Protocolo de Higiene

March 28, 2018 | Author: merlin2013 | Category: Prosthesis, Tooth, Dentures, Medicine, Medical Specialties


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Lewgoy HR • Matson MR • Matsushita MM • Forger SI • Tortamano P • Joly JCIntrodução Graças ao excelente comportamento mecânico e biológico dos implantes osseointegrados e também devido ao aperfeiçoamento das técnicas operatórias, o índice de sucesso destes tratamentos está cada vez maior1-3. A reabilitação oral com a utilização de próteses implantossuportadas não é apenas uma opção a mais, e sim, uma escolha que pode ser considerada como o padrão para a resolução de grande número de casos. Porém, isto não significa que não seja necessária a higienização dos implantes, pois o biofilme oral é capaz de provocar doenças peri-implantares conhecidas como mucosites e peri-implantites. Muitas vezes, estas doenças são assintomáticas e de desenvolvimento lento, porém, sua resolução tardia normalmente é bastante complexa e de prognóstico duvidoso4. Além disso, devido às doenças peri-implantares terem um desenvolvimento crônico, elas podem encobrir uma condição precária de saúde oral e, consequentemente, comprometer a saúde geral dos pacientes5. Para o verdadeiro sucesso dos tratamentos implantossuportados é imperativo a presença de um tecido gengival saudável ao redor dos implantes. Não apenas para garantir a estética, mas para garantir uma verdadeira condição de saúde oral e saúde geral. A desorganização mecânica do biofilme oral é o melhor caminho para atingirmos este objetivo, sendo fundamental o estabelecimento de um protocolo clínico de higienização para as diferentes possibilidades de reabilitação implantossuportada. Assim, os tratamentos terão maior longevidade e os pacientes terão uma melhor condição de saúde, que é o verdadeiro objetivo da Odontologia. Relato de Caso Clínico São propostas quatro diferentes possibilidades para a instituição de uma rotina de higiene oral em áreas de implantes. Uma opção para a fase pós-cirúrgica e três opções para a fase de manutenção, de acordo com a situação ou o tipo de prótese implantossuportada instalada. Foram selecionados seis pacientes que possuíam as situações propostas para ilustrar o protocolo de higienização com os acessórios mais adequados para cada caso. Fase pós-cirúrgica A manutenção das próteses implantossuportadas deve começar imediatamente após a cirurgia. É recomendada a utilização de uma solução de clorexidina a 0,12% duas vezes ao dia com bochecho suave pelo tempo de um minuto. A clorexidina elimina bactérias gram positivas e gram negativas. Sua liberação ocorre por um período de 12 horas, sendo o antisséptico de eleição para estes casos. Da segunda a quarta semana, pode ser utilizada em conjunto com a clorexidina, uma escova pós-cirúrgica com cerdas do tipo megasoft com apenas 60 µm de diâmetro. A higienização pós-cirúrgica deve ser cuidadosa. O grande perigo é o paciente bater a escova nos implantes em um momento muito crítico do processo de osseointegração. O treinamento prévio e o condicionamento do paciente nestes casos são fundamentais para garantir a higiene sem comprometer o sucesso do tratamento (Figuras 1). a Figuras 1 A higienização pós-cirúrgica deve ser cuidadosa. b 12 ImplantNews 2012;9(1):11-9 Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Fase de manutenção Situação 1 – implantes unitários Para a higienização das próteses implantossuportadas unitárias é necessária a utilização de acessórios que possibilitem a desorganização efetiva do biofilme oral sem provocar traumatismos no sítio peri-implantar. A utilização de escova dental convencional, fio dental e escovas interdentais são fundamentais (Figuras 2). A utilização de escovas ultramacias com mais de cinco mil cerdas de apenas 100 µm de diâmetro permite a desorganização do biofilme oral de forma eficiente (Figuras 2). A parte mais importante da higienização dos implantes é a utilização das escovas interdentais. Elas possibilitam a higienização da região proximal com eficiência e sem traumatizar os tecidos do sítio peri-implantar e os componentes dos implantes, sendo fundamental a sua utilização para prevenção das mucosites e peri-implantites. As escovas interdentais do tipo prime possuem diferentes diâmetros de acesso e efetividade e permitem uma calibração precisa com uma sonda medidora do espaço interproximal. Isto possibilita uma utilização efetiva e totalmente atraumática (Figura 3). a b Figuras 2 Escova convencional ultramacia com mais de cinco mil cerdas. Figura 3 Diferentes diâmetros das escovas interdentais do tipo prime. ImplantNews 2012;9(1):11-9 13 Lewgoy HR • Matson MR • Matsushita MM • Forger SI • Tortamano P • Joly JC Nas Figuras 4 pode-se observar a sonda calibradora em ação, o que possibilita a correta escolha da escova interdental. Situação 2 – implantes múltiplos com prótese fixa convencional ou do tipo protocolo Tanto para as próteses fixas implantossuportadas convencionais como para as com extensão gengival do tipo protocolo somam-se as recomendações da Situação 1, com a utilização de escovas interdentais do tipo soft implant (mais longas e volumosas) e também das escovas do tipo unitufo (Figuras 6). Nas Figuras 5 pode-se observar a aplicação clínica da escova interdental em uma prótese do tipo protocolo sobre extensão gengival em resina acrílica. Nas Figuras 6 pode-se observar a utilização da escova unitufo com acesso lingual e vestibular. Esta escova possui cerdas um pouco mais firmes e previne a formação do cálculo dental na junção entre os implantes e os pilares protéticos. Qualquer tipo de prótese deve possibilitar a utilização de acessórios de higienização mecânica. Fica o alerta para todos os profissionais que reabilitam com a prótese do tipo protocolo, pois não é possível a confecção de sobre-extensões exageradas que impeçam o acesso à terminação dos implantes. Nas Figuras 7 pode-se observar um planejamento que possibilita estética e o acesso das escovas interdentais aos sítios peri-implantares. a Figuras 4 A sonda calibradora previne a retração gengival e o black space. b 14 ImplantNews 2012;9(1):11-9 Relato de Caso Clínico | Caderno Científico b a Figuras 5 Higienização do sítio peri-implantar com escova interdental. c b Figuras 6 Higienização com a escova Unitufo Solo. a ImplantNews 2012;9(1):11-9 15 Lewgoy HR • Matson MR • Matsushita MM • Forger SI • Tortamano P • Joly JC a Figuras 7 Deve haver equilíbrio entre estética e possibilidade de higienização. b Situação 3 – implantes com prótese do tipo removível (barra-clip ou bola) Para higienização das próteses implantossuportadas removíveis somam-se as recomendações das Situações 1 e 2, mais a utilização de escovas exclusivas para a higienização das próteses de acrílico. A reabilitação oral através da prótese implantossuportada removível facilita a higienização pela possibilidade de remoção do aparelho, porém, a higienização não pode ser negligenciada. Nas Figuras 8 a 10 pode-se observar uma sequência de higienização de uma prótese removível implantossuportada. Quando o acesso ao espaço protético for muito pequeno, a utilização do fio dental convencional ou do tipo floss tape também é adequada (Figura 11). a Figuras 8 Escovação da barra e utilização da escova interdental nos retentores. b 16 ImplantNews 2012;9(1):11-9 Relato de Caso Clínico | Caderno Científico a Figuras 9 Escova unitufo higienizando o clip da prótese removível. b a b c Figuras 10 Utilização da escova especial para a higienização da prótese removível. ImplantNews 2012;9(1):11-9 17 11. Braz J Periodontol 2011.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico implantes. Kishi M. 5. Hämmerle CHF. Berglundh T.26:88-99.2(1):343-56. J Clin Periodontol 2008.16:326-4. Infection at titanium implants with or without a clinical diagnosis of inflammation.21(2):25-35. Clinical trials on therapies for peri-implant infections. Lindhe J. É inquestionável que a fase de manutenção da reabilitação protética sobreimplantes é tão importante como a fase cirúrgica e está diretamente relacionada com o índice de sucesso dos tratamentos22. Peri-implant diseases: consensus report of the sixth European workshop on periodontology. Long time follow up of implant therapy and treatment of periimplantitis Swed Dent J 2007. é fácil imaginar um grande número de problemas no médio prazo.3(1):1-8. J Clin Periodontol 2008. Brägger U. Klinge B. Costa LC. um índice elevado de biofilme oral e uma história de perda dental pregressa por doença periodontal elevam a chance de doença peri-implantar em mais de dez vezes20-21.33(4):290-5. Perilli E. Com base nestes estudos.):7-66. Clin Oral Impl Res 2005. Plaque-induced inflammation around implants.9(1):11-9 19 . Nós. Control of peri-implant inflammation. Piconi S.188(Suppl. Do common infections cause stroke? Semin Neurol 2006. Salvi GE. 46 – Higienópolis 01244-010 – São Paulo – SP Tel. Além disso. “Gum bug. Salvi GE. Int J Oral Maxillofac Implants 2002. o estabelecimento de um protocolo de higienização de implantes para as diferentes possibilidades clínicas de reabilitação oral implantossuportada é fundamental para prevenir as doenças peri-implantares. Conclusão As orientações específicas que existem nesta área do conhecimento são muito vagas e pouco objetivas. Part II: presence of peri-implant lesions. Lindahl C. Lang NP. Adjuntive local antibiotic therapy in the treatment of peri-implantitis II: clinical and radiographic outcomes. Berglundh T. O estabelecimento de um protocolo clínico de higienização baseado em evidências científicas e experiência profissional pode garantir o controle do biofilme oral prevenindo as mucosites e as peri-implantites. Renvert H. Int J Oral & Max Impl 1992. Fonseca MA. Mombelli A. Implant Dentistry and the concept of Osseointegration: an historical perspective. Faseb J 2008. Clin Oral Impl Res 2007.29(Suppl. Lindhe J. An experimental study in the dog. 7. Lindahl C.17:696-702.13:281-5. porém. Heitz JL. Brägger U. 19. A systematic review of definitions of periodontitis and methods that have been used to identify this disease. Lang NP. Pjetursson B. 4. J Clin Periodontol 2009.15(1):1-7. Kebschull M. Hillenburg KL.):286-91. pois da mesma forma que os dentes naturais foram perdidos. 17. Pract Periodont Aesthet Dent 1991. Karoussis IK.35(Suppl. Ishihara K. Needleman I. 6. Clin Oral Impl Res 2004. possui menor quantidade de fibras colágenas e contém menor quantidade de vasos sanguíneos. Kosinski TF. Savage A. Renvert H. Mentag PJ. Renvert S. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Berglundh T. Borelli M. Roos-Jansåker AM. os autores deste trabalho. Luraghi C. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. o tecido do sítio peri-implantar não tem característica de uma cápsula protetora. Tonetti MS. Demmer RT. Barboza EP. Assim. Hallmon WW. 16.7:330-7. Treatment of periodontal disease results in improvements in endothelial dysfunction and reduction of the carotid intima-media thickness. Mills M. Diagnostic parameters for monitoring peri-implant conditions. 15. Clin Oral Impl Res 2007.23(4):1196-204. Trabattoni D.: (11) 3661-7846 hugorl@usp. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 8. Cole JW. Pacei M et al. Elkind MS. Meyle J. Nota de esclarecimento Nós. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área.36:458-67. Roos-Jansåker AM. Salvi GE. ou os membros de nossas famílias. Technical and biological complications/failures with single crowns and fixed partial dentures on implants: a 10 year prospective cohort study. Na realidade. Clin Oral Implants Res 1992. Salvi GE. leave my heart alone!” Epidemiologic and mechanistic evidence linking periodontal infections and atherosclerosis. Definition and prevalence of peri-implant diseases. ImplantNews 2012. poderá ocorrer o mesmo com os implantes endósseos. Heitz-Mayfield LJA. Consequentemente. A systematic review of the incidence of biological and technical complications in implant dentistry reported in prospective longitudinal studies of at least 5 years.3:11-6. não existe nenhuma evidência de que esta diferença possa prevenir o aparecimento das doenças peri-implantares de origem biológica. Transmission of periodontal disease associated bacteria from teeth to osseointegrated implant regions. Marinello CP. Annals of Periodontology 1997. 21. 3. Roos-Jansåker AM. Endereço para correspondência: Hugo Roberto Lewgoy Rua Goiás. Persson R.):282-5.):197-212. Karoussis IK. Brägger U. Lang NP. 14. Sullivan RM.br Referências 1. Papapanou PN. Persson RG. J Clin Periodontol 2002. Uma revisão de literatura. Nine-to-fourteen-year followup of implant treatment. 2.35(Suppl. É um mito imaginar que os implantes são mais resistentes do que os dentes. 10. Persson L. Eaton KA. nem trabalhamos como testemunha especializada. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. 20. Sumida S. Rapley JW. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Okuda K. 9. Müller S.):116-27. Renvert S. Guerra RR. Tratamento das doenças peri-implantares: experiências passadas e perspectivas futuras. Lang NP.89(9):879-902. Association between periodontal and peri-implant conditions: a 10 year prospective study. Zitzmann NU. Persson GR. J Clin Periodont 2006. Ericsson I. 13. Bauman GR. Liljenberg B. J Calif Dental Assoc 2001. Granjeiro JM. Int J Oral Maxillofac Implants 2004. possui menor capacidade de defesa frente a agressões exógenas comparativamente aos tecidos periodontais dos dentes naturais. pois justamente estes pacientes acometidos por doenças periodontais são os principais candidatos aos implantes. Casado PL. Moles DR. 18. J Den Res 2010.29(11):737-45.19(Suppl. Soft tissue reactions to a plaque formation at implants and teeth. 12.18:509-16. **Professor adjunto I – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Banco de ossos.001). na faixa etária de 33 a 66 anos. além de ser uma técnica menos invasiva. os pacientes foram submetidos a cirurgia de instalação de implantes.9 mm on the right side. Recebido em ago/2011 – Aprovado em out/2011 Alysson Marconni Holanda Lima* Euler Maciel Dantas** Taciana Cavalcanti Abreu*** Adilson Amâncio Lemos Filho**** Wilson Roberto Sendyk***** *Professor adjunto III – Universidade Potiguar – UNP. juntamente com boa estabilização primária dos implantes. Aloenxerto. Para análise estatística. quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino. ImplantNews 2012.8 mm no lado esquerdo. por meio de mensurações em tomografias computadorizadas. ABSTRACT Homogenous transplants are among the most used techniques used for bone reconstruction. represented by an average gain of 5. ****Especialista em Prótese Dentária – Academia Norte-Rio-Grandense de Odontologia. Allografts.05. ***Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – Universidade do Pernambuco – UFPE. The purpose of this study was to evaluate by means of CT scans the thickness improvement after grafting at pre-maxilla regions. After six months the implants were placed in areas of good clinical bone quality and adequate stability measured on torque values. representada por um ganho médio de 5. Especialista em Implantodontia – Coesp/PB. Especialista em Implantodontia – Coesp/PB. além de excelente aspecto final ao exame clínico. undergone homogenous bone transplantation. Especialista em Implantodontia – Coesp/PB. Foram obtidas as mensurações na região de fossa canina tendo-se como base a face distal da fossa nasal.0. and not requiring a donor site as well.9(1):21-7 21 . The results showed a statistically significant difference in thickness after six months (p < 0. less invasiveness. Após o período de seis meses do transplante. being the homogenous graft a viable alternative to reconstruct maxillary bone loss. O objetivo do estudo foi avaliar quantitativamente. and a gain of 5. onde se pode observar clinicamente a qualidade óssea durante a perfuração e a estabilização primária por meio do torque. Unitermos – Enxerto homólogo.9 mm no lado direito. bem como ganho de 5. Data were analyzed with paired t-test and non-parametric tests (p = 0. mais rápida e sem necessidade de uma área doadora.05) using the GraphPad Prism 4. Tissue bone banks.0. Eight patients (four female. Concluiuse que houve ganho considerável em espessura. pois têm grau de confiabilidade elevado. justificando a utilização dos enxertos homógenos como alternativa viável nas reconstruções ósseas em perdas maxilares. Os resultados mostraram diferença estatisticamente significante na espessura após os seis meses (p < 0. CT measurements were taken at the canine fossa region. observado quando do uso de enxertos homógenos. *****Livre-docente em Implantodontia – Unicamp. four male) aged between 33 and 66 years-old. Doutorando em Estomatologia – UFPB. Doutor em Periodontia – Universidade de São Paulo – USP. o ganho em espessura. based on the distal surface of the nasal cavity. Dental implants. Key Words – Homologous bone graft. It was concluded that there was a considerable gain in thickness along with excellent final clinical examination and good implant primary stability. Foram avaliados oito pacientes. Implante dentário. having a high degree of reliability.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico AVALIAÇÃO DO GANHO ÓSSEO EM ESPESSURA NAS RECONSTRUÇÕES DE PRÉ-MAXILA COM TRANSPLANTES HOMÓGENOS Evaluation of thickness improvement after grafting at the pre-maxillary region with homogenous transplants RESUMO Dentre as técnicas mais utilizadas para as reconstruções ósseas encontram-se os transplantes homógenos.001). submetidos a transplante ósseo homógeno na pré-maxila.8 mm on the left side. através de teste pareado test-t e teste não paramétrico com valor de p: 0. os dados foram avaliados com auxílio do programa GraphPad Prism 4. os enxertos ósseos congelados podem ser reabsorvidos e celularizados com mais facilidade do que os enxertos tratados com substâncias químicas. Foram considerados fatores de exclusão complicações sistêmicas ou locais com implicações diretas no retardo do processo de cicatrização. registrado com o parecer nº 0029/2010. Outros sete casos apresentaram deiscência dos tecidos moles ou infecção. As técnicas de reconstrução do rebordo ósseo residual com procedimentos de enxertos ósseos autógenos têm apresentado excelentes resultados. sendo quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino.5%. registro no CEP Coesp nº 0083/10 no dia 20 de janeiro de 2010. foi determinada a amostra para o início do estudo. avaliadas através da realização de anamnese e verificação de exames de rotina para o pré-operatório. a manipulação cirúrgica do enxerto. resultando em uma grande perda de estrutura óssea. sem comprometimento do enxerto ou dos implantes9. devido à perda dos dentes. sendo que 18 receberam implantes e suas respectivas próteses e foram acompanhados por um período de até 24 meses. o processo alveolar maxilar pode sofrer progressiva e irreversível reabsorção. Os melhores resultados no emprego da enxertia óssea baseiam-se na observação de alguns fatores. Um estudo retrospectivo avaliou 35 pacientes submetidos a procedimentos de enxerto aposicionais. e 99% dos implantes em um período de 25 a 36 meses após a colocação de cargas. sangria e glicemia em jejum e pós-prandial. havendo um índice de sucesso de 96. O índice de sucesso foi maior quando o tempo de reparo era acima de nove meses e sugeriu o tempo ideal de 12 meses para a incorporação e a remodelação dos blocos corticais8. O índice de sucesso dos enxertos foi de 88. osteoindutoras e osteogênicas2. agindo mais como osteocondutor do que como osteoindutor6. além de promover a preservação dos ossos por longos períodos7.5% (quatro falhas totais) e dos 114 implantes colocados. Constatou o 22 ImplantNews 2012. sendo considerado o padrão ouro na regeneração óssea por suas propriedades osteocondutoras. portadores de perda óssea horizontal que impossibilitasse a instalação de implantes na região de pré-maxila entre os primeiros pré-molares direito e esquerdo. portadores de perdas ósseas horizontais na região de pré-maxila. com necessidade de realização de implantes para reabilitação protética posterior. o preparo do leito receptor. Dos sete blocos que apresentaram falhas (7% do total). Além disso. incluindo hemograma completo. que impossibilitasse a instalação de implantes. O objetivo do estudo foi avaliar quantitativamente por meio de mensuração em tomografias computadorizadas o ganho em espessura óssea obtido através da utilização de enxerto de tecido ósseo proveniente de banco de osso. Os homoenxertos congelados. métodos alternativos usando osso alógeno fresco congelado. com remanescentes ósseos de espessuras variando entre 1 mm e 4 mm. Em decorrência do pouco volume ósseo das áreas doadoras autógenas intrabucais e a morbidade pós-operatória relacionada aos enxertos autógenos. conforme aferições em tomografias computadorizadas. obtidos em condições assépticas funcionam como uma plataforma para a formação de osso novo. apenas três falharam. Os blocos de enxertia . leucograma. com faixa etária entre 33 anos a 66 anos. a fixação do enxerto e o seu recobrimento4-5. obtido de bancos de ossos. e solicitação da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido por cada participante da pesquisa. Um estudo multicêntrico prospectivo envolveu 73 pacientes e 82 reconstruções alveolares. desde que protocolos apropriados de seleção de doador e técnicas de processamento sejam utilizadas3. Para a presente pesquisa. o que possibilitou a reposição de outro implante e posterior reabilitação protética. Dos 97 implantes colocados em 52 áreas enxertadas.9(1):21-7 sucesso de 93% dos blocos em 12 meses. Metodologia Após ser submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos do Centro Odontológico de Estudos e Pesquisa – Coesp. composta de oito pacientes. O congelamento a temperaturas em torno de -70°C diminui marcadamente a antigenicidade dos enxertos. podendo contraindicar a instalação de implantes dentários1. vêm sendo propostos como uma possibilidade de tratamento eficiente e segura. a Odontologia conquistou a possibilidade de reposição dos elementos dentais perdidos com alta porcentagem de sucesso e previsibilidade. foram considerados fatores de inclusão os pacientes de ambos os sexos. como o planejamento cirúrgico. em acordo com a resolução 196/96 sobre diretrizes e normas regulamentadoras. houve apenas uma perda sem comprometer o enxerto.Lima AMH • Dantas EM • Abreu TC • Lemos Filho AA • Sendyk WR Introdução A partir do advento dos implantes osseointegráveis. tempo de coagulação. Infelizmente. cinco localizavam-se na região posterior de mandíbula. muito difíceis de serem removidas. Todos os pacientes foram submetidos a transplante de osso homógeno proveniente da Unioss (Banco de tecido músculo esquelético de Marília/SP). tanto no sentido vertical quanto horizontal. Esses blocos sofreram pequenos ajustes de acordo com a anatomia do leito receptor. Figura 2 Área a ser enxertada com os blocos de ossos. Em seguida. palatinizadas em torno de 2 mm da crista e relaxantes a aproximadamente 15 mm distante da área a ser enxertada. eram provenientes de cortical de fêmur e apresentavam em média as medidas de 20 x 10 x 6 (Figura 1). Os enxertos foram cortados com auxílio de discos diamantados e preparados com brocas do tipo maxicut e minicut (Komet) sob intensa irrigação (Figura 4). ao mesmo tempo empregando-se um bloco para cada segmento. foram executadas incisões crestais. Após a anestesia local com hidroclorito de articaína 4% e epinefrina 1:100 000. ImplantNews 2012. foram realizadas duas tomografias computadorizadas do tipo cone-beam em cada paciente.0 (Ethicon). Após a divulsão do retalho mucoperiosteal e exposição da área (Figura 2). Após o acabamento final dos enxertos foram realizadas suturas evitando áreas de tensão do retalho. executados com broca esférica nº1/4 (Komet) para peça de mão (Figura 3). de maneira a se adaptarem perfeitamente à área selecionada sem deixar ângulos vivos ou cortantes (Figura 5). Figura 4 Preparo do bloco ósseo de acordo com o leito receptor. uma antes da cirurgia de transplante e outra realizada após seis meses para serem submetidas às Figura 3 Preparação do leito receptor para receber os enxertos.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 1 Etiqueta de identificação e medidas dos blocos de ossos utilizados para enxertia. Figura 7. com o auxílio de broca esférica para peça de mão n°1/4 (Komet). Pequenas perfurações também foram feitas na cortical externa do enxerto. foram realizadas perfurações no bloco doador para posterior fixação nas regiões de maior espessura do leito receptor. As cirurgias de instalação dos enxertos e posteriormente para instalação dos implantes foram feitas pela mesma equipe de cirurgiões. com fio Vicryl 3. As abordagens cirúrgicas foram realizadas em ambos os lados. de maneira tal que a espessura de 6 mm fosse preservada na região central a ser avaliada. o leito foi preparado para receber os enxertos com pequenas perfurações da cortical.9(1):21-7 23 . Para a avaliação dos resultados. Os blocos foram posicionados e parafusados com auxílio de chave manual (Figura 6). Figura 7 Preparação do enxerto em posição para receber o periósteo. Para a padronização dos exames. As tomografias foram obtidas e enviadas impressas e em arquivo digital convertido para compatibilidade com o programa Dental Slice (Bioparts) onde foram submetidas à medição de espessura por meio da ferramenta de medição existente no mesmo. as cirurgias para instalação dos implantes foram realizadas de acordo com o planejamento estabelecido para cada paciente.001) no ganho em espessura após os seis meses (Figuras 10 e 11). p = 0. observando-se uma diferença estatisticamente significante (p < 0. sendo utilizado o tomógrafo ISI-I-CAT Next Generation 1719 3 (Imaging Science International. As medidas foram realizadas no terço médio horizontalmente na região de fossa canina.Lima AMH • Dantas EM • Abreu TC • Lemos Filho AA • Sendyk WR Figura 5 Verificação da adaptação do enxerto no leito receptor. Após as análises das imagens.0 e para verificar a diferença 24 ImplantNews 2012. Como pode ser observado na Tabela 1.9(1):21-7 entre as medidas de espessura óssea obtidas antes e após a utilização dos enxertos (teste t Student. Para análise estatística dos dados foi utilizado o programa GraphPad Prism 4. sendo a posição da cabeça padronizada tridimensionalmente. houve um ganho médio em espessura de 5. tendo-se como base a distal da fossa nasal. Resultados Os dados obtidos a partir das medições iniciais e seis meses após as cirurgias de instalação dos transplantes ósseos estão apresentados na Tabela 1 e suas medidas foram realizadas em milímetros (mm).8 mm nas 16 áreas transplantadas nos dois antímeros de cada paciente. .05). as tomografias foram realizadas em um único laboratório de imagens médicas (Centro de Diagnóstico Boris Berenstain) em Recife/PE. LLC). Figura 6 Fixação do enxerto. utilizando-se um recurso do tomógrafo de prover linhas luminosas perpendiculares entre si. medições do ganho em espessura (Figuras 8 e 9). 0 2.73 1.95 7.0 8.33 2.25 10 8.46 3. LE – LADO ESQUERDO) Paciente/ sexo/idade SF/F/42 anos EL/F/66 anos RG/F/43 anos RN/F/62 anos MA/M/46 anos RS/M/48 anos LR/M/33 anos JP/M/57 anos Espessura inicial – Espessura final – Ganho de espessura – Espessura inicial – Espessura final – Ganho de espessura – LD (mm) LD (mm) LD (mm) LE (mm) LE (mm) LE (mm) 1.0 8.0 2.0 5.33 4.0 2.3 2.0 9.7 5.2 9.67 6.33 5.14 3. TABELA 1 – ESPESSURA ÓSSEA INICIAL E SEIS MESES APÓS O TRANSPLANTE (LD – LADO DIREITO.8 1.0 6.8 1.2 6.87 4.0 6. Figura 9 Tomografia para remoção dos parafusos de fixação e planejamento dos implantes.5 3.6 5.5 5.0 6.0 2.0 ImplantNews 2012.81 10 10 4.0 8.9(1):21-7 25 .0 9.0 9.5 4.8 5.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 8 Tomografia para medição da espessura óssea na área a ser enxertada.0 2.0 6.33 8.0 1.0 8.3 2. Figura 10 Aumento de espessura no antímero direito.8 7.5 2. que favoreceu uma boa estabilização primária dos implantes com torque superior a 45 Ncm em sua maioria.57 mm.1 mm (Figura 13). desde que sejam respeitados protocolos de processamento adequados. mulheres com ganho de 5. Não houve diferença estatisticamente significante ( p = 0.2180) entre os ganhos em espessura obtidos entre homens.8 mm. ou seja. Apesar de alguns autores demonstrarem preocupação com eventuais reações imunológicas indesejáveis. o antímero direito teve um ganho médio de 5. Todos os transplantes apresentaram um aspecto clínico de integração bastante satisfatório. Discussão Os enxertos alógenos. como pode ser observado na Figura 12. Figura 12 Avaliação da diferença de ganho em espessura entre os dois antímeros. 26 ImplantNews 2012. Na instalação dos implantes pôde-se observar a presença de um osso mais cortical.Nóia CF • Ortega-Lopes R • Copatto MM • Mazzonetto R Figura 11 Aumento de espessura no antímero esquerdo.9 mm. aspecto de consolidação do osso transplantado com o leito receptor após seis meses de sua instalação. Aplicando-se o teste estatístico para estabelecer a diferença de ganho entre os dois pôde-se concluir que não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois lados. Comparando-se agora os dois antímeros entre si.9(1):21-7 . sendo uma boa alternativa para substituir os enxertos autógenos em casos que se queira evitar o uso de uma fonte doadora intra ou extrabucal2. estudos com monitorização de anticorpos e biópsia dos tecidos moles e duros em áreas onde foram utilizados enxertos homólogos concluíram que não houve sinais de reação aguda de rejeição10. enquanto que o esquerdo obteve um ganho médio de 5. não houve nenhum fracasso. Dentre todos os 16 transplantes de enxerto homógeno realizados no estudo. com ganho médio de 6. frescos e congelados obtidos de bancos de ossos têm sido considerados extremamente seguros. Acredita-se que a reação imunológica Figura 13 Avaliação da diferença de ganho em espessura entre os diferentes sexos. Navarro Jr. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Células – uma abordagem multidisciplinar. apesar do maior potencial imunogênico dos homoenxertos.p. Establishing a bone bank. os autores deste trabalho. Mattsson T. Int. Clin Oral Implants Res 1996. Aplicações de enxertos de banco de ossos em Odontologia. 2005. Watanabe S. Araújo RPC. Aorn Journal 1986. 4. Localized ridge augmentation with a block allograft followed by secondary implant placement: a case report. JD. Astrand P. Int J Period Res Dent 2004. Queiroz TP. Hart MM. Os casos que apresentaram falhas parecem estar relacionados não com causas imunológicas e sim com erros de técnica ou infecção bacteriana10-12.p. HF. 15.43:808-11. Matignoni M. 14.9(1):21-7 27 .24(1):11-7. 7. J Craniofac Sur 2010. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru.com Referências 1. clinicamente. 2.9(Supl. 8. são uma boa opção para o tratamento de maxilas atróficas.14(3):231-340. 3. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. como a utilização de material proveniente de banco de osso de ótima qualificação e com registros nas agências fiscalizadoras. 12. Oliveira IC. Period Rest Dent 2004. Rehabilitation of atrophic maxilla using the combination of autogenous and allogeneic bone grafts followed by protocoltype prosthesis. Ci. Imunological responses to maxillary on-lay allogeneic bone grafts. 10. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. congelado na reconstrução dos maxilares com a finalidade de implantes dentais [dissertação]. Com estes dados. Francine M.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico possa ser reduzida quando o osso homólogo fresco é congelado e que. Coronel Norton Chaves. acredita-se que é justificada a sua utilização nas reconstruções ósseas de maxilas atróficas a serem reabilitadas com implantes osseointegráveis. Magini RS. O osteoblasto in: Carvalho. Mizutani A. Localized ridge augmentation with a block allograft followed by secondary implant placement: a case report. Nota de esclarecimento Nós. Santi E. Riconstruzioni crestal pré-implantari. evitando aquecimento do mesmo durante o corte e modelagem. Pereira LAVD. 2000. Keith Jr. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. A avaliação tomográfica demonstrou um ganho médio de espessura de 5.7(4):373-7. D’Aloja E. Kartub MG. Pontual MAB. nem trabalhamos como testemunha especializada. conservação e manuseio adequado do transplante.21(6):1894-6. 13. demonstrando que a utilização dos enxertos homólogos. Rocci A. Souza DO. 11. 5. 2002.308. Keith Jr JD.1):45-8.5% a 99% e possibilitando desta maneira a instalação de implantes13-15. Margonar R. possibilitando a instalação de implantes em todos os casos realizados. Endereço para correspondência: Alysson Marconni Holanda Lima Av. Int J.9:41-6. Arroteia KF. 2005. Navarro Jr. The use of fresch frozen allogeneic bone for maxillary and mandibular reconstruction. não havendo diferença significativa entre o antímero da instalação e entre os diferentes sexos. ou os membros de nossas famílias. Estudo retrospectivo multicentro com enxerto ósseo alógeno fresco congelado na reconstrução dos maxilares com a finalidade de implantes dentais [dissertação].8 mm. Plasma rico em plaquetas (PRP) e fatores de crescimento: das pesquisas científicas à clínica odontológica. Enxerto da sínfise mandibular para recuperação de rebordos reabsorvidos e colocação de implantes osteointegrados [dissertação]. Collares-Buzato CB. Oral Maxillofac Surg 1992. Um excelente aspecto final do osso formado foi constatado ao exame clínico visual e a confirmação da integração do bloco ósseo foi demonstrada devido à boa estabilização primária dos implantes. Santos PL. Marcantonio E. caracterizando um sucesso de 100%. que demonstram um sucesso em torno de 88. Kaban LB. com índices de sucesso em torno de 96. Estudo Retrospectivo multicentro com enxerto ósseo alógeno fresco 9. fixação adequada com o mínimo de espaçamento entre o bloco e o leito receptor. Biol 2010. Fresh frozen homologous bone in oral surgery: case reports. Campbell ED. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Experiments on antigenicity and osteogenicity in allotransplantes cancellous bone. Almeida Jr. Fujita T.34-49. Caramazza A.21(5):260-5. todos os pacientes foram submetidos à cirurgia de instalação de implantes onde se pôde observar. Kondell PA. 2000. Após um período de cicatrização de seis meses.p. com uma integração do enxerto observada através do grau de estabilização primária dos implantes instalados por meio do torquímetro e com boa qualidade óssea durante a perfuração.5% a 93%13-14. Okada Y. São Paulo: Santos. Sakakida K.24-42. Nós. 2002. R. Aprili G.: (84) 3231-2222 alyssonholanda@hotmail. Neste trabalho. W. desde que utilizados sob protocolos adequados. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Cell Tissue Banking 2008. Matte EW. Conclusão Concluiu-se que houve um ganho considerável em espessura após seis meses de transplante. os enxertos foram realizados seguindo todos os cuidados previstos nos protocolos para utilização dos enxertos. ImplantNews 2012. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. o excelente aspecto dos blocos enxertados. Estes resultados corroboram com outros encontrados na literatura. 71 – Lagoa Nova 59072-200 – Natal – RN Tel. através de uma técnica cirúrgica seguindo todos os pré-requisitos da biossegurança. Barreto IC. Dentista Moderno. Smith RA. 6. Méd.24(1):11-7. vários trabalhos demonstram que o pós-operatório dos pacientes tratados com este material foi menos traumático em relação à enxertia autógena. São Paulo: Manole. W. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. International Orthop 1990. Perrot DH. EA. nem entre homens e mulheres. sem diferenças entre o antímero esquerdo e o direito. ****Pós-doutorado em CTBMF – Carolina do Norte/EUA. Dental implants. Key Words – Atrophic maxilla. a paciente foi submetida à instalação dos implantes dentários e. Claudio Ferreira Nóia* Rafael Ortega-Lopes** Melina Miotto Copatto*** Renato Mazzonetto (in memoriam)**** *Graduado em Odontologia – Faculdade São Lucas – FSL/RO.9(1):29-37 29 . Therefore. **Especialista em Implantodontia. mestre e doutorando em CTBMF – FOP/Unicamp. Ex-professor titular – área de CTBMF da FOP/Unicamp. bem como bom travamento dos implantes. Unitermos – Maxila atrófica. Mestranda em Prótese Dentária – São Leopoldo Mandic. ABSTRACT The practice of immediate implant loading has been increased since its early days. esta prática vem sendo cada vez mais utilizada. but had severe maxillary atrophy. Five months later. bone reconstruction was performed using autogenous iliac crest grafts. Recebido em out/2010 – Aprovado em dez/2010 ImplantNews 2012. Immediate loading. mas que apresentava severa atrofia do rebordo alveolar maxilar. few studies have addressed the maxillary arch. Nesse sentido. ***Especialista em Prótese Dentária – Foar/Unesp. baseada nos bons resultados obtidos e no travamento adequado dos implantes. Given this. Sendo assim. Carga imediata. foi proposto para a paciente a realização de reconstrução óssea da maxila com a utilização de enxerto ósseo autógeno de crista ilíaca. poucos estudos são reportados na literatura.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico UTILIZAÇÃO DE CARGA IMEDIATA EM MAXILA RECONSTRUÍDA COM ENXERTO DE CRISTA ILÍACA Immediate dental implant loading after iliac crest grafts in the maxillary arch: literature review and case report RESUMO Desde o surgimento do protocolo de utilização de carga imediata. Bone graft. the purpose of this study was to report the case of a patient who sought de Department of Bucco and Maxillofacial Surgery (FOP/Unicamp) for dental implant placement. Mestre e doutorando em CTBMF – FOP/Unicamp. sendo ainda menor o número de trabalhos em relação à carga imediata em maxila reconstruída. em se tratando da maxila. principalmente em relação à mandíbula. Após cinco meses. particularly when it comes to the use of this protocol in the reconstructed maxilla. Enxerto ósseo. foi realizada a instalação de carga imediata. especially in the mandibular region. This treatment modality is a viable option in cases where there is a satisfactory surgical result and a good implant stability. However. Diante disso. No entanto. o propósito do presente trabalho foi relatar o caso clínico de uma paciente que procurou a Área de Cirurgia Bucomaxilofacial da FOP/Unicamp para a instalação de implantes dentários. podemos concluir que a realização de carga imediata em maxila reconstruída com enxerto ósseo autógeno é uma opção viável nos casos em que houver um resultado cirúrgico satisfatório. Implantes dentários. the patient received immediate-loaded dental implants. em relação à maxila observa-se uma escassez de estudos. leucoderma. a paciente relatou múltiplas perdas dentárias há mais de 30 anos. somado ao uso prolongado de próteses convencionais mal adaptadas ou sofrendo a ação da arcada antagonista ou mesmo a pneumatização dos seios maxilares. com intubação nasotraqueal. A reconstrução dos maxilares severamente atróficos por meio de enxertos ósseos autógenos. com o passar dos anos. procurou a Área de Cirurgia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Piracicaba. bem como aumento da satisfação do paciente12-15. 30 ImplantNews 2012.8-11 demonstrando seus bons resultados clínicos. Esse processo de reabsorção óssea que ocorre naturalmente após a perda dentária. De acordo com autores2-3. o propósito deste estudo foi relatar o caso clínico de uma paciente que apresentava severa atrofia do rebordo alveolar maxilar. a paciente foi levada ao ambiente hospitalar. além der ser considerado um procedimento rápido e previsível. permitindo redução do período de reabilitação bucal. Entretanto. gênero feminino. irreversível e acumulativa. surgiu o protocolo de carga imediata. Nos dias atuais. foi primeiramente descrita em 1975 por um pesquisador suéco7 que. Durante a anamnese. resulta na atrofia severa da maxila e consequentemente em quantidade óssea insuficiente para a ancoragem de implantes dentários4-6. o que vem a justificar e fundamentar a realização do presente trabalho. a realização de carga imediata em mandíbula está bem documentada na literatura13-19. Relato de Caso Clínico Paciente IMFT. O exame clínico e radiográfico revelou edentulismo parcial maxilar. bem como a atrofia óssea. 50 anos. com o passar dos anos e a publicação de diversos trabalhos4. sob anestesia geral.Nóia CF • Ortega-Lopes R • Copatto MM • Mazzonetto R Introdução e Revisão da Literatura A reabsorção do osso alveolar é uma alteração constante após as exodontias. pois possui propriedades osteogênicas. onde as próteses são instaladas no mesmo dia ou alguns dias após a instalação dos implantes. esta reabsorção é crônica.9(1):29-37 . Sendo assim. Desde a introdução do conceito de osseointegração. Observe a presença de elementos dentários maxilares remanescentes. passando a utilizar próteses removíveis. Esta ocorre porque o processo alveolar tem a função de dar sustentação aos dentes e quando perdida esta função sua tendência é reabsorver gradativamente1. Figura 1 Fotografia clínica pré-operatória. o que acarretou uma alimentação dificultada devido à má adaptação desta prótese. passou a utilizá-la rotineiramente. da Universidade Estadual de Campinas (FOP/Unicamp) para a instalação de implantes dentários. progressiva. utilizando a crista ilíaca como área doadora. bem como a realização de carga imediata. no entanto. Desta forma.10-11 foram desenvolvidos visando à diminuição do tempo de tratamento sem interferir no processo de osseointegração. possibilitando a posterior instalação de implantes dentários. O plano de tratamento proposto foi a reconstrução total de maxila e pela grande quantidade de enxerto ósseo necessária foi indicada a abordagem da crista ilíaca anterior como área doadora. o protocolo cirúrgico de dois estágios foi considerado como de fundamental importância para o sucesso em Implantodontia7. diversos estudos8. a qual foi tratada com a utilização de enxerto ósseo autógeno de crista ilíaca. sendo mais rápida nos primeiros seis meses e contínua durante toda a vida do paciente. sendo que na atualidade podemos afirmar que é considerada o padrão ideal para a reabilitação daqueles pacientes que apresentam reabsorção óssea extensa e que desejam instalar implantes. elementos dentários com mobilidade e consequentemente volume ósseo insuficiente para a instalação de implantes (Figuras 1 a 4). Para isso. seios maxilares pneumatizados. osteoindutoras e osteocondutoras. 24-28. boa aceitação por parte dos pacientes e altos índices de sucesso na incorporação desse enxerto para posterior instalação dos implantes dentários. bem como a realização de levantamento bilateral de soalho dos seios maxilares (Figuras 5 a 8). como da qualidade óssea e da capacidade que os enxertos ósseos inlay e onlay possuem em promover taxa de sucesso dos implantes próxima às obtidas em áreas não reconstruídas. fazendo com que as forças mastigatórias se distribuam favorecendo a osseointegração17.5 mm. Figura 3 Fotografia clínica pré-operatória do lado esquerdo. o que possibilitou a realização de carga imediata (Figuras 14 a 19).Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Foram removidos os elementos dentários maxilares remanescentes e instalados blocos ósseos na região do rebordo alveolar. melhorando a qualidade de vida do paciente. Discussão A Implantodontia moderna que vivemos na atualidade tem por objetivo restituir ao paciente função mastigatória. independente da existência de atrofia. Em relação ao protocolo protético é importante que os implantes sejam esplintados e a prótese instalada pouco tempo após a cirurgia. Note a pneumatização dos seios maxilares e a perda óssea ao redor dos dentes remanescentes.29-30. doença ou lesão do sistema estomatognático6. A opção de utilização de enxerto ósseo autógeno de crista ilíaca para reconstrução dos maxilares é sustentada na literatura por diversos estudos longitudinais com acompanhamentos a longo prazo. onde se evidenciam Figura 4 Radiografia panorâmica pré-operatória. Após 24 horas da realização da cirurgia.9(1):29-37 31 . foi planejada a instalação dos implantes em ambiente ambulatorial. bem como a funcionalidade de suas próteses dentárias10-11. sob anestesia local (Figuras 9 a 11).20-21. baixos índices de complicações. as evidências científicas mostram que o sucesso dos implantes na maxila depende tanto da quantidade de osso disponível. os implantes tiveram travamento entre 30-40 Ncm. Atualmente. estética e fonética. Um fator essencial para o sucesso nos casos de carga imediata é a estabilidade primária. a paciente teve sua prótese instalada (Figuras 20 a 24). Figura 2 Fotografia clínica pré-operatória do lado direito. No presente caso. Sistema de Implantes) com dimensões de 3. Sendo assim. ImplantNews 2012.22-23. sendo a sua reconstrução essencial para o sucesso e a previsibilidade10-11. Decorrido o período de cinco meses e baseado nos bons resultados clínicos. obtendo-se um travamento entre 30-40 Ncm. Foram instalados oito implantes (Sin. sendo então esplintados e a prótese instalada 24 horas após a cirurgia. Observe a depressão do rebordo alveolar. bem como nos resultados satisfatórios demonstrados por radiografia panorâmica e tomografia computadorizada. a reabilitação de maxilas atróficas permanece como grande desafio ao cirurgião.30. Após cuidadoso descolamento mucoperiosteal da região reconstruída comprovou-se a incorporação dos blocos ósseos.75 mm x 11. conforto. sendo reportado na literatura que são necessários torque mínimo de 30 Ncm para sua realização18. bem como a existência de altura e espessura óssea adequada para a instalação dos implantes (Figuras 12 e 13). Observe a atrofia óssea existente. Figura 8 Radiografia panorâmica realizada logo após a reconstrução. Note a presença de elementos dentários e a perda óssea existente.Nóia CF • Ortega-Lopes R • Copatto MM • Mazzonetto R Figura 5 Acesso realizado ao rebordo maxilar. evidenciando os blocos ósseos instalados e fixados com parafusos. 32 ImplantNews 2012. Figura 6 Elementos dentários removidos.9(1):29-37 . Figura 7 Blocos ósseos instalados na região do rebordo maxilar e fixados com parafusos metálicos. Figura 11 Tomografia computadorizada após cinco meses da realização da reconstrução. Observe a existência de espessura adequada para instalação dos implantes. Cortes tomográficos demonstrando os resultados satisfatórios obtidos com a reconstrução.9(1):29-37 33 .Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 9 Aspecto clínico intraoral após cinco meses da reconstrução. ImplantNews 2012. Figura 10 Radiografia panorâmica após cinco meses da reconstrução. Figura 15 Pilares protéticos instalados. Note a presença dos parafusos bem como a reabsorção óssea que ocorreu.9(1):29-37 . bem como a existência de altura e espessura óssea adequada para instalação dos implantes.Nóia CF • Ortega-Lopes R • Copatto MM • Mazzonetto R Figura 12 Aspecto após o descolamento mucoperiosteal. Figura 13 Fotografia clínica após a remoção dos parafusos de fixação. Observe a incorporação dos blocos ósseos. 34 ImplantNews 2012. Figura 14 Implantes dentários instalados com travamento entre 30-40 Ncm. Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 16 Observe a adequada relação entre os implantes instalados e os dentes mandibulares.9(1):29-37 35 . Figura 19 Radiografia panorâmica mostrando a distribuição dos implantes instalados e o paralelismo entre os mesmos. Figura 18 Molde dos implantes utilizando silicona de condensação. Figura 17 União dos implantes para transferência com moldeira aberta. ImplantNews 2012. 9(1):29-37 . Figura 22 Fotografia clínica do lado esquerdo após a instalação da prótese. Observe o resultado satisfatório alcançado. 36 ImplantNews 2012.Nóia CF • Ortega-Lopes R • Copatto MM • Mazzonetto R Figura 20 Fotografia clínica após a instalação da prótese. Figura 23 Fotografia clínica com vista oclusal após a instalação da prótese. Figura 24 Fotografia clínica da paciente em sorriso após a instalação da prótese. Figura 21 Fotografia clínica do lado direito após a instalação da prótese. 3. Chaves Netto HDM. Buchbinder D.22(1):87-95. Avaliação retrospectiva de oito anos dos procedimentos implantodônticos associados ou não a procedimentos reconstrutivos realizados na Área de Cirurgia BucoMaxilo-Facial da Faculdade de Odontologia de Piracicaba [dissertação].9(1):29-37 37 . Rodríguez-Chessa JG. Valentini V. Degidi M. Immediately loaded implants supporting fixed prostheses in the edentulous maxilla: A preliminary clinical and radiologic report. Prospective evaluation of morbidity associated with iliac crest harvest for alveolar cleft grafting. Sahlhom S. Scand J Plast Reconstr Surg 1975. A utilização de enxertos ósseos autógenos para a reconstrução de maxilas atróficas é uma opção viável e previsível.106(5). Análise retrospectiva de 03 anos [tese]. Ramalho AS. Nisii A. Iliac crest flap: donor site morbidity. Clin Oral Impl Res 2004.60:146-53. Lindh C. 24.7(1):60-9. Lindstrom J. A new treatment concept for immediate loading of implants inserted in the edentulous mandible.8(4):223-32. J Oral Maxillofac Surg 2000. Cricchio G. Rudman RA. Clin Oral Implants Res 2010. Davis B. Abarca M.24(6):1106-12. Int J Oral Maxillofac Implants 2009. Ostman PO. Chaves Netto HDM. Conclusão 1. Endereço para correspondência: Claudio Ferreira Nóia (Área de CTBMF. Cannizzaro G. Kronstrom M.9:116-28. Boedeker RH et al. Durdu F. 19. Montazem A. 7. Comparison of intraoral donor sites for onlay grafting prior to implant placement.7(4):465-70. Schaaf H. Nascimento FFAO. 30. Simone JL. Hillerup S.41(6):489-95. Lendeckel S. claudioferreira2004@yahoo. J Oral Maxillofac Surg 1994. Gerrow J. 13. Longo G. Maló P. Mitro V. J Oral Maxillofac Surg 1983. Nóia CF. Sennerby L. Uso de enxerto ósseo autógeno nas reconstruções da cavidade bucal. Rev Port Estomatol Cir Maxillofac 2009. Schuh C. 3. 27. Keller EE. Eccellente T. Felice P. Immediate functional loading in the maxilla using implants with platform switching: five-year results. J Oral Maxillofac Surg 1997. Aboh IV. Rodrígues-Chessa JG. Mazzonetto R. Schaaf H. Donor site morbidity in two different approaches to anterior iliac crest bone harvesting. Ortega-Lopes R. Tratamento de maxilas atróficas por meio de fixações zigomáticas.11(1):69-82.52-8. Mantesso A. 23. 28. Wigren S. 8. Análise restrospectiva de 07 anos. Nilner K.54:486-94. Prospective study with a 2-year follow-up on immediate implant loading in the edentulous mandible with a definitive restoration using intra-oral welding. Streckbein P.12:767-76. ImplantNews 2012. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas. Eckert SE. Clinical outcome of 103 consecutive zygomatic implants: a 6-48 months follow-up study. 6.br.109(1). Sinus lift augmentation using autogenous bone grafts and platelet-rich plasma: radiographic results. Piattelli A. Brånemark PI. sendo necessário então maior número de investigações científicas com acompanhamento longitudinal para comprovarmos a viabilidade desta prática. Rev ImplantNews 2010. Breine U. 2. Instalação de implantes osseointegrados com carga imediata. Hallén O. Hjorting-Hansen E. 5. Howaldt HP. 9. Pellegrino G. Lundgren S.50(4):221-5.7(3):381-5. An evaluation of calvarial and iliac donor sites in alveolar cleft grafting. 4. Sadove AM. Petersson U. No presente trabalho. Lendeckel S. Limeira. Mazzonetto R. Adawy AM. Eppley BL.58:1368-71. 18. Ialongo C. Streckbein P. Malevez C. Atwood DA.unicamp. Pistilli R. 11. a realização de carga imediata foi possibilitada pela obtenção de boa estabilidade primária dos implantes (30-40 Ncm). 17. Mezzomo RJ.55(3):219-23. Daelemans P. Autologous bone grafts and endosseous implants: complementary techniques. Valauri DV.20(3):399-05. Loney R. J Prosthet Dent 1971. Clin Impl Dent Relat Res 2009.20(4):1052-5. 29. Gennaro P. Rev ImplantNews 2010. sendo necessário maior número de investigações científicas. Nguyen B. Garbin CA. Int J Oral Maxillofac Impl 2005. Triplett RG. Prevention of alveolar bone loss postextraction with HTR grafting material. 21. Esposito M.5(3):161-69. Ortega-Lopes R. J Craniofac Surg 2009. 2006. Rehmann P.br Referências 1. Clin Impl Dent Rel Res 2006. Nelson CL. A literatura é pobre em trabalhos que mostrem a viabilidade da utilização de carga imediata em maxila reconstruída. Hellman M. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2010. Schow SR. Iezzi G. Piombino M. Int J Oral Maxillofac Implants 2010. St-Hilaire H. a quantidade de estudos encontrados na literatura que relatam a realização de protocolos com carga imediata em maxila é escassa e quando se trata de uma maxila reconstruída essa escassez torna-se ainda maior. Maxillary antral and nasal one-stage inlay composite bone graft: preliminary report on 30 recipient sites.: (19) 2106-5325/8140-5392 claudionoia@fop. Int J Oral Maxillofac Impl 2007. Bergkvist G. Tolman DE. J Oral Maxillofac Surg 1996. Clin Impl Dent Relat Res 2003. 10. Nentwig GH. 22.52:438-47. Rigo L.25(1):181-8. 12.com. FOP-Unicamp) Av.15:18-22. Piattelli A.673-8. Romanos GE. Reduction of residual ridges: a major oral disease entity. possibilitando a posterior instalação de implantes dentários. 14. 2. 901 – Bairro Areião – Caixa Postal 52 13414-903 – Piracicaba – SP Tel. Lizio G. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1985. Jeppson P-H.41:358-64. Leone M. Rodríguez-Chessa JG. 20. Cleft Palate Craniofac J 1990:27(3):225-8. Immediate functional loading of placed with flapless surgery in the edentulous maxilla: 1-year follow-up of a single cohort study.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Mesmo nos dias atuais. Int J Oral Maxillofac Impl 1997. Nobre MDA. Clin Implant Dent Rel Res 2005. Quintessence Int 2010. 2009. The pattern of postoperative bone resorption following mandibular vestibulolingual sulcoplasty with free skin graft. Marchetti C. A prospective randomized study on the immediate loading of mandibular overdentures supported by one or two implants: a 12-month follow-up report.51(4):358-64. Stabile GAV. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2008. Perrotti V. 26. 25. Ohman A. Misch CM. A pilot study of complete edentulous rehabilitation with function using a new implant desing: case series. Bruins P. Direct implant loading in the edentulous maxilla using a bone density-adapted surgical protocol and primary implant stability criteria for inclusion. Análise crítica dos estudos clínicos de carga imediata em prótese total superior implantossuportada. Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas.21(4):379-85. RGO 2003. Complicações em fixações zigomáticas: Revisão de literatura e análise retrospectiva de 16 casos. Heidinger KS. The mandibular symphysis as a donor site in maxillofacial bone grafting: a quantitative anatomic study. Nóia CF.26:266-79. Ashman A. Inlay versus onlay iliac bone grafting in atrophic posterior mandible: a prospective controlled clinical trial for the comparison of two techniques. Reconstruction of the defective mandible. Souza JR. 15. Karlsson U. Nardi D. 16. Hollender L. Donor site morbidity after bone harvesting from the anterior iliac crest. No significant differences were found for arterial pressure. randomizado. Ulbra/RS. Key Words – Anxiety in dental treatment. área de Periodontia – Universidade Luterana do Brasil. Ceom/RS. Effective anxiety control using the above cited medication was not observed. Dental implants. trans e pós-procedimento. Thus.9(1):40-7 . O controle efetivo da ansiedade com o uso das referidas medicações não foi observado. duplo-cego e controlado por placebo teve como objetivo avaliar o efeito ansiolítico da administração de Diazepam e Lorazepam em cirurgias de instalação de implantes dentários.Branco P • Basualdo A ESTUDO CLÍNICO DUPLO-CEGO RANDOMIZADO CONTROLADO POR PLACEBO SOBRE USO PRÉ-OPERATÓRIO DE ANSIOLÍTICO EM IMPLANTODONTIA A randomized. que receberam as medicações uma hora antes do procedimento – grupo I: Diazepam. placebo-controlled clinical trial on the preoperative use of anxiolytics in Implantology RESUMO O emprego de ansiolíticos no manejo de pacientes submetidos a cirurgias é referido na literatura como uma abordagem eficaz no controle da ansiedade pré. grupo II: Lorazepam. Also. Não houve resultados significativos quanto à pressão arterial. Outpatient surgical procedures. e doutorando em Odontologia. Implantes dentários. Foram coletados dados de questionários de ansiedade (pré e pós-operatório) e de pressão arterial e frequência cardíaca (pré. Especialista em Implantodontia – Centro de Estudos Odontológicos Meridional. área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Anxiolytics. heart frequency. Data were collected from anxiety questionnaires (pre. double-blind. Baseando-se nessa premissa. ABSTRACT The use of anxiolytics to manage patients undergoing surgery is reported to be effective before. trans e pós-operatório). O desenho experimental consistiu em três grupos de dez pacientes cada. Lorazepam e placebo. group II – Lorazepam. and questionnaire’s answers regarding anxiety levels with Diazepam. and group III – placebo. Ansiolíticos. frequência cardíaca ou dados de ansiedade quando da diminuição desta com uso de Diazepam. o presente estudo clínico. **Mestre em Odontologia. Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. grupo III: placebo. this randomized. and after surgical procedures. 40 ImplantNews 2012. Lorazepam and placebo use. Recebido em nov/2011 – Aprovado em nov/2011 Paula Branco* Alexandre Basualdo** *Mestre em Odontologia. during. A redução significativa de ansiedade (através da análise da pressão sistólica e diastólica) ocorreu no período transcirúrgico. arterial pressure and heart frequency were measured in the same periods. double-blind. Unitermos – Ansiedade ao tratamento odontológico. The experimental design consisted of three groups with 10 patients each receiving the following medications 1 hour before the procedure: group I – Diazepam. área de Cirurgia Bucomaxilofacial – Universidade Luterana do Brasil. Significant anxiety reduction (through systolic and diastolic pressure analysis) did occur on the trans-operatory period. placebo-controlled clinical trial aimed to analyze the anxiety-reducing effect of Diazepam and Lorazepam. Ulbra/RS.and postoperatively). Alguns poucos estudos7-10 randomizados. principalmente no que tange a instalação de implantes osseointegrados. a artéria radial do braço esquerdo foi acessada por palpação e pressão e batimentos cardíacos foram aferidos por meio de monitor automático de pressão arterial calibrado (Visomat Handy IV. Incoterm. geralmente benzodiazepínicos.6 anos) candidatos a cirurgia de implantes dentários no Curso de Especialização em Implantodontia do Centro de Estudos Odontológicos Meridional (Ceom. alergia a benzodiazepínicos ou a qualquer medicação sedativa e glaucoma. Brasil). que forneceu questionário baseado na Escala de Ansiedade Dental de Corah19-20 para que o próprio paciente preenchesse. sendo que a prensagem permitiu que a cápsula fosse visualmente igual às de Diazepam e Lorazepam. essa realidade é ainda mais evidente. Frente a outros tipos de cirurgias bucais. bem como possíveis diferenças entre escalas de ansiedade e períodos operatórios. No caso do Lorazepam. eficaz. procurou analisar a hipótese de redução de pressão arterial e frequência cardíaca. Lorazepam e outros derivados são largamente pesquisados. mostram que a dor durante cirurgia com implantes está significativamente associada ao grau de ansiedade dos pacientes. Sendo assim. Brasil). Alemanha). viabilizando o aprimoramento de métodos de controle desse transtorno psíquico capaz de influenciar o bom andamento da cirurgia. De modo diferente da Medicina. Brasil). duplocego e controlado por placebo em 30 pacientes de ambos os gêneros. pressão arterial e frequência cardíaca foram aferidas após o paciente descansar por cinco a dez minutos. uma vez que a ansiedade pré-operatória influencia no sistema imunológico. No que se refere à Implantodontia. os pacientes selecionados foram examinados pela pesquisadora. Passo Fundo. o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito ansiolítico da administração pré-operatória de Diazepam. Durante o procedimento. Os critérios de exclusão foram: menores de 18 anos. Depois. Dentre esses. alguns estudos13-18 sobre a eficácia de ansiolíticos também envolvem o emprego de Diazepam ou outros benzodiazepínicos e não benzodiazepínicos. Alguns métodos para controle de ansiedade abrangem o uso de medicações. pré-hipertenso (120/80 a 139/89 mmHg). onde sua administração é quase rotineira e. Os sinais vitais foram comparados aos dados fornecidos pela Associação Americana do Coração – para pressão arterial considerou-se: normal (< 120/80 mmHg). Lorazepam e placebo em cirurgias de implantes dentários. mulheres grávidas/em período de amamentação. Período experimental Os pacientes foram selecionados após exame anamnético efetuado pelos alunos do curso. Seu controle torna-se importante. para batimentos cardíacos por minuto (em repouso) considerou-se bradicardia (< 60) e taquicardia (> 100). a análise da ansiedade pré. pacientes que já utilizavam droga ansiolítica e/ou antidepressiva. dependentes químicos. hipertenso estágio 1 (140/90 a 159/99 mmHg) e hipertenso estágio 2 ( 160/100 mmHg). principalmente por autores4-6 da área médica. as seguintes medicações – grupo I: Diazepam 10 mg. Vale salientar que nenhuma pesquisa é encontrada na literatura odontológica envolvendo o emprego de Lorazepam frente à cirurgia para implantes. exodontia de terceiro molar e tratamento de disfunção da articulação temporomandibular. Metodologia Amostra Foi realizado estudo clínico randomizado. com idades entre 20 e 64 anos (± 46. os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de dez pacientes cada.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Introdução A alta frequência de ansiedade frente aos procedimentos odontológicos é bem conhecida pelos cirurgiõesdentistas. Alguns estudos2-3. Além disso. pesquisas sobre ansiolíticos com qualidade metodológica de primeira linha são raros em Odontologia. colocado sobre o pulso. os poucos estudos11-12 com qualidade metodológica superior envolvem o Diazepam e outros benzodiazepínicos. Maringá. O estudo foi aprovado pelo Comitê Permanente de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Unidade de Ensino Superior Ingá (Uningá. histórico de insuficiência renal.9(1):40-7 41 . Diazepam. na maioria das vezes. possibilita-se não somente o conforto do paciente. mas também do trabalho do profissional. que receberiam. uma hora antes do procedimento. A formulação do placebo consistia-se basicamente em farinha e água deionizada. grupo II: Lorazepam 1 mg. duplo-cegos e controlados por placebo mostram significativo sucesso do Lorazepam no controle da ansiedade pré-operatória frente a extração múltipla. alterando a resposta às infecções e dificultando a cicatrização1. grupo III: placebo. o paciente encontrava-se sentado. trans e pós-cirúrgica torna-se interessante para a Implantodontia. Passo Fundo. ImplantNews 2012. Portanto. por exemplo. No dia da cirurgia. As medicações foram confeccionadas em farmácia de manipulação (Natupharma. Ao término dos exames descritos. dessa forma. Brasil) e no Lorax (Wyeth. O desenho experimental foi semelhante ao estudo principal. Observa-se decréscimo da pré-hipertensão e hipertensão estágio 1 com relativa redução no transoperatório. os dados dos questionários pré e pós-operatório foram analisados separadamente. realizou-se estudo piloto com dois pacientes para cada grupo teste e dois pacientes para o controle.7% no pré. A Figura 1 representa esquematicamente o desenho experimental: Estudo piloto: antes do estudo principal. respectivamente. 16 a 20 pontos = extremamente ansioso. assim como os pacientes. respectivamente. demonstrando controle transcirúrgico adequado. trans e pós-operatório e entre os grupos através do teste Anova.0% no pré. trans e pós-operatórios. O prazo de validade foi estipulado pelo farmacêutico. Análise estatística Os dados da pressão arterial sistólica e da frequência cardíaca foram comparados entre si nos períodos pré. refletindo o efeito das medicações utilizadas. sua diminuição durante a mesma e sua elevação ao final.0% no pós-operatório. em conjunto com o preenchimento de outro questionário redigido pela pesquisadora e direcionado especificamente ao período pós-cirúrgico. Já a hipertensão estágio 2 não esteve presente no transoperatório. O nível de significância estabelecido para o presente estudo foi de 5%. a examinadora também estava cega para as medicações utilizadas. houve padrões de normalidade em 16. 46. Para tanto. 11 a 15 pontos = moderadamente ansioso. preferiu-se utilizar um monitor automático. uma vez que não apresentaram distribuição normal. sendo o paciente classificado em uma das seguintes categorias20: até 5 pontos = muito pouco ansioso. As medicações foram acondicionadas em frascos iguais etiquetados com símbolos diferentes. Os dados correspondentes aos questionários foram analisados entre si no período pré e pós-operatório e entre os grupos através do teste de Mann-Whitney. a pressão sistó- Anamnese Questionário 1 Pressão arterial Frequência cardíaca Grupo I – Diazepam Grupo II – Lorazepam Grupo III – placebo Pressão arterial Frequência cardíaca Questionário 2 Pressão arterial Frequência cardíaca Pré-cirúrgico Pré-cirúrgico/ uma hora antes Transcirúrgico Pós-cirúrgico Figura 1 Representação esquemática do período experimental.9(1):40-7 . Analisou-se a possibilidade de cronometrar o tempo cirúrgico médio. na metade do tempo necessário para o seu término. considerou-se a pontuação final do questionário de acordo com a somatória dos valores de cada resposta (na escala de 1 a 5).Branco P • Basualdo A Essas duas últimas tiveram sua formulação baseada no Valium (Roche.3% no pós-operatório.3% no pré. 56. Pré-hipertensão encontrou-se em 36.7% no trans e 23. com redução no transcirúrgico (3. A sistólica demonstrou condições normais na frequência de 13. O mesmo é observado na hipertensão estágio 2.7%. aproximadamente. tendo diminuído quando da comparação entre pré e pós-procedimento. As mesmas aferições foram realizadas ao final da operação. As mesmas características foram observadas para hipertensão estágio 1 no decorrer dos períodos. pressão arterial e batimentos cardíacos foram novamente averiguados. 23. Na mesma tabela. Ao final do período experimental. desse modo.7% no trans e 10.3% e 40. com Lorazepam.3%). Resultados A Tabela 1 revela a distribuição das frequências de pressão sistólica e diastólica durante os três diferentes períodos e com as medicações empregadas. 6 a 10 pontos = levemente ansioso. Brasil). 42 ImplantNews 2012. demonstrando ansiedade presente antes da cirurgia. Períodos trans e pós-cirúrgico: durante a cirurgia. A aplicabilidade de calibragem quanto à aferição dos sinais vitais também foi averiguada. sendo que o modelo piloto serviu para avaliar a aplicabilidade da metodologia em questão. a fim de aferir os sinais vitais em momento semelhante entre os grupos. Quanto à diastólica. de maneira que não se pudesse diferenciá-las. constatando-se sua inviabilidade. Já os dados da pressão arterial diastólica foram comparados entre si nos três períodos e entre os grupos através do teste de Kruskal-Wallis. 3%.0% e 16. com leve diminuição no pós-operatório.0) 5 (16. DIAZEPAM E PLACEBO Período/medicação Pré-operatório Categoria Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Normotensa Pré-hipertensa Hipertensa estágio 1 Hipertensa estágio 2 Sistólica 4 (13.0) 3 (10. as mesmas categorias correspondem a 13.7) 26 (86.0) 0 (0) 3 (10) 10 (33.183 Anova (*p) Sistólica Diazepam Placebo Lorazepam 0. 40.7) 12 (40.0) 4 (13. pré-hipertenso.7) 0 (0) Transoperatório Transoperatório Pós-operatório Pós-operatório Lorazepam Lorazepam Diazepam Placebo Diazepam Placebo lica normotensa apresentou-se em 33. esses valores correspondem a 33. hipertenso estágio 1 e 2.0) 3 (10.7%. as mesmas categorias corresponderam a 26.7) 7 (23.7) 10 (33.7% e 10.60 2. 40. sendo que a percentagem de normotensos foi relativamente maior com Lorazepam.97 Ranke 0.9(1):40-7 43 .7) 5 (16.254 0. 30. sendo 30.3) 0 (0) 28 (93. que se mostra linear e pouco alterada nos três períodos. hipertensão estágio 1 e 2 apresentaram-se maiores para placebo.0% para estágio 2 com a utilização do Lorazepam. Com Diazepam. 30.0% para normotenso. Para Diazepam.3) 2 (6. DIAZEPAM E PLACEBO Sinais vitais Medicação Lorazepam n 10 10 10 10 10 10 Média Desvio-padrão 2. Para placebo.0) 11 (36.0) 10 (33.7) 17 (56.7) 7 (23.3) 7 (23.0) 14 (46.3%.3) 8 (26.50 50. 23.05 = significância estatística.0) 8 (26.0) Período Pré-operatório Categoria Bradicardia Normal Taquicardia Bradicardia Normal Taquicardia Bradicardia Normal Taquicardia Bradicardia Normal Taquicardia Bradicardia Normal Taquicardia Bradicardia Normal Taquicardia Frequência 2 (6.0) 12 (40.0) 8 (26.7) 2 (6.7) 9 (30.3%.3) 9 (30. A Tabela 2 apresenta a frequência de batimentos cardíacos por minuto. 16.0) 26 (86. %) NOS PERÍODOS PRÉ.507 0. Quanto à pressão diastólica.054 Kruskal-Wallis*p Lorazepam Diastólica Diazepam Placebo *p < 0.3) 9 (30.3%.7) 11 (36. sendo o valor relativamente maior de hipertenso estágio 1 para placebo.7) 1 (3.0) 11 (36.7) Diastólica 5 (16. Os valores entre os grupos são semelhantes.3) 2 (6.7) 1 (3.3) 8 (26. 26.932 0.3) 9 (30.7) 3 (10.0%. 10 10 10 40.0% pré-hipertensos e 36.43 0. Quanto ao placebo.0) 6 (20.3) 5 (16.0%.0) 5 (16. 30.3) 7 (23.3) 29 (96.315 ImplantNews 2012.682 Batimentos cardíacos Diazepam Placebo 0. tem-se a frequência de 36.7) 0 (0) 7 (23. respectivamente. A tabela também mostra a distribuição das frequências TABELA 3 – PRESSÃO SISTÓLICA.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico TABELA 1 – DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA (N.87 1.0) 6 (20.0) 1 (3. 16.3) 9 (30.7) 27 (90.3) 3 (10.3) 12 (40.850 0.0) 1 (3.57 45.7) 3 (10.7) 10 (33.7% e 20.0%.3) 9 (30.7) 9 (30.3) 7 (23.0%. BATIMENTOS CARDÍACOS E PRESSÃO DIASTÓLICA COMPARADAS ENTRE LORAZEPAM.0%.7) 2 (6.0% e 20. respectivamente. não é observado hipertensão estágio 2.7% hipertensos estágio 1.23 2.7% para normotenso e pré-hipertensão.3) 11 (36.07 1.7) 6 (20. DIAZEPAM E PLACEBO TABELA 2 – DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE BATIMENTOS CARDÍACOS POR MINUTO (N.03 2. TRANS E PÓS-OPERATÓRIO E COM LORAZEPAM. os valores são de 23.0) 22 (73.7) 6 (20.935 0.3%. Os valores também foram muito semelhantes entre os grupos.7%.7% para hipertenso estágio 1 e 10. %) DE PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E DIASTÓLICA NOS PERÍODOS PRÉ. TRANS E PÓS-OPERATÓRIO E COM LORAZEPAM. 37 B 30.53 0.860 B 0. TRANS E PÓSOPERATÓRIOS Sinais vitais Período Pré-operatório n 10 10 10 10 10 10 Média 2. embora os questionários sejam considerados importantes. os valores foram 20. Resultados obtidos dos questionários pré e pósoperatório são demonstrados na Tabela 5. Para pressão sistólica.37 B 0.7% valores normais.12. não há associação significante entre os mesmos (p = 0. uma vez que seus valores podem aumentar significativamente quando na presença de ansiedade23. trans e pós-cirúrgicos.371 0. TABELA 5 – COMPARAÇÃO ENTRE AS ESCALAS DE ANSIEDADE DENTAL PRÉ E PÓS-OPERATÓRIA Medicação Lorazepam Diazepam Placebo Período Pré-operatório Pós-operatório Pré-operatório Pós-operatório Pré-operatório Pós-operatório n 10 10 10 10 10 10 Média 12. respectivamente. dados físicos como os fornecidos pelos sinais vitais são muito mais precisos. além de apresentarem poucos efeitos colaterais importantes20-21. A Tabela 3 mostra a comparação de pressão sistólica.3% apresentaram bradicardia e 96. visto que a avaliação da ansiedade é dificultada pela arbitrariedade e subjetividade de seus sintomas.682).70 10.22.16. esses sinais vitais podem refletir o comportamento emocional do paciente.83 A 2.000 dados correspondentes à pressão diastólica também não mostram diferença significativa (p = 0.05 = significância estatística.000). visto que é bem documentada a alta frequência de ansiedade principalmente frente a procedimentos de natureza cirúrgica.365 Anova (*p) Sistólica Transoperatório Pós-operatório Pré-operatório 0. Diazepam e placebo. Já para pressão diastólica também ocorre diferença significativa no período transcirúrgico (p < 0. 3.97 1. Da mesma forma.206 Ranke Pré-operatório Pós-operatório *p < 0.00 1.001) para o transcirúrgico. observam-se resultados semelhantes entre si sem diferença significativa entre os grupos (p = 0. Assim. Desse modo. quando da comparação dos batimentos cardíacos entre os grupos. pois não envolvem a subjetividade das respostas dadas pelos pacientes5.20 10.00 Mann-Whitney U (*p) 0. BATIMENTOS CARDÍACOS E PRESSÃO DIASTÓLICA COMPARADAS ENTRE OS PERÍODOS PRÉ. Kruskal-Wallis *p 10 10 10 54. sem apresentar diferença estatisticamente significativa. observou-se diferença significativa (p = 0.05 = significância estatística. tendo sua eficácia e segurança devidamente comprovadas há vários anos.054). Para Diazepam.056 dos batimentos cardíacos de acordo com as medicações usadas. Esses benzodiazepínicos foram escolhidos uma vez que são largamente pesquisados na Medicina.22.898 B 0. Esses métodos foram aplicados em conjunto. 30 30 34.93 Desviopadrão 0.000 Ranke Pré-operatório Diastólica Transoperatório Pós-operatório *p < 0.3% normal e 6.30 12. Os 44 ImplantNews 2012.47 26. diastólica e batimentos cardíacos entre os períodos pré. diastólica e batimentos cardíacos entre os grupos Lorazepam. Discussão O presente estudo procurou analisar o quadro de ansiedade de pacientes submetidos a cirurgia de implantes dentários sob a administração pré-operatória de dois benzodiazepínicos (Diazepam e Lorazepam) e de placebo.7%. No placebo.001). Além disso.77 A 51. 73.320 0.060 0. Com Lorazepam não houve bradicardia e os batimentos normais e taquicardia foram de 93. A Tabela 4 mostra a comparação entre pressão sistólica.57 B 2. Para os batimentos cardíacos não ocorre diferença significativa entre os períodos (p = 1.Branco P • Basualdo A TABELA 4 – PRESSÃO SISTÓLICA.7% para taquicardia. A análise da ansiedade foi realizada baseando-se na aferição de sinais vitais (pressão arterial e batimentos cardíacos) e nas respostas a questionários especificamente direcionados à ansiedade. sem taquicardia.80 8. A amostra constituiu-se exclusivamente de pacientes candidatos à cirurgia de implantes.865 0.00 9.9(1):40-7 .001 Batimentos cardíacos Transoperatório Pós-operatório 1. No caso da pressão sistólica.0% para bradicardia. o modelo em estudo justificou-se através do conhecimento atual da influência do estresse na exacerbação da dor trans e pós-cirúrgica e no funcionamento do sistema imunológico1-3.47 B 1.3% e 6.315). Os questionários são comparados entre si em relação à medicação e em relação aos períodos operatórios.874 A 0. que mostraram tendência de queda na frequência cardíaca após o uso do Diazepam. Frente a esses fatores. houve elevada frequência de normotensos. Resultados semelhantes foram obtidos por outros estudos11. Na presente pesquisa. Os batimentos cardíacos também mostraram variação semelhante à pressão arterial entre os períodos cirúr- gicos. hipertensão estágio 2 teve frequência igual com Diazepam é mais importante do e placebo (20.000). com aumento de frequência de normotensos no transcirúrgico em relação ao período anterior.7% do grupo placebo.9(1):40-7 45 .7% nos outros dois grupos. A análise da pressão sistólica e diastólica não foi feita separadamente por alguns autores11 que.682).001). estágio 1 e 2. Atualmente. Quanto à taquicardia. A taquicardia também mostrou leve queda nesse último período. falta de concentração e diminuição da acuidade auditiva do examinador26-27. Esses resultados são semelhantes àqueles obtidos por alguns autores17 que não observaram diferença significativa ImplantNews 2012. não fornecendo possibilidade de comparação com os resultados obtidos através dos sinais vitais. os resulpois representam os tados não foram significativos (p = 0. sem hipertensão estágio 2.7% no pós-operatório. No entanto. Todavia. tem-se frequência maior de normotensos com Lorazepam. trans e pós-operatório não é abordada. sistólica e diastólica foram o grupo placebo apresentou maior frequência de hipertensão analisados separadamente. Nos demais estudos. ou aos demais fatores Já os batimentos cardíacos de risco para doenças foram considerados normais em 96. Não houve diferenças significativas entre os se refere à hipertensão grupos (p = 0.0%) e menor para que outros índices no que Lorazepam (10. quando da verificação da pressão sistólica frente às medicações. quantidade de anestesia utilizada no procedimento ou quantidade de analgésicos necessários. 90. assim como diminuição de hipertensão estágio 1 e 2. enquanto a sistólica teria maior importância em pacientes mais velhos. Ao serem observados os dados referentes à pressão sistólica. com batimentos normais de 86.13. sendo esse sinal vital maior para Diazepam. no presente estudo. observaram que a média da pressão arterial diminuiu significativamente durante cirurgias de implantes dentários após administração de Diazepam. no transoperatório. Esses dados também estão associados à utilização de medicação antes da cirurgia e foram estatisticamente menores no transoperatório (p = 0. embora a metodologia utilizada tenha sido diferente. é aceito que o manejo da pressão sistólica é mais importante do que outros índices.12. Não ocorreu bradicardia com Lorazepam. Também. Diminuição significativa tanto da pressão sistólica quanto da diastólica também foi observada após a utilização de Diazepam e placebo frente a diferentes procedimentos restauradores13. Há também frequência maior de Os valores de pressão pré-hipertensão com Diazepam.3% cardiovasculares.315). 93. No caso da diastóextremos de oscilação lica.0% no transoperatório e 86. pois representam os extremos de oscilação da pressão arterial em torno de uma média24. No enmanejo da pressão sistólica tanto. Essas diferenças também não foram significantes (p = 0.7% no pré-operatório. diastólica e batimentos cardíacos com o uso de Diazepam.3% no Diazepam. a maioria das pesquisas4-6. Outro estudo16 também mostrou que os valores de pressão sistólica e diastólica não foram significativos entre o grupo controle e grupo com Midazolam. Esses dados refletem a administração das medicações antes da cirurgia.000). Hipertensão estágio 1 foi igual para ambos os ansiolíticos e Atualmente. do Lorazepam e de 73. esses resultados não foram significativos (p = 1. Em outra pesquisa13 não houve diferença significativa quanto à pressão sistólica.0%). estando presente em 6. sendo considerados significativamente menores no período transcirúrgico (p = 0. no que se refere à hipertensão ou aos demais fatores de risco para doenças cardiovasculares. verificou-se elevada frequência de pré-hipertensão e hipertensão estágio 1 no pré-operatório. a comparação entre períodos pré. quando comparado ao placebo.054). resultados semelhantes são da pressão arterial em observados para normotensos.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Os valores de pressão sistólica e diastólica foram analisados separadamente. mas sem resultado significativo. considerou-se que a leitura manual dos sinais vitais oferece algumas limitações inerentes ao examinador e ao aparelho em questão. o poder de transmissão acurada e a interpretação dos sons de Korotkoff. a pressão diastólica é considerada um preditor mais forte para enfermidades nos pacientes mais jovens. placebo e grupo sem medicação. embora as mesmas tenham sido bem mais sutis. considerou-se também a inviabilidade de calibragem quanto ao exame dos sinais vitais para o presente estudo. tais como a habilidade em detectar os sons de Korotkoff. torno de uma média24. Para alguns pesquisadores25.15 apresenta como método de avaliação da ansiedade fatores envolvendo escalas visuais análogas. a mesma não ocorreu com placebo. as características e a frequência de uso do aparelho. é aceito que o menores que no placebo. Tais características também foram observadas por alguns autores11. Porém. Tendência semelhante ocorreu na pressão diastólica. mesmo assim. permite concluir que: • Não há diferenças significativas quanto à redução de pressão arterial sistólica.206). diastólica e frequência cardíaca com o emprego pré-operatório de Diazepam. porém.056). quando da comparação das respostas nos questionários entre os períodos pré e pós-cirúrgicos. modelo de análise para pressão arterial. Conclusão A análise dos resultados desse estudo. nem trabalhamos como testemunha especializada. com maior conforto para o paciente e para o profissional.865) e placebo (p = 0. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Quanto a esse parâmetro. os resultados obtidos em estudos anteriores são bastante controversos entre si. tanto para os sinais vitais quanto para os questionários. utilizando o mesmo tipo de análise6. comparado ao placebo durante cirurgias de terceiros molares16. No presente estudo. autores14 apenas comparam Zaleplon ao Triazolam. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Outro fator importante a ser frisado consiste no número da amostra utilizada (n = 30). não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. tipo de medicação (inclusive com concentração e/ou via de administração divergente). variedade de técnicas anestésicas. alguns autores28 demonstraram que os sinais vitais não possuíam diferenças significantes entre Lorazepam e placebo. Endereço para correspondência: Paula Branco Rua Tiradentes. Nós. fato importante para o bom andamento da cirurgia.Branco P • Basualdo A entre a aplicação de Flunitrazepam e de placebo quanto à pressão sistólica. esse último fator possivelmente representa a influência sugestiva do emprego de uma pré-medicação sobre o paciente. o qual é considerado restrito para que uma avaliação mais precisa desses resultados possa ser efetuada. • Não há diferenças significativas quanto à análise da escala de ansiedade pré e pós-cirúrgica frente a essas mesmas medicações. 199 – Apto. modo de aferição dos sinais vitais. redução significativa da ansiedade com utilização de Ziprasidona 20 mg e Diazepam 10 mg em relação ao placebo foi encontrada ao serem analisadas escalas visuais18. com nova elevação no final de tarde29. 601 – Centro 99010-260 – Passo Fundo – RS Tel. É importante frisar que essas pesquisas foram realizadas com metodologias diferentes. Nota de esclarecimento Nós. podendo apresentar-se mais alta de manhã. A mesma variação também pode ocorrer de acordo com a idade do paciente examinado. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. que abrangem população estudada. Como se pode observar. Resultados semelhantes foram demonstrados através de testes de memória. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho.1 mg/Kg de Diazepam e placebo. Diazepam (p = 0. também. Através da análise de outro tipo de escala de ansiedade. não foi observada diferença significativa (p = 0. alguns autores5 encontraram resultados semelhantes com o uso de escala visual análoga. utilização de outros fatores físicos para avaliação e de outros tipos de questionários. Da mesma forma. não foi encontrada redução importante da mesma com uso de Midazolam.9(1):40-7 . os autores deste trabalho. • A redução da ansiedade foi significante durante o período transcirúrgico. comparando-se 0.com 46 ImplantNews 2012. • O controle efetivo da ansiedade frente a cirurgia de implantes dentários com o uso das referidas medicações não foi demonstrado. representada pela diminuição da pressão sistólica e diastólica. levando em consideração as suas características metodológicas.: (54) 3312-47-54/3601-2106 paula. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Adicionalmente. No entanto. ou sob influência de outras medicações sistêmicas30. No entanto. Não foi observada diminuição relevante da ansiedade com o emprego de Lorazepam 1 mg. ou os membros de nossas famílias.060). Em suma. diastólica e batimentos cardíacos. Há também que se considerar a questão da existência de flutuação quanto aos valores de pressão arterial no período de 24 horas. O mesmo pôde ser observado quando os questionários foram analisados de acordo com a medicação utilizada: Lorazepam (p = 0. A diminuição significativa de ansiedade (através da observação da pressão sistólica e diastólica) ocorreu no período transcirúrgico. Lorazepam e placebo. mais pesquisas envolvendo uma população maior devem ser realizadas no intuito de expandir o conhecimento sobre técnicas efetivas de controle da ansiedade em Implantodontia. os resultados do presente estudo não mostraram redução significativa da ansiedade frente à cirurgia de implantes dentários com o uso de Diazepam e Lorazepam.branco78@gmail. natureza do procedimento realizado no paciente (tanto ambulatorial quanto hospitalar). Braz Dent Res 2003.57(1):52-62.104(10):783-9. Consolati E. Manani G. Leeson R. Faraco FN. Antonuti S. Gastrointest Endosc 2007. 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Interferometry. *******Professor doutor do Departamento de Prótese – Fousp. demonstrando o deslocamento vertical do colar do implante e franjas diagonais nas cargas excêntricas. The in vitro study aimed to test the applicability of the ESPI technique and the hypothesis that as larger is the implant diameter.9(1):49-54 49 . Professor do Curso de Especialização em Prótese Dentária – Fundecto. Estes deslocamentos podem sugerir a deformação sofrida pela amostra. These results may suggest the deformation suffered by the sample. Fringes were observed horizontally in the centric loads and diagonally in eccentric loads. Franjas horizontais foram observadas nas cargas cêntricas. O presente estudo avaliou o comportamento do colar de implantes friccionais (Kopp) de dois diâmetros (4. This study evaluated the effect of the collar of frictional implants (Kopp) at two different diameters (4. obtained from the reflection of a laser light source focused on a real object surface resulting in a fringe pattern. Prótese Dentária – Fousp. A técnica Espi mostrou-se viável para avaliar as deformações da região observada e a hipótese foi confirmada. São Paulo/SP.5 mm) sob cargas compressivas estáticas (cêntrica e excêntrica) de duas intensidades (50 N e 100 N) por meio da Interferometria Eletrônica de Padrões de Speckle (Espi – Electronic Speckle Pattern Interferometry).3 mm and 5. representing a potential area subjected to deformation. representando uma zona em potencial à ocorrência de deformações. principalmente nos implantes de conexão interna e de reduzido diâmetro. The Espi is a technique still little used in dentistry that consists in comparing images before and after loading.5 mm) under static compressive loads (centric and eccentric) of two magnitudes (50 and 100 N) through the Electronic Speckle Patterns Interferometry (Espi). São Paulo/SP. *****Professora titular do Departamento de Prótese – Fousp. Brasil. de antes e após o carregamento. **Professor doutor do Departamento de Prótese – Fousp. Compressive load. maior é sua resistência ao deslocamento. Coordenador do Curso de Formação em Cirurgia e Prótese Sobreimplantes – Fundecto. ***Professor associado do Departamento de Física Geral – IF-USP. Força compressiva. ****Pós-doutor e especialista em Laboratório – IF-USP. It was possible to obtain reproducible qualitative results about the deformation of the implant collar when subjected to loading. Estresse mecânico. validando a técnica. Key Words – Dental implants. as greater is the resistance to strain at level of implant collar. Estas sobrecargas representam um dos fatores responsáveis pela perda óssea ao redor dos implantes. Unitermos – Implantes dentários. O estudo in vitro visou testar a aplicabilidade da técnica Espi para avaliar implantes e a hipótese de que quanto maior o diâmetro do implante. ImplantNews 2012. especially in narrowdiameter and internal connection dental implants. demonstrando o deslocamento de forma oblíqua. since the smaller implant diameter presented greater strain. Foi possível obter resultados qualitativos reprodutíveis acerca da deformação ao nível do colar do implante frente aos carregamentos. Mechanical stress. São Paulo/SP.3 mm e 5. visto que no implante de menor diâmetro houve maior deformação. São Paulo/SP. validating this technique. ABSTRACT The collar region of osseointegrated implants is frequently exposed to masticatory/parafunctional loads. Recebido em set/2011 – Aprovado em out/2011 Sérgio Rodrigues Sizo* Marcus Vinícius Yamazato Kanashiro* Edson Koji Takeshita* Ivo Contin** Mikiya Muramatsu*** Diogo Soga**** Tomie Toyota de Campos***** Dalva Cruz Laganá****** Matsuyoshi Mori******* *Mestres em Ciências Odontológicas. The Espi technique was feasible to assess the deformation of the region observed and the hypothesis was confirmed. São Paulo/SP. São Paulo/SP. Interferometria. obtidas a partir da reflexão de uma fonte de luz laser incidida sobre um objeto real de superfície rugosa. São Paulo/SP. Curitiba. principalmente em implantes de diâmetro reduzido. A Interferometria Eletrônica de Padrões de Speckle (Espi – sigla em inglês. a Extensometria (strain gauge)14 e o Método dos Elementos Finitos (MEF)15-16. ou conemorse. todos os métodos apresentam algumas limitações. vêm ganhando espaço entre as empresas e se tornando uma opção quase unânime entre os profissionais.3 mm x 11 mm e 5. mais citada na literatura internacional) é uma técnica óptica não destrutiva que consiste. Dentsply-DeguDent.9(1):49-54 Figura 2 Ilustração de como a mesa de aplicação de carga integrava o conjunto I-P. Brasil) de 4 mm de comprimento foram fixados aos implantes por meio do instrumental “bate conexão”. Enquanto nas conexões externas há maior frequência de afrouxamento/fratura do parafuso de fixação do pilar4-7. Estes são compostos de 50 ImplantNews 2012. apenas um grupo de pesquisa tem utilizado esta técnica voltada à área da Implantodontia17. Os implantes apresentam padrão platform switching e conexão conemorse real. apresenta o conjunto I-P retido apenas pelo efeito morse. o colar do implante representa uma zona de fragilidade em potencial. Para se avaliar as tensões envolvidas com a perda óssea peri-implantar. ilustrados na Figura 2. A conexão friccional. Nem mesmo o comprimento do implante parece apresentar tanta influência13.3 mm e 5. Figura 1 Implantes modelo Friccional II de 4. na aquisição de padrões de imagens obtidas a partir da reflexão de uma fonte de luz laser incidida sobre um objeto físico real de superfície opticamente rugosa e pode acrescentar novas informações às já existentes. nas conexões internas. Os implantes com conexão cônica interna.18-19. Material e Métodos Foram selecionados implantes modelo Friccional II de 4. Por maior que seja a resistência à fratura. atualmente. .5 mm de diâmetro por 11 mm de comprimento (Kopp. muito embora o tipo de conexão não seja o fator mais determinante para a redução das cargas ao nível da crista óssea12. Sobre o pilar foi parafusada uma mesa de aplicação de carga confeccionada em liga de Co-Cr (StarLoy C. A presente pesquisa visou testar a aplicabilidade da técnica Espi e a hipótese de que diferentes diâmetros de implantes proporcionam diferentes deformações ao nível do colar do implante. Minipilares R2 (Kopp. sem a necessidade de parafusos. Curitiba. Alemanha)3. conforme recomendação do fabricante. a Odontologia tem utilizado a Análise Fotoelástica1. Estas sobrecargas transmitidas ao tecido ósseo juntamente com a peri-implantite têm sido citadas na literatura e formam. ou seja. mais conhecida como cone-morse puro ou real. Esta última vem oferecendo bons resultados. deformações desta região podem ser inevitáveis8-9. as duas correntes que tentam explicar a perda óssea ao redor dos implantes1-3. Brasil). liga de titânio Grau IV e apresentam superfície tratada por jateamento com microesferas de titânio e subtração escalonada com ácidos fluorídrico e nítrico. Na estratégia de busca realizada na base de dados on-line Medline (via PubMed). alavancados pelos bons resultados em estudos recentes9-11. O maior problema vem sendo associado ao diâmetro do implante8. Hanau.13.5 mm x 11 mm (Kopp). basicamente. interface implante/pilar retida pelo efeito morse (Figura 1).Sizo SR • Kanashiro MVY • Takeshita EK • Contin I • Maramatsu M • Soga D • de Campos TT • Laganá DC • Mori M Introdução Os implantes dentários são constantemente expostos aos esforços mastigatórios e/ou parafuncionais. . e as cargas excêntricas distanciando-se 5 mm do centro da mesa. B. aeroespacial. divergindo principalmente quanto à angulação de 30° do implante. eletrônica e biomédica. Brasil) e pincelados com purpurina de cobre (Odonto Larcon – Comércio e Indústria Ltda. Foram aplicados dois tipos de cargas compressivas estáticas: 1) no centro da mesa de aplicação de carga. permitindo a transferência de carga fora do longo eixo do implante (carga excêntrica)18. Superfície preparada para reflecção da luz laser. como na pesquisa das propriedades dos materiais de construção. A exposição de 3 mm do colar do implante foi imprescindível para a análise da Espi. ImplantNews 2012. Paraná. Brasil). Figuras 4 A. em muitos outros campos.9(1):49-54 51 . Maringá. as amostras tiveram seus colares pintados com verniz vitral (Acrilex Tintas Espe- ciais S. Figura 3 Ilustração do esquema de montagem da amostra. por se tratar da região onde foram incididos os feixes de laser (Figura 3). São Paulo. em ensaios não destrutivos e de fadiga.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico As amostras foram confeccionadas de maneira semelhante ao recomendado em ensaios dinâmicos de resistência à fadiga (ISO 14801:2007). posicionado perpendicularmente ao solo (sem angulação).. neste caso. 2) deslocada 5 mm de distância do centro. Técnica Espi A técnica Espi é utilizada com sucesso nas indústrias automotiva. A mesa de aplicação de carga compreendia uma peça intercambiável.A. Além disso. paralelo ao longo eixo do implante. As cargas cêntricas foram aplicadas no centro da mesa. A reflexibilidade da amostra é um dos fatores que favorece a visualização20-21. Amostra com camada de verniz e aplicação da camada de purpurina de cobre. com o torque de instalação ideal recomendado pelo fabricante (30 Ncm). a qual foi parafusada a cada pilar antes de cada teste por meio de um torquímetro manual Mitutoyo. no comportamento dinâmico de uma variedade de componentes. Visando promover maior homogeneidade da reflexão. Carregamentos de 50 N e de 100 N foram realizados individualmente em cada amostra. permitindo a transferência de carga no longo eixo do implante (carga cêntrica). na mecânica das fraturas e na avaliação da conservação de obras de arte20. conforme demonstrado nas Figuras 4. Uma mesa de aplicação de carga sobre o pilar e o teste realizado sob carregamento compressivo estático. São Bernardo do Campo. conforme ilustram as Figuras 5. No exemplo. Carga no longo eixo do implante (cêntrica). λ 632. confirmou esta hipótese. deslocamentos. A menor deformação ocorreu no implante de maior diâmetro sob carga axial de 50 N e a maior deformação. Na Espi podem ser estudadas as propriedades da superfície de diversos materiais. Carga fora do longo eixo do implante (excêntrica). espelhos. diminuindo-se o espaçamento entre as mesmas.. como: rugosidade. Na análise dos resultados observou-se que a deformação foi sempre maior no implante de menor diâmetro. Resultados Pôde-se visualizar qualitativamente franjas na horizontal para as cargas cêntricas e na diagonal para as cargas excêntricas. A avaliação in vitro qualitativa foi permitida pela visualização de franjas que aumentavam progressivamente. Um laser de He-Ne (10 mW. 30 N Discussão A sobrecarga das restaurações implantossuportadas está associada à perda da crista alveolar ao redor dos implantes.Sizo SR • Kanashiro MVY • Takeshita EK • Contin I • Maramatsu M • Soga D • de Campos TT • Laganá DC • Mori M Figuras 5 I. deflexões. uma vez que o excesso de carga pode causar microfraturas ou necrose celular do osso alveolar23. vibrações e variações de temperatura. A deformação foi sempre menor nas cargas de 50 N (Figuras 7b e 8b) em relação às cargas de 100 N (Figuras 7c e 8c). 52 ImplantNews 2012. Newport. Os círculos delimitam a área analisada. por possuir maior volume e os componentes protéticos serem mais resistentes à deformação e fratura24-26. deformações. Japão) com resolução de 13 µm x 14 µm pixels) integraram a mesa de testes em óptica (Newport. Acredita-se que quanto maior o diâmetro dos implantes. quanto maior o carregamento maior é a deformação da amostra. conforme o aumento da carga. monitorando-se o seu estado estático ou de forma dinâmica. Implantes de diâmetro reduzido são alternativas na reabilitação de áreas com pouco espaço interdental Figuras 7 Demonstração da aplicação de cargas cêntricas (a) e resultados qualitativos no implante de maior diâmetro com 50 N (b) e 100 N (c). tanto nas cargas de 50 N como nas de 100 N. Figuras 6 Resultados qualitativos do carregamento progressivo (carregamento cêntrico). 20 N. C. II. A presente pesquisa. o resultado é um padrão de franjas. USA).8 nm – ResearchModel 845. no implante de menor diâmetro. As Figuras 6 demonstram um carregamento progressivo sequencial.9(1):49-54 . menor é a quantidade de tensões ao nível ósseo. 10 N. tensões. Quando se sobrepõem as imagens antes e após o carregamento compressivo. ao testar dois diâmetros de implante. B. um cubo divisor de feixe e uma câmera CCD monocromática modelo KP-M1U (Hitachi Denshi. as quais se apresentam paralelas e igualmente espaçadas e perpendiculares à direção do deslocamento da amostra22. mediante carga cêntrica de 100 N. Ltd. em ambos os tipos de carga. A. USA). 27-28. No entanto. semelhantes aos obtidos por outros autores12. com base nos estudos in vitro e in vivo sobre o assunto. quando existentes. pois o sistema detecta deformações da superfície independentemente da faixa plástica ou elástica. Não é incomum para o clínico situações como o afrouxamento ou a fratura do parafuso de fixação do pilar nas conexões externas4-7. Apesar dos bons resultados quanto a osseointegração. Este resultado vai ao encontro da hipótese de que quanto maior o diâmetro menor é a deformação. transformando-a em uma alternativa interessante para a introdução da metrologia óptica em laboratórios didáticos ou em projetos a serem desenvolvidos por alunos de graduação em disciplinas experimentais30. já que para a obtenção de informações não há necessidade de contato com a amostra. autores28. a Espi permite a análise diretamente sobre objetos com formatos mais complexos. devido a limitação de espaço na mesa óptica. São poucos os ensaios clínicos envolvendo implantes de diâmetro reduzido e.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figuras 8 Demonstração da aplicação de cargas excêntricas (a) e resultados qualitativos no implante de maior diâmetro com 50 N (b) e 100 N (c). por exemplo. Ao contrário de alguns métodos utilizados para avaliar tensões. Na técnica Espi deve-se ter o cuidado na aplicação de cargas para que esta não ultrapasse a faixa elástica da amostra. Por outro lado. O colar do implante representa uma zona de fragilidade. Além disso. A única premissa é que se tenha bom campo visual da superfície analisada22. é preciso ter cautela para que se chegue a um consenso acerca de suas indicações e prováveis fatores limitantes. apesar de alguns autores contrariarem essa teoria29. por maior que seja sua resistência à fratura. inclusive de grande porte. as conexões internas parecem apresentar o melhor desenho. que as franjas ImplantNews 2012. sob o ponto de vista qualitativo. onde seria difícil a fixação de células de carga. pôde-se concluir. Conclusão Considerando-se as limitações da técnica. A Espi é mais comumente indicada para se avaliar objetos menores. as deformações demonstraram ser maiores sob cargas de 100 N em relação às de 50 N. físico e real.9(1):49-54 53 . como o strain gauge. Os custos da montagem da técnica Espi são acessíveis a grande parte de nossas universidades. em um estudo clínico longitudinal. apontada por muitos autores24-26. e/ou volume ósseo limitado. As maiores deformações foram observadas no im- plante de menor diâmetro e as menores no implante de maior diâmetro. Assim como o MEF. atribuíram aos implantes de menor diâmetro maior perda óssea a nível da crista marginal. a Espi também é utilizada nas indústrias automotiva e aeroespacial. o MEF limita-se a realizar simulações em modelos puramente matemáticos e a Espi é baseada em ensaios realizados no próprio objeto. por vezes não são controlados ou apresentam pouco tempo de acompanhamento27-28. Mecanicamente. utilizando-se a força máxima de 100 N. O presente estudo não teve como objetivo alcançar a deformação plástica. deformações desta região são inevitáveis8-9. deformações permanentes foram inevitáveis após atingir-se a força média de 888 N. No MEF realiza-se simulações em estruturas. oferecendo a possibilidade de tratamento com restaurações implantossuportadas e não havendo a necessidade de aumento ósseo ou de procedimentos ortodônticos13. por apresentarem suas paredes internas mais longas. Em um estudo recente9. visando manter todo o processo sob o regime de deformação elástica. como aviões e carros de Fórmula 1. J Prosthet Dent 2001. Degidi M. Nicholls JI.13(5):542-9.9(1):49-54 . J Periodontol 2008.27(10):701-6.21(6):929-36. Gallas M. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia. Coelho PG. Force transmission of one.interfaces.15(2):148-51. Nota de esclarecimento Nós. 2007. Kamposiora P. Wahl G.6(5):493-8. and taper on strains in the alveolar crest. 23. 19.82(1):52-61. Int J Prosthodont 2009. Sendyk W. O fenômeno do speckle como introdução à metrologia óptica no laboratório didático. Instituto de Física. Clin Oral Implants Res 2002. Nós. Felton DA. Silva ER. Epub 2010 Jan 13. Clin Oral Implants Res 2003. Morfologia. 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A menor deformação ocorreu no implante de maior diâmetro sob carga cêntrica de 50 N e a maior deformação no implante de menor diâmetro mediante carga cêntrica de 100 N. Romanos GE. 5. Hoyer SA. Vasconcelos AB. os autores deste trabalho. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. Epub 2010 Jul 27. Rev Bras Odontol 2002.br Referências 1.15:233-8. Scherrer SS. ou os membros de nossas famílias. Na análise dos resultados observou-se que a deformação foi sempre maior no implante de menor diâmetro. 13. Akça K. demonstrando a possibilidade de se avaliar deformações nos modelos reais pela técnica empregada. J Oral Rehabil 2008. [Epub ahead of print] Silva ER. Silva MR. 600 cycles using a fatigue-testing machine.34 ± 2. By morphological analysis and statistics. São Paulo/SP. As amostras receberam 345. Ciclagem mecânica. com melhor adaptação e capacidade de selamento ao nível do microgap. Os dados obtidos foram analisados pelo teste t Student (p = 0. 32 images (16 pre-cycling and 16 post-cycling) of these interfaces were investigated by SEM in increments of 1. Quatro implantes. Key Words – Dental implants.34 ± 2.05).1). Data were analyzed by Student´s t test (p = 0. Unitermos – Implantes dentários. we observed significant differences on the mean interfacial values before (3. Recebido em set/2011 – Aprovado em nov/2011 Frederico De Araujo Pereira* Nilton De Bortoli Júnior** Lucas Massaru Nomiyama*** Mário Sérgio De Bortoli*** Sérgio Alexandre Gehrke**** *Cirurgião-dentista.64 µm. Porto Alegre/RS. ABSTRACT The aim of this study was to measure and compare the implant-abutment interface of a Morse taper fitting system before and after cyclic loading. After. ImplantNews 2012. Conexão cone-morse. Desta forma. ****Pesquisador – Núcleo de Desenvolvimento de Materiais Metálicos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.000 x and 5. cuja carga aplicada foi de 80 N e frequência de 4 Hz. foi possível concluir que após a ciclagem mecânica. Marginal gaps of these interfaces before and after cyclic were measured with the aid of appropriate software (Image Pro-plus 4. Morse taper connection. pré e pós-ciclagem mecânica. a interface implante/pilar de um sistema de encaixe cone-morse.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico ANÁLISE DA INTERFACE PILAR/IMPLANTE EM IMPLANTES CONE-MORSE APÓS CICLAGEM MECÂNICA Analysis of the implant-abutment interface in cone-morse dental implants after mechanical cycling RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar. All samples were subjected to 345.000 e 5.17 µm) and after (1. antes e depois do teste de ciclagem mastigatória simulada. com sistema de encaixe do tipo cone-morse.35 ± 0.05).64 µm) mechanical tests. Implant-abutment interface.17 µm e média das fendas pós-ciclagem mecânica de 1.1). Pelas análises morfológicas e estatísticas foi possível verificar diferenças significantes entre as tomadas de imagens.600 ciclos em uma máquina de ensaio de fadiga. **Coordenador do Curso de Especialização – Universidade Paulista. em que o sistema de cone-morse obteve média das fendas pré-ciclagem mecânica de 3. São Paulo/SP.9(1):59-66 59 . ***Professores do Curso de Especialização – Universidade Paulista.000 x. As fendas marginais das interfaces. Four implants with tapered connections received an abutment solid screwed according to manufacturer’s recommendations (25 Ncm). Interface implante/pilar. which determines better adaptation and sealing ability. Cyclic loading. por meio de microscopia eletrônica de varredura após ciclagem mecânica. São Paulo/SP. aluno do Curso de Especialização – Universidade Paulista. foram mensuradas com o auxílio de um software apropriado (Image Pró-plus 4. Estes implantes foram levados ao Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e 32 imagens (16 imagens pré-ciclagem e 16 pós-ciclagem) das interfaces foram realizadas com aumentos de 1.000 vezes. parafusado seguindo as recomendações de torque do fabricante (25 Ncm).35 ± 0. Thus. under 80 N load and 4Hz frequency. it was possible to observe a significant decrease in gap extension. houve diminuição significativa da extensão do gap e da conexão pilar/implante do sistema conemorse. receberam um pilar protético sólido. Esses foram novamente levados ao torno Citizen. onde foram tomadas as medidas dos conjuntos antes da ciclagem mecânica.13. sendo que o protocolo de valores de carga e frequência do ciclo mastigatório simulados teve seu embasamento em vários estudos12. Para isso. onde foram tomadas as medidas dos conjuntos após receberam ciclagem mecânica. em torno de 30 graus centígrados (Figura 2). contudo.5 x 4. na força de união e na estabilidade da mesma14. Recentes estudos indicam potencial vantagem mecânica na estabilidade de conexões do tipo cone-morse em comparação a conexões hexagonadas15. O desenho da conexão protética influencia na integridade mecânica. Dentre as complicações. N • Nomiyama LM • De Bortoli MS • Gehrke SA Introdução O desafio de substituir o elemento dental ausente e ter previsibilidade no tratamento proposto impulsiona o constante desenvolvimento de novos materiais e técnicas odontológicas. B. a adaptação dos componentes11 e a fadiga12. São Paulo. um comportamento clínico satisfatório16. Esquema demonstrando a porção do pilar diminuída. e grupo experimental (G2). A precisão na fabricação dos componentes e o torque aplicado nos parafusos dos componentes protéticos determinam o nível de adaptação na interface pilar/implante. A carga foi aplicada no sentido do longo eixo do pilar/implante.Pereira FA • De Bortoli Jr. O teste foi concluído com os corpos de prova imersos em água à temperatura ambiente. Imagem de MEV após a usinagem do pilar. ocorre o alongamento das roscas do parafuso. fornecidos pelo mesmo fabricante (Figura 1a). Implantes De Bortoli. com frequência de 4 Hz e carga de 80 N. Alguns fatores podem influenciar a pré-carga: o material dos componentes e dos parafusos7-8. proporcional a 14 meses de função12.5 mm). a rugosidade da superfície9. em baixa rotação e farta irrigação para evitar alterações nas estruturas metálicas. menor incidência de afrouxamento ou fratura do parafuso do pilar protético17. foram efetivados 345. 60 ImplantNews 2012. ainda. nas avaliações clínicas longitudinais são relatadas complicações mecânicas e/ou microbiológicas2. ainda. A frequente ocorrência destes problemas tem exigido o desenvolvimento de mecanismos para minimizar o afrouxamento do parafuso.0 mm de diâmetro por 11 mm de comprimento (Implacil – Produtos Odontológicos. onde tiveram seu diâmetro reduzido para 2. o que causa uma força tênsil ou pré-torque e determina a estabilidade da conexão protética e o afrouxamento dos parafusos5. o torque aplicado10. tentando-se . A maioria dos estudos indica sucesso satisfatório nas próteses implantossuportadas. com uma rotação anti-horária de 30°. Essas possuem um travamento mecânico friccional da superfície do pilar com a superfície interna do implante. que é a tensão gerada no aperto dos parafusos para manter os componentes unidos. Após a usinagem. O presente trabalho teve por objetivo a análise através de microscopia eletrônica de varredura da interface pilar/implante no sistema de implantes cone-morse após ciclagem mecânica de fadiga. Brasil) e quatro pilares para cimentação tipo sólido (pilar UN II Cone Morse) de dimensões originais (4. a mais frequente é o afrouxamento do pilar3-4. Na pré-carga. Foram elaborados dois grupos: grupo controle (G1). observando-se possíveis alterações estruturais nessa área que comprovem o melhor desempenho desse tipo de implante. O prognóstico da longevidade do tratamento apresenta altos índices de sucesso.9(1):59-66 Material e Métodos Foram utilizados para esse estudo quatro implantes de conexão tipo cone-morse de 4. os pilares retos foram lavados em cuba ultrassônica com água e permaneceram sob ação desta durante 20 minutos. menor micromovimentação durante as cargas. Quanto maior a pré-carga.18.600 ciclos. maior é a resistência ao afrouxamento da conexão6. que não atuam de modo decisivo e isolado. Figuras 1 Imagens fotográficas do formato original do implante e do pilar utilizados. apresentando. para a remoção de resíduos provenientes dos cortes realizados. o que resulta em reduzida perda de pré-carga.0 x 5. a desadaptação é reduzida quando aplicado o torque ideal preconizado pelo fabricante6. modelo Cincom C16 1M7A.6 mm para possibilitar a tomada das imagens da interface (Figura 1b). podendo resultar no insucesso da terapia com implantes. A. acima de 90%1. A partir da ranhura. totalmente submersa em água.000 vezes. pois esse tipo de resina possui um módulo de elasticidade de 0. Foram confeccionados quatro cilindros de PVC com altura de 15 mm. onde permaneceram por 20 minutos para a remoção de eventuais resíduos indesejáveis às tomadas de imagens. diâmetro externo de 15 mm e diâmetro interno de 12 mm. C e D). Cada um dos quatro conjuntos foi dividido em quatro quadrantes (A. ImplantNews 2012. pois esse sentido da carga poderia levar a soltura desse tipo de conexão. Para ter maior proximidade das condições reais. para a centralização dos mesmos nos eixos vertical e horizontal.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 3 Imagem demonstrando os quatro pontos onde foram realizadas as imagens. C e D (Figura 3). que é próximo ao módulo de elasticidade do osso trabeculado humano (0. foi realizada marcação (ranhura) com broca de alta rotação. Após dez minutos do torque inicial. uma resina epóxi líquida foi utilizada como suporte para os implantes. Essa máquina possui quatro pistões acoplados às pontas de poliacetal. Assim.000 e 5. no sentido horário. Como os implantes estavam envolvidos por resina e cilindro de PVC. para prevenir a entrada de resina no interior da fenda.9(1):59-66 61 . os conjuntos ficaram retos em relação à mesa da máquina. depois de centralizados os implantes.21 x 109 N/m2. na plataforma do implante. de modo gradual para não ocorrer inclusão de bolhas de ar. Após a ciclagem. como protocolo sugerido por alguns autores18. uma nova aplicação de torque com a mesma intensidade do torque inicial foi realizada para minimizar o efeito da sedimentação e ajudar na manutenção de uma pré-carga ótima. todos os conjuntos foram metalizados. O preenchimento da resina foi cerca de 1 mm abaixo do topo (Figura 4) da superfície da plataforma do conemorse. através do torquímetro analógico Tohnichi modelo BTG 60 CN – S (Japan). foi aplicado o torque de 25 Ncm. iniciando-se o preenchimento dos cilindros de PVC com a resina. conforme recomendações do fabricante. simular situação mais crítica. foram determinados os pontos para captura das imagens. identificados pelas letras A. com aumentos de 1. do Departamento de Microscopia Eletrônica de Varredura do Inpe/LAS – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Laboratório Associado de Materiais e Sensores (USP/SP). Para isso. Ao redor da superfície do conjunto pilar/implante. simulando o trabeculado ósseo. ficando assim estruturados os quatro corpos de prova. Com o implante fixado em uma morsa de bancada. para identificar quatro pontos para a tomada de imagens. novas imagens foram tomadas no MEV. e os implantes foram incluídos. B. iniciou-se a manipulação da resina Araldite GY 279 BR e do endurecedor Aradur 2963 BR. B. Os corpos de prova foram lavados em cuba ultrassônica com água.14 x 109 N/m2)19. com diâmetro de 10 mm cada uma. para a tomada de imagens. Figura 2 Imagem da amostra posicionada no equipamento. modelo JSM – 5310. Os corpos de prova (pilar/implantes) foram posicionados nesses cilindros com o auxílio de um dispositivo paralelizador. Para a obtenção das imagens foi utilizado um microscópio eletrônico de varredura da marca Jeol. N • Nomiyama LM • De Bortoli MS • Gehrke SA foi realizada marcação no centro dessa e outras duas com 3 µm para cada lado. do comprimento total da fenda na imagem.1 (Media Cyberne3. com isso.000 vezes.).000 vezes e para análise estatística das mensurações utilizou-se as Figura 4 Detalhe do posicionamento do conjunto pilar/implante incluídos na resina. de modo que cada implante tivesse quatro medições para ambos os grupos. decorrentes de microdeformação e microintrusão do pilar. Para a análise estatística utilizou-se o teste t Student pareado. 62 ImplantNews 2012. onde.34 + 2. em cada imagem. imagens com aumento de 5. provavelmente. Figura 5. de cada implante. A análise estatística foi elaborada com as mensurações das interfaces pilar/ implante (Figuras 7). de cada implante. a média das fendas pré-carga foi de utilizado o software Image Pró-Plus 4.000 vezes. pôde-se avaliar se houve que o nível de significância pré-determinado (5%) foi posaproximação das interfaces e quantificá-la. de modo que a média da fenda de cada quadrante. sendo 16 imagens para cada aumento. Resultados Os resultados foram divididos em análise morfológica descritiva das imagens com aumento de 1. quando comparadas com as imagens do grupo G1.000 vezes. sendo para isso análise estatística. demonstrou que o grupo G2 apresentou maior número de rebarbas nos pilares protéticos. Essas foram transformadas. Ficou bastante nítida a diminuição do tamanho das fendas para o grupo G2.L. bela 1). Os dados foram tabulados e analisados pelo teste t Student pareado. sendo as imagens obtidas a partir Como o valor encontrado de p (0. (Tabela 1). conforme demonstra a pós-ciclagem de simulação mastigatória.000 e 5. fosse comparada antes e após a ciclagem mecânica. sível demonstrar que existem diferenças estatisticamente Para a tomada das medidas da interface pilar/implansignificantes entre as médias das fendas analisadas. demonstrando diminuição das fendas de cada fenda. de modo que a média da fenda de cada quadrante. o que pode ser visualizado na sequência de imagens das Figuras 6. totalizando 64 imagens. obtendo-se 32 imagens em cada grupo. Pela te utilizou-se a ampliação de 5.64 µm. caracterizando a diferença entre os grupos. A análise morfológica das fendas na interface pilar/implante. com aumentos de fosse comparada antes e após a ciclagem mecânica (Ta1. P . em média. devido à carga recebida.35 + 0. 0006) é menor do de uma tomada oclusal.Pereira FA • De Bortoli Jr. sendo tabuladas em uma planilha eletrônica e as médias das Figura 5 Imagem da tela do computador com as medições realizadas medições de cada quadrante foram obtidas e os respectivos valores obtidos pelo software.17 µm e a média das fendas pós-carga foi de tics. As medições foram realizadas em três pontos 1.9(1):59-66 . das imagens dos quatro quadrantes de cada conjunto. sendo todas com aumento de 1.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico TABELA 1 – MÉDIA E DESVIO-PADRÃO DAS FENDAS ANALISADAS EM CADA QUADRANTE (EM MICRÔMETROS)* I Implante Posição de leitura A B Sem carga Com carga 1.375 1.946 5.512 4. II.991 1.0006).9(1):59-66 63 .678 2.111 3.846 0.043 2.528 0.015 0.177 1.841 7.839 1.385 1.17 1.718 Figuras 6 As imagens superiores correspondem ao grupo G1 dos implantes I.794 2.866 2.000 vezes.990 1.041 0. As imagens inferiores de cada sequência correspondem ao grupo G2 de cada implante.64 III IV ImplantNews 2012.210 0.166 0.547 6.324 1.964 0.372 1.35 ± 0. I C D A B II C D A B III C D A IV B C D Média ± dp *teste t pareado (p = 0.583 2.343 5. II 4.022 1. III e IV nas quatro posições onde as imagens foram capturadas.207 3.683 1.118 3.34 ± 2.875 1. além de apresentarem 64 ImplantNews 2012. O afrouxamento do pilar deve ser prevenido. perda óssea ao redor do implante e até fratura do implante21. devido à crescente utilização e ao desenvolvimento deste sistema por cirurgiõesdentistas e fabricantes de implante.9(1):59-66 clinicamente. pois causa desconforto ao paciente. pode causar reações teciduais20. conexão cone-morse. na atualidade. com travamento mecânico (travamento friccional) da superfície interna do implante com a superfície do pilar de prótese. pôde-se verificar que após a ciclagem mecânica houve diminuição das fendas entre os pilares e os implantes.23. o contato entre as roscas do implante e do parafuso ocorrerá apenas nas microrrugosidades presentes nas superfícies envolvidas6. recomenda-se reapertar o parafuso com o mesmo valor de torque. Os estudos longitudinais de acompanhamento clínico nas diferentes conexões pilar/implantes disponíveis demonstraram o sucesso dos implantes osseointegrados com a utilização de próteses unitárias17. N • Nomiyama LM • De Bortoli MS • Gehrke SA Figuras 7 Imagens das medições em MEV para a quantificação das interfaces. exige tempo clínico do profissional para solucionar o caso. Discussão Este trabalho visou contribuir para melhor entendimento sobre o sistema de união pilar/implante. Esse tipo de travamento permite que o componente protético . Uma redução de 2% a 10% na pré-carga deve ocorrer dentro dos primeiros segundos ou minutos após o apertamento como resultado desse relaxamento. dez minutos após o torque inicial aplicado18. Figura 8 Box plot dos grupos analisados. o pilar protético é unido ao implante pelo parafuso e adesão por atrito. fenômeno denominado de sedimentação22. Na conexão cone-morse. de dois estágios. sendo a mesma metodologia empregada nesse trabalho. níveis de sucesso elevados.Pereira FA • De Bortoli Jr. acima de 97%1. Pela análise da Figura 8. No momento em que é apertado um parafuso do pilar pela primeira vez dentro de um implante. Para minimizar este problema. com a mastigação28. Nós.18. e o melhor assentamento entre os componentes. O protocolo de valores de carga e a frequência do ciclo mastigatório simulados têm seu embasamento em vários estudos12. há continuação na ativação dos intermediários friccionais. ou os membros de nossas famílias.gehrke@hotmail. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. na interface abutment/implante do sistema cone-morse estudado. diminuindo a possibilidade de micromovimentação durante as cargas.9(1):59-66 65 . Os movimentos da mastigação provêm forças de intrusão (compressivas). no qual houve diminuição significativa da extensão da fenda. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. produzidas pela retenção de alimentos pegajosos nos dentes. 571 97015-001 – Santa Maria – RS sergio. resultando na redução do gap formado entre implantes e cilindros de ouro após a ciclagem mecânica.600 ciclos por amostra. por isso. Endereço para correspondência: Sérgio Alexandre Gehrke Rua Dr. o equivalente a aproximadamente 14 meses de função. Alguns autores 24-25 comprovaram a estabilidade mecânica da conexão cone-morse em implantes de dois estágios. Conclusão Pode-se concluir que após o teste de ciclagem mecânica ocorreu diminuição significativa da fenda na interface pilar/implante. através da análise dos resultados. cêntricas e excêntricas. e do que as de lateralidade (excursivas). Dessa maneira. O presente estudo obteve resultados de média de fendas em concordância com o trabalho de outros autores2. a proposição deste estudo. o que é importante clinicamente para uma melhora na distribuição das forças mastigatórias. Bozano. Diversos estudos clínicos apresentaram altos índices de sucesso das restaurações e dos implantes cone-morse de dois estágios1. não sobrecarregando o parafuso de fixação24.com ImplantNews 2012. foram realizados 345. Assim. Portanto. sem ciclagem mecânica. nem trabalhamos como testemunha especializada. pré e pós-ciclagem mecânica. os corpos de prova foram submetidos à ciclagem mecânica. até que não haja mais deslocamento (ou atrito). afirmando que esta estabilidade é responsável pelos baixos índices de afrouxamento de parafusos nesses implantes. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. que incidirem sobre este sistema. Nota de esclarecimento Nós. A carga mastigatória simulada nesse estudo teve intensidade de 80 N. muito mais significativas do que as de extrusão (de tração). na interface pilar/implante. Entretanto. provavelmente. após a instalação dos componentes protéticos. promovendo um selamento biológico adequado e prevenindo a infecção bacteriana. reduzindo as falhas mecânicas14. os autores deste trabalho. a aplicação de carga cíclica sobre o pilar instalado no implante fez com que ocorresse intrusão e/ou deformação na interface pilar/implante e isto é comprovado neste trabalho. sendo que os resultados comprovaram a existência de gaps. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. com média de fenda sem ciclagem mecânica de 3 µm2. Esse fenômeno de aumento de torque de remoção do componente protético em relação ao torque inicial de aperto é conhecido como solda fria ou soldadura fria14. onde esses afirmam que a adaptação interferente do sistema cone-morse reduz consideravelmente as dimensões do microgap (de 3 µm para 1 µm). A redução da desadaptação da interface pilar/implante após o teste de carga. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. maior união entre o implante e o intermediário pode favorecer para que ambos atuem fisicamente como se fossem um corpo único. de modo a concordar com os resultados obtidos por alguns autores. Devido às inúmeras cargas que incidem sobre a superfície oclusal.24-26. descritiva e estatística. pois o parafuso no sistema cone-morse apenas orienta a inserção do pilar no implante e pode ocorrer ao longo do tempo.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico tenha perda de pré-carga muito reduzida. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. pela microintrusão e microdeformação do componente protético. Um contato mais íntimo entre as superfícies dos dois corpos ocorrerá justapondo-os.27. Assim. demonstra a melhora da adaptação da conexão do pilar com o implante29. antes e após a ciclagem mecânica. ocorre concentração de pontos de tensão sobre as superfícies sobrepassantes do cone-morse. durante o ciclo mastigatório. a literatura é carente de estudos que relacionem a extensão do gap na interface pilar/implante em implantes de dois estágios de cone-morse. simplesmente. a uma frequência de 4 Hz. responsáveis pela trituração dos alimentos. de modo a deixar o parafuso de retenção apenas com papel secundário. que pode ser o resultado do desgaste das irregularidades. relatados nos estudos com acompanhamento clínico. 242-5. Análise 16. Immediate loading of single-tooth implants in the posterior region. Skobe Z. Khraisat A. Clem DS III. 23. 2. 4. Weiss EI.83(5):567-71. Carlsson G. Mcglumphy EA. Removal torques of conical. Taylor TD. Tietge JD. Stark H. Trito MA. Mangano A. Abu-Hammad O. 5. 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King T. 800 e 2.9(1):69-75 69 . Professora titular da disciplina de Prótese Dental – Universidade Paulista – Unip. *****Professora adjunta de Endodontia – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. **Doutora em Prótese – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. Key Words – Dental implants. Osso. Osseointegração. Recebido em set/2011 – Aprovado em out/2011 ImplantNews 2012. The perforations were made with drills of 2. 1. ***Professor titular de Prótese Parcial Fixa e coordenador do curso de Especialização em Implantes – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp.300 rpm.300 rpm. 1. Unitermos – Implantes dentários.800 and 2. ******Mestranda em Prótese – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. Foram utilizadas amostras de osso cortical de fêmur bovino e um aparato especialmente idealizado para se padronizar os procedimentos nos ensaios.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico EFEITO DA VELOCIDADE NA GERAÇÃO DE CALOR DURANTE O PREPARO DO TECIDO ÓSSEO PARA COLOCAÇÃO DE IMPLANTE The effect of speed on bone drilling temperature for dental implant sites RESUMO Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito da velocidade de rotação da broca na temperatura gerada durante o preparo do tecido ósseo.0 mm in diameter. ****Professora adjunta de Odontologia Restauradora – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. Renata Faria* Fernanda Pelógia Camargo** Marco Antonio Bottino*** Maria Amélia Máximo Araújo**** Márcia Carneiro Valera***** Elen Guerra de Lima****** *Mestre e doutora em Prótese – Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Unesp. Professora assistente dos cursos de Atualização e Especialização de Implantodontia – Universidade Metropolitana de Santos – Unimes. Bone drilling. Os blocos foram imersos em água a 36 ± 1oC durante as perfurações.Links.9% saline solution at room temperature (24 ± 1°C). Perfuração. ABSTRACT This study aimed to evaluate the effect of drill speed on temperatures generated during preparation of bone tissue.200. em uma profundidade de 10 mm e registradas com o auxílio de um coletor de dados (ADS 2000 IP – Links. com pressão intermitente de 2 kg e sob constante irrigação de solução de soro fisiológico a 0. As temperaturas foram medidas com termopares inseridos no osso a 1 mm da perfuração. Osseointegration. Os dados de temperatura foram alisados pelo teste Anova e para comparações individuais foi realizado o teste de Tukey com nível de significância de 5%. As perfurações foram feitas com brocas de 2. Heat generation.200. The temperature data were interpreted by Anova test and individual comparisons were carried out Tukey’s test at 95% confidence level.9% em temperatura ambiente (24 ± 1oC). Samples of cortical bovine femur were placed in a device specially designed to standardize all procedures. Brazil) connected to a computer. com velocidades de 1. with intermittent pressure of 2 kg and under copious irrigation under 0. Geração de calor.0 mm de diâmetro. The blocks were immersed in water at 36 ± 1°C during drilling. with speeds of 1. Temperatures were measured with thermocouples placed 1 mm from the bone drilling at a depth of 10 mm and recorded with the aid of a data collector (ADS 2000 IP . Brasil) conectado a um computador. necrose. inevitavelmente. dividindo-as ao meio (Figura 1). mais susceptível às elevações de temperatura. que devem ser controlados. A amplitude dessa zona necrótica ao redor do local do implante dependerá principalmente do calor friccional gerado pelas brocas durante as cirurgias. Alguns fatores. o desenho das brocas6. autores4 mostraram claramente. 70 ImplantNews 2012. Material e Métodos Para atingir os objetivos.000 rpm. Portanto. Uma cirurgia traumática pode levar a formação de tecido conjuntivo ao redor do implante. Para o descongelamento. as amostras foram imersas em solução de soro fisiológico à temperatura ambiente (22ºC a 25ºC) e mantidas até atingirem a mesma temperatura.12-15. Em 1984. a pressão exercida pelo operador1. o experimento foi conduzido com a utilização de amostras de osso cortical de fêmur bovino. os cortes transversais a cada 40 mm e. excluindo-se as epífises. ausência de cicatrização acompanhada de morte celular. se formará ao redor do local preparado. Dessa maneira. Cinco amostras foram obtidas de cada fêmur. Foram realizados. As amostras tiveram suas superfícies planificadas. o qual nunca ficará firmemente ancorado no osso remanescente. A regeneração tecidual óssea está diretamente relacionada com a vascularização deste tecido. onde a adição de um trauma térmico pode ser suficiente para retardar ou ainda impedir a mesma2. Reduzindo-se o aquecimento para 47oC por um minuto. uma zona necrótica. Em cada amostra foram feitas três perfurações: uma com cada broca Figura 1 Esquema apresentando como as amostras foram obtidas a partir do fêmur bovino. Sendo assim. Foram utilizadas nos ensaios três brocas de 2. variando a velocidade de rotação. Outros trabalhos indicam que o aumento da velocidade de rotação das brocas proporciona menor geração de calor5. posteriormente. É importante considerar também o tipo de osso em que se está trabalhando. fibrose.0 mm de diâmetro do sistema Conexão Sistema de Próteses. que ficaram congeladas até o momento do experimento a -20ºC16. Aquecendo-se a 44oC por um minuto não se observou distúrbios significativos na regeneração tecidual óssea. considerando-as como um limiar para a prevenção da ocorrência de osteonecrose após a perfuração óssea4. um corte longitudinal em cada porção. pois quanto mais denso. O calor friccional gerado pelo corte do tecido ósseo pode causar hiperemia. nas quais foram selecionados três locais para as perfurações e quatro locais para as medições da temperatura (Figura 2). da porção mais cortical. os efeitos deletérios do aquecimento. foram obtidas cinco amostras. Não importa o quão cuidadosa seja a técnica de preparo.200 a 2. ou completa reposição de osso novo resultando em osseointegração. inicialmente. .Faria R • Camargo FP • Bottino MA • Araújo MAM • Valera MC • de Lima EG Introdução A perfuração óssea para colocação de implantes dentais é sempre acompanhada por um aquecimento resultante de fricção e fragmentação de partículas do osso na face cortante da broca1.9(1):69-75 Proposição Levando em consideração a necessidade de se controlar os excessos de calor gerados nos procedimentos cirúrgicos para a colocação de implantes. o tipo de material de confecção das fresas7 e a eficiência do sistema de irrigação5. os cuidados nos procedimentos cirúrgicos têm um papel fundamental no sucesso da reabilitação com implantes. reduziu-se os efeitos adversos no processo regenerativo. devido à maior resistência para se perfurar5. Muitos autores estabeleceram em seus estudos velocidades entre 1.8-11. em seu estudo. em que a capacidade regenerativa inerente do osso foi quase completamente extinguida pela injúria térmica causada pela exposição do tecido a temperatura de 50oC por um minuto. objetivou-se nesse estudo avaliar a temperatura gerada durante o preparo do tecido ósseo. degeneração de osteócitos e um aumento da atividade osteoclástica e osteoblástica3. o osso poderá reagir de três maneiras diferentes em resposta a essa zona necrótica: formação de tecido fibroso resultando em ausência de fixação. são responsáveis pelo calor gerado durante perfurações ósseas: a velocidade de rotação das brocas5. Termopares tipo T de 0. Vista dos termopares inseridos nos respectivos canais. os canais foram preenchidos com um silicone termocondutor (BonBond – Silicone Heat Sink Compound). Loctite) sobre a superfície preparada para as perfurações. G3: 2. A uma distância de aproximadamente 1 mm do diâmetro da broca. Aspecto do guia posicionado e colado sobre a superfície destinada às perfurações. Aspecto dos canais feitos em um corpo de prova. D/E. Figuras 3 Sequência do preparo dos corpos de prova.7 mm com tempo de resposta de dois segundos foram utilizados para medir a variação da temperatura durante as perfurações. Os grupos de perfurações foram divididos da seguinte maneira – G1: 1. foram preparados com profundidade 10 mm.800 rpm. destinado à utilização de brocas de 2 mm de diâmetro. bem como a estabilização desses termopares (Figuras 3). paralelos ao longo eixo da perfuração. Com a finalidade de se obter a dissipação do calor e condutividade térmica. o paralelismo e a padronização das distâncias determinadas.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Figura 2 Representação esquemática de como as amostras foram preparadas.300 rpm. Essa fixação garantiu a vedação dos canais. Um guia metálico de 1 mm de espessura. e com velocidades diferentes. B. Esses canais foram feitos em uma fresadora universal. Dessa maneira.9(1):69-75 71 . assim. C. evitando o resfriamento dos termopares com a irrigação. onde foram inseridos os termopares (Figura 2). para a inserção dos termopares. As velocidades foram certificadas com a utilização de um aferidor de velocidade que foi acoplado ao contra-ângulo. especialmente confeccionados para a orientação do local das perfurações. foi posicionado e fixado com cianocrilato (Super Bonder. A.200 rpm. garantindo. canais verticais. Termopar tipo T. G2: 1. foram feitas dez perfurações com cada velocidade (n = 10). ImplantNews 2012. os corpos de prova foram mantidos a uma temperatura de 36°C. simulando a temperatura do corpo. Esta foi fixada no fundo de um recipiente de alumínio. foi utilizado um contra-ângulo redutor (20:1 – W&H 975 AE. Áustria) conectado a um motor (BLM 600 Plus Driller). foi utilizado um suporte de furadeira de bancada.9% a temperatura ambiente (23°C a 25°C) com pressão intermitente (três segundos e intervalo de um segundo) e padronizada em 2 Kg. As perfurações foram feitas até atingir a profundidade de 10 mm. ou seja. permitindo o posicionamento da broca para a perfuração. com dimensões proporcionais ao tamanho da amostra.5 Kg no modelo AS 5. Aspecto do aquecedor e termostato que mantiveram a temperatura da água. A constante temperatura inicial do osso a 36ºC foi mantida com o banho de água.Faria R • Camargo FP • Bottino MA • Araújo MAM • Valera MC • de Lima EG Figura 4 Corpo de prova fixado na morsa. Durante os ensaios. Brasil). O alívio da pressão por um segundo.000 (Marte Equipamentos de Medição. imerso em banho de água a 36oC. Figuras 5 A. Para a realização das perfurações. que proporcionará posicionamento perpendicular entre a broca e a base do guia em todas as direções (Figuras 5). Vista do esquadro metálico sobre o guia. foi utilizado um esquadro metálico. D ImplantNews 2012. W&H Dentalwerk.9(1):69-75 . Uma broca 72 longa foi encaixada no contra-ângulo para permitir seu posicionamento em relação à direção da perfuração. termicamente regulado com um aquecedor ligado a um termostato (Figura 4). com irrigação de solução de cloreto de sódio a 0. que permitiu que todo conjunto permanecesse imerso em água a 36ºC ± 1oC durante os ensaios. Para isso. Vista do suporte de furadeira de bancada com contra-ângulo fixado no dispositivo articulado. controlada por uma balança milesimal com capacidade para 5. B. São Paulo. uma pressão intermitente. Para garantir uma perfuração unidirecional. O conjunto foi posicionado em uma morsa especialmente confeccionada para a sua fixação. adaptado com um dispositivo articulado especialmente confeccionado para a fixação do contra-ângulo. posicionado sobre o guia cirúrgico. 25 QM 68. O torque para perfuração foi ajustado a 45 Ncm. p = 0. gl: 2. A.684 TABELA 2 – ANOVA (UM FATOR) PARA OS DADOS DE TEMPERATURA (ºC) OBTIDOS TABELA 3 – FORMAÇÃO DE GRUPOS DE MESMO DESEMPENHO QUANTO À TEMPERATURA.30 1.30 42.682 1.57 1. A temperatura da água de calibração foi checada com a utilização de um termômetro de mercúrio laboratorial com variação menor que ± 0. APÓS O TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA DE TUKEY (5%) Efeito Velocidades Resíduo Total *p < 0. Figuras 6 Aparato para a elaboração dos ensaios. ImplantNews 2012. apresentado na Tabela 2. 24. Análise estatística Os dados de temperatura e o tempo foram avaliados por meio do teste estatístico da análise de variância (Anova). O resultado do teste Anova. resultando em aumento da temperatura. durante todo o experimento. O estudo do efeito interação foi conduzido por meio do gráfico de médias e pelo teste de comparação múltipla de Tukey a 5%.38 30.200 rpm 42. Aspecto geral de todo o aparato montado para os ensaios. gl 2 27 29 SQ 137. a variação do calor gerado e a máxima temperatura atingida foram avaliadas durante as perfurações (Figuras 6). o que poderia causar resistência friccional.57 Grupos homogêneos* A B C *Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente.05.11 Teste Anova: F = 0.34 0. Para se registrar as temperaturas durante os ensaios foi utilizado um coletor de dados (ADS 2000 IP-Lynx Tecnologia Eletrônica. Brasil) conectado a um computador.69 1.800 rpm 40. Sistema de aquisição de dados conectado a um computador. O dispositivo montado para o registro da temperatura foi calibrado em temperaturas conhecidas e alternadas a 55oC e 5oC. TABELA 1 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS DADOS DE TEMPERATURA (ºC) OBTIDOS SOB TRÊS VELOCIDADES DE PERFURAÇÃO (N = 10) Estatística Média Desvio-padrão 1.87 168.31 3.200 rpm 37. B.0001* Velocidades (rpm) 1200 1800 3200 Temperatura média (ºC) 37.08 p 0.9(1):69-75 73 .39.46 40. Utilizando-se esse modelo.14 F 60. evitando que a porção de tecido ósseo removida ficasse retida nas bordas cortantes da broca. indica diferença entre os valores médios de temperatura dos três grupos de velocidade de perfuração. Resultados A estatística descritiva dos dados referentes às três condições experimentais é apresentada na Tabela 1.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico permitiu melhor acesso da solução irrigadora na broca e na cavidade óssea.02ºC. Foram utilizadas apenas brocas de diâmetro 2 mm. preconizado pelos autores4.000 a 100. pode-se afirmar que são necessários mais estudos direcionados a investigações da relação entre a força exercida e a velocidade de rotação das brocas. que foram orientados a realizarem perfurações em osso bovino com suas forças habituais. Para os autores.Faria R • Camargo FP • Bottino MA • Araújo MAM • Valera MC • de Lima EG Discussão O propósito desse estudo in vitro foi avaliar o efeito da velocidade de rotação da broca na geração de calor ao osso.000 rpm. a situação mais crítica com relação a geração de calor ao osso está relacionada a realização da perfuração inicial com a broca de 2 mm de diâmetro. Sendo assim. menor o risco de se criar uma zona desvitalizada ao redor do implante. baseado em resultados de temperatura obtidos com a utilização de velocidades relacionadas a procedimentos de Ortopedia.000. Baseado nessa diversidade de observações. Neste estudo. porém. uma vez que temperaturas mais baixas foram obtidas durante as perfurações com brocas cerâmicas.17-18. Autores7 compararam fresas confeccionadas de materiais cerâmicos versus fresas de ligas metálicas convencionais e concluíram que o material da fresa pode influenciar no aquecimento ósseo. utilizando velocidades de rotação entre 1. Esse valor também foi utilizado por outros autores10-11.225 e 2. Portanto. Justifica-se o fato. Baseado em seus resultados.000 rpm).2 Kg geraram a mesma temperatura que as perfurações feitas a 2. obtiveram valores de temperatura compatíveis para manutenção da vitalidade do tecido ósseo submetido a perfurações para instalação de implantes. Nossos resultados também conflitam com os de autores5. Observação diferente foi feita em outro estudo12. o que pode representar um fator negativo para previsibilidade do sucesso da osseointegração. Para avaliar essa diferença.000 e 40. Conclusão O aumento da velocidade de rotação das brocas durante as perfurações ósseas gerou maiores valores de temperatura. menor o calor gerado.0 N. A pressão exercida durante as perfurações para colocação de implantes difere bastante entre operadores. a discrepância nos resultados pode ser atribuída ao fato de que não houve cuidado na padronização da pressão exercida. Os valores obtidos nesta pesquisa encontram-se abaixo do limiar de temperatura (47°C) para a ocorrência de dano ao tecido ósseo morfologicamente evidente. Os presentes resultados. embora as velocidades utilizadas pelos autores tenham sido bem próximas às do presente trabalho (entre 1. uma vez que o protocolo para a colocação de implantes envolve a utilização de brocas com aumento de diâmetro gradativo. Sugeriram também que tanto maiores profundidades de perfuração quanto desgaste por uso das fresas geram maiores valores de temperatura.800 rpm com carga de 1. Já em outro trabalho5. com resultados entre 600 g a 2. sendo que os resultados mostraram claramente que quanto maior a velocidade. baseado no fato de que quanto menor a temperatura. pode-se obter melhor eficiência de corte sem aumento significativo da temperatura.15. autores8 em um estudo in vivo.500 rpm). No presente trabalho foi utilizada pressão padronizada de 2 kg para avaliação da temperatura gerada durante as perfurações ósseas.5 a 9. considerando esse valor o mais comumente aplicado em cirurgias. 74 ImplantNews 2012. bem como a carga aplicada nas brocas.20.500 a 2. Resultados que geram certa polêmica foram mostrados21.4 kg.9(1):69-75 . maior o calor gerado. perfurações em alta velocidade e com maior pressão geram menores valores de temperatura. o autor concluiu que aumentandose a velocidade. esse aumento gradativo resulta em remoção de menor quantidade de osso a partir da utilização da broca inicial de 2 mm de diâmetro.4 kg. não podem ser comparados com os de estudo que utilizou15 não só velocidades muito diferentes (2. onde se relaciona velocidade com pressão exercida durante perfurações ósseas. atingindo a profundidade de apenas 3 mm em cortical óssea de tíbias de coelhos. 30. O controle da geração de calor durante perfurações ósseas para a colocação de implantes é de suma importância. o que confere a esta etapa menor elevação de temperatura durante os procedimentos de perfurações ósseas. Concordando com os presentes resultados. com a finalidade de se criar um leito com as dimensões compatíveis para receber o implante.400 rpm com 2. uma vez que estudos prévios mostraram que as brocas de menor diâmetro (2 mm) geraram maior temperatura comparada com brocas de maior diâmetro (3 mm)10. Utilizou-se a combinação de duas velocidades e duas cargas diferentes e verificou-se que as perfurações feitas com velocidade de 1. bastante diferentes das utilizadas em cirurgias de implantes. um estudo19 avaliou o desempenho de 20 cirurgiões-dentistas. que afirmam que quanto maior a velocidade da broca.000 rpm e as forças aplicadas foram de 1. foi monitorada a temperatura gerada para três velocidades de perfuração. As velocidades variaram de 20. mas também brocas de aço (700XL). Weller N. J Prosthet Dent 1983. Thompson HC. Lavelle C. 17 – Centro 11410-160 – Guarujá – SP Tel. Albrektsson T. Thermal changes observed at implant sites during internal and external irrigation. [Comparative Study] 2002. Lamey PJ. Abouzgia MB. Hernandez-Alfaro F.37(1):29-48. Non-U. ImplantNews 2012. os autores deste trabalho. and time on bone temperature during the drilling of implant sites. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 1999. Komatsu S. Hobkirk JA. Sharawy M.S. Moss ME. Measurements of shaft speed while drilling through bone. A comparative in vitro study: twisted stainless steel and ceramic drills. Temperature rise during drilling through bone.19(3):335-49. 16. Int J Oral Maxillofac Implants.S. Temperatures measured in human cortical bone when drilling. Briggs J. Hirsch C. Non-U. Matthews LS. Effect of drill speed on bone temperature. J Oral Maxillofac Surg.S. Martin IC. 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Harris BH. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho.S.35(12):968-73. J Oral Surg (Chic) 1977. [Research Support. J Oral Surg (Chic). Williams ED. Kerawala CJ. 2.25(5):394-9. Int J Oral Maxillofac Implants 1992. Int J Prosthodont. Tehemar S.10(5):411-4. Nós. Sheridan S. Abouzgia MB. Misch CE. 5. Int J Oral Maxillofac Surg 1996.50(1):101-7. pressure. 14. Int J Oral Maxillofac Implants 1996. nem trabalhamos como testemunha especializada. J Oral Surg (Chic) 1958. 21. Leomil. Majzoub Z. Gov’t] 2001. Allan W.16(6):819-26. Biagioni PA. Eriksson AR. The effect of heat on bone regeneration: an experimental study in the rabbit using the bone growth chamber. Ferres-Padro E. [Comparative Study] 1997. [Research Support. 18.60(10):1160-9. Lee HJ. Non-U. 17. Mehta A. Part I: Relationship between drill speed and heat production. Symington JM. Tawada Y. 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Temperatures during drilling for the placement of implants using the osseointegration technique. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Albrektsson T. ou os membros de nossas famílias. The effect of speed. Graser GN. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. [In Vitro] 1966. Abouzgia MB.com Referências 1. Gov’t] 1984. J Bone Joint Surg Am 1972. Gov’t] 2004. Watanabe F.12(2):186-93.13(3):293-7. Non-U. Kohles SS. Alaejos-Algarra F. [Comparative Study Research Support.88(2):145-50. James DF. [Comparative StudyResearch Support. Int J Oral Maxillofac Implants.Trabalho de Pesquisa | Caderno Científico Nota de esclarecimento Nós. [Comparative Study Research Support.11(1):35-7. Heat generation during implant site preparation: an in vitro study. Effect of internal irrigation on frictional heat generated from bone drilling. Non-U. Thermal changes and drill wear in bovine bone during implant site preparation. J Oral Maxillofac Surg. [Comparative Study] 1997. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. on cutting efficiency and heat production during osteotomy preparation for dental implants: a study of drill durability. 13. Funkenbusch PD. 8. Gov’t] 1995. Endereço para correspondência: Elen Guerra de Lima Av. sendo necessários mais estudos para assegurar sua eficácia como uma alternativa ao uso de osso autógeno. sejam usados em sítios onde se deseja a formação de novo tecido ósseo. being necessary further studies to assure their efficacy compared to autogenous bone grafts. Esses fatores de crescimento. Concluiu-se que as BMPs são uma alternativa viável para o aumento de rebordo alveolar visando a reabilitação com implantes endósseos. Dario Paterno Junior* Fabio Shiniti Mizutani** Gustavo de Paula Maia*** *Doutor. giving emphasis on bone morphogenetic proteins for bone tissue repair. Unitermos – Regeneração óssea. ou sozinhos.9(1):79-84 79 . We concluded that BMP’s are an alternative to ridge alveolar augmentation for oral implant rehabilitation. Proteínas ósseas morfogenéticas. Growth factors. BMP’s derived from TGF-β superfamily is involved into chemotaxis. These growing factors are represented by BMP-2 and can be purified (through animal origin) or recombined (through genetic engineering techniques). Key Words – Bone regeneration. and mesenchymal stem cell differentiation at bone tissue level. **Doutor e mestre em Implantodontia – Centro de Estudos Odontológico São Leopoldo Mandic – Campinas. ABSTRACT This aim of this literature review is to explain the osteoinduction principle. mitosis. mitose e diferenciação de células mesenquimais no tecido ósseo. mestre e pós-graduado em Implantodontia – Centro de Estudos Odontológico São Leopoldo Mandic – Campinas. Bone morphogenetic proteins. têm como principal membro osteoindutor a BMP-2 e podem ser purificados (obtidos através de osso animal) ou recombinados (através de engenharia genética) para que juntamente com um carreador. Recebido em ago/2011 – Aprovado em set/2011 ImplantNews 2012. to be used with or without a carrier in sites where new bone formation is required. muito estudados na atualidade. dando ênfase aos avanços no uso das proteínas ósseas morfogenéticas na reparação do tecido ósseo.Revisão da Literatura | Caderno Científico PROTEÍNAS ÓSSEAS MORFOGENÉTICAS Bone morphogenetic proteins: a literature review RESUMO Este trabalho de revisão da literatura teve por objetivo explicar o fenômeno da osteoindução. As BMPs são da superfamília das TGF-β e estão envolvidas em quimiotaxia. Fatores de crescimento. ***Especialista em Implantodontia – Centro Catarinense de Odontologia. O osso tem considerável potencial de reparação e regeneração. são glicoproteínas responsáveis pelo recrutamento de células osteoprogenitoras para os locais de formação óssea. Em Implantodontia. é capaz de estimular neovascularização e formação óssea intramembranosa em um defeito de 3 cm na mandíbula de cães.Paterno Jr. Também. apresentaram características estruturais semelhantes. Os primeiros ensaios foram realizados3 utilizando matriz óssea desmineralizada de roedores. A migração e a diferenciação de células em condroblastos. O trabalho fundamental de um autor mostra como a sequência da cadeia de aminoácidos pode ser obtida para as BMP-1. De uma sequência de aminoácidos de extrato altamente purificado5. dez.9(1):79-84 . 80 ImplantNews 2012. Ao todo. Esse fator foi relatado como uma substância indutora de formação óssea. As proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs) destacam-se como um dos fatores de crescimento mais estudados. muitos investigadores têm mostrado que BMPs induzem a diferenciação de células mesenquimais e células-tronco em células osteogênicas capazes de produzir tecido ósseo3. Através da purificação da BMP presente em osso bovino chegou-se a detalhes sobre identificação e clonagem molecular de fatores com atividade da BMP . autores obtiveram clones de DNA que continham o código de cada proteína. sem nenhum tipo de elucidação do mecanismo do processo. BMP-2. A combinação rhBMP-2/Helistat. foram obtidas oito proteínas e sete delas. A purificação de proteínas osteoindutivas de osso bovino resultou na identificação de muitos membros de proteínas ósseas morfogenéticas (BMP). autores obtiveram clones de DNA que continham o código de cada proteína. Revisão da Literatura Proteínas extraídas do osso podem induzir a formação local de nova cartilagem e osso quando implantadas em sítios não osteogênicos. algumas classes de biomateriais podem ser utilizadas. Desde a descoberta das proteínas ósseas morfogenéticas como proteínas osseoindutivas por Urist. De uma sequência de aminoácidos de extrato altamente purificado5.6 N nos coelhos. capazes de induzir a síntese de matriz óssea em regiões ortotópicas ou ectópicas1. um fator central seria o responsável por este efeito. e BMP-34. desencadeado pela ação das proteínas morfogenéticas ósseas. denominadas de BMPs. D • Mizutani FS • Maia GP Introdução Os fatores de crescimento determinaram a abertura de um novo capítulo na história dos biomateriais. foram obtidas oito proteínas e sete delas. presente na matriz óssea. com posterior formação de novo tecido ósseo foi relatada. no que concerne ao crescimento de tecido ósseo. osteoindução e osteogênese e de acordo com o tipo de material2. apresentaram características estruturais semelhantes. Ao todo. Um novo capítulo foi aberto após a descoberta de proteínas contidas dentro da matriz óssea desmineralizada. uma esponja de colágeno reabsorvível. sendo a classificação de acordo com seu modo de ação: osteocondução. 14 e 21 dias após a sua implantação. A clonagem de DNA complementar das BMPs (cDNA) revelou que estas formam uma única subfamília dentro da superfamília dos fatores transformadores do crescimento-β (TGF-β). As células indutoras e as células induzidas eram provenientes do hospedeiro e estas mesmas células indutoras seriam descendentes de histiócitos e células do tecido conjuntivo perivascular. A formação óssea trabecular ocorreu em dez dias6. essas proteínas denominadas de BMPs (proteína óssea morfogenética) têm a capacidade de induzir a formação de tecido cartilaginoso e depois a aposição óssea em sítios ectópicos. especificamente nos principais mecanismos de reparo ósseo. O termo osteoindução foi designado para um princípio fundamental de regeneração óssea. Bone morphogenetic proteins (BMP) ou proteínas ósseas morfogenéticas são fatores de crescimento pertencentes à superfamília dos Fatores transformadores do crescimento (TGF-β). Tais substâncias constituem uma família de fatores de crescimento com grande influência. Provavelmente. há formação ectópica após implantação intramuscular de matriz óssea desmineralizada em HCl 0. Os enxertos de rhBMP-2/ Helistat foram removidos e observados cinco. denominadas de BMPs. a formação óssea pós-natal. A síntese de DNA aumentou após o tratamento com BMPs-2 e -4 do que o tratamento com BMPs-5 e -6. Injeções de BMP localmente na superfície da calvária de ratos induzem a formação óssea periosteal na superfície da calvária sem a formação prévia de cartilagem. Receptores da BMP O papel fisiológico das BMPs e os receptores de BMP na formação de osso normal têm sido investigados. O autor mostrou que havia diferentes variedades de BMPs em sua capacidade mitogênica em cultura de células periosteais e condrócitos epifisiais e esternal de embriões de galinha. os efeitos da OP-7 foram marginais e a BMP-3 não teve nenhum efeito. elegans) e podem ser classificados em três subtipos pela estrutura e função: 1) receptores regulados Smads ImplantNews 2012. Inibição da diferenciação de mioblastos terminal. Em ratos transgênicos. O mecanismo de ativação dos receptores de BMP funciona via ligação ao receptor específico Tipo II. CDMP-2) BMP-14 (GDF-5. inibinas. Papel na embriologia na iniciação da formação de determinados elementos do esqueleto Indução óssea em sítios subcutaneous em ratos Indução óssea em sítios subcutaneous em ratos Sem relatos de osteoindução Sem relatos de osteoindução Sem relatos de osteoindução Sem relatos de osteoindução Nenhum relatório sobre osteoindutividade. em Drosophila) e Sma (relacionado a Mad em C.p. Smad são uma família de mediadores de receptores de BMP em vertebrados homólogos de Mad (mothers against decantaplegic. Estes resultados mostram que os receptores de BMP exercem papel importante na formação óssea pós-natal8.9-21. fatores de crescimento e diferenciação (GDF’s). presente na membrana celular e recruta um receptor Tipo I.9(1):79-84 81 . incluindo BMPs. incluindo densidade mineral e volume ósseo estático e a taxa de formação óssea dinâmica. Inibição da diferenciação de mioblastos terminal Sem relato de osteoindução Fonte: Groeneveld e Burger. CDMP-2) Cloning (ref) 1988 1988 1988 1990 1990 1990 1992 1994 1995 1995 1995 1994 1994 1996 Bone induction (ref) Indução óssea em sítios subcutânea em ratos Indução óssea em sítios subcutânea em ratos Indução óssea em sítios subcutânea em ratos Nenhum relatório sobre osteoindutividade.Revisão da Literatura | Caderno Científico TABELA 1 – RESUMO DA IDENTIFICAÇÃO E CLONAGEM DAS BMPS E SEUS PAPÉIS NA OSTEOINDUÇÃO BMP BMP-2 (BMP-2ª) BMP-3 (osteogenina) BMP-4 (BMP-2b) BMP-5 BMP-6 (Vgr-1) BMP-7 (OP-1) BMP-8 (OP-2) BMP-9 (GDF-2) BMP-10 BMP-11 BMP-12 (GDF-11. uma família de transdutores do TGF-β. está diminuída. 2000. em que a expressão de um gene dominante truncado BMPR-IB transgênico é objetivado à linhagem osteoblástica usando um promotor de colágeno Tipo I osteoblástico específico. Inibição da diferenciação de mioblastos terminal Nenhum relatório sobre osteoindutividade. Diferenças no efeito osteogênico têm sido demonstradas em alguns estudos. activinas. mas os resultados são de certa maneira conflitantes7. BMP-15 (CDMP-1) Alguns estudos têm comparado os vários efeitos das BMPs diretamente dentro de um experimento. formando um complexo. Esses receptores são proteínas serina/treonina quinase transmembrana que se autofosforilam depois da formação do complexo BMP-receptor II-receptor I e adquirem a habilidade de fosforilar proteínas Smad. Sobre expressão de um dominante negativo truncado BMPRIB em células precursoras de osteoblastos 2T3 inibe a expressão gênica osteoblástica específica e a formação de matriz óssea mineralizada. TGF-βs e substâncias inibitórias Müllerianas7 (Tabela 1). CDMP-2) BMP-13 (GDF-6. Mais de 40 membros da família TGF-β foram identificados. Indução ectópica de tendão e ligamentos de ratos Nenhum relatório sobre osteoindutividade. para então decifrar seu código genético e então recombiná-las10. Proteínas ósseas morfogenéticas purificadas A produção de BMPs purificadas é de difícil determinação. maior que a BMP purificada. Os autores concluíram que o dispositivo de proteína osteogênica é capaz de induzir a formação de osso em cavidades dentárias. significativamente. como uma proteína de tamanho de 30 kD. Purificação além dessa faixa faz com que a amostra tenha uma redução em sua atividade e. O fato de que muitos RNAm para BMPs são encontrados em tecidos não ósseos também suporta o argumento que múltiplos fatores de crescimento podem normalmente trabalhar juntos para alcançar a concentração crítica. Utiliza-se geralmente apenas as proteínas com conhecido poder osteogênico testado in vitro ou in vivo. assim. Liberação gradual de BMP pode ser estabelecida pelo uso de carregadores como hidroxiapatita. é responsável pela produção de grandes quantidades da BMP-2.9(1):79-84 . tendo muitas linhas evidentes que sugerem que a BMP-2 não é o único fator de crescimento para esta atividade. Ainda não está claro se Smad pode reconhecer sítios ligantes específicos e ligar o DNA por si próprio9. que então transloca para dentro do núcleo e regula a transcripção de vários genes alvos.receptor tipo II). a proteína osteogênica inserida em cavidades inalteradas com implantes pode encurtar. que são usados para projetar no genoma bovino ou na biblioteca de DNA complementares. esse material é digerido em tripsina. permitindo a remoção das placas de reconstrução com dez semanas e houve formação óssea significativamente maior em comparação aos grupos controles12. 3) inibidores de Smad. tendo aproximadamente 20 microgramas de BMP em 10 quilos de osso bovino. A BMP é uma proteína difusível.Paterno Jr. Consequentemente. Analisou-se o efeito do uso da BMP bovina na estimulação rápida da osseointegração de implantes endósseos dentais13. O propósito deste estudo foi avaliar a habilidade dos implantes de BMP-2 em formar osso e restaurar a continuidade mandibular e prover estabilidade funcional. assim. às proteínas morfogenéticas bovinas4. menos eficaz. na presença ou na ausência de implantes de titânio. como visto anteriormente. Essas sequências são usadas para designar e sintetizar sondas de oligonucleotídeos (uma fita simples de DNA marcado com um radioisótopo como P). a quantidade de rhBMP-2 necessária para produzir osso é. que é necessário para iniciar uma cascata osteoindutiva in vivo. a rhBMP-2 parece ter a atividade completa de formação de cartilagem e osso das BMPs derivadas de osso. do osso e. produzindo um grupo de pequenos peptídeos de cada molécula. Esses clones foram usados para projetar (screen) na biblioteca genômica humana. reduzir o período de edentulismo total ou parcial. fibrina de Proteínas ósseas morfogenéticas recombinantes As BMPs podem ser obtidas por um método de recombinação. R-Smads são fosforilados por receptores serina/ treonina quinase ativados (complexo BMP-receptor tipo I. como a redução dissulfídica destrói sua capacidade osteoindutora. A atividade de BMP se comporta em um sistema de eletroforese. Esses fatos sugerem que a atividade natural é alguma combinação das atividades de múltiplas moléculas de BMPs ou representa o sinergismo entre as moléculas. Carreadores Estudou-se o uso de BMP-2 recombinante humana e matriz óssea desmineralizada homógena em defeitos mandibulares segmentares em cães. a rhBMP-2. Contudo. colágeno. este trabalho conseguiu ampliar o uso de terapia com implantes. O grupo contendo BMP teve aceleração na consolidação. reduzir a quantidade de osso perdido após extração dentária. D • Mizutani FS • Maia GP (R-Smads). Posto que é possível que a rhBMP-2 feita em sistemas de expressão em células mamárias é de alguma forma diferente da BMP-2 derivada 82 ImplantNews 2012. Em adição. Além disso. através da tecnologia do DNA recombinante humano. os defeitos tinham 3 cm de espessura e foram estabilizados com placas de reconstrução compostas de aço inoxidável. mantendo certo nível de concentração no local da implantação. o intervalo de tempo entre a extração do dente e a osseointegração do implante e. pode ser obtida11. permitir a inserção de implantes mais longos e minimizar os compromissos protéticos relacionados com reabsorção de crista alveolar. o que a torna um mecanismo interessante para obtenção de BMP devido a grande quantidade que . obtendo assim clones recombinantes codificados nos equivalentes do ser humano. em ordem de magnitude. Por enquanto. atualmente. registrando as várias sequências derivadas de BMP bovino. R. eliminando um procedimento cirúrgico. no qual sequências de aminoácidos são determinadas. Após ter sido purificado. Clones recombinantes (cDNA) foram então identificados. 2) mediadores comuns Smad. havendo a possibilidade de se aumentar a taxa de sucesso. polipeptídeos individuais não podem ser usados. A engenharia genética. dentro de três semanas. o gel de eletroforese a 30 kD sobre condições irredutíveis indica a presença de múltiplas proteínas. induzindo formação óssea no animal10.Smads interagem com um mediador comum Smad para formar um complexo hetero-oligimérico. De fato. quantidades maiores4.17. a proteína indutora é imobilizada no sítio em combinação com um carreador durante um período de tempo suficiente para influenciar a resposta celular. de implantes.17. Muitos carreadores têm sido usados com sucesso em vários tipos de defeitos.6. têm menor capacidade de formação óssea por apresentar apenas uma rhBMP ao invés de um pool de glicoproteínas . aumentando a concentração de fosfatase alcalina quando implantados sob periósteo de crânio em comparação com grupo controle e foram mais eficazes na análise histológica19.9. porém. Os resultados mostraram melhor e mais rápida formação óssea do grupo das bBMP do que no grupo controle. polímeros usados na forma de placa reabsorvível ou formulados em carreadores semi-hígidos não deformáveis para a BMP poderiam induzir a formação óssea com a finalidade de reconstruir defeitos ósseos em suas exatas dimensões e com maior força biomecânica. Alguns autores tiveram resultados de retardo na cicatrização ou aposição óssea inicial quando utilizada membrana não reabsorvível e BMP/carreador. tornando dispendiosa e onerosa a produção em larga escala. os resultados radiográficos e histológicos mostraram que a regeneração óssea foi inibida nos defeitos segmentares tratados com o biomaterial16. com idade de seis meses e pesos entre 3-4.5 Kg. pode induzir formação óssea. A utilização de matriz óssea colágena e BMP juntamente com a inserção . O controle de três anos mostrou que todos os implantes estavam com níveis ósseos marginais saudáveis e não havia sinal de peri-implantite15. Quando utilizadas sozinhas.17-18 ou com carreadores que servem também como arcabouço (aumento no volume ósseo formado) e impedem a solubilização das BMPs6. da raça Norfolk. Exodontias foram realizadas e implantes foram colocados juntamente com matriz óssea colágena e BMP sendo que o autor . sugeriu maior rapidez de formação óssea na presença ou ausência do implante.18. estabiImplantNews 2012.Revisão da Literatura | Caderno Científico coágulo. Um gel de bBMP era confeccionado e colocado em orifícios criados no ápice do implante. através da injeção de uma solução de BMP (método menos invasivo) no local onde se deseja a indução de tecido ósseo6. sem tratamento de superfície) com um mês de implantação26. São proteínas menos imunogênicas. foi estudada por outro autor13. quando implantada em altas doses. Após eutanásia de seis coelhos aos 60 dias e seis aos 150 dias de pós-cirúrgico. As BMPs. quando utilizadas para formar osso.10. Liberação gradual de BMP pode ser estabelecida pelo uso de carregadores como hidroxiapatita. colágeno. osteoindutivas como a bBMP facilitando produção em . fibrina de coágulo. adquirirem diferentes graus de solidez e apresentarem baixo grau de retenção tecidual. Assim. As BMPs recombinantes geralmente são produzidas em sistemas de expressão gênica utilizando-se células mamárias. sendo que um dos autores sugeriu que ocorria osseointegração do implante (implantes lisos. Os pacientes submetidos ao aumento foram avaliados três anos após a colocação dos implantes endósseos e em próteses realizadas não houve nenhum problema detectável quanto a osseointegração15. Discussão As BMPs podem ser obtidas por purificação.19-25. A hidroxiapatita foi utilizada como discos de HA e BMP/atelocolágeno liofilizado. o carreador não fornece nenhum componente adicional necessário para indução óssea6. o que necessita de grande quantidade de tecido ósseo tratado (Kg para obtenção de µg) para se obter uma quantidade muito pequena de bBMP5. alguns novos carreadores de polímeros biodegradáveis parecem ser promissores. podem ser usadas sozinhas. Esponja de colágeno Tipo I juntamente com rhBMP-2 foi usada para aumento de rebordo em pacientes que necessitavam de implantes dentários em estudo piloto. Avaliou-se pacientes que foram tratados com rhBMP-2 adicionado em uma esponja de colágeno (ACS) em sítios de extrações humanas ou em sítios que requeriam aumento de rebordo alveolar. As BMPs se comportam bem quando usadas com biomateriais osteocondutores porosos e é unânime entre os autores sua ótima interação com esponjas de colágeno Tipo I. diminuindo o intervalo de indução de tecido ósseo para três semanas em alvéolos submetidos a exodontias. Alguns autores estudaram a neoformação óssea em sítios onde implantes eram colocados na presença e ausência de bBMP26-27. pois podem funcionar como uma rede que poderá ser totalmente reabsorvida para ser substituída por osso natural6. Segundo o autor. para a osseoindução local por BMPs. rhBMP-2 pura.9(1):79-84 83 . Entretanto. Polímeros podem agir como carreadores efetivos devido ao fato de serem biodegradáveis. gesso Paris e polímeros (PLA e PLGA)14. gesso Paris e polímeros (PLA e PLGA)14. O uso de biomaterial de origem bovina na regeneração de defeitos ósseos segmentares foi avaliado empregando-se 12 coelhos fêmeas. A associação de HA porosa com rhBMP foi mais efetiva em defeitos mandibulares de coelhos do que hidroxiapatita sozinha25. necessitam de maior concentração de proteínas e não possuem efeito osseoindutor tão eficaz devido a sua solubilidade. Além disso.12-15. Cestari TM et al. The bone morphogenetic protein family and osteogenesis. Harada K. Baolin L. Pinto LP. Marden LJ.56(4):185-91. Byrne M. Bauru: Universidade de São Paulo. 17. 20.83-A(suppl 1. Uludag H. Urist M.28(10):1127-38. Tissue Int 1995. Gao T. 19. Int J Periodontics Restorative Dent 1997. 3.br Conclusão 1. Evaluation of recombinant human bone morphogenetic protein-2 in oral applications including the use of 16. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. São Paulo: Santos. 9. Granjeiro JM. Nishida M et al. Alder M. Grisi MFM. Bone morphogenetic proteins: from structure to clinical use. rhBMP-2 apresenta melhores resultados na osteoindução. quando utilizados biomateriais densos ou uma mistura de biomateriais (HA) juntamente com a BMP em locais pós-exodontias. Ciani RB. J Cell Sci 1990.56(6):549-53.9(1):79-84 . Bone morphogenetic proteins in human bone regeneration. Yoshimura Y. Yan J.52(4):387-91. 1988.28(1):97-103.71(3):289-94. Yang X. Ono I. Histological changes of implanted collagen material during bone induction. Yamaguchi H.51(6):647-51. Kuboki Y. Endereço para correspondência: Dario Paterno Junior Avenida Angélica.com. Fiorellini JP. houve atraso significativo no tempo de cicatrização dessas fraturas devido a necessidade de reabsorção dos muitos biomateriais para então haver aposição óssea no local da fratura16. 8. Rutherford RB. Rosen V. Effect of freeze-dried poly-L-lactic acid discs mixed with bone morphogenetic protein on the healing of rat skull defects. guided by osteopromotive e-PTFE membranes: an experimental study in rats.196. Taga R. houve atraso na cicatrização em comparação ao coágulo (controle)25. Mandibular reconstruction with a recombinant bone-inducing factor. 26.58(1):59-67. Calcif. Faculdade de Odontologia de Bauru. Arq Bras Med Vet Zootec 2006. 12. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Braz J Med Biol Res 2005. Estudo comparativo da substituição óssea. endosseous implants: 3-year results of a pilot study in humans.10(37):25-32. J Periodontol 2000.90(5):870-9.150:893-9. Kotler HS.Paterno Jr. Whiters MJ. Novel regulators of bone formation moleculars clones and activities. Misch CE. 14.117(10):1101-12. Mundy GR. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. Friess W. 11. Granjeiro JM. Recombinant human bone morphogenetic protein-2 is superior to demineralized bone matrix inrepairing craniotomy defects in rats. Bustos-Valenzuela JC.17(2):124-39. 18. Int J Oral Maxillofac Implants 1992. J Biomed Mater Res 1994. Chaudhari A. Porter T. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho.242:1528-34. 2000. nem trabalhamos como testemunha especializada. Xiang W. Use of bovine osteogenic protein to promote rapid osseointegration of endosseous dental implants. Moutsatsos I. Luxenberg DP. Animal studies of application of rhBMP-2 in maxillofacial reconstruction. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 1991. Linde A. Hollinger JO. Rahal SC. ao lado de implantes de titânio: análise histológica [dissertação].19(Suppl):83-92. Nummikoski P. Chen D. ao mesmo tempo em casos de fratura em patas de coelho. Bone: formation by auto induction. Brito JHM. Wang EA.142(1):9-21. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. mesmo assim. Histomorphometric analysis of rat alveolar wound healing with hydroxyapatite alone or associated to BMPs.7(3):297-301. Miki T. Wozney JM. White FH. Implantes dentários contemporâneos. p. Wozney J. Cochran DL. Bessho K. Concluiu-se que as BMPs são uma alternativa viável para o aumento de rebordo alveolar visando a reabilitação com implantes endósseos. Howell H. Jones A. As proteínas ósseas morfogenéticas obtidas através de recombinação parecem ser o melhor método para a utilização em larga escala. Ohura T. Ueda JK. Lilly LC. Avaliaçäo histológica do processo de reparo ósseo na presença da proteína morfogenética óssea (Gen-Pro) associada com uma membrana biológica (Gen-Derm). Wang EA. Mitsock LM. J Prosthet Dent 1994. M et al. os autores deste trabalho. 27. Enomoto S. Murata M. Tagawa T. Baolin L. Volpii RS. Taylor TD.71(8):1241-57. Eur J Endocrinol 2000. 6. Nota de esclarecimento Nós. 3. Machado F. Howell TH. Toriumi DM. pt2):128-35. Taba Jr. 4. Brentegani LG. J Biomed Mater Res 1994. J Oral Maxillofac Surg 1994. D • Mizutani FS • Maia GP lizando e acelerando a aposição com a reabsorção do biomaterial11. Functional. Delivery systems for BMPs: factors contributing to protein retention at an application site. Yan J. 5. sendo que a subclasse Referências 1. Celeste AJ.38(10):1463-73. Turek T. Caúla AL. Wozney JM. Purification of bone morphogenetic protein derived from bovine bone matrix. 1999. Ron E. 1999. Oliveira RC. Mol Reprod Dev 1992.13(Suppl):149-56. ou os membros de nossas famílias. Mistura de proteínas morfogenéticas ósseas. A study on bone induction in hydroxyapatite combined with bone morphogenetic protein. Souza SLS. Horisaka Y. Imai Y. Growth factors influencing bone development. Brandão AC. 84 ImplantNews 2012. 7. Plast Reconstr Surg 1992. 22. Early histologic response to titanium implants complexed with bovine bone morphogenetic protein. 13. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Lazaro M et al. Rosen V. Sogayar MC. Boyne PL. J Bone Joint Surg Am 2001. hidroxiapatita. Okamoto Y. 24. 21. 10. Rev Bras Cir Protese Implant 2003. Taga R. 2. Ohnuma Y. J Oral Maxillofac Surg 1993. Holtrop ME.: (11) 3828-1531 patern@terra. frente a enxertos de proteína morfogenética óssea e osso autógeno. Science. 2. Barboza EP. Hirano A. 15. Fiorellini J. Bone morphogenetic proteins.22(4):233-41. Kriz RW et al. Oliveira MG.165(2):595-601. histologic. necessitam ser mais estudados em humanos. Schaub RG. Burger EH. Science 1965. quando houve associação de muitos biomateriais (membrana de pericárdio envolvendo uma mistura de biomateriais contendo: BMPs adsorvidas em hidroxiapatita. Rueger DC. Groeneveld EH. sendo os polímeros e o colágeno insolúvel Tipo I os mais promissores. AB. 672 – Conjunto 113 – 11º andar – Santa Cecília 01228-000 – São Paulo – SP Tel. Celeste AJ.451-46. Pode-se utilizar vários tipos de carreadores com sucesso. The effect of bone morphogenetic protein on osseointegration of titanium implants. Nós. colágeno liofilizado e osso inorgânico). Rev Bras Odontol. Murata M. Wozney JM. Growth Factors 2004. Recombinant bone morphogenetic protein-2 enhances bone healing. a respeito dos carreadores que melhor se ajustem às técnicas regenerativas. Hedner E. Matsumoto N. Novaes Jr. Jones AA. A feasibility study evaluating rhBMP-2/absorbable collagen sponge device for local alveolar ridge preservation or augmentation.p. O potencial da proteína óssea morfogenética humana recombinante-2 (rhBMP-2) na regeneração óssea. 23. Braz Dent J 2002.32(2):160-7.13(3):147-54. Xiang W. osso inorgânico e colágeno envolta por membrana de pericárdio no preenchimento de defeito ósseo segmentarem coelhos. Zhao M. Bone 1997. and biomechanical evaluation. Sampath TK. 25. Biochem Biophys Res Commun 1989. Bone grafts. Vários estudos vêm demonstrando que os implantes curtos podem apresentar índices de sucesso comparáveis aos dos implantes mais longos. Enxertos ósseos. compromising subsequent oral rehabilitation procedures.Barbosa JR • Ferreira JRM • Dias ECLCM IMPLANTES CURTOS: UMA OPÇÃO PARA REGIÕES ATRÓFICAS E FATORES QUE INFLUENCIAM OS SEUS ÍNDICES DE SUCESSO Short implants: an option for atrophic regions and factors influencing their success rates – a literature review RESUMO As perdas dentárias podem gerar vários problemas. maxillary sinus grafts. Biomecânica. distraction osteogenesis (DOA). and knowledge in biomechanics.9(1):86-92 . entre outros fatores que aumentaram as taxas de sucesso e sobrevivência dessa modalidade de tratamento. ABSTRACT Tooth loss can cause several problems. Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia – São Leopoldo Mandic – Unidade Vila Velha/ES. sendo a atrofia óssea uma das mais frequentes. Desta forma. the objective of this study is to review the scientific literature addressing the changes in its macro and micro-geometry. Thus. Unitermos – Implantes curtos. Several studies have shown that short implants may have success rates comparable to those in longer implants. The use of removable partial dentures and long periods of tooth loss may worsen this scenario. regeneração óssea guiada (ROG) e lateralização do nervo alveolar inferior (LNAI). dificultando posteriormente a reabilitação oral. Key Words – Short implants. guided-bone regeneration (GBR). Devido à teoria de que o implante deveria ser o mais longo possível. Mestre e especialista em Implantodontia – Unigranrio. Porém. Implantes dentários. distração osteogênica (DOA). morbidity and inconclusive literature prompt the search for alternatives. Recebido em mai/2011 – Aprovado em out/2011 86 ImplantNews 2012. such as grafts block inlays/onlays. o objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão da literatura científica a respeito dos implantes curtos abordando as modificações em sua macro e microgeometria. enxertos em seio maxilar. being bone atrophy one of the most frequent. the development of new surgical techniques. Dental implants. morbidade e literatura não conclusiva levaram a busca por alternativas. Due to the theory that the implant should be as long as possible for adequate stability. procedimentos cirúrgicos para suprir esse déficit de volume ósseo horizontal/vertical foram amplamente estudados como: enxertos em blocos inlays/onlays. the high biological cost. surgical procedures to address bone deficits in horizontal/vertical dimensions have been widely studied. Juliano Regis Barbosa* José Ricardo Muniz Ferreira** Eduardo Cláudio Lopes de Chaves e Mello Dias*** *Especialista em Implantodontia – Faculdade São Leopoldo Mandic. alto custo biológico. Biomechanics. However. o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e os conhecimentos de biomecânica. **Especialista e mestre em Implantodontia – Unigranrio. and inferior alveolar nerve lateralization (IANL). O uso de próteses removíveis e longos períodos de edentulismo podem agravar o quadro de atrofia. as well as and other factors that increase the success and survival rates in this treatment modality. ***Doutorando em Implantodontia – Faculdade São Leopoldo Mandic. entre outros fatores.1% 100% 94.6% 98. Porém. regeneração óssea guiada (ROG). A proposta deste trabalho foi fazer uma revisão da literatura científica para: comparar as taxas de sucesso dos implantes curtos aos implantes longos. espessura e comprimento. relatar. Revisão da Literatura O termo implante curto é algo subjetivo.0 mm de comprimento. chegando esta perda óssea a alcançar o osso basal.9% ImplantNews 2012. a maior parte dessa perda se dá nos primeiros anos e as áreas que apresentam a maior perda são as posteriores ao forâmen mentual1. além da baixa densidade óssea encontrada geralmente nessa região2. o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e o melhor conhecimento de biomecânica aplicada aos implantes curtos. quando comparados a implantes mais longos (Tabela 1). morbidade e literatura não conclusiva levaram a busca de alternativas. Autores3-6. quando todos os fatores relacionados ao sucesso desse tipo de implante forem considerados. Em um trabalho13 de revisão da literatura sobre a influência de comprimento e diâmetro dos implantes nas taxas de sobrevivência foi descrito que publicações recentes relatando adaptação no preparo cirúrgico e uso de implantes com superfícies texturizadas indicaram taxas de sobrevivência de implantes curtos comparáveis àqueles obtidos com implantes mais longos. desvantagens e indicações dos implantes curtos. como: enxertos em blocos inlays/ onlays. O uso de próteses removíveis e longos períodos de edentulismo podem agravar o quadro de atrofia.0 mm de comprimento. na maioria dos trabalhos. enquanto outros7 consideram curtos os de até 10.0 mm de comprimento. sendo a atrofia óssea uma das mais frequentes. distração osteogênica (DOA). Para melhor entendimento desses resultados. Vários estudos7-11 vêm demonstrando que os implantes curtos podem apresentar índices de sucesso comparáveis aos dos implantes mais longos (Tabela 2) e que podem ser uma alternativa segura se bem indicados e executados. lateralização do nervo alveolar inferior (LNAI). Na literatura.Revisão da Literatura | Caderno Científico Introdução As perdas dentárias podem gerar vários problemas. procedimentos cirúrgicos para suprir esse déficit de volume ósseo horizontal/vertical são amplamente estudados. no projeto desses implantes. Já a mandíbula tem sua área disponível para instalação de implantes limitada pela presença do nervo alveolar inferior. TABELA 1 – TAXAS CUMULATIVAS DE SUCESSO DOS IMPLANTES CURTOS ↓ 85% Referência 3 4 5 6 Ano 1995 2000 2002 2003 Amostra 298 152 1168 97 Taxa de sucesso 76% 81% 67% 79% Sistemas Brånemark (Nobel Biocare) Screw-Vent (Zimmer) Brånemark (Nobel Biocare) 3i (Biomet) TABELA 2 – TAXAS CUMULATIVAS DE SUCESSO DOS IMPLANTES CURTOS ↑ 90% Autores 7 8 9 10 11 Superfície Usinada Rugosa Rugosa Rugosa Rugosa Comprimento Amostra < 10 mm < 10 mm < 10 mm < 10 mm < 10 mm 247 979 111 96 745 Tempo/carga Oito anos Até sete anos Um a sete anos Três a quatro anos Um a cinco anos Taxa de sucesso 93. frequentemente. A modificação no tratamento de superfície. A maxila posterior. Devido à teoria de que o implante deveria ser o mais longo possível. aumentaram as taxas de sucesso e sobrevivência. relacionando os fatores responsáveis por essas taxas. diferentes índices de sucesso são encontrados para os implantes  10. devido à perda óssea resultante da reabsorção do rebordo alveolar e da pneumatização do seio maxilar. todos os fatores que são responsáveis pelo sucesso dos implantes curtos. alto custo biológico. levando em consideração todos os fatores responsáveis pelo aumento dos índices de sucesso. deve-se levar em conta protocolos e materiais utilizados nesses estudos. que encontraram baixas taxas de sucessos para os implantes considerados curtos. vantagens.7% 95. enxertos em seio maxilar. dificultando a posterior reabilitação.9(1):86-92 87 . avaliar se os implantes curtos são opção de tratamento aos procedimentos cirúrgicos reconstrutivos para instalação de implantes longos em regiões atróficas. A mandíbula pode perder 60% de seu volume ósseo após a perda dentária. Estudos preliminares3-6 apresentavam índices de sucessos abaixo de 85% para os implantes curtos e uma taxa de falha documentada maior para esse tipo de implantes. Alguns trabalhos3-6 demonstram índices abaixo dos 85% (Tabela 1) enquanto outros7-11 possuem índices acima dos 90% (Tabela 2). não levaram em conta. Os implantes osseointegrados necessitam um mínimo de volume ósseo em altura. na revisão da literatura. também representa um desafio. há autores12 que definem implantes curtos como os implantes não superiores a 7. experiência do profissional/curva de aprendizagem. sem dúvida. aumentam a área de superfície. Assim. o que compromete a osseointegração.12 alteraram a proporção do sítio cirúrgico aumentando essa estabilidade inicial em osso de baixa densidade e sugerem não usar brocas countersink.9(1):86-92 feita durante o controle de implantes de plataforma larga. sem. altura da coroa protética. fatores protéticos. como: direção das forças de mastigação. Nenhum dos fatores citados. Biomecânica: a falha e o sucesso no uso dos implantes curtos podem ocorrer por diversos fatores biomecânicos que devem ser considerados durante o planejamento para melhorar o prognóstico. hábitos parafuncionais –. A modificação na microestrutura do implante. e perceberam que. Essas características macroscópicas do corpo são fatores que aumentam a área funcional dos implantes. favorecendo o prognóstico14.16. assim como possíveis micromovimentos do pilar17. consegue evitar seu acontecimento. posicionamento tridimensional. com o objetivo de manter estável o osso peri-implantar. Outros autores10 utilizaram técnica escalonada. pois isso pode levar a fraturas ou a necrose por compressão. entretanto. Em um trabalho com intuito de avaliar a influência de fatores protéticos nas taxas de sobrevivência e as complicações em implantes curtos – relação coroa/implante. quando controlados isoladamente. as próteses têm um papel fundamental. mesa oclusal. dificultando a obtenção de adequada estabilidade primária. dependendo da densidade óssea. topográficas e físicas.Barbosa JR • Ferreira JRM • Dias ECLCM Um perfeito entendimento dos fatores relacionados aos implantes curtos se faz necessário para obtenção de sucesso com esta modalidade de tratamento. diâmetro e projeto dos implantes18. • Fatores relacionados ao planejamento feito pelo profissional: biomecânica. que está relacionada a transmissão de forças para o terço cervical das fixações. os autores concluíram que os implantes curtos parecem ser uma solução viável de longo prazo para locais com altura óssea reduzida mesmo quando os parâmetros protéticos parecem não ser favoráveis19. Fatores protéticos: todas as etapas são importantes para os índices de sucesso da Implantodontia. dentição oposta. Técnica cirúrgica: estudos 3-6 que apresentaram baixos percentuais de sobrevivência com implantes curtos ou relataram os implantes curtos como fator de risco (Tabela 1) usavam procedimentos cirúrgicos padronizados de rotina. principalmente com superfícies moderadamente rugosas. Dois fatores são apontados como mais relevantes: a presença da conexão (interface implante/pilar) muito próxima ao osso. comprimir excessivamente o osso. como também a uma qualidade óssea melhor15. . esplintagem dos implantes. número de implantes. levando contaminação a essa área e induzindo a reabsorção de parte do tecido ósseo para afastar a área contaminada. interface implante/pilar. no decorrer dos anos. dimensão mesiodistal das próteses em relação ao número e distribuição dos implantes. microestrutura. restaurados com pilares de diâmetros menores (platform switching). Em 2006. Alguns autores8. cantiléver mesial e distal. onde o seu menor comprimento precisa ser compensado14. o projeto do corpo deve fornecer estabilidade. a análise dos fatores que influenciam os índices de sucesso dos implantes curtos é apresentada a seguir: • Fatores relacionados ao projeto dos implantes: macroestrutura. Clinicamente. principalmente em implantes curtos. alguns protocolos específicos são sugeridos. Microestrutura: as superfícies texturizadas trouxeram um fortalecimento à interface osso/implante. ou seja. favorecendo a biomecânica intrínseca dos implantes com melhorias nas propriedades mecânicas. conduzindo a uma quantidade maior de formação óssea na superfície. a contaminação da interface implante/pilar. material de revestimento. adaptada e minimamente. Desta forma. mas. o ângulo da face e o ângulo da hélice são alguns dos padrões geométricos que determinam a superfície funcional e afetam a biomecânica do implante. Muitas técnicas foram criadas para aumentar a estabilidade primária dos implantes curtos. Apesar de ainda não comprovada cientificamente. Interface implante/pilar: um dos principais problemas que podem ocorrer com implantes curtos é a perda óssea cervical. As roscas favorecem a estabilidade primária. Macroestrutura: os implantes encontrados no mercado atual possuem diferentes projetos e distribuição de roscas. semelhantes àqueles usados para implantes de maior comprimento. regiões operadas e projeto do implante. autores17 publicaram uma observação 88 ImplantNews 2012. é um fator responsável pelo considerável aumento de sucesso da Implantodontia e pela tendência de aumento dos índices de sucesso dos implantes curtos8. sua espessura. Sugere-se que a origem dessa perda óssea seja multifatorial. vários sistemas de implantes têm adotado a estratégia de plataforma reduzida dos pilares. • Fatores relacionados aos procedimentos realizados pelo profissional: técnica cirúrgica. a micromovimentação do pilar e a necessidade de estabelecimento de um espaço biológico ao redor do implante. o countersink. melhoram a precisão de instalação da cabeça do implante e melhoram a transmissão de carga mastigatória para o osso. A profundidade da rosca. densidade óssea. a crista óssea se manteve estável ao redor dessas fixações. brocas novas e afiadas e irrigação abundante com soro fisiológico estéril gelado. apresentamos um caso clínico onde implantes curtos foram utilizados na reabilitação da região posterior da mandíbula. Em um estudo retrospectivo13 onde 12 trabalhos indicavam um percentual maior de falhas com implantes curtos. Buscando ilustrar o que foi abordado. Foi então solicitado exame tomográfico tipo cone-beam com uso do guia tomográfico. ausência de área doadora. estando os implantes curtos bem indicados para esses casos. possibilidade de carga imediata. Procedeu-se a moldagem e a montagem em articulador semiajustável. conhecimento de técnicas modificadas. motivos econômicos23. lesões ocupantes do seio maxilar. como: alterações da ventilação sinusal. uso adequado dos exames de imagens e guias. apresentou-se com ausência dos elementos 46 e 47. cuidado na preparação de sítios em áreas com baixa densidade óssea e em áreas com muita reabsorção na mandíbula. pacientes que não querem receber nenhum tipo de enxerto. 56 anos. qualquer perda de inserção óssea poder ser crucial para a longevidade do implante. Foram instalados implantes Nobel Biocare MK III Shorty RP na região do 46 e WP na região do 47 (Figuras 3 e 4). enceramento diagnóstico e confecção de guia multifuncional (Figura 1). o uso de implantes curtos ou implantes inclinados pode ser indicado. Após explicar à paciente as vantagens e as desvantagens dos implantes curtos e das técnicas regenerativas. Os princípios gerais da manutenção dos implantes não diferem dos princípios da manutenção de um paciente que possui somente dentes. menor custo biológico. pacientes que não compreendem o procedimento. Em situações clínicas selecionadas para maxilas. O exame radiográfico de controle após três anos mostrou manutenção da altura da crista óssea. o implante curto com superfície tratada e um projeto mais retentivo seria a primeira opção de tratamento para região posterior de mandíbula atrófica16. menor custo financeiro. foram instaladas coroas metalocerâmicas unidas (Figura 5). o paciente não apresenta um sorriso gengival. profissionais que não sabem realizar os procedimentos.12. onde o osso basal é muito denso e pode haver risco de superaquecimento7. As desvantagens dos implantes curtos: coroa protética longa. pode-se afirmar que. estética comprometida. que evidenciou pouca disponibilidade óssea em altura nos sítios avaliados – 7. expectativas estéticas não são muito elevadas2. quando estes se apresentam periodontalmente saudáveis21. os pacientes devem ser orientados a entrar em um programa de controle e manutenção20. assim como o sucesso do trabalho protético está relacionado à manutenção da osseointegração. maior tempo de tratamento e aumento nos custos têm um percentual de insucessos a ser considerado9. uma vez que além de trazer maior morbidade ao paciente. • Fatores relacionados ao acompanhamento profissional e aos cuidados do paciente: manutenção e controle. os procedimentos cirúrgicos para instalação de implantes mais longos em áreas atróficas são bastante questionáveis. As indicações dos implantes curtos: com base em trabalhos7-11 científicos que corroboram o uso de implantes curtos (Tabela 2). os autores associaram essas falhas a pouca experiência dos cirurgiões. Para minimizar esses danos é necessário usar velocidades de rotações reduzidas (<500 rpm). • Vantagens. Considerando o pequeno comprimento dos implantes curtos. maior retenção de alimento22. uma ausência de papila na região de ameia e possível exposição da zona cervical do implante. Existem situações onde os enxertos em seio maxilar são contraindicados.66 mm (Figura 2). ser breve em sua duração e ser efetuado com procedimentos simples e altamente prognosticáveis.9(1):86-92 89 . optou-se pela instalação de implantes curtos. Discussão O tratamento com implantes deve ter custo efetivo. Embora alguns autores24-25 tenham relatado que os implantes curtos devem ser considerados como uma alternativa às cirurgias avançadas de aumento ósseo. com acompanhamento de três anos após instalação da prótese. evidenciando o sucesso do tratamento (Figura 6). esse controle deve ser ainda mais intenso. menor risco de lesão neurossensitiva. quando: o déficit maxilar é moderado e está principalmente atribuível à pneumatização do seio maxilar. Após cinco meses. a relação entre a crista alveolar da maxila edêntula e o arco antagonista é favorável. Paciente do gênero feminino.Revisão da Literatura | Caderno Científico Experiência do profissional/curva de aprendizagem: na cirurgia deve-se ter. Por isso. além da precisão. triângulo preto na ameia. radioterapia⁄quimioterapia. A manutenção da estabilidade terciária está diretamente relacionada ao sucesso desses programas. transtornos do sistema imunológico.89 mm e 6. se o paciente não se importar em ter uma coroa protética longa. Nos implantes curtos. menor tempo de tratamento. menor desconforto11. outros26 discordam ImplantNews 2012. Manutenção e controle: após a conclusão do tratamento com implantes osseointegrados. desvantagens e indicações para os implantes curtos As vantagens dos implantes curtos: menor morbidade e cirurgia simplificada. consumo de drogas. sem dados relevantes no histórico médico. 90 ImplantNews 2012. com guia tomográfico. Figura 3 Guia multifuncional na boca para instalação dos implantes. Figura 6 Aspecto radiográfico após três anos.9(1):86-92 . Figura 2 Aspecto tomográfico das regiões do 46 e 47.Barbosa JR • Ferreira JRM • Dias ECLCM Figura 1 Guia multifuncional (tomográfico e cirúrgico). Figura 5 Coroas metalocerâmicas unidas instaladas cinco meses após a instalação dos implantes. Figura 4 Instalação de Implantes Nobel Biocare MK III Shorty RP no 46 e WP no 47. e há ainda autores27 que dizem não ser possível selecionar uma modalidade de tratamento baseada em evidências para o tratamento de mandíbulas e maxilas edêntulas severamente reabsorvidas em relação a incorporação do enxerto. Uma revisão sistemática com meta-análise sobre a sobrevivência de implantes curtos ( 8 mm ou < 10 mm) comparados a implantes convencionais ( 10 mm) com superfície rugosa instalados em pacientes parcialmente e totalmente desdentados sugeriu que.0 mm de comprimento podem ser uma escolha preferível. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. por que permitem pequenos movimentos micrométricos dentro do osso. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Endereço para correspondência: Juliano Regis Barbosa Av. pode reduzir o estresse mecânico para implante e parafuso de fixação da prótese. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. a literatura7-11 vem demonstrando que o comprimento não interfere nos índices de sucesso (Tabela 2) e que as diferenças que foram encontradas por diversos autores podem estar relacionadas a outros fatores. Alguns autores26 defendem a intervenção no rebordo alveolar mandibular. com a finalidade de aumentar o prognóstico dos implantes em longo prazo usando a técnica do enxerto aposicional. a influência do comprimento torna-se menos importante. Se a ancoragem cortical do pescoço do implante é alta. é necessário que os fatores que influenciam o aumento dessas taxas e suas indicações sejam considerados. Além disso. métodos para diminuir o estresse biomecânico são necessários11. na prática clínica diária. a influência do comprimento tornase menos importante. Conclusão Após a revisão da literatura. em algumas situações. para os primeiros 5-7 mm cervicais da fixação e análises de modelos de elementos finitos mostraram que as forças oclusais são distribuídas principalmente na crista óssea ao invés de uniformemente ao longo de toda a superfície da interface do implante28. talvez. implantes curtos de 7. encontrados por alguns autores3-6 para esse comprimento de implantes (Tabela 1). em algumas situações. o tamanho reduzido das fixações. Sabe-se que a transmissão de carga acontece. principalmente. para considerarmos os implantes curtos um tipo de tratamento previsível.br.com. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Além disso.com ImplantNews 2012. dissipando a carga e assim favorecendo a sua biomecânica28. os autores deste trabalho. na forma de coroas individuais8. Barramares – Sala 101 – Coqueiral de Itaparica 29102-040 – Vila Velha – ES Tel. Quando a altura óssea residual sobre o canal mandibular for entre 7. pode reduzir o estresse mecânico para implante e parafuso de fixação da prótese.0 mm. o tamanho reduzido das fixações. Santa Leopoldina.Revisão da Literatura | Caderno Científico Se a ancoragem cortical do pescoço do implante é alta. A decisão de usar implantes mais longos. esteja relacionada aos índices de sucessos maiores. como nos implantes curtos.odontologia@gmail. A análise de elemento finito demonstrou que os implantes curtos sofrem menos estresse intraósseo do que os implantes de tamanhos convencionais. Foi sugerido que implantes com 7-9 mm de comprimento podem ser restaurados com êxito na região posterior da maxila. jrb. Nós. • Os implantes curtos podem ser uma opção de tratamento aos procedimentos cirúrgicos reconstrutivos para instalação de implantes mais longos.: (27) 3389-8184/3031-4622 julianoregis@terra. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 1. como nos implantes curtos. porém. mais barato e menos associado com a morbidade do aumento ósseo vertical25. nem trabalhamos como testemunha especializada.101 – Ed.0 mm e 8. os clínicos podem usar implantes curtos como uma modalidade de tratamento eficaz para a substituição de dentes perdidos em pacientes desdentados totais ou parciais sempre que a instalação de implantes convencionais for impossível ou procedimentos cirúrgicos avançados não forem preferíveis29. ao aumento de rebordo alveolar e a sobrevivência dos implantes em longo prazo. porém. Nota de esclarecimento Nós. Porém. sendo o tratamento mais rápido. as seguintes conclusões foram feitas: • A taxa de sucesso dos implantes curtos é similar à dos implantes longos.9(1):86-92 91 . ou os membros de nossas famílias. Compend Contin Educ Dent 2005. Cianciola LJ. Ranault P. Int J Oral Maxillofac Implants 2006. Koutsikakis G. 8.16(1):15-9. Oral Impl. 29. Alternativas a la elevación de seno maxilar: Implantes cortos. Porter SS.9(1):86-92 . Checchi C. 22. Chiapasco M.18(3):417-23. Naert I.(67):174-7. Nisand D. Porto Alegre.3(4):283-9. 16. Jaffin R. Coulthard P. Barboza E. Kazor C.9(1):15-21. Fugazzotto PA. Kroll JJ. Jacobson Z. 10. Eur J Oral Implantol 2009. das Neves FD. Rangert B. J Oral Maxillofac Surg 2009. Tarnow D. Short implants – an analysis of longitudinal studies. Módulo 2. 19.75(2):327-32.Barbosa JR • Ferreira JRM • Dias ECLCM Referências 1. Ganeles J. Brånemark PI. J Oral Maxillofac Surg 2009. Barbosa JR. Zétola A. Briaux J. Int J Oral Maxillofac Implants 2006. Lekholm U.2(1):7-20. 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Duarte PM. 9(1):95-100 95 . we report a case where pink porcelain was built-up onto the customized abutment and definitive crown to mask the inappropriate implant positioning. Estética. Dental prosthesis. Key Words – Dental implants. Recebido em set/2011 – Aprovado em out/2011 ImplantNews 2012. Unitermos – Implantes dentários. Gengiva cerâmica. com gengiva cerâmica aplicada sobre o pilar e a coroa. Professor coordenador do Curso de Aperfeiçoamento em Implantodontia – ABO/Juiz de Fora. Prótese dentária. Here. Este trabalho pretendeu relatar um caso clínico onde uma prótese unitária sobreimplante foi confeccionada sobre pilar personalizado. **Acadêmica – Faculdade de Odontologia da UFJF. single-tooth dental implants in the anterior region – a case report RESUMO A confecção de uma restauração que cumpra os anseios estéticos e funcionais do paciente com implantes mal posicionados na região anterior representa um desafio ao protesista. ***Doutor e mestre em Odontologia – USP/Bauru. Concluiu-se que a gengiva artificial aplicada sobre pilar personalizado e coroa em cerâmica pode ser considerada uma solução protética viável para melhorar a estética da restauração de implantes mal posicionados. Pink porcelain build-up. This treatment modality can be considered a viable prosthetic solution to improve aesthetics in such cases.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico SOLUÇÕES EM GENGIVA CERÂMICA NA CORREÇÃO ESTÉTICA DE IMPLANTES UNITÁRIOS MAL POSICIONADOS NA REGIÃO ANTERIOR Pink porcelain solutions on the esthetic management of malpositioned. para mascarar o inadequado posicionamento do implante. Dental esthetics. ABSTRACT Single-tooth anterior restorations meeting functional and aesthetic demands in case of mal-positioned implants represent a challenge for prosthodontics. Euro Luiz Elerati* Mauricéa de Paula Assis** Sérgio Carvalho Costa*** *Mestre em Reabilitação Oral – UVA/RJ. com excelentes resultados estéticos e funcionais em longo prazo. pois podem influenciar negativamente o resultado protético pelo comprometimento funcional e estético4. incluindo parâmetros importantes. A restauração provisória foi removida e um componente provisório tipo Ucla (Conexão Sistemas de Prótese. bem como da restauração definitiva7. É importante salientar que a linha do sorriso era baixa. Desta forma. transversal ou vertical3. a menos que o volume dos tecidos mole e duro seja aumentado antes da implantação2. Provavelmente. Implantes colocados em uma posição indesejável são muitas vezes sepultados. Figura 2 Coroa provisória sobreimplante com estética insatisfatória. São Paulo. 34 anos. o que pode impedir o posicionamento adequado dos implantes dentários de acordo com as necessidades protéticas e o planejamento do tratamento. O posicionamento do implante de forma desfavorável proteticamente é um desafio para cirurgiões-dentistas e pacientes3. Durante o exame clínico/radiográfico. para mascarar o inadequado posicionamento do implante. verificou-se a presença de uma coroa provisória com grande extensão cervical sobreimplante na região do dente 21 (Figuras 1 e 2). a fase provisória e a escolha do material e o desenho do pilar. ou compensados por alterações protéticas4. um dos problemas mais comuns em relação ao tratamento do paciente com implante dentário é a falta de planejamento de tratamento adequado5. O mal posicionamento pode ser axial. removidos e substituídos. Os princípios da Osseointegração trouxeram o substrato científico à prática clínica e desde então a Implantodontia se incorporou em definitivo ao arsenal terapêutico do cirurgião-dentista1. apresentava-se insatisfeita com sua condição estética. Procedeu-se a moldagem para fabricação de pilar provisório personalizado e coroa provisória cimentada. Porém. que emergia aproximadamente 4 mm acima da junção amelocementária do incisivo central adjacente (Figura 3). em busca de solução protética para um implante anterior mal posicionado. O fator local mais importante para o sucesso do tratamento é a qualidade e a quantidade de osso disponível no local do implante6. Relato de Caso Clínico Paciente do gênero feminino. que era bastante acentuada para vestibular (Figura 5). doença periodontal ou trauma. como a situação clínica inicial. 96 ImplantNews 2012. o sucesso em longo prazo da terapia com implantes dentários requer uma abordagem de tratamento abrangente. Brasil) foi utilizado para a verificação da angulação do implante. A perda dentária leva à reabsorção do osso alveolar. optou-se por mantê-lo em posição e buscar uma alternativa protética para melhorar a condição estética. O componente provisório em titânio foi preparado de forma a conferir melhor angulação (Figuras 6 e 7) e a restauração provisória em resina acrílica foi acrescida Figura 1 Sorriso inicial. A estética era insatisfatória devido ao posicionamento inadequado do implante. a abordagem cirúrgica. anteroposterior. com gengiva cerâmica aplicada sobre o pilar e a coroa.Elerati EL • Assis MP • Costa SC Introdução Os implantes dentários têm sido empregados em diversas situações para reposição de dentes perdidos por cárie. com cobertura do contorno gengival dos incisivos centrais durante o movimento labial. Este trabalho buscou relatar um caso clínico onde uma prótese unitária sobreimplante foi confeccionada sobre pilar personalizado. O implante apresentava-se osseointegrado e com ausência de perda óssea (Figura 4).9(1):95-100 . Comércio e Exportação de Produtos Odontológicos Ltda. Como a angulação era severamente acentuada. Miyoshi. Adquiriu-se uma condição protética superior à apresentada inicialImplantNews 2012.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 3 Posicionamento inadequado do implante em sentido vertical. St Paul.. Figura 5 Inclinação do implante para face vestibular. Figura 6 Componente provisório personalizado. preconizou-se a personalização de um pilar metálico. Figura 7 Correção da angulação do implante com o pilar provisório. para replicar suas dimensões e favorecer a estética (Figuras 8 e 9). USA). Brasil). MN. O planejamento da coroa definitiva incluiu a correção da angulação do implante. recoberto por gengiva artificial cerâmica. para evitar o alongamento desta (Figura 10). A coroa metalocerâmica foi cimentada sobre o pilar com cimento resinoso Relix U100 (3M Espe. Desta forma. Pirassununga. de gengiva artificial no mesmo material. também na coroa. mediante mensuração de largura e altura da coroa do dente 11. de cor rosada no 06 seguindo o Sistema Tomaz Gomes de caracterização de gengivas (Vipi Indústria. Figura 4 Imagem sugestiva de osseointegração do implante. Figuras 11 e 12.9(1):95-100 97 . Japão). foi incluída gengiva artificial cerâmica nas cores tissue 1 e 3 (Noritake. Figura 12 Coroa provisória cimentada. Figura 8 Mensuração do incisivo central adjacente.9(1):95-100 .Elerati EL • Assis MP • Costa SC Figura 9 Coroa provisória com gengiva artificial. Figura 10 Coroa metalocerâmica e pilar personalizado com gengiva artificial. 98 ImplantNews 2012. Figura 11 Pilar personalizado instalado. Figura 13 Aspecto do sorriso pós-cimentação. funcionais e estéticas para otimização da prótese5. Este padrão de excelência requer precisão na colocação de cada implante. pois a coroa pode reproduzir em uma morfologia estética e funcionalmente adequada. os guias cirúrgicos e os recursos radiográficos são ferramentas para administrar a colocação do implante de acordo com as exigências anatômicas. Muitos fatores podem influenciar a satisfação do paciente com implantes dentários. o implante não apresenta condições de restauração satisfatórias1. Atualmente. na maioria dos casos. encontram-se o reposicionamento cirúrgico1.15. especialmente em uma direção vestibulolingual. período no qual a paciente demonstra satisfação com os resultados obtidos (Figuras 14 e 15).10. em combinação com a introdução de softwares de planejamento.16. na atualidade. que incluem idade. sexo. melhora considerável na estética e maior conforto para a paciente (Figura 13). Quando o implante está com angulação inadequada e com a cabeça em posição mais apical que o recomendado. Posições ou angulações desfavoráveis podem comprometer o sucesso protético e geralmente não possuem solução fácil3. à perda óssea5. mente. revolucionaram o diagnóstico e o tratamento de implante dentário e criaram um ambiente interdisciplinar em que a comunicação leva ao melhor atendimento e resultado para o paciente12.16 com acréscimo de gengiva artificial à restauração para favorecer os resultados estéticos8.17-18.9(1):95-100 99 . Recentes avanços em imagens 3D em Odontologia. semelhante a uma raiz do dente natural9. Figura 14 Sorriso após um ano de controle.3. a confecção de um pilar personalizado pode favorecer o resultado protético.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 15 Radiografia final após 14 meses. Pacientes esperam. este último realizado no caso descrito. contudo. O caso está em controle há 15 meses. sua trajetória. categoria profissional e classe socioeconômica11. a remoção ou a compensação protética4. volume e espessura da placa cortical) no local do implante. Dentre as soluções para estas condições. A função primária de um implante dentário é agir como um pilar para uma prótese. A opção por uma coroa implantossuportada cimentada ou parafusada depende da preferência do dentista e da posição do implante7. que era exceção há 15 anos10.14. O posicionamento inadequado do implante dentário é geralmente decorrente de falhas no planejamento ou na execução da técnica. porém. com maior saúde dos tecidos peri-implantares. e apesar de osseointegrado. ImplantNews 2012. assim como no caso descrito. um nível estético e funcional elevado. raramente coincide com a do dente natural devido. o sepultamento. Um fator chave para o sucesso estético e funcional de um implante dentário na zona estética é a presença ou a ausência de osso alveolar adequada (altura. os implantes são um tratamento viável para a falta de dentes. podem ser desafiados com situações anatômicas imprevisíveis5. Discussão A ausência de dentes anteriores apresenta um desafio estético difícil e vários procedimentos cirúrgicos e restauradores podem ser necessários para alcançar um resultado aceitável8. para que o protesista possa abordar as exigências estéticas de um paciente10. porque o contorno gengival segue o contorno da crista óssea13. O enceramento diagnóstico. como também na coroa. A gengiva em cerâmica imita o tecido gengival perdido e fornece um dente com dimensões anatômicas naturais17. Endereço para correspondência: Euro Luiz Elerati Av.588/1. 8. cap. 6.13(4):239-43. A caracterização da gengiva de acordo com as particularidades do tecido mole da paciente foi conseguida seguindo o Sistema Tomaz Gomes. Repositioning a prosthetically unfavorable implant by vertical distraction osteogenesis.104:71-6. J Prosthet Dent 2010. Implant Dent 2005. Restoration using gingiva-colored ceramic and a ridge lap pontic with circumferential pressure: A clinical report. survival.8-11. Belser UC. J Prosthet Dent 2000. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties. Kim TH. Blatz MB. Int J Oral Maxillofac Implants 2004. Nota de esclarecimento Nós. Al-Wahadni A. Surgical guide for dental implant placement. Holst S. Implant Dent 2010. devido a sua resistência e longevidade clínica comprovadas. Chiapasco M. 20. 18. 19. 9. Almog DM. Oduncuoglu BF. 22. Sanchez R.19:184-8. Higginbottom F. São Paulo: Editora Santos. o material de escolha foi o níquel-cromo. A review of selected dental literature on evidence-based treatment planning for dental implants: Report of the Committee on Research in Fixed Prosthodontics of the Academy of Fixed Prosthodontics. J Periodontol 2003. nem trabalhamos como testemunha especializada. gengiva cerâmica pode ser adicionada ao pilar para substituir o tecido gengival em falta. Wang HL. and failure: the international congress of oral implantologists (ICOI) Pisa consensus conference. Baer ML. Reabilitação oral com prótese implantossuportada para casos complexos.9(1):95-100 . cap. J Prosthet Dent 2007. Capa N.405 – Centro 36016-311 – Juiz de Fora – MG Tel. J Oral Maxillofac Surg 2005. The segmental osteotomy in the management of malposed implants: a case report and literature review. Coverage error of gingival shade guide systems in measuring color of attached anterior gingiva. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Al-Omiri M. Oral Maxillofacial Surg Clin N Am 2011. Reynolds MA. Diago MP. Cruz FLG. Reis JRG. 15.17:5-15. J Oral Maxillofac Surg 2011.92:447-62. visto que os pilares metálicos ainda são os mais indicados na maioria dos casos protéticos. 2006. metálicos15 e cerâmicos7. Gozalo-Diaz DJ. 100 ImplantNews 2012. Barão do Rio Branco.87:684-7. a obtenção de conforto e saúde dos tecidos peri-implantares também é altamente relevante. 22.97:112-7. os autores deste trabalho. Kaiser DA. 7. São Paulo: Editora Santos. Hagiwara Y. J Prosthet Dent 2002. Kassolis JD. 12. 11. 21. Perel ML. McGlumphy E.101:46-53. além da menor distribuição de força ao implante e menor custo22. Prótese sobre implantes. Misch CE. Eitner S. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. Brugnami F. An alternative treatment approach to gingival recession: gingiva-colored partial porcelain veneers: A clinical report. Rosen D. Wood MR. J Prosthet Dent 2007. Nakajima Y. Gomes T. 2. Schmid B. para melhorar o contorno e evitar alongamento da coroa. Implantodontia estética na região anterior da maxila . Nós. Oguz Y. Implant success. J Prosthet Dent 2009. Arbree NS. Guided surgery for implant therapy. Vieira ID. Assis NMSP. The use of customized implant frameworks with gingiva-colored composite resin to restore deficient gingival architecture. como demonstrado neste caso. Romeo E. Prosthetically driven implant placement. A cerâmica sobremetal foi escolhida para a coroa. Bowen EM.98:82-4. Ribeiro CG. Erkut S. o que melhora ainda mais o resultado estético da restauração definitiva8. 1998. Assim. Atlas de Caracterização em Prótese Total e Prótese Parcial Removível. How to achieve the appropriate implant site development.: (32) 3215-3763 euro@euroelerati. Corrêa GA. Conclusão Podemos concluir que a gengiva artificial aplicada sobre pilar personalizado e sobre coroa em cerâmica pode ser considerada uma solução protética viável para melhorar a estética da restauração de implantes mal posicionados.74:529-36. Prosthodontic considerations for predictable single-implant esthetics in the anterior maxilla. Wichmann M. Bayindir F. Mori M. J Prosthet Dent 2004. Bayindir YZ. Satisfaction with dental implants: a literature review. Hantash RA. Diago MP. Neste caso. 14. Outcome analysis of implant restorations located in the anterior maxilla: A review of the recent literature. São Paulo: Editora Santos. mas também a estética gengival20. esta foi incluída não apenas no pilar. Vermilyea SG.83:248-51. Galindo-Moreno P. Rev Bras Implant 2010. Implant Dent 2008. Cascione D. Trisi P. com exceção nos casos de linha de sorriso alto com gengiva delgada e/ou recessões19. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. sem comprometimento da estética e da função. Keio J Med 2005.69:1628-32. 5. Wong SX. 17.81:562-7. Correlation between planned prosthetic and residual bone trajectories in dental implants.14:399-408. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Uckan S. Repositioning malposed implants: report of two cases. Becker CM. Aqui. pois apesar do desafio estético ser imenso neste caso. J Prosthet Dent 1999. Teixeira VCF. Chaimattayompol N. O desenho e o material do pilar para implantes unitários anteriores devem permitir o ajuste exato dos componentes de acoplamento e impedir o afrouxamento do parafuso durante a função7. Caleffy C. unfavorable implant positions. 16. 2007.23:239-56. que proporciona maior identidade e particularidade ao trabalho21. Orentlicher G. Nowzari H.19:30. or problematic implant angulations. Podem ser utilizados pilares plásticos. Intraoperative complications during oral implantology. 2. Abboud M. Sammartino G. Alaaddinoglu EE. Wee AG. 1.63(2):89-96. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2008. Tsuge N. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. ou os membros de nossas famílias. 13. 4. 3. Knezevic A.com.pilar metálico ou cerâmico? Uma revisão da literatura. Pelayo JL. Misch CE.Elerati EL • Assis MP • Costa SC independentemente de onde as entradas de parafuso de acesso estão localizados na infraestrutura18. Hegenbarth E. 10.br Referências 1.54(4):172-8. A simple method of making an implantlevel impression when presented with limited space. É importante não somente obter boa estética dental. apresenta-se o caso de um paciente com parestesia pós-instalação de implante dentário que. Paresthesia. houve mudança nas preocupações pós-cirúrgicas. ***Fisioterapeuta especialista em Reeducação Postural Global – Instituto Philippe Souchard – SP. Unitermos – Implantes dentários. paresthesia can be quoted. porém. após algumas sessões fisioterápicas. nem sempre o dano ao nervo consegue ser evitado. there are changes in post-surgical concerns. teve restituída sua sensibilidade. Recebido em set/2011 – Aprovado em out/2011 ImplantNews 2012. A good surgical planning and care must be strictly followed.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA EM CASOS DE PARESTESIA The role of physiotherapy in cases of paresthesia: a case report RESUMO A evolução da Implantodontia e a validação da Osseointegração já não deixam dúvidas quanto ao sucesso das cirurgias de instalação de implantes. but not always nerve damage can be avoided. Bom planejamento cirúrgico e cuidados operatórios devem ser rigorosamente seguidos. which is defined as a disorder that affects patients and can be a hassle for them after implant surgery. Key Words – Dental implants. pode-se citar a parestesia. Bauru/SP. Here. Neste artigo. **Mestre e especialista em Periodontia – Faculdade São Leopoldo Mandic – Campinas/SP. Parestesia. a Fisioterapia entra com um papel importante na avaliação e no tratamento das parestesias. Para melhorar o prognóstico desses pacientes. a case is presented were paresthesia was seen after dental implant placement. Dentre elas. In order to improve one´s patient prognosis. que é definida como sendo um dos distúrbios que acomete os pacientes e que pode ser um transtorno para os mesmos depois de cirurgias implantológicas. restored his sensitivity. Physiotherapy. Mariela Francisco Machado* Morgana Machado Guzzatti** Michele Búrigo*** *Especialista em Implantodontia – Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábiopalatal – Profis. physiotherapy comes with an important role in the evaluation and treatment of paresthesia. Among them. Fisioterapia. Thus. Com isso.9(1):105-10 105 . after some physical therapy sessions. ABSTRACT The evolution of implant and validation of osseointegration leave no doubts about the success of implant surgeries. O déficit sensorial é geralmente leve e caracterizado por uma parestesia com a detecção de algum estímulo. possuía diabetes e hipertensão controlados com medicamentos e visitas periódicas aos médicos especialistas responsáveis. não discriminava pontos distintos da região e não sentia dor ao toque excessivo. é um distúrbio neurossensitivo causado por uma lesão no tecido nervoso ou por trauma cirúrgico. vários testes de sensibilidade são utilizados. cirurgias ortognáticas. muitas vezes. as . alveolar inferior e lingual. 58 anos.Machado MF • Guzzatti MM • Búrigo M Introdução Alguns procedimentos odontológicos podem gerar agressões a nervos localizados próximos à região de interferência. Neste grupo não se deve esperar uma regeneração espontânea. Após exames complementares de sangue e radiografia panorâmica avaliados. Pode ser decorrente de uma neuropraxia. como: toque estático leve direcional (utilizando escova). Pode ser resultado da neurotmose. que é um padrão anormal de regeneração nervosa e que. Em alguns casos. periodicamente. como o canal mandibular. • Disestesia: alteração de sensibilidade dolorosa para o paciente e pode ser consequência da formação de um neuroma. onde é detectável durante a cirurgia que o nervo foi seccionado. por não haver melhora. • Neurotmose: lesão mais grave. mas. sem maiores complicações. dentre outros4. os pacientes com injúrias aos nervos devem ser controlados. mas incompleta. fica difícil estabelecer o diagnóstico preciso do paciente e. Cone Morse 3. portanto. Vários métodos de acompanhamento da recuperação de sensação têm sido descritos. dentes impactados. Após uma semana de pós-operatório. É um bloqueio da condução resultante de um insulto leve ao tronco do nervo. mas há grandes chances de recuperação espontânea. Foi realizado o contratorque dos implantes em alguns milímetros. mas pobre discriminação e perturbada interpretação. sendo estes. dois implantes foram instalados na região (Neodent. É uma ruptura completa do nervo. o resultado e o prognóstico do paciente após algumas sessões de tratamento fisioterápico. com alfinetes e térmicos. exceto quando o curso do nervo é através de um canal ósseo. podendo-se citar. para evitar possível compressão ao nervo alveolar inferior. A recuperação sensorial é boa. Relato de Caso Clínico Paciente masculino. testes subjetivos e testes objetivos de avaliação através de escalas. ainda assim. pacientes são indicados a microcirurgia. Estímulos de toque. testes de sensações de toque (com ponta romba e pontiaguda). a cirurgia de instalação de implantes. geralmente.75/8 mm e 4/8 mm). sem dor. a classificação é2: • Anestesia: ausência total de sensibilidade. tem chances de recuperação espontânea. mas o tronco do nervo é grosseiramente intacto. O déficit sensorial é caracterizado por parestesia grave. sua remoção cirúrgica é indicada – neurólise3. para isso. Apesar dessas classificações de lesões nervosas. de acordo com o tipo de agressão ou reação apresentada pelo nervo após o procedimento. testes com discriminação entre dois pontos distintos. Muitas vezes. no próprio consultório e sem necessidade de aparelhagem especial. necessitava de reabilitação com implantes na região de 36 e 37 (Figura 1). Ao exame clínico. com graus variáveis de lesão tecidual. • Axonotmese: é uma lesão mais significativa.9(1):105-10 A parestesia. Pode ser definida como uma alteração de sensibilidade ocorrida no nervo atingido. leva vários meses. injeção de anestésico. 106 ImplantNews 2012. É uma lesão onde fibras aferentes sofrem degeneração. Através desses testes. geralmente. e medição de dois pontos limiares de discriminação são adequados para detectar evidências de recuperação sensorial precocemente5. Neste relato de caso são descritas as técnicas utilizadas após a instalação de implantes na ajuda do retorno da sensibilidade. testes térmicos. o paciente relatou parecer sob efeito da anestesia e com perda da sensibilidade. A recuperação sensorial não é esperada. A transmissão dos impulsos fica interrompida por um tempo. estas são definidas como1-2: • Neuropraxia: pequena contusão ou compressão do nervo. Estas agressões apresentam diferentes classificações. imediatamente é realizada a microcirurgia de reparação6. mas apenas uma simples avaliação é necessária para o uso clínico de rotina. extrações. No pós-operatório de um dia. também. Quanto à sintomatologia pós-procedimento. • Parestesia: alteração de sensibilidade do paciente. os nervos mentual. com rompimento completo do nervo. Muitas vezes. e avaliados quanto ao aumento de sensibilidade. Não há degeneração axonal e a recuperação sensorial é completa. essas agressões são decorrentes de fratura mandibular. O tempo de curso para a recuperação sensorial depende da taxa de regeneração axonal e. ocorrendo em questão de horas até vários dias. Quanto à forma de agressão aos nervos. O déficit sensorial é caracterizado por anestesia ou disestesia. Figura 2 Radiografia periapical pós-operatória. o paciente foi encaminhado para a área de fisioterapia com o intuito de acelerar o processo de recuperação espontânea da parestesia transitória.9(1):105-10 107 . durante cinco minutos. sequenciais e constantes (Figuras 4 e 5). Em outras sessões foi realizada. Figura 5 Tapping do músculo risório. Figura 3 Estimulação da sensibilidade. a estimulação motora do músculo bucinador e risório. como forma de estimulação elétrica. ImplantNews 2012. entre outros (Figura 3). Além disso. por meio de ma- teriais como escovas ou esponjas. através da técnica de tapping – batidas leves. foi utilizado o aparelho TENS (Figura 6). Figura 4 Tapping do músculo bucinador. O estímulo da sensibilidade tátil foi realizado na região do mentoniano até o lábio inferior. Sem melhoras significativas.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 1 Radiografia panorâmica. também. suturas foram removidas e novos testes de sensibilidade foram refeitos (Figura 2). são uma rara. tratamentos dentários representam um grande problema para os dentistas. a frequência de distúrbios de sensibilidade pós-operatória do nervo alveolar inferior é relatada com variação de 0. De qualquer forma. Tudo depende. 108 ImplantNews 2012. também. Distúrbios funcionais no pós-operatório dos nervos alveolar inferior e lingual. e a maioria dos autores considera permanente depois de um ano sem melhora. Porém. e sua gravidade depois de instalação de implantes1. onde é protegido de agressões diretas.9(1):105-10 . a recuperação da lesão nervosa pode levar dias. quando o canal mandibular é violado. que podem aumentar as chances de complicações. pode-se ajudar a determinar a distância do canal mandibular e suas variáveis.Machado MF • Guzzatti MM • Búrigo M Discussão O nervo alveolar inferior (IAN) encontra-se posicionado no interior do canal mandibular. da etiologia e da gravidade da lesão. SD: procedimento cirúrgico. por este encontrar-se dentro de um canal2. insuspeitas (Figura 8). Lesões no nervo alveolar inferior. As estatísticas e porcentagem de ocorrências de parestesias variam de autor para autor. o IAN é passível de lesionar-se7. Através de uma tomografia computadorizada pré-operatória. durante instalação de implantes em região posterior de mandíbula atrófica. O conhecimento da incidência de sensibilidade dos distúrbios de produtividade destes nervos é. geralmente. Em cirurgia dentoalveolar e cirurgia de implante. Lesões do nervo alveolar inferior (IAN) podem ser um risco calculado em grandes cirurgias orais e maxilofaciais. Lesões nervosas podem ser dolorosas e afetar a qualidade de vida do paciente9. Figura 6 Aparelho TENS. após o final do tratamento. Todos os profissionais devem ter em mente as relações entre nervo alveolar inferior e raízes dentais/osso para evitar danos aos nervos. ou meses. IP: instalação de implantes).1-12%8. mas séria. mas a maioria acredita que as altas taxas de recuperação da sensibilidade se dão ao nervo alveolar inferior. colocam algumas questões. Para alguns autores1. de particular importância para o cirurgião. o estudo destes autores demonstrou aumento constante no número de casos de deficiência neurossensorial. tais lesões são sempre involuntárias e. complicação (Figura 7). Figura 7 Distribuição (%) dos distúrbios transitórios e permanentes relacionados com os diversos procedimentos (ED: tratamento endodôntico. anatomia do canal e técnica operatória. após a cirurgia dentoalveolar. portanto. como erro de magnitude. Modificada de Libersa2. além da forma de resposta do paciente9. Se a mais frequente etiologia parece estar associada com a remoção de terceiro molar. Na literatura. um estudo retrospectivo demonstrou que nos resultados de distúrbios neurossensoriais transitório e permanente. por pelo menos 1 J/cm2 em cada ponto.9(1):105-10 109 . forâmen mandibular. de centímetro em centímetro. ImplantNews 2012. Infelizmente. principalmente. Para esse grupo. pontualmente. A incidência no tecido de menor densidade de potência resulta em biorreação. SD: procedimento cirúrgico. A modalidade de aplicação nos pontos de saída de nervos e trajetória das fibras nervosas. provoca um efeito de bioestimulação sobre as fibras nervosas traumatizadas. iniciada imediatamente após a injúria do nervo. com o mínimo de uma série (12 aplicações). forâmen mentoniano. A laserterapia. o laser utilizado é o infravermelho. O local de aplicação pode ser diferenciado. as drogas disponíveis podem não ser universalmente eficazes e. divididos por pontos. trajetória do nervo bucal (intra e extraoral). (ED: tratamento endodôntico.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 8 Estimativa de novos casos de distúrbios neurossensoriais (%) por dentista no período de 10 anos. na melhor das hipóteses. produzem apenas um alívio parcial dos sintomas5. Figura 9 Aparelho para aplicação de laser. com potência de 40-50 mW e densidade de energia de 6-20 J/cm2. para alguns autores10. demonstrou eficácia no tratamento de lesões de diferentes graus de comprometimento. trajetória do nervo mentoniano (pele da região do mento e mucosa seca e úmida do lábio inferior). dos cuidados prévios com preparo do tecido12. Modificada de Libersa2. como: fossa pterigopalatina. Quando a parestesia atinge o nervo lingual. Ainda para esses mesmos autores10. é um auxiliar de tratamento. aplicando-se o laser. as aplicações devem ser dirigidas para a trajetória do nervo no soalho e na mucosa lateral da língua10. Sua eficácia depende de correta indicação. O laser terapêutico não ocasiona efeito fotodestrutivo e não gera calor ao tecido. As aplicações devem ser repetidas em intervalos de sessões. fotobiomodulada por fenômenos biofísicos de interação tecidual11. dosimetria e. dependendo do nervo atingido. Alguns pacientes ficam com sintomas graves que causam grande sofrimento e perturbação na vida diária. O uso da fototerapia laser (Figura 9). Quando aplicado sobre a trajetória do nervo com parestesia. IP: instalação de implantes). uma abordagem farmacológica é apropriada. Ladalardo CT. Van Der Wal KGH. Myofunctional approach for facial palsy rehabilitation. J. MVG. Conforme alguns autores14. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. signs and symptoms. São responsáveis pela percepção de dor.Machado MF • Guzzatti MM • Búrigo M Para outros autores13. Dias PV. Libersa P. Campos RAC.: (48) 3433-2738 marielaimplante@hotmail. ele deve retrair as comissuras em um sorriso e fechar e abrir os olhos novamente. por exemplo: realizar a protrusão labial.66:2476-81. Bologna E. Yates JM. Iatrogenic injury to the inferior alveolar nerve: etiology. Laser applications in plastic and reconstructive surgery. 5. Savignat M. Renton T. Lesões tratadas imediatamente após a injúria respondem mais rapidamente ao tratamento. Gomez. Ainda para eles14.2(6):152-6. and of recovery of sensitivity. 4. Surg 2005. a seguir. Greenwood M.42(4):191-5. Poon CY. está diretamente relacionada ao tempo de existência da lesão e da data do início do tratamento que. Campos RA. and observations on recovery. toque leve e pressão. Tonnel A. A. Tay ABG. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral Maxillofac Surg 2009. 11. São Paulo: Malone. Porém.67:292-300.41:36-42. apesar da parestesia ser um grave distúrbio. J Oral Maxillofac Surg 1995.37:704-9. Pinheiro ALB. devido a prioridade de adição temporal dentro do SNC. 14. Int. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. 110 ImplantNews 2012. 8. T. Current management of damage to the inferior alveolar and lingual nerves as a result of removal of third molars.7(3a):130-8. Loescher AR. contribuindo para o restabelecimento do equilíbrio da identidade do indivíduo. Quantitative hermosensory testing of the lingual and inferior alveolar nerves in health and after iatrogenic injury. mais estudos devem ser realizados. 7. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Assessment of inferior alveolar and lingual nerve 9. Paralelamente. Robinson PP. a fim de aprimorar os conhecimentos dos distúrbios neurológicos. Teh BLY. ou os membros de nossas famílias. In: Fisioterapia: avaliação e tratamento. 6. Smith KG. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Schultze-Mosgau S. temperatura. Mcgurj M. Fundação Otorrinolaringologia. ImplantNews 2010. ImplantNews 2004. os exteroceptores são responsáveis pelas sensações superficiais.com Referências 1. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral Maxillofac Surg 2008. Ladalardo TC. seu diagnóstico e consequente prognóstico. 3. Endereço para correspondência: Mariela Francisco Machado Rua Cecília Darós Casagrande.22:214-7. Thexton A. Acesso em: junho de 2006. quando comparadas a lesões de longo período de existência que necessitam de maior frequência de aplicação. Van Neck JW. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral Maxillofac Surg 2007. a “aplicação repetida do mesmo estímulo também pode produzir a resposta motora desejada. soluções fisioterápicas existem e devem ser indicadas para acelerar a resposta do indivíduo. Santos NRS. Fujino T.htm>.42:285-92.9(1):105-10 . deve ser imediatamente após o trauma. Int. A.65:1486-9. Siqueira JTT. 2001. Corbett IP. Brygnera Jr. os autores deste trabalho. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery 2004. Immediate Repair of Transected Inferior Alveolar Nerves in Sagittal Split Osteotomies. Takamoto M. Surgical Management of Inferior Alveolar Nerve Injuries (Part I): The Case for Early Repair. por ser um distúrbio de difícil avaliação de melhora. Quanto antes o paciente procurar o tratamento. Brugnera Jr. Sensory Testing of Inferior Alveolar Nerve Injuries: A Review of Methods Used in Prospective Studies.53:1327-9. Lasers in Dentistry VII. Conclusão A partir dos dados descritos e do caso citado. como tentativa de atraso da atrofia. enquanto o paciente deve fechar e abrir os olhos. se possível. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery 2003. Hankins M. 10. p 363-408. percebeu-se que. Hillerup S. Schimitz TJ. 12. os exercícios miofuncionais visam acelerar o retorno dos movimentos e da função da musculatura mímica. Neurosensory Disturbances of the Inferior Alveolar Nerve: A Retrospective Study of Complaints in a 10-Year Period. O’Sullivan SB. Oral Maxillofac. 151 88802-400 – Criciúma – SC Tel. Outros15 dizem que o trabalho muscular é de suma importância na manutenção da atividade. enquanto o outro está sendo usado em outra função. SPIE. Como. Donoff RB. a eficácia da laserterapia.1(2):155-8. 1997. Nós.hcnet. ao passo que um único estímulo não possa”. Utilização da fototerapia laser na cirurgia implantodôntica. Low Level Laser Therapy in treatment of neurosensory deficit following surgical procedures. Laserterapia no tratamento de déficit neurossensorial decorrente de procedimento cirúrgico em Implantodontia. no tratamento de lesões do nervo periférico. Reich RH. Nota de esclarecimento Nós. 2004. 2. 13. Int. recebendo estímulos do ambiente externo através da pele e do tecido subcutâneo.34:252-6. Poort LJ. melhores serão os resultados após as sessões. 15. necessitando menor número de sessões. Pinheiro AL. disturbances after dentoalveolar surgery. Oshiro. Disponível em: <http://www. J Oral Maxillofac Surg 1993. Estratégias para melhorar o controle motor e a aprendizagem motora. nem trabalhamos como testemunha especializada. J Oral Maxillofac Surg 2008.br/otorrino/arq9/ mio. Para a dissociação dos movimentos com sincinesia usam-se exercícios que visam à utilização independente de um grupo muscular. não estamos empregados pela entidade comercial que patrocinou o estudo e também não possuímos patentes ou royalties.usp. Observations on the exploration and external neurolysis of injured inferior alveolar nerves. Keio J Med 1993. os pilares cerâmicos e as coroas cerâmicas. mestre em Clínicas Odontologicas. in which a 23 years-old patient had dental implants inserted to replace tooth 11. Unitermos – Implante dentário. para harmonização estética. Initially. posteriormente. **Especialista em Implantodontia. residência em Otorrinolaringologia e mestrando em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – São Leopoldo Mandic – Campinas/SP. mestrando em Ciências Odontológicas – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – Unifeb. optou-se por realizar facetas cerâmicas nos dentes vizinhos (13 e 21). realizou-se a instalação dos implantes com hexágono externo e. com acompanhamento em longo prazo. After seven months.9(1):113-20 113 . and guided-bone regeneration performed with particulated autogenous material and a titanium-reinforced barrier. Inicialmente. Recebido em set/2011 – Aprovado em nov/2011 ImplantNews 2012. Adicionalmente. ABSTRACT The installation of adjacent dental implants in the anterior maxilla represents a great challenge concerning both treatment planning and execution. que apresentava reabsorções internas e externas. médico. Regeneração óssea. o nível dos tecidos moles e duros peri-implantares se manteve estável e a paciente relatou satisfação com o resultado estético final. ***Cirurgiao-dentista. e gengiva cerâmica. Esthetics. profs. o dente 11 extraído e foi realizada regeneração óssea guiada com enxerto autógeno particulado associado a uma membrana com reforço de titânio. Tais alterações foram decorrentes de um traumatismo sofrido pela paciente aos 13 anos de idade. prof. Barretos/SP. um retalho mucoperiosteal foi elevado. the tooth 11 extracted. do Curso de Mestrado em Ciências Odontológicas – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – Unifeb. *****Mestres e doutores em Periodontia. external hex dental implants were placed along with ceramic abutments and crowns. Barretos/SP. and pink porcelain was built-up to restore the partial papillary loss between implants. with long-term follow-up. de Cirurgia – Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS. Key Words – Dental implants. Bone regeneration. que havia sido avulsionado. After six years. and the patient reported satisfaction with the esthetic outcome. ****Especialista em Implantodontia. Feira de Santana/BA. e ao dente 12. Após seis anos. Márcio Plácido Corrêa* Robson Gonçalves Mendonça** Márcio Roberto de Freitas Souza*** João Manoel Miranda Laporte**** Ana Emilia Farias Pontes***** Fernando Salimon Ribeiro***** *Especialista em Prótese Dentária e mestrando em Ciências Odontológicas – Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – Unifeb. Após sete meses. These alterations were due to a traumatism suffered from the patient at his 13 years-old. Estética dental. em que uma paciente de 23 anos teve implantes dentários inseridos em substituição ao dente 11. and the avulsed tooth 12. presenting internal and external resorption. Barretos/SP. adjacent teeth (#13 and #21) had ceramic veneers for esthetic harmonization. The aim of this study is to present a clinical case. the level of soft and hard peri-implantar tissues maintained stable over time. O objetivo deste estudo foi apresentar um relato de caso. para restaurar a ausência parcial da papila entre os implantes.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA EM IMPLANTES DENTÁRIOS ADJACENTES Esthetic optimization in adjacent dental implants – a case report RESUMO A instalação de implantes contíguos na maxila anterior representa um grande desafio de planejamento e execução. a mucoperiosteal flap was raised. Additionally. ou seja. tanto na função de proteção do periodonto quanto no papel que desempenham na estética dentofacial1-6.Corrêa MP • Mendonça RG • Souza MRF • Laporte JMM • Pontes AEF • Ribeiro FS Introdução Diversos autores relatam a importância das papilas interdentais. quer seja por altura da crista óssea2. tem se tornado um grande desafio para os implantodontistas7-9. Figura 2 Situação inicial. Figura 1 Situação inicial. Durante registro da anamnese constatou-se que a paciente havia sofrido traumatismo devido a queda de bicicleta aos 13 anos. momento de instalação do implante. 23 anos. Ao exame clínico. confirmou-se a ausência do dente 12 e alteração de cor na coroa do dente 21.9(1):113-20 . A restauração da forma da papila interdental. vista anterior. focando na descrição dos passos que levaram ao resultado final. em alvéolos frescos ou alvéolos cicatrizados10. O objetivo deste estudo foi apresentar um caso clínico de uma paciente que teve implantes dentários inseridos em substituição aos dentes 11 e 12.4. considerado pela paciente como sendo esteticamente bem-sucedido em longo prazo. vista oclusal. posicionamento tridimensional do implante.12-13. 114 ImplantNews 2012. o dente 11 apresentava aspecto de reabsorções interna e externa associadas e na área do dente 12 foi observado defeito ósseo horizontal e vertical (Figuras 1 a 3). após instalação de implantes em áreas estéticas. Relato de Caso Clínico Paciente do sexo feminino.6. Figura 3 Radiografia inicial. Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos no intuito de se prever a formação da papila nestas regiões. quando houve avulsão do dente 12. procurou atendimento em consultório particular relatando queixa principal de ausência de unidade anterior e alteração de cor dos incisivos centrais. momento de carga no implante. imediata ou tardia11. Radiograficamente. distâncias horizontais e verticais entre dentes e implantes ou entre implantes adjacentes e os tipos de plataformas e conexões dos implantes3-6. instalação de implantes no rebordo cicatrizado em substituição aos dentes 11 e 12 e instalação de faceta cerâmica no dente 21.000. incisão e elevação de retalho mucoperiosteal. promovendo pontos sangrantes. Figura 6 Osso autógeno particulado e membrana Gore-tex com reforço de titânio.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 4 Defeito ósseo existente. Figura 5 Remoção de osso autógeno no ramo mandibular. O retalho foi reposicionado e suturado (Figuras 4 a 8). Para extração do dente 11 foi realizada anestesia infiltrativa cloridrato de lidocaína 1:100. cirurgia com regeneração óssea guiada. incluiu extração do dente 11. O osso foi demarcado com perfurações na cortical óssea com fresa esférica. Em seguida. Figura 7 Membrana posicionada. incisão intrassulcular nos dentes 11. para proporcionar harmonização estética. enxerto ósseo e enxerto de tecido conjuntivo na área do dente 12. Figura 8 Sutura. ImplantNews 2012. O bloco ósseo foi destacado e triturado. foi feita anestesia. O plano de tratamento inicial. que foi aceito pela paciente.9(1):113-20 115 . O dente foi extraído e o defeito ósseo preparado com perfurações na cortical óssea com fresa nº 2 esférica para baixa rotação e irrigação salina abundante. O osso triturado foi acomodado no defeito ósseo e recoberto por uma membrana de politetrafluoretileno expandido com reforço de titânio Gore-tex. no ramo mandibular. que foram unidos com fresa 702 nº 1 em baixa rotação e irrigação salina abundante. 13 e 21 e um retalho mucoperiosteal foi elevado. com diâmetro de 3. com objetivo de corrigir a alteração de cor. foi vazado gesso diretamente ao molde. a paciente foi consultada e aceitou as indicações (Figura 9). apenas alisamento e polimento da superfície do esmalte. Zhermack. Alemanha). O posicionamento tridimensional do implante foi determinado considerando uma distância de 3 mm entre os implantes e de pelo menos 2 mm entre implantes e dentes. foi sugerida 116 ImplantNews 2012. Brasil). Itália). com presença de papila artificial entre os incisivos. dois modelos foram obtidos com gesso pedra Tipo IV (Bego Stone Plus.75 mm. acomodado e suturado internamente ao retalho. tornando-os adequados aos espaços disponíveis. Os implantes eram cilíndricos.9(1):113-20 faceta cerâmica em forma de fragmento – lente de contato. enquanto que no sentido vestibulolingual. tomando o cuidado de manter uma faixa de mucosa inserida na porção vestibular do retalho. Ultradent Oraltech. Após 90 dias. 2 mm da junção cemento-esmalte dos dentes vizinhos14-17. copiando o perfil de emergência. foi indicado emprego de gengiva cerâmica. sendo que no primeiro modelo confeccionou-se máscara gengival destacável (Gengifast Rigid. Nesta mesma sessão. Foram utilizados intermediários cerâmicos (InCeram Zircônia Abutments. plataforma protética do tipo hexágono externo de 4. Para proporcionar um resultado estético mais favorável e preenchimento da ameia.1 mm. Em seguida. sendo feito afastamento gengival nos dentes 13 e 21 com dois fios afastadores (Ultrapack 000 e 1. aos intermediários cerâmicos foi aplicada cerâmica Vita VM7 (Vita Zahnfabrik H. a condição estética da região anterior foi reavaliada. Wilcos do Brasil. Após colocação dos análogos no molde.Corrêa MP • Mendonça RG • Souza MRF • Laporte JMM • Pontes AEF • Ribeiro FS Figura 9 Prótese provisória. após isolar os transferentes personalizados com vaselina sólida. Foram confeccionadas duas infraestruturas . Após esclarecimento. Itália) e no segundo. no sentido apicocoronário. Bem como devido ao desgaste na face mesial do dente 13 e as sucessivas cimentações e remoções de prótese adesiva utilizada como provisória. e no dente 13 foi prevista a confecção de faceta em lâmina tipo “lente de contato” (fragmento cerâmico) sem a necessidade de preparo. os transferentes de moldagem foram então personalizados de acordo com a técnica proposta anteriormente e já descrita na literatura18. A moldagem foi realizada com silicona de adição (Elite HD Regular. Cuxhaven. A técnica de reconstrução de papilas de Palacci foi eleita para manipulação do tecido mole. Bad Säckingen. Sete meses após foi realizada a instalação de implantes dentários em substituição aos dentes 11 e 12. a posição ideal foi obtida pela visualização de uma linha imaginária ligando a margem incisal dos dentes adjacentes. Brasil). Após um período de 120 dias foi realizada a reabertura dos implantes. o segundo removido previamente à inserção da silicona de moldagem. Observou-se que a papila entre os implantes preenchia em torno de 30% da ameia interdental. Alemanha).5 mm de osso remanescente na vestibular e. Zhermack. visando otimizar o resultado estético eliminando o metal. Obtidos os modelos. além da biocompatibilidade do material cerâmico aos tecidos peri-implantares. Rauter GmbH & Co. com o objetivo de otimizar a reconstrução estética do defeito horizontal e proporcionar volume vestibular. um enxerto de tecido conjuntivo foi removido do palato. No dente 21 foi feito preparo para faceta em cerâmica. Após o término da perfuração havia 1. evitando assim a visualização do triângulo negro. Com a definição dos perfis de emergência pelos provisórios. Bego. próteses provisórias em resina acrílica foram parafusadas aos implantes.KG. enquanto que o segundo modelo foi duplicado em revestimento refratário (BegoForm. ImplantNews 2012.9(1):113-20 117 . 3M do Brasil. Voco GmbH. sobre este modelo em revestimento refratário as facetas foram estratificadas com cerâmica Vita VM7 (Vita). As facetas foram cimentadas adesivamente com o cimento RelyX ARC (3M Espe. Cuxhaven. Os intermediários foram retidos aos implantes com parafuso de cabeça quadrada e torque de 32 N/cm². Foram feitas radiografias periapicais de controle imediatamente após a cimentação e após seis anos. Figura 13 Radiografia periapical após cimentação das coroas. Figuras 10 e 11. Sumaré. pôde-se observar após seis anos da instalação das próteses a manutenção dos níveis ósseos peri-implantares (Figuras 15 a 18). cerâmicas com o sistema InCeram (Vita) no primeiro modelo e realizada a estratificação das coroas sobre as infraestruturas com cerâmica Vita VM7 (Vita). Brasil) na cor A1 e as coroas cimentadas com cimento de ionômero de vidro modificado com resina (RelyX Luting 2 – 3M Espe). Zhermack). Figura 11 Abutments cerâmicos e preparo para faceta na unidade 21.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Figura 10 Perfil de emergência. croma matiz e translucidez) e realizar os ajustes necessários na forma da papila cerâmica. Bego) com auxílio de silicona específica (Elite Double. Foi feita uma prova diretamente na cavidade oral após a primeira queima da cerâmica para verificar a cor das restaurações (valor. coroa cerâmica com papila artificial cerâmica (unidade 12). Alemanha). os canais de acesso vedados com resina fotopolimerizável macia (Clip F. Após os ajustes necessários foi concluída a aplicação de cerâmica e glase. Figuras 12 a 14. Figura 12 Fragmento cerâmico (lente de contato para unidade 13). coroa cerâmica (unidade 11) e faceta (para unidade 21). controle de seis anos. 118 ImplantNews 2012. Figura 15 Vista lateral. Figura 18 Radiografia periapical. Figura 16 Sorriso controle de seis anos. 60 dias após cimentação.Corrêa MP • Mendonça RG • Souza MRF • Laporte JMM • Pontes AEF • Ribeiro FS Figura 14 Sorriso 60 dias após cimentação.9(1):113-20 . Figura 17 Higienização com fio super floss. demonstrando manutenção dos níveis ósseos. 19-20. Com relação ao planejamento protético. implantes osseointegrados. Para solucionar casos de edentulismo em área estética. poderia se cogitar inserir apenas um implante para substituir a perda de dois dentes adjacentes na região de maxila anterior. isto explique o fato da satisfação estética do paciente do presente relato ter sido alta. Vários procedimentos são usualmente necessários para reabilitar dentes ausentes adjacentes com arquitetura óssea e gengival comprometidas e demandam boa técnica. biotipo gengival. para a escolha do pilar. como aceitáveis. mais especificamente.4 mm em média4. o posicionamento do implante deve ser planejado tridimensionalmente. assim como a trajetória do perfil de emergência8. Observou-se que o preenchimento completo do espaço interproximal ocorreu em apenas um dos dez pacientes avaliados. enquanto os profissionais consideraram que seis eram aceitáveis e quatro inaceitáveis. Assim. abutments e coroas cerâmicas. os pacientes classificaram o resultado estético de suas restaurações implantossuportadas e da mucosa circundante. o profissional deve levar em consideração que ao redor do topo de implantes em função ocorre uma remodelação óssea3 e que a altura da papila entre dois implantes adjacentes é de 3. para que o implante pudesse ser colocado em posição ideal. Além disto. No caso presente. Sendo assim. cor dos dentes vizinhos e expectativas estéticas do paciente. Afinal. com o completo preenchimento dos espaços interproximais. ImplantNews 2012. a papila entre dentes é cerca de 1 mm a 2 mm coronal em comparação a entre implantes4. como visibilidade da região (por exemplo. Durante o planejamento. Por fim. causando falha estética. protegendo a crista óssea e evitando a inflamação causada pelo acúmulo de placa bacteriana e detritos alimentares1. este foi observado em 70% dos pacientes. em estudo recente22 foram avaliados pacientes que receberam implantes contíguos em área estética previamente enxertada com osso autógeno. Considerando os conhecimentos atualmente disponíveis. devem ser levados em consideração: relação entre lábios. a satisfação do paciente foi mais facilmente atingida que a do profissional. apesar do preenchimento da papila não ter atingido o nível ideal. Quando houver grande exigência estética. De acordo com a paciente. Ou seja. Além disso. A principal vantagem seria que o remodelamento ósseo ocorreria ao redor de apenas um implante e o osso remanescente poderia sustentar a altura dos tecidos moles. dando ao periodonto uma aparência saudável. para aumentar a chance de preenchimento da papila. quando implantes são instalados contiguamente. Por outro lado. Por esta razão. Desta forma. em todos os casos. dentes e gengiva. tendo também a função de preencher o espaço. Complementarmente. vários fatores devem ser considerados. o espaço que deveria ser ocupado pela papila fica exposto. é essencial que o profissional se atente às características anatômicas locais e compreenda as alterações que ocorrem após a instalação de implantes dentários. tendo o presente caso sido acompanhado em longo prazo. a inclusão da prótese gengival garantiu um resultado estético mais agradável. Talvez. a escolha da altura do ponto de contato da prótese também deve ser planejada. A conformação tanto da papila quanto da gengiva marginal dependente de fatores como biotipo do paciente e localização da crista óssea. arquitetura óssea. foi utilizado enxerto de osso autógeno para preenchimento do defeito ósseo inicial. levando à reabsorção do osso que sustenta a papila e consequentemente promove migração apical dos tecidos moles.9(1):113-20 119 . a remodelação óssea que ocorre ao redor de um implante pode unir-se a remodelação do implante vizinho. sugere-se que os pilares cerâmicos sejam personalizado. Neste caso clínico. periodontais e protéticas20. comparativamente a regiões similares com osso nativo.Relato de Caso Clínico | Caderno Científico Discussão Este artigo relatou um caso de sucesso da reabilitação estética na ausência de incisivo central e lateral do lado direito com enxerto ósseo autógeno. linha de sorriso). enquanto que entre implante e dente natural. Um estudo retrospectivo de três anos avaliou sobrevivência e análise tomográfica computadorizada de remodelação óssea em cristas alveolares atróficas reconstruídas por meio de enxerto de osso autógeno. uma abordagem de reconstrução ou uma combinação de ambos. preservando a papila e seu contorno9. em situações de paciente com biotipo periodontal fino e linha do sorriso alta. anatomia e morfologia dos tecidos moles. Uma abordagem interdisciplinar pode ser benéfica e inclui intervenções cirúrgicas. As papilas interdentais são estruturas que desempenham papel importante na estética dentofacial. o ponto de contato foi deslocado apicalmente. Esta situação corrobora o resultado de estudos em pacientes com graves deficiências ósseas horizontais e verticais23-25. biotipo periodontal. é natural cogitar que a ciência tenha se desenvolvido neste período. nas condições estudadas. concluiu-se que as taxas cumulativas de sucesso foram semelhantes em osso nativo e enxertado21. pilar de zircônia e coroa de cerâmica devem ser utilizados em combinação26. Two prosthetic crowns supported by a single implant – an esthetic alternative for restoring the anterior maxilla. Wendell A.30:307-16.4(2):104-17. Outcome Analysis of Immediately Placed. In: Lenharo A. 19. Tissue architecture modification for anterior implant esthetics: an interdisciplinary approach. Francischone CA. Single-tooth implants: a procedure to make a precise. Prosthetic gingival reconstruction in the fixed partial restoration. International Dentistry SA – Australasian 2006.19(Suppl):43-61. 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Cabral G. A review of the functional and esthetic requirements for dental implants. 4. Froum S. 8. Fletcher P. 10. No presente caso. Pontes AEF. Preservation of Soft Tissue Contours with Immediate Screw-Retained Provisional Implant Crown. E. Menchini-Fabris G. Pontes AEF. p. Tarnow DP. 5. Guidetti F. Cirelli JA et al. Morioussef G. 13. Cury PR.309 – Sala 806 – Ed. Iezzi G. Monitoramento e manutenção da saúde peri-implantar. não recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. The effect of the distance from the contact point to the crest of bone on the presence or absence of the interproximal dental papilla. 11. 3-48. The effect of inter implant distance on the height of the inter-implant bone crest.71:546-9. Salama M. Margonar R. Clinical Oral Implants Research 2009. Não recebemos honorários de apresentações vindos de organizações que com fins lucrativos possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. The European Journal Of Esthetic Dentistry 2007. Fletcher P.br Referências 1. Coachman C. Salama H. Elian N. Kourkouta S. Schmid B. Stein AE. assim. E. Piattelli A. Prosthetic Gingival Reconstruction in Fixed Partial Restorations. Magner A. 21. Ribeiro FS. 23. Piattelli A. Peri-Implant Soft Tissue Recessions: Prevention and Treatment: A Review. Lee CY. J Periodontol 2000. ou os membros de nossas famílias. Reconstructions: Esthetic Factors Influencing the Decision Between Titanium and Zirconia Abutments in Anterior Regions. 22.com. nem trabalhamos como testemunha especializada. Grütter L.Corrêa MP • Mendonça RG • Souza MRF • Laporte JMM • Pontes AEF • Ribeiro FS Conclusão A reabilitação estética de casos com dois implantes adjacentes na maxila anterior ainda representa um grande desafio para implantodontistas e protesistas e. 18. Leblebicioglu B.3(2):296-310.1(1):40-51. Interproximal tissue dimensions in relation to adjacent implants in the anterior maxilla: clinical observations and patient aesthetic evaluation. Prosthetic Gingival Reconstruction in a Fixed Partial Restoration. 2004. J Periodontol 2004. São Paulo: Ariel Lenharo 2009. não possuímos ações ou investimentos em organizações que também possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. Int J Periodontics Restorative Dent 2010.24(Suppl):169-79.63:995-6. Part 2: diagnosis and treatment planning. Salama M. J Periodontol 1992. Martin W. Magner AW.79:1056-61. 7. Int J Periodontics Restorative Dent 2009.19:483-90.75:1242-6. Calamita M.138(3):321-9. Nary Filho H. os autores deste trabalho.30:19-29.29:573-81. Higginbottom F.29:471-7. Cabral G. Caruso J. 26.24:910-9. Clin. 6. Salama M. Int J Periodontics Restorative Dent 2010. Al-Harbi. 2005. garantiu-se a satisfação do paciente com a estética final em longo prazo. Tymstra N. Res 2009. Int J Oral Maxillofac Implants 2009. Johnston WM. Belser UC. Hämmerle CHF. Tratado de Periodontia Clínica e Implantodontia. Rawal S.24(4):695-703. Coachman C. muitas vezes não se consegue o completo preenchimento da ameia com a papila. Pontes AEF. Implant Loading Protocols for the Partially edentulous Esthetic Zone. Optimizing esthetics for implant restorations in the anterior maxilla: anatomic and surgical considerations. Garber D. de implantes em área estética. Cho SC. Mariotti A. Bezerra F (Org. capítulo 1. The European Journal Of Esthetic Dentistry 2009.78(1):109-10. Salama H. Immediate load and esthetic zone considerations to replace maxillary incisor teeth using a new zirconia implant abutment in the bone grafted anterior maxilla. Int J Oral Maxillofac Implants. Treatment Outcome and Patient Satisfaction with Two Adjacent Implant-Supported Restorations in the Esthetic Zone. Gastaldo JF. Ribeiro FS. Tarnow DP. Part 3:Laboratory Procedures and Maintenance. Larsen PE. Biologic width changes around loaded implants inserted in different levels in relation to crestal bone: histometric evaluation in canine mandible.34(5):259-67. a prótese gengival foi utilizada e. Int J Oral Maxillofac Implants 2004. 9. McGlumphy EA. 15. 2.20:1375-85. 14. Oral Impl. Immediately Restored Implants in the Esthetic Area: The Clinical Relevance of Different Interimplant Distances. Ribeiro FS. Fillman M. Quintessence Int 2008. Int J Periodontics Restorative Dent 2009. Coachman C. Buser D. Sailer I. Marcantonio Jr. Hasegawa H. Wallace SS. mesmo utilizando os recursos disponíveis. 120 ImplantNews 2012.). 20. Marcantonio Jr. 25. Cabral G. Editora Guanabara Koogan. J Periodontol 2000.9(1):113-20 .1:95-103. 17. Raghoebar GM. Miranda JE. Endereço para correspondência: Márcio Plácido Corrêa Rua Barão do Rio Branco. Cirelli JA. 1. Belser UC. Silva VC. Rungcharassaeng K. Meijer HJA. Saad and Edgin.98(2):329-32. J Oral Implantol 2008. Part 1:Introduction to Artificial Gingiva as an Alternative Therapy. Effect of the Vertical and Horizontal Distances Between Adjacent Implants and Between a Tooth and Implant on the Incidence of Interproximal Papilla. Journal of Periodontology 2008. AB. Calamita M. Mol A. 3. Effects of Implant Design and Surface Roughness on Crestal Bone and Soft Tissue Levels in the Esthetic Zone Int J Oral Maxillofac Implants 2009. Saadoun AP. 27. Faeda RS. Barreto M. Salama H. Stellingsma K. Zembic A. 12. Pegoraro LF. Nardi D. Kan J. Under Different Restoration Protocols.74:1785-8. Posicionamento tridimensional 16. 24. Garber D. J Periodontal 2003. Outcome Analysis of Implant Restorations Located in the Anterior Maxilla: A Review of the Recent Literature. Int J Oral Maxillofac Implants 2009.39:717-25. ou realizamos atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área. não recebemos apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho. QUAL O PAPEL DAS OVERDENTURES NA IMPLANTODONTIA CONTEMPORÂNEA? Três cirurgiões-dentistas especialistas falam sobre o assunto que vem se tornando tendência entre os implantodontistas. nível de mestrado. Nos anos de 1990. Artêmio Luiz Zanetti Professor titular de Prótese – Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. os do norte da Europa. apresentando uma palestra e dois pôsteres sobre casos de overdentures sobreimplante. Professor responsável do curso de Especialização em Implantodontia – Unicid. 122 ImplantNews 2012. Professor responsável pelo curso de Mestrado em Prótese – São Leopoldo Mandic – Campinas. Atualmente. Ora. quando admoestados em relação à higiene. onde também executamos prótese sobreimplantes. nos diziam ser impossível higienizar com perfeição a prótese fixada. Em todas essas atividades pudemos constatar. neste evento. Obtivemos o primeiro lugar nos pôsteres. montamos um espaço para Implantodontia denominado Centro de Estudo de Implantes Osseointegrados (Ceio).com ou favorável a indicação de overdenture na Implantodontia contemporânea. em Campinas. entre as dezenas expostas. mais precisamente ainda. e menção honrosa no trabalho apresentado na palestra. stricto sensu . esta facilidade possibilita ao profissional responsável um maior controle e vigilância tanto da higienização. Em junho de 2000 fui convidado a participar do Internacional Congress. a tendência. bem como o controle de algum dano que necessite de reparo. fomos convidados a pertencer ao Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. a higiene se torna muito mais favorável. a maior eficácia deste tipo de prótese: enquanto os portadores de overdenture se apresentavam satisfeitos quanto à sua higienização. isto é. nível de especialização em Implantodontia na Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). uma vez que se apresentaram dezenas de profissionais ligados a área. patrocinado pela Dyna Dental Engineering. muitos profissionais desta área também o são. zanettiodonto@gmail. Nesta afirmação não estou só. Essas afirmações poderiam ser vagas se não dissermos um pouco da nossa experiência em overdenture. Por que esta tendência? Podemos supor que os pacientes S que necessitam de reabilitação completa perderam seus dentes por terem dificuldades de higienizá-los e também predisposição à periodontite. Pudemos perceber. Com a possibilidade que oferecem as overdentures de serem removidas da boca pelo paciente. Nessa mesma Universidade. para coordenar a disciplina de Prótese. os portadores de protocolo fixo reclamavam e. Com orgulho tenho as placas comemorativas deste acontecimento em meu consultório. Ainda. com estudo longitudinal. baixa imunidade à placa bacteriana. nos anos de 1980. durante o IDS.9(1):122-3 . principalmente os europeus e. dirijo a disciplina de pós-graduação lato sensu. sabemos que higienizar um protocolo fixo é muito mais trabalhoso que higienizar nossos dentes e nossa boca. br Sérgio Carvalho Costa Mestre e doutor em Reabilitação Oral – FOBUSP. principalmente no caso das inferiores. como também pelo aspecto fisiológico (prótese com maior retenção. Portanto. representam um grande desafio para o cirurgião-dentista. Diante disso. principalmente pela grande margem de sucesso que tem este tipo de procedimento. esta última década testemunhou uma grande virada nessa filosofia e um número cada vez maior de pacientes se beneficia com retenção e estabilidade maiores. Associado a esse fenômeno.Temas em Debate José Cláudio Martins Segalla Professor adjunto em Prótese Parcial fixa e Sobreimplante – Faculdade de Odontologia de Araraquara. segalla@foar. À medida que as pesquisas evoluíram. dificultando ainda mais a manutenção das próteses se estas forem fixas. Professor do curso de especialização em Prótese – Univale/MG. principalmente o inferior.unesp. devolvendo a estes pacientes função e estética. principalmente quando se trata de casos mandibulares com severa reabsorção óssea. Unesp. diminuição da salivação e grande reabsorção do rebordo. Com o emprego cada vez mais constante dos implantes osseointegrados. mesmo sendo essas próteses bem executadas. sendo este um processo intrincado. O prótese total suportada pela mucosa que reveste os rebordos ósseos remanescentes de áreas desdentadas é uma modalidade terapêutica consagrada e uma das mais utilizadas até hoje na reabilitação de indivíduos que perderam todos os seus dentes. bem como na autoestima dos pacientes.br surgimento dos implantes osseointegráveis na rotina dos tratamentos odontológicos proporcionou um grande desenvolvimento. especialmente em rebordos inferiores) e aspectos psicológicos (dentaduras ficam estáveis). principalmente às dentaduras inferiores.9(1):122-3 . com o avanço da idade e o aparecimento de doenças que podem comprometer a capacidade motora dos pacientes. Somados a tudo isso.com. quando instaladas pela primeira vez. Torna-se importante ainda ressaltar que. assegurando um aumento da eficiência mastigatória e conferindo maior conforto e segurança para o usuário de prótese total. faz com que seja um trabalho com amplo aspecto social. A utilização e adaptação às próteses totais. as overdentures apresentam-se como uma excelente opção de tratamento para pacientes que necessitam de reabilitação com próteses totais removíveis. as overdentures têm papel importante no arsenal de tratamentos disponíveis aos profissionais odontológicos. observa-se que com o passar do tempo a coordenação motora vai ficando reduzida. tanto do ponto de vista fisiológico. densidade óssea. Além de tudo isso. 123 A ImplantNews 2012. como: inconsistência tecidual. não somente pelo aspecto econômico (menor quantidade de implante a ser colocado). biomecânica e anseios dos pacientes. o que em um País como o nosso. Professor adjunto de prótese e professor do curso de especialização em Implantodontia – FO-UFMG. em seu livro Implantes Dentais Contemporâneos: “Devido a uma crescente consciência da variedade das situações clínicas. elas demandam esforços excessivos dos tecidos que as sustentam. há dificuldade de adaptação funcional de muitos indivíduos a essas próteses. Porém. foi possível evidenciar cada vez mais o enorme salto que as overdentures alcançaram. principalmente para os casos de desdentados totais superiores e sobretudo para desdentados inferiores totais. na qual o tecido ósseo sofre grandes reabsorções em função do impacto. melhora a mastigação e evita traumas aos tecidos de suporte. com aumento da retenção e estabilidade. Vale lembrar ainda o baixo custo. por meio das overdentures implantossuportadas”. vamos recorrer ao argumento utilizado por Misch. é onde normalmente existe osso com densidade ótima para esta situação (região de incisivo lateral superior e região de canino a canino inferior). possibilitando a diminuição de patologias. sergiocarvalhocosta@yahoo. As overdentures retidas por implantes possibilitam melhorias na eficiência mastigatória e maior preservação dos tecidos remanescentes com maior controle biomecânico dessas próteses. As dificuldades de uso e adaptação às próteses totais estão associadas a diversos fatores. C. pelo fato de se utilizar as regiões anteriores da boca (superior e inferior) para a fixação dos implantes no caso de overdentures. Para finalizar. tais como a síndrome da combinação. as overdentures sobreimplantes tornaram-se uma boa alternativa na reabilitação de desdentados totais. causando reabsorções no tecido ósseo no decorrer do seu uso. estas próteses propiciam facilidade de higienização por parte dos próprios pacientes ou de seus cuidadores.E. 70 0.13:410-9.10 4. O volume de preenchimento ósseo é considerável nos dois grupos. a taxa de preenchimento ósseo foi de 97.6 ± 0. a média de redução da altura do defeito foi de 91. além do biomaterial.81 ± 5.1 ± 0. Gelernter I.57 ± 0. ao nível ou 1 mm apicais à parede mais coronal do alvéolo.7 ± 1. Aartzi Z.78 1.76 23. A comparative study.4%.7 ± 0.A Vez dos Editores CLÁSSICOS DA DÉCADA Esta coluna tem como objetivo apresentar aos leitores mais novos (e fazer com que os mais experientes recordem) os princípios que consagraram a Implantodontia como ciência que melhora a qualidade de vida dos nossos pacientes.78 14. o que seria melhor: colocar os implantes imediata ou tardiamente? Em 2002. mas nunca menos do que 3 mm ou mais do que 5 mm apicais à margem gengival dos dentes adjacentes.2%. Também. observaram que: 1. no grupo 1. Moses O.1 ± 0. Nemcovsky C. 77. Nos casos clínicos com defeitos ósseos extensos tipo deiscência.89 1.29 Pós 0.2%.76 Pré 4. estes autores de Israel apresentaram um trabalho importante. A colocação tardia é preferida em relação à colocação imediata. ImplantNews 2012. e no grupo 2. de 90. decidiu-se por colocar os implantes imediatamente ou tardiamente (quatro a seis semanas depois. propondo também uma nova técnica de rotação dos tecidos moles para fechamento dos defeitos.36 Pós 1.2%. Os dentes extraídos da arcada maxilar (um ou dois adjacentes) apresentavam defeitos extensos por deiscência em função de problemas periodontais ou periapicais.6 ± 1.76 4. que se tornou clássica em diversos cursos de atualização e especialização.56 0. O uso de uma técnica de rotação do retalho nos grupos 1 e 2 combinada à enxertia óssea e membrana é um procedimento clínico valioso.3 ± 0.49 ± 1. 2. Healing of marginal defects at implants placed in fresh extraction sockets or after 4-6 weeks of healing. somente quando mais de um implante é colocado conforme a teraG2 (quatro/seis semanas depois) No grupo 1. 3. Clin Oral Implants Res 2002. Os resultados obtidos pelos autores foram: G1 (imediato) Defeito Pré Altura (mm) Largura (mm) Área (mm2) 6. e no grupo 2. Após a colocação do biomaterial bovino e da membrana de colágeno. Como pêutica proposta neste trabalho.28 ± 9. ou fraturas radiculares.3 ± 0. cáries extensas. quando os protocolos acima são observados. em função da presença de fístula e/ou 4 mm ou menos de espessura de tecido mole na região palatina).30 conclusões.9(1):125 125 . foi a falta de função? Ninguém sabe direito. AFIRMA MAURÍCIO ARAÚJO. eu não sabia exatamente do que se tratava. foi o trauma cirúrgico. Em novembro deste ano acontecerá. em certo dia. IN – Remodelação óssea é um assunto que interessa a todos. um encontro internacional que somará práticas clínicas da Osteologia e procedimentos avançados com tecnologias comprovadas de regeneração óssea. Professor e pesquisador. O professor Lindhe passou ao lado. falou à ImplantNews sobre o evento. um dos grandes nomes da Periodontia mundial. Maurício G. Eu acho definitivamente que.9(1):126-8 intensa. Araújo. após a extração dentária há um processo cicatricial. O que causou exatamente isso? Só a extração do dente. reproduzida a seguir: ImplantNews – O senhor é presidente do evento Osteology Foundation. de Maringá. E neste estágio (de três meses). que estudou com o Lindhe na década de 1960. e membro do conselho científico da Fundação Osteology. O fato é que nós. o evento tem como presidente o cirurgião-dentista Maurício G. Esta história começa com um professor de Odontopediatria.. hoje. Araújo concedeu entrevista a Paulo Rossetti. principalmente na área dos implantes dentários. Por exemplo. ou seja. o que mais me chama a atenção ao ouvir você me perguntar sobre a biomecânica é a questão do controle da remodelação e modelação óssea. eu posso contar. Dirigido a cirurgiões-dentistas. O presidente do National Osteology Symposium Brazil. Os trabalhos mais recentes na literatura mostram que as alterações em quase todas as marcas comerciais de implantes são milimétricas. Sim. enquanto que a modelação óssea é uma mudança na forma e na arquitetura do osso. no qual o osso muda de forma. ainda não sabemos completamente o que controla estes dois mecanismos: deixando bem claro que remodelação óssea é uma mudança dentro do osso sem concomitante mudança da forma. é devido à melhora nos sistemas de implantes. eu. no início da década de 1990. editor científico da ImplantNews. Bem disposto e humorado. uma modelação óssea 126 ImplantNews 2012. se há uma redução na perda óssea marginal.. especialistas em Implantodontia. tecidual e procedimentos implantodônticos. IN – Carreira: muitos não sabem como o senhor foi convidado para trabalhar com o sueco Jan Lindhe. viu o que eu estava fazendo e pediu que eu descrevesse o que estava vendo. Araújo. ou seja. MGA – (risos). Conte um pouco desta história. eu fiz uma des- . Suíça.“O QUE CHAMA ATENÇÃO NA BIOMECÂNICA É A QUESTÃO DO CONTROLE DA REMODELAÇÃO E MODELAÇÃO ÓSSEA”. em São Paulo. o National Osteology Symposium Brazil. Abri e coloquei no microscópio. Ele conseguiu que eu fosse fazer um estágio com o Lindhe. controlando melhor a placa bacteriana e fazendo um maior número de visitas periódicas ao dentista. E talvez exatamente por não saber o que havia sido feito. Periodontia e Prótese. entre outros temas. que será realizado este ano. Gostaríamos de saber: a biomecânica do tecido ósseo ainda é um ponto científico mal resolvido? Estamos limitados pela tecnologia do nosso tempo? Maurício Gonçalves Araújo – Biomecânica. que atua na área de Implantodontia e Periodontia. mas comecei a examiná-las. Olha. São as superfícies dos implantes que estão melhores ou os pacientes que estão cada vez mais conscientes? MGA – Não. Araújo é também presidente da secção brasileira do International Team of Implantology (ITI). programado para novembro de 2012. encontrei em cima da bancada do laboratório de histologia da Periodontia uma caixa de lâminas. Não acho que os nossos pacientes estejam se comportando de maneira diferente. pessoas que querem fazer uma Odontologia baseada em evidência científica para o benefício do paciente. que inclusive levou à publicação do primeiro trabalho. pessoas que querem fazer uma Odontologia baseada em evidência científica para o benefício do paciente.Entrevista crição muito interessante e original. talvez assim. considerando. Bem. “O grande ponto do ITI é que você tem um grupo de pessoas reunidas com mais ou menos o mesmo pensamento: ou seja. Como é o convívio. Então. uma vez que a doença já esteja estabelecida. Os nossos membros acham isso muito importante. Qual o cenário no Brasil? MGA – Sobre a semelhança. Eu diria que seria o papel da placa bacteriana nas doenças bucais. a divisão do conhecimento. nós nos reunimos periodicamente. Por outro lado. Este é então escrito e publicado. conte-nos a sua experiência no ITI. Por outro lado. se é artigo randomizado. Depois que terminei o meu doutorado. Eu diria que a peri-implantite tem características da periodontite crônica e da agressiva. Esse é o princípio que nos une. neste sentido. Os membros são normalmente pessoas que já publicaram trabalhos científicos sobre o assunto a ser discutido. a peri-implantite também tem esta característica. neste sentido. ela poderia se assemelhar mais à periodontite agressiva do que à periodontite crônica. um dos grupos de pesquisa mais fortes do mundo. Nós realmente nos importamos com o que está escrito nos trabalhos. a progressão da peri-implantite às vezes pode ser similar à progressão da periodontite agressiva. No mundo. não apenas na doença cárie. Estamos fazendo um trabalho semelhante àqueles realizados na Europa. com intervalo de poucos anos. a pesquisa. o ITI valoriza a informação científica e sua aplicação na prática clínica. nos dividimos em grupos. IN – Estudos recentes mostram que a peri-implantite se assemelha muito à periodontite crônica. um grupo de pessoas terá peri-implantite. os integrantes de todos os grupos se juntam em uma grande reunião.. e os números são exatamente os mesmos.9(1):126-8 . voltei ao Brasil. Talvez na prevenção.” IN – Na sua opinião. O cenário no Brasil é extremamente semelhante ao relatado em alguns estudos. eu não sei como a genética molecular poderia mudar o seu tratamento. as reuniões que geram os suplementos das grandes revistas internacionais etc. dependendo de sua qualidade. uma vez que você pode identificar pessoas predispostas à doença periodontal e. para um consen- so. IN – Como professor e com base na experiência mundial/profissional. você tenha um dente mais acometido do que o outro e não saiba exatamente o porquê disto. Nós realmente nos importamos com o que está escrito nos trabalhos. mas nas doenças periodontal e peri-implantar. como o trabalho que você citou inicialmente (fonte da taxa citada na pergunta). Como eu falei. Neste consenso. quais os rumos dos estudos em periodontite? Os casos aparentemente “sem solução” possuem alguma esperança na genética molecular? MGA – Eu não saberia dizer como este conhecimento pode mudar o tratamento.? Como é a dinâmica? MGA – O grande ponto do ITI é que você tem um grupo de pessoas reunidas com mais ou menos o mesmo pensamento: ou seja. os diferentes pesos que um artigo possa ter. No dia seguinte fui convidado pelo professor Lindhe para ser seu orientado no doutorado. Esse é o princípio que nos une. uma progressão mais rápida. mas continuei minhas pesquisas com ele. Após os membros de cada grupo chegarem a um consenso. Nos reunimos em alguma cidade agradável e revisamos toda a literatura. é claro. E tudo começou há quase 20 anos pelo acaso: com uma caixa de lâminas em cima de uma mesa. acho que de certa forma sim. controlado etc.. as taxas de peri-implantite variam entre 25-48%. Talvez. Nós reconhecemos que isto é importante para nossa prática clínica. colocá-las preventivamente em um programa de prevenção mais rigoroso. Os que fazem resina deixando os dentes com 127 ImplantNews 2012. onde cada grupo estuda um tema diferente. Após uma discussão ampla. sem predileção por um ou outro. todos chegam a um consenso final. Aparentemente. Então. se você disser que a periodontite crônica é uma doença que afeta diferentes dentes da boca. IN – Por favor. o que o senhor mudou em sua didática? Qual aspecto não deixaria que seus alunos saíssem da faculdade sem ter compreendido/absorvido por completo? MGA – Grande pergunta (risos). devo dizer que só gosto de fazer pesquisa sobre assunto que tem repercussão na clínica. pesquisas sobre motivação. Eu acho que este IN – Para encerrar: conte um pouco mais sobre o(s) grupo(s) de pesquisa com o(s) qual(is) o senhor trabalha no Brasil e no exterior. é fundamental. pesquisas sobre motivação. livro não existia antes na literatura: um livro só com estudos pré-clínicos para técnicas regenerativas. da mesma forma. temos um grupo. do qual eu participo. organiza os eventos. disseminar e financiar pesquisas na área de regeneração de tecido duro e mole na boca. Este é um livro singular e estou muito feliz por ter contribuído. com o Klaus Lang. Posso dizer que trabalho com o Lindhe. e esta expertise que eles podem dar para você vai melhorar muito o seu resultado final. . na área de regeneração tecidual. Esta é a contribuição da Fundação Osteology. Em 2012. que é responsável pela disseminação do conhecimento nesta área. com German Gallucci. tanto na saúde quanto na doença. Mais informações sobre este curso inédito podem ser obtidas no site da Fundação Osteology. enxerto de tecido mole etc. levantamento do seio maxilar. qual o melhor modelo para estudo do enxerto ósseo em bloco. Faço pesquisas sobre as dúvidas que eu gostaria de responder. pesquisas sobre a preservação ou aumento do rebordo etc. em diferentes países e com pesquisadores de diferentes continentes e diferentes colegas. Rogério Okawa. Marli Sonohara. Nós 128 ImplantNews 2012. os doutores Mariano Sanz (Espanha) e Julio Joly (Brasil) dividem esta função comigo. que se subdivide em dois outros grupos: um chamado educacional. e com outros que. não faço só por fazer. pesquisas sobre o papel da doença periodontal em condições sistêmicas. os que fazem próteses invadindo o espaço biológico. pesquisas sobre o papel da doença periodontal em condições sistêmicas. com o João Santana (de Salvador). Mas. Você deve dividir e chamar colegas que são às vezes muito melhores do que você e em diferentes áreas.sobrecontorno.9(1):126-8 IN – Também existe um livro recente da Osteology Foundation? Qual o assunto? MGA – Duas coisas que nós fizemos: a primeira. um board.” pesquisas sobre a preservação ou aumento do rebordo etc. O grupo educacional. com o João Garcez (muitos trabalhos com o João Garcez). outra iniciativa importante da Fundação Osteology é a organização de um curso para quem quer ser pesquisador especificamente na área de regeneração tecidual. talvez. com Wagner Duarte (de Brasília). MGA – Eu tenho imenso prazer em trabalhar com estas pessoas. no Brasil. com todos os detalhes: qual o melhor modelo para uma dada pergunta científica. com o Alessandro Januário. É o que me atrai: pesquisas sobre o controle de placa. com Luis Lima (de São Paulo). não sou o único organizador. Nós analisamos todas as metodologias de estudo pré-clínico. Como ela funciona? MGA – É uma fundação que foi criada para promover. no qual vamos mostrar as diferentes metodologias para responder as mais variadas questões científicas. É o que me atrai: pesquisas sobre o controle de placa. IN – Do ponto de vista clínico. IN – Osteology Foundation. Acho que em todas sempre vejo qual a aplicação no meu consultório e no consultório dos colegas. Faço pesquisas sobre as dúvidas que eu gostaria de responder. Eu trabalho com o pessoal de Maringá. acho que faltou reconhecer desde o início da sua formação que o controle da placa bacteriana. Caso contrário. E aqui. quero dizer que eu não sou uma ilha: não se deve trabalhar sozinho como uma ilha. a Flávia Sukekava. A segunda é já ter dado início à preparação de um livro sobre estudos clínicos. publicar um livro sobre estudos pré-clínicos com animais. a minha memória esteja falhando e não me deixa lembrar. Neste evento. teremos um evento no Brasil. Roberto Matsubara. “Bem. que tem a função de disseminar conhecimento. e outro responsável por analisar e financiar protocolos de pesquisa que nós selecionamos. com o pessoal da cardiologia da UEM. Vamos discutir assuntos relacionados a regeneração de tecido duro e mole e a preservação de tecido duro e mole após extração. devo dizer que só gosto de fazer pesquisa sobre assunto que tem repercussão na clínica. como transfere os conhecimentos do seu grupo de pesquisas para a prática diária? MGA – Bem. Além disso. os que fazem próteses sobreimplantes impossíveis de serem limpas. reunindo-os em uma lista só. mas toda vez que precisa de uma caneta ela “ficou” na sua casa? Aqui. Todas com excelente custo-benefício. Também. traz informações preciosas sobre mais de 4. e não tem um computador ou mesa para escaneamento? Este aplicativo permite que você simplesmente tire uma foto com seu tablet. ImplantNews 2012. Medscape Este aplicativo contém informações sobre mais de 8. Economia de tempo e praticidade.pdf ou . é possível verificar se o medicamento utilizado pelo paciente apresenta alguma interação adversa com outro fármaco. pronto para ser enviado pelo e-mail. Disponível em: http://itunes. o documento é convertido para o formato .apple. Embora as opções apresentadas aqui sejam para a tecnologia da Apple. r em um simples toque.com/us/app/turboscan-quickly-scan-multipage/id342548956?mt=8&ignmpt=uo%3D2. Disponível em: http://itunes.apple.000 doenças. Disponível em: http://itunes.com/us/app/ id420376541?mt=8&ign-mpt=uo%3D4.000 medicamentos. Depois. é possível adicionar ou simplesmente riscar os itens da lista. ShoppingList Você está na rua e lembra de algo que não tem como anotar? Sabe aquele uele e pel. precisa enviar urgentemente. seu desejo antigo de não carregar mais os papeizinhos? Você leva papel.TrendMarking TRENDMARKING ESPECIAL – VOCÊ NA ERA DIGITAL Nesta edição. incluímos algumas dicas de aplicativos para smartphones e tablets (apps) que facilitam o dia a dia do cirurgião-dentista.9(1):131 131 131 . Turboscan Você assina um documento. Ainda.com/br/ app/medscape/id321367289?mt=8. Disponível em: http://itunes. World Clock Gold – Time Zones Vai sair de férias? Este aplicativo permite ver os horários em diversos pontos do mundo. também existem versões similares no Android.com/us/app/shoppinglist/ id282758413?mt=8.apple.jpeg.apple. qui. editor científico da ImplantNews e Flavio Cotrim-Ferreira. amadurecimento e dinamismo para selecionar os trabalhos científicos e as informações contidas nas três revistas publicadas pela VM Cultural.9(1):132-6 . BREVE PANORAMA DA ODONTOLOGIA DE ONTEM. doutores e especialistas. e suas respectivas áreas.. Para saber o que pensam os editores da ImplantNews. Mas. HOJE E AMANHÃ A voz dos editores Eles são professores. nem sempre têm a possibilidade de externar opiniões aos leitores das publicações. da PerioNews e da OrtodontiaSPO sobre o passado. Paulo Rossetti. o presente e o futuro da Odontologia. Antonio Wilson Sallum. editor científico da OrtodontiaSPO. editor científico da PerioNews.Fotos: Jaime Oide Da esq. Por Cecilia Felippe Nery 132 ImplantNews 2012. E contam com jovialidade. Têm experiência e conhecimento. a redação reuniu os três profissionais em um agradável bate-papo no auditório da editora. para a dir. com o advento da nova Implantodontia decorrente do princípio da Osseointegração. Hoje. talvez. de modo que o cirurgião-dentista formado nos dias de hoje é consciente de que uma terapia bem conduzida necessita de uma visão sistêmica por parte do profissional. hoje. de modo que os produtos aqui fabricados chegam aos profissionais com menores custos e por meio de uma rede de distribuição mais eficiente que os importados. representado pelo TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Para falar da evolução da Odontologia nos últimos 10-20 anos. conforme o Dr. a redação da VM Cultural conversou com os editores científicos Paulo Rossetti (revista ImplantNews). Eu destacaria um terceiro aspecto: a sofisticação tecnológica da profissão. A estética se tornou mais evidente. da função. ou até mesmo de um trabalho original. algumas puramente artesanais sem grandes publicações científicas para validar os conhecimentos. e no controle de qualidade dos produtos de consumo. entre outras inovações. Sallum comentou. a história da internet foi algo muito bacana. Antonio Wilson Sallum (PerioNews) e Flavio Cotrim-Ferreira (OrtodontiaSPO). Um segundo ponto a se ressaltar na evolução da Odontologia brasileira foi o crescimento da interdisciplinaridade. se você digitar dental implants no Medline aparecem mais ImplantNews 2012. e selecionar o que é bom – só para ter uma ideia.Projeção Praticada no Brasil desde os primórdios do descobrimento do País. ainda que rudimentarmente. A grande barreira que vejo. elas não param por aí e tendem a se expandir ainda mais nos próximos anos. Se de um lado ela foi uma doença complicada. a Odontologia evoluiu a passos largos. da tomografia e da ressonância magnética. foi um salto só. Podemos dizer que graças a Aids a Imunologia se desenvolveu. precisa saber uma segunda língua. Esta evolução ocorreu com grande intensidade nos setores de diagnóstico. muito grande a evolução da Odontologia nos últimos 20 anos. De lá até ao surgimento da tecnologia dos sistemas CAD/ CAM. a Odontologia está inserida na saúde sistêmica. de outro trouxe efetiva evolução de conhecimentos. materiais e procedimentos muito mais desenvolvidos. colocando o Brasil entre os quatro países do mundo em maior produção científica. A integração das disciplinas no currículo universitário ou nas grades científicas de cursos e congressos contribui para este fato. de modo a criar no aluno uma visão crítica sobre determinado tema. Ele precisa dessa mídia para ficar mais atualizado. uma vez que a maioria dos periódicos está em outro idioma. uma vez que as infecções bucais estão atreladas à saúde sistêmica. a Odontologia brasileira mergulhou na área da pesquisa. Além disso. Flavio Cotrim-Ferreira – Considero. Outro ponto a destacar é a mudança de comportamento dos profissionais. da propagação da internet e das pesquisas para recriação de dentes a partir de célulastronco. da parte psicológica envolve a área de Saúde. Nestes últimos anos. Os grandes centros de pensadores foram ao exterior para reciclarem-se.9(1):132-6 133 133 . Quando cursei a Faculdade de Odontologia da USP entre . Acompanhe a seguir: Redação – O que mudou na Odontologia brasileira nos últimos anos? Antonio Wilson Sallum – A evolução da Odontologia passa pela qualidade dos nossos profissionais de hoje. mudando a mentalidade brasileira em relação à pesquisa. que atualmente conta com equipamentos. ainda. O que observamos é que nos últimos 20 anos. também assisti a um turbilhão de mudanças nos últimos dez anos. de mudança comportamental. Mas. apenas uma ou duas disciplinas incluíam na sua programação didática a leitura e a interpretação de pesquisas. que passaram a se proteger e proteger seus pacientes nos procedimentos depois do surgimento da Aids. da estética. É inquestionável a velocidade com que as mudanças na área odontológica aconteceram e foram sendo assimiladas pela sociedade brasileira. com a popularização do raio X digital. os nossos estudantes frequentemente leem revistas científicas durante o curso de graduação e muitas universidades trazem em seus currículos a exigência da redação de uma revisão de literatura. seja o mais novo dos três. fatos que asseguram ao profissional maior previsibilidade de resultados. 1981 e 1986. o Brasil também avançou muito em relação à industrialização de materiais e equipamentos necessários à clínica. tanto em mídia especializada quanto na mídia não especializada. passando do Império para a República até chegar aos Tempos Modernos. Paulo Rossetti – Embora. da Odontologia baseada em evidências científicas. Hoje em dia. a maioria dos profissionais consegue fazer um curso e aprender a colocar implante. é o fato do cirurgião-dentista ter de se inteirar mais com a mídia. os implantes osseointegrados e o desenho moderno também foram grandes conquistas que chegaram ao mercado. Hoje. isto porque a reabilitação do ser humano no sentido do aparelho mastigatório. que deixou de ser tão empírica para se tornar mais científica. se comparados com aquela Odontologia extremamente mecanicista. Fatalmente. Acho válida essa preocupação de que para abrir uma clínica o profissional precisa ter visão empresarial. haverá maior número de profissionais. com facilidade de filtrar a informação. o mercado acaba regulando. da Odontologia. Como absorver os novos profissionais? E como chegar à população que ainda não tem assistência? Sallum – Nós três. é preciso então fazer uma separação: a base da pirâmide é a opinião de especialistas e os casos clínicos. dificulta o posicionamento e o estabelecimento dos profissionais no mercado. observamos primeiro a mudança comportamental do perfil do aluno. da Engenharia. mesmo porque não tem mais como separar o órgão mastigatório de outros do aparelho digestivo.de 20 mil trabalhos catalogados e não dá tempo de ler tudo. Na década de 1970 era assim. que formam cerca de 12 mil cirurgiões-dentistas por ano! Mas. mas atualmente a coisa não é tão automática. Por meio de pesquisas ficou comprovado que a cavidade bucal pode ser reservatório de bactérias que. Nós estamos na era da Odontologia baseada em evidências. Então. e o topo são os grandes estudos clínicos. é uma cadeia e essa cadeia vem ao longo do tempo. é preciso ter um bom orientador. se não talvez ele não passe mais”. Logicamente. Onde há mais recursos e pessoas dispostas a pagar pelo tratamento. Acredito que a palavra saturação está sendo mal empregada e a Odontologia. Conheço diversos colegas que fecharam seus consultórios na cidade de São Paulo e mudaram-se para regiões mais distantes. que por sua vez teve um bom mestre. a Odontologia brasileira mergulhou na área da pesquisa. que trabalhamos na área de ensino. resumindo. O fato de nossa capacitação ser muito técnica e pouco voltada para estas áreas. estética. Do ponto de vista mercadológico chama a atenção a deficiente formação do cirurgião-dentista nas áreas de marketing e gestão. se diz que o mercado está saturado de cirurgiões-dentistas e que não há espaço para novos profissionais se estabelecerem. o profissional precisa aprender a filtrar a informação. assim como as outras profissões. mas em todo curso de graduação de Odontologia nunca existiu a preocupação do cirurgião-dentista ser empresário. de maneira geral em todas as áreas. ou seja. com isso. Nós percebemos que o Programa Brasil Sorridente foi um passo muito importante nessa direção e constatamos que . Rossetti – Não sei como está hoje na maioria das faculdades. de modo a construírem suas carreiras em áreas de grande potencial de desenvolvimento. por sua vez. se subir sorte sua. implantes e internet são as três vertentes responsáveis pela revolução que estamos vendo. formava-se hoje e amanhã já estava trabalhando. consensos avaliados e controlados. observamos. assim. aproveitando as oportunidades. profissionais de 134 ImplantNews 2012. sem atingir a faixa mais competitiva. Sabemos que nos Estados Unidos há 59 faculdades de Odontologia. Cotrim – Frequentemente. no Brasil há mais de 180. existe uma pirâmide. podem contaminar a parte sistêmica. Há de 10% a 20% que são extremamente focados e vão ser os grandes profissionais da área Médica. vemos que algumas especialidades tiveram uma conexão mais forte com a saúde sistêmica. colocando o Brasil entre os quatro países do mundo em maior Antonio Wilson Sallum Editor científico da PerioNews produção científica. médio e de alto conhecimento são vistos em todas as profissões e cabe ao profissional escolher qual parte gostaria de participar. que pelo menos 15% dos graduados nem sempre têm aquelas aptidões e acabam direcionando a vida para outras áreas. mas sem preocupação. ainda que exista a barreira da língua. nos últimos dez anos. Se na escola eu tenho um professor que tem base. Redação – Mercado. ou você sobe ou não sobe. é regida pelas necessidades do mercado consumidor. não só na Odontologia. e têm aqueles 70% que constituem o bolo de qualidade média. então conseguirei ir longe. eles se concentram mais nas regiões com maior potencial financeiro e o desequilíbrio entre o número de profissionais por estado da federação tende a se reduzir com melhor distribuição de renda. Redação – Qual o papel do Programa Brasil Sorridente? E da iniciativa privada para atender a demanda da população por atendimento odontológico? Sallum – A Odontologia evoluiu cientificamente e. fazendo da profissão o dia a dia. Mas.9(1):132-6 O que observamos é que nos últimos 20 anos. É o que costumo dizer aos meus alunos: “muitas vezes o ônibus passa e. diagnosticar Do lado da iniciativa privada. os aparelhos ImplantNews 2012. O que precisa é modificar e ampliar a implantação de CEOs no Programa Brasil Sorridente. Paulo Rossetti Editor científico da ImplantNews Redação – Para onde vamos? Falem sobre os avanços e as tendências na Odontologia para os próximos dez anos. tanto CEO quanto PSF têm sido fundamentais na inclusão do cirurgião-dentista nesses programas. micas. embora ainda muito tímido para a necessidade do povo brasileiro. Odontologia é saúde e saúde começa pela boca. assim. Só dessa forma é que a população irá se beneficiar não só de um tratamento do SUS. enfim. Além disso. Mas. A Odontologia deve ser mais focada no planejamento e na prevenção. precisam ser acessíveis. Odontologia é saúde e saúde começa pela boca. Sallum – A Odontologia hoje caminha a passos largos. que estão sendo montados em várias cidades do Estado de São Paulo. Se levarmos em consideração que cárie e doenças periodontais são problemas de saúde pública. Sabemos que muitos empresários estimulam seus funcionários na formação profissional. incentivada pelo Estado. Rossetti – Talvez. O que eles fazem. do PSF – Programa Saúde da Família. que tipo de doença está propenso. o atendimento tem de cobrir os três níveis de atenção: preventivo. ao lado do médico. Isto porque o governo tem tomado ciência da evolução na Odontologia. do engenheiro. Esta é. acredito que muitas pessoas irão se beneficiar e a tendência é boa. O governo sinalizou de forma muito positiva em relação a inclusão do implante dentário no programa e os profissionais têm sido treinados nos postos de saúde. hoje. mas para isso é necessário fazer um bom diagnóstico. E como percebemos isso? Por meio dos CEOs – Centros Especializados Odontológicos. do fisioterapeuta. embora sejam fantásticas. Na área farmacológica. A Ortodontia só foi incluída no SUS há pouco menos de um ano e ainda encontra-se em uma fase inicial da construção dessa rede de assistência. Rossetti – Nos últimos anos. estamos vendo as grandes pesquisas na área de regeneração e de reconstrução óssea e já houve uma revolução monstruosa de conhecimento dentro da Biologia Celular. hoje. suas características genéticas e sanguíneas. para isso acontecer é necessário um treinamento adequado dos profissionais e o preparo da estrutura material.Projeção o cirurgião-dentista participa. com a entrada dos implantes. a média é de 72 anos e em 2030 será de 100 anos. os recursos também são inúmeros e. Cotrim – Acredito ser possível fazer Odontologia de boa qualidade. mas atendimento odontológico também é fundamental para melhor incluir o indivíduo na sociedade.9(1):132-6 135 135 . é um processo pensante. No final do século XIX. pois o que percebemos é que tanto na graduação quanto na pós-graduação. e isso ainda não é expressivo. toda uma gama de informações que auxiliem na manutenção da saúde. o governo tem se atentado mais em perceber que a Odontologia é uma especialidade da Medicina. mas para chegarmos a esse patamar ainda será necessária muita pesquisa. se em 1950 as pessoas morriam com 42 anos. eu acho que as intenções ainda são tímidas e depende muito daquela história: o empresário precisa entender que o funcionário só crescerá se ele estiver incluído no meio social. Cotrim – Eu resumiria em uma palavra só: individualização. a meu ver. curativo e reabilitador. De fato. o projeto Genoma é uma realidade e colegas na Inglaterra estão formando germe dental com células-tronco. Do lado da iniciativa privada. o grande desafio nos próximos dez anos seja aprender a combinar três coisas: Odontologia minimamente invasiva. mas também do atendimento de um clínico geral para extrair um dente e até fazer uma dentadura. Contudo. suas deficiências. é a tendência da Odontologia para os próximos dez ou 20 anos. O custo-benefício será consequência das tecnologias que. hoje. é fundamentalmente a parte de Odontologia restauradora e próteses totais. os alunos têm muita dificuldade em diagnosticar e isso não é um processo mecânico. eu acho que as intenções ainda são tímidas e depende muito daquela história: o empresário precisa entender que o funcionário só crescerá se ele estiver incluído no meio social. os recursos estão cada vez maiores. além de atendimento nas áreas especializadas. de tal forma que é possível imaginar que estamos diante de uma Odontologia que terá pela frente um ser humano dotado de um chip com todas as informações sistê- corretamente e custo-benefício. que leva tempo. buscando entender melhor os aspectos microscópicos da movimentação dental. muitas dessas se mostraram complicadas ao longo do tempo porque. É preciso entender que implante é o recurso que temos. que está bem dentro do contexto da saúde dos tecidos da cavidade bucal. tais como a telerradiografia. A grande revolução do século passado foi transferir para um processo industrial aquilo que era produzido manualmente. mas também de aparelhos de ultrassom e de pontas mais adequadas. eu posso falar de vários aspectos: a) a Ortodontia do passado era muito elitista e sua tendência de popularização.9(1):132-6 área de instrumentos raspadores. se faz necessário que o cirurgião-dentista atente para a importância dessa relação interdisciplinar com outras especialidades para um tratamento mais eficaz. Cotrim – Na Ortodontia. . acredito haver recursos mecânicos e de informática para que a Odontologia caminhe novamente para um processo de individualização do tratamento. e tende a evoluir para a tridimensionalidade. paciente por paciente. c) a Ortodontia era muito curativa e tende a ser cada vez mais preventiva. muito dolorosa. cirurgia sem retalho e implantes zigomáticos. O futuro da Implantodontia continua sendo uma Implantodontia mais simples e minimamente invasiva. Ao longo do tempo. possibilitando uma redução de custos e uma ampliação da oferta de materiais e equipamentos. Não é bem assim. Redação – Em suas respectivas áreas. Flavio Cotrim-Ferreira Editor científico da OrtodontiaSPO acredito haver recursos mecânicos e de informática para que a Odontologia caminhe novamente para um processo de individualização do tratamento. a Ortodontia vem se tornando menos agressiva. Periodontia e Cirurgia. Fonoaudiologia. Esta tendência irreversível é extremamente favorável aos pacientes. No entanto. e) a Ortodontia era muito antiestética. se imaginarmos que o implante foi criado para as áreas que não têm dentes e não para substituir estes. e diagnosticar corretamente. é necessário entender isso. em impressoras 3D. Implantodontia. com o desenvolvimento de fios produzidos com novas ligas metálicas. Com o advento de novas tecnologias. possibilitando uma redução de custos e uma ampliação da oferta de materiais e equipamentos. da cavidade bucal como um todo. e caminha em direção à estética. à produção e prescrição de medicamentos específicos para uma patologia e até mesmo à manufatura. Com o advento de novas tecnologias. O que observo é uma evolução não só na 136 ImplantNews 2012. de acessórios ou equipamentos necessários para cada situação clínica. além da doença periodontal e da cárie temos as periimplantites. a pesquisa em Ortodontia focava somente aspectos macroscópicos e hoje ela desenvolve estudos de biologia celular. como cirurgia guiada. durante muitos anos. Esta personalização deverá chegar ao diagnóstico exato do código genético de cada paciente. Implantodontia e Ortodontia. acreditava que poderia solucionar todos problemas. b) o ortodontista era muito isolado. com o desenvolvimento de bráquetes transparentes e da Ortodontia lingual. Periodontia. quais as expectativas para o futuro? Sallum – A área da Periodontia é extremamente importante e deve ser cada vez mais preventiva.A grande revolução do século passado foi transferir para um processo industrial aquilo que era produzido manualmente. entre outras. Rossetti – Na área dos implantes vimos nos últimos tempos o surgimento de novas técnicas. f) a Ortodontia no início do século passado também era muito lesiva aos tecidos. tais como Fisioterapia. Muitas das iatrogenias que vemos acontecem por falta de conhecimento do aparelho estomatognático. embora com o advento dos implantes. empregando basicamente aparelhos metálicos. propiciando maior agilidade e menor dano tecidual. aos profissionais e à indústria odontológica. recursos diagnósticos puramente bidimensionais. causava reabsorções radiculares e incômodo aos pacientes. Acredito também que a área de biomateriais irá evoluir ainda mais no tratamento da doença periodontal. g) finalmente. atingindo cada vez mais pessoas. assim como a metalocerâmica e os bráquetes são recursos. com a tomografia cone-beam. Assim. o implante não pode ser a solução para tudo. não é só arrancar os dentes e colocar implantes que tudo vai se resolver. peça por peça. No futuro se tornará cada vez mais integrado às outras áreas. ortodônticos eram fabricados artesanalmente. d) a Ortodontia também empregou. chegou a vez de São Paulo sediar a quarta edição da Série Mistura Fina. nos deparamos com nossas maiores dúvidas e anseios. explica José Carlos Martins da Rosa. seja com a exodontia de dentes anteriores ou com rebordos cicatrizados. Já nas tardes dos dias 30 e 31 serão realizados os cursos “Restauração Dentoalveolar Imediata – RDI” e “Carga imediata em alvéolos com defeitos ósseos com e sem alteração da margem gengival”. Ao tratarmos desta zona estética. Paulo Fernando Mesquita de Carvalho e Robert Carvalho da Silva. acesse www. Julio Cesar Joly José Carlos Martins da Rosa Informações e adesões. Porto Alegre e Rio de Janeiro. ImplantNews 2012. localizado no Alto da Lapa. tendo sempre como meta final a busca de melhores resultados para os nossos pacientes”. no Espaço Apas. Um dos pontos altos será a discussão integrada.Eventos CIRCUITO CHEGA À CAPITAL PAULISTA Depois das edições realizadas em 2010/2011 em Florianópolis. quando todos os ministradores poderão interagir e emitir suas opiniões”. com os grupos do Instituto ImplantePerio. O que fazer quando da indicação da exodontia de um dente anterior? E quando um abscesso estiver presente? E quando há comprometimento de uma ou mais paredes ósseas? Quais as alternativas de tratamento que podem evitar alterações de margem gengival e papilas? Diante dessas questões. pois confrontará duas filosofias atuais que almejam o mesmo objetivo: a busca da excelência estética. “O desafio atual da Implantodontia está relacionado com a região estética anterior. baseadas em evidências científicas. Ambos os grupos sustentarão suas preferências protocolares em evidências científicas e na experiência clínica. O evento está dimensionado para 350 participantes e 15 empresas expositoras. Está formatado em dois módulos de imersão. composto por José Carlos Martins da Rosa.implantnews.9(1):139-41 139 . Para a capital paulista. essa edição do Mistura Fina será imperdível.br/misturafina ou ligue (11) 2168-3400 e fale com Daiane ou Jaqueline. com o grupo da Rosa Odontologia. “Certamente. garante Julio Cesar Joly. visando à compreensão de quando e como empregar determinadas alternativas de tratamento. Nas manhãs dos dois dias acontecerão os cursos “Reconstrução simultânea a instalação dos implantes em áreas estéticas” e “Implantes múltiplos em áreas estéticas e alternativas terapêuticas para implantes com limitações estéticas”. Darcymar Martins da Rosa e Marcos Alexandre Fadanelli. o evento acontecerá nos dias 30 e 31 de março. implantodontistas.com. A programação está dividida em quatro cursos de imersão. e da Rosa Odontologia. formado por Julio Cesar Joly. ambos ministrados pelo grupo do Instituto ImplantePerio. nós. os grupos ImplantePerio e Rosa Odontologia juntaram forças: discutir resoluções clínicas. instituição voltada para a capacitação e o aperfeiçoamento de profissionais em diversas áreas da Odontologia. O MELHOR DA PRÁTICA DA IMPLANTODONTIA NO ABROSS 2012 “Implantodontia 2012 – aplicabilidade e práticas clínicas”. tendo como destaque os norte-americanos Jay Malmquist. os suíços Ronald Jung e Marco Meneghin. Martha Penna.com. as palestras premium. e coordenado pelo professor Paulo Rossetti. EM JULHO. entre outros. de nove estados brasileiros. Ainda. ENCONTRO DE ESPECIALISTAS DO INEPO Cerca de 180 profissionais.com/gide. no Centro de Convenções Rebouças serão realizados. mais um evento: o “Consenso 2012” (indicação de biomateriais em procedimentos implantodônticos e periodontais). marketing. Trata-se de um ciclo de palestras que discutirá temas das áreas de gestão.encontroabross. relações públicas e comunicação.Eventos CRESCIMENTO PROFISSIONAL É O FOCO DO ESTAÇÃO NOVO HORIZONTE Entre os dias 10 e 12 de maio acontecerá. que mostrará a vivência de três especialistas da FGV e da Dom Cabral. promovido pelo Inepo – Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas. presidente da SIN Implantes. Este é o tema do Abross 2012 – X Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração. no Palácio das Convenções do Anhembi.br. Ao final do encontro foi inaugurada a Biblioteca do Inepo. e a UCLA – Universidade da Califórnia Los Angeles. Paralela ao evento acontecerá a Exposição de Painéis Científicos e a Exposição Promocional de Tecnologia e Serviços para Implantodontia. que acontecerá de 14 a 26 de junho. nos dias 11 e 12 de maio. abriu o encontro falando do mercado de implantes e da atuação da empresa. A temática do encontro girou em torno da área estética e do tratamento de maxilas atróficas e teve como ministradores os professores Carlos Eduardo Francischone. Peter Moy e Luis Fujimoto. com cinco apresentações de diferentes experiências que deram certo. em São Paulo. ACONTECE O MASTER CLINICIAN PROGRAM gIDE-UCLA Por meio de um convênio entre ntal o gIDE – Global Institute for Dental Education. além de reforçar a parceria com o Inepo. Ministrado pelo pesquisador Sascha Jovanovic e equipe.9(1):139-41 . a VM Cultural oferece ros aos implantodontistas brasileiros IDE/ o Master Clinician Program gIDE/ Ucla. Dentro dos temas programados serão destaques os cases de sucesso. Mais informações: www. X Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração 14 a 16 de junho de 2012 – Anhembi – São Paulo Informações e adesões no site oficial do evento: www. Para mais informações e adesões entre em contato pelo telefone (11) 2168-3400. na Califórnia (EUA). além de curso integrado de marketing em serviços. estatística. o curso será realizado em Los Angeles e está dimensionado para 15 alunos. com 40 empresas da área. em dezembro último. Para esta edição. Adesões podem ser feitas até o final de fevereiro. participaram do III Encontro de Especialistas em Implantodontia.vmcultural. curso que será realizado de 2 a 15 de julho. o italiano Marco Degidi e o francês Joseph Choukroun. a programação científica será apresentada por destaques da Implantodontia mundial. em São Paulo. o Estação Novo Horizonte – 1o Encontro Brasileiro de Crescimento Profissional do Cirurgião-dentista. Marcos Rikio Kuabara. Estarão presentes sete pesquisadores internacionais e 30 especialistas brasileiros de reconhecida competência. 140 ImplantNews 2012. Fernando Hayashi e Fernando Pastor. no Centro de Convenções Rebouças. editor científico da ImplantNews. 9(1):4-5 ImplantNews 2012.Eventos Per-Ingvar Brånemark Presidente de Honra “ Presidir o IN 2013 não será uma missão impossível. 2013 será o ano do IN – Latin American Osseointegration César Arita Presidente do IN 2013 Congress. a língua da melhor prática da Implantodontia. A Implantodontia brasileira tem muito o que mostrar. Vasconcelos Hugo Nary Filho Paulo Rossetti Jamil A. o setor produtivo aposta no crescimento contínuo desse mercado e a equipe organizadora tem grande relevância e experiência internacional. É a América Latina falando uma só língua. Isso tudo somado e focado em uma só direção resultará em conteúdo de vanguarda para o crescimento científico de todos nós.9(1):139-41 141 . ” Comissão Organizadora Central Laércio W. Shibli Paulo Perri de Carvalho Antonio Wilson Sallum Carlos Eduardo Francischone Sérgio Jayme Barbro Brånemark Apoio Ins tucional Promoção Realização Revista ImplantNews 2012. s últimos dois anos foram bastante movimentados na SIN – Sistema de Implante. A executiva. substituindo as empresas distribuidoras que atuavam como intermediários. em março de 2010. a empresa não pode parar. o grupo precisou efetuar mudanças críticas na empresa para atuar em grande escala. comercialização e administração. pelo contato direto do implantodontista com um representante da própria SIN.9(1):142-6 . presidente da SIN e principal responsável na condução de uma transformação tão delicada. É preciso trocar o pneu com o caminhão em movimento”. A revolução foi desencadeada com a chegada do grupo de investimentos estrangeiro Southern Cross. Em entrevista à ImplantNews. O SIN Mais próxima para chegar mais longe Por Adilson Fuzo 142 ImplantNews 2012. Enquanto a empresa acelera o ritmo para continuar na briga pela liderança do mercado brasileiro de implantes. “Mesmo precisando fazer uma mudança tão profunda. comenta Martha Penna. conta como esta e outras medidas estão revolucionando uma das maiores fabricantes de implantes do País. uma série de mudanças importantes está sendo implementada nas áreas de produção. mas Martha já comemora os resultados obtidos nas praças onde o novo modelo já está em vigor. Martha fala mais sobre como a SIN pretende estar cada vez mais próxima de seus clientes. Nesta entrevista que concedeu à ImplantNews. que tem planos ambiciosos para a fabricante brasileira de implantes. foi justamente o primeiro passo para que a SIN rompesse com sua antiga estrutura familiar e iniciasse a sua profissionalização. Martha Penna. que tem formação em Medicina e grande experiência no setor farmacêutico. A abertura das filiais é um processo difícil e está só no início. Entre as principais modificações está a mudança no modelo de atuação comercial. a presidente da empresa.A SIN está apostando em uma mudança profunda de seu modelo de distribuição para estabelecer um canal direto de comunicação com o implantodontista. Para levar seu projeto adiante. A contratação de Martha. revela também outras mudanças em curso na empresa e explica como toda essa transformação poderá levar a SIN ainda mais longe. no entanto. A abertura de uma filial não é simples.Mercado IN ImplantNews – O que norteou a SIN nesse processo de transição entre a estrutura familiar e a profissionalizada? Martha Penna – O primeiro ponto importante é o reconhecimento ao passado da SIN. É uma maratona que leva um bom tempo. em função de questões de licença. É preciso aprovar um CNPJ novo na região. Na prática. Estamos abrindo em Santos e Belo Horizonte. Ariel (Neide e Ariel Lenharo. formado não só por professores. Em determinados momentos. Neste cenário. Fazemos questão de deixar as portas abertas para que nossos clientes possam entrar em contato tanto com a presidência quanto com os diretores da SIN. mas também pelos próprios usuários. incorporamos cerca de mil novos clientes à empresa e este é o nosso ritmo mensal de crescimento. cidades. Martha – Muito mais do que isso. A verdade é que. Se antes tínhamos 25 clientes para administrar. que têm contato com nosso produto no dia a dia. é preciso fazer uma reverência à sagacidade da Neide e do Dr. Devemos chegar a 16 filiais até metade de 2012. A primeira grande modificação que fizemos foi assumir essa distribuição. IN – E a SIN já substituiu todos os seus distribuidores por filiais próprias? Martha – Já abrimos no Rio de Janeiro e em Araçatuba. Observamos cuidadosamente nosso portfólio para encontrar as melhorias que poderíamos fazer. São números que crescem todos os dias. hoje atendemos regularmente de oito mil a dez mil clientes. mas estamos retomando esse espaço. fundadores da SIN). IN – E a área de produtos da SIN foi muito afetada pela mudança? Martha – Esse foi um dos nossos focos de trabalho mais importantes nesse período. houve uma revolução dentro da empresa. fazer as reformas que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pede. Há uma sequência burocrática que precisa ser seguida. Só em dezembro. que são os nossos embaixadores. Em seguida deve vir Bauru. IN – Isso certamente implicou em um enorme esforço logístico. isso nos aproximou bastante do implantodontista. voltamos ao mercado. São José. É preciso trocar o pneu com o caminhão em movimento. Então. Estamos recolocando as filiais em vários locais do Brasil à medida que vamos recuperando as licenças. Ouvimos nosso cliente. perdemos a oportunidade de ter filiais em alguns locais. aprovar uma planta. como também com nosso exército de representantes que está na rua. criamos um board de especialistas para avaliar nossos produtos. E mesmo precisando fazer uma mudança tão profunda. IN – Qual foi a principal mudança desde que você chegou à SIN? Martha – O modelo anterior de distribuição e promoção da SIN era intermediado por empresas distribuidoras em todo o território nacional. em um contato muito próximo com as pessoas. A Neide tinha esse tipo de proximidade com sua equipe e sequer tinha sala. Passamos a ter uma preocupação muito maior com logística e também com backoffice. a empresa não pode parar. a SIN vem lá do fundo para se tornar a segunda maior fabricante de implantes do País. Nós tentamos manter esse tipo de cultura por aqui. o que há de mais positivo é o nível de proximidade do andar administrativo com todos os outros da empresa. conseguir a aprovação do bombeiro etc.9(1):142-6 143 . Outra questão muito interessante: fazemos questão de manter a proximidade da SIN com seus clientes. dominado por duas ou três empresas. No caso da empresa familiar. em um período de apenas oito anos. Trata-se de uma empresa que começou em um mercado que já era oligopolizado. É um processo gradativo. Juiz de Fora e várias outras ImplantNews 2012. por trás dessa mudança. Campinas. Acho que o mais sábio nesse tipo de transição é manter o que existe de mais interessante na cultura da empresa. Ela andava pela empresa o tempo todo. Esse trabalho nos levou a lançar um novo implante cone-morse. Como resultado, o produto está tendo uma aceitação espetacular. As vendas estão crescendo incrivelmente. Foi um dos nossos lançamentos mais importantes em 2011, juntamente com a ampliação da linha de abutments correspondentes a esses implantes. IN – E o que está previsto em termos de lançamento? Martha – O Ciosp vai marcar a nossa entrada oficial no segmento de biomateriais. Estamos trazendo para o mercado um produto alemão, de altíssima qualidade, que se destaca especialmente por trazer consigo uma quantidade enorme de estudos clínicos. Nós resolvemos trazer esse produto porque consideramos que ele honra o nível de qualidade dos produtos da SIN. Outra novidade é a mudança na roupa da SIN. Depois de dois anos de transformação, estaremos apresentando a nossa nova identidade visual durante o Ciosp. Ficou muito bonita, acho que tem tudo para ser bem recebida. Além disso, será lançada também no Ciosp uma nova embalagem que cria- Como você sabe, a Implantodontia é uma especialidade cirúrgica. Então, embora o professor seja fundamental para os insights etc., existem questões que são eminentemente práticas. E as mãos de um implantodontista que coloca mais de 100 implantes por mês pode nos guiar pelo caminho correto na formulação de um produto. São informações valiosíssimas que estamos tendo o cuidado de ouvir. IN – Sabemos que outro investimento importante da SIN está na área de educação. Como isso está acontecendo? Martha – Fazemos um cálculo de que existe a demanda de cerca de 120 milhões de implantes na população brasileira. É claro que só uma parte das pessoas pode pagar por um tratamento como esse, o que nos deixa com cerca de 40 milhões de implantes. Pois bem, em 2011, todas as empresas de implante venderam juntas pouco mais de dois milhões de implantes. Onde estão as pessoas que deveriam receber os 38 milhões de implantes que ficaram faltando? A grande verdade é que essas pessoas ainda não sabem que poderiam se beneficiar mos com designers brasileiros. Esses profissionais estudaram a fundo as características do campo cirúrgico e desenvolveram uma embalagem criada especialmente para esse ambiente. Veja bem, nós sabemos que uma nova embalagem não é a revolução da Implantodontia, mas temos certeza de que vai trazer um valor agregado ao produto, especialmente na visão do clínico. Para 2012, talvez tenhamos também o lançamento de outro modelo muito interessante de implante que detemos a patente. Estamos aguardando a Anvisa. IN – Foi mencionado algumas vezes o board de pesquisadores da SIN. Como esse grupo está estruturado? Martha – Na verdade, não temos um board fixo, então não é possível citar nomes. Nós convidamos os profissionais de acordo com o projeto em questão e a necessidade. Alguns deles são chamados de maneira um pouco mais repetida, outros para avaliações mais específicas, de acordo com as suas diferentes áreas de atuação. Esses grupos são compostos tanto por professores como por clínicos. 144 ImplantNews 2012;9(1):142-6 Mercado IN do tratamento. E não é só a população que é mal informada. O próprio cirurgião-dentista que não é especialista deixa de indicar o tratamento com implantes a seus pacientes. Pior: o Brasil nem mesmo tem profissionais preparados para colocar esses 38 milhões de implantes. Diante de tudo isso, um dos grandes movimentos que a SIN tem feito é o investimento na educação, sendo que o foco nesse primeiro momento está direcionado a preparação do profissional. Em seguida, devemos investir na conscientização do consumidor. Hoje, existem diversos cursos no Brasil, nós incentivamos e somos parceiros de uma série deles. Esse foi outro ponto importante que trabalhamos. IN – Como está o projeto de internacionalização da SIN, tendo em vista que a própria economia mundial não caminhou muito bem nos últimos dois anos? Martha – É verdade que o mundo está muito mais voltado para os países do Brics do que o contrário. Mas, ainda é uma oportunidade enorme para as empresas brasileiras que estão em setores competitivos, como eu acho que é o nosso caso. O engraçado é que eu vim do setor farmacêutico, onde o governo vive reclamando que a balança comercial é desfavorável. No mercado de implantes, por outro lado, o Brasil tem uma oportunidade imensa de exportar, então o governo precisava olhar com mais carinho para este setor e reconhecer o nosso nível de competitividade. A indústria nacional de implantes já domina o mercado brasileiro e, como o País é enorme nessa área, as empresas têm alavancagem para atuar no exterior. É claro que a SIN é uma das empresas que estão buscando fazer isso. Começamos a fazer isso pela América Latina com a preocupação de estabelecer um modelo mais firme. Atuar em parceria com um distribuidor não nos parece o melhor modelo, embora estejamos presentes em alguns países dessa forma. Preferimos atuar com o modelo de joint venture, estruturado em alguns países escolhidos no continente. Sabemos que entrar diretamente em um mercado estrangeiro também não é fácil. É preciso conhecer muito bem o mercado, as universidades, os professores, os formadores de opinião etc. No entanto, na Península Ibérica, onde já tínhamos uma atuação mais significativa, conseguimos assumir diretamente a operação recentemente. Assim, contamos hoje com uma unidade para atender Portugal e Espanha. e não vimos crise. Ampliamos nossa produção passando a operar em três turnos e já estamos adquirindo novas máquinas para o ano que vem. Foi um ano bom para o Brasil de forma geral, principalmente no primeiro semestre. Ao longo do ano, percebi que clínicas, universidades e cursos foram bastante concorridos, então tenho motivos para acreditar que foi um ano positivo. IN – E quais as perspectivas para 2012? Martha – Eu vejo 2012 como um ano muito promissor. As movimentações que estamos vendo na economia brasileira mostram que o crédito deve continuar relativamente aquecido, o que é muito importante para o estímulo do público que vai alimentar esse mercado. Felizmente, independente dos problemas enfrentados na Europa, o mercado de implantes deve continuar a crescer à medida que se fortalece a classe média brasileira. Acredito que empresas como a SIN, que oferecem boa relação custobenefício para seus produtos, devem levar vantagem neste cenário. IN – Como foi o ano de 2011 para a SIN? Martha – Foi um ano de muita transformação e de muito crescimento. Nós atravessamos o ano fazendo as modificações necessárias na empresa e ao mesmo tempo crescendo muito, justamente, nas regiões onde estávamos implantando nosso novo modelo de distribuição direta. É importante ressaltar que a implantação desse modelo não consiste exclusivamente na distribuição em si, mas também para a ampliação efetiva da estratégia da empresa nessas regiões. O que quero dizer é que, quando você dá uma determinada orientação a um distribuidor de trabalhar mais com um ou outro produto, não lhe é garantido que este distribuidor levará sua orientação adiante se ele entender que pode obter mais lucro seguindo outra estratégia. Então, nos locais onde nós entramos, crescemos muito. De modo geral, o ano foi muito bom ImplantNews 2012;9(1):142-6 145 Mercado IN SEMANA ODONTOLÓGICA DO UNIFEB HOMENAGEIA PROFESSOR De 24 a 28 de outubro último foi realizada a XXVII Semana Odontológica do Unifeb (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos), promovida pelo curso de Odontologia. A semana recebeu o nome de “Prof. Lúcio Antonio Pereira”, em homenagem ao referido mestre por sua valorosa contribuição na coordenação do curso e como docente da instituição. O professor Lúcio Antonio Pereira é natural de Conquista/MG e hoje é membro estadual do Conselho Deliberativo da Associação Paulista dos Cirurgiões-Dentistas (APCD), delegado seccional do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) e membro fiscal do Sindicato dos Odontologistas da Região Nordeste do Estado de São Paulo. A Semana reuniu profissionais, alunos e professores da área para debaterem as mais recentes técnicas do mercado. O objetivo foi promover o conhecimento prático do mercado de trabalho e as mais modernas descobertas da academia. Lúcio Antonio Pereira (à esq.) e Fabiano de Sant’Ana dos Santos (coordenador do curso de Odontologia – Unifeb). AGENDA ON-LINE DA DENTALIS PARA CIRURGIÕES-DENTISTAS A Dentalis Software de Odontologia, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de soluções em informática para o mercado odontológico, apresentou aos cirurgiões-dentistas, no final do ano, uma agenda de consultas totalmente on-line. Para habilitá-la, basta fazer o cadastro no site do Clube Dentalis. A agenda foi criada para facilitar a organização dos compromissos dos cirurgiões-dentistas, de forma que eles possam acessá-las onde estiverem. Fácil de usar em qualquer consultório, a agenda pode ser acessada de celulares ou tablets, como o Ipad, de acordo com Sergio Aronis, diretor comercial da Dentalis Software. A agenda permite configurações livres de horários, associação de cores para cada tipo de atendimento, marcação e controle de faltas, bloqueio de horários, envio de torpedos para confirmação de consultas, dentre outros recursos. Mais informações e habilitação, acesse: http://www.clubedentalis.com.br. 146 ImplantNews 2012;9(1):142-6 Periodontia. demonstrando. Dentística.vmcultural. mostrando o que há de mais atual no mercado e as recentes pesquisas na área. ou por meio do endereço eletrônico http://www. Biomanipulação tecidual – procedimentos estéticos reconstrutivos em Periodontia e Implantodontia De Zulene Alves Ferreira.9(1):149 149 .com/dentalbooks. Visagismo – a arte de personalizar o desenho do sorriso O livro. Cirurgia. Para otimizar o processo. Radiologia. acende o debate sobre os impactos psicocomportamentais causados por intervenções clínicas e busca colaborar na construção de uma Odontologia mais humanizada.vmcultural.com/dentalbooks. É a mais completa obra sobre biomateriais.com/dentalbooks.vmcultural. mecanismos para aplicação clínica. que traz uma sinopse detalhada de cada volume. Conheça os quatro títulos disponíveis para aquisição no site da editora. Leia um capítulo do livro e saiba mais sobre ele em: www. Prótese. com soluções personalizadas aos seus pacientes. Trata-se de um guia de consulta para aprimorar conhecimentos em situações cirúrgicas.vmcultural.vmcultural. métodos investigativos e aplicações O livro. ImplantNews 2012. os livros da VM Cultural têm conteúdo aprovado pelos leitores.com/dentalbooks/. de José Mauro Granjeiro e Glória Dulce de Almeida Soares. Implantodontia e Fisioterapia que tiveram o desafio de transformar o sorriso de uma paciente em 90 dias. por meio do trabalho dos próprios pesquisadores.Literatura LIVROS DA VM CULTURAL CONTRIBUEM PARA O APRIMORAMENTO PROFISSIONAL Lançados no segundo semestre de 2011. e que atinjam as expectativas do paciente.com/dentalbooks. Os livros da VM Cultural podem ser adquiridos pelo telefone (11) 2168-3400. O objetivo foi apresentar um conteúdo com possibilidades de tratamentos clínicos para a correção das diferentes condições periodontais e peri-implantares. utilizou-se o sistema Day Clinic. Leia um capítulo do livro e saiba mais sobre ele em: www. de maneira segura. o livro reúne 16 profissionais das áreas de Estomatologia. Endodontia. Contemporânea DentalNews – Série como eu trato Desenvolvido pelo Instituto Bibancos de Odontologia. Ortodontia. tem por objetivo auxiliar os profissionais no conhecimento do biomaterial. Biomateriais em Odontologia: princípios. Leia um capítulo do livro e saiba mais sobre ele em: www. de Bráulio Paolucci e equipe. no qual uma equipe transdisciplinar atua simultaneamente afim de reduzir o tempo de tratamento e diminuir as idas do paciente ao consultório. o livro mostra os casos clínicos de maior incidência direcionados aos cirurgiões-dentistas que atuam na interface Implantodontia/ Periodontia. por meio de um desenho de sorriso que represente visualmente suas principais características. Pretende levar uma nova abordagem ao profissional da área. Leia um capítulo do livro e saiba mais sobre ele em: www. com Natália Baltus. Walter Martins Júnior e colaboradores. • Consultoria de Visagismo. por meio do convênio com a Motta Contabilidade Empresarial. Os benefícios oferecidos pelo Clube facilitam diagnóstico. ainda. para participação em curso modular com certificado da instituição.implantnews. dúvidas sobre Responsabilidade Civil. via internet. que proporcionam suporte científico. tes São 13 benefícios exclusivos aos assinantes das reonsultorias vistas. CONSULTORIAS EXCLUSIVAS • Advogados à disposição para orientar. • Fórum “Como eu trato” – acesso a um fórum interativo para postar imagens de casos clínicos e dar dicas. consultorias e convênios exclusivos. o Clube de Benefícios oferece vantagens exclusivas. anuário com trabalhos inéditos de pesquisas básicas.Clube de Benefícios CLUBE DE BENEFÍCIOS PROPORCIONA CRESCIMENTO O PROFISSIONAL AOS ASSINANTES IMPLANTNEWS-PERIONEWS NEWS Voltado para cirurgiões-dentistas assinantes das duas revistas. Los Angeles. com Bráulio Paolucci. • Consultoria tributária. • Guia PBA – Pesquisa Básica Aplicada 2012. • Login e senha exclusivos para acesso às edições já publicadas. Confira: CRESCIMENTO CIENTÍFICO • Plantão de Dúvidas “Pergunte ao Mestre” ImplantNews-PerioNews. planejamento. Interpretação. O Clube de Benefícios ImplantNews-PerioNews é um programa de aprimoramento profissional que tem por objetivo ampliar a base de informações dos profissionais da Implantodontia e da Periodontia para uma prática mais segura dessas especialidades. com descontos de 20%. diagnóstico e planejamento on-line: R$ 300.br/clubedebeneficios/. • Descontos especiais em livros publicados pela VM Cultural Editora e.9(1):151 151 . ImplantNews 2012. Saiba mais sobre cada uma das vantagens exclusivas do Clube de Benefícios e como fazer parte dessa iniciativa acessando o endereço eletrônico http://www. • Atualização científica internacional – 50% de desconto na assinatura on-line do site gIDE – Global Institute for Dental Education. com total privacidade.com. • Convênio com a UCLA – University of California. na adesão a eventos promovidos pela VM Comunicação. CONVÊNIOS EXCLUSIVOS • Laboratórios de Prótese ERO e Nicolau. s • Livro do ano. procedimentos e consultoria aos ltoria cirurgiões-dentistas. que traz um resumo de conteúdos impornais tantes publicados nos principais meios internacionais no último ano. • Convênio com a empresa de consultoria em gestão Altera. com consultas on-line. visando à padronização universal de expressões científicas nos trabalhos publicados. de periodicidade bimestral. especialista na área do artigo. agências de fomento (citando número do processo). resumo/abstract.4. Declaro(amos) serem verdadeiras as informações do formulário de Conflito de Interesse. 2. em forma de texto.1. Introdução: resumir o princípio e o propósito do estudo. Aderência às Normas de Publicação: trabalhos não preparados de acordo com as normas serão devolvidos aos autores antes do processo de revisão.1. Compare suas observações com outros estudos relevantes. autor(es) do trabalho intitulado [título do trabalho]. discussão. indique por fora do envelope “Seção Nota Prévia”. 2.2. [nome(s) do(s) autor(es)]. que os direitos autorais referentes ao citado trabalho tornem-se propriedade exclusiva da revista ImplantNews a partir da data de sua submissão.9. 2. por parte do autor. Conflito de Interesse Sim Não Eu recebi apoio financeiro para pesquisa dado por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu. gravados em CD.000 caracteres (com espaços). Discussão: enfatize os aspectos novos e importantes e as conclusões que se seguem. com informações para contato (endereço. sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e obtida junto à revista ImplantNews. entre em contato com a redação: (11) 2168-3400 – <secretaria@implantnews. telefone e e-mail do autor responsável).5. por meio deste suficiente instrumento. As informações contidas nos trabalhos enviados são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores. Cecilia Felippe Nery (Editora) Rua Gandavo. O editor se reserva o direito de editar os trabalhos para melhorar a clareza e NORMAS DE PUBLICAÇÃO 1. No caso de não aceitação para publicação. sendo vedada qualquer reprodução. 2. Termo de Cessão de Direitos Autorais/Formulário de Conflito de InteNOTAS PRÉVIAS resse devidamente preenchidos e Termo de Consentimento do Paciente. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais de ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto referências à aprovação pelo Comitê de Ética. Indique os métodos estatísticos. A revista ImplantNews reserva todos os direitos autorais do trabalho publicado. Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais: [Local e data] Eu (nós).6.wma. bem como artigos de atualização. A revista ImplantNews submeterá os originais à apreciação do Conselho Científico. o qual submeto(emos) à apreciação da revista ImplantNews para nela ser publicado. 2. OBJETIVO A revista ImplantNews.9(1):152-3 compreensão dos leitores. material e métodos. declaro(amos) concordar. todos os trabalhos deverão ser enviados com o formulário de Conflito de Interesse preenchido. quando necessário. que decidirá sobre a sua aceitação. Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente via correio. APRESENTAÇÃO A Nota Prévia deverá conter: título em português e inglês. destina-se à publicação de trabalhos inéditos de pesquisa aplicada.7. ou realizou atividades para uma entidade com interesse financeiro nesta área? (forneça uma descrição resumida) [Assinatura] 2. 2. em sua face não gravável. 70 – Vila Clementino 04023-000 – São Paulo – SP ATENÇÃO: para o envio de Notas Prévias. Referências bibliográficas: siga rigorosamente as normas de citação numérica Vancouver. O autor deverá enviar o Termo de Cessão de Direitos Autorais de acordo com o item 2. Não repita em detalhes dados ou outro material fornecido na Introdução ou nos Resultados. ou os membros da minha família.3. introdução e/ou proposição. relatos de casos clínicos e revisão da literatura na área de Implantodontia e de especialidades multidisciplinares que a envolvam. acompanhados de uma cópia em papel. Para a publicação deverão ser observados os itens das “Normas de Publicação”. uma tabela pequena e 5 referências bibliográficas. 3 imagens com legendas concisas. [Assinatura(s)] Importante: autores e coautores deverão preencher individualmente o formulário com informações próprias. como Nota de Esclarecimento. Material e métodos: apresente detalhes suficientes para permitir a confirmação das observações. NORMAS 2. A revista ImplantNews é um periódico científico que adota o sistema de revisão por pares para seleção dos trabalhos a serem publicados e segue em suas normas de publicação o estilo de Vancouver (Sistema Numérico de Citação). versão 2008 – http://www. Conclusão: faça de forma a reforçar ou refutar a hipótese.br>. impresso completo do trabalho a ser submetido. 2. mediante o recebimento. O trabalho deverá ser entregue juntamente com o Termo de Cessão de Direitos Autorais. net/en/20activities/10ethics/10helsinki/index. ou os membros da minha família. 2. unitermos/key words. O material enviado. Métodos publicados deverão ser referenciados e discutidos brevemente. não será devolvido. para: ImplantNews Att. . trabalhou como testemunha especializada. assinado pelo(s) autor(es) ou pelo autor responsável. IMPORTANTE: Envie seu trabalho apenas pelo correio. de ofício específico para esse fim. Estas deverão ser acrescentadas ao final do artigo.com. não sendo permitida a sua apresentação simultânea em outro periódico. total ou parcial. à menos que hajam modificações. Os nomes dos relatores/avaliadores permanecerão em sigilo e 152 ImplantNews 2012. A experimentação envolvendo pesquisa com humanos deve ser conduzida de acordo com princípios éticos (Declaração de Helsinki. 5. 2.1. em formato DOC ou RTF (Word for Windows). aponte as implicações e limitações. Desde janeiro de 2011. fornecendo apenas as referências pertinentes. quando aplicável. Resultados: apresente em ordem sequencial no texto. Contendo CD identificado (com todo o material do artigo). em qualquer outra parte ou meio de divulgação de qualquer natureza. Revisão/edição: os trabalhos serão revisados pelo editor científico e um parecerista do Conselho Científico. Em caso de dúvida. O CD deve estar com a identificação do autor responsável. nome(s) e titulação do(s) autor(es). com etiqueta ou caneta retroprojetor (própria para escrever na superfície do CD).8. Agradecimentos: pessoas com contribuições substanciais ao trabalho. Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos. estes não terão ciência dos autores do trabalho analisado.html). conclusão e referências bibliográficas. possuímos ações ou investimentos em organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu recebi honorários de apresentações vindos de organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Você está empregado pela entidade comercial que patrocinou o estudo? Você possui patentes ou royalties.7. uma vez publicado o trabalho. Limites: texto com. essa cessão de direitos autorais será automaticamente revogada após a devolução definitiva do citado trabalho. A revista ImplantNews receberá para publicação trabalhos redigidos em português. recebemos honorários de consultoria ou fomos pagos como avaliadores por organizações que possam ter ganho ou perda com a publicação deste trabalho Eu.1. tabela e ilustrações. material que passa a fazer parte do Termo de Cessão de Direitos Autorais. Mostre claramente a hipótese testada.COMO ENVIAR SEUS TRABALHOS Os trabalhos enviados que não seguirem rigorosamente as Normas de Publicação serão devolvidos automaticamente. Inclua uma declaração se existe ou não interesse ou vínculo comercial dos autores com o trabalho. Especifique patrocinadores. Não repita no texto todos os dados das tabelas e ilustrações. 2. no máximo.2. as referências são de inteira responsabilidade dos autores.7. enfatize apenas observações importantes. 4.1.1. caso seja estritamente necessária sua citação.41:735-37 apud Dent Abstr 1978.br/decs/) 3. Título em português: máximo de 90 caracteres d. No texto. no máximo.6.23(8):408-9. Números sequenciais devem ser separados por hífen (ex. 3. Limites: texto com. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos em sua legenda. 6. 5. As páginas devem ser numeradas 3. Hansson BO. editores de texto (Word for Windows) ou planilhas eletrônicas (Excel).” 4. curva ou outra forma gráfica devem vir acompanhadas dos respectivos valores numéricos para permitir sua reprodução com precisão.7. titulação do(s) autor(es). 18. Craniofacial prostheses: anaplastology and osseointegration. Incluir ano.2.7.3. conclusão.17:1-2. ordenadas sequencialmente com as figuras.org) no “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”.. Não citar os nomes dos autores e o ano de publicação. et al.7. Capítulo de livro: Baron. com largura mínima de 10 cm. 4.2.000 caracteres (com espaços).usp. Titulação do(s) autor(es): citar até 2 títulos principais e. Todos os trabalhos com imagens de pacientes. 1989. 2002. unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas. p. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos em nota colocada abaixo do corpo da tabela/quadro ou em sua legenda. b.6.7.7.1.1.7. TABELAS OU QUADROS 5.icmje. números aleatórios devem ser separados por vírgula (ex. editors. Artigo citado por outros autores apud: Sognnaes RF. LA. 4.Normas de Publicação 2. discussão. 3.2. citados no corpo do texto na ordem de sua numeração. conforme orientações fornecidas pelo International Committee of Medical Journal Editors (www.1.. ImplantNews 2012. Trabalhos científicos (pesquisas.1. 6. As referências devem ser numeradas em ordem de entrada no texto pelos sobrenomes dos autores. 4. nome(s) do(s) autor(es). nos formatos TIF ou JPG e largura mínima de 10 cm. Sinais ou siglas devem estar traduzidos em sua legenda. Organização ou sociedade como autor: Clinical Research Associates. A vírgula só deve ser usada entre os nomes dos diferentes autores.3.2. 4 gráficos e 16 figuras). J Dent Educ 1977. preferencialmente. assinado por este. Tobaco use as a risk factor.25 cm f.gov/tsd/serials/lji. lábios. Devem. o qual deve acompanhar o trabalho enviado. Os títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo com o “List of Journals Indexed in Index Medicus” (www. introdução e/ou revisão da literatura. unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas.11. nih. itálico ou grifo/sublinhado. IMAGENS (Figuras e Gráficos) 6.65:545-50. titulação do(s) autor(es). Exemplo: “1. dentes.79:1002.5 linhas g. Espaçamento entre linhas: 1. Meyer DH.1.43(4):419-22.4. 3. Estrutura 3. volume. As grandezas demonstradas na forma de barra.4 Citações de referências bibliográficas a.10.4. Absenteísmo odontológico.3. obrigatoriamente. Florida: CRC.1. Estética em implantes de um ponto de vista cirúrgico. Glass ionomer-resin: state of art. Lorato DC. 5. Hallen O. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo ou folha impressa à parte. ser citadas no corpo do texto na ordem de sua numeração.São Paulo.72. citados no corpo do texto. 4.2. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade única e exclusiva dos autores. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo ou folha impressa à parte. Margens esquerda e direita: 3 cm c. 4. no máximo. Devem ser autoexplicativos e. 269-73. Relato de caso(s) clínico(s) – Deverão conter título em português. Quantidade máxima de 30 referências bibliográficas por trabalho. unitermos.28:402-4. Preber H. In: 3º Congresso Internacional de Osseointegração: 2002. Devem constar sob a denominação “Figura”.7.16:1-13. resumo.. Burstone CJ. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais.1. Nas publicações com até seis autores. 4 tabelas ou quadros e 20 imagens (sendo.html>. Preber H2 (1994).. título em inglês.5. Na apresentação de imagens e texto. “Outros autores1-3 concordam. Devem constar sob a denominação “Figura” e ser numeradas com algarismos arábicos. Anais. resumo em inglês (abstract).6. as informações não devem ser incluídas na lista de referências. A apresentação das referências bibliográficas deve seguir a normatização do estilo Vancouver. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4.10.17(1/2):183-9. resultados.8(2):67. Clin Res Assoc Newsletter 1993. 1998:88-95. resumo. seguir o Sistema Numérico de Citação.1. Formatação de texto: a.2. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. Cure opin microbial.1.1.1.3. Scan J Plastic Rec Surg 1977. Tipo de fonte: times new roman b. Editor(es) ou compilador(es) como autor(es): Brånemark P-I. Dissertação e tese: Molina SMG. Exemplos 4. The biology of tooth movement. em seguida. 10 páginas de texto. Margens superior e inferior: 2. 4. Sá JR. deve-se evitar o uso de iniciais. na ordem de sua numeração. número (fascículo) e páginas do artigo logo após o título do periódico. 6. artigos e teses) – Deverão conter título em português. Não devem. Rev Odont Unesp 1988.5.4. Limites: texto com. 3.2. ISSN 0103-6440. Braz Dent J 1997. Devem ser enviadas gravadas em CD. título em inglês.7. 2. conclusão.” Correto: “Vários autores1. 6. 6. APCD . 6. conclusão. revisão da literatura. 4. 4.bireme.3.2. Bergstrom J.1. 12.5. São Paulo: EVM. Mechanics and regulation on ostoclastic boné resorption.2. 4. Figuras 6. Prosthet Dent 1992. Artigo de periódico: Diacov NL.. unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas. SP [tese]. nome(s) do(s) autor(es). nota de esclarecimento. relato do(s) caso(s) clínico(s). A behavioral courses in dental school.1.7. [Online] Available from Internet <http://www. 6.5 cm b. obrigatoriamente. 2 gráficos e 32 figuras).7. Gráficos 6. citam-se os seis primeiros e. A legenda deve acompanhar a tabela ou o quadro e ser posicionada abaixo destes ou indicada de forma clara e objetiva no texto ou em documento anexo. resumo em inglês (abstract). 4.9. Tamanho do papel: carta d. Revisão da literatura – Deverão conter título em português. 25. trabalhos em andamento e os não publicados. 4.7. 4. no máximo. utilizando o recurso de resolução máxima do equipamento/ câmera fotográfica.1. discussão. Illinois: Quintessence. no máximo.8. faces etc. Artigo em periódico on-line/internet: Tanriverdi et al. J Prosth Dent 1980. numerados com algarismos arábicos e fornecidos. Devem possuir boa qualidade técnica e artística.: 7. título em inglês.000 caracteres (com espaços).2. 5. 6.1997. a expressão latina et al. Alinhamento do texto: justificado e. Breine U.5. no máximo. com resolução mínima de 300dpi. 4.2. na forma sobrescrita. unitermos. Adell R. Limites: texto com. Lindstrom J.8.2.forp. Recuo especial da primeira linha dos parágrafos: 1. 6. 3. 4 gráficos e 16 figuras).1. com identificação ou não. 4. Devem constar sob as denominações “Tabela” ou “Quadro” no arquivo eletrônico e ser numerados em algarismos arábicos.5. no qual somente os números índices das referências. citam-se todos.1. titulação do(s) autor(es). Livro: Brånemark P-I.5. Marginal adaptation of composite restoration with and without flowable liner [resumo]. mas citadas em notas de rodapé. Tamanho da fonte: 12 c. O paciente não poderá ser identificado ou estar reconhecível em fotografias.5. Avaliação do desenvolvimento físico de pré- escolares de Piracicaba. Exemplos: Errado: “Bergstrom J. J Periodontal 1994.4.br/bdj/t0182. nome e número de registro de pacientes. R.7.1997.3. [cited 30-6-1998].7. 4. em arquivo à parte. 6. proposição. J Dent Res 2000. APRESENTAÇÃO 3. Resumos em português e inglês: máximo de 250 palavras cada f. Trabalho apresentado em evento: Buser D. Controle de linhas órfãs/viúvas: desabilitado h. em hipótese alguma. nota de esclarecimento. 5. 21). nota de esclarecimento. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. deverão conter cópia do Formulário de Consentimento do Paciente. 6. 4. resumo em inglês (abstract). 6.html) e impressos sem negrito. Nas publicações com sete ou mais autores.1.” 4. Consultar Descritores em Ciências da Saúde – Bireme (www.3. 2 tabelas ou quadros e 34 imagens (sendo. Artigo sem indicação de autor: Fracture strenght of human teeth with cavity preparations.nlm. 6. 35. 4 tabelas ou quadros e 20 imagens (sendo.1. Resumo: Steet TC. introdução e/ou proposição. no máximo. p.000 caracteres (com espaços). material(ais) e método(s). setor. Fives-Taylor PM. resumo. a menos que expresse por escrito o seu consentimento.8 avaliaram que a saúde geral e local do paciente é necessária para o sucesso do tratamento”. Influence of a composite resin restoration on the gengival. Na in vitro test model for investigation of desinfection of dentinal tubules infected whith enterococcus faecalis. Oral pathogens: from dental plaque to cardiace disease. c.: 4-5). 18. Experience form a 10-year period. Formatação de página: a. In: Norton. são indicados no texto. introdução e/ou proposição. discussão. unitermos. ser enviadas incorporadas a arquivos de programas de apresentação (PowerPoint). Oliveira MF. nome(s) do(s) autor(es). Unitermos e key words: máximo de cinco. obrigatoriamente.7. Devem ser.2.9(1):152-3 153 .2. sem ponto ou vírgula. que devem ser seguidos pelos seus prenomes abreviados.4. com 26 a 29 | Excellence in Dentistry 2012 Istanbul.br JUNHO 6 a 9 | Europerio7 Messe Wien Exhibition &Conference Center – Viena.iti. JANEIRO 28 a 31 | 30º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo Expo Center Norte – São Paulo.com 30 e 31 | Mistura Fina São Paulo Espaço APAS – São Paulo. dentro de suas grades.es 23 a 25 | CDS 2012 – 14th Midwinter Meeting of the Chicago Dental Society Mc Cormick Place West – Chicago.ciosp.org 19 a 22 | 17th World Congress on Dental Traumatology Windsor Barra Hotel – Rio de Janeiro.com.com.com.encontrosabross.fdiworldental.estacaonh.ada.ifema.cds.br 29 a 1 de Setembro | 2012 FDI Annual World Dental Congress Hong Kong.vmcultural.com. Suécia www.org 18 a 31 | ADA 2012 – American Dental Association Annual Meeting São Francisco. Dinamarca www.thedentistryshow. Brasil www.uk 23 a 23 | Nobel Biocare Symposium 2012 Clarion Hotel Post – Gotemburgo.wfld–barcelona2012.com 14 a 16 | Abross 2012 – X Encontro Internacional da Academia Brasileira de Osseointegração Anhembi – São Paulo.com.com OUTUBRO 10 a 13 | EAO – 20th Anniversary Meeting of European Association for Osseointegration Bella Center – Copenhagem.eao.com.astratechdental.com. Brasil www.br 20 a 23 | IADR General Session & Exhibition International Association for Dental Research Foz do Iguaçu.implantnewsperionews. Brasil www. Turquia www.iadr.br 11 e 12 | Consenso 2012 Centro de Convenções Rebouças – São Paulo.org/mwm_2012 MARÇO 1 a 3 | AO – 27th Annual Meeting of Academy of Osseointegration Phoenix Convention Center – Phoenix.org/session NOVEMBRO 8 a 10 | Osteology International Meeting Espaço APAS – São Paulo. Brasil www.implantnewsperionews.org 2 e 3 | The Dental Show Birmingham. Espanha www.excellence–in–dentistry. Áustria www. um grande volume de temas do contexto da reabilitação oral com implantes. Estados Unidos www. Brasil www. Brasil www. Brasil www. Suécia www.co. Brasil www.nobelbiocare.br/misturafina ABRIL 26 a 28 | 13th Congress of the Worls Federation of Laser Dentistry Barcelona.Calendário de Eventos Nacionais e Internacionais 2012 Uma seleção de eventos que oferece. Espanha www.europerio7.com/gideucla AGOSTO 23 a 25 | IV 3i Brazil International Meeting Hotel Sheraton – Porto Alegre. Brasil www.implantnewsperionews.br FEVEREIRO 23 a 25 | Expo Dental Madri 2012 Parque Federal Juan Carlos – Madri. Estados Unidos www. China www. Estados Unidos www.implantnews.com 10 a 12 | Estação Novo Horizonte Centro de Convenções Rebouças – São Paulo.br .osseo.com JULHO 2 a 15 | Master Clinician Program giDE/Ucla Califórnia.org MAIO 9 a 12 | Astra Tech World Congress Swedesh Exhibition & Congress Centre Gotemburgo.com SETEMBRO 6 a 8 | ITI Brazil Congress The Royal Palm Plaza – Campinas. Grã Bretanha www. Brasil www.dentaltrauma2012. Estados Unidos www.
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