psicoterapia 2

March 26, 2018 | Author: Francisco Genuino | Category: Dream, Carl Jung, Death, Greek Mythology, Hades


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A TERAPIA HOLÍSTICA EM NOSSOS DIASFrancisco Genuíno CRT:41344 NIRVANA – NATAL-RN www.genuino.terapiaholistica.net (84) 3081-2324 O Mito De Sísifo E O Homem Contemporâneo Sisifo Atual - Modelos: Polly e Rilda -Arte Digital: Henrique Vieira Filho De que nos fala o Mito de Sísifo? Da morte? Do trabalho? Da disputa entre humanos e deuses? Do castigo dos deuses? Que relação podemos fazer entre o que nos fala esse mito e os processos psíquicos do homem contemporâneo? A Psicoterapia profunda de C.G.Jung descobriu que há uma relação muito próxima entre os processos psicológicos do homem moderno e a imensa gama de conhecimento que nos foi deixado como herança pelos povos antigos e que podemos conhecer através da mitologia. Para Jung, o mito é um estágio intermediário entre a cognição inconsciente e consciente, como uma ponte necessária e facilitadora. É como um "tradutor" dos Arquétipos - que formam o psiquismo humano - decodificando-os a partir das mais diversas mitologias do mundo. Podem-se estabelecer muitos paralelos entre os mitos e o que está acontecendo na psique e na vida de uma pessoa ou sociedade. Esse é o objetivo dessa palestra: entender o Mito de Sísifo à luz da Psicanálise Junguiana, para que possamos ampliar e aprofundar a compreensão desse mito, analisando suas possíveis implicações na psique do homem contemporâneo. Segundo Brandão (1996), Sísifo era originário da cidade grega de Corinto, um rei que desafiou os deuses e até mesmo a morte. Diz que Zeus observou a filha Egina do deus do rio, Asopo e a raptou. Quando seu pai quis saber sobre o ocorrido, ninguém queria falar com medo da reação de Zeus. Mas Sísifo percebeu ali uma grande oportunidade e não pensou em deixá-la passar. A cidade de Corinto tinha na época um problema bem sério, não havia em seu perímetro uma fonte de água doce. O povo precisava ir buscar água em lugares distantes para satisfazer suas necessidades. Sísifo conversou com o deus do rio e fez um acordo, dava informações em troca de água. O deus concordou e uma fonte nasceu dentro da cidade de Corinto. Asopo foi atrás de Zeus e este teve de devolver-lhe a filha que havia roubado. Zeus sabia quem ousou dar as informações e chamou seu irmão, Hades, o senhor do inferno e este mandou a morte, Tânatos, para buscar Sísifo. A morte com missão precisa apareceu no mundo dos vivos. Geralmente recebida com grande espanto e terror pelas pessoas, ficou surpresa quando o esperto Sísifo a convidou para sentar-se em sua mesa para comer e beber. Foi uma boa conversa com piadas e descontração. Então, Sísifo ofereceu a ela um par de algemas que havia feito. Como já havia confiança e boa vontade entre eles, a morte colocou as algemas no pulso. Só depois de certo tempo é que ficou claro que ela, a morte havia ficado prisioneira de Sísifo. Um fato desses abala o Universo todo. Nada e nem ninguém morria, pessoas, plantas ou animais. Com a morte no cativeiro haveria muitos efeitos colaterais: como superpopulação e aqueles que estavam doentes permaneceriam assim sem esperança de alivio. A vida sem a presença da morte faz pouco ou nenhum sentido. Até o tempo e a evolução param. Nem a guerra faz sentido, pois os soldados mortos em luta se levantam para agir de novo. Isto também enfureceu o deus da guerra Ares. A morte é um dos poucos controles que os deuses têm sobre os humanos. Zeus, que é o senhor do Olimpo, percebeu a confusão que Sísifo havia arrumado e mandou o próprio Ares para buscá-lo e levá-lo para o inferno. Desta vez a missão foi cumprida com sucesso. Ares libertou a morte e levou a alma de Sísifo. Mas as coisas não acabaram nisso. Sísifo ainda tinha outros truques para executar. Ele havia instruído sua esposa para não enterrar seu corpo e nem fazer os rituais fúnebres exigidos pelos deuses. Chegando na terra dos mortos, Sísifo foi reclamar que seu cadáver não havia sido devidamente enterrado. Pediu permissão para voltar para a Terra e castigar sua esposa por causa do desrespeito aos deuses. Hades concedeu a ele três dias para ir e retornar aos infernos. Mas quando chegou na superfície ficou evidente que não tinha nenhuma intenção de retornar novamente. Mais uma vez ele se saiu bem no confronto com os deuses. Para resolver o problema de modo definitivo, Zeus mandou Hermes, o mensageiro dos deuses e aquele que acompanha as almas dos mortos até o outro mundo. Hermes capturou a alma de Sísifo e a levou para Hades, depois enterrou seu cadáver com os rituais necessários, exigidos pelos deuses e encerrou o assunto. No inferno o astuto Sísifo recebeu o seu castigo: devia rolar por toda a eternidade uma pedra montanha acima para ver em seguida a mesma voltar ao ponto de origem e ele ter que repetir todo o ciclo novamente. Se tentarmos ver em Sísifo um modelo de homem, ele então será alguém tão convencido de sua força, de sua inteligência e de suas capacidades criativas que se considerará imortal. Morte, mudança, renúncia, reveses, nada disso existe para ele. (KAST, 1997) A morte é um controle poderoso que os deuses têm sobre os seres humanos. Seus mistérios nunca foram revelados a nenhum mortal que se tenha noticia. E Sísifo ousou desafiar a morte e o poder dos deuses. O castigo que Sísifo recebeu - ficar rolando a pedra cume acima da montanha infinitamente, apenas para vê-la rolar montanha abaixo justo antes de alcançar o cume - foi em decorrência de ter trapaceados os deuses, fugindo da morte. Os truques de Sísifo estavam alterando a ordem estabelecida das coisas, da vida e da morte. Vida e Morte. A dicotomia da existência que impulsiona, dá esperança, força para a realização. Vida e Morte, dois lados da mesma moeda; continuidade sem fim? Quando Sísifo desafia Zeus conseguindo a fonte de água para Corinto, está presente essa dicotomia também. Poder do Homem x Poder de Deus. Esse mundo e o outro mundo. Não podemos ver o mesmo comportamento no homem contemporâneo que desafia a morte com seus avanços tecnológicos, a medicina e suas técnicas de rejuvenescimento? Escravos da juventude e da saúde, com pânico da morte. Não querem morrer, querem vencer os deuses. Mas quando não há a perspectiva da morte, será a vida uma eterna repetição infinita? Por outro lado, é a repetição de experiências, padrões de comportamento e situações, que permite a tomada de consciência e por conseqüência, mudança e evolução. Mas a repetição, paralisia no mesmo lugar, é uma forma de morte, pois sem possibilidade de mudança, conclusão de ciclos, não há vida. Portanto, se vida é transformação, Sísifo está morto no seu esforço repetitivo? Mas ele pode ter se vingado mais uma vez porque a cada vez que Sísifo levanta a pedra montanha acima, uma nova esperança renasce de que novo fim aconteça. Aqui aparece uma nova dicotomia que o mito traz - como saber até quando lutar, persistir, roubar um pouco mais de vida da morte e quando reconhecer que é sensato entregar-se, admitir a derrota, largar a pedra e seguir adiante. Quantos na nossa sociedade sentem-se sobrecarregados com a quantidade ou qualidade do trabalho; trabalho não prazeroso na maioria das vezes e não tem coragem de largar a pedra e começar uma nova história? Ficar preso numa mesma luta constante, num mesmo objetivo, com a energia focada em uma única direção - seja o trabalho, ou qualquer outro pilar da vida - leva a uma morte em vida. Talvez o modo como a maioria das pessoas vivencia a si mesmo atualmente, sem refletir e questionar a possibilidade de mudar, seja de fato um trabalho de Sísifo. Quando o homem contemporâneo foca no trabalho sua energia total, acreditando que do dinheiro daí advindo, virá a realização, a felicidade, ignorando outras necessidades de realização individual, coletiva e espiritual, pode ficar reduzido ao vazio da repetição infinita. Assim o homem da sociedade capitalista é visto como alguém que se coisifica pela moral utilitarista, tendo como meta a redução da capacidade do homem produtor, suprimindo as alegrias e a paixão, condenando-o ao papel de máquina entregue ao trabalho contínuo sem trégua nem piedade. (MAGALDI, 2009). Mas devemos olhar para o trabalho de Sísifo não apenas como o trabalho externo, mas como o trabalho interno, necessário ao homem para evoluir, integrar-se, individuar-se. No processo terapêutico, por exemplo, há uma repetição criativa de situações, pois a evolução é uma espiral que parece sempre voltar ao mesmo ponto. Mas a cada nova experiência, fica diferente a manifestação, o sentimento, a neurose. Se Sísifo simboliza o ego e seu trabalho de criar mais e mais consciência, os deuses simbolizam o inconsciente coletivo e neste caso uma reação compensatória destrutiva, o que indica que a atitude da consciência é inadequada, para lidar com a situação. Sísifo tinha uma relação conturbada com os deuses, de disputa constante, não dimensionando adequadamente as forças que estavam em jogo. Em terapia, ao longo do processo de individuação, quando o ego está isolado ou com uma relação destrutiva com o inconsciente, ele não consegue perceber que está em desvantagem frente à psique objetiva. Com suas atitudes e comportamentos não adaptados, Sísifo se expôs à ira e vingança dos deuses - ou a uma reação destrutiva do inconsciente. O que fez teve conseqüências não só pessoais, mas também para todos. Sísifo não foi capaz de aceitar os desígnios dos deuses, seu destino. Tentou mudar a ordem da criação e a realidade humana. Jung ressalta quando de seu confronto com o inconsciente o quanto é importante para o ego aceitar seu destino. No processo de individuação chegase a um momento crucial, que é o momento do sacrifício. Ao ego é solicitado algo do qual não quer abrir mão. É uma situação angustiante. Há uma luta interna muito grande para abrir mão de coisas consideradas preciosas. Mas se isso não for feito, a evolução não avança. O objetivo do confronto com o inconsciente é criar a função transcendente que vai unir os dois lados em conflito, procurando chegar a uma cooperação construtiva. No mito de Sísifo parece-nos que isso não foi possível. A relação entre ele e os deuses era de disputa, de tentar vencer o inconsciente através de truques e artimanhas bem simplistas. O homem contemporâneo carece de lentes para auxiliá-lo a enxergar os deuses que o rodeiam, e aqui deuses são manifestações arquetípicas com conteúdos energéticos de pólos opostos, que podem ativar a sombra ou trazer a luz para mostrar o caminho da individuação. A função transcendente nesse caso pode se manifestar como um obstáculo que paralisa o ego temporariamente de seguir o caminho, até então apresentado como único possível. Sísifo recebeu esses "obstáculos" como desafios e seu ego obsessivo fez com que ele canalizasse a energia para superá-los ao invés de tentar entendê-los como possibilidade de integrar seus conteúdos inconscientes. Os deuses contemporâneos se apresentam nos menores detalhes, nos processos de sedução que se desdobram em assedio moral, na carreira meteórica que pode trazer um câncer consigo, na desumanização das relações, eliminando todas as possibilidades de respeito. No mito de Sísifo, os deuses Tânatos, Ares, Hades e Hermes se apresentam aparentemente como os obstáculos a serem vencidos, porém na realidade eles representam a oportunidade de redenção se observados de forma intuitiva. Trechos selecionados da Propositura de Palestras para o evento Holística 2011. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/288sisifo#ixzz1XHM7UV32 Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Os Sonhos - Uma Interpretação Holística Sonhos - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Milernarmente, os SONHOS são uma forma de contato com o transcendente (algo além dos limites da personalidade), por isso os indivíduos recorriam aos Xamãs, ao Sacerdotes, antecessores dos Terapeutas Holísticos, para interpretá-los, ou, ainda, para evocá-los como orientação para a vida, inclusive, divinatórias, por meio de rituais sagrados. No ocidente moderno, sua importância foi negligenciada, até o advento da PSICANÁLISE, reencontrando nas teorias de Freud e Jung a sua função de eficaz meio de acesso ao conteúdo inconsciente, aplicando-se a associação livre como um dos instrumentos a trabalhar o conteúdo onírico. A TERAPIA HOLÍSTICA une o antigo e o novo em suas melhores qualidades, aproveitando tanto os sonhos espontaneamente recordados, quanto os induzidos via técnicas de relaxamento, toque e exercícios de imaginação ativa. A análise dos sonhos (por sinal, mais uma TRADIÇÃO MILENAR de todos os xamãs, pajés e sacerdotes, ou seja, os ancestrais dos Terapeutas Holísticos de todas as culturas...) dos Clientes ostentavam, frequentemente, idéias e conceitos universais, expressos nas mais variadas culturas, perpetuadas em suas lendas e tradições. Tais coincidências significativas (Sincronicidades) nos levam a supor que, apesar de indivíduos, temos acesso, ainda que de modo INCONSCIENTE, a informações universais e oriundas do conhecimento COLETIVO. Na abordagem junguiana, os acontecimentos psíquicos estão em Sincronicidade com as físicos e igualmente relacionados com o Universo em seu todo. Ou seja, uma abordagem verdadeiramente HOLÍSTICA. Nem tanto por Jung em si, que era apreciador do I Ching como instrumento pessoal para o autoconhecimento, mas sim, por seus seguidores modernos, temos aqui mais uma "ponte" de união entre a Psicanálise e várias outras técnicas igualmente adotadas na Terapia Holística. Aplicação prática da teoria da sincronicidade junguiana e do paradigma holístico, faz uso da extreita conexão existente entre o objeto da análise e o instante universal em que ele se apresenta, o qual se torna interpretável por técnicas que exponham símbolos e arquétipos do inconsciente coletivo (astros, números, cartas, hexagramas, etc), pontos estes de referência sobre os quais tanto o profissional, quanto o Cliente projetam seu psiquismo, intuição e o pensamento não-linear, identificando por "insight" simultaneidades significativas acausais, aflorando à consciência a síntese uma série de fatores até então não compreendidos. Análise de Sonhos: Um dos grandes indícios do bom andamento do processo terapêutico é o emergir constante de sonhos significativos. O sonho é parte natural do psiquismo, veículo e criador de Símbolos (melhor expressão possível para designar algo desconhecido ou incapaz de ser descrito por palavras). Contribuem no processo de individuação (percepção consciente da realidade psíquica única de um indivíduo, incluindo forças e limitações; leva à constatação de que o centro regulador da personalidade transcende o ego). Tratados com a devida atenção, ampliarão nosso autoconhecimento, trazendo subsídios para uma vida melhor. Há milênios o material onírico é visto como um contato com o transcendente (algo além dos limites da personalidade), por isso recorriam aos antecessores dos Terapeutas Holísticos para interpretá-los, ou, ainda, para evocá-los como orientação para a vida, por meio de rituais sagrados. Podemos observar em diversas passagens do Nei Ching, milenar tratado terapêutico chinês, a importância dos sonhos para a avaliação psicofísica. Para os índios norteamericanos, os sonhos estabelecem a escolha dos xamãs; deles provém a terapêutica, o nome que se dará às crianças, além de orientar as mais diversas decisões. O Egito antigo atribuia aos sonhos um valor basicamente premonitório: ..."o deus criou os sonhos para mostrar o caminho aos homens, quando esses não podem ver o futuro"... Os sacerdotes interpretavam nos templos os símbolos oníricos de acordo com as "chaves" transmitidas de era em era, além de utilizarem de um recurso chamado "o sono sagrado", onde a pessoa era colocada em estado de relaxamento e a sua imaginação era dirigida, provocando uma espécie de "sonho acordado", muito semelhante à técnica que o autor destes textos pratica em meu consultório. Mais recentemente, a partir de Freud, a interpretação dos sonhos tenta adquirir um padrão "científico". Para ele, o sonho é expressão ou a realização de um desejo reprimido, "a interpretação dos sonhos é a estrada principal para se chegar ao conhecimento da alma". Após Jung, a tendência é tê-lo como uma compensação da visão limitada do ego (complexo central da consciência) vígil, uma "auto-representação espontânea e simbólica da situação atual do inconsciente" . O sonho seria, assim, um processo psíquico regulador, semelhante aos fenômenos compensatórios do funcionamento corporal. A interpretação do sonho, assim como a decifração de seus símbolos, não é apenas resposta a uma curiosidade: leva a um nível superior as relações entre o consciente e o inconsciente e aperfeiçoam suas redes de comunicação. Uma das regras para trabalhar os sonhos é não avaliá-los isoladamente. É necessário conhecer vários sonhos da pessoa, ocorridos tanto em datas próximas, quanto de outras épocas, além de, é claro, conhecer a história do sonhador, a idéia que tem de si mesmo e de sua situação, o ambiente em que ele age e como este reage nele... Cada sonho faz parte de um conjunto imaginativo; é como uma cena de um grande romance de infinitos atos. Apesar de sua aparente descontinuidade, cada um pode ter íntima correlação com os demais. Um dos recursos que podemos utilizar é o das associações, onde o sonhador é instigado a expressar tudo o que as imagens, os objetos, as palavras, os atos, etc., de seu sonho, tomadas em grupo ou isoladamente, evocam nele, podendo assim, surgir conexões entre diversos fatores que estavam apenas latentes, manifestando laços emotivos e imaginativos insuspeitos, a princípio. Apesar da importância deste recurso, é comum uma provável interferência do racional no livre fluxo das associações. Por isso, é necessária a devida cautela na avaliação do material "espontâneo" que aflora. Um modo de dinamizar e contornar resistências do racional às associações é a "dramatização", onde a pessoa "encarna", um a um, os personagens e imagens do sonho, passando a responder a perguntas do Terapeuta Holístico como se fosse realmente a figura "incorporada". Outra ferramenta de interpretação é a "ampliação" do sonho, onde se é estimulado para "prolongar" o sonho, completando-o, dandolhe continuidade às cenas, dirigindo-o, assim, até que se esclareça o sentido do sonho. Outra forma de "ampliação" é aquela em que o intérprete recorre, com a devida prudência, a paralelos históricos, mitológicos, etnológicos, retirados tanto do folclore, como da história das religiões e tradições, relacionando o sonho ao patrimônio psíquico e humano geral, extraindo das imagens e idéias arquetípicas (padrões universais que constituem o conteúdo básico das religiões, mitologias, lendas, etc.), os subsídios para a interpretação. Ninguém melhor que o próprio sonhador para interpretar seu sonho, já que "ele é o autor, o ator, a cena, o diretor, o público e o crítico". O mesmo se aplica aos sintomas e às enfermidades, que podem e devem ser submetidos aos mesmos processos e técnicas com que trabalhamos os sonhos. Compete ao Terapeuta Holístico catalisar o processo, dando apoio ao Cliente, dirigindo suas associações, facilitando-as não só por meio de técnicas como as acima descritas, como também com o uso da Terapia Floral, de equilíbrio energético por meio da Calatonia Auricular, com a Terapia Corporal, ou técnicas similares. Aliás, com o auxílio destes recursos, todo processo psicossomatoterápico acontece com maior fluidez e rapidez, num ritmo raramente visto nos tratamentos convencionais. Trechos selecionados da Propositura de Palestras para o Holística 2011. Texto extraído de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/295sonhos-psicoterapia-holistica#ixzz1XHMo4EEL Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Sei Quem Sou ? Tirando A Màscara - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. A vontade para se conhecer é atribuída desde que existe no pensamento humano o questionamento de sei quem sou? Assim, e no interior desse quadro, pretendemos evidenciar algumas propostas para serem discutidas. A Psicoterapia Holística também é detentora de uma técnica com um elenco organizado de reações e experiências, que juntos, formam um corpo de conhecimentos preliminares, onde as probabilidades e as tendências são reveladas com mais freqüência do que a certeza absoluta, possibilitando revisões constantes e capazes de conduzir o Terapeuta à percepção, a observação, a investigação, a ampliação do autoconhecimento e a avaliação subseqüente do cliente, haja vista que, muitos domínios úteis se encontram ainda inexplorados. A técnica aqui referida é conhecida como Análise da Imagem Holística do Cliente, onde também estão presentes, a interpretação do tracejar, a distribuição das imagens, e as formas das imagens do cliente. Sua característica principal é a de que pode ser aplicada a partir da análise e interpretação das imagens holísticas e divide-se em três fases de investigação psicoterapêutica: I: percepção e observação, II: análise e III: validação. A percepção e a observação que se constituem no primeiro estágio da técnica, aprioristicamente buscam responder as seguintes questões: “O que? Como? Por quê? Qual o momento? Em que condições?” A análise e a validação consistem em investigar os desequilíbrios revelados e integrar as informações em uma conceituação coerente, comparando, por exemplo: os desequilíbrios revelados (que constitui o caráter distintivo e a particularidade do cliente), com o predomínio (que representa a condição do que está em preponderância), ou fazendo o cruzamento dos padrões de comportamento com as emoções; exemplo: a) imagem do corpo físico de frente x distribuição e posição das imagens; b) imagem do corpo físico de costas x tracejos; c) imagem do corpo físico de perfil x formas das imagens, e assim, conforme o caso, escolher entre as várias técnicas também disponíveis aquela que será a primeira a ser utilizada. “É tão difícil observar-se a si mesmo quanto olhar para traz sem se voltar”. Henry David Thoreau (1817-1862), filósofo norte americano. Todavia, existem divergências entre o que seja o “científico” de hoje ou o seu congênere de séculos ou milênios atrás que são questões teóricas discutíveis. Todos nós, até certo ponto, tentamos compreender nossos próprios motivosaliás, uma tarefa ás vezes bastante difícil. Rudolf Steiner (1861-1925) filósofo, antropósofo, teósofo e educador, afirmava que: “Para os homens primitivos, a terra era sagrada. Ela era governada pelo espírito da terra, uma entidade espiritual todo-poderosa que manifestava sua força criadora, através dos fenômenos da natureza, pelo estabelecimento das diferentes estações, pela vida e pela a morte dos seres humanos e animais, pelo crescimento dos vegetais e pelos ciclos da fertilidade”. Essa afirmação acompanha teorias mais antigas e complexas. Anaxágoras, filósofo grego (500-418 a.C.), formulou a teoria de que o corpo e o espírito eram duas entidades diversas. Mais tarde, os primeiros sofistas; Protágoras (485-410 a.C), Górgia (485-380 a.C) e Isócrates(436-338 a.C) foram mais longe ao asseverar que a experiência era tudo, que a sabedoria do homem dependia de suas próprias observações e investigações e que não havia nenhuma verdade objetiva. Platão (427-347 a.C.) chegou à conclusão de que as “idéias” do homem eram separadas de sua existência material. Num adulto, transformavam-se na psique, a alma racional, que lhe dava uma sabedoria intuitiva. Epicuro de Samos (341-270 a.C), filósofo grego, e seus seguidores, formularam a teoria do livre-arbítrio e Zenão de Cicio (332262 a.C), filósofo grego; o estóico, a de um indivíduo e sua alma eterna. Santo Agostinho de Hipona (354-430), Bispo, Padre e Doutor da Igreja Católica Apostólica Romana, introduziu essa teoria na filosofia cristã ao afirmar que os seres humanos possuíam um ego e vontade próprios. Algumas das idéias mais antigas receberam apoio, ao passo que outras foram severamente combatidas à medida que as várias descobertas na área da física e da fisiologia foram levando a um entendimento cada vez maior do funcionamento do corpo humano. A separação do corpo e da alma tornou-se mais acentuada, chegando ao extremo com Thomas Hobbes (1588-1679) filósofo inglês, que sustentava que o homem nada mais era que uma máquina reconhecidamente complicada. Por mais fecundas que sejam essas idéias, será interessante também revisitar alguns dos muitos pensadores que ressaltaram a necessidade do autoconhecimento. A escritora, filósofa e teóloga russa Helena P. Blavatski (1831-1891), disse: “Conhecer o eu é sabedoria”, o mestre indiano Sri Ramana Maharshi (1878-1950) sempre aconselhava as pessoas a indagarem: “Quem sou eu?” Jiddu Krishnamurti (1895-1986), filósofo e místico indiano que falou muito sobre o “eu” e suas atividades. André Paul Guillaume Gide (1869-1951), escritor francês prêmio Nobel de Literatura (1947) opinou que procurar conhecer demais o nosso interior atrasa o nosso desenvolvimento e chegou a afirmar: “Uma lagarta que quisesse conhecer-se a si mesma jamais se transformaria em borboleta”. Sigmund Freud (1856-1939) que dividiu a personalidade humana em três estruturas básicas: o id é o organismo humano, a massa de energias e forças que compõem a nossa personalidade inconsciente-a parte de nós mesmo que anseia por conforto físico e satisfação. O superego, por outro lado, é a força que nos induz a comportar-nos não como desejamos, mas como outros o querem. Na verdade, essa é a força à qual muito de nós chamariam de consciência. O ego equilibra essas duas forças: é a parte que está em contato com a realidade, reconhece as reações de nossos sentidos e na pessoa normal saudável governa as oscilações entre o id (sequioso de prazer, ambicioso e egocêntrico) e o superego (altruísta, idealista, desinteressado). Carl Gustav Jung (1875-1961) acreditava intensamente que o comportamento do homem não apenas reflete os conflitos que são vestígios da história racial (o inconsciente pessoal e coletivo), mas também seus objetivos e aspirações. Radha Burnier (1923) escritora indiana questiona: “Realmente sei quem sou? Por que não sei muito sobre o corpo nem sobre minha natureza emocional inconsciente?...” Sendo assim, como pode alguém ter certeza do “sei quem sou!”, se no ser humano a autoconsciência é ainda muito rudimentar, e por isso somos incapazes de saber o que existe em nosso inconsciente. Então o que o fazer? Devemos descobrir por nós mesmos! Descobrir a si mesmo não significa ter lembranças do que alguém disse. Palavras de nenhuma pessoa nos pode garantir o que é ou não é o “eu”. Então quem somos nós? Podemos dizer que somos Deus? Certamente que não. Somos membros integrados de uma totalidade holística? É provável que sejamos um ponto de luz da consciência? Temos a herança dos erros de nosso próprio passado e do passado de toda a humanidade à qual podemos estar conectados através do inconsciente coletivo? Somos seres superiores? A Análise da Imagem Holística do Cliente não pretende substituir qualquer idéia, teoria, técnica, pensamento, ou definir o “sei quem sou!”, mas contribuir significativamente para revelar o caminho para a ampliação do autoconhecimento. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/250-seiquem-sou#ixzz1XHN4dcyB Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS História da Psicoterapia Mente Aberta - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Psicoterapia Para Não Psicólogos Um breve relato sobre as quatro grandes correntes psicoterápicas, voltado especialmente para Terapeutas Holísticos, com exemplos caricatos que objetivam facilitar o entendimento Introdução: Tal qual ocorre na acupuntura e na fitoterapia, por exemplos, onde 99,999% dos livros foram escritos de médicos para médicos, na psicoterapia, 99,99% dos livros foram escritos para psicólogos... O problema de um Terapeuta Holístico seguir esses livros, seus modos de trabalho e suas nomenclaturas é que, fatalmente, acabarão sendo acusados de exercício ilegal de profissão (seja de medicina, de psicologia...). Tenho me esforçado para desenvolver versões técnicas, éticas e JURIDICAMENTE CORRETAS para a profissão de Terapeuta Holístico. Isso implica em adaptar textos e nomenclaturas para nossas áreas. Na verdade, a maior parte dos textos originais são em alemão e inglês, o que significa que existe muitos SINÔNIMOS que pode ser empregados nas "traduções", produzindo versões em português adequadas ao século 21 e à nossa profissão. Por sinal, as OUTRAS profissões fizeram a mesma coisa... Na Terapia Tradicional Chinesa, os milenares textos do Nei Ching (ou Nei King, se alguém fizer questão...) foram traduzidos por um MÉDICO para o coreano e, depois, para o francês... Pasmem: a cada página do ORIGINAL, ele acrescentava cerca de 5 páginas de sua autoria !!!! Com "tabelinhas de pontos x DOENÇAS" (diagnosticar e/ou tratar "doenças" é monopólio legal da classe médica...) !!!!! Quem ler ATENTAMENTE a versão em francês, percebe quando é texto original (são praticamente poesia e filosofia...) e quando é do MÉDICO. Mas, as traduções em português nem sempre deixam isso claro... Na PSICOTERAPIA, aconteceu a mesma coisa: quando era um médico que escrevia ou traduzia, se seguirem o que estiver no livro, certamente acabarão acusados de exercício ilegal de medicina... Quando era um psicólogo (observação: tal profissão nem existe em muitos países... na maioria das nações são CONSELHEIROS...) que traduzia, todo o texto fica no jargão da PSICOLOGIA e, como tal, monopólio, pela legislação brasileira, de quem tem CRP - registro no Conselho de Psicologia... Uma brevíssima história da Psicoterapia.... A Terapia Holística (claro, sem o nome atual...) existe desde o princípio da humanidade, onde a abordagem era prática, empírica e não havia separação entre físico, psíquico, social e universo... Com o advento do poder da igreja católica medieval e, depois, do cientificismo cartesiano, houve a ruptura e passaram a ignorar o psíquico, às vezes, até o social e, com toda certeza, o "cósmico"... A abordagem psíquica também recebeu muitas contribuições da FILOSOFIA, contudo, quando a sociedade passou a dar valor quase que apenas ao que possa ser reproduzido em experimentos laboratoriais, uma corrente revoltou-se com a visão "mentalista" predominante e criou uma contra-corrente denominada COMPORTAMENTALISMO. Nesta, que é conhecida como a 1a Força/Corrente da Psicoterapia, deixaram de lado qualquer conceito subjetivo, como mente, inconsciente, missões de vida, etc, etc, e focaram na única coisa que consideraram mensurável em laboratório: o comportamento... Apesar de ter muitos adeptos ainda nos dias de hoje, é uma das escolas mais polêmicas e, até mesmo, "odiadas" por vários teóricos atuais.... A imagem caricata mais usada para ilustrar essa corrente é a do reflexo condicionado de Pavlov, onde um cão é amestrado para salivar cada vez que se toca um sino... Nesta linhagem de psicoterapia, desenvolveram-se vários testes, experimentos com comportamente animal e humano, conforme a premissa cientificista. Já em aplicações de consultório, uma vez o Cliente tendo manifestado um comportamento inadequado, a proposta Comportamentalista é mudar esse comportamento, por meio de várias técnicas, resumidas em aplicar estímulos positivos no Cliente quando ele se comportar do jeito que a sociedade espera dele, e estímulos negativos, em caso de repetição do comportamento inadequado... Um exemplo caricato: uma pessoa, "de um dia para outro", não consegue mais dirigir seu carro, sofrendo de muito medo e até desconfortos físicos. Para a linha comportamentalista, só interessa que ela volte a dirigir e o quanto antes... Não farão análise do que está ocorrendo no inconsciente da pessoa e, menos ainda, vão se preocupar e abordar se o que ocorre não é por acaso, mas sim, um aviso dela para ela mesma, de que está em desarmonia... Enquando a 1a Corrente/Força só ficou o mensurável, o observável, ou seja, o comportamento e como alterá-lo, a 2a Força se dedicou ao intangível, ao incorpóreo, ou seja, a PSICANÁLISE busca desvendar o INCONSCIENTE. Inicialmente, Freud, devido à formação médica, supôs encontrar correspondentes físicos, como os cerebrais, os neurônios, o sistema nervoso, mas, felizmente, desistiu desse caminho e desenvolveu todo um esquema teórico/didático capaz de embasar o psicanalista a se propor a lidar com conceitos como ID, Ego, Superego, Inconsciente, Pré-Consciente, Consciente, sistemas de defesa (inadequadamente traduzidos como "mecanismos" de defesa), associações de idéias, fases do desenvolvimento sexual, traumas, ato falho, etc, etc, enfim, uma sequência teórica válida até os dias de hoje... A caricatura mais divulgada seria a de um Cliente deitado no divã, de costas para o analista e este sem falar nada, quando muito, anotando alguma observação. A esta visão esteriotipada, acrescentasse o componente que não há um objetivo a curto, nem a médio prazo, sendo de longa duração, sem proposta específica. Outro fator criticada é a ênfase quase absoluta de Freud em focar a terapia apenas no "negativo", ou seja, os traumas, problemas emocionais... Um exemplo caricato: uma pessoa, "de um dia para outro", não consegue mais dirigir seu carro, sofrendo de muito medo e até desconfortos físicos. Para a linha humanista, poderia ser reforçada a autoestima, para que ela se sinta bem, mesmo sem dirigir... Não haveria bem um caminho pré-concebido, nem prazo, já que cada caso é um caso, a conversação é que irá indicar a técnica mais adequada... Dentro da própria corrente psicanalista, houve inúmeros dissidentes, destacando-se em nosso curso, Jung (que, por sinal, serve de base para a 4a Força da Psicoterapia...) e Reich. Muitos psicoterapeutas, não mais concordando com o enfoque no "trauma" e no "inconsciente", da Psicanálise e, literalmente, revoltados com a escola Comportamentalista, teorizando que essas são visões "mesquinha"s e parciais do ser humano, fundaram a 3a Força da Psicoterapia: a HUMANISTA. Nesta abordagem, a premissa é a de que o ser humano é essencialmente bom, que não existe comportamento previamente definido como "errado" e que cada caso é um caso, não sendo possível "dissecar a psique em laboratórios"... A caricatura e esteriótipo desta corrente são os livros de "auto-ajuda", e a tendência a "aprovarem" qualquer comportamento (lembre-se que tanto aprovar, quanto reprovar, é uma forma de JULGAMENTO e, como tal, aumenta ainda mais a resistência à terapia) e de focarem tão somente no presente... Vários autores desta escola deram ênfase ao ACONSELHAMENTO, com Carl Rogers, mas o expoente deta corrente é Masllow, que desenvolveu várias teorias a facilitar o entendimento dos Clientes, sendo uma das mais conhecidas, a "pirâmide de Masllow", onde ele classifica as necessidades do ser humano para ser feliz. Ironicamente, ele que foi o expoente da Corrente Humanista, considerou-a insuficiente, acrescentando na "pirâmide" a satisfação espiritual, dando origem à 4a Força, a PSICOTERAPIA TRANSPESSOAL... A caricatura e esteriótipo desta corrente é a de um "maluco beleza" atendendo com incenso, chás suspeitos e mantras... Como era de se esperar, claro, evidente, que a 4a Corrente é totalmente ignorada pelas faculdades, já que incluiu o "Transcendente", o "espiritual" como mais um tema para a terapia a ser trabalhado... Para o que acham que só é verdade se for "científico" e, como desejos de ir ALÉM, de ser MAIS do que nós mesmos é algo não "mensurável", jamais verão essa linha em faculdades... De certa forma, a Psicoterapia Transpessoal é a mais parecida com a proposta da Terapia Holística, já que busca mesclar o que a de melgor em cada uma das outras correntes e ainda acrescentando muitas técnicas da nossa profissão, tais como vivências, análises de sonhos, regressão, progressão, calatonia... Um exemplo caricato: uma pessoa, "de um dia para outro", não consegue mais dirigir seu carro, sofrendo de muito medo e até desconfortos físicos. Para a linha transpessoal, poderia serem feitas vivências para o momento em que tudo começou, associações de idéias para buscar origens traumáticas na infância, e, conforme o caso, se houvesse necessidade urgente de dirigir, poderia ser aplicada uma técnica comportamental, mediante o compromisso de continuidade da terapia, independente de voltar a dirigir, já que a proposta é igualmente TRANSCENDENTE: o que o "universo", o que o "eu interior" dela quer passar de ensinamento, com o ocorrido... Não haveria bem um caminho pré-concebido, nem prazo, já que cada caso é um caso, a conversação é que irá indicar a técnica mais adequada. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/154historia-psicoterapia-holistica#ixzz1XHOhnmDo Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Psicanálise Em A Raposa E As Uvas A Raposa E As Uvas Certos recursos psíquicos costumam ser traduzidos como "mecanismos" de defesa, contudo, perante a visão holística e em pleno século 21, a expressão mais adequada é SISTEMAS de Defesa, ampliando a conotação reducionista original (já "saiu de moda" aplicar termos destinados a descrever máquinas para tentar explicar seres vivos...). Destacaremos, a seguir, alguns desses recursos, com uma breve descrição, com a ajuda da famosa fábula "A Raposa E As Uvas". Apesar de crer que é impossível alguém desconhecer essa história clássica, eis um resumo: a raposa avista belas uvas e faz todas as tentativas possíveis para conseguir pegá-las, porém, sem sucesso; termina a história dizendo para si que, na verdade, nem mesmo as queria; afinal, elas ainda estão "verdes"... 1) Repressão: Esta defesa consiste em relegar ao inconsciente um evento, idéia, sentimentos ou percepções potencialmente provocadores de ansiedade; contudo, o elemento reprimido ainda é parte da psique, o que requer um constante consumo de energia já que o reprimido faz tentativas constantes para encontrar uma saída. Sintomas físicos e psíquicos dos mais variados podem ter origem neste esforço de reprimir. A repressão é o "esquecimento" inconsciente de fatores psíquicos relevantes, são incompatíveis com a autoimagem que possuímos. A Raposa diz para si: "_ Uvas ? Que uvas ? Nem sei o que é isso, não faço idéia do gosto que tem e nunca me passou pela cabeça comer uma". 2) Negação: É, talvez, o Sistema de Defesa mais simplório, de negar para si mesmo, fatos acontecidos, recusando a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada, comumente a substituindo o que lhe contraria por versões fantasiosas e idealizadas. Atentem à diferenciação: na Repressão, o fator psíquico incômodo é "esquecido", "apagado da consciência", como se nunca tivesse existido; já com a Negação, ele é SUBSTITUÍDO por uma "nova versão" dos fatos... A Raposa diz para si: "_ EU é que não quero essas uvas ainda verdes...". 3) Racionalização: É o processo no qual nos auto-justificamos "racionalmente" para uma atitude, ação, idéia ou sentimento que vivenciamos. Diferenciado-se das "fantasias" criadas pela Negação que MODIFICAM o que de fato ocorre, a Racionalização lida com o "fato real", porém, elabora “explicações”, “boas razões”, para "justificar" a ocorrência, evitando lidar com a frustração e a c ulpa. A Raposa diz para si: "_ Claro que é certo e que posso pegar essas uvas e comer... O fazendeiro tem tantas e nem liga para elas; estou até fazendo um favor, pois se eu não tirar um pouco e levar embora, elas vão acabar apodrecendo no pé e trazendo um monte de insetos que vão estragar todas as plantações da região". 4) Formação Reativa: Este Sistema de Defesa substitui o que de fato se deseja ou sente justamente pelo que lhe é oposto, invertendo inconscientemente aquilo que realmente quer... Como os outros sistemas de defesa, as formações reativas são desenvolvidas, inicialmente, na infância, onde ocorre forte repressão aos impulsos, geralmente acompanhada por uma cobrança social de fazer justamente o oposto do que desejava. A Raposa diz para si: "_ Vou montar guarda diante destas uvas, pois tem muita gente querendo roubá-las do fazendeiro e é meu dever não permitir que isso aconteça" 5) Projeção: Nesta forma de auto-defesa, desloca-se aspectos de nossa personalidade, sentimentos, emoções, para o meio "exterior", como se não fôssemos nós, mas sim, "outra" pessoa, animal ou objeto quem possuísse essas características. Para evitar-se de enxergar e repreender em nós mesmos certos pensamentos, impulsos e desejos, passamos a "projetá-los" em terceiros, direcionando também nossa desaprovação para estes. A Raposa diz para si: "_ Aquele coelho não tira os olhos famintos dessas uvas; certamente está morrendo de desejo de roubá-las e comer tudo... Que coisa mais deplorável...". 6) Isolamento: É uma defesa onde as emoções perturbadoras relacionadas a um fato são "separadas" da lembrança em si, fazendo com que a pessoa se refira ao acontecimento traumático sem nenhuma emoção sobre o tema. A Raposa diz para si: "_ Eu queria as uvas... Tentei, não consegui... Tudo bem... Essas coisas acontecem...". 7) Regressão: Nesta defesa, é como "voltar a ser criança", lidando de forma "infantil" com a ocorrência, utilizando algum artifício para "fugir" de lidar com a situação, procurando distrair-se com algo lúdico... A Raposa diz para si: "_ Êta, uvas difíceis ! Melhor é eu assistir um filme, relaxar, comer uma pipoquinha...". 8) Sublimação: É o Sistema de Defesa mais bem aceito socialmente... Tal qual os demais que descrevemos, o processo ocorre de forma inconsciente, sendo que transmuta-se um impulso originalmente inaceitável para nossa consciência, canalisando essa "energia" em uma ação socialmente produtiva e bem recebida... A Raposa diz para si: "_ Uvas... Que boa idéia ! Farei uma grande plantação e a colocarei à disposição de todos os transeuntes, que podem ficar à vontade em saciar sua fome, comendo quantas desejarem...". Um dos Sistema de Defesa, a Projeção, quando ocorre no ambiente de consultório, ganha outra nomenclatura: TRANSFERÊNCIA, que é a vivência de fortes sentimentos do Cliente deslocados para o profissional, no relacionamento terapêutico e, numa direção paralela, temos os sentimentos despertados no profissional pelo Cliente, que Freud denominou CONTRATRANSFERÊNCIA. São elementos reprimidos, muitas vezes, infantis, que ganham nova expressão no espaço emocional, criado pelo encontro "profissional - cliente", sem que estes tenham plena consciência do fenômeno em questão. Todas as correntes psicoterápicas destacam a importância de que o analista igualmente passe por psicoterapia e supervisão. Essa é a melhor forma de evitar que o Cliente fique à mercê da contratransferência, pois, passando por análise e se AUTOCONHECENDO, o profissional terá mais capacidade de detectar as ocorrências desta projeções, as quais, por sinal, são bem mais facilmente percebidas por alguém "de fora", ou seja, um supervisor. Detectar e perceber nossos próprios sistemas de defesa em ação nos torna ainda mais aptos a perceber o mesmo em nossos Clientes. Quanto mais profundamente desvendarmos nosso próprio inconsciente, maior será a nossa capacidade de despertar o mesmo nas pessoas que atendemos. Conhecendo e aceitando nossa SOMBRA, mais facilmente contataremos a de nossos Clientes, nos tornando profissionais melhores e menos sujeitos ao erro... Imaginem uma Cliente "falando mal" de sua mãe e a Terapeuta Holística que atende, sendo mãe e tendo uma filha com o mesmo discurso... Se não estiver atenta à possibilidade de contra-transferência, é capaz até de "tomar as dores" da mãe dela !... Observem que há tanto a transferência "positiva" (amor, carinho...), quanto "negativa" (ódio, raiva...) e faz parte do processo. Cabe ao profissional ter consciência disso e perceber, por exemplo, que um(a) cliente apaixonado(a) por quem lhe atende é tão somente uma transferência e não um sentimento duradouro; o mesmo se dá na fase do cliente "odiar" seu analista... Certamente, ocorrerá transferência e contra-transferência, e é responsabilidade do PROFISSIONAL estar atento a estas questões e evitar que as mesmas atrapalhem o processo terapêutico. Na verdade, se bem trabalhada a transferência pode até facilitar o desenrolar do atendimento. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/223mecanismso-defesa#ixzz1XHP0BK5z Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Corpo, Mente E Alma SEG, 07 DE FEVEREIRO DE 2011 00:00 SINTE SINDICATO DOS TERAPEUTAS Corpo, Mente, Alma - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho As palavras gregas soma e psique, significando respectivamente corpo e mente, dão origem ao termo psicossomática. Um termo muito em voga nos últimos anos e que é da ordem de uma questão humana que vem de longe na História. Se olharmos na Bíblia como parâmetro de uma das primeiras escrituras sagradas ocidentais, veremos que Adão (do hebraico adamá significando barro), após ser construído do barro, recebeu um sopro divino que deu a ele a vida. Podemos perceber que o corpo moldado nada mais era do que um local onde seria depositado um algo maior. O sopro divino que o animaria (anima do latim significando alma). Temos então o corpo como espaço para guardar a alma, esta, associada às emoções, sentimentos, desejos... Com base ainda na concepção religiosa ocidental do Cristianismo, podemos perceber que este corpo é perecível, ao contrário da alma, que é eterna. Sendo eterna passível após a morte do corpo, de ser premiada com castigos ou recompensas, encaminhada para o céu ou para o inferno. Na Idade Média, período de radicalismo religioso, esta concepção foi utilizada para controlar e domesticar os corpos a serviço da boa ordem e manutenção do status quo vigente - o poder nas mãos de reis e da igreja. O consolo para os dominados, é que todo sofrimento do corpo seria recompensado na vida eterna da alma. A valorização do corpo se deu na próxima fase histórica, quando o controle do corpo passou a estar a serviço das idéias liberais e do crescimento do capitalismo ocidental a partir da Revolução Industrial. O corpo visto como uma máquina bem integrada nos moldes das idéias mecanicistas da época, racional e cartesiana. Mas se por um lado, o olhar cartesiano via este corpo como uma máquina com um coração como uma engrenagem bombeando sangue ou mesmo pulmões, atuando como foles, por outro e nas palavras do próprio Descartes (1596 - 1650) no livro As Paixões da Alma, neste corpo, nesta máquina, habitava uma alma, esta da ordem das paixões, dos desejos, das vontades. Nascia aí um novo olhar para a antiga questão do corpo e da alma. Mas a Ciência como sempre na busca de algo mais palpável, menos subjetivas do que as concepções filosóficas e religiosas, continuou buscando explicações para entender esta relação corpo e alma. Buscando no passado, na descoberta da eletricidade por Tales de Mileto após experiências com o âmbar (do grego elektron = eletricidade) e desenvolvida séculos depois a partir da criação de máquinas geradoras desta, a escritora inglesa Mary Shelley (1797 - 1851) lança o romance Frankenstein, desconstruindo a concepção do sopro divino, visto que a vida dada ao "personagem-monstro" é através de descargas elétricas. Daí estudos avançam e descobre-se que descargas elétricas ocorrem sim em nosso cérebro propiciando a comunicação das células neurais, ou seja, não mais um sopro divino, mas sim, conexões do sistema nervoso central. Da palavra psyché (do grego "algo movente") elabora-se termos como psiquismo e denominação de saberes como a Psicologia. De corpo e alma passamos a corpo e mente, ficando a alma no âmbito do mundo religioso. Interessante saber que foi a Pontifícia Universidade Católica a primeira a ter um curso de Psicologia na então capital federal, em 1957, ou seja, estudo da alma/mente no âmbito de uma instituição de ensino católica. Mas mesmo a alma desaparecendo para a Ciência e surgindo em seu lugar a mente, os mistérios continuaram e continuarão durante muito e muito tempo. A psicossomática segue nesta direção, estudando estas relações entre corpo e mente, utilizando-se de uma visão holística. Holismo que atualmente é palavra também muito em voga por conta do crescimento e aceitação das Terapias Holísticas como formas de tratamento terapêutico que busca o bem estar do ser humano visto de forma integrada, mente e corpo. E assim segue o ser humano sempre na dualidade... . corpo e alma, corpo e mente, assim como entre o bem e o mal, amor e ódio, tristeza e alegria ... sempre transitando entre dois lados de uma mesma moeda chamada Vida. Fernando Martins Terapeuta Holístico - CRT 37039 Atua com Aconselhamento, Aromaterapia, Tarot, Yogaterapia e Cromoterapia Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/fundamentos/historia/274-corpo-mentealma#ixzz1XHPKVzvZ Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS As Tradições Xamânicas E Sua Incorporação À Mitologia Do "Papai Noel" Cogumelo Xamânico Antigos Sacerdotes do Norte, Cogumelos, Renas, São Nicolau E Até Um Refrigerante Famoso... Este artigo tece um paralelo entre os costumes dos antigos xamãs siberianos, a elaboração da figura de São Nicolau e como tais histórias mesclaram e chegaram até nossos dias, transformada em "Papai Noel". Já abordei em outra oportunidade que os atuais Terapeutas Holísticos descendem, em sua forma de terapia, dos antigos xamãs e sacerdotes (ver artigo Xamãs - Os Precursores dos Terapeutas Holísticos Modernos), sendo que, é claro, adaptando as técnicas às normas da sociedade atual. Por exemplo, séculos atrás, o acesso ao inconsciente, não raro, era obtido via ervas alucinógenas, enquanto que, na Terapia Holística, o mundo onírico é alcançado de forma bem mais saudável, com métodos de relaxamento, associações de idéias, vivências induzidas pelo toque, hipnose, dentre outras opções. Desta vez, focaremos na figura milenar dos Xamãs Siberianos, vestindo suas pesadas roupas de pele, viajando velozmente em seus trenós puxados por renas, em busca do sagrado cogumelo vermelho e branco, colhidos um a um e armazenados em um saco de couro, para serem compartilhados com os membros destacados da tribo. O sacerdote entra pela chaminé das moradas (a passagem para as pessoas e para a fumaça das fogueiras é a mesma, neste tipo de tenda...), presenteando os moradores com suas cantigas, danças e, é claro, o fungo mágico, o qual, para ter sua toxidade diminuída, é assado na fogueira, espetado em galhos. Alguns dos efeitos deste vegetal é a sensação de voar, além de vermelhidão nas bochechas e nariz, comumente acompanhados de surtos de gargalhadas... Qualquer semelhança com a moderna figura do Papai Noel de rosto rosado, aterrizando de seu vôo, colocando presentes à lareira, assando marshemelos e rindo à toa, é muito mais do que coincidência... Das terras geladas do Norte, as histórias destes poderosos xamãs migraram para o restante do mundo ocidental, criando sincretismo com as lendas já estabelecidas anteriormente. Para alcançarmos a mercantilizada e moderna figura do "Papai Natal" ( nātālis no latim, derivada do verbo nāscor ou seja, "nascer", de onde originaram "natal", em português, "natale", em italiano, e "noël", em francês...), temos que destacar a forte influência de duas organizações muito poderosas: a antiga igreja romana e... o fabricante de um famoso refrigerante ! Uma das eficientes estratégias de disseminação na "nova" religião era a de incorporar para si, as datas, festejos, ritos e personagens de suas "concorrentes", adaptando-os para si. Desta forma, eram mais facilmente aceitos e compreendidos pela população, acostumada com os antigos deuses e cerimônias. Por exemplo, a data comemorativa do nascimento de Jesus de Nazaré foi alterada mais de uma dezena de vezes, convenientemente coincidindo com festividades já existentes do público alvo. A última data assumida corresponde ao solstício de inverno no hemisfério norte, ocasião em que festejavam o deus Mitra, cujo principal templo era onde hoje se encontra o Vaticano... Especificamente sobre o tema deste artigo, os publicitários (também me considero um...) papais conseguiram "salvar vários coelhos com uma só cajadada no caçador" (é que sou vegetariano...): criaram o "super-xamã" ! Nenhum trenó de renas voava mais veloz do que o do bispo Nicolau; ninguém trazia presentes melhores que os dele: moedas de ouro para as donzelas sem dote e brinquedos para as crianças, fabricados por um exército de demônios que ele subjugou, obrigando-os a trabalhar para ele. As mesmas forças que transformaram "vossa mercê", em "vós mecê", depois em "mecê", "você", "ocê", até o atual "cê", fizeram com que "Saint Nikolaus" (Santo Nicolau) migrasse para os Estados Unidos, como "Santa Claus" e de um bispo católico, para um personagem cristão genérico. Novamente os publicitários tem seu papel nesta história e a primeira figura da nova versão do personagem de que se tem notícia é de 1863, de autoria de Thomas Nast, mantendo traços de figuras bíblicas, como a respeitável barba branca, mas trajando roupas estilo esquimó, apropriadas às terras gélidas e distribuindo presentes, como o santo católico e os xamãs. Pela primeira vez, a lenda de Santa Claus aparece associada aos festejos natalinos, tradição esta incorporada em definitivo até nossos dias. Alguns estudiosos do xamanismo afirmam que, nas cerimônias com os cogumelos sagrados, os sacerdotes vestiam-se com as mesmas cores deste alucinógeno vegetal. Eis que em 1931, finalmente o personagem é ilustrado com vermelho e branco, justamente as cores do rótulo da bebida que patrocinou a campanha publicitária, que se renova todos os anos, desde então, associando o "bom velhinho" a esta marca específica. É uma ironia do destino que, este produto que nasceu como xarope para dores de cabeça e que se reinventou como refrigerante, utilize as mesmas cores do fungo "mágico", ainda mais porque seu nome sugere que os extratos vegetais de sua fórmula secreta tenham a ver com a folha-de-Coca e a noz-de-Cola, poderosos estimulantes, mas que, felizmente, longe estão da toxidade da referida planta xamânica. Claro, sei que existe muitas outras versões igualmente plausíveis para tudo que abordamos neste pequeno texto. Creio que nunca saberemos o que é verdade e o que é ficção, quais histórias foram propositadamente criadas com fins bem definidos e as que surgiram espontaneamente oriundas dos sonhos e anseios da humanidade. O importante é constatarmos que estas festividades, mais do simples produtos do mercantilismo moderno, remontam ao universo dos Arquétipos, dos Símbolos e do Inconsciente Coletivo, que fascina não só aos Terapeutas Holísticos (inclusive, por obrigação profissional de estudar...), como a qualquer indivíduo em busca do conhecimento. Independente disso, ainda que no Brasil seja verão, desejo um feliz festejo de solstício de inverno para todos Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/psicoterapia/psicanalise/196papai-noel-xama#ixzz1XHPqUWcr Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Aroma Talismã Aromaterapia - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Os egípcios entre outros, constataram que o perfume é a melhor forma para trabalhar com iniciação energética e mágica, por possuírem ação profunda e dupla e por terem a capacidade de atuar no corpo astral dos viventes. O homem é feito à imagem da natureza, assim como ele, esta é a composição ternária: -corpo físico -corpo astral -corpo mental Esses três princípios se interpenetram um dentro do outro, de uma maneira perfeita, formando a individualidade, de acordo com os três elementos cósmicos dentro do qual se evolui. Em magia, o corpo astral algumas vezes é chamado de intermediário, que serve de veículo para as influências que nós emitimos. O corpo astral dirige elegantemente nossas atividades orgânicas vegetativas e automáticas; é o centro do nosso subconsciente, e de nossos sentimentos, de nossas emoções e de nossas paixões. Os corpos terrestres ou extra-terrestes emitem as vibrações de um período, a amplitude e a longitude de onde são os caracteres de natureza dos corpos que o emitem. Um vidente ou um radiestesista, que observa certas condições experimentais, pode captar as diversas vibrações e determinar a natureza dos corpos. É evidente que o perfume como todos os outros corpos emitentes de vibrações é naturalmente muito mais sensível que qualquer outro corpo; o perfume contém um odor e este odor é que nos permeia. Um perfume adaptável à vossa personalidade será para você um possante Talismã. Eis aqui a razão, seu perfume terá constantemente, reações inconscientes que provocará no organismo, a mantê-lo em equilíbrio humoral, o qual já lhe pertence desde nascimento: físico, material, moral, sentimental e por fim espiritual. O perfume é um Talismã pessoal que permite devolver-nos o máximo de nosso desejo entre dois limites: o máximo de possibilidades felizes e o mínimo de possibilidades infelizes. O que se adquire com um Talismã: 1) Desenvolve as qualidades nativas suscetíveis e reforça a facilidade em lutar contra as negatividades nativa. 2) Conservar o benefício do espírito de lutas. 3) Fazer ser prospero em seus ganhos, não permitindo que se tornem improdutivos. O ser humano é composto por sete corpos de diferentes densidades, cores, sons, perfumes, além de 28 estados de consciência e percepções diferenciadas entre si. Alguns autores dividem estes corpos em 3 grupos diferentes, reunindo-os em corpo físico, correspondendo ao mundo físico, corpo astral, correspondendo ao mundo emocional e, finalmente, o corpo mental (espiritual e causal). Lembrando que a tri-unidade se repete no átomo infinitamente pequeno e nos sistemas estelares infinitamente grandes. O perfume é um dos veículos mais sutis para nossas percepções espirituais. Ao impressionar as mucosas olfativas o aroma consegue milagrosamente, fazer uma ponte entre as realidades físicas e espirituais. Predispondo a quem o utilize o sentir claramente da elevação espiritual em suas diversas "camadas", e assim sucessivamente, até que se atinja a plenitude mágica que permite elevados estados de consciência de si mesmo, o que equivale à procura dos desígnios humanos na Terra. Devido a sua qualidade de fio condutor é comum utilizá-lo em meditações com mentalizações para direcionar a estados contemplativos, bem como nas ações "mágicas”, o aroma (óleo essencial e ou perfume) tem um lugar destacado em qualquer trabalho das terapias holísticas. Os aromas pelo fato de conseguirem ligação energética promovem equilíbrio limpando os aparelhos circulatórios astrais, permitindo com isso uma resposta perfeita entre estes dois corpos que estão intimamente ligados. Através dessa limpeza física / astral produz-se a retirada dos miasmas, descongestionando e tornando a aura mais brilhante e bem definida. Além da intimidade entre os sexos opostos, a sutilização energética permitirá que as portas econômicas e financeiras se abram com maior facilidade. Muitos estudiosos da ciência aromática chegam afirmar que; se as pessoas deixassem se levar pelos cheiros de cada um, as relações humanas se harmonizariam mais rapidamente devido a química que isto produziria. Olhando a um primeiro momento, isso é um exagero, porém convém lembrar que a velha reação que temos ao ouvir a frase "essa pessoa não me cheira bem", "não meta o nariz onde não é chamado". Sabemos também que metade de nossas intenções, ao nos dirigirmos ao sexo oposto basearia na percepção do cheiro que esta pessoa exala. A outra metade, nos motivos sociais, nos colocando normalmente em algumas enrascadas, estragando nossas percepções diretas do outro e acabamos não discernindo qual a motivação real que nos levou a nos comunicar com este alguém. Devido a essas evidências o perfume é como um poderoso talismã de defesa. Lembramo-nos ainda dos famosos "aromas celestiais" que exalam os mestres indianos ou das situações espirituais, do famoso "cheiro de bode" ou "cheiro de enxofre" quando uma má personagem astral se manifesta. Via de regra o aroma agradável produz elevação dos sentimentos e traduz percepções e sensações de carinho, amor, relaxamento, brilho, afetividade e nos faz inspirar fundo ao envolver-nos com sua aura flutuante e invisível. O perfume nos abre portas interiores que ao contato com as exteriores criam magnetismo e tonificam nossos nervos, órgãos internos e nosso cérebro. Usar um perfume talismã é sucesso certo. Por mais que estejamos falando também da parte sutil do perfume ele é um dado perfeitamente mensurável, portanto, real. Uma forma antiga também de fazer uso da aromagia é através dos perfumes astrológicos. Os perfumes astrológicos trazem aos nativos, equilíbrio humoral permitindo-lhe atuar e usar o máximo de possibilidades que lhe é dada ao nascer em seu mapa natal. Através das essências dos signos podemos assimilar a potência energética de cada planeta regente e ao mesmo tempo neutralizar influências negativas. Pode-se usar a essência pelo signo regente, pelo signo ascendente, pela a lua, pelos planetas e signos conflitantes ou pelos desequilíbrios apresentados. Através da elaboração de um perfume baseado no Mapa Natal astrológico ou numerológico é que se obtém o verdadeiro Perfume Talismã. Os odores seguem uma rota física que vai diretamente ao cérebro já que colocam células nervosas como transmissoras e como receptoras. Os aromas viajam diretamente através do sistema olfativo situado no nariz e na parte dianteira da cabeça, zona límbica do cérebro, a qual processa o odor. Esta parte do cérebro também é o assentamento do aprendizado, da memória e das emoções. Por este motivo o sentido do olfato pode desencadear sem esforço e automaticamente fortes emoções e teremos as recordações vívidas das pessoas e lugares. A interpretação é conduzida ao cérebro através do sistema límbico. O descobrimento de que as percepções dos odores podem causar um impacto importante no modo de pensar e sentir tem instigado a uma nova e exaustiva investigação a cerca dos porquês e dos dons do sentido do olfato. O sistema límbico também está em íntima relação com o hipotálamo, parte do cérebro que está em comunicação com as glândulas sexuais. Sem este acoplamento entre aroma e sexo, a terra seria um deserto. A substância química mensageira do odor que atua como interruptora se chama feromona. As feromonas são verdadeiros convites a unir-se, especialmente para os animais e insetos. São secretados na urina, pela as glândulas da pele, nas secreções vaginais e na saliva. Os perfumes fortes que contém óleos essenciais sexualmente estimulantes como o sândalo e o patchouly atuam como feromonas para os seres humanos. Quando usado em terapias aromaterápica, estes aromas trabalham sobre os receptores cerebrais para ativar as glândulas sexuais. Os óleos essenciais, portanto podem proporcionar um fluxo de equilíbrio energético perfeito melhorando a qualidade de vida. Você pode comprar alguns óleos essenciais e fazer uso deles de forma alquímica, brincando em fazer formulas como o exemplo abaixo e perceber o efeito mágico que seus aromas proporcionam e sentir a Aromagia. Importante quando comprarem o produto terem certeza que estão adquirindo óleo essencial puro, somente eles proporcionaram a magia. Essências são sintéticas e não terão o mesmo efeito. Uma dica que ao irem em lojas de aromaterapia é experimentar inalar o aroma escolhido m inspire profundamente, segure o ar, por alguns segundos e engolir a saliva, a mesma deverá ter o sabor do aroma em questão. Se o gosto for sintético não é óleo essencial. Boa escolha e experiências. Aromas para senso prático - misturar rosa, jacinto e bergamota. Aromas para equilíbrio humoral - lilás, narciso, sândalo. - verbena, tuberosa e néroli. - rosa, lavanda e lírio. Aromas para sucesso econômico - néroli, heliotrópio e cedro. - madressilva, acácia e heliotrópio. Celi Coutinho - Terapeuta Holística - CRT 21270 é autora de vários livros e atua com Terapia Samkya. www.celicoutinho.com.br Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/naturoterapia/fitoterapia-earomaterapia/300-aromaterapia-perfume-talisma#ixzz1XHRyXIe8 Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Refletindo Sobre O Conceito De Energia SEG, 13 DE JUNHO DE 2011 00:00 SINTE SINDICATO DOS TERAPEUTAS Moiras - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Ouvimos muito falar popularmente do conceito de energia. "Estou sentindo uma energia assim, energia assado", "sinto energias ruins neste lugar", "esta pessoa tem energia boa", enfim, mas muito pouco se explica sobre esta energia. Faço aqui uma reflexão sobre este conceito. Energia sempre esteve associada à vitalidade. As duas principais culturas antigas que deram destaque a este conceito foram a grega e a romana. Na Grécia antiga temos o termo psyché que significa o "algo movente", ou seja, uma energia que move os corpos. Em Roma antiga o termo ânima que significa "algo que anima", ou seja, uma energia que anima os corpos. No período pré-cristão, nas mais diversas culturas pagãs, esta energia era associada aos espíritos e até hoje vemos, em culturas indígenas, por exemplo, pessoas que incorporam os espíritos de determinados animais, ou seja, o espírito sendo associado a determinadas características dos animais. A visão aguçada da águia, a rapidez do lince, a força de um leão, etc. Na cristandade, esta energia passou a ser individualizada, tendo aí a idéia de alma como sendo um segundo corpo, um corpo etéreo, que habita o corpo físico e que parte para algum lugar após a morte e lá permanece. Nos idos de 1800, Kardec traz a idéia da reencarnação desta alma, na doutrina espírita. No oriente, o conceito de energia também sempre foi associado à vitalidade, mas de uma forma mais ampla. Para os chineses, a energia transita pelo corpo físico fazendo a manutenção do organismo. Esta energia individual tem sua origem em uma energia maior, que está em toda parte, uma energia universal, quiçá divina. Viveríamos assim num mar de energia, interagindo com ela nas suas mais diversas formas. Ao meditar, ao respirar, ao fazer um esforço físico. Os nomes desta energia variam, mas seus entendimentos são bastante semelhantes. A seguir alguns dos nomes das energias em algumas culturas. Temos o Chi na China, Prana na Índia, Ki no Japão, Mana na Polinésia, Ka no Egito e por aí vai. A partir do advento da física quântica, físicos, dentre eles Einstein, começaram a desenvolver teorias e fórmulas, dais quais uma delas pode ser utilizada para ilustrar de forma o mais racional possível para atender aos nosso contexto ocidental moderno cuja razão é importante para qualquer tipo de compreensão. A equação de Einsten em questão é E = m.a² , onde lemos, energia igual à massa vezes aceleração ao quadrado. Podemos fazer a seguinte leitura a partir desta equação: toda massa é energia se distinguindo por conta da sua aceleração (vibração). Ou seja, toda massa é energia, no entanto, conforme sua vibração, se torna mais densa ou menos densa. Se você fizer um teste com a palma da mão virada para baixo e começar a vibrá-la intensamente, verá que a imagem da mão quase que some, ou seja, quanto maior a vibração, menos densa a matéria, podendo chegar a níveis invisíveis. A este nível invisível da matéria, ou seja, a matéria neste estado de alta vibração, logo, menos densa, chamamos de corpo sutil. Seriam então estes corpos sutis que estariam interagindo conosco e nos dando as sensações descritas no início deste texto. Estes corpos sutis têm várias classificações. Abaixo coloco três das mais famosas. Classificação Corpo Corpo Corpo Corpo Classificação Corpo Corpo Corpo de André de Steve Johnson Etérico Emocional Mental Causal Luis Etérico Emocional Mental (Chico Xavier) Terapeuta Floral Classificação de Bárbara Ann Brennan - autora do famoso livro Mãos de Luz O O O O O O O Corpo Corpo Corpo Ketérico Padrão ou Corpo Corpo Corpo Corpo Etérico Etérico Emocional Mental Astral Padrão Celestial Corpo Causal Ou seja, a tão falada energia seriam os corpos sutis, matéria em alta vibração que nos envolve e envolve a tudo. A interação conosco se processa através de centros de energia chamados de Chakras, do sânscrito "roda", que são pequenos vórtices (forma espiralada), se dando de forma horizontal e de forma vertical. Mas aí já é outro estudo e em nova oportunidade volto ao tema. Fernando Martins Terapeuta Holístico - CRT 37039 Texto extraído de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/fundamentos/historia/285-conceitoenergia#ixzz1XHScskyA Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Cérebro, Olfato e Aromaterapia TER, 20 DE OUTUBRO DE 2009 22:54 SINTE SINDICATO DOS TERAPEUTAS Watsu Com Aromaterapia - Modelo: Rilda - Watsuterapeuta Denise Carone - Fotógrafo: Henrique Vieira Filho O cérebro é a mais desenvolvida, mais volumosa e a maior parte do encéfalo humano, pesando cerca de um quilo e trezentos gramas. O cérebro requer 25% do sangue que o coração bombeia, e é particularmente complexo e extenso. Seu aspecto assemelha-se ao miolo de uma noz. Está localizado dentro do crânio, e sua análise química revela conter 78% de água, 10% de gordura, 8% de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal e 2% de outros componentes. É o centro de controle do movimento, do sono, da fome, da sede e de todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência. Os cientistas já conseguiram elaborar um mapa do cérebro, localizando diversas regiões responsáveis pelo controle da visão, da audição, do olfato, do paladar, dos movimentos automáticos e das emoções, entre outras. O sistema nervoso humano contém cerca de cem bilhões de neurônios (células nervosas que conduzem impulsos elétricos) interligados entre si. A palavra “neurônio” foi criada por Santiago Ramón y Cajal (1852-1934: médico e anatomista espanhol) que afirmou: “Os neurônios são as misteriosas borboletas da alma, cujo bater de asas poderá algum dia - quem sabe? esclarecer os segredos da vida mental.” Os neurônios disparam pulsos elétricos, mas há outras teorias: em março de 2007, cientistas da Universidade de Copenhague, Dinamarca, propuseram um modelo em que a principal forma de comunicação entre os neurônios seriam ondas sonoras, e não a eletricidade. O cérebro humano, apresenta dois hemisférios. Quando visto de cima, um grande sulco (fissura inter-hemisférica) separa o cérebro em duas metades: esquerda e direita, unidas pelo corpo caloso (consistindo em feixe de nervos), os quais trocam informações e se complementam, sendo que cada lado recebe e aprimora determinados estímulos e “opera” a parte oposta do corpo. Atualmente, contempla-se o modelo de estrutura cerebral de Paul MacLean, diretor do “Laboratório de Evolução e Comportamento Cerebral do Instituto Nacional de Saúde Mental”, EUA. Ele concebeu um modelo de estrutura e evolução cerebral, que denominou “cérebro trino ou triúnico”. Segundo ele, “o cérebro humano, compreende três computadores biológicos interligados, cada um com sua própria inteligência especial, sua própria subjetividade, seu próprio sentido de tempo e espaço, sua própria memória, suas funções motoras e outras”. Cada “cérebro” corresponde a uma etapa evolutiva diferenciada e fundamental. Os três cérebros são distintos em termos neuroanatômicos e funcionais, e contêm distribuições diferentes de neurotransmissores. - Cérebro Reptiliano ou Arqueopálio (Era dos Répteis): a parte mais interna do sistema nervoso, o tronco cerebral e boa parte do início da medula. Primeira camada cerebral depositada durante o processo evolutivo. É o cérebro primitivo, ligado à sobrevivência e à auto-preservação. As reações instintivas, o comportamento repetitivo e as funções vitais básicas, como respiração e metabolismo de outros órgãos - assegura o funcionamento do corpo para garantir a sobrevivência. Tem como característica a preservação dos comportamentos mais antigos e a conquista e manutenção do território. O Processo Reptiliano ou Operacional responde, primordialmente (não exclusivamente nem localizadamente, mas conjugadamente) pelos movimentos e pelos chamados instintos de reprodução, sobrevivência e agressividade. Circundando o complexo reptiliano, encontra-se: - Cérebro Paleopálio ou Sistema Límbico (Era dos Mamíferos Inferiores): área mais intermediária, recobrindo o tronco cerebral. É o cérebro intermediário ou o cérebro emocional. Todos os órgãos do corpo estão conectados com centros localizados no Sistema Límbico. Nessa região cerebral, encontram-se o tálamo e o hipotálamo, centros ligados às respostas à dor e ao prazer. O Sistema Límbico comanda as funções emocionais. Temos o Sistema Límbico em comum com outros mamíferos, mas o mesmo não ocorre com os répteis. A função básica do Sistema Límbico é reconhecer e informar o organismo a respeito das emoções agradáveis e desagradáveis. Em sua evolução incorporou as funções de aprendizagem. O Processo Límbico ou Intuitivo responde pela ludicidade, afetividade, criatividade, estética, nível alfa (relaxamento), religiosidade e apego a mitos. Finalmente, a aquisição evolutiva mais recente: - Cérebro Neopálio ou Cérebro Cognitivo ou Neocórtex: a parte mais externa e moderna do sistema nervoso. Vinculado à linguagem, pensamento lógico, analítico. Regula os processos de atenção e concentração, inibição dos impulsos e dos instintos, das relações sociais e do comportamento moral. Parte, freqüentemente, confundida como sendo o cérebro total. É revestida, bem externamente, pela camada cinzenta, zona densa em neurônios altamente especializados e capazes de múltiplas e simultâneas tarefas. O Neocórtex mais elaborado é o humano (primatas superiores), e o dos golfinhos e baleias. O Processo Neocortical ou Lógico responde pela comunicação, cálculo, raciocínio lógico, pesquisa, análise, crítica e feedback. Compreendemos o mundo através de nossos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, audição e visão devido a interpretações do cérebro. O olfato e o paladar informam sobre a natureza química do que nos cerca. O nariz e a boca colhem as informações, e o cérebro as interpreta. O olfato e o paladar estão ligados. O olfato humano é um sentido primitivo, e as células olfativas se regeneram. O olfato é o resultado da interação físico-química entre as moléculas que estão presentes no ar que respiramos e de certos receptores localizados dentro de uma pequena área dentro do nariz. Essa área dentro do nariz tem o nome de epitélio olfativo e, é muito sensível: poucas moléculas são suficientes para estimulá-lo, produzindo a sensação de odor. Esses receptores transformam a informação olfativa em linguagem especial (impulso nervoso), capaz de ser compreendida pelo cérebro humano. O olfato foi, até há bem pouco tempo atrás, o sentido menos pesquisado. Somente há quinze anos foi mais profundamente estudado. Heinz Breer, neurofisiologista alemão, da Universidade de Stuttgart-Hohenheim, é o responsável por um importante estudo: ele pesquisou como os estímulos químicos que chegam ao nariz são transformados em sinais elétricos que o cérebro capta para transformar em sensação. Por esta pesquisa, Breer recebeu o Prêmio Leibniz da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG). O Cérebro Primitivo, ou Reptiliano, que compartilhamos com outros mamíferos e répteis, era basicamente composto de tecido olfativo, e o olfato foi muito importante no processo evolutivo do cérebro, para um cérebro mais complexo. O Sistema Límbico, muito possivelmente, se desenvolveu a partir da função inicial de interpretar cheiros. Os cheiros agem no inconsciente, pelo fato dos nervos olfativos estarem diretamente ligados aos Cérebros Reptiliano e Límbico. O Sistema Límbico é também conhecido como Cérebro do Cheiro, e regula as atividades sensório-motoras¸ impulsos sexuais, reações viscerais, somáticas, emocionais e comportamentais. Segundo o pesquisador Dr. John J. Ratey (neuropsiquiatra americano, professor-adjunto de clínica psiquiátrica da Escola Médica de Harvard): “em contraste com os outros sentidos, os nervos olfativos projetam-se diretamente na amígdala e no córtex olfativo, que são partes integrantes do Sistema Límbico, sem qualquer intermediação do tálamo. Os nervos olfativos dispõem de uma linha direta para o cérebro emocional, e só então a informação é enviada para o córtex órbito-frontal, com vistas a mais associações, inibições e processamento adicional. A conexão “olfato”, é muito mais rápida e mais decisiva do que os sistemas para os outros sentidos, e não se registra muita filtragem antes da ação ser exigida pela memória adicional”. Portanto, os cheiros evocam memórias de uma forma instintiva e emocional. Os óleos essenciais usados no tratamento de desordens emocionais proporcionam excelentes resultados. Vários pesquisadores tentaram classificar os odores como fizeram com o paladar. Os odores primários são: canforado, almiscarado, floral, mentolado, etéreo, pungente e pútrido. Mas como há um número elevado de moléculas odoríferas e como o homem não tem um sistema olfativo bem desenvolvido como o de outros mamíferos, ficou difícil separar alguns tipos de cheiros bem próximos. Existem desequilíbrios (e idade avançada) que podem levar à perda da sensação olfativa. Alguns transtornos podem lesar a mucosa e os receptores; outros podem lesar as vias que projetam a sensação olfativa para o cérebro. Há também as desarmonias que causam alucinações olfativas, ou seja, o indivíduo sente certos odores, apesar de não estar na presença de qualquer molécula odorífera correspondente. A palavra “aroma” vem do grego e, significa “fragrância”. Terapia é o mesmo que “tratamento” - assim, “Aromaterapia” é o tratamento através dos cheiros, das fragrâncias. Aromaterapia é um ramo da Osmologia (ramo do conhecimento que se ocupa da compreensão do olfato e das partículas que, dispersas no meio, são captadas por células especiais, interpretando-as como cheiros pelo cérebro) que consiste no uso dos aromas de plantas para tratar seres vivos – apesar de ser derivada da Fitoterapia, É uma ciência, e uma arte. A Aromaterapia é um tratamento abrangente, pois num primeiro momento acessa as emoções mais primitivas, de uma forma inconsciente (cérebros reptílico e límbico). Após essa experiência, o cliente pode analisar com seu aromaterapeuta suas emoções, com o cérebro neocórtex, seu consciente. Das plantas são extraídos óleo essenciais a serem aplicados isoladamente ou combinados com outros aromas. Os óleos essenciais podem ser usados em terapia corporal, compressas, água do banho, difusores, vaporizações, e podem também ser acrescentados em loções, cremes ou simplesmente inalados. Os óleos essenciais exercem uma influência sutil no corpo, mente e emoções. É um tratamento seguro quando aplicado por terapeuta especializado - alguns óleos podem ser tóxicos, e perigosos se indicados por pessoa leiga. É uma terapia não convencional, embora seja uma das técnicas mais antigas da história da prática de tratamentos. É considerada uma terapia holística, pois reconhece o ser vivo em seu todo: corporal, mental e emocional. Atualmente, devido à sua grande diversidade de uso, a Aromaterapia é dividida em três áreas: - Fisiológica: os óleos essenciais contêm componentes que podem tratar os estados fisiológicos – esses estados podem ser tratados com o uso de massagens, reflexologia podal, banhos, compressas, inalação, etc.. e como técnica de beleza aliada ao uso de cosméticos e outros produtos; - Psicoterápica: conhecida como psicoaromaterapia, tendo como objetivo harmonizar e equilibrar holísticamente as emoções e a alma do ser vivo; - Energética: com a frequência vibracional sutil dos óleos essenciais. A palavra “energia” vem do grego “energes”, “ativo” que por sua vez deriva de “ergon”, “obra”. Energia significa “atividade”. O Universo é composto por energia. A Teoria Quântica explica que a matéria densa é energia em certo grau de movimento. Até o ar que respiramos é composto pela mesma energia vital vibrando em outra freqüência. A matéria, por ser também energia, vibra em determinadas freqüências. Quanto mais baixa for afreqüência da vibração, mais densa será a matéria. Quando a freqüência da vibração é mais elevada, a matéria será mais sutil. Os seres vivos, assim como tudo na Natureza, são compostos de energia. Segundo a Teoria de Einstein, massa é igual a energia condensada. Nosso organismo é massa, energia condensada, composto de células, moléculas, átomos que são formadas por prótons, nêutrons e elétrons. Nossos corpos, como tudo mais no Universo, são constituídos de átomos. O átomo é composto por um núcleo e uma eletrosfera. A eletrosfera é composta apenas por elétrons, os quais giram em torno do núcleo em locais diversos. Qualquer átomo no Universo está sempre recebendo energia ou cedendo energia. Todos os corpos, por sua composição são capazes de emitir e captar energia. O ser vivente é formado por células, e sendo as células unidades vivas, geram vibrações contínuas. Tais vibrações criam um campo de energia – o campo eletromagnético ou campo bioelétrico. Os óleos essenciais agem nesse campo. O infindável sistema de energia satura todas as coisas animadas e inanimadas no Universo, envolvendo tudo num eterno processo de transformação, propagação e interação. A energia que os seres vivos absorvem é proveniente de variadas fontes: sol, alimentação de sólidos e líquidos, ar atmosférico, água, sono, etc.. A energia constitui o substrato básico do Universo. O corpo irradia calor, sendo esse calor energia vital. A nomenclatura é muito variada, divergindo de cultura para cultura, de filosofia para filosofia, etc.. Por exemplo, no Japão a energia vital é conhecida como “Ki”, os russos chamam-na de “energia bioplasmática”, os hunas da Polinésia “mana” , os índios iroqueses americanos chamam-na “orenda”, na Índia é “prana”, nos países islâmicos “baraka”, na Cabala é “luz astral”, Wilhelm Reich chamou-a de “energia orgônica”, e na China é “Qi”. Portanto, a Aromaterapia, como sistema de ampla atuação que é, tratando os desequilíbrios do organismo, as desarmonias mentais, emocionais e energéticas, deve ser exercida por profissional com habilitação adequada. Além desse requisito básico, com ética, amor e muito bom senso. Texto registrado na Biblioteca Nacional – Direitos Autorais. Reprodução permitida – somente com a conservação de TODOS os créditos da autora e de seu trabalho. Martha Follain - CRT 21524 - Terapeuta Texto extraído de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/naturoterapia/fitoterapia-earomaterapia/190-aromaterapia#ixzz1XHU8ZiPB Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS O Significado do Toque Tocar - Modelo: Pamela- Fotógrafo: Henrique Vieira Filho Na biodinâmica em geral um dos pontos importantes é o toque pelo qual se caracteriza a transmissão de energia. O sentido mais intimamente associado à pele, o tato, é o primeiro a desenvolver-se no embrião humano. São muitas as funções da pele, mas as principais são; base dos receptores sensoriais, localização do mais delicado de todos os sentidos, o tato; fonte, organizadora e processadora de informações; mediadora de sensações e muitas tantas outras de muita importância para o organismo. O tocar é muito mais profundo do que se imaginava, é algo que alem de energia produz reações que podem auxiliar no bem estar e até na harmonização da pessoa. O toque é um dos principais elementos em varias etapas da terapia. O toque não pode ser algo frio, distante, mas caloroso e afetuoso, não pode ser apenas uma questão de tocar ou fazer pressão, mas que venha do interior. Evidentemente, é a qualidade da estimulação cutânea que transmite a mensagem que esta é elaborada com base numa complexidade de fatores. Um toque seco transmite uma mensagem muito diferente do que um toque carinhoso, terno é delicado, e as diferenças na pressão sobre a pele ou no contato podem constituir a diferença entre uma sensação e outra. Podemos avaliar o toque pela forma como uma pessoa cumprimenta a outra com um aperto de mão. Quando passamos a perceber este detalhe teremos perfeitas condições de avaliar uma pessoa já no primeiro contato. Pensamento e sentimentos são comunicados através do toque ou do contato e isso é um dos pontos importantes no estudo e aplicação da biodinâmica e da terapia corporal. Exemplos têm nos bebes que ao serem levados no colo, percebem o estado interior da pessoa que os está segurando e reage de acordo com o que sente. Um dos pontos importantes a ser salientado é o de que, todo contato físico, transmite toda uma gama de energia e com a mesma a que desejamos a outra pessoa. As pessoas que limitam ou evitam o toque ou contato, estão de certa forma evitando viver, pois estão limitando maior sentido do prazer. Os terapeutas alem de aprender sobre a importância do toque, deve ensinar as pessoas a se tornarem livres para isso com naturalidade. O TOQUE TERAPEUTICO: Alem de tudo que já foi colocado, é necessário salientar, que o tocar tanto nos desbloqueios, como na harmonização ou mesmo simplesmente para uma estimulação de energia, nunca pode ser efetuado de forma displicente, mas com muita seriedade e convicção. É necessário repetir que, quem harmoniza ou procede ao efeito da energia é quem está sendo feita a aplicação e não o terapeuta, que sob esse aspecto, age como um sistema de apoio de energia ate que a do outro possa assumir o comando. O toque terapêutico é uma interpretação atual de diversas praticas como vimos anteriormente, consiste em habilidades desenvolvidas para dirigir pela consciência ou modular com a sensitividade as energias humanas. A sugestão pode agir como um poderoso auxiliar na aplicação da energia pelo toque. Entretanto, as reações ao toque terapêutico não são apenas claramente devidas a sugestões ou à persuasão. Muitas reações terapêuticas surpreendente ocorreram com pessoas que ninguém imaginava que fossem capazes de reagir a comandos verbais, como bebes prematuros, pacientes pós-operatórios que haviam sido anestesiados de modo profundo e pessoas que estavam em coma profundo. A aplicação de energia implica em um envolvimento total e consciente do terapeuta no interesse compassivo de ajudar a outra pessoa. Neste sentido, o terapeuta pode ser considerado um sistema de apoio humano. Para isso deve ter uma forte motivação para ajudar e ter uma dedicação forte. Quando as energias de uma pessoa estiverem alteradas, ela fica em estado de desequilíbrio. Portanto, a tarefa do terapeuta reequilibrar as energias do cliente. O toque terapêutico baseia-se num fundamento lógico semelhante, êxito que o conceito de equilíbrio se refere diretamente a sistema de energia. Dentro desse conceito, ao ter a intenção de transmitir uma energia, deve agir para estimular a energia que falta. Isso pode ser feito de diversas maneiras. Uma das mais diretas e simples é imaginar fluindo do seu corpo através das mãos para o campo de energia que este localizado sobre a palma de suas mãos. Não é necessário fazer força, mas apenas projetar essa nítida imagem com sugestões através dos centros de energia de sua mão para o campo de energia do cliente. Quando o objetivo é o desbloqueio da pressão no campo de energia do cliente, se deve estimular a circulação de energia. Isso pode ser feito movendo os centros energéticos com as mãos para ocorrer o desbloqueio. Isso permite o reinicio de um fluxo de energia mais natural. À medida que se vai trabalhando com energia se adquire experiências em identificar o campo energético em suas modificações. Poderá perceber que as energias em suas modificações têm tendência a formar padrões. Esses padrões relacionam-se de modo significativo com atributos funcionais como padrões de comportamento Disposição emocional e estado de espírito. Por exemplo, o campo de energia de uma pessoa deprimida pode ser percebido, como inerte, insensível, pesado e lento nas áreas do peito, na cabeça e da região pélvicas. Pode perceber uma impressão ou sensação na energia do centro energético de gênero de vazio, de falta ou mesmo como se estivesse pressa, nos casos em que a pessoa não vive a sua natureza. Quando predominam os bloqueios a impressão é de aspereza, agitação ou desorganização. Para uma avaliação cada vez mais minuciosa se deve entender que o toque terapêutico lida com o campo de energia, e não apenas com o corpo físico. No toque terapêutico, a atenção se concentra em interpretar o campo de energia do cliente, não apenas entrar em contato com a pele dele. Esse campo de energia não é constituído de matéria, mas no lugar disso, usa a energia para expressar suas características e atributos. Por essa razão, antes de aplicar energia de recuperação, é muito importante aprender captar sinais do que realmente esta acontecendo com a pessoa. Ao avaliar certas pessoas durante a pratica do toque terapêutico, se pode perceber que o problema não é só as deficiências, mas também a circulação inadequada de energia. Pode tornar-se necessário estimular, modular ou regular o fluxo de energia. A capacidade de sentir é fundamental em tudo que se faz nos trabalhos com energia. A maioria das pessoas assimila com o tempo e a pratica essa habilidade. Não tenha receio de praticar essa sensibilidade e sempre consciente de que sentindo ou não a transmissão de energia sempre ocorre. Portanto sempre ocorre a transmissão de energia em todos os casos em que ocorrer a imposição ou o toque. Na aplicação de energia, trabalhamos com técnicas que lidam com o movimento e a transformação da energia. Isso envolve tanto a liberação do que estava bloqueado quanto à transformação do que esta alterado. O trabalho com energia nos leva inevitavelmente alem daquilo que estabelecemos como nossa realidade comum. E assim muda sutilmente a nossa visão de mundo e o modo como vivemos aquilo com que estamos familiarizados e nos impulsiona ir alem das limitações que muitas vezes nos auto-impomos. O mais importante e essencial da terapia energética emerge da capacidade que a mesma tem de criar constelações significativas a partir das forças que atuam sobre nós. A terapia energética, em especial o tratamento dos centros energéticos, torna-se uma arte de habilidade de posicionamento mais profundo com o mundo interior. Embora muito simples, ela pode ser um dos recursos mais importantes na bagagem do terapeuta, pois oferece meios que auxiliam em muito na terapia. Quando são aplicados com dedicação os resultados são sempre positivos e terapêuticos. A TERAPIA CORPORAL: Toda terapia corporal envolve o lúdico que leva as pessoas aos resultados propostos. O mais importante da terapia corporal como nos exercícios biodinâmicos é a liberação dos bloqueios, das couraças e das tensões crônicas e assim liberar o corpo e através deste liberar o subconsciente. A terapia corporal tem tudo relacionado ao desenvolvimento da liberdade e livre expressão, pois ao eliminar os bloqueios, as couraças, as tensões, todo o corpo e o subconsciente, estará dando a pessoa um sentido amplo de liberdade. A terapia corporal pode ser individual como em grupo. A terapia corporal com objetivo terapêutico tem como meio de conduta o trabalho de afloramentos principalmente de emoções reprimidas e em muitos casos é um complemento da terapia individual ou uma abordagem para o trabalho individual. A terapia corporal como toda a bioenergética é uma abordagem humana que busca compreender todo ser vivo como uma unidade de energia que contem em si dois processos paralelos, ou seja, a mente e todo o organismo. Tem por objetivo reencontrar a capacidade do ser humano de regular a sua própria energia, e, por conseqüência seus pensamentos e emoções, podendo alcançar uma vida mais saudável. AS ETAPAS DA TERAPIA CORPORAL: Organizar um trabalho com grupos, utilizando-se abordagem corporal, exige o estabelecimento de algumas etapas que não são diferentes da maioria de outros trabalhos ou de outras abordagens. Basicamente os trabalhos são divididos em cinco etapas que são: preparação, apresentação, aquecimento, desenvolvimento e encerramento PREPARAÇÃO: para realizar um trabalho em grupo não é tão difícil quanto possa parecer, mas requer treinamento, habilidade, criatividade, perseverança, dinamismo e espontaneidade. Muitas vezes pode ocorrer resistência por parte de algumas pessoas para participarem de um método terapêutico em grupo. Uns pelos complexos, outros por já estarem fechados em seus bloqueios ou couraças por muito tempo e ainda outros por receio de revelar o seu interior. APRESENTAÇÃO: envolve os seguintes pontos; nome completo, estado civil, cidade ou endereço de origem, atividade que exerce e o motivo que levou a procurar a participação no grupo. AQUECIMENTO OU A INTRODUÇÃO Á INTEGRAÇÃO: pode ser definido como um conjunto de procedimentos que prepara a pessoa mentalmente e fisicamente para a ação. Fazer algumas atividades leves de fácil participação, para que o trabalho seja satisfatório. DESENVOLVIMENTO: ocorre a partir do momento em que o grupo realmente integra-se e esta preparado para se entregar ao trabalho, desligado da sua vida cotidiana e voltado para as atividades do grupo, para suas sensações e para as atividades propostas. O desenvolvimento tem relação direta com o objetivo do trabalho, ou seja, é a parte principal. Onde as atividades visam alcançar o objetivo proposto. ENCERRAMENTO: envolve dois pontos distintos, mas que devem estar integrados e formar um elo de libertação. O primeiro momento da analise do que ocorreu durante a dinâmica, sob o olhar da compreensão das emoções, dos sentimentos e de tudo que foi vivenciado durante o trabalho. A segunda e ultima parte é uma atividade que integre o grupo e ao mesmo tempo, oportunizar a despedida. É um momento que requer muita sensibilidade, pois, é a integração e a despedida ao mesmo tempo. A TRANSFORMAÇÃO ATRAVES DA BIOENERGETICA: A bioenergética é uma maneira de entender a personalidade através do corpo e de seus processos energéticos. A quantidade de energia que uma pessoa tem e como a usa determinam o modo como responde as situações da vida. A bioenergética desenvolve uma forma de terapia que combina o trabalho com o corpo e com a mente para ajudar as pessoas a resolverem seus problemas emocionais e melhor perceberem o seu potencial para o prazer e para a alegria de viver. É quase impossível para uma pessoa deprimida emergir de sua depressão através de pensamentos positivo, pois seu nível de energia esta diminuído. Quando seu nível de energia for aumentado através de exercícios e principalmente através da respiração profunda e as sensações e sentimentos forem liberados, a pessoa sairá do seu estado de depressão. Este exercício não é em si a terapia, mas parte da mesma. Eles também podem melhorar a aparência, intensificar a sexualidade e desenvolver a autoconfiança. RESPIRAÇÂO: A ESSENCIA DA VIDA Todos os métodos que usam exercícios e técnicas de recuperação iniciam pelo treinamento da respiração adequada. É uma energia vital. A técnica do renascimento cuja técnica usa a hiper ventilação como ferramenta para quebrar a resistência de bloqueios emocionais, através de respirações peitorais acelerados, levando a pessoa a um estado alterado de consciência. O centro respiratório tem essa particularidade; alem de funcionar de maneira autônoma, como os outros centros vegetativos. Possui o privilegio de ser comandado pelo consciente e colaborar com ele. A qualidade de vida depende da respiração. CONCLUSÃO: O terapeuta holístico pode usar da técnica de aconselhamento dentro da terapia corporal e bioenergética, isso faz com que facilita a empatia entre o terapeuta e o cliente facilitando a relação e a identificação dos problemas as serem harmonizada, alias é o aconselhável integrar esta técnica em outras linhas complementares de tratamento com sabedoria milenar, sendo que uma complementa a outra, facilitando e obtendo maior resultado em torno de um todo. Para estruturar e harmonizar todas as áreas do ser humano, obtendo o bem estar e equilíbrio. A pessoa é abordada integralmente com técnicas de intervenção verbal e não verbal e com estímulos, visando o equilíbrio corpóreo, mental e social, fazendo com que ela se auto- harmoniza. O terapeuta deve estar em constante aperfeiçoamento de si mesmo, e dos outros e sobre tudo. Para que ele mesmo seja um ser completo para poder ajudar os outros. Através de técnicas e meios de abordagens pelos quais pode através do consciente abordar e programar e harmonizar o subconsciente; alem do pensamento, a respiração, o relaxamento, a hipnose e auto-hipnose, toque bioenergético, estimulação energética, a sugestão e a auto-sugestão e a imaginação. Alice Follmann - CRT 45035 - Terapeuta Holística, trabalha com Terapia Corporal, Bioenergética, Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/terapiacorporal/shiatsu/254-toque-significado#ixzz1XHUUpQuw Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Vivências Catalisadas Pelo Toque Toque Divino - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Do mesmo modo como “evocamos” os sonhos para serem trabalhados e analisados, pode-se fazer o mesmo com o corpo, interpretando tensões, zonas flácidas, partes doloridas ou sensíveis. Um “massagista” (termo este absolutamente inconveniente do ponto de vista legal e de marketing...) convencional, perante situações como estas, trataria apenas de relaxar as partes tensas e enrigecer as flácidas. Já um profissional pleno, um Terapeuta Holístico, avaliaria estes dados como uma “lingüagem corporal"", uma mensagem para ser decifrada e compreendida, tal qual o sonho: uma oportunidade de contato com o inconsciente. Separar o psíquico do corpo é impossível, já que ambos, na realidade, são um só, um continuum. Todo o material psíquico que tentamos manter longe de nossa consciência, corporifica, somatiza. Ou seja, o inconsciente é corporal. Quanto mais reprimido, quanto mais “pesado" , quanto maior o esforço para negar certos desejos e lembranças, maior será o grau de somatização, sendo esta a profunda e verdadeira causa das enfermidades. O único modo de realmente alguém se “harmonizar” é através do autoconhecimento. Quanto mais material psíquico reprimido aflorar à consciência, mais e mais se revertem as somatizações. Metaforicamente, podemos dizer que fazemos parte de e que somos um Holograma Universal, onde tudo está intimamente ligado entre si, nada ocorrendo ao acaso. Microcosmos que somos, nossas energias formam um holograma* onde toda e qualquer informação psíquica/física se encontra assessível em qualquer parte de nosso ser. Entretanto, decorrente do aprendizado de nossa espécie, ocorreram “especializações”“desenhando -se” no holograma certos “caminhos” bio-energéticos pelos quais as informações circulam com maior facilidade e, até mesmo, com uma certa “tendência" a determinadas emoções-informações-energia específicas percorrerem, também, partes do corpo em particular. “Mapeando” esta tendência é que surgiram as teorias milenares dos Cinco Movimentos e dos “meridianos” de Acupuntura, na China milenar, e os “chacras” na Índia. Ao bloquearmos, consciente ou inconscientemente, as informações psíquicas, igualmente bloqueamos as informações biológicas, prejudicando nossa capacidade de auto-equilíbrio, predispondo-nos às somatizações. Ao reequilibrarmos a “circulação” energética, induzimos à “circulação” das informações psíquicas, ocorrendo os chamados “insights*” (“flashs”, lampejos de uma consciência maior). Uma vez aflorando à consciência estas informações e que estas venham acompanhadas de suas respectivas emoções (ex-movere = mover para fora), aí sim haverá uma verdadeira mobilização, uma chance de uma mudança na vida da pessoa. À medida em que “digerir”, compreender e assimilar o material aflorado, somente aí é que ocorrerá o verdadeiro “equilíbrio energético”. O desconhecimento dos profissionais de hoje destes fatores que sempre foram as bases das Terapias Milenares tem feito com que se contentem unicamente com a remissão dos sintomas, o que não significa “”. Acaba ocorrendo, isto sim, um simples adiamento ou desvio do desequilíbrio, que voltará a se manifestar no mesmo local ou desviará para outra parte do organismo. Ou seja, estão cometendo o mesmo “pecado” da chamada “medicina oficial”, tão criticada pelos "alternativos"... Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/terapiacorporal/shiatsu/123-vivencias#ixzz1XHUgxJao Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS A Leitura do Nariz Freud - Nariz de Palhaço - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Os traços do nariz podem revelar características individuais de: envolvimento pessoal, comando, orgulho, seriedade, teimosia, convivência difícil, autoritarismo, otimismo, pessimismo e coragem, dentre outras. Acredita-se que a região do nariz é relacionada com o envolvimento pessoal. Assim, narinas largas (geralmente confirmadas pela largura dos ombros), podem também indicar limitações para a convivência com um só parceiro. A aresta côncava em sua parte superior revela a predominância das faculdades femininas de impulsividade e emotividade, e a aresta convexa, revela a predominância da faculdade masculina energética. Saliência na ponta do nariz pode indicar predominância mental. No registro psíquico, os traços de nariz podem revelar o direcionamento, o desejo de troca, os níveis de confiabilidade pessoal e as resistências assimiladas ou desenvolvidas pela percepção (série de associações velozes) ou pela sensação. O nariz (―pirâmide do rosto‖) é considerado pela ciência moderna como uma saliência na face, acima da boca, que contém a parte anterior da cavidade nasal, comunicando-a com o exterior pelas narinas; seu orifício posterior é a cóana (orifício da cavidade nasal que se comunica com a parte nasal da faringe). É o órgão da olfação (através das terminações olfativas da mucosa) e também o ducto por onde o ar passa durante a respiração. No período da puberdade o nariz já terminou sua evolução morfológica. O nariz se associa à pele e seus anexos. Sigmund Freud (1856-1939) levantou a questão esclarecedora de que, quando o Homo sapiens se tornou ereto, a distância ampliada entre o ânus e a genitália e o nariz, modificou o valor do olfato! A leitura a seguir é uma adição necessária para a técnica ―Análise da Imagem Holística do Cliente,‖ facilmente encontrada no site www.holopedia.com.br Tem como objetivo acrescentar recursos para facilitar a análise e a interpretação dos mais recorrentes traços de nariz que podem ser revelados nas imagens do cliente. As expectativas são de aproximadamente noventa por cento de exatidão, possibilitando assim, revisões constantes capazes de conduzir o Terapeuta à percepção, a observação, a investigação e a avaliação subseqüente, pois, quando o Terapeuta faz a análise, é ampliada a sua interpretação da situação do cliente naquele momento. A ideia, bem como o material prático aqui inserido, é fruto do convívio e da experiência do autor junto a clientes, e do trabalho de pesquisa contínuo, o que lhe permitiu acumular as informações que muito contribuem para a sua atuação profissional. Ousamos incluir apenas traços fundamentais que normalmente se apresentam no decurso da interpretação da imagem do cliente por armazenarem grande volume de informações, onde a versatilidade, a pesquisa e a atualização ressaltam as qualidades como o elemento de apoio à análise e interpretação. I- Nariz de traço vertical no meio da face ( I ): pode revelar um cliente que se envolve com coerência e que responde dentro do que sabe, mas que se propõe a solucionar o que não sabe. Seu maior desafio poderá ser sua tendência esnobe de valorizar somente o que acredita ser superior. II – Nariz de traço vertical com uma narina ( ! ): pode revelar um cliente sofisticado com tendência a se envolver somente com aquilo que considera surpreendente. Seu maior desafio poderá ser o desiderato de ser a “cereja do bolo”. III- Nariz de traço vertical com duas narinas ( !. ): pode revelar um cliente com predisposição para novas relações as quais procurar torná-las mais charmosas. Seu maior desafio poderá ser de o não conseguir estimular o inusitado. IV- Nariz de traço em tipo ( ? ): pode revelar um cliente que se preocupa enormemente em ser atencioso e com o compromisso severo de agradar a todos. Seu maior desafio poderá ser minimizar suas limitações. V- Nariz de traço em tipo ( ? ): pode revelar um cliente com profunda convicção de que os padrões que lhe foram determinados deverão nortear suas atitudes. Seu maior desafio poderá ser o de exigir muito do outro e de pouca exigência consigo mesmo. VI- Nariz de traço com somente uma bolinha ( º ): pode revelar um cliente perseverante com crença ou filosofia não necessariamente no sentido religioso, mas no sentido geral. Que enfrenta os problemas e os tropeços da vida, erguendo-se e seguindo em frente. Seu maior desafio poderá ser o não ser o de não acolher o argumento do outro. VII- Nariz em traço com duas bolinhas ( º º ): pode revelar um cliente com exigência de querer tudo do seu jeito e que não admite que os interesses do meio em que interage se desviem da direção dos seus próprios interesses. Seu maior desafio poderá ser refletir antes de assumir o seu posicionamento. VIII – Nariz em traço na horizontal, mas com narinas de bolinhas ( . - . ): pode revelar um cliente que tem como primeiro objetivo ganhar. Sabe priorizar e se prepara para o “bom combate” com tranqüilidade, mas às vezes acaba perdendo. Seu maior desafio poderá ser o de avaliar melhor a sua estratégia no envolvimento. “Eu te pus um anel no nariz [...]” Ezequiel 16:12 IX- Nariz em traço horizontal ( ? ): pode revelar um cliente oportunista que parte do princípio que vai dar certo por acreditar que não existe nenhum risco para a oportunidade a qual lhe trará bons resultados. Seu maior desafio poderá ser o de avaliar melhor as situações de risco e benefícios. X- Nariz em traço tipo ferradura para cima ( U ): pode revelar um cliente que tem como objetivo ser o centro das atenções e acredita que todos vivem em uma situação inferior daquela em que ele vive. Seu maior desafio poderá ser o de minimizar seu egoísmo. XI- Nariz em traço tipo ferradura para baixo ( ? ): pode revelar um cliente que acredita não ter valor no meio em que interage e que por isso se retrai. Seu maior desafio poderá ser o de se sociabilizar. XII- Nariz em traço tipo triângulo ( ?) ou ( ?) : pode revelar um cliente que desconfia de todos aqueles que desejam fazer parte do seu grupo social ou familiar. Seu maior desafio poderá ser o de construir relacionamentos não superficiais. XIII- Nariz de traço em forma de um quadrado ( ?): pode revelar um cliente “cabeça dura” em que predomina apenas a defesa do seu próprio modo de ser, não aceitando opiniões contrárias à sua. Seu maior desafio poderá ser a alteridade. XIV- Nariz de traço em forma retangular com narinas fora ( .?. ): pode revelar um cliente com a aparência de moralista e que influencia o externo. Essa aparência, às vezes pode ser enganadora. Seu maior desafio poderá ser o de observar que os outros podem estar alerta. XV- Nariz de traço em forma retangular com narinas dentro do retângulo: pode revelar um cliente protetor que tem como compromisso elaborar critérios para proteção de si, para sua família, e para a comunidade a qual pertence. Seu maior desafio poderá ser revelar o verdadeiro objetivo da proteção desejada. “[...] as filhas de Sião são vaidosas e andam com o nariz empinado, [...]” Isaías 3:16 Para saber mais: www.holopedia.com.br Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/holopuntura- reflexoterapia/holopuntura/286-leitura-do-nariz#ixzz1XHV6b1tS Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS O Shiatsu, o Do-In e o Jeitinho Brasileiro... SINTE SINDICATO DOS TERAPEUTAS Terapia Corporal e Capoeira - Arte Digital: Henrique Vieira Filho As técnicas de terapia corporal são anteriores à própria humanidade. Os animais (nós inclusos...) instintivamente tocam às regiões afetadas, em busca de alívio e solução. Nas mais variadas culturas humanas, desde o advento da escrita, encontram-se registros do poder transformador do toque, seja nas tradições mitológicas, seja em tratados terapêuticos milenares. O Nei Ching - O Livro do Imperador Amarelo (escrito cerca de 2700 aC, na China) e os Sutras Indianos, que abordam a Terapia Ayurvedica (aproximadamente 1800 aC) são duas das obras mais conhecidas e antigas que incluem a Terapia Corporal. Podemos extrapolar o conceito e incluir as unções das tradições judaicas-cristãs e o poder do toque de deuses, reis e heróis, personagens da rica mitologia grego-romana. Nos períodos dos grandes descobrimentos (traduza-se como invasões européias a outros povos...), os navegadores descreveram em seus relatos, práticas corporais com finalidades terapêuticas nos povos africanos e americanos. Enquanto no Oriente, as tradições do toque mantiveram-se relativamente intactas, o Ocidente em muito perdeu contato com suas técnicas corporais, somente retomando a pauta nos anos 60, com o movimento da contra-cultura hippie, "revolução aquariana", culminando com a atual e crescente busca por Qualidade de Vida, que transformou o toque numa das propostas terapêuticas mais requisitadas. Contudo, nesta trajetória atual de retomada das técnicas, o formato original passou por inúmeras concessões, seja ao adaptar-se aos padrões pudicos de cada período, seja para adequar-se à legislação de cada país. Ora simples mudanças estéticas, tais como adequar nomenclatura, ora abrindo mão de tocar regiões corpóreas polêmicas (para os temporais parâmetros legais e sociais de hoje...), algumas destas passagens raramente constam na literatura. Quase como "segredos" transmitidos oralmente, de difícil ou até impossível comprovação, algumas dessas histórias, vistas sob os olhos do Século 21, chegam a ser tragicômicas e não há motivos para que não sejam compartilhadas. Com o objetivo singelo de obter o sorriso do leitor e de mostrar que os heróis de nossa profissão também são humanos (felizmente...), o breve relato a seguir tratará de algumas destas passagens, onde constataremos o famoso "jeitinho brasileiro" (desta vez, no bom sentido...) sendo aplicado na Europa, no Japão, no Estados Unidos e, é claro, no Brasil, em prol da boa causa de resgatar a terapia corporal para nossos tempos. Cabe aqui uma prévia consideração sobre o "jeitinho brasileiro". O "jeito" não é um atributo exclusivo de nosso país, mas sim, comum a toda cultura onde existe um descompasso entre as leis formais e as reais práticas sociais. Existe o sentido negativo, onde as normas são contornadas em benefício INDIVIDUAL (desde uma singela "fila dupla" na porta da escola, até corrupção em alto escalão dos governos...), como também há o lado positivo, onde o "jeitinho" é uma forma criativa de solucionar uma situação difícil ou proibida, ou quanto o interesse COLETIVO vê-se ameaçado por legislação injusta e em descompasso com a realidade estabelecida e bem aceita pela maioria da sociedade (esta última opção é a que considero aplicável aos casos relacionados aos tópicos aqui relatados sobre as práticas de terapia do toque...). Um passagem histórica à qual muitos autores associam à aplicação benéfica do "jeitinho brasileiro" deu-se durante o período escravocrata em nosso país. Aprisionados e sujeitos a leis hoje em dia universalmente reconhecidas como injustas, os escravos, de forma criativa, burlavam a vigilância, permanecendo em contínuo treinamento de guerra, ao camuflarem suas técnicas marciais em....dança ! E seus arco e flechas em... instrumentos musicais ! Daí nasceram a capoeira e o berimbau... Impedidos em seus direitos à religião, passaram a associar os Orixás, seja por semelhança na aparência ou de suas histórias, às imagens de entidades e santos católicos, adaptando seu culto aos aceitos pelos escravocratas. A este sincretismo inicial, podemos associar a atual Umbanda. Enfim, passemos agora a demonstrar a aplicação benéfica do "jeitinho" como estratégia de sobrevivência contra as perseguições sofridas em nossa profissão. Comecemos pelo Japão, nos idos de 1920: a ampla difusão da técnica An'Ma (de origem chinesa e também sob significativa influência ayurvédica - indiana) resultou que as autoridades sanitárias estabelecessem uma série de exigências legais para o seu exercício profissional. Tão difíceis de serem cumpridas, mais prático foi simplesmente mudarem o nome de seus trabalhos, agora como sendo Shiatsu, escapando assim do enquadramento da legislação restritiva. Com o passar do tempo, realmente se estabeleceram diferenças entre ambas, a tal ponto que são atualmente vistas como linhas distintas de terapia corporal. Estados Unidos e Europa, anos 70: Jacques De Langre e Michio Kushi conquistaram fama e respeito ao ministrarem cursos para não-médicos, onde ensinavam técnicas de toque, sob enfoque da Terapia Tradicional Chinesa e macrobiótica. Como de praxe, seu sucesso despertou a ira de grupos corporativistas, os quais pressionaram com o peso das leis, sob o argumento de que somente médicos poderiam tocar em Clientes com finalidades terapêuticas. Para poderem trabalhar em paz, passaram a divulgar que seus cursos ensinavam cada pessoa a tocar EM SI MESMOS e não nos outros... Daí, surgiu o neologismo DO-IN, termo cuja sonoridade sugere uma origem oriental, mas que, na verdade, é de língua INGLESA, uma curruptela da união do verbo "to do" (fazer) acrescido de "in" (no sentido de "para dentro"), algo traduzível como "fazer em si". Nesta sequência, Kushi publicou "O Livro do Do-In", onde ensina princípios básicos do Shiatsu, enquanto De Langre, lançou "Do-in - Técnica Oriental de Auto-Massagem", onde apresenta uma breve lista de sintomas e seus respectivos pontos harmonizantes, via digitopuntura (aplicação dos dedos em pontos tradicionais de acupuntura...). Já no Brasil, Juracy Cançado, em seu livro "Do-In - Livro Dos Primeiros Socorros", multiplica exponencialmente a quantidade de sintomas e pontos listados por De Langre, passando a ser o "pai adotivo" da técnica e seu principal divulgador. Brasil, décadas de 1940 a 1960: grupos corporativistas profundamente participantes do poder político incentivam leis em detrimento de certas profissões, favorecendo direta ou indiretamente à classe médica. Por exemplos: o Decreto Lei 4113, de 1942 proíbe os MASSAGISTAS de fazerem qualquer referência a tratamentos em suas divulgações, além de fazerem constar obrigatoriamente nome completo e onde podem ser encontrados... Já a Lei 3968, de 1961 cria exigências impossíveis de serem cumpridas para a profissão de MASSAGISTA, tais como diplomas e exames junto ao serviço nacional de fiscalização de MEDICINA (claro, jamais ninguém conseguiu sequer ser recebido para registrar certificados ou se submeter a provas...), além de só poder fazer massagem mediante RECEITA MÉDICA (!!), a qual deve ser mantida ad infinitum à disposição das autoridades e que todos os massagistas jamais podem utilizar nenhum tipo de equipamentos e que toda e qualquer divulgação deve ser submetida previamente à análise e aprovação das autoridades sanitárias. Destas leis injustas e impraticáveis, resultou em contínuo estado de temor vivenciado pelos profissionais, pois, a qualquer momento poderiam ter suas prisões decretadas e justificadas por esta legislação específica, em atendimento a qualquer pedido de pessoas contrariadas por seu sucesso.... Por sinal, estes exemplos negativos de legislar para favorecer um único grupo, sem considerar o interesse da maioria da sociedade, estão em vigor até hoje e podem ser utilizadas a qualquer instante contra qualquer pessoa que se titule como massagista ou praticante de massagem, ou, mesmo massoterapeuta e massoterapia (recente parecer do Ministério Público do Paraná igualou estes dois termos aos primeiros, quanto à necessidade de cumprimento das citadas leis impossíveis de cumprir...). Como solução prática e de pronta aplicação, o SINTE - Sindicato dos Terapeutas, que é a entidade oficial que representa a profissão em todo o Brasil, orienta a seus filiados a simplesmente abolirem estas duas palavras (e suas derivações...) de seu vocabulário profissional, passando a definir a profissão em si como TERAPIA HOLÍSTICA e as técnicas de toque como Terapia Corporal, ou, ainda com seus nomes de origem, tais como Shiatsu, Tui-Na, An-Ma, Shantala, Terapia Corporal Ayurvédica, Do-In e assim por diante. Em suma, estas simples estratégias, derem um "jeito" de contornar injustas perseguições, salvaguardando os interesses da sociedade como um todo, cada vez mais ávida em ampliar sua Qualidade de Vida, pelas mãos (literalmente...) de bons profissionais da nobre Arte do TOQUE. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/terapiacorporal/shiatsu/131-shiatsu-doin-jeitinho#ixzz1XHVBVzkr Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Leitura Da Boca Boca Universal - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Os traços da boca podem revelar características individuais de: insatisfação, não cuidar de si, indefinição de objetivos, viver o que é lhe sugerido, seguir conselhos ou se associar ao coletivo, crença de que os acontecimentos são sempre surpresas, não saber dizer do que gosta tampouco do que quer saber, não saber onde está o que quer, facilidade de se deixar seduzir, falta de integração e convencimento de que está feliz, dentre outras. No registro psíquico, acredita-se que os traços da boca compõem um código repleto de sinais capazes de revelar aspectos que podem ou não ser conscientes, dentre os quais podemos destacar: satisfação pessoal, realização interna, sentimentos de liberdade, etc. Por outro lado, ostraços dos lábios revelam uma interpretação possível da afetividade, amorosidade, objetividade e interesses pessoais, e os traços da língua podem indicar os movimentos da busca do prazer, satisfação ou insatisfação. A ciência moderna define a boca como a primeira parte do sistema digestório, constituída por uma cavidade que se comunica com o exterior pelo vestíbulo (porção periférica compreendida entre os arcos dentais, os lábios e a bochecha), e com a laringe, pelo istmo das fauces(abertura através da qual a cavidade da boca se comunica posteriormente com a faringe). A base da cavidade está ocupada pela língua, e o lábio, como sendo o relevo que ocupa as duas margens da boca. A leitura a seguir também é baseada na acognosia e sugere algumas das proposições mais simples de atitudes comportamentais, em conjugação com o somático, dos pontos de vista objetivo, subjetivo e psíquico, sendo uma adição necessária para a técnica ―Análise da Imagem Holística do Cliente,‖ facilmente encontrada no site www.holopedia.com.br Tem como objetivo acrescentar recursos para facilitar a análise e a interpretação dos mais recorrentes traços de boca que podem ser revelados nas imagens do cliente. As expectativas são de aproximadamente noventa por cento de exatidão possibilitando assim, revisões constantes. I-Ausência do traço da boca: pode revelar um cliente que tem a característica de ser incapaz a qualquer satisfação pessoal e que está no auge da dependência. Mesmo que o cliente esteja bem sucedido, poderá está numa condição de vida onde o necessário e o possível deve ser feito somente para o outro. Assim, o impossível é atraído para si. Seu maior desafio poderá ser o de não se deixar levar pela posição de sucesso na vida. II - Boca em traço reto (__): pode revelar um cliente que tem a característica de está sendo conduzido pelo movimento coletivo, ou seja, o seu desejo individual de diferenciação é a procura de adequação às normas do grupo social ao qual pertence ou deseja pertencer. Seu maior desafio poderá ser o de descobrir seus próprios propósitos. III- Boca em traço em forma de meia lua: pode revelar um cliente que tem a característica de se envolver e assumir como se fossem seus,acontecimentos que para si são sempre surpresas. A princípio, não sabe dizer do que gosta nem do que quer, mas tem capacidade muito grande de ser seduzido. Seu maior desafio poderá ser o de retomar a leitura de valor para si mesmo. IV- Boca em traço em forma de meia lua invertida: pode revelar um cliente que tem a característica de saber o que quer, mas não saber onde está o que quer. Seu maior desafio poderá ser o de definir metas e compromissos a serem assumidos. V- Boca em traço intermitente (----): pode revelar um cliente que tem a característica de gostar de ficar num posto de observação e não se integrar tendo também limitações em saber o que quer. Suas prováveis palavras de ordem: “pode ser”, “é uma possibilidade”, “talvez”, “vamos ver”, etc. Seu maior desafio poderá ser o de organizar e definir sua meta. VI- Boca sorriso (traço em forma meia lua na horizontal com um pequeno traço diagonal em cada ponta): pode revelar um cliente que acredita que está num bom momento da sua vida, mas isso, antes de tudo, não passa de um grande esforço, pois nem sempre o sorriso significa felicidade, cordialidade ou boa acolhida. Vale ressaltar que em se tratando de gesto, é quase impossível falar com alguém durante certo espaço de tempo sem sorrir, mesmo que a outra pessoa seja um inimigo. As pessoas também sorriem sarcásticas, irônicas ou compassivamente. Seu maior desafio poderá ser o de não fazer segredo dos seus incômodos. VII- Boca triste (traço em forma meia lua invertida na horizontal com um pequeno traço diagonal em cada ponta): pode revelar um cliente que tem como característica a lei do maior esforço. Quanto mais obstáculos para superar mais prazer sentirá para atingir o objetivo. Seu maior desafio poderá ser o de abandonar a obrigatoriedade de ser muito competente. VIII- Boca estribo (Ω traço reto sob o semicírculo): pode revelar um cliente com grande disponibilidade para o externo. Seu maior desafio poderá ser o de disponibilizar para o outro o que é necessário para si. IX- Boca estribo invertido (traço reto e sobre o semicírculo): pode revelar um cliente com limitações de fazer uso de suas habilidades. Seu maior desafio poderá ser o de desenvolver sua capacitação. X-Boca tipo triângulo ▲ ▼: pode indicar um cliente que se disponibiliza para tudo, mesmo não sendo necessário ou possível. Seu maior desafio poderá ser o de vencer o medo de que, se não se disponibilizar espontaneamente, não terá importância. XI- Boca zangada (traço superior e inferior dos lábios formando a boca, com a língua para fora): pode indicar um cliente que acredita que não tem presença. Seu maior desafio poderá ser a sua aceitação no seu meio de convívio. XI – Boca marca de beijo (traço superior e inferior dos lábios formando a boca com um semicírculo entre os mesmos): pode indicar um cliente romântico e criador de ilusões. Seu maior desafio poderá ser o de não conseguir sair do lirismo para enfrentar a realidade. XIII- Boca ferradura (traço de formas [U ∩] com ou sem dentes): pode indicar um cliente que tem como antídoto para a sua ansiedade o fato de ser simplesmente atendido. Pode também revelar também um cliente que geralmente dissimula conscientemente. Seu maior desafio poderá ser o não de perceber que está sob observação. “A boca do insensato é sua ruína, e seus lábios, uma armadilha para si mesmo”. Provérbios 18:7 Afirmamos que é provável a possibilidade da revelação de uma centena de formatos de bocas nas imagens feitas pelos próprios clientes Para saber mais: www.holopedia.com.br Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/holopunturareflexoterapia/holopuntura/270-leitura-da-boca#ixzz1XHVWovj4 Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Leitura Do Rosto Rosto - Modelo: Pam - Foto: Henrique Vieira Filho Os traços do rosto (conformação craniana anterior) podem revelar características individuais de: raciocínio lógico, medo de dar o primeiro passo, inteligência, sonhadora, capacidade de reflexão e ponderação, sentimentos religiosos bem desenvolvidos, poder e energia, inflexibilidade, indecisão, sentimentalismo exagerado e limitações para trabalhos manuais, dentre outras. Acredita-se que o rosto tem as funções externas de: identificação e apresentação, codificação das características principais e registro das tensões resultantes dos níveis comportamentais. Para os efeitos da presente leitura de traços, utilizaremos a regra geral que divide o rosto em três segmentos básicos: testa (região do intelecto), faces (região do envolvimento) e maxilar (região da sexualidade). O segmento da testa ou fronte é a parte anterior superior da cabeça entre a raiz dos cabelos da cabeça até sob as sobrancelhas e pode expressar os níveis de desenvolvimento. O segmento da face se inicia na glabela e vai até a base do nariz e pode expressar os níveis de valores de envolvimentos comportamentais. O segmento do maxilar é medido da base do nariz até a base do queixo e pode expressar os níveis de energia que estimulam a expressão verbal e imposição. A face é considerada pela ciência moderna como a parte anterior e inferior da cabeça, em cujo maciço ósseo (maciço facial) está fixado à metade anterior da base do crânio. A face é constituída pelas maxilas, nariz, órbitas oculares e mandíbula, sendo a sede das vias aéreas e digestivas superiores. No rosto existem três importantes aberturas: duas narinas através das quais passa o ar, e a boca, pela qual os alimentos são ingeridos e que auxilia na modulação da fala. A leitura a seguir também é baseada na acognosia e sugere algumas das proposições mais simples de atitudes comportamentais, em conjugação com o somático, dos pontos de vista objetivo, subjetivo e psíquico, sendo uma adição necessária para a técnica ―Análise da Imagem Holística do Cliente,‖ facilmente encontrada no site www.holopedia.com.br Tem como objetivo acrescentar recursos para facilitar a análise e a interpretação dos mais recorrentes traços de rosto revelados nas imagens do cliente. As expectativas são de aproximadamente noventa por cento de exatidão. “Cada um tinha quatro caras: a primeira cara era de querubim, a segunda cara era de gente, a terceira cara era de leão e a quarta cara de águia”. Ezequiel 10:14 I- Traço do formato de testa alta: pode revelar um cliente com raciocínio lógico, hábito de “checar” informações reagindo quase sempre em tempo hábil. Seu maior desafio poderá ser o de evitar ser muito exigente com os outros. II- Traço com formato de testa estreita: pode revelar um cliente com ausência de imaginação. Seu maior desafio poderá ser o de dar o primeiro passo, pois quase sempre precisa ser conduzido. III- Traço com formato de testa quadrada: pode revelar um cliente inteligente e pratico que evita atitudes impensadas, gosta de exigir do outro, não gosta de perder tempo, tem dificuldades em aceitar mudanças e novos amigos. Seu maior desafio poderá ser o aproveitamento da sua boa capacidade de síntese e o hábito de conclusões apressadas. IV- Traço com formato de testa arredondada: pode revelar um cliente sonhador, persistente, detalhista, acredita nos outros e não admite seus próprios seus erros. Faz drama de tudo e sempre se põe como vitima. Seu maior desafio poderá ser a necessidade de paciência que os outros devem ter com ele. I- Traço do rosto com formato triangular: pode revelar um cliente com capacidade de reflexão e ponderação e que percebe rapidamente o conflito entre o que querem que ele faça e o que ele realmente gostaria de fazer. Seu maior desafio poderá ser o fazer de forma disciplinada. II- Traço do rosto com formato retangular e apertado: pode revelar um cliente com boa capacidade de percepção e reflexão, com sentimentos religiosos bem desenvolvidos. Seu maior desafio poderá ser a superação do seu nervosismo e da sua timidez. III- Traço do rosto com formato quadrangular: pode revelar um cliente do tipo que é impulsionado ao extremo para as necessidades de luta, de domínio, de poder e de energia. Seu maior desafio poderá ser de contenção da ativação dos impulsos. IV- Traço do rosto com formato quadrado: pode revelar um cliente inflexível, positivo, realista, lógico e exigente para consigo e para com os outros. Às vezes, demonstra a sua natureza de grosseira. Seu maior desafio poderá ser a sua postura de comandante severo. V- Traço do rosto com formato hexagonal: pode revelar um cliente que ainda não decidiu qual rumo tomar, não refletindo sobre o urgente e o importante. Seu maior desafio poderá ser o de definir as prioridades. VI- Traço do rosto com formato redondo: pode revelar um cliente sentimental em excesso e, portanto, pouco enérgico, e de natureza bonachão. Seu maior desafio poderá ser o de não se disponibilizar sempre. VII- Traço do rosto com formato ovóide: pode revelar um cliente que também aceita as questões filosófico-religioso como o ideal, pois lhes abrem visões. Seu maior desafio poderá ser o de ser bem sucedido em trabalhos manuais. Afirmamos que é provável a possibilidade da revelação de mais de uma centena de formatos de “rostos” nas imagens feitas pelos próprios clientes. O inglês Jacques Penry (o inventor do retrato falado), em seu livro LOOKING AT FACES and remembering them- guide to facial identification- que foi publicado em Londres inicialmente em 1938, estruturou um elenco de variados identificadores faciais entre eles: penteados, testas, olhos, narizes, bocas, queixos, além de transparência como óculos, pêlos faciais, rugas, e um quadro em que os vários identificadores faciais podem ser montados, denominado Photo-Fit. Esses elementos, combinados, podem refazer 10 bilhões de diferentes rostos. “Minha face, porém, não se pode ver”. Êxodo 33:23. Para maior precisão da leitura do rosto o Terapeuta deverá considerar a ação do meio social e familiar, do tipo do temperamento, da ação intensificadora e moderadora de um traço sobre o outro, por exemplo, formato quadrado (inflexível) com lábios delicados (afeição). Para saber mais: www.holopedia.com.br Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/holopunturareflexoterapia/holopuntura/271-leitura-do-rosto#ixzz1XHVvcV81 Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Terapia Corporal - O Toque Como Fator de Equilíbrio e Autoconhecimento Este artigo disserta sobra a integração das técnicas corporais orientais seculares com as modernas e ocidentais abordagens psicanalísticas reichianas e derivadas, resultando em uma Terapia Corporal de abordagem holística. Resgata a importância do tocar e ser tocado como instrumento de catarse terapêutica e de harmonização psicofísica, resultando em ampliação da qualidade de vida e autoconhecimento, tanto para o Cliente, quanto para o profissional. Introdução Muito se aborda a globalização e o acesso universal a informações em todos os campos de conhecimento, incluindo a Terapia Holística. Porém, mesmo no Brasil, de ampla tradição de sincretismo e fusão das mais variadas vertentes de pensamento, ainda deparamos com um separatismo entre as técnicas corporais orientais e ocidentais, bem como uma distância entre o discurso de paradigma holístico e uma real aplicação deste conceito, a tal ponto de ainda encontrarmos profissionais que iludem-se de atuar em questões físicas e outros, em aspectos psíquicos, como se tais existissem de forma isolada... São inegáveis as qualidades técnicas das manobras corporais tradicionais, tais como o shiatsu, tuina, anma, sparsha, dentre outras, assim como é fundamental a contribuição da psicanálise quanto aos aspectos inconscientes de nossa personalidade serem corporificados. Contudo, ambas as vertentes ainda não convergiram, resultando em "massagistas" (termo totalmente inadequado à legislação brasileira...) que desconhecem o fato de seu trabalho pode resultar em catarses, como também em profissionais da vegetoterapia e bioenergética propondo técnicas de toque, respiratórias e posturais que já estariam eficientemente supridas nas já seculares técnicas corporais, como as já citadas, bem como as oriundas do yôga e tai-chi-chuan. Cabe ao Brasil eliminar a iniciativa em superar desinformações, preconceitos e vaidades, promovendo a integração entre todas estas linhas complementares de tratamento, formando Terapeutas Corporais que honrem a sabedoria milenar, da mesma forma que abraçam a modernidade psicanalítica, fazendo justiça a que mais esta modalidade terapêutica seja integrante da Terapia Holística, atendendo a Clientela ciente de que físico-psíquico-socialtranscendente é uma só unidade indissociável. Resultados Constatou-se ganhos significativos oriundos do sincretismo entre as abordagens ocidentais modernas e orientais milenares da Terapia Corporal. As manobras corporais de tradições seculares, tais como shiatsu, tuina, anma, seitai, sparsha, dentre outras, mostraram-se mais adaptáveis a cada Cliente, em comparação às mais recentes, oriundas das linhas reichianas e neo-reichianas, tais como a bionergética. Em contraponto, a proposta analítica destas últimas são indispensáveis à interpretação emocional refletida via corpo, já que essa capacidade fora perdida no decorrer do tempo, no que se refere ao ensino e prática das técnicas orientais, na forma como nos chegam atualmente. Clientes originados de queixas físicas apresentam resultados mais rápidos e eficazes quando a Terapia Corporal aflora as emoções reprimidas simultaneamente ao trabalho de toque. É perceptível ao tato do profissional, o relaxamento nas áreas antes tensas, imediatamente à manifestação da emoção e/ou lembrança que emerge sincronisticanente ao contato físico com a zona reflexa e/ou diretamente sobre a região corpórea. Da mesma forma, regiões sem tônus de pronto manifestam retorno da tonicidade, assim que afloram os sentimentos e lembranças induzidos pelo toque de volta à consciência. Quadros de dores e de dificuldade de movimentos apresentam reversão drástica, ainda que temporária, imediatamente à catarse emocional desencadeada pelo toque e indução verbal. Ratificando o acima descrito, quadro similar ocorre com a Clientela de queixas emocionais, onde o trabalho de toque serve tanto para detectar quais regiões corpóreas estão refletindo o quadro psíquico, quanto para aflorar à consciência as emoções reprimidas, bem como lembranças de situações traumáticas. Em ambas as situações, a PSICOTERAPIA HOLÍSTICA, incluindo o ACONSELHAMENTO, desempenha papel fundamental em facilitar ao Cliente a compreender o conteúdo aflorado, o que se mostra fundamental para que o quadro queixoso anterior não reincida. A catarse emocional por si só, apresenta resultado temporário, com imediata melhoria do quadro geral, porém, com retorno do estado original poucos dias após. A durabilidade do resultado é mantida quando o Cliente é simultaneamente amparado com técnicas de foco psicoterápico. A inclusão do contato físico na relação CLIENTE e TERAPEUTA HOLÍSTICO acelera o ritmo e intensifica a terapia, traduzindo-se em resultados de espectro mais amplo e, uma aumento da frequência e intensidade nas transferências e contra-transferências, exigindo grande preparo do profissional. Discussão Todas as tradições terapêuticas seculares, das mais variadas culturas, incluem trabalhos corporais, em especial, técnicas de toque. Originalmente de enfoque holístico, era parte integrante a premissa do ser como um contínuo físico-psíquico-social-transcendente e que, independente do caminho terapêutico escolhido, é ilusória a idéia de tratar um tópico "separadamente" do todo. Assim sendo, a intervenção corpórea implica em simultânea atuação no psiquismo, nas relações com a sociedade e em sua conexão com o universo que somos. Modernas ideologias, governos ditatoriais e o cientificismo mecanicista influenciaram uma ruptura no paradigma holístico terapêutico. Seja por necessidade de sobrevivência às perseguições, seja em concessões e adaptações para tentar enquadrar nos limites do "científico", fato é que ao século 20, terapias como shiatsu, tuiná, anma, seitai e similares, chegaram até nós amputadas de sua original tradição sistêmica, passando a tratar o "corpo" como se fosse uma "máquina", composta de "partes" a serem manipuladas pelo toque para que "funcionem" melhor... A excelência técnica das manobras corporais se manteve, porém, perdeu-se a "alma" em algum momento de sua história. A partir da década de 70, com o movimento da contracultura, "revolução aquariana", ecologia e retomada do paradigma holístico, as abordagens corporais se permitiram a reintegração com os conceitos de "energia", reassumindo a interação com meridianos (canais de circulação energética da acupuntura - terapia tradicional chinesa), chacras (ou chakras, vórtices de energia estudados na ayurvédica - terapia tradicional indiana) e "corpos sutis" (matrizes energéticas paralelas ao corpo material, conceito este comum a todas as culturas milenares). Ao mesmo tempo, readmitiu-se que a terapia pelo toque igualmente atua nas emoções, porém, sem aprofundar na questão, deixando de integrar ao trabalho a necessária metodologia de amparar o Cliente nas consequências oriundas dos sentimentos e memórias evocadas pelo toque. Desenvolvendo-se de forma complementar, contamos com a Psicánalise, pela qual Freud demonstra a grande atuação das questões psíquicas nas somatizações, sendo até possível a reversão destas, como decorrência da análise, ao resgatar do inconsciente, os traumas, lembranças, emoções reprimidas e integrá-las ao consciente. Quer seja por preocupar-se em manter-se dentro de uma certo paralelo com a metodologia científica (isolar-se do "objeto" estudado...), quer seja para evitar maiores controvérsias e envolvimentos, TOCAR o Cliente era algo fora de discussão, até a dissidência de Wilhelm Reich, que “corporificou” o inconsciente, identificando suas informações como uma bioenergia circulante (por ele denominada “orgone”). A negação das emoções, impulsos, desejos oriundos do Id se dá pelo impedimento da livre passagem da bioenergia por meio da musculatura corporal, quer seja pela tensão excessiva (mais facilmente identificável...), ou pela ausência desta (falta de tônus), pois em ambas as situações, é prejudicado o livre fluxo energético. Observa-se aqui, um grande paralelismo (jamais assumido...) com as teorias da Terapia Tradicional Chinesa e seus Meridianos (caminhos preferenciais da energia circulante). Reich extrapolou, concluindo que o inconsciente individual é corporal e que a repressão do material psíquico implica em bloquear energeticamente a circulação da informação, que evolui para tensões musculares, até culminarem em somatizações cada vez mais complexas e, paralelamente, a aparência corporal é igualmente reflexo das experiências psíquicas vividas: quanto mais um componente é mantido inconsciente, maior é o grau de somatização... Analisando os Clientes, Reich e seus discípulos identificaram regiões corpóreas estatisticamente predominantes, nas quais os traumas psíquicos específicos a cada fase da vida tendem a ser sua energiainformação retida em sua circulação em direção ao inconsciente. Tal mapeamento, também conhecido como Couraças Musculares do Caráter, aproxima-se e muito das zonas tradicionalmente definidas para os Chacras (centros de energia), tanto nas tradições milenares da China, quanto da Índia. Enquanto na abordagem freudiana, o Cliente segue seu próprio ritmo espontâneo de resgate do inconsciente, por meio de associações livres de idéias durante as consultas, na análise reichiana introduziuse o TOQUE nas zonas musculaturas específicas (“couraças”), provocando a circulação da bioenergia e, com isso, o contato consciente com as emoções e lembranças reprimidas. A linha reichiana "clássica", a Vegetoterapia, segue um padrão relativamente rígido e pré-fixado para a sequência de desbloqueio das couraças, enquanto que as chamadas correntes neoreichianas, como a Bioenergética (que tem Alexander Lowen como seu expoente...) são mais flexíveis quanto à ordem e formas de trabalhar os bloqueios, utilizando-se, além do toque, técnicas respiratórias e posturais, que contém muitos paralelos ao Yôga e Tai-Chi-Chuan... Estas últimas vertentes, de origens ocidentais e modernas, em contraponto com as demais linhas aqui inicialmentes descritas, milenares e orientais, permaneceram distanciadas, uma corrente desconhecendo totalmente a outra. Não raro deparamos com reichianos que desconhecem chacras e shiatsuterapeutas que nem sequer imaginam que desbloqueiam "couraças do caráter"... Minha experiência pessoal na Terapia Corporal iniciou com as técnicas manipulativas orientais (shiatsu e tuiná); contudo, mais do que "relaxamento", comumente os Clientes experienciavam catarses emocionais. Ou seja, conhecendo ou não as teorias reichianas, sabendo ou não o que são "couraças", estamos literalmente colocando nossas mãos no inconsciente de quem atendemos e irá aflorar o material psíquico reprimido. A ausência do toque ou o abuso deste, especialmente na infância, é fator determinante em boa parte dos traumas de cada indivíduo. Daí a Terapia Corporal ser fundamental no resgate de muitas destas questões. Em nosso corpo, "congelamos" a lembrança histórica e emocional de certas questões vividas e o toque, intencionalmente ou não, convida a re-experimentar as sensações bloqueadas e a expressar os sentimentos reprimidos. A tendência desta situação é regressiva, pois toca-se uma questão em aberto do passado, comumente convidado à criança interior a novamente aflorar. Tal fator é ampliado porque o Terapeuta Holístico forma uma relação transferêncial com o Cliente, já que este tende a projetar no profissional, a persona de pai-mãecônjuge. É preciso o entendimento do conceito de TRANSFERÊNCIA e assumir as responsabilidades dos efeitos do toque sobre a pessoa atendida. Por exemplo, ao atender um indivíduo em estado de carência, há de se preparar para a possibilidade de ser visto como um objeto de amor e, consequentemente, conscientizar-se de que tal relação culminará em dor. Atentem que, numa relacionamento transferencial, o tocar pode ser interpretado de forma totalmente diversa da intenção original: " ... ao começar a trabalhar fisicamente com meus Clientes, sem perceber, eu procurava tocar a parte de trás do pescoço. Esse movimento inconsciente estava obviamente criando respostas diferentes em Clientes diversos. ... Quanto toquei o pescoço de uma Cliente que havia sido abusada quanto criança, ela ficou assustada, como se eu fosse arrancar sua cabeça. O mesmo contato, de meu ponto de vista, com um Cliente mais dependente, fez com que ele desejasse apoiar sua cabeça em minha mão. Quanto toquei o pescoço de uma Cliente com muitas questões referentes ao controle, meu gesto estimulou sua paranóia e sua suspeita, como se estivesse sendo manipulada para fazer algo que não desejava.A resposta mais condescendente veio de um Cliente a meu toque foi ter dor no pescoço e sentir-se sobrecarregado. Toquei outro Cliente na parte de trás do pescoço e seu maxilar elevou-se com orgulho, como se eu estivesse dando tapinha em suas costas. Assim, quando toco os Clientes, eles têm uma resposta que vem de suas histórias individuais, do que o contatto significou para eles no passado e de sua transferência comigo..." HEDGES, LAWRENCE E.; HILTON, ROBERT e HILTON, VIRGINIA W. – Terapeutas em Risco – Perigos da Intimidade na Relação Terapêutica, Summus Ed., 1997. Claro que situações transferênciais como as acima descritas, igualmente ocorrem em terapias que não fazem uso do toque, porém, é constatável que trabalhar o corpo amplifica a frequência e intensidade. O mesmo se dá no sentido inverso, ou seja, com a CONTRATRANSFERÊNCIA. É consenso que a maioria dos Terapeutas possui profundas feridas narcisísticas em aberto, as quais tentamos cicatrizar ao dar atenção aos Clientes, da forma que jamais tivemos... Não raro, tivemos que amadurecer cedo, quando deveríamos ter tido a permissão de ser crianças e nossos cuidados com os outros é a sublimação do ressentimento de que nosso amor não bastava para sermos correspondidos pelos pais, pois só sendo "produtivos" e "perfeitos" para sermos amados. Por isso, oculta-se no TOCAR em nossos Clientes, o desejo de acolhimento e amor. Há tanto a projeção "positiva" (amor, carinho...), quanto "negativa" (ódio, raiva...) e faz parte do processo. Cabe ao profissional ter consciência disso e perceber, por exemplo, que um(a) cliente apaixonado(a) por quem lhe atende é tão somente uma transferência e não um sentimento duradouro; o mesmo se dá na fase do cliente "odiar" seu analista, momento em que o Terapeuta Holístico terá que re-experimentar suas dores mais profundas, ligadas à rejeição sentida quanto criança. O Terapeuta Corporal tem que estar disponível e preparado, inclusive, para ser tocado. Possibilitar ao Cliente ser capaz de contato físico adequado em ambiente seguro, é criar a oportunidade para a sua auto-recuperação, com a criança interior revivenciando de modo equilibrado e positivo, a ausência e/ou o abuso de contato ocorridos originalmente. Nesse contexto, o Terapeuta Holístico, ao firmar o vínculo com seu Cliente, automaticamente abre mão de qualquer possibilidade de relacionamento amoroso/sexual com a pessoa atendida, pois, na maioria dos casos, o resultado traumático seria equivalente ao de um incesto. A melhor forma de preservar a integridade tanto de quem atende, quanto da pessoa atendida, é o profissional manter-se em contínua terapia e supervisão, inclusive, em grupos de discussão, pois o que se constata na prática é que, independente do quão experiente seja um analista, quando está em momento de contratransferência, sua visão do caso fica prejudicada, enquanto que para os demais colegas, que não estão emocionalmente envolvidos na situação, muito mais facilmente detectam o que está ocorrendo. Conclusões O contato físico intensifica o ritmo da terapia e igualmente aumenta o grau de responsabilidade e exigência técnica, o que é plenamente compensado pela excelência de resultados e gratificação profissional. Não há mais justificativa, em nosso atual tempo de acesso globalizado às mais variadas correntes terapêuticas, à ilusão de abordar o psicofísico como se fosse "partes separadas". A fusão entre as manobras orientais já tradicionais e a conscientização do efeito psíquico do toque reavivada pelas correntes psicoterápicas reichianas e neo-reichianas, resulta em uma terapia mais profunda e abrangente do que a simples soma das partes. Tanto as reclamações de origem física, quanto as de foco emocionais são atendidas na mesma proposta de trabalho, em conformidade com o paradigma holístico, ampliando o leque de oportunidades em atender quantitativa e qualitativamente à Clientela potencial. A ampliação da transferência e contratransferência pelo fator do tocar e ser tocado, obriga o Terapeuta Holístico a manter-se em contínua terapia e supervisão, resultando num indivíduo mais equilibrado e autoconsciente e, como tal, um profissional mais eficiente e um ser humano mais feliz. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/terapiacorporal/shiatsu/173-terapia-corporal-palestra#ixzz1XHWJCxS8 Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS A Leitura do Uso do Batom Batom - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Mesmo que a maioria das mulheres não aceite a tese de que a beleza é uma punição ou uma injustiça permanente, todas concordam que a beleza é fundamental. Para aquelas que usam diariamente o batom, existe a sensação de estar mais bonita naquele momento, de ser mais atraente mais feminina e mais sexy, ou ainda, sentir a hidratação, a proteção e o realce do contorno dos lábios, dentre outras. O uso do batom também é considerado uma das marcas da mulher e talvez um plano deliberado para atrair a atenção masculina. O batom é geralmente usado quando a mulher sai de casa, pois sair de casa sem estar usando batom é o mesmo que usar chinelos de dedos (rasteirinha) em uma festa elegante. O batom é como se fosse uma peça obrigatória do vestuário externo feminino. Algumas mulheres em hipótese alguma usam o batom em casa, mas e se for ali à esquina, já usa. Por outro lado, a aparência dos lábios com batom, afeta a imagem da mulher e pode produzir um efeito talvez desastroso ou invencivelmente sensual. No registro psíquico a escolha de um “tom” de batom não é feita aleatoriamente. A decisão é tomada em função de inúmeros motivos conscientes e poderá inicialmente estar projetada na imagem da pantera, talvez o mais bonito dos animais femininos. A maioria das mulheres usa cuidadosamente o batom também para que os seus lábios deslizem como seda. Os “tons” preferidos pelas mulheres dependem da faixa etária, e da cor da pele, porém os mais usados são: vermelho, rosa, acobreado, dourado, brilho e escuro. A maioria das mulheres segue rigidamente a moda corrente introduzida pela sua própria geração, revelando a conexão do uso do batom com a adoção de um estilo que envolve também o vestuário, o comportamento, a linguagem e a vida em geral. Kalu Singh dá uma profusão de exemplos da possível sublimação do uso do batom pelas mulheres: “Parece existir uma força quase tão intensa quanto o instinto de comer e de autopreservação, uma força que pode até superar o instinto de agressividade para ser satisfeita. Mas que força ou instinto: de proteção, atração sexual, enfeitamento ou embelezamento? Alguns etologistas nos lembrariam da genitália exposta muito rósea dos chimpanzés- tão evidente que eles nem precisam de [...] – e concluiriam que o BATOM realça a correlação entre os orifícios do prazer e da procriação visíveis e os não visíveis. Isso significa que o correlato verbal do BATOM seria uma espécie de linguagem telegráfica de uma Jane das selvas? “[...] minha quer? Seria uma auto objetificação ou uma autorepresentação, ou apenas o falso eu de uma consciência falsa? Se o objeto que uma pessoa transforma em exemplar de beleza e regozijo durante seis horas de hedonismo é ela mesma, trata-se de sublimação? Se a solução é “eu atraio, logo existo”, então o conflito é uso ou não uso a cor „mulher‟. Freud argumentou em favor de uma capacidade de sublimação mais fraca nas mulheres. Talvez porque a sua clientela fosse diferente, ele não conseguiu perceber que a sublimação está incrivelmente presente e ativa na vida das meninas pequenas: as meninas desenham melhor, compõem poemas mais bonitos, montam peças muito mais animadas do que os meninos. Na puberdade, esse desenvolvimento é contido pela sociologia, não pela biologia. Francette Pacteu assume uma posição similar: “Não há homem que escape da angústia da castração [...] não há mulher que escape da “beleza”. Do ponto de vista masculino, as declarações da beleza feminina feitas pelos homens parecem ser, sobretudo inconscientes, na verdade motivadas pelo inconsciente. Elas correspondem a uma variedade de sintomas (principalmente) masculinos. Nos seu estudo The Symptom of Beauty [O Sintoma da Beleza], Francette enfoca o modo como atribui a beleza à mulher, o modo como a fantasia representa – cria uma mise-enscéne para- esse sintoma. Do lado feminino, existe sempre a imagem que deve ser referência da questão da beleza. Tão linda quanto...”¹. Ter um belo corpo é importante, talvez no primeiro encontro, mas é espantoso quão depressa são esquecidos os atributos físicos. Os tabus de estrutura social têm efeito evidente no processo de aparência e de comportamento, porém assim que diminui o preconceito, a maioria das mulheres procura aproveitar a oportunidade que lhe é oferecida. O uso do batom pela mulher talvez rivalize com o seu estilo, com o modelo do seu vestuário e com seu corpo físico, pois também existe uma força excitante e expansiva da atração masculina principalmente pela cona, pela região que forma o regaço, pelos cabelos e penteados, pelos membros inferiores e pelo “arfante peito teu”. Assim, o uso do batom pela maioria das mulheres revela espontaneamente imagens distintas que se adaptam rapidamente a determinadas situações: após o café da manhã, no trabalho, no toalete, no restaurante, no barzinho, na balada, na volta para casa, ao receber amigos e, dentre outros, até com o cônjuge! Talvez algumas mulheres evitem admitir tais imagens quando questionadas, afirmando que não estão efetivamente tentando apresentar determinada imagem para determinada pessoa, e talvez estejam certas. A maior parte de nossas reações cotidianas é involuntária. Mas isso não significa que a mulher não esteja consciente disso, pois a sua personalidade e psique a inibe em grande parte, fazendo com que ela não se entregue ao exteriorizar completamente sua autoimagem haja vista que nem sempre a imagem apresentada para o mundo exterior coincide com a realidade do seu íntimo. Por outro lado, várias podem ser as causas da “mancha de batom no colarinho” da camisa do homem, desde um pequeno descuido, de propósito para que outras vejam, por acidente ou pelos seguintes motivos: se for amante, para a esposa descobrir logo, para marcar o território, de raiva, para que a outra saiba que foi traída, para mostrar o poder de domínio, para mostrar que ele (o homem) tem dona, por provocação, para oficializar outro relacionamento e talvez, aceitando a pedido. A arquitetura da imagem pessoal é importante em muitas áreas da vida, em outras é agradável, mas sem importância, em outras, ainda, é uma simples diversão. Claro, a imagem pessoal é uma estrutura que têm especificações e às vezes regras gerais, outras são extremamente específicas e diferentes. Conhecer as regras e se adequar a elas podem ser fácil, crucial, interessante ou apenas divertido. Singh polemiza e arremata: “Esse é terreno da controvérsia arriscada em que a sociologia e a política se digladiam com a biologia e a psicanálise. Como a mulher é marcada como mulher? Como por si própria e como pelos outros? O que significa o batom? Que tipo de alfabeto as meninas encontram na valise de cosméticos da mãe?”². O Terapeuta não estará sozinho se tiver preocupações sobre os questionamentos citados por Singh. Porém, o uso do batom revela insofismavelmente que a mulher quer ter uma imagem mais bonita principalmente naquele momento! Afinal de contas, qual a mulher que não gostaria de ter pelo menos um batom na bolsa? Para saber mais: www.holopedia.com.br Notas: ¹, e ²,: Singh Kalu, Conceitos da Psicanálise – SUBLIMAÇÃO, 1ª edição. Edição brasileira Duetto Editorial, 2005. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/holopunturareflexoterapia/holopuntura/278-leitura-do-batom#ixzz1XHWZsZhy Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS Leitura Dos Cabelos e Penteados Medusa - Modelo: Pam - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Os traços de cabelos na cabeça podem revelar características individuais de: conservadorismo; criatividade; relacionamento quase sempre repetitivo, idealismo; realismo; emoções que são escondidas intencionalmente; conflitos emocionais ou físicos; constante vacilo; forma política e superficialidade, dentre outras. O cabelo faz parte do conjunto de pêlos longos que recobrem a cabeça humana, se desenvolvem nas axilas, ao nível da sínfise púbica e, no sexo masculino, também na face. Como ocorre com a pele, a coloração dos pêlos depende da quantidade de pigmento (melanina) neles existente. Os pêlos (longos ou curtos), as unhas e as mamas, são considerados pela ciência moderna como anexos da pele. No registro psíquico, acredita-se que os traços de cabelos na cabeça compõem um código repleto de sinais capazes de revelar aspectos que podem ou não estar conscientes. A leitura a seguir também é baseada na acognosia e sugere algumas das proposições mais simples de atitudes comportamentais, em conjugação com o somático, dos pontos de vista objetivo, subjetivo e psíquico, sendo uma adição necessária para a técnica ―Análise da Imagem Holística do Cliente,‖ facilmente encontrada no site www.holopedia.com.br Tem como objetivo acrescentar recursos para facilitar a análise e a interpretação dos mais recorrentes traços de cabelos e formatos de penteados revelados nas imagens do cliente. As expectativas são de aproximadamente noventa por cento de exatidão, possibilitando assim, revisões constantes capazes de conduzir o Terapeuta à percepção, a observação, a investigação e a avaliação subseqüente, pois, quando o Terapeuta faz a análise, é ampliada a sua interpretação da situação do cliente naquele momento. I-Ausência de traço de cabelo na cabeça: pode revelar um cliente que não costuma usar seus dons naturais e que busca no externo um paradigma para desenvolver as suas ações. Seu maior desafio poderá ser a ausência da assertividade. II- Traço de cabelo liso na cabeça: pode revelar um cliente conservador e com limitações para aceitar mudanças, pois tem tendência de ser o portador da manutenção dos costumes primevos. Seu maior desafio poderá ser o de aceitar mudanças. III- Traço de cabelo crespo na cabeça: pode revelar um cliente muito criativo, que sempre aceita mudanças, porém abandona as idéias. Seu grande desafio poderá ser a inconclusividade. IV- Traço de cabelo fino na cabeça: pode revelar um cliente apegado às coisas ainda não alcançáveis, seus padrões de relacionamento são quase sempre repetitivos e idealistas. Seu maior desafio poderá ser o idealismo/lirismo V- Traço de cabelo grosso na cabeça: pode revelar um cliente realista que se fundamenta em fatos e cujas emoções estão escondidas intencionalmente. Tem excelente capacidade de síntese. Seu maior desafio poderá ser demonstrar suas emoções. VI- Traço vertical de cabelo na cabeça: pode indicar um cliente com conflitos emocionais ou físicos e em constante vacilo que está sempre disposto a apresentar respostas negativas e em seus atos predomina a rebeldia. Seu maior desafio poderá ser aceitar alguém para conduzi-lo a desenvolver suas habilidades e competências. VII- Traço de cabelo tipo “mola” na cabeça: poderá revelar um cliente que gosta de executar suas atividades de forma política, e que não se importa se está organizado ou planejado. Seu maior desafio é o interesse de que os outros saibam o que ele vai fazer. VIII- Traço de cabelo encaracolado na cabeça: pode indicar um cliente com a tendência de se apegar a raciocínios superficiais. Seu maior desafio poderá ser o de não aguardar comandos para iniciar ou criar algo com base de sustentação. Por outro lado, o formato do penteado (compostura dos cabelos) da cabeleira (conjuntos de cabelos de uma cabeça) pode revelar: determinação, inteligência, não aceitação de si mesmo, habilidades sensoriais, ansiedade, desejo de ser visto como outra pessoa, não aceitação das atuais regras, generosidade, conhecimento ou não da intensidade das suas habilidades e competências. ”Por isso a mulher deve pentear-se convenientemente por causa dos anjos.” São Paulo: 1 Cor 11:10 “Não sejam vossos enfeites o que aparece externamente: penteados vistosos,...” São Pedro: Pd 3-3 “Quero também que as mulheres usem roupas decentes; enfeitem-se com recato e modéstia, sem tranças nos cabelos...” São Paulo: 1 Tm 2 -9 I- Penteado de trança: pode revelar um cliente com desiderato e perseverança de alcançar metas a curto e longo prazo. Seu maior desafio poderá ser a eficácia. II- Penteado curto ou longo com franja reta que cobre a testa: pode revelar um cliente inteligente, porém com espaço reduzido e característica de minimizar as suas efetivas possibilidades. Seu maior desafio poderá ser a ampliação do seu espaço. III- Penteado para trás: pode revelar um cliente que acredita que para aceitar a si mesmo necessita de várias experiências, sejam negativas ou positivas. Seu maior desafio poderá ser o de se relacionar com outras pessoas. IV- Penteado para a direita: pode revelar um cliente sensível e no uso de suas habilidades intelectuais. Seu maior desafio poderá ser o de ouvir o que o outro diz. V- Penteado para a esquerda: pode revelar um cliente racional e no uso das suas habilidades sensoriais. Seu maior desafio poderá ser limitações para realização. VI - Penteado partido no meio: pode revelar um cliente atento e que tem a habilidade de equilibrar o uso da razão e da emoção. “Não ensina a própria natureza que o homem se desonra deixando crescer a cabeleira, ao passo que a mulher se honra deixando-a crescer?” São Paulo: 1 Cor 11-14-15. VII- Penteado liso até o ombro: pode revelar um cliente com metas para sair do rotineiro a fim de experenciar emoções novas. Seu maior desafio poderá ser a ansiedade. VIII- Penteado liso até a escápula: pode revelar um cliente com o desiderato de modificar seu comportamento somente para que seja visto como outra pessoa. Seu maior desafio poderá ser o de ser aceito. IX- Penteado liso até a região lombar: pode revelar um cliente que efetivamente mudou seu modo de ser e que não aceita mais as atuais regras e convenções estabelecidas. Seu maior desafio poderá ser o de efetivar sua nova postura. X- Penteado liso com ponta virada à altura da clavícula: pode revelar um cliente que tem como principal característica a de ser generoso, disponível parta ouvir e ajudar, mas dificilmente é considerado pelos outros. Seu maior desafio poderá ser o de deixar de ser bom prestador de serviços apenas para os outros. XI- Penteado liso com franja aberta: pode revelar um cliente com o desiderato de mudar o seu comportamento, mas para tanto, apenas justifica. Seu maior desafio poderá ser o de iniciar o movimento para a mudança desejada. X-Penteado tipo capacete: pode revelar um cliente que se sente realizado com relações simbióticas. Seu maior desafio poderá ser o de conquistar confiança em si próprio. Os romanos afirmavam que: “Vir pilosus, seu fortis, seu libidinosus” (O homem cabeludo é forte e viril). Hipócrates (460-377 a.C), grego considerado o “pai da medicina‖ assinalou que: “Eunucos não ficam carecas”. É certo que a conexão entre cabelo e virilidade é um mito, porém a associação comum entre o cabelo da cabeça e virilidade masculina foi considerada natural pelo antropólogo britânico Sir Edmund Ronald Leach (1910-1989), que chegou a associar:cabeça/falo, cabelo/sêmen e, logo, corte de cabelo/ castração. Por outro lado, o cabelo da mulher sempre foi de suprema importância como arma sexual; o inglês Robert Burton (1577-1640), no seu livro The Anatomy of Melancholy (A Anatomia da Melancolia) publicado na Inglaterra em 1621, definiu a atração sexual do cabelo da mulher de uma forma sucinta: “Em poucas palavras, os cabelos são redes de Cupido para agarrar todos os que se aproximam, uma floresta densa na qual Cupido faz seu ninho e sob sombra todos os amores se divertem de mil maneiras diferentes”. São Paulo (10 d.C -67 d.C) também reconheceu o forte poder de atração do cabelo do homem e da mulher, ao escrever: “Todo homem que reza ou profetiza de cabeça coberta desonra a sua cabeça. E toda mulher que reza ou profetiza de cabeça descoberta desonra a sua cabeça; é o mesmo de ter a cabeça raspada” 1 Cor 11:4-5; e insistia em que as mulheres permanecessem de cabeça coberta na igreja talvez para não perturbar os devotos do sexo masculino: “Se uma mulher não se cobre, que corte então os cabelos. Mas se é vergonhoso para uma mulher ter o cabelo cortado ou a cabeça raspada, então que se cubra” 1- Cor 11:6 Assim, os penteados e o comprimento do cabelo feminino, nos últimos tempos, podem não ter sido objeto de discussão psicológica como o foi o masculino, mas é inquestionável a sua importância para a própria mulher que ao escolher um penteado, variando ou modificando, demonstra a afirmação definida e enfática sobre a espécie de mulher que revela ser. Texto extraido de: http://www.sinte.com.br/revistaterapiaholistica/holopunturareflexoterapia/holopuntura/251-leitura-dos-cabelos-penteados#ixzz1XHXDWSVW Direitos Autorais: SINTE - SINDICATO DOS TERAPEUTAS PSICOLOGIA CORPORAL: ANÁLISE DO CARÁTER E INTERVENÇÕES CORPORAIS NAS COURAÇAS MUSCULARES Elizabeth R. Maio de Siqueira Wilhelm Reich a partir da compreensão defensiva do caráter desenvolveu uma metodologia técnica para a análise e a diminuição dos aspectos não saudáveis do caráter, ou seja, dos aspectos defensivos. Chamou essa metodologia de Análise do Caráter. Ela consiste basicamente em: perceber a forma de comportamento do analisando, conscientizá-lo dos aspectos defensivos que mais lhe causam sofrimento. Essa conscientização se dá em seus níveis básicos: o aspecto psíquico afetivo comportamental relacional, a contrapartida orgânica muscular, ou seja, a correspondência da contração muscular e o estrangulamento energético-sexual. Propõe uma intervenção corporal, com a utilização de diferentes técnicas psicorporais como recursos para a liberação da energia psíquica das couraças caracteriológicas. Através da Análise do Caráter (esquizóide, oral, psicopata, masoquista e rígido/histérico e fálico-narcisista) e do trabalho sobre as Couraças Musculares, visa à liberação de emoções reprimidas, de modo a resgatar o movimento expressivo. A couraça muscular tem uma disposição segmentada em sete anéis (ocular, oral, cervical, torácica, diafragmática, abdominal e pélvica)perpendiculares à coluna. O trabalho para a diluição das couraças é feito de cima para baixo, sentido céfalo-caudal, acompanhando o deslocamento energético que é efetuado ao longo do desenvolvimento maturacional do ser humano. Os segmentos da couraça compreendem todos os grupos de órgãos e músculos em recíproco contato funcional que podem induzir-se mutuamente ao participarem de um movimento expressivo. A diluição do encouraçamento põe em liberdade estes movimentos e as correntes plasmáticas internas. A tarefa terapêutica constitui-se em dissolver as couraças, restabelecer a mobilidade pulsional, extinguir as atitudes retentivas, possibilitando a entrega por completo às sensações orgânicas e às pulsações involuntárias. A finalidade da terapia não deve ser acabar com os padrões defensivos, fixados pela couraça caracterológica. Ficar sem defesas seria reduzir as chances de sobrevivência . O objetivo é poder usar suas defesas a seu favor, como, quando e onde precisar, como proteção e não mais como defesa. A massagem é efetuada tendo como instrumento acessório, para, através do contato com a pele, estimular todo o sistema da pessoa (a digestão, a respiração, a circulação). Assim, busca-se alcançar um estado de profundo bem-estar e prazer, de sentir-se vivo. Este estado desarma a necessidade da defesa neurótica, desmanchando a couraça. Deveria ser um estado alcançável normalmente através do descanso e do sono, mas o acúmulo de tensões formando as couraças torna mais complexa esta atividade auto-regeneradora que passa a necessitar de um impulso desbloqueador.  1. O CIÚME: UMA ABORDAGEM BIOENERGÉTICAJosé Gilson Farias CavalcantiA TEMÁTICAA temática do ciúme tem estado presente, com alguma freqüência, na minhaatividade clínica, ora na queixa inicial, ora durante o processo terapêutico. Écurioso observar que, embora o tema esteja mais ligado às relações amorosas,apresenta-se, também, relacionado a irmãos, aos pais e a objetos preferidos. Aforma de lidar com o ciúme, em seus diversos graus, parece guardar relaçãocom o caráter. Neste estudo, o ciúme será tratado no contexto da relaçãoamorosa entre duas pessoas que assumem um compromisso de estaremjuntas.O ciúme permeia as relações humanas e, mais precisamente, as relaçõesamorosas. É nesse campo que o sofrimento parece ser maior. Outro fatointeressante prende-se a uma certa”universalidade” desse sentimento nacultura do homem “civilizado”. Perpassa o tempo e a geografia. Na história dohomem esse assunto o acompanha, independentemente do lugar onde tenhahabitado. O tema é por demais instigante por essa „universalidade” e porque aspaixões humanas são sempre atualíssimas. Sente-se ciúmes e fala-se deciúmes com muito mais freqüência do que supomos. Isso pode ser percebidoclaramente ou inferido nas entrelinhas de conversas íntimas, nas “rodas” debate-papo e em outras situações. As teorias populares sobre o assunto sãovastas. Vão da indicação de amor até a insanidade. Por ter uma gradação deintensidade, o ciúme tem uma escala de conseqüências nas relações: dorompimento ao fortalecimento das relações. Pode ser justificado por dados darealidade, mas pode ser fruto da imaginação, podendo fazer parte de umquadro de paranóia. 1  2. O ciúme também traz no seu bojo temas transversais como inveja, raiva,fidelidade, amor. Daí a riqueza e a complexidade desse tema tão antigo, tãoatual e interessante para a atividade clínica. Esses temas são pontas deicebergs que precisam de uma investigação no inconsciente para acompreensão de como foi formado no indivíduo, as possíveis repressões a eleligados, bem como toda a cadeia formada pelos intrincados eventos de umavida humana .Para aprofundar a discussão sobre o ciúme e complementar as consideraçõesteóricas elaboradas, realizamos uma pesquisa de campoA investigação procurou dar um foco na relação do ciúme com a classificaçãocaracterológica da Bioenergética. Assim, pretendeu-se descobrir se existe umarelação mais estreita entre a adoção de comportamentos indicativos de ciúme eo caráter oral. Para tanto, a pesquisa abrangeu os 5 (cinco) tipos de caráter daBioenergética: esquizóide, oral, psicopata, masoquista e rígido. A partir dasrespostas obtidas, pode-se verificar como as pessoas se comportam quandosentem ciúmes e estabelecer uma correlação maior entre o caráter oral e ociúme.Na verdade, muito se tem escrito sobre o ciúme, enfocando vários ângulos.Este trabalho acrescenta, tão somente, uma abordagem bioenergética ao temauma vez que o ciúme revela um comportamento específico, constituindo umadefesa de caráter, na linguagem bioenergética. 2  3. VISÃO CONCEITUALEnquanto sentimento, trata-se de um processo que envolve inicialmente ossentidos (sensação corporal) e, num momento posterior, a elaboração mentaldas sensações sentidas. O sentimento está sempre ligado a uma disposiçãoafetiva em relação a objetos (coisas, seres). Sentir é sofrer a ação de algointerno ou externo à pessoa que sente. O sentimento é uma reação psicofísicaa um estímulo interno ou externo à pessoa, podendo ser agradável,desconfortável ou até mesmo aflitivo. Os sentimentos têm intensidadesdiferentes. O medo que se sente, por exemplo, pode ser maior numa pessoado que numa outra. E até na mesma pessoa a intensidade tem variação deacordo com o contexto. O prazer sentido pode ser maior numa ocasião emenor noutra.O ciúme é um sentimento que pode ser extremamente desconfortável porqueestará sempre ligado à possibilidade maior ou menor de perda do que se amae que se pretendia exclusividade de posse. Assim, a perda que se prenunciano ciúme não significa necessariamente deixar de ter o objeto, mas a formacomo pensava tê-lo, ou seja, exclusivista.O ciúme nunca está sozinho como sentimento. Na verdade, desencadeia umasérie de outros sentimentos intrinsecamente ligados a ele. O medo, aansiedade, a angústia, a raiva e a tristeza fazem parte da “cadeia do ciúme”. Éo conjunto desses sentimentos que desencadeará a aflição e o sofrimento,próprios do ciúme. O medo é o medo da perda, da traição, da competição, dorival e de si mesmo.O medo da perda é porque deixará a pessoa sem a propriedade do ser amado.O ciúme, quando surge de forma intensa, evoca, para quem o sente, o pactosilencioso de que “eu sou seu(sua) e você é meu (minha)”, vigente enquanto 3  4. durar o relacionamento amoroso. A possibilidade de quebra desse pactorepresenta uma perda muita sentida do que se imaginou possuir,desencadeando um aviltamento ao seu direito. Ter o outro passa a ser umdireito.O medo da traição provocará a desconfiança. Os estados de prontidão e devigilância são acionados; a desconfiança surge ao menor sinal (demonstraçãode afeto por outra pessoa).O medo do(a) rival existe porque a pessoa amada busca num terceiro algo quenão encontra na pessoa. O que tem essa pessoa que movimenta o(a) seu(sua)amado(a) noutra direção que não para si? Eu nunca sou bom(boa) o bastantepara que se volte somente para mim. O registro é o de que não foi bom(boa) osuficiente para ter somente para si a pessoa amada. Isso evocará a sua baixaauto-estima construída nas suas relações primárias, quando suasnecessidades de apoio, segurança e de proteção não foram atendidas namedida que precisava.O meda da competição é porque terá que enfrentar um outro, podendo ganharou perder (e a perda já está inscrita, por ocasião da vivência do Édipo); e omedo de si mesmo porque terá que se confrontar consigo mesmo (autopercepção mais profunda e, quem sabe, verdadeira)Esses medos provocados pelo ciúme desencadearão outros sentimentos ( aansiedade, a angústia, a raiva) ameaçando não só a estrutura da relação,como também a estrutura psíquica e, às vezes, a estrutura física das pessoasenvolvidas.Como qualquer sentimento, é natural o surgimento do ciúme, como são ainveja, o luto, a raiva, a saudade, a alegria etc. O importante será considerarsua origem, intensidade, duração, forma de sentir e reagir, a importância queassume no cotidiano da pessoa e como interfere na vida de quem convive comela . 4  5. O ciúme, numa gradação, vai de zelo pela relação amorosa até a insanidade.De todo modo, o ciúme tem sempre algo de cruel para quem o sente e a quemele é direcionado.Parece ser comum que o ciúme apareça na vida da pessoa como aparecemoutras características suas como criatividade, inteligência, saudade, tristeza.Há, porém, pessoas nas quais o ciúme assoma como algo monstruoso,perturbando totalmente a vida das pessoas envolvidas: quem sente ciúme e oparceiro a quem se destina o ciúme.Para quem o sente, o ciúme traz consigo uma série de sentimentos negativos etorturantes, como o medo da perda de alguém, a inveja da maior liberdade eautodeterminação que se imagina o parceiro ter, a inferioridade perante o rival,o qual se costuma minimizar com adjetivos pouco elogiosos, mas queinconscientemente se imagina supervalorizado, as dúvidas sobre si mesmo, ossentimentos de impotência, dependência, baixa autoestima, depressão,desespero. A quem é dirigido, o clima permanente de suspeita, os infindáveisinterrogatórios, as desconfianças contínuas , tornam sua vida um inferno.Sheakespeare, em Otelo, narra o que pode acontecer com o ciúme patológico:Otelo mata Desdêmona por ciúme, a partir das intrigas de Iago. De qualquerforma, o ciúme é marcado pela dor cuja intensidade guarda relação com aestrutura da personalidade.Assim, o ciúme também elicia o zelo, a incerteza, a insegurança, a humilhação,o abandono, a inveja que já estão inscritos na pessoa, tendo em vista suahistória de vida . 5  6. ABORDAGEM PSICANALÍTICA FREUDIANANo texto “Alguns Mecanismos Neuróticos no Ciúme, na Paranóia e noHomossexualismo”, Freud coloca que é normal a pessoa sentir ciúmes. Diz eleque se alguém diz não senti-lo é porque sofreu severa repressão e, porconseqüência, o ciúme tem um papel ainda maior na vida inconsciente dapessoa.Para Freud existem três graus de ciúme:a) Competitivo ou NormalCompõe-se do pesar, do sofrimento causado pelo pensamento de perder oobjeto amado e da ferida narcísica. Provoca sentimentos de inimizade e dehostilidade contra o rival “bem sucedido” e, a depender da quantidade deautocrítica, responsabilizando-se pela possibilidade de perda.Esse ciúme tem sua origem, segundo Freud, na vivência do Édipo ou narelação com os irmãos.O ciúme pode ser experimentado bissexualmente. Nesse caso, por exemplo, ohomem tem ciúmes da mulher que ama e sofre por isso, mas também sofreráporque ama inconscientemente esse homem, sentindo ódio da mulher rival.b) O Ciúme ProjetadoDeriva da própria infidelidade concreta na vida real ou de impulsos nessesentido que foram reprimidos. No primeiro caso, como defesa, a pessoaprojeta a infidelidade para a outra. Isso se tornará mais lógico na medida emque a outra pessoa dá margem a tal fato. No segundo caso, a negação doimpulso da infidelidade é tão forte que encontra escoamento na projeção àoutra pessoa. 6  7. Uma pessoa ciumenta não apresenta tolerância para uma gentileza e atémesmo um flerte, desconhecendo que isso pode ser uma salvaguarda contra ainfidelidade real. Não acredita existirem interrupção e retorno ao objeto amadoc) O Ciúme DeliranteTem sua origem em impulsos reprimidos no sentido da infidelidade, mas oobjeto, nesses casos é do mesmo sexo do sujeito. O ciúme delirante torna suaposição entre as formas clássicas da paranóia.Como tentativa de defesa contra um forte impulso homossexual indevido, elepode, no homem, ser descrito pela fórmula: Eu não o amo; é ela que o ama. Apartir daí, aparecem os delírios que configuram o quadro da paranóia.Na verdade projetam exteriormente para os outros o que não desejamreconhecer em si próprios. No caso do ciumento paranóico a projeçãorepresenta uma defesa contra o seu homossexualismo.Para Freud existem dois momentos formadores de pessoas ciumentas: operíodo pré-edípico e o edípico.Na fase oral do desenvolvimento psicossexual da criança, o prazer está nosugar o peito que é estendido para outros objetos. Nessa fase, desenvolve-se ochamado complexo materno caracterizado por um apego excessivo à mãe,podendo gerar o ciúme dos irmãos, do pai e de quem a mãe goste ou serelacione. O ciúme assim provocado pode ser excessivamente hostil eagressivo para com os irmãos, podendo provocar desejos reais de morte deles. 7  8. Na vivência do período edípico, o menino se volta para a mãe de modo afetivo-sexual. O mesmo se dá com a menina com relação ao pai. Nesse período écomum que o objeto amado seja só seu e qualquer possibilidade de ameaça deperdê-lo gera ciúmes e reações hostis contra rivais, principalmente o genitor domesmo sexo. A depender da forma como esse período é atravessado pelacriança a inscrição do ciúme será mais ou menos intenso. A saída do período,caracterizado pela identificação com o pai do mesmo sexo, como forma deobter o seu objeto, faz com que haja uma renúncia a esse objeto e a busca deoutro semelhante, do ponto de vista sexual. Mas a situação edipiana nemsempre é vivida sem atribulações e a saída do período pode não se dar dessejeito. O aprisionamento à essa situação contribuirá para uma fixaçãocarregada, entre outros aspectos, do ciúme do objeto amado. 8  9. ABORDAGEM BIOENERGÉTICA DO CIÚMEInicialmente, vamos verificar, no geral, o que faz com que uma pessoa serelacione amorosamente com outra. Há algo nesse outro que atrai, que faz comque se queira estar junto. Esse estar junto irá envolver o compartilhamento desuas vidas. Portanto, o outro atende desejos que ora são conhecidas oradesconhecidas pelos envolvidos na relação. Das necessidades conhecidaspode-se localizá-las e enumerá-las: companheirismo, sexo, status, afeto,dinheiro etc. Das necessidades desconhecidas não se pode falar porque nãose tem acesso a elas. Elas não são conscientes. Mas a não consciência delasnão implica na sua inexistência. A motivação humana é,basicamente,inconsciente. Assim, há, também, um quantum de energia advinda dasinstâncias inconscientes que me levam ao outro; despertam a necessidade desua presença. Algo se passa que aciona os desejos, a busca de satisfação denecessidades.Somos incompletos por natureza. Nascer é contatar com a falta. É sentir queprecisamos do mundo e das pessoas. Viver representa, em um nível, buscarpreencher as faltas que vão surgindo ao longo da vida. Novamente, vamos nosdeparar com faltas que nos são conhecidas e com outras inconscientes queaparecem sob a forma de angústia, de ansiedade, de medo, de depressão oude pânico, difíceis de serem lidadas.Perceber-se incompleto e “faltoso” nos faz sofrer. Parece haver uma inscriçãono humano da completude, da potência, da inteireza (será a centelha divinaque habita em nós; o “todo” que habita as partes”? ou a vida intra-uterina?)porque somente conhecemos um lado quando sabemos do seu oposto. Eu seique existe a alegria porque conheço a tristeza. Assim, parece que o que“perdemos” ao nascer nos arremessa a buscar o que foi perdido parapreencher essa falta primeira. Mas, o que foi perdido? Aí, poderemos noslançar a uma série de hipóteses ou de possibilidades. Sem podermos ter a 9  10. precisão, dizemos que perdemos a sensação de estarmos completos, de umestado de graça. Viveremos, no entanto, com a sensação dessa falta. A essaprimeira falta poderão juntar-se outras ao longo da vida e o “buraco” interior vaise aprofundando.Sabemos que a rejeição que um ser pode sofrer ainda no útero ou o abandonopós-natal ou a desconexão entre o bebê e a mãe ou, ainda, a frieza noscuidados dos primeiros anos inscrevem na pessoa (nas dimensões bio-psicosócio-espiritual) faltas. A depender da história de cada um (estamos falandodas marcas da própria espécie e da dinâmica familiar diferencial) as faltasserão mais ou menos profundas. E, aqui, passamos a mergulhar um poucomais na etiologia da formação do caráter oral. A formação desse caráter se dáno primeiro ano de vida quando a necessidade da criança de ter a mãe compresença calorosa não é satisfeita por morte, doença ou ausência determinadapela necessidade de trabalhar. A criança vive sucessivas experiências deprivação que inscrevem na sua mente e no seu corpo o abandono. Cansa dechorar ou de utilizar outra linguagem para expressar sua necessidade denutrição, de amor, de contato. Essa falta vai acompanhando o crescimento eregistrando um débito desse seu primeiro grande objeto de amor: a mãe. Cadafalta provoca uma necessidade que impulsiona a pessoa à vida procurandosatisfazê-la. Esse movimento de busca exige o dispêndio de energia. Assim, afalta “rouba” uma energia que estava harmonizada com o todo, deixando“buracos” que pedem preenchimento para o restabelecimento do equilíbrio, dahomeostase.O percurso que a pessoa usa para o restabelecimento da homeostase, para opreenchimento desses claros e que vão estar inscritos, como já dissemos, nocorpo, na mente e no espírito, é complexo. Os caminhos se transformam emverdadeiros labirintos cuja saída final desejada é o bem-estar, é o sentimentode pertencer ao universo, é a aceitação das faltas e da impotência, é o deixar avida fluir mais espontaneamente, é a predominância da graça, da beleza e daharmonia. 10  11. Como muitas dessas faltas nos fazem sofrer porque são dolorosas, utilizamosmecanismos para suportá-las e seguirmos em frente nas nossas vidas. Oprincipal deles é a repressão. Outro mecanismo também comum é a negaçãoda falta, adotando-se uma postura de não reconhecê-las, ou seja “eu nãopreciso do outro”. O outro é quem me deve (a noção de que o mundo lhe deveirá acompanhá-lo pela vida) Como para o inconsciente só existe o sim aenergia represada pelo não reconhecimento da falta exige escoamento. Anegociação necessária será intermediada pelo ego já desenvolvido. Essanegociação implicará a utilização de mecanismos (defesas) para a vazão doinconsciente. Portanto a manifestação do inconsciente é, para a pessoa,incompreensível e sem muito nexo.As buscas de preenchimento dessas faltas são encetadas por movimentosinteriores mas a pessoa não sabe que essas faltas jamais serão preenchidaspelos verdadeiros objetivos perdidos. A pessoa não é mais um bebê. Ela nãopode fazer o tempo voltar O que está presente é a agonia pela perda e anecessidade de preenchê-la. Sem saber da impossibilidade do resgate doperdido a pessoa busca algo que, de alguma forma, se “pareça” ou “lembre” outenha alguma ligação com o verdadeiro objeto. E isso irá acontecer maisfortemente quando está amando uma outra pessoa. Por isso dizemos que asrelações de um modo geral, e as amorosas em particular, são carregadas detransferência. Há algo naquele outro que me faz sentir, pensar e, às vezes, tercerteza de que vai preencher o meu vazio, vai ser o resgate do perdido, enfim,encontrei o que estava me faltando.Mas, é uma ilusão acreditar que o outro possui o algo que me falta. O objetoperdido jamais será recuperado. Não se pode modificar a história passada. Aspaixões são tanto maiores quanto maiores são as faltas. A intensidade da forçada ilusão de completude é a mesma da desilusão posterior, acrescida dosentimento de fracasso, quando a paixão acaba.Se eu perdi algo que deixou uma lacuna tão significativa em mim, que me fezsofrer tanto, ao encontrar um outro em quem acredito me preencherá o vazio,não quero perder de novo esse objeto. Se eu sinto que encontrei no outro “a 11  12. razão do meu viver”, ficarei feliz e farei tudo para não perdê-lo porque aexperiência de exilado da completude está bem inscrita no meu ser. O quefaço? Tomo posse e me aproprio desse objeto. É meu e de ninguém mais.Uma vez apreendido por mim, eu vou querer que esse outro seja como euquero (como eu idealizei). A posse, a propriedade sobre o outro tem de sercomo eu quero (porque eu preciso assim). Qualquer movimento do outro forado meu desejo é percebido como ameaça. Se o outro exerce sua liberdade debuscar o seu bem-estar com outros objetos (situações ou pessoas) eu sintociúmes. Não sou o único como eu pensava ser ou como eu queria ser paraesse outro. A necessidade de exclusividade é sinal de uma falta profunda(grande vazio, energia nefasta). O ciúme é, então, um sinal de alerta, deameaça de perda desse objeto possuído, dessa “mãe” encontrada. Apossibilidade de perdê-lo ou ter de compartilhá-lo remete a pessoa à estacazero na sua busca. É como aqueles joguinhos em que você está já ganhandoe, de repente, tem de voltar e recomeçar tudo de novo. Só que é pior porquejogo é jogo e vida é vida. Além disso, existe a questão: o que o outro estáprocurando num terceiro que eu não tenho (quanto onipotência a nossa!)?Como se pudéssemos completar totalmente o outro! Como se o mundo dooutro fôssemos nós porque reduzimos o nosso mundo ao outro. Quantosacrifício! E por isso, exigimos o mesmo sacrifício (redução do mundo, da vida)do outro.Quanto mais o oral exige exclusividade mais torpedeia a liberdade do outro emais o afasta de si, sem o saber, e mais o outro se afasta dele. Encerradosnuma relação baseada em suas faltas, fecha-se ao desenvolvimento de suapotencialidade de amar. Desenvolve um autopoliciamento de si mesmo e umpatrulhamento do outro. Essa relação vai empobrecendo e apodrecendo. Oresultado ou é a acomodação neurótica (não é feliz com o outro, mas sem ooutro também não o será e não ficará sozinho na infelicidade) ou a relação sedesfaz (chega um momento em que um ou os dois não agüentam) ou seinstalam a mentira, a omissão, o medo, o perigo, os escapes entre as partes. Etudo começou com a ilusão de que o outro preencheria as suas faltas. 12  13. É certamente infantil acreditar e querer que o outro só tenha olhos para si.Essa ilusão tem assento, novamente, no absoluto que foi a vida intra-uterina,no narcisismo primário. A impossibilidade de se manter nesse estágio vem como nascimento, tornando-se a primeira castração. A outra grande e importantecastração vem com a descoberta de que o desejo da mãe se movimenta emdireção a outra pessoa (pai ou substituto). Mas, a situação extrema dacastração será representada pelo abandono e pelo desamor da mãe, paraquem o filho passa a representar a evidência de sua própria castração.Portanto, a ilusão de que o outro só quer a mim é o desejo de restauração donarcisismo primário. Ou seja, encontrar na pessoa amada a total completudecujos desejos são os meus desejos, sendo igual a mim e que veio para mesalvar da falta.Energeticamente, a pessoa com predominância da oralidade apresenta baixacarga (não foi suficientemente energizada de amor). Desenraizada, a energiade sustentação do corpo (pernas) e que permite a locomoção é pouca. Arespiração (fonte de obtenção de energia) é superficial devido ao fraco impulsode sugar na infância. A agressividade para a manutenção de seus processosvitais é reduzida. Cansa-se rapidamente quando engajado numa atividadecontínua. Alterna períodos de elação e de depressão. Elação quando sente queencontrou numa pessoa a “mãe” com seus significados (amor, proteção,incentivo, confiança); depressão quando se sente abandonado (mais uma vez).A libertação pessoal requer confrontos com o individual e com a cultura. Háuma relação delicada entre a pessoa e o social. Uma é matéria-prima e produtoda outra parte pela influência mútua que exercem. A transformação pessoaladvirá de um investimento em si próprio para si próprio. Esse empreendimentopoderá ser feito sozinho ou com a ajuda de um outro (o outro sempre estápresente)!A vida será um fardo mais leve até que a gente retorne para o estado decompletude (graça) de onde possivelmente viemos. Sabendo “a dor e a delíciade ser o que é”(1) descansaremos quando, num outro instante (que difícil,não?) “repousarmos no Absoluto” (2). 13  14. A PESQUISAPara aprofundar a discussão sobre o ciúme e complementar as consideraçõesteóricas elaboradas, realizamos uma pesquisa de campo, focando aclassificação caracterológica da Bioenergética. Assim, pretendeu-se descobrirse existe de uma relação mais estreita entre a adoção de comportamentosindicativos de ciúme e o caráter oral. Para tanto, a pesquisa abrangeu os 5(cinco) tipos de caráter da Bioenergética: esquizóide, oral, psicopata,masoquista e rígido (histérica e fálico narcisista).A Pesquisa teve como objetivo averiguar a seguinte hipótese:A intensidade do sofrimento causado pelo ciúme é maior nas pessoas compredominância da oralidade do que nas dos demais tipos de caráter, naclassificação da Bioenergética.A pesquisa foi feita por meio de questionários que foram respondidos porpessoas acima de 20 anos de idade e que se encontravam, naquele momento,em processo terapêutico da Análise Bioenergética.O questionário, de perguntas objetivas, foi elaborado contendocomportamentos indicativos de ciúme e duas perguntas abertas, ao final, ondese pretendeu conhecer as reações da pessoa quando ela sente e sabe queestá com ciúmes. 14  15. A amostra da investigação foi formada por clientes de Analistas Bioenergéticosque se dispuseram a participar da pesquisa. Foram aplicados 25 questionáriosassim, distribuídos:5 – oral5 – esquizóide5 – psicopático5 – masoquista5 – histérica5 – fálico narcisistaOs terapeutas escolheram clientes que se dispuseram a participar dolevantamento, de forma anônima. 15  16. DADOS OBTIDOSApós o tratamento dos dados, classificamos o grau de ciúme conforme o totalde pontos obtidos por cada participante, resultando na tabela que segue.Tabela 3 – Classificação do Grau de Ciúme, segundo o Caráter CLASSIFICAÇÃO CARÁTER POUCO CIUMENTO MUITO TOTAL CIUMENTO CIUMENTOESQUIZÓIDE 2 3 - 5ORAL - 5 5MASOQUISTA 3 - 2 5PSICOPÁTICO 1 1 2HISTÉRICO 4 1 - 5FÁLICO 1 4 - -NARCISISTAA computação das respostas, traduzida nesta Tabela, permite concluir que osorais apresentam um maior número de comportamentos indicativos de ciúme e,portanto, são mais ciumentos e sofrem muito mais com o ciúme do que aspessoas dos outros caráteres.As respostas à pergunta aberta (Qual(is) sua(s) reação(ões) quando senteciúmes?) foram apuradas por caráter. Assim, as reações computadas dizemrespeito à forma de reagir das pessoas com o mesmo caráter. Uma análisequalitativa dessas respostas foi feita para a verificação de relação com ahipótese do trabalho . 16  17. A listagem está por ordem de freqüência ( da maior a menor freqüência) eforam as seguintes:Esquizóide Fica introspectivo(a) Fica calada Sente afastamento Fica de mau humor Disfarça Sente raiva Chora, mas não na frente da pessoas Conversa depois com o(a) parceiro(a) Pára e reflete Exterioriza o ciúmeMasoquista Vontade de gritar, brigar, mas não faz nada Medo Raiva Insegurança Calado(a) Briga Perda do controle Fica silencioso(a)Psicopático Incômodo Reflexivo Auto cobrança de uma postura mais aberta inseguro 17  18. Histérica Brava Briga Fica alguns dias sem falar Magoada Torna-se mais interessante que a rival Disfarça Medo Conversa expressando para o parceiro o ciúme Emburrada Mãos frias, taquicardia ÓdioFálico Narcisista Fica sério Irritadiço Procura ter certeza se houve ou não traição Não admite ser traídoOral Tristeza Angústia Aperto no peito Falta de ar Vontade de morrer Depressão Retraimento Insegurança Sensação de perda Abandono Solidão Raiva Descontrole Cobra, briga Fúria 18  19. A conclusão é a de que a nossa hipótese foi confirmada, dentro do universopesquisado e da metodologia adotada. De qualquer forma, julgamos que apesquisa precisa ser aprofundada, em termos de um universo maior departicipantes.É curioso observar que as reações explicitadas pelas pessoas pesquisadas sãopróprias do padrão de resposta dos tipos de caráter, na teoria daBioenergética. E essas reações guardam relação com a etiologia doscaráteres. O ciúme elicia situações passadas, vividas na infância, nos períodospré-edípicos e edípicos. Os sentimentos evocados são aqueles que foramreprimidos e as reações constituem o padrão de resposta construído parafazer frente a eles e, portanto, para a sobrevivência da criança.Para uma melhor compreensão faremos uma análise de cada caráterpesquisado, associando as reações expressas pelas pessoas aos traços decaráter.O esquizóide tem reações que lhes são próprias como o afastamento, o voltar-se para si, o disfarce e a raiva contida. A possibilidade da perda do vínculo, tãodifícil para o esquizóide, o remete ao medo de morrer; à rejeição que sofreudesde quando estava no útero da mãe.O psicopático reage sentindo-se incomodado. O que pode estar subentendidonesse incômodo? A possibilidade de perda do objeto pode significar, muitoprovavelmente, o medo de perder o poder sobre o outro, a conquista realizada;um golpe na sua tirania ou sedução.O masoquista reage sofrendo com a situação. Tem vontade de gritar, brigar,afirmarse, mas não faz nada ou faz muito pouco para expressar o seudesagrado, a sua raiva. Como disseram, ficam calados(as), silenciosos(as),submetendo-se à situação. A possibilidade de se ver trocado significa umaratificação da humilhação já sofrida antes, por alguém que gostava muito (a 19  20. mãe). Assim, o ciúme no masoquista, suscita a sua baixa auto-estima e, muitasvezes, o sentimento de culpa por ter feito algo errado para o outro.A Histérica reage ficando brava, brigando, explodindo ou disfarçando,procurando enfrentar a rival, tornando-se mais interessante que ela (mãe). Ociúme pode ser prenúncio de traição, já vivido na fase edípica. Apresentasomatizações que variam em função das vulnerabilidades físicas de cada uma.O FálicoNarcisista diz ficar sério, irritadiço, procurando ter certeza da traição.Traição é seu núcleo traumático. Como se sentiu traído pela mãe que não oreconheceu como homem, a possibilidade de repetição dessa experiência navida adulta remete-o à experiência vivida anteriormente. Não confiar, não abriro coração é o seu lema para não sofrer. O ciúme intensifica o sinal de alerta, adesconfiança, de uma possível rejeição. É a prontidão para uma possível feridano amor-próprio. É perda do controle da situação.As reações citadas pelos participantes do tipo Oral são perfeitamentecondizentes com o caráter. A tristeza, a depressão, a sensação de perda, deabandono, o aperto no peito, a falta de ar, a solidão e a raiva são reaçõestípicas do caráter oral, na teoria da Bioenergética. Reporta o Oral às situaçõesde abandono a que foi submetido no primeiro ano de vida. O que era para ser oseu “tudo” deixa de atender às suas necessidades de aceitação, afeto, amor,toque. A perspectiva de perder o(a) parceiro(a) faz reviver a perda da figuramaterna amável. 20  21. Comentários relativos às respostas ao questionário:Mandar seguir o(a) parceiro(a) ou seguir você mesma(o) e contratar detetivepara fazê-lo obteve o grau mínimo) de todos os caráteres. Isso pode significarum ciumento mais doentio, não se enquadrando no quadro das neuroses que éo caso dos caráteres;Não gostar que o(a) parceiro(a) vá dançar com outra(o) foi apontado pelo graumáximo dos caráteres oral, psicopático, masoquista e fáliconarcisista..Provavelmente, um contato mais próximo como é o caso de dançar provoqueciúme em todos os caráteres;Os orais responderam no grau máximo a 17 perguntas de um total de 25,significando, muito provavelmente o quanto são ciumentos;A pesquisa revela um fálico-narcisista ciumento que controla o sentimento,expressando-o sem a intensidade vivida. Parece ser muito difícil para eleadmitir que a(o) parceira(o) possa deixar de gostar dele, de admirá-lo, decontinuar a ser sua conquista. A expressão na intensidade vivida representariaadmitir uma vulnerabilidade, a castração, coisa difícil para um fáliconarcisista.Em apenas duas perguntas os orais apresentaram um grau menor que outrotipo de caráter: Ouvir telefonemas e preferir não ter uma vida social maisintensa para evitar que o(a) parceiro(a) tenha contatos com outras pessoas. Oprimeiro caso aparece como uma surpresa visto que revelaram abrircorrespondências, examinar bolsos, carteiras, roupas, celular, extratos decartão de crédito, etc. Talvez ouvir telefonema os coloquem mais em risco deserem flagrados do que fazer as outras verificações. Quanto ao segundo caso,evitar uma vida social mais intensa represente a possibilidade de dividir aatenção, o afeto com outras pessoas que, provavelmente, estarãorepresentando os irmãos. 21  22. CONCLUSÕESO presente estudo teve como objetivo abordar o tema ciúme, focando-o nasrelações amorosas entre duas pessoas que decidiram assumir umcompromisso de estarem juntas, estabelecendo uma relação entre o caráter,na teoria de Alexander Lowen, e o grau de ciúme sentido, através daexpressão de comportamentos indicativos de ciúme.O ciúme, enquanto um sentimento de ameaça de perda do objeto amado, énatural do ser humano. A intensidade do sentimento é que vai variar de pessoaa pessoa e guarda relação com o caráter de cada uma.O ciúme desencadeia outros sentimentos que a ele estão ligados como medo,ansiedade, angústia, raiva, tristeza, inveja, insegurança, entre outros. Isto querdizer que o ciúme nunca surge sozinho. Associado a ele assomam outros queirão constituir a “cadeia de reação” da pessoa com ciúme. As reações podemser classificadas em neuróticas (em se tratando de caráter) e psicóticas(quando a pessoa possui uma estrutura psicótica desenvolvida, como é o casoda paranóia). O ciúme pode significar um zelo pelo objeto amado até umademonstração de insanidade, a depender, é claro, do grau do sentimento e dareação provocada por ele.Do ponto de vista teórico, embasamos a hipótese (os orais são maisciumentos) na etiologia do caráter oral, onde o abandono da mãe sentido pelobebê, provocará uma falta de amor, de carinho, de toque, de aceitação que oacompanhará durante sua vida adulta. Essa falta inscrita irá provocarcomportamentos de busca de preencher o vazio deixado por essa mãe. Oencontro com uma pessoa por quem sente amor desencadeará uma ilusão deencontro com um objeto que preencherá o grande vazio que o acompanha.Assumirá uma atitude de posse exclusiva e qualquer possibilidade de essaoutra pessoa relacionar- se com terceiros poderá ser sentida como umaameaça à “estabilidade” conseguida. Surgirá, então o ciúme num grau elevado,adotando comportamentos indicativos de ciúme. 22  23. Para testar essa hipótese, procedemos a uma pesquisa de campo, ondepudemos investigar que comportamentos são adotados, na média dassituações, por pessoas de caráteres diferentes na teoria da Bioenergética.Estabelecemos uma comparação das reações explicitadas pelos participantesda pesquisa e concluímos, tendo em vista a metodologia adotada, que,realmente, os orais apresentam um maior número de comportamentosindicativos de ciúme e, portanto, são mais ciumentos e sofrem muito mais como ciúme do que as pessoas dos outros caráteres. 23  24. 7. BIBLIOGRAFIAFREUD, Sigmund.Alguns mecanismos Neuróticos no Ciúme, na Paranóia eno Homossexualismo. Traduzido por Jayme Salomão. Standard Brasileira eImago: Rio de Janeiro. 1980.LOWEN, Alexander. Bioenergética. Traduzido por Maria Silvia mourão Netto.Summus: São Paulo. 1982.LOWEN, Alexander. O Corpo em Terapia: a abordagem bioenergética.Traduzido por Maria Silvia Mourão Netto. Summus: São Paulo. 1977.REICH, Wilheim. Análise do Caráter. Traduzido por M. Lizette Branco eMaria Manuela Pecegueiro. Martins Fontes: São Paulo. 1980.ELSWORTH, F. Baker. O Labirinto Humano – Causas do Bloqueio daEnergia Sexual. Traduzido por Maria Silvia Mourão Netto. Summus: SãoPaulo. 1980.BUSS, David M. A Paixão Perigosa. Traduzido por Myriam Campelo.Objetiva: Rio de Janeiro. 2000.SHAKESPEARE, William. Otelo. Traduzido por Beatriz Viegas Faria.  A INFLUÊNCIA DOS TRAÇOS DE CARÁTER NA INFIDELIDADE Eloá Andreassa Hugo César Gaete Verdugo       RESUMO A infidelidade é um dos motivos de maior desgaste nos relacionamentos de casal, causando danos muitas vezes irreversíveis. Na atualidade existe maior liberdade pois ninguém mais é obrigado a permanecer numa relação em que não é feliz. Portanto, hoje fidelidade é uma opção e não mais uma imposição. Assim, revisarmos as origens da infidelidade analisando as estruturas de caráter pode ser um auxílio importante para ajudar os casais a tomar o caminho do compromisso, da lealdade e a redescoberta da confiança e da intimidade. Os traços de caráter nos dão algumas chaves importantes para este autoconhecimento e descoberta. Palavras-chave: infidelidade, traços de caráter, compromisso. A fidelidade é um dos valores de maior importância em todos os tipos de relacionamento. Fidelidade é uma garantia de compromisso, estabilidade, exclusividade, lealdade que nos proporciona a conexão com o outro. Em termos pré-estabelecidos de acordo às culturas, a códigos morais e éticos, que diferenciam em parte os povos, mas que no fundo equaliza e define um tipo de harmonia, um tipo de pertencimento. Em alguns países do oriente por lei o homem pode ter várias esposas, o que descaracteriza infidelidade pelo lado masculino, mas suas esposas devem ser fiéis sob pena de pagar com a vida. Na cultura ocidental aspectos sociais, morais, religiosos determinam que o casamento é um compromisso de exclusividade, colocando a fidelidade como requisito primordial. Hoje a fidelidade até faz parte dos conceitos econômicos, mercadológicos, por exemplo,      fidelizando uma clientela a marcas que dão status. Então, estamos sendo fiéis a que ou quem? Inicialmente somos fiéis aos nossos pais e suas tradições. Depois somos fiéis ao nosso grupo de amigos, aos ídolos, aos namorados(as) e finalmente a um parceiro. Onde aprendemos a ser fiéis? Sempre com os outros, externos a nós. Os outros então nos remetem a um fazer parte, a um pertencer mais do que ser alguma coisa por si. Então, por que o pertencer seria mais importante que o ser? Porque pertencer dá uma identidade dentro do grupo e nos traz segurança. Fazer parte de um grupo social, político, econômico, religioso reforça nossa identidade. Mas, depois de pertencer surge a necessidade de se destacar dos demais membros do grupo e “ser alguém”, e citando Alexander Lowen “Numa sociedade de massa, é o sucesso que distingue o indivíduo da multidão. Diz-se que a pessoa bem sucedida “realizouse”. (1970, p 72). No entanto essa realização tem um alto custo que é a perda da identidade, quando a família ao educar impõe certos valores, como os citados por Lowen (1979, p 18):   “Sendo educado conforme as imagens do sucesso, popularidade, encanto sexual, sofisticação intelectual e cultural, status, auto-sacrifício, e assim por diante, o indivíduo enxerga os outros como imagens, em vez de encará-los como pessoas. Cercado de imagens ele se sente isolado”. A busca pelo sucesso substitui a identidade pessoal e torna-se a busca da imagem social tornando-se uma luta de poder, de quem pode mais para chegar ao topo. Mais adiante Lowen afirma que “Emocionalmente somos mais ou menos envolvidos pelo sucesso de uma forma ou de outra: sucesso financeiro, político, esportivo, social e até matrimonial”. (1970, p 73).   Chegamos ao ponto que queremos desenvolver, relativo ao sucesso no relacionamento amoroso. Mas o que seria isso? É imprescindível pertencer a um conjunto social que nos referenda, nos estrutura no reconhecimento mútuo. No caso das questões de gênero, o masculino obtém seu pertencimento através de grupos esportivos, bandas, grupos de amigos, confrarias e no feminino as famílias, as amizades, os grupos de trabalho. Para ambos, no entanto, formar uma família é requisito de sucesso e de pertencimento ao grupo dos adultos casados. E para que uma relação seja considerada bem sucedida, critérios como amor, compromisso, casamento, responsabilidade, fidelidade, filhos são importantes.  Voltamos à questão fidelidade como um requisito social, ético e moral assumido pelos parceiros mesmo antes de um compromisso formal. A exclusividade sexual é uma condição dentro das relações amorosas, pelo menos para a maioria das pessoas em nossa cultura. Todos cumprem? Não. O que os faz não cumprir? E quem são as pessoas mais propensas a não cumprir com essa exclusividade? Ah, lembremos que antes de formar um par, cada um é Um, e aí estamos na base das diferenças. O que faz com que esse Um seja tão poderoso que esquece os compromissos assumidos? Necessidade de novidade, prazer, ser reconhecido por alguém mais, rebeldia às normas, frustrações com o parceiro que não cumpriu a promessa (consciente ou inconsciente) de trazer a felicidade completa, vingança, imaturidade, paixão?  Utilizamos nessa discussão nossa experiência de consultório, atendendo casais em crise após a descoberta de uma infidelidade e pessoas que chegam individualmente na situação de estar dividida entre duas forças, entre a responsabilidade com a relação já estabelecida ou deixar-se ser levado pela irresponsabilidade de uma nova energia que os conduz e os deixa como infiéis. Na palavra infidelidade está implícito o “pecado da traição”. Aí falamos culturalmente de uma tradição, de um dogma, de uma crença que em outras culturas ou é liberado (ao homem) ou é pago com apedrejamento ( à mulher). Ser um traidor tem um significado pejorativo que vem macular a sensação de prazer vindo  com a relação não permitida. E começa a angústia. Em nossa experiência clínica poucas são as pessoas que chegam antes de consumar a infidelidade/traição e conseguem reposicionar-se para assumir responsável e maduramente uma ou outra posição, com suas devidas consequências. É habitual chegarem depois da escolha e daí terem que lidar com as conseqüências dos danos a si mesmo, ao parceiro e à família. Também trabalhamos frequentemente com o lado da pessoa que sofreu a infidelidade, a qual chega com um sofrimento enorme, geralmente sem entender porque isso aconteceu com ela. A pergunta que a pessoa traída se faz é de ordem existencial, de “porque comigo, o que eu fiz?” e de ver a confiança que tinha no outro desmoronar, de perder a tranquilidade ao saber que o outro é diferente do que pensava ser, de descobrir que o outro mentia, e de perguntar-se “quando começou, onde eu estava, como não vi?”. A pessoa começa a revisar os momentos que o casal vivia enquanto o caso se desenrolava e o pior é perceber que estavam aparentemente bem na relação, o que remete à questão “Ele (a) é um farsante ou sou eu que não vejo? E a  conclusão “Fui abusado(a) na minha confiança”. Pensamos que o problema principal está naquele Um que a pessoa é antes de assumir um compromisso e que nestes e em outros casos vale mais que a promessa feita ao outro. É “falta de caráter” como dizem popularmente? Não falta de caráter propriamente, mas, a sabedoria popular tem certa razão, é uma questão de caráter sim. Acreditamos que está na formação do caráter desta pessoa, que a faz agir e reagir de forma imatura, não enxergando o outro, nem sua responsabilidade no compromisso.  O que é o caráter? Segundo Alexander Lowen é a forma de cada pessoa funcionar no mundo, de agir e reagir e, como explica (1974, p 132), cada traço “tem um padrão pecul iar de defesas tanto a nível psicológico quanto muscular, padrão este que o distingue dos demais. É importante  observarmos que esta classificação não abrange pessoas, mas sim posições de defesa”. Essas defesas são formas da criança lidar com situações e emoções que as ameaçam, intimidam, e que na vida adulta ficam cristalizadas na forma do indivíduo se relacionar, afetando o relacionamento amoroso. Os traços de caráter aqui abordados foram estudados por    Alexander Lowen, a partir da Análise do Caráter criada por Wilhein Reich. A imaturidade do caráter pode ser uma das razões para ser infiel, como também para ser o cônjuge traído, ou amante. Como reflete Eloá Andreassa devemos lembrar que: “Todos os perfis abordados neste livro podem trair, contudo, ressal ta-se com ênfase que nem todos traem de fato, porque, mesmo imaturas, há pessoas que mantêm o princípio da lealdade. Além da propensão ou não em ser infiel, existem as supostas motivações associadas aos padrões de comportamentos individuais, que fazem com que pessoas com os mesmos traços ocupem posições distintas nos triângulos amorosos, uma vez que as histórias de vida influenciam na maneira que cada uma se comportará. (ANDREASSA, 2011, Pg 118). Cada traço de caráter é motivado por sua dificuldade principal a estar em uma das três posições do triângulo amoroso, ou seja, o traidor, o traído e o amante (ou convidado intruso), os quais veremos a seguir: Traço esquizóide: este traço tem como ponto principal a dificuldade de contato. Ele tem medo de ser aniquilado por isso não faz contato e concentra-se na racionalidade. Com este padrão de funcionamento esse perfil poderá assumir as três pontas do triângulo amoroso: o traidor (por ter o sexo como forma de contato, porém sem intimidade e ter um amante proporciona que não se relacione completamente com nenhum deles), o traído (não fazendo contato com parceiro para perceber que há algo errado) e o amante (situação perfeita para ter alguém sem muita proximidade). Traço oral: este traço teme ficar sozinho, ser abandonado. Por isso agarra-se ao outro, tornando-se dependente. No triângulo pode ser o traidor caso se sinta abandonado pelo parceiro; pode ser o traído por ser muito ciumento, controlador e, em alguns casos ser o amante (enquanto tenha esperança de que o outro se separe). Traço psicopata: este perfil tem medo de ser usado, por isso manipula. Por ser frio nas relações mente com facilidade e é capaz de trair sem a menor culpa. Nega até se for pego em flagrante e é capaz de virar o jogo colocando a culpa no parceiro. Pode assumir a posição de amante se isso for conveniente ou um jogo de poder. E ser traído pelo parceiro quando este resolve se vingar de suas traições ou quando está carente. Traço masoquista: tem como principal dificuldade posicionar-se, por isso se submete. É dedicado e disponível. Pode ser a pessoa traída por muito tempo sem tomar uma decisão, sofre e se queixa, mas permanece na relação. Pode ser o amante submisso que não dá o xeque mate e vive invisível como amante. Não é do seu perfil trair, mas em alguns casos em que o masoquismo tenha algum componente de outro traço mais marcante pode trair e será com certeza descoberto para sofrer as conseqüências. Traço rígido: compreende os perfis fálico-narcisista, histérico, agressivo-masculino e passivofeminino. Apresentam medo de se entregar ao amor e traem porque separam amor e sexo e sentem-se atraídos pela sedução e o poder. Ocupam as três posições do triângulo por características peculiares, a exemplificar:            A histérica será a traidora pela sua sedução; traída por se afastar de seu parceiro; a amante por romancear e competir com a esposa. O fálico-narcisista será traidor pelo poder da conquista; traído por ser ausente; o amante por competição.     A agressivo-masculino será traidora pelo seu jogo de poder na relação; a traída por humilhar o parceiro que terminará vingando-se; a amante pelos encontros sem compromisso. O passivo-feminino será traidor por ser sedutor; o traído por ser sem iniciativa e facilmente desqualificado pela parceira; o amante por ser o romântico salvador de donzelas em apuros. Traço obsessivo: Está muito próximo do traço rígido e possui alguns pontos em comum, separando amor e sexo e substituindo-os por rituais ou idéias repetitivas. Pode ser o traidor em casos mais raros por ser muito rígido e obediente; pode ser o traído por viver no seu próprio mundo e deixar o parceiro muito sozinho; ser o amante raramente por sua rigidez e não ser dado a situações de sedução.   Concluindo, é importante frisar que existem condições estabelecidas antes da caractereologia que é parte de nosso aprendizado e tem a ver com o desenvolvimento do cérebro. Assim, o neurocientista Paul MacLean definiu este em três: o primeiro e mais antigo é o cérebro reptiliano onde estão armazenados todos os instintos básicos para nossa sobrevivência, entre eles lutar e fugir, a reprodução, salientando diferenciações nas características de gênero. No nosso crescimento antropológico desenvolvemos o cérebro límbico, onde olhamos para fora e vemos a necessidade de relação com o outro, a socialização e o afeto. Posteriormente, dentro da evolução apareceu o desenvolvimento da lógica, da causa-efeito dando lugar ao neocórtex e ao raciocínio. Essas três ferramentas são pré-história coletiva em que a caractereologia somada a elas criará um cenário para o desenvolvimento de uma história pessoal. Sem dúvida a questão da infidelidade surge como um valor a partir da necessidade de viver em grupo e das ligações  por afeto. No início desse trabalho conduzíamos uma relação entre a imaturidade e ver externamente nos outros uma forma de estruturar nosso autoconhecimento e nossa expressão. O pertencimento a um grupo que nos referenda e nos dá pseudo sustentação é uma parte de nosso aprendizado, mas, nos torna dependentes e isso tem nos trazido um alto custo social, emocional e até econômico quando de separações, sem contar o dano afetivo de todos os implicados, direta e indiretamente. Como uma pessoa vai ser fiel a outra pessoa se já traiu a si mesma, o seu corpo, deixando de ser quem é? Quando o corpo é a base de nossa existência, de nosso sentir, de nossa sobrevivência e ele é traído para pertencer e agradar (primeiro os pais, depois todos os grupos aos quais um indivíduo pertence), a partir dessa traição inicial, todos os princípios podem ser alterados, rompidos, mantendo-se nas aparências uma normalidade conveniente. Portanto, nesse caso a infidelidade pode talvez ser o menor dos males. Todos seguem um roteiro pré-estabelecido em que não são quem deveriam ser para si mesmos. E ao tornarem-se alguém para o outro se perdem de si. A partir daí não há mais consciência do que  faz e talvez só uma grande dor possa trazê-la de volta para si mesma. Reich e Lowen nos propõem a grande possibilidade dessa volta a si mesmo através do amadurecimento do caráter, através do autoconhecimento, ou em outros termos de nos enxergarmos não mais através da dependência dos outros senão em nosso próprio sentir, pensar e agir, assumindo a responsabilidade em outra época comprometida. Portanto, nos dar conta do momento atual em que vivemos assumindo as conseqüências plenas e totais de nossos atos sem dúvida nos ajudará a alcançar estados de harmonia, equilíbrio e beleza que podemos redefinir como amor.         REFERENCIAS ANDREASSA, Eloá. Amar é para Equilibristas. Curitiba. Editora Centro Reichiano, 2011. LOWEN, A. Prazer. Uma Abordagem Criativa da Vida. São Paulo: Summus, 1984. LOWEN, A. Uma Hierarquia em Caractereologia. In: Energy and Character. Vol 5, n 3, 1974. LOWEN, A. O Corpo Traído. São Paulo: Summus, 1979. AUTORES Eloá Andreassa – CRP 08/3668       Psicóloga, terapeuta de casais e famílias. Especialização em Psicodrama, Terapia Familiar Sistêmica e Terapia Corporal Reichiana. [email protected] Hugo César Gaete Verdugo Terapeuta Corporal Reichiano, Conselheiro Familiar, Consultor Organizacional. Terapia Floral, Reiki, Neurolinguistica. [email protected] AGRADECIMENTOS Ao universo, que me proporcionou esta viajem que é viver e experimentar seus sabores e dissabores, mas experimentar, sentir, respirar,estar, enfim viver. SUMÁRIO INTRODUÇÃO..............................................................................................................3 RESUMO......................................................................................................................3 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................4 DEFINIÇÃO, ORIGEM E HISTORIA DA BIOENERGÉTICA.......................................4 PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA...........................................................6 Bioenergética e Terapia Vibracional............................................................10 Alexander Lowen e Bioenergética................................................................11 RESPIRAÇÃO, COURAÇAS, GROUNDING E ESTRESSE.....................................13 DESCRIÇÃO DE PSICOTERAPEUTA HOLÍSTICO................................................16 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO...................................................................................18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................19 RESUMO Através deste trabalho discorro sobre psicoterapia holística e a sua interrelação com a bioenergética. Pois a observação das características físicas de um cliente pode demonstrar informações de grande valia para o psicoterapeuta holístico. Para tanto foi feita uma correlação das características filosóficas da Terapia Tradicional Chinesa e a Bioenergética, terapia ocidental de Alexander Lowen. Com o objetivo de relacionar seus pontos em comum e desenvolver uma visão interativa entre as duas filosofias. INTRODUÇÃO O ato de buscar algo é a base para a experiência de prazer e representa uma expansão de todo o organismo, como um fluxo de sentimentos e energia que vai até a periferia do corpo.Na psicoterapia holística são tratadas as couraças desenvolvidas pelo fechamento, retraimento e retenção que são experiências de desprazer, podendo provocar dor ou ansiedade, que seriam o resultado de uma pressão criada pela energia de um impulso bloqueado. Se a musculatura contém o impulso, ocorre contração e dor; se a musculatura não dá conta de conter a excitação do impulso, ocorre ansiedade (LOWEN, 1982). Em similaridade ao enfoque bioenergético, os fundamentos da Terapia Oriental Chinesa se voltam para a manutenção ou a reintegração do fluxo natural de energia do indivíduo, tentando ingressar a pessoa em sua força interior e na convicção de suas atitudes. Resgatando ao corpo o equilíbrio que conduz a beleza natural de cada pessoa. Dentre as técnicas utilizadas nas terapias orientais destacam-se o recondicionamento físico para melhorar o fluir de energia do corpo energético e suprir o corpo físico, melhorando sua integridade e defesa natural; e o toque, que pode ser feito através de reflexologia, shiatsu, acupuntura entre outros. Diante de um processo de desequilíbrio, momentâneo ou prolongado, o fluxo vital é reduzido e a rede meridiana transmite as informações disponíveis para todo o sistema (CHUNCAI, 1999). Como já se pode observar o princípio de livre fluir energético e a inter-relação corpo-mente, são à base de ambas as abordagens. MATERIAL E MÉTODOS A presente monografia tem como referência revisões bibliográficas de livros relacionados à Psicoterapia Holística, Terapia Milenar Chinesa, Bioenergética, e Terapia Vibracional. Dessa maneira foi traçado um comparativo entre as Filosofias Milenares Chinesas e a Psicoterapia Bioenergética Ocidental, o que revela uma grande similaridade entre ambas, tornando o trabalho do Psicoterapeuta Holístico mais abrangente tanto na linguagem oriental como ocidental. Pois em ambas o fluxo livre de energia é o sinônimo de qualidade de vida. Capitulo 1 DEFINIÇÃO, ORIGEM E HISTORIA DA BIOENERGÉTICA. ―Formou o senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida, e o homem tornou-se uma alma vivente.‖ (Gênesis 2:7). Segundo Lowen (1977), a bioenergética procura entender o caráter do indivíduo pelo corpo e seus processos energéticos, sendo estes, a produção de energia pela respiração e pelo metabolismo, e a descarga de energia no movimento. Na terapia bioenergética, combinam-se os trabalhos corporais e mentais, com o objetivo de equilibrar as funções energéticas do indivíduo. Os trabalhos corporais utilizados pela bioenergética podem ser manipulatórios (massagens, toques) ou exercícios específicos, para diminuir tensões musculares e facilitar a respiração. A bioenergética é o estudo da personalidade humana em termos de processos energéticos do corpo. Pois a energia está envolvida em todas as coisas, tanto vivas quanto inertes (BRENNAN, 2006). Sentimentos armazenados, conflitos vivenciados e as perdas sofridas juntamente com a qualidade das relações afetivas, determinam a constituição de um indivíduo. Dessa forma a história de vida está gravada em cada corpo o qual necessita liberar medos e tensões para tomar consciência de emoções contidas, construindo um sentir e agir livre e verdadeiro (MONARI, 2002). As diversas culturas e religiões sempre desenvolveram técnicas com energia e suas relações com o corpo humano, animais, plantas e fenômenos naturais. Muito comum encontrar a figura dos xamãs que manipulavam as forças invisíveis com seus rituais, bem como os sacerdotes que eram mestres da ciência oculta, profundos conhecedores e manipuladores da energia sutil. Além disso, em diversos países do mundo antigo, os magos e feiticeiros sempre estiveram presentes, trabalhando com essas técnicas (HARTMAN, 2006). Por volta de 320 a.C, o povo chinês desenvolveu as bases da sua medicina tradicional, onde o ser é tratado com a visão energética (KIDSON, 2006). Na tradição hindu, a energia sutil é amplamente conhecida pelos yogues e seus discípulos com o nome de prana. Através de exercícios respiratórios, meditação, exercícios de concentração, posturas psicofísicas (asãnas), os yogues alcançam um profundo estado de paz e equilíbrio (JOHARI, 2007). Convém salientar os fenômenos e curas promovidas por Jesus e seus apóstolos, com a imposição das mãos e o emprego das palavras, são manifestações das energias sutis, potencializadas por esses grandes seres em favor dos necessitados. Isto mostra que Jesus possuía um potencial energético bastante equilibrado, a ponto de contagiar a todos apenas com sua presença. Mais adiante, na Europa do século XVIII, a ciência moderna começava a se destacar, surgindo uma distinção entre razão e misticismo. Neste periodo, Franz Anton Mesmer, postulou a existência de um magnetismo animal. Através da manipulação deste magnetismo promoveu diversas recuperações do equilíbrio energético. Na ciência do século XIX, surgem duas teorias que contribuíram para o entendimento da bioenergia: a teoria da libido de Freud, e a teoria do orgônio de Wihelm Reich. A psicanálise mostrou que as energias emocionais quando reprimidas (em desarmonia) causam doenças. Reich por sua vez, tinha plena convicção da existência de uma energia primordial responsável pela matéria viva (LOWEN, 1982). Desta forma começou a trabalhar diretamente com o corpo, utilizando uma técnica que visava especificamente aprofundar e liberar a respiração, a fim de melhorar e intensificar a experiência emocional (LOWEN,1982). Mais tarde, Alexander Lowen e John Pierrakos, alunos de Reich, ampliaram esse método transformando-o no que se conhece atualmente como Bioenergética. Juntos começaram a explorar possibilidades diferentes de trabalhos envolvendo o corpo no processo terapêutico. Buscando liberar as tensões, criaram as posturas em pé para promover vibrações, e desta descoberta nasceu o conceito de grounding (LOWEN, 1982). Após algumas experiências, utilizadas entre eles e com clientes, perceberam que era possível utilizar em conjunto o grounding, a respiração e as vibrações involuntárias, associadas ao som e aos toques sobre a musculatura tensa, para promover a ligação energética e emocional entre sentimentos do coração, sentimentos sexuais e a consciência (LOWEN, 1977). Eles partiram dos movimentos voluntários para despertar os involuntários e assim desencadear os sentimentos inconscientes enraizados na memória corporal. Embasando esta técnica na compreensão da profundidade de conflitos interiores perceberam a importância das vivências afetivas, onde estão às bases do aprendizado, quando são estabelecidos em primeira mão sentimentos, expressões e relações com o outro (LOWEN, 1982). Capitulo 2 PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ―É essencial compreender que o homem tem dois aspectos: um espiritual e um físico... Sob a orientação do nosso Eu espiritual, nossa vida Imortal, o homem veio ao mundo para adquirir conhecimento e experiência e para se aperfeiçoar como ser físico. O corpo físico sozinho, sem comunhão com o espiritual, é uma concha vazia, uma rolha sobre as ondas, mas quando há união à vida é uma alegria, uma aventura de interesse absorvente, uma jornada cheia de felicidade, saúde e conhecimento‖. (BACH, 1930) Segundo Edward Bach (1930) a desarmonia do Eu Espiritual pode produzir uma série de problemas no corpo, pois ele é uma simples reprodução da condição mental de um indivíduo. Assim sendo, a pessoa é vista como uma unidade psicossomática, onde defesas psicológicas usadas para lidar com a dor e o estresse, tais como racionalizações, negação e supressões também estão ancoradas no corpo. Estes aparecem como padrões musculares que inibem a expressão. Tais padrões tornam-se inconscientes e passam a fazer parte da própria identidade da pessoa, impedindo que ela consiga se modificar, mesmo que entenda a natureza do problema. Os processos energéticos do corpo estão relacionados ao estado de vitalidade do organismo. Isto ocorre por falta de pressão interna ou de circulação da energia que fica estagnada (LOWEN, 1982). O decréscimo de energia restringe a mobilidade e a capacidade para ação espontânea e natural, com graça e emoção. A compensação do organismo encouraçado é o movimento mecânico, programado, sem sentimento. É um padrão de comportamento limitador, geralmente criado na infância para garantir a sobrevivência (LOWEN, 1982). Segundo as terapias orientais existe uma energia vital que passa a existir no momento em que a vida humana é gerada, no instante onde um óvulo se une a um espermatozóide e só nessa situação o homem é único. A partir daí, pelas sucessivas divisões celulares leva a formação do complexo humano, e a energia vital está com o seu fluxo contínuo. Apesar disto, tudo que o envolve é energia. O ponto inicial desse fluxo de energia no ser humano é o ponto umbilical, meio por onde o feto respira e se alimenta (BRENNAN, 2006). Assim, os seres humanos são microcosmos dentro do macrocosmo universal, os princípios do fluxo de energia do Universo são os mesmos que dos seres humanos, onde se mantêm em um estado de equilíbrio dinâmico entre pólos de natureza oposta, complementar, cuja essência é chamada de Yin e Yang (MACIOCIA, 2007). Dessa forma se enfatiza o retorno ao fluxo de energia que se iniciou no útero, é um método pelo qual o adulto recobre o equilíbrio original, onde as duas energias, Yin e Yang, são reequilibradas constantemente (PENNA, 2004). O Yin, elemento feminino, a terra, a mãe, a lua e o yang, elemento masculino, o pai, o sol, o céu. Mesclados, proporcionam um fluxo morno na circulação micro cósmica, desde quando feto (PENNA,2004). À medida que o bebê cresce, a sua energia vai se estabelecendo em partes quentes e frias. Quando chega a idade adulta, o Yang sobe para a parte superior do corpo e o Yin desce para a inferior, porém as tensões físicas e mentais da vida acabam bloqueando progressivamente as rotas de energia, bem como congestionando os centros energéticos, deixando de nutrir os órgãos internos de energia vital, provocando desequilíbrios emocionais, doenças, velhice e morte prematuras (PENNA, 2004). Conforme Zhou Chuncai (1999), o corpo somente estará saudável se funcionar segundo as interações correspondentes aos cinco elementos, Qualquer ruptura nestas interações resulta em desequilíbrio. Dessa maneira, “a primavera é cálida: o Qi do fígado começa a crescer. O verão é quente: o Qi do coração começa a crescer, O outono é seco: o Qi dos pulmões declina. O inverno é frio o Qi dos rins se oculta.‖ Em um corpo saudável, a energia circula constantemente em si onde todo o processo se auto-regula. Contudo, em um corpo com bloqueios energéticos, ocorrem desequilíbrios neste fluxo, gerando áreas ou órgãos com carência de Qi, ou "vazio”, e áreas ou órgãos com acúmulo ou bloqueio de Qi, ou plenitude. Portanto é possível pensar no corpo humano como um campo de contínua movimentação de energia, que circula entre as células, os tecidos, os músculos e os órgãos internos, mantendo a homeostase energética entre:  Wei Qi: energia de defesa, proveniente da união da energia celeste com a terrestre e responsável por toda defesa e resistência contra as energias perversas (fatores de adoecimento); Circula fora e dentro dos Canais de Energia Principais dependendo do horário.  Rong Qi (Yong Qi): energia nutritiva, proveniente da essência dos alimentos e responsável por toda a nutrição energética das estruturas do corpo; circula nos Canais de Energia.  Zhong Qi: formação semelhante ao Wei Qi, é responsável pela dinâmica cardiorespiratória e pela respiração celular. "O Qi gera o corpo humano assim como a água se transforma em gelo. Conforme a água se congela gerando o gelo, assim o Qi se condensa para formar o corpo humano. Quando o gelo derrete, ele se transforma em água. Quando uma pessoa morre, se transforma em espírito (Shen) novamente. Chama-se espírito, assim como o gelo derretido passa a ser chamado de água" (CHONG). A Qi circula e nutre todo o corpo através dos meridianos os quais formam uma rede entrelaçada de trilhas interconectadas que ligam os órgãos, a pele, os tecidos, os músculos e os ossos, unificando o corpo. O Qi que circula entre os canais tem natureza mais Yang na defesa externa do corpo, ou mais Yin, na nutrição interna do corpo (MANN, 1994). Estes canais estão ligados mais profundamente aos órgãos (Zang) e vísceras (Fu) e se externam em ramificações mais superficiais na pele, voltando a se aprofundar em seguida, da mesma forma que outras estruturas do corpo humano, como o sistema nervoso e o sistema circulatório. Esta rede é formada por meridianos principais (12), extras (8), distintos (12) e outras ramificações e canais secundários (MACIÓCIA, 2007). Cada um dos doze órgãos e vísceras que compõem a visão chinesa do corpo humano é ligado a um meridiano ou canal de energia principal, cujo nome corresponde ao órgão ou víscera ao qual afeta. A cada órgão (Zang) se corresponde uma víscera (Fu) e a energia de um afeta diretamente a energia do outro (MACIOCIA, 2007). Conforme o conceito bioenergético de instinto, Lowen (1982) salienta que o impulso é um movimento energético do centro para a periferia do organismo, onde afeta a relação deste com o mundo exterior. Desta maneira surgem dois propósitos, a função de carga, relacionada com a ingestão de alimentos, respiração e excitação sexual; e a função de descarga energética tais como a descarga sexual e a reprodução. Assim como na terapia oriental o corpo humano se divide em yin e yang, para Lowen (1982), a diferenciação da estrutura corporal em termos de carga e descarga é estendida aos membros. No entanto, a metade superior do corpo volta-se a função de carga energética, e a descarga energética se relaciona com a porção inferior do corpo, assumindo a responsabilidade de locomover o organismo no espaço. Aplicando isto a bioenergética observa-se que pensamentos e sentimentos são condicionados por fatores energéticos carga, descarga, pulsação, intensidade, grounding, centramento. Se a energia é retida, ela se transforma e gera pensamentos, sentimentos e atos literalmente distorcidos, onde esta distorção fica também visível no corpo (LOWEN, 1982). Portanto, estar plenamente vivo fundamenta-se no estado vibratório do sistema, sendo percebido na expansão/contração pulsátil do organismo, inclusive no sistema vegetativo, respiratório, circulatório e digestivo. A atitude vibratória é responsável por ações espontâneas, liberação emocional e funcionamento interno harmônico. Bioenergética e Terapia Vibracional A vibração é uma reação à liberação da sobrecarga de energia retida em determinadas partes do corpo, através dos exercícios. Na bioenergética considera-se um corpo sadio, quando está em constante estado de vibração, sentindo-se ligada ao contexto do todo (BRENNAN, 2006). Terapia Vibracional é um termo genérico que designa todas as terapias que visam atuar no campo de energia de um outro ser com o objetivo de recompor seu equilíbrio (HARTMEN, 2006). A Terapia Vibracional, através da bioenergética, ajuda a pessoa a reconhecer e tomar consciência das emoções e pensamentos indesejáveis que possam estar prejudicando seu desenvolvimento pessoal, sua saúde e sua vida, ajudando o indivíduo a perceber o sentido de seu sofrimento, a causa de seus sintomas e os caminhos que deve escolher ou evitar, para reconquistar o equilíbrio energético e bem-estar (MONARI, 2002). Sendo assim é possível perceber que alterações energéticas físicas ou psíquicas não ocorrem por acaso, mas surgem de conflitos internos, falhas e dificuldades de vencer o orgulho, a crueldade, o egoísmo, o ódio, a ignorância, a cobiça, traumas, medos, mágoas e a instabilidade entre outros fatores. ―A inadequação do indivíduo perante Si Mesmo (a recusa em ouvir sua voz interior e a falta de auto conhecimento) e, por conseqüência perante o Universo, resulta em desarmonia psíquica, física e social, pois estas três não existem isoladamente. Um é conseqüência do outro, formando um continuum. Do mesmo modo, mas percebido no sentido inverso, uma desarmonia sociofisicopsíquica afastaria o ser de si mesmo.” (VIEIRA, 1994). Com esta proposta terapêutica profunda, é possível ajudar o indivíduo a erradicar o estado mental negativo causador do sofrimento, desabrochando nele sua virtude oposta privilegiando a dimensão extra-corpórea do ser humano. Essa dimensão, aliada ao instinto e ao intelecto faz parte da mente humana, capaz de perceber e comandar o próprio corpo, já que está ligada a ele por um complexo circuito de emoções (BRENNAN, 2006). Devido a repressões e traumas, inconscientes ou conscientes o indivíduo passa a negar alguns desejos, acontecimentos e emoções, a fim de mantê-los longe das lembranças, criando couraças para esconder seu verdadeiro „eu‟. Inicialmente estas atitudes atuam como mecanismo de defesa, contudo, ao manter bloqueado o acesso a determinados fatores psíquicos que sejam dolorosos, é refletido no corpo tudo aquilo que foi escondido. Um verdadeiro alerta de que algo precisa ser compreendido (LOWEN, 1982). Na terapêutica vibracional as pessoas começam a obter um novo enfoque sobre as circunstâncias do sofrimento em que se encontram, dando a elas a possibilidade de reverterem o processo, com muito mais clareza, compreensão e tranqüilidade. Tratando as máscaras abre-se a mente para um novo horizonte (BACH, 1910). Alexander Lowen e Bioenergética A partir de Reich as abordagens corporais ocupam um espaço significativo no campo psicoterápico, passando inclusive a serem consideradas cientificamente. A terapia Bioenergética configura-se como uma das primeiras abordagens deste movimento, iniciando-se em 1953, por Alexander Lowen, discípulo de Reich. A base teórica da bioenergética é a, consideração da história analítica, o processo de desenvolvimento psicossexual e a dinâmica familiar como fatores fundamentais na formação da personalidade. Além disso, Lowen (1982) considera que o contexto social exerce influência na personalidade do indivíduo. O método terapêutico utiliza também da análise, dos conceitos de resistência, transferência e contratransferência, bem como a associação livre,e a interpretação dos sonhos. Através da sua própria experiência como cliente de Reich e, posteriormente, do seu colega John Pierrakos, e do seu trabalho com os seus clientes, Lowen pode perceber que analisar o modo habitual de uma pessoa ser e comportar-se merece tanta atenção quanto à importância dada ao trabalho com tensões musculares. Daí iniciou um estudo sobre os tipos de caráter, relacionando as dinâmicas físicas e psicológicas dos padrões do comportamento. Concluiu que „a vida de um indivíduo é a vida de seu corpo’(LOWEN, 1982). Durante o desenvolvimento da estrutura egóica, a criança está vulnerável a três tipos fortes de distúrbios, cada um deles deixará uma marca peculiar em sua personalidade: a)A privação resulta na oralidade; b)A repressão leva ao masoquismo; c)A frustração à rigidez. Lowen aperfeiçoou a teoria da análise do caráter e classificou os tipos de caráter em: esquizóide, oral, psicopata, masoquista e rígido (fálico-narcisista para os homens e histérico para as mulheres). Não existe um caráter puro, a maioria das pessoas revela uma combinação razoável de traços de caráter. Não raro, elas exibem uma mistura caracterológica que dificulta o diagnóstico. A realidade adulta exige que o indivíduo funcione adequadamente em seu trabalho, em suas relações afetivas e com a sexualidade. Essa exigência, entretanto, nem sempre é atendida. A existência do caráter dificulta a plenitude do funcionamento das potencialidades humanas. Dependendo da severidade do trauma infantil, a experiência fica limitada e empobrecida (LOWEN, 1984). Lowen postula a busca de um caráter genital, que em oposição aos caracteres neuróticos, viabilizaram essa plenitude. Caráter neurótico *Há uma congestão da libido com inadequada satisfação; *Repressão libidinal / formação de sintomas – fobias; *Transferência adulta; *Fixação sexual infantil; *Conflito ID x superego; *Ilusões; * Energia represada; *Ódio, mágoa; *Trabalho compulsivo; *Insatisfação orgástica. Caráter genital *Alternância entre tensão e satisfação libidinal; *Potência orgástica, capacidade de entrega e prazer; *Sublimação do desejo edípico; *Vida sexual saudável; *Satisfação adequada dos impulsos; *Ego real próximo do ego ideal; *Fluidez energética - Amor, ternura; *Adequação entre carga e descarga; *Satisfação orgástica, prazer. Atingir o caráter genital é a meta de todo ser humano. Ser feliz, amar e se sentir adequado. Capítulo 3 RESPIRAÇÃO, COURAÇAS, GROUNDING E ESTRESSE RESPIRAÇÃO A respiração é uma das funções mais enfatizadas pela Bioenergética. ―A respiração correta envolve todos os músculos da cabeça, pescoço, tórax e do abdômen, além da musculatura involuntária da laringe, da traquéia e dos brônquios. A boa respiração depende da além da musculatura involuntária da laringe, da traquéia e dos brônquios. A boa respiração depende da capacidade de realizar bem esses movimentos de sucção com o corpo inteiro... A respiração fornece o oxigênio para o processo metabólico, mantém literalmente a chama da vida... Através da respiração harmonizamos-nos com a atmosfera. Em todas as filosofias orientais e místicas, a respiração guarda o segredo da bênção maior‖ (LOWEN, 1984). A saúde vibrante está diretamente relacionada à boa respiração, visto que é o oxigênio que produz a energia, pois a respiração completa possibilita maior contato com os sentimentos, aprisionados no corpo, é importante que, no processo terapêutico, a atenção esteja voltada à respiração espontânea do cliente, o que pode facilitar uma leitura mais eficaz dos seus conteúdos internos. Os exercícios respiratórios têm a função de fazer o indivíduo perceber como é o seu padrão respiratório. Couraças Couraça é uma espécie de armadura de tensão que impede o fluxo energético e biológico. Ela se forma como uma defesa contra os perigos do mundo externo e interno. A criança chega ao mundo livre e solta, mas é totalmente dependente de outros que não a compreendem, assim começam os primeiros traumas, as primeiras impressões se formam, e vão definindo o caráter. Há um grande medo do desconhecido e já não é possível sentir-se uno, integrado a tudo e a todos. O ponto crucial a ser retido, aprisionado, parece ser o terror de se render à convulsão orgástica, na qual o homem se funde por completo com a natureza. A couraça muscular do caráter é a soma das não liberdades da pessoa, resumo de tudo que pretendeu fazer e lhe foi proibido, de tudo que ela não pretendia e lhe foi imposto. A couraça impede a pulsação e a vibração do corpo. A energia não flui facilmente e posteriormente todo o corpo fica tenso, envelhece e adoece. O indivíduo fica impossibilitado de sentir e de se expressar livremente. O homem torna-se semelhante a uma pedra fria e imóvel. O homem orgástico é totalmente livre de couraças, é um canal aberto para a energia é um ser pleno e vibrante é pura potência. O Poder é fruto do ego do sentir-se diferenciado; a potência é a capacidade total do homem, e a capacidade de um não limita a de outro, é possível a todos manifestar essa potência total. Grounding “Na bioenergética, grounding significa, fazer a pessoa entrar em contato com o chão...Estabelecer um contato adequado com o chão, local onde se pisa.” (LOWEN, 1982) Apesar de estar com os pés no chão, a pessoa com desequilíbrio energético não possui um contato sensitivo com o mesmo. O grounding possibilita a liberação do acúmulo de energia, da pessoa para o chão. 1. É uma postura corporal básica da abordagem bioenergética e deve estar presente em todos os exercícios. Ogrounding deve ser construído com a pessoa em pé, com uma distância de aproximadamente 30 cm entre os pés, os artelhos virados ligeiramente para dentro, joelhos flexionados, coluna ereta, e respiração profunda. 2. Estresse Uma das causas mais comuns dos distúrbios energéticos é o estresse – o efeito das pressões cotidianas sobre o corpo, ao lado de outras influências negativas, como a poluição, os aditivos e agrotóxicos nos alimentos e a vida urbana. Todas as pessoas são afetadas pelo estresse em diferentes níveis e, como conseqüência, muitas desenvolvem diversos problemas físicos, entre os quais dor de cabeça e enxaqueca, tensão na nuca, dor nas costas, distúrbios digestivos, debilidades do sistema nervoso, pressão alta, doenças na pele e constantes gripes e resfriados. O estresse é o resultado de uma reação do organismo quando estimulado por fatores externos desfavoráveis. Neste momento ocorre uma descarga de adrenalina no organismo, onde os órgãos que mais sentem são os aparelhos, circulatório e respiratório. No aparelho circulatório a adrenalina promove a aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia) e uma diminuição do tamanho dos vasos sangüíneos periféricos. Dessa maneira, o sangue circula mais rapidamente para uma melhor oxigenação, principalmente, dos músculos e do cérebro já que ficou pouco sangue na periferia, o que também diminui sangramentos em caso de ferimentos superficiais. No aparelho respiratório, a adrenalina promove a dilatação dos brônquios (bronco dilatação) e induz o aumento dos movimentos respiratórios (taquipnéia) para que haja maior capitação de oxigênio, que vai ser mais rapidamente transportado pelo sistema circulatório, também devidamente preparado pela adrenalina. Quando o perigo passa, o organismo pára com a grande produção de adrenalina e tudo volta ao normal. Atualmente as situações de estresse estão sempre ao redor o que desencadeia na constituição orgânica, níveis de estresse muito acima do tolerável. Embora as terapias complementares não possam prevenir o estresse que ocorre na vida cotidiana, elas podem ajudar a lidar melhor com ele. Um dos importantes benefícios é o relaxamento. O tratamento aborda o corpo como um todo, não um grupo de sintomas, e pode ajudar tanto físico quanto mentalmente. Dessa forma ajuda-se o corpo a desenvolver maior resistência física para sustentar sensações. Capítulo 4 DESCRIÇÃO DE PSICOTERAPEUTA HOLISTICO “PSICOTERAPEUTA HOLÍSTICO — procede ao estudo e à análise do cliente, realizados sempre sob o paradigma holístico, cuja abordagem leva em consideração os aspectos sócio-somato-psíquico. Atua dentro de uma proposta de transcendência dos limites da personalidade, conectando o cliente consigo mesmo, trazendo à consciência aspectos de seu "eu" mais profundo, integrando-o, ainda, com seu próprio corpo, sociedade e universo; as sessões são realizadas individualmente ou em grupo, utilizando técnicas tais como terapia corporal, relaxamento, terapia transpessoal, neurolinguística, parapsicologia, regressão, terapia floral, vivências, dentre outras, como forma de introdução a estados profundos de autoconsciência e, desse modo, permitir o aflorar tanto de emoções reprimidas, lembranças traumáticas e sonhos (para serem trabalhados na Terapia Holística), quanto o despertar de uma sabedoria interior e intuitiva no cliente, capaz de orientá-lo na tomada de decisões ou, até mesmo, na resolução de questões de saúde.‖ As terapias complementares partem da observação, de uma experimentação extraordinária e de milênios de prática, elaborando um sistema que tem o mérito de ser aplicável e de funcionar na prática. Essa cuidadosa observação levou à elaboração de um sistema sociossomatopsíquico (VIEIRA, 2006). Na visão holística adotada pela terapia tradicional chinesa, por exemplo, os pensamentos e as emoções influenciam diretamente a força vital, aumentando, ou estagnando o fluxo de energia pelo corpo, onde o psiquismo não pode ser separado dos órgãos e vice-versa, pois as perturbações psíquicas, relativas às emoções, podem perturbar diretamente os órgãos e as alterações orgânicas podem agir sobre o psiquismo (PENNA, 2004). A psicoterapia holistica trabalha com as cinco emoções (alegria, tristeza, reflexão, cólera e medo), sendo o estado de equilíbrio energético dependente da harmonia entre elas, dessa forma alterações emocionais levam aos quadros de excesso ou deficiência (MACIOCIA, 2007). Dentro deste contexto, tanto a Bioenergética de Lowen, quanto as Terapias Milenares partem do conceito da existência de uma energia única que une o corpo e o espírito constituindo um dos fundamentos de terapias orientais como a Yoga, o Taichi-chuan e a Acupuntura. A Bioenergética dá muita importância ao crescimento pessoal aprofundando o auto conhecimento, desenvolvendo uma atitude positiva em relação ao próprio corpo, assim como os exercícios orientais, com uma característica profilática tanto para a mente como para o corpo. A maior similaridade entre as técnicas utilizadas em Psicoterapia Holística e Bioenergética de Lowen está na respiração, onde reter ar nos pulmões causa tensões, diminuindo o livre fluxo de energia, convém salientar que bioenergética é uma das técnicas empregada em psicoterapia holística. Em técnicas de exercícios corporais como o Tai Chi Chuan, não interromper o fluxo é um ato de coragem, sentir plenamente e agüentar firme, onde o gesto deve fluir, bem como a respiração, pois um interage com o outro (WONG, 2001). Ao aconselhar para que o indivíduo sinta sua respiração surge a descoberta para si mesmo sentimentos escondidos pela racionalidade. Dessa maneira restauram o equilíbrio psicossomático; relativo simultaneamente aos domínios psíquico e orgânico, pela liberação, ativação, sedação ou desbloqueios dos fluxos energéticos (LOWEM, 1982). “TERAPEUTA HOLÍSTICO, em geral, procede ao estudo e à análise do cliente, realizados sempre sob o paradigma holístico, cuja abordagem leva em consideração os aspectos sócio-somatopsíquicos. Faz uso da somatória das mais diversas técnicas, pois cada caso é considerado único e deve-se dispor dos mais variados métodos, para possibilitar a opção por aqueles com os quais o cliente tenha maior afinidade: promove a otimização da qualidade de vida, estabelecendo um processo interativo com seu cliente, levando este ao autoconhecimento e a mudanças em várias áreas, sendo as mais comuns: comportamento, elaboração da realidade e/ou preocupações com a mesma, incremento na capacidade de ser bemsucedido nas situações da vida (aumento máximo das oportunidades e minimização das condições adversas), além de conhecimento e habilidade para tomada de decisão. Avalia os desequilíbrios energéticos, suas predisposições e possíveis consequências, além de promover a catalização da tendência natural ao auto-equilíbrio, facilitando-a pela aplicação de uma somatória de terapêuticas de abordagem holística, com o objetivo de transmutar a desarmonia em autoconhecimento.‖ Na Terapia Holística, o trabalho terapêutico da respiração é uma maneira de ligar a pessoa com seus sentimentos trazendo consciência sobre a escolha de caminhos na vida; Pois, ajudam o praticante a dar fluxo as suas forças internas, a saber, a imaginação, o sentimento, o pensamento e ação (SEVERINO, 1988). Segundo as terapias orientais, existe um elo com o conceito da existência de uma energia única que une corpo, mente e espírito. Neste entendimento podem-se citar as seguintes terapias: Ayurvédica (yoga, meditação e massagens), Acupuntura (Tschen Tschiu), Tai Chi Chuan , Tui Na, Chi Nei Tsang , Shiatsu, Do in, Jin Shin Jyutsu, Cromoterapia, Reiki. Todas estas terapias orientais tratam desequilíbrios energéticos, relacionando o espírito individual, consciência individual e cósmica, energia e matéria (LANDMAN, 2005). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Após verificar quais emoções estão reprimidas ou excessivas, o Psicoterapeuta Holístico volta sua atenção para os fundamentos dos Cinco Movimentos da Terapia Chinesa, representados pelos elementos Água, Terra, Fogo, Madeira e Metal. Dessa maneira pode interpretar dentre outras coisas, as disfunções do funcionamento orgânico e o psiquismo. Cada um dos elementos supracitados possui um órgão e uma víscera correspondentes denominados Zangfu, os quais podem estar em equilíbrio, excesso ou deficiência energética, servindo de informação para o tratamento mais adequado no momento. Dessa maneira podemos destacar as seguintes características, conforme a tipologia de cada um: Água: em equilíbrio tem vontade firme, auto-respeito, persistência diante de dificuldades sem correr riscos desnecessários. Em excesso o indivíduo se torna muito ativo, ambicioso, imprudente, com medo de perder o controle procurando segurança através do domínio e poder sobre tudo e todos. Na deficiência, apresenta pouca energia, medo, desiste facilmente e sem perseverança. Terra: em equilíbrio apresenta calma e ordem, pensamento lógico, personalidade estável com capacidade de apoiar ou cuidar sem interferir na vida de outrem. Em excesso torna-se dominador da vida alheia, com personalidade possessiva, intrometido. Na deficiência demonstra muita preocupação, excesso de pensamentos, sem ação, sem importar-se consigo nem com os outros. Fogo: em equilíbrio, irradia o sentimento de amor, calmo, tranqüilo, alegre, comunicativo, sóbrio. Em excesso fica excitado, inquieto, maníaco, irresponsável e verborrágico. Na deficiência, apresenta tristeza, melancolia, solidão, sente-se indigno de ser amado, falta de interesse pala vida, pessoas ou atividades sociais. Madeira: em equilíbrio apresenta uma visão clara de seu caminho, confiante, intuitivo, independente e forte. No excesso torna-se impaciente, intolerante irritável, frustrado e agressivo. Na deficiência, é uma pessoa insegura, tímida, sempre atormentada por dúvidas, com personalidade fraca. Metal: equilibrado participa ativamente da vida com sabedoria, sem medo de se envolver. Em excesso egocêntrico, negativo, carrega suas mágoas para outros relacionamentos. Em deficiência, não cria laços duradouros, tão pouco novos relacionamentos, vive do passado e não participa da vida. Na Bioenergética a avaliação do indivíduo é feita através de seu caráter que pode ser esquizóide, oral, psicopata, masoquista e rígido tal quais as características psicológicas dos cinco elementos, a saber: esquizóide–metal, oral-fogo, psicopataterra, masoquista-madeira e rígido-água. Segundo Mann, (1994) o fluxo de prazer parte do coração em direção aos pontos de contato com o mundo: olhos, boca, pele, mãos, pés e genitália. O sentimento de alegria, que brota de dentro, só é experimentado quando há energia e vida na barriga, ou seja, na pelve. A terapia vai ajudar a integrar a compreensão da cabeça, o afeto do coração e a sexualidade do corpo. Como podemos ver os desequilíbrios energéticos levam as disfunções emocionais, que por sua vez desencadeiam desarmonia anatômica, gerados por restrições comportamentais sejam bloqueios, atitudes repetitivas, limitantes ou padrões afetivos insalubres. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ANN, Brennan B. Mãos de Luz. São Paulo: Pensamento, 2006. CHUNCAI, Zhou. Clássico de Medicina do Imperador Amarelo. São Paulo: Roca, 1999. CONEZA, Elizabeth. Florais de Bach: Os remédios da alma. São Paulo: ALFABETO. 2006. DAHLKE, R. A Doença Como Símbolo. São Paulo: Cultrix, 2006. DETHLEFSEN, T. e Dahlke R. A Doença Como Caminho. 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