Prova um momento privilegiado de estudo não um acerto de contasINTRODUÇÃO No livro de Vasco Moretto cujo título é Prova um momento privilegiado de estudo não um acerto de contas, o autor discute com muita clareza e exemplificando a questão do avaliar, que está diretamente relacionado com o processo de ensino e a percepção do entendimento do aluno. O autor propõe como objetivo do livro ajudar professores na prática do dia-dia. O livro é dividido em dez capítulos. No primeiro capítulo discute: O sucesso no ensinar, em seguida o Ensino para competências; terceiro: Aula: reflexo da epistemologia do professor; quarto: O processo de apropriação do conhecimento; quinto: Como age o mediador; sexto: O papel da linguagem; sétimo: Uma função social da escola; oitavo: O papel dos conteúdos, nono: Avaliar com eficácia e eficiência e no capítulo dez: A prova operatória: ressignificando a Taxionomia de Bloom. No dia-dia para avaliar o processo de aprendizagem o professor precisa elaborar provas que mostrem o rendimento dos alunos, mas segundo Moretto é preciso avaliar com eficácia e eficiência transformando as temidas provas em mais um momento de construção de conhecimento. Dar a avaliação um novo sentido é transforma-la em oportunidade de o aluno ler, refletir, relacionar, operar mentalmente e demostrar que tem recursos para abordar situações complexas. dependerá de como é formulada a prova e o que nela se pergunta. isto é. O objetivo de quem ensina é fazer com que os alunos atribuam significado ao que estão fazendo sem para isso utilizar técnicas da memorização. reprodução de modelos e informações.MORETTO. Para resolver uma situação complexa.ed. é relacionar o conhecimento elaborado com os fatos do dia-dia vividos pelo sujeito da aprendizagem ou por outros sujeitos. sem relações que lhes deem significado. o autor aborda que os resultados não significam. o primeiro elemento exigido é conhecer os conteúdos é que estes sejam relevantes e que faça sentido para o . Aprender significativamente é dar sentido à linguagem que usamos. por si só. Relaciona o conceito com três aspectos: primeiro é entender a competência como uma capacidade do sujeito. sucesso no ensinar.Rio de Janeiro: DP&A. 3. o terceiro é ligado aos recursos. Vasco Pedro. O processo de ensinar deverá sistematicamente ser reavaliado pelo professor. 2003 I – O SUCESSO DE ENSINAR O sucesso no ensinar. II – ENSINO PARA COMPETENCIAS Ensino para competências o autor demonstra que os rumos da educação para o momento social atual se voltam para novo foco: o desenvolvimento de competências em vários campos do saber. As estratégias de ensino também devem ser adequadamente escolhidas. apenas a analise das notas não é garantia de sucesso. assim ele analisa os conteúdos a serem propostos levando em consideração o contexto dos alunos. pois há nisso um falso pressuposto. pois. segundo é ligado ao verbo mobilizar. repetição de informações. Para que o real sucesso na aprendizagem aconteça é necessário que o professor estabeleça claramente seus objetivos ao preparar suas aulas. A competência no entendimento de Moretto é a capacidade do sujeito mobilizar recursos (cognitivos) visando abordar uma situação complexa. Prova – um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas. conheça os conteúdos que a envolvem e tenha habilidade de aplicar as relações ao contexto. Conhecer a linguagem especifica para resolver uma situação complexa é indicador de competência. provas duplas. Para cada campo do saber. Valores culturais são elementos que estabelecem o contexto cultural da situação.. que se manifestam de formas diversas. ex. É necessário ensinar ao aluno que a avaliação nada mais é do que um momento especial do processo da aprendizagem. Outros componentes que se associa ao conceito competência são valores culturais. a comunicação se faz por meio de linguagens específicas. são fatores que buscam a interação com o outro facilitando a aprendizagem.. individuais ou em grupos) como momentos privilegiados de estudo e não como acerto de contas. específicos. . a competência em certo campo não significa ter a linguagem apenas daquele campo. Outro componente relacionado à aquisição de competências é o que se chama de linguagens. encarando as provas (escritas ou orais. da linguagem adequada e de uma habilidade desenvolvida. mas só em uma há manifestação do conhecimento dos conteúdos específicos. em contextos diferentes.sujeito dentro de seu contexto. é preciso que o sujeito domine a linguagem especifica. Aos poucos. Assim. O termo habilidade esta associado ao “saber fazer” algo especifico então ele é associado a uma ação. oportunidades de consultas. de cada contexto e que precisam estar disponíveis para serem mobilizados ao se abordar uma situação complexa. Por exemplo. O entendimento do professor e a possibilidade de ações que levem os alunos a manifestar competências de acordo com situações. os alunos passam a perceber novos valores culturais. A diferença entre abordar uma situação complexa com habilidade e abordá-la com competência é que em ambas há um saber. mas conhecer os vários sentidos que a mesma palavra ou sentença possa ter. seja ela física ou mental indicadora de uma capacidade adquirida.. para resolver certa situação da matemática. Além de que precisa estabelecer relações significativas entre sua disciplina e outras áreas do saber. tendo em vista o contexto dos alunos. Ter habilidade é saber fazer. As . ao professor competente. onde sinta que junto com seu mundo intelectual. Cabe. Devem-se elaborar de maneira adequada as questões da prova e não colocar pegas para derrubar o aluno. seu mundo emocional é envolvido e cresce continuamente. em primeiro lugar. É importante também administrar valores culturais ligados à avaliação e além de que a linguagem utilizada nas provas deve ser clara e precisa para o comando das questões e uma criação de ambiente favorável ao controle das emoções.AULA: REFLEXO DA EPISTEMOLOGIA DO PROFESSOR Trás uma abordagem sobre o reflexo da epistemologia do professor onde se aprofunda a ideia do professor competente em sua ação de ensinar que esta diretamente relacionada com a forma que pensa sobre educação. tanto do ponto de vista de conteúdos estudo conceituais como dos processos de ensino.Dentro desta linha de pensamento. Conhecer o conteúdo da disciplina significa. Assim o professor necessita continuo estudo da disciplina. III. Conceitua-se também competência como a capacidade do sujeito de mobilizar recursos. ajudar o aluno a forma-se para a competência significa criar um contexto de aprendizagem onde o aluno aprenda a administrar suas emoções. utilizar diversos instrumentos de avaliação da aprendizagem para poder julgar sobre a possível competência do aluno numa situação especifica. identificar os sues assuntos relevantes. saber administrar aula. dentro da visão construtivista sociointeracionista é saber utilizar constantemente o método dialético no processo de interação. escolher estratégias adequadas para os alunos levando em consideração a características psicológicas e cognitivas. O que forma a epistemologia do professor é sua concepção do processo de produção do conhecimento e de sua estandardização e legitimação social. Saber dar uma aula com competência. onde ele se motive para aprender. Assim. cabe ao professor organizar estratégias que permitam a manifestação das concepções prévias dos alunos. o conhecimento é sempre uma construção social. mas uma representação que o sujeito faz do mundo que o rodeia. Portanto segundo o autor. estabelecer relações significativas. em função de suas experiências na interação com ele. reproduzindo o mundo físico e social. A primeira diz respeito ao fato de alguém ser capaz de repetir uma informação recebida. em que o professor é o transmissor do conhecimento. o conhecimento não é uma descrição de mundo. permitindo que estabeleça novas relações à medida que faça novas experiências. O aluno deixa de ser apenas um receptor-repetidor de informações para ser um elaborador de representações. o aluno é um construtor de representações significativas contextualizadas. do modo como o professor fez. Nesta relação o aluno apenas descreve o que aprendeu. ao propor um assunto a ser aprendido. IV. Este capítulo visa responder como o sujeito se apropria dos conhecimentos.aulas na qual o professor administra dependerá destes do entendimento destes fatores. A partir delas o professor . e o aluno é o receptor. Numa aula na perspectiva construtivista sociointeracionista. isto é. facilitador e catalisador do processo de aprendizagem. mesmo sem lhe dar significado e mesmo que o aluno responda de acordo com as expectativas. É um processo de natureza ontológico. repetidor das mesmas. O autor parte do pressuposto das diferenças entre os conceitos de interiorizar e apropriar-se de conhecimento. ampliando e transformando sua estrutura conceitual. Uma aula com a visão de um professor de entendimento epistemológico tradicional é elaborada descontextualizada do contexto do observador. pode-se dizer que ele interiorizou este conhecimento e provavelmente não se apropriou dele. O professor esta presente neste processo com mediador. Apropriar-se de conhecimento é construir conhecimento.O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO Discorre sobre o processor de apropriação do conhecimento. com outros conhecimentos já elaborados pelo sujeito. Caso não seja possível que o professor escrever seus objetivos. retomá-los no fim da aula. sobretudo.COMO AGE O MEDIADOR A maneira de atuar do professor necessita ter determinadas particularidades bastante precisas como é apresentado pelo autor. A partir dessas informações que o professor irá adequar seu planejamento e suas estratégias de ensino. conceitos. o objeto (objetos de conhecimento representados por conceitos e fatos) e o mediador (professor facilitador do processo da aprendizagem). V. A definição clara e precisa dos objetivos de ensino prepara o processo de avaliação da aprendizagem. Assim. O professor deve especificar seus objetivos. Entrar em sala de aula com alguns objetivos corretamente definidos é umas das condições para o sucesso de ensinar. linguagens e atitudes. É dessa forma que pode ser entendida a interação entre o sujeito (aluno). o mesmo se aplica ao conhecimento psicológico e cognitivo dos alunos. para que dessa forma o processor possa trabalhar valores. Em relação à avaliação da aprendizagem. Não apenas o professor deve saber os objetivos. Um dos fatores importantes para o sucesso no ensinar é o professor estabelecer com clareza e precisão os objetivos de ensino.organiza suas estratégias para o ensino. O conhecimento do contexto social dos alunos é de principal importância para o processo de ensino. mas os alunos também. sendo necessário que o professor saiba as características do grupo como um todo. para que os alunos compreendam pra onde estão sendo conduzidos. o professor precisa conhecer seus alunos quanto ao seu desenvolvimento cognitivo para poder organizar as condições de aprendizagem. é preciso que ele entre com seus objetivos estruturados no pensamento e que tenha cuidado de continuamente revê-los durante a aula e. é de extrema importância que o professor informasse aos alunos com certa . para poder explorá-las. Em cada nível de ensino e em cada contexto social e psicológico. arte de perguntar com clareza e precisão precisam ser desenvolvidas pelo professor para chegar à estrutura conceitual dos alunos. lembrando que essa é a função primordial do mediador do processo da aprendizagem. Como saber o que o aluno pensa e quais são suas concepções prévias é o primeiro passo para a apropriação do conhecimento pelo aluno. Do professor leva-se em conta seu poder de comunicação. discutido e estudado em sala de aula precisa ser avaliado. talvez. utilizando estratégias de ensino relacionadas com suas próprias características. norteando assim o estudo dos alunos. É válido destacar que nem tudo o que é proposto. O professor precisa conhecer-se. Uma razão nos parece fundamental: uma boa pergunta possibilita uma boa resposta. Ao eleger as estratégias o professor deverá ter em mente três variáveis fundamentais. claras e precisas. uma das competências mais importantes do professor. é preciso usar estratégias adequadas ao público alvo. Além dos objetivos para o ensino e avaliação da aprendizagem escolher as estratégias adequadas para a intervenção pedagógicas é de fundamental importância. já que há pontos que completam a compreensão da aprendizagem e que não constituem pilares fundamentais na estrutura conceitual. sua linguagem. Como a pregunta será recebida e analisada dentro do contexto do desenvolvimento cognitivo e . Dominar a arte de perguntar é. mas cuidando de adequá-las de seus interlocutores. Tão importante quanto saber perguntar é saber ouvir.antecedência o número de questões de suas prova e o objetivo de cada uma delas. sua experiência etc. do aluno. saber suas potencialidades e limites. É imprescindível que o professor de esforce para sempre fazer perguntas que contenham palavras de comando capazes de provocar respostas amplas. e da disciplina. relacionadas às qualidades do professor. ampliando assim sua zona de desenvolvimento. Identificar a melhor forma possível o repertório discursivo do aluno é resultante de dos componentes da interação: o saber perguntar e o saber ouvir. dentro de um contexto que é único dele. é desenvolvido outro conceito relacionado ao desenvolvimento do aluno: a zona proximal do desenvolvimento. ele se torna estável e estruturado para o sujeito. Quando se chega a escola. com atuação do professor na zona proximal do desenvolvimento é um conceito que se opõe ao processo que foi apresentado acima. pois visam identificar com certo grau de ensino. o que pode ocorrer é um ensino realizado dentro de um paradigma que favorece a acumulação de informações muitas vezes desconexas e que objetivam somente responder questões de prova. a resposta precisaria ser analisada dentro desse mesmo contexto. pois o componente “linguagem” passa a ter real siginificado. é a parte do processo de ensino que muda profundamente a forma de agir dos professores dentro da proposta construtivista sociointeracionista. isto é. pois visam identificar com certo grau de precisão as concepções previas do aluna e sua linguagem relativa ao assunto. Saber perguntar e saber ouvir as respostas são ações importantes no processo de ensino. Inicialmente é analisada a aprendizagem por acumulação. A aprendizagem por desenvolvimento. Quanto maior for essa zona maior é a probabilidade de . Então. Conforme. um conhecimento for elaborado significativamente. Buscar o significado dado pelo aluno para suas próprias palavras. um conjunto de símbolos e/ou sinais cujo sentido é dado dentro de um contexto específico. ou se eles estão apenas “decorando informações mecanicamente”.social do aluno. O professor precisa ter a sensibilidade e a competência para perceber se os alunos têm potencial para aprender significativamente as questões propostas. O aluno não tem oportunidade e nem é incitado a estabelecer relações significativas no universo simbólico que lhe é apresentado. O PAPEL DA LINGUAGEM Para os processos de ensino aprendizagem a linguagem se torna preponderante. Essa mediação se faz por meio da linguagem. Os conhecimentos construídos por meio de suas próprias experiências são sempre ressignificados num processo interativo. Cabe ao aluno a atividade de apropriar-se dos conhecimentos socialmente construídos e dar-lhes significado dentro do contexto em que ele. pois o sujeito sempre dependerá de outros para a solução de problemas que apresentem alguma especificidade. a linguagem é a forma de comunicação como os alunos. é o contexto do aluno. o do professor e do aluno.problemas abordados pelo sujeito serem resolvidos por ele sem auxílio de outros. O mesmo não ocorre quando a aprendizagem é apenas repetitiva e sem compreensão do significado. É a concepção que chamamos de autonomia intelectual. é o contexto do professor. sendo que esta adquire sentido no contexto em que é utilizada. O universo simbólico que o aluno já construiu é o seu contexto para aprendizagem e é esse contexto que serão ancorados os novos conhecimentos a serem construídos. sujeito. pois a construção do conhecimento se processa essencialmente por meio da linguagem. Já ao professor cabe elaborar atividades que facilitem ao aprendiz estabelecer relações significativas no universo simbólico proposto. reforçando a ideia de que todo conhecimento é uma construção individual mediada pelo social. o princípio fundamental da linguagem é: quem dá sentido ao texto é o contexto. Nessa comunicação. o contexto de ambos serão ligados pela linguagem. A função da linguagem é ligar contexto. VI. está inserido e também de seus estrutura conceitual. Para o professor. que terão que passar a adquirir significados comuns para que a comunicação se efetue dentro de sua finalidade que é a construção do conhecimento. Na interação professor aluno. . em “uma função social da escola” é analisado a importância que a escola tem em socializar o sujeito.74).. ajudar a formar” a ideia central consiste em que o professor assume papel que segundo o autor é o de “catalizador do processo de aprendizagem” tendo o professor como um planejador e facilitador de . Assim. não só o designando normais de convivência social. estandardizado e legitimado. Assim. No que tange ao “. sendo que a primeira obedece ao “período em que o indivíduo se torna membro de uma sociedade por meio dos primeiros elementos transmitidos pela educação em família” (p. Já a segunda “corresponde a um período em que o individuo se conscientiza da complexidade cada vez maior da realidade social na qual está inserido e aprende a analisa-la para compreender seu contexto social” (p. chamadas de socialização primaria e socialização secundária. o preparando como cidadão. VII. Estas servirão como âncoras para a construção de novas representações. mas para que esses tenham conhecimento da linguagem adequada para cada contexto e que tenham a capacidade de interpretá-las como tal.O professor sempre deverá entender que o aluno observará e descreverá os atos segundo suas experiências anteriores. sendo essa socialização dada em duas etapas. E mais. que levará em conta as representações já feitas pelo aluno. nem sempre é aconselhável que os professores se esforcem para “mudar” a linguagem de seus alunos. denominado “uma função social da escola” procurou-se fazer o encerramento das ideias principais do professor. É preciso considerar que quem dá sentido ao texto de uma linguagem é o contexto em que ela é utilizada. ela estará certa ou errada de acordo com esse mesmo contexto e não obrigatoriamente pelas regras formais da língua. A ressignificação de conceitos que o aluno fará deverá ocorrer por intermédio da linguagem do professor. agora de acordo com o saber socialmente construído. que seria o tornar transformador da sociedade onde ele vive.74). Assim é revelado o aspecto fundamental da escola na vida do aluno..UMA FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA No capitulo sete. assim. e exposto que a nova orientação é outra. portanto. Dessa forma. as especificardes da disciplina que leciona e os recursos disponíveis na escola. e que são mutáveis e modificados a partir do que é apresentado pelo professor. as características dos seus alunos. VIII. já que lhe era exigido uma série de informações isoladas. tendo como resposta a “cola” nos exames. isso é. que logo irá colaborar para sua evolução intelectual. Fatores que quando considerados altera ou não o poder ativo que o professor poderá exercer. já que hoje não é exigido do aluno extrema memorização.. A escola construtivistas vem para impor novos parâmetros ao processo de aprendizagem. lendo em consideração quatro fatores: suas qualidades pessoais. onde o foco estava na acumulação de dados pelo aluno. já que não daria privilégio ao . sendo que não pode haver na sala de aula.processo de aprendizagem. porém. ela é tida como fraca. marcada pela exposição dos conteúdos por conteúdos e da excisava necessidade de memorização ordenada por parte dos alunos.. e sim uma relação interativa e dinâmica entre as partes que possa fazer o processo de aprendizagem o mais proveitoso possível. gerentes de informações e não meros acumuladores de dados” é retratado o quadro atual onde a informatização de dados e a capacidade de armazenamento dos computadores trás a tona aspectos da escola tradicional. fica claro na opinião do autor que tanto o aluno quanto o professor exerce papel ativo no processo de aprendizagem. porém. mas o foco deve estar na “preparação das condições para que o aluno seja competente. seja capaz de estabelecer relações significativas no universo simbólico das informações existentes” (p. e que os métodos de avaliação se baseavam-se nesse conceito de maior armazenamento de informações. por parte do aluno o papel de mero “escutador” e do professor de “falador”. Em “. Dessa maneira vale ressaltar que o aluno trás para a sala de aula conhecimentos prévios.84).O PAPEL DOS CONTEÚDOS O capítulo começa mostrando que o termo “conteúdo” pode ser muitas vezes confundido com a “escola conteudista” essa que virou sinônimo da escola tradicional. . assim. os procedimentos – é um conjunto de ações ordenadas e com um fim. solidariedade. a escola classificada como tradicional deu mais ênfase aos conteúdos procedimentais. É entendido como conteúdos conceituais “aqueles que constituem o conjunto de conceitos e de definições relacionados aos saberes socialmente construídos” (p. desenhar. calcular.87) A importância dos conteúdos factuais aparece quando eles constituem um contexto para uma circunstância complexa a ser acometida.” (p. isto é aos conteúdos. assim. as estratégias. não preparando os alunos para os vestibulares. os conteúdos atitudinais. quer dizer dirigidas para a realização de um objetivo. estando inserida uma série de valores como. respeito. acontecimentos. Em resposta as escolas de cunho construtivistas ressaltaram que “nossos alunos não estão sendo preparados para a vida e não para os vestibulares” Em conseguinte. as destrezas ou habilidades. fenômenos socialmente construídos e diretamente observáveis etc. inferir.87) Dessa maneira. as técnicas. classificar. Por fim. o autor trás Antoni Zabala (ZABALA. é visto que é dado mais importância aos resultados do que aos procedimentos. é de cunho do professor a escolha desses conteúdos. observar. Já no que tange os conteúdos procedimentais. tais conteúdos são de extrema importância no processo de construção de representações significativas pelos alunos.43) Posto isso. espetar etc. “Um conteúdo procedimental – que inclui entre outras coisas as regras. os métodos. com clara exatidão de seus significados nos contextos que são expostos. assim.conteúdo. 1998) que apresenta um conceito claro. traduzir. a escola nesse aspecto é de relevância. situações. recortar.” (p. São conteúdos procedimentais: ler. em “Conteúdos factuais e conceituais” é compreendido como “conhecimentos relativos a fatos. saltar. que consiste de forma básica nas atitudes que o sujeito poderá atuar de forma correta. a medida que forma para a vida e para a vivencia em sociedade. segundo o autor deve ser trabalhado de acordo com o contexto dos outros vistos no processo de ensino. a hora de “acertar” as contas com o professor. o aluno e o conhecimento. Prova: um momento privilegiado de estudo . A aprendizagem do aluno tem sido um tema muito discutido. onde notas boas traduzem uma satisfação do ensino que é repassado ao seu filho. estimulado por condições externas criadas pelo professor. Deixa claro que a construção do conhecimento é um processo interior do sujeito da aprendizagem. Parte do princípio que o aluno não é um simples acumulador de informação. A avalição é parte integrante do ensino da aprendizagem. muito se se tem escrito e falado sobre a avaliação da aprendizagem.AVALIAR COM EFICIÊNCIA E EFICÁCIA. onde o aluno tem a obrigação de devolver ao professor o conteúdo que recebeu ao longo das aulas. IX. Para os alunos esse processo também se tornar assustador. Já para os pais as notas também não representam seu real papel. A perspectiva construtivista sociointeracionista propõe uma nova proposta para a relação entre o professor. Paulo Freire chama de “educação bancária”. Muitos professores não sabem como tornar o processo avaliatório como algo que não seja uma mera cobrança de conteúdo. não deve ser concebida meramente como um repassar de conteúdo prontos e acabados. Cabe ao professor o papel de mediar o processo de aprendizagem. muitas vezes irreal. O sistema escolar gira em torno desse processo tantos professores e alunos se organizam em sua função. Diante disto a avaliação precisa ser analisada e assumir outra função no processo pedagógico. Avaliar a aprendizagem tem um sentido amplo. os conteúdos atitudinais. visão que o livro chama de tradicional.honestidade. ele é construtor do seu próprio conhecimento. gerando um desconforto da sua parte por não conseguirem atingir suas metas. representando uma visão pedagógica tradicional. indicadores interpretados pelos professores nem sempre revelam fielmente o que o aluno pensa. com instrumentos variados. A contextualização presente. A parametrização é a indicação clara e . No processo de análise foram divididos em dois blocos. o conhecimento mecânico é instável e isolado. procuram-se métodos para uma boa elaboração de provas. A utilização de palavras de comando sem precisão de sentido no contexto. o de características das provas tradicionais e o de características de provas na perspectiva construtivista. não sendo o aluno um simples acúmulo de conteúdo. não deixando claro o que realmente se pretende como objetivo na questão aplicada. o texto deve ser parte integrante da questão. Ao invés de negar a prova escrita como método de avaliação. Já as provas elaboradas no contexto construtivista apresentam características que servem de parâmetro. Não havendo nenhuma conotação pejorativa para a primeira. Com base nesses princípios foram analisadas algumas características de provas escritas aplicadas em quase todo o Brasil para uma melhor compreensão de acertos e erros na elaboração de uma prova. Dentre as características tradicionais destacam-se três. A exploração exagerada da memorização por parte do aluno. não permitindo por parte do aluno uma parametrização correta da questão. a avalição não deve ser um acerto de contas. A proposta construtivista sociointeracionista se baseia em alguns fundamentos e princípios que sustentam essa concepção. sendo o mais comum em nossa cultura a prova escrita. É preciso ressaltar que a avalição da aprendizagem deve ser coerente com a forma de ensino. A falta de parâmetros para a correção por parte do professor.A avalição é feita de diversas formas. mas no contexto atual são situações que não cabem mais a ser aplicadas. sendo eles: A aprendizagem é um processo interno de conhecimento do aluno. deve seguir a mesma abordagem da construção do conhecimento. o conhecimento é um conjunto de relações estabelecidas de um universo simbólico. No caso de Bloom foi escolhido o critério da complexidade das operações mentais necessárias para alcançar determinados objetivos. A palavra taxonomia significa classificação. aplicação. compreensão. o assunto que ficou conhecido como “Taxonomia de Objetivos Educacionais” dado enfoque somente nos aspectos teóricos à avaliação da aprendizagem.precisa dos critérios de correção por parte dos professores. Sob o aspecto da complexidade é feita uma interpretação dos estudos de Benjamim Bloom (Bloom. forçando o aluno a argumentação.1971). síntese. a estrutura da questão a serem elaboradas. analise. Os objetivos segundo a taxonomia de Bloom visa a construção do conhecimento propostos em diferentes níveis crescendo em complexidade: (re) conhecimento. A partir desses princípios tem-se como elaborar provas dentro de padrões que estabeleça o seu real objetivo que é verificar se houve a aprendizagem significativa de conteúdos relevantes para a área do conhecimento que é ministrado. A exploração da capacidade de leitura e escrita do aluno. sendo esta fundamentada em critérios ou parâmetros escolhidos pelo classificador. A partir dessas operações mentais os critérios foram abordados quatro focos o conceito. X . . julgamento (avaliação). A proposição de questões que exigem do aluno operações mentais complexas não somente a transcrição. palavras as quais se julgam como adequadas para comandos de questões e alguns exemplos.A PROVA OPERATÓRIA: RESSIGNIFICANDO A TAXINOMIA DE BLOOM Preparar instrumentos de avaliação exige do professor conhecimento especifico habilidades para contextualizar e utilizar linguagens que tornem a questão clara e precisa. O primeiro nível a ser explorado é o (re) conhecimento neste nível de habilidade mental básica exigida é a identificação das propriedades fundamentais dos objetos de conhecimento. isto é. . Nela há a emissão de juízo de valor após as análises efetuadas. Por último o julgamento (avaliação). de Vasco Pedro Moretto. CONSIDERAÇÕES FINAIS O livro Prova um momento privilegiado de estudo – não um acerto de contas. já que esses estão diretamente ligados ao processo aprendizado.A compreensão além da identificação proposta no reconhecimento há uma indicação de elementos que dão significado ao objeto de conhecimento. Elas são aplicadas em situações e em problemas bem definidos. afim de ajudar os docentes nesse processo. As operações mentais nesse nível pressupõe o reconhecimento e vão alme. No decorrer dos capítulos são apresentados elementos de fundamental importância na construção da avaliação que os educadores devem considerar. Seguindo pela aplicação que se caracteriza pela transposição da compreensão de um objeto de conhecimento. faz-se uma síntese relacionando diversas partes para estabelecer as características do todo. que compreende em uma operação mental que parte do todo para a compreensão de suas partes. este é o nível de maior complexidade dentro da taxinomia. apresenta um novo significado para o processo de avaliação. Já a síntese é a inversa da análise. O próximo é a análise. sendo operações mais complexas. Para que a prova se torne um elemento na construção do conhecimento. e também nos mostra qual deve ser nossa postura e os elementos a serem considerados ao entrar em uma sala de aula. . Portanto. a leitura desse livro nos leva a refletir sobre o real significado do processo de avaliação e o que isso representa para os alunos e professores.Podemos concluir que avaliação é de suma importância e não deve ser considerada como um acerto de contas e sim como uma oportunidade para estimular o aluno a ler. refletir e expor sua criticidade.
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