Relatorio Milene Dick

March 27, 2018 | Author: Milene Dick | Category: Sheep, Veterinary Medicine, Cattle, Quality (Business), Time


Comments



Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE VETERINÁRIA COMISSÃO DE ESTÁGIOSRelatório de Estágio Curricular Planejamento de Sistemas de Produção Animal Milene Dick Porto Alegre 2008 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE VETERINÁRIA COMISSÃO DE ESTÁGIOS Planejamento de Sistemas de Produção Animal: Região da Campanha - RS Relatório referente ao estágio curricular realizado pela aluna Milene Dick sob orientação dos professores Cléia Maria Gisler Siqueira e Marcelo Abreu da Silva e supervisão da professora Eneder Oberst como prérequisito para a conclusão do Curso de Veterinária da UFRGS. Porto Alegre 2008 AGRADECIMENTOS À minha mãe e ao meu pai, pelo amor, dedicação e confiança em mim depositados em todos os momentos. Aos meus irmãos pelo apoio e companheirismo sem os quais não seria possível concluir este Curso. Aos meus “bebes”, razão desta conquista, em especial à Mosa, sem a qual jamais teria optado pela Veterinária. Às “gurias”, mais que colegas, amigas para todos os momentos que sempre me apoiaram nesta caminhada. Aos professores da Faculdade de Veterinária que muito contribuíram para esta vitória e em especial ao professor Marcelo Abreu, pela paciência e confiança que muito contribuíram para a conclusão deste Curso. E à URCAMP/Bagé por ter me acolhido e oportunizado este estágio, sem deixar de mencionar os professores Cléia Maria e Rodrigo Krolow pelo auxilio e confiança que foram essenciais para a realização deste estágio. ................................................48 ........................................41 Tabela 6 – Principais gêneros de nematódeos ....................................................31 Tabela 5 – Informações contidas no cartão Famacha ................................................................................24 Tabela 4 – Calendário de atividades de manejo com rebanho ovino ao longo do ano ................18 Tabela 3 – Área das subdivisões “mestras” nos potreiros invernada e funil (linhas rosas) .........LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Atividades realizadas durante o período do estágio ..................................14 Tabela 2 – Área útil das subdivisões fixas da propriedade ..... .............. Universidade da Região da Campanha ................. Serviço de Inspeção Municipal UFRGS... .. Universidade Federal do Rio Grande do Sul URCAMP.P..... Rotações por minuto SIM ....LISTA DE ABREVIATURAS GPS ............ Quilogramas OPG ............. Ovos por grama de fezes R......... Hectares Kg......M ……............. Sistema de Posicionamento Global Ha .. Laboratório Cherry S.A. Laboratório Hertape S/A . Schering-Plough S.A.A.A.5% Fosfato de Levamizole Aldeído fórmico Florfenicol 30% Fosfato de Levamizole Oxitetraciclina 20% Closantel 10% Trimetoprima e Sulfadiazina Bacterina/ toxóide contra clostridioses Laboratório Laboratório Microsules S. Laboratório Ibasa Ltda. Laboratório Ibasa Ltda. Jofadel Indústria Farmacêutica S/A Laboratório Cherry S. Laboratório Calbos Ltda.A.A. Fort Dodge Saúde Animal Ltda. Fatec S/A Vetbrands Saúde Animal Leivas Leite S/A Schering-Plough S. Laboratório Microsules S.LISTA DE MEDICAMENTOS Medicamento Abamic 1%® Agrodel® Clonel 10%® Closafen® Disofenol 20%® Ivermic 1%® Iodophor® Levamisol® F N P T® Nuflor® Ripercol® Solutetra® Taitec oral® Tribrissen® Hertamax 10® Princípio Ativo Abamectina Penicilina G procaína e Dihidro-estreptomicina Closantel Closatel e Febendazole Disofenol Ivermectina Iodopovidona 2. ..................23 Figura 16 – Trevo branco (Trifolium repens) ....................38 Figura 32 – Cartão de avaliação de coloração de mucosas ...........................................................................................................................................29 Figura 25 – Centro de manejo móvel elaborado para reduzir o deslocamento dos ovinos .....18 Figura 7 – Vista da propriedade de Caçapava do Sul .................................................................17 Figura 6 – Levantamento de GPS – subdivisões e delimitação da área útil ..............................................................................................................................................................................36 Figura 30 – Vacina para clostridioses utilizada no rebanho ovino .20 Figura 10 – Subdivisões iniciais com cerca elétrica (em vermelho) ..........................................................................................24 Figura 19 – Períodos de ocupação de cada potreiro da propriedade de Caçapava do Sul ................................................................32 Figura 27 – Elastrador utilizado para castração e descola de cordeiros .................................17 Figura 5 – Mapa da propriedade de Caçapava do Sul (Google Earth) ..............................................30 Figura 26 – Identificação individual dos cordeiros nascidos (brincos) ...............................................23 ha – área útil) ......................................................................................................................16 Figura 4 – Planejamento de subdivisão em Lavras do Sul .....................................................................................................22 Figura 12 – Detalhamento do Funil (97.........................................27 Figura 22 – Mapa esquemático da Fazenda Conquista ...........................................58 ha – área útil) ..............................................Detalhamento da Invernada (93............................23 Figura 17 – Trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum) ...................................................................................................................23 Figura 15 – Azevém (Lolium multiflorum) .................................................................................13 Figura 2 – Detalhamento de propriedade em Palmas/Bagé................23 Figura 18 – Planejamento de subdivisão das áreas estudadas .................................................................25 Figura 20 – Rebanho ovino acompanhado durante o estágio ..............................................38 Figura 31 – Rim pulposo ....................................16 Figura 3 – Planejamento de subdivisão em propriedade nos Olhos D’água/Bagé ............................................................................21 Figura 11 – Potreiros escolhidos para detalhamento – funil e invernada ..........22 Figura 13 .............................................................23 Figura 14 – Aveia preta (Avena sativa) ...............33 Figura 28 – Esquila Tally-hi .................................................................41 .................19 Figura 8 – Ema vista na lagoinha ......28 Figura 23 – Troca de potreiro com levante ........29 Figura 24 – Cordeiros pretos nascidos este ano ..........34 Figura 29 – Pedilúvio montado ..............................................................................26 Figura 21 – Área na URCAMP/Bagé para implantação de Sistema Voisin .....20 Figura 9 – Rebanho de capivaras no funil ..........................................LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Região da Campanha/RS ................................................................................................................... Figura 33 – Identificação individual dos animais (brincos numerados).......................................43 Figura 34 – Bovino inchado – suspeita de carbúnculo sintomático .............................................46 Figura 35 – Calendário de evermifugações dos diferentes lotes ..................................................49 Figura 36 – Calendário de aplicação de carrapaticida no rebanho bovino ...................................50 Figura 37 – Abscesso na parte posterior da glândula mamária ....................................................54 Figura 38 – Vaca deitada com gancho de quadril e cinta para ser erguida ..................................55 Figura 39 – Abate de frangos .......................................................................................................56 SUMÁRIO 1 2 3 4 4.1 4.2 4.3 4.4 5 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................12 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO .........................................................................................13 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ................................................................................14 PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO.............................................15 Descrição do Método de Planejamento ..........................................................................15 Treinamento Realizado Anteriormente .........................................................................15 Descrição da Propriedade ...............................................................................................17 Planejamento de Utilização das Áreas ...........................................................................20 ATIVIDADES RELACIONADAS COM SISTEMA DE PASTOREIO ROTACIONADO ............................................................................................................25 5.1 5.2 5.3 6 6.1 6.2 Controle da Utilização das Áreas de Campo Nativo e/ou Pastagem ...........................25 Planejamento de Implantação de Sistema Rotativo Racional na URCAMP/Bagé ...27 Visita à Fazenda Conquista em Aceguá ........................................................................28 ATIVIDADES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE OVINOS .............................29 Planejamento e Adaptação das Instalações ...................................................................30 Práticas de Manejo ..........................................................................................................31 6.2.1 Identificação ......................................................................................................................32 6.2.2 Castração ...........................................................................................................................32 6.2.3 Descola ..............................................................................................................................33 6.2.4 Esquila ...............................................................................................................................33 6.2.4.1 Tétano ................................................................................................................................34 6.2.5 Casqueamento ....................................................................................................................35 6.2.5.1 Foot-rot ..............................................................................................................................35 6.2.6 Pédiluvio ............................................................................................................................35 6.3 Manejo Reprodutivo........................................................................................................36 6.3.1 Parição ...............................................................................................................................36 6.4 Manejo Sanitário .............................................................................................................37 6.4.1 Vacinação ..........................................................................................................................37 6.4.1.1 Clostridioses ......................................................................................................................38 6.4.2 Controle de Endoparasitas .................................................................................................38 6.4.2.1 Exame Parasitológico de Fezes (OPG) ..............................................................................40 6.4.2.2 Método Famacha ...............................................................................................................40 6.4.2.3 Rotação de Potreiros ..........................................................................................................41 6.4.3 Controle de Ectoparasitas ..................................................................................................42 6.4.3.1 Miíases ...............................................................................................................................42 7 7.1 7.2 ATIVIDADES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE .....42 Controle do Rebanho Bovino com vistas à Certificação ..............................................42 Manejo Produtivo ............................................................................................................43 7.2.1 Desmame ...........................................................................................................................43 7.2.1.1 Tabuleta .............................................................................................................................43 7.2.1.2 Em Pastagem .....................................................................................................................44 7.2.1.3 Troca de Lote .....................................................................................................................44 7.2.1.4 Intermitente ........................................................................................................................44 7.2.1.5 Na Mangueira ....................................................................................................................44 7.2.2 Castração de Terneiros ......................................................................................................45 7.2.2.1 “À faca” .............................................................................................................................45 7.2.2.2 Com amarração ..................................................................................................................45 7.2.3 Pesagem dos Animais para Controle e Venda ...................................................................45 7.3 Manejo Sanitário .............................................................................................................46 7.3.1 Vacinação ..........................................................................................................................46 7.3.1.1 Clostridioses ......................................................................................................................46 7.3.1.2 Carbúnculo Hemático ........................................................................................................47 7.3.2 Controle de Endoparasitas .................................................................................................47 7.3.3 Controle de Ectoparasitas ..................................................................................................49 7.4 Manejo Reprodutivo........................................................................................................50 7.4.1 Parição ...............................................................................................................................50 7.4.2 Diagnóstico de Gestação ...................................................................................................51 7.4.2.1 Palpação retal .....................................................................................................................51 7.5 Manejo Nutricional..........................................................................................................52 7.5.1 Suplementação Mineral .....................................................................................................52 7.5.1.1 Método de suplementação mineral ....................................................................................52 7.5.1.2 Quantidade de sal por animal por dia ................................................................................53 7.6 Atendimentos Clínicos .....................................................................................................54 7.6.1 Mastite ...............................................................................................................................54 7.6.2 Síndrome de Vaca Deitada ................................................................................................55 8 OUTRAS ATIVIDADES ................................................................................................56 ..........................8.................................... referente ao lote de terneiros desmamados....................................................57 CONCLUSÃO .....................................................2 8..58 REFERÊNCIAS ............. ....61 ANEXO 2 – Ganho de peso dos bois no período do estágio.........................................59 ANEXO 1 ..........................................................3 9 Abate de Aves ... ...................Exemplo de inventário..............................56 Realização de Hematócrito ................................................56 Aplicação de DIU em Vacas de Descarte ...................................................1 8..............................................63 ........................................................................................................................... seja junto à estrutura da URCAMP/Bagé (Universidade da Região da Campanha). Durante o estágio foram realizadas diferentes atividades. 6) dosificação e vacinação de rebanhos ovinos e bovinos. O enfoque principal dos trabalhos de planejamento consistiu no tratamento de maneira integral dos sistemas de produção de propriedades rurais. no período de julho a outubro de 2008. com ênfase em aulas práticas e atividades laboratoriais. 4) castração e descola de cordeiros. 8) acompanhamento de casos clínicos. 2) desmame de terneiros. Paralelamente foram acompanhadas e realizadas diferentes atividades práticas como: 1) diagnóstico de gestação por palpação. Para isso. (9) necropsia. no acompanhamento da rotina dos rebanhos (sobretudo. . 7) utilização do método Famacha para controle de verminose ovina. identificando os animais existentes com vistas à posterior certificação das propriedades. Adicionalmente. foram utilizados conhecimentos adquiridos quanto à utilização de equipamentos de GPS. Foram também descritas algumas atividades realizadas anteriormente com o intuito de permitir uma melhor compreensão do método de planejamento utilizado. como base para a determinação das formas de utilização das diferentes áreas. com ênfase no planejamento dos sistemas de criação e no manejo alimentar e sanitário dos rebanhos. (10) atividades laboratoriais. bovinos de corte e ovinos) e de atividades didáticas. 3) castração de terneiros. escolhas de áreas com maior potencial produtivo e métodos de subdivisão que minimizem os custos e a mão de obra. entre outros. seja em propriedades particulares.12 1 INTRODUÇÃO No presente relatório estão descritas as atividades desenvolvidas durante o estágio obrigatório de final de curso da Faculdade de Veterinária da UFRGS. foi realizado o acompanhamento dos rebanhos em termos sanitários e nutricionais. 5) controle de verminose através de OPG. ovinos. Os orientadores de campo durante o período foram os professores Cléia Maria Gisler Siqueira (URCAMP) e Marcelo Abreu da Silva (UFRGS). . instalações para abate com SIM (Serviço de Inspeção Municipal). além de hospital veterinário. Figura 1 – Região da Campanha/RS O Campus Rural da URCAMP é gerenciado como uma propriedade. O total da sua área corresponde a 407 ha. tanto veterinárias. As áreas de atuação foram as instalações do Campus Rural da URCAMP/Bagé e diferentes propriedades particulares situadas nos municípios de Bagé. laboratórios. suínos e aves. procurando obter o maior rendimento com as criações lá existentes. há instalações para criação e manejo de bovinos de corte e de leite. porém também tem fins lucrativos. etc. atendendo aos cursos de Agronomia e Veterinária da Instituição. Particularmente. pois representa a vivência de mais uma situação real. a qual é composta por diversas alas destinadas à realização de diferentes atividades práticas. no Rio Grande do Sul (Figura 1). Caçapava do Sul e Lavras do Sul.13 2 DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO As atividades foram realizadas em diferentes municípios da Região da Campanha. As propriedades estudadas têm como atividade principal a terminação de ovinos e bovinos de corte e seus sistemas de criação são voltados à melhoria dos campos com implantação de pastagens cultivadas e subdivisão das áreas de maneira a incrementar o desempenho produtivo das mesmas através da sua melhor utilização. o que o torna mais interessante. Tem fins educacionais. como zootécnicas e agronômicas. Atividades didáticas. Monitoramento bovino com vistas à certificação Atividades práticas de manejo de ovinos e bovinos de corte. Atendimento a casos clínicos Necropsia. Acompanhamento da parição de ovinos e bovinos Diagnóstico de gestação – palpação retal. Controle de endo e ectoparasitas de bovinos e ovinos Vacinações – calendários – planejamento e realização. . Atividades relacionadas à produção de ovinos e bovinos de corte. Atividades relacionadas com Sistema de Pastoreio Rotacionado. Na Tabela 1 estão descritas de maneira resumida essas atividades. que se estendeu de 15 de julho a 06 de outubro do corrente ano foram realizadas diferentes atividades relacionadas com a produção de bovinos e ovinos principalmente. Tabela 1 – Atividades realizadas durante o período do estágio Atividades desenvolvidas durante o período do Estágio Planejamento de sistemas de produção.bovina e ovina– formulação e aplicação.14 3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Ao longo do período do estágio. Suplementação mineral e energética . a existência de acidentes geográficos significativos. se ter uma resposta mais rápida. inicialmente foi realizado um trabalho de detalhamento de uma propriedade de cerca de 900 ha. dividida em seis potreiros e situada na região das Palmas . limpezas de campo. Primeiramente é feito um trabalho de reconhecimento da área. as quais são analisadas conforme seu potencial. Com estes dados em mãos se inicia o planejamento e a execução da implantação de melhorias como roçadas. por áreas bastante irregulares. A escolha das áreas onde serão realizadas estas diferentes atividades é determinada pelo interesse do produtor e pelas necessidades mais prementes. Neste sentido. implantação de pastagens (de inverno e verão). de limpeza e destinadas à implantação de pastagens são escolhidas de maneira a.2 Treinamento Realizado Anteriormente Este tipo de atividade se viabilizou devido à experiência adquirida com a realização de trabalhos de planejamento de diferentes graus de complexidade desenvolvidos anteriormente. a fim de melhorar os índices econômicos da propriedade que na ocasião apresentava sérias dificuldades (Figura 2).15 4 PLANEJAMENTO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO 4. preponderantemente. Isso é realizado através da identificação da área com GPS por “caminhamento”. Neste trabalho se detalhou as zonas de matos cerrados (áreas em verde). .município de Bagé. ou seja. com o menor custo possível. instalação de bebedouros para os animais e subdivisão. com o intuito de facilitar a futura implantação de pastagens em algumas áreas. ou seja. ora a cavalo) e são demarcados os limites da propriedade. assim como. maior incremento produtivo. A idéia é homogeneizar os potreiros de maneira que em todos haja bom acesso para água e local de abrigo para os animais. As áreas de roçada. as subdivisões internas. toda a extensão do campo é percorrida (ora a pé. 4. A partir deste levantamento são calculadas as áreas pastoris efetivas.1 Descrição do Método de Planejamento A forma de atuação nas diferentes propriedades é semelhante. instalações de manejo e demais benfeitorias. local caracterizado. das diferentes áreas. de suas peculiaridades e de seu potencial. manchas significativas de lajeados de pedras (áreas escuras) e aguadas importantes (linhas azuis). propriamente dita. a fim de facilitar e qualificar o manejo (Figura 3). com vistas à proposição e execução de um sistema de subdivisão. Onde. . Este sistema viabilizou a implantação uniforme de pastagem de azevém em cerca de 200 ha no fundo do campo.16 Figura 2 – Detalhamento de propriedade em Palmas/Bagé Numa segunda etapa foi feito um levantamento de uma propriedade na região dos Olhos D’água. além da subdivisão propriamente dita. já que a área não apresentava nenhuma divisão interna. Figura 3 – Planejamento de subdivisão em propriedade nos Olhos D’água/Bagé A escolha dos locais de divisão ocorreu de maneira a distribuir as aguadas entre as diferentes subdivisões e determinar o rumo das cercas a fim de facilitar o serviço e minimizar os gastos com material. também em Bagé. buscou-se equalizar o tamanho dos potreiros de forma que os mesmos apresentassem áreas pastoris equivalentes. Foram feitos 19 potreiros com cerca de 2 ha cada. maior giro dos animais. foco do planejamento realizado durante o período do estágio. Figura 5 – Mapa da propriedade de Caçapava do Sul (Google Earth) . com maior controle do rebanho.3 Descrição da Propriedade A propriedade rural. já que com o sistema de pastoreio rotativo de pastagens o produtor conseguiu ter índices de animais prontos para abate significativamente superiores (Figura 4). Figura 4 – Planejamento de subdivisão em Lavras do Sul 4.17 Já no município de Lavras do Sul. o planejamento realizado foi composto por uma identificação inicial e pela elaboração se um sistema de piqueteamento de em torno de metade da propriedade. se situa no encontro dos arroios Irapuá e Caldeirão no município de Caçapava do Sul (Figura 5). O resultado obtido com esta intervenção foi a reestruturação da propriedade. Durante o processo de subdivisão da área foram realizadas roçadas de campo e semeadura de azevém a lanço com pisoteio animal para implantação das sementes no solo. além de seis potreiros menores de em torno de 5 ha espalhados em diferentes pontos para facilitar o manejo (Figura 6 e Tabela 2).67 2a Fundo 115. reduzindo o deslocamento dos animais para as instalações principais de manejo. onde existem pequenas instalações de manejo para ovinos e bovinos.18 A propriedade tem área total de 1044 ha.74 5a Sanga 120.83 5.93 3. um pequeno piquete ou estrutura de manejo.02 Mangueiras 93.71 1a Chegada 97. A área é dividida em sete potreiros maiores. mais distantes das estruturas de manejo.23 4a Árvore 96. Para um melhor entendimento é necessário esclarecer: que a sede se encontra na entrada da propriedade. Os limites ao norte. contam com instalações para manejo de bovinos e atualmente de ovinos e.29 Total 1 2 3 4 5 6 7 Frente Lagoinha Dourado Funil Cerro Granja Invernada Total 4. os potreiros denominados funil e invernada (4 e 7 respectivamente na Figura 6).77 7.36 3a Açude 97. Ao sul e a oeste os limites são demarcados por cerca fixa.94 2. situadas no centro da propriedade. ao leste e a sudeste são os arroios citados anteriormente. de cerca de 100 ha de área útil cada.84 . possuem cada um. piquete 4 7 piquete 4a mangueira sede 3a 2a 1a 6 5 5a 3 1 2 Figura 6 – Levantamento de GPS – subdivisões e delimitação da área útil Tabela 2 – Área útil das subdivisões fixas da propriedade Área útil dos potreiros (ha) 103.61 31.58 726. as mangueiras. utilizada para a reunião dos animais com o intuito de facilitar o trabalho.76 6. o simples fato de deslocar os animais para as mangueiras é um importante fator de estresse para os mesmos. a área da propriedade ocupada por matos e zonas muito pedregosas totaliza em torno de 240 ha. Isso é facilmente visível na Figura 6. sendo a terminação o sistema de criação predominante. tanto no inverno como no verão. pois numa propriedade de porte médio a grande com relevo irregular. Além disso. em termos de equilíbrio térmico e nutricional. aponta para a grande disponibilidade de abrigos que propiciam aos animais vantagens evidentes. é considerável a área da propriedade que se inclui nestas situações. apresentando. a determinação da superfície pastoril efetiva. Figura 7 – Vista da propriedade de Caçapava do Sul O cálculo da área útil é realizado através da exclusão de áreas de matos mais densos. onde é possível observar na linha preta (acima da figura) os limites da propriedade localizados junto aos arroios e na linha verde os limites das zonas de mato dentro do campo. Além disso. no que se refere às matas ciliares e de zonas muito pedregosas ou de solo muito raso com presença ou não de lajeados. sendo pouco reativos à . a partir da qual é realizado o dimensionamento das subdivisões e a estratégia de utilização.19 É importante salientar a existência destes piquetes ou pequenas estruturas de manejo localizadas junto aos potreiros mais distantes. sobretudo. inclusive. Assim caracterizada. Esta constatação visa. um comportamento dócil. ao invés de representar uma manifestação contrária à existência de áreas de preservação. a possibilidade de juntar os animais num local próximo ao potreiro onde se encontram se mostra sobremaneira interessante por minimizar perdas de peso por deslocamento. exclusivamente. como é o caso (Figura 7). Sua colocação em evidência. como emas. deve ser enfatizado que inúmeras espécies silvestres. Devido à grande extensão de divisas localizadas junto a arroios. capivaras ou mesmo bugios são vistos com freqüência junto a estes locais ou em áreas próximas dos mesmos. . A grande concentração de dejeções destes animais encontradas junto a saleiros. Figura 9 – Rebanho de capivaras no funil 4. das áreas de maior potencial. o que pode ser interpretado como um maior equilíbrio entre os diferentes componentes destes ecossistemas modificados com vistas à atividade produtiva (Figuras 8 e 9). das cercas internas e das matas ciliares.20 aproximação. inclusive. sobretudo. das suas subdivisões. a fim de melhor conhecer os potenciais produtivos de cada uma delas e propiciar uma melhor utilização. da área útil de cada subdivisão. bebedouros ou pontos de passagem utilizados pelos animais de criação e a facilidade de visualização dos mesmos reiteram esta interpretação. assim como. Figura 8 – Ema vista na lagoinha Observações como o fato de emas e capivaras consumirem intensamente pastagens cultivadas.4 Planejamento de Utilização das Áreas Realizada a primeira etapa de delimitação do perímetro da propriedade. o segundo passo consistiu no cálculo da área total. os quais utilizam no dia a dia. partilhando com os rebanhos cochos de sal mineral. entre outros. permitindo o rebrote das espécies de maior qualidade forrageira. Para se ter uma idéia da dimensão deste tipo de trabalho. (3) Permitir um melhor controle das populações de endo e ectoparasitas. (2) Permitir que os animais consumam plantas no seu estado ótimo em termos nutricionais.21 Com base nesta primeira avaliação foram feitas algumas subdivisões iniciais para facilitar o trânsito dos animais até as instalações e melhorar a utilização de alguns potreiros (Figura 10). onde . a constante pressão que os animais exercem sobre as plantas mais palatáveis acaba por prejudicá-las na competição com outras plantas de menor valor forrageiro. nem muito novas quando o volume é muito pequeno. Figura 10 – Subdivisões iniciais com cerca elétrica (em vermelho) O aumento do número de subdivisões tem como objetivos: (1) melhorar a qualidade do campo nativo. rabichos e pontos de passagem de corrente elétrica. reduzem sua população e infestação. relevo e presença de matos e lajeados de pedra. exigindo disponibilização de tempo e mão-de-obra. uma vez que em sistemas de pastejo contínuo. foram escolhidos dois potreiros com maior potencial forrageiro em termos de solo. que incluíram várias porteiras. aguadas. já que estes têm uma fase de vida livre e outra parasitária e. nem muito velhas quando já perderam considerável parte dos seus nutrientes. A partir destas informações. quando eclodem no campo e não encontram um hospedeiro acabam morrendo e por conseguinte. somente estas subdivisões iniciais somaram um total de em torno de 4000m lineares de cercas eletrificadas construídas. matos (áreas verdes) e desníveis de relevo existentes nos potreiros que pudessem vir a dificultar a passagem das cercas. assim como pedras (quadrados cinzas). com vistas à realização de novas subdivisões.22 foram realizados trabalhos de detalhamento.23 ha – área útil) . (Figuras 12 e 13). Figura 12 – Detalhamento do Funil (97. Figura 11 – Potreiros escolhidos para detalhamento – funil e invernada Neste levantamento. foram demarcadas sangas (linhas azuis) e aguadas que se mostraram pontos potencias para a instalação de bebedouros (retângulos e cruzes azuis). de maneira a permitir uma maior rotação dos animais (Figura 11). 16 e 17 respectivamente). 15.Detalhamento da Invernada (93. azevém (Lolium multiflorum). trevo branco (Trifolium repens) e trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum) no início de maio (figuras 14.58 ha – área útil) Os dois potreiros totalizam em torno de 200 ha de área útil e foram semeados com aveia preta (Avena sativa). Figura 14 – Aveia preta (Avena sativa) Figura 15 – Azevém (Lolium multiflorum) Figura 16 – Trevo branco (Trifolium repens) Figura 17 – Trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum) .23 Figura 13 . 1 1 2 5 7 7 8 9 3 6 8 4 4 5 6 3 2 Figura 18 – Planejamento de subdivisão das áreas estudadas Tabela 3 – Área das subdivisões “mestras” nos potreiros invernada e funil (linhas rosas) Divisões Invernada (ha) 1 11. Desta forma. pode-se adotar uma rotação dentro do potreiro por 20 a 30 dias com períodos de ocupação de um a dois dias (Figura 18).99 7 12.58 Divisões Funil (ha) 1 10.89 4 10.34 Total 97.67 6 11.53 4 12.45 2 11.81 9 9.88 2 9.53 6 11.02 Total 93.71 8 10. foi proposto um sistema de piqueteamento com cercas elétricas “mestras” dividindo os campos em potreiros de cerca de 10 ha e que possibilite uma maior subdivisão em potreiros de 3 a 5 ha.33 7 11.09 8 9.55 3 11.24 Com base nas informações obtidas nestes levantamentos.71 5 14.28 3 10.23 .03 5 11. o devido descanso das áreas. os bois tendem a procurar as fêmeas em cio e acabam rompendo cercas e estruturas. Assim. o que pode se tornar um importante fator de prejuízos já que as mesmas ficam mais inquietas e acabam perdendo peso. compostos por bois e vacas de invernar. além de perderem estado corporal e correrem riscos de acidentes. uma vez que. como evitar o contato dos bois com as vacas. Além disso.25 5 ATIVIDADES ROTACIONADO RELACIONADAS COM SISTEMA DE PASTOREIO 5. alguns cuidados especiais devem ser tomados. 1 Invernada Granja Cerro várzea Cerro sujo Funil Dourado Lagoinha Frente Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 Legenda ± 160 ± 50 ± 80 ± 150 ± 120 ± 600 Bois Bois gordos Vacas gordas Vacas c/ terneiro Vacas Ovinos 2 Fim do período de avaliação Figura 19 – Períodos de ocupação de cada potreiro da propriedade de Caçapava do Sul . na medida do possível. assim como.1 Controle da Utilização das Áreas de Campo Nativo e/ou Pastagem Devido à peculiaridade dos rebanhos da propriedade. mesmo castrados. pois fêmeas em engorda tendem a entrar em cio seguidamente. mesmo que os lotes estivessem sendo manejados em potreiros grandes. importantes estragos podem ser causados nas estruturas. uma melhor adequação de sua composição tendo-se como parâmetro a categoria e o estado fisiológico dos animais. foi realizado acompanhamento fino da utilização dos potreiros de maneira a permitir. dos quais dependem suas exigências nutricionais. os lotes. são acabados mais rapidamente. apresentando um relevo bastante irregular. Isso ocorreu devido à preocupação do produtor em controlar o nível de verminose do rebanho. bem como. Uma vez . solo pobre e presença de matos que dificultam o manejo e o trânsito dos animais. Figura 20 – Rebanho ovino acompanhado durante o estágio Os potreiros “frente” e “cerro sujo” são considerados de pior qualidade. Periodicamente os potreiros com animais são avaliados quanto à quantidade e à qualidade do pasto. Isso se deveu à necessidade de manter os potreiros “funil” e “invernada” vazios a fim de que fosse estabelecida a pastagem de inverno. conseqüentemente.26 A movimentação dos animais está descrita na Figura 19 e foi acompanhada durante o período de janeiro a outubro de 2008. Por serem potreiros mais “fracos” em termos forrageiros. isso não foi possível. Uma vez que a atividade principal da propriedade é a engorda de bovinos. tanto de bois quanto de vacas. Em alguns períodos. a tendência é que fiquem vazios durante mais tempo que os demais. sendo antes vendidos. Analisando o lote dos ovinos (Figura 20) se observa períodos de ocupação em torno de 30 dias e uma alternância entre os potreiros de forma que os mesmos permanecessem pelo menos três meses sem a entrada de animais desta espécie. fazendo com que a utilização do potreiro da “lagoinha” não permitisse um descanso adequado. Os números 1 e 2 correspondem a entradas e saídas de animais da propriedade respectivamente (compras e vendas). foram mantidos em lotes únicos (quadros quadriculados) devido a limitações de disponibilidade de pasto. para se saber se ainda comportam o lote e por quanto tempo. tornando o fluxo de caixa mais eficiente. minimizar a utilização de anti-helmínticos. estes potreiros semeados foram destinados para os animais em melhor estado e que. É importante ressaltar que as escolhas dos potreiros para onde os animais serão conduzidos é feita visualmente através da observação da disponibilidade de forragem de todas as áreas. Somente nos meses de junho e julho. começou-se o estudo da localização das aguadas para realizar a divisão da área. Figura 21 – Área na URCAMP/Bagé para implantação de Sistema Voisin A partir da escolha do local. sendo necessário para tanto cerca de 15 ha. se avalia as demais áreas para escolher qual está em melhores condições de receber o lote.72 ha. Com o sistema implantado. 72 ha (Figura 21). sendo que. A escolha da área foi baseada na facilidade de visualização e acesso. o ajuste de carga poderá ser variável. foi iniciado um estudo nas dependências da instituição. sendo que os restantes serão construídos em uma outra área próxima. de acordo com a fase de crescimento da pastagem. além da preocupação com a homogeneidade da área e da localização das aguadas. quanto maior o lote. calor. sendo a área total de 10. 5. chuvas e também do tamanho do lote que está no potreiro. 35 potreiros serão instaados na área acima referida de 10.3 ha cada. Deste total. da quantidade de frio. maior também é a preocupação em os animais não ficarem “apertados”. .2 Planejamento de Implantação de Sistema Rotativo Racional na URCAMP/Bagé Com o objetivo de criar uma área demonstrativa de Sistema Voisin nas instalações do Campus Rural da Universidade da Região da Campanha em Bagé. A proposta inicial baseia-se na construção de 47 potreiros de cerca de 0. Essa periodicidade depende da época do ano.27 definida a necessidade de trocar os animais dos potreiros. A área escolhida está situada na entrada do Campus Rural. utilizando os animais existentes na Instituição. 3 Visita à Fazenda Conquista em Aceguá A visita à propriedade pertencente ao Sr. respectivamente. Nilo Romero foi tutorada por Derli Siqueira e Cléia Maria. de alto valor forrageiro.8 UA/ha. Nos últimos anos. A propriedade é direcionada para terminação dos bois oriundos das outras unidades do mesmo produtor. bem acima da média da Região da Campanha (0. um dia em cada potreiro.5 a 1.5 a 1. A Fazenda Conquista (Figura 22) tem 223 ha de área. trevos e cornichão. É importante ressaltar que os animais manejados neste sistema são extremamente dóceis e de fácil manejo. as roçadas têm sido mais esparsas. com uma lotação média de 1.). A troca de potreiros é realizada a pé levantando o arame eletrificado com um “levante” para os animais passarem por baixo (Figura 23). o período de descanso de cada potreiro varia entre 87 e 90 dias e no verão esse intervalo ocorre entre 30 e 60 dias. em função do alto custo do óleo diesel. sendo que apenas 175 ha são de área produtiva.0 ha cada.7 UA/ha. . e os animais ficam. O pasto é caracterizado por campo nativo melhorado com espécies hibernais como azevém. A propriedade possui um histórico de 40 anos de utilização do Sistema de Pastejo Rotativo Racional. evitando-se assim o acúmulo de pasto e aumentando a matéria orgânica para a recuperação da pastagem. estando subdividida em 206 potreiros de 0.28 5. Figura 22 – Mapa esquemático da Fazenda Conquista O sistema de pastoreio é Rotativo Racional. Durante o inverno. Após a saída dos bovinos é prevista a realização de uma roçada. professores da URCAMP das disciplinas de Plantas Forrageiras e Nutrição Animal. em média. além dos cordeiros nascidos durante o período do estágio (cerca de 250). a criação de ovinos é de suma importância. foi acompanhado um rebanho ovino na época de parição. em função do advento dos tecidos sintéticos. Durante o período do estágio. sendo de porte médio e de ótima qualidade laneira. 100 borregões (2 anos) e 100 borregos (1 ano). Figura 24 – Cordeiros pretos nascidos este ano . principalmente de cordeiros. a fim de minimizar as perdas. O rebanho em questão é formado por ovelhas cruza das raças Corriedale e Ideal.29 Figura 23 – Troca de potreiro com levante 6 ATIVIDADES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE OVINOS Na Metade Sul do Estado. Primeiramente os rebanhos eram voltados para a produção de lã. as criações passaram a ser direcionadas para a produção de carne. Com a desvalorização da mesma. Atualmente é composto por cerca de 400 ovelhas. correspondendo a cerca de 60% de parição. O criador adquiriu os animais com o intuito de diversificar os sistemas de criação da propriedade. por ataque de predadores e por mudanças climáticas acentuadas. Para minimizar estes deslocamentos. Utilizando a cerca destes piquetes é possível adaptar o brete móvel de maneira que se tenha pequenos centros de manejo ovino em diferentes locais na propriedade. cerca de 5km. em função da demanda de mercado. muito valorizados hoje em dia (Figura 24). tanto em relação ao porte quanto ao temperamento. foi elaborado um centro móvel. Ovinos necessitam de mangueiras. a propriedade conta com dois piquetes junto aos potreiros mais distantes e com as instalações das mangueiras para bovinos. fazendo com que cerca de metade dos borregos do ano passado e dos cordeiros deste ano. Como resultado. era necessário deslocar os animais até a sede da propriedade onde se encontra o centro de manejo ovino. as instalações centrais não contemplavam funil e brete próprios para o manejo com ovinos. banheiros e demais dependências adaptadas para a espécie. minimizando o trânsito dos animais e . desde o ano passado. uma vez que são animais extremamente gregários e tendem a permanecer sempre em grupos. parte das ovelhas têm sido encarneiradas com carneiros pretos. Por ser uma propriedade com ênfase em bovinos. sendo necessário observar os animais e planejar os locais de manejo a fim de não ter obstáculos ou curvas acentuadas que dificultem o manejo. Figura 25 – Centro de manejo móvel elaborado para reduzir o deslocamento dos ovinos Como foi descrito anteriormente. bretes. para futura venda de pelegos.1 Planejamento e Adaptação das Instalações Uma das dificuldades encontradas pelo produtor que decide diversificar as criações são as instalações de manejo. os animais eram conduzidos por um longo trajeto.. com barreiras móveis de madeira que se encaixam umas nas outras formando o funil e o brete em qualquer lugar (Figura 25). sejam pretos. Em função disso.30 É importante salientar que. desgastando-os e prejudicando a produção. 6. o rebanho foi acompanhado durante a parição sendo realizadas as atividades de cura de umbigos e observação de cordeiros desmamados para ou tentar a aceitação por parte da ovelha. ou se dar os devidos cuidados. 6. o recomendado é que se faça em dias de temperaturas amenas. Na tabela 4 estão descritas as atividades de manejo realizadas com o rebanho ovino na propriedade ao longo do ano. Nos casos onde a ovelha não tinha leite ou não quisesse aceitar o cordeiro – fato comum em borregas de primeira cria – o “guacho” era criado à mamadeira. tornando esta prática mais freqüente. Nas demais evermifugações se faz avaliação das mucosas como critério a fim de minimizar os problemas com resistência ao antihelmíntico. o rebanho era acompanhado duas vezes ao dia. 1967). Tabela 4 – Calendário de atividades de manejo com rebanho ovino ao longo do ano J F M A M J J A S O N D Encarneiramento Vacinação clostridioses Evermifugações Castração e Descola Esquila Casqueamento Descarte Desmame x x X X x X x x X X X x x x x x x x X x x x .2 Práticas de Manejo Para a realização das práticas com o rebanho ovino. após o aleitamento forçado do cordeiro em questão. uma vez que estes piquetes podem e são utilizados para reunião dos animais para revisão. nos horários mais frescos do dia para evitar o estresse dos animais (VIEIRA.31 facilitando o manejo. Além das atividades descritas. permitindo que as fêmeas que não aceitavam os cordeiros fossem trazidas para próximo da casa para ficarem “confinadas” no galpão na tentativa de promover o devido reconhecimento mãe-filhote. Em vermelho estão destacadas as atividades acompanhadas durante o estágio. Os “X” maiores representam as dosificações de todos os animais. Para isso. 2. cortes nas orelhas. . porém estes dois últimos não são recomendados por serem muito traumáticos. uso de macete ou torção. reduzindo a chance de miíases e o desconforto animal. O método realizado durante as atividades do estágio foi a aplicação dos anéis de borracha. além de ser uma prática pouco invasiva quando comparada com mossa ou cortes nas orelhas.2 Castração Os principais métodos de castração são a faca e os “anéis de borrachinha”. Ainda segundo Vieira (1967). mossas. uma vez que a prática da castração e da descola já são por si só estressantes para os animais. Lenzi (1986) comenta a utilização de brincos para a identificação individual dos animais. onde se coloca o anel de borracha com o auxílio de um aplicador semelhante a uma tesoura denominado elastrador (Figura 27). Figura 26 – Identificação individual dos cordeiros nascidos (brincos) 6. juntamente com a castração. Durante o estágio. tatuagem. Pode ser realizada por cirurgia. o descole. A maneira escolhida pelo criador consta da utilização de brincos. devido a sua facilidade de visualização a campo. Segundo Scherer (2003) a borrachinha é um método prático. foi realizada a identificação dos cordeiros nascidos.2. Essa borrachinha causa interrupção da corrente sanguínea da parte que ficou isolada. 1967). gerando necrose da área.32 6.1 Identificação A prática de identificação dos animais constitui um “título de propriedade” conferindo ao criador o “direito de posse” dos seus animais (VIEIRA. sendo pequenos e de fácil aplicação (Figura 26). a vacinação para clostridioses e a dosificação para controle de verminoses. podem ser usados diferentes tipos de sinais como. São utilizados brincos chamativos (amarelos) e próprios para ovinos. ao mesmo tempo em que protege as genitálias. geralmente se faz com o uso de faca ou do elastrador.33 Figura 27 – Elastrador utilizado para castração e descola de cordeiros Após cerca de uma semana pode-se efetuar o corte com bisturi ou faca afiada e desinfetada para facilitar a cicatrização. Não existe data fixa para a realização destas práticas. . já nas fêmeas entre a 2ª e a 3ª. gerando um aspecto desagradável e propiciando o aparecimento de miíases cutâneas e/ou na vagina.3 Descola Segundo Vieira (1967) a descola é uma prática bastante simples. porém ambos os métodos prejudicam os folículos (LENZI. tendo como objetivos favorecer a higiene e a estética dos animais. Pode-se também deixar que a parte necrosada caia normalmente. porém em alguns animais isso pode demorar e gerar desconforto para o animal. 6. uma vez que os cordeiros são apanhados um a um. Não se corta a cauda das fêmeas muito próximo ao ânus para evitar posteriores problemas no parto. Nos machos se recomenda o corte entre a 3ª e a 6ª vértebras coccígeas. 6. O elastrador utilizado é o mesmo da castração. A cola.4 Esquila A esquila pode ser realizada por jejum. 1967).2. Assim como a castração. porém é recomendado que se faça entre duas e quatro semanas de idade (VIEIRA. ou por métodos químicos.2. onde o animal perde a lã por deficiência nutricional. aplicando produto repelente de moscas. Isso é feito para diferenciar o sexo dos animais mais facilmente a campo. 1986). Geralmente essas duas práticas são realizadas simultaneamente para facilitar. porém ele é posicionado ao contrário para facilitar o manejo. serve também como local de acúmulo de excrementos e terra. uma vez que os animais adultos são vacinados no período pré-parto e os cordeiros aos 30 dias. não sendo necessário vacinar os animais na esquila. além de fazer o aparte das ovelhas que não serão encarneiradas na próxima estação de monta.2. uma vez que se encontram desprovidos de seu abrigo natural (VIEIRA. muito vantajoso. Porém pode ser realizada antes deste período se tomados alguns cuidados. Uma variante da esquila com máquina. dosificar com antihelmíntico mais específico para haemoncose. consiste no método Tally-hi (Figura 28).34 O método mais utilizado no Rio Grande do Sul é o “a martelo”. 1967). Durante a esquila foi aproveitado para revisar os cascos do rebanho. se utilizada uma vacina com dez antígenos. Figura 28 – Esquila Tally-hi Habitualmente a tosquia é realizada de outubro a dezembro em função do clima. Devido ao histórico recente de ocorrência da doença na propriedade. geadas fora de época ou temporais que acabam por levar os animais ao óbito por pneumonia. que permitem a execução deste trabalho mais rapidamente. Hoje em dia. realizado com tesoura manualmente. . tanto para o operador quanto para o animal. 6. menos estressante (já que o animal permanece solto) e se obtém o velo inteiro permitindo uma melhor classificação e remuneração. existem diferentes máquinas. É mais rápido. principalmente no controle de onde os animais irão permanecer nos primeiros dias após a esquila de maneira que não sofram os efeitos das intempéries climáticas.4.1 Tétano Doença causada pelo Clostridium tetani e pode originar importantes perdas principalmente relacionadas com a época da esquila. tais como frios intensos. o mais cedo possível.1 Foot-rot Conhecida como podridão dos cascos. a doença é causada por bactérias (Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorum) e ocorre principalmente nas épocas de maior calor e umidade causando manqueira e dificuldade de locomoção. Porém como os animais estavam apresentando problemas de manqueira relacionados com o tamanho dos cascos optou-se por casquear todo o rebanho de forma concomitante ao manejo da esquila. O ideal é realizar essa atividade pela manhã. porém em alguns casos é necessária uma terceira aplicação realizada por ocasião do outro pedilúvio sete dias após. Conforme vão secando esta atividade se torna mais difícil e trabalhosa.2. Nestes animais se recomenda realizar pedilúvio semanalmente além de aplicar antimicrobiano por via parenteral. quando retornam para o lote. Inicialmente se utilizava sulfato de cobre. pois em função do sereno os cascos ficam úmidos e estão mais macios.5. colocados em potreiro limpo e seco. porém em função de manchar a lã e o excesso de cobre ser tóxico para ovinos optou-se por utilizar formalina 5%. 6. A aplicação de oxitetraciclina é feita junto com o pedilúvio e repetida após 2 ou 3 dias. .5 Casqueamento O casqueamento é habitualmente realizado na propriedade ocorre antes do encarneiramento. Os animais que apresentam manqueira são apartados do grupo e permanecem em um dos potreiros próximos à casa para serem medicados com antimicrobiano (oxitetraciclina) e passarem semanalmente no pedilúvio até a cura completa.2.6 Pédiluvio Todos os animais passam periodicamente no pedilúvio (Figura 29).2. Os animais acometidos devem ser separados do rebanho para evitar contaminação. Como prevenção se recomenda realizar o pedilúvio (descrito posteriormente) uma vez por mês. geralmente associando este manejo com a dosificação e com a troca de potreiro. Geralmente duas aplicações são o suficiente. 1986).35 6. Lenzi (1986) recomenda Penicilina G procaína e Dihidroestreptomicina. porém há relatos de bons resultados com a utilização de Oxitetraciclina e Florfenicol. além de aparar os cascos pelo menos uma vez por ano ou quando houver necessidade (LENZI. 6. Por serem animais mais frágeis. de ordem comportamental ou ainda. uma vez que a penicilina deve ser aplicada a cada 24 horas.36 Optou-se por utilizar oxitetraciclina pelo preço bem mais em conta que o florfenicol e também pela facilidade de manejo. Figura 29 – Pedilúvio montado 6. durante o parto ou nos primeiros 28 dias após o parto. Como as reservas energéticas estão diminuídas. As causas incluem dificuldades no processo do parto. a . A nutrição inadequada no último terço da gestação influencia no peso do cordeiro ao nascer e no vigor do recém nascido. O mais comum é que a morte ocorra pela combinação de dois ou mais fatores. doenças infecciosas. (1979) define mortalidade perinatal. sendo necessário um acompanhamento diário do rebanho. necessitam de um controle mais intenso. habilidade materna deficiente da ovelha. devido ao mau manejo (falta de limpeza do úbere). conseqüência da falta de adaptação do recém nascido às novas condições ou à falta de aporte de leite por parte da ovelha seja por problemas na glândula mamária. mais comum em fêmeas de primeira cria. 1986). intempéries climáticas. As condições climáticas e o estado nutricional da ovelha são fatores determinantes à sobrevivência do cordeiro.3. Sendo a inanição a causa mais importante de morte perinatal.1 Parição Um dos problemas enfrentados pelo criador é a dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada para trabalhar com esta espécie. defeitos no úbere ou falta de limpeza dos tetos. principalmente na época de parição (LENZI. Riet Corrêa et al. anormalidades congênitas e predação.3 Manejo Reprodutivo 6. como sendo a morte de cordeiros que ocorre antes do nascimento. Por esta razão..4 Manejo Sanitário 6. Para contornar este problema e não ter perdas de cordeiros. . Segundo o mesmo autor. Como não se sabia ao certo a data de início do encarneiramento. muito comuns em função das chuvas e da sementação das pastagens. ou seja. O lote era recorrido duas vezes por dia. Em função disso. o lote todo foi conduzido em potreiros roçados e por alguns períodos foi mantido em pastagem de aveia. et al. O recomendado é vacinar as ovelhas 30 dias antes do parto para haver a transmissão da imunidade da mãe para o feto (VIEIRA.1 Vacinação Quando o encarneiramento é longo e sem controle a vacinação na época de parição para a prevenção de clostridioses se torna um problema. o controle da parição ficou prejudicado. Porém por ser um rebanho grande e pela dificuldade de pessoal qualificado.37 resposta ao frio é menor. sobretudo devido ao fato do cordeiro demorar mais para ficar em pé e para mamar (RIET CORRÊA. 1967). 1979). O recomendado é se ter um planejamento do encarneiramento com identificação por cor do período que cada ovelha foi “coberta” (LENZI. assim como. as ovelhas permaneceram com os carneiros no período de início de janeiro a final de abril e sem nenhum tipo de controle para se saber quais ovelhas foram cobertas e em qual época. 6. prestar assistência em casos de animais caídos de mau jeito ou com outros problemas como manqueira e queratoconjuntivite. não sendo realizado o aparte das ovelhas um pouco antes da parição para potreiros mais próximos das instalações como seria o indicado (LENZI. a mortalidade de cordeiros é drasticamente reduzida quando se dá assistência às ovelhas durante o parto e abrigo e aleitamento ao cordeiro nos três primeiros dias de vida. azevém e trevos. respectivamente. os cordeiros nascidos no mês eram vacinados e assinalados. de maneira a observar animais fracos ou com dificuldade de parir. 1986) Para reduzir as perdas. a alternativa encontrada foi vacinar os cordeiros nascidos a cada trinta dias. optou-se por vacinar todos os animais em início de julho. 1986).4. algumas fêmeas pariram logo após a vacinação e outras pariram bem depois do tempo de trinta dias que é o preconizado. a categoria que mais apresenta problemas em relação à verminose é a de cordeiros desmamados. Figura 30 – Vacina para clostridioses utilizada no rebanho ovino 6. Isso porque é muito comum em rebanhos da região a ocorrência de casos de tétano. 1985).1. o rebanho foi vacinado pouco antes do início das parições e a cada 30 dias se vacinava e dosificava os cordeiros nascidos no período. O tratamento com antimicrobiano geralmente é ineficaz. são algumas das doenças causadas pelas bactérias do gênero Clostridium sp.1 Clostridioses Carbúnculo sintomático.4. incluindo o Clostridium tetani. . Figura 31 – Rim pulposo 6.38 Foi utilizada uma vacina antígenos para dez clostridioses.2 Controle de Endoparasitas Segundo Pinheiro (1979). doença do rim pulposo (Figura 31). eram realizadas necropsias a fim de dar o diagnóstico confirmativo da doença nos cordeiros.4. sendo a vacinação a solução (SANTOS. Como foi dito anteriormente. gangrena gasosa. No período do estágio. principalmente após a esquila (Figura 30). os animais são marcados individualmente com tinta própria para marcar ovinos e o rebanho é trocado de potreiro. Outro fator que influencia na contaminação dos ovinos é a precipitação pluviométrica. A fim de evitar a formação de resistência. Nos animais debilitados. maior peso de velo e melhor qualidade da lã. não é usado corriqueiramente. fazendo com que os animais entrem em potreiros que estejam sem ovelhas a pelo menos 30 dias. tem-se obtido períodos de descanso de cerca de 90 dias. a verminose se acentua nos meses do final do verão e no outono. porém por ser um vermífugo que requer cuidados na aplicação. se procura. antes da parição e no desmame. o intervalo entre as evermifugações é reduzido para quinze dias no intuito de favorecer o animal minimizando a carga parasitária. que ficam apartados na “enfermaria”. devendo-se intensificar as dosificações nestas épocas. por avaliação das mucosas. bem como. pois ocorre a descontaminação natural dos campos. Pinheiro (1979) argumenta que o peso do velo nestes anos é superior quando comparado com anos chuvosos. mensalmente através da dosificação pelo método Famacha. Na prática. bastante eficaz no controle da haemoncose.39 Pinheiro (1979) também relata que animais com um controle mais rigoroso da verminose apresentam maior ganho de peso. de sua amplitude de espectro.. Para se ter o controle de que todos os animais foram dosificados e reduzir a incidência de reinfestação. quando se dosifica todo o rebanho utilizar princípios ativos pouco utilizados. 2007). Isso se deve ao favorecimento da eclosão dos ovos com temperatura e umidade adequados. Demonstrando que em anos chuvosos. Segundo o mesmo autor. uma vez que geralmente animais debilitados apresentam-se mais susceptíveis a reinfestações. na esquila os animais foram dosificados com Disofenol. de eventuais efeitos imunoestimulantes (VIANA. Pensando nisso. sendo privilegiados os que estão a mais tempo vazios. mais altos serão os índices de verminose. A evermifugação de todos os animais é feita antes do encarneiramento. Desta maneira. Quanto maior for a quantidade de chuva. O controle é feito quinzenalmente através de OPG realizado de uma pequena parcela do lote (cerca de 10 animais) e. . deve-se redobrar o cuidado com recontaminação. assim como. também se reduz a reinfestação pela alternância de potreiros. Os princípios ativos são escolhidos. em função de sua especificidade para Haemonchus sp. Mesmo as pastagens sendo de pior qualidade e menor quantidade nos anos de seca. o que já causa uma expressiva redução na verminose e nos custos com vermífugos além de aumentar o intervalo entre dosificações. 4. descrito abaixo. Por ser um rebanho originário de cabanheiros. Para ovinos. Também em função desta dificuldade no controle da verminose do rebanho iniciou-se um monitoramento através do Método Famacha. Ao longo do estágio o rebanho ovino foi periodicamente monitorado por OPG.1 Exame Parasitológico de Fezes (OPG) É utilizado para pesquisa de protozoários. como Closantel (Clonel®. se utiliza dois gramas de fezes diluídas em solução hipersaturada de cloreto de sódio (NaCl). em especial larvas de mosca.albendazole). de preferência.2. gerando anemia que pode variar de leve a grave (MOLENTO. retirada diretamente do reto e armazenada em frascos limpos. ovos. Ainda segundo o mesmo autor. 2004) Em laboratório o grau de anemia é determinado pelo hematócrito através da contagem dos glóbulos vermelhos. expostas por um período máximo de 4 horas. a campo é possível avaliar essa variação através da observação das mucosas. A coleta deve ser livre de urina e impurezas do solo. mesmo pouco tempo após as evermifugações. Hoffmann (1987) recomenda que o exame seja realizado com fezes recentes.2. É um método quantitativo e serve como referência para elaboração de estratégias de dosificação. Segundo Molento (2004). enquanto animais susceptíveis . associada com outro vermífugo mais específico para Haemonchus sp 6. não apresentando sinais clínicos. O método indicado para identificação e contagem de ovos de helmintos é o Gordon e Whitlock modificado. Taitec® e Closafen®). por ter ação em ectoparasitas. animais resistentes não desenvolvem parasitoses. se verificou uma alta infestação e uma dificuldade em zerar a contagem de ovos nas fezes com a utilização dos chamados vermífugos modernos (derivados macrolíticos da lactona – avermectinas e benzimidazoles . Como freqüentemente as avaliações eram positivas.40 Nestes animais a ivermectina injetável é utilizada. larvas e adultos de helmintos. sendo. iniciou-se uma alternância maior entre vermífugos de amplo espectro como Levamizole (Ripercol® e Levamil®) e outros mais específicos para haemoncose. O aconselhado em rebanhos é coletar dez a quinze animais de cada faixa etária. secos e devidamente identificados. 6.4. mais conhecido como OPG. Caso seja necessário ainda recomenda que o material seja conservado sob refrigeração ou formalina.2 Método Famacha Este método se baseia na característica do Haemonchus contortus ser um parasito hematófago e retirar um volume significativo de sangue diariamente do seu hospedeiro. fraqueza. demonstrando além da anemia.4. indiscutivelmente a rotação de pastagens é uma prática auxiliar no combate aos helmintos. Tabela 5 – Informações contidas no cartão Famacha Grau Famacha 1 2 3 4 5 Fonte: (MOLENTO. 2004) Coloração Vermelho robusto Vermelho rosado Rosa Rosa pálido Branco Variação de hematócrito (%) Acima de 28 23 a 27 18 a 22 13 a 17 Abaixo de 12 Atitude clínica Não tratar Não tratar Tratar!!! Tratar!!! Tratar!!! A Tabela 5 mostra o grau de anemia utilizado pelo método. valores correspondentes de hematócrito. Figura 32 – Cartão de avaliação de coloração de mucosas 6. sinais como papeira. variação de coloração da conjuntiva. entre outros. e indicação para tratamento dos animais. obtendo assim um melhor controle da verminose. Segundo este autor.3 Rotação de Potreiros Segundo Vieira (1967). se conseguiu no período do estágio um descanso médio de três meses. Mesmo sabendo que alguns ovos podem permanecer meses no solo sem eclodir. o ideal seria realizar a troca de pastagem após cada dosificação.41 manifestam mais claramente a parasitose. por os animais serem manejados em um lote único sem separação por categorias fica mais difícil estender o período de descanso dos potreiros. .2. mesmo assim. Por serem potreiros grandes e. tem-se realizado uma alternância de potreiros com o intuito de reduzir a carga parasitária do rebanho acompanhado. . bem como. visando aumentar e garantir a qualidade dos produtos gerados. 2003). uma vez que. (2003) a rastreabilidade e a certificação são dois processos paralelos e complementares. e aplicação de produtos cicatrizantes e repelentes de moscas. ou ainda escondendo-se de novos ataques de moscas em locais de difícil visualização. São brincos numerados.3. uma vez que está relacionada com o predomínio das moscas e estas são mais freqüentes na primavera e no verão.4. 7 ATIVIDADES RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE 7. et al. 1967). O tratamento utilizado é a limpeza da ferida e a remoção das larvas. tentando morder a região afetada. sendo a identificação o início do trabalho. Nesta identificação se registrou a origem dos diferentes lotes.4.42 6. A rastreabilidade parcial ocorre a partir do momento que os animais entram no sistema. Ela deve ser realizada de maneira a garantir a individualização dos animais e sua perpetuidade. meses onde as condições de temperatura e umidade favorecem seu desenvolvimento. durante o estágio foi realizado um trabalho de identificação de um rebanho misto de gado de corte numa propriedade rural no município de Caçapava do Sul Foram utilizados como identificação os brincos já em uso pelo local. processem e controlem seus dados para suas próprias decisões. Os animais apresentam-se inquietos. é necessário que os produtores coletem.1 Miíases São infestações ocasionadas por larvas de moscas (VIEIRA. É de aparecimento sazonal. Com isso é possível saber quando algum animal não passa . durante as lidas com os animais passou-se a registrar o número de cada um. foi possível um controle mais estrito da utilização de medicamentos. sendo possível rastrear e certificar animais de qualquer categoria e idade (AMBROSINI et al. Pensando nisso.1 Controle do Rebanho Bovino com vistas à Certificação Segundo Ambrosini. que permitem a identificação individual de cada animal (Figura 33). preferencialmente com pinça. Independente da nova demanda do mercado. próprios para este fim. que buscam integrar cada vez mais a cadeia produtiva. sexo e categoria dos animais (ANEXO 1).3 Controle de Ectoparasitas 6. Desta maneira. esta possibilidade teve que ser descartada uma vez que os animais retiravam a tabuleta quase que imediatamente após . Figura 33 – Identificação individual dos animais (brincos numerados) 7. Devido a essa discrepância. uma vez que se teria que apartar os terneiros das vacas e isso requer campo de melhor qualidade e distância entre os dois lotes. 7. Em contrapartida. Durante o período do estágio foi acompanhado o desmame de um lote de terneiros. Porém em campos “dobrados”. porém tardio para facilitar o manejo. Devido ao fato das vacas terem sido adquiridas a pouco tempo.1. onde os terneiros permanecem com a vaca. mas não consegue mamar. como ganhar peso ou gestar e amamentar mais um terneiro.1 Desmame Segundo Dutto (1973) o desmame depois de abril é o principal responsável por perdas inúteis de nutrientes essenciais para a vaca.2. podendo o leite ser substituído totalmente da dieta a partir desta idade. Terneiros com mais de 4 ou 5 meses têm no pasto todos nutrientes que lhe são necessários. como na propriedade em questão.2.2 Manejo Produtivo 7. conseqüentemente não recebe o medicamento em questão e também possibilita um mais fácil conhecimento da origem dos animais. compradas com cria ao pé ou prenhas porém ditas “vazias”.1 Tabuleta Inicialmente o desejo era desmamar com “tabuleta”. sem depender da memória visual do encarregado. Dutto (1973) ainda ressalva que para a vaca o pouco leite que produz nesta fase da lactação extrai inúmeros nutrientes que farão falta para as outras necessidades do seu organismo.43 pelo brete e. e com bastante mato. não se tinha o controle das idades dos terneiros acarretando variações muito grandes de idade e de condições de sobrevivência durante o inverno. por ser um método mais simples. se optou em realizar um desmame único. em função do estado de conservação das cercas.2. A idéia inerente ao método é que. reduzindo a necessidade de retornar ao convívio da vaca. mesmo no caso de utilização de argolas fixas com arame. Como a tendência é as vacas voltarem para o local onde viram seus terneiros pela última vez.2. 7.1. 7. porém é importante lembrar que a vaca reduz ou ainda pára de produzir leite quando não há o estímulo da mamada.1. a opção foi levar os terneiros para longe e não as vacas.44 a sua colocação. Desta maneira. o que acaba acontecendo é o desmame voluntário simplesmente pela falta de leite. já que para os terneiros é mais difícil se orientar para onde devem voltar para reencontrar a mãe. virando o pescoço e jogando a tabuleta para cima com o intuito de mamar por baixo da mesma.4 Intermitente Alguns animais um pouco mais ativos.3 Troca de Lote Os poucos terneiros que por algum motivo não foram desmamados por ocasião deste manejo foram separados num segundo momento e colocados junto com um lote de novilhas. Como muitas vezes os animais cruzam as cercas.2. “esqueçam” de procurar a mãe em função da fome e da sede.2 Em Pastagem Em função destas dificuldades optou-se por realizar o desmame apartando os terneiros e colocando-os em um potreiro afastado das vacas com pastagem de inverno.1. 7. Sendo animais mais agitados. facilmente burlavam a tabuleta. quando soltos. 7.5 Na Mangueira Por ser um método mais desgastante.2. mas ficam por algum período sem conseguir ter acesso aos tetos. minimiza-se o número de animais que conseguem retornar ao convívio da mãe.1. com a falta de comida e água os terneiros. optou-se por não utilizar este método. uma vez que os terneiros permanecem confinados sem acesso à água e comida por determinado período. o lote foi levado para as mangueiras e foi realizado o aparte no brete. eles têm a companhia de outros animais. desta maneira. Outro fator que influenciou na decisão de descartar o desmame com tabuleta foi a grande predominância de animais cruza com raças zebuínas. . conseguem retornar para o convívio materno após as tentativas descritas anteriormente. Desta maneira. castrados e soltos para o campo sem nenhuma preocupação quanto à perda de sangue ou à possibilidade de ocorrência de miíases. por esta razão. Como o sistema de criação predominante nos locais acompanhados era a terminação. se realizou uma incisão no saco escrotal para expor os testículos. Essa incisão deve ser a menor possível. geralmente é mais lento. os animais são geralmente laçados. identificar o canal deferente e estrangulá-lo em separado já que é uma estrutura espessa e geralmente quando se amarra junto com os vasos sangüíneos não se consegue uma adequada interrupção do fluxo de sangue. optou-se por fazer a castração amarrando o canal e os vasos deferentes. nos ditos “dias de castração” onde praticamente é realizada uma festa. Os animais foram presos no tronco de contensão e tiveram suas patas traseiras amarradas contra a lateral do brete para se ter mais segurança minimizando a chance de coices e patadas. através de palpação. O recomendado é. é muito comum a pratica de castrar os terneiros ser realizada “à faca”.2. fazendo com que o processo de necrose se torne mais demorado e gerando maior desconforto para o animal. tanto quando os animais são recolhidos no potreiro. 7.2. É sabido que animais .3 Pesagem dos Animais para Controle e Venda Ao longo do estágio se acompanhou diversas atividades relacionadas com a produção de bovinos de corte.1 “À faca” Na região onde foi realizado o estágio. prontos para o abate.2 Castração de Terneiros 7. Isso se deve principalmente ao manejo e à maneira como ele é realizado. facilitando a cicatrização e minimizado a postura de ovos de moscas. É uma prática relativamente simples. como quando são movimentados dentro da mangueira. foi oportunizado verificar a evolução dos animais em relação ao ganho de peso e também vivenciar o manejo de pesagem e carregamento dos animais gordos para abate.2. Com o animal contido. 7. uma vez que é neste momento que pode haver perdas significativas na produção.2.2 Com amarração Para minimizar a lesão causada e a hemorragia. Um lote de animais gordos. Com os testículos fora do escroto se amarrou as estruturas próximo ao canal inguinal. porém nos sistemas de engorda acaba se tornando de vital importância.45 7.2.2. o manejo deve ser o mais tranqüilo possível. derrubados. Para realização da prática. Figura 34 – Bovino inchado – suspeita de carbúnculo sintomático . Os animais mais gordos visualmente foram pesados por ocasião do início do acompanhamento do rebanho e depois no momento do carregamento. todos os animais são vacinados na chegada. o carbúnculo sintomático é a clostridiose mais freqüente. quando oriundos de outros locais. em uma das propriedades acompanhadas.1. calcula-se um ganho médio de peso de 970 gramas por animal. ou anualmente quando já estão na propriedade a mais tempo.3.1 Clostridioses No sul do Rio Grande do Sul. Como a média de ganho de peso durante este período foi de 87. Com base nessa informação. pode-se concluir que conforme o manejo se terá maior ou menor perda de peso durante o carregamento. Na propriedade em questão. Este autor ainda relata que os animais acometidos por esta enfermidade incham rapidamente e podem apresentar perda de líquido hemorrágico pelas narinas e pelo ânus.3 Manejo Sanitário 7. 7.68 Kg. segundo Riet-Correa et al. No período do estágio. (1998). sendo os terneiros nascidos vacinados por ocasião do desmame. foram encontrados no campo dois animais com sinais típicos de morte por carbúnculo sintomático (Figura 34). O intervalo entre as duas pesagens foi de 90 dias. ocorrendo em maior intensidade no outono.46 agitados defecam mais e tendem a ter diarréia pelo estresse. em terneiros nascidos na primavera.3. por dia. No ANEXO 2 estão listados os pesos de um lote de bois vendido recentemente.1 Vacinação 7. no caso de solos alcalinos e áreas que sofrem inundações periódicas favoráveis à sua manutenção e crescimento.. apresentam edema submandibular (RIET-CORREA et al. pêlo hirsuto e fezes pastosas ou diarréia. observam-se menores ganhos. se descartou a necessidade de também vacinar os animais para esta enfermidade. os surtos de parasitose são causados por mais de um gênero de parasito. das condições ambientais. 1998). dependendo do parasito. da época do ano.1. pois as estações do ano não são bem definidas e as precipitações pluviométricas ocorrem irregularmente durante todos os meses do ano.. (3) não aplicação em alguns animais que por ventura não tenham passado no brete por ocasião da vacinação ou ainda (4) falha na resposta imune destes animais. A maior incidência de um gênero depende: da biologia do parasito.. No Rio Grande do Sul há uma grande variação na intensidade das parasitoses. 1998). (2) falha na aplicação. a vacinação foi repetida em todos os animais da propriedade. principalmente. Para evitar mais perdas e garantir que realmente todos os animais tenham sido vacinados. Em geral.3. sendo que surtos são observados. Ainda segundo o mesmo autor.2 Controle de Endoparasitas Existem diversos gêneros de nematódeos gastrintestinais que acometem os ruminantes (Tabela 6). em animais jovens até 18-24 meses de idade. os esporos podem permanecer viáveis no solo por mais de 15 anos. a incidência de parasitoses é menor no verão (janeiro e fevereiro).3. Nos animais acometidos. com dificuldade de acompanhar o rebanho e. Por poder ser confundida com o as clostridioses. 7. 7. uma vez que foi observado que os animais mortos faziam parte de um mesmo lote de animais mais fracos.47 A hipótese levantada foi falha na vacinação seja por: (1) má conservação da vacina. porém uma vez que os casos de óbito pararam após a vacinação. a hipótese foi cogitada. 1998).2 Carbúnculo Hemático Também conhecida como antrax ou pústula maligna. é causada pelo Bacillus anthacis e também afeta humanos que entraram em contato com animais doentes ou os seus produtos (RIET-CORREA et al. ou mesmo perda de peso. . do estado fisiológico e da espécie do hospedeiro (RIET-CORREA et al. Os animais ainda se mostram apáticos. Em bovinos. Em verões muito chuvosos salienta a importância de se realizar mais uma dosificação em fevereiro. sendo que as dosificações de fevereiro. Trichuris spp. Trichostrongylus axei Intestino Delgado Trichostrongylus columbriformis Cooperia spp. recomenda que a evermifugação de agosto seja com algum anti-helmíntico que tenha ação saguaipecida. Por questões práticas. associado ao manejo de pastagens. Baseado nisso. o mesmo foi revisado mensalmente. as mortes por fascíola ocorrem entre junho e outubro (época de maior umidade em função das chuvas). Ostertagia spp. Para controle das verminoses Riet-Correa et al. (1998) recomenda evitar a superpopulação de animais. (1998) recomenda. também se inclui na figura em questão as dosificações realizadas no rebanho ovino. Busostomum spp. No que se refere a este último. Práticas de manejo como rotação e alternância de potreiros permitem aumentar o intervalo entre as dosificações. Na Figura 35 se verifica as evermifugações realizadas ao longo do ano. . 1998 Intestino Grosso Oesophagostomum spp. assim como. junho. três dosificações estratégicas (maio. bem como. A confirmação das suspeitas clínicas é feita através de necropsia. OPG ou cultivo larval. Fonte: RIET-CORREA et al. os anti-helmínticos utilizados. Nematodirus spp. agosto e início de dezembro). A fim de salientar a preocupação com a alternância de princípios ativos a fim de minimizar os riscos de resistência. Ainda segundo o mesmo autor.. Dutto (1973) recomenda quatro evermifugações ao longo do ano (abril.48 Tabela 6 – Principais gêneros de nematódeos Abomaso Haemonchus spp. agosto e outubro). maio e agosto foram realizadas pelo método Famacha já descrito anteriormente. o pastoreio prolongado sobre uma determinada área. Strongyloides spp. uma vez que o mesmo favorece a ingestão de larvas influenciando diretamente no grau de infecção já que os nematódeos não se multiplicam dentro do hospedeiro. Já Riet-Correa et al. o método utilizado com mais freqüência para confirmação de verminose é o exame de fezes. sendo o banho de imersão evitado tanto em função do desgaste dos animais quanto pelo custo e pela demanda de tempo e mão-de-obra. A escolha por Levamisole prevalece sempre que possível. não apresenta o problema acima citado. 7. gerando fezes mumificadas uma vez que não há como decompô-las. uma vez que o mesmo apesar de apresentar largo espectro de ação. tendo como vantagem adicional comprovado efeito imunoestimulante. associada ao pastejo rotacionado. quando evermifugados. A escolha deste princípio ativo se deve ao fato do mesmo ter um amplo espectro de ação endectocida e apresentar um custo relativamente baixo.49 Bois Vacas Ovelhas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Legenda Abamectina injetável ® Clonel injetável ® Closafen oral ® Levamil injetável Ivermectina injetavel ® Ripercol oral ® Taitec oral Fim do período de avaliação Figura 35 – Calendário de evermifugações dos diferentes lotes É rotina na propriedade acompanhada dosificar os animais na chegada com abamectina.3. com isso se limita o impacto destes princípios ativos no solo e reduz a reinfestação já que os animais vão estercar neste potreiro e entrarão “limpos” num potreiro vazio. os animais. por enquanto tem se mostrado eficaz no controle deste tipo de parasitose.3 Controle de Ectoparasitas A utilização de carrapaticidas aplicados por via per cutânea. onde a carga parasitaria é menor. Porém. sendo eliminadas nas fezes nos bovinos e matando os “vira-bostas”. permanecem num potreiro de “sacrifício” por um ou dois dias. associada à aplicação de carrapaticidas via per cutânea (poor-on). Para evitar a ocorrência de resistência a estes . Em função desta preocupação. as avermectinas possuem um importante poder residual. 4. Bois Vacas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Legenda Cipermetrina 6% Alfametrina 2% Cipermetrina 5. os princípios ativos utilizados. O problema resultante consiste na deficiência de informações com relação à vaca e sua condição fisiológica para gestar e parir um terneiro saudável. A aplicação é feita em dias de temperaturas amenas. bem como. A presença de mosca. onde se adquire animais de descarte de outros produtores. porém na dose recomendada para moscas. preferencialmente em dias nublados e nas horas de temperatura mais agradável.5% e Fenitrotion 0. sendo o final da tarde o mais recomendável. Nota-se um espaçamento entre as aplicações nos meses mais frios acompanhando o ciclo dos parasitos de maneira a não aplicar medicamentos de forma desnecessária. . ainda mais quando o preço está alto ou quando se tem escassez de pasto seja por seca ou frio intenso.1 Parição Numa propriedade de terminação. aumentando os riscos de problemas na parição. mais comum nos meses quentes é combatida com os mesmos produtos com formulação “poor-on”.50 medicamentos há uma preocupação com alternância de princípios ativos. ou seja.4 Manejo Reprodutivo 7. A decisão de quando aplicar é baseada no monitoramento visual.75% Fim do período de avaliação Figura 36 – Calendário de aplicação de carrapaticida no rebanho bovino 7. Na Figura 36 estão descritas as aplicações de “poor-on” no rebanho acompanhado ao longo do ano. é observado a campo o aparecimento de teleógenas no pescoço e na traseira do animal. a chance de ter vacas prenhas no lote é grande. Geralmente se deixa os animais adquirirem uma infestação leve com o intuito de manter a imunidade para a tristeza parasitária. evitado desta maneira que os animais fiquem o sol forte logo após. já que não se sabe o tempo de gestação e nem o touro que foi utilizado. 4. pois ele afunda abaixo do arco pélvico. Desta maneira. Neste período. com um clima muito rigoroso requer muito mais atenção.2. a gestação é suspeitada pela ausência de trato reprodutivo normal na cavidade pélvica e pela palpação de uma banda de tecido passando pelo arco pélvico.1 Palpação retal Ball e Peters (2006) descrevem a palpação como a capacidade de detectar a presença de um feto crescendo em um dos cornos uterinos por meio da inserção do braço no reto na vaca. Do terceiro ao quinto mês não é possível palpar o útero. A presença de cotilédones pode também ser sentida dos quatro meses em diante. o que se observa são animais parindo ao longo de todos os meses do ano e não só na primavera como é preconizado. mudanças muito intensas no clima estressam os animais. No animal não gestante os cornos uterinos são sentidos em tamanho e diâmetro aproximadamente iguais. desencadeando a entrada em trabalho de parto em situações. Para controlar este problema é necessário disponibilizar áreas de pastagem cultivada de inverno praticamente durante todo o período. o lote que deve ser observado nos meses críticos é reduzido. por vezes.4. Um animal que entra em trabalho de parto num campo rapado ou seco pela geada. 7.51 Com relação ao lote. Após a décima semana. especialmente nos meses de inverno onde ocorre tradicionalmente escassez forrageira. . pouco propícias. o corno não gestante também começa a crescer em razão da invasão e fixação da placenta ao longo do lúmen uterino. Esta parição desuniforme demanda uma mão-de-obra mais intensa e mais qualificada uma vez que as fêmeas geralmente entram em trabalho de parto à noite e. A partir dos 40 dias é possível detectar uma diferença no tamanho dos dois cornos. Com isso se consegue privilegiar estes animais colocando-os a pastejar em áreas de melhor qualidade.2 Diagnóstico de Gestação Para minimizar a mão-de-obra com a parição tem se realizado a identificação das fêmeas prenhas através da palpação retal. Esta observação requer habilidade do examinador. 7. A disparidade do tamanho dos cornos se torna bastante acentuada a partir de 6 a 8 semanas. Isso ocorre. época de campos de pior qualidade forrageira optou-se por suplementação com sal proteinado. através da água. os saleiros devem ficar próximo a aguadas e em tamanho e quantidade . geralmente são preparadas sem o devido cuidado de homogeneização.1. vários trabalhos têm demonstrado o efeito benéfico da suplementação mineral sobre o ganho de peso dos bovinos de corte quando criados em regime de pastejo. Porém os custos são maiores e o retorno é a médio e longo prazo. Foi possível um treinamento bem intenso a fim de adquirir experiência e conhecimentos para o exercício desta e outras atividades cada vez mais requisitadas pelos produtores e que requerem um maior grau de aperfeiçoamento por parte dos técnicos. As formulações para bovinos além de apresentarem uma concentração maior deste mineral. Segundo o mesmo autor. geralmente se consegue palpar a cabeça do mesmo com relativa facilidade. excesso de cobre pode ser tóxico para ovinos. uma grande falha é suplementar ovinos com os mesmos produtos elaborados para bovinos. o risco de termos problemas aumenta significativamente. uma maior produção animal por unidade de área. com isso. injeções ou misturas minerais fornecidas no cocho. Durante o período foram acompanhadas aulas teóricas e práticas sobre este tema nas dependências da URCAMP/Bagé. 7. Para este último devese cuidar para que a mistura tenha formulação adequada. uma vez que as exigências são bem diferentes.5 Manejo Nutricional 7. de balas no rumem. quando o feto já está mais crescido.1 Suplementação Mineral Segundo Cavalheiro e Trindade (1992). Com base nisso. 7.1 Método de suplementação mineral Os métodos diretos de administração mineral são os mais econômicos. Para animais a campo pode-se suplementar de maneira indireta através de adubação e calagem dos potreiros. com a vantagem de provocar a melhoria quali e quantitativa das forrageiras e conseqüentemente.52 A partir do sétimo mês. Por ser inverno.5.5. foi realizado durante o estágio a formulação de suplementação para ovinos e bovinos de corte. para a suplementação ser fornecida nas quatro estações. Com esta prática se gera um outro problema. Uma das preocupações no manejo de animais em terminação é a constância no fornecimento de sal para os animais. pois precisam carregar os sacos e se “sujarem”. dependendo da marca. o retorno econômico pelo ganho de peso torna viável. reduzindo seu consumo. a solução encontrada foi manter os cochos de todos potreiro. Com isso. mesmo dos que estão sem animais. Saleiros abertos são mais baratos. Seja qual for a situação. ou seja. 7. tanto comum quanto mineral. quando o esperado seria a conferência dos cochos na entrada dos animais na área. pois o consumo voluntário do sal aumenta quando o animal tem a possibilidade de beber água após a ingestão do mesmo. No caso de potreiros com ovinos e bovinos. se observa diferenças na granulometria. sempre com sal. Saleiros móveis têm a vantagem de permitir a troca de local a fim de evitar atoleiros e super pisoteio nas áreas ao seu redor. os cochos devem ser colocados em locais de fácil acesso e visualização pelos animais.2 Quantidade de sal por animal por dia A recomendação para bovinos adultos é de 50 gramas de sal comum por animal. provavelmente relacionadas a problemas na mistura de sulfato de cobre com os demais ingredientes. os cochos suspensos têm a vantagem de limitar o acesso somente dos bovinos.1. Também devem ser colocados o mais próximo possível da aguada. voluntariamente os animais ingerem . por dia.53 suficiente para a quantidade de animais (2 a 3m comprimento por 30 a 40cm de largura por 30 a 40cm de profundidade suplementa em torno de 50 a 75 bovinos adultos). porém a mistura mineral sofre maiores perdas em função da chuva e do vento. em propriedades onde os animais são freqüentemente trocados de potreiros. prejudicando o desempenho produtivo dos animais. Alguns apresentam grânulos espessos de calcário e outras colorações azuladas desuniformes. ou simplesmente não ser consumido pelos animais. Quando esta distância é muito grande os animais não voltam ao cocho. o que se observa é um fornecimento descontinuo. sendo os mais finos melhor para homogeneizar e também preferidos pelo gado. Geralmente os funcionários não fazem de maneira cotidiana esta prática. quando saciados.5. Já o sal mineral. pode ser pouco ingerido. Esta quantidade é limitante do consumo. A fim de minimizar estes problemas. Mesmo aumentando as perdas pelo vento e pela chuva. Com relação ao sal comum. Outro problema enfrentado é a grande variação de qualidade entre diferentes sais. retornam ao cocho de sal. após algumas lambidas eles se direcionam para o ponto de água e. Isso é facilmente percebido observado os animais no cocho. A altura do saleiro deve possibilitar o acesso dos animais. 1 Mastite Foi encaminhada para atendimento veterinário uma vaca holandesa com um abscesso rompido da glândula mamária na região posterior. sendo recomendado a continuação do antimicrobiano por igual período e a aplicação de levamisole injetável uma vez por semana durante um mês para auxiliar na recuperação. Após este período se observou uma significativa melhora no ferimento. mesmo sabendo que mastites por este agente são raras no Estado. podendo ocorrer abscedação. Como o animal havia sido medicado com Tribissen® (Trimetropina e sulfadiazina) não foi possível realizar uma cultura para identificação do agente. fortalecendo a hipótese. o consumo será proporcional. pois segundo Riet-Correa et al. . O tratamento de escolha foi penicilina G procaína durante sete dias consecutivos. O local do abscesso foi cauterizado com iodopovidona. (Figura 37) Figura 37 – Abscesso na parte posterior da glândula mamária Por ser uma vaca de significativo valor comercial a opção foi por tratar.6. A suspeita inicial foi Actynomices pyogenes. (1998) as mastites causadas por este agente geralmente são agudas com tendência à cronicidade. mesmo sabendo que as chances de retorno à vida produtiva eram remotas. caso tenha algum outro suplemento misturado a ele.54 esta quantidade se sal e.6 Atendimentos Clínicos 7. Outra característica observada no exame clínico foi o forte odor pútrido da secreção do abscesso. 7. fizeram com que ocorressem casos de Síndrome de Vaca Deitada. Ainda assim. ou cintas de corpo (Figura 38).2 Síndrome de Vaca Deitada Como foi relatado anteriormente.55 7. uma parcela significativa de animais prenhes ou com terneiro recém nascido. o rebanho bovino acompanhado neste período era composto por bois e vacas para engorda e. com as fêmeas em final de gestação e o fornecimento de suplementação energética a base de milho e aveia. O excesso de animais parindo no auge do inverno.6. no que se refere às vacas. menores são as chances de recuperação. A aplicação borogluconato de cálcio (Calfomag®) tem sido utilizada para prevenção e tratamento. Figura 38 – Vaca deitada com gancho de quadril e cinta para ser erguida O problema enfrentado é a dificuldade de encontrar estes animais deitados. após detecção por palpação. à grande mobilização das reservas nutricionais que a vaca enfrenta no final da gestação e no inicio da lactação. . A medida encontrada para prevenir novos casos foi a formação de um lote. Quanto mais tempo o animal permanecer deitado. época de pior qualidade forrageira. associado ao fato de que. fêmeas muito debilitadas por ocasião do parto tiveram seus terneiros desmamados após a ingestão de colostro para facilitar sua recuperação. O recomendado é evitar ao máximo que o animal deite. Geralmente quando são localizados já se passaram varias horas reduzindo o índice de eficácia do tratamento. porém quando o animal deita deve-se levanta-lo o mais rapidamente possível com o auxilio de ganchos de quadril. geralmente animais adquiridos para terminação são comprados fracos e. Este sangue é homogeneizado e coloca-se aproximatamente 2/3 de um tupo capilar.1 Abate de Aves Uma das atividades realizadas no período foi o abate de frangos de um experimento realizado na URCAMP/Bagé (Figura 39). Como houve um surto de coccidiose durante o experimento. Os micro-tubos são colocados na centrífuga de microhematócrito por cinco minutos em 10. Durante o abate. foram observados os fígados para detectar algum tipo de lesão devido à doença. Passado o período de carência. com a extremidade fechada voltada para fora para evitar vazamentos.56 8 OUTRAS ATIVIDADES 8.2 Realização de Hematócrito Foi realizado o monitoramento de um lote de bovinos através de exame de hematócrito. sendo uma das extremidades fechada com fogo os massa de modelar. este foi interrompido e os animais medicados. Para a realização desta análise. todos os animais foram abatidos para consumo.m. Para bovinos. Consiste na determinação do volume de hemáceas. A leitura é feita com o auxílio de uma cartela especial e os resultados são dados em porcentagem. Radostits (1998) relata como valores de referência. Figura 39 – Abate de frangos 8. .. O experimento consistia em comparar desempenho produtivo (ganho de peso e idade de abate) de animais com e sem o uso de probiótico.p.000 r. sendo o método de microhematócrito o mais utilizado. de 24 a 48%. Porém não foram identificadas lesões relevantes. primeiramente o sangue foi coletado da jugular dos animais e colocado em tubos com anti-coagulante. As análises eram realizadas no laboratório de hematologia da URCAMP/Bagé. supressor do cio de vacas e novilhas e promotor de ganho de peso adicional.3 Aplicação de DIU em Vacas de Descarte Tive a oportunidade de acompanhar a aplicação do dispositivo intra-uterino (DIU). não tem riscos e pode ser colocado facilmente exigindo somente algum treinamento prévio. O DIU é um dispositivo de corpo plástico com formato de "Y" invertido. porém parece ser bastante interessante em termos econômicos. . Ainda é uma técnica pouco conhecida. É um potente anticonceptivo. O tratamento é natural.57 8. que deve ser introduzido em cada corno uterino da vaca ou novilha. Este tipo de experiência nos entusiasma a continuar sempre procurando novas informações. . área para a qual direcionei boa parte da minha formação. de maneira que nossa formação não só nos traga satisfação pessoal e profissional. evidenciando a importância da formação diversificada que nos é oportunizada e possibilitando uma maior facilidade de inserção no mercado de trabalho. O trabalho direto com os produtores permitiu complementar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Veterinária. como também gere benefícios para setor produtivo.58 9 CONCLUSÃO Com este trabalho tive a oportunidade de conhecer melhor a realidade dos sistemas de produção animal. M. 1987. Diagnóstico do Parasitismo Veterinário. 1973. GORGULHO. 9.. P. Ovinos. Acesso em: 20 nov. RADOSTITS. M. da C. HINCHCLIFF. Disponível em: < www. DIU-Bovino para vacas promove mais engorda evitando o cio. 2006. C. Os minerais para bovinos e ovinos criados em pastejo. J.4. Apostila sobre sistema de posicionamento global – GPS. n.1139-1145. L. C..34. Porto Alegre: Planejar Brasil. jul-ago. 110p. R. O. K. P. Clínica Veterinária: Um Tratado de Doenças dos Bovinos. C. Porto Alegre: SENAR-RS. Principais parasitas dos bovinos e ovinos. 2004. 1992... A. RIET-CORREA. O. 139-148.. M. Suínos. URCAMP.. C.nordesterural. H. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. NETO. GAY.. Bagé: Embrapa Pecuária Sul. p. Bagé: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. L. 2003. F.com. 1. 192p. BRANCO. 142p. et al. MÉNDEZ. 1986. 228p. Caprinos e Eqüinos. Disponível em: <http://www. 2003.W. 2004. S.ed. D. Manejo Fisiológico do Gado de Cria. 2001. 130p. A. DUTTO. PINHEIRO. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Faculdade de Medicina Veterinária. L.. 1979. CAVALHEIRO. L. 2006. M. P. SCHILD. HOFFMANN. Ciência Rural. São Paulo: Roca.br/nordesterural/matler. Bagé. A. 2004. São Paulo: Robe. Aspectos da verminose dos ovinos. R. Porto Alegre: Sulina. C. gpsglobal. N.59 REFERÊNCIAS AMBROSINI. Porto Alegre: Agropecuária. . Anais.ed. Reprodução em Bovinos. RIES. Práticas em ovinocultura: ferramentas para o sucesso. São Paulo. R. L.br/ Artigos/Apostila. MOLENTO. 658p. B. Manual de Produtos Veterinários. 3. A. OLIVEIRA. BALL. In: Jornada Técnica de Produção Ovina no RS. B. Pelotas: UFPEL..com. Porto Alegre: Sagra – DC Luzzatto. Santa Maria. Rastreabilidade e Certificação. PETERS. Doenças de ruminantes e eqüinos. L. Sistemas de criação de ovinos nos ambientes ecológicos do sul do Rio Grande do Sul.asp?newsId=6350>. 1979. Aprenda a Criar Ovelhas. 96p. A. A. Acesso em: 5 ago. M. 1998. Bagé. LENZI. M. p. BLOOD. R. F. 2008. 146p. TRINDADE. 156p. D. v. 1998. São Paulo: Três. 2008. S. Método Famacha como parâmetro clínico individual de infecção por Haemonchus contortus em pequenos ruminantes.html >. VIEIRA. F. Campo Grande: Embrapa Gado de Corte. Anais. . Suplementação de bovinos em pastejo. S. 1979. Madrid: Tecnos. 1979 p. 1979. 1979. M. 1. Produção animal: sistemas de pastejo. H. de. 2001. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. São Paulo: Melhoramentos. T.F. BERNARDI. K. SCHERER. 2006. 83-91. J. In: Jornada Técnica de Produção Ovina no RS. SELAIVE.. A. Bagé. 2. 2004. 2006. S. L. M. SELAIVE.60 RIET CORRÊA. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Faculdade de Medicina Veterinária. 2007.ed. TEIXEIRA. 28p. Mortalidade perinatal em ovinos no Rio Grande do Sul. Ovinos de Corte. 127-137. M. ROCHA SANTOS. 2004. 1985. 480p. S. S. La vaca y la hierba. SPINOSA. . Ovinocultura: princípios básicos para sua instalação e exploração. A. LECOMTE. UFRGS.B.ed. S. A. THIAGO. p. Anais. C. 1. Bagé.167p. V. 1967. URCAMP. V. N. T. A. Bagé: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 2006. MG: Gráfica e Editora CEM. VOISIN.. Guia Terapêutico Veterinário. SILVA. A.. A. 75 f. GÓRNIAK. 127p. G. V. 444p. In: Jornada Técnica de Produção Ovina no RS. Bagé: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. São Paulo: Nobel. BARROS. Porto Alegre. Efeitos da relação carneiro/ovelha na fertilidade do rebanho. L. Lagoa Santa. Criação de ovinos e suas enfermidades.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1968. e SANTOS. Bagé. VIANA. M.ed.. 3. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)-Faculdade de Medicina Veterinária. L. 4. referente ao lote de terneiros desmamados.Exemplo de inventário.61 ANEXO 1 . Brinco 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 1128 1129 1130 1132 1133 1150 1151 1152 1153 1154 1155 1156 1157 1158 1159 1160 1161 1162 1163 1164 1201 1202 1203 1204 1254 1402 1404 1406 1407 1408 1409 1410 1411 1412 1413 1414 1415 1416 1417 1418 1419 1420 1421 1422 1423 1424 1425 1426 1427 1428 Lote Granja Funil Cerro Cerro Cerro Cerro Cerro Cerro Cerro Granja Granja Cerro Granja Granja Cerro Cerro Funil Cerro Cerro Cerro Funil Cerro Cerro Cerro Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Cerro Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Granja Sexo F F M M F F F M F M F F M F M F M F M F F F M F F M M M M F F M M F M M M F F F F M F M F F M F M M Categoria T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T Pelagem Baio Colorado Caramelo Caramelo Banco Baio Baio Colorado Zebu Preto Colorado Baio caramelo Colorado Branco Caramelo Baio Zebu Osco Branco Fumaça Osco Branco Salino Colorado Osco Baio Colorado Bragado Branco Colorada Bragada Osco Salino Branco Branco Baio caramelo Baio claro Preta Baia clara Baia caramela Branca Baio Colorada Caramelo Preta Colorada Colorado Colorado Colorado mascarado Colorado Aspado/mocho M M A M A A M M A A M M M A M A A M A M A M A M A M M A A M A A M A A M M M A M A M M A A M A A M A Origem neto neto neto neto neto paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo paulo sávio sávio nascido nascido alvarez nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido . 62 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 1429 1430 1431 1432 1433 1648 1683 1684 1691 1694 1717 1718 1719 1720 1722 1723 1724 1725 1726 1727 1728 1729 1730 1731 1732 1733 1734 1735 1736 1745 1746 1747 1750 1776 1777 1778 1779 1780 1781 1782 1783 1785 1786 1787 1788 1789 1790 1791 1792 1793 1794 1795 Granja Granja Funil Funil Funil Funil Funil Funil Funil Cerro Cerro Cerro Cerro Cerro Cerro Funil Cerro Cerro Funil Cerro Funil Cerro Cerro Cerro Cerro Granja Cerro Funil Cerro Cerro Funil Cerro Funil Cerro Cerro Funil Granja Cerro Granja Cerro Cerro Granja Cerro Cerro Funil Granja Cerro Funil Funil Funil Cerro Funil F F F M M F F F F F M M F M M F M F M M M F M M F M M M F M M M M M F F M F M F F M M F F M M F F F M F T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T Brasina vinagre Colorada Colorada Zebu Colorado claro Baio Osca Colorada Branca Preta Baio cara branca Osco Fumaça Brasino Osco Baio cara branca Baio Bragada Brasina Colorado Caramelo Baio Fumaça Branco Brasino Colorado Brasino mascarado Baio Baio Fumaça Colorado Preto Preto Colorado pampa Baia fumaca Branca Fumaça Brasina Baio Colorada Branca Fumaça Osco Preto Brasino claro Baio Colorado Preto Baia Branca Brasino claro Osco M A M A M M A A A A M M M M A A A A M A M M M A M M M M A A M M A M M A M M M A A M M M M A A A M M M A Nascido Nascido Nascido Nascido Nascido Bagé Bagé Bagé Nascido Nascido Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Clínica Nascido Nascido Abascal Abascal Abascal Nascido Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo . ) 520 65 535 505 555 545 530 466 505 500 550 475 515 525 505 470 518 535 440 66 85 102 105 93 29 83 48 109 85 85 86 105 105 82 170 25 515 466 495 490 520 63 85 75 95 95 462 450 430 97 90 75 420 490 490 495 521 75 95 53 120 131 .63 ANEXO 2 – Ganho de peso dos bois no período do estágio. Peso (Kg.) Brinco 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 1009 1010 1024 1025 1026 1028 1030 1037 1521 1522 1523 1524 1525 1526 1527 1528 1529 1531 1533 1535 1536 1537 1538 1539 1540 1541 1543 1545 1546 1547 1548 1549 1550 1551 1552 1553 1554 1555 1556 1557 1558 1559 1560 1561 1562 1563 1564 1565 1566 1567 Jul 365 380 455 385 355 469 420 355 453 440 437 390 437 422 452 441 390 430 439 330 400 365 436 365 415 360 370 385 365 452 381 420 395 425 380 365 365 372 360 355 385 400 360 390 345 360 395 437 375 390 Out Diferença de peso (Kg. ) Ganho de peso no período/animal vendido (Kg.97 Média de peso (Kg.19 85 79 48 60 95 92 95 87.64 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 1568 1569 1570 1575 1576 1577 1579 1581 1582 1584 1585 1586 1587 1588 1589 1590 1591 1592 1593 1594 1595 1597 1598 1601 1602 1604 1605 1606 1608 1609 1610 1611 1613 1615 1616 1618 1619 1622 1623 1624 1625 1626 1631 1637 1638 1643 385 400 455 390 447 405 395 420 395 426 398 415 370 385 365 466 413 380 395 360 360 375 451 475 415 390 395 385 360 410 398 425 385 418 375 427 375 380 411 427 410 445 390 370 408 515 400. ) diário/animal vendido .) Ganho de peso (Kg.68 0.55 500 565 485 100 110 95 495 530 455 522 530 100 110 60 96 115 443 555 509 495 475 440 545 585 500 460 78 89 96 100 115 65 94 110 85 70 495 450 515 458 520 490 85 52 90 73 102 115 465 490 475 470 485 500 610 499.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.