com vírus. A medida transversa da induração (indica sensibilização previa de LT de memória) na pele deve ser mensurada após 48-72h por um técnico experiente. embora seja mais freqüente em mãos. presentes nos capilares da derme.atenuação do processamento antigênico. porém não faz distinção entre doença ativa e passada. terapia com corticosteróides. que atuam como carreadores. Falso-positivos no Mantoux ocorrem em indivíduos previamente vacinados e naqueles com infecção por outras micobactérias. desnutrição. Na RHT tuberculínica os macrófagos são a principal APC. Estas migram para os linfonodos regionais e ali apresentam o complexo hapteno-proteína para o linfócito T CD4+. Forma-se novamente o complexo hapteno-proteína o qual é internalizado pelas células dendríticas e apresentado aos LTH de memória.André Anjos 1) Dermatite de Contato (48-72h) A dermatite de contato é uma reação geralmente eczematosa e pruriginosa que pode ocorrer em qualquer região do corpo. neoplasias de tecido linfóide. . insuficiência renal crônica. pois são as células efetoras responsáveis pela morte das bactérias intracelulares. embora também se encontrem células dendríticas. Consiste num teste cutâneo com 0. infecção pelo HIV e tuberculose fulminante. estresse agudo.transformação dos radicais livres de O2 em metabólitos menos tóxicos. infecções concomitantes. de Kveim na sarcoidose e a de Mitsuda para hanseníase. de clima tropical. o infiltrado perivascular linfocítico é substituído por macrófagos. com espessamento da epiderme. A doença é mais comum em paises pobres. Sabe-se que o período de incubação varia de alguns meses até 30 anos.A hanseníase e uma infecção crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Como resultado. o talco . O principal fator de risco determinante da transmissão é a proximidade de pacientes com a doença. no sexo masculino. de multiplicação lenta. .associado a abuso de drogas endovenosas . pápulas e nódulos eritematosos disseminados. apresenta-se com máculas. não atravessando pele intacta. berílio. A transmissão ocorre principalmente pelo aerossol da secreção nasal que penetra na mucosa respiratória. no espectro da doença sob as formas tuberculóide (possui máculas hipopigmentadas ou lesões eritematosas anestésicas com margens elevadas ou placas com centro tendendo a cura) até a lepromatosa (conhecido como hanseníase anérgica devido a irresponsividade do sistema imune. parasita intracelular obrigatório. A apresentação clínica varia conforme a resposta imunológica do paciente. doença de Crohn. os quais sofrem transformação morfológica e formam os granulomas imunológicos (formados por células epitelióides características as quais podem fundir-se e formar células gigantes multinucleadas . A reação de Mitsuda determina a reatividade de pacientes sensibilizados. esquistossomose.e fios de sutura. e diferem do tipo imunológico pela ausência de linfócitos). Granulomas imunológicos estão presentes na tuberculose. reações a zircônio. histoplasmose. estando associada à alta resistência a infecção quando positiva. tendência a cronicidade e complicações em longo prazo). --.células de Langhans – associadas a linfócitos) ou de corpo estranho (podem ser desencadeados por materiais como a sílica.André Anjos 3) RHT tipo Granulomatosa (21-28 dias) A RHT granulomatosa ocorre devido à persistência de microorganismos ou partículas não destruídas no interior dos macrófagos após uma reação tipo tuberculínica. goma sifilítica. sem granulomas organizados. leucócitos totais -.Álcool Na infância: há predomínio de linfócitos Na puberdade: linfócitos equivalem-se aos neutrófilos Na idade adulta: há predomínio de neutrófilos 3. . lactentes desnutridos.monócitos 2-10% -. Os valores proporcionais mantêm uma relação constante entre si (melhores para triagem diagnostica). RN.intoxicações demanda – já movimentou o pool marginal e começou a -.Transitória: fisiológica – movimentação do pool marginal / reserva granulocitica medular Ex. exercício.infecções -. LEUCOCITOS = PMN (GRANULOCITOS) + MMN (AGRANULOCITOS) Neutrófilos.eosinofilos 1-7% -.600-11. convulsões.Refeições -.linfócitos 20-50% -. também. Causam Leucocitose -.basofilos 0-3% 1) NEUTROFILOS # Neutrofilia ou Neutrocitose: aumento do numero absoluto de neutrofilos . .André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 07 . choques elétricos.Não transitória: quando há muita aumentar a produção.neutrofilos totais 40-70% ----neutrofilos bastonados 0-5% -.pós-operatório (pode não haver neutrocitose em: alcoolistas crônicos.Obesidade Causam Leucopenia: -.000 50-500 0-200 Valores de referencia para brancos adultos: .Fumo -.isquemia (IAM) -. imunodeprimidos).uso continuado de corticoides -.dano tecidual (inflamação) -. de um individuo para outro.000 1. Eosinófilos e Basófilos Linfócitos e Monócitos Citose: aumento do numero de uma serie de leucócitos Penia: diminuição do numero de uma serie de leucócitos LEUCOCITOS: 3600-11000 (em caucasóides) --.000 100-1.000-4.raça negra = 4800-6000 (NEUTROPENIA RACIAL) Os valores absolutos variam bastante durante o dia.LEUCOGRAMA É a sub-parte do hemograma que pesquisa as séries leucocitárias do sangue.000 1.500-7.Café -. idosos. por condições não patológicas e. -.: descargas adrenérgicas. 5) MONOCITOS # Monocitose: aumento no numero de monócitos. -.diarréias (perda de leucócitos nas fezes) 2) LINFOCITOS # Linfocitose: aumento do numero de linfócitos.infecção viral # Linfopenia: diminuição do numero de linfócitos -.doenças do colágeno -.alcoolismo -.negros (↓neutrofilos) -.corticoterapia 4) BASOFILOS # Basofilia: aumento do numero de basofilos.acompanha a neutropenia.acompanha a neutrocitose # Monocitopenia: diminuição do numero de monócitos.estresse -. LES -.alcoolismo -.Doença de Hodgkin.neoplasias -. -. -. (RN = ate 15% de bastonados é normal) -.síndromes mieloproliferativas -. visto que o contingente de células maduras já foi liberado.quimio/radioterapia -.esplenectomia (perde o sitio de deposito) -. -.parasitoses -.radioterapia -. .liberação de células jovens.cânceres hematológicos -. -.doenças medulares (leucemia) -.reações de hipersensibilidade -.infecções granulomatosas (TBC. -.André Anjos # Neutropenia: diminuição do numero absoluto de neutrofilos.mulheres jovens -. sarcoidose.SIDA 3) EOSINOFILOS # Eosinofilia: aumento do numero de eosinófilos. . doenças fúngicas) -.infecção prolongada -.quimioterapia e irradiação -.síndromes hemofagociticas # Desvio a esquerda: aumento do numero de neutrofilos bastonados (> 7%).alergias -.estresse -.estrogenioterapia # Basopenia: não existe. pois seu normal inclui 0.síndrome de Loeffler # Eosinopenia: diminuição do numero de eosinófilos -. Resposta T-dependente -.REGULAÇAO DA RESPOSTA IMUNE SISTEMA IMUNE = .Tolerância em LT. não confere boa memória imunológica. curta duração. NK) -.destruição de patógenos .é o principal regulador da RI. Localização: 1) Intracelular – Imunidade Celular -. oral.: vírus. 2) Protéica: Ex. 1) Antígenos em altas doses repetidamente = TOLERANCIA -.atividade citolitica inclusive contra células do SI = REGULAÇAO DA RI . 2) Via IV.Macrófagos são ativados por IFN-γ. se Ag for protéico. produzido por linfócitos T: -. Dose: é o mais importante fator de regulação. -. -.são essenciais para uma boa ativação da RI T-dependente. 2) Antígenos em doses muito baixas = RESPOSTA INEFICIENTE Via de administração: 1) Via SUBCUTANEA e intradermica = imunogenicidade --. respiratória = costumam gerar tolerância. 2) Extracelular – Imunidade Humoral -.resposta básica por citotoxicidade (LTCD8+. se Ag for lipidico ou polissacaridico.pode haver deposição em outros tecidos do organismo.formação de complexos antígeno-anticorpo -.potencial de causar danos aos tecidos e órgãos próprios Regulação da RI ANTIGENO .André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 08 .ausência de moléculas co-estimulatorias na superfície das APCs = tolerância!! .Tolerância em LB.Resposta T-independente -.: bactérias encapsuladas -.formação de memória imunológica de longa duração.destruição do patogeno e também da célula infectada. .presença de células dendriticas (APCs) que ativam a RI.ajudam a eliminar os antígenos -. APCs .anticorpos IgM. Natureza: 1) Não-proteica (polissacarídeos e lipídios): Ex. ** Reação Cruzada: o anticorpo (IgG) ligado ao antígeno. induzindo tolerância ao antígeno. TGF-β). -.ativam a resposta imune celular (ativação de células T citotoxicas).Linfócitos T supressores (Treg. ANTICORPOS IgM = ativa RI IgG – inibe RI ** Bloqueio Antigênico: anticorpos solúveis podem bloquear a resposta imune a um antígeno por ligar-se ao epitopo deste. 2) Genes para MHC I .responsáveis pela ativação inicial das células e reconhecimento do antígeno.regulam a ativação das células T citotoxicas e T supressoras. e ligam-se a essas formando uma rede “antigênica” que regulam a ação do anticorpo e induzem tolerância (inibem a RI).André Anjos REGULAÇAO GENETICA 1) Genes para receptores de superfície: . ** Rede Idiotipica: anticorpos reconhecem porções de outros anticorpos que servem como antígenos (idiotopos).afetam o metabolismo das APCs. 3) Genes para MHC II .incrementa a RI celular . Ex.: anticorpos IgG da mãe passam para o filho e permanecem nos primeiros seis meses de vida podendo dificultar a formação de RI pelas vacinas administradas. faz esse linfócito B ser inibido.função deste genes é antígeno-especifica 4) Genes não relacionados ao MHC . eficaz. . ao ser reconhecido pelo receptor do linfócito B. LTCD8α/α): estimula a tolerância periférica a antígenos. impedindo o reconhecimento do antígeno.Podem estar na gênese de algumas doenças auto-imunes (quando estimulam a RI).responsáveis pela ativação das células TH .papel na maturação de LT – diferenciação para TH1 . .Células NK: resposta rápida.moléculas de MHC I ligam-se a receptores das células do SI inibindo sua atividade. influenciando o processamento e apresentação do antígeno.LTH1: produzem IFN-γ e IL-2. tanto por contato direto como pela produção de citocinas (IL-4. NKT. não especifica. . . LINFOCITOS . . . 10.gênese de doenças auto-imunes . --. GH e Prolactina = amplificação da RI Eixo Hipotálamo-Hipofise-Adrenal = inibição da RI --.LTH2: produzem IL-4. 6.hipersensibilidade tardia . . fazendo com que possam ter um papel de regulação nessas células.Existem receptores para hormônios e neurotransmissores nas células do Sistema Imune.Estrogênio: pode exacerbar doenças auto-imunes (maior suscetibilidade das mulheres a essas doenças).André Anjos .inibem a produção de varias citocinas e do TNF (que ativa macrófagos) INTERAÇOES NEUROIMUNOENDOCRINAS .ativam a resposta imune humoral .estresse – aumenta secreção de glicocorticoides (eixo hipotálamo-hipofiseadrenal) – redução da capacidade de sistema imune de reagir frente a antígenos. 5. Resposta Relativa LTc NK 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Evolução temporal do aparecimento de dois importantes tipos celulares envolvidos na resposta imune antiviral: célula NK (NK) e linfócito T-citotóxico (LTC). Empacotamento e liberação – formação dos capsômeros. Penetração – Translocação. formação do capsídeo. . Resposta Imune Adaptativa 1) Anticorpos – Processo de neutralização (atua na fase de adsorção viral) . síntese de proteína viral. Liberação por brotamento (v. Dias pós-infecção .Vírus completo (ácido nucléico + capsídeo) com ou sem cápsula . empacotamento do genoma viral.α e β: mecanismos antivirais na célula infectada e aumento da resistência contra infecções em células adjacentes ainda não infectadas. 2) Linfócitos T – Eliminação de células já infectadas via linfócito T citotóxico.André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 09 . síntese de DNA/RNA viral. Fusão. simetria simples ou complexa. exocitose ou lise celular.Peplômeros ou espículas (características antigênicas e patogênicas) Fases da Replicação Viral Adsorção – ligação do vírus à superfície celular. Endocitose. IFN-γ: potente ativador de macrófagos e células NK 3) Células NK – Apoptose ou grânulos citoplasmáticos (perforinas.Parasitas Intracelulares obrigatórios .IMUNIDADE A VÍRUS E BACTÉRIAS IMUNIDADE A VÍRUS Características Gerais dos Vírus . proteases). DNA ou RNA). Mecanismos Efetores Antivirais Resposta Imune Inata 1) Integridade da superfície corporal 2) Interferons – ativação de mecanismos intracelulares contra a replicação IFN.bloqueio das proteínas virais responsáveis pelo reconhecimento do receptor celular.Grande diversidade (envelopados ou não. Desnudamento – perda do capsideo e liberação do genoma viral. envelopados). Replicação gênica e expressão de proteínas virais – síntese de RNAm viral. Ativação associada a diminuição da expressão de MHC I na superfície celular induzida pelos vírus. neutralização de toxinas.André Anjos Mecanismos de Escape Viral 1) Variabilidade Antigênica Ex. . pH do TGI. 2) Flora microbiana normal: bactérias comensais (competição. cílios. 8 e TNF-alfa: recrutamento de neutrofilos e monócitos.secreção de IL1. IgA. etc (fundamentais em condições anaeróbias).: Herpes). . destrói bactéria fagocitada. acarretando reações cruzadas. . 2) Interações com moléculas do Sistema Imune – Interferência no MHC (ex.Inibição do Interferon. muco. 3) Fagocitose – opsonização (complemento.: Influenza (hemaglutinina e neuraminidase). secreção de fatores inibitórios a patogenos). como BCL2. ativação do complemento.Inibição da Resposta Imune Humoral – Clivagem do complemento. . . Viroses podem provocar a eclosão de doenças auto-imunes. 4. 4) Complemento – formação do MAC 5) Células NK – bactérias intracelulares.Mecanismos de destruição pós-fagocitose: com O2 – mieloperoxidase (neutrofilos). Específicos 1) Anticorpos – ativação de LB via T-dependente ou T-independente (endotoxinas bacterianas) . existe a possibilidade de que seqüências de proteínas virais possam ser homólogas às proteínas do hospedeiro. --.Produção de Homólogos de Citocinas e seus receptores. 2) Linfócitos T – Helper: ativa macrófago.Mutações pontuais (antigen drift) e recombinação genética (antigen shift). enzimas. Ainda. A própria lesão tecidual decorrente da inflamação induzida pela infecção viral pode expor auto-antígenos anteriormente “escondidos”.Funções: Opsonização. . sem O2 – lactoferrino. lisozima. .Citotóxico: mata célula infectada por bactéria intracelular. anticorpos).Inibição da apoptose – Inibição das caspases e ativação de proteínas anti-apoptóticas. . . alta taxa de renovação.Moléculas homólogas ao MHC I para enganar linfócitos NK (exemplo: HCMV). IMUNIDADE A BACTÉRIAS Mecanismos Efetores Antibacterianos Inespecíficos 1) Barreiras físicas – pele íntegra. 8) (reação inflamatória sistêmica) – extravasamento vascular .secreção de bloqueadores de citocinas (bloqueadores da resposta de macrófagos ao IFN- e repelentes à quimiotaxia). . (pode levar a destruição tecidual – HS tipo tardia). Sepse Desregulaçao da RI a uma infecção. 6. LPS) – induzem a liberação de altas taxas de citocinas pelas células do sistema imune (TNF e IL-1.André Anjos Tipo de resposta imunológica conforme a localização da bactéria * Bactérias extracelulares – fagócitos e anticorpos/complemento. Bactérias gram-negativas (endotoxina.dano tecidual disseminado – choque – morte. onde adquirem uma capa que as protege da interação com fagócitos (escondem-se no epitélio). . Mecanismos de escape das bactérias 1) Fuga da Fagocitose – bactérias encapsuladas. * Bactérias intracelulares – linfócitos Th (ativação macrofagica) e Tc (citotoxicidade).adesão de bactérias às mucosas. . 2) Alterações do complemento – Quebra de componentes do complemento. Os sintomas.distribuição geográfica limitada (Índia. Prevenção Vacinação. BR – Amazônia) .: 30-60d . 3) Auto-imune: aumenta plasmócitos. Austrália. .P.transmissão: fecal-oral. vômito.vírus RNA. # Esses leucócitos vão causar inflamação.Havrix (A) (2 doses) .não cronifica (benigna e auto-limitada) . HDV.André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 10 . HEPATITE A (HVA) . Patogênese: via de disseminação: gastrintestinal.I.) → pródromos (2 sem. com perda de arquitetura e infiltrado inflamatório polimorfonuclear. onde o RNA é liberado no citoplasma. Vírus infecta o hepatócito. Há necrose hepatocelular aguda. podendo levar à fibrose (no caso de cronificar).I.vírus RNA.proteção a reinfecções. -. são diarréia. 4) Drogas: aumenta eosinófilos. sem envelope (não é destruído pelo ácido gástrico). – P. Quadro clínico: Curso quase sempre assintomático ou subclínico. O dano pode ocorrer por citopatia viral direta ou atuação do sistema imune. desconforto) → doença (icterícia \ ↑transaminases) → convalescença.HEPATITES VIRAIS HISTÓRIA NATURAL DAS HEPATITES Contágio → Período de Incubação (P.lesão causado pelo sistema imune (LT). icterícia. Rússia. HEV): aumenta linfócitos. Afeganistão. -.: 15-45 dias (o vírus é eliminado nas fezes antes dos sintomas) . que culmina em necrose.Twinrix (A + B --.fulminante em 1% . HBV.I. 2) Álcool: aumenta neutrófilos. HCV. Resposta imune humoral garante proteção contra reinfecção.3 doses) HEPATITE E (HEV) . México. O vírus causa um processo inflamatório agudo. = náusea.não cronifica . principalmente em áreas de alta endemicidade. Etiologias: 1) Vírus da hepatite (HAV. sem envelope. Marcadores # anti HAV IgM – infecção aguda (persiste de 4-12 meses) # anti HAV IgG – surgem junto com IgM e persistem por toda a vida --.transmissão: fecal-oral . quando aparecem.gestantes: fulminante em 20% Marcadores # Anti HEV IgM – infecção aguda # Anti HEV IgG – marcador sorológico . elevação das transaminases -------------------------.= vírus inativo → deve-se ter a carga viral) Resolução: anti-HBs e anti-HBcIgG # Fases da patogênese do HBV 1) Imunotolerância: após a contaminação.vírus DNA.na infância = cronificação em 90% Patogênese: infecção aguda pode solucionar.transmissão: parenteral. porém alguns casos evoluem para cronicidade assintomática. Alta taxa de transmissão vertical.: 30-180d .Energix (B) (3doses) e Twinrix (A+B) Tratamento: IFN-a e antivirais . .André Anjos HEPATITE B . .HBsAg: (superfície) marcador de infecção .HBeAg4) Reativação: nova replicação viral (HBeAg+) .P.I. Marcadores . sexual.tem fases ativas (replicação) e inativas.transaminases normais ou pouco aumentadas . Ainda não houve reconhecimento pelo sistema imune.HBeAg+ 3) Integração: genoma viral nas células do hospedeiro. Já hospedeiros com infecção crônica apresentam fraca resposta celular. Potencial progressão para cirrose e insuficiência hepática.HBeAg: (DNA) marcador de replicação HBsAg (1ª alteração) Anti-HBs Anti-HBc IgM + + + (1º AC a surgir) + - HbeAg Anti-Hbe + + + ou Incubação Fase Aguda Janela Imune Convalescença Cronificação* Vacinação + + + - * Crônica: HBeAg (+ = replicação → ↑carga viral e transaminases → TTO!!) (. ficando apenas o traço sorológico. O dano ao hepatócito ocorre exclusivamente pela resposta imune. envelopado.fulminante em 1% . -.alterações das transaminases .início: insidioso ou agudo .HBcAg: (núcleo) não sai do fígado .alta replicação (↑VHB DNA e HBeAg +) 2) Imunoclareamento: reconhecimento pelo SI.Hepatite crônica severa Prevenção Vacinação: . Hepatite crônica ativa: forma grave. Cirrose em 20%. A alta resposta da células T aos vários antígenos do vírus tendem a tornar a infecção autolimitada.ação do LTCD8+ --.ainda não há alteração hepática . .cronificação rara em adultos (2-7%) (exceto em imunossuprimidos) . . Hepatite crônica persistente: processo inflamatório limitado aos espaços porta. vertical -. 3-3% (geral) 20% (grávidas) Não Não Sim (2 . .: 15-150d . IgG surge depois e permanece) Não Sim HBsAg HBeAg Anti-HBe Anti-HBc (IgG e IgM): janela imune Anti-HBs: imunidade Sim Provavelmente não Anti-HAV IgG Anti-HAV IgM Anti-HCV Anti-HD HD-Ag Anti-HEV IgG Anti-HEV IgM .vírus RNA.7%) Carcinoma hepatocelular Marcadores (em geral. Marcadores: anti-HCV tardio . Tratamento: IFN-a e ribavirina Características gerais das hepatites virais: HAV HBV Envelope Ácido nucléico Família Transmissão: fecal-oral parenteral sexual Forma fulminante Forma crônica Não Sim RNA fita simples DNA fita dupla parcial Picornaviridae Sim Muito rara Muito rara 0. IgM aparece 1º e fica pouco tempo.I.vírus RNA. dependente do B. . envelopado.= aguda (janela imune) .André Anjos HEPATITE D .1-1% Hepadnaviridae Muito rara Sim Sim 1-4% HCV Sim RNA fita simples Flaviviridae Não Sim Muito rara 1% Sim (60 a 90%) HDV Sim (do HBV) RNA fita simples Desconhecida Não Sim Sim 3-4% na coinfecção Sim <5% (coinfecção) 80% (superinfecção) Apenas o risco do HBV Não HEV RNA fita simples Caliciviridae Sim Não Não 0.I.transmissão: parenteral.cronificação: 90% . parenteral (observar transfundidos antes de 1990!!) .acelera a evolução do HBV * co-infecção: HBV + HDV (há presença do anti-HBc) * superinfecção: HDV aguda em HBV crônico.: 30-150d .PCR + e anti-HCV + = aguda (tto para não cronificar) ou crônica (transaminases flutuantes → IFN pode curar).hepatocarcinoma!! (Transplante = recidiva em 100%) .Lesão hepática causada diretamente pelo vírus. sexual . mas também pelo sistema imune e por uma Reação de Hipersensibilidade tipo III (crioglobulinemia mista).1% .PCR + e anti-HCV .P. (aumenta o risco de cronificação).PCR – e anti-HCV + = memória imunológica .P.fulminante <0. Prevenção: vacinação contra hepatite B HEPATITE C .transmissão: vertical. -. -.não ativam o processo de rejeição. --. Após o transplante.o órgão apresenta-se cianótico e edemaciado.André Anjos MONITORIA – IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES . linfócitos B e. Quanto ao local do enxerto: # Ortotópico: órgão colocado em seu sítio anatômico original. dois processos imunológicos podem ser iniciados: 1) REJEIÇÃO AO ENXERTO # Hiperaguda: inicia-se alguns minutos após o restabelecimento do fluxo sanguíneo. Obs. -. --.é o procedimento mais realizado na prática. Ex. # Aguda: inicia-se nos primeiros dias a semanas pós-transplante. # Xenoenxertos: doador e receptor são de diferentes espécies. mas da mesma espécie. # Isoenxertos: entre indivíduos isogenéticos (geneticamente idênticos). Ex. por isso.prevenção: realização da prova cruzada. # Heterotópico: órgão colocado em outro local. por hipersensibilidade tipo tardia e. -.classe I: rejeição acelerada ou hiperaguda (deve-se realizar a prova cruzada entre o soro do receptor e os linfócitos T do doador). AVALIAÇÃO IMUNOLÓGICA PRÉ-TRANSPLANTE 1) Sistema ABO: deve-se assegurar a compatibilidade sangüínea entre doador e receptor.é o tipo mais comum de rejeição a aloenxertos. não são rejeitados. -. . 2) Anticorpos contra antígenos MHC: provenientes de gestação (gestante entre em contato com sangue fetal). -. Ex. --.: transplante de pele.: rim colocado na fossa ilíaca.isso explica a menor rejeição nos casos de doadores parentes de 1º grau (pai.as células do aloenxerto irão expressar aloantígenos que podem ser reconhecidas como estranhas pelo receptor e causar rejeição.são Ag não estranhos e. -. # Aloenxertos: o doador é geneticamente diferente do receptor.desencadeada por células T-citotóxicas.O transplante pode ativar todos os mecanismos de regulação que controlam a resposta imune (celular e humoral. mãe. específico e não-específico).: transplante cardíaco de doador suíno e receptor humano.: herança dos antígenos do MHC: cada indivíduo possui metade dos Ag do pai e metade da mãe ---. --. Quanto ao doador: # Doador vivo parente # Doador vivo não-parente # Doador cadáver (transplantes de órgãos únicos vitais). por macrófagos. irmãos). --.: pulmão.classe II: não associado com rejeição (não contra-indica o transplante). Ex. transfusões e transplantes prévios. ocasionalmente. interropendo a função do transplante.limitações: grande diferença genética e zoonoses. CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSPLANTES: # Autoenxertos: doador e receptor são a mesma pessoa. mais tarde. basófilos e eosinófilos.pode ser revertida com corticóides e globulina antilinfocítica. . -. # rim: transplante bem estudado.André Anjos # Crônica: ocorre meses ou anos após o transplante. geralmente).xenoenxertos concordantes: espécies geneticamente próximas. --.bons resultados. -. # pâncreas: transplantado em diabéticos insulino-dependentes. --.rejeição por imunidade celular (semelhante à alogenética. . .pode ocorrer pela presença de aloanticorpos do doador na circulação do receptor. porém mais grave). . # córnea: menor rejeição por ser normalmente não vascularizado (não requer imunossupressão.xenoenxertos discordantes: espécies geneticamente muito distantes.destaque para os avanços da imunossupressão. .é importante a realização de provas cruzadas e compatibilidade ABO. # fígado: apresenta baixa imunogenicidade (sem necessidade de imunossupressão pesada). 2) TOLERÂNCIA AO ENXERTO # coração: sobrevida média em 1 ano pós-transplante em torno de 80%.ocorre por depósito de AG ou complexos AG-AC no enxerto.mesmo em casos de imunossupressão adequada não se conseguem bons efeitos. --. . # Rejeição a xenoenxertos: .rejeição hiperaguda mediada por anticorpos naturais preexistentes.sobrevida em 1 ano próxima a 100% quando doador vivo parente. porém recidiva alta (doença auto-imune). rubéola (SRC). varicela. .SOROS E VACINAS Imunização: .diminuir a morbimortalidade decorrente das doenças infecto-contagiosas .Parasitárias – Antimalárica. .: tétano) .Simples – um tipo de MO (Ex.: VOP – Sabin – trivalente contra pólio) # Constituição das vacinas: . # Início lento de proteção (desencadeia resposta imunológica) # Desencadeia imunidade duradoura (atuando na imunidade celular e humoral) Imunização passiva – administração da imunoglobulina (soro). encontra-se modificado. tétano e coqueluche) . influenza.André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 11 .a longo prazo: erradicação dos agentes infecciosos em grupos populacionais.VIP). ----.vacinas de anatoxinas: não é necessária a presença do microorganismo.: DTP – difteria.com MO vivos atenuados – o agente. # Início rápido de proteção.Bacterianas – coqueluche e febre tifóide (IM). raiva.com MO mortos – o agente está morto ou inativado.VOP). (Pode causar a doença em imunocomprometidos). apesar de vivo. ----. * Uma doença só é considerada erradicada em determinada região quando.Virais – pólio (Sabin . impedindo sua reprodução e a conseqüente infecção do indivíduo imunizado.Vacinas de estoque: produzidas artificialmente. caxumba.Mistas – vários tipos de MO (Ex.Bacterianas – BCG (tuberculose) e Febre tifóide (VO). . em um período de 5 anos. Imunização ativa – exposição ao antígeno --. # Classificação quanto ao número de antígenos: .adquirida naturalmente ou adquirida artificialmente (vacina).melhor relação de custo-efetividade # Objetivos: .Virais – pólio (SALK . . febre amarela. não ocorrer nenhum caso da mesma. VACINAS # Classificação quanto à procedência do antígeno: . Ex: erradicação mundial da varíola em 1980 e da poliomielite no Brasil em 1994. Necessitam maiores doses e doses de reforço quando comparadas às vacinas de MO atenuado. ----.a curto prazo: prevenção de doenças e de suas seqüelas. visto que os imunógenos usados são as exotoxinas sintetizadas e liberadas pelas bactérias. # Desencadeia imunidade temporária (imediatamente antes ou após o contato com o agente). ----. hepatite A. .Polivalentes – várias cepas de um mesmo MO (Ex.Autovacinas: antígeno isolado do próprio paciente a ser vacinado. ----. denominadas toxóides ou anatoxinas. sarampo. .Contra-Indicações: # Administração recente de imunoglobulinas (podem inibir a resposta imune à vacina). o antígeno é retido por um longo tempo no local.Mais de 12 horas sem refrigeração. --. RECOMENDAÇÕES GERAIS . IVAS.BCG: indicada apenas para HIV+ assintomáticos.vacinas de subunidades de MO e vacinas de peptídeos: vacinas compostas de substâncias presentes na constituição dos microorganismos. .as vacinas inativadas não são de risco. . # Estado físico de apresentação de vacinas: 1) Vacinas Liofilizadas: sofrem um processo de desidratação.VOP (Sabin) deve ser substituída pela VIP (Salk) contra a paralisia infantil. . ----.André Anjos ----.indicações – geralmente seguras e com poucos efeitos adversos. ADJUVANTES: são inespecíficos e sem atividade imunológica intrínseca.Conservação – temperatura de 2 a 8 graus (não devem ser congeladas) -. Assim. . tornando-se mais estáveis. --.facilitam os mecanismos de produção de anticorpos.exceto antipólio com anticólera e antifebre amarela. amamentação. streptomicina e polimixina B). prolongando o estímulo.vacinas de DNA: engenharia genética. --. .Segurança e conta. # Imunocomprometidos: contra-indicadas as vacinas de MO vivos atenuados. que lhes propiciarão uma imunidade passiva contra muitas doenças infecciosas. # Alergias: quando presentes. rash e febre. -. são geralmente a algum dos componentes da vacina (neomicina. ----. meningocócica. os adjuvantes. induzindo a hipersensibilidade tardia e aumentando o nível e a duração dos anticorpos. coqueluche. (parentes e indivíduos próximos também devem receber VIP ao invés de VOP) --.devem receber doses de imunoglobulinas periodicamente. proteínas do ovo. apesar de sua eficácia ser substancialmente reduzida. -. desprezar vacinas de vírus vivos atenuados.Bacterianas – difteria e tétano – dT e TT.Evitar vacinar imunocomprometidos com vírus/bactérias vivos atenuados. . em locais de alta incidência de tuberculose.Virais – hepatite B.Falsas contra-indicações: # doenças crônicas # doença aguda leve com febre baixa. diarréia # antibioticoterapia ou fase de convalescença # prematuridade (desde que >2kg e sem co-morbidades) # exposição recente a doenças infecciosas # má nutrição.Bacterianas – Haemófilos influenzae B. pneumocócica ----.Administração simultânea de vacinas – quase sempre não há contra-indicação. 2) Vacinas líquidas: Apresentam baixa imunogenicidade e necessitam ser associadas a substâncias que potencializam a resposta imune. através da liberação lenta do antígeno a partir do ponto de inoculação. -.Efeitos colaterais gerais – irritação local.Virais – influenza . André Anjos Gestação: não devem ser aplicadas vacina de MO vivos (risco de infecção congênita) No geral.Rubor. calafrios. # Quanto à natureza das imunoglobulinas: . choque e colapso vascular.Indivíduos suscetíveis após contato significativo com determinado microorganismo .Imunodeficiências Primárias (indivíduos incapazes de sintetizar anticorpos) . podendo haver sintomas mais leves como prurido. # Doença do soro (RH III): ocorrem principalmente após a administração de anticorpos heterólogos e ocorrem algumas semanas após a administração do soro.heterólogos * reação alérgica maior em heterólogos. as vacinas só devem ser aplicadas se: . SOROS # Classificação quanto à origem: – homólogos .Imunoprofilaxia pós-exposição .a infecção representar grande risco para a mãe e/ou para o feto. # Choque anafilático (RH I): imediato à administração. urticária e angioedema ou reações mais graves como broncoespasmo. ESQUEMA BÁSICO DE VACINAÇÃO – Ministério da Saúde (FUNASA) VACINAS BCG HEPATITE B VOP (pólio) Tetravalente +HiB) F.Polivalentes .49 a a partir de 60 a XR DT/TT SR–Dupla Viral Influenza Pneumococos X1: área endêmica + reforço a cada 10 anos X X X X * Hepatite B e HiB foram as últimas inseridas no calendário . eritema.o risco de exposição à doença for alto . Crianças asplênicas – vacina pneumocócica indicada a partir dos 2 meses de idade. AMARELA SRC-Tríplice Viral (DTP ao nascer X X X X X X X X X X X¹ X XR XR (apenas DTP) 1m 2 m 4 m 6 m 12 m 15 m 6 – 10 a 10-11 a ♀12 .Monovalentes – apenas um anticorpo .a vacina não causar dano .vários anticorpos Indicações: . febre e náusea. edema de glote. cefaléia.Profilaxia pré-exposição Reações adversas . # AGENTES BIOLÓGICOS OU INFECCIOSOS: . particularmente em faixas etárias mais avançadas. mesmo provindo de uma molécula própria. só serão destruídos os antígenos não próprios. mas de significância patogênica primária. b) alteram a estrutura ou a especificidade do receptor de antígenos das células T (TCR). ou seja.Dano tecidual. (3) a ausência de uma outra causa bem-definida da doença. ))) Essas "novas" moléculas não passam pelos mecanismos de tolerância imunológica. c) a reação do agente químico com outras proteínas de membrana. Três requisitos são necessários para que uma doença seja classificada com auto-imune: (1) a presença de uma reação auto-imune.infecções. como moléculas de adesão (adesinas). . radiações ionizantes e não-ionizantes) têm a capacidade de alterar moléculas. danos teciduais e fatores hormonais podem contribuir para o desenvolvimento de doenças auto-imunes. É possível encontrar auto-anticorpos em um número considerável de indivíduos normais. tornando-se suscetíveis ao ataque do sistema imunológico. o que sugere sua participação em doenças auto-imunes.André Anjos MONITORIA – AUTO-IMUNIDADE Tolerância Imunológica: processo pelo qual o sistema imunológico distingue o próprio do não próprio. . # AGENTES QUÍMICOS: a) modificam a estrutura das moléculas da classe II do MHC. A auto-imunidade desenvolve-se como um resultado da interação de múltiplos fatores que levam à quebra da tolerância imunológica. evitando um ataque auto-imune.Emergência de determinantes ocultos através da expressão exacerbada do MHC. AGENTES ENVOLVIDOS NA ETIOLOGIA DA AUTO-IMUNIDADE # AGENTES FÍSICOS: (calor. poderia amplificar interações T-B (qualquer que seja a especificidade das células T) e então funcionariam como uma "superadesina". . Desse modo.Expressão ectópica de moléculas na superfície celular. . # Antígenos virais e auto-antígenos podem se associar para formar unidades imunogênicas que se desviam da tolerância imunológica. --. (2) a evidência de que tal reação não é somente secundária a dano tecidual.Alguns vírus (Epstein-Barr Vírus) são mitógenos inespecíficos e ativadores policlonais de células B e resultam na perda da função das células T-supressoras.Up-regulation ou mudança no espectro da produção de citocinas. ela também deve provocar lesão por si só. MECANISMOS IMUNOPATOLÓGICOS QUE PODEM LEVAR À AUTO-IMUNIDADE Anormalidades na seleção de linfócitos Alteração na tolerância periférica Estimulação linfocitária policlonal Reações cruzadas entre antígenos estranhos e próprios Regulação anormal de respostas linfocitárias Formação de neo-antígenos ou liberação de antígenos não apresentados para tolerância imunológica . anemia hemolítica auto-imune e tireoidite auto-imune. moléculas CD4. Um exemplo clássico é o do cristalino. c) sistêmicas: que se manifestam de forma mais ampla. em que traumas oculares ou cirúrgicos podem expor os auto-antígenos.comprometimento de válvulas cardíacas. A resposta imune ao HCV inclui o desenvolvimento de crioglobulinas. mutações. além da formação e deposição de complexos imunes. infecções. FATORES GENÉTICOS As justificativas para a participação genética são as seguintes: a) o agrupamento familiar de várias doenças auto-imunes.: febre reumática -.neo-antígenos . ALTERAÇÃO ESTRUTURAL DE AUTO-ANTÍGENO – FORMAÇÃO DE NEO-ANTÍGENOS: A auto-imunidade pode surgir como resultado da resposta imune contra determinantes antigênicos alterados . quando à dimensão de comprometimentos dentro do organismo: a) órgão-específicas: que se limitam a um determinado órgão durante toda a sua evolução. A alteração se dará por meios físicos. químicos ou biológicos. proteínas CD43. Anticorpos contra proteínas séricas: albumina. fatores reumatóides. Acredita-se que tanto o estresse.deposição de imunocomplexos nos glomérulos renais. especialmente de classe II. anticorpos anti-hepático/rim/microssomal. plaquetas e neutrófilos. Algumas doenças mudam o seu perfil clínico durante a sua evolução. IL-2. --. anticardiolipina. . o acúmulo de compostos tóxicos.Auto-Anticorpos na SIDA: Anticorpos contra linfócitos. auto-imunidade. glomerulonefrites -. antitireóide. DOENÇAS AUTO-IMUNES As doenças auto-imunes são classificadas em três grupos. Ex. ALTERAÇÕES TECIDUAIS LOCAIS . b) intermediárias: que apresentam importante comprometimento de um órgão. No vitiligo.Vitiligo: desordem pigmentar adquirida da melanina que se manifesta por lesões expansivas e despigmentadas da pele variáveis em tamanho e localização. por estarem em localizações especiais. Um contato ocasional provoca produção de anticorpos contra tais antígenos.LIBERAÇÃO DE AUTO-ANTÍGENO SEQÜESTRADO ANATOMICAMENTE: certos antígenos próprios não entram em contato com o sistema imunológico. b) a ligação de diversas doenças auto-imunes aos antígenos HLA.semelhança em uma seqüência de aminoácidos entre moléculas próprias e estranhas. Anticorpos contra componentes nucleares e plasmáticos: cardiolipina. os melanócitos são destruídos e o pigmento melanina não é mais produzido. DOENÇAS ÓRGÃO-ESPECÍFICAS # DOENÇAS DERMATOLÓGICAS .--.HCV: também está associada com perturbações auto-imunes. mas com possíveis manifestações em outros. incluindo moléculas do MHC. Anticorpos anti-MHC da classe II.de um antígeno previamente existente. dando origem à endoftalmia auto-imune. Muitos fragmentos de peptídeos ou agentes infecciosos são homólogos com proteínas do hospedeiro. anticorpos antinucleares. ESTIMULAÇÃO DE ANTÍGENOS ESTRANHOS QUE REAGEM CRUZADAMENTE COM ANTÍGENOS PRÓPRIOS – O MIMETISMO MOLECULAR . como lúpus eritematoso sistêmico. desenvolvimento celular alterado e migração e/ou proliferação defeituosa de melanócitos possam contribuir para a etiopatogenia em várias proporções. imunoglobulina e tireoglobulina. A adrenalite auto-imune é responsável por 60 a 70% dos casos da doença de Addison. Essa doença é a maior causa de hipotireoidismo com bócio em regiões de insuficiência de iodo.LATS). Há o tipo I ou insulino-dependente e o tipo II ou não-insulino-dependente. .Esclerose Múltipla: doença caracterizada por inflamação crônica. Há.Encefalomielite Disseminada Aguda: Esta doença ocorre tardiamente no curso de infecções virais.Diabete Melito Tipo I: é uma doença metabólica em que há deficiência ou função inadequada da insulina. O diabete melito tipo I acontece por destruição auto-imune das células do pâncreas. . monócitos/macrófagos e plaquetas. endoteliais e epiteliais.André Anjos # DOENÇAS NEFROLÓGICAS . A doença é provocada por anticorpos IgG contra domínios específicos do receptor para TSH. . ))) há o estimulador tireoidiano de longa ação (long-acting thyroid stimulator . às vezes acompanhado por oftalmopatia e dermopatia infiltrantes. sendo predominante a primeira. eicosanóides.Doenças das Supra-Renais .Anticorpos Antimucosa Gástrica: encontrados principalmente em pacientes portadores de gastrite atrófica e anemia perniciosa (absorção imperfeita de vitamina B12). Há uma falha na função das células T-supressoras específicas para tireóide.Doenças da Tireóide . Trata-se de uma IgG que aparece na doença de Graves. A encefalomielite pós-infecciosa é caracterizada por desmielinização imunomediada. catapora e rubéola. sistema de coagulação. além de metabólitos ativos do oxigênio. IgM ou IgA. . . As manifestações clínicas não aparecem até que 90% da glândula esteja destruída. # DOENÇAS NEUROLÓGICAS . # DOENÇAS ENDOCRINOLÓGICAS .Deposição de Complexos Imunes nos Glomérulos: O dano glomerular nessas doenças pode ser dividido em primário (anticorpos e células T) ou secundários (complemento.Doença de Addison: A Doença de Addison. desmielinização e gliose (cicatricial).Doença de Graves: Trata-se de um hipertireoidismo causado por bócio hiperplásico difuso hiperfuncionante. células glomerulares.Tireoidite de Hashimoto: é marcada por infiltrado inflamatório intenso de linfócitos e plasmócitos que virtualmente substituem o parênquima da tireóide. . neutrófilos.Anticorpos Anti-Membrana Basal: Os anticorpos formam depósitos lineares de imunoglobulinas na membrana basal do glomérulo renal. # DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL . Acredita-se que seja uma doença auto-imune mediada por linfócitos T. levando-a a uma hiperplasia. é uma condição rara causada por qualquer processo destrutivo no córtex adrenal.Anticorpos Antitireoidianos: Há evidências de existir mais do que um tipo desse anticorpo em seres humanos. podendo pertencer a uma das três principais classes de imunoglobulinas: IgG. também. deposição de anticorpos na membrana nos pulmões (Síndrome de Goodpasture). que é capaz de estimular a tireóide. . principalmente doenças exantemáticas como sarampo. ou insuficiência adrenocortical crônica primária. enzimas proteolíticas e numerosas citocinas). bem como de bócio não-endêmico em crianças. ELES BLOQUEIAM A AÇÃO DA ACETILCOLINA QUE NÃO GERA MAIS ESTÍMULOS À CONTRAÇÃO MUSCULAR. que são estimulados por antígenos presentes nas membranas basais glomerular e pulmonar. Esses últimos são chamados de crioglobulinas). corpo ciliar (ciclite) e do coróide (coroidite).Anemia Hemolítica Auto-Imune.Doença de Crohn: doença granulomatosa que pode afetar desde a boca até o ânus. envolvimento hepático (pericolangite e colangite esclerosante primária) e lesões de pele. tireoidite. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS: . UVEÍTE: é a inflamação combinada da íris (irite).doenças sistêmicas podem causar uveíte: artrite reumatóide. mas mais freqüentemente envolve o intestino delgado e o cólon. sacroileíte. que atuam a 37C e são IgG. policondrite recorrente. A causa mais comum é idiopática. glomerulonefrites membranosas. A uveíte causa fotofobia. liso de mucosa gástrica e camada média vascular. São elas: artrite. uveíte. DOENÇAS INTERMEDIÁRIAS SÍNDROME DE GOODPASTURE: caracterizada pelo aparecimento simultâneo de glomerulonefrite com uma pneumonia intersticial necrosante hemorrágica. progressivo e freqüentemente fatal. Há ausência de granulomas. . esclerodermia. ulcerosa. doença inflamatória intestinal e doença celíaca.Retocolite Ulcerativa: doença inflamatória. colestática.Hepatite Auto-Imune: é uma doença crônica de etiologia desconhecida.Cirrose Biliar Primária: é uma doença hepática auto-imune. que agem a 30C e são IgM. sarcoidose. artrite reumatóide juvenil. -.Doença Inflamatória Intestinal: doenças inflamatórias crônicas recidivantes.Anticorpos Anti-Hemácias (responsáveis pelos fenômenos hemolíticos naqueles indivíduos que não possuem alteração funcional intrínseca da hemácia. . que se apresenta com quadro crônico. fenômeno de Raynaud. Outras manifestações auto-imunes podem estar presentes. . Estende-se de uma maneira contínua e proximal ao reto. e os "frios". Há envolvimento descontínuo e transmural. -. A DOENÇA OCORRE POR ANTICORPOS QUE SE LIGAM AOS RECEPTORES MUSCULARES COLINÉRGICOS NA PLACA MOTORA. Acredita-se que a causa sejam anticorpos antimembrana basal. Síndrome de Sjögren. . Está associada em alguns pacientes com poliartrite migratória. desconforto ocular e borramento visual.Trombocitopenia Auto-Imune (doença decorrente da fagocitose aumentada de plaquetas pelos macrófagos.. Existem dois tipos de anticorpos: os "quentes". artrite reumatóide. nefrite e anemia hemolítica com teste de Coombs positivo. Pode haver manifestações extra-hepáticas associadas tais como Síndrome de Sjögren. sendo que as plaquetas estão sensibilizadas pela presença de auto-anticorpos em sua superfície). especialmente os antimitocondriais. .Anticorpos Antimúsculo Liso: reagem com m. . limitada ao cólon e que afeta somente a mucosa e a submucosa. espondilite anquilosante. Uma característica marcante são os autoanticorpos. DOENÇAS HEPATOBILIARES . MIASTENIA GRAVIS: DOENÇA MUSCULAR COM FRAQUEZA INTERMITENTE. tireoidite. anorexia. Outro anticorpo. crônica e multissistêmica que afeta principalmente mulheres em idade fértil e negras. leucopenia. A interação de células T do sangue periférico com os diferentes componentes da membrana sinovial reumatóide é mediada por proteínas de superfície.André Anjos DOENÇAS DAS GLÂNDULAS EXÓCRINAS . alopécia. mas o trato gastrointestinal. PDGF e TGF-. integrinas. Tal interação pode gerar estímulos mitogênicos. A fibrose é secundária à ativação anormal do sistema imunológico. esclerodactilia e teleangiectasia). AC ANTICARDIOLIPINA: AUTO-AC COM PROPRIEDADE ANTI-COAGULANTE. linfadenopatias). Todos esses auto-anticorpos são denominados de anticorpos antinucleares. linfopenia. resultantes da destruição imunomediada das glândulas salivares e lacrimais. O fator reumatóide forma-se localmente no líquido sinovial. principalmente antiDNA. outros auto-anticorpos incluem aqueles contra ribonucleoproteínas. 96% do pacientes com anticorpo anticentrômero têm a síndrome CREST (calcinose. que é um auto-anticorpo (IgM que reage com a porção Fc da IgG do indivíduo). Ocorre como uma desordem isolada (forma primária) ou mais freqüentemente associada com outras doenças autoimunes (forma secundária). tais como: seletinas.SÍNDROME DE SJÖGREN É uma doença caracterizada por olhos secos (xeroftalmia) e por boca seca (xerostomia). ao responderem a um antígeno desconhecido. anemia hemolítica. contribuindo para celularidade aumentada dentro da membrana sinovial. 80% dos pacientes possuem fator reumatóide. náuseas e perda de peso). coração. é encontrado em 22 a 36% dos pacientes com esta doença. podem aumentar o crescimento fibroblástico ou fazer up-regulation na síntese do colágeno. Diversos mediadores liberados dessas células.por glomerulonefrites. artrites e vasculites de pequenas artérias. etc. esplenomegalia. que é anticentrômero. Acredita-se que os imunocomplexos formados por estes auto-anticorpos sejam os responsáveis . histonas e antígenos nucleolares. poliartrite não erosiva. ARTRITE REUMATÓIDE É uma doença crônica multissistêmica de causa desconhecida. músculo-esqueléticas (artralgias/mialgias. como histamina. TNF-. rins. vasculite e paniculite) e hematológicas (anemia de doença crônica. ESCLERODERMIA OU ESCLEROSE SISTÊMICA (ES) Caracteriza-se pela fibrose excessiva através do corpo pela deposição excessiva de colágeno. FAN: sensível a várias doenças auto-imunes (99% para LES) e não-específico para nenhuma. fenômeno de Raynaud. DOENÇAS SISTÊMICAS LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) Doença de etiologia desconhecida. miopatia/miosite e necrose isquêmica de osso). As células T. úlceras orais. fotossensibilidade. IL-1. membros da superfamília das imunoglobulinas. deformidades nas mãos. rash discóide. heparina. Dois anticorpos antinucleares foram descritos: Um dirigido contra a topoisomerase I do DNA (específico). acumulam-se na pele e liberam citocinas que recrutam células inflamatórias. . incluindo mastócitos e macrófagos. cutâneas (rash malar. trombocitopenia. dismotilidade esofágica. Muitos auto-anticorpos são encontrados no lúpus eritematoso sistêmico. A pele é a parte mais comumente afetada. As principais manifestações clínicas são sistêmicas (fadiga. músculos e pulmões também estão freqüentemente envolvidos. bem como de proteases que podem contribuir para o dano tecidual observado na artrite reumatóide.através de deposição . . tanto celular quanto humoral. .produz DNA a partir da fita de RNA.formação de vírions que saem da célula hospedeira por brotamento. HIV – 2: período de latência mais longo.enzimas virais: 1) transcriptase reversa: atua nos momentos iniciais da replicação --. ALTERAÇÕES NOS LTCD4+ . 3) protease: maturação da partícula viral --. A infecção pelo HIV causa redução progressiva da imunidade. . aumentam os linfócito-trópicos (associado à diminuição mais rápida do nível de LTCD4+).André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA 12 . Alguns mecanismos: # morte de células infectadas pelo HIV # formação de sincícios: linfócitos passam a ser funcionalmente inexistentes # respostas imunes específicas para o HIV (destroem os linfócitos) # mecanismos auto-imunes: homologia entre algumas moléculas do HIV e o MHC II de células próprias # alterações na reposição de LTCD4+: por destruição de células imaturas e de LT de memória. SUBTIPOS DE HIV-1 * macrófago-trópicos: infectam predominantemente macrófagos e replicam-se lentamente e em baixos títulos (não-sincício-indutores).alterações quantitativas: resultam da depleção progressiva dessas células.é o maior alvo de ação de AC produzidos pelo hospedeiro.alterações qualitativas: relacionadas a defeitos funcionais intrínsecos dessas células. . Europa e América).HIV\AIDS HIV = Vírus da Imunodeficiência Humana -. ALTERAÇÕES NOS LTCD8+ . dendríticas) e. através de alterações nas células e mecanismos do sistema imune. 2) integrase (endonuclease): insere o DNA complementar viral no DNA do hospedeiro.inicialmente há linfocitose CD8+: reflexo de uma expansão clonal de CD8+ específicos para o HIV + substituição de CD4+ perdidos.2 tipos de HIV HIV – 1: principal causador de SIDA (principalmente África Central.são as células mais alteradas pelo HIV.envelopado --. No início da infecção predominam os macrófago-trópicos (e céls.doença em progressão: diminuição do número e função de CD8+ secundário às alterações nos sinais que seriam emitidos pelos LTCD4+.gp 120 (principal gp do envelope) contém um sítio de ligação para receptores celulares --. ESTRUTURA DO HIV . com a progressão.Subfamília dos Lentivírus (vírus lentos = grande período de latência) -. .vírus RNA .Família dos RETROVÍRUS --. menor taxa de transmissão vertical. * linfócito-trópicos: infectam predominantemente linfócitos e reproduzem-se mais rápido e em altos títulos (sincício-indutores). em média.. anti-neutrófilos.podem fagocitar complexos HIV-AC livres . 10 anos.perdem sua função devido à redução no auxílio de citocinas provenientes dos LT. doença renal e vasculites associadas ao HIV). CURSO CLÍNICO DA INFECÇÃO PELO HIV 1) SÍNDROME RETROVIRAL AGUDA .podem ser infectados diretamente pelo HIV .LTCD4+ < 200\μL (portadores do HIV com SIDA) .manifestações clínicas de doenças oportunistas.LTCD4+ < 50\μL . .LTCD4+ entre 200 e 500\μL.indivíduos morrem por complicações relacionadas à SIDA (oportunistas) .. ALTERAÇÕES AUTO-IMUNES . 4) PERÍODO SINTOMÁTICO TARDIO . constituindo-se em importante reservatório para o HIV e principal mecanismo de disseminação para o SNC.sintomas de virose comum.↓linfócitos totais (posteriormente. 3) PERÍODO SINTOMÁTICO INICIAL .formação de AC anti-plaquetas.podem fagocitar células infectadas .formação de imunocomplexos que podem depositar-se (artralgia. NÃO MICROBIOLÓGICA).André Anjos ALTERAÇÕES NOS LINFÓCITOS B . anti-linfócitos. ↓CD4+ e ↑CD8+) . duram de 1 a 3 semanas. . auto-anticorpos e imunocomplexos circulantes.formação de AC anti-HIV que contenham reação cruzada com MHC .há uma hiperatividade generalizada dos LB devido ao recebimento de sinais inadequados dos LT --.4-12 semanas após a contaminação: SOROCONVERSÃO (identifica-se anti-HIV no soro do paciente). . .são muito resistentes à ação citopática do vírus. 2) LATÊNCIA CLÍNICA .o vírus permanece replicando-se (principalmente nos agregados linfóides) e há depleção contínua de LTCD4+.presença de alta concentração de HIV no sangue .entre 3-6 semanas após a infecção .encontra-se hipergamaglobulinemia (aumento desordenado na proliferação e secreção de Igs). .assintomático (pode haver linfadenopatia persistente).50-70% dos indivíduos infectados ..doenças oportunistas causadas por agentes menos virulentos (que dificilmente causam doença em imunocompetentes) e neoplasias. (HÁ LATÊNCIA CLÍNICA.dura. desaparecem espontaneamente (resposta imune eficaz) . ALTERAÇÕES NOS MACRÓFAGOS . 5) INFECÇÃO AVANÇADA . mialgia. fluido vaginal.estágio avançado de doença . pois a exposição repetida ao HIV aumenta a carga viral e leva a um curso mais rápido e agressivo da doença. Maior risco de transmissão: . Pneumocystis carinii Fungos Cryptococcus neoformans Candida spp. Varicella zoster Tumores Sarcoma de Kaposi Linfoma de Burkitt Linfoma primário do cérebro Doença de Hodgkin . suor. Microsporidium spp. Mycobacterium tuberculosis Bactérias Mycobacterium avium Salmonella spp. --.cesariana e não-aleitamento para as gestantes infectadas .Transmissão vertical: pode ocorrer em diversos momentos: .no momento do parto (via mais comum) . --.durante a gestação = transmissão transplacentária . Histoplasma capsulatum Coccidiodes immitis Herpes simplex Vírus Cytomegalovirus spp. lágrima.a presença de DSTs (principalmente as que se apresentam com úlceras genitais) aumenta a suscetibilidade à infecção pelo HIV. Parasitas Cryptosporidium spp.o HIV encontra-se livre ou no interior de células mononucleares . mas não a eliminam. através do sangue ou verticalmente. saliva. O HIV transmite-se sexualmente.técnicas adequadas de punção e coleta (profissionais da saúde) . * Prevenção: .Transmissão sexual: .comportamento sexual seguro .uso de seringas e agulhas descartáveis . Leishmania spp.tratamento de DSTs .após o parto = aleitamento A prevenção deve ser feita mesmo pelos indivíduos já contaminados.ARVs em gestantes infectados e ao RN Infecções Oportunistas Toxoplasma spp. esperma.triagem e processamento de sangue doado .André Anjos TESTES PARA DIAGNÓSTICO DE HIV # ELISA: muito sensível – usado para triagem diagnóstica # Western Blot (Imuno Blot): específico – usado para confirmação diagnóstica O HIV está presente em diversos fluidos corporais: sangue.indivíduos recentemente infectados possuem maior carga viral Drogas anti-retrovirais (ARV): diminuem a carga viral e a transmissibilidade. TH2 > TH1 ---.lesão infectante !!! . insuficiência aórtica. estenose coronariana) .usualmente adquirida por contato sexual com um indivíduo infectado (sífilis adquirida) ou por transmissão transplacentária (sífilis congênita).surge no local da inoculação devido à alta concentração de espiroquetas (geralmente genital).ativam resposta imune inata (macrófagos).contra antígenos de reação cruzada com moléculas do hospedeiro (base para os testes sorológicos não-treponêmicos \ anti-cardiolipina . principalmente por via sangüínea). * CONGÊNITA: precoce (até o 2º ano) ou tardia (após o 2º ano).lesões cutâneas.VDRL). anticorpos circulantes: --. . SÍFILIS LATENTE . mas são insuficientes para eliminar as espiroquetas. . . . lesão ulcerada única. alterações ósseas\dentárias.até os primeiros 4 anos podem haver episódios de sífilis secundária.linfócitos T + macrófagos + plasmócitos .forma benigna = goma sifilítica (pele. mas de forma ineficaz no controle da doença. IMUNOPATOGÊNESE SÍFILIS PRIMÁRIA P. SÍFILIS SECUNDÁRIA . .4-10 semanas após o aparecimento do cancro.resposta TH1 --. .lipoproteínas da membrana externa das bactérias --. lesões de mucosas e sintomas sistêmicos.há novamente predomínio de TH1. .vasculite e trombose no SNC. indolor.Há. aumenta a produção de AC . subcutâneo. ossos e vísceras) .6-7 semanas: desaparece espontaneamente . também.50% dos indivíduos infectados por DST são assintomáticos.: 10-90 dias . . hepatoesplenomegalia.erupções cutâneas simétricas e difusas. que passa a ser do tipo Th2.contra antígenos treponema-específicos (base para os testes sorológicos treponêmicos FTA-ABS).As DSTs são mais comuns em mulheres.I.dura de 3 a 12 semanas. demência) --.mantém algumas espiroquetas vivas SÍFILIS TERCIÁRIA \ TARDIA .O T.neurosífilis (tabes dorsalis.cancro duro: manifestação clínica mais comum da sífilis primária. SÍFILIS (LUES) Agente etiológico: espiroqueta Treponema pallidum.André Anjos DSTs . --.1 a 30 anos (continua infectante. . ------. pallidum induz RH tipo tardia (celular) . . .diminuição da capacidade de produção de citocinas.mudança na resposta.forma cardiovascular (aneurisma. .as respostas humorais do hospedeiro podem prevenir a formação do cancro na sífilis secundária. endurecida . .infartamento ganglionar satélite (bubão sifilítico). viremia e disseminação visceral podem se desenvolver dependendo da competência imunológica do hospedeiro. . e a conjuntiva.André Anjos GONORRÉIA Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram-negativo).no local da infecção da mucosa: intensa inflamação caracterizada por eritema.gonococos são capazes de sobreviver na uretra – forte adesão às células epiteliais.: homens: 4-7 dias mulheres: variável (60-80% são assintomáticas) .infecta células epiteliais colunares da endocérvice (mulheres) e uretra (homens).I. .causa linfadenopatia (pode haver supuração).produz formas infectantes que afetam as células epiteliais vizinhas.replicação em células epiteliais (pele ou mucosas) → lise celular → inflamação local → vesículas características cm base eritematosa. IL-6). CLÍNICA P. . 31.infectam tecidos epiteliais cutâneos e mucosos do trato anogenital. ducreyi envolve a destruição da bactéria por fagocitose.o HPV promove grande estímulo ao SI --.dano tecidual causado por citocinas pró-inflamatórias (TGF-B. . 45)) e os de baixo risco (induzem apenas condilomas genitais benignos – HPV 6 e 11). sugerindo a ocorrência de variações antigênicas freqüentes. das mãos e dos pés. .dor pélvica.sangramento\hiperemia vaginal LINFOGRANULOMA VENÉREO Agente etiológico: Chlamydia trachomatis (bactéria intracelular obrigatória) .formação de microabscessos e exsudação de material purulento. 33.2 subtipos virais infectam o trato genital: de alto risco (associados com o desenvolvimento de câncer anogenital.escapam da resposta imune inata (neutrófilos) . .: 4-6 dias .associação com o câncer de colo uterino.Outros sítios de infecção incluem o reto. HERPES GENITAL Agente etiológico: HSV . .P. 18. edema e secreção = cervicite mucopurulenta na mulher e uretrite não-gonocócica no homem. IMUNOPATOGÊNESE . sem haver latência em linfonodos. CONDILOMA ACUMINADO (DST viral mais freqüente no mundo) Agente etiológico: papilomavirus humano (HPV) (vírus de DNA) .após o aparecimento de uma úlcera local há a ascendência da bactéria (via linfática) --. . CANCRÓIDE Agente etiológico: Haemophilus ducreyi (bactéria gram-negativa) . a faringe. .desenvolvimento de úlceras na genitália externa.dano à mucosa epitelial + invasão à submucosa = quimiotaxia ---.infecta primariamente as células epiteliais colunares das superfícies mucosas (causando uretrite nos homens e endocervicite\uretrite nas mulheres). polaciúria . TNF. . IMUNOPATOGÊNESE .um importante mecanismo de defesa inato do hospedeiro contra H. disúria.I.induz liberação de citocinas e outros fatores que estimulam a proliferação celular --. . . incluindo os de cérvice – HPV 16.o sistema imune consegue eliminar a infecção mas não forma memória contra a bactéria. IMUNOPATOGÊNESE .indivíduos podem ter infecções repetidas com a mesma cepa de gonococo.secreção purulenta . Muitos indivíduos apresentam "anticorpos naturais" contra antígenos sangüíneos (mesmo sem nunca terem recebido sangue ou hemoderivados). ativação do complemento e liberação de citocinas.André Anjos MONITORIA – IMUNO-HEMATOLOGIA DOENÇAS IMUNO-MEDIADAS As células sangüíneas estão sujeitas a transtornos imuno-mediados. trombocitopenia auto-imune e aplasia de medula. (b) testes cruzados e (c) teste de Coombs. Esses são chamados doadores universais. Elas incluem as reações transfusionais e a doença hemolítica do recém-nascido. ))) anticorpos frios (crioglobulinas) apresentam atividade máxima em temperaturas mais baixas que as fisiológicas.por esse motivo são receptores universais. Isto é explicado pelo fato de os determinantes antigênicos de alguns grupos sangüíneos estarem presentes também em bactérias e outros antígenos comuns no ambiente. pesquisa-se a existência de anticorpos anti-hemácias. . # Coombs direto: serve para identificar a presença de imunocomplexos nas hemácias do paciente. ))) anticorpos quentes apresentam atividade máxima na temperatura normal dos fluidos corporais .: DHRN. # desordens aloimunes: consistem em reações contra antígenos exógenos inoculados no indivíduo. pesquisa-se a ocorrência de aglutinação ao contato dos sangues do receptor e do doador. GRUPOS SANGÜÍNEOS . sua concentração e propriedades imunológicas.Típica dos sistemas antigênicos menores. . hipotensão.Indivíduos do grupo O não possuem antígeno A nem B. b) Nos testes cruzados. Na fisiopatologia das doenças imunomediadas. coagulação intravascular disseminada e insuficiência renal por hemólise. hemoglobinúria. Pode culminar em morte. c) No teste de Coombs. a) A tipagem fenotípica é feita de rotina apenas para os grupos ABO e Rh. os anticorpos e o complemento detêm um papel importante. Nesse grupo encontram-se a anemia hemolítica. diátese hemorrágica e oligúria. são feitos testes prétransfusionais: (a) tipagem fenotípica. Ex. Ex. . com choque. portanto.Na hemólise intravascular (imediatamente após a transfusão) pode haver febre. não produzem anticorpos anti-A nem anti-B . agitação. mas formam anticorpos antiA e anti-B. cefaléia. ou teste anti-globulina humana. só podendo receber hemácias de seu próprio grupo.Indivíduos com sangue tipo AB apresentam os antígenos A e B e. REAÇÕES TRANSFUSIONAIS . de forma que as . e costumam ser da classe IgM. Para evitar reações desencadeadas pelos grupos sangüíneos. a hemólise extravascular ocorre quando a ligação de anticorpos à membrana celular não leva à lise pelo complemento. . # desordens induzidas por drogas: como anemias e outras citopenias.: anemia. pois não possuem antígenos do grupo ABO.e geralmente são da classe IgG.anticorpos induzem a destruição de células sangüíneas em função da estrutura da imunoglobulina. náuseas. dispnéia. # desordens auto-imunes: ativação do sistema imune contra antígenos próprios. # Coombs indireto: permite identificar anticorpos para antígenos sangüíneos no soro do paciente. eritema. dor torácica. são causadas pela ação de substâncias químicas. Costuma surgir 5 a 10 dias após a transfusão. e pode permanecer assim mesmo após a retirada do fármaco e a regressão clínica da hemólise.o teste de Coombs direto é positivo (pois há imunocomplexos nas hemácias) e o indireto é negativo (porque não há anticorpos específicos para antígenos da hemácia. # profilaxia através da administração.hemácias recobertas por anticorpos ou por complemento são removidas da circulação por células do sistema retículo-endotelial. DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO . ))) Outra forma de indução de hemólise por drogas.anemia hemolítica auto-imune há auto-anticorpos anti-hemácias.fetos Rh positivos A aloimunização prévia pelo antígeno Rh leva à formação de anticorpos maternos do tipo IgG que atravessam a barreira placentária e causam hemólise no feto.neutropenia auto-imune pode ser resultado de um processo primário ou ser secundária a outra doença auto-imune. . próximo ao parto. Na hemólise extravascular há hiperbilirrubinemia.O teste de Coombs direto é negativo e o teste de Coombs indireto é positivo. DOENÇAS AUTO-IMUNES . Essa produção de anticorpos pode ser primária ou secundária (fatores que predispõem à formação de auto-anticorpos. como infecções. doenças auto-imunes e infecções virais). doenças do tecido conjuntivo. marcada reticulocitose e eritroblastose. . --. Assim há destruição da hemácia por citotoxicidade dependente de anticorpo. icterícia progressiva (que pode evoluir para a Síndrome de kernicterus). como a que se observa com o uso de metildopa (anti-hipertensivo).: penicilina. Geralmente se manifesta com infecções recorrentes. hepatoesplenomegalia. Além dos sinais e sintomas de anemia.agressão auto-imune às plaquetas: púrpura trombocitopênica idiopática e a trombocitopenia imunológica associada a doenças (neoplasias. * tríade de anemia. os pacientes com anemia hemolítica podem ter linfadenopatia. levando às síndromes de anemia hemolítica e trombocitopenia induzida por drogas.gestantes Rh negativas . e sim para antígenos exógenos). de imunoglobulina anti-Rh. ter início insidioso e ser assintomática em um terço das vezes. antibióticos (sulfonamidas). elevação dos níveis séricos de desidrogenase láctica e queda no hematócrito. . antipsicóticos (fenotiazinas) e antimaláricos (quinina e quinidina) --. neoplasias e drogas). que causa bloqueio antigênico e impede a ativação do sistema imune materno. O recém-nascido com doença hemolítica tem anemia. febre e história de transfusão de sangue. mas os pacientes podem ser assintomáticos. DOENÇAS INDUZIDAS POR DROGAS Drogas podem mediar a destruição imunológica de hemácias e de plaquetas. Ex. levodopa (antiparkinsoniano) e ácido mefenâmico (antiinflamatório) é a interferência nos processos imunorregulatórios que suprimem a formação de auto-anticorpos. . hepatoesplenomegalia. hiperbilirrubinemia indireta e reticulocitose. mucosas descoradas. Clinicamente pode haver síndrome nefrótica. ))) achados clínicos em comum: febre. formando imunoglobulina monoclonal. . . fenômeno de Raynaud. O paciente costuma manifestar dor óssea. sofrendo então malignização. equimoses. hipercalcemia ou amiloidose. infecções. pode haver pancitopenia que manifesta-se por palidez. fatigabilidade.mieloma múltiplo: há a proliferação neoplásica de um único clone de plasmócitos. dor. Havendo envolvimento de medula óssea. levando a anemia. angina.crioglobulinemia: há produção de imunoglobulinas que precipitam quando há redução da temperatura. dispnéia progressiva. taquicardia. Como resultado da proliferação das células imaturas (blastos). síndrome do túnel do carpo e neuropatia periférica. fatigabilidade.amiloidose primária: consiste na deposição da porção variável da cadeia leve de uma imunoglobulina monoclonal.André Anjos NEOPLASIAS DAS CÉLULAS IMUNOLÓGICAS Assim como outras células humanas. Também pode haver infiltração meníngea. de forma que o número de hemácias. infecções e febre sem sítio de origem evidente. há um desequilíbrio na medula óssea. insuficiência cardíaca congestiva. perda de peso. aumento de estruturas linfóides (linfonodos e baço). sudorese noturna. hipercalcemia e insuficiência renal. Geralmente. podendo causar lesões osteolíticas. LINFOMAS Os linfomas são neoplasias das células T e B (linfomas não-Hodgkin) e das células de Reed-Sternberg (Doença de Hodgkin). sintomas de insuficiência renal. púrpura e infecções. LEUCEMIAS As leucemias são neoplasias originadas em precursores de células das linhas mielóide e linfóide. petéquias. sopro cardíaco hiperdinâmico. PATOLOGIAS DOS PLASMÓCITOS . as células imunológicas também podem sofrer mutações que ativam oncogenes e reprimem anti-oncogenes. apresentam-se como adenomegalias ou massas retroperitoneais. Os pacientes com crioglobulinemia expostos ao frio podem apresentar púrpura. . anemia. plaquetas e leucócitos diminui. hipotensão postural. e mesmo ulcerações na pele. Esse clone prolifera na medula óssea. --.sua reexpressão por células tumorais ou a sua expressão em uma quantidade muito maior que o habitual poderia resultar numa indução de uma resposta imune específica.IMUNOLOGIA DOS TUMORES Sistema Imune: .são componentes encontrados normalmente nas células do organismo durante o período fetal e embrionário ou em pequenas quantidades na vida adulta. . a célula sofre apoptose.o tumor maligno.no caso de não ser possível reparar o DNA. . .principais células de defesa contra tumores: linfócito T citotóxico e célula NK (célula LAK – célula NK superativada com IL-2).leva à eliminação das células neoplásicas e à geração de linfócitos T de memória. do TGI e de células germinativas.: leucemia linfoblástica → antígeno CALLA ou CD10 (normalmente expresso pelos progenitores dos linfócitos B).André Anjos IMUNOLOGIA MONITORIA EXTRA .-fetoproteína: globulina normalmente secretada pelo fígado fetal e pelas células do saco vitelínico. .é capaz de reconhecer como estranhas as estruturas aberrantes que podem surgir no decorrer de nossa vida (por exemplo células neoplásicas ou tecidos transplantados). originadas após várias mitoses com acúmulo de erros de DNA. HETEROGENEIDADE GENÉTICA TUMORAL . capazes de reconhecer o mesmo antígeno por ocasião de um reencontro. . ANTÍGENOS ASSOCIADOS AOS TUMORES . .destrói agentes potencialmente lesivos para nosso organismo. em uma única célula. * Existem antígenos tumorais específicos que estão presentes somente em células neoplásicas e se constituem no alvo ideal para o ataque imunológico → ainda em fase de estudos.sobre oncogenes (genes ativadores).antígeno cárcino-embrionário (CEA): glicoproteína encontrada no intestino fetal e nas células tumorais do câncer de cólon humano.vigilância imunológica: funciona através da ativação da resposta imune celular contra estes antígenos (células alteradas). Se a célula alterada conseguir escapar desses mecanismos inicias: . é na prática composto por diversos tipos geneticamente diferentes de células. por mais que tenha uma origem clonal. . está presente no soro de pacientes com tumores de fígado.ou sobre genes supressores (anti-oncogenes).sistemas enzimáticos reparadores do DNA. . sendo usada como um marcador da evolução da doença. VIGILÂNCIA IMUNOLÓGICA # primeiros mecanismos de defesa contra o desenvolvimento de erros genéticos: . CARCINOGÊNESE Surgimento dos tumores está associado a um processo de acúmulo progressivo de mutações: . Ex. . mama e estômago) e outros tipos de câncer (tireóide). indicando doença mais agressiva e mais resistente ao tratamento. doenças pleuro-pulmonares. gestação no 1º trimestre. ESCAPE TUMORAL . . diverticulite e algumas doenças hepáticas). o CEA sérico cai para níveis da normalidade. muitas vezes ainda sem evidência clínica.AUMENTO DE MOLÉCULAS INIBITÓRIAS. . doença hepática crônica.A reelevação dos níveis de PSA antes dos primeiros 6 meses de tratamento tem importância prognóstica. quando a doença é ressecada completamente.pode estar elevado em uma série de adenocarcinomas (pulmão. . costuma estar presente nos pacientes com carcinoma embrionário de testículo e coriocarcinoma. # CEA: presente em câncer colorretal em fases mais tardias.pode estar presente em situações benignas: cistos ovarianos benignos.MARCADORES TUMORAIS MARCADOR TUMOR PSA (antígeno prostático específico) Carcinoma de próstata LCA / anti-CD45 (antígeno leucocitário comum) Linfomas CEA (antígeno cárcino-embrionário) Carcinomas Proteína S-100 Melanomas Tumores germinativos -fetoproteína Tumores do TGI # PSA (antígeno prostático específico): vem sendo empregado no rastreio do carcinoma de próstata junto com o toque retal anual após os 40 anos de idade.POUCA EXPRESSÃO DE AG TUMORAIS.AUSÊNCIA DE MOLÉCULAS CO-ESTIMULATÓRIAS. . menstruação. # -HCG (subunidade da gonadotrofina coriônica humana): principal marcador sérico de gestação. . . a presença de uma curva ascendente nos valores dosados costuma ser uma indicação importante de recidiva da doença.PRESENÇA DE LIGANTE FAS ---. Após o tratamento. Se medido periodicamente.INDUÇÃO DE APOPTOSE DE LINFÓCITOS .pode ter elevações modestas em algumas situações benignas (bronquite. .deve ser medido antes da colectomia e após. periodicamente. .HETEROGENEIDADE GENÉTICA TUMORAL. pâncreas. # CA-125: é o marcador para carcinoma de ovário e TGU.