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Propagação Vegetativa de Espécies Florestais
Propagação Vegetativa de Espécies Florestais
May 12, 2018 | Author: nagelpedro | Category:
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Eucalyptus
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Trees
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ISSN 1679-2599Agosto, 2004 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Florestas Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Documentos 94 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais Márcio Pinheiro Ferrari Fernando Grossi Ivar Wendling Colombo, PR 2004 Márcio Pinheiro. Catalogação na Publicação Embrapa Florestas Ferrari. Fernando Grossi.Colombo : Embrapa Florestas. ed. no todo ou em parte. de Souza Editoração eletrônica: Cleide da S. N.ISSN 1679-2599 (CD-ROM) Inclui bibliografia 1. CIP – Brasil. . Grossi. . II.br E-mail (sac): sac@cnpf. M. 94) ISSN 1517-526X (impresso).) © Embrapa 2004 . Título. km 111 Caixa Postal 319 Fone: 41 666-1313 Fax: 41 666-1276 Home page: http://www. José Alfredo Sturion. 2004. Erich Gomes Schaitza.embrapa. Fernandes de Oliveira Membros: Antônio Carlos de S.Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Florestas Estrada da Ribeira. Série. Ivar. Ivar Wendling.br Comitê de Publicações da Unidade Presidente: Luciano Javier Montoya Vilcahuaman Secretária-Executiva: Cleide da S. N. Fernando. (Embrapa Florestas.Propagação vegetativa. Wendling. IV. Honorino Roque Rodigheri.49 (21. Jarbas Yukio Shimizu. Sérgio Ahrens.embrapa. Documentos. 22 p. I. . Penteado Supervisor editorial: Luciano Javier Montoya Vilcahuaman Normalização bibliográfica: Lidia Woronkoff e Elizabeth Câmara Trevisan Foto(s) da capa: Ivar Wendling Revisão gramatical: Ralph D. A reprodução não-autorizada desta publicação. CDD 575.610). III. Fernandes de Oliveira 1a edição 1a impressão (2004): 500 exemplares Todos os direitos reservados. Susete do Rocio C. constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.cnpf. Propagação vegetativa de espécies florestais / Márcio Pinheiro Ferrari. Edilson Batista de Oliveira. Medeiros. Patricia Póvoa de Mattos. Eucalyptus spp. br Ivar Wendling Engenheiro Florestal. Professor da Universidade Federal do Paraná.br Fernando Grossi Engenheiro Florestal.
[email protected]
Márcio Pinheiro Ferrari Engenheiro Florestal. marcio@cnpf. Doutor. Pesquisador da Embrapa Florestas.
[email protected]
. Doutor. Mestre. Pesquisador da Embrapa Florestas.embrapa.br . desmistificar alguns conceitos interpretados erroneamente que colocam o tema como a “panacéia” para resolver todos os problemas da produção de mudas e dos ganhos da produtividade florestal. pequenos viveiristas. de numa linguagem simples. seus usos e possibilidades. cooperativas. No entanto. e principalmente. suas vantagens e desvantagens e a aplicabilidade de cada método na sua atividade. Moacir José Sales Medrado Chefe Geral Embrapa Florestas .ONGS. Neste sentido. no sentido de conhecer melhor os diferentes processos de propagação disponíveis. Apresentação O assunto propagação vegetativa de espécies florestais atualmente é de amplo conhecimento e utilização principalmente pelas grandes empresas florestais. e instituições de pesquisa e desenvolvimento. a Embrapa Florestas percebe uma demanda muito forte por parte de pequenos produtores rurais. os autores elaboraram o presente documento que tem o objetivo. expor algumas vantagens e desvantagens de diferentes técnicas de propagação vegetativa. organizações não governamentais . ................................. Estaquia .... 19 3............... 11 1..............................5................... Micropropagação .................................................... Outras técnicas de propagação vegetativa de espécies florestais ....... 11 1...............................3........................1...............................................2.............. Considerações Finais ..................................................... 13 1..... Referências Bibliográficas .......................... 18 2................. 9 1...... Sumário Introdução .... 16 1........ 15 1....................................... 19 ..................................................... Miniestaquia ........... Técnicas de propagação vegetativa de espécies florestais ....4....................................... Microestaquia .................................... a maioria das florestas plantadas de eucaliptos é oriunda de mudas produzidas pela propagação vegetativa. Em 1970 essa produtividade era de 15 st/ha/ano. principalmente. 2000). A utilização da propagação vegetativa se justifica para genótipos de alta . Estes aumentos de produtividade ocorreram. de modo a gerar indivíduos geneticamente idênticos à planta-mãe. A propagação vegetativa ou clonagem consiste em multiplicar assexuadamente partes de plantas (células. órgãos ou propágulos). 30 st/ha/ ano. em 1990. por meio da evolução. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais Márcio Pinheiro Ferrari Fernando Grossi Ivar Wendling INTRODUÇÃO A produtividade média das florestas de Eucalyptus spp para produção de celulose e papel tem apresentado uma trajetória ascendente ao longo do tempo. em 1980. devido à combinação entre os resultados alcançados com as técnicas de melhoramento genético clássico e o avanço das tecnologias e dos conhecimentos relacionados à propagação vegetativa desse gênero. tecidos. hoje. 38 st/ha/ano e em 1998 atingiu 60 st/ha/ano (Leão. A importância dessas técnicas na produção de mudas de espécies florestais no Brasil pode ser confirmada quando se verifica que. O desafio a ser superado atualmente é a manutenção ou o aumento desse valor. os plantios de mudas produzidas via propagação vegetativa apresentam. Eldrige. O aumento da eficiência produtiva e de qualidade da floresta depende da utilização adequada das técnicas de melhoramento genético e do conhecimento dos fatores ambientais envolvidos nos processos fisiológicos para melhor controlar os mecanismos que regulam o crescimento e desenvolvimento das árvores.10 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais produtividade e qualidade que produzam sementes em quantidades insuficientes para manter um programa de melhoramento ou plantios comerciais. Isso possibilita maiores produtividades e uniformidade de crescimento. auto esterilização. 1997). existem espécies que. Por outro lado. 1994). Um programa que utilize a propagação vegetativa pode resolver estes problemas. além de capturar os componentes genéticos aditivo e não aditivo que resultam em aumento de produtividade. O uso da propagação vegetativa. bem como melhor forma e qualidades tecnológicas da madeira produzida. por vezes apresentam dificuldades para a aplicação de programas de métodos sexuais de melhoramento (Ferreira. 1982). como resistência a pragas e doenças. Devido à não interferência do processo de recombinação gênica. com baixo poder germinativo. Para o produtor. melhor aproveitamento de recursos hídricos e nutricionais do solo. . além de uma série de outras características desejáveis. sementes de difícil armazenamento. permitindo a produção de mudas durante o ano todo por meio de plantas mantidas em viveiro. as intervenções mais dispendiosas são aquelas feitas no ambiente (Gonçalves. aumentando a competitividade do material selecionado. na sua função de aumentar a eficiência da floresta. entre outros (Eldrige. ou híbridos estéreis. devido à ausência de estudos em relação aos sistemas de reprodução (biologia de polinização. justifica-se então. dentro de uma mesma geração de seleção (Assis. fator de aumento da variabilidade genética. 1986. via de regra. 1994). grande uniformidade quando as condições de solo e clima apresentam-se homogêneas e semelhantes às da origem do material genético selecionado. grau de autofecundação). como forma rápida e relativamente barata para o aumento da produtividade e qualidade da floresta produzida. citados por Eldridge et al. Trabalhos com estaquia do gênero Eucalyptus. micropropagação. No Brasil. na Austrália (Davidson. 1995) e a mais difundida entre as empresas florestais (Gomes. que tem importância fundamental para outros fins que não sejam a formação de mudas para plantios comerciais. . Além destas técnicas. tiveram início em Marrocos. tendo a técnica sido adotada em escala comercial quatro anos mais tarde. folhas e até mesmo fascículos. em Camberra. no caso de Pinus spp. 1994). como alporquia e borbulhia.1. e sob condições ambientais controladas. realizados com sucesso. nos anos 50. Intensos trabalhos experimentais sobre a estaquia de Eucalyptus deglupta começaram a ser desenvolvidos em 1967. em nível experimental. segundo Fielding e Pryor. Técnicas de propagação vegetativa de espécies florestais Embora a propagação vegetativa comercial de espécies florestais seja relativamente recente. Ainda é a técnica de maior viabilidade econômica para o estabelecimento de plantios clonais de Eucalyptus spp. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais 11 Neste sentido é importante desenvolver esforços para aprimorar métodos existentes de propagação vegetativa e estabelecer e adaptar protocolos que permitam o melhor aproveitamento do material genético selecionado pelos programas de melhoramento florestal. em Camberra.. Xavier & Comério. 1996) embora. na Nova Guiné. remontam ao ano de 1975 (Ikemori. 1. raízes. Atualmente. os trabalhos pioneiros com o enraizamento de estacas de Eucalyptus. sua utilização não seja viável técnica e economicamente para todas as espécies florestais. Já em nível comercial. (1994) mostraram os primeiros sucessos a partir de 1948. vários métodos têm sido desenvolvidos desde seu início. existem outras. 1. segundo Assis (1996a). citado por Eldridge et al. microestaquia e miniestaquia e enxertia. 1987. podendo ser ramos. Estaquia A estaquia é uma técnica que consiste em promover o enraizamento de partes da planta. Austrália. os principais métodos usados em nível comercial são: estaquia. em escala experimental. (Paiva & Gomes. principalmente para espécies do gênero Eucalyptus. segundo Assis (1996a). 1975). a partir de 1969. uma vez que pela homogeneidade de genótipos é possível fazer-se um manejo mais preciso do plantio. Normalmente. no caso de árvores selecionadas em plantios comerciais. com boa capacidade de enraizamento e desenvolvimento da nova planta no campo. As estacas permanecem na casa de vegetação por um período de 20 a 45 dias. ela é cortada. Os autores consideram que a técnica apresenta diversas vantagens em três setores distintos. sendo a indução da regeneração radicular função da espécie. em seguida. a estaquia de Eucalyptus spp. Quando estiverem enraizadas. 1994). estudos nutricionais e fenológicos. Formação de florestas clonais: a produção comercial de plantas por estaquia assegura maior ganho genético e permite uma produção ilimitada de plantas selecionadas que podem ser adaptadas para fins muito especializados dentro do programa de melhoramento. visando a produção de brotos que são enraizados em casa de vegetação. Quanto ao processo de estaquia. onde completarão seu desenvolvimento e receberão os tratamentos finais antes de serem levadas ao campo. Um dos maiores problemas relacionados à estaquia. que é a segunda etapa do processo. estas serão aclimatadas em casa de sombra e. depois de realizada a seleção da árvore-matriz. ou a partir do tecido caloso formado na base da estaca. além de contribuir para o entendimento da competição. O enraizamento de estacas envolve a regeneração de meristemas radiculares diretamente a partir dos tecidos associados com o tecido vascular. (1977).12 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais Segundo Chaperon et al. transferidas para um local de pleno sol. as mudas produzidas por enraizamento de estacas estão aptas a serem plantadas quando atingem de 90 a 120 dias de idade. a saber: Pesquisa: a estaquia permite definição direta de diversos parâmetros genéticos. As duas variáveis estão diretamente relacionadas dentre outros fatores. à origem genética da planta mãe e ao grau de . As brotações podem ser colhidas no campo. Paiva & Gomes (1995) relataram que. consiste na obtenção de brotos viáveis. dependendo da região. tendo seu início em 1969. da época do ano e da espécie envolvida. ou no jardim clonal. foi a opção encontrada para o desenvolvimento da eucaliptocultura no Congo-Brazzaville. do genótipo e do nível de maturação da planta doadora (Malavasi. associaram-se à micropropagação outras técnicas como enxertia e estaquia seriadas e a miniestaquia. 1995 e 2000). 1. as . em função principalmente da taxa de multiplicação desse material e do valor final de comercialização da muda produzida. sob condições assépticas e controladas. 1992). qualquer parte vegetativa da planta pode ser utilizada como fonte de explantes para a micropropagação e. Por causa dessas dificuldades da propagação vegetativa encontradas em algumas espécies. Isto determinará se sua aplicação será viável ou não economicamente. o aparato e os procedimentos adotados na micropropagação são válidos para qualquer espécie. algumas partes são mais favoráveis do que outras. no cultivo in vitro. os quais na presença de reguladores de crescimento e meio nutritivo adequado são induzidos a produzir novas gemas que serão então multiplicadas nestas mesmas condições. Teoricamente. aumentando os índices de enraizamento e melhorando o desenvolvimento das mudas em campo. principalmente no que envolve material adulto e variação entre genótipos (Assis. Micropropagação A micropropagação vegetal consiste. basicamente. Constitui-se. Além disso.. de indivíduos maduros. houve a necessidade de serem desenvolvidas as técnicas de micropropagação (Bonga & Aderkas. o desafio inicial do processo é conseguir a obtenção de um grau de juvenilidade das estacas que permita o bom enraizamento e desenvolvimento posterior adequado. via de regra.2. dependendo das características do material a ser micropropagado. Em geral. Quanto mais adulto o material. de propágulos vegetativos denominados de explantes. 1997). 1990). Propagação Vegetativa de Espécies Florestais 13 juvenilidade em que se encontram as brotações que serão utilizadas para o enraizamento. no intuito de melhorar o grau de juvenilidade. portanto. sendo apenas necessário determinados ajustes em função da especificidade do material a ser trabalhado (Grossi. pior o desenvolvimento vegetativo em campo. numa possibilidade de propagação geométrica. Como o genótipo a ser reproduzido provém. menor a capacidade de enraizar e. a cada novo ciclo de cultivo (Hartmann et al. De maneira geral. A micropropagação teve seu auge no setor florestal em meados dos anos 80. como no setor florestal as atividades são verticalizadas (a empresa produz as próprias mudas que irá utilizar em seus programas de reflorestamento). Ao mesmo tempo. quando a tecnologia para controle ambiental das condições climáticas em casa de vegetação. taeda apresentam para o rejuvenescimento pelas técnicas atuais.14 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais espécies arbóreas e outras de crescimento mais lento apresentam melhor desenvolvimento em meios de cultura com menores níveis de salinidade (Bonga & Durzan. selecionados pelos programas de melhoramento genéticos das empresas. característico da miniestaquia. as empresas adotaram suas próprias estratégias. não eram tão desenvolvidas a ponto de permitir a sobrevivência de material vegetal pouco lignificado. da que trataremos a seguir (Mac Rae & Coterril. em função do baixo valor unitário destas mudas e da disponibilidade atual de técnicas mais econômicas. devido à dificuldade de enraizamento do material adulto através da estaquia ou miniestaquia. Hoje em dia. com o desenvolvimento do mercado de equipamentos e tecnologias para cultivo de plantas em casa de vegetação. a clonagem tem sido realizada a partir de material juvenil proveniente de sementes selecionadas em nível de famílias. passou a ser uma técnica útil para aumentar rapidamente a produção de mudas. a miniestaquia tornou-se a principal ferramenta para a clonagem maciça de genótipos superiores dos gêneros Pinus (espécies tropicais) e Eucalyptus. além da dificuldade que espécies como o P. Porém para as espécies de pínus subtropicais. disponíveis no Brasil. e também como ferramenta fundamental na manipulação e regeneração de plantas geneticamente modificadas. 1987a. incluindo ou não o uso de laboratórios de micropropagação. 1997). A partir do sucesso obtido com a miniestaquia. No caso de espécies florestais. a manutenção de uma estrutura destinada à micropropagação tem sido utilizada como ferramenta estratégica importante para a propagação massal de genótipos de alto valor que apresentam dificuldades de propagação por outros métodos vegetativos ou sexuados. . a produção comercial de mudas micropropagadas por si não justificaria o investimento. 1987b). Contudo. aclimatadas em casa de sombra (permanência de dez dias) e aos 20 dias. o que permite o melhor manejo e controle. Segundo Xavier & Comério (1996) e Comério et al. 1997) em termos de vigor. em intervalos regulares de coleta. para Eucalyptus spp. Assis (1996) e Xavier & Comério (1996)... seguindo o processo normal de formação de mudas micropropagadas (15 dias em casa de vegetação. 1996. formando um jardim microclonal para fornecimento de microestacas. aos trabalhos realizados por Assis et al. com maior grau de juvenilidade. a maior taxa de crescimento e . uniformidade. 1997).. o jardim microclonal localiza-se em tubetes sobre mesas metálicas no viveiro. bem como maior produção de propágulos. 1996).: a) as partes aéreas alongadas “in vitro” (laboratório de micropropagação) são enraizadas em casa de vegetação (permanência de 15 dias). Como qualquer outra técnica de propagação de plantas. desenvolvimento e aplicação em Eucalyptus se devem. (1996). e c) a parte basal da muda podada (microcepa). Microestaquia A microestaquia é uma técnica de propagação vegetativa na qual são utilizados propágulos (microestacas) rejuvenescidos em laboratório de micropropagação para serem posteriormente enraizados. visando a obtenção de mudas. a melhor qualidade do sistema radicular (Assis. emite novas brotações que serão novamente coletadas.3. Segundo Assis (1996) e Xavier & Comério (1996). os seguintes procedimentos são adotados na produção de mudas pelo sistema de microestaquia.. 1996. aspecto e formato (Iannelli et al. faz-se a primeira coleta de microestacas (ápices das mudas de 3 a 5 cm de tamanho). 1997). b) estas microestacas coletadas são enraizadas em casa de vegetação. a supressão de gastos com jardins clonais (Comério et al. após 15 a 20 dias. volume. Assis. 1997. Iannelli et al. 50 a 60 dias pleno sol). de forma resumida. 10 dias em casa de sombra. É baseada no máximo aproveitamento da juvenilidade dos propágulos vegetativos cuja origem. (1992). a microestaquia também apresenta vantagens e desvantagens quando comparada à técnica da estaquia convencional de Eucalyptus spp. Assis. principalmente. Entre as principais vantagens podem-se destacar os maiores índices de enraizamento obtidos (Comério et al. em pleno sol. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais 15 1. Comério et al. Segundo Xavier & Wendling (1998). Em outras situações. conseqüentemente. 1996. conseqüentemente. em vez de plantas micropropagadas. 1996b).. Xavier et al.. Xavier & Comério. a idéia consistia no enraizamento sucessivo desses ápices. para alguns clones de fácil propagação vegetativa os procedimentos mais simples e menos onerosos. que é dependente. segundo Assis (1996b). pode-se destacar a maior sensibilidade das microestacas às condições ambientais (Assis. segundo os autores. como a miniestaquia. Segundo o autor. visando o rejuvenescimento de clones para atender ao processo de microestaquia. a não-necessidade da aplicação de reguladores de crescimento para enraizamento (Assis. são relativamente onerosas. a maior produtividade e qualidade florestal (Comério et al. a maior homogeneidade dos plantios comerciais e. 1997). além de sua limitação no caso de genótipos recalcitrantes ou com dificuldade de descontaminação. podem ser eficientes para atender ao processo de produção massal de mudas de Eucalyptus. portanto.). a miniestaquia mostra-se como alternativa para certos clones que apresentam dificuldades no cultivo “in vitro” (recalcitrância.. 1. começou a ser desenvolvida recentemente a técnica de miniestaquia. Outra das limitações da técnica de microestaquia. havendo ainda uma carência de estudos nesta área. promovendo seu rejuvenescimento e. . Assis. 1996). como no caso da microestaquia. da existência de laboratório de cultura de tecidos. Assis.4. 1996. etc. 1996. o que pode onerar a produção de mudas. 1997). melhorando seu potencial de enraizamento.16 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais sobrevivência das mudas no campo (Comério et al. em virtude de não haver a necessidade de estruturas de laboratório de micropropagação. é a necessidade de mudas rejuvenescidas pela micropropagação. foram feitas por Assis (1996b). (1996) e Assis (1997). Miniestaquia Partindo do princípio de que a instalação e a manutenção de um laboratório de micropropagação. Entre as desvantagens. necessidade de ajustes de meio de cultura. Suposições a respeito da possibilidade de estabelecimento de um sistema que tivesse como origem ápices de brotações de estacas enraizadas. 1996b. que são coletadas e postas para enraizar. das condições nutricionais. conforme descrito anteriormente. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais 17 Em síntese. há emissão de novas brotações. de 3 a 5 cm de comprimento. entre outras). finalmente transferidas para pleno sol para rustificação e posterior plantio. do clone/espécie. O período entre a confecção e o estaqueamento das miniestacas no substrato. Numa seqüência esquemática desta técnica. localiza-se em tubetes sobre mesas metálicas ou bandejas no viveiro. deverá ser o mais reduzido possível. O jardim miniclonal. as miniestacas são acondicionadas em recipientes com água. em períodos a serem definidos conforme o vigor das brotações. onde permanecem de 10 a 15 dias e. inicialmente faz-se a poda do ápice da brotação da estaca enraizada (muda com aproximadamente 60 dias de idade) e. contendo de um a três pares de folhas. o que possibilita o melhor controle hídrico. As miniestacas são colocadas para enraizamento em casa de vegetação com umidade relativa acima de 80 % e temperatura controlada. dependem da época do ano. O conjunto das minicepas forma um jardim miniclonal. colhendo-se todas aquelas que se enquadram nos padrões de miniestaca. para uma pré-adaptação às condições de menor umidade relativa. ou seja. do clone/espécie envolvido e do seu estado nutricional. dentro da casa de vegetação. fitossanitário. de modo similar ao jardim microclonal na técnica de microestaquia. . onde permanecem de 15 a 30 dias. recomenda-se que seja realizada de forma seletiva. sendo recomendados intervalos inferiores a 15 minutos. a técnica da miniestaquia consiste na utilização de brotações de plantas propagadas pelo método de estaquia convencional como fontes de propágulos vegetativos. para que possam chegar ao local de enraizamento em perfeitas condições de turgor. seguindo posteriormente para a casa de sombra. entre outros. recortadas transversalmente. nutricional. Assim. a parte basal da brotação da estaca podada constitui uma minicepa que fornecerá as brotações (miniestacas) para a formação das futuras mudas. em intervalos de 10 a 25 dias (variáveis em função da época do ano. Após serem coletadas. Os períodos de permanência das miniestacas em casa de vegetação. Quanto à coleta de miniestacas no jardim miniclonal. Por outro lado. das dificuldades de enraizamento. são processos de grande importância para o resgate de material adulto. anos depois. o que pode prejudicar grandemente a produção de um pomar. em função da impossibilidade e/ou dificuldade de rebrota de algumas espécies/clones. em vez daquelas da brotação de mudas de estacas enraizadas. e assim sucessivamente.18 Propagação Vegetativa de Espécies Florestais Após a realização do primeiro ciclo de miniestaquia. passando a ser a estaquia uma estratégia mais viável. no caso específico da enxertia. o que poderá resultar em grandes ganhos na sobrevivência. .5. visto que o ramo isolado não consegue sobreviver. ou devido à dificuldade de isolamento e introdução in vitro de material proveniente diretamente do campo. onde se encontra o calo cicatricial do enxerto. Porém. a enxertia tem grande importância na formação de pomares de produção de sementes clonal e na enxertia seriada. pode-se optar por iniciar o processo a partir de mudas originadas de miniestacas. Além disso. necessitando de maiores estudos. A utilização desse método. no terço inferior da árvore. É uma técnica pouco usada. no enraizamento e no vigor vegetativo. A recuperação da juvenilidade facilita o enraizamento para muitas espécies. A alporquia é uma técnica que permite o enraizamento de ramos sem que eles tenham que ser separados da planta mãe. o que para algumas espécies nativas é fundamental. Outras técnicas de propagação vegetativa de espécies florestais As técnicas de enxertia e alporquia não se mostram muito apropriadas para plantios comerciais pois apresentam custos elevados para produção em larga escala. permite conseguir a reversão à juvenilidade de materiais genéticos de interesse para a propagação comercial por técnicas de enraizamento in vitro e ex vitro. além de que. algumas espécies apresentam sérios problemas de rejeição que podem aparecer imediatamente após a realização do enxerto ou. quando a nova gema obtida em um enxerto passa a ser propágulo para a próxima enxertia. a fim de se evitar perdas de material genético de alto valor. 1. há uma grande perda de madeira nobre. Contudo.. . Melhoramento genético do eucalipto. Piracicaba.=Anais. p. Anais. Propagação vegetativa de Eucalyptus por Microestaquia. F. p. Proceedings. Piracicaba: [s.]. p. F. Melhoramento genético do eucalipto. Salvador. Colombo: EMBRAPA-CNPF. 185. 11. p. 1996b. infere-se que as técnicas de propagação vegetativa são ferramentas de grande potencial para a manutenção e continuidade dos programas de melhoramento genético de espécies florestais. ASSIS. 36-46. 1. 1-9.. 1996a. o que se observa é que tais técnicas se complementam. ASSIS. ASSIS. v. cada qual tendo sua aplicabilidade em determinada fase do programa de clonagem e em função da disponibilidade financeira. 12. 1997. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do exposto. 300-304.. Informe Agropecuário. In: REUNIÃO TÉCNICA DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA. Propagação Vegetativa de Espécies Florestais 19 2. 18.. In: IUFRO CONFERENCE ON SILVICULTURE AND IMPROVEMENT EUCALYPTS=CONFERÊNCIA IUFRO SOBRE SILVICULTURA E MELHORAMENTO DE EUCALIPTOS. T. bem como para o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas ao aumento da produtividade do setor florestal. REUNIÃO DE SILVICULTURA CLONAL. F. n.. 141. 1. v. 1997. mão-de-obra qualificada e treinada e de estruturas para sua execução. n. Informe Agropecuário. 1996... A escolha dos diferentes processos dependerá do objetivo final a ser alcançado. F. T. o que influenciará a tomada de decisão da melhor estratégia a ser estabelecida. T. 3. 1986..n. 32-51. Propagação vegetativa de Eucalyptus por microestaquia. T. v. considerando-se suas vantagens e limitações técnicas e econômicas. . BONGA. O. IANELLI. Cell and tissue culture in forestry: general principles and biotechnology. XAVIER. J. Cell and tissue culture in forestry .02-08 and S2. ROSA. van. F. P. Microestaquia: um novo sistema de produção de mudas de Eucalyptus na Champion. IUFRO working parties S2.. Proceedings of a joint workshop. BONGA.. R. D. 1. J. 1997.). v.. Oxford: Clarendon Press. S. Eucalypt domestication and breeding. p.DURZAN.. Mass vegetative propagation.. A. C. DURZAN. SANTOS. QUILLET. 1992. Proceedings. Salvador. Anais. H. . Dordrecht: Kluwer Academic Pub. 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