Resenha Anna Rachel Machado.pdf

April 2, 2018 | Author: Thaís Mendonça | Category: Science, Learning, Science (General), Science And Technology, Philosophical Science


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Anna Rachel Machado [coordenação] Eliane Lousada Lília Santos Abreu-Tardelli Resenha E ditor : Marcos Marcionilo C apa e Projeto G rAfico : Andréia Custódio C onselho E ditorial Ana Stahl Zilles [Unisinos] Carlos Alberto Faraco [UFPR] Egon de Oliveira Rangel [PUCSP] Gilvan Muller de Oliveira [UFSC, Ipol] Flenrique M onteagudo [Universidade de Santiago de Compostela] José Carlos Sebe Bom Meihy [NEHO/USP] Kanavillil Rajagopalan [Unicamp] Marcos Bagno [UnB] Maria Marta Pereira Scherre [UFRJ, UnB] Rachel Gazolla de Andrade [PUC-SP] Salma Tannus Muchail [PUC-SP] Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnB] (IP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M129r Machado, Anna Rachel, 1943- Resenha / Anna Rachel M achado, Ellane Gouvèa Lousada, Lília Santos Abreu-Tardelll. - São Pa u lo: Parábola Editorial, 2004 (Leitura e produção de textos técnicos e acadêm icos; 2) ISBN 978-85-88456- 30-3 1. Elaboração de resenha - Técnica - Resumos - Redação. I. Lousada, Eliane Gouvêa, 1964-, II. Abreu-Tardelli, Lília Santos, 1969-. III.TItulo. IV. Série. 04-2444. CDD 808.066 CDU 001.814 Direitos reservados à PARÁBOLA EDITORIAL Rua Sussuarana, 216 - Ipiranga 04281-070 São Paulo, SP Fone: [11] 5061-9262 | Fax: [11] 5061-1522 home page: www.parabolaeditorial.com .br e-mail: [email protected] Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrónico ou me­ cânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão por escrito da Paráboia Editorial Ltda. ISBN: 978-85-88456-30-3 (antigo: 85-88456-30-3) 5a reimpressão, março de 2008 © da edição: Parábola Editorial, São Paulo, outubro de 2004 . . . H á quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir m ais além da leitura, fic a m p eg ad os à pág in a, não perce­ bem que as palav ras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão a li é p a r a que possam os chegar à outra margem , a outra m argem é que importa, A não ser, A não ser, quê, A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada p essoa que lê seja, ela, a sua própria m argem , e que seja sua e apenas sua, a m argem a que terá de chegar. José Saramago, A Caverna, Companhia das Letras, p. 77. Sumário 9 Apresentação: Leitura e Produção de Textos Técnicos e Acadêmicos E gon R an g el 13 Introdução SEÇÃO 1 15 Diferenciando resumo e resenha na mídia SEÇÃO 2 21 As resenhas em diferentes situações de produção SEÇÃO 3 33 O plano global de uma resenha acadêmica (prototípica) SEÇÃO 4 47 Os mecanismos de conexão: o uso dos organizadores textuais SEÇÃO 5 51 A expressão da subjetividade do autor da resenha SEÇÃO 6 55 Procedimentos de inserção de vozes: diferentes for­ mas de menção ao dizer do autor do texto resenhado e de outros autores SEÇÃO 7 63 O diário de leitura: ferramenta para uma leitura crítica do texto SEÇÃO 8 77 A compreensão global do texto a ser resenhado SEÇÃO 9 87 Elabore sua resenha SEÇÃO 10 89 Avalie você mesmo 91 Anexos 108 Bibliografia para consulta RESENHA 7 ------------------------------------------------------------------------------------- APRESENTAÇÃO Leitura e Produção de Textos Técnicos e Acadêmicos E g o n d e O l iv e ir a R a n g e l Professor do Departamento de Linguística da P U C -SP Membro do Comité Assessor da Secretaria de Educação Superior (SE Su). um de seu famosos escritos, o grande escritor argentino Jorge Luis N Borges1 nos lembra que o livro é como o rio de Heráclito: um curso fluido, tão diferente de si mesmo a cada momento quanto nós mesmos, que, a cada vez que o adentramos, somos outros. Esta é a imagem que me ocorre, ao perceber que toda esta coleção compõe um só livro, em que cada volume figura como um capítulo. E talvez por aproveitar ao máximo esse caráter fluido dos livros, constitui um verdadeiro curso. Não só porque suas águas levam a bons destinos, mas também porque, volume após volume, o leitor terá cursado um eficiente programa de leitura e produção de textos, fundamental para o seu bom desempenho na escola, na universidade ou mesmo na empresa. Mas, assim como não é preciso estar na nascente ou na foz para estar legitimamente dentro do rio, não é preciso “começar do começo” a leitura deste livro-coleção para aprender — e muito — com ele. Em qualquer dos pontos, podemos nos banhar neste curso, beber suas águas, nelas navegar. E o que é melhor: também podemos cursá- lo sem qualquer matrícula. Entretanto, o interesse e a originalidade desta coleção vão muito além. Os livros são claramente didáticos, em seus propósitos, na metodologia de ensino/aprendizagem com que trabalham, nos conteúdos que abordam, nas recomendações ao professor que os utilizar. Mas não são escolares, tampouco são “livros didáticos”: não foram 1 B orges, Jorge Luis. “O Livro”. In: ___ . Cinco visões pessoais. 2. ed. Brasília, Ed. da Universidade de Brasília, 1987. (Itinerários, 19) RESENHA 9 . E saber que propósito é esse orienta o trabalho. mas sim de entender claramente o que está em jogo na escrita que se pratica. mas para ensinar a fa { e r esse algo. Como se faz a leitura ao mesmo tempo compreensiva e crítica de um texto? No caso da escola e da universidade. organizadas não para “transmitir informações sobre algo”. E podem até ser muito bem aproveitados por aqueles que já não estão na escola. mesmo que saborosa: antes. Assim. ele é habilmente conduzido ao seu destino final. Afinal. mesmo quando não nos damos conta disso. no âmbito específico do gênero do discurso a que é consagrado. um praticante. ■ E m rela çã o a que objetiv os um a resen ha p o d e ser con siderada b o a ? E então (re)descobrimos que sempre escrevemos com um propósito definido. Assim. como se produz adequadamente um resumo. se valem de estratégias específicas.. em uma série determinada. praticar. tão logo se aproprie do know-how. Com base nesse conhecimento prévio devidamente organizado. E a melhor forma de ensinar/aprender uma prática é . um ensaio? Cada “capítulo” desta coleção responde com empenho a esse tipo de perguntas. cada volume exercita com o seu leitor/praticante as situações e condições em que a escrita de textos desse 10 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI .pensados para a disciplina Tal. portanto. interessado em aperfeiçoar-se num artesanato que. uma resenha. ler e escrever são duas práticas. uma resposta. Para ajudar o praticante a chegar lá . não dá uma receita única. mais que leitor ou aluno. distinguir os mais relevantes. E lembrá-las com precisão é meio caminho andado. E aí nos deparamos com uma outra originalidade: cada pequeno volume é também uma oficina. E neste caso. um relatório. o conhecimento intuitivo que o leitor já tem do assunto é imediatamente mobilizado: ■ A final. em maior ou menor grau. estreitamente articuladas entre si. uma questão de gosto. o que é um a boa resenha? Todos temos algumas idéias dispersas a respeito. um conjunto de p ráticas. em cada volume. um artigo. do curso Tal Outro. dizer se o texto produzido é bom ou não implica em estabelecer critérios. mas continuam empenhados em aprender. ■ Com que critérios podem os av aliá-los? Sim. por exemplo. ensina uma forma de fazer. já lhe é familiar. Não é. nada é mais adequado. Se o que está em questão é a resenha. o leitor dessa coleção será. E responde também de uma forma original: não formula. abre ao praticante todas as outras possibilidades que o “seu próprio jeito de fazer” for capaz de revelar. Passo a passo. ou seja. as autoras. pro­ priamente. o leitor é instigado. Ainda assim. uma vez que elas serão as responsáveis por tudo o que aquele texto. ou seja. a perguntar-se sobre as etapas de produção. de único. Em seguida. começa a ser ensinada. articulando o que já aprendeu com as lições que cada situação nova sempre nos dá. Novamente. e aprende porque não só pratica. apenas na medida do necessário para organizar um quadro eficaz de inform ações sobre. mas reflete sobre o que pratica. ele já está envolvido. construindo com o leitor um saber teórico já orientado para a prática de leitura e produção de textos em que. o leitor pratica o que lê. E mais uma vez o leitor pratica e organiza o saber necessário ao fazer. tem de particular. E só então os conceitos envolvidos. Assim. o conhecimento intuitivo que o leitor já tem é chamado a articular-se com o que as teorias do discurso e do texto já podem dizer de útil a respeito. E então estará pronto para ensaiar modos próprios de escrevê-los. as estratégias discursivas. a esta altura. por meio de novas atividades. lido ou redigido. os recursos e os mecanismos de construção do texto que estão implicados numa boa resenha (ou resumo. dominará o essencial dos gêneros que praticou. Que mais poderíamos pretender de uma coleção que se chama Leitura e Produção de Textos Técnicos e Acadêmicos? RESENHA 11 . de volume em volume.gênero se dá. a metalinguagem técnica sempre precisa e atualizada. Ao final do percurso. de gênero em gênero.). artigo etc. acredita-se que o mero ensino da organização global mais comum do gênero seja suficiente para que o aluno chegue a um bom texto. correndo até o risco de ver seu texto rejeitado. que não chegaram a aprender. Entretanto. mas queremos apontar aqui apenas uma delas. sabemos das dificuldades de profissionais de diferentes áreas que se defrontam com sérios problemas em seu trabalho. A complexidade característica dos gêneros exige que sejam desenvolvidas múltiplas capacidades que vão muito além da mera organização ou do uso das normas gramaticais do português padrão. é com o objetivo de suprir a falta de material didático para a leitura e a produção desses gêneros específicos que essa coleção foi concebida. da produção de resumos escolares. que nos parece poder ser enfrentada. Do mesmo modo. de projetos de pesquisa e artigos científicos. que é a falta de ensino sistemátjco desses gêneros. Por exemplo. as recentes pesquisas da área mostram-nos que não é bem assim. orientado por um material didático adequado. mesmo o melhor dos escritores de ficção pode ficar paralisado diante da necessidade de ter de escrever um artigo científico para uma revista especializada em determinada área das ciências humanas. Outras vezes. Assim. por exemplo. de relatórios. O primeiro deles tratou do RESENHA 13 . por não atender as normas que vigoram nessa comunidade científica. organizar globalmente um texto em sua forma canónica é apenas um dos procedimentos necessários para che­ garmos a uma produção adequada. intuitivamente. com muito esforço. de resenhas críticas. As causas dessas dificuldades são inúmeras. dentre outros. quando este lhes exige capaci­ dades de leitura e produção de textos específicos. os alunos são cobrados por aquilo que nunca lhes é ensinado. nos permitiria produzir de forma adequada textos de qualquer espécie.Introdução omos movidas a iniciar a coleção “Leitura e Produção de Textos F Técnicos e Acadêmicos” pela constatação das crescentes dificuldades que os alunos dos cursos de graduação e até mesmo de mestrado e de doutorado encontram. quando se defrontam com a necessidade de pro­ duzir textos pertencentes a gêneros da esfera tipicamente escolar e /o u da científica. Este é o caso. que. Na maioria das vezes. Por outro lado. subsiste a crença de que há uma capacidade geral para a escrita. tendo de aprender por conta própria. Frequentemente. se bem desenvolvida. desde a identificação inicial de seu contexto de produção e recepção até a sua avaliação e revisão final. sua organização global. Com base no desenvolvimento individual de cada aluno e nas discussões em sala de aula. conseguimos abranger grande parte dos procedimentos envolvidos em sua leitura e produção. traz um material referente à leitura e produção do que chamamos de Resenha. tragam comentários do resenhista não apenas sobre os conteúdos. Ao escolher esse gênero para ser o segundo de nossa coleção. sobre seu contexto de produção e recepção. para que essa aprendiza­ gem se consolide e se amplie. além disso. o segundo. Depois das seções. ele é constantemente pedido aos alunos por professores das mais diversas disciplinas. Entretanto. e que exige que os textos que a ele pertençam tragam as informações centrais sobre os conteúdos e sobre outros aspectos de outro(s) texto(s) lido(s) — como por exemplo. suas relações com outros textos etc. não as julgamos milagrosas e suficientes. ficando a cargo do professor e /o u do estudioso solitário avaliar a pertinência de outras que possam surgir. apresentamos os objetivos a serem atingidos. por exemplo. como sugestão de aprofundamento teórico do estudo desenvolvido. — . As atividades que propomos para o desenvolvimento das capacidades necessárias para a leitura e produção de resenhas baseiam-se nas mais recentes pesquisas sobre o ensino-aprendizagem de leitura e produção de textos e sobre as características desse gênero. Nas escolas de ensino fundamental e médio e na universidade. Este. Esse é um gênero que pode ser chamado por outros nomes. apresentamos uma pequena bibliografia especializada sobre resenha. Fechando o volume.Resumo. Em cada seção. Com isso. Acreditamos que as atividades propostas podem contribuir para o trabalho do pro­ fessor e ajudar o aluno a conhecer melhor esse gênero e a produzi-lo adequadamente. detectadas a partir de análises feitas por nós e por outros especialistas. mas também sobre todos esses outros aspectos. as atividades a serem desenvolvidas por alunos dirigidos por um professor ou mesmo por profissionais que estudem de forma individual e ainda sugestões de outras atividades para a continuidade e /o u o aprofundamento das questões trabalhadas. como resenha crítica. fornecemos todas as respostas. e que. alunos e professores podem — e devem — criar outras atividades semelhantes. Algumas delas devem ser consideradas apenas como uma possível alternativa correta. As A uto ras 14 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . assumimos que ele é muito utilizado tanto em diferentes atividades acadêmicas quanto em diferentes atividades pro­ fissionais. Senna Ayrlon orde da nington aterra. e esmo o so pikJÍo na RESUMO DO CA P ITU L01: vam.------------------------------------------------------------------------------------------------. Lembro que infância. onde conquistou h o je jé íto je ”. únó uns tapinhas e falei para ela: é a Lotu^s nas fórmulas europeias. Outros. leia os textos abaixo e responda as questões que vêm a seguir. I números tipos de textos se caracterizam por apresentar informações selecionadas e resumidas sobre o conteúdo de outro texto. Pensando no que dissemos acima. uma amiga de era de ningué^i. SEÇÃO 1 Diferenciando o resumo da resenha na mídia Pa r a começar a c o n v e r s a . A boro» da Williams FW08C Ford. Era um garoto levado Frank W illiam s que o convidara pessoal­ na e extrovertido nas brincadeiras de rua e mente para o teste. anos depois. Era só meu. i entrada definitiva no mundo da F-l acon­ teceria no ano seguinte. Foi casado pista. fiquei olhando. recordou. também apresentam comentários e avaliações. Texto 1 jrtado iiro teste 1. Os primeiros são resumos (ver fascículo 1) e os segundos são resenhas. usuas vitórias e dizimou recordes. além de apresentar essas informações. . ele ir^ao. ao bater o recorde da iteman. por apenas 14 meses e mudou-se cheguei pertyd a máquina.. Agrton Senna ganhou seu primeiro kart do deixou boquiaberto o chefão da equipe iporada pai aos quatro anos. mas dirigindo pela To- iórias e REVISTA ISTO E GENTE 29/3/2004 RESENHA 15 . um aluno mediano na escola. não iadacial com Lilian de Vasconcellos. fiz eitrhjo para a Europa em 1981 para competir carinho. “Aquele dia não era da Williams. i ★ *** que não contou com a mão de um pro­ Estava demorando dutor. para esses trés nova-iorquinos soltarem rápido. Texto 2 política de dominação mundial norte- americana (em “Right Right Now Now”). na faixa “Hey tão e o Iraque foram invadidos. FO LH A TEEN. PAULO . ming Lips. o Afeganis­ som de um berimbau. o fim do poder do presidente (em soas de todos os lugares. cidade que. “roubando” trechos de músicas o verbo contra a política de dominação de diversos estilos. as torres do Hill Gang. 2 6 D E J U N H O D E 2004. Nem todos os ameri­ “That’s it That’s AH”) e seu impeachment canos concordam com Bush. o tap atual de 50 Cent e até o World Trade Center caíram. em “An Open Letter to do rap esperto do trio. Fuck You". F O L H A D E S. nesse álbum I( 1. Com George W. Sonoramente. de onde quer que elas sejam”.e Adrock. No intervalo entre “Hello Nas. nagem a N ova York. eles pedem o NYC”.. O título do CD é uma home­ MCA e Mike D permaneceram calados. Bush na mira os Beastie Boys. aceita pes­ 5 desarmamento multilateral (em “We Got the”). “ não rejeita ninguém. ap Artista:BeastieBoys Pela primeira vez os Beastie Boys falam o H tl GrswMtora: EMt que pensam sobre política.. segundo até agora. o hip hop original de Sugar ty” (1998) e o ano de 2004. o trio está feroz. como o rock do Fla- dos EUA. (em “lt’s Time to Build”) e criticam a (LEANDROfÕRTiNO) ■ I Texto 3 . que criou um universo charmoso e criativo. devido aos divertidos traços caricaturados das feições humanas e dos ambientes com cores leves. canções e movimentos. inocente e solitária que. após ter ganhado uma bicicle­ ta quando menino. ti RESENHA 17 . descobre uma certa paixão pelo ciclismo. Além da simples história que exibe uma trama cativante e envolvente. o garoto Champion é uma criança tímida. CHARMOSO E CONTAGIANTE! traílers AS BICICLETAS DE BELLEVILLE músicas-tema diálogos (The Triplets Of BelleviIle/FR A/B EL/C AN/2003) * * * * * 26/06/04 bastidores Quem disse que.br/crit_cinefilo_filme. no qual opta por espelhar- se no cinema mudo apresentando uma mistura de raros diálogos. Durante o famo­ so circuito de corridas de bicicleta francês. com uma simples história não se faz um excelente design p rodução filme? Pois é. Adotado por sua avó. -Madame Souza.com. As Bicicletas de Belleville é uma singela animação em 2D que conta a divertida jornada de uma adorável vovó em busca de seu neto raptado. Champion torna-se um profissional das duas rodas. sempre harmonizando drama e um delicioso humor negro. Madame Souza e seu fiel cachorro Bruno cruzam as fronteiras do oceano em uma busca para tentar resgatá-lo. o ^ http://www. o encanto certamente está no gráfico em 2D. três estrelas musicais dos anos 30 que ajudam a avó na procura por Champion. no caso. ultimamente vêm ampliando ainda mais os limites e a imagina­ ção dos desenhos animados. Com o passar dos anos. e com rigorosos treinamentos impostos pela avó. que a leva para uma megalópole chamada Belleville. Graças à simplicidade e à criatividade você sabia? que. inclusive a Estátua da Liberdade é obesa). e focaliza a jornada de Madame Souza em busca de seu neto sequestrado. é rico em detalhes visuais (enfoca estilos de vida e expõe interessan­ tes métodos e idéias que são utilizados na dinâmica dos persona­ gens). o grão de areia tem falha deles! se transformado em pérola.asp?cod»2744&codvozcineíalo=4692 : S Ir noticias editorial cinenews atualização do site arquivo conversa de cinéfilo cartazes muHlmfdíq fotos FANTÁSTICO. somente um gênero. O roteiro. Assim como o título origi­ nal. o filme faz referências às Trigêmeas de Belleville. É sensacional! Méritos para o estreante.cinemaemcenâ. o Tour de France. é uma sátira a Nova York e aos americanos (população gorda. ele é sequestrado por dois homens misteriosos. hoje em dia. roteirista e diretor Sylvain Chomet. Texto 4 E r ^ " '. T ríplettes de B elievi!!*. assinale (x) no quadro abaixo o que cada um deles apresenta.v] Q l r notfekss editorial rinenews a voz do rin é fife atualização do site { #*A-B-C-D-E-F-G-H-I-J-K-L-M -N-0 -P-Q-R-S-T-U-V*W-X-Y-Z arquivo B i c i c l e t a s d e B e l i e v i l l e .asp?cod-2744taodvozcinefalo«4692 . Les. A s . você sabia? h ttp ://w w w .asp?cod=2744&codvozcinefalo=4692 »íi 2 1.com. Reco­ falha deles! mendado para todas as idades. quais dos textos podem ser considerados resenhas? 18 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . Endereço http://www.c o m . Baseando-se no preenchimento do quadro acima e no que dissemos logo no início.c in em a e m c e n a .cinemaemcena. bastidores além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor design produção Trabalho de Estréia. participou do diálogos Festival de Cannes e ainda levou um César de Melhor Trilha Sonora. e ganhou diversos prémios internacionais. recebeu também indicação ao BAFTA e ao músicas-tema Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro. Identifique os objetos/temas aos quais os textos acima se referem. De acordo com sua leitura dos textos. nu­ merando-os corretamente.b r/ crit_cinefilo_film e.br/critwcinefilojilme. R esu m o d o o b je t o O p in iã o / a v a lia ç ã o / a p r e c ia ç ã o do (o u te m a ) a u t o r d o t e x t o s o b r e o o b je t o T e x to 1 1 T e x to 2 T e x to 3 T e x to 4 3. 2003 conversa de cinéfilo R ic a r d o M o rg a n ~ * *r <or!t»es multimídfci As Bicicletas de Belleville foi indicado ao Oscar em duas categorias: fotos trailers Melhor Animação e Canção. ( ) programas de diferentes canais de televisão ( ) o desenho animado/ animação As bicicletas de Belleville ( ) uma parte da biografia do Ayrton Senna ( ) o novo CD do grupo B eastie Boys 2. RESENHA : 19 j . Em que esta resenha difere das resenhas que você conhecia? 3.4. em jornais ou revistas. outras resenhas. 2... “Sony Clié P E G -T H 55”. Qual é o objeto resenhado? b. e responda: a.. Leia o Texto 1 dos Anexos. C o n c l u in d o . Quais são as duas características mínimas necessárias para que se considere que um texto é uma resenha? Pa r a c o n t in u a r a c o n v e r s a . Leia-as e observe as partes que contêm resumo do objeto resenhado e a opinião sobre o mesmo. Escolha um dos textos que você considerou como sendo resenha e subli­ nhe as partes que contêm o resumo do objeto resenhado e as que contêm comentários ou avaliações sobre ele.. 1. Você já havia visto ou feito uma resenha semelhante? c. Procure encontrar. As duas características de resenha que foram identificadas nas atividades anterio­ res se encontram no texto? Justifique. mas que podem ser publicados com outro nome ou sem nome algum. Observe os textos abaixo e verifique se eles recebem algum nome. detentora de alguns segredos Links milenares desde os tempos de Jesus Cristo. pelo menos.html O curador do mais famoso mu­ seu do mundo.br/hom e/igler/artigos/0„ 1630194. Se receberem.00. de acordo com nossa definição.Microsoft Internet Explorer Endereço ^jj£) http://igier. no entanto. um simples estudioso Festa L ite rá ria de P arati de artes respeitado: era tam­ L iv ro s do B em N e gócios S e n h o r dos Anéis bém membro de uma das mais Fale C o n o sco antigas seitas religiosas. assassinado no interior do próprio museu.notícias e downloads de livros .ig. Jacques Saunière não era. 1. o Louvre. quais são eles? ÍG Ler .com .. Ao RESENHA 21 . veremos textos que podem ser con­ siderados como resenhas.. Nesta seção. SEÇÃO 2 As resenhas em diferentes situações de produção Pa r a começar a c o n v e r s a . vimos uma das diferenças mais importantes entre as rese­ N nhas e os resumos. é en­ contrado morto. a seção 1. a insipidez do suspense. Uma salada que deu certo. os vilões são malvados. em uma verdadeira caçada humana que percorre largos períodos da história da humanidade e das artes. para o autor. Pode parecer uma verdadeira salada lítero-intelectualóide com roupagens de bestseller. práticas religiosas. E é preciso dizer o que vai acontecer entre o mocinho e a mocinha superbonitos. bonitão e superinteligente. capítulos curtos e objetivos. artísticos e teóricos são reais e fundamentados. em uma extensa charada que mistura emoção.ig. e Sophie Neveu. a polícia francesa é ridícula. incompetente. O professor de simbologia é alto.Microsoft internet Explorei Endereça • http://igler. Pena que 'esta simpatia fique soterrada em um mar de clichés banais e entediantes. pelo menos. somos envolvidos.htm l morrer. que fossem merece­ doras de carregar este conhecimento. conhecedoras e tão sábias sobre suas especialidades quanto ele e. o capitão da Policia Judiciária. sádicos (e masoquistas) e superinteligentes. um professor norte-americano de simbologia de Harvard. Tudo envolvido em uma linguagem ágil. que compartilhava de algumas de suas idéias. embalado por um enredo de romance policial infanto- juvenil. Tanto que a editora pode estampar tranquilamente na capa o fato deste livro ter sido um sucesso absoluto de vendas (um dos mais vendidos na Europa nos últimos anos!). fogosa. uma eminente criptóloga francesa e neta de Saunière. E é. há a banalidade do enredo. o sorriso de Mona Lisa. a mocinha é linda. rápida. tanto que passa a perseguir Langdon e Sophie como os únicos suspeitos. D Conduído 22 A N N A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . também não fica lá muito atrás. como um verdadeiro curso concentrado de artes e simbologia. a superficialidade dos personagens. independentes e superinteligentes. não seja uma versão plena do inspetor Clouseau. ao mesmo tempo. artes plásticas.com. As informações são passadas de um modo extremamente eficaz e dinâmico. e embora o encarregado da investigação. instituições medievais. organizações museológicas. com uma tiragem mundial passando dos dez milhões de exemplares. teve tempo de deixar pistas cifradas indicadoras daqueles que o haviam assassinado. Como contraponto às belas informações histórico-artísticas. instrutivas e muito gostosas de serem lidas.notícias e downloads de livros . Todos os dados históricos. portanto. independente e superinteligente. Estas pessoas são Robert Langdon. É um projeto muito simpático. tanto quanto Langdon e Sophie. jl630194j00.0 iG Ler . Desta forma. Opus Dei ‘versus’ Priorado do Sião.br/home/igter/artigos/O. uns enigmas que só poderiam ser decifrados por algumas pessoas realmente inteligentes. ojivro vale. Também não é à toa que logo logo estará nas telas de cinema. suspense. . ig. e n i i n o m«»d»o RESENHA 23 . to m a v a m realidad e. em P aris. 0 5 D E J U N H O D E 2 0 0 4 d iz er ju s ta m e n te “ d o s an o s 2 0 ” ) às Sonhos n o ss a s p ro d u çõ es. O pior de tudo: com toda essa onda sendo levantada. PAULO. Fia se m ove p elo p a lco co m eleg â n ­ c ia e d e se n v o ltu ra e d iv id e a cen a C iN T I A M E D E IR O S c o m d u as atriz es.ig. Para mim.00. F o i C h a n e l q u e m d isse q u e u m “ p re tin h o ” ves­ tia b e m q u a lq u e r m u lh er. qu e sa ía d a P rim ei- X ra G u e rra . q u e d e sfila m as ro u p a s (m a r a v ilh o s a s ) v in d a s d e P aris. ao gosto das exigências do leitor.■l ) Vj Ler . foi pura perda de tempo. etc.html v _] »- injustamente acusados do assassinato? O Código da Vinci' é uma besteira fenomenal. q u e está em ca rta z n o tea tro FAAP.notícias e downloads de livros . As tlo res n a s ro u p a s. d e se jo u se r um a g ra n d e festa . (to m tex to d e M aria A delaide A m aral e fig u ri­ n o s fe ito s e sp ecialm en te pela M ai- so n C h an el. q u e v iv e C oco C h a n e l as c a m é lia s . n esse c o m um te m p o em q u e s o n h o s se c e n á r i o q u e s u r g e C o c o C h a n e l. em q u a l­ q u e r o c a siã o .br/hom e/igler_home_canais/0.. de u m a sim p licid a ­ d e req u in tad a. e foi ela q u e m elevou as b iju te ria s á categ o ria de jó ia s . etc.com.br/home/igler/artigos/O.3084. O ce n á rio é b ra n co . com ‘respostas’ de setores da Igreja argumentando contra os ‘princípios’ teóricos do livro e pretensas ‘liberdades’ e inverdades histó­ ricas. q u e h o je em d ia d ão u m to q u e vintag e (te r m o q u e q u e r T E A T R O FOLHA DES. E ra p re cis o e sq u e ce r p elh o s e u m a e sc a d a ria hoilyvvoo- d ia n a ao fu n d o .%7C18%7C.com .Microsoft Internet Explorer g Enderece efej http://igler. tu d o c o n t r i­ b u i p a ra rev iv er a q u e la q u e fo i a m a io r d as “ in v e n to r a s ” d e m o d a q u e o m u n d o já v iu . FOLHATEEN. 1630194. o resultado será mais do que óbvio: o livro vai vender outros milhões de exemplares. F. C o n h e c e r unt p o u co m a is so b re o s h o rr o re s vividos e e n c a ra r cad a e s s a m u lh e r é e n t r a r e m c o n ta to d ia c o m o se fosse o ú ltim o . http://www . u m a m u lh e r q u e e n c a r n o u c o m o n in g u é m o e s p ír ito d a é p o c a : o s C in tia M * d e iro s 14 e afun„» d o 1 ano do lo u co s a n o s 20. é u m a viag em n o tem p o .00. ou uma revelação surpreendente. v ieram d a cria ti­ vidad e d e ( :haneL em cena M a r ília P êra e n c a r n o u C h a n e l. co m e s ­ T o u v e u m a é p o c a em q u e o Í ■ m u n d o . o filme gerará outras polêmicas e venderá milhões de ingres­ sos etc. p rin c ip a h n e n te M a r ília P ê ra .html |j Conduído Texto 2 A p eça “ M a d e m o is e lic C h a n e l” . Se você sente que o amor próprio Seu jogo de expressões está à al nacional está em baixa. Não apenas o folclore na do em requinte e emoção. MonteAlegre. o espetáculo é sua troupe um fenômeno único uma soma de outros talentos. Conse­ balização traz dúvidas sobre a gue assumir a forma de um perso­ identidade cultural do país. exibindo leve a família. frevos e maracatus. cirandas e outras manifesta­ corda em quarta. Ressalvar o quê? Cenicamente. domina à per­ público cantando e dançando fre­ feição todos os instrumentos de vos. sua forma bruta. tante representante da cultura po­ A bailarina Rosane Almeida. De Show: AntonioNóbrega compleição miúda —a exemplo Quando: sex. deno­ Todos esses ingredientes são tando a formação erudita de quem misturados e levados ao forno em já integrou o Quinteto Armoriai um show único. Aproveite e um virtuose da dança. mos­ dos anos 80. Circula pelo 3873-3422) palco. que cantou crianças e adultos no início é filho de Nóbrega e Rosane.■ SHOW CRITICA A N N A R A C H E L M A C H A D O | ELIA N E L O U S A D A | LÍLIA S A N T O S A B R E U -TA R D E L LI Tome Antonio Nóbrega e se orgulhe do Brasil Texto 3 LUfSNASSIF tos e cenários. domina o espaço.às21h30. ta. caricato. com seus passos de dança brasilei­ Há vários Nóbregas no show. com o Além do violino. com o equilíbrio e a do Conselho Editorial naturalidade de quem passeia por um parque. sons vigorosos e límpidos. o ra. E é me Antonio Nóbrega. simo. com sua entonação que en­ O menino Gabriel Almeida. t show para guardar para o resto Há o compositor maiúscuio. da vida. colorido e alegre. cujo ápice ocorre nos anos 80. Tudo embala­ sUidade. seguem tirar.. obje­ Quanto: R$20 . da rebeca ao ções da mais comovente expressão bandolim. Edson 20h Cordeiro— .024. um Carlitos nordesti­ lento para enfrentar o mundo. ao mesmo tempo vigorosos e contador de ‘causos’ e o cantador graciosos. nos discos infantis do tra uma energia no surdo equipa­ selo Eldorado. de onde tira sons que só musical brasileira: o foldore per­ os muito íntimos e talentosos con­ nambucano. com — provavelmente o mais impor­ brilho próprio. que a glo­ tura dos maiores mímicos. desde passos de capoeira até de É um show inesquecível de bra. atulhado de músicos. mas uma soma Seu talento gigantesco seria sufi­ de informação.. sensibilidade e ciente para preencher sozinho o multitalento que faz de Nóbrega e show. to­ no. o cantor particularís­ sas do balé O Qorpo. quando se movimen­ Onde: Tuca(r. nada fica a dever às mu­ nordestino.tel. se vo­ nagem de quadrinhos ou do cine­ cê julga que o Brasil carece de ta­ ma mudo. pular brasileira na atualidade. No entanto. ressalvas.esáb. E deixa em maus lençóis com suas músicas que são pérolas aqueles que julgam que a crítica de simplicidade e de reconstitui­ politicamente correta deve conter ção elaborada de temas foldóri. é um gigante.Dom. rável aos melhores ritmistas do Há o spalla que tira do violino Olodum. às de outro monstro do palco. em pleno saguão do Tuca. 1. com. municipal.. similar nos casos extremos desde Sorriso e Açailândia até São Paulo e Rio. que analisam os impactos ambientais enfrentados por cidades bra­ sileiras em diferentes contextos económicos. no Maranhão. Ed. ig. um subafluente do Rio Madeira. 1630194. html IMPACTOS AMBIENTAIS URBANOS NO BRASIL Antônio José Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha. Em sua grande maioria. Sorriso. as cidades brasileiras nasceram e se desenvolve­ ram sem nenhuma preocupação de adequada utilização do solo e do espa­ ço. assim como Rio de Janeiro e São Paulo.notícias e downloads de livros . por Bruno Buys Impactos Ambientais Urbanos no Brasil é uma coleção de artigos de diferen­ tes autores. apesar da diversidade de autores e estilos.00. no Mato Grosso. o livro é uma séria crítica à ação do Estado nos três níveis. tema de um capítulo. estadual e federal. Talvez seja esta a maior constante. Sorriso vive da agricultura de grande escala mecanizada. Florianópolis e Petrópolis e seus problemas ambientais são tema de capítulos específicos. sociais e históricos da ocupa­ ção do território brasileiro. qualidade do ar e da vida aqui por estas plagas são coisa recente. independente do tamanho ou das características da cidade. Texto 4 f f j t o l e r .Microsoft Internet Explorer í!nder > . br/home/igler/artigos/0. é um assentamento criado pelo governo federal através de políticas públicas de ocupação do cerrado brasileiro. sendo seu cres­ cimento orientado pela lógica do maior lucro. Ocupado principalmente por po­ pulação vinda do sul do país. Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cidades estuda­ das pelos organizadores e pelos demais autores de capítulos: Pequenas cidades como Açailândia. Neste sentido. Teresópolis. às margens do Rio Teles Pires. Bertrand Brasil. cujo nascimento e crescimento es­ tiveram ligados à economia da madeira e da extração de ferro de Carajás. Se­ tores da população urbana brasileira convivem com problemas ambientais £ ] Concluído RESENHA 25 . Os assentamentos humanos brasileiros carecem de qualquer esboço de planejamento. que deságua no Amazonas. O que mais chama a atenção do leitor ao longo da obra. g j h ttp ://ig le r. no começo da década de 1980. é a falta de planejamento pelo setor público. organizados por Antônio Teixeira Guerra e Sandra Baptista da Cunha. talvez impulsionados pela Rio-92. até onde as questões ambientais começam a impor um ônus tão grande que se invoca a ação pontual e emergencial do Estado. Conceitos como sustentabilidade. Iniciativas — tímidas — como o rodízio de carros particulares em São Paulo.notícias e downloads de livros . a obra fica aquém do que se esperaria no quesito clareza de expressão e preocupação com jargões e terminologias específicas da geografia. principalmente as de bairros mais pobres. A cidade é pontilhada por voçorocas que castigam os habitantes cotidianamente. o salve-se-quem-puder dos resgates e o denuncismo da mídia são a tônica. Embora tenha sido planejado para alunos e pesquisadores não só de geografia. que podem. KjLer . A poluição das águas do rio Teles Pires pelos defensivos e insumos agrícolas tornam a água inadequada ao consumo. deram mostras de seu potencial em melhorar a qualidade do ar e de reduzir o caos no transporte. biologia/ecologia e geografia. no Mato Grosso. O leitor não-geógrafo poderá sentir alguma dificuldade. vive constantemente em situação ambiental muito ruim. Embora utilize conceitos e terminologias de várias áreas de conhecimento dedicadas à questão ambiental. Porém. Mas. tornando-o inadequado à vida. entre 1996 e 1998. o estado de deterioração ambiental chama a atenção para a facili­ dade e o curto prazo em que o homem pode modificar o ambiente natural. No Rio de Janeiro. A população urbana brasileira. de maneira geral. grandes ravinas formadas por ero­ são do solo. provocar deslizamentos de terra.Microsoft internet Explorer M sérios. é claro. a obra é basicamente um livro de geogra­ fia. uma cidade fundada há apenas quinze anos. o livro é muito bem-sucedido na escolha dos problemas relevantes a serem trata- Concluído 26 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . por não poder oferecer melhores condições de habitação a esta população. Por outro lado. para evitar o mal maior. capazes de provocar mortes como deslizamentos. em estado avançado. habitações de classe baixa proliferam em áreas de risco de deslizamento. Em Sorriso. Ruas inteiras somem dentro de­ las. o brasileiro não está educado nem conscientizado para a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente melhorar o am­ biente e a qualidade de vida urbana. ciências da terra. Tênues esforços públi­ cos são levados a cabo em véspera de desastre. Falta de infra-estrutura básica como saneamento e esgoto em áreas residenciais de classe baixa fornecem o material perfeito para o desenvolvimento de voçorocas. Os organizadores são geógrafos e professores do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Universidade do Brasil. em vez de só evitar o mal maior. desbarranca- mentos e enchentes. No verão e nas en­ chentes. mas de áreas com preocupações ambientais como engenha­ ria civil e agronómica. principalmente a de grandes centros. esbarram no individualismo da solução automotiva e do status que o carro tem na nossa contemporaneidade. O poder público faz vista grossa. html dos.br/hoiTie/igler/artk3Os/0„ 1630194.j£ j http://rçter. Nossa modernidade tecnológica precisa. definitiva e irreversivelmente.Microsoft Internet Explorer Enri reçr. a dissimulação e o recurso à cumplicidade do silêncio. da necessidade de combater a manipulação das idéias que àquelas se contrapõem. RESENHA 27 .notícias e downtoads de livros .00. quiçá se não a maior responsável pelo enclausuramento egoísta do homem de nossos dias. onde o caos no transporte e o nível de qualidade do ar beiram cons­ tantemente o limite aceitável. incluir critérios de excelência ambiental no planejamento urbano das cidades.htm (29/08/04) D Concluido Texto 5 N otas sobre L ivros/Booknotes BRETON. ipso facto. A conservação da natureza. bem como ao brasileiro em geral que esteja preocupado com os destinos do país.br/resenhas/impactos. iG Ler . aprofundando sua análise às consequências que tal manipulação traz à credibilidade do regime democrático e ao comportamento humano. São Paulo: I Loyola. junto com esforços de grandes organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial. '. que devem interessar a todo o universo-alvo escolhido. Philippe (1 9 9 9 ). e a preservação da biodiversidade são temas constantes nos nossos diários e noticiários. da Amazônia. este é um impe­ rativo imediato. Cháma de imediato a atenção no livro de Breton o desejo de não limitar o estudo da manipulação da palavra ao campo de interesse exclusivamente linguístico. É preciso dizer com igual clareza e embasamento científico que o espaço das cidades também pertence ao universo de preocupações ambientais dignas de esforço público e investimentos. Atualizado em 22/06/01 URL: http://www. Estão na pauta do dia. dado que é característico do manipular a violência psicológica.comciencia.com. caso não queiramos endossar o exemplo da cidade de São Paulo. Contesta a falácia do desaparecimento de causas dignas de defesa e. No Brasil.ig. A m a n ip u la çã o d a p a la v ra . Em alguns casos ultrapassam. 167 p. Breton distingue argumentação de manipulação e considera essa última em seus aspectos antidemocráticos de imposição de uma idéia sem debate prévio criterioso e livre aliada à privação da liberdade de resistir a essa coerção. a utilização de crianças como veículo da mensagem e. à tentação de amordaçar a voz que se levanta contra o poder. aí incluída a escamoteação da informação. surgem . cita ainda o autor a estetização das mensagens. Historiando a origem da palavra. confundir as qualidades do emissor da mensagem com a própria mensagem. pois. ou seja.os instrumentos técnicos de manipulação. uma expansão dos falsos silogismos que a tradição retórica reuniu. mobiliza os afetos em profundidade. fazendo crer que a autoridade (ou o encanto pessoal) de quem diz algo é aval indiscutível da veracidade do que é dito. fazendo crer com palavras o que os atos não confirmam. que visa moldar as consciências segundo a sociedade de consumo e a cultura de massa. Em seguida à manipulação dos afetos. Afirm a haver duas técnicas dessa espécie manipulativa: a do 28 A N N A RACHEL M AC H AD O 1 ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . com frequência. A manipulação. pretende criar a ilusão. O desenrolar da História comprova como o despotismo sucumbiu. de Aristóteles e dos sofistas. As paixões fazem parte do convencer e só se pode desejar expurgá-las em nome de um racionalismo estreito que confundiria convencer e o ato de demonstrar. No capítulo III acompanha-se a evolução do instrumento em que a palavra se transforma para alcançar persuadir eficazmente. 64). conforme a contribuição dos primeiros retóricos. em que a brevidade e o desatavio da forma buscam passar-se pela sinceridade da mensagem. e os únicos também capazes de mentir. a repetição (o slogan político). Breton contesta que o apelo ao aspecto “irracional” ou “afetivo” da comunicação seja de per si nocivo. Do arsenal à disposição da demagogia. a sincronização de atitudes entre emissor e receptor é o toque físico como forma de predispor o receptor a uma aceitação inconsciente do que se lhe vai sugerir.por contraste ao início da técnica de argumentação . consequências da natural convicção humana de persuadir seu semelhante. razão argumentativa e raciocínio científico. ou da sedução pela clareza (!). Como complemento indispensável. abrir espaço às paixões” (p. como efeito de fusões. isto é. o autor verifica que somos os únicos seres do universo que utilizam a comunicação para convencer. entretanto. mas com o mesmo os tiranos mais empedernidos procuraram sempre convencer seus subjugados da validade de seus atos. O recurso mais moderno encontrado na ‘arte’ da persuasão despontou na metade do século X X com a publicidade. É preciso. valem-se os demagogos da sedução pelo estilo. sendo a forma esmerada o substituto do conteúdo. Ao tratar da manipulação dos afetos. Quando o recurso não é esse. um dos recursos da argumentação democrática. Breton aborda a manipulação cognitiva. a intimidação pela ameaça da força. procede-se à história da retórica e à paulatina tecnicização desse instrumento. Está na base desse convencimento a noção da democracia ateniense e do direito romano. “O apelo aos valores. trata-se agora é de como desmascarar a matéria que pretende falar ao raciocínio e não mais à emoção. consciente da presença de manipulação no ambiente. Aprender a não ser influenciável ao mesmo tempo permanecendo disponível aos outros.. É de supor que esse isolamento protetor gere múltiplos efeitos perversos. sem desrespeito dos direitos do receptor. o livro de Breton vale como os manuais a cujo retomo somos convidados e nos oferece uma independência de saber que verdadeiramente se constitui numa forma de ética. Muitas pessoas hoje. não ser impelido à desconfiança social e à dúvida sistemática no que se refere à palavra do outro? Como afirmar sua interioridade. particularmente no campo da propaganda comercial e política. Nesse sentido. mas sem capacidade de decodificá-la.E. chegando às relações de trabalho ou mesmo de amizade.A. o público se defende desconectando-se de toda palavra. Por enquadramento entende a utilização de elementos conhecidos e aceitos pelo interlocutor e sua reordenação de modo que se toma impossível opor-se à sua aceitação.precisa aprender a fazer frente ao conformismo de massa que boa parte da mídia e quase toda a publicidade (a “ultima ideologia totalitária”) querem impor-lhe. Como. escolhem o caminho do isolamento pessoal (. Philippe Breton entra na última parte do livro. VI). mantendo-a soberana nas tomadas de decisões. sem resvalar num auto- isolamento individualista? A resposta está no retomo ao cultivo do estudo da retórica. convencim ento e persuasão. das técnicas ‘honestas’ de argumentação..enquadramento e a do amálgama. contra sua vontade. em que discute os efeitos da manipulação nos receptores e as causas de ter-se tomado tão generalizada tal manipulação: [Existe] “outro efeito.T. então. Por/by: Vilma LEMOS (Doutoranda em LAEL..L. engrandece aquele que a isso se dedica e o faz voltar a sentir-se um homem livre. de contribuição convincente. PUC-SP) D.) proveniente de uma crise de confiança na palavra em geral” (: 114).em benefício próprio e da sociedade em que vive . No amálgama junta- se um elemento suplementar aos anteriores. do consumo à política. que . 9 :2 . menos conhecido. RESENHA 29 . Em termos menos técnicos. seu assentimento a todo tipo de coisas. cansadas do que supõem ser tentativas repetidas de obter. da manipulação da palavra. Após um capítulo de exemplificação em que resume as técnicas de manipulação dos afetos e da “lógica” (cap. Ela diz respeito a todas as situações em que. deixando de ser destinatário passivo de um espetáculo e assumindo a função de ator que procura entender sem permitir que o enganem frustra a manipulação. 2003 (389-405). Os exemplos de mentiras veiculadas com o verdade são abundantes. Apóie-se no exemplo do texto 1. na primeira coluna.c o m b r Im a g e m que d e s tin a tá rio o a u to r te m q u e c o s tu m a d e s e u d e s ti­ le r liv r o s n a tá rio Tem a/ O liv r o 0 có­ o b je t o digo da Vinci L o c a is e / o u n o s it e d o v e íc u lo s o n ­ IG d e o te x to p o s- s iv e lm e n te c ir c u la r á M o m e n to p o s te r io r (m a s da p ro d u ­ n ã o m u ito ) à ção p u b lic a ç ã o d o liv r o O b je t iv o d a r in f o r m a ­ d o a u to r d o ç õ e s c e n tr a is te x to s o b r e o liv r o e lazer c o m m - tá r io s a r e s ­ p e ito d e le 30 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI .Texto 1 Texto 2 Texto 3 Texto 4 Texto 5 2. especificando quais são os elementos que ca­ racterizam a situação de produção de cada um dos textos anteriores. uma lista de alguns dos elementos que sempre caracterizam a situação de produção de um texto. você tem. Cada um desses textos foi produzido em situações de produção diferen­ tes. T e x to 1 T e x to 2 T e x to 3 T e x to 4 T e x to 5 A u to r Claudtnei Vieira Fu nção re s e n h is ta s o c ia l d o s it e w w w . Complete o quadro. No quadro abaixo.ig . se indicou a leitura. que. a) Você conhece algum suplemento desse mesmo jornal ou de outro meio de comunicação que seja constituído basicamente de resenhas? Qual? b) Você tem o hábito de lê-lo? c) Analise a situação de produção de uma resenha publicada em um jornal ou revista. Leia y Texto 3 dos Anexos. 2. 1. Portanto. ele avaliará não só sua leitura da obra. através do resumo que faz parte da resenha.. deve conhecer a obra. e discuta. baseando-se nas atividades desta seção. mas também sua capacidade de opinar sobre ela. Leia o Texto 2 dos Anexos. Considerando que você ou outro aluno vai produzir uma resenha a pe­ dido de seu professor.Paulo. RESENHA 31 . “Jornalismo científico”. parou de circular.. inclusive. Para c o n t in u a r a c o n v e r s a . “Resenhas de quatro palavras”. responda as perguntas abaixo: a) Qual será o seu papel social ao produzir a resenha? b) Quem será/serão seu(s) destinatário(s) real (is)? c) Você acha que ele conhece a obra a ser resenhada ou não? d) Em que local ou veículo a sua resenha vai circular? e) Qual será o seu objetivo? f) Qual será o objetivo de seu destinatário ao ler sua resenha? C o n c l u in d o ------------------------------------------------------------------------------------- Ao escrever uma resenha escolar/acadêmica.3. O que você pode concluir em relação aos nomes dados aos textos? 4. retirado do blog H ipopótam o Zeno e discuta: a) As resenhas publicadas no blog levam em consideração as características vistas nesta seção 2? Justifique. você deve levar em consideração que estará escrevendo para seu professor que. o porquê da pouca leitura do Caderno de Resenhas da F olha de S. b) Escolha uma das resenhas e verifique se ela apresenta as duas características mínimas que uma resenha deve conter. c) De quais resenhas você mais gostou? Por quê? d) Pense em um filme que você assistiu e tente criar uma resenha de 4 palavras. 32 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . L iv r o resen h ad o A u t o r d o liv r o C o n te x tu a liz a ç ã o d o liv r o T e m a d o liv r o A u to r da resen h a Á rea em q u e se in s e r e o r e s e n h is ta V e íc u lo em q u e e la fo i p u b lic a d a L iv r o s c ita d o s n a s r e fe r ê n c ia s b ib lio g r á f ic a s RESENHA 33 . a uma análise que leva à iden­ tificação de suas diferentes partes.------------------------------------------------------------------------------------------------. a seguir.. esta seção. Passe os olhos por ela. que você ainda não precisa ler integralmen­ te. 1. . vem uma resenha. começando N por sua leitura e passando. analisaremos o plano global de uma resenha. buscando informações que o auxiliem a com­ pletar o quadro abaixo. SEÇÃO 3 O plano global de uma resenha acadêmica (prototípica) Pa r a começar a c o n v e r s a . A seguir. O livro de Paulo Fontes — resultado da sua dissertação aprovada junto ao Programa de Mestrado em História Social do Trabalho.org. que se constituiria como a luta do operariado contra a burguesia. a burguesia seria “a classe dos capitalistas modernos. proprietários dos meios da produção social e empregadores do trabalho assalariado (Marx. que marcava o Estado brasileiro de então. 34 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . O diagnóstico que se apresenta sobre esse modelo indica-o como articulado em torno de vários aspectos próprios à ideologia corporativa3 e ao nacional-desenvolvimentismo. (URL :http://houaiss. os trabalhadores construíram respostas próprias a ele. de outro. 2. 2 “O conceito de classe tem uma importância capital na teoria marxista». Inserida na tentativa de compreender a dinâmica da industria­ lização no Brasil. ora de relativa integração àquele sistema. vivendo uma tensa e rica experiência. con- siderando-se que suas duas principais classes seriam a burguesia e a classe operária.] aprofundar a análise da montagem. na UNICAMP — debruça- se sobre a história dos operários da Nitro Química. da lógica interna. contradições e legitimação ou não por parte dos trabalhadores de um determinado modelo de dominação e gestão da mão-de-obra criado pela Nitro Química ao longo dos anos quarenta e desenvolvido plenamente na década seguinte” (p. 1888). empresa construída no subúr­ bio paulistano de São Miguel a partir do final de 1935.M ic r o s o ft In te r n e t E xp lo re r nT Endereço ê ] http: //wwvm. a história de todas as sociedades existentes até o tempo em que escreveram seria a história das lutas de classe». a Nitro Química (uma espécie de “CSN do setor químico”) elaborou um sistema de dominação específico e. Ainda para esses autores. a pesquisa elegeu essa unidade produtiva como espaço cotidiano e complexo da luta de classes2 onde..uol. uma vez que a reciprocidade entre empresa e trabalhadores sofreu enormes desgastes.. o início do seu esgotamento. O recorte temporal (os anos cinquenta) justifica-se.org. Manifesto comunista.br/busca. Segundo Marx e Engels. também. ora de resistência. No dizer do próprio autor. de Paulo Roberto Ribeiro Fontes Edilson José Graciolli 1.jhtm?verbete=corporativismo (30/08/04) é ) (3 item(ns)s restante(s)) Abrindo página http://www. objetivou-se “[.php?setpididioma=. 3 Segundo o Dicionário Houaiss. que pode ser compreendido como: » 1 doutrina que considera os agrupamentos profissionais como uma estrutura fundamental da organização política.revistasodologiaepolitica. 3. de um lado.. revistasodologiaepolitica..y re v ista d e so c io lo g ia e p o lític a . . “ corporativista » é adjetivo referente a “ corporativismo». económica e social e preconiza a concentração das classes produtoras em forma de corporações tuteladas pelo Estado “ . 1983/2001). (.br V Revista de Sociologia e Política TRABALHADORES E CIDADÃOS.com.. segundo Paulo Fontes. por ter sido esta a década onde o modelo de dominação empresarial gestado nos anos antecedentes viveu o seu ápice e.) “Marx e Engels admitiram que a classe era uma característica distintiva das sociedades capitalistas» (Bottomore. 14).br/principal. cuja produção iniciou-se em setembro de 1937. mantinha-se.revistasociologiaepolitica. onde capital e trabalho deveriam se harmonizar. desde cedo a empresa se preocupou em combater o comunismo.br Revista de Sociologia e Política dado o avanço de uma identidade sociocultural própria entre os operários. o Serviço Social. fator de patriotismo. conse- qúentemente.Microsoft Internet Explorer Endereço hjjjE) http://www. da mesma forma como. E o fez com base em mais dois mecanismos centrais: o espírito pioneiro e desbravador dos “pais” da família nitrina e a constante procura de um capitalismo sadio. a busca da paz social.br/principal.I T revista de sociologia e política . Para que o patriotismo visado não desse margem a qualquer confusão com o “falso” nacionalismo dos comunistas.revistasociologiaepolitica. 6. A “nordestinidade” reforçaria. A implicação desse elemento de dominação era imediata: ser parte da família nitrina significava atender aos interesses da nação e. O capítulo 4 dedica-se ao estudo da organização sindical dos operários da Nitro Química e das suas relações com o Partido Comunista. Para além das palavras. Todavia.org. 4. recreativo. desde a sua criação até o final dos anos cinquenta.. na organização de festas. A Nitro Química. . No primeiro.org. essa ideologia era acompanhada de um poderoso e eficaz instrumento prático. Em meio a £ } (3 item(ns)s restante(s)) Abrindo página http://www. como por exemplo as relações de cumplicidade havidas entre o governo de Getúlio Vargas e os proprietários da Nitro Química (José Ermírio de Moraes e Horácio - Lafer). uma vez que este atrelava-se à política da empresa. excursões e palestras). a Nitro Química apresentava-se como instrumento a serviço dos interesses nacionais. Este último elemento explicitava a especificidade de uma empresa privada a serviço da Nação. de abastecimento. O trabalho se estrutura em cinco capítulos. Paulo Fontes faz um bom relato das razões pelas quais os trabalhadores olhavam com muita desconfiança para o Sindicato.php?setpididioma=. um conjunto de “benefícios” (médico-odontológico. quando comparada com as firmas estatais. Encontram-se também menções ao complemento que o Círculo Operário Católico de São Miguel significou ao serviço de assistência fabril”. apresenta-se uma análise do contexto que marcou a trajetória da empresa. Até mesmo a origem majoritária dos operários (fundamentalmente nordestinos) era apropriada pelo discurso em­ presarial enquanto fator de “integração”. bailes. em * função da aguda atuação sindical e política nos anos anteriores a 1964. assim. Não obstante tratar-se de uma empresa privada. humano e progressista. cooperativo. apresentações teatrais. por exemplo. fazer greves ou outros movimentos reivindicatórios seria contrapor-se a tais interesses. ou ainda o lugar que a Segunda Guerra desempenhou no crescimento económico da empresa. de segurança) objetivava garantir o disciplinamento no espaço extrafabril sobre os operários. a Companhia Siderúr­ gica Nacional o fazia. cuja militância em São Miguel Paulista era destacada. ainda que pertencente a proprietários particulares. RESENHA 35 . 5. ao menos no discurso. ‘aberta às questões sociais’. tanto no âmbito sindical quanto em outros aspectos da vida cultural e social do bairro (como. por exemplo. Tal análise permite ao leitor a intelecção de aspectos. br/prindpal.Microsoft Internet Explorer Endereço htbp!//www.php?setpididioma=. 136). nacional ou mesmo internacional. já em progressivo desgaste no período anterior.] parte da cultura dos trabalhadores e de suas organizações.revistasociologiaepolitica. A proeminência do setor jurídico deu lugar ao investimento na participação dos trabalhadores. Além de ser resultado de uma acurada pesquisa sobre as manifestações coti- dianas daquele segmento da classe trabalhadora nos anos cinquenta. pode- se entender o movimento grevista dos operários da Nitro que. de uma grande e poderosa empresa pro­ vedora de benefícios para seus trabalhadores. 36 A N N A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . empossada em novembro de 1956.. Uma nova diretória no Sindicato dos Químicos. Para Fontes. após oito dias de confronto com o aparelho repressivo do Estado e a intransigência patronal. Neste contexto é que. 8. 9.. apresen­ tava uma linha de ação bem diferenciada do que até aquele momento se verificava na entidade. “a greve de outubro de 1957 representou uma inflexão profunda nas relações de reciprocidade entre a Nitro Química e seus trabalhadores.org.br/ busca. Tal inflexão se deu porque “[. em detrimento de uma política que os tire da condição de carentes e necessitados. . 163). “ Assistencialismo “ seria. além de não punir os grevistas. também. social) que preconiza e/ou organiza e presta assistência a membros carentes ou necessitados de uma comunidade. com contação pejorativa. 164).. grupai. populismo assistencial “ URL :http://houaiss. essa diretória buscava firmar contratos com os sindicatos patronais. segundo Paulo Fontes. pois a empresa concordou com a reivindicação central (20% de reajuste sobre os salários vigentes em agosto de 1956).. A greve na Nitro Química iniciou-se no mesmo dia em que a famosa greve dos 400 mil trabalhadores chegou ao final. l (3 item(ns)s restante(s)) Abrindo página http://wrwi. sofreria um forte abalo com a parali­ sação” (p. revelou- se vitoriosa. sendo.. sistema ou prática (individual. O último capítulo analisa a greve dos trabalhadores da Nitro Química acontecida de 24 a 31 de outubro de 1957. 7.] se os chamados benefícios sociais da Nitro puderam em alguns momentos cumprir o papel de ajudar a evitar que a maioria dos trabalhadores da fábrica aderisse a protestos e movimentos grevistas. “ doutrina. “ sistema ou prática que se baseia no aliciamento político das classes menos privilegiadas através de uma encenação de assistência social a elas. Nesta.br Revista de Sociologia e Política essa discussão.jhtm?verbete=assistencialismo (30/08/04).org. seis categorias obtiveram importantes conquistas económicas e impuseram uma vitória no embate com os respectivos segmentos do empresariado. em 1957 eles já não tinham mais esta capacidade” (p. A imagem. Aqui me parece manifestar- se uma das lacunas deste que é um bom trabalho.com.0 revista de sociologia e potitica . tendo provavelmente relações com as práticas de solida­ riedade tradicionalmente exercidas por estes” (p. Mais adiante voltarei a isto. “[. a mais longa da sua história até então. o autor analisa o significado do assistencialismo4 para os traba­ lhadores e conclui que este não pode ser visto apenas como um reforço à tutela do Estado sobre sindicatos. Do ponto de vista político. o livro de 4 Segundo o Dicionário Houaiss. do ponto de vista da sociologia.revistasociologiaepoiitica.uol. inclusive com a escolha de delegados sindicais. Ao invés de contratos por empresa. estatal. no período. “Organizados e mobilizados. De fato.br/pnncipal. 1991: 236).revistasociologiaepolitica... O próprio assistencialismo pode e deve ser analisado enquanto importante complemento a essa forma histórica de enquadramento dos sindicatos. relacionando-o “[. isto sim.br :V ▼ 'Revista de Sociologia e Política Paulo Fontes aponta para aspectos fundamentais da possibilidade de uma ação br\ ofensiva por parte dos trabalhadores: “A ação da militância comunista e sindical no £8B interior da fábrica pôde potencializar este descontentamento operário para a con­ quista da direção do sindicato.. para a organização no local de trabalho e para realizar uma campanha salarial na empresa em diferentes moldes no ano de 1957.) sustentam a respeito.//w w w . um importante fator para sua frágil presença nos locais de trabalho. obstando. menos atadas ao contingencial. sendo. Parece-me que falta ao texto de Fontes um tratamento mais detalhado da estrutura sindical oficial5 (montada sobre a unicidade sindical. A Nitro redefinia o que era direito do trabalhador no âmbito de seu espaço (p.] de dentro para fora das empresas” (RODRIGUES. organização sindical nos locais de tra­ balho. v (3 item(ns)s restante(s)) Abrindo página http ://w w w . Rodrigues afirma que as greves são organizadas “[.f i revista de sociologia e politica ...] parte da cultura dos traba­ lhadores e de suas organizações [.. portanto.php?setpididioma=.]”. org.. como as reivindicações pelas taxas 5 Estrutura dos sindicatos montada pelo governo da época.org. 10. manifestações mais abrangentes e agudas da consciência de classe. para estes autores. Porém. como nos trechos seguintes: “O desrespeito da companhia aos direitos adquiridos pelos trabalhadores nas leis do País eram outro foco de grande insatisfação. Entendê-lo como “[. em alguns momentos isto se dá. Desde o título do livro presume-se que a questão da cidadania merecerá atenção.. A nova orientação do sindicato tornava-o aos olhos dos trabalhadores um efetivo instrumento para a conquista de direitos. 165). inclusive. 163)”. significa perder de vista as determinações da totalidade social capitalista sobre esta cultura e não explicitar o resultado último do assistencialismo: reforçar a subalternidade.Microsoft Internet Explorer Endereço é i h ttp . a carta sindical e a justiça trabalhista) e o seu efeito moderador nas lutas reivindicatórias dos trabalhadores. sustenta que “o sindicato de Estado não organiza de modo sistemático e estável os operários e demais traba­ lhadores” (BOITO Jr. 1966: 76) e Boito Jr. RESENHA 37 . efetivamente. 12. os trabalhadores nitrinos desenvolveram nesse período uma série de lutas.] com as práticas de solidariedade tradicionalmente exercidas por estes”. praticamente inexiste. as contribuições compulsórias. teriam. 11.. um porta-voz coletivo de seus represen­ tados e.. uma vez que. os trabalhadores da Nitro experimentado a greve de outubro de 1957 fundamentalmente em função de uma intensa organização interna à empresa? Esta é uma das principais conclusões polêmicas que Paulo Fontes apresenta em relação ao que outros autores (notadamente Leôncio Martins Rodrigues e Armando Boito Jr.. uma necessidade” (p.revistasociologiaepolitica. quer pelo ofício de pesquisador. O sindicalismo de Estado no Brasil. estariam superexplorando a força de trabalho e remunerando abaixo do “ valor de troca » dessa força de trabalho. no trabalho não se qualifica “cidadania”. 4 r) (3 item(ns)s restante(s)) Abrindo página http://www.br) é Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). tais trabalhadores teriam articulado suas reivindicações mais imediatas ao menos a um projeto de reformas sociais? A identidade que construíram permaneceu no momento económico-corporativo. 13.com.php?sel:pididioma=. quer pela militância sindical ou. aqueles trabalha­ dores possuíam. se é que essa questão (a luta por uma extensão dos direitos) realmente tenha ocupado o centro das suas mobilizações. A “ força de trabalho » é uma mercadoria comprada e usada pelo capitalista para obter trabalho e aumentar o valor de outras mercadorias. a Nitro.br/principal. remunerada aquém do seu próprio valor de troca7.revistasociologiaepolitica. inclu­ sive. Naquele momento. Esta ausência dificulta. L. 38 A N N A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI .br Revista de Sociologia e Política de insalubridade e pelo abono de Natal. eventualmente. (1966).revistasociologiaepo!itica. percebe-se que o eixo da própria greve de 1957 foi o combate ao arrocho salarial.org. pela absoluta neces­ sidade de se compreender a realidade brasileira. A. Essas observações em nada diminuem o vigor do livro.Microsoft Internet Exptorer Endereço !<§£} http://w w w . Difel.Recebido para publicação em março de 1998. Todavia. RODRIGUES. ainda. entrevistas e outras fontes citadas no livro.br/resumo. a rejeição à superexploração da força de trabalho6. 173).php7pidtextos296 (29/08/04) 6 Para a teoria marxista. estendeu-se mini­ mamente a outros segmentos da classe trabalhadora ou.. tangenciou a necessidade desta diferenciar-se com vistas à luta pela hegemonia? O enfrentamento destas indagações permitiria vislumbrar os contornos do que o autor está entendendo por cidadania e.org.org. Ao pagar um valor menor do que o valor que o trabalho por eles extraído acrescenta às mercadorias.] como uma fábrica ‘quente’ do ponto de vista da militância sindical. os operários vendem sua “ força de trabalho » aos capitalistas em troca de um salário em dinheiro. ainda. a partir de então.. vivendo agora um período de forte decadência seria conhecida [. Conflito industrial e sindicalismo no Brasil. ou seja.. São Paulo. verificar em que medida aquelas lutas operárias se expressaram também nessa dimensão. URL: http://www. M. O exaustivo trabalho de pesquisa que se pode perceber e a constante preocupação com o fazer-se dos operários da Nitro Química em suas experiências de resistência credenciam-no como leitura obrigatória aos que se interessam pelo mundo do trabalho. . O Sindicato dos Químicos de São Paulo foi. (1991). um instrumento vital para a conquista de direitos” (p.® revista de sociologia e política . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOITO Jr.. mais que isto. até hoje fortemente presentes na memória social daquele grupo operário. Hucitec UNICAMP. 14.. São Paulo/Campinas. Pelo exame dos docu­ mentos. Edilson José Graciolli (ejgmz@triang. a percepção do projeto de cidadania que. Até 1964.revistasociologiaepolitica. 4. seus conteúdos. Agora vá observando a resenha atentamente e faça as atividades indicadas para cada parágrafo. levante hipóteses e responda: a) Quais seriam as características profissionais do resenhista? b) Qual seria o tema do livro resenhado? c) Por que será que o autor da resenha cita outros livros no que ele chama de “referências bibliográficas”? 3. verifique: a) O que é apresentado no primeiro parágrafo? RESENHA 39 . que as resenhas se caracterizam por apresentarem pelo menos dois movimentos básicos: a descrição ou o resumo da obra e os comentários do produtor da resenha. Pensando sempre que a resenha apresenta trechos descritivos sobre um outro livro. Você viu. A partir das respostas que você deu para a atividade 1. que correspondam a esses dois movimentos Trechos descritivos/resumidores da obra Trechos de comentários 4..2. na seção 1.1. seus objetivos. Preencha o quadro abaixo com trechos da resenha que você acabou de ler. sua estrutura etc. neste parágrafo. do quarto ao oitavo. verifique: a) O que o resenhista acrescenta no nono parágrafo? ( ) um comentário negativo ( ) um comentário positivo Sublinhe no texto as palavras que o indicam. Agora. 40 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI .2. 4o e 5o parágrafos:_______________________________________________________ 6oparágrafo:_____________________________________________________________ 7o e 8o parágrafos:_______________________________________________________ Liste as expressões que introduzem os tópicos tratados nesses parágrafos. b) O que é apresentado no segundo parágrafo? Qual verbo. pensando que a resenha também apresenta trechos de comentários sobre a obra. 4. indica o que é apresentado? c) O que é apresentado no terceiro parágrafo? Qual verbo indica o que é apre­ sentado? d) Verifique o que o resenhista apresenta sobre a obra resenhada em cada um dos parágrafos. o resenhista introduz outros autores. citados na biblio­ grafia. b) No décimo parágrafo. Nos espaços em branco. com a enumeração do agrupamento dos parágrafos. Relacione as idéias abaixo com o(s) parágrafo(s) em que elas aparecem. conforme indicamos no quadro abai­ xo. 5. ( ) comentário positivo ( ) resumo do 5o e último capítulo ( ) menção ao número de capítulos que o livro contém ( ) apresentação do livro e do tema por ele abordado ( ) resumo do 4o capítulo ( ) conclusão positiva ( ) resumo do Io capítulo ( ) comentário negativo ( ) objetivo do livro resenhado 6. escreva uma frase resumindo o que é apresentado em cada uma dessas partes. Qual a relação desses autores com a obra resenhada? Como o resenhista qualifica essa relação? c) O que o resenhista apresenta do 11° ao 13° parágrafos? ( ) um comentário negativo ( ) um comentário positivo Sublinhe no texto as palavras que o indicam. d) Qual é a avaliação mais marcante do resenhista sobre a obra? Positiva ou negativa? Justifique com trechos da resenha. RESENHA 41 . De acordo com a organização dos conteúdos. podemos dizer que a rese­ nha lida apresenta 8 grandes partes. . . Leia a resenha a seguir e verifique se ela contém as mesmas partes da resenha que acabamos de analisar. Pa r a c o n t in u a r a c o n v e r s a . expressando suas conclusões sobre os conteúdos que normal­ mente aparecem nessas diferentes partes. 42 ANN A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . Antes de apontar os comentários do rese- nhista sobre a obra. _________________ da obra resenhada. Finalm ente._______________ . 12° e 13° parágrafos 14° parágrafo C o n c l u in d o . encon­ tramos _______________ do resenhista sobre a obra. em que o autor deverá explicitar/reafirmar sua posição sobre a obra resenhada. encontram os_____ __________________ .. Isso pode ser feito por capítulos ou agrupamento de capítulos. é importante que haja tanto_______________ positivos quanto negativos. Depois. Generalizando. 3 primeiros parágrafos 4o e 5° parágrafos 6o parágrafo 7° e 8o parágrafos 9o parágrafo 10° parágrafo 11°. Aliás. C o m e n tá rio s — o s o b je t i v o s — a c o n c lu s ã o — a a p r e c ia ç ã o — In fo rm a ç õ e s s o b r e o c o n t e x t o e o t e m a d o l iv r o . reveja as atividades desta seção e complete o texto com as palavras do quadro abaixo. ------------------------------------------------------------------------------ Você viu que a resenha acadêmica é organizada globalmente em diferentes partes.. Em seguida. é importante apresentar a descrição estrutural da obra resenhada. No início de uma resenha. qualidade do ar e da vida aqui por estas plagas são coisa recente. as cidades brasileiras nasceram e se rae34(auol. que B a p tis ta d a C u n h a analisam os impactos ambientais enfren­ O u tras re se n h a s tados por cidades brasileiras em diferentes contextos económi­ cos. Ocupado principalmente por população vinda do sul do país. Talvez seja esta a maior constante.M ic r o s o f t In te r n e t E x p lo r e r ~~ Endereço \£t) http://www. Ed. R e s e n h a s . Florianópolis e Petrópolis e seus problemas ambientais são tema de capítulos específicos. Baptista da Cunha. talvez impulsionados pela Rio-92. no começo da década de 1980. as­ sim como Rio de Janeiro e São Paulo. O que mais chama a atenção do leitor ao longo da obra. D en is M ahar por Bruno Buys Impactos Impactos ambientais urbanos no Brasil é Ambientais Urbanos no Brasil uma coleção de artigos de diferentes A n tô n io T e ix e ira autores. cujo nascimento e crescimento estiveram ligados à economia da madeira e da extração de ferro de Carajás.br desenvolveram sem nenhuma preocupação de adequada utili­ zação do solo e do espaço. S a n d ra Guerra e Sandra Baptista da Cunha. até onde as ques­ tões ambientais começam a impor um ônus tão grande que se invoca a ação pontual e emergencial do Estado. às margens do Rio Teles Pires. N ig e l S m ith . no Maranhão. Bertrand Brasil. tema de um capítulo. Os assentamentos humanos brasileiros carecem de qualquer esboço de planejamento. similar nos casos extremos desde Sorriso e Açailândia até São Paulo e Rio. Conceitos como sustentabilidade. inde­ pendente do tamanho ou das características da cidade.comciencia. sendo seu cres­ cimento orientado pela lógica do maior lucro. que deságua no Amazonas. Sorriso vive da agricultura de grande escáta mecanizada. é a falta de planejamento pelo setor público. um subafluente do Rio Madeira.br/resenhas/impactos. organizados por Antônio Teixeira G u e rra . no Mato Grosso. Os artigos escolhidos abordam problemas ambientais em cida­ des estudadas pelos organizadores e pelos demais autores de capítulos: pequenas cidades como Açailândia. sociais e históricos da ocupação do território brasileiro. Sorriso. Teresópolis. E n v ie s u a re se n h a Em sua grande maioria. é um assentamento criado pelo governo federal através de políticas públicas de ocupação do cerrado brasileiro.htm jv - R e se n h a s RESENHAS O h om e m e o m u n d o n a tu ra l IM PACTOS A M B IEN TA IS URBANOS K e ith T h o m a s NO BRASIL F lo o d s o f fo rtu n e Antônio J o s é Teixeira Guerra e Sa n d ra M ic h e i G oulding.com. fcs) Concluído RESENHA 43 . br tro delas. a obra ó basi­ camente um livro de geografia. principalmente as de bairros mais pobres. o salve- se-quem-puder dos resgates e o denuncismo da mídia são a tônica. no Mato Grosso. Setores da população urbana Flo o d s o f fo rtu n e brasileira convivem com problemas ambientais sérios.comdencia.br/resenhas/impactos. vive constantemente em situação ambiental muito ruim. de maneira geral. Falta de infra-estrutura básica como saneamento e esgoto em áreas residenciais de classe baixa Im pactos fornecem o material perfeito para o desenvolvimento de Ambientais voçorocas. entre 1996 e 1998. A poluição das águas do rio Teles Pires pelos defensivos e insumos agrícolas tornam a água inadequada ao consumo. principalmente a de grandes centros. S a n d ra ra. uma cidade fundada há B a p tis ta d a C un h a apenas quinze anos.htm R ese n h as R ESEN H A S O hom em e o Neste sentido. grandes ravinas formadas por erosão do solo. é claro. desbarranca- N ig e l S m ith . Porém. em vez de só evitar o mal maior. Mas. que Urbanos no Brasil podem. No verão e nas enchentes. apesar da diversidade de autores e estilos. em estado avançado. por não poder oferecer melhores condições de habi­ tação a esta população. Os organizadores são geógrafos e professores do Departamento de Geografia da Universidade £ ] Concluído 44 A N N A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABRELf-TARDELLI . municipal. Iniciativas — tímidas — como o rodízio de carros particulares em São Paulo. capa­ M ic h e l G ouiding. tornando-o inade­ E n vie sua quado à vida. esbarram no individualismo da solução automotiva e do status que o carro tem na nossa contemporaneidade. Em Sorriso. A cidade é pontilhada por voçorocas que casti­ re s e n h a gam os habitantes cotidianamente. zes de provocar mortes como deslizamentos. provocar deslizamentos de ter­ A n tô n io T e ix e ira Guerra. estadual e federal. para evitar o mal maior. Tênues esforços públicos são levados a cabo em vés­ pera de desastre.Q R e s e n h a s . o brasileiro não está educado nem conscientizado para a necessidade de mudar de hábitos e efetivamente melhorar o ambiente e a qualidade de vida urbana. o estado de deterioração ambiental cha­ ma a atenção para a facilidade e o curto prazo em que o O u tra s re s e n h a s homem pode modificar o ambiente natural. Ruas inteiras somem den­ rae34gDuol. Embora utilize conceitos e terminologias de várias áreas de conhecimento dedicadas à questão ambiental. D en is M ahar mentos e enchentes. A população urbana brasileira. o m u n d o n a tu ra l K e ith T h o m a s livro é uma séria crítica à ação do Estado nos três níveis.M ic r o s o f t In te r n e t E x p lo re r Endereço ^ http://www. No Rio de Janeiro. habitações de classe baixa proliferam em áreas de risco de deslizamento.com. deram mostras de seu potencial em melhorar a qualidade do ar e de reduzir o caos no transporte. O poder público faz vista grossa. .. Nossa modernidade tecnológica pre­ cisa... ecologia e geografia. Em alguns casos ultrapassam... onde o caos no transporte e o nível de qualidade do ar beiram constantemen­ te o limite aceitável. I Ú Concluído RESENHA 45 . definitiva e irreversivelmente. No Bra­ sil... c o m c ie n c la . o livro é Ambientais muito bem-sucedido na escolha dos problemas relevantes a Urbanos no Brasil serem tratados.htrrr ....br/resenhas/irnpactos.. O u tra s re s e n h a s A conservação da natureza. ciências da terra.à i Endereço http://www.. A t u a liz a d o e m 22/06/01 U R L : h tt p :/ / w w w .bd/ R ese n h as U IS S liN H A S Q hom em e e Federal do Rio de Janeiro/Universidade do Brasil. Por outro lado. que devem interessar a todo o universo-alvo A n tô n io T e ix e ira G u e rra . b r/ r e s e n h a s / im p a c t o s . mas de áreas com preocupações ambientais como Flo o d s o f fo rtu n e engenharia civil e agronómica... corn. Embora m u n d o n a tu ra l tenha sido planejado para alunos e pesquisadores não só de K e ith T h o m a s geografia. e a preservação da biodiversidade são temas constantes nos nossos diários e E n vie sua noticiários. biologia/ M ic h e ! G ouiding. este é um imperativo imediato. É preciso dizer com igual clareza e embasamento científico que o espaço das cidades também pertence ao universo de preocupações ambientais dignas de esforço público e investimentos.. Estão na pauta do dia. da Amazônia. incluir critérios de excelên­ cia ambiental no planejamento urbano das cidades. h t m (2 9 / 0 8 / 0 4 ) jv.br Mundial.comcienda... O leitor não-geógrafo Impactos poderá sentir alguma dificuldade. .. D en is no quesito clareza de expressão e preocupação com jargões M ahar e terminologias específicas da geografia. _ _.M ic r o s o f t In te rn e t E x p lo r e r ■ .. a obra fica aquém do que se esperaria N ig e i S m ith . S a n d ra escolhido.. junto com esforços de re s e n h a grandes organismos internacionais como a ONU e o Banco rae34iõ)uol.. caso não queiramos en­ dossar o exemplo da cidade de São Paulo.10 R e s e n h a s . bem como ao brasileiro em geral que esteja pre­ B a p tis ta d a C un h a ocupado com os destinos do país... .. na gramática normativa. Grande parte deles são conhecidos. não só nas frases. Essas relações entre as idéias são dadas por palavras que “organizam” o que está sendo dito.-------------------------------------------------------------------------------------------. sua função é mais ampla: estabelecer relações entre as idéias. Observe os organizadores textuais que iniciam os parágrafos 10 e 13. 1. Como veremos. analisaremos os organizadores textuais encontrados na resenha estudada e veremos quais são suas funções. como conectivos. é importante guiar o leitor para que ele Q possa entender as diferentes relações que queremos estabelecer entre as idéias. mas vistos apenas como elementos de conexão de frases. SEÇÃO 4 Os mecanismos de conexão: o uso dos organizadores textuais Pa ra começar a c o n v e r s a . uando se escreve um texto. os organizadores tex­ tuais. Consulte a resenha “Trabalhadores e cidadãos” mais uma vez e identifi­ que os parágrafos em que o resenhista Parágrafo(s) Apresenta uma conclusão do livro que ele classifica como polêmica Faz comentários negativos em relação à obra resenhada 2. ou seja. Qual é a relação lógica que esses dois organizadores estabelecem entre o parágrafo que inicia e o parágrafo que os precede? RESENHA | 4 7 ] . mas também entre os parágrafos. Nesta seção. N ã o s ó .. destinado sobretudo à formação docente.. 48 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . 2001. segundo suas funções. Identifique os conectivos nos trechos abaixo. Edição comentada. Texto 1 Nas últimas décadas. Classifique os conectivos abaixo no quadro a seguir. Marque com 0 os conectivos que introduzem conclusões e com Q os que introduzem argumentos.) In: L. a obra de Vygotsky tem sido intensamente recupe­ rada. Vygotsky. Artmed. podemos também encontrar outros que têm valores/funções diferentes. tanto no tocante à psicologia cognitiva quanto à educação em geral. pois sua influência sem dúvida é crescente no panorama atual. cujo destaque é a grande amplitude dos temas abordados (. ( ) já que ( ) assim ( ) uma vez que ( ) devido a ( ) por isso ( ) como ( ) isso posto ( ) pelo fato de ( ) assim sendo ( ) portanto ( ) porque ( ) pois 5. Este é um texto claro e abrangente de psicologia pedagógica. Além dos conectivos acima. Psicologia pedagógica.. ( ) causas e justificativas sobre o que foi dito no parágrafo anterior ( ) contraste ou argumentos contrários ao que foi dito no parágrafo anterior ( ) complemento adicional ao que foi dito no parágrafo anterior 3. . causas ou justificativas. m a s t a m b é m — e n tre ta n to — com e fe ito — e m b o ra — a in d a q u e — n o e n ta n to — d e fa to — c o n tu d o — ap esar de — m esm o qu e — m as C o n e c t i v o s q u e in d ic a m C o n e c t i v o s q u e in d ic a m C o n e c tiv o s q u e in d ic a m a d iç ã o d e id éia s c o n tra s te e n tre idéias e x p lic a ç ã o / c o n s ta ta ç ã o / o u a rg u m e n to s c o n trá rio s c o n f ir m a ç ã o 4. São Paulo: quarta capa. muito além da simplicidade doméstica que seu quotidiano faz crer..T e s e d o a u to r A rg u m e n to s u sad o s C o n e c tiv o q u e in tr o d u z o s a r g u m e n to s e seu v a lo r P o is — c a u s a o u ju s t i f ic a t iv a Texto 2 (. desmascarando. T e s e d o a u to r A rg u m e n to s u sad o s C o n e c tiv o q u e in tr o d u z a c o n c lu s ã o P o rta n to RESENHA 49 . ou ainda nos vários fragmentos — espécies de epigrama e aforismo — que aparecem infltrados num corpo textual incomum. Clarice Lispector.) In: Y. narradores implícitos ou interpostos. que participou do quotidiano de Clarice Lispector nos últimos anos de vida da autora. inadaptável às expectativas sociais. Mesmo tendo evitado expor sua intimidade ao público.. obsessiva na captura de si mesma e do outro. (.) A amiga e confidente Olga Borellli.. indícios e revelações. A literatura de uma das mais importantes escritoras brasileiras está. dispersos sob as falas de tantas personagens. Rosenbaum. E possível conhecê-la através de inúmeros vestígios. confirma: Ela era uma dona de casa que escrevia romances e contos. Com a máquina de escrever no colo. um mundo de desejos e fantasias inconfessáveis. sob o verniz do quotidiano. portanto. chamando a empregada e recebendo os amigos. Clarice Lispector fez de seus textos um vasto itinerário de uma identidade inquieta e turbulenta. aten­ dendo ao telefone. 2002. Publifolha.. ela produzia seus livros com os filhos ao redor. 2. Para c o n t in u a r a c o n v e r s a . ( ) estabelecer relações entre as idéias nas frases.C o n c l u in d o . Resuma sua função na resenha em algumas linhas. “Impactos ambientais urbanos no Brasil” e procure os organizadores textuais que introduzem um comentário negativo sobre a obra resenhada.. Para que servem os organizadores textuais em uma resenha? 1.. Assinale as alternativas que melhor se aplicam à função dos organizadores textuais. ( ) guiar o leitor. 50 ANN A RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . ( ) organizar o que é dito. Releia a última resenha da seção 3... ( ) estabelecer as relações entre as idéias entre os parágrafos e nas frases. -------------------------------------------------------. 1. cham a a atenção p a ra a “neutralidade em ocional” que deve caracteriçar a linguagem técnico- científica e. comentários do resenhista sobre a obra resenhada. Leia o trecho abaixo. a dos laudos. filósofo da linguagem america­ no. imos. Vimos também. P or fim . preocupado com a eficácia das interações. RESENHA 51 . que existem trechos da rese­ nha em que podemos perceber esses comentários. A propó­ sito. que a resenha difere do resumo por conter elemen­ V tos avaliativos. que trata de regras a seguir na elaboração de pareceres.. outro lógico. na seção 3. na seção 1. C opi (1974). argumentando em direção sem elhante. ou seja. tirado do manual S o b re a ela b o ra çã o e a estru tu ra dos p a re c e re s .---------------------------------------. iden­ tificaremos os comentários feitos pelo resenhista na resenha estuda­ da e analisaremos como eles são feitos. Uma das maneiras de ser “polido” é atenuar as afirmações negativas. Nesse trecho. escrito por Egon de Oliveira Rangel. no nosso caso específico. o parecerista deve obrigar-se a observar a “m áxim a da p o lid e fid e ix a n d o de lado as expressões que possam agredir ou desrespeitar os destinatários. que possam agredir o autor da obra resenhada. Aqui me parece manifestar-se uma das lacunas deste que é um bom trabalho. SEÇÃO 5 A expressão da subjetividade do autor da resenha Para começar a c o n v e r s a . o autor cita a última máxima conversacional de Grice (1962). Qual é a crítica negativa contida no trecho abaixo? Sublinhe as expressões que atenuam essa crí­ tica negativa do resenhista à obra. Nesta seção. O que você conclui em relação à linguagem que deve ser usada em uma resenha? 2. . nos parágrafos indicados abaixo. sem o uso desses verbos ou expressões 8.. Quais categorias gramaticais foram usadas nesses exemplos para expres­ sar a opinião do resenhista? 52 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . Siga o exemplo sublinhando. Ele aponta que consequências positivas essa qualificação teria para o leitor. o resenhista também atenua sua opinião sobre o fato de o autor não ter qualificado “cidadania”. No 13° parágrafo. Esses comentários parecem expressar a opinião do resenhista de maneira ( ) direta/explícita. ( ) indireta/implícita. Sublinhe a frase em que isso é feito e os verbos usados. Procure.) deste que é um bom trabalho 9o 12° 13° 14° 7. Com que verbo e em que tempo verbal isso é feito? 5. Procure outro exemplo como o anterior no 11° parágrafo. “eu penso que”. usando verbos como “eu acho que”. No 11° parágrafo. os comentários sobre a obra resenhada feitos pelo resenhista. as expressões que parecem conter mais comentários sobre a obra. ou expressões como “na minha opinião” etc. Parágrafo Comentário 6o Paulo Fontes faz um bom relato (. o resenhista dá sua opinião sobre como analisar o assistencialismo. quando possível.3.. 4. 6. Dentre eles. ( ) verbos ( ) adjetivos ( ) substantivos ( ) advérbios ( ) artigos ( ) pronomes ( ) preposições 9. te­ mos: 1. Generalizando. 1. O uso d e __________________ . Releia a última resenha da seção 3 “Impactos ambientais urbanos no Brasil” e sublinhe as maneiras usadas pelo resenhista para expressar sua subjetividade. O uso de expressões que atenuam as opiniões. O uso de alguns tempos verbais que também têm a função de atenuar o que está sendo dito. para evitar agredir o autor da obra resenhada. Quando se faz uma resenha sobre a obra de alguém. na sua opinião. Faça o mesmo com o texto 5 dos Anexos. é importante seguir algumas regras de _______________________ .. ------------------------------------------------------------------------------- Você viu que na resenha acadêmica aparecem comentários do resenhista sobre a obra resenhada. como: ______________________________ 3. o autor opta por essa maneira de mencionar seus comentários? C o n c l u in d o . seus comentários sobre a obra. Por que. c o m o :__________________ 2. podemos usar vários recursos linguísticos. 2.. Para tanto. . RESENHA 53 . “Além do cartesianismo”. __________________ e m esm o____________________ para expressar a opinião do resenhista Para c o n t in u a r a c o n v e r s a . reveja as atividades desta seção e complete o texto abaixo com suas conclusões sobre a expressão da subjetividade do resenhista na resenha.. esses atos são atribuídos ao próprio livro/obra. vem acompanhado de comentários feitos pelo resenhista. ou aparecem impessoalizados. estudaremos os procedimentos que devemos utilizar para mencionar o autor da obra e seus diferentes atos. 1. a obra tem p o r objetivo. Assim. SEÇÃO 6 Procedimentos de inserção de vozes: diferentes formas de menção ao dizer do autor do texto resenhado e de outros autores Pa r a começar a c o n v e r s a . no caso da resenha. . de C outro autor. deve-se tomar cuidado ao fazer essas menções para que o que foi dito pelo resenhista e o que foi dito pelo autor do texto original fiquem absolutamente claros para o leitor. Muitas vezes. Baseie-se nos exemplos abaixo. Porém. temos de inter­ pretar os diferentes atos que o autor do texto original realiza no texto.------------------------------------------------------------------------------------------------. é natural que haja menções ao texto original. e le g e u 2o p a r á g r a f o 3° p a rá g ra fo RESENHA 55 . como por exemplo: o livro se centra. Releia a resenha T ra b a lh a d o res e cid a d ã o s e identifique os verbos usados pelo resenhista para mencionar o que o autor da obra resenhada faz na obra e/ou a própria obra resenhada. o que.. Além disso. distinguindo-os do que é dito pelo resenhista. PA RÁ G RA FO S VERBO S 1° p a r á g r a f o D e b r u ç a -s e . Nesta seção. omo no caso do resumo. a resenha é um texto sobre outro texto. ora com algumas das ações abaixo. fa z u m bom r e la to . analisar. Releia os verbos que você colocou no exercício 1 e classifique-os segun­ do as ações que eles indicam. completando ora com o verbo. Identifique algumas delas na resenha que estamos estudando. Além desses verbos. façer um relato. o resenhista usa expressões diversas que também têm a função de introduzir a voz do autor da obra. c o n c lu i 7 o p a rá g ra fo 9 o p a rá g ra fo 10° p a r á g r a f o . a n a lis a . concluir 56 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . 3. • Organiza os conteúdos do 4o capítulo de diferentes formas • Organiza o conteúdo da obra e seleciona o conteúdo do primeiro capítulo • Organiza o conteúdo do último capítulo de uma determinada forma • Justifica o recorte temporal PA RÁ G RA FO AÇÃO V E R B O (S ) U S A D O (S ) 1° S e le c io n a 0 c o n te ú d o c e n tra l Debruçar-se q u e v a i d e s e n v o lv e r E s c o lh e 0 c o n te ú d o d a o b ra Eleger T E s c o lh e u m d e t e r m i n a d o o b je t i v o da o b ra 3o Justificar 40 Estruturar-sei apresentary encontrar menções (° Dedicar-se ao estudo. s u s te n ta m 2. Baseie-se nos exemplos dados. No dizer do próprio autor. 4 o p a rá g ra fo : e n c o n tra m -s e ta m b é m m en ções 6° p a rá g ra fo . Indicação dos objetivos da obra ( ) apresentar. narrar. RESENHA 57 . terminar. dividir-se. confrontar. justificar. começar 6. mostrar. Ação do autor da obra original Verbos possíveis 1. demonstrar. defender a tese. utilizar verbos que 5. afirmar. Baseando-se no quadro acima. se propor a. Indicação do conteúdo geral ( ) objetivar. a) Remeter a fatos relatados: _____________ b) Atribuir atos ao autor da obra original: 8. 3. em relação à sua crença/tese concluir. ter 0 objetivo de. Observe os sujeitos dos verbos da atividade 3 e escreva-os no quadro da próxima página. expli­ car. o que você pode concluir em relação aos ver­ bos utilizados e em relação aos atos realizados pelo autor da obra original? O resenhista procura. abordar 4. desenvolver. Posicionamento do autor da obra ( ) estruturar-se. organizar-se. em sua resenha. opor. Estrutura e organização da obra ( ) sustentar. apontar. 7° Analisar 9o Enfoca um determinado conteúdo 10° Seleciona 0 conteúdo Afirma com certeza 4. Relacione esses outros verbos com aquilo que indicam. Em que tempo verbal estão os verbos que a) remetem aos fatos relatados no livro ( ) passado b) atribuem atos ao autor da obra original ( ) presente 7. analisar. Dê um exemplo de cada caso. 2. descrever. contrapor. de fato. tire sua conclusão e complete os espaços. O que aconteceria se todos esses verbos tivessem o mesmo sujeito. N e s s e c a s o . p o d e m o s n o s r e f e r i r a e l e u t i l iz a n d o : P o d e m o s t a m b é m . fa z e r r e fe r ê n c ia s à o b r a o r i g i n a l . a t r i b u í m o s o s a t o s a s u je i t o s i n a n i m a d o s . a in d a p r o c u r a n d o e v ita r r e p e tiç õ e s . P a r a e v i t a r a r e p e t i ç ã o d o n o m e d o a u t o r . Encontrar menções 6o Dedicar-se ao estudo Façer um relato Analisar Concluir T Analisar 9o Apontar 10° Apresentar Sustentar 9. PA RÁ G RA FO VERBO S U JE IT O 1° Debruçar-se Eleger T Objetivar 3° Justificar-se 4° Estruturary Apresentar. Você observou que nem todos os verbos têm o autor da obra como sujeito. embora tenha sido ele quem.l o são: 58 AN NA RACHEL M ACH ADO | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI . por exemplo P a u lo F o n tes ou o a u to ri 10. A l g u m a s p o s s i b i ­ l id a d e s p a r a f a z ê . A partir do que você fez nas atividades anteriores. realizou a ação expressa pelo verbo. . O s _____________________________________ d i s c o r r e m s o b r e te m a s m a r c a n te s e re s p o n s á v e is p o r p r o fu n d a s t r a n s f o r m a ç õ e s n o in íc io d e s te n o v o m ilé n io . O _______________________ d e s c r e v e u m a p e s q u i s a r e a l iz a d a n a U n i v e r s i d a d e d a C a l i f ó r n i a q u e . ) __________________________________________ fa z u m a a n á l i s e d o p a p e l d a in fo rm a ç ã o e d o c o n h e c im e n to n a á re a d a e c o n o m ia d a in o v a ç ã o . Agora. n o ________________________________ “A e c o n o m ia d a in fo rm a ç ã o . . r e g i o n a i s o u l o c a i s d e i n f o r m a ç ã o s e ja m tr a ta d o s c o m o u m a re d e d e in s titu iç õ e s d o s s e to r e s p ú b lic o s e p r iv a d o s . ___________________________________ s u g e r e q u e o s s is t e m a s n a c i o n a i s . ( . Note que se trata de um livro contendo vários artigos e “organizado” por duas autoras. d o c o n h e c i m e n t o e d o a p r e n d i z a d o ” . . M. L a s t r e s . Lastres e Santa Albagli (organizadoras) Rio de Janeiro. a s t e c n o ló g ic a s e as o r g a n iz a c io n a is . M . com o c iê n c ia d a in fo r m a ç ã o . Qual é o único caso que não representa um ato do autor da obra original? RESENHA 59 . m a s o _____________________________________ Informação e globalização na era do conhecimento m o s tra c o m o u m s is t e m a d e i n o v a ç õ e s t e c n o l ó g i c a s p o d e s e r re s p o n s á v e l p o r tr a n s fo r m a ç õ e s n a r e la ç ã o d a s o c ie d a d e c o m o e s p a ç o e e n tre as p r ó p r ia s s o c i e d a d e s . e s c r i t o p o r I v a n d a C o s t a M a r q u e s . e n te n d id a s c o m o c o m p l e m e n t a r e s .11. 12. utilize os procedimentos que discutimos nas atividades anteriores para completar os trechos selecionados da resenha abaixo. ) P o r t a n t o . N e s s e s e n t id o . c iê n c ia p o lític a . c o r r o b o r a a i d é ia d e M a r q u e s . A f r a s e e s t á n o ________________________________“ D e s m a t e r i a l i z a ç ã o e t r a b a l h o ” . . Releia os verbos e os sujeitos que você colocou no quadro do exercício 8. ( . . s o c ió lo g a e d o u to r a em g e o g r a fia ( U F R J ) . Informação e globalização na era do conhecimento Helena M. g e o g r a f ia . . O _________________________________________________e s t á d i v i d i d o e m 11____________________________________________e s c r i t o s p o r a u to r e s d e d ife r e n te s fo r m a ç õ e s . e c o n o m ia e s o c io lo g ia . e c o n o m is ta e m e s tr e e m E n g e n h a ria d a P ro d u ç ã o d a U n i­ v e r s id a d e F e d e r a l d o R i o d e J a n e i r o ( U F R J ) e S a r ita A lb a g li. d a U F R J . p o i s d if e r e n c i a d o is tip o s d e in o v a ç ã o . Por André Gardini “ O to m a te é u m p ro d u to high tech\” E s ta a firm a ç ã o fo ra d e c o n te x to p o d e p a re c e r um t a n t o m a l u c a . 1999. v i s a n d o ( . ) D is c u s s õ e s c o m o essa s e stã o n o __________________________________________ o r g a n i z a d o p o r H e le n a M . t e n d o a in o v a ç ã o e o a p r e n d iz a d o c o m o s e u s p r in c ip a is a s p e c to s . L a s tr e s . Editora Campus. 318 pp. . Qual é esse recurso? 16.] ( ) Justificar uma afirmação.. A “nordestinidade” reforçaria.. ) de seu espaço” (p.. contradições e legitimação ou não ( ) ple­ ção à obra resenhada namente na década seguinte (p. uma aprofundar a análise da montagem. . da lógica in­ opinião do resenhista em rela­ terna.. No texto. De fato. assim.13. (parágrafo 12) b) Até mesmo a origem majoritária dos ope­ ( ) Provar que o resenhista se ba­ rários (fundamentalmente nordestinos) era seia em trechos da obra rese­ apropriada pelo discurso empresarial enquan­ nhada to fator de “integração”. [. objetivou-se “[. em ção ao discurso empresarial alguns momentos isso se dá. a busca da paz social..] (parágra­ fo 2) C o n c l u in d o .. como nos tre­ chos seguintes: “o desrespeito da compa­ nhia aos direitos adquiridos pelos ( . ------------------------------------------------------------ Escreva aqui suas conclusões sobre o que você estudou nesta seção 60 AN NA RACHEL M AC H AD O | ELIANE LOUSADA | LÍLIA SANTOS ABREU-TARDELLI .] (parágrafo 4) c)No dizer do próprio autor. Relacione os tre­ chos da resenha estudada com a função desse recurso gráfico em cada trecho.. 14) [. Qual é a função da inserção da voz desses autores? 15. Trechos Função a) Desde o título.. existem vários outros casos de inserção de vozes. presume-se que a questão da ( ) Dar um tom irónico em rela­ cidadania merecerá atenção. A “voz” desses autores é introduzida através de um recurso gráfico que marca inserção de vozes. Que autores são esses? 14. 163). .Para c o n t in u a r a c o n v e r s a . Proponha outros verbos que você viu nessa seção para substituir os verbos usados na resenha “Informação e globalização na era do conhecimento”. 2. exemplos de verbos usados para atribuir atos aos autores da obra original. “Informação e globalização na era do co­ nhecimento”. Procure na resenha da atividade 11. Procure e analise outros exemplos de aspas na resenha estudada “Trabalhadores e cidadãos” e na resenha da atividade 11 “Informação e globalização na era do conhecimento”. 1.. 3. RESENHA 61 .
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