Psicossomatica e Calatonia.pdf

April 2, 2018 | Author: Rosangela Cavalcante | Category: Carl Jung, Art Therapy, Experience, Mary, Mother Of Jesus, Attachment Theory


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Psicoterapia Junguiana, Calatonia e Arte* Irene Pereira Gaeta Arcuri** Resumo O objetivo desta pesquisa é compreender a experiência de ampliação de consciência, vivida no processo de psicoterapia, com aplicação de calatonia e expressa por meio de realização de mandalas e das subsequentes associações. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada em casos clínicos, interpretados à luz da psicologia analítica junguiana e autores afins. A ampliação ocorreu sempre que, neste processo, algum conteúdo inconsciente foi integrado à consciência. Quando o conteúdo inconsciente encontrava-se retido pelos meca- nismos de defesa, pressionando e provocando aumento do nível energético do inconsciente, a emergência de um novo símbolo, possibilitado pela calatonia e expresso nas mandalas e/ou nos processos de associações, permitiu a transfor- mação da estrutura da consciência e a assimilação do conteúdo inconsciente, que, anteriormente, não podia ser assimilado. A experiência conjunta, corporal e artística, no processo de calatonia e realização das mandalas, apoiada na singularidade da relação entre paciente e terapeuta, reproduziu condições semelhantes às das primeiras relações interpessoais, propiciando a transfor- mação dos complexos e a ampliação da consciência. Palavras-chave: calatonia; mandala; Jung. Abstract The objective of this research is to understand the experience of expanded cons- ciousness experienced through psychotherapy, using catalonia and expressed by means of mandalas made its subsequent associations. This is a qualitative study based on clinical cases analysed according to Jungian theory and similar authors. Expansion occured whenever, in this process, somce unconscious content was integarted to the conscious. * Tese sob orientação da Profa. Dra Marília Ancona-Lopez, Bolsista CNPQ. ** Doutora em Psicologia Clínica. Coordenadora de Pós-Graduação do curso Psicoterapia Junguiana da UNIP - Universidade Paulista. Extraído da tese de doutorado apresentada ao Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Clínica. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009. E-mail: [email protected] Psic. Rev. São Paulo, volume 18, n.1, 81-98, 2009 physical and artistic in the process of Calatonia and undertaking of the mandalas. O MÉTODO DE PETHÖ SÁNDOR O mais nobre de todos os símbolos da libido é a figura humana do demônio ou do herói (. Uma definição sumária de cada uma de suas idéias principais foi impressa como parte de “The Psychological Types”.. Rev. São Paulo. pres- suring and causing an increase in energetic levels in the unconcious. ações. “Inconsciente”. Jung. mandala. 81-98. enabled the transformation of the conscious’s structure and the assimilation of the unconscious content. entrevistas. allowing the transformation of complexes and expanded consciousness. como o Sol. utilizada por ele em associação com a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung. ora imerge em noite profunda e desta mesma noite renasce para o esplendor. As declarações de Jung sobre a teoria e o método da Psicologia Analítica estão compiladas e disponíveis em suas Obras Completas e em correspondências. e comunicando-se com a consciência ao revelar imagens subjacentes que motivam o indivíduo e se evidenciam em atitudes. segundo Jung. and the emergence of a new symbol. a partir de observações realizadas. identificáveis como persona. 2009 . constelada em sub-perso- nalidades ou representações arquetípicas. “Psique humana”. bem como em escritos biográficos. visto como complementar à consciência. reproducing conditions similar to those of the first interpersonal relationships.) a imagem do ser que passa da tristeza para a alegria e da alegria para a tristeza. Psic. The combined experience. antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Keywords: Calatonia. made possible by the calatonia and expressed in the mandalas and/or in the associative processes. Carl Gustav Jung Calatonia é um método de relaxamento proposto por Pethö Sándor. ego. tinha sua fonte nos instintos.82 Irene Pereira Gaeta Arcuri When the unconscious content was repressed by defense mechanisms. n. CALATONIA. o ser que ora resplandece no zênite. escolhas e sonhos. volume 18. sendo repositório de experiências pessoais anteriores e de imagens universais. based on the uniqueness of the relationship between patient and therapist. Incluem as seguintes definições: “Energia psíquica” que. em 1921. bem como em enfermidades. which hitherto could not be assimilated.1.. ) a obra de Sándor originou-se de várias epistemes ou campos de conhecimento. 2008. E “individuação”. no intento de atender aos pacientes em fase pós-operatória. Foi nessa situação que deu início ao desenvolvimento do método de relaxamento conhecido posteriormente como Calatonia. e Self. mas somente vinte anos depois. algumas dentro da tradição espiritual.. sintetizador desses dois caminhos criados pelo homem para compreender a si mesmo e ao universo. a técnica foi aplicada em pessoas que se preparavam para emigrar no pós-guerra e em outros casos. em 1943. Rev.Psicoterapia Junguiana. 81-98. o trabalho corporal gera conhecimento – torna consciente o conhecimento inconsciente.1. que utilizava o método calatônico na psicote- rapia Junguiana. Na integração fisiopsíquica. trouxe pela primeira vez a público a técnica básica do método Psic. Há que considerar também o papel central da práxis nesta abordagem terapêutica. Mais tarde. p. anima e animus. Pethö Sándor (1916-1992) formou-se médico obstetra e ginecologista. Calatonia e Arte 83 sombra. n. enquanto não se configura um novo conhecimento efetivamente inte- grado. São Paulo. atualiza-o e o comunica (CORTESE. volume 18. onde teve a oportunidade de atuar em casos de amputação de feridos e congelados em campos de refugiados.. Sándor denominou Terapia Organísmica ou Integração Fisiopsíquica. Sándor chegou ao Brasil em 1949.14). entre outros. São estes os preceitos sobre os quais se desenvolveu a psicologia profunda que emprega uma abordagem sintética e hermenêutica (SAMUELS et al. outras dentro da tradição da investigação “cientifica”. (. trabalhou no Hospital da Cruz Vermelha.. pela Faculdade de Medicina de Budapeste. Durante a Segunda Guerra Mundial. que sofriam de abalos nervosos. 2009 . 1988). depressão. reações compulsivas e que relatavam a sensação de possuir membros fantasmas. em 1969. Explica Cortese: Sándor movia-se dentro de uma perspectiva de busca característica da nossa época: a busca de integração de áreas distintas de saber – principalmente a área que se denominava religião e aquela que ainda se denomina ciência –. À prática. único. Húngaro. por ocasião de um evento promovido pela Sociedade de Psicologia de São Paulo. vista como o processo que conduz a pessoa à unificação de sua personalidade. Ela nos diz ainda que. Segundo sua observação. Antes disso. psique e matéria: Temos uma secreta intuição de não estarmos totalmente isentos desse lado negativo e de que. 2009 . que obedece necessaria- mente ao instinto. 2007). este projeta uma sombra – como todo corpo. 81-98. no calcanhar. Associando-nos a essa sombra. 1995. a mesma Autora propôs alguns princípios para a avaliação do contexto teórico da Calatonia em sua modalidade básica (PENNA. volume 18. não somos tridimensionais. na convergência tendinosa do tríceps sural na região posterior da perna. resultante de excessiva tensão oral e que se recuperou após tratamento com Calatonia integrada à psicoterapia de linha Junguiana. aliás. dizemos ‘sim’ ao instinto e também àquela dinâmica fabulosa que ameaça por trás dela (JUNG. São Paulo.84 Irene Pereira Gaeta Arcuri que desenvolveu. Mas este corpo é um animal com alma animal.1. Na mesma linha. mas sim planos. n. p. a Calatonia já era aplicada por vários profissionais que acompanhavam seu trabalho. Mauro (1969) e de Santis (1969) relataram suas experiências clínicas com a técnica da Calatonia em psicoterapia de adultos. Outro escrito de Jung esclarece a ligação entre mente e corpo. 35). ilusórios. pelo fato de termos um corpo. Mais recentemente. Rev. se renegarmos nosso corpo. e na nuca. um sistema vivo. o método tem sido divulgado em cursos de especialização e grupos de estudos realizados por colaboradores e estudiosos de Sándor em universidades e clínicas particulares. Assim. estes toques sutis resultam em uma significativa descontração muscular. Psic. Nesse mesmo evento. isto é. conhecido também por Calatonia. entretanto. Durante os últimos anos. as observações publicadas representam uma pequena parcela das experiências clínicas de profissionais que empregam o método calatônico – muitas outras têm sido registradas em relatos orais. O método de Calatonia proposto por Sándor (1982) consiste em estímulos monótonos por meio de toques leves nos dedos e nas solas dos pés. Penna (1976) expôs o caso de uma menina de cinco anos vítima de grave síndrome da articulação têmporo-mandibular. 2009 . Com o objetivo de exteriorizar a experiência vivida. n. sem determinação prévia dos resultados a obter com o trabalho corporal. para que haja oportunidade ampliada de manifestação e desenvolvimento dos potenciais dos indivíduos. as sensações. Calatonia e Arte 85 Daí se depreende que precisa haver uma integração entre os dina- mismos corporais e psíquicos. pode ser encarado como o lugar inevitável da experiência psíquica humana. de um contato consigo mesmo. 81-98.Psicoterapia Junguiana.1. trazem informações sobre esta estrutura. sentimentos e pensamentos despertados. com a consequente regulação do tônus psíquico – o que atende à definição de Sándor e Jung de que existe um continuum entre corpo e psique. Rev. Existindo necessariamente no tempo e no espaço. São Paulo. a Calatonia tem função ampliada no contexto da Psicologia Analítica. De acordo com o entendimento de Rios (2009). proponho a realização dos nove toques sutis nos pés e nas pernas que compõem a Calatonia. costumo recorrer à prática de respiração – conhecida na prática yogui como pranayama – que sugere a observação da respiração na busca de um estado de silêncio interior. se repetidos em sessões semanais. CALATONIA E MANDALAS NA ATUAÇÃO CLÍNICA Em meu trabalho de atendimento em Psicologia Clínica. em sua concretude. Segundo explica. mas uma regulação do tônus corporal. organiza e nos coloca em contato com nossa natureza animal. os toques criam um condicionamento no qual se busca não necessariamente um estado de relaxamento. tão primitiva e ao mesmo tempo cheia de vida (RIOS. 2009. as imagens mobilizadas. proponho a prática da Calatonia seguida por pintura de mandalas. no prelo). Como primeiro passo. Compreender a singularidade das reações significa traçar objetivos de acordo com a situação estabelecida. conecta-nos com uma dimensão da realidade que. define. da maneira mais espontânea Psic. sugiro a reali- zação de desenhos em forma de mandalas. volume 18. Na sequ- ência. com seus limites. Rios escreve: O corpo. A maneira como ele responde ao estímulo. ainda. Ofereço. Posteriormente. 2009 . percepções e cognições. aquarela. desenhadas ou pintadas pelo paciente. ele suprime aspectos inconscientes da sua personalidade. implica que. de forma a facilitar a integração de aspectos de sua personalidade. Minha prática . alcançar o sentido profundo das imagens com alta carga afetiva. terem efeito terapêutico considerável sobre seus autores. para isto. é empiricamente comprovado. atribuindo-lhe sentido singular. Lembrei-me de Sándor para quem “a Psic. giz de cera. Há fortes indicações de que a racionalidade imposta ao homem ocidental moderno. além de compreensível. Ao terminar. não raro.1. Na experiência que desenvolvo.nos atendimentos clínicos realizados . Relato clínico Depois de aproximadamente dois meses de terapia. para conseguir ser altamente disciplinado e organizado.86 Irene Pereira Gaeta Arcuri possível. n. em certas circunstâncias. expressando a experiência com a Calatonia ou as imagens surgidas no decorrer do processo. pastel. Ou seja: a arte é entendida como potencializadora. que a simples tentativa nessa direção usualmente apresenta efeito curativo. por sugestão de Maria. começamos uma sessão. tinta etc. Nossa Senhora e Krishna. tentativas ousadas de ver e reunir opostos inconciliáveis na aparência e de vencer divisões que parecem intransponíveis. surgindo como recurso que propicia a observação da experiência vivida na Calatonia. volume 18. com experiência e certa dose de sensibilidade. pensamentos. Maria relatou ter visto cenas de Cristo. Rev. 81-98. solicito a observação da produção e um relato escrito acerca do processo vivido e da percepção do indivíduo sobre os seus próprios sentimentos. Descreveu sentir uma profunda paz. Jung afirma. São Paulo. diversos materiais: papel branco com um círculo no centro. Jung lembra-nos que o fato de tais imagens. É possível então. posto que representam. podem ser expressos conduzindo a uma ressignificação e integrados à vida da pessoa. os fenômenos da ampliação da consciência. o que lhe tem trazido sofrimento.é uma tenta- tiva de promover a ampliação da consciência das pessoas. através da apli- cação da Calatonia no contexto da Psicologia Analítica. com uma aplicação de Calatonia. mediados pela arte. 1. Agora. não podem ser descritas com exatidão. poderosas. exatamente por isso. lápis de cor. fascinantes. A interação com os diversos materiais em atividades plástico-expressivas mobiliza de maneira predo- minante um nível de funcionamento humano baseado na experiência do sensório-motor. carrega em si um lado incons- ciente e sua aproximação da consciência vem acompanhada de forte carga emocional. tinta. p. por definição. perceptivo. que permite espontaneidade. fluidez e singularidade na livre expressão. volume 18. 81-98. trazia a Maria uma nova possibilidade. retratando sua expe- riência (v. 10). Tal qualidade de expressão transita por vários níveis cognitivos simultaneamente. Decidi. o reaparecimento destas imagens. quando Maria não podia revelar sua experiência espiritual para ninguém. 2009 . Reme- tiam a um conteúdo da sua infância. Os símbolos com que Maria tinha entrado em contato eram religiosos. assim. pastel. São Paulo. fornece bases para diálogos em termos de exploração biográfica” (SÁNDOR. aquarela. compreendemos que experiências de ativação simbólicas são numinosas. depois da prática de Calatonia. Nesse momento. Maria optou pela aquarela para criar a mandala. afetivo. ficou separada da própria raiz do caminho da espiritualidade. Rev. misteriosas e. pensei na importância da utilização da arteterapia para facilitar a expressão de componentes simbólicos. Na ocasião em que Maria teve a experiência de ver Nossa Senhora e não pôde expressar. continuar a explorar a experiência relatada por Maria. A forma de trabalho apresentada nesta Psic. Solicitei a pintura de uma mandala que simbolizasse sua experiência. O acesso ao numinoso estava interditado. Calatonia e Arte 87 variedade do material surgido. 1982. O símbolo. estamos lidando com a hipótese dos mecanismos de autorregulação psíquica. proporcionando um continente às suas experiências internas. Ao permitir que a paciente escolha o material. Ofereci várias possibilidades de materiais: giz de cera.Psicoterapia Junguiana. A aquarela é um material de controle difícil. Dentro da abordagem Junguiana. que provêem naturalmente os canais adequados para a expressão simbólica. 99). isto é. fornece a fluidez que foi necessária para elaborar os conteúdos do momento específico vivido pela paciente. O próprio material entra no campo simbólico. p. n. exilada do processo psíquico produtor de imagens. enri- quecedoras. A disponibilidade ao diálogo com o inconsciente. segundo Maria. em que se entra além destas limitações. representada pela imagem que surgiu na infância e. Rev. Nossa Senhora e Krishna.1. 81-98. que postula que há na psique individual uma capacidade criativa capaz de encontrar seus próprios caminhos. Figura 1. Mandala em aquarela simbolizando Cristo. volume 18. n. Na riqueza de sua experiência. atividades específicas pré-programadas para o paciente. agora. São Paulo. facilitou a emergência das imagens como possibilidade integradora. Nossa Senhora e Krishna – constitui-se uma vivência além do tempo. Psic. vivida pelo ego que se submeteu voluntariamente à Calatonia. porque se fundamenta no conceito de individuação. 2009 . na vivência de relaxamento – a visão de Cristo.88 Irene Pereira Gaeta Arcuri pesquisa se diferencia por não propor materiais. p. Este rompimento da cultura e do tempo surge como uma possibili- dade integradora. “o Self simboliza a infinidade do arquétipo. e podem aparecer. quando diz: “A calatonia possibilita também uma aproximação. é a companhia misteriosa que tem instigado as reflexões humanas desde o advento da consciência e. e qualquer coisa que um homem postule ou conceba. Segundo Samuels. As imagens divinas universais. nem mesmo dentro da tradição ocidental judaico-cristã. 1989.1. Nossa Senhora e Krishna – figuras coletivas. O conteúdo da visão de Maria . volume 18. como ocorreu para Maria. Esta questão é relatada por Sándor (1981.. seus medos.Cristo. p. Na experiência da ampliação da consciência. n. em escala extensa. Calatonia e Arte 89 Como apontam Giglio e Giglio: Partindo da concepção junguiana de que o desenvolvimento espiritual seja um aspecto do processo de transformação implicado na individuação. uma experiência que leva além do estado ensimesmado. assim. por exemplo” (SAMUELS. tem um poder inegável de mobi- lizar nossa esfera afetiva (GIGLIO & GIGLIO. tais como Krishna – de uma cultura diferente do universo de Maria. mais do que isto. sua dúvidas. 120). [consideramos] o Transcendente (como) aquela que excede o lugar cotidiano da vida humana. especificamente do Hinduísmo – mostram o papel da hierofania como elemento fundante de qualquer religião. como sendo uma totalidade maior do que ele próprio. encontrou nos pés uma porta de acesso ao universo inconsciente das imagens. O transcendente e o que tão bem Rudolf Otto e Jung chamam de numinosus. 2009 . uma imagem da cultura indiana. São Paulo. evidencia a experiência de caráter arquetípico da imagem. Psic. p.. o ego se coloca em contato fluido e dialético com as imagens do inconsciente. O significado que Maria atribui a sua experiência é de paz. 2004. pode se tornar um símbolo do Self – Cristo ou Buda.. a campos extra-racionais da psique.Psicoterapia Junguiana. de forma espontânea. no qual ele se estrutura e se percebe. ao receber os toques sutis. 81-98. 10). Maria. dentro da totalidade a que chamamos de Self. da saúde mental e mesmo da saúde em geral.. 445). Rev. que não teve uma educação religiosa. algo que supera seu conflito existencial. e da importância da religiosidade no campo do desenvolvimento da persona- lidade. anunciando a gestação do filho de Deus. Um ego rígido está sujeito à invasão do inconsciente. compreender de fato a experiência emocionalmente intensa que clamava por vida. remete-a à questão do amor universal e impessoal que pode ser representado pelas figuras de Cristo. A experiência da imagem transcendente pode apontar para um caminho de realização consciente dos potenciais psíquicos contidos no Self. na medida em que propõe o princípio de alteridade. quando o ego se propõe ao imprevisível trazido por este. ainda que fosse difícil. neste momento. Maria parecia. estar vivenciando estas questões. Um ego mais fortalecido e. como acon- tece na Calatonia e outros recursos. 2009 . nesse momento do processo terapêutico. Ela responde ‘sim’ para a proposta de Deus que lhe veio por meio de um anjo. A função terapêutica permitiu a passagem de um conteúdo inconsciente. Esses conteúdos podem aparecer em forma de sonhos. ao apresentar ao seu ego as imagens simbólicas de caráter arquetípico.1. fantasias. flexível é capaz de assimilar a imagem proposta pelo inconsciente sem ser invadido por ele. Um dos mandamentos cristãos é amar ao próximo como a si mesmo. Assim se comporta o ego que se propõe ao diálogo com o inconsciente.90 Irene Pereira Gaeta Arcuri aos conteúdos uma vez já conscientes e aqueles que nunca o foram”. Maria pode entrar em contato com este centro. como solução possível para o problema. o que significa a possibilidade do relaciona- mento do Eu com o outro e suas sombras. transmutado ou transformado em outro conscientizado. portanto. Krishna e Nossa Senhora. com o mal contido tanto no Eu quanto no outro. o inconsciente constela conteúdos compensatórios. n. 81-98. Psic. Rev. As visões traziam de volta os conteúdos que ficaram ocultos referentes à sua experiência espiritual. O símbolo de Cristo traz integração de opostos. para ela. O inconsciente de Maria. Nossa Senhora caracteriza-se pela aceitação consciente do Novo e do Imprevisível. imagens. volume 18. não assimilado. por uma expressão. e permitiam que Maria ampliasse sua consciência. Quando o ego se encontra em uma situação para a qual não há saída visível. São Paulo. Krishna é o representante do Verbo Divino ou Logos (Cristo em nós). é dinamicamente ativo e escravo da sua atividade. vivenciando- Psic. o Si-Mesmo psicológico é um conceito transcendente. reverenciar este princípio vital gerador de tudo o que existe – a Grande Mãe -. 2005. A mulher pode se perceber como fonte de vida.Psicoterapia Junguiana. ou seja. 58). Calatonia e Arte 91 Para Almeida o arquétipo da Grande Mãe pode levar a transforma- ções na percepção da vida e da personalidade.. Como. 2009 . p. impulso para o processo de individuação ou realização de si mesmo. quase contínuo entre estas palavras de Krishna e as de Cristo e seus iniciados. “Conhecereis a verdade. volume 18. 2000. p. 81-98. O nome original do Ser Realizado. O homem ocidental. representando. p. sem ser escravo de nenhum dos seus atos – é esta a sabedoria que permeia todas as páginas do Bhagavad Gita. assim. não pode deixar de descobrir um paralelismo. parece buscar a integração dos opostos represen- tados nas imagens de Cristo e Krhsna. Rev. pelo fato de exprimir a soma dos conteúdos cons- cientes e inconscientes ele só pode ser descrito sob a forma de antinomia (JUNG.1. ao transitar nestes dois universos distintos. Para Rohden: Quem conhece o Evangelho do Cristo e os escritos dos seus grandes discí- pulos. Tal enraizamento só poderá acontecer a partir de uma experiência egóica.) A luz brilha nas trevas e as trevas não a prenderam” (ROHDEN. Maria precisa enraizar a experiência do Self.. Ele possui como encarnação da individualidade os atributos da unicidade e da singularidade. O oriental é inclinado a ser estaticamente passivo. e a verdade vos libertará (. que pode levar as transformações na sua percepção da vida e na personalidade (ALMEIDA. Cristo representa o Si-Mesmo. sobretudo João e Paulo. A Suprema Individualidade de Brahman. Jung diz que: Não há dúvida de que no Universo das concepções cristãs. São Paulo. o orador do Bhagavad-Gita. via de regra. n. toda sua fonte de feminilidade.62). 165). Agir com intensidade. perceber toda a natureza criadora. Maria. porém. 1981. Tais entraves emocionais podem relacionar- se a registros ocorridos no começo da vida humana. mobilizando as defesas de natu- reza dissociativa que.ou até impedem .1. na escolha profissional. n. reprimem os conteúdos não integráveis. na escolha do lugar para morar. para a proteção da vida. a atmosfera emocional da vida adulta. na vida real. de sua expressão e posterior apaziguamento ou não. Por esta via. mas não tem como decodificar. o que vai determinar a percepção de mundo. Ela registra. não é acessível à consciência. deixando um arquivo em sua memória implícita. contidos na memória corporal e no inconsciente. favorece a ampliação da consciência. já que não possui aparelho psíquico adequado. ainda. sendo continente ou não. dificultam . no contexto da psicoterapia e segundo a orientação da Psico- logia Analítica. As experiências podem ser.o desenvolvimento de experiências de vida criativa. Ela aborda a maneira pela qual a aplicação da Calatonia e da Arteterapia. é possível sistematizar alguns conceitos e uma proposta de aten- dimento. O bebê. nem sistema nervoso suficientemente desenvolvido para compreender cada uma. adap- tando-se ao mundo exterior. 81-98. Rev. experiências ameaçadoras no passado e levam à evitação defensiva. emocionalmente. transformar ou compreendê- las. Isto pode resultar em inabilidade para aprender com novas experiências e em falha para modificar os modelos Psic. A criança apenas apreende e registra o fato de viver em um mundo que é sensível às suas necessidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percorridos os aspectos fundamentais do objeto de análise deste estudo. encontrando sentido nas coisas do cotidiano. registra as experiências emocionais na intersub- jetividade. Nesta primeira construção de identidade e separação entre o eu e o mundo. acarretando uma exclusão do relacionamento. em qualquer encontro posterior que ative o esquema. propicia a superação de entraves emocionais que. uma vez que ocorre em fases de vida anteriores ao seu estabelecimento. de caráter traumático.92 Irene Pereira Gaeta Arcuri a de forma integrada. a experiência possível coloca-se no ciclo de vivências de necessidade. volume 18. O registro emocional que vai se formando a partir da repetição das experiências. São Paulo. 2009 . no início e na constituição da psique. 81-98. originando o que Jung descreve como complexos. constitui-se na relação com a mãe. anteriores ao estabelecimento da consciência. com muito cuidado. perceptíveis e alimentadores. para evitar sua desintegração. A incapacidade do bebê de compreender sua vulnerabilidade – e a inocência da mãe em relação a esta condição – colocam a mulher numa posição arquetípica. ele próprio assume também o dever de monitorá-lo e protegê-lo.1. se o Self guia a personalidade e converte as constelações de medo do ego em estágios de transformação. sensações e procedimentos não verbais. capaz de reagir também com sensibilidade às suas necessidades. Rev. de entrincheirá-lo na mandala da consciência e guardar os portos de entrada e saída. que teve a experiência repetida de respostas maternas previsíveis de cuidados sensíveis. implicitamente. em alguma medida. por meio de trajetos neurológicos baseados no funcio- namento do hipocampo e das amígdalas. o ego representa o Self. vai registrar essas experiências no cérebro. Psic. na especificidade que delineia o trabalho corporal como uma forma de aproximação da dinâmica que se estabelece entre a mãe e a criança. Seria interes- sante estudar o recondicionamento dos trajetos neuronais da memória em relação com as vivências de relaxamento e expressão artística. mas determinam nossa percepção de mundo e dos relacionamentos atuais. o conceito de memória implícita: aquela em que se registram. 2009 . hoje.Psicoterapia Junguiana. Eles são inacessíveis à consciência. A criança com apego seguro. com certeza. Calatonia e Arte 93 funcionais internos que permanecem encapsulados e dissociados do resto da psique. Por outro lado. Vem sendo estudado. a existência passa a ser uma experiência infinita de metamorfose criativa. Outra possibilidade de continuidade para este estudo poderia envolver o conceito de relação transferencial entre paciente e terapeuta. e construir uma imagem de mundo positiva. Ou seja. n. na qual. volume 18. Com esta relação. São Paulo. que levar em consideração os novos conhecimentos desenvolvidos pela neuropsicologia. Uma continuidade para este estudo teria. O desenvolvimento da memória implícita depende do apego. nos primórdios da vida. (Org. (10) 102-111. Arteterapia de Corpo e Alma. Publicação do Curso de Cinesiologia. I. são prisioneiras de si mesmas. como um fio condutor de Ariadne. (2004a). Revis Hermes. n. Memória Corporal – O simbolismo do corpo na trajetória da Vida. Revista Hermes. sobretudo para as pessoas que. Arteterapia e Calatonia. Técnicas Expressivas Coligadas a Trabalho Corporal. volume 18. As considerações tecidas não encerram meus questionamentos acerca da ampliação da consciência. com inquietações sobre a grandiosidade da natureza da psique humana. (2004c). Arte & Self – Uma experiência Espiritual. poderão ser úteis à redução do sofrimento.) Temas em psicologia da religião. devido a experiências que não puderam ser nomeadas. de uma maneira geral – aqueles questiona- mentos que têm me acompanhado por toda a vida. In: ANCONA- LOPEZ.) (2004b). à abertura de oportunidades para melhores condições de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Arcuri.G.94 Irene Pereira Gaeta Arcuri Em face de um contexto assim delineado. É o que espero. que lhe escapam da consciência ou da compreensão intelectual. os resultados ora apre- sentados podem ser úteis no que diz respeito à ampliação da consciência para um possível entendimento de tal labirinto. (2007). São Paulo: Instituto Sedes Sapientiae. (9).1. simplesmente. 81-98. (Org. 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