Relatório Paleontologia (final)

March 27, 2018 | Author: Artur Magno | Category: Fossil, Sea, Bivalvia, Paleontology, Marine Biology


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Universidade Federal do Pará Instituto de Geociências Faculdade de GeologiaRELATÓRIO DE PRÁTICA DE CAMPO EM PALEONTOLOGIA Belém-PA Junho/2011 Universidade Federal do Pará Instituto de Geociências Faculdade de Geologia RELATÓRIO DE PRÁTICA DE CAMPO EM PALEONTOLOGIA Relatório apresentado como prérequisito de avaliação da disciplina Prática de campo em Paleontologia, sob orientação do Professor Dr. Vladimir Távora de Araújo. Equipe: Paulo Silva de Aviz Júnior Rafael Guimarães Correa Lima Ramon Glazianne Barbosa Carvalho 10034003601 10034000701 10034002101 Belém-PA Junho/2011 Página | 2 .....1. pág.................. pág................................................ pág....................... 8 Mina B-17 (Perfil Capanema).......... Objetivos........... 7 Formação Barreiras...... pág................ Tafonomia da Mina B-17 ......... pág............Sumário 1.......... 4.................. Metodologia............................ Referências bibliográficas .................................... pág...........4.............. 4 2...................................... 7...................2........ pág.......................................................................... 5........... 9 Praias do Atalaia e Maçarico ( Perfil Salinopólis). pág......3................ pág.... Página | 3 .................................. 22 pág....................... Geologia Regional..........2........ pág..................... 25 6.... Tafonomia da Praia do Atalaia........................... Conclusão...... 19 5... 4.................... 4.......... Paleontologia e Tafonomia.......... 24 pág.... 6 4.........................3.. 19 Tafonomia da Praia do Maçarico......... 7 4..... pág....... 12 5...1.................................. 5 3.................................................. Formação Pirabas.................. 5..... Introdução...................................................... realizada no período de 19 a 21 de junho de 2011. na região de Salinópolis. Todos os locais estão inseridos geologicamente na Formação Pirabas. Introdução Este relatório traz de forma organizada as informações e os dados coletados em campo. A excursão teve como destino uma porção da região nordeste do Pará. Vladimir de Araújo Távora e uma equipe de monitores auxiliares. Os trabalhos realizados foram orientados pelo Professor Dr. localizada no município de Capanema e as praias do Atalaia e Maçarico. Os locais visitados foram: A Mina B-17. durante a excursão da disciplina Prática de campo em Paleontologia. Página | 4 .1. 2. Página | 5 . Objetivos Este relatório tem como objetivos principais. bioestratigráficas e tafonômicas dos locais visitados. o estudo das características litofaciológicas. bem como a realização de uma correlação entre os mesmos. Página | 6 . À coleta das amostras foram utilizados tais materiais: Recipientes plásticos. jornais para armazenamento das amostras. Também foram registradas imagens dos afloramentos. para medição das espessuras das camadas e dos afloramentos. Todas estarão contidas neste relatório para melhor compreensão das informações descritas. Metodologia No campo. Lupa para melhor visualização de microcristais e microfósseis. Para a primeira foram utilizados os seguintes materiais: Trena.3. Martelo geológico e caderneta de campo para as anotações. fósseis e amostras. algodão. são elas: As observações e descrições dos afloramentos em questão e a coleta de amostras bem representativas também para estudos em laboratórios. o trabalho pode ser dividido em duas etapas principais. que registrou os calcários fossilíferos da Ilha de Fortaleza. nas zonas do Salgado e Bragantina. Formação Pirabas A Formação Pirabas. Trata-se de uma unidade litoestratigráfica com um rico conteúdo fossilífero. que se baseando exclusivamente em foraminíferos. briozoários). Salinópolis. com mangues em suas adjacências. ostracodes. Capanema. margas (restos vegetais e peixes). entre outras localidades e é constituída. em geral por rochas carbonáticas depositadas durante o Mioceno inferior. Biocalcarenitos não estratificados (ou com estratificação cruzada incipiente e fósseis esparsos). Góes ET al. tendo sido inicialmente referida por Ferreira Pena (1876). Biocalcarenito estratificado (fósseis com alta fragmentação). Os resultados da análise faciológica efetuados pelos autores sugerem que.4. evolução tectônica e como resultado de processos erosivos que assolaram a região provavelmente no quaternário antigo. são elas: Biocalciruditos (com registros fossilíferos de grande variedade. localizada no município de Pirabas. que também dividiu a Formação Pirabas em três fácies: Castelo. atualmente a divisão mais aceita é proposta por Ferreira (1982). Folhelhos. Entretanto. Inicialmente essa formação foi dividida por Petri (1957) apud Farias ET al. Página | 7 . quentes e agitado. estabeleceu três fáceis: Castelo. Canecos e Baunilha Grande. foraminíferos. 1992. (1925). Capanema e Baunilha Grande. foram identificadas sete fácies descritivas.1. no litoral do estado do Pará. gastrópodes. Esta formação ocorre descontinuamente nos estados do Pará. região nordeste do Pará. algumas vezes. bivalves. segundo Góes ET al. Maranhão e Piauí. Levando em consideração o conteúdo paleontológico. em especial na ilha de Fortaleza. Maury et al. contendo porções lagunares ou estuarinas e. Seus afloramentos mais representativos localizamse. Enquanto que pela análise litofaciológica. Essa distribuição irregular dos registros de Pirabas parece estar relacionada com a paleogeografia. como: Equinodermas. que foi estudada. a Formação Pirabas esteve sujeita à ação de ondas e houve intensas e freqüentes oscilações do nível do mar. durante sua deposição. Biohermitos (corais) e Calcilutitos (raros fósseis). principalmente. (1990). de idade Oligo/Miocênica. sugeriram que a Formação Pirabas correspondeu a um sistema marinho aberto de águas rasas. Geologia Regional 4. 1982). Apresenta colorações variadas.Fácies argilo-arenosa: litologicamente heterogênea. por correlação com depósitos homônimos que ocorrem no nordeste brasileiro (Mussa. Formação Barreiras médio a superior (3). Em uma primeira tentativa de definir litologicamente esses sedimentos na região Bragantina. 1988. sendo: .Fácies conglomerática: encontrada no nordeste do Pará. sem estruturas sedimentares visíveis. má seleção. 1997). por muito tempo atribuída ao Plioceno/Pleistoceno. relativamente maior compactação. representada por camadas argilosas. . as informações palinológicas possibilitaram constatar que a deposição desta unidade foi mais antiga. Arai ET al. Estes são pouco espessos constituídos por seixos quartzosos. Amador. angulosidade dos grãos de quartzo da fração areia e.1997. tendo ocorrido. 1958. arenosa e conglomerática. Formação Barreiras A Formação Barreiras foi.Fácies arenosa: caracterizada por uma grande homogeneidade litológica e porcentagens de argila inferiores à da fácies anterior. Formação Barreiras inferior (2). restritamente arenosas limpas. (1988).. seixos mal selecionados e pouco retrabalhados. confirmaram as propostas defendidas por Góes & Truckenbrodt (1980). nordeste do Pará. Arai. E pôde-se concluir que as Formações Pirabas e Barreiras depositaram-se sob influência de um sistema estuarino de evolução complexa dada sua divisão interna em três seqüências deposicionais separadas por superfícies de descontinuidades regionais. Porém.2. Leite ET AL. sendo constituídos por conglomerados polimíticos. areno-argilosas e. no que se refere ao caráter concordante entre a Formação Pirabas e o Grupo Barreiras.4. são elas: Formação Pirabas (1). moderadamente selecionados. É constituída de arenitos amarelados. alongados e achatados.. Página | 8 . sendo comum a mosqueada. com matriz de areia grossa. de granulação média mal selecionada com grânulos e seixos subangulosos disseminados. argilo-arenosas. Góes & Truckenbrodt (1980) definiram três litofácies: argilo-arenosa. Mostra altas porcentagens de finos. . pelo menos em grande parte no Mioceno médio (Arai ET al. Ocorrem lentes de microconglomerados em suas partes mais basais e medianas. ocorre discordante sobre o embasamento. 2º dia: Praia do Atalaia e por fim no 3º dia: Praia do Maçarico. onde toma-se a PA-124 (Capanema-Salinopólis) até uma estrada vicinal na sua direita distante 17 KM da mina. serão descritas e ilustradas separadamente todas as informações e dados observados nos afloramentos localizados nestes pontos. 5. o acesso as instalações da mina se dá pela BR – 316 até a cidade de Capanema.5.1. iniciou-se no ano de 1996 e é considerada uma das maiores jazidas brasileiras de Calcário. A seguir. foram os seguintes: 1º dia: Mina B-17. região nordeste do Pará. Mina B-17 (Perfil Capanema) Localizada no município de Capanema. onde realizaramse observações e descrições de suas principais características. Partindo de Belém. a lavra da Mina B -17 é direito da empresa Cimento do Brasil S/A (CIBRASA). Página | 9 . matéria prima a fabricação do cimento. por ordem. Figura 1: Mapa de localização e acesso aos pontos de estudo. Pontos de estudo Durante a excursão foram visitados três locais diferentes. 5 metros. da base em direção ao topo. maciça. sendo que a camada topo. Página | 10 . Nas bancadas foi possível à identificação de três Litofácies diferentes. Folhelho e Biocalcarenito. dentes de tubarão.  Litofácies A: Com espessura aproximada de 2. Arcabouço fechado. corresponde a Formação Barreiras (classificada apenas como superfície de decapeamento) e quando retirada. briozoários. costelas do peixe-boi. espinhas de equinodermos. bastante variados e diversos tamanhos. Figura 2: Mina B-17. composto por bioclastos de composição carbonática. Esta fácies é extraída e tem como destino o processo de Beneficiamento. Por estas características podemos supor que tal litofácies seja um Biocalcirudito. dentre os bioclastos mais presentes. corais dentre outros. deixa exposta os estratos da fácies carbonática referente à ecofácies Capanema da Formação Pirabas. bivalves.A seção geológica da mina tem topo com 20 metros de espessura. foram observados: Gastrópodes. de coloração cinza clara. vista do mirante. com granulometria variando na faixa de areia média a grossa. são elas: Biocalcirudito. com cerca de 3 metros de espessura. Figura 4: Folhelho com laminações. resultado do intemperismo químico (visto que no meio da litofácies encontra-se o nível freático da mina). Um aspecto importante é que nessa litofácies ocorre uma diminuição na espessura. de menor espessura e maior interdigitação. de coloração cinza e porções de cor alaranjada.2 metro.Figura 3: Amostra de Biocalcirudito de arcabouço fechado. Com granulometria variando de areia fina Página | 11 . podemos inferir que tal litofácies trata-se de um Folhelho.  Litofácies B: Com espessura aproximada de 0. essa litofácies de coloração esverdeada. e que neste local. são encontrados alguns fósseis. Principalmente pela coloração e granulometria. granulometria argilosa.  Litofácies C: Litofácies com 3 metros de espessura. com laminações plano-paralelas. Página | 12 . briozoário. bivalves. topo do perfil da Mina B-17. localizadas na região de Salinopólis. Praias do Atalaia e Maçariço (Perfil Salinopólis) Os afloramentos encontram-se localizados no litoral da Zona Bragantina.a média. correspondente a Formação Pirabas.2. Os bioclastos. O local compreende a ecofácies Castelo. presentes visíveis no afloramento. com matriz sustentada por bioclastos arranjados em um arcabouço fechado. são eles: Gastrópode. Figura 6: Registros de bioclastos. nordeste do estado do Pará. corais e equinodermas. Mineralogia basicamente constituída por carbonato de cálcio. bem fragmentados. sendo também encontrados afloramentos. nas praias do Atalaia e Maçarico. Figura 5: Biocalcarenito. 5. Por essas características podemos inferir que a litofácies em questão trata-se de um Biocalcarenito. Com granulometria argilosa. Figura 9 e 10: Folhelho com laminações plano-paralelas. Sua granulometria varia entre areia fina a média. resultado do sistema de deposição da litofácies. Não foram encontrados registros fósseis na litofácies. Composição mineralógica carbonática (calcita ou dolomita) com cristais bem visíveis.65 metro.Figura 7: Praia do Atalaia. Página | 13 .25 metro. com coloração variando entre cinza (cor original) e laranja amarelado (evidenciando ação intempérica). sustentados pela matriz e bem fragmentados.  Litofácies A: Com espessura estimada em 0. é importante ressaltar que há um contato lateral de interdigitação entre o biocalcarenito e a litofácies em questão. Devido às características descritas dessa fácies. de coloração verde acinzentada.  Litofácies B: Com espessura aproximada de 0. Com grande quantidade de bioclastos arranjados em arcabouço aberto. Estruturada em laminações plano-paralelas. pode-se inferir que a mesma é um Folhelho laminado. Figura 8: Praia do Maçarico. Figura 12: Biocalcarenito. e porções amareladas. Página | 14 . Matriz com coloração variando de cinza escura (cor original) a cinza clara. Na superfície externa dessa fácies tem a presença de cerrípedes balinomorfos recentes. gastrópodes. Pode-se inferir que a litofácies em questão é um Biocalcarenito. Figura 11: Biocalcarenito estratificado muito intemperizado. Com granulometria arenosa variando na faixa fina é média. com a presença de bioclastos arranjados em um arcabouço aberto.  Litofácies C: Com espessura estimada em 0. sustentados pela matriz. Os fósseis encontrados são de briozoários. Bivalve com as duas valvas preservadas.A partir dessas informações pode-se inferir que a litofácies é um Biocalcarenito estratificado. indicando ação intempérica.7 metro. Mineralogicamente composta de cristais de carbonatos. macros foraminíferos e bivalves em maior quantidade. parcialmente gretada. Figura 14: Arenito fraturado.25 metro e coloração predominantemente verde acinzentada.55 metro. Figura 15: Contato gradual entre Folhelho e Arenito. Devido às características pode-se classificar a litofácies como um Folhelho gretado. Foi observado um contato lateral de interdigitação entre o arenito e a litofácie em questão. De coloração cinza esverdeada. Constituindo-se em um Arenito.  Litofácies E: Litofácies com espessura de 0. Não foi percebida a presença de registros fósseis. Preenchida por fraturas formadas por atividades tectônicas. de granulometria argilosa. com granulometria arenosa fina. Litofácies D: Litofácies com espessura aproximadamente de 0. Figura 13: Folhelho gretado. Página | 15 . 50 metro. Foi observada a presença de grande quantidade e variedade de fósseis. com pequenas porções de coloração cinza esbranquiçado. resultado da intensa ação intempérica. Mineralogia constituída basicamente de carbonato de cálcio. Com granulometria arenosa grossa. e porções predominantemente amareladas. Constituída mineralogicamente de carbonato de cálcio e alguns cristais de quartzo. pode-se classificar a litofácies em questão como um Biocalcirudito. Página | 16 . foraminíferos e corais. gastrópodes. Pela descrição podemos classificar tal litofácies como um Calcarenito.  Litofácies G: Com espessura aproximada de 0. Sua granulometria varia na faixa de areia fina a média. Litofácies F: Com espessura de aproximadamente 0. Figura 12: Calcarenito com veios de quartzo.7 metro. de coloração cinza e algumas porções amareladas. Sendo assim. formados na fase de Diagênese da litofácies. resultado da ação intempérica. dentre os principais: Bivalves. briozoários. arcabouço fechado constituído por grande quantidade de bioclastos. tal presença é comprovada pela ocorrência de muitos micro cristais de calcita. Os fósseis do biocalcirrudito dolomitizado são menores. É importante mencionar que existem algumas diferenças entre as litofácies Biocalcirrudito e Biocalcirrudito dolomitizado. Página | 17 . Dentre os fósseis mais presentes estão: Bivalves. briozoários. microforaminíferos e corais. Com granulometria rutácea. Desta maneira pode-se inferir que a litofácies em questão trata-se de um Biocalcirudito dolomitizado. no entanto eles são bem mais preservados. coloração cinza e pequenas porções amareladas. com fóssil bivalve no centro da amostra. gastrópodes. isso ocorre devido a maior presença de CaCO3 nessa litofácies.5 metro de espessura. bioclastos arranjados em um arcabouço fechado. tais como: O Biocalcirrudito não dolomitizado é mais friável.Figura 13: Biocalcirudito.  Litofácies H: Com 0. Outra diferença diz respeito ao tamanho e preservação dos fósseis. evidenciando que nesta litofácies o intemperismo foi menos intenso. Mineralogia constituída de calcita e dolomita. possivelmente devido a ações tectônicas. Enfim.30 metros e granulometria lutácea. Afloramento parcialmente é fraturado. Página | 18 . com cristais de calcita espática bem visíveis. Figura 21: Fraturas causadas por ações tectônicas. pode-se inferir que a litofácies em questão trata-se de um Calcilutito.  Litofácies I: Com coloração predominantemente amarelada devido às ações intempéricas. Figura 20: Calcilutito intemperizado. e estruturas cavernosas na superfície devido à ação do intemperismo. Figura 19: Registro de gastrópode e bivalve. espessura de 1.Figura 18: Biocalcirudito dolomitizado. Constituída mineralogicamente de carbonato de cálcio. 1. Com estruturas cavernosas causadas pela ação da maré. Figura 22: Biohermito com estruturas cavernosas. espinhos de equinodermos. 6. intemperizado. Tafonomia da Mina B-17 e Praia do Atalaia As litofácies observadas tanto na mina B-17 (município de Capanema) quanto na Praia do Atalaia (município de Salinópolis) apresentam basicamente as mesmas características tafonômicas. na qual as principais ocorrências fossíferas foram verificadas predominantemente em duas grandes litofácies. o Biocalcirudito e o Biocalcarenito. briozoários. Tafonomia 6. Página | 19 . com coloração amarelada. Figura 23: Registro fossilífero de coral. com 0. Pode-se classificar esta litofácies como um Biohermito. Foram observados também pequenos veios de quartzo formados nos espaços das estruturas cavernosas. Litofácies J: Recife de coral fossilizado. bivalves.7 metro de espessura. localizado no offshore da praia do Maçarico. de granulometria argilosa a arenosa. gastrópodes e poríferos. Seu conteúdo fossilífero é representado por hexacorais. Página | 20 . molde interno composto. Além disso. Os principais grupos taxonômicos verificados foram equinóides. As espécies são de forma geral de ambiente marinho. Figura 25: Biocalcirudito com arcabouço fechado composto por bioclastos. molde interno. observou-se uma distribuição de maneira mais esparsa. na fácies biocalcirudito. com indivíduos que variam em dimensões. Sua distribuição vai depender da fácies de ocorrência. isso ocorre porque eles são retrabalhados nos canais de maré no decorrer do transporte. No entanto. geralmente na litofácies biocalcarenito. cnidários e vertebrados. bentônico. Esses fósseis geralmente encontram-se fragmentados. dentre outros. O conteúdo fossilífero é bastante diversificado. os fósseis encontravam-se dispostos de maneira menos esparsa. filos.Figura 24: Biocalcarenito com grande conteúdo fossilífero. forma. briozoários. apresentam-se preservados em molde externo. restos inalterados e por substituição. e cimentantes. moluscos (gastrópodes e bivalves). os Cirrípedes Balanomorfos da ecofácies Capanema da Formação Pirabas estão preservados tridimensionalmente no biocalcirudito sob a forma de restos inalterados. Página | 21 . Figura 28: Registros fossilífero de ostras encontrados na Mina B-17. Na Mina B-17. Além disso. A ocorrência de vertebrados é de maneira menos abundante. indicando possivelmente uma maior plasticidade ecológica. encontrou-se em maior quantidade equinóides. Há registros de moluscos cimentantes. na qual se pode sugerir evento de mortandade em massa.Figura 26: Registro fossilífero de gastrópodes encontrados na Mina B-17 e praia do Atalaia. e não foram encontrados evidências de bioturbação. em relação às variações ambientais. Variações no tamanho dos Cirrípedes na tafocenose estão relacionadas com diferentes estágios ontogenéticos. Figura 29: Registro fossilífero de briozoários encontrados na Mina B-17 e praia do Atalaia. Figura 27: Registro fossilífero de bivalves encontrados na Mina B-17 e praia do Atalaia. Figura 30: Biocalcarenito com fósseis bem fragmentados e não orientados. 6. Esses fatos sugerem a ocorrência de um rápido soterramento.Em geral os fósseis não têm uma orientação definida. com essas e com outras evidencias citadas pode-se inferir que os diversos grupos taxonômicos tiveram mortes catastróficas.2. foram encontrados duas litofácies com conjuntos fossilífero. O biohermito é caracterizado principalmente por ter registros fossilífero de um recife. sedimentares e paleontológicos. A Tafonomia do biocalcirudito do perfil maçarico é igual ao biocalcirudito do perfil atalaia já citada anteriormente. Página | 22 . sendo assim. colonização. Este apresenta basicamente quatro estágios de desenvolvimento: estabilização. não ocorrendo o domínio devido a uma possível gradação do mar. onde se encontravam bastante alterado. diversificação e domínio. Tafonomia Praia do Maçarico Na praia do Maçarico. município de Salinópolis. e dependendo do teor desse elemento seus registros serão de melhor qualidade para estudos estratigráficos. É importante ressaltar que a composição principal dos fósseis é de carbonato de cálcio. No entanto. o biohermito e biocalcirudito. ocorrem apenas três estágios autigênicos. encontraram-se bivalves com as duas valvas e de restos esqueletais in situ. Sendo assim. no biohermito observado. o recife não pode continuar o seu desenvolvimento. Sendo assim. o aparecimento da crosta micrítica. na qual levou a interrupção do processo de desenvolvimento do bioherma. Página | 23 . em uma granulometria mais fina. evidenciando que o mesmo não conseguiu atingir o seu pleno desenvolvimento. briozoários. cuja função seria a ocupação de outros indivíduos como briozoários. sendo os principais grupos taxonômicos encontrados representados principalmente por equinóides.No afloramento estudado. passando a trato transgressivo de mar alto. pode-se inferir que esses animais tiveram mortes catastróficas. espongiários e moluscos. Para que ele se formasse ocorreu à preparação do substrato pelos indivíduos em associação com algas cimentantes. Os táxons encontrados no biohermito estavam preservados em molde externo. cnidários. devido a uma possível mudança nas condições ambientais. Figura 31: Registro fossilífero de Coral no biohermito. O bioherma em questão desenvolveu-se em ambiente marinho raso. Aparentemente eles não estavam orientados e também os táxons presentes estavam fragmentados. possivelmente variações bruscas de temperatura. presença de algas e retroalimentação do substrato. Sua formação começou em um sistema transgressivo. Figura 32: Biohermito com estruturas cavernosas causadas pela ação da maré. observou-se uma crosta micrítica na parte superior do recife. peixes e vertebrados. assim a granulometria passou a ser mais grosseira. Além disso. Por fim houve o desenvolvimento de cavidades. molde interno e por substituição. Posteriormente obteve mais indivíduos incrustantes. O trabalho executado permitiu a analise de algumas das características paleontológicas.7. sedimentares e estratigráficas de estratos relacionados ao mioceno existentes hoje na região nordeste amazônica. Página | 24 . Conclusão A atividade prática realizada em campo por meio da excursão da disciplina Paleontologia permitiu a fixação do conteúdo lecionado em sala de aula no tocante a teoria e prática de maneira mais didática. Contribuição Amazônia. PA. Expressivo Registro de uma Paleolaguna do Cenozóico Brasileiro 3.Góes.8. Vladimir de Araújo [ET al. Ana Maria. Marcondes Lima da.1997 a Geologia da Página | 25 .Távora.]. 2.núcleo norte. Modelo de posicional preliminar da Formação Pirabas no nordeste do estado do Pará. Capanema. coord. Referências bibliográficas 1.Costa. Mina B-17.Belém:FINEP/SBG.
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